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&
PERSPECTIVAS
Nº 57
Julho/Dezembro/2017
Indexado em Latindex
HISTÓRIA
&
PERSPECTIVAS 57
SUMÁRIO
Apresentação ...................................................................................... 7
ARTIGOS
APRESENTAÇÃO
7
História e Perspectivas, Uberlândia (57): 7-9, jul./dez. 2017
8
História e Perspectivas, Uberlândia (57): 7-9, jul./dez. 2017
Conselho Editorial
9
DOSSIÊ: MEMÓRIAS, OFÍCIOS E
LUTAS DE TRABALHADORES E
TRABALHADORAS NO BRASIL
História e Perspectivas, Uberlândia (57): 13-42, jul./dez. 2017
http://dx.doi.org/10.14393/HeP-v30n57-2017-1
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[…] não se pode sobre isso iludir quem como nós, acompanha os
passos do pupilo do sr. Getúlio Vargas, desde que o ditador voltando
ao poder […] empreendeu fazer dele Ministro do Trabalho. […]
Estamos diante de uma pausa […]. Resolve s. exa. recuar ante os
protestos contra o absurdo constitucional que pretendia impor ao
País, mas para voltar dentro de em breve à sua mesma linha de
conduta, indefectivelmente fiel aos propósitos subversivos […]. (O
ESTADO DE S. PAULO, 8 jan. 1964, p. 3).
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Considerações finais
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Disse que a Revolução não foi feita […] para vingança, a maldade,
o ódio, a violência. Foi feita para restaurar a confiança no trabalho,
no amor, no carinho e na honra […] estamos prendendo aqueles
que queriam ser os assassinos do povo brasileiro […]. (O ESTADO
DE S. PAULO, 8 abr. 1964, p. 7).
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Bibliografia
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http://dx.doi.org/10.14393/HeP-v30n57-2017-2
Maristela Novaes**
Noé Freire Sandes***
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Desdobrando o tecido
1
Adotamos o uso dos nomes de localidades e de pessoas como aparecem
no documento.
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2
O mapa do município de Ituiutaba adotado neste trabalho faz parte do
Album Chorographico, que foi produzido no contexto de comemoração do
Centenário de Independência do Brasil (1822-1922) e publicado em 1927.
MINAS GERAIS. Album Chorographico. 1927. Disponível em: <http://www.
albumchorographico1927.com.br>. Acesso em: 15 jul. 2015.
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3
Para esta síntese, ver “Histórico do Município” de Ituiutaba, Prata e Campina
Verde em IBGE Cidades. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Históricos dos censos. Censos demográficos. Disponível
em: <http://memoria.ibge.gov.br/pt/sinteses-historicas/historicos-dos-censos/
censos-demograficos>. Acesso em: 17 jun. 2105.
4
Os dados são ambíguos, uma vez que a cidade do Prata anuncia em 1904 uma
área de 20.000 quilômetros para os dois municípios. Em 1909, Vila Platina
anuncia a mesma área para seu município. SAUER, A. Almanak Laemmert:
Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro: Estado de
Minas Geraes. Rio de Janeiro: Companhia Typographica do Brazil, 1904. p.
1259; p. I-103. Disponível em: <http://memoria.bn.br>. Acesso em: 20 set.
2015.
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Major Carvalho, proprietário do latifúndio que compreendia terras que
começavam nos morrinhos do Prata e alcançavam a barra do São Vicente.
CHAVES, Petronio Rodrigues. A loja do Osório. Ituiutaba: Edição do autor,
1984.
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Como consta no Livro de Carta de Aforamento. Fonte: Centro de Pesquisa,
Documentação e Memória do Pontal (CEPDOMP) da Faculdade de Ciências
Integradas do Pontal (FACIP) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
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Recenseamento de 1904
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Como são os casos de Antônio Pedro Guimarães, que representa 33 famílias,
e de Augusto Alves Villela Filho, que representa 21 famílias, ambos no
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A população platinense
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Essa população é originária de localidades como Araguary, Araxá, Bagagem,
Conceição do Rio Verde, C. Jardim, C. Para, C. Pd. Sucesso, Cadeias,
Campanha, D. C. Formoso, D. C. Formozo, Desemboque, Fructal, Monte
Alegre, Oliveira, Patrocínio, Piumhy, Ponte Nova, Prata, Rio das Velhas, S.
Roque, S. Thomé Lethen, Sabará, Sacramento, Sta. Maria, Três Corações,
Uberaba, Uberabinha, Veríssimo” e outras. Nesse campo registra-se a cidade,
mas é frequente nominarem somente a região ou o país. ITUIUTABA, 1904.
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Profissões urbanas, como: agrimensor, marceneiro, carpinteiro, médico,
dentista, costureira, tecelã, lavrador, trabalhos domésticos (“do lar”),
cozinheira, agricultor, ferreiro, lavadeira, costureira, alfaiate, negociante etc.
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Para essa tabela, foram consultados: Recenseamento do Brazil em 1872,
Cf. BRASIL. Recenseamento do Brasil em 1872. Rio de Janeiro: Typ.
De G. Leuzinger & Filhos, s/d. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.
br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/Recenseamento_do_
Brazil_1872/Imperio%20do%20Brazil%201872.pdf>. Acesso em: 10 set. 2015;
Synopse do recenseamento de 31 de dezembro de 1890, Cf. BRASIL. Ministério
da Indústria, Viação e Obras Públicas. Diretoria Geral de Estatística. Brasil.
[Constituição (1891)]. Synopse do recenseamento de 31 de dezembro de 1890.
Rio de Janeiro: Officina da Estatistica, 1898. Disponível em: <http://www2.
senado.leg.br/bdsf/item/id/227299>. Acesso em: 10 set. 2015; Recenseamento
Geral do Brasil de 1950, Cf. BRASIL. População do Brazil por municípios e
estados (1907-1912). Recenseamento Geral do Brasil (1º de setembro de
1940), Série Nacional (II volume), Censo Demográfico: população e habitação.
Rio de Janeiro: Serviço Gráfico de Geografia e Estatística, 1950. Disponível
em: <http://seculoxx.ibge.gov.br/images/seculoxx/arquivos_download/
populacao/1908_12/populacao1908_12v1_082_a_116.pdf>. Acesso em: 10
set. 2015; e ITUIUTABA. Tombo da Matriz de Sao José. Livro N° 1. Ituiutaba:
Matriz de Sao José, 1884-1912.
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O termo “proprietário”, como aparece no recenseamento, é ambíguo e não
especifica o tipo de bem. Por isso, não podemos inferir se a propriedade à
qual se refere é um terreno, uma casa na vila ou ainda um imóvel rural.
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A tabela foi organizada segundo a disposição dos dados no livro. A primeira
tabela corresponde à página da esquerda e a segunda, à página da direita. Os
dados são lidos da esquerda para a direita, seguindo a linha correspondente, e,
para facilitar a leitura, reinserimos os “nºs de ordem” dos sujeitos recenseados
na segunda tabela. O livro a que se referem vem indicado em (L. 1, Fam. Nº
46, Nº O. 282), sendo L, livro com o nº na sequência; livro Fam, família com o
nº na sequência e “Nº O”, o número de ordem do sujeito no livro.
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Maria Gertrudes
72 455 Vicente José Muniz 41 Villa Platina
das Dores
Emilia da Fonceca
124 801 João da Fonceca e Silva 34 E. de Goyaz
e Silva
Ambrozina da
140 878 João Alves Ferreira 27 E. M. Grosso
Silveira Diniz
157 992 Aldelia Finotte Theobaldo Finotte 29 Italia
Candida de Souza Antonio Joaquim de Souza
184 1174 56 Campo Bello
Monteiro Monteiro
223 1436 Carmilia Janunzzi José Antônio Janunzzi 30 Prata
108 716 Erinia(?) Simone Amadio Simone 32 Italia
52 382 Miguel Jualianie(?) Antonio Jualianie(?) 31 Italia
Antonio Ricardo
52 388 José Ricardo Ferreira 21 Prata
Ferreira
Nº de Estado
Residência Sabe ler e escrever Professão Condição Relação
Ordem Civil
Segundo
4 Viúva Sim Costureira Proprietária Sogra
Salto
Segundo
14 Casada Sim Costureira Proprietária Esposa
Salto
Segundo
18 Casada — Tecelã Proprietária Esposa
Salto
139 Fattoria Casada Não Tecelã Proprietária Mãe
211 Fattoria Viúva Sim Tecelã — Tia
288 Monjolinho Solteira Sim Costureira — Filha
301 Monjolinho Casada Sim Costureira — Esposa
323 Monjolinho Casada Sim Costureira — Esposa
476 Villa Platina Viúva não Costureira C. c Chefe
455 S.Roza Viúva Sim Costureira Proprietária Viúva
801 Villa Platina Casada sim Costureira — Esposa
878 Villa Platina Casada sim Costureira — Esposa
992 Villa Platina Casada sim Costureira — Esposa
1174 Villa Platina Solteira sim Costureira — Filha
1436 S. Lourenço Casada sim Costureira — Esposa
716 Villa Platina Cazada sim Costureira — Esposa
382 Villa Platina Solteiro sim Alfaiate C. c Chefe
388 Villa Platina Solteiro sim Discipulo
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Miguel Jualianie(?) poderia ser Michele Giuliani ou ainda Miguel Giuliani,
homônimo de seu colega de profissão instalado no Prata. SAUER, A. Almanak
Laemmert: Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro:
Estado de Minas Geraes. Rio de Janeiro: Companhia Typographica do Brazil,
1904. Disponível em: <http://memoria.bn.br>. Acesso em: 20 set. 2015.
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na côrte, S. Paulo e Santos por um dos sócios da casa que ali foi
expressamente para comprar o que houvesse de superior, não
só em qualidade de gêneros, gostos, padrões, novidades, como
também em barateza de preços. (SILVA, 17 out. 1885, p. 4).
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Arrematando o tecido
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Introdução
1
Os trabalhadores foram identificados com pseudônimos.
2
Para analisar as experiências e trajetórias de vida e trabalho dos trabalhadores,
dialoguei com as reflexões de Alessandro Portelli e Yara Aun Khoury, pois
ambos compreendem que, ao falarem, as pessoas se posicionam como
sujeitos dos processos que vivem em sociedade e estabelecem relações
sociais, interpretam e expressam seus valores culturais. As experiências
são constituídas de uma realidade social, ou seja, são de origem social. Cf.:
Portelli, 1996; Khoury, 2004.
3
Além dessas industrias de confecções do vestuário, havia 2 ateliês de
costura e 13 costureiras domiciliares registradas. Os números de ateliês e
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Para o aprofundamento das trajetórias das empresárias e a formação das
empresas, ver: Silva, 2016.
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[...] Tinha muito serviço e não vencia mais. Não dava mais pra ele
ficar sozinho, não vencia aqui. E, pra mim trabalhar lá e vim fazê
meu serviço em casa, não dava mais [...]. Daí, a idade começa
pesar, a dificuldade começa chegar, a gente não vence mais tudo,
a cabeça não ajuda mais como ajudava. Daí, tu não consegue
associar [conciliar] uma coisa com outra, alguma coisa tem que
ficar pra trás. (JEZABEL, 12 mar. 2015).
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[...] Eu vou falar como foi o meu primeiro dia: apesar de eu já ter
o curso de costura, eu não tinha assim, não tinha, vamos dizer
assim, produção. Não tinha qualidade ainda na costura. Então, eu
achei difícil, porque eles começaram a me cobrar. Então, por várias
vezes, eu vinha pra casa chorando, por causa que, em casa, por
mais que a gente trabalhava, a mãe não xingava. E daí, então,
tinha uma estranha que vinha do meu lado e me xingava, que eu
tava fazendo errado. (CLARA, 6 fev. 2012).
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[...] Muitas vezes, a gente não tem esse tempo de [ficar com a
família], no final da tarde ou na hora do meio-dia [...]. Quase a gente
não se vê mais, né? É muito difícil. É só à noite. Então, a gente
senta, toma chimarrão, conversa aquele pouco e, logo, tem que
cuidar dos afazer, que logo tá na hora de dormir de novo. Então,
[...] hoje, as famílias perderam muito esse jeito de viver como
família, né? Porque, quando eu era jovem, que a gente tinha...
que eu estava com o pai e a mãe em casa, que a gente trabalhava
na roça, a gente tinha mais aquele tempo de sentar na mesa na
hora do meio-dia, todos junto embaixo de um pé de árvore, contar
causo, dar risada, viver aquele momento, né? À noite, também,
mesmo com tudo o trabalho que tem na lavoura... Só que aqui na
[cidade]... Nós, que vivemos na cidade, né?,... Esse tempo vai,
parece que ele vai se esgotando, que é minuto a minuto. Parece
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que o dia deveria de ter mais 12, mais, mais 24 horas a mais pra
fazer o que você tem que fazer. E muitas vezes a gente deixa a
desejar, né? (ANA, 10 jan. 2012).
9
O estudo de Borsoi analisou a industrialização que vinha ocorrendo, no Ceará,
especificamente em Horizonte, a partir de 1990.
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Eu acho que todo trabalho tira tempo da gente, num importa que
trabalho que seja. Tipo, os horários, né? [...] Mais, na medida do
10
Além da carga horária laboral diária, em alguns casos a hora extra é utilizada
para completar a cena.
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Olha! Pra mim, foi uma mudança bem radical, porque mudou como
se fosse da noite pro dia. Cê vinha [em] uma coisa que era... Tua
vida era uma coisa só, né? Aquela rotina: levantar, tirar o leite e ir
pra roça. Depois, muda tudo. Tu tem que mudar, cuidar da casa, sair,
ver as coisa na cidade. É completamente tudo diferente, demora
pra conciliar tudo (ISABEL, 10 dez. 2011).
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[...] Antigamente, [as máquinas] era mais reta, manual, assim e tal.
Hoje, já existe aquela eletrônica, né? Que tem uns detalhe a mais.
Ela vai mais rápida, ela corta a linha, ela tem uns detalhe a mais,
hoje. Até antigamente, num existia a pregadeira de bolso, hoje tem
a pregadeira. Aqui não tem, mais em Missal, [onde] eu trabalhava,
tinha pregadeira de bolso tipo eletrônica, ela prega bolso. Então, ela
tirava o serviço de quatro costureiro, quatro costureiro produzia o
que a máquina, em uma hora, produzia, entendeu? E a passadeira
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11
Abreu e Sorj destacam que esse tema pede uma análise que leve em conta
fatores econômicos – por exemplo, redução de custos de produção, vistos através
da transferência para os trabalhadores das despesas com energia, equipamentos
e espaço – e que sejam percebidas e analisadas as relações de gênero e a
divisão sexual do trabalho; isso porque o trabalho em domicílio contemporâneo
seria realizado mais por mulheres. Cf.: ABREU; SORJ, 1993, p. 44.
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Referências bibliográficas
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Fontes orais
ANA. Santa Helena, PR, 10 jan. 2012. Arquivo de MP3 (73 minutos).
Entrevista concedida a Rosane Marçal da Silva na residência da
entrevistada, então com 42 anos de idade.
CLARA. Santa Helena, PR, 6 fev. 2012. Arquivo de MP3 (63 minutos).
Entrevista concedida a Rosane Marçal da Silva na residência da
entrevistada, que tinha então a idade de 27 anos.
DINÁ. Santa Helena, PR, 30 jan. 2012. Arquivo de MP3 (46 minutos).
Entrevista concedida a Rosane Marçal da Silva na empresa onde ela
trabalhava. Ela estava com 38 anos de idade à época.
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DULCE. Santa Helena, PR, 12 mar. 2015. Arquivo de MP3 (45 minutos).
Entrevista concedida a Rosane Marçal da Silva na residência da
entrevistada, que tinha 49 anos de idade à época.
EVA. Santa Helena, PR, 4 nov. 2011. Arquivo de MP3 (64 minutos).
Entrevista concedida a Rosane Marçal da Silva na residência da
entrevistada. Ela estava com 49 anos de idade no momento da entrevista.
FÁTIMA. Santa Helena, PR, 20 dez. 2011. Arquivo de MP3 (89 minutos).
Entrevista concedida a Rosane Marçal da Silva na residência da
entrevistada, que tinha então 30 anos de idade.
ISABEL. Santa Helena, PR, 10 dez. 2011. Arquivo de MP3 (89 minutos).
Entrevista concedida a Rosane Marçal da Silva na residência da
entrevistada. Ela estava com 44 anos à época.
JEZABEL. Santa Helena, PR, 12 mar. 2015. Arquivo de MP3 (42
minutos). Entrevista concedida a Rosane Marçal da Silva na residência
dela. A entrevistada tinha 57 anos à época.
NAZARÉ. Santa Helena, PR, 24 jan. 2012. Arquivo de MP3 (70 minutos).
Entrevista concedida a Rosane Marçal da Silva na residência da
entrevistada. Ela estava com 18 anos de idade à época.
PRISCILA. Santa Helena, PR, 17 out. 2011. Arquivo de MP3 (59
minutos). Entrevista concedida a Rosane Marçal da Silva na residência
da entrevistada. Ela estava com 44 anos de idade à época.
SALOMÉ. Santa Helena, PR, 7 out. 2013. Arquivo de MP3 (40 minutos).
Entrevista concedida a Rosane Marçal da Silva na empresa da
entrevistada. Ela estava com 46 anos de idade à época da entrevista.
99
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http://dx.doi.org/10.14393/HeP-v30n57-2017-4
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the workers’ life, both in this city and its region. It is important to
emphasize that when we deal with the modernization process
of the economic structures of Montes Claros, we can not restrict
ourselves to its geographical limits, we will also be analyzing the
region and the country. The dynamics experienced during the
period in question shows the transformations that this city passed
in the second half of the last century affected the region as a whole,
in the same way that the transformations that took place in the
region has influenced in Montes Claros.
1
Sobre críticas ao modelo Sudene de desenvolvimento, ver: OLIVEIRA,
Francisco de. Elegia para uma re(li)gião. Sudene, Nordeste. Planejamento
e conflitos de classe. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
102
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104
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2
Os efeitos positivos da modernização econômica foram sentidos de forma
mais acentuada em Montes Claros e cidades como Pirapora, Janaúba,
Januária.
105
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Morto em balsa
25/01 Hamilton de O. Neto Itacambira 17 Plantar
sem segurança.
Morto em balsa
25/01 Miguel José dos Santos Itacambira 27 Plantar
sem segurança.
Dois trabalhadores
27/07 mortos e não identifi- Varzelândia Capotamento.
cados
107
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108
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3
Para maiores informações sobre a constituição dos sindicatos na região, ver:
Augusto, 2011.
109
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Município Situação
7) São Romão Sem projeto parcelamento para novos colonos. PROCERA/88 30.000 OIN’s.
115
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4
Disponível em: <https://www.cptnacional.org.br/index.php/component/
jdownloads/download/41-conflitos-no-campo-brasil-publicacao/266-conflitos-
no-campo-brasil-1985>. Acesso em: 4 nov. 2014.
116
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120
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5
Esse movimento foi criado na década de 1970, na região de Belém, na grande
São Paulo, com os participantes formando pequenos grupos para reflexão
e debate. Posteriormente, o grupo passou a contar com a presença de
missionários irlandeses, padres e irmãs, apoiados e incentivados pelo bispo
local. Ver: <http://www.mdf.org.br/quem-somos/historico.html>. Acesso em:
20 mar. 2015.
121
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quando tinha assim na base dos cinco anos que eu morava aqui,
hoje [2009] já tem 40 anos, naquele tempo teve uma reunião na
prefeitura, sobre nós morando aqui. Aí eles falou assim: que ordem
que vocês tem, que vocês invadiu a Vila Mauricéia, aquelas áreas
lá pra fazer casa?
Aí eu peguei e falei assim... E eu fui a pessoa que todo mundo
ficou besta com o que eu respondi, porque todo mundo queria
falar isso né, mas não sabia. Aí, eu falei né, e o juiz estava perto
né: - Oh, ninguém fez invadir ali por boniteza e querendo enricar
não. A gente só invadiu porque nós não tinha terreno pra morar,
e nós não tinha salário pra poder comprar um terreno pra pagar a
prestação também. Então, o quê que nós tinha que fazer? Os pais
de família, cheio de crianças, nós não tinha onde morar, então foi
a única coisa que nós temos que fazer foi invadir a área da CEMIG
(SILVA, 2009).
122
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6
Não obtivemos mais informações sobre o que teria acontecido com esse
grupo de trabalhadores.
123
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Considerações finais
Referências
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Entrevistados
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132
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1
Os Almanachs eram catálogos de propagandas e serviços encontrados na
cidade, e, também, um meio de comerciantes e autônomos das cidades
vizinhas realizarem seus anúncios. Ofereciam, além disso, orientações sobre
horários de trens e momentos de leitura, através da publicação de poesias,
crônicas e estórias.
133
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134
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2
Optamos por utilizar o termo “trabalhadores” aproximando-nos de Eric
Hobsbawn (1987) que utiliza o termo trabalhadores de forma genérica, sem
aplica-lo a uma tipologia específica de ocupação. No entanto optamos por
equivaler trabalhador e operário, considerando a necessidade e a importância
de se pesquisar as tradições e a formação desse tipo de trabalhador quando
pensamos em Juiz de Fora, especialmente devido ao seu destaque fabril e
industrial nas primeiras décadas do século XX.
135
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137
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3
Tanto o distrito do Rosário quanto o arraial de São Francisco de Paulo eram
pertencentes a Juiz de Fora e compunham sua zona rural. (ESTEVES; LAGE,
1915).
138
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4
Conforme relato da vítima Geraldo Laurindo da Silva, no momento em que
a mesa foi virada, tanto o dinheiro quanto a roleta caíram no chão. O que
permite inferir que este parecia ser um jogo de aposta em que se utilizava
roleta para designar o ganhador. (AHJF, Série 24, cx 41, 11 abr. 1903, p. 08).
Conforme o Dicionário online Michaelis, em um de seus significados, “jaburu”
seria: “3. Espécie de roleta, com figuras de animais ao invés de números”.
DICIONÁRIO MICHAELIS. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/
moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=jaburu>
Acesso em: 20 maio 2015.
139
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Algumas considerações
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Fontes de pesquisa
JORNAIS
O PHAROL, Juiz de Fora, 17 out. 1907.
O PHAROL, Juiz de Fora, 11 set. 1909.
Referências bibliográficas
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Introdução
1
Este conceito foi elaborado a partir do estudo do historiador Rafael de
Bivar Marquese (2004), que discutiu as “ideias sobre a administração dos
escravos elaboradas nas Américas” entre 1660 e 1860. O autor explorou
os escritos deixados pelos letrados coloniais e também produzidos por
senhores que visavam prescrever sobre as melhores formas de governar
os escravos. Apesar de utilizarmos o termo modelo, os beneditinos não se
preocuparam com a produção de um escrito (código de conduta, manual
etc.) a ser compartilhado pelo público geral, como o fizeram religiosos como
Antonil, Jorge Benci, Manuel Ribeiro Rocha, Antônio Vieira, entre outros, que
visavam orientar os senhores acerca do melhor tratamento a ser dispensado
aos cativos. Ao mesmo tempo, consideramos que a política de gestão
escravista beneditina reuniu um conjunto de regras próprias voltadas para o
bom gerenciamento dos estabelecimentos da Ordem de São Bento em todo
o Brasil, servindo de modelo para os diversos mosteiros do país.
150
História e Perspectivas, Uberlândia (57): 149-176, jul./dez. 2017
2
Um dia antes (28 de setembro), foi decretada pelo Governo Imperial a Lei
do Ventre Livre, que criou uma série de procedimentos para a libertação
dos escravos do país de forma gradual e segura. Neste contexto, as
Ordens Religiosas foram pressionadas pelo Governo a tomarem medidas
semelhantes, já que recebiam benefícios do Estado. Os beneditinos foram
os únicos que libertaram todos os seus cativos nesta data.
151
História e Perspectivas, Uberlândia (57): 149-176, jul./dez. 2017
3
A visível redução de escravos na segunda metade do século XIX explica-se
principalmente por duas razões: a diminuição progressiva do número de
monges responsáveis pela administração (de 28 no final do século XVIII para
apenas 4) e o aumento do número de alforrias a partir de 1850.
152
História e Perspectivas, Uberlândia (57): 149-176, jul./dez. 2017
Um escravo por si
4
Sobre a influência de E. P. Thompson na historiografia brasileira, Cf.: Lara
(1995); Neder et al. (1998); Lara; Mendonça (2006); Marquese (2013).
5
Outros autores que fazem parte de meu referencial teórico-metodológico são:
Slenes (1997); Levi (1992); Revel (1998); Ginzburg (2006); Davis (1987);
Ginzburg (1989).
153
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6
A Lei de 28 de setembro de 1871, popularmente conhecida como Lei do
Ventre Livre ou Lei Rio Branco, reconheceu, segundo Chalhoub, “uma série
de direitos que os escravos haviam adquirido pelo costume e aceitação de
alguns objetivos das lutas dos negros” (CHALHOUB, 1990, p. 159-160).
154
História e Perspectivas, Uberlândia (57): 149-176, jul./dez. 2017
7
Alguns exemplos de estudos clássicos e recentes que se dedicaram à questão
da alforria, mas não evidenciaram a prática da substituição, foram: Paiva
(1995); Mattoso (1976); Zero (2009); Lima (2010).
155
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8
Dois estudos sobre a Ordem de São Bento que tiveram como objeto de
pesquisa os seus escravos não encontraram tal peculiaridade: Piratininga
Júnior (1991); Pacheco (2010). Outros estudos que tocam na questão da
posse de cativos pela Ordem Beneditina e Carmelita, mas sem evidenciar
aquela prática: Tavares (2007); Souza (2007); Souza (2011); Molina (2006);
Araújo (2007).
9
Os escravos precisavam seguir um procedimento minucioso para alcançar
a liberdade. Com a permissão do Abade, faziam um pedido por escrito e
encaminhavam ao Conselho Beneditino. Teoricamente, o pedido só poderia
ser votado com a presença do Abade Geral, quando em visita ao mosteiro.
Decidido através de “favas brancas ou pretas”, decidia-se pela alforria ou
não. Encontramos apenas dois cativos que tiveram seus pedidos reprovados.
Apesar do rigor do processo, a grande maioria dos escravos teve que pagar
por sua liberdade.
10
Ou seja, aquelas em que o cativo dava algo em troca por sua liberdade
(dinheiro, tempo de serviço ou substituição).
156
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158
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11
Para uma discussão sobre as classificações raciais no Brasil, ver: Santos
(2005, p. 115-137).
159
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12
A documentação referente às alforrias se encontra transcrita nos Manuscritos
do Arquivo do Mosteiro de São Bento de Olinda, publicados na Revista do
Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, v. XLII, 1948-
1949 (1952). São atas de reuniões do Conselho Beneditino, formado pelo
Abade e demais monges do Mosteiro, entre 1793 e 1875. Para facilitar a
referência a esta fonte, indicaremos na nota de rodapé a data e a página
localizada na referida revista, precedida do termo “Manuscritos”.
13
Manuscritos (25 de setembro de 1845, p. 180-181).
14
Manuscritos (28 de setembro de 1798, p. 138).
15
Manuscritos (22 de agosto de 1798, p. 242).
160
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16
Manuscritos (14 de maio de 1816, p. 246).
161
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17
Manuscritos (28 de setembro de 1798, p. 147).
18
Manuscritos (30 de agosto de 1793, p. 237-238).
162
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19
Manuscritos (18 de janeiro de 1809, p. 244).
163
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Negócios de família
20
Manuscritos (Junho de 1811, p. 156). Segundo Sandra Graham (2005, p.
65): “O direito brasileiro, seguindo o português, especificava que dois terços
dos bens de uma pessoa ou de um casal deveriam ser divididos em partes
iguais entre filhos ou netos ou, caso não houvesse herdeiros descendentes,
os bens reverteriam para os pais ou avós. A pessoa podia dispor do outro
terço como bem quisesse [...]; e, se não houvesse herdeiros necessários, a
pessoa podia deixar todo o espólio para um herdeiro de sua escolha”.
21
Manuscritos (05 de julho de 1811, 156-157).
164
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22
Manuscritos (17 de janeiro de 1817, p. 164).
165
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23
Moeda de prata.
24
Processo Crime: Autora: Rufina Maria Manoela. Réu: D. Abade do Mosteiro de
Olinda Fr. Manoel d Conceição Monte. 1862. Arquivo do Museu de Igarassu,
seção de Manuscritos, Série: Irmandades Religiosas, Cx.4: São Bento de
Jaguaribe.
25
Estados do Mosteiro de São Bento (1842-1845). Os Estados são relatórios
trienais produzidos pelos Abades sobre o período em que administraram o
respectivo Mosteiro. Consultamos tanto os Estados do século XVIII (fotocópias
dos originais que estão sob a tutela do Arquivo Distrital de Braga, Portugal,
e disponibilizados no Arquivo do Mosteiro de Olinda) e os do século XIX,
transcritos nos Manuscritos publicados na Revista do Instituto Arqueológico,
Histórico e Geográfico Pernambucano, v. XLII, 1948-1949 (1952).
26
Estados do Mosteiro de São Bento (1860-1863). Manuscritos (1952).
166
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167
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27
Manuscritos (Março de 1822, p. 169).
28
Sobre esse escravo-senhor, cf.: Costa (2017).
29
Processos escravos, 1831-1871 (09 de setembro de 1863). Documentação
de natureza diversa, reunindo fontes sobre a escravidão, organizada em dois
volumes e localizado no Arquivo do Mosteiro de Olinda.
168
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Considerações finais
169
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170
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Referências
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ARTIGOS
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Introdução
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183
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1
Compreende-se Humanismo conforme Marilena Chauí: “o humanismo, [...]
distanciando-se do teocentrismo medieval, [...] dá ao homem o lugar central.
Desenvolve a ideia de que o homem é dotado de capacidade e força não
só para conhecer a realidade, mas sobretudo para transformá-la, ideia que
transparece num adágio que será celebrizado por Francis Bacon: ‘o homem
é o arquiteto da Fortuna’, ou seja, o homem é senhor de sua sorte ou de seu
destino. [...] Essa ideia da racionalidade e do poder da vontade conduz a duas
outras ideias, essenciais para o surgimento das utopias: a de que os homens
valem por si mesmos, independentemente de privilégios de nascimento e
sangue, de maneira que a oposição entre ricos e pobres é injusta e fonte
das revoltas que destroem os Estados; e a de que é possível organizar um
Estado sereno, feliz, glorioso e perfeito, fundado na equidade e dirigido por
um verdadeiro príncipe.” (CHAUÍ, 2008, p. 8-9).
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187
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2
Sobre o histórico do conceito e suas variações, ver: Cerri, 2001; Laville, 2005;
Cardoso, 2008.
188
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3
Heller define progresso como todo tipo de ação cujos resultados são sempre
ganhos, sem perdas correspondentes, isto é, sem sofrimento humano.
Entretanto, ele é tido como ideia reguladora e não como realidade factual
(HELLER, 1993, p. 355 et seq.).
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197
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4
Em Heller, a segunda lógica da sociedade civil é socialista e se fundamenta
nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
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203
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Referências
204
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205
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206
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207
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http://dx.doi.org/10.14393/HeP-v30n57-2017-8
O OFICIO DO HISTORIADOR:
REFLEXÕES SOBRE O CONCEITO DE PASSADO EM
SUAS DIMENSÕES SOCIAIS E HISTÓRICAS
209
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Introdução
210
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219
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1
Importa considera que a unificação alemã, em 1870, marca o surgimento do
II Reich, que se estendeu até o final da primeira guerra mundial.
220
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Passado e memória
226
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2
Não se quer com tal exemplificação entrar em discussão sobre os limites
do uso da literatura para a escrita da História, tão pouco se pretende
situar Homero como historiador de seu tempo – mesmo porque essa é
uma discussão direcionada pelos padrões metodológicos da historiografia
contemporânea. O que se pretendeu apontar é que, com o processo de
aperfeiçoamento do uso da memória ao longo dos tempos, ela pôde se
constituir como um campo em que se sustentam lembranças do passado de
maneira “mais objetiva e confiável do que se poderia supor” (CASTANHO,
2010).
227
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Da mesma forma que não se pode julgar um indivíduo pela idéia que
ele faz de si mesmo, não se poderia julgar uma época de transtornos
pela consciência que ela tem em si mesma; é necessário, ao
contrário, explicar esta consciência pelas contradições da vida
material, pelo conflito existente entre as forças produtivas sociais
e as relações de produção. (MARX, 1977, p. 168).
229
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Considerações finais
Referências
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http://dx.doi.org/10.14393/HeP-v30n57-2017-9
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234
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1
Refere-se aos educadores que assinaram o Manifesto dos Educadores da
Escola Nova, em 1932. Dentre estes, se destacam Fernando de Azevedo,
Anísio Teixeira, Lourenço Filho.
235
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1. As raízes
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2. A formação
243
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3. Os subsídios
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Fontes consultadas
Documentos
MANIFESTO dos Pioneiros da Educação Nova, 1932.
253
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Referências bibliográficas
254
História e Perspectivas, Uberlândia (57): 233-256, jul./dez. 2017
255
História e Perspectivas, Uberlândia (57): 233-256, jul./dez. 2017
256
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http://dx.doi.org/10.14393/HeP-v30n57-2017-10
257
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Introdução
1
A edição utilizada neste trabalho é a 19ª edição: PARANÁ, Sebastião. O Brasil
e o Paraná: para uso das escolas primárias. 19. ed. melhorada. Curitiba:
Empreza Graphica Paranaense, 1929.
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2
As condições socioculturais estão pensadas conforme indica Chartier (1990).
Ou seja, identificadas no “modo como em diferentes lugares e momentos uma
determinada realidade social é construída, pensada, dada a ler” (CHARTIER,
1990, p. 16-17). Nesse sentido, debruça-se sobre os esquemas intelectuais,
a narrativa, que orientam a apreensão do universo pelo autor e sobre “as
figuras graças às quais o presente pode adquirir sentido, o outro tornar-se
inteligível e o espaço ser decifrado” (CHARTIER, 1990, p. 17).
260
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261
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3
Por intermédio da Congregação do Ginásio, os catedráticos tomavam
decisões sobre a organização pedagógica e o desenvolvimento das ações
administrativas da instituição. Era o conselho deliberativo sobre a adoção de
livros didáticos e sobre a emissão de pareceres a respeito de obras didáticas
encaminhadas para avaliação por meio de uma comissão de professores.
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4
Filho do Capitão Inácio de Sá Sottomaior e neto do Coronel de milícias do
mesmo nome.
5
Sobre o IHGB, ver Guimarães (1988).
6
E mais: da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro; sócio efetivo do Centro
264
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no século XIX como Liceu, foi por muito tempo apenas uma
instituição de ensino secundário, por vezes funcionando com
poucas aulas destinadas aos cursos preparatórios. Na década de
1870, tornou-se Instituto de Preparatórios e recebeu a tarefa de
incorporar uma Escola Normal para formar professores do ensino
elementar (TOLEDO, 2005).
A existência da Escola Normal foi decisiva na formação de
um conjunto de práticas e possibilidades teóricas9 (CERTEAU,
2006, p. 65) para que a ideia de um nacionalismo republicano
estabelecesse sua tradição no cenário regional. Isso porque,
efetivamente, para que pudessem circular nas escolas, os
manuais, os compêndios e as cartilhas eram textos que precisavam
ser aprovados pelos membros institucionais. As editoras nacionais
se aproximavam dos letrados que a ela estavam vinculados,
confirmando o prestígio da instituição e de seus professores.
O final do século XIX e os anos iniciais do século XX foram
marcados, portanto, por um período em que os autores de
livros escolares para a escola primária eram letrados que, por
sua formação intelectual, produziam saberes escolares sem as
características, ainda, de um campo disciplinar formado, mas
em formação. As disputas e as divergências sobre a importância
dos conteúdos a serem ensinados estavam presentes, mas, ao
mesmo tempo, os letrados produziam para um público cada vez
mais heterogêneo, não limitado mais aos filhos dos grandes
proprietários rurais ou comerciantes. Tratava-se, isso sim, de
um público escolar diferenciado, composto por alunos de ensino
elementar com idades variáveis, o que impulsionava parte da elite
intelectual10 pensar o “ser paranaense” dentro de um contexto
maior, que era o “ser brasileiro”. Por intermédio da imprensa, dos
escritos dos letrados locais e da instituição escolar, a memória
e a identidade paranaense foram sendo criadas por meio de
9
No texto A escrita da história, Certeau considera que o fazer teórico e prático
está determinado pelo lugar “de onde falo e do domínio em que realizo uma
investigação”, sendo o lugar sua marca é indelével (CERTEAU, 2006, p. 65).
10
Sobre a formação da elite paranaense, ver Oliveira (2001).
267
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268
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11
Esse conceito se relaciona com o que Bourdieu denominou de “poder
simbólico”, que é “o poder de constituir o dado pela enunciação, de fazer
ver e fazer crer, de confirmar ou de transformar a visão do mundo e, deste
modo, a ação sobre o mundo.” (BOURDIEU, 1989, p. 14).
12
O conceito se aproxima da ideia de “mito de origem”. Marilena Chauí (2000)
trata deste conceito e esclarece que o mito, neste caso, não é só no sentido
etimológico, de narração de acontecimentos lendários, “mas também no
sentido antropológico, de solução imaginária para tensões; fundador por trazer
um vínculo com um passado de origem, do qual não há nunca desvinculação”.
(CHAUÍ, 2000). No caso deste trabalho, utiliza-se “marco” para reafirmar a
importância historiográfica da questão.
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272
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13
Saint-Hilaire, naturalista francês que viajou pelo país no século XIX, 1822,
já apontava em seus escritos que a natureza da região tinha sua síntese no
Pinheiro do Paraná. Para ele, “o pinheiro era a planta que carcaterizava a
região, não apenas por seu aspecto e intensidade de incidência da paisagem,
mas pela importância de sua madeira e do fruto, o pinhão, para os habitantes
dos Campos Gerais”. (PEREIRA; IEGELSKI, 2002, p. 52).
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Considerações finais
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Referências bibliográficas
277
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http://dx.doi.org/10.14393/HeP-v30n57-2017-11
INTELECTUAIS E EDUCAÇÃO:
O DEBATE BRASILEIRO EM TORNO DA LEI DE
DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
(LEI Nº 4.024 DE 1961)
281
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Considerações iniciais
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285
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1
O significado conferido por Fernandes (2008) não é algo realizado pelo
acaso, por uma força sobre-humana ou por um “espírito absoluto”, mas
são os movimentos de mudanças sociais impulsionados pelas próprias
relações sociais e de produção cotidianas, porém, não provocadas por um
planejamento sistemático.
286
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TABELA 1 –
Participação da agricultura e da indústria no Produto Interno Bruto (PIB)
brasileiro, a preços de 1949. (ABREU, 2006, p. 347).
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291
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2
Ministro de Estado do Governo Getúlio Vargas, do então criado Ministério da
Educação e Saúde Pública, no período de 1931 a 1932.
3
Ministro da Educação no período de 1934 a 1945, no governo de Getúlio
Vargas.
292
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4
Em novembro de 1956, o deputado padre Fonseca e Silva pronuncia um
discurso acusando Anísio Teixeira e Almeida Júnior de se insurgirem contra os
interesses das escolas confessionais. Esse episódio irá promover um grande
debate entre aqueles que defendem a escola pública e os fautores da escola
privada, não pelo episódio em si, mas pelo que ele representou, o confronto
de ideias acerca dos rumos da educação nacional. Ver Buffa (1979).
5
Para maiores detalhes sobre o trâmite do anteprojeto e os debates em torno
do mesmo, conferir Saviani (2006).
293
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6
Conhecido na historiografia por “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”.
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7
“Se ogni Stato tende a creare e a mantenere un certo tipo di civiltà e di
citadino [...], tende a far sparire certi costumi e attitudini e a diffonderne
altri, il diritto sarà lo strumento per questo fine (accanto alla scuola ed altre
istituzioni ed attività) e deve essere elaborato affinché sia conforme al fine,
sia massimamente efficace e produttivo di risultati positivi. [...] In realtà lo
Stato deve essere concepito come <<educatore>> in quanto tende appunto
a creare un nuovo tipo o livello di civiltà”.
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298
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8
“Queste funzioni sono precisamente organizzative e connettive. Gli
intellettuali sono i <<commessi>> del gruppo dominante per l’esercizio delle
funzioni subalterne dell’egemonia sociale e del governo politico, cioè: 1)
del consenso <<spontaneo>> dato dalle grandi masse della popolazione
all’indirizzo impresso alla vita sociale dal gruppo fondamentale dominante,
consenso che nasce <<storicamente>> dal prestigio (e quindi dalla fiducia)
derivante al gruppo dominante dalla sua posizione e dalla sua funzione nel
mondo della produzione; 2) dell’apparato di coercizione statale che assicura
<<legalmente>> la disciplina di quei gruppi che non <<consentono>> né
ativamente né passivamente, ma è costituito per tutta la società in previsione
dei momenti di crisi nel comando e nella direzione in cui il consenso spontaneo
vien meno”.
9
Por hegemonia entendemos a liderança cultural-ideológica de uma classe
social sobre as outras. Hegemonia é uma categoria muito cara para a teoria
gramsciana e os limites deste artigo não nos permite tratá-la de maneira
adequada. Por isso, indicamos a leitura dos cadernos 1, 4 e 10, compilados
em Quaderni del Carcere.
10
Os intelectuais não constituem uma classe autônoma, mas são sujeitos
vinculados a uma das duas classes sociais fundamentais, os detentores dos
meios de produção ou o proletariado. Gramsci nos alerta que a origem de
classe não garante o exercício e a luta política a favor da mesma, pois uma
classe pode recrutar dentre os integrantes de outros grupos sociais, a quem
confiar a atividade de direção e organização da cultura.
299
História e Perspectivas, Uberlândia (57): 281-306, jul./dez. 2017
11
“[...] la supremazia di un gruppo sociale si manifesta in due modi, come
<<dominio>> e come <<direzione intellettuale e morale>>. Un gruppo sociale
è dominante dei gruppi avversari che tende a <<liquidare>> o a sottomettere
anche con la forza armata ed è dirigente dei gruppi affini e alleati”.
12
“Il fatto dell’egemonia presuppone indubbiamente che sia tenuto conto degli
interessi e delle tendenze dei gruppi sui quali l’egemonia verrà esercitata,
che si formi un certo equilibrio di compromesso, che cioè il gruppo dirigente
faccia dei sacrifizi di ordine economico-corporativo, ma è anche indubbio che
tali sacrifizi e tale compromesso non possono riguardare l’essenziale, poiché
se l’egemonia è etico-politica, non può non essere anche economica, non può
non avere il suo fondamento nella funzione decisiva che il gruppo dirigente
esercita nel nucleo decisivo dell’attività economica”.
300
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301
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13
“Il lavoro educativo-formativo che un centro omogeneo di cultura svolge,
l’elaborazione di una coscienza critica che esso promuove e favorisce su
una detterminata base storica che contenga le premesse concrete per
tale elaborazione, non può limitarsi alla semplice enunciazione teorica di
principii <<chiari>> di metodo: questa sarebbe pura azione da <<filosofi>>
del Settecento. Il lavoro necessario è complesso e deve essere articolato
e graduato: ci deve essere la deduzione e l’induzione combinate, la logica
formale e la dialettica, l’identificazione e la distinzione, la dimostrazione
positiva e la distruzione del vecchio. Ma non in astratto, ma in concreto, sulla
base del reale e dell’esperienza effettiva”.
302
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Em síntese ...
14
“È da ricordare insieme l’affermazione di Engels che l’economia solo in
<<ultima analisi>> è la molla della storia [...] da collegarsi direttamente al
passo della prefazione della Critica dell’Economia politica, dove si dice che
gli uomini diventano consapevoli dei conflitti che si verificano nel mondo
economico sul terreno delle ideologie”.
303
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Referências
305
História e Perspectivas, Uberlândia (57): 281-306, jul./dez. 2017
306
História e Perspectivas, Uberlândia (57): 307-333, jul./dez. 2017
http://dx.doi.org/10.14393/HeP-v30n57-2017-12
307
História e Perspectivas, Uberlândia (57): 307-333, jul./dez. 2017
308
História e Perspectivas, Uberlândia (57): 307-333, jul./dez. 2017
309
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310
História e Perspectivas, Uberlândia (57): 307-333, jul./dez. 2017
311
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312
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1
Para as funções administrativas da Câmara de Olinda, cf. Lisboa, 2013.
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315
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2
Trabalhamos com a noção de cultura cortesã como aquele sistema de
valores, em vigor entre a nobreza residente e atuante nas cortes da Europa
seiscentista, cujas complexas regras de conduta, segundo José António
Maravall, atingiram seu ápice na Espanha Habsburga, e que de lá se
espalharam para reinos e colônias conectados ou pertencentes ao domínio
Habsburgo. Para a cultura cortesã, cf. Maravall, 1997; Bennassar, 2006;
Oliveira, 2006. Em trabalhos anteriores, aprofundamos a relação dos senhores
de engenho da América portuguesa com essa cultura. Cf. Silva, 2013.
316
História e Perspectivas, Uberlândia (57): 307-333, jul./dez. 2017
3
Cf. REGISTRO da carta de S. majestade escrita aos oficiais da câmara,
sobre ir, ou não o pendão da câmara nas procissões. Escrita a 18 de julho
de 1677. APEJE. LIVRO de registros, cartas, provisões e ordens régias da
Câmara municipal da Cidade de Olinda de 1696. Fl. 48, 48v.
317
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4
Para a análise das festas públicas na Capitania de Pernambuco, enquanto
eventos privilegiados para a observação da cultura política dos senhores
de engenho, trabalhamos com a sociologia weberiana e seus conceitos
elaborados para análise de grupos de status: conceitos tais como prestigio,
honra e status, esse último compreendido como o lugar simbólico ocupado
pelos senhores de engenho na estrutura hierárquica da capitania. O que essa
concepção teórica traz para a análise histórica da cultura política desses
senhores é a constatação do quanto, para aqueles indivíduos que compunham
o grupo de status dos senhores de engenho da capitania, a manutenção da
honra e o cultivo de prestígio eram fundamentais ferramentas de aquisição
de poder (WEBER, 2002, p. 687-688; QUINTANEIRO, 2002, p.114-119).
5
Um exemplo é a disputa entre o Vigário Geral da Sé de Olinda e a Câmara
desta cidade, em 1677, em torno do lugar que o pendão da Câmara deveria
ocupar nas procissões, em relação à posição do pálio. Nessa disputa, interveio
o então governador de Pernambuco, D. Pedro de Almeida, posicionando-se
contra o Senado. O que levou a Câmara a escrever ao rei uma reclamação
contra vigário e governador. O rei, por sua vez, nessa ocasião como em
outras, posicionou-se a favor da Câmara, afirmando: “que o governador não
representa mais minha pessoa do que a representa o senado: e assim não
havia de resolver que nas procissões que não fosse o pendão porque só
quando eu vou nelas deixa de ir, o pendão e nas mais começa do pendão
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Eu El Rei, faço saber aos que esta minha provisão virem, que
mandando ver e examinar as dúvidas que o ouvidor geral da
Capitania de Pernambuco, José de Sá Mendonça, teve para não
levar em conta nas que viu e reenviou, por ordem do governador
D Antonio Felix Machado do tesoureiro do Senado da Câmara
Feliciano da Silva, algumas despesas, que os oficiais da dita
câmara costumam fazer sem provisão minha, e o que sobre
esta matéria me responderam os mesmos oficiais da câmara,
governador, e sindicante da dita capitania de Pernambuco, tendo
a tudo consideração e ao que respondeu o procurador da minha
fazenda ao que se deu vista: haja bem que se tirem os seis contos,
7
Camila Santiago compôs uma ótima reconstituição de todo o processo de
organização das festas públicas pelas câmaras, “desde a decisão por fazê-
las, acordada em reunião do conselho, passando pela contratação de oficiais
e sacerdotes – músicos, carpinteiros, padres, armadores – o gerenciamento
das contas públicas destinadas às celebrações, a convocação dos segmentos
sociais para tomarem seus lugares nas solenidades, a compra de materiais
necessários como cera e incenso etc.”. Seu objeto de estudo foram as festas
organizadas pela Câmara de Vila Rica, no XVIII, mas seu trabalho nos oferece
um bom parâmetro do funcionamento das mesmas nos núcleos urbanos
ultramarinos. Cf. Santiago, 2001, p. 13.
320
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322
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8
Para o pagamento de propinas e os significados das varas nas procissões
(SANTIAGO, 2001, p. 11; 19; 70; 96).
9
Dados acerca dessas festas estão nos documentos transcritos por Ennes
(1938, p. 31-32; 105-106).
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Fontes manuscritas
Referências bibliográficas
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1850), between the years 1848 and 1851. They lived in the
municipality of Morretes, under the jurisdiction of the Province
of São Paulo. The objective of this article is to investigate the
nature of therapeutic of a family that belonged to the social elite of
Morretes. It is demonstrated the coexistence, in the formulation of
this therapy, of recommendations of erudite medicine, suggestions
of halers and manuals of popular medicine.
Introdução
336
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1
Em 1853, foi criada província do Paraná. No ano seguinte, o presidente da
província, Zacarias de Góes e Vasconcelos, produziu um relatório no qual é
informado o contingente populacional dos municípios da nova província. A
análise dessas informações permite evidenciar que, em meados do século
XIX, a vila de Morretes, que fora elevada à condição de vila em 1841,
possuía uma população inferior à população dos municípios de Antonina
e Paranaguá. De acordo com o mencionado relatório, o contingente
populacional do litoral paranaense, em 1854, estava distribuído do seguinte
modo: Paranaguá – 6.533 habitantes; Antonina – 4.160 habitantes; Morretes
– 3.709 habitantes; Guaratuba – 3.564 habitantes; Guaraqueçaba – 3.475
habitantes (VASCONCELOS, 1854, p. 14).
2
A esse respeito, compete menção aos seguintes estudos: Armus; Hochman
(2004); Chalhoub (2003); Farias (2012); Ferretti (2004); Figueiredo (2002);
Pimenta (1998); Ribeiro (1997); Sampaio (2003); Viotti (2012); Witter (2001);
Witter (2007).
337
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3
Esse volume está sob a guarda do Círculo de Estudos Bandeirantes (Curitiba,
Rua XV de Novembro, 1050).
4
No século XIX, espasmo era um termo empregado comumente na literatura
médica da Europa em referência a convulsões. Em sua edição de 1890,
Diccionario de medicina popular e das sciencias acessórias para uso das
famílias, de Pedro Chernoviz, definiu espasmo do seguinte modo: “contração
involuntária dos músculos, principalmente dos que não obedecem à vontade,
taes como são os do estômago dos intestinos, da uretra, etc. Precede
frequentemente a convulsão, mas pode existir sem ella. Além d’isto o sentido
da palavra espasmo é mui vago: às vezes emprega-se como synonimo de
convulsão; frequentemente toma-se por ataque de nervos. Applica-se também
o nome de ar de espasmo à moléstia chamada tétano; e com o mesmo nome
se designa às vezes a apoplexia”. (CHERNOVIZ, 1890, p. 1028).
340
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Em 2 Sabado depois do meio dia chegou meu filho Joze vindo das
Campinas. De noite se reprezentou no Theatro o Drama o Valido
Sanguinario e o Entemez do Sovina. Em 3 Domo de tarde foi meu
genro Agostinho com meu filho Joze a Paranagua consultar ao
Medico Allemão o Dr. Killer e na canoa lhe deu alguns ataques
passageiros de tal molestia dizendo o dito Medico ser Espasmo e
voltarão de Parana no dia 6. Em 19 Terça depois do meio dia deu
em meu filho Joze hum ataque repentino da molestia com repuxamto
de todos os membros e boca pa o lado direito q’ lhe aturou talves 15
minutos tornando depois ao seu natural. No dia 20 se lhe deu um
purgante de rum; e no dia 21 se tornou a escrever pa Paranagua
a consultar novamte o medico Allemão Dr. Killer e ao Boticario
342
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343
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5
Na vila de Paranaguá, a citada Maria Ferreira de Oliveira, esposa de Antônio
Vieira dos Santos, procurou pelo auxílio de uma curandeira em 1849. Nessa
ocasião, Maria Ferreira também consultara com um médico, Guilherme
Wyllie. Segundo Vieira dos Santos, a curandeira ministrou a Maria Ferreira
conhecimentos sobre a preparação de remédios: “[Em 16 de abril de 1840]
Quinta fra Santa de noite Ma [Ferreira de Oliveira] foi a Igrª Matriz ver o sermão
da Paixão e depois pacear plas ruas te foi a caza de hua mer curandeira pª
lhe ensinar alguns remédios.” (SANTOS, 1851, p. 366).
344
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345
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6
A distância entre o município de Morretes e o município de Antonina é de
cerca de quinze quilômetros.
7
Acerca da formação educacional e da atuação profissional desse médico,
ver Hoerner Júnior (1979).
346
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347
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8
Concernente à utilização dos serviços dos sangradores por membros das
camadas sociais populares no Brasil colonial, Maria Cristina Wissenbach
afirmou: “Assim, diante das profundas desigualdades sociais, acentuadas
ao limite pela escravidão, os produtos de botica, muitos deles provenientes
do reino, e profissionais e médicos eram quase que prerrogativas dos mais
ricos; remédios caseiros, fórmulas feitas com ervas e outros produtos de valor
medicinal, curandeiros e mezinheiros, barbeiros, sangradores e cirurgiões
era quilo com que podiam contar os setores remediados, pobres e escravos
da colônia.” (WISSENBACH, 2002, p. 118).
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Em 21 [de março] Quinta feira voltei pa caza por estar com o pé mto
inflamado com a impigem onde estive recluzo té o dia 22 tomando
hum ou dois purgantes de Manna e Jalapa.
Em 23 Segunda frª principiei a tomar purgantes de la Roy, em 25
botei póz dejounnes com o que se augmentou a inflamação. De
noite se botou outro unguento ensinado por Julião té o dia 30.
Em Domo 24, Segunda 25 e Terça 26 tomei o la Roy.
Em 27 Quarta purgante de Sal amargo.
Em 28, 29 e 30 outros de la Roy principiouse com novo unguento
de semente de algodão.
Em 31 Domo dia de descanso.
Abril
Em 1 Segunda tomei outro purgante. Em 2 e 3 descanso, a impigem
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Considerações finais
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Fontes
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Referências bibliográficas
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SEBASTIÃO:
O SANTO DARDEJADO EM TERRAS DE GOIÁS
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368
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1
O estudo se deu entre os anos de 2008 e 2010, nos municípios afetados
pela construção da barragem da Usina Hidrelétrica Serra do Facão, em
Goiás e Minas Gerais, a saber: Catalão, Campo Alegre de Goiás, Cristalina,
Davinópolis e Ipameri, em Goiás; e Paracatu, em Minas Gerais. Das várias
ações compensatórias, participamos, dentro do Grupo de Pesquisa, daquela
que trata da preservação do patrimônio histórico cultural da área atingida
pelo consórcio dessa usina, cujos produtos acadêmicos foram a produção de
um livro, de um filme, dos museus abertos, dos relatórios e da organização
documental inventariada com banco de dados de imagens, bibliografia,
história oral, assim como levantamento de espécies da flora e da fauna.
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373
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2
São Sebastião é um santo, cuja trajetória de vida se mistura com a proteção
do ser humano e do que o mantém vivo. É considerado por muitos protetor
contra pestes, fome e guerra. A devoção ao santo dardejado foi trazida ao
Brasil pelos lusos ainda durante o processo de colonização. Para saber mais,
consultar Anderson A. G. de Oliveira (2014).
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3
Atualmente, em decorrência das transformações de tal prática, o ritual tem
um período de realização de três dias e se aproxima muito da Folia de Reis.
Contudo, apesar de possuir uma estrutura básica aos moldes daquela que
homenageia os Santos Reis, essa prática se modifica nas letras das ladainhas,
que quase sempre entoam pedidos de proteção e/ou pedidos diretamente
direcionados aos donos das residências, que por ventura tenham votos para
o santo dardejado ou que passaram por algum tipo de flagelo.
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4
Senhor Cacildo e Dona Maria são festeiros da Folia de São Sebastião há
vários anos e, segundo eles, o voto de realização da festa continuará sempre
respeitado por algum morador da região.
380
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[...]
Vou cantar esse versinho (bis)
pra aquela que não está
Vou cantar esse versinho
pra aquela que não está
(retinta)
(retinta)
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Senhor Sinoécio, Dona Mariana, pra nós é uma alegria estar aqui
hoje com a folia de São Sebastião. A gente quer pedir a Deus que
abençoe essa casa, abençoe essa família, abençoe esses alimentos
que vamos tomar... Pedimos a Deus que dê força, pra família toda.
A gente lamenta a perca que vocês tiveram, mas é Deus que dá
força, é Deus que dá o consolo pra vocês... Que São Sebastião
possa abençoar essa casa, essa família, que nunca falte o pão
de cada dia nessa mesa, livrando de toda peste, de todo flagelo,
de todo mau e de qualquer perigo... Em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo, Amém... Pai nosso, que estais no céu... [...]
Que o Senhor abençoe a nós e os alimentos em nome do Pai, do
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386
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5
A prática festiva em devoção ao santo dardejado não se restringe ao
catolicismo, é evidenciado que ela emerge em outras práticas religiosas,
como na Umbanda, nos mesmos dias em que os festejos cristãos, mas
com práticas diferentes, levando-se em consideração o hibridismo cultural e
religioso ali presente.
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Referências
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http://dx.doi.org/10.14393/HeP-v30n57-2017-15
Adriana Vaz*
Rossano Silva**
ABSTRACT: We direct our look to the way how the drawing disciplines
have been formatted in the first decade of the University Reform, having
395
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Introdução
1
“O Decreto n. 14.923, de 1º de abril de 1969, instituiu a comissão para tratar
da reforma no âmbito da Universidade Federal do Paraná prevista pela Lei n.
5.540/68”. (GLASER, 1988, p. 38). Pelo Estatuto da Universidade Federal do
Paraná, Decreto n. 66.615, de 21/05/1970, os Institutos foram organizados
em seis unidades: Matemática; Física; Geo-ciências; Biologia; Ciências
Humanas; Letras e Artes. In: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ.
Boletim Administrativo da Universidade Federal do Paraná, ano XV, n. 186,
nov. 1970, p. 27.
396
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2
Consultar os autores: Barbosa (2006), Nascimento (1994), Osinski (2002).
397
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3
Pela Resolução n. 19/73, do Conselho de Ensino e Pesquisa (CEP), de
26 de setembro de 1973, o Setor de Ciências Exatas é composto pelos
Departamentos de: Matemática; Matemática Aplicada e Desenho; Estatística
Geral e Aplicada; Química; Física Teórica; Física Experimental; Física
Aplicada. Além disso, o Setor foi constituído pelo Instituto de Matemática,
Física e a parte básica de Engenharia Química, de acordo com a Portaria
n. 10.397, de 5 de setembro de 1973. In: UNIVERSIDADE FEDERAL DO
PARANÁ. Boletim Administrativo da Universidade Federal do Paraná, ano
XVIII, n. 220, set. 1973, p. 5, 11.
398
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4
De acordo com a Resolução n. 8/70, de 12 de novembro de 1970, o Instituto
de Matemática dispunha de 22 professores titulares, 23 professores adjuntos
e 56 professores assistentes. In: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ.
Boletim Administrativo da Universidade Federal do Paraná, ano XV, n. 186,
nov. 1970, p. 6.
5
Em 1954, para obtenção da cadeira de Desenho a Mão Livre, escreveu a tese
“Novo processo de perspectiva axonométrica” (UFPR, 1971a, s.p.; PEREIRA,
1954).
6
Rosilene B. Machado, ao tratar da história da disciplina de Desenho, tendo
como estudo de caso o Colégio de Aplicação da Universidade Federal
de Santa Catarina no período de 1960 a 2000, menciona que o fato de o
Desenho ter saído do vestibular é uma das causas apontadas pela autora
para a desvalorização dessa disciplina. (MACHADO, 2012, p. 98-99).
399
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7
O que atenderia à demanda vigente na Lei n. 5692/71, “Art.30. Exigir-se-á
como formação mínima para o exercício do magistério: [...] c) em todo o
ensino de 1º e 2º graus, habilitação específica obtida em curso superior de
graduação correspondente a licenciatura plena”.
400
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8
Em 1987, defende a tese para professora titular denominada “A universidade no
tempo da cibernética”. Em 1977, publica a tese de livre docência denominada
“O número de transporte”, e, em 1978, escreve a tese “Interpretação físico-
química das reações de Meigen”, também para professora titular.
9
Durante a década de 1970, escreve livros relacionados à perspectiva:
“Axonometria cilíndrica: perspectiva cavaleira” (1972) e “Perspectiva linear cônica:
um método gráfico, analítico e mecânico” (1976). Em 1981, defende a tese para
obtenção do grau de doutor na L’Université de Nice Geodesie Spatiale.
10
Em 1990, publica o livro “Caminhos para o Paraná do próximo milênio: 28
rotas de transportes” em coautoria com Rafael Greca de Macedo.
11
O projeto teve início em 2015, registrado no Banpesp: 2015018372. Compõem
a equipe, os professores: Adriana Vaz, Rossano Silva, Francine A. Rossi e
Emilio E. Kavamura.
401
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402
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12
Para o estudo da geometria descritiva, conforme a Ata da reunião
departamental de 06 de janeiro de 1972, são indicados os autores: Cavallin
(Licões de geometria descritiva, Axonometria cilíndrica, Método de projeção
central, Perspectiva linear cônica); Crusat y Daurella (Geometria Descriptive);
G. Hawk (Série Schaum – Descriptive Geometry); Benjamin Carvalho
(Perspectiva) (UFPR, 1972a, s.p).
403
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Consultar as ementas vigentes para o ano letivo de 2017, das quais citamos
os seguintes códigos: CD014, CD020, CD027, CD028, CD032, CD033,
CD034, CD035, CD046, CEG003, CEG004, CEG005, CEG006, CEG012
– exceto as disciplinas do curso de bacharelado em Expressão gráfica. In:
DEPARTAMENTO DE EXPRESSÃO GRÁFICA (DEGRAF) – UFPR. Ementas
vigentes. Disponível em: <http://www.exatas.ufpr.br/portal/degraf/ementas-
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A carreira do magistério superior para os moldes do período foi regulamentada
pelo Ministro da Educação Jarbas Passarinho (1969-1974). Pela Lei n.
5.540/68, o magistério superior no modelo de cátedras foi extinto e se
implantaram as classes de titular, adjunto e assistente.
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Escreve os livros: “Química tecnológica e analítica” (1952) e “Curso de
Perspectiva e Sombras” (1958).
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Publica as teses de livre-docência: “A utilidade da representação de Monge
na composição e decomposição de forças no espaço” (1953) e “Espaços
finitos” (1960); e, para titular: “Sistemas de Projeção” (1977).
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Em 1987, defende a tese para professor titular denominada “Graduação dos
eixos axonométricos, é necessário?”, referente às disciplinas de Geometria
Descritiva e Desenho Técnico.
18
Em 1948, escreve sua tese para cátedra da Faculdade de Engenharia do
Paraná, com o título: “O processo homológico e sua utilidade na representação
mongiana”. E publica os livros: “Lições de Geometria Descritiva: método
da dupla projeção ortogonal e de projeções cotadas” (1950), “Geometria
descritiva” (1958), “Método da projeção central: lições de geometria descritiva”
(1958), “Lições de geometria descritiva: axonometria mongeana ou sistemas
de projeções ortogonais de Monge” (1962), “Perspectiva linear cônica” (1964)
e “Axonometria cilíndrica ou paralela: lições de geometria descritiva” (1970).
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Em 1958, defende a tese “A imagem perspectiva sobre quadro inclinado”, para
cátedra da Escola Superior de Agricultura e Veterinária referente à cadeira de
Desenho de Aguadas: perspectivas e sombras. Em 1973, escreve a versão
preliminar do livro “Noções de estruturação das cidades”; e, em 1976, publica
a versão definitiva “A cidade salubre: noções de estruturação das cidades”.
Na mesma temática, publica “Estruturação sanitária das cidades” (1981). E,
em 1986, lança o livro “Fatos e reminiscências da faculdade”. Em 1971, é um
dos integrantes do Conselho Universitário da UFPR, como representante da
Congregação da Faculdade de Engenharia. Também participa do Conselho o
professor Jucundino da Silva Furtado, como representante da Congregação
da Faculdade de Economia e Administração. In: UNIVERSIDADE FEDERAL
DO PARANÁ. Boletim Administrativo da Universidade Federal do Paraná, ano
XVI, n. 193, jun. 1971, s.p.
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In: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Boletim Administrativo da
Universidade Federal do Paraná, ano XVI, n. 194, jul. 1971, p. 5-6.
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Plano de ensino de Nomografia: “Objeto e interesse da Nomografia.
Notações. Escalas métricas e funcionais. Representação das equações a
duas variáveis. Nomogramas cartesianos. Anamorfose. Nomogramas de
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153113 Nomografia 1º 3 - 3 -
* Correquisito: Desenho Geométrico I.
Fonte: UFPR, 1973a, s. p.
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Hernández menciona que, para compreender as mudanças nas concepções
e práticas da educação artística, deve-se recorrer à história do currículo.
Ele considera que o “nome” que a disciplina foi tendo em cada contexto
educacional sinaliza mudanças nas finalidades da educação em arte ou da
educação no âmbito em geral, “assim, não se fala da mesma coisa quando
são utilizadas denominações como desenho, expressão plástica, educação
estética, educação visual e plástica”. (HERNÁNDEZ, 2000, p. 40).
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Criado pelo Decreto n. 72717, de 29 de agosto de 1973.
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Em 1965, apresentou sua tese para cátedra na Escola de Engenharia,
referente à Matemática III – Cálculo numérico, intitulada: “Nomogramas de
pontos alinhados: facilidade de sua construção e utilização”. Entre outras
publicações, citamos: “Matemática” (1970); “Introdução ao estudo da
linguagem FORTRAN” (1972), em coautoria com Eurico Dacheux de Macedo
e Akeo Tanabe; e “O fato e a fala” (1977).
25
Em 1986, defendeu sua dissertação: “Software empresarial qualidade ao
longo do desenvolvimento”, no Instituto Militar de Engenharia.
26
Em 1974, defende sua dissertação de mestrado intitulada “SIESTA – um
sistema integrado estatístico conversacional”, e, em 1984, publica o livro
“Processamento interativo: a linguagem de programação APL”.
27
Concluiu o mestrado em 1973, na Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro. A pesquisa tem como título “T-Automaton e particionamento
de matrizes de transição”. Finalizou o doutorado em 1979, na University of
Waterloo, com a pesquisa “On program analysis with inequations and binary
relation”.
28
Em 1975, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, finaliza a
dissertação “Utilização de linguagem com manipulação de fórmulas para
minimização de funções”.
29
Publica os livros: “Álgebra matricial” (1983) e “Cálculo numérico” (1983).
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Em 1974, defende o mestrado na Pontifícia Universidade Católica do Rio de
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Mapeou-se a produção acadêmica dos professores com base nas publicações
disponíveis no Sistema de Biblioteca da UFPR (SiBi/UFPR), incluindo
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Considerações finais
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Nesse ano, de acordo com o Regimento do Setor de Exatas, aprovado na
22ª reunião do Conselho Setorial, o Setor coordenava cinco departamentos,
a saber: Matemática, Desenho, Informática, Química e Física. In:
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Regimento do Setor de Ciências
Exatas. p. 4.
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Em 10 de março de 1976, a Universidade outorga o título de Professor
Emérito, saudação feita por José Bittencourt de Paula. In: MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO E CULTURA/UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Fastos
Universitários. v. 2, mar. 1976, p. 426-429.
37
In: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Conselho de Ensino e Pesquisa.
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Referências
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