Praia Das Lágrimas

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30/04/2018

Narrador – Vasco da Gama (continua a sua apresentação ao


Rei de Melinde)

Narrador Participante -“Estão pera seguir-


“Certifico-te, ó me a toda a parte”(est. 84) - e Subjetivo
Rei[…]” (est. 87)
Templo de Santa Maria de Belém – “Partimo-
nos assi do santo templo” (est. 87): os homens
Espaço – Lisboa prepararam as almas para a morte (rezaram)

Porto de Lisboa – “E já no porto da ínclita


Ulisseia” (est. 84): as naus estão preparadas

“Praia das Lágrimas” / “Despedidas em Belém” / “Partida das Naus” in “Os Lusíadas” - Canto IV, 84 - 93 “Praia das Lágrimas” / “Despedidas em Belém” / “Partida das Naus” in “Os Lusíadas” - Canto IV, 84 - 93

Tempo – 8 / 7 / 1497: partida da armada de Vasco da Gama


Personagens
Os que Ficam
Personagens
Os que Partem •Mil Religiosos (muitos) que acompanham os nautas até às
Vasco da Gama: duvidoso e receoso, contendo-se para naus (est 88)
não chorar (est. 87, vv 7-8) A gente da cidade: homens, mulheres, velhos e meninos
Soldados “[…] e a de Marte […]” (est. 84) (imagem de conjunto), mães (grande plano de uma mãe,
Marinheiros “[…] a gente marítima[…]” (est. 84) personagem coletiva) e esposas (grande plano de uma esposa,
personagem coletiva)
Determinados e sem temor, dispostos a seguir Vasco
da Gama “pera […] toda a parte” (est. 84)
Preparados para a morte, que ameaça todos os
marinheiros (Mar Tenebroso)
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Partida dos marinheiros da praia do Restelo e a despedida


Est. 84 – 85 : A Praia (elementos descritivos) dos seus familiares e amigos.
Estrutura do Episódio
Sensações Visuais “[…] vestidos os soldados /
de várias cores […]” (est. 85)
Introdução
Est. 84 – 86: Localização da acção no espaço e no tempo; alvoroço
“Onde o licor[…]” geral dos últimos preparativos para o embarque (“gente marítima e
Sensações Gustativas a de Marte”). Prontas as naus, os nautas reúnem-se em oração na
“ Co salgado Neptuno o doce
Tejo” (est. 84) ermida da Nossa Senhora de Belém.

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Desenvolvimento Despedida Emotiva


Est. 87 – 92: “procissão solene” de Vasco da Gama e dos seus Os que ficam
companheiros, desde “o santo templo” até às naus. O cortejo dos
nautas atravessa a multidão (“a gente da cidade”) que se juntara Multidão – sofrimento, receio de não voltar a ver os nautas
para os ver partir.
Despedida emotiva – receio da morte dos entes queridos, por – “Saudosos na vista e descontentes.” (est. 88, v. 4)
parte de quem fica + mágoa e medo de desistir da aventura, por – “As mulheres cum choro piadoso,
parte de quem parte. Os homens com suspiros que arrancavam.
Mães, Esposas, Irmãs, que o temeroso
Amor mais desconfia, acrecentavam
Conclusão A desesperação e frio medo” (est. 89, vv. 3-7)
Est. 93: Por decisão de Vasco da Gama, os nautas embarcam sem se – “Os velhos e os mininos os seguiam,” (est. 92, v. 3)
despedir, para atenuar o sofrimento dos que ficam e dos que – “A branca areia as lágrimas banhavam,” (est. 92, v. 7)
partem.
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Despedida Emotiva
Despedida Emotiva
Os que ficam
Os que partem
Mãe(s) – incompreensão Esposa(s) – dor, perplexidade,
e perplexidade perante o censura pelo abandono. O
abandono do filho. Ela é esposo que parte não tem o – “Cum alvoroço nobre e cum desejo” (est. 84, v. 2)
o símbolo da velhice que se direito de o fazer, pois a vida – “e não refreia / Temor nenhum o juvenil despejo” (est. 84, vv. 5-6)
abandona, em troca de que coloca em perigo não é – “Nós outros, sem a vista alevantarmos” (est. 93, v. 1)
uma morte mais que certa sua, pertence à sua esposa.
no mar.

Interrogações Retóricas
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Análise Estilística
Intertextualidade
“Que o nome tem da terra, pera
Perífrase "Praia das Lágrimas" de Rui Veloso
exemplo, / Donde Deus foi em carne
Hipérbato Ó mar salgado, eu sou só mais uma das que aqui choram e te salgam a
ao mundo dado,”(est. 87)
espuma.
“[…]”Ó filho, a quem eu tinha / só Apóstrofe Ó mar das Trevas, que somes galés, meu pranto intenso engrossa as
pera refrigério […]”(est. 90) marés.
Ó mar da Índia, lá nos teus confins, de chorar tanto tenho dores nos rins.
“ Que em choro acabará, penoso e Adjetivação Dupla Choro nesta areia, salina será, choro toda a noite, seco de manhã.
amaro”(est. 90) Ai ó mar Roxo, ó mar abafadiço, poupa o meu homem, não lhe dês
sumiço.
“ Os montes de mais perto
Personificação Que sol é o teu, nesses céus vermelhos, que eles partem novos e
respondiam, / Quase movidos de retornam velhos.
alta piedade;” (est. 92) Ó mar da calma, ninho do tufão, que é do meu amor, seis anos já lá vão.
“A branca areia as lágrimas Hipérbole Não sei o que os chama aos teus nevoeiros, será fortuna ou bichos-
banhavam, / Que em multidão co Hipérbato carpinteiros.
elas se igualavam.” (est. 92) Ó mar da China, Samatra e Ceilão não sei o que faça, sou viúva ou não.
Não sei se case, notícias não há, será que é morto ou se amigou por lá.
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30/04/2018

Intertextualidade
MAR PORTUGUÊS
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena


Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa, Mensagem

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