Recuperação Língua Portuguesa: UNIDADE I - Reflexão Sobre o Sistema de Escrita

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Prefeitura da Cidade de São Paulo

Secretaria Municipal de Educação


Diretoria de Orientação Técnica

RECUPERAÇÃO LÍNGUA PORTUGUESA

UNIDADE I – Reflexão sobre o Sistema de Escrita

Versão do Professor

São Paulo
2011
Prefeitura da Cidade de São Paulo
Prefeito
Gilberto Kassab

Secretaria Municipal de Educação


Secretário
Alexandre Alves Schneider

Secretaria Adjunta
Célia Regina Guidon Falótico
Chefe de Gabinete
Lilian Dal Molin
Diretora de da Assessoria Técnica de Planejamento
Fátima Elisabete Pereira Thimoteo
Diretoria de Orientação Técnica
Regina Célia Lico Suzuki

Diretoria de Orientação Técnica Ensino Fundamental


Suzete de Souza Borelli

Equipe de DOT Ensino Fundamental e Médio


Cristhiane de Souza, Clodoaldo Gomes Alencar Junior, Hugo Luiz Montenegro
Humberto Luis de Jesus, Ione Aparecida Cardoso Oliveira, Leika Watabe, Leila de Cássia José Mendes da Silva,
Margareth Aparecida Ballesteros Buzinaro, Maria Emília Lima, Regina Célia dos Santos Câmara, Silvia Moretti Rosa
Ferrari , Viviane de Camargo Valadares

Diretores Regionais de Educação


Eliane Serafhim Abrantes, Elizabeth Oliveira Dias, Hatsue Ito,Isaias Pereira de Souza, José Waldir Gregio, Leila
Barbosa Oliva, Leila Portella Ferreira, Maria Angela Gianetti, Maria Antonieta Carneiro, Marcelo Rinaldi,
Silvana Ribeiro de Faria, Sueli Chaves Eguchi,
Waldeci Navarrete Pelissoni

Equipe de Apoio
Ana Maria Rodrigues Jordão Massa, Delma Aparecida da Silva,
Tereza Regina Mazzoni Vivas, Tania Nardi de Pádua.

Concepção do material SAP


Claudia Rosenberg Aratangy
Elenita Neli Beber
Marta Durante
Regina Célia dos Santos Câmara
Rosanea Maria Mazzini Correa
Silvia Moretti Rosa Ferrari
Suzete Borelli

Reorganização do Material
Equipe de DOT Ensino Fundamental e Médio

Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP)


São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica.
Recuperação Língua Portuguesa – Reflexão sobre o sistema de escrita : unidade I – Livro do professor / Secretaria Municipal de Educação.
– São Paulo : SME/ DOT, 2011. - 86p. : il.

1.Educação 2.Língua Portuguesa I. Programa Ler e Escrever – Prioridade na Escola Municipal

CDD 371.27
SUMÁRIO

Lição 1 - Aprendendo com adivinhas 20


Lição 2 - Para você aprender a ler e escrever 25
Lição 3 - Ler em voz alta para se divertir 36
Lição 4 - Ler para saber cozinhar 38
Lição 5 - Ler contos de assombração para aprender escrever 40
Lição 6 - Ler fábulas para aprender escrever 49
Lição 7 - Ler para aprender sobre o nosso corpo 56
Lição 8 - Ler para aprender sobre os animais 65
Lição 9 - Letras de música para ler, ouvir e cantar 69
Lição 10 - Ler para saber sobre as plantas e suas propriedades curativas 72
Lição 11 - Poemas para ler, se emocionar ou se divertir 75
Anexos - Histórias para ler, se divertir e se assombrar 78
Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Caros professores,

Este material foi organizado para favorecer sua autonomia didática e apoiar suas
ações com os alunos que ainda não construíram o seu conhecimento sobre o sistema
de escrita alfabética.
Consideramos que é função da escola e papel do professor a função de recuperar
as aprendizagens dos alunos, planejar e propor boas situações de aprendizagens para
que, realmente, os alunos – todos – possam se tornar usuários competentes da leitura e
da escrita, e assim continuar estudando e aprendendo com sucesso.
Sabemos que a tarefa de ensinar a ler e a escrever não é nada simples, no entanto,
acreditamos que seu conhecimento, criatividade e empenho, somados às sugestões
presentes neste material poderão, com certeza, atingir essa meta.
Assim, ao longo do material, os alunos serão solicitados a realizar atividades inseridas
nestas formas de trabalho. Há atividades que devem se repetir durante as sessões de
estudo , como a atividade habitual de leitura, feita por você, de livros de literatura para os
alunos. Nessa atividade, a cada dia, você poderá ler livros ou capítulos de livros de lite-
ratura de qualidade para os alunos ampliarem seu repertório; para que possam conhecer
autores nacionais e estrangeiros, desfrutar da leitura como deleite, aprender a linguagem
escrita, fazer uso da leitura para se informar, enfim, compartilhar da cultura letrada.
Além dessa atividade, haverá outras também consideradas habituais, porque a pro-
posta é que se incorporem à rotina do trabalho de recuperação .

→ Atividade de leitura e escrita pelo aluno, nas quais eles devem ser convidados a ler e
escrever para se apropriarem do sistema de escrita;

→ Registro da agenda do dia, atividade durante a qual os alunos deverão copiar o pla-
nejamento feito por você, para a aula do dia, pois assim, além de acompanhar o que foi
planejado, farão uso da escrita em uma situação próxima de sua função social real — o
registro escrito como organizador de atividades.

Ainda, como atividades habituais, propomos que planeje e desenvolva com os alunos:

→ Rodas de Leitura: situação em que os alunos poderão socializar suas leituras de li-
vros do acervo da sala de leitura ou trazidos de casa para que adquiram o hábito de ler,
sintam prazer e se tornem, assim, leitores autônomos.
A rotina deverá ser composta também sequências de atividades de leitura, de acor-
do com as características e necessidades da turma.
O Material do Aluno está organizado da seguinte forma:
→ Atividades de leitura e escrita para refletir sobre o sistema de escrita.

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Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

→ Atividades de leitura com os seguintes propósitos: ler para divertir, ler para saber
cozinhar, ler para aprender escrever, ler para aprender sobre o nosso corpo, ler para
aprender sobre os animais, ler para cantar, ler para saber sobre as plantas e suas pro-
priedades curativas e ler para se emocionar e se divertir.
Você pode escolher qual das atividades quer desenvolver com a turma de acordo com
as necessidades dos alunos. Pode também optar por qual das sequências de leitura desen-
volver primeiro. Selecione-as e ajuste-as conforme possam se tornar mais produtivas.

Equipe SME – DOT Ensino Fundamental

DICAS AO PROFESSOR PARA O PLANEJAMENTO


DAS ATIVIDADES DE RECUPERAÇÃO

A avaliação da Prova São Paulo juntamente com os registros das avaliações rea-
lizadas pela escola representam valiosos instrumentos para (re)direcionar as ações na
elaboração do planejamento da recuperação dos alunos.

Uma avaliação como a da Prova São Paulo, traz sempre uma expectativa de apren-
dizagem, ou seja, avalia-se aquilo que se considera importante que os alunos saibam.
Mas é preciso cuidado para que a avaliação e seus resultados não sejam os únicos
indicadores do que os alunos precisam aprender e do que o professor precisa ensinar.
Não são as atividades em si, presentes na avaliação, que servem de pressupostos orien-
tadores para o planejamento, mas os conteúdos subjacentes a elas.

Para que a avaliação da Prova São Paulo e as avaliações realizadas pela escola
sejam utilizadas como um dos instrumentos orientadores para o planejamento da recu-
peração, se faz necessário verificar quais expectativas de aprendizagem os alunos ainda
não conseguiram atingir, isto é , o que os alunos deverão aprender , progressivamente ,
no decorrer da escolaridade para se tornarem leitores e escritores competentes.

Ler e escrever não se resume a juntar letras, nem decifrar códigos: a língua não é
um código, é um complexo sistema que representa a identidade cultural. É preciso saber
ler e escrever para interagir com essa cultura.

Ao eleger o que e como ensinar é preciso levar em consideração esses aspectos,


não mais para justificar fracassos, mas para criar as condições necessárias para a con-

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Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

solidação das aprendizagens da leitura e escrita de todos os alunos.

Assim, este documento parte do pressuposto do que alfabetização é a aprendizagem


do sistema de escrita e da linguagem escrita em seus diversos usos sociais porque con-
sideramos imprescindível a aprendizagem simultânea dessas duas dimensões da língua.

Tanto os saberes sobre o sistema de escrita como aqueles sobre a linguagem


escrita devem ser ensinados e sistematizados.Não basta colocar os alunos diante dos
textos para que conheçam o sistema de escrita alfabética e seu funcionamento ou para
que aprendam a linguagem escrita. É preciso planejar uma diversidade de situações em
que possam em diferentes momentos, centrar seus esforços ora na aprendizagem do
sistema, ora na aprendizagem da linguagem que se usa para escrever

Discutiremos esses conteúdos, segundo algumas situações de ensino que contri-


buem para a aprendizagem dos mesmos.

ANÁLISE E REFLEXÃO SOBRE O SISTEMA DE ESCRITA

Sugestões de Situações de Ensino

1) Propiciar que os alunos estejam frequentemente expostos a situações em que pos-


sam testemunhar a utilização social que se faz da escrita:

• O professor lê textos para os alunos: uma história, uma notícia de jornal, um


poema, um bilhete recebido dos pais, um comunicado produzido pela direção
da escola.

• O professor escreve, entre outros textos, junto com os alunos um bilhete des-
tinado aos pais ou uma carta a uma editora de livros solicitando alguns exem-
plares.

• O professor, na presença dos alunos, faz anotações para não se esquecer no


diário, no seu caderno;

• O professor se coloca como escriba de textos produzidos oralmente pelos alu-


nos: uma lista das brincadeiras que farão no intervalo, uma carta a um aluno
ausente, um conto ditado ao professor etc.

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Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

2) Garantir que os alunos se coloquem no lugar de leitores, embora não saibam ler
convencionalmente.

• O professor propõe atividades de leitura utilizando textos que os alunos sabem de cor,
como por exemplo, adivinhas, parlendas, canções, poesias e quadrinhas. Nessas situa-
ções o professor deve manter diferentes encaminhamentos:

• solicitar que os alunos acompanhem o texto escrito com o dedo, tentando ajustá-lo ao
que está sendo falado;

• pedir que localizem na escrita um refrão;

• pedir que localizem um verso;

• pedir que localizem uma determinada palavra.

3) Garantir que os alunos se coloquem no lugar de escritores, embora não saibam es-
crever convencionalmente.

• O professor propõe que os alunos escrevam textos que sabem de cor, como por exem-
plo, parlendas, canções, poesias e quadrinhas;

• O professor propõe atividades de reescrita1 de textos que os alunos já ouviram em


situações de leitura habitual, por exemplo: de conto, notícias, lendas, cartas. Entende-
se como reescrita “uma atividade de produção textual com apoio. É a escrita de uma
história cujo enredo é conhecido e cuja referência é um texto escrito. Quando os alunos
aprendem o enredo, junto vem também a forma, a linguagem que se usa para escrever,
diferentes da que se usa para falar. A reescrita é a produção de mais de uma versão do
texto, e não a reprodução idêntica. Não é condição para uma atividade de reescrita – e
nem é desejável – que o aluno memorize o texto.” (Coletânea de Textos – Módulo II,
Unidade 6 – Texto 4, p. 2)

O que se garante ao aluno com essas situações de ensino

a) Que, ao testemunhar e participar de situações reais de uso da leitura e escrita,


compreenda a sua função social.

1
Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, p.74.

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Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

b) Que estabeleça relação entre o que é falado e o que está escrito.

c) Que assuma o papel de leitor antes mesmo de ser um leitor autônomo.

d) Que assuma o papel de escritor antes mesmo de ser um escritor autônomo e assim
tenha que utilizar e confrontar suas hipóteses.

Como essas situações entram na rotina de trabalho

Essas situações de ensino entram na rotina de trabalho como uma atividade habi-
tual2 que ocorre em todas as aulas.

Vale ressaltar que é imprescindível propor aos alunos com hipótese de escrita pré-
silábica que escrevam e interpretem seus escritos, utilizando o conhecimento de que
dispõem e justificando quantas e quais letras utilizaram. Também importante, é agrupar
criteriosamente os alunos para que, na interação com outros saberes, possam avançar
em suas hipóteses de escrita.

SONDAGEM

Para o professor saber o que pensam seus alunos sobre o sistema de escrita :

Antes de se planejar as atividades, é preciso que o professor conheça o que pensam


seus alunos sobre o sistema de escrita, ou seja, que saberes já possui acerca desse
objeto de conhecimento.

Para isso, nem sempre é preciso que o professor elabore um instrumento especí-
fico, principalmente, se faz parte do cotidiano da sala de aula colocá-los em atividades
de leitura e escrita. No entanto, em alguns momentos , é interessante que se utilize um
instrumento específico para poder avaliar os alunos. Por exemplo, no início do trabalho
de recuperação, o diagnóstico individualizado é fundamental, pois, servirá como pa-
râmetro da evolução e comparação da aprendizagem do aluno no decorrer do período
em que frequentar a recuperação , além de possibilitar a realização de agrupamentos,
de fato, produtivos.

2
LERNER, D. É possível ler na Escola? In: Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre:
Artmed, 2002.

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Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Modelo de uma situação de sondagem: para alunos não alfabéticos

Ditado de Lista de frutas

ACEROLA

TANGERINA

AMEIXA

MELÃO

UVA

A TANGERINA ESTÁ VERDE E AZEDA.

Para o professor saber o que sabem seus alunos sobre a linguagem que se escreve :

Saber o que sabem os alunos sobre a linguagem que se escreve não é uma tarefa
simples. Primeiro, porque depende de selecionar qual o gênero que se quer avaliar. De
acordo com o documento Orientações Curriculares – Proposição de Expectativas de
Aprendizagem estão expressos tanto os gêneros previstos para o ano, quanto algumas
considerações sobre o trabalho que precisa ser realizado. Após escolher um dos gêne-
ros sugeridos, proponha aos alunos a sua escrita individual para saber o que eles sabem
sobre a linguagem que se escreve, dentro do respectivo gênero.

IMPORTANTE: a sondagem deve ser realizada logo na 1ªsemana de trabalho, portanto,


é fundamental que essa sugestão seja inserida no seu planejamento.

PRÁTICAS DE LEITURA

Situações de Ensino
O planejamento das situações de leitura deve considerar que é possível ler mesmo
quando ainda não se sabe ler convencionalmente. Portanto, é preciso tratar os alunos
como leitores plenos, e não como decifradores de textos; isto implica colocá-los desde o
primeiro dia de aula em situações nas quais faça sentido ler.

As sugestões que se seguem servem para trabalhar vários textos: cantigas de roda,
parlendas, quadrinhas, canções e trava-línguas.

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Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

• Propor que os alunos leiam acompanhando a letra de uma música ou declamando uma
quadrinha conhecida;

• Pedir que localizem determinadas palavras no texto.

• Propor que ordenem os versos ou palavras de uma parlenda conhecida;

• Organizar com os alunos um caderno ou pasta com esses textos, planejando situações
nas quais seja significativo lê-los e relê-los.

2) Leitura de texto informativo


Para o aluno aprender a ler um texto informativo e localizar informações é preciso
ensiná-los os procedimentos de leitura para estudar.
Em se tratando de gêneros informativos, o professor precisa ter um cuidado especial
quando escolhe os textos. Seu critério de seleção não deve ser a sua extensão, mas seu
valor estético, funcional e científico. Deve-se evitar textos com informações banalizadas,
incompletas, distorcidas, simplificadas.

Sugestões de Situações de Ensino


As sugestões que se seguem servem para trabalhar tanto os textos informativos,
como os instrucionais e biográficos.

Leitura feita pelo professor: Nessa situação o professor lê para os alunos textos
que apresentam informações sobre um assunto que estejam estudando, ou no qual te-
nham interesse.
Leitura compartilhada (professor e alunos): Nessa situação o professor pode ler
em voz alta e os alunos acompanham silenciosamente, depois todos conversam sobre o
texto. A ênfase deve estar no que compreenderam acerca do conteúdo do texto.
Leitura feita pelos alunos: Nessa situação é importante que o professor deixe claro
para o aluno qual é o objetivo da leitura. Por exemplo, ler para:

• encontrar uma ou mais informações específicas;


• saber mais sobre um assunto de seu interesse;
• aprender a usar o portador de textos, como por exemplo, uma enciclopédia;
• pesquisar sobre conteúdos de um estudo em desenvolvimento. O aluno, conhe-
cendo o tema e o que irá pesquisar, poderá buscar informações em livros, revistas,

10 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

jornais. Essa situação pode ser planejada em torno da biblioteca da escola, que per-
mite uma circulação de livros e de todo tipo de material escrito, que se faça indispen-
sável para reproduzir na sala de aula o rico contexto letrado que existe fora dela.

3) Leitura de texto de literatura para apreciação

Um dos objetivos de ensino é que os alunos aprendam a ler os textos literários para
apreciação, por prazer e para ampliar seu repertório.

Sugestões de Situações de Ensino3

Além das sugestões anteriores, em especial a leitura feita pelo professor, os textos
literários podem ser trabalhados em Rodas de leitura.

As rodas de leitura permitem que os alunos compartilhem com seus colegas as suas
leituras, os momentos de prazer ao ler o texto, o(s) livro(s) de que mais gostam, curiosi-
dades sobre os autores e outras informações encontradas.

O que se garante ao aluno com todas as situações de ensino

• Que leia antes de aprender a ler de forma convencional.


• Que compreenda a natureza da relação oral/ escrito.
• Que amplie o repertório de textos e autores conhecidos.
• Que desenvolva a competência leitora, usando a diversidade de objetivos e moda-
lidades que caracterizam a leitura (divertir-se, informar-se, estudar...).

• Que aprenda a ler diferentes gêneros textuais.


• Que tenha acesso a novas informações.
• Que, durante o ato de pesquisar, desenvolva a competência de registrar informa-
ções relevantes e de organizá-las.

• Que tenha mais autonomia para estudar os conteúdos de outras áreas.

3
As sugestões que seguem servem para trabalhar vários textos literários, de preferência livros: de poemas, contos,
lendas, fábulas, romances, biografia, cartas e mitos.

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Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Como essas situações entram na rotina de trabalho

Dependendo do objetivo e da necessidade, essas situações de ensino poderão ser


incorporadas na rotina, como atividades habituais ou sequenciadas4. Entretanto, da
maneira que o professor considerar mais adequada, é essencial que diariamente:

• O professor leia bons textos para os seus alunos;

• Os alunos tenham alguma atividade de leitura.

PRÁTICA PRODUÇÃO DE TEXTO

Para que as expectativas de aprendizagem dos alunos em relação às práticas de


produção de texto possam ser concretizadas é necessário que se planeje e organize situ-
ações em que os alunos possam colocar-se tanto no lugar de escritor (de quem tem algo
a dizer), como no lugar do leitor (que necessita compreender a intenção do escritor)

Os alunos que ainda não sabem ler e escrever devem ter acesso à diversidade de
textos escritos; testemunhar a utilização que se faz da escrita em diferentes circunstân-
cias; defrontar-se com as reais questões que a escrita coloca a quem se propõe produzi-
la e arriscar-se a fazer e receber ajuda de quem já sabe escrever.

Sugestões de Situações de Ensino

1) Oferecer um amplo repertório de textos escritos

É importante considerar que o desenvolvimento da competência escritora depende


não só de uma prática contínua de produção de textos, mas também um trabalho inten-
sivo de leitura. Para tanto, é preciso que as leituras do professor contemplem:

• leitura de livros de literatura: contos, romances, fábulas, lendas, cartas, poemas,


biografias, realizada diariamente pelo professor, de preferência organizada em um
horário que se mantém fixo

• leitura de textos jornalísticos: realizada pelo professor e/ou pelos alunos (indivi-
dualmente ou em grupos) acontecendo pelo menos uma vez por semana.

4
LERNER, D. É possível ler na Escola? In: Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre:
Artmed, 2002.

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Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

• leitura de textos informativos científicos: (revistas especializadas, livros e jor-


nais) realizada pelo professor, acontecendo pelo menos uma vez por semana.

• leitura de outros gêneros – regras de jogos, receitas, biografias etc. Realizada


de acordo com a seleção dos gêneros textuais determinada para o ano e entra na
rotina semanal seguindo os critérios dessa seleção.

2) Propor a produção de texto escrito com apoio

Neste tipo de situação de produção os alunos se apóiam no que conhecem sobre


os diferentes textos, apropriando-se com isso, da sua forma, isto é, da linguagem que se
usa para escrevê-los. Exemplos:

• reescrita de um conto conhecido;

• reescrita de outros gêneros, tais como notícias, cartas, biografias, lendas etc.;

• transformação de um gênero em outro (escrita de um conto policial, a partir de


uma notícia e vice-versa, transformação de uma notícia em uma história etc.).

3) Propor atividades de revisão e análise de textos

Essas situações possibilitam que os alunos pensem sobre formas de redigir e sobre
a adequação e a qualidade da linguagem utilizada para escrever. Exemplos:

• revisar os próprios textos produzidos individualmente ou em dupla;

• revisar textos produzidos por outros alunos;

• analisar textos bem escritos, de autores conhecidos.

O que se garante ao aluno com as situações de ensino

• Que aprenda como é organizado cada gênero, apropriando-se da estrutura do tex-


to, das regras que organizam o seu discurso.
• Que aprenda a linguagem que se escreve.
• Que aprenda a assumir o papel de revisor, parte integrante do ato da produção.
• Que aprenda a escrever os diferentes gêneros textuais ensinados no ciclo.

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Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Como essas situações entram na rotina de trabalho


Dependendo do objetivo e da necessidade, essas situações poderão ser incorporadas
na rotina do trabalho de recuperação como atividades habituais ou sequenciadas .

Orientações gerais para o uso do material

No livro do aluno há alguns textos que são direcionadas a eles, mas como sabemos
que nem todos sabem ler autonomamente, solicitamos que sejam lidos por você em voz
alta para todos.
Lembre-se que quando os alunos participam de atos de leitura, lendo ou testemu-
nhando a leitura de um leitor mais experiente, têm a oportunidade de colocar em jogo
uma série de aprendizagens:

→ Recorrer à leitura de textos variados para cumprir uma diversidade de propósitos (ler para
saber mais, ler para se desenvolver, ler para se divertir, ler para se emocionar etc.);
→ Estabelecer a modalidade de leitura adequada ao texto que está sendo lido e ao ob-
jetivo da leitura;
→ Relacionar diferentes textos e buscar outros para resolver problemas colocados por
aquele que se está lendo;
→ Confrontar a sua leitura com a de outros leitores sobre as interpretações das inten-
ções implícitas dos autores.

Ao realizar essa leitura é necessário mostrar aos alunos o texto a ser lido, para que
eles – mesmo não sendo leitores autônomos – possam acompanhar a sua leitura em
seus próprios livros.

É extremamente importante que os textos a serem lidos em voz alta — tanto das
consignas das atividades, quanto os literários ou de divulgação científica — sejam pre-
viamente lidos por você para saber antecipadamente o seu conteúdo e assim realizar
uma leitura fluente e agradável aos ouvintes, antecipando, inclusive, algumas paradas,
para que infiram partes de seu conteúdo.

REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES EM DUPLA


A maioria das propostas de atividades está orientada para ser realizada em duplas, isso
porque para os alunos ainda em processo de alfabetização essa forma de agrupamento é a
mais adequada para incentivá-los a ler e escrever, mesmo quando ainda não sabem.
“É na interação que os alunos aprendem. Portanto, planejar situações didáticas em

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Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

que os alunos estejam agrupados criteriosamente e possam trocar pontos de vista, ne-
gociar e chegar a um acordo é imprescindível no cotidiano da sala de aula.”5
A formação das duplas para a realização de atividades de leitura de listas ou textos
que os alunos conhecem de memória, com o objetivo de que eles se apropriem do siste-
ma de escrita, geralmente segue um critério básico de organização:

→ Alunos com hipótese de escrita pré-silábica e silábica sem valor sonoro devem se jun-
tar com alunos com hipótese de escrita silábica com valor sonoro, porque estes últimos
já conseguem estabelecer relação entre o oral e o escrito e também já utilizam letras que
correspondem às usadas nas partes escritas;
→ A atividade de leitura de listas ou textos que conhecem de memória para alunos com hi-
pótese de escrita alfabética não coloca desafios cognitivos para eles. É necessário plane-
jar uma variação da atividade que a reverta para a reflexão sobre questões ortográficas.
→ Alunos com hipótese de escrita silábico-alfabética devem fazer duplas com outros
com a mesma hipótese de escrita ou se unir a alunos com hipótese de escrita alfabética
para realizar uma variação como a exemplificada acima.
→ Já a formação das duplas para a realização de atividades de escrita de listas ou textos
que conhecem de memória, com o objetivo de que os alunos se apropriem do sistema de
escrita, pode ser organizada a partir de diferentes agrupamentos.
→ Quando considerar necessário, proponha variações nos agrupamentos, sempre le-
vando em conta os conhecimentos dos alunos. Não é recomendado organizar duplas
que tenham conhecimentos muito distintos. Por exemplo, agrupar alunos com hipótese
de escrita alfabética com alunos com hipótese de escrita pré-silábica ou silábica. Porém,
se o objetivo da atividade for a aprendizagem da linguagem que se escreve, o agrupa-
mento acima já se torna adequado. Por exemplo, numa proposta de reescrita de um
conto conhecido, é coerente agrupar um aluno com hipótese de escrita pré-silábica para
ditar o texto a outro com hipótese de escrita alfabética para grafá-lo, pois nessa situação
ambos conseguem aprender como se organiza a linguagem que se usa para escrever,
isto é, como se organiza o discurso escrito.

LEITURA EM VOZ ALTA DE TEXTOS LITERÁRIOS REALIZADA PELO PROFESSOR


PARA OS ALUNOS
Além das atividades propostas no caderno do aluno, é fundamental que planeje si-
tuações de leitura em voz alta realizada por você. Nessas situações de leitura realizada
pelo professor de livros de literatura não há a preocupação com a aprendizagem so-

* Contribuições à prática pedagógica – 6 (Módulo 2, Unidade 2, Texto 6). Programa de Formação de Professores
5

Alfabetizadores. Brasília: SEF, 2001.

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 15


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

bre o sistema de escrita, mas sim que os alunos aprendam as formas como as pessoas
utilizam a leitura para deleite.
Dessa maneira, estarão vivenciando comportamentos de leitor, da prática social da
leitura, e também aprendendo a linguagem escrita, típica dos gêneros lidos.
Essa atividade de leitura para os alunos é de extrema importância. Nossa sugestão
é que seja a primeira atividade do dia.
Como já dissemos, a sua leitura dos livros de literatura para os seus alunos pode-
rá ajudá-los a aprender com você o comportamento de leitores experientes, como, por
exemplo, interessar-se em saber sobre o autor do texto, sobre a obra e, sobretudo, poder
desfrutar junto com você da emoção de ler um livro. Nesse momento você será respon-
sável por introduzir a ideia de que a escrita que está nos livros é um jogo instigante e a
leitura, uma fonte inesgotável de prazer e de conhecimento – conhecer novos mundos
sem sair do lugar, viajar no tempo, indo a um passado distante ou percorrendo um futuro
que pode nem acontecer, conhecer visões e culturas diferentes das nossas e com isso
tornarem-se seres humanos mais completos, mais realizados, mais participantes!
É importante sempre buscar informações sobre o autor e o livro que vai ser lido, bem
como compartilhar com os alunos as informações que considerar mais interessantes,
algo que os aproxime da leitura que você vai realizar.
Antes de iniciar a leitura, fale um pouco sobre o texto. Também apresente a eles a
sua opinião sobre o que vai ler, do que gostou, por que gostou...
No decorrer da leitura, se achar conveniente, faça algumas pausas para comentar algu-
ma passagem que seja bonita ou triste, ou ainda que cause suspense, levantando ideias do
que supõem que ocorrerá. Enfim, essas são as estratégias de que você dispõe para mergu-
lhar os seus alunos no jogo literário, porta de entrada ao mundo infinito da imaginação. Mas
tome cuidado para não fazer muitas pausas, o que pode tornar a leitura cansativa.
Não pare a leitura para explicar palavras que acha difícil, nem as troque por palavras
mais fáceis. A compreensão de uma palavra pode ser conseguida ao longo do texto, pois
o contexto auxilia na inferência do que pode significar.
Lembre-se de que um dos objetivos dessa leitura é justamente que os alunos te-
nham acesso à linguagem típica dos textos escritos. Se mudarmos a linguagem, estare-
mos impedindo que o aluno desfrute da beleza das palavras menos usuais (típicas dos
textos literários)
As palavras são escolhidas pelos autores com muito cuidado, são tratadas como
objeto estético, carregadas de intencionalidade. Por isso, não podemos mutilar o texto.
Ao final da leitura, abra um espaço para os alunos comentarem a história que
ouviram: do que gostaram ou do que não gostaram, quais sentimentos e emoções pu-
deram usufruir com a leitura. Que possam falar sobre as próprias emoções e conhecer
as suas também.

16 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Esse momento não pode ser confundido como uma situação de avaliação sobre o
que compreenderam; uma avaliação da interpretação. Lembre-se: os textos literários
possibilitam diferentes interpretações e todas são corretas e legítimas.
Esse momento de conversa após a leitura é parecido com aquela situação em que
lemos um livro ou assistimos a um filme no cinema e queremos contar para alguém o que
achamos, dar nossa opinião, rememorar partes maravilhosas ou discutir partes confusas,
enfim, falar sobre a experiência recente. Dentro desse jogo, o texto literário oferece um
sabor, uma experiência diferente a cada um de seus alunos no desfrute dessa leitura.
Assim, você estará mergulhando os seus alunos nesse mundo mágico e encantador
que é a leitura de obras literárias.

Bons livros para ler para os alunos:


1. Alexandre e outros heróis. Graciliano Ramos. Editora Record.
2. Anne Frank. Josephine Pode. Editora Santa Maria.
3. O cão dos Baskerville. Tradução Hildergard Feist. Editora Cia. das Letrinhas.
4. Sete histórias para sacudir o esqueleto. Angela Lago. Editora Cia. das Letrinhas.
5. Que história é essa? Volumes 1 e 2. Flávio de Souza. Editora Cia. das Letrinhas.
6. O diário de Zlata. Zlata Filipovic. Editora Cia. das Letras.
7. O gênio do crime. João Carlos Marinho. Editora Global.
8. Sangue fresco. João Carlos Marinho. Editora Global.
9. Os contos da Rua Broca. Pierre Gripari. Martins Fontes.
10. Matilda. Roald Dahl. Martins Fontes.
11. Coleção Cantos do Mundo. Editora Santa Maria.
12. Contos de Grimm. Tradução Tatiana Belinky. Editora Paulus.
13.Conto com você . Cora coralina e outros.Editora Global.
14. O último cavaleiro andante. Tradução Carlos Sussekind. Editora Cia. das Letrinhas.
15. Os Lusíadas. Luís de Camões. Adaptação de Edson R. Braga. Editora Scipione.
16.Era uma vez Dom Quixote. Miguel de Cervantes. Trad. De Marina Colasanti . Editora Global.
17.Contos . Machado de Assis. L&PM
18.A Maldição do Olhar. Jorge Miguel Marinho .Biruta
19.O Rapto do Garoto de Ouro.Marcos Rey. Global.
20. Contos Populares do Brasil. Silvio Romero. Landy Editora

RODA DE JORNAL
Sentar em roda é uma boa estratégia para socializar experiências e conhecimentos,
já que favorece um ambiente de troca entre os alunos. Por isso é importante realizar a
Roda de Jornal com o grupo sentado em círculo. Você pode selecionar uma notícia in-
teressante para ler ou disponibilizar o jornal da escola para que escolham notícias para

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 17


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

ler e comentar. Incentive os alunos a comentar a notícia e a estabelecer relações com


outros fatos da vida.
Dica: Depois da roda, coloque a(s) notícia(s) lida(s) no mural da classe e, ao final da
semana, arquive-a(as) em uma espécie de álbum, construindo assim uma hemeroteca,
que pode servir para consulta ou estudo posteriormente.
Este trabalho cumpre duas funções básicas:
→ Desenvolver o hábito de leitura de publicações periódicas.
→ Apresentar o jornal como veículo de informações e portador de vários gêneros textu-
ais (notícia, reportagem, classificados, crônicas, quadrinhos etc.).

Durante essas rodas é possível também explorar com os alunos a organização do


jornal em cadernos, para que aprendam a manuseá-lo. Para tanto, pode-se propor um
trabalho de exploração e pesquisa do portador. Após a escolha dos textos pelos alunos,
você pode explicitar de que caderno eles foram retirados.
Importante, ainda, chamar a atenção dos alunos para a diagramação dos jornais.
Peça que observem as imagens, legendas, títulos, tamanho das letras e explore com
eles as informações que podemos obter apenas a partir da leitura desses recursos.
Antes e depois de realizar a leitura de cada texto escolhido favoreça que infiram os
assuntos tratados a partir das manchetes e subtítulos, ou fotos, ou legendas; e, depois,
da leitura, favoreça o intercâmbio entre os alunos para que possam analisar as informa-
ções contidas no texto lido.

RODA DE LEITURA
O principal objetivo da Roda de Leitura consiste em criar situações para que os alu-
nos se sintam à vontade para selecionar os livros de seu interesse, lê-los e comentá-los
com os colegas.
Os momentos para os alunos falarem sobre suas leituras precisam ser semelhantes
às situações vividas por leitores autônomos em seu cotidiano. Quando você lê um livro,
por exemplo, gosta de falar sobre ele com amigos e familiares – dizer se gostou ou não,
por que motivo, quais trechos lhe causaram mais impacto ou lhe pareceram intrigantes,
enfim, dar suas opiniões para que as outras pessoas queiram ou não ler o livro.
A Roda de Leitura abre espaço para que seus alunos, leitores principiantes, come-
cem a formar seu repertório, seu estilo e sua seleção crítica. Por isso, crie situações
atraentes para que eles se sintam à vontade e com vontade de socializar suas leituras,
para compartilhar momentos de prazer e diversão, vividos em casa, com os livros que
foram levados da escola para serem lidos sozinhos ou com o apoio da família. Por esse
motivo cuide para que esta atividade não se transforme em uma obrigação e numa tarefa
árdua e sem sentido, só realizada porque o professor a solicitou.

18 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Assim, organize momentos para os alunos escolherem livros para ler em casa:
1. Selecione previamente alguns livros e organize-os em um tapete ou mesa grande
para que os alunos possam manuseá-los, pegá-los, folheá-los, lê-los.
2. Ao final da atividade organize a situação da escolha de um livro para levar para
casa — Permita que seus alunos observem os livros para compreender que há
livros de vários tamanhos, de vários assuntos, com diferentes espessuras, tipos
de letras, capas, ilustrações etc.
3. Varie a atividade também levando os alunos à sala de leitura da sua escola.
Apresente para seus alunos a organização da sala e se puder planeje esta aula
em colaboração com o professor responsável pela sala de leitura. Lembre-se que
para que esta roda se torne um momento prazeroso e esperado por todos, será
preciso incentivar seus alunos a se exercitarem na descoberta da leitura com o
objetivo de poder propor suas obras preferidas aos colegas e, nesse sentido, seu
modelo de leitor, como o modelo do professor orientador da sala de leitura são
muito importantes.
4. É importante você registrar quais os alunos que estão levando livros para ler em
casa. Esse registro tem a finalidade de você saber quais os alunos precisam de
incentivo para a leitura. Quando a leitura não é fluente, pode parecer-lhes desin-
teressante quando comparada ao prazer de ler junto com um amigo ou familiar.
A leitura de um livro pode gerar longas conversas sobre o que ele oferece.
Lembre-se que a leitura, mesmo na vida cotidiana, nasce de sugestões de terceiros e
de escolhas próprias. Pensando nisso, incentive os seus alunos a frequentar, espontanea-
mente, a sala de leitura, onde eles têm opções para ler ou retirar livros para ler em casa
Sugira-lhes que levem livros para que alguém leia para eles ou eles mesmos leiam
para alguém. Desfrutar da experiência de ter os pais e familiares envolvidos na leitura é
uma das formas de romper com a rejeição ao ato de ler.
Pergunte-lhes sobre essa experiência.
O trabalho com rodas de leitura pode favorecer a possibilidade de realizar um traba-
lho mais aprofundado com resenhas. Para promover situações de produção escrita de
resenhas, assim como acontece com outros textos, os alunos precisam ter modelos que
os ajudem a compreender como se estrutura esse gênero textual. Para tanto sugerimos
o seguinte:
→ Leve para a sala catálogos da editoras, ou mesmo consulte junto com os alunos du-
rante a aula de Informática o site dessas editoras;
→ Selecione e leia para os alunos algumas resenhas;
→ Entregue-lhes alguns catálogos e peça-lhes que em trios descubram do que se trata;
→ Discuta com os alunos sobre a função social desses textos (dão uma ideia da obra,
aguçam a curiosidade do leitor, são curtos...);

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 19


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

→ Faça a escrita coletiva para os alunos de uma resenha sobre um livro lido por você;
→ Organize a revisão desse texto;
→ Proponha a escrita de outras resenhas em duplas e, posteriormente, peça que outra
dupla realize a revisão;
→ Faça você também uma revisão final caso o texto seja exposto. Os alunos precisam
de sua ajuda para enxergar melhor os aspectos do texto que precisam ser melhorados.
As suas dicas são importantes.

Orientações para o desenvolvimento das atividades :

LIÇÃO 1

APRENDENDO COM ADIVINHAS

1- O QUE É O QUE É...

A) ASSOBIA E NÃO TEM BOCA, CORRE E NÃO TEM PÉ?

VENTO VEADO VACA

B) VIRA A CABEÇA DO HOMEM?

PERNA PESCOÇO PERNILONGO

C) QUE VAI ATÉ A PORTA E NÃO ENTRA?

CALÇADA CARTA CARROÇA

20 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

D) AVE QUE QUEREMOS NO QUINTAL E NUNCA QUEREMOS NA CABEÇA?

GATO GALO GALINHA

E) QUANTO MAIOR MENOS SE VÊ?

ESTRANHO ESPARADRAPO ESCURIDÃO

2- ESCOLHA A RESPOSTA CORRETA PARA CADA ADIVINHA, CIRCULANDO-A COM LÁ-


PIS COLORIDO.

O QUE É O QUE É...

A)- ELA NUNCA SAI DE CASA, MAS VIVE BATENDO NO CÉU E ESTÁ SEMPRE MOLHADA?

LÍNGUA LINHA LINGUADO

B)- SOBE QUANDO A CHUVA DESCE?

GUARANÁ GUARITA GUARDA-CHUVA

C)- QUANTO MAIS QUENTE ESTÁ, MAIS FRESCO É. TEM MIOLO, MAS NÃO É CABEÇA?

PÃO PÁ PÕE

D) NÃO TEM BOCA, MAS MASTIGA, COME MUITO E NÃO ENGORDA, CORTA, FURA E NUN-
CA BRIGA?

TESOURO BESOURO TESOURA

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 21


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

3- ESCREVA A RESPOSTA CORRETA PARA CADA ADIVINHA, DEPOIS


COMPARTILHE COM OS COLEGAS.

Qual é o animal que


É amigo fiel do homem,
Vigia a casa
E avisa se alguém passa?
_________________________________________________________________________________

Apesar de usar roupa listrada,


Nunca estive na prisão;
Vivo livre nas savanas
E o cavalo diz que é meu irmão.
_________________________________________________________________________________

tenho casa para morar,


mas com ela
devo andar.
se o rio tiver
que atravessar,
dentro dela
tenho que estar.
_________________________________________________________________________________

4- ESCOLHA A RESPOSTA CORRETA PARA CADA ADIVINHA

O QUE É, O QUE É?
NÃO É CHUVEIRO, MAS MOLHA.
NÃO TEM PÉ, MAS COMO CORRE!
TEM LEITO SÓ QUE NÃO DORME.
QUANDO PÁRA, SEMPRE MORRE.
REI RIO RUA

22 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

O QUE É, O QUE É?
REVOA, MAS NÃO É PÁSSARO.
REBRILHA MAIS QUE OURO PURO.
PISCA, PISCA E NÃO É OLHO.
TEM LUZ, MAS VIVE NO ESCURO.
COSPE FOGO QUEBRA-PEDRA VAGA-LUME

O QUE É, O QUE É?
ANDA SEMPRE AMARRADO.
SÓ SERVE SE FOR BEM TORTO.
VAI PROCURAR QUEM É VIVO.
VIVE ESPETADO NUM MORTO.
ANZOL ABELHA ABRIL

5-LEIA AS INFORMAÇÕES SOBRE CADA ANIMAL E ESCREVA AS RESPOSTAS NO ESPAÇO


ABAIXO:

A) SOU GRANDÃO E USO MEU NARIZ COMPRIDO PARA BEBER ÁGUA. VOCÊ PODE ATÉ ME VER
NO CIRCO.
QUEM SOU EU?

_________________________________________________________________________________

B) PASSO O TEMPO TODO PULANDO DE GALHO EM GALHO. ADORO COMER BANANAS E CO-
ÇAR A CABEÇA.
QUEM SOU EU?

_________________________________________________________________________________

C) SOU PEQUENA, MAS MINHA PICADA CAUSA UMA GRANDE DOR. DO PÓLEN PRODUZO UM
ALIMENTO MUITO BOM, QUE VOCÊS CHAMAM DE MEL.
QUEM SOU EU ?

_________________________________________________________________________________
_

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 23


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

6- DESCUBRA E ESCREVA A RESPOSTA CORRETA PARA CADA ADIVINHA.

O QUE É O QUE É QUE SE COMPRA PARA COMER, MAS NÃO SE COME?

_________________________________________________________________________________

O QUE É SURDO-MUDO MAS CONTA TUDO ?

_________________________________________________________________________________

O QUE É QUE TEM DENTE, MAS NÃO COME, TEM BARBA, MAS NÃO É HOMEM ?

_________________________________________________________________________________

O QUE É, O QUE É, QUE NASCE GRANDE E MORRE PEQUENA?

_________________________________________________________________________________

O QUE É, O QUE É, QUE PULA NO AR, DÁ UM ESTOURO E VIRA DO AVESSO ?

_________________________________________________________________________________

É interessante apresentar para os alunos um livro de adivinhas e ler algumas para


que eles recordem esse gênero. Esta atividade tem como objetivo possibilitar que os
alunos escrevam adivinhas em duplas a partir de suas hipóteses.
Você poderá ler cada adivinha para que os alunos acompanhem a leitura. Porém,
antes disso, leia a atividade até o final para que eles se familiarizem com o texto. Só de-
pois leia uma adivinha de cada vez e solicite que escrevam a resposta.
Circule pela sala para realizar as intervenções que julgar necessárias, socializando
com toda classe as diferentes soluções encontradas para as questões. Antecipar alguns
problemas que eles poderão encontrar durante a realização da atividade permitirá ajudá-
los a recorrer aos materiais escritos da classe para buscar informações sobre o que es-
tão escrevendo e justificar quantas e quais letras utilizaram para escrever.

24 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Nas atividades de leitura de adivinhas os alunos devem:


• Ouvir a leitura da adivinhação, que pode ser feita pelo professor ou por um aluno
que já saiba ler e escrever;
• Saber responder corretamente – a turma poderá respondê-la antes que cada aluno
procure a resposta entre as palavras;
• Encontrar sozinhos a resposta;
• Discutir com o parceiro ou com o grupo a escolha feita individualmente;
• Marcar a palavra escolhida pela dupla.

Talvez alguns alunos já consigam ler sozinhos. Para estes, entregue a quantidade
exata de letras das respostas, deixando-os trabalhar com as questões relacionadas à
ortografia. A quantidade exata de letras sugere justamente a necessidade de escrever
sem sobrarem ou faltarem letras.
Para os alunos não-alfabéticos, essas são atividades de leitura para pensarem no
sistema de escrita. O desafio está justamente em, ao tentar encontrar a resposta, sele-
cionar determinados elementos do texto escrito para atribuir-lhes significado.

Escrita de adivinhas :
Nesta atividade o aluno é convidado a escrever em dupla uma adivinha que encai-
xe a resposta dada. Enquanto escrevem, você deverá circular pelas duplas, solicitando
que justifiquem o que estão escrevendo. Caso necessário peça a eles que recorram a
outros materiais, expostos na sala para apoiar a escrita. Não se espera que os alunos
não alfabéticos escrevam convencionalmente nesse momento, mas o esforço que fazem
pensando sobre a forma de grafar as palavras impulsiona a aprendizagem.

LIÇÃO 2

PARA VOCÊ APRENDER A LER E ESCREVER

A parlenda tem sua origem na tradição oral e com o tempo também ganhou seu
registro escrito. As parlendas pertencem ao patrimônio cultural da infância e são impor-
tantes no trabalho pedagógico no início da escolaridade por serem facilmente memori-
záveis e favorecerem o uso de estratégias antecipatórias de leitura por alunos que estão
se alfabetizando ou recém-alfabetizados.
Ordenar a parlenda “Cadê o toucinho”

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 25


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

1-OS VERSOS DA PARLENDA “CADÊ O TOUCINHO” ESTÃO FORA DE ORDEM.” NUMERE-


OS PARA QUE FIQUEM NA ORDEM CORRETA:

( ) O gato comeu.

( ) Cadê o toucinho

( ) Cadê o mato?

( ) Cadê o gato?

( ) O fogo queimou.

( ) Foi pro mato.

( ) Cadê o fogo?

( ) Que estava aqui?

( ) A água apagou.

( ) O boi morreu.

( ) Cadê a água?

( ) Cadê o boi?

( )O boi bebeu.

A parlenda “Cadê o toucinho” é bastante conhecida entre os alunos, mas pode não
ser por todos. Por isso, talvez seja necessário recitá-la mais de uma vez, observando
atentamente se todos conseguem recuperá-la de memória. Nesta proposta, além da lei-
tura, a parlenda está fora de ordem. Os alunos deverão numerar cada verso na ordem
certa. Ofereça informações e orientações sobre a proposta “ordenação de versos”, en-
sinando os procedimentos pertinentes – recuperar oralmente a parlenda, ler e localizar
no caderno o que está sendo falado e numerar os versos na ordem que forem falando .
Conte sempre com algumas duplas na hora de ler e localizar cada verso.

2-AGORA, COPIE A PARLENDA NA ORDEM CORRETA:

____________________________________________________________________

Cantar e localizar algumas palavras na cantiga “Peixe vivo”

3- CANTE JUNTO COM OS COLEGAS A CANTIGA “PEIXE VIVO”, ACOMPANHANDO A LEITURA NO


TEXTO. EM SEGUIDA, LOCALIZE AS PALAVRAS QUE O PROFESSOR DITAR E CIRCULE-AS.

26 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

PEIXE VIVO

COMO PODE O PEIXE VIVO

VIVER FORA DA ÁGUA FRIA?

COMO PODE O PEIXE VIVO

VIVER FORA DA ÁGUA FRIA?

COMO PODEREI VIVER?

COMO PODEREI VIVER?

SEM A TUA, SEM A TUA,

SEM A TUA COMPANHIA?

Esta é uma atividade que tem o objetivo de observar se o aluno é capaz de loca-
lizar por escrito partes de um texto que ele conhece oralmente de memória. Os alunos
deverão localizar e circular, no texto, as palavras ditadas pelo professor. Cantar com os
alunos , depois ler várias vezes a cantiga, apontando cada linha de maneira contínua e
dizendo também de maneira contínua em cada uma delas. Pedir aos alunos para loca-
lizarem e marcarem as palavras ditadas. Dizer aos alunos que nem todas as palavras
ditadas estão na ordem em que aparecem no texto.

Agora você vai ditar as seguintes palavras para os alunos localizarem e circularem
no texto: PEIXE, ÁGUA , DA, VIVER, PODEREI

Escrita da parlenda “Rei capitão”

4- VOCÊ JÁ DEVE TER ESCUTADO ALGUMAS PARLENDAS LIDAS PELO SEU


PROFESSOR. QUE TAL ESCREVER “REI CAPITÃO” E DEPOIS COMPARTILHAR
COM SEUS COLEGAS?

Antes de iniciar a atividade, recite a parlenda com eles várias vezes de forma a garantir
que todos a saibam de cor. Anuncie qual será o primeiro trecho a ser escrito. Enquanto
observa as produções, faça perguntas que promovam reflexão sobre a própria escrita:
“ Com qual letra começaram a escrever esse trecho da parlenda?” “O nome de algum
aluno pode ajudar?” Peça que leiam o que escreveram para que tomem consciência do
que estão escrevendo.

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 27


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Completar a cantiga “Capelinha de melão”

5-VOCÊ CONHECE A CANTIGA “CAPELINHA DE MELÃO” , NÃO É?

CANTE JUNTO COM OS COLEGAS, ACOMPANHANDO A LEITURA NO TEXTO PARA DESCO-


BRIR AS PALAVRAS QUE FALTAM. ESCREVA-AS NOS ESPAÇOS DESTACADOS.

CAPELINHA DE MELÃO

É DE SÃO ________________

É DE CRAVO

É DE ___________________

É DE MANJERICÃO

SÃO _____________ ESTÁ DORMINDO

NÃO ______________ NÃO

ACORDAI

ACORDAI

ACORDAI, __________________.

Cante com eles para lembrarem da cantiga. Depois leia cada verso junto com eles
parando na última palavra antes da lacuna. Pergunte: qual a palavra que está faltando
no verso? Ouça opiniões e peça que completem com a palavra que combina e depois
solicite a sua leitura.

Ordenar a cantiga “O sapo não lava o pé”

6-ENUMERE OS VERSOS DA CANTIGA “O SAPO NÃO LAVA O PÉ” PARA QUE FIQUEM NA OR-
DEM CORRETA:

( ) ELE MORA LÁ NA LAGOA

( ) E NÃO LAVA O PÉ PORQUE NÃO QUER

( ) O SAPO NÃO LAVA O PÉ,

( ) MAS QUE CHULÉ!

( ) NÃO LAVA PORQUE NÃO QUER

28 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

7-AGORA, COPIE A CANTIGA NA ORDEM CORRETA:

Siga os mesmos procedimentos sugeridos na atividade “Cadê o toucinho”

Escrita de uma cantiga conhecida

8-VOCÊ JÁ CONHECE MUITAS CANTIGAS. AGORA, ESCREVA A SUA PREFERI-


DA PARA COLOCARMOS NO MURAL DA ESCOLA E COMPARTILHARMOS COM
OUTROS COLEGAS.

Os alunos deverão estar em dupla para realizar essa atividade. Depois de es-
crita deverão ler para o colega.

Ordenar a Cantiga “Caranguejo”

9-ENUMERE OS VERSOS DA CANTIGA “CARANGUEJO” PARA QUE FIQUEM NA ORDEM


CORRETA. DEPOIS A ESCREVA NA ORDEM CORRETA PARA COLOCARMOS NO MURAL DA
ESCOLA E COMPARTILHARMOS COM OUTRAS CRIANÇAS.

( ) CARANGUEJO SÓ É PEIXE

( ) NA ENCHENTE DA MARÉ

( ) CARANGUEJO NÃO É PEIXE

( ) CARANGUEJO PEIXE É

( ) ORA RODA, RODA, RODA.

( ) ORA PÉ, PÉ, PÉ.

( ) CARANGUEJO PEIXE É.

( ) ORA PALMA, PALMA, PALMA,

Siga os mesmo procedimentos sugeridos na atividade “Cadê o toucinho”

LEITURA E ESCRITA DE LISTAS

10 - VOCÊ JÁ FOI AO ZOOLÓGICO? HÁ MUITOS ANIMAIS POR LÁ. ORGANIZE


UMA LISTA COM ALGUNS DESTES BICHOS.

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 29


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

11- SEPARE A LISTA DE ANIMAIS EM DOIS GRUPOS: OS BICHOS QUE VOAM


E QUE NÃO VOAM.

MOSCA MORCEGO CACHORRO CAPIVARA


FORMIGA TUCANO PAPAGAIO LEÃO
BORBOLETA LOBO PARDAL ONÇA

ANIMAIS QUE VOAM ANIMAIS QUE NÃO VOAM

12- PROCURE A PALAVRA QUE CORRESPONDE AO NOME DO DESENHO DO ANIMAL PINTE


COM LÁPIS DE COR OU MARCA TEXTO :

goleiro Golfinho Gavião

Coruja Camarão Caranguejo

boi Balão Baleia

30 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Tubarão tarântula Touro

Lata Lula lua

QUE OUTROS ANIMAIS DO MAR VOCÊ CONHECE? ESCREVA O NOME DE CADA UM NAS LI-
NHAS ABAIXO.
____________________________________________________________________

____________________________________________________________________

13-CIRCULE NA LISTA ABAIXO AS ESPÉCIES DE ANIMAIS QUE VIVEM NO MAR:

JACARÉ LULA PIRANHA BALEIA


TUBARÃO SAPO POLVO RÃ

14- PINTE COM LÁPIS DE COR OS NOMES DE JOGOS E BRINCADEIRAS


QUE O PROFESSOR DITAR.

QUEIMADA PIQUE-BANDEIRA BOLA AO CENTRO


MORTO OU VIVO CABRA-CEGA COELHINHO SAI DA TOCA
MÉDICO E VAMPIRO CORRE CUTIA GATO E RATO
BARRA MANTEIGA

15-ESCREVA UMA LISTA DE SUAS BRINCADEIRAS PREFERIDAS:

16- O ANIVERSÁRIO DE MARCELO ESTÁ CHEGANDO E SUA MÃE PEDIU QUE FIZESSE UMA
LISTA DE TUDO QUE SERÁ NECESSÁRIO PARA QUE SUA FESTA SEJA GOSTOSA E ANIMADA,
POIS DAQUI ALGUNS DIAS ELA IRÁ FAZER COMPRAS. VAMOS AJUDAR A ELABORAR ESSA
LISTA ESCREVENDO O QUE É PRECISO PARA UMA FESTA DE ANIVERSÁRIO.
LISTA DE COMPRAS

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 31


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

COMIDAS BEBIDAS ENFEITES

17- IMAGINE QUE VOCÊ ESTEJA COM AQUELA FOME. SE FOSSE ATÉ Á COZINHA E LÁ
ENCONTRASSE:

PÃO DE FORMA FRANGO LIMÃO


OVOS FÓSFORO AZEITONAS
BOTIJÃO CENOURAS PRESUNTO
REQUEIJÃO FEIJÃO BANANAS

ESCOLHA O QUE VOCÊ UTILIZARIA PARA FAZER UM SANDUICHE E ESCREVA ABAIXO:

18-MAMÃE FEZ COMPRAS NO SUPERMERCADO. COMPROU OS SEGUINTES PRODUTOS:

FARINHA DE TRIGO

MACARRÃO

OVOS

MANTEIGA

SABONETE

AÇÚCAR

CHOCOLATE EM PÓ

VINAGRE

LEITE

32 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

AZEITONA

FERMENTO EM PÓ

FEIJÃO

ASSIM QUE CHEGOU EM CASA FEZ UM DELICIOSO BOLO DE CHOCOLATE.


PINTE NA LISTA DE COMPRAS OS NOMES DOS INGREDIENTES QUE ELA USOU
PARA FAZER O BOLO.

A escrita de uma lista coloca bons desafios para os alunos que ainda não escrevem
alfabeticamente. A sua intervenção deve ser no sentido de favorecer a reflexão dos
alunos auxiliando-os na busca de pistas em outros materiais escritos expostos na sala,
pedindo aos alunos que releiam o que escreveram e comparem suas escritas com ou-
tras. Lembre-se de que nesse processo de aprendizagem da escrita o aluno precisa se
arriscar escrevendo como sabe, analisar, refletir, receber informação. Além da escrita no
papel você pode usar letras móveis para que os alunos se arrisquem a expor as suas
hipóteses de escrita.
Leitura de listas : mesmo os alunos que não leem convencionalmente podem inferir
o que está escrito , a partir de outras palavras, como por exemplo o seu nome e o nome
dos colegas. O importante é que saibam do que trata a lista. O agrupamento também é
fundamental para a realização da atividade: um aluno de escrita silábica com valor sono-
ro estar junto a outro com hipótese de escrita pré-silábica ou silábica sem valor sonoro.
É importante a sua intervenção pedindo que justifiquem porque acham que está escrito
tal palavra.

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 33


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

CRUZADINHAS

19-CRUZADINHA ESPECIAL... SÓ DE PERSONAGENS ASSUSTADORES!


ESTA É DE ARREPIAR OS CABELOS...

DICAS PARA O SEU TRABALHO!


1- DÊ UMA OLHADA EM TODAS AS FIGURAS.
2- ESCOLHA UM PARA COMEÇAR.
3- CONTE O NÚMERO DE QUADRADINHOS DA FIGURA ESCOLHIDA. AS-
SIM VOCÊ SABERÁ QUANTAS LETRAS TEM A PALAVRA.
4- LEIA A LISTA DE PALAVRAS COM ESSE NÚMERO DE LETRAS, PARA
DESCOBRIR QUAL É A CERTA.

5 6 8 9

BRUÇO DUELOS FESTIVAL


ESQUIADOR
BRUXA DANADO FAMÍLIAS
ESQUELETO
MIÚDO DRAGÃO FANTASIA
LOBISOMEM
MÚMIA DUENDE FANTASMA

34 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Cruzadinha com banco de palavras:

Antes de propor as cruzadinhas como atividade, você deve ensinar como funciona
a brincadeira, o que pressupõe o domínio de algumas regras que não são tão simples: é
preciso colocar uma letra em cada espaço. Não podem faltar ou sobrar espaços: se isso
acontecer, provavelmente há erros na escrita. O espaço em que as palavras se cruzam
deve ser preenchido com uma única letra, que é usada para escrever as duas palavras.
Algumas palavras são escritas em um sentido e outras, no outro; isso está indicado pela
posição das figuras.
Organize as duplas, considerando seus conhecimentos sobre o sistema de escrita.
Converse com os alunos a respeito da cruzadinha, certificando-se de que todos conhe-
cem as figuras, para que saibam exatamente o que precisam escrever. Explique como
deve ser usado o banco de palavras para os alunos que ainda não escrevem convencio-
nalmente (pré-silábicos e silábicos):
• Contar os espaços vazios que há para escrever a palavra correspondente
ao desenho.
• Procurar no banco de palavras a coluna que corresponde às palavras correspondente
ao número de letras.
• Achar a palavra; para isso, podem pensar nas letras para descobrir qual é a palavra.

Para realizar outras atividades semelhantes a essas consulte o Guia de planeja-


mento e orientações didáticas – 2º ano do ciclo I/Secretaria Municipal de Educa-
ção – São Paulo :SME/DOT , 2007.

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 35


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

LIÇÃO 3

LER EM VOZ ALTA PARA SE DIVERTIR

Trava-línguas

O RATO ROSA RITA


O RATO ROEU A ROUPA DO REI DE
ROMA,
O RATO ROEU A ROUPA DO REI DA
RÚSSIA,
O RATO ROEU A ROUPA DO
RODOVALHO…
O RATO A ROER ROIA.
E A ROSA RITA RAMALHO
DO RATO A ROER SE RIA.

A RATA
A RATA ROEU A ROL HA
DA GARRAFA DA RAINHA.

PINTOR PORTUGUÊS
PAULO PEREIRA PINTO PEIXOTO,
POBRE PINTOR PORTUGUÊS,
PINTA PERFEITAMENTE
PORTAS , PAREDES E PIAS,
POR PARCO PREÇO PATRÃO.

PEDRO
SE O PEDRO É PRETO,
O PEITO DO PEDRO É PRETO
E O PEITO DO PÉ DO PEDRO É
PRETO

RETRETA
QUANDO TOCA A RETRETA
NA PRAÇA REPLETA

36 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

SE CALA O TROMBONE
SE TOCA A TROMBETA .

TATU
— ALÔ, O TATU TAÍ?
— NÃO, O TATU NUM TÁ.
MAS A MULHER DO TATU TANDO ,
É O MESMO QUE O TATU TÁ.

PARDAL PARDO
— PARDAL PARDO , POR QUE PALRAS ?
— PALRO SEMPRE E PALRAREI ,
PORQUE SOU O PARDAL PARDO ,
O PALRADOR D’EL-REI

TEMPO
O TEMPO PERGUNTOU PRO TEMPO
QUANTO TEMPO O TEMPO TEM.
O TEMPO RESPONDEU PRO TEMPO
QUE O TEMPO TEM TANTO TEMPO
QUANTO TEMPO O TEMPO TEM.

PINTO
O PINTO PIA,
A PIPA PINGA.
PINGA A PIPA ,
O PINTO PIA.
PIPA PINGA.
QUANTO MAIS
O PINTO PIA,
MAIS A PIPA PINGA.

NINHO DE MAFAGAFOS
NUM NINHO DE MAFAGAFOS
HÁ CINCO MAFAGAFINHOS.
QUEM OS DESMAFAGAFIZAR,
BOM DESMAFAGAFIZADOR SERÁ.

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 37


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Trava- línguas são palavras que rimam e complicam na hora da leitura. É uma
atividade para brincar e aprender com as palavras. Mesmo que os alunos ainda não
saibam ler convencionalmente, ao tentarem ler estabelecem relação entre o oral e o
escrito. Ainda colocam em uso as estratégias de leitura, usando o conhecimento que
possuem sobre o valor sonoro das letras .
Escolha dentre o repertório dos trava-línguas que os alunos conhecem de memória
um que gostariam de realizar a leitura e a análise das rimas. Peça que acompanhem
uma primeira leitura integral do trava-língua feita por você . Discuta com eles: quais pa-
lavras se parecem , rimam? Em que são parecidas? Porque ao falarem , correm o risco
de errar o texto? Como você explicaria o fato de ser tão difícil repetir esse texto em voz
alta e rapidamente? Estimule-os a recitar outros trava-linguas do livro do aluno.

LIÇÃO 4

LER PARA SABER COZINHAR

Atividades de leitura de receitas

Receitas de doces
Estas receitas são de dar água na boca!! Leia junto com sua professora.

Cocadas de Ovos
Ingredientes
1 quilo de açúcar
1 coco ralado
12 gemas
Essência de baunilha, ou canela em pau e cravos

Modo de fazer
Faça com o açúcar uma calda em ponto de fio. Retire do fogo, junte o coco ralado e as gemas, misture
tudo muito bem e torne a levar ao fogo, com um pedaço de canela e alguns cravos, se não for perfumar
com a essência de baunilha.
Neste último caso, só junte a baunilha quando retirar a cocada do fogo, o que deverá ser feito quando,
sempre mexendo, a calda estiver bem grossa.
Sirva, depois de fria, em compoteira ou em cálices.

38 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Arroz-doce

Ingredientes
2 xícaras (chá) de arroz
1 litro de leite
Açúcar a gosto
1 colher (sopa) rasa de manteiga
Gemas de ovo à vontade
Uma pitada de sal
Canela em pó

Modo de fazer
Cozinhe o arroz em água, com uma pitada de sal, até que fique bem cozido e seco.
Feito isso, mude-o para outra caçarola, junte o leite e torne a levar ao fogo, para que cozinhe mais um
pouco.
Estando bem mole, junte o açúcar e a manteiga e deixe cozinhar em fogo brando, mexendo de vez em
quando para que não grude no fundo da caçarola.
Quando estiver bem grosso, retire do fogo, junte as gemas desmanchadas à parte e passadas na pe-
neira, e torne a levar ao fogo para que cozinhe mais um pouco.
Estando bem grosso, retire do fogo e deixe esfriar um pouco. Quando estiver quase morno, despeje em
tacinhas, em cálices grandes, ou mesmo em pratos de doce, polvilhando com canela em pó.
Fica mais saboroso cozinhando o arroz no leite.

Receitas salgadas

Batata frita

Ingredientes
Batatas
Óleo para fritar
Sal

Modo de fazer
Descasque as batatas, lave-as, enxugue-as e corte-as conforme o gosto:
em rodelas finas ou mais grossas, ou em palitos.
Pouco antes de servir, polvilhe as batatas com sal fino e frite-as em bastante óleo bem quente numa
caçarola funda.
Quando começarem a alourar, mexa com a escumadeira, para que todas fritem por igual; depois de
todas nesse ponto, retire-as do óleo com a escumadeira, levando para uma peneira, para escorre-
rem bem.

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 39


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Bolinhos de Arroz

Ingredientes
2 xícaras(chá) de arroz já feito
2 ovos
1 colher (chá) de manteiga
2 colheres (sopa) de queijo ralado
Salsa picada
Um pouco de leite
Óleo para fritar

Modo de fazer
Passe o arroz na máquina de moer carne, junte os demais ingredientes, misture muito bem e frija às
colheradas, em óleo bem quente.

2- Agora é sua vez , escolha uma receita doce ou salgada, muito apreciada pelos seus familiares,
copie e traga para trocar com seus colegas de turma.

A partir do título, o aluno deverá mobilizar estratégias de leitura – antecipação e in-


ferência- para descobrir o que vai numa receita. Depois de ouvi-los, leia junto com eles
para confirmar as suas hipóteses ou não.
Agrupe os alunos com escritas pré silábicas e silábicas e os silábicos -alfabéticos
com alfabéticos e ajude-os na leitura. Você poderá incentivar a troca de receita entre
eles, solicitando que tragam as receitas preferidas de seus familiares.

LIÇÃO 5

CONTOS DE ASSOMBRAÇÃO PARA APRENDER ESCREVER

O objetivo a ser alcançado ao ler contos de assombração para seus alunos é ofe-
recer-lhes bons modelos do gênero em estudo para favorecer a construção de sua
competência escritora

Procure preparar a leitura antecipadamente, planejando e estudando as entonações


e pausas adequadas ao gênero. Organize a sala de forma a tornar o ambiente mais pro-
pício para a esse tipo de leitura, afinal, é possível criar um clima que aguce ainda mais

40 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

as expectativas dos alunos em torno do gênero: Será que ficaremos com muito medo ao
ouvir esse conto?

Não se esqueça: o objetivo dessa atividade de leitura feita pelo professor é ofere-
cer aos alunos bons modelos do gênero em estudo. Portanto, cuide bem dos momentos
de leitura dos contos de assombração, pois são muito importantes para o processo de
aprendizagem de seus alunos.

Para saber mais sobre o que cabe ao professor realizar antes da leitura de um texto,
leia o Referencial de expectativas para o desenvolvimento da competência leitora e es-
critora no Ciclo II do Ensino Fundamental. São Paulo: DOT/ SME, 2006, p. 12 a 22.

1 - PRÁ COMEÇO DE CONVERSA COM OS ALUNOS

Aula 1:
Hoje você irá ouvir a professora ler um conto.
O título é “Maria Angula” Do que será que irá tratar esse conto? Fale para a sua turma o que você acha
que irá aparecer nesse texto, ouça também a opinião de seus colegas.
Dica: é um conto de assombração.

Antes de ouvir a leitura do conto vamos anotar na tabela abaixo, os dados do conto, pois iremos
ouvir e ler muitos contos de assombração.
Depois da leitura você irá colocar a sua opinião sobre o conto. No espaço da tabela indicando
“Apreciação” você colocará o número de estrelas de acordo com o que achou do conto:

 = gostei muito, o conto é ótimo!


 = gostei mais ou menos.
 = não gostei, achei bem fraquinho...

CONTOS DE ASSOMBRAÇÃO

TÍTULO DO LIVRO TÍTULO DO CONTO AUTOR(A) EDITORA APRECIAÇÃO

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 41


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

2-LEITURA DO CONTO PELO PROFESSOR

(O texto “ Maria Angula” encontra-se na p.51)

A principal observação a fazer a respeito desta primeira leitura é que ela pode ser a
desencadeadora do interesse que os alunos passarão a ter quando a proposta for ouvir
um novo conto de assombração.
Inicie esta atividade propondo aos alunos a leitura compartilhada da consigna e da
curiosidade sobre o conto que será lido por você.
Terminada a leitura, incentive os alunos a manifestar suas opiniões e diga para regis-
trarem sua apreciação na tabela à página 25. Pergunte se chegaram a sentir medo e, se
quiser, releia alguns trechos. Aproveite para dar também sua opinião a respeito do conto.
Procure agrupar os alunos em duplas para que possam compartilhar pontos de vista
sobre as leituras .
Comente com os alunos a importância de anotarem os dados dos livros que você
tiver lido um conto.Assim , se quiserem , poderão organizar o acervo de contos lidos pelo
professor, para que possam ir controlando tanto o que está sendo lido como também
suas preferências.Cuide para que o registro não seja feito de forma burocrática. Procure
motivar para que seus alunos queiram dar sua opinião . Para isso confronte as opiniões
deles e manifeste também a sua.

Agora vamos conversar sobre o conto:

O que Maria Angula queria com Dona Mercedinha?


Por que ela sempre repetia a mesma frase para dona Mercedinha? Que frase
era mesmo?
Por que Dona Mercedinha ensinou a receita dos miúdos de gente?
O que você acha que aconteceu com Maria Angula?
Vamos ler junto esse conto de assombração.
A professora lerá a parte do narrador.
Um grupo lerá as falas de Dona Mercedinha.
Outro grupo lerá as falas de Maria Angula .

3-PREPARANDO A LEITURA EM DUPLA

Se necessário ajude os alunos que ainda não têm fluência leitora. O objetivo dessa
etapa é que se sintam encorajados a ler mesmo ainda sem saber ler fluentemente.

42 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Aula 2:
Agora junto com seu colega leia o conto abaixo.
Não esqueça de anotar na tabela o título do livro, o título do conto, o autor e editora
e depois da leitura faça a sua apreciação.

Encurtando o Caminho

Tia Maria, quando criança, um dia se atrasou na saída da escola, e na hora em que foi voltar
para casa já começava a escurecer. Viu uma outra menina passando pelo cemitério e resolveu cortar,
fazendo o mesmo trajeto que ela.
Tratou de apressar o passo até alcançá-la e se explicou:
- Andar sozinha no cemitério me dá um frio na barriga! Será que você se importa se nós
formos juntas?
- Claro que não. Eu entendo você – respondeu a outra. – Quando eu estava viva, sentia exata-
mente a mesma coisa.
(do livro” Sete histórias para sacudir o esqueleto.de Angela Lago, Editora Companhia das Letrinhas,
São Paulo, 2002)

Se você visse uma assombração o que acha que sentiria? Escreva abaixo:

Leia para seus colegas o que você escreveu e copie o que os colegas escreveram e que você
nem tinha pensado:

Nesse conto a autora utiliza a expressão “frio na barriga” para indicar que a menina Maria estava
com medo. Que outras palavras podemos utilizar para indicar que estamos com medo?

Converse com alguns colegas e escrevam abaixo outras expressões

_________________________________________________________________________________

_____________________________________________________

Aula 3: Você acha que todo conto de assombração dá medo?

 Sim
 Não
Converse com seus colegas sobre isso.
Leia o próximo conto e tire suas dúvidas.

Nesta etapa é importante que os alunos manifestem a sua opinião. Caso necessário, retome o texto
para que fundamentem a sua opinião.

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 43


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

4- LEITURA COMPARTILHADA DO CONTO:


Organize os alunos em duplas e proponha a leitura compartilhada. Caso tenham
dificuldade leia junto com eles.

Dançando com o morto

A viúva estava na cozinha com o filho, contando feliz o dinheiro que tinha encontrado debaixo do
colchão, quando o marido, falecido fazia meses, apareceu e veio sentar-se à mesa com eles.
A mulher não se intimidou:
- O que é que você está fazendo aqui, seu miserável?! Me dá paz! Você está morto! Trate de voltar
para debaixo da terra.
- Nem pensar – disse o morto. – Estou me sentindo vivinho.
A mulher mandou o filho buscar um espelho. Entregou ao morto para que ele visse a sua cara
de cadáver.
- É... Estou abatido. Deve ser falta de exercício – disse o falecido.
E mandou o filho buscar a sanfona, e convidou a mulher para dançar. Ela, é claro, não quis saber
de dançar com o defunto, que cheirava pior que gambá.
O morto nem ligou. Começou a dançar sozinho. De repente a mulher viu que um dedo dele estava
caindo, e ordenou:
- Toca mais rápido, menino!
Mais que depressa, a mulher mandou o filho buscar um baú para guardar os pedaços do marido:
- Põe tudo que é dele, filho. Tudo. Que eu vou procurar uns pregos e um martelo.
Dali a pouco ela voltou e caprichou nas marteladas, para que o morto nunca mais escapulisse.
Enterraram o defunto de novo. Depois jogaram bastante cimento em cima.
Só no dia seguinte a viúva lembrou do dinheiro do marido, que ela tinha deixado em cima da mesa.
- Cadê!?!
- Uai, mãe! Não era para guardar no baú tudo que fosse dele?

(do livro Sete histórias para sacudir o esqueleto de Angela Lago, Editora Companhia das Letrinhas, São Paulo, 2002)

E agora, qual sua opinião. Todos os contos de assombração são de medo?


Você já ouviu também o conto Maria Angula, este conto é engraçado ou de medo?

Já que você conhece vários contos de assombração, liste abaixo as palavras que você percebeu
que sempre aparecem em conto de assombração.

Leia sua lista para seus colegas e anote as palavras que eles disseram que você ainda não tinha
escrito.

Ao propor aos alunos que respondam às questões, o principal propósito didático é favorecer uma
conversa com o grupo, que lhes permita observar no texto os recursos linguísticos utilizados pelo autor
para provocar medo e suspense no leitor. Para isso é importante uma boa leitura do texto e a troca de
informações entre eles.

44 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Aula 4:
Agora chegou o momento de você e seus colegas ditarem um conto para o profes-
sor. Antes vocês devem escolher um conto de que tenham gostado bastante e depois
recontá-lo junto com o seu colega.

Para que todos participem, é importante que cada um peça a palavra e sempre
espere o colega terminar o que estava dizendo.
O conto é de todos- assim , todos precisam participar.

O professor escreverá uma parte do texto na aula de hoje e dará continuidade a


ele na próxima. Antes de escrever a segunda parte, releiam o que já escreveram e
continuem a produção .

A proposta não é trabalhar a memória, mas sim possibilitar uma situação de pro-
dução de texto em que a ideia (o enredo da história) seja do conhecimento dos alunos.
Assim, permitimos que eles foquem sua atenção na linguagem escrita, na melhor forma
de se comunicar com o leitor para fazer com que ele se interesse pela leitura do texto,
se emocione, se arrepie, se envolva com a história. Preocupar-se com esses aspec-
tos relacionados à linguagem escrita implica práticas de comportamento escritor, isto é,
preocupar-se constantemente com o leitor e com a legibilidade do texto.

Tendo como base um texto-fonte, um conto já existente, os alunos poderão “mergu-


lhar” no texto e na maneira de o autor causar o efeito pretendido em seus leitores; para
tentar resultados equivalentes, poderão recorrer aos mesmos recursos em suas escritas.
Quanto mais textos de boa qualidade e de bons autores puderem conhecer profunda-
mente e quanto mais tiverem a chance de “imitá-los”, produzindo reescritas de seus
textos, mais condições terão de criar seus próprios textos.

Mais alguns cuidados que não devem ser desprezados:

→ Como se trata de uma atividade de produção com apoio, caso o conto escolhido tenha
sido lido há muito tempo, é importante que você faça uma nova leitura.
→ Prepare-se antes, pense nas informações que precisará dar aos alunos, quais ques-
tões você poderá propor e o que não colocará em discussão. Para facilitar essa análise
e planejamento, escolha o conto a ser reescrito, com os alunos, ao menos um dia antes
do início da reescrita coletiva.
→ Em seguida, é necessário organizar uma situação na qual os alunos possam recontar
oralmente o conto escolhido, retomando as partes que o compõem. Essa situação de re-
conto pode desencadear um planejamento da reescrita, no qual você pode, com a ajuda

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 45


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

dos alunos, listar a sequência dos episódios, palavras que não devem ser esquecidas
porque dão efeitos importantes nas sensações que se quer causar nos leitores, entre
outras possibilidades.
→ Nessa situação de “produção oral com destino escrito”, os alunos ditam e você cumpre
o papel de escriba e, como tal, precisa cuidar para não produzir o texto pelos alunos.
Ou seja, é preciso considerar as formas de construção que eles propõem e, quando for
necessário, questioná-los sobre incorreções que comprometem muito a coerência ou a
coesão do trecho que está sendo ditado para que escreva. É preciso consultá-los e con-
siderar as possíveis soluções que são capazes de dar. Procure equilibrar aspectos que
podem ser melhorados já durante a produção escrita e outros, que devem ser analisados
quando terminada a produção.
→ Este texto não precisa ser produzido em uma única aula, pode ser escrito em par-
tes, por episódio, por exemplo, por essa razão é importante copiar o trecho produzido,
a cada etapa, em uma folha grande de papel, para apresentá-lo na próxima aula e dar
continuidade à produção ou revisão. Por outro lado, estender por muito tempo essa pro-
dução, pode desanimar os alunos, levando-os a perder o interesse pela tarefa. Procure
equilibrar o tempo.
→ Como você é o escriba, informe aos alunos que escreverá ortograficamente correto,
usará a pontuação necessária e discutirá com eles os aspectos de concordância verbal
e nominal.

Oriente-se pelo que o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil diz a esse
respeito:
Ditar um texto para o professor, para outra criança ou para ser gravado em fita cas-
sete é uma forma de viabilizar a produção de textos antes de as crianças saberem
grafá-los. É em atividades deste tipo que elas começam a participar de um processo
de produção de texto escrito, construindo conhecimento sobre essa linguagem, antes
mesmo que saibam escrever autonomamente. Ao participar em atividades conjuntas
de escrita, a criança aprende a:
• Usar palavras ou expressões literais do texto original;
• controlar o ritmo do que está sendo ditado, quando a fala se ajusta ao tempo
da escrita;
• diferenciar as atividades de contar uma história, por exemplo, da atividade de ditá-la
para o professor, percebendo, portanto, que não se dizem as mesmas coisas nem da
mesma forma quando se fala e quando se escreve;
• retomar o texto escrito pelo professor, a fim de saber o que já está escrito e o que
ainda falta escrever;
• considerar o destinatário ausente e a necessidade da clareza do texto para que ele

46 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

possa compreender a mensagem;


• diferenciar entre o que o texto escrito diz e a intenção que se teve antes de escrever;
• realizar várias versões do texto sobre o qual se trabalha, produzindo alterações que
podem afetar tanto o conteúdo como a forma em que foi escrito; [...] A reelaboração
dos textos produzidos, realizada coletivamente com o apoio do professor, faz com que
a criança aprenda a conceber a escrita como processo, começando a coordenar os pa-
péis de produtor e leitor a partir da intervenção do professor ou da parceria com outra
criança durante o processo de produção. As crianças e o professor podem tentar me-
lhorar o texto, acrescentando, retirando, deslocando ou transformando alguns trechos
com o objetivo de torná-lo mais legível ao leitor, mais claro ou agradável de ler.

Aula 5:
Começamos a escrever junto o conto preferido do grupo. Hoje, vamos reler a par-
te que já foi escrita e melhorá-la.
Depois disso, você e seus colegas vão ditar a continuação ao professor que
irá registrá-la.

Nessa etapa, a ideia não é propor a revisão de todos os aspectos do texto ao mes-
mo tempo, o objetivo é que os alunos aprendam procedimentos de revisão de texto.
Releia o trecho do conto já produzido e auxilie- os para melhorar o texto.
A cada atividade de revisão, procure selecionar uma ou duas questões e trabalhar
em torno delas. Nesse primeiro momento você pode realizar uma revisão do ponto de
vista discursivo, ou seja, dos elementos que contribuem para tornar a narrativa mais
compreensível para o leitor: observar se faltam informações relevantes, se há algo am-
bíguo, confuso, sem sentido, ou repetitivo.
Caso você perceba que estão faltando trechos ou há partes confusas, ambíguas,
sem sentido, evidencie essas questões para os alunos. Mas tome cuidado para não dar
as respostas: incentive-os a procurar as soluções por si.
Se possível faça as alterações no próprio cartaz, com caneta porosa de outra cor,
para deixá-las bem visíveis. É importante considerar que a revisão faz parte do processo
de produção de textos. É uma das tarefas do escritor para tornar o texto cada vez melhor,
com o intuito de fazer o leitor compreender e mergulhar no universo que está criando.

Aula 6:
O professor irá apresentar em cartaz o conto que vocês escreveram coletivamen-
te. Releia o texto e verifique se precisa ser melhorado, pois o conto será lido para os

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 47


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

colegas de outras turmas. Então vale a pena caprichar muito e tornar esse conto de
assombração bem terrível e bem escrito!

Terminada a revisão, combine quem irá passá-lo a limpo , caprichando na letra.


Você também poderá fazer uma ilustração para ficar bem bonito o texto.
Se você quiser leia para seus colegas.

Para a etapa final de revisão do mesmo texto, talvez seja necessário passá-lo a
limpo, num outro cartaz, caso as anotações tornem confusa e difícil sua leitura; e, nes-
te caso, será bastante produtivo colocá-los um ao lado do outro, para que os alunos
atentem também para este procedimento do escritor – passar a limpo, além de com-
parar as versões.

Se precisar, reforce a situação comunicativa em que está inserida essa produção,


isto é, que vocês estão escrevendo um conto para ser lido para outros colegas. Saber o
porquê, para que e para quem estão escrevendo é condição indispensável para os alu-
nos perceberem o sentido da situação de produção e revisão do texto.

Sugira que melhorem os textos pensando em deixá-los mais bonitos (ou, neste caso,
mais assombrosos) e de leitura mais agradável. Aqui você pode descobrir o que seus
alunos são capazes de fazer sem sua ajuda, ou seja, avaliar o que já aprenderam sobre
a linguagem que se escreve e sobre procedimentos de escritor – que envolvem também
a revisão durante a produção e ao final dela.

Provavelmente, os alunos que ainda não produzem escritas convencionais não che-
guem a concluir os textos e, mesmo que concluam, talvez não consigam resgatá-los para
uma revisão. Nesse caso, uma alternativa é você assumir o papel de revisor, como es-
criba. Organize um agrupamento com esses alunos que ainda não escrevem convencio-
nalmente, selecione uma de suas produções e ajude-os a recuperar as ideias; discuta as
possibilidades de melhorar o texto e faça a revisão coletiva, como escriba dos alunos.

Importante: Como o texto terá outros leitores, é importante que você corrija os erros
que os próprios alunos não puderem corrigir.

Depois da correção, compartilhe com eles as alterações feitas por você. Pode ser
uma boa situação de aprendizagem, na qual eles vão observar aspectos em que não
haviam pensado antes. Nesse ponto eles podem começar a passar a limpo os textos já
revisados por você.

48 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Preparação para a leitura do texto:


Cada aluno deve ter uma cópia do texto para preparar a sua leitura. É importante
lembrá-los de que precisam ensaiar a leitura para que seja bastante apreciada .

Aula 7:
Hoje é o dia de lermos o conto de assombração que escreveram para os alunos
de outra turma.
Escreva abaixo a sua opinião sobre o conto que você leu. Você gostou? Você acha
que os outros alunos gostaram? Escreva e depois leia para seus colegas.

LIÇÃO 6

LER FÁBULAS PARA APRENDER ESCREVER:

Apresentar aos alunos a proposta do trabalho: Daqui a algumas semanas, faremos


uma atividade de reescrita da fábula “A cigarra e as formigas” e por isso vou ler várias
fábulas para que vocês aprendam como se escreve esse tipo de história

Conhecendo versões diferentes da mesma fábula

Agora o seu professor fará a leitura de duas versões diferentes da mesma fábula. Acompanhe
a leitura com bastante atenção para que vocês possam conversar a respeito destas fábulas .

Aula 1A – Leitura da fábula “A cigarra e as formigas”


Agora acompanhe a leitura desta fábula . Fique bem atento.

A cigarra e as formigas
Um belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar suas reservas de
trigo. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado completamente molhados. De repente aparece
uma cigarra:
— Por favor, formiguinhas, me deem um pouco de trigo! Estou com uma fome danada, acho que
vou morrer.
As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra os princípios delas, e perguntaram:

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 49


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

— Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por acaso não se lembrou de guardar comida
para o inverno?
— Para falar a verdade, não tive tempo — respondeu a cigarra. — Passei o verão cantando!
— Bom... Se você passou o verão cantando, que tal passar o inverno dançando? — disseram as
formigas, e voltaram para o trabalho dando risada.

Moral: Os preguiçosos colhem o que merecem.

Do livro: Fábulas de Esopo - Companhia das Letrinhas

Leitura da 2ª versão da fábula “ A cigarra e a Formiga”

1B-Seu professor lerá uma nova versão da fábula “A Cigarra e as formigas”. Fique atento
às semelhanças e diferenças entre as duas versões.

A Cigarra e as Formigas

No inverno, as formigas estavam fazendo secar o


grão molhado, quando uma cigarra faminta lhes pediu
algo para comer. As formigas lhe disseram:

— Por que, no verão, não reservaste também o teu


alimento?

A cigarra respondeu:

— Não tinha tempo, pois cantava melodiosamente.

E as formigas, rindo, disseram:

—Pois bem, se cantavas no verão, dança agora no inverno.

Moral: “Não se deve negligenciar nenhum trabalho, para evitar tristeza


e perigos”.

Esopo: fábulas completas. Tradução de Neide Smolka. São Paulo, Moderna, 1994

50 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Roda de conversa entre as características da fábula

Aula 2A: Comparando duas versões de uma mesma fábula:

• Seu professor leu duas versões da fábula “A Cigarra e as Formigas”, para sua turma.
Converse com seus colegas sobre as formas diferentes de contar as duas historias.
Com a ajuda da professora anote as principais diferenças no quadro :

Duas formas de iniciar a fábula:

1ª versão 2ª versão

.
Num belo dia de inverno as formigas No inverno, as formigas estavam
estavam tendo o maior trabalho para fazendo secar o grão molhado.
secar suas reservas de trigo

Quando a cigarra lhes pede comida, as formiguinhas respondem:

1ª versão 2ª versão

.
– Mas por quê? O que você faz durante – Por que, no verão, não reservaste
o verão? Por acaso não se lembrou de também o teu alimento.
guardar comida para o inverno?

E a cigarra responde:

1ª versão 2ª versão

.
– Para falar a verdade, não tive tempo – Não tinha tempo, pois cantava
– respondeu a cigarra – Passei o verão melodiosamente.
cantando!

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 51


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

• O que acharam? Qual a forma mais interessante de contar a história?

Perguntar aos alunos o que acham que todas as fábulas têm de parecido.
Anotar na lousa as opiniões, pois elas revelam o conhecimento das crianças so-
bre o gênero.
Complementar com informações que eventualmente não foram observadas por elas.
Na etapa seguinte os alunos escolhem a fábula de que mais gostaram e o professor
faz a leitura para que possam planejar o que vão escrever.

2ª leitura da fábula:

2B- Acompanhe, novamente, a leitura da fábula “A cigarra e as formigas”. Fique atento, pois você
e seus colegas farão um ditado dessa história ao professor.
Com a ajuda do professor, façam uma lista com os principais acontecimentos da história. Copie o
que vocês conversaram nestas linhas.

Após ouvir a fábula e listar os acontecimentos mais importantes é a hora de vocês recon-
tarem a história. Procurem fazer isso escolhendo bem as palavras, de modo que fique bem con-
tada. Vocês não precisam usar as mesmas palavras do texto, mas podem utilizar algumas, que
parecerem interessantes.

A etapa 2 tem como objetivo aproximar os alunos da linguagem que se escreve, portan-
to, o reconto busca a aproximação das características do texto original ( o texto lido para
eles), descrevendo personagens, cenários, ações...
É importante cuidar para que não reproduzam o texto exatamente como o original, uma
vez que é um texto curto com uma trama enxuta.
Entenda nessa situação o que significa ditar um texto ao professor (consul-
tar a p. 47)

Aula 3: produção oral com destino escrito:

Vocês vão ditar ao seu professor a fábula “A cigarra e as formigas”.


Lembre-se de que todos devem participar, mas cada um deve esperar sua vez
para complementar o texto.

Quando terminarem, seu professor lerá o que vocês ditaram, para que todos sugi-
ram as alterações que acharem necessárias.

52 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Aula 4: revisão da fábula.


Na aula passada, vocês ditaram ao professor a fábula “A cigarra e as formigas”. Nesta aula, vão
reler o que ditaram para o professor e fazer alterações para melhorar o texto.
Na revisão, é interessante observar:
• Se faltam partes importantes da história;
• Se há palavras que se repetem excessivamente;
• Se há muitas expressões ou palavras que se usam nas conversas do dia a dia, mas
que não são tão comuns nos textos escritos.
Além disso, vocês podem incluir ou alterar palavras para caracterizar melhor os personagens, para
enfatizar alguma passagem etc.
Leia novamente junto com sua professora e veja se o texto ficou bem escrito.

Aula 5: passar a limpo os textos para ler para outra turma.


Em dupla passar o texto a limpo. Se você tiver um computador ao seu alcance seria muito bom.
Como você vai trabalhar em dupla, é interessante que a tarefa seja dividida: uma parte do texto
será escrita por você e ditada pelo seu colega. Depois de um tempo, os papéis se invertem.
Combine com a professora onde colocarão para que seus colegas leiam o que escreveram.

PARA APRENDER ESCREVER FÁBULAS:

Dica ao professor: Essa sequência retoma os mesmos procedimentos didáticos trabalhados na


sequência anterior“ A cigarra e as formigas”.

Aula 1: Leitura da fábula “O garoto do ‘olha o lobo”.


Acompanhe a leitura que a professora fará da fábula
“O garoto do ‘olha o lobo’”.
“O garoto do olha o lobo”
Um pastorzinho que cuidava de seu rebanho per-
to de um povoado gostava de se distrair de vez em
quando gritando:
- Olha o lobo! Socorro! Olha o lobo!
Deu certo umas duas ou três vezes. Todos os ha-
bitantes do povoado vinham correndo ajudar o pastorzi-
nho e só encontravam risadas diante de tanto esforço.
Um dia apareceu um lobo em carne e osso. O menino gritou desesperado, mas os vizinhos achavam

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 53


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

que era só brincadeira e nem prestaram atenção. O lobo pôde devorar todas as ovelhas sem
ser perturbado.

Moral: Os mentirosos podem falar a verdade que ninguém acredita.

Do livro: Fábulas de Esopo - Companhia das Letrinhas

Aula 2-Comparando as duas fábulas

Depois de acompanhar a leitura, converse com seus colegas sobre as principais diferenças entre
as duas histórias e, com a ajuda do professor anote-as nos quadros.

Compare as duas formas de iniciar a fábula:

1ª versão 2ª versão

Um pastorzinho que cuidava de seu rebanho Um pastor costumava levar seu rebanho para
perto de um povoado gostava de se distrair de fora da aldeia. Um dia resolveu pregar uma
vez em quando gritando: peça nos vizinhos.

O modo como os autores descrevem o aparecimento do lobo:

1ª versão 2ª versão

Um dia apareceu um lobo em carne e osso. Mas um dia, o lobo apareceu de fato e
começou a atacar as ovelhas.

O modo como os vizinhos reagiram ao apelo real do pastorzinho:

54 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

1ª versão 2ª versão

O menino gritou desesperado, mas os Morrendo de medo, o menino saiu correndo. –


vizinhos achavam que era só brincadeira e Um lobo! Socorro! Os vizinhos ouviram, mas
nem prestaram atenção. acharam que era caçoada.

Com a ajuda do professor, façam uma lista com os principais acontecimentos da


história. Copie o que vocês conversaram nestas linhas.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

Aula 3: Ditado ao professor.

Vocês vão ditar para seu professor a fábula “ O menino que mentia”
Lembrem-se da sequencia da historia. Vocês podem usar partes interessantes das duas versões
lidas em classe.
Quando terminarem, seu professor vai ler o que vocês ditaram, para que todos sugiram as altera-
ções que acharem necessárias

Aula 4 : Revisão da fábula.

Na aula passada, vocês produziram um texto ditando ao professor. Nesta aula, vão reler o que
ditaram para o professor e fazer alterações para melhorar o texto.
Na revisão, é interessante observar:
• Se faltam partes importantes da história;
• Se há palavras que se repetem excessivamente;
• Se há muitas expressões ou palavras que se usam nas conversas do dia a dia, mas que não são
tão comuns nos textos escritos.
Além disso, vocês podem incluir ou alterar palavras para caracterizar melhor os personagens, para
enfatizar alguma passagem etc.
Leia novamente junto com seu professor e veja o texto foi bem escrito.

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 55


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Use o computador para passar o texto a limpo.

PARA SABER MAIS SOBRE O GÊNERO FÁBULAS LEIA O PROJETO DIDÁTICO


“ Confabulando com fábulas”. In: Guia de planejamento e orientações didáticas
para professores do 3º Ano Ciclo I - Secretaria Municipal de Educação - São Pau-
lo: SME / DOT, 2008.

LIÇAO 7

LER PARA SABER MAIS SOBRE NOSSO CORPO

Essa é uma atividade com o propósito de ler para os alunos os artigos de divulga-
ção científica sobre curiosidades e informações importantes sobre o corpo humano. Não
é um estudo da área de Natureza e Sociedade e sim de Língua Portuguesa, pois o obje-
tivo geral é possibilitar a aprendizagem da leitura de artigos de divulgação científica.
Nesse processo os alunos se aproximarão de uma diversidade de conceitos cien-
tíficos. É importante saber que a intenção é apenas de aproximação e não de estudo
aprofundado sobre nenhum deles. Mesmo porque esses conteúdos não são ensinados
somente a partir da leitura e muito menos aprendidos desta forma.
Os principais propósitos didáticos dessa sequência de leitura relacionam-se com al-
gumas aprendizagens que esperamos que os alunos conquistem, como aprender mais:
→ Sobre a organização interna e as diferentes formas de apresentação gráfica dos arti-
gos de divulgação científica;
→ Procedimentos de leitor competente (o aprendizado da leitura envolve aprender pro-
cedimentos de leitor);
→ Alguns procedimentos de leitura, quando o propósito é estudar ou saber mais sobre
um determinado assunto
→ Sobre nosso corpo, adquirindo informações importantes e interessantes a respeito
desse assunto.

Você deve garantir que todos tenham acesso ao conteúdo estudado por meio do
texto impresso. Como seus alunos são leitores iniciantes, faça sempre a primeira leitura
do texto, em voz alta, enquanto eles acompanham em seus próprios livros. Além disso,

56 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

não perca de vista os alunos com maior dificuldade – nos trabalhos em dupla ou em gru-
po, coloque-os junto dos que já leem com maior autonomia e fluência.
É importante que os alunos tenham acesso a outros artigos de divulgação científica,
para isso, procure apresentar a eles livros e outras publicações com esse gênero textual
e converse com a classe, após a leitura, sobre a funcionalidade dos mesmos – onde
podem ser encontrados etc.
Selecione, na Sala de Leitura, livros que abordem o corpo humano para mostrar
textos e imagens sobre o tema. Mesmo que os alunos ainda não tenham condições de
ler os textos com autonomia, você pode solicitar-lhes que leiam o título, os subtítulos e
até mesmo trechos, uns para os outros – alunos com leitura fluente para aqueles com
hipóteses não alfabéticas.

Expectativas de aprendizagem

→ Aprender alguns comportamentos de leitor relacionados à leitura com propósito de


estudar;
→ Ler os artigos de divulgação científica, sabendo:
• Localizar informações e identificar as ideias principais em função do objetivo
da leitura;
• Inferir o conteúdo a partir dos títulos e subtítulos;
• Grifar passagens importantes e anotá-las quando lhe forem úteis;
→ Reconhecer os artigos de divulgação científica como valiosas fontes de informação.
→ Identificar os portadores que contêm este gênero textual.
→ Aprender informações curiosas e interessantes sobre o nosso corpo, gerando a von-
tade de aprender mais sobre o assunto.

PARA SABER MAIS SOBRE A EXPLORAÇÃO DE ARTIGOS DE DIVULGAÇÃO


CIENTÍFICA: O QUE PODE SER FEITO ANTES, DURANTE E APÓS A LEITURA
PELO PROFESSOR OU PELO ALUNO, LEIA O REFERENCIAL DE EXPECTATI-
VAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMPETÊNCIA LEITORA E ESCRITORA
NO CICLO II DO ENSINO FUNDAMENTAL. SÃO PAULO: DOT/SME, 2006.

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 57


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

ATIVIDADE 1
Doutor Cheiroso

1-Segue abaixo uma série de perguntas sobre os cheiros do nosso corpo. Leia as perguntas que foram
feitas para o doutor cheiroso e vejam como são interessantes:

→ Por que a gente tem chulé, ce-cê e mau hálito?


→ Quando a criança vira adolescente, o cê-cê aumenta?
→ Por que temos aquele bafo horrível quando a gente acorda?
→ Como se faz para acabar com o chulé?
→ Como exterminar com o cê-cê?

O professor irá copiar essas perguntas na lousa. Fará a leitura de um texto que respondem algu-
mas delas. Ouça atentamente e volte para a lista de perguntas para indicar quais repostas foram dadas
pelo Dr. Cheiroso.
Ajude o seu professor organizar as respostas encontradas, comentando partes do texto que po-
dem responder algumas destas perguntas.

DOUTOR CHEIROSO

O curioso em relação ao mau hálito é que os portadores não conseguem perceber o odor desa-
gradável que exalam. São os outros que notam e ficam constrangidos em avisar – “olha, teu hálito não
está legal”. Às vezes, nem toda a intimidade do mundo justifica uma atitude como essa e o problema
não é enfrentado como deveria.
O cheiro está tão ligado às emoções e ao hálito desagradável que pode provocarrepulsa e afas-
tamento, muitas vezes irreversível. Casais podem relevar desencontros, vencer diferenças de persona-
lidade e das formas de enxergar a vida, podem até esquecer os maus passos dados por um deles, mas
é muito difícil que consigam superar a inconveniência do mau hálito de um dos parceiros.
Na grande maioria dos casos, o mau hálito, ou halitose, tem origem na própria língua, um órgão
muscular revestido por papilas. Essas papilas possuem terminações nervosas que, estimuladas por
determinadas moléculas, conduzem informação ao cérebro a fim de reconhecer o gosto das coisas.
Na parte posterior da língua sobram espaços entre as papilas e se formam pequenas criptas. Nelas se
acumulam alimentos e restos de células que descamam do epitélio lingual.
Esses resíduos funcionam como meio de cultura para as bactérias, que, quando fermentam,
liberam substâncias ricas em enxofre, e é o cheiro de enxofre que provoca o mau hálito.

http://www.drauziovarella.com.br/entrevistas/mauhalito.asp

58 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Combine com a turma que primeiro você lerá todo o texto para que eles entendam
o sentido geral. Depois lerá um parágrafo de cada vez e discutirá as dúvidas.
Após a leitura, discuta com os alunos quais perguntas o texto respondeu e organize
as conclusões do grupo de forma que todos possam participar.
A explicitação das perguntas que poderão ser respondidas com a leitura do texto é
uma estratégia que permite aos alunos se concentrarem em questões que favorecem
uma compreensão global, evitando que se dispersem em detalhes irrelevantes. Por
outro lado, a retomada delas ao final da leitura do texto funciona como um instrumento
organizador do que conseguiram compreender do texto lido pelo professor.

O fato do texto não responder todas as perguntas formuladas antes da leitura, cria
a possibilidade de novos contextos de leitura. Ir ao site para encontrar respostas para as
questões não respondidas pelo texto ou pelo grupo pode ser um bom encaminhamento
para os alunos.
Afinal, uma leitura quase sempre gera a necessidade de novas leituras de textos do
mesmo gênero, o que contribui para saber mais sobre um determinado assunto.

O mesmo procedimento didático aplica-se às atividades 2 e 3.

ATIVIDADE 2

CIRCULAÇÃO:CAMINHOS DO SANGUE

2- Leia este texto para saber mais sobre o nosso corpo. Se tiver dúvidas, peça ao seu professor
para anotá-las, e depois juntos, verificar se o texto responde ou se terão que consultar o dicionário ou
o professor de ciências.

CIRCULAÇÃO - CAMINHOS DO SANGUE

O coração bate mais forte quando a gente pula corda, joga futebol, brinca de pega-pega ou corre por
aí. Por quê? Quando nos movimentamos rapidamente, gastamos mais energia. Então o sangue tem que
circular depressa, porque tem muita coisa para fazer:

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 59


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

→ Alimentar cada célula


→ Levar embora da célula aquilo que ela não aproveita do alimento
→ Trazer ar novo para os pulmões
→ Expulsar o ar usado.
O coração bate mais rápido, porque ele é que faz o sangue circular. Assim como os carros circulam
pelas ruas, o sangue circula pelo nosso corpo. As avenidas percorridas pelo sangue se chamam veias
e artérias. Pelas veias, o sangue chega ao coração. As artérias levam-no embora.
Os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas são como as peças de um carro. Cada um
tem uma função definida. Os glóbulos vermelhos levam oxigênio. Os brancos combatem infecções, ou
seja, vírus e bactérias que atacam o corpo e nos deixam doentes. E as plaquetas ficam responsáveis
por parar os sangramentos, como quando alguém faz um corte na mão, ou seja, a plaqueta ajuda na
coagulação do sangue. Os três estão misturados numa substância líquida chamada plasma.
O sangue não anda só por avenidas. Existem também as ruas, que são as vênulas e as arteríolas
– veias e artérias menores. E ainda há ruazinhas chamadas de vasos capilares. Tudo isso porque o
sangue tem que chegar a cada pequeno quarteirão do nosso corpo, na mais remota periferia.
Olhe para sua mão: tem um monte de veias e artérias debaixo da pele. É assim no seu corpo
inteiro.
Esta é uma atividade que exige uma preparação antes da leitura, como todas as outras já
mencionadas, mas aqui também é importante antecipar quais informações ou conceitos precisam ser
mais bem discutidos para que os alunos tenham uma melhor compreensão do texto. Muito provavelmente,
seja necessária uma discussão sobre eles e você necessite de um outro suporte para que possam
saber mais como , por exemplo: um “mapa” do corpo humano, outros textos que explicitam informações
complementares etc.
Como na leitura anterior não pretendemos que os alunos virem especialistas sobre circulação
sanguínea, mas tenham uma certa compreensão dos conceitos presentes neste texto. Vamos ver até
onde podemos ir com os alunos, considerando que está é uma sequência de leitura e não de Ciências.
Também nesta atividade é importante levantar os conhecimentos prévios dos alunos a respeito do
conteúdo, organizar essas informações na forma de um esquema na lousa; ao longo da leitura, fazer
algumas paradas instigando os alunos a confrontar suas hipóteses iniciais e o que vão identificando na
leitura do texto, formular perguntas que problematizam o que o leitor diz e o ajuda a pensar sobre o lido,
bem como providenciar outros suportes, com informações complementares.
Ao final da leitura, retome o esquema que você organizou na lousa e veja o que permaneceu,
o que foi esclarecido, que novas questões se colocaram após a leitura do texto etc. Se esta leitura
gerou a necessidade de mais pesquisa sobre o assunto, organize perguntas para orientar a pesquisa
pelos alunos. Afinal, uma pesquisa deve surgir das questões que os alunos se colocam e gostariam
de ver respondidas, ou seja, a partir das necessidades e interesses suscitados durante ou após
uma leitura ou estudo.

60 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

ATIVIDADE 3
O QUE COMER PARA NÃO FICAR DOENTE

8- Leia o texto abaixo e saiba mais sobre os cuidados com a alimentação

O QUE COMER PARA NÃO FICAR DOENTE

Comer bem não é tão simples quanto parece. Quem monta uma dieta específica para combater

distúrbios cardiovasculares trabalha com tantas variáveis quanto um engenheiro que projeta um edifício.

É preciso levar em conta, por exemplo, idade, peso, altura, tipo de vida, estado clínico e até as prefe-

rências culinárias.

Para ministrar uma dieta cientificamente elaborada existem os nutricionistas, com suas tabelas e

cálculos. Mas os leigos também podem fazer isso, desde que bem orientados. A regra número um é:

reduza ao mínimo a ingestão de alimentos muito ricos em colesterol, como as carnes vermelhas gordu-

rosas, leite e seus derivados e gema de ovo.

Mas só esse cuidado não basta. Há alimentos que não possuem colesterol, mas são ricos em áci-

dos graxos, que também podem causar aterosclerose. Os ácidos graxos são as unidades fundamentais

dos lipídios, ou gorduras. São formados por átomos de carbono e dividem-se em três grupos, conforme

o tipo de ligação existente entre eles. Assim, eles podem ser saturados, monoinsaturados e poliinsatura-

dos. Os ácidos graxos saturados são os mais perigosos, pois elevam a concentração de LDL, chamado

mau colesterol. Eles estão presentes em grande quantidade nos alimentos de origem animal, como

carnes e leite, mas também podem ser encontrados em alguns vegetais, como a polpa do coco, o óleo

de dendê e a manteiga de cacau.

Revista Globo Ciência

Leia o texto para os alunos e diga que ao final terão que explicar o sentido do título. Provavelmente

eles não consigam responder com muita profundidade logo da primeira leitura. Então, leia novamente e

vá destacando com eles as partes que consideram mais importantes e discuta o assunto alimentação,

especialmente o que significam CARNES VERMELHAS e ALIMENTOS DERIVADOS, pois seus alunos

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 61


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

precisarão dessas informações mais adiante.

Neste texto, como em alguns outros são muitos os conceitos científicos que os alunos precisarão

se aproximar para poder entender o texto, por isso é fundamental que você prepare a leitura antes, pois

os conhece muito bem e poderá antecipar quais serão suas principais dúvidas e até algumas de suas

hipóteses.

ATIVIDADE 4

DESENVOLVIMENTO DO CORPO NA PUBERDADE

Este é um assunto muito importante para a faixa etária dos seus alunos. Faça com que se sintam
à vontade, falando com naturalidade sobre o assunto.

Anote na lousa o que eles já entendem por puberdade para depois evidenciar tudo o que apren-
deram com o texto.

Nesta atividade os alunos devem selecionar informações no texto em função de um objetivo – res-
ponder às perguntas orientadoras da leitura, conforme consigna, que deve ser lida de modo comparti-
lhado com os alunos.

4 – Você já ouviu falar na palavra puberdade?


O que você acha que significa puberdade?

O professor anotará na lousa as ideias que você tem sobre o assunto.


Agora o professor vai ler as perguntas para as quais você deve procurar as respostas na leitura do
texto feita também por ele:

→ Quais são as mudanças que ocorrem no corpo das meninas na puberdade?


→ Quais mudanças ocorrem nos meninos, nesta mesma fase?

Por que estas mudanças ocorrem?

DESENVOLVIMENTO DO CORPO NA PUBERDADE

As alterações no crescimento e desenvolvimento do corpo que ocorrem durante a puberdade


são devidas, principalmente, ao rápido aumento da produção de hormônios e ao amadurecimento

62 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

das gônadas (testículos, no homem; ovários, na mulher). Isso torna nosso corpo “biologicamente
apto” a dar início às atividades sexuais e reprodutivas. Nesta fase de desenvolvimento orgânico
e corporal, os caracteres sexuais secundários começam a surgir e os órgãos genitais atingem,
progressivamente, a maturidade.
Nas meninas, a puberdade costuma iniciar-se na faixa etária entre 9 e 14 anos. É assinalada,
principalmente, pelo aparecimento da menarca (ou seja, a primeira menstruação). Há uma aceleração
do crescimento orgânico e um arredondamento das formas, causado pelo acúmulo de gorduras nas
mamas, nos quadris, coxas e região glútea. A transpiração também aumenta e aparecem os pêlos
pubianos e os das axilas.
Nos meninos, em geral, a puberdade inicia-se na faixa dos 10 aos 14 anos. Ocorrem, então, uma
aceleração do crescimento físico, um rápido aumento da massa e da força muscular, o alargamento
dos ombros, mudanças no timbre da voz e crescimento de pêlos no corpo, sobretudo no púbis, axilas e
rosto. Nos órgãos genitais, as primeiras mudanças são o crescimento dos testículos e da bolsa escrotal.
Um ano após, aproximadamente, ocorre o crescimento do pênis.
É importante ressaltar que não há uma idade fixa para o início da puberdade, pois isso
depende das características biológicas de cada pessoa e das peculiaridades do seu processo de
desenvolvimento. Assim sendo, entrar na puberdade na faixa dos 9 aos 14 anos é absolutamente
normal do ponto de vista médico, tanto para os meninos quanto para as meninas. (*) fonte: Manual
Organon de Orientação Sexual.

Retirado do site: http://www.falateen.com.br/eles/camisinha.asp

Após uma primeira leitura, releia o texto e peça que destaquem o que encontraram
e ajuda a responder as questões colocadas antes da leitura realizada por você, professor.
À medida que eles forem encontrando as informações no texto, você poderá anotar
na lousa, organizando duas colunas: mudanças no corpo das meninas e as razões pelas
quais acontecem, assim como mudanças no corpo dos meninos e suas razões. Aprovei-
te para discutir essas informações.
Ao final, retome as hipóteses dos alunos sobre a palavra puberdade e procure ajudá-
los a estabelecer uma relação entre essa palavra e as informações obtidas e discutidas
através da leitura do texto.
Provavelmente, depois de tudo isso, eles já tenham construído uma certa com-
preensão do significado da palavra puberdade, mas ainda terão muitas dúvidas sobre
o assunto. Não se preocupe, pois é assim que se aprende, pensando sobre o assunto,
buscando novas fontes de informação. Este é um bom momento para indicar outras
leituras, selecionar portadores para serem comentados e indicados na roda semanal de
leitura etc.

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 63


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Se você se sentir constrangido com alguma pergunta ou comentário, sugira conver-


sar depois, em particular, com o aluno, pois algumas dúvidas dizem respeito à intimidade
de cada um.

LIÇAO 8

LER PARA APRENDER SOBRE OS ANIMAIS

As atividades aqui propostas têm o objetivo de ensinar procedimentos de leitura para


selecionar informações sobre os animais.
A partir do título, levante com os alunos o que sabem sobre o animal. Registre na
lousa. Convide-os a conhecer mais sobre o animal lendo o texto. Em seguida pergunte
a eles o que é importante anotar sobre os animais estudados. Mostre diferentes formas
de registrar informações (quadros esquemáticos, sequências de itens, desenhos com
legendas, tabelas etc)

A leitura deve ser compartilhada do texto ( mediada pelo professor e em du-


plas) seguida de opinião dos alunos:

Golfinho

Todo mundo pensa que o golfinho é um peixe, mas não é. Ele é um mamífero, assim como a baleia.
Vive nos oceanos e mares de todo o mundo, perto ou longe dos continentes. No Brasil, pode ser visto
ao longo de todo o litoral, do Nordeste ao Rio Grande do Sul.
Sua alimentação consiste principalmente de peixes e lulas. Mede de 1,5 a 3,5 metros de compri-
mento e pode pesar até 110 kg. O período de gestação é de dez a onze meses. Os filhotes nascem com
pouco menos de 1 metro e são amamentados durante cerca de 14 meses. A fêmea tem um filhote a
cada dois ou três anos. Esse animal vive em média 20 a 35 anos.
Os golfinhos vivem em grupos que podem chegar a milhares de animais, entre os que vivem no
oceano. Na costa, é possível ver até 500 golfinhos juntos.
São ágeis, velozes e acrobatas. Saltam e nadam na proa de embarcações. As vocalizações in-
cluem vários estalos e assobios.

64 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Sabe-se que o golfinho-comum pode mergulhar até 280 metros, ficando embaixo d’água por cerca
de oito minutos. Depois ele tem de subir para respirar.

Fonte: http://www.terra.com.br/criancas/bichos/golfinho.htm

Escreva o que você achou mais interessante sobre os golfinhos.

2 - Leia o texto abaixo junto com o seu colega:

Tartarugas marinhas

As tartarugas marinhas existem há mais de 150 milhões de anos. Seu casco é coberto de escamas

de queratina, o mesmo material das nossas unhas. São encontradas em todos os oceanos do mundo e

se alimentam de algas, peixes, águas-vivas, moluscos, ouriços e caranguejos.

Existem sete espécies de tartaruga marinha: tartaruga-verde, tartaruga cabeçuda, tartaruga-de-

pente, tartaruga-oliva, tartaruga-gigante, tartaruga-australiana e tartaruga-de-Kemp. A maior do mundo

é a tartaruga-de-couro, também chamada de tartaruga-gigante. Ela pode pesar cerca de 700 quilos e

chega a ter 2 metros de comprimento. A menor é a tartaruga-oliva. Ela mede cerca de 60 centímetros.

Somente as fêmeas saem da água. Elas voltam ao local onde nasceram, cavam um buraco e

depositam seus ovos. Uma tartaruga fêmea coloca em média 130 ovos por vez.

Assim que os filhotes nascem, correm para o mar. A corrida pela areia da praia até o mar é o

momento mais perigoso na vida da tartaruguinha. Pequenas e frágeis, são alvo fácil para caranguejos,

aves e outros bichos. De cada mil tartarugas que saem dos ovos, apenas uma ou duas sobrevivem.

As tartarugas podem ficar fora da água por quanto tempo quiserem, desde que não se exponham

ao sol e ao calor. Elas tiram a cabeça da água para respirar, mas podem ficar várias horas lá embaixo.

Adaptado de www.recreionline.abril.com.br

Depois da leitura, selecione as seguintes informações sobre as tartarugas marinhas:

Alimentação:
Espécies de tartarugas marinhas:

Curiosidades:

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 65


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

3- Leia o texto abaixo sobre o mico leão

Mico-leão-da-cara-preta

O mico-leão-da-cara-preta foi descoberto em 1990, na ilha de Superagui, no Paraná. Essa espécie


tem o corpo dourado e a cara, claro, só poderia ser preta! Seus hábitos não são muito diferentes dos
demais micos. Eles costumam viver em grupos familiares com cerca de cinco indivíduos, que, em geral,
incluem um casal em idade reprodutiva e seus filhotes de diferentes gestações. Das quatro espécies
de micos-leões, o da-cara-preta é a que se encontra mais seriamente ameaçada de extinção, devido à
caça, ao tráfico de animais, à fragmentação e à perda de áreas de mata atlântica.

adaptação ciência hoje para crianças. julho 2003

Agora escrevam algumas informações do texto lido:


Características do mico-leão-da-cara-preta:

Motivos da ameaça de extinção:

4- Agora leiam a seguinte ficha técnica sobre a onça pintada e depois escrevam um texto
informativo sobre esse animal:

Ficha técnica

Animal: Onça Pintada


Características:
Felino
Maior mamífero do Brasil
Peso: 36 kg a 158
Período de gestação: 90 a 105 dias – geralmente 2 filhotes por gestação
Alimentação: aves e mamíferos.
Necessita comer pelo menos 2 KG de alimento por dia
Localização: Habita floresta úmidas às margens dos rios e ambientes campestres desde a Amazônia
e pantanal até os pampas gaúchos
Hábitos: Noturnos
Comportamento solitário
A onça pintada

Agora leia para seu colega e sua professora o que você escreveu sobre a onça pintada

66 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

5- Leia o texto sobre o Cavalo-marinho

Cavalo-marinho

O cavalo-marinho possui uma cabeça alongada com filamentos que lembram a crina de um cavalo.
É por isso que tem esse nome. É o único peixe com a cabeça perpendicular ao corpo. Existem mais de
40 espécies desse animal, habitando quase toda a totalidade dos mares de nosso planeta. Seu tama-
nho varia de 2 a 60 centímetros.
Do mesmo modo que o camaleão, ele pode mudar de cor e seus olhos saltados podem mover-se
independentemente um do outro. Eles nadam com o corpo na vertical, movimentando-se pela rápida
vibração das barbatanas. A cauda longa e preênsil permite que eles se agarrem a plantas submarinas
enquanto se alimentam de pequenos crustáceos.
A reprodução ocorre na primavera. Os ovos postos pela fêmea são fertilizados pelo macho, que
os guarda em uma bolsa na base da sua cauda. Dois meses mais tarde, os ovos se abrem e o macho
realiza violentas contorções para expelir os filhotes, que são transparentes e pouco maiores que um
centímetro. Sobem logo à superfície para encher suas bexigas natatórias com ar, única maneira de
conseguir o equilíbrio na água.

Fonte: <http://www.saudeanimal.com.br/cavalo_marinho.htm>

Agora escreva uma ficha técnica sobre o cavalo-marinho

Ficha técnica
Animal : cavalo-marinho
Características:
Tamanho:
Reprodução:

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 67


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

LIÇAO 9

LETRAS DE MÚSICAS PARA LER, OUVIR, E CANTAR

Se possível, leve um aparelho de som para sala de aula e coloque a música para
os alunos ouvirem. Provavelmente eles irão memorizar algumas partes. Peça-lhes que
localizem no texto onde está escrito o que memorizaram. Depois leia em voz alta, solici-
tando que acompanhem a sua leitura. Esse é um procedimento importante para ajustar
o falado ao escrito.
Comente com os alunos a música e aproveite para falar sobre os autores. Você
poderá propor que pesquisem mais sobre Chico Buarque, Tom Jobim, Caetano Veloso,
Gilberto Gil na sala de Leitura e informática.
Esta atividade permite aos alunos que busquem outros poemas musicados que pro-
vavelmente sabem de memória. Peça que escrevam e depois tentem ler ajustando o
falado ao escrito.
Você poderá pedir que organizem um caderno com diversas letras de música para
que eles possam fazer a leitura daquelas que conhecem de memória.
O que os alunos podem aprender nesta atividade?
-Conhecer e apreciar um texto que faz parte do repertório popular de nossa cultura.
-Ler antes de saber ler convencionalmente.
-Acionar estratégias de leitura que permitam descobrir o que está escrito.
-Ler um texto procurando relacionar aquilo que está sendo lido em voz alta
com as palavras escritas.

1- Cante junto com sua professora e seus colegas , seguindo a letra da canção:

LIÇAO 10
A banda Pra ver a banda passar
(Chico Buarque) cantando coisas de amor

Estava à toa na vida,


O homem sério que contava
o meu amor me chamou
dinheiro parou
Pra ver a banda passar
O faroleiro que contava
cantando coisas de amor
vantagem parou
A minha gente sofrida A namorada que contava
despediu-se da dor as estrelas parou

68 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Para ver, ouvir e dar passagem um poema


É a coisa mais linda que eu
A moça triste que vivia calada sorriu
já vi passar
A rosa triste que vivia fechada
Ah, porque estou tão sozinho
se abriu
Ah, porque tudo é tão triste
E a meninada toda se assanhou
Ah, a beleza que existe
Pra ver a banda passar
A beleza que não é só minha
Cantando coisas de amor Que também passa sozinha
Ah, se ela soubesse que quando
O velho fraco se esqueceu ela passa
do cansaço e pensou O mundo inteirinho se enche de graça
Que ainda era moço pra sair E fica mais lindo por causa do amor
no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela O Leãozinho
(Caetano Veloso)
A marcha alegre se espalhou
na avenida e insistiu Gosto muito de te ver, leãozinho
A lua cheia que vivia escondida surgiu Caminhando sob o sol
Minha cidade toda se enfeitou Gosto muito de você, leãozinho

Pra ver a banda passar Para desentristecer, leãozinho


O meu coração tão só
cantando coisas de amor
Basta eu encontrar você no caminho
Mas para meu desencanto
Arrastando o meu olhar como um imã
o que era doce acabou
O meu coração é o sol, pai de
Tudo tomou seu lugar
toda cor
depois que a banda passou
Quando ele lhe doura a pele ao léu
E cada qual no seu canto,
Gosto de te ver ao sol, leãozinho
em cada canto uma dor
De te ver entrar no mar
Depois da banda passar
Tua pele, tua luz, tua juba
Cantando coisas de amor
Gosto de ficar ao sol, leãozinho
De molhar minha juba
Garota de Ipanema
De estar perto de você e entrar numa
(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
Sitio do Pica Pau Amarelo
Olha que coisa mais linda
(Gilberto Gil)
Mais cheia de graça
É ela menina que vem e que passa
Marmelada de banana,
Num doce balanço a caminho do mar
Bananada de goiaba
Moça do corpo dourado, do
Goiabada de marmelo
sol de Ipanema
Sítio do Pica-Pau amarelo
O teu balançado é mais que

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 69


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Sítio do Pica-Pau amarelo Nem dente com comida


Nem casca de ferida
Boneca de pano é gente,
Ela não tem
Sabugo de milho é gente
Não livra ninguém
O sol nascente é tão belo
Todo mundo tem remela
Sítio do Pica-Pau amarelo
Quando acorda às seis da matina
Sítio do Pica-Pau amarelo
Teve escarlatina
Rios de prata, piratas
Ou tem febre amarela
Voo sideral na mata,
Só a bailarina que não tem
Universo paralelo
Medo de subir, gente
Sítio do Pica-Pau amarelo
Medo de cair, gente
Sítio do Pica-Pau amarelo
Medo de vertigem
No país da fantasia, Quem não tem
Num estado de euforia Confessando bem
Cidade polichinelo Todo mundo faz pecado
Sítio do Pica-Pau amarelo Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um
Ciranda da bailarina primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Procurando bem Sujo atrás da orelha
Todo mundo tem pereba Bigode de groselha
Marca de bexiga ou vacina Calcinha um pouco velha
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba Ela não tem
Só a bailarina que não tem O padre também
E não tem coceira Pode até ficar vermelho
Berruga nem frieira Se o vento levanta a batina
Nem falta de maneira Reparando bem, todo mundo tem
Ela não tem Pentelho
Futucando bem Só a bailarina que não tem
Todo mundo tem piolho Sala sem mobília
Ou tem cheiro de creolina Goteira na vasilha
Todo mundo tem um irmão Problema na família
meio zarolho Quem não tem
Só a bailarina que não tem Procurando bem
Nem unha encardida Todo mundo tem...

Edu Lobo e Chico Buarque


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Janeiro – Brasil. Todos os direitos reservados.
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70 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

LIÇAO 10

LER PARA SABER SOBRE AS PLANTAS E SUAS


PROPRIEDADES CURATIVAS

AGRIÃO
O agrião é uma planta herbácea. Emite ramos de até 50 ou 60 centímetros e comprimento. A
haste ramosa, espessa, suculenta e rasteira emite numerosas raízes adventícias.
É uma planta conhecida, boa para saladas. Deve-se usá-la crua porque, quando cozida, suas pro-
priedades medicinais se perdem.
O agrião contém um óleo essencial, iodo, ferro, fosfato e alguns sais.
Seu uso prolongado tem efeito depurador do sangue e antiescorbútico. Emprega-se, outrossim,
como ótimo remédio contra a atonia dos órgãos distintos; como estimulante no escorbuto, escrofulose e
raquitismo; como diurético, nas enfermidades das vias urinárias e nos cálculos; como expectorante, nos
catarros pulmonares crônicos; e como desopilante do fígado. O agrião convém aos diabéticos, porque
encerra poucos princípios amiláceos. Toma-se, diariamente, 3 a 4 colheres das de sopa de suco de
agrião, puro ou diluído em água. Aplicado em cataplasmas (pasta feita com as folhas) sobre úlceras,
apressa sua cicatrização.
Em resultados de várias pesquisas, atribuem-se ao agrião propriedades antídotas aos efeitos tó-
xicos da nicotina.
O suco da planta, misturado com mel, dá um bom xarope para combater bronquite, tosse e tuber-
culose pulmonar.
As mulheres grávidas não devem comer agrião em quantidade, pois, em virtude de sua ação sobre
a matriz, pode provocar aborto.
Não se deve usar agrião que cresce junto às águas paradas, visto que ao mesmo podem se pren-
der insetos aquáticos, portadores do bacilo de Eberth, causador do tifo, ou de larvas de vermes.
Lavando-se bem o agrião e espremendo-se bastante suco de limão em cima, pode-se comê-lo
com bem menos perigo.

BOLDO
O boldo é uma planta originária do Chile, encontrando-se também nos Andes argentinos. O caule
aéreo, lenhoso e perene, alcança alguns metros de altura.
Possui importantes propriedades curativas, as quais são eficazes no tratamento das enfermidades
hepáticas e biliares. Empregam-se as folhas como específico para fazer desaparecer os cálculos hepá-
ticos (pedras do fígado) e as anormalidades das vias biliares.

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 71


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

No Chile, o boldo é considerado como aperitivo, digestivo, carminativo e diaforético. Combate a má


digestão, fortifica o estômago e os nervos. Combate a insônia, limpa as manchas da pele, especialmen-
te as do rosto causadas por distúrbios do fígado.
Usa-se o cozimento de boldo externamente para banhos e pedilúvios no combate a reumatismo,
hidropisia, afecções da pele, sífilis, blenorragia e outras enfermidades semelhantes.
Emprega-se o suco das folhas e dos talos tenros, em gotas, nos casos de fortes dores de ouvido.

CARQUEJA
Emprega-se, em forma de chá, para combater anemia, cálculos biliares, diarreias, enfermidades
da bexiga, do fígado e dos rins, má digestão, má circulação do sangue, icterícia e inflamação das vias
urinárias e também no controle da diabete.
A carqueja também dá bons resultados em angina e inflamação da garganta, casos em que se
fazem gargarejos com uma decocção da planta.

GIRASSOL
Arbusto de até 2 metros de altura, o girassol tem caule verde, flores amarelas, dispostas em
redor de um disco grande, cuja face superior é toda recoberta de sementes oleaginosas.
É uma planta muito útil. As sementes dão farinha para pão. Torradas, podem ser usadas como subs-
tituto do café. Comprimidas, dão um óleo que se pode empregar para fins culinários e em substituição ao
óleo de linhaça, para preparar vernizes e tintas.
Tanto as flores quanto as folhas podem ser usadas topicamente, amassadas, em contusões, esfo-
laduras, golpes, feridas e úlceras.

HORTELÃ
A hortelã é uma planta de 30 a 60 centímetros, ligeiramente aveludada. Haste ereta, quadrangular,
avermelhada e ramosa.
Na hortelã estão reunidas, em elevado grau, as propriedades antiespasmódicas, carminativas,
estomáquicas, estimulantes e tônicas.
Prescreve-se essa hortaliça como remédio na altura das vias digestivas, flatulências, timpanite
(especialmente a de causa nervosa), cálculos biliares, icterícia, palpitações, tremedeiras, vômitos (por
nervosidade), cólicas uterinas e dismenorreia.
É um medicamento eficaz contra os catarros das mucosas e favorece a expectoração.
Aplica-se também o sumo, embebido em algodão, para acalmar as dores de dente.
Às crianças que têm vermes intestinais, administra-se um chá de hortelã, para libertá-las dos pa-
rasitas que as atormentam.
As mães que amamentam devem tomar esse chá, para aumentar a secreção de leite.

72 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Curiosidades sobre as plantas para os alunos desenvolverem a fluência leitora.

As primeiras leituras deverão ser feitas por você . Aos poucos transfira tal respon-
sabilidade para os alunos e, progressivamente, eles poderão assumir tarefas com a
leitura com mais autonomia.
Proponha que escolham uma planta para conhecerem mais sobre as suas
propriedades curativas. Convide os alunos a lerem o texto em dupla e grifar nele
as informações sobre as propriedades curativas da planta escolhida. Em seguida
solicite que ditem para você escrever essas informações para serem colocadas
no mural da escola.:

NOME DA PLANTA : ________________________________________________________________

PROPRIEDADES CURATIVAS:________________________________________________________

LIÇAO 11

POEMAS PARA LER , SE EMOCIONAR OU SE DIVERTIR

No livro do aluno há uma sequência de leitura de poemas.


O objetivo é que os alunos conheçam mais sobre esse gênero textual e ainda am-
pliem o seu repertório, aprendam a lê-los, conheçam as formas de escrita dos poetas e
se encantem com eles. Além desses aspectos essa atividade ajuda aqueles alunos que
têm pouca fluência leitora.
Dizem que os poemas tornam a vida mais bela de ser vivida....
Também esperamos que os alunos conheçam diferentes tipos de poemas com os
diferentes temas tratados neles, os recursos utilizados pelos autores para escrevê-los: a
repetição de palavras, o uso do espaço e recursos gráficos, as rimas, a intencionalidade
das palavras utilizadas e determinados recursos sonoros etc.

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 73


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

1 - Acompanhe a leitura que seu (sua) professor (a) irá fazer do poema de um dos mais impor-
tantes poetas brasileiros. Depois convide um colega para ler junto com você.

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra


tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse


acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio
do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras.
Pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.


Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar… as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.

Quadrilha
João amava Teresa que amava
Raimundo
que amava Maria que amava
Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos,
Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre,
Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou
com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

74 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

2 - Agora pesquise outros poemas escritos por Carlos Drummond e traga para a sua turma.

3 - Agora você vai conhecer poemas de outro autor famoso, Mário Quintana. Acompanhe a leitu-
ra de seu ( sua ) professor (a).
Agora escolha um poema de seu poeta preferido e escreva no seu caderno.
O poema
Um poema como um gole d’água
bebido no escuro.
Como um pobre animal palpitando
ferido.
Como pequenina moeda de prata
perdida para sempre
na floresta noturna.
Um poema sem outra angústia que
a sua misteriosa
condição de poema.
Triste.
Solitário
Único.
Ferido de mortal beleza.

Cidadezinha cheia de graça


Cidadezinha cheia de graça…
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na
praça…
Sua igrejinha de uma torre só…
Nuvens que venham. Nuvens e
asas Não param nunca, nem um
segundo…
E fica a torre, sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o
mundo!…
Eu que de longe venho perdido,
Sem pouso fixo (a triste sina!)
Ah, quem me dera ter lá nascido!
Lá toda a vida poder morar!
Cidadezinha… Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar…

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 75


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

LEITURA DO POEMA DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE


Escolha um poema e leia para eles. Peça que acompanhem a leitura no livro. Con-
verse com os alunos sobre o autor, a forma que ele usa para escrever o poema, as
rimas, as repetições e o sentido que imprimem ao texto. Solicite que escolham um dos
poemas e leiam várias vezes até que saibam de cor. Peça que declamem com ritmo,
colocando seus alunos no jogo da linguagem literária. Esta é uma opção para que eles
se sintam confiantes em relação à leitura.

LEITURA DO POEMA QUADRILHA


Esta atividade propõe a leitura para apreciação do poema. É interessante que
discuta com os alunos o jogo do poema. Pergunte a eles porque o texto chama Qua-
drilha. Se sabem o que é uma quadrilha e se há relação entre o título e a quadrilha
que conhecemos.
Sugira à turma um caderno para copiar os poemas de que mais gosta.

LEITURA DO POEMA DE MÁRIO QUINTANA


Utilize o mesmo encaminhamento dado ao poema de Carlos Drummond de Andrade.
Nestas atividades o que mais importa é os alunos perceberem o prazer que a leitura
de textos como estes pode proporcionar aos seus usuários. Além do que, para os alunos
que não têm ainda uma leitura fluente, o ritmo ajuda a conduzir a leitura, sem ficarem
presos ao decifrado do texto. Portanto, coloque os seus alunos no jogo da linguagem
literária, e deixe-os brincar com a linguagem como fazem os grandes poetas.
Leve outros poemas dos mesmos autores ou de outros diferentes .

ANEXOS:

HISTÓRIAS PARA LER , SE DIVERTIR E SE EMOCIONAR


1
Maria Angula

Maria Angula era uma menina alegre e viva, filha de um fazendeiro de Cayambe. Era louca por
uma fofoca e vivia fazendo intrigas com os amigos para jogá-los uns contra os outros. Por isso tinha
fama de leva-e-traz, linguaruda, e era chamada de moleca fofoqueira.
Assim viveu Maria Angula até os dezesseis anos, decidida a armar confusão entre os vizinhos, sem
ter tempo para aprender a cuidar e a preparar pratos saborosos.
Quando Maria Angula se casou, começaram os seus problemas. No primeiro dia, o marido pediu-

76 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

lhe que fizesse uma sopa de pão com miúdos, mas ela não tinha a menor ideia de como prepará-la.
Queimando as mãos com uma mecha embebida em gordura, acendeu o carvão e levou ao fogo um
caldeirão com água, sal e colorau, mas não conseguiu sair disso: não fazia ideia de como continuar.
Maria lembrou-se então de que na casa vizinha morava dona Mercedes, cozinheira de mão-cheia,
e, sem pensar duas vezes, correu até lá.
— Minha cara vizinha, por acaso a senhora sabe fazer sopa de pão com miúdos?
— Claro, dona Maria. É assim: primeiro coloca-se o pão de molho em uma xícara de leite, de-
pois despeja-se este pão no caldo e, antes que ferva, acrescentam-se os miúdos.
— Só isso?
— Só, vizinha.
— Ah — disse Maria Angula —, mas isso eu já sabia!
E voou para a sua cozinha a fim de não esquecer a receita.
No dia seguinte, como o marido lhe pediu que fizesse um ensopado de batatas com toicinho, a
história se repetiu:
— Dona Mercedes, a senhora sabe como se faz o ensopado de batatas com toicinho?
E como da outra vez, tão logo a sua boa amiga lhe deu todas as explicações, Maria Angula excla-
mou:
— Ah! É só? Mas isso eu já sabia! — e correu imediatamente para casa a fim de prepará-lo.
Como isso acontecia todas as manhãs, dona Mercedes acabou se enfezando. Maria Angula vinha
sempre com a mesma história: “ah, é assim que se faz o arroz com carneiro? Mas isso eu já sabia! Ah,
é assim que se prepara a dobradinha? Mas isso eu já sabia!”. Por isso a mulher decidiu dar-lhe uma
lição e, no dia seguinte…
— Dona Mercedinha, Mercedinha!
— O que deseja dona Maria?
— nada, querida, só que meu marido quer comer no jantar um caldo de tripas e bucho e eu…
— Ah, mas isso é fácil demais! — disse dona Mercedes. E antes que Angula a interrom-
pesse, continuou:
— Veja: vá ao cemitério levando um facão bem afiado. Depois espere chegar o último defunto do
dia e, sem que ninguém a veja, retire as tripas e o estômago dele. Ao chegar em casa, lave-os muito
bem e cozinhe-os com água, sal e cebolas. Depois que ferver uns dez minutos, acrescente alguns grãos
de amendoim e está pronto. É o prato mais saboroso que existe.
— Ah! — disse como sempre Maria Angula. — é só? Mas isso eu já sabia!
E, num piscar de olhos, estava ela no cemitério, esperando pela chegada do defunto mais fresqui-
nho. Quando já não havia mais ninguém por perto, dirigiu-se em silêncio à tumba escolhida. Tirou a terra
que cobria o caixão, levantou a tampa e… ali estava o pavoroso semblante do defunto! Teve ímpetos
de fugir, mas o próprio medo a deteve ali. Tremendo dos pés à cabeça, pegou o facão e cravou-o uma,
duas, três vezes na barriga do finado e, com desespero, arrancou-lhe as tripas e o estômago. Então
voltou correndo para casa. Logo que conseguiu recuperar a calma, preparou a janta macabra que, sem

1
Extraído da Coletânea de texto do Programa de Formação de professores Alfabetizadores - Coletânea de
texto – M1U4T8

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 77


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

saber, o marido comeu lambendo-se os beiços.


Nessa mesma noite, enquanto Maria Angula e o marido dormiam, escutaram-se uns gemidos nas
redondezas. Ela acordou sobressaltada. O vento zumbia misteriosamente nas janelas, sacudindo-as, e
de fora vinham uns ruídos muito estranhos, de meter medo a qualquer um.
De súbito, Maria Angula começou a ouvir um rangido nas escadas. Eram os passos de alguém
que subia em direção ao seu quarto, com um andar dificultoso e retumbante, e que se deteve diante da
porta. Fez-se um minuto eterno de silêncio e logo depois Maria Angula viu o resplendor fosforescente
de um fantasma. Um grito surdo e prolongado paralisou-a.
— Maria Angula, devolva as minhas tripas e o meu estômago, que você roubou da minha
santa sepultura!
Maria Angula sentou-se na cama, horrorizada, e, com os olhos esbugalhados de tanto medo,
viu a porta se abrir, empurrada lentamente por essa figura luminosa e descarnada.
A mulher perdeu a fala. Ali, diante dela, estava o defunto, que avançava mostrando-lhe o seu sem-
blante rígido e o seu ventre esvaziado.
— Maria, Maria Angula, devolva as minhas tripas e o meu estômago, que você roubou da minha
santa sepultura!
Aterrorizada, escondeu-se debaixo das cobertas para não vê-lo, mas imediatamente sentiu
umas mãos frias e ossudas puxarem-na pelas pernas e arrastarem-na gritando:
— Maria Angula, devolva as minhas tripas e o meu estômago, que você roubou da minha santa
sepultura!
Quando Manuel acordou, não encontrou mais a esposa e, muito embora tenha procurado por ela
em toda parte, jamais soube do seu paradeiro.
Da Marimonda, a mãe-da-mata, não se deve falar
Quando Jacinto voltava cabisbaixo à sua chácara, encontrou-se com a velha Joana.
— Escuta filho, por que essa cara? — disse-lhe a velha ao cumprimentá-lo.
— Eh, nhá Joana — — suspirou Jacinto —, é que hoje, quando eu fui buscar água pra regar mi-
nhas laranjeiras, vi que o rio estava seco. Não tinha nem uma gota d’água. Faz tanto tempo que não
chove! Não sei o que fazer, nhá Joana!
— O rio estava seco, é? Mau sinal, filho, mau sinal! — e a velha balançou a cabeça como se pres-
sentisse calamidades.
— Mau sinal por que, nhá Joana?
— Pois olha, filho, tu é muito jovem e tu não sabe de nada. Mas eu te digo, que se o rio secou, é
porque ela anda por aí e então... Pobre de quem se encontrar com ela!
— Com ela quem? De quem é que vosmecê está falando, nhá Joana?
Jacinto estava muito assustado.
— É da Marimonda, a mãe-da-mata, filho. E de quem mais que ia ser? Mas eu não quero falar dela
não. Não pode filho, dá azar. Só de pensar fico toda arrepiada. E vê se tu toma cuidado. Tu é um bom
moço, Jacinto, tu não é como os outros, como esse tal de runcho.
E a velha segui o seu caminho, apressada.

78 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Jacinto sentiu imediatamente um calafrio percorrer-lhe a espinha. Lembrou-se, então, do runcho


rincão. Já fazia tempo que esse sujeito derrubava árvores na cabeceira do rio, lá no alto do morro.
Quando os lavradores perceberam, perguntaram-lhe por que fazia aquilo e ele explicou que os homens
da serraria lhe pagavam pelas árvores que ele cortava. Serafim, o mais velho dos habitantes do povo-
ado, advertiu-o então:
— Olha runcho, é melhor tu não fazer estrago na floresta que a Marimonda pode aparecer.
Mas o runcho não fez caso das palavras do velho e continuou destruindo todas as árvores
que encontrava.
Pouco tempo depois, os lavradores começaram a notar que o rio descia com menos água e que
cada vez ouviam-se menos os gritos dos papagaios e o conto dos melros nas matas.
A caminho de sua chácara, Jacinto continuou pensando no que fazer com os seus pezinhos de
laranja recém-plantados, já que não tinha água para regá-los. Começava a escurecer e detrás do morro
despontava uma lua redonda e amarela. Tal era a sua preocupação, que nem se deu conta do alvoroço
que o seu cãozinho canijo fez ao vê-lo. Mas logo percebeu que o animal estava muito inquieto: grunhia,
ladrava, cercava o dono e mordia as suas calças, tentando conduzi-lo para o caminho que levava ao
morro. Jacinto sentiu a angústia de canijo e decidiu segui-lo. Depois de se benzer várias vezes, começou
a subir, deixando-se guiar pelo cachorro, que não parava de ladrar e grunhir.
Pouco depois, ouviu um ruído: chuiss, chuiss, sibilava um facão derrubando mamonas, sarças e
samambaias. De longe, Jacinto avistou o runcho que, aproveitando a escuridão, estava abrindo uma
trilha até um lugar onde havia uns cedros enormes que ele desejava derrubar. Com o vento, as folhas
das árvores rangiam, dando a impressão de que estavam chorando.
De súbito, a lua se escondeu detrás de uma nuvem e Jacinto não conseguiu enxergar mais nada.
Canijo parou. Cessou também o ruído do facão na folhagem. A escuridão e o silêncio dominaram a floresta
e um resplendor surgiu no meio da mata espessa.
O runcho, como que hipnotizado, deixou cair o facão e se levantou com os olhos fixos no resplen-
dor, o qual pouco a pouco foi tomando a forma de uma bela mulher. Seus cabelos longos e escuros
caíam-lhe sobre os ombros e cobriam-lhe todo o corpo. Seus olhos grandes e muito pretos lançavam
centelhas de fogo e seus lábios delineavam um sorriso feroz. Uma voz repetia:
— Vem... Vem... Vem...
Tão logo o runcho conseguiu tocar a mulher, esta soltou uma aguda gargalhada, que retumbou
no silêncio da noite. Rápida como um raio, sacudiu a cabeça e imediatamente os seus longos ca-
belos se transformaram num espesso musgo pardacento e em grossos cipós que, como serpentes,
enroscaram-se no pescoço, nos braços e nas pernas do moço.
Jacinto fechou os olhos. Seu coração saltava como louco e suas pernas pareciam estar cravadas
na terra. Alguns instantes depois, ele ouviu novamente os latidos furiosos de canijo e o ranger das folhas
sacudidas pelo vento. Abriu os olhos e aproximou-se do runcho. Estava morto. Um cipó apertava-lhe
o pescoço e, ao seu lado, estendia-se um rastro de musgo pardacento que se perdia no matagal. Ao
longe, começou-se a escutar a água do rio que voltava a correr.
Jacinto jamais disse nada a ninguém. Da Marimonda, a mãe-da-mata, não se deve falar.

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 79


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

O Tesouro Enterrado2

Numa das ruas que davam na pracinha de Belém, na antiga cidade de Huaraz, havia uma casa
dos tempos coloniais que sempre estava fechada e que vivia cercada de mistérios. Diziam que estava
repleta de almas penadas, que era uma casa mal-assombrada.
Quando esta história começou, a casa já havia passado por vários donos, desde um avaro agiota
até o padre da paróquia. Ninguém suportava ficar lá. Diziam que estava ocupada por alguém que não
se podia ver e que em noites de luar provocava um tremendo alvoroço.
De repente, ouviam-se lamentos atrás da porta, objetos incríveis apareciam voando pelos ares,
ouvia-se o ruído de coisas que se quebravam e o tilintar de um sino de capela. O mais comum, porém,
era se ouvirem os passos apressados de alguém que subia e descia escadas: toc, toc, tum; toc, toc,
tum... As pessoas morriam de medo de passar por ali de noite.
Certo dia chegou à cidade uma jovem costureira procurando uma casa para morar. A única que lhe
convinha, por ficar no centro, era a casa do mistério.
Muito segura, a tal costureira afirmou que não acreditava em fantasmas e alugou o imóvel. Instalou
ali a sua oficina, com uma máquina de costura, um grande espelho, cabides e uma mesa de passar a
ferro.
Com a costureira moravam uma moreninha chamada Ildefonsa e um cachorrinho preto, de nome Sal-
guerito. E foi o pobre do animal que acabou pagando o pato, pois o fantasma da casa decidiu fazer das suas
com ele: puxava-lhe o rabo, as orelhas, e vivia empurrando o coitadinho. Dormisse dentro ou dormisse fora
da casa, à meia noite Salguerito se punha a uivar de tal modo que dava medo. Arqueava o lombo, se arre-
piava todo e ficava com os olhos faiscando de medo. Só dormia tranquilo na cozinha, ao pé do pilão.
As pessoas costumavam ir bisbilhotar para ver como era a tal costureirinha e saber como aque-
les três estavam se arrumando na casa mal-assombrada. As duas mulheres não demonstravam em
absoluto estar assustadas nem se davam por vencidas. A única coisa é que tinham que dormir com a
lamparina acesa e com o cão na cozinha.
O fantasma acabou se cansando de infernizar o animal, mas começou então a deixar suas marcas
na oficina da costureira: o espelho entortava sem que ninguém o tocasse; a máquina de costura come-
çava a costurar sozinha; os carretéis caíam e ficavam rolando no chão; desapareciam as tesouras, o al-
fineteiro, o dedal e o caseador; as mulheres sentiam a presença de alguém que as seguia o tempo todo
e, às vezes, o espelho ficava embaçado, como se alguém estivesse se olhando muito próximo dele.
Várias vezes o padre passou pela casa levando água benta, mas o copinho onde ela ficava sempre
aparecia misteriosamente entornado.
— Isso não é coisa do diabo — esclareceu o padre. — as coisas do diabo se manifestam de outra
maneira e acabam com água benta, invocações ou com a santa missa.
Com isso, as mulheres ficaram mais tranquilas.
— O que eu acho é que deve haver alguma coisa enterrada por aí. Dinheiro ou jóias guardados
em algum lugar. Talvez alguma alma penada queira mostrar a vocês o lugar em que está o tesouro para

Coletânea de contos de tradição oral. Contos de assombração. Co-edição latino-americana. São Paulo:
2

Ática, 1988, 4ª edição

80 RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

poder repousar em paz e, neste caso, é preciso ajudá-la — sentenciou o padre.


Havia, nessa época, pelas bandas de Huaraz, um homem que se dedicava a procurar tesouros,
cujo nome era Floriano. Era famoso e possuía uma larga experiência nesse tipo de trabalho. Chama-
ram-no muito em segredo e, certo dia, chegou sem que ninguém soubesse. Entrou na casa recitando
rezas e súplicas, mascando coca, fumando cigarros e queimando incenso:
— Alma abençoada, sabemos que estás aqui e que nos ouves. Se queres alcançar o reino da paz,
mostra-nos onde está enterrado o tesouro. Usa os sinais que quiseres, mas comunica-te conosco.
O homem ia de canto em canto repetindo a mesma coisa. Salguerito olhava para Floriano, latia e,
em seguida, ia se deitar na cozinha, ao pé do pilão.
Floriano passou dois anos inteiros procurando o tal tesouro. A cada mudança de lua, lê estava ele,
mas nunca encontrava uma resposta. Removeu o piso da casa inteira, bateu em todas as paredes, revis-
tou as janelas e nada. Salguerito fazia sempre a mesma coisa: olhava para ele, latia e corria até a cozinha
para atirar-se ao pé do pilão. Até que um dia Floriano se foi, dizendo que nessa casa não havia nenhum
tesouro enterrado.
Mas um domingo, quando Ildefonsa estava socando milho no pilão da cozinha para fazer pa-
monhas, seus pés esbarraram numa espécie de alça enterrada. Intrigada, a mulher foi cavoucando e
cavoucando com uma faca, até que apareceu não apenas a alça completa, mas a boca de uma panela
de ferro. Era exatamente no lugar em que Salguerito costumava se enfiar para dormir e onde se atirava
sempre que Floriano vinha procurar o tesouro.
Surpresa, Ildefonsa foi correndo chamar a costureira.
— Veja, — disse-lhe — há uma panela enterrada aí embaixo.
Imediatamente as duas mulheres empurraram o pilão e zás - trás! Apareceu o tesouro: uma panela
repleta de moedas antigas de ouro e prata, joias e pedras preciosas dos tempos coloniais. Estava logo
ali, à flor da terra, junto à pedra de moer.
Dizem que à meia noite, depois de benzerem a casa, a costureira e Ildefonsa saíram da cidade
levando consigo não apenas o tesouro encontrado, mas também Salguerito, o cãozinho judiado que
lhes deu o sinal preciso de onde estava enterrado o tesouro.
Nunca mais se soube deles.

O Baile Do Caixeiro-Viajante3

Sábado é dia de baile, tanto na roça quanto na cidade.


Numa cidade pequena do interior o baile é sempre um grande acontecimento. Melhor situação
para namorar e para arranjar namorado não tem.
O sábado é um dia muito propício para o nascimento de grandes amores. Pois foi num baile
de sábado que o moço de fora apaixonou-se por uma donzela da terra. Foi mais ou menos assim

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Prandi, Reginaldo. Minha querida assombração. Companhia das Letrinhas, 2003

RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa 81


Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

que aconteceu.
Leôncio, sim, era esse o seu nome, conheço bem sua incrível história de amor.
Leôncio era um caixeiro-viajante da capital e vinha à cidade uma vez por mês prover de mercado-
rias as vendas do lugar. Ia e voltava no mesmo dia, mas houve algum problema com sua condução e
daquela vez ele teve que dormir na cidade.
Cidade pequena, sem muitos atrativos, o que se poderia fazer à noite para distração?
Era dia de baile na cidade, um sábado especial, e uma orquestra de fora tinha sido contratada.
O moço do hotel que servia o jantar comentou:
— Seu Leôncio, este baile o senhor não pode perder.
E não podia mesmo, mal sabia ele.
Leôncio mandou passar o terno e foi ao baile.
Gostava de dançar, sabia até dar uns bons passos, mas era tímido, relutava em tirar as moças.
Passou boa parte do tempo de pé, apreciando, bebericando um vermute só para ter o que fazer
com as mãos. Por volta de meia noite sentiu que chegava o sono e pensou em se retirar. Foi quando viu
Marina entrar no salão. Ficou sabendo depois que seu nome era marina.
Marina chegou só e, ao entrar, passou junto a Leôncio. Bem perto dele ela parou e se virou para trás.
— Oh! Deixei cair minha chave no chão.
Ela falava consigo mesma, distraída que estava, mas para Leôncio, que tudo ouviu atentamente,
suas palavras funcionaram como uma deixa. Ele se abaixou rapidamente, pegou a chave do chão e a
estendeu à sua dona.
Antes que ela dissesse qualquer coisa ele falou:
— Pode agradecer com uma contradança, senhorita.
— Marina, meu nome é marina. Sim, vamos dançar.
Dançaram aquela contradança e mais outra e outras mais. Dançaram o resto da noite, até o
baile terminar.
Parecia que os dois eram velhos parceiros de dança, tão leves e tão graciosos eram seus passos.
Leôncio se sentia completamente enlevado, como se o encontro com a bela dançarina fosse um
presente enviado pelo céu. Presente que ele nem merecia, chegou a pensar. Agradeceu à providência
ter permanecido na cidade. Já nem queria ir embora no dia seguinte.
Em nenhum momento Marina fez menção de o deixar para encontrar amigos ou conhecidos no
salão. Ele tinha a sensação de que ela fora ao baile só por ele, de que era com ele que queria dançar
a noite toda.
Não teria namorado, noivo, marido?
Muitas paixões chegam enquanto se dança.
Leôncio apaixonou-se por Marina ao dançar com ela.
Então, a orquestra tocou a música de encerramento e o baile acabou, já era alta madrugada.
Leôncio insistiu em acompanhar a moça até sua casa. Ela aceitou a companhia, era perto, iriam a pé.
Estava frio lá fora, uma fina garoa molhava as calçadas. Na portaria do clube Leôncio pegou a capa
que tinha deixado ali guardada. Ele tinha uma capa da qual nunca se separava. Viaja a muitos lugares
diferentes, enfrentando os climas mais imprevisíveis. A capa era sempre o abrigo garantido.

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Leôncio ofereceu a capa à companheira para que se protegesse do mau tempo.


— Para você não se resfriar, faz frio.
Ela aceitou, vestiu o sobretudo e os dois foram andando pelas calçadas. Caminhavam de mãos
dadas, como namorados, falavam pouco, só o essencial.
Próximo à saída da cidade, a moça disse ao caixeiro-viajante:
— Despedimo-nos aqui.
E explicou por quê:
— Não fica bem você ir comigo até onde moro.
— Está bem, como quiser — ele consentiu.
Começando a despir o sobretudo, ela disse:
— Leve sua capa.
— Não, fique com ela. Está frio.
E completou:
— Depois você me devolve.
Era difícil para Leôncio deixar a moça ir, mas havia a possibilidade do amanhã e do futuro todo.
Ele propôs, com o coração na mão:
— Amanhã, às oito da noite, em frente à matriz?
Ela assentiu e o beijou.
A garoa fria tinha se transformada em densa neblina, mal se vislumbrava a luz dos postes
de iluminação.
O silêncio reinava soberano.
Um cão uivou ao longe.
Leôncio viu Marina desaparecer na bruma da madrugada. Com as mãos nos bolsos e o corpo
retesado pela friagem, o caixeiro retornou ao hotel.
O dia seguinte foi de grande ansiedade, mas finalmente a noite chegou para Leôncio. Muito antes
da hora marcada lá estava ele em frente à igreja esperando por marina. Só quando o relógio da matriz
bateu doze badaladas Leôncio aceitou com tristeza que ela não viria mais. Temeu que alguma coisa
grave tivesse acontecido. Tinha certeza que ela gostara dele tanto quanto ele gostara dela.
Alguma coisa grave teria acontecido.
Ele ia descobrir.
Era tarde e só restava ir dormir, mas na manhã seguinte, mal se levantou, já foi perguntando pela
moça. Na rua, no largo a matriz, em todo lugar, interrogava sobre a moça e nada.
Estranhamente ninguém sabia dizer quem era ela. Numa cidade pequena todo mundo se conhece,
todos sabem da vida de todos, todos se controlam, vigiam-se uns aos outros. A fofoca é cultivada como
se fosse uma obrigação, como se representasse um dever cívico.
Uma linda moça da cidade vai ao baile desacompanhada, dança a noite toda com um desconhe-
cido e ninguém sabe quem ela é?
Ele continuou perguntando por sua dançarina. Foi aos armazéns e lojas que tinha como clientes,
descrevia a moça, dizia seu nome e ninguém sabia dizer quem era a donzela.
— Aquela com quem dancei ontem a noite toda.

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Unidade I - Reflexão sobre o sistema de escrita

Ninguém tinha visto.


Desanimado, voltou para sua hospedagem.
Então um velho se apresentou, era um empregado do hotel, empregado que Leôncio nunca tinha
visto, nem nessa nem em outras estadas na cidade. Era alto, magro e de uma palidez desconcertante.
O velho empregado do hotel lhe disse:
— Moço, conheci uma tal Marina igualzinha à sua.
E completou, baixando a voz respeitosamente:
— Mas ela está morta, morreu há muito tempo.
Disse que a moça pereceu num desastre de carro, quando estava fugindo para se casar com
um caixeiro-viajante, casamento que a família dela não queria, de jeito nenhum.
Leôncio ficou chocado com a história, que absurdo! Imaginar que se tratava da mesma pessoa!
— Nem pensar. Eu a tive nos braços a noite toda!
Mas o velho funcionário insistiu:
— No túmulo dela tem a fotografia, quer ver?
— Não pode ser, é um disparate, mas quero ver.
O velho não se fez de rogado. Em poucos minutos estavam os dois subindo a ladeira que levava
ao afastado cemitério da cidade.’
Com a cabeça girando, cheio de dúvidas e incertezas, Leôncio se perguntava:
— O que é que eu estou fazendo aqui?
Chegaram ao portão do campo-santo e o velho disse a Leôncio que entrasse sozinho. Não gostava
de cemitérios, desculpou-se. Explicou como chegar ao túmulo da moça, despediu-se com uma reverên-
cia e foi embora.
Não foi difícil para o caixeiro-viajante encontrar a campa que seu acompanhante descreveu
com precisão.
A tardinha se fora, escurecia, a noite já caía sobre o cemitério. A neblina voltava a descer e esfriara um
pouco. Leôncio sentia frio, tremia, mas podia enxergar perfeitamente.
Estava de pé diante da tumba. E o retrato da defunta que ali jazia era mesmo o dela. “aqui
descansa em paz marina, filha querida”, era o que dizia a inscrição em letras de bronze, havia muito
tempo enegrecidas, fixadas sobre o mármore gasto da lápide mortuária.
O olhar aturdido de Leôncio desviou-se do retrato, não queria ver mais o rosto amado aprisionada
na pedra pela morte. Triste desdita a do viajante, havia mais coisa para ver ali.
Uma tragédia nunca se completa sem antes multiplicar o desespero.
O olhar de Leôncio subiu em direção à parte alta do sepulcro.
Na cabeceira do jazigo estava uma peça que lhe era bastante familiar.
Sentiu um calafrio lhe percorrer a espinha, tinha as pernas bambas, o coração disparado.
Aproximou-se mais do túmulo para ver melhor.
Estendida sobre a sepultura, à sua espera, repousava sua inseparável capa.

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