Metabolismo 1
Metabolismo 1
Metabolismo 1
(1,5 ponto) b-) Se adicionarmos 32Pi (fósforo inorgânico radioativo) a uma preparação de células
onde a via glicolítica está ocorrendo, qual molécula você espera encontrar marcada ao fim de um
ciclo da via: um intermediário ou um dos produtos finais? Nomeie essa molécula e justifique sua
resposta. E, se ao invés de ser usado 32Pi (fósforo inorgânico radioativo) for utilizado um ATP
marcado com 32P, qual molécula você esperaria que estivesse marcada ao fim de um ciclo da via
glicolítica? Justifique sua resposta.
R- Um intermediário, sendo o 1,3 bifosfoglicerato, o fósforo inorgânico irá entrar na sexta (6ª) reação,
na qual ocorre uma reação e oxidação no gliceraldeído-3-fosfato, onde pela 1,3-bisfosfoglicerato com
subsídio da enzima gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase proporciona a inserção do fosfato para
a gliceraldeído-3-fosfato e transfere elétrons para o NAD+. Sendo assim, ao se utilizar o ATP marcado,
seria esperado que o fosfofenol-piruvato estivesse marcado, pois o 32Pi vindo da molécula de ATP
ingressa na rota na primeira etapa da glicólise, em que ocorre a fosforilação da glicose, em glicose-6-
fosfato na presença de ATP e da enzima hexoquinase. A partir desta etapa a enzima permanecerá em
toda a via até a formação do piruvato, quando ele sairá na forma de ATP.
(1,0 ponto) b-) Por que o ciclo do ácido cítrico é exclusivamente aeróbio se em todo o ciclo
nenhuma molécula de O2 é consumida? Se a cadeia de transporte de elétrons for desacoplada, o
que ocorre com o ciclo do ácido cítrico?
R- Sabe-se que, a atividade do ciclo do ácido cítrico se relaciona com a disponibilidade de oxigênio, de
modo indireto sobre as etapas da biossíntese. Assim as enzimas presentes no ciclo de Krebs que
oxidam moléculas produzindo dióxido de carbono, como a coenzima NAD+, FAD são reduzidos. De
modo a proporcionar o funcionamento continuo do ciclo, onde estas coenzimas reduzidas tornem-se
reoxidadas transferindo seus elétrons para o oxigênio, formando e liberando uma molécula de água.
Em meio anaeróbico, o ciclo do ácido cítrico é inibido. Se o suprimento de oxigênio em célula
muscular ou uma célula de levedura é baixo, os níveis de NAD+ e FADH caem e o ciclo do ácido
cítrico não acorre. Nesta situação, a célula deve recorrer à fermentação para continuar produzindo
ATP.
4. Se você trabalhar em uma indústria frigorífica, uma preocupação que você deve ter é sobre a
qualidade do produto post-mortem. Isso por que, apesar de não existir mais transporte de glicose
e O2 para os músculos, as enzimas presentes nestes tecidos continuam atuando até que as
condições físico-químicas as desnaturem. Em carne de frango, por exemplo, o pH do produto
deve estar em cerca de 5,8. Valores muito abaixo disso resultam em carne do tipo PSE (pale, soft
and exsudative – pálida, flácida e exsudativa) e valores muito acima de 5,8 resultam em carne
DFD (dry, firm and dark – seca, dura e escura).
(1,5 ponto) a-) Quais as vias metabólicas contribuem para que essas características surjam?
Explique por que essas vias podem interferir no pH do produto e justifique sua resposta.
R-.... Quando o animal é recém-abatido após um momento de repouso, exibe em seus músculos, ATP,
fosfocreatina em um pH em torno de 6,9 a 7,2. Se o pH encontrar-se baixo pode causar desnaturação
das proteínas, afetando as propriedades funcionais da carne, com baixas características de
processamento e redução do rendimento do produto e DFS –No momento da morte do animal, a falta
de glicogênio muscular, inibe a formação quantitativa proporcional de ácido láctico. Os prótons
produzidos durante a via glicólitica e durante a hidrólise de ATP a ADP ocasiona diminuição
significativa do pH intracelular. De maneira que, a velocidade de consumo de ATP determina a
velocidade de degradação do glicogênio, e como consequência, a formação do produto final do
metabolismo anaeróbio que é o ácido lático. Deste modo que, a forma mais rápida para observar a
velocidade de consumo de ATP é a verificação da queda do pH. A queda inicial do pH se relaciona
primordialmente à liberação de íons H+, acontece antes da redução de piruvato a lactato. Em pH 7,0,
os íons H+ se ligam durante a fosforilação de ADP a ATP e liberado durante a hidrólise enzimática do
ATP. Por outro lado, o pH 5,5 - 6,0, os íons H+ são liberados durante a glicólise, mas não na hidrólise
de ATP. Cerca de 90%¨dos íons formados são devidos à glicólise e o restante por causa da hidrólise do
ATP.
(1,5 ponto) b-) Em situações de estresse, o animal libera um hormônio chamado adrenalina. Qual
o efeito desse hormônio sobre o metabolismo de glicogênio? Qual o efeito disso na qualidade
final da carne? Justifique sua resposta e explique a regulação das vias de metabolismo de
glicogênio.
R- A concentração de glicogênio no animal é normal, mas quando sofrem estímulos externos como
estresses, proporciona uma descarga brusca de adrenalina, aumentando os batimentos cardíacos,
bombeando e desencadeando uma reação sobre a via da glicólise. Os animais que geram carne PSE,
apresentam uma taxa anormal alta de glicólise anaeróbia, após o abate. Tal fato se relaciona as
reações bioquímicas que produz calor, acarretando no aumento da temperatura corporal. A elevada
taxa glicolítica, que ocasiona queda brusca no pH de 7,0 para 5,3 aproximadamente, juntamente à alta
temperatura corporal (35–40ºC), são suficientes para desnaturar algumas proteínas musculares. De
modo a comprometer a retenção de água pelas proteínas musculares, conferindo aparência úmida à
superfície dos cortes. Com a liberação de água, libera-se junto pigmentos da carne, tornando-a mais
clara.