Subsídios para o Ensino Religioso
Subsídios para o Ensino Religioso
Subsídios para o Ensino Religioso
ENSINO RELIGIOSO
Informativo da ASSINTEC n° 37
INDÍGENAS
RELIGIOSIDADE NATIVA DO BRASIL
“Para o índio, toda palavra possui espírito. Um nome é
uma alma provida de um assento, diz-se na língua
ayvu. É uma vida entonada em uma forma. Vida é o
espírito em movimento.
Espírito, para o índio, é silêncio e som.
O silêncio-som possui um ritmo,
um tom, cujo corpo é a cor.
Quando o espírito é entonado, torna-
se, passa a ser, ou seja, possui um
tom. Antes de existir a palavra “índio”
para designar todos os povos
indígenas, já havia o espírito índio
espalhado em centenas de tons.
Os tons se dividem por afinidade,
formando clãs, que formam tribos, que
habitam aldeias, constituindo nações.
Os mais antigos vão parindo os mais novos.
O índio mais antigo dessa terra hoje chamada
Brasil se autodenomina Tupy, que na língua sagrada,
o abanhaenga, significa: tu=som , barulho; e py= pé,
assento; ou seja, o som-de-pé, o som-assentado, o entonado.
De modo que o índio é uma qualidade espírito posta em uma
harmonia de forma.”
http://slideplayer.com.br/slide/1269206/ JACUPÉ, Kaká Werá. A terra dos mil povos: histórias indígenas do
Brasil contadas por um índio. São Paulo: Peirópolis, 1998.
NESTA EDIÇÃO
RELIGIOSIDADE INDÍGENA............................................................................................................................................................................03
EU NÃO SOU GATO DE IPANEMA SOU BICHO DO PARANÁ......................................................................................................................09
A HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA (LEI Nº 11.645/08) NA ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DA REDE ESTADUAL
DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ..........................................................................................................................................................................11
O FENÔMENO RELIGIOSO ENTRE OS POVOS INDÍGENAS.......................................................................................................................12
MANIFESTAÇÃO RELIGIOSA INDÍGENA NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO...................................................................................14
SUBSÍDIOS PEDAGÓGICOS...........................................................................................................................................................................15
INFORMAÇÕES GERAIS.................................................................................................................................................................................23
Membros da Diretoria Equipe Pedagógica:
Pe. Carlos Alberto Chiquim – Presidente Adriana Mello Gaertner Fernandes
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2° Semestre de 2015
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RELIGIOSIDADE INDÍGENA
Elói Corrêa dos Santos – ASSINTEC/SEED
A primeira manifestação religiosa presente em nosso continente é a religiosidade dos
povos indígenas. Então, podemos afirmar que a matriz religiosa originalmente
brasileira é a nativa. Mas para início de conversa
Segundo as palavras de um temos que antes repensar o termo “Índio”.
Nativo brasileiro da etnia terena do Mato Segundo a história oficial o navegador italiano
Grosso “a culturalidade indígena é, Cristóvão Colombo, em nome da Coroa Espanhola,
portanto, uma experiência de mergulho no empreendeu uma viagem em 1492 partindo da
sagrado sem estar sobrecarregado de Espanha rumo às Índias (Oriental e Ocidental),
culpas ou enfrentando o olhar ameaçador tentando contornar o continente africano, por conta
de Deus”. que após os cruzados perderem para os Mouros, as
terras as quais os cristãos haviam invadido,
precisavam estabelecer uma nova rota para as Índias. Castigados por fortes tempestades, a frota
ficou à deriva por muito tempo até aportarem em uma região continental que Colombo supostamente
imaginou que fossem as Índias, embora atualmente os historiadores questionem essa versão.
Desta forma, os habitantes encontrados nesse continente foram denominados
genericamente de “índios”. Contudo, o que a etnografia nos aponta é que cada nativo pertence a um
determinado povo, com uma cultura própria, a uma etnia identificada por uma denominação própria,
ou seja, a autodenominação, como é o exemplo do povo Guarani, como se pode perceber na
definição técnica feita pelas Nações Unidas em 1986: (...) as comunidades, os povos e as nações
indígenas são aqueles que, contando com uma continuidade histórica das sociedades anteriores à
invasão e à colonização que foi desenvolvida em seus territórios, consideram a si mesmos distintos
de outros setores da sociedade, e estão decididos a conservar, a desenvolver e a transmitir às
gerações futuras seus territórios ancestrais e
Não existem índios, nem tribos, todos esses sua identidade étnica, como base de sua
nomes são pejorativos e reducionistas, não existência continuada como povos, em
expressam toda a grandeza dos povos nativos conformidade com seus próprios padrões
brasileiros. A terminologia “índio”, segundo os culturais, as instituições sociais e os sistemas
dicionários da língua portuguesa, significa nativo, jurídicos.
natural de um lugar. Mas, a explicação histórica Muito embora os povos indígenas
usual nos livros didáticos é que esse nome foi tenham negado no passado o nome índio, por
dado aos primeiros habitantes do continente entenderem seu caráter pejorativo e
americano antes do processo reconhecerem o resultado de novos estudos
de colonização. que apontam que, ao contrário do que foi dito,
houve uma invasão espanhola e portuguesa
arquitetada, e que esses navegantes já
sabiam da existência do novo mundo, movimentos indígenas organizados a partir da década de
1970, chegaram ao entendimento de que era importante aceitar a denominação genérica de índio ou,
ainda melhor, de povos indígenas, ou nativos brasileiros, por fortalecerem uma identidade que une,
articula, e viabiliza a demarcação territorial de todos os povos originários deste continente, como
afirma-se na obra “O índio brasileiro”.
(...) principalmente, para demarcar a fronteira étnica e identitária entre eles, enquanto
habitantes nativos e originários dessas terras, e aqueles com procedência de outros
continentes, como os europeus, os africanos e os asiáticos. A partir disso, o sentido
pejorativo de índio foi sendo mudado para outro positivo de identidade multiétnica de
todos os povos nativos do continente. De pejorativo passou a uma marca identitária
capaz de unir povos historicamente distintos e rivais na luta por direitos e interesses
comuns. É neste sentido que hoje todos os índios se tratam como parentes.
(LUCIANO, 2006).
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Porém, o conceito de parentesco não significa
Cada povo indígena que todos os indivíduos indígenas sejam parentes
constitui-se como uma consanguíneos ou semelhantes do ponto de vista cultural
sociedade única, na e territorial. Significa tão simplesmente que comungam
medida em que se organiza a partir de de alguns interesses e lutas comuns, direitos coletivos, e
uma cosmologia particular própria que reivindicações históricas frente ao processo de
baseia e fundamenta toda a vida colonização, bem como sua inserção na sociedade
social, cultural, econômica e religiosa globalizada. Os indígenas do Brasil são povos distintos
do grupo. Deste modo, a principal com uma vasta diversidade de crenças e religiosidades.
marca do mundo indígena é a Então, devemos entender que não existem índios
diversidade de povos, culturas, vivendo em tribos, mas sim, povos indígenas, nações de
civilizações, religiões, economias, nativos brasileiros que sofrem com o abandono e o
enfim, uma multiplicidade de formas preconceito em seu próprio território. Ao abordar, na
de vida coletiva e individual. disciplina de Ensino Religioso, os povos indígenas
(LUCIANO, 2006). brasileiros o professor deve especificar qual povo ou
etnia será trabalhado. Por isso, nesta parte do
Informativo da ASSINTEC, vamos nos centrar num dos povos nativos do sul do Brasil, o povo
Guarani.
O POVO GUARANI
De acordo com Melià (1987), ao tratar do Guarani, uns falam sobre a nação Guarani, outros
sobre a civilização Guarani, outros falam sobre a República (cf.MELIÀ,1987, p.59). Apesar disso,
mesmo entre os Guarani contemporâneos, temos uma variedade de crenças e práticas religiosas, de
ritos e mesmo diferenças linguísticas, o que não nega a identidade cultural desse povo. Nos estudos
de Schaden os Guarani do Brasil Meridional podem ser divididos em três grandes grupos: os
Ñandewa (aos quais pertencem os Apapokuwa), Mbya e Kaiowa. Apenas os Mbya e Kaiowa não se
utilizam da autodenominação Guarani.
Embora muitas das diferenças não sejam preponderantes o que mais caracteriza esses três
povos é, sobretudo a variação linguística. A existência de três dialetos Guarani em território brasileiro
pode ser verificada com a maior facilidade. Não há dúvida de que fora do Brasil existem outros.
(SCHADEN, 1974).
Sobre a etnia Ñandewa, vamos Ñandewa (os que somos nós,
recorrer à definição desse povo feita pelo os que são dos nossos) é autode-
estudioso das religiões indígenas que melhor nominação de todos os Guarani.
define essa coletividade: Gostam de usar expressões como
Devido um número muito grande de ñadewaekwere (nossa gente), ñandewa ete
migrações e perda de terras para o latifúndio, (eu sou mesmo Guarani, um dos nossos) e
os estudos sobre a identidade, a territorialidade outros semelhantes. Mas, é a única
indígena, é fundamental para preservação de autodenominação usada pelas comunidades
sua cultura e de seus espaços de que falam o dialeto registrado por Nimuendaju
sobrevivência. Demograficamente, os Guarani com o nome de Apapokuwa e que parece ter
estão espalhados em grupos pequenos de sido também falado pelos Tañygua.
indivíduos em sua área territorial, em diferentes (PEREIRA, 2005).
Estados e Nações da América do Sul, mais
especificamente nos Estados do Sul do Brasil, na Argentina, no Paraguai, no Uruguai e na Bolívia.
De acordo com relatos de Pereira 2005, existem aldeias em que o pajé possui curso
superior, como no caso da aldeia do Canta Galo, no Rio Grande do Sul, e em outras, em que na
aldeia há computadores, televisores, máquinas de lavar roupa, não é incomum toda a população
indígena possuir telefone celular como na aldeia do Morro da Saudade e na do Jaraguá, no
município de São Paulo e na aldeia do Araxa’i, no município de Piraquara, na região metropolitana
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de Curitiba, mas também existem aldeias em que não há muitas coisas do mundo Juruá (homem
branco).
Em geral, todo Guarani tem formação escolar básica, ou seja, ensino médio completo. Com
relação ao que muitos chamam de aculturação, nos parece mais sensato adotar o termo interação,
visto que, essa é uma das formas de sobrevivência no mundo atual. Com raras exceções os Guarani
entendem que preservar a cultura não significa se isolar, mas ao contrário, interagir e se mostrar com
a integridade de sua identidade pode contribuir para não perder os mais jovens para os chamarizes
da cultura Juruá, sem com isso desrespeitar a tradição e a memória de seus antepassados.
Religiosidade Guarani
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pensamento judaico-cristã e não encontrando correspondência negaram a religiosidade desse povo,
como podemos ver na citação a seguir:
Por mais que essa sentença de Cícero, a saber, que não há povo tão bruto,
nem nação tão bárbara e selvagem, que não tenha o sentimento da existência
de alguma divindade, seja aceita por todos como máxima indubitável: contudo,
quando eu considero de perto os nossos Tupinambás da América, vejo-me
absolutamente impedido de aplicá-la a seu respeito. Pois, em primeiro lugar, além de
nenhum conhecimento terem do verdadeiro Deus, estão aquém de todos os antigos
pagãos, que tiveram a pluralidade dos deuses, e dos idólatras de hoje, e até mesmo
dos índios do Peru, eles não confessam, nem adoram nenhum deus celeste ou
terrestre: e, por conseguinte, não tendo nenhum ritual ou lugar determinado de
reunião para a prática de algum serviço religioso, não oram em forma de religião,
quer em público, quer em privado, coisa nenhuma que seja” (LÈRY, 1972).
Outro relato muito discutido pelos estudiosos da área foi feito por André Thevet, que fez
registros daquilo que, atualmente, entendemos como manifestações religiosas do povo Guarani.
Contudo, assim como outros estudiosos da época, ele não reconheceu os elementos que estudava
como constituintes de alguma espécie de religião.
Thevet, ainda que não concorde em muitos aspectos com as afirmações de Lèry, nega de
forma etnocêntrica, da mesma maneira toda religiosidade dos Guarani:
É aqui que devo zombar daquele que foi tão temerário, a ponto de vangloriar-se de
haver escrito um livro sobre a religião desses selvagens. Fosse ele o único a haver
estado naquele país, facilmente me daria acreditar no que quisesse: mas sei, por
certo, que esse povo é sem religião, sem livros, sem exercício de adoração e
conhecimento das coisas divinas. (THEVET, 1944, p. 21-22).
Devemos nos atender para o fato de que, ao tratar da religiosidade indígena, não podemos
usar como parâmetro o conceito habitual de religião. Por que para os nativos em geral sua
espiritualidade se diferencia do conceito de religião como religare, ou religação, própria do mundo
ocidental; ou ainda de religião como religiosus, que remete a uma concepção de caráter
predominantemente ético-jurídico. Na primeira acepção “religião procede de religio, vocábulo
relacionado com religatio que é a substantivação de religare (religar; vincular; atar). A condição de
ser religioso é estar religado a Deus e, portanto, subordinar-se à divindade.
Forçando as barreiras que prendem o conceito de religião ligada ao transcendente e ao
metafísico, novas identidades reivindicam o direito de culto da natureza, não como uma religação,
pois não são herdeiros do pecado original, mas como uma natural ligação maternal, como um cordão
umbilical que tende a não se romper.
Segundo Pereira, pior do que não reconhecer a divindade na natureza, é o fato de que
colocá-la tão no alto que não existe como enxergá-la no chão e esse distanciamento gerou a
negação da espiritualidade expressada por meio da relação com o universo natural:
(...) passaram a olhar das janelas desse edifício para o ar, para o etéreo, para o
inexistente, para coisas como transcendência, como se pudesse haver algo mais do
que a própria natureza do Universo ou como se pudesse haver algo mais sagrado do
que a vida, do que os seres que vivem, do que o nosso mundo que é vivo, com as
suas maravilhas, ou seja, as suas divindades. Lembrando que tudo é sagrado e que
tudo é divino. E que não existe Deus fora desse contexto, pois o Olimpo ou o céu é só
uma metáfora. (PEREIRA, 2005).
Para além da mera crença, a religião é para o povo Guarani condição existencial, visto que
carrega em si todo simbolismo e toda representação que organiza sua vida cotidiana e dá sentido ao
seu viver. Os Guarani tem em sua religião a própria identidade, que muitas vezes negada, mas que
está no âmago de sua forma de vivência e se torna basilar de sua cultura e da os entornos da
diferença: nós e os outros.
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Para os Ñandewa, tanto os que estão em processo de migração, assim como os que ainda
não conseguiram um lugar para assentamento, viver a experiência do sagrado na tradição de seus
ancestrais é mais do que uma religião é o palco de resistência social, política e cultural.
Para Egon Schaden a religião Guarani é o "núcleo de resistência da cultura nas situações
de contacto", apesar de toda a progressiva desintegração cultural Guarani, que se baseia na
imposição da exploração do trabalho do indígena subordinado à lógica dos usurpadores europeu s, a
redução da vida comunitária das aldeias as chamadas reservas, e principalmente demonização da
religiosidade indígena por meio da supressão de seus ritos, festas, mitos, e cânticos tradicionais e a
conversão forçada ao cristianismo, pois é mais fácil explorar e domesticar os povos nativos quando
perdem sua religião ancestral e são reduzidos a pecha de colonizados.
A religiosidade está ligada a estrutura familiar, aos hábitos alimentares, e comportamento
social. Os nativos em geral viviam em grandes grupos familiares, dividindo o mesmo espaço, em
casas comunais, o que facilitava a integração dos grupos e a vivência da religiosidade. Esses grupos
familiares são substituídos por famílias constituídos no modelo europeu. E nesta lógica ficam
subordinados a divisão do tempo destinado ao trabalho produtivo do sistema econômico, este
sufrágio altera preponderantemente a experiência do Ñandereko.
Esse esquema de dominação aliado ao processo catequético tinha e têm como objetivo a
desintegração do sistema de relações entre homens e mulheres, entre pais e filhos, com os adultos
em número crescente trabalhando fora das aldeias e para os brancos, sugere um efeito crescente de
desintegração da vida religiosa Guarani, que cinco séculos anteriores de catequese não conseguirão
abalar (Schaden. 1982).
Uma das estratégias adotadas pelos indígenas para preservar sua religião, mesmo com
todo o contato com os brancos, a força da catequização e a subordinação do Guarani ao regime de
vida e de trabalho dos colonizadores, e no esforço de salvaguardar a religião dos seus ancestrais é
manter ocultamente suas práticas ritualísticas, ainda que perante os brancos se afirmem cristãos ou
convertidos, ainda que incorporem de forma fragmentada elementos do cristianismo à magia e
religião da coletividade indígena, isso é uma forma de preservar a integridade de sua religião,
escondendo, camuflando e disfarçando aquilo que é o cerne da religiosidade em danças, cantos e
práticas aparentemente desprovidas de função religiosa.
Referências
Certa vez, nós da ASSINTEC, organizamos um evento na Biblioteca Pública contando com a
participação de membros da Aldeia situada em Piraquara. No palco homens, mulheres, jovens e
crianças usavam embaixo de roupas características, calças jeans, camisas de padronagem xadrez,
etc... O Pajé deixava o celular pendurado em sua calça enquanto dançava e cantava demonstrando
um pouco de sua cultura Guarani. Muitos professores compreenderam imediatamente a riqueza
desta apresentação que retratava a realidade local deste grupo que vive seus costumes e busca
proteger sua cultura ao mesmo tempo em que mergulha no mundo do povo das cidades de concreto.
Isto significa que o povo da floresta e povo da cidade, também faz parte de um todo indissociável. A
influência de um sobre o outro é visível, e foi tão bem demonstrada neste dia. O cacique de jeans,
celular e cocar dançou e conversou com a professora que também usa jeans, mas que pinta o rosto
e que come uma deliciosa pamonha enquanto carrega sua bolsa de palha trançada.
Veja bem, nós todos estamos intercambiando culturas, e nós professores do Paraná temos
consciência da realidade deste diálogo que nos transforma constantemente. Reconhecemos nosso
parentesco com os povos das florestas, consciência esta que se expressa tão bem no texto da
música Bicho do Paraná de João Lopes:
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BICHO DO PARANÁ - João Lopes
O fato das disciplinas escolares terem uma identidade, não significa que os conteúdos
curriculares a elas atrelados sejam estanques, que não estabeleçam relações entre si.
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Cabe ressaltar a importância e a relevância de que os conteúdos que fazem parte das
diversas disciplinas estabeleçam relações entre si e também entre a realidade dos estudantes. Em
outras palavras, as articulações e relações interdisciplinares entre conteúdos e disciplinas escolares
só são significativas e formadoras ao se mostrarem relevantes e contextualizadas. Caso contrário,
tornam-se relações vazias e espontâneas, o que foge à função precípua da educação escolar, que é
o de socializar o conhecimento historicamente acumulado e sistematizado como via de promoção
humana.
No bojo desse entendimento, cabe ressaltar que a opção pelo currículo disciplinar não exclui,
ao contrário, qualifica o tratamento interdisciplinar dos conteúdos.
Nesse contexto de organização curricular, nos deparamos com diversas legislações que
visam garantir a abordagem de assuntos e temas no currículo da Educação Básica. Entre eles, a Lei
nº 11.645/08 que traz a obrigatoriedade da inserção da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e
Indígena” no currículo oficial das redes de ensino.
Assim, para que o trabalho com as temáticas explicitadas pela Lei nº11.645/08 aconteça, sua
abordagem não deve ser superficial e forçosa, mas partir dos conteúdos das diferentes disciplinas
que compõem o currículo escolar, para explorar e problematizar os diversos aspectos da história e
da cultura desses dois grupos étnicos que caracterizam a formação da população brasileira.
Cabe ressaltar, nesse contexto, o quanto a disciplina de Ensino Religioso pode contribuir de
forma bastante significativa para as discussões, assim como para a superação de preconceitos e o
reconhecimento dos povos africanos e indígenas na formação da cultura brasileira, na medida em
que parte do pressuposto que:
Religião e conhecimento religioso são patrimônios da humanidade, pois, constituíram-
se historicamente na inter-relação dos aspectos culturais, sociais, econômicos e
políticos. Em virtude disso, a disciplina de Ensino Religioso deve orientar-se para a
apropriação dos saberes sobre as expressões e organizações religiosas das diversas
culturas na sua relação com outros campos do conhecimento (PARANÁ, 2008, p. 45).
Não se trata, pois, de reproduzir discursos vazios, com conceitos desconexos, vazios de
sentido e significado, mas da escola e de cada uma das disciplinas que compõem o currículo escolar
exerçam o seu papel político, na perspectiva de uma formação humana integral, entendendo que os
indivíduos, embora contextualizados em uma determinada realidade, são capazes, de “intervir
pessoalmente na situação para aceitar, rejeitar ou transformar” (SAVIANI, D; DUARTE, N. 2010, p.
422) sua visão de mundo e sua prática social.
Referências
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O FENÔMENO RELIGIOSO ENTRE OS POVOS INDÍGENAS
Existe uma dificuldade em construir uma síntese a respeito do fenômeno religioso dos povos
indígenas no Brasil. Isto devido uma pluralidade de manifestações religiosas, pela diversidade social
e cultural dos povos e pela existência de inúmeros mitos e rituais de caráter puramente religioso,
subjetivo ou transcendental.
Mesmo que sejam apresentados poucos estudos acerca da religiosidade dos povos
indígenas, o sociólogo Emile Durkheim, em sua obra “As formas elementares da vida religiosa”,
destaca a importância da religiosidade indígena. Ele afirma que as religiões das sociedades
indígenas: “[…] não são menos respeitáveis do que as outras. Elas respondem às mesmas
necessidades, desempenham o mesmo papel, dependem das mesmas causas; portanto podem
perfeitamente servir para manifestar a natureza da vida religiosa” (Durkheim, p.31).
No caso brasileiro, não podemos afirmar que existe apenas uma religião indígena. Sendo o
Brasil um país de vasta extensão territorial, na qual se espalham várias nações indígenas, de
culturas diversas, bem como de diferentes costumes e, portanto, com uma religiosidade que pode
sofrer contínuas e profundas modificações através do tempo.
Sendo assim, no presente texto pretende-se apresentar alguns aspectos do fenômeno
religioso dos povos indígenas no Brasil, suas formas de explicação como o animismo, o xamanismo
e o totemismo. Para tanto, utilizaremos como exemplo, ainda que de maneira parcial, a mitologia do
povo Tupi-Guarani, para descrevermos aspectos da religiosidade indígena.
Segundo alguns estudiosos da religião (DURKHEIM, 1989), o totemismo é a mais antiga
manifestação religiosa da humanidade. O totemismo baseia-se na crença da existência de uma
relação próxima, como parentesco, entre determinado grupo de pessoas e objeto naturais sagrados
como animais e plantas, chamados de totens; em outras palavras é uma ligação mística do homem
com seres da natureza. Por isso muitas vezes não se pode matar animas, por eles serem
considerados sagrados, a não ser em condições especiais, nas quais se come a carne e se bebe o
sangue do animal para incorporar a sua força, inteligência ou agilidade.
Durkheim ao descrever “As Formas Elementares da Vida Religiosa” das “sociedades
primitivas”, tomou como modelo as religiões totêmicas do continente australiano. No Brasil podemos
dizer que o totemismo seria o equivalente ao xamanismo. Segundo Mircea Eliade (apud. LARAIA, p.
8, 2005), desde o princípio do século XX, “os etnólogos adotaram o costume de empregar
indistintamente os termos xamã, homem-médico, feiticeiro ou mago, para designar determinados
indivíduos dotados de prestígio mágico-religioso e reconhecidos em todas as sociedades primitivas”.
Em relação ao animismo esta é entendida como mais do que uma religião, pois, apresenta-se
como uma forma de explicação dos fenômenos que se manifestam na natureza. Acredita-se que os
indígenas enxergam por trás dos objetos uma vida, uma alma, capaz de entrar em relações diretas
com os homens.
Os ritos são de tipo socioeconômico (ritos de caça, de pesca, de guerra), notando-se a
ausência de um culto específico a alguma figura divina, a não ser entre os Aruaque e Caraíba, talvez
por influência de povos vizinhos.
Resumindo, não podemos afirmar que os
grupos indígenas, que povoaram o Brasil antes do
advento dos portugueses, cultuavam um deus único,
mas certamente já tinham suas crenças e cultos.
No que tange as questões mitológicas do povo
Tupi-Guarani, segundo algumas pesquisas
antropológicas, este grupo possui uma notável
movimentação em relação aos demais. Isto porque,
este povo busca uma espécie de Paraíso, no qual
busca-se refugiar-se quando o fim do mundo chegar.
Por isso, cada vez que a situação se torna ruim, o
povo Tupi-Guarani, sob o comando do pajé, realiza
Disponível em http://www.historiadigital.org/curiosidades/10-mitos-de-criacao-da-vida-e-humana/ 13
uma longa caminhada em busca da "terra-sem-mal".
Daí criou-se o seguinte mito: Nyanderuvusu, "nosso pai grande", ser principal da mitologia
apapokuwa, criou o mundo e a primeira mulher, Nyandesy, "nossa mãe", que concebeu dois
gêmeos, mas foi devorada por uma onça, que respeitou as duas crianças, Nanderykey e Tyvyry,
identificados com o sol e a lua. Nyandesy sobrevive na "terra-sem-mal", onde os homens vivem
eternamente felizes (LARAIA, 2005).
Neste mito a concepção de religiosidade se dá por meio da existência de uma "Grande
Mãe" e a dois gêmeos, que assumem as funções de "heróis civilizadores", identificados, como vimos
acima, com o sol e a lua. Aliás, a solarização (fenômeno da identificação do ser supremo com o sol)
é uma constante em quase toda a mitologia dos indígenas brasileiros.
Referências
AFONSO, Germano. Mitos e Estações no Céu Tupi-Guarani. Scientific American Brasil. Disponível em:
http://www.mat.uc.pt/mpt2013/files/tupi_guarani_GA.pdf. Acessado em: 06/07/2015.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Os Guarani: índios do Sul – Religião, Resistência e Adaptação. Estud.
av. vol.4 nº. 10 São Paulo Sep ./ Dec. 1990. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141990000300004. Acessado em:
03/07/2015.
DURKHEIM, Emile. As formas Elementares da vida Religiosa: o Sistema Totêmico na Austrália.
(1989), Ed. Paulus.
LARAIA, Roque de Barros. As religiões indígenas: o caso Tupi-Guarani. REVISTA USP, São Paulo,
n.67, p. 6-13, setembro/novembro 2005.
Ao desenvolver os conteúdos em sala de aula é importante levar em conta que na Região Sul
e no Estado do Paraná temos a maior presença dos povos Guarani, Kaingang, Xokleng e Xetá,
porém nada impede que o (a) professor (a) também aborde outras etnias indígenas.
As sugestões apresentadas a partir dos conteúdos contemplam somente a matriz indígena,
mas ressaltamos que é necessário contemplar a diversidade religiosa no desenvolvimento das aulas
de Ensino Religioso, ou seja, abordar também as religiões de matriz africana, ocidental e oriental.
Referências
15
SUBSÍDIOS PEDAGÓGICOS DO 1º ANO AO 7º ANO
LUGARES SAGRADOS
Sugestão: Para desenvolver este mesmo conteúdo com os estudantes do 4º ao 9º ano pode-
se explorar as cenas selecionadas, propondo que em grupos realizem pesquisas sobre a
importância de cada elemento para os indígenas (aldeia, floresta, rio, animais, etc).
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Estimular os estudantes para que expressem por
meio da oralidade alguns elementos que
caracterizam um lugar sagrado para os povos
indígenas.
O professor poderá realizar uma dinâmica
ao som de músicas indígenas (atividade
coletiva):
a) Organizar as carteiras formando um grande círculo;
b) O professor distribuirá uma folha de papel para cada estudante e
solicitará que ao som da música eles iniciem um desenho
representando o lugar sagrado para os povos indígenas;
c) De vez em quando o professor para a música e, neste momento, os estudantes
passam seu desenho para o colega do lado direito, este dará continuidade no desenho
recebido do colega, completando com o que ainda falta;
d) Fazer uma exposição destas produções destacando por escrito a síntese do
conhecimento elaborado pelos estudantes.
REFLEXÃO:
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=BFzv0UhHcS0
Pajerama é uma palavra do Tupi-Guarani (idioma nativo do Brasil) que significa Futuro Pajé.
Elaboração: Brígida Karina Liechocki N. Silva – ASSINTEC / SME de Curitiba / SEMED de Pinhais
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SÍMBOLOS E MITO
Coaciaba era uma jovem índia1, esbelta e de rara beleza. Ficava viúva
muito cedo, pois seu marido, valente guerreiro, tombara sob uma flecha inimiga.
Cuidava com extremo carinho da única filhinha, Guanambi. Para aliviar a saudade
interminável do marido, passeava, quando podia, pelas margens do rio, vendo as borboletas,
ou na campina, perto do roçado, onde também esvoaçavam os mais diferentes passarinhos
e insetos.
De tanta tristeza, Coaciaba acabou morrendo. Não se morre só de doença ou por
velhice. Morre-se também por saudade da pessoa amada.
Guanambi, a filha, ficou totalmente sozinha. Inconsolável, chorava muito,
especialmente, nas horas em que sua mãe costumava levá-la para passear.
Mesmo pequena, só queria visitar o túmulo da mãe. Não queria mais viver. Pedia aos
espíritos que viessem buscá-la e a levassem lá onde estivesse sua mãe.
De tanta tristeza, Guanambi foi definhando dia a dia, até que morreu também. Os
parentes ficaram penalizados com tanta desgraça, sobrevindo sobre a mesma família. Mas,
curiosamente, seu espírito não virou borboleta como o dos demais índios 2 da tribo. Ficou
aprisionado dentro de uma linda flor, pertinho da sepultura da mãe. Assim podia ficar junto
com a mãe, como havia pedido aos espíritos.
A mãe Coaciaba, cujo espírito fora transformado em borboleta, esvoaçava de flor em
flor, sugando néctar para se fortalecer e encetar sua viagem ao céu.
Certo dia, ao entardecer, ziguezagueando de flor em flor, pousou sobre a linda flor
lilás. Ao sugar o néctar, ouviu um chorinho triste. Seu coração estremeceu e quase
desfaleceu de emoção. Reconheceu dentro da flor a vozinha da filha querida, Guanambi.
Como poderia estar aprisionada ali?
Refez-se da emoção e disse:
__ Filha querida, mamãe está aqui com você. Fique tranquila que vou libertá-la para
juntas voarmos para o céu.
Mas deu-se logo conta de que era uma levíssima borboleta e que não teria forças
para abrir as pétalas, romper a flor e libertar a filhinha querida. Recolhe-se, então, a um
canto e, em lágrimas, suplicou ao Grande Espírito e a todos os outros ancestrais da tribo 3:
__ Por amor ao meu marido, valente guerreiro, morto em defesa dos irmãos e das
irmãs, por compaixão da minha filha órfã, Guanambi, presa no coração da flor lilás, eu vos
imploro, Espírito benfazejo e a vós todos, anciãos de nossa tribo 4: transformem-me num
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Os termos índio e tribo são considerados na atualidade termo indevidos além de pejorativos, porém aqui se mantém o
texto original conforme a autoria: BOFF, Leonardo. O casamento entre o céu e a terra. Rio de Janeiro: Salamandra, 2001.
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passarinho veloz e ágil, dotado de um bico pontiagudo, para romper a flor lilás e libertar a
minha querida filhinha.
Tanta foi a compaixão despertada por Coaciaba que o
Espírito criador e os anciãos da tribo atenderam, sem delongas,
a sua súplica. Transformaram-na num belíssimo beija-flor.
Sussurrou, com voz carregada de enternecimento:
__ Filhinha, sou eu, sua mãe. Não se assuste. Fui
transformada num beija-flor para vir libertá-la.
Com o bico pontiagudo, foi tirando com sumo cuidado,
pétala por pétala, até abrir o coração da flor. Lá estava Guanambi
sorridente, estendendo os bracinhos em direção da mãe. Purificadas, voaram alto, cada
vez mais alto, até chegarem juntas até o céu.
Desde então entre indígenas amazônicos introduziu-se o seguinte costume: sempre
que morre uma criança órfã, seu corpinho é coberto de lindas flores lilases, como se
estivesse dentro de uma grande flor, na certeza de que a mãe, na forma de um beija-flor,
virá buscá-la para, abraçadas, voarem juntas pelo céu, onde estarão juntas e felizes.
4) Explicar aos estudantes que a natureza como um todo é sagrada para o indígena e
que os elementos que aparecem neste mito, portanto, são sagrados. Recortar os três
elementos aqui apresentados, confeccionar as folhas e o caule da flor, pintar os
desenhos, montar um painel e mais tarde colar no caderno:
5) Entregar um mapa para cada estudante e solicitar que o mesmo situe e pinte no mapa
do Brasil Político a localização da Amazônia, região onde habita o povo deste mito:
6) Em seguida pintar o estado no qual o estudante reside:
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7) Solicitar que os estudantes façam uma pesquisa sobre quais povos indígenas vivem
em seu estado e que mitos possuem. Trazer estes mitos para a sala de aula e cada
estudante irá contar para o outro o que descobriu.
10) Como 2 animais apareceram no mito inicial, cada estudante escolherá um animal
sagrado de sua preferência, fará uma pesquisa sobre características do animal, tipo
de alimentação e comportamento. Depois confeccionará uma máscara representando
o animal de sua escolha. O professor organizará uma roda, com música indígena ao
fundo, então cada estudante com a máscara colocada em seu rosto apresentará o
animal indo ao centro da roda e imitando seu comportamento. Os outros deverão
dizer o nome do animal e depois disto cada um compartilhará os conhecimentos
adquiridos por meio de sua pesquisa. Fonte da música do povo Guarani:
https://www.youtube.com/watch?v=l469uaunv6A
CALENDÁRIO INDÍGENA
Uma das formas de analisar a passagem do tempo para os povos indígenas pode
ser por meio dos movimentos de corpos celestes, do amadurecimento das plantas e do
acasalamento dos animais (AFONSO e SILVA, 2012).
Para o povo Guarani o Sol é o principal regulador da vida na Terra e possui um
grande significado religioso. Segundo Afonso e Silva (2012) o calendário Guarani está ligado
à trajetória aparentemente anual do Sol sendo dividido em duas estações do ano: o ara pyau
(tempo novo – período primavera e verão) e o ara ymã (tempo velho – período outono e
inverno).
As constelações podem ser interpretadas conforme a imaginação de cada cultura,
como por exemplo, ao olhar para o céu podemos identificar o escorpião. O povo Guarani vê
na mesma constelação mboi tatá (cobra de fogo), (mboi que significa “cobra” e tatá “fogo”).
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http://www.pindorama.art.br/file/16745escorpiao.pdf http://assinaturadigital.cienciahoje.org.br/revistas/rev
istas/280/files/assets/seo/page43_images/0001.jpg
Segundo a mitologia Tupi- Guarani o mboi tatá, conhecido na cultura popular como
Boitatá, surgiu durante um período de escuridão nas matas. Neste dia, a mboi guasu (cobra
grande) acordou faminta e saiu à procura de alimento, comendo os olhos dos animais que
encontrava e por isso ficou super luminosa transformando-se mboi tatá (AFONSO e SILVA,
2012).
Referência
AFONSO, Germano Bruno e SILVA, Paulo Souza. O Céu dos Índios de Dourados. Mato
Grosso do Sul. Dourados, MS: UEM, 2012.
TEMPORALIDADE SAGRADA
O BOITATÁ
4) Com o mesmo grupo solicitar que os estudantes pesquisem outras constelações que
represente mito para os povos indígenas, como a constelação do Cervo do Pantanal e a
constelação da Ema dos povos Guarani.
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c) Quais os elementos que aparecem no auto da festa que estão relacionados com as
tradições religiosas?
2) Você sabia que o auto do Bumba é registrado como patrimônio cultural do Brasil pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e acontece em vários
estados brasileiros?
Para esta atividade o professor deverá separar a turma em 5 grupos e cada grupo irá
pesquisar o auto do Bumba em uma região brasileira. Na pesquisa poderá constar, o nome
que recebe a região que pertence, as formas de apresentação, as indumentárias os ritmos,
os instrumentos, os adereços, os personagens e suas rivalidades, os diferentes temas, os
períodos que acontecem e a relação com a religião.
INFORMAÇÕES GERAIS
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