Brincar - Alexandre Paulo Loro
Brincar - Alexandre Paulo Loro
Brincar - Alexandre Paulo Loro
Objetivos
Iniciar uma discusso sobre a Educao Fsica escolar desenvolvida na educao infantil e sries iniciais do Ensino Fundamental. Questionar a compreenso existente no imaginrio docente sobre o contedo jogos. Refletir sobre alguns desafios enfrentados pela Educao Fsica escolar e apontar possibilidades para a prtica pedaggica.
Mudanas na prtica, valores e atitudes podem ser mais complexas que as mudanas na estrutura (BENAVENTE, 1990).
As leis, diretrizes e parmetros podem estabelecer normas, critrios e orientaes para alteraes das prticas; porm, elas s efetivamente se concretizaro se os professores tiverem muita clareza e conscincia das consequencias decorrentes dessas mudanas. (ANDR; PASSOS, 2001)
QUESTES INICIAIS
O que temos ensinado s crianas nas aulas de Educao Fsica? O que entendemos por jogar/brincar? A escola um local apropriado para brincar? O brincar um recurso pedaggico ou fundamento humano?
A Educao Fsica enquanto componente curricular Cabe a Educao Fsica o trato pedaggico dos temas da cultura corporal, manifestada nos esportes, danas, jogos, lutas, ginsticas e outras prticas corporais.
No existe uma teoria completa do jogo, nem ideias admitidas universalmente (FRIEDMAN, 1996) .
Uma sntese dos principais enfoques: SOCIOLGICO: influncia do contexto social no qual os diferentes grupos de crianas brincam; EDUCACIONAL: contribuio do jogo para a educao; desenvolvimento e/ou aprendizagem da criana; PSICOLGICO: jogo como meio para compreender melhor o funcionamento da psique, das emoes e da personalidade dos indivduos; ANTROPOLGICO: A maneira como o jogo reflete, em cada sociedade, os costumes e a histria da diferenas culturais; FOLCLRICO: Analisando o jogo como expresso da cultura infantil atravs das diversas geraes, bem como as tradies e costumes atravs dos tempos nele refletidos.
Piaget (1975): O jogo um tipo de atividade particularmente poderosa para o exerccio da vida social e da atividade construtiva da criana (FAZ-DE-CONTA). Winnicot (1975): no brincar que o indivduo criana ou adulto pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral. Somente sendo criativo que o indivduo descobre o eu. Vygotsky (1989): A brincadeira uma atividade especfica da infncia, em que a criana recria a realidade usando sistemas simblicos (viso sciohistrica).
Caillois (1990): Gratuidade fundamental : Alea (Sorte), Agon (Competio); Mimicry (Simulacro ou simulao) e Ilinx (Vertigem). Kishimoto (1993): O brincar um reduto da livre iniciativa da criana, capaz de abrir um espao para a apreenso de significados do contexto e de oferecer alternativas para novas conquistas no mundo imaginrio. Huizinga (1999): no jogo e pelo jogo que a civilizao surge e se desenvolve, sendo um princpio vital. O jogo anterior cultura.
A dcada de 1950 como marco histrico: A introduo dos jogos simulados como instrumentos de aprendizagem, nos Estados Unidos.
(MONDIN, 1980)
O brincar transformou-se em um sinnimo de transformouelaborao de jogos para a aprendizagem de contedos ou como um meio para as crianas adquirir/aperfeioar habilidades motoras (viso utilitarista).
Os adultos brincam pouco com as crianas Preocupao com o futuro Incio precoce da qualificao Falta de polticas e espaos pblicos Insegurana nas ruas A escola desprestigia o brincar como um lugar legtimo de formao.
PARADOXO EDUCATIVO:
INTENSIONALIDADE DOCENTE X ESPONTANEIDADE DISCENTE
Ponto de vista produtivo Brincar esporte nfase para o treinamento Influncia de padres ideais de beleza Duvidoso discurso de qualidade de vida
Se o presente que vivemos surgiu de nosso modo de pensar e sentir e no gostamos dele, podemos aceitar um futuro que surge desse mesmo modo de pensar e sentir?
Nessa cultura, no fazemos apenas o que fazemos. Trabalhamos para alcanar um fim. No descansamos simplesmente; ns o fazemos com o propsito de recuperar energias; no comemos simplesmente, ingerimos alimentos nutritivos; no brincamos simplesmente com nossas crianas, ns a preparamos para o futuro (MATURANA; VERDEN-ZLLER, 2004, p. 143).
Competir ou Cooperar uma questo de escolha pessoal. A competio um comportamento aprendido pelas crianas de acordo com a cultura em que elas crescem. A competio dificulta as relaes, gerando um clima de medo, dependncia, rivalidade, desconfiana e estresse; criando barreiras entre as pessoas. Ento, como brincar/jogar em conjunto sem querer ganhar do outro a todo custo?
Acredita-se que na origem da humanidade as relaes estavam centradas no amor. O amar e o brincar eram formas nonoreflexivas do modo de ser mamfero dos primatas bpedes que foram nossos ancestrais pr-humanos. pr(MATURANA; VERDEN-ZLLER, 2004). VERDEN-
A BIOLOGIA DO AMOR
A conscincia individual e social da criana teria surgido mediante as interaes corporais estabelecidas com suas mes e com outros seres, numa dinmica corporal de total aceitao mtua - numa relao de carcias na intimidade do brincar, uma dinmica que ainda se conserva na relao da me com a criana.
O brincar uma dinmica corporal ligada a territrios ancestrais de comportamento. uma expresso das conexes entre o ser vivo e o seu meio, organizado de modo espontneo e livre, com base nas formas imediatas de aes, movimentos e percepes que provm da histria evolutiva da espcie humana.
(MATURANA; VERDEN-ZLLER, 2004). VERDEN-
Brincar uma atividade realizada de maneira livre, plenamente vlida em si mesma, no desfrute do fazer, ou seja, uma atividade sem intencionalidades/objetivos, desempenhada sem nenhum propsito que lhe seja exterior, vivida no presente de sua realizao e de modo emocional.
(MATURANA; VERDEN-ZLLER, 2004) VERDEN-
O amar e o brincar so modos legtimos e essenciais do viver humano em relao e fonte comum de todas as atividades superiores. So princpios educativos para a construo do conhecimento. (MATURANA; VERDEN-ZLLER, 2004) VERDEN-
1. A diverso: relacionada ao momento presente, onde a criana desfruta e permanece atenta quilo que est realizando, como se no houvesse outro objetivo que pudesse distra-la. 2. A emoo: relacionada aos mltiplos e variados sentimentos que so proporcionados pelas brincadeiras, afloradas num curto espao de tempo. 3. O pertencimento: a brincadeira pertence s crianas, podendo elas decidir a organizao, desenvolvimento e finalizao, inclusive sem a superviso de um adulto.
Universalidade
A maioria das crianas em todo o mundo brinca das mesmas coisas: de se esconder, jogos de perseguio, lanamentos, captura ou desvio de objetos, saltar, etc.
O que muda so os rituais do jogo e o significado que as diferentes culturas do s relaes entre os participantes que, em muitos casos, reportam s caractersticas mais evidentes da cultura de procedncia do jogo:
a) Relao com os elementos da natureza; b) Rituais de iniciao; c) Os papis dos participantes; d) A letra das msicas; e) AS regras dos jogos...
JOGOS DE PERSEGUIO:
BRASIL: O GATO E O RATO BOSNIA Y HERZEGOVINA EL GATO E EL RATN HOLANDA 4 VOLTAS SUIA A RAPOSA E O CAADOR (SEM MSICA) ESPANHA LA ZAPATILLA POR DETRS COSTA DO MARFIN joga-se com um pano, este dever ser arremessado no colega.
Acessibilidade
A maior parte dos jogos infantis no requer material algum e, quando este aparece, so materiais sempre acessveis s crianas. Geralmente so elementos presentes na natureza: paus, pedras, ossos... Produtos considerados inservveis para os adultos: pedao de telha, latas, um sapato... Objetos fceis de serem encontrados ou fabricados: bola, corda...
BRASIL: Bolita MXICO: RIXIWTALI Regras do jogo: jogado em duplas; com 3 pedras; distncia 12 passos ; meta: atingir doze pontos. BOLVIA: ?
BOLINHAS DE GUDE
NALUKATOK jogo praticado pelos Esquims que habitam tradicionalmente as regies em torno do Crculo Polar rtico, (Sibria, Alasca (EUA), Canad e a Groenlndia (Dinamarca).
GOYA, 1780
Adaptao
Nas sociedades primitivas, o ambiente era um elemento fundamental para as prticas ldicas, algo que ainda no mudou com a evoluo do ser humano. Com o desaparecimento progressivo dos espaos naturais as crianas acabam adaptando os objetos e as brincadeiras para poderem pratic-la.
SAI DA GAIOLA .
NICARGUA: EL VENDEDOR DE HUEVOS (Compra
ovos? - Festa!).
ROMNIA: PSRELELE ( LOS PAJARITOS ) em
rvores.
KENIA: MOJA, MBILI, TATU, MBILI TODOS (UM,
BRASIL: DANA DA CADEIRA NEPAL MECH GUMI - Instrumento de percusso - Pedras - Crculo
GANA
BRASIL: ME DA RUA: Existe um pegador (me da rua) e os fugitivos, que devem tentar atravessar a rua (espao demarcado na quadra, por exemplo) de um lado para outro pulando num p s. Quem for pego, transforma-se na nova me da rua. Algumas variaes, como atravessar em duplas, por exemplo, podem ser adaptadas. DINAMARCA DILLER : o caador e as linhas. AUSTRLIA, EUA E DIVERSOS PASES DA EUROPA.
PROPOSTA:
1. Superar a cultura patriarcal (obedincia e alienao) por uma cultura matrstica (fundamentada no amor). 2. Perceber e resgatar o brincar como um fundamento humano no decorrer da formao docente.
3. Aproximar as teorias pedaggicas com as prticas pedaggicas dos professores nas escolas. 4. Proporcionar novos espaos de convivncia na escola, num domnio de aceitao recproca entre professores e alunos, produzindo uma dinmica na qual vo mudando/transformando juntos.
importante utilizar outros materiais pedaggicos alm de bolas. importante trabalhar com outros contedos alm de esportes (especialmente na infncia).
V Congresso Centro Oeste de Cincias do Esporte (V CONCOCE) & I Congresso de Cincias do Esporte da Regio da Grande Dourados Data: 03 a 06 de setembro de 2012. Local: Dourados (UFGD)
MUITO OBRIGADO!
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