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CONTRIBUIÇÃO À INTERPRETAÇÃO DE PROVAS DE CARGA EM ESTACAS,

REALIZADAS PELO MÉTODO BIDIRECIONAL

Felipe Vianna Amaral de Souza Cruz

Dissertação de Mestrado apresentada ao


Programa de Pós-graduação em Engenharia
Civil, COPPE, da Universidade Federal do Rio
de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre em
Engenharia Civil.

Orientadores: Francisco de Rezende Lopes

Alessandra Conde de Freitas

Rio de Janeiro

Fevereiro de 2019
CONTRIBUIÇÃO À INTERPRETAÇÃO DE PROVAS DE CARGA EM ESTACAS,
REALIZADAS PELO MÉTODO BIDIRECIONAL

Felipe Vianna Amaral de Souza Cruz

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO


LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE)
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM
CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL.

Examinada por:

________________________________________________
Prof. Francisco de Rezende Lopes, Ph.D.

________________________________________________
Prof.ª Alessandra Conde de Freitas, D.Sc.

________________________________________________
Prof.ª Bernadete Ragoni Danziger, D.Sc.

________________________________________________
Prof. Márcio de Souza Soares de Almeida, Ph.D.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL.

FEVEREIRO DE 2019
Cruz, Felipe Vianna Amaral de Souza
Contribuição à interpretação de provas de carga em estacas,
realizadas pelo método bidirecional/Felipe Vianna Amaral de Souza
Cruz – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2019.
XVII, 114 p.: il.; 29,7 cm.
Orientadores: Francisco Rezende Lopes
Alessandra Conde de Freitas
Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de
Engenharia Civil, 2019.
Referências Bibliográficas: p. 100-106.
1. Curva equivalente bidirecional. 2. Interpretação de Prova de
carga. 3. Ensaio bidirecional. I. Lopes, Francisco de Rezende et al. II.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de
Engenharia Civil. III. Título.

iii
AGRADECIMENTOS

A minha esposa, Fernanda Arêas Vianna de Souza Cruz e minha filha, Nina Arêas
Vianna de Souza Cruz. Por toda paciência, incentivo e ajuda nas minhas viradas de
noite estudando e desenvolvendo a atual pesquisa.

A minha irmã, Fernanda Vianna Amaral de Souza Cruz Buenaga. Por ter me auxiliado
na formatação da dissertação e ajudado nos processos regimentais do programa da
COPPE. E minha prima Mariana Vianna Amaral Bacelo Ferrário Mattos por sempre me
auxiliar com seus desenhos e criatividade.

A meus pais, Paulo Roberto de Souza Cruz e Dayse Vianna Amaral de Souza Cruz.
Por todas as oportunidades que me foram dadas para que eu conseguisse trilhar esse
caminho.

Aos amigos e companheiros de estudos nesta etapa da vida, em especial para Marco
Antônio Grigoletto Conte, Luiz Henrique Rambo, André do Valle Abreu, Victor Silveira,
Cauê Rosa, Lúcio Flávio Carvalho, Flávia Carvalho, Flávia Cabral e Eduardo Saliba.

Aos amigos, David Cabral e Rodrigo Raposo. Pelo apoio de sempre.

Aos meus orientadores, Francisco de Resende Lopes e Alessandra Conde de Freitas.


Por todo interesse e apoio dado ao longo dessa jornada. Ter oportunidade de estar por
dias ao lado do professor Francisco é algo de imensurável grandeza por todo seu
conhecimento adquirido e seu poder de síntese. Assim como, ter a oportunidade de ter
a Alessandra como orientadora, compartilhando todo seu conhecimento acadêmico,
ajudando de forma intensa, diária e ficando até de madrugada comigo para revisarmos
dados também é algo imensurável.

Às empresas Consultrix, Redav, Damasco Pena, ABS e Brusque, pelos dados


compartilhados.

A todos os autores refenciados na presente pesquisa.

Ao CNPQ pelo apoio financeiro que propiciou a presente pesquisa.

iv
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

CONTRIBUIÇÃO À INTERPRETAÇÃO DE PROVAS DE CARGA EM ESTACAS,


REALIZADAS PELO MÉTODO BIDIRECIONAL.

Felipe Vianna Amaral de Souza Cruz

Fevereiro/2019
Orientadores: Francisco de Rezende Lopes
Alessandra Conde de Freitas
Programa: Engenharia Civil

Nesta pesquisa foram analisadas provas de carga estática realizadas pelo


método bidirecional visando avaliar dois novos procedimentos para: (i) construção da
curva equivalente à prova de carga convencional e (ii) interpretação da curva carga-
recalque visando obter a capacidade de carga (carga na ruptura). A construção da
curva equivalente proposta consiste na utilização das cargas e deslocamentos totais
(ascendentes + descendentes) de cada incremento de carga. Assim, a curva
equivalente bidirecional é construída à medida que a prova evolui, permitindo
avaliação do comportamento da estaca a cada estágio, inclusive a proximidade da
ruptura, e sem a necessidade de extrapolação de um dos trechos do carregamento.
Em relação à rigidez do trecho inicial da curva carga-recalque equivalente construída
pela atual proposta, há diferença considerável em relação à proposta de Silva (1983).
Já a proposta sugerida para interpretação de provas de carga, para obtenção da carga
de ruptura, consiste em aplicar uma regra geométrica à curva carga-recalque similar à
do ensaio de adensamento oedométrico (podendo ser a curva de um ensaio
convencional ou a curva equivalente obtida do ensaio bidirecional). São comparados
os resultados obtidos por essa proposta e por métodos conhecidos, como de Lopes
(1979) e da NBR6122. Os resultados obtidos pelos métodos citados indicaram que, no
caso de estacas escavadas, há influência da rigidez do trecho plástico da curva
equivalente, quando se usam critérios que caracterizam a ruptura pelo encurtamento
elástico somado a uma porcentagem do diâmetro da estaca. Verificou-se que, se a
rigidez do trecho plástico da curva carga-recalque for inferior a 26 kN/mm, os
resultados obtidos pela atual proposta e pelos demais métodos convergem.

v
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

CONTRIBUTION TO THE INTERPRETATION OF STATIC LOAD TESTS ON PILES,


BY THE BIDIRECTIONAL METHOD.

Felipe Vianna Amaral de Souza Cruz

February/2019
Advisors: Francisco Lopes
Alessandra Conde de Freitas
Department: Civil Engineering

In this research, static load tests performed by the bidirectional method were
analyzed to evaluate two new procedures for: (i) construction of the load-settlement
curve equivalent to the conventional load test and (ii) interpretation of the load-
settlement curve for bearing capacity determination. The proposed construction of the
equivalent curve consists in the use of the total loads and displacements (upward +
downward) of each load stage. Thus, the equivalent curve is constructed as the test
evolves, allowing an evaluation of the pile behavior at each stage, including the
proximity of failure, without the need to extrapolate one of the loading segments. In
relation to the stiffiness of the initial part of the equivalent load-settlement curve
constructed by the current proposal, there is a considerable difference in relation to
Silva's (1983) proposal. The new proposal for the definition of the bearing capacity
from the load-settlement curve, is the application of a geometric rule similar to that of
the oedometrer consolidation test (and can be applied to both conventional tests or the
equivalent curve obtained from bidirectional tests). The results obtained by this
proposal and by previous methods, such as Lopes (1979) and the Brazilian standard
NBR6122, are compared. The results obtained by the mentioned methods indicated
that, in the case of bored piles, there is influence of the stiffiness of the plastic segment
of the load-settlement (equivalent) curve, when using criteria that define failure by an
elastic shortening added to a percentage of the pile diameter. It was observed that, if
the stiffiness of the plastic segment of the load- displacement curve is less than 26 kN /
mm, the results obtained by the current proposal and by the other methods converge.

vi
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
1.1. Motivação da Pesquisa ............................................................................ 2
1.2. Estrutura da dissertação........................................................................... 3

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 4


2.1 Prova de Carga Estática, Realizada pelo Método Convencional
(Compressão). .......................................................................................................... 4
2.2 Prova de Carga Estática, Realizada pelo Método Bidirecional. ................ 8
2.3 Métodos de Interpretação da curva carga versus recalque .................... 17
2.3.1 Critérios que se baseiam num valor absoluto (ou relativo ao
diâmetro) do deslocamento. ................................................................................ 18
2.3.2 Critérios que se baseiam na aplicação de uma regra geométrica à
curva. 18
2.3.3 Critérios em que se busca uma assíntota vertical. ..................... 23
2.3.4 Critérios que caracterizam a ruptura pelo encurtamento elástico
da estaca somado a uma percentagem do diâmetro da base. ............................. 26
2.3.5 Considerações ........................................................................... 29
2.4 Métodos Semi-empíricos para estimativa de carga ................................ 29
2.4.1 Método Aoki e Velloso (1975). ................................................... 29
2.4.2 Método Dècourt e Quaresma (1978 e 1996). ............................. 31
2.4.3 Método Pedro Paulo Costa Velloso (1981). ............................... 33
2.4.4 Método Alberto Henriques Teixeira (1996). ................................ 34
2.4.5 Método Urbano Rodrigues Alonso (1996 e 2012). ..................... 35

3 METODOLOGIA PROPOSTA PARA CONSTRUÇÃO DA CURVA


EQUIVALENTE CARGA VERSUS RECALQUE DO ENSAIO BIDIRECIONAL ......... 36
3.1 Comparação da construção de curvas carga versus recalque equivalente.
37
3.1.1 Casos em que os deslocamentos dos dois segmentos são da
mesma ordem de grandeza. ................................................................................ 38
3.1.2 Casos em que o deslocamento de um dos segmentos é muito
superior ao outro.................................................................................................. 40
3.1.3 Casos com provas de carga convencionais. .............................. 42

4 PROPOSTA PARA DETERMINAÇÃO DA CARGA DE RUPTURA EM PROVAS


DE CARGA. ............................................................................................................... 45

vii
4.1.1 Método Pacheco Silva para interpretação do ensaio Oedométrico.
45
4.1.2 Método de Fuller & Hoy (1970). ................................................. 46
4.1.3 Método Proposto de Interpretação. ............................................ 46

5 BANCO DE DADOS DE PROVAS DE CARGA BIDIRECIONAIS E EXEMPLOS


DE SUA INTERPRETAÇÃO....................................................................................... 50
5.1 Banco De Dados .................................................................................... 50
5.2 Interpretação De Ensaio Bidirecional Em Estaca Escavada ................... 55
5.2.1 Observações iniciais - Estaca escavada .................................... 55
5.2.2 Sondagens associadas ao SPT ................................................. 55
5.2.3 Prova de carga estática executada pelo método bidirecional ..... 58
5.2.4 Interpretação das curvas carga versus recalque equivalente
segundo Silva (1983). .......................................................................................... 60
5.2.5 Interpretação da curva carga versus recalque equivalente
proposta na presente dissertação ........................................................................ 61
5.2.6 Previsão da carga de ruptura por métodos semi-empíricos ....... 63
5.2.7 Observações finais .................................................................... 64
5.3 Interpretação De Ensaio Bidirecional Em Estaca Do Tipo Hélice Contínua.
65
5.3.1 Observações iniciais - Estaca Hélice ......................................... 65
5.3.2 Sondagens associadas ao SPT ................................................. 65
5.3.3 Prova de carga estática executada pelo método bidirecional ..... 67
5.3.4 Interpretação da curva carga versus recalque equivalente
segundo Silva (1983) ........................................................................................... 69
5.3.5 Interpretação da curva carga versus recalque equivalente
proposta na presente dissertação ........................................................................ 70
5.3.6 Previsão da carga de ruptura por métodos semi-empíricos ....... 71
5.3.7 Observações finais .................................................................... 72

6 ANÁLISE DO CONJUNTO DE PROVAS DE CARGA ........................................ 74


6.1 RIGIDEZ DA CURVA EQUIVALENTE ATÉ A CARGA DE SERVIÇO .... 74
6.1.1 Comparação da rigidez na carga de serviço com base na
interpretação segundo a NBR6122 ...................................................................... 75
6.1.2 Comparação da rigidez na carga de serviço com base na
interpretação segundo Lopes (1979). .................................................................. 76
6.1.3 Comparação da rigidez na carga de serviço com base na
interpretação segundo a metodologia proposta na presente pesquisa................. 78

viii
6.2 RIGIDEZ DO TRECHO PLÁSTICO (K plast)............................................. 79
6.2.1 Obtenção da rigidez Kplast pela curva equivalente segundo Silva
(1983) 79
6.2.2 Obtenção da rigidez Kplast pela curva equivalente segundo a
presente pesquisa ............................................................................................... 81
6.3 Previsão da capacidade de carga na ruptura ........................................ 83
6.4 Critério proposto na atual pesquisa versus demais critérios de
interpretação de provas de carga abordados nesta dissertação. ............................. 87
6.5 Influência da rigidez do trecho plástico da curva carga versus recalque
equivalente na interpretação do ensaio bidirecional. ............................................... 93

7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ......................................................................... 96


7.1 Conclusões ............................................................................................ 96
7.2 Sugestões para estudos futuros ............................................................. 99

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 100

ANEXO 1 .................................................................................................................. 107

ix
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Sistema de reação com a utilização de estacas de reação (Cruz,


2017). ........................................................................................................................... 5
Figura 2: (a) Sistema de reação com a utilização de tirantes de reação. (b)
Sistema de reação com a utilização de cargueiras. (NIYAMA, 2010)............................ 6
Figura 3: Curvas carga versus tempo e recalque versus tempo de diferentes
procedimentos – (a) Carga incremental lenta, (b) Carga incremental rápida, (c)
Deslocamento controlado e (d) método do equilíbrio (Fonte: VELLOSO E LOPES,
2010). ........................................................................................................................... 7
Figura 4: Desenho esquemático do ensaio bidirecional (FELLENIUS, 2017). 11
Figura 5: Modelo de sistema de reação do método bidirecional (CRUZ, 2017)
................................................................................................................................... 12
Figura 6: Esquema representativo do ensaio bidirecional e seus resultados
diretos (CRUZ et al., 2019). ........................................................................................ 12
Figura 7: Construção da curva equivalente proposta por Silva (1983) (CRUZ
et al., 2019). ................................................................................................................ 13
Figura 8: Interpretação da prova bidirecional levando em conta o peso próprio
da estaca, com curvas corrigidas em tracejado (CRUZ et al., 2019). .......................... 14
Figura 9: Curvas Equivalentes construídas segundo Silva (1983) levando em
conta o peso próprio da estaca, com curva corrigida em tracejado para ensaio
bidirecional realizado em estaca escavada de 76,4 m de comprimento e diâmetro de
700 mm....................................................................................................................... 15
Figura 10: Transferência de carga em: (a) ensaio convencional e (b) ensaio
bidirecional (MASSAD, 2015). .................................................................................... 16
Figura 11: Ábaco para as cargas ascendentes do ensaio bidirecional (DADA,
2018). ......................................................................................................................... 17
Figura 12: Curvas carga (Q) versus deslocamento (w). Em (a) critério Brinch
Hansen (1963) e em (b) Critério de maior curvatura (VELLOSO E LOPES, 2010). .... 19
Figura 13: Curva carga-recalque critério 80% (MELO, 2009). ....................... 20
Figura 14: Gráfico bilogarítimico de De Beer (1967) (MELO, 2009)............... 21
Figura 15: Aplicação das propostas de Fuller & Hoy (1970) e Butler & Hoy
(1977). ........................................................................................................................ 22
Figura 16: Método da Rigidez de Decourt (1996 e 2008) (MELO, 2009). ...... 23
Figura 17: Curva carga versus recalque de van der Veen (1953) (MELO
2009). ......................................................................................................................... 24

x
Figura 18: Exemplificação da solução gráfica por tentativas proposta por van
der Veen (1953) (MELO, 2009). .................................................................................. 25
Figura 19: Método de Chin (1970 e 1971) ( MELO, 2009). ............................ 26
Figura 20: Critério de Davisson (1972) .......................................................... 27
Figura 21: Critério da norma brasileira NBR6122. ......................................... 27
Figura 22: Proposta de Lopes (1979) (VELLOSO E LOPES, 2010) .............. 28
Figura 23: Construção da curva carga versus recalque equivalente proposta
na atual pesquisa........................................................................................................ 36
Figura 24: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-11B e (b)
Curvas carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa, com a utilização
da norma brasileira para derterminar a carga de ruptura. ........................................... 39
Figura 25: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-32B e (b)
Curvas carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa, com a utilização
da norma brasileira para derterminar a carga de ruptura. ........................................... 39
Figura 26: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-04B
e (b) Curvas carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa, com a
utilização da norma brasileira para derterminar a carga de ruptura............................. 40
Figura 27: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-05B
e (b) Curvas carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa, com a
utilização da norma brasileira para derterminar a carga de ruptura............................. 40
Figura 28: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-15B e (b)
Curvas carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa, com a utilização
da norma brasileira para derterminar a carga de ruptura. ........................................... 41
Figura 29: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-28B e (b)
Curvas carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa, com a utilização
da norma brasileira para derterminar a carga de ruptura. ........................................... 41
Figura 30: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-27B
e (b) Curvas carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa, com a
utilização da norma brasileira para derterminar a carga de ruptura............................. 42
Figura 31: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-34B
e (b) Curvas carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa, com a
utilização da norma brasileira para derterminar a carga de ruptura............................. 42
Figura 32: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-07B e (b)
Curvas carga versus recalque equivalentes segundo Silva (1983) e presente pesquisa,
e de prova convencional, com determinação da carga de ruptura pela norma brasileira.
................................................................................................................................... 43

xi
Figura 33: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-22B e (b)
Curvas carga versus recalque equivalentes segundo Silva (1983) e presente pesquisa,
e de prova convencional, com determinação da carga de ruptura pela norma brasileira.
................................................................................................................................... 43
Figura 34: a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-16B
e (b) Curvas carga versus recalque equivalentes segundo Silva (1983) e presente
pesquisa, e de prova convencional, com determinação da carga de ruptura pela norma
brasileira. .................................................................................................................... 44
Figura 35: Curva Determinação da pressão de pré-adensamento pelo método
de Pacheco Silva (NBR12007, 1990).......................................................................... 46
Figura 36: Esquema representativo da aplicação do método proposto. ........ 47
Figura 37: Etapas de utilização do método proposto para interpretação de
curvas carga versus recalque em provas de carga estática. ....................................... 48
Figura 38: Folha 1 de 2 da Sondagem SP10 – Estaca PC-22B..................... 56
Figura 39: Folha 2 de 2 da Sondagem SP10 – Estaca PC-22B..................... 57
Figura 40: Içamento da armadura com o conjunto de células expanisvas da P-
22B. ............................................................................................................................ 59
Figura 41: Curvas parciais obtidas a partir de prova de carga estática,
realizada pelo método bidirecional – Ensaio PC-22B. ................................................. 60
Figura 42: Ensaio PC-22B – Interpretação da curva equivalente segundo Silva
(1983). ........................................................................................................................ 61
Figura 43: Ensaio PC-22B - Interpretação da curva carga versus recalque
equivalente segundo presente pesquisa. .................................................................... 62
Figura 44: Cargas de ruptura analisadas pelos diferentes critérios de
interpratação nas diferentes curvas equivalentes bidirecionais da estaca PC-22B. .... 64
Figura 45: Folha Sondagem SM-01 – Estaca PC-34B................................... 66
Figura 46: Conjunto de células expansivas utilizado na PC-34B. .................. 68
Figura 47: Curvas obtidas a partir de prova de carga estática, realizada pelo
método bidirecional – Ensaio PC-34B. ........................................................................ 68
Figura 48: Ensaio PC-34B - Interpretação da curva equivalente segundo Silva
(1983). ........................................................................................................................ 69
Figura 49: Ensaio PC-34B - Interpretação da curva carga versus recalque
equivalente segundo presente pesquisa. .................................................................... 70
Figura 50; Cargas de ruptura analisadas pelos diferentes tipos de
interpratação nas diferentes curvas equivalentes bidirecionais da estaca PC-34B. .... 73

xii
Figura 51: Comparação entre a rigidez até a carga de trabalho pelas curvas
equivalentes de Silva (1983) e presente pesquisa, com base na interpretação sugerida
pela NBR6122 - Estacas escavadas. .......................................................................... 75
Figura 52: Comparação entre a rigidez até a carga de trabalho pelas curvas
equivalentes de Silva (1983) e Cruz (2019) com base na interpretação sugerida pela
NBR6122 - Estacas hélice contínua............................................................................ 76
Figura 53: Comparação entre a rigidez até a carga de trabalho pelas curvas
equivalentes de Silva (1983) e presente pesquisa, com base na interpretação sugerida
por Lopes (1979) - Estacas escavadas. ...................................................................... 77
Figura 54: Comparação entre a rigidez até a carga de trabalho pelas curvas
equivalentes de Silva (1983) e Cruz (2019) com base na interpretação sugerida por
Lopes (1979) - Estacas hélice contínua. ..................................................................... 77
Figura 55: Comparação entre a rigidez até a carga de trabalho pelas curvas
equivalentes de Silva (1983) e presente pesquisa, com base na interpretação sugerida
na presente pesquisa - Estacas escavadas. ............................................................... 78
Figura 56: Comparação entre a rigidez até a carga de trabalho pelas curvas
equivalentes de Silva (1983) e Cruz (2019) com base na interpretação sugerida na
presente pesquisa - Estacas hélice contínua. ............................................................. 79
Figura 57: Obtenção da Kplast para estacas escavadas utilizando a curva
equivalente segunto Silva (1983). ............................................................................... 80
Figura 58: Obtenção da rigidez Kplast para estacas hélice contínua e ômega
utilizando a curva equivalente segunto Silva (1983). .................................................. 81
Figura 59: Obtenção do Kplast para estacas escavadas utilizando a curva
equivalente segunto presente pesquisa. ..................................................................... 82
Figura 60: Obtenção da rigidez Kplast para estacas hélice contínua e ômega
utilizando a curva equivalente segunto a presente pesquisa....................................... 82
Figura 61: Comparação entre cargas de ruptura obtidas por meio das curvas
equivalentes de Silva (1983) e da presente pesquisa - Estacas escavadas................ 83
Figura 62: Comparação entre cargas de ruptura obtidas por meio das curvas
equivalentes de Silva (1983) e da presente pesquisa - Estacas hélice contínua e
ômega. ....................................................................................................................... 84
Figura 63: Comparação entre cargas de ruptura indicadas pelas curvas
equivalentes de Silva (1983) e da presente pesquisa - Estacas escavadas................ 85
Figura 64: Comparação entre cargas de ruptura indicadas pelas curvas
equivalentes de Silva (1983) e da presente pesquisa - Estacas hélice contínua e
ômega. ....................................................................................................................... 85

xiii
Figura 65: Comparação entre cargas de ruptura indicadas pelas curvas
equivalentes de Silva (1983) e da presente pesquisa - Estacas escavadas................ 86
Figura 66: Comparação entre cargas de ruptura indicadas pelas curvas
equivalentes de Silva (1983) e da presente pesquisa - Estacas hélice contínua e
ômega. ....................................................................................................................... 87
Figura 67: Comparação entre a carga de ruptura obtida pelo método proposto
na presente pesquisa versus a carga de ruptura obtida com base no critério proposto
pela norma brasileira NBR6122, utilizando a construção de curva equivalente segundo
Silva (1983) - Estacas escavadas. .............................................................................. 88
Figura 68: Comparação entre a carga de ruptura obtida pelo método proposto
na presente pesquisa versus a carga de ruptura obtida com base no critério proposto
pela norma brasileira NBR6122, utilizando a construção de curva equivalente segundo
Silva (1983) - Estacas hélice contínua e ômega. ........................................................ 89
Figura 69: Comparação entre a carga de ruptura obtida pelo método proposto
na presente pesquisa versus a carga de ruptura obtida com base no critério proposto
por Lopes (1979), utilizando a construção de curva equivalente segundo Silva (1983) -
Estacas escavadas. .................................................................................................... 89
Figura 70: Comparação entre a carga de ruptura obtida pelo método proposto
na presente pesquisa versus a carga de ruptura obtida com base no critério proposto
por Lopes (1979), utilizando a construção de curva equivalente segundo Silva (1983) -
Estacas hélice contínua e ômega. .............................................................................. 90
Figura 71: Comparação entre a carga de ruptura obtida pelo método proposto
na presente pesquisa versus a carga de ruptura obtida com base no critério proposto
NBR6122, utilizando a construção de curva equivalente segundo a presente pesquisa -
Estacas escavadas. .................................................................................................... 91
Figura 72: Comparação entre a carga de ruptura obtida pelo método proposto
na presente pesquisa versus a carga de ruptura obtida com base no critério proposto
pela NBR 6122, utilizando a construção de curva equivalente segundo presente
pesquisa - Estacas hélice contínua e ômega. ............................................................. 91
Figura 73: Comparação entre a carga de ruptura obtida pelo método proposto
na presente pesquisa versus a carga de ruptura obtida com base no critério proposto
por Lopes (1979), utilizando a construção de curva equivalente segundo a presente
pesquisa - Estacas escavadas.................................................................................... 92
Figura 74: Comparação entre a carga de ruptura obtida pelo método proposto
na presente pesquisa versus a carga de ruptura obtida com base no critério proposto
por Lopes (1979), utilizando a construção de curva equivalente segundo presente
pesquisa - Estacas hélice contínua e ômega. ............................................................. 92

xiv
Figura 75: Influência da rigidez do trecho plástico nas cargas de ruptura
obtidas por diferentes critérios - Curva equivalente segundo a proposta de Silva (1983)
- Estacas escavadas. .................................................................................................. 94
Figura 76: Influência da rigidez do trecho plástico nas cargas de ruptura
obtidas por diferentes critérios - Curva equivalente segundo proposta da presente
pesquisa - Estacas escavadas.................................................................................... 94
Figura 77: Influência da rigidez do trecho plástico nas cargas de ruptura
obtidas por diferentes critérios - Curva equivalente segundo a proposta de Silva (1983)
- Estacas escavadas. .................................................................................................. 95
Figura 78: Influência da rigidez do trecho plástico nas cargas de ruptura
obtidas por diferentes critérios - Curva equivalente segundo proposta da presente
pesquisa - Estacas escavadas.................................................................................... 95
Figura 79: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca ômega PC-01B e (b)
Curvas carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. .................... 107
Figura 80: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-02B e (b)
Curvas carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. .................... 107
Figura 81: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-06B e (b)
Curvas carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. .................... 107
Figura 82: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-09B e (b)
Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) – Não foi posível construir a curva
proposta pela presente pesquisa. ............................................................................. 108
Figura 83: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-09B e (b)
Curvas carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. .................... 108
Figura 84: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-10B e (b)
Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. ...................... 108
Figura 85: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-12B e (b)
Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. ...................... 109
Figura 86: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-13B e (b)
Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. ...................... 109
Figura 87: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-14B e (b)
Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. ...................... 109
Figura 88: Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-14B e
(b) Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. ................. 110
Figura 89: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-19B e (b)
Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. ...................... 110
Figura 90: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-20B e (b)
Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. ...................... 110

xv
Figura 91: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-21B e (b)
Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. ...................... 111
Figura 92: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-23B e (b)
Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. ...................... 111
Figura 93: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-24B
e (b) Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. .............. 111
Figura 94: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-25B
e (b) Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. .............. 112
Figura 95: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-26B
e (b) Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. .............. 112
Figura 96: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-27B
e (b) Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. .............. 112
Figura 97: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-29B e (b)
Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. ...................... 113
Figura 98: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-30B e (b)
Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. ...................... 113
Figura 99: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-33B e (b)
Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) – Não foi posível construir a curva
proposta pela presente pesquisa. ............................................................................. 113
Figura 100: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-
35B e (b) Curva carga versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa. ....... 114

xvi
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Valores de K e a segundo diversos autores (MAGALHÃES, 2010).


................................................................................................................................... 31
Tabela 2: Valores de F1 e F2 (AOKI e VELLOSO, 1975) .............................. 31
Tabela 3; Valores de C (DECOURT E QUARESMA, 1978) .......................... 32
Tabela 4: Valores de “α” e “β”, segundo Décourt-Quaresma (1996). ............. 32
Tabela 5: Valores aproximados de a, b, a’ e b’ (VELLOSO, 1981). ............... 34
Tabela 6: Valores de “” e “”, segundo Teixeira (1996). .............................. 35
Tabela 7: Valores de Kplast para as diferentes curvas equivalentes e diferentes
tipos de estacas avaliadas. ......................................................................................... 49
Tabela 8: Banco de Dados ............................................................................ 51
Tabela 9: Dados obtidos do ensaio – PC-22B. .............................................. 58
Tabela 10: Resultados obtidos na interpretação do ensaio PC-22B com base
nas curvas equivalentes segundo Silva (1983) e segundo a proposta da presente
pesquisa. .................................................................................................................... 63
Tabela 11: Cargas de ruptura obtidas por diversos métodos semi-empíricos.
................................................................................................................................... 64
Tabela 12: Dados obtidos do ensaio – PC-34B. ............................................ 67
Tabela 13: Resultados obtidos para o ensaio PC-34B com base na
interpretação das curvas equivalentes segundo Silva (1983) e segundo proposta da
presente pesquisa. ..................................................................................................... 71
Tabela 14: Cargas de ruptura obtidas por diversos métodos semi-empíricos.
................................................................................................................................... 72

xvii
1. INTRODUÇÃO

De acordo com a ABNT NBR 6122, a carga de ruptura é definida como a


carga aplicada à fundação que provoca deslocamentos que comprometem sua
segurança ou desempenho. Comenta, ainda, que deve ser determinada a partir da
utilização e interpretação de um ou mais dos seguintes procedimentos:

a) Provas de carga;

b) Métodos estáticos;

c) A partir do estado-limite de serviço (ELS);

d) Métodos dinâmicos;

e) Fórmulas dinâmicas;

f) Ensaios de carregamento dinâmico.

Como menciona a ABNT NBR 6122:2010, a carga de ruptura pode ser


determinada por provas de carga executadas de acordo com a ABNT NBR
12131:2006. As provas de carga podem ser executadas pelo método convencional ou
pelo método bidirecional.

A prova de carga estática realizada pelo método bidirecional foi concebida em


1983, e, desde então, tem despertado muito interesse, pois utiliza a própria
capacidade de carga da estaca como reação. Na maioria dos casos, há redução do
custo total e do prazo de execução do ensaio.

A prova de carga estática realizada pelo método bidirecional é um tipo de


prova de carga estática muito realizada no mundo, mas no Brasil tornou-se mais
atrativa após a NBR6122 reconhecer sua aplicabilidade.

Apesar do Brasil possuir um pioneirismo na utilização deste tipo de ensaio,


pois foi o primeiro país onde o ensaio foi utilizado na forma comercial, há poucos
trabalhos referindo-se ao comportamento de estacas ensaiadas através dessa
metodologia. Com o crescente interesse surgem dúvidas quanto à utilização dos
resultados e de como interpretar o ensaio em situações não detalhadas por Silva
(1983).

A presente dissertação pretende contribuir para a interpretação dos


resultados obtidos no ensaio bidirecional. São apresentadas propostas para:

1
(i) construção de curva carga versus recalque equivalente a provas convencionais e
(ii) interpretação da curva carga versus recalque com a finalidade de previsão da
carga de ruptura das estacas.

1.1. MOTIVAÇÃO DA PESQUISA

O ensaio conhecido internacionalmente como prova de carga estática


realizada pelo método bidirecional (embora essa expressão não seja correta do ponto
de vista da terminologia da Física) possibilita a redução do prazo executivo e um
menor custo em relação à prova de carga convencional, em que o macaco carrega o
topo da estaca. A redução de custo se deve à dispensa do sistema de reação da prova
convencional (por tirantes ou estacas de tração), que é o principal item de custo
desses ensaios. Em ensaios de estacas de grande diâmetro (em que duas ou três
células são colocadas lado a lado para causar a expansão de uma seção da estaca) –
que precisam ser ensaiadas a grandes cargas – a diferença de custo é significativa.
Neste sentido há perspectiva de que o ensaio bidirecional seja cada vez mais
difundido.

A dificuldade em se instrumentar estacas de deslocamento (pré-moldadas


cravadas) em provas de carga realizadas pelo método bidirecional, possibilitou o autor
vislumbrar um novo procedimento para a construção da curva carga versus recalque
equivalente à prova convencional, levando a uma proposta de construção com o
carregamento total e deslocamento total a cada incremento de carga.

Ainda, o autor percebeu similaridade entre curvas de ensaios de


adensamento em laboratório (oedométricos) e as curvas carga versus recalque de
provas de carga, que o levaram a sugerir um novo método de interpretação da carga
de ruptura em provas de carga.

Para uma avaliação das propostas, foram analisadas 32 provas de carga em


estacas escavadas, do tipo hélice contínua e estaca ômega, buscando-se comparar os
resultados obtidos por diferentes critérios de interpretação da curva carga versus
recalque de provas de carga.

2
1.2. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Após esta introdução, no Capitulo 2 é apresentada a revisão bibliográfica


onde é feito um breve relato histórico relativo à prova de carga estática e são descritos
os procedimentos de realização de provas de carga estática pelos métodos
convencional (compressão) e bidirecional. São apresentadas, também, as abordagens
para interpretação das curvas carga versus recalque obtidas neste tipo de ensaio, bem
como os métodos semi-empíricos utilizados na previsão de carga de ruptura de
estacas.

No Capítulo 3 é apresentada a proposta para construção da curva carga


versus recalque equivalente do ensaio bidirecional. São apresentadas curvas
construídas a partir da abordagem sugerida na presente pesquisa, as quais são
comparadas com as obtidas segundo Silva (1983). Já no Capítulo 4 é descrita a
proposta para interpretação da curva carga versus recalque (determinação da carga
de ruptura) obtida em provas de carga estática.

No Capítulo 5 é apresentado o banco de dados, de provas de carga em


estacas realizadas pelo método bidirecional, utilizado na presente pesquisa. São,
também, apresentados exemplos de aplicação das propostas de construção de curva
carga versus recalque equivalente e de interpretação destas curvas visando obtenção
da carga de ruptura, para dois casos reais (estaca escavada e hélice contínua). Tais
resultados são comparados aos obtidos por abordagens difundidas na literatura.

No Capítulo 6 são analisadas as provas de carga estática. É avaliada a


rigidez (carga /recalque) da curva equivalente, obtida por Silva (1983) e por meio da
proposta descrita no Capítulo 3, até a carga de serviço. Também é verificada a rigidez
do trecho plástico da curva equivalente para estimativa da declividade da reta tangente
(1mm/Kplast) utilizada no método proposto para interpretação da curva carga versus
recalque (obtenção da carga de ruptura, conforme descrito no Capítulo 4). Ainda no
Capítulo 6 é feita comparação da carga de ruptura por dado critério de interpretação
(norma brasileira, Lopes, 1979, e método proposto no Capítulo 4 – CRUZ, 2019),
variando-se o método de construção da curva equivalente: Silva (1983) e construção
sugerida no Capítulo 3. São comparadas as cargas de ruptura obtidas por diferentes
critérios de interpretação da curva equivalente construída segundo um mesmo critério.
É, também, avaliada a influência da rigidez do trecho plástico da curva equivalente
obtida por diversos critérios (SILVA, 1983 e presente pesquisa), na carga de ruptura
obtida de provas de carga estática, realizadas pelo método bidirecional.

3
Finalmente, o Capitulo 7 resume as principais conclusões obtidas na
pesquisa, além de algumas sugestões para pesquisas futuras.·

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 PROVA DE CARGA ESTÁTICA, REALIZADA PELO MÉTODO CONVENCIONAL


(COMPRESSÃO).

Neste item será apresentado um breve relato histórico sobre o ensaio


designado prova de carga estática, conforme usualmente executada no Brasil, bem
como suas peculiaridades.

Segundo Vargas (1990), a primeira iniciativa de se executar provas de carga


estática, pelo método convencional, no Brasil ocorreu em 1936, pelo Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT), com a colaboração do Prof.º Costa Nunes, engenheiro
da empresa Estacas Franki Ltda. O IPT, a partir de solicitação da Companhia
Internacional de Estacas Frankignoul, responsável pela entrada no Brasil da prática de
analisar as fundações através da prova de carga, designou ao prof. Costa Nunes a
responsabilidade da execução e planejamento de uma prova de carga.

A primeira das provas de carga foi executada nas fundações, do tipo estaca
Franki, da estação da Estrada de Ferro Noroeste, em Bauru, realizada pelo IPT em
1936. No Rio de Janeiro, as primeiras experiências de provas de carga sobre estacas
do tipo Franki datam de 1942 e foram executadas sobre as fundações do Instituto de
Resseguros Brasil (Vargas, 1990).

Ainda segundo Vargas (1990), os primeiros trabalhos sobre estacas ou


modelos de estacas instrumentadas datam do início de 1950, mas foi após o VI
Congresso Pan-americano de Mecânica dos Solos e Engenharia de Fundações
(1979), que foi gerada grande quantidade de trabalhos, em âmbito nacional e
internacional, sobre provas de carga em estacas instrumentadas. Como se pode
observar, este tipo de ensaio é recente no Brasil.

A imensa dificuldade em se definir todas as condições de contorno do terreno


onde será executada a estaca, os diferentes controles executivos e cuidados
praticados por diferentes empresas executoras, as divergências das informações
contidas nas sondagens, as alterações das condições iniciais do solo provocadas pela
execução das estacas e o comportamento complexo do conjunto estaca-solo, fazem
com que haja a necessidade da utilização deste ensaio em verdadeira grandeza, para
a avaliação do desempenho do elemento de fundação.

4
As provas de carga são utilizadas na geotecnia para se estudar o
comportamento estaca-solo. É possível verificar aspectos importantes como a
capacidade de carga e os deslocamentos do elemento de fundação, e ainda, no caso
de estacas instrumentadas, a transferência de carga ao longo do fuste, por exemplo.

A prova de carga estática à compressão, realizada pelo método convencional,


é executada através de um carregamento dado no topo da estaca ensaiada, esse
carregamento reage contra um sistema de reação (Figura 1), permitindo a compressão
axial no bloco de coroamento da estaca.

Figura 1: Sistema de reação com a utilização de estacas de reação (Cruz et al, 2017).

O sistema de reação necessário para a execução de uma prova de carga


estática, realizada pelo método convencional, é a parte mais onerosa do ensaio. Pode
ser executado através de tirantes de reação, estacas de reação atirantadas e
cargueiras (Figura 2).

5
Figura 2: (a) Sistema de reação com a utilização de tirantes de reação. (b) Sistema de reação com a
utilização de cargueiras. (NIYAMA, 2010).

O procedimento de ensaio é definido pela aplicação de sucessivos estágios


de carga à fundação, conjuntamente com a leitura dos recalques correspondentes.
Para aplicação da carga, conforme citado anteriormente, é necessário utilizar um
sistema de reação que suporte o carregamento dimensionado.

Três categorias de aplicação de carga em prova de carga estática são


descritas por Velloso e Lopes (2010):

(i) Carga controlada:

Carga incremental lenta (Figura 3 (a));

Carga incremental rápida (Figura 3 (b));

Carga cíclica.

(ii) Deformação (deslocamento) controlada (Figura 3 (c));

(iii) Método do equilíbrio (Figura 3 (d)).

Na Figura 3 são apresentadas as curvas carga versus tempo e recalque


versus tempo de acordo com os diversos critérios de aplicação de carga citados.

6
Figura 3: Curvas carga versus tempo e recalque versus tempo de diferentes procedimentos – (a)
Carga incremental lenta, (b) Carga incremental rápida, (c) Deslocamento controlado e (d) método
do equilíbrio (Fonte: VELLOSO E LOPES, 2010).

Segundo Freitas (2014), citando Velloso e Lopes (2010), o trabalho de


Francisco (2004) mostra que o método do equilíbrio é uma maneira simples de
eliminar os efeitos do tempo ou velocidade nas provas de carga. Neste método, após
se atingir a carga do estágio e mantê-la constante por certo tempo (como quinze
minutos), deixa-se a carga relaxar (sem bombear mais o macaco) até que não se
observem mais recalques ou variação de carga. Cabe observar que este equilíbrio é
atingido em um tempo relativamente curto. Assim a carga atingida no estágio (carga
de equilíbrio) corresponde a um recalque estabilizado. A curva carga versus recalque
assim obtida corresponderá a uma velocidade de carregamento nula, ou seja, a uma
prova rigorosamente estática.

Segundo Freitas (2014), citando Velloso e Lopes (2010), de todas as


metodologias existentes para avaliação da capacidade de carga de estacas, a
realização de provas de carga estática representa a forma mais significativa e
confiável para determinação tanto da capacidade máxima de suporte quanto dos
níveis de recalque associados a diferentes níveis de carregamentos. Velloso e Lopes

7
(2010) comentam que provas de carga estática são realizadas em estacas (e tubulões)
com um dos seguintes objetivos:

• Verificar o comportamento previsto em projeto (capacidade de carga e


recalques);

• Definir a carga de serviço em casos em que não se consegue fazer uma


previsão de comportamento.

Cumpre salientar que, com base em prova de carga estática em que se


instrumente a estaca ensaiada, é possível, também, verificar a transferência de carga
do elemento de fundação.

Vale ressaltar que a prova de carga estática é um ensaio muito estudado e


muito difundido no Brasil, com inúmeras avaliações de desempenho fundamentadas
em seus resultados.

2.2 PROVA DE CARGA ESTÁTICA, REALIZADA PELO MÉTODO BIDIRECIONAL.

A Prova de Carga Estática realizada pelo método bidirecional vem sendo


estudada desde 1973. Segundo Fellenius (2017), o ensaio foi primeiramente
idealizado por Gibson e Devenny (1973), depois Silva (1983), Amir (1983) e Horvath et
al., (1983) publicaram sobre o ensaio. Silva foi o primeiro a utilizar a prova de carga
estática bidirecional como ela conhecida hoje (SILVA, 1983).

No final dos anos 80, o Dr. Jorj Osterberg também publicou sobre o ensaio
(OSTERBERG, 1989), e começou a utilizá-lo comercialmente. Cumpre destacar que
esse ensaio tem sido designado internacionalmente como “Método Bidirecional”, no
entanto essa expressão não é correta do ponto de vista da terminologia da Física.
Fora do Brasil, a prova de carga estática realizada pelo método bidirecional ficou
conhecida também como “Ensaio com Célula de Osterberg” e Ensaio com “O’Cell”.

Essa modalidade de prova de carga foi proposta na mesma época (anos


1980) – porém de forma independente – pelo brasileiro Silva (1983) e pelo norte
americano Osterberg (1989) (FELLENIUS, 2017). Já Schmmertmann & Hayes (1997)
comentam que a O’cell foi utilizada pela primeira vez, experimentalmente, em 1984 e
comercialmente em 1987. Os autores citam que até 1996 já haviam sido realizados

8
mais de 200 ensaios com a O’cell nos Estados Unidos e no sudeste da Ásia. Enquanto
isso, desde 1980, era realizado um número semelhante de ensaios no Brasil (GOMES
E VELLOSO, 2000).

Segundo Silva (1983) havia, a principio, uma grande relutância dos


executores com a instrumentação e ensaios em fundações, a maior parte dessa
resistência era função do custo total dos ensaios e possível atraso no cronograma da
obra.

Silva (1983) sentiu a necessidade de criar um método de avaliação do


desempenho de estacas que apresentasse o menor custo possível e menos efeito no
cronograma, atendendo também a questão técnica, fornecendo resultados relevantes
e confiáveis. Obviamente que qualquer tentativa nesse sentido teria que eliminar nas
prova de carga estática os fatores que estariam impactando os custos e prazos de
execução dos ensaios. Com essa análise inicial, percebeu-se que a utilização de
estacas mais tirantes de reação necessitaria ser excluída da metodologia de ensaio.
No entanto, para isso, precisou-se pensar em algo que pudesse servir como reação
para a realização das provas de carga.

A primeira solução lógica foi utilizar o próprio elemento de fundação como


reação. Mas esta alternativa só se seria aplicável em estacas moldadas “in loco” e/ou
tubulões escavados a céu aberto que possuíssem um comprimento específico, capaz
de conseguir reagir o fuste com a base da fundação. De acordo com esta proposta,
seria necessária a instalação de um cilindro hidráulico dentro da estaca, numa posição
tal que aproveitasse a máxima capacidade de carga por atrito lateral para reagir contra
sua base e pequena parte do trecho inferior do fuste. Além disso, seria necessário
desenvolver dispositivos que instrumentassem a estaca, quanto ao seu deslocamento,
com o máximo de acurácia.

Pelo entendimento de Silva (1983), a instrumentação deveria ser feita através


de tubo instalado ao longo do fuste da estaca, que conectaria a célula expansiva à
bomba destinada a pressurizar o óleo para o interior da célula.

O método atualmente empregado consiste em posicionar uma célula, ou um


conjunto de células, no fuste da estaca, numa posição em que as resistências
ascendente e descendente sejam equivalentes. A célula expansiva ao ser
pressurizada, e expandindo-se, carrega os dois segmentos de estaca (um servindo de
reação ao carregamento do outro), conforme Figuras 4 e 5.

9
Segundo Fellenius (2017) o deslocamento referente ao carregamento
ascendente é governado pelas características de resistência ao cisalhamento do solo
ao longo do fuste, enquanto o deslocamento referente ao carregamento descendente
é governado pela compressibilidade do solo abaixo da ponta da estaca (para células
expansivas colocadas próximas à ponta). Fellenius (2017) relata que durante uma
prova de carga estática, realizada pelo método convencional, o fuste se desloca de
cima para baixo, enquanto no ensaio pelo método bidirecional, no segmento acima da
célula, o fuste se desloca de baixo para cima. No entanto, o referido autor comenta
que este aspecto não influencia a resistência por atrito lateral do fuste, pois
independente do sentido do deslocamento, as resistências de atrito laterais tendem a
ser similares. Massad (2015), por exemplo, discorda de tal afirmação.

Fellenius (2017) comenta que no início da prova de carga bidirecional é


necessária a aplicação de um pré-carregamento para se criar uma zona de fratura
horizontal, zona essa que separa a estaca nos trechos superior e inferior, que,
respectivamente, são comprimidos para cima e para baixo conforme o carregamento
aplicado. De acordo com este autor, o pré-carregamento necessário para se criar a
zona de fratura horizontal é geralmente pequeno, afetando apenas a estaca e o solo
mais próximo do nível da célula expansiva.

Como as células utilizam água ao invés de óleo para pressurização, é


possível preencher a zona de fratura horizontal ocasionada pelo pré-carregamento,
com a injeção de argamassa de cimento e areia. Como o circuito é fechado, é possível
avaliar o preenchimento da zona de fratura horizontal quando se verifica a saída da
argamassa pelo topo da tubulação instalada na estaca ensaiada.

A Figura 4 mostra um desenho esquemático do ensaio bidirecional. Os


extensômetros de hastes designados telltales (posicionadas no interior dos tubos
azuis) permitem a medição do deslocamento no nível do topo e da base da célula
expansiva. Também são indicados tubos conectados ao sistema hidráulico (tubos
amarelos), os quais permitem a pressurização da célula expansiva.

Toda tubulação conectada às células expansivas são preenchidas por água


ao invés de óleo, para evitar a contaminação do solo por este último caso ocorresse
um vazamento.

10
Figura 4: Desenho esquemático do ensaio bidirecional (FELLENIUS, 2017).

A Figura 5 apresenta o modelo de sistema de reação utilizado na prova de


carga bidirecional. Já na Figura 6 é apresentado um esquema representativo do
ensaio bidirecional, assim como as curvas carga versus deslocamento do topo
(deslocamento ascendente) e da base (deslocamento descendente) conforme itens (a)
e (b) descritos a seguir.

Segundo Silva (1983), o ensaio bidirecional possibilita a obtenção de três


tipos de curvas distintas:

(a) carga versus deslocamento do topo (fuste) da estaca (Curva 1 da Figura


6);

(b) carga versus deslocamento da base (fuste + ponta) da estaca (Curva 2 da


Figura 6) e

(c) carga versus recalque equivalente à prova convencional, onde são


integralizadas as parcelas ascendentes e descendentes (Curva b da Figura 7).

11
Figura 5: Modelo de sistema de reação do método bidirecional (CRUZ et al, 2017)

(1)

(2)

Figura 6: Esquema representativo do ensaio bidirecional e seus resultados diretos (CRUZ et al.,
2019).

Após a prova de carga estática, pelo método bidirecional ter sido aceita pela
comunidade geotécnica, foi necessário correlacionar seus resultados aos ensaios

12
estáticos realizados pelo método convencional. Assim, não haveria perda das
informações disponíveis em teses, levantamentos, estudos e formulações realizadas
com base no ensaio convencional. Com isso, Silva (1983) propôs um procedimento
em que se escolhe um valor de deslocamento de cada vez e as cargas nas curvas
superior e inferior a ele correspondente são obtidas. Essas cargas são somadas e
levadas a outro gráfico como correspondentes ao dobro do valor do deslocamento
escolhido (Figura 7). Na presente pesquisa este procedimento de construção de curva
carga versus recalque equivalente foi designado de proposta de Silva (1983).

(a) (b)

Figura 7: Construção da curva equivalente proposta por Silva (1983) (CRUZ et al., 2019).

Uma interpretação mais refinada dos resultados da prova bidirecional é


aquela em que se leva em conta o peso próprio da estaca (peso submerso quando for
o caso), o que desloca para menos a curva do segmento superior e para mais a curva
do segmento inferior (Figura 9). Outra correção usualmente feita é a do encurtamento
elástico, que pode ser medido ou estimado (ver, p. ex., Massad, 2015).

13
Figura 8: Interpretação da prova bidirecional levando em conta o peso próprio da estaca, com
curvas corrigidas em tracejado (CRUZ et al., 2019).

Na Figura 9, de modo a exemplificar o efeito citado anteriormente para uma


situação real, foram comparados os resultados obtidos em ensaio bidirecional. A
diferença observada ao ser incorporado o peso próprio (peso próprio submerso
quando necessário) pode ser pequena. No entanto, como a utilização do peso próprio
é a favor da segurança e teoricamente correta, sugere-se sempre compor as curvas
contemplando-se este efeito. Observa-se que a curva que contempla o efeito do peso
próprio da estaca (curva tracejada) encontra-se transladada para a esquerda da curva
que não considera este efeito.

O deslocamento ascendente pode ser instrumentado de duas formas, apenas


por medições no topo da estaca e/ou por medições no topo das células expansivas.
No caso das medições realizadas serem apenas no topo da estaca, considerando-se
que a estaca não possui um comportamento totalmente rígido, deve-se acrescer o
efeito do encurtamento elástico na parte ascendente da curva (Curva 1 da Figura 6). O
encurtamento elástico é muito importante de ser calculado e avaliado na interpretação
do ensaio. No entanto, é preferível que o mesmo seja medido por meio de
instrumentação do deslocamento no topo da célula expansiva e no topo da estaca
ensaiada.

14
Q

Recalque

Figura 9: Curvas Equivalentes construídas segundo Silva (1983) levando em conta o peso próprio
da estaca, com curva corrigida em tracejado para ensaio bidirecional realizado em estaca escavada
de 76,4 m de comprimento e diâmetro de 700 mm.

Massad (2015) apresentou metodologia que permite a introdução do


encurtamento elástico do fuste da estaca pela ótica do ensaio bidirecional. Este valor,
por sua vez, é corrigido pelos coeficientes c e c’ – introduzidos por Leonards e Lovell
em 1979 – que relacionam o encurtamento elástico da estaca no teste convencional
(carga aplicada no topo), com o encurtamento elástico no teste bidirecional (carga
aplicada no fuste). Tais coeficientes são governados, principalmente, pela distribuição
do atrito lateral do longo do fuste da estaca.

Segundo Massad (2015), como o encurtamento elástico referente a um


ensaio bidirecional decorre de baixo para cima ele é dado pela Equação 1.

Rs
∆e = c . [Equação 1]
kr

onde c’ é coeficiente correlato ao coeficiente c de Leonards e Lovell (1979) já corrigido


para caso de carregamento de baixo para cima, Rs é a resistência por atrito lateral
total , em kN, (Figura 10) e Kr é a rigidez da estaca como elemento estrutural (E.A / L).

O coeficiente c’ também pode ser obtido a partir da instrumentação da estaca


durante a realização da prova de carga. Tendo-se a transferência de carga da estaca
e calculando-se o coeficiente c (Equação 2 e Figura 10a), obtém-se c’=1-c conforme a
Figura 11.

15
Rs – s
c= [Equação 2]
Rs

Figura 10: Transferência de carga em: (a) ensaio convencional e (b) ensaio bidirecional (MASSAD,
2015).

Massad (2015) indica que, em geral c' < c. Isto significa que a compressão
elástica em estacas sob as cargas ascendentes (acima das células expansivas) é
inferior ao valor correspondente às cargas descendentes (abaixo das células
expansivas). Esse fenômeno, ainda segundo Massad (2015), ocorre porque no
carregamento ascendente, se mobiliza primeiro os solos em maior profundidade (em
que o efeito do maior confinamento pode conferir comportamento mais resistente) para
depois mobilizar o solo mais superficial (em que o efeito do menor confinamento pode
conferir comportamento menos resistente)

Segundo Dada e Massad (2018), Massad (2015) também preparou ábacos


para obtenção do coeficiente c’ em casos simples de distribuição de atrito lateral
(Figura 11). Pode-se observar que para uma distribuição uniforme do atrito lateral
unitário último (fu), c’ = 0,5 (Figura 11a) e para o caso de fu crescendo linearmente com
a profundidade, tem-se c’ = 1/3 (Figura 11b).

Massad (2015) acredita que o sentido do deslocamento do fuste influencia a


resitência por atrito lateral, tanto que desenvolveu uma metodologia específica para o
ensaio bidirecional (para maiores detalhes ver, p. ex., Massad, 2015).

16
(a) (b)

Figura 11: Ábaco para as cargas ascendentes do ensaio bidirecional (DADA E MASSAD, 2018).

2.3 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA CURVA CARGA VERSUS RECALQUE

Segundo Velloso e Lopes (2010) a curva carga versus recalque precisa ser
interpretada para se definir a carga de ruptura da estaca (ou tubulão). Um exame
apenas visual da curva pode ser enganador mesmo nos casos em que a curva tende a
uma assíntota vertical, conforme mostrado por van der Veen (1953). A simples
mudança da escala do eixo dos recalques pode dar uma impressão muito diferente do
comportamento da estaca.

Há um grande número de critérios disponíveis na literatura de interpretação


da curva carga versus recalque, como mostram Vesic (1975), Fellenius (1975) e
Godoy (1983), os quais podem ser agrupados em quatro categorias, conforme citado
por Velloso e Lopes (2010):

1. Critérios que se baseiam num valor absoluto (ou relativo ao diâmetro) do


deslocamento, seja total, plástico ou residual;

2. Critérios que se baseiam na aplicação de uma regra geométrica à curva;

17
3. Critérios que buscam uma assíntota vertical;

4. Critérios que caracterizam a ruptura pelo encurtamento elástico da estaca


somado a uma percentagem do diâmetro da base.

Nos itens a seguir são detalhados cada um dos critérios citados acima.

2.3.1 Critérios que se baseiam num valor absoluto (ou relativo ao diâmetro) do
deslocamento.

Nesse critério, segundo Velloso e Lopes (2010), estão as normas de algumas


cidades americanas (Nova Iorque, Boston). Quando estabelecem valores absolutos,
esses critérios não reconhecem alguns fatos básicos sobre a mobilização do atrito e
da resistência de ponta ou base. Estes critérios passam a ser mais realistas quando
estabelecem valores relativos ao diâmetro.

Para Vesic (1977), citado por Velloso e Lopes (2010), o atrito lateral é
plenamente mobilizado com deslocamentos da ordem de 2% do diâmetro do fuste e a
resistência de base com deslocamentos da ordem de 10% do diâmetro da base.
Segundo Velloso e Lopes (2010), as indicações são exageradas, em especial para
estacas cravadas (as percentagens seriam, no máximo, a metade das sugeridas por
Vesic). Para estacas escavadas, é difícil caracterizar a ruptura física e, em geral,
adota-se uma ruptura convencional, caracterizada por um deslocamento de 10% do
diâmetro, por exemplo.

Segundo Niyama et al. (1996), citado por Melo (2009), a carga de ruptura de
acordo com estas normas deve ser a máxima do ensaio, desde que o recalque
residual (parcela plástica) seja maior que 0,50 in (12,70 mm) para a Norma de Boston
e 0,01 in/tf (0,28 mm/kN) para a Norma de Nova Iorque.

2.3.2 Critérios que se baseiam na aplicação de uma regra geométrica à curva.

Nesse critério, segundo Velloso e Lopes (2010) estão a norma sueca (Figura
12a) e o critério que reconhece como ruptura o ponto de maior curvatura da curva
carga versus recalque (Figura 12b). Uma alternativa é aquela em que a ruptura é
caracterizada pelo ponto de inflexão na curva carga versus recalque com ambos os
eixos em escala logarítmica (De Beer, 1967 e 1968).

18
Existem, também, outros critérios que se baseiam na aplicação de regra
geométrica à curva, como, por exemplo, as propostas de Housel (1956), de De Beer &
Wallays (1972), de Fuller & Hoy (1970) e de Butler & Hoy (1977).

Brinch Hansen (1963), citado por Melo (2009), propõe método baseado num
deslocamento máximo que se subdivide em dois critérios:

• Dos 90% de Brinch Hansen (norma sueca)

• Dos 80% de Brinch Hansen.

No critério dos 90%, citado por Fellenius (1980) e por Melo (2009), a carga
limite é a carga correspondente ao dobro do recalque medido para 90% desta carga,
analisada por meio da curva carga versus recalque.

(a) (b)

Figura 12: Curvas carga (Q) versus deslocamento (w). Em (a) critério Brinch Hansen (1963) e em
(b) Critério de maior curvatura (VELLOSO E LOPES, 2010).

Já no critério dos 80%, também citado por Fellenius (1980) e Melo (2009), a
carga limite é a carga que corresponde a 4 vezes o recalque medido para 80% desta
carga, verificados pela curva (rl/2) /Q versus r, onde (r) é o recalque e (Q) a carga,
conforme apresentado na Figura 13. A carga limite corresponde ao ponto da curva
(Qrup; rrup) calculado por:

1
Qrup = [Equaçã 3]
2 . √c1 . c2

19
c2
rrup = [Equaçã 4]
c1

onde C1 é coeficiente angular da reta e C2 é o intercepto no eixo das ordenadas,


quando o ponto (0,80. Qrup; 0,25. rrup) estiver próximo à curva carga versus recalque.

Figura 13: Curva carga-recalque critério 80% (MELO, 2009).

Os métodos propostos por De Beer (1967) e De Beer & Wallays (1972),


citados também por Fellenius (1980) e Melo (2009), consistem em gerar a curva carga
versus recalque em escalas logarítmicas, cujos valores de carga mais elevados
tendem a estabelecer duas retas (uma pseudoelástica e outra pseudoplástica). A
interseção destas duas retas define a carga de ruptura (Figura 14).

20
Figura 14: Gráfico bilogarítimico de De Beer (1967) (MELO, 2009).

Segundo Fuller & Hoy (1970), a carga de ruptura é a carga correspondente ao


ponto da curva carga versus recalque tangente a uma reta de inclinação 1,4 mm/10kN
(0,05 in/ton). Burin & Maffei (1989) mostram que esse método considera uma rigidez
no trecho plástico de 7 kN/mm.

Hoy, posteriormente (BUTLER & HOY, 1977), sugere outra forma de se


definir a carga de ruptura. A carga de ruptura seria obtida por meio da interseção das
tangentes ao trecho elástico e ao trecho plástico (Figura 15).

21
Figura 15: Aplicação das propostas de Fuller & Hoy (1970) e Butler & Hoy (1977).

Há, ainda, proposta de interpretação mais recente, o método da rigidez de


Decourt (1996), que consiste na apresentação dos resultados da prova de carga no
gráfico de rigidez. Este gráfico apresenta no eixo vertical à rigidez (razão
carga/deslocamento) em cada estágio de carregamento e no eixo horizontal a carga
atingida no estágio. Decourt observou que apenas no caso de estacas cravadas, que
tem a quase totalidade de sua capacidade de carga devida a atrito lateral, o gráfico
apresenta uma reta que, se prolongada, atingiria o eixo horizontal indicando rigidez
nula e, portanto, ruptura física.

Em trabalho recente, Decourt (2008) propõe que o gráfico de rigidez seja


interpretado (i) com os pontos correspondentes aos primeiros estágios como
indicadores do comportamento do atrito e (ii) com os pontos correspondentes aos
últimos estágios como indicadores do comportamento da ponta ou base. O primeiro
gráfico pode apresentar-se como uma reta, o que indica rigidez nula e ruptura física
para o atrito lateral. Já o segundo gráfico será, provavelmente, uma curva que não
atingirá o eixo horizontal, portanto, sem indicar ruptura física para a ponta ou base.
Nesses casos o citado autor sugere utilizar a ruptura convencional (carga referente a
10% do diâmetro da estaca) (VELLOSO E LOPES, 2010).

22
Figura 16: Método da Rigidez de Decourt (1996 e 2008) (MELO, 2009).

Vale destacar que a abordagem para interpretação da curva carga versus


recalque proposta na presente pesquisa (Capitulo 4), se baseia na aplicação de uma
regra geométrica à curva.

2.3.3 Critérios em que se busca uma assíntota vertical.

Quando uma prova de carga não é levada à ruptura ou atinge um nível de


recalque que não caracterize a ruptura, pode-se extrapolar a curva carga versus
recalque. Para isso, existem vários métodos disponíveis na literatura.

Segundo Velloso e Lopes (2010), nesse critério estão métodos como o de van
der Veen (1953), inclusive o modificado por Aoki (1976), e o de Chin (1970), que
procuram estabelecer uma assíntota vertical para a curva carga versus recalque. No
entanto, esses métodos são difíceis de serem aplicados na maioria dos casos da
prática em que há uma assíntota inclinada.

As abordagens mais utilizadas no Brasil são a de van der Veen (1953), a de


van der Veen modificada por Aoki (1976) e a de Chin (1970). Nesta dissertação será
utilizado o método de van der Veen (Figura 17). A extrapolação de van der Veen
baseia-se numa equação matemática (exponencial), que é ajustada ao trecho que se
dispõe da curva carga versus recalque:

(. )
Q = Qrup . (1 − ) [Equaçã 5]

23
onde Q representa um dado nível de carregamento, Qrup a carga máxima de
resistência do solo à penetração da estaca (carga de ruptura a qual se pretende
estimar), α representa a forma da curva carga versus recalque e r indica o recalque da
estaca ocasionado pela carga Q.

Figura 17: Curva carga versus recalque de van der Veen (1953) (MELO 2009).

Segundo van der Veen (1953), ao adaptar-se a Equação 5 obtém-se uma reta
passando pela origem, conforme a Equação 6:

α + r = −ln . (1 − ) [Equaçã 6]
máx

onde  é o coeficiente angular desta reta.

A carga de ruptura é obtida experimentando-se diferentes valores para a carga de


ruptura, Qrup, até que se obtenha uma reta no gráfico – ln(1-Q/Qrup) versus recalque,
conforme mostrado na Figura 18.

Segundo Velloso e Lopes (2010) com extrapolações usando o método de van der
Veen, ao longo de décadas, indica que esse método é confiável se o recalque máximo
atingido na prova de carga for, ao menos, 1% do diâmetro da estaca.

24
Figura 18: Exemplificação da solução gráfica por tentativas proposta por van der Veen (1953)
(MELO, 2009).

Cumpre destacar a contribuição de Aoki (1976) a qual deixa de impor que a


curva ajustada passe pela origem do sistema de coordenadas. A equação é então
modificada para:

(. )
Q= rup . (1 − ) [Equaçã 7]

onde b é o intercepto linear, no eixo das ordenadas (recalques), da reta obtida em


escala semilogarítimica. Assim, por meio desta abordagem, é possível obter-se fator
de correlação (r²) mais próximo de 1, indicando um melhor ajuste da curva carga
versus recalque.

Chin (1970 e 1971), citado por Melo (2009), considera que a região próxima
da ruptura da curva carga versus recalque seja hiperbólica, conforme a Figura 19.
Esse método representa o trecho final da curva carga versus deslocamento pela
expressão:

Qrup = ) [Equaçã 8]
( + ).

Onde o “Q” é a carga aplicada, “r” é o recalque, “a” o intercepto e “b” o


coeficiente angular da reta obtida na curva r/Q versus r.

25
Figura 19: Método de Chin (1970 e 1971) ( MELO, 2009).

2.3.4 Critérios que caracterizam a ruptura pelo encurtamento elástico da estaca


somado a uma percentagem do diâmetro da base.

Segundo Velloso e Lopes (2010), neste critério está a norma canadense,


baseada no método de Davisson (1972), que caracteriza a ruptura pelo deslocamento
correspondente ao encurtamento elástico da estaca (calculado como uma coluna),
somado a um deslocamento de ponta igual a d/120 + 4,8 mm. A norma brasileira
segue a norma canadense, exceto em que o deslocamento a ser somado é d/30. O
critério da norma pode ser aplicado mesmo quando a curva apresenta uma assíntota
vertical, conduzindo a interpretação de uma carga de ruptura menor (a favor da
segurança).

Segundo Melo (2009), o método proposto por Davisson (1979) é bastante


utilizado na América do Norte, principalmente em estacas ensaiadas através de
carregamento rápido.

De acordo com o método de Davisson (1972) (Figura 20), determina-se a


carga de ruptura como aquela correspondente à interseção da curva carga versus
recalque (extrapolada, se necessário) com a reta de equação:

rup.
r = 3,8 + + [Equaçã 9]
120 .

onde r é o recalque, Qrup a carga de ruptura convencional, L o comprimento da estaca,


A é a área da seção transversal da estaca, E o módulo de elasticidade do material da

26
estaca e d o diâmetro circunscrito à estaca.

Figura 20: Critério de Davisson (1972)

Segundo a NBR6122 (2010), a carga de ruptura pode ser convencionada


como aquela correspondente à interseção da curva carga versus recalque
(extrapolada se necessário) com a reta, conforme equação a seguir e Figura 21.

rup.
r= + [Equaçã 10]
30 .

Onde Qrup é a carga de ruptura convencional, d é o diâmetro da estaca, A é a


área da seção transversal do fuste, L o comprimento da estaca e E o módulo de
elasticidade do material da estaca.

Figura 21: Critério da norma brasileira NBR6122 (2010).

27
Segundo Velloso e Lopes (2010), Lopes (1979) sugere que a carga de ruptura
seja definida de forma semelhante à de Davisson (ou da norma brasileira), porém
incluindo uma estimativa do encurtamento elástico mais realista e um deslocamento
de ponta maior (Figura 22). A ruptura é definida de acordo com a formulação abaixo:

f
r = Qp + . + . [Equaçã 11]
 . p

onde r é o deslocamento, Qp a carga de ruptura da ponta, Qf a carga de ruptura do


fuste (relativo ao último estágio de carregamento, por exemplo),  o fator de modo de
distribuição do atrito lateral, L o comprimento da estaca,  fator de mobilizaçao da
resistência de ponta, que pode ser tornado como 0,05 (ou seja, 5%), d o diâmetro da
estaca e Ep é o modulo de elasticidade do material da estaca.

Essa proposta foi utilizada na presente pesquisa, pois contempla tipos


diferentes de distribuição do atrito lateral. Assim consegue-se obter condições
próximas ao real carregamento ascendente do ensaio bidirecional. Nas análises
efetuadas nesta pesquisa considerou-se  = 3% a 4% (fator de mobilização da ponta).

Figura 22: Proposta de Lopes (1979) (VELLOSO E LOPES, 2010)

28
2.3.5 Considerações

Nesta dissertação utiliza-se o método de van der Veen para extrapolação da


curva carga versus recalque, conforme descrito no item 2.3.3, quando a extrapolação
é necessária. Já para a interpretação da curva carga versus recalque (estimativa da
carga de ruptura) obtida de prova de carga são utilizados os seguintes métodos: o
proposto na NBR 6122 (2010) e o método de Lopes (1979), ambos descritos no item
2.3.4. Além das abordagens citadas é utilizada a proposta sugerida na presente
pesquisa, a qual é detalhada no Capítulo 4 (item 4.1.3).

2.4 MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS PARA ESTIMATIVA DA CAPACIDADE DE CARGA

No Brasil, o uso de sondagem a percussão associada ao SPT é sem dúvida a


investigação geotécnica mais difundida e realizada (MAGALHÃES, 2010). Por este
motivo, os profissionais que atuam na área de fundações se preocuparam em
desenvolver métodos de cálculo da capacidade de carga que utilizam SPT (VELLOSO
e LOPES, 2010).

Ainda segundo Velloso e Lopes (2010), os métodos semi-empíricos são


baseados em correlações empíricas com resultados de ensaios “in situ”. Há muitos
métodos semi-empíricos de estimativa da capacidade de carga de estacas disponíveis
na literatura. Meyerhof (1956) publicou seu primeiro trabalho e, possivelmente, foi o
primeiro pesquisador a desenvolver um método semi-empírico para estimar a
capacidade de carga de estacas utilizando o SPT.

Na presente pesquisa são utilizados os seguintes métodos: Aoki e Velloso


(1975), Decourt e Quaresma (1978), Pedro Paulo Costa Velloso (1979), Alberto
Henriques Teixeira (1996) e Urbano Rodrigues Alonso (1996). Uma breve descrição
dos mesmos é feita nos itens a seguir.

2.4.1 Método Aoki e Velloso (1975).

Em 1975 os Engenheiros Nelson Aoki e Dirceu Velloso apresentaram o


método de estimativa da capacidade de carga de estacas, desenvolvido a partir de
correlações entre resultados de ensaios de penetração do cone (CPT), provas de

29
carga em estacas e sondagens à percussão (SPT).

Como no Brasil o CPT não é tão difundido quanto o SPT, foram utilizadas
correlações entre o valor da resistência de ponta do cone (qc) e o índice de resistência
à penetração NSPT, desenvolvidas por Costa Nunes e Fonseca (1959).

A partir da retroanálise de resultados de 63 provas de carga em estacas,


realizadas em vários estados do Brasil, e conhecidas todas as variáveis da equação
(12), seria possível calcular os fatores de correção F1 e F2. No entanto, como não se
dispunha de provas de carga instrumentadas, as quais permitiriam separar a
capacidade da ponta da do fuste, só foi possível obter um dos fatores. Dessa forma,
como constatado que F1≤F2≤2 F1, adotou-se, de uma forma conservadora, F2 = 2 F1.

Com base em resultados obtidos em ensaio de cone (CPT), segundo Aoki e


Velloso (1975), a capacidade de carga da estaca pode ser assim obtida:

qcone τcone
Qrup=Ab.qp+U. τ . ∆l = Ab. +U. . ∆l [Equação 12]
F1 F2

onde Qrup é a carga de ruptura da estaca, Ab a área da base, qp = qcone / F1 é a

resistência de ponta unitária, cone /F2 é a resistência por atrito lateral unitária, U o

perímetro da estaca, e l é o trecho da estaca onde cone /F2 é aplicável.

Introduzindo as correlações entre o ensaio SPT e o ensaio CPT obtém-se:

qcone = k. N [Equação 13]

τcone = α. qcone = α. k. N [Equação 14]

onde K é coeficiente função do tipo solo, N é o número de golpes dados no


ensaio SPT e α é o coeficiente estabelecido por Begemann (1965) para correlacionar
o atrito lateral local do cone com luva Begemann e a resistência de ponta do cone. A
Tabela 4 apresenta valores de k e já a Tabela 4 os valores de F1 e F2 sugeridos por
Aoki e Velloso (1975).

30
Tabela 1: Valores de K e a segundo diversos autores (MAGALHÃES, 2010).

Aoki e Velloso Monteiro Danziger Laprovitera


Classificação do (1975) (1997) (1982) (1988)
Solo K α K α K α α*
MPa (%) MPa (%) MPa (%) (%)
Areia 1.00 1.4 0.73 2.1 0.60 1.4 1.4
Areia siltosa 0,80 2.0 0.68 2.3 0.53 1.9 1.9
Areia silto-argilosa 0.70 2.40 0.63 2.4 0.53 2.4 2.4
Areia argilo-siltosa 0.50 2.8 0.57 2.9 0.53 2.8 2.8
Areia argilosa 0.60 3.0 0.54 2.8 0.53 3.0 3.0
Silte arenoso 0.55 2.2 0.50 3.0 0.48 3.0 3.0
Silte areno-argiloso 0.45 2.8 0.45 3.2 0.38 3.0 3.0
Silte 0.40 3.0 0.48 3.2 0.48 3.0 3.0
Silte argilo-arenoso 0.25 3.0 0.40 3.2 0.38 3.0 3.0
Silte argiloso 0.23 3.4 0.32 3.6 0.30 3.4 3.4
Argila arenosa 0.35 2.4 0.44 3.2 0.48 4.0 2.6
Argila areno-siltosa 0.30 2.8 0.30 3.8 0.38 4.5 3.0
Argila silto-arenosa 0.33 3.0 0.33 4.1 0.38 5.0 3.3
Argila siltosa 0.22 4.0 0.26 4.5 0.25 5.5 3.6
Argila 0.20 6.0 0.25 5.5 0.25 6.0 4.0

Tabela 2: Valores de F1 e F2 (AOKI e VELLOSO, 1975)

Tipo de estaca F1 F2
Franki 2.50 5.00
Pré-moldada de concreto 1.75 3.50
Metálica 1.75 3.50
Escavada 3.00 6.00

Segundo Souza (2018), trabalhos realizados na escola politécnica da UFRJ


apontam que os valores de F1 = 2 e F2 = 4 conduziram a uma estimativa aceitável,
ligeiramente conservadora, para a avaliação de estacas do tipo raiz, hélice contínua e
ômega.

2.4.2 Método Dècourt e Quaresma (1978 e 1996).

O método Décourt e Quaresma (1978) tem como característica a estimativa


da capacidade de carga lateral e de ponta separadamente. Através dos números de
golpes apresentados no ensaio por SPT e do tipo de solo, define-se a capacidade de
carga da ponta Qp, que é dada pela expressão:

Qp = C. N [Equação 15]

31
onde N é a média aritmética dos valores de NSPT no nível da ponta, imediatamente
acima e imediatamente abaixo do nível da ponta e C é o coeficiente relacionado ao
tipo de solo apresentado na Tabela 4.

Tabela 3; Valores de C (DECOURT E QUARESMA, 1978)

Tipo de solo C (kPa)


Argila 120
Silte argiloso (alteração de rocha) 200
Silte arenoso (alteração de rocha) 250
Areia 400

Para se definir a capacidade de carga por atrito lateral utiliza-se a média de


valores de N ao longo do fuste (NSPT). Para essa média excluem-se os valores de N
utilizados para estimativa de capacidade de carga de ponta. Sendo assim a
capacidade de carga por atrito lateral (Qal) é dada por (unidade tf / m2):

SPT
Qal = +1 [Equação 16]
3

Em 1996 Decourt propôs alterações ao método, através da inclusão de dois


novos fatores ( e ) que levam em consideração estacas com outros tipo de
execução (originalmente só pré-moldadas foram contempladas). Os novos fatores
visavam a correção da capacidade de carga da ponta () e do atrito lateral (), sendo
assim Decourt (1996) propõe uma nova expressão:

Qrup = C. N. Ab + . +1 . .L [Equação 17]


3

onde Ab é a área da base da estaca, U é o perímetro da estaca e L o comprimento da


estaca:

A Tabela 4 apresenta valores de  e  para alguns tipos de estaca.

Tabela 4: Valores de “α” e “β”, segundo Décourt (1996).

Escavadas Hélice
Escavadas Raiz Injetadas
Solo com lama continua
α β α β α β α β α β
Argilas 0.85 0.80* 0.85 0.90* 0.30* 1.0* 0.85* 1.5* 1.0* 3.0*
Intermediários 0.60 0.65* 0.60 0.75* 0.30* 1.0* 0.60* 0.6* 1.0* 3.0*
Areias 0.50 0.5* 0.50 0.6* 0.30* 1.0* 0.50* 1.5* 1.0* 3.0*
*Valores apenas orientativos diante do reduzido número de dados disponíveis

32
2.4.3 Método Pedro Paulo Costa Velloso (1981).

Segundo Velloso (1981), a estimativa da capacidade de carga (Qrup) de um


elemento de fundação é dado pela seguinte expressão:

Qrup  U    cone li  Ab   qcone [Equação 18]

onde U é o perímetro da seção transversal do fuste, Ab é a área da base da estaca, α


é o fator de execução da estaca, λ é o fator de carregamento (compressão = 1 e
tração = 0,7), β = 1,016 - 0,016, Bb/dc (para estacas comprimidas e 0 para estacas
tracionadas), dc é diâmetro da ponta do cone, 3,6 cm, Bb é a largura da base da estaca
ou o diâmetro, no caso de circular, l é o atrito lateral unitário médio em cada trecho da
camada de solo com espessura li atravessada pela estaca, qp é a tensão de ruptura do
solo sob a ponta da estaca

No caso de possuir dados do ensaio CPT, Velloso (1981); pode-se adotar:

l  fs [Equaçã 19]

q c1  q c 2
qp  [Equaçã 20]
2
onde q c1 é a média dos valores medidos da resistência de ponta qc no ensaio de cone

numa espessura igual a 8Bb logo acima do nível da ponta da estaca (adotar valores

nulos de qc, acima do nível do terreno, quando l< 8 Bb),


qc 2 é a média dos valores

medidos da resistência de ponta qc no ensaio de cone numa espessura igual a 3,5 Bb


logo abaixo do nível da ponta da estaca.

Para o caso em que só se dispõe de sondagem à percussão associada ao SPT,


Velloso (1981) definiu a seguinte correlação:

f s  a' N b'
[Equaçã 21]

qc  a N b
[Equaçã 22]

33
onde N é o índice de resistência à penetração do amostrador na sondagem à
percussão, a, b, a’ e b’ são parâmetros de correlação entre a sondagem à percussão e
o ensaio de cone, definidos para o solo do local da obra.

Os valores aproximados de a, b, a’ e b’ obtidos por Velloso (1981) são


indicados na Tabela 5.

Tabela 5: Valores aproximados de a, b, a’ e b’ (VELLOSO, 1981).

Ponta Atrito Lateral


Tipo do solo
a (kPa) b a' (kPa) b'

Areias sedimentares submersas (1) 600 1 5,0 1

Argilas sedimentares submersas (1) 250 1 6,3 1

Solos residuais de gnaisse arenos


500 1 8,5 1
siltosos submersos (1)
Solos residuais de gnaisse silto
400 1 8,0 1
arenosos submersos (1)
Solos residuais de gnaisse silto
470 0,96 12,1 0,74
arenosos submersos (2)

(1) Dados obtidos na região da Refinaria Duque de Caxias (RJ)


(2) Dados obtidos na região da obra da Açominas (MG)

2.4.4 Método Alberto Henriques Teixeira (1996).

Para a determinação da carga de ruptura de estacas, Teixeira (1996) propôs


a seguinte formulação:

Qrup=α.Np.Ap+ .Nl.U.L [Equaçã 24]

onde U é o perímetro da estaca,  é o parâmetro adotado em função do tipo de


estaca,  é o parâmetro adotado em função do tipo de solo e do tipo de estaca, Np é o
valor médio do número de golpes do SPT no intervalo de 4 diâmetros acima da ponta
da estaca e até 1 diâmetro abaixo da ponta, Nl é o valor médio do número de golpes
do SPT ao longo do fuste da estaca e L é o comprimento da estaca.

A Tabela 6 apresenta valores dos parâmetros  e 

34
Tabela 6: Valores de “” e “”, segundo Teixeira (1996).

Tipo de solo
β
Tipo de estaca α (t/m2)
(t/m2)
ARGS ARGA SAG SAR AREA ARS ARE ARP
Pré-moldada e aço 0.40 11.0 21.0 16.0 26.0 30.0 36.0 40.0 44.0
Franki 0.50 10.0 16.0 12.0 21.0 24.0 30.0 34.0 38.0
Hélice contínua 0.40 10.0 13.0 11.0 16.0 20.0 22.0 27.0 31.0
Esc. s/ revestimento 0.40 10.0 13.0 11.0 16.0 20.0 22.0 27.0 31.0
Esc. c/ revestimento 0.40 10.0 13.0 11.0 16.0 20.0 22.0 27.0 31.0
Raiz 0.60 10.0 14.0 11.0 16.0 19.0 22.0 26.0 29.0

As abreviaturas na Tabela 6 significam ARGS: Argila siltosa; ARGA: Argila


arenosa; SAG: Silte argiloso; SAR: Silte arenoso; AREA: Areia argilosa; ARS: Areia
siltosa, ARE: Areia e ARP: Areia com pedregulhos.

2.4.5 Método Urbano Rodrigues Alonso (1996 e 2012).

Alonso (1996 e 2012) determina a capacidade de carga da estaca do tipo


hélice contínua por meio da seguinte expressão:

Qrup = Ab.rp + U. ∆l.rl [Equaçã 25]

onde U é o perímetro da estaca, Ab seria a área da base da estaca, rl é a tensão média


de adesão (atrito lateral) entre a estaca e o solo, na camada de espessura l. Rp é a
tensão média na ruptura do solo na cota da ponta da estaca.

O método original de Alonso (1996) baseava-se no ensaio SPT-T, mas foi


adaptado para o ensaio SPT por meio das seguintes correlações obtidas
estatisticamente, Tmáx = 1,2N e Tmín = N, onde N é o valor de NSPT e T é o valor do
torque em (kgf,m).

Com isso, tomando como base as correlações acima, pode-se substituir na


fórmula de Alonso o valor de rl e rp por: rl = 0,43N e rp = 20N (areias), 15N (argilas) e
8N (solos expansivos), usando a unidade (tf/m²).

35
3 METODOLOGIA PROPOSTA PARA CONSTRUÇÃO DA CURVA EQUIVALENTE
CARGA VERSUS RECALQUE DO ENSAIO BIDIRECIONAL

A presente pesquisa propõe uma nova metodologia para construção da curva


equivalente bidirecional. A proposta consiste em utilizar as cargas totais (carga
ascendente + carga descendente) e deslocamentos totais (deslocamento ascendente
+ deslocamento descendente) obtidos em cada estágio de carregamento,
possibilitando avaliação do comportamento da estaca à medida que a prova evolui.
Assim, a metodologia proposta difere da de Silva (1983), apresentada no item 2.2,
pelo fato não haver necessidade das curvas carga versus deslocamento (ascendentes
e descendentes, Figura 23a) completas, até o final da prova, estarem disponíveis.

Para efeito de entendimento, a Figura 23 apresenta a construção da curva


equivalente a partir de curvas parciais (Figura 23a) do ensaio bidirecional, não
corrigidas pelo peso próprio; pois no caso dessa correção, as cargas (corrigidas) ao
final de cada estágio devem ser incorporadas, conforme descrito no item 2.2 (não se
observando mais o 2 Qi).

(a) (b)

Figura 23: Construção da curva carga versus recalque equivalente proposta na atual pesquisa

Essa proposta de construção de curva equivalente é conveniente nos ensaios


em que há dificuldade de instrumentação com telltales, o que ocorre, por exemplo, no
caso de estacas pré-moldadas cravadas. Nesse caso, a construção da curva
equivalente por estágios pode ser feita utilizando-se o volume de fluido que sai da
bomba para se estimar o deslocamento da célula expansiva, consequentemente da

36
estaca, a cada incremento de carregamento. Consegue-se, assim, obter uma curva
equivalente sem a necessidade dos deslocamentos parciais ( descendente e 
ascendente). Cumpre salientar que a utilização dos telltales deve ser preferida, pois
fornece importantes informações, sem as quais não é possível conhecer os
deslocamentos parciais obtidos no ensaio.

No caso de estacas pré-moldadas vale comentar que a instalação da célula


expansiva é feita por ocasião da fabricação da estaca, utilizando-se emenda com
elemento metálico, designado cartola, que une os trechos superior e inferior da estaca.
Após a realização do ensaio a integralização do fuste segue o procedimento usual.

Conforme já mencionado anteriormente, as cargas totais devem considerar o


peso próprio da estaca, submerso quando for o caso (para o segmento acima da
célula, carga ascendente – peso próprio do segmento, e para o segmento abaixo da
célula, carga descendente + peso próprio do segmento).

3.1 COMPARAÇÃO DA CONSTRUÇÃO DE CURVAS CARGA VERSUS RECALQUE EQUIVALENTE.

Quando se examinam os resultados das provas de carga e as curvas


equivalentes construídas, nota-se que – em função dos deslocamentos atingidos pelos
segmentos superior e inferior – ocorrem três situações:

(i) quando os deslocamentos dos dois segmentos são da mesma ordem de


grandeza;

(ii) quando os deslocamentos do segmento superior são muito menores;

(iii) quando os deslocamentos do segmento inferior são muito menores.

O caso (ii) acima corresponde aos casos de ensaios em estacas cujas bases
estão assentes em material não muito mais resistente que o material do fuste. Como
se sabe, para um mesmo material, a relação carga versus deslocamento do fuste é
muito mais rígida do que a mesma relação para carregamento da base. O caso (iii)
ocorre quando a base da estaca está em solo muito competente ou em alteração de
rocha.

Observa-se que quanto maior for à diferença entre os deslocamentos de cada


trecho, maior a diferença entre as curvas equivalentes propostas por Silva (1983) e

37
proposta na presente pesquisa. Isso decorre da necessidade de extrapolação da curva
carga versus deslocamento de um dos trechos para a construção da curva segundo
Silva (1983). Nos itens a seguir (3.1.1 a 3.1.3) serão apresentados resultados típicos
dessas situações.

De modo que se possa avaliar a diferença no formato das curvas


equivalentes obtidas por meio de Silva (1983) e da construção proposta nesta
pesquisa, serão apresentadas algumas análises efetuadas baseadas em dados de
provas de carga realizadas pelo método bidirecional. Essas provas de carga compõem
o banco de dados utilizado na presente pesquisa o qual é apresentado no Capítulo 5.

Nas figuras seguintes (Figura 24 a 34), há uma linha reta usada para
definição da capacidade de carga (carga de ruptura), conforme norma brasileira NBR
6122. Segundo essa norma, a carga de ruptura corresponde ao deslocamento dado
pelo encurtamento elástico da estaca como uma coluna livre somado ao diâmetro da
estaca dividido por 30. Em alguns casos, foi necessária a extrapolação da curva carga
versus recalque equivalente devido ao recalque do ensaio ser inferior ao recalque
obtido pelo método de interpretação proposto pela norma. O trecho extrapolado está
indicado em pontilhado. A extrapolação foi feita pelo método de van der Veen (1953).
Ainda: nas curvas carga versus recalque equivalentes (figuras à direita) a escala de
recalques foi escolhida para um recalque máximo de 7% do diâmetro da estaca.

3.1.1 Casos em que os deslocamentos dos dois segmentos são da mesma ordem de
grandeza.

As Figuras 24 e 25 apresentam curvas equivalentes construídas pelas duas


propostas (SILVA, 1983 e proposta sugerida nesta pesquisa), para duas estacas
escavadas, em que os deslocamentos dos dois segmentos são da mesma ordem de
grandeza. As curvas equivalentes pelas duas propostas apresentam diferenças, em
termos de rigidez, na primeira prova, mas não na segunda. Já os resultados, em
termos de capacidade de carga, são muito próximos.

38
Carga (kN) Carga (kN)

45 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000


0
35
Deslocamento (mm) 25
15 20

Recakque (mm)
5
-5 0 1000 2000 3000 4000 40
-15
-25
60
-35 Silva
Curva Carga - Delsocamento (Descendente) Cruz
-45
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Linha da norma brasileira
-55 80

Figura 24: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-11B e (b) Curvas carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa, com a utilização da norma brasileira para
derterminar a carga de ruptura.

Carga (kN) Carga (kN)


3 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000
0
2
20
1
Deslocamento (mm)

40
Recalque (mm)

0
0 4000 8000 12000 16000 20000 24000 28000
60
-1

-2 80

100 Silva
-3 Curva Carga - Deslocamento (Descendente) Cruz
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Linha da norma brasileira
-4 120

Figura 25: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-32B e (b) Curvas carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa, com a utilização da norma brasileira para
derterminar a carga de ruptura.

As Figuras 26 e 27 apresentam curvas equivalentes construídas pelas duas


propostas (SILVA, 1983 e proposta sugerida nesta pesquisa), para duas estacas
hélice contínua. As curvas equivalentes das duas propostas são diferentes, em termos
de rigidez, na primeira prova, mas não na segunda. Os resultados, em termos de
capacidade de carga, são muito próximos.

39
Carga (kN) Carga (kN)

30 0 500 1000 1500 2000 2500 3000


0
20

10 20
Deslocamento (mm)

Recalque (mm)
0
0 400 800 1200 1600
40
-10

-20
60
-30 Curva Carga - Deslocamento (Descendente) Silva
Cruz
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Linha da norma brasileira
-40 80

Figura 26: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-04B e (b) Curvas carga
versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa, com a utilização da norma brasileira para
derterminar a carga de ruptura.

Carga (kN) Carga (kN)


15
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
12 0

9
10
6
Recalque (mm)
Deslocamento (mm)

3
20
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
-3
30
Silva
-6 Curva Carga - Deslocamento (Descendente) Cruz
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Linha da norma brasileira
-9 40

Figura 27: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-05B e (b) Curvas carga
versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa, com a utilização da norma brasileira para
derterminar a carga de ruptura.

3.1.2 Casos em que o deslocamento de um dos segmentos é muito superior ao


outro.

As Figuras 28 e 29 apresentam as curvas equivalentes de duas estacas


escavadas, em que os deslocamentos dos dois segmentos são de ordens de grandeza
diferentes. Observa-se que os resultados são diferentes em temos de rigidez e de
capacidade de carga.

40
Carga (kN) Carga (kN)
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
0 0
0 400 800 1200 1600 2000 2400 2800 3200
10
-20
Deslocamento (mm)

20

Recalque (mm)
-40
30

-60 40

50
-80 Silva
Curva Carga - Deslocamento (Descendente) 60 Cruz
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Linha da norma brasileira
-100 70

Figura 28: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-15B e (b) Curvas carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa, com a utilização da norma brasileira para
derterminar a carga de ruptura.

Carga (kN) Carga (kN)


0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
-10
20
Recalque (mm)
Deslocamento (mm)

-30
40

-50
60
Curva Carga - Deslocamento (Descendente) Silva
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Cruz
Linha da norma brasileira
-70 80

Figura 29: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-28B e (b) Curvas carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa, com a utilização da norma brasileira para
derterminar a carga de ruptura.

As Figuras 30 e 31 apresentam as curvas equivalentes de duas estacas


hélice contínua, em que os deslocamentos dos dois segmentos não são da mesma
ordem de grandeza. Observa-se que os resultados são próximos tanto em temos de
rigidez quanto de capacidade de carga.

41
Carga (kN) Carga (kN)
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
0 0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
-5
-10 10
-15

Recalque (mm)
Deslocamento (mm)

-20 20
-25
-30 30
-35 Silva
Curva Carga - Deslocamento (Descendente) Cruz
-40 40
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Linha da norma brasileira
-45

Figura 30: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-27B e (b) Curvas carga
versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa, com a utilização da norma brasileira para
derterminar a carga de ruptura.

Carga (kN) Carga (kN)


24 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
0
Curva Carga - Deslocamento (Descendente)
20
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente)
10
16
Deslocamento (mm)

Recalque (mm)

12 20

8
30
4
40 Silva
0
Cruz
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Linha da norma brasileira
-4 50

Figura 31: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-34B e (b) Curvas carga
versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa, com a utilização da norma brasileira para
derterminar a carga de ruptura.

3.1.3 Casos com provas de carga convencionais.

Curvas carga-recalque de provas de carga convencionais (carregamento no


topo) foram comparadas com as construções propostas para as provas bidirecionais.

Na Figura 32 apresenta-se, para uma estaca escavada, além das curvas


equivalentes construídas a partir da prova bidirecional, o resultado de prova de carga
convencional. Primeiro, realizou-se a prova bidirecional e, depois de 8 meses, a prova
convencional na mesma estaca. Provas de carga convencionais e bidirecionais,

42
quando realizadas na mesma estaca, costumam fornecer resultados bastante
diferentes, como ocorreu no presente caso.

Carga (kN) Carga (kN)


0 1500 3000 4500 6000 7500
0
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 10
-30 20
Deslocamento (mm)

Recalque (mm)
-60 30

40
-90
50 Silva
-120 Cruz
Curva Carga - Deslocamento (Descendente) 60 P. convencional
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Linha da norma brasileira
-150 70

Figura 32: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-07B e (b) Curvas carga versus
recalque equivalentes segundo Silva (1983) e presente pesquisa, e de prova convencional, com
determinação da carga de ruptura pela norma brasileira.

As Figuras 33 e 34 apresentam, para uma estaca escavada e para uma


estaca hélice contínua, além das curvas equivalentes segundo Silva (1983) e a
presente pesquisa, as curvas carga versus recalque de provas de carga convencionais
executadas em estacas próximas e com as mesmas características.

Carga (kN) Carga (kN)


0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
2
0
0
0 500 1000 1500 2000 10
-2
Deslocamento (mm)

-4 20
Recalque (mm)

-6 30

-8 40
-10
50 Silva
-12 Cruz
Curva Carga - Deslocamento (Ponta) 60 P. convencional
-14 Linha da norma brasileira
Curva Carga - Deslocamento (Fuste)
-16 70

Figura 33: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-22B e (b) Curvas carga versus
recalque equivalentes segundo Silva (1983) e presente pesquisa, e de prova convencional, com
determinação da carga de ruptura pela norma brasileira.

43
Carga (kN) Carga (kN)
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
0
-5

-10 10
Deslocamento (mm)

Recalque (mm)
-15
20

-20

30 Silva
-25 Cruz
Curva Carga - Deslocamento (Descendente)
P. convencional
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Linha da norma brasileira
-30 40

Figura 34: a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-16B e (b) Curvas carga
versus recalque equivalentes segundo Silva (1983) e presente pesquisa, e de prova convencional,
com determinação da carga de ruptura pela norma brasileira.

Considerando apenas as provas convencionais em estacas próximas e de


mesmas características, observou-se que seus resultados se aproximam – em termos
de rigidez até a carga de serviço – da construção de Silva (1983); em termos de carga
de ruptura, os resultados das provas convencionais se aproximam mais das curvas
propostas na presente pesquisa.

As demais curvas elaboradas a partir do banco de dados de ensaios (Capítulo


5), são apresentadas no Anexo 1. As análises quanto à capacidade de carga de carga
dos elementos de fundação e a avaliação da rigidez na carga de serviço são
abordadas mais adiante, no Capítulo 6.

44
4 PROPOSTA PARA DETERMINAÇÃO DA CARGA DE RUPTURA EM PROVAS
DE CARGA.

A presente pesquisa traz uma nova proposta de interpretação de dados


obtidos em provas de carga, que foi concebida a partir da observação dos seguintes
critérios gráficos, utilizados em mecânica dos solos e fundações:

(i) Procedimento gráfico utilizado na determinação da Tensão de pré-


adensamento do ensaio de adensamento e
(ii) Procedimento sugerido por Fuller & Hoy (1970)

Foi observada uma similaridade entre as curvas tensão vertical efetiva (σ’v)
em escala logarítmica versus índice de vazios (e) – em ensaios oedométrios – e
curvas carga (Q) versus recalque (r) obtidas em provas de carga estática. Essa
similaridade levou à proposta de se considerar a mudança de um estado elástico para
um estado plástico na curva do ensaio oedométrios como semelhante à mudança de
um estado elastoplástico para um estado plástico que ocorre na curva carga versus
recalque da prova de carga.

Descrevem-se a seguir os métodos que inspiraram a criação da nova


metodologia de estimativa da carga de ruptura.

4.1.1 Método Pacheco Silva para interpretação do ensaio Oedométrico.

Segundo a NBR 12007, o método Pacheco Silva consiste em traçar uma reta
horizontal a partir do índice de vazios inicial (ei) no eixo das abscissas, prolongar o
trecho virgem da curva obtida no ensaio de adensamento até interceptar a horizontal a
partir do índice de vazios inicial.

No ponto de intercessão (P), traça-se reta vertical até interceptar a curva do


ensaio. A partir deste ponto da curva, traça-se uma reta horizontal até atingir-se o
prolongamento da reta virgem, determinando assim o ponto correspondente à pressão
de pré-adensamento.

45
P

Figura 35: Curva Determinação da pressão de pré-adensamento pelo método de Pacheco Silva
(NBR12007, 1990).

4.1.2 Método de Fuller & Hoy (1970).

O método de Fuller & Hoy (1970) (item 2.3.2) se refere a um critério que
aplica uma regra geométrica à curva carga versus deslocamento em que a carga de
ruptura é a correspondente ao ponto da curva carga versus recalque tangente a uma
reta de inclinação 1,4 mm/ 10kN (0,05 in/ton). Burin & Maffei (1989) mostram que esse
método considera uma rigidez no trecho plástico de 7 kN/mm.

4.1.3 Método Proposto de Interpretação.

O método proposto para determinação da carga de ruptura, por meio de


interpretação de dados de provas de carga, se baseia em critério que aplica uma regra
geométrica à curva carga versus recalque.

A proposta consiste em utilizar uma adaptação da reta tangente proposta por


Fuller & Hoy (1970), de inclinação 0,14 mm/kN (0,05 in/ton). Assim é proposta reta
tangente com inclinação dada por 1mm/ Kplast. (Figura 36). O parâmetro Kplast (kN/mm).
é definido mais adiante e trata-se da rigidez representativa do trecho plástico da curva

46
carga versus recalque equivalente, com base no banco de dados analisado. A rigidez
(Kplast) é função do tipo e diâmetro da estaca. Na proposta sugerida, também, é
utilizado traçado (retas verticais e horizontais) similar ao proposto por Pacheco Silva
(NBR 12007:1990).

(2)

(4) (6)

Figura 36: Esquema representativo da aplicação do método proposto.

Para melhor entendimento, as etapas necessárias (Figuras 36 e 37) à


aplicação do método proposto são descritas a seguir:

1) Traçar reta (1) tangente de inclinação (1mm/ Kplast) à curva carga versus recalque
obtida da prova de carga;

2) Definir ponto (2) de interseção da reta (1) com o eixo das abscissas;

3) Traçar pelo ponto (2) uma vertical (3) até atingir-se a curva carga versus recalque;

4) Definir o ponto (4) na interseção da reta (3) com a curva carga versus recalque;

5) Pelo ponto (4) traçar horizontal (5);

6) Definir o ponto Q (6) na interseção da horizontal (5) com a reta de inclinação dada
por Kplast (reta 1);

7) A carga de ruptura QRup é o valor da abscissa do ponto Q.

47
Carga (kN)

Reta (1)

Figura 37: Etapas de utilização do método proposto para interpretação de curvas carga versus
recalque em provas de carga estática.

O método proposto se baseia no fato da curva carga versus recalque de uma


prova de carga não possuir um trecho inicial de comportamento, de fato, elástico, mas
sim elastoplástico. A proposta de traçado não é afetada pela declividade do trecho
inicial da curva carga versus recalque, diferentemente do que ocorre na proposta de
Butler & Hoy (1970) que propõem traçado de reta tangente ao trecho inicial da curva
considerado elástico.

Para a definição da rigidez Kplast, foram analisadas 32 estacas do tipo


escavada, hélice continua e ômega, sendo que as estacas do tipo hélice contínua e
ômega foram avaliadas conjuntamente. Para cada ensaio foi verificada a rigidez Kplast
que fornecesse o melhor ajuste à curva carga versus recalque equivalente obtida

48
através do ensaio bidirecional. O banco de dados será apresentado no capítulo 5 e a
avaliação detalhada da rigidez do trecho plástico é feita no capítulo 6.

Foi observada uma rigidez Kplast diferente para cada tipo de curva equivalente:
construída com base na proposta da presente pesquisa (Capítulo 3) e por Silva (1983).
Os diferentes tipos de estacas também forneceram resultados distintos. A Tabela 8
resume os coeficientes Kplast obtidos. Nesta tabela d é o diâmetro da estaca.

Tabela 7: Valores de Kplast para as diferentes curvas equivalentes e diferentes tipos de estacas
avaliadas.

Silva (1983) Cruz (2019)


Tipo de estaca
Kplast (kN/mm) Kplast (kN/mm)

Escavada 11,6 - 0,0006.d 12,2 - 0,0017.d

Hélice Contínua e Ômega 11,0 - 0,0018.d 8,4 + 0,0015.d

Verificou-se que a variação do Kplast em relação ao diâmetro e tipo de estaca,


de fato, ocorre. No entanto, essa variação é pequena. Sendo assim, na ausência das
equações para definição do Kplast, propõe-se utilizar uma declividade da reta tangente
de 1mm /10kN (reta 1).

No item 6.2 são apresentadas as análises dos resultados utilizados na


determinação da declividade padrão da reta tangente. Já no item 6.5 é discutida a
condição necessária (rigidez do trecho plástico) para utilização da abordagem
proposta.

49
5 BANCO DE DADOS DE PROVAS DE CARGA BIDIRECIONAIS E EXEMPLOS DE
SUA INTERPRETAÇÃO

Nesta dissertação são analisadas provas de carga estática, realizadas pelo


método bidirecional. Os dados relativos a cada ensaio são expostos no item 5.1, que
descreve o banco de dados utilizado. Nos itens 5.2 e 5.3 são apresentados os
resultados completos para dois ensaios: em estaca do tipo escavada e do tipo hélice
contínua. Estas análises exemplificam o procedimento utilizado na pesquisa, o qual é
repetido para as demais estacas ensaiadas, cujos resultados são apresentados no
Capítulo 6 (análise do conjunto de provas de carga).

5.1 BANCO DE DADOS

Neste item são apresentadas informações das 52 provas de carga estática,


realizadas pelo método bidirecional. O Banco de Dados contempla 22 estacas
escavadas, 12 Tubulões, 09 estacas hélice contínua, 04 estacas Strauss, 03 estacas
de tipos desconhecidos (02 do tipo Tenge e 01 do tipo Kegelbohr), 02 estacas
Ômegas e 01 estaca do tipo Raiz (Tabela 8).

Nesta dissertação são analisados 32 ensaios realizados em estacas


escavadas, hélice continua e ômega. As estacas do tipo hélice contínua e ômega
foram avaliadas conjuntamente.

Nos tubulões, os ensaios realizados pelo método bidirecional não tiveram o


intuito de observar a capacidade de carga dos mesmos, mas sim obter a tensão
admissível na base, e, por isso, esses ensaios não serão analisados. Ensaios em
estacas do tipo strauss, raiz e de procedimentos desconhecidos foram
desconsiderados nas análises. A estaca PC-31B também não terá seus resultados
apresentados, mesmo sendo escavada, pois o ensaio foi inconclusivo, não permitindo
a construção da curva carga versus recalque equivalente por nenhuma das propostas
existentes.

50
Tabela 8: Banco de Dados

Nº. da Nº. da d L Carga Desloc.


Tipo da Perfil estratigráfico
Local prova de estaca na máx. máx. Fonte Observações
estaca “predominante”
carga obra (mm) (m) (kN) (mm)

São Paulo PC-01B PCE-07 Ômega 700 11,5 1580 37,5 Fellenius (2014) Silte argilo-arenoso -

Falconi e Maset (2016) e Maset et


Paraná PC-02B PC01 Escavada 900 26,9 5050 7,0 Argila siltosa -
al (2016)

Minas Gerais PC-03B PC-1 Straus 520 13,0 1510 18,1 Silva (1983) Argila arenosa + Silte arenoso -

Rio de Janeiro PC-04B P-35B Hélice 700 16,6 2713 62,3 Consultrix Engenheiros Associados Silte Argilo-arenoso -

Rio de Janeiro PC-05B P-42B Hélice 700 16,6 3000 21,9 Consultrix Engenheiros Associados Silte argiloso -

Rio de Janeiro PC-06B P6B Escavada 1300 22,4 5272 69,0 Consultrix Engenheiros Associados Areia -

Santa Catarina PC-07B ET6 Escavada 1000 24,3 5400 195,0 Sestren (2018) Areia argilo siltosa -

Houve insuficiência do
Rio de Janeiro PC-08B P6C Escavada 1300 28,0 8474 236,0 Consultrix Engenheiros Associados Areia + Argila siltosa
sistema de reação

São Paulo PC-09B PCE-CEL-03 Escavada 1200 23,0 7214 45,0 Acervo Pessoal Argila Arenosa Siltosa -

São Paulo PC-10B Teste Escavada 800 20,0 4982 45,2 Acervo Pessoal Argila siltosa -

Rio de Janeiro PC-11B P-241A Escavada 1100 32,3 7313 94,4 Consultrix Engenheiros Associados Silte argiloso -

Rio de Janeiro PC-12B P-222 Escavada 1400 25,8 5724 128,7 Consultrix Engenheiros Associados Silte argiloso -

Rio de Janeiro PC-13B P-130 Escavada 1200 27,2 9132 128,7 Consultrix Engenheiros Associados Silte argiloso -

Houve insuficiência do
Rio de Janeiro PC-14B P-16E Escavada 1000 22,0 3796 89,8 Consultrix Engenheiros Associados Argila siltosa
sistema de reação

51
Nº. da Nº. da d L Carga Desloc.
Tipo da Perfil estratigráfico
Local prova de estaca na máx. máx. Fonte Observações
estaca “predominante”
carga obra (mm) (m) (kN) (mm)

Houve insuficiência do
Rio de Janeiro PC-15B P-23B Escavada 1000 22,0 5845 133,2 Consultrix Engenheiros Associados Argila siltosa
sistema de reação

Minas Gerais PC-16B P-46A Hélice 600 15,6 2710 26,5 Alonso e Da Silva (2000) Argila siltosa + Silte argilo-arenoso -

São Paulo PC-17B PC-03 Raiz 410 12,7 1789 4,1 Acervo Pessoal Silte arenoso -

São Paulo PC-18B PC-02 Hélice 500 9,9 2065 51,0 Acervo Pessoal Argila siltosa + Silte argilo-arenoso -

Falconi e Maset (2016) e Maset et


Paraná PC-19B PC02 Escavada 1000 24,0 8410 12,4 Argila siltosa -
al (2016)

Rio de Janeiro PC-20B P48 Escavada 1300 30,0 9800 131,0 Consultrix Engenheiros Associados Areia + Argila siltosa -

Rio de Janeiro PC-21B PET-04 Escavada 1300 30,0 10109 29,7 ABS Fundações Argila arenosa + areia argilosa -

Rio de Janeiro PC-22B PET-05 Escavada 700 30,0 2079 20,0 ABS Fundações Argila arenosa -

Rio de Janeiro PC-23B PET-06 Escavada 700 30,0 3011 41,0 ABS Fundações Argila arenosa + areia argilosa -

Damasco Penna Engenharia


São Paulo PC-24B PE11-2 Hélice 800 24,0 5022 8,0 Areia argilosa -
Geotécnica
Damasco Penna Engenharia
São Paulo PC-25B Pe21A-2 Hélice 800 21,0 4097 4,2 Areia argilosa -
Geotécnica
Damasco Penna Engenharia
São Paulo PC-26B PE3-1 Hélice 800 24,0 5066 7,6 Areia argilosa -
Geotécnica
Houve insuficiência do
Minas Gerais PC-27B - Hélice 600 15,8 2445 42,8 Pereira et al (2016) Silte arenoso
sistema de reação

Bahia PC-28B T-55A Escavada 700 71,3 5030 120,1 Hecksher e Freitas (2018) Areia + Argila arenosa -

Argila silto-arenosa + Areia + Rocha


Espírito Santo PC-29B E-27 Escavada 1100 33,2 9541 6,6 Acervo Pessoal -
alterada
Argila silto-arenosa + Areia + Rocha
Espírito Santo PC-30B E-125 Escavada 600 23,4 5500 0,8 Acervo Pessoal -
alterada

52
Nº. da Nº. da d L Carga Desloc.
Tipo da Perfil estratigráfico
Local prova de estaca na máx. máx. Fonte Observações
estaca “predominante”
carga obra (mm) (m) (kN) (mm)

Argila silto-arenosa + Rocha


Bahia PC-31B E-06 Escavada 1250 31,0 16980 5,7 Brucke Engenharia Ensaio Inconclusivo
alterada

São Paulo PC-32B Apoio 3 Escavada 1800 27,2 56500 5,9 Resende et al (2018) Areia siltosa + Rocha alterada -

São Paulo PC-33B E-45 Escavada 1800 23,0 28400 20,5 Malachias Filho et al (2017) Argila siltosa, arenosa + Areia média -

Argila siltosa + Silte argilo-arenoso +


Paraná PC-34B EP Hélice 1000 14,7 5100 24,4 Rambo et al (2018) -
Rocha Alterada

São Paulo PC-35B PCE-02 Ômega 700 11,5 1850 30,3 Fellenius (2014) Silte argiloarenoso -

Argila siltosa + Silte argiloso + Silte Verificação da Tensão


Minas Gerais PC-36B PC-1 Tubulão 600 10,0 2035 3,8 Silva (1983)
arenoso admissível da base
Argila siltosa + Silte argiloso + Silte Verificação da Tensão
Minas Gerais PC-37B PC-2 Tubulão 600 10,0 5181 12,5 Silva (1983)
arenoso admissível da base
Argila siltosa + Silte argiloso + Silte Verificação da Tensão
Minas Gerais PC-38B PC-3 Tubulão 600 10,0 6457 17,8 Silva (1983)
arenoso admissível da base

Minas Gerais PC-39B PC-1 Tenge 300 8,0 520 1,6 Silva (1983) Aterro + Silte argiloso -

Minas Gerais PC-40B PC-2 Tenge 300 8,0 450 5,7 Silva (1983) Aterro + Silte argiloso -

Minas Gerais PC-41B PC-1 Kegelbohr 320 10,2 560 37,8 Silva (1983) Argila arenosa + Silte argiloso -

Minas Gerais PC-42B PC-1 Straus 320 16,1 640 3,8 Silva (1983) Areia silto-argilosa -

Minas Gerais PC-43B PC-2 Straus 320 13,3 1120 10,8 Silva (1983) Areia silto-argilosa -

Minas Gerais PC-44B PC-2 Straus 520 13,0 1050 29,8 Silva (1983) Areia silto-argilosa -

Argila silto-arenosa + Silte argilo-


Minas Gerais PC-45B PC-1 Tubulão 600 13,0 600 4,4 Silva (1983) -
arenoso
Verificação da Tensão
Minas Gerais PC-46B P-8 Tubulão 800 14,6 113 10,4 Silva (1983) Aterro + Silte arenoso
admissível da base

53
Nº. da Nº. da d L Carga Desloc.
Tipo da Perfil estratigráfico
Local prova de estaca na máx. máx. Fonte Observações
estaca “predominante”
carga obra (mm) (m) (kN) (mm)

Verificação da Tensão
Minas Gerais PC-47B P-5 Tubulão 700 18,7 35 1,8 Silva (1983) Aterro + Silte arenoso
admissível da base
Verificação da Tensão
Minas Gerais PC-48B PC-1 Tubulão 700 6,0 100 7,7 Silva (1983) Argila silto-arenosa
admissível da base
Verificação da Tensão
Minas Gerais PC-49B PC-2 Tubulão 700 6,0 47 2,9 Silva (1983) Argila silto-arenosa
admissível da base
Verificação da Tensão
Minas Gerais PC-50B PC-1 Tubulão 600 5,1 169 13,4 Silva (1983) Filito arenoso
admissível da base
Verificação da Tensão
Minas Gerais PC-51B PC-2 Tubulão 600 5,3 46 7,7 Silva (1983) Filito arenoso
admissível da base
Verificação da Tensão
Minas Gerais PC-52B PC-3 Tubulão 600 3,8 39 6,8 Silva (1983) Filito arenoso
admissível da base

54
5.2 INTERPRETAÇÃO DE ENSAIO BIDIRECIONAL EM ESTACA ESCAVADA

5.2.1 Observações iniciais - Estaca escavada

Durante a realização de prova de carga estática pelo método bidirecional são


medidos (i) os deslocamentos do fuste e da ponta (partes da estaca acima e abaixo da
célula bidirecional) e (ii) a carga aplicada por estágio. Com base em relatório contendo
essas informações da prova de carga estática, além de informações relativas à
geometria da estaca, perfil estratigráfico, data de execução das estacas e ensaios,
cotas e controle tecnológico, a interpretação do ensaio pode ser realizada.

A estaca escavada PC-22B (PET05) possui 700 milímetros de diâmetro e


comprimento de 30 metros, sendo que desse comprimento total, 25 metros se
encontram acima do conjunto de células expansivas instaladas e 5 metros abaixo
desse conjunto. Foi ensaiada pelo método bidirecional em maio de 2015, na cidade de
Niterói, no Rio de Janeiro.

5.2.2 Sondagens associadas ao SPT

A previsão da carga de ruptura foi baseada na sondagem executada próxima


à estaca (Figura 38 e Figura 39).

55
Figura 38: Folha 1 de 2 da Sondagem SP10 – Estaca PC-22B.

56
Figura 39: Folha 2 de 2 da Sondagem SP10 – Estaca PC-22B.

57
5.2.3 Prova de carga estática executada pelo método bidirecional

A Tabela 9: Dados obtidos do ensaio – PC-22B. apresenta os registros


obtidos durante a prova de carga realizada pelo método bidirecional na estaca PC-
22B. Foi considerado o peso próprio de cada trecho da estaca, conforme descrito no
item 2.2. A Figura 40 ilustra etapa de içamento da armadura da estaca.

Tabela 9: Dados obtidos do ensaio – PC-22B.

Estágios Fuste Ponta


Carga Deslocamento Carga Deslocamento
-
Q (kN)  (mm) Q (kN)  (mm)
0 0 0,00 0 0,00
3 60 0,00 243 0,00
4 132 0,00 315 0,00
5 203 0,02 385 0,01
6 274 0,03 457 0,01
7 345 0,05 528 0,01
8 416 0,08 599 0,06
9 488 0,13 670 0,35
10 559 0,16 742 0,83
11 630 0,21 813 1,81
12 702 0,27 884 2,81
13 773 0,30 956 3,80
14 844 0,30 1027 5,12
15 916 0,33 1098 5,79
16 987 0,40 1170 7,05
17 1058 0,45 1241 8,31
18 1129 0,50 1312 9,29
19 1201 0,57 1383 10,53
20 1272 0,67 1455 12,03
21 1343 0,72 1526 13,26
22 1415 0,84 1597 15,64

De posse das informações obtidas na prova de carga estática executada pelo


método bidirecional foi possível elaborar as curvas (i) carga versus deslocamento
ascendente (parte superior da estaca ou trecho acima da célula expansiva) e (ii) carga
versus deslocamento descendente (parte inferior da estaca ou trecho abaixo da célula
bidirecional), para o ensaio PC-22B (Figura 41).

58
Figura 40: Içamento da armadura com o conjunto de células expanisvas da P-22B.

59
Carga (kN)

0
0 500 1000 1500 2000

-2

-4
Deslocamento (mm)

-6

-8

-10

-12

Curva Carga - Deslocamento (Ponta)


-14
Curva Carga - Deslocamento (Fuste)

-16

Figura 41: Curvas parciais obtidas a partir de prova de carga estática, realizada pelo método
bidirecional – Ensaio PC-22B.

5.2.4 Interpretação das curvas carga versus recalque equivalente segundo Silva
(1983).

De posse das curvas parciais apresentadas na Figura 41 foi possível obter a


curva equivalente proposta por Silva (1983). Na Figura 42, a curva equivalente de
Silva (1983) é apresentada e interpretada com base nos seguintes critérios: (i) NBR
6122:2010; (ii) Lopes (1979) e (iii) Método Proposto na presente dissertação.

60
Figura 42: Ensaio PC-22B – Interpretação da curva equivalente segundo Silva (1983).

Na Figura 42, a curva equivalente foi extrapolada seguindo o critério de van


de Veen (1953). Deste modo foi possível utilizar os critérios propostos pela norma
(NBR-6122:2010) e por Lopes (1979), que se baseiam no encurtamento elástico da
estaca somado a uma parcela do diâmetro da mesma.

A curva carga versus recalque, construída pelo procedimento sugerido por


Silva (1983), é interpretada, também, com base no método proposto na presente
pesquisa.

5.2.5 Interpretação da curva carga versus recalque equivalente proposta na presente


dissertação

Neste item é interpretada a curva carga versus recalque do ensaio PC-22B


obtida a partir da construção da curva equivalente proposta na presente pesquisa.

61
A Figura 43 apresenta a curva equivalente proposta, bem como sua
interpretação pelos métodos a seguir: (i) método proposto na presente pesquisa, (ii)
método proposto pela NBR6122 e o (iii) método proposto por Lopes (1979).

Figura 43: Ensaio PC-22B - Interpretação da curva carga versus recalque equivalente segundo
presente pesquisa.

Na Figura 43, a curva equivalente foi extrapolada seguindo o critério de van


de Veen (1953). Deste modo foi possível utilizar o critério proposto pela norma (NBR-
6122:2010) e Lopes (1979), que se baseiam no encurtamento elástico da estaca
somado a uma parcela do diâmetro da mesma.

A interpretação da curva carga versus recalque equivalente, obtida pela


construção sugerida nesta pesquisa, é realizada, também, com base no método de
interpretação proposto na presente pesquisa.

A Tabela 10, conforme já informado no item anterior, resume os resultados


obtidos para o ensaio PC-22B.

62
Tabela 10: Resultados obtidos na interpretação do ensaio PC-22B com base nas curvas equivalentes
segundo Silva (1983) e segundo a proposta da presente pesquisa.

Interpretação Curva de Silva (1983) Curva de Cruz (2019)

Qrup(kN) r (mm) Qrup(kN) r (mm)


NBR6122
3413 36 3192 35

Qrup (kN) r (mm) Qrup(kN) r (mm)


Lopes
3413 37 3195 36

Método proposto Qrup(kN) r (mm) Qrup(kN) r (mm)


– Cruz (2019) 3260 22 3010 17

Conforme verificado nas Figuras 42 e 43, assim como na Tabela 10, para o
caso estudado, pode-se observar que o método proposto nesta pesquisa indicou uma
carga de ruptura geotécnica convencional, similar às cargas obtidas pelos critérios de
interpretação que caracterizam a ruptura pelo encurtamento elástico acrescido de uma
porcentagem do diâmetro da estaca (NBR 6122:2010 e LOPES, 1979),
independentemente do tipo de construção da curva carga versus recalque equivalente.
Para o ensaio PC-22B, observa-se ainda que a interpretação proposta na presente
pesquisa se mostrou conservativa na avaliação da carga de ruptura.

5.2.6 Previsão da carga de ruptura por métodos semi-empíricos

Para previsão de carga de ruptura da estaca PC-22B foram utilizados cinco


métodos semi-empíricos, os quais foram descritos nesta dissertação. Os resultados
obtidos, baseados na sondagem mista apresentada nas Figuras 38 e 39, encontram-
se na Tabela 11.

63
Tabela 11: Cargas de ruptura obtidas por diversos métodos semi-empíricos.

Estaca escavada –PC- 22B


Carga de
Carga de Atrito Carga de Ponta Carga Total
Segurança
Lateral.
Método (Qal) (Qp) (Qrup)
(Qrup / FS)
kN kN kN kN
Aoki e Velloso (1975) 1896 1167 3063 1532
Decourt e Quaresma (1978 e 1982) 3638 1021 4658 3053
Pedro Paulo Costa Velloso (1981) 4394 1031 5426 2170
Alberto Henriques Teixeira (1996) 4257 1418 5675 3193
Urbano Alonso (1996) 3986 1171 5156 2578
MÉDIA 3634 1162 3628 2505

5.2.7 Observações finais

A Figura 44 apresenta as cargas de ruptura obtidas por diferentes métodos,


utilizando-se curva equivalente segundo Silva (1983) e de acordo com proposta de
construção da presente pesquisa.

4000

3000
Carga (kN)

2000

1000

0
Kplast Kplast NBR6122 NBR6122 LOPES LOPES
Silva Cruz Silva Cruz Silva Cruz

Figura 44: Cargas de ruptura analisadas pelos diferentes critérios de interpratação nas diferentes
curvas equivalentes bidirecionais da estaca PC-22B.

64
5.3 INTERPRETAÇÃO DE ENSAIO BIDIRECIONAL EM ESTACA DO TIPO HÉLICE CONTÍNUA.

5.3.1 Observações iniciais - Estaca Hélice

A estaca hélice contínua PC-34B (E-P) possui 1000 milímetros de diâmetro e


comprimento de 14,7 metros, sendo que desse comprimento total, 11,15 metros se
encontram acima do conjunto de células expansivas instaladas e 3,55 metros abaixo
desse conjunto. Foi ensaiada pelo método bidirecional em agosto de 2014, na cidade
de Curitiba no Paraná.

5.3.2 Sondagens associadas ao SPT

A previsão da carga de ruptura foi baseada na sondagem executada próxima


à estaca (Figura 45).

65
Figura 45: Folha Sondagem SM-01 – Estaca PC-34B

66
5.3.3 Prova de carga estática executada pelo método bidirecional

A Tabela 12 apresenta os registros obtidos durante o ensaio realizado pelo


método bidirecional na estaca PC-34B. O conjunto de células expansivas utilizado no
ensaio é apresentado na Figura 46.

De posse das informações obtidas na prova de carga estática executada pelo


método bidirecional foi possível elaborar as curvas (i) carga versus deslocamento
(parte superior da estaca ou trecho acima da célula bidirecional) e (ii) carga versus
recalque (parte inferior da estaca ou trecho abaixo da célula bidirecional), conforme
apresentado na Figura 47, para o ensaio PC-34B.

Tabela 12: Dados obtidos do ensaio – PC-34B.

Estágios Fuste Ponta

Carga Deslocamento Carga Deslocamento


-
Q (kN)  (mm) Q (kN)  (mm)
0 0 0,00 0 0,00
1 53 0,00 286 0,02
2 175 0,01 408 0,04
3 297 0,10 530 0,06
4 541 0,30 773 0,27
5 662 0,37 895 0,33
6 906 0,63 1139 0,38
7 1028 0,91 1261 0,54
8 1272 1,69 1505 0,74
9 1516 2,82 1749 0,98
10 1638 3,58 1871 1,09
11 1760 4,45 1993 1,20
12 2004 6,78 2236 1,52
13 2126 9,18 2358 1,78
14 2247 12,51 2480 2,01
15 2369 21,91 2602 2,44

67
Figura 46: Conjunto de células expansivas utilizado na PC-34B.

Carga (kN)

24

20

Curva Carga - Deslocamento (Descendente)


16
Deslocamento (mm)

Curva Carga - Deslocamento (Ascendente)

12

0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000

-4

Figura 47: Curvas obtidas a partir de prova de carga estática, realizada pelo método bidirecional –
Ensaio PC-34B.

68
5.3.4 Interpretação da curva carga versus recalque equivalente segundo Silva (1983)

De posse das curvas apresentadas na Figura 47 foi possível obter a curva


proposta por Silva (1983). Na Figura 48, a curva equivalente de Silva (1983) é
apresentada e interpretada com base nos seguintes critérios: (i) NBR 6122:2010; (ii)
Lopes (1979) e (iii) Método proposto na presente dissertação.

Figura 48: Ensaio PC-34B - Interpretação da curva equivalente segundo Silva (1983).

Na Figura 48, a curva equivalente foi extrapolada seguindo o critério de van


de Veen (1953). Deste modo foi possível utilizar o critério proposto pela norma (NBR-
6122:2010) e Lopes (1979), que se baseiam no encurtamento elástico da estaca
somado a uma parcela do diâmetro da mesma.

A interpretação da curva carga versus recalque, obtida pelo procedimento

69
sugerido por Silva (1983), é realizada também com base no método proposto nesta
pesquisa.

5.3.5 Interpretação da curva carga versus recalque equivalente proposta na presente


dissertação

Neste item é feita a interpretação da curva carga versus deslocamento do


ensaio PC-34B obtida a partir do procedimento de construção proposto nesta
pesquisa.

A Figura 49 apresenta a curva equivalente proposta, bem como sua


interpretação pelos métodos a seguir: (i) o proposto na presente pesquisa, (ii)
NBR6122 e (iii) o proposto por Lopes (1979).

Figura 49: Ensaio PC-34B - Interpretação da curva carga versus recalque equivalente segundo
presente pesquisa.

70
Na Figura 49, a curva equivalente foi extrapolada seguindo o critério de van
de Veen (1953). Deste modo foi possível utilizar os critérios propostos pela norma
(NBR-6122:2010) e por Lopes (1979), que se baseiam no encurtamento elástico da
estaca somado a uma parcela do diâmetro da mesma.

A curva carga versus recalque equivalente, construída conforme proposto


nesta pesquisa, também é interpretada com base no método proposto.

A Tabela 13, resume os resultados obtidos na interpretação do ensaio PC-


34B.

Tabela 13: Resultados obtidos para o ensaio PC-34B com base na interpretação das curvas
equivalentes segundo Silva (1983) e segundo proposta da presente pesquisa.

Interpretação Curva deSilva (1983) Curva de Cruz (2019)

Qrup(kN) r (mm) Qrup(kN) r (mm)


NBR6122
5120 38 5000 38

Qrup (kN) r (mm) Qrup(kN) r (mm)


Lopes
5110 35 5000 35

Método proposto Qrup(kN) r (mm) Qrup(kN) r (mm)


- Cruz (2019) 4950 18 4890 20

Conforme verificado nas Figuras 48 e 49, assim como na Tabela 13, pode-se
observar que o método proposto nesta pesquisa indicou uma carga de ruptura
geotécnica convencional similar às cargas obtidas pelos critérios de interpretação que
caracterizam a ruptura pelo encurtamento elástico acrescido de uma porcentagem do
diâmetro da estaca (NBR 6122:2010 e LOPES, 1979), independentemente do tipo de
construção da curva carga versus recalque equivalente.

5.3.6 Previsão da carga de ruptura por métodos semi-empíricos

Para previsão de carga de ruptura da estaca PC-34B foram utilizados cinco


métodos semi empíricos, os quais foram descritos nesta dissertação no item 2.4. Os

71
resultados obtidos, baseados na sondagem mista apresentada no item anterior,
encontram-se na Tabela 14.

Tabela 14: Cargas de ruptura obtidas por diversos métodos semi-empíricos.

PC-34B
Carga de
Carga de Atrito Carga de Ponta Carga Total
Segurança
Lateral.
Método
(Qal) (Qp) (Qrup)
(Qrup / FS)
kN kN kN kN
Aoki e Velloso (1975) 1164 9948 11112 5556
Decourt e Quaresma (1978 e 1982) 2053 3780 5833 2525
Pedro Paulo Costa Velloso (1981) 2557 2448 5005 2002
Alberto Henriques Teixeira (1996) 2048 6566 8614 3007
Urbano Alonso (1996) 2149 3174 5323 2662
MÉDIA DOS PROCESSOS 1994 5183 7177 3150

5.3.7 Observações finais

A Figura 50 apresenta as cargas de ruptura obtidas por diferentes métodos,


utilizando-se curva equivalente segundo Silva (1983) e de acordo com construção
proposta nesta pesquisa.

72
6000

5000

4000

Carga (kN) 3000

2000

1000

0
Kplast Kplast NBR6122 NBR6122 LOPES LOPES
Silva Cruz Silva Cruz Silva Cruz

Figura 50; Cargas de ruptura analisadas pelos diferentes tipos de interpratação nas diferentes
curvas equivalentes bidirecionais da estaca PC-34B.

73
6 ANÁLISE DO CONJUNTO DE PROVAS DE CARGA

Nesse capítulo são analisadas as provas de carga, conforme banco de dados


do capítulo 5. Os resultados obtidos são apresentados na seguinte sequência:

6.1. Rigidez das curvas equivalentes, obtidas por Silva (1983) e conforme
construção sugerida na presente pesquisa (Capítulo 3), até a carga de
serviço;
6.2. Rigidez do trecho plástico para obtenção da declividade da reta
tangente (1mm/Kplast) utilizada no método proposto (Capítulo 4);
6.3. Comparação da carga de ruptura por dado critério de interpretação,
variando-se o método de construção da curva equivalente: Silva
(1983) e construção sugerida na presente pesquisa (Capítulo 3);
6.4. Comparação das cargas de ruptura obtidas por diferentes critérios de
interpretação da curva equivalente construída segundo um dado
critério;
6.5. Avaliação da influência da rigidez do trecho plástico da curva
equivalente obtida por diversos critérios (SILVA, 1983 e presente
pesquisa), na carga de ruptura obtida de provas de carga estática,
realizadas pelo método bidirecional.

6.1 RIGIDEZ DA CURVA EQUIVALENTE ATÉ A CARGA DE SERVIÇO

Nesse item é feita comparação de valores de rigidez (relação carga/deslocamento)


até a carga de serviço. Para cada ensaio, os resultados foram obtidos para as duas
curvas construídas (Silva e Cruz). Para carga de serviço, adotou-se a carga de ruptura
dividida pelo coeficiente de segurança global (usual) 2,0. Os recalques oriundos das
duas curvas construídas (segundo Silva e Cruz) foram usados para se obter as rijezas.

74
6.1.1 Comparação da rigidez na carga de serviço com base na interpretação
segundo a NBR6122

As Figuras 51 e 52 apresentam uma comparação entre as rijezas obtidas


para estacas escavadas e estacas hélice contínua e ômega, com base na
interpretação sugerida pela NBR6122. Pode-se observar uma diferença grande para
estacas escavadas e uma maior proximidade para estacas hélice contínua.

Linha de Convergência
25000
K Trab - Cruz (2019) (kN/mm)

20000

15000

10000

5000

0
0 5000 10000 15000 20000 25000
K Trab - Silva (1983) (kN/mm)

Figura 51: Comparação entre a rigidez até a carga de trabalho pelas curvas equivalentes de Silva
(1983) e presente pesquisa, com base na interpretação sugerida pela NBR6122 - Estacas escavadas.

75
Linha de Convergência
5000

4000
K Trab Cruz (2019) (kN/mm)

3000

2000

1000

0
0 1000 2000 3000 4000 5000
K Trab Silva (1983) (kN/mm)

Figura 52: Comparação entre a rigidez até a carga de trabalho pelas curvas equivalentes de Silva
(1983) e Cruz (2019) com base na interpretação sugerida pela NBR6122 - Estacas hélice contínua.

6.1.2 Comparação da rigidez na carga de serviço com base na interpretação


segundo Lopes (1979).

As Figuras 53 e 54 apresentam uma comparação entre as rijezas obtidas


para estacas escavadas e estacas hélice contínua e ômega, com base na
interpretação sugerida por Lopes (1979). Pode-se observar uma diferença grande para
estacas escavadas e uma maior proximidade para estacas hélice contínua,
similarmente ao observado no item anterior.

76
Linha de Convergência
25000

20000
K Trab Cruz (2019) (kN/mm)

15000

10000

5000

0
0 5000 10000 15000 20000 25000
K Trab Silva (1983) (kN/mm)

Figura 53: Comparação entre a rigidez até a carga de trabalho pelas curvas equivalentes de Silva
(1983) e presente pesquisa, com base na interpretação sugerida por Lopes (1979) - Estacas
escavadas.

Linha de Convergência
5000

4000
K Trab Cruz (2019) (kN/mm)

3000

2000

1000

0
0 1000 2000 3000 4000 5000
K Trab Silva (1983) (kN/mm)

Figura 54: Comparação entre a rigidez até a carga de trabalho pelas curvas equivalentes de Silva
(1983) e Cruz (2019) com base na interpretação sugerida por Lopes (1979) - Estacas hélice
contínua.

77
6.1.3 Comparação da rigidez na carga de serviço com base na interpretação
segundo a metodologia proposta na presente pesquisa.

As Figuras 55 e 56 apresentam uma comparação entre as rijezas obtidas


para estacas escavadas e estacas hélice contínua e ômega, com base na
interpretação sugerida nesta dissertação (Capítulo 4). Pode-se observar uma diferença
grande para estacas escavadas e uma maior proximidade para estacas hélice
contínua, similarmente ao observado nos itens anteriores.

Linha de Convergência
25000

20000
K Trab Cruz (2019) (kN/mm)

15000

10000

5000

0
0 5000 10000 15000 20000 25000
K Trab Silva (1983) (kN/mm)

Figura 55: Comparação entre a rigidez até a carga de trabalho pelas curvas equivalentes de Silva
(1983) e presente pesquisa, com base na interpretação sugerida na presente pesquisa - Estacas
escavadas.

78
Linha de Convergência
5000

K Trab Cruz (2019) (kN/mm)


4000

3000

2000

1000

0
0 1000 2000 3000 4000 5000
K Trab Silva (1983) (kN/mm)

Figura 56: Comparação entre a rigidez até a carga de trabalho pelas curvas equivalentes de Silva
(1983) e Cruz (2019) com base na interpretação sugerida na presente pesquisa - Estacas hélice
contínua.

6.2 RIGIDEZ DO TRECHO PLÁSTICO (K PLAST)

Conforme mencionado no item 4.1.3, a rigidez Kplast foi obtida por meio do
melhor ajuste à curva carga versus recalque equivalente dos ensaios bidirecionais
analisados. Essa rigidez é função do tipo e diâmetro da estaca, por exemplo. Neste
item são apresentados os resultados obtidos, os quais foram utilizados na
determinação do parâmetro Kplast.

6.2.1 Obtenção da rigidez Kplast pela curva equivalente segundo Silva (1983)

No caso de estacas escavadas (Figura 57), com curva equivalente de Silva


(1983), o ajuste aos resultados dos ensaios indicaram rigidez Kplast (kN/mm) dada por:

79
Kplast = [−0,0006d ] + 11,6 [Equaçã 26]

sendo d o diâmetro da estaca.

Já para o caso de estacas do tipo hélice contínua e ômega (Figura 58), com
curva equivalente de Silva (1983), o ajuste aos resultados dos ensaios indicaram
rigidez Kplast (kN/mm) dada por:

Kplast = [−0,0018d ] + 11,0 [Equaçã 27]

20,0
Kplast Silva (1983) (kN/mm)

15,0

10,0

5,0

Kplast = -0,0006d + 11,6

0,0
0 500 1000 1500 2000 2500
d (mm)

Figura 57: Obtenção da Kplast para estacas escavadas utilizando a curva equivalente segundo Silva
(1983).

80
20,0

15,0
Kplast Silva (1983) (kN)

10,0

5,0

Kplast = -0,0018d + 11,0

0,0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
d (mm)

Figura 58: Obtenção da rigidez Kplast para estacas hélice contínua e ômega utilizando a curva
equivalente segundo Silva (1983).

6.2.2 Obtenção da rigidez Kplast pela curva equivalente segundo a presente pesquisa

No caso das estacas escavadas (Figura 59), com curva equivalente obtida de
acordo com proposta desta pesquisa (Capítulo 3), o ajuste aos resultados dos ensaios
indicaram rigidez Kplast (kN/mm) dada por:

Kplast = [−0,0017d] + 12,2 [Equaçã 28]

Já para o caso de estacas do tipo hélice contínua e ômega (Figura 60), com
curva equivalente obtida de acordo com proposta desta pesquisa (Capítulo 3), o ajuste
aos resultados dos ensaios indicaram rigidez Kplast (kN/mm) dada por:

81
Kplast = [0,0015d] + 8,4 [Equaçã 29]

20,0

15,0
Kplast Cruz (kN)

10,0

5,0

Kplast = -0,0017d + 12,2


0,0
0 500 1000 1500 2000 2500
d (mm)

Figura 59: Obtenção do Kplast para estacas escavadas utilizando a curva equivalente segunto
presente pesquisa.

20,0

15,0
Kplast Cruz (kN)

10,0

5,0

Kplast = 0,0015d + 8,4


0,0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
d (mm)

Figura 60: Obtenção da rigidez Kplast para estacas hélice contínua e ômega utilizando a curva
equivalente segunto a presente pesquisa.

82
6.3 PREVISÃO DA CAPACIDADE DE CARGA NA RUPTURA

Uma das propostas sugeridas nesta dissertação trata-se de metodologia para


se construir a curva equivalente bidirecional (Capítulo 3). Para validação desta
metodologia, quando analisada à luz da capacidade de carga (carga de ruptura) são
comparados os resultados baseados nessa nova curva equivalente com os obtidos
pela curva segundo Silva (1983), a qual é bastante difundida na prática.

Para estacas escavadas, na Figura 61 é apresentada comparação da


capacidade de carga (carga de ruptura) obtida a partir das duas curvas equivalentes
(Silva e a curva proposta na presente pesquisa), conforme critério da norma brasileira
NBR6122. A Figura 62 mostra comparação similar para estacas hélice contínua e
ômega. Pode-se observar que as capacidades de carga obtidas por meio das duas
abordagens (construções sugeridas por Silva e por Cruz) são, de uma maneira geral,
próximas.

15000
Carga de ruptura pela NBR 6122 Cruz (kN)

10000

5000

Linha de Convergência

0
0 5000 10000 15000
Carga de ruptura pela NBR 6122 Silva (1983) (kN)

Figura 61: Comparação entre cargas de ruptura obtidas por meio das curvas equivalentes de Silva
(1983) e da presente pesquisa - Estacas escavadas.

83
10000

9000

Carga de ruptura pela NBR 6122 Cruz (kN) 8000

7000

6000

5000

4000

3000

2000

1000
Linha de Convergência
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000
Carga de ruptura pela NBR 6122 Silva (1983) (kN)

Figura 62: Comparação entre cargas de ruptura obtidas por meio das curvas equivalentes de Silva
(1983) e da presente pesquisa - Estacas hélice contínua e ômega.

Na Figura 63 também é feita comparação de valores de capacidade de carga


(carga de ruptura) obtidos com as duas curvas equivalentes (Silva e a curva proposta
na presente pesquisa). Neste caso aplicou-se o critério proposto por Lopes (1979). Já
a Figura 64 mostra a comparação de resultados obtidos com as duas curvas
equivalentes para estacas hélice contínua e ômega. Pode se observar que as
capacidades de carga obtidas nas duas construções são, de uma maneira geral,
próximas.

84
15000

Carga de ruptura por Lopes (1979) - Cruz (kN)

10000

5000

Linha de Convergência

0
0 5000 10000 15000
Carga de ruptura por Lopes (1979) - Silva (1983) (kN)

Figura 63: Comparação entre cargas de ruptura indicadas pelas curvas equivalentes de Silva (1983)
e da presente pesquisa - Estacas escavadas.

10000
Carga de ruptura por Lopes (1979) - Cruz (kN)

9000

8000

7000

6000

5000

4000

3000

2000

1000
Linha de Convergência
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000
Carga de ruptura por Lopes (1979) - Silva (1983) (kN)

Figura 64: Comparação entre cargas de ruptura indicadas pelas curvas equivalentes de Silva (1983)
e da presente pesquisa - Estacas hélice contínua e ômega.

85
Na Figura 65 é feita uma comparação da capacidade de carga (carga de
ruptura) obtida com base nas duas curvas equivalentes (Silva e a curva proposta na
presente pesquisa). Adotou-se o critério de interpretação proposto na presente
pesquisa (Capítulo 4) para determinação da carga de ruptura. A Figura 66 mostra a
comparação para estacas hélice contínua e ômega. Pode se observar que as
capacidades de carga obtidas nas duas construções são, de modo geral, próximas.

15000
Carga de ruptura pelo Método Proposto -

10000
Cruz (kN)

5000

Linha de Convergência

0
0 5000 10000 15000
Carga de ruptura pelo Método Proposto - Silva (1983) (kN)

Figura 65: Comparação entre cargas de ruptura indicadas pelas curvas equivalentes de Silva (1983)
e da presente pesquisa - Estacas escavadas.

86
10000

9000

Carga de ruptura pelo Método Proposto - 8000

7000

6000
Cruz (kN)

5000

4000

3000

2000

1000
Linha de Convergência
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000
Carga de ruptura pelo Método Proposto- Silva (1983) (kN)

Figura 66: Comparação entre cargas de ruptura indicadas pelas curvas equivalentes de Silva (1983)
e da presente pesquisa - Estacas hélice contínua e ômega.

6.4 CRITÉRIO PROPOSTO NA ATUAL PESQUISA VERSUS DEMAIS CRITÉRIOS DE


INTERPRETAÇÃO DE PROVAS DE CARGA ABORDADOS NESTA DISSERTAÇÃO.

Neste item é apresentada a comparação entre os resultados obtidos na


interpretação da curva equivalente bidirecional pelo método proposto (Capítulo 4) com
os obtidos pelos demais métodos de interpretação de provas de carga avaliados nesta
dissertação.

Conforme demonstrado no item 6.3, as curvas equivalente segundo Silva


(1983) e a proposta (Capítulo 3), quando analisadas à luz da capacidade de carga
(carga de ruptura), fornecem cargas de ruptura similares, desde que seja utilizado um
mesmo critério de interpretação (método proposto no Capítulo 4, NBR 6122 ou
LOPES, 1979). Sabendo-se dessa convergência serão apresentadas as comparações
efetuadas entre os diferentes métodos de interpretação de provas de carga.

Na Figura 67 é apresentada, para estacas escavadas, a comparação das


cargas de ruptura obtidas pelo método proposto no Capítulo 4 e pela norma brasileira

87
NBR6122. Foi utilizada a curva equivalente segundo Silva (1983). Já a Figura 68
mostra comparação similar para estacas hélice contínua e ômega.

Na Figura 69 é feita, para estacas escavadas, a comparação das cargas de


ruptura obtidas pelo método proposto no Capítulo 4 e por Lopes (1983). Foi utilizada a
curva equivalente segundo Silva (1983). A Figura 70 mostra a comparação para
estacas hélice contínua e ômega.

30000
Carga de ruptura pela NBR6122 Silva (1983) (kN)

25000

20000

15000

10000

5000

Linha de Convergência
0
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000
Carga de ruptura pelo Método Porposto Silva (1983) (kN)

Figura 67: Comparação entre a carga de ruptura obtida pelo método proposto na presente pesquisa
versus a carga de ruptura obtida com base no critério proposto pela norma brasileira NBR6122,
utilizando a construção de curva equivalente segundo Silva (1983) - Estacas escavadas.

88
10000

Carga de ruptura pela NBR6122 Silva (1983) (kN)


9000

8000

7000

6000

5000

4000

3000

2000

1000

Linha de Convergência
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000
Carga de ruptura pelo Método Proposto Silva (1983) (kN)

Figura 68: Comparação entre a carga de ruptura obtida pelo método proposto na presente pesquisa
versus a carga de ruptura obtida com base no critério proposto pela norma brasileira NBR6122,
utilizando a construção de curva equivalente segundo Silva (1983) - Estacas hélice contínua e
ômega.

30000
Carga de ruptura por LOPES Silva (1983) (kN)

25000

20000

15000

10000

5000

Linha de Convergência
0
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000
Carga de ruptura pelo Método Proposto Silva (1983) (kN)

Figura 69: Comparação entre a carga de ruptura obtida pelo método proposto na presente pesquisa
versus a carga de ruptura obtida com base no critério proposto por Lopes (1979), utilizando a
construção de curva equivalente segundo Silva (1983) - Estacas escavadas.

89
10000

Carga de ruptura por LOPES Silva (1983) (kN)


9000

8000

7000

6000

5000

4000

3000

2000

1000

Linha de Convergência
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000
Carga de ruptura pelo Método Proposto Silva (1983) (kN)

Figura 70: Comparação entre a carga de ruptura obtida pelo método proposto na presente pesquisa
versus a carga de ruptura obtida com base no critério proposto por Lopes (1979), utilizando a
construção de curva equivalente segundo Silva (1983) - Estacas hélice contínua e ômega.

Na Figura 71 é apresentada, para estacas escavadas, a comparação das


cargas de ruptura obtidas pelo método proposto no Capítulo 4 e pela norma brasileira
NBR6122. Neste caso, foi utilizada a curva equivalente segundo proposta apresentada
no Capítulo 3. A Figura 72 mostra a comparação para estacas hélice contínua e
ômega.

Na Figura 73 é feita comparação, para estacas escavadas, das cargas de


ruptura obtidas pelo método proposto no Capítulo 4 e por Lopes (1979). Também é
utilizada a curva equivalente proposta na presente pesquisa. A Figura 74 mostra a
comparação para estacas hélice contínua e ômega.

90
30000

Carga de ruptura pela NBR6122 Cruz (kN)


25000

20000

15000

10000

5000

Linha de Convergência
0
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000
Carga de ruptura pelo Método Porposto Cruz (kN)

Figura 71: Comparação entre a carga de ruptura obtida pelo método proposto na presente pesquisa
versus a carga de ruptura obtida com base no critério proposto NBR6122, utilizando a construção
de curva equivalente segundo a presente pesquisa - Estacas escavadas.

10000
Carga de ruptura pela NBR6122 Cruz (kN)

9000

8000

7000

6000

5000

4000

3000

2000

1000
Linha de Convergência
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000
Carga de ruptura pelo Método Proposto Cruz (kN)

Figura 72: Comparação entre a carga de ruptura obtida pelo método proposto na presente pesquisa
versus a carga de ruptura obtida com base no critério proposto pela NBR 6122, utilizando a
construção de curva equivalente segundo presente pesquisa - Estacas hélice contínua e ômega.

91
30000

Carga de ruptura por LOPES Cruz (kN)


25000

20000

15000

10000

5000

Linha de Convergência
0
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000
Carga de ruptura pelo Método Proposto Cruz (kN)

Figura 73: Comparação entre a carga de ruptura obtida pelo método proposto na presente pesquisa
versus a carga de ruptura obtida com base no critério proposto por Lopes (1979), utilizando a
construção de curva equivalente segundo a presente pesquisa - Estacas escavadas.

10000

9000
Carga de ruptura por LOPES Cruz (kN)

8000

7000

6000

5000

4000

3000

2000

1000
Linha de Convergência
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000
Carga de ruptura pelo Método Proposto Cruz (kN)

Figura 74: Comparação entre a carga de ruptura obtida pelo método proposto na presente pesquisa
versus a carga de ruptura obtida com base no critério proposto por Lopes (1979), utilizando a
construção de curva equivalente segundo presente pesquisa - Estacas hélice contínua e ômega.

92
6.5 INFLUÊNCIA DA RIGIDEZ DO TRECHO PLÁSTICO DA CURVA CARGA VERSUS RECALQUE
EQUIVALENTE NA INTERPRETAÇÃO DO ENSAIO BIDIRECIONAL.

Na interpretação da curva carga versus recalque equivalente de prova de


carga bidirecional, ao serem comparadas as cargas de ruptura pelo método proposto
na presente pesquisa (Capítulo 4) com as obtidas por métodos que caracterizam a
ruptura pelo encurtamento elástico da estaca, acrescendo um percentual do diâmetro
da mesma, observou-se diferença maior para estacas escavadas que a encontrada
para o caso de estacas do tipo hélice contínua e ômega.

A partir desta observação, aprofundou-se o estudo com intuito de


compreender melhor este comportamento. Verificou-se, a partir da interpretação da
curva equivalente bidirecional (independente do método de construção da curva), que
a rigidez do trecho plástico desta curva influencia os resultados obtidos por critérios
que caracterizam a ruptura pelo encurtamento elástico, acrescendo um percentual do
diâmetro da estaca.

Para o caso de estacas escavadas, identificou-se que a rigidez do trecho


plástico de 26 kN/mm estabelece o limite abaixo do qual há convergência dos
resultados obtidos pela NBR6122 e pelo método proposto nesta pesquisa, conforme
se observa na Figura 75. Nesta figura o eixo das ordenadas apresenta a razão entre
as cargas de ruptura (método proposto e NBR6122). As curvas equivalentes foram
obtidas por Silva (1983). Já na Figura 76 são apresentados os resultados obtidos com
base na curva equivalente proposta na presente pesquisa, conforme Capítulo 3.
Também se observa convergência entre os métodos para rigidez do trecho plástico da
curva equivalente inferior a 26 kN/mm.

Ainda para estacas escavadas, na Figura 77 o eixo das ordenadas apresenta


a razão entre as cargas de ruptura (método proposto e LOPES, 1979). As curvas
equivalentes foram obtidas por Silva (1983). Finalmente na Figura 78 são
apresentados os resultados obtidos com base na curva equivalente proposta,
conforme Capítulo 3. Também se observou convergência entre os métodos para
rigidez do trecho plástico da curva equivalente inferior a 26 kN/mm.

93
2,00

1,80

1,60

Método Proposto / Critério NBR 6122


1,40

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
Rigidez do trecho Plástico (kN/mm)

Figura 75: Influência da rigidez do trecho plástico nas cargas de ruptura obtidas por diferentes
critérios - Curva equivalente segundo a proposta de Silva (1983) - Estacas escavadas.

2,00

1,80
Método Proposto / Critério NBR 6122

1,60

1,40

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0
Rigidez do trecho Plástico (kN/mm)

Figura 76: Influência da rigidez do trecho plástico nas cargas de ruptura obtidas por diferentes
critérios - Curva equivalente segundo proposta da presente pesquisa - Estacas escavadas

94
2,00

1,80

Método Proposto / Critério Lopes (1979)


1,60

1,40

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
Rigidez do trecho Plástico (kN/mm)

Figura 77: Influência da rigidez do trecho plástico nas cargas de ruptura obtidas por diferentes
critérios - Curva equivalente segundo a proposta de Silva (1983) - Estacas escavadas.

2,00
Método Proposto / Critério Lopes (1979)

1,80

1,60

1,40

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0
Rigidez do trecho Plástico (kN/mm)

Figura 78: Influência da rigidez do trecho plástico nas cargas de ruptura obtidas por diferentes
critérios - Curva equivalente segundo proposta da presente pesquisa - Estacas escavadas

95
7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

Nesta pesquisa foram apresentadas propostas para construção de curva


carga versus recalque equivalente a provas convencionais (capítulo 3) e para
interpretação da curva carga versus recalque com a finalidade de previsão da carga de
ruptura das estacas ensaiadas pelo método bidirecional (capítulo 4).

Foram coletadas informações de 53 provas de carga estática, realizadas pelo


método bidirecional. O Banco de Dados possui 22 estacas escavadas, 12 Tubulões,
09 estacas hélice contínua, 04 estacas Strauss, 03 estacas de tipos desconhecidos
(02 do tipo Tenge e 01 do tipo Kegelbohr), 02 estacas Ômegas e 01 estaca do tipo
Raiz. Foram analisados 32 ensaios realizados em estacas escavadas, hélice contínua
e ômega. Ensaios em estacas do tipo hélice contínua e ômega foram avaliados
conjuntamente.

Serão apresentadas a seguir as principais conclusões da presente


dissertação, além de algumas sugestões para futuras pesquisas que poderão trazer
contribuições adicionais ao estudo referente à prova de carga realizada pelo método
bidirecional.

7.1 CONCLUSÕES

 Prova de carga estática realizada pelo método bidirecional.

Não há dúvidas de que a prova de carga pelo método bidirecional é uma


solução interessante do ponto de vista de custos e prazos. No caso de obras
portuárias e offshore é, frequentemente, a única solução viável para um ensaio
estático em estacas de grande capacidade de carga. Nessas obras, há a opção de
ensaios dinâmicos, mas que devem ser correlacionados/complementados com alguns
ensaios estáticos.

Para que a prova de carga pelo método bidirecional seja capaz de indicar a
capacidade de carga (na ruptura) da estaca ensaiada é necessário, inicialmente, que a
célula tenha sido posicionada em um nível tal que a capacidade de carga do segmento

96
inferior seja próxima da capacidade de carga do segmento superior. O nível da célula
é escolhido a partir da estimativa da capacidade de carga (ao longo) do fuste e da
base da estaca, um exercício nem sempre trivial. Caso a escolha não tenha sido
acertada, a capacidade de carga de um segmento se esgota antes do outro, e a prova
se encerra, sendo necessária uma extrapolação da curva que terminou precocemente.

Há um interesse internacional em normatizar a execução e interpretação do


ensaio; foi criada, recentemente, a norma norte-americana ASTM D8169 (ASTM,
2018), que detalha o procedimento de ensaio, mas não indica a interpretação. As
publicações que tratam desse tipo de ensaio indicam que a interpretação dos
resultados deve ser feita pelo contratante e seu(s) consultor(es).

 Proposta de uma nova metodologia para a construção da curva equivalente


bidirecional.

A prova de carga realizada pelo método bidirecional fornece diretamente


curvas de comportamento dos dois segmentos em que a estaca foi dividida. Se essas
curvas indicarem a ruptura, o valor da capacidade de carga total pode ser obtido
diretamente pela soma. Já em relação ao comportamento carga versus recalque (ou a
obtenção do recalque para a carga de serviço) da estaca ensaiada – que representa
uma estaca que será, na obra, carregada pelo topo –, a construção das chamadas
curvas equivalentes é uma questão controversa. Há a proposta de construção da
curva equivalente do criador do ensaio (Silva, 1983) e a construção apresentada,
nesta pesquisa, no Capítulo 3. As curvas são diferentes, com a segunda proposta
apresentando, na maioria das vezes, uma rigidez menor.

Foi verificada a capacidade de carga (carga de ruptura) pelos critérios da


norma brasileira NBR 6122, de Lopes (1979) e o proposto nesta pesquisa (capítulo 4).
As curvas construídas pelas duas propostas (Silva e presente pesquisa) forneceram
valores próximos de capacidade de carga.

Foram comparadas as rijezas das curvas carga versus recalque equivalentes


– até a carga de serviço – construídas pelas duas propostas. Há uma diferença
considerável, com menor rigidez para a construção proposta na presente pesquisa,
principalmente em estacas escavadas.

97
 Proposta de uma nova metodologia para a interpretação de provas de carga.

Também foi apresentada uma nova metodologia para interpretação de curva


carga versus recalque, um critério gráfico que se baseia na aplicação de uma regra
geométrica à curva. Observou-se similaridade dos resultados obtidos a partir do
método de interpretação proposto no Capítulo 4 com os obtidos pela NBR6122 e por
Lopes (1979). No caso específico de estacas escavadas, verificou-se diferença nos
resultados em função do efeito da rigidez do trecho plástico.

Verificou-se que a variação do coeficiente Kplast em relação ao diâmetro e tipo


de estaca, de fato, ocorre, no entanto, essa variação é pequena.

Verificou-se que para estacas escavadas o Kplast tende a reduzir de valor com
o aumento do diâmetro da estaca, independente de tipo de construção da curva.

No caso de estacas do tipo hélice contínua e ômega, o tipo de construção da


curva influencia o Kplast. Para o banco de dados analisado verificou-se que para curva
carga versus recalque equivalente segundo Silva (1983), o Kplast reduz com o aumento
do diâmetro da estaca. Já com a construção de curva equivalente proposta (capítulo
3), o Kplast cresce com o aumento do diâmetro da estaca.

Propõe-se, na ausência das equações para definição do Kplast, utilizar-se uma


declividade padrão de 1mm/10kN. Essa declividade foi considerada adequada,
conforme resultados obtidos na utilização do método de interpretação de provas de
carga proposto no Capítulo 4.

Burin & Maffei (1989) mostram que o método proposto por Fuller & Hoy
(1970) considera uma rigidez no trecho plástico de 7 kN/mm, rigidez esta que se
mostra ligeiramente inferior à rigidez proposta na presente pesquisa (10 kN/mm).

 A influência da rigidez do trecho plástico da curva carga versus recalque


equivalente na interpretação do ensaio bidirecional em estacas do tipo
escavada.

Para estacas do tipo escavada deve-se verificar a rigidez do trecho plástico


da curva carga versus recalque equivalente. Caso o trecho plástico da curva possua

98
uma rigidez superior a 26 kN/mm sugere-se utilizar outros métodos de interpretação
de provas de carga, como por exemplo, critérios que aplicam uma regra geométrica a
curva carga versus recalque.

7.2 SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS

Prosseguir os estudos sobre utilização e interpretação dos resultados de


provas de carga estática, realizadas pelo método bidirecional de modo a verificar sua
aplicabilidade na avaliação de recalques para cargas de serviço. No presente estudo
objetivou-se a análise em termos de capacidade de carga.

Ampliação do banco de dados de estacas do tipo hélice contínua para


verificar se a influência da rigidez do trecho plástico passa a ser observada.

Aprofundar o estudo sobre a influência da rigidez do trecho plástico,


observando-se o motivo de tal efeito ocorrer de modo mais pronunciado em estacas
escavadas.

Verificar a aplicabilidade dos métodos apresentados (Capítulos 3 e 4) para


outros tipos de estacas.

Verificar a aplicabilidade do método proposto para interpretação da curva


carga versus recalque (Capítulo 4) em provas de carga convencionais.

Analisar resultados de provas de carga convencionais e bidirecionais


conforme sugestão de Fellenius (2017), com dados obtidos de ensaios realizados em
duas etapas de carregamento, a primeira utilizando células expansivas e a segunda,
com carregamento convencional no topo da estaca, mas com circuito de fluido aberto,
para que o segmento inferior/ponta não seja mobilizado. Essa proposta, entretanto,
requer um sistema de reação, aumentando o custo do ensaio.

99
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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105
VESIC, A. S. Principles of pile foundation design, Soil Mechanics Series n. 38, Duke
University; School of Engineering, 1975.

106
ANEXO 1

Carga (kN) Carga (kN)

25 0 400 800 1200 1600


0
20
15
10
10
Deslocamento (mm)

Recalque (mm)
5 20
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
-5 30
-10
Curva Carga - Deslocamento (Descendente)
-15 40
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Silva
-20
Cruz
-25 50

Figura 79: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca ômega PC-01B e (b) Curvas carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

Carga (kN) Carga (kN)


1,0 0 2000 4000 6000
0
0,0
0 500 1000 1500 2000 2500 10
-1,0
20
Deslocamento (mm)

-2,0
Recalque (mm)

30
-3,0
40
-4,0

-5,0 Curva Carga - Deslocamento (Descendente) 50 Silva


Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Cruz
-6,0 60

Figura 80: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-02B e (b) Curvas carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

Carga (kN) Carga (kN)


50 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
0
40 10
30 20

20 30
Deslocamento (mm)

Recalque (mm)

40
10
50
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 60
-10
70
Curva Carga - Deslocamento (Descendente) Silva
-20 80
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Cruz
-30 90

Figura 81: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-06B e (b) Curvas carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

107
Carga (kN) Carga (kN)
20
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000
0 0
0 1000 2000 3000 4000 5000
Deslocamento (mm) -20

Recalque (mm)
-40 30

-60

-80 60

-100 Curva Carga - Deslocamento (Descendente)


Curva Carga - Deslocamento (Ascendente)
-120 90

Figura 82: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-09B e (b) Curva carga versus
recalque segundo Silva (1983) – Não foi posível construir a curva proposta pela presente pesquisa.

Carga (kN) Carga (kN)


5 0 2000 4000 6000 8000
0
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
-5
-10 20
Recalque (mm)
Deslocamento (mm)

-15
-20
40
-25
-30
60
-35
Curva Carga - Deslocamento (Descendente) Silva
-40 Cruz
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente)
-45 80

Figura 83: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-09B e (b) Curvas carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

Carga (kN) Carga (kN)


0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
0 0
0 400 800 1200 1600 2000 2400 2800 3200
-5
-10 10

-15
20
-20
Deslocamento (mm)

Recalque (mm)

-25 30
-30
-35 40

-40
Curva Carga - Deslocamento (Descendente) 50
-45 Silva
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Cruz
-50 60

Figura 84: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-10B e (b) Curva carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

108
Carga (kN) Carga (kN)
75 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
0
60

45
20
30
Deslocamento (mm)

Recalque (mm)
15 40

0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 60
-15

-30
80
-45 Curva Carga - Deslocamento (Descendente)
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Silva Cruz
-60 100

Figura 85: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-12B e (b) Curva carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

Carga (kN) Carga (kN)


60 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
0
40 10
20
20
Deslocamento (mm)

30
Recalque (mm)

0 40
0 1000 2000 3000 4000 5000 50
-20 60
70 Silva
-40
Curva Carga - Deslocamento (Descendente)
80 Cruz
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente)
-60 90

Figura 86: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-13B e (b) Curva carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

Carga (kN) Carga (kN)


0 1000 2000 3000 4000 5000
0 0
0 400 800 1200 1600 2000 2400
-10
10
-20
20
-30
Deslocamento (mm)

Recalque (mm)

-40 30

-50 40
-60
50
-70
Curva Carga - Deslocamento (Descendente) 60 Silva
-80
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Cruz
-90 70

Figura 87: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-14B e (b) Curva carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

109
Carga (kN) Carga (kN)
40 0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Curva Carga - Deslocamento (Descendente)
0
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente)
30

20 10
Deslocamento (mm)

Recalque (mm)
10
20

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
30
-10 Silva
Cruz
-20 40

Figura 88: Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-14B e (b) Curva carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

Carga (kN) Carga (kN)

2 0 2000 4000 6000 8000 10000


0
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 10
-2
20
Deslocamento (mm)

-4
Recalque (mm)

30

-6 40

-8 50
Silva
-10 Curva Carga - Deslocamento (Descendente) 60
Cruz
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente)
-12 70

Figura 89: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-19B e (b) Curva carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

Carga (kN) Carga (kN)


20 0 2000 4000 6000 8000 10000
0
0 10
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
-20 20
Deslocamento (mm)

30
Recalque (mm)

-40
40
-60 50
60
-80
70 Silva
-100 Curva Carga - Deslocamento (Descendente) Cruz
80
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente)
-120 90

Figura 90: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-20B e (b) Curva carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

110
Carga (kN) Carga (kN)
5 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
0
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 10
-5
20
Deslocamento (mm)

-10 30

Recalque (mm)
-15 40

50
-20
60
-25 Curva Carga - Deslocamento (Descendente) 70 Silva
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente)
Cruz
-30 80

Figura 91: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-21B e (b) Curva carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

Carga (kN) Carga (kN)


2
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
-2 0 500 1000 1500 2000 0
-6
-10 10
Deslocamento (mm)

-14
Recalque (mm)

-18 20
-22
-26 30
-30
-34 40
Curva Carga - Deslocamento (Descendente) Silva
-38 Cruz
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente)
-42 50

Figura 92: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-23B e (b) Curva carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

Carga (kN) Carga (kN)


3 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
0

10
Deslocamento (mm)

0
Recalque (mm)

0 500 1000 1500 2000 2500 3000


20

30
-3

40
Curva Carga - Deslocamento (Descendente) Silva
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Cruz
-6 50

Figura 93: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-24B e (b) Curva carga
versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

111
Carga (kN) Carga (kN)
1,5 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500
0
1,0

0,5
Deslocamento (mm) 10
0,0

Recalque (mm)
0 500 1000 1500 2000 2500
-0,5 20

-1,0
30
-1,5

-2,0
40
-2,5 Curva Carga - Deslocamento (Descendente)
Silva
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Cruz
-3,0 50

Figura 94: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-25B e (b) Curva carga
versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

Carga (kN) Carga (kN)


0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
3 0
2
10
Recalque (mm)
Deslocamento (mm)

-1 0 500 1000 1500 2000 2500 3000


20
-2

-3 30

-4
40
-5 Curva Carga - Deslocamento (Descendente)
Silva
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Cruz
-6 50

Figura 95: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-26B e (b) Curva carga
versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

Carga (kN) Carga (kN)


0 500 1000 1500 2000 2500 3000
0 0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
-5 5
-10 10
-15 15
Recalque (mm)
Deslocamento (mm)

-20 20
-25 25
-30 30
-35 35
Curva Carga - Deslocamento (Descendente) Silva
-40 40
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Cruz
-45 45

Figura 96: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-27B e (b) Curva carga
versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

112
Carga (kN) Carga (kN)
0,5 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
0
-0,5 0 1000 2000 3000 4000 5000
10
-1,5
Deslocamento (mm)

20

Recalque (mm)
-2,5
30
-3,5

-4,5 40

-5,5 Curva Carga - Deslocamento (Descendente) 50


Silva
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Cruz
-6,5 60

Figura 97: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-29B e (b) Curva carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

Carga (kN) Carga (kN)


0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
0,8 0

5
0,6
10
Deslocamento (mm)

Recalque (mm)

0,4 15

20
0,2 Curva Carga - Deslocamento (Descendente) 25
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente)
30
0,0
0 1000 2000 3000 35 Silva
Cruz
-0,2 40

Figura 98: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-30B e (b) Curva carga versus
recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

Carga (kN) Carga (kN)

0 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000


0 4000 8000 12000 16000 0
-2
-4 20
-6
40
Deslocamento (mm)

Recalque (mm)

-8
-10 60
-12
-14 80

-16
Curva Carga - Deslocamento (Descendente) 100
-18 Silva
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente)
-20 120

Figura 99: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca escavada PC-33B e (b) Curva carga versus
recalque segundo Silva (1983) – Não foi posível construir a curva proposta pela presente pesquisa.

113
Carga (kN) Carga (kN)
0 400 800 1200 1600 2000 2400
20 0

Deslocamento (mm) 15
10

10

Recalque (mm)
20
5
30
0
0 200 400 600 800 1000
40
-5
Curva Carga - Deslocamento (Descendente) Silva
Curva Carga - Deslocamento (Ascendente) Cruz
-10 50

Figura 100: (a) Curvas da prova bidirecional da estaca hélice contínua PC-35B e (b) Curva carga
versus recalque segundo Silva (1983) e atual pesquisa.

114

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