Recuperação Língua Portuguesa: UNIDADE I - Reflexão Sobre o Sistema de Escrita
Recuperação Língua Portuguesa: UNIDADE I - Reflexão Sobre o Sistema de Escrita
Recuperação Língua Portuguesa: UNIDADE I - Reflexão Sobre o Sistema de Escrita
Versão do Professor
São Paulo
2011
Prefeitura da Cidade de São Paulo
Prefeito
Gilberto Kassab
Secretaria Adjunta
Célia Regina Guidon Falótico
Chefe de Gabinete
Lilian Dal Molin
Diretora de da Assessoria Técnica de Planejamento
Fátima Elisabete Pereira Thimoteo
Diretoria de Orientação Técnica
Regina Célia Lico Suzuki
Equipe de Apoio
Ana Maria Rodrigues Jordão Massa, Delma Aparecida da Silva,
Tereza Regina Mazzoni Vivas, Tania Nardi de Pádua.
Reorganização do Material
Equipe de DOT Ensino Fundamental e Médio
CDD 371.27
SUMÁRIO
Caros professores,
Este material foi organizado para favorecer sua autonomia didática e apoiar suas
ações com os alunos que ainda não construíram o seu conhecimento sobre o sistema
de escrita alfabética.
Consideramos que é função da escola e papel do professor a função de recuperar
as aprendizagens dos alunos, planejar e propor boas situações de aprendizagens para
que, realmente, os alunos – todos – possam se tornar usuários competentes da leitura e
da escrita, e assim continuar estudando e aprendendo com sucesso.
Sabemos que a tarefa de ensinar a ler e a escrever não é nada simples, no entanto,
acreditamos que seu conhecimento, criatividade e empenho, somados às sugestões
presentes neste material poderão, com certeza, atingir essa meta.
Assim, ao longo do material, os alunos serão solicitados a realizar atividades inseridas
nestas formas de trabalho. Há atividades que devem se repetir durante as sessões de
estudo , como a atividade habitual de leitura, feita por você, de livros de literatura para os
alunos. Nessa atividade, a cada dia, você poderá ler livros ou capítulos de livros de lite-
ratura de qualidade para os alunos ampliarem seu repertório; para que possam conhecer
autores nacionais e estrangeiros, desfrutar da leitura como deleite, aprender a linguagem
escrita, fazer uso da leitura para se informar, enfim, compartilhar da cultura letrada.
Além dessa atividade, haverá outras também consideradas habituais, porque a pro-
posta é que se incorporem à rotina do trabalho de recuperação .
→ Atividade de leitura e escrita pelo aluno, nas quais eles devem ser convidados a ler e
escrever para se apropriarem do sistema de escrita;
→ Registro da agenda do dia, atividade durante a qual os alunos deverão copiar o pla-
nejamento feito por você, para a aula do dia, pois assim, além de acompanhar o que foi
planejado, farão uso da escrita em uma situação próxima de sua função social real — o
registro escrito como organizador de atividades.
Ainda, como atividades habituais, propomos que planeje e desenvolva com os alunos:
→ Rodas de Leitura: situação em que os alunos poderão socializar suas leituras de li-
vros do acervo da sala de leitura ou trazidos de casa para que adquiram o hábito de ler,
sintam prazer e se tornem, assim, leitores autônomos.
A rotina deverá ser composta também sequências de atividades de leitura, de acor-
do com as características e necessidades da turma.
O Material do Aluno está organizado da seguinte forma:
→ Atividades de leitura e escrita para refletir sobre o sistema de escrita.
→ Atividades de leitura com os seguintes propósitos: ler para divertir, ler para saber
cozinhar, ler para aprender escrever, ler para aprender sobre o nosso corpo, ler para
aprender sobre os animais, ler para cantar, ler para saber sobre as plantas e suas pro-
priedades curativas e ler para se emocionar e se divertir.
Você pode escolher qual das atividades quer desenvolver com a turma de acordo com
as necessidades dos alunos. Pode também optar por qual das sequências de leitura desen-
volver primeiro. Selecione-as e ajuste-as conforme possam se tornar mais produtivas.
A avaliação da Prova São Paulo juntamente com os registros das avaliações rea-
lizadas pela escola representam valiosos instrumentos para (re)direcionar as ações na
elaboração do planejamento da recuperação dos alunos.
Uma avaliação como a da Prova São Paulo, traz sempre uma expectativa de apren-
dizagem, ou seja, avalia-se aquilo que se considera importante que os alunos saibam.
Mas é preciso cuidado para que a avaliação e seus resultados não sejam os únicos
indicadores do que os alunos precisam aprender e do que o professor precisa ensinar.
Não são as atividades em si, presentes na avaliação, que servem de pressupostos orien-
tadores para o planejamento, mas os conteúdos subjacentes a elas.
Para que a avaliação da Prova São Paulo e as avaliações realizadas pela escola
sejam utilizadas como um dos instrumentos orientadores para o planejamento da recu-
peração, se faz necessário verificar quais expectativas de aprendizagem os alunos ainda
não conseguiram atingir, isto é , o que os alunos deverão aprender , progressivamente ,
no decorrer da escolaridade para se tornarem leitores e escritores competentes.
Ler e escrever não se resume a juntar letras, nem decifrar códigos: a língua não é
um código, é um complexo sistema que representa a identidade cultural. É preciso saber
ler e escrever para interagir com essa cultura.
• O professor escreve, entre outros textos, junto com os alunos um bilhete des-
tinado aos pais ou uma carta a uma editora de livros solicitando alguns exem-
plares.
2) Garantir que os alunos se coloquem no lugar de leitores, embora não saibam ler
convencionalmente.
• O professor propõe atividades de leitura utilizando textos que os alunos sabem de cor,
como por exemplo, adivinhas, parlendas, canções, poesias e quadrinhas. Nessas situa-
ções o professor deve manter diferentes encaminhamentos:
• solicitar que os alunos acompanhem o texto escrito com o dedo, tentando ajustá-lo ao
que está sendo falado;
3) Garantir que os alunos se coloquem no lugar de escritores, embora não saibam es-
crever convencionalmente.
• O professor propõe que os alunos escrevam textos que sabem de cor, como por exem-
plo, parlendas, canções, poesias e quadrinhas;
1
Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, p.74.
d) Que assuma o papel de escritor antes mesmo de ser um escritor autônomo e assim
tenha que utilizar e confrontar suas hipóteses.
Essas situações de ensino entram na rotina de trabalho como uma atividade habi-
tual2 que ocorre em todas as aulas.
Vale ressaltar que é imprescindível propor aos alunos com hipótese de escrita pré-
silábica que escrevam e interpretem seus escritos, utilizando o conhecimento de que
dispõem e justificando quantas e quais letras utilizaram. Também importante, é agrupar
criteriosamente os alunos para que, na interação com outros saberes, possam avançar
em suas hipóteses de escrita.
SONDAGEM
Para o professor saber o que pensam seus alunos sobre o sistema de escrita :
Para isso, nem sempre é preciso que o professor elabore um instrumento especí-
fico, principalmente, se faz parte do cotidiano da sala de aula colocá-los em atividades
de leitura e escrita. No entanto, em alguns momentos , é interessante que se utilize um
instrumento específico para poder avaliar os alunos. Por exemplo, no início do trabalho
de recuperação, o diagnóstico individualizado é fundamental, pois, servirá como pa-
râmetro da evolução e comparação da aprendizagem do aluno no decorrer do período
em que frequentar a recuperação , além de possibilitar a realização de agrupamentos,
de fato, produtivos.
2
LERNER, D. É possível ler na Escola? In: Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre:
Artmed, 2002.
ACEROLA
TANGERINA
AMEIXA
MELÃO
UVA
Para o professor saber o que sabem seus alunos sobre a linguagem que se escreve :
Saber o que sabem os alunos sobre a linguagem que se escreve não é uma tarefa
simples. Primeiro, porque depende de selecionar qual o gênero que se quer avaliar. De
acordo com o documento Orientações Curriculares – Proposição de Expectativas de
Aprendizagem estão expressos tanto os gêneros previstos para o ano, quanto algumas
considerações sobre o trabalho que precisa ser realizado. Após escolher um dos gêne-
ros sugeridos, proponha aos alunos a sua escrita individual para saber o que eles sabem
sobre a linguagem que se escreve, dentro do respectivo gênero.
PRÁTICAS DE LEITURA
Situações de Ensino
O planejamento das situações de leitura deve considerar que é possível ler mesmo
quando ainda não se sabe ler convencionalmente. Portanto, é preciso tratar os alunos
como leitores plenos, e não como decifradores de textos; isto implica colocá-los desde o
primeiro dia de aula em situações nas quais faça sentido ler.
As sugestões que se seguem servem para trabalhar vários textos: cantigas de roda,
parlendas, quadrinhas, canções e trava-línguas.
• Propor que os alunos leiam acompanhando a letra de uma música ou declamando uma
quadrinha conhecida;
• Organizar com os alunos um caderno ou pasta com esses textos, planejando situações
nas quais seja significativo lê-los e relê-los.
Leitura feita pelo professor: Nessa situação o professor lê para os alunos textos
que apresentam informações sobre um assunto que estejam estudando, ou no qual te-
nham interesse.
Leitura compartilhada (professor e alunos): Nessa situação o professor pode ler
em voz alta e os alunos acompanham silenciosamente, depois todos conversam sobre o
texto. A ênfase deve estar no que compreenderam acerca do conteúdo do texto.
Leitura feita pelos alunos: Nessa situação é importante que o professor deixe claro
para o aluno qual é o objetivo da leitura. Por exemplo, ler para:
jornais. Essa situação pode ser planejada em torno da biblioteca da escola, que per-
mite uma circulação de livros e de todo tipo de material escrito, que se faça indispen-
sável para reproduzir na sala de aula o rico contexto letrado que existe fora dela.
Um dos objetivos de ensino é que os alunos aprendam a ler os textos literários para
apreciação, por prazer e para ampliar seu repertório.
Além das sugestões anteriores, em especial a leitura feita pelo professor, os textos
literários podem ser trabalhados em Rodas de leitura.
As rodas de leitura permitem que os alunos compartilhem com seus colegas as suas
leituras, os momentos de prazer ao ler o texto, o(s) livro(s) de que mais gostam, curiosi-
dades sobre os autores e outras informações encontradas.
3
As sugestões que seguem servem para trabalhar vários textos literários, de preferência livros: de poemas, contos,
lendas, fábulas, romances, biografia, cartas e mitos.
Os alunos que ainda não sabem ler e escrever devem ter acesso à diversidade de
textos escritos; testemunhar a utilização que se faz da escrita em diferentes circunstân-
cias; defrontar-se com as reais questões que a escrita coloca a quem se propõe produzi-
la e arriscar-se a fazer e receber ajuda de quem já sabe escrever.
• leitura de textos jornalísticos: realizada pelo professor e/ou pelos alunos (indivi-
dualmente ou em grupos) acontecendo pelo menos uma vez por semana.
4
LERNER, D. É possível ler na Escola? In: Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre:
Artmed, 2002.
• reescrita de outros gêneros, tais como notícias, cartas, biografias, lendas etc.;
Essas situações possibilitam que os alunos pensem sobre formas de redigir e sobre
a adequação e a qualidade da linguagem utilizada para escrever. Exemplos:
No livro do aluno há alguns textos que são direcionadas a eles, mas como sabemos
que nem todos sabem ler autonomamente, solicitamos que sejam lidos por você em voz
alta para todos.
Lembre-se que quando os alunos participam de atos de leitura, lendo ou testemu-
nhando a leitura de um leitor mais experiente, têm a oportunidade de colocar em jogo
uma série de aprendizagens:
→ Recorrer à leitura de textos variados para cumprir uma diversidade de propósitos (ler para
saber mais, ler para se desenvolver, ler para se divertir, ler para se emocionar etc.);
→ Estabelecer a modalidade de leitura adequada ao texto que está sendo lido e ao ob-
jetivo da leitura;
→ Relacionar diferentes textos e buscar outros para resolver problemas colocados por
aquele que se está lendo;
→ Confrontar a sua leitura com a de outros leitores sobre as interpretações das inten-
ções implícitas dos autores.
Ao realizar essa leitura é necessário mostrar aos alunos o texto a ser lido, para que
eles – mesmo não sendo leitores autônomos – possam acompanhar a sua leitura em
seus próprios livros.
É extremamente importante que os textos a serem lidos em voz alta — tanto das
consignas das atividades, quanto os literários ou de divulgação científica — sejam pre-
viamente lidos por você para saber antecipadamente o seu conteúdo e assim realizar
uma leitura fluente e agradável aos ouvintes, antecipando, inclusive, algumas paradas,
para que infiram partes de seu conteúdo.
que os alunos estejam agrupados criteriosamente e possam trocar pontos de vista, ne-
gociar e chegar a um acordo é imprescindível no cotidiano da sala de aula.”5
A formação das duplas para a realização de atividades de leitura de listas ou textos
que os alunos conhecem de memória, com o objetivo de que eles se apropriem do siste-
ma de escrita, geralmente segue um critério básico de organização:
→ Alunos com hipótese de escrita pré-silábica e silábica sem valor sonoro devem se jun-
tar com alunos com hipótese de escrita silábica com valor sonoro, porque estes últimos
já conseguem estabelecer relação entre o oral e o escrito e também já utilizam letras que
correspondem às usadas nas partes escritas;
→ A atividade de leitura de listas ou textos que conhecem de memória para alunos com hi-
pótese de escrita alfabética não coloca desafios cognitivos para eles. É necessário plane-
jar uma variação da atividade que a reverta para a reflexão sobre questões ortográficas.
→ Alunos com hipótese de escrita silábico-alfabética devem fazer duplas com outros
com a mesma hipótese de escrita ou se unir a alunos com hipótese de escrita alfabética
para realizar uma variação como a exemplificada acima.
→ Já a formação das duplas para a realização de atividades de escrita de listas ou textos
que conhecem de memória, com o objetivo de que os alunos se apropriem do sistema de
escrita, pode ser organizada a partir de diferentes agrupamentos.
→ Quando considerar necessário, proponha variações nos agrupamentos, sempre le-
vando em conta os conhecimentos dos alunos. Não é recomendado organizar duplas
que tenham conhecimentos muito distintos. Por exemplo, agrupar alunos com hipótese
de escrita alfabética com alunos com hipótese de escrita pré-silábica ou silábica. Porém,
se o objetivo da atividade for a aprendizagem da linguagem que se escreve, o agrupa-
mento acima já se torna adequado. Por exemplo, numa proposta de reescrita de um
conto conhecido, é coerente agrupar um aluno com hipótese de escrita pré-silábica para
ditar o texto a outro com hipótese de escrita alfabética para grafá-lo, pois nessa situação
ambos conseguem aprender como se organiza a linguagem que se usa para escrever,
isto é, como se organiza o discurso escrito.
* Contribuições à prática pedagógica – 6 (Módulo 2, Unidade 2, Texto 6). Programa de Formação de Professores
5
bre o sistema de escrita, mas sim que os alunos aprendam as formas como as pessoas
utilizam a leitura para deleite.
Dessa maneira, estarão vivenciando comportamentos de leitor, da prática social da
leitura, e também aprendendo a linguagem escrita, típica dos gêneros lidos.
Essa atividade de leitura para os alunos é de extrema importância. Nossa sugestão
é que seja a primeira atividade do dia.
Como já dissemos, a sua leitura dos livros de literatura para os seus alunos pode-
rá ajudá-los a aprender com você o comportamento de leitores experientes, como, por
exemplo, interessar-se em saber sobre o autor do texto, sobre a obra e, sobretudo, poder
desfrutar junto com você da emoção de ler um livro. Nesse momento você será respon-
sável por introduzir a ideia de que a escrita que está nos livros é um jogo instigante e a
leitura, uma fonte inesgotável de prazer e de conhecimento – conhecer novos mundos
sem sair do lugar, viajar no tempo, indo a um passado distante ou percorrendo um futuro
que pode nem acontecer, conhecer visões e culturas diferentes das nossas e com isso
tornarem-se seres humanos mais completos, mais realizados, mais participantes!
É importante sempre buscar informações sobre o autor e o livro que vai ser lido, bem
como compartilhar com os alunos as informações que considerar mais interessantes,
algo que os aproxime da leitura que você vai realizar.
Antes de iniciar a leitura, fale um pouco sobre o texto. Também apresente a eles a
sua opinião sobre o que vai ler, do que gostou, por que gostou...
No decorrer da leitura, se achar conveniente, faça algumas pausas para comentar algu-
ma passagem que seja bonita ou triste, ou ainda que cause suspense, levantando ideias do
que supõem que ocorrerá. Enfim, essas são as estratégias de que você dispõe para mergu-
lhar os seus alunos no jogo literário, porta de entrada ao mundo infinito da imaginação. Mas
tome cuidado para não fazer muitas pausas, o que pode tornar a leitura cansativa.
Não pare a leitura para explicar palavras que acha difícil, nem as troque por palavras
mais fáceis. A compreensão de uma palavra pode ser conseguida ao longo do texto, pois
o contexto auxilia na inferência do que pode significar.
Lembre-se de que um dos objetivos dessa leitura é justamente que os alunos te-
nham acesso à linguagem típica dos textos escritos. Se mudarmos a linguagem, estare-
mos impedindo que o aluno desfrute da beleza das palavras menos usuais (típicas dos
textos literários)
As palavras são escolhidas pelos autores com muito cuidado, são tratadas como
objeto estético, carregadas de intencionalidade. Por isso, não podemos mutilar o texto.
Ao final da leitura, abra um espaço para os alunos comentarem a história que
ouviram: do que gostaram ou do que não gostaram, quais sentimentos e emoções pu-
deram usufruir com a leitura. Que possam falar sobre as próprias emoções e conhecer
as suas também.
Esse momento não pode ser confundido como uma situação de avaliação sobre o
que compreenderam; uma avaliação da interpretação. Lembre-se: os textos literários
possibilitam diferentes interpretações e todas são corretas e legítimas.
Esse momento de conversa após a leitura é parecido com aquela situação em que
lemos um livro ou assistimos a um filme no cinema e queremos contar para alguém o que
achamos, dar nossa opinião, rememorar partes maravilhosas ou discutir partes confusas,
enfim, falar sobre a experiência recente. Dentro desse jogo, o texto literário oferece um
sabor, uma experiência diferente a cada um de seus alunos no desfrute dessa leitura.
Assim, você estará mergulhando os seus alunos nesse mundo mágico e encantador
que é a leitura de obras literárias.
RODA DE JORNAL
Sentar em roda é uma boa estratégia para socializar experiências e conhecimentos,
já que favorece um ambiente de troca entre os alunos. Por isso é importante realizar a
Roda de Jornal com o grupo sentado em círculo. Você pode selecionar uma notícia in-
teressante para ler ou disponibilizar o jornal da escola para que escolham notícias para
RODA DE LEITURA
O principal objetivo da Roda de Leitura consiste em criar situações para que os alu-
nos se sintam à vontade para selecionar os livros de seu interesse, lê-los e comentá-los
com os colegas.
Os momentos para os alunos falarem sobre suas leituras precisam ser semelhantes
às situações vividas por leitores autônomos em seu cotidiano. Quando você lê um livro,
por exemplo, gosta de falar sobre ele com amigos e familiares – dizer se gostou ou não,
por que motivo, quais trechos lhe causaram mais impacto ou lhe pareceram intrigantes,
enfim, dar suas opiniões para que as outras pessoas queiram ou não ler o livro.
A Roda de Leitura abre espaço para que seus alunos, leitores principiantes, come-
cem a formar seu repertório, seu estilo e sua seleção crítica. Por isso, crie situações
atraentes para que eles se sintam à vontade e com vontade de socializar suas leituras,
para compartilhar momentos de prazer e diversão, vividos em casa, com os livros que
foram levados da escola para serem lidos sozinhos ou com o apoio da família. Por esse
motivo cuide para que esta atividade não se transforme em uma obrigação e numa tarefa
árdua e sem sentido, só realizada porque o professor a solicitou.
Assim, organize momentos para os alunos escolherem livros para ler em casa:
1. Selecione previamente alguns livros e organize-os em um tapete ou mesa grande
para que os alunos possam manuseá-los, pegá-los, folheá-los, lê-los.
2. Ao final da atividade organize a situação da escolha de um livro para levar para
casa — Permita que seus alunos observem os livros para compreender que há
livros de vários tamanhos, de vários assuntos, com diferentes espessuras, tipos
de letras, capas, ilustrações etc.
3. Varie a atividade também levando os alunos à sala de leitura da sua escola.
Apresente para seus alunos a organização da sala e se puder planeje esta aula
em colaboração com o professor responsável pela sala de leitura. Lembre-se que
para que esta roda se torne um momento prazeroso e esperado por todos, será
preciso incentivar seus alunos a se exercitarem na descoberta da leitura com o
objetivo de poder propor suas obras preferidas aos colegas e, nesse sentido, seu
modelo de leitor, como o modelo do professor orientador da sala de leitura são
muito importantes.
4. É importante você registrar quais os alunos que estão levando livros para ler em
casa. Esse registro tem a finalidade de você saber quais os alunos precisam de
incentivo para a leitura. Quando a leitura não é fluente, pode parecer-lhes desin-
teressante quando comparada ao prazer de ler junto com um amigo ou familiar.
A leitura de um livro pode gerar longas conversas sobre o que ele oferece.
Lembre-se que a leitura, mesmo na vida cotidiana, nasce de sugestões de terceiros e
de escolhas próprias. Pensando nisso, incentive os seus alunos a frequentar, espontanea-
mente, a sala de leitura, onde eles têm opções para ler ou retirar livros para ler em casa
Sugira-lhes que levem livros para que alguém leia para eles ou eles mesmos leiam
para alguém. Desfrutar da experiência de ter os pais e familiares envolvidos na leitura é
uma das formas de romper com a rejeição ao ato de ler.
Pergunte-lhes sobre essa experiência.
O trabalho com rodas de leitura pode favorecer a possibilidade de realizar um traba-
lho mais aprofundado com resenhas. Para promover situações de produção escrita de
resenhas, assim como acontece com outros textos, os alunos precisam ter modelos que
os ajudem a compreender como se estrutura esse gênero textual. Para tanto sugerimos
o seguinte:
→ Leve para a sala catálogos da editoras, ou mesmo consulte junto com os alunos du-
rante a aula de Informática o site dessas editoras;
→ Selecione e leia para os alunos algumas resenhas;
→ Entregue-lhes alguns catálogos e peça-lhes que em trios descubram do que se trata;
→ Discuta com os alunos sobre a função social desses textos (dão uma ideia da obra,
aguçam a curiosidade do leitor, são curtos...);
→ Faça a escrita coletiva para os alunos de uma resenha sobre um livro lido por você;
→ Organize a revisão desse texto;
→ Proponha a escrita de outras resenhas em duplas e, posteriormente, peça que outra
dupla realize a revisão;
→ Faça você também uma revisão final caso o texto seja exposto. Os alunos precisam
de sua ajuda para enxergar melhor os aspectos do texto que precisam ser melhorados.
As suas dicas são importantes.
LIÇÃO 1
A)- ELA NUNCA SAI DE CASA, MAS VIVE BATENDO NO CÉU E ESTÁ SEMPRE MOLHADA?
C)- QUANTO MAIS QUENTE ESTÁ, MAIS FRESCO É. TEM MIOLO, MAS NÃO É CABEÇA?
PÃO PÁ PÕE
D) NÃO TEM BOCA, MAS MASTIGA, COME MUITO E NÃO ENGORDA, CORTA, FURA E NUN-
CA BRIGA?
O QUE É, O QUE É?
NÃO É CHUVEIRO, MAS MOLHA.
NÃO TEM PÉ, MAS COMO CORRE!
TEM LEITO SÓ QUE NÃO DORME.
QUANDO PÁRA, SEMPRE MORRE.
REI RIO RUA
O QUE É, O QUE É?
REVOA, MAS NÃO É PÁSSARO.
REBRILHA MAIS QUE OURO PURO.
PISCA, PISCA E NÃO É OLHO.
TEM LUZ, MAS VIVE NO ESCURO.
COSPE FOGO QUEBRA-PEDRA VAGA-LUME
O QUE É, O QUE É?
ANDA SEMPRE AMARRADO.
SÓ SERVE SE FOR BEM TORTO.
VAI PROCURAR QUEM É VIVO.
VIVE ESPETADO NUM MORTO.
ANZOL ABELHA ABRIL
A) SOU GRANDÃO E USO MEU NARIZ COMPRIDO PARA BEBER ÁGUA. VOCÊ PODE ATÉ ME VER
NO CIRCO.
QUEM SOU EU?
_________________________________________________________________________________
B) PASSO O TEMPO TODO PULANDO DE GALHO EM GALHO. ADORO COMER BANANAS E CO-
ÇAR A CABEÇA.
QUEM SOU EU?
_________________________________________________________________________________
C) SOU PEQUENA, MAS MINHA PICADA CAUSA UMA GRANDE DOR. DO PÓLEN PRODUZO UM
ALIMENTO MUITO BOM, QUE VOCÊS CHAMAM DE MEL.
QUEM SOU EU ?
_________________________________________________________________________________
_
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
O QUE É QUE TEM DENTE, MAS NÃO COME, TEM BARBA, MAS NÃO É HOMEM ?
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Talvez alguns alunos já consigam ler sozinhos. Para estes, entregue a quantidade
exata de letras das respostas, deixando-os trabalhar com as questões relacionadas à
ortografia. A quantidade exata de letras sugere justamente a necessidade de escrever
sem sobrarem ou faltarem letras.
Para os alunos não-alfabéticos, essas são atividades de leitura para pensarem no
sistema de escrita. O desafio está justamente em, ao tentar encontrar a resposta, sele-
cionar determinados elementos do texto escrito para atribuir-lhes significado.
Escrita de adivinhas :
Nesta atividade o aluno é convidado a escrever em dupla uma adivinha que encai-
xe a resposta dada. Enquanto escrevem, você deverá circular pelas duplas, solicitando
que justifiquem o que estão escrevendo. Caso necessário peça a eles que recorram a
outros materiais, expostos na sala para apoiar a escrita. Não se espera que os alunos
não alfabéticos escrevam convencionalmente nesse momento, mas o esforço que fazem
pensando sobre a forma de grafar as palavras impulsiona a aprendizagem.
LIÇÃO 2
A parlenda tem sua origem na tradição oral e com o tempo também ganhou seu
registro escrito. As parlendas pertencem ao patrimônio cultural da infância e são impor-
tantes no trabalho pedagógico no início da escolaridade por serem facilmente memori-
záveis e favorecerem o uso de estratégias antecipatórias de leitura por alunos que estão
se alfabetizando ou recém-alfabetizados.
Ordenar a parlenda “Cadê o toucinho”
( ) O gato comeu.
( ) Cadê o toucinho
( ) Cadê o mato?
( ) Cadê o gato?
( ) O fogo queimou.
( ) Cadê o fogo?
( ) A água apagou.
( ) O boi morreu.
( ) Cadê a água?
( ) Cadê o boi?
( )O boi bebeu.
A parlenda “Cadê o toucinho” é bastante conhecida entre os alunos, mas pode não
ser por todos. Por isso, talvez seja necessário recitá-la mais de uma vez, observando
atentamente se todos conseguem recuperá-la de memória. Nesta proposta, além da lei-
tura, a parlenda está fora de ordem. Os alunos deverão numerar cada verso na ordem
certa. Ofereça informações e orientações sobre a proposta “ordenação de versos”, en-
sinando os procedimentos pertinentes – recuperar oralmente a parlenda, ler e localizar
no caderno o que está sendo falado e numerar os versos na ordem que forem falando .
Conte sempre com algumas duplas na hora de ler e localizar cada verso.
2-AGORA, COPIE A PARLENDA NA ORDEM CORRETA:
____________________________________________________________________
PEIXE VIVO
Esta é uma atividade que tem o objetivo de observar se o aluno é capaz de loca-
lizar por escrito partes de um texto que ele conhece oralmente de memória. Os alunos
deverão localizar e circular, no texto, as palavras ditadas pelo professor. Cantar com os
alunos , depois ler várias vezes a cantiga, apontando cada linha de maneira contínua e
dizendo também de maneira contínua em cada uma delas. Pedir aos alunos para loca-
lizarem e marcarem as palavras ditadas. Dizer aos alunos que nem todas as palavras
ditadas estão na ordem em que aparecem no texto.
Agora você vai ditar as seguintes palavras para os alunos localizarem e circularem
no texto: PEIXE, ÁGUA , DA, VIVER, PODEREI
Antes de iniciar a atividade, recite a parlenda com eles várias vezes de forma a garantir
que todos a saibam de cor. Anuncie qual será o primeiro trecho a ser escrito. Enquanto
observa as produções, faça perguntas que promovam reflexão sobre a própria escrita:
“ Com qual letra começaram a escrever esse trecho da parlenda?” “O nome de algum
aluno pode ajudar?” Peça que leiam o que escreveram para que tomem consciência do
que estão escrevendo.
CAPELINHA DE MELÃO
É DE SÃO ________________
É DE CRAVO
É DE ___________________
É DE MANJERICÃO
ACORDAI
ACORDAI
ACORDAI, __________________.
Cante com eles para lembrarem da cantiga. Depois leia cada verso junto com eles
parando na última palavra antes da lacuna. Pergunte: qual a palavra que está faltando
no verso? Ouça opiniões e peça que completem com a palavra que combina e depois
solicite a sua leitura.
6-ENUMERE OS VERSOS DA CANTIGA “O SAPO NÃO LAVA O PÉ” PARA QUE FIQUEM NA OR-
DEM CORRETA:
Os alunos deverão estar em dupla para realizar essa atividade. Depois de es-
crita deverão ler para o colega.
( ) CARANGUEJO SÓ É PEIXE
( ) NA ENCHENTE DA MARÉ
( ) CARANGUEJO PEIXE É
( ) CARANGUEJO PEIXE É.
QUE OUTROS ANIMAIS DO MAR VOCÊ CONHECE? ESCREVA O NOME DE CADA UM NAS LI-
NHAS ABAIXO.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
16- O ANIVERSÁRIO DE MARCELO ESTÁ CHEGANDO E SUA MÃE PEDIU QUE FIZESSE UMA
LISTA DE TUDO QUE SERÁ NECESSÁRIO PARA QUE SUA FESTA SEJA GOSTOSA E ANIMADA,
POIS DAQUI ALGUNS DIAS ELA IRÁ FAZER COMPRAS. VAMOS AJUDAR A ELABORAR ESSA
LISTA ESCREVENDO O QUE É PRECISO PARA UMA FESTA DE ANIVERSÁRIO.
LISTA DE COMPRAS
17- IMAGINE QUE VOCÊ ESTEJA COM AQUELA FOME. SE FOSSE ATÉ Á COZINHA E LÁ
ENCONTRASSE:
FARINHA DE TRIGO
MACARRÃO
OVOS
MANTEIGA
SABONETE
AÇÚCAR
CHOCOLATE EM PÓ
VINAGRE
LEITE
AZEITONA
FERMENTO EM PÓ
FEIJÃO
A escrita de uma lista coloca bons desafios para os alunos que ainda não escrevem
alfabeticamente. A sua intervenção deve ser no sentido de favorecer a reflexão dos
alunos auxiliando-os na busca de pistas em outros materiais escritos expostos na sala,
pedindo aos alunos que releiam o que escreveram e comparem suas escritas com ou-
tras. Lembre-se de que nesse processo de aprendizagem da escrita o aluno precisa se
arriscar escrevendo como sabe, analisar, refletir, receber informação. Além da escrita no
papel você pode usar letras móveis para que os alunos se arrisquem a expor as suas
hipóteses de escrita.
Leitura de listas : mesmo os alunos que não leem convencionalmente podem inferir
o que está escrito , a partir de outras palavras, como por exemplo o seu nome e o nome
dos colegas. O importante é que saibam do que trata a lista. O agrupamento também é
fundamental para a realização da atividade: um aluno de escrita silábica com valor sono-
ro estar junto a outro com hipótese de escrita pré-silábica ou silábica sem valor sonoro.
É importante a sua intervenção pedindo que justifiquem porque acham que está escrito
tal palavra.
CRUZADINHAS
5 6 8 9
Antes de propor as cruzadinhas como atividade, você deve ensinar como funciona
a brincadeira, o que pressupõe o domínio de algumas regras que não são tão simples: é
preciso colocar uma letra em cada espaço. Não podem faltar ou sobrar espaços: se isso
acontecer, provavelmente há erros na escrita. O espaço em que as palavras se cruzam
deve ser preenchido com uma única letra, que é usada para escrever as duas palavras.
Algumas palavras são escritas em um sentido e outras, no outro; isso está indicado pela
posição das figuras.
Organize as duplas, considerando seus conhecimentos sobre o sistema de escrita.
Converse com os alunos a respeito da cruzadinha, certificando-se de que todos conhe-
cem as figuras, para que saibam exatamente o que precisam escrever. Explique como
deve ser usado o banco de palavras para os alunos que ainda não escrevem convencio-
nalmente (pré-silábicos e silábicos):
• Contar os espaços vazios que há para escrever a palavra correspondente
ao desenho.
• Procurar no banco de palavras a coluna que corresponde às palavras correspondente
ao número de letras.
• Achar a palavra; para isso, podem pensar nas letras para descobrir qual é a palavra.
LIÇÃO 3
Trava-línguas
A RATA
A RATA ROEU A ROL HA
DA GARRAFA DA RAINHA.
PINTOR PORTUGUÊS
PAULO PEREIRA PINTO PEIXOTO,
POBRE PINTOR PORTUGUÊS,
PINTA PERFEITAMENTE
PORTAS , PAREDES E PIAS,
POR PARCO PREÇO PATRÃO.
PEDRO
SE O PEDRO É PRETO,
O PEITO DO PEDRO É PRETO
E O PEITO DO PÉ DO PEDRO É
PRETO
RETRETA
QUANDO TOCA A RETRETA
NA PRAÇA REPLETA
SE CALA O TROMBONE
SE TOCA A TROMBETA .
TATU
— ALÔ, O TATU TAÍ?
— NÃO, O TATU NUM TÁ.
MAS A MULHER DO TATU TANDO ,
É O MESMO QUE O TATU TÁ.
PARDAL PARDO
— PARDAL PARDO , POR QUE PALRAS ?
— PALRO SEMPRE E PALRAREI ,
PORQUE SOU O PARDAL PARDO ,
O PALRADOR D’EL-REI
TEMPO
O TEMPO PERGUNTOU PRO TEMPO
QUANTO TEMPO O TEMPO TEM.
O TEMPO RESPONDEU PRO TEMPO
QUE O TEMPO TEM TANTO TEMPO
QUANTO TEMPO O TEMPO TEM.
PINTO
O PINTO PIA,
A PIPA PINGA.
PINGA A PIPA ,
O PINTO PIA.
PIPA PINGA.
QUANTO MAIS
O PINTO PIA,
MAIS A PIPA PINGA.
NINHO DE MAFAGAFOS
NUM NINHO DE MAFAGAFOS
HÁ CINCO MAFAGAFINHOS.
QUEM OS DESMAFAGAFIZAR,
BOM DESMAFAGAFIZADOR SERÁ.
Trava- línguas são palavras que rimam e complicam na hora da leitura. É uma
atividade para brincar e aprender com as palavras. Mesmo que os alunos ainda não
saibam ler convencionalmente, ao tentarem ler estabelecem relação entre o oral e o
escrito. Ainda colocam em uso as estratégias de leitura, usando o conhecimento que
possuem sobre o valor sonoro das letras .
Escolha dentre o repertório dos trava-línguas que os alunos conhecem de memória
um que gostariam de realizar a leitura e a análise das rimas. Peça que acompanhem
uma primeira leitura integral do trava-língua feita por você . Discuta com eles: quais pa-
lavras se parecem , rimam? Em que são parecidas? Porque ao falarem , correm o risco
de errar o texto? Como você explicaria o fato de ser tão difícil repetir esse texto em voz
alta e rapidamente? Estimule-os a recitar outros trava-linguas do livro do aluno.
LIÇÃO 4
Receitas de doces
Estas receitas são de dar água na boca!! Leia junto com sua professora.
Cocadas de Ovos
Ingredientes
1 quilo de açúcar
1 coco ralado
12 gemas
Essência de baunilha, ou canela em pau e cravos
Modo de fazer
Faça com o açúcar uma calda em ponto de fio. Retire do fogo, junte o coco ralado e as gemas, misture
tudo muito bem e torne a levar ao fogo, com um pedaço de canela e alguns cravos, se não for perfumar
com a essência de baunilha.
Neste último caso, só junte a baunilha quando retirar a cocada do fogo, o que deverá ser feito quando,
sempre mexendo, a calda estiver bem grossa.
Sirva, depois de fria, em compoteira ou em cálices.
Arroz-doce
Ingredientes
2 xícaras (chá) de arroz
1 litro de leite
Açúcar a gosto
1 colher (sopa) rasa de manteiga
Gemas de ovo à vontade
Uma pitada de sal
Canela em pó
Modo de fazer
Cozinhe o arroz em água, com uma pitada de sal, até que fique bem cozido e seco.
Feito isso, mude-o para outra caçarola, junte o leite e torne a levar ao fogo, para que cozinhe mais um
pouco.
Estando bem mole, junte o açúcar e a manteiga e deixe cozinhar em fogo brando, mexendo de vez em
quando para que não grude no fundo da caçarola.
Quando estiver bem grosso, retire do fogo, junte as gemas desmanchadas à parte e passadas na pe-
neira, e torne a levar ao fogo para que cozinhe mais um pouco.
Estando bem grosso, retire do fogo e deixe esfriar um pouco. Quando estiver quase morno, despeje em
tacinhas, em cálices grandes, ou mesmo em pratos de doce, polvilhando com canela em pó.
Fica mais saboroso cozinhando o arroz no leite.
Receitas salgadas
Batata frita
Ingredientes
Batatas
Óleo para fritar
Sal
Modo de fazer
Descasque as batatas, lave-as, enxugue-as e corte-as conforme o gosto:
em rodelas finas ou mais grossas, ou em palitos.
Pouco antes de servir, polvilhe as batatas com sal fino e frite-as em bastante óleo bem quente numa
caçarola funda.
Quando começarem a alourar, mexa com a escumadeira, para que todas fritem por igual; depois de
todas nesse ponto, retire-as do óleo com a escumadeira, levando para uma peneira, para escorre-
rem bem.
Bolinhos de Arroz
Ingredientes
2 xícaras(chá) de arroz já feito
2 ovos
1 colher (chá) de manteiga
2 colheres (sopa) de queijo ralado
Salsa picada
Um pouco de leite
Óleo para fritar
Modo de fazer
Passe o arroz na máquina de moer carne, junte os demais ingredientes, misture muito bem e frija às
colheradas, em óleo bem quente.
2- Agora é sua vez , escolha uma receita doce ou salgada, muito apreciada pelos seus familiares,
copie e traga para trocar com seus colegas de turma.
LIÇÃO 5
O objetivo a ser alcançado ao ler contos de assombração para seus alunos é ofe-
recer-lhes bons modelos do gênero em estudo para favorecer a construção de sua
competência escritora
as expectativas dos alunos em torno do gênero: Será que ficaremos com muito medo ao
ouvir esse conto?
Não se esqueça: o objetivo dessa atividade de leitura feita pelo professor é ofere-
cer aos alunos bons modelos do gênero em estudo. Portanto, cuide bem dos momentos
de leitura dos contos de assombração, pois são muito importantes para o processo de
aprendizagem de seus alunos.
Para saber mais sobre o que cabe ao professor realizar antes da leitura de um texto,
leia o Referencial de expectativas para o desenvolvimento da competência leitora e es-
critora no Ciclo II do Ensino Fundamental. São Paulo: DOT/ SME, 2006, p. 12 a 22.
Aula 1:
Hoje você irá ouvir a professora ler um conto.
O título é “Maria Angula” Do que será que irá tratar esse conto? Fale para a sua turma o que você acha
que irá aparecer nesse texto, ouça também a opinião de seus colegas.
Dica: é um conto de assombração.
Antes de ouvir a leitura do conto vamos anotar na tabela abaixo, os dados do conto, pois iremos
ouvir e ler muitos contos de assombração.
Depois da leitura você irá colocar a sua opinião sobre o conto. No espaço da tabela indicando
“Apreciação” você colocará o número de estrelas de acordo com o que achou do conto:
CONTOS DE ASSOMBRAÇÃO
A principal observação a fazer a respeito desta primeira leitura é que ela pode ser a
desencadeadora do interesse que os alunos passarão a ter quando a proposta for ouvir
um novo conto de assombração.
Inicie esta atividade propondo aos alunos a leitura compartilhada da consigna e da
curiosidade sobre o conto que será lido por você.
Terminada a leitura, incentive os alunos a manifestar suas opiniões e diga para regis-
trarem sua apreciação na tabela à página 25. Pergunte se chegaram a sentir medo e, se
quiser, releia alguns trechos. Aproveite para dar também sua opinião a respeito do conto.
Procure agrupar os alunos em duplas para que possam compartilhar pontos de vista
sobre as leituras .
Comente com os alunos a importância de anotarem os dados dos livros que você
tiver lido um conto.Assim , se quiserem , poderão organizar o acervo de contos lidos pelo
professor, para que possam ir controlando tanto o que está sendo lido como também
suas preferências.Cuide para que o registro não seja feito de forma burocrática. Procure
motivar para que seus alunos queiram dar sua opinião . Para isso confronte as opiniões
deles e manifeste também a sua.
Se necessário ajude os alunos que ainda não têm fluência leitora. O objetivo dessa
etapa é que se sintam encorajados a ler mesmo ainda sem saber ler fluentemente.
Aula 2:
Agora junto com seu colega leia o conto abaixo.
Não esqueça de anotar na tabela o título do livro, o título do conto, o autor e editora
e depois da leitura faça a sua apreciação.
Encurtando o Caminho
Tia Maria, quando criança, um dia se atrasou na saída da escola, e na hora em que foi voltar
para casa já começava a escurecer. Viu uma outra menina passando pelo cemitério e resolveu cortar,
fazendo o mesmo trajeto que ela.
Tratou de apressar o passo até alcançá-la e se explicou:
- Andar sozinha no cemitério me dá um frio na barriga! Será que você se importa se nós
formos juntas?
- Claro que não. Eu entendo você – respondeu a outra. – Quando eu estava viva, sentia exata-
mente a mesma coisa.
(do livro” Sete histórias para sacudir o esqueleto.de Angela Lago, Editora Companhia das Letrinhas,
São Paulo, 2002)
Se você visse uma assombração o que acha que sentiria? Escreva abaixo:
Leia para seus colegas o que você escreveu e copie o que os colegas escreveram e que você
nem tinha pensado:
Nesse conto a autora utiliza a expressão “frio na barriga” para indicar que a menina Maria estava
com medo. Que outras palavras podemos utilizar para indicar que estamos com medo?
_________________________________________________________________________________
_____________________________________________________
Sim
Não
Converse com seus colegas sobre isso.
Leia o próximo conto e tire suas dúvidas.
Nesta etapa é importante que os alunos manifestem a sua opinião. Caso necessário, retome o texto
para que fundamentem a sua opinião.
A viúva estava na cozinha com o filho, contando feliz o dinheiro que tinha encontrado debaixo do
colchão, quando o marido, falecido fazia meses, apareceu e veio sentar-se à mesa com eles.
A mulher não se intimidou:
- O que é que você está fazendo aqui, seu miserável?! Me dá paz! Você está morto! Trate de voltar
para debaixo da terra.
- Nem pensar – disse o morto. – Estou me sentindo vivinho.
A mulher mandou o filho buscar um espelho. Entregou ao morto para que ele visse a sua cara
de cadáver.
- É... Estou abatido. Deve ser falta de exercício – disse o falecido.
E mandou o filho buscar a sanfona, e convidou a mulher para dançar. Ela, é claro, não quis saber
de dançar com o defunto, que cheirava pior que gambá.
O morto nem ligou. Começou a dançar sozinho. De repente a mulher viu que um dedo dele estava
caindo, e ordenou:
- Toca mais rápido, menino!
Mais que depressa, a mulher mandou o filho buscar um baú para guardar os pedaços do marido:
- Põe tudo que é dele, filho. Tudo. Que eu vou procurar uns pregos e um martelo.
Dali a pouco ela voltou e caprichou nas marteladas, para que o morto nunca mais escapulisse.
Enterraram o defunto de novo. Depois jogaram bastante cimento em cima.
Só no dia seguinte a viúva lembrou do dinheiro do marido, que ela tinha deixado em cima da mesa.
- Cadê!?!
- Uai, mãe! Não era para guardar no baú tudo que fosse dele?
(do livro Sete histórias para sacudir o esqueleto de Angela Lago, Editora Companhia das Letrinhas, São Paulo, 2002)
Já que você conhece vários contos de assombração, liste abaixo as palavras que você percebeu
que sempre aparecem em conto de assombração.
Leia sua lista para seus colegas e anote as palavras que eles disseram que você ainda não tinha
escrito.
Ao propor aos alunos que respondam às questões, o principal propósito didático é favorecer uma
conversa com o grupo, que lhes permita observar no texto os recursos linguísticos utilizados pelo autor
para provocar medo e suspense no leitor. Para isso é importante uma boa leitura do texto e a troca de
informações entre eles.
Aula 4:
Agora chegou o momento de você e seus colegas ditarem um conto para o profes-
sor. Antes vocês devem escolher um conto de que tenham gostado bastante e depois
recontá-lo junto com o seu colega.
Para que todos participem, é importante que cada um peça a palavra e sempre
espere o colega terminar o que estava dizendo.
O conto é de todos- assim , todos precisam participar.
A proposta não é trabalhar a memória, mas sim possibilitar uma situação de pro-
dução de texto em que a ideia (o enredo da história) seja do conhecimento dos alunos.
Assim, permitimos que eles foquem sua atenção na linguagem escrita, na melhor forma
de se comunicar com o leitor para fazer com que ele se interesse pela leitura do texto,
se emocione, se arrepie, se envolva com a história. Preocupar-se com esses aspec-
tos relacionados à linguagem escrita implica práticas de comportamento escritor, isto é,
preocupar-se constantemente com o leitor e com a legibilidade do texto.
→ Como se trata de uma atividade de produção com apoio, caso o conto escolhido tenha
sido lido há muito tempo, é importante que você faça uma nova leitura.
→ Prepare-se antes, pense nas informações que precisará dar aos alunos, quais ques-
tões você poderá propor e o que não colocará em discussão. Para facilitar essa análise
e planejamento, escolha o conto a ser reescrito, com os alunos, ao menos um dia antes
do início da reescrita coletiva.
→ Em seguida, é necessário organizar uma situação na qual os alunos possam recontar
oralmente o conto escolhido, retomando as partes que o compõem. Essa situação de re-
conto pode desencadear um planejamento da reescrita, no qual você pode, com a ajuda
dos alunos, listar a sequência dos episódios, palavras que não devem ser esquecidas
porque dão efeitos importantes nas sensações que se quer causar nos leitores, entre
outras possibilidades.
→ Nessa situação de “produção oral com destino escrito”, os alunos ditam e você cumpre
o papel de escriba e, como tal, precisa cuidar para não produzir o texto pelos alunos.
Ou seja, é preciso considerar as formas de construção que eles propõem e, quando for
necessário, questioná-los sobre incorreções que comprometem muito a coerência ou a
coesão do trecho que está sendo ditado para que escreva. É preciso consultá-los e con-
siderar as possíveis soluções que são capazes de dar. Procure equilibrar aspectos que
podem ser melhorados já durante a produção escrita e outros, que devem ser analisados
quando terminada a produção.
→ Este texto não precisa ser produzido em uma única aula, pode ser escrito em par-
tes, por episódio, por exemplo, por essa razão é importante copiar o trecho produzido,
a cada etapa, em uma folha grande de papel, para apresentá-lo na próxima aula e dar
continuidade à produção ou revisão. Por outro lado, estender por muito tempo essa pro-
dução, pode desanimar os alunos, levando-os a perder o interesse pela tarefa. Procure
equilibrar o tempo.
→ Como você é o escriba, informe aos alunos que escreverá ortograficamente correto,
usará a pontuação necessária e discutirá com eles os aspectos de concordância verbal
e nominal.
Oriente-se pelo que o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil diz a esse
respeito:
Ditar um texto para o professor, para outra criança ou para ser gravado em fita cas-
sete é uma forma de viabilizar a produção de textos antes de as crianças saberem
grafá-los. É em atividades deste tipo que elas começam a participar de um processo
de produção de texto escrito, construindo conhecimento sobre essa linguagem, antes
mesmo que saibam escrever autonomamente. Ao participar em atividades conjuntas
de escrita, a criança aprende a:
• Usar palavras ou expressões literais do texto original;
• controlar o ritmo do que está sendo ditado, quando a fala se ajusta ao tempo
da escrita;
• diferenciar as atividades de contar uma história, por exemplo, da atividade de ditá-la
para o professor, percebendo, portanto, que não se dizem as mesmas coisas nem da
mesma forma quando se fala e quando se escreve;
• retomar o texto escrito pelo professor, a fim de saber o que já está escrito e o que
ainda falta escrever;
• considerar o destinatário ausente e a necessidade da clareza do texto para que ele
Aula 5:
Começamos a escrever junto o conto preferido do grupo. Hoje, vamos reler a par-
te que já foi escrita e melhorá-la.
Depois disso, você e seus colegas vão ditar a continuação ao professor que
irá registrá-la.
Nessa etapa, a ideia não é propor a revisão de todos os aspectos do texto ao mes-
mo tempo, o objetivo é que os alunos aprendam procedimentos de revisão de texto.
Releia o trecho do conto já produzido e auxilie- os para melhorar o texto.
A cada atividade de revisão, procure selecionar uma ou duas questões e trabalhar
em torno delas. Nesse primeiro momento você pode realizar uma revisão do ponto de
vista discursivo, ou seja, dos elementos que contribuem para tornar a narrativa mais
compreensível para o leitor: observar se faltam informações relevantes, se há algo am-
bíguo, confuso, sem sentido, ou repetitivo.
Caso você perceba que estão faltando trechos ou há partes confusas, ambíguas,
sem sentido, evidencie essas questões para os alunos. Mas tome cuidado para não dar
as respostas: incentive-os a procurar as soluções por si.
Se possível faça as alterações no próprio cartaz, com caneta porosa de outra cor,
para deixá-las bem visíveis. É importante considerar que a revisão faz parte do processo
de produção de textos. É uma das tarefas do escritor para tornar o texto cada vez melhor,
com o intuito de fazer o leitor compreender e mergulhar no universo que está criando.
Aula 6:
O professor irá apresentar em cartaz o conto que vocês escreveram coletivamen-
te. Releia o texto e verifique se precisa ser melhorado, pois o conto será lido para os
colegas de outras turmas. Então vale a pena caprichar muito e tornar esse conto de
assombração bem terrível e bem escrito!
Para a etapa final de revisão do mesmo texto, talvez seja necessário passá-lo a
limpo, num outro cartaz, caso as anotações tornem confusa e difícil sua leitura; e, nes-
te caso, será bastante produtivo colocá-los um ao lado do outro, para que os alunos
atentem também para este procedimento do escritor – passar a limpo, além de com-
parar as versões.
Sugira que melhorem os textos pensando em deixá-los mais bonitos (ou, neste caso,
mais assombrosos) e de leitura mais agradável. Aqui você pode descobrir o que seus
alunos são capazes de fazer sem sua ajuda, ou seja, avaliar o que já aprenderam sobre
a linguagem que se escreve e sobre procedimentos de escritor – que envolvem também
a revisão durante a produção e ao final dela.
Provavelmente, os alunos que ainda não produzem escritas convencionais não che-
guem a concluir os textos e, mesmo que concluam, talvez não consigam resgatá-los para
uma revisão. Nesse caso, uma alternativa é você assumir o papel de revisor, como es-
criba. Organize um agrupamento com esses alunos que ainda não escrevem convencio-
nalmente, selecione uma de suas produções e ajude-os a recuperar as ideias; discuta as
possibilidades de melhorar o texto e faça a revisão coletiva, como escriba dos alunos.
Importante: Como o texto terá outros leitores, é importante que você corrija os erros
que os próprios alunos não puderem corrigir.
Depois da correção, compartilhe com eles as alterações feitas por você. Pode ser
uma boa situação de aprendizagem, na qual eles vão observar aspectos em que não
haviam pensado antes. Nesse ponto eles podem começar a passar a limpo os textos já
revisados por você.
Aula 7:
Hoje é o dia de lermos o conto de assombração que escreveram para os alunos
de outra turma.
Escreva abaixo a sua opinião sobre o conto que você leu. Você gostou? Você acha
que os outros alunos gostaram? Escreva e depois leia para seus colegas.
LIÇÃO 6
Agora o seu professor fará a leitura de duas versões diferentes da mesma fábula. Acompanhe
a leitura com bastante atenção para que vocês possam conversar a respeito destas fábulas .
A cigarra e as formigas
Um belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar suas reservas de
trigo. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado completamente molhados. De repente aparece
uma cigarra:
— Por favor, formiguinhas, me deem um pouco de trigo! Estou com uma fome danada, acho que
vou morrer.
As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra os princípios delas, e perguntaram:
— Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por acaso não se lembrou de guardar comida
para o inverno?
— Para falar a verdade, não tive tempo — respondeu a cigarra. — Passei o verão cantando!
— Bom... Se você passou o verão cantando, que tal passar o inverno dançando? — disseram as
formigas, e voltaram para o trabalho dando risada.
1B-Seu professor lerá uma nova versão da fábula “A Cigarra e as formigas”. Fique atento
às semelhanças e diferenças entre as duas versões.
A Cigarra e as Formigas
A cigarra respondeu:
Esopo: fábulas completas. Tradução de Neide Smolka. São Paulo, Moderna, 1994
• Seu professor leu duas versões da fábula “A Cigarra e as Formigas”, para sua turma.
Converse com seus colegas sobre as formas diferentes de contar as duas historias.
Com a ajuda da professora anote as principais diferenças no quadro :
1ª versão 2ª versão
.
Num belo dia de inverno as formigas No inverno, as formigas estavam
estavam tendo o maior trabalho para fazendo secar o grão molhado.
secar suas reservas de trigo
1ª versão 2ª versão
.
– Mas por quê? O que você faz durante – Por que, no verão, não reservaste
o verão? Por acaso não se lembrou de também o teu alimento.
guardar comida para o inverno?
E a cigarra responde:
1ª versão 2ª versão
.
– Para falar a verdade, não tive tempo – Não tinha tempo, pois cantava
– respondeu a cigarra – Passei o verão melodiosamente.
cantando!
Perguntar aos alunos o que acham que todas as fábulas têm de parecido.
Anotar na lousa as opiniões, pois elas revelam o conhecimento das crianças so-
bre o gênero.
Complementar com informações que eventualmente não foram observadas por elas.
Na etapa seguinte os alunos escolhem a fábula de que mais gostaram e o professor
faz a leitura para que possam planejar o que vão escrever.
2ª leitura da fábula:
2B- Acompanhe, novamente, a leitura da fábula “A cigarra e as formigas”. Fique atento, pois você
e seus colegas farão um ditado dessa história ao professor.
Com a ajuda do professor, façam uma lista com os principais acontecimentos da história. Copie o
que vocês conversaram nestas linhas.
Após ouvir a fábula e listar os acontecimentos mais importantes é a hora de vocês recon-
tarem a história. Procurem fazer isso escolhendo bem as palavras, de modo que fique bem con-
tada. Vocês não precisam usar as mesmas palavras do texto, mas podem utilizar algumas, que
parecerem interessantes.
A etapa 2 tem como objetivo aproximar os alunos da linguagem que se escreve, portan-
to, o reconto busca a aproximação das características do texto original ( o texto lido para
eles), descrevendo personagens, cenários, ações...
É importante cuidar para que não reproduzam o texto exatamente como o original, uma
vez que é um texto curto com uma trama enxuta.
Entenda nessa situação o que significa ditar um texto ao professor (consul-
tar a p. 47)
Quando terminarem, seu professor lerá o que vocês ditaram, para que todos sugi-
ram as alterações que acharem necessárias.
que era só brincadeira e nem prestaram atenção. O lobo pôde devorar todas as ovelhas sem
ser perturbado.
Depois de acompanhar a leitura, converse com seus colegas sobre as principais diferenças entre
as duas histórias e, com a ajuda do professor anote-as nos quadros.
1ª versão 2ª versão
Um pastorzinho que cuidava de seu rebanho Um pastor costumava levar seu rebanho para
perto de um povoado gostava de se distrair de fora da aldeia. Um dia resolveu pregar uma
vez em quando gritando: peça nos vizinhos.
1ª versão 2ª versão
Um dia apareceu um lobo em carne e osso. Mas um dia, o lobo apareceu de fato e
começou a atacar as ovelhas.
1ª versão 2ª versão
Vocês vão ditar para seu professor a fábula “ O menino que mentia”
Lembrem-se da sequencia da historia. Vocês podem usar partes interessantes das duas versões
lidas em classe.
Quando terminarem, seu professor vai ler o que vocês ditaram, para que todos sugiram as altera-
ções que acharem necessárias
Na aula passada, vocês produziram um texto ditando ao professor. Nesta aula, vão reler o que
ditaram para o professor e fazer alterações para melhorar o texto.
Na revisão, é interessante observar:
• Se faltam partes importantes da história;
• Se há palavras que se repetem excessivamente;
• Se há muitas expressões ou palavras que se usam nas conversas do dia a dia, mas que não são
tão comuns nos textos escritos.
Além disso, vocês podem incluir ou alterar palavras para caracterizar melhor os personagens, para
enfatizar alguma passagem etc.
Leia novamente junto com seu professor e veja o texto foi bem escrito.
LIÇAO 7
Essa é uma atividade com o propósito de ler para os alunos os artigos de divulga-
ção científica sobre curiosidades e informações importantes sobre o corpo humano. Não
é um estudo da área de Natureza e Sociedade e sim de Língua Portuguesa, pois o obje-
tivo geral é possibilitar a aprendizagem da leitura de artigos de divulgação científica.
Nesse processo os alunos se aproximarão de uma diversidade de conceitos cien-
tíficos. É importante saber que a intenção é apenas de aproximação e não de estudo
aprofundado sobre nenhum deles. Mesmo porque esses conteúdos não são ensinados
somente a partir da leitura e muito menos aprendidos desta forma.
Os principais propósitos didáticos dessa sequência de leitura relacionam-se com al-
gumas aprendizagens que esperamos que os alunos conquistem, como aprender mais:
→ Sobre a organização interna e as diferentes formas de apresentação gráfica dos arti-
gos de divulgação científica;
→ Procedimentos de leitor competente (o aprendizado da leitura envolve aprender pro-
cedimentos de leitor);
→ Alguns procedimentos de leitura, quando o propósito é estudar ou saber mais sobre
um determinado assunto
→ Sobre nosso corpo, adquirindo informações importantes e interessantes a respeito
desse assunto.
Você deve garantir que todos tenham acesso ao conteúdo estudado por meio do
texto impresso. Como seus alunos são leitores iniciantes, faça sempre a primeira leitura
do texto, em voz alta, enquanto eles acompanham em seus próprios livros. Além disso,
não perca de vista os alunos com maior dificuldade – nos trabalhos em dupla ou em gru-
po, coloque-os junto dos que já leem com maior autonomia e fluência.
É importante que os alunos tenham acesso a outros artigos de divulgação científica,
para isso, procure apresentar a eles livros e outras publicações com esse gênero textual
e converse com a classe, após a leitura, sobre a funcionalidade dos mesmos – onde
podem ser encontrados etc.
Selecione, na Sala de Leitura, livros que abordem o corpo humano para mostrar
textos e imagens sobre o tema. Mesmo que os alunos ainda não tenham condições de
ler os textos com autonomia, você pode solicitar-lhes que leiam o título, os subtítulos e
até mesmo trechos, uns para os outros – alunos com leitura fluente para aqueles com
hipóteses não alfabéticas.
Expectativas de aprendizagem
ATIVIDADE 1
Doutor Cheiroso
1-Segue abaixo uma série de perguntas sobre os cheiros do nosso corpo. Leia as perguntas que foram
feitas para o doutor cheiroso e vejam como são interessantes:
O professor irá copiar essas perguntas na lousa. Fará a leitura de um texto que respondem algu-
mas delas. Ouça atentamente e volte para a lista de perguntas para indicar quais repostas foram dadas
pelo Dr. Cheiroso.
Ajude o seu professor organizar as respostas encontradas, comentando partes do texto que po-
dem responder algumas destas perguntas.
DOUTOR CHEIROSO
O curioso em relação ao mau hálito é que os portadores não conseguem perceber o odor desa-
gradável que exalam. São os outros que notam e ficam constrangidos em avisar – “olha, teu hálito não
está legal”. Às vezes, nem toda a intimidade do mundo justifica uma atitude como essa e o problema
não é enfrentado como deveria.
O cheiro está tão ligado às emoções e ao hálito desagradável que pode provocarrepulsa e afas-
tamento, muitas vezes irreversível. Casais podem relevar desencontros, vencer diferenças de persona-
lidade e das formas de enxergar a vida, podem até esquecer os maus passos dados por um deles, mas
é muito difícil que consigam superar a inconveniência do mau hálito de um dos parceiros.
Na grande maioria dos casos, o mau hálito, ou halitose, tem origem na própria língua, um órgão
muscular revestido por papilas. Essas papilas possuem terminações nervosas que, estimuladas por
determinadas moléculas, conduzem informação ao cérebro a fim de reconhecer o gosto das coisas.
Na parte posterior da língua sobram espaços entre as papilas e se formam pequenas criptas. Nelas se
acumulam alimentos e restos de células que descamam do epitélio lingual.
Esses resíduos funcionam como meio de cultura para as bactérias, que, quando fermentam,
liberam substâncias ricas em enxofre, e é o cheiro de enxofre que provoca o mau hálito.
http://www.drauziovarella.com.br/entrevistas/mauhalito.asp
Combine com a turma que primeiro você lerá todo o texto para que eles entendam
o sentido geral. Depois lerá um parágrafo de cada vez e discutirá as dúvidas.
Após a leitura, discuta com os alunos quais perguntas o texto respondeu e organize
as conclusões do grupo de forma que todos possam participar.
A explicitação das perguntas que poderão ser respondidas com a leitura do texto é
uma estratégia que permite aos alunos se concentrarem em questões que favorecem
uma compreensão global, evitando que se dispersem em detalhes irrelevantes. Por
outro lado, a retomada delas ao final da leitura do texto funciona como um instrumento
organizador do que conseguiram compreender do texto lido pelo professor.
O fato do texto não responder todas as perguntas formuladas antes da leitura, cria
a possibilidade de novos contextos de leitura. Ir ao site para encontrar respostas para as
questões não respondidas pelo texto ou pelo grupo pode ser um bom encaminhamento
para os alunos.
Afinal, uma leitura quase sempre gera a necessidade de novas leituras de textos do
mesmo gênero, o que contribui para saber mais sobre um determinado assunto.
ATIVIDADE 2
CIRCULAÇÃO:CAMINHOS DO SANGUE
2- Leia este texto para saber mais sobre o nosso corpo. Se tiver dúvidas, peça ao seu professor
para anotá-las, e depois juntos, verificar se o texto responde ou se terão que consultar o dicionário ou
o professor de ciências.
O coração bate mais forte quando a gente pula corda, joga futebol, brinca de pega-pega ou corre por
aí. Por quê? Quando nos movimentamos rapidamente, gastamos mais energia. Então o sangue tem que
circular depressa, porque tem muita coisa para fazer:
ATIVIDADE 3
O QUE COMER PARA NÃO FICAR DOENTE
Comer bem não é tão simples quanto parece. Quem monta uma dieta específica para combater
distúrbios cardiovasculares trabalha com tantas variáveis quanto um engenheiro que projeta um edifício.
É preciso levar em conta, por exemplo, idade, peso, altura, tipo de vida, estado clínico e até as prefe-
rências culinárias.
Para ministrar uma dieta cientificamente elaborada existem os nutricionistas, com suas tabelas e
cálculos. Mas os leigos também podem fazer isso, desde que bem orientados. A regra número um é:
reduza ao mínimo a ingestão de alimentos muito ricos em colesterol, como as carnes vermelhas gordu-
Mas só esse cuidado não basta. Há alimentos que não possuem colesterol, mas são ricos em áci-
dos graxos, que também podem causar aterosclerose. Os ácidos graxos são as unidades fundamentais
dos lipídios, ou gorduras. São formados por átomos de carbono e dividem-se em três grupos, conforme
o tipo de ligação existente entre eles. Assim, eles podem ser saturados, monoinsaturados e poliinsatura-
dos. Os ácidos graxos saturados são os mais perigosos, pois elevam a concentração de LDL, chamado
mau colesterol. Eles estão presentes em grande quantidade nos alimentos de origem animal, como
carnes e leite, mas também podem ser encontrados em alguns vegetais, como a polpa do coco, o óleo
Leia o texto para os alunos e diga que ao final terão que explicar o sentido do título. Provavelmente
eles não consigam responder com muita profundidade logo da primeira leitura. Então, leia novamente e
vá destacando com eles as partes que consideram mais importantes e discuta o assunto alimentação,
especialmente o que significam CARNES VERMELHAS e ALIMENTOS DERIVADOS, pois seus alunos
Neste texto, como em alguns outros são muitos os conceitos científicos que os alunos precisarão
se aproximar para poder entender o texto, por isso é fundamental que você prepare a leitura antes, pois
os conhece muito bem e poderá antecipar quais serão suas principais dúvidas e até algumas de suas
hipóteses.
ATIVIDADE 4
Este é um assunto muito importante para a faixa etária dos seus alunos. Faça com que se sintam
à vontade, falando com naturalidade sobre o assunto.
Anote na lousa o que eles já entendem por puberdade para depois evidenciar tudo o que apren-
deram com o texto.
Nesta atividade os alunos devem selecionar informações no texto em função de um objetivo – res-
ponder às perguntas orientadoras da leitura, conforme consigna, que deve ser lida de modo comparti-
lhado com os alunos.
das gônadas (testículos, no homem; ovários, na mulher). Isso torna nosso corpo “biologicamente
apto” a dar início às atividades sexuais e reprodutivas. Nesta fase de desenvolvimento orgânico
e corporal, os caracteres sexuais secundários começam a surgir e os órgãos genitais atingem,
progressivamente, a maturidade.
Nas meninas, a puberdade costuma iniciar-se na faixa etária entre 9 e 14 anos. É assinalada,
principalmente, pelo aparecimento da menarca (ou seja, a primeira menstruação). Há uma aceleração
do crescimento orgânico e um arredondamento das formas, causado pelo acúmulo de gorduras nas
mamas, nos quadris, coxas e região glútea. A transpiração também aumenta e aparecem os pêlos
pubianos e os das axilas.
Nos meninos, em geral, a puberdade inicia-se na faixa dos 10 aos 14 anos. Ocorrem, então, uma
aceleração do crescimento físico, um rápido aumento da massa e da força muscular, o alargamento
dos ombros, mudanças no timbre da voz e crescimento de pêlos no corpo, sobretudo no púbis, axilas e
rosto. Nos órgãos genitais, as primeiras mudanças são o crescimento dos testículos e da bolsa escrotal.
Um ano após, aproximadamente, ocorre o crescimento do pênis.
É importante ressaltar que não há uma idade fixa para o início da puberdade, pois isso
depende das características biológicas de cada pessoa e das peculiaridades do seu processo de
desenvolvimento. Assim sendo, entrar na puberdade na faixa dos 9 aos 14 anos é absolutamente
normal do ponto de vista médico, tanto para os meninos quanto para as meninas. (*) fonte: Manual
Organon de Orientação Sexual.
Após uma primeira leitura, releia o texto e peça que destaquem o que encontraram
e ajuda a responder as questões colocadas antes da leitura realizada por você, professor.
À medida que eles forem encontrando as informações no texto, você poderá anotar
na lousa, organizando duas colunas: mudanças no corpo das meninas e as razões pelas
quais acontecem, assim como mudanças no corpo dos meninos e suas razões. Aprovei-
te para discutir essas informações.
Ao final, retome as hipóteses dos alunos sobre a palavra puberdade e procure ajudá-
los a estabelecer uma relação entre essa palavra e as informações obtidas e discutidas
através da leitura do texto.
Provavelmente, depois de tudo isso, eles já tenham construído uma certa com-
preensão do significado da palavra puberdade, mas ainda terão muitas dúvidas sobre
o assunto. Não se preocupe, pois é assim que se aprende, pensando sobre o assunto,
buscando novas fontes de informação. Este é um bom momento para indicar outras
leituras, selecionar portadores para serem comentados e indicados na roda semanal de
leitura etc.
LIÇAO 8
Golfinho
Todo mundo pensa que o golfinho é um peixe, mas não é. Ele é um mamífero, assim como a baleia.
Vive nos oceanos e mares de todo o mundo, perto ou longe dos continentes. No Brasil, pode ser visto
ao longo de todo o litoral, do Nordeste ao Rio Grande do Sul.
Sua alimentação consiste principalmente de peixes e lulas. Mede de 1,5 a 3,5 metros de compri-
mento e pode pesar até 110 kg. O período de gestação é de dez a onze meses. Os filhotes nascem com
pouco menos de 1 metro e são amamentados durante cerca de 14 meses. A fêmea tem um filhote a
cada dois ou três anos. Esse animal vive em média 20 a 35 anos.
Os golfinhos vivem em grupos que podem chegar a milhares de animais, entre os que vivem no
oceano. Na costa, é possível ver até 500 golfinhos juntos.
São ágeis, velozes e acrobatas. Saltam e nadam na proa de embarcações. As vocalizações in-
cluem vários estalos e assobios.
Sabe-se que o golfinho-comum pode mergulhar até 280 metros, ficando embaixo d’água por cerca
de oito minutos. Depois ele tem de subir para respirar.
Fonte: http://www.terra.com.br/criancas/bichos/golfinho.htm
Tartarugas marinhas
As tartarugas marinhas existem há mais de 150 milhões de anos. Seu casco é coberto de escamas
de queratina, o mesmo material das nossas unhas. São encontradas em todos os oceanos do mundo e
é a tartaruga-de-couro, também chamada de tartaruga-gigante. Ela pode pesar cerca de 700 quilos e
chega a ter 2 metros de comprimento. A menor é a tartaruga-oliva. Ela mede cerca de 60 centímetros.
Somente as fêmeas saem da água. Elas voltam ao local onde nasceram, cavam um buraco e
depositam seus ovos. Uma tartaruga fêmea coloca em média 130 ovos por vez.
Assim que os filhotes nascem, correm para o mar. A corrida pela areia da praia até o mar é o
momento mais perigoso na vida da tartaruguinha. Pequenas e frágeis, são alvo fácil para caranguejos,
aves e outros bichos. De cada mil tartarugas que saem dos ovos, apenas uma ou duas sobrevivem.
As tartarugas podem ficar fora da água por quanto tempo quiserem, desde que não se exponham
ao sol e ao calor. Elas tiram a cabeça da água para respirar, mas podem ficar várias horas lá embaixo.
Adaptado de www.recreionline.abril.com.br
Alimentação:
Espécies de tartarugas marinhas:
Curiosidades:
Mico-leão-da-cara-preta
4- Agora leiam a seguinte ficha técnica sobre a onça pintada e depois escrevam um texto
informativo sobre esse animal:
Ficha técnica
Agora leia para seu colega e sua professora o que você escreveu sobre a onça pintada
Cavalo-marinho
O cavalo-marinho possui uma cabeça alongada com filamentos que lembram a crina de um cavalo.
É por isso que tem esse nome. É o único peixe com a cabeça perpendicular ao corpo. Existem mais de
40 espécies desse animal, habitando quase toda a totalidade dos mares de nosso planeta. Seu tama-
nho varia de 2 a 60 centímetros.
Do mesmo modo que o camaleão, ele pode mudar de cor e seus olhos saltados podem mover-se
independentemente um do outro. Eles nadam com o corpo na vertical, movimentando-se pela rápida
vibração das barbatanas. A cauda longa e preênsil permite que eles se agarrem a plantas submarinas
enquanto se alimentam de pequenos crustáceos.
A reprodução ocorre na primavera. Os ovos postos pela fêmea são fertilizados pelo macho, que
os guarda em uma bolsa na base da sua cauda. Dois meses mais tarde, os ovos se abrem e o macho
realiza violentas contorções para expelir os filhotes, que são transparentes e pouco maiores que um
centímetro. Sobem logo à superfície para encher suas bexigas natatórias com ar, única maneira de
conseguir o equilíbrio na água.
Fonte: <http://www.saudeanimal.com.br/cavalo_marinho.htm>
Ficha técnica
Animal : cavalo-marinho
Características:
Tamanho:
Reprodução:
LIÇAO 9
Se possível, leve um aparelho de som para sala de aula e coloque a música para
os alunos ouvirem. Provavelmente eles irão memorizar algumas partes. Peça-lhes que
localizem no texto onde está escrito o que memorizaram. Depois leia em voz alta, solici-
tando que acompanhem a sua leitura. Esse é um procedimento importante para ajustar
o falado ao escrito.
Comente com os alunos a música e aproveite para falar sobre os autores. Você
poderá propor que pesquisem mais sobre Chico Buarque, Tom Jobim, Caetano Veloso,
Gilberto Gil na sala de Leitura e informática.
Esta atividade permite aos alunos que busquem outros poemas musicados que pro-
vavelmente sabem de memória. Peça que escrevam e depois tentem ler ajustando o
falado ao escrito.
Você poderá pedir que organizem um caderno com diversas letras de música para
que eles possam fazer a leitura daquelas que conhecem de memória.
O que os alunos podem aprender nesta atividade?
-Conhecer e apreciar um texto que faz parte do repertório popular de nossa cultura.
-Ler antes de saber ler convencionalmente.
-Acionar estratégias de leitura que permitam descobrir o que está escrito.
-Ler um texto procurando relacionar aquilo que está sendo lido em voz alta
com as palavras escritas.
1- Cante junto com sua professora e seus colegas , seguindo a letra da canção:
LIÇAO 10
A banda Pra ver a banda passar
(Chico Buarque) cantando coisas de amor
LIÇAO 10
AGRIÃO
O agrião é uma planta herbácea. Emite ramos de até 50 ou 60 centímetros e comprimento. A
haste ramosa, espessa, suculenta e rasteira emite numerosas raízes adventícias.
É uma planta conhecida, boa para saladas. Deve-se usá-la crua porque, quando cozida, suas pro-
priedades medicinais se perdem.
O agrião contém um óleo essencial, iodo, ferro, fosfato e alguns sais.
Seu uso prolongado tem efeito depurador do sangue e antiescorbútico. Emprega-se, outrossim,
como ótimo remédio contra a atonia dos órgãos distintos; como estimulante no escorbuto, escrofulose e
raquitismo; como diurético, nas enfermidades das vias urinárias e nos cálculos; como expectorante, nos
catarros pulmonares crônicos; e como desopilante do fígado. O agrião convém aos diabéticos, porque
encerra poucos princípios amiláceos. Toma-se, diariamente, 3 a 4 colheres das de sopa de suco de
agrião, puro ou diluído em água. Aplicado em cataplasmas (pasta feita com as folhas) sobre úlceras,
apressa sua cicatrização.
Em resultados de várias pesquisas, atribuem-se ao agrião propriedades antídotas aos efeitos tó-
xicos da nicotina.
O suco da planta, misturado com mel, dá um bom xarope para combater bronquite, tosse e tuber-
culose pulmonar.
As mulheres grávidas não devem comer agrião em quantidade, pois, em virtude de sua ação sobre
a matriz, pode provocar aborto.
Não se deve usar agrião que cresce junto às águas paradas, visto que ao mesmo podem se pren-
der insetos aquáticos, portadores do bacilo de Eberth, causador do tifo, ou de larvas de vermes.
Lavando-se bem o agrião e espremendo-se bastante suco de limão em cima, pode-se comê-lo
com bem menos perigo.
BOLDO
O boldo é uma planta originária do Chile, encontrando-se também nos Andes argentinos. O caule
aéreo, lenhoso e perene, alcança alguns metros de altura.
Possui importantes propriedades curativas, as quais são eficazes no tratamento das enfermidades
hepáticas e biliares. Empregam-se as folhas como específico para fazer desaparecer os cálculos hepá-
ticos (pedras do fígado) e as anormalidades das vias biliares.
CARQUEJA
Emprega-se, em forma de chá, para combater anemia, cálculos biliares, diarreias, enfermidades
da bexiga, do fígado e dos rins, má digestão, má circulação do sangue, icterícia e inflamação das vias
urinárias e também no controle da diabete.
A carqueja também dá bons resultados em angina e inflamação da garganta, casos em que se
fazem gargarejos com uma decocção da planta.
GIRASSOL
Arbusto de até 2 metros de altura, o girassol tem caule verde, flores amarelas, dispostas em
redor de um disco grande, cuja face superior é toda recoberta de sementes oleaginosas.
É uma planta muito útil. As sementes dão farinha para pão. Torradas, podem ser usadas como subs-
tituto do café. Comprimidas, dão um óleo que se pode empregar para fins culinários e em substituição ao
óleo de linhaça, para preparar vernizes e tintas.
Tanto as flores quanto as folhas podem ser usadas topicamente, amassadas, em contusões, esfo-
laduras, golpes, feridas e úlceras.
HORTELÃ
A hortelã é uma planta de 30 a 60 centímetros, ligeiramente aveludada. Haste ereta, quadrangular,
avermelhada e ramosa.
Na hortelã estão reunidas, em elevado grau, as propriedades antiespasmódicas, carminativas,
estomáquicas, estimulantes e tônicas.
Prescreve-se essa hortaliça como remédio na altura das vias digestivas, flatulências, timpanite
(especialmente a de causa nervosa), cálculos biliares, icterícia, palpitações, tremedeiras, vômitos (por
nervosidade), cólicas uterinas e dismenorreia.
É um medicamento eficaz contra os catarros das mucosas e favorece a expectoração.
Aplica-se também o sumo, embebido em algodão, para acalmar as dores de dente.
Às crianças que têm vermes intestinais, administra-se um chá de hortelã, para libertá-las dos pa-
rasitas que as atormentam.
As mães que amamentam devem tomar esse chá, para aumentar a secreção de leite.
As primeiras leituras deverão ser feitas por você . Aos poucos transfira tal respon-
sabilidade para os alunos e, progressivamente, eles poderão assumir tarefas com a
leitura com mais autonomia.
Proponha que escolham uma planta para conhecerem mais sobre as suas
propriedades curativas. Convide os alunos a lerem o texto em dupla e grifar nele
as informações sobre as propriedades curativas da planta escolhida. Em seguida
solicite que ditem para você escrever essas informações para serem colocadas
no mural da escola.:
PROPRIEDADES CURATIVAS:________________________________________________________
LIÇAO 11
1 - Acompanhe a leitura que seu (sua) professor (a) irá fazer do poema de um dos mais impor-
tantes poetas brasileiros. Depois convide um colega para ler junto com você.
No meio do caminho
Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras.
Pomar amor cantar.
Quadrilha
João amava Teresa que amava
Raimundo
que amava Maria que amava
Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos,
Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre,
Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou
com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
2 - Agora pesquise outros poemas escritos por Carlos Drummond e traga para a sua turma.
3 - Agora você vai conhecer poemas de outro autor famoso, Mário Quintana. Acompanhe a leitu-
ra de seu ( sua ) professor (a).
Agora escolha um poema de seu poeta preferido e escreva no seu caderno.
O poema
Um poema como um gole d’água
bebido no escuro.
Como um pobre animal palpitando
ferido.
Como pequenina moeda de prata
perdida para sempre
na floresta noturna.
Um poema sem outra angústia que
a sua misteriosa
condição de poema.
Triste.
Solitário
Único.
Ferido de mortal beleza.
ANEXOS:
Maria Angula era uma menina alegre e viva, filha de um fazendeiro de Cayambe. Era louca por
uma fofoca e vivia fazendo intrigas com os amigos para jogá-los uns contra os outros. Por isso tinha
fama de leva-e-traz, linguaruda, e era chamada de moleca fofoqueira.
Assim viveu Maria Angula até os dezesseis anos, decidida a armar confusão entre os vizinhos, sem
ter tempo para aprender a cuidar e a preparar pratos saborosos.
Quando Maria Angula se casou, começaram os seus problemas. No primeiro dia, o marido pediu-
lhe que fizesse uma sopa de pão com miúdos, mas ela não tinha a menor ideia de como prepará-la.
Queimando as mãos com uma mecha embebida em gordura, acendeu o carvão e levou ao fogo um
caldeirão com água, sal e colorau, mas não conseguiu sair disso: não fazia ideia de como continuar.
Maria lembrou-se então de que na casa vizinha morava dona Mercedes, cozinheira de mão-cheia,
e, sem pensar duas vezes, correu até lá.
— Minha cara vizinha, por acaso a senhora sabe fazer sopa de pão com miúdos?
— Claro, dona Maria. É assim: primeiro coloca-se o pão de molho em uma xícara de leite, de-
pois despeja-se este pão no caldo e, antes que ferva, acrescentam-se os miúdos.
— Só isso?
— Só, vizinha.
— Ah — disse Maria Angula —, mas isso eu já sabia!
E voou para a sua cozinha a fim de não esquecer a receita.
No dia seguinte, como o marido lhe pediu que fizesse um ensopado de batatas com toicinho, a
história se repetiu:
— Dona Mercedes, a senhora sabe como se faz o ensopado de batatas com toicinho?
E como da outra vez, tão logo a sua boa amiga lhe deu todas as explicações, Maria Angula excla-
mou:
— Ah! É só? Mas isso eu já sabia! — e correu imediatamente para casa a fim de prepará-lo.
Como isso acontecia todas as manhãs, dona Mercedes acabou se enfezando. Maria Angula vinha
sempre com a mesma história: “ah, é assim que se faz o arroz com carneiro? Mas isso eu já sabia! Ah,
é assim que se prepara a dobradinha? Mas isso eu já sabia!”. Por isso a mulher decidiu dar-lhe uma
lição e, no dia seguinte…
— Dona Mercedinha, Mercedinha!
— O que deseja dona Maria?
— nada, querida, só que meu marido quer comer no jantar um caldo de tripas e bucho e eu…
— Ah, mas isso é fácil demais! — disse dona Mercedes. E antes que Angula a interrom-
pesse, continuou:
— Veja: vá ao cemitério levando um facão bem afiado. Depois espere chegar o último defunto do
dia e, sem que ninguém a veja, retire as tripas e o estômago dele. Ao chegar em casa, lave-os muito
bem e cozinhe-os com água, sal e cebolas. Depois que ferver uns dez minutos, acrescente alguns grãos
de amendoim e está pronto. É o prato mais saboroso que existe.
— Ah! — disse como sempre Maria Angula. — é só? Mas isso eu já sabia!
E, num piscar de olhos, estava ela no cemitério, esperando pela chegada do defunto mais fresqui-
nho. Quando já não havia mais ninguém por perto, dirigiu-se em silêncio à tumba escolhida. Tirou a terra
que cobria o caixão, levantou a tampa e… ali estava o pavoroso semblante do defunto! Teve ímpetos
de fugir, mas o próprio medo a deteve ali. Tremendo dos pés à cabeça, pegou o facão e cravou-o uma,
duas, três vezes na barriga do finado e, com desespero, arrancou-lhe as tripas e o estômago. Então
voltou correndo para casa. Logo que conseguiu recuperar a calma, preparou a janta macabra que, sem
1
Extraído da Coletânea de texto do Programa de Formação de professores Alfabetizadores - Coletânea de
texto – M1U4T8
O Tesouro Enterrado2
Numa das ruas que davam na pracinha de Belém, na antiga cidade de Huaraz, havia uma casa
dos tempos coloniais que sempre estava fechada e que vivia cercada de mistérios. Diziam que estava
repleta de almas penadas, que era uma casa mal-assombrada.
Quando esta história começou, a casa já havia passado por vários donos, desde um avaro agiota
até o padre da paróquia. Ninguém suportava ficar lá. Diziam que estava ocupada por alguém que não
se podia ver e que em noites de luar provocava um tremendo alvoroço.
De repente, ouviam-se lamentos atrás da porta, objetos incríveis apareciam voando pelos ares,
ouvia-se o ruído de coisas que se quebravam e o tilintar de um sino de capela. O mais comum, porém,
era se ouvirem os passos apressados de alguém que subia e descia escadas: toc, toc, tum; toc, toc,
tum... As pessoas morriam de medo de passar por ali de noite.
Certo dia chegou à cidade uma jovem costureira procurando uma casa para morar. A única que lhe
convinha, por ficar no centro, era a casa do mistério.
Muito segura, a tal costureira afirmou que não acreditava em fantasmas e alugou o imóvel. Instalou
ali a sua oficina, com uma máquina de costura, um grande espelho, cabides e uma mesa de passar a
ferro.
Com a costureira moravam uma moreninha chamada Ildefonsa e um cachorrinho preto, de nome Sal-
guerito. E foi o pobre do animal que acabou pagando o pato, pois o fantasma da casa decidiu fazer das suas
com ele: puxava-lhe o rabo, as orelhas, e vivia empurrando o coitadinho. Dormisse dentro ou dormisse fora
da casa, à meia noite Salguerito se punha a uivar de tal modo que dava medo. Arqueava o lombo, se arre-
piava todo e ficava com os olhos faiscando de medo. Só dormia tranquilo na cozinha, ao pé do pilão.
As pessoas costumavam ir bisbilhotar para ver como era a tal costureirinha e saber como aque-
les três estavam se arrumando na casa mal-assombrada. As duas mulheres não demonstravam em
absoluto estar assustadas nem se davam por vencidas. A única coisa é que tinham que dormir com a
lamparina acesa e com o cão na cozinha.
O fantasma acabou se cansando de infernizar o animal, mas começou então a deixar suas marcas
na oficina da costureira: o espelho entortava sem que ninguém o tocasse; a máquina de costura come-
çava a costurar sozinha; os carretéis caíam e ficavam rolando no chão; desapareciam as tesouras, o al-
fineteiro, o dedal e o caseador; as mulheres sentiam a presença de alguém que as seguia o tempo todo
e, às vezes, o espelho ficava embaçado, como se alguém estivesse se olhando muito próximo dele.
Várias vezes o padre passou pela casa levando água benta, mas o copinho onde ela ficava sempre
aparecia misteriosamente entornado.
— Isso não é coisa do diabo — esclareceu o padre. — as coisas do diabo se manifestam de outra
maneira e acabam com água benta, invocações ou com a santa missa.
Com isso, as mulheres ficaram mais tranquilas.
— O que eu acho é que deve haver alguma coisa enterrada por aí. Dinheiro ou jóias guardados
em algum lugar. Talvez alguma alma penada queira mostrar a vocês o lugar em que está o tesouro para
Coletânea de contos de tradição oral. Contos de assombração. Co-edição latino-americana. São Paulo:
2
O Baile Do Caixeiro-Viajante3
3
Prandi, Reginaldo. Minha querida assombração. Companhia das Letrinhas, 2003
que aconteceu.
Leôncio, sim, era esse o seu nome, conheço bem sua incrível história de amor.
Leôncio era um caixeiro-viajante da capital e vinha à cidade uma vez por mês prover de mercado-
rias as vendas do lugar. Ia e voltava no mesmo dia, mas houve algum problema com sua condução e
daquela vez ele teve que dormir na cidade.
Cidade pequena, sem muitos atrativos, o que se poderia fazer à noite para distração?
Era dia de baile na cidade, um sábado especial, e uma orquestra de fora tinha sido contratada.
O moço do hotel que servia o jantar comentou:
— Seu Leôncio, este baile o senhor não pode perder.
E não podia mesmo, mal sabia ele.
Leôncio mandou passar o terno e foi ao baile.
Gostava de dançar, sabia até dar uns bons passos, mas era tímido, relutava em tirar as moças.
Passou boa parte do tempo de pé, apreciando, bebericando um vermute só para ter o que fazer
com as mãos. Por volta de meia noite sentiu que chegava o sono e pensou em se retirar. Foi quando viu
Marina entrar no salão. Ficou sabendo depois que seu nome era marina.
Marina chegou só e, ao entrar, passou junto a Leôncio. Bem perto dele ela parou e se virou para trás.
— Oh! Deixei cair minha chave no chão.
Ela falava consigo mesma, distraída que estava, mas para Leôncio, que tudo ouviu atentamente,
suas palavras funcionaram como uma deixa. Ele se abaixou rapidamente, pegou a chave do chão e a
estendeu à sua dona.
Antes que ela dissesse qualquer coisa ele falou:
— Pode agradecer com uma contradança, senhorita.
— Marina, meu nome é marina. Sim, vamos dançar.
Dançaram aquela contradança e mais outra e outras mais. Dançaram o resto da noite, até o
baile terminar.
Parecia que os dois eram velhos parceiros de dança, tão leves e tão graciosos eram seus passos.
Leôncio se sentia completamente enlevado, como se o encontro com a bela dançarina fosse um
presente enviado pelo céu. Presente que ele nem merecia, chegou a pensar. Agradeceu à providência
ter permanecido na cidade. Já nem queria ir embora no dia seguinte.
Em nenhum momento Marina fez menção de o deixar para encontrar amigos ou conhecidos no
salão. Ele tinha a sensação de que ela fora ao baile só por ele, de que era com ele que queria dançar
a noite toda.
Não teria namorado, noivo, marido?
Muitas paixões chegam enquanto se dança.
Leôncio apaixonou-se por Marina ao dançar com ela.
Então, a orquestra tocou a música de encerramento e o baile acabou, já era alta madrugada.
Leôncio insistiu em acompanhar a moça até sua casa. Ela aceitou a companhia, era perto, iriam a pé.
Estava frio lá fora, uma fina garoa molhava as calçadas. Na portaria do clube Leôncio pegou a capa
que tinha deixado ali guardada. Ele tinha uma capa da qual nunca se separava. Viaja a muitos lugares
diferentes, enfrentando os climas mais imprevisíveis. A capa era sempre o abrigo garantido.