Miriam Alves

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Miriam Alves (/literafro/autoras/348-miriam-


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 Femininos (/literafro/autoras)  Última Atualização: 06 Julho 2018  Acessos: 4062
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DADOS BIOGRÁFICOS
Miriam Aparecida Alves nasceu em São Paulo em
1952. É assistente social e professora. Começou a
escrever aos onze anos, conforme relatou para a
revista estadunidense Callaloo (1995, p. 970-2). Na
década de 1980, passou a integrar o coletivo
Quilombhoje Literatura, responsável pela produção
dos Cadernos Negros, publicação na qual estreia no
número 5, de 1982. Em sua apresentação, afirma:
“comecei chorando, agora grito palavras e lágrimas,
os soluços e as agulhas da opressão que ferem
fundo minha pele negra”.(1982, p. 44). Com efeito, a
retórica militante e o impulso de protesto, presentes
na maioria dos textos dos Cadernos em seus
primeiros anos, vão alicerçar o desenvolvimento de
sua escrita, empenhada em falar por si e pela
comunidade com a qual se identifica. Seu primeiro
livro, Momentos de busca (1983) é resultado de
exercícios e experimentos praticados e reelaborados
desde a adolescência e o convívio com o projeto
coletivo das duas últimas décadas do século,
empenhado em dialogar com a tradição da literatura
negra ocidental. Em “Magma”, publicado no ano
anterior nos Cadernos, pode-se ler: “Por amor ao mundo / eu o odeio (às vezes) / cravo nele minhas
garras / arranho suas costas / ou encostas / Cravo-lhe semente / e vejo nascer a planta / colho e vejo
morrer / o fruto” (1983, p. 33).
Em 1985, lança seu segundo livro de poemas, Estrelas no dedo, no qual o lirismo se mescla à
contundência do embate com uma sociedade que ainda veta ao negro o acesso à plena cidadania. Em
1988, elabora, ao lado de Arnaldo Xavier e Cuti, o texto teatral Terramara, também publicado em forma
de autoedição. No ano seguinte, a autora se desliga formalmente do grupo gestor do Quilombhoje
Literatura, mas desde então continua contribuindo para a série com seus contos e poemas.
Como intelectual moderna e atenta às relações entre poesia, ficção e metalinguagem, Miriam Alves
desde o começo da carreira exercita também a crítica, tendo participado dos volumes Reflexões sobre a
literatura afro-brasileira (1985) e Criação crioula, nu elefante branco (1987), além de artigos publicados
no Brasil e no exterior. Nessa linha, participou da organização de duas antologias bilíngues reunindo
escritos de autoras negras brasileiras, a saber: Enfim nós/Finally us: contemporary black brazilian
women writers (EUA, 1995), em parceria com Carolyn R. Durham; e Women righting/Mulheres escre-
vendo: afro-brazilian women’s short fiction. (Inglaterra, 2005), com Maria Helena Lima. Esse pendor
analítico e reflexivo mantem-se vivo ao longo do tempo e leva à escrita de BrasilAfro autorrevelado
(2010), volume crítico e historiográfico, em que trata da literatura afro-brasileira e de seus contextos de
produção e recepção.
Nessa linha, a autora, além de ter seus escritos presentes em diversas antologias brasileiras e
estrangeiras, vem participando de inúmeros debates, palestras e eventos acadêmicos, sempre tendo
como foco de interesse a produção feminina e negra. Dentre eles, pode-se destacar o “1996
International Conference of Caribbean Women Writers and Scholars" e o “Latin American Speaker
Simposium”, este último realizado em 1997 em Nova York. Em 1995, ministrou palestras na Áustria e na
Alemanha. E, em 2007, cursos sobre literatura e cultura afro-brasileira nas universidades do Texas e do
Novo México, nos Estados Unidos, além de outros cursos e oficinas posteriores.
Seu volume de contos Mulher mat(r)iz foi lançado em 2011, por ocasião do XIV Seminário Nacional
Mulher & Literatura / VI Seminário Internacional Mulher & Literatura, realizado na UnB, em que foi uma
das homenageadas. O livro reúne trabalhos inéditos e publicados anteriormente nos Cadernos Negros e
mantém o tom lírico e, ao mesmo tempo, incisivo que constitui a marca registrada de seus escritos
poéticos.

Ainda no campo da ficção, em 2015 publica seu romance Bará na trilha do vento, no qual se mantém fiel
ao projeto afro-brasileiro de resgate da identidade e da humanidade de toda uma parcela da população
subalternizada até hoje por comportamentos e atitudes herdadas da escravidão. A propósito, afirma a
crítica Moema Parente Augel no prefácio ao romance: “a voz plural da narradora nos faz ouvir a menina,
a mãe, a avó – a linhagem da mulher forte.”

Presença constante na cena literária afro-brasileira, Miriam Alves vem tendo seus trabalhos estudados
por diversos pesquisadores e objeto de artigos, teses e dissertações em universidades brasileiras e
estrangeiras.
Referências

ALVES, Miriam. Momentos de busca. São Paulo: Ed. da Autora, 1983.


Cadernos Negros 5. Org. Quilombhoje. São Paulo: Ed. dos Autores, 1982.

Callaloo. vol. 18, nº 4, Org. Charles H. Rowell, Autumn, 1995, p. 970-972. Disponível em:
http://muse.jhu.edu/journals/callaloo/v018/18.4int_alves_p.html
(http://muse.jhu.edu/journals/callaloo/v018/18.4int_alves_p.html)

PUBLICAÇÕES

Obra individual
Momentos de busca. São Paulo: Edição da autora, 1983. (Poemas)

Estrelas no dedo. São Paulo: Edição da autora, 1985. (Poemas)


Mulher mat(r)iz. Belo Horizonte: Nandyala, 2011. (contos).

Bará na trilha do vento. Salvador: Ogum’s Toques Negros, 2015. (romance).


Coautoria / Antologias

Cadernos Negros. Nº 5, 7-13, 17-20, 24, 25, 26, 29, 30, 31. São Paulo: Quilombhoje, 1982-2008.
Axé - antologia da poesia negra contemporânea. Org. Paulo Colina. São Paulo: Global Ed., 1982.

Mulheres entre linhas - II concurso de poesia e conto (revelação de novos valores femininos no Estado
de São Paulo). São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura; Conselho da Condição Feminina, 1986.
A razão da chama - antologia de poetas negros brasileiros. Org. Oswaldo de Camargo. São Paulo:
Edições GRD, 1986.
Pequena Antologia Temática. In: CAMARGO, Oswaldo de. O negro escrito: apontamentos sobre a
presença do negro na literatura brasileira. São Paulo: Secretaria do Estado e da Cultura, 1987.

Terramara. São Paulo: Ed. dos Autores, 1988. (Texto teatral, coautoria Arnaldo Xavier e Cuti)
1979-1988- 10 Anos de luta contra o racismo. São Paulo: Confraria do Livro, 1988.

Schwarze poesie - Poesia negra. Org. Moema Parente Augel. St Gallen/Köln/São Paulo: Edition diá,
1988. (edição bilíngue alemão português).

Poesia negra brasileira: antologia. Org. Zilá Bernd. Porto Alegre: AGE; IEL; IGEL,1992.
Ad libitum Sammlung Zerxtreuung, nr 17, Berlin; Volk und welt (poemas). Antologia, 1992.

Schwarse prosa/Prosa negra. Org. Moema Parente Augel. Berlim/São Paulo: Edition diá, 1993.
Zauber gegen die ka"lte, (Herausgegeben Von Deustcheb Welthugerhife) Bonndortmund germany, dw
shop. Antologia, 1994.
Contra Lamúria. São Paulo: Casa Pindahyba, 1994.

Finally us / Enfim nós: contemporary Black Brazilian woman writers. (org. Miriam Alves e Carolyn R.
Durham). Edição bilíngue português/inglês. Colorado: Continent Press, 1995.

Moving beyond boundaries. (org. Carole Boyce Davies). London: Pluto Press, 1995. 116-23.

Nueva poesia latinamerikaniche, Literatumagazin, (Herausgegeben von Tobias burgghardt, Martin Lüdke
und Delf (schnidt) Gemany Rowoht, n.38, 1996.

Presença negra na poesia brasileira moderna. Org. Sebastião Uchoa Leite. In Revista do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional. São Paulo, n.25, p.142-43, 1997.

Pau de sebo: coletânea de poesia negra. Org. Júlia Duboc. Brodowski: Projeto memória da cidade, 1998.
Cadernos Negros: os melhores poemas. São Paulo: Quilombhoje; Fundo Nacional da Cultura, Ministério
da Cultura, 1998.
Cadernos Negros: os melhores contos. São Paulo: Quilombhoje; Fundo Nacional da Cultura, Ministério
da Cultura, 1998

Callallo. Baltimore, v. 23, n. 4, p.1315, 2000.


Callaloo. Baton Rouge, v.23. n.4, p. 1315-1316, 2000. (edição bilíngue inglês português).
Women righting/Mulheres escre-vendo: Afro-Brazilian women’s short fiction. Edição, com Maria Helena
Lima. Londres: Mango Publishing, 2005. (edição bilíngue inglês português).
Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Org. Eduardo de Assis Duarte. Belo Horizonte:
Editora UFMG, 2011, vol. 3, Contemporaneidade.
Não ficção

Axé Ogum. In: Quilombhoje (Org.) Reflexões sobre a literatura afro-brasileira. São Paulo: Conselho de
Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo, 1985.
Cem palavras. In: SEMOG, Éle. Corpo de negro rabo de brasileiro - Textos do II Encontro de Poetas e
Ficcionistas Negros Brasileiros. Rio de Janeiro, 1986. p.26-31. (apostila).
Discurso temerário. In: ALVES, Miriam, SILVA, Luiz (Cuti), XAVIER, Arnaldo (Org.). Criação crioula, nu
elefante branco. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1987, p. 83-86.
Lésbica virtual – configurações de uma cibercultura. In: LYRA, Bernadette, GARCIA, Wilton (Orgs.). Corpo
e cultura: ensaios. São Paulo: Xamã: 2001. p.65-72.
Cadernos Negros 1 – o postulado de uma trajetória. In: DUARTE, Constância Lima et alii. Anais do IX
Seminário Nacional Mulher & Literatura. Belo Horizonte. CD-Rom, 2001.

Cadernos Negros 1 – o postulado de uma trajetória. In: DUARTE, Constância Lima, DUARTE, Eduardo de
Assis, BEZERRA, Kátia da Costa (Org.). Gênero e representação: teoria, história e crítica. Belo Horizonte:
Pós-graduação em Letras, Estudos Literários, UFMG, 2002, p. 67-73.
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perspectivas teóricas dos estudos gays e lésbicos no Brasil. São Paulo: Nassau Comunity College;
ABEH, Xamã, 2002, p. 153-161.
Cadernos Negros (número 1): estado de alerta no fogo cruzado. In: FIGUEIREDO, Maria do Carmo,
FONSECA, Maria Nazareth Soares (Org.). Poéticas afro-brasileiras. Belo Horizonte: Mazza Edições;
Editora PUC Minas, 2002, p. 221-240.
Negra e lésbica: a leitura do corpo. In: LYRA, Bernadette, GARCIA, Wilton (Org.). Corpo&Imagem. São
Paulo: Ed. Arte & Ciência, 2002.

BrasilAfro Autorrevelado: Literatura Brasileira Contemporânea. Belo Horizonte: Editora Nandyala. 2010.
 

TEXTOS
Miriam Alves - Textos selecionados (/literafro/autoras/24-textos-das-autoras/345-miriam-alves-
textos-selecionados)
Miriam Alves - Mahin Amanhã (/literafro/autoras/24-textos-das-autoras/983-miriam-alves-mahin-
amanha)
Miriam Alves - Gotas (/literafro/autoras/24-textos-das-autoras/984-miriam-alves-gotas)
Miriam Alves - Pedra no cachimbo (/literafro/autoras/24-textos-das-autoras/985-miriam-alves-
pedra-no-cachimbo)
Miriam Alves - A cega e a negra – uma fábula (/literafro/autoras/24-textos-das-autoras/986-
miriam-alves-a-cega-e-a-negra-uma-fabula)
Miriam Alves - Amigas (/literafro/autoras/24-textos-das-autoras/987-miriam-alves-amigas)
Miriam Alves - Bará na trilha do vento (/literafro/autoras/24-textos-das-autoras/988-miriam-alves-
bara-na-trilha-do-vento)

CRÍTICA

Expressões do erotismo e sexualidade na poesia feminina afro-brasileira contemporânea -


(/literafro/autoras/29-critica-de-autores-feminios/346-expressoes-do-erotismo-e-sexualidade-na-
poesia-feminina-afro-brasileira-contemporanea-critica)Cristian Souza de Sales
(http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4255011H0)
O caminho das palavras: o negro e a mulher na literatura de Míriam Alves - (/literafro/autoras/29-
critica-de-autores-feminios/347-o-caminho-das-palavras-o-negro-e-a-mulher-na-literatura-de-
miriam-alves-critica)Maria do Rosário Alves Pereira (http://lattes.cnpq.br/5509149077345599)

 
FONTES DE CONSULTA
http://unjobs.org/authors/miriam-alves

http://mixbrasil.uol.com.br/cio2000/redoma/negras_umas/negras_umas.shtm
(http://mixbrasil.uol.com.br/cio2000/redoma/negras_umas/negras_umas.shtm)
http://www.quilombhoje.com.br (http://www.quilombhoje.com.br/)

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BEZARRA, Kátia da Costa. Miriam Alves. IN DUARTE, Eduardo de Assis. (Org.). Literatura e
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SZOKA, Elzbieta. Fourteen female voices from Brazil: interviews and works. Austin: Host Publications,
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LINKS
Expressões do erotismo e sexualidade na poesia feminina afro-brasileira contemporânea -
por Cristian Souza Sale
(http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/artemis/article/download/.../8183) 
A escrita do corpo feminino negro na poesia de Miriam Alves - por Cristian Souza Sale
(http://www.abpn.org.br/Revista/index.php/edicoes/article/download/289/239)
Pensamentos da Mulher Negra na Diáspora: Escrita do Corpo, Poesia e História - por Cristian
Souza Sales (http://www.revistas.usp.br/sankofa/article/view/88889)
Reivindicação identitária na poesia de Miriam Alves - por Serafina Ferreira Machado
(http://www.uel.br/pos/letras/EL/vagao/EL3Art2.pdf)
Um poema com muita pele - entrevista concedida à revista GENI (http://revistageni.org/11/um-
poema-com-muita-pele/)
Entrançados dizeres poéticos femininos: breve leitura de poemas de Conceição Lima (São Tomé)
e Miriam Alves (Brasil) - por Assunção de Maria Souza e Silva 
(http://www.africaeafricanidades.com.br/documentos/Entrancados_dizeres_poeticos_femininos.pdf)
Blog da autora (http://eventosmiriamalvesescritora.blogspot.com/)
Literatura subversiva: com a palavra Miriam Alves, por Ana Paula Fanon
(https://litsubversiva.wordpress.com/2012/04/30/com-a-palavra-miriam-alves/)
Quilombhoje (http://www.quilombhoje.com.br/)

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