Tese Letícia Sequinatto
Tese Letícia Sequinatto
Tese Letícia Sequinatto
FACULDADE DE AGRONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO
Letícia Sequinatto
(Tese de Doutorado)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO
LETÍCIA SEQUINATTO
Engenheira-Agrônoma (UFSM)
Mestre em Ciência do Solo (UFSM)
vi
AGRADECIMENTOS
Aos meus amados tios Elói e Olinda. Não possuo palavras para
explicar o quão importante é o carinho que recebo de vocês;
vii
Obrigada pela amizade e pelos momentos compartilhados;
viii
QUALIDADE FÍSICA DO SOLO E RENDIMENTO DE GRÃOS NUM
ARGISSOLO EM PROCESSO DE RECUPERAÇÃO 1/
RESUMO
1/
Tese de Doutorado em Ciência do Solo. Programa de Pós-Graduação em Ciência do
Solo, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto
Alegre. (141 p.) Maio, 2010. Trabalho realizado com apoio financeiro do CNPq.
ix
SOIL PHYSICAL QUALITY AND YIELD OF CROPS ON A PALEUDULT IN
RECOVERY PROCESS 1/
ABSTRACT
1/
Doctoral thesis in Soil Science. Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo,
Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre.
(141 p.) May, 2010. Financial support by CNPq.
x
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................1
8 APÊNDICES ................................................................................................134
xii
RELAÇÃO DE TABELAS
xiii
Tabela 11. Porosidade total do solo em função da cobertura de inverno, do
tráfego e da camada de avaliação (dezembro, 2008).......................................56
xiv
2008/2009. ......................................................................................................103
xv
RELAÇÃO DE FIGURAS
xvi
teste F...............................................................................................................84
xvii
RELAÇÃO DE APÊNDICES
xviii
1 INTRODUÇÃO
(Lipiec et al., 1991; Unger & Kaspar 1994; Secco, 2003; Beulter & Centurion,
2004).
A compactação, quando oriunda exclusivamente do tráfego agrícola
em SD onde há baixo revolvimento do solo, é influenciada em maior ou menor
grau, de acordo com as características das máquinas que transitam nas
lavouras e do conteúdo de água no solo. A compactação superficial do solo
pelo tráfego de máquinas depende da pressão de contato entre o pneu e o
solo, enquanto que a subsuperficial está relacionada ao peso sobre os rodados
(Sánchez-Girón, 1996; Jorajuria & Dragui, 1997; Raper, 2005). Neste sentido,
Sánchez-Girón (1996) considera que a compactação subsuperficial é aquela
que ocorre a profundidades maiores do que 0,3 m. Conforme o mesmo autor,
em qualquer um dos casos, a compactação só ocorre se a tensão exercida
pelos rodados ultrapassar a resistência do solo à deformação. Dessa forma,
fatores tais como a elevada carga por eixo, a pequena largura do pneu e alta
pressão de inflação do pneu, têm aumentado a compactação do solo.
Associado a isso, conteúdos de água no solo desfavoráveis para o manejo,
utilizando maquinários, pode potencializar o grau de compactação (Braida,
2004).
O conteúdo de água do solo é o fator mais importante na
determinação do grau de compactação produzido pelo tráfego (Hamza &
Anderson, 2005). Segundo Pinto (2002) o ensaio de Proctor Normal, criado
pelo engenheiro americano R. R. Proctor em 1933, evidencia a existência de
um conteúdo de água no solo onde a compactação é máxima, o qual depende
principalmente do teor de argila e de MOS (Ball et al., 2000) e da energia de
compactação (Pinto, 2002). Braida (2004) explica que este comportamento
ocorre porque, quando o solo está seco, o aumento dos conteúdos de água no
solo resulta na formação de filmes de água ao redor das partículas, o que
reduz o atrito e facilita a compactação. No entanto, acima de um determinado
valor (conteúdo de água crítico), o acúmulo de água no espaço poroso gera
pressões neutras que dissipam parte da energia aplicada, reduzindo a
compactação.
propriedades físicas não foi comprovado, como as realizadas por Teixeira et al.
(2003) e Genro Junior et al. (2004). Isso, no entanto, pode estar relacionado
ao tempo de utilização dessas plantas de cobertura dentro do sistema, que foi
inferior há três anos.
Na literatura também evidenciam-se os efeitos do acúmulo de
resíduos vegetais, advindos das plantas de cobertura, sobre o solo. Por um
lado, o acúmulo vegetal pode atenuar as cargas aplicados sobre os solos. Dao
(1996) observou que a remoção dos resíduos vegetais da superfície do solo
resultou em aumentos na densidade do solo entre 0 e 0,05 m, cultivado sob
SD. Por outro lado, promoveu o aumento nos teores de MOS da camada
superficial (Bayer & Mielniczuk, 1997; Corazza et al., 1999; Amado et al.,
2001). Isso tem origem no baixo grau de revolvimento do solo, resultando em
menores taxas de decomposição do material orgânico, por ficar menos exposto
ao ataque dos microorganismos do solo. No entanto, a quantidade de material
vegetal adicionado na superfície e a quantidade de matéria orgânica
acumulada no solo são dependentes do sistema de culturas adotado (Bayer et
al., 2000; Amado et al., 2001). Aqueles sistemas que incluem culturas com alta
produção de matéria seca resultam, em geral, em maiores acúmulos de MOS.
A dinâmica de decomposição e liberação de N de resíduos culturais
provenientes de plantas de cobertura de solo é dependente da relação C/N
destas. Os resíduos de leguminosas têm grande importância como
fornecedores de N, podendo contribuir para a diminuição da acidez do solo e
da relação C/N da MOS (Hargrove, 1986). Entretando, diversos estudos
(Wagger, 1989; Ranells & Wagger, 1992; Da Ros, 1993; Ranells & Wagger,
1996; Aita & Giacomini, 2003) evidenciaram que as leguminosas, devido a sua
baixa relação C/N, são rapidamente decompostas após o seu manejo, mesmo
em sistema de manejo com a SD, o que resulta num assincronismo entre a
liberação e a demanda de N pelas culturas sucessoras. Os resíduos de
gramíneas possuem relação C/N maior, porém, em contrapartida, promovem a
melhoria da estrutura do solo, por possuírem maior conteúdo de lignina,
possibilitando aumento de ácidos carboxílicos e ácidos húmicos nos substratos
(Primavesi, 1982), favorecendo a estruturação e a estabilidade dos agregados
do solo (Fassbender & Bornemisza, 1994), tornando-o menos suscetível à
compactação. Pode-se obter uma relação C/N intermediária, consorciando
13
culturas.
A aeração do solo, promovida pela porosidade, é fundamental para
as trocas gasosas do solo. O aumento da densidade do solo reduz a taxa de
difusão do oxigênio nos poros do solo através da diminuição do espaço poroso
e também por alterar o tamanho, a tortuosidade e continuidade dos poros, que
interliga as faces do ambiente radicular, com o ambiente externo (a atmosfera).
Isso acarreta em minimização das trocas gasosas entre a atmosfera e o solo,
prejudicando o desenvolvimento radicular e, consequentemente, o rendimento
de culturas. Para o bom desenvolvimento radicular, há uma porosidade de
aeração mínima, a qual deve ser ao redor de 0,10 m3 m-3 (Kiehl, 1979; Klein &
Libardi, 2002). Esta representa a razão entre o volume de ar e o volume do
solo, sendo, portanto, afetado pelo conteúdo de água e pela compactação do
solo (Hillel, 1998).
O estabelecimento de valores de densidade do solo críticos ao
desenvolvimento das plantas não é tarefa fácil, especialmente quando se
considera que, conforme Hakansson & Lipiec (2000), a resposta das culturas a
este atributo varia de solo para solo, principalmente em função da textura, o
que dificulta a extrapolação dos resultados experimentais. Em virtude da
complexa interação entre os fatores físicos, em cada condição estrutural do
solo, diversos estudos têm sido realizados pela comunidade científica no intuito
de estabelecer limites de valores densidade, em que as plantas emitem
melhores respostas quanto ao seu desenvolvimento. Dentro dessa proposta,
Letey (1985) relacionando outros fatores físicos à densidade do solo, elucidou
que existe uma faixa ótima de conteúdo de água no solo que favorece o
crescimento vegetal. Em razão dessas interações, Silva et al. (1994)
propuseram um índice para avaliar a qualidade estrutural do solo, denominado
de intervalo hídrico ótimo (IHO), o qual leva em consideração a densidade do
solo. O IHO considera a faixa de conteúdo de água ideal do solo como sendo
aquela onde as limitações ao crescimento vegetal, associadas à água, aeração
e resistência mecânica à penetração de raízes, são minimizadas. Embasados
em estudos relacionados ao IHO, Reichert et al. (2003) sugerem valores de
densidade do solo críticos ao desenvolvimento das plantas, os quais variam em
função da classe textural do solo. De acordo com estes autores, os valores de
densidade limitantes as plantas correspondem, em média, a 1,75; 1,45 e 1,30
21
2.3.4 Índice S
está próximo ou na saturação onde ocorre a obstrução dos poros do solo por
água (Christensen, 1992). Entretanto, os valores de Ka são diretamente
influenciadas pela estrutura do solo, determinada em parte pelo sistema de
manejo e por este alterar principalmente as características do sistema poroso,
principalmente a macroporosidade, principal responsável pelos fluxos de gases
e água no sistema. Dessa forma, a utilização do Ka como indicador da
qualidade física do solo é promissora, visto ser bastante sensível em
discriminar os efeitos de diferentes sistemas de manejo do solo.
2.4 Considerações
3.1 Introdução
Camada P K MOS1 Al Ca Mg
pH
(m) -----mg dm-3----- -g kg-1- ---------cmolc dm-3----------
0,0 - 0,06 5,6 3,5 201 30 0,0 3,6 1,7
0,06 - 0,12 5,7 2,0 145 22 0,0 3,7 1,7
Média 5,6 2,8 173 26 0,0 3,7 1,7
1
Matéria orgânica do solo
Camada (m)
Característica analisada
0,0 – 0,06 0,06 – 0,12 0,0 – 0,12
Densidade do solo (Mg m-3)n 1,70 1,72 1,71
Densidade da partícula (Mg m-3) 2,51 2,56 2,54
Macroporosidade (m3 m-3) 0,07 0,05 0,06
Microporosidade (m3 m-3) 0,29 0,29 0,29
Porosidade total (m3 m-3) 0,36 0,35 0,35
Argila (g kg-1) 255 283 269
Silte (g kg-1) 216 220 218
Areia (g kg-1) 529 497 513
Porosidade
Camada Tráfego Densidade
Total MAC MIC
----m---- --Mg m-3-- ------------------m3 m-3------------------
Sem 1,34 b 0,48 a 0,21 a 0,27 a
0,03 - 0,06 Com 1,43 a 0,44 b 0,17 b 0,27 a
Média 1,38 0,46 0,19 0,27
semeadora-adubadora.
PARCELA PRINCIPAL
Sub-parcela 1 Sub-parcela 2
Haste Sulcadora a 0,12 m Haste Sulcadora a 0,21 m
♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣
♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣
♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣
♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣
♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣
♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣
♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣
♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣
♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣
♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣
♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣
♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣
♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣
L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8 L9 L10
RT NT RC NT RT RT NT RC NT RT
««««
««««
««««
««««
««««
««««
««««
««««
««««
««««
««««
««««
««««
««««
Figura 1. Representação esquemática de uma parcela experimental sub-
dividida, em função da profundidade de atuação da haste
sulcadora, e as linhas de plantio (L1... L10) coincidentes com o
tráfego de colhedora (RC) ou trator (RT) , ou não trafegadas (NT).
cv); massa total de 3835 kg (1530 kg sobre o eixo dianteiro e 2305 kg sobre o
traseiro); pneus traseiros 18.4-30 R1 e dianteiros 12.4-24 R1, com pressão de
inflação de 95 e 110 kPa, respectivamente; pressão de contato dos pneus
dianteiros e traseiros com solo, determinada pelo método de O’Sullivan et al.
(1999), de 115 e 120 kPa, respectivamente; e bitola de 1,65 m nos eixos
dianteiro e traseiro.
A colheita das culturas de verão, mecanizada, e após a colheita
manual das linhas de plantio avaliadas, foi realizada por uma colhedora
autopropelida de grãos, marca SLC-JOHN DEERE, modelo 1165, dotada de
plataforma de corte, com 14 pés (4,62 m) de largura; com picador de palhas;
massa em ordem de marcha de 7.200 kg, sendo 2.250 kg no eixo traseiro e
4.950 kg no eixo dianteiro; pneus dianteiros 18.4-30 R1 e traseiros 10.5/80-18,
com pressão de inflação de 138 e 200 kPa, respectivamente; pressão de
contato dos pneus dianteiros e traseiros com solo, determinada pelo método de
O’Sullivan et al. (1999), de 173 e 260 kPa, respectivamente; e bitola de 2,34 m
no eixo dianteiro, e de 2,18 m no eixo traseiro.
Onde:
MOP = teor de matéria orgânica particulada do solo (g kg-1)
MOSa = teor de matéria orgânica na fração areia + MOP (g kg-1)
Pa / 20= peso da fração areia + MOP (g) obtida a partir das 20 gramas de solo
MOM = teor de matéria orgânica associada aos minerais (g kg-1)
mesmo material.
As amostras indeformadas foram levadas até o Laboratório de Física
do Solo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e os anéis com solo
foram saturados em água destilada por 48 horas, pesados e equilibrados na
tensão de 6 kPa. Após, as amostras foram colocadas em estufa a 105oC, onde
foram mantidas até atingirem peso constante (72 horas). Então, de posse dos
pesos saturado, seco e peso após equilíbrio na tensão de 6 kPa, foi possível a
determinação da densidade, da macroporosidade, da microporosidade e
porosidade total do solo, de acordo com o método descrito por EMBRAPA
(1997).
Ano1
Cobertura de inverno
..2002.. 2003... 2005. 2006. 2008. 2009.
-------------------------Mg ha-1-------------------------
Aveia preta + ervilhaca
6,6 a 8,5 a 11,0 a 10,3 a 8,37 a 9,45 a
ou nabo forrageiro2
Aveia preta
6,6 a 8,5 a 8,6 b 7,1 b 5,02 ab 8,12 a
ou aveia preta + ervilhaca3
Pousio 4,6 b 4,7 b 4,5 c 2,4 c 3,32 b 4,5 b
CV (%) 27,0 14,6 15,1 20,8 18,1 17,9
Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem significativamente entre
si, pelo teste de Tukey (p<0,05). 1 Os dados referentes aos anos de 2002 e 2003 foram obtidos
por Beutler (2005) e de 2005 e 2006, por Debiasi (2008). 2 Em 2006, o consórcio aveia preta +
ervilhaca foi substituído pelo nabo forrageiro. 3 Em 2007, foi inserida a ervilhaca num sistema
de cobertura para consorciar com a aveia preta.
culturas foram maiores do que os resultados obtidos por Silva et al. (2007), na
EEA/UFRGS, sendo respectivamente de 5,9 e 3,2 Mg ha-1, para o nabo
forrageiro e aveia preta + ervilhaca. Os autores ainda encontraram, entre as
diversas culturas de cobertura do solo testados, em cultivos solteiros ou
consorciados, que o nabo forrageiro foi a espécie dominante com relação à
produção de matéria seca. A produção de massa seca da parte aérea das
plantas do sistema em pousio no inverno pode ser considerada alta, sendo
aproximadamente 2 vezes superior aos resultados encontrados por Da Ros &
Aita (1996).
ano de 2008. Embora o sistema radicular não tenha sido avaliado entre os
anos de 2005 a 2009, Beutler (2005) na safra 2003/2004, para a mesma área
experimental, verificou que a massa seca de raízes na superfície do solo (0,0 a
0,10 m) foi 31% menor para o pousio em relação às plantas de cobertura de
solo. Com relação a isso, cabe destacar que o autor encontrou para o ano de
2003, uma produção de massa seca das plantas de cobertura do solo, em
relação ao pousio, aproximadamente 50% superior (Tabela 4).
Cobertura de inverno
Camada Cultura de verão AE1 NF2 P3 Média
MOS
-----m----- -------------------------g kg-1------------------------
Milho 40,99 41,07 32,25 38,11 B
0,02-0,05 Soja 44,00 53,57 45,02 47,53 A
Média 42,50 ab 47,32 a 38,63 b
de biomassa aérea (Tabela 4), devem ter favorecido o maior incremento nos
teores de MOS.
Ano de avaliação
1
Camada 2006 2009
Cobertura de
inverno2 MOS
----------m--------- ------------------g kg-1-----------------
AE ou NF 35,70 a 47,32 a
A ou AE 38,20 a 42,50 ab
0,03-0,06 P 31,80 a 38,63 b
ou Média 1 36,95 44,91
0,02-0,05 Média 2 35,23 42,81
CN 46,90
AE ou NF 18,80 a 21,11 b
A ou AE 18,90 a 22,58 ab
0,12-0,15 P 18,20 a 24,14 a
ou Média 1 18,85 21,85
0,10-0,13 Média 2 18,63 22,61
CN 25,20
Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas, dentro de cada camada e ano de
avaliação, não diferem significativamente entre si, pelo teste de Tukey (p<0,05).
1
Em 2006 as avaliações foram realizadas nas camadas de 0,03 - 0,06 m e 0,12 - 0,15 m, e, em
2009 nas camadas de 0,02 -0,05 m e 0,12 - 0,15 m;
2
AE = Consórcio aveia preta + ervilhaca; NF = Nabo forrageiro; A = Aveia; P = Pousio; CN =
Campo nativo; Média 1 = plantas de coberturas de inverno; Média 2 = todas as coberturas de
inverno. No ano de 2006 a AE foi substituída por NF e no ano de 2007 a A foi substituída por
AE.
Cobertura de inverno
Camada Cultura de verão
AE1 NF2 P3 Média
MOP
-----m----- -------------------------g kg-1------------------------
M 9,59 9,41 9,23 9,41 A
0,02-0,05 S 9,80 12,34 9,68 10,61 A
Média 9,69 a 10,88 a 9,45 a
Matéria orgânica
1
Camada Cobertura de MOP MOM
inverno2 2006 2009 2006 2009
-----m----- -------------------------g kg-1---------------------------
AE ou NF 6,30 b 10,88 a 29,40 a 36,44 a
A ou AE 7,90 a 9,69 a 30,30 a 32,81 a
0,03-0,06 P 3,70 b 9,45 a 28,10 a 29,18 b
ou Média 1 7,10 10,29 29,85 34,63
0,02-0,05 Média 2 6,00 10,00 29,30 32,81
CN 12,6 34,3
Cobertura de inverno2
Camada Tráfego1 AE NF P Média
Ds
-----m----- -------------------------Mg m-3-----------------------
RC 1.32 A 1,40 A 1,36 A 1,36 A
0,02-0,05 NT 1,24 A 1.09 B 1,25 A 1,19 B
RT 1,36 A 1,30AB 1,33 A 1,33 A
Média 1,31 a 1,26 a 1,31 a
solo. Por outro lado, Reichert et al. (2003) evidenciam que a compactação do
solo, em semeadura direta, normalmente se concentra de 0,08 até 0,15 m.
Dessa forma, a camada de 0,10 - 0,13 m é também representativa do efeito
dos rodados de máquinas sobre o solo.
A cobertura de inverno afetou de maneira significativa os valores de
Ds para a camada de 0,10 - 0,13 m (Tabela 9). A menor Ds foi obtida para o
sistema em pousio (1,51 Mg m-3), a qual não diferiu do sistema com nabo
forrageiro (1,55 Mg m-3). Esperava-se um comportamento ao contrário, tal que
as culturas de cobertura de inverno atingissem menores Ds. No entanto, os
dados estão de acordo com os valores de MOS e MOP, sendo esta, sensível
em detectar diferenças proporcionadas pelo manejo do solo (Conceição et al.,
2005). Tanto a MOS, quanto a MOP foram maiores no sistema em pousio, para
a camada de 0,10 - 0,13 m, e assim, correlacionando-se inversamente com os
resultados de Ds. Incrementos nos valores de MOS e sobre sua fração
particulada, resultaram em decréscimos da Ds.
Um fator, que aparentemente está relacionado à redução da Ds e no
aumento nos teores de MOS e de suas frações no sistema em pousio, melhor
visualizado na camada sub-superficial (0,10 - 0,13 m), é o estado estável da
estrutura do solo (Vezzani, 2001). Esse estado estável é alcançado em
resposta as práticas de manejo do solo, no tempo, onde há um balanço
constante entre a magnitude dos processos que resultam na degradação e
aqueles que proporcionam a construção da estrutura (Vezzani, 2001). Dessa
forma, alterações em fatores externos, como nas práticas de manejo, tendem a
levar a um novo estado de estabilidade, em função da modificação da estrutura
do solo. Na presente pesquisa houveram duas modificações no manejo,
envolvendo as culturas de cobertura do solo. No ano de 2006, houve a
substituição do consórcio aveia preta + ervilhaca pelo nabo forrageiro (Debiasi,
2008) e no ano de 2007, a consorciação da ervilhaca à aveia preta. Então,
acredita-se que em função disso, mais especificamente em função do tempo
decorrido desde a inclusão desses novos sistemas com culturas de cobertura,
talvez o solo não tenha ainda atingido um novo estado de equilíbrio. Reflexo
disso está na resposta às maiores Ds e menores teores de MOS e de suas
frações, dos sistemas com culturas de cobertura, em relação ao pousio, na
camada de 0,10 - 0,13 m. Por outro lado, o sistema em pousio, desde a
54
Microporosidade(m3 m-3)
0,02 – 0,05 0,27 A 0,26 A 11,95
0,10 – 0,13 0,28 A 0,28 A 9,71
0,20 – 0,23 0,28 A 0,28 A 5,41
Cobertura de inverno2
Camada Tráfego1 AE NF P Média
Porosidade total
Cobertura de inverno2
Camada Tráfego1 AE NF P Média
Macroporosidade
-----m----- ------------------------- m3 m-3----------------------
RC 0,24 0,25 0,25 0,24 B
0,02-0,05 NT 0,32 0,34 0,31 0,32 A
RT 0,25 0,27 0,27 0,26 B
Média 0,27 a 0,28 a 0,28 a
Cobertura de inverno2
Camada Tráfego1 AE NF P Média
Microporosidade
-----m----- ------------------------- m3 m-3----------------------
RC 0,29 0,28 0,29 0,29 A
0,02-0,05 NT 0,27 0,24 0,25 0,25 B
RT 0,28 0,27 0,28 0,28 A
Média 0,28 a 0,26 a 0,27 a
MOS (g kg ) -1
MOS (g kg-1)
30 30
20 20
10 10
0 0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Anos Anos
1.6
0.4
1.4
0.3
1.2
1 0.2
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Anos Anos
0.4 0,0 - 0,06 m Com tráfego 0.4 0,0 - 0,06 m Com tráfego
0,0 - 0,06 m Sem tráfego 0,0 - 0,06 m Sem tráfego
0,10 - 0,15 m Com tráfego 0,10 - 0,15 m Com tráfego
Macroporosidade do solo (m3 m-3)
0,10 - 0,15 m Sem tráfego Microporosidade do solo (m3 m-3) 0,10 - 0,15 m Sem tráfego
0.3 0.3
0.2 0.2
0.1 0.1
0 0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Anos Anos
3.4 Conclusões
4.1 Introdução
físicas do solo muito pobres e com alta restrição ao crescimento das raízes das
plantas.
A porosidade de aeração do solo é quem regula o processo de
difusão de gases no solo, essencial ao desenvolvimento das raízes das
plantas. Conforme Imhoff (2002), a capacidade do solo em fornecer adequada
aeração para o crescimento e expansão do sistema radicular é um indicativo de
sua qualidade, em decorrência dos parâmetros físicos atuantes na matriz do
solo. No entanto, não basta apenas o solo apresentar boa porosidade de
aeração, mas sim que os poros sejam contínuos, interligando-se com a
atmosfera externa, para ocorrer as trocas gasosas. Isso torna fundamental,
para a avaliação da estrutura do solo, a quantificação de propriedades
relacionadas com a capacidade do solo em transmitir O2 até as raízes (Silva et
al., 2009).
A permeabilidade do solo ao ar é um dos parâmetros físicos que
governa o fluxo de gases no solo e, por isso, considerada um indicador físico
de qualidade do solo. Diversos autores têm estabelecido o valor restritivo de 10
% de porosidade de aeração, para o crescimento das raízes, sendo que, com
valores superiores a este, a difusão de O2 no solo não é limitante. Entretanto,
esse valor restritivo é estático, e os processos ocorrentes no ambiente do solo
são dinâmicos. Sendo assim, a medição da permeabilidade do solo ao ar
implica em respostas que refletem melhor o comportamento do fluxo de gases
no solo e, como salientado por Fish & Koppi (1994), é bastante sensível em
discriminar os efeitos de diferentes práticas de manejo na estrutura do solo.
Assim, este estudo baseou-se nas hipóteses de que: I) os
parâmetros físico-hídricos (retenção de água, índice S e a permeabilidade do
solo ao ar) podem ser utilizados como indicadores da qualidade física de um
solo, manejado com semeadura direta, utilização de plantas de cobertura de
solo no inverno e o tráfego controlado; II) a utilização de plantas de cobertura
de solo no inverno e a condição de tráfego (com e sem) alteram o sistema
poroso do solo, influenciando a retenção de água, valores do índice S e a
permeabilidade de ar no solo; e III) há correlação positiva do índice S com o
teor de matéria orgânica do solo, porosidade e água disponível às plantas, e
negativa com a densidade do solo.
66
θ = θr +
(θ s − θr ) Eq. 3
(1 + (αψ m )n )m
Onde:
θ = conteúdo de água volumétrica (m3 m-3)
θr = conteúdo de água volumétrica na tensão de 1500 kPa (m3 m-3)
θs = conteúdo de água volumétrica do solo saturado (m3 m-3)
Ψm = potencial mátrico da água no solo (kPa)
α, m, n = parâmetros empíricos de ajuste da equação
Onde:
S = valor da inclinação da CRA no seu ponto de inflexão
θres = conteúdo de água residual (kg kg-1)
69
ΔV .l
K l = ρ l .g Eq. 6
Δt.Δp. A
70
Onde:
Kl = condutividade do solo ao ar (cm s-1)
ρl = densidade do ar no momento da medida (g cm-3)
g = aceleração da gravidade (981 cm s-2)
∆V= quantidade de ar que passa na amostra na Δt (cm3 s-1)
l = altura da amostra (cm)
∆p = pressão do ar que passa pela amostra (1000 dinas cm-2)
∆t = intervalo de tempo (s)
A = área do cilindro (cm2)
η
K a = Kl Eq. 7
ρl g
Onde:
Ka = permeabilidade do solo ao ar (µm2)
Kl = condutividade do solo ao ar (cm s-1)
n = viscosidade do ar (g s-1 cm-1)
ρl = densidade do ar (g cm-3)
g = aceleração da gravidade (981 cm s-2)
0.7 0.7
A1 B1
*
0.6 ns
0.6
Camada 0,02 - 0,05 m Camada 0,02 - 0,05 m
Tráfego de colhedora Aveia preta + ervilhaca
0.5 Não trafegado 0.5 Nabo forrageiro
ns ns
θV, m3 m-3 Tráfego de trator Pousio
θV, m3 m-3
0.4 0.4
* ns
0.3 ns
*
0.3 ns
* ns
ns
0.2 ns 0.2 *
ns *
ns ns
0.1 0.1
0 0
0.1 1 10 100 1000 10000 0.1 1 10 100 1000 10000
-Ψm, kPa -Ψm, kPa
0.7 0.7
A2 B2
0.6 0.6
Camada 0,10 - 0,13 m Camada 0,10 - 0,13 m
*
Tráfego de colhedora * Aveia preta + ervilhaca
0.5 0.5
Não trafegado Nabo forrageiro
Tráfego de trator Pousio
θV, m3 m-3
θV, m3 m-3
ns ns
0.4 0.4
ns
*
*
0.3 * 0.3 ns
ns
* *
0.2 *
0.2 ns
* ns * *
0.1 0.1
0 0
0.1 1 10 100 1000 10000 0.1 1 10 100 1000 10000
-Ψm, kPa -Ψm, kPa
0.7 0.7
A3 B3
0.6 0.6
Camada 0,20 - 0,23 m Camada 0,20 - 0,23 m
Tráfego de colhedora Aveia preta + ervilhaca
0.5 Não trafegado 0.5 Nabo forrageiro
Tráfego de trator ns
Pousio
ns
θV, m3 m-3
θV, m3 m-3
0.4 ns 0.4 ns
ns ns
ns ns
0.3 ns 0.3 ns
ns ns
ns ns
ns ns
0.2 ns 0.2 ns
0.1 0.1
0 0
0.1 1 10 100 1000 10000 0.1 1 10 100 1000 10000
-Ψm, kPa -Ψm, kPa
-------------------------------------m3 m-3----------------------------------
0,02 -0,05 m
...........CC........... 0,29 a 0,28 a 0,25 b 0,28 a 0,26 a 0,27 a
PMP 0,10 a 0,10 a 0,09 a 0,10 a 0.09 a 0.09 a
ADP 0,19 a 0,18 a 0,16 b 0,18 a 0,17 a 0,18 a
0,10 – 0,13 m
CC 0,31 a 0,27 a 0,26 a 0,27 b 0,30 a 0,27 b
PMP 0,11 a 0,12 a 0,11 a 0,12 a 0,12 a 0,10 b
ADP 0,20 a 0,15 b 0,15 b 0,15 b 0,18 a 0,17 ab
0,20 – 0,23 m
CC 0,28 a 0,28 a 0,28 a 0,28 a 0,28 a 0,28 a
PMP 0,15 a 0,15 a 0,15 a 0,15 a 0,15 a 0,15 a
ADP 0,13 a 0,13 a 0,13 a 0,13 a 0,13 a 0,13 a
Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas linhas, dentro de um mesmo sistema de
manejo e camada, não diferem significativamente entre si, pelo teste de Tukey (p<0,05).
1
RC = rodados de colhedora; RT = rodados de trator; NT = não trafegado
2
AE = consórcio aveia preta + ervilhaca; NF = nabo forrageiro; P = pousio
(Tabela 14) e maior MAC (Tabela 15), quando comparado com o sistema
consorciando a aveia preta + ervilhaca. Comportamento semelhante deu-se
para o potencial de -1 kPa, embora sem apresentar diferença significativa,
estendendo-se até -6 kPa, onde o sistema de manejo com nabo forrageiro
apresentou o maior conteúdo de água. No entanto, esses comportamentos
descritos não foram encontrados para a camada superficial, já que nesta não
ocorreram diferenças significativas entre a Ds (Tabela 14) e porosidade do solo
(Tabela 15).
A θV no PMP não variou entre os sistemas de manejo, dentro de uma
mesma camada, excetuando-se apenas na camada de 0,10 - 0,13 m para a
cobertura de inverno, onde o pousio apresentou a menor retenção de água no
PMP (Tabela 16). Sendo assim, a ADP foi dependente do conteúdo de água na
CC. Nos potenciais próximos e no PMP, diversos trabalhos têm demonstrado
que a θV equivalente ao PMP praticamente não varia com o aumento do grau
de compactação (Imhoff, 2002; Leão, 2002; Silva, 2003), pois, nesta tensão, a
água é retida na forma de filmes ao redor das partículas sendo, portanto,
relativamente independente da porosidade (Reichardt, 1988).
Com as observações obtidas acerca do comportamento das CRA,
em função dos manejos de solo utilizados, conclui-se que a Ds, a porosidade, e
a MOS foram determinantes no entendimento da retenção de água em
diferentes potenciais. A união dos sistemas de manejo do solo, que incluíram a
cobertura de inverno e o tráfego controlado, agregou ao solo estrutura física
adequada para a infiltração, retenção e disponibilidade de água do solo às
plantas. O sistema de manejo com cobertura do solo no inverno, promovendo
além da proteção física superficial, o aporte de matéria orgânica, melhorou a
agregação e a relação entre diferentes tamanhos de poros no solo,
fundamental para o fluxo e retenção de água no sistema. A compactação
ocasionada pelo tráfego de máquinas, aumentou a retenção de água no solo,
sob menores potenciais, o que é importante em períodos de escassez hídrica.
Acredita-se que essa compactação, podendo ser considerada leve, em função
da estrutura de solo adquirida com as práticas de manejo repetidas durante
sete anos, não seja restritiva ao desempenho no desenvolvimento e
rendimento de culturas de verão.
79
4.3.2 Índice S
Índice S
0.22
ln(S) = -2,860 * DS + 1,110
R2 = 0,86 *
0.2
0,02 - 0,05 m
0.18 0.10 - 0.13 m
0.20 - 0.23 m
0.16
0.14
0.12
S
0.1
0.08
0.06
0.04 S = 0,035
________________________________________________________________
0.02
0
0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
Densidade, Mg m-3
0.24 0.24
ln(S) = 6,986852041 * Pt - 6,461529244 ln(S) = 6,160961118 * MAC - 4,375133433
0.22 R2 = 0,84 * 0.22 R2 = 0,78*
0.2 0.2
0.18 0.18
0.16 0.16
0.14 0.14
0.12 0.12
S
0.1 0.1
0.08 0.08
0.06 0.06
0.04 0,035
________________________________________________________________ 0.04 0,035
________________________________________________________________
0.02 0.02
0 0
0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5 0.55 0.6 0.65 0.7 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45
Pt, m3 m-3 MAC, m3 m-3
0.07
0.06
0.05
S
0.04
0,035
________________________________________________________________
0.03
0.02
0.01
0
10 15 20 25 30 35 40 45 50
MOS, g kg-1
Os pontos que deram origem à Figura 9 foram uma média geral dos
valores de S, considerando diferentes manejos de solo, incluindo o tráfego e a
cobertura de solo no inverno, relacionados a média geral dos teores de MOS,
em função do manejo com cobertura do solo no inverno. Então, possíveis
efeitos de manejo do solo, principalmente devido ao tráfego, podem estar
implícitos na relação de S com a MOS. Isso parece estar ocorrendo com o
ponto da Figura 9, referente a camada de 0,10 - 0,13 m, com o menor valor de
S. Considerando o valor de S = 0,035, acima do qual a estrutura do solo
apresenta qualidade estrutural favorável ao desenvolvimento de plantas, o teor
de MOS foi de 20 g kg-1. Cabe ressaltar que devem ser consideradas as
camadas de avaliação. Teores de MOS abaixo de 20 g kg-1 foram encontrados
apenas na camada de 0,20 - 0,23 m, enquanto que, para a camada superficial
os teores foram superiores a este em mais de 50%. Em se considerando
valores críticos de MOS, para que se tenha solos com boa qualidade física,
Loveland & Webb (2003), em sua revisão de literatura, não encontraram um
85
0.24
ADP = 0,2506507196 * ln(S) - 1,44090907
R2 = 0,38 *
0.2
0.16
ADP, kg kg-1
0.12
0.08
0.04
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25
S
estrutural.
RC RT NT AE NF P CV %
kPa
--------------------------------Ka (µm2)-----------------------------
0,02 – 0,05 m
6 96,66 b 109,77 b 218,24 a 114,62 a 155,97 a 154,08 a 68,6
10 87,85 b 130,90 ab 216,00 a 116,64 b 180,63 a 137,49 ab 73,4
33 122,17b 143,48 ab 231,64 a 134,61 b 214,02 a 148,65 ab 70,4
100 106,15b 165,56 ab 244,22 a 160,39 a 211,78 a 143,76 a 69,8
0,10 -0,13 m
6 62,43 a 76,37 a 88,12 a 65,84 a 64,09 a 96,98 a 99,1
10 51,87 b 80,15 ab 92,17 a 57,51 a 69,69 a 97,00 a 97,4
33 76,23 a 77,16 a 101,08 a 73,46 a 76,78 a 104,22 a 88,3
100 72,18 a 78,53 a 112,44 a 82,65 a 61,96 a 118,53 a 103,4
0,20 – 0,23 m
6 63,18 a 78,34 a 64,24 a 84,80 a 61,75 a 59,21 a 124,9
10 48,23 a 68,94 a 58,00 a 72,99 a 47,30 a 54,88 a 137,1
33 70,75 a 72,74 a 70,76 a 93,53 a 57,36 a 63,36 a 125,8
100 75,36 a 72,24 a 64,57 a 79,95 a 69,93 a 62,29 a 118,6
Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas linhas, dentro de cada tratamento (tráfego ou
cobertura de inverno) e camada, não diferem significativamente entre si, pelo teste de Tukey
(p<0,05).
1
RC = rodados de colhedora; RT = rodados de trator; NT = não trafegado
2
AE = consórcio aveia preta + ervilhaca; NF = nabo forrageiro; P = pousio
CV % = coeficiente de variação
- 6 kPa - 10 kPa
1000 1000 0,02 - 0,05 m
0,02 - 0,05 m
0,10 - 0,13 m 0,10 - 0,13 m
0,20 - 0,23 m 0,20 - 0,23 m
100 100
Ka (μm2)
Ka (μm2)
10 10
1
1
0.01 0.1 1
0.01 0.1 1
ε (m3 m-3)
a
ε a (m3 m-3)
100 100
Ka (μm2)
Ka (μm2)
10 10
1 1
0.01 0.1 1 0.01 0.1 1
ε
a (m3 m-3) εa (m3 m-3)
4.4 Conclusões
5.1 Introdução
11
40
10
35
9
30 8
7
25
6
20
5
15 4
3
10
2
5
1
0 0
16/11 24/11 2/12 10/12 18/12 26/12 3/1 11/1 19/1 27/1 4/2 12/2 20/2 28/2 8/3 16/3 24/3 1/4 9/4
Dia/mês
Figura 12. Precipitação, temperatura média do ar e evapotranspiração potencial referentes ao período de desenvolvimento das
culturas de verão, o milho e a soja, na safra 2008/2009. Fonte: Departamento de Plantas Forrageiras e
Agrometereologia/UFRGS.
98
99
Rendimento da soja
Cobertura de inverno
-------- Mg ha-1 --------
Nabo forrageiro 3,62 A
Pousio 3,20 B
Aveia preta + ervilhaca 2,98 B
Média 3,26
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem significativamente entre si, pelo teste
de Tukey (p<0,05). CV = 20,56%.
Debiasi (2008) na safra 2006/2007 foi maior do que a encontrada para a safra
2008/2009, que foi de 3,26 Mg ha-1. Isso, no entanto, pode ter ocorrido em
função do regime hídrico na safra 2006/2007, ter-se apresentado melhor
distribuído durante os períodos mais críticos do ciclo de desenvolvimento dessa
cultura, como a floração, a formação de legumes e enchimento de grãos, já que
houve evolução positiva da qualidade física do solo, até o presente momento.
Não houve diferença significativa, quando avaliada o rendimento da
soja, nas áreas trafegadas por rodados do trator agrícola, colhedora e nas
linhas de semeadura não trafegadas (Tabela 20). Embora as menores
densidades (Capítulo II - Tabela 9) e melhores condições de aeração do solo
(Capítulo III, Tabela 15), tenham sido obtidas nas condições de solo não
trafegado, isso não repercutiu sobre o rendimento de culturas. Isso ocorreu em
função da qualidade física do solo adquirida com o tempo, da boa distribuição
de chuvas durante o ciclo das culturas e a compactação aparente ocasionada
pelo tráfego de rodados de maquinários não ser restritiva ao desenvolvimento
de plantas.
Rendimento da soja
Condição de tráfego
-------- Mg ha-1--------
Rodados do trator 3,28 A
Rodados da colhedora 3,28 A
Não trafegado 3,24 A
Média 3,26
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem significativamente entre si, pelo teste
de Tukey (p<0,05). CV = 22,22%
soja foi aproximadamente 180 kg ha-1 superior quando a haste atuou a 0,10 m,
comparativamente a 0,064 m, diferença essa que se mostrou estatisticamente
significativa.
A ausência de diferenças significativas no rendimento de grãos da
soja, na safra 2008/2009, em virtude da profundidade de atuação das hastes
sulcadoras da semeadora (Tabela 21), pode ser justificada, além da adequada
disponibilidade hídrica durante os subperíodos mais críticos da soja, a própria
mobilização na linha de semeadura em ambas as profundidades apresentarem-
se igualmente favorável ao estabelecimento das culturas. A mobilização na
linha de semeadura, com a haste sulcadora atuando a maiores profundidades,
apresenta efeitos positivos sobre os parâmetros físico-hídrico-mecânicos. Com
a mobilização, mesmo que somente na linha de semeadura, há diminuição das
limitações físicas ao desenvolvimento radicular, principalmente da resistência
mecânica à penetração de raízes no solo.
Rendimento do milho
Cobertura de inverno
-------- Mg ha-1 -------
Aveia preta + ervilhaca 11,57 A
Nabo forrageiro 10,64 AB
Pousio 10,35 B
Média 10,85
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem significativamente entre si, pelo teste
de Tukey (p<0,05). CV = 16,84%.
Rendimento do milho
Condição de tráfego
-------- Mg ha-1 --------
Rodados do trator
11,18 A
Não trafegado
10,88 A
Rodados da colhedora
10,50 A
Média
10,85
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem significativamente entre si, pelo teste
de Tukey (p<0,05). CV = 17,36 %.
5.4 Conclusões
por essas duas profundidades de atuação das hastes sulcadoras, sobre a linha
de semeadura, são igualmente favoráveis ao desenvolvimento radicular,
infiltração e conservação de água no sistema.
110
6 CONCLUSÕES GERAIS
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOTTA, G. F.; POZZOLO, O.; BOMBEN, M.; ROSATTO, H.; RIVERO, D.;
RESSIA, M.; TOURN, M.; SOZA, E.; VAZQUEZ, J. Traffic alternatives for
harvesting soybean (Glycine max L.): Effect on yields and soil under a direct
sowing system. Soil and Tillage Research, Amsterdam, v. 96, n. 1-2, p. 145-
154, 2007.
BRADY, N. C. The natures and properties of soils. 8th ed, New York:
MacMillan, 1984. 639 p.
CARTER, M. R. Organic matter and sustainability. In: REES, B. C.; BALL, B. C.;
CAMPBELL, C. D.; WATSON, C. A. (Eds.) Sustainable management of soil
organic, Wallingford : CAB International, 2001. p. 9 -22.
CHAN, K. Y.; OATES, A.; SWAN, A.D.; HAYES, R. C.; DEAR, B. S.; PEOPLES,
M. B. Agronomic consequences of tractor wheel compaction on a clay soil. Soil
117
DEXTER A. R. Soil physical quality: Part II. Friability, tillage, tilth and hard-
setting. Geoderma, Amsterdan, v. 120, p. 215-225, 2004b.
239, 2004c.
DIEKOW, J., MIELNICZUK, J., KNICKER, H., BAYER, C., DICK, D. P.,
KNABNER, I. K., Carbon and nitrogen stocks in physical fractions of a
subtropical Acrisol as influenced by long-term no-till cropping systems and N
fertilisation. Plant and Soil, Dordrecht, v. 268, p. 319-328, 2005.
DORAN, J. W.; PARKIN, T. B. Defining and assessing soil quality. In: DORAN,
J. W.; COLEMAN, D. C.; BEZDICEK, D. F.; STEWART, B. A. (Eds.) Defining
soil quality for a sustainable environment, Madison: SSSA, 1994. p.1-20.
(Special 35)
DOURADO NETO, D.; JONG VAN LIER, Q.; BOTREL, T. A.; LIBARDI, P. L.
Programa para confecção da curva de retenção de água no solo utilizando o
modelo de Genuchten. Engenharia Rural, Piracicaba, v. 1, p. 92-102, 1990.
FISH, A. N.; KOPI, A. J. The use of a simple field air permeability as a rapid
indicator of functional soil pore space. Geoderma, Amsterdam, v. 63, p. 255-
264, 1994.
FLOWERS, M. D.; LAL, R. Axle load and tillage effects on soil physical
properties and soybean grain yield on a mollic ochraqualf in northwest Ohio.
Soil and Tillage Research, Amsterdam, v. 48, n. 1-2, p.21-35, 1998.
GRABLE, A. R.; SIEMER, E. G. Effects of bulk density, aggregate size, and soil
water suction on oxyg en di ffus ion, redox potenti al and el ongation of c orn
roots . Soil Science Society of America Journal, Madison, v. 32, p. 180- 186,
1968.
331-340, 2001.
HORN, R.; VOSSBRINK, J.; BECKER, S. Modern forestry vehicles and their
impacts on soil physical properties. Soil & Tillage Research. Amsterdam, v.
79, n. 2, p. 207-219, 2004.
JARECKI, M. K.; LAL, R.; JAMES, R. Crop management effects on soil carbon
sequestration on selected farmers’ fields in ortheastern Ohio. Soil and Tillage
Research, Amsterdam, v. 81, n. 2, p. 265-276, 2005.
123
JORAJURÍA, D.; DRAGHI, L. The distribution of soil compaction with depth and
the response of a perennial forage crop. Journal of Agricultural Engineering
Research, Silsoe, v. 66, n. 4, p 261–265, 1997.
KARLEN, D. L.; MAUSBACH M. J.; DORAN J. W.; CLINE R. G.; HARRIS R. F.;
SCHUMAN G. E. Soil quality: a concept, definition, and framework for
evaluation. Soil Science Society American Journal, Madison, v. 61, p. 4-10,
1997.
KARLEN, D.L.; ANDREWS, S.S.; DORAN, J.W. Soil quality: Current concepts
and applications. Advances in Agronomy, New York, v. 74, p. 1-40, 2001.
KARLEN, D. L.; EASH, N. S.; UNGER, P. W. Soil and crop management effects
on soil quality indicators. American Journal of Alternative Agriculture,
Maryland, v. 7, p. 48-55, 1992.
LI, Y. X.; TULLBERG, J. N.; FREEBAIRN, D. M. Wheel traffic and tillage effects
on runoff and crop yield. Soil and Tillage Research, Amsterdan, v. 97, p. 282-
292, 2006.
LIMA, H. V.; LIMA, C. L. R.; LEÃO, T. P.; COOPER, M.; SILVA, A. P.;
ROMERO, R. E. Tráfego de máquinas agrícolas e alterações de bioporos em
área sob pomar de laranja. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa,
2005, v. 29, p. 677-684.
PINTO, C. S. Curso básico de mecânica dos solos. 2. ed. São Paulo: Oficina
de Textos, 2002. 355 p.
RAPER, R. L.; KIRBY, J. M. Soil compaction: How to do it, Undo it, or Avoid
doing it. In: AGRICULTURAL EQUIPMENT TECHONOLOGY CONFERENCE,
2006, Louisville, Kentucky. [Proceedings…] St. Joseph, MI: American Society
of Agricultural and Biological Engineers, 2006. p. 1-14. (ASABE Distinguished
Lecture Series, 30)…
SAS INSTITUTE. Getting started with the SAS learning edition. Cary, 2002.
200p.
SILVA, A. A.; SILVA, P. R. F.; SUHRE, E.; ARGENTA, G.; STRIEDER, M. L.;
RAMBO, L. Sistemas de coberturas de solo no inverno e seus efeitos sobre o
rendimento de grãos do milho em sucessão. Ciência Rural, Santa Maria, v. 37,
n. 4, p. 928-935, 2007.
SIX, J.; FELLER, C.; DENEF, K.; OGLE, S.M.; SÁ, J. C. M.; ALBERECHT, A.
Soil organic matter, biota and aggregation in temperature and tropical soils
effects of no-tillage. Agronomie, Paris, v. 22, p. 755-77, 2002.
SOUZA, E. D.; CARNEIRO, M.A.C.; PAULINO, H.B.; SILVA, C.A. & BUZETTI,
S. Fracoes do carbono organico, biomassa e atividade microbiana em um
Latossolo Vermelho sob cerrado submetido a diferentes sistemas de manejos e
usos do solo. Acta Scientiarum Agronomy, Maringá, v. 28, p. 323-329,
2006a.
TRINSOUTROT, I.; RECOUS, S.; BENTZ, B.; LINÉRES, D.; CHÈNEBY, D. &
132
8 APÊNDICES
135
Sulcador à 21 cm
Sulcador à 12 cm P/M A+E /S A+E /M NF/M NF/M
P/M 4 A+E /S 10 A+E /M 16 NF/M 22 A+E/M 28
20 m 10 m
135
136
Sulcador à 21 cm
Sulcador à 12 cm P/S A+E /M A+E /S NF/S NF/S
P/S 4 A+E /M 10 A+E /S 16 NF/S 22 A+E/S 28
20 m 10 m
136
137
Sulcador à 21 cm
Sulcador à 12 cm P/M A+E /S A+E /M NF/M NF/M
P/M 4 A+E /S 10 A+E /M 16 NF/M 22 A+E/M 28
20 m 10 m
137
138
Camada P K Al Ca Mg pH
Cobertura
(m)
-----mg dm-3----- --------cmolc dm-3--------
----------------------------------------------Maio de 2007------------------------------------------
Nabo f.1 0,00-0,10 8,0 258 0,0 5,1 1,6 5,6
A+E2 0,00-0,10 9,4 212 0,1 4,0 1,6 5,7
Pousio 0,00-0,10 8,3 243 0,0 4,9 1,4 5,7
----------------------------------------------Maio de 2008---------------------------------------
Nabo f.1 0,00-0,10 8,3 228 0,0 3,9 1,6 5,6
2
A+E 0,00-0,10 8,9 239 0,0 3,7 1,5 5,7
Pousio 0,00-0,10 7,6 200 0,1 3,8 1,5 5,6
1 2
Nabo forrageiro Aveia + Ervilhaca
139
Tráfego2
Cobertura
Tensão RT RC NT Média
de inverno1
-----------------------------Ka (µm2)-----------------------------
AE 114,29 59,95 169,61 114,62 A
6 kPa NF 91,06 106,94 269,90 155,97 A
P 123,95 123,09 215,19 154,08 A
Média 109,77 b 96,66 b 218,24 a
Tráfego2
Cobertura
Tensão RT RC NT Média
de inverno1
-----------------------------Ka (µm2)-----------------------------
AE 38,36 64,10 76,12 65,84 A
6 kPa NF 38,36 52,29 101,63 64,09 A
P 130,43 70,89 89,61 96,98 A
Média 76,37 a 62,43 a 88,12 a
Tráfego2
Cobertura de
Tensão RT RC NT Média
inverno1
-----------------------------Ka (µm2)-----------------------------
AE 73,21 94,36 86,83 84,80 A
6 kPa NF 53,67 56,70 74,87 61,75 A
P 108,13 38,48 31,01 59,21 A
Média 78,34 a 63,18 a 64,24 a