2 Dinamicas Do Bumba Meu Boi Maranhense
2 Dinamicas Do Bumba Meu Boi Maranhense
2 Dinamicas Do Bumba Meu Boi Maranhense
São Luís - MA
2016
THAYRINE LARISSA MELONIO ALMEIDA
.
Orientadora: Profª. Me. Risaelma de Jesus Arcanjo
Moura Cordeiro.
São Luís - MA
2016
Almeida, Thayrine Larissa Melonio.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Profª. Me. Risaelma de Jesus Arcanjo Moura Cordeiro – UFMA (orientadora)
__________________________________________
Profª Drª. Maria Verónica Pascucci – UFMA (1ª examinadora)
__________________________________________
Prof. Dr. Ricardo Mazzini Bordini– UFMA (2º examinador)
São Luís - MA
2016
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................01
2 CULTURA MUSICAL DO MARANHÃO....................................................................02
3 MÚSICA NA EDUCAÇÃO FORMAL, NÃO FORMAL E INFORMAL..................03
4 A TRANSMISSÃO ORAL EM CONTEXTOS NÃO FORMAIS E INFORMAIS...05
5 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO........................................................................08
6 METODOLOGIA APLICADA AO ESTUDO...............................................................11
7 A EXPERIÊNCIA NO BOIZINHO BARRICA.............................................................14
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................19
REFERÊNCIA......................................................................................................................20
BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................21
A TRANSMISSÃO ORAL NO BUMBA-MEU-BOI DE SÃO LUÍS DO
MARANHÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO BOIZINHO
BARRICA
Resumo: o presente artigo tem como objetivo evidenciar processos de transmissão oral
presentes no Bumba-meu-boi do Maranhão. Tendo como campo de estudo o Boizinho Barrica
que se configura como um renomado grupo de dança da cidade de São Luis (MA) e que
contempla essa manifestação da cultura musical e popular maranhense. Para tanto, foi realizada
uma pesquisa bibliográfica nas Revistas da Associação Brasileira de Educação Musical
(ABEM) dos anos 2005-2015, a fim de levantar as publicações que contemplavam a temática da
transmissão oral em manifestações populares das culturas do país. Os resultados apontaram para
a importância que as práticas, como a do Bumba-meu-boi, têm em contextos e espaços não
escolares e diferenciados, que também propiciam a difusão da cultura e da música. Sem
pretender excluir conteúdos e outras culturas, mas tendo como ênfase a música brasileira
maranhense, a intenção foi a valorização e o conhecimento mais aprofundado da cultura local e
suas contribuições para o ensino e aprendizagem de música em espaços formais de ensino.
Abstract: this article aims to highlight cases of oral transmission present in the Bumba-meu-boi
of Maranhão. The field of study the Boizinho Barrica which constitutes a renowned dance group
from São Luis (MA), and contemplating this manifestation of music and popular culture of
Maranhão. Therefore, a literature search in the Revistas da Associação Brasileira de Educação
Musical (ABEM) of years 2005 to 2015, was carried out in order to raise the publications
contemplated the subject of oral transmission in demonstrations of the country's culfuse. The
results pointed to the importance of practices such as the Bumba-meu-boi, that is not presente in
school and different contexts spaces, which also provide the dissemination of culture and music.
Without intending to delete content and other cultures, but having as emphasis maranhense
brazilian music, the intention was the appreciation and better understanding of local culture and
their contributions to teaching and learning music in formal teaching spaces.
1
valores importantíssimos em seus aspectos culturais, advindos de um processo histórico,
de características individuais, e vivências de cada povo, de cada cultura.
Dessa forma, o objetivo deste estudo foi evidenciar processos de transmissão oral
presentes no Bumba-meu-boi do Maranhão. Para tanto, os objetivos específicos foram:
fazer um levantamento das Revista da Associação Brasileira de Educação Musical
(ABEM) que contemplavam articulações entre música e cultura em Projetos Sociais,
ONGs e ambientes informais; contextualizar a experiência da autora deste estudo junto
ao Boizinho Barrica e por fim apresentar os processos de transmissão oral na
manifestação dos sotaques do Bumba-meu-boi.
A metodologia adotada foi o estudo de caso, pois permitiu uma compreensão
mais aprofundada dos processos de transmissão oral dos sotaques do Bumba-meu-boi,
dada a experiência pessoal no Boizinho Barrica, que despertou interesse para o assunto
escolhido. Também foi selecionado o método da pesquisa bibliográfica, considerando a
importância que as Revistas da ABEM têm para a área de Música no que se refere aos
subsídios para o tema estudado. Assim, espero que os resultados possam colaborar para
a valorização e o conhecimento mais aprofundado da cultura local e suas contribuições
para o ensino e aprendizagem de música em espaços formais de ensino.
2
transmissão do repertório musical utilizado, dentre outros elementos. Para Kleber (2006,
p. 38), “as práticas musicais são fruto da experiência humana vivida concretamente em
uma multiplicidade de contextos conectados”.
As articulações entre as práticas musicais e a cultura são intrínsecas e estão
conectada, como formas de expressão e conhecimento humano. A educação musical
contribui para o desenvolvimento da imaginação, a expressão e a percepção,
capacidades estas, importantes para a interação social e para o processo de formação
integral do indivíduo. A temática da educação musical tem insistido na importância da
pluralidade presente no universo da cultura, “fator determinante na vida do ser humano”
(SWANWICK, 2003).
Por sua vez, o fazer musical é uma atividade que envolve concentração,
atenção, competências e habilidades, as quais estão relacionadas à performance musical.
Os espaços culturais e sociais em que acontecem as práticas e atividades musicais são
de significativa importância, de modo que não devem ser excluídos ou ignorados na
educação musical. Swanwick (2003) afirma que a cultura faz parte desse “espaço
intermediário que compartilhamos e articulamos nossa experiência de mundo.
No entanto, Souza (2004) afirma que a articulação entre música, cultura e o
convívio social possui uma significância para cada indivíduo e são diferentes no seu
tempo-espaço, pois eles:
3
Todavia, está clara a contemplação das áreas artísticas separadamente: música, teatro,
dança e artes visuais.
O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos
diversos níveis da educação básica, de forma a promover o
desenvolvimento cultural dos alunos (BRASIL, 1996).
4
A educação informal não exige um planejamento ou currículo específico. Está
relacionada a um processo livre de transmissões ligadas a um determinado grupo ou
comunidades, às tradições culturais, exercidas a partir de vivências, e até mesmo de
modo espontâneo, sendo assim casual e empírica. Para José Carlos Libâneo diferenciar
a educação formal, não formal e informal pressupõe intencionalidade. Por
intencionalidade, Libâneo (2010) entende “processos orientados explicitamente por
objetivos e baseados em conteúdos e meios dirigidos a esses objetivos” (LIBÂNEO,
2010, p. 92).
O autor entente ainda a educação em formas diferentes, a educação intencional
que se subdivide em duas: a educação formal e não formal, e a educação não–
intencional que é a educação informal. No entanto, o autor defende que a educação
informal atua de modo não sistemático, não intencional e não planejado, porém, isso
não quer dizer que não terá êxito na formação de valores e na personalidade.
Considerando os conceitos apresentados segundo os autores sobre a educação formal,
não formal e informal, podemos afirmar que objetivos e meios dos mesmos, contribuem
de maneira enriquecedora para o desenvolvimento e formação do ser humano. Portanto,
a educação na manifestação popular do Bumba-meu-boi é a educação informal realizada
em um processo de transmissão livre, ligada a um determinado grupo, no caso o
Boizinho Barrica, exercida a partir de vivências, ou de modo espontâneo.
5
motora, a memória, a abstração, a coletividade dentre outros. Segundo Kleber (2011,
p.38),
(...) a dinâmica na estrutura da comunicação entre as ONGs e os
projetos sociais, invocando a figura da rede, foi um componente
importante na análise do relacionamento entre as organizações sociais.
O conceito de rede invocado mostrou-se significativo na estruturação
das ONGs enquanto instituição de caráter interdisciplinar, ancorado
nas perspectivas correntes do chamado pensamento sistêmico. Isso
ensejava uma sinergia intrínseca e extrínseca às ONGs desenvolvendo
os agentes educativos – músicos, professores, monitores –
comunidade, instituições públicas e privadas.
1
Terceiro Setor refere-se à Sociedade Civil Organizada e o termo faz contraponto com o Estado,
considerado o Primeiro Setor, e com o Mercado, considerado o Segundo Setor (http:// www.rits.org.br).
6
música é uma forma de conhecimento e tem vários níveis metafóricos que vinculam e
ocupam espaços com diferentes indivíduos e culturas distintas.
Muller (2004) e Kater (2004) abordam a necessidade do educador em atuar nos
espaços não formais. Será que o licenciando em música está preparado para lecionar em
contextos não formais? Os professores da academia contribuem na formação do
licenciando para atuar em ações sociais? Como? O educador Muller (2004, p. 54)
aponta que,
[...] a partir deste cenário, há o que pensarmos sobre nossa
responsabilidade enquanto formadores de educadores musicais: por
exemplo, até onde vai o nosso compromisso com a capacitação do
acadêmico de licenciatura em Música para atuar nos cenários não
escolares? Em que medida devemos nos ocupar, durante a licenciatura
do nosso aluno, com questões específicas de uma possível atuação em
alguma ação social?
A música, além de contribuir para as questões sociais, influencia também nas
questões pessoais e subjetivas, pois vivências e experiências com a música constroem
aspectos para a formação integral do indivíduo. Tendo em vista essas considerações
Swanwick (2003, p. 46) afirma que
7
inserção do indivíduo no processo do fazer musical, através da observação da prática
imitativa e criativa ( SOUZA, 2000.p. 303-305).
Queiroz (2004), diz que “os processos de transmissão também acontecem de
forma espontânea, sendo (re)elaborados a cada momento e a cada situação de
performance” (QUEIROZ, 2004. p. 131). Esses processos de transmissão para a
educação musical configuram situações diversas para a aprendizagem como: a imitação,
experimentação, performance.
5 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
8
Interpretativas
14 2006 Etnomusicologia
14 2006 Etnomusicologia
14 2006 Etnomusicologia
14 2006 Etnomusicologia
14 2006 Etnomusicologia
18 2007 Etnomusicologia
18 2007 Musicologia
18 2007 Etnomusicologia
24 2010 Etnomusicologia
24 2010 Etnomusicologia
24 2010 Musicologia
26 2011 Etnomusicologia
28 2012 Etnomusicologia
28 2012 Musicologia
Fonte: Elaborada pela autora.
O gráfico a seguir mostra com mais detalhes as subáreas de música que foram
bastante significativos segundo a pesquisa. A etnomusicologia, aponta aos estudos e
reflexões em contextos socioculturais, ou estudo da música como cultura, qual ocupou o
maior espaço dentre a análise dos dados.
Porcentagem do campo de
Educação Musical
25% Etnomusicologia
50% Práticas Musicais
25% Musicologia
9
Conforme apresentado no gráfico, 25% das Revistas estão relacionadas às
práticas musicais, 25% à musicologia e 50% relacionadas aos estudos em
etmusicologia. Vale ressaltar que o equivalante aos 50% das publicações em educação
musical, estão voltadas para a articulação entre música e cultura. No entanto, há uma
preocupação mais acentuada para essa temática da etnomusicologia: as articulações
entre música e cultura tem um valor importantíssimo na educação musical.
O campo da etnomusicologia, aponta aos estudos e reflexões em contextos
socioculturais, ou estudo da música como cultura, o qual ocupou o maior espaço na
pesquisa, de acordo com a análise dos dados. Autores, pesquisadores e educadores
enfatizam o quanto a cultura predomina dentro da Educação Musical, em prol do
desenvolvimento social, político e econômico. As pesquisas relatam perspectivas e
melhorias no ensino da música inserida nesses contextos, e o quanto é importante a
atuação de educadores musicais em espaços não escolares.
As práticas musicais interpretativas são atividades pedagógicas musicais
inseridas em contextos formais, não formais e informais que articulam música e cultura,
e a Musicologia, o estudo da música mais sistematizada incluindo, reflexões filosóficas,
antropológicas, culturais e etc. Dentre os campos de Educação Musical, aquele que se
mostra demais interesse nesse artigo é o das práticas musicais, abordados nos anos de
2005 e 2006 na Revista da ABEM em contextos não formais conforme mostra o quadro
a seguir:
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6 METODOLOGIA APLICADA AO ESTUDO
Enquanto que para Yin (2001, p.21), “o estudo de caso permite uma
investigação para se preservar as características holísticas e significativas dos eventos
da vida real - tais como ciclos de vida individuais, processos organizacionais e
administrativos [...]”. Com isso, pode-se inferir que o estudo de caso contribui com
processos organizacionais e fenômenos individuais, tendo como objetivo esclarecer os
propósitos a serem tomados.
Já a pesquisa bibliográfica é uma revisão de literatura que conduz a uma
determinada pesquisa, ou trabalho, tendo como auxílio livros, periódicos, artigos.
Boccato (2006. p. 266) afirma que
11
pesquisa, compreendendo desde a definição temática, passando pela
construção lógica do trabalho até a decisão da sua forma de
comunicação e divulgação.
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Barrica pela imitação e memorização da dança, o mesmo se dá com o processo de
transmissão oral dos Sotaques do Bumba-meu-boi. Como entende Neto (1997, p.24)
“no sentido primeiro, sotaque é, entre os brincantes de boi, sinônimo de ritmo. Por
extensão, define-se sotaque como estilo do Bumba-meu-boi”.
No entanto, por exemplo, o processo de transmissão começa-se com o Sotaque
de Matraca, mas conhecido como “sotaque da ilha”, tendo como instrumentos típicos as
matracas e os pandeirões, e após a demonstração os participantes repetem aquele ritmo
proposto, até memorizá-lo. E assim, tudo seguido por etapas organizando os
participantes em grupo.
Os Sotaques do Bumba-meu-boi poderão ser demonstrados por meio da
percussão corporal e vocal, por palmas, batidas no pé, na coxa, estalos e outras partes do
corpo, exercitando os sentidos, facilitando o ensino aos participantes.
13
7 A EXPERIÊNCIA NO BOIZINHO BARRICA
14
Imagem 1: Músicos do Boizinho Barrica
15
Portanto, é com grande satisfação e interesse que venho articular música e
cultura através do Bumba-meu-boi, tendo como referência o Boizinho Barrica,
manifestação popular e cultural, que despertou em mim um olhar sensível e atencioso
durante as minhas vivências no grupo. A proposta veio despertar em um simples dia de
oficina no Boizinho Barrica, quando o diretor disponibilizou os instrumentos
percussivos a todos os dançarinos e pediu que experimentássemos os instrumentos que
compõem o cenário do Bumba-meu-boi.
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sistemática; uma educação que orienta e revigora comportamentos, faz participar de
crenças e valores, perpetua um universo simbólico” (BOSI, 1972, p. 65). Assim, o
Bumba-meu-boi faz parte do folclore, que é a tradição de costumes, comportamentos e
crenças de um determinado povo, além de encantar o público e os brincantes em palcos
de danças, teatro e musicalidades, e principalmente durante o festejo junino.
A partir dessa riqueza cultural e rítmica que é o Bumba-meu-boi, ritmos e
sotaques poderão ser desenvolvidos dentro de projetos sociais. O Parâmetro Curricular
Nacional (PCN) aponta o quanto é relevante o estudo da pluralidade cultural no ensino
de Arte:
o tema da pluralidade cultural tem relevância especial no ensino de
arte, pois permite ao aluno lidar com a diversidade de modo positivo
na arte e na vida. Na sala de aula interrelacionam-se indivíduos de
diferentes culturas que podem ser identificados pela etnia, gênero,
idade, locação geográfica, classe social, ocupação, educação, religião
(BRASIL, 1998, p. 41).
Apreciar música brasileira, tendo como enfoque a cultura popular de São Luís
do Maranhão (Bumba-Meu-Boi), é o início dessa proposta, pois tem ocupado pouco
espaço no nosso repertório. É importante perceber a realização das atividades musicais e
os objetivos em uma perspectiva contínua e estimuladora em espaços não escolares,
contribuindo com o desenvolvimento e educação do indivíduo, como ser participativo
da sociedade, e até mesmo valorizando e incentivando a cultura, dentro dos contextos
socioculturais a partir de experiências vividas dos diferentes sotaques pelos
participantes.
A proposta da transmissão oral no Bumba-meu-boi é interessante e ao mesmo
tempo desafiadora. Podemos então, primeiramente relatar e contextualizar a história do
Bumba-meu-boi e sua importância para a cultura brasileira e maranhense, em seguida
explicar cada sotaque e seus diferentes instrumentos, e como se dá o processo das
práticas musicais entre esses sotaques. Considerando tal manifestação é possível que os
participantes desenvolvam “sua cultura de arte fazendo, conhecendo e apreciando
produções artísticas, que são ações que integram o perceber, o pensar, o aprender, o
recordar, o imaginar, o sentir, o expressar, o comunicar” (BRASIL, 2008, p.19).
Comenius aponta que “deve haver sempre uma forma e uma norma
estabelecida dos trabalhos por fazer” (COMENIUS, 2006, p. 244) e que a prática deve
ser conduzida em “aprender a fazer fazendo”. Com isso, as práticas se tornam mais
estimuladoras e objetivas para a compreensão de todos.
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No Boizinho Barrica o processo da musicalidade ocorre através de ensaios
entre os músicos, durante o mês de maio e nos primeiros dias do mês de junho. Os
músicos já são profissionais da área musical. Os primeiros ensaios acontecem separados
do corpo de baile, porém quando se vai aproximando o período junino, a banda une-se
ao corpo de baile, formando um grande espetáculo. É importante ressaltar que não tem
um regente dentro do grupo, o diretor além de compositor apenas conduz a ordem das
músicas durante os ensaios.
Para tornar possível a transmissão oral através do Bumba-meu-boi, é sugerida a
organização de grupos entre os participantes, tendo como objetivo experimentar e
aprender os diversos sotaques do Bumba-meu-boi, partindo da contextualização para
um melhor entendimento da manifestação popular. Relacionado à prática, é importante
que o educador, ou regente, tenha os conhecimentos e procedimentos desses sotaques e
esteja preparado para ensinar essa diversidade rítmica aos seus participantes.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nas reflexões apresentadas nesse artigo, podemos concluir que a
educação musical é de certa forma influenciada pela cultura, que é um fator
determinante na vida do ser humano. Não podemos desvincular a cultura da educação
musical, e o compromisso com o incentivo pela valorização cultural.
Da mesma forma, a transmissão oral através do Bumba-meu-boi, além de ser
enfatizada no âmbito cultural, possibilita construir novas formas de relação e concepção
musical, a partir das experiências vividas pelos alunos, o que não significa permanecer
nela. Uma educação desenvolvida a partir de contextos sociais e culturais pode
contribuir com um grande processo educacional.
Os ambientes em que se inserem os contextos não formais e informais são via
de mão dupla, pois articulam ferramentas e ações, servindo como uma ponte entre a
sociedade e o Estado. É importante ressaltar que há uma lacuna nas disciplinas em curso
de educação artística que favoreçam a relação dos projetos sociais, ONG’s, ou seja, nos
contextos não escolares, para a formação de professores qualificados para atuarem
nesses espaços. Se todos nós, educadores, queremos mudanças, vamos fazer por onde, e
encontrar caminhos e formas que possam realmente incentivar e valorizar o ensino da
arte no nosso país.
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REFERÊNCIAS
CARVALHO, Maria Michol Pinho de. Matracas que desafiam o tempo: é o Bumba-
Boi do Maranhão. São Luís: SIOGE, 1995.
COOMBS, Philip Hall; PROSSER, Roy; MANZOOR, Ahmed. New paths to learning
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Development, 1973. 133.
20
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos para quê? 12 ed. São Paulo, Cortez,
2010, 208 p.
MULLER, Vania. Ações sociais em educação musical: com que ética, para qual
mundo? Revista da ABEM, Porto Alegre, v.10, p.53-58, mar.2004
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos / Robert K. Yin; trad. Daniel
Grassi - 2.ed. -Porto Alegre : Bookman, 2001.
BIBLIOGRAFIA
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CANÇADO, Tânia Mara Lopes. Projeto Cariúnas – uma proposta de educação musical
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21
FREGA, Ana Lucia. Diversidade musical como desafio. Revista da ABEM, Porto
Alegre, V. 18, 21-26, out. 2007
LINO, Dulcimarta Lemos. Barulhar: a música das culturas infantis. Revista da ABEM,
Porto Alegre, v. 24, 81-88, set. 2010.
________. Por uma educação musical implicada com os modos de vida de seus cenários
de atuação. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 12, 43-47, mar. 2005.
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