Orô Opará (Completa)
Orô Opará (Completa)
Orô Opará (Completa)
1
Transcorre um culto nos arredores da cidade, é eleko. Uma sociedade
restrita, onde apenas mulheres realizam o culto. Possui como matriarca
a temida Obá, a fundadora desta sociedade que cultua a ancestralidade
feminina individual.
Nem um homem poderia sequer assistir o ritual do segredo, sendo
punido por Obá com sua própria vida.
Certo dia, em uma das noites de culto, Xangô caminhava alegremente e
dançava ao som do batá. Quando percebe, ao longe um aglomerado de
mulheres realizando uma cerimônia sob as ordens da enérgica Obá.
Xangô era muito curioso e não se conteve, aproximando-se da cena,
ficando a espreita.
Xangô encantou-se com a rara beleza de Obá, que apesar de não ser
tão jovem, era a mais bela mulher que ele já vira.
Num momento de distração, Xangô foi percebido e cercado pelas
mulheres. Foi levado à presença da grande deusa, que lhe falou o preço
que haveria de pagar por sua audácia em violar o culto sagrado de
Elekó. Mas a própria Obá que encantou-se com a inigualável beleza de
Xangõ, apaixonando-se de imediato, relutou em aplicar a sentença de
morte e usou de sua supremacia no culto para ditar nova regras, dando
nova chance a Xangô:
"Todo homem que violar o culto, se for do agrado da senhora do culto,
deverá unir-se a ela como marido ou aceitar a pena de morte"
Xangô não pensou duas vezes, seria poupado da sentença e ainda sim
possuiria a grande deusa por quem havia se apaixonado.
A cerimônia de união de Xangô e Obá foi realizada dentro dos limites de
Elekó. Foi o inicio de uma grande paixão. Nunca se viu tanto amor.
A deusa guerreira e justiceira, que pune os homens que maltratam as
mulheres, descobriu um sentimento novo por um homem, além do ódio.
Descobriu todo o amor que um homem pode dar.
A grande rainha de Elekó, a rainha de Xangô aprendeu a amar e ser
amada.
Nasce, dessa grande paixão, uma criança. Uma menina. Nasce Opará, a
mais bela justiceira e feroz guerreira. Herdou o melhor do pai e da mãe,
e prosseguiu com o culto.
2
Opará nasce da união de Xangô com Obá e é uma divindade muito
perigosa.
A maternidade que é umas das marcas de Oxum não existe em Opará.
Era Oxum quem se encarregava de cuidar da prole do Deus das
Tempestades, enquanto ele guerreava.
No caso de Opará ocorreu o mesmo, ela foi criada por Oxum, já que
Obá, assim como Oyá, acompanhava Xangô em suas contendas.
Opará herda o temperamento e a agressividade natural de Obá e a
malícia e a vaidade de Oxum, tornando-se assim, a mais quente e
agressiva de todas as Iyagbás, superando até mesmo a própria mãe.
Opará é uma divindade feminina equivalente a Exú. É uma Deusa da
Guerra, indomável. Uma poderosa amazona que une força e vaidade.
Rege os ventos da noite, a umidade do ar e as águas puras que se
intercalam entre abundância e escassez absoluta. Seu fundamento
maior é quando o Raio (Xangô) toca as Águas (Obá).
Opará é impiedosa, arrogante e de carácter punitivo, mas apesar das
desavenças entre Oxum e Obá, é muito próxima de Obá, bem como de
Oxum, de quem recebeu o Espelho de Ikú ( uma espécie de espelho
encantado que traz a morte para quem o olhar).
Asim como os pais, Opará possui forte ligação com a morte e, assim
como Oxum, possui ligação com as Eleyés.
É uma Osun nova e dada a guerras, Osun com dois caminhos Hunjebè
companheira de Oya Onira, e Akará Loná companheira de Ogun Meje ,
Osun Ypondá é assuntada para os dois caminhos de Opará, na feitura
as pessoas dessa Osun já poderão vestir rosa claro ou branco. Tem
caminhos muito fortes com Osogia Akará Lona nos 3 anos geralmente
costuma-se arrumar Giyan para este caminho, e nos 3 anos de Hunjebè
se arruma Osumare, pois esse caminho de Osun sai com uma Dan
dourada no pescoço este caminho é companheira inseparável de Onira,
comem juntas no bambuzal ou no rio, quando juntas são muito
perigosas. Tem fundamentos com egum.
Seu nome secreto é Iganidan. É aquela que reina sem coroa. É representada pela
codorna (Aparo). Vive na desembocadura do rio com o mar (Pororoca) e, segundo
dizem, é cega. Come codornas e duas galinhas cinzentas, não podendo faltar a galinha
garnizé.
Esta foi a Osun que foi cegada por Ypondá com um par de fisgas, por esse motivo
dentro de Ypondá mora um par de fisgas e em Opará um par de olhos de vidro.
O motivo alegado pelos antigos, é que Ypondá sentiu-se enciumada de Opará, num
dado momento pediu a Opará que se ajoelhasse e fisgou as vistas dela.
Ypondá é tida como a Rainha que usa coroa (adê) e Opará fica aos pés dela sentada
sem coroa, a adaga sempre nas mãos, a adaga de Ypondá fica escondida nas costas.
3
Dizem ser Opará que trabalha para Ypondá.
Quem faz Opará assenta também Ypondá e vice e versa.
Falamos aqui somente sobre os orôs relacionados a esta qualidade quando de sua
feitura, devendo a Yalorisá ou Babalorisá seguir seu ritual normal de feitura,como
katulagem,raspagem e etc...
Reservando apenas alguns momentos para os seguintes orôs:
Feitura:
1º Ebó para pessoa de Opará na feitura:
Já bem tarde da noite, porta do cemitério.
4
Chegando na roça tomar banho cozido com saco-saco,betis
cheiroso,cana do brejo.
Em seguida um banho de AKOKO erva fresca quinada essa não é
cozida, os dois banhos da cabeça aos pés.
Passar um defumador de assafeti bem forte no iyawo.
Tomar um chá bem forte de colônia com açúcar, por ojá e ir deitar.
04 Acaças
04 Ekurus
04 Aberens
04 Bolas de canjica
04 velas
04 moedas antigas
04 Palmos de barbante sisal
01 Alguidar de n. 4
04 Palmos da pessoa em mourim branco
01 bandeirinha branca a aste é feita de talo de dendezeiro
5
bolas de canjica, passe as moedas e limpe a pessoa toda com o
mourim, leve tudo isso para dentro de uma mata fechada.
Chegando lá, forre o chão com o mourim que limpou o iyawo, ponha o
alguidar em cima, enfinque a bandeira no meio do ebó e acenda as 4
velas só agora em volta do alguidar., entregue aos ESÀS DE fulano de
tal, para que dê uma trégua de vida para a pessoa e traga a
prosperidade para o ile aonde ele esta sendo iniciado que o Babalorisá
possa ter muito AXÉ para transmitir ao iyawo.
Peça por saúde e vida longa, emprego e sorte na vida.
Forrar o local onde será posto o ebó, com este pano branco de brilho.
6
durante a montagem do ebó, a bacia deverá ser posta no colo de quem
estará sendo entregue oxê,pois, este ebó é feito com as mãos da
própria pessoa.
Põe-se a bacia no colo,dentro da bacia vai misturando o dandá da costa
ralado com a areia de cachoeira, espalha-se por igual esta mistura
dentro da bacia,põe-se o espelho redondo no meio,as cinco moedas
douradas em cima do espelho os cinco acaças em volta do espelho
intercalados com as rosas meninas.
Ponha mel por cima da terra e não sobre as moedas, entregue essa
oferenda a oxum Opará pelos caminhos de oxê.
Cantando o seguinrte:
7
E ma ma si leni se ipade
O yleye ôô
Odi lê odi
Otun a ti ota
Odi lê agbebo ma ma runbo o
Ye ye ye yeeeeeeeeeeeee
8
Proceda normalmente com a matança.