Novena Divino Espirito Santo
Novena Divino Espirito Santo
Novena Divino Espirito Santo
V/ Emítte Spíritum tuum, et V/ Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado
creabúntur. R/ E renovareis a face da terra
R/ Et renovábis fáciem terrae.
Oração
Deus qui corda fidélium Sancti Ó Deus, que ilustrastes os corações dos fiéis com as luzes do
Spíritus illustratióne docuísti: da nobis Espírito Santo, dai-nos, pelo mesmo Espírito, procurar o que
in eódem Spíritu recta sápere; et de é reto, e nos alegrarmos sempre com a sua consolação. Por
ejus semper consolatióne gaudére. Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém
Per Christum dominum nostrum.
Amém
Aqui se faz a meditação para cada dia da novena e ao final se reza a
ladainha do Divino Espírito Santo
LADAINHA DO DIVINO ESPIRITO SANTO
(.final.)
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, infundi em nós o Espírito Santo
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, enviai-nos o prometido Espírito do
- /Pai
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, dai-nos o Espírito Bom.
Oremos. Ó Deus, que vedes o coração e o mais secreto da vontade humana, e a quem o
homem nada pode ocultar, purificai, com a efusão do Espírito Santo, os pensamentos do
nosso coração, para que digna e perfeitamente possamos vos louvar. Por Cristo Senhor
nosso. Amém.
MEDITAÇÕES
“Ilumine os meus olhos, para que eu não durma jamais na morte” (Salmo 12, 4)
Sumario: Um dos maiores males que nos causou o pecado de Adão, é o
obscurecimento da nossa razão pelo efeito das paixões que nos ofuscam o espírito.
Ora, o ofício do Espírito Santo é exatamente dissipar as trevas do pecado e ao mesmo
tempo fazer-nos conhecer a vaidade do mundo, a importância da salvação eterna, o
valor da graça e o amor imenso que Deus merece pela sua bondade e misericórdia. Se
queremos ser iluminados, recorramos muitas vezes ao divino Paráclito.
I . Um dos maiores danos que nos causou o pecado de Adão, é o obscurecimento da
nossa razão pelo efeito das paixões que nos ofuscam o espírito. Muito desgraçada é a
alma que se deixa dominar por alguma paixão! A paixão é uma nuvem, um véu, que
nos impede de ver a verdade. Como pode fugir do mal aquele que não o conhece! E
este obscurecimento da nossa razão aumenta em proporção do número de nossos
pecados.
Mas o Espírito Santo, que é chamado Luz benfazeja (Lux beatissima), com os seus
esplendores divinos, não somente abrasa os nossos corações no seu santo amor, como
também dissipa as nossas trevas, e nos faz conhecer a vaidade dos bens terrenos, o
valor dos eternos, a importância da Salvação, o preço da graça, a bondade de Deus, o
amor infinito que ele merece e o imenso amor que nos tem.
“O homem animal não percebe as coisas que são do Espírito de Deus” (I Cor 2,14). O
homem chafurdado no lamaçal dos prazeres mundanos pouco percebe as verdades da
fé. Eis porque o infeliz tem amor ao que devia odiar, e odeia ao que devia amar. Santa
Maria Madalena de Pazzi exclamava: O amor não é conhecido! O amor não é amado!
Santa Teresa dizia igualmente que Deus não é amado, porque não é conhecido.
Também os santos pediam sem cessar ao Senhor luz e mais luz: Enviai a vossa luz:
dissipai minhas trevas: abri meus olhos; porque sem sermos esclarecidos, não
podemos evitar os precipícios nem achar a Deus.
II . Como fruto desta meditação tomemos a resolução de recorrer muitas vezes ao
Espírito Santo nas dificuldades que encontramos não somente nos negócios espirituais
da alma, mas também nos corporais, especialmente nas de mais graves consequências.
Lembremo-nos porém de que Deus não nos comunicará sempre as suas luzes
imediatamente; as mais das vezes se servirá, para tal fim, dos nossos Superiores e pais
espirituais que ele deixou como seus representantes na terra: “Quem vos ouve, a mim
ouve, e quem vos despreza, a mim despreza.”(Lucas 10, 16)
Santo e divino Espírito, creio que sois verdadeiramente Deus, e um só Deus com o Pai
e o Filho. Adoro-vos e reconheço-vos por autor de todas as luzes com as quais me
fizestes conhecer o mal que fiz ofendendo-vos, e quanto sou obrigado a amar-vos.
Graças vos dou e me arrependo sumamente de vos haver ofendido. Merecia que me
abandonásseis nas minhas trevas, mas vejo que ainda não me abandonastes.
Ó Espírito Eterno, continuai a esclarecer-me e a fazer-me conhecer sempre melhor a
vossa bondade infinita e dai-me força para Vos amar no futuro de todo o meu coração.
Ajuntai graça à graça, para que eu fique docemente unido à Vós e obrigado a não amar
senão à Vós. Eu Vo-lo suplico pelos merecimentos de Jesus Cristo. Amo-Vos, ó meu
soberano Bem, amo-Vos mais que a mim mesmo. Quero ser todo vosso; recebei-me e
não permitais que me afaste mais de Vós. – Ó Maria, minha Mãe, assisti-me sempre
por vossa intercessão.
(Pai Nosso, Ave Maria, Ladainha do Divino)
“Aquele que beber da água que eu lhe der, não terá jamais sede” (João 4, 13)
Sumario: É com razão que Deus se queixa de tantas almas que vão mendigar junto às
criaturas alguns miseráveis e curtos prazeres, e o abandonam, Bem infinito e fonte de
todas as alegrias. Nós ao menos não sejamos tão insensatos: apaguemos a nossa sede
com as águas do santo amor de Deus, e o nosso coração estará perfeitamente
satisfeito. Lembremo-nos, porém, de que a chave que nos abre os canais desta graça
desejável, é a santa oração, que nos alcança todos os bens em virtude da promessa de
Jesus Cristo: Pedi e recebereis.
I . O amor é chamado também fonte de água viva. O nosso Redentor disse à mulher
Samaritana: “Aquele que beber da água que eu lhe der, não terá jamais sede” (João 4,
13). Aquele que ama a Deus sinceramente, não busca nem deseja coisa alguma fora de
Deus, porque em Deus acha todos os bens. Assim, contente com possuir a Deus,
repete sempre na alegria de seu coração: Meu Deus e meu tudo. Ó Meu Deus, Vós sois
meu único bem. – Mas Deus queixa-se de tantas almas que vão mendigar junto das
criaturas alguns miseráveis e curtos prazeres, e o abandonam, Bem infinito e fonte de
todas as alegrias: “Eles me abandonaram, a mim que sou a fonte de água viva, e
cavaram para si cisternas, que não podem reter a água.”(Jeremias 2, 13).
Aí está, porque o Senhor nos ama, e deseja ver-nos contentes, nos clama a todos: “Se
alguém tem sede, venha à mim” (João 7, 37). Quem deseja a verdadeira felicidade,
venha à mim, dar-lhe ei o Espírito Santo, que o fará feliz nesta vida e na outra: Aquele
que crê em mim, como dizem as Escrituras, do seu seio jorrarão rios de água viva –
Sentirá correr de seu próprio sei rios, de água viva como os profetas anunciaram.
Aquele, pois, que crê em Jesus Cristo, e o ama, será enriquecido de tantas graças, que
de seu coração, ou de sua vontade, que é como seio da alma, fluirão fontes de santas
virtudes, que o ajudarão não somente a conservar a própria vida, mas ainda a
comunica-la aos outros.
A água misteriosa de que fala Nosso Senhor, é precisamente o Espírito Santo, o amor
substancial, que Jesus prometeu enviar-nos do céu depois da sua Ascensão: “Isto disse
ele acerca do Espírito, que haviam de receber os que cressem nele; porque ainda o
Espírito não fora dado, por não ter sido ainda Jesus glorificado.” (João 7, 39)
II . A chave que abre os canais desta água desejável, é a oração, pela qual obtemos
todos os bens em virtude da divina promessa: “Pedi e recebereis” (João 16, 24). Somos
cegos, pobres e fracos; mas a oração nos consegue a luz, a riqueza e a força da graça.
Com a oração só podemos tudo, dizia São Teodoreto. Aquele que ora, recebe tudo que
deseja. Deus quer dar-nos suas graças, mas quer ser rogado.
“Senhor, dai-me desta água” (João 4, 15). Meu Jesus, dir-vos-ei com a Samaritana, dai-
me desta água de vosso amor, que me faça esquecer a terra, e viver só para Vós, ó
amável Infinito. “Regai o que é seco”. Minha alma é uma terra seca, que não produz
senão abrolhos e espinhos de pecados; ah! Inundai-a com as águas da vossa graça,
para que produza algum fruto para vossa glória, antes que a morte me arrebate deste
mundo.
Ó fonte de água viva, ó Bem supremo, quantas vezes Vos deixei pelas águas lodosas
desta terra, que me privaram do vosso amor! Ah! Não ter eu morrido antes de Vos
ofender! Mas, no futuro, não quero mais buscar nada fora de vós. Ó meu Deus,
socorrei-me e fazei com que Vos seja fiel. – Maria, minha Esperança, cobri-me sempre
com vosso manto.
(Pai Nosso, Ave Maria, Ladainha do Divino)
“Rogarei a meu Pai, e ele vos enviará outro Consolador, afim de que more sempre
convosco” (João 14, 16).
Sumario: É esta a magnífica promessa de Jesus Cristo em favor daquele que o ama: Se
me amais, rogarei ao Pai, e ele vos enviará o Espírito Santo, afim de que more sempre
convosco. Deus, portanto, habita na alma que o ama. Lembremo-nos, porém, de que
Deus é cheio de zelos. Quer habitar só na alma, e não está contente, se não o amamos
de todo o coração e queremos dividir o nosso amor entre Ele e as criaturas.
I . O Espírito Santo é chamado hóspede das almas: Doce hóspede das almas. É o efeito
da magnífica promessa de Jesus Cristo em favor daquele que o ama. “Se me amais,
guardai os meus mandamentos; e rogarei a meu Pai, e Ele vos enviará outro
consolador, o Espírito Santo, afim de que more sempre convosco.” Sim, sempre,
porque o Espírito Santo não desampara nunca uma alma, a não ser que seja expulso
por ela: Não abandona, a não ser que seja expulso.
Deus, portanto, habita em toda a alma de que é amado; mas declara não ficar
satisfeito, se não o amamos de todo o nosso coração. Escreve Santo Agostinho, que o
senado romano se recusou a admitir Jesus Cristo no número dos deuses, dizendo que
ele é um Deus soberbo, que quer ser adorado só. Isso é verdade: Nosso Senhor não
sofre rival num coração que o ama; quer habitar nele só, e ser amado só. Se ele não se
vê amado só, tem, por assim dizer segundo a expressão de São Tiago, tem zelos das
criaturas com que é dividido esse coração, que ele desejava só para si: “Sois amados
até os ciúmes pelo Espírito que habita em vós” (Tiago 4, 5). Numa palavra, como diz
São Jerônimo: Jesus é um Deus cheio de zelos.
É este o motivo por que o Esposo celeste louva a alma que, semelhante à rolinha, vive
na solidão e escondida do mundo: “Tuas faces são graciosas, como a rolinha”. Não
quer que o mundo tenha parte no amor desta alma, deseja-a toda inteira para si. Se
ele ainda louva a sua esposa, chamando-a jardim fechado: “É um jardim fechado,
minha irmã, minha esposa” (cânticos 4, 12), – é porque ela não deixa entrar em seu
coração nenhum afeto terreno. – Ah! Jesus não merece todo o nosso amor? Ele te deu
tudo, nada guardou para si, diz São João Crisóstomo: Ele nos deu tudo, seu sangue e
sua vida; mais do que isto não podia nos dar.
II . Se queremos que Deus habite em nossa alma com a plenitude de sua graça,
consagremo-la hoje de novo toda inteira e sem reserva a seu serviço e repitamos esta
nossa consagração muitas vezes durante o dia, especialmente na oração mental, na
santa comunhão e na visita ao Santíssimo Sacramento.
Lembremo-nos de que há três meios principais pelos quais uma alma se pode dar toda
a Deus. Primeiro, evitar todas as faltas deliberadas, ainda as mais pequeninas, e para
este fim reprima o mais insignificante desejo desordenado e mortifique a satisfação
dos sentidos. Segundo, escolher, entre as coisas boas, a melhor, que mais agrade a
Deus. Terceiro, aceitar com paz e gratidão, das mãos do Senhor, tudo o que mortifica o
nosso amor próprio e em particular os desprezos. Lembremo-nos de que tem mais
valor aos olhos de Deus um desprezo sofrido em paz e por amor dele, do que mil
mortificações e mil práticas.
Ó meu Deus, bem vejo que me quereis todo para Vós. Tantas vezes Vos expulsei da
minha alma, e não Vos recusais de nela entrar e unir-Vos a mim. Ah! Tomai agora
posse de todo o meu ser; dou-me inteiramente a Vós.
Aceitai-me, ó meu Jesus, e não permitais que eu viva de aqui em diante um instante
sequer sem vosso amor. Vós me buscais, e eu não busco senão a Vós. Quereis minha
alma, e ela só Vos quer a Vós. Vós me amais, e eu também Vos amo; e já que me
amais, prendei-me tão perfeitamente convosco, que não me aparte mais de Vós. – Ó
Rainha do céu, e minha querida Mãe, Maria, em vós ponho minha confiança.
(Pai Nosso, Ave Maria, Ladainha do Divino)
Oitavo dia – Sexta-Feira
O amor é um vínculo
“É um tesouro infinito para os homens; do qual os que usaram, têm sido feitos
participantes da amizade de Deus” (Sabedoria 7, 14)
Sumario: O coração humano está sempre procurando bens capazes de torná-lo feliz.
Enquanto se dirige às criaturas para os obter, nunca se satisfaz, por mais que receba.
Ao contrário, um coração que só quer a Deus, acha logo a felicidade, porque o Senhor
lhe satisfará todos os desejos, e o fará contente mesmo no meio das maiores
tribulações. Felizes de nós, se conhecemos o grande tesouro do amor divino e
procuramos obtê-lo a todo custo, desapegando-nos das coisas criadas.
I . O amor é o tesouro de que fala o Evangelho, o qual nos cumpre adquirir a custo de
tudo mais. A razão é porque ele é realmente aquele bem infinito que nos faz
participantes da amizade de Deus. Aquele que acha Deus, acha tudo o que pode
desejar: “Deleita-te no Senhor, e ele te concederá as petições do teu coração. O
coração humano está sempre procurando bens capazes de torná-lo feliz. Enquanto se
dirige às criaturas para os obter, nunca se satisfaz, por mais que receba. Ao contrário,
um coração que só quer a Deus, Deus lhe satisfará todos os desejos. Quais são com
efeito os homens mais felizes na terra, senão os santos? E porquê? Porque só querem
e buscam a Deus.
Estando um príncipe a caçar, viu um solitário percorrendo a floresta, e perguntou-lhe o
que fazia nesse deserto. Mas vós, senhor, retorquiu logo o anacoreta, que vindes
buscar aqui? – Eu, acudiu o príncipe, ando em busca de caças. – E eu, tornou o
solitário, busco a Deus.
O tirano que martirizou São Clemente de Ancira, ofereceu-lhe ouro e pedras preciosas
para conseguir dele que renegasse a Jesus Cristo; mas o Santo, dando um profundo
suspiro, exclamou: Pois que! Um Deus posto em paralelo com um pouco de lama! –
Feliz de quem conhece o tesouro do divino amor e procura obtê-lo! Quem o conseguir,
despojar-se-á por si mesmo de tudo, para não possuir senão à Deus. “Quando o fogo
pega na casa”, dizia São Francisco de Sales, “lançam-se todos os utensílios pela janela.”
E o padre Segneri, o moço, grande servo de Deus, tinha costume de dizer: “O amor
divino é um roubador que nos tira de todos os afetos terrenos ao ponto de
exclamarmos então: Senhor, que desejo senão à Vós!” – “Deus de Meu coração, e
minha porção, Deus, para sempre” (Salmo 72, 25).
II . Ó mundanos insensatos, exclama Santo Agostinho, ó homens, aonde ides para
contentar o vosso coração? O Bem que procurais está longe disso. Aproximai-vos de
Deus, recuperai a sua graça, buscai o seu amor, porque só ele pode dar-vos a felicidade
que andais procurando. – Nós ao menos não sejamos tão insensatos, e, como nos
exorta o mesmo santo doutor, de hoje em diante, busquemos unicamente o amor de
Deus, busquemos o único bem, no qual estão encerrados todos os outros. Mas não
podemos achar este bem, sem renunciar a todo afeto pelas coisas da terra, como o
ensina Santa Teresa: Desapega o teu coração das criaturas e acharás a Deus.
Meu Deus, no passado não foi a Vós que busquei, mas me busquei a mim mesmo e as
minhas satisfações; e por elas me apartei de Vós, que sois o Bem supremo. Mas
Jeremias me consola, assegurando-me que sois só bondade para os que Vos buscam
(Lamentações 3, 25). Amantíssimo Senhor meu, compreendo o mal que fiz deixando-
Vos, e arrependo-me de todo o coração. Vejo que sois um tesouro infinito; não
querendo deixar inútil esta luz, renuncio a tudo, e escolho-Vos para único objeto dos
meus afetos.
Ó meu Deus, meu amor, meu tudo, por Vós suspiro. Vinde, ó Espírito divino, e com o
santo fogo do vosso amor, consumi em mim todo o afeto de que não sois o objeto.
Fazei-me todo vosso, e que tudo vença para Vos agradar. – Ó Maria, minha Advogada
e Mãe, ajudai-me com as vossas orações.
(Pai Nosso, Ave Maria, Ladainha do Divino)