Apostila Concurso Unicamp RH
Apostila Concurso Unicamp RH
Apostila Concurso Unicamp RH
UNICAMP
Profissional de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão
OT087-2018
DADOS DA OBRA
• Língua Portuguesa
• Matemática/Estatística
• Noções de Informática
• Língua Inglesa
• Noções de Administração Geral e Pública
• Noções de Administração de Recursos Humanos
• Noções de direito administrativo
• Noções de Administração Financeira e Orçamentária
• Ética Profissional no Serviço Público
• Fomento à pesquisa
• Redação oficial
• Estatuto do Servidor
• Constituição de São Paulo
• Lei de Acesso à Informação
Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza
Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Leandro Filho
Capa
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO
CURSO ONLINE
PASSO 1
Acesse:
www.novaconcursos.com.br/passaporte
PASSO 2
Digite o código do produto no campo indicado no
site.
O código encontra-se no verso da capa da apostila.
*Utilize sempre os 8 primeiros dígitos.
Ex: FV054-18
PASSO 3
Pronto!
Você já pode acessar os conteúdos online.
SUMÁRIO
Língua Portuguesa
Matemática/Estatística
Noções de Informática
Noções de Informática: MS-Windows 7: conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de
transferência, manipulação de arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto de
aplicativos MS-Office 2010. ................................................................................................................................................................................. 01
MS-Word 2010: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos, fontes,
colunas, marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras e numeração de páginas,
legendas, índices, inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de texto. ............................................................................. 11
MS-Excel 2010: estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos, elaboração de
tabelas e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos predefinidos, controle
de quebras e numeração de páginas, obtenção de dados externos, classificação de dados. .................................................. 11
MS-PowerPoint 2010: estrutura básica das apresentações, conceitos de slides, anotações, régua, guias, cabeçalhos e
rodapés, noções de edição e formatação de apresentações, inserção de objetos, numeração de páginas, botões de
ação, animação e transição entre slides. ........................................................................................................................................................ 11
Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos................................. 39
Internet: navegação na Internet, conceitos de URL, links, sites, busca e impressão de páginas. ............................................. 39
Compartilhamento de arquivos na nuvem. ................................................................................................................................................... 39
Uso de recursos na nuvem.................................................................................................................................................................................... 39
SUMÁRIO
Língua Inglesa
Fomento à pesquisa
Procedimentos e normas de agências de formação, promoção e fomento à pesquisa, com ênfase no apoio à execução
de projetos e prestação de contas – base referencial FAPESP, CNPQ e CAPES................................................................................ 01
Redação oficial
Estatuto do Servidor
Constituição do Estado de São Paulo – Texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1989, com as alterações
adotadas pelas Emendas Constitucionais nº 1/1990 a 28/2009 (Atualizada até a Emenda nº 46, de 08/06/2018).......... 01
1
LÍNGUA PORTUGUESA
(A) não pode ser considerado literário, visto que a lin- A cana-de-açúcar
guagem aí utilizada não está adequada à norma culta for-
mal. Originária da Ásia, a cana-de-açúcar foi introduzida no
(B) não pode ser considerado literário, pois nele não Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI. A re-
se percebe a preservação do patrimônio cultural brasileiro. gião que durante séculos foi a grande produtora de cana-de
(C) não é um texto consagrado pela crítica literária. -açúcar no Brasil é a Zona da Mata nordestina, onde os férteis
(D) trata-se de um texto literário, porque, no processo solos de massapé, além da menor distância em relação ao
criativo da Literatura, o trabalho com a linguagem pode mercado europeu, propiciaram condições favoráveis a esse
aparecer de várias formas: cômica, lúdica, erótica, popular cultivo. Atualmente, o maior produtor nacional de cana-de
etc -açúcar é São Paulo, seguido de Pernambuco, Alagoas, Rio
(E) a pobreza vocabular – palavras erradas – não permi- de Janeiro e Minas Gerais. Além de produzir o açúcar, que em
te que o consideremos um texto literário. parte é exportado e em parte abastece o mercado interno, a
cana serve também para a produção de álcool, importante
Leia os fragmentos abaixo para responder às questões nos dias atuais como fonte de energia e de bebidas. A imen-
que seguem: sa expansão dos canaviais no Brasil, especialmente em São
Paulo, está ligada ao uso do álcool como combustível.
TEXTO I
O açúcar 2-) Para que um texto seja literário:
O branco açúcar que adoçará meu café a) basta somente a correção gramatical; isto é, a expres-
nesta manhã de Ipanema são verbal segundo as leis lógicas ou naturais.
não foi produzido por mim b) deve prescindir daquilo que não tenha correspondên-
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. cia na realidade palpável e externa.
Vejo-o puro c) deve fugir do inexato, daquilo que confunda a capaci-
e afável ao paladar dade de compreensão do leitor.
como beijo de moça, água d) deve assemelhar-se a uma ação de desnudamento. O
na pele, flor escritor revela, ao escrever, o mundo, e, em especial, revela o
que se dissolve na boca. Mas este açúcar Homem aos outros homens.
não foi feito por mim. e) deve revelar diretamente as coisas do mundo: senti-
Este açúcar veio mentos, ideias, ações.
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia. 3-) Ainda com relação ao textos I e II, assinale a opção
Este açúcar veio incorreta
de uma usina de açúcar em Pernambuco a) No texto I, em lugar de apenas informar sobre o real,
ou no Estado do Rio ou de produzi-lo, a expressão literária é utilizada principal-
e tampouco o fez o dono da usina. mente como um meio de refletir e recriar a realidade.
Este açúcar era cana b) No texto II, de expressão não literária, o autor informa
e veio dos canaviais extensos o leitor sobre a origem da cana-de-açúcar, os lugares onde é
que não nascem por acaso produzida, como teve início seu cultivo no Brasil, etc.
no regaço do vale. c) O texto I parte de uma palavra do domínio comum
Em lugares distantes, onde não há hospital – açúcar – e vai ampliando seu potencial significativo, explo-
nem escola, rando recursos formais para estabelecer um paralelo entre o
homens que não sabem ler e morrem de fome açúcar – branco, doce, puro – e a vida do trabalhador que o
aos 27 anos produz – dura, amarga, triste.
plantaram e colheram a cana d) No texto I, a expressão literária desconstrói hábitos
que viraria açúcar. de linguagem, baseando sua recriação no aproveitamento de
Em usinas escuras, novas formas de dizer.
homens de vida amarga e) O texto II não é literário porque, diferentemente do lite-
e dura rário, parte de um aspecto da realidade, e não da imaginação.
produziram este açúcar
branco e puro Gabarito
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
1-) D
Fonte: “O açúcar” (Ferreira Gullar. Toda poesia. Rio de
Janeiro, Civilização Brasileira, 1980, pp.227-228) 2-) D – Esta alternativa está correta, pois ela remete ao
caráter reflexivo do autor de um texto literário, ao passo
em que ele revela às pessoas o “seu mundo” de maneira
peculiar.
2
LÍNGUA PORTUGUESA
3-) E – o texto I também fala da realidade, mas com um Condições básicas para interpretar
cunho diferente do texto II. No primeiro há uma colocação
diferenciada por parte do autor em que o objetivo não é Fazem-se necessários:
unicamente passar informação, existem outros “motiva- a) Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros
dores” por trás desta escrita. literários, estrutura do texto), leitura e prática;
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
É muito comum, entre os candidatos a um cargo pú- texto) e semântico;
blico, a preocupação com a interpretação de textos. Isso Observação – na semântica (significado das palavras)
acontece porque lhes faltam informações específicas a incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e cono-
respeito desta tarefa constante em provas relacionadas tação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
a concursos públicos. gem, entre outros.
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão aju- c) Capacidade de observação e de síntese e
dar no momento de responder às questões relacionadas d) Capacidade de raciocínio.
a textos.
Interpretar X compreender
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e rela-
cionadas entre si, formando um todo significativo capaz Interpretar significa
de produzir interação comunicativa (capacidade de co- - explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
dificar e decodificar ). - Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
Contexto – um texto é constituído por diversas fra- - O autor permite concluir que...
ses. Em cada uma delas, há uma certa informação que a - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando
condições para a estruturação do conteúdo a ser trans- Compreender significa
mitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente
Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão está escrito.
grande que, se uma frase for retirada de seu contexto - o texto diz que...
original e analisada separadamente, poderá ter um sig- - é sugerido pelo autor que...
nificado diferente daquele inicial. - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
ção...
Intertexto - comumente, os textos apresentam re- - o narrador afirma...
ferências diretas ou indiretas a outros autores através
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Erros de interpretação
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias,
ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, a) Extrapolação (viagem)
que levem ao esclarecimento das questões apresentadas Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias
na prova. que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do
tema quer pela imaginação.
Normalmente, numa prova, o candidato é convi-
dado a: b) Redução
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a
1. Identificar – é reconhecer os elementos funda- um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de
mentais de uma argumentação, de um processo, de uma ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendi-
época (neste caso, procuram-se os verbos e os advér- mento do tema desenvolvido.
bios, os quais definem o tempo).
2. Comparar – é descobrir as relações de semelhança c) Contradição
ou de diferenças entre as situações do texto. Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do can-
3. Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado didato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, conse-
com uma realidade, opinando a respeito. quentemente, errando a questão.
4. Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou se-
cundárias em um só parágrafo. Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor
5. Parafrasear – é reescrever o texto com outras pa- e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova
lavras. de concurso, o que deve ser levado em consideração é o
que o autor diz e nada mais.
3
LÍNGUA PORTUGUESA
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que - Falante não pode negar que tenha querido transmitir
relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre a informação expressa pelo pressuposto, mas pode negar
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de que tenha desejado transmitir a informação expressa pelo
um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pro- subentendido.
nome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se - Negação da informação não nega o pressuposto.
vai dizer e o que já foi dito. - Pressuposto não verdadeiro – informação explícita
absurda.
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia - Principais marcadores de pressupostos: a) adjetivos;
-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e b) verbos; c) advérbios; d) orações adjetivas; e) conjunções.
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do
verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer QUESTÕES
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- (Agente Estadual de Trânsito – DETRAN - SP – Vu-
cedente. nesp/2013)
Os pronomes relativos são muito importantes na in-
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de O uso da bicicleta no Brasil
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, A utilização da bicicleta como meio de locomoção no
a saber: Brasil ainda conta com poucos adeptos, em comparação
com países como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos
que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,
quais a bicicleta é um dos principais veículos nas ruas. Ape-
mas depende das condições da frase.
sar disso, cada vez mais pessoas começam a acreditar que
qual (neutro) idem ao anterior.
a bicicleta é, numa comparação entre todos os meios de
quem (pessoa)
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois transporte, um dos que oferecem mais vantagens.
o objeto possuído. A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicle-
como (modo) tas e a outros veículos que, por lei, devem andar na via e
onde (lugar) jamais na calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são
quando (tempo) todos considerados veículos, com direito de circulação pe-
quanto (montante) las ruas e prioridade sobre os automotores.
Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à
Exemplo: bicicleta no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade,
Falou tudo QUANTO queria (correto) pois as bikes não emitem gases nocivos ao ambiente, não
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria consomem petróleo e produzem muito menos sucata de
aparecer o demonstrativo O ). metais, plásticos e borracha; a diminuição dos congestio-
Dicas para melhorar a interpretação de textos namentos por excesso de veículos motorizados, que atin-
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do gem principalmente as grandes cidades; o favorecimento
assunto; da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito bom; e
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a economia no combustível, na manutenção, no seguro e,
a leitura; claro, nos impostos.
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto No Brasil, está sendo implantado o sistema de com-
pelo menos duas vezes;
partilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por exemplo,
- Inferir;
o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da Prefeitu-
- Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do ra, em parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA, com
autor; quase um ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor Paulo, Santos, Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo
compreensão; país aderirem a esse sistema, mais duas capitais já estão
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de com o projeto pronto em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do
cada questão; compartilhamento é semelhante em todas as cidades. Em
- O autor defende ideias e você deve percebê-las; Porto Alegre, os usuários devem fazer um cadastro pelo
site. O valor do passe mensal é R$10 e o do passe diário,
Segundo Fiorin: R$5, podendo-se utilizar o sistema durante todo o dia, das
-Pressupostos – informações implícitas decorrentes 6h às 22h, nas duas modalidades. Em todas as cidades que
necessariamente de palavras ou expressões contidas na já aderiram ao projeto, as bicicletas estão espalhadas em
frase. pontos estratégicos.
- Subentendidos – insinuações não marcadas clara- A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção
mente na linguagem. não está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda
- Pressupostos – verdadeiros ou admitidos como tal. não sabem que a bicicleta já é considerada um meio de
- Subentendidos – de responsabilidade do ouvinte. transporte, ou desconhecem as leis que abrangem a bike.
4
LÍNGUA PORTUGUESA
Na confusão de um trânsito caótico numa cidade grande, não são apenas maus motoristas, sem condições de dirigir,
carros, motocicletas, ônibus e, agora, bicicletas, misturam- mas também se engajam num comportamento de risco –
se, causando, muitas vezes, discussões e acidentes que po- algumas até agem especificamente para irritar o outro mo-
deriam ser evitados. torista ou impedir que este chegue onde precisa.
Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá
A verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles ter antes de passar para a ira de trânsito de fato, levando
estão totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. um motorista a tomar decisões irracionais.
Por isso é tão importante usar capacete e outros itens de Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocio-
segurança. A maior parte dos motoristas de carros, ônibus, nante. Para muitos de nós, os carros são a extensão de
motocicletas e caminhões desconhece as leis que abran- nossa personalidade e podem ser o bem mais valioso que
gem os direitos dos ciclistas. Mas muitos ciclistas também possuímos. Dirigir pode ser a expressão de liberdade para
ignoram seus direitos e deveres. Alguém que resolve in- alguns, mas também é uma atividade que tende a aumen-
tegrar a bike ao seu estilo de vida e usá-la como meio de tar os níveis de estresse, mesmo que não tenhamos cons-
locomoção precisa compreender que deverá gastar com ciência disso no momento.
alguns apetrechos necessários para poder trafegar. De Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez
acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, as bicicletas que entra no trânsito, você se junta a uma comunidade
devem, obrigatoriamente, ser equipadas com campainha, de outros motoristas, todos com seus objetivos, medos e
sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, habilidades ao volante. Os psicólogos Leon James e Diane
além de espelho retrovisor do lado esquerdo. Nahl dizem que um dos fatores da ira de trânsito é a ten-
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. dência de nos concentrarmos em nós mesmos, descartan-
Adaptado) do o aspecto comunitário do ato de dirigir.
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito,
01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como o Dr. James acredita que a causa principal da ira de trânsi-
meio de locomoção nas metrópoles brasileiras to não são os congestionamentos ou mais motoristas nas
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra ruas, e sim como nossa cultura visualiza a direção agressi-
devido à falta de regulamentação. va. As crianças aprendem que as regras normais em relação
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido ao comportamento e à civilidade não se aplicam quando
incentivado em várias cidades. dirigimos um carro. Elas podem ver seus pais envolvidos
(C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela em comportamentos de disputa ao volante, mudando de
maioria dos moradores. faixa continuamente ou dirigindo em alta velocidade, sem-
(D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com pre com pressa para chegar ao destino.
os demais meios de transporte. Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos
(E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva era des-
arriscada e pouco salutar. carregar a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a
descarga de frustrações não ajuda a aliviar a raiva. Em uma
02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos situação de ira de trânsito, a descarga de frustrações pode
objetivos centrais do texto é transformar um incidente em uma violenta briga.
(A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do Com isso em mente, não é surpresa que brigas vio-
ciclista. lentas aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas
(B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta está predisposta a apresentar um comportamento irracio-
é mais seguro do que dirigir um carro. nal quando dirige. Dr. James vai ainda além e afirma que a
(C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bi- maior parte das pessoas fica emocionalmente incapacitada
cicleta no Brasil. quando dirige. O que deve ser feito, dizem os psicólogos,
(D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como é estar ciente de seu estado emocional e fazer as escolhas
meio de locomoção se consolidou no Brasil. corretas, mesmo quando estiver tentado a agir só com a
(E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista emoção.
deve dar prioridade ao pedestre. (Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.
uol.com.br/furia-no-transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013.
(Oficial Estadual de Trânsito - DETRAN-SP - Vunesp Adaptado)
2013) Leia o texto para responder às questões de 3 a 5
3-) Tomando por base as informações contidas no tex-
Propensão à ira de trânsito to, é correto afirmar que
(A) os comportamentos de disputa ao volante aconte-
Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente cem à medida que os motoristas se envolvem em decisões
perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais se- conscientes.
guro do mundo, existem muitas variáveis de risco no trân- (B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são cau-
sito, como clima, acidentes de trânsito e obras nas ruas. E sadas pela constante preocupação dos motoristas com o
com relação a todas as outras pessoas nas ruas? Algumas aspecto comunitário do ato de dirigir.
5
LÍNGUA PORTUGUESA
(C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas 6-) Considere:
é o principal motivo que provoca, nos motoristas, uma di- I. Segundo o texto, na ficção científica abordam-se,
reção agressiva. com distanciamento de tempo e espaço, questões con-
(D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de ex- troversas e moralmente incômodas da sociedade atual, de
periências e atividades não só individuais como também modo que a solução oferecida pela fantasia possa ser apli-
sociais. cada para resolver os problemas da realidade.
(E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle II. Parte do poder de convencimento da ficção cientí-
das emoções positivas por parte dos motoristas. fica deriva do fato de serem apresentados ao espectador
objetos imaginários que, embora não existam na vida real,
4. A ira de trânsito estão, de algum modo, conectados à realidade.
A) aprimora uma atitude de reconhecimento de regras. III. A ficção científica extrapola os limites da realidade,
(B) implica tomada de decisões sem racionalidade. mas baseia-se naquilo que, pelo menos em teoria, acredi-
(C) conduz a um comportamento coerente. ta-se que seja possível.
(D) resulta do comportamento essencialmente comu- Está correto o que se afirma APENAS em
nitário dos motoristas. (A) III.
(E) decorre de imperícia na condução de um veículo. (B) I e II.
(C) I e III.
5. De acordo com o perito Dr. James, (D) II e III.
(A) os congestionamentos representam o principal fa- (E) II.
tor para a ira no trânsito.
(B) a cultura dos motoristas é fator determinante para 7-) Sem prejuízo para o sentido original e a correção
o aumento de suas frustrações. gramatical, o termo sonhar, em ... a sociedade se permite
(C) o motorista, ao dirigir, deve ser individualista em sonhar seus piores problemas... (2o parágrafo), pode ser
suas ações, a fim de expressar sua liberdade e garantir que substituído por:
outros motoristas não o irritem. (A) descansar.
(D) a principal causa da direção agressiva é o desco- (B) desprezar.
nhecimento das regras de trânsito. (C) esquecer.
(E) o comportamento dos pais ao dirigirem com ira (D) fugir.
contradiz o aprendizado das crianças em relação às regras (E) imaginar.
de civilidade.
(TRF 3ª região/2014) Atenção: Para responder às ques-
(TRF 3ª região/2014) Para responder às questões de tões de números 8 a 10 considere o texto abaixo.
números 6 e 7 considere o texto abaixo. Texto I
Toda ficção científica, de Metrópolis ao Senhor dos O canto das sereias é uma imagem que remonta às
anéis, baseia-se, essencialmente, no que está acontecen-
mais luminosas fontes da mitologia e da literatura gregas.
do no mundo no momento em que o filme foi feito. Não
As versões da fábula variam, mas o sentido geral da trama
no futuro ou numa galáxia distante, muitos e muitos anos
é comum.
atrás, mas agora mesmo, no presente, simbolizado em pro-
As sereias eram criaturas sobre-humanas. Ninfas de
jeções que nos confortam e tranquilizam ao nos oferecer
extraordinária beleza, viviam sozinhas numa ilha do Medi-
uma adequada distância de tempo e espaço.
terrâneo, mas tinham o dom de chamar a si os navegantes,
Na ficção científica, a sociedade se permite sonhar seus
graças ao irresistível poder de sedução do seu canto. Atraí-
piores problemas: desumanização, superpopulação, totali-
dos por aquela melodia divina, os navios batiam nos recifes
tarismo, loucura, fome, epidemias. Não se imita a realida-
submersos da beira-mar e naufragavam. As sereias então
de, mas imagina-se, sonha-se, cria-se outra realidade onde
possamos colocar e resolver no plano da imaginação tudo devoravam impiedosamente os tripulantes.
o que nos incomoda no cotidiano. O elemento essencial Doce o caminho, amargo o fim. Como escapar com
para guiar a lógica interna do gênero, cuja quebra implica vida do canto das sereias? A literatura grega registra duas
o fim da magia, é a ciência. Por isso, tecnologia é essen- soluções vitoriosas. Uma delas foi a saída encontrada por
cial ao gênero. Parte do poder desse tipo de magia cine- Orfeu, o incomparável gênio da música e da poesia.
matográfica está em concretizar, diante dos nossos olhos, Quando a embarcação na qual ele navegava entrou
objetos possíveis, mas inexistentes: carros voadores, robôs inadvertidamente no raio de ação das sereias, ele conse-
inteligentes. Como parte dessas coisas imaginadas acaba guiu impedir a tripulação de perder a cabeça tocando uma
se tornando realidade, o gênero reforça a sensação de que música ainda mais sublime do que aquela que vinha da
estamos vendo na tela projeções das nossas possibilidades ilha. O navio atravessou incólume a zona de perigo.
coletivas futuras. A outra solução foi a de Ulisses. Sua principal arma
(Adaptado de: BAHIANA, Ana Maria. Como ver um fil- para vencer as sereias foi o reconhecimento franco e cora-
me. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012. formato ebook.) joso da sua fraqueza e da sua falibilidade − a aceitação dos
seus inescapáveis limites humanos.
6
LÍNGUA PORTUGUESA
7
LÍNGUA PORTUGUESA
8
LÍNGUA PORTUGUESA
9
LÍNGUA PORTUGUESA
Seus olhos são como luzes brilhantes. 10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so-
O exemplo acima mostra uma comparação evidente, frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse
através do emprego da palavra como. mundo).
Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes. 11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para
Neste exemplo não há mais uma comparação (note a ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram
ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja, chamadas, não apenas uma mulher).
qualidade do que é semelhante. 12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me. (= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone).
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta 13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
é a verdadeira metáfora. Alguns astronautas foram à Lua).
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
Observe outros exemplos: derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado).
1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de
Pessoa) extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquan-
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que to que a metonímia abrange apenas os casos de analogia
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio ou de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fa-
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando zer distinção entre ambas as figuras.
a fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).
Catacrese
2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar
algum. Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contí-
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na fra- nuo, cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando,
se acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão por falta de um termo específico para designar um con-
que indica uma alma rústica e abandonada (e angustiada- ceito, toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a
mente inútil), há uma comparação subentendida: Minha empregar algumas palavras fora de seu sentido original.
alma é tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma es- Exemplos: “asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do ros-
trada de terra que leva a lugar algum. to”, “pé da mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
10
LÍNGUA PORTUGUESA
É a expressão intencionalmente exagerada com o in- As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe)
tuito de realçar uma ideia. ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela
“Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac) maior expressividade que se dá ao sentido.
O concurseiro quase morre de tanto estudar!
11
LÍNGUA PORTUGUESA
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita Observe que os verbos persistamos, temos e somos
a omissão de um termo já mencionado anteriormente. não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos
Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de (brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira
português) pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os
Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só brasileiros, os agricultores e os cariocas).
modernos. (só havia móveis)
Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de) Polissíndeto / Assíndeto
12
LÍNGUA PORTUGUESA
* Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já
que, na ordem direta, teríamos:
“As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
tumbante de um povo heroico”.
13
LÍNGUA PORTUGUESA
A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia
2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar algu-
ma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” no
lugar de “que morreram por nós”.
RESPOSTA: “D”.
O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de lingua-
gem. O autor do texto refere-se a qual figura de linguagem?
A) Eufemismo.
B) Hipérbole.
C) Paradoxo.
D) Metonímia.
E) Hipérbato.
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para representar o calor excessivo que está fazendo. A figura que é
utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a hipérbole.
RESPOSTA: “B”.
PONTUAÇÃO.
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor a coesão e a coerência textual, além de
ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Um texto escrito adquire diferentes significados quando pontuado
de formas diversificadas. O uso da pontuação depende, em certos momentos, da intenção do autor do discurso. Assim,
os sinais de pontuação estão diretamente relacionados ao contexto e ao interlocutor.
14
LÍNGUA PORTUGUESA
15
LÍNGUA PORTUGUESA
- Para isolar:
- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasi-
leira, possui um trânsito caótico.
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
Observações:
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres-
são latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria
dispensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o
acordo ortográfico em vigor no Brasil exige que empre- (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Se-
guemos etc. precedido de vírgula: Falamos de política, fu-
gundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontua-
tebol, lazer, etc.
ção está correta em:
A) Hagar disse, que não iria.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir,
combinados o ponto de interrogação e o de exclamação:
bifes e lagostas, aos vizinhos.
Você falou isso para ela?!
C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas:
para Hagar e Helga
- Temos, ainda, sinais distintivos:
D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse,
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa-
ração de siglas (IOF/UPC); Hagar à Helga.
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas E) Helga chegou com o recado: fomos convidados,
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção pelos Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
aos parênteses, principalmente na matemática;
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a 1-) Correções realizadas:
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre
nome que não se quer mencionar. verbo e seu complemento (objeto)
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi-
Fontes de pesquisa: fes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/ seu complemento (objeto)
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-vir- C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
gula.htm para Hagar e Helga.
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São gar à Helga.
Paulo: Saraiva, 2010. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa pelos Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. RESPOSTA: “E”.
16
LÍNGUA PORTUGUESA
2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi- Observe outros exemplos:
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separa- de águia aquilino
do entre pontuações. Exemplos: de aluno discente
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa!
Os meninos, ansiosos (2), chegaram! de anjo angelical
RESPOSTA: “CERTO”. de ano anual
17
LÍNGUA PORTUGUESA
* Observação: nem toda locução adjetiva possui um adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por exem-
plo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como
adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
Alagoas alagoano
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
Belo Horizonte belo-horizontino
Brasília brasiliense
Cabo Frio cabo-friense
Campinas campineiro ou campinense
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:
18
LÍNGUA PORTUGUESA
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas- Grau do Adjetivo
culino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no fe- Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a in-
minino somente o último elemento: o moço norte-america- tensidade da qualidade do ser. São dois os graus do adje-
no, a moça norte-americana. tivo: o comparativo e o superlativo.
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
como para o feminino: homem feliz e mulher feliz. buída a dois ou mais seres ou duas ou mais característi-
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no cas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de
feminino: conflito político-social e desavença político-social. igualdade, de superioridade ou de inferioridade.
Número dos Adjetivos
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
Plural dos adjetivos simples
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão.
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
boa e boas. rioridade Analítico
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça No comparativo de superioridade analítico, entre os
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a pala- dois substantivos comparados, um tem qualidade supe-
vra que estiver qualificando um elemento for, originalmente, rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...
um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: do que” ou “mais...que”.
a palavra cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se
estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Su-
Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza. perioridade Sintético
19
LÍNGUA PORTUGUESA
20
LÍNGUA PORTUGUESA
De acordo com a circunstância que exprime, o advér- Há palavras como muito, bastante, que podem apare-
bio pode ser de: cer como advérbio e como pronome indefinido.
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro
atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito.
abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo
adentro, afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros.
distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à
direita, à esquerda, ao lado, em volta. * Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio
Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, (não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante”
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já,
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja:
enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessi-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito,
vamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente,
pois “muitos” não dá!). = advérbio
de vez em quando, de quando em quando, a qualquer mo-
mento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia. 2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estu-
Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, dei muitos capítulos) = pronome indefinido
acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à
toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse Advérbios Interrogativos
modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado,
a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como?
“-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa- por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes
cientemente, amorosamente, docemente, escandalosamen- às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja:
te, bondosamente, generosamente.
Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efeti- Interrogação Direta Interrogação Indireta
vamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. Onde mora? Indaguei onde morava.
Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel- Por que choras? Não sei por que choras.
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Aonde vai? Perguntei aonde ia.
Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, Donde vens? Pergunto donde vens.
assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de Quando voltas? Pergunto quando voltas.
todo, de muito, por completo, extremamente, intensamen-
te, grandemente, bem (quando aplicado a propriedades Locução Adverbial
graduáveis).
Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, so- Quando há duas ou mais palavras que exercem fun-
mente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Bran- ção de advérbio, temos a locução adverbial, que pode
do, o vento apenas move a copa das árvores. expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordi-
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. nariamente por uma preposição. Veja:
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
adolescência. dentro, por aqui, etc.
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
meus amigos por comparecerem à festa. geral, frente a frente, etc.
tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
hoje em dia, nunca mais, etc.
* Saiba que:
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-
* Observações:
se ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Fi-
- tanto a locução adverbial como o advérbio modifi-
carei o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o
cam o verbo, o adjetivo e outro advérbio:
menos tarde possível. Chegou muito cedo. (advérbio)
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, Joana é muito bela. (adjetivo)
em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O alu- De repente correram para a rua. (verbo)
no respondeu calma e respeitosamente.
21
LÍNGUA PORTUGUESA
- Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais * Quando indicado no singular, o artigo definido pode
mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio: indicar toda uma espécie:
Essa matéria é mais bem interessante que aquela. O trabalho dignifica o homem.
Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
- O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér- * No caso de nomes próprios personativos, denotando a
bio: Cheguei primeiro. ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do
artigo:
- Quanto a sua função sintática: o advérbio e a lo- Marcela é a mais extrovertida das irmãs.
cução adverbial desempenham na oração a função de O Pedro é o xodó da família.
adjunto adverbial, classificando-se de acordo com as cir-
cunstâncias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao * No caso de os nomes próprios personativos estarem
advérbio. Exemplo: no plural, são determinados pelo uso do artigo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad- Os Maias, os Incas, Os Astecas...
verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi- * Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
dade e de tempo, respectivamente. para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o arti-
go), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Fontes de pesquisa:
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
(qualquer classe)
morf75.php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- * Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São cultativo:
Paulo: Saraiva, 2010. Preparei o meu curso. Preparei meu curso.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. * A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa de aproximação numérica:
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. O máximo que ele deve ter é uns vinte anos.
22
LÍNGUA PORTUGUESA
23
LÍNGUA PORTUGUESA
c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a i) Consecutivas: introduzem uma oração que ex-
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São pressa a consequência da principal. São elas: de sorte que,
elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde de modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito
que, a menos que, sem que, etc. que, que (tendo como antecedente na oração principal uma
Se precisar de minha ajuda, telefone-me. palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc.
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do
** Dica: você deve ter percebido que a conjunção exame.
condicional “se” também é conjunção integrante. A di-
ferença é clara ao ler as orações que são introduzidas Atenção: Muitas conjunções não têm classificação
por ela. Acima, ela nos dá a ideia da condição para que única, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de
recebamos um telefonema (se for preciso ajuda). Já na acordo com o sentido que apresentam no contexto
oração: (grifo da Zê!).
Não sei se farei o concurso...
Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: O bom relacionamento entre as conjunções de um
o verbo da oração principal (sei) pede complemento texto garante a perfeita estruturação de suas frases e pa-
rágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteú-
(objeto direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”).
do. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
Portanto, a oração em destaque exerce a função de ob-
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e
jeto direto da oração principal, sendo classificada como
textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios
oração subordinada substantiva objetiva direta.
e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se
d) Conformativas: introduzem uma oração que ex- pode chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o conjun-
prime a conformidade de um fato com outro. São elas: to das relações que garantem a coesão do enunciado. O
conforme, como (= conforme), segundo, consoante, etc. sucesso desse conjunto de relações depende do conhe-
O passeio ocorreu como havíamos planejado. cimento do valor relacional das conjunções, uma vez que
estas interferem semanticamente no enunciado.
e) Finais: introduzem uma oração que expressa a fi- Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às con-
nalidade ou o objetivo com que se realiza a oração prin- junções tanto na leitura como na produção de textos. Nos
cipal. São elas: para que, a fim de que, que, porque (= textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expres-
para que), que, etc. são de circunstâncias fundamentais à condução da histó-
Toque o sinal para que todos entrem no salão. ria, como as noções de tempo, finalidade, causa e conse-
quência. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes
f) Proporcionais: introduzem uma oração que ex- a linha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso
pressa um fato relacionado proporcionalmente à ocor- das exposições e argumentações construídas por meio de
rência do expresso na principal. São elas: à medida que, contrastes e oposições, que implicam o uso das adversati-
à proporção que, ao passo que e as combinações quanto vas e concessivas.
mais... (mais), quanto menos... (menos), quanto menos...
(mais), quanto menos... (menos), etc. Fontes de pesquisa:
O preço fica mais caro à medida que os produtos es- http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
casseiam. php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
nais à medida em que, na medida que e na medida em Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
que. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
g) Temporais: introduzem uma oração que acres-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
centa uma circunstância de tempo ao fato expresso na
oração principal. São elas: quando, enquanto, antes que,
Interjeição
depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sem-
pre que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
A briga começou assim que saímos da festa. ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
h) Comparativas: introduzem uma oração que ex- maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
pressa ideia de comparação com referência à oração a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
principal. São elas: como, assim como, tal como, como se, rente de uma situação particular, um momento ou um
(tão)... como, tanto como, tanto quanto, do que, quanto, contexto específico. Exemplos:
tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com menos Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ou mais), etc. ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
24
LÍNGUA PORTUGUESA
O significado das interjeições está vinculado à manei- Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
ra como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva!
sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto em Adeus! Olá! Alô! Ei! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus!
que for utilizada. Exemplos: Silêncio: Psiu! Silêncio!
Psiu! Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
contexto: alguém pronunciando esta expressão na
rua ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te cha- * Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis,
mando! Ei, espere!” isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau
como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo,
Psiu! aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso espe-
contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig- cífico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Não
nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silên- se trata de um processo natural desta classe de palavra,
cio!” mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
Locução Interjetiva
puxa: interjeição; tom da fala: euforia
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
puxa: interjeição; tom da fala: decepção
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus!
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama-
As interjeições cumprem, normalmente, duas fun- tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise
ções: dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha-
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo ale- me Deus!, Quem me dera!
gria, tristeza, dor, etc.
Ah, deve ser muito interessante! * Observações:
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.
b) Sintetizar uma frase apelativa. Por exemplo:
Cuidado! Saia da minha frente. Ué! (= Eu não esperava por essa!)
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.)
As interjeições podem ser formadas por:
a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô 2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o
b) palavras: Oba! Olá! Claro! seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gra-
c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu maticais podem aparecer como interjeições. Por exemplo:
Deus! Ora bolas! Viva! Basta! (Verbos)
Fora! Francamente! (Advérbios)
Classificação das Interjeições 3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-
frase” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Por
Comumente, as interjeições expressam sentido de: exemplo:
Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!
Atenção! Olha! Alerta!
Afugentamento: Fora! Passa! Rua! 4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau!
Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-
Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
quá!, etc.
Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem!
Ânimo! Adiante!
5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo
Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! e não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo:
Essa não! Chega! Basta! “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Deus!
Desculpa: Perdão! Fontes de pesquisa:
Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.php
Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramá-
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! tica – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus
Pô! Ora! Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
25
LÍNGUA PORTUGUESA
- Cardinais: indicam quantidade exata ou determina- - Os numerais são escritos em conjunto de três alga-
da de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de
sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, dé- centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma
cada, bimestre. separação através de ponto ou espaço correspondente a
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.
- Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém - Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
ou alguma coisa ocupa numa determinada sequência: pri-
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
meiro, segundo, centésimo, etc.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
* Observação importante:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.
final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
são classificadas como adjetivos, não ordinais.
* Mas, se a centena começa por “zero” ou termina
por dois zeros, usa-se o “e”:
- Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00)
seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc. Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)
- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. até décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o nume-
ral venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
26
LÍNGUA PORTUGUESA
- Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e
outra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua utilização
exige a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é dispensado
caso haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.
27
LÍNGUA PORTUGUESA
fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Preposição
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, nor-
malmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na
estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão
do texto.
Tipos de Preposição
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com,
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja, for-
madas por uma derivação imprópria: como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
(preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente
a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gênero
ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.
* Essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir dos processos de:
1. Combinação: união da preposição “a” com o artigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocábulos
não sofrem alteração.
2. Contração: união de uma preposição com outra palavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + o =
do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = daquele, em + isso = nisso.
3. Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do pronome
“aquilo”).
28
LÍNGUA PORTUGUESA
Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
por meio das preposições: [minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala]
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
Destino = Irei a Salvador. [tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se
Modo = Saiu aos prantos. fala]
Lugar = Sempre a seu lado. A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
Assunto = Falemos sobre futebol. [dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem
Tempo = Chegarei em instantes.
se fala]
Causa = Chorei de saudade.
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
Instrumento = Escreveu a lápis.
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme-
Posse = Vi as roupas da mamãe.
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência
Autoria = livro de Machado de Assis
através do pronome seja coerente em termos de gênero
Companhia = Estarei com ele amanhã.
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
Matéria = copo de cristal.
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
Meio = passeio de barco.
Origem = Nós somos do Nordeste.
Conteúdo = frascos de perfume. Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. nossa escola neste ano.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais. [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordân-
cia adequada]
* Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo- [neste: pronome que determina “ano” = concordância
cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre- adequada]
positiva por trás de. [ele: pronome que faz referência à “Roberta” = con-
cordância inadequada]
Fontes de pesquisa:
http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/ Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- Pronomes Pessoais
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010. São aqueles que substituem os substantivos, indi-
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação cando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. ou escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os
pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a
Pronome quem se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer
Pronome é a palavra variável que substitui ou acom- referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala.
panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
forma. ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
O homem julga que é superior à natureza, por isso o ou do caso oblíquo.
homem destrói a natureza...
29
LÍNGUA PORTUGUESA
30
LÍNGUA PORTUGUESA
Observe que as únicas formas próprias do pronome - 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti.
tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). Conhece a ti mesmo.
As demais repetem a forma do pronome pessoal do caso
reto. - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
Guilherme já se preparou.
- As preposições essenciais introduzem sempre pro- Ela deu a si um presente.
nomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do Antônio conversou consigo mesmo.
caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso
da língua formal, os pronomes costumam ser usados des- - 1.ª pessoa do plural (nós): nos.
ta forma: Lavamo-nos no rio.
Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos.
Não há nenhuma acusação contra mim. Vós vos beneficiastes com esta conquista.
Não vá sem mim.
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
* Atenção: Há construções em que a preposição, Eles se conheceram.
apesar de surgir anteposta a um pronome, serve para in- Elas deram a si um dia de folga.
troduzir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses
casos, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito * O pronome é reflexivo quando se refere à mesma
for um pronome, deverá ser do caso reto. pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar. ** É pronome recíproco quando indica reciprocidade
Não vá sem eu mandar. de ação:
Nós nos amamos.
* A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!” Olhamo-nos calados.
está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
Pronomes de Tratamento
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
mim!
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
- A combinação da preposição “com” e alguns pro-
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
nomes originou as formas especiais comigo, contigo, con-
soa. Alguns exemplos:
sigo, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
frequentemente exercem a função de adjunto adverbial Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
de companhia. Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
Ele carregava o documento consigo. sos em geral
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas: à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
Ela veio até mim, mas nada falou. sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais,
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido governadores, secretários de Estado, presidente da Repú-
de) inclusão, usaremos as formas retas: blica (sempre por extenso)
Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu) Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores
por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, pró- até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de
prios, todos, ambos ou algum numeral. igual categoria
Você terá de viajar com nós todos. Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes
Estávamos com vós outros quando chegaram as más de direito
notícias. Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento
Ele disse que iria com nós três. cerimonioso
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
Pronome Reflexivo
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
São pronomes pessoais oblíquos que, embora fun- nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são emprega-
cionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao dos no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no trata-
sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe mento familiar. Você e vocês são largamente empregados
a ação expressa pelo verbo. no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
Quadro dos pronomes reflexivos: de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma
- 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim. vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou
Eu não me lembro disso. literária.
31
LÍNGUA PORTUGUESA
32
LÍNGUA PORTUGUESA
- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, - tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
porém relativamente próximo à época em que se situa a
pessoa que fala: * Note que:
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! - Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en-
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afasta- tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa
mento no tempo, referido de modo vago ou como tempo mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em
remoto: primeiro lugar.
Naquele tempo, os professores eram valorizados.
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
*Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se fala- irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
rá ou escreverá):
- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer - Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em
fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará: com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta,
Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or- disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
tografia, concordância. = naquilo)
* Também aparecem como pronomes demonstrativos: Cada povo tem seus costumes.
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e Certas pessoas exercem várias profissões.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) * Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti-
Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te vos, ora pronomes indefinidos adjetivos:
indiquei.) algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, mui-
tos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, ne-
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em nhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s),
gênero quando têm caráter reforçativo: qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal,
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem. tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vá-
Eu mesma refiz os exercícios. rios, várias.
33
LÍNGUA PORTUGUESA
34
LÍNGUA PORTUGUESA
- O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda - Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
com o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o con- ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
sequente (o ser possuído, com o qual concorda em gêne- gente que conversava, (que) ria, observava.
ro e número); não se usa artigo depois deste pronome;
“cujo” equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais. Pronomes Interrogativos
Existem pessoas cujas ações são nobres.
(antecedente) (consequente) São usados na formulação de perguntas, sejam elas
diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefini-
*interpretação do pronome “cujo” na frase acima: dos, referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo im-
ações das pessoas. É como se lêssemos “de trás para fren- preciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e
te”. Outro exemplo: variações), quanto (e variações).
Comprei o livro cujo autor é famoso. (= autor do livro) Com quem andas?
Qual seu nome?
** se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro- Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
nome:
O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu- Sobre os pronomes:
se a)
O pronome pessoal é do caso reto quando tem fun-
- “Quanto” é pronome relativo quando tem por an- ção de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblí-
tecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) quo quando desempenha função de complemento.
e tudo: 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
Emprestei tantos quantos foram necessários. 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
(antecedente) lhe ajudar.
Ele fez tudo quanto havia falado.
(antecedente) Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
- O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sem- reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce fun-
pre precedido de preposição. ção de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo.
É um professor a quem muito devemos. Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discur-
(preposição) so. O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta
para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não
- “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an- sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
casa onde morava foi assaltada.
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
diferentemente dos segundos, que são sempre precedi-
- Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
dos de preposição.
ou em que.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que
Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
eu estava fazendo.
no exterior.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para
mim o que eu estava fazendo.
- Podem ser utilizadas como pronomes relativos as
palavras: Fontes de pesquisa:
- como (= pelo qual) – desde que precedida das pala- http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
vras modo, maneira ou forma: morf42.php
Não me parece correto o modo como você agiu sema- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
na passada. Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
- quando (= em que) – desde que tenha como antece- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
dente um nome que dê ideia de tempo: Paulo: Saraiva, 2010.
Bons eram os tempos quando podíamos jogar video- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
game. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
35
LÍNGUA PORTUGUESA
-lugares: Alemanha, Portugal Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode
-sentimentos: amor, saudade ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes-
-estados: alegria, tristeza soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro
-qualidades: honestidade, sinceridade... ser para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um
-ações: corrida, pescaria... substantivo abstrato.
Os substantivos abstratos designam estados, qualida-
Morfossintaxe do substantivo des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (es-
Nas orações, geralmente o substantivo exerce fun- tado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sen-
ções diretamente relacionadas com o verbo: atua como timento).
núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto di-
reto ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, Substantivos Coletivos
funcionar como núcleo do complemento nominal ou do
aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do ob- Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha,
jeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos outra abelha, mais outra abelha.
substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
adjuntos adverbiais - quando essas funções são desem- Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
penhadas por grupos de palavras.
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne-
Classificação dos Substantivos cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
Substantivos Comuns e Próprios palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan-
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de
Observe a definição: seres da mesma espécie (abelhas).
Cidade: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas ca- O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda
a sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
(em oposição aos bairros). mesmo estando no singular, designa um conjunto de se-
res da mesma espécie.
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada Substantivo coletivo Conjunto de:
cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substan-
tivo comum. assembleia pessoas reunidas
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de alcateia lobos
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
acervo livros
homem, mulher, país, cachorro.
Estamos voando para Barcelona. antologia trechos literários selecionados
arquipélago ilhas
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da
banda músicos
espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio –
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de bando desordeiros ou malfeitores
forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. banca examinadores
36
LÍNGUA PORTUGUESA
37
LÍNGUA PORTUGUESA
- Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in- Formação do Feminino dos Substantivos Unifor-
dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e mes
a colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
Epicenos:
Saiba que: Substantivos de origem grega termina- Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
dos em ema ou oma são masculinos: o fonema, o poema,
o sistema, o sintoma, o teorema. Não é possível saber o sexo do jacaré em questão.
Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma
- Existem certos substantivos que, variando de gêne- forma para indicar o masculino e o feminino.
ro, variam em seu significado: Alguns nomes de animais apresentam uma só for-
o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz) ma para designar os dois sexos. Esses substantivos são
o cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo) chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando
o capital (dinheiro) e a capital (cidade) houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se
o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, juba) palavras macho e fêmea.
o lente (professor) e a lente (vidro de aumento) A cobra macho picou o marinheiro.
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclu- A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
são)
o praça (soldado raso) e a praça (área pública) Sobrecomuns:
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emis- Entregue as crianças à natureza.
sora)
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo
Formação do Feminino dos Substantivos Bifor- masculino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso,
mes nem o artigo nem um possível adjetivo permitem identi-
ficar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:
- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno A criança chorona chamava-se João.
- aluna. A criança chorona chamava-se Maria.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a
ao masculino: freguês - freguesa Outros substantivos sobrecomuns:
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma
de três formas: boa criatura.
1- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
2- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã Marcela faleceu
3- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
Comuns de Dois Gêneros:
* Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
- sultana
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
- Substantivos terminados em -or:
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
A distinção de gênero pode ser feita através da análi-
se do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o subs-
- Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
tantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante;
cônsul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa /
um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa;
duque - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
repórter francês - repórter francesa
- Substantivos que formam o feminino trocando o -e
final por -a: elefante - elefanta - A palavra personagem é usada indistintamente nos
dois gêneros.
- Substantivos que têm radicais diferentes no mascu- a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
lino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nu-
vens os personagens dos contos de carochinha.
- Substantivos que formam o feminino de maneira b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femi-
especial, isto é, não seguem nenhuma das regras ante- nino: O problema está nas mulheres de mais idade, que
riores: czar – czarina, réu - ré não aceitam a personagem.
38
LÍNGUA PORTUGUESA
Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções, * Atenção: O plural de caráter é caracteres.
nomes de cidades são femininos.
A histórica Ouro Preto. - Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
A dinâmica São Paulo. se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
A acolhedora Porto Alegre. col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul
Uma Londres imensa e triste. e cônsules.
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de
duas maneiras:
Gênero e Significação
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
Muitos substantivos têm uma significação no mascu-
lino e outra no feminino. Observe: Observação: a palavra réptil pode formar seu plural de
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai
à frente de um bloco carnavalesco, manejando um bas- - Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
tão), a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou duas maneiras:
proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do 1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
(ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a 2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capi- riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
tal (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabelei-
ra), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral - Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural
(cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na admi- de três maneiras.
nistração da crisma e de outros sacramentos), a crisma 1- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
(sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato 2- substituindo o -ão por -ães: cão - cães
de curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta 3- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
planície de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a
- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis:
guia (documento, pena grande das asas das aves), o grama
o látex - os látex.
(unidade de peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da
caixa), a caixa (recipiente, setor de pagamentos), o lente Plural dos Substantivos Compostos
(professor), a lente (vidro de aumento), o moral (ânimo), a
moral (honestidade, bons costumes, ética), o nascente (lado - A formação do plural dos substantivos compostos
onde nasce o Sol), a nascente (a fonte), o maria-fumaça depende da forma como são grafados, do tipo de palavras
(trem como locomotiva a vapor), maria-fumaça (locomoti- que formam o composto e da relação que estabelecem en-
va movida a vapor), o pala (poncho), a pala (parte anterior tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
do boné ou quepe, anteparo), o rádio (aparelho receptor), a como os substantivos simples: aguardente/aguardentes,
rádio (emissora), o voga (remador), a voga (moda). girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malme-
queres.
39
LÍNGUA PORTUGUESA
40
LÍNGUA PORTUGUESA
Particularidades sobre o Número dos Substanti- Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
vos os seguintes elementos:
- Radical: é a parte invariável, que expressa o sig-
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o nificado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava;
norte, o leste, o oeste, a fé, etc. fal-am. (radical fal-)
- Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsa- - Tema: é o radical seguido da vogal temática que
mes, as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes. indica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo:
- Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do fala-r. São três as conjugações:
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probida- 1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática -
de, bom nome) e honras (homenagem, títulos). E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
- Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas - Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
com sentido de plural: signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
Aqui morreu muito negro. falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicati-
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em cape- vo) / falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
las improvisadas. - Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número
Flexão de Grau do Substantivo (singular ou plural):
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir (indica a 3.ª pessoa do plural.)
as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
* Observação: o verbo pôr, assim como seus deriva-
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho conside- dos (compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação,
rado normal. Por exemplo: casa pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”,
apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um ad- Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
jetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in- Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
dicador de aumento. Por exemplo: casarão. dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acen-
41
LÍNGUA PORTUGUESA
to tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, * Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, ama-
não cai no radical, mas sim na terminação verbal (fora do nhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Ama-
radical): opinei, aprenderão, amaríamos. nheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido
figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sen-
Classificação dos Verbos tido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou
seja, terá conjugação completa.
Classificam-se em: Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
- Regulares: são aqueles que apresentam o radical Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
inalterado durante a conjugação e desinências idênticas
às de todos os verbos regulares da mesma conjugação. * São impessoais, ainda:
Por exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, - o verbo passar (seguido de preposição), indicando
conjugados no presente do Modo Indicativo: tempo: Já passa das seis.
- Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, 1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser
normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. (preciso, necessário):
Os principais verbos impessoais são: Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos
bastante)
* haver, quando sinônimo de existir, acontecer, reali- Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
zar-se ou fazer (em orações temporais). É preciso que chova. (Sujeito: que chova)
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia =
Existiam) 2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, se-
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) guidos da conjunção que.
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão) Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz) à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a
* fazer, ser e estar (quando indicam tempo) vejo. (Sujeito: que não a vejo)
Faz invernos rigorosos na Europa.
Era primavera quando o conheci. * Observação: todos os sujeitos apontados são ora-
Estava frio naquele dia. cionais.
42
LÍNGUA PORTUGUESA
- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é
empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:
* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escre-
ver/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.
- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui)
e ir (fui, ia, vades).
- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa
das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.
43
LÍNGUA PORTUGUESA
Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês
44
LÍNGUA PORTUGUESA
45
LÍNGUA PORTUGUESA
Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam
- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita
no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:
1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade
já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
46
LÍNGUA PORTUGUESA
47
LÍNGUA PORTUGUESA
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.
(Ziraldo)
Tempos Verbais
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
tempos.
Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou
desejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele
vier à loja, levará as encomendas.
Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)
48
LÍNGUA PORTUGUESA
Modo Indicativo
Presente do Indicativo
Pretérito mais-que-perfeito
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M
49
LÍNGUA PORTUGUESA
Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).
1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M
50
LÍNGUA PORTUGUESA
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M
Futuro do Subjuntivo
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número
e pessoa correspondente.
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM
Modo Imperativo
Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:
51
LÍNGUA PORTUGUESA
Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.
Infinitivo Pessoal
* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é:
A) Houveram eleições em outros países este ano.
B) Se eu vir você por aí, acabou.
C) Tinha chego atrasado vinte minutos.
D) Fazem três anos que não tiro férias.
E) Esse homem possue muitos bens.
52
LÍNGUA PORTUGUESA
2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA- Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
modos indicados entre parênteses, fazendo a devida con- se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
cordância. que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
• O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque as vozes verbais:
surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - pre-
térito perfeito do indicativo) - Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
• Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos ação expressa pelo verbo:
postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do
indicativo) Ele fez o tra-
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na balho.
composição da chapa quando se _________ de criticar a sujeito agente ação objeto
atual diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo) (paciente)
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A-) interveio - entretinham - abstiverem - Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a
B-) interviu - entretiveram - absterem ação expressa pelo verbo:
C-) intervém - entreteram - abstêm
D-) interviera - entretêm - abstiverem O trabalho foi feito p o r
E-) intervirá - entretenham - abstiveram ele.
sujeito paciente ação agen-
te da passiva
2-) O verbo “intervir” deve ser conjugado como o
verbo “vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica - Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
“veio”, portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
ele não deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa
B. Como não há outro item com a mesma opção, chega- O menino feriu-se.
mos à resposta rapidamente!
RESPOSTA: “A”. * Observação: não confundir o emprego reflexivo do
3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO verbo com a noção de reciprocidade:
– VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir. Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Já __________ alguns anos que estudos a respeito da Nós nos amamos. (um ama o outro)
utilização abusiva dos smartphones estão sendo desen-
volvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos Formação da Voz Passiva
para associar alguns comportamentos dos adolescentes
ao uso prolongado desses aparelhos, e _________ alertado A voz passiva pode ser formada por dois processos:
os pais para que avaliem a necessidade de estabelecer analítico e sintético.
limites aos seus filhos.
De acordo com a norma-padrão da língua portugue- 1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte
sa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e maneira:
respectivamente, com:
(A) faz … haver … têm Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exem-
(B) fazem … haver … tem plo:
(C) faz … haverem … têm A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos:
(D) fazem … haverem … têm os alunos pintarão a escola)
(E) faz … haverem … tem O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)
3-) Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns * Observação: o agente da passiva geralmente é
anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos smar- acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a
tphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas acre- construção com a preposição de. Por exemplo: A casa fi-
ditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos para cou cercada de soldados.
53
LÍNGUA PORTUGUESA
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma- ** Saiba que:
ção das frases seguintes: - com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo) porque o sujeito não pode ser visto como agente, pacien-
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per- te ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa) Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) morf54.php
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
tivo) Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assu- ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
me o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz
ativa. Observe a transformação da frase seguinte: Questões
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, se- (A) que o instituto Endeavor traz;
guido do pronome apassivador “se”. Por exemplo: (B) que o instituto Endeavor trouxe;
Abriram-se as inscrições para o concurso. (C) trazida pelo instituto Endeavor;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
(E) que traz o instituto Endeavor.
* Observação: o agente não costuma vir expresso na
voz passiva sintética. 1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa te-
remos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva tempo verbal no pretérito – assim como na passiva).
RESPOSTA: “B”.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar
substancialmente o sentido da frase.
2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 -
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa) adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por
Sujeito da Ativa objeto Direto muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal:
A apostila foi comprada pelo concurseiro. A) consideravam.
(Voz Passiva) B) consideram.
Sujeito da Passiva Agente da Passi- C) considerem.
va D) considerarão.
E) considerariam.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva;
o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo 2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então
tempo. Observe: na ativa teremos UM: muitos o consideram o maior mara-
- Os mestres têm constantemente aconselhado os alu- tonista de todos os tempos.
nos. RESPOSTA: “B”.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pe-
los mestres. 3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014)
- Eu o acompanharei. Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar
Ele será acompanhado por mim. uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal
resultante deverá ser
54
LÍNGUA PORTUGUESA
55
LÍNGUA PORTUGUESA
Quando a expressão que indica porcentagem não é 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a ne-
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nhum sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do sin-
número. gular. São verbos impessoais: Haver no sentido de existir;
25% querem a mudança. Fazer indicando tempo; Aqueles que indicam fenômenos
1% conhece o assunto. da natureza. Exemplos:
Havia muitas garotas na festa.
Se o número percentual estiver determinado por ar- Faz dois meses que não vejo meu pai.
tigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com Chovia ontem à tarde.
eles:
Os 30% da produção de soja serão exportados. b) Sujeito Composto
Esses 2% da prova serão questionados.
1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao ver-
6) O pronome “que” não interfere na concordância; bo, a concordância se faz no plural:
Pai e filho conversavam longamente.
já o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do
Sujeito
singular.
Fui eu que paguei a conta.
Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fomos nós que pintamos o muro. Sujeito
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
Sou eu quem faz a prova. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas
Não serão eles quem será aprovado. gramaticais diferentes, a concordância ocorre da seguin-
te maneira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve as- sobre a segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece
sumir a forma plural. sobre a terceira (eles). Veja:
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
taram os poetas. Primeira Pessoa do Plural (Nós)
Este candidato é um dos que mais estudaram!
Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos Segunda Pessoa do Plural (Vós)
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular:
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nem uma das que me escreveram mora aqui. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
*Quando “um dos que” vem entremeada de substan-
tivo, o verbo pode: Observação: quando o sujeito é composto, formado
a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atra- por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira
vessa o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que (ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do
faça o mesmo). plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no
b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão lugar de “tomaríeis”.
poluídos (noção de que existem outros rios na mesma
condição). 3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo,
passa a existir uma nova possibilidade de concordância:
em vez de concordar no plural com a totalidade do sujei-
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
to, o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo
verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
do sujeito mais próximo.
Vossa Excelência está cansado?
Faltaram coragem e competência.
Vossas Excelências renunciarão? Faltou coragem e competência.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se Compareceu o banca e todos os candidatos.
de acordo com o numeral.
Deu uma hora no relógio da sala. 4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concor-
Deram cinco horas no relógio da sala. dância é feita no plural. Observe:
Soam dezenove horas no relógio da praça. Abraçaram-se vencedor e vencido.
Baterão doze horas daqui a pouco. Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
56
LÍNGUA PORTUGUESA
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
dispostos em gradação, verbo no singular: pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um se- mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
gundo me satisfaz. verbo ficará no plural.
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
3) Quando os núcleos do sujeito composto são uni- Nordeste.
dos por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a
acordo com o valor semântico das conjunções: notícia.
Drummond ou Bandeira representam a essência da
poesia brasileira. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância
é feita com esse termo resumidor.
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apa-
“adição”. Já em: tia.
Juca ou Pedro será contratado. Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim- na vida das pessoas.
píada.
Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
no singular. 1) O Verbo e a Palavra “SE”
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem duas de particular interesse para a concordância verbal:
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
Um ou outro compareceu à festa. b) quando é partícula apassivadora.
Nem um nem outro saiu do colégio. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na
singular: Um e outro farão/fará a prova.
terceira pessoa do singular:
Precisa-se de funcionários.
5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por
Confia-se em teses absurdas.
“com”, o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos re-
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha
cebem um mesmo grau de importância e a palavra “com”
verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e in-
tem sentido muito próximo ao de “e”.
diretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nes-
O pai com o filho montaram o brinquedo.
se caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração.
O governador com o secretariado traçaram os planos
Exemplos:
para o próximo semestre.
O professor com o aluno questionaram as regras. Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se Aqui não se cometem equívocos
a ideia é enfatizar o primeiro elemento. Alugam-se casas.
O pai com o filho montou o brinquedo.
O governador com o secretariado traçou os planos para ** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivado-
o próximo semestre. ra ou índice de indeterminação do sujeito, tente trans-
O professor com o aluno questionou as regras. formar a frase para a voz passiva. Se a frase construída
for “compreensível”, estaremos diante de uma partícula
Observação: com o verbo no singular, não se pode apassivadora; se não, o “se” será índice de indetermina-
falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez ção. Veja:
que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” Precisa-se de funcionários qualificados.
são adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é Tentemos a voz passiva:
como se houvesse uma inversão da ordem. Veja: Funcionários qualificados são precisados (ou preci-
“O pai montou o brinquedo com o filho.” sos)? Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice
“O governador traçou os planos para o próximo semes- de indeterminação do sujeito.
tre com o secretariado.” Agora:
“O professor questionou as regras com o aluno.” Vendem-se casas.
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta!
*Casos em que se usa o verbo no singular: Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu
Café com leite é uma delícia! passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per-
O frango com quiabo foi receita da vovó. cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
57
LÍNGUA PORTUGUESA
Quando o sujeito ou o predicativo for: b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infini-
tivo sofre flexão:
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER As crianças parece gostarem do desenho.
concorda com a pessoa gramatical: (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
Ele é forte, mas não é dois. crianças)
Fernando Pessoa era vários poetas.
A esperança dos pais são eles, os filhos. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no
subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural:
Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles
Quando o verbo SER indicar se ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilô- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
metros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas de-
nunciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:
c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade a) Adjetivo anteposto aos substantivos:
e for seguido de palavras ou expressões como pouco, mui- - O adjetivo concorda em gênero e número com o
to, menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular: substantivo mais próximo.
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso. Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Duas semanas de férias é muito para mim. Encontramos caído o prendedor e a roupa.
d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) - Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de
parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
o verbo.
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
No meu setor, eu sou a única mulher.
Aqui os adultos somos nós. b) Adjetivo posposto aos substantivos:
- O adjetivo concorda com o substantivo mais pró-
Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre- ximo ou com todos eles (assumindo a forma masculina
dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo plural se houver substantivo feminino e masculino).
concorda com o pronome sujeito. A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
Eu não sou ela. A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
Ela não é eu. A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido
partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o Observação: os dois últimos exemplos apresentam
verbo SER concordará com o predicativo. maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente
A grande maioria no protesto eram jovens. se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo
O resto foram atitudes imaturas. foi flexionado no plural masculino, que é o gênero predo-
minante quando há substantivos de gêneros diferentes.
58
LÍNGUA PORTUGUESA
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o subs- adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se refe-
tantivo não for acompanhado de nenhum modificador: rem possuir sentido genérico (não vier precedido de ar-
Água é bom para saúde. tigo).
É proibido entrada de crianças.
b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for Em certos momentos, é necessário atenção.
modificado por um artigo ou qualquer outro determina- No verão, melancia é bom.
tivo: Esta água é boa para saúde. É preciso cidadania.
Não é permitido saída pelas portas laterais.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os
b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as
minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
muito felizes.
como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
5) Nas expressões formadas por pronome indefinido
Esta salada é ótima.
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + A educação é necessária.
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino São precisas várias medidas na educação.
singular: Os jovens tinham algo de misterioso.
Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso -
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem Quite
função adjetiva e concorda normalmente com o nome a
que se refere: Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
Cristina saiu só. mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
Cristina e Débora saíram sós. Seguem anexas as documentações requeridas.
A menina agradeceu: - Muito obrigada.
Observação: quando a palavra “só” equivale a “so- Muito obrigadas, disseram as senhoras.
mente” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, por- Seguem inclusos os papéis solicitados.
tanto, invariável: Eles só desejam ganhar presentes. Estamos quites com nossos credores.
** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”.
Se a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de ad- Bastante - Caro - Barato - Longe
vérbio, portanto, invariável; se houver coerência com o
segundo, função de adjetivo, então varia: Estas palavras são invariáveis quando funcionam
Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo como advérbios. Concordam com o nome a que se refe-
Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad- rem quando funcionam como adjetivos, pronomes adje-
vérbio tivos, ou numerais.
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho.
de “só”, haverá, novamente, um adjetivo: (pronome adjetivo)
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descan-
As casas estão caras. (adjetivo)
sando)
Achei barato este casaco. (advérbio)
7) Quando um único substantivo é modificado por
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as
construções: Meio - Meia
a) O substantivo permanece no singular e coloca-se
o artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espa- a) A palavra “meio”, quando empregada como adjeti-
nhola e a portuguesa. vo, concorda normalmente com o nome a que se refere:
Pedi meia porção de polentas.
b) O substantivo vai para o plural e omite-se o ar-
tigo antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e b) Quando empregada como advérbio permanece in-
portuguesa. variável: A candidata está meio nervosa.
59
LÍNGUA PORTUGUESA
2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO A regência verbal estuda a relação que se estabelece
RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA- entre os verbos e os termos que os complementam (obje-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos
no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”, adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regên-
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a cia, o que corresponde à diversidade de significados que
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver- estes verbos podem adquirir dependendo do contexto
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão, em que forem empregados.
deveria ser A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar,
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador. contentar.
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador. A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no elevador. agrado ou prazer”, satisfazer.
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no elevador. Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
(E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no eleva- “agradar a alguém”.
dor.
60
LÍNGUA PORTUGUESA
61
LÍNGUA PORTUGUESA
62
LÍNGUA PORTUGUESA
ASSISTIR IMPLICAR
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres- - Como transitivo direto, esse verbo tem dois senti-
tar assistência a, auxiliar. dos:
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. implicavam um firme propósito.
b) ter como consequência, trazer como consequência,
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, pre- acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
senciar, estar presente, caber, pertencer.
Assistimos ao documentário. - Como transitivo direto e indireto, significa compro-
Não assisti às últimas sessões. meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
Essa lei assiste ao inquilino. econômicas.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in- * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transiti-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de vo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa quem não trabalhasse arduamente.
conturbada cidade.
NAMORAR
CHAMAR - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, dois anos.
solicitar a atenção ou a presença de.
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha- OBEDECER - DESOBEDECER
má-la. - Sempre transitivo indireto:
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. Todos obedeceram às regras.
Ninguém desobedece às leis.
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere pre- *Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem
dicativo preposicionado ou não. “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.
A torcida chamou o jogador mercenário.
A torcida chamou ao jogador mercenário. PROCEDER
A torcida chamou o jogador de mercenário. - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
A torcida chamou ao jogador de mercenário. cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto
adverbial de modo.
- Chamar com o sentido de ter por nome é pronomi-
As afirmações da testemunha procediam, não havia
nal: Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
como refutá-las.
Você procede muito mal.
CUSTAR
- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adver-
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzi-
bial: Frutas e verduras não deveriam custar muito.
do pela preposição “a”) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransiti- Procedeu-se aos exames.
vo ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração O delegado procederá ao inquérito.
reduzida de infinitivo.
QUERER
Muito custa viver tão longe da - Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
família. vontade de, cobiçar.
Verbo Intransitivo Oração Subordinada Querem melhor atendimento.
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo Queremos um país melhor.
Custou-me (a mim) crer nisso. - Querer é transitivo indireto no sentido de ter afei-
Objeto Indireto Oração Subordinada ção, estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
VISAR
*A Gramática Normativa condena as construções que - Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi-
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
pessoa: Custei para entender o problema. = Forma O homem visou o alvo.
correta: Custou-me entender o problema. O gerente não quis visar o cheque.
63
LÍNGUA PORTUGUESA
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.
ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)
No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alte-
ração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos
tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)
SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR
Importante: A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a
preposição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
Regência Nominal
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que
vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo
significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes corres-
pondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será com-
pletiva nominal (subordinada substantiva).
64
LÍNGUA PORTUGUESA
Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de
Advérbios
Longe de Perto de
Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados:
paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.
Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Questões
1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta
da língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.
65
LÍNGUA PORTUGUESA
2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas):
MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se- Que Deus o ajude.
guinte trecho para responder à questão.
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o prono-
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imu- me reto ou sujeito expresso:
nológica melhor a essa medida, similar _______________ . Eu lhe entregarei o material amanhã.
A alternativa que completa, corretamente, o texto é: Tu sabes cantar?
(A) das mulheres
(B) às mulheres Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
(C) com das mulheres verbo. A mesóclise é usada:
(D) à das mulheres
(E) ao das mulheres Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (su-
em prol da paz no mundo.
bentendido: resposta imunológica) das mulheres.
Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
RESPOSTA: “D”.
lizará”:
realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma pa-
lavra que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria.
Veja: Não se realizará...
COLOCAÇÃO PRONOMINAL. Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
(com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompa-
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos nharia nessa viagem).
pronomes oblíquos átonos na frase.
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo.
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a fun- A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
ção de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: forem possíveis:
OBlíquo = OBjeto!
1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
Embora na linguagem falada a colocação dos pro- Quando eu avisar, silenciem-se todos.
nomes não seja rigorosamente seguida, algumas normas
devem ser observadas na linguagem escrita. 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal:
Não era minha intenção machucá-la.
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo.
A próclise é usada: 3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não
se inicia período com pronome oblíquo).
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que Vou-me embora agora mesmo.
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: Levanto-me às 6h.
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém,
jamais, etc.: Não se desespere! 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
no concurso, mudo-me hoje mesmo!
b) Advérbios: Agora se negam a depor.
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expli-
5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a
quem tudo!
proposta fazendo-se de desentendida.
66
LÍNGUA PORTUGUESA
67
LÍNGUA PORTUGUESA
68
LÍNGUA PORTUGUESA
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento
uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo,
foi arremessado à distância de cem metros. o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede,
no caso de o termo regente exigir a preposição.
- De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia.
-, faz-se necessário o emprego da crase.
Ensino à distância. *não ocorre crase antes de nome feminino utilizado
Ensino a distância. em sentido genérico ou indeterminado:
Estamos sujeitos a críticas.
* Em locuções adverbiais formadas por palavras repe- Refiro-me a conversas paralelas.
tidas, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor. Fontes de pesquisa:
Eu o seguirei passo a passo. http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-cra-
se-.html
Casos em que não se admite o emprego da crase: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
* Antes de vocábulos masculinos. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
As produções escritas a lápis não serão corrigidas. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Esta caneta pertence a Pedro. Paulo: Saraiva, 2010.
* Antes de verbos no infinitivo. Questões
Ele estava a cantar.
Começou a chover.
1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
FE/2014) Assinale a alternativa que preenche corretamen-
* Antes de numeral.
te as lacunas da frase a seguir.
O número de aprovados chegou a cem.
Quando________ três meses disse-me que iria _________
Faremos uma visita a dez países.
Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obrigação de ajudá
-la _______ resgatar as milhas _________ quais tinha direito.
Observação:
A-) a - há - à - à - às
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio-
B-) há - à - a - a – às
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá
crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. C-) há - a - há - à - as
D-) a - à - a - à - às
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está E-) a - a - à - há – as
confirmada, visto que estes não podem ser empregados
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-
aluna da classe. me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para
visitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando A (ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais
essa não se apresentar determinada: Chegamos todos tinha direito (tinha direito a quê? às milhas – regência no-
exaustos a casa. minal). Teremos: há, à, a, a, às.
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto RESPOSTA: “B”.
adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos
exaustos à casa de Marcela. 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO –
VUNESP/2014)
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a trabalho para proceder _____ medidas necessárias _____
terra, já era noite. exumação dos restos mortais do ex-presidente João Gou-
Contudo, se o termo estiver precedido por um de- lart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exu-
terminante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. mação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-pre-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. sidente morreu de causas naturais, ou seja, devido ____
O astronauta voltou à Terra. uma parada cardíaca – que tem sido a versão considerada
oficial até hoje –, ou se sua morte se deve ______ envene-
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem namento.
o uso do artigo. (http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,-
Os livros foram entregues a mim. governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
Dei a ela a merecida recompensa. go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado)
69
LÍNGUA PORTUGUESA
___________________________________________________
3-)
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento gra- ___________________________________________________
ve antes de artigo)
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (an- ___________________________________________________
tes de palavra no plural e o “a” no singular)
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- ___________________________________________________
vação ___________________________________________________
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir
(verbo no infinitivo) ___________________________________________________
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pa-
lavra masculina) ___________________________________________________
RESPOSTA: “C”.
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
70
MATEMÁTICA
Números inteiros e racionais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação); expressões numéricas;
Frações e operações com frações..................................................................................................................................................................... .01
Múltiplos e divisores, Máximo divisor comum e Mínimo divisor comum ........................................................................................ 07
Números e grandezas proprocionais: Razões e proporções; Divisão em partes proporcionais............................................... 11
Regra de três.............................................................................................................................................................................................................. 15
Sistema métrico decimal........................................................................................................................................................................................ 19
Equações e inequações.......................................................................................................................................................................................... 23
Funções ....................................................................................................................................................................................................................... 29
Gráficos e tabelas..................................................................................................................................................................................................... 37
Estatística Descritiva, Amostragem, Teste de Hipóteses e Análise de Regressão ........................................................................... 43
Geometria.................................................................................................................................................................................................................... 48
Matriz, determinantes e sistemas lineares...................................................................................................................................................... 62
Sequências, progressão aritmética e geométrica........................................................................................................................................ 70
Porcentagem.............................................................................................................................................................................................................. 74
Juros simples e compostos................................................................................................................................................................................... 77
Taxas de Juros, Desconto, Equivalência de Capitais, Anuidades e Sistemas de Amortização.................................................... 80
Probabilidade. Definições básicas e axiomas. Probabilidade condicional e independência. .................................................... 92
Técnicas de amostragem: amostragem aleatória simples, estratificada, sistemática e por conglomerados....................... 97.
MATEMÁTICA
Exemplo 2
NÚMEROS INTEIROS E RACIONAIS:
OPERAÇÕES (ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, 40 – 9 x 4 + 23
MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, 40 – 36 + 23
4 + 23
POTENCIAÇÃO); EXPRESSÕES
27
NUMÉRICAS; FRAÇÕES E OPERAÇÕES COM
FRAÇÕES. Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25
Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um pode ser expresso na forma , onde a e b são inteiros
antecessor (número que vem antes do número dado). quaisquer, com b≠0
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente São exemplos de números racionais:
de zero. -12/51
a) O antecessor do número m é m-1. -3
b) O antecessor de 2 é 1. -(-3)
c) O antecessor de 56 é 55. -2,333...
d) O antecessor de 10 é 9.
As dízimas periódicas podem ser representadas por
Expressões Numéricas fração, portanto são consideradas números racionais.
Como representar esses números?
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra- Representação Decimal das Frações
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem
acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex- Temos 2 possíveis casos para transformar frações em
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos: decimais
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú-
operações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão mero decimal terá um número finito de algarismos após a
primeiramente, na ordem em que elas aparecerem e so- vírgula.
mente depois a adição e a subtração, também na ordem
em que aparecerem e os parênteses são resolvidos primei-
ro.
Exemplo 1
10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
16 + 7
23
1
MATEMÁTICA
Números Irracionais
Identificação de números irracionais
10x=3,333...
E então subtraímos:
10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3
2
MATEMÁTICA
Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}
INTERVALOS LIMITADOS
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
iguais a e menores do que b ou iguais a b. Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}
Intervalo:[a,b] Potenciação
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b} Multiplicação de fatores iguais
INTERVALOS IIMITADOS
4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím-
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números par, resulta em um número negativo.
reais menores ou iguais a b.
Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b} 5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas-
sar o sinal para positivo e inverter o número que está na
Semirreta esquerda, aberta de origem b – números base.
reais menores que b.
Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}
3
MATEMÁTICA
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o Técnica de Cálculo
valor do expoente, o resultado será igual a zero. A determinação da raiz quadrada de um número tor-
na-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado
em números primos. Veja:
Propriedades
Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
Observe: 1 1
1
n
a.b = n a .n b
4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva-
dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes- O radical de índice inteiro e positivo de um produto
mo expoente. indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
(4.3)²=4².3² dos fatores do radicando.
a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * ,
se
então:
a na
n =
b nb
4
MATEMÁTICA
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente 1º Caso:Denominador composto por uma só parcela
indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi-
ce dos termos do radicando.
Operações
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.
Operações
Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-
Multiplicação rença de quadrados no denominador:
Exemplo
QUESTÕES
5
MATEMÁTICA
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - De acordo com esses dados, ao longo da existência
MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: desse prédio comercial, a fração do total de situações de
(A) 0,2222... risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor-
(B) 0,6666... responde à
(C) 0,1616... (A) 3/20.
(D) 0,8888... (B) 1/4.
(C) 13/60.
04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- (D) 1/5.
NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são (E) 1/60.
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível,
então o dividendo é 07. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni-
(A) 131. co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Assinale a
(B) 121. alternativa que apresenta o valor da expressão
(C) 120.
(D) 110.
(E) 101.
6
MATEMÁTICA
RESPOSTAS
X=0,4444....
10x=4,444... Dos homens que saíram:
9x=4
Saíram no total
04. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número
11 que é igua o quociente.
11x11=121+10=131
05. Resposta: E.
A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111
06. Resposta: D.
MÚLTIPLOS E DIVISORES, MÁXIMO
DIVISOR COMUM E MÍNIMO MÚLTIPLO
COMUM.
Gerado por descuidos ao cozinhar:
Múltiplos
Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1- Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos
1/13) o primeiro pelo segundo, o resto é zero.
Exemplo
07.Resposta: C.
O conjunto de múltiplos de um número natural não-
-nulo é infinito e podemos consegui-lo multiplicando-se o
número dado por todos os números naturais.
M(3)={0,3,6,9,12,...}
Divisores
7
MATEMÁTICA
D(12)={1,2,3,4,6,12}
D(15)={1,3,5,15} Assim, o mmc
Observações:
Exemplo
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
- Todo número natural é múltiplo de 1. O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16
- Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos m, será revestido com ladrilhos quadrados, de mesma di-
múltiplos. mensão, inteiros, de forma que não fique espaço vazio
- O zero é múltiplo de qualquer número natural. entre ladrilhos vizinhos. Os ladrilhos serão escolhidos de
modo que tenham a maior dimensão possível.
Máximo Divisor Comum Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá
O máximo divisor comum de dois ou mais números medir
naturais não-nulos é o maior dos divisores comuns desses (A) mais de 30 cm.
números. (B) menos de 15 cm.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, deve- (C) mais de 15 cm e menos de 20 cm.
mos seguir as etapas: (D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
• Decompor o número em fatores primos (E) mais de 25 cm e menos de 30 cm.
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente
• Multiplicar os fatores entre si. Resposta: A.
Exemplo:
Resposta: E.
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660
1h---60minutos
Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos. x-----660
Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a x=660/60=11
divisão com algum dos números, não é necessário que os
dois sejam divisíveis ao mesmo tempo. Então será depois de 11horas que se encontrarão
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido, 7+11=18h
continua aparecendo.
8
MATEMÁTICA
9
MATEMÁTICA
05. Resposta: D.
RESPOSTAS
01. Resposta: E.
Mmc(5,6,7)=2⋅3⋅5⋅7=210
06. Resposta: C.
10
MATEMÁTICA
Mdc(90, 125)=2.3²=18
Então teremos
126/18 = 7 grupos de exatas
90/18 = 5 grupos de humanas
A diferença é de 7-5=2
Mmc(6,8)=24
- eles são múltiplos de 2, pois terminam com números
Mdc(30, 36, 72) =2x3=6 pares.
Portanto: 24/6=4 E são múltiplos de 3, lembrando que para ser múltiplo
de 3, basta somar os números e ser múltiplo de 3.
36=3+6=9
90=9+0=9
162=1+6+2=9
NÚMEROS E GRANDEZAS
PROPORCIONAIS: RAZÕES E
07. Resposta: E.
PROPORÇÕES; DIVISÃO EM PARTES
MDC(120,160)=8x5=40 PROPORCIONAIS
08. Resposta:B.
Razão
09. Resposta: A.
Proporção
10. Resposta: B.
O cálculo utilizado aqui será o MDC (Máximo Divisor
Comum) Os números A e D são denominados extremos enquan-
to os números B e C são os meios e vale a propriedade: o
produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é:
AxD=BxC
11
MATEMÁTICA
ou
Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3
esteja em proporção com 4/6.
Grandezas Diretamente Proporcionais
Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte for-
Duas grandezas variáveis dependentes são diretamen-
ma:
te proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª
grandeza é igual a razão entre os valores correspondentes
da 2ª, ou de uma maneira mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....
.
Exemplo
Distância percorrida e combustível gasto
Segunda propriedade das proporções
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença
dos dois primeiros termos está para o primeiro, ou para Distância(km) Combustível(litros)
o segundo termo, assim como a soma ou a diferença dos 13 1
dois últimos termos está para o terceiro, ou para o quarto
termo. Então temos: 26 2
39 3
52 4
Exemplo
velocidadextempo a tabela abaixo:
Ou Diretamente Proporcionais
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn di-
retamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um
sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas
X1+X2+...+Xn=M e p1+p2+...+pn=P.
12
MATEMÁTICA
QUESTÕES
13
MATEMÁTICA
04. (UNIRV/60 – Auxiliar de Laboratório – UNIRV- 08. (DPE/RS - Analista - FCC/2017) A razão entre as al-
GO/2017) Em relação à prova de matemática de um con- turas de dois irmãos era 3/4 e, nessa ocasião, a altura do irmão
curso, Paula acertou 32 das 48 questões da prova. A razão mais alto era 1,40 m. Hoje, esse irmão mais alto cresceu 10 cm.
entre o número de questões que ela errou para o total de Para que a razão entre a altura do irmão mais baixo e a altura
questões da prova é de do mais alto seja hoje, igual a 4/5 , é necessário que o irmão
(A) 2/3 mais baixo tenha crescido, nesse tempo, o equivalente a
(B) 1/2 (A) 13,5 cm.
(C) 1/3 (B) 10,0 cm.
(D) 3/2 (C) 12,5 cm.
(D) 14,8 cm.
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (E) 15,0 cm.
GO/2017) José, pai de Alfredo, Bernardo e Caetano, de 2, 5
e 8 anos, respectivamente, pretende dividir entre os filhos a 09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017)
quantia de R$ 240,00, em partes diretamente proporcionais O transporte de 1980 caixas iguais foi totalmente repartido
às suas idades. Considerando o intento do genitor, é possí- entre dois veículos, A e B, na razão direta das suas respectivas
vel afirmar que cada filho vai receber, em ordem crescente capacidades de carga, em toneladas. Sabe-se que A tem capa-
de idades, os seguintes valores: cidade para transportar 2,2 t, enquanto B tem capacidade para
(A) R$ 30,00, R$ 60,00 e R$150,00. transportar somente 1,8 t. Nessas condições, é correto afirmar
(B) R$ 42,00, R$ 58,00 e R$ 140,00. que a diferença entre o número de caixas carregadas em A e o
(C) R$ 27,00, R$ 31,00 e R$ 190,00. número de caixas carregadas em B foi igual a
(D) R$ 28,00, R$ 84,00 e R$ 128,00. (A) 304.
(E) R$ 32,00, R$ 80,00 e R$ 128,00. (B) 286.
(C) 224.
06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- (D) 216.
NESP/2017) Sabe-se que 16 caixas K, todas iguais, ou 40 (E) 198.
caixas Q, todas também iguais, preenchem totalmente cer-
to compartimento, inicialmente vazio. Também é possível 10. (EMDEC – Assistente Administrativo – IBFC/2016)
preencher totalmente esse mesmo compartimento com- Paulo vai dividir R$ 4.500,00 em partes diretamente propor-
pletamente vazio utilizando 4 caixas K mais certa quantida- cionais às idades de seus três filhos com idades de 4, 6 e 8
de de caixas Q. Nessas condições, é correto afirmar que o anos respectivamente. Desse modo, o total distribuído aos
número de caixas Q utilizadas será igual a dois filhos com maior idade é igual a:
(A) 10. (A) R$2.500,00
(B) R$3.500,00
(B) 28.
(C) R$ 1.000,00
(C) 18.
(D) R$3.200,00
(D) 22.
(E) 30.
RESPOSTAS
07. (IPRESB/SP – Agente Previdenciário – VU-
NESP/2017) A tabela, onde alguns valores estão substituí-
01. Resposta: C.
dos por letras, mostra os valores, em milhares de reais, que 30k+70k=140
eram devidos por uma empresa a cada um dos três forne- 100k=140
cedores relacionados, e os respectivos valores que foram K=1,4
pagos a cada um deles. 30⋅1,4=42
70⋅1,4=98
Fornecedor A B C
02. Resposta: A.
Valor pago 22,5 X 37,5
Vamos dividir o prêmio pelas horas somadas
Valor devido Y 40 z 32+24+20+3⋅16+2⋅12=148
74000/148=500
Sabe-se que os valores pagos foram diretamente propor- O maior prêmio foi para quem fez 32 horas semanais
cionais a cada valor devido, na razão de 3 para 4. Nessas con- 32⋅500=16000
dições, é correto afirmar que o valor total devido a esses três 12⋅500=6000
fornecedores era, antes dos pagamentos efetuados, igual a A diferença é: 16000-6000=10000
(A) R$ 90.000,00.
(B) R$ 96.500,00. 03. Resposta:B.
(C) R$ 108.000,00. 2500+1500=4000 entrevistas
(D) R$ 112.500,00.
(E) R$ 120.000,00.
14
MATEMÁTICA
REGRA DE TRÊS
Q=30 caixas
07. Resposta: E.
Regra de três simples
15
MATEMÁTICA
Velocidade----------tempo QUESTÕES
400↓-----------------X↓
480↓---------------- 3↓ 01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-
rios- VUNESP/2017) Para imprimir 300 apostilas destina-
480x=1200 das a um curso, uma máquina de fotocópias precisa traba-
X=25 lhar 5 horas por dia durante 4 dias. Por motivos administra-
tivos, será necessário imprimir 360 apostilas em apenas 3
Regra de três composta dias. O número de horas diárias que essa máquina terá que
Regra de três composta é utilizada em problemas com trabalhar para realizar a tarefa é
mais de duas grandezas, direta ou inversamente propor- (A) 6.
cionais. (B) 7.
(C) 8.
Exemplos: (D) 9.
(E) 10.
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de
areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários 02. (SEPOG – Analista em Tecnologia da Informação
para descarregar 125m³? e Comunicação – FGV/2017) Uma máquina copiadora A
faz 20% mais cópias do que uma outra máquina B, no mes-
Solução: montando a tabela, colocando em cada co- mo tempo.
luna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as A máquina B faz 100 cópias em uma hora.
grandezas de espécies diferentes que se correspondem: A máquina A faz 100 cópias em
(A) 44 minutos.
Horas --------caminhões-----------volume (B) 46 minutos.
8↑----------------20↓----------------------160↑ (C) 48 minutos.
5↑------------------x↓----------------------125↑ (D) 50 minutos.
(E) 52 minutos.
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aque-
la onde está o x. 03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
Observe que: - MSCONCURSOS/2017) Para a construção de uma ro-
Aumentando o número de horas de trabalho, pode- dovia, 12 operários trabalham 8 horas por dia durante 14
mos diminuir o número de caminhões. Portanto a relação dias e completam exatamente a metade da obra. Porém, a
é inversamente proporcional (seta para cima na 1ª coluna). rodovia precisa ser terminada daqui a exatamente 8 dias,
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o e então a empresa contrata mais 6 operários de mesma
número de caminhões. Portanto a relação é diretamente capacidade dos primeiros. Juntos, eles deverão trabalhar
proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igua- quantas horas por dia para terminar o trabalho no tempo
lar a razão que contém o termo x com o produto das outras correto?
razões de acordo com o sentido das setas. (A) 6h 8 min
Montando a proporção e resolvendo a equação temos: (B) 6h 50min
(C) 9h 20 min
Horas --------caminhões-----------volume (D) 9h 33min
8↑----------------20↓----------------------160↓
5↑------------------x↓----------------------125↓ 04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
NESP/2017 ) Um restaurante “por quilo” apresenta seus
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna fican- preços de acordo com a tabela:
do:
Horas --------caminhões-----------volume
5----------------20----------------------160
8------------------x----------------------125 Rodolfo almoçou nesse restaurante na última sexta-fei-
ra. Se a quantidade de alimentos que consumiu nesse al-
moço custou R$ 21,00, então está correto afirmar que essa
quantidade é, em gramas, igual a
(A) 375.
Logo, serão necessários 25 caminhões (B) 380.
(C) 420.
(D) 425.
(E) 450.
16
MATEMÁTICA
05. . (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU- 10. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-
NESP/2017 ) Um carregamento de areia foi total- NESP/2016) Para organizar as cadeiras em um auditório, 6
mente embalado em 240 sacos, com 40 kg em cada funcionários, todos com a mesma capacidade de produção,
saco. Se fossem colocados apenas 30 kg em cada trabalharam por 3 horas. Para fazer o mesmo trabalho, 20
saco, o número de sacos necessários para embalar funcionários, todos com o mesmo rendimento dos iniciais,
todo o carregamento seria igual a deveriam trabalhar um total de tempo, em minutos, igual a
(A) 420. (A) 48.
(B) 375. (B) 50.
(C) 370. (C) 46.
(D) 345. (D) 54.
(E) 320. (E) 52.
17
MATEMÁTICA
05. Resposta: E.
Sacos kg
240----40
x----30
30x=9600
X=320
06. Resposta: A.
↓Funcionários ↑ horas bolsas↓
48------------------------12-----------480
x-----------------------------15----------1200
Quanto mais funcionários, menos horas precisam
Quanto mais funcionários, mais bolsas feitas
X=96 funcionários
Precisam de mais 48 funcionários
07. Resposta: B.
Operários dias
12-----------90
x--------------60
Quanto mais operários, menos dias (inversamente proporcional)
60x=1080
X=18
08. Resposta: B.
V=1,5⋅1,2⋅0,7=1,26m³=1260litros
50litros-----3 min
1260--------x
X=3780/50=75,6min
0,6min=36s
75min=60+15=1h15min
09. Resposta: A.
↑Dias ↑ operários peças↑
6-------------5---------------600
8--------------7---------------x
30x=33600
X=1120
18
MATEMÁTICA
10. Resposta: D.
3x60=180 minutos
↑Funcionários minutos↓
6------------180
20-------------x
As Grandezas são inversamente proporcionais, pois quanto mais funcionários, menos tempo será gasto.
Vamos inverter os minutos
↑Funcionários minutos↑
6------------x
20-------------180
20x=6.180
20x=1040
X=54 minutos
Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m
Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distân-
cias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:
Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km
Exemplos de Transformação
1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m
Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por
10.
Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).
Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a
unidade imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.
Unidades de Área
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2
19
MATEMÁTICA
Exemplos de Transformação
1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²
Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por
100.
Volume
Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Po-
demos encontrar sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir
volume e capacidade.
Unidades de Volume
km 3
hm 3
dam 3
m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3
Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos
e submúltiplos, unidade de medidas de produtos líquidos.
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³
1L=1dm³
Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l
Massa
Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg
Tempo
20
MATEMÁTICA
Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos 5h 20 minutos :2
1 minuto=60segundos
1hora=3600s 1h 20 minutos, transformamos para minutos
:60+20=80minutos
Adição de tempo
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas 04. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-
demorou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo? VGO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400
litros de uma substância líquida em recipientes de 72 cm3
cada um. Sabe-se que cada recipiente, depois de cheio,
tem 80 gramas. A quantidade de toneladas que representa
todos os recipientes cheios com essa substância é de
(A) 16
(B) 160
(C) 1600
(D) 16000
21
MATEMÁTICA
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- 09. (ANP – Técnico Administrativo – CESGRAN-
GO/2017) João estuda à noite e sua aula começa às RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de abas-
18h40min. Cada aula tem duração de 45 minutos, e o tecimento com 36.000 litros de gasolina em seu reservatório.
intervalo dura 15 minutos. Sabendo-se que nessa escola Parte dessa gasolina é transferida para dois tanques de arma-
há 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afirmar que zenamento, enchendo-os completamente. Um desses tanques
o término das aulas de João se dá às: tem 12,5 m3, e o outro, 15,3 m3, e estavam, inicialmente, vazios.
(A) 22h30min Após a transferência, quantos litros de gasolina resta-
(B) 22h40min ram no caminhão-tanque?
(C) 22h50min (A) 35.722,00
(D) 23h (B) 8.200,00
(E) Nenhuma das anteriores (C) 3.577,20
(D) 357,72
06. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- (E) 332,20
FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km
10. (DPE/RR – Auxiliar Administrativo – FCC/2015)
em 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em
Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45
1h20min.
m. Ele precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem
40 cm de comprimento cada um. Ele cortou as duas cordas
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado em pedaços de 40 cm de comprimento e assim conseguiu
com a época em que era jovem, Arquimedes precisa de obter
mais: (A) 6 pedaços.
(A) 10 minutos; (B) 8 pedaços.
(B) 7 minutos; (C) 9 pedaços.
(C) 5 minutos; (D) 5 pedaços.
(D) 3 minutos; (E) 7 pedaços.
(E) 2 minutos.
03. Resposta:A.
4500/3=1500 litros para as caixinhas
1500litros=1500000ml
1500000/300=5000 caixinhas por dia
5000.5=25000 caixinhas em 5 dias
22
MATEMÁTICA
05. Resposta: B.
5⋅45=225 minutos de aula EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos
de intervalo=4horas
18:40+4h=22h:40
Equação 1º grau
06. Resposta: D. Equação é toda sentença matemática aberta represen-
1h45min=60+45=105 minutos tada por uma igualdade, em que exista uma ou mais letras
que representam números desconhecidos.
15km-------105 Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação
1--------------x redutível à forma ax+b=0, em que a e b são números reais,
X=7 minutos chamados coeficientes, com a≠0.
Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numé-
1h20min=60+20=80min rico de x que, substituindo no 1º membro da equação, tor-
na-se igual ao 2º membro.
8km----80
1-------x Nada mais é que pensarmos em uma balança.
X=10minutos
A diferença é de 3 minutos
07. Resposta: B.
V------80min
V+20----48
Quanto maior a velocidade, menor o tempo(inversa-
mente)
23
MATEMÁTICA
Lembrando que:
Pi=Pa+3
Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6
Equação 2º grau
A equação do segundo grau é representada pela fór- Relações entre Coeficientes e Raízes
mula geral:
Dada as duas raízes:
24
MATEMÁTICA
Inequação-Quociente
Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade
de funções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual
uma está dividindo a outra. Diante disso, deveremos nos
atentar ao domínio da função que se encontra no denomi-
nador, pois não existe divisão por zero. Com isso, a função
que estiver no denominador da inequação deverá ser dife-
Substituindo em A rente de zero.
A=44-26=18 O método de resolução se assemelha muito à resolu-
Ou A=44-18=26 ção de uma inequação-produto, de modo que devemos
analisar o sinal das funções e realizar a intersecção do sinal
Resposta: B. dessas funções.
25
MATEMÁTICA
Exemplo
Resolva a inequação a seguir:
x-2≠0
Portanto:
S = { x R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]
Inequação 2º grau
Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que
x≠2 pode ser escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
Sistema de Inequação do 1º Grau ax²+bx+c<0
Um sistema de inequação do 1º grau é formado por ax²+bx+c≤0
duas ou mais inequações, cada uma delas tem apenas uma ax²+bx+c≠0
variável sendo que essa deve ser a mesma em todas as
outras inequações envolvidas. Exemplo
Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.
grau:
Resolvendo Inequações
Resolver uma inequação significa determinar os valo-
res reais de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de
x que tornem a expressão 3x² + 10x +7 negativa.
4x + 4 ≤ 0
4x ≤ - 4
x ≤ - 4 : 4
x ≤ - 1
S1 = {x R | x ≤ - 1}
S2 = { x R | x ≤ - 1}
Calculando agora o CONJUTO SOLUÇÃO da inequação S = {x ∈ R / –7/3 < x < –1}
temos:
S = S1 ∩ S2
26
MATEMÁTICA
27
MATEMÁTICA
10x+6x+40500=25x
9x=40500
X=4500
Como tem que ser natural, apenas o número 3 convém.
Salario fração
02. Resposta: C. y---------------1
4500---------4/5
Mmc(3,4)=12
4x+3x=336
7x=336
X=48
A distância entre A e B é 48km 08. Resposta: D.
Como já percorreu 28km
48-28=20 km entre P e Q. Idade atual: x
X+24=3x
03. Resposta:B. 2x=24
Sendo x o valor do material P X=12
10x=7x+600 Ele tem agora 12 anos, daqui a 5 anos: 17.
3x=600
X=200 09. Resposta: C.
∆=(-28)²-4.8.12
04. Resposta: E. ∆=784-384
2x²+12x+10=0 ∆=400
∆=12²-4⋅2⋅10
∆=144-80=64
06. Resposta: B
∆=-(-6)²-4⋅(2m-1) ⋅3=0
36-24m+12=0
-24m=-48
M=2
28
MATEMÁTICA
Exemplo
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}
criamos a função f: A→B.definida por f(x) = x + 5 que tam-
bém pode ser representada por y = x + 5. A representação,
utilizando conjuntos, desta função, é:
Gráfico Cartesiano
29
MATEMÁTICA
Raiz da função
Função 1 grau Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor
A função do 1° grau relacionará os valores numéricos em que a reta cruza o eixo x, para isso consideremos o
obtidos de expressões algébricas do tipo (ax + b), consti- valor de y igual a zero, pois no momento em que a reta
tuindo, assim, a função f(x) = ax + b. intersecta o eixo x, y = 0. Observe a representação gráfica
a seguir:
Estudo dos Sinais
Definimos função como relação entre duas grandezas
representadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau,
sua lei de formação possui a seguinte característica: y = ax
+ b ou f(x) = ax + b, onde os coeficientes a e b pertencem
aos reais e diferem de zero. Esse modelo de função possui
como representação gráfica a figura de uma reta, portanto,
as relações entre os valores do domínio e da imagem cres-
cem ou decrescem de acordo com o valor do coeficiente a.
Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente, Podemos estabelecer uma formação geral para o cál-
e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente. culo da raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma ge-
neralização com base na própria lei de formação da função,
Função Crescente: a > 0 considerando y = 0 e isolando o valor de x (raiz da função).
De uma maneira bem simples, podemos olhar no grá- X=-b/a
fico que os valores de y vão crescendo.
Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema
com duas equações para acharmos o valor de a e b.
Exemplo:
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.
F(1)=1a+b
3=a+b
F(3)=3a+b
5=3a+b
Isolando a em I
a=3-b
Função Decrescente: a < 0 Substituindo em II
Nesse caso, os valores de y, caem.
3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4
b=2
30
MATEMÁTICA
Portanto, Raízes
a=3-b
a=3-2=1
Assim, f(x)=x+2
.
Veja os gráficos:
Discriminante(∆)
∆=b²-4ac
∆>0
A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois
pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da
equação ax²+bx+c=0
∆=0
Quando , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao
eixo x, no ponto
Repare que, quando tivermos o discriminante , as
duas raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais
∆<0
31
MATEMÁTICA
Equação Exponencial
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expoente de uma ou mais potências de bases positivas e diferentes de 1.
Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.
Solução
Função exponencial
A expressão matemática que define a função exponencial é uma potência. Nesta potência, a base é um número real
positivo e diferente de 1 e o expoente é uma variável.
Função crescente
Se temos uma função exponencial crescente, qualquer que seja o valor real de x.
No gráfico da função ao lado podemos observar que à medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Graficamen-
te vemos que a curva da função é crescente.
Função decrescente
Se temos uma função exponencial decrescente em todo o domínio da função.
Neste outro gráfico podemos observar que à medida que x aumenta, y diminui. Graficamente observamos que a cur-
va da função é decrescente.
32
MATEMÁTICA
A Constante de Euler
É definida por :
e = exp(1)
O número e é um número irracional e positivo e em função da definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em homenagem ao matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primeiros a
estudar as propriedades desse número.
O valor deste número expresso com 10 dígitos decimais, é:
e = 2,7182818284
Se x é um número real, a função exponencial exp(.) pode ser escrita como a potência de base e com expoente x, isto é:
ex = exp(x)
Logaritmo
Considerando-se dois números N e a reais e positivos, com a ≠1, existe um número c tal que:
Exemplo
Consequências da Definição
33
MATEMÁTICA
34
MATEMÁTICA
05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No 09. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) O gráfico
sistema de coordenadas cartesianas da figura abaixo, en- que melhor representa a função y = 2x , para o domínio
contram-se representados o gráfico da função de segundo em R+ é:
grau f, definida por f(x), e o gráfico da função de primeiro
grau g, definida por g(x). (A)
(B)
(C)
35
MATEMÁTICA
RESPOSTAS
01. Resposta: D.
90+0,4x=120
0,4x=30 A soma das coordenadas é igual a 8
X=75km
07. Resposta: D.
02. Resposta: A.
6%=0,06
Como valor total é x, então 0,06x
E mais a parte fixa de 1300
0,06x+1300
03. Resposta: A.
2x=36
X=18 -2x=-12
X=6
04.Resposta: B. Substituindo em g(x)
F(x)=12+25x G(6)=6²-4(6)+5=36-24+5=17
X=hora de trabalho
08. Resposta: D.
168,25=12+25x Para assumir valor 1, o expoente deve ser igual a zero.
25x=156,25 X²+4x-60=0
X=6,25 horas ∆=4²-4.1.(-60)
1hora---60 minutos ∆=16+240
0,25-----x ∆=256
X=15 minutos
05. Resposta: E.
Como a função do segundo grau, tem raízes -2 e 2:
(x-2)(x+2)=x²-4
A função do primeiro grau, tem o ponto (0, -1) e (2,3)
Y=ax+b
-1=b
3=2a-1 A base pode ser igual a 1:
2a=4 X²-5x+5=1
A=2 X²-5x+4=0
Y=2x-1 ∆=25-16=9
36
MATEMÁTICA
∆=25-24=1
09. Resposta: A.
Um gráfico de função exponencial não começa do zero, é é uma curva.
10. Resposta: E.
Kx=(x+3)²
Kx=x²+6x+9
X²+(6-k)x+9=0
Para ter uma raiz, ∆=0
∆=b²-4ac
, ∆=(6-k)²-36=0
36-12k+k²-36=0
k²-12k=0
k=0 ou k=12
11. Resposta:C.
GRÁFICOS E TABELAS
Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre dois dados relacionados entre si.
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre vão depender do contexto, mas de uma maneira geral um
bom gráfico deve:
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto possível.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro o contexto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre aspectos descritos ou mostrados numericamente através de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos dados.
37
MATEMÁTICA
Tipos de gráficos
Barra vertical
Fonte: tecnologia.umcomo.com.br
Barra horizontal
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br
Histogramas
Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br
São gráfico de barra que mostram a frequência de uma
variável específica e um detalhe importante que são faixas Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-
de valores em x. mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis
38
MATEMÁTICA
QUESTÕES
(A) 15%.
(B) 25%.
(C) 50%.
(D) 75%.
Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua- (E) 90%.
lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente. 02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-
NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a distri-
Podem ser tabelas simples: buição, percentual e quantitativa, da frota de uma empresa
de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso destes.
Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?
aparelho quantidade
televisão 3
celular 4
Geladeira 1
Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio O número total de ônibus dessa empresa é
lógico
(A) 270.
(B) 250.
(C) 220
(D) 180.
(E) 120.
39
MATEMÁTICA
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- 05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016)
NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes à
veiculação de um anúncio promocional.
40
MATEMÁTICA
06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- 07. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a no- distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná-
menclatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. rios é dada na tabela seguinte.
xi fi
30-35 4
35-40 12
40-45 10
45-50 8
50-55 6
TOTAL 40
Assinale a alternativa em que o histograma é o que
melhor representa a distribuição de frequência da tabela.
(A)
(A) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de
Linha.
(B) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Tendência.
(C) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de (B)
Linha.
(D) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras.
(E) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha.
(C)
41
MATEMÁTICA
(D)
(E)
42
MATEMÁTICA
04. Resposta: A.
ESTATÍSTICA DESCRITIVA, AMOSTRAGEM,
X+0,5x+4x+3x+1,5x=360 TESTE DE HIPÓTESES E ANÁLISE DE
10x=360
REGRESSÃO
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°
05. Resposta: B.
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que os Teste de Hipóteses
dois primeiros meses de receita diminuem e os dois meses Definição: Processo que usa estatísticas amostrais para
seguintes aumentam, o mesmo acontece com a despesa. testar a afirmação sobre o valor de um parâmetro popula-
cional.
06. Resposta: C.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores
ou pizza e de linha
Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira
07. Resposta: D. Há uma regrinha para formular essas hipóteses
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 sa-
lários
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem Formulação verbal Formulação Formulação
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12) H0 Matemática verbal Ha
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha A média é A média é
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6 ...maior ou igual ...menor que k
20% de 30=0,2x30=6 a k.
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior. ... abaixo de k
(E) 60% de 30=0,6x30=18 ....pelo menos k.
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20
...menos que k.
...não menos que k.
08. Resposta: A.
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50, ...menor ou igual ..maior que k
40-45, 35-40, a k.
... acima de k
09. Resposta: CERTA. ....no máximo k.
555----100% ...mais do que
x----55% ...não mais que k. k.
x=305,25
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas. ... igual a k. ... não igual
a k.
10. Resposta: ERRADO. .... k.
Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no .... diferente
eixo x e não simplesmente um dado. ...exatamente k. de k.
...não k.
Referências
http://www.galileu.esalq.usp.br
43
MATEMÁTICA
Dados Frequência
41 3
42 2 A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.
43 1 Média Ponderada
44 1 A média dos elementos do conjunto numérico A relati-
va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado
45 1
peso” é chamada média aritmética ponderada.
46 2
50 2
51 1
52 1 Mediana (Md)
Sejam os valores escritos em rol:
54 1
57 1
44
MATEMÁTICA
1. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal Seja o conjunto de números , tal que é
que o número de termos da sequência que precedem é
igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é termo sua média aritmética. Chama-se variância desse conjunto,
médio da sequência ( ) em rol.
e indica-se por , o número:
2. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido
pela média aritmética entre os termos e , tais que o
Isto é:
número de termos que precedem é igual ao número de
termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.
E para amostra
Exemplo 1:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
Solução:
Exemplo 1:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3,
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen-
7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol.
tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:
Logo: Md=12
Resposta: Md=12.
Jogo Número de pontos
Exemplo 2: 1 22
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}. 2 18
3 13
Solução:
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se: 4 24
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmé- 5 26
tica entre os dois termos centrais do rol.
6 20
Logo: 7 19
8 18
Resposta: Md=15
a) Qual a média de pontos por jogo?
Moda (Mo) b) Qual a variância do conjunto de pontos?
Num conjunto de números: , chama-se
moda aquele valor que ocorre com maior frequência.
Solução:
a) A média de pontos por jogo é:
Observação:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única.
Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual
a 8, isto é, Mo=8.
Exemplo 2: b) A variância é:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de ten-
dência central semelhantes podem apresentar característi-
cas diversas. Necessita-se de outros índices numéricas que
informem sobre o grau de dispersão ou variação dos dados Desvio médio
em torno da média ou de qualquer outro valor de concen- Definição
tração. Esses índices são chamados medidas de dispersão. Medida da dispersão dos dados em relação à média de
uma sequência. Esta medida representa a média das dis-
Variância tâncias entre cada elemento da amostra e seu valor médio.
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de
um conjunto de números em relação à sua média aritmética,
e que é chamado de variância. Esse índice é assim definido:
45
MATEMÁTICA
46
MATEMÁTICA
06. (UFAL – Auxiliar de Biblioteca – COPEVE/2016) Então, a variância dessa amostra é igual a
A tabela apresenta o número de empréstimos de livros de (A) 4,0
uma biblioteca setorial de um Instituto Federal, no primeiro (B) 2,5.
semestre de 2016. (C) 4,5.
(D) 5,5
Mës Empréstimos (E) 3,0
47
MATEMÁTICA
06. Resposta: D.
RESPOSTAS
15,15,22,25,28,30
07. Resposta: C.
Como o desvio padrão é maior no 3, o erro padrão é
S=420000 proporcional, portanto também é maior em 3.
M=600000-420000=180000
08. Resposta: C.
02. Resposta:B.
03. Resposta: D.
09. Resposta: C.
M=300 Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13 funcio-
nários
x/13=1998
X=13.1998
V=250 X=25974
Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior, pois
ele ganha y+10% de y
Y+0,1y=1,1y
04. Resposta: B. (x+y+1,1y)/15=2013
25974+2,1y=15∙2013
2,1y=30195-25974
2,1y=4221
Y=2010
10. Resposta: A.
3,36-3,15=0,21 M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.
48
MATEMÁTICA
Ângulo Reto:
Ângulos
Triângulo
Elementos
Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que
liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do Um triângulo tem três medianas.
que 90º.
Ângulo Raso:
49
MATEMÁTICA
Classificação
50
MATEMÁTICA
Áreas
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º
- é paralelo a
Número de Diagonais
- Observações:
51
MATEMÁTICA
Ângulos Externos
2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.
Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais, en-
tão a razão de dois segmentos quaisquer de uma transversal
é igual à razão dos segmentos correspondentes da outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:
3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes pro-
porcionais, então esses dois triângulos são semelhantes.
Exemplo
52
MATEMÁTICA
Como
a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa
Relação Fundamental
Existe uma outra importante relação entre seno e cos-
seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.
2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipo-
tenusa pela altura relativa à hipotenusa.
53
MATEMÁTICA
Retas Coplanares
a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum
-Duas retas concorrentes podem ser: Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é
864 m², o perímetro do lote 2 é
1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.
(A) 100 m.
(B) 108 m.
2. Oblíquas:r e s não são perpendiculares. (C) 112 m.
(D) 116 m.
(E) 120 m.
54
MATEMÁTICA
Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o 06. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
comprimento da cinta acima representada é - MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a
(A) 8/3 π + 8 . seguir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma
(B) 8/3 π + 24. cidade. Qual é a área dessa praça?
(C) 8π + 8 .
(D) 8π + 24.
(E) 16π + 24.
55
MATEMÁTICA
09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- 12. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –
sor – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular MSCONCURSOS/2017) Fábio precisa comprar arame para
resolveu cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de ma- cercar um terreno no formato a seguir, retângulo em B e C.
deira. Colocou uma estaca em cada um dos quatro cantos Considerando que ele dará duas voltas com o arame no ter-
do terreno e as demais igualmente espaçadas, de 3 em 3 reno e que não terá perdas, quantos metros ele irá gastar?
metros, ao longo dos quatro lados do terreno. (considere √3 =1,7; sen30º=0,5; cos30º=0,85; tg30º=0,57).
O número de estacas em cada um dos lados maiores
do terreno, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do nú-
mero de estacas em cada um dos lados menores, também
incluindo os dois dos cantos.
A área do terreno em metros quadrados é:
(A) 240;
(B) 256;
(C) 324; (A) 64,2 m
(D) 330; (B) 46,2 m
(E) 372. (C) 92,4 m
(D) 128,4 m
10. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VU-
NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão in-
dicadas em metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com
formato de triângulos retângulos, situadas em uma praça
e destinadas a atividades de recreação infantil para faixas
etárias distintas.
Respostas
01. Resposta: D.
(A) 54.
(B) 48.
(C) 36.
(D) 40.
(E) 42.
(A) 1
(B) sen²x
(C) cos²x
(D) 0
96h=1728
H=18
56
MATEMÁTICA
A sombreada=100-25π
05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
CQ=5√5
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
A=5√5⋅10=50√5
Lado=3√2
Outro lado =5√2 06. Resposta: C
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.
03. Resposta: D.
17²=x²+8²
Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente 289=x²+64
a mesma medida da parte reta da cinta. X²=225
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado X=15
esticado tem 8x3=24 m
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo, 07. Resposta: A.
como são três partes, é a mesma medida de um círculo.
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Portanto, a cinta tem 8π+24
5y=320
04. Resposta: E.
Y=64
Como o quadrado tem lado 10,a área é 100.
5x=400
X=80
08. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6
O perímetro seria
57
MATEMÁTICA
09. Resposta: C.
Número de estacas: x
X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contan-
do duas vezes o canto
6x=30
X=5 X=6
Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas
a cada 3m
4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²
Y=10,2
10. Resposta: B. 2 voltas=2(12+18+10,2+6+18)=128,4m
Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
centro O contido num deles, e uma reta s concorrente com
os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
9x=108 de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
X=12 círculo e no outro plano.
Classificação
Y²=16²+12² Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
Y²=256+144=400 as geratrizes são perpendiculares às bases.
Y=20 Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
equilátero.
Perímetro: 16+12+20=48 Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.
11. Resposta: C.
1-cos²x=sen²x
58
MATEMÁTICA
Volume Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
mero de lados da base.
Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
um ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.
Área e Volume
Área lateral:
Onde n= quantidade de lados
Classificação Prismas
-Reto:eixo VO perpendicular à base; Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu- contido em α e uma reta r concorrente aos dois.
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.
Área
Área lateral:
Área da base:
Área total:
Volume
59
MATEMÁTICA
Classificação
Área
Área cubo:
Área paralelepípedo:
A área de um prisma:
-Triangular Onde: St=área total
Sb=área da base
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces late-
-Quadrangular rais.
Volume
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³
Demais:
QUESTÕES
60
MATEMÁTICA
02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de
óleo perfeitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a al- paralelepípedo, contendo as seguintes dimensões:
tura é 20 cm? (use π=3)
(A) 3,84 l
(B) 96 ml
(C) 384 ml
(D) 960 ml
61
MATEMÁTICA
Para completar o volume total desse recipiente, serão 10. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS-
despejados dentro dele vários copos de água, com 200 mL CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto,
cada um. O número de copos totalmente cheios necessá- cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um
rios para completar o volume total do prisma será: cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do cone
(A) 8 copos é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do cilindro é:
(B) 9 copos (A) 9 cm
(C) 10 copos (B) 30 cm
(D) 12 copos (C) 60 cm
(E) 15 copos (D) 90 cm
Volume cilindro=πr²h
05. Resposta: C.
V=20⋅15⋅20=6000cm³=6000ml==6 litros
06. Resposta:C.
VA=125cm³
62
MATEMÁTICA
Forma abreviada
A matriz A é dada por (aij)m x n e por uma lei que fornece
aij em função de i e j.
A=(aij)2 x 2, onde aij=2i+j
09. Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
Como foi retirado 3m³
5+3=2,5⋅2⋅h
8=5h
H=1,6m
Matriz linha
Diagonais
Diagonal principal é a sequência tais que i=j, ou seja,
(a11, a22, a33,..)
Diagonal secundária é a sequência dos elementos tais
que i+j=n+1, ou seja, (a1n, a2 n-1,...)
63
MATEMÁTICA
portanto
Propriedades da adição
Comutativa: A + B = B + A
Matriz diagonal Associativa: (A + B) + C = A + (B + C)
Elemento neutro: A + O = O + A = A
Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de Elemento Oposto: A + (-A) = (-A) + A = O
matriz diagonal se, e somente se, todos os elementos que Transposta da soma: (A + B)t = At + Bt
não pertencem à diagonal principal são iguais a zero.
Subtração de matrizes
Adição de Matrizes
64
MATEMÁTICA
Exemplo: Regra 2
Determine a matriz inversa de A.
Solução
Seja
detA= a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a32 a21 a13 - a31 a22 a13 -a12
a21 a33 - a32 a23 a11
Logo,
Determinante
Dada uma matriz quadrada, chama-se determinante o
número real a ela associado.
a1 x + b1 y = c1
a2 + b2 y = c2
65
MATEMÁTICA
Sistema 3x3
Matriz incompleta A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a
segunda tem dois e a terceira, apenas um.
Sistema 2x3
Classificação
3. Sistema Impossível
66
MATEMÁTICA
Quando o sistema linear apresenta nº de equações Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e
igual ao nº de incógnitas, para discutirmos o sistema, ini-
cialmente calculamos o determinante D da matriz dos coe- considerando a matriz , cujo determinante é
ficientes (incompleta), e:
- Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado. indicado por Dx = ed – bf, obtemos , D ≠ 0.
- Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou
impossível.
QUESTÕES
Para identificarmos se o sistema é possível, indetermi-
nado ou impossível, devemos conseguir um sistema esca- 01. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –
lonado equivalente pelo método de eliminação de Gauss. IBFC/2017)
Dadas a matriz e a
Exemplos
matriz , assinale a alternativa que apre-
- Discutir, em função de a, o sistema: senta a matriz C que representa a soma da matriz A e B, ou
seja, C = A + B:
x + 3 y = 5
2 x + ay = 1
Resolução
1 3
D= = a−6
2 a
D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6
02. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –
Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado. IBFC/2017)
Para a ≠ 6, temos:
Dadas a matriz e a matriz ,
x + 3 y = 5
assinale a alternativa que apresenta a matriz C que repre-
x + 3 y = 5 senta a subtração da matriz A e B, ou seja, C = A - B.
2 x + 6 y = 1 ~
← −2 0 x + 0 y = −9
Regra de Cramer
Consideramos os sistema .
03. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –
Suponhamos que a ≠ 0. Observamos que a matriz in IBFC/2017)
67
MATEMÁTICA
(A) A + B = 20
. (B) A - 3B2 = -51
(C) √2A + 1- 5 = -2
A matriz A-B é igual a (D) A/B +1 =23
(E) 3A -2B + 9 = 25
Dada a matriz
06. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS- 10. (PREF. DE SANTO ANDRÉ – Assistente Econômi-
CONCURSOS/2016) Sabendo que o determinante da co Financeiro – IBAM/2015) Considere as seguintes ma-
trizes:
68
MATEMÁTICA
é: detB=0+40-y-0-12y+6=72
-13y=26
(A) S={(0,2,-5)} Y=-2
(B) S={(1,4,1)}
(C) S={(4,0,6)} X²-2xy+y²=0²-0+4=4
(D) S={(3/2 ,6, -7/2)}
(E) Sistema sem solução. 06. Resposta: A.
Observe a primeira coluna: foi multiplicado por 2.
12. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- Observe a segunda coluna: foi multiplicada por -1
TEC/2015) A solução do sistema linear Portanto, fazemos as mesmas operações com o deter-
minante: 10.2.-1=-20
é: 07. Resposta: B.
Da primeira matriz, para fazer o determinante, basta
(A) S={(4, ¼)} multiplicar os números da diagonal principal:
(B) S={(3, 3/2 )} detA=-1⋅3⋅2⋅-4=24
(C) S={(3/2 ,3 )}
(D) S={(3,− 3/2 )} A matriz B, devemos multiplicar os números da dia-
(E) S={(1,3/2 )} gonal secundária e multiplicar ainda por -1(pois, quando
fazemos determinante, sempre colocamos o menos antes
13. (SEDUC/PI – Professor – Matemática – NUCE- de fazer a diagonal secundária)
PE/2015) O sistema linear detB=-(-1/2⋅1⋅10⋅-1)=-5
Fazendo por alternativa:
A-A+B=20
24-5=20
é possível e indeterminado se: 19=20(F)
09. Resposta: D.
02. Resposta: E.
03. Resposta: E.
10. Resposta: A.
04. Resposta: A.
69
MATEMÁTICA
m=1/2
a+2=9
a=7
(n-4+9)-(-3+6+2n)=0
11. Resposta: D. n+5-2n-3=0
Da II equação tiramos: -n=-2
X=5+z n=2
Da III equação:
Y=13+2z
SEQUÊNCIAS, PROGRESSÃO
Substituindo na I ARITMÉTICA E GEOMÉTRICA
5+z+2(13+2z)+z=10
5+z+26+4z+z=10
6z=10-31
6z=-21 Sequências
Z=-21/6 Sempre que estabelecemos uma ordem para os ele-
Z=-7/2 mentos de um conjunto, de tal forma que cada elemento
seja associado a uma posição, temos uma sequência.
X=5+z O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o se-
gundo por a2, e o n-ésimo por an.
Progressão Aritmética
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência
em que cada termo, a partir do segundo, é obtido adicio-
nando-se uma constante r ao termo anterior. Essa constan-
te r chama-se razão da PA.
-x+28y=3
-x+7=3
-x=3-7
X=4 Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de
13. Resposta: D. acordo com o valor da razão r.
Para ser possível e indeterminado, D=Dx=Dy=Dz=0 r<0, PA decrescente
r>0, PA crescente
r=0 PA constante
70
MATEMÁTICA
Termo Geral da PA
Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...)
da seguinte forma:
Assim sendo:
Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.
primeiro número de razões r igual à posição do termo me-
nos uma unidade. Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência
em que se obtém cada termo, a partir do segundo, multi-
Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética plicando o anterior por uma constante q, chamada razão
Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34). da PG.
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40 Exemplo
Dada a sequência: (4, 8, 16)
Sabemos também que a soma de dois termos equidis- Portanto, o termo geral é:
tantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos
seus extremos. Como esta P.A. tem um número ímpar de
termos, então o termo central tem exatamente o valor de
metade da soma dos extremos.
71
MATEMÁTICA
(A)2014;
Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica (B) 2016;
Infinita (C) 2018;
1º Caso:-1<q<1 (D) 2020;
(E) 2022.
Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a
série é convergente. 04. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) Consi-
dere a equação do 1º grau: 2(x - 2) = 3(x/3 + 4) . A raiz da
2º Caso: equação é o segundo termo de uma Progressão Aritmética
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a sé- (P.A.). O primeiro termo da P.A. corresponde aos 3/4 da raiz
rie é divergente da equação. O valor do décimo termo da P.A. é:
(A) 48
3º Caso: (B) 36
Também não possui soma finita, portanto divergente (C) 32
(D) 28
Produto dos termos de uma PG finita (E) 24
72
MATEMÁTICA
04. Resposta: A.
Raiz da equação:
2x-4=x+12
X=16 é 0 segundo termo da PA
Primeiro termo:
73
MATEMÁTICA
PA
(12,16,...) PORCENTAGEM
R=16-12=4
=48
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100,
05. Resposta: E.
seu símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que
a encontramos nos meios de comunicação, nas estatísticas,
em máquinas de calcular, etc.
A1=374-320
Os acréscimos e os descontos é importante saber por-
A1=54
que ajuda muito na resolução do exercício.
06. Resposta: B.
Acréscimo
Observe os números em negrito:
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um deter-
9, 11, 13, 15,...
minado valor, podemos calcular o novo valor apenas multi-
São os números ímpares, a partir do 9 e a cada 5 nú-
plicando esse valor por 1,10, que é o fator de multiplicação.
meros.
Se o acréscimo for de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim
Ou seja, o 9 está na posição 5
por diante. Veja a tabela abaixo:
O 11 está na posição 10 e assim por diante.
O 19º termo, já temos na sequência que é o 14
Seguindo os termos: Acréscimo ou Lucro Fator de
25º termo é o 17 Multiplicação
30º termo é 19 10% 1,10
Como o número seguinte a esses, abaixa duas unida-
des 15% 1,15
O 31º termo é o 17. 20% 1,20
14+17=31
47% 1,47
07. Resposta: D. 67% 1,67
Observe a razão: 29-23=6
A83=a1+82r Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 te-
A83=23+82⋅6 mos:
A83=23+492
A83=515
74
MATEMÁTICA
Chamamos de lucro em uma transação comercial de 02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) A equipe de
compra e venda a diferença entre o preço de venda e o segurança de um Tribunal conseguia resolver mensalmen-
preço de custo. te cerca de 35% das ocorrências de dano ao patrimônio
Lucro=preço de venda -preço de custo nas cercanias desse prédio, identificando os criminosos e
os encaminhando às autoridades competentes. Após uma
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem reestruturação dos procedimentos de segurança, a mes-
de duas formas: ma equipe conseguiu aumentar o percentual de resolução
mensal de ocorrências desse tipo de crime para cerca de
63%. De acordo com esses dados, com tal reestruturação,
a equipe de segurança aumentou sua eficácia no combate
ao dano ao patrimônio em
(A) 35%.
(B) 28%.
(C) 63%.
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala (D) 41%.
de aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está (E) 80%.
com gripe. Se x% das meninas dessa sala estão com gripe,
o menor valor possível para x é igual a 03. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Três ir-
(A) 8. mãos, André, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia he-
(B) 15. rança constituída pelas seguintes joias: um bracelete de
(C) 10. ouro, um colar de pérolas e um par de brincos de diamante.
(D) 6. A tia especificou em testamento que as joias não deveriam
(E) 12. ser vendidas antes da partilha e que cada um deveria ficar
com uma delas, mas não especificou qual deveria ser dada
Resolução a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada um
45------100% recebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles achavam
X-------60% que as joias tinham valores diferentes entre si e, além disso,
X=27 tinham diferentes opiniões sobre seus valores. Então, deci-
O menor número de meninas possíveis para ter gripe diram fazer a partilha do seguinte modo:
é se todos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 − Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um
meninas estão. deveria escrever em um papel três porcentagens, indican-
do sua avaliação sobre o valor de cada joia com relação ao
valor total da herança.
− A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas
Resposta: C. avaliações.
− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles
recebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da
QUESTÕES herança toda ou mais.
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das
01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária joias foi a seguinte:
- MSCONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que
custa R$1600,00 estava sendo vendido, numa liquidação,
com um desconto de 40%. Marta queria comprar essa te-
levisão, porém não tinha condições de pagar à vista, e o
vendedor propôs que ela desse um cheque para 15 dias,
pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquida-
ção. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de: Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clari-
(A) R$1120,00 ce recebessem, respectivamente,
(B) R$1056,00 (A) o bracelete, os brincos e o colar.
(C) R$960,00 (B) os brincos, o colar e o bracelete.
(D) R$864,00 (C) o colar, o bracelete e os brincos.
(D) o bracelete, o colar e os brincos.
(E) o colar, os brincos e o bracelete.
75
MATEMÁTICA
04. (UTFPR – Técnico de Tecnologia da Informação 08. (CRM/MG – Técnico em Informática- FUN-
– UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas DEP/2017) Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom
foi alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser Preço:
2/ 3 do comprimento original e sua largura foi reduzida e
passou a ser 3/ 4 da largura original. Aproveite a Promoção!
Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo Forno Micro-ondas
original, a área do novo retângulo: De R$ 720,00
(A) foi aumentada em 50%. Por apenas R$ 504,00
(B) foi reduzida em 50%.
(C) aumentou em 25%. Nessa oferta, o desconto é de:
(D) diminuiu 25%. (A) 70%.
(E) foi reduzida a 15%. (B) 50%.
(C) 30%.
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (D) 10%.
GO/2017) Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma
editora um lote de apostilas para concursos, cujo valor uni- 09 (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Consi-
tário original é de R$ 60,00. Por ter cadastro no referido dere que uma caixa de bombom custava, em novembro, R$
estabelecimento, ele recebeu 30% de desconto na compra. 8,60 e passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O aumento
Para revender os materiais, Paulo decidiu acrescentar 30% no preço dessa caixa de bombom foi de:
sobre o valor que pagou por cada apostila. Nestas condi- (A) 30%.
ções, qual será o lucro obtido por unidade? (B) 25%.
(A) R$ 4,20. (C) 20%.
(B) R$ 5,46. (D) 15%
(C) R$ 10,70.
(D) R$ 12,60. 10. (ANP – Técnico em Regulação de Petróleo e De-
(E) R$ 18,00. rivados – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque estava
vazio e foi cheio de óleo após receber todo o conteúdo de
06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- 12 tanques menores, idênticos e cheios.
GO/2017) Joana foi fazer compras. Encontrou um vestido Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% maior
de R$ 150,00 reais. Descobriu que se pagasse à vista teria do que a sua capacidade original, o grande tanque seria
um desconto de 35%. Depois de muito pensar, Joana pa- cheio, sem excessos, após receber todo o conteúdo de
gou à vista o tal vestido. Quanto ela pagou? (A) 4 tanques menores
(A) R$ 120,00 reais (B) 6 tanques menores
(B) R$ 112,50 reais (C) 7 tanques menores
(C) R$ 127,50 reais (D) 8 tanques menores
(D) R$ 97,50 reais (E) 10 tanques menores
(E) R$ 90 reais
76
MATEMÁTICA
04. Resposta: B.
A=b⋅h JUROS SIMPLES E COMPOSTOS
Matemática Financeira
Portanto foi reduzida em 50%
A Matemática Financeira possui diversas aplicações
no atual sistema econômico. Algumas situações estão pre-
05. Resposta: D.
sentes no cotidiano das pessoas, como financiamentos
Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do
de casa e carros, realizações de empréstimos, compras a
valor:
crediário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras,
60⋅0,7=42
investimentos em bolsas de valores, entre outras situações.
Ele revendeu por:
Todas as movimentações financeiras são baseadas na esti-
42⋅1,3=54,60
pulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um em-
Teve um lucro de: 54,60-42=12,60
préstimo a forma de pagamento é feita através de presta-
ções mensais acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação
06. Resposta: D.
do empréstimo é superior ao valor inicial do empréstimo. A
Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do vestido
essa diferença damos o nome de juros.
150⋅0,65=97,50
Capital
07. Resposta: C.
O Capital é o valor aplicado através de alguma opera-
Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180
ção financeira. Também conhecido como: Principal, Valor
milhões e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma
Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se
previsão de
Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras fi-
180-----90%
nanceiras).
x---------100
x=200
Taxa de juros e Tempo
A taxa de juros indica qual remuneração será paga
200+180=380 milhões para o primeiro semestre
ao dinheiro emprestado, para um determinado período.
380----95
Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em
x----100
seguida da especificação do período de tempo a que se
x=400 milhões
refere:
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano).
Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).
780/4trimestres=195 milhões
Outra forma de apresentação da taxa de juros é a
unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100, sem
08. Resposta: C.
o símbolo %:
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês).
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre)
Montante
Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de 30%.
Também conhecido como valor acumulado é a soma
OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não
do Capital Inicial com o juro produzido em determina-
errar conforme a pergunta feita.
do tempo.
Essa fórmula também será amplamente utilizada para
09. Resposta: B.
resolver questões.
8,6(1+x)=10,75
M=C+J
8,6+8,6x=10,75
M = montante
8,6x=10,75-8,6
C = capital inicial
8,6x=2,15
J = juros
X=0,25=25%
M=C+C.i.n
M=C(1+i.n)
10. Resposta: D.
50% maior quer dizer que ficou 1,5
Juros Simples
Quantidade de tanque: x
Chama-se juros simples a compensação em dinheiro
A quantidade que aumentaria deve ficar igual a 12 tan-
pelo empréstimo de um capital financeiro, a uma taxa com-
ques
binada, por um prazo determinado, produzida exclusiva-
1,5x=12
mente pelo capital inicial.
X=8
77
MATEMÁTICA
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial A maioria das operações envolvendo dinheiro uti-
aplicado é diretamente proporcional ao seu valor e ao tem- liza juros compostos. Estão incluídas: compras a médio e
po de aplicação. longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos
A expressão matemática utilizada para o cálculo das bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta
situações envolvendo juros simples é a seguinte: de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Ra-
J = C i n, onde: ramente encontramos uso para o regime de juros simples:
J = juros é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo
C = capital inicial de desconto simples de duplicatas.
i = taxa de juros O cálculo do montante é dado por:
n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, se-
mestre, ano...)
Observação importante: a taxa de juros e o tempo de Exemplo
aplicação devem ser referentes a um mesmo período. Ou Calcule o juro composto que será obtido na aplicação
seja, os dois devem estar em meses, bimestres, trimestres, de R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses
semestres, anos... O que não pode ocorrer é um estar em C=25000
meses e outro em anos, ou qualquer outra combinação de i=25%aa=0,25
períodos. i=72 meses=6 anos
Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das pala-
vras “JUROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
Outro ponto importante é saber que essa fórmula
pode ser trabalhada de várias maneiras para se obter cada
um de seus valores, ou seja, se você souber três valores,
poderá conseguir o quarto, ou seja, como exemplo se você M=C+J
souber o Juros (J), o Capital Inicial (C) e a Taxa (i), poderá J=95367,50-25000=70367,50
obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para qualquer
combinação.
QUESTÕES
Exemplo
Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à 01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma
vista. Como não tinha essa quantia no momento e não geladeira está sendo vendida nas seguintes condições:
queria perder a oportunidade, aceitou a oferta da loja de − Preço à vista = R$ 1.900,00;
pagar duas prestações de R$ 45,00, uma no ato da compra − Condições a prazo = entrada de R$ 500,00 e paga-
e outra um mês depois. A taxa de juros mensal que a loja mento de uma parcela de R$ 1.484,00 após 60 dias da data
estava cobrando nessa operação era de: da compra.
(A) 5,0% A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a
(B) 5,9% prazo é de
(C) 7,5% (A) 1,06% a.m.
(D) 10,0% (B) 2,96% a.m.
(E) 12,5% (C) 0,53% a.m.
Resposta Letra “e”. (D) 3,00% a.m.
(E) 6,00% a.m.
O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois
a primeira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria 02. (FUNAPEP - Analista em Gestão Previdenciária-
R$40 (85-45) e a parcela a ser paga de R$45. -FCC/2017) João emprestou a quantia de R$ 23.500,00 a
Aplicando a fórmula M = C + J: seu filho Roberto. Trataram que Roberto pagaria juros sim-
45 = 40 + J ples de 4% ao ano. Roberto pagou esse empréstimo para
J=5 seu pai após 3 anos. O valor total dos juros pagos por Ro-
Aplicando a outra fórmula J = C i n: berto foi
5 = 40 X i X 1 (A) 3.410,00.
i = 0,125 = 12,5% (B) R$ 2.820,00.
(C) R$ 2.640,00.
Juros Compostos (D) R$ 3.120,00.
o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir (E) R$ 1.880,00.
do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o
juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital
inicial e passa a render juros também.
78
MATEMÁTICA
79
MATEMÁTICA
80
MATEMÁTICA
Taxa Nominal
A taxa nominal de juros relativa a uma operação finan- iq = 0,009489 a.m ou iq = 0,949 % a.m.
ceira pode ser calculada pela expressão:
Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do emprés- 3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efe-
timo tiva mensal
81
MATEMÁTICA
82
MATEMÁTICA
1
Amortiza- Saldo de- 3.000,00 32.353,04 35.353,04 67.646,96
n Juros Prestação
ção vedor
2
2.029,41 33.323,63 35.353,04 34.323,33
0 - - -
100.000,00
3 -
1.029,71 34.323,33 35.353,04
1 - -
3.000,00 103.000,00
83
MATEMÁTICA
1 67.156,81
3.000,00 32.843,19 35.843,19
2 33.828,32
2.014,70 33.328,49 35.343,19
3 -
1.014,87 33.828,32 34.843,19
Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:
PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período
An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período
84
MATEMÁTICA
Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:
Saldo
Nº Pres- Presta- Amortiza-
Juros Deve-
tação ção ção
dor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0
85
MATEMÁTICA
Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.
Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.
As várias formas de amortização utilizadas pelo mercado brasileiro, em sua maioria, consideram o regime de capitali-
zação por juros compostos. A comparação entre estas, por meio do VPL (vide item 6.2), demonstra que o custo entre elas
se equivale. Vejam: no nosso exemplo, todos, exceto no sistema alemão, os juros efetivos cobrados foram de 3% ao mês
(regime de juros compostos) ou 9,27% no acumulado dos três meses.
86
MATEMÁTICA
OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 3% ao mês.
Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês, isto é, abaixo do valor do empréstimo, teríamos a tabela abaixo.
Isso seria uma situação mais comum: juros do empréstimo mais caro que uma aplicação no mercado. Neste caso, quanto
menor (em módulo) o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema SAC seria o melhor sob o ponto de
vista financeiro.
OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 2% ao mês.
Outra situação seria considerarmos um empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado. Neste exemplo a seguir,
teremos como custo de oportunidade a taxa de 4% ao mês. Isso, na vida real, não será comum: juros do empréstimo mais
barato do que uma aplicação no mercado. Assim, como no exemplo anterior, quanto maior o VPL, melhor para o tomador
do empréstimo, ou seja, o sistema de pagamento único, sob o ponto de vista financeiro, é o melhor, como no caso abaixo.
OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 4% ao mês.
Referências
Passei Direto. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1599335/exercicios_matematica_finaceiraexercicios_
matematica_finaceiraNos juros compostos:
M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período
87
MATEMÁTICA
Saldo deve-
n Juros Amortização Prestação
dor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.000,00 - - 106.000,00
3 3.000,00 100.000,00 109.000,00 -
Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para
encontrarmos a prestação é dada a seguir:
PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1
A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:
É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:
88
MATEMÁTICA
Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:
PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período
An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período
89
MATEMÁTICA
Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:
Saldo
Nº Prestação Prestação Juros Amortização
Devedor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0
Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.
Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.
90
MATEMÁTICA
91
MATEMÁTICA
Concessionária 2
92
MATEMÁTICA
09. Resposta: B.
93
MATEMÁTICA
Distribuição de probabilidades.
Distribuição de Poisson é a curva matemática usada na simulação de resultados para representar a probabilidade de
que determinado evento ocorra, quando a probabilidade média é conhecida. Representa a distribuição de probabilidade de
uma variável aleatória que registra o número de ocorrências sobre um intervalo de tempo ou espaço específicos.
n = nº de provas
x = nº de sucessos nas n provas
p = probabilidade de sucesso em cada prova
q = probabilidade de insucesso em cada prova (q = 1 – p)
Função de probabilidade.
As probabilidades são calculadas dividindo-se o número de resultados favoráveis pelo número de resultados possí-
veis, ou seja:
P = n(E)
n(Ω)
P = 1
6
P = 0,1666…
P = 16,6%
Função densidade de probabilidade, também conhecida como Distribuição De-Moivre-Laplace-Gauss, foiu desenvol-
vida entre os séculos XVIII e XIX para descrever erros de medidas físicas. Todo processo de mensuração pode estar sujeito a
erros, por características não identificadas. Esta função é a curva conhecida também como distribuição normal ou gaussina,
sua grande utilidade se dá ao fato de que aproxima ao máximo possível as curvas de freqüências das medidas físicas.
94
MATEMÁTICA
Esperança e momentos.
O conceito de Esperança ou Valor Esperado de uma variável aleatória X, ou a média é tão antigo quanto o próprio
conceito de probabilidade. Na verdade, é até possível dedefinir probabilidade em termos de esperança, mas esta não é uma
maneira comum de se apresentar a teoria. Existem quatro tipos de interpretações da Esperança:
1. Parâmetro m de uma medida de probabilidade, função de distribuição, ou função probabilidade de massa, também
conhecido como média.
2. Um operador linear em um conjunto de variáveis aleatórias que retorna um valor típico da variável aleatória inter-
pretado como uma medida de localização da variável aleatória.
3. média do resultado de repetidos experimentos independentes no longo prazo.
4. preço justo de um jogo com pagamentos descritos por X.
Caso Discreto Vamos motivar definição de esperança considerando o cálculo do resultado médio de 1000 lançamentos
de um dado. Uma maneira de calcular este resultado médio seria somar todos os resultados e dividir por 1000. Uma ma-
neira alternativa seria calcular a fração p(k) de todos os lançamentos que tiveram resultado igual a k e calcular o resultado
médio através da soma ponderada:
1p(1) + 2p(2) + 3p(3) + 4p(4) + 5p(5) + 6p(6)
Quando o número de lançamentos se torna grande as frações de ocorrência dos resultados tendem a probabilidade de
cada resultado. Portanto, em geral dedefinimos a esperança de uma variável discreta como uma soma ponderada onde as
probabilidades são os pesos de ponderação.
Se X é uma variável aleatória discreta assumindo valores {x1, x2, x3, . . .} com probabilidade {p1, p2, p3, . . .}, respectiva-
mente, então sua esperança é dada pela fórmula:
EX = ∑ 𝑥𝑖𝑝 𝑖 + ∑ 𝑥𝑖𝑝 𝑖
𝑖:𝑥𝑖<𝑜 𝑖:𝑥𝑖 ≥𝑜
Desde que pelo menos um dos somatórios seja finito. Em caso os dois somatórios não sejam finitos, a esperança não
existe. Caso EX seja finita, diz-se que X é integrável.
Exemplo: Considere uma variável aleatória X tal que: P(X = −1) = 0.25, P(X = 0) = 0.5 e P(X = 2) = 0.25. Então, EX =
−1(0.25) + 0(0.5) + 2(0.25) = 0.25.
95
MATEMÁTICA
Aqui e são a média e o desvio padrão populacionais das medidas individuais ,e é o tamanho amostral.
Denota-se
A aproximação para a normal melhora à medida que o tamanho amostral cresce. Este resultado é conhecido como
o Teorema Central do Limite e é notável porque permite-nos conduzir alguns procedimentos de inferência sem qualquer
conhecimento da distribuição da população.
Amostras aleatórias.
Distribuições amostrais.
O problema central da inferência estatística é como fazer afirmações sobre os parâmetros de uma população a partir de
estatísticas obtidas de amostras da população. Digamos, por exemplo, que queremos tem uma idéia sobre o valor médio
µ do preço de terrenos de 500 a 1000 m2. A população formada por esses terrenos é bastante grande. Como não temos
condições de medir todos os elementos da população, decidimos tomar amostras aleatórias da população. Vamos supor
que cada amostra é formada por n elementos (terrenos). Cada amostra i terá uma médiai.
Os valores da média e do desvio padrão dos preços de uma amostra de n terrenos, i e si, dificilmente serão iguais aos
valores da média µ e do desvio padrão σ dos preços de todos os terrenos (a população).
Entretanto, se selecionarmos aleatoriamente várias amostras de tamanho n da população de terrenos, os valores da
média e do desvio padrão calculados para elas estarão distribuídos em torno dos valores verdadeiros para a população.
Pode-se, portanto, construir distribuições de freqüências para elas.
Quando tomamos todas as amostras possíveis de mesmo tamanho de uma população e calculamos uma estatística
qualquer ( ou s) para as amostras, podemos construir a distribuição de probabilidades dessa estatística. Essa distribuição é
chamada de Distribuição Amostral da Estatística.
EXERCÍCIOS
1.(EBC - Analista – Estatística – Superior - CESPE - 2011 )Julgue o item seguinte, acerca de probabilidades.
Se, em um mesmo espaço amostral S, os eventos A e B forem independentes do evento C, então, necessariamente, o
evento A∩B será independente de C.
Gabarito: Errada
Se desenharmos três círculos enfileirados com elos de interseção não vazios, com o seguinte arranjo: evento A, evento
C e evento. Observe que A∩B é vazio, ou seja, não é independente de C.
Gabarito: Errada
Se F(x) for maior que 1 não será função densidade.Parte superior do formulário
96
MATEMÁTICA
3.(ABIN – OTI – Estatística –Superior - CESPE – 2010) em cada grupo a variável estudada apresente comporta-
Sabendo que X é variável aleatória discreta que pode assu- mento diferenciado e ao mesmo tempo, dentro de cada
mir valores inteiros não negativos, julgue os próximos itens. grupo, esse procedimento seja relativamente igual. A es-
A média de X é não negativa. tratificação da amostra permitirá assim a obtenção de um
maior grau de certeza nos resultados sem necessidade de
Gabarito: Certa aumentar o número de elementos da mesma, pois garan-
Os elementos que compõem a média podem até ser tirá que todos os subgrupos estão devidamente represen-
negativos, porém, a medida da média é que não pode ser tados.
negativa.
Amostragem sistemática Neste caso, a população
4.(ABIN – OTI – Estatística – Superior - CESPE – 2010) deve ser ordenada de forma que os elementos sejam iden-
A respeito da distribuição binomial X com parâmetros n e tificados pela posição e a retirada dos elementos é feita
p, em que n $ 1 e 0 < p < 1, julgue os itens subsequentes. periodicamente.
Considere a seguinte situação hipotética.
De uma urna que contém 15 bolas brancas e 1 bola Amostragem por conglomerados é uma pratica
vermelha serão retiradas aleatoriamente 12 bolas. Em cada amostral utilizada quando há uma subdivisão da popula-
retirada, será observada a cor da bola selecionada. Se bran- ção em grupos que sejam bastante parecidos entre si, mas
ca, a bola não será devolvida à urna; se vermelha, a bola com fortes discrepâncias dentro dos grupos, de modo que
será devolvida à urna. Ao final do processo, será registrado cada um possa ser uma pequena representação da popu-
o número X de vezes que a bola vermelha foi observada lação de interesse específico; é realizada em cima dos con-
nessas doze retiradas. Em face dessa situação, é correto glomerados, e não mais sobre os indivíduos da população.
afirmar que X é uma variável aleatória com distribuição bi-
nomial com n = 12 Tamanho amostral.
O número de respostas concluídas recebidas pela sua
Gabarito: Errada pesquisa é o tamanho da sua amostra. A “amostra” repre-
A bola branca retirada não voltará mais para a urna, senta apenas parte do grupo de pessoas (ou população)
isso faz com que a probabilidade de eu retirar uma bola cujas opiniões ou comportamentos são de seu interesse.
vermelha seja alterada. Cada vez que é sorteada uma bola O tamanho da sua população é número total de pes-
branca, aumenta a probabilidade da retirada de uma bola soas no grupo que você está tentando alcançar com seu
vermelha. Sendo assim, a probabilidade do sorteio de uma questionário. Desta forma, caso esteja aplicando um ques-
bola vermelha não permanece constante, o que faz com tionário na sua empresa, o tamanho da população é o nú-
que em todas essas vezes, não haja uma distribuição bi- mero total de funcionários.
nomial. As margens de erros representam o percentual que
descrevem em que medida a resposta da sua amostra se
está mais próximo da realidade de sua população.
TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM: AMOSTRAGEM Quanto menor for a margem de erro, mais próximo
ALEATÓRIA SIMPLES, ESTRATIFICADA, você está da resposta exata em um grau de confiança, os
SISTEMÁTICA E POR CONGLOMERADOS. padrões mais utilizados são 90%, 95% e 99%.
97
MATEMÁTICA
8∙3+8∙2+7∙3+7∙2
= 7,5
10
!
RESPOSTA: “A”.
Sabendo-se que o salário médio desses funcionários é
de R$ 1.490,00, pode-se concluir que o salário de cada um 5. (SEED/SP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – VU-
dos dois gerentes é de NESP/2013) Em certo departamento, trabalham homens e
A) R$ 2.900,00. mulheres, sendo que nesse grupo há 10 homens a mais
B) R$ 4.200,00. que o número de mulheres. A média salarial desse depar-
C) R$ 2.100,00. tamento é de R$ 3.800,00. Entretanto, calculando separa-
D) R$ 1.900,00. damente, verifica-se que a média salarial dos homens é de
E) R$ 3.400,00. R$ 4.000,00, enquanto a média salarial das mulheres é de
R$ 3.500,00. O número de homens que trabalham nesse
2! + 8 ∙ 1700 + 10 ∙ 1200 departamento é igual a
!é!"# = A) 20.
20
B) 40.
2! + 8 ∙ 1700 + 10 ∙ 1200 C) 30.
1490 = D) 25.
20 E) 15.
!"!!"
= 3800
!!!!"
RESPOSTA: “C”.
98
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
1
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
-killall - manda um sinal para todos os processos. -smbpasswd - No sistema operacional Linux, na ver-
-less - mostra o conteúdo de um arquivo de texto com são samba, smbpasswd permite ao usuário alterar sua senha
controle criptografada smb que é armazenada no arquivo smbpasswd
-ls - listar o conteúdo do diretório (normalmente no diretório privado sob a hierarquia de dire-
-ls -alh - mostra o conteúdo detalhado do diretório tórios do samba). os usuários comuns só podem executar o
-ls –ltr - mostra os arquivos no formado longo (l) em or- comando sem opções. Ele os levará para que sua senha velha
dem inversa (r) de data (t) smb seja digitada e, em seguida, pedir-lhes sua nova senha
-man - mostra informações sobre um comando duas vezes, para garantir que a senha foi digitada correta-
-mkdir - cria um diretório. É um comando utilizado na raiz mente. Nenhuma senha será mostrada na tela enquanto está
do Linux para a criação de novos diretórios. sendo digitada.
-su - troca para o superusuário root (é exigida a senha)
Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o diretório -su user - troca para o usuário especificado em ‘user’ (é
chamado “myfolder”. exigida a senha)
-tac - semelhante ao cat, mas inverte a ordem
-tail - o comando tail mostra as últimas linhas de um ar-
quivo texto, tendo como padrão as 10 últimas linhas. Sua sin-
taxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode ser acrescentado de al-
guns parâmetros como o -n que mostra o [numero] de linhas
do final do arquivo; o – c [numero] que mostra o [numero] de
bytes do final do arquivo e o – f que exibe continuamente os
dados do final do arquivo à medida que são acrescentados.
-tcpdump sniffer - sniffer é uma ferramenta que “ouve”
os pacotes
-top – mostra os processos do sistema e dados do pro-
cessador.
-touch touch foo.txt - cria um arquivo foo.txt vazio; tam-
bém altera data e hora de modificação para agora
Figura 22: Prompt “ftp” -traceroute - traça uma rota do host local até o destino
mostrando os roteadores intermediários
-mount – montar partições em algum lugar do sistema. -umount – desmontar partições.
-mtr - mostra rota até determinado IP -uname -a – informações sobre o sistema operacional
-mv - move ou renomeia arquivos e diretórios -userdel - remove usuários
-nano – editor de textos básico. -vi - editor de ficheiros de texto
-nfs - sistema de arquivos nativo do sistema operacional -vim - versão melhorada do editor supracitado
Linux, para o compartilhamento de recursos pela rede -which - mostra qual arquivo binário está sendo chama-
-netstat - exibe as portas e protocolos abertos no sistema. do pelo shell quando chamado via linha de comando
-nmap - lista as portas de sistemas remotos/locais atrás -who - informa quem está logado no sistema
de portas abertas.
-nslookup - consultas a serviços DNs Não são só comandos digitados via teclado que pode-
-ntsysv - exibe e configura os processos de inicialização mos executar no Linux. Várias versões foram desenvolvidas
-passwd - modifica senha (password) de usuários e o kernel evoluiu muito. Sobre ele rodam as mais diversas
-ps - mostra os processos correntes interfaces gráficas, baseadas principalmente no servidor de
-ps –aux - mostra todos os processos correntes no siste- janelas XFree. Entre as mais de vinte interfaces gráficas criadas
ma para o Linux, vamos citar o KDE.
-ps -e – lista os processos abertos no sistema.
-pwd - exibe o local do diretório atual. o prompt padrão
do Linux exibe apenas o último nome do caminho do diretório
atual. para exibir o caminho completo do diretório atual digite
o comando pwd. Linux@fedora11 – é a versão do Linux que
está sendo usada. help pwd – é o comando que nos mostrará
o conteúdo da ajuda sobre o pwd. A informação do help nos
mostra-nos que pwd imprime o nome do diretório atual.
-reboot – reiniciar o computador.
-recode - recodifica um arquivo ex: recode iso-8859-15..
utf8 file_to_change.txt
-rm - remoção de arquivos (também remove diretórios)
-rm -rf - exclui um diretório e todo o seu conteúdo
-rmdir - exclui um diretório (se estiver vazio)
-route - mostra as informações referentes às rotas Figura 23: Menu K, na versão Suse – imagem obtida de
-shutdown -r now – reiniciar o computador http://pt.wikibooks. org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_inter-
-split - divide um arquivo face_gr%C3%A1fica_KDE
2
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Um dos motivos que ainda desestimula várias pessoas a /opt – usado por desenvolvedores de programas.
adotarem o Linux como seu sistema operacional é a quanti- /proc – armazena informações sobre o estado atual do
dade de programas compatíveis com ele, o que vem sendo sistema.
solucionado com o passar do tempo. Sua interface familiar, /root – diretório do superusuário.
semelhante ao do Windows, tem ajudado a aumentar os
adeptos ao Linux. O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou seja, co-
Distribuição Linux é um sistema operacional que utiliza piar, mover, recortar e colar pode ser feito, julgando que esta-
o núcleo (kernel) do Linux e outros softwares. Existem várias mos usando o Nautilus, da seguinte forma:
versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu, Debian, Fe- - Copiar: clique com o botão direito do mouse sobre o
dora, etc. Cada uma com suas vantagens e desvantagens. O arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área de
que torna a escolha de uma distribuição bem pessoal. transferência, mas o original permanecerá no local.
Distribuições são criadas, normalmente, para atender - Recortar: clique com o botão direito do mouse sobre o
arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área de
razões específicas. Por exemplo, existem distribuições para
transferência, sendo removido do seu local de origem.
rodar em servidores, redes - onde a segurança é prioridade
- Colar: clique com o botão direito do mouse no local de-
- e, também, computadores pessoais.
sejado e depois em colar. O conteúdo da área de transferência
Assim, não é possível dizer qual é a melhor distribuição. será colado.
Pois, depende da finalidade do seu computador. Outra forma é deixar a janela do local de origem do ar-
quivo aberta e abrir outra com o local de destino. Pressionar o
Sistema de arquivos: organização e gerenciamento botão esquerdo do mouse sobre o arquivo desejado e movê-lo
de arquivos, diretórios e permissões no Linux para o destino.
3
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Permissões no Linux
4
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
5
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Clicando com o botão direito do mouse em um espaço vazio da área de trabalho ou outro apropriado, podemos en-
contrar a opção pasta.
Clicando nesta opção com o botão esquerdo do mouse, temos então uma forma prática de criar uma pasta.
Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la e agora criaremos mais duas pastas dentro dela:
Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o procedimento botão direito, Novo, Pasta.
Área de trabalho:
A figura acima mostra a primeira tela que vemos quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome de área de
trabalho, pois a ideia original é que ela sirva como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e documentos para dar
início ou continuidade ao trabalho.
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:
6
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato 2) Ícones de inicialização rápida: São ícones coloca-
com todos os outros programas instalados, programas dos como atalhos na barra de tarefas para serem acessa-
que fazem parte do sistema operacional e ambientes de dos com facilidade.
configuração e trabalho. Com um clique nesse botão, abri- 3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de
mos uma lista, chamada Menu Iniciar, que contém opções idioma que está sendo usada pelo teclado.
que nos permitem ver os programas mais acessados, to- 4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são
dos os outros programas instalados e os recursos do pró- configurados para entrar em ação quando o computador
prio Windows. Ele funciona como uma via de acesso para é iniciado. Muitos deles ficam em execução o tempo todo
todas as opções disponíveis no computador. no sistema, como é o caso de ícones de programas antivírus
Através do botão Iniciar, também podemos: que monitoram constante- mente o sistema para verificar se
-desligar o computador, procedimento que encerra o não há invasões ou vírus tentando ser executados.
Sistema Operacional corretamente, e desliga efetivamente 5) Propriedades de data e hora: Além de mostra o re-
a máquina; lógio constantemente na sua tela, clicando duas vezes, com
-colocar o computador em modo de espera, que re- o botão esquerdo do mouse nesse ícone, acessamos as Pro-
duz o consumo de energia enquanto a máquina estiver priedades de data e hora.
ociosa, ou seja, sem uso. Muito usado nos casos em que
vamos nos ausentar por um breve período de tempo da
frente do computador;
-reiniciar o computador, que desliga e liga automa-
ticamente o sistema. Usado após a instalação de alguns
programas que precisam da reinicialização do sistema para
efetivarem sua insta- lação, durante congelamento de telas
ou travamentos da máquina.
-realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com
nome e senha de outro usuário, tendo assim um ambiente
com características diferentes para cada usuário do mesmo
computador.
7
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
8
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Painel de controle
9
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A tela pode ser customizada conforme a conveniência que em More PC settings. Acesse a opção Usuários e depois
do usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela, mas clique na opção “Criar uma senha com imagem”. Em seguida,
podem ser encontrados clicando com o botão direito do o computador pedirá para você colocar sua senha e redirecio-
mouse em um espaço vazio da tela. Se deseja que um des- nará para uma tela com um pequeno texto e dando a opção
ses aplicativos apareça na sua tela inicial, clique com o botão para escolher uma foto. Escolha uma imagem no seu compu-
direito sobre o ícone e vá para a opção Fixar na Tela Inicial. tador e verifique se a imagem está correta clicando em “Use
Charms Bar this Picture”. Você terá que desenhar três formas em touch ou
O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa e com o mouse: uma linha reta, um círculo e um ponto. Depois,
esse recurso possibilita “esconder” algumas configurações finalize o processo e sua senha estará pronta. Na próxima vez,
e aplicações. É uma barra localizada na lateral que pode ser repita os movimentos para acessar seu computador.
acessada colocando o mouse no canto direito e inferior da Internet Explorer no Windows 8
tela ou clicando no atalho Tecla do Windows + C. Essa fun- Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da página
ção substitui a barra de ferramentas presente no sistema e
inicial, você terá acesso ao software sem a barra de ferra-
configurada de acordo com a página em que você está.
mentas e menus.
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na busca em
configurações. Depois escolha a opção tela inicial e em segui-
7.2. Windows 10
da escolha a cor da tela. O usuário também pode selecionar
desenhos durante a personalização do papel de parede. O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que
Redimensionar as tiles veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no mun-
Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou- do dos Sistemas Operacionais, uma das suas missões é ficar
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão direi- com um visual mais de smart e touch.
to na divisão entre eles e optando pela opção menor. Você
pode deixar maior os aplicativos que você quiser destacar
no computador.
Grupos de Aplicativos
Pode-se criar divisões e grupos para unir programas pa-
recidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos podem
ser renomeados.
Visualizar as pastas
A interface do programas no computador podem ser
vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado a
lado. Para passar de um painel para outro é necessário usar
a barra de rolagem que fica no rodapé.
Compartilhar e Receber
Comando utilizado para compartilhar conteúdo, enviar Figura 21:Tela do Windows 10
uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção Compar-
tilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há também a op- O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes versões
ção Dispositivo que é usada para receber e enviar conteúdos (com destaque para as duas primeiras):
de aparelhos conectados ao computador. Windows 10 – É a versão de “entrada” do Windows 10,
Alternar Tarefas que possui a maioria dos recursos do sistema. É voltada para
Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os pro- Desktops e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Surface 3.
gramas abertos no desktop e os aplicativos novos do SO.
Windows 10 Pro – Além dos recursos da versão de en-
Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma lista na
trada, fornece proteção de dados avançada e criptografa-
lateral esquerda que mostra os aplicativos modernos.
da com o BitLocker, permite a hospedagem de uma Cone-
Telas Lado a Lado
xão de Área de Trabalho Remota em um computador, tra-
Esse sistema operacional não trabalha com o concei-
to de janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao balhar com máquinas virtuais, e permite o ingresso em um
mesmo tempo. É indicado para quem precisa acompanhar o domínio para realizar conexões a uma rede corporativa.
Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do computador. Windows 10 Enterprise – Baseada na versão 10 Pro, é
Visualizar Imagens disponibilizada por meio do Licenciamento por Volume, vol-
O sistema operacional agora faz com que cada vez que tado a empresas.
você clica em uma figura, um programa específico abre e Windows 10 Education – Baseada na versão Enterprise,
isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar isso é preciso é destinada a atender as necessidades do meio educacional.
ir em Programas – Programas Default – Selecionar Windows Também tem seu método de distribuição baseado através
Photo Viewer e marcar a caixa Set this Program as Default. da versão acadêmica de licenciamento de volume.
Imagem e Senha Windows 10 Mobile – Embora o Windows 10 tente ven-
O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao in- der seu nome fantasia como um sistema operacional único, os
vés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso, acesse a smartphones com o Windows 10 possuem uma versão espe-
Charm Bar, selecione a opção Settings e logo em seguida cli- cífica do sistema operacional compatível com tais dispositivos.
10
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Windows 10 Mobile Enterprise – Projetado para smartphones e tablets do setor corporativo. Também estará disponível
através do Licenciamento por Volume, oferecendo as mesmas vantagens do Windows 10 Mobile com funcionalidades dire-
cionadas para o mercado corporativo.
Windows 10 IoT Core – IoT vem da expressão “Internet das Coisas” (Internet ofThings). A Microsoft anunciou que haverá
edições do Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile Enterprise destinados a dispositivos como caixas eletrônicos, ter-
minais de autoatendimento, máquinas de atendimento para o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core será destinada
para dispositivos pequenos e de baixo custo.
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Microsoft indica como requisitos básicos dos computadores:
• Processador de 1 Ghz ou superior;
• 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para 64bits);
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600 ou maior.
O Microsoft Word é um processador de texto que cria textos de diversos tipos e estilos, como por exemplo, ofícios,
relatórios, cartas, enfim, todo conteúdo de texto que atende às necessidades de um usuário doméstico ou de uma empresa.
O Microsoft Word é o processador de texto integrante dos programas Microsoft Office: um conjunto de softwares apli-
cativos destinados a uso de escritório e usuários domésticos, desenvolvidos pela empresa Microsoft.
Os softwares da Microsoft Office são proprietários e compatíveis com o sistema operacional Windows.
Na guia início é onde se encontra a maioria das funções da antiga interface do Microsoft Word. Ou seja, aqui você pode
mudar a fonte, o tamanho dela, modificar o texto selecionado (com negrito, itálico, sublinhado, riscado, sobreposto etc.),
deixar com outra cor, criar tópicos, alterar o espaçamento, mudar o alinhamento e dar estilo. Tudo isso agora é dividido em
grandes painéis.
Definitivamente, a versão do Microsoft Word 2007 trouxe muito mais organização e padrões em relação as ver-
sões anteriores. Todas as ficaram categorizadas e mais fáceis de encontrar, bastando se acostumar com a interface.
A melhor parte é que não fica tudo bagunçado, e que as ferramentas mudam conforme as escolhas das abas.
11
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 27.
As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de cada guia que-
bram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um comando ou exibem um menu de
comandos.
Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo da
imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.
12
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
13
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.
Fornece estilos predefinidos de tabela, com formatações de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e demais
itens presentes na mesma. Além de escolher um estilo predefinido, podemos alterar a formatação do sombreamento e
das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de uma ta-
bela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Escolher entre várias opções de borda”, para exibir a seguinte tela:
Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Definição”, escolhemos como será a borda da nossa tabela:
- Nenhuma: retira a borda;
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa;
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela iguais, conforme a seleção que fizermos nos demais campos de
opção;
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções da janela (como estilo, por exemplo) ao redor da tabela e as bor-
das internas permanecem iguais.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas da tabela, uma cor e uma largura.
- Visualização: através desse recurso, podemos definir bordas diferentes para uma mesma tabela. Por exemplo, pode-
mos escolher um estilo e, em visualização, clicar na borda superior; escolher outro estilo e clicar na borda inferior; e assim
colocar em cada borda um tipo diferente de estilo, com cores e espessuras diferentes, se assim desejarmos.
14
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz recur- 1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-formata-
sos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A diferença das. As caixas de texto são espaços próprios para inserção
é que se trata de criar bordas na página de um documento de textos que podem ser direcionados exatamente onde
e não em uma tabela. precisamos. Por exemplo, na figura “Grupo Texto”, os nú-
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com meros ao redor da figura, do 1 até o 7, foram adicionados
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que através de caixas de texto.
envolve vários tipos de desenhos. 2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reu-
Alguns desses desenhos podem ser formatados tilizáveis, incluindo campos, propriedades de documentos
com cores de linhas diferentes, outros, porém não permi- como autor ou quaisquer fragmentos de texto pré-forma-
tem outras formatações a não ser o ajuste da largura. do.
Podemos aplicar as formatações de bordas da página 3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve
no documento todo ou apenas nas sessões que desejar- como base para a assinatura de um documento.
mos, tendo assim um mesmo documento com bordas em 4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no docu-
uma página, sem bordas em outras ou até mesmo bordas mento.
de página diferentes em um mesmo documento. 5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no iní-
Grupo Ilustrações: cio de cada parágrafo. É uma opção de formatação decora-
tiva, muito usada principalmente, em livros e revistas. Para
inserir a letra capitular, basta clicar no parágrafo desejado e
depois na opção “Letra Capitular”. Veja o exemplo:
Guia revisão:
Grupo revisão de texto:
15
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Grupo controle:
Grupo alterações:
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já bus-
ca trechos do texto ou palavras que não se enquadrem
no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais e or-
tográficas. Na parte de cima da janela “Verificar ortografia
e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou palavra con-
siderada inadequada. Em baixo, aparecerão as sugestões.
Caso esteja correto e a sugestão do Word não se aplique,
podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a regra apre-
sentada esteja incorreta ou não se aplique ao trecho do
texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar regra”; caso
a sugestão do Word seja adequada, clicamos em “Alterar” e Figura 41: Grupo alterações
podemos continuar a verificação de ortografia e gramática
clicando no botão “Próxima sentença”. 1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a pró-
xima alteração proposta.
Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, indi- 2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que seja
cando que o Word a considera incorreta, podemos apenas aceita ou rejeitada.
clicar com o botão direito do mouse sobre ela e verificar se 3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que
uma das sugestões propostas se enquadra. possa ser rejeitada ou aceita.
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave-
Por exemplo, a palavra informática. Se clicarmos com gação para aceitação ou rejeição.
o botão direito do mouse sobre ela, um menu suspenso
nos será mostrado, nos dando a opção de escolher a pala- Para imprimir nosso documento, basta clicar no botão
vra informática. Clicando sobre ela, a palavra do texto será do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Imprimir”.
substituída e o texto ficará correto. Este procedimento nos dará as seguintes opções:
- Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso-
Grupo comentário: ra, o número de cópias e outras opções de configuração
antes de imprimir.
Novo comentário: adiciona um pequeno texto que ser- - Impressão Rápida – envia o documento diretamente
ve como comentário do texto selecionado, onde é possível para a impressora configurada como padrão e não abre
realizar exclusão e navegação entre os comentários. opções de configuração.
- Visualização da Impressão – promove a exibição do
documento na forma como ficará impresso, para que pos-
samos realizar alterações, caso necessário.
16
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
17
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instalado
pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou baixar
fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem acessados e
contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, minutos
Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso pagando uma
taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém, aqui estamos
falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.
Veja abaixo as versões do Office 365
- O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Applications
(ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress utilizam o mesmo
“prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer → .odt (Open Docu-
ment Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presentations).
Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades do
aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo Writer.
18
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lingua-
gem LibreOffice Basic).
O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As prin-
cipais teclas de atalho do Writer são:
19
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O Excel 2007 permite que os usuários abram pastas de trabalho criadas em versões anteriores do Excel e trabalhem com
elas. Para converter essas pastas de trabalho para o novo formato XML, basta clicar no Botão do Microsoft Office e clique
em Converter Você pode também converter a pasta de trabalho clicando no Botão do Microsoft Office e em Salvar Como – Pasta
de Trabalho do Excel. Observe que o recurso Converter remove a versão anterior do arquivo, enquanto o recurso Salvar Como
deixa a versão anterior do arquivo e cria um arquivo separado para a nova versão.
As melhoras de interface que podem ser destacadas são:
• Economia de tempo, selecionando células, tabelas, gráficos e tabelas dinâmicas em galerias de estilos predefinidos.
• Visualização e alterações de formatação no documento antes de confirmar uma alteração ao usar as galerias de formatação.
• Uso da formatação condicional para anotar visualmente os dados para fins analíticos e de apresentação.
• Alteração da aparência de tabelas e gráficos em toda a pasta de trabalho para coincidir com o esquema de estilo ou a
cor preferencial usando novos Estilos Rápidos e Temas de Documento.
• Criação de um tema próprio para aplicar de forma consistente as fontes e cores que refletem a marca da empresa que atua.
• Novos recursos de gráfico que incluem formas tridimensionais, transparência, sombras projetadas e outros efeitos.
Em relação a usabilidade as fórmulas passaram a ser redimensionáveis, sendo possível escrever mais fórmulas com mais
níveis de aninhamento do que nas versões anteriores.
Passou a existir o preenchimento automático de fórmula, auxiliando muito com as sintaxes, as referências estruturadas: além
de referências de célula, como A1 e L1C1, o Office Excel 2007 fornece referências estruturadas que fazem referência a intervalos
nomeados e tabelas em uma fórmula.
Acesso fácil aos intervalos nomeados: usando o gerenciador de nomes do Office Excel 2007, podendo organizar, atualizar e
gerenciar vários intervalos nomeados em um local central, as tabelas dinâmicas são muito mais fáceis de usar do que nas versões
anteriores.
Além do modo de exibição normal e do modo de visualização de quebra de página, o Office Excel 2007 oferece uma exibição
de layout de página para uma melhor experiência de impressão.
A classificação e a filtragem aprimoradas que permitem filtrar dados por cores ou datas, exibir mais de 1.000 itens na lista
suspensa Filtro Automático, selecionar vários itens a filtrar e filtrar dados em tabelas dinâmicas.
O Excel 2007 tem um tamanho maior que permite mais de 16.000 colunas e 1 milhão de linhas por planilha, o número de
referências de célula aumentou de 8.000 para o que a memória suportar, isso ocorre porque o gerenciamento de memória foi
aumentado de 1 GB de memória no Microsoft Excel 2003 para 2 GB no Excel 2007, permitindo cálculos em planilhas grandes e
com muitas fórmulas, oferecendo inclusive o suporte a vários processadores e chipsets multithread.
20
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de Títulos:
A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar o programa
aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.
Faixa de Opções:
Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os coman-
dos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e, para
melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.
Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de Fer-
ramentas de Acesso Rápido.
21
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de Status:
Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas.
Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.
Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontalmente,
e assim poder visualizar toda a sua planilha.
Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, onde você fará a inserção de dados e
fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas com
letras (A, B, C, etc.).
22
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
23
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Figura 57: Menu Planilhas Somar: Se tivermos uma sequência de dados numé-
ricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes
As funções deste menu são as seguintes: formas de fazê-lo:
-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da
planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que
ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para
outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com
todos os dados nela contidos. Figura 59: Soma simples
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou
deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4.
importantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células,
proteger determinados elementos da planilha (planilha: o digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência até
principal documento usado no Excel para armazenar e tra- o último valor.
balhar com dados, também chamado planilha eletrônica. Após a sequência de células a serem somadas, clicar no
Uma planilha consiste em células organizadas em colunas ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de tra- A última forma que veremos é a função soma digitada.
balho.)ou da pasta de trabalho, com ou sem senha (senha: Vale ressaltar que, para toda função, um início é fundamen-
uma forma de restringir o acesso a uma pasta de traba- tal:
lho, planilha ou parte de uma planilha. As senhas do Excel
podem ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. É = nome da função (
necessário digitar as letras maiúsculas e minúsculas corre-
tamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a
proteção da planilha, quando necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação
em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias
de planilhas (trata-se de tópico de programação avançada, 1 - Sinal de igual.
que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abor- 2 – Nome da função.
dado). 3 – Abrir parênteses.
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha. Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em to- lembrete sobre a função que iremos usar, onde é possível
das as planilhas para que possam ser configuradas e im- clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo a se-
pressas juntamente. guir, a função = soma(B2:B4).
Lembre-se, basta colocar o a célula que contém o pri-
Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, meiro valor, em seguida o dois pontos (:) e por último a
todas as células da planilha ativa serão selecionadas. célula que contém o último valor.
24
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois va- Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
lores, por isso não precisamos de uma função específica. ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos apenas
clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) e depois clicar na Inteiro: Com essa função podemos obter o valor intei-
segunda célula. Usamos na figura a seguir a fórmula = B2-B3. ro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2). Lem-
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, procede- bramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo com
mos de forma semelhante à subtração. Clicamos no primeiro a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
número, digitamos o sinal de multiplicação que, para o Excel é
o “*” asterisco, e depois, clicamos no último valor. No próximo Arredondar para cima: Com essa função, é possível
exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3. arredondar um número com casas decimais para o número
Outra forma de realizar a multiplicação é através da se- mais distante de zero.
guinte função: Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo valor dígitos)
da célula C2.
Onde:
Núm: é qualquer número real que se deseja arredon-
Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de forma
dar.
semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos no primeiro
número, digitamos o sinal de divisão que, para o Excel é a “/” Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se
barra, e depois, clicamos no último valor. No próximo exem- deseja arredondar núm.
plo, usaremos a fórmula =B3/B2.
25
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.
Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias). Sua
sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial o
dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)
Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)
26
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar
verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa. os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar
o resultado na célula D16. E também queremos somar os
A sintaxe desra função é a seguinte: salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”) célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte condição:
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE HOMENS:
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULI-
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for NO, ENTÃO
verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a respos- SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO
ta da pergunta for falsa, define o resultado INTERVALO D3 ATÉ D10
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16
queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe
um salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou Traduzindo a condição em variáveis teremos:
abaixo do valor mínimo determinado em R$724,00.
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é
Assim, temos a condição: onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então Critério: “MASCULINO”
ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O Intervalo para soma: D3:D10
RESULTADO NA CÉLULA E3 Assim, com o cursor na célula D16, digitamos:
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10)
Traduzindo a condição em variáveis teremos: MULHERES:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI-
Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é NO, ENTÃO
onde devemos digitar a fórmula SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
TERVALO D3 ATÉ D10
Teste lógico: C3>=724
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17
Valor_se_verdadeiro: “Acima”
Valor_se_falso: “Abaixo”
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Assim, com o cursor na célula E3, digitamos:
Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”)
onde devemos digitar a fórmula
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as
Intervalo para análise: C3:C10
fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e Critério: “FEMININO”
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim: Intervalo para soma: D3:D10
E4 =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
E6 =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) =SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
E8 =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9 =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
E10 =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de re-
gistros, SE determinada condição for verdadeira. A sintaxe
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma desta função é a seguinte:
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada
condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguin- =CONT.SE(intervalo;“critérios”)
te:
= : significa a chamada para uma fórmula/função
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma) CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
=Significa a chamada para uma fórmula/função dos dados
SomaSe: função SOMASE “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise “intervalo”
dos dados
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava- Usando a planilha acima como exemplo, queremos
liados a fim de chegar à condição verdadeira saber quantas pessoas ganham R$ 1200,00 ou mais, e
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi- mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
cada a condição para soma dos valores abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15.
Para isso precisamos criar a seguinte condição:
27
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
R$ 1200,00 ou MAIS:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR OU IGUAL A 1200, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: >=1200
=CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
MENOS DE R$ 1200,00:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MENOR QUE 1200, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: <1200
=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)
Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200) não
entraria na contagem.
Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos
deixar ela de uma maneira mais agradável.
28
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar , entre outras opções
de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.
Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos mudar
o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as formatações.
Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser realizado
vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está escrito geral
e escolher.
29
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:
Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito
útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente) ou
classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação crescente
ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá classificar
os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão alterados. Nas
versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação dos dados junto
com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.
Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da nos-
sa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e visualizar
somente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.
- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores invá-
lidos para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.
Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapidamente
e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.
30
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na pági-
na, clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte do Office
365, que podem ser comprados conforme figura 39.
31
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_plani-
lha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito usan-
do o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).
Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, planilhas,
gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.
A versão 2007 passa a ter o formato PPTX, diferente das anteriores que eram PPT, essa nova versão lida muito melhor
com vídeos e imagens. Um documento em branco do PowerPoint 2003 (formato PPT) apenas com uma imagem de 1 MB
chega a ocupar 5 MB, já no formato PPTX, este mesmo arquivo ocupa cerca de 1,1 MB.
O PowerPoint 2007 trouxe uma importante opção que se encarrega de compactar imagens automaticamente a fim de
reduzir o tamanho total do documento. Para tal, abra a aba Formatar do programa e clique na opção Compactar Imagens.
Neste momento o usuário escolhe se deseja compactar uma única imagem da apresentação ou se pretende aplicar o
efeito a todas as figuras. Clique em Opções para acessar escolher o nível de qualidade e compactação das imagens de seu
arquivo, além disso foi possível começar a tratar imagens.
O PowerPoint 2007 passou a oferecer mais gráficos tridimensionais, permitindo apresentações com melhor visual,
diferentemente do seu antecessor 2003, PowerPoint 2007 utiliza o Microsoft Office Fluent interface de usuário (UI). Esta
UI categoriza grupos e guias relacionados, tornando mais fácil para os usuários a encontrar os comandos e recursos do
PowerPoint . Além disso, a Fluent UI inclui uma função de visualização ao vivo , para rever alterações de formatação antes
de finalizá-los , bem como galerias de efeitos pré- definidos, layouts , temas e “Estilos Rápidos”.
Os temas do PowerPoint 2007 possuem características de “Estilos Rápidos”, estilos esses que não existem no Power-
Point 2003, com o PowerPoint 2003, a formatação de um documento exige a escolha de estilo e opções de cores para
gráficos, textos, fundos e até mesmo tabelas.
A versão 2007 do PowerPoint 2007 possuem opções de compartilhamentos mais flexíveis do que as de seu antecessor
de 2003. Um exemplo claro disso é que na versão 2007 os usuários podem acessar o Microsoft Office SharePoint Server
2007 para integrar as apresentações com o Outlook 2007, bem como o compartilhamento de apresentações utilizando o
que chamamos de “Bibliotecas de Slides”.
Em relação as tabelas e gráficos, ao contrário do PowerPoint 2003, a versão 2007 armazena as informações dos gráficos
no Excel 2007, ao invés de armazenar esses dados em folhas de dados do gráfico.
Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova apre-
sentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos elemen-
tos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.
32
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao iniciar
o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.
Faixa de Opções:Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela
e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.
Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de
acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida
uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
33
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o menu
Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além da opção
Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre o
ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na sua
apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os
botões de ‘Modos de Exibição’.
Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando os
antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresentação.
Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado o Modo
de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a apresentação).
Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe como
começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa iniciar a criação
de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por temas (é necessário
estar conectado à internet).
34
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão vários
modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.
Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em
seu computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA APRE-
SENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender às
suas necessidades.
Apresentação de Slides:
Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor como
funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação, assim:
Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.
Exibição de Slides:Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções, no
menu ‘EXIBIÇÃO’.
Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura
de todos os slides da apresentação.
35
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela, ou utilize as
teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.
Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a cons-
trução do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides pra você.
Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estruturação
de sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos de ani-
mação e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.
Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode ocul-
tar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.
Alterando o Design:
O design de um slide é a apresentação visual do mesmo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. O Power-
Point disponibiliza vários temas prontos para aplicar ao design de sua apresentação.
Para inserir um Tema de design pronto nos slides acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta lateral para
visualizar todos os temas existentes.
36
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecio- Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta la-
nado. O tema será aplicado em todos os slides. teral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias
Variantes->Cores e Variantes->Fontes: ainda na guia opções. Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, alterando Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mostra-
cores e fontes, criando novos temas de cores. Clique na do na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro do
seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. Passe o mou- slide possui diversas opções de tipo de conteúdo que se
se sobre cada tema para visualizar o efeito na apresenta- pode utilizar.
ção. Após encontrar a variação desejada, dê um clique com As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:
o mouse para aplicá-la à apresentação.
• Escolher Elemento Gráfico SmartArt
• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo
37
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma das
caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.
Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te agra-
dar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.
Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção de
animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o anterior.
Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.
Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer juntos
após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos aparecerão
ao mesmo tempo na tela.
Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel
de Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.
12.4. Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presentations).
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.
- Menu do Impress:
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e
hiperlinks;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides, Layout
de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;
• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em objetos
e na transição de slides.
38
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
39
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes
sua velocidade, pode ser feito sob medida, comprados e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona
em lojas de informática ou produzidos pelo usuário; como um tipo de ponte na camada de rede do modelo
Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de inter-
maior na transmissão de dados, apesar de serem flexí- conexão de sistemas abertos para conectar máquinas
veis, são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento de diferentes fabricantes), identificando e determinando
ISA, suporte não encontrado em computadores mais um IP para cada computador que se conecta com a rede.
novos; Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de da-
Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e de dos na rede e selecionar o melhor caminho. Existem
difícil instalação. São velozes e imunes a interferências os roteadores estáticos, capaz de encontrar o menor ca-
eletromagnéticas. minho para tráfego de dados, mesmo se a rede estiver
Após montar o cabeamento de rede é necessário reali- congestionada; e os roteadores dinâmicos que encon-
zar um teste através dos testadores de cabos, adquirido em tram caminhos mais rápidos e menos congestionados
lojas especializadas. Apesar de testar o funcionamento, ele para o tráfego.
não detecta se existem ligações incorretas. É preciso que Modem: Dispositivo responsável por transformar a
um técnico veja se os fios dos cabos estão na posição certa. onda analógica que será transmitida por meio da linha
telefônica, transformando-a em sinal digital original.
Sistema de Cabeamento Estruturado Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes
Para que essa conexão não prejudique o ambiente de de computadores, como por exemplo, envio de arquivos
trabalho, em uma grande empresa, são necessárias várias ou e-mail. Os computadores que acessam determinado
conexões e muitos cabos, sendo necessário o cabeamento servidor são conhecidos como clientes.
estruturado. Placa de Rede: Dispositivo que garante a comuni-
Através dele, um técnico irá poupar trabalho e tempo, cação entre os computadores da rede. Cada arquitetura
tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção da de rede depende de um tipo de placa específica. As mais
rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que possibili- utilizadas são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em
tam que vários conectores possam ser inseridos em um anel).
único local, sem a necessidade de serem conectados dire-
tamente no hub. Conceito de Internet
Além disso, o sistema de cabeamento estruturado pos-
sui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os cabos O objetivo inicial da Internet era atender necessida-
das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um concentrador des militares, facilitando a comunicação. A agência nor-
de tomadas, favorecendo a manutenção das redes. Eles são te-americana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PRO-
adaptados e construídos para serem inseridos em um rack. JECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano,
Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto do na década de 60, criaram um projeto que pudesse conec-
cabeamento de rede, em que a conexão da rede é pensada tar os computadores de departamentos de pesquisas e
de forma a realizar a sua expansão. bases militares, para que, caso um desses pontos sofresse
Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o cabea- algum tipo de ataque, as informações e comunicação não
mento de rede. Ele poderá transformar os sinais recebidos e seriam totalmente perdidas, pois estariam salvas em ou-
enviá-los para outros pontos da rede. Apesar de serem trans- tros pontos estratégicos.
missores de informações para outros pontos, eles também O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma co-
diminuem o desempenho da rede, podendo haver colisões nexão a longa distância e possibilitava que as mensagens
entre os dados à medida que são anexas outras máquinas. fossem fragmentadas e endereçadas ao seu computador
Esse equipamento, normalmente, encontra-se dentro do hub. de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da
Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar informação poderia ser realizado por várias rotas, assim,
todos os dados da rede e compartilhá-los entre as outras caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados
estações (máquinas). Nesse momento nenhuma outra má- poderiam seguir por outro caminho garantindo a entre-
quina consegue enviar um determinado sinal até que os ga da informação, é importante mencionar que a maior
dados sejam distribuídos completamente. Eles são utiliza- distância entre um ponto e outro, era de 450 quilômetros.
dos em redes domésticas e podem ter 8, 16, 24 e 32 por- No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as
tas, variando de acordo com o fabricante. Existem os Hubs barreiras de distância, passando a interligar e favorecer a
Passivos, Ativos, Inteligentes e Empilháveis. troca de informações de computadores de universidades
Bridges: É um repetidor inteligente que funciona dos EUA e de outros países, criando assim uma rede (NET)
como uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede, além internacional (INTER), consequentemente seu nome passa a ser,
de relacionar diferentes arquiteturas. INTERNET.
Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub, mas A evolução não parava, além de atingir fronteiras conti-
que funciona como uma ponte: ele envia os dados apenas nentais, os computadores pessoais evoluíam em forte esca-
para a máquina que o solicitou. Ele possui muitas portas de la alcançando forte potencial comercial, a Internet deixou de
entrada e melhor performance, podendo ser utilizado para conectar apenas computadores de universidades, passou a
redes maiores. conectar empresas e, enfim, usuários domésticos.
40
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Na década de 90, o Ministério das Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil trouxeram a Internet para
os centros acadêmicos e comerciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando conta de todos os setores sociais até atingir a
amplitude de sua difusão nos tempos atuais.
Um marco que é importante frisar é o surgimento do WWW que foi a possibilidade da criação da interface gráfica deixando
a internet ainda mais interessante e vantajosa, pois até então, só era possível a existência de textos.
Para garantir a comunicação entre o remetente e o destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido como o pai da
internet criou os protocolos TCP/IP, que são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMISSION CONTROL PROTOCOL (Pro-
tocolo de Controle de Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo de Internet) são conjuntos de regras que tornam
possível tanto a conexão entre os computadores, quanto ao entendimento da informação trocada entre eles.
A internet funciona o tempo todo enviando e recebendo informações por isso o periférico que permite a conexão com
a internet chama MODEM, porque que ele MOdula e DEModula sinais, e essas informações só podem ser trocadas graças
aos protocolos TCP/IP.
Protocolos Web
Já que estamos falando em protocolos, citaremos outros que são largamente usados na Internet:
-HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para trocar infor-
mações na Internet. Quando digitamos um site, automaticamente é colocado à frente dele o http://
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br
Onde:
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermídia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter texto, som,
imagem, filmes e links.
-URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão de recursos, serve para endereçar um recurso na web, é como se
fosse um apelido, uma maneira mais fácil de acessar um determinado site
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde:
Éo endereçodedomínio.Um endereçode
novaconcursos domíniorepresentarásua empresaou seu
espaçonaInternet.
Encontramos, ainda, variações na URL de um site, que demonstram a finalidade a organização que o criou, como:
.gov - Organização governamental
.edu - Organização educacional
.org - Organização
.ind - Organização Industrial
.net - Organização telecomunicações
.mil - Organização militar
.pro - Organização de profissões
.eng – Organização de engenheiros
41
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
42
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
43
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
forma “adivinhar ” o que se passa em sua cabeça, lan- 15. Navegadores de internet: Internet Explorer,
çar mão de alguns artifícios para que sua busca seja Mozilla Firefox, Google Chrome.
otimizada poupará seu tempo e fará com que você
tenha acesso a resultados mais relevantes. Navegadores: Navegadores de internet ou browsers
Os mecanismos de buscas contam com opera- são programas de computador especializados em visualizar
dores para filtro de conteúdo. A maior parte desse e dar acesso às informações disponibilizadas na web, até
filtros, no entanto, pode não interessar e você, caso pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet Explorer e o
não seja um praticante de SEO. Contudo alguns são Netscape, hoje temos uma série de navegadores no merca-
realmente úteis e estão listados abaixo. Realize uma do, iremos fazer uma breve descrição de cada um deles, e
busca simples e depois aplique os filtros para poder depois faremos toda a exemplificação utilizando o Internet
ver o quanto os resultados podem sem mais especia- Explorer por ser o mais utilizado em todo o mundo, porém
lizados em relação ao que você procura. o conceito e usabilidade dos outros navegadores seguem os
-palavra_chave mesmos princípios lógicos.
Retorna um busca excluindo aquelas em que a
palavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-
busca por computação, provavelmente encontrarei sequentemente um dos melhores navegadores existentes.
na relação dos resultados informaçõe sobre “Ciên- Outra vantagem devido ser o navegador da Google é o mais
cia da computação“. Contudo, se eu fizer uma busca utilizado no meio, tem uma interface simples muito fácil de
por computação -ciência , os resultados que tem a utilizar.
palavra chave ciência serão omitidos.
+palavra_chave
Retorna uma busca fazendo uma inclusão força-
da de uma palavra chave nos resultados. De maneira
análoga ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do
tipo computação, terei como retorna uma gama mista
de resultados. Caso eu queira filtrar somente os casos
em que ciências aparece, e também no estado de SP,
realizo uma busca do tipo computação + ciência SP. Figura 82: Símbolo do Google Chrome
“frase_chave”
Retorna uma busca em que existam as ocorrências Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente nave-
dos termos que estão entre aspas, na ordem e grafia gador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não ter uma
exatas ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma interface tão amigável, porém é um dos navegadores mais
busca do tipo “como faser ” – sim, com a escrita incor- rápidas e com maior segurança contra hackers.
reta da palavra FAZER, verá resultados em que a frase
idêntica foi empregada.
palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
Mostra resultado para pelo menos uma das pala-
vras chave citadas. Faça uma busca por facebook OR
msn, por exemplo, e terá como resultado de sua bus-
ca, páginas relevantes sobre pelo menos um dos dois
temas- nesse caso, como as duas palavras chaves são
populares, os dois resultados são apresentados em
posição de destaque. Figura 83: Símbolo do Mozilla Firefox
filetype:tipo
Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande de-
de extensão especificada. Por exemplo, em uma bus- sempenho, porém especialistas em segurança o considera o
ca filetype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da navegador com menos segurança.
palavra chave jquery que tiverem como extensão .pdf.
Os tipos de extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM,
XLS, PPT, DOC
palavra_chave_01 * palavra_chave_02
Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo
o * um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna re-
sultados em que os termos inicial e final aparecem,
independente do que “esteja entre eles”. Realize uma
busca do tipo facebook * msn e veja o resultado na
prática.
Figura 84: Símbolo do Opera
44
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo ticação, e portanto, é indispensável que o usuário possua
navegador considerado pelos especialistas e possui uma in- um username e uma password que sejam reconhecidas pelo
terface bem bonita, apesar de ser um navegador da Apple sistema, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Neste caso,
existem versões para Windows. ao estabelecer uma conexão, o posicionamento é no diretório
criado para a conta do usuário – diretório home, e dali ele
poderá percorrer toda a árvore do sistema, mas só escrever e
ler arquivos nos quais ele possua.
Assim como muitas aplicações largamente utilizadas hoje
em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema opera-
cional UNIX, que foi o grande percursor e responsável pelo
sucesso e desenvolvimento da Internet.
Figura 85: Símbolo do Safari
Algumas dicas
Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o nave- 1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o nú-
gador padrão do Windows. Como o próprio nome diz, é um mero de conexões simultâneas para evitar uma sobrecarga
programa preparado para explorar a Internet dando acesso na máquina. Uma outra limitação possível é a faixa de horário
a suas informações. Representado pelo símbolo do “e” azul, de acesso, que muitas vezes é considerada nobre em horário
é possível acessá-lo apenas com um duplo clique em seu comercial, e portanto, o FTP anônimo é temporariamente de-
símbolo. sativado.
2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites espe-
lhos” que tenham o mesmo conteúdo do site sendo acessado.
3. Antes de realizar a transferência de qualquer arquivo
verifique se você está usando o modo correto, isto é, no caso
de arquivos-texto, o modo é ASCII, e no caso de arquivos bi-
nários (.exe, .com, .zip, .wav, etc.), o modo é binário. Esta pre-
venção pode evitar perda de tempo.
Figura 86: Símbolo do Internet Explorer
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um servidor
de FTP em seu computador. Isto pode permitir que um ami-
16. Transferência de arquivos pela internet
go seu consiga acessar o seu computador como um servidor
remoto de FTP, bastando que ele tenha acesso ao número IP,
FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência
que lhe é atribuído dinamicamente.
de Arquivos) é uma das mais antigas formas de interação
na Internet. Com ele, você pode enviar e receber arquivos Correio Eletrônico
para, ou de computadores que se caracterizam como ser-
vidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito de arquivo Um e-mail hoje é um dos principais meios de comunica-
texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não texto (Binários ção, por exemplo:
– código 8 bits). Há uma diferença interessante entre en-
viar uma mensagem de correio eletrônico e realizar trans- [email protected]
ferência de um arquivo. A mensagem é sempre transferida
como uma informação textual, enquanto a transferência de Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba quer dizer na, o
um arquivo pode ser caracterizada como textual (ASCII) ou gmail é o servidor e o .com é a tipagem.
não-textual (binário). Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrônicas
Um servidor FTP é um computador que roda um pro- em um único computador, sem necessariamente estarmos
grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é ca- conectados à Internet no momento da criação ou leitura do
paz de se comunicar com outro computador na Rede que e-mail, podemos usar um programa de correio eletrônico.
o esteja acessando através de um cliente FTP. Existem vários deles. Alguns gratuitos, como o Mozilla Thun-
FTP anônimo versus FTP com autenticação existem derbird, outros proprietários como o Outlook Express. Os dois
dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, é a programas, assim como vários outros que servem à mesma
conexão anônima, na qual não é preciso possuir um user- finalidade, têm recursos similares. Apresentaremos os recur-
name ou password (senha) no servidor de FTP, bastando sos dos programas de correio eletrônico através do Outlook
apenas identificar-se como anonymous (anônimo). Neste Express que também estão presentes no Mozilla Thunderbird.
caso, o que acontece é que, em geral, a árvore de diretório Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia com
que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do sistema. Isto o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos de teclado
é muito importante, porque garante um nível de segurança para a realização de diversas funções dentro do Outlook. Para
adequado, evitando que estranhos tenham acesso a todas você começar os seus estudos, anote alguns atalhos simples.
as informações da empresa. Quando se estabelece uma co- Para criar um novo e-mail, basta apertar Ctrl + Shift + M e
nexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é que a para excluir uma determinada mensagem aposte no atalho
conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de dire- Ctrl + D. Levando tudo isso em consideração inclua os ata-
tórios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing e lhos de teclado na sua rotina de estudos e vá preparado
incoming. O segundo tipo de conexão envolve uma auten- para o concurso com os principais na cabeça.
45
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para profissionais que compartilham uma mesma área é o comparti-
lhamento de calendário entre membros de uma mesma equipe.
Por isso mesmo é importante que você tenha o conhecimento da técnica na hora de fazer uma prova de concurso
que exige os conhecimentos básicos de informática, pois por ser uma função bastante utilizada tem maiores chances de
aparecer em uma ou mais questões.
O calendário é uma ferramenta bastante interessante do Outlook que permite que o usuário organize de forma com-
pleta a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas, compromissos e reuniões de maneira organizada por dia, de forma a ter
um maior controle das atividades que devem ser realizadas durante o seu dia a dia.
Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permite que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou parte dele
com quem você desejar, de forma a permitir que outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o que pode ser uma ótima
pedida para profissionais dentro de uma mesma equipe, principalmente quando um determinado membro entra de férias.
Para conseguir utilizar essa função basta que você entre em Calendário na aba indicada como Página Inicial. Feito isso,
basta que você clique em Enviar Calendário por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta no seu Outlook.
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as informações que vão ser compartilhadas com quem você deseja,
de forma que o Outlook vai formular um calendário de forma simples e detalhada de fácil visualização para quem você
deseja enviar uma mensagem.
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que trabalha dentro de uma empresa tem uma assinatura própria para
deixar os comunicados enviados por e-mail com uma aparência mais profissional.
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que este con-
teúdo pode ser cobrado em alguma questão dentro de um concurso público.
Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de seus estudos do conteúdo básico de informática para a sua pre-
paração para concurso. Ao contrário do que muita gente pensa, a verdade é que todo o processo de criar uma assinatura é
bastante simples, de forma que perder pontos por conta dessa questão em específico é perder pontos à toa.
Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão de Opções.
Lá você vai encontrar o botão para E-mail e logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde você deve clicar. Feito isso,
você vai conseguir adicionar as suas assinaturas de maneira rápida e prática sem maiores problemas.
No Outlook Express podemos preparar uma mensagem através do ícone Criar e-mail, demonstrado na figura acima, ao
clicar nessa imagem aparecerá a tela a seguir:
Para: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário da mensagem. Cam-
po obrigatório.
Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário que servirá para ter
ciência desse e-mail.
46
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
47
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Integridade – especificidade que assegura que a in- - Protocolos seguros: Uso de protocolos que ga-
formação manipulada mantenha todas as características rantem um grau de segurança e usam alguns dos
autênticas estabelecidas pelo proprietário da informação, mecanismos citados.
incluindo controle de mudanças e garantia do seu ciclo de
vida (nascimento, manutenção e destruição). Mecanismos de encriptação
- Disponibilidade – especificidade que assegura que a
informação esteja sempre disponível para o uso legítimo, A criptografia vem, originalmente, da fusão en-
ou seja, por aqueles usuários que têm autorização pelo tre duas palavras gregas:
proprietário da informação. • CRIPTO = ocultar, esconder.
- Autenticidade – especificidade que assegura que a • GRAFIA= escrever
informação é proveniente da fonte anunciada e que não foi Criptografia é a ciência de escrever em cifra ou
alvo de mutações ao longo de um processo. em códigos. Ou seja, é um conjunto de técnicas
- Irretratabilidade ou não repúdio – especificidade que que tornam uma mensagem ininteligível, e permi-
assegura a incapacidade de negar a autoria em relação a te apenas que o destinatário que saiba a chave de
uma transação feita anteriormente. encriptação possa decriptar e ler a mensagem com
clareza.
Mecanismos de segurança Permitema transformação reversível dainforma-
ção de forma a torná-la ininteligível a terceiros. Uti-
O suporte para as orientações de segurança pode ser liza-se para isso, algoritmos determinados e uma
encontrado em: chave secreta para,a partir de um conjunto de da-
Controles físicos: são barreiras que limitam o contato dos não encriptados,produzir uma continuação de
ou acesso direto a informação ou a infraestrutura (que as- dados encriptados. A operação inversa é a desen-
segura a existência da informação) que a suporta. criptação.
Controles lógicos: são bloqueios que impedem ou limi-
tam o acesso à informação, que está em ambiente contro- Existem dois tipos de chave: a chave pública e a
lado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo, ficaria chave privada.
exibida a alteração não autorizada por elemento mal-in-
tencionado. A chave pública é usada para codificar as infor-
Existem mecanismos de segurança que sustentam os mações, e a chave privada é usada para decodificar.
controles lógicos: Dessa forma, na pública, todos têm acesso, mas
para ‘abrir ’ os dados da informação, que aparente-
- Mecanismos de cifração ou encriptação: Permitem a mente não tem sentido, é preciso da chave privada,
modificação da informação de forma a torná-la ininteligível que apenas o emissor e receptor original possui.
a terceiros. Utiliza-se para isso, algoritmos determinados e Hoje, a criptografia pode ser considerada um
uma chave secreta para, a partir de um conjunto de dados método 100% seguro, pois, quem a utiliza para en-
não criptografados, produzir uma sequência de dados crip- viar e-mails e proteger seus arquivos, estará prote-
tografados. A operação contrária é a decifração. gido contra fraudes e tentativas de invasão.
- Assinatura digital: Um conjunto de dados criptogra- Os termos ‘chave de 64 bits’ e ‘chave de 128 bits’
fados, agregados a um documento do qual são função, são usados para expressar o tamanho da chave, ou
garantindo a integridade e autenticidade do documento seja, quanto mais bits forem utilizados, mais segura
associado, mas não ao resguardo das informações. será essa criptografia.
- Mecanismos de garantia da integridade da informa- Um exemplo disso é se um algoritmo usa um
ção: Usando funções de “Hashing” ou de checagem, é ga- chave de 8 bits, apenas 256 chaves poderão ser usa-
rantida a integridade através de comparação do resultado das para decodificar essa informação, pois 2 eleva-
do teste local com o divulgado pelo autor. do a 8 é igual a 256. Assim, um terceiro pode tentar
- Mecanismos de controle de acesso: Palavras-chave, gerar 256 tentativas de combinações e decodificar
sistemas biométricos, firewalls, cartões inteligentes. a mensagem, que mesmo sendo uma tarefa difícil,
- Mecanismos de certificação: Atesta a validade de um não é impossível. Portanto, quanto maior o número
documento. de bits, maior segurança terá a criptografia.
- Integridade: Medida em que um ser viço/infor- Existem dois tipos de chaves criptográficas, as chaves
mação é autêntico, ou seja, está protegido contra a simétricas e as chaves assimétricas
entrada por intrusos. Chave Simétrica é um tipo de chave simples, que é usa-
- Honeypot: É uma ferramenta que tem a função da para a codificação e decodificação. Entre os algoritmos
de proposital de simular falhas de segurança de um que usam essa chave, estão:
sistema e obter informações sobre o invasor enga- - DES (Data Encryption Standard): Faz uso de chaves de
nando-o, e fazendo-o pensar que esteja de fato ex- 56 bits, que corresponde à aproximadamente 72 quatrilhões
plorando uma fraqueza daquele sistema. É uma es- de combinações. Mesmo sendo um número extremamente
pécie de armadilha para invasores. O HoneyPot não elevado, em 1997, quebraram esse algoritmo através do mé-
oferece forma alguma de proteção. todo de ‘tentativa e erro’, em um desafio na internet.
48
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- RC (Ron’sCode ou RivestCipher): É um algoritmo muito saber, um programa que envia dados sigilosos para a in-
utilizado em e-mails e usa chaves de 8 a 1024 bits. Além ternet, uma tentativa de acesso à rede a partir de compu-
disso, ele tem várias versões que diferenciam uma das ou- tadores externos não autorizados, entre outros.
tras pelo tamanho das chaves. Você já sabe que um firewall atua como uma espé-
- EAS (AdvancedEncryption Standard): Atualmente é um cie de barreira que verifica quais dados podem passar ou
dos melhores e mais populares algoritmos de criptogra- não. Esta tarefa só pode ser feita mediante o estabeleci-
fia. É possível definir o tamanho da chave como sendo de mento de políticas, isto é, de regras estabelecidas pelo
128bits, 192bits ou 256bits. usuário.
- IDEA (International Data EncryptionAlgorithm): É um Em um modo mais restritivo, um firewall pode ser
algoritmo que usa chaves de 128 bits, parecido com o DES. configurado para bloquear todo e qualquer tráfego no
Seu ponto forte é a fácil execução de software. computador ou na rede. O problema é que esta condi-
As chaves simétricas não são absolutamente seguras ção isola este computador ou esta rede, então pode-se
quando referem-se às informações extremamente valiosas, criar uma regra para que, por exemplo, todo aplicativo
principalmente pelo emissor e o receptor precisarem ter o aguarde autorização do usuário ou administrador para
conhecimento da mesma chave. Dessa forma, a transmissão ter seu acesso liberado. Esta autorização poderá inclusive
pode não ser segura e o conteúdo pode chegar a terceiros. ser permanente: uma vez dada, os acessos seguintes se-
rão automaticamente permitidos.
Chave Assimétrica utiliza duas chaves: a privada e a pú- Em um modo mais versátil, um firewall pode ser con-
blica. Elas se sintetizam da seguinte forma: a chave pública figurado para permitir automaticamente o tráfego de de-
para codificar e a chave privada para decodificar, conside- terminados tipos de dados, como requisições HTTP (veja
rando-se que a chave privada é secreta. Entre os algoritmos mais sobre esse protocolo no ítem 7), e bloquear outras,
utilizados, estão: como conexões a serviços de e-mail.
- RSA (Rivest, ShmirandAdleman): É um dos algoritmos Perceba, como estes exemplos, que as políticas de
de chave assimétrica mais usados, em que dois números um firewall são baseadas, inicialmente, em dois princí-
primos (aqueles que só podem ser divididos por 1 e por pios: todo tráfego é bloqueado, exceto o que está expli-
eles mesmos) são multiplicados para a obter um terceiro citamente autorizado; todo tráfego é permitido, exceto o
valor. Assim, é preciso fazer fatoração, que significa desco- que está explicitamente bloqueado.
brir os dois primeiros números a partir do terceiro, sendo Firewalls mais avançados podem ir além, direcionan-
um cálculo difícil. Assim, se números grandes forem utili- do determinado tipo de tráfego para sistemas de segu-
zados, será praticamente impossível descobrir o código. A rança internos mais específicos ou oferecendo um refor-
chave privada do RSA são os números que são multiplica- ço extraem procedimentos de autenticação de usuários,
dos e a chave pública é o valor que será obtido. por exemplo.
- ElGamal: Utiliza-se do ‘logaritmo discreto’, que é um O trabalho de um firewall pode ser realizado de várias
problema matemático que o torna mais seguro. É muito formas. O que define uma metodologia ou outra são fa-
usado em assinaturas digitais. tores como critérios do desenvolvedor, necessidades es-
pecíficas do que será protegido, características do siste-
Segurança na internet; vírus de computadores; Spywa- ma operacional que o mantém, estrutura da rede e assim
re; Malware; Phishing; Worms e pragas virtuais e Aplica- por diante. É por isso que podemos encontrar mais de
tivos para segurança (antivírus, firewall e antispyware) um tipo de firewall. A seguir, os mais conhecidos.
49
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
normalmente, a internet. Geralmente instalados em servidores potentes por precisarem lidar com um grande número de
solicitações, firewalls deste tipo são opções interessantes de segurança porque não permitem a comunicação direta entre
origem e destino.
A imagem a seguir ajuda na compreensão do conceito. Perceba que em vez de a rede interna se comunicar diretamente
com a internet, há um equipamento entre ambos que cria duas conexões: entre a rede e o proxy; e entre o proxy e a internet.
Observe:
Perceba que todo o fluxo de dados necessita passar pelo proxy. Desta forma, é possível, por exemplo, estabelecer regras
que impeçam o acesso de determinados endereços externos, assim como que proíbam a comunicação entre computadores
internos e determinados serviços remotos.
Este controle amplo também possibilita o uso do proxy para tarefas complementares: o equipamento pode registrar
o tráfego de dados em um arquivo de log; conteúdo muito utilizado pode ser guardado em uma espécie de cache (uma
página Web muito acessada fica guardada temporariamente no proxy, fazendo com que não seja necessário requisitá-la no
endereço original a todo instante, por exemplo); determinados recursos podem ser liberados apenas mediante autentica-
ção do usuário; entre outros.
A implementação de um proxy não é tarefa fácil, haja visto a enorme quantidade de serviços e protocolos existentes
na internet, fazendo com que, dependendo das circunstâncias, este tipo de firewall não consiga ou exija muito trabalho de
configuração para bloquear ou autorizar determinados acessos.
Proxy transparente: No que diz respeito a limitações, é conveniente mencionar uma solução chamada de proxy trans-
parente. O proxy “tradicional”, não raramente, exige que determinadas configurações sejam feitas nas ferramentas que
utilizam a rede (por exemplo, um navegador de internet) para que a comunicação aconteça sem erros. O problema é, de-
pendendo da aplicação, este trabalho de ajuste pode ser inviável ou custoso.
O proxy transparente surge como uma alternativa para estes casos porque as máquinas que fazem parte da rede não
precisam saber de sua existência, dispensando qualquer configuração específica. Todo acesso é feito normalmente do clien-
te para a rede externa e vice-versa, mas o proxy transparente consegue interceptá-lo e responder adequadamente, como
se a comunicação, de fato, fosse direta.
É válido ressaltar que o proxy transparente também tem lá suas desvantagens, por exemplo: um proxy «normal» é capaz
de barrar uma atividade maliciosa, como um malware enviando dados de uma máquina para a internet; o proxy transpa-
rente, por sua vez, pode não bloquear este tráfego. Não é difícil entender: para conseguir se comunicar externamente, o
malware teria que ser configurado para usar o proxy «normal» e isso geralmente não acontece; no proxy transparente não
há esta limitação, portanto, o acesso aconteceria normalmente.
Limitações dos firewalls
Firewalls têm lá suas limitações, sendo que estas variam conforme o tipo de solução e a arquitetura utilizada. De fato,
firewalls são recursos de segurança bastante importantes, mas não são perfeitos em todos os sentidos, seguem abaixo
algumas dessas limitações:
- Um firewall pode oferecer a segurança desejada, mas comprometer o desempenho da rede (ou mesmo de um com-
putador). Esta situação pode gerar mais gastos para uma ampliação de infraestrutura capaz de superar o problema;
- A verificação de políticas tem que ser revista periodicamente para não prejudicar o funcionamento de novos serviços;
- Novos serviços ou protocolos podem não ser devidamente tratados por proxies já implementados;
- Um firewall pode não ser capaz de impedir uma atividade maliciosa que se origina e se destina à rede interna;
- Um firewall pode não ser capaz de identificar uma atividade maliciosa que acontece por descuido do usuário - quando
este acessa um site falso de um banco ao clicar em um link de uma mensagem de e-mail, por exemplo;
50
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Firewalls precisam ser “vigiados”. Malwares ou ata- Então, antivírus são os programas criados para manter
cantes experientes podem tentar descobrir ou explorar seu computador seguro, protegendo-o de programas ma-
brechas de segurança em soluções do tipo; liciosos, com o intuito de estragar, deletar ou roubar dados
- Um firewall não pode interceptar uma conexão que de seu computador.
não passa por ele. Se, por exemplo, um usuário acessar a Ao pesquisar sobre antivírus para baixar, sempre es-
internet em seu computador a partir de uma conexão 3G colha os mais famosos, ou conhecidos, pois hackers estão
( justamente para burlar as restrições da rede, talvez), o fi- usando este mercado para enganar pessoas com falsos
rewall não conseguirá interferir. softwares, assim, você instala um “antivírus” e deixa seu
computador vulnerável aos ataques.
SISTEMA ANTIVÍRUS. E esses falsos softwares estão por toda parte, cuidado
ao baixar programas de segurança em sites desconhecidos,
e divulgue, para que ninguém seja vítima por falta de in-
Qualquer usuário já foi, ou ainda é vítima dos vírus,
formação.
spywares, trojans, entre muitos outros. Quem que nunca
Os vírus que se anexam a arquivos infectam também
precisou formatar seu computador?
todos os arquivos que estão sendo ou e serão executados.
Os vírus representam um dos maiores problemas para Alguns às vezes recontaminam o mesmo arquivo tantas
usuários de computador. Para poder resolver esses proble- vezes e ele fica tão grande que passa a ocupar um espaço
mas, as principais desenvolvedoras de softwares criaram o considerável (que é sempre muito precioso) em seu disco.
principal utilitário para o computador, os antivírus, que são Outros, mais inteligentes, se escondem entre os espaços do
programas com o propósito de detectar e eliminar vírus e programa original, para não dar a menor pista de sua exis-
outros programas prejudiciais antes ou depois de ingressar tência.
no sistema. Cada vírus possui um critério para começar o ataque
Os vírus, worms, Trojans, spyware são tipos de progra- propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apa-
mas de software que são implementados sem o consenti- gados, o micro começa a travar, documentos que não são
mento (e inclusive conhecimento) do usuário ou proprie- salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mostram
tário de um computador e que cumprem diversas funções mensagens chatas, outros mais elaborados fazem estragos
nocivas para o sistema. Entre elas, o roubo e perda de da- muitos grandes.
dos, alteração de funcionamento, interrupção do sistema e
propagação para outros computadores. Existe uma variedade enorme de softwares antivírus
Os antivírus são aplicações de software projetadas no mercado. Independente de qual você usa, mantenha-o
como medida de proteção e segurança para resguardar sempre atualizado. Isso porque surgem vírus novos todos
os dias e seu antivírus precisa saber da existência deles para
os dados e o funcionamento de sistemas informáticos ca-
proteger seu sistema operacional.
seiros e empresariais de outras aplicações conhecidas co-
A maioria dos softwares antivírus possuem serviços de
munmente como vírus ou malware que tem a função de atualização automática. Abaixo há uma lista com os anti-
alterar, perturbar ou destruir o correto desempenho dos vírus mais conhecidos:
computadores. Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br -
Um programa de proteção de vírus tem um funciona- Possui versão de teste.
mento comum que com frequência compara o código de McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Possui
cada arquivo que revisa com uma base de dados de códi- versão de teste.
gos de vírus já conhecidos e, desta maneira, pode deter- AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga e
minar se trata de um elemento prejudicial para o sistema. outra gratuita para uso não comercial (com menos funcio-
Também pode reconhecer um comportamento ou padrão nalidades).
de conduta típica de um vírus. Os antivírus podem regis-
trar tanto os arquivos encontrados dentro do sistema como Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoftware.
aqueles que procuram ingressar ou interagir com o mesmo. com.br - Possui versão de teste.
Como novos vírus são criados de maneira quase cons-
tante, sempre é preciso manter atualizado o programa an- É importante frisar que a maioria destes desenvolvedo-
tivírus de maneira de que possa reconhecer as novas ver- res possuem ferramentas gratuitas destinadas a remover ví-
sões maliciosas. Assim, o antivírus pode permanecer em rus específicos. Geralmente, tais softwares são criados para
execução durante todo tempo que o sistema informático combater vírus perigosos ou com alto grau de propagação.
permaneça ligado, ou registrar um arquivo ou série de ar-
quivos cada vez que o usuário exija. Normalmente, o an-
tivírus também pode verificar e-mails e sites de entrada e
saída visitados.
Um antivírus pode ser complementado por outros apli-
cativos de segurança, como firewalls ou anti-spywares que
cumprem funções auxiliares para evitar a entrada de vírus.
51
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Tipos de Vírus
Cavalo-de-Tróia: A denominação “Cavalo de Tróia” (Trojan Horse) foi atribuída aos programas que permitem a
invasão de um computador alheio com espantosa facilidade. Nesse caso, o termo é análogo ao famoso artefato militar
fabricado pelos gregos espartanos. Um “amigo” virtual presenteia o outro com um “presente de grego”, que seria um
aplicativo qualquer. Quando o leigo o executa, o pro- grama atua de forma diferente do que era esperado.
Ao contrário do que é erroneamente informado na mídia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele não se
reproduz e não tem nenhuma comparação com vírus de computador, sendo que seu objetivo é totalmente diverso. Deve-se
levar em consideração, também, que a maioria dos antivírus faz a sua detecção e os classificam como tal. A expressão “Trojan”
deve ser usada, exclusivamente, como definição para programas que capturam dados sem o conhecimento do usuário.
O Cavalo de Tróia é um programa que se aloca como um ar- quivo no computador da vítima. Ele tem o intuito de roubar
informações como passwords, logins e quaisquer dados, sigilosos ou não, mantidos no micro da vítima. Quando a máquina
contaminada por um Trojan conectar-se à Internet, poderá ter todas as informações contidas no HD visualizadas e cap-
turadas por um intruso qualquer. Estas visitas são feitas imperceptivelmente. Só quem já esteve dentro de um computador
alheio sabe as possibilidades oferecidas.
Worms (vermes) podem ser interpretados como um tipo de vírus mais inteligente que os demais. A principal diferença
entre eles está na forma de propagação: os worms podem se propagar rapidamente para outros computadores, seja pela
Internet, seja por meio de uma rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de maneira discreta e o usuário só nota o
problema quando o computador apresenta alguma anormalidade. O que faz destes vírus inteligentes é a gama de possibi-
lidades de propagação. O worm pode capturar endereços de e-mail em arquivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema
de envio de e-mails) próprios ou qualquer outro meio que permita a contaminação de computadores (normalmente milha-
res) em pouco tempo.
Spywares, keyloggers e hijackers: Apesar de não serem necessariamente vírus, estes três nomes também represen-
tam perigo. Spywares são programas que ficam«espionando» as atividades dos internautas ou capturam informações sobre
eles. Para contaminar um computador, os spywares podem vir embutidos em softwares desconhecidos ou serem baixa- dos
automaticamente quando o internauta visita sites de conteúdo duvidoso.
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos, destina-
dos a capturar tudo o que é digitado no teclado. O objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas.
Hijackers são programas ou scripts que «sequestram» navegadores de Internet, principalmente o Internet Explorer.
Quando isso ocorre, o hijacker altera a página inicial do browser e impede o usuário de mudá-la, exibe propagandas em
pop-ups ou janelas novas, instala barras de ferramentas no navegador e podem impedir acesso a determinados sites (como
sites de software antivírus, por exemplo).
Os spywares e os keyloggers podem ser identificados por programas anti-spywares. Porém, algumas destas pragas são
tão peri- gosas que alguns antivírus podem ser preparados para identificá-las, como se fossem vírus. No caso de hijackers,
muitas vezes é necessário usar uma ferramenta desenvolvida especialmente para combater aquela praga. Isso porque os
hijackers podem se infiltrar no sistema operacional de uma forma que nem antivírus nem anti-spywares conseguem “pegar”.
Hoaxes, São boatos espalhados por mensagens de correio eletrônico, que servem para assustar o usuário de computa-
dor. Uma mensagem no e-mail alerta para um novo vírus totalmente destrutivo que está circulando na rede e que infectará
o micro do destinatário enquanto a mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar em determinada tecla ou link.
52
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Quem cria a mensagem hoax normalmente costuma dizer dos todas as noites quando talvez 10 gigabytes de dados
que a informação partiu de uma empresa confiável, como foram alterados não é uma boa prática; por este motivo os
IBM e Microsoft, e que tal vírus poderá danificar a máquina backups incrementais foram criados.
do usuário. Desconsidere a mensagem. Já os backups incrementais primeiro verificam se o ho-
rário de alteração de um arquivo é mais recente que o ho-
Backup de arquivos rário de seu último backup, por exemplo, já atuei em uma
Instituição, onde todos os backups eram programados para
O Backup ajuda a proteger os dados de exclusão aci- a quarta-feira.
dentais, ou até mesmo de falhas, por exemplo se os dados A vantagem principal em usar backups incrementais
originais do disco rígido forem apagados ou substituídos é que rodam mais rápido que os backups completos. A
acidentalmente ou se ficarem inacessíveis devido a um de- principal desvantagem dos backups incrementais é que
feito do disco rígido, você poderá restaurar facilmente os para restaurar um determinado arquivo, pode ser neces-
dados usando a cópia arquivada. sário procurar em um ou mais backups incrementais até
encontrar o arquivo. Para restaurar um sistema de arquivo
4.1. Tipos de Backup completo, é necessário restaurar o último backup completo
Fazer um backup é simples. Basta copiar os arquivos e todos os backups incrementais subsequentes. Numa ten-
que você usa para outro lugar e pronto, está feito o backup. tativa de diminuir a necessidade de procurar em todos os
Mas e se eu alterar um arquivo? E se eu excluir acidental- backups incrementais, foi implementada uma tática ligeira-
mente um arquivo? E se o arquivo atual corrompeu? Bem, mente diferente. Esta é conhecida como backup diferencial.
é aí que a coisa começa a ficar mais legal. É nessa hora que Os backups diferenciais, também só copia arquivos al-
entram as estratégias de backup. terados desde o último backup, mas existe uma diferen-
Se você perguntar a alguém que não é familiarizado ça, ele mapeia as alterações em relação ao último backup
com backups, a maioria pensará que um backup é somen- completo, importante mencionar que essa técnica ocasio-
te uma cópia idêntica de todos os dados do computador. na o aumento progressivo do tamanho do arquivo.
Em outras palavras, se um backup foi criado na noite de Os backups delta sempre armazena a diferença entre as
terça-feira, e nada mudou no computador durante o dia versões correntes e anteriores dos arquivos, começando a par-
todo na quarta-feira, o backup criado na noite de quarta tir de um backup completo e, a partir daí, a cada novo backup
seria idêntico àquele criado na terça. Apesar de ser possí-
são copiados somente os arquivos que foram alterados en-
vel configurar backups desta maneira, é mais provável que
quanto são criados hardlinks para os arquivos que não foram
você não o faça. Para entender mais sobre este assunto,
alterados desde o último backup. Esta é a técnica utilizada pela
devemos primeiro entender os tipos diferentes de backup
Time Machine da Apple e por ferramentas como o rsync.
que podem ser criados. Estes são:
• Backups completos;
4.2. Mídias
• Backups incrementais;
A fita foi o primeiro meio de armazenamento de dados
• Backups diferenciais;
removível amplamente utilizado. Tem os benefícios de custo
• Backups delta;
O backup completo é simplesmente fazer a cópia de baixo e uma capacidade razoavelmente boa de armazena-
todos os arquivos para o diretório de destino (ou para os mento. Entretanto, a fita tem algumas desvantagens. Ela está
dispositivos de backup correspondentes), independente sujeita ao desgaste e o acesso aos dados na fita é sequen-
de versões anteriores ou de alterações nos arquivos des- cial por natureza. Estes fatores significam que é necessário
de o último backup. Este tipo de backup é o tradicional manter o registro do uso das fitas (aposentá-las ao atingirem
e a primeira ideia que vêm à mente das pessoas quando o fim de suas vidas úteis) e também que a procura por um
pensam em backup: guardar TODAS as informações. Outra arquivo específico nas fitas pode ser uma tarefa longa.
característica do backup completo é que ele é o ponto de Ultimamente, os drives de disco nunca seriam usados
início dos outros métodos citados abaixo. Todos usam este como um meio de backup. No entanto, os preços de ar-
backup para assinalar as alterações que deverão ser salvas mazenamento caíram a um ponto que, em alguns casos,
em cada um dos métodos. usar drives de disco para armazenamento de backup faz
Este tipo consiste no backup de todos os arquivos sentido. A razão principal para usar drives de disco como
para a mídia de backup. Conforme mencionado anterior- um meio de backup é a velocidade. Não há um meio de
mente, se os dados sendo copiados nunca mudam, cada armazenamento em massa mais rápido. A velocidade pode
backup completo será igual aos outros. Esta similaridade ser um fator crítico quando a janela de backup do seu cen-
ocorre devido ao fato que um backup completo não veri- tro de dados é curta e a quantidade de dados a serem co-
fica se o arquivo foi alterado desde o último backup; copia piados é grande.
tudo indiscriminadamente para a mídia de backup, tendo O armazenamento deve ser sempre levado em con-
modificações ou não. Esta é a razão pela qual os backups sideração, onde o administrador desses backups deve se
completos não são feitos o tempo todo Todos os arquivos preocupar em encontrar um equilíbrio que atenda adequa-
seriam gravados na mídia de backup. Isto significa que uma damente às necessidades de todos, e também assegurar
grande parte da mídia de backup é usada mesmo que nada que os backups estejam disponíveis para a pior das situa-
tenha sido alterado. Fazer backup de 100 gigabytes de da- ções.
53
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Após todas as técnicas de backups estarem efetivadas pode contratar um produto aderente às suas necessidades
deve-se garantir os testes para que com o passar do tempo de utilização e, dependendo da evolução da massa de da-
não fiquem ilegíveis. dos da empresa, contratar um serviço com menor ou maior
capacidade conforme sua demanda. O usuário comum, por
4.3. Recomendações para proteger seus backups exemplo, pode não possuir capacidade de armazenamento
adequada em seu computador e utilizar armazenamento
Fazer backups é uma excelente prática de segurança de dados na nuvem de acordo com a sua conveniência,
básica. Agora lhe damos conselhos simples para que você baixando os dados quando necessário.
esteja a salvo no dia em que precisar deles: Acessibilidade: o acesso aos dados pode ser realiza-
1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escritório, do em qualquer ambiente interno ou externo, em diversos
e, se for possível, em algum recipiente à prova de incên- tipos de equipamento, desde que atendidos os requisitos
dios, como os cofres onde você guarda seus documentos e de segurança. Em geral, no ambiente de empresa comum,
valores importantes. os dados podem ser acessados unicamente dentro da em-
2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as man- presa. Para usuários comuns, normalmente os dados eram
tenha em lugares separados. armazenados em um único computador, sendo necessá-
3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups, é rio utilizar pendrives e CDs para copiar dados. Atualmente,
melhor comprimir os arquivos que já sejam muito antigos com os serviços em nuvem, o usuário pode utilizar dados
(quase todos os programas de backup contam com essa no seu computador e posteriormente usar/modificar os
opção), assim você não desperdiça espaço útil. mesmos dados em um tablet ou smartphone.
4. Proteja seus backups com uma senha, de maneira Segurança e recuperação de dados: os dados arma-
que sua informação fique criptografada o suficiente para zenados na nuvem, por estar em um ambiente em geral
que ninguém mais possa acessá-la. Se sua informação é mais seguro, são mais difíceis de serem acessados ou apa-
importante para seus entes queridos, implemente alguma gados por terceiros. Também possuem mais garantias con-
forma para que eles possam saber a senha se você não tra apagamento acidental. Desta forma, em caso de perda
estiver presente. de dados de um computador de uma empresa ou de uma
pessoa, é mais fácil recuperar os dados armazenados na
Cloud Storage (Armazenamento na Nuvem) nuvem.
Compartilhamento: em geral, os serviços de arma-
Modelo de armazenamento de dados, baseado no mo- zenamento na nuvem possuem políticas de segurança
e acesso que permitem que o dono de um conjunto de
delo de computação em nuvem, no qual os dados (arqui-
dados possa compartilhar quais dados podem ser vistos e
vos, textos, imagens, vídeos, etc.) de uma pessoa ou de uma
quais dados podem ser alterados. Este compartilhamento
empresa são armazenados em ambientes de terceiros (ge-
pode ser realizado de diferentes formas para diferentes ti-
ralmente empresas que possuem armazéns de dados ade-
pos de usuários.
quados para armazenar e gerenciar grandes volumes de
dados). O usuário que utiliza este serviço não depende
Desvantagens do armazenamento em nuvem
de possuir uma infraestrutura de hardware e software, de-
Disponibilidade da rede de computadores: nos ca-
legando a um terceiro esta responsabilidade mediante o sos em que a rede em questão não estiver em operação
pagamento do serviço. O acesso aos dados armazenados ou não puder ser acessada, os dados podem não ser facil-
na nuvem (tanto para guardar como para obter os dados mente acessíveis.
posteriormente) é realizado através de aplicativos que uti-
lizam uma rede de computadores (comumente a Internet) Privacidade dos dados: comumente, empresas que
para acessar os armazéns de dados do provedor de serviço. fornecem serviços de armazenamento na nuvem possuem
A diferença básica entre o armazenamento em nuvem políticas rígidas de manipulação e acesso aos dados. Po-
para usuários comuns e usuários corporativos envolve não rém, nunca há garantia que eles não acessem e leiam os
apenas o espaço oferecido (em geral, usuários comuns seus dados. Desta forma, em geral, recomenda-se que da-
utilizarão menor capacidade de armazenamento do que dos sensíveis não sejam armazenados na nuvem.
usuários corporativos), mas também envolve os tipos de
ferramentas integradas, políticas de segurança e outros re- Alguns serviços de armazenamento em nuvem
cursos. Usuários comuns
Amazon S3
Vantagens do armazenamento em nuvem Google Drive
As principais vantagens do armazenamento em nuvem OneDrive
são: Usuários corporativos
A empresa ou pessoa não necessita possuir hardwa- Amazon Web Services
re ou software complexo para armazenar os dados den- Google Cloud Storage
tro da empresa: a criação e manutenção de recursos com- Windows Azure
putacionais de uma empresa podem ser elevados e passar,
boa parte do tempo, abaixo de sua capacidade de utiliza- Fonte: http://www.revistabw.com.br/revistabw/infor-
ção. Ao contratar o armazenamento em nuvem, a empresa matica-cloud-storage/
54
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
55
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O que é um servidor remoto? Servidores remotos são midamente, podemos entendê-la como a migração da tec-
computadores que dedicam parcial ou integralmente a sua nologia Internet para dentro de uma empresa. Neste caso,
memória aos programas que chamamos de servidores. podemos imaginar que os funcionários desta empresa se-
Pelo fato destes computadores não serem o seu compu- rão, certamente, usuários freqüentes de FTP.
tador local - aquele que está em seu trabalho, seu quarto Nesta nova filosofia de trabalho, o conceito de mirror
ou em um laboratório de sua universidade, é que os cha- pode ser muito bem aplicado. Imagine que cada computa-
mamos de remoto, indicando que estão em algum outro dor da empresa precise dos clientes instalados, por exem-
ponto remoto da Rede. plo, browsers, e-mail, etc. Seria interessante que ao invés
Quem até hoje em sua vida só viu micros PCs Windows de cada funcionário acessar a Internet para buscá-los, fosse
ou Macs, não deve esqueçer que a Rede Mãe é uma gran- criado um local no servidor da rede local, no qual todos os
de coleção de computadores de todos os tipos. Cada qual softwares mais utilizados fossem espelhados. Com certeza
com suas particularidades e, portanto, com características a economia de tempo seria significativa.
diferentes. Logo, um servidor remoto pode ser qualquer
tipo de computador, basta que nele exista um programa FTP anônimo versus FTP com autenticação
que o caracterize como servidor de alguma coisa, por Existem dois tipos de conexão FTP. A primeira, e mais
exemplo, FTP. utilizada, é a conexão anônima, na qual não é preciso pos-
O que é um servidor de FTP? É um computador que suir um user name ou password (senha) no servidor de FTP,
roda um programa que chamamos de servidor de FTP e, bastando apenas identificar-se como anonymous (anôni-
portanto, é capaz de se comunicar com outro computador mo).
na Rede que o esteja acessando através de um cliente FTP. Neste caso, o que acontece é que, em geral, a árvore
de diretório que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do
Mas afinal de contas: o que é um servidor? E um sistema. Isto é muito importante, porque garante um nível
cliente? de segurança adequado, evitando que estranhos tenham
Como tudo na Internet gira em torna do que chama- acesso a todas as informações da empresa. Quando se es-
mos de arquitetura cliente-servidor, quando você instala tabelece uma conexão de “FTP anônimo”, o que acontece
um programa que seja alguma aplicação para Internet, em geral é que a conexão é posicionada no diretório raiz
você obrigatoriamente estará instalando uma aplicação da árvore de diretórios. Dentre os mais comuns estão: pub,
etc, outgoing e incoming.
cliente ou uma aplicação servidor.
O segundo tipo de conexão envolve uma autenticação,
Chamamos de cliente porque a aplicação se comunica
e portanto, é indispensável que o usuário possua um user
através de solicitações de serviço. Por outro lado, podemos
name e uma password que sejam reconhecidas pelo siste-
entender uma aplicação servidora como quem atenderá a
ma, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Neste caso, ao
estas solicitações e prestará o serviço adequado. Por exem-
estabelecer uma conexão, o posicionamento é no diretório
plo: quando você instala o browser Mozilla Firefox em seu
criado para a conta do usuário - diretório home, e dali ele
computador, você está instalando o lado cliente da arquite-
poderá percorrer toda a árvore do sistema, mas só escrever
tura. Completando esta arquitetura, existe, em algum outro e ler arquivos nos quais ele possua permissão.
ponto da Rede, um computador que tem instalada e exe-
cutando a parte servidora. Alguns sites interessantes para FTP anônimo
Deste modo, ao se conectar à Internet, você pode es- ftp://ftp.sausage.com: arquivos sobre o editor HTML
perar que a parte servidora esteja sempre disponível e se HotDog
encontre em um endereço bem conhecido. Caso contrário, ftp://ftp.microsoft.com: arquivos sobre software, docu-
a parte cliente não saberá encontrar o servidor. mentação e outros
Mirrors, por que eles existem? A cada dia a Internet ga- ftp://ftp.shareware.com: arquivos variados sobre soft-
nha uma dimensão tão grande, que muitas vezes é interes- ware shareware
sante replicar as informações em diversos computadores ftp://ftp.qualcomm.com: arquivos sobre Eudora, e ou-
ao redor do mundo de modo que a performance do acesso tros software produzidos pela Qualcomm
a estas informações seja melhorada pela proximidade de ftp://ftp.uwp.edu: arquivos sobre games
um mirror (espelho), que é um computador que espelha o ftp://ftp.cica.indiana.edu: arquivos diversos sobre siste-
conteúdo de um outro. mas operacionais e software em geral
Um bom exemplo é o site http://www.tucows.com a
quantidade de acessos a esse site é tão grande que eles
espalharam “espelhos” por todo mundo. Mas o que se ga- EXERCÍCIOS
nha com isto? Velocidade ao realizar uma transferência de
arquivos, pois você tem a oportunidade de sempre optar 1) (LIQUIGÁS 2012 - CESGRANRIO - ASSISTENTE AD-
por um site mais próximo de você. MINISTRATIVO) Um computador é um equipamento capaz
de processar com rapidez e segurança grande quantidade
Intranet, um mirror em potencial de informações.
Uma palavra muito comum hoje em dia é Intranet. Assim, além dos componentes de hardware, os com-
Você inclusive já teve a oportunidade de conhecer um putadores necessitam de um conjunto de softwares deno-
pouco mais sobre isso em nossa edição número 2. Resu- minado:
56
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
4) (Copergás 2016 - FCC – Técnico Operacional Segu- 8) (IBGE 2016 - FGV - Analista - Análise de Sistemas
rança do Trabalho) A ferramenta Outlook : - Desenvolvimento de Aplicações - Web Mobile) Um de-
a) é um serviço de e-mail gratuito para gerenciar todos senvolvedor Android deseja inserir a funcionalidade de
os e-mails, calendários e contatos de um usuário. backup em uma aplicação móvel para, de tempos em tem-
b) 2016 é a versão mais recente, sendo compatível com pos, armazenar dados automaticamente. A classe da API de
o Windows 10, o Windows 8.1 e o Windows 7. Backup (versão 6.0 ou superior) a ser utilizada é a:
c) permite que todas as pessoas possam ver o calendário a) BkpAgent;
de um usuário, mas somente aquelas com e-mail Outlook. b) BkpHelper;
com podem agendar reuniões e responder a convites. c) BackupManager;
d) funciona apenas em dispositivos com Windows, não d) BackupOutputData;
funcionando no iPad, no iPhone, em tablets e em telefones e) BackupDataStream.
com Android.
e) versão 2015 oferece acesso gratuito às ferramentas 9) (Prefeitura de Cristiano Otoni 2016 - INAZ do Pará
do pacote de webmail Office 356 da Microsoft. - Psicólogo) Realizar cópia de segurança é uma forma de
prevenir perda de informações. Qual é o Backup que só
5) (CRM-PI 2016 - Quadrix – Médico Fiscal) Em um efetua a cópia dos últimos arquivos que foram criados pelo
computador com o sistema operacional Windows insta- usuário ou sistema?
lado, um funcionário deseja enviar 50 arquivos, que jun- a) Backup incremental
tos totalizam 2 MB de tamanho, anexos em um e-mail. b) Backup diferencial
Para facilitar o envio, resolveu compactar esse conjunto c) Backup completo
de arquivos em um único arquivo utilizando um softwa- d) Backup Normal
re compactador. Só não poderá ser utilizado nessa tarefa e) Backup diário
o software:
57
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
11) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo) c)Monitor de memória do Windows e Diagnóstico de
Um funcionário precisa conectar um projetor multimídia a um desempenho de hardware.
computador. Qual é o padrão de conexão que ele deve usar? d)Mapeamento de Memória do Windows e Mapeamento
a) RJ11 de hardware do Windows.
b) RGB e)Diagnóstico de memória e desempenho e Diagnóstico
c) HDMI de hardware do Windows.
d) PS2
e) RJ45 17) (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECU-
ÇÃO DE MANDADOS) Beatriz trabalha em um escritório de
12) (SABESP 2014 - FCC - Analista de Gestão - Administração) advocacia e utiliza um computador com o Windows 7 Pro-
Correspondem, respectivamente, aos elementos placa de som, edi- fessional em português. Certo dia notou que o computador
tor de texto, modem, editor de planilha e navegador de internet: em que trabalha parou de se comunicar com a internet e com
a) software, software, hardware, software e hardware. outros computadores ligados na rede local. Após consultar
b) hardware, software, software, software e hardware. um técnico, por telefone, foi informada que sua placa de rede
c) hardware, software, hardware, hardware e software. poderia estar com problemas e foi orientada a checar o fun-
d) software, hardware, hardware, software e software. cionamento do adaptador de rede. Para isso, Beatriz entrou
e) hardware, software, hardware, software e software. no Painel de Controle, clicou na opção Hardware e Sons e, no
grupo Dispositivos e Impressoras, selecionou a opção:
13) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo) Um a) Central de redes e compartilhamento.
computador à venda em um sítio de comércio eletrônico possui b) Verificar status do computador.
3.2 GHz, 8 GB, 2 TB e 6 portas USB. Essa configuração indica que: c) Redes e conectividade.
a) a velocidade do processador é 3.2 GHz. d) Gerenciador de dispositivos.
b) a capacidade do disco rígido é 8 GB. e) Exibir o status e as tarefas de rede.
c) a capacidade da memória RAM é 2 TB.
d) a resolução do monitor de vídeo é composta de 6 por- 18) (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTICA)
tas USB. No console do sistema operacional Linux, alguns comandos
permitem executar operações com arquivos e diretórios do
14) (IF-PA 2016 - FUNRIO - Técnico de Tecnologia da In- disco.
formação) São dispositivos ou periféricos de entrada de um Os comandos utilizados para criar, acessar e remover um
computador: diretório vazio são, respectivamente,
a) Câmera, Microfone, Projetor e Scanner. a) pwd, mv e rm.
b) Câmera, Mesa Digitalizadora, Microfone e Scanner. b) md, ls e rm.
c) Microfone, Modem, Projetor e Scanner. c) mkdir, cd e rmdir.
d) Mesa Digitalizadora, Monitor, Microfone e Projetor. d) cdir, lsdir e erase.
e) Câmera, Microfone, Modem e Scanner. e) md, cd e rd.
15) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PROGRA- 19) (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADMI-
MAÇÃO DE SISTEMAS) Acerca dos ambientes Linux e Windo- NISTRATIVA) Acerca dos conceitos de sistema operacional (am-
ws, julgue os itens seguintes.2No sistema operacional Windo- bientes Linux e Windows) e de redes de computadores, julgue
ws 8, há a possibilidade de integrar-se à denominada nuvem os itens.3Por ser um sistema operacional aberto, o Linux, com-
de computadores que fazem parte da Internet. parativamente aos demais sistemas operacionais, proporciona
a)Certo maior facilidade de armazenamento de dados em nuvem.
b)Errado a) certo
b) errado
16) (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTICA)
Alguns programas do computador de Ana estão muito lentos 20) (TJ/RR 2012 - CESPE - AGENTE DE PROTEÇÃO) Acer-
e ela receia que haja um problema com o hardware ou com ca de organização e gerenciamento de informações, arqui-
a memória principal. Muitos de seus programas falham subi- vos, pastas e programas, de segurança da informação e de
tamente e o carregamento de arquivos grandes de imagens armazenamento de dados na nuvem, julgue os itens subse-
e vídeos está muito demorado. Além disso, aparece, com fre- quentes.1Um arquivo é organizado logicamente em uma se-
quência, mensagens indicando conflitos em drivers de dispo- quência de registros, que são mapeados em blocos de discos.
sitivos. Como ela utiliza o Windows 7, resolveu executar algu- Embora esses blocos tenham um tamanho fixo determinado
mas funções de diagnóstico, que poderão auxiliar a detectar pelas propriedades físicas do disco e pelo sistema opera-
as causas para os problemas e sugerir as soluções adequadas. cional, o tamanho do registro pode variar.
Para realizar a verificação da memória e, em se- a) certo
guida do hardware, Ana utilizou, respectivamente, as b) errado
ferramentas:
a)Diagnóstico de memória do Windows e Monitor 21) (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE TÉCNI-
de desempenho. CO ADMINISTRATIVO - RH) Paulo utiliza em seu trabalho o
b)Monitor de recursos de memória e Diagnóstico editor de texto Microsoft Word 2010 (em português) para
de conflitos do Windows. produzir os documentos da empresa. Certo dia Paulo digi-
58
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
tou um documento contendo 7 páginas de texto, porém, precisou imprimir apenas as páginas 1, 3, 5, 6 e 7. Para imprimir
apenas essas páginas, Paulo clicou no Menu Arquivo, na opção Imprimir e, na divisão Configurações, selecionou a opção
Imprimir Intervalo Personalizado. Em seguida, no campo Páginas, digitou
a) 1,3,5-7 e clicou no botão Imprimir.
b) 1;3-5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
c) 1−3,5-7 e clicou no botão Imprimir.
d) 1+3,5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
e) 1,3,5;7 e clicou no botão Imprimir.
22) (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS) João trabalha no departamento finan-
ceiro de uma grande empresa de vendas no varejo e, em certa ocasião, teve a necessidade de enviar a 768 clientes inadim-
plentes uma carta com um texto padrão, na qual deveria mudar apenas o nome do destinatário e a data em que deveria
comparecer à empresa para negociar suas dívidas. Por se tratar de um número expressivo de clientes, João pesquisou
recursos no Microsoft Office 2010, em português, para que pudesse cadastrar apenas os dados dos clientes e as datas em
que deveriam comparecer à empresa e automatizar o processo de impressão, sem ter que mudar os dados manualmente.
Após imprimir todas as correspondências, João desejava ainda imprimir, também de forma automática, um conjunto de
etiquetas para colar nos envelopes em que as correspondências seriam colocadas. Os recursos do Microsoft Office 2010
que permitem atender às necessidades de João são os recursos
a) para criação de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
b) de automatização de impressão de correspondências disponíveis na guia Mala Direta do Microsoft PowerPoint 2010.
c) de banco de dados disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
d) de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Inserir do Microsoft Word 2010.
e) de banco de dados e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Excel 2010.
23) (TCE/SP 2012 - FCC - AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA II) No editor de textos Writer do pacote BR Office, é
possível modificar e criar estilos para utilização no texto. Dentre as opções de Recuo e Espaçamento para um determinado
estilo, é INCORRETO afirmar que é possível alterar um valor para
a) recuo da primeira linha.
b) recuo antes do texto.
c) recuo antes do parágrafo.
d) espaçamento acima do parágrafo.
e) espaçamento abaixo do parágrafo.
24) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito do Excel, para ordenar, por
data, os registros inseridos na planilha, é suficiente selecionar a coluna data de entrada, clicar no menu Dados e, na lista
disponibilizada, clicar ordenar data.
a) certo
b) errado
25) (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) A planilha abaixo foi criada utilizando-se o
Microsoft Excel 2010 (em português).
A linha 2 mostra uma dívida de R$ 1.000,00 (célula B2) com um Credor A (célula A2) que deve ser paga em 2 meses
(célula D2) com uma taxa de juros de 8% ao mês (célula C2) pelo regime de juros simples. A fórmula correta que deve ser
digitada na célula E2 para calcular o montante que será pago é
59
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
60
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
32) (CEITEC 2012 - FUNRIO - ADMINISTRAÇÃO/ 36) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO -
CIÊNCIAS CONTÁBEIS/DIREITO/PREGOEIRO PÚBLICO) Na TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) Com relação à certifica-
internet o protocolo_________ permite a transferência de ção digital, julgue os itens que se seguem.O certificado
mensagens eletrônicas dos servidores de _________para digital revogado deve constar da lista de certificados re-
caixa postais nos computadores dos usuários. As lacunas vogados, publicada na página de Internet da autoridade
se completam adequadamente com as seguintes expres- certificadora que o emitiu.
sões: a) certo
a) Ftp/ Ftp. b) errado
b) Pop3 / Correio Eletrônico.
c) Ping / Web. 37) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO -
d) navegador / Proxy. ADMINISTRATIVA) Acerca de segurança da informação,
e) Gif / de arquivos julgue os itens a seguir. O vírus de computador é assim
denominado em virtude de diversas analogias poderem ser
33) (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - ASSIS- feitas entre esse tipo de vírus e os vírus orgânicos.
TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO ADMINIS- a) certo
TRATIVO) Em uma rede local, cujas estações de trabalho b) errado
usam o sistema operacional Windows XP e endereços IP
fixos em suas configurações de conexão, um novo host 38) (MPE/PE 2012 - FCC - TÉCNICO MINISTERIAL - AD-
foi instalado e, embora esteja normalmente conectado MINISTRATIVO) Existem vários tipos de vírus de computa-
à rede, não consegue acesso à internet distribuída nessa dores, dentre eles um dos mais comuns são vírus de ma-
rede. cros, que:
Considerando que todas as outras estações da rede a) são programas binários executáveis que são baixa-
estão acessando a internet sem dificuldades, um dos mo- dos de sites infectados na Internet.
tivos que pode estar ocasionando esse problema no novo b) podem infectar qualquer programa executável do
host é computador, permitindo que eles possam apagar arquivos
a) a codificação incorreta do endereço de FTP para o e outras ações nocivas.
domínio registrado na internet. c) são programas interpretados embutidos em docu-
b) a falta de registro da assinatura digital do host nas mentos do MS Office que podem infectar outros documen-
opções da internet. tos, apagar arquivos e outras ações nocivas.
c) um erro no Gateway padrão, informado nas pro- d) são propagados apenas pela Internet, normalmente
priedades do Protocolo TCP/IP desse host. em sites com software pirata.
d) um erro no cadastramento da conta ou da senha e) podem ser evitados pelo uso exclusivo de software
do próprio host. legal, em um computador com acesso apenas a sites da
e) um defeito na porta do switch onde a placa de Internet com boa reputação.
rede desse host está conectada.
39) (SABESP 2012 - FCC - ANALISTA DE GESTÃO I - SIS-
34) (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - ASSIS- TEMAS)Sobre vírus, considere:
TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO ADMINIS-
TRATIVO) Para conectar sua estação de trabalho a uma I. Para que um computador seja infectado por um ví-
rede local de computadores controlada por um servidor rus é preciso que um programa previamente infectado seja
de domínios, o usuário dessa rede deve informar uma executado.
senha e um[a] II. Existem vírus que procuram permanecer ocultos,
a) endereço de FTP válido para esse domínio. infectando arquivos do disco e executando uma série de
b) endereço MAC de rede registrado na máquina atividades sem o conhecimento do usuário.
cliente. III. Um vírus propagado por e-mail (e-mail borne vírus)
c) porta válida para a intranet desse domínio. sempre é capaz de se propagar automaticamente, sem a
d) conta cadastrada e autorizada nesse domínio. ação do usuário.
e) certificação de navegação segura registrada na in- IV. Os vírus não embutem cópias de si mesmo em ou-
tranet. tros programas ou arquivos e não necessitam serem expli-
citamente executados para se propagarem.
35) (CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 - CESPE - ANA-
LISTA LEGISLATIVO - TÉCNICA LEGISLATIVA) Com relação Está correto o que se afirma em
a redes de computadores, julgue os próximos itens.5Uma a) II, apenas.
rede local (LAN — local area network) é caracterizada por b) I e II, apenas.
abranger uma área geográfica, em teoria, ilimitada. O al- c) II e III, apenas.
cance físico dessa rede permite que os dados trafeguem d) I, II e III, apenas.
com taxas acima de 100 Mbps. e) I, II, III e IV.
a) certo
b) errado
61
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
___________________________________________________
GABARITO ___________________________________________________
1-E / 2-A / 3-C / 4-B / 5-C / 6-E / 7-A / 8-C / 9-A / ___________________________________________________
10-C / 11-C / 12-E / 13-A / 14-B / 15-A / 16-A / 17-D /
18-C / 19-B / 20-A / 21-A / 22-A / 23-C / 24-B / 25-D / ___________________________________________________
26-B / 27-D / 28-E / 29-B / 30-C / 31-B / 32-B / 33-C /
___________________________________________________
34-D / 35-B / 36-A / 37-A / 38-C / 39-B / 40-E
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
62
LÍNGUA INGLESA
1
LÍNGUA INGLESA
Desenvolver essa capacidade exige que você, ao de- Assim, quando entramos em contato com construções
senvolver um texto, vá direto ao ponto com as informações sintáticas muito complexas e extensas, tendemos a precisar
que deseja transmitir. Centre-se nos pontos-chave para que de um tempo a mais para compreender exatamente qual
o receptor da sua mensagem compreenda o que você quer. era a intenção do texto. Por outro lado, quando nos de-
paramos com frases curtas e objetivas, bem estruturadas
OMITA INFORMAÇÕES DESNECESSÁRIAS e com vocabulário que dispense palavras estranhas e que
De modo bastante resumido, podemos dizer que sin- precisem ser explicadas, o contrário acontece.
tetizar é resumir uma ou mais ideias amplas em algo claro, Desenvolver essa habilidade, então, é garantir que seu
coerente e o mais breve possível. Assim, quanto mais você discurso torne-se mais conciso e, ao apresentar trabalhos
conseguir omitir as informações desnecessárias na hora de na faculdade, por exemplo, você conseguirá fazer com que
se comunicar verbalmente ou por escrito, mais aprimorada suas ideias sejam compreendidas mais facilmente.
será sua capacidade de síntese. Quando você consegue que os seus pensamentos to-
Analise seu texto ou seu discurso como se você fosse mem a forma mais objetiva e clara possível, certamente
seu interlocutor e não tivesse a menor ideia daquilo que o receptor da sua mensagem compreenderá muito mais
será dito. Depois, reflita sobre a mensagem que você dese- facilmente a proposta do seu texto, sem precisar de uma
ja transmitir e verifique quais são, efetivamente, os pontos explicação cheia de detalhes para aquilo que tenha lido ou
essenciais. Esse é um método simples e eficiente para aju- ouvido. Para alcançar essa habilidade de síntese e aprimo-
dá-lo a não perder tempo com detalhes que não acrescen- rá-la cada vez mais, é importante praticar a produção de
tam nada ao seu texto e que, no fundo, apenas atrapalham gêneros textuais escritos e discursos falados.
a compreensão daquilo que você está dizendo. Tente colocar em prática nossas dicas sobre o assunto
e mantenha-se curioso e interessado, pois a capacidade de
NÃO TENHA MEDO DE SER INTERPRETADO ER- síntese pode melhorar muito com um pouco de treinamen-
RONEAMENTE to.
É comum que muitas pessoas, ao se expressarem por Fonte: http://blog.usjt.br/capacidade-de-sintese-sai-
meio da escrita ou da oralidade, pequem pelo excesso de ba-como-desenvolve-la/
informações em seus discursos por medo de serem inter-
pretadas erroneamente.
Isso pode ser motivado pela insegurança de não sa- INFERÊNCIA E PREDIÇÃO.
ber expressar com precisão aquilo que estão pensando e
pela ideia de que será preciso acrescentar informações que
complementem o seu raciocínio. Ainda, pode acontecer nferência é o resultado de um processo cognitivo por
pelo fato de subestimarem os receptores da mensagem, meio do qual uma assertiva é feita a respeito de algo des-
acreditando que não conseguirão compreender o que foi conhecido, tendo como base uma observação. No dia a
escutado ou lido com uma determinada quantidade de in- dia, é possível, por exemplo, inferir a riqueza de uma pes-
formação. soa pela observação do seu modo de vida, a gravidade de
Porém, o excesso de detalhes, em vez de facilitar a um acidente de trânsito pelo estado dos veículos envolvi-
compreensão, pode deixar o discurso redundante ou até dos e o sabor de um alimento pelo seu aroma. A inferência
confuso. Nesses casos, é importante ter em mente que as revela-se como uma conclusão de um raciocínio, uma ex-
pessoas que leem ou ouvem seu texto ou discurso também pectativa, fundamentada em um indício, uma circunstância
têm capacidades linguísticas e conhecimentos prévios, e, ou uma pista. Assim, fundamentando-se em uma obser-
ao reunirem as informações que você forneceu, serão su- vação ou em uma proposição são estabelecidas algumas
ficientemente capazes de compreender o significado que relações – evidentes ou prováveis – e chega-se a uma con-
você buscou transmitir em seu texto ou fala, desde que clusão decorrente do que se captou ou julgou.
você faça a escolha das palavras e estratégicas corretas. A concepção de que a inferência representa uma liga-
Dessa forma, evite acrescentar detalhes apenas por ção entre duas ideias é assumida desde a Antiguidade. Esse
medo de tornar as coisas confusas, pois com isso você ape- termo vem do latim medieval “inferre” e designa o fato de
nas prejudicará sua capacidade de síntese e prologará seus duas proposições se interligarem, sendo que, nessa cone-
discursos. O melhor a fazer é ser sábio na escolha daquilo xão, a antecedente implica a consequente. Inferir é uma
que você vai dizer. atividade associativa que pressupõe uma ordem, uma se-
quência entre as proposições.
LAPIDE A INFORMAÇÃO, MESMO QUE ISSO DÊ Na leitura de um texto, o resultado da compreensão
MAIS TRABALHO depende da qualidade das inferências geradas. Os textos
Sintetizar as suas ideias pode até dar muito mais traba- possuem informações explícitas e implícitas; existem sem-
lho do que criar um discurso repleto de informações, mas é pre lacunas a serem preenchidas. O leitor infere ao asso-
fundamental para que seus ouvintes ou leitores compreen- ciar as informações explícitas aos seus conhecimentos pré-
dam melhor o que você está tentando transmitir. Isso por- vios e, a partir daí, gera sentido para o que está, de algum
que o cérebro humano não é capaz de reter muitas infor- modo, informado pelo texto ou através dele. A informação
mações ao mesmo tempo. fornecida direta ou indiretamente é uma pista que ativa
2
LÍNGUA INGLESA
3
LÍNGUA INGLESA
Fonte: http://www.cursandoingles.net/palavras_cognatas_ingles.html
4
LÍNGUA INGLESA
5
LÍNGUA INGLESA
MARCADORES DE DISCURSO.
ELEMENTOS DE COESÃO.
Words of transition, words of connection, logical connectors, transition devices, cohesive devices, linking words/devices,
discourse markers ou connective adjuncts, são algumas das muitas expressões usadas para identificar este aspecto de gran-
de relevância no estudo, não só do inglês, como de todas as línguas. São principalmente conjunções ou locuções conjun-
tivas, mas também advérbios, preposições, etc., que servem para estabelecer uma conexão lógica entre frases e elementos
da ideia. Em português essas palavras são chamadas de articuladores, palavras conectivas ou elementos de coesão. O uso
correto destas palavras confere solidez ao argumento e consequentemente elegância ao texto.
Fonte: http://www.sk.com.br/sk-conn.html
ASPECTOS GRAMATICAIS:
CONHECIMENTO DOS TEMPOS E
MODOS VERBAIS. USO DE
PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES,
PRONOMES E MODAIS.
Verbo é a classe de palavras que nomeia, descreve um estado ou uma ação. A maioria dos verbos em Inglês é dividida
em verbos regulares (regular verbs) e verbos irregulares (irregular verbs). Os verbos irregulares são os que não são conju-
gados da mesma maneira que os regulares e para os quais não existe uma regra geral; para cada verbo irregular há uma
regra. Em Inglês, toda a sentença precisa ter um verbo, pelo menos.
Os tempos verbais na Língua Inglesa podem ser divididos basicamente em quatro grupos:
1. Simple Tenses;
2. Continuous Tenses / Progressive Tenses;
3. Perfect Tenses / Perfect Simple Tenses;
4. Perfect Continuous Tenses / Perfect Progressive Tenses.
6
LÍNGUA INGLESA
Example:
Is she a journalist? (Ela é jornalista?)
7
LÍNGUA INGLESA
- FORMAS:
Apresentamos a seguir as formas do Simple Past (Pas-
sado Simples) do verbo to be. As formas afirmativas e inter-
rogativas do Simple Past não possuem contração; a forma
negativa é organizada da seguinte maneira: na 1ª coluna
encontra-se a forma sem contração e na 2ª, mostramos a
forma contraída:
Example:
Were you occupied when I called to you? (Você estava
ocupado quando lhe liguei?)
Verbo To Be - Futuro / Verb To Be - Simple Future
Apresentamos a seguir as formas do Simple Future (Fu-
turo Simples) do verbo to be. Na 1ª coluna encontra-se a
forma sem contração e na 2ª, mostramos a forma contraí-
Examples: da. A forma interrogativa não possui contração:
We were in a hurry last night and didn’t stop to talk to
him. (Estávamos com pressa ontem à noite e não paramos
para falar com ele.)
It was too cold yesterday. (Estava muito frio ontem.)
Examples:
We will be on vacation next month. (Estaremos de fé-
rias no mês que vem.)
I think it will be raining tomorrow. (Acho que estará
chovendo amanhã.)
She will be the most beautiful bride in the whole world!
Examples: (Ela será a noiva mais linda do mundo inteiro!)
They were not good students. (Eles não eram bons alu- I’ll be there at eight o’clock.
nos.) (Estarei lá às oito horas.)
Mary wasn’t the main actress. (Mary não era a atriz
principal.)
8
LÍNGUA INGLESA
Examples:
I won’t be here next week. (Não estarei aqui na semana que vem.)
He will not be a spoiled child. (Ele não será uma criança mimada.)
We will not be ready to play the game tomorrow. (Não estaremos preparados para jogar o jogo amanhã.)
Examples:
Will you be at home tomorrow evening? (Você vai estar em casa amanhã à noite?)
Will I be late if I get there at nine o’clock? (Vou estar atrasado se chegar lá às nove horas?)
Will he be waiting for me in the station? (Ele estará esperando por mim na estação?)
CONJUNÇÕES - CONJUNCTIONS
Conjunções são palavras que ligam duas orações ou termos semelhantes, dentro de uma mesma oração. Existem três
tipos de conjunções: Coordinating conjunctions, Correlative conjunctions e Subordinating conjunctions. A partir de agora
estudaremos separadamente cada um dos tipos de conjunções da Língua Inglesa.
Coordinating conjunctions
Coordinating conjunctions ligam duas palavras ou duas orações independentes (independent clauses), mas devem
sempre ligar elementos com a mesma estrutura gramatical, por exemplo: subject + subject; verb phrase + verb phrase; sen-
tence + sentence; clause + clause. Uma coordinating conjunction geralmente posiciona-se entre as orações e, antes dela,
usamos vírgula (caso as orações sejam muito pequenas e possuam o mesmo sujeito, a vírgula não é necessária). As coordi-
nating conjunctions são as que se encontram no quadro abaixo:
9
LÍNGUA INGLESA
For-And-Nor-But-Or-Yet-So
- AND
He lives in Cambridge, and (he)* studies at Harvard University.
(Ele mora em Cambridge e estuda na Universidade de Harvard.)
We stayed at home and (we)* watched television.
(Nós ficamos em casa e assistimos televisão.)
My sister is married and (she)* lives in London.
(Minha irmã é casada e mora em Londres.)
*Quando a coordinating conjunction “and” liga dois verbos que possuem o mesmo sujeito, não é necessário repeti-lo.
Isso também ocorre com artigos, pronomes, preposições e outras expressões. Observe os exemplos do quadro:
10
LÍNGUA INGLESA
Rachel decided to try the chocolate cake, and Peter or- I had no choice but to sign the contract. (Eu não tinha
dered a strawberry pie. (Aqui a vírgula pode ser usada, pois escolha, exceto assinar o contrato.)
o sujeito das orações não é o mesmo.) - OR
I bought a bottle of wine, and we drank it together. A conjunção or indica alternância ou exclusão:
(Aqui a vírgula pode ser usada, pois o sujeito das orações I could cook some supper, or we could order a pizza.
não é o mesmo.) (Eu poderia fazer uma janta ou nós poderíamos pedir
Rachel had a cake and Peter had a strawberry pie. uma pizza.)
(Embora o sujeito das orações não seja o mesmo, a Do you want to go out, or are you tired? (Você quer sair,
vírgula não foi usada, pois as duas orações são pequenas. ou está cansado?)
Lembre-se de que a construção com vírgula também seria He could go, or stay a little more. (Ele poderia ir ou ficar
aceitável neste caso.) mais um pouco.)
Have you seen or heard the opera by Paul Richardson?
- BUT (Você assistiu ou ouviu a ópera de Paul Richardson?)
Grace was a serious woman, but a very sensitive per- They must approve his political style or they wouldn’t
son. keep electing him mayor. (Eles decerto devem aprovar seu
(Grace era uma mulher séria, mas uma pessoa muito estilo político, ou não continuariam o elegendo para pre-
sensível.) feito.)
My sofa isn’t very soft, but it’s comfortable. You can study hard for this exam or you can fail.
(Meu sofá não é muito macio, mas é confortá- (Você pode estudar bastante para esta prova ou pode
vel.) ser reprovado.)
They tried, but did not succeed.
(Eles tentaram, mas não obtiveram sucesso.) We can broil chicken on the grill tonight, or we can just
John is Canadian, but Sara is Irish. (João é canadense, eat leftovers.
mas Sara é irlandesa.) (Podemos fazer frango grelhado hoje à noite ou so-
Our players did their best but they lost the game. (Nos- mente comer a comida que sobrou.)
sos jogadores fizeram o melhor que puderam, mas perde-
ram o jogo.) - SO
- But é uma conjunção adversativa, ou seja, expressa
um contraste. Assim como and, usaremos vírgula (,) antes A conjunção so (assim, portanto, por isso) expressa o
de but quando ela ligar duas orações independentes (inde- que acontece / aconteceu / acontecerá em razão de algu-
pendent clauses) que sejam longas. Observe que, mesmo ma coisa:
quando as orações possuem o mesmo sujeito, pode ocor- My grandmother was sick, so she went to the doc-
rer vírgula diante de but se as orações são longas. Compare tor.
os exemplos: (Minha avó estava doente, por isso foi ao médico.)
She had very little to live on, but she would never have It was raining, so I took my umbrella.
dreamed of taking what was not hers. (Aqui, embora o su- (Estava chovendo, então peguei meu guarda-chuva.)
jeito das duas orações seja o mesmo, a vírgula é usada, pois Laura does a lot of sport, so she’s very fit.
as orações são longas.) (Laura pratica vários esportes, por isso tem uma ótima
She was poor but she was honest. (As orações são cur- forma física.)
tas e o sujeito é o mesmo, assim não se faz obrigatório o We didn’t study, so we didn’t pass.
uso da vírgula.) (Não estudamos, por isso não passamos.)
Veja outros exemplos com but: I want to work as an interpreter in the future, so I am
I like him, but I don’t like her. (Gosto dele, mas não studying English at university.
gosto dela.) (No futuro, quero trabalhar como intérprete, por isso
I wanted to phone you, but I didn’t have your number. vou estudar Inglês na universidade.)
(Queria ligar para você, mas não tinha o número do The party was boring, so I went home. (A festa estava
seu telefone.) chata, então fui para casa.)
The child was found abandoned but unharmed. (A - A conjunção so também é usada no início de orações
criança foi encontrada abandonada, porém ilesa.) para introduzir algo novo, significando “então”:
I got it wrong. It wasn’t the red one but the blue one. So, the judge removed the child from the custody of
(Entendi tudo errado. Não era a vermelha, mas a azul.) his parents.
By the end of the day we were tired but happy. (No final (Então, o juiz tirou dos pais a custódia da criança.)
do dia estávamos cansados, mas felizes.) - FOR
A função da conjunção for é introduzir uma explicação.
OBSERVAÇÃO: Além de significar mas ou porém, but Nestes casos, for é sinônimo de because. Hoje em dia, o
também pode significar exceto: uso de for neste sentido é usado, na maioria das vezes, na
Everybody but Robert is trying out for the team. escrita literária. Observe os exemplos:
(Todos, exceto Roberto, estão competindo para ficar no Eric thought he had a good chance to get the job in the
time) company, for his father was one of the owners.
11
LÍNGUA INGLESA
12
LÍNGUA INGLESA
OBSERVAÇÃO: Quando usarmos either...or, o verbo (Ela não apenas canta como um anjo, mas também
concordará com o substantivo que o precede: dança divinamente.)
If either my parents or Jim calls, tell them I’m not here. Not only the bathroom was flooded, but also the rest
(Se meus pais ou o Jim ligar, diga a eles que não estou of the house.
aqui.) (Não só o banheiro estava alagado, mas também o res-
If either my sister or my parents come, can you let them to da casa.)
in? The place was not only cold, but also damp.
(Se minha irmã ou meus pais chegarem, você pode dei- (O lugar não estava só frio, mas também úmido.)
xá-los entrar?) The explosion destroyed not only the school, but also
- Porém, se either...or estiver ligando dois substantivos the museum. (A explosão destruiu não só a escola, mas
no singular, o verbo poderá ser conjugado tanto no plural, também o museu.)
como no singular. Contudo, a conjugação no plural é con- Clara wants not only money, but also fame.
siderada bastante informal: (Clara não quer só dinheiro, mas também fama.)
If either my sister or my brother calls, tell them I’m not - Not only pode se posicionar no início da oração para
here. (normal) dar ênfase ao que se quer dizer. Nesta estrutura, not only
If either my sister or my brother call, tell them I’m not deve ser seguido por auxiliary verb (and non-auxiliary have
here. (informal) and be) + subject; do é usado* caso não haja outro auxiliar:
- NEITHER... NOR Not only has she been late three times; she has also
Esta estrutura é usada para ligar duas ideias negativas: done no work.
I neither smoke nor drink. (Não fumo, nem bebo.) (Ela não só chegou atrasada três vezes, como também
I neither knew nor care what had happened to him. não fez trabalho algum.)
(Eu não sabia, nem me importo com o que tinha acon- *Not only do they need clothing, but they are also
tecido a ele.) short of water.
Neither Martin nor Peter passed the exam. (Nem o (Eles não somente necessitam de roupas, mas também
Martin, nem o Peter passaram na prova.) estão com falta d’água.)
Their house is neither big nor small. (A casa deles não é Not only is the food in this restaurant awful, but also
nem grande, nem pequena.) the prices are too high.
- Algumas vezes, mais de duas ideias são ligadas por (Como se não bastasse a comida nesse restaurante ser
neither..nor. Mas atenção! Nesse tipo de estrutura, neither terrível, os preços também são altos demais.)
não pode iniciar diretamente a oração: Not only were you late for class, but also forgot to do
He neither smiled, spoke, nor looked at me. (BUT NOT the homework.
Neither he smiled ...) (Você não apenas se atrasou para a aula, mas também
(Ele não sorriu, não falou, nem olhou para mim.) esqueceu de fazer a lição de casa.)
OBSERVAÇÃO: Quando usarmos neither...nor, o verbo - AS / SO...AS
concordará com o substantivo que o precede: If you are as/so intelligent as your father, it will not be
Neither that couple nor Mary talks to Denise. (Nem difficult for you to run your family business. (Se você é tão
aquele casal, nem a Mary fala com Denise.) inteligente quanto seu pai, não vai ser difícil para você ad-
- Porém, se neither...nor estiver ligando dois substan- ministrar os negócios da sua família.)
tivos no singular, o verbo poderá ser conjugado tanto no She is as/so beautiful as her mother.
plural, como no singular. Contudo, a conjugação no plural (Ela é tão bonita quanto a mãe.)
é considerada bastante informal: He is not as/so bad as many think.
Neither my mother nor my father was at home. (nor- (Ele não é tão ruim quanto muitos pensam.)
mal) She is as/so successful as her sister. (Ela é tão bem su-
Neither my mother nor my father were at home. (in- cedida quanto sua irmã.)
formal) The situation is not as/so difficult as people make out.
- NOT ONLY...BUT ALSO (A situação não está tão difícil quanto as pesoas dizem.)
“To accomplish great things, we must not only act, but - WHETHER... OR
also dream; not only plan, but also believe.” (Anatole Fran- Whether you win this race or lose it doesn’t matter as
ce) long as you do your best.
(Para realizarmos coisas grandes, precisamos não so- (Não importa se você ganhar ou perder essa corrida,
mente agir, mas também sonhar; não somente planejar, contanto que faça o melhor que pode.)
mas também acreditar.) Have you decided whether you will come or not? (Você
The teacher is not only intelligent but also friendly. decidiu se virá ou não?)
(A professsora não é so inteligente, mas também sim- The ticket will cost the same, whether we buy it now or
pática.) wait until later.
We go there not only in the winter, but also in summer. (O ingresso custará o mesmo valor se comprarmos
(Vamos lá não apenas no inverno, mas também no verão.) agora ou esperarmos até mais tarde.)
She not only sings like an angel, but also dances divi- You need to decide whether you go to the movies or
nely. to the park today.
13
LÍNGUA INGLESA
(Você precisa decidir se vai ao cinema ou ao parque OBSERVAÇÃO: A conjunção though é mais usada na
hoje.) linguagem falada.
Whether we go by bus or train, it’ll take at least six hours. - AS (enquanto, assim que, logo que, como, porque, à
(Independente de irmos de ônibus ou trem, a viagem medida que)
levará pelo menos seis horas.) He left the bedroom, as he saw his daughter sleeping.
I don’t know whether my father is arriving by the eight (Ele saiu do quarto assim que / logo que viu a filha
o’clock flight or nine o’clock fight. dormindo.)
(Não sei se meu pai vai chegar no voo das oito ou das Leave the papers as they are. (Deixem os papéis como
nove horas.) eles estão.)
Whether he comes or not makes no difference. As you were out, I left a message. (Já que /Como você
(Se ele vem ou não, não faz diferença.) não estava, deixei uma mensagem.)
I don’t know whether I should stay or leave. As she grew older she gained in confidence.
(Não sei se devo ficar ou ir embora.) (À medida que ficou mais velha, ficou mais confiante
Subordinating Conjunctions em si mesma.)
Assim como as Coordinating e Correlative Conjunc- As you know, Julia is leaving soon. (Como você sabe,
tions, as Subordinating Conjunctions estabelecem relação Julia está indo embora em breve.)
entre orações, frases ou termos semelhantes. Entretanto,
diferentemente da primeira, estabelecem relações entre - AS IF / AS THOUGH (como se)
uma oração dependente (dependent clause)* e uma oração She behaved as if/as though nothing had happened.
independente (independent clause). (Ela se comportou como se nada tivesse acontecido.)
* Dependent clause: orações que não são completas She was acting as if/as though she was in a great mo-
em si mesmas. Observe o exemplo abaixo: vie.
Because it was raining, I took my umbrella. (Ela estava agindo/atuando como se estivesse em um
Este período contém duas orações, “Because it was rai- grande filme.)
ning” e “I took my umbrella”. A primeira oração é uma de- OBSERVAÇÃO: Quando falamos sobre coisas que sa-
pendent clause, ou seja, não possui sentido em si mesma. bemos que não são verdades, podemos usar, após as if/as
Se dissermos apenas “Because it was raining” e nada mais, though, o verbo no passado com significado futuro. Este
as pessoas não compreenderão o que queremos dizer. Con- uso enfatiza o fato de sabermos que algo não é verdade.
tudo, “I took my umbrella” é uma independent clause, pois Compare:
possui sentido em si mesma, ou seja, compreendemos seu He talks as if/as though he was very rich. (Ele fala como
sentido mesmo se falarmos apenas “I took my umbrella”. se fosse muito rico.)
Esses tipos de conjunções posicionam-se no início da No caso acima, temos certeza absoluta de que ele não
oração dependente (dependent clause). Porém, a oração é rico.
dependente pode vir antes ou depois da oração indepen- He talks as if/as though he is rich. (Ele fala como se
dente. fosse rico.)
Observe abaixo exemplos com as principais subordina- Já neste exemplo, não temos certeza se ele é rico ou
ting conjunctions da Língua Inglesa: não.
- AFTER (depois, após) Why is he looking at me as if/as though he knew me?
I went home after the concert finished. I’ve never seen him before. (Por que ele está olhando para
(Fui para casa depois que o concerto acabou.) mim como se me conhecesse? Eu nunca o vi antes.)
After the party, we started talking. Na linguagem formal, podemos usar were ao invés de
(Depois da festa, começamos a conversar.) was quando fazemos esse tipo de comparação. Este uso é
- ALTHOUGH / THOUGH / EVEN THOUGH (apesar de comum no Inglês Americano:
(que), embora, ainda que) He talks as if/as though he were rich.
- AS / SO LONG AS / PROVIDED THAT (contanto que,
Although it was raining, we went out. desde que, com a condição de que)
(Saímos, embora estivesse chovendo.) We will go to the beach as/so long as the weather is
The weather was nice, although it was a bit cold. good.
(O tempo estava bom, embora estivesse um pouco (Iremos para praia contanto que/ desde que o tempo
frio.) esteja bom.)
His clothes, though old and worn, looked clean and of You can take my car as/so long as you drive carefully.
good quality. (Você pode usar o meu carro contanto que / desde
(As roupas dele, embora velhas e surradas, pareciam que dirija cuidadosamente.)
limpas e de boa qualidade.) They can stay here provided that they behave well.
He bought me this ring, even though I had told him (Eles podem ficar aqui contanto que / desde que se
not to. comportem bem.)
(Ele me comprou esse anel, muito embora eu o tenha
avisado para não comprar.)
14
LÍNGUA INGLESA
15
LÍNGUA INGLESA
ACROSS AROUND
Lugar ou Posição Lugar ou Posição
Look! There is a camel across the street! Olhe! Há um They were walking around the lake. Eles estavam cami-
camelo do outro lado da rua! nhando ao redor do lago.
Movimento ou Direcionamento
Stop spinning around, you’ll feel dizzy. Pare de girar.
Você vai se sentir tonto.
AS FAR AS
Lugar ou Posição
They walked as far as the lake this morning. Eles cami-
nharam até o lago essa manhã.
Movimento ou Direcionamento
There are a lot of bridges across Tietê river. Existem AT
muitas pontes que atravessam o rio Tietê. Tempo
It will be fishined at the end of the month. Isso vai estar
AFTER acabado no final do mês.
Tempo Lugar ou Posição
She is going to a party after dinner. Ela vai a uma festa We live at 389 Park Avenue. Moramos na Park Avenue,
depois do jantar. nº 389.
Lugar ou Posição
They were running after him! Elas estavam correndo BEFORE
atrás dele! Tempo
Before you go, let me talk to you. Antes de você ir, dei-
AGAINST
xe-me falar com você.
Lugar ou Posição
Lugar ou Posição
The man leaned against the tree. O homem apoiou-se
The groom was standing before the altar, waiting for
junto à árvore.
the bride. O noivo estava posicionado na frente do altar,
Movimento ou Direcionamento
esperando pela noiva.
She was against the wall. Ela estava contra a parede.
BEHIND
ALL OVER
Lugar ou Posição
Lugar ou Posição
There is milk all over the kitchen! Tem leite por toda a The police were behind the door. A polícia estava atrás
cozinha! da porta.
ALONG BELOW
Lugar ou Posição Lugar ou Posição
There are trees along the road. Há árvores ao longo da Guatemala is below Mexico. A Guatemala fica abaixo
estrada. do México.
Movimento ou Direcionamento
The runners were running along the street. Os marato-
nistas estavam correndo pela/ao longo da rua.
AMONG
Lugar ou Posição
There was a hut among the trees. Havia uma cabana
entre as árvores.
16
LÍNGUA INGLESA
BEYOND
Lugar ou Posição
The camping site is beyond those hills. O local de
acampamento é além daquelas colinas.
Movimento ou Direcionamento
We drove beyond the city limits. Nós dirigimos além
dos limites do município.
BY
Tempo
By next week I will have handed in my book. No mais
tardar até semana que vem eu vou ter entregue meu livro.
Lugar ou Posição
The bank is by the supermarket. O banco é ao lado do
supermercado.
1. Os Pronomes Pessoais do Caso Reto desempenham
CLOSE TO
papel de sujeito (subject) da oração:
Lugar ou posição
Rachel and I go to the park every day. (Eu e Raquel
I don’t like to sit close to the window. Eu não gosto de
vamos ao parque todos os dias.)
me sentar perto da janela.
She is Brazilian. (Ela é Brasileira.)
DURING
Duração 2. Os Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo desempe-
I’ll visit you during the afternoon. Eu vou visitá-lo du- nham as seguintes funções:
rante a tarde. a) Objeto direto ou indireto:
FAR FROM Alfred loves her. (Alfredo a ama.)
Lugar ou Posição b) Objeto de preposição:
We live far from the University campus. Nós moramos We talked to him last night. (Nós falamos com ele
longe do campus universitário. ontem à noite.)
FOR
Duração OBSERVAÇÕES:
I have studied here for thirteen years. Eu estudei aqui 1. É indispensável que se saiba claramente a diferença
por treze anos. entre sujeito e objeto.
We saw him at the bookstore. (Nós o vimos na livra-
FROM ria.)
Duração (s.) (o.)
I’ll be in the office from eight a.m. on. Eu estarei no He saw us at the bookstore. (Ele nos viu na livraria.)
escritório das oito horas da manhã em diante. (s.) (o.)
Movimento ou Direcionamento I gave you a flower. (Eu lhe dei uma flor.)
We flew from Paris into São Paulo in eleven hours. Voa- (s.) (o.)
mos de Paris a São Paulo em onze horas. You sent me a letter. (Você me mandou uma carta.)
(s.) (o.)
PRONOMES - PRONOUNS 2. You é Pronome Reto (sujeito/subject pronoun) e
Pronome é a classe de palavras que acompanha ou também Pronome Oblíquo (objeto/object pronoun).
substitui um substantivo ou um outro pronome, indicando You are a beautiful woman. (Você é uma mulher bo-
sua posição em relação às pessoas do discurso ou mesmo nita.)
situando-o no espaço e no tempo. Os pronomes nos aju- (s.)
dam a evitar repetições desnecessárias na fala e na escrita. He gave some flowers to you. (Ele deu flores a você.)
São divididos em: (o.)
17
LÍNGUA INGLESA
3. Em Inglês não há omissão do sujeito como pode ocorrer em Português, salvo em raríssimas exceções e em lingua-
gem muito informal. No caso de sujeito inexistente, oculto ou indeterminado, devemos empregar it, we ou they.
It is easy to play basketball. (É fácil jogar basquete.)
We speak Italian in Italy. (Falamos Italiano na Itália.)
It started to rain. (Começou a chover.)
We will go to the beach in the summer. (Iremos para a praia no verão.)
They always think I am wrong. (Sempre acham que eu estou errado.)
18
LÍNGUA INGLESA
c) Os Pronomes Possessivos (Possessive Pronouns), em Inglês, não se flexionam, ou seja, valem tanto para o singular
como para o plural. Isso não ocorre na Língua Portuguesa, onde os Pronomes Possessivos Substantivos se flexionam e mu-
dam sua forma do singular para o plural.
This copybook is ours. (Este caderno é nosso.)
These copybooks are ours. (Estes cadernos são nossos.)
This car is mine. (Este carro é meu.)
These cars are mine. (Estes carros são meus.)
d) Os Pronomes Possessivos (Possessive Pronouns) podem ser usados em construções com a preposição of.
Daniel and John are friends of ours. (Daniel e João são nossos amigos.)
She is a relative of his. (Ela é parente dele.)
He was an enemy of hers. (Ele era um inimigo dela.)
e) Em inglês, nunca se usa artigo (the, a, an) na frente dos pronomes possessivos.
(NUNCA FALE): My songs are good, but not like the his. (Minhas músicas são boas, mas não como as dele).
Para entender melhor os Pronomes Reflexivos (Reflexive Pronouns) observe o que acontece com a ação do verbo
nesta frase:
The girl cut the watermelon with a knife. (A menina cortou a melancia com uma faca.)
- Quem cortou? a menina (the girl)
- O que foi cortado? a melancia (the watermelon)
Nesse exemplo, a ação do verbo recai sobre o objeto, que é a melancia.
Observe, agora, esta outra frase:
The girl cut herself with a knife. (A garota cortou-se com uma faca.)
- Quem cortou? a garota (the girl)
- O que foi cortado? a garota (the girl)
Nesse exemplo, a ação do verbo recai sobre o próprio sujeito que a praticou.
Observe outros exemplos onde a ação do verbo recai sobre o próprio sujeito que a pratica e concorda com ele.
He hurt himself last week. (Ele se machucou na semana passada.)
Jane killed herself. (Jane se matou.)
Take care of yourself! (Cuide-se!)
19
LÍNGUA INGLESA
20
LÍNGUA INGLESA
IMPORTANTE:
Muitos brasileiros, ao falar em Inglês, caem no erro de usar seguidamente o Pronome Demonstrativo (Demonstrative
Pronoun) this, quando deveriam usar that. Lembre-se de que os pronomes this/these devem ser usados somente quando
a pessoa ou a coisa a que se referem está muito próxima de quem fala. Nos demais casos, dê total preferência para o uso
de that/those (principalmente ao that), pois nunca é demais insistir que, além de aquele, aquela e aquilo, este pronome
demonstrativo significa, também, esse, essa e isso. Veja os exemplos abaixo.
What is that? (O que é isso?)
That is the book I want. (Esse é o livro que eu quero.)
That is it! (É isso aí!)
Who told you that? (Quem lhe disse isso?)
That is not the newspaper I wanted. (Esse não é o jornal que eu queria.)
That is so terrific! (Isso é tão impressionante!)
Don’t forget that! (Não se esqueça disso!)
Fonte: http://www.solinguainglesa.com.br/conteudo/pronomes5.php
Algumas palavras que aparecem nos textos demandam um pouco mais de atenção para inferi-las e reconhecê-las du-
rante a leitura.
São as chamadas palavras derivadas, ou seja, palavras que apresentam componentes denominados genericamente de
afixos – que podem ser prefixos ou sufixos.
O conhecimento da formação das palavras é muito útil, sem dúvida, para sua compreensão. Isto significa que é neces-
sário reconhecer os afixos mais comumente usados na língua que se que aprender e, naturalmente, seu significado.
Sufixos e prefixos podem ser acrescentados às palavras dando-lhes novos significados e, quase sempre, alternando sua
classe gramatical. Portanto, atenção: habitue-se a descobrir ou reconhecer o significado de palavras e expressões através
de prefixos e sufixos, da nova posição que ocupam na frase, como também na alteração da classe gramatical.
A fim de facilitar sua identificação, colocamos a seguir uma lista com os afixos mais usados na língua inglesa.
Prefixação – o prefixo muda o significado da palavra primitiva, mas não muda a classe gramatical.
21
LÍNGUA INGLESA
22
LÍNGUA INGLESA
Fonte: http://www.enemvirtual.com.br/formacao-de-palavras-em-ingles/
Exercicios
01) Marque, dentre as alternativas abaixo, qual o pronome possessivo adjetivo que substitui corretamente “joana” na
frase: Joana’s bus is leaving at 4 o’clock.
A) his bus is leaving at 4 o’clock.
B) your bus is leaving at 4 o’clock.
C) her bus is leaving at 4 o’clock.
D) hers bus is leaving at 4 o’clock.
E) our bus is leaving at 4 o’clock.
Resposta: C
O pronome possessivo adjetivo que substitui Joana, neste caso, é o her, uma vez que esse é o pronome que deve ser
usado com a terceira pessoa feminina do singular. Lembre-se que os adjetivos possessivos devem, sempre, aparecer acom-
panhados de substantivos. Neste exercício o adjetivo possessivo “her” está acompanhando o substantivo “bus”.
02) Complete a frase corretamente com o pronome pessoal do caso oblíquo: Take these books and put _____ in the
table.
A) it
B) them
C) their
D) its
E) that
Resposta: B
Os Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo exercem função de objeto. Neste caso, o Pronome Pessoal que corresponde a
“books” é o “them”, pois sua forma é no plural.
23
LÍNGUA INGLESA
ANOTAÇÕES
__________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
24
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
1
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
A função administrativa nesse novo enfoque deixa de ser Essa teoria nasceu como uma forma de reação e opo-
exclusiva da alta gerência, ficando difundida proporcio- sição à Teoria Clássica da Administração.” (CHIAVENATO,
nalmente entre todos os níveis hierárquicos, quando mais 2004, p.83). As ideias centrais desse movimento baseiam-se
alto o cargo, mais funções administrativas apareciam, mas, no conceito de homo social em oposição ao homo econo-
ainda assim, os executivos têm maior responsabilidade micus, tendo em vista que para tais pensadores o homem
administrativa, distinguindo-se das funções técnicas, isto tem necessidades superiores à recompensa exclusivamente
é, ainda havia distinção entre princípios e técnicas. Fayol econômica. Apesar de não ter sido essa a hipótese inicial
adotou alguns princípios da Administração Cientifica, como de estudo, a experiência na Western Eletric de Hawthorne
a divisão do trabalho e disciplina, abandonando outros e permitiram aos pesquisadores conhecer, também, a supe-
acrescendo os princípios de autoridade e responsabilidade, rioridade do grupo informal na produtividade em relação
espírito de equipe e iniciativa, entre outros. Enquanto Ford e ao grupo formal. “Por grupos informais entendemos um
Taylor cuidaram da empresa de baixo pra cima, Fayol cuidou conjunto de indivíduos suficientemente pequeno, de forma
da empresa de cima pra baixo. que possam comunicar-se entre si direta e frequentemen-
O quarto integrante da Escola Clássica, Max Weber, te.” (PEREIRA apud MOTTA; VASCONCELOS, 2002, p.63).
buscou sintetizar os pontos comuns às organizações for- Uma vez reconhecido que o a recompensa salarial não
mais modernas em detrimento as organizações primitivas. é suficiente, surge a política de incentivos psicossociais,
Weber se assemelhou aos outros Clássicos ao identificar nas com o objetivo de motivar e satisfazer o trabalhador para
organizações as chamadas disfunções burocráticas, isto é, que esse trabalhe em função do objetivo formal da empre-
o seguimento rígido das regras, não levando em conta a sa, conforme destacado por Motta e Vasconcelos:
variabilidade humana, como na abordagem dos outros. [...] preocupada com a relação entre a moral e a produ-
tividade, a Escola de Relações Humanas colocou na motiva-
As teorias posteriores ao pensamento Clássico ção a grande possibilidade de levar o individuo a trabalhar
Conforme Maximiano (2000) as pessoas não eram ne- para o atingimento dos objetivos da organização formal.
gligenciadas pelas teorias clássicas, mas eram consideradas (MOTTA; VASCONCELOS, 2002, p.63)
recursos do processo produtivo. “Essa maneira prescritiva Tal princípio é antagônico ao proposto pelas teorias
de lidar com os problemas organizacionais é entendida Clássicas uma vez que abrange, além dos incentivos finan-
pela inexistência de referencias na época.” (COLLA, 2003). ceiros, o reconhecimento do trabalhador, instigando a sua
Em decorrência dos problemas tidos por tal pensamento, autoestima e sentimento de realização. Dentro do campo
fez-se necessária a adoção de um método que consideras- da motivação humana salientam-se os teóricos Abraham
se as pessoas o fator primordial no processo administrati-
Maslow e Frederick Herzberg. Moraes, Sant’anna e Kilimnik
vo, ou seja, o enfoque passou a ser comportamental. Esse
(2005) ressaltam como os estados psicológicos são capa-
princípio comportamental pode ser subdividido em dois
zes de determinar a motivação e a satisfação nas tarefas
grandes grupos: o comportamento individual e o coleti-
e como os trabalhadores passam a agir de acordo com a
vo. Tal pensamento “surgiu graças ao desenvolvimento das
direção determinada pela empresa, em razão de tais:
ciências sociais, notadamente a Psicologia e, em particular, a
O primeiro desses estados é definido como a signifi-
Psicologia do Trabalho.”(CHIAVENATO, 2004, p.80), reconhe-
cendo então “a possibilidade de incluir uma maior parcela cância percebida ou o grau com que o sujeito vê seu traba-
dos membros da organização, antes simples executores de lho como importante, valioso e significativo, dentro de sua
ordens, no papel de tomador de decisão, exercitando seu escala de valores. O segundo refere-se à responsabilidade
julgamento [...]” (AGOSTINHO, 2003). percebida pelo trabalhador em relação a seu trabalho, isto
Chiavenato (2004) ainda destaca que entre as teorias é, ao grau em que o profissional se sente responsável pe-
Clássica e das Ralações Humanas, surgiram autores que, los resultados do trabalho que executa. Já o terceiro, diz
apesar de defenderem os princípios clássicos, foram pio- respeito ao conhecimento dos resultados do trabalho, ou
neiros em revisar, criticar e reformular tais bases administra- seja, ao grau em que o indivíduo conhece e entende seu
tivas, tais como: Hugo Munsterberg (responsável pela apli- desempenho efetivo na tarefa. (MORAES; SANT’ANNA; KI-
cação da psicologia às organizações e testes de seleção de LIMNIK, 2005).
pessoal), Ordway Tead (pioneiro na abordagem da liderança A abordagem Neoclássica surgiu após a Teoria Com-
democrática na administração), Mary Parker Follet (introdu- portamental e nada mais é do que o resgate da Teoria
tora da corrente psicológica na Administração e da lei da Clássica atualizada e redimensionada aos problemas ad-
situação: o certo e errado são determinados pela situação ministrativos atuais, como o próprio nome já indica, e ao
concreta), Chester Barnard (precursor da teoria da coopera- tamanho das organizações contemporâneas. A mesma ca-
ção na organização, visando superar as limitações pessoais). racteriza-se por uma forte ênfase nos aspectos práticos da
A primeira Escola com enfoque comportamental foi a Administração, pelo pragmatismo e pela busca de resul-
de Relações Humanas que surgiu “como consequência das tados reais e palpáveis. Nesse método a ênfase se dá nos
conclusões da Experiência de Hawthorne, desenvolvida por objetivos e nos resultados, ou seja, na eficiência, tendo em
Elton Mayo e colaboradores. Apesar dessa experimento ter vista que, para essa, todas as organizações com essa finali-
sido o precursor da Escola de Relações Humanas, a Teoria dade. Essa proposição absorve o conteúdo de quase todas
Comportamental tem o seu início com Herbert Simon, res- as outras teorias antecedentes, “expurgando-os dos exa-
ponsável por apontar a limitação imposta pela racionalida- geros e distorções típicos do pioneirismo” (CHIAVENATO,
de cientifica. 2004, p. 148). Os neoclássicos consideram “a Administração
2
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
A Administração e suas teorias no mundo contempo- Regula o processo administrativo no âmbito da Admi-
râneo nistração Pública Federal.
Os teóricos clássicos têm importâncias positivas e ne-
gativas, até os dias de hoje. Para Chiavenato, Fayol e Taylor O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
têm importância histórica para as organizações: gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
O pioneiro da Teoria Clássica, Henri Fayol, é conside-
rado – juntamente com Taylor – um dos fundadores da CAPÍTULO I
moderna Administração. Definiu as funções básicas da em- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
presa, o conceito de Administração [...], bem como proce-
dimentos universais a serem aplicados a qualquer tipo de Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o pro-
organização ou empresa. (CHIAVENATO, 2004, p.74) cesso administrativo no âmbito da Administração Federal
Segundo Morgan (1997), o uso de máquinas reduziu os
direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direi-
trabalhadores a autômatos, não sendo permitido ao operá-
tos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins
rio ser humano, isto é, exercer sua capacidade de pensar e
da Administração.
se adaptar as diversas situações, além da visão ilusória de
Processo é “a relação jurídica integrada por algumas
que as tarefas enfrentadas pelas organizações podem ba-
seadas naquelas desempenhadas pelas máquinas, inibindo pessoas, que nela exercem várias atividades direcionadas
a inovação. Com isso, os empregados perdem oportuni- para determinado fim”. Tratando-se de uma relação admi-
dades de crescimento pessoal, despendendo muitas ho- nistrativa, a relação jurídica traduzirá um processo adminis-
ras por dia em trabalho que não valorizam nem apreciam, trativo. Logo, processo administrativo é “o instrumento que
enquanto as organizações perdem contribuições criativas formaliza a sequência ordenada de atos e de atividades do
e inteligentes que a maioria dos empregados é capaz de Estado e dos particulares a fim de ser produzida uma von-
fazer, se permitido. tade final da Administração”
No outro extremo filosófico destacam-se os métodos .
que valorizam exatamente o desprezado pelas Teorias Clás- Processo administrativo não se confunde com procedi-
sicas: “a criatividade é o elemento central, sendo percebida mento administrativo. O primeiro pressupõe a sucessão or-
como necessária para a geração de propriedade intelec- denada de atos concatenados visando à edição de um ato
tual.” (BENDASSOLLI et al., 2009). As organizações contem- final, ou seja, é o conjunto de atos que visa à obtenção de
porâneas têm percebido a capacidade intelectual e dado decisão sobre uma controvérsia no âmbito administrativo;
merecido reconhecimento à iniciativa de seus funcionários, o segundo corresponde ao rito, conjunto de formalidades
identificando essas como fundamentais para melhorias no que deve ser observado para a prática de determinados
processo produtivo e essa forma de gestão tem alto valor atos, e é realizado no interior do processo, para viabilizá-lo.
no mercado contemporâneo, pois atende às necessidades A Lei n° 9.784/99 estabelece as regras para o processo
da organização e seus trabalhadores e permite a integra- administrativo e institui um sistema normativo que fornece
ção ao mercado atendido por essa. uniformidade aos diversos procedimentos administrativos
Texto adaptado de: http://www.administradores.com. em trâmite.
br/artigos/negocios/teorias-administrativas-a-evolucao-
-em-decorrencia-das-necessidades/35538/ § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos ór-
gãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quan-
do no desempenho de função administrativa.
Vale para as três esferas de poder.
3
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre ou- VIII - observância das formalidades essenciais à garan-
tros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, tia dos direitos dos administrados;
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla IX - adoção de formassimples, suficientes para propi-
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse pú- ciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos di-
blico e eficiência. reitos dos administrados;
Legalidade é o respeito estrito da lei; finalidade é a Respeito às formalidades não significa excesso de for-
prática de todo e qualquer ato visando um único fim, o in- malismo.
teresse público; motivação é a necessidade de fundamen- X - garantia dos direitos à comunicação, à apresenta-
tação de todas as decisões; razoabilidade é a tomada de ção de alegações finais, à produção de provas e à inter-
decisões racionais e corretas; proporcionalidade é o equi- posição de recursos, nos processos de que possam resultar
líbrio que deve se fazer presente na tomada de decisões; sanções e nas situações de litígio;
moralidade é o conhecimento das leis éticas que repousam XI - proibição de cobrança de despesas processuais,
no seio social; ampla defesa é a necessidade de se garantir ressalvadas as previstas em lei;
meios para a pessoa responder acusações e buscar as re- XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo,
formas previstas em lei para decisões que a prejudiquem; sem prejuízo da atuação dos interessados;
contraditório é a oitiva da outra pessoa sempre que a que XIII - interpretação da norma administrativa da forma
se encontra no outro polo da relação se manifestar; segu- que melhor garanta o atendimento do fim público a que se
rança jurídica é a garantia social de que as leis serão res- dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
peitadas e cobrirão o mais vasto rol re relações socialmente Se o entendimento mudar, não atinge casos passados.
relevantes possível; interesse público é o interesse de toda
a coletividade; eficiência é a junção da economicidade com CAPÍTULO II
a produtividade, aliando gastos sem que se perca em qua- DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
lidade da atividade desempenhada.
Há, ainda, princípios implícitos no decorrer da lei: pu- Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos pe-
rante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe se-
blicidade; oficialidade; informalismo ou formalismo mo-
jam assegurados:
derado; gratuidade (a atuação na esfera administrativa é
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servi-
gratuita); pluralidade de instâncias; economia processual;
dores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o
participação popular.
cumprimento de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administra-
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
tivos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos
observados, entre outros, os critérios de:
autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer
I - atuação conforme a lei e o Direito;
as decisões proferidas;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a re- III - formular alegações e apresentar documentos an-
núncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo tes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo
autorização em lei; órgão competente;
O interesse coletivo deve sempre predominar. IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado,
III - objetividade no atendimento do interesse público, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; Quando for parte num processo administrativo a pes-
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, de- soa tem direito a ser tratada com respeito, a obter infor-
coro e boa-fé; mações sobre o trâmite, a nele se manifestar e juntar do-
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressal- cumentos e, apenas se quiser, ser assistida por advogado.
vadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; Logo, é opcional a presença de advogado.
Neste sentido, o art. 5°, XXXIII, CF: “todos têm direito
a receber dos órgãos públicos informações de seu interes- CAPÍTULO III
se particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segu- Art. 4o São deveres do administrado perante a Adminis-
rança da sociedade e do Estado”. tração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposi- I - expor os fatos conforme a verdade;
ção de obrigações, restrições e sanções em medida superior II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do inte- III - não agir de modo temerário;
resse público; IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e
A única razão para o Estado interferir é em razão do colaborar para o esclarecimento dos fatos.
interesse da coletividade. O administrado não pode tentar se aproveitar da Ad-
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito ministração, trazendo fatos irreais, tumultuando e confun-
que determinarem a decisão; dindo o processo. Deve sempre proceder para esclarecer os
Não basta que a decisão indique os fundamentos ju- fatos de maneira verdadeira.
rídicos, devendo também associá-los aos fatos apurados.
4
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
5
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
III - domicílio do requerente ou local para recebimento atingidos seja relevante (sob pena de se caracterizar ape-
de comunicações; nas interesse individual homogêneo). O interesse coletivo
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e se difere do interesse difuso porque no interesse difuso não
de seus fundamentos; é possível estabelecer com clareza quem faz parte do grupo
V - data e assinatura do requerente ou de seu repre- e quem não faz.
sentante.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa CAPÍTULO VI
imotivada de recebimento de documentos, devendo o ser- DA COMPETÊNCIA
vidor orientar o interessado quanto ao suprimento de even-
tuais falhas. Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos
órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, sal-
Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão vo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
elaborar modelos ou formulários padronizados para as- Se a um órgão administrativo foi atribuído o dever de
suntos que importem pretensões equivalentes. apurar determinadas matérias por processo administrativo,
ele não pode se omitir.
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de in-
teressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se
poderão ser formulados em um único requerimento, salvo não houver impedimento legal, delegar parte da sua com-
preceito legal em contrário. petência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não
As regras a respeito do início do processo administra- lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for con-
tivo mostram que a Administração tem interesse de que o veniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social,
administrado tenha acesso à via decisória administrativa. econômica, jurídica ou territorial.
Por isso, embora exija formalidades, se coloca numa posi- Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo apli-
ção de esclarecedora de falhas e de responsável por dire- ca-se à delegação de competência dos órgãos colegiados
cionamentos quanto ao conteúdo dos requerimentos. Não aos respectivos presidentes.
obstante, aceita requerimento coletivo se o conteúdo e o
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
fundamento dele for idêntico.
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
CAPÍTULO V
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
DOS INTERESSADOS
autoridade.
Art. 9o São legitimados como interessados no processo
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser
administrativo: publicados no meio oficial.
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titu- § 1o O ato de delegação especificará as matérias e
lares de direitos ou interesses individuais ou no exercício poderes transferidos, os limites da atuação do delegado,
do direito de representação; a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível,
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm di- podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
reitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo
ser adotada; pela autoridade delegante.
III - as organizações e associaçõesrepresentativas, no § 3o As decisões adotadas por delegação devem men-
tocante a direitos e interesses coletivos; cionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituí- editadas pelo delegado.
das quanto a direitos ou interesses difusos. Delegação é a transferência da competência para deci-
dir, não havendo lei que a proíba. O ato de delegação não
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrati- pode ser genérico, devendo delimitar qual a abrangência da
vo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial transferência (matérias e poderes). Tal delegação pode ser
em ato normativo próprio. cancelada a qualquer tempo.
“Além das pessoas físicas ou jurídicas titulares de di-
reitos e interesses diretos, podem ser interessadas pessoas Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por mo-
que possam ter direitos ameaçados em decorrência da de- tivos relevantes devidamente justificados, a avocação tem-
cisão do processo; também as organizações e associações porária de competência atribuída a órgão hierarquicamente
representativas podem defender interesses coletivos e as inferior.
pessoas ou associações legítimas podem invocar a tutela Avocar é trazer de volta para si aquilo que delegou a
de interesses difusos” outrem, o que poderá ocorrer por um período de tempo.
.
Interesses coletivos são os que pertencem a um grupo Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão
que não se sabe o número total mas cujo numero total é publicamente os locais das respectivas sedes e, quando con-
possível ser definido pois os critérios para definir quem faz veniente, a unidade fundacional competente em matéria de
parte dele são claros, sendo necessário que o número de interesse especial.
6
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o pro- Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário nor-
cesso administrativo deverá ser iniciado perante a autorida- mal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso
de de menor grau hierárquico para decidir. regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à
Administração.
CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do ór-
gão ou autoridade responsável pelo processo e dos adminis-
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo trados que dele participem devem ser praticados no prazo de
o servidor ou autoridade que: cinco dias, salvo motivo de força maior.
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser
II - tenha participado ou venha a participar como pe- dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação.
rito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocor-
rem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferen-
o terceiro grau; cialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com se outro for o local de realização.
o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. Não existem muitas formalidades que cercam os atos
do processo administrativo, mas é preciso que eles se-
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impe- jam escritos em vocabulário adequado com data, local e
dimento deve comunicar o fato à autoridade competente, assinatura. Diante da dispensa de formalidades, não seria
abstendo-se de atuar. razoável sempre exigir reconhecimento da assinatura. Os
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o im- atos são praticados em dias úteis (segunda a sábado), no
pedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. horário regular de funcionamento da repartição. O prazo
para a prática dos atos é de cinco dias, prorrogáveis para
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou 10 mediante justificação (na prática, não é o que acontece
servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com porque a Administração é sobrecarregada de processos e
algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, com- não há sanção pelo descumprimento do prazo).
panheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
CAPÍTULO IX
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição pode- DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
rá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
No impedimento é vedada a participação porque in- Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o
tensa a possibilidade de que não se permaneça isento na processo administrativo determinará a intimação do inte-
condução do processo, na suspeição o risco é menor mas ressado para ciência de decisão ou a efetivação de dili-
- ainda assim - o afastamento é conveniente gências.
(por isso o processo continua em andamento se a ale- § 1o A intimação deverá conter:
gação de suspeição for afastada e dela se recorrer). I - identificação do intimado e nome do órgão ou enti-
dade administrativa;
CAPÍTULO VIII II - finalidade da intimação;
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PRO- III - data, hora e local em que deve comparecer;
CESSO IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou
fazer-se representar;
Art. 22. Os atos do processo administrativo não depen- V - informação da continuidade do processo indepen-
dem de forma determinada senão quando a lei expressa- dentemente do seu comparecimento;
mente a exigir. VI - indicação dos fatos e fundamentos legais perti-
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por es- nentes.
crito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização § 2o A intimação observará a antecedência mínima de
e a assinatura da autoridade responsável. três dias úteis quanto à data de comparecimento.
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no pro-
somente será exigido quando houver dúvida de autentici- cesso, por via postal com aviso de recebimento, por tele-
dade. grama ou outro meio que assegure a certeza da ciência
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia do interessado.
poderá ser feita pelo órgão administrativo. § 4o No caso de interessados indeterminados, desco-
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas se- nhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser
quencialmente e rubricadas. efetuada por meio de publicação oficial.
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem ob-
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias servância das prescrições legais, mas o comparecimento do
úteis, no horário normal de funcionamento da repartição administrado supre sua falta ou irregularidade.
na qual tramitar o processo.
7
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa § 1o A abertura da consulta pública será objeto de di-
o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a vulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas
direito pelo administrado. ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será para oferecimento de alegações escritas.
garantido direito de ampla defesa ao interessado. § 2o O comparecimento à consulta pública não confere,
por si, a condição de interessado do processo, mas confere
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do pro- o direito de obter da Administração resposta fundamenta-
cesso que resultem para o interessado em imposição de de- da, que poderá ser comum a todas as alegações substan-
veres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos cialmente iguais.
e atividades e os atos de outra natureza, de seu inte- Consulta Pública é um sistema criado com o objetivo
resse. de auxiliar na elaboração e coleta de opiniões da sociedade
Intimação é o ato pelo qual se dá ciência ao interes- sobre temas de importância. Esse sistema permite intensi-
sado de alguma decisão ou do dever de comparecer para ficar a articulação entre a representatividade e a sociedade,
prestar informações. Ela possui um conteúdo específico e permitindo que a sociedade participe da formulação e defi-
deve ser feita pessoalmente, a não ser quando o interes- nição de políticas públicas. O IBAMA costuma utilizar deste
sado for indeterminado, desconhecido ou com domicílio recurso na tomada de suas decisões
desconhecido, caso em que se aceitará intimação por edi- .
tal. Não obedecidas as formalidades, a intimação é nula, Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autori-
de forma que é como se os atos do processo que deveriam dade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada
ser cientificados não o tivessem sido, fazendo com que ele audiência pública para debates sobre a matéria do pro-
volte ao estágio em que a pessoa deveria ter sido intima- cesso.
“Audiência pública é um instrumento que leva a uma
da. O desatendimento de uma intimação não faz com que
decisão política ou legal com legitimidade e transparência.
se presuma que o intimado estava errado. Destaque para
Cuida-se de uma instância no processo de tomada da de-
o art. 28, que delimita as espécies de situações em que
cisão administrativa ou legislativa, através da qual a auto-
cabe intimação.
ridade competente abre espaço para que todas as pessoas
que possam sofrer os reflexos dessa decisão tenham opor-
CAPÍTULO X tunidade de se manifestar antes do desfecho do processo.
DA INSTRUÇÃO É através dela que o responsável pela decisão tem acesso,
simultaneamente e em condições de igualdade, às mais va-
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averi- riadas opiniões sobre a matéria debatida, em contato dire-
guar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão to com os interessados”
realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão res- .
ponsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interes- Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em ma-
sados de propor atuações probatórias. téria relevante, poderão estabelecer outros meios de parti-
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar cipação de administrados, diretamente ou por meio de orga-
dos autos os dados necessários à decisão do processo. nizações e associações legalmente reconhecidas.
§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos
interessados devem realizar-se do modo menos oneroso Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública
para estes. e de outros meios de participação de administrados deverão
Atividades de instrução são as atividades de produ- ser apresentados com a indicação do procedimento adotado.
ção de provas no processo. Sob o aspecto objeto, prova é
“o conjunto de meios produtores da certeza jurídica ou o Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a
conjunto de meios utilizados para demonstrar a existência audiência de outros órgãos ou entidades administrativas po-
de fatos relevantes para o processo”; sob o aspecto subje- derá ser realizada em reunião conjunta, com a participação
tivo, prova “é a própria convicção que se forma no espírito de titulares ou representantes dos órgãos competentes, la-
do julgador a respeito da existência ou inexistência de fa- vrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.
tos alegados no processo”
. Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que
tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao ór-
gão competente para a instrução e do disposto no art. 37
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as
desta Lei.
provas obtidas por meios ilícitos.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e da-
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assun-
dos estão registrados em documentos existentes na pró-
to de interesse geral, o órgão competente poderá, median-
pria Administração responsável pelo processo ou em outro
te despacho motivado, abrir período de consulta pública
órgão administrativo, o órgão competente para a instrução
para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido,
proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das
se não houver prejuízo para a parte interessada.
respectivas cópias.
8
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
O interessado deve provar o que alegou, salvo quan- As situações são diferentes conforme o parecer obri-
do a prova estiver em documento que esteja em poder da gue que a decisão seja tomada num determinado sentido
Administração, caso em que ela deverá de ofício provê-los (vinculante) ou não.
(ou cópias).
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e an- ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos admi-
tes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, nistrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assi-
requerer diligências e perícias, bem como aduzir alega- nalado, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar
ções referentes à matéria objeto do processo. laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e ca-
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados pacidade técnica equivalentes.
na motivação do relatório e da decisão.
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante deci- Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direi-
são fundamentada, as provas propostas pelos interessados to de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se
quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou outro prazo for legalmente fixado.
protelatórias. Produzidas as provas, antes da decisão, o interessado
O interessado tem direito à prova, juntando documen- poderá se manifestar.
tos e requerendo diligências e perícias, mas não pode abu-
sar deste direito, requerendo provas não autorizadas pelo Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pú-
direito, que não tenham a ver com o caso ou que apenas blica poderá motivadamente adotar providências acautela-
visem prorrogar o processo. doras sem a prévia manifestação do interessado.
Providências acautelatórias são aquelas que deveriam
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informa- ser tomadas num determinado momento do processo mas,
ções ou a apresentação de provas pelos interessados ou ter- para evitar que ela se torne impossível posteriormente, ela
ceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencio- é antecipada. Por exemplo, oitiva de uma testemunha que
está no leito de morte.
nando-se data, prazo, forma e condições de atendimento.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, po-
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo
derá o órgão competente, se entender relevante a matéria,
e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e
suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a
documentos que o integram, ressalvados os dados e docu-
decisão.
mentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à
privacidade, à honra e à imagem.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solici-
tados ao interessado forem necessários à apreciação de pe-
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente
dido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o
Administração para a respectiva apresentação implicará ar- pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e for-
quivamento do processo. mulará proposta de decisão, objetivamente justificada, en-
O interessado deve ser intimado quando for necessária caminhando o processo à autoridade competente.
a apresentação de informações ou provas e, não compare-
cendo perante a Administração, embora não se presuma CAPÍTULO XI
que ela esteja correta, será feito o arquivamento do pro- DO DEVER DE DECIDIR
cesso. Diante disso, o interessado poderá, no futuro, abri-lo
novamente. Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamen-
te emitir decisão nos processos administrativos e sobre so-
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou licitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
diligência ordenada, com antecedência mínima de três
dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização. Art. 49. Concluída a instrução de processo administra-
tivo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente
órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo motivada.
máximo de quinze dias, salvo norma especial ou compro- A autoridade competente não pode se eximir de deci-
vada necessidade de maior prazo. dir, possuindo um prazo de 30 dias após o fim do processo
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de administrativo para tanto.
ser emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento
até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem CAPÍTULO XII
der causa ao atraso. DA MOTIVAÇÃO
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante dei-
xar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados,
prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuí- com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos,
zo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento. quando:
9
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; Extinção é o término do processo, que se dará quando
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou san- sua finalidade tiver acabado ou quando seu objeto se tor-
ções; nar impossível inútil ou prejudicado.
III - decidam processos administrativos de concurso ou
seleção pública; CAPÍTULO XIV
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de proces- DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
so licitatório;
V - decidam recursos administrativos; Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos,
VI - decorram de reexame de ofício; quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e re- os direitos adquiridos.
latórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou con- Art. 54. O direito da Administração de anular os atos
validação de ato administrativo. administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruen- destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
te, podendo consistir em declaração de concordância com foram praticados, salvo comprovada má-fé.
fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo
ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pa-
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, gamento.
pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fun- § 2o Considera-se exercício do direito de anular qual-
damentos das decisões, desde que não prejudique direito ou quer medida de autoridade administrativa que importe im-
garantia dos interessados. pugnação à validade do ato.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e
comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarreta-
ou de termo escrito. rem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os
A Administração não pode impor arbitrariamente suas atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser conva-
decisões, devendo justificá-las. Quando da decisão de um lidados pela própria Administração.
processo administrativo deverá explicar em que normas ju-
Os atos viciados, ou seja, que tenham sido praticados
rídicas se baseou e como elas se interligam aos fatos apu-
contrários às formalidades legais, deverão ser anulados.
rados. É possível fazer remissões a pareceres, informações,
Poderão também ser anulados atos não viciados no exer-
decisões ou propostas, mas é preciso fazê-lo de forma ex-
cício da discricionariedade administrativa, mas para tanto
plícita, clara e congruente. O uso de tecnologias otimiza
é preciso respeitar os direitos adquiridos dos interessados.
os serviços, mas é preciso atenção a cada caso, não preju-
dicando direito ou garantia do interessado. Toda decisão
CAPÍTULO XV
deverá ser transcrita, caso seja proferida oralmente.
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
CAPÍTULO XIII
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em
DO PROCESSO face de razões de legalidade e de mérito.
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco
escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formu- dias, o encaminhará à autoridade superior.
lado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso ad-
§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou re- ministrativo independe de caução.
núncia atinge somente quem a tenha formulado. § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, confor- contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à auto-
me o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, ridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconside-
se a Administração considerar que o interesse público as- rar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade
sim o exige. superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da
súmula, conforme o caso.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto O recurso poderá questionar se houve correta aplica-
o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto ção da lei ou se houve correta interpretação dos fatos. Ele
da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por será interposto para a autoridade que proferiu a decisão,
fato superveniente. que poderá reconsiderar em 5 dias e, caso não o faça, en-
Caso o interessado não queira prosseguir com o pro- caminhará à autoridade superior.
cesso poderá desistir dele por completo ou de parte dele, Súmula vinculante é uma espécie de orientação profe-
mas se o interesse público for maior a Administração po- rida pelo Supremo Tribunal Federal de observância obriga-
derá continuar (por exemplo, indícios de que o interessado tória em todas instâncias de julgamento, judiciais ou admi-
praticou um ilícito contra a Administração). Se existir mais nistrativas.
de um interessado, a desistência só atinge o que desistiu.
10
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo § 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorren-
por três instâncias administrativas, salvo disposição legal te a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo
diversa. para recurso.
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso admi- Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que
nistrativo: não ocorrida preclusão administrativa.
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no Por não conhecimento entende-se a não apreciação
processo; do mérito do recurso porque ele não preencheu alguma
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indireta- das formalidades legais.
mente afetados pela decisão recorrida;
III - as organizações e associações representativas, no to-
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso po-
cante a direitos e interesses coletivos;
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou in- derá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou
teresses difusos. parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua
Para recorrer a parte tem que ter interesse, de forma competência.
que algum direito ou garantia que ela estava defendendo Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste ar-
no processo tenha obtido uma decisão contrária. tigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este
deverá ser cientificado para que formule suas alegações an-
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o tes da decisão.
prazo para interposição de recurso administrativo, contado Se a situação do recorrente puder piorar, deverá ele
a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. ser cientificado para se manifestar.
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso
administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enun-
trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão ciado da súmula vinculante, o órgão competente para
competente. decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.
ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.
Se a lei não dispuser de modo diverso, a parte tem até Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a
10 dias para recorrer e, do recebimento dos autos, a au-
reclamação fundada em violação de enunciado da súmula
toridade tem até 30 dias para julgar, os quais podem ser
vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao ór-
prorrogados por mais 30.
gão competente para o julgamento do recurso, que deverão
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento adequar as futuras decisões administrativas em casos seme-
no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedi- lhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas
do de reexame, podendo juntar os documentos que julgar cível, administrativa e penal.
convenientes. Ao julgar procedente a reclamação, o STF anulará o
ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugna-
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso da, determinando que outra seja proferida com ou sem
não tem efeito suspensivo. aplicação da súmula, conforme o caso. Também se dará
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de ciência à autoridade prolatora para que passe a decidir
difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a au- conforme a Súmula VInculante violada.
toridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de
ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. Art. 65. Os processos administrativos de que resultem
Significa que a decisão recorrida será cumprida, inde- sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido
pendentemente de haver recurso pendente. No entanto, tal ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstân-
efeito suspensivo pode ser concedido, conforme a exceção cias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da
do parágrafo único. sanção aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para
resultar agravamento da sanção.
dele conhecer deverá intimar os demais interessados para
que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações. Se surgirem novos fatos ou circunstâncias um proces-
Antes de decidir se irá apreciar o recurso, ou seja, dar so já encerrado pode ser revisto, mas eventual sanção apli-
início ao seu processamento, as partes devem ser ouvidas cada não poderá ser agravada.
no prazo de 5 dias.
CAPÍTULO XVI
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: DOS PRAZOS
I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente; Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data
III - por quem não seja legitimado; da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o
IV - após exaurida a esfera administrativa. dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
11
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primei- § 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, jun-
ro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que tando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade
não houver expediente ou este for encerrado antes da hora administrativa competente, que determinará as providências
normal. a serem cumpridas.
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo § 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identifi-
contínuo. cação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária.
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se § 3o (VETADO)
de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia § 4o (VETADO)
equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o
último dia do mês. Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
A Lei nº 9.784/99 é apenas subsidiária às demais leis que
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente com- de alguma forma abordem os procedimentos administrativos.
provado, os prazos processuais não se suspendem. Ou seja, será usada quando não houver regulamentação es-
Publicados oficialmente os atos, o prazo começa a cor- pecífica.
rer, excluído o dia da publicação e incluído o dia do ven-
cimento. Ex: prazo de 10 dias - decisão proferida dia 1º, Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independência e
começa a contar do dia 2º, indo até o dia 11, dia do venci- 111o da República.
mento, que é incluído. Se dia 2º não fosse dia útil, começa-
ria a se contar do 1º dia útil que o seguisse, assim como se
dia 11 não o fosse somente haveria vencimento no 1º dia PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
útil que o seguisse.
Somente se suspende um prazo por motivo de força
O planejamento estratégico pode ser definido como o
maior.
processo de criação e implementação de decisões sobre o
futuro de uma organização (KERZNER, 2002). Outro conceito
CAPÍTULO XVII
atualmente em uso é o gerenciamento de projetos. Hoje, é
DAS SANÇÕES
necessária uma estratégia gerencial que utiliza as unidades
operacionais para conduzir o trabalho, checar a eficiência e
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade
manter informado o alto nível gerencial.
competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em A metodologia de gerenciamento de projetos pode fazer
obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o tudo isto e é a maneira escolhida por muitas empresas para
direito de defesa. gerenciar seus aspectos críticos dos negócios (CLELAND; IRE-
As sanções aplicadas serão: pagamento de quantia cer- LAND, 2000). King (1978) diz que os projetos podem unificar as
ta, ou seja, de valor em dinheiro; ou então obrigação de estratégias e disseminá-las pelas áreas da corporação. Um ge-
fazer ou não fazer algo. renciamento de projetos de sucesso requer o preenchimento
da lacuna entre a visão da empresa e seus projetos (DINSMO-
CAPÍTULO XVIII RE, 1998). Esta é a maneira pela qual as estruturas de projetos,
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS tais como a funcional, a projetizada e a matricial e o PMO
(Project Management Office), estrutura que aplica os concei-
Art. 69. Os processos administrativos específicos conti- tos de gerenciamento de projetos dentro de uma empresa,
nuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas podem ajudar a gerar resultados planejados na estratégia da
subsidiariamente os preceitos desta Lei. mesma, através do gerenciamento de projetos. Os modelos
e as configurações de estruturas organizacionais devem ser
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qual- analisados pensando-se nas configurações gerais e de ma-
quer órgão ou instância, os procedimentos administrativos nufatura da estratégia de uma organização e sua posição na
em que figure como parte ou interessado: matriz volume-variedade (PORTER, 1979); (SLACK et al., 1996).
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) As empresas devem procurar se organizar de uma melhor
anos; maneira para gerenciar seus projetos, fazendo o alinhamento
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; entre as características temporais dos mesmos e decidindo
III - (VETADO) como elas irão se estruturar para executar seus projetos. A
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose seleção da correta estrutura pelas empresas será estratégica
múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversí- no sucesso dos projetos gerenciados por elas. Quando estes
vel e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, projetos são gerenciados por grandes empresas, o risco dos
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopa- mesmos não se tornarem um sucesso, por uma deficiente es-
tia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte de- trutura organizacional, é muito alto. E o impacto financeiro,
formante), contaminação por radiação, síndrome de imuno- devido a uma deficiente estrutura organizacional, também é
deficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em muito alto, sendo proporcional ao tamanho do projeto. Para
conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença esta dissertação, a opção metodológica adotada foi a análise
tenha sido contraída após o início do processo. de múltiplos estudos de casos, selecionando três empresas
12
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
dos seguintes segmentos: cosméticos, eletro-eletrônico e aeroespacial. Os principais elementos investigados no estudo de cam-
po foram: categorização das empresas, o papel estratégico das atividades de gerenciamento de projetos, a estrutura de geren-
ciamento de projetos existente e os investimentos em atividades relacionadas ao gerenciamento de projetos. Após a condução
das entrevistas, foi feita uma análise relacionando as funções adotadas na prática pelas empresas estudadas, com as funções
que, teoricamente, seriam as mais apropriadas para as empresas de cada segmento de negócios, quando da implantação de
estratégias através de uma estrutura organizacional.
Planejamento Tático
Relaciona-se a objetivos de curto prazo, e com maneiras e ações que, geralmente, afetam somente uma parte da empresa.
Tem como eixo central otimizar determinadas áreas de resultados, e não a empresa como um todo. Portanto, trabalha
com decomposição dos objetivos e políticas estabelecidas no planejamento estratégico. O planejamento tático é desen-
volvido em níveis organizacionais inferiores, ou seja, é realizado no nível gerencial ou departamental, tendo como principal
finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução de objetivos previamente fixados, segundo uma
estratégia predeterminada, bem como as políticas orientadoras para o processo decisório organizacional.
Características Principais:
Processo permanente e contínuo;
Aproxima o estratégico do operacional;
Aproxima os aspectos incertos da realidade;
É executado pelos níveis intermediários da organização;
Pode ser considerado uma forma de alocação de recursos;
Tem alcance mais limitado do que o planejamento estratégico, ou seja, é de médio prazo;
Produz planos mais bem direcionados às atividades organizacionais.
Questões essenciais:
O quê fazer?
Dá para fazer?
Vale a pena fazer?
Quem faz?
Como fazer bem?
Funciona?
Quando fazer?
13
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Planejamento Operacional
Pode ser considerado como a formalização, principalmente através de documentos escrito das metodologias de desen-
volvimento e implantações estabelecidas.
Portanto, nesta situação, tem-se basicamente os planos de ação, ou planos operacionais.
Os planejamentos operacionais correspondem a um conjunto de partes homogêneas do planejamento tático, e devem
conter com detalhes: os recursos necessários a seu desenvolvimento e implantação; os procedimentos básicos a serem
adotados; os produtos ou resultados finais esperados; os prazos estabelecidos e os responsáveis pela sua execução e im-
plantação.
• Planos que especificam os detalhes de como devem ser alcançados os objetivos organizacionais globais;
• Detalhado e analítico;
• Curto prazo;
• Microorientado;
• Como fazer:
Procedimento (método);
Orçamento (recursos);
Programação (tempo);
Regulamento (comportamento).
14
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
15
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
3. Hierarquia DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Uma das consequências do princípio da divisão do tra- Quando uma empresa é pequena e constituída de
balho é a diversificação funcional dentro da organização. poucas pessoas, nenhum arranjo formal para definir e
Porém, uma pluralidade de funções desarticuladas entre si agrupar as suas atividades é necessário. As pequenas em-
não forma uma organização eficiente. Como decorrência presas não requerem diferenciação ou especialização para
das funções especializadas, surge inevitavelmente a de co- distinguir o trabalho de uma pessoa ou unidade dos de-
mando, para dirigir e controlar todas as atividades para que mais. Mas, à medida que as empresas se tornam maiores e
sejam cumpridas harmoniosamente. Portanto, a organização envolvem atividades mais diversificadas, elas são forçadas
precisa, além de uma estrutura de funções, de uma estrutura a dividir as principais tarefas empresariais e transformá-
hierárquica, cuja missão é dirigir as operações dos níveis que -las em responsabilidades departamentais ou divisionais.
lhes estão subordinados. Em toda organização formal existe Departamento designa uma área, divisão ou um seg-
uma hierarquia. Esta divide a organização em camadas ou mento distinto de uma empresa sobre o qual um admi-
escalas ou níveis de autoridade, tendo os superiores auto- nistrador (seja diretor, gerente, chefe, supervisor etc) tem
ridade sobre os inferiores. À medida que se sobe na escala autoridade para o desempenho de atividades específicas.
hierárquica, aumenta a autoridade do ocupante do cargo. Assim, um departamento ou divisão é empregado com um
significado genérico e aproximativo: pode ser um órgão
4. Distribuição da Autoridade e da Responsabilidade de produção, uma divisão de vendas, a seção de conta-
A hierarquia na organização formal representa a auto- bilidade, a unidade de pesquisa e desenvolvimento ou o
ridade e a responsabilidade em cada nível da estrutura. Por setor de compras. Em algumas empresas, a terminologia
toda a organização, existem pessoas cumprindo ordens de departamental é levada a sério e indica relações hierár-
outras situadas em níveis mais elevados, o que denota suas quicas bem definidas: um superintendente cuida de uma
posições relativas, bem como o grau de autoridade em re- divisão; um gerente de um departamento; um chefe de
lação às demais. A autoridade é, pois, o fundamento da uma seção; um supervisor de um setor. Em outras em-
responsabilidade, dentro da organização formal, ela deve presas, a terminologia é simplesmente casual e pouco or-
ser delimitada explicitamente. De um modo geral, a gene- denada. Daí a dificuldade de uma terminologia universal.
ralidade do direito de comandar diminui à medida que se
O desenho departamental decorre da diferenciação de
vai do alto para baixo na estrutura hierárquica.
atividades dentro da empresa. À medida que ocorre a es-
Fayol dizia que a “autoridade” é o direito de dar ordens
pecialização com o trabalho e o aparecimento de funções
e o poder de exigir obediência, conceituando-a, ao mes-
especializadas, a empresa passa a necessitar de coordena-
mo tempo, como poder formal e poder legitimado. Assim,
ção dessas diferentes atividades, agrupando-as em unida-
como a condição básica para a tarefa administrativa, a au-
des maiores. Daí o princípio da homogeneidade: as funções
toridade investe o administrador do direito reconhecido de
dirigir subordinados, para que desempenhem atividades devem ser atribuídas a unidades organizacionais na base
dirigidas pra a obtenção dos objetivos da empresa. A auto- da homogeneidade de conteúdo, no sentido de alcançar
ridade formal é sempre um poder, uma faculdade, conce- operações mais eficientes e econômicas. As funções são
didos pela organização ao indivíduo que nela ocupe uma homogêneas na medida em que o seu conteúdo apresen-
posição determinada em relação aos outros. te semelhanças entre si. O desenho departamental é mais
conhecido como departamentalização ou divisionaliza-
5. Racionalismo da Organização Formal ção. A departamentalização é uma característica típica das
Uma das características básicas da organização formal grandes empresas e está relacionada com o tamanho da
é o racionalismo. Uma organização é substancialmente empresa e com a natureza de suas operações. Quando a
um conjunto de encargos funcionais e hierárquicos a cujas empresa cresce, as suas atividades não podem ser super-
prescrições e normas de comportamento todos os seus visionadas diretamente pelo proprietário ou pelo diretor.
membros se devem sujeitar. O princípio básico desta forma Essa tarefa de supervisão pode ser facilitada atribuindo-se
de conceber uma organização é que, dentro de limites to- a diferentes departamentos a responsabilidade pelas dife-
leráveis, os seus membros se comportarão racionalmente, rentes fases ou aspectos dessa atividade.
isto é, de acordo com as normas lógicas de comportamen- O desenho departamental ou departamentalização
to prescritas para cada um deles. Dito de outra forma, a apresenta uma variedade de tipos.Os principais tipos de
formulação orgânica de um conjunto lógico de encargos departamentalização são:
funcionais e hierárquicos está baseada no princípio de que a)funcional;
os homens vão funcionar efetivamente de acordo com tal b)por produtos e serviços;
sistema racional. c)por base territorial;
De qualquer forma, via de regra, toda organização se d) por clientela:
estrutura a fim de atingir os seus objetivos, procurando e) por processo;
com a sua estrutura organizacional a minimização de esfor- f) por projeto;
ços e a maximização do rendimento. Em outras palavras, o g) matricial.
maior lucro, pelo menor custo, dentro de um certo padrão
de qualidade. A organização, portanto, não é um fim, mas A gestão privada prioriza o econômico-mercantil e de-
um meio de permitir à empresa atingir adequadamente de- senvolve seus instrumentos e processos de gestão sempre
terminados objetivos. dando prioridade às finalidades de ordem econômica, so-
16
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
bretudo mercadológica. A gestão pública tem como atribui- um modelo de estado anterior ao de bem-estar. Esta subs-
ção a gestão de necessidades do social, principalmente por tituição de missão trouxe muitos desafios ao Estado, entre
meio das chamadas políticas públicas e políticas sociais. os quais a redefinição dos conceitos de administração, ges-
Gestão pública refere-se às funções de gerência públi- tão pública e valor público.
ca dos negócios do governo. Além disso, essas transformações têm afetado profun-
De uma maneira sucinta, pode-se classificar o agir do damente as práticas dos dirigentes públicos (políticos e ge-
administrador público em três níveis distintos: rentes) e a teoria na qual fundamentavam suas ações.
a) atos de governo, que situam-se na órbita política; Da mesma forma, esta mudança afetou o sistema de
b) atos de administração, atividade neutra, vinculada controle da ação do Estado; está-se migrando da exigência
à lei; e de rigor nos procedimentos para a exigência de resultados
c) atos de gestão, que compreendem os seguintes pa- – inerente a um Estado que se apresenta como provedor de
râmetro básicos: serviços, capacitador de desenvolvimento e fornecedor de
I - tradução da missão; bem-estar. Desta troca de missão se deriva uma variação na
II - realização de planejamento e controle; posição do cidadão perante o Estado.
III - administração de recursos humanos, materiais, tec- O cidadão comum se preocupa em assegurar-se uma
nológicos e financeiros; correta e burocrática (homogênea, idêntica e não discricio-
IV - inserção de cada unidade organizacional no foco nária) aplicação da lei e da norma. O cidadão-usuário se
da organização; e interessa por conseguir o melhor retorno fiscal – enquanto
V - tomada de decisão diante de conflitos internos e bens coletivos.
externos. Vê-se, pois, que o Estado deve deslocar sua atenção,
antes colocada no procedimento como produto principal
Portanto, fica clara a importância da gestão pública na de sua atividade, agora voltada para o de serviços e bem-
realização do interesse público, porque é ela que vai via- -estar. A gestão por resultados é um dos lemas que me-
bilizar o controle da eficiência do Estado na realização do lhor representa o novo desafio. Isto não significa que não
bem comum estabelecido politicamente e normatizado ad- interessa o modo de fazer as coisas, apenas exprime que
ministrativamente. agora é muito mais relevante o quê se faz pelo bem da
No que tange a gestão por resultados, temos que a comunidade.
sociedade demanda – de modo insistente – a necessidade Nestes últimos tempos, a Gestão Pública – como dis-
de promover um crescimento constante da produtividade ciplina – tem abordado estes desafios novos com o auxílio
no ambiente público, exigindo a redução da pressão fiscal da lógica gerencial, isto é, pela racionalidade econômica
e o incremento, ao mesmo tempo, da produção de bens que procura conseguir eficácia e eficiência. Esta lógica
públicos. O resultado se transforma, assim, em um instru- compartilha, mais ou menos explicitamente, três propósi-
mento-chave para a valorização da ação pública; e a gestão tos fundamentais:
para resultados e do resultado surge como instrumento • Assegurar a constante otimização do uso dos re-
e objetivo da melhoria e modernização da administração cursos públicos na produção e distribuição de bens públi-
pública. cos como resposta às exigências de mais serviços e menos
As especificidades nacionais, a natureza abrangente impostos, mais eficácia e mais eficiência, mais equidade e
do conceito gestão para resultados – derivada da própria mais qualidade.
lógica integradora do processo de gestão – e a enorme • Assegurar que o processo de produção de bens e
quantidade de produção teórica, conceitual, operacional e serviços públicos (incluindo a concessão, a distribuição e a
experimental existente sobre o tema, convidam e obrigam melhoria da produtividade) seja transparente, equitativo
à mais absoluta humildade em qualquer tentativa de apro- e controlável.
ximação ao tema. • Promover e desenvolver mecanismos internos que
O Estado tem passado a desempenhar um papel-chave melhorem o desempenho dos dirigentes e servidores pú-
como produtor de valor público, e como tal tem priorizado blicos, e, com isso, fomentar a efetividade dos organismos
a criação de condições para o desenvolvimento e o bem- governamentais, visando a concretização dos objetivos an-
-estar social, além da produção de serviços e da oferta de teriores.
infraestrutura.
Esta mudança na função do Estado tem transformado Estes objetivos, presentes nas atuais demandas cida-
várias frentes da administração pública, pela exigência cada dãs e aos quais se orienta a Gestão por Resultados (GpR),
vez mais contundente dos cidadãos que exercem também são, conjuntamente com a democracia, o principal pilar de
o papel de usuários dos serviços. legitimidade do Estado atual. Desta forma, a Nova Gestão
A crise fiscal do modelo anterior, uma vez esgotado o Pública fornece os elementos necessários à melhoria da ca-
período de esplendor do Estado do Bem-Estar, tem trazi- pacidade de gerenciamento da administração pública bem
do novos problemas. Dentre eles, destaca-se a crescente como à elevação do grau de governabilidade do sistema
necessidade de atender uma demanda irrefreável de bens político.
públicos de boa qualidade, típica do Estado de Bem-Estar, O conceito e a prática da GpR no setor público têm
porém hoje acompanhada da exigência de diminuir a pres- um grau de desenvolvimento e consolidação relativamente
são fiscal – inclusive naqueles casos em que ainda persiste baixo. Inicialmente, a GpR se utilizou principalmente no se-
17
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
tor privado, mesmo quando o governo federal dos Estados • É um marco de assunção de responsabilidade de
Unidos da América começou a usar algumas de suas pro- gestão, por causa da vinculação dos dirigentes ao resulta-
postas no gerenciamento de diferentes órgãos públicos. do obtido.
Somente durante o governo do presidente Nixon é que se • É um marco de referência capaz de integrar os di-
começou a implantar no conjunto da administração pública versos componentes do processo de gestão, pois se pro-
o que passou a ser conhecida como a Nova Gestão Pública. põe interconectá-los para otimizar o seu funcionamento.
Esta moderna filosofia sugere a passagem de uma ges- • Finalmente, e especialmente na esfera pública, a
tão burocrática a uma de tipo gerencial. GpR se apresenta como uma proposta de cultura organi-
Na base destas novas ideias se encontrava uma preo- zadora, diretora, de gestão, mediante a qual se põe ênfase
cupação generalizada sobre as mudanças que o entorno nos resultados e não nos processos e procedimentos.
exigia e sobre a imperiosa necessidade de repensar o papel Todas estas dimensões situam a GpR como uma ferra-
do Estado; de melhorar a eficiência, a eficácia e a qualidade menta cultural, conceitual e operacional, que se orienta a
dos serviços públicos; de otimizar o desempenho dos ser- priorizar o resultado em todas as ações, e que é capaz de
vidores públicos e das organizações em que trabalhavam. otimizar o desempenho governamental. Assim, se trata de
Vários estudiosos e especialistas em gestão pública um exercício de direção dos organismos públicos que pro-
alertaram para os benefícios que o enfoque da GpR pode- cura conhecer e atuar sobre todos aqueles aspectos que
ria trazer para este novo cenário. De acordo com Emery, a afetem ou modelem os resultados da organização.
GpR acarreta três tipos de considerações para a administra- A GpR tem, portanto, uma dimensão de controle orga-
ção do setor público: nizacional que convém esclarecer, pois o conceito de con-
• Constitucionais: a maioria das constituições regula trole no setor público possui conotações particulares deri-
o uso dos fundos públicos por parte das autoridades em vadas, fundamentalmente, do sistema de auditoria externa
cumprimento de mandato. que domina nesse Estado. A ferramenta GpR não faz parte
• Políticas: as autoridades devem responder pelas dessa concepção de controle, mas de outro universo: o de
suas ações e pelo conteúdo dos seus programas eleitorais, gestão e direção estratégico/operacional, porque permite
por respeito ao princípio da responsabilidade do cargo. e facilita aos gerentes da administração pública melhor
• Cidadãs: por obediência ao princípio de delegação conhecimento, maior capacidade de análise, desenho de
democrática, os cidadãos confiam nas autoridades eleitas,
alternativas e tomada de decisões para que sejam alcan-
delegando-lhes a gestão dos fundos públicos – produto da
çados os melhores resultados possíveis, afinados com os
coleta de seus impostos.
objetivos pré-fixados.
Apesar de existirem muitos documentos que tratem da
É importante assinalar esta diferença porque, muito
GpR, não existe uma definição única para ela. A maioria
embora a GpR seja uma boa base para uma melhor pres-
dos textos usa este termo como uma noção “guarda-chu-
tação de contas (e uma maior transparência), sua função
vas”, por assim dizer. Na literatura em língua espanhola é
principal não é a de servir como instrumento de controle
comum achar um uso indistinto de conceitos: controle de
da atuação dos gerentes públicos, mas a de proporcionar
gestão, gestão do desempenho, gestão por resultados,
gestão por objetivos, avaliação do desempenho, avaliação a eles um meio de monitoramento e regulação que lhes
de resultados, sem uma clara diferenciação. garanta o exercício de suas
Trata-se, portanto, de um conceito muito amplo quan-
to ao seu uso, interpretação e definição. A heterogeneida- A Gestão por Resultados ( GpR) está caracterizada por:
de da expressão e do conceito também se observa na sua • Uma estratégia na qual se definam os resultados
aplicação operacional: os países põem em prática a GpR esperados por um organismo público no que se refere à
segundo suas próprias perspectivas. mudança social e à produção de bens e serviços;
Um estudo para identificar o significado que lhe atri- • Uma cultura e um conjunto de ferramentas de
buem os gestores públicos de diferentes nações demons- gestão orientado à melhoria da eficácia, da eficiência, da
trou que frequentemente eles empregam os mesmo ter- produtividade e da efetividade no uso dos recursos do Es-
mos com sentido diferente. É assim como o conceito “re- tado para uma melhora dos resultados no desempenho
sultados” varia notavelmente entre as distintas instituições das organizações públicas e de seus funcionários;
públicas. Isto não ocorre na empresa privada, onde os indi- • Sistemas de informação que permitam monitorar
cadores-chave do êxito se conhecem nitidamente: rentabi- a ação pública, informar à sociedade e identificar o serviço
lidade, benefícios, quotas de mercado etc. Muitos autores realizado, avaliando-o;
destacam a dificuldade de determinar e avaliar os resulta- • Promoção da qualidade dos serviços prestados
dos da ação estatal como uma das características que dife- aos cidadãos, mediante um processo de melhoramento
renciam a gestão do setor público do privado. contínuo;
Pode-se observar que a GpR possui as seguintes di- • Sistemas de contratação de funcionários de ge-
mensões: rência pública, visando aprofundar a responsabilidade, o
• É um marco conceitual de gestão organizacional, compromisso e a capacidade de ação dos mesmos;
pública ou privada, em que o fator resultado se converte • Sistemas de informação que favoreçam a tomada
na referência-chave quando aplicado a todo o processo de de decisões dos que participam destes processos.
gestão.
18
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
19
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
20
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
São Quatro:
Objetivos e estratégias,
Ambiente, GESTÃO SUSTENTÁVEL
Tecnologia,
Recursos humanos.
Uma gestão sustentável é guiada pela ideia de harmo-
Níveis de influência da estrutura organizacional. nizar aspectos sociais, ambientais e econômicos. Tem como
objetivo a sustentabilidade de uma empresa ou de uma
São três: sociedade, tomando parte na responsabilidade sobre os
Nível estratégico, impactos das ações humanas para as próximas gerações.
Nível tático, Atualmente em crescimento, a sustentabilidade torna uma
Nível operacional. empresa mais bem vista entre os consumidores, além de
cumprir com um compromisso ético.
21
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
22
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
As mercadorias de médio e baixo giro são aquelas que apresentam uma rotação de estoque mais lenta. Permitem taxas
de marcação mais elevadas para compensar a demora de suas saídas.
Como pode ser observado, para analisar se o que você está comprando para vender no varejo são os tipos de mer-
cadorias ideais para o seu ramo de atividade, tem-se, obrigatoriamente, de levar em consideração a rotatividade dos seus
estoques, utilizando o seguinte roteiro: Agrupamento das mercadorias de acordo com a sua frequência de saída (alta, mé-
dia ou baixa rotatividade); Levantamento dos custos das mercadorias em estoque, por grupos, de acordo com o seu giro;
Somatório dos valores encontrados nos grupos de mercadorias; Cálculo do percentual correspondente a cada grupo, em
relação ao somatório; Análise dos percentuais encontrados.
Os princípios básicos da organização de compras constituem-se de normas fundamentais assim consideradas: auto-
ridade para compra; registro de compras; registro de preços; registro de estoques e consumo; registro de fornecedores;
arquivos e especificações; arquivos de catálogos.
Completando a organização, podemos incluir como atividades típicas da seção de compras:
a) Pesquisa dos fornecedores: estudo do mercado; estudo dos materiais; análise dos custos; investigação das fontes
de fornecimento; inspeção das fábricas dos fornecedores; desenvolvimento de fontes de fornecimento; desenvolvimento
de fontes de materiais alternativos.
b) Aquisição: conferência de requisições; análise das cotações; decidir comprar por meio de contratos ou no mercado
aberto; entrevistar vendedores; negociar contratos; efetuar as encomendas de compras; acompanhar o recebimento de
materiais.
c) Administração: manutenção de estoques mínimos; transferências de materiais; evitar excessos e obsolescência de
estoque; padronizar o que for possível.
d) Diversos: fazer estimativa de custo; dispor de materiais desnecessários, obsoletos ou excedentes; cuidar das rela-
ções comerciais recíprocas.
Além das atividades típicas dentro da organização de compras, outras responsabilidades poderão ser partilhadas com
outros setores: determinação do que fabricar ou comprar; padronização e simplificação; especificações e substituições de
materiais; testes comparativos; controle de estoques; seleção de equipamentos de produção; programas de produção in-
dependentes da disponibilidade de materiais.
É lógico que esses não são completos, pois variam de empresa para empresa, devendo adaptar-se ao tipo de organi-
zação de cada uma.
Normalmente as grandes empresas envolvem várias fábricas; quase sempre se enquadram nesses casos as multina-
cionais. O volume de operações de compras, dependendo do empreendimento, pode alcançar quantidades apreciáveis;
nesses casos é necessário saber se todas as compras da organização devem ser feitas em um ponto centralizado, ou es-
tabelecer-se em seções de compras separadas para cada fábrica ou divisão operacional. Ambos os métodos poderão ser
empregados. A razão para se estabelecer a descentralização das compras podem ser assim resumidas: distância geográfica;
tempo necessário para a aquisição de materiais; facilidade de diálogo.
A centralização completa das compras reúne certas vantagens, conforme podemos verificar: oportunidade de negociar
maiores quantidades de materiais; homogeneidade da qualidade dos materiais adquiridos; controle de materiais e esto-
ques.
A organização de compras por divisão de grupos é funcional quando as seções são de tamanho moderado e quando
tais atribuições são entregues a compradores individuais. Os itens de cada grupo são especificados de acordo com a ori-
gem, necessidade e valor do material. A figura a seguir mostra um organograma de uma seção de compras.
23
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
24
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
7) Negociação: É um procedimento de relacionamento entre a empresa e o fornecedor , quando ambas as partes ga-
nham, esse procedimento é fácil não cria conflito entre as partes, é um importante elemento de fortalecimento dos laços
de interesses, de melhorias contínuas e principalmente de aumento dos lucros para ambas empresas.
Compras e Desenvolvimento de Fornecedores: A atividade de compras é realizada no lado do suprimento da empresa,
estabelecendo contratos com fornecedores para adquirir materiais e serviços, ligados ou não à atividade principal.
Os gestores de compras fazem uma ligação vital entre a empresa e seus fornecedores. Para serem eficazes, precisam
compreender tanto as necessidades de todos os processos da empresa, como as capacitações dos fornecedores que podem
fornecer produtos e serviços para a organização. A figura abaixo demonstra as etapas da interação empresa/fornecedor:
A compra interfere diretamente nas vendas. A qualidade, quantidade, preço e prazo dos produtos fabricados numa
indústria dependem muito das condições em que foram adquiridos os insumos e as matérias-primas. No comércio, as
compras de mercadorias realizadas em melhores condições proporcionam venda mais rápida e, possivelmente, com maior
margem de lucro.
A gestão de compras é tida como um fator estratégico nos negócios. Comprar significa à manutenção, funcionamento
e expansão da empresa. As comprar significa procurar, adquirir e receber mercadorias e insumos necessários à manutenção,
funcionamento e expansão da empresa.
As compras são responsáveis por uma margem de 50% a 80% dos gastos da empresa e, portanto, causa grande im-
pacto nos lucros.
É muito importante refletir sobre como a empresa desenvolve suas compras. Vejamos quais são as modalidades de
compras mais utilizadas:
• Compras de emergência – realizadas às pressas para atender uma necessidade surgida de surpresa. Isso é des-
vantajoso porque reduz seu poder de negociação com o fornecedor e a competitividade da empresa no mercado. As com-
pras de emergência ocasionam aquisição de mercadorias com preços altos e rupturas no estoque, além da paralisação da
25
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
unidade, motivado por falta de controle por parte de quem Outra característica do com comprador é estar perfei-
requisita ou compra. Assim, para reduzir ou anular as com- tamente identificado com a política e os padrões de ética
pras de emergência, a empresa deve estabelecer controle definidos pela empresa, como, por exemplo, a manutenção
de estoque adequado. do sigilo nas negociações que envolvam mais de um forne-
• Compras especulativas – são feitas para especu- cedor ou até mesmo quando um só está envolvido.
lar com possível alta de preços, geralmente antes da ne- Compradores com boa qualificação profissional for-
cessidade se apresentar. Esta modalidade é perigosa, pois necem às empresas condições de fazer bons negócios; daí
além de comprometer o capital de giro pode acarretar pre- vem a maior responsabilidade, constituindo o comprador
juízos para a empresa, se não acontecer a alta de preços uma força vital, que faz parte da própria vida da empresa,
prevista. pois o objetivo é comprar bem e eficientemente, e com isso
• Compras contratadas – realizadas por meio de atender aos objetivos de lucro, uma vez que o departamen-
contratos que preveem a entrega dos produtos em épo- to de compras é, em igualdade de condições com outras
cas preestabelecidas. Esta modalidade é muito utilizada na áreas, um centro de lucro. E será mais ainda um centro de
indústria, para fornecimento de matéria-prima e no comér- lucro quando os fornecedores forem encorajados a enfren-
cio, para mercadorias especiais, modelos exclusivos ou pro- tar novas ideias e novos projetos, dispondo-se a aproveitar a
dutos novos não lançados ainda no mercado. oportunidade de fazerem novos negócios.
• Compras de reposição – compras realizadas para As atividades de compras nas pequenas empresas, ge-
adquirir mercadorias que apresentam comportamento es- ralmente são funções exercidas pelo proprietário. De qual-
tável de vendas. É muito utilizada no comércio, principal- quer modo o encarregado de compras – seja ele o próprio
mente em supermercados, onde os produtos de primeira dono ou um funcionário – deve conhecer e seguir algumas
necessidade (pão, leite, arroz, feijão, outros produtos ali- regras básicas ao bom desempenho de suas funções: Ele
mentícios) e produtos de higiene e limpeza pessoal (sabo- conhece bem o mercado? Ele conhece bem os estoques
nete, pasta de dentes e outros) apresentam um comporta- da empresa? Ele conhece o orçamento da empresa? Ele é
mento de vendas equilibrado, durante o ano todo. cauteloso? Ele acompanha permanentemente os pedidos?
A compra pode ser feita em empresas atacadistas ou Ele faz os pedidos por escrito? Ele é atualizado? Ele possui
em grandes varejistas. Mas no momento em que você co- requisitos para desenvolver suas tarefas (responsabilidade;
paciência; habilidade no trato com pessoas; bom senso e
meça a analisar mais profundamente esta questão, vai no-
iniciativa; capacidade para se comunicar; senso de organiza-
tar que não é tão fácil definir quais os fornecedores que
ção; boa memória; gosto pela leitura)?
apresentam todas as condições necessárias: se o preço de
aquisição é justo e oferece condições de marcar um preço
⇒ CADASTRO DE FORNECEDORES.
de venda que permita concorrer no mercado e, ao mesmo
Um dos documentos primordiais do Departamento de
tempo, obter uma boa margem de lucro; se a qualidade
Compras é o Cadastro de Fornecedor e a Ficha de Material,
dos produtos oferecidos tem a perfeição do acabamento
quando então existem condições de escolher o fornecedor
exigida pelo consumidor; se a quantidade oferecida é sufi-
ou prováveis fornecedores de determinado material. Através
ciente para as necessidades de produção e vendas de um deste cadastro é que se realizará a seleção dos fornecedores
determinado período; se os prazos de entrega satisfazem que atendam a quatro condições básicas de uma boa com-
as programações de vendas da empresa; se os prazos de pra: preço, prazo, qualidade e condições de pagamento.
pagamento cobrem os prazos médios de vendas e não Toda empresa deve possuir um bom cadastro, onde são
comprometem o capital de giro próprio. registradas as informações necessárias sobre os fornecedo-
res (endereço, número do CNPJ, número da inscrição, obje-
⇒ PERFIL DO COMPRADOR. tivos sociais, pessoas para contato, linhas de produtos ou
O comprador é um elemento experiente e a função é mercadorias, prazo médio de entrega, condições de paga-
tida e reconhecida como uma das mais importantes em mento, política de descontos etc.).
uma empresa. O padrão atual exige que um comprador O setor de compras deve possuir dois tipos de cadastro,
tenha ótimas qualificações e esteja preparado para usá-las um por fornecedor e outro por tipo de material, dos quais
em todas as ocasiões. Para conduzir eficazmente suas com- apresentamos modelos. O cadastro de fornecedor reúne fi-
pras, deve demonstrar conhecimentos amplos das caracte- chas de diversos fornecedores, especificando os materiais
rísticas dos produtos, dos processos e das fases de fabrica- que fabricam, ou que representam; o cadastro de material
ção dos itens comprados. Deve estar preparado para dis- são fichas em que se identificam os fornecedores aprovados
cutir em igual nível de conhecimento com os fornecedores. dos quais se pode adquirir. A necessidade desses dois cadas-
O comprador ideal deve saber ouvir atentamente os tros é devida a situações em que o comprador desconhece o
argumentos apresentados pelo vendedor, para depois agir fornecedor de determinado produto; nesse ele deve consul-
sensatamente. Muitas vezes as razões e opiniões apresen- tar o cadastro de material.
tadas pelo vendedor poderão ser bem contra argumenta- Uma excelente fonte de informação sobre a performan-
das, levando a negociação a representar um benefício para ce do fornecedor é também acompanhar as suas entregas,
a empresa. Assim, uma agressividade bem orientada, por tendo como finalidade registrar as compras efetuadas, os
firmeza de convicções leva a um bom termo uma nego- recebimentos, as devoluções, as alterações de preço e con-
ciação que, à primeira vista, poderia parecer de resultado dições de pagamento, os cancelamentos e as alterações de
inglório. prazos de entrega.
26
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
27
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
virtude de lei”, obriga a Administração Pública, quando da publicação, porque é feito diretamente aos escolhidos pela
compra, obra, contração de serviços ou alienação, a pro- Administração através de carta-convite. A lei nova, porém,
ceder de acordo com o que a Constituição Federal e Leis determina que cópia do instrumento convocatório seja afi-
preveem. A não observação desse princípio impregnará o xada em local apropriado, estendendo-se automaticamen-
processo licitatório de vício, trazendo nulidade como con- te aos demais cadastrados da mesma categoria, desde que
sequência. manifestem seu interesse até vinte e quatro horas antes da
Pelo princípio da isonomia, é assegurada a igualdade apresentação das propostas;
no tratamento a todos quantos venham participar do cer- Concurso - é a modalidade de licitação destinada à escolha
tame licitatório. de trabalho técnico ou artístico predominantemente de criação
O princípio da competitividade garante a livre parti- intelectual. Normalmente, há atribuição de prêmio aos classifi-
cipação a todos, porém, essa liberdade de participação é cados, mas a lei admite também a oferta de remuneração;
relativa, não significando que qualquer empresa será ad- Leilão - é espécie de licitação utilizável na venda de
mitida no processo licitatório. Por exemplo, não faz sentido bens móveis e semoventes e, em casos especiais, também
uma empresa fabricante de automóveis tencionar partici- de imóveis.
par de um processo de licitação, quando o objeto do certa- • Publicação Dos Editais: os editais de concorrência,
me seja compra de alimentos. tomada de preços, concurso e leilão deverão ser publica-
A Administração Pública se balizará no princípio da im- dos com antecedência, no mínimo, por uma vez no Diário
pessoalidade para evitar a preferência por alguma empre- Oficial da União, no Diário Oficial do Estado, ou em jornal
sa especificamente, cuja não observação implicaria prejuízo de grande circulação no Estado e também, se houver, em
para a lisura do processo licitatório, e como consequência a jornal de circulação no Município, dependendo da estância
decretação da nulidade do processo. da licitação.
Como a licitação busca atender ao interesse público, à • Prazos Para Publicação Do Edital: o prazo mínimo
coletividade, a escolha e julgamento da melhor proposta que deverá mediar entre a última publicação do edital re-
obedecerão ao princípio da publicidade, que visa tornar a sumido ou da expedição do convite e o recebimento das
futura licitação conhecida dos interessados e dar conheci- propostas será: De quarenta e cinco dias para: Concurso;
mento aos licitantes bem como à sociedade em geral, so- Concorrência: do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”,
bre seus atos. Outra função desse princípio é garantir aos ou execução por empreitada integral; De trinta dias para:
cidadãos o acesso à documentação referente à licitação, Concorrência, nos casos não especificados acima; Tomada
bem como sua participação em audiências públicas, nas hi- de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica”
póteses previstas no art. 39, da Lei nº 8.666/93. ou “técnica e preço”; De quinze dias para: Tomada de pre-
A proposta mais vantajosa nem sempre é a mais ba- ços, nos casos não especificados acima; Leilão; De cinco
rata. Como dizem alguns, às vezes o barato sai caro. A Ad- dias úteis para: Convite.
ministração Pública deve saber definir quando, quanto, o • Procedimento Da Licitação: Apesar dos atos que
que e por que vai comprar, a exemplo da situação onde há compõem o procedimento terem, cada um, finalidade es-
opção de compra ou locação. É nessa análise que o prin- pecífica, eles têm um objetivo comum: a seleção da melhor
cípio da economicidade se revela, auxiliando a aplicação proposta. Este ato derradeiro do procedimento é um ato
dos recursos públicos com zelo e eficiência. unilateral que se inclui dentro do próprio certame, dife-
Modalidades da Licitação: Cinco são as modalidades rentemente do contrato, que é externo ao procedimento.
de licitação previstas na lei - art. 22 (O § 8’ veda a criação de “O procedimento da licitação será iniciado com a abertura
outras modalidades licitatórias ou sua combinação): de processo administrativo, devidamente autuado, proto-
Concorrência - é a modalidade de licitação própria colado e numerado, contendo a autorização respectiva, a
para contratos de grande valor, em que se admite a partici- indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para
pação de quaisquer interessados, cadastrados ou não, que a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:... “
satisfaçam as condições do edital, convocados com a an- Da Requisição de Compra deverá constar obrigatoriamen-
tecedência mínima prevista na lei, com ampla publicidade te: Justificativa do pedido, endossada pelo titular do ór-
pelo órgão oficial e pela imprensa particular; gão; Especificação adequada do produto a ser adquirido;
Tomada de preços - é a licitação realizada entre inte- Indicação do recurso próprio a ser onerado, devidamente
ressados previamente registrados, observada a necessária confirmado pela Seção de Contabilidade da unidade requi-
habilitação, convocados com a antecedência mínima pre- sitante; Atendimento ao princípio de padronização, sempre
vista na lei, por aviso publicado na imprensa oficial e em que possível for; Indicação dos fatores a serem conside-
jornal particular, contendo as informações essenciais da li- rados e expressamente declarados no Edital, para fins de
citação e o local onde pode ser obtido o edital. A nova lei julgamento das propostas.
aproximou a tomada de preços da concorrência, exigindo Segundo Hely Lopes Meirelles, esta é a fase interna da
a publicação do aviso e permitindo o cadastramento até o licitação à qual se segue a fase externa, que se desenvolve
terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas; através dos seguintes atos, nesta ordem:
Convite - é a modalidade de licitação mais simples, 1. Edital ou convite de convocação dos interessados;
destinada às contratações de pequeno valor, consistindo na 2. Recebimento da documentação e propostas;
solicitação escrita a pelo menos três interessados do ramo, 3. Habilitação dos licitantes;
registrados ou não, para que apresentem suas propostas 4. Julgamento das propostas (classificação)
no prazo mínimo de cinco dias úteis. O convite não exige 5. Adjudicação e homologação.
28
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
A modalidade em que todas as fases da licitação se são. Pode-se, ainda atribuir pesos, ou seja, ponderação aos
encontram claramente definidas é a concorrência. resultados da parte técnica e ponderação ao preço, que
1) Edital: “É o instrumento pelo qual a Administração serão considerados em conjunto;
leva ao conhecimento público a abertura de concorrência, - Licitação de maior lance ou oferta - nos casos de alie-
de tomada de preços, de concurso e de leilão, fixa as con- nação de bens ou concessão de direito real de uso (art. 45
dições de sua realização e convoca os interessados para a § 1’ da Lei 8.666/93).
apresentação de suas propostas”. Como lei interna da lici- As propostas que estiverem de acordo com o edital
tação, vincula a Administração e os participantes. serão classificadas na ordem de preferência, na escolha
Funções do edital: o edital dá publicidade à licitação; conforme o tipo de licitação. Aquelas que não se apre-
Identifica o objeto licitado e delimita o universo das pro- sentarem em conformidade com o instrumento convoca-
postas; Circunscreve o universo dos proponentes; Estabe- tório serão desclassificadas. Não se pode aceitar proposta
lece os critérios para análise e avaliação dos proponentes que apresente preços unitários simbólicos, irrisórios ou de
e das propostas; Regula atos e termos processuais do pro- valor zero, ainda que o instrumento convocatório não te-
cedimento; nha estabelecido limites mínimos (v. § 3’ do art. 44 da Lei
Fixa cláusulas do futuro contrato. 8.666/93).
2) Habilitação: A habilitação, por vezes denominada
“qualificação”, é a fase do procedimento em que se analisa ⇒ RECEBIMENTO E ARMAZENAGEM.
a aptidão dos licitantes. Entende-se por aptidão a qualifica- Recebimento é a atividade intermediária entre as tare-
ção indispensável para que sua proposta possa ser objeto fas de compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua
de consideração, sendo que o licitante pode ser habilitado responsabilidade a conferência dos materiais destinados à
ou não pelo órgão competente. empresa.
Obs: Na modalidade de licitação chamada “convite” As atribuições básicas do Recebimento são: coordenar
inexiste a fase de habilitação. Ela é presumida; é feita a e controlar as atividades de recebimento e devolução de
priori pelo próprio órgão licitante que escolhe e convoca materiais; analisar a documentação recebida, verificando se
aqueles que julgam capacitados a participar do certame, a compra está autorizada; controlar os volumes declara-
admitindo, também, eventual interessado, não convidado, dos na Nota Fiscal e no Manifesto de Transporte com os
mas cadastrado. volumes a serem efetivamente recebidos; proceder a con-
3) Classificação: “É o ato pelo qual as propostas admiti- ferência visual, verificando as condições de embalagem
das são ordenadas em função das vantagens que oferecem, quanto a possíveis avarias na carga transportada e, se for
na conformidade dos critérios de avaliação estabelecidos o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos
no edital”. Após se confrontar as ofertas, classificam-se as documentos; proceder a conferência quantitativa e qualita-
propostas e escolhe-se o vencedor, a partir das vantagens tiva dos materiais recebidos; decidir pela recusa, aceite ou
que oferecem, na conformidade dos critérios de avaliação devolução, conforme o caso; providenciar a regularização
estabelecidos no edital a quem deverá ser adjudicado o da recusa, devolução ou da liberação de pagamento ao for-
objeto da licitação.” A classificação se divide em duas fases: necedor; liberar o material desembaraçado para estoque
Na primeira, ocorre a abertura dos envelopes “proposta” no almoxarifado;
entregues pelos participantes do certame. Os envelopes A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite
são abertos em ato público, previamente designado, do dividir a função em quatro fases : 1a fase : Entrada de mate-
qual se lavrará ata circunstanciada; Na segunda, há o julga- riais; 2a fase : Conferência quantitativa; 3a fase : Conferên-
mento das propostas, que deve ser objetivo e em confor- cia qualitativa; 4a fase : Regularização
midade com os tipos de licitação. Critérios de classificação: 1a fase - Entrada de Materiais : A recepção dos veí-
Existem quatro tipos básicos de licitação (4 critérios básicos culos transportadores efetuada na portaria da empresa re-
para avaliação das propostas): presenta o início do processo de Recebimento e tem os se-
- Licitação de menor preço - é a mais comum. guintes objetivos : a recepção dos veículos transportado-
O critério do menor preço é , sem dúvida, o mais obje- res; a triagem da documentação suporte do recebimento;
tivo. É usual na contratação de obras singelas, de serviços constatação se a compra, objeto da Nota Fiscal em análise,
que dispensam especialização, na compra de materiais ou está autorizada pela empresa; constatação se a compra au-
gêneros padronizados; torizada está no prazo de entrega contratual; constatação
- Licitação de melhor técnica - esse critério privilegia a se o número do documento de compra consta na Nota Fis-
qualidade do bem, obra ou serviço proposto em função da cal; cadastramento no sistema das informações referentes
necessidade administrativa a ser preenchida. a compras autorizadas, para as quais se inicia o processo
O que a Administração pretende é a obra, o serviço, o de recebimento; o encaminhamento desses veículos para
material mais eficiente, mais durável, mais adequado aos a descarga.
objetivos a serem atingidos; As compras não autorizadas ou em desacordo com a
- Licitação de técnica e preço - neste tipo de licitação, programação de entrega devem ser recusadas, transcre-
combinam-se os dois fatores: técnica e preço. vendo-se os motivos no verso da Nota Fiscal. Outro docu-
Esse critério pode consistir em que a técnica e preço mento que serve para as operações de análise de avarias e
sejam avaliados separadamente, de modo a que, após se- conferência de volumes é o “Conhecimento de Transporte
lecionar as propostas que vierem a alcançar certo índice Rodoviário de Carga”, que é emitido quando do recebi-
de qualidade ou de técnica, o preço será o fator de deci- mento da mercadoria a ser transportada.
29
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
As divergências e irregularidades insanáveis constata- a mercadoria deve ser mantida no depósito por certo pe-
das em relação às condições de contrato devem motivar a ríodo, ate que seja o momento de sua consumação ou co-
recusa do recebimento, anotando-se no verso da 1a via da mercialização, características importantes também levadas
Nota Fiscal às circunstâncias que motivaram a recusa, bem em conta são: segurança, extravios e furtos.
como nos documentos do transportador. O exame para Na armazenagem a correta utilização do espaço dis-
constatação das avarias é feito através da análise da dispo- ponível demanda estudo exaustivo das cargas a armazenar,
sição das cargas, da observação das embalagens, quanto a dos níveis de armazenamento, das estruturas para armaze-
evidências de quebras, umidade e amassados. nagem e dos meios mecânicos a utilizar.
Os materiais que passaram por essa primeira etapa Indica-se a real ocupação do espaço por meio do in-
devem ser encaminhados ao estoque. Para efeito de des- dicador “taxa de ocupação volumétrica”, que leva em con-
carga do material no estoque, a recepção é voltada para sideração o espaço disponível versus o espaço ocupado.
a conferência de volumes, confrontando-se a Nota Fiscal Para entendermos plenamente a utilização do espaço
com os respectivos registros e controles de compra. Para a vertical, há que se analisar a utilidade de paletes para a
descarga do veículo transportador é necessária a utilização movimentação, manuseio e armazenagem de materiais. A
de equipamentos especiais, quais sejam: paleteiras, talhas, paletização vem sendo utilizada em empresas que deman-
empilhadeiras e pontes rolantes. dam manipulação rápida e armazenagem racional, envol-
2a fase - Conferência Quantitativa; É a atividade que vendo grandes quantidades. A paletização tem como ob-
verifica se a quantidade declarada pelo fornecedor na Nota jetivo realizar, de uma só vez, a movimentação de um nú-
Fiscal corresponde efetivamente à recebida. A conferência mero maior de unidades. Ao pallet é atribuído o aumento
por acusação também conhecida como “ contagem cega “ da capacidade de estocagem, economia de mão-de-obra,
é aquela no qual o conferente aponta a quantidade recebi- tempo e redução de custos. O emprego de empilhadeiras
da, desconhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor. e pallets já proporcionaram a muitas empresas economia
A confrontação do recebido versus faturado é efetuada a de até 80 % do capital despendido com o sistema de trans-
posteriori por meio do Regularizador que analisa as distor- porte interno.
ções e providencia a recontagem. Inicialmente os pallets eram empregados na manipula-
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, es- ção interna de armazéns e depósitos e hoje acompanham
tes podem ser contados utilizando os seguintes métodos a carga, da linha de produção à estocagem, embarque e
: Manual : para o caso de pequenas quantidades; Por meio distribuição. Em razão da padronização das medidas do
de cálculos : para o caso que envolvem embalagens padro- pallet pelos países como Estados Unidos e Inglaterra, eles
nizadas com grandes quantidades; Por meio de balanças passaram a serem utilizados através dos continentes em
contadoras pesadoras: para casos que envolvem grande caminhões, vagões ferroviários e embarcações marítimas.
quantidade de pequenas peças como parafusos , porcas, Os Critérios de Armazenagem dependem das carac-
arruelas; Pesagem : para materiais de maior peso ou vo- terísticas do material, a armazenagem pode dar-se em
lume, a pesagem pode ser feita através de balanças rodo- função dos seguintes parâmetros: fragilidade; combustibi-
viárias ou ferroviárias; Medição : em geral as medições são lidade; volatilização; oxidação; explosividade; intoxicação;
feitas por meio de trenas; radiação; corrosão; inflamabilidade; volume; peso e forma.
3ª fase - Conferência Qualitativa: Visa garantir a Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem
adequação do material ao fim que se destina. A análise a regras taxativas que regulem o modo como os materiais
de qualidade efetuada pela inspeção técnica, por meio da devem ser dispostos no estoque. Por essa razão, devem-se
confrontação das condições contratadas na Autorização analisar, em conjunto, os parâmetros citados anteriormen-
de Fornecimento com as consignadas na Nota Fiscal pelo te, para depois decidir pelo tipo de arranjo físico mais con-
Fornecedor, visa garantir o recebimento adequado do ma- veniente, selecionando a alternativa que melhor atenda ao
terial contratado pelo exame dos seguintes itens: Caracte- fluxo de materiais: armazenagem por tamanho esse critério
rísticas dimensionais; Características específicas; Restrições permite bom aproveitamento do espaço; armazenamento
de especificação; por frequência: esse critério implica armazenar próximo
4ª fase – Regularização: Caracteriza-se pelo controle da saída do almoxarifado os materiais que tenham maior
do processo de recebimento, pela confirmação da confe- frequência de movimento; armazenagem especial, onde
rência qualitativa e quantitativa, respectivamente por meio destacam-se: os ambientes climatizados; os produtos infla-
do laudo de inspeção técnica e pela confrontação das máveis, que são armazenados sob rígidas normas de segu-
quantidades conferidas versus faturadas. rança; os produtos perecíveis.
O processo de Regularização poderá dar origem a uma A Armazenagem em área externa. Devido à sua natu-
das seguintes situações: liberação de pagamento ao forne- reza, muitos materiais podem ser armazenados em áreas
cedor ( material recebido sem ressalvas); liberação parcial externas, o que diminui os custos e amplia o espaço interno
de pagamento ao fornecedor; devolução de material ao para materiais que necessitam de proteção em área cober-
fornecedor; reclamação de falta ao fornecedor; entrada do ta. Podem ser colocados nos pátios externos os materiais
material no estoque. a granel, tambores e “containers”, peças fundidas e chapas
Os objetivos da armazenagem de produtos são vários, metálicas. Coberturas alternativas : não sendo possível a
o objetivo primário da armazenagem é o de guardar a mer- expansão do estoque, a solução é a utilização de galpões
cadoria por um determinado período, isso quer dizer que plásticos, que dispensam fundações, permitindo a armaze-
30
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
nagem a um menor custo. Independentemente do critério A marcação física caracteriza-se pela aplicação, no
ou método de armazenamento adotado é oportuno obser- bem, de plaqueta de identificação, por colagem ou rebi-
var as indicações contidas nas embalagens em geral. tamento, a qual conterá o número de registro patrimonial.
Layout é a disposição física de equipamentos, esto- Na colocação da plaqueta deverão ser observados os
ques, fluxo de pessoas e de material de forma que tudo se seguintes aspectos: local de fácil visualização para efeito de
organize harmoniosamente, pode ser uma instalação real, identificação por meio de leitor óptico, preferencialmente
um projeto ou um trabalho. O seu estudo busca encontrar na parte frontal do bem; evitar áreas que possam curvar ou
a melhor maneira de dispor fisicamente todos os meio de dobrar a plaqueta ou que possam acarretar sua deterio-
produção, arrumando o espaço de trabalho a fim de otimi- ração; evitar fixar a plaqueta em partes que não ofereçam
zar a funcionalidade do sistema, reduzir manuseio, trans- boa aderência, por apenas uma das extremidades ou sobre
porte de material e circulação de pessoas. alguma indicação importante do bem.
Faz-se necessário à modificação do layout na empresa Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação físi-
quando: existir máquinas improdutivas, por idade ou obso- ca antes de serem distribuídos aos diversos centros de res-
letismo; ocorrer acréscimos na demanda e novas máquinas ponsabilidade do órgão. Os bens patrimoniais cujas carac-
precisam ser instaladas; existir ambiente de trabalho ina- terísticas físicas ou a sua própria natureza impossibilitem
dequado; houver excesso de material em processo; existir a aplicação de plaqueta também terão número de tomba-
movimentação excessiva de material. mento, mas serão marcados e controlados em separado.
O objetivo principal do arranjo físico é obter opera- Caso o local padrão para a colagem da plaqueta seja de
ções econômicas a fim de: utilizar racionalmente o espa- difícil acesso, como, por exemplo, nos arquivos ou estantes
ço físico disponível; reduzir ao mínimo as movimentações encostadas na parede, que não possam ser movimentados
de materiais, produtos e pessoas; obter fluxo coerente de devido ao peso excessivo, a plaqueta deverá ser colada no
fabricação; oferecer melhores condições de trabalho aos lugar mais próximo ao local padrão. Em caso de perda, des-
funcionários; evitar investimento desnecessário; permitir colagem ou deterioração da plaqueta, o responsável pelo
manutenção; possibilitar supervisão e obtenção da qua- setor onde o bem está localizado deverá comunicar, impre-
lidade; obter soluções flexíveis, isto é, possíveis de serem terivelmente, o fato ao Setor de Patrimônio.
modificadas sem maiores atropelos. A seguir, são apresentadas algumas sugestões para fi-
No estudo do layout alguns cuidados devem ser to-
xação de plaquetas (ou adesivos):
mados durante o projeto do layout de um estoque, de
a) estantes, armários, arquivos e bens semelhantes: a
forma que se possa obter as seguintes condições: máxima
plaqueta deve ser fixada na parte frontal superior direita,
utilização do espaço; efetiva utilização dos recursos dispo-
no caso de arquivos de aço, e na parte lateral superior di-
níveis ( mão de obra e equipamentos ); pronto acesso a
reita, no caso de armários, estantes e bens semelhantes,
todos os itens; máxima proteção aos itens estocados; boa
sempre com relação a quem olha o móvel;
organização; satisfação das necessidades dos clientes.
b) mesas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixa-
⇒ TOMBAMENTO DE BENS: da na parte frontal central, contrária à posição de quem usa
O tombamento dos bens públicos inicia-se com re- o bem, com exceção das estações de trabalho e/ou àqueles
cebimento dos bens móveis pelos órgãos, como visto an- móveis que foram projetados para ficarem encostados em
teriormente, pela conferência física dos bens pelo Almo- paredes, nos quais as plaquetas serão fixadas em parte de
xarifado. Após registro de entrada do bem no sistema de fácil visualização;
gerenciamento de material no estoque, o responsável por c) motores: a plaqueta deve ser fixada na parte fixa in-
este encaminhará uma comunicação ao Setor de Patrimô- ferior do motor;
nio (com cópia da nota de empenho, documentos fiscais e d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser
outros que se fizerem necessários), informando o destino fixada no lado externo direito, em relação a quem opera a
(centros de responsabilidades) dos bens. Se eles permane- máquina;
cerem em estoque, o Setor de Patrimônio deverá aguardar e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso
comunicação de saída deste, através de uma Guia de Baixa a plaqueta nunca deve ser colocada em partes revestidas
de Materiais emitida pelo Almoxarifado. Caso o bem seja por courvin, couro ou tecido, pois estes revestimentos não
entregue diretamente ao destino final, o Almoxarifado en- oferecem segurança. A plaqueta deverá ser fixada na base,
caminhará a Guia de Saída ao Patrimônio, juntamente com nos pés ou na parte mais sólida;
os demais documentos do processo de empenho. f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes:
O tombamento consiste na formalização da inclusão em aparelhos de ar condicionado, o local indicado é sem-
física de um bem patrimonial no acervo do órgão, com a pre na parte mais fixa e permanente do aparelho, nunca no
atribuição de um único número por registro patrimonial, painel removível ou na carcaça;
ou agrupando-se uma sequência de registros patrimoniais g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve ser
quando for por lote, que é denominado “número de tom- fixada na parte lateral direita do painel de direção, em re-
bamento”. Pelo tombamento aplica-se uma conta patri- lação ao motorista, na parte mais sólida e não removível,
monial do Plano de Contas do órgão a cada material, de nunca em acessórios;
acordo com a finalidade para a qual foi adquirido. O valor h) quadros e obras-de-arte: a colocação da plaqueta,
do bem a ser registrado é o valor constante do respectivo neste caso, deve ser feita de tal forma que não lhes tire a
documento de incorporação (valor de aquisição). estética, nem diminua seu valor comercial;
31
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
i) esculturas: nas esculturas a plaqueta deve ser fixada - valor de aquisição (valor histórico);
na base. Nos quadros ela deve ser colocada na parte de - forma de ingresso (compra, doação, permuta, como-
trás, na lateral direita; dato, construção, usucapião, desapropriação, cessão, outras);
j) quadros magnéticos: nos quadros magnéticos a - classificação contábil/patrimonial;
plaqueta deverá ser colocada na parte frontal inferior di- - número do empenho e data de emissão;
reita, caso não seja possível a colagem neste local, colar - fonte de recurso;
nesta mesma posição na parte posterior do quadro; e - número do processo de aquisição e ano;
k) fixação de plaquetas em outros bens: entende-se - tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/
como outros bens aqueles materiais que não podem ser fatura, comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo
classificados claramente como aparelhos, máquinas, moto- de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão em Como-
res, etc. Em tais bens, a plaqueta deve ser fixada na base, na dato, outros);
parte onde são manuseados. - nome do fornecedor (código);
A seguir são elencados, como sugestões, dados neces- - localização (identificação do centro de responsabi-
sários ao registro dos bens no sistema de patrimônio: lidade); situação do bem (registrado, alocado, cedido em
- número do tombamento; comodato, em manutenção,
- data do tombo; - em depósito para manutenção, em depósito para
- descrição padronizada do bem (descrição básica pré- triagem, em depósito para redistribuição, em depósito para
-definida em um sistema de patrimônio); alienação, em sindicância, desaparecido, baixado, outros);
- marca/modelo/série (também pré-definidos em um - estado de conservação (bom, regular, precário, inser-
sistema de patrimônio); vível);
- características (descrição detalhada); - data da incorporação;
- valor unitário de aquisição (valor histórico); - unidade da federação;
- agregação (acessório ou componente); - tipo de logradouro;
- forma de ingresso (compra, fabricação própria, doa- - número;
ção, permuta, cessão, outras); - complemento;
- classificação contábil/patrimonial; - bairro/distrito;
- número do empenho e data de emissão; - município;
- fonte de recurso; - cartório de registro;
- número do processo de aquisição e ano; - matrícula;
- tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/ - livro;
fatura, comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo - folhas;
de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão em Como- - data do registro;
dato, outros); - data da reavaliação;
- nome do fornecedor (código); - moeda da reavaliação;
- garantia (data limite da garantia e empresa de ma- - valor do aluguel;
nutenção); - valor do arrendamento;
- localização (identificação do centro de responsabili- - valor de utilização;
dade); - valor de atualização;
- situação do bem (registrado, alocado, cedido em co- - moeda de atualização;
modato, em manutenção, em depósito para manutenção, - data da atualização;
em depósito para triagem, em depósito para redistribuição, - reavaliador;
em depósito para alienação, em sindicância, desaparecido, - e CPF/CNPJ do reavaliador.
baixado, outros);
- estado de conservação (bom, regular, precário, inser- ⇒ CONTROLE DE BENS:
vível, recuperável); Caracteriza-se como movimentação de bens patrimo-
- histórico do bem vinculado a um sistema de manu- niais o conjunto de procedimentos relativos à distribuição,
tenção, quando existir. transferência, saída provisória, empréstimo e arrendamen-
to a que estão sujeitos no período decorrido entre sua in-
Tal informação permitirá o acompanhamento da ma- corporação e desincorporação.
nutenção dos bens e identificação de todos os problemas Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribui-
ocorridos nestes números do Termo de Responsabilidade; ção de material permanente recém-adquirido, de acordo
e plaquetável ou não plaquetável. com a destinação dada no processo administrativo de
O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o aquisição correspondente.
recebimento da documentação hábil, pelo Setor de Patri- A movimentação de qualquer bem móvel será feita
mônio, que procederá ao tombamento e cadastramento mediante o preenchimento do Termo de Responsabilidade,
em sistema específico, utilizando diversos dados, tais como: que deverá conter no mínimo, as seguintes informações:
- número do registro; - número do Termo de Responsabilidade;
- tipo de imóvel; - nome do local de lotação do bem (incluindo também
- denominação do imóvel; o nome do sub local de lotação);
- características (descrição detalhada do bem); - declaração de responsabilidade;
32
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
33
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Inventário na administração pública: Inventário são Os bens serão inventariados pelos respectivos valores
a discriminação organizada e analítica de todos os bens históricos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos
(permanentes ou de consumo) e valores de um patrimô- valores constantes de inventários já existentes, com indica-
nio, num determinado momento, visando atender uma ção da data de aquisição.
finalidade específica. É um instrumento de controle para Durante a realização de qualquer tipo de inventário,
verificação dos saldos de estoques nos almoxarifados e de- fica vedada toda e qualquer movimentação física de bens
pósitos, e da existência física dos bens em uso no órgão ou localizados nos endereços individuais abrangidos pelos
entidade, informando seu estado de conservação, e man- trabalhos, exceto mediante autorização específica das uni-
tendo atualizados e conciliados os registros do sistema de dades de controle patrimonial, ou do dirigente do órgão,
administração patrimonial e os contábeis, constantes do com subsequente comunicação formal a Comissão de In-
sistema financeiro. Além disso, o inventário também pode ventário de Bens.
ser utilizado para subsidiar as tomadas de contas indicando Nas fases do inventário dois pontos devem ser desta-
saldos existentes, detectar irregularidades e providenciar as cados sobre as fases do inventário: o levantamento pode
medidas cabíveis. ser físico e/ou contábil: Levantamento físico, material ou
Através do inventário pode-se confirmar a localização de fato é o levantamento efetuado diretamente pela iden-
e atribuição da carga de cada material permanente, per- tificação e contagem ou medida dos componentes patri-
mitindo a atualização dos registros dos bens permanentes moniais.
bem como o levantamento da situação dos equipamentos Levantamento contábil é o levantamento pelo apanha-
e materiais em uso, apurando a ocorrência de dano, ex- do de elementos registrados nos livros e fichas de escritu-
travio ou qualquer outra irregularidade. Podem-se verificar ração. O simples arrolamento não interessa para a contabi-
também no inventário as necessidades de manutenção e lidade se não for completado pela avaliação. Sem a expres-
reparo e constatação de possíveis ociosidades de bens mó- são econômica, o arrolamento serve apenas para controle
veis, possibilitando maior racionalização e minimização de da existência dos componentes patrimoniais.
custos, bem como a correta fixação da plaqueta de iden- O inventário é dividido em três fases: Levantamento:
tificação. compreende a coleta de dados sobre todos os elementos
Na Administração Pública, o inventário é entendido
ativos e passivos do patrimônio e é subdividido nas seguin-
como o arrolamento dos direitos e comprometimentos da
tes partes: identificação, agrupamento e mensuração.
Fazenda Pública, feito periodicamente, com o objetivo de
Arrolamento: é o registro das características e quanti-
se conhecer a exatidão dos valores que são registrados na
dades obtidas no levantamento. O arrolamento pode apre-
contabilidade e que formam o Ativo e o Passivo ou, ainda,
sentar os componentes patrimoniais deforma resumida
com o objetivo de apurar a responsabilidade dos agentes
e recebe a denominação “sintética”. Quando tais compo-
sob cuja guarda se encontram determinados bens. Os di-
nentes são relacionados individualmente, o arrolamento é
versos tipos de inventários são realizados por determina-
ção de autoridade competente, por iniciativa própria do analítico;
Setor de Patrimônio e das unidades de controle patrimo- Avaliação: é nesta fase que é atribuída uma unidade de
nial ou de qualquer detentor de carga dos diversos centros valor ao elemento patrimonial. Os critérios de avaliação dos
de responsabilidade, periodicamente ou a qualquer tempo. componentes patrimoniais devem ter sempre por base o
Os inventários na Administração Pública devem ser custo. A atribuição do valor aos componentes patrimoniais
levantados não apenas por uma questão de rotina ou de obedece a critérios que se ajustam a sua natureza, função
disposição legal, mas também como medida de controle, na massa patrimonial e a sua finalidade.
tendo em vista que os bens nele arrolados não pertencem
a uma pessoa física, mas ao Estado, e precisam estar res- ⇒ ALIENAÇÃO DE BENS:
guardados quanto a quaisquer danos. De acordo com o direito administrativo brasileiro, en-
Na Administração Pública o inventário é obrigatório, tende-se como alienação a transferência de propriedade,
pois a legislação estabelece que o levantamento geral de remunerada ou gratuita, sob a forma de venda, permuta,
bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico doação, dação em pagamento, investidura, legitimação de
de cada unidade gestora e os elementos da escrituração posse ou concessão de domínio.
sintética da contabilidade (art. 96 da Lei Federal n° 4.320, Qualquer dessas formas de alienação pode ser usa-
de 17 de março de 1964). da pela Administração, desde que satisfaça as exigências
A fim de manter atualizados os registros dos bens pa- administrativas. Muito embora as Constituições Estaduais
trimoniais, bem como a responsabilidade dos setores onde possam determinar que a autorização de doação de bens
se localizam tais bens, a Administração Pública deve proce- móveis seja submetida à Assembleia Legislativa, a Lei Fe-
der ao inventário mediante verificações físicas pelo menos deral n° 8.666, de 21 de junho de 1993, que institui normas
uma vez por ano. Para fins de atualização física e monetária para licitações e contratos da Administração Pública 37 e
e de controle, a época da inventariação será: dá outras providências, faculta a obrigação de licitação es-
- anual para todos os bens móveis e imóveis sob res- pecífica para doação de bens para fins sociais e dispõe so-
ponsabilidade da unidade gestora em 31 de dezembro bre a alienação por leilão.
(confirmação dos dados apresentados no Balanço Geral); e Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública,
- no início e término da gestão, isto é, na substituição subordinada à existência de interesse público devidamente
dos respectivos responsáveis, no caso de bens móveis. justificado.
34
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
A alienação de bens está sujeita à existência de interes- se existe interesse pelos bens. Se houver interesse, a au-
se público e à autorização da Assembleia Legislativa (para toridade competente deverá efetuar o Termo de Doação.
os casos previstos em lei), e dependerá de avaliação prévia, Enquanto isso, o bem a ser baixado permanecerá guardado
que será efetuada por comissão de licitação de leilão ou em local apropriado, sob a responsabilidade de um servi-
outra modalidade prevista para a Administração Pública. dor público, até a aprovação de baixa, ficando expressa-
A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados mente proibido o uso do bem desde o início da tramitação
à alienação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser do processo de baixa até sua destinação final.
remetido ao Setor de Patrimônio, o qual instaurará o pro- O registro no sistema patrimonial será efetivado com
cedimento respectivo; sempre que possível, os bens serão base no Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar
agrupados em lotes para que seja procedida a sua baixa; os seguintes dados: número do tombamento; descrição;
os bens objeto de baixa serão vistoriados in loco por uma quantidade baixada (quando se tratar de lote de bens não
Comissão Interna de Avaliação de Bens, no próprio órgão, plaquetados); forma de baixa; motivo de baixa; data de
os quais, observando o estado de conservação, a vida útil, baixa; número da Portaria ou Termo de Baixa. Visando o
o valor de mercado e o valor contábil, formalizando laudo correto processo de baixa de bens do sistema patrimonial,
de avaliação dos bens, classificando-os em: faz-se necessário a adoção dos procedimentos a seguir: o
a) bens móveis permanentes inservíveis: quando for Setor de Patrimônio, ao receber o processo que autoriza
constatado serem os bens danificados, obsoletos, fora do a baixa, emitirá por processamento o Termo de Baixa dos
padrão ou em desuso devido ao seu estado precário de Bens; o Setor de Patrimônio verificará junto ao Setor Finan-
conservação; e ceiro quanto à existência do comprovante de pagamento,
b) bens móveis permanentes excedentes ou ociosos: em caso de licitação e, em seguida, procederá à entrega do
quando for constatado estarem os bens em perfeitas con- mesmo mediante recibo próprio; emitido o Termo, o Setor
dições de uso e operação, porém sem utilização. de Patrimônio providenciará o documento de quitação de
Os bens móveis permanentes considerados excedentes responsabilidade patrimonial e entregará uma via a quem
ou ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Central, detinha a responsabilidade do bem.
ficando proibida a retirada de peças e dos periféricos a ele Compete às unidades de controle dos bens patrimo-
relacionados, exceto nos casos autorizados pelo chefe da niais e ao dirigente do órgão, periodicamente, provocar
unidade gestora. expedientes para que seja efetuado levantamento de bens
suscetíveis de alienação ou desfazimento.
⇒ ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS:
O desfazimento é a operação de baixa de um bem per-
tencente ao acervo patrimonial do órgão e consequente LEGISLAÇÃO: CONSTITUIÇÃO FEDERAL –
retirada do seu valor do ativo imobilizado. Considera-se CAPITULO VII DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
baixa patrimonial, a retirada de bem da carga patrimonial
do órgão, mediante registro da transferência deste para o
controle de bens baixados, feita exclusivamente pelo Se-
tor de Patrimônio, devidamente autorizado pelo gestor. O 1) Princípios da Administração Pública
número de patrimônio de um bem baixado não deverá ser Os valores éticos inerentes ao Estado, os quais permi-
utilizado em outro bem. tem que ele consolide o bem comum e garanta a preser-
A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das vação dos interesses da coletividade, se encontram exte-
formas a seguir: alienação; permuta; perda total; extravio; riorizados em princípios e regras. Estes, por sua vez, são
destruição; comodato; transferência; sinistro; e exclusão de estabelecidos na Constituição Federal e em legislações in-
bens no cadastro. Em qualquer uma das situações expos- fraconstitucionais, a exemplo das que serão estudadas nes-
tas, deve-se proceder à baixa definitiva dos bens conside- te tópico, quais sejam: Decreto n° 1.171/94, Lei n° 8.112/90
rados inservíveis por obsoletismo, por seu estado irrecu- e Lei n° 8.429/92.
perável e inaproveitável em instituições do serviço público. Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no
As orientações administrativas devem ser obedecidas, em setor público partem da Constituição Federal, que estabe-
cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema lece alguns princípios fundamentais para a ética no setor
de gestão patrimonial, que, além da Contabilidade, é par- público. Em outras palavras, é o texto constitucional do ar-
te interessada. Sendo o bem considerado obsoleto ou não tigo 37, especialmente o caput, que permite a compreen-
havendo interesse em utilizá-lo no órgão onde se encontra, são de boa parte do conteúdo das leis específicas, porque
mas estando em condições de uso (em estado regular de possui um caráter amplo ao preconizar os princípios fun-
conservação), o dirigente do órgão deverá, primeiramente, damentais da administração pública. Estabelece a Consti-
colocá-lo em disponibilidade. tuição Federal:
Para tanto, o detentor da carga deverá preencher for-
mulário próprio criado pelo órgão normatizador e enca- Artigo 37, CF. A administração pública direta e indireta
minhar ao órgão competente que poderá verificar, anteci- de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
padamente, junto às entidades filantrópicas reconhecidas Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legali-
como de interesse público, delegacias, escolas ou biblio- dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
tecas municipais e estaduais, no âmbito de sua jurisdição, também, ao seguinte: [...]
35
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
São princípios da administração pública, nesta ordem: princípios éticos regentes da função administrativa. TODO
Legalidade ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL OU AO MENOS
Impessoalidade IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação com os dois princípios
Moralidade anteriores.
Publicidade d) Princípio da publicidade: A administração pública
Eficiência é obrigada a manter transparência em relação a todos seus
atos e a todas informações armazenadas nos seus ban-
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras for- cos de dados. Daí a publicação em órgãos da imprensa e
mam o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da a afixação de portarias. Por exemplo, a própria expressão
Administração Pública. É de fundamental importância um concurso público (art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que
olhar atento ao significado de cada um destes princípios, todos devem tomar conhecimento do processo seletivo
posto que eles estruturam todas as regras éticas prescritas de servidores do Estado. Diante disso, como será visto, se
no Código de Ética e na Lei de Improbidade Administrativa, negar indevidamente a fornecer informações ao adminis-
tomando como base os ensinamentos de Carvalho Filho1 e trado caracteriza ato de improbidade administrativa.
Spitzcovsky2: No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legali- princípio da publicidade seja deturpado em propaganda
dade significa a permissão de fazer tudo o que a lei não político-eleitoral:
proíbe. Contudo, como a administração pública representa
os interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas,
de subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei ex- obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
pressamente determina (assim, na esfera estatal, é preciso caráter educativo, informativo ou de orientação social,
lei anterior editando a matéria para que seja preservado o dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
princípio da legalidade). A origem deste princípio está na
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servido-
criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio
res públicos.
Estado deve respeitar as leis que dita.
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interes-
Somente pela publicidade os indivíduos controlarão
ses que representa, a administração pública está proibida
a legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os
de promover discriminações gratuitas. Discriminar é tratar
instrumentos para proteção são o direito de petição e as
alguém de forma diferente dos demais, privilegiando ou
certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - resi-
prejudicando. Segundo este princípio, a administração pú-
dualmente - do mandado de segurança. Neste viés, ainda,
blica deve tratar igualmente todos aqueles que se encon-
prevê o artigo 37, CF em seu §3º:
trem na mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou
igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a impessoalida-
de no que tange à contratação de serviços. O princípio da Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de par-
impessoalidade correlaciona-se ao princípio da finalidade, ticipação do usuário na administração pública direta e
pelo qual o alvo a ser alcançado pela administração públi- indireta, regulando especialmente:
ca é somente o interesse público. Com efeito, o interesse I - as reclamações relativas à prestação dos serviços
particular não pode influenciar no tratamento das pessoas, públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços
já que deve-se buscar somente a preservação do interesse de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa
coletivo. e interna, da qualidade dos serviços;
c) Princípio da moralidade: A posição deste princí- II - o acesso dos usuários a registros administrativos e
pio no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de a informações sobre atos de governo, observado o disposto
uma espécie de moralidade administrativa, intimamente no art. 5º, X e XXXIII;
relacionada ao poder público. A administração pública não III - a disciplina da representação contra o exercício
atua como um particular, de modo que enquanto o des- negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na ad-
cumprimento dos preceitos morais por parte deste parti- ministração pública.
cular não é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento
jurídico adota tratamento rigoroso do comportamento e) Princípio da eficiência: A administração pública
imoral por parte dos representantes do Estado. O princípio deve manter o ampliar a qualidade de seus serviços com
da moralidade deve se fazer presente não só para com os controle de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar
administrados, mas também no âmbito interno. Está indis- pessoas (o concurso público seleciona os mais qualifica-
sociavelmente ligado à noção de bom administrador, que dos ao exercício do cargo), ao manter tais pessoas em
não somente deve ser conhecedor da lei, mas também dos seus cargos (pois é possível exonerar um servidor público
1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de por ineficiência) e ao controlar gastos (limitando o teto de
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, remuneração), por exemplo. O núcleo deste princípio é a
2010. procura por produtividade e economicidade. Alcança os
2 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. serviços públicos e os serviços administrativos internos, se
ed. São Paulo: Método, 2011. referindo diretamente à conduta dos agentes.
36
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Além destes cinco princípios administrativo-constitu- doutrinárias, pois o referido artigo exige a motivação para
cionais diretamente selecionados pelo constituinte, po- todos os atos nele elencados, compreendendo entre estes,
dem ser apontados como princípios de natureza ética rela- tanto os atos discricionários quanto os vinculados.
cionados à função pública a probidade e a motivação:
a) Princípio da probidade: um princípio constitucional 2) Regras mínimas sobre direitos e deveres dos ser-
incluído dentro dos princípios específicos da licitação, é o vidores
dever de todo o administrador público, o dever de hones- O artigo 37 da Constituição Federal estabelece os princí-
tidade e fidelidade com o Estado, com a população, no de- pios da administração pública estudados no tópico anterior,
sempenho de suas funções. Possui contornos mais definidos aos quais estão sujeitos servidores de quaisquer dos Pode-
do que a moralidade. Diógenes Gasparini3 alerta que alguns res em qualquer das esferas federativas, e, em seus incisos,
autores tratam veem como distintos os princípios da morali- regras mínimas sobre o serviço público:
dade e da probidade administrativa, mas não há caracterís-
ticas que permitam tratar os mesmos como procedimentos Artigo 37, I, CF. Os cargos, empregos e funções públicas são
distintos, sendo no máximo possível afirmar que a probi- acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabe-
dade administrativa é um aspecto particular da moralidade lecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
administrativa.
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida Aprofundando a questão, tem-se o artigo 5º da Lei nº
ao administrador de motivar todos os atos que edita, ge- 8.112/1990, que prevê:
rais ou de efeitos concretos. É considerado, entre os demais
princípios, um dos mais importantes, uma vez que sem a Artigo 5º, Lei nº 8.112/1990. São requisitos básicos para
motivação não há o devido processo legal, uma vez que a investidura em cargo público:
fundamentação surge como meio interpretativo da decisão I - a nacionalidade brasileira;
que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro II - o gozo dos direitos políticos;
meio de viabilização do controle da legalidade dos atos da III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
Administração. IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicável cargo;
ao caso concreto e relacionar os fatos que concretamente V - a idade mínima de dezoito anos;
levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Todos os atos VI - aptidão física e mental.
administrativos devem ser motivados para que o Judiciário § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigên-
possa controlar o mérito do ato administrativo quanto à sua cia de outros requisitos estabelecidos em lei. [...]
legalidade. Para efetuar esse controle, devem ser observa- § 3º As universidades e instituições de pesquisa cientí-
dos os motivos dos atos administrativos. fica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com
Em relação à necessidade de motivação dos atos admi- professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo
nistrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um único com as normas e os procedimentos desta Lei.
comportamento possível) e dos atos discricionários (aqueles
que a lei, dentro dos limites nela previstos, aponta um ou Destaca-se a exceção ao inciso I do artigo 5° da Lei nº
mais comportamentos possíveis, de acordo com um juízo de 8.112/1990 e do inciso I do artigo 37, CF, prevista no artigo
conveniência e oportunidade), a doutrina é uníssona na de- 207 da Constituição, permitindo que estrangeiros assumam
terminação da obrigatoriedade de motivação com relação cargos no ramo da pesquisa, ciência e tecnologia.
aos atos administrativos vinculados; todavia, diverge quanto
à referida necessidade quanto aos atos discricionários. Artigo 37, II, CF. A investidura em cargo ou emprego pú-
Meirelles4 entende que o ato discricionário, editado sob blico depende de aprovação prévia em concurso público de
os limites da Lei, confere ao administrador uma margem de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunida- complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
de, não sendo necessária a motivação. No entanto, se houver ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declara-
tal fundamentação, o ato deverá condicionar-se a esta, em do em lei de livre nomeação e exoneração.
razão da necessidade de observância da Teoria dos Moti-
vos Determinantes. O entendimento majoritário da doutrina, Preconiza o artigo 10 da Lei nº 8.112/1990:
porém, é de que, mesmo no ato discricionário, é necessária
a motivação para que se saiba qual o caminho adotado pelo Artigo 10, Lei nº 8.112/90. A nomeação para cargo de
administrador. Gasparini5, com respaldo no art. 50 da Lei n. carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de
9.784/98, aponta inclusive a superação de tais discussões prévia habilitação em concurso público de provas ou de pro-
vas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo
3 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª de sua validade.
ed. São Paulo: Saraiva, 2004. Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso
4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante pro-
brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993. moção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do
5 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus
ed. São Paulo: Saraiva, 2004. regulamentos.
37
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
No concurso de provas o candidato é avaliado apenas pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos concursos
de provas e títulos o seu currículo em toda sua atividade profissional também é considerado. Cargo em comissão é o cargo
de confiança, que não exige concurso público, sendo exceção à regra geral.
Artigo 37, III, CF. O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual pe-
ríodo.
Artigo 37, IV, CF. Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
emprego, na carreira.
Artigo 12, Lei nº 8.112/1990. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única
vez, por igual período.
§1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no
Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade
não expirado.
O edital delimita questões como valor da taxa de inscrição, casos de isenção, número de vagas e prazo de validade.
Havendo candidatos aprovados na vigência do prazo do concurso, ele deve ser chamado para assumir eventual vaga e
não ser realizado novo concurso.
Destaca-se que o §2º do artigo 37, CF, prevê:
Artigo 37, §2º, CF. A não-observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da auto-
ridade responsável, nos termos da lei.
Com efeito, há tratamento rigoroso da responsabilização daquele que viola as diretrizes mínimas sobre o ingresso no
serviço público, que em regra se dá por concurso de provas ou de provas e títulos.
Artigo 37, V, CF. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os
cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos pre-
vistos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
6 http://direitoemquadrinhos.blogspot.com.br/2011/03/quadro-comparativo-funcao-de-confianca.html
38
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Artigo 37, VI, CF. É garantido ao servidor público civil o Artigo 37, X, CF. A remuneração dos servidores pú-
direito à livre associação sindical. blicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somen-
te poderão ser fixados ou alterados por lei específica,
A liberdade de associação é garantida aos servidores observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada
públicos tal como é garantida a todos na condição de di- revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
reito individual e de direito social. de índices.
Artigo 37, VII, CF. O direito de greve será exercido nos Artigo 37, XV, CF. O subsídio e os vencimentos dos ocu-
termos e nos limites definidos em lei específica. pantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis,
ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e
O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
públicos possuem o direito de greve, devendo se atentar
pela preservação da sociedade quando exercê-lo. Enquan- Artigo 37, §10, CF. É vedada a percepção simultânea
to não for elaborada uma legislação específica para os fun- de proventos de aposentadoria decorrentes do art.
cionários públicos, deverá ser obedecida a lei geral de gre- 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo,
ve para os funcionários privados, qual seja a Lei n° 7.783/89 emprego ou função pública, ressalvados os cargos acu-
(Mandado de Injunção nº 20). muláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e
os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação
Artigo 37, VIII, CF. A lei reservará percentual dos car- e exoneração.
gos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão. Sobre a questão, disciplina a Lei nº 8.112/1990 nos ar-
tigos 40 e 41:
Neste sentido, o §2º do artigo 5º da Lei nº 8.112/1990:
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exer-
Artigo 5º, Lei nº 8.112/90. Às pessoas portadoras de de- cício de cargo público, com valor fixado em lei.
ficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso
público para provimento de cargo cujas atribuições sejam Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo,
compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabele-
tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das
cidas em lei.
vagas oferecidas no concurso.
§ 1º A remuneração do servidor investido em função ou
cargo em comissão será paga na forma prevista no art. 62.
Prossegue o artigo 37, CF:
§ 2º O servidor investido em cargo em comissão de ór-
gão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a remu-
Artigo 37, IX, CF. A lei estabelecerá os casos de contra-
neração de acordo com o estabelecido no § 1º do art. 93.
tação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público. § 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das van-
tagens de caráter permanente, é irredutível.
A Lei nº 8.745/1993 regulamenta este inciso da Consti- § 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para
tuição, definindo a natureza da relação estabelecida entre o cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo
servidor contratado e a Administração Pública, para atender Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as
à “necessidade temporária de excepcional interesse público”. vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou
“Em se tratando de relação subordinada, isto é, de rela- ao local de trabalho.
ção que comporta dependência jurídica do servidor peran- § 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao
te o Estado, duas opções se ofereciam: ou a relação seria salário mínimo.
trabalhista, agindo o Estado iure gestionis, sem usar das
prerrogativas de Poder Público, ou institucional, estatutária, Ainda, o artigo 37 da Constituição:
preponderando o ius imperii do Estado. Melhor dizendo:
o sistema preconizado pela Carta Política de 1988 é o do Artigo 37, XI, CF. A remuneração e o subsídio dos ocu-
contrato, que tanto pode ser trabalhista (inserindo-se na pantes de cargos, funções e empregos públicos da ad-
esfera do Direito Privado) quanto administrativo (situando- ministração direta, autárquica e fundacional, dos mem-
-se no campo do Direito Público). [...] Uma solução inter- bros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
mediária não deixa, entretanto, de ser legítima. Pode-se, Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de man-
com certeza, abonar um sistema híbrido, eclético, no qual dato eletivo e dos demais agentes políticos e os proven-
coexistam normas trabalhistas e estatutárias, pondo-se em tos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
contiguidade os vínculos privado e administrativo, no sen- cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais
tido de atender às exigências do Estado moderno, que pro- ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o
cura alcançar os seus objetivos com a mesma eficácia dos subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
empreendimentos não-governamentais”7. cepcional interesse público. Disponível em: <http://www.
7 VOGEL NETO, Gustavo Adolpho. Contratação de planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_39/Artigos/Art_Gustavo.
servidores para atender a necessidade temporária de ex- htm>. Acesso em: 23 dez. 2014.
39
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municí- Artigo 37, XIV, CF. Os acréscimos pecuniários percebi-
pios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito dos por servidor público não serão computados nem acu-
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do mulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos A preocupação do constituinte, ao implantar tal pre-
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a no- ceito, foi de que não eclodisse no sistema remuneratório
venta inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do dos servidores, ou seja, evitar que se utilize uma vantagem
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo como base de cálculo de um outro benefício. Dessa forma,
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável qualquer gratificação que venha a ser concedida ao servi-
este limite aos membros do Ministério Público, aos Pro- dor só pode ter como base de cálculo o próprio vencimen-
curadores e aos Defensores Públicos. to básico. É inaceitável que se leve em consideração outra
vantagem até então percebida.
Artigo 37, XII, CF. Os vencimentos dos cargos do Poder
Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superio- Artigo 37, XVI, CF. É vedada a acumulação remune-
res aos pagos pelo Poder Executivo. rada de cargos públicos, exceto, quando houver com-
patibilidade de horários, observado em qualquer caso o
Prevê a Lei nº 8.112/1990 em seu artigo 42: disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou
Artigo 42, Lei nº 8.112/90. Nenhum servidor poderá per- científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos
ceber, mensalmente, a título de remuneração, importância de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
superior à soma dos valores percebidos como remuneração,
em espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos Po- Artigo 37, XVII, CF. A proibição de acumular estende-se
deres, pelos Ministros de Estado, por membros do Congresso a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,
Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Federal. Parágra- empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
fo único. Excluem-se do teto de remuneração as vantagens subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indire-
previstas nos incisos II a VII do art. 61. tamente, pelo poder público.
Com efeito, os §§ 11 e 12 do artigo 37, CF tecem apro- Segundo Carvalho Filho8, “o fundamento da proibição
fundamentos sobre o mencionado inciso XI: é impedir que o cúmulo de funções públicas faça com que
o servidor não execute qualquer delas com a necessária efi-
Artigo 37, § 11, CF. Não serão computadas, para efei- ciência. Além disso, porém, pode-se observar que o Cons-
to dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do tituinte quis também impedir a cumulação de ganhos em
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório detrimento da boa execução de tarefas públicas. [...] Nota-
previstas em lei. -se que a vedação se refere à acumulação remunerada. Em
consequência, se a acumulação só encerra a percepção de
Artigo 37, § 12, CF. Para os fins do disposto no inciso vencimentos por uma das fontes, não incide a regra cons-
XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao titucional proibitiva”.
Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às A Lei nº 8.112/1990 regulamenta intensamente a ques-
respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite úni- tão:
co, o subsídio mensal dos Desembargadores do respec-
tivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e Artigo 118, Lei nº 8.112/1990. Ressalvados os casos pre-
vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos vistos na Constituição, é vedada a acumulação remunera-
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o da de cargos públicos.
disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Esta- § 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, em-
duais e Distritais e dos Vereadores. pregos e funções em autarquias, fundações públicas, em-
presas públicas, sociedades de economia mista da União,
Por seu turno, o artigo 37 quanto à vinculação ou equi- do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Mu-
paração salarial: nicípios.
§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica con-
Artigo 37, XIII, CF. É vedada a vinculação ou equipara- dicionada à comprovação da compatibilidade de horá-
ção de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de rios.
remuneração de pessoal do serviço público. § 3o Considera-se acumulação proibida a percepção
de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com
Os padrões de vencimentos são fixados por conselho proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que
de política de administração e remuneração de pessoal, decorram essas remunerações forem acumuláveis na ati-
integrado por servidores designados pelos respectivos vidade.
Poderes (artigo 39, caput e § 1º), sem qualquer garantia 8 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
constitucional de tratamento igualitário aos cargos que se direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris,
mostrem similares. 2010.
40
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Art. 119, Lei nº 8.112/1990. O servidor não poderá atingir esses objetivos primários, deve desenvolver uma
exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso atividade financeira, com o intuito de obter recursos indis-
previsto no parágrafo único do art. 9o, nem ser remunerado pensáveis às necessidades cuja satisfação se comprometeu
pela participação em órgão de deliberação coletiva. quando estabeleceu o “pacto” constitucional de 1988. [...]
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica A importância da Administração Tributária foi reconhecida
à remuneração devida pela participação em conselhos de expressamente pelo constituinte que acrescentou, no arti-
administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de go 37 da Carta Magna, o inciso XVIII, estabelecendo a sua
economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como precedência e de seus servidores sobre os demais setores
quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou da Administração Pública, dentro de suas áreas de compe-
indiretamente, detenha participação no capital social, obser- tência”10.
vado o que, a respeito, dispuser legislação específica.
Artigo 37, XIX, CF. Somente por lei específica pode-
Art. 120, Lei nº 8.112/1990. O servidor vinculado ao rá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efeti- empresa pública, de sociedade de economia mista e de
vos, quando investido em cargo de provimento em comissão, fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipóte- definir as áreas de sua atuação.
se em que houver compatibilidade de horário e local com o
exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas Artigo 37, XX, CF. Depende de autorização legislati-
dos órgãos ou entidades envolvidos. va, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação
“Os artigos 118 a 120 da Lei nº 8.112/90 ao tratarem da de qualquer delas em empresa privada.
acumulação de cargos e funções públicas, regulamentam,
no âmbito do serviço público federal a vedação genérica Órgãos da administração indireta somente podem ser
constante do art. 37, incisos VXI e XVII, da Constituição da criados por lei específica e a criação de subsidiárias des-
República. De fato, a acumulação ilícita de cargos públicos tes dependem de autorização legislativa (o Estado cria e
controla diretamente determinada empresa pública ou so-
constitui uma das infrações mais comuns praticadas por
ciedade de economia mista, e estas, por sua vez, passam
servidores públicos, o que se constata observando o eleva-
a gerir uma nova empresa, denominada subsidiária. Ex.:
do número de processos administrativos instaurados com
Transpetro, subsidiária da Petrobrás). “Abrimos um parên-
esse objeto. O sistema adotado pela Lei nº 8.112/90 é rela-
tese para observar que quase todos os autores que abor-
tivamente brando, quando cotejado com outros estatutos
dam o assunto afirmam categoricamente que, a despeito
de alguns Estados, visto que propicia ao servidor incurso
da referência no texto constitucional a ‘subsidiárias das
nessa ilicitude diversas oportunidades para regularizar sua
entidades mencionadas no inciso anterior’, somente em-
situação e escapar da pena de demissão. Também prevê a presas públicas e sociedades de economia mista podem ter
lei em comentário, um processo administrativo simplifica- subsidiárias, pois a relação de controle que existe entre a
do (processo disciplinar de rito sumário) para a apuração pessoa jurídica matriz e a subsidiária seria própria de pes-
dessa infração – art. 133” 9. soas com estrutura empresarial, e inadequada a autarquias
e fundações públicas. OUSAMOS DISCORDAR. Parece-nos
Artigo 37, XVIII, CF. A administração fazendária e que, se o legislador de um ente federado pretendesse, por
seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de com- exemplo, autorizar a criação de uma subsidiária de uma
petência e jurisdição, precedência sobre os demais setores fundação pública, NÃO haveria base constitucional para
administrativos, na forma da lei. considerar inválida sua autorização”11.
Ainda sobre a questão do funcionamento da adminis-
Artigo 37, XXII, CF. As administrações tributárias da tração indireta e de suas subsidiárias, destaca-se o previsto
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos §§ 8º e 9º do artigo 37, CF:
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas
por servidores de carreiras específicas, terão recursos prio- Artigo 37, §8º, CF. A autonomia gerencial, orçamen-
ritários para a realização de suas atividades e atuarão tária e financeira dos órgãos e entidades da administração
de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato,
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou con- a ser firmado entre seus administradores e o poder público,
vênio. que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho
para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
“O Estado tem como finalidade essencial a garantia I - o prazo de duração do contrato;
do bem-estar de seus cidadãos, seja através dos serviços II - os controles e critérios de avaliação de desempenho,
públicos que disponibiliza, seja através de investimentos direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
na área social (educação, saúde, segurança pública). Para III - a remuneração do pessoal.
9 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Ser- 10 http://www.sindsefaz.org.br/parecer_administracao_
vidores Públicos da União. Disponível em: <http://www.ca- tributaria_sao_paulo.htm
naldosconcursos.com.br/artigos/almirmorgado_artigo1.pdf>. 11 ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo
Acesso em: 11 ago. 2013. Descomplicado. São Paulo: GEN, 2014.
41
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Artigo 37, § 9º, CF. O disposto no inciso XI aplica-se às Prescrição é um instituto que visa regular a perda do
empresas públicas e às sociedades de economia mista direito de acionar judicialmente. No caso, o prazo é de 5
e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos anos para as infrações mais graves, 2 para as de gravidade
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para paga- intermediária (pena de suspensão) e 180 dias para as me-
mento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. nos graves (pena de advertência), contados da data em que
o fato se tornou conhecido pela administração pública. Se
Continua o artigo 37, CF: a infração disciplinar for crime, valerão os prazos prescri-
cionais do direito penal, mais longos, logo, menos favorá-
Artigo 37, XXI, CF. Ressalvados os casos especificados veis ao servidor. Interrupção da prescrição significa parar a
na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contagem do prazo para que, retornando, comece do zero.
contratados mediante processo de licitação pública que Da abertura da sindicância ou processo administrativo dis-
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, ciplinar até a decisão final proferida por autoridade com-
com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, petente não corre a prescrição. Proferida a decisão, o prazo
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da começa a contar do zero. Passado o prazo, não caberá mais
lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação propor ação disciplinar.
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri-
mento das obrigações. Artigo 37, §7º, CF. A lei disporá sobre os requisitos e as
restrições ao ocupante de cargo ou emprego da adminis-
A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, regulamenta o tração direta e indireta que possibilite o acesso a informa-
art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas ções privilegiadas.
para licitações e contratos da Administração Pública e dá
outras providências. Licitação nada mais é que o conjunto A Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013 dispõe sobre
de procedimentos administrativos (administrativos por- o conflito de interesses no exercício de cargo ou emprego
que parte da administração pública) para as compras ou do Poder Executivo federal e impedimentos posteriores ao
serviços contratados pelos governos Federal, Estadual ou exercício do cargo ou emprego; e revoga dispositivos da
Municipal, ou seja todos os entes federativos. De forma Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000, e das Medidas Provi-
mais simples, podemos dizer que o governo deve comprar sórias nºs 2.216-37, de 31 de agosto de 2001, e 2.225-45,
e contratar serviços seguindo regras de lei, assim a licita- de 4 de setembro de 2001.
ção é um processo formal onde há a competição entre os Neste sentido, conforme seu artigo 1º:
interessados.
Artigo 1º, Lei nº 12.813/2013. As situações que configu-
Artigo 37, §5º, CF. A lei estabelecerá os prazos de pres- ram conflito de interesses envolvendo ocupantes de cargo ou
crição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor emprego no âmbito do Poder Executivo federal, os requisitos
ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as res- e restrições a ocupantes de cargo ou emprego que tenham
pectivas ações de ressarcimento. acesso a informações privilegiadas, os impedimentos poste-
riores ao exercício do cargo ou emprego e as competências
A prescrição dos ilícitos praticados por servidor encon- para fiscalização, avaliação e prevenção de conflitos de inte-
tra disciplina específica no artigo 142 da Lei nº 8.112/1990: resses regulam-se pelo disposto nesta Lei.
42
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Com o advento da Lei nº 8.429/1992, os agentes públi- b) Ato de improbidade administrativa que importe
cos passaram a ser responsabilizados na esfera civil pelos lesão ao erário (artigo 10, Lei nº 8.429/1992)
atos de improbidade administrativa descritos nos artigos O grupo intermediário de atos de improbidade adminis-
9º, 10 e 11, ficando sujeitos às penas do art. 12. A existên- trativa se caracteriza pelos elementos: causar dano ao erário
cia de esferas distintas de responsabilidade (civil, penal e ou aos cofres públicos + gerando perda patrimonial ou di-
administrativa) impede falar-se em bis in idem, já que, on- lapidação do patrimônio público. Assim como o artigo ante-
tologicamente, não se trata de punições idênticas, embora rior, o caput descreve a fórmula genérica e os incisos algumas
baseadas no mesmo fato, mas de responsabilização em atitudes específicas que exemplificam o seu conteúdo14.
esferas distintas do Direito. Perda patrimonial é o gênero, do qual são espécies:
Destaca-se um conceito mais amplo de agente públi- desvio, que é o direcionamento indevido; apropriação, que
é a transferência indevida para a própria propriedade; mal-
co previsto pela lei nº 8.429/1992 em seus artigos 1º e
baratamento, que significa desperdício; e dilapidação, que
2º porque o agente público pode ser ou não um servidor
se refere a destruição15.
público. Ele poderá estar vinculado a qualquer institui- O objeto da tutela é a preservação do patrimônio pú-
ção ou órgão que desempenhe diretamente o interesse blico, em todos seus bens e valores. O pressuposto exigível
do Estado. Assim, estão incluídos todos os integrantes da é a ocorrência de dano ao patrimônio dos sujeitos passivos.
administração direta, indireta e fundacional, conforme o Este artigo admite expressamente a variante culpo-
preâmbulo da legislação. Pode até mesmo ser uma enti- sa, o que muitos entendem ser inconstitucional. O STJ, no
dade privada que desempenhe tais fins, desde que a verba REsp n° 939.142/RJ, apontou alguns aspectos da inconsti-
de criação ou custeio tenha sido ou seja pública em mais tucionalidade do artigo. Contudo, “a jurisprudência do STJ
de 50% do patrimônio ou receita anual. Caso a verba pú- consolidou a tese de que é indispensável a existência de
blica que tenha auxiliado uma entidade privada a qual o dolo nas condutas descritas nos artigos 9º e 11 e ao menos
Estado não tenha concorrido para criação ou custeio, de culpa nas hipóteses do artigo 10, nas quais o dano ao
também haverá sujeição às penalidades da lei. Em caso erário precisa ser comprovado. De acordo com o ministro
de custeio/criação pelo Estado que seja inferior a 50% Castro Meira, a conduta culposa ocorre quando o agente
do patrimônio ou receita anual, a legislação ainda se apli- não pretende atingir o resultado danoso, mas atua com ne-
ca. Entretanto, nestes dois casos, a sanção patrimonial se gligência, imprudência ou imperícia (REsp n° 1.127.143)”16.
limitará ao que o ilícito repercutiu sobre a contribuição Para Carvalho Filho17, não há inconstitucionalidade na mo-
dos cofres públicos. Significa que se o prejuízo causado dalidade culposa, lembrando que é possível dosar a pena
conforme o agente aja com dolo ou culpa.
for maior que a efetiva contribuição por parte do poder
O ponto central é lembrar que neste artigo não se exi-
público, o ressarcimento terá que ser buscado por outra
ge que o sujeito ativo tenha percebido vantagens indevi-
via que não a ação de improbidade administrativa. das, basta o dano ao erário. Se tiver recebido vantagem
A legislação em estudo, por sua vez, divide os atos de indevida, incide no artigo anterior. Exceto pela não per-
improbidade administrativa em três categorias: cepção da vantagem indevida, os tipos exemplificados se
a) Ato de improbidade administrativa que importe aproximam muito dos previstos nos incisos do art. 9°.
enriquecimento ilícito (artigo 9º, Lei nº 8.429/1992) c) Ato de Improbidade Administrativa Decorrentes
O grupo mais grave de atos de improbidade adminis- de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Fi-
trativa se caracteriza pelos elementos: enriquecimento + nanceiro ou Tributário (Incluído pela Lei Complementar nº
ilícito + resultante de uma vantagem patrimonial inde- 157, de 2016)
vida + em razão do exercício de cargo, mandato, empre- Uma das alterações recentes à disciplina do ISS visou
go, função ou outra atividade nas entidades do artigo 1° evitar a continuidade da guerra fiscal entre os municípios,
da Lei nº 8.429/1992. fixando-se a alíquota mínima em 2%.
O enriquecimento deve ser ilícito, afinal, o Estado não Com efeito, os municípios não poderão fixar dentro de
se opõe que o indivíduo enriqueça, desde que obedeça sua competência constitucional alíquotas inferiores a 2%
aos ditames morais, notadamente no desempenho de fun- para atrair e fomentar investimentos novos (incentivo fis-
ção de interesse estatal. cal), prejudicando os municípios vizinhos.
Exige-se que o sujeito obtenha vantagem patrimo-
14 Ibid.
nial ilícita. Contudo, é dispensável que efetivamente tenha
15 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
ocorrido dano aos cofres públicos (por exemplo, quando
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris,
um policial recebe propina pratica ato de improbidade ad-
2010.
ministrativa, mas não atinge diretamente os cofres públi-
16 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Improbidade
cos).
administrativa: desonestidade na gestão dos recursos públi-
Como fica difícil imaginar que alguém possa se enri- cos. Disponível em: <http://www.stj.gov.br/portal_stj/publica-
quecer ilicitamente por negligência, imprudência ou im- cao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=103422>. Acesso
perícia, todas as condutas configuram atos dolosos (com em: 26 mar. 2013.
intenção). Não cabe prática por omissão.13 17 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
13 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris,
ed. São Paulo: Método, 2011. 2010.
43
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Em razão disso, tipifica-se como ato de improbidade ilícito e nem dano ao erário, pois no máximo a prática de
administrativa a eventual concessão do benefício abaixo da guerra fiscal pode gerar. Já no artigo 11, o máximo que
alíquota mínima. pode ocorrer é o dano ao erário, com o devido ressarci-
d) Ato de improbidade administrativa que atente mento. Além disso, em todos os casos há perda da função
contra os princípios da administração pública (artigo pública. Nas três categorias, são estabelecidas sanções de
11, Lei nº 8.429/1992) suspensão dos direitos políticos, multa e vedação de con-
Nos termos do artigo 11 da Lei nº 8.429/1992, “cons- tratação ou percepção de vantagem, graduadas conforme
titui ato de improbidade administrativa que atenta contra a gravidade do ato. É o que se depreende da leitura do
os princípios da administração pública qualquer ação ou artigo 12 da Lei nº 8.929/1992 como §4º do artigo 37, CF,
omissão que viole os deveres de honestidade, imparciali- que prevê: “Os atos de improbidade administrativa im-
dade, legalidade, e lealdade às instituições [...]”. O grupo portarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
mais ameno de atos de improbidade administrativa se função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressar-
caracteriza pela simples violação a princípios da admi- cimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
nistração pública, ou seja, aplica-se a qualquer atitude do sem prejuízo da ação penal cabível”.
sujeito ativo que viole os ditames éticos do serviço público. A única sanção que se encontra prevista na Lei nº
Isto é, o legislador pretende a preservação dos princípios 8.429/1992 mas não na Constituição Federal é a de mul-
gerais da administração pública18. ta. (art. 37, §4°, CF). Não há nenhuma inconstitucionalidade
O objeto de tutela são os princípios constitucionais. disto, pois nada impediria que o legislador infraconstitu-
Basta a vulneração em si dos princípios, sendo dispensáveis cional ampliasse a relação mínima de penalidades da Cons-
o enriquecimento ilícito e o dano ao erário. Somente é pos- tituição, pois esta não limitou tal possibilidade e porque a
sível a prática de algum destes atos com dolo (intenção), lei é o instrumento adequado para tanto19.
embora caiba a prática por ação ou omissão. Carvalho Filho20 tece considerações a respeito de algu-
Será preciso utilizar razoabilidade e proporcionalidade mas das sanções:
para não permitir a caracterização de abuso de poder, dian- - Perda de bens e valores: “tal punição só incide sobre
te do conteúdo aberto do dispositivo. Na verdade, trata- os bens acrescidos após a prática do ato de improbidade.
-se de tipo subsidiário, ou seja, que se aplica quando o ato Se alcançasse anteriores, ocorreria confisco, o que restaria
de improbidade administrativa não tiver gerado obtenção sem escora constitucional. Além disso, o acréscimo deve
de vantagem derivar de origem ilícita”.
Com efeito, os atos de improbidade administrativa não - Ressarcimento integral do dano: há quem entenda
são crimes de responsabilidade. Trata-se de punição na que engloba dano moral. Cabe acréscimo de correção mo-
esfera cível, não criminal. Por isso, caso o ato configure netária e juros de mora.
simultaneamente um ato de improbidade administrativa - Perda de função pública: “se o agente é titular de
desta lei e um crime previsto na legislação penal, o que mandato, a perda se processa pelo instrumento de cassa-
é comum no caso do artigo 9°, responderá o agente por ção. Sendo servidor estatutário, sujeitar-se-á à demissão
ambos, nas duas esferas. do serviço público. Havendo contrato de trabalho (servido-
res trabalhistas e temporários), a perda da função pública
Em suma, a lei encontra-se estruturada da seguinte se consubstancia pela rescisão do contrato com culpa do
forma: inicialmente, trata das vítimas possíveis (sujeito pas- empregado. No caso de exercer apenas uma função públi-
sivo) e daqueles que podem praticar os atos de improbida- ca, fora de tais situações, a perda se dará pela revogação
de administrativa (sujeito ativo); ainda, aborda a reparação da designação”. Lembra-se que determinadas autoridades
do dano ao lesionado e o ressarcimento ao patrimônio pú- se sujeitam a procedimento especial para perda da função
blico; após, traz a tipologia dos atos de improbidade ad- pública, ponto em que não se aplica a Lei de Improbidade
ministrativa, isto é, enumera condutas de tal natureza; se- Administrativa.
guindo-se à definição das sanções aplicáveis; e, finalmente, - Multa: a lei indica inflexibilidade no limite máximo,
descreve os procedimentos administrativo e judicial. mas flexibilidade dentro deste limite, podendo os julga-
No caso do art. 9°, categoria mais grave, o agente ob- dos nesta margem optar pela mais adequada. Há ainda
tém um enriquecimento ilícito (vantagem econômica inde- variabilidade na base de cálculo, conforme o tipo de ato
vida) e pode ainda causar dano ao erário, por isso, deverá de improbidade (a base será o valor do enriquecimento ou
não só reparar eventual dano causado mas também colo- o valor do dano ou o valor da remuneração do agente). A
car nos cofres públicos tudo o que adquiriu indevidamente. natureza da multa é de sanção civil, não possuindo caráter
Ou seja, poderá pagar somente o que enriqueceu indevida- indenizatório, mas punitivo.
mente ou este valor acrescido do valor do prejuízo causado - Proibição de receber benefícios: não se incluem as
aos cofres públicos (quanto o Estado perdeu ou deixou de imunidades genéricas e o agente punido deve ser ao me-
ganhar). No caso do artigo 10, não haverá enriquecimento nos sócio majoritário da instituição vitimada.
ilícito, mas sempre existirá dano ao erário, o qual será re- - Proibição de contratar: o agente punido não pode
parado (eventualmente, ocorrerá o enriquecimento ilícito, participar de processos licitatórios.
devendo o valor adquirido ser tomado pelo Estado). Na hi- 19 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
pótese do artigo 10-A, não se denota nem enriquecimento direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris,
18 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. 2010.
ed. São Paulo: Método, 2011. 20 Ibid.
44
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
4) Responsabilidade civil do Estado e de seus ser- não responde por todo assalto que ocorra, a não ser que
vidores na circunstância específica possuía o dever de impedir o
O instituto da responsabilidade civil é parte integran- assalto, como no caso de uma viatura presente no local -
te do direito obrigacional, uma vez que a principal conse- muito embora o direito à segurança pessoal seja um direito
quência da prática de um ato ilícito é a obrigação que gera humano reconhecido).
para o seu auto de reparar o dano, mediante o pagamen- 2) Agentes públicos - é toda pessoa que trabalhe den-
to de indenização que se refere às perdas e danos. Afinal, tro da administração pública, tenha ingressado ou não por
quem pratica um ato ou incorre em omissão que gere dano concurso, possua cargo, emprego ou função. Envolve os
deve suportar as consequências jurídicas decorrentes, res- agentes políticos, os servidores públicos em geral (funcio-
taurando-se o equilíbrio social.21 nários, empregados ou temporários) e os particulares em
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, po- colaboração (por exemplo, jurado ou mesário).
dendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os 3) Dano causado quando o agente estava agindo nesta
limites da herança, embora existam reflexos na ação que qualidade - é preciso que o agente esteja lançando mão das
apure a responsabilidade civil conforme o resultado na es- prerrogativas do cargo, não agindo como um particular.
fera penal (por exemplo, uma absolvição por negativa de Sem estes três requisitos, não será possível acionar o
autoria impede a condenação na esfera cível, ao passo que Estado para responsabilizá-lo civilmente pelo dano, por
uma absolvição por falta de provas não o faz). mais relevante que tenha sido a esfera de direitos atingida.
A responsabilidade civil do Estado acompanha o racio- Assim, não é qualquer dano que permite a responsabili-
cínio de que a principal consequência da prática de um ato zação civil do Estado, mas somente aquele que é causado
ilícito é a obrigação que gera para o seu auto de reparar o por um agente público no exercício de suas funções e que
dano, mediante o pagamento de indenização que se re- exceda as expectativas do lesado quanto à atuação do Es-
fere às perdas e danos. Todos os cidadãos se sujeitam às tado.
regras da responsabilidade civil, tanto podendo buscar o É preciso lembrar que não é o Estado em si que viola os
ressarcimento do dano que sofreu quanto respondendo direitos humanos, porque o Estado é uma ficção formada
por aqueles danos que causar. Da mesma forma, o Estado por um grupo de pessoas que desempenham as atividades
tem o dever de indenizar os membros da sociedade pelos estatais diversas. Assim, viola direitos humanos não o Esta-
danos que seus agentes causem durante a prestação do do em si, mas o agente que o representa, fazendo com que
serviço, inclusive se tais danos caracterizarem uma violação o próprio Estado seja responsabilizado por isso civilmente,
aos direitos humanos reconhecidos. pagando pela indenização (reparação dos danos materiais
Trata-se de responsabilidade extracontratual porque e morais). Sem prejuízo, com relação a eles, caberá ação de
não depende de ajuste prévio, basta a caracterização de regresso se agiram com dolo ou culpa.
elementos genéricos pré-determinados, que perpassam
pela leitura concomitante do Código Civil (artigos 186, 187 Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal:
e 927) com a Constituição Federal (artigo 37, §6°).
Genericamente, os elementos da responsabilidade civil Artigo 37, §6º, CF. As pessoas jurídicas de direito públi-
se encontram no art. 186 do Código Civil: co e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa quali-
Artigo 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão vo- dade, causarem a terceiros, assegurado o direito de re-
luntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar gresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito. Este artigo deixa clara a formação de uma relação jurí-
dica autônoma entre o Estado e o agente público que cau-
Este é o artigo central do instituto da responsabilidade sou o dano no desempenho de suas funções. Nesta rela-
civil, que tem como elementos: ação ou omissão voluntária ção, a responsabilidade civil será subjetiva, ou seja, caberá
(agir como não se deve ou deixar de agir como se deve), ao Estado provar a culpa do agente pelo dano causado, ao
culpa ou dolo do agente (dolo é a vontade de cometer uma qual foi anteriormente condenado a reparar. Direito de re-
violação de direito e culpa é a falta de diligência), nexo gresso é justamente o direito de acionar o causador direto
causal (relação de causa e efeito entre a ação/omissão e do dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima,
o dano causado) e dano (dano é o prejuízo sofrido pelo considerada a existência de uma relação obrigacional que
agente, que pode ser individual ou coletivo, moral ou ma- se forma entre a vítima e a instituição que o agente com-
terial, econômico e não econômico). põe.
1) Dano - somente é indenizável o dano certo, espe- Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen-
cial e anormal. Certo é o dano real, existente. Especial é te causar aos membros da sociedade, mas se este agen-
o dano específico, individualizado, que atinge determina- te agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do
da ou determinadas pessoas. Anormal é o dano que ul- que foi pago à vítima. O agente causará danos ao praticar
trapassa os problemas comuns da vida em sociedade (por condutas incompatíveis com o comportamento ético dele
exemplo, infelizmente os assaltos são comuns e o Estado esperado.22
21 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade 22 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13.
Civil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. ed. São Paulo: Método, 2011.
45
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro- São casos nos quais se reconheceu a responsabilida-
cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado de omissiva do Estado: morte de filho menor em creche
contraditório e ampla defesa. Trata-se de responsabilida- municipal, buracos não sinalizados na via pública, tentativa
de civil subjetiva ou com culpa. Havendo ação ou omis- de assalto a usuário do metrô resultando em morte, danos
são com culpa do servidor que gere dano ao erário (Ad- provocados por enchentes e escoamento de águas pluviais
ministração) ou a terceiro (administrado), o servidor terá o quando o Estado sabia da problemática e não tomou pro-
dever de indenizar. vidência para evitá-las, morte de detento em prisão, incên-
Não obstante, agentes públicos que pratiquem atos dio em casa de shows fiscalizada com negligência, etc.
violadores de direitos humanos se sujeitam à responsabi- Logo, não é sempre que o Estado será responsabili-
lidade penal e à responsabilidade administrativa, todas zado. Há excludentes da responsabilidade estatal, nota-
autônomas uma com relação à outra e à já mencionada damente: a) caso fortuito (fato de terceiro) ou força maior
responsabilidade civil. Neste sentido, o artigo 125 da Lei (fato da natureza) fora dos alcances da previsibilidade do
nº 8.112/90: dano; b) culpa exclusiva da vítima.
46
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos de- II - compulsoriamente, com proventos proporcionais
mais componentes do sistema remuneratório observará: ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade,
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexi- ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
dade dos cargos componentes de cada carreira; complementar;
II - os requisitos para a investidura; III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mí-
III - as peculiaridades dos cargos. nimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposenta-
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento doria, observadas as seguintes condições:
dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribui-
cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, fa- ção, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta
cultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos de contribuição, se mulher;
entre os entes federados. b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e ses-
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo senta anos de idade, se mulher, com proventos propor-
público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, cionais ao tempo de contribuição.
XV,XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
estabelecer requisitos diferenciados de admissão quan- ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remu-
do a natureza do cargo o exigir. neração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eleti- se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a
vo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Mu- concessão da pensão.
nicipais serão remunerados exclusivamente por subsídio § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria,
fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer por ocasião da sua concessão, serão consideradas as re-
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de represen- munerações utilizadas como base para as contribuições do
tação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qual- servidor aos regimes de previdência de que tratam este ar-
quer caso, o disposto no art. 37, X e XI. tigo e o art. 201, na forma da lei.
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios dife-
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e renciados para a concessão de aposentadoria aos abran-
a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, gidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos
em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. termos definidos em leis complementares, os casos de ser-
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário pu- vidores:
blicarão anualmente os valores do subsídio e da remunera- I - portadores de deficiência;
ção dos cargos e empregos públicos. II - que exerçam atividades de risco;
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos III - cujas atividades sejam exercidas sob condições es-
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamen- peciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
tários provenientes da economia com despesas correntes § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribui-
em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no ção serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto
desenvolvimento de programas de qualidade e produtivi- no § 1º, III, a, para o professor que comprove exclusivamen-
dade, treinamento e desenvolvimento, modernização, rea- te tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
parelhamento e racionalização do serviço público, inclusive educação infantil e no ensino fundamental e médio.
sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos car-
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organiza- gos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada
dos em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do
regime de previdência previsto neste artigo.
Artigo 40, CF. Aos servidores titulares de cargos efeti- § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de
vos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- pensão por morte, que será igual:
cípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor fa-
regime de previdência de caráter contributivo e solidário, lecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios
mediante contribuição do respectivo ente público, dos ser- do regime geral de previdência social de que trata o art. 201,
vidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados cri- acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este
térios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o limite, caso aposentado à data do óbito; ou
disposto neste artigo. II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previ- no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite
dência de que trata este artigo serão aposentados, calcula- máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
dos os seus proventos a partir dos valores fixados na forma previdência social de que trata o art. 201, acrescido de se-
dos §§ 3º e 17: tenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em
I - por invalidez permanente, sendo os proventos pro- atividade na data do óbito.
porcionais ao tempo de contribuição, exceto se decor- § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
rente de acidente em serviço, moléstia profissional ou preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, confor-
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; me critérios estabelecidos em lei.
47
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou mu- § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime
nicipal será contado para efeito de aposentadoria e o próprio de previdência social para os servidores titula-
tempo de serviço correspondente para efeito de dispo- res de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gesto-
nibilidade. ra do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de disposto no art. 142, § 3º, X.
contagem de tempo de contribuição fictício. § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo inci-
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma dirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposenta-
total dos proventos de inatividade, inclusive quando de- doria e de pensão que superem o dobro do limite máximo
correntes da acumulação de cargos ou empregos públicos, estabelecido para os benefícios do regime geral de previdên-
bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para cia social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando
o regime geral de previdência social, e ao montante resul- o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença inca-
tante da adição de proventos de inatividade com remunera- pacitante.
ção de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera- 7) Estágio probatório e perda do cargo
ção, e de cargo eletivo. Estabelece a Constituição Federal em seu artigo 41, a
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de pre- ser lido em conjunto com o artigo 20 da Lei nº 8.112/1990:
vidência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo
observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados Artigo 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo
para o regime geral de previdência social. exercício os servidores nomeados para cargo de provi-
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo mento efetivo em virtude de concurso público.
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone- § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
ração bem como de outro cargo temporário ou de emprego I - em virtude de sentença judicial transitada em jul-
público, aplica-se o regime geral de previdência social. gado;
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni- II - mediante processo administrativo em que lhe
cípios, desde que instituam regime de previdência comple- seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica
mentar para os seus respectivos servidores titulares de car-
de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
go efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e
ampla defesa.
pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do ser-
artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios
vidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da
do regime geral de previdência social de que trata o art.
vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito
201.
a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em dispo-
§ 15. O regime de previdência complementar de que
nibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessi-
Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus dade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fe- remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu ade-
chadas de previdência complementar, de natureza pública, quado aproveitamento em outro cargo.
que oferecerão aos respectivos participantes planos de be- § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade,
nefícios somente na modalidade de contribuição definida. é obrigatória a avaliação especial de desempenho por co-
§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, missão instituída para essa finalidade.
o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
que tiver ingressado no serviço público até a data da publi- Art. 20, Lei nº 8.112/1990. Ao entrar em exercício, o ser-
cação do ato de instituição do correspondente regime de vidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará su-
previdência complementar. jeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro)
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão ob-
para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devida- jeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados
mente atualizados, na forma da lei. os seguinte fatores:
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de apo- I - assiduidade;
sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que tra- II - disciplina;
ta este artigo que superem o limite máximo estabelecido III - capacidade de iniciativa;
para os benefícios do regime geral de previdência social de IV - produtividade;
que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido V - responsabilidade.
para os servidores titulares de cargos efetivos. § 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do está-
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha gio probatório, será submetida à homologação da autori-
completado as exigências para aposentadoria voluntária dade competente a avaliação do desempenho do servidor,
estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em realizada por comissão constituída para essa finalidade,
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da
ao valor da sua contribuição previdenciária até completar respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade
as exigências para aposentadoria compulsória contidas no de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do
§ 1º, II. caput deste artigo.
48
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito
será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo an- Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em
teriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art.
único do art. 29. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor so-
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer bre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes
quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores.
de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou enti- § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Dis-
dade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro ór- trito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em
gão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, lei específica do respectivo ente estatal.
cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou Seção IV
equivalentes. DAS REGIÕES
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente pode-
rão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá ar-
nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afasta- ticular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico
mento para participar de curso de formação decorrente de e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das
aprovação em concurso para outro cargo na Administração desigualdades regionais.
Pública Federal. § 1º - Lei complementar disporá sobre:
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as I - as condições para integração de regiões em desen-
licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, volvimento;
86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso II - a composição dos organismos regionais que execu-
de formação, e será retomado a partir do término do im- tarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos
pedimento. planos nacionais de desenvolvimento econômico e social,
aprovados juntamente com estes.
O estágio probatório pode ser definido como um lapso § 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de
de tempo no qual a aptidão e capacidade do servidor serão outros, na forma da lei:
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens
avaliadas de acordo com critérios de assiduidade, discipli-
de custos e preços de responsabilidade do Poder Público;
na, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabili-
II - juros favorecidos para financiamento de atividades
dade. O servidor não aprovado no estágio probatório será
prioritárias;
exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anterior-
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de
mente ocupado. Não existe vedação para um servidor em
tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
estágio probatório exercer quaisquer cargos de provimen-
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e so-
to em comissão ou funções de direção, chefia ou assesso-
cial dos rios e das massas de água represadas ou represá-
ramento no órgão ou entidade de lotação.
veis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a disci- § 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União in-
plina do estágio probatório mudou, notadamente aumen- centivará a recuperação de terras áridas e cooperará com
tando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista que a os pequenos e médios proprietários rurais para o estabele-
norma constitucional prevalece sobre a lei federal, mesmo cimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena
que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir o dispos- irrigação.
to no artigo 41 da Constituição Federal.
Uma vez adquirida a aprovação no estágio probató-
rio, o servidor público somente poderá ser exonerado nos
casos do §1º do artigo 40 da Constituição Federal, notada-
mente: em virtude de sentença judicial transitada em jul-
gado; mediante processo administrativo em que lhe seja
assegurada ampla defesa; ou mediante procedimento
de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa (sendo esta lei
complementar ainda inexistente no âmbito federal.
49
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
50
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
d) A estrutura organizacional por projetos tem uma 10. (CESPE - 2008 - TCE - AC - Analista de Controle Ex-
orientação por resultados e tende a apresentar baixo nível terno) - O modelo de departamentalização que consiste em
de agilidade em resposta a mudanças ambientais. atribuir a cada uma das unidades de trabalho a responsabi-
d) Em uma organização, uma das principais etapas do lidade por uma função organizacional, como departamento
processo de definição do planejamento é a de identificar de marketing, departamento de finanças, departamento de
o que pode ajudar e o que pode atrapalhar a obtenção de recursos humanos etc., é denominado de modelo de orga-
êxito na execução dos objetivos. nização
f) A análise da divisão do trabalho entre as unidades a) funcional.
organizacionais e dentro de cada unidade deve ser reali- b) territorial ou geográfica.
zada quando determinada unidade organizacional é criada c) por produto.
ou quando o trabalho é alterado dentro da empresa d) por cliente.
e) por área de conhecimento.
07. (Prova: FCC – 2013 – Sergipe Gás S.A. – Assistente
Técnico Administrativo) - Estrutura Organizacional é GABARITO
a) o conjunto de tarefas desempenhado por uma ou
mais pessoas, servindo como base para a departamenta- 01 C
lização
b) a posição hierárquica que uma pessoa ocupa na em- 02 E
presa e o conjunto de atribuições a ela conferido. 03 Certo
c) a forma pela qual as atividades de uma organização 04 E
são divididas, organizadas e coordenadas
d) a cadeia de comando que se inicia nos gestores de 05 A
topo e segue até os trabalhadores não gestores, passando Errado
sucessivamente por todos os níveis organizacionais Certo
e) a guia de conduta, estável e de longo prazo, estabe- Certo
06
lecida para dirigir a tomada de decisões Errado
Certo
08. (Prova: IESES - 2013 - CRA-SC - Agente Admi- Certo
nistrativo) - O modelo de departamentalização que se 07 C
vale das características das tarefas realizadas nos seto-
res para definir as partes componentes da estrutura or- 08 C
ganizacional, é conhecido por: 09 D
a) Departamentalização matricial 10 A
b) Departamentalização por produto.
c) Departamentalização funcional
d) Departamentalização regional
51
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
ANOTAÇÕES
__________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
52
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
1
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
2
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
todos os benefícios pleiteados. Em um processo industrial, a maturação leva um pouco mais de tempo. O setor de pres-
tação de serviços e das empresas de tecnologia da informação e da comunicação tem mais facilidade em criar ambientes
propícios à liberdade e à criatividade.
Papel dos Recursos Humanos - A área de Recursos Humanos precisa sair do operacional para assumir uma cadeira
nas decisões estratégicas. Deve participar opinando e mostrando alternativas de preparação dos profissionais. Antes disso,
é preciso estar mais próximo dos clientes internos para acompanhar mudanças, expectativas e identificar quem pode fazer
parte de um plano de carreira e de desenvolvimento.
O profissional de RH precisa ser muito antenado, versátil e flexível para atender às necessidades internas e as de mer-
cado. O desafio das empresas é a estruturação de um processo de carreira, tanto horizontal quanto vertical. As pessoas
devem começar a ser valorizadas pelas entregas, inovações e projetos que fazem e não mais só pela posição que ocupam.
Trabalho além fronteiras - há muitas empresas brasileiras em processo de internacionalização, expandindo operações
para o Mercosul, Ásia, Europa e Estados Unidos. Esse processo requer profissionais especialmente treinados e preparados
que ocupem estes cargos-chave para gerir os negócios em outros países.
O movimento mostra que as empresas brasileiras estão no caminho certo e são competitivas. Para os profissionais, o
avanço ao mercado global é uma oportunidade de fazer uma carreira internacional e desenvolver competências; para as
empresas, uma forma de atingir vantagem competitiva.
A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido mudanças e transformações nos últimos anos.
A Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela excelência das organizações bem sucedidas e pelo aporte de capital
intelectual que simboliza, mais do que tudo, a importância do fator humano em plena Era da Informação.
Depende de vários aspectos, como a cultura que existe em cada organização, da estrutura organizacional adotada,
das características do contexto ambiental, do negócio da organização, da tecnologia utilizada, dos processos internos
e de uma infinidade de outras variáveis importantes.
O papel da Administração para a Gestão de Pessoas tem como definição, o ato de trabalhar com e através de pessoas
para realizar os objetivos tanto da organização quanto de seus membros.
A maneira pela qual as pessoas se comportam, decidem, age, trabalham, executam, melhoram suas atividades, cuidam
dos clientes e tocam os negócios das empresas varia em enormes dimensões. E essa variação depende, em grande parte, das
políticas e diretrizes das organizações a respeito de como lidar com as pessoas em suas atividades.
Fala-se agora em administração de pessoas, com uma abordagem que tende a personalizar e a visualizar as pessoas
como seres humanos, dotados de habilidades e capacidades intelectuais. No entanto, a tendência que hoje se verifica está
voltada para mais além: fala-se agora em administração com as pessoas.
Administrar com as pessoas significa tocar a organização juntamente com os colaboradores e parceiros internos que mais
entendem dela, dos seus negócios e do seu futuro. Uma nova visão das pessoas não mais como um recurso organizacional,
um objeto servil ou mero sujeito passivo do processo, mas fundamentalmente como um sujeito ativo e provocador das de-
cisões, empreendedor das ações e criador da inovação dentro das organizações
Em um paradigma mais antigo, o da Administração de Recursos Humanos (ARH), as pessoas eram vistas como mais um
recurso. Na Gestão de Pessoas, elas são vistas como parceiras, colaboradoras ativas.
Uma característica essencial das organizações é que elas são sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que entra o con-
ceito de Gestão de Pessoas! Gestão de Pessoas é um modelo geral de como as organizações se relacionam com as pessoas.
Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social, e há na organização também o subsistema técnico. A interação
da gestão de pessoas com outros subsistemas, especialmente o técnico, envolve alinhar objetivos organizacionais e indi-
viduais.
3
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Essa teoria surgiu dos apontamentos feitos sobre mo- A denominação trabalho em equipe ou trabalho de
tivação, mais especialmente sobre as analises de compor- grupo surgiu após a Primeira Guerra Mundial, e é um mé-
tamento que produzem a cooperação por parte dos indiví- todo muitas vezes usado no âmbito político e econômico
duos. Ela resume essa relação entre pessoas e organiza- como um sistema para resolver problemas.
ção como sendo um sistema onde a organização recebe O trabalho em equipe possibilita a troca de conheci-
cooperação dos colaboradores sob a forma de dedicação mento e agilidade no cumprimento de metas e objetivos
ou de trabalho e em troca oferece vantagens e incenti- compartilhados, uma vez que otimiza o tempo de cada
vos, dentre os quais podemos citar os salários, prêmios de pessoa e ainda contribui para conhecer outros indivíduos e
produção, gratificações, elogios, oportunidades, etc. Isso aprender novas tarefas.
facilita a existência de um processo harmonioso, alcançan- Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica de
do-se assim o que chamamos de equilíbrio organizacional. trabalho nas organizações do mundo contemporâneo. As
Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica evidências sugerem que as equipes são capazes de melho-
de trabalho nas organizações do mundo contemporâneo. rar o desempenho dos indivíduos quando a tarefa requer
As evidências sugerem que as equipes são capazes de múltiplas habilidades, julgamentos e experiências. Quando
melhorar o desempenho dos indivíduos quando a tarefa as organizações se reestruturaram para competir de modo
requer múltiplas habilidades, julgamentos e experiências. mais eficiente e eficaz, escolheram as equipes como for-
Quando as organizações se reestruturaram para competir ma de utilizar melhor os talentos dos seus funcionários. As
de modo mais eficiente e eficaz, escolheram as equipes empresas descobriram que as equipes são mais flexíveis
como forma de utilizar melhor os talentos dos seus funcio- e reagem melhor às mudanças do que os departamentos
nários. As empresas descobriram que as equipes são mais tradicionais ou outras formas de agrupamentos permanen-
flexíveis e reagem melhor às mudanças do que os depar- tes. As equipes têm capacidade para se estruturar, iniciar
tamentos tradicionais ou outras formas de agrupamentos seu trabalho, redefinir seu foco e se dissolver rapidamen-
permanentes. As equipes têm capacidade para se estru- te. Outras características importantes é que as equipes são
turar, iniciar seu trabalho, redefinir seu foco e se dissolver uma forma eficaz de facilitar a participação dos trabalha-
dores nos processos decisórios aumentar a motivação dos
rapidamente. Outras características importantes é que as
funcionários.
equipes são uma forma eficaz de facilitar a participação
dos trabalhadores nos processos decisórios aumentar a
São características das equipes eficazes:
motivação dos funcionários.
- Comprometimento dos membros com um propósito
comum e significativo;
- O estabelecimento de metas específicas para a equi-
pe que conduzam os indivíduos a um melhor desempenho
e também energizam as equipes. Metas específicas ajudam
a tornar a comunicação mais clara. Ajudam também a equi-
pe a manter seu foco sobre o obtenção de resultados;
- Os membros defendem suas idéias, sem radicalismo;
- Grande habilidade para ouvir;
- Liderança é situacional; ou seja, o líder age de acordo
com o grau de maturidade da equipe; de acordo com a
contingência;
- Questões comportamentais são discutidas aberta-
mente, principalmente as que podem comprometer a ima-
gem da equipe ou organização
- O nível de confiança entre os membros é elevado;
- Demonstram confiança em seus líderes, tornando a
equipe disposta a aceitar e a se comprometer com as me-
Uma equipe de trabalho possui elementos peculiares tas e as decisões do líder;
de atitude e de ação. As análises de seu desempenho, dos - Flexibilidade permitindo que os membros da equipe
comportamentos de seus membros individuais ou dos possam completar as tarefas uns dos outros. Isso deixa a
resultantes do trabalho coletivo são bastante expressivas equipe menos dependente de um único membro;
para a compreensão de sua atuação e de como deveria - Conflitos são analisados e resolvidos;
funcionar para tornar-se mais eficaz. - Há uma preocupação / ação contínua em busca do
Trabalho em equipe é quando um grupo ou uma so- autodesenvolvimento.
ciedade resolve criar um esforço coletivo para resolver
um problema. O trabalho em equipe pode ser descrito Um bom exemplo de uma atuação de trabalho em
como um conjunto ou grupo de pessoas que se dedicam equipe são os esportes, onde os atletas precisam uns dos
a realizar uma tarefa ou determinado trabalho, por obri- outros para conseguir fazer gols ou pontos, a maioria dos
gação, ou não. esportes são formados por equipes, onde cada um desem-
penha um papel, para atingir o todo. Outro bom exemplo
4
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
de trabalho em equipe é o das formigas e gafanhotos, que Fatores que interferem no trabalho em equipe
dividem-se para pegar alimentos e se um não faz a sua - Estrelismo;
parte, todo o resto fica comprometido, dando um modelo - Ausência de comunicação e de liderança;
de união e força. - Posturas autoritárias;
Saber trabalhar em equipe é outro fator importante, e - Incapacidade de ouvir;
uma característica essencial para profissionais e estudan- - Falta de treinamento e de objetivos;
tes, as empresas valorizam muito pessoas que não pensam - Não saber “quem é quem” na equipe.
apenas na sua própria tarefa, e sim naqueles que pensam
nos colegas e na empresa em si. São características das equipes eficazes:
O bom funcionamento de uma equipe vai depender - Comprometimento dos membros com um propósito
da personalidade de cada elemento da equipe e do rela- comum e significativo;
cionamento entre eles. Alguns tipos de personalidade são - O estabelecimento de metas específicas para a equi-
mais compatíveis com outros e quando dois tipos de per- pe que conduzam os indivíduos a um melhor desempenho
sonalidade compatíveis trabalham juntos, a equipe sai be- e também energizam as equipes. Metas específicas ajudam
neficiada. a tornar a comunicação mais clara. Ajudam também a equi-
Um ambiente saudável e agradável é também essencial pe a manter seu foco sobre o obtenção de resultados;
para o trabalho em equipe. Desta forma, cada elemento - Os membros defendem suas ideias, sem radicalismo;
deve colocar a equipe em primeiro lugar e não procurar os - Grande habilidade para ouvir;
seus próprios interesses. Além disso, é importante haver - Liderança é situacional; ou seja, o líder age de acordo
empatia para que trabalho exercido seja o mais eficaz e com o grau de maturidade da equipe; de acordo com a
prazeroso possível. Trabalhar em equipe requer muitas ho- contingência;
ras de convivência, e por isso, a harmonia e respeito devem - Questões comportamentais são discutidas aberta-
ser cultivados em todas as ocasiões. mente, principalmente as que podem comprometer a ima-
gem da equipe ou organização
Diferença entre Grupo e Equipe - O nível de confiança entre os membros é elevado;
Grupo e equipe não é a mesma coisa. Grupo é definido - Demonstram confiança em seus líderes, tornando a
como dois ou mais indivíduos, em interação e interdepen- equipe disposta a aceitar e a se comprometer com as me-
dência, que se juntam para atingir um objetivo. Um grupo tas e as decisões do líder;
de trabalho é aquele que interage basicamente para com- - Flexibilidade permitindo que os membros da equipe
partilhar informações e tomar decisões para ajudar cada possam completar as tarefas uns dos outros.
membro em seu desempenho na sua área de responsabi- Isso deixa a equipe menos dependente de um único
lidade. membro;
Os grupos de trabalho não têm necessidade nem - Conflitos são analisados e resolvidos;
oportunidade de se engajar em um trabalho coletivo - Há uma preocupação / ação contínua em busca do
que requeira esforço conjunto. Assim, seu desempenho é autodesenvolvimento.
apenas a somatória das contribuições individuais de seus O desempenho de uma equipe não é apenas a soma-
membros. Não existe uma sinergia positiva que possa criar tória das capacidades individuais de seus membros.
um nível geral de desempenho maior do que a soma das Contudo, estas capacidades determinam parâmetros
contribuições individuais. do que os membros podem fazer e de quão eficientes
Uma equipe de trabalho gera uma sinergia positiva por eles serão dentro da equipe. Para funcionar eficazmente,
meio do esforço coordenado. Os esforços individuais re- uma equipe precisa de três tipos diferentes de capacida-
sultam em um nível de desempenho maior do que a soma des. Primeiro, ela precisa de pessoas com conhecimentos
daquelas contribuições individuais. O quadro abaixo res- técnicos. Segundo, pessoas com habilidades para solução
salta as diferenças entre grupos de trabalho e equipes de de problemas e tomada de decisões que sejam capazes
trabalho. de identificar problemas, gerar alternativas, avaliar essas
alternativas e fazer escolhas competentes. Finalmente, as
Comparação entre Grupos de Trabalho e Equipes de Tra- equipes precisam de pessoas que saibam ouvir, deem fee-
balho dback, solucionem conflitos e possuam outras habilidades
Transformando indivíduos em membros de equipe interpessoais.
- partilham suas ideias para a melhoria do que fazem e
de todos os processos do grupo; Tipos de Equipe
- respeitam as individualidades e sabem ouvir; As equipes podem realizar uma grande variedade de
- comunicam-se ativamente; coisas. Elas podem fazer produtos, prestar serviços, nego-
- desenvolvem respostas coordenadas em benefícios ciar acordos, coordenar projetos, oferecer aconselhamen-
dos propósitos definidos; tos ou tomar decisões.
- constroem respeito, confiança mútua e afetividade Equipe de soluções de problemas: Neste tipo de
nas relações; equipe, os membros trocam ideias ou oferecem sugestões
- participam do estabelecimento de objetivos comuns; sobre os processos e métodos de trabalho que podem ser
- desenvolvem a cooperação e a integração entre os melhorados. Raramente, entretanto, estas equipes têm au-
membros. toridade para implementar unilateralmente suas sugestões.
5
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Equipes de trabalho autogerenciadas: São equipes A equipe traz consigo a ação, a execução do trabalho,
autônomas, que podem não apenas solucionar os proble- agrupando profissionais de categorias diferentes, comple-
mas, mas também implementar as soluções e assumir total mentando-se, articulando-se e dependendo uns dos ou-
responsabilidade pelos resultados. São grupos de funcio- tros para objetivos comuns.
nários que realizam trabalhos muito relacionados ou inter-
dependentes e assuem muitas das responsabilidades que Objetivos do trabalho em equipe
antes eram de seus antigos supervisores. As organizações que se baseiam no trabalho em equi-
Normalmente, isso inclui o planejamento e o crono- pe buscam evitar condições opressivas de trabalho e as
grama de trabalho, a delegação de tarefas aos membros, substituem por processos e políticas que estimulam as
o controle coletivo sobre o ritmo de trabalho, a tomada de pessoas a trabalharem efetivamente para objetivos co-
decisões operacionais e a implementação de ações para muns. Conforme MOSCOVICI (1996) “...desenvolver uma
solucionar problemas. As equipes de trabalho totalmente equipe é ajudar a aprender e a institucionalizar um proces-
so constante de autoexame e avaliação das condições que
autogerenciadas até escolhem seus membros e avaliam o
dificultam seu funcionamento efetivo, além de desenvolver
desempenho uns dos outros.
habilidades para lidar eficazmente com esses problemas.”
Consequentemente, as posições de supervisão per-
É necessário que uma equipe possua objetivos, para
dem a sua importância e até podem ser eliminadas.
que consiga se manter e se desenvolver. Os objetivos são
Equipes multifuncionais: São equipes formadas por de suma importância para o trabalho em equipe, pois
funcionários do mesmo nível hierárquico, mas de diferen- guiam as ações dos participantes do grupo, que coorde-
tes setores da empresa, que se juntam para cumprir uma nam e planejam seus esforços. Servem ainda para delimitar
tarefa. As equipes desempenham várias funções (multi- critérios para resolver conflitos interpessoais e para a me-
funções), ao mesmo tempo, ou seja, não há especificação lhoria do trabalho, que passa a ser constantemente avalia-
para cada membro. O sentido de equipe é exatamente do, analisado e revisado. Os objetivos quando imediatos
esse, os membros compensam entre si as competências e têm maior significado para a equipe. Devem servir como
as carências, num aprendizado contínuo. passos intermediários para os objetivos principais.
As equipes multifuncionais representam uma forma
eficaz de permitir que pessoas de diferentes áreas de uma Tipos de equipes
empresa (ou até de diferentes empresas) possam trocar PARKER (1995) divide as equipes em três tipos especí-
informações, desenvolver novas ideias e solucionar pro- ficos, cada qual com as suas características.
blemas, bem como coordenar projetos complexos. Eviden- A equipe funcional é formada por um chefe e seus su-
temente, não é fácil administrar essas equipes. Seus pri- bordinados diretos e tem sido a marca da empresa moder-
meiros estágios de desenvolvimento, enquanto as pessoas na. Questões como autoridade, relações, tomada de deci-
aprendem a lidar com a diversidade e a complexidade, são, liderança e gerenciamento demarcado são simples e
costumam ser muito trabalhosos e demorados. Demora claras.
algum tempo até que se desenvolva a confiança e o espíri- A equipe autogerenciável é um grupo íntegro de co-
to de equipe, especialmente entre pessoas com diferentes laboradores responsáveis por todo um processo ou seg-
históricos, experiências e perspectivas. mento de trabalho, que oferece um produto ou serviço a
Equipes Virtuais: Os tipos de equipes analisados até um cliente interno ou externo. Em diferentes instâncias, os
agora realizam seu trabalho face a face. As equipes virtuais membros da equipe trabalham em conjunto para melhorar
usam a tecnologia da informática para reunir seus mem- as suas operações, lidar com os problemas do dia-a-dia e
bros, fisicamente dispersos, e permitir que eles atinjam um planejar e controlar as suas atividades.
E a equipe interfuncional, às vezes chamada equipe
objetivo comum. Elas permitem que as pessoas colaborem
multidisciplinar, faz parte da silenciosa revolução que atual-
on-line utilizando meios de comunicação como redes in-
mente vem assolando as organizações. PARKER (1995) diz
ternas e externas, videoconferências ou correio eletrônico
que “...as possibilidades para esse tipo de equipe parecem
– quando estão separadas apenas por uma parede ou em ser ilimitadas. Encontro-as nos mais diversos ramos de ati-
outro continente. São criadas para durar alguns dias para vidade, desempenhando uma gama de funções igualmente
a solução de um problema ou mesmo alguns meses para amplas, até então praticadas isoladamente.” Ainda sob o
conclusão de um projeto. Não são muito adequadas para enfoque de PARKER (1995), “...equipes interfuncionais es-
tarefas rotineiras e cíclicas. tão ajudando a agilizar o processo de desenvolvimento de
produtos, melhorar o enfoque dado ao cliente, aumentar
TRABALHO EM EQUIPE a capacidade criativa da empresa, oferecer um fórum para
o aprendizado organizacional e servir de ponto único de
O que é uma equipe? contato para clientes, fornecedores e outros envolvidos.”
A equipe é um grupo primário, em que seus partici-
pantes se conhecem, relacionam-se diretamente, havendo Estágio de desempenho de equipes
ainda uma unidade de espírito e de ação. Quando focali- De acordo com KATZENBACH e SMITH (apud MOS-
zam-se as equipes, verificam-se que os resultados que elas COVICI, 1996), a curva de desempenho da equipe permite
querem atingir são os objetivos da organização. classificá-la de acordo com o modo de funcionamento em
uma das cinco posições:
6
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Pseudo-equipe: neste grupo, pode-se definir um traba- a) cooperar: participar voluntariamente, apoiar as de-
lho, mas não há preocupação com o desempenho coletivo cisões da equipe, fazer a sua parte do trabalho;
apreciável. Prevalece a individualidade. b) compartilhar informações: manter as pessoas in-
Grupos de trabalho: não existe estímulo para transfor- formadas e atualizadas sobre o processo do grupo;
mar-se em equipe. Partilham informações entre si, porém c) expressar expectativas positivas: esperar o melhor
mantêm-se, de forma individual, as responsabilidades e das capacidades dos outros membros do grupo, falando
objetivos. Não se produz desempenho coletivo. dos membros da equipe para os outros com aprovação.
Equipe potencial: existe intenção de produzir desem- Apelar para a racionalidade em situações de conflito e não
penho coletivo. Necessita assumir compromisso quanto ao assumir posição polêmica nesses casos;
resultado de grupo e requer esclarecimentos das finalida- d) estar disposto a aprender com os companheiros:
des, objetivos e abordagem de tarefa. valorizar a experiência dos outros, solicitar dados e intera-
Equipe real: composta de pessoas que, além de possuí- gir pedindo e valorizando ideias;
rem habilidades que se complementam, se comprometem e) encorajar os outros: dar crédito aos colegas que
umas com as outras, através da missão e objetivos comuns tiveram bom desempenho tanto dentro como fora da equi-
e da abordagem de trabalho bem definida. Existe confiança pe;
entre os membros do grupo, assumindo responsabilidade f) construir um espírito de equipe: tomar atitudes
plena sobre o desempenho. especiais para promover um clima amigável, moral alta e
Equipe de elevado desempenho: equipe com membros cooperação entre os membros da equipe;
profundamente comprometidos com o crescimento pes- g) resolver conflitos: trazer à tona o conflito dentro
soal de cada indivíduo e com o sucesso deles mesmos e da equipe e encorajar ou facilitar uma solução construtiva
dos outros. Possuem resultados muito além das expecta- para a equipe. Não esconder ou evitar o problema, mas
tivas. Na análise de MANZ e SIMS (1996), co-autores de tentar resolvê-lo da forma nas rápida possível.
Empresas sem chefes, instalando equipes de elevado de-
sempenho, tem-se: RELAÇÃO ENTRE OS TIPOS DE PERSONALIDADE
a) aumento na produtividade; NO TRABALHO EM EQUIPE
b) melhora na qualidade; Conforme foi apresentado, os tipos de personalidade
c) melhora na qualidade de vida profissional dos fun- podem contribuir ou não para o desempenho das equipes.
cionários; Cada personalidade possui características definidas com
d) redução no nível de rotatividade de pessoal e ab- seus respectivos focos de atenção, que, todavia, se intera-
senteísmo; gem, definindo indivíduos com certas características mais
e) redução no nível de conflito; salientes e que incorporam características de um outro es-
f) aumento na inovação; tilo.
g) aumento na flexibilidade; e A relação entre os tipos de personalidade no trabalho
h) obtenção de economia de custos da ordem de 30% em equipe é de difícil compreensão e funcionamento, pois
a 70%. as equipes são formadas por pessoas, as quais são diferen-
É necessário aprender a trabalhar em equipe, sabendo- tes umas das outras, cada qual com sua visão de mundo e
-se que uma equipe não começa a funcionar eficientemente suas atitudes individuais. Como relatam HURLEY e DOB-
no momento em que é criada. Conforme KOPITTKE (2000) SON (1995), “...pessoas brilhantes que todos os dias resol-
“é necessário um tempo para que a equipe se alinhe.” Num vem problemas complicados com uma aparente facilidade
importante estudo, feito nos anos 70, o psicólogo Tuckman ficam completamente perplexas com o comportamento de
identificou quatro estágios de desenvolvimento de equipes seus companheiros de trabalho...”, reforçando a noção de
que visam ao sucesso, conforme relata KOPITTKE (2000), que a relação entre as pessoas é cercada de mistérios.
sendo eles: Analisando-se os nove tipos de personalidades descri-
a) formação: neste estágio, as pessoas ainda estão tos, observa-se que eles descrevem com precisão a nature-
aprendendo a lidar umas com as outras; pouco trabalho za humana. Vistos de maneira objetiva, nenhum dos nove
é feito; padrões é bom ou mau, certo ou errado. Cada um é uma
b) tormenta: tem-se uma época de difícil negociação combinação distinta de força e fraqueza, beleza e feiura.
das condições sob as quais a equipe vai trabalhar; Nenhum padrão é melhor ou o melhor, pior ou o pior. Às
c) aquiescência: é a época na qual os papéis são acei- vezes, determinada pessoa pode achar que o seu padrão
tos (posse do problema) e as informações circulam livre- é o melhor, outra vezes, que é o pior. Mas é possível, num
mente; momento, encontrar força em um padrão e, num outro,
d) realização: quando a execução do trabalho atinge encontrar uma fraqueza.
níveis ótimos (não há mais problema). O que se observa é que as pessoas acabam ficando
perplexas umas com as outras quando começam a perce-
Habilidades para o trabalho em equipe ber os segredos que as outras pessoas ocultam das suas
As competências para um bom desempenho no traba- personalidades.
lho em equipe diferem das competências necessárias ao Traçando uma relação com a fábula do patinho feio
trabalho individual. Abaixo, estão explicitadas essas com- (que se escondeu porque estava convencido de que não
petências: possuía beleza ou atração alguma e de que era repulsi-
7
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
vo demais para ser aceito e amado, mas que, por acaso, equipe ao conceito simplista de grupo, ou seja, apenas um
descobriu na própria imagem refletida num lago a graça agrupamento de indivíduos que dividem o mesmo espa-
e a elegância de um cisne), pode-se entender que é possí- ço físico, mas que possuem objetivos e metas diferentes,
vel encontrar uma verdadeira beleza quando se olha para bem como não buscam o aprimoramento e crescimento
dentro de si. dos outros.
Na análise das personalidades, nada é estanque e tudo Como cita HURLEY e DOBSON (1995), por mais que
pode se ajustar, desde que se esteja disposto a fazê-lo. os individualistas considerem importante um projeto ou
Nunca um protetor, por exemplo, carrega somente as ca- por mais que os observadores reflitam sobre ele, ele não
racterísticas da sua tipologia. Uma pessoa com o centro será concluído sem a energia despendida por outra pes-
emocional predominante não será necessariamente uma soa, com outro tipo de personalidade; o que demonstra a
boa artista. Talvez brilhe mais como administradora, quem necessidade da interdependência.1
sabe? Todos os tipos são interligados e se movimentam fa-
zendo contrapontos e complementos. Nesse sentido, cada
tipo de personalidade é formado por três aspectos: o pre-
dominante, que vigora na maior parte do tempo, quando LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO NAS
as coisas transcorrem normalmente e que é chamado de ORGANIZAÇÕES.
seu tipo; o aspecto que vigora quando se é colocado em
ação, gerando situações de estresse; e o terceiro, que surge
nos momentos em que não se sente em plena segurança.
Para dar um exemplo, ao ver-se numa situação de estresse, Uma característica essencial das organizações é que
o observador (em geral, quieto e retraído) torna-se repenti- elas são sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que
namente extrovertido e amistoso, características típicas do entra o conceito de Gestão de Pessoas! Gestão de Pessoas
epicurista, num esforço de reduzir o estresse. Sentindo-se é um modelo geral de como as organizações se relacionam
em segurança, o observador tende a se tornar o patrão, com as pessoas.
direcionando os outros e controlando o espaço pessoal. Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social,
Todos têm virtudes e aspectos negativos, como a lua e há na organização também o subsistema técnico. A inte-
e a sua face oculta. Então, vivem-se os aspectos mais po- ração da gestão de pessoas com outros subsistemas, espe-
sitivos de cada tipo. Se tudo continuar indo bem, a essas cialmente o técnico, envolve alinhar objetivos organizacio-
qualidades se somarão outras de outro tipo, promovendo nais e individuais.
integração. Alguns exemplos: se o tipo empreendedor se A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem
integra com o sonhador, ele pode passar a ter autoestima sofrido mudanças e transformações nos últimos anos.
apurada e a saber levar a vida sem dramas. Ficará mais oti- Profissionais capazes de liderar, de exercer poder e in-
mista, espontâneo e criativo também. Não se prende a fa- fluência sobre as pessoas, fazem a diferença para muitas
zer coisas que não satisfazem seus desejos e os dos outros. organizações. É uma atividade que, se bem feita, mantém
Se o tipo individualista integra-se com o empreendedor, a saúde das relações entre os indivíduos. Por isso, é muito
provavelmente ele poderá ser capaz de agir no presente importante essa atenção dada aos fundamentos da psico-
e com objetividade, aceitando a realidade e vivendo suas logia.
emoções como são, sem tentar ampliá-las. Já se o sonha- A liderança não deve ser confundida com direção nem
dor integrar-se com o observador, sua capacidade de in- com gerência. Um bom administrador deve ser necessaria-
trospecção será imensa e saberá como ninguém apreciar o mente um bom líder. Por outro lado, nem sempre um líder
silêncio e a reflexão. é um administrador. Na verdade, os líderes devem estar
Quando se está inseguro, em plena crise de estresse, presentes no nível institucional, intermediário e operacio-
colocam-se em ação os mecanismos de defesa, deixando nal das organizações. Todas as organizações precisam de
transparecer aspectos negativos. A exemplo do movimento líderes em todos os seus níveis e em todas as suas áreas
de integração, quanto mais aguda for a crise, passam-se a de atuação.
agregar os pontos fracos de outro tipo – ligado ao básico. A liderança é um fenômeno tipicamente social que
Por vezes, a instalação do tipo de desintegração é durável ocorre exclusivamente em grupos sociais e nas organiza-
e, nesse caso, pode ser necessária uma assistência especial. ções. Podemos definir liderança como uma influência in-
A passagem pela desintegração do tipo de personali- terpessoal exercida numa dada situação e dirigida através
dade causa sofrimento, pois torna-se muito mais vulnerável do processo de comunicação humana para a consecução
e corre-se o risco de se deixar levar por sentimentos des- de um ou mais objetivos específicos. Os elementos que
trutivos. Daí a importância de entender esses movimentos. caracterizam a liderança são, portanto, quatro: a influên-
Percebe-se que, para o sucesso das equipes, se faz ne- cia, a situação, o processo de comunicação e os objetivos
cessário que os seus integrantes utilizem-se de empatia, a alcançar.
ou seja, coloquem-se no lugar dos outros, estejam recep- A liderança envolve o uso da influência e todas as re-
tivos ao processo de integração e, dessa forma, permitam- lações interpessoais podem envolver liderança. Todas as
-se amoldar. Se não houver esse tipo de abertura, em que relações dentro de uma organização envolvem líderes e
cada um dos elementos ceda, a equipe será composta de 1 Fonte: www.tupi.fisica.ufmg.br - Por Adriano Milton Preisler /Jadson
pessoas que competem entre si, o que traz o retrocesso da Alberto Borba /Júlio Cesar Battirola
8
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
9
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
10
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
11
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
O indivíduo precisa suprir suas necessidades para mo- Segundo Abraham Maslow, o homem se motiva quan-
tivar-se e alcançar seus objetivos. Podemos identificar os do suas necessidades são todas supridas de forma hierár-
seguintes tipos de motivação: quica. Maslow organiza tais necessidades da seguinte for-
• Motivação Externa: a pessoa realiza determinadas ta- ma:
refas por ser “obrigada”, ou seja, são impostas determina-
ções para que essa pessoa cumpra. É a forma mais “primi-
tiva” de motivação, baseada na hierarquia e normalmente
utilizando as punições como fator principal de motivação.
Trata-se de “fazer o ordenado para não ser punido”, “cum-
prir ordens”.
• Pressão Social: a pessoa cumpre as atividades porque
outras pessoas também o fazem. Ela não age por si, mas
sim, para acompanhar um grupo e cumprir as expectativas
de outras pessoas. Aqui, estamos falando de “fazer o que
os outros fazem para ser aceito, fazer parte do grupo”.
• Automotivação: a pessoa automotivada age por ini-
ciativa própria, em função de objetivos que escolheu. A au-
tomotivação é a convicção que a pessoa tem de que deseja
os frutos das suas ações. É “fazer o que creio ser adequado
aos meus objetivos”.
Não existe motivação “certa”. Em situações de emer-
gência, por exemplo, provavelmente a simples obediência
seja a ação mais indicada. O sucesso de uma ação coletiva - Autorrealização
pode depender da conformidade das ações individuais à - Autoestima
orientação do grupo. Por outro lado, uma pessoa pode ser - Sociais
fortemente auto motivada a objetivos destrutivos, como - Segurança
uma ambição excessiva. - Fisiológicas
O ideal seria o alinhamento de todos estes tipos de
motivação; pessoas auto motivadas atuando em grupos Tais necessidades devem ser supridas primeiramente
coesos, com orientação clara, sólida e coerente. no alicerce das necessidades escritas, ou seja, as necessida-
des fisiológicas são as iniciantes do processo motivacional,
Afinal o que é motivação? É ser feliz? É enxergar o porém, cada indivíduo pode sentir necessidades acima das
mundo com outros olhos? É conquistar resultados, é su- que está executando ou abaixo, o que quer dizer que o
perar obstáculos, é ser persistente, é acreditar nos seus so- processo não é engessado, e sim flexível.
nhos, é o que? Teoria dos Dois Fatores - Para Frederick Herzberg, a
Motivação segundo o dicionário é o ato de motivar; motivação é alcançada através de dois fatores:
exposição de motivos ou causas ; conjunto de fatores psi- Fatores higiênicos que são estímulos externos que
cológicos, conscientes ou não, de ordem fisiológica, inte- melhoram o desempenho e a ação de indivíduos, mas que
lectual ou afetiva, que determinam um certo tipo de con- não consegue motivá-los.
duta em alguém. Sendo assim Motivação está intimamente
ligado aos Motivos que segundo o dicionário é fato que Fatores motivacionais que são internos, ou seja,
leva uma pessoa a algum estado ou atividade. são sentimentos gerados dentro de cada indivíduo a partir
Motivação vem de motivos que estão ligados simples- do reconhecimento e da autorrealização gerada através de
mente ao que você quer da vida , e seus motivos são pes- seus atos.
soais , intransferíveis e estão dentro da sua cabeça (e do
coração também) , logo seus motivos são abstratos e só Já David McClelland identificou três necessidades que
têm significado pra você , por isso motivação é algo tão seriam pontos chave para a motivação: poder, afiliação e
pessoal , porque vêm de dentro. realização.
A motivação é uma força interior que se modifica a Para McClelland, tais necessidades são “secundárias”,
cada momento durante toda a vida, onde direciona e in- são adquiridas ao longo da vida, mas que trazem prestí-
tensifica os objetivos de um indivíduo. Dessa forma, quan- gio, status e outras sensações que o ser humano gosta de
do dizemos que a motivação é algo interior, ou seja, que sentir.
está dentro de cada pessoa de forma particular erramos
em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois nin- Em relação às teorias, podemos ainda citar as linhas
guém é capaz de fazê-lo. Existem pessoas que pregam a teóricas, que se dividem em Teorias de Conteúdo e Teorias
automotivação, mas tal termo é erroneamente empregado, de Processo, onde, em cada uma delas, identificamos as
já que a motivação é uma força intrínseca, ou seja, interior correntes pertencentes.
e o emprego desse prefixo deve ser descartado.
12
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Existem algumas teorias mais clássicas sobre motivação que veremos abaixo:
Teoria da equidade:
Também conhecida como teoria da comparação social. A motivação seria influenciada fortemente pela percepção
de igualdade e justiça existente no ambiente profissional.
13
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
bilidade que o indivíduo atribui a determinado evento, em função da relação entre o esforço que vai ser despendido no
evento e o resultado que se busca alcançar. Força, ou instrumentalidade, por sua vez, é o grau de energia que o indivíduo
irá ter que gastar em sua ação para alcançar o objetivo.
Teorias X e Y:
McGregor afirmava que havia duas abordagens principais de motivação e liderança: as teorias X e Y.A teoria X apresen-
tava uma visão negativa da natureza humana: pressupunha que os indivíduos são naturalmente preguiçosos, não gostam
de trabalhar, precisam ser guiados, orientados e controlados para realizarem a contento os trabalhos. A teoria Y é o oposto:
diz que os indivíduos são automotivados, gostam de assumir desafios e responsabilidades e irão contribuir criativamente
para o processo se tiverem suficientes oportunidades de participação.
Dentre as teorias citadas, a mais difundida é a da Hierarquia das Necessidades, abaixo mais detalhes sobre ela.
Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow: necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessida-
des sociais, necessidades de autoestima e necessidades de auto realização.
14
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Quanto às implicações dessas teorias: O ciclo motivacional percorre as seguintes etapas: uma
necessidade rompe o estado de equilíbrio do organismo,
Implicações aos Administradores: causando um estado de tensão, insatisfação, desconforto e
As implicações para os administradores estão relacio- desequilíbrio. Esse estado de tensão leva o indivíduo a um
nadas quanto à forma como motivar os subordinados: comportamento ou ação, capaz de descarregar a tensão ou
Devem determinar recompensas que são valoriza- livrá-lo do desconforto e do desequilíbrio. Se o compor-
das por cada subordinado. Ao serem motivadoras devem tamento ‘for eficaz o indivíduo encontrará a satisfação da
ser adequadas aos indivíduos observando suas reações em necessidade e, portanto, a descarga da tensão provocada
diferentes situações e perguntando que tipos de recom- por ela’. Satisfeita a necessidade, o organismo volta ao es-
pensas desejam; tado de equilíbrio anterior e à sua forma de ajustamento
Determinar o desempenho que você deseja - de- ao ambiente.
terminar qual o nível de desempenho que os subordinados As necessidades ou motivos não são estáticos, pelo
têm que ter para serem recompensados; contrario, são forças dinâmicas e persistentes que provo-
Fazer com que o nível de desempenho seja alcan- cam comportamentos. Com a aprendizagem e a repetição
çável - a motivação poderá ser baixa se os subordinados (reforço positivo), os comportamentos tornam-se gradati-
acharem que o que foi determinado é difícil ou impossível; vamente mais eficazes na satisfação, de certas necessida-
Ligar as recompensas ao desempenho; des. E quando uma necessidade é satisfeita ela não é mais
Certificar se a recompensa e adequada - recom- motivadora de comportamento já que não causa tensão ou
pensas pequenas significam motivações fracas. desconforto.
O ciclo motivacional pode alcançar vários níveis de
Implicações para a Organização: resolução da tensão: uma necessidade pode ser satisfeita,
A expectativa da motivação também traz várias impli- frustrada (quando a satisfação é impedida ou bloqueada)
cações para a organização: ou compensada (a satisfação é transferida para objeto).
Geralmente, as organizações recebem o equivalente a Muitas vezes a tensão provocada pelo surgimento da ne-
recompensa e não o que desejam - o sistema de recom- cessidade encontra uma barreira ou obstáculo para a sua
pensas devem ser projetados para motivar os comporta- liberação. Não encontrando a saída normal, a tensão re-
mentos desejados; ex.: segurança, aumento de produção. presada no organismo procura um meio indireto de saída,
O trabalho em si pode tornar-se intrinsicamente re- seja por via psicológica (agressividade, descontentamento,
compensador - se forem projetados para atender as ne- tensão emocional, apatia, indiferença etc.) seja por via fi-
cessidades mais elevadas dos empregados, como ex.: in- siológica (tensão nervosa, insônia, repercussões cardíacas
dependência, criatividade, o trabalho pode ser motivador ou digestivas etc.). Outras vezes, a necessidade não é sa-
por si mesmo. tisfeita nem frustrada, mas é transferida ou compensada.
Portanto, a tarefa mais importante para os administra- Isto se dá quando a satisfação de outra necessidade reduz
dores e organizações é garantir que os subordinados te- ou aplaca a intensidade de uma necessidade que não pode
nham os recursos necessários para dar o melhor de si em ser satisfeita.
prol do planejamento da organização. A satisfação de alguma necessidade é temporal e pas-
sageira, ou seja, a motivação humana é cíclica e orientada
Ainda sobre motivação, precisamos entender o proces- pelas diferentes necessidades. O comportamento é quase
so que leva o indivíduo a tomar uma ação em busca de um um processo de resolução de problemas, de satisfação de
objetivo, conforme mostra o Ciclo Motivacional. necessidade, à medida que elas vão surgindo.
O conceito de motivação – ao nível individual – conduz
O Ciclo Motivacional ao de clima organizacional – ao nível da organização. Os
seres humanos estão continuamente engajados no ajusta-
mento a uma variedade de situações, no sentido de satis-
fazer suas necessidades e manter um equilíbrio emocional.
Isto pode ser definido com um estado de ajustamento. Tal
ajustamento não se refere somente à satisfação das neces-
sidades de pertencer a um grupo social de estima e de auto
realização. É a frustração dessas necessidades que causa
muitos dos problemas de ajustamento. Como a satisfação
dessas necessidades superiores depende muito de outras
pessoas, particularmente daquelas que estão em posições
de autoridade, torna-se importante para a administração
compreender a natureza do ajustamento e do desajusta-
mento das pessoas.
O ajustamento – assim como a inteligência ou as apti-
dões – varia de uma pessoa para outra e dentro do mesmo
indivíduo de um momento para outro. Varia dentro de um
continuum e pode ser definido em vários graus, mas do
15
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
que em tipos. Um bom ajustamento denota “saúde men- Com o passar dos anos, e também com a contribuição
tal”. Uma das maneiras de se definir saúde mental é des- trazida pelos estudos feitos pelos mais diversos pensado-
crever as características de pessoas mentalmente sadias. As res da área de humanas mostrando que o investimento no
características básicas de saúde mental são: emprego de mulheres, negros, idosos, analfabetos e por-
- As pessoas sentem-se bem consigo mesmas; tadores de deficiência, isto é, todos aqueles que até então
- As pessoas sentem-se bem em relação às outras pes- eram tidos como “os excluídos”, “a minoria” pela sociedade
soas; ajudariam na construção e manutenção da imagem da or-
- As pessoas são capazes de enfrentar por si as deman- ganização.
das da vida. A partir deste momento, os gestores passaram a rever
muitos conceitos e investir nestas contratações. O cum-
primento das leis criadas e a preocupação em evitar uma
autuação, fizeram com que muitas empresas mudassem
ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL. seus sistemas internos e externos de captação de mão-de-
-obra. Hoje, as organizações fazem o possível para tornar
o seu quadro de funcionários o mais diversificado possível,
primeiramente para mostrarem-se socialmente responsá-
A Administração de Recursos Humanos é uma base veis e também para impedir um acompanhamento judicial
para a criação das políticas sociais da empresa. Está voltada que abalaria a sua imagem de empresa preocupada com o
ao fator principal que garante o funcionamento de qual- bem-estar da comunidade em geral.
quer organização: as pessoas. Toda instituição deve preo-
cupar-se com a motivação de seus funcionários, uma vez Fonte: http://www.catho.com.br/cursos/index.
que eles colaboram para a manutenção e funcionamento php?p=artigo&id_artigo=1306&acao=exibir
diário da empresa. Os empresários não devem deixar de
dar atenção aos seus colaboradores, principalmente pelo
possível reflexo direto nos lucros da empresa. Treinamen-
tos, avaliações, bonificações, políticas de cargos e salários CONTRATAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO:
são recursos que podem ser utilizados para o melhoramen- CONCURSO PÚBLICO, PROCESSO SELETIVO
to motivacional. TEMPORÁRIO, CONTRATAÇÃO PARA
A expressão “Gestão de Pessoas” visa substituir “Admi- CARGOS EM COMISSÃO, ADMISSÃO E
nistração de Recursos Humanos”, que, ainda mais comum DEMISSÃO.
entre todas as expressões utilizadas nos tempos atuais para
designar os modos de lidar com as pessoas nas organiza-
ções. Os argumentos em prol desta mudança na nomen-
clatura ressaltam que o termo “Administração de Recursos Serviço público é todo aquele prestado pela admi-
Humanos” é muito restritivo, pois implica a percepção das nistração ou por particulares debaixo de regras de direito
pessoas que trabalham numa organização apenas como público para a preservação dos interesses da coletividade.
recursos, ao lado dos recursos materiais e financeiros. A titularidade da prestação de um serviço público sem-
Algumas empresas, visando maior lucratividade, estão pre será da Administração Pública, somente podendo ser
se preocupando em fazer investimentos com consultorias transferido a um particular a execução do serviço público.
de recursos humanos. Porém, outras organizações, estão As regras serão sempre fixadas unilateralmente pela Admi-
implantando uma área de gestão de pessoas na sua pró- nistração, independentemente de quem esteja executando
pria unidade de trabalho. Tudo isto está ocorrendo devi- o serviço público. Qualquer contrato administrativo aos
do ao fato de que há uma tendência muito forte que os olhos do particular é contrato de adesão.
funcionários motivados, capacitados e com um ambiente Somente por regras de direito público é possível pres-
de trabalho favorável têm alta produtividade impactando tar serviços públicos. Para distinguir quais serviços são pú-
diretamente nos resultados da organização. blicos e quais não, deve-se utilizar as regras de compe-
Para trabalhar com pessoas, primeiro deve-se com- tência dispostas na Constituição Federal. Sempre que não
preender o comportamento humano e também o conheci- houver definição constitucional a respeito, devem-se ob-
mento de vários sistemas e práticas de recursos humanos. servar as regras que incidem sobre aqueles serviços, bem
A necessidade de mão-de-obra e também a legislação con- como o regime jurídico ao qual a atividade se submete.
tribuíram para a inclusão das mais diversificadas forças de Sendo regras de direito público, será serviço público; sendo
trabalho, quebrando muitos paradigmas. Até meados dos regras de direito privado, será serviço privado.
anos 80, as empresas até poderiam empregar mulheres, Com efeito, quem presta o serviço público pode ser a
idosos e portadores de deficiência, mas era evitado e quan- Administração ou um particular, fazendo-o sob regras de
do ocorria, geralmente não se estendia por muito tempo. direito público e com vistas a preservar o interesse público.
Os gestores naquela época não possuíam uma visão estra-
tégica de recursos humanos e sociais e consequentemente Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, di-
não investiam na contratação da “minoria”. retamente ou sob regime de concessão ou permissão, sem-
pre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
16
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Parágrafo único. A lei disporá sobre: regra, a responsabilidade é objetiva, não cabendo provar a
I - o regime das empresas concessionárias e permissio- culpa ou dolo, bastando a prova do nexo de causalidade,
nárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato do dano e da ação (artigo 37, §6º, CF), à exceção dos casos
e de sua prorrogação, bem como as condições de caducida- de omissão, em que a responsabilidade é subjetiva.
de, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários; Classificação dos serviços públicos
III - política tarifária; Meirelles2 apresenta a seguinte classificação dos servi-
IV - a obrigação de manter serviço adequado. ços públicos:
17
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
18
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
19
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
20
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder III - inabilitado o licitante melhor classificado, serão
concedente, observados, no que couber, os critérios e as nor- analisados os documentos habilitatórios do licitante com a
mas gerais da legislação própria sobre licitações e contratos proposta classificada em segundo lugar, e assim sucessiva-
e conterá, especialmente: mente, até que um licitante classificado atenda às condições
I - o objeto, metas e prazo da concessão; fixadas no edital;
II - a descrição das condições necessárias à prestação IV - proclamado o resultado final do certame, o objeto
adequada do serviço; será adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e econô-
III - os prazos para recebimento das propostas, julga- micas por ele ofertadas.
mento da licitação e assinatura do contrato;
IV - prazo, local e horário em que serão fornecidos, aos Art. 19. Quando permitida, na licitação, a participação
interessados, os dados, estudos e projetos necessários à ela- de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes nor-
boração dos orçamentos e apresentação das propostas; mas:
V - os critérios e a relação dos documentos exigidos para I - comprovação de compromisso, público ou particular,
a aferição da capacidade técnica, da idoneidade financeira e de constituição de consórcio, subscrito pelas consorciadas;
da regularidade jurídica e fiscal; II - indicação da empresa responsável pelo consórcio;
VI - as possíveis fontes de receitas alternativas, comple- III - apresentação dos documentos exigidos nos incisos V
mentares ou acessórias, bem como as provenientes de pro- e XIII do artigo anterior, por parte de cada consorciada;
jetos associados;
IV - impedimento de participação de empresas consor-
VII - os direitos e obrigações do poder concedente e da
ciadas na mesma licitação, por intermédio de mais de um
concessionária em relação a alterações e expansões a serem
consórcio ou isoladamente.
realizadas no futuro, para garantir a continuidade da pres-
§ 1º O licitante vencedor fica obrigado a promover, an-
tação do serviço;
tes da celebração do contrato, a constituição e registro do
VIII - os critérios de reajuste e revisão da tarifa;
consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso
IX - os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a
I deste artigo.
serem utilizados no julgamento técnico e econômico-finan-
ceiro da proposta; § 2º A empresa líder do consórcio é a responsável pe-
X - a indicação dos bens reversíveis; rante o poder concedente pelo cumprimento do contrato
XI - as características dos bens reversíveis e as condições de concessão, sem prejuízo da responsabilidade solidária
em que estes serão postos à disposição, nos casos em que das demais consorciadas.
houver sido extinta a concessão anterior;
XII - a expressa indicação do responsável pelo ônus das Art. 20. É facultado ao poder concedente, desde que pre-
desapropriações necessárias à execução do serviço ou da visto no edital, no interesse do serviço a ser concedido, de-
obra pública, ou para a instituição de servidão administra- terminar que o licitante vencedor, no caso de consórcio, se
tiva; constitua em empresa antes da celebração do contrato.
XIII - as condições de liderança da empresa responsável,
na hipótese em que for permitida a participação de empre- Art. 21. Os estudos, investigações, levantamentos, proje-
sas em consórcio; tos, obras e despesas ou investimentos já efetuados, vincu-
XIV - nos casos de concessão, a minuta do respectivo lados à concessão, de utilidade para a licitação, realizados
contrato, que conterá as cláusulas essenciais referidas no art. pelo poder concedente ou com a sua autorização, estarão
23 desta Lei, quando aplicáveis; à disposição dos interessados, devendo o vencedor da lici-
XV - nos casos de concessão de serviços públicos pre- tação ressarcir os dispêndios correspondentes, especificados
cedida da execução de obra pública, os dados relativos à no edital.
obra, dentre os quais os elementos do projeto básico que
permitam sua plena caracterização, bem assim as garantias Art. 22. É assegurada a qualquer pessoa a obtenção de
exigidas para essa parte específica do contrato, adequadas a certidão sobre atos, contratos, decisões ou pareceres relati-
cada caso e limitadas ao valor da obra; vos à licitação ou às próprias concessões.
XVI - nos casos de permissão, os termos do contrato de
adesão a ser firmado. Capítulo VI
DO CONTRATO DE CONCESSÃO
Art. 18-A. O edital poderá prever a inversão da ordem
das fases de habilitação e julgamento, hipótese em que: Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de conces-
I - encerrada a fase de classificação das propostas ou o são as relativas:
oferecimento de lances, será aberto o invólucro com os do- I - ao objeto, à área e ao prazo da concessão;
cumentos de habilitação do licitante mais bem classificado, II - ao modo, forma e condições de prestação do serviço;
para verificação do atendimento das condições fixadas no III - aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros de-
edital; finidores da qualidade do serviço;
II - verificado o atendimento das exigências do edital, o IV - ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos
licitante será declarado vencedor; para o reajuste e a revisão das tarifas;
21
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
V - aos direitos, garantias e obrigações do poder conce- Art. 26. É admitida a subconcessão, nos termos previstos
dente e da concessionária, inclusive os relacionados às previ- no contrato de concessão, desde que expressamente autori-
síveis necessidades de futura alteração e expansão do serviço zada pelo poder concedente.
e consequente modernização, aperfeiçoamento e ampliação § 1º A outorga de subconcessão será sempre precedida
dos equipamentos e das instalações; de concorrência.
VI - aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e § 2º O subconcessionário se sub-rogará todos os direitos
utilização do serviço; e obrigações da subconcedente dentro dos limites da sub-
VII - à forma de fiscalização das instalações, dos equipa- concessão.
mentos, dos métodos e práticas de execução do serviço, bem
como a indicação dos órgãos competentes para exercê-la; Art. 27. A transferência de concessão ou do controle
VIII - às penalidades contratuais e administrativas a que societário da concessionária sem prévia anuência do poder
se sujeita a concessionária e sua forma de aplicação; concedente implicará a caducidade da concessão.
IX - aos casos de extinção da concessão; § 1º Para fins de obtenção da anuência de que trata o
X - aos bens reversíveis; caput deste artigo, o pretendente deverá:
XI - aos critérios para o cálculo e a forma de pagamen- I - atender às exigências de capacidade técnica, idonei-
to das indenizações devidas à concessionária, quando for o dade financeira e regularidade jurídica e fiscal necessárias à
caso; assunção do serviço; e
XII - às condições para prorrogação do contrato; II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do
XIII - à obrigatoriedade, forma e periodicidade da pres- contrato em vigor.
tação de contas da concessionária ao poder concedente; § 2º (Revogado).
XIV - à exigência da publicação de demonstrações fi- § 3º (Revogado).
nanceiras periódicas da concessionária; e § 4º (Revogado).
XV - ao foro e ao modo amigável de solução das diver-
gências contratuais. Art. 27-A. Nas condições estabelecidas no contrato de
Parágrafo único. Os contratos relativos à concessão de
concessão, o poder concedente autorizará a assunção do
serviço público precedido da execução de obra pública deve-
controle ou da administração temporária da concessionária
rão, adicionalmente:
por seus financiadores e garantidores com quem não man-
I - estipular os cronogramas físico-financeiros de execu-
tenha vínculo societário direto, para promover sua reestru-
ção das obras vinculadas à concessão; e
turação financeira e assegurar a continuidade da prestação
II - exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessio-
dos serviços.
nária, das obrigações relativas às obras vinculadas à con-
§ 1º Na hipótese prevista no caput, o poder conceden-
cessão.
te exigirá dos financiadores e dos garantidores que aten-
Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o em- dam às exigências de regularidade jurídica e fiscal, poden-
prego de mecanismos privados para resolução de disputas do alterar ou dispensar os demais requisitos previstos no
decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitra- inciso I do parágrafo único do art. 27.
gem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos § 2º A assunção do controle ou da administração tem-
termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. porária autorizadas na forma do caput deste artigo não
alterará as obrigações da concessionária e de seus contro-
Art. 24. (VETADO) ladores para com terceiros, poder concedente e usuários
dos serviços públicos.
Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do servi- § 3º Configura-se o controle da concessionária, para
ço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos os fins dispostos no caput deste artigo, a propriedade re-
causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, solúvel de ações ou quotas por seus financiadores e ga-
sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente ex- rantidores que atendam os requisitos do art. 116 da Lei nº
clua ou atenue essa responsabilidade. 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
§ 1º Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere § 4º Configura-se a administração temporária da con-
este artigo, a concessionária poderá contratar com tercei- cessionária por seus financiadores e garantidores quando,
ros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias sem a transferência da propriedade de ações ou quotas,
ou complementares ao serviço concedido, bem como a im- forem outorgados os seguintes poderes:
plementação de projetos associados. I - indicar os membros do Conselho de Administração,
§ 2º Os contratos celebrados entre a concessionária e a serem eleitos em Assembleia Geral pelos acionistas, nas
os terceiros a que se refere o parágrafo anterior reger-se- sociedades regidas pela Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
-ão pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer 1976; ou administradores, a serem eleitos pelos quotistas,
relação jurídica entre os terceiros e o poder concedente. nas demais sociedades;
§ 3º A execução das atividades contratadas com tercei- II - indicar os membros do Conselho Fiscal, a serem elei-
ros pressupõe o cumprimento das normas regulamentares tos pelos acionistas ou quotistas controladores em Assem-
da modalidade do serviço concedido. bleia Geral;
22
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
III - exercer poder de veto sobre qualquer proposta sub- Capítulo VII
metida à votação dos acionistas ou quotistas da concessio- DOS ENCARGOS DO PODER CONCEDENTE
nária, que representem, ou possam representar, prejuízos
aos fins previstos no caput deste artigo; Art. 29. Incumbe ao poder concedente:
IV - outros poderes necessários ao alcance dos fins pre- I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar perma-
vistos no caput deste artigo. nentemente a sua prestação;
§ 5º A administração temporária autorizada na forma II - aplicar as penalidades regulamentares e contratuais;
deste artigo não acarretará responsabilidade aos financia- III - intervir na prestação do serviço, nos casos e condi-
dores e garantidores em relação à tributação, encargos, ções previstos em lei;
ônus, sanções, obrigações ou compromissos com terceiros, IV - extinguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei
inclusive com o poder concedente ou empregados. e na forma prevista no contrato;
§ 6º O Poder Concedente disciplinará sobre o prazo da V - homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas
administração temporária. na forma desta Lei, das normas pertinentes e do contrato;
VI - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamen-
Art. 28. Nos contratos de financiamento, as concessioná- tares do serviço e as cláusulas contratuais da concessão;
rias poderão oferecer em garantia os direitos emergentes da VII - zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar
concessão, até o limite que não comprometa a operacionali- e solucionar queixas e reclamações dos usuários, que serão
zação e a continuidade da prestação do serviço. cientificados, em até trinta dias, das providências tomadas;
VIII - declarar de utilidade pública os bens necessários à
Art. 28-A. Para garantir contratos de mútuo de longo execução do serviço ou obra pública, promovendo as desa-
prazo, destinados a investimentos relacionados a contratos propriações, diretamente ou mediante outorga de poderes à
de concessão, em qualquer de suas modalidades, as conces- concessionária, caso em que será desta a responsabilidade
sionárias poderão ceder ao mutuante, em caráter fiduciário, pelas indenizações cabíveis;
parcela de seus créditos operacionais futuros, observadas as IX - declarar de necessidade ou utilidade pública, para
seguintes condições: fins de instituição de servidão administrativa, os bens neces-
I - o contrato de cessão dos créditos deverá ser registra- sários à execução de serviço ou obra pública, promovendo-a
do em Cartório de Títulos e Documentos para ter eficácia diretamente ou mediante outorga de poderes à concessioná-
perante terceiros; ria, caso em que será desta a responsabilidade pelas indeni-
II - sem prejuízo do disposto no inciso I do caput des- zações cabíveis;
te artigo, a cessão do crédito não terá eficácia em relação X - estimular o aumento da qualidade, produtividade,
ao Poder Público concedente senão quando for este formal- preservação do meio-ambiente e conservação;
mente notificado; XI - incentivar a competitividade; e
III - os créditos futuros cedidos nos termos deste artigo XII - estimular a formação de associações de usuários
serão constituídos sob a titularidade do mutuante, indepen- para defesa de interesses relativos ao serviço.
dentemente de qualquer formalidade adicional;
IV - o mutuante poderá indicar instituição financeira Art. 30. No exercício da fiscalização, o poder concedente
para efetuar a cobrança e receber os pagamentos dos cré- terá acesso aos dados relativos à administração, contabili-
ditos cedidos ou permitir que a concessionária o faça, na dade, recursos técnicos, econômicos e financeiros da conces-
qualidade de representante e depositária; sionária.
V - na hipótese de ter sido indicada instituição financei- Parágrafo único. A fiscalização do serviço será feita por
ra, conforme previsto no inciso IV do caput deste artigo, fica intermédio de órgão técnico do poder concedente ou por
a concessionária obrigada a apresentar a essa os créditos entidade com ele conveniada, e, periodicamente, conforme
para cobrança; previsto em norma regulamentar, por comissão composta de
VI - os pagamentos dos créditos cedidos deverão ser de- representantes do poder concedente, da concessionária e dos
positados pela concessionária ou pela instituição encarre- usuários.
gada da cobrança em conta corrente bancária vinculada ao
contrato de mútuo; Capítulo VIII
VII - a instituição financeira depositária deverá transferir DOS ENCARGOS DA CONCESSIONÁRIA
os valores recebidos ao mutuante à medida que as obriga-
ções do contrato de mútuo tornarem-se exigíveis; e Art. 31. Incumbe à concessionária:
VIII - o contrato de cessão disporá sobre a devolução à I - prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei,
concessionária dos recursos excedentes, sendo vedada a re- nas normas técnicas aplicáveis e no contrato;
tenção do saldo após o adimplemento integral do contrato. II - manter em dia o inventário e o registro dos bens
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, serão conside- vinculados à concessão;
rados contratos de longo prazo aqueles cujas obrigações te- III - prestar contas da gestão do serviço ao poder conce-
nham prazo médio de vencimento superior a 5 (cinco) anos. dente e aos usuários, nos termos definidos no contrato;
IV - cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as
cláusulas contratuais da concessão;
23
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
V - permitir aos encarregados da fiscalização livre aces- § 1º Extinta a concessão, retornam ao poder conceden-
so, em qualquer época, às obras, aos equipamentos e às ins- te todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferi-
talações integrantes do serviço, bem como a seus registros dos ao concessionário conforme previsto no edital e esta-
contábeis; belecido no contrato.
VI - promover as desapropriações e constituir servidões § 2º Extinta a concessão, haverá a imediata assunção
autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos le-
edital e no contrato; vantamentos, avaliações e liquidações necessários.
VII - zelar pela integridade dos bens vinculados à pres- § 3º A assunção do serviço autoriza a ocupação das
tação do serviço, bem como segurá-los adequadamente; e instalações e a utilização, pelo poder concedente, de todos
VIII - captar, aplicar e gerir os recursos financeiros neces- os bens reversíveis.
sários à prestação do serviço. § 4º Nos casos previstos nos incisos I e II deste artigo,
Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão-de- o poder concedente, antecipando-se à extinção da conces-
-obra, feitas pela concessionária serão regidas pelas disposi- são, procederá aos levantamentos e avaliações necessários
ções de direito privado e pela legislação trabalhista, não se à determinação dos montantes da indenização que será
estabelecendo qualquer relação entre os terceiros contrata- devida à concessionária, na forma dos arts. 36 e 37 desta
dos pela concessionária e o poder concedente. Lei.
24
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
25
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Art. 43. Ficam extintas todas as concessões de serviços públicos outorgadas sem licitação na vigência da Constituição de
1988.
Parágrafo único. Ficam também extintas todas as concessões outorgadas sem licitação anteriormente à Constituição de
1988, cujas obras ou serviços não tenham sido iniciados ou que se encontrem paralisados quando da entrada em vigor desta
Lei.
Art. 44. As concessionárias que tiverem obras que se encontrem atrasadas, na data da publicação desta Lei, apresentarão
ao poder concedente, dentro de cento e oitenta dias, plano efetivo de conclusão das obras.
Parágrafo único. Caso a concessionária não apresente o plano a que se refere este artigo ou se este plano não oferecer
condições efetivas para o término da obra, o poder concedente poderá declarar extinta a concessão, relativa a essa obra.
Art. 45. Nas hipóteses de que tratam os arts. 43 e 44 desta Lei, o poder concedente indenizará as obras e serviços realizados
somente no caso e com os recursos da nova licitação.
Parágrafo único. A licitação de que trata o caput deste artigo deverá, obrigatoriamente, levar em conta, para fins de ava-
liação, o estágio das obras paralisadas ou atrasadas, de modo a permitir a utilização do critério de julgamento estabelecido
no inciso III do art. 15 desta Lei.
TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE
PESSOAS.
Treinamento é voltado para as competências relacionadas a tarefas e atividades do trabalho atual. São ações bastante
específicas, voltadas para o curto ou médio prazo. Programas de treinamento são desenhados em função das necessidades
atuais da organização.
Desenvolvimento é um conceito mais geral. Ele refere-se a competências mais gerais, não necessariamente relacio-
nadas ao trabalho atual. Tem forte vínculo com a carreira do indivíduo, com o crescimento do indivíduo, ou seja, ele pode
desenvolver competências que hoje ainda não utiliza. São ações educacionais voltadas para o futuro do indivíduo.
Educação tem um horizonte temporal maior, de médio e longo prazo. É um conceito abrangente, que, na nossa vida,
pode se referir a qualquer processo de aprendizado, mas que, no contexto profissional, refere-se a competências futuras.
Educação tem a ver com a necessidade de aprendizado contínuo.
26
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
• Avaliação de transferência ou impacto: realizada alguns meses após o final do treinamento, verifica se houve mu-
dança de comportamento dos indivíduos após o treinamento.
• Mudança organizacional: verifica se houve alterações em processos de trabalho, indicadores duros, estrutura or-
ganizacional ou outras mudanças na organização, decorrentes do treinamento.
• Valor final: Último nível da avaliação e verifica a contribuição do treinamento para os objetivos mais importantes
da organização
Este ciclo é preconizado, por exemplo, pela norma ISO 10.015. A figura abaixo ilustra estas etapas.
Muitas empresas tem investido cada vez mais em programas de treinamentos e desenvolvimento de funcionários, a
ideia é aprimorar o potencial e a capacidade dos funcionários, e abrir novas oportunidades dentro da empresa. As orga-
nizações contemporâneas têm sido levadas à modernização e/ou adequação ao novo contexto produtivo por diferentes
caminhos, seja pela via tecnológica, seja pela via gerencial diferentes mecanismos e/ou ferramentas são utilizados, em um
esforço voltado à eficácia na utilização dos recursos produtivos visando, em última instância a melhor adequação das pes-
soas ao local de trabalho.
A capacitação dos funcionários é inegavelmente a responsável hoje, pelo sucesso organizacional. Assim, as organiza-
ções têm que estar “preocupadas” com o treinamento e desenvolvimento das pessoas envolvidas em sua empresa para que
tenham sempre um segmento adequado.
Com base no contexto atual das empresas e nos desafios que as pessoas enfrentam no desempenho de suas funções,
decidiu-se pesquisar as competências requeridas aos funcionários para atuarem nos setores da organização, para a partir
daí propor treinamentos nas áreas adequadas.
Nos últimos anos as organizações, cada vez mais conscientes de que seu sucesso será determinado pela qualificação de
seus empregados passaram a atribuir maior relevância à gestão estratégica de pessoas principalmente no que diz respeito
ao desenvolvimento de competências humanas ou profissionais.
Assim, o treinamento do funcionário passou a ser assunto de interesse das organizações.
A conceituação de treinamento apresenta significados diferentes e assim, diversos autores têm apresentado definições
com relação ao treinamento. De acordo com Chiavenato quase sempre o treinamento tem sido entendido como o processo
pelo qual a pessoa é preparada para desempenhar de maneira excelente as tarefas específicas do cargo que deve ocupar.
Modernamente, o treinamento é considerado um meio de desenvolver competências nas pessoas para que elas se tornem
mais produtivas, criativas e inovadoras, a fim de contribuir melhor para os objetivos organizacionais.
Ainda segundo Chiavenato “treinamento é o processo educacional de curto prazo aplicado de maneira sistemática e
organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos”.
Há uma diferença entre treinamento e desenvolvimento de pessoas. Embora os seus métodos sejam similares para
afetar a aprendizagem, a sua perspectiva de tempo é diferente.
Ambos, treinamento e desenvolvimento (T&D), constituem processos de aprendizagem por isso que Chiavenato afirma
que segundo a base primordial para o atingimento dos objetivos de uma instituição, começa pelo treinamento e desenvol-
vimento das pessoas. Tende-se a investir pesadamente em treinamentos para obter um retomo garantido. Treinamento não
é uma simples despesa, mas um precioso investimento seja na organização ou nas pessoas. Isto é, traz benefícios diretos.
Antigamente, alguns especialistas em RH consideravam o treinamento um meio para adequar cada pessoa ao seu cargo, re-
centemente mudou este conceito, considerando um meio para alcançar o desempenho no cargo. Quase sempre treinamento é
compreendido como o processo pelo qual as pessoas vão desenvolver de maneira excelente as tarefas específicas dos cargos.
27
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Assim, acredita-se que através de um treinamento vi- A remuneração e baseada nas metas e resultados
sando o desenvolvimento das pessoas nas organizações a serem alcançados pelas pessoas, com ênfase no desem-
os resultados serão satisfatórios tanto para os indivíduos penho futuro e em valores variáveis e flexíveis.
como para as organizações.
A REMUNERAÇÃO TOTAL DE UM FUNCIONÁRIO, é
Benefícios Sociais constituída dos 3 componentes abaixo, mas, a proporção
Os processos básicos de Gestão de Pessoas é dividido relativa a cada um dos 3 componentes varia de organiza-
em 6 e são eles: ção para organização.
Processo de Agregar Pessoas, Aplicar Pessoas, Desen- a) Remuneração básica (salário mensal ou salário hora)
volver Pessoas, Manter Pessoas, Monitorar Pessoas, Re- b) Incentivos salariais (bónus, participação nos lucros,
compensar Pessoas. etc)
c) Benefícios (seguro de vida, seguro saúde, refeições
O processo de Recompensar pessoas Compreende: subsidiadas, etc).
1- Remuneração
2- Programa de incentivo As recompensas organizacionais podem ser classi-
3- Beneficios e serviços ficadas como:
Os processos de recompensar as pessoas constituem FINANCEIRAS DIRETAS - Salários,Prêmios, Co-
os elementos fundamentais para o incentivo e motivação missões
dos funcionários da organização, tendo em vista de um
lado os objetivos organizacionais a serem alcançados e, de FINANCEIRAS INDIRETAS - Dsr, Férias, Gratifica-
outro lado os objetivos individuais a serem satisfeitos. ções, Gorjetas, Hora Extra, 13º salário, Adicionais
A palavra RECOMPENSA significa uma retribuição, NÃO FINANCEIRA - Oportunidade de desenvol-
prêmio ou reconhecimento pelos serviços de alguém. vimento, Reconhecimento e auto-estima, Segurança no
Se por um lado a recompensa visa incentivar as con-
emprego, Qualidade de vida no Trabalho, Orgulho da Em-
tribuições das pessoas aos objetivos e à lucratividade da
presa e do trabalho, Promoções, Liberdade e autonomia
organização, por outro lado, as recompensas afetam os
no trabalho.
custos laborais. Por isso, é importante compreender os as-
Salário é a contraprestação pelo trabalho de uma pes-
pectos básicos do desenho e administração do sistema de
soa na organização. A remuneração constitui tudo quanto
reccompensas.
o empregado aufere como consequência do trabalho que
Os sistemas de recompensa desenvolvidos pelas or-
ganizações são grandes e de variabilidade enorme. Algu- realiza em uma organização. A remuneração é gênero e o
mas organizações ainda utilizam processos fixos e rígidos, salário é espécie.
genéricos e padronizados, tradicionais e ultrapassados,
enquanto outras lançam mão de processos flexíveis, mais Construção De Um Plano De Remuneração
avançados e sofisticados para incentivar e motivar as pes- A construção do plano de remuneração requer cer-
soas que nelas trabalham. tos cuidados pois provoca forte impacto nas pessoas e no
desempenho da organização pelos seus efeitos e conse-
Na Abordagem Tradicional: quências. O desenho do sistema de remuneração oferece 2
Predomina a suposição de que as pessoas são mo- desafios principais:
tivadas exclusivamente por incentivos salariais, financeiros de um lado, deve capacitar a organização para al-
e materiais; cançar seus objetivos estratégicos.
A remuneração obedece padrões rígidos e imutá- de outro lado, deve ser moldado e ajustado às ca-
veis, atende a processos padronizados de avaliação de car- racterísticas únicas da organização e do ambiente externo
gos, dentro de uma política de generalização que se aplica que a envolve.
a todos os funcionários – indistintamente – sem levar em
conta suas diferenças individuais e desempenho. Critérios para construção de um plano de remune-
A remuneração é baseada no tempo e não no de- ração:
sempenho, com ênfase no passado do funcionário e em 1) Equilíbrio INTERNO versus equilíbrio EXTERNO
valores fixos e estatísticos. Observar a justiça distributiva salarial dentro da orga-
nização – as pessoas estarão satisfeitas quando percebem
Na Abordagem Moderna: que são pagas equitativamente em relação aos colegas
Predomina a suposição de que as pessoas são mo- com trabalho similar.
tivadas por uma enorme variedade de incentivos (salários, Observar o salário pago pelo mercado de trabalho –
objetivos, metas a atingir, satisfação no cargo e na organi- fixar salários conforme as ocupações similares de outras
zação, necessidade de auto-realização, etc) organizações do mesmo ramo de atividade.
A remuneração obedece esquemas flexíveis, aten- A equidade externa alinha os salários da organização
de a processos personalizados, dentro de uma política de com os do mercado de trabalho.
adequação às diferenças individuais entre as pessoas e
seus desempenhos.
28
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
29
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
a) Quando os salários são secretos as pessoas se sentem 2) Para a organização, os incentivos representam investi-
mais sub-recompensadas do que realmente são, e os geren- mentos que também devem proporcionar retornos na forma
tes precisam se cercar de cuidados para não haver vazamen- de contribuições das pessoas.
to de informações; EXEMPLOS DE INCENTIVOS:
REMUNERAÇÃO CONFIDENCIAL – O acesso às infor- Remuneração variável, bônus anuais, PLR, Distribuição
mações sobre remuneração é evitado entre os funcionários. de Ações (o dinheiro do bónus é substituído por papéis da
companhia ), Opção de compra de ações da companhia (por
9) Centralização ou descentralização das decisões sa- preço subsidiado).
lariais
As decisões sobre remuneração podem ser controladas Benefícios e serviços
em um órgão central ou podem ser delegadas aos gerentes Oferecer benefícios e serviços aos colaboradores é uma
das unidades organizacionais. forma de recompensa.
NO SISTEMA CENTRALIZADO – as decisões são tomadas e Ano passado os benefícios estavam fortemente ligados
controladas geralmente no Departamento de Recursos Humanos.
ao paternalismo existente nas organizações. Hoje, os bene-
É apropriado quando a organização considera prudente
fícios fazem parte dos atrativos com que as organizações
atribuir a responsabilidade a especialistas pelos registros e
controles, pesquisas salariais e administração de benefícios atraem e retêm talentos.
para enfrentar desafios legais e trabalhistas. A oferta de benefícios e serviços prestados aos colabo-
NO SISTEMA DESCENTRALIZADO – as decisões são radores influencia poderosamente no grau de qualidade de
delegadas aos gerentes de linha. O Rh apenas define as polí- vida na organização.
ticas e dá as diretrizes básicas e as monitoram. Benefícios são: certas regalias e vantagens concedidas
É apropriado quando a organização pretende dar auto- pela organização, a título de pagamento adicional dos sa-
nomia a cada uma de suas unidades operacionais. lários, à totalidade ou a parte de seus funcionários. Consti-
Neste sistema, a filosofia de remuneração é coorpora- tuem geralmente um pacote de benefícios e serviços que faz
tiva, mas os padrões de desempenho e de incentivos variam parte integrante da remuneração do pessoal.
de uma unidade para outra. Ex.: Assistência médico-hospitalar, seguro de vida, ali-
Ex.: Uma unidade (fábrica) mede o desempenho de um mentação subsidiada, transporte, planos de pensão ou apo-
colaborador através de critérios de produtividade, custos sentadoria, fornecimento de automóvel, casa, escola, clube,
e segurança, enquanto a unidade de (Vendas) usa critérios cartão de crédito, passagens e estadas no período de férias.
como volume de vendas e geração de novas vendas. Todavia, Os benefícios sociais estão intimamente relacionados
para a utilização deste sistema, os gerentes precisam ser bem com aspectos da responsabilidade social da organização.3
treinados e capacitados tecnicamente.
Programas De Incentivo
Não basta remunerar as pessoas pelo seu tempo dedica- LEGISLAÇÕES: CLT – CONSOLIDAÇÃO DAS
do à organização. Isso é necessário, mas insuficiente. É pre- LEIS DO TRABALHO.
ciso incentivá-las continuamente a fazer o melhor possível,
a ultrapassarem o desempenho atual e alcançarem metas e
resultados desafiantes formulados para o futuro.
O que se pretende com os incentivos ? Quase sempre Prezado Candidato, O Edital não específica quais as-
é incentivar alcance de objetivos e entrega de resultados. E suntos serão tratados referente a CLT, sendo assim co-
o foco ? No desempenho do cargo ou na oferta de compe- locamos uma prévia na apostila para que seus estudos
tências individuais. não sejam prejudicados, para ampliar os seus conheci-
A recompensa ou incentivo é alguma gratificação, tan- mentos, pedimos que veja a lei na íntegra no site abaixo:
gível ou intangível (salário, benefícios, reconhecimento, pro- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del-
moções, prémios, etc) em troca da qual as pessoas se tornam 5452compilado.htm
membros da organização – parceiros e, uma vez decididos
em se tornar parceiros contribuem com tempo, dedicação, CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
esforços ou outros recursos pessoas.
Toda organização precisa cuidar da balança de inceitivos- TÍTULO I
-contribuições. E o que significa essa balança ? Significa que INTRODUÇÃO
as pessoas e a organização estão engajadas em um sistema
de relações de intercãmbio: as pessoas fazem contribuições
Art. 1º - Esta Consolidação estatui as normas que regu-
à organização e dela recebem incentivos ou induzimentos.
lam as relações individuais e coletivas de trabalho, nela pre-
vistas.
Assim:
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual
1) Para as pessoas, as contribuições que elas fazem à or-
ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômi-
ganização representam investimentos pessoais que devem
ca, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
proporcionar certos retornos na forma de incentivos ou re-
compensar. 3 Texto adaptado de Bruno Barros
30
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver
exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, obrigatoriedade de realizar a troca na empresa. (Incluí-
as instituições de beneficência, as associações recreativas do pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem Art. 5º - A todo trabalho de igual valor corresponderá
trabalhadores como empregados. salário igual, sem distinção de sexo.
§ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, em- Art. 6o Não se distingue entre o trabalho realizado no
bora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, esti- estabelecimento do empregador, o executado no domicílio
verem sob a direção, controle ou administração de outra, do empregado e o realizado a distância, desde que estejam
ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua au- caracterizados os pressupostos da relação de emprego.
tonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis (Redação dada pela Lei nº 12.551, de 2011)
solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação Parágrafo único. Os meios telemáticos e informati-
de emprego. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de zados de comando, controle e supervisão se equiparam,
para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e
2017) (Vigência)
diretos de comando, controle e supervisão do trabalho
§ 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identi-
alheio. (Incluído pela Lei nº 12.551, de 2011)
dade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do
Art. 7º Os preceitos constantes da presente Consolida-
grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva
ção salvo quando for em cada caso, expressamente deter-
comunhão de interesses e a atuação conjunta das empre- minado em contrário, não se aplicam : (Redação dada
sas dele integrantes. (Incluído pela Lei nº 13.467, de pelo Decreto-lei nº 8.079, 11.10.1945)
2017) (Vigência) a) aos empregados domésticos, assim considerados,
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física de um modo geral, os que prestam serviços de natureza
que prestar serviços de natureza não eventual a emprega- não-econômica à pessoa ou à família, no âmbito residen-
dor, sob a dependência deste e mediante salário. cial destas;
Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à es- b) aos trabalhadores rurais, assim considerados aque-
pécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre les que, exercendo funções diretamente ligadas à agricul-
o trabalho intelectual, técnico e manual. tura e à pecuária, não sejam empregados em atividades
Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o perío- que, pelos métodos de execução dos respectivos trabalhos
do em que o empregado esteja à disposição do emprega- ou pela finalidade de suas operações, se classifiquem como
dor, aguardando ou executando ordens, salvo disposição industriais ou comerciais;
especial expressamente consignada. c) aos funcionários públicos da União, dos Estados e
§ 1º Computar-se-ão, na contagem de tempo de servi- dos Municípios e aos respectivos extranumerários em ser-
ço, para efeito de indenização e estabilidade, os períodos viço nas próprias repartições; (Redação dada pelo
em que o empregado estiver afastado do trabalho pres- Decreto-lei nº 8.079, 11.10.1945)
tando serviço militar e por motivo de acidente do trabalho. d) aos servidores de autarquias paraestatais, desde
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) que sujeitos a regime próprio de proteção ao trabalho
§ 2o Por não se considerar tempo à disposição do em- que lhes assegure situação análoga à dos funcionários
pregador, não será computado como período extraordiná- públicos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.079,
rio o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse 11.10.1945)
o limite de cinco minutos previsto no § 1o do art. 58 desta Parágrafo único (Revogado pelo Decreto-lei nº 8.249,
Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, de 1945)
buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do
Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, de-
públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar
cidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analo-
ou permanecer nas dependências da empresa para exercer
gia, por equidade e outros princípios e normas gerais de
atividades particulares, entre outras: (Incluído pela Lei
direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de
nº 13.467, de 2017) (Vigência) acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas
I - práticas religiosas; (Incluído pela Lei nº 13.467, sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou
de 2017) (Vigência) particular prevaleça sobre o interesse público.
II - descanso; (Incluído pela Lei nº 13.467, de § 1º O direito comum será fonte subsidiária do direi-
2017) (Vigência) to do trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de
III - lazer; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
2017) (Vigência) § 2o Súmulas e outros enunciados de jurisprudência
IV - estudo; (Incluído pela Lei nº 13.467, de editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribu-
2017) (Vigência) nais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos
V - alimentação; (Incluído pela Lei nº 13.467, de legalmente previstos nem criar obrigações que não este-
2017) (Vigência) jam previstas em lei. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
VI - atividades de relacionamento social; (Incluído 2017) (Vigência)
pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) § 3o No exame de convenção coletiva ou acordo co-
VII - higiene pessoal; (Incluído pela Lei nº 13.467, letivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclu-
de 2017) (Vigência) sivamente a conformidade dos elementos essenciais do
31
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei § 2o A declaração da prescrição intercorrente pode ser
no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de ju-
sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na auto- risdição. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vi-
nomia da vontade coletiva. (Incluído pela Lei nº 13.467, gência)
de 2017) (Vigência) Art. 12 - Os preceitos concernentes ao regime de segu-
Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados ro social são objeto de lei especial.
com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplica-
ção dos preceitos contidos na presente Consolidação. TÍTULO II
Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da DAS NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO
empresa não afetará os direitos adquiridos por seus em- CAPÍTULO I
pregados. DA IDENTIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamen- SEÇÃO I
te pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao DA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SO-
período em que figurou como sócio, somente em ações CIAL
ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação (Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de
do contrato, observada a seguinte ordem de preferên- 10.10.1969)
cia: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
I - a empresa devedora; (Incluído pela Lei nº Art. 13 - A Carteira de Trabalho e Previdência Social é
13.467, de 2017) (Vigência) obrigatória para o exercício de qualquer emprego, inclu-
II - os sócios atuais; e (Incluído pela Lei nº 13.467, sive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e
de 2017) (Vigência) para o exercício por conta própria de atividade profissional
III - os sócios retirantes. (Incluído pela Lei nº remunerada. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 926,
13.467, de 2017) (Vigência) de 10.10.1969)
Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidaria- § 1º - O disposto neste artigo aplica-se, igualmente,
a quem: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de
mente com os demais quando ficar comprovada fraude na
10.10.1969)
alteração societária decorrente da modificação do contra-
I - proprietário rural ou não, trabalhe individualmen-
to. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
te ou em regime de economia familiar, assim entendido
Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das
o trabalho dos membros da mesma família, indispensável
relações de trabalho prescreve em cinco anos para os tra-
à própria subsistência, e exercido em condições de mútua
balhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após
dependência e colaboração; (Incluído pelo Decreto-
a extinção do contrato de trabalho. (Redação dada pela
-lei nº 926, de 10.10.1969)
Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) II - em regime de economia familiar e sem empregado,
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.467, de explore área não excedente do módulo rural ou de outro
2017) (Vigência) limite que venha a ser fixado, para cada região, pelo Minis-
II - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.467, de tério do Trabalho e Previdência Social. (Incluído pelo
2017) (Vigência) Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às ações que § 2º - A Carteira de Trabalho e Previdência Social e
tenham por objeto anotações para fins de prova junto à respectiva Ficha de Declaração obedecerão aos modelos
Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 9.658, de que o Ministério do Trabalho e Previdência Social adotar.
5.6.1998) (Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
§ 2º Tratando-se de pretensão que envolva pedido de § 3º - Nas localidades onde não for emitida a Carteira
prestações sucessivas decorrente de alteração ou descum- de Trabalho e Previdência Social poderá ser admitido, até
primento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando 30 (trinta) dias, o exercício de emprego ou atividade remu-
o direito à parcela esteja também assegurado por preceito nerada por quem não a possua, ficando a empresa obriga-
de lei. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigên- da a permitir o comparecimento do empregado ao posto
cia) de emissão mais próximo. (Redação dada pela Lei
§ 3o A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo nº 5.686, de 3.8.1971)
ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que em § 4º - Na hipótese do § 3º: (Incluído pelo Decre-
juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem re- to-lei nº 926, de 10.10.1969)
solução do mérito, produzindo efeitos apenas em relação I - o empregador fornecerá ao empregado, no ato
aos pedidos idênticos. (Incluído pela Lei nº 13.467, de da admissão, documento do qual constem a data da ad-
2017) (Vigência) missão, a natureza do trabalho, o salário e a forma de seu
Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no proces- pagamento; (Incluído pelo Decreto-lei nº 926, de
so do trabalho no prazo de dois anos. (Incluído pela 10.10.1969)
Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) II - se o empregado ainda não possuir a carteira na
§ 1o A fluência do prazo prescricional intercorrente ini- data em que for dispensado, o empregador Ihe forne-
cia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação cerá atestado de que conste o histórico da relação em-
judicial no curso da execução. (Incluído pela Lei nº pregatícia. (Incluído pelo Decreto-lei nº 926, de
13.467, de 2017) (Vigência) 10.10.1969)
32
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
33
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
§ 2º - As anotações na Carteira de Trabalho e Previdên- Art. 35. (Revogado pela Lei nº 6.533, de 24.5.1978)
cia Social serão feitas: (Redação dada pela Lei nº
7.855, de 24.10.1989) SEÇÃO V
a) na data-base; (Redação dada pela Lei nº 7.855, DAS RECLAMAÇÕES POR FALTA OU RECUSA DE
de 24.10.1989) ANOTAÇÃO
b) a qualquer tempo, por solicitação do trabalha-
dor; (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) Art. 36 - Recusando-se a empresa fazer às anotações
c) no caso de rescisão contratual; ou (Redação a que se refere o art. 29 ou a devolver a Carteira de Tra-
dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) balho e Previdência Social recebida, poderá o empregado
d) necessidade de comprovação perante a Previdên- comparecer, pessoalmente ou intermédio de seu sindicato
cia Social. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de perante a Delegacia Regional ou órgão autorizado, para
24.10.1989) apresentar reclamação. (Redação dada pelo Decre-
§ 3º - A falta de cumprimento pelo empregador do dis- to-lei nº 229, de 28.2.1967)
posto neste artigo acarretará a lavratura do auto de infra- Art. 37 - No caso do art. 36, lavrado o termo de recla-
ção, pelo Fiscal do Trabalho, que deverá, de ofício, comu- mação, determinar-se-á a realizarão de diligência para ins-
nicar a falta de anotação ao órgão competente, para o fim trução do feito, observado, se for o caso o disposto no § 2º
de instaurar o processo de anotação. (Redação dada do art. 29, notificando-se posteriormente o reclamado por
pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) carta registrada, caso persista a recusa, para que, em dia e
§ 4o É vedado ao empregador efetuar anotações de- hora previamente designados, venha prestar esclarecimen-
sabonadoras à conduta do empregado em sua Carteira de tos ou efetuar as devidas anotações na Carteira de Trabalho
Trabalho e Previdência Social. (Incluído pela Lei nº e Previdência Social ou sua entrega. (Redação dada
10.270, de 29.8.2001) pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 5o O descumprimento do disposto no § 4o deste arti- Parágrafo único. Não comparecendo o reclamado, la-
go submeterá o empregador ao pagamento de multa pre- vrar-se-á termo de ausência, sendo considerado revel e
vista no art. 52 deste Capítulo. (Incluído pela Lei nº
confesso sobre os termos da reclamação feita, devendo as
10.270, de 29.8.2001)
anotações serem efetuadas por despacho da autoridade
Art. 30 - Os acidentes do trabalho serão obrigatoria-
que tenha processado a reclamação. (Redação dada
mente anotados pelo Instituto Nacional de Previdência So-
pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
cial na carteira do acidentado. (Redação dada pelo
Art. 38 - Comparecendo o empregador e recusando-se
Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
a fazer as anotações reclamadas, será lavrado um termo de
Art. 31 - Aos portadores de Carteiras de Trabalho e Pre-
vidência Social assegurado o direito de as apresentar aos comparecimento, que deverá conter, entre outras indicações,
órgãos autorizados, para o fim de ser anotado o que for o lugar, o dia e hora de sua lavratura, o nome e a residência do
cabível, não podendo ser recusada a solicitação, nem co- empregador, assegurando-se-lhe o prazo de 48 (quarenta e
brado emolumento não previsto em lei. (Redação oito) horas, a contar do termo, para apresentar defesa.
dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) Parágrafo único - Findo o prazo para a defesa, subirá o
Art. 32 - As anotações relativas a alterações no estado processo à autoridade administrativa de primeira instância,
civil dos portadores de Carteira de Trabalho e Previdência para se ordenarem diligências, que completem a instrução
Social serão feitas mediante prova documental. As decla- do feito, ou para julgamento, se o caso estiver suficiente-
rações referentes aos dependentes serão registradas nas mente esclarecido.
fichas respectivas, pelo funcionário encarregado da iden- Art. 39 - Verificando-se que as alegações feitas pelo
tificação profissional, a pedido do próprio declarante, que reclamado versam sobre a não existência de relação de
as assinará. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, emprego ou sendo impossível verificar essa condição pe-
de 28.2.1967) los meios administrativos, será o processo encaminhado
Parágrafo único. As Delegacias Regionais e os órgãos a Justiça do Trabalho ficando, nesse caso, sobrestado o
autorizados deverão comunicação ao Departamento Na- julgamento do auto de infração que houver sido lavrado.
cional de Mão-de-Obra todas as alterações que anotarem (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
nas Carteiras de Trabalho e Previdência Social. (Re- § 1º - Se não houver acordo, a Junta de Conciliação
dação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) e Julgamento, em sua sentença ordenará que a Secretaria
Art. 33 As Anotações nas fichas de declaração e nas efetue as devidas anotações uma vez transitada em julga-
Carteiras Profissionais serão feitas seguidamente sem do, e faça a comunicação à autoridade competente para o
abreviaturas, ressalvando-se no fim de cada assentamen- fim de aplicar a multa cabível. (Incluído pelo Decre-
to, as emendas, entrelinhas e quaisquer circunstâncias que to-lei nº 229, de 28.2.1967)
possam ocasionar dúvidas. (Redação dada pelo § 2º - Igual procedimento observar-se-á no caso de
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) processo trabalhista de qualquer natureza, quando for
Art. 34 - Tratando-se de serviço de profissionais de verificada a falta de anotações na Carteira de Trabalho e
qualquer atividade, exercido por empreitada individual ou Previdência Social, devendo o Juiz, nesta hipótese, mandar
coletiva, com ou sem fiscalização da outra parte contratan- proceder, desde logo, àquelas sobre as quais não houver
te, a carteira será anotada pelo respectivo sindicato profis- controvérsia (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de
sional ou pelo representante legal de sua cooperativa. 28.2.1967)
34
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
35
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Art. 56 - O sindicato que cobrar remuneração pela en- § 4o Na hipótese de o contrato de trabalho em regi-
trega de Carteira de Trabalho e Previdência Social ficará su- me de tempo parcial ser estabelecido em número inferior a
jeito à multa de valor igual a 3 (três) vezes o salário-mínimo vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a este
regional. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de quantitativo serão consideradas horas extras para fins do
28.2.1967) pagamento estipulado no § 3o, estando também limitadas
a seis horas suplementares semanais. (Incluído pela
CAPÍTULO II Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
DA DURAÇÃO DO TRABALHO § 5o As horas suplementares da jornada de trabalho
SEÇÃO I normal poderão ser compensadas diretamente até a sema-
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR na imediatamente posterior à da sua execução, devendo
ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês
Art. 57 - Os preceitos deste Capítulo aplicam-se a to- subsequente, caso não sejam compensadas. (Incluído
das as atividades, salvo as expressamente excluídas, cons- pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
tituindo exceções as disposições especiais, concernentes § 6o É facultado ao empregado contratado sob regime
estritamente a peculiaridades profissionais constantes do de tempo parcial converter um terço do período de férias a
Capítulo I do Título III. que tiver direito em abono pecuniário. (Incluído pela
Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
SEÇÃO II § 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas
DA JORNADA DE TRABALHO pelo disposto no art. 130 desta Consolidação. (Incluí-
do pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os em- Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acres-
pregados em qualquer atividade privada, não excederá de cida de horas extras, em número não excedente de duas,
8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressa- por acordo individual, convenção coletiva ou acordo cole-
mente outro limite. tivo de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de
2017) (Vigência)
§ 1o Não serão descontadas nem computadas como
§ 1o A remuneração da hora extra será, pelo menos,
jornada extraordinária as variações de horário no registro
50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal.
de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
limite máximo de dez minutos diários. (Parágrafo
§ 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se,
incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)
por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o
§ 2º O tempo despendido pelo empregado desde a
excesso de horas em um dia for compensado pela corres-
sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho
pondente diminuição em outro dia, de maneira que não
e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio
exceda, no período máximo de um ano, à soma das jorna-
de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não das semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado
será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo o limite máximo de dez horas diárias. (Redação dada
à disposição do empregador. (Redação dada pela Lei pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
nº 13.467, de 2017) (Vigência) § 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho
§ 3o (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017) sem que tenha havido a compensação integral da jornada
Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tem- extraordinária, na forma dos §§ 2o e 5o deste artigo, o tra-
po parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas balhador terá direito ao pagamento das horas extras não
semanais, sem a possibilidade de horas suplementares se- compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na
manais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte data da rescisão. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de
e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo 2017) (Vigência)
de até seis horas suplementares semanais. (Redação § 5º O banco de horas de que trata o § 2o deste artigo
dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) poderá ser pactuado por acordo individual escrito, desde
§ 1o O salário a ser pago aos empregados sob o regime que a compensação ocorra no período máximo de seis me-
de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em rela- ses. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
ção aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, § 6o É lícito o regime de compensação de jornada es-
tempo integral. (Incluído pela Medida Provisória nº tabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a
2.164-41, de 2001) compensação no mesmo mês. (Incluído pela Lei nº
§ 2o Para os atuais empregados, a adoção do regime de 13.467, de 2017) (Vigência)
tempo parcial será feita mediante opção manifestada pe- Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta
rante a empresa, na forma prevista em instrumento decor- Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo in-
rente de negociação coletiva. (Incluído pela Medida dividual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de
Provisória nº 2.164-41, de 2001) trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas
§ 3º As horas suplementares à duração do trabalho se- seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descan-
manal normal serão pagas com o acréscimo de 50% (cin- so, observados ou indenizados os intervalos para repou-
quenta por cento) sobre o salário-hora normal. (In- so e alimentação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
cluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) 2017) (Vigência)
36
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto
horário previsto no caput deste artigo abrange os paga- neste capítulo: (Redação dada pela Lei nº 8.966, de
mentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo 27.12.1994)
descanso em feriados, e serão considerados compensados I - os empregados que exercem atividade externa in-
os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando compatível com a fixação de horário de trabalho, devendo
houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 des- tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previ-
ta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de dência Social e no registro de empregados; (Incluído
2017) (Vigência) pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994)
Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais II - os gerentes, assim considerados os exercentes de
para compensação de jornada, inclusive quando estabele- cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do
cida mediante acordo tácito, não implica a repetição do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamen-
pagamento das horas excedentes à jornada normal diária to ou filial. (Incluído pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994)
se não ultrapassada a duração máxima semanal, sendo de- III - os empregados em regime de teletraba-
vido apenas o respectivo adicional. (Incluído pela Lei lho. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigên-
nº 13.467, de 2017) (Vigência) cia)
Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será
não descaracteriza o acordo de compensação de jornada aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste
e o banco de horas. (Incluído pela Lei nº 13.467, de artigo, quando o salário do cargo de confiança, compreen-
2017) (Vigência) dendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao
Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim considera- valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (qua-
das as constantes dos quadros mencionados no capítulo renta por cento). (Incluído pela Lei nº 8.966, de
“Da Segurança e da Medicina do Trabalho”, ou que neles 27.12.1994)
venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Art. 63 - Não haverá distinção entre empregados e in-
Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão teressados, e a participação em lucros e comissões, salvo
ser acordadas mediante licença prévia das autoridades
em lucros de caráter social, não exclui o participante do
competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais,
regime deste Capítulo.
para esse efeito, procederão aos necessários exames locais
Art. 64 - O salário-hora normal, no caso de empregado
e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer
mensalista, será obtido dividindo-se o salário mensal cor-
diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias
respondente à duração do trabalho, a que se refere o art.
federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em
58, por 30 (trinta) vezes o número de horas dessa duração.
entendimento para tal fim.
Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença Parágrafo único - Sendo o número de dias inferior a 30
prévia as jornadas de doze horas de trabalho por trinta e (trinta), adotar-se-á para o cálculo, em lugar desse número,
seis horas ininterruptas de descanso. (Incluído pela o de dias de trabalho por mês.
Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) Art. 65 - No caso do empregado diarista, o salário-hora
Art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a normal será obtido dividindo-se o salário diário correspon-
duração do trabalho exceder do limite legal ou conven- dente à duração do trabalho, estabelecido no art. 58, pelo
cionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja número de horas de efetivo trabalho.
para atender à realização ou conclusão de serviços inadiá-
veis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto. SEÇÃO III
§ 1º O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido DOS PERÍODOS DE DESCANSO
independentemente de convenção coletiva ou acordo co-
letivo de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá
de 2017) (Vigência) um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para
§ 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de descanso.
força maior, a remuneração da hora excedente não será Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um des-
inferior à da hora normal. Nos demais casos de excesso canso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o
previstos neste artigo, a remuneração será, pelo menos, qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade
25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora normal, e imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no
o trabalho não poderá exceder de 12 (doze) horas, desde todo ou em parte.
que a lei não fixe expressamente outro limite. Parágrafo único - Nos serviços que exijam trabalho aos
§ 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, re- domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será
sultante de causas acidentais, ou de força maior, que deter- estabelecida escala de revezamento, mensalmente organi-
minem a impossibilidade de sua realização, a duração do zada e constando de quadro sujeito à fiscalização.
trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo necessário até Art. 68 - O trabalho em domingo, seja total ou parcial,
o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias in- na forma do art. 67, será sempre subordinado à permissão
dispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que prévia da autoridade competente em matéria de trabalho.
não exceda de 10 (dez) horas diárias, em período não su- Parágrafo único - A permissão será concedida a título
perior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa re- permanente nas atividades que, por sua natureza ou pela
cuperação à prévia autorização da autoridade competente. conveniência pública, devem ser exercidas aos domingos,
37
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
38
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
39
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Art. 112 (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao
Art. 113 (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração.
Art. 114 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
Art. 115 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de
Art. 116 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito
a férias, na seguinte proporção: (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado
ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; (Incluído pelo
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
40
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de
tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas; (Incluído pelo acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) (seis) meses, embora descontínuos. (Incluído pelo
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas; (Incluído pelo § 1º - A interrupção da prestação de serviços deverá
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social.
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
(vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. (Incluído § 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisiti-
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) vo quando o empregado, após o implemento de qualquer
§ 1º - É vedado descontar, do período de férias, as fal- das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço.
tas do empregado ao serviço. (Incluído pelo Decre- (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
to-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 3º - Para os fins previstos no inciso lIl deste artigo a
§ 2º - O período das férias será computado, para todos empresa comunicará ao órgão local do Ministério do Tra-
os efeitos, como tempo de serviço. (Incluído pelo balho, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos
Art. 130-A. (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017) serviços da empresa, e, em igual prazo, comunicará, nos
Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria
os efeitos do artigo anterior, a ausência do emprega- profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locais
do: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.016, de 30.3.1995)
13.4.1977) § 4º (Vetado) (Incluído pela Lei nº 9.016, de 30.3.1995)
I - nos casos referidos no art. 473; (Incluído pelo
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) SEÇÃO II
Il - durante o licenciamento compulsório da emprega- DA CONCESSÃO E DA ÉPOCA DAS FÉRIAS
da por motivo de maternidade ou aborto, observados os (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
requisitos para percepção do salário-maternidade custea-
do pela Previdência Social; (Redação dada pela Lei nº
Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empre-
8.921, de 25.7.1994)
gador, em um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à
III - por motivo de acidente do trabalho ou enfermida-
data em que o empregado tiver adquirido o direito. (Re-
de atestada pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS,
dação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
excetuada a hipótese do inciso IV do art. 133; (Reda-
§ 1o Desde que haja concordância do empregado, as fé-
ção dada pela Lei nº 8.726, de 5.11.1993)
rias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que
IV - justificada pela empresa, entendendo-se como tal a
que não tiver determinado o desconto do correspondente sa- um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e
lário; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos,
V - durante a suspensão preventiva para responder a cada um. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
inquérito administrativo ou de prisão preventiva, quando § 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.467,
for impronunciado ou absolvido; e (Incluído pelo de 2017)
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 3o É vedado o início das férias no período de dois dias
VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo que antecede feriado ou dia de repouso semanal remune-
na hipótese do inciso III do art. 133. (Incluído pelo rado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Art. 135 - A concessão das férias será participada, por
Art. 132 - O tempo de trabalho anterior à apresentação escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo,
do empregado para serviço militar obrigatório será com- 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará re-
putado no período aquisitivo, desde que ele compareça cibo. (Redação dada pela Lei nº 7.414, de 9.12.1985)
ao estabelecimento dentro de 90 (noventa) dias da data § 1º - O empregado não poderá entrar no gozo das
em que se verificar a respectiva baixa. (Redação dada férias sem que apresente ao empregador sua Carteira de
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Trabalho e Previdência Social, para que nela seja anotada
Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, a respectiva concessão. (Incluído pelo Decreto-lei nº
no curso do período aquisitivo: (Redação dada pelo 1.535, de 13.4.1977)
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 2º - A concessão das férias será, igualmente, ano-
I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 tada no livro ou nas fichas de registro dos emprega-
(sessenta) dias subsequentes à sua saída; (Incluído dos. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Art. 136 - A época da concessão das férias será a que
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de melhor consulte os interesses do empregador. (Re-
salários, por mais de 30 (trinta) dias; (Incluído pelo dação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no
III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar
mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto
ou total dos serviços da empresa; e (Incluído pelo não resultar prejuízo para o serviço. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
41
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
§ 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) § 1º - O carimbo, cujo modelo será aprovado pelo Mi-
anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias nistério do Trabalho, dispensará a referência ao período
escolares. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, aquisitivo a que correspondem, para cada empregado, as
de 13.4.1977) férias concedidas. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535,
Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após de 13.4.1977
o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em § 2º - Adotado o procedimento indicado neste artigo,
dobro a respectiva remuneração. (Redação dada caberá à empresa fornecer ao empregado cópia visada do
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) recibo correspondente à quitação mencionada no pará-
§ 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empre- grafo único do art. 145. (Incluído pelo Decreto-lei nº
gador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajui- 1.535, de 13.4.1977
zar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época § 3º - Quando da cessação do contrato de trabalho, o
de gozo das mesmas. (Incluído pelo Decreto-lei nº empregador anotará na Carteira de Trabalho e Previdência
1.535, de 13.4.1977) Social as datas dos períodos aquisitivos correspondentes
§ 2º - A sentença cominará pena diária de 5% (cinco às férias coletivas gozadas pelo empregado. (Incluído
por cento) do salário mínimo da região, devida ao empre- pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
gado até que seja cumprida. (Incluído pelo Decreto-
-lei nº 1.535, de 13.4.1977) SEÇÃO IV
§ 3º - Cópia da decisão judicial transitada em julga- DA REMUNERAÇÃO E DO ABONO DE FÉRIAS
do será remetida ao órgão local do Ministério do Trabalho, (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
para fins de aplicação da multa de caráter administrati-
vo. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias,
Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá a remuneração que lhe for devida na data da sua con-
prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obri- cessão. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de
gado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regu- 13.4.1977
larmente mantido com aquele. (Redação dada pelo
§ 1º - Quando o salário for pago por hora com jornadas
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
variáveis, apurar-se-á a média do período aquisitivo, apli-
cando-se o valor do salário na data da concessão das fé-
SEÇÃO III
rias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
DAS FÉRIAS COLETIVAS
§ 2º - Quando o salário for pago por tarefa tomar-se-á
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de
por base a media da produção no período aquisitivo do
13.4.1977
direito a férias, aplicando-se o valor da remuneração da
Art. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a to- tarefa na data da concessão das férias. (Incluído pelo
dos os empregados de uma empresa ou de determinados Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
estabelecimentos ou setores da empresa. (Redação § 3º - Quando o salário for pago por percentagem,
dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 comissão ou viagem, apurar-se-á a média percebida pelo
§ 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) pe- empregado nos 12 (doze) meses que precederem à con-
ríodos anuais desde que nenhum deles seja inferior a 10 cessão das férias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535,
(dez) dias corridos. (Redação dada pelo Decreto-lei de 13.4.1977
nº 1.535, de 13.4.1977 § 4º - A parte do salário paga em utilidades será com-
§ 2º - Para os fins previstos neste artigo, o empregador putada de acordo com a anotação na Carteira de Traba-
comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com lho e Previdência Social. (Incluído pelo Decreto-lei nº
a antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de iní- 1.535, de 13.4.1977
cio e fim das férias, precisando quais os estabelecimentos § 5º - Os adicionais por trabalho extraordinário, no-
ou setores abrangidos pela medida. (Redação dada turno, insalubre ou perigoso serão computados no salário
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 que servirá de base ao cálculo da remuneração das férias.
§ 3º - Em igual prazo, o empregador enviará cópia da (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
aludida comunicação aos sindicatos representativos da § 6º - Se, no momento das férias, o empregado não
respectiva categoria profissional, e providenciará a afixa- estiver percebendo o mesmo adicional do período aquisi-
ção de aviso nos locais de trabalho. (Incluído pelo tivo, ou quando o valor deste não tiver sido uniforme será
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 computada a média duodecimal recebida naquele período,
Art. 140 - Os empregados contratados há menos de 12 após a atualização das importâncias pagas, mediante in-
(doze) meses gozarão, na oportunidade, férias proporcionais, cidência dos percentuais dos reajustamentos salariais su-
iniciando-se, então, novo período aquisitivo. (Redação pervenientes. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de
dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 13.4.1977
Art. 141 - Quando o número de empregados contem- Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um
plados com as férias coletivas for superior a 300 (trezentos), terço) do período de férias a que tiver direito em abono pe-
a empresa poderá promover, mediante carimbo, anotações cuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos
de que trata o art. 135, § 1º. (Redação dada pelo De- dias correspondentes. (Redação dada pelo Decreto-lei
creto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 nº 1.535, de 13.4.1977 (Vide Lei nº 7.923, de 1989)
42
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
43
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Art. 152 - A remuneração do tripulante, no gozo de fé- III - impor as penalidades cabíveis por descumprimen-
rias, será acrescida da importância correspondente à etapa to das normas constantes deste Capítulo, nos termos do
que estiver vencendo. (Redação dada pelo Decreto-lei art. 201. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
nº 1.535, de 13.4.1977 Art. 157 - Cabe às empresas: (Redação dada pela
Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
SEÇÃO VIII I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e
DAS PENALIDADES medicina do trabalho; (Incluído pela Lei nº 6.514, de
(Incluída pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 22.12.1977)
II - instruir os empregados, através de ordens de ser-
Art. 153 - As infrações ao disposto neste Capítulo se- viço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar
rão punidas com multas de valor igual a 160 BTN por em- acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; (In-
pregado em situação irregular. (Redação dada pela Lei cluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
nº 7.855, de 24.10.1989)
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas
Parágrafo único - Em caso de reincidência, embaraço
pelo órgão regional competente; (Incluído pela Lei
ou resistência à fiscalização, emprego de artifício ou simu-
nº 6.514, de 22.12.1977)
lação com o objetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada
em dobro. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade
competente. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
CAPÍTULO V Art. 158 - Cabe aos empregados: (Redação dada
DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977
(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) I - observar as normas de segurança e medicina do
SEÇÃO I trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do
DISPOSIÇÕES GERAIS artigo anterior; (Redação dada pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977)
Art. . 154 - A observância, em todos os locais de traba- Il - colaborar com a empresa na aplicação dos disposi-
lho, do disposto neste Capitulo, não desobriga as empresas tivos deste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 6.514,
do cumprimento de outras disposições que, com relação à de 22.12.1977)
matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regula- III - conhecer, em segunda e última instância, dos re-
mentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se si- cursos voluntários ou de ofício, das decisões proferidas
tuem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas pelos Delegados Regionais do Trabalho em matéria de se-
oriundas de convenções coletivas de trabalho. (Re- gurança e higiene do trabalho. (Incluído pelo Decre-
dação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) to-Lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 155 - Incumbe ao órgão de âmbito nacional com- Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado
petente em matéria de segurança e medicina do traba- a recusa injustificada: (Incluído pela Lei nº 6.514, de
lho: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) 22.12.1977)
I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas a) à observância das instruções expedidas pelo empre-
sobre a aplicação dos preceitos deste Capítulo, especial- gador na forma do item II do artigo anterior; (Incluí-
mente os referidos no art. 200; (Incluído pela Lei nº do pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
6.514, de 22.12.1977) b) ao uso dos equipamentos de proteção individual
II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fornecidos pela empresa. (Incluído pela Lei nº 6.514,
fiscalização e as demais atividades relacionadas com a
de 22.12.1977)
segurança e a medicina do trabalho em todo o território
Art. 159 - Mediante convênio autorizado pelo Minis-
nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de
tro do Trabalho, poderão ser delegadas a outros órgãos
Acidentes do Trabalho; (Incluído pela Lei nº 6.514, de
federais, estaduais ou municipais atribuições de fiscaliza-
22.12.1977)
III - conhecer, em última instância, dos recursos, vo- ção ou orientação às empresas quanto ao cumprimento
luntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos Dele- das disposições constantes deste Capítulo. (Reda-
gados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e ção dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
medicina do trabalho. (Incluído pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977) SEÇÃO II
Art. 156 - Compete especialmente às Delegacias Re- DA INSPEÇÃO PRÉVIA E DO EMBARGO OU INTER-
gionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição: (Re- DIÇÃO
dação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
I - promover a fiscalização do cumprimento das nor-
mas de segurança e medicina do trabalho; (Incluído Art. 160 - Nenhum estabelecimento poderá iniciar
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das res-
II - adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtu- pectivas instalações pela autoridade regional competente
de das disposições deste Capítulo, determinando as obras em matéria de segurança e medicina do trabalho. (Re-
e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam ne- dação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
cessárias; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
44
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
§ 1º - Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer a) classificação das empresas segundo o número
modificação substancial nas instalações, inclusive equipa- de empregados e a natureza do risco de suas ativida-
mentos, que a empresa fica obrigada a comunicar, pronta- des; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
mente, à Delegacia Regional do Trabalho. (Incluído pela b) o numero mínimo de profissionais especializados
Lei nº 6.514, de 22.12.1977) exigido de cada empresa, segundo o grupo em que se clas-
§ 2º - É facultado às empresas solicitar prévia aprova- sifique, na forma da alínea anterior; (Incluído pela Lei
ção, pela Delegacia Regional do Trabalho, dos projetos de nº 6.514, de 22.12.1977)
construção e respectivas instalações. (Incluído pela c) a qualificação exigida para os profissionais em ques-
Lei nº 6.514, de 22.12.1977) tão e o seu regime de trabalho; (Incluído pela Lei nº
Art. 161 - O Delegado Regional do Trabalho, à vista 6.514, de 22.12.1977)
do laudo técnico do serviço competente que demonstre d) as demais características e atribuições dos servi-
grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar ços especializados em segurança e em medicina do tra-
estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamen- balho, nas empresas. (Incluído pela Lei nº 6.514, de
to, ou embargar obra, indicando na decisão, tomada com 22.12.1977)
a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que Art. 163 - Será obrigatória a constituição de Comissão
deverão ser adotadas para prevenção de infortúnios de tra- Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformida-
balho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) de com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho,
§ 1º - As autoridades federais, estaduais e municipais nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especifica-
darão imediato apoio às medidas determinadas pelo Dele- das. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
gado Regional do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 6.514, Parágrafo único - O Ministério do Trabalho regula-
de 22.12.1977) mentará as atribuições, a composição e o funcionamento
§ 2º - A interdição ou embargo poderão ser requeridos das CIPA (s). (Redação dada pela Lei nº 6.514, de
pelo serviço competente da Delegacia Regional do Trabalho 22.12.1977)
e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por entidade Art. 164 - Cada CIPA será composta de representantes
sindical. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) da empresa e dos empregados, de acordo com os critérios
§ 3º - Da decisão do Delegado Regional do Trabalho que vierem a ser adotados na regulamentação de que trata
poderão os interessados recorrer, no prazo de 10 (dez) o parágrafo único do artigo anterior. (Redação dada pela
dias, para o órgão de âmbito nacional competente em ma- Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
téria de segurança e medicina do trabalho, ao qual será § 1º - Os representantes dos empregadores, titulares
facultado dar efeito suspensivo ao recurso. (Incluído e suplentes, serão por eles designados. (Redação dada
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
§ 4º - Responderá por desobediência, além das me- § 2º - Os representantes dos empregados, titulares e
didas penais cabíveis, quem, após determinada a interdi- suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual par-
ção ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do ticipem, independentemente de filiação sindical, exclusiva-
estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização mente os empregados interessados. (Redação dada
de máquina ou equipamento, ou o prosseguimento de pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
obra, se, em consequência, resultarem danos a terceiros. § 3º - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a
(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) duração de 1 (um) ano, permitida uma reeleição. (In-
§ 5º - O Delegado Regional do Trabalho, independente cluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
de recurso, e após laudo técnico do serviço competente, § 4º - O disposto no parágrafo anterior não se aplicará
poderá levantar a interdição. (Incluído pela Lei nº ao membro suplente que, durante o seu mandato, tenha
6.514, de 22.12.1977) participado de menos da metade do número de reuniões
§ 6º - Durante a paralisação dos serviços, em decorrên- da CIPA. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
cia da interdição ou embargo, os empregados receberão os § 5º - O empregador designará, anualmente, dentre os
salários como se estivessem em efetivo exercício. (In- seus representantes, o Presidente da CIPA e os emprega-
cluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) dos elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente. (Incluído
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
SEÇÃO III Art. 165 - Os titulares da representação dos emprega-
DOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA E DE MEDICINA DO dos nas CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrária,
TRABALHO NAS EMPRESAS entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo
disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. (Redação
Art. 162 - As empresas, de acordo com normas a se- dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
rem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obri- Parágrafo único - Ocorrendo a despedida, caberá ao
gadas a manter serviços especializados em segurança e em empregador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho,
medicina do trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencio-
de 22.12.1977) nados neste artigo, sob pena de ser condenado a reinte-
Parágrafo único - As normas a que se refere este artigo grar o empregado. (Redação dada pela Lei nº 6.514,
estabelecerão: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de de 22.12.1977)
22.12.1977)
45
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
46
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, § 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo
por ocasião da sua concessão, serão consideradas as re- em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone-
munerações utilizadas como base para as contribuições do ração bem como de outro cargo temporário ou de emprego
servidor aos regimes de previdência de que tratam este ar- público, aplica-se o regime geral de previdência social.
tigo e o art. 201, na forma da lei. § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios di- cípios, desde que instituam regime de previdência comple-
ferenciados para a concessão de aposentadoria aos abran- mentar para os seus respectivos servidores titulares de car-
gidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos go efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e
termos definidos em leis complementares, os casos de ser- pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este
vidores: artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios
I - portadores de deficiência; do regime geral de previdência social de que trata o art.
II - que exerçam atividades de risco; 201.
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições es- § 15. O regime de previdência complementar de que
peciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribui- Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus
ção serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fe-
no § 1º, III, a, para o professor que comprove exclusivamen- chadas de previdência complementar, de natureza pública,
te tempo de efetivo exercício das funções de magistério na que oferecerão aos respectivos participantes planos de be-
educação infantil e no ensino fundamental e médio. nefícios somente na modalidade de contribuição definida.
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos car- § 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção,
gos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do que tiver ingressado no serviço público até a data da pu-
regime de previdência previsto neste artigo. blicação do ato de instituição do correspondente regime de
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de previdência complementar.
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados
pensão por morte, que será igual:
para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devida-
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor fa-
mente atualizados, na forma da lei.
lecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de apo-
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201,
sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que tra-
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este
ta este artigo que superem o limite máximo estabelecido
limite, caso aposentado à data do óbito; ou
para os benefícios do regime geral de previdência social de
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor
que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite
para os servidores titulares de cargos efetivos.
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de se- completado as exigências para aposentadoria voluntária
tenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em
atividade na data do óbito. atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para valor da sua contribuição previdenciária até completar as exi-
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, confor- gências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.
me critérios estabelecidos em lei. § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou mu- próprio de previdência social para os servidores titula-
nicipal será contado para efeito de aposentadoria e o res de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gesto-
tempo de serviço correspondente para efeito de dispo- ra do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o
nibilidade. disposto no art. 142, § 3º, X.
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo inci-
contagem de tempo de contribuição fictício. dirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposenta-
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma doria e de pensão que superem o dobro do limite máximo
total dos proventos de inatividade, inclusive quando de- estabelecido para os benefícios do regime geral de previdên-
correntes da acumulação de cargos ou empregos públicos, cia social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando
bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença inca-
o regime geral de previdência social, e ao montante resul- pacitante.
tante da adição de proventos de inatividade com remunera-
ção de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo 7) Estágio probatório e perda do cargo
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera- Estabelece a Constituição Federal em seu artigo 41, a
ção, e de cargo eletivo. ser lido em conjunto com o artigo 20 da Lei nº 8.112/1990:
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de pre-
vidência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo Artigo 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo
observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados exercício os servidores nomeados para cargo de provi-
para o regime geral de previdência social. mento efetivo em virtude de concurso público.
47
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: § 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as
I - em virtude de sentença judicial transitada em jul- licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o,
gado; 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de
II - mediante processo administrativo em que lhe formação, e será retomado a partir do término do impedi-
seja assegurada ampla defesa; mento.
III - mediante procedimento de avaliação periódica
de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada O estágio probatório pode ser definido como um lapso
ampla defesa. de tempo no qual a aptidão e capacidade do servidor serão
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do avaliadas de acordo com critérios de assiduidade, discipli-
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupan- na, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabili-
te da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem dade. O servidor não aprovado no estágio probatório será
direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anterior-
em disponibilidade com remuneração proporcional ao tem- mente ocupado. Não existe vedação para um servidor em
po de serviço. estágio probatório exercer quaisquer cargos de provimen-
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessi- to em comissão ou funções de direção, chefia ou assesso-
dade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com ramento no órgão ou entidade de lotação.
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu ade- Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a disci-
quado aproveitamento em outro cargo. plina do estágio probatório mudou, notadamente aumen-
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, tando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista que a
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por co- norma constitucional prevalece sobre a lei federal, mesmo
missão instituída para essa finalidade. que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir o dispos-
to no artigo 41 da Constituição Federal.
Art. 20, Lei nº 8.112/1990. Ao entrar em exercício, o ser- Uma vez adquirida a aprovação no estágio probató-
vidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará su- rio, o servidor público somente poderá ser exonerado nos
jeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) casos do §1º do artigo 40 da Constituição Federal, nota-
meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão ob- damente: em virtude de sentença judicial transitada em
jeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados julgado; mediante processo administrativo em que lhe
os seguinte fatores: seja assegurada ampla defesa; ou mediante procedi-
I - assiduidade; mento de avaliação periódica de desempenho, na forma
II - disciplina; de lei complementar, assegurada ampla defesa (sendo esta
III - capacidade de iniciativa; lei complementar ainda inexistente no âmbito federal.
IV - produtividade;
V - responsabilidade. 8) Militares dos estados, do Distrito Federal e dos
§ 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do está- territórios
gio probatório, será submetida à homologação da autori- Prevê o artigo 42, CF:
dade competente a avaliação do desempenho do servidor,
realizada por comissão constituída para essa finalidade, Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de
de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na
respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Dis-
de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do trito Federal e dos Territórios.
caput deste artigo. § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em
será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo an- lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art.
teriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor so-
único do art. 29. bre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores.
quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Dis-
de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou enti- trito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em
dade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro ór- lei específica do respectivo ente estatal.
gão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial,
cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou
equivalentes.
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente pode-
rão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos
nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afasta-
mento para participar de curso de formação decorrente de
aprovação em concurso para outro cargo na Administração
Pública Federal.
48
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
49
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
b) três representantes dos trabalhadores em ativida- VIII - estabelecer os valores mínimos em litígio, acima
de;(Redação dada pela Lei nº 8.619, de 1993) dos quais será exigida a anuência prévia do Procurador-
c) três representantes dos empregadores. (Redação -Geral ou do Presidente do INSS para formalização de de-
dada pela Lei nº 8.619, de 1993) sistência ou transigência judiciais, conforme o disposto no
§ 1º Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes art. 132;
serão nomeados pelo Presidente da República, tendo os IX - elaborar e aprovar seu regimento interno.
representantes titulares da sociedade civil mandato de 2 Parágrafo único. As decisões proferidas pelo CNPS de-
(dois) anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma verão ser publicadas no Diário Oficial da União.
única vez. Art. 5º Compete aos órgãos governamentais:
§ 2º Os representantes dos trabalhadores em ativida- I - prestar toda e qualquer informação necessária ao
de, dos aposentados, dos empregadores e seus respectivos adequado cumprimento das competências do CNPS, for-
suplentes serão indicados pelas centrais sindicais e confe- necendo inclusive estudos técnicos;
derações nacionais. II - encaminhar ao CNPS, com antecedência mínima
§ 3º O CNPS reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por de 2 (dois) meses do seu envio ao Congresso Nacional, a
mês, por convocação de seu Presidente, não podendo ser proposta orçamentária da Previdência Social, devidamente
adiada a reunião por mais de 15 (quinze) dias se houver detalhada.
requerimento nesse sentido da maioria dos conselheiros. Art. 6º Haverá, no âmbito da Previdência Social, uma
§ 4º Poderá ser convocada reunião extraordinária por Ouvidoria-Geral, cujas atribuições serão definidas em re-
seu Presidente ou a requerimento de um terço de seus gulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 20.11.98)
membros, conforme dispuser o regimento interno do Art. 7º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37,
CNPS. de 31.8.01)
§ 5º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) Art. 8º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37,
§ 6º As ausências ao trabalho dos representantes dos de 31.8.01)
trabalhadores em atividade, decorrentes das atividades do
Conselho, serão abonadas, computando-se como jornada TÍTULO II
efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais. DO PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SO-
§ 7º Aos membros do CNPS, enquanto representan- CIAL
tes dos trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, é Capítulo Único
assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até DOS REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
um ano após o término do mandato de representação, so-
mente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, Art. 9º A Previdência Social compreende:
regularmente comprovada através de processo judicial. I - o Regime Geral de Previdência Social;
§ 8º Competirá ao Ministério do Trabalho e da Previ- II - o Regime Facultativo Complementar de Previdência
dência Social proporcionar ao CNPS os meios necessários Social.
ao exercício de suas competências, para o que contará com § 1o O Regime Geral de Previdência Social - RGPS ga-
uma Secretaria-Executiva do Conselho Nacional de Previ- rante a cobertura de todas as situações expressas no art.
dência Social. 1o desta Lei, exceto as de desemprego involuntário, objeto
§ 9º O CNPS deverá se instalar no prazo de 30 (trinta) de lei específica, e de aposentadoria por tempo de contri-
dias a contar da publicação desta Lei. buição para o trabalhador de que trata o § 2o do art. 21 da
Art. 4º Compete ao Conselho Nacional de Previdência Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei
Social–CNPS: Complementar nº 123, de 2006)
I - estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões § 2º O Regime Facultativo Complementar de Previdên-
de políticas aplicáveis à Previdência Social; cia Social será objeto de lei especifica.
II - participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a
gestão previdenciária; TÍTULO III
III - apreciar e aprovar os planos e programas da Pre- DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
vidência Social; Capítulo I
IV - apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da DOS BENEFICIÁRIOS
Previdência Social, antes de sua consolidação na proposta
orçamentária da Seguridade Social; Art. 10. Os beneficiários do Regime Geral de Previdên-
V - acompanhar e apreciar, através de relatórios geren- cia Social classificam-se como segurados e dependentes,
ciais por ele definidos, a execução dos planos, programas e nos termos das Seções I e II deste capítulo.
orçamentos no âmbito da Previdência Social;
VI - acompanhar a aplicação da legislação pertinente à Seção I
Previdência Social; Dos Segurados
VII - apreciar a prestação de contas anual a ser remeti-
da ao Tribunal de Contas da União, podendo, se for neces- Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência So-
sário, contratar auditoria externa; cial as seguintes pessoas físicas:(Redação dada pela Lei nº
8.647, de 1993)
50
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
I - como empregado:(Redação dada pela Lei nº 8.647, de 1993) b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora ati-
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou vidade de extração mineral - garimpo, em caráter perma-
rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subor- nente ou temporário, diretamente ou por intermédio de
dinação e mediante remuneração, inclusive como diretor prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados
empregado; a qualquer título, ainda que de forma não contínua; (Re-
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho dação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
temporário, definida em legislação específica, presta ser- c) o ministro de confissão religiosa e o membro de ins-
viço para atender a necessidade transitória de substituição tituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem
de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordi- religiosa;(Redação dada pela Lei nº 10.403, de 8.1.2002)
nário de serviços de outras empresas; d) (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999)
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contrata- e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para orga-
do no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal nismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efe-
ou agência de empresa nacional no exterior; tivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplo- coberto por regime próprio de previdência social; (Redação
mática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor
e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência não empregado e o membro de conselho de administração
permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legisla- de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indús-
ção previdenciária do país da respectiva missão diplomáti- tria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remu-
ca ou repartição consular; neração decorrente de seu trabalho em empresa urbana
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no ex- ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em
terior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza
dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domi- ou finalidade, bem como o síndico ou administrador elei-
ciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legis- to para exercer atividade de direção condominial, desde
lação vigente do país do domicílio;
que recebam remuneração;(Incluído pela Lei nº 9.876, de
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado
26.11.99)
no Brasil para trabalhar como empregado em empresa do-
g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em
miciliada no exterior, cuja maioria do capital votante per-
caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de
tença a empresa brasileira de capital nacional;
emprego; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão,
h) a pessoa física que exerce, por conta própria, ativi-
sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em
dade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou
regime especial, e Fundações Públicas Federais. (Incluída
pela Lei nº 8.647, de 1993) não; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou VI - como trabalhador avulso: quem presta, a diversas
municipal, desde que não vinculado a regime próprio de empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza
previdência social ;(Incluída pela Lei nº 9.506, de 1997) urbana ou rural definidos no Regulamento;
i) o empregado de organismo oficial internacional ou VII – como segurado especial: a pessoa física residente
estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando co- no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próxi-
berto por regime próprio de previdência social;(Incluída mo a ele que, individualmente ou em regime de economia
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou condição de: (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
municipal, desde que não vinculado a regime próprio de a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor,
previdência social;(Incluído pela Lei nº 10.887, de 2004) assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário
II - como empregado doméstico: aquele que presta ou arrendatário rurais, que explore atividade: (Incluído pela
serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbi- Lei nº 11.718, de 2008)
to residencial desta, em atividades sem fins lucrativos; 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fis-
III - (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) cais; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
IV -(Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça
a) ;(Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art.
b) (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) 2o da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas
V - como contribuinte individual:(Redação dada pela atividades o principal meio de vida;(Incluído pela Lei nº
Lei nº 9.876, de 26.11.99) 11.718, de 2008)
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora ati- b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça
vidade agropecuária, a qualquer título, em caráter perma- da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e(In-
nente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módu- cluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
los fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de
módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de em- 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do se-
pregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas gurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que,
hipóteses dos §§ 9o e 10 deste artigo;(Redação dada pela comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar res-
Lei nº 11.718, de 2008) pectivo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
51
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
§ 1o Entende-se como regime de economia familiar a IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar
atividade em que o trabalho dos membros da família é in- que tem algum componente que seja beneficiário de pro-
dispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento grama assistencial oficial de governo; (Incluído pela Lei nº
socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condi- 11.718, de 2008)
ções de mútua dependência e colaboração, sem a utiliza- V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na ex-
ção de empregados permanentes.(Redação dada pela Lei ploração da atividade, de processo de beneficiamento ou
nº 11.718, de 2008) industrialização artesanal, na forma do § 11 do art. 25 da
§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; e(Incluído pela Lei nº
mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral 11.718, de 2008)
de Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação VI - a associação em cooperativa agropecuária ou de
a cada uma delas. crédito rural; e (Redação dada pela Lei nº 13.183, de 2015)
§ 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência VII - a incidência do Imposto Sobre Produtos Industria-
Social–RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer lizados - IPI sobre o produto das atividades desenvolvidas
atividade abrangida por este Regime é segurado obrigató- nos termos do § 12.(Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)
rio em relação a essa atividade, ficando sujeito às contri- (Produção de efeito)
buições de que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, § 9o Não é segurado especial o membro de grupo fa-
para fins de custeio da Seguridade Social.(Incluído pela Lei miliar que possuir outra fonte de rendimento, exceto se de-
nº 9.032, de 1995) corrente de:(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou
do mandato eletivo, o mesmo enquadramento no Regime auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefí-
Geral de Previdência Social-RGPS de antes da investidura. cio de prestação continuada da Previdência Social;(Incluído
(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 5o Aplica-se o disposto na alínea g do inciso I II – benefício previdenciário pela participação em plano
do caput ao ocupante de cargo de Ministro de Estado, de de previdência complementar instituído nos termos do inciso
Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, sem vínculo efe- IV do § 8o deste artigo;(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
tivo com a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, III - exercício de atividade remunerada em período não
suas autarquias, ainda que em regime especial, e funda- superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados,
ções. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) no ano civil, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei
§ 6o Para serem considerados segurados especiais, o nº 8.212, de 24 de julho de 1991; (Redação dada pela Lei nº
cônjuge ou companheiro e os filhos maiores de 16 (dezes- 12.873, de 2013)
seis) anos ou os a estes equiparados deverão ter participa- IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical
ção ativa nas atividades rurais do grupo familiar. (Incluído de organização da categoria de trabalhadores rurais; (In-
pela Lei nº 11.718, de 2008) cluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 7o O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados V – exercício de mandato de vereador do Município
contratados por prazo determinado ou de trabalhador de em que desenvolve a atividade rural ou de dirigente de
que trata a alínea g do inciso V do caput, à razão de no cooperativa rural constituída, exclusivamente, por segura-
máximo 120 (cento e vinte) pessoas por dia no ano civil, dos especiais, observado o disposto no § 13 do art. 12 da
em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; (Incluído pela Lei nº
equivalente em horas de trabalho, não sendo computado 11.718, de 2008)
nesse prazo o período de afastamento em decorrência da VI – parceria ou meação outorgada na forma e condi-
percepção de auxílio-doença. (Redação dada pela Lei nº ções estabelecidas no inciso I do § 8o deste artigo; (Incluído
12.873, de 2013) pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 8o Não descaracteriza a condição de segurado espe- VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-
cial:(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) -prima produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo
I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a
meação ou comodato, de até 50% (cinqüenta por cento) de renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor
imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro) benefício de prestação continuada da Previdência Social;
módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado con- e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
tinuem a exercer a respectiva atividade, individualmente VIII – atividade artística, desde que em valor mensal
ou em regime de economia familiar; (Incluído pela Lei nº inferior ao menor benefício de prestação continuada da
11.718, de 2008) Previdência Social.(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
II – a exploração da atividade turística da proprieda- § 10. O segurado especial fica excluído dessa catego-
de rural, inclusive com hospedagem, por não mais de 120 ria: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
(cento e vinte) dias ao ano; (Incluído pela Lei nº 11.718, de I – a contar do primeiro dia do mês em que:(Incluído
2008) pela Lei nº 11.718, de 2008)
III – a participação em plano de previdência comple- a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no
mentar instituído por entidade classista a que seja associa- inciso VII do caput deste artigo, sem prejuízo do disposto
do em razão da condição de trabalhador rural ou de pro- no art. 15 desta Lei, ou exceder qualquer dos limites esta-
dutor rural em regime de economia familiar; e (Incluído belecidos no inciso I do § 8o deste artigo; (Incluído pela Lei
pela Lei nº 11.718, de 2008) nº 11.718, de 2008)
52
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
b) enquadrar-se em qualquer outra categoria de se- dos ao regime de origem, obedecidas as regras que cada
gurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social, ente estabeleça acerca de sua contribuição. (Incluído pela
ressalvado o disposto nos incisos III, V, VII e VIII do § 9o e Lei nº 9.876, de 26.11.99)
no § 12, sem prejuízo do disposto no art. 15; (Redação dada Art. 13. É segurado facultativo o maior de 14 (quatorze)
pela Lei nº 12.873, de 2013) anos que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social,
c) tornar-se segurado obrigatório de outro regime pre- mediante contribuição, desde que não incluído nas dispo-
videnciário; e (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) sições do art. 11.
d) participar de sociedade empresária, de sociedade Art. 14. Consideram-se:
simples, como empresário individual ou como titular de I - empresa - a firma individual ou sociedade que as-
empresa individual de responsabilidade limitada em desa- sume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com
cordo com as limitações impostas pelo § 12;(Incluído pela fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da
Lei nº 12.873, de 2013) (Produção de efeito) administração pública direta, indireta ou fundacional;
II – a contar do primeiro dia do mês subseqüente ao da II - empregador doméstico - a pessoa ou família que
ocorrência, quando o grupo familiar a que pertence exce- admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado
der o limite de:(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) doméstico.
a) utilização de terceiros na exploração da atividade a Parágrafo único. Equiparam-se a empresa, para os
que se refere o § 7o deste artigo;(Incluído pela Lei nº 11.718, efeitos desta Lei, o contribuinte individual e a pessoa física
de 2008) na condição de proprietário ou dono de obra de constru-
b) dias em atividade remunerada estabelecidos no in- ção civil, em relação a segurado que lhe presta serviço, bem
ciso III do § 9o deste artigo; e (Incluído pela Lei nº 11.718, como a cooperativa, a associação ou entidade de qualquer
de 2008) natureza ou finalidade, a missão diplomática e a repartição
c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § consular de carreira estrangeiras. (Redação dada pela Lei
8o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) nº 13.202, de 2015)
§ 11. Aplica-se o disposto na alínea a do inciso V Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, indepen-
do caput deste artigo ao cônjuge ou companheiro do pro- dentemente de contribuições:
dutor que participe da atividade rural por este explorada. I - sem limite de prazo, quem está em gozo de bene-
fício;
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribui-
§ 12. A participação do segurado especial em socieda-
ções, o segurado que deixar de exercer atividade remune-
de empresária, em sociedade simples, como empresário in-
rada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso
dividual ou como titular de empresa individual de respon-
ou licenciado sem remuneração;
sabilidade limitada de objeto ou âmbito agrícola, agroin-
III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o
dustrial ou agroturístico, considerada microempresa nos
segurado acometido de doença de segregação compulsó-
termos da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro
ria;
de 2006, não o exclui de tal categoria previdenciária, desde
IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado
que, mantido o exercício da sua atividade rural na forma retido ou recluso;
do inciso VII do caput e do § 1o, a pessoa jurídica compo- V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado
nha-se apenas de segurados de igual natureza e sedie-se incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar;
no mesmo Município ou em Município limítrofe àquele em VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribui-
que eles desenvolvam suas atividades. (Incluído pela Lei nº ções, o segurado facultativo.
12.873, de 2013)(Produção de efeito) § 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24
§ 13. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.873, de (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de
2013) (Produção de efeito) 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção
Art. 12. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou que acarrete a perda da qualidade de segurado.
o militar da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos § 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos
Municípios, bem como o das respectivas autarquias e fun- de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, des-
dações, são excluídos do Regime Geral de Previdência So- de que comprovada essa situação pelo registro no órgão
cial consubstanciado nesta Lei, desde que amparados por próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
regime próprio de previdência social.(Redação dada pela § 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado con-
Lei nº 9.876, de 26.11.99) serva todos os seus direitos perante a Previdência Social.
§ 1o Caso o servidor ou o militar venham a exercer, con- § 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia
comitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Cus-
Regime Geral de Previdência Social, tornar-se-ão segura- teio da Seguridade Social para recolhimento da contribui-
dos obrigatórios em relação a essas atividades. (Incluído ção referente ao mês imediatamente posterior ao do final
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos.
§ 2o Caso o servidor ou o militar, amparados por regi-
me próprio de previdência social, sejam requisitados para
outro órgão ou entidade cujo regime previdenciário não
permita a filiação, nessa condição, permanecerão vincula-
53
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Seção II Capítulo II
Dos Dependentes DAS PRESTAÇÕES EM GERAL
Seção I
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdên- Das Espécies de Prestações
cia Social, na condição de dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social com-
não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vin- preende as seguintes prestações, devidas inclusive em ra-
te e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelec- zão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, ex-
tual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada pela pressas em benefícios e serviços:
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) I - quanto ao segurado:
II - os pais; a) aposentadoria por invalidez;
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, b) aposentadoria por idade;
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha c) aposentadoria por tempo de contribuição; (Redação
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Re- dada pela Lei Complementar nº 123, de 2006)
dação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) d) aposentadoria especial;
IV - (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995) e) auxílio-doença;
§ 1º A existência de dependente de qualquer das clas- f) salário-família;
ses deste artigo exclui do direito às prestações os das clas- g) salário-maternidade;
ses seguintes. h) auxílio-acidente;
§ 2º .O enteado e o menor tutelado equiparam-se a i) (Revogada pela Lei nº 8.870, de 1994)
filho mediante declaração do segurado e desde que com- II - quanto ao dependente:
provada a dependência econômica na forma estabelecida a) pensão por morte;
no Regulamento.(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) b) auxílio-reclusão;
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pes- III - quanto ao segurado e dependente:
soa que, sem ser casada, mantém união estável com o se- a) (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995)
gurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. b) serviço social;
226 da Constituição Federal. c) reabilitação profissional.
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas § 1o Somente poderão beneficiar-se do auxílio-aciden-
no inciso I é presumida e a das demais deve ser compro- te os segurados incluídos nos incisos I, II, VI e VII do art. 11
vada. desta Lei. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150,
de 2015)
Seção III § 2º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência
Das Inscrições Social–RGPS que permanecer em atividade sujeita a este
Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma
Art. 17. O Regulamento disciplinará a forma de inscri- da Previdência Social em decorrência do exercício dessa
ção do segurado e dos dependentes. atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação pro-
§ 1o Incumbe ao dependente promover a sua inscrição fissional, quando empregado. (Redação dada pela Lei nº
quando do requerimento do benefício a que estiver habili- 9.528, de 1997)
tado. (Redação dada pela Lei nº 10.403, de 8.1.2002) § 3o O segurado contribuinte individual, que trabalhe
§ 2º (Revogado pela Medida Provisória nº 664, de por conta própria, sem relação de trabalho com empresa
2014) (Revogado pela Lei nº 13.135, de 2015) ou equiparado, e o segurado facultativo que contribuam
§ 3º (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008) na forma do § 2o do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de ju-
§ 4o A inscrição do segurado especial será feita de lho de 1991, não farão jus à aposentadoria por tempo de
forma a vinculá-lo ao respectivo grupo familiar e conterá, contribuição. (Incluído pela Lei Complementar nº 123, de
além das informações pessoais, a identificação da proprie- 2006)
dade em que desenvolve a atividade e a que título, se nela Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exer-
reside ou o Município onde reside e, quando for o caso, a cício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador
identificação e inscrição da pessoa responsável pelo grupo doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados re-
familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) feridos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão
§ 5o O segurado especial integrante de grupo familiar corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a
que não seja proprietário ou dono do imóvel rural em que perda ou redução, permanente ou temporária, da capaci-
desenvolve sua atividade deverá informar, no ato da ins- dade para o trabalho. (Redação dada pela Lei Complemen-
crição, conforme o caso, o nome do parceiro ou meeiro tar nº 150, de 2015)
outorgante, arrendador, comodante ou assemelhado. (In- § 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das
cluído Lei nº 11.718, de 2008) medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da
§ 6o (Revogado pela Lei nº 12.873, de 2013) (Produ- saúde do trabalhador.
ção de efeito) § 2º Constitui contravenção penal, punível com multa,
deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e hi-
giene do trabalho.
54
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas d) no percurso da residência para o local de trabalho
sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular. ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomo-
§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social ção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso,
classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisio-
parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento. lógicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos ter- é considerado no exercício do trabalho.
mos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: § 2º Não é considerada agravação ou complicação de
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a deter- outra origem, se associe ou se superponha às conseqüên-
minada atividade e constante da respectiva relação elabo- cias do anterior.
rada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou Seguro Social (INSS) considerará caracterizada a natureza
desencadeada em função de condições especiais em que acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência
o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agra-
constante da relação mencionada no inciso I. vo, decorrente da relação entre a atividade da empresa ou
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho: do empregado doméstico e a entidade mórbida motivado-
a) a doença degenerativa; ra da incapacidade elencada na Classificação Internacional
b) a inerente a grupo etário; de Doenças (CID), em conformidade com o que dispuser
c) a que não produza incapacidade laborativa; o regulamento. (Redação dada pela Lei Complementar nº
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitan- 150, de 2015)
te de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação § 1o A perícia médica do INSS deixará de aplicar o dis-
de que é resultante de exposição ou contato direto deter- posto neste artigo quando demonstrada a inexistência do
minado pela natureza do trabalho. nexo de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doen-
nº 11.430, de 2006)
ça não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste
§ 2o A empresa ou o empregador doméstico poderão
artigo resultou das condições especiais em que o trabalho
requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológi-
é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previ-
co, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo,
dência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
da empresa, do empregador doméstico ou do segurado
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do traba-
ao Conselho de Recursos da Previdência Social. (Redação
lho, para efeitos desta Lei:
dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não te-
nha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deve-
morte do segurado, para redução ou perda da sua capaci- rão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social
dade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso
médica para a sua recuperação; de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no ho- de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do
rário do trabalho, em conseqüência de: salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas re-
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado incidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. (Re-
por terceiro ou companheiro de trabalho; dação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por § 1º Da comunicação a que se refere este artigo rece-
motivo de disputa relacionada ao trabalho; berão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia como o sindicato a que corresponda a sua categoria.
de terceiro ou de companheiro de trabalho; § 2º Na falta de comunicação por parte da empresa,
d) ato de pessoa privada do uso da razão; podem formalizá-la o próprio acidentado, seus depen-
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos dentes, a entidade sindical competente, o médico que o
fortuitos ou decorrentes de força maior; assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo
III - a doença proveniente de contaminação acidental nestes casos o prazo previsto neste artigo.
do empregado no exercício de sua atividade; § 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento
local e horário de trabalho: do disposto neste artigo.
a) na execução de ordem ou na realização de serviço § 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe
sob a autoridade da empresa; poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência Social,
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à em- das multas previstas neste artigo.
presa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; § 5o A multa de que trata este artigo não se aplica na
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estu- hipótese do caput do art. 21-A. (Incluído pela Lei nº
do quando financiada por esta dentro de seus planos para 11.430, de 2006)
melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso
do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de pro- de doença profissional ou do trabalho, a data do início da
priedade do segurado; incapacidade laborativa para o exercício da atividade habi-
55
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
tual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que II - realizadas a contar da data de efetivo pagamento
for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que da primeira contribuição sem atraso, não sendo conside-
ocorrer primeiro. radas para este fim as contribuições recolhidas com atraso
referentes a competências anteriores, no caso dos segura-
Seção II dos contribuinte individual, especial e facultativo, referidos,
Dos Períodos de Carência respectivamente, nos incisos V e VII do art. 11 e no art. 13.
(Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
Art. 24. Período de carência é o número mínimo de Art. 27-A. No caso de perda da qualidade de segurado,
contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiá- para efeito de carência para a concessão dos benefícios de
rio faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcur- que trata esta Lei, o segurado deverá contar, a partir da
so do primeiro dia dos meses de suas competências. nova filiação à Previdência Social, com metade dos perío-
Parágrafo único. (Revogado pela lei nº 13.457, de 2017) dos previstos nos incisos I e III do caput do art. 25 desta
Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Re- Lei. (Incluído pela lei nº 13.457, de 2017)
gime Geral de Previdência Social depende dos seguintes
períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: Seção III
I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 Do Cálculo do Valor dos Benefícios
(doze) contribuições mensais; Subseção I
II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tem- Do Salário-de- Benefício
po de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições
mensais. (Redação dada pela Lei nº 8.870, de 1994) Art. 28. O valor do benefício de prestação continuada,
III - salário-maternidade para as seguradas de que tra- inclusive o regido por norma especial e o decorrente de
tam os incisos V e VII do art. 11 e o art. 13: dez contribui- acidente do trabalho, exceto o salário-família e o salário-
ções mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do -maternidade, será calculado com base no salário-de-be-
art. 39 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) nefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o período
§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
de carência a que se refere o inciso III será reduzido em núme-
§ 2º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
ro de contribuições equivalente ao número de meses em que
§ 3º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
o parto foi antecipado. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
§ 4º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
Art. 26. Independe de carência a concessão das seguin-
Art. 29. O salário-de-benefício consiste: (Redação
tes prestações:
dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-famí-
lia e auxílio-acidente; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de I - para os benefícios de que tratam as alíneas b e c do
26.11.99) inciso I do art. 18, na média aritmética simples dos maio-
II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos res salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por
casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de cento de todo o período contributivo, multiplicada pelo fa-
doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos tor previdenciário; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de II - para os benefícios de que tratam as alí-
alguma das doenças e afecções especificadas em lista ela- neas a, d, e e h do inciso I do art. 18, na média aritmética
borada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, simples dos maiores salários-de-contribuição correspon-
atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios dentes a oitenta por cento de todo o período contributi-
de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro vo. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
fator que lhe confira especificidade e gravidade que mere- § 1º(Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999)
çam tratamento particularizado;(Redação dada pela Lei nº § 2º O valor do salário-de-benefício não será inferior ao
13.135, de 2015) de um salário mínimo, nem superior ao do limite máximo
III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do do salário-de-contribuição na data de início do benefício.
art. 39, aos segurados especiais referidos no inciso VII do § 3º Serão considerados para cálculo do salário-de-
art. 11 desta Lei; -benefício os ganhos habituais do segurado empregado,
IV - serviço social; a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou de uti-
V - reabilitação profissional. lidades, sobre os quais tenha incidido contribuições pre-
VI – salário-maternidade para as seguradas emprega- videnciárias, exceto o décimo-terceiro salário (gratificação
da, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. (Incluído natalina). (Redação dada pela Lei nº 8.870, de 1994)
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) § 4º Não será considerado, para o cálculo do salário-
Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão -de-benefício, o aumento dos salários-de-contribuição que
consideradas as contribuições: (Redação dada pela Lei exceder o limite legal, inclusive o voluntariamente conce-
Complementar nº 150, de 2015) dido nos 36 (trinta e seis) meses imediatamente anteriores
I - referentes ao período a partir da data de filiação ao ao início do benefício, salvo se homologado pela Justiça
Regime Geral de Previdência Social (RGPS), no caso dos se- do Trabalho, resultante de promoção regulada por normas
gurados empregados, inclusive os domésticos, e dos traba- gerais da empresa, admitida pela legislação do trabalho,
lhadores avulsos; (Redação dada pela Lei Complementar de sentença normativa ou de reajustamento salarial obtido
nº 150, de 2015) pela categoria respectiva.
56
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
§ 5º Se, no período básico de cálculo, o segurado ti- probatórios dos dados divergentes, conforme critérios de-
ver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será finidos pelo INSS.(Redação dada pela Lei Complementar nº
contada, considerando-se como salário-de-contribuição, 128, de 2008)
no período, o salário-de-benefício que serviu de base para § 3o A aceitação de informações relativas a vínculos e
o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas remunerações inseridas extemporaneamente no CNIS, inclu-
e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior sive retificações de informações anteriormente inseridas, fica
ao valor de 1 (um) salário mínimo. condicionada à comprovação dos dados ou das divergên-
§ 6o O salário-de-benefício do segurado especial con- cias apontadas, conforme critérios definidos em regulamen-
siste no valor equivalente ao salário-mínimo, ressalvado o to. (Incluído pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
disposto no inciso II do art. 39 e nos §§ 3o e 4o do art. 48 § 4o Considera-se extemporânea a inserção de dados
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008) decorrentes de documento inicial ou de retificação de da-
I - (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008) dos anteriormente informados, quando o documento ou a
II - (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008) retificação, ou a informação retificadora, forem apresenta-
§ 7o O fator previdenciário será calculado consideran- dos após os prazos estabelecidos em regulamento. (Incluí-
do-se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de do pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
contribuição do segurado ao se aposentar, segundo a fór- § 5o Havendo dúvida sobre a regularidade do vínculo
mula constante do Anexo desta Lei. (Incluído pela Lei nº incluído no CNIS e inexistência de informações sobre re-
9.876, de 26.11.99)(Vide Decreto nº 3.266, de 1.999) munerações e contribuições, o INSS exigirá a apresenta-
§ 8o Para efeito do disposto no § 7o, a expectativa de ção dos documentos que serviram de base à anotação, sob
sobrevida do segurado na idade da aposentadoria será ob- pena de exclusão do período. (Incluído pela Lei Comple-
tida a partir da tábua completa de mortalidade construída mentar nº 128, de 2008)
pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís- Art. 29-B. Os salários-de-contribuição considerados no
tica - IBGE, considerando-se a média nacional única para cálculo do valor do benefício serão corrigidos mês a mês
ambos os sexos. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) de acordo com a variação integral do Índice Nacional de
§ 9o Para efeito da aplicação do fator previdenciário, Preços ao Consumidor - INPC, calculado pela Fundação
ao tempo de contribuição do segurado serão adiciona-
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.(Incluí-
dos: (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
do pela Lei nº 10.877, de 2004)
I - cinco anos, quando se tratar de mulher; (Incluído
Art. 29-C. O segurado que preencher o requisito para
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar
II - cinco anos, quando se tratar de professor que com-
pela não incidência do fator previdenciário no cálculo de
prove exclusivamente tempo de efetivo exercício das fun-
sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de
ções de magistério na educação infantil e no ensino fun-
sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as fra-
damental e médio;(Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
III - dez anos, quando se tratar de professora que com- ções, na data de requerimento da aposentadoria, for: (In-
prove exclusivamente tempo de efetivo exercício das fun- cluído pela Lei nº 13.183, de 2015)
ções de magistério na educação infantil e no ensino fun- I - igual ou superior a noventa e cinco pontos, se ho-
damental e médio.(Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) mem, observando o tempo mínimo de contribuição de
§ 10. O auxílio-doença não poderá exceder a média trinta e cinco anos; ou (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015)
aritmética simples dos últimos 12 (doze) salários-de-con- II - igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mu-
tribuição, inclusive em caso de remuneração variável, ou, se lher, observado o tempo mínimo de contribuição de trinta
não alcançado o número de 12 (doze), a média aritmética anos. (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015)
simples dos salários-de-contribuição existentes. (Incluído § 1º Para os fins do disposto no caput, serão somadas
pela Lei nº 13.135, de 2015) as frações em meses completos de tempo de contribuição
§ 11. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) e idade. (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015)
§ 12. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) § 2º As somas de idade e de tempo de contribuição
§ 13. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) previstas no caput serão majoradas em um ponto em: (In-
Art. 29-A. O INSS utilizará as informações constantes cluído pela Lei nº 13.183, de 2015)
no Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS sobre I - 31 de dezembro de 2018; (Incluído pela Lei nº
os vínculos e as remunerações dos segurados, para fins de 13.183, de 2015)
cálculo do salário-de-benefício, comprovação de filiação II - 31 de dezembro de 2020; (Incluído pela Lei nº
ao Regime Geral de Previdência Social, tempo de contribui- 13.183, de 2015)
ção e relação de emprego. (Redação dada pela Lei Com- III - 31 de dezembro de 2022; (Incluído pela Lei nº
plementar nº 128, de 2008) 13.183, de 2015)
§ 1o O INSS terá até 180 (cento e oitenta) dias, con- IV - 31 de dezembro de 2024; e (Incluído pela Lei nº
tados a partir da solicitação do pedido, para fornecer ao 13.183, de 2015)
segurado as informações previstas no caput deste artigo. V - 31 de dezembro de 2026. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 10.403, de 8.1.2002) 13.183, de 2015)
§ 2o O segurado poderá solicitar, a qualquer momento, § 3º Para efeito de aplicação do disposto no caput e
a inclusão, exclusão ou retificação de informações cons- no § 2º, o tempo mínimo de contribuição do professor e
tantes do CNIS, com a apresentação de documentos com- da professora que comprovarem exclusivamente tempo
57
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
de efetivo exercício de magistério na educação infantil e ao do salário-mínimo, nem superior ao do limite máximo
no ensino fundamental e médio será de, respectivamente, do salário-de-contribuição, ressalvado o disposto no art.
trinta e vinte e cinco anos, e serão acrescidos cinco pontos 45 desta Lei.
à soma da idade com o tempo de contribuição. (Incluído Art. 34. No cálculo do valor da renda mensal do bene-
pela Lei nº 13.183, de 2015) fício, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, serão
§ 4º Ao segurado que alcançar o requisito necessário computados: (Redação dada pela Lei Complementar nº
ao exercício da opção de que trata o caput e deixar de re- 150, de 2015)
querer aposentadoria será assegurado o direito à opção I - para o segurado empregado, inclusive o doméstico,
com a aplicação da pontuação exigida na data do cumpri- e o trabalhador avulso, os salários de contribuição refe-
mento do requisito nos termos deste artigo. (Incluído pela rentes aos meses de contribuições devidas, ainda que não
Lei nº 13.183, de 2015) recolhidas pela empresa ou pelo empregador doméstico,
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015) sem prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação das pe-
(Vigência) nalidades cabíveis, observado o disposto no § 5o do art.
Art. 30. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) 29-A; (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de
Art. 31. O valor mensal do auxílio-acidente integra o 2015)
salário-de-contribuição, para fins de cálculo do salário-de- II - para o segurado empregado, inclusive o doméstico,
-benefício de qualquer aposentadoria, observado, no que o trabalhador avulso e o segurado especial, o valor mensal
couber, o disposto no art. 29 e no art. 86, § 5º. (Restabeleci- do auxílio-acidente, considerado como salário de contri-
do com nova redação pela Lei nº 9.528, de 1997) buição para fins de concessão de qualquer aposentadoria,
Art. 32. O salário-de-benefício do segurado que contri- nos termos do art. 31;(Redação dada pela Lei Complemen-
buir em razão de atividades concomitantes será calculado tar nº 150, de 2015)
com base na soma dos salários-de-contribuição das ativi- III - para os demais segurados, os salários-de-contri-
dades exercidas na data do requerimento ou do óbito, ou buição referentes aos meses de contribuições efetivamente
no período básico de cálculo, observado o disposto no art. recolhidas. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
Art. 35. Ao segurado empregado, inclusive o domés-
29 e as normas seguintes:
tico, e ao trabalhador avulso que tenham cumprido todas
I - quando o segurado satisfizer, em relação a cada ati-
as condições para a concessão do benefício pleiteado, mas
vidade, as condições do benefício requerido, o salário-de-
não possam comprovar o valor de seus salários de con-
-beneficio será calculado com base na soma dos respecti-
tribuição no período básico de cálculo, será concedido o
vos salários-de-contribuição;
benefício de valor mínimo, devendo esta renda ser recal-
II - quando não se verificar a hipótese do inciso an-
culada quando da apresentação de prova dos salários de
terior, o salário-de-benefício corresponde à soma das se-
contribuição. (Redação dada pela Lei Complementar nº
guintes parcelas: 150, de 2015)
a) o salário-de-benefício calculado com base nos sa- Art. 36. Para o segurado empregado doméstico que,
lários-de-contribuição das atividades em relação às quais tendo satisfeito as condições exigidas para a concessão do
são atendidas as condições do benefício requerido; benefício requerido, não comprovar o efetivo recolhimento
b) um percentual da média do salário-de-contribuição das contribuições devidas, será concedido o benefício de
de cada uma das demais atividades, equivalente à relação valor mínimo, devendo sua renda ser recalculada quando
entre o número de meses completo de contribuição e os da apresentação da prova do recolhimento das contribui-
do período de carência do benefício requerido; ções.
III - quando se tratar de benefício por tempo de servi- Art. 37. A renda mensal inicial, recalculada de acor-
ço, o percentual da alínea “b” do inciso II será o resultante do com o disposto no art. 35, deve ser reajustada como a
da relação entre os anos completos de atividade e o nú- dos benefícios correspondentes com igual data de início
mero de anos de serviço considerado para a concessão do e substituirá, a partir da data do requerimento de revisão
benefício. do valor do benefício, a renda mensal que prevalecia até
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica ao segurado então. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de
que, em obediência ao limite máximo do salário-de-con- 2015)
tribuição, contribuiu apenas por uma das atividades con- Art. 38. Sem prejuízo do disposto no art. 35, cabe à
comitantes. Previdência Social manter cadastro dos segurados com to-
§ 2º Não se aplica o disposto neste artigo ao segurado dos os informes necessários para o cálculo da renda men-
que tenha sofrido redução do salário-de-contribuição das sal dos benefícios. (Redação dada pela Lei Complementar
atividades concomitantes em respeito ao limite máximo nº 150, de 2015)
desse salário. Art. 38-A. O Ministério da Previdência Social desenvol-
verá programa de cadastramento dos segurados especiais,
Subseção II observado o disposto nos §§ 4o e 5o do art. 17 desta Lei,
Da Renda Mensal do Benefício podendo para tanto firmar convênio com órgãos federais,
estaduais ou do Distrito Federal e dos Municípios, bem
Art. 33. A renda mensal do benefício de prestação con- como com entidades de classe, em especial as respecti-
tinuada que substituir o salário-de-contribuição ou o ren- vas confederações ou federações. (Incluído pela Lei nº
dimento do trabalho do segurado não terá valor inferior 11.718, de 2008)
58
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
59
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era porta- I - quando a recuperação ocorrer dentro de 5 (cinco)
dor ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não anos, contados da data do início da aposentadoria por in-
lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo validez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem inter-
quando a incapacidade sobrevier por motivo de progres- rupção, o benefício cessará:
são ou agravamento dessa doença ou lesão. a) de imediato, para o segurado empregado que tiver
Art. 43. A aposentadoria por invalidez será devida a direito a retornar à função que desempenhava na empresa
partir do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença, quando se aposentou, na forma da legislação trabalhista,
ressalvado o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo. valendo como documento, para tal fim, o certificado de
§ 1º Concluindo a perícia médica inicial pela existência capacidade fornecido pela Previdência Social; ou
de incapacidade total e definitiva para o trabalho, a apo- b) após tantos meses quantos forem os anos de dura-
sentadoria por invalidez será devida: (Redação dada pela ção do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez,
Lei nº 9.032, de 1995) para os demais segurados;
a) ao segurado empregado, a contar do décimo sex- II - quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após
to dia do afastamento da atividade ou a partir da entrada o período do inciso I, ou ainda quando o segurado for de-
do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do clarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual
requerimento decorrerem mais de trinta dias; (Redação habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem
Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) prejuízo da volta à atividade:
b) ao segurado empregado doméstico, trabalhador a) no seu valor integral, durante 6 (seis) meses conta-
avulso, contribuinte individual, especial e facultativo, a con- dos da data em que for verificada a recuperação da capa-
tar da data do início da incapacidade ou da data da entrada cidade;
do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de b) com redução de 50% (cinqüenta por cento), no pe-
trinta dias. (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) ríodo seguinte de 6 (seis) meses;
§ 2o Durante os primeiros quinze dias de afastamen- c) com redução de 75% (setenta e cinco por cento),
to da atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa também por igual período de 6 (seis) meses, ao término
pagar ao segurado empregado o salário. (Redação Dada
do qual cessará definitivamente.
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
§ 3º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
Subseção II
§ 4º § 4o O segurado aposentado por invalidez pode-
Da Aposentadoria por Idade
rá ser convocado a qualquer momento para avaliação das
condições que ensejaram o afastamento ou a aposenta-
Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao se-
doria, concedida judicial ou administrativamente, observa-
do o disposto no art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº gurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei, com-
13.457, de 2017) pletar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e
Art. 44. A aposentadoria por invalidez, inclusive a de- 60 (sessenta), se mulher. (Redação dada pela Lei nº 9.032,
corrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda de 1995)
mensal correspondente a 100% (cem por cento) do salá- § 1o Os limites fixados no caput são reduzidos para
rio-de-benefício, observado o disposto na Seção III, espe- sessenta e cinqüenta e cinco anos no caso de trabalhado-
cialmente no art. 33 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº res rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos
9.032, de 1995) na alínea a do inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos
§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) VI e VII do art. 11. (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de
§ 2º Quando o acidentado do trabalho estiver em gozo 26.11.99)
de auxílio-doença, o valor da aposentadoria por invalidez § 2o Para os efeitos do disposto no § 1o deste artigo,
será igual ao do auxílio-doença se este, por força de reajus- o trabalhador rural deve comprovar o efetivo exercício de
tamento, for superior ao previsto neste artigo. atividade rural, ainda que de forma descontínua, no perío-
Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do se- do imediatamente anterior ao requerimento do benefício,
gurado que necessitar da assistência permanente de outra por tempo igual ao número de meses de contribuição cor-
pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento). respondente à carência do benefício pretendido, compu-
Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo: tado o período a que se referem os incisos III a VIII do §
a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atin- 9o do art. 11 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11,718,
ja o limite máximo legal; de 2008)
b) será recalculado quando o benefício que lhe deu ori- § 3o Os trabalhadores rurais de que trata o § 1o deste
gem for reajustado; artigo que não atendam ao disposto no § 2o deste artigo,
c) cessará com a morte do aposentado, não sendo in- mas que satisfaçam essa condição, se forem considerados
corporável ao valor da pensão. períodos de contribuição sob outras categorias do segu-
Art. 46. O aposentado por invalidez que retornar volun- rado, farão jus ao benefício ao completarem 65 (sessenta
tariamente à atividade terá sua aposentadoria automatica- e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos, se
mente cancelada, a partir da data do retorno. mulher. (Incluído pela Lei nº 11,718, de 2008)
Art. 47. Verificada a recuperação da capacidade de tra- § 4o Para efeito do § 3o deste artigo, o cálculo da ren-
balho do aposentado por invalidez, será observado o se- da mensal do benefício será apurado de acordo com o
guinte procedimento: disposto no inciso II do caput do art. 29 desta Lei, consi-
60
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
derando-se como salário-de-contribuição mensal do pe- I - o tempo de serviço militar, inclusive o voluntário, e
ríodo como segurado especial o limite mínimo de salário- o previsto no § 1º do art. 143 da Constituição Federal, ain-
-de-contribuição da Previdência Social. (Incluído pela Lei da que anterior à filiação ao Regime Geral de Previdência
nº 11,718, de 2008) Social, desde que não tenha sido contado para inatividade
Art. 49. A aposentadoria por idade será devida: remunerada nas Forças Armadas ou aposentadoria no ser-
I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a viço público;
partir: II - o tempo intercalado em que esteve em gozo de
a) da data do desligamento do emprego, quando re- auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez;
querida até essa data ou até 90 (noventa) dias depois dela; III - o tempo de contribuição efetuada como segurado
ou facultativo; (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
b) da data do requerimento, quando não houver des- IV - o tempo de serviço referente ao exercício de man-
ligamento do emprego ou quando for requerida após o dato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não
prazo previsto na alínea “a”; tenha sido contado para efeito de aposentadoria por outro
II - para os demais segurados, da data da entrada do regime de previdência social; (Redação dada pela Lei nº
requerimento. 9.506, de 1997)
Art. 50. A aposentadoria por idade, observado o dis- V - o tempo de contribuição efetuado por segurado
posto na Seção III deste Capítulo, especialmente no art. 33, depois de ter deixado de exercer atividade remunerada
consistirá numa renda mensal de 70% (setenta por cento) que o enquadrava no art. 11 desta Lei;
do salário-de-benefício, mais 1% (um por cento) deste, por VI - o tempo de contribuição efetuado com base
grupo de 12 (doze) contribuições, não podendo ultrapassar nos artigos 8º e 9º da Lei nº 8.162, de 8 de janeiro de 1991,
100% (cem por cento) do salário-de-benefício. pelo segurado definido no artigo 11, inciso I, alínea “g”,
Art. 51. A aposentadoria por idade pode ser requeri- desta Lei, sendo tais contribuições computadas para efeito
da pela empresa, desde que o segurado empregado tenha de carência. (Incluído pela Lei nº 8.647, de 1993)
cumprido o período de carência e completado 70 (setenta) § 1º A averbação de tempo de serviço durante o qual o
anos de idade, se do sexo masculino, ou 65 (sessenta e cin- exercício da atividade não determinava filiação obrigatória
co) anos, se do sexo feminino, sendo compulsória, caso em ao anterior Regime de Previdência Social Urbana só será
que será garantida ao empregado a indenização prevista admitida mediante o recolhimento das contribuições cor-
na legislação trabalhista, considerada como data da resci- respondentes, conforme dispuser o Regulamento, observa-
são do contrato de trabalho a imediatamente anterior à do do o disposto no § 2º. (Vide Lei nº 8.212, de 1991)
início da aposentadoria. § 2º O tempo de serviço do segurado trabalhador rural,
anterior à data de início de vigência desta Lei, será compu-
Subseção III tado independentemente do recolhimento das contribui-
Da Aposentadoria por Tempo de Serviço ções a ele correspondentes, exceto para efeito de carência,
conforme dispuser o Regulamento.
Art. 52. A aposentadoria por tempo de serviço será de- § 3º A comprovação do tempo de serviço para os efei-
vida, cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado tos desta Lei, inclusive mediante justificação administrativa
que completar 25 (vinte e cinco) anos de serviço, se do sexo ou judicial, conforme o disposto no art. 108, só produzirá
feminino, ou 30 (trinta) anos, se do sexo masculino. efeito quando baseada em início de prova material, não
Art. 53. A aposentadoria por tempo de serviço, obser- sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo
vado o disposto na Seção III deste Capítulo, especialmente na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito,
no art. 33, consistirá numa renda mensal de: conforme disposto no Regulamento.
I - para a mulher: 70% (setenta por cento) do salário- § 4o Não será computado como tempo de contribui-
-de-benefício aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço, mais ção, para efeito de concessão do benefício de que trata
6% (seis por cento) deste, para cada novo ano completo de esta subseção, o período em que o segurado contribuinte
atividade, até o máximo de 100% (cem por cento) do salá- individual ou facultativo tiver contribuído na forma do § 2º
rio-de-benefício aos 30 (trinta) anos de serviço; do art. 21 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, salvo se
II - para o homem: 70% (setenta por cento) do salário- tiver complementado as contribuições na forma do § 3o do
-de-benefício aos 30 (trinta) anos de serviço, mais 6% (seis mesmo artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 123, de
por cento) deste, para cada novo ano completo de ativida- 2006)
de, até o máximo de 100% (cem por cento) do salário-de- Art. 56. O professor, após 30 (trinta) anos, e a profes-
-benefício aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço. sora, após 25 (vinte e cinco) anos de efetivo exercício em
Art. 54. A data do início da aposentadoria por tempo funções de magistério poderão aposentar-se por tempo de
de serviço será fixada da mesma forma que a da aposenta- serviço, com renda mensal correspondente a 100% (cem
doria por idade, conforme o disposto no art. 49. por cento) do salário-de-benefício, observado o disposto
Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma na Seção III deste Capítulo.
estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do
correspondente às atividades de qualquer das categorias
de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que
anterior à perda da qualidade de segurado:
61
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
62
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
§ 3º, somente devendo encaminhar o segurado à perícia Parágrafo único. O benefício a que se refere
médica da Previdência Social quando a incapacidade ultra- o caput deste artigo será mantido até que o segurado seja
passar 15 (quinze) dias. considerado reabilitado para o desempenho de atividade
§ 5o Nos casos de impossibilidade de realização de pe- que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não
rícia médica pelo órgão ou setor próprio competente, as- recuperável, seja aposentado por invalidez. (Incluído pela
sim como de efetiva incapacidade física ou técnica de im- Lei nº 13.457, de 2017)
plementação das atividades e de atendimento adequado Art. 63. O segurado empregado, inclusive o doméstico,
à clientela da previdência social, o INSS poderá, sem ônus em gozo de auxílio-doença será considerado pela empresa
para os segurados, celebrar, nos termos do regulamento, e pelo empregador doméstico como licenciado. (Redação
convênios, termos de execução descentralizada, termos de dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
fomento ou de colaboração, contratos não onerosos ou Parágrafo único. A empresa que garantir ao segurado
acordos de cooperação técnica para realização de perícia licença remunerada ficará obrigada a pagar-lhe durante o
médica, por delegação ou simples cooperação técnica, sob período de auxílio-doença a eventual diferença entre o va-
sua coordenação e supervisão, com: (Incluído pela Lei nº lor deste e a importância garantida pela licença.
13.135, de 2015) Art. 64. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
I - órgãos e entidades públicos ou que integrem o Sis-
tema Único de Saúde (SUS); (Incluído pela Lei nº 13.135, Subseção VI
de 2015) Do Salário-Família
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, ao
§ 6o O segurado que durante o gozo do auxílio-doença segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao segura-
vier a exercer atividade que lhe garanta subsistência pode- do trabalhador avulso, na proporção do respectivo número
rá ter o benefício cancelado a partir do retorno à ativida- de filhos ou equiparados nos termos do § 2o do art. 16 des-
de. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
ta Lei, observado o disposto no art. 66. (Redação dada pela
§ 7º Na hipótese do § 6o, caso o segurado, durante o
Lei Complementar nº 150, de 2015)
gozo do auxílio-doença, venha a exercer atividade diversa
Parágrafo único. O aposentado por invalidez ou por
daquela que gerou o benefício, deverá ser verificada a inca-
idade e os demais aposentados com 65 (sessenta e cinco)
pacidade para cada uma das atividades exercidas. (Incluí-
anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou 60 (ses-
do pela Lei nº 13.135, de 2015)
senta) anos ou mais, se do feminino, terão direito ao salá-
§ 8o Sempre que possível, o ato de concessão ou de
rio-família, pago juntamente com a aposentadoria.
reativação de auxílio-doença, judicial ou administrativo,
Art. 66. O valor da cota do salário-família por filho ou
deverá fixar o prazo estimado para a duração do benefício.
(Incluído pela Lei nº 13.457, de 2017) equiparado de qualquer condição, até 14 (quatorze) anos
§ 9o Na ausência de fixação do prazo de que trata o § de idade ou inválido de qualquer idade é de:
8 deste artigo, o benefício cessará após o prazo de cento
o I - Cr$ 1.360,00 (um mil trezentos e sessenta cruzeiros)
e vinte dias, contado da data de concessão ou de reati- , para o segurado com remuneração mensal não superior a
vação do auxílio-doença, exceto se o segurado requerer a Cr$ 51.000,00 (cinqüenta e um mil cruzeiros); Atualizações
sua prorrogação perante o INSS, na forma do regulamento, decorrentes de normas de hierarquia inferior
observado o disposto no art. 62 desta Lei. (Incluído pela II - Cr$ 170,00 (cento e setenta cruzeiros), para o se-
Lei nº 13.457, de 2017) gurado com remuneração mensal superior a Cr$ 51.000,00
§ 10. O segurado em gozo de auxílio-doença, concedi- (cinqüenta e um mil cruzeiros). Atualizações decorrentes
do judicial ou administrativamente, poderá ser convocado a de normas de hierarquia inferior
qualquer momento para avaliação das condições que ense- Art. 67. O pagamento do salário-família é condiciona-
jaram sua concessão ou manutenção, observado o disposto do à apresentação da certidão de nascimento do filho ou
no art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.457, de 2017) da documentação relativa ao equiparado ou ao inválido, e
§ 11. Sempre que possível, o ato de concessão ou de à apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória
reativação de auxílio-doença, judicial ou administrativo, e de comprovação de freqüência à escola do filho ou equi-
deverá fixar o prazo estimado para a duração do benefício. parado, nos termos do regulamento. (Redação Dada pela
(Incluído pela Medida Provisória nº 767, de 2017) Lei nº 9.876, de 26.11.99)
Art. 61. O auxílio-doença, inclusive o decorrente de aci- Parágrafo único. O empregado doméstico deve
dente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspon- apresentar apenas a certidão de nascimento referida
dente a 91% (noventa e um por cento) do salário-de-bene- no caput. (Incluído pela Lei Complementar nº 150, de
fício, observado o disposto na Seção III, especialmente no 2015)
art. 33 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) Art. 68. As cotas do salário-família serão pagas pela
Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insus- empresa ou pelo empregador doméstico, mensalmente,
cetível de recuperação para sua atividade habitual, deverá junto com o salário, efetivando-se a compensação quando
submeter-se a processo de reabilitação profissional para do recolhimento das contribuições, conforme dispuser o
o exercício de outra atividade. (Redação dada pela Lei nº Regulamento. (Redação dada pela Lei Complementar nº
13.457, de 2017) 150, de 2015)
63
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
64
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Subseção VIII III - para filho ou irmão inválido, pela cessação da inva-
Da Pensão por Morte lidez; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
IV - pelo decurso do prazo de recebimento de pen-
Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto são pelo cônjuge, companheiro ou companheira, nos ter-
dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou mos do § 5º. (Incluído pela Medida Provisória nº 664, de
não, a contar da data: (Redação dada pela Lei nº 9.528, 2014) (Vigência) (Vide Lei nº 13.135, de 2015)
de 1997) V - para cônjuge ou companheiro: (Incluído pela Lei nº
I - do óbito, quando requerida até noventa dias depois 13.135, de 2015)
deste; (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015) a) se inválido ou com deficiência, pela cessação da in-
II - do requerimento, quando requerida após o prazo validez ou pelo afastamento da deficiência, respeitados os
previsto no inciso anterior; (Incluído pela Lei nº 9.528, de períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas “b”
1997) e “c”; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o
(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais
§ 1o Perde o direito à pensão por morte, após o trânsito ou se o casamento ou a união estável tiverem sido inicia-
em julgado, o condenado pela prática de crime de que te- dos em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segura-
nha dolosamente resultado a morte do segurado. (Incluí- do; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
do pela Lei nº 13.135, de 2015) c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos
§ 2o Perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o de acordo com a idade do beneficiário na data de óbito do
companheiro ou a companheira se comprovada, a qual- segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoi-
quer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na to) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após
união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo o início do casamento ou da união estável: (Incluído pela
de constituir benefício previdenciário, apuradas em proces- Lei nº 13.135, de 2015)
so judicial no qual será assegurado o direito ao contraditó- 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de
rio e à ampla defesa. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 75. O valor mensal da pensão por morte será de 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis)
cem por cento do valor da aposentadoria que o segurado anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposen- 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e
tado por invalidez na data de seu falecimento, observado nove) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
o disposto no art. 33 desta lei.(Redação dada pela Lei nº 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta)
9.528, de 1997) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 76. A concessão da pensão por morte não será pro- 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (qua-
telada pela falta de habilitação de outro possível dependen- renta e três) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135,
te, e qualquer inscrição ou habilitação posterior que importe de 2015)
em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de
a contar da data da inscrição ou habilitação. idade. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 1º O cônjuge ausente não exclui do direito à pensão § 2o-A. Serão aplicados, conforme o caso, a regra conti-
por morte o companheiro ou a companheira, que somente da na alínea “a” ou os prazos previstos na alínea “c”, ambas
fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação e do inciso V do § 2o, se o óbito do segurado decorrer de
mediante prova de dependência econômica. acidente de qualquer natureza ou de doença profissional
§ 2º O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou do trabalho, independentemente do recolhimento de
ou de fato que recebia pensão de alimentos concorrerá em 18 (dezoito) contribuições mensais ou da comprovação de
igualdade de condições com os dependentes referidos no 2 (dois) anos de casamento ou de união estável. (Incluído
inciso I do art. 16 desta Lei. pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pen- § 2o-B. Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos
sionista, será rateada entre todos em parte iguais. (Reda- e desde que nesse período se verifique o incremento mí-
ção dada pela Lei nº 9.032, de 1995) nimo de um ano inteiro na média nacional única, para am-
§ 1º Reverterá em favor dos demais a parte daquele bos os sexos, correspondente à expectativa de sobrevida
cujo direito à pensão cessar. (Redação dada pela Lei nº da população brasileira ao nascer, poderão ser fixadas, em
9.032, de 1995) números inteiros, novas idades para os fins previstos na
§ 2o O direito à percepção de cada cota individual ces- alínea “c” do inciso V do § 2o, em ato do Ministro de Estado
sará: (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) da Previdência Social, limitado o acréscimo na comparação
I - pela morte do pensionista; (Incluído pela Lei nº com as idades anteriores ao referido incremento. (Incluído
9.032, de 1995) pela Lei nº 13.135, de 2015)
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, § 3º Com a extinção da parte do último pensionista
de ambos os sexos, ao completar vinte e um anos de idade, a pensão extinguir-se-á. (Incluído pela Lei nº 9.032, de
salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual ou men- 1995)
tal ou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.183, § 4o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 13.135, de
de 2015) (Vigência) 2015)
65
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
66
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
67
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Art. 98. Quando a soma dos tempos de serviço ultra- § 1º A perda da qualidade de segurado não prejudica
passar 30 (trinta) anos, se do sexo feminino, e 35 (trinta o direito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido
e cinco) anos, se do sexo masculino, o excesso não será preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em
considerado para qualquer efeito. vigor à época em que estes requisitos foram atendidos. (In-
Art. 99. O benefício resultante de contagem de tempo cluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
de serviço na forma desta Seção será concedido e pago § 2º Não será concedida pensão por morte aos depen-
pelo sistema a que o interessado estiver vinculado ao re- dentes do segurado que falecer após a perda desta quali-
querê-lo, e calculado na forma da respectiva legislação. dade, nos termos do art. 15 desta Lei, salvo se preenchidos
os requisitos para obtenção da aposentadoria na forma do
Seção VIII parágrafo anterior.(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
Das Disposições Diversas Relativas às Prestações Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo
e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para
Art. 100. (VETADO) a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia
Art. 101. O segurado em gozo de auxílio-doença, apo- primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira
sentadoria por invalidez e o pensionista inválido estão obri- prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar co-
gados, sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se nhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito ad-
a exame médico a cargo da Previdência Social, processo ministrativo.(Redação dada pela Lei nº 10.839, de 2004)
de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado, e Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da
tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação
a transfusão de sangue, que são facultativos.(Redação dada para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições
pela Lei nº 9.032, de 1995) ou diferenças devidas pela Previdência Social, salvo o direi-
§ 1o O aposentado por invalidez e o pensionista inváli- to dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código
do que não tenham retornado à atividade estarão isentos Civil.(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
do exame de que trata o caput deste artigo: (Redação Art. 103-A. O direito da Previdência Social de anular
dada pela lei nº 13.457, de 2017) os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis
I - após completarem cinquenta e cinco anos ou mais para os seus beneficiários decai em dez anos, contados da
de idade e quando decorridos quinze anos da data da con- data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
cessão da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doen- (Incluído pela Lei nº 10.839, de 2004)
ça que a precedeu; ou (Incluído pela lei nº 13.457, de 2017) § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo
II - após completarem sessenta anos de idade. (Incluí- decadencial contar-se-á da percepção do primeiro paga-
do pela lei nº 13.457, de 2017) mento.(Incluído pela Lei nº 10.839, de 2004)
§ 2o A isenção de que trata o § 1o não se aplica quando § 2o Considera-se exercício do direito de anular qual-
o exame tem as seguintes finalidades: (Incluído pela Lei nº quer medida de autoridade administrativa que importe im-
13.063, de 2014) pugnação à validade do ato.(Incluído pela Lei nº 10.839,
I - verificar a necessidade de assistência permanente de 2004)
de outra pessoa para a concessão do acréscimo de 25% Art. 104. As ações referentes à prestação por aciden-
(vinte e cinco por cento) sobre o valor do benefício, confor- te do trabalho prescrevem em 5 (cinco) anos, observado o
me dispõe o art. 45; (Incluído pela Lei nº 13.063, de 2014) disposto no art. 103 desta Lei, contados da data:
II - verificar a recuperação da capacidade de trabalho, I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a in-
mediante solicitação do aposentado ou pensionista que se capacidade temporária, verificada esta em perícia médica a
julgar apto; (Incluído pela Lei nº 13.063, de 2014) cargo da Previdência Social; ou
III - subsidiar autoridade judiciária na concessão de II - em que for reconhecida pela Previdência Social, a
curatela, conforme dispõe o art. 110.(Incluído pela Lei nº incapacidade permanente ou o agravamento das seqüelas
13.063, de 2014) do acidente.
§ 3o (VETADO). (Incluído pela lei nº 13.457, de 2017) Art. 105. A apresentação de documentação incompleta
§ 4o A perícia de que trata este artigo terá acesso aos não constitui motivo para recusa do requerimento de be-
prontuários médicos do periciado no Sistema Único de nefício.
Saúde (SUS), desde que haja a prévia anuência do pericia- Art. 106. A comprovação do exercício de atividade ru-
do e seja garantido o sigilo sobre os dados dele. (Incluído ral será feita, alternativamente, por meio de:(Redação dada
pela lei nº 13.457, de 2017) pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 5o É assegurado o atendimento domiciliar e hospita- I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Traba-
lar pela perícia médica e social do INSS ao segurado com lho e Previdência Social;(Redação dada pela Lei nº 11.718,
dificuldades de locomoção, quando seu deslocamento, em de 2008)
razão de sua limitação funcional e de condições de aces- II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato
sibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional e indevido, rural;(Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
nos termos do regulamento. (Incluído pela lei nº 13.457, III – declaração fundamentada de sindicato que repre-
de 2017) sente o trabalhador rural ou, quando for o caso, de sindica-
Art. 102. A perda da qualidade de segurado importa to ou colônia de pescadores, desde que homologada pelo
em caducidade dos direitos inerentes a essa qualidade.(Re- Instituto Nacional do Seguro Social – INSS; (Redação dada
dação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) pela Lei nº 11.718, de 2008)
68
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
IV – comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Art. 112. O valor não recebido em vida pelo segurado
Colonização e Reforma Agrária – INCRA, no caso de produ- só será pago aos seus dependentes habilitados à pensão
tores em regime de economia familiar;(Redação dada pela por morte ou, na falta deles, aos seus sucessores na forma
Lei nº 11.718, de 2008) da lei civil, independentemente de inventário ou arrola-
V – bloco de notas do produtor rural;(Redação dada mento.
pela Lei nº 11.718, de 2008) Art. 113. O benefício poderá ser pago mediante depó-
VI – notas fiscais de entrada de mercadorias, de que sito em conta corrente ou por autorização de pagamento,
trata o § 7º do art. 30 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de conforme se dispuser em regulamento.
1991, emitidas pela empresa adquirente da produção, com Parágrafo único.(Revogado pela Lei nº 9.876, de
indicação do nome do segurado como vendedor;(Incluído 26.11.1999)
pela Lei nº 11.718, de 2008) Art. 114. Salvo quanto a valor devido à Previdência So-
VII – documentos fiscais relativos a entrega de produ- cial e a desconto autorizado por esta Lei, ou derivado da
ção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado obrigação de prestar alimentos reconhecida em sentença
ou outros, com indicação do segurado como vendedor ou judicial, o benefício não pode ser objeto de penhora, arres-
consignante;(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) to ou seqüestro, sendo nula de pleno direito a sua venda
VIII – comprovantes de recolhimento de contribuição à ou cessão, ou a constituição de qualquer ônus sobre ele,
Previdência Social decorrentes da comercialização da pro- bem como a outorga de poderes irrevogáveis ou em causa
dução;(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) própria para o seu recebimento.
IX – cópia da declaração de imposto de renda, com Art. 115. Podem ser descontados dos benefícios:
indicação de renda proveniente da comercialização de pro- I - contribuições devidas pelo segurado à Previdência
dução rural; ou(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) Social;
X – licença de ocupação ou permissão outorgada pelo II - pagamento de benefício além do devido;
Incra.(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) III - Imposto de Renda retido na fonte;
Art. 107. O tempo de serviço de que trata o art. 55 IV - pensão de alimentos decretada em sentença ju-
desta Lei será considerado para cálculo do valor da renda dicial;
mensal de qualquer benefício. V - mensalidades de associações e demais entidades
Art. 108. Mediante justificação processada perante a de aposentados legalmente reconhecidas, desde que auto-
Previdência Social, observado o disposto no § 3º do art. 55 rizadas por seus filiados.
e na forma estabelecida no Regulamento, poderá ser supri- VI - pagamento de empréstimos, financiamentos, car-
da a falta de documento ou provado ato do interesse de tões de crédito e operações de arrendamento mercantil
beneficiário ou empresa, salvo no que se refere a registro concedidos por instituições financeiras e sociedades de
público. arrendamento mercantil, ou por entidades fechadas ou
Art. 109. O benefício será pago diretamente ao benefi- abertas de previdência complementar, públicas e privadas,
ciário, salvo em caso de ausência, moléstia contagiosa ou im- quando expressamente autorizado pelo beneficiário, até o
possibilidade de locomoção, quando será pago a procurador, limite de 35% (trinta e cinco por cento) do valor do benefí-
cujo mandato não terá prazo superior a doze meses, podendo cio, sendo 5% (cinco por cento) destinados exclusivamente
ser renovado.(Redação dada pela Lei nº 8.870, de 1994) para:(Redação dada pela Lei nº 13.183, de 2015)
Parágrafo único. A impressão digital do beneficiário a) amortização de despesas contraídas por meio de
incapaz de assinar, aposta na presença de servidor da Pre- cartão de crédito; ou(Redação dada pela Lei nº 13.183, de
vidência Social, vale como assinatura para quitação de pa- 2015)
gamento de benefício. b) utilização com a finalidade de saque por meio do
Art. 110. O benefício devido ao segurado ou depen- cartão de crédito.(Redação dada pela Lei nº 13.183, de
dente civilmente incapaz será feito ao cônjuge, pai, mãe, 2015)
tutor ou curador, admitindo-se, na sua falta e por período § 1o Na hipótese do inciso II, o desconto será feito em
não superior a 6 (seis) meses, o pagamento a herdeiro ne- parcelas, conforme dispuser o regulamento, salvo má-fé.
cessário, mediante termo de compromisso firmado no ato (Incluído pela Lei nº 10.820, de 17.12.2003)
do recebimento. § 2o Na hipótese dos incisos II e VI, haverá prevalência
Parágrafo único. Para efeito de curatela, no caso de in- do desconto do inciso II. (Incluído pela Lei nº 10.820, de
terdição do beneficiário, a autoridade judiciária pode lou- 17.12.2003)
var-se no laudo médico-pericial da Previdência Social. § 3o Serão inscritos em dívida ativa pela Procuradoria-
Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios ope- -Geral Federal os créditos constituídos pelo INSS em razão
racionalizados pelo INSS, não será exigida apresentação de de benefício previdenciário ou assistencial pago indevida-
termo de curatela de titular ou de beneficiário com defi- mente ou além do devido, hipótese em que se aplica o
ciência, observados os procedimentos a serem estabeleci- disposto na Lei no 6.830, de 22 de setembro de 1980, para
dos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) a execução judicial. (Incluído pela Lei nº 13.494, de 2017)
(Vigência) Art. 116. Será fornecido ao beneficiário demonstrati-
Art. 111. O segurado menor poderá, conforme dispuser vo minucioso das importâncias pagas, discriminando-se o
o Regulamento, firmar recibo de benefício, independente- valor da mensalidade, as diferenças eventualmente pagas
mente da presença dos pais ou do tutor. com o período a que se referem e os descontos efetuados.
69
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
70
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
§ 1o É vedado o fracionamento, repartição ou quebra a) abster-se de constituí-los;(Incluído pela Lei nº 9.528,
do valor da execução, de modo que o pagamento se faça, de 1997)
em parte, na forma estabelecida no caput e, em parte, b) retificar o seu valor ou declará-los extintos, de ofício,
mediante expedição do precatório. (Incluído pela Lei nº quando houverem sido constituídos anteriormente, ainda
10.099, de 2000) que inscritos em dívida ativa; (Incluído pela Lei nº 9.528,
§ 2o É vedada a expedição de precatório complementar de 1997)
ou suplementar do valor pago na forma do caput. (Incluído c) formular desistência de ações de execução fiscal já
pela Lei nº 10.099, de 2000) ajuizadas, bem como deixar de interpor recursos de deci-
§ 3o Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido sões judiciais.(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
no caput, o pagamento far-se-á sempre por meio de pre- Art. 132. A formalização de desistência ou transigên-
catório. (Incluído pela Lei nº 10.099, de 2000) cia judiciais, por parte de procurador da Previdência Social,
§ 4o É facultada à parte exeqüente a renúncia ao cré- será sempre precedida da anuência, por escrito, do Procu-
dito, no que exceder ao valor estabelecido no caput, para rador-Geral do Instituto Nacional do Seguro Social INSS,
que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precató- ou do presidente desse órgão, quando os valores em litígio
rio, na forma ali prevista. (Incluído pela Lei nº 10.099, de ultrapassarem os limites definidos pelo Conselho Nacional
2000) de Previdência Social – CNPS.
§ 5o A opção exercida pela parte para receber os seus § 1º Os valores, a partir dos quais se exigirá a anuência do
créditos na forma prevista no caput implica a renúncia do Procurador-Geral ou do presidente do INSS, serão definidos
restante dos créditos porventura existentes e que sejam periodicamente pelo CNPS, através de resolução própria.
oriundos do mesmo processo. (Incluído pela Lei nº 10.099, § 2º Até que o CNPS defina os valores mencionados
de 2000) neste artigo, deverão ser submetidos à anuência prévia do
§ 6o O pagamento sem precatório, na forma prevista Procurador-Geral ou do presidente do INSS a formalização
neste artigo, implica quitação total do pedido constante da de desistência ou transigência judiciais, quando os valores,
petição inicial e determina a extinção do processo. (Incluí- referentes a cada segurado considerado separadamente,
do pela Lei nº 10.099, de 2000) superarem, respectivamente, 10 (dez) ou 30 (trinta) vezes o
§ 7o O disposto neste artigo não obsta a interposição teto do salário-de-benefício.
de embargos à execução por parte do INSS.(Incluído pela Art. 133. A infração a qualquer dispositivo desta Lei,
Lei nº 10.099, de 2000) para a qual não haja penalidade expressamente cominada,
Art. 129. Os litígios e medidas cautelares relativos a aci- sujeita o responsável, conforme a gravidade da infração, à
dentes do trabalho serão apreciados: multa variável de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$
I - na esfera administrativa, pelos órgãos da Previdên- 10.000.000,00 (dez milhões de cruzeiros). Atualizações de-
cia Social, segundo as regras e prazos aplicáveis às demais correntes de normas de hierarquia inferior
prestações, com prioridade para conclusão; e Parágrafo único.(Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
II - na via judicial, pela Justiça dos Estados e do Distrito Art. 134. Os valores expressos em moeda corrente nesta
Federal, segundo o rito sumaríssimo, inclusive durante as Lei serão reajustados nas mesmas épocas e com os mesmos
férias forenses, mediante petição instruída pela prova de índices utilizados para o reajustamento dos valores dos be-
efetiva notificação do evento à Previdência Social, através nefícios. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.187-13,
de Comunicação de Acidente do Trabalho–CAT. de 2001) (Vide Medida Provisória nº 316, de 2006)
Parágrafo único. O procedimento judicial de que trata Art. 135. Os salários-de-contribuição utilizados no cál-
o inciso II deste artigo é isento do pagamento de quaisquer culo do valor de benefício serão considerados respeitando-
custas e de verbas relativas à sucumbência. -se os limites mínimo e máximo vigentes nos meses a que
Art. 130. Na execução contra o Instituto Nacional do se referirem.
Seguro Social-INSS, o prazo a que se refere o art. 730 do Art. 136. Ficam eliminados o menor e o maior valor-te-
Código de Processo Civil é de trinta dias. (Redação dada to para cálculo do salário-de-benefício.
pela Lei nº 9.528, de 1997) Art. 137. Fica extinto o Programa de Previdência So-
Art. 131.O Ministro da Previdência e Assistência Social cial aos Estudantes, instituído pela Lei nº 7.004, de 24 de
poderá autorizar o INSS a formalizar a desistência ou abs- junho de 1982, mantendo-se o pagamento dos benefícios
ter-se de propor ações e recursos em processos judiciais de prestação continuada com data de início até a entrada
sempre que a ação versar matéria sobre a qual haja decla- em vigor desta Lei.
ração de inconstitucionalidade proferida pelo Supremo Tri- Art. 138. Ficam extintos os regimes de Previdência
bunal Federal - STF, súmula ou jurisprudência consolidada Social instituídos pela Lei Complementar nº 11, de 25 de
do STF ou dos tribunais superiores. (Redação dada pela Lei maio de 1971, e pela Lei nº 6.260, de 6 de novembro de
nº 9.528, de 10.12.97) 1975, sendo mantidos, com valor não inferior ao do salário
Parágrafo único. O Ministro da Previdência e Assistên- mínimo, os benefícios concedidos até a vigência desta Lei.
cia Social disciplinará as hipóteses em que a administração Parágrafo único. Para os que vinham contribuindo re-
previdenciária federal, relativamente aos créditos previ- gularmente para os regimes a que se refere este artigo,
denciários baseados em dispositivo declarado insconstitu- será contado o tempo de contribuição para fins do Regime
cional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal, Geral de Previdência Social, conforme disposto no Regu-
possa:(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) lamento.
71
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Art. 139.(Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) Art. 143. O trabalhador rural ora enquadrado como
1º. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) segurado obrigatório no Regime Geral de Previdência So-
I - (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) cial, na forma da alínea “a” do inciso I, ou do inciso IV ou
II -(Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) VII do art. 11 desta Lei, pode requerer aposentadoria por
III - (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) idade, no valor de um salário mínimo, durante quinze anos,
2º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) contados a partir da data de vigência desta Lei, desde que
3º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) comprove o exercício de atividade rural, ainda que descon-
4º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) tínua, no período imediatamente anterior ao requerimen-
Art. 140. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) to do benefício, em número de meses idêntico à carência
1º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) do referido benefício.(Redação dada pela Lei nº. 9.063, de
2º(Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) 1995) (Vide Lei nº 11.368, de 2006) (Vide Medida Provi-
3º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) sória nº 410, de 2007).(Vide Lei nº 11.718, de 2008)
4º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) Art. 144. a Art. 147.(Revogado pela Medida Provisória
5º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) nº 2.187-13, de 2001)
6º(Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) Art. 148. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997)
Art. 141. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) Art. 149. As prestações, e o seu financiamento, referen-
1º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) tes aos benefícios de ex-combatente e de ferroviário ser-
2º(Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) vidor público ou autárquico federal ou em regime especial
Art. 142. Para o segurado inscrito na Previdência Social que não optou pelo regime da Consolidação das Leis do
Urbana até 24 de julho de 1991, bem como para o tra- Trabalho, na forma da Lei nº 6.184, de 11 de dezembro de
balhador e o empregador rural cobertos pela Previdência 1974, bem como seus dependentes, serão objeto de legis-
Social Rural, a carência das aposentadorias por idade, por lação específica.
tempo de serviço e especial obedecerá à seguinte tabela, Art. 150.(Revogado pela Lei nº 10.559, de 13.11.2002)
levando-se em conta o ano em que o segurado implemen- Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 10.559, de
tou todas as condições necessárias à obtenção do benefí- 13.11.2002)
cio: (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) Art. 151. Até que seja elaborada a lista de doenças
mencionada no inciso II do art. 26, independe de carência a
Ano de implementação Meses de contribuição concessão de auxílio-doença e de aposentadoria por inva-
das condições exigidos lidez ao segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acome-
tido das seguintes doenças: tuberculose ativa, hanseníase,
1991 60 meses alienação mental, esclerose múltipla, hepatopatia grave,
1992 60 meses neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapa-
1993 66 meses citante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondi-
loartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado
1994 72 meses da doença de Paget (osteíte deformante), síndrome da de-
1995 78 meses ficiência imunológica adquirida (aids) ou contaminação por
radiação, com base em conclusão da medicina especializa-
1996 90 meses
da.(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
1997 96 meses Art. 152(Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997)
1998 102 meses Art. 153. O Regime Facultativo Complementar de Previ-
dência Social será objeto de lei especial, a ser submetida à
1999 108 meses
apreciação do Congresso Nacional dentro do prazo de 180
2000 114 meses (cento e oitenta) dias.
2001 120 meses Art. 154. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no
prazo de 60 (sessenta) dias a partir da data da sua publi-
2002 126 meses cação.
2003 132 meses Art. 155. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
2004 138 meses cação.
Art. 156. Revogam-se as disposições em contrário.
2005 144 meses Brasília, em 24 de julho de 1991; 170º da Independên-
2006 150 meses cia e 103º da República.
2007 156 meses FERNANDO COLLOR
2008 162 meses
2009 168 meses
2010 174 meses
2011 180 meses
72
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
EXERCÍCIOS
ANOTAÇÕES
01. (CESPE/2012 – TJ/RO - Analista Judiciário) -
Acerca da gestão por competência nas organizações,
assinale a opção correta. __________________________________________________
a) Valor social refere-se à agregação direta de resulta-
dos às pessoas de uma organização ___________________________________________________
b) Comportamentos, realizações e resultados são com-
___________________________________________________
ponentes do valor econômico gerado pela competência
nas organizações ___________________________________________________
c) As competências humanas funcionam como elo en-
tre as condutas individuais e a estratégia da organização ___________________________________________________
d) Os insumos da competência expressam o reconhe-
cimento econômico da capacidade das pessoas, equipes e ___________________________________________________
organizações ___________________________________________________
e) Conhecimentos, habilidades e atitudes são compo-
nentes do desempenho no trabalho ___________________________________________________
___________________________________________________
GABARITO
___________________________________________________
1 C ___________________________________________________
2 Certo
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
73
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
ANOTAÇÕES
__________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
74
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
1
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
a) Princípio da probidade: um princípio constitu- Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, con-
cional incluído dentro dos princípios específicos da lici- cessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
tação, é o dever de todo o administrador público, o dever empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequa-
de honestidade e fidelidade com o Estado, com a popula- dos, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
ção, no desempenho de suas funções. Possui contornos Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou
mais definidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pes-
alerta que alguns autores tratam veem como distintos os soas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos
princípios da moralidade e da probidade administrativa, mas causados, na forma prevista neste código.
não há características que permitam tratar os mesmos como
procedimentos distintos, sendo no máximo possível afirmar d) Princípios da Tutela e da Autotutela da Administração
que a probidade administrativa é um aspecto particular da Pública: a Administração possui a faculdade de rever os seus
moralidade administrativa. atos, de forma a possibilitar a adequação destes à realidade
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida ao fática em que atua, e declarar nulos os efeitos dos atos eiva-
administrador de motivar todos os atos que edita, gerais ou dos de vícios quanto à legalidade. O sistema de controle dos
de efeitos concretos. É considerado, entre os demais princí- atos da Administração adotado no Brasil é o jurisdicional.
pios, um dos mais importantes, uma vez que sem a motiva- Esse sistema possibilita, de forma inexorável, ao Judiciário, a
ção não há o devido processo legal, uma vez que a funda- revisão das decisões tomadas no âmbito da Administração,
mentação surge como meio interpretativo da decisão que no tocante à sua legalidade. É, portanto, denominado con-
levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro meio trole finalístico, ou de legalidade.
de viabilização do controle da legalidade dos atos da Admi- À Administração, por conseguinte, cabe tanto a anulação
nistração. dos atos ilegais como a revogação de atos válidos e eficazes,
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicável quando considerados inconvenientes ou inoportunos aos fins
ao caso concreto e relacionar os fatos que concretamente buscados pela Administração. Essa forma de controle endó-
levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Todos os atos geno da Administração denomina-se princípio da autotutela.
administrativos devem ser motivados para que o Judiciário
Ao Poder Judiciário cabe somente a anulação de atos reputa-
possa controlar o mérito do ato administrativo quanto à sua
dos ilegais. O embasamento de tais condutas é pautado nas
legalidade. Para efetuar esse controle, devem ser observados
Súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal.
os motivos dos atos administrativos.
Em relação à necessidade de motivação dos atos admi-
Súmula 346. A administração pública pode declarar a
nistrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um único
nulidade dos seus próprios atos.
comportamento possível) e dos atos discricionários (aqueles
que a lei, dentro dos limites nela previstos, aponta um ou
mais comportamentos possíveis, de acordo com um juízo de Súmula 473. A administração pode anular seus próprios
conveniência e oportunidade), a doutrina é uníssona na de- atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
terminação da obrigatoriedade de motivação com relação deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
aos atos administrativos vinculados; todavia, diverge quanto conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adqui-
à referida necessidade quanto aos atos discricionários. ridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Meirelles entende que o ato discricionário, editado
sob os limites da Lei, confere ao administrador uma mar- Os atos administrativos podem ser extintos por revoga-
gem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e ção ou anulação. A Administração tem o poder de rever seus
oportunidade, não sendo necessária a motivação. No en- próprios atos, não apenas pela via da anulação, mas também
tanto, se houver tal fundamentação, o ato deverá condi- pela da revogação. Aliás, não é possível revogar atos vincu-
cionar-se a esta, em razão da necessidade de observância lados, mas apenas discricionários. A revogação se aplica nas
da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendimento situações de conveniência e oportunidade, quanto que a anu-
majoritário da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato lação serve para as situações de vício de legalidade.
discricionário, é necessária a motivação para que se sai-
ba qual o caminho adotado pelo administrador. Gasparini e) Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade: Ra-
, com respaldo no art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta inclusive zoabilidade e proporcionalidade são fundamentos de cará-
a superação de tais discussões doutrinárias, pois o referido ter instrumental na solução de conflitos que se estabeleçam
artigo exige a motivação para todos os atos nele elencados, entre direitos, notadamente quando não há legislação in-
compreendendo entre estes, tanto os atos discricionários fraconstitucional específica abordando a temática objeto de
quanto os vinculados. conflito. Neste sentido, quando o poder público toma deter-
c) Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos: O minada decisão administrativa deve se utilizar destes vetores
Estado assumiu a prestação de determinados serviços, por para determinar se o ato é correto ou não, se está atingindo
considerar que estes são fundamentais à coletividade. Apesar indevidamente uma esfera de direitos ou se é regular. Tan-
de os prestar de forma descentralizada ou mesmo delegada, to a razoabilidade quanto a proporcionalidade servem para
deve a Administração, até por uma questão de coerência, ofe- evitar interpretações esdrúxulas manifestamente contrárias
recê-los de forma contínua e ininterrupta. Pelo princípio da às finalidades do texto declaratório.
continuidade dos serviços públicos, o Estado é obrigado a não Razoabilidade e proporcionalidade guardam, assim, a
interromper a prestação dos serviços que disponibiliza. A res- mesma finalidade, mas se distinguem em alguns pontos.
peito, tem-se o artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor: Historicamente, a razoabilidade se desenvolveu no direito
2
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
anglo-saxônico, ao passo que a proporcionalidade se origi- os atos materiais, que correspondem aos fatos administra-
na do direito germânico (muito mais metódico, objetivo e tivos, noção vista acima: são eles atos da Administração,
organizado), muito embora uma tenha buscado inspiração mas não configuram atos administrativos típicos. Alguns
na outra certas vezes. Por conta de sua origem, a propor- autores aludem também aos atos políticos ou de governo”
cionalidade tem parâmetros mais claros nos quais pode ser .
trabalhada, enquanto a razoabilidade permite um processo Com efeito, a expressão atos da Administração é mais
interpretativo mais livre. Evidencia-se o maior sentido jurídi- ampla. Envolve, também, os atos privados da Administra-
co e o evidente caráter delimitado da proporcionalidade pela ção, referentes às ações da Administração no atendimento
de seus interesses e necessidades operacionais e instrumen-
adoção em doutrina de sua divisão clássica em 3 sentidos:
tais, agindo no mesmo plano de direitos e obrigações que os
- adequação, pertinência ou idoneidade: significa que o
particulares. O regime jurídico será o de direito privado. Ex.:
meio escolhido é de fato capaz de atingir o objetivo pretendido; contrato de aluguel de imóveis, compra de bens de consumo,
- necessidade ou exigibilidade: a adoção da medida res- contratação de água/luz/internet. Basicamente, envolve os
tritiva de um direito humano ou fundamental somente é le- interesses particulares da Administração, que são secundá-
gítima se indispensável na situação em concreto e se não for rios, para que ela possa atender aos interesses primários –
possível outra solução menos gravosa; no âmbito destes interesses primários (interesses públicos,
- proporcionalidade em sentido estrito: tem o sentido difusos e coletivos) é que surgem os atos administrativos,
de máxima efetividade e mínima restrição a ser guardado que são atos públicos da Administração, sujeitos a regime
com relação a cada ato jurídico que recaia sobre um direi- jurídico de direito público.
to humano ou fundamental, notadamente verificando se há
uma proporção adequada entre os meios utilizados e os fins Atos da Administração ≠ Atos administrativos.
desejados. Atos privados da Administração = atos da Administra-
ção → regime jurídico de direito privado.
f) Supremacia do interesse público sobre o privado: Na Atos públicos da Administração = atos administrativos
maioria das vezes, a Administração, para buscar de manei- → regime jurídico de direito público.
ra eficaz tais interesses, necessita ainda de se colocar em
um patamar de superioridade em relação aos particulares, Os atos administrativos se situam num plano superior de
direitos e obrigações, que visam atender aos interesses pú-
numa relação de verticalidade, e para isto se utiliza do prin-
blicos primários, denominados difusos e coletivos. Logo, são
cípio da supremacia, conjugado ao princípio da indisponibi-
atos de regime público, sujeitos a pressupostos de existência
lidade, pois, tecnicamente, tal prerrogativa é irrenunciável, e validade diversos dos estabelecidos para os atos jurídicos
por não haver faculdade de atuação ou não do Poder Públi- no Código Civil, e sim previstos na Lei de Ação Popular e na
co, mas sim “dever” de atuação. Lei de Processo Administrativo Federal. Ao invés de autono-
Sempre que houver conflito entre um interesse individual mia da vontade, haverá a obrigatoriedade do cumprimento
e um interesse público coletivo, deve prevalecer o interesse da lei e, portanto, a administração só poderá agir nestas hi-
público. São as prerrogativas conferidas à Administração Pú- póteses desde que esteja expressa e previamente autorizada
blica, porque esta atua por conta de tal interesse. Com efeito, por lei.
o exame do princípio é predominantemente feito no caso
concreto, analisando a situação de conflito entre o particular Requisitos ou elementos
e o interesse público e mensurando qual deve prevalecer.
1) Competência: é o poder-dever atribuído a determinado
agente público para praticar certo ato administrativo. A pes-
soa jurídica, o órgão e o agente público devem estar revestidos
de competência. A competência é sempre fixada por lei.
ATOS ADMINISTRATIVOS 2) Finalidade: é a razão jurídica pela qual um ato ad-
ministrativo foi abstratamente criado pela ordem jurídica. A
lei estabelece que os atos administrativos devem ser pratica-
dos visando a um fim, notadamente, a satisfação do interes-
se público. Contudo, embora os atos administrativos sempre
O ato administrativo é uma espécie de fato administra- tenham por objeto a satisfação do interesse público, esse in-
tivo e é em torno dele que se estrutura a base teórica do teresse é variável de acordo com a situação. Se a autoridade
direito administrativo. administrativa praticar um ato fora da finalidade genérica ou
Por seu turno, “a expressão atos da Administração fora da finalidade específica, estará praticando um ato viciado
traduz sentido amplo e indica todo e qualquer ato que se que é chamado “desvio de poder ou desvio de finalidade”.
origine dos inúmeros órgãos que compõem o sistema ad- 3) Forma: é a maneira pela qual o ato se revela no mun-
ministrativo em qualquer dos Poderes. [...] Na verdade, do jurídico. Usualmente, adota-se a forma escrita. Eventual-
entre os atos da Administração se enquadram atos que mente, pode ser praticado por sinais ou gestos (ex: trânsito).
não se caracterizam propriamente como atos administra- A forma é sempre fixada por lei.
tivos, como é o caso dos atos privados da Administração. 4) Motivo (vontade): vontade é o querer do ato adminis-
Exemplo: os contratos regidos pelo direito privado, como trativo e dela se extrai o motivo, que é o acontecimento real
a compra e venda, a locação etc. No mesmo plano estão que autoriza/determina a prática do ato administrativo. É
3
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
o ato baseado em fatos e circunstâncias, que o administra- muito difícil de ser ilidida. Só pode ser quebrada median-
dor pode escolher, mas deve respeitar os limites e intenções te ação declaratória de falsidade, que irá argumentar que
da lei. Nem sempre os atos administrativos possuem motivo houve uma falsidade material (violação física do documento
legal. Nos casos em que o motivo legal não está descrito que traz o ato) ou uma falsidade ideológica (documento que
na norma, a lei deu competência discricionária para que o expressa uma inverdade).
sujeito escolha o motivo legal (o motivo deve ser oportuno 4) Presunção de legitimidade: Sempre que a Administra-
e conveniente). A teoria dos Motivos Determinantes afirma ção agir se presume que o fez conforme a lei. Tal presunção é
que os motivos alegados para a prática de um ato admi- relativa ( juris tantum), podendo contudo ser ilidida por qual-
nistrativo ficam a ele vinculados de tal modo que a prática quer meio de prova.
de um ato administrativo mediante a alegação de motivos Obs.: Todo ato administrativo tem presunção de veraci-
falsos ou inexistentes determina a sua invalidade. dade e de legitimidade, mas nem todo ato administrativo é
5) Objeto (conteúdo): é o que o ato afirma ou declara, imperativo (pode precisar da concordância do particular, a
manifestando a vontade do Estado. A lei não fixa qual deve exemplo dos atos negociais).
ser o conteúdo ou objeto de um ato administrativo, restando
ao administrador preencher o vazio nestas situações. O ato Fato administrativo é a “atividade material no exercí-
é branco/indefinido. No entanto, deve se demonstrar que a cio da função administrativa, que visa a efeitos de ordem
prática do ato é oportuna e conveniente. prática para a Administração. [...] Os fatos administrativos
Obs.: Quando se diz que a escolha do motivo e do objeto podem ser voluntários e naturais. Os fatos administrativos
do ato é discricionária não significa que seja arbitrária, pois voluntários se materializam de duas maneiras: 1ª) por atos
deve se demonstrar a oportunidade e a conveniência. administrativos, que formalizam a providência desejada pelo
Mérito = oportunidade + conveniência administrador através da manifestação da vontade; 2ª) por
condutas administrativas, que refletem os comportamentos
Classificação e as ações administrativas, sejam ou não precedidas de ato
administrativo formal. Já os fatos administrativos naturais
a) Quanto ao seu alcance: são aqueles que se originam de fenômenos da natureza,
1) Atos internos: praticados no âmbito interno da Admi- cujos efeitos se refletem na órbita administrativa. Assim,
nistração, incidindo sobre órgãos e agentes administrativos. quando se fizer referência a fato administrativo, deverá estar
2) Atos externos: praticados no âmbito externo da Admi- presente unicamente a noção de que ocorreu um evento di-
nistração, atingindo administrados e contratados. São obri- nâmico da Administração”.
gatórios a partir da publicação.
a) Atos normativos: são atos gerais e abstratos visando a
b) Quanto ao seu objeto: correta aplicação da lei. É o caso dos decretos, regulamentos,
1) Atos de império: praticados com supremacia em re- regimentos, resoluções, deliberações.
lação ao particular e servidor, impondo o seu obrigatório b) Atos ordinatórios: disciplinam o funcionamento da
cumprimento. Administração e a conduta de seus agentes. É o caso de ins-
2) Atos de gestão: praticados em igualdade de condição truções, circulares, avisos, portarias, ofícios, despachos admi-
com o particular, ou seja, sem usar de suas prerrogativas so- nistrativos, decisões administrativas.
bre o destinatário. c) Atos negociais: são aqueles estabelecidos entre Admi-
3) Atos de expediente: praticados para dar andamento a nistração e administrado em consenso. É o caso de licenças,
processos e papéis que tramitam internamente na adminis- autorizações, permissões, aprovações, vistos, dispensa, ho-
tração pública. São atos de rotina administrativa. mologação, renúncia.
d) Atos enunciativos: são aqueles em que a Administra-
Obs.: Demais classificações do tópico 4.11 ao 4.14. ção certifica ou atesta um fato sem vincular ao seu conteúdo.
É o caso de atestados, certidões, pareceres.
Atributos e) Atos punitivos: são aqueles que emanam punições aos
particulares e servidores.
1) Imperatividade: em regra, a Administração decreta e
executa unilateralmente seus atos, não dependendo da par- “Uma questão interessante que merece ser analisada no
ticipação e nem da concordância do particular. Do poder de tocante ao ato administrativo é a omissão da Administração
império ou extroverso, que regula a forma unilateral e coer- Pública ou, o chamado silêncio administrativo. Essa omissão
citiva de agir da Administração, se extrai a imperatividade é verificada quando a administração deveria expressar uma
dos atos administrativos. pronúncia quando provocada por administrado, ou para fins
2) Autoexecutoriedade: em regra, a Administração pode de controle de outro órgão, e não o faz. Para Celso Antô-
concretamente executar seus atos independente da mani- nio Bandeira de Mello, o silêncio da administração não é
festação do Poder Judiciário, mesmo quando estes afetam um ato jurídico, mas quando produz efeitos jurídicos, pode
diretamente a esfera jurídica de particulares. ser um fato jurídico administrativo. [...] Denota-se que o si-
3) Presunção de veracidade: todo ato editado ou publi- lêncio pode consistir em omissão, ausência de manifestação
cado pela Administração é presumivelmente verdadeiro, seja de vontade, ou não. Em determinadas situações poderá a
na forma, seja no conteúdo, o que se denomina “fé pública”. lei determinar a Administração Pública manifestar-se obri-
Evidente que tal presunção é relativa ( juris tantum), mas é gatoriamente, qualificando o silêncio como manifestação
4
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
5
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
a oitiva da outra pessoa sempre que a que se encontra no XIII - interpretação da norma administrativa da forma
outro polo da relação se manifestar; segurança jurídica é a que melhor garanta o atendimento do fim público a que se
garantia social de que as leis serão respeitadas e cobrirão o dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
mais vasto rol de relações socialmente relevantes possível; Se o entendimento mudar, não atinge casos passados.
interesse público é o interesse de toda a coletividade; efi-
ciência é a junção da economicidade com a produtividade, CAPÍTULO II
aliando gastos sem que se perca em qualidade da atividade DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
desempenhada.
Há, ainda, princípios implícitos no decorrer da lei: publi- Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante
cidade; oficialidade; informalismo ou formalismo moderado; a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam as-
gratuidade (a atuação na esfera administrativa é gratuita); segurados:
pluralidade de instâncias; economia processual; participação I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servi-
popular. dores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o
cumprimento de suas obrigações;
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão II - ter ciência da tramitação dos processos administra-
observados, entre outros, os critérios de: tivos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos
I - atuação conforme a lei e o Direito; autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a re- as decisões proferidas;
núncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo III - formular alegações e apresentar documentos antes
autorização em lei; da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão
O interesse coletivo deve sempre predominar. competente;
III - objetividade no atendimento do interesse público, IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado,
vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, de- Quando for parte num processo administrativo a pessoa
coro e boa-fé; tem direito a ser tratada com respeito, a obter informações
sobre o trâmite, a nele se manifestar e juntar documentos e,
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalva-
apenas se quiser, ser assistida por advogado. Logo, é opcio-
das as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
nal a presença de advogado.
Neste sentido, o art. 5°, XXXIII, CF: “todos têm direito
a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
CAPÍTULO III
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão pres-
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
tadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressal-
vadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
Art. 4o São deveres do administrado perante a Adminis-
sociedade e do Estado”.
tração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposi- I - expor os fatos conforme a verdade;
ção de obrigações, restrições e sanções em medida superior II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do inte- III - não agir de modo temerário;
resse público; IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e
A única razão para o Estado interferir é em razão do colaborar para o esclarecimento dos fatos.
interesse da coletividade. O administrado não pode tentar se aproveitar da Admi-
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que nistração, trazendo fatos irreais, tumultuando e confundindo
determinarem a decisão; o processo. Deve sempre proceder para esclarecer os fatos de
Não basta que a decisão indique os fundamentos jurídi- maneira verdadeira.
cos, devendo também associá-los aos fatos apurados.
VIII - observância das formalidades essenciais à garantia CAPÍTULO IV
dos direitos dos administrados; DO INÍCIO DO PROCESSO
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar
adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos A partir deste ponto, são visíveis as fases do processo
dos administrados; administrativo: a) instauração, com apresentação escrita dos
Respeito às formalidades não significa excesso de for- fatos e indicação do direito que ensejam o processo, ou seja,
malismo. é preciso descrever os fatos e delimitar o objeto da contro-
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação vérsias, sem o que não há plenitude de defesa; b) instru-
de alegações finais, à produção de provas e à interposição de ção, fase de elucidação dos fatos, na qual são produzidas
recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas as provas, com a participação do interessado; c) defesa, que
situações de litígio; deve ser ampla; d) relatório, que é elaborado pelo presidente
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, res- do processo, sendo uma peça opinativa, que não vincula a
salvadas as previstas em lei; autoridade competente; e) julgamento, quando a decisão é
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem proferida pela autoridade ou órgão competente sobre o ob-
prejuízo da atuação dos interessados; jeto do processo.
6
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
No entendimento de Hely Lopes Meirelles, os processos o interessado, embora nem sempre seja autoexecutável, de-
administrativos são divididos em quatro modalidades, da se- pendendo da instauração de outro processo administrativo,
guinte maneira: de caráter punitivo ou disciplinar, ou, mesmo, de ação civil
ou criminal, ou, ainda, do pronunciamento executório de ou-
a) Processo de expediente: denominação imprópria con- tro Poder.
ferida a toda autuação que tramita pelas repartições públicas
por provocação do interessado ou por determinação interna d) Processo punitivo: todo aquele promovido pela Ad-
da Administração, para receber solução conveniente. Não ministração para imposição de penalidade por infração
tem procedimento próprio ou rito sacramental, seguindo à lei, regulamento ou contrato. Esses processos devem ser
pelos canais rotineiros para informações, pareceres, despa- necessariamente contraditórios, com oportunidade de defe-
cho final da chefia competente e subsequente arquivamen- sa e estrita observância do devido processo legal, sob pena
to. Tais expedientes, que a rotina chama indevidamente de de nulidade da sanção imposta. A sua instauração deve ser
“processo”, não geram, nem alteram, nem suprimem direitos baseada em auto de infração, representação ou peça equi-
dos administrados, da Administração ou de seus servidores, valente, iniciando-se com a exposição minuciosa dos atos
apenas encerram papéis, registram situações administrati- ou fatos ilegais ou administrativamente ilícitos, atribuídos
vas, recebem pareceres e despachos de tramitação ou me- ao indiciado e indicação da norma ou convenção infringi-
ramente enunciativos de situações pré-existentes, a exemplo da. O processo punitivo poderá ser realizado por um só re-
dos pedidos de certidões, das apresentações de documentos presentante da Administração ou por comissão. O essencial
para certos registros internos e outros da rotina burocrática. é que se desenvolva com regularidade formal em todas as
suas fases, para legitimar a sanção imposta a final. Nesses
b) Processo de outorga: todo aquele em que se pleiteia procedimentos são adotáveis, subsidiariamente, os preceitos
algum direito ou situação individual perante a Administra- do processo penal comum, quando não conflitantes com as
ção. Em regra, tem rito especial, mas não contraditório, a normas administrativas pertinentes. Embora a graduação
não ser quando há oposição de terceiros ou impugnação da das sanções administrativas – demissão, multa, embargo de
própria Administração. Nestes casos, é preciso dar oportu-
obra, destruição de coisas, interdição de atividade e outras –
nidade de defesa ao interessado, sob pena de nulidade da
seja discricionária, não é arbitrária e, por isso, deve guardar
decisão final. São exemplos desse tipo os processos de licen-
correspondência e proporcionalidade com a infração apu-
ciamento de edificações, de licença de habite-se, de alvará
rada no respectivo processo, além de estar expressamente
de funcionamento, de isenção tributária e outros que con-
prevista em norma administrativa, pois não é dado à Admi-
substanciam pretensões de natureza negocial entre o par-
nistração aplicar penalidade não estabelecida em lei, decre-
ticular e a Administração ou envolvam atividades sujeitas à
fiscalização do Poder Público. As decisões finais proferidas to ou contrato, como não o é sem o devido processo legal,
nesses processos tornam-se vinculantes e irretratáveis pela que se erige em garantia individual de nível constitucional.
Administração porque, geralmente, geram direito subjetivo
para o beneficiário, salvo quando aos atos precários, que, Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofí-
por sua natureza, admitam modificação ou supressão sumá- cio ou a pedido de interessado.
ria a qualquer tempo. Nos demais casos a decisão é defini- A autoridade responsável pelo processamento pode ini-
tiva e só modificável quando eivada de nulidade originária, ciar o processo administrativo, mas um interessado também
ou por infração das normas legais no decorrer da execução, pode pedir que o faça.
ou, ainda, por interesse público superveniente que justifique
a revogação da outorga com a devida indenização, que pode Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos
chegar ao caso de prévia desapropriação. em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por
escrito e conter os seguintes dados:
c) Processo de controle: todo aquele em que a Admi- I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
nistração realiza verificações e declara situações, direitos ou II - identificação do interessado ou de quem o represente;
condutas do administrado ou de servidor, com caráter vincu- III - domicílio do requerente ou local para recebimento
lante para as partes. Tais processos, normalmente, têm rito de comunicações;
próprio e, quando neles se deparam irregularidades puníveis, IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de
exigem oportunidade de defesa ao interessado, antes do seu seus fundamentos;
encerramento, sob pena de invalidade do resultado da apu- V - data e assinatura do requerente ou de seu represen-
ração. O processo de controle, também chamado de deter- tante.
minação ou de declaração, não se confunde com o processo Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa
punitivo, porque, enquanto neste se apura a falta e se aplica imotivada de recebimento de documentos, devendo o ser-
a penalidade cabível, naquele apenas se verifica a situação vidor orientar o interessado quanto ao suprimento de even-
ou a conduta do agente e se proclama o resultado para efei- tuais falhas.
tos futuros. São exemplos de processos administrativos de
controle os de prestação de contas perante órgãos públicos, Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão
os de verificação de atividades sujeitas à fiscalização, o de elaborar modelos ou formulários padronizados para assun-
lançamento tributário e o de consulta fiscal. Nesses proces- tos que importem pretensões equivalentes.
sos a decisão final é vinculante para a Administração e para
7
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de inte- Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular pode-
ressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, pode- rão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua
rão ser formulados em um único requerimento, salvo precei- competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes
to legal em contrário. não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica,
As regras a respeito do início do processo administrativo social, econômica, jurídica ou territorial.
mostram que a Administração tem interesse de que o ad- Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo apli-
ministrado tenha acesso à via decisória administrativa. Por ca-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos
isso, embora exija formalidades, se coloca numa posição de respectivos presidentes.
esclarecedora de falhas e de responsável por direcionamen-
tos quanto ao conteúdo dos requerimentos. Não obstante, Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
aceita requerimento coletivo se o conteúdo e o fundamento I - a edição de atos de caráter normativo;
dele for idêntico. II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
CAPÍTULO V autoridade.
DOS INTERESSADOS
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser
Art. 9o São legitimados como interessados no processo publicados no meio oficial.
administrativo: § 1o O ato de delegação especificará as matérias e pode-
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titu- res transferidos, os limites da atuação do delegado, a dura-
lares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do ção e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo
direito de representação; conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm di- § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo
reitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a pela autoridade delegante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencio-
ser adotada;
nar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão edita-
III - as organizações e associações representativas, no
das pelo delegado.
tocante a direitos e interesses coletivos;
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituí-
Delegação é a transferência da competência para deci-
das quanto a direitos ou interesses difusos.
dir, não havendo lei que a proíba. O ato de delegação não
pode ser genérico, devendo delimitar qual a abrangência da
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrati-
transferência (matérias e poderes). Tal delegação pode ser
vo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial cancelada a qualquer tempo.
em ato normativo próprio.
“Além das pessoas físicas ou jurídicas titulares de direitos Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por
e interesses diretos, podem ser interessadas pessoas que pos- motivos relevantes devidamente justificados, a avocação
sam ter direitos ameaçados em decorrência da decisão do temporária de competência atribuída a órgão hierarquica-
processo; também as organizações e associações represen- mente inferior.
tativas podem defender interesses coletivos e as pessoas ou Avocar é trazer de volta para si aquilo que delegou a
associações legítimas podem invocar a tutela de interesses outrem, o que poderá ocorrer por um período de tempo.
difusos”.
Interesses coletivos são os que pertencem a um grupo Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulga-
que não se sabe o número total, mas cujo número total é rão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando
possível ser definido, pois os critérios para definir quem faz conveniente, a unidade fundacional competente em matéria
parte dele são claros, sendo necessário que o número de de interesse especial.
atingidos seja relevante (sob pena de se caracterizar ape-
nas interesse individual homogêneo). O interesse coletivo se Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o pro-
difere do interesse difuso porque no interesse difuso não é cesso administrativo deverá ser iniciado perante a autorida-
possível estabelecer com clareza quem faz parte do grupo e de de menor grau hierárquico para decidir.
quem não faz.
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VI DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
DA COMPETÊNCIA
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos o servidor ou autoridade que:
órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, sal- I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
vo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. II - tenha participado ou venha a participar como perito,
Se a um órgão administrativo foi atribuído o dever de testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem
apurar determinadas matérias por processo administrativo, quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o
ele não pode se omitir. terceiro grau;
8
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com Não existem muitas formalidades que cercam os atos do
o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. processo administrativo, mas é preciso que eles sejam escri-
tos em vocabulário adequado com data, local e assinatura.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impe- Diante da dispensa de formalidades, não seria razoável sem-
dimento deve comunicar o fato à autoridade competente, pre exigir reconhecimento da assinatura. Os atos são prati-
abstendo-se de atuar. cados em dias úteis (segunda a sábado), no horário regular
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o de funcionamento da repartição. O prazo para a prática dos
impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. atos é de cinco dias, prorrogáveis para 10 mediante justifi-
cação (na prática, não é o que acontece porque a Adminis-
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou tração é sobrecarregada de processos e não há sanção pelo
servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória descumprimento do prazo).
com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges,
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição pode-
rá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo. Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o
No impedimento é vedada a participação porque processo administrativo determinará a intimação do interes-
intensa a possibilidade de que não se permaneça isen- sado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
to na condução do processo, na suspeição o risco é me- § 1o A intimação deverá conter:
nor mas - ainda assim - o afastamento é conveniente I - identificação do intimado e nome do órgão ou enti-
(por isso o processo continua em andamento se a alegação dade administrativa;
de suspeição for afastada e dela se recorrer). II - finalidade da intimação;
III - data, hora e local em que deve comparecer;
CAPÍTULO VIII IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO fazer-se representar;
PROCESSO V - informação da continuidade do processo indepen-
dentemente do seu comparecimento;
Art. 22. Os atos do processo administrativo não depen- VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
dem de forma determinada senão quando a lei expressa- § 2o A intimação observará a antecedência mínima de
mente a exigir. três dias úteis quanto à data de comparecimento.
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escri- § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no pro-
to, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a cesso, por via postal com aviso de recebimento, por telegra-
assinatura da autoridade responsável. ma ou outro meio que assegure a certeza da ciência do in-
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma teressado.
somente será exigido quando houver dúvida de autentici- § 4o No caso de interessados indeterminados, desconhe-
dade. cidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efe-
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia tuada por meio de publicação oficial.
poderá ser feita pelo órgão administrativo. § 5o As intimações serão nulas quando feitas sem ob-
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas se- servância das prescrições legais, mas o comparecimento do
quencialmente e rubricadas. administrado supre sua falta ou irregularidade.
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias Art. 27. O desatendimento da intimação não importa
úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a
qual tramitar o processo. direito pelo administrado.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será
normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o garantido direito de ampla defesa ao interessado.
curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado
ou à Administração. Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do pro-
cesso que resultem para o interessado em imposição de de-
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do ór- veres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e
gão ou autoridade responsável pelo processo e dos adminis- atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.
trados que dele participem devem ser praticados no prazo de
cinco dias, salvo motivo de força maior. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência ao interessado
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser de alguma decisão ou do dever de comparecer para prestar
dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação. informações. Ela possui um conteúdo específico e deve ser
feita pessoalmente, a não ser quando o interessado for in-
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferen- determinado, desconhecido ou com domicílio desconhecido,
cialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado caso em que se aceitará intimação por edital. Não obede-
se outro for o local de realização. cidas as formalidades, a intimação é nula, de forma que é
9
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
como se os atos do processo que deveriam ser cientificados “Audiência pública é um instrumento que leva a uma
não o tivessem sido, fazendo com que ele volte ao estágio decisão política ou legal com legitimidade e transparência.
em que a pessoa deveria ter sido intimada. O desatendimen- Cuida-se de uma instância no processo de tomada da de-
to de uma intimação não faz com que se presuma que o in- cisão administrativa ou legislativa, através da qual a auto-
timado estava errado. Destaque para o art. 28, que delimita ridade competente abre espaço para que todas as pessoas
as espécies de situações em que cabe intimação. que possam sofrer os reflexos dessa decisão tenham opor-
tunidade de se manifestar antes do desfecho do processo.
CAPÍTULO X É através dela que o responsável pela decisão tem acesso,
DA INSTRUÇÃO simultaneamente e em condições de igualdade, às mais va-
riadas opiniões sobre a matéria debatida, em contato direto
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averi- com os interessados”.
guar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão
realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão res- Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em ma-
ponsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interes- téria relevante, poderão estabelecer outros meios de partici-
sados de propor atuações probatórias. pação de administrados, diretamente ou por meio de orga-
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar nizações e associações legalmente reconhecidas.
dos autos os dados necessários à decisão do processo.
§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos in- Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e
teressados devem realizar-se do modo menos oneroso para de outros meios de participação de administrados deverão
estes. ser apresentados com a indicação do procedimento adotado.
Atividades de instrução são as atividades de produção Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a
de provas no processo. Sob o aspecto objeto, prova é “o con- audiência de outros órgãos ou entidades administrativas po-
junto de meios produtores da certeza jurídica ou o conjunto derá ser realizada em reunião conjunta, com a participação
de meios utilizados para demonstrar a existência de fatos de titulares ou representantes dos órgãos competentes, la-
vrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.
relevantes para o processo”; sob o aspecto subjetivo, prova
“é a própria convicção que se forma no espírito do julgador
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha
a respeito da existência ou inexistência de fatos alegados no
alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão compe-
processo”.
tente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados
provas obtidas por meios ilícitos.
estão registrados em documentos existentes na própria Admi-
nistração responsável pelo processo ou em outro órgão admi-
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assun- nistrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de
to de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias.
despacho motivado, abrir período de consulta pública para O interessado deve provar o que alegou, salvo quando a
manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se prova estiver em documento que esteja em poder da Adminis-
não houver prejuízo para a parte interessada. tração, caso em que ela deverá de ofício provê-los (ou cópias).
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divul-
gação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e an-
jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para tes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres,
oferecimento de alegações escritas. requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações
§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, referentes à matéria objeto do processo.
por si, a condição de interessado do processo, mas confere o § 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados
direito de obter da Administração resposta fundamentada, na motivação do relatório e da decisão.
que poderá ser comum a todas as alegações substancial- § 2o Somente poderão ser recusadas, mediante deci-
mente iguais. são fundamentada, as provas propostas pelos interessados
Consulta Pública é um sistema criado com o objetivo quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou pro-
de auxiliar na elaboração e coleta de opiniões da socie- telatórias.
dade sobre temas de importância. Esse sistema permite O interessado tem direito à prova, juntando documentos
intensificar a articulação entre a representatividade e a e requerendo diligências e perícias, mas não pode abusar
sociedade, permitindo que a sociedade participe da for- deste direito, requerendo provas não autorizadas pelo direi-
mulação e definição de políticas públicas. O IBAMA cos- to, que não tenham a ver com o caso ou que apenas visem
tuma utilizar deste recurso na tomada de suas decisões prorrogar o processo.
.
Art. 39. Quando for necessária a prestação de infor-
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autori- mações ou a apresentação de provas pelos interessados ou
dade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencio-
audiência pública para debates sobre a matéria do processo. nando-se data, prazo, forma e condições de atendimento.
10
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, pode- Art. 47. O órgão de instrução que não for competente
rá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o
de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e for-
mulará proposta de decisão, objetivamente justificada, enca-
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos soli- minhando o processo à autoridade competente.
citados ao interessado forem necessários à apreciação de
pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela CAPÍTULO XI
Administração para a respectiva apresentação implicará ar- DO DEVER DE DECIDIR
quivamento do processo.
O interessado deve ser intimado quando for necessária a Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente
apresentação de informações ou provas e, não comparecen- emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicita-
do perante a Administração, embora não se presuma que ela ções ou reclamações, em matéria de sua competência.
esteja correta, será feito o arquivamento do processo. Diante
disso, o interessado poderá, no futuro, abri-lo novamente. Art. 49. Concluída a instrução de processo administra-
tivo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou di- decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente
ligência ordenada, com antecedência mínima de três dias motivada.
úteis, mencionando-se data, hora e local de realização. A autoridade competente não pode se eximir de decidir,
possuindo um prazo de 30 dias após o fim do processo ad-
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um ministrativo para tanto.
órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo má-
ximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada CAPÍTULO XII
necessidade de maior prazo.
DA MOTIVAÇÃO
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser
emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados,
a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der
com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
causa ao atraso.
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosse- II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
guimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da III - decidam processos administrativos de concurso ou
responsabilidade de quem se omitiu no atendimento. seleção pública;
As situações são diferentes conforme o parecer obrigue IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de proces-
que a decisão seja tomada num determinado sentido (vincu- so licitatório;
lante) ou não. V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a
ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos adminis- questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e re-
trativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinala- latórios oficiais;
do, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou con-
técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade validação de ato administrativo.
técnica equivalentes. § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruen-
te, podendo consistir em declaração de concordância com
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direi- fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões
to de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
outro prazo for legalmente fixado. § 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza,
Produzidas as provas, antes da decisão, o interessado pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os funda-
poderá se manifestar. mentos das decisões, desde que não prejudique direito ou
garantia dos interessados.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pú- § 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e
blica poderá motivadamente adotar providências acautela- comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou
doras sem a prévia manifestação do interessado. de termo escrito.
Providências acautelatórias são aquelas que deveriam
ser tomadas num determinado momento do processo mas, A Administração não pode impor arbitrariamente suas
para evitar que ela se torne impossível posteriormente, ela decisões, devendo justificá-las. Quando da decisão de um
é antecipada. Por exemplo, oitiva de uma testemunha que processo administrativo, deverá explicar em que normas ju-
está no leito de morte. rídicas se baseou e como elas se interligam aos fatos apura-
dos. É possível fazer remissões a pareceres, informações, de-
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e cisões ou propostas, mas é preciso fazê-lo de forma explícita,
a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e docu- clara e congruente. O uso de tecnologias otimiza os serviços,
mentos que o integram, ressalvados os dados e documentos mas é preciso atenção a cada caso, não prejudicando direito
de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacida- ou garantia do interessado. Toda decisão deverá ser transcri-
de, à honra e à imagem. ta, caso seja proferida oralmente.
11
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
CAPÍTULO XIV Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso admi-
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO nistrativo:
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, no processo;
quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indireta-
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os mente afetados pela decisão recorrida;
direitos adquiridos. III - as organizações e associações representativas, no
tocante a direitos e interesses coletivos;
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os interesses difusos.
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que Para recorrer a parte tem que ter interesse, de forma
foram praticados, salvo comprovada má-fé. que algum direito ou garantia que ela estava defendendo no
processo tenha obtido uma decisão contrária.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o pra-
zo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o
pagamento.
prazo para interposição de recurso administrativo, contado
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
medida de autoridade administrativa que importe impugna- § 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso ad-
ção à validade do ato. ministrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta
dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarreta- § 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá
rem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.
atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser conva- Se a lei não dispuser de modo diverso, a parte tem até 10
lidados pela própria Administração. dias para recorrer e, do recebimento dos autos, a autoridade
tem até 30 dias para julgar, os quais podem ser prorrogados
Os atos viciados, ou seja, que tenham sido praticados por mais 30.
contrários às formalidades legais, deverão ser anulados. Po-
derão também ser anulados atos não viciados no exercício Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento
da discricionariedade administrativa, mas para tanto é pre- no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedi-
ciso respeitar os direitos adquiridos dos interessados. do de reexame, podendo juntar os documentos que julgar
convenientes.
12
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso da súmula, conforme o caso. Também se dará ciência à au-
não tem efeito suspensivo. toridade prolatora para que passe a decidir conforme a Sú-
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de mula VInculante violada.
difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a au-
toridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de Art. 65. Os processos administrativos de que resultem
ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido
Significa que a decisão recorrida será cumprida, inde- ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias
pendentemente de haver recurso pendente. No entanto, tal relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção
efeito suspensivo pode ser concedido, conforme a exceção do aplicada.
parágrafo único. Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá re-
sultar agravamento da sanção.
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para Se surgirem novos fatos ou circunstâncias um processo
dele conhecer deverá intimar os demais interessados para já encerrado pode ser revisto, mas eventual sanção aplicada
que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações. não poderá ser agravada.
Antes de decidir se irá apreciar o recurso, ou seja, dar
início ao seu processamento, as partes devem ser ouvidas no CAPÍTULO XVI
prazo de 5 dias. DOS PRAZOS
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data
I - fora do prazo; da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do
II - perante órgão incompetente; começo e incluindo-se o do vencimento.
III - por quem não seja legitimado; § 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia
IV - após exaurida a esfera administrativa. útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente expediente ou este for encerrado antes da hora normal.
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo
a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para
contínuo.
recurso.
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Ad-
data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia
ministração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não
equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o
ocorrida preclusão administrativa.
último dia do mês.
Por não conhecimento entende-se a não apreciação do
mérito do recurso porque ele não preencheu alguma das for-
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente com-
malidades legais. provado, os prazos processuais não se suspendem.
Publicados oficialmente os atos, o prazo começa a correr,
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso po- excluído o dia da publicação e incluído o dia do vencimento.
derá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou par- Ex: prazo de 10 dias - decisão proferida dia 1º, começa a
cialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua com- contar do dia 2º, indo até o dia 11, dia do vencimento, que
petência. é incluído. Se dia 2º não fosse dia útil, começaria a se contar
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste ar- do 1º dia útil que o seguisse, assim como se dia 11 não o fos-
tigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este se somente haveria vencimento no 1º dia útil que o seguisse.
deverá ser cientificado para que formule suas alegações an- Somente se suspende um prazo por motivo de força
tes da decisão. maior.
Se a situação do recorrente puder piorar, deverá ele ser
cientificado para se manifestar. CAPÍTULO XVII
DAS SANÇÕES
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado
da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade
recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabi- competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em
lidade da súmula, conforme o caso. obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o
direito de defesa.
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a As sanções aplicadas serão: pagamento de quantia cer-
reclamação fundada em violação de enunciado da súmula ta, ou seja, de valor em dinheiro; ou então obrigação de fazer
vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao ór- ou não fazer algo.
gão competente para o julgamento do recurso, que deverão
adequar as futuras decisões administrativas em casos seme- CAPÍTULO XVIII
lhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
cível, administrativa e penal.
Ao julgar procedente a reclamação, o STF anulará o ato Art. 69. Os processos administrativos específicos conti-
administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, de- nuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas
terminando que outra seja proferida com ou sem aplicação subsidiariamente os preceitos desta Lei.
13
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer 3) P + inválido = ineficaz. O ato perfeito e inválido é, em
órgão ou instância, os procedimentos administrativos em regra, ineficaz.
que figure como parte ou interessado: 4) P + inválido = eficaz. O ato perfeito e inválido pode
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) ser eficaz se já tiver gerado efeitos próprios e for relevante
anos; para a segurança jurídica manter tais efeitos.
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; 5) Imperfeito = inválido + ineficaz. O ato imperfeito não
III - (VETADO) é válido e nem eficaz.
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose 6) Imperfeito = inválido + eficaz. O ato imperfeito pode
múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversí- gerar efeitos impróprios, que não dependem da execução do
vel e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, ato, como o efeito impróprio reflexo (repercussão em outros
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopa- atos ou situações jurídicas) e o efeito impróprio prodrômico
tia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte de- (efeito de natureza procedimental que implica numa provi-
formante), contaminação por radiação, síndrome de imuno- dência ou etapa necessária para aperfeiçoamento do ato,
deficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em como a manifestação de um segundo agente ou órgão).
conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença 7) Imperfeito = válido + ineficaz. O ato imperfeito pode
tenha sido contraída após o início do processo. preencher os requisitos de validade, mas se lhe faltar um
§ 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, jun- pressuposto especial será imperfeito e, logo, ineficaz.
tando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade
administrativa competente, que determinará as providências Quanto à autoexecutoriedade, atributo do ato admi-
a serem cumpridas. nistrativo, em regra, a Administração pode concretamente
§ 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identifica- executar seus atos independente da manifestação do Poder
ção própria que evidencie o regime de tramitação prioritária. Judiciário, mesmo quando estes afetam diretamente a esfera
§ 3o (VETADO) jurídica de particulares.
§ 4o (VETADO)
4.11 Atos administrativos simples, complexos e com-
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
postos.
ção.
A Lei nº 9.784/99 é apenas subsidiária às demais leis
Classificação dos atos quanto à formação (processo de
que de alguma forma abordem os procedimentos adminis-
elaboração):
trativos. Ou seja, será usada quando não houver regulamen-
1) Ato simples: nasce por meio da manifestação de von-
tação específica.
tade de um órgão (unipessoal ou colegiado) ou agente da
Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independência e Administração.
111o da República. 2) Ato complexo: nasce da manifestação de vontade de
mais de um órgão ou agente administrativo.
4.8 Fatos da administração pública: atos da administra- 3) Ato composto: nasce da manifestação de vontade de
ção pública e fatos administrativos. um órgão ou agente, mas depende de outra vontade que o
ratifique para produzir efeitos e tornar-se exequível.
Vide tópico 4.2.
4.12 Atos administrativos unilaterais, bilaterais e mul-
4.9 Formação do ato administrativo: elementos, proce- tilaterais.
dimento administrativo.
Atos unilaterais: São aqueles formados pela manifesta-
Vide tópico 4.1. ção de vontade de uma única pessoa. Ex.: Demissão - Para
Hely Lopes Meirelles, só existem os atos administrativos uni-
4.10 Validade, eficácia e auto executoriedade do ato laterais.
administrativo. Atos bilaterais: São aqueles formados pela manifestação
de vontade de duas pessoas.
Destaca-se esquemática trazida por Baldacci Atos multilaterais: São aqueles formados pela vontade
: de mais de duas pessoas.
- Quando todos os pressupostos especiais exigidos por Ex.: Contrato administrativo.
lei estiverem presentes, falamos que o ato é perfeito (P).
- Quando estes pressupostos preenchidos respeitarem o Classificação quanto ao destinatário:
que a lei exige, falamos que é válido (V). 1) Atos gerais: dirigidos à coletividade em geral, com fi-
- Quando está apto a surtir seus efeitos próprios falamos nalidade normativa, atingindo uma gama de pessoas que
que é eficaz (E). estejam na mesma situação jurídica nele estabelecida. O
1) P + V = E. Os atos perfeitos e válidos são eficazes em particular não pode impugnar, pois os efeitos são para todos.
regra. 2) Atos individuais: dirigidos a pessoa certa e determi-
2) P + V = ineficaz. Os atos perfeitos e válidos podem não nada, criando situações jurídicas individuais. O particular
ser eficazes se estiver pendente o implemento de condição. atingido pode impugnar.
14
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Classificação quanto ao seu regramento: vontade da administração pública, mas, em verdade, não se
1) Atos vinculados: são os que possuem todos os pressu- origina de um agente público, mas de alguém que se pas-
postos e elementos necessários para sua prática e perfeição sa por tal condição, como o usurpador de função. [...] Ato
previamente estabelecidos em lei que autoriza a prática da- anulável é o que apresenta defeito sanável, ou seja, passível
quele ato. O administrador é um “mero cumpridor de leis”. de convalidação pela própria administração que o praticou,
Também se denomina ato de exercício obrigatório. desde que ele não seja lesivo ao interesse público, nem cau-
2) Atos discricionários: são os atos que possuem parte se prejuízo a terceiros. São sanáveis o vício de competência
de seus pressupostos e elementos previamente fixados pela quanto à pessoa, exceto se se tratar de competência exclusi-
lei autorizadora. No mínimo, a competência, a finalidade e a va, e o vício de forma, a menos que se trate de forma exigida
forma estão previamente fixados na lei – são os pressupostos pela lei como condição essencial à validade do ato”.
vinculados. Aquilo que está em branco ou indefinido na lei Os vícios dos atos administrativos podem se referir a su-
será preenchido pelo administrador. Tal preenchimento deve jeitos, notadamente: a) Vícios de incompetência do sujeito –
ser feito motivadamente com base em fatos e circunstân- pode restar caracterizado o crime de usurpação de função
cias que somente o administrador pode escolher. Contudo, (artigo 328, CP), gerando ato inexistente; pode caracterizar
tal escolha não é livre, os fatos e circunstâncias devem ser excesso de poder, quando excede os limites da competência
adequados (razoáveis e proporcionais) aos limites e inten- que tem, o sujeito pode incidir no crime de abuso de autori-
ções da lei. dade; pode se detectar função de fato, quando quem pratica
Quanto ao grau de subordinação à norma, os atos ad- o ato está irregularmente investido no cargo, emprego ou
ministrativos se classificam em vinculados ou discricionários. função – situação com aparência de legalidade – ato conside-
“Os atos vinculados são aqueles que tem o procedimento rado válido; b) Vícios de incapacidade do sujeito – pode haver
quase que plenamente delineados em lei, enquanto os dis- impedimento ou suspeição, ambos casos de anulabilidade.
cricionários são aqueles em que o dispositivo normativo per- Os vícios dos atos administrativos também podem se
mite certa margem de liberdade para a atividade pessoal do referir ao objeto, quando ele for proibido por lei – ato ilegal
agente público, especialmente no que tange à conveniência = nulo; diverso do previsto legalmente para o caso concre-
e oportunidade, elementos do chamado mérito adminis- to; impossível (exemplo: a nomeação para cargo que não
trativo. A discricionariedade como poder da Administração existe); imoral; indeterminado (desapropriação de bem não
deve ser exercida consoante determinados limites, não se definido com precisão).
constituindo em opção arbitrária para o gestor público, ra- Os vícios podem atingir a forma, quando a lei expressa-
zão porque, desde há muito, doutrina e jurisprudência re- mente exige e não é respeitada, e ainda o motivo, quando pres-
petem que os atos de tal espécie são vinculados em vários supostos de fato e/ou de direito não existem e/ou são falsos.
de seus aspectos, tais como a competência, forma e fim” Por fim, tem-se os vícios relativos à finalidade, que são
. O ato discricionário, por não se sujeitar aos mesmos limites desvio de poder ou desvio de finalidade, quando o agente
da lei, pratica ato administrativo sem observar o interesse público
A doutrina, de forma amplamente majoritária, nega e/ou o objetivo (finalidade) previsto em lei.
relevância jurídica aos chamados atos administrativos ine- “A teoria dos motivos determinantes está relacionada
xistentes sob o fundamento de que seriam equivalentes aos à prática de atos administrativos e impõe que, uma vez de-
atos nulos. clarado o motivo do ato, este deve ser respeitado. Esta teoria
Feita a ressalva, coloca-se a lição de Celso Antonio Ban- vincula o administrador ao motivo declarado. Para que haja
deira de Melo ao discorrer sobre os atos administrativos ine- obediência ao que prescreve a teoria, no entanto, o motivo
xistentes no sentido de que “consistem em comportamentos há de ser legal, verdadeiro e compatível com o resultado.
que correspondem a condutas criminosas, portanto, fora do Vale dizer, a teoria dos motivos determinantes não condicio-
possível jurídico e radicalmente vedadas pelo Direito”. na a existência do ato, mas sim sua validade”.
O ato inexistente é aquele que não reúne os elementos Convalidação é o ato administrativo que, com efeitos re-
necessários à sua formação e, assim, não produz qualquer troativos, sana vício de ato antecedente, de modo a torná-lo
consequência jurídica. Já o ato nulo é o ato que embora reú- válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior
na os elementos necessários a sua existência, foi praticado que sana um vício de um ato anterior, transformando-o em
com violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou válido desde o momento em que foi praticado.
com inobservância da forma legal. Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos
atos, sustentando que os atos administrativos somente po-
“Ato nulo é aquele que nasce com vício insanável, nor- dem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam à convalida-
malmente resultante da ausência de um de seus elementos ção seriam os atos anuláveis.
constitutivos, ou de defeito substancial em algum deles (por Existem três formas de convalidação:
exemplo, o ato com motivo inexistente, o ato com objeto não - Ratificação: é a convalidação feita pela própria autori-
previsto em lei e o ato praticado com desvio de finalidade). dade que praticou o ato;
O ato nulo está em desconformidade com a lei e com os - Confirmação: é a convalidação feita por autoridade su-
princípios jurídicos (é um ato ilegal e ilegítimo) e seu defeito perior àquela que praticou o ato;
não pode ser convalidado (corrigido). O ato nulo não pode - Saneamento: é a convalidação feita por ato de terceiro,
produzir efeitos válidos entre as partes. [...] Ato inexistente ou seja, não é feita nem por quem praticou o ato nem por
é aquele que possui apenas aparência de manifestação de autoridade superior.
15
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Não se deve confundir a convalidação com a conversão significa transferir a execução de um serviço público de um
do ato administrativo. Há um ato viciado e, para regularizar órgão para o outro dentro da própria Administração; con-
a situação, ele é transformado em outro, de diferente tipolo- centração significa manter a execução central ao chefe do
gia. O ato nulo, embora não possa ser convalidado, poderá Executivo em vez de atribui-la a outra autoridade da Admi-
ser convertido, transformando-se em ato válido. nistração direta.
Passemos a esmiuçar estes conceitos:
Extinção dos atos administrativos: revogação, anulação Desconcentração implica no exercício, pelo chefe do Exe-
e cassação cutivo, do poder de delegar certas atribuições que são de sua
competência privativa. Neste sentido, o previsto na CF:
Pode se dar nas seguintes situações:
1) Cumprimento dos seus Efeitos: Cumprindo todos os
seus efeitos, não terá mais razão de existir sob o ponto de Artigo 84, parágrafo único, CF. O Presidente da Repú-
vista jurídico. blica poderá delegar as atribuições mencionadas nos inci-
2) Desaparecimento do Sujeito ou do Objeto do Ato: Se sos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado,
o sujeito ou o objeto perecer, o ato será considerado extinto. ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da
3) Retirada: Ocorre a edição de outro ato jurídico que União, que observarão os limites traçados nas respectivas
elimina o ato. Pode se dar por anulação, que é a retirada delegações.
do ato administrativo em decorrência de sua invalidade, re-
conhecida judicial ou administrativamente, preservando-se Neste sentido:
os direitos dos terceiros de boa-fé; por revogação, que é a
retirada do ato administrativo em decorrência da sua incon- Artigo 84, VI, CF. dispor, mediante decreto, sobre:
veniência ou inoportunidade em face dos interesses públicos, a) organização e funcionamento da administração fede-
sendo o ato válido e praticado dentro da Lei, efetuando-se ral, quando não implicar aumento de despesa nem criação
a revogação na via administrativa; cassação, que é a reti- ou extinção de órgãos públicos;
rada do ato administrativo em decorrência do beneficiário b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
ter descumprido condição tida como indispensável para a Artigo 84, XII, CF. conceder indulto e comutar penas,
manutenção do ato; contraposição ou derrubada, que é a re-
com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
tirada do ato administrativo em decorrência de ser expedido
Artigo 84, XXV, CF. prover e extinguir os cargos públicos
outro ato fundado em competência diversa da do primeiro,
mas que projeta efeitos antagônicos ao daquele, de modo federais, na forma da lei; (apenas o provimento é delegável,
a inibir a continuidade da sua eficácia; caducidade, que é a não a extinção)
retirada do ato administrativo em decorrência de ter sobre-
vindo norma superior que torna incompatível a manutenção Com efeito, o chefe do Poder Executivo federal tem op-
do ato com a nova realidade jurídica instaurada. ções de delegar parte de suas atribuições privativas para os
4) Renúncia: É a extinção do ato administrativo eficaz Ministros de Estado, o Procurador-Geral da República ou o
em virtude de seu beneficiário não mais desejar a sua con- Advogado-Geral da União. O Presidente irá delegar com re-
tinuidade. A renúncia só tem cabimento em atos que conce- lação de hierarquia cada uma destas essencialidades dentro
dem privilégios e prerrogativas. da estrutura organizada do Estado. Reforça-se, desconcen-
5) Recusa: É a extinção do ato administrativo ineficaz em trar significa delegar com hierarquia, pois há uma relação
decorrência do seu futuro beneficiário não manifestar con- de subordinação dentro de uma estrutura centralizada, isto
cordância, tida como indispensável para que o ato pudesse é, os Ministros de Estado, o Procurador-Geral da República
projetar regularmente seus efeitos. Se o futuro beneficiário e o Advogado-Geral da União respondem diretamente ao
recusa a possibilidade da eficácia do ato, esse será extinto. Presidente da República e, por isso, não possuem plena dis-
cricionariedade na prática dos atos administrativos que lhe
foram delegados.
16
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
VI - dispor, mediante decreto, sobre: a atos administrativos que somente possam ser praticados
a) organização e funcionamento da administração fede- pela Administração direta porque se referem a interesses es-
ral, quando não implicar aumento de despesa nem criação tatais diversos previstos ou não na CF. Descentralizar é uma
ou extinção de órgãos públicos; delegação sem relação de hierarquia, pois é uma delegação
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; de um ente para outro (não há subordinação nem mesmo
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acredi- quanto ao chefe do Executivo, há apenas uma espécie de
tar seus representantes diplomáticos; tutela ou supervisão por parte dos Ministérios – se trata de
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacio- vínculo e não de subordinação).
nais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; Basicamente, se está diante de um conjunto de pessoas
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; jurídicas estatais criadas ou autorizadas por lei para pres-
X - decretar e executar a intervenção federal; tarem serviços de interesse do Estado. Possuem patrimônio
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congres- próprio e são unidades orçamentárias autônomas. Ainda,
so Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, exercem em nome próprio direitos e obrigações, responden-
expondo a situação do País e solicitando as providências que do pessoalmente por seus atos e danos.
julgar necessárias; Existem duas formas pelas quais o Estado pode efetuar a
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, descentralização administrativa: outorga e delegação.
se necessário, dos órgãos instituídos em lei; A outorga se dá quando o Estado cria uma entidade e a
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, ela transfere, através de previsão em lei, determinado serviço
nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Ae- público e é conferida, em regra, por prazo indeterminado.
ronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para Isso é o que acontece quanto às entidades da Administração
os cargos que lhes são privativos; Indireta prestadoras de serviços públicos. Neste sentido, o Es-
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os tado descentraliza a prestação dos serviços, outorgando-os
Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Su- a outras entidades criadas para prestá-los, as quais podem
periores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral tomar a forma de autarquias, empresas públicas, sociedades
da República, o presidente e os diretores do banco central e de economia mista e fundações públicas.
outros servidores, quando determinado em lei; A delegação ocorre quando o Estado transfere, por con-
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Minis- trato ou ato unilateral, apenas a execução do serviço, para
tros do Tribunal de Contas da União; que o ente delegado o preste ao público em seu próprio
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do Estado. A
Constituição, e o Advogado-Geral da União; delegação é geralmente efetivada por prazo determinado.
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos Ela se dá, por exemplo, nos contratos de concessão ou nos
termos do art. 89, VII; atos de permissão, pelos quais o Estado transfere aos conces-
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o sionários e aos permissionários apenas a execução temporá-
Conselho de Defesa Nacional; ria de determinado serviço.
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, Centralizar envolve manter na estrutura da Administra-
autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, ção direta o desempenho de funções administrativas de inte-
quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas resses não essenciais do Estado, que poderiam ser atribuídos
mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobi- a entes de fora da Administração por outorga ou delegação.
lização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Administração Pública Direta
Congresso Nacional; Administração Pública direta é aquela formada pelos
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; entes integrantes da federação e seus respectivos órgãos. Os
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, entes políticos são a União, os Estados, o Distrito Federal e os
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou Municípios. À exceção da União, que é dotada de soberania,
nele permaneçam temporariamente; todos os demais são dotados de autonomia.
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, Dispõe o Decreto nº 200/1967:
o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de
orçamento previstos nesta Constituição; Art. 4° A Administração Federal compreende:
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, integrados na estrutura administrativa da Presidência da Re-
as contas referentes ao exercício anterior; pública e dos Ministérios.
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na
forma da lei; A administração direta é formada por um conjunto de
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos núcleos de competências administrativas, os quais já foram
termos do art. 62; tidos como representantes do poder central (teoria da repre-
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Cons- sentação) e como mandatários do poder central (teoria do
tituição. mandato). Hoje, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giërke,
segundo a qual os órgãos são apenas núcleos administrativos
Descentralizar envolve a delegação de interesses esta- criados e extintos exclusivamente por lei, mas que podem ser
tais para fora da estrutura da Administração direta, o que organizados por decretos autônomos do Executivo (art. 84,
é possível porque não se refere a essencialidades, ou seja, VI, CF), sendo desprovidos de personalidade jurídica própria.
17
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Assim, os órgãos da Administração direta não possuem jurídica em si e os agentes, compõe o Estado um grande
patrimônio próprio; e não assumem obrigações em nome número de repartições internas, necessárias à sua organi-
próprio e nem direitos em nome próprio (não podem ser au- zação, tão grande é a extensão que alcança e tamanha as
tor nem réu em ações judiciais, exceto para fins de mandado atividades a seu cargo. Tais repartições é que constituem os
de segurança – tanto como impetrante como quanto impe- órgãos públicos”.
trado). Já que não possuem personalidade, atuam apenas no “Várias teorias surgiram para explicar as relações do
cumprimento da lei, não atuando por vontade própria. Logo, Estado, pessoa jurídica, com suas agentes: Pela teoria do
órgãos e agentes públicos são impessoais quando agem no mandato, o agente público é mandatário da pessoa jurí-
dica; a teoria foi criticada por não explicar como o Estado,
estrito cumprimento de seus deveres, não respondendo dire-
que não tem vontade própria, pode outorgar o mandato”
tamente por seus atos e danos.
. A origem desta teoria está no direito privado, não tendo
Esta impossibilidade de se imputar diretamente a res- como prosperar porque o Estado não pode outorgar manda-
ponsabilidade a agentes públicos ou órgãos públicos que to a alguém, afinal, não tem vontade própria.
estejam exercendo atribuições da Administração direta é de- Num momento seguinte, adotou-se a teoria da re-
nominada teoria da imputação objetiva, de Otto Giërke, que presentação: “Posteriormente houve a substituição dessa
institui o princípio da impessoalidade. concepção pela teoria da representação, pela qual a von-
Quanto se faz desconcentração da autoridade central tade dos agentes, em virtude de lei, exprimiria a vontade
– chefe do Executivo – para os seus órgãos, se depara com do Estado, como ocorre na tutela ou na curatela, figuras
diversos níveis de órgãos, que podem ser classificados em jurídicas que apontam para representantes dos incapazes.
simples ou complexos (simples se possuem apenas uma Ocorre que essa teoria, além de equiparar o Estado, pes-
estrutura administrativa, complexos se possuem uma rede soa jurídica, ao incapaz (sendo que o Estado é pessoa ju-
de estruturas administrativas) e em unitários ou colegiados rídica dotada de capacidade plena), não foi suficiente para
(unitário se o poder de decisão se concentra em uma pessoa, alicerçar um regime de responsabilização da pessoa jurí-
colegiado se as decisões são tomadas em conjunto e preva- dica perante terceiros prejudicados nas circunstâncias em
lece a vontade da maioria): que o agente ultrapassasse os poderes da representação”
a) Órgãos independentes – encabeçam o poder ou es- . Criticou-se a teoria porque o Estado estaria sendo visto
trutura do Estado, gozando de independência para agir e como um sujeito incapaz, ou seja, uma pessoa que não tem
condições plenas de manifestar, de falar, de resolver pendên-
não se submetendo a outros órgãos. Cabe a eles definir as
cias; bem como porque se o representante estatal exorbitasse
políticas que serão implementadas. É o caso da Presidência seus poderes, o Estado não poderia ser responsabilizado.
da República, órgão complexo composto pelo gabinete, pela Finalmente, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giërke,
Advocacia-Geral da União, pelo Conselho da República, pelo segundo a qual os órgãos são apenas núcleos administrati-
Conselho de Defesa, e unitário (pois o Presidente da Repúbli- vos criados e extintos exclusivamente por lei, mas que po-
ca é o único que toma as decisões). dem ser organizados por decretos autônomos do Executivo
b) Órgãos autônomos – estão no primeiro escalão do (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de personalidade jurídica
poder, com autonomia funcional, porém subordinados politi- própria. Com efeito, o Estado brasileiro responde pelos atos
camente aos independentes. É o caso de todos os ministérios que seus agentes praticam, mesmo se estes atos extrapolam
de Estado. das atribuições estatais conferidas, sendo-lhe assegurado o
c) Órgãos superiores – são desprovidos de autonomia intocável e assustador direito de regresso.
ou independência, sendo plenamente vinculados aos órgãos Apresenta-se a classificação dos órgãos:
autônomos. Ex.: Delegacia Regional do Trabalho, vinculada a) Quanto à pessoa federativa: federais, estaduais, dis-
ao Ministério do Trabalho e Emprego; Departamento da Po- tritais e municipais.
lícia Federal, vinculado ao Ministério da Justiça. b) Quanto à situação estrutural: os diretivos, que são
d) Órgãos subalternos – são vinculados a todos acima aqueles que detêm condição de comando e de direção, e os
deles com plena subordinação administrativa. Ex.: órgãos subordinados, incumbidos das funções rotineiras de execução.
c) Quanto à composição: singulares, quando integrados
que executam trabalho de campo, policiais federais, fiscais
em um só agente, e os coletivos, quando compostos por vá-
do MTE.
rios agentes.
ATENÇÃO: O Ministério Público, os Tribunais de Contas d) Quanto à esfera de ação: centrais, que exercem atri-
e as Defensorias Públicas não se encaixam nesta estrutura, buições em todo o território nacional, estadual, distrital e
sendo órgãos independentes constitucionais. Em verdade, municipal, e os locais, que atuam em parte do território.
para Canotilho e outros constitucionalistas, estes órgãos não e) Quanto à posição estatal: são os que representam os
pertencem nem mesmo aos três poderes. poderes do Estado – o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
Conforme Carvalho Filho, “a noção de Estado, como f) Quanto à estrutura: simples ou unitários e compostos.
visto, não pode abstrair-se da de pessoa jurídica. O Estado, Os órgãos compostos são constituídos por vários outros órgãos.
na verdade, é considerado um ente personalizado, seja no
âmbito internacional, seja internamente. Quando se trata de Administração indireta
Federação, vigora o pluripersonalismo, porque além da pes- A Administração Pública indireta pode ser definida como
soa jurídica central existem outras internas que compõem o um grupo de pessoas jurídicas de direito público ou privado,
sistema político. Sendo uma pessoa jurídica, o Estado mani- criadas ou instituídas a partir de lei específica, que atuam
festa sua vontade através de seus agentes, ou seja, as pes- paralelamente à Administração direta na prestação de ser-
soas físicas que pertencem a seus quadros. Entre a pessoa viços públicos ou na exploração de atividades econômicas.
18
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
“Enquanto a Administração Direta é composta de ór- As autarquias são pessoas jurídicas de direito público,
gãos internos do Estado, a Administração Indireta se compõe de natureza administrativa, criadas para a execução de ser-
de pessoas jurídicas, também denominadas de entidades” viços tipicamente públicos, antes prestados pelas entidades
. Em que pese haver entendimento diverso registrado em nossa estatais que as criam. Por serviços tipicamente públicos en-
doutrina, integram a Administração indireta do Estado quatro tenda-se aqueles sem fins lucrativos criados por lei e comum
espécies de pessoa jurídica, a saber: as Autarquias, as Funda- monopólio do Estado.
ções, as Sociedades de Economia Mista e as Empresas Públicas. “O termo autarquia significa autogoverno ou governo
Dispõe o Decreto nº 200/1967: próprio, mas no direito positivo perdeu essa noção semânti-
ca para ter o sentido de pessoa jurídica administrativa com
Art. 4° A Administração Federal compreende: relativa capacidade de gestão dos interesses a seu cargo,
II - A Administração Indireta, que compreende as se- embora sob controle do Estado, de onde se originou. Na ver-
guintes categorias de entidades, dotadas de personalidade dade, até mesmo em relação a esse sentido, o termo está ul-
jurídica própria: trapassado e não mais reflete uma noção exata do instituto.
a) Autarquias; [...] Pode-se conceituar autarquia como a pessoa jurídica de
b) Empresas Públicas; direito público, integrante da Administração Indireta, criada
c) Sociedades de Economia Mista. por lei para desempenhar funções que, despidas de caráter
d) fundações públicas. econômico, sejam próprias e típicas do Estado”.
Logo, as autarquias são regidas integralmente pelo
Ao lado destas, podemos encontrar ainda entes que regime jurídico de direito público, podendo, tão-somente,
prestam serviços públicos por delegação, embora não inte- ser prestadoras de serviços públicos, contando com capital
grem os quadros da Administração, quais sejam, os permis- oriundo da Administração direta. O Código Civil, em seu ar-
sionários, os concessionários e os autorizados. tigo 41, IV, as coloca como pessoas jurídicas de direito públi-
Essas quatro pessoas integrantes da Administração indi- co, embora exista controvérsia na doutrina.
reta serão criadas para a prestação de serviços públicos ou, Carvalho Filho classifica quanto ao regime jurídico: “a)
ainda, para a exploração de atividades econômicas, como no autarquias comuns (ou de regime comum); b) autarquias
caso das empresas públicas e sociedades de economia mista,
especiais (ou de regime especial). Segundo a própria termi-
e atuam com o objetivo de aumentar o grau de especialidade
nologia, é fácil distingui-las: as primeiras estariam sujeitas a
e eficiência da prestação do serviço público ou, quando ex-
uma disciplina jurídica sem qualquer especificidade, ao pas-
ploradoras de atividades econômicas, visando atender a rele-
so que as últimas seriam regidas por disciplina específica,
vante interesse coletivo e imperativos da segurança nacional.
cuja característica seria a de atribuir prerrogativas especiais
Com efeito, de acordo com as regras constantes do ar-
e diferenciadas a certas autarquias”. São exemplos de autar-
tigo 173 da Constituição Federal, o Poder Público só poderá
explorar atividade econômica a título de exceção, em duas quias especiais aquelas criadas para serviços especiais, como
situações, conforme se colhe do caput do referido artigo, a autarquias de ensino (ex.: USP) e autarquias de fiscalização
seguir reproduzido: (ex.: CRM e CREA).
Artigo 173. Ressalvados os casos previstos nesta Cons- A título de exemplo, citamos as seguintes autarquias:
tituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra),
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Departamento
de segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, con- Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), Conselho Admi-
forme definidos em lei. nistrativo de Defesa Econômica (CADE), Departamento na-
Cumpre esclarecer que, de acordo com as regras consti- cional de Registro do Comércio (DNRC), Instituto Nacional
tucionais e em razão dos fins desejados pelo Estado, ao Po- da Propriedade Industrial (INPI), Instituto Brasileiro do Meio
der Público não cumpre produzir lucro, tarefa esta deferida Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ban-
ao setor privado. Assim, apenas explora atividades econô- co Central do Brasil (Bacen).
micas nas situações indicadas no artigo 173 do Texto Cons- Ainda sobra as autarquias:
titucional. Quando atuar na economia, concorre em grau Contam com patrimônio próprio, constituído a partir de
de igualdade com os particulares, e sob o regime do artigo transferência pela entidade estatal a que se vinculam, por-
170 da Constituição, inclusive quanto à livre concorrência, tanto, capital exclusivamente público.
submetendo-se ainda a todas as obrigações constantes do São dotadas, ainda, de autonomia financeira, planejan-
regime jurídico de direito privado, inclusive no tocante às do seus gastos e compromissos a cada exercício. A proposta
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias. orçamentária é encaminhada anualmente ao chefe do Exe-
cutivo, que a inclui no orçamento fiscal da lei orçamentária
Autarquias anual. A própria autarquia presta contas diretamente ao Tri-
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: bunal de Contas.
Podem pagar aos seus credores por meio de precatórios
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com e requisição de pequeno valor, tal como a Administração di-
personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para reta. Podem emitir sozinhas certidão de dívida ativa de seus
executar atividades típicas da Administração Pública, que devedores.
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão admi- Gozam de imunidade tributária recíproca em relação a
nistrativa e financeira descentralizada. todas unidades da federação.
19
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
20
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
por força de contingência ou de conveniência administra- - Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, Me-
tiva podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas trô e CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional
em direito. Urbano).
Estas sociedades de economia mista se caracterizam e se
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Pri- diferenciam das empresas públicas por: possuírem fins lucra-
vado, criadas para a prestação de serviços públicos ou para tivos (os lucros são distribuídos entre os acionistas), adotam
a exploração de atividades econômicas, que contam com o perfil de sociedade anônima S/A, o capital social é formado
capital exclusivamente público, e são constituídas por qual- por recursos públicos e privados, os sócios são privados e
quer modalidade empresarial, após autorização legislativa públicos (Estado).
do ente federativo criador.
Sendo a empresa pública uma prestadora de serviços Empresas públicas e sociedades de economia mista: se-
públicos, estará submetida a regime jurídico público, ain- melhanças
da que constituída segundo o modelo imposto pelo Direito Embora a Constituição Federal reserve a atividade eco-
Privado. Se a empresa pública é exploradora de atividade nômica à iniciativa privada, resguardando ao Estado os pa-
econômica, estará submetida a regime jurídico denominado péis de integração (integrar o Brasil na economia global),
pela doutrina como semipúblico, ante a necessidade de ob- regulação (definindo regras e limites na exploração da ativi-
servância, ao menos em suas relações com os administrados, dade econômica por particulares) e intervenção (fixação de
das regras atinentes ao regime da Administração, a exemplo regras e normas para combater o abuso do poder econômi-
dos princípios expressos no “caput” do artigo 37 da Consti- co) (conforme artigos 173 e seguintes, CF), autoriza-se ex-
tuição Federal. cepcionalmente que o Estado explore diretamente atividades
Podemos citar, a título de exemplo, algumas empre- econômicas se houver um relevante interesse em matérias
sas públicas, nas mais variadas esferas de governo, como (serviços públicos em geral) ou atividades de soberania.
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Quando está autorizado a fazê-lo, somente atua por
(BNDES); a Empresa Municipal de Urbanização de São Pau- meio de sociedades de economia mista e empresas públi-
cas. Tais empresas são regidas por regime jurídico de direito
lo (EMURB); a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
privado, o que evita que o próprio Estado possa abusar do
(ECT); a Caixa Econômica Federal (CEF).
poder econômico. Logo, o Estado não pode dar às suas pró-
Estas empresas públicas se caracterizam e se diferen-
prias empresas benefícios previdenciários, tributários e tra-
ciam das sociedades de economia mista por: não possuírem
balhistas. Além disso, em termos processuais, não gozam das
fins lucrativos (o capital excedente não se transforma em
prerrogativas que as autarquias gozam.
lucro, é reinvestido na própria empresa), podem adotar per-
ATENÇÃO: o impedimento de prerrogativas somente se
fis empresariais diversos (LTDA, comandita, nome coletivo,
aplica quando o Estado está explorando atividade econômi-
S/A), o capital social é formado por recursos públicos e só ca propriamente dita, não quando está ofertando serviços
admite sócios públicos (pode ter apenas um sócio – unipes- públicos. Afinal, se o serviço é público, então o Estado pode
soalidade originária ou inicial). sobre ele exercer monopólio, o que afasta a necessidade
de regras que impeçam o abuso do poder econômico. Por
Sociedades de economia mista exemplo, os Correios são uma empresa pública e possuem
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: isenção fiscal e impenhorabilidade de bens.
Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada economia mista são criadas por lei e a existência delas deve
de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei ser fundada em contrato ou estatuto. Ambas se sujeitam,
para a exploração de atividade econômica, sob a forma de ainda, ao regime jurídico de direito privado. Inclusive, seus
sociedade anônima, cujas ações com direito a voto perten- bens são, a princípio, penhoráveis (exceto se for prestadora
çam em sua maioria à União ou a entidade da Administra- de serviço público e não exploradora de atividade econômi-
ção Indireta. ca). No entanto, não se sujeitam à falência ou à recuperação
judicial (art. 2º, Lei nº 11.101/2005).
As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas Contudo, devem obedecer ao núcleo obrigatório míni-
de Direito Privado criadas para a prestação de serviços pú- mo: licitar (exceto no que tange à prestação da atividade-
blicos ou para a exploração de atividade econômica, con- -fim), concursar (os agentes se sujeitam ao regime da CLT,
tando com capital misto e constituídas somente sob a forma são celetistas e não estatutários, mas são contratados me-
empresarial de S/A. diante concurso público de provas ou provas e títulos), pres-
Por capital misto, entenda-se que não é apenas o Estado tar contas ao Tribunal de Contas e obedecer ao teto de re-
que participa dela, existem acionistas a ela vinculados. En- muneração (exceto no caso de sociedade de economia mista
tretanto, o Estado deve ser o acionista controlador do direito que subsista sem qualquer auxílio do governo, apenas com
a voto, mesmo que não seja o acionista majoritário (se o Es- seus lucros).
tado for sócio, mas não for controlador, trata-se de empresa
comum, não sociedade de economia mista). LEI Nº 11.107, DE 6 DE ABRIL DE 2005.
Alguns exemplos de sociedade mista:
- Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil Dispõe sobre normas gerais de contratação de consór-
e Banespa. cios públicos e dá outras providências.
21
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- VI – as normas de convocação e funcionamento da as-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: sembléia geral, inclusive para a elaboração, aprovação e
modificação dos estatutos do consórcio público;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, VII – a previsão de que a assembléia geral é a instância
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem máxima do consórcio público e o número de votos para as
consórcios públicos para a realização de objetivos de interes- suas deliberações;
se comum e dá outras providências. VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do re-
§ 1º O consórcio público constituirá associação pública presentante legal do consórcio público que, obrigatoriamen-
ou pessoa jurídica de direito privado. te, deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação
§ 2º A União somente participará de consórcios públicos consorciado;
em que também façam parte todos os Estados em cujos ter- IX – o número, as formas de provimento e a remunera-
ritórios estejam situados os Municípios consorciados. ção dos empregados públicos, bem como os casos de contra-
§ 3º Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão tação por tempo determinado para atender a necessidade
obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regulam o temporária de excepcional interesse público;
Sistema Único de Saúde – SUS. X – as condições para que o consórcio público celebre
contrato de gestão ou termo de parceria;
Art. 2º Os objetivos dos consórcios públicos serão de- XI – a autorização para a gestão associada de serviços
terminados pelos entes da Federação que se consorciarem, públicos, explicitando:
observados os limites constitucionais. a) as competências cujo exercício se transferiu ao con-
§ 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio sórcio público;
público poderá: b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a
I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer na- área em que serão prestados;
tureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, per-
ou econômicas de outras entidades e órgãos do governo; missão ou autorização da prestação dos serviços;
II – nos termos do contrato de consórcio de direito pú- d) as condições a que deve obedecer o contrato de pro-
blico, promover desapropriações e instituir servidões nos ter- grama, no caso de a gestão associada envolver também a
mos de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou prestação de serviços por órgão ou entidade de um dos entes
interesse social, realizada pelo Poder Público; e da Federação consorciados;
III – ser contratado pela administração direta ou indireta e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas
dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação. e de outros preços públicos, bem como para seu reajuste ou
§ 2º Os consórcios públicos poderão emitir documentos revisão; e
de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e XII – o direito de qualquer dos contratantes, quando
outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso adimplente com suas obrigações, de exigir o pleno cumpri-
ou outorga de uso de bens públicos por eles administrados mento das cláusulas do contrato de consórcio público.
ou, mediante autorização específica, pelo ente da Federação § 1º Para os fins do inciso III do caput deste artigo, con-
consorciado. sidera-se como área de atuação do consórcio público, inde-
§ 3º Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, pendentemente de figurar a União como consorciada, a que
permissão ou autorização de obras ou serviços públicos me- corresponde à soma dos territórios:
diante autorização prevista no contrato de consórcio público, I – dos Municípios, quando o consórcio público for cons-
que deverá indicar de forma específica o objeto da conces- tituído somente por Municípios ou por um Estado e Municí-
são, permissão ou autorização e as condições a que deverá pios com territórios nele contidos;
atender, observada a legislação de normas gerais em vigor. II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal,
quando o consórcio público for, respectivamente, constituído
Art. 3º O consórcio público será constituído por contrato por mais de 1 (um) Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e
cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo o Distrito Federal;
de intenções. III – (VETADO)
IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o con-
Art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo de inten- sórcio for constituído pelo Distrito Federal e os Municípios; e
ções as que estabeleçam: V – (VETADO)
I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a § 2º O protocolo de intenções deve definir o número de
sede do consórcio; votos que cada ente da Federação consorciado possui na as-
II – a identificação dos entes da Federação consorciados; sembleia geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada ente
III – a indicação da área de atuação do consórcio; consorciado.
IV – a previsão de que o consórcio público é associação § 3º É nula a cláusula do contrato de consórcio que pre-
pública ou pessoa jurídica de direito privado sem fins eco- veja determinadas contribuições financeiras ou econômicas
nômicos; de ente da Federação ao consórcio público, salvo a doação,
V – os critérios para, em assuntos de interesse comum, destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis e as
autorizar o consórcio público a representar os entes da Fede- transferências ou cessões de direitos operadas por força de
ração consorciados perante outras esferas de governo; gestão associada de serviços públicos.
22
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 4º Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão ceder-lhe servidores, na forma e condições
da legislação de cada um.
§ 5º O protocolo de intenções deverá ser publicado na imprensa oficial.
Art. 5º O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções.
§ 1º O contrato de consórcio público, caso assim preveja cláusula, pode ser celebrado por apenas 1 (uma) parcela dos entes
da Federação que subscreveram o protocolo de intenções.
§ 2º A ratificação pode ser realizada com reserva que, aceita pelos demais entes subscritores, implicará consorciamento
parcial ou condicional.
§ 3º A ratificação realizada após 2 (dois) anos da subscrição do protocolo de intenções dependerá de homologação da
assembleia geral do consórcio público.
§ 4º É dispensado da ratificação prevista no caput deste artigo o ente da Federação que, antes de subscrever o protocolo
de intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio público.
Art. 7º Os estatutos disporão sobre a organização e o funcionamento de cada um dos órgãos constitutivos do consórcio
público.
Art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato de rateio.
§ 1º O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro e seu prazo de vigência não será superior ao das
dotações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham por objeto exclusivamente projetos consistentes em pro-
gramas e ações contemplados em plano plurianual ou a gestão associada de serviços públicos custeados por tarifas ou outros
preços públicos.
§ 2º É vedada a aplicação dos recursos entregues por meio de contrato de rateio para o atendimento de despesas genéri-
cas, inclusive transferências ou operações de crédito.
§ 3º Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, bem como o consórcio público, são partes legítimas para exigir o
cumprimento das obrigações previstas no contrato de rateio.
§ 4º Com o objetivo de permitir o atendimento dos dispositivos da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, o
consórcio público deve fornecer as informações necessárias para que sejam consolidadas, nas contas dos entes consorciados,
todas as despesas realizadas com os recursos entregues em virtude de contrato de rateio, de forma que possam ser contabiliza-
das nas contas de cada ente da Federação na conformidade dos elementos econômicos e das atividades ou projetos atendidos.
§ 5º Poderá ser excluído do consórcio público, após prévia suspensão, o ente consorciado que não consignar, em sua lei orça-
mentária ou em créditos adicionais, as dotações suficientes para suportar as despesas assumidas por meio de contrato de rateio.
Art. 9º A execução das receitas e despesas do consórcio público deverá obedecer às normas de direito financeiro aplicáveis
às entidades públicas.
Parágrafo único. O consórcio público está sujeito à fiscalização contábil, operacional e patrimonial pelo Tribunal de Contas
competente para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo representante legal do consórcio, inclusive quanto à legali-
dade, legitimidade e economicidade das despesas, atos, contratos e renúncia de receitas, sem prejuízo do controle externo a
ser exercido em razão de cada um dos contratos de rateio.
Art. 11. A retirada do ente da Federação do consórcio público dependerá de ato formal de seu representante na assembleia
geral, na forma previamente disciplinada por lei.
§ 1º Os bens destinados ao consórcio público pelo consorciado que se retira somente serão revertidos ou retrocedidos no
caso de expressa previsão no contrato de consórcio público ou no instrumento de transferência ou de alienação.
23
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º A retirada ou a extinção do consórcio público não § 4º O contrato de programa continuará vigente mesmo
prejudicará as obrigações já constituídas, inclusive os con- quando extinto o consórcio público ou o convênio de coope-
tratos de programa, cuja extinção dependerá do prévio pa- ração que autorizou a gestão associada de serviços públicos.
gamento das indenizações eventualmente devidas. § 5º Mediante previsão do contrato de consórcio públi-
co, ou de convênio de cooperação, o contrato de programa
Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de con- poderá ser celebrado por entidades de direito público ou pri-
sórcio público dependerá de instrumento aprovado pela as- vado que integrem a administração indireta de qualquer dos
sembleia geral, ratificado mediante lei por todos os entes entes da Federação consorciados ou conveniados.
consorciados. § 6º O contrato celebrado na forma prevista no § 5o
§ 1º Os bens, direitos, encargos e obrigações decorrentes deste artigo será automaticamente extinto no caso de o con-
da gestão associada de serviços públicos custeados por ta- tratado não mais integrar a administração indireta do ente
rifas ou outra espécie de preço público serão atribuídos aos da Federação que autorizou a gestão associada de serviços
titulares dos respectivos serviços. públicos por meio de consórcio público ou de convênio de
§ 2º Até que haja decisão que indique os responsáveis cooperação.
por cada obrigação, os entes consorciados responderão so- § 7º Excluem-se do previsto no caput deste artigo as
lidariamente pelas obrigações remanescentes, garantindo o obrigações cujo descumprimento não acarrete qualquer
direito de regresso em face dos entes beneficiados ou dos ônus, inclusive financeiro, a ente da Federação ou a consór-
que deram causa à obrigação. cio público.
Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por con- Art. 14. A União poderá celebrar convênios com os con-
trato de programa, como condição de sua validade, as obri- sórcios públicos, com o objetivo de viabilizar a descentrali-
gações que um ente da Federação constituir para com outro zação e a prestação de políticas públicas em escalas ade-
ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito quadas.
de gestão associada em que haja a prestação de serviços
públicos ou a transferência total ou parcial de encargos, Art. 15. No que não contrariar esta Lei, a organização e
serviços, pessoal ou de bens necessários à continuidade dos funcionamento dos consórcios públicos serão disciplinados
serviços transferidos. pela legislação que rege as associações civis.
§ 1º O contrato de programa deverá:
I – atender à legislação de concessões e permissões de Art. 16. O inciso IV do art. 41 da Lei nº 10.406, de 10
serviços públicos e, especialmente no que se refere ao cálculo de janeiro de 2002 - Código Civil, passa a vigorar com a
de tarifas e de outros preços públicos, à de regulação dos seguinte redação:
serviços a serem prestados; e
“Art. 41. [...] IV – as autarquias, inclusive as associações
II – prever procedimentos que garantam a transparência
públicas; [...]” (NR)
da gestão econômica e financeira de cada serviço em rela-
ção a cada um de seus titulares.
Art. 17. Os arts. 23, 24, 26 e 112 da Lei nº 8.666, de 21
§ 2º No caso de a gestão associada originar a transfe-
de junho de 1993, passam a vigorar com a seguinte redação:
rência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens
essenciais à continuidade dos serviços transferidos, o contra-
“Art. 23. [...]
to de programa, sob pena de nulidade, deverá conter cláusu-
§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro
las que estabeleçam: dos valores mencionados no caput deste artigo quando for-
I – os encargos transferidos e a responsabilidade subsi- mado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando
diária da entidade que os transferiu; formado por maior número.»
II – as penalidades no caso de inadimplência em relação
aos encargos transferidos; “Art. 24. [...]
III – o momento de transferência dos serviços e os deve- XXVI – na celebração de contrato de programa com ente
res relativos a sua continuidade; da Federação ou com entidade de sua administração indire-
IV – a indicação de quem arcará com o ônus e os passi- ta, para a prestação de serviços públicos de forma associada
vos do pessoal transferido; nos termos do autorizado em contrato de consórcio público
V – a identificação dos bens que terão apenas a sua ges- ou em convênio de cooperação.
tão e administração transferidas e o preço dos que sejam Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I
efetivamente alienados ao contratado; e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para
VI – o procedimento para o levantamento, cadastro e compras, obras e serviços contratados por consórcios públi-
avaliação dos bens reversíveis que vierem a ser amortizados cos, sociedade de economia mista, empresa pública e por
mediante receitas de tarifas ou outras emergentes da pres- autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como
tação dos serviços. Agências Executivas.” (NR)
§ 3º É nula a cláusula de contrato de programa que atri-
buir ao contratado o exercício dos poderes de planejamento, “Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17
regulação e fiscalização dos serviços por ele próprio prestados.
24
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexi- Assim, segundo os ensinamentos do jurista Celso Antô-
gibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, nio Bandeira de Mello, temos o conceito de contratos admi-
e o retardamento previsto no final do parágrafo único do nistrativos:
art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três)
dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na “É um tipo de avença travada entre a Administração e
imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição terceiros na qual, por força de lei, de cláusulas pactuadas ou
para a eficácia dos atos” (NR). do tipo do objeto, a permanência do vínculo e as condições
preestabelecidas assujeitam-se a cambiáveis imposições de
“Art. 112. [...] interesse público, ressalvado os interesses patrimoniais do
§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da contratante privado”.
qual, nos termos do edital, decorram contratos administra-
tivos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da Fede- Em outras palavras, temos que contrato administrativo
ração consorciados. é a convenção firmada pela Administração Pública, agindo
§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanha- nesta qualidade, com particulares ou então com outras en-
mento da licitação e da execução do contrato.» (NR) tidades administrativas mesmo, nos termos pactuados pela
contratante (administração pública), de acordo com o inte-
Art. 18. O art. 10 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, resse coletivo, e sob a esfera do direito público, ficando o
passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos: particular contratado condicionado a suportar as cláusulas
“Art. 10. [...] impostas pela administração, em razão do atendimento do
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha interesse público.
por objeto a prestação de serviços públicos por meio da ges- Não se pode confundir contrato administrativo com
tão associada sem observar as formalidades previstas na lei; contrato da administração, visto que nos contratos da ad-
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público ministração, temos o ajuste firmando entre a administração
sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem ob- pública e o particular, entretanto, o poder público não figura
servar as formalidades previstas na lei.” (NR) utilizando-se de suas prerrogativas, sendo que tal avença é
regida pelo direito privado.
Art. 19. O disposto nesta Lei não se aplica aos convênios
de cooperação, contratos de programa para gestão associa- Características
da de serviços públicos ou instrumentos congêneres, que te- Em razão dos poderes e prerrogativas conferidos a Ad-
nham sido celebrados anteriormente a sua vigência. ministração Pública, fica autorizada a determinar alterações
e modificações nas prestações devidas pelo particular con-
tratado, em razão das necessidades públicas, e ainda tem o
Art. 20. O Poder Executivo da União regulamentará o
poder de acompanhar e fiscalizar sistematicamente a execu-
disposto nesta Lei, inclusive as normas gerais de contabili-
ção, podendo impor sanções estipuladas previamente quan-
dade pública que serão observadas pelos consórcios públicos
do irregularidades a ensejarem e a rescindir o contrato de
para que sua gestão financeira e orçamentária se realize na
forma unilateral, quando houver legítimo interesse público.
conformidade dos pressupostos da responsabilidade fiscal.
Em suma, temos que os contratos administrativos reve-
lam-se na seguinte dualidade: inicialmente, temos a Admi-
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
nistração Pública podendo gozar de todas as suas prerro-
gativas e poderes indispensáveis a proteção aos direitos e
Brasília, 6 de abril de 2005; 184º da Independência e interesses públicos, e de outro modo, temos que é de compe-
117º da República. tência do particular conferir integral garantia aos interesses
privados que ditaram sua participação nos estreitos limites
contratuais.
Assim, a doutrina administrativa identifica como princi-
PROCESSOS DE LICITAÇÃO, COMPRAS pais características pertinentes aos contratos administrativos
seu caráter consensual, formais, onerosos, entre outros. En-
E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS NA
tretanto, merecem maiores esclarecimentos outras caracte-
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA rísticas, senão vejamos a seguir.
25
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
o ato administrativo que autorizou a sua celebração, o nú- - Aplicação Direta de Sanções: A possibilidade de aplica-
mero do processo de licitação, da possível dispensa ou ine- ção de sanções administrativas pelo Poder Público, quando
xigibilidade de licitação, a sujeição dos contratantes às nor- verificada irregularidades do particular na execução do con-
mas específicas da Lei 8.666/93 e as cláusulas contratuais. trato , independe de prévia manifestação do Poder Judiciário.
Fiscalização: A execução do contrato deverá ser acom- - Possibilidade de Rescisão Unilateral do Contrato: A pos-
panhada e fiscalizada por um representante da Administra- sibilidade de rescindir de maneira unilateral o contrato admi-
ção Pública especialmente designado para tal fim, permitida nistrativo se dá diante da supremacia jurídica da administra-
a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de ção pública perante o particular, tendo em vista que o contra-
informações pertinentes a essa atribuição. to administrativo foi celebrado sob a esfera do direito público.
O representante da Administração anotará em registro
próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução
do contrato, determinando o que for necessário à regulari- Extinção do contrato administrativo
zação das faltas ou defeitos por ele observados. A extinção do contrato administrativo é o término do
As decisões e providências que ultrapassarem a compe- vínculo de obrigações assumidas entre a administração pú-
tência do representante deverão ser solicitadas a seus superio- blica e o particular contratado. E extinção pode se dar em
res em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes. razão de da conclusão do objeto contratado, ou então do
Pessoalidade: Os contratos administrativos são, em re- término do prazo previsto para a vigência do contrato, ou
gra, contratos pessoais, e a execução dos termos contratados ainda a ocorrência de anulação ou rescisão do contrato.
devem ser cumpridos pelas pessoas (físicas ou jurídicas) que - Anulação: A anulação de um contrato administrativo
se obrigou diante o Poder Público. É imprescindível a pessoa- segue as regras análogas dos Atos Administrativos, ou seja,
lidade nos contratos administrativos, tendo em vista que há um contrato administrativo deve ser anulado quando cons-
celebração após a realização de licitação em que se busca tatado ilegalidades em sua celebração. A anulação de con-
não apenas a proposta mais favorável a Administração Pú- trato administrativo pode ser realizada pelo próprio Poder
blica, mas também a selecionar a pessoa (física ou jurídica) Público, de ofício ou quando provocado, ou então pelo Poder
que ofereça as condições necessárias de assegurar a execu- Judiciário, mediante prévia provocação e sempre por motivo
ção do objeto contratado. de ilegalidade ou ilegitimidade.
- Rescisão: As causas gerais que ensejam a rescisão de
Vigência
contrato administrativo estão descritas no artigo 78, e seus
A extinção do contrato pelo término de seu prazo é a
regra dos ajustes por tempo determinado. Necessário é, por- incisos da Lei 8.666/93.
tanto, distinguir os contratos que se extinguem pela conclu- Há hipóteses em que autorizam a rescisão unilateral
são de seu objeto e os que terminam pela expiração do prazo pela administração do contrato administrativo, e outras que
de sua vigência: nos primeiros, o que se tem em vista é a ensejam rescisão judicial ou rescisão consensual entre os
obtenção de seu objeto concluído, operando o prazo como contratantes, havendo ainda causas de rescisão decorrentes
limite de tempo para a entrega da obra, do serviço ou da de interesse público superveniente e de força maior ou caso
compra sem sanções contratuais; nos segundos o prazo é fortuito. Para tanto é necessário o estudo das hipóteses pre-
de eficácia do negócio jurídico contratado, e assim sendo, vistas na Lei 8.666/93.
expirado o prazo, extingue-se o contrato, qualquer que seja
a fase de execução de seu objeto, como ocorre na concessão Sanção administrativa
de serviço público, ou na simples locação de coisa por tempo - Do Atraso Injustificado: O atraso injustificado na exe-
determinado. Há, portanto, prazo de execução e prazo extin- cução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora,
tivo do contrato. na forma prevista no instrumento convocatório ou no con-
trato. A aplicação da multa administrativa não impede que
Alterações contratuais a Administração Pública promova a rescisão unilateral do
Os contratos administrativos possuem características contrato e ainda aplique demais sanções.
peculiares, diferenciando-os dos contratos privados, que é a
A multa, aplicada após regular processo administrati-
existência de cláusulas exorbitantes.
Tais cláusulas decorrem de lei e conferem a administra- vo, será descontada da garantia do respectivo contratado,
ção pública prerrogativas específicas de direito público, são e caso a multa for de valor superior ao valor da garantia
denominadas de “exorbitantes” porque as cláusulas extrapo- prestada, além da perda desta garantia em favor da Ad-
lam aquilo que seria admitido no direito privado. ministração, responderá o contratado pela sua diferença,
a qual será descontada dos pagamentos eventualmente
- Exigência de Garantia: A exigência de que os licitantes devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso,
e contratados prestem garantias, visa assegurar o adequado cobrada judicialmente.
adimplemento do contrato, ou nas hipóteses de inexecução - Da Inexecução total ou parcial do Contrato: Pela inexe-
do objeto contratado, facilitar o ressarcimento dos prejuízos cução total ou parcial do contrato a Administração poderá,
sofridos pela Administração Pública. sempre garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as
- Alteração Unilateral do Contrato: A possibilidade de seguintes sanções:
alteração unilateral do contrato efetuado entre a Admi- a) Advertência;
nistração e o contratado deve sempre ter o objetivo de sua b) Multa, na forma prevista no instrumento convocatório
adequação às finalidades do interesse coletivo, devem ainda ou no contrato;
respeitar os direitos do administrado, principalmente o direi- c) Suspensão temporária de participação em licitação e
to ao restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro impedimento de contratar com a Administração, por prazo
originalmente estabelecido em contrato. não superior a 2 (dois) anos;
26
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
d) Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar Compras dependem de sistemas de gestão moderna e
com a Administração Pública enquanto perdurarem os mo- com uso de tecnologia, são fontes geradoras de benefícios
tivos determinantes da punição ou até que seja promovida a e de lucros para as empresas. Compra deve trabalhar com
reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a pena- pesquisa constante em todo seu envolvimento. Podemos res-
lidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir saltar as seguintes ações; Suprimentos e de Apoio.
a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o
prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior. Ações de suprimento: Solicitação de compras; Coleta de
preços; Análise dos preços; Pedido de Compras; Acompanha-
Do reequilíbrio econômico-financeiro mento do pedido.
A alteração do contrato administrativo se dará visan-
do o restabelecimento da relação que as partes pactuaram Ações de apoio: Desenvolvimento de fornecedores; De-
inicialmente entre encargos e remuneração, objetivando a senvolvimento de novos materiais; Qualificação de fornece-
manutenção do equilíbrio da equação financeira inicial na dores; Negociação Solicitação de Compras. É o documento
hipótese de sobrevirem fatos supervenientes, imprevisíveis que contém as informações sobre o que comprar. Pode ser
ou previsíveis de consequências incalculáveis que possam originado por vários setores, dependendo do tipo de mate-
retardar ou impedir a execução do contrato em caso de força rial: Material processo de fabricação (matéria-prima, mate-
maior, caso fortuito, fato do princípio que configura uma al- rial de manutenção e material auxiliar) – Estoque; Material
teração econômica extraordinária e extracontratual. de uso específico do solicitante, originado nos setores funcio-
Entretanto, para que seja possível a identificação de nais da empresa.
eventual desequilíbrio entre os valores pactuados no contra-
to administrativo e a realidade praticada no mercado priva- O Objetivo da função de compras: Apesar da variedade
do, é importante o acompanhamento e a gestão do contrato, de compras que uma empresa realiza, há alguns objetivos
bem como a fiscalização sobre a boa execução das cláusulas básicos da atividade de compras, que são válidos para to-
e obrigações pactuadas. dos os materiais e serviços comprados. Materiais e serviços
Para tanto é conferida a Administração Pública as prer-
podem: Ser da qualidade certa; Ser entregues rapidamente,
rogativas e cláusulas exorbitantes, objetivando sempre a
se necessário; Ser entregues no momento certo e na quanti-
supremacia do interesse coletivo sobre o interesse privado.
dade correta; Ser capazes de alteração em termos de especi-
Quando, durante a gestão e fiscalização do cumprimento do
ficação, tempo de entrega ou quantidade (flexibilidade); Ter
contrato administrativo, a Administração Pública verificar
preço correto.
descumprimento de cláusula contratual, atrasos na execução
Um aspecto das compras a ser analisado periodica-
dos serviços contratados, má execução de serviços, entre ou-
mente diz respeito aos tipos de produtos ou mercadorias
tras situações que possam lesar o interesse público, o Poder
Público poderá adotar as providências no sentido de punir a que se compra. Nas empresas industriais a análise é fá-
empresa contratada. cil de fazer, pois o que define os tipos de matérias-primas
e insumos a serem adquiridos são as linhas de produtos
Garantia contratual fabricados pela empresa. Nas firmas prestadoras de servi-
A garantia contratual não excederá a 5% (cinco por cen- ços, também é simples analisar e avaliar o que está sendo
to) do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mes- comprado, pois os produtos são definidos em função dos
mas condições pactuadas contratualmente. tipos de serviços prestados pela empresa. Já na empresa
Entretanto, nos casos de obras, serviços e fornecimentos comercial, analisar que tipos de mercadorias estão sendo
de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e ris- compradas é uma questão difícil e complexa. De um modo
cos financeiros consideráveis, demonstrados por meio de pa- geral, podemos classificar as mercadorias de uma empre-
recer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o sa comercial em três tipos, de acordo com a rotatividade
limite de garantia poderá ser elevado para até 10% (dez por de seus estoques: Mercadorias de alto giro; Mercadorias de
cento) do valor do contrato. médio giro; Mercadorias de baixo giro.
A garantia prestada pelo contratado será liberada ou As mercadorias de alto giro são aquelas destinadas a
restituída após a execução do contrato e, quando em dinhei- provocar tráfego no salão de vendas. Esse tipo de merca-
ro, atualizada monetariamente. Nos casos de contratos que doria quase sempre dá pouco lucro, mas exerce um efeito
importem na entrega de bens pela Administração, dos quais de atração da clientela. Num bar, por exemplo, são aquelas
o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá que ficam bem à vista do freguês: cigarro, fósforo, chicletes,
ser acrescido o valor desses bens. balinhas etc.
------- As mercadorias de médio e baixo giro são aquelas que
O sistema de compras baseia-se em uma ação que en- apresentam uma rotação de estoque mais lenta. Permitem
volve atividades de pesquisas para a melhor adequação dos taxas de marcação mais elevadas para compensar a demora
objetivos organizacionais. de suas saídas.
Como pode ser observado, para analisar se o que você
Suas atividades básicas são: analisar ordem de pedido, está comprando para vender no varejo são os tipos de mer-
buscar melhores preços, encontrar fornecedores certos, fon- cadorias ideais para o seu ramo de atividade, tem-se, obri-
tes de fornecimentos, novos materiais, novos mercados e as- gatoriamente, de levar em consideração a rotatividade dos
sim por diante. seus estoques, utilizando o seguinte roteiro: Agrupamento das
27
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
mercadorias de acordo com a sua frequência de saída (alta, média ou baixa rotatividade); Levantamento dos custos das merca-
dorias em estoque, por grupos, de acordo com o seu giro; Somatório dos valores encontrados nos grupos de mercadorias; Cálculo
do percentual correspondente a cada grupo, em relação ao somatório; Análise dos percentuais encontrados.
Os princípios básicos da organização de compras constituem-se de normas fundamentais assim consideradas: autoridade
para compra; registro de compras; registro de preços; registro de estoques e consumo; registro de fornecedores; arquivos e
especificações; arquivos de catálogos.
Completando a organização, podemos incluir como atividades típicas da seção de compras:
a) Pesquisa dos fornecedores: estudo do mercado; estudo dos materiais; análise dos custos; investigação das fontes de
fornecimento; inspeção das fábricas dos fornecedores; desenvolvimento de fontes de fornecimento; desenvolvimento de fontes
de materiais alternativos.
b) Aquisição: conferência de requisições; análise das cotações; decidir comprar por meio de contratos ou no mercado
aberto; entrevistar vendedores; negociar contratos; efetuar as encomendas de compras; acompanhar o recebimento de materiais.
c) Administração: manutenção de estoques mínimos; transferências de materiais; evitar excessos e obsolescência de
estoque; padronizar o que for possível.
d) Diversos: fazer estimativa de custo; dispor de materiais desnecessários, obsoletos ou excedentes; cuidar das relações
comerciais recíprocas.
Além das atividades típicas dentro da organização de compras, outras responsabilidades poderão ser partilhadas com ou-
tros setores: determinação do que fabricar ou comprar; padronização e simplificação; especificações e substituições de mate-
riais; testes comparativos; controle de estoques; seleção de equipamentos de produção; programas de produção independentes
da disponibilidade de materiais.
É lógico que esses não são completos, pois variam de empresa para empresa, devendo adaptar-se ao tipo de organização
de cada uma.
Normalmente as grandes empresas envolvem várias fábricas; quase sempre se enquadram nesses casos as multinacionais.
O volume de operações de compras, dependendo do empreendimento, pode alcançar quantidades apreciáveis; nesses casos é
necessário saber se todas as compras da organização devem ser feitas em um ponto centralizado, ou estabelecer-se em seções
de compras separadas para cada fábrica ou divisão operacional. Ambos os métodos poderão ser empregados. A razão para se
estabelecer a descentralização das compras podem ser assim resumidas: distância geográfica; tempo necessário para a aqui-
sição de materiais; facilidade de diálogo.
A centralização completa das compras reúne certas vantagens, conforme podemos verificar: oportunidade de negociar
maiores quantidades de materiais; homogeneidade da qualidade dos materiais adquiridos; controle de materiais e estoques.
A organização de compras por divisão de grupos é funcional quando as seções são de tamanho moderado e quando tais
atribuições são entregues a compradores individuais. Os itens de cada grupo são especificados de acordo com a origem, ne-
cessidade e valor do material. A figura a seguir mostra um organograma de uma seção de compras.
28
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
29
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
A compra interfere diretamente nas vendas. A qualida- de vendas da empresa; se os prazos de pagamento cobrem
de, quantidade, preço e prazo dos produtos fabricados numa os prazos médios de vendas e não comprometem o capital
indústria dependem muito das condições em que foram ad- de giro próprio.
quiridos os insumos e as matérias-primas. No comércio, as
compras de mercadorias realizadas em melhores condições ⇒ PERFIL DO COMPRADOR.
proporcionam venda mais rápida e, possivelmente, com O comprador é um elemento experiente e a função é
maior margem de lucro. tida e reconhecida como uma das mais importantes em uma
A gestão de compras é tida como um fator estratégico empresa. O padrão atual exige que um comprador tenha óti-
nos negócios. Comprar significa à manutenção, funciona- mas qualificações e esteja preparado para usá-las em todas
mento e expansão da empresa. As comprar significa procu- as ocasiões. Para conduzir eficazmente suas compras, deve
rar, adquirir e receber mercadorias e insumos necessários à demonstrar conhecimentos amplos das características dos
manutenção, funcionamento e expansão da empresa. produtos, dos processos e das fases de fabricação dos itens
As compras são responsáveis por uma margem de 50% comprados. Deve estar preparado para discutir em igual ní-
a 80% dos gastos da empresa e, portanto, causa grande im- vel de conhecimento com os fornecedores.
pacto nos lucros. O comprador ideal deve saber ouvir atentamente os
É muito importante refletir sobre como a empresa de- argumentos apresentados pelo vendedor, para depois agir
senvolve suas compras. Vejamos quais são as modalidades sensatamente. Muitas vezes as razões e opiniões apresenta-
de compras mais utilizadas: das pelo vendedor poderão ser bem contra argumentadas,
• Compras de emergência – realizadas às pressas levando a negociação a representar um benefício para a em-
para atender uma necessidade surgida de surpresa. Isso é presa. Assim, uma agressividade bem orientada, por firmeza
desvantajoso porque reduz seu poder de negociação com o de convicções leva a um bom termo uma negociação que, à
fornecedor e a competitividade da empresa no mercado. As primeira vista, poderia parecer de resultado inglório.
compras de emergência ocasionam aquisição de mercado- Outra característica do com comprador é estar perfeita-
rias com preços altos e rupturas no estoque, além da parali- mente identificado com a política e os padrões de ética de-
finidos pela empresa, como, por exemplo, a manutenção do
sação da unidade, motivado por falta de controle por parte
sigilo nas negociações que envolvam mais de um fornecedor
de quem requisita ou compra. Assim, para reduzir ou anular
ou até mesmo quando um só está envolvido.
as compras de emergência, a empresa deve estabelecer con-
Compradores com boa qualificação profissional forne-
trole de estoque adequado.
cem às empresas condições de fazer bons negócios; daí vem
• Compras especulativas – são feitas para especular
a maior responsabilidade, constituindo o comprador uma
com possível alta de preços, geralmente antes da necessida-
força vital, que faz parte da própria vida da empresa, pois o
de se apresentar. Esta modalidade é perigosa, pois além de
objetivo é comprar bem e eficientemente, e com isso aten-
comprometer o capital de giro pode acarretar prejuízos para der aos objetivos de lucro, uma vez que o departamento de
a empresa, se não acontecer a alta de preços prevista. compras é, em igualdade de condições com outras áreas, um
• Compras contratadas – realizadas por meio de centro de lucro. E será mais ainda um centro de lucro quando
contratos que preveem a entrega dos produtos em épocas os fornecedores forem encorajados a enfrentar novas ideias e
preestabelecidas. Esta modalidade é muito utilizada na in- novos projetos, dispondo-se a aproveitar a oportunidade de
dústria, para fornecimento de matéria-prima e no comércio, fazerem novos negócios.
para mercadorias especiais, modelos exclusivos ou produtos As atividades de compras nas pequenas empresas, ge-
novos não lançados ainda no mercado. ralmente são funções exercidas pelo proprietário. De qual-
• Compras de reposição – compras realizadas para quer modo o encarregado de compras – seja ele o próprio
adquirir mercadorias que apresentam comportamento está- dono ou um funcionário – deve conhecer e seguir algumas
vel de vendas. É muito utilizada no comércio, principalmente regras básicas ao bom desempenho de suas funções: Ele
em supermercados, onde os produtos de primeira necessi- conhece bem o mercado? Ele conhece bem os estoques da
dade (pão, leite, arroz, feijão, outros produtos alimentícios) empresa? Ele conhece o orçamento da empresa? Ele é caute-
e produtos de higiene e limpeza pessoal (sabonete, pasta de loso? Ele acompanha permanentemente os pedidos? Ele faz
dentes e outros) apresentam um comportamento de vendas os pedidos por escrito? Ele é atualizado? Ele possui requisitos
equilibrado, durante o ano todo. para desenvolver suas tarefas (responsabilidade; paciência;
A compra pode ser feita em empresas atacadistas ou em habilidade no trato com pessoas; bom senso e iniciativa; ca-
grandes varejistas. Mas no momento em que você começa pacidade para se comunicar; senso de organização; boa me-
a analisar mais profundamente esta questão, vai notar que mória; gosto pela leitura)?
não é tão fácil definir quais os fornecedores que apresen-
tam todas as condições necessárias: se o preço de aquisição ⇒ CADASTRO DE FORNECEDORES.
é justo e oferece condições de marcar um preço de venda Um dos documentos primordiais do Departamento de
que permita concorrer no mercado e, ao mesmo tempo, ob- Compras é o Cadastro de Fornecedor e a Ficha de Material,
ter uma boa margem de lucro; se a qualidade dos produ- quando então existem condições de escolher o fornecedor
tos oferecidos tem a perfeição do acabamento exigida pelo ou prováveis fornecedores de determinado material. Através
consumidor; se a quantidade oferecida é suficiente para as deste cadastro é que se realizará a seleção dos fornecedores
necessidades de produção e vendas de um determinado pe- que atendam a quatro condições básicas de uma boa com-
ríodo; se os prazos de entrega satisfazem as programações pra: preço, prazo, qualidade e condições de pagamento.
30
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Toda empresa deve possuir um bom cadastro, onde são Administração Pública baseada na tradição, na rigorosidade
registradas as informações necessárias sobre os fornecedores formal, numa ordem burocrática pesada, está se tornando
(endereço, número do CNPJ, número da inscrição, objetivos modelo ultrapassado e nada eficiente.
sociais, pessoas para contato, linhas de produtos ou merca- Urge a necessidade de um modelo gerencial na gestão
dorias, prazo médio de entrega, condições de pagamento, administrativa, capaz de realizar a função pública de forma
política de descontos etc.). eficiente, moderna, acompanhando a evolução econômica e
O setor de compras deve possuir dois tipos de cadastro, financeira da sociedade, sem olvidar dos princípios basilares
um por fornecedor e outro por tipo de material, dos quais que orientam a Administração Pública.
apresentamos modelos. O cadastro de fornecedor reúne fi- Com a crescente demanda por bens, obras, serviços em
chas de diversos fornecedores, especificando os materiais todo o País, quando ao Estado cumpre garantir o desenvolvi-
que fabricam, ou que representam; o cadastro de material mento econômico e social, tornou-se imprescindível adoção
são fichas em que se identificam os fornecedores aprovados de procedimentos e mecanismos de controle, que garantam
dos quais se pode adquirir. A necessidade desses dois cadas- a aplicação do grande volume de recursos disponíveis, com
tros é devida a situações em que o comprador desconhece o eficiência e transparência. Uma das formas eficientes utiliza-
fornecedor de determinado produto; nesse ele deve consultar das pela Administração Pública é a licitação.
o cadastro de material. A Constituição de 1988, art. 37, inc. XXI criou bases, nas
Uma excelente fonte de informação sobre a performan- quais mais tarde, em 21 de junho de 1993, assentou-se a Lei
ce do fornecedor é também acompanhar as suas entregas, Federal nº 8.666, que instituiu o Estatuto das Licitações e
tendo como finalidade registrar as compras efetuadas, os Contratos Administrativos.
recebimentos, as devoluções, as alterações de preço e con- Para o setor público o instrumento utilizado para com-
dições de pagamento, os cancelamentos e as alterações de pras é a licitação, como forma de dar transparência à com-
prazos de entrega. pra pública.
Licitação é o procedimento administrativo pelo qual
⇒ COMPRAS NO SETOR PÚBLICO. uma pessoa governamental pretendendo alienar, adquirir
Nas empresas estatais e autárquicas, como também ou locar bens, realizar obras ou serviços, segundo condi-
no serviço público em geral, ao contrário da iniciativa pri- ções por ela estipuladas previamente, convoca interessados
vada, as aquisições de qualquer natureza obedecem a Lei na apresentação de propostas, a fim de selecionar a que se
nº. 8.666, de 21-6-1993, alterada pela Lei nº. 8.883, de 8-6- revele mais conveniente em função de parâmetros anteci-
1994, motivo pelo qual se tornam totalmente transparentes. padamente estabelecidos e divulgados. Este procedimento
Observa-se que a diferença entre os tipos de compras é a visa garantir duplo objetivo: de um, lado proporcionar às
formalidade no serviço público e a informalidade na inicia- entidades governamentais possibilidade de realizarem o ne-
tiva privada. Independentemente dessa particularidade, os gócio mais vantajoso; de outro, assegurar aos administrados
procedimentos são praticamente idênticos. O artigo 14 da lei ensejo de disputarem entre si a participação nos negócios
de licitações e contratos administrativos disciplina de forma que as pessoas administrativas entendam de realizar com
objetiva: para que a administração efetue qualquer compra, os particulares.
preliminarmente, deve curvar-se a dois princípios funda- A Administração Pública lançará mão da licitação toda
mentais:1 - A definição precisa do seu objeto; 2 - A existên- vez que for comprar bens, executar obras, contratar serviços,
cia de recursos orçamentários que garantam o pagamento ou conceder a um terceiro o poder de, em seu nome, prestar
resultante. Assim está determinado no citado artigo 14: algum tipo de serviço público, como é o caso das concessões.
“Art. 14 - Nenhuma compra será feita sem a adequada Quem está obrigado a licitar: União, Estados, Municí-
caracterização de seu objeto e indicação dos recursos orça- pios, Distrito Federal, Territórios e autarquias estão obriga-
mentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato dos a licitar, em obediência às pertinentes leis de licitação, o
e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa ”. que é ponto incontroverso. O problema que se põe é saber se
Para se caracterizar o objeto da compra deve-se: as sociedades de economia mista e empresas públicas tam-
1. Avaliar a necessidade (planejamento); bém se sujeitam ao dever de licitar.
2. Definir o quanto adquirir; Inexigibilidade De Licitação: A obrigatoriedade somen-
3. Verificar as condições de guarda e armazenamento; te não se aplica em determinados casos descritos a seguir
4. Buscar atender o princípio da padronização; conforme decreto-lei Nº 200 de 25 de fevereiro de 1967: Art.
5. Obter as informações técnicas quando necessárias; 126. As compras, obras e serviços efetuar-se-ão com estrita
6. Proceder a pesquisas de mercado; observância do princípio da licitação.
7. Definir a modalidade e tipo de licitação ou a sua dis- A licitação só será dispensada nos casos previstos nesta
pensa / inexigibilidade; lei. § 2.0. É dispensável a licitação: Nos casos de guerra, gra-
8. Indicar (empenho) os recursos orçamentários. ve perturbação da ordem ou calamidade pública; Quando
O Objeto de Licitação é o bem/ serviço ao qual a Ad- sua realização comprometer a segurança nacional, a juízo
ministração pretende adquirir. Ex.: Prestação de serviços de do Presidente da República; Quando não acudirem interes-
mão-de-obra, Aquisição de Móveis, etc... sados à licitação anterior, mantidas, neste caso, as condições
Nos tempos atuais, diante de tamanha evolução no preestabelecidas; Na aquisição de materiais, equipamentos
campo tecnológico, empresarial e social, o Estado não pode ou gêneros que só podem ser fornecidos por produtor, em-
ficar à margem, apenas como expectador. A ideia de uma presa ou representante comercial exclusivos, bem como na
31
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
contratação de serviços com profissionais ou firmas de no- Concorrência - é a modalidade de licitação própria para
tória especialização; Na aquisição de obras de arte e objetos contratos de grande valor, em que se admite a participação
históricos; Quando a operação envolver concessionário de de quaisquer interessados, cadastrados ou não, que satisfa-
serviço público ou, exclusivamente, pessoas de direito públi- çam as condições do edital, convocados com a antecedência
co interno ou entidades sujeitas ao seu controle majoritário; mínima prevista na lei, com ampla publicidade pelo órgão
Na aquisição ou arrendamento de imóveis destinados ao oficial e pela imprensa particular;
Serviço Público; Nos casos de emergência, caracterizada a Tomada de preços - é a licitação realizada entre interes-
urgência de atendimento de situação que possa ocasionar sados previamente registrados, observada a necessária ha-
prejuízos ou comprometer a segurança de pessoas, obras, bilitação, convocados com a antecedência mínima prevista
bens ou equipamentos; Nas compras ou execução de obras na lei, por aviso publicado na imprensa oficial e em jornal
e serviços de pequeno vulto, entendidos como tal os que en- particular, contendo as informações essenciais da licitação e
volverem importância inferior a cinco vezes, no caso de com- o local onde pode ser obtido o edital. A nova lei aproximou
pras e serviços, e a cinquenta vezes, no caso de obras, o valor a tomada de preços da concorrência, exigindo a publicação
do maior salário mínimo mensal. do aviso e permitindo o cadastramento até o terceiro dia
Como todo sistema jurídico, o instituto das licitações anterior à data do recebimento das propostas;
também tem seus princípios norteadores. Discorreremos Convite - é a modalidade de licitação mais simples,
acerca de alguns deles, ainda que forma bastante simples. destinada às contratações de pequeno valor, consistindo na
O princípio da legalidade, como princípio geral previsto solicitação escrita a pelo menos três interessados do ramo,
no art. 5º, II, da Constituição de 1988, segundo o qual “nin- registrados ou não, para que apresentem suas propostas
guém será obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em no prazo mínimo de cinco dias úteis. O convite não exige
virtude de lei”, obriga a Administração Pública, quando da publicação, porque é feito diretamente aos escolhidos pela
compra, obra, contração de serviços ou alienação, a proceder Administração através de carta-convite. A lei nova, porém,
de acordo com o que a Constituição Federal e Leis preveem. determina que cópia do instrumento convocatório seja afi-
A não observação desse princípio impregnará o processo lici- xada em local apropriado, estendendo-se automaticamen-
tatório de vício, trazendo nulidade como consequência. te aos demais cadastrados da mesma categoria, desde que
Pelo princípio da isonomia, é assegurada a igualdade no manifestem seu interesse até vinte e quatro horas antes da
tratamento a todos quantos venham participar do certame apresentação das propostas;
licitatório. Concurso - é a modalidade de licitação destinada à es-
O princípio da competitividade garante a livre partici- colha de trabalho técnico ou artístico predominantemente
pação a todos, porém, essa liberdade de participação é rela- de criação intelectual. Normalmente, há atribuição de prê-
tiva, não significando que qualquer empresa será admitida mio aos classificados, mas a lei admite também a oferta de
no processo licitatório. Por exemplo, não faz sentido uma remuneração;
empresa fabricante de automóveis tencionar participar de Leilão - é espécie de licitação utilizável na venda de bens
um processo de licitação, quando o objeto do certame seja móveis e semoventes e, em casos especiais, também de imóveis.
compra de alimentos. • Publicação Dos Editais: os editais de concorrência, to-
A Administração Pública se balizará no princípio da im- mada de preços, concurso e leilão deverão ser publicados com
pessoalidade para evitar a preferência por alguma empresa antecedência, no mínimo, por uma vez no Diário Oficial da
especificamente, cuja não observação implicaria prejuízo União, no Diário Oficial do Estado, ou em jornal de grande cir-
para a lisura do processo licitatório, e como consequência a culação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação
decretação da nulidade do processo. no Município, dependendo da estância da licitação.
Como a licitação busca atender ao interesse público, • Prazos Para Publicação Do Edital: o prazo míni-
à coletividade, a escolha e julgamento da melhor proposta mo que deverá mediar entre a última publicação do edital
obedecerão ao princípio da publicidade, que visa tornar a fu- resumido ou da expedição do convite e o recebimento das
tura licitação conhecida dos interessados e dar conhecimen- propostas será: De quarenta e cinco dias para: Concurso;
to aos licitantes bem como à sociedade em geral, sobre seus Concorrência: do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”,
atos. Outra função desse princípio é garantir aos cidadãos o ou execução por empreitada integral; De trinta dias para:
acesso à documentação referente à licitação, bem como sua Concorrência, nos casos não especificados acima; Tomada
participação em audiências públicas, nas hipóteses previstas de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou
no art. 39, da Lei nº 8.666/93. “técnica e preço”; De quinze dias para: Tomada de preços,
A proposta mais vantajosa nem sempre é a mais barata. nos casos não especificados acima; Leilão; De cinco dias úteis
Como dizem alguns, às vezes o barato sai caro. A Adminis- para: Convite.
tração Pública deve saber definir quando, quanto, o que e • Procedimento Da Licitação: Apesar dos atos que
por que vai comprar, a exemplo da situação onde há opção compõem o procedimento terem, cada um, finalidade es-
de compra ou locação. É nessa análise que o princípio da pecífica, eles têm um objetivo comum: a seleção da melhor
economicidade se revela, auxiliando a aplicação dos recur- proposta. Este ato derradeiro do procedimento é um ato
sos públicos com zelo e eficiência. unilateral que se inclui dentro do próprio certame, diferen-
Modalidades da Licitação: Cinco são as modalidades de temente do contrato, que é externo ao procedimento. “O
licitação previstas na lei - art. 22 (O § 8’ veda a criação de procedimento da licitação será iniciado com a abertura de
outras modalidades licitatórias ou sua combinação): processo administrativo, devidamente autuado, protocolado
32
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação - Licitação de menor preço - é a mais comum.
sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, O critério do menor preço é , sem dúvida, o mais obje-
e ao qual serão juntados oportunamente:... “ Da Requisição tivo. É usual na contratação de obras singelas, de serviços
de Compra deverá constar obrigatoriamente: Justificativa que dispensam especialização, na compra de materiais ou
do pedido, endossada pelo titular do órgão; Especificação gêneros padronizados;
adequada do produto a ser adquirido; Indicação do recurso - Licitação de melhor técnica - esse critério privilegia a
próprio a ser onerado, devidamente confirmado pela Seção qualidade do bem, obra ou serviço proposto em função da
de Contabilidade da unidade requisitante; Atendimento ao necessidade administrativa a ser preenchida.
princípio de padronização, sempre que possível for; Indica- O que a Administração pretende é a obra, o serviço, o
ção dos fatores a serem considerados e expressamente de- material mais eficiente, mais durável, mais adequado aos
clarados no Edital, para fins de julgamento das propostas. objetivos a serem atingidos;
Segundo Hely Lopes Meirelles, esta é a fase interna da - Licitação de técnica e preço - neste tipo de licitação,
licitação à qual se segue a fase externa, que se desenvolve combinam-se os dois fatores: técnica e preço.
através dos seguintes atos, nesta ordem: Esse critério pode consistir em que a técnica e preço se-
1. Edital ou convite de convocação dos interessados; jam avaliados separadamente, de modo a que, após selecio-
2. Recebimento da documentação e propostas; nar as propostas que vierem a alcançar certo índice de qua-
3. Habilitação dos licitantes; lidade ou de técnica, o preço será o fator de decisão. Pode-se,
4. Julgamento das propostas (classificação) ainda atribuir pesos, ou seja, ponderação aos resultados da
5. Adjudicação e homologação. parte técnica e ponderação ao preço, que serão considerados
A modalidade em que todas as fases da licitação se en- em conjunto;
contram claramente definidas é a concorrência. - Licitação de maior lance ou oferta - nos casos de alie-
1) Edital: “É o instrumento pelo qual a Administração nação de bens ou concessão de direito real de uso (art. 45 §
leva ao conhecimento público a abertura de concorrência, de 1’ da Lei 8.666/93).
tomada de preços, de concurso e de leilão, fixa as condições As propostas que estiverem de acordo com o edital serão
de sua realização e convoca os interessados para a apre- classificadas na ordem de preferência, na escolha conforme
sentação de suas propostas”. Como lei interna da licitação,
o tipo de licitação. Aquelas que não se apresentarem em
vincula a Administração e os participantes.
conformidade com o instrumento convocatório serão des-
Funções do edital: o edital dá publicidade à licitação;
classificadas. Não se pode aceitar proposta que apresente
Identifica o objeto licitado e delimita o universo das propos-
preços unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, ainda
tas; Circunscreve o universo dos proponentes; Estabelece os
que o instrumento convocatório não tenha estabelecido li-
critérios para análise e avaliação dos proponentes e das pro-
mites mínimos (v. § 3’ do art. 44 da Lei 8.666/93).
postas; Regula atos e termos processuais do procedimento;
Fixa cláusulas do futuro contrato.
2) Habilitação: A habilitação, por vezes denominada ⇒ RECEBIMENTO E ARMAZENAGEM.
“qualificação”, é a fase do procedimento em que se analisa a Recebimento é a atividade intermediária entre as ta-
aptidão dos licitantes. Entende-se por aptidão a qualificação refas de compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua
indispensável para que sua proposta possa ser objeto de con- responsabilidade a conferência dos materiais destinados à
sideração, sendo que o licitante pode ser habilitado ou não empresa.
pelo órgão competente. As atribuições básicas do Recebimento são: coordenar e
Obs: Na modalidade de licitação chamada “convite” ine- controlar as atividades de recebimento e devolução de ma-
xiste a fase de habilitação. Ela é presumida; é feita a priori pelo teriais; analisar a documentação recebida, verificando se a
próprio órgão licitante que escolhe e convoca aqueles que jul- compra está autorizada; controlar os volumes declarados na
gam capacitados a participar do certame, admitindo, também, Nota Fiscal e no Manifesto de Transporte com os volumes a
eventual interessado, não convidado, mas cadastrado. serem efetivamente recebidos; proceder a conferência visual,
3) Classificação: “É o ato pelo qual as propostas admiti- verificando as condições de embalagem quanto a possíveis
das são ordenadas em função das vantagens que oferecem, avarias na carga transportada e, se for o caso, apontando
na conformidade dos critérios de avaliação estabelecidos as ressalvas de praxe nos respectivos documentos; proceder
no edital”. Após se confrontar as ofertas, classificam-se as a conferência quantitativa e qualitativa dos materiais rece-
propostas e escolhe-se o vencedor, a partir das vantagens bidos; decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o
que oferecem, na conformidade dos critérios de avaliação caso; providenciar a regularização da recusa, devolução ou
estabelecidos no edital a quem deverá ser adjudicado o ob- da liberação de pagamento ao fornecedor; liberar o material
jeto da licitação.” A classificação se divide em duas fases: desembaraçado para estoque no almoxarifado;
Na primeira, ocorre a abertura dos envelopes “proposta” A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite
entregues pelos participantes do certame. Os envelopes são dividir a função em quatro fases : 1a fase : Entrada de mate-
abertos em ato público, previamente designado, do qual se riais; 2a fase : Conferência quantitativa; 3a fase : Conferência
lavrará ata circunstanciada; Na segunda, há o julgamen- qualitativa; 4a fase : Regularização
to das propostas, que deve ser objetivo e em conformidade 1a fase - Entrada de Materiais : A recepção dos veículos
com os tipos de licitação. Critérios de classificação: Existem transportadores efetuada na portaria da empresa representa
quatro tipos básicos de licitação (4 critérios básicos para o início do processo de Recebimento e tem os seguintes ob-
avaliação das propostas): jetivos : a recepção dos veículos transportadores; a triagem
33
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
34
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
saída do almoxarifado os materiais que tenham maior fre- de saída deste, através de uma Guia de Baixa de Materiais
quência de movimento; armazenagem especial, onde desta- emitida pelo Almoxarifado. Caso o bem seja entregue direta-
cam-se: os ambientes climatizados; os produtos inflamáveis, mente ao destino final, o Almoxarifado encaminhará a Guia
que são armazenados sob rígidas normas de segurança; os de Saída ao Patrimônio, juntamente com os demais docu-
produtos perecíveis. mentos do processo de empenho.
A Armazenagem em área externa. Devido à sua natu-
reza, muitos materiais podem ser armazenados em áreas O tombamento consiste na formalização da inclusão
externas, o que diminui os custos e amplia o espaço interno física de um bem patrimonial no acervo do órgão, com a
para materiais que necessitam de proteção em área coberta. atribuição de um único número por registro patrimonial,
Podem ser colocados nos pátios externos os materiais a gra- ou agrupando-se uma sequência de registros patrimoniais
nel, tambores e “containers”, peças fundidas e chapas metá- quando for por lote, que é denominado “número de tomba-
licas. Coberturas alternativas : não sendo possível a expan- mento”. Pelo tombamento aplica-se uma conta patrimonial
são do estoque, a solução é a utilização de galpões plásticos, do Plano de Contas do órgão a cada material, de acordo com
que dispensam fundações, permitindo a armazenagem a um a finalidade para a qual foi adquirido. O valor do bem a ser
menor custo. Independentemente do critério ou método de registrado é o valor constante do respectivo documento de
armazenamento adotado é oportuno observar as indicações incorporação (valor de aquisição).
contidas nas embalagens em geral.
Layout é a disposição física de equipamentos, estoques, A marcação física caracteriza-se pela aplicação, no bem,
fluxo de pessoas e de material de forma que tudo se organize de plaqueta de identificação, por colagem ou rebitamento, a
harmoniosamente, pode ser uma instalação real, um proje- qual conterá o número de registro patrimonial.
to ou um trabalho. O seu estudo busca encontrar a melhor
maneira de dispor fisicamente todos os meio de produção, Na colocação da plaqueta deverão ser observados os se-
arrumando o espaço de trabalho a fim de otimizar a funcio- guintes aspectos: local de fácil visualização para efeito de
nalidade do sistema, reduzir manuseio, transporte de mate- identificação por meio de leitor óptico, preferencialmente na
rial e circulação de pessoas. parte frontal do bem; evitar áreas que possam curvar ou do-
Faz-se necessário à modificação do layout na empresa brar a plaqueta ou que possam acarretar sua deterioração;
quando: existir máquinas improdutivas, por idade ou obso- evitar fixar a plaqueta em partes que não ofereçam boa ade-
letismo; ocorrer acréscimos na demanda e novas máquinas rência, por apenas uma das extremidades ou sobre alguma
precisam ser instaladas; existir ambiente de trabalho inade- indicação importante do bem.
quado; houver excesso de material em processo; existir mo-
vimentação excessiva de material. Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação física
O objetivo principal do arranjo físico é obter operações antes de serem distribuídos aos diversos centros de respon-
econômicas a fim de: utilizar racionalmente o espaço físico sabilidade do órgão. Os bens patrimoniais cujas caracterís-
disponível; reduzir ao mínimo as movimentações de mate- ticas físicas ou a sua própria natureza impossibilitem a apli-
riais, produtos e pessoas; obter fluxo coerente de fabricação; cação de plaqueta também terão número de tombamento,
oferecer melhores condições de trabalho aos funcionários; mas serão marcados e controlados em separado. Caso o lo-
evitar investimento desnecessário; permitir manutenção; cal padrão para a colagem da plaqueta seja de difícil acesso,
possibilitar supervisão e obtenção da qualidade; obter so- como, por exemplo, nos arquivos ou estantes encostadas na
luções flexíveis, isto é, possíveis de serem modificadas sem parede, que não possam ser movimentados devido ao peso
maiores atropelos. excessivo, a plaqueta deverá ser colada no lugar mais próxi-
No estudo do layout alguns cuidados devem ser toma- mo ao local padrão. Em caso de perda, descolagem ou dete-
dos durante o projeto do layout de um estoque, de forma que rioração da plaqueta, o responsável pelo setor onde o bem
se possa obter as seguintes condições: máxima utilização do está localizado deverá comunicar, impreterivelmente, o fato
espaço; efetiva utilização dos recursos disponíveis ( mão de ao Setor de Patrimônio.
obra e equipamentos ); pronto acesso a todos os itens; má-
xima proteção aos itens estocados; boa organização; satisfa- A seguir, são apresentadas algumas sugestões para fixa-
ção das necessidades dos clientes. ção de plaquetas (ou adesivos):
35
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
c) motores: a plaqueta deve ser fixada na parte fixa in- - situação do bem (registrado, alocado, cedido em co-
ferior do motor; modato, em manutenção, em depósito para manutenção,
d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser em depósito para triagem, em depósito para redistribuição,
fixada no lado externo direito, em relação a quem opera a em depósito para alienação, em sindicância, desaparecido,
máquina; baixado, outros);
e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso a - estado de conservação (bom, regular, precário, inserví-
plaqueta nunca deve ser colocada em partes revestidas por vel, recuperável);
courvin, couro ou tecido, pois estes revestimentos não ofe- - histórico do bem vinculado a um sistema de manuten-
recem segurança. A plaqueta deverá ser fixada na base, nos ção, quando existir.
pés ou na parte mais sólida;
f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes: em Tal informação permitirá o acompanhamento da ma-
aparelhos de ar condicionado, o local indicado é sempre na nutenção dos bens e identificação de todos os problemas
parte mais fixa e permanente do aparelho, nunca no painel ocorridos nestes números do Termo de Responsabilidade; e
plaquetável ou não plaquetável.
removível ou na carcaça;
g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve ser
O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o
fixada na parte lateral direita do painel de direção, em re- recebimento da documentação hábil, pelo Setor de Patrimô-
lação ao motorista, na parte mais sólida e não removível, nio, que procederá ao tombamento e cadastramento em sis-
nunca em acessórios; tema específico, utilizando diversos dados, tais como:
h) quadros e obras-de-arte: a colocação da plaqueta, - número do registro;
neste caso, deve ser feita de tal forma que não lhes tire a - tipo de imóvel;
estética, nem diminua seu valor comercial; - denominação do imóvel;
i) esculturas: nas esculturas a plaqueta deve ser fixada - características (descrição detalhada do bem);
na base. Nos quadros ela deve ser colocada na parte de trás, - valor de aquisição (valor histórico);
na lateral direita; - forma de ingresso (compra, doação, permuta, como-
j) quadros magnéticos: nos quadros magnéticos a pla- dato, construção, usucapião, desapropriação, cessão, outras);
queta deverá ser colocada na parte frontal inferior direita, - classificação contábil/patrimonial;
caso não seja possível a colagem neste local, colar nesta - número do empenho e data de emissão;
mesma posição na parte posterior do quadro; e - fonte de recurso;
k) fixação de plaquetas em outros bens: entende-se como - número do processo de aquisição e ano;
outros bens aqueles materiais que não podem ser classifica- - tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/
dos claramente como aparelhos, máquinas, motores, etc. Em fatura, comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo
tais bens, a plaqueta deve ser fixada na base, na parte onde de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão em Comoda-
são manuseados. to, outros);
- nome do fornecedor (código);
A seguir são elencados, como sugestões, dados necessá- - localização (identificação do centro de responsabilida-
rios ao registro dos bens no sistema de patrimônio: de); situação do bem (registrado, alocado, cedido em como-
- número do tombamento; dato, em manutenção,
- data do tombo; - em depósito para manutenção, em depósito para tria-
- descrição padronizada do bem (descrição básica pré- gem, em depósito para redistribuição, em depósito para alie-
nação, em sindicância, desaparecido, baixado, outros);
-definida em um sistema de patrimônio);
- estado de conservação (bom, regular, precário, inser-
- marca/modelo/série (também pré-definidos em um
vível);
sistema de patrimônio);
- data da incorporação;
- características (descrição detalhada); - unidade da federação;
- valor unitário de aquisição (valor histórico); - tipo de logradouro;
- agregação (acessório ou componente); - número;
- forma de ingresso (compra, fabricação própria, doa- - complemento;
ção, permuta, cessão, outras); - bairro/distrito;
- classificação contábil/patrimonial; - município;
- número do empenho e data de emissão; - cartório de registro;
- fonte de recurso; - matrícula;
- número do processo de aquisição e ano; - livro;
- tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/ - folhas;
fatura, comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo - data do registro;
de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão em Comoda- - data da reavaliação;
to, outros); - moeda da reavaliação;
- nome do fornecedor (código); - valor do aluguel;
- garantia (data limite da garantia e empresa de ma- - valor do arrendamento;
nutenção); - valor de utilização;
- localização (identificação do centro de responsabilidade); - valor de atualização;
36
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
37
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Empréstimo: O empréstimo é a operação de remaneja- o objetivo de apurar a responsabilidade dos agentes sob cuja
mento de bens entre órgãos por um período determinado de guarda se encontram determinados bens. Os diversos tipos
tempo, sem envolvimento de transação financeira. O em- de inventários são realizados por determinação de autorida-
préstimo deve ser evitado. Porém, se não houver alternativa, de competente, por iniciativa própria do Setor de Patrimô-
os órgãos envolvidos devem manter um rigoroso controle, de nio e das unidades de controle patrimonial ou de qualquer
modo a assegurar a devolução do bem na mesma condição detentor de carga dos diversos centros de responsabilidade,
em que estava na ocasião do empréstimo. Já o empréstimo periodicamente ou a qualquer tempo.
a terceiros de bens pertencentes ao poder público é vedado,
salvo exceções previstas em leis. Os inventários na Administração Pública devem ser le-
vantados não apenas por uma questão de rotina ou de dis-
Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros posição legal, mas também como medida de controle, tendo
também deve ser evitado, por não encontrar, a princípio, ne- em vista que os bens nele arrolados não pertencem a uma
nhum respaldo legal. pessoa física, mas ao Estado, e precisam estar resguardados
quanto a quaisquer danos.
⇒ INVENTÁRIO: Na Administração Pública o inventário é obrigatório,
pois a legislação estabelece que o levantamento geral de
O Inventário determina a contagem física dos itens de bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico de
estoque e em processos, para comparar a quantidade física cada unidade gestora e os elementos da escrituração sinté-
com os dados contabilizados em seus registros, a fim de eli- tica da contabilidade (art. 96 da Lei Federal n° 4.320, de 17
minar as discrepâncias que possam existir entre os valores de março de 1964).
contábeis, dos livros, e o que realmente existe em estoque.
A fim de manter atualizados os registros dos bens patri-
O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário moniais, bem como a responsabilidade dos setores onde se
geral é elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada localizam tais bens, a Administração Pública deve proceder
empresa, com a contagem física de todos os itens de uma ao inventário mediante verificações físicas pelo menos uma
só vez. O inventário rotativo é feito no decorrer do ano fiscal vez por ano. Para fins de atualização física e monetária e de
da empresa, sem qualquer tipo de parada no processo ope- controle, a época da inventariação será:
racional, concentrando-se em cada grupo de itens em deter- - anual para todos os bens móveis e imóveis sob respon-
minados períodos. sabilidade da unidade gestora em 31 de dezembro (confir-
Inventário na administração pública: Inventário são a mação dos dados apresentados no Balanço Geral); e
discriminação organizada e analítica de todos os bens (per- - no início e término da gestão, isto é, na substituição
manentes ou de consumo) e valores de um patrimônio, num dos respectivos responsáveis, no caso de bens móveis.
determinado momento, visando atender uma finalidade
específica. É um instrumento de controle para verificação Os bens serão inventariados pelos respectivos valores
dos saldos de estoques nos almoxarifados e depósitos, e da históricos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos va-
existência física dos bens em uso no órgão ou entidade, in- lores constantes de inventários já existentes, com indicação
formando seu estado de conservação, e mantendo atualiza- da data de aquisição.
dos e conciliados os registros do sistema de administração
patrimonial e os contábeis, constantes do sistema financei- Durante a realização de qualquer tipo de inventário,
ro. Além disso, o inventário também pode ser utilizado para fica vedada toda e qualquer movimentação física de bens
subsidiar as tomadas de contas indicando saldos existentes, localizados nos endereços individuais abrangidos pelos
detectar irregularidades e providenciar as medidas cabíveis. trabalhos, exceto mediante autorização específica das uni-
dades de controle patrimonial, ou do dirigente do órgão,
Através do inventário pode-se confirmar a localização com subsequente comunicação formal a Comissão de In-
e atribuição da carga de cada material permanente, per- ventário de Bens.
mitindo a atualização dos registros dos bens permanentes
bem como o levantamento da situação dos equipamentos e Nas fases do inventário dois pontos devem ser destaca-
materiais em uso, apurando a ocorrência de dano, extravio dos sobre as fases do inventário: o levantamento pode ser
ou qualquer outra irregularidade. Podem-se verificar tam- físico e/ou contábil: Levantamento físico, material ou de fato
bém no inventário as necessidades de manutenção e reparo é o levantamento efetuado diretamente pela identificação e
e constatação de possíveis ociosidades de bens móveis, pos- contagem ou medida dos componentes patrimoniais.
sibilitando maior racionalização e minimização de custos,
bem como a correta fixação da plaqueta de identificação. Levantamento contábil é o levantamento pelo apanhado
de elementos registrados nos livros e fichas de escrituração.
Na Administração Pública, o inventário é entendido O simples arrolamento não interessa para a contabilidade se
como o arrolamento dos direitos e comprometimentos da não for completado pela avaliação. Sem a expressão econô-
Fazenda Pública, feito periodicamente, com o objetivo de se mica, o arrolamento serve apenas para controle da existên-
conhecer a exatidão dos valores que são registrados na con- cia dos componentes patrimoniais.
tabilidade e que formam o Ativo e o Passivo ou, ainda, com
38
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
O inventário é dividido em três fases: Levantamento: b) bens móveis permanentes excedentes ou ociosos:
compreende a coleta de dados sobre todos os elementos ati- quando for constatado estarem os bens em perfeitas condi-
vos e passivos do patrimônio e é subdividido nas seguintes ções de uso e operação, porém sem utilização.
partes: identificação, agrupamento e mensuração.
Os bens móveis permanentes considerados excedentes
Arrolamento: é o registro das características e quanti- ou ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Central, fi-
dades obtidas no levantamento. O arrolamento pode apre- cando proibida a retirada de peças e dos periféricos a ele
sentar os componentes patrimoniais deforma resumida e relacionados, exceto nos casos autorizados pelo chefe da
recebe a denominação “sintética”. Quando tais componentes unidade gestora.
são relacionados individualmente, o arrolamento é analítico;
⇒ ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS:
Avaliação: é nesta fase que é atribuída uma unidade O desfazimento é a operação de baixa de um bem per-
de valor ao elemento patrimonial. Os critérios de avaliação tencente ao acervo patrimonial do órgão e consequente re-
dos componentes patrimoniais devem ter sempre por base o tirada do seu valor do ativo imobilizado. Considera-se baixa
custo. A atribuição do valor aos componentes patrimoniais patrimonial, a retirada de bem da carga patrimonial do ór-
obedece a critérios que se ajustam a sua natureza, função na gão, mediante registro da transferência deste para o con-
massa patrimonial e a sua finalidade. trole de bens baixados, feita exclusivamente pelo Setor de
Patrimônio, devidamente autorizado pelo gestor. O número
⇒ ALIENAÇÃO DE BENS:
de patrimônio de um bem baixado não deverá ser utilizado
De acordo com o direito administrativo brasileiro, en-
em outro bem.
tende-se como alienação a transferência de propriedade,
remunerada ou gratuita, sob a forma de venda, permuta,
A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das
doação, dação em pagamento, investidura, legitimação de
formas a seguir: alienação; permuta; perda total; extravio;
posse ou concessão de domínio.
destruição; comodato; transferência; sinistro; e exclusão de
Qualquer dessas formas de alienação pode ser usada bens no cadastro. Em qualquer uma das situações expostas,
pela Administração, desde que satisfaça as exigências admi- deve-se proceder à baixa definitiva dos bens considerados
nistrativas. Muito embora as Constituições Estaduais possam inservíveis por obsoletismo, por seu estado irrecuperável e
determinar que a autorização de doação de bens móveis seja inaproveitável em instituições do serviço público. As orien-
submetida à Assembleia Legislativa, a Lei Federal n° 8.666, tações administrativas devem ser obedecidas, em cada caso,
de 21 de junho de 1993, que institui normas para licitações para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema de gestão
e contratos da Administração Pública 37 e dá outras pro- patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessa-
vidências, faculta a obrigação de licitação específica para da. Sendo o bem considerado obsoleto ou não havendo inte-
doação de bens para fins sociais e dispõe sobre a alienação resse em utilizá-lo no órgão onde se encontra, mas estando
por leilão. em condições de uso (em estado regular de conservação),
o dirigente do órgão deverá, primeiramente, colocá-lo em
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, disponibilidade.
subordinada à existência de interesse público devidamente
justificado. Para tanto, o detentor da carga deverá preencher formu-
lário próprio criado pelo órgão normatizador e encaminhar
A alienação de bens está sujeita à existência de interesse ao órgão competente que poderá verificar, antecipadamente,
público e à autorização da Assembleia Legislativa (para os junto às entidades filantrópicas reconhecidas como de inte-
casos previstos em lei), e dependerá de avaliação prévia, que resse público, delegacias, escolas ou bibliotecas municipais e
será efetuada por comissão de licitação de leilão ou outra estaduais, no âmbito de sua jurisdição, se existe interesse pe-
modalidade prevista para a Administração Pública. los bens. Se houver interesse, a autoridade competente deverá
efetuar o Termo de Doação. Enquanto isso, o bem a ser baixa-
A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados do permanecerá guardado em local apropriado, sob a respon-
à alienação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser sabilidade de um servidor público, até a aprovação de baixa,
remetido ao Setor de Patrimônio, o qual instaurará o proce- ficando expressamente proibido o uso do bem desde o início
dimento respectivo; sempre que possível, os bens serão agru- da tramitação do processo de baixa até sua destinação final.
pados em lotes para que seja procedida a sua baixa; os bens
objeto de baixa serão vistoriados in loco por uma Comissão O registro no sistema patrimonial será efetivado com
Interna de Avaliação de Bens, no próprio órgão, os quais, base no Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar os
observando o estado de conservação, a vida útil, o valor de seguintes dados: número do tombamento; descrição; quan-
mercado e o valor contábil, formalizando laudo de avaliação tidade baixada (quando se tratar de lote de bens não pla-
dos bens, classificando-os em: quetados); forma de baixa; motivo de baixa; data de baixa;
a) bens móveis permanentes inservíveis: quando for número da Portaria ou Termo de Baixa. Visando o correto
constatado serem os bens danificados, obsoletos, fora do processo de baixa de bens do sistema patrimonial, faz-se ne-
padrão ou em desuso devido ao seu estado precário de con- cessário a adoção dos procedimentos a seguir: o Setor de
servação; e
39
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Patrimônio, ao receber o processo que autoriza a baixa, emi- Art. 4º Cargo público é o conjunto de atribuições e res-
tirá por processamento o Termo de Baixa dos Bens; o Setor ponsabilidades cometidas a um funcionário.
de Patrimônio verificará junto ao Setor Financeiro quanto à
existência do comprovante de pagamento, em caso de licita- Art. 5º Os cargos públicos são isolados ou de carreira.
ção e, em seguida, procederá à entrega do mesmo median-
te recibo próprio; emitido o Termo, o Setor de Patrimônio Art. 6º Aos cargos públicos serão atribuídos valores de-
providenciará o documento de quitação de responsabilidade terminados por referências numéricas, seguidas de letras em
patrimonial e entregará uma via a quem detinha a respon- ordem alfabética, indicadoras de graus.
sabilidade do bem. Parágrafo único. O conjunto de referência e grau consti-
tui o padrão do cargo.
Compete às unidades de controle dos bens patrimoniais
e ao dirigente do órgão, periodicamente, provocar expedien- Art. 7º Classe é o conjunto de cargos da mesma deno-
tes para que seja efetuado levantamento de bens suscetíveis minação.
de alienação ou desfazimento.
Art. 8º Carreira é o conjunto de classes da mesma natu-
reza de trabalho, escalonadas segundo o nível de complexi-
dade e o grau de responsabilidade.
LEGISLAÇÕES: LEI Nº 10.261/68 – ESTATUTO Art. 9º Quadro é o conjunto de carreiras e de cargos
DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO isolados.
ESTADO DE SÃO PAULO
Art. 10. É vedado atribuir ao funcionário serviços diver-
sos dos inerentes ao seu cargo, exceto as funções de chefia e
direção e as comissões legais.
LEI Nº 10.261, DE 28 DE OUTUBRO DE 1968 Aplica-se na esfera estadual paulista, tanto para a Ad-
ministração direta quanto para a indireta, nos três poderes,
Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis ressalvado o afastamento para autarquias, entidades pa-
do Estado raestatais e serviços públicos de natureza industrial.
Considera-se funcionário público a pessoa investida em
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: cargo público, que corresponde a um conjunto de atribuições
Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu e responsabilidades, podendo ser isolado ou de carreira (é
promulgo a seguinte lei: possível que exista um plano de carreira escalonado, permi-
tindo a ascensão entre classes, ou não; a somatória de cargos
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO isolados e de carreira é denominada de quadro).
ESTADO Todo serviço público será remunerado pelos cofres pú-
blicos.
TÍTULO I
Disposições Preliminares TÍTULO II
DO PROVIMENTO, DO EXERCÍCIO E DA VACÂNCIA DOS
Art. 1º Esta lei institui o regime jurídico dos funcionários CARGOS PÚBLICOS
públicos civis do Estado.
Parágrafo único. As suas disposições, exceto no que co- CAPÍTULO I
lidirem com a legislação especial, aplicam-se aos funcioná- Do Provimento
rios dos 3 Poderes do Estado e aos do Tribunal de Contas do
Estado. Art. 11. Os cargos públicos serão providos por:
I - nomeação;
Art. 2º As disposições desta lei não se aplicam aos em- II - transferência;
pregados das autarquias, entidades paraestatais e serviços III - reintegração;
públicos de natureza industrial, ressalvada a situação da- IV - acesso;
queles que, por lei anterior, já tenham a qualidade de fun- V - reversão;
cionário público. VI - aproveitamento; e
Parágrafo único. Os direitos, vantagens e regalias dos VII - readmissão.
funcionários públicos só poderão ser estendidos aos empre-
gados das entidades a que se refere este Art. na forma e Art. 12. Não havendo candidato habilitado em concur-
condições que a lei estabelecer. so, os cargos vagos, isolados ou de carreira, só poderão ser
ocupados no regime da legislação trabalhista, até o prazo
Art. 3º Funcionário público, para os fins deste Estatuto, é máximo de 2 (dois) anos, considerando-se findo o contrato
a pessoa legalmente investida em cargo público. após esse período, vedada a recondução.
40
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Segundo Hely Lopes Meirelles1, provimento “é o ato pelo 2 - por especializações ou por modalidades profissionais,
qual se efetua o preenchimento do cargo público, com a de- quando couber;
signação de seu titular”, podendo ser originário ou inicial se o II - as condições para provimento do cargo referentes a:
agente não possui vinculação anterior com a Administração 1 - diplomas ou experiência de trabalho;
Pública; ou derivado, que pressupõe a existência de um vín- 2 - capacidade física; e
culo com a Administração, o qual pode ser horizontal, sem 3 - conduta;
ascensão na carreira, ou vertical, com ascensão na carreira. III - o tipo e conteúdo das provas e as categorias de tí-
tulos;
CAPÍTULO II IV - a forma de julgamento das provas e dos títulos;
Das Nomeações V - os critérios de habilitação e de classificação; e
VI - o prazo de validade do concurso.
SEÇÃO I
Das Formas de Nomeação Art. 19. As instruções especiais poderão determinar que
a execução do concurso, bem como a classificação dos habi-
Art. 13. As nomeações serão feitas: litados, seja feita por regiões.
I - em caráter vitalício, nos casos expressamente previs-
tos na Constituição do Brasil; (Ministério Público e Magis- Art. 20. A nomeação obedecerá à ordem de classificação
tratura) no concurso.
II - em comissão, quando se tratar de cargo que em vir-
tude de lei assim deva ser provido; e No concurso de provas o candidato é avaliado apenas
III - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos concur-
provimento dessa natureza. sos de provas e títulos o seu currículo em toda sua atividade
profissional também é considerado.
A lei criará o cargo público, que poderá ser efetivo, caso O edital delimita questões como valor da taxa de inscri-
ção, casos de isenção, número de vagas e prazo de validade,
em que o ingresso se dará mediante concurso; em comissão,
sem prejuízo de instruções especiais compatíveis com o cargo.
quando por uma relação de confiança o superior puder no-
mear seus funcionários enquanto estiver ocupando aquela
SUBSEÇÃO II
posição de chefia; vitalício, quando a Constituição Federal
Das Provas de Habilitação
prever, no caso, Ministério Público e Magistratura.
Art. 21. As provas de habilitação serão realizadas pelo
SEÇÃO II
órgão encarregado dos concursos, para fins de transferência
Da Seleção de Pessoal e de outras formas de provimento que não impliquem em
critério competitivo.
SUBSEÇÃO I
Do Concurso Art. 22. As normas gerais para realização das provas de
habilitação serão estabelecidas em regulamento, obedecen-
Art. 14. A nomeação para cargo público de provimento do, no que couber, ao estabelecido para os concursos.
efetivo será precedida de concurso público de provas ou de
provas e títulos. CAPÍTULO III
Parágrafo único. As provas serão avaliadas na escala de Das Substituições
0 (zero) a 100 (cem) pontos e aos títulos serão atribuídos, no
máximo, 50 (cinquenta) pontos. Art. 23. Haverá substituição no impedimento legal e
temporário do ocupante de cargo de chefia ou de direção.
Art. 15. A realização dos concursos será centralizada Parágrafo único. Ocorrendo a vacância, o substituto
num só órgão. passará a responder pelo expediente da unidade ou órgão
correspondente até o provimento do cargo.
Art. 16. As normas gerais para a realização dos concur-
sos e para a convocação e indicação dos candidatos para o Art. 24. A substituição, que recairá sempre em funcioná-
provimento dos cargos serão estabelecidas em regulamento. rio público, quando não for automática, dependerá da expe-
dição de ato de autoridade competente.
Art. 17. Os concursos serão regidos por instruções espe- § 1º O substituto exercerá o cargo enquanto durar o im-
ciais, expedidas pelo órgão competente. pedimento do respectivo ocupante.
§ 2º O substituto, durante todo o tempo em que exercer
Art. 18. As instruções especiais determinarão, em função a substituição terá direito a perceber o valor do padrão e as
da natureza do cargo: vantagens pecuniárias inerentes ao cargo do substituído e
I - se o concurso será: mais as vantagens pessoais a que fizer jus.
1 - de provas ou de provas e títulos; e § 3º O substituto perderá, durante o tempo da substi-
1 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo tuição, o vencimento ou a remuneração e demais vantagens
brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993. pecuniárias inerentes ao seu cargo, se pelo mesmo não optar.
41
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 25. Exclusivamente para atender à necessidade de Se um servidor for injustamente demitido e a sua de-
serviço, os tesoureiros, caixas e outros funcionários que te- missão for invalidada, será reinvestido no cargo, sendo to-
nham valores sob sua guarda, em caso de impedimento, se- talmente ressarcido (por exemplo, recebendo os salários do
rão substituídos por funcionários de sua confiança, que indi- período em que foi afastado). Caso o cargo esteja extinto,
carem, respondendo a sua fiança pela gestão do substituto. será posto em disponibilidade; caso o cargo exista e alguém
Parágrafo único. Feita a indicação, por escrito, ao chefe o estiver ocupando, este será retirado do cargo, devolvendo-
da repartição ou do serviço, este proporá a expedição do ato -o ao seu legítimo titular.
de designação, aplicando-se ao substituto a partir da data
em que assumir as funções do cargo, o disposto nos §§ 1º e CAPÍTULO VI
2º do art. 24. Do Acesso
A substituição não é uma forma de provimento de car- Art. 33. Acesso é a elevação do funcionário, dentro do
go público, devido ao seu caráter temporário. Basicamente, respectivo quadro a cargo da mesma natureza de trabalho,
estando temporariamente impedido legalmente o ocupante de maior grau de responsabilidade e maior complexidade de
regular (ex.: férias), outro funcionário irá substitui-lo. atribuições, obedecido o interstício na classe e as exigências
a serem instituídas em regulamento.
CAPÍTULO IV § 1º Serão reservados para acesso os cargos cujas atri-
Da Transferência buições exijam experiência prévia do exercício de outro cargo.
§ 2º O acesso será feito mediante aferição do mérito
Art. 26. O funcionário poderá ser transferido de um para dentre titulares de cargos cujo exercício proporcione a expe-
outro cargo de provimento efetivo. riência necessária ao desempenho das atribuições dos car-
gos referidos no parágrafo anterior.
Art. 27. As transferências serão feitas a pedido do fun-
cionário ou “ex-officio”, atendidos sempre a conveniência do Art. 34. Será de 3 (três) anos de efetivo exercício o inters-
serviço e os requisitos necessários ao provimento do cargo. tício para concorrer ao acesso.
42
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Reversão é o retorno do servidor aposentado ao exer- Art. 40. A readmissão será feita no cargo anteriormente
cício, seja por motivo de requerimento pessoal, seja por re- exercido pelo ex-funcionário ou, se transformado, no cargo
conhecimento de vício em sua aposentadoria por invalidez. resultante da transformação.
Não cabe reversão se o aposentado possuir mais de 58 anos
de idade. Readmissão é uma espécie de reintegração na qual o
funcionário não retorna devido a decisão judicial, mas pelo
CAPÍTULO VIII mero reexame do processo administrativo, não possuindo
Do Aproveitamento aqui o direito a ressarcimento de prejuízos.
Art. 37. Aproveitamento é o reingresso no serviço públi-
CAPÍTULO X
co do funcionário em disponibilidade.
Da Readaptação
Art. 38. O obrigatório aproveitamento do funcionário
em disponibilidade ocorrerá em vagas existentes ou que se Art. 41. Readaptação é a investidura em cargo mais
verificarem nos quadros do funcionalismo. compatível com a capacidade do funcionário e dependerá
§ 1º O aproveitamento dar-se-á, tanto quanto possível, sempre de inspeção médica.
em cargo de natureza e padrão de vencimentos correspon-
dentes ao que ocupava, não podendo ser feito em cargo de Art. 42. A readaptação não acarretará diminuição, nem
padrão superior. aumento de vencimento ou remuneração e será feita me-
§ 2º Se o aproveitamento se der em cargo de padrão diante transferência.
inferior ao provento da disponibilidade, terá o funcionário
direito à diferença. Se o funcionário deixa de ter condições físicas ou psico-
§ 3º Em nenhum caso poderá efetuar-se o aproveita- lógicas para ocupar seu cargo, deverá ser readaptado para
mento sem que, mediante inspeção médica, fique provada a cargo semelhante que não exija tais aptidões. Ex.: funcioná-
capacidade para o exercício do cargo. rio trabalhava como atendente numa repartição, se movi-
§ 4º Se o laudo médico não for favorável, poderá ser mentando o tempo todo e sofre um acidente, ficando para-
procedida nova inspeção de saúde, para o mesmo fim, de- plégico. Sua capacidade mental não ficou prejudicada, em-
corridos no mínimo 90 (noventa) dias. bora seja inconveniente ele ter que fazer tantos movimentos
§ 5º Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassa-
no exercício das funções. Por isso, pode ser reconduzido para
da a disponibilidade do funcionário que, aproveitado, não
tomar posse e não entrar em exercício dentro do prazo legal. outro cargo técnico na repartição que seja mais burocrático
§ 6º Será aposentado no cargo anteriormente ocupado, e exija menos movimentação física, como o de assistente de
o funcionário em disponibilidade que for julgado incapaz um superior.
para o serviço público, em inspeção médica.
§ 7º Se o aproveitamento se der em cargo de provimento CAPÍTULO XI
em comissão, terá o aproveitado assegurado, no novo cargo, Da Remoção
a condição de efetividade que tinha no cargo anteriormente
ocupado. Art. 43. A remoção, que se processará a pedido do fun-
cionário ou “ex-officio”, só poderá ser feita:
Servidor posto em disponibilidade não é servidor aposen- I - de uma para outra repartição, da mesma Secretaria; e
tado. É apenas um servidor aguardando que surja um posto II - de um para outro órgão da mesma repartição.
adequado para que ocupe. Quando ele surgir, deverá entrar Parágrafo único. A remoção só poderá ser feita respeita-
em exercício, mediante aproveitamento, sob pena de ter re- da a lotação de cada repartição.
vogada a disponibilidade, deixando de ser servidor público.
Art. 44. A remoção por permuta será processada a reque-
CAPÍTULO IX rimento de ambos os interessados, com anuência dos respec-
Da Readmissão
tivos chefes e de acordo com o prescrito neste Capítulo.
Art. 39. Readmissão é o ato pelo qual o ex-funcionário,
demitido ou exonerado, reingressa no serviço público, sem Art. 45. O funcionário não poderá ser removido ou
direito a ressarcimento de prejuízos, assegurada, apenas, a transferido ex-officio para cargo que deva exercer fora da
contagem de tempo de serviço em cargos anteriores, para localidade de sua residência, no período de 6 (seis) meses
efeito de aposentadoria e disponibilidade. antes e até 3 (três) meses após a data das eleições.
§ 1º A readmissão do ex-funcionário demitido será obri- Parágrafo único. Essa proibição vigorará no caso de elei-
gatoriamente precedida de reexame do respectivo processo ções federais, estaduais ou municipais, isolada ou simulta-
administrativo, em que fique demonstrado não haver incon- neamente realizadas.
veniente, para o serviço público, na decretação da medida.
§ 2º Observado o disposto no parágrafo anterior, se a Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de
demissão tiver sido a bem do serviço público, a readmissão ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança
não poderá ser decretada antes de decorridos 5 (cinco) anos de sede.
do ato demissório.
43
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 48. São competentes para dar posse: O termo de posse é dotado de conteúdo específico. É
I - Os Secretários de Estado, aos diretores gerais, aos di- possível tomar posse mediante procuração específica. Não
retores ou chefes das repartições e aos funcionários que lhes há posse nos cargos em comissão. A declaração de bens e
são diretamente subordinados; e valores visa permitir a verificação da situação financeira do
II - Os diretores gerais e os diretores ou chefes de re- servidor, de forma a perceber se ele enriqueceu despropor-
partição ou serviço, nos demais casos, de acordo com o que cionalmente durante o exercício do cargo.
dispuser o regulamento.
CAPÍTULO XIII
Art. 49. A posse verificar-se-á mediante a assinatura de Da Fiança
termo em que o funcionário prometa cumprir fielmente os
deveres do cargo. Art. 56. (Revogado).
Parágrafo único. O termo será lavrado em livro próprio
e assinado pela autoridade que der posse. CAPÍTULO XIV
Do Exercício
Art. 50. A posse poderá ser tomada por procuração
quando se tratar de funcionário ausente do Estado, em co- Art. 57. O exercício é o ato pelo qual o funcionário assu-
missão do Governo ou, em casos especiais, a critério da au- me as atribuições e responsabilidades do cargo.
toridade competente. § 1º O início, a interrupção e o reinicio do exercício serão
registrados no assentamento individual do funcionário.
Art. 51. A autoridade que der posse deverá verificar, sob § 2º O início do exercício e as alterações que ocorrerem
pena de responsabilidade, se foram satisfeitas as condições serão comunicados ao órgão competente, pelo chefe da re-
estabelecidas, em lei ou regulamento, para a investidura no partição ou serviço em que estiver lotado o funcionário.
cargo.
Art. 58. Entende-se por lotação, o número de funcioná-
Art. 52. A posse deverá verificar-se no prazo de 30 (trin- rios de carreira e de cargos isolados que devam ter exercício
ta) dias, contados da data da publicação do ato de provi- em cada repartição ou serviço.
mento do cargo, no órgão oficial.
§ 1º O prazo fixado neste artigo poderá ser prorrogado Art. 59. O chefe da repartição ou de serviço em que for
por mais 30 (trinta) dias, a requerimento do interessado. lotado o funcionário é a autoridade competente para dar-lhe
§ 2º O prazo inicial para a posse do funcionário em férias exercício.
ou licença, será contado da data em que voltar ao serviço. Parágrafo único. É competente para dar exercício ao
§ 3º Se a posse não se der dentro do prazo, será tornado funcionário, com sede no Interior do Estado, a autoridade a
sem efeito o ato de provimento. que o mesmo estiver diretamente subordinado.
44
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 60. O exercício do cargo terá início dentro do prazo Art. 69. Os afastamentos de funcionários para partici-
de 30 (trinta) dias, contados: pação em congressos e outros certames culturais, técnicos
I - da data da posse; e ou científicos, poderão ser autorizados pelo Governador, na
II - da data da publicação oficial do ato, no caso de re- forma estabelecida em regulamento.
moção.
§ 1º Os prazos previstos neste artigo poderão ser prorro- Art. 70. O servidor preso em flagrante, preventiva ou
gados por 30 (trinta) dias, a requerimento do interessado e a temporariamente ou pronunciado será considerado afastado
juízo da autoridade competente. do exercício do cargo, com prejuízo da remuneração, até a
§ 2º No caso de remoção, o prazo para exercício de fun- condenação ou absolvição transitada em julgado.
cionário em férias ou em licença, será contado da data em § 1º Estando o servidor licenciado, sem prejuízo de sua
que voltar ao serviço. remuneração, será considerada cessada a licença na data
§ 3º No interesse do serviço público, os prazos previstos em que o servidor for recolhido à prisão.
neste artigo poderão ser reduzidos para determinados cargos. § 2º Se o servidor for, ao final do processo judicial, con-
§ 4º O funcionário que não entrar em exercício dentro denado, o afastamento sem remuneração perdurará até o
do prazo será exonerado. cumprimento total da pena, em regime fechado ou semia-
berto, salvo na hipótese em que a decisão condenatória de-
Art. 61. Em caso de mudança de sede, será concedido um terminar a perda do cargo público.
período de trânsito, até 8 (oito) dias, a contar do desligamen-
to do funcionário. Art. 71. As autoridades competentes determinarão o
afastamento imediato do trabalho, do funcionário que apre-
Art. 62. O funcionário deverá apresentar ao órgão com- sente indícios de lesões orgânicas ou funcionais causadas
petente, logo após ter tomado posse e assumido o exercício, por raios X ou substâncias radioativas, podendo atribuir-lhe
os elementos necessários à abertura do assentamento indi- conforme o caso, tarefas sem risco de radiação ou conce-
vidual. der-lhe licença “ex-officio” na forma do art. 194 e seguintes.
Art. 63. Salvo os casos previstos nesta lei, o funcionário
Art. 72. O funcionário, quando no desempenho do man-
que interromper o exercício por mais de 30 (trinta) dias con-
dato eletivo federal ou estadual, ficará afastado de seu car-
secutivos, ficará sujeito à pena de demissão por abandono
go, com prejuízo do vencimento ou remuneração.
de cargo.
Art. 73. O exercício do mandato de Prefeito, ou de Ve-
Art. 64. O funcionário deverá ter exercício na repartição
em cuja lotação houver claro. reador, quando remunerado, determinará o afastamento do
funcionário, com a faculdade de opção entre os subsídios do
Art. 65. Nenhum funcionário poderá ter exercício em mandato e os vencimentos ou a remuneração do cargo, in-
serviço ou repartição diferente daquela em que estiver lota- clusive vantagens pecuniárias, ainda que não incorporadas.
do, salvo nos casos previstos nesta lei, ou mediante autoriza- Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se igual-
ção do Governador. mente à hipótese de nomeação de Prefeito.
Art. 66. Na hipótese de autorização do Governador, o Art. 74. Quando não remunerada a vereança, o afasta-
afastamento só será permitido, com ou sem prejuízo de ven- mento somente ocorrerá nos dias de sessão e desde que o
cimentos, para fim determinado e prazo certo. horário das sessões da Câmara coincida com o horário nor-
Parágrafo único. O afastamento sem prejuízo de venci- mal de trabalho a que estiver sujeito o funcionário.
mentos poderá ser condicionado ao reembolso das despesas § 1º Na hipótese prevista neste artigo, o afastamento se
efetuadas pelo órgão de origem, na forma a ser estabelecida dará sem prejuízo de vencimentos e vantagens, ainda que
em regulamento. não incorporadas, do respectivo cargo.
§ 2º É vedada a remoção ou transferência do funcionário
Art. 67. O afastamento do funcionário para ter exercício durante o exercício do mandato.
em entidades com as quais o Estado mantenha convênios,
reger-se-á pelas normas nestes estabelecidas. Art. 75. O funcionário, devidamente autorizado pelo
Governador, poderá afastar-se do cargo para participar de
Art. 68. O funcionário poderá ausentar-se do Estado ou provas de competições desportivas, dentro ou fora do Estado.
deslocar-se da respectiva sede de exercício, para missão ou § 1º O afastamento de que trata este artigo, será prece-
estudo de interesse do serviço público, mediante autorização dido de requisição justificada do órgão competente.
expressa do Governador. § 2º O funcionário será afastado por prazo certo, nas
seguintes condições:
Artigo 68-A. O funcionário poderá afastar-se do Estado I - sem prejuízo do vencimento ou remuneração, quando
para atuar em organismo internacional de que o Brasil par- representar o Brasil, ou o Estado, em competições desporti-
ticipe ou com o qual coopere, mediante autorização expressa vas oficiais; e
do Governador, com prejuízo dos vencimentos e demais van- II - com prejuízo do vencimento ou remuneração, em
tagens do cargo. quaisquer outros casos.
45
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
46
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º A demissão será aplicada como penalidade nos ca- d) os encargos de família; e
sos previstos nesta lei. e) a idade;
2 - na classificação por antiguidade:
TÍTULO III a) o tempo no cargo;
DA PROMOÇÃO b) o tempo de serviço prestado ao Estado;
c) o tempo de serviço público;
CAPÍTULO ÚNICO d) os encargos de família; e
Da Promoção e) a idade.
Art. 87. Promoção é a passagem do funcionário de um Art. 96. O funcionário em exercício de mandato eletivo
grau a outro da mesma classe e se processará obedecidos, federal ou estadual ou de mandato de prefeito, somente po-
alternadamente, os critérios de merecimento e de antiguida- derá ser promovido por antiguidade.
de na forma que dispuser o regulamento.
Art. 97. Não serão promovidos por merecimento, ain-
Art. 88. O merecimento do funcionário será apurado em
da que classificados dentro dos limites estabelecidos no
pontos positivos e negativos.
regulamento, os funcionários que tiverem sofrido qualquer
§ 1º Os pontos positivos se referem a condições de efi-
ciência no cargo e ao aperfeiçoamento funcional resultante penalidade nos dois anos anteriores à data de vigência da
do aprimoramento dos seus conhecimentos. promoção.
§ 2º Os pontos negativos resultam da falta de assiduida-
de e da indisciplina. Art. 98. O funcionário submetido a processo adminis-
trativo poderá ser promovido, ficando, porém, sem efeito a
Art. 89. Da apuração do merecimento será dada ciência promoção por merecimento no caso de o processo resultar
ao funcionário. em penalidade.
Art. 90. A antiguidade será determinada pelo tempo de Art. 99. Para promoção por merecimento é indispensá-
efetivo exercício no cargo e no serviço público, apurado em dias. vel que o funcionário obtenha número de pontos não inferior
à metade do máximo atribuível.
Art. 91. As promoções serão feitas em junho e dezembro
de cada ano, dentro de limites percentuais a serem estabe- Art. 100. O merecimento do funcionário é adquirido na
lecidos em regulamento e corresponderão às condições exis- classe.
tentes até o último dia do semestre imediatamente anterior.
Art. 101. (Revogado)
Art. 92. Os direitos e vantagens que decorrerem da pro-
moção serão contados a partir da publicação do ato, salvo Art. 102. O tempo no cargo será o efetivo exercício, con-
quando publicado fora do prazo legal, caso em que vigorará tado na seguinte conformidade:
a contar do último dia do semestre a que corresponder. I - a partir da data em que o funcionário assumir o exer-
Parágrafo único. Ao funcionário que não estiver em efe- cício do cargo, nos casos de nomeação, transferência a pedi-
tivo exercício, só se abonarão as vantagens a partir da data do, reversão e aproveitamento;
da reassunção. II - como se o funcionário estivesse em exercício, no caso
de reintegração;
Art. 93. Será declarada sem efeito a promoção indevi-
III - a partir da data em que o funcionário assumir o
da, não ficando o funcionário, nesse caso, obrigado a res-
exercício do cargo do qual foi transferido, no caso de trans-
tituições, salvo na hipótese de declaração falsa ou omissão
intencional. ferência ex-officio; e
IV - a partir da data em que o funcionário assumir o
Art. 94. Só poderão ser promovidos os servidores que ti- exercício do cargo reclassificado ou transformado.
verem o interstício de efetivo exercício no grau.
Parágrafo único. O interstício a que se refere este artigo Art. 103. Será contado como tempo no cargo o efeti-
será estabelecido em regulamento. vo exercício que o funcionário houver prestado no mesmo
cargo, sem solução de continuidade, desde que por prazo
Art. 95. Dentro de cada quadro, haverá para cada classe, superior a 6 (seis) meses:
nos respectivos graus, uma lista de classificação, para os cri- I - como substituto; e
térios de merecimento e antiguidade. II - no desempenho de função gratificada, em período
Parágrafo único. Ocorrendo empate terão preferência, anterior à criação do respectivo cargo.
sucessivamente:
1 - na classificação por merecimento: Art. 104. As promoções obedecerão à ordem de classi-
a) os títulos e os comprovantes de conclusão de cursos, ficação.
relacionados com a função exercida;
b) a assiduidade; Art. 105. Haverá em cada Secretaria de Estado uma Co-
c) a antiguidade no cargo; missão de Promoção que terá as seguintes atribuições:
47
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
I - eleger o respectivo presidente; esses direitos estão o do salário mínimo (art. 7°, IV); o décimo
II - decidir as reclamações contra a avaliação do mérito, terceiro salário (art. 7°, VIII); o repouso semanal remunerado
podendo alterar, fundamentalmente, os pontos atribuídos ao (art. 7°, XV); o salário-família (art. 7°, XII; o de férias anuais
reclamante ou a outros funcionários; (art. 7°, XVII); o de licença à gestante (art. 7°, XVIII) e outros
III - avaliar o mérito do funcionário quando houver di- mencionados no dispositivo constitucional. [...] Além disso,
vergência igual ou superior a 20 (vinte) pontos entre os to- há vários direitos de natureza social relacionados nos diver-
tais atribuídos pelas autoridades avaliadoras; sos estatutos funcionais das pessoas federativas. É nas leis
IV - propor à autoridade competente a penalidade que estatutárias que se encontram tais direitos, como o direito
couber ao responsável pelo atraso na expedição e remessa às licenças, à pensão, aos auxílios pecuniários, como o au-
do Boletim de Promoção, pela falta de qualquer informa- xílio-funeral e o auxílio-reclusão, à assistência, à saúde etc.”
ção ou de elementos solicitados, pelos fatos de que decor-
ram irregularidade ou parcialidade no processamento das CAPÍTULO I
promoções; Do Vencimento e da Remuneração
V - avaliar os títulos e os certificados de cursos apresen-
tados pelos funcionários; e SEÇÃO I
VI - dar conhecimento aos interessados mediante afixa- Disposições Gerais
ção na repartição:
1 - das alterações de pontos feitos nos Boletins de Pro- Art. 108. Vencimento é a retribuição paga ao funcioná-
moção; e rio pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao valor
2 - dos pontos atribuídos pelos títulos e certificados de do respectivo padrão fixado em lei, mais as vantagens a ele
cursos. incorporadas para todos os efeitos legais.
Art. 106. No processamento das promoções cabem as Art. 109. Remuneração é a retribuição paga ao funcio-
seguintes reclamações: nário pelo efetivo exercício do cargo, correspondente a 2/3
I - da avaliação do mérito; e (dois terços) do respectivo padrão, mais as quotas ou porcen-
II - da classificação final. tagens que, por lei, lhe tenham sido atribuídas e as vanta-
§ 1º Da avaliação do mérito podem ser interpostos pe-
gens pecuniárias a ela incorporadas.
didos de reconsideração e recurso, e, da classificação final,
apenas recurso.
Art. 110. O funcionário perderá:
§ 2º Terão efeito suspensivo as reclamações relativas à
I - o vencimento ou remuneração do dia quando não
avaliação do mérito.
comparecer ao serviço, salvo no caso previsto no § 1º deste
§ 3º Serão estabelecidos em regulamento as normas e os
artigo; e
prazos para o processamento das reclamações de que trata
este artigo. II - 1/3 (um terço) do vencimento ou remuneração diá-
ria, quando comparecer ao serviço dentro da hora seguinte
Art. 107. A orientação das promoções do funcionalismo à marcada para o início do expediente ou quando dele reti-
público civil será centralizada, cabendo ao órgão a que for rar-se dentro da última hora.
deferida tal competência: § 1º As faltas ao serviço, até o máximo de 6 (seis) por
I - expedir normas relativas ao processamento das pro- ano, não excedendo a uma por mês, em razão de moléstia
moções e elaborar as respectivas escalas de avaliação, com ou outro motivo relevante, poderão ser abonadas pelo supe-
a aprovação do Governador; rior imediato, a requerimento do funcionário no primeiro dia
II - orientar as autoridades competentes quanto à ava- útil subsequente ao da falta.
liação das condições de promoção; § 2º No caso de faltas sucessivas, justificadas ou injusti-
III - realizar estudos e pesquisas no sentido de averiguar ficadas, os dias intercalados – domingos, feriados e aqueles
a eficiência do sistema em vigor, propondo medidas tenden- em que não haja expediente – serão computados exclusiva-
tes ao seu aperfeiçoamento; e mente para efeito de desconto do vencimento ou remunera-
IV - opinar em processos sobre assuntos de promoção, ção. (não como falta)
sempre que solicitado. Somente não geram perda de remuneração as faltas jus-
tificadas e devidamente compensadas.
TÍTULO IV
DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS DE ORDEM Art. 111. As reposições devidas pelo funcionário e as
PECUNIÁRIA indenizações por prejuízos que causar à Fazenda Pública
Estadual, serão descontadas em parcelas mensais não ex-
Resume Carvalho Filho2: “os direitos sociais constitucio- cedentes da décima parte do vencimento ou remuneração
nais são objeto da referência do art. 39, §3°, CF, o qual deter- ressalvados os casos especiais previstos neste Estatuto.
mina que dezesseis dos direitos sociais outorgados aos em-
pregados sejam estendidos aos servidores públicos. Dentre Art. 112. Só será admitida procuração para efeito de re-
cebimento de quaisquer importâncias dos cofres estaduais,
2 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de decorrentes do exercício do cargo, quando o funcionário se
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- encontrar fora da sede ou comprovadamente impossibilitado
ris, 2010. de locomover-se.
48
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 113. O vencimento, remuneração ou qualquer van- II - pela forma determinada, quanto aos funcionários
tagem pecuniária atribuídos ao funcionário, não poderão ser não sujeitos a ponto.
objeto de arresto, sequestro ou penhora, salvo:
I - quando se tratar de prestação de alimentos, na forma CAPÍTULO II
da lei civil; e Das Vantagens de Ordem Pecuniária
II - nos casos previstos no Capítulo II do Título VI deste
Estatuto. SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 114. É proibido, fora dos casos expressamente con-
signados neste Estatuto, ceder ou gravar vencimento, remu- Art. 124. Além do valor do padrão do cargo, o funcio-
neração ou qualquer vantagem decorrente do exercício de nário só poderá receber as seguintes vantagens pecuniárias:
cargo público. I - adicionais por tempo de serviço;
II - gratificações;
Art. 115. O vencimento ou remuneração do funcionário III - diárias;
não poderá sofrer outros descontos, exceto os obrigatórios e IV - ajudas de custo;
os autorizados por lei. V - salário-família e salário-esposa;
VI - (Revogado);
Art. 116. As consignações em folha, para efeito de des- VII - quota-parte de multas e porcentagens fixadas em lei;
conto de vencimentos ou remuneração, serão disciplinadas VIII - honorários, quando fora do período normal ou
em regulamento. extraordinário de trabalho a que estiver sujeito, for desig-
nado para realizar investigações ou pesquisas científicas,
SEÇÃO II bem como para exercer as funções de auxiliar ou membro
Do Horário e do Ponto de bancas e comissões de concurso ou prova, ou de professor
de cursos de seleção e aperfeiçoamento ou especialização de
Art. 117. O horário de trabalho nas repartições será fixa- servidores, legalmente instituídos, observadas as proibições
do pelo Governo de acordo com a natureza e as necessidades atinentes a regimes especiais de trabalho fixados em lei;
do serviço. IX - honorários pela prestação de serviço peculiar à pro-
fissão que exercer e, em função dela, à Justiça, desde que
Art. 118. O período de trabalho, nos casos de comprova-
não a execute dentro do período normal ou extraordinário
da necessidade, poderá ser antecipado ou prorrogado pelo
de trabalho a que estiver sujeito e sejam respeitadas as res-
chefe da repartição ou serviço.
trições estabelecidas em lei pela subordinação a regimes es-
Parágrafo único. No caso de antecipação ou prorroga-
peciais de trabalho; e
ção, será remunerado o trabalho extraordinário, na forma
X - outras vantagens ou concessões pecuniárias previs-
estabelecida no art. 136.
tas em leis especiais ou neste Estatuto.
Art. 119. Nos dias úteis, só por determinação do Gover- § 1º Excetuados os casos expressamente previstos neste
nador poderão deixar de funcionar as repartições públicas artigo, o funcionário não poderá receber, a qualquer título,
ou ser suspenso o expediente. seja qual for o motivo ou forma de pagamento, nenhuma
outra vantagem pecuniária dos órgãos do serviço público,
Art. 120. Ponto é o registro pelo qual se verificará, dia- das entidades autárquicas ou paraestatais ou outras organi-
riamente, a entrada e saída do funcionário em serviço. zações públicas, em razão de seu cargo ou função nos quais
§ 1º Para registro do ponto serão usados, de preferência, tenha sido mandado servir.
meios mecânicos. § 2º O não cumprimento do que preceitua este artigo
§ 2º É vedado dispensar o funcionário do registro do importará na demissão do funcionário, por procedimento
ponto, salvo os casos expressamente previstos em lei. irregular, e na imediata reposição, pela autoridade ordena-
§ 3º A infração do disposto no parágrafo anterior deter- dora do pagamento, da importância indevidamente paga.
minará a responsabilidade da autoridade que tiver expedido § 3º Nenhuma importância relativa às vantagens cons-
a ordem, sem prejuízo da ação disciplinar cabível. tantes deste artigo será paga ou devida ao funcionário, seja
qual for o seu fundamento, se não houver crédito próprio,
Art. 121. Para o funcionário estudante, conforme dispu- orçamentário ou adicional.
ser o regulamento, poderão ser estabelecidas normas espe-
ciais quanto à frequência ao serviço. Art. 125. As porcentagens ou quotas-partes, atribuídas
em virtude de multas ou serviços de fiscalização e inspeção,
Art. 122. O funcionário que comprovar sua contribuição só serão creditadas ao funcionário após a entrada da impor-
para banco de sangue mantido por órgão estatal ou paraes- tância respectiva, a título definitivo, para os cofres públicos.
tatal, ou entidade com a qual o Estado mantenha convênio,
fica dispensado de comparecer ao serviço no dia da doação. Art. 126. O funcionário não fará jus à percepção de
quaisquer vantagens pecuniárias, nos casos em que deixar
Art. 123. Apurar-se-á a frequência do seguinte modo: de perceber o vencimento ou remuneração, ressalvado o dis-
I - pelo ponto; e posto no parágrafo único do art. 160.
49
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
De acordo com Hely Lopes Meirelles3, “o que caracteriza IV - quando designado para fazer parte de órgão legal
o adicional e o distingue da gratificação é ser aquele que de deliberação coletiva; e
recompensa ao tempo de serviço do servidor, ou uma re- V - outras que forem previstas em lei.
tribuição pelo desempenho de funções especiais que fogem
da rotina burocrática, e esta, uma compensação por serviços Art. 136. A gratificação pela prestação de serviço ex-
comuns executados em condições anormais para o servidor, traordinário será paga por hora de trabalho prorrogado ou
ou uma ajuda pessoal em face de certas situações que agra- antecipado, na mesma razão percebida pelo funcionário
vam o orçamento do servidor”. em cada hora de período normal de trabalho a que estiver
sujeito.
SEÇÃO Il Parágrafo único. A prestação de serviço extraordinário
Dos Adicionais por Tempo de Serviço não poderá exceder a duas horas diárias de trabalho.
Art. 127. O funcionário terá direito, após cada período Art. 137. É vedado conceder gratificação por serviço ex-
de 5 (cinco) anos, contínuos, ou não, à percepção de adicio- traordinário, com o objetivo de remunerar outros serviços ou
nal por tempo de serviço, calculado à razão de 5% (cinco encargos.
por cento) sobre o vencimento ou remuneração, a que se § 1º O funcionário que receber importância relativa a
incorpora para todos os efeitos. serviço extraordinário que não prestou, será obrigado a res-
Parágrafo único. Declarado Inconstitucional pelo Supre- tituí-la de uma só vez, ficando ainda sujeito à punição dis-
mo Tribunal Federal (ADIn nº 3.167) ciplinar.
§ 2º Será responsabilizada a autoridade que infringir o
Art. 128. A apuração do quinquênio será feita em dias e disposto no caput deste artigo.
o total convertido em anos, considerados estes sempre como
de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias. Art. 138. Será punido com pena de suspensão e, na re-
incidência, com a de demissão, a bem do serviço público, o
Art. 129. (Vetado). funcionário:
I - que atestar falsamente a prestação de serviço ex-
Art. 130. O funcionário que completar 25 (vinte e cinco)
traordinário; e
anos de efetivo exercício perceberá mais a sexta-parte do
II - que se recusar, sem justo motivo, à prestação de ser-
vencimento ou remuneração, a estes incorporada para todos
viço extraordinário.
os efeitos.
Art. 139. O funcionário que exercer cargo de direção não
Art. 131. O funcionário que exercer cumulativamente car-
poderá perceber gratificação por serviço extraordinário.
gos ou funções, terá direito aos adicionais de que trata esta
Seção, isoladamente, referentes a cada cargo ou a função. § 1º O disposto neste artigo não se aplica durante o pe-
ríodo em que subordinado de titular de cargo nele mencio-
Art. 132. O ocupante de cargo em comissão fará jus aos nado venha a perceber, em consequência do acréscimo da
adicionais previstos nesta Seção, calculados sobre o venci- gratificação por serviço extraordinário, quantia que iguale
mento que perceber no exercício desse cargo, enquanto nele ou ultrapasse o valor do padrão do cargo de direção.
permanecer. § 2º Aos titulares de cargos de direção, para efeito do
parágrafo anterior, apenas será paga gratificação por serviço
Art. 133. Ao funcionário no exercício de cargo em subs- extraordinário correspondente à quantia a esse título perce-
tituição aplica-se o disposto no artigo anterior. bida pelo subordinado de padrão mais elevado.
Art. 134. Para efeito dos adicionais a que se refere esta Art. 140. A gratificação pela elaboração ou execução de
Seção, será computado o tempo de serviço, na forma estabe- trabalho técnico ou científico, ou de utilidade para o serviço,
lecida nos arts. 76 e 78. será arbitrada pelo Governador, após sua conclusão.
50
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
51
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 158. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto e a Art. 168. Ao cônjuge, ao companheiro ou companheira
madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos in- ou, na falta destes, à pessoa que provar ter feito despesas em
capazes. virtude do falecimento de funcionário ativo ou inativo será
concedido auxílio-funeral, a título de benefício assistencial,
Art. 158-A. Fica assegurada nas mesmas bases e con- de valor correspondente a 1 (um) mês da respectiva remu-
dições, ao cônjuge supérstite ou ao responsável legal pelos neração.
filhos do casal, a percepção do salário-família a que tinha § 1º O pagamento será efetuado pelo órgão competente,
direito o funcionário ou inativo falecido. mediante apresentação de atestado de óbito pelas pessoas
indicadas no caput deste artigo, ou procurador legalmente
Art. 159. A concessão e a supressão do salário-família habilitado, feita a prova de identidade.
serão processadas na forma estabelecida em lei. § 2º No caso de integrante da carreira de Agente de Se-
gurança Penitenciária ou da classe de Agente de Escolta e
Art. 160. Não será pago o salário-família nos casos em Vigilância Penitenciária, se ficar comprovado, por meio de
que o funcionário deixar de perceber o respectivo vencimen- competente apuração, que o óbito decorreu de lesões recebi-
to ou remuneração. das no exercício de suas funções, o benefício será acrescido
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica do valor correspondente a mais 1 (um) mês da respectiva re-
aos casos disciplinares e penais, nem aos de licença por mo- muneração, cujo pagamento será efetivado mediante apre-
tivo de doença em pessoa da família. sentação de alvará judicial.
§ 3º O pagamento do benefício previsto neste artigo,
Art. 161. É vedada a percepção de salário-família por caso as despesas tenham sido custeadas por terceiros, em
dependente em relação ao qual já esteja sendo pago este virtude da contratação de planos funerários, somente será
benefício por outra entidade pública federal, estadual ou efetivado mediante apresentação de alvará judicial.
municipal, ficando o infrator sujeito às penalidades da lei.
Art. 169. O Governo do Estado poderá conceder prêmios
Art. 162. O salário-esposa será concedido ao funcionário em dinheiro, dentro das dotações orçamentárias próprias,
que não perceba vencimento ou remuneração de importân- aos funcionários autores dos melhores trabalhos, classifica-
cia superior a 2 (duas) vezes o valor do menor vencimento dos em concursos de monografias de interesse para o serviço
pago pelo Estado, desde que a mulher não exerça atividade público.
remunerada.
Parágrafo único. A concessão do benefício a que se refe- Art. 170. (Revogado).
re este artigo será objeto de regulamento.
CAPÍTULO III
SEÇÃO VII Das Acumulações Remuneradas
Outras Concessões Pecuniárias
Art. 171. É vedada a acumulação remunerada, exceto:
Art. 163. O Estado assegurará ao funcionário o direito de I - a de um juiz e um cargo de professor;
pleno ressarcimento de danos ou prejuízos, decorrentes de II - a de dois cargos de professor;
acidentes no trabalho, do exercício em determinadas zonas III - a de um cargo de professor e outro técnico ou cien-
ou locais e da execução de trabalho especial, com risco de tífico; e
vida ou saúde. IV - a de dois cargos privativos de médico.
§ 1º Em qualquer dos casos, a acumulação somente é
Art. 164. Ao funcionário licenciado, para tratamento de permitida quando haja correlação de matérias e compatibi-
saúde poderá ser concedido transporte, se decorrente do tra- lidade de horários.
tamento, inclusive para pessoa de sua família. § 2º A proibição de acumular se estende a cargos, fun-
ções ou empregos em autarquias, empresas públicas e socie-
Art. 165. Poderá ser concedido transporte à família do dades de economia mista.
funcionário, quando este falecer fora da sede de exercício, no § 3º A proibição de acumular proventos não se aplica
desempenho de serviço. aos aposentados, quanto ao exercício de mandato eletivo,
§ 1º A mesma concessão poderá ser feita à família do cargo em comissão ou ao contrato para prestação de servi-
funcionário falecido fora do Estado. ços técnicos ou especializados.
§ 2º Só serão atendidos os pedidos de transporte formu-
lados dentro do prazo de 1 (um) ano, a partir da data em que Art. 172. O funcionário ocupante de cargo efetivo, ou em
houver falecido o funcionário. disponibilidade, poderá ser nomeado para cargo em comis-
são, perdendo, durante o exercício desse cargo, o vencimen-
Art. 166. (Revogado). to ou remuneração do cargo efetivo ou o provento, salvo se
optar pelo mesmo.
Art. 167. A concessão de que trata o artigo anterior só
poderá ser deferida ao funcionário que se encontre no exer- Art. 173. Não se compreende na proibição de acumular,
cício do cargo e mantenha contato com o público, pagando desde que tenha correspondência com a função principal, a
ou recebendo em moeda corrente. percepção das vantagens enumeradas no art. 124.
52
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 174. Verificado, mediante processo administrativo, Art. 180. O funcionário transferido ou removido, quando
que o funcionário está acumulando, fora das condições pre- em gozo de férias, não será obrigado a apresentar-se antes
vistas neste Capítulo, será ele demitido de todos os cargos e de terminá-las.
funções e obrigado a restituir o que indevidamente houver
recebido. CAPÍTULO II
§ 1º Provada a boa-fé, o funcionário será mantido no Das Licenças
cargo ou função que exercer há mais tempo.
§ 2º Em caso contrário, o funcionário demitido ficará SEÇÃO I
ainda inabilitado pelo prazo de 5 (cinco) anos, para o exer- Disposições Gerais
cício de função ou cargo público, inclusive em entidades que
exerçam função delegada do poder público ou são por este Art. 181. O funcionário efetivo poderá ser licenciado:
mantidas ou administradas. I - para tratamento de saúde;
II - quando acidentado no exercício de suas atribuições
Art. 175. As autoridades civis e os chefes de serviço, bem
ou acometido por doença profissional;
como os diretores ou responsáveis pelas entidades referidas
III - no caso previsto no art. 198;
no parágrafo 2º do artigo anterior e os fiscais ou represen-
tantes dos poderes públicos junto às mesmas, que tiverem IV - por motivo de doença em pessoa de sua família;
conhecimento de que qualquer dos seus subordinados ou V - para cumprir obrigações concernentes ao serviço mi-
qualquer empregado da empresa sujeita à fiscalização está litar;
no exercício de acumulação proibida, farão a devida comu- VI - para tratar de interesses particulares;
nicação ao órgão competente, para os fins indicados no ar- VII - no caso previsto no art. 205;
tigo anterior. VIII - compulsoriamente, como medida profilática;
Parágrafo único. Qualquer cidadão poderá denunciar a IX - como prêmio de assiduidade.
existência de acumulação ilegal. § 1º Ao funcionário ocupante exclusivamente de cargo
em comissão serão concedidas as licenças previstas neste ar-
TÍTULO V tigo, salvo as referidas nos incisos IV, VI e VII.
DOS DIREITOS E VANTAGENS EM GERAL § 2º As licenças previstas nos incisos I a III serão concedi-
das ao funcionário de que trata o § 1º deste artigo mediante
CAPÍTULO I regras estabelecidas pelo regime geral de previdência social.
Das Férias
Art. 182. As licenças dependentes de inspeção médica
Art. 176. O funcionário terá direito ao gozo de 30 (trinta) serão concedidas pelo prazo indicado pelos órgãos oficiais
dias de férias anuais, observada a escala que for aprovada. competentes.
§ 1º É proibido levar à conta de férias qualquer falta ao
trabalho. Art. 183. Finda a licença, o funcionário deverá reassumir,
§ 2º É proibida a acumulação de férias, salvo por abso- imediatamente, o exercício do cargo.
luta necessidade de serviço e pelo máximo de 2 (dois) anos § 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica às
consecutivos. licenças previstas nos incisos V e VII do artigo 181, quando
§ 3º O período de férias será reduzido para 20 (vinte) em prorrogação.
dias, se o servidor, no exercício anterior, tiver, considerados § 2º A infração do disposto no caput deste artigo im-
em conjunto, mais de 10 (dez) não comparecimentos corres-
portará em perda total do vencimento ou remuneração cor-
pondentes a faltas abonadas, justificadas e injustificadas ou
respondente ao período de ausência e, se esta exceder a 30
às licenças previstas nos itens IV, VI e VII do art. 181.
§ 4º Durante as férias, o funcionário terá direito a todas (trinta) dias, ficará o funcionário sujeito à pena de demissão
as vantagens, como se estivesse em exercício. por abandono de cargo.
Art. 177. Atendido o interesse do serviço, o funcioná- Art. 184. O funcionário licenciado nos termos dos itens
rio poderá gozar férias de uma só vez ou em dois períodos I a IV do art. 181, é obrigado a reassumir o exercício, se for
iguais. considerado apto em inspeção médica realizada ex-officio
ou se não subsistir a doença na pessoa de sua família.
Art. 178. Somente depois do primeiro ano de exercício Parágrafo único. O funcionário poderá desistir da licen-
no serviço público, adquirirá o funcionário direito a férias. ça, desde que em inspeção médica fique comprovada a ces-
Parágrafo único. Será contado para efeito deste artigo sação dos motivos determinantes da licença.
o tempo de serviço prestado em outro cargo público, desde
que entre a cessação do anterior e o início do subsequente Art. 185. As licenças previstas nos incisos I, II e IV do ar-
exercício não haja interrupção superior a 10 (dez) dias. tigo 181 não serão concedidas em prorrogação, cabendo ao
funcionário ou à autoridade competente ingressar, quando
Art. 179. Caberá ao chefe da repartição ou do serviço, for o caso, com um novo pedido.
organizar, no mês de dezembro, a escala de férias para o ano
seguinte, que poderá alterar de acordo com a conveniência Art. 186. (Revogado).
do serviço.
53
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 187. O funcionário licenciado nos termos dos itens I 2 - a lesão sofrida pelo funcionário, quando em trânsito,
e II do artigo 181 não poderá dedicar-se a qualquer ativida- no percurso usual para o trabalho.
de remunerada, sob pena de ser cassada a licença e de ser
demitido por abandono do cargo, caso não reassuma o seu Art. 195. A licença prevista no artigo anterior não pode-
exercício dentro do prazo de 30 (trinta) dias. rá exceder de 4 (quatro) anos.
Parágrafo único. No caso de acidente, verificada a in-
Art. 188. (Revogado) capacidade total para qualquer função pública, será desde
logo concedida aposentadoria ao funcionário.
Art. 189. (Revogado)
Art. 196. A comprovação do acidente, indispensável para
Art. 190. O funcionário que se recusar a submeter-se à a concessão da licença, será feita em procedimento próprio,
inspeção médica, quando julgada necessária, será punido que deverá iniciar-se no prazo de 10 (dez) dias, contados da
com pena de suspensão. data do acidente.
Parágrafo único. A suspensão cessará no dia em que se § 1º O funcionário deverá requerer a concessão da li-
realizar a inspeção.
cença de que trata o caput deste artigo junto ao órgão de
origem.
SEÇÃO II
Da Licença para Tratamento de Saúde § 2º Concluído o procedimento de que trata o caput des-
te artigo caberá ao órgão médico oficial a decisão.
Art. 191. Ao funcionário que, por motivo de saúde, esti- § 3º O procedimento para a comprovação do acidente
ver impossibilitado para o exercício do cargo, será concedida de que trata este artigo deverá ser cumprido pelo órgão de
licença até o máximo de 4 (quatro) anos, com vencimento origem do funcionário, ainda que não venha a ser objeto de
ou remuneração. licença.
§ 1º Findo o prazo, previsto neste artigo, o funcionário
será submetido à inspeção médica e aposentado, desde que Art. 197. Para a conceituação do acidente da doença
verificada a sua invalidez, permitindo-se o licenciamento profissional, serão adotados os critérios da legislação federal
além desse prazo, quando não se justificar a aposentadoria. de acidentes do trabalho.
§ 2º Será obrigatória a reversão do aposentado, desde
que cessados os motivos determinantes da aposentadoria. SEÇÃO IV
Da Licença à Funcionária Gestante
Art. 192. O funcionário ocupante de cargo em comis-
são poderá ser aposentado, nas condições do artigo anterior, Art. 198. À funcionária gestante será concedida licença
desde que preencha os requisitos do art. 227. de 180 (cento e oitenta) dias com vencimento ou remunera-
ção, observado o seguinte:
Art. 193. A licença para tratamento de saúde dependerá I - a licença poderá ser concedida a partir da 32ª (tri-
de inspeção médica oficial e poderá ser concedida: gésima segunda) semana de gestação, mediante documen-
I - a pedido do funcionário; tação médica que comprove a gravidez e a respectiva idade
II - “ex officio”. gestacional;
§ 1º A inspeção médica de que trata o “caput” deste arti- II - ocorrido o parto, sem que tenha sido requerida a li-
go poderá ser dispensada, a critério do órgão oficial, quando cença, será esta concedida mediante a apresentação da cer-
a análise documental for suficiente para comprovar a inca- tidão de nascimento e vigorará a partir da data do evento,
pacidade laboral, observado o estabelecido em decreto.
podendo retroagir até 15 (quinze) dias;
§ 2º A licença “ex officio” de que trata o inciso II deste
III - durante a licença, cometerá falta grave a servidora
artigo será concedida por decisão do órgão oficial:
1 - quando as condições de saúde do funcionário assim que exercer qualquer atividade remunerada ou mantiver a
o determinarem; criança em creche ou organização similar.
2 - a pedido do órgão de origem do funcionário. Parágrafo único. No caso de natimorto, será concedida
§ 3º O funcionário poderá ser dispensado da inspeção a licença para tratamento de saúde, a critério médico, na
médica de que trata o “caput” deste artigo em caso de licen- forma prevista no artigo 193.
ça para tratamento de saúde de curta duração, conforme
estabelecido em decreto. SEÇÃO V
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
SEÇÃO III
Da Licença ao Funcionário Acidentado no Exercício de Art. 199. O funcionário poderá obter licença, por motivo
suas Atribuições ou Atacado de Doença Profissional de doença do cônjuge e de parentes até segundo grau.
§ 1º Provar-se-á a doença em inspeção médica na forma
Art. 194. O funcionário acidentado no exercício de suas prevista no artigo 193.
atribuições ou que tenha adquirido doença profissional terá § 2º A licença de que trata este artigo será concedida
direito à licença com vencimento ou remuneração. com vencimentos ou remuneração até 1 (um) mês e com os
Parágrafo único. Considera-se também acidente: seguintes descontos:
1 - a agressão sofrida e não provocada pelo funcionário, 1 - de 1/3 (um terço), quando exceder a 1 (um) mês até
no exercício de suas funções; 3 (três);
54
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
2 - 2/3 (dois terços), quando exceder a 3 (três) até 6 (seis); Parágrafo único. A licença será concedida mediante pe-
3 - sem vencimento ou remuneração do sétimo ao vi- dido devidamente instruído e vigorará pelo tempo que durar
gésimo mês. a comissão ou a nova função do marido.
§ 3º Para os efeitos do § 2º deste artigo, serão somadas
as licenças concedidas durante o período de 20 (vinte) meses, SEÇÃO IX
contado da primeira concessão. Da Licença Compulsória
SEÇÃO VI Art. 206. O funcionário, ao qual se possa atribuir a con-
Da Licença para Atender a Obrigações Concernentes dição de fonte de infecção de doença transmissível, poderá
ao Serviço Militar ser licenciado, enquanto durar essa condição, a juízo de au-
toridade sanitária competente, e na forma prevista no regu-
Art. 200. Ao funcionário que for convocado para o ser- lamento.
viço militar e outros encargos da segurança nacional, será
concedida licença sem vencimento ou remuneração. Art. 207. Verificada a procedência da suspeita, o funcio-
§ 1º A licença será concedida mediante comunicação do nário será licenciado para tratamento de saúde na forma
funcionário ao chefe da repartição ou do serviço, acompa- prevista no art. 191, considerando-se incluídos no período da
nhada de documentação oficial que prove a incorporação. licença os dias de licenciamento compulsório.
§ 2º O funcionário desincorporado reassumirá imedia-
tamente o exercício, sob pena de demissão por abandono do Art. 208. Quando não positivada a moléstia, deverá o
cargo, se a ausência exceder a 30 (trinta) dias. funcionário retornar ao serviço, considerando-se como de
§ 3º Quando a desincorporação se verificar em lugar efetivo exercício para todos os efeitos legais, o período de
diverso do da sede, os prazos para apresentação serão os licença compulsória.
previstos no art. 60.
SEÇÃO X
Art. 201. Ao funcionário que houver feito curso para ser Da licença-prêmio
admitido como oficial da reserva das Forças Armadas, será
também concedida licença sem vencimento ou remuneração,
Art. 209. O funcionário terá direito, como prêmio de as-
durante os estágios prescritos pelos regulamentos militares.
siduidade, à licença de 90 (noventa) dias em cada período
de 5 (cinco) anos de exercício ininterrupto, em que não haja
SEÇÃO VII
sofrido qualquer penalidade administrativa.
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
Parágrafo único. O período da licença será considerado
Art. 202. Depois de 5 (cinco) anos de exercício, o funcio- de efetivo exercício para todos os efeitos legais, e não acarre-
nário poderá obter licença, sem vencimento ou remunera- tará desconto algum no vencimento ou remuneração.
ção, para tratar de interesses particulares, pelo prazo máxi-
mo de 2 (dois) anos. Art. 210. Para fins da licença prevista nesta Seção, não
§ 1º Poderá ser negada a licença quando o afastamento se consideram interrupção de exercício:
do funcionário for inconveniente ao interesse do serviço. I - os afastamentos enumerados no art. 78, excetuado o
§ 2º O funcionário deverá aguardar em exercício a con- previsto no item X; e
cessão da licença. II - as faltas abonadas, as justificadas e os dias de licença
§ 3º A licença poderá ser gozada parceladamente a juízo a que se referem os itens I e IV do art. 181 desde que o total
da Administração, desde que dentro do período de 3 (três) anos. de todas essas ausências não exceda o limite máximo de 30
§ 4º O funcionário poderá desistir da licença, a qualquer (trinta) dias, no período de 5 (cinco) anos.
tempo, reassumindo o exercício em seguida.
Art. 211. (Revogado).
Art. 203. Não será concedida licença para tratar de in-
teresses particulares ao funcionário nomeado, removido ou Art. 212. A licença-prêmio será concedida mediante cer-
transferido, antes de assumir o exercício do cargo. tidão de tempo de serviço, independente de requerimento do
funcionário, e será publicada no Diário Oficial do Estado, nos
Art. 204. Só poderá ser concedida nova licença depois de termos da legislação em vigor.
decorridos 5 (cinco) anos do término da anterior.
Art. 213. O funcionário poderá requerer o gozo da licen-
SEÇÃO VIII ça-prêmio:
Da Licença à Funcionária Casada com Funcionário ou I - por inteiro ou em parcelas não inferiores a 15 (quinze)
Militar dias;
II - até o implemento das condições para a aposentado-
Art. 205. A funcionária casada com funcionário estadual ria voluntária.
ou com militar terá direito à licença, sem vencimento ou re- § 1º Caberá à autoridade competente:
muneração, quando o marido for mandado servir, indepen- 1 - adotar, após manifestação do chefe imediato, sem
dentemente de solicitação, em outro ponto do Estado ou do prejuízo para o serviço, as medidas necessárias para que o
território nacional ou no estrangeiro. funcionário possa gozar a licença-prêmio a que tenha direito;
55
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
2 - decidir, após manifestação do chefe imediato, ob- § 2º Os limites de idade e de tempo de serviço para a apo-
servada a opção do funcionário e respeitado o interesse do sentadoria poderão ser reduzidos, nos termos do parágrafo
serviço, pelo gozo da licença-prêmio por inteiro ou parcela- único do art. 94 da Constituição do Estado de São Paulo.
damente.
§ 2º A apresentação de pedido de passagem à inativida- Art. 223. A aposentadoria prevista no item I do artigo
de, sem a prévia e oportuna apresentação do requerimento anterior, só será concedida, após a comprovação da invalidez
de gozo, implicará perda do direito à licença-prêmio. do funcionário, mediante inspeção de saúde realizada em
órgão médico oficial.
Art. 214. O funcionário deverá aguardar em exercício a
apreciação do requerimento de gozo da licença-prêmio. Art. 224. A aposentadoria compulsória prevista no item
Parágrafo único. O gozo da licença-prêmio dependerá II do art. 222 é automática.
de novo requerimento, caso não se inicie em até 30 (trinta) Parágrafo único. O funcionário se afastará no dia ime-
dias contados da publicação do ato que o houver autorizado. diato àquele em que atingir a idade limite, independente-
mente da publicação do ato declaratório da aposentadoria.
Art. 215. (Revogado).
Art. 225. O funcionário em disponibilidade poderá ser
Art. 216. (Revogado). aposentado nos termos do art. 222.
56
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 235. Havendo vaga na sede do exercício de ambos Dentro do espectro do direito de petição se insere, por
os cônjuges, a remoção poderá ser feita para o local indicado exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de solicitar
por qualquer deles, desde que não prejudique o serviço. cópias reprográficas e certidões, bem como de ofertar de-
núncias de irregularidades. Contudo, o constituinte, talvez
Art. 236. Somente será concedida nova remoção por na intenção de deixar clara a obrigação dos Poderes Públicos
união de cônjuges ao funcionário que for removido a pedido em fornecer certidões, trouxe a letra b) do inciso, o que gera
para outro local, após transcorridos 5 (cinco) anos. confusões conceituais no sentido do direito de obter certi-
dões ser dissociado do direito de petição.
Art. 237. Considera-se local, para os fins dos arts. 234 a
236, o município onde o cônjuge tem sua residência. TÍTULO VI
DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES E DAS
Art. 238. O ato que remover ou transferir o funcionário RESPONSABILIDADES
estudante de uma para outra cidade ficará suspenso se, na
nova sede, não existir estabelecimento congênere, oficial, re- O regime disciplinar do servidor público civil está esta-
conhecido ou equiparado àquele em que o interessado esteja belecido basicamente de duas maneiras: deveres e proibi-
matriculado. ções. Ontologicamente, são a mesma coisa: ambos deveres
§ 1º Efetivar-se-á a transferência, se o funcionário con- e proibições são normas protetivas da boa Administração.
cluir o curso, deixar de cursá-lo ou for reprovado durante 2 Nas duas hipóteses, violado o preceito, cabível é uma pu-
(dois) anos. nição. Deve-se notar, porém, que os deveres constam da lei
§ 2º Anualmente, o interessado deverá fazer prova, pe- como ações, como conduta positiva; as proibições, ao con-
rante a repartição a que esteja subordinado, de que está fre- trário, são descritas como condutas vedadas ao servidor, de
quentando regularmente o curso em que estiver matriculado. modo que ele deve abster-se de praticá-las. Os deveres es-
tão inscritos não de modo exaustivo, porque o servidor deve
CAPÍTULO VII obediência a todas as normas legais ou infralegais4. “Estes
Do Direito de Petição
dispositivos preveem, basicamente, um conjunto de normas
de conduta e de proibições impostas pela lei aos servidores
Art. 239. É assegurado a qualquer pessoa, física ou ju-
por ela abrangidos, tendo em vista a prevenção, a apuração
rídica, independentemente de pagamento, o direito de pe-
e a possível punição de atos e omissões que possam por em
tição contra ilegalidade ou abuso de poder e para defesa de
risco o funcionamento adequado da administração pública,
direitos.
do posto de vista ético, do ponto de vista da eficiência e do
§ 1º Qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso, erro,
ponto de vista da legalidade. Decorrem, estes dispositivos, do
omissão ou conduta incompatível no serviço público.
§ 2º Em nenhuma hipótese, a Administração poderá re- denominado Poder Disciplinar que é aquele conferido à Ad-
cusar-se a protocolar, encaminhar ou apreciar a petição, sob ministração com o objetivo de manter sua disciplina interna,
pena de responsabilidade do agente. na medida em que lhe atribui instrumentos para punir seus
servidores (e também àqueles que estejam a ela vinculados
Art. 240. Ao servidor é assegurado o direito de requerer por um instrumento jurídico determinado - particulares con-
ou representar, bem como, nos termos desta lei complemen- tratados pela Administração). [...]”5.
tar, pedir reconsideração e recorrer de decisões, no prazo de
30 (trinta) dias, salvo previsão legal específica. CAPÍTULO I
Dos Deveres e das Proibições
Estabelece a CF, no art. 5°, XXIV, a) o direito de petição,
assegurado a todos: “são a todos assegurados, independen- SEÇÃO I
temente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Dos Deveres
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade
ou abuso de poder;”. Os artigos acima descrevem o direito de Os deveres do servidor aqui previstos são em muito
petição específico dos servidores públicos. compatíveis com os previstos no Código de Ética profissional
Quanto ao direito de petição, de maneira prática, cum- do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto
pre observar que o direito de petição deve resultar em uma n° 1.171/94) e na própria Lei nº 8.112/1990, que fixa o regi-
manifestação do Estado, normalmente dirimindo (resol- me jurídico dos servidores públicos civis federais. Descrevem
vendo) uma questão proposta, em um verdadeiro exercício algumas das condutas esperadas do servidor público quando
contínuo de delimitação dos direitos e obrigações que re-
gulam a vida social e, desta maneira, quando “dificulta a 4 LIMA, Fábio Lucas de Albuquerque. O regime
apreciação de um pedido que um cidadão quer apresentar” disciplinar dos servidores federais. Disponível em:
(muitas vezes, embaraçando-lhe o acesso à Justiça); “demo- <http://www.sato.adm.br/artigos/o_regime_disciplinar_
ra para responder aos pedidos formulados” (administrativa dos_servidores_federais.htm>. Acesso em: 11 ago. 2013.
e, principalmente, judicialmente) ou “impõe restrições e/ou 5 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos
condições para a formulação de petição”, traz a chamada Servidores Públicos da União. Disponível em: <http://
insegurança jurídica, que traz desesperança e faz proliferar www.canaldosconcursos.com.br/artigos/almirmorgado_ar-
as desigualdades e as injustiças. tigo1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2013.
57
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
do desempenho de suas funções. Em resumo, o servidor pú- do cargo é o Estado que o remunera. Se o referido cargo
blico deve desempenhar suas funções com cuidado, rapidez não lhe pertence, o servidor deve exercer suas funções com
e pontualidade, sendo leal à instituição que compõe, respei- o máximo de zelo que estiver ao seu alcance. Sua eventual
tando as ordens de seus superiores que sejam adequadas às menor capacidade de desempenho, para não configurar de-
funções que desempenhe e buscando conservar o patrimô- sídia ou insuficiência de desempenho, deverá ser compensa-
nio do Estado. No tratamento do público, deve ser prestativo da com um maior esforço e dedicação de sua parte. Se um
e não negar o acesso a informações que não sejam sigilosas. servidor altamente preparado e capaz, vem a praticar atos
Caso presencie alguma ilegalidade ou abuso de poder, deve que configurem desídia ou mesmo falta mais grave, poderá
denunciar. Tomam-se como base os ensinamentos de Lima6 vir a ser punido. Porque o que se julgará não é a pessoa do
a respeito destes deveres: servidor, mas a conduta a ele imputável. O zelo não deve se
limitar apenas às atribuições específicas de sua atividade. O
Art. 241. São deveres do funcionário: servidor deve ter zelo não somente com os bens e interesses
I - ser assíduo e pontual; imateriais (a imagem, os símbolos, a moralidade, a pontuali-
“Dois conceitos diferentes, porém parecidos. Ser assíduo dade, o sigilo, a hierarquia) como também para com os bens
significa ser presente dentro do horário do expediente. O e interesses patrimoniais do Estado”.
oposto do assíduo é o ausente, o faltoso. Pontual é aquele
servidor que não atrasa seus compromissos. É o que com- IV - guardar sigilo sobre os assuntos da repartição e,
parece no horário para as reuniões de trabalho e demais especialmente, sobre despachos, decisões ou providências;
atividades relacionadas com o exercício do cargo que ocu- “O agente público deve guardar sigilo sobre o que se
pa. Embora sejam conceitos diferentes, aqui o dever violado, passa na repartição, principalmente quanto aos assuntos
seja por impontualidade, seja por inassiduidade (que ainda oficiais. Pela Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, hoje
não aquela inassiduidade habitual de 60 dias ensejadora de está regulamentado o acesso às informações. Porém, o servi-
demissão), merece reprimenda de advertência, com fins edu- dor deve ter cuidado, pois até mesmo o fornecimento ou di-
cativos e de correção do servidor”. vulgação das informações exigem um procedimento. Maior
cuidado há que se ter, quando a informação possa expor a
II - cumprir as ordens superiores, representando quando intimidade da pessoa humana. As informações pessoais dos
forem manifestamente ilegais; administrados em geral devem ser tratadas forma transpa-
“O servidor integra a estrutura organizacional do ór- rente e com respeito à intimidade, à vida privada, à honra
gão em que presta suas atribuições funcionais. O Estado se e à imagem das pessoas, bem como às liberdades e garan-
movimenta através dos seus diversos órgãos. Dentro dos ór- tias individuais, segundo o artigo 31, da Lei nº 21.527, 2011.
gãos públicos, há um escalonamento de cargos e funções A exceção para o sigilo existe, pois, não devemos tratar a
que servem ao cumprimento da vontade do ente estatal. questão em termos de cláusula jurídica de caráter absoluto,
Este escalonamento, posto em movimento, é o que vimos podendo ter autorizada a divulgação ou o acesso por tercei-
até agora chamando de hierarquia. A hierarquia existe para ros quando haja previsão legal. Outra exceção é quando há
que do alto escalão até a prática dos administrados as coisas o consentimento expresso da pessoa a que elas se referirem.
funcionem. Disso decorre que quando é emitida uma ordem No caso de cumprimento de ordem judicial, para a defesa de
para o servidor subordinado, este deve dar cumprimento ao direitos humanos, e quando a proteção do interesse público
comando. Porém quando a ordem é visivelmente ilegal, ar- e geral preponderante o exigir, também devem ser forneci-
bitrária, inconstitucional ou absurda, o servidor não é obri- das as informações. Portanto, o servidor há que ter reserva
gado a dar seguimento ao que lhe é ordenado. Quando a no seu comportamento e fala, esquivando-se de revelar o
ordem é manifestamente ilegal? Há uma margem de inter- conteúdo do que se passa no seu trabalho. Se o assunto pu-
pretação, principalmente se o servidor subordinado não tiver lulante é uma irregularidade absurda, deve então reduzir a
nenhuma formação de ordem jurídica. Logo, é o bom senso escrito e representar para que se apure o caso. Deveriam
que irá margear o que é flagrantemente inconstitucional”. diminuir as conversas de corredor e se efetivar a apuração
dos fatos através do processo administrativo disciplinar. Os
III - desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de assuntos objeto do serviço merecem reserva. Devem ficar
que for incumbido; circunscritos aos servidores designados para o respectivo
“O zelo diz respeito às atribuições funcionais e também trabalho interno, não devendo sair da seção ou setor de tra-
ao cuidado com a economia do material, os bens da repar- balho, sem o trâmite hierárquico do chefe imediato. Se o as-
tição e o patrimônio público. Sob o prisma da disciplina e da sunto ou o trabalho, enfim, merecer divulgação mais ampla,
conservação dos bens e materiais da repartição, o servidor deve ser contatado o órgão de assessoria de comunicação
deve sempre agir com dedicação no desempenho das fun- social, que saberá proceder de forma oficial, obedecendo ao
ções do cargo que ocupa, e que lhe foram atribuídas desde bom senso e às leis vigentes”.
o termo de posse. O servidor não é o dono do cargo. Dono
V - representar aos superiores sobre todas as irregulari-
6 LIMA, Fábio Lucas de Albuquerque. O regime dades de que tiver conhecimento no exercício de suas funções;
disciplinar dos servidores federais. Disponível em: “Todo servidor público é obrigado a dar conhecimento
<http://www.sato.adm.br/artigos/o_regime_disciplinar_ ao chefe da repartição acerca das irregularidades de que
dos_servidores_federais.htm>. Acesso em: 11 ago. 2013. toma conhecimento no exercício de suas atribuições. Deve
58
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
levar ao conhecimento da chefia imediata pelo sistema hie- dos órgãos públicos, o que deve necessariamente passar por
rárquico. Supõe-se que os titulares das chefias ou divisões critérios de valorização dos servidores bons e de treinamento
detêm um conhecimento maior de como corrigir o erro ou e qualificação permanente dos quadros de pessoal”.
comunicar aos órgãos de controle para a devida apuração.
De nada adiantaria o servidor, ciente de um ato irregular, XII - cooperar e manter espírito de solidariedade com os
ir comunicar ao público ou a terceiros. Além do dever de companheiros de trabalho,
sigilo, há assuntos que exigem certas reservas, visando ao O ambiente de trabalho não deve ser um ambiente de
bem do serviço público, da segurança nacional e mesmo da litígio, mas sim de cooperação.
sociedade”.
XIII - estar em dia com as leis, regulamentos, regimen-
VI - tratar com urbanidade as pessoas; tos, instruções e ordens de serviço que digam respeito às
“No mundo moderno, e máxime em nossa civilização oci- suas funções; e
dental, o trato tem que ser o mais urbano possível. Urbano, “A função desta norma é de não deixar sem resposta
nessa acepção, não quer dizer citadino ou oriundo da urbe (ci- qualquer que seja a irregularidade cometida. Daí a necessá-
dade), mas, sim, educado, civilizado, cordato e que não possa ria correlação nesses casos que temos de fazer do art. 116,
criar embaraços aos usuários dos serviços públicos”. inciso III, com a norma violada, e já prevista em outra lei,
decreto, instrução, ordem de serviço ou portaria”.
VII - residir no local onde exerce o cargo ou, onde au-
torizado; XIV - proceder na vida pública e privada na forma que
O objetivo da disciplina é impor que o servidor sempre dignifique a função pública.
seja acessível, não precise se locomover grandes distâncias O bom comportamento não deve se fazer presente so-
quando solicitado, o que permite ainda que conheça a rea- mente no exercício das funções. Cabe ao funcionário se por-
lidade local. tar bem quando estiver em sua vida privada, na convivência
com seus amigos e familiares, bem como nos momentos de
VIII - providenciar para que esteja sempre em ordem, no lazer. Por melhor que seja como funcionário, não será aceito
aquele que, por exemplo, for visto frequentemente embria-
assentamento individual, a sua declaração de família;
gado ou for sempre denunciado por violência doméstica.
Trata-se do dever de manter seus registros atualizados,
inclusive no que se refere aos membros de sua família.
SEÇÃO II
Das Proibições
IX - zelar pela economia do material do Estado e pela
conservação do que for confiado à sua guarda ou utilização;
Art. 242. Ao funcionário é proibido:
“Esse deve é basilar. Se o agente não zelar pela economia Em contraposição aos deveres do servidor público,
e pela conservação dos bens públicos presta um desserviço existem diversas proibições, que também estão em boa
à nação que lhe remunera. E como se verá adiante poderá parte abrangidas pelo Decreto n° 1.171/94 e pela Lei nº
ser causa inclusive de demissão, se não cumprir o presente 8.112/1990. A violação dos deveres ou a prática de alguma
dever, quando por descumprimento dele a gravidade do fato das violações abaixo descritas caracterizam infração admi-
implicar a infração a normas mais graves”. nistrativa disciplinar.
“Nas Proibições constata-se, desde logo, sua objetivi-
X - apresentar-se convenientemente trajado em serviço dade e taxatividade, o que veda sua ampliação e o uso de
ou com uniforme determinado, quando for o caso; interpretações analógicas ou sistemáticas visto serem con-
As roupas devem refletir o respeito à instituição e serem dutas restritivas de direitos, sujeitas, portanto, ao princípio
compatíveis com a função desempenhada. da reserva legal. O descumprimento dessas proibições po-
dem inclusive, ensejar o enquadramento penal do servidor,
XI - atender prontamente, com preferência sobre qual- pois muitas das condutas ali descritas, configuram prática de
quer outro serviço, às requisições de papéis, documentos, in- delito penal”7.
formações ou providências que lhe forem feitas pelas autori-
dades judiciárias ou administrativas, para defesa do Estado, I - (Revogado).
em Juízo; II - retirar, sem prévia permissão da autoridade compe-
“Este dever foi insculpido na lei para que o servidor pú- tente, qualquer documento ou objeto existente na repartição;
blico trabalhe diuturnamente no sentido de desfazer a ima- III - entreter-se, durante as horas de trabalho, em pales-
gem desagradável que o mesmo possui perante a sociedade. tras, leituras ou outras atividades estranhas ao serviço;
Exige-se que atue com presteza no atendimento a informa- IV - deixar de comparecer ao serviço sem causa justifi-
ções solicitadas pela Fazenda Pública. Esta engloba o fisco cada;
federal, estadual, municipal e distrital. O servidor público V - tratar de interesses particulares na repartição;
tem que ser expedito, diligente, laborioso. Não há mais lugar VI - promover manifestações de apreço ou desapreço
para o burocrata que se afasta do administrado, dificultando 7 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos
a vida de quem necessita de atendimento rápido e escorreito. Servidores Públicos da União. Disponível em: <http://
Entretanto, há um longo caminho a ser percorrido até que se www.canaldosconcursos.com.br/artigos/almirmorgado_ar-
atinja um mínimo ideal de atendimento e de funcionamento tigo1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2013.
59
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
dentro da repartição, ou tornar-se solidário com elas; Art. 244. É vedado ao funcionário trabalhar sob as or-
VII - exercer comércio entre os companheiros de serviço, dens imediatas de parentes, até segundo grau, salvo quando
promover ou subscrever listas de donativos dentro da repar- se tratar de função de confiança e livre escolha, não podendo
tição; e exceder a 2 (dois) o número de auxiliares nessas condições.
VIII - empregar material do serviço público em serviço É a chamada prática de nepotismo. Do latim nepos, neto
particular. ou descendente, é o termo utilizado para designar o favore-
cimento de parentes (ou amigos próximos) em detrimento
Art. 243. É proibido ainda, ao funcionário: de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz res-
I - fazer contratos de natureza comercial e industrial peito à nomeação ou elevação de cargos. Destaca-se o teor
com o Governo, por si, ou como representante de outrem; da súmula vinculante nº 13 do STF:
II - participar da gerência ou administração de empresas Súmula Vinculante nº 13: “A nomeação de cônjuge, com-
bancárias ou industriais, ou de sociedades comerciais, que panheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinida-
mantenham relações comerciais ou administrativas com o de, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante
Governo do Estado, sejam por este subvencionadas ou este- ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo
jam diretamente relacionadas com a finalidade da reparti- de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
ção ou serviço em que esteja lotado; cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função
III - requerer ou promover a concessão de privilégios, ga- gratificada na Administração Pública direta e indireta, em
rantias de juros ou outros favores semelhantes, federais, es- qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fe-
taduais ou municipais, exceto privilégio de invenção própria; deral e dos municípios, compreendido o ajuste mediante de-
IV - exercer, mesmo fora das horas de trabalho, empre- signações recíprocas, viola a Constituição Federal.” Obs.: se
go ou função em empresas, estabelecimentos ou instituições o concurso pedir pelo entendimento jurisprudencial, vá pela
que tenham relações com o Governo, em matéria que se re- súmula, mas se não mencionar nada se atenha ao texto da
lacione com a finalidade da repartição ou serviço em que lei, visto que há pequenas variações entre o texto da súmula
esteja lotado; e o da lei.
V - aceitar representação de Estado estrangeiro, sem au-
torização do Presidente da República; CAPÍTULO II
VI - comerciar ou ter parte em sociedades comerciais Das Responsabilidades
nas condições mencionadas no item II deste artigo, podendo,
em qualquer caso, ser acionista, quotista ou comanditário; Art. 245. O funcionário é responsável por todos os pre-
VII - incitar greves ou a elas aderir, ou praticar atos de juízos que, nessa qualidade, causar à Fazenda Estadual, por
sabotagem contra o serviço público; (INCONSTITUCIONAL) dolo ou culpa, devidamente apurados.
O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores Parágrafo único. Caracteriza-se especialmente a res-
públicos possuem o direito de greve, devendo se atentar pela ponsabilidade:
preservação da sociedade quando exercê-lo. Enquanto não I - pela sonegação de valores e objetos confiados à sua
for elaborada uma legislação específica para os funcionários guarda ou responsabilidade, ou por não prestar contas, ou
públicos, deverá ser obedecida a lei geral de greve para os por não as tomar, na forma e no prazo estabelecidos nas leis,
funcionários privados, qual seja a Lei n° 7.783/89 (Mandado regulamentos, regimentos, instruções e ordens de serviço;
de Injunção nº 20). II - pelas faltas, danos, avarias e quaisquer outros prejuí-
zos que sofrerem os bens e os materiais sob sua guarda, ou
VIII - praticar a usura; sujeitos a seu exame ou fiscalização;
IX - constituir-se procurador de partes ou servir de inter- III - pela falta ou inexatidão das necessárias averbações
mediário perante qualquer repartição pública, exceto quando nas notas de despacho, guias e outros documentos da recei-
se tratar de interesse de cônjuge ou parente até segundo grau; ta, ou que tenham com eles relação; e
X - receber estipêndios de firmas fornecedoras ou de IV - por qualquer erro de cálculo ou redução contra a
entidades fiscalizadas, no País, ou no estrangeiro, mesmo Fazenda Estadual.
quando estiver em missão referente à compra de material
ou fiscalização de qualquer natureza; Art. 246. O funcionário que adquirir materiais em desa-
XI - valer-se de sua qualidade de funcionário para de- cordo com disposições legais e regulamentares, será respon-
sempenhar atividade estranha às funções ou para lograr, sabilizado pelo respectivo custo, sem prejuízo das penalida-
direta ou indiretamente, qualquer proveito; e des disciplinares cabíveis, podendo-se proceder ao desconto
XII - fundar sindicato de funcionários ou deles fazer par- no seu vencimento ou remuneração.
te. (INCONSTITUCIONAL)
Os servidores públicos têm direito de fundar sindicatos, Art. 247. Nos casos de indenização à Fazenda Estadual,
o que é inerente ao direito fundamental à liberdade de as- o funcionário será obrigado a repor, de uma só vez, a impor-
sociação. tância do prejuízo causado em virtude de alcance, desfalque,
remissão ou omissão em efetuar recolhimento ou entrada
Parágrafo único. Não está compreendida na proibição nos prazos legais.
dos itens II e VI deste artigo, a participação do funcionário
em sociedades em que o Estado seja acionista, bem assim na Art. 248. Fora dos casos incluídos no artigo anterior, a
direção ou gerência de cooperativas e associações de classe, importância da indenização poderá ser descontada do ven-
ou como seu sócio. cimento ou remuneração não excedendo o desconto à 10ª
(décima) parte do valor destes.
60
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único. No caso do item IV do parágrafo único Genericamente, os elementos da responsabilidade civil
do art. 245, não tendo havido má-fé, será aplicada a pena de se encontram no art. 186 do Código Civil: “aquele que, por
repreensão e, na reincidência, a de suspensão. ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusiva-
Art. 249. Será igualmente responsabilizado o funcioná- mente moral, comete ato ilícito”. Este é o artigo central do
rio que, fora dos casos expressamente previstos nas leis, re- instituto da responsabilidade civil, que tem como elementos:
gulamentos ou regimentos, cometer a pessoas estranhas às ação ou omissão voluntária (agir como não se deve ou dei-
repartições, o desempenho de encargos que lhe competirem xar de agir como se deve), culpa ou dolo do agente (dolo é a
ou aos seus subordinados. vontade de cometer uma violação de direito e culpa é a falta
de diligência), nexo causal (relação de causa e efeito entre a
Art. 250. A responsabilidade administrativa não exime ação/omissão e o dano causado) e dano (dano é o prejuízo
o funcionário da responsabilidade civil ou criminal que no sofrido pelo agente, que pode ser individual ou coletivo, mo-
ral ou material, econômico e não econômico).
caso couber, nem o pagamento da indenização a que ficar
Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal:
obrigado, na forma dos arts. 247 e 248, o exame da pena
disciplinar em que incorrer.
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
§ 1º A responsabilidade administrativa é independente
vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos da-
da civil e da criminal. nos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
§ 2º Será reintegrado ao serviço público, no cargo que assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
ocupava e com todos os direitos e vantagens devidas, o ser- casos de dolo ou culpa.
vidor absolvido pela Justiça, mediante simples comprovação
do trânsito em julgado de decisão que negue a existência de Este artigo deixa clara a formação de uma relação jurí-
sua autoria ou do fato que deu origem à sua demissão. dica autônoma entre o Estado e o agente público que causou
§ 3º O processo administrativo só poderá ser sobrestado o dano no desempenho de suas funções. Nesta relação, a
para aguardar decisão judicial por despacho motivado da responsabilidade civil será subjetiva, ou seja, caberá ao Es-
autoridade competente para aplicar a pena. tado provar a culpa do agente pelo dano causado, ao qual
Segundo Carvalho Filho8, “a responsabilidade se origina foi anteriormente condenado a reparar. Direito de regresso
de uma conduta ilícita ou da ocorrência de determinada si- é justamente o direito de acionar o causador direto do dano
tuação fática prevista em lei e se caracteriza pela natureza para obter de volta aquilo que pagou à vítima, considerada
do campo jurídico em que se consuma. Desse modo, a res- a existência de uma relação obrigacional que se forma entre
ponsabilidade pode ser civil, penal e administrativa. Cada a vítima e a instituição que o agente compõe.
responsabilidade é, em princípio, independente da outra”. Assim, o Estado responde pelos danos que seu agente
É possível que o mesmo fato gere responsabilidade civil, causar aos membros da sociedade, mas se este agente agiu
penal e administrativa, mas também é possível que este gere com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do que foi pago
apenas uma ou outra espécie de responsabilidade. Daí o fato à vítima. O agente causará danos ao praticar condutas in-
das responsabilidades serem independentes: o mesmo fato compatíveis com o comportamento ético dele esperado.10
pode gerar a aplicação de qualquer uma delas, cumulada A responsabilidade civil do servidor exige prévio proces-
ou isoladamente. so administrativo disciplinar no qual seja assegurado contra-
O instituto da responsabilidade civil é parte integrante ditório e ampla defesa.
do direito obrigacional, uma vez que a principal consequên- Trata-se de responsabilidade civil subjetiva ou com cul-
pa. Havendo ação ou omissão com culpa do servidor que
cia da prática de um ato ilícito é a obrigação que gera para
gere dano ao erário (Administração) ou a terceiro (adminis-
o seu auto de reparar o dano, mediante o pagamento de
trado), o servidor terá o dever de indenizar.
indenização que se refere às perdas e danos. Afinal, quem
Já a responsabilidade penal do servidor decorre de uma
pratica um ato ou incorre em omissão que gere dano deve
conduta que a lei penal tipifique como infração penal, ou
suportar as consequências jurídicas decorrentes, restauran- seja, como crime ou contravenção penal.
do-se o equilíbrio social.9 O servidor poderá ser responsabilizado apenas penal-
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, po- mente, uma vez que somente caberá responsabilização civil
dendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os li- se o ato tiver causado prejuízo ao erário (elemento dano).
mites da herança, embora existam reflexos na ação que apu- Os crimes contra a Administração Pública se encontram
re a responsabilidade civil conforme o resultado na esfera nos artigos 312 a 326 do Código Penal, mas existem outros
penal (por exemplo, uma absolvição por negativa de autoria crimes espalhados pela legislação específica.
impede a condenação na esfera cível, ao passo que uma ab- Por seu turno, quando o servidor pratica um ilícito admi-
solvição por falta de provas não o faz). nistrativo, a ele é atribuída responsabilidade administrativa.
O ilícito pode verificar-se por conduta comissiva ou omissiva e
8 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de os fatos que o configuram são os previstos na legislação esta-
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- tutária. Por exemplo, as sanções aplicadas pela Comissão de
ris, 2010. Ética por violação ao Decreto n° 1.171/94 são administrativas.
9 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabili- 10 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo.
dade Civil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
61
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Se as responsabilidades se cumularem, também as san- grave. Outras sanções são cassação da aposentadoria ou
ções serão cumuladas. Daí afirmar-se que tais responsabilida- disponibilidade e a demissão a bem do serviço público, que
des são independentes, ou seja, não dependem uma da outra. também se encaixam na modalidade mais severa.
Determinadas decisões na esfera penal geram exclusão
da responsabilidade nas esferas civil e administrativa, quais Art. 252. Na aplicação das penas disciplinares serão
sejam: absolvição por inexistência do fato ou negativa de consideradas a natureza e a gravidade da infração e os da-
autoria. A absolvição criminal por falta de provas não gera nos que dela provierem para o serviço público.
exclusão da responsabilidade civil e administrativa. De forma fundamentada, justificada, se escolherá por
A absolvição proferida na ação penal, em regra, nada uma ou outra sanção, conforme a gravidade do ato praticado.
prejudica a pretensão de reparação civil do dano ex delic-
to, conforme artigos 65, 66 e 386, IV do CPP: “art. 65. Faz Art. 253. A pena de repreensão será aplicada por escri-
coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter to, nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos
deveres.
sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima
defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercí-
Art. 254. A pena de suspensão, que não excederá de 90
cio regular de direito” (excludentes de antijuridicidade); “art.
(noventa) dias, será aplicada em caso de falta grave ou de
66. não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a reincidência.
ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, cate- § 1º O funcionário suspenso perderá todas as vantagens
goricamente, reconhecida a inexistência material do fato”; e direitos decorrentes do exercício do cargo.
“art. 386, IV – estar provado que o réu não concorreu para § 2º A autoridade que aplicar a pena de suspensão po-
a infração penal”. derá converter essa penalidade em multa, na base de 50%
Entendem Fuller, Junqueira e Machado11: “a absolvição (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remunera-
dubitativa (motivada por juízo de dúvida), ou seja, por falta ção, sendo o funcionário, nesse caso, obrigado a permanecer
de provas, (art. 386, II, V e VII, na nova redação conferida ao em serviço.
CPP), não empresta qualquer certeza ao âmbito da jurisdi-
ção civil, restando intocada a possibilidade de, na ação civil Art. 255. A pena de multa será aplicada na forma e nos
de conhecimento, ser provada e reconhecida a existência do casos expressamente previstos em lei ou regulamento.
direito ao ressarcimento, de acordo com o grau de cognição
e convicção próprios da seara civil (na esfera penal, a deci- Art. 256. Será aplicada a pena de demissão nos casos de:
são de condenação somente pode ser lastreada em juízo de I - abandono de cargo;
certeza, tendo em vista o princípio constitucional do estado II - procedimento irregular, de natureza grave;
de inocência)”. III - ineficiência no serviço;
IV - aplicação indevida de dinheiros públicos, e
TÍTULO VII V - ausência ao serviço, sem causa justificável, por mais
DAS PENALIDADES, DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE de 45 (quarenta e cinco) dias, interpoladamente, durante 1
E DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES (um) ano.
§ 1º Considerar-se-á abandono de cargo, o não compa-
CAPÍTULO I recimento do funcionário por mais de (30) dias consecutivos
Das Penalidades e de sua Aplicação ex-vi do art. 63.
§ 2º A pena de demissão por ineficiência no serviço, só
será aplicada quando verificada a impossibilidade de rea-
Art. 251. São penas disciplinares:
daptação.
I - repreensão;
II - suspensão;
Art. 257. Será aplicada a pena de demissão a bem do
III - multa; serviço público ao funcionário que:
IV - demissão; I - for convencido de incontinência pública e escandalo-
V - demissão a bem do serviço público; e sa e de vício de jogos proibidos;
VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade. II - praticar ato definido como crime contra a adminis-
A repreensão e a multa são as penas mais leves, a pri- tração pública, a fé pública e a Fazenda Estadual, ou previsto
meira é um aviso de que o funcionário se portou de forma nas leis relativas à segurança e à defesa nacional;
inadequada e de que isso não deve se repetir, a segunda III - revelar segredos de que tenha conhecimento em ra-
interfere apenas no aspecto pecuniário. A multa pode ser zão do cargo, desde que o faça dolosamente e com prejuízo
cumulada com outras penas. A suspensão é uma sanção in- para o Estado ou particulares;
termediária, fazendo com que o funcionário deixe de desem- IV - praticar insubordinação grave;
penhar o cargo por certo período. Na demissão, o funcio- V - praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcioná-
nário não mais exercerá o cargo, sendo assim sanção mais rios ou particulares, salvo se em legítima defesa;
VI - lesar o patrimônio ou os cofres públicos;
11 FULLER, Paulo Henrique Aranda; JUNQUEIRA, VII - receber ou solicitar propinas, comissões, presentes
Gustavo Octaviano Diniz; MACHADO, Angela C. Cangia- ou vantagens de qualquer espécie, diretamente ou por inter-
no. Processo Penal. 9. ed. São Paulo: Revista dos Tribu- médio de outrem, ainda que fora de suas funções mas em
nais, 2010. (Coleção Elementos do Direito) razão delas;
62
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
VIII - pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer va- § 4º A prescrição não corre:
lores a pessoas que tratem de interesses ou o tenham na 1 - enquanto sobrestado o processo administrativo para
repartição, ou estejam sujeitos à sua fiscalização; aguardar decisão judicial, na forma do § 3º do artigo 250;
IX - exercer advocacia administrativa; 2 - enquanto insubsistente o vínculo funcional que ve-
X - apresentar com dolo declaração falsa em matéria de nha a ser restabelecido.
salário-família, sem prejuízo da responsabilidade civil e de § 5º Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade
procedimento criminal, que no caso couber; julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos
XI - praticar ato definido como crime hediondo, tortura, individuais do servidor.
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e terrorismo; § 6º A decisão que reconhecer a existência de prescrição
XII - praticar ato definido como crime contra o Sistema deverá desde logo determinar, quando for o caso, as pro-
Financeiro, ou de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou vidências necessárias à apuração da responsabilidade pela
valores; e sua ocorrência.
XIII - praticar ato definido em lei como de improbidade. Prescrição é um instituto que visa regular a perda do
direito de acionar judicialmente.
Art. 258. O ato que demitir o funcionário mencionará No caso, o prazo é de 5 anos para as infrações mais
sempre a disposição legal em que se fundamenta. graves, 2 para as de gravidade intermediária e leve (pena
de suspensão e pena de advertência) - Contados da data em
Art. 259. Será aplicada a pena de cassação de aposen- que o fato se tornou conhecido pela administração pública.
tadoria ou disponibilidade, se ficar provado que o inativo: Interrupção da prescrição significa parar a contagem do
I - praticou, quando em atividade, falta grave para a prazo para que, retornando, comece do zero. Da abertura da
qual é cominada nesta lei a pena de demissão ou de demis- sindicância ou processo administrativo disciplinar até a decisão
são a bem do serviço público; final proferida por autoridade competente não corre a prescri-
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública; ção. Proferida a decisão, o prazo começa a contar do zero. Pas-
III - aceitou representação de Estado estrangeiro sem sado o prazo, não caberá mais propor ação disciplinar.
prévia autorização do Presidente da República; e
IV - praticou a usura em qualquer de suas formas. Art. 262. O funcionário que, sem justa causa, deixar de
atender a qualquer exigência para cujo cumprimento seja
Art. 260. Para aplicação das penalidades previstas no marcado prazo certo, terá suspenso o pagamento de seu ven-
art. 251, são competentes: cimento ou remuneração até que satisfaça essa exigência.
I - o Governador; Parágrafo único. Aplica-se aos aposentados ou em dis-
II - os Secretários de Estado, o Procurador Geral do Esta- ponibilidade o disposto neste artigo.
do e os Superintendentes de Autarquia;
III - os Chefes de Gabinete, até a de suspensão; Art. 263. Deverão constar do assentamento individual
IV - os Coordenadores, até a de suspensão limitada a 60 do funcionário todas as penas que lhe forem impostas.
(sessenta) dias; e
V - os Diretores de Departamento e Divisão, até a de CAPÍTULO II
suspensão limitada a 30 (trinta) dias. Das Providências Preliminares
Parágrafo único. Havendo mais de um infrator e diversi-
dade de sanções, a competência será da autoridade respon- Art. 264. A autoridade que, por qualquer meio, tiver co-
sável pela imposição da penalidade mais grave. nhecimento de irregularidade praticada por servidor é obri-
gada a adotar providências visando à sua imediata apura-
Art. 261. Extingue-se a punibilidade pela prescrição: ção, sem prejuízo das medidas urgentes que o caso exigir.
I - da falta sujeita à pena de repreensão, suspensão ou
multa, em 2 (dois) anos; Art. 265. A autoridade realizará apuração preliminar, de
II - da falta sujeita à pena de demissão, de demissão a natureza simplesmente investigativa, quando a infração não
bem do serviço público e de cassação da aposentadoria ou estiver suficientemente caracterizada ou definida autoria.
disponibilidade, em 5 (cinco) anos; § 1º A apuração preliminar deverá ser concluída no pra-
II - da falta prevista em lei como infração penal, no pra- zo de 30 (trinta) dias.
zo de prescrição em abstrato da pena criminal, se for supe- § 2º Não concluída no prazo a apuração, a autoridade
rior a 5 (cinco) anos. deverá imediatamente encaminhar ao Chefe de Gabinete
§ 1º A prescrição começa a correr: relatório das diligências realizadas e definir o tempo neces-
1 - do dia em que a falta for cometida; sário para o término dos trabalhos.
2 - do dia em que tenha cessado a continuação ou a § 3º Ao concluir a apuração preliminar, a autoridade de-
permanência, nas faltas continuadas ou permanentes. verá opinar fundamentadamente pelo arquivamento ou pela
§ 2º Interrompem a prescrição a portaria que instaura instauração de sindicância ou de processo administrativo.
sindicância e a que instaura processo administrativo.
§ 3º O lapso prescricional corresponde: Art. 266. Determinada a instauração de sindicância ou
1 - na hipótese de desclassificação da infração, ao da processo administrativo, ou no seu curso, havendo conve-
pena efetivamente aplicada; niência para a instrução ou para o serviço, poderá o Chefe
2 - na hipótese de mitigação ou atenuação, ao da pena de Gabinete, por despacho fundamentado, ordenar as se-
em tese cabível. guintes providências:
63
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
I - afastamento preventivo do servidor, quando o reco- Art. 273. Aplicam-se à sindicância as regras previstas
mendar a moralidade administrativa ou a apuração do fato, nesta lei complementar para o processo administrativo, com
sem prejuízo de vencimentos ou vantagens, até 180 (cento e as seguintes modificações:
oitenta) dias, prorrogáveis uma única vez por igual período; I - a autoridade sindicante e cada acusado poderão ar-
II - designação do servidor acusado para o exercício de rolar até 3 (três) testemunhas;
atividades exclusivamente burocráticas até decisão final do II - a sindicância deverá estar concluída no prazo de 60
procedimento; (sessenta) dias;
III - recolhimento de carteira funcional, distintivo, armas III - com o relatório, a sindicância será enviada à autori-
e algemas; dade competente para a decisão.
IV - proibição do porte de armas;
V - comparecimento obrigatório, em periodicidade a ser A sindicância é uma modalidade mais branda de apu-
estabelecida, para tomar ciência dos atos do procedimento. ração da infração administrativa porque ou gerará a apli-
§ 1º A autoridade que determinar a instauração ou presi- cação de uma sanção mais branda, ou apenas antecederá
dir sindicância ou processo administrativo poderá representar o processo administrativo disciplinar que aplique a sanção
ao Chefe de Gabinete para propor a aplicação das medidas mais grave, entendendo-se por sanções mais graves qual-
previstas neste artigo, bem como sua cessação ou alteração. quer uma pior do que suspensão (basicamente, as que ge-
§ 2º O Chefe de Gabinete poderá, a qualquer momento, ram perda do cargo ou da aposentadoria).
por despacho fundamentado, fazer cessar ou alterar as me-
didas previstas neste artigo. CAPÍTULO III
Do Processo Administrativo
Art. 267. O período de afastamento preventivo compu-
ta-se como de efetivo exercício, não sendo descontado da Art. 274. São competentes para determinar a instaura-
pena de suspensão eventualmente aplicada. ção de processo administrativo as autoridades enumeradas
A sindicância é uma modalidade mais branda de apu- no Art. 260, até o inciso IV, inclusive.
ração da infração administrativa porque ou gerará a apli-
cação de uma sanção mais branda, ou apenas antecederá Art. 275. Não poderá ser encarregado da apuração,
o processo administrativo disciplinar que aplique a sanção nem atuar como secretário, amigo íntimo ou inimigo, pa-
mais grave. rente consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até
o terceiro grau inclusive, cônjuge, companheiro ou qualquer
TÍTULO VIII integrante do núcleo familiar do denunciante ou do acusado,
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR bem assim o subordinado deste.
64
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
2 - data, hora e local do interrogatório, que poderá ser § 2º A prova de antecedentes do acusado será feita ex-
acompanhado pelo advogado do acusado; clusivamente por documentos, até as alegações finais.
3 - data, hora e local da oitiva do denunciante, se houver, § 3º Até a data do interrogatório, será designada a au-
que deverá ser acompanhada pelo advogado do acusado; diência de instrução.
4 - esclarecimento de que o acusado será defendido por
advogado dativo, caso não constitua advogado próprio; Art. 284. Na audiência de instrução, serão ouvidas, pela or-
5 - informação de que o acusado poderá arrolar teste- dem, as testemunhas arroladas pelo presidente e pelo acusado.
munhas e requerer provas, no prazo de 3 (três) dias após a Parágrafo único. Tratando-se de servidor público, seu
data designada para seu interrogatório; comparecimento poderá ser solicitado ao respectivo superior
6 - advertência de que o processo será extinto se o acu- imediato com as indicações necessárias.
sado pedir exoneração até o interrogatório, quando se tratar
exclusivamente de abandono de cargo ou função, bem como Art. 285. A testemunha não poderá eximir-se de depor,
inassiduidade. salvo se for ascendente, descendente, cônjuge, ainda que le-
§ 2º A citação do acusado será feita pessoalmente, no galmente separado, companheiro, irmão, sogro e cunhado,
mínimo 2 (dois) dias antes do interrogatório, por intermé- pai, mãe ou filho adotivo do acusado, exceto quando não for
dio do respectivo superior hierárquico, ou diretamente, onde possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do
possa ser encontrado. fato e de suas circunstâncias.
§ 3º Não sendo encontrado em seu local de trabalho § 1º Se o parentesco das pessoas referidas for com o de-
ou no endereço constante de seu assentamento individual, nunciante, ficam elas proibidas de depor, observada a exce-
furtando-se o acusado à citação ou ignorando-se seu pa- ção deste artigo.
radeiro, a citação far-se-á por edital, publicado uma vez no § 2º Ao servidor que se recusar a depor, sem justa causa,
Diário Oficial do Estado, no mínimo 10 (dez) dias antes do será pela autoridade competente adotada a providência a que
interrogatório. se refere o artigo 262, mediante comunicação do presidente.
§ 3º O servidor que tiver de depor como testemunha fora
Art. 279. Havendo denunciante, este deverá prestar decla- da sede de seu exercício, terá direito a transporte e diárias na
rações, no interregno entre a data da citação e a fixada para o forma da legislação em vigor, podendo ainda expedir-se pre-
catória para esse efeito à autoridade do domicílio do depoente.
interrogatório do acusado, sendo notificado para tal fim.
§ 4º São proibidas de depor as pessoas que, em razão de
§ 1º A oitiva do denunciante deverá ser acompanhada
função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segre-
pelo advogado do acusado, próprio ou dativo.
do, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem
§ 2º O acusado não assistirá à inquirição do denuncian-
dar o seu testemunho.
te; antes porém de ser interrogado, poderá ter ciência das
declarações que aquele houver prestado.
Art. 286. A testemunha que morar em comarca diversa
poderá ser inquirida pela autoridade do lugar de sua resi-
Art. 280. Não comparecendo o acusado, será, por despa- dência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com
cho, decretada sua revelia, prosseguindo-se nos demais atos prazo razoável, intimada a defesa.
e termos do processo. § 1º Deverá constar da precatória a síntese da imputa-
ção e os esclarecimentos pretendidos, bem como a advertên-
Art. 281. Ao acusado revel será nomeado advogado dativo. cia sobre a necessidade da presença de advogado.
§ 2º A expedição da precatória não suspenderá a instru-
Art. 282. O acusado poderá constituir advogado que o ção do procedimento.
representará em todos os atos e termos do processo. § 3º Findo o prazo marcado, o procedimento poderá
§ 1º É faculdade do acusado tomar ciência ou assistir prosseguir até final decisão; a todo tempo, a precatória, uma
aos atos e termos do processo, não sendo obrigatória qual- vez devolvida, será juntada aos autos.
quer notificação.
§ 2º O advogado será intimado por publicação no Diá- Art. 287. As testemunhas arroladas pelo acusado compa-
rio Oficial do Estado, de que conste seu nome e número de recerão à audiência designada independente de notificação.
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, bem como os § 1º Deverá ser notificada a testemunha cujo depoimen-
dados necessários à identificação do procedimento. to for relevante e que não comparecer espontaneamente.
§ 3º Não tendo o acusado recursos financeiros ou ne- § 2º Se a testemunha não for localizada, a defesa poderá
gando-se a constituir advogado, o presidente nomeará ad- substituí-la, se quiser, levando na mesma data designada para
vogado dativo. a audiência outra testemunha, independente de notificação.
§ 4º O acusado poderá, a qualquer tempo, constituir ad-
vogado para prosseguir na sua defesa. Art. 288. Em qualquer fase do processo, poderá o presi-
dente, de ofício ou a requerimento da defesa, ordenar dili-
Art. 283. Comparecendo ou não o acusado ao interro- gências que entenda convenientes.
gatório, inicia-se o prazo de 3 (três) dias para requerer a § 1º As informações necessárias à instrução do processo
produção de provas, ou apresentá-las. serão solicitadas diretamente, sem observância de vincula-
§ 1º O presidente e cada acusado poderão arrolar até 5 ção hierárquica, mediante ofício, do qual cópia será juntada
(cinco) testemunhas. aos autos.
65
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º Sendo necessário o concurso de técnicos ou peritos Art. 296. Determinada a diligência, a autoridade encar-
oficiais, o presidente os requisitará, observados os impedi- regada do processo administrativo terá prazo de 15 (quinze)
mentos do artigo 275. dias para seu cumprimento, abrindo vista à defesa para ma-
nifestar-se em 5 (cinco) dias.
Art. 289. Durante a instrução, os autos do procedimento
administrativo permanecerão na repartição competente. Art. 297. Quando escaparem à sua alçada as penalida-
§ 1º Será concedida vista dos autos ao acusado, median- des e providências que lhe parecerem cabíveis, a autoridade
te simples solicitação, sempre que não prejudicar o curso do que determinou a instauração do processo administrativo
procedimento. deverá propô-las, justificadamente, dentro do prazo para
§ 2º A concessão de vista será obrigatória, no prazo para julgamento, à autoridade competente.
manifestação do acusado ou para apresentação de recursos,
mediante publicação no Diário Oficial do Estado. Art. 298. A autoridade que proferir decisão determinará
§ 3º Não corre o prazo senão depois da publicação a que os atos dela decorrentes e as providências necessárias a sua
se refere o parágrafo anterior e desde que os autos estejam execução.
efetivamente disponíveis para vista.
§ 4º Ao advogado é assegurado o direito de retirar os Art. 299. As decisões serão sempre publicadas no Diário
autos da repartição, mediante recibo, durante o prazo para Oficial do Estado, dentro do prazo de 8 (oito) dias, bem como
manifestação de seu representado, salvo na hipótese de pra- averbadas no registro funcional do servidor.
zo comum, de processo sob regime de segredo de justiça ou
quando existirem nos autos documentos originais de difícil Art. 300. Terão forma processual resumida, quando pos-
restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique sível, todos os termos lavrados pelo secretário, quais sejam:
a permanência dos autos na repartição, reconhecida pela autuação, juntada, conclusão, intimação, data de recebi-
autoridade em despacho motivado. mento, bem como certidões e compromissos.
§ 1º Toda e qualquer juntada aos autos se fará na ordem
Art. 290. Somente poderão ser indeferidos pelo presiden-
cronológica da apresentação, rubricando o presidente as fo-
te, mediante decisão fundamentada, os requerimentos de ne-
lhas acrescidas.
nhum interesse para o esclarecimento do fato, bem como as
§ 2º Todos os atos ou decisões, cujo original não conste
provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
do processo, nele deverão figurar por cópia.
Art. 291. Quando, no curso do procedimento, surgirem
Art. 301. Constará sempre dos autos da sindicância ou
fatos novos imputáveis ao acusado, poderá ser promovida a
instauração de novo procedimento para sua apuração, ou, do processo a folha de serviço do indiciado.
caso conveniente, aditada a portaria, reabrindo-se oportu-
nidade de defesa. Art. 302. Quando ao funcionário se imputar crime, prati-
cado na esfera administrativa, a autoridade que determinou
Art. 292. Encerrada a fase probatória, dar-se-á vista dos a instauração do processo administrativo providenciará para
autos à defesa, que poderá apresentar alegações finais, no que se instaure, simultaneamente, o inquérito policial.
prazo de 7 (sete) dias. Parágrafo único. Quando se tratar de crime praticado
Parágrafo único. Não apresentadas no prazo as alega- fora da esfera administrativa, a autoridade policial dará
ções finais, o presidente designará advogado dativo, assi- ciência dele à autoridade administrativa.
nando-lhe novo prazo.
Art. 303. As autoridades responsáveis pela condução
Art. 293. O relatório deverá ser apresentado no prazo de do processo administrativo e do inquérito policial se auxi-
10 (dez) dias, contados da apresentação das alegações finais. liarão para que os mesmos se concluam dentro dos prazos
§ 1º O relatório deverá descrever, em relação a cada respectivos.
acusado, separadamente, as irregularidades imputadas, as
provas colhidas e as razões de defesa, propondo a absolvição Art. 304. Quando o ato atribuído ao funcionário for con-
ou punição e indicando, nesse caso, a pena que entender siderado criminoso, serão remetidas à autoridade competen-
cabível. te cópias autenticadas das peças essenciais do processo.
§ 2º O relatório deverá conter, também, a sugestão de
quaisquer outras providências de interesse do serviço público. Art. 305. Não será declarada a nulidade de nenhum ato
processual que não houver influído na apuração da verdade
Art. 294. Relatado, o processo será encaminhado à auto- substancial ou diretamente na decisão do processo ou sin-
ridade que determinou sua instauração. dicância.
Art. 295. Recebendo o processo relatado, a autoridade Art. 306. É defeso fornecer à imprensa ou a outros meios
que houver determinado sua instauração deverá, no prazo de divulgação notas sobre os atos processuais, salvo no in-
de 20 (vinte) dias, proferir o julgamento ou determinar a teresse da Administração, a juízo do Secretário de Estado ou
realização de diligência, sempre que necessária ao esclare- do Procurador Geral do Estado.
cimento de fatos.
66
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
67
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Disposições Finais
LEI FEDERAL Nº 8.429/92 – LEI DE IMPROBIDA-
Art. 322. O dia 28 de outubro será consagrado ao “Fun- DE ADMINISTRATIVA
cionário Público Estadual”.
68
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
LEI N° 8.429 DE 2 DE JUNHO DE 1992 Ele poderá estar vinculado a qualquer instituição ou
órgão que desempenhe diretamente o interesse do Estado.
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos Assim, estão incluídos todos os integrantes da administração
nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, direta, indireta e fundacional, conforme o preâmbulo da le-
cargo, emprego ou função na administração pública direta, gislação. Pode até mesmo ser uma entidade privada que de-
indireta ou fundacional e dá outras providências. sempenhe tais fins, desde que a verba de criação ou custeio
O preâmbulo da lei em estudo já traz alguns elementos tenha sido ou seja pública em mais de50% do patrimônio ou
importantes para a sua boa compreensão: receita anual.
a) o agente público pode estar exercendo mandato, Caso a verba pública que tenha auxiliado uma entidade
quando for eleito para tanto; cargo, no caso de um conjunto privada a qual o Estado não tenha concorrido para criação
de atribuições e responsabilidades conferido a um servidor ou custeio, também haverá sujeição às penalidades da lei.
submetido a regime estatutário (é o caso do ingresso por Em caso de custeio/criação pelo Estado que seja inferior a
concurso); emprego público, se o servidor se submeter a regi- 50% do patrimônio ou receita anual, a legislação ainda se
me celetista (CLT); funçãopública, que corresponde à catego- aplica. Entretanto, nestes dois casos, a sanção patrimonial
ria residual, valendo para o servidor que tenha tais atribui- se limitará ao que o ilícito repercutiu sobre a contribuição
ções e responsabilidades mas não exerça cargo ou emprego dos cofres públicos. Significa que se o prejuízo causado for
público. Percebe-se que o conceito de agente público que se maior que a efetiva contribuição por parte do poder público,
sujeita à lei é o mais amplo possível. o ressarcimento terá que ser buscado por outra via que não
b) o exercício pode se dar na administração direta, in- a ação de improbidade administrativa.
direta ou fundacional. A administração pública apresenta Basicamente, o dispositivo enumera os principais sujei-
uma estrutura direta e outra indireta, com seus respectivos tos passivos do ato de improbidade administrativa, dividin-
órgãos. Por exemplo, são órgãos da administração direta os do-os em três grupos: a) pessoas da administração direta,
ministérios e secretarias, isto é, os órgãos que compõem a diretamente vinculados a União, Estados, Distrito Federal
estrutura do Executivo, Legislativo ou Judiciário; são inte- ou Municípios; b) pessoas da administração indireta, isto é,
grantes da administração indireta as autarquias, fundações
autarquias, fundações públicas, empresas públicas e socie-
públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.
dades de economia mista; c) pessoa cuja criação ou custeio
o erário tenha contribuído com mais de 50% do patrimônio
CAPÍTULO I
ou receita naquele ano.
Das Disposições Gerais
No parágrafo único, a lei enumera os sujeitos passivos
secundários, que são: a) entidades que recebam subvenção,
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer
benefício ou incentivo creditício pelo Estado; b) pessoa cuja
agente público, servidor ou não, contra a administração di-
criação ou custeio o erário tenha contribuído com menos de
reta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de 50% do patrimônio ou receita naquele ano.
Território, de empresa incorporada ao patrimônio público
ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, con-
desta lei. tratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencio-
desta lei os atos de improbidade praticados contra o patri- nadas no artigo anterior.
mônio de entidade que receba subvenção, benefício ou in-
centivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como da- Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que
quelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, indu-
ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimô- za ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele
nio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos Os sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa
cofres públicos. se dividem em duas categorias: os agentes públicos, defini-
“Sujeito passivo é a pessoa que a lei indica como víti- dos no art. 2°, e os terceiros, enumerados no art. 3°.
ma do ato de improbidade administrativa”. A lei adota uma “Denomina-se sujeito ativo aquele que pratica o ato de
noção ampla, pela qual são abrangidas entidades que, sem improbidade, concorre para sua prática ou dele extrai van-
integrarem a Administração, possuem alguma espécie de tagens indevidas. É o autor ímprobo da conduta. Em alguns
conexão com ela.13 casos, não pratica o ato em si, mas oferece sua colaboração,
O agente público pode ser ou não um servidor públi- ciente da desonestidade do comportamento, Em outros, ob-
co. O conceito de agente público é melhor delimitado no tém benefícios do ato de improbidade, muito embora sabe-
artigo seguinte. dor de sua origem escusa”14.
13 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de 14 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
ris, 2010. ris, 2010.
69
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
A ampla denominação de agentes públicos conferida O tipo de dano que é causado pelo agente ao Estado é o
pela lei de improbidade administrativa apenas tem efeito material. No caso, há um correspondente financeiro direto,
para os fins desta lei, ou seja, visando a imputação dos atos de modo que a condenação será no sentido de pagar ao Es-
de improbidade administrativa. Percebe-se a amplitude pe- tado o equivalente ao prejuízo causado.
los elementos do conceito: O agente público e o terceiro que com ele concorra
a) Tempo: exercício transitório ou definitivo; responderão pelos danos causados ao erário público com
seu patrimônio. Inclusive, perderão os valores patrimoniais
b) Remuneração: existente ou não;
acrescidos devido à prática do ato ilícito. O dano causado
c) Espécie de vínculo: por eleição, nomeação, designa-
deverá ser ressarcido em sua totalidade.
ção, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função; Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao
d) Local do exercício: em qualquer entidade que possa patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá
ser sujeito passivo. Por exemplo, o funcionário de uma ONG a autoridade administrativa responsável pelo inquérito re-
criada pelo Estado é considerado agente público para os presentar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos
efeitos desta lei. bens do indiciado.
O terceiro, por sua vez, é aquele que pratica as condutas Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o
de induzir ou concorrer em relação ao agente público, ou caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o inte-
seja, incentivando-o ou mesmo participando diretamente do gral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimo-
ilícito. Este terceiro jamais será pessoa jurídica, deve neces- nial resultante do enriquecimento ilícito.
sariamente ser pessoa física. Será oferecida representação ao Ministério Público para
que ele postule a indisponibilidade dos bens do indiciado, de
modo a garantir que ele não aliene seu patrimônio para não
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hie-
reparar o ilícito. Por indisponibilidade entende-se bloquear
rarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos os bens para que não sejam vendidos ou deteriorados, ga-
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e pu- rantindo que o dano possa ser reparado quando da conde-
blicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos. nação judicial.
Trata-se de referência expressa aos princípios do art. 37, A indisponibilidade será suficiente para dar integral res-
caput, CF. Não se menciona apenas o princípio da eficiência, sarcimento ao dano ou retirar todo o acréscimo patrimonial
o que não significa que possa ser desrespeitado, afinal, ele é resultante do ilícito.
abrangido indiretamente.
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patri-
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação mônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às
ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar- cominações desta lei até o limite do valor da herança.
-se-á o integral ressarcimento do dano. Caso o sujeito ativo faleça no curso da ação de impro-
Integral ressarcimento do dano é a devolução corrigida bidade administrativa, os herdeiros arcarão com o dever de
ressarcir o dano, claro, nos limites dos bens que ele deixar
monetariamente de todos os valores que foram retirados
como herança.
do patrimônio público. No entanto, destaca-se que a lei
garante não só o integral ressarcimento, mas também a CAPÍTULO II
devolução do enriquecimento ilícito: mesmo que a pessoa Dos Atos de Improbidade Administrativa
não cause prejuízo direto ao erário, mas lucre com um ato
de improbidade administrativa, os valores devem ir para os Como não é possível ser desonesto sem saber que se está
cofres públicos. agindo desta forma, o elemento comum a todas as hipóteses
de improbidade administrativa é o dolo, que consiste na in-
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o tenção do agente em praticar o ato desonesto (alguns enten-
agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores dem como inconstitucionais todas as referências a condutas
acrescidos ao seu patrimônio. culposas - inclusive parte do STJ).
Estabelece o artigo 186 do Código Civil: “aquele que, por Os atos de improbidade administrativa foram divididos
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, em três grupos, nos artigos 9°, 10 e 11, conforme a gravidade
do ato, indo do grupo mais grave ao menos grave. A cada
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusiva-
grupo é aplicada uma espécie diferente de sanção no caso
mente moral, comete ato ilícito”. Este é o artigo central do de confirmação da prática do ato apurada na esfera admi-
instituto denominado responsabilidade civil, que tem como nistrativa.
elementos: ação ou omissão voluntária (agir como não se Nos três artigos do capítulo II, enquanto o caput traz as
deve ou deixar de agir como se deve), culpa ou dolo do agen- condutas genéricas, os incisos delimitam condutas especí-
te (dolo é a vontade de cometer uma violação de direito e ficas, que nada mais são do que exemplos de situações do
culpa é a falta de diligência), nexo causal (relação de causa e caput, logo, os incisos são uma relação meramente exempli-
efeito entre a ação/omissão e o dano causado) e dano (dano ficativa15, sendo suficiente bem compreender como encon-
é o prejuízo sofrido pelo agente, que pode ser individual ou trar os requisitos genéricos para fins de provas.
coletivo, moral ou material, econômico e não econômico). 15 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
É a este instituto que se relacionam as sanções da perda de direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
bens e valores e de ressarcimento integral do dano. ris, 2010.
70
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
71
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de O grupo intermediário de atos de improbidade adminis-
mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qual- trativa se caracteriza pelos elementos: causar dano ao erário
quer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do ou aos cofres públicos + gerando perda patrimonial ou dila-
patrimônio ou à renda do agente público; pidação do patrimônio público. Assim como o artigo ante-
A desproporção entre o rendimento percebido no exercí- rior, o caput descreve a fórmula genérica e os incisos algu-
cio das funções e o patrimônio acumulado é um forte indício mas atitudes específicas que exemplificam o seu conteúdo.18
da percepção indevida de vantagens. Claro, se comprovada a) Perda patrimonial é o gênero, do qual são espécies:
que a desproporção se deu por outros motivos lícitos, não há desvio, que é o direcionamento indevido; apropriação, que
ato de improbidade administrativa (por exemplo, ganhar na é a transferência indevida para a própria propriedade; mal-
loteria ou receber uma boa herança). baratamento, que significa desperdício; e dilapidação, que se
refere a destruição.19
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de b) É preciso que seja causado dano a uma das pessoas
consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica do art. 1° da lei. No entanto, o enriquecimento ilícito é dis-
que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado
pensável.
por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente
c) O crime pode ser praticado por ação ou omissão.
público, durante a atividade;
O objeto da tutela é a preservação do patrimônio públi-
O agente público não pode trabalhar em funções incom-
patíveis com as que desempenha para o Estado, notadamen- co, em todos seus bens e valores. O pressuposto exigível é a
te quando isso influenciar nas atitudes por ele tomadas no ocorrência de dano ao patrimônio dos sujeitos passivos.
exercício das funções públicas. Afinal, aceitando uma posi- Este artigo admite expressamente a variante culposa, o
ção que comprometa sua imparcialidade, o agente prejudi- que muitos entendem ser inconstitucional. O STJ, no REsp n°
cará o interesse público. 939.142/RJ, apontou alguns aspectos da inconstitucionali-
dade do artigo. Contudo, “a jurisprudência do STJ consolidou
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a li- a tese de que é indispensável a existência de dolo nas con-
beração ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; dutas descritas nos artigos 9º e 11 e ao menos de culpa nas
Para que as verbas públicas sejam liberadas ou aplica- hipóteses do artigo 10, nas quais o dano ao erário precisa ser
das há todo um procedimento estabelecido em lei, não ca- comprovado. De acordo com o ministro Castro Meira, a con-
bendo ao servidor violá-lo e muito menos receber vantagem duta culposa ocorre quando o agente não pretende atingir
por tal violação. Há improbidade, por exemplo, na fraude o resultado danoso, mas atua com negligência, imprudência
em licitação. ou imperícia (REsp n° 1.127.143)”20. Para Carvalho Filho21,
não há inconstitucionalidade na modalidade culposa, lem-
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, brando que é possível dosar a pena conforme o agente aja
direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providên- com dolo ou culpa.
cia ou declaração a que esteja obrigado; O ponto central é lembrar que neste artigo não se exi-
A percepção de vantagem econômica para omitir qual- ge que o sujeito ativo tenha percebido vantagens indevidas,
quer ato que seja obrigado a praticar caracteriza ato de im- basta o dano ao erário. Se tiver recebido vantagem indevi-
probidade administrativa. da, incide no artigo anterior. Exceto pela não percepção da
vantagem indevida, os tipos exemplificados se aproximam
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio muito dos previstos nos incisos do art. 9°.
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patri-
monial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei; I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a in-
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou
corporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
mencionadas no art. 1° desta lei.
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º
Como visto, todo o aparato material e financeiro propi-
ciado para o desempenho das funções públicas pertencem à desta lei;
máquina estatal e devem servir ao bem comum, não caben-
18 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo.
do a utilização em proveito próprio, o que gera uma natural
vantagem econômica, sob pena de incidir em improbidade 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
administrativa. 19 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
Seção II ris, 2010.
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam 20 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Impro-
Prejuízo ao Erário bidade administrativa: desonestidade na gestão dos
recursos públicos. Disponível em: <http://www.stj.gov.br/
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.tex-
causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou to=103422>. Acesso em: 26 mar. 2013.
culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, 21 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: ris, 2010.
72
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurí- IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não
dica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integran- autorizadas em lei ou regulamento;
tes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no Todas as despesas que podem ser assumidas pelo Poder
art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais Público encontram respectiva previsão em alguma lei ou di-
ou regulamentares aplicáveis à espécie; retriz orçamentária.
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistên- X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou
cias, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qual- renda, bem como no que diz respeito à conservação do pa-
quer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem trimônio público;
observância das formalidades legais e regulamentares apli- A arrecadação de tributos é essencial para a manuten-
cáveis à espécie; ção da máquina estatal, não podendo o agente público ser
Todos os bens, rendas, verbas e valores que integram a negligente (se omitir, deixar de ser zeloso) no que tange ao
estrutura da administração pública somente devem ser uti-
levantamento desta renda.
lizados por ela. Por isso, não cabe a incorporação de seu
patrimônio ao acervo de qualquer pessoa física ou jurídica
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das
e mesmo a simples utilização deve obedecer aos ditames le-
gais. Quem agir, aproveitando da função pública, de modo normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
a permitir tais situações, incide em ato de improbidade ad- aplicação irregular;
ministrativa, ainda que não receba nenhuma vantagem por Para que as verbas públicas sejam aplicadas é preciso
seu ato (havendo enriquecimento ilícito, está presente um obedecer o procedimento previsto em lei, preservando o in-
ato do art. 9°, categoria mais grave). teresse estatal.
Aliás, nem ao menos importa se o ato é benéfico, por Dos incisos VI a XI resta clara a marca desta categoria in-
exemplo, uma doação. O patrimônio público deve ser pre- termediária de atos de improbidade administrativa: que seja
servado e sua transmissão/utilização deve obedecer a legis- causado prejuízo ao erário, sem que o agente responsável
lação vigente. pelo dano receba vantagem indevida. A questão é preservar
o interesse estatal, garantindo que os bens e verbas públicas
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação sejam corretamente utilizados, arrecadados e investidos.
de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades
referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se
por parte delas, por preço inferior ao de mercado; enriqueça ilicitamente;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação Como visto, quanto o agente público obtém vantagem
de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; própria, direta ou indireta, incide nas hipóteses mais graves
Incisos diretamente correlatos aos incisos II e III do ar- do artigo anterior. Caso concorde com o enriquecimento ilí-
tigo anterior, exceto pelo fato do sujeito ativo não perceber cito de terceiro, por exemplo, seu superior hierárquico, ou
vantagem indevida pela sua conduta. Aliás, é exatamente colabore para que ele ocorra, também cometerá ato de im-
pela falta deste elemento que o ato se enquadra na catego- probidade administrativa, embora de menor gravidade.
ria intermediária, e não mais grave, dentro da classificação
das improbidades. XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particu-
lar, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qual-
VI - realizar operação financeira sem observância das quer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer
normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insufi-
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o
ciente ou inidônea;
trabalho de servidor público, empregados ou terceiros con-
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem
a observância das formalidades legais ou regulamentares tratados por essas entidades.
aplicáveis à espécie; Não se deve permitir que terceiros utilizem do aparato
A realização de operações financeiras, como a liberação da máquina estatal, tanto material quanto pessoal, mesmo
de verbas e o investimento destas, e a concessão de bene- que não se obtenha vantagem alguma com tal concessão.
fícios são papéis muito importantes desempenhados pelo
agente público, que deverá cumprir estritamente a lei. XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha
por objeto a prestação de serviços públicos por meio da ges-
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de pro- tão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
cesso seletivo para celebração de parcerias com entidades XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público
sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente; (Altera- sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem ob-
do pela Lei nº 13.019 de 31 de julho de 2014) servar as formalidades previstas na lei.
Processo licitatório é aquele em que se realiza a licita- A celebração de contratos de qualquer natureza com-
ção, procedimento detalhado prescrito em lei pelo qual o Es- promete diretamente o orçamento público, causando prejuí-
tado contrata serviços, adquire produtos, aliena bens, etc. A zo ao erário. Por isso, deve-se obedecer as prescrições legais
finalidade de cumprir o procedimento legal de forma estrita que disciplinam a celebração de contratos administrativos,
é garantir a preservação do interesse da sociedade, não ca- deliberando com responsabilidade a respeito das contrata-
bendo ao agente público passar por cima destas regras (Lei ções necessárias e úteis ao bem comum.
n° 8.666/93).
73
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a Uma das alterações recentes à disciplina do ISS visou
incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou evitar a continuidade da guerra fiscal entre os municípios,
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transfe- fixando-se a alíquota mínima em 2%.
ridos pela administração pública a entidades privadas me- Com efeito, os municípios não poderão fixar dentro de
diante celebração de parcerias, sem a observância das for- sua competência constitucional alíquotas inferiores a 2%
malidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;(In- para atrair e fomentar investimentos novos (incentivo fiscal),
cluído pela Lei nº 13.019 de 31 de julho de 2014) prejudicando os municípios vizinhos.
Em razão disso, tipifica-se como ato de improbidade
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou ju- administrativa a eventual concessão do benefício abaixo da
rídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos alíquota mínima.
transferidos pela administração pública a entidade privada
mediante celebração de parcerias, sem a observância das Seção III
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam
(Incluído pela Lei nº 13.019 de 31 de julho de 2014) Contra os Princípios da Administração Pública
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que
entidades privadas sem a observância das formalidades le- atenta contra os princípios da administração pública qual-
gais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela quer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
Lei nº 13.019 de 31 de julho de 2014) imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e no-
tadamente:
XIX - frustrar a licitude de processo seletivo para cele- O grupo mais ameno de atos de improbidade adminis-
bração de parcerias da administração pública com entidades trativa se caracteriza pela simples violação a princípios da
privadas ou dispensá-lo indevidamente; (Incluído pela Lei nº administração pública, ou seja, aplica-se a qualquer atitude
13.019 de 31 de julho de 2014) do sujeito ativo que viole os ditames éticos do serviço públi-
co. Isto é, o legislador pretende a preservação dos princípios
XX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e gerais da administração pública.22
análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela a) O objeto de tutela são os princípios constitucionais;
administração pública com entidades privadas; (Incluído b) Basta a vulneração em si dos princípios, sendo dispen-
pela Lei nº 13.019 de 31 de julho de 2014) sáveis o enriquecimento ilícito e o dano ao erário;
c) Somente é possível a prática de algum destes atos
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela ad- com dolo (intenção);
ministração pública com entidades privadas sem a estrita d) Cabe a prática por ação ou omissão.
observância das normas pertinentes ou influir de qualquer Será preciso utilizar razoabilidade e proporcionalidade
forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº para não permitir a caracterização de abuso de poder, diante
13.019 de 31 de julho de 2014) do conteúdo aberto do dispositivo.
Na verdade, trata-se de tipo subsidiário, ou seja, que se
Seção II-A aplica quando o ato de improbidade administrativa não tiver
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes gerado obtenção de vantagem indevida ou dano ao erário.
de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Fi- I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regula-
nanceiro ou Tributário mento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;
(Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
de ofício;
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em
qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;
benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem IV - negar publicidade aos atos oficiais;
o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de V - frustrar a licitude de concurso público;
31 de julho de 2003. VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a
fazê-lo;
Art. 8º-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento
de Qualquer Natureza é de 2% (dois por cento). de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de
§ 1º O imposto não será objeto de concessão de isenções, medida política ou econômica capaz de afetar o preço de
incentivos ou benefícios tributários ou financeiros, inclusive mercadoria, bem ou serviço.
de redução de base de cálculo ou de crédito presumido ou VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fis-
outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, dire- calização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela
ta ou indiretamente, em carga tributária menor que a de- administração pública com entidades privadas.
corrente da aplicação da alíquota mínima estabelecida no IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de aces-
caput, exceto para os serviços a que se referem os subitens sibilidade previstos na legislação.
7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a esta Lei Complementar. 22 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo.
13. ed. São Paulo: Método, 2011.
74
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
É possível perceber, no rol exemplificativo de condutas do artigo 11, que o agente público que pratique qualquer ato
contrário aos ditames da ética, notadamente os originários nos princípios administrativos constitucionais, pratica ato de im-
probidade administrativa.
Com efeito, são deveres funcionais: praticar atos visando o bem comum, agir com efetividade e rapidez, manter sigilo a
respeito dos fatos que tenha conhecimento devido a sua função, tornar públicos os atos oficiais, zelar pela boa realização de
atos administrativos em geral (como a realização de concurso público), prestar contas, entre outros.
X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a prévia celebração de
contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de
1990. (Incluído pela Lei nº 13.650, de 2018)
CAPÍTULO III
Das Penas
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsá-
vel pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo
com a gravidade do fato:
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano,
quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até
três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
prazo de dez anos;
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimô-
nio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento
de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incen-
tivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de cinco anos;
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos
políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos
e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. (Incluído pela Lei Complementar nº
157, de 2016)
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como
o proveito patrimonial obtido pelo agente.
As sanções da Lei de Improbidade Administrativa são de natureza extrapenal e, portanto, têm caráter civil.
Como visto, no caso do art. 9°, categoria mais grave, o agente obtém um enriquecimento ilícito (vantagem econômica
indevida) e pode ainda causar dano ao erário, por isso, deverá não só reparar eventual dano causado mas também colocar
nos cofres públicos tudo o que adquiriu indevidamente. Ou seja, poderá pagar somente o que enriqueceu indevidamente ou
este valor acrescido do valor do prejuízo causado aos cofres públicos (quanto o Estado perdeu ou deixou de ganhar). No caso
do artigo 10, não haverá enriquecimento ilícito, mas sempre existirá dano ao erário, o qual será reparado (eventualmente,
ocorrerá o enriquecimento ilícito, devendo o valor adquirido ser tomado pelo Estado). Já no artigo 11, o máximo que pode
ocorrer é o dano ao erário, com o devido ressarcimento. Na hipótese do artigo 10-A, não se denota nem enriquecimento ilícito
e nem dano ao erário, pois no máximo a prática de guerra fiscal pode gerar
Em todos os casos há perda da função pública.
Nas três categorias iniciais, são estabelecidas sanções de suspensão dos direitos políticos, multa e vedação de contratação
ou percepção de vantagem, graduadas conforme a gravidade do ato, enquanto que na quarta categoria apenas se prevê a
suspensão de direitos políticos e a multa:
75
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
76
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
O artigo 14 repete um direito assegurado na Constitui- Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade,
ção Federal, qual seja o direito de representação, previsto no a comissão representará ao Ministério Público ou à procu-
art. 5°, XXXIV, a: “são a todos assegurados, independente- radoria do órgão para que requeira ao juízo competente a
mente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patri-
ou abuso de poder; [...]”. Logo, se o art. 14 não existisse, ainda mônio público.
seria possível que o particular representasse o agente público. § 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com
o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a ter- § 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação,
mo e assinada, conterá a qualificação do representante, as o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações
informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos
provas de que tenha conhecimento. da lei e dos tratados internacionais.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a represen- Se existirem indício veementes da prática do ato de im-
probidade administrativa, a comissão processante poderá
tação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as
representar ao Ministério Público ou ao órgão jurídico da
formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição
pessoa lesada para que estes postulem o sequestro/arresto
não impede a representação ao Ministério Público, nos ter-
de bens do terceiro ou agente que tenham enriquecido ili-
mos do art. 22 desta lei. citamente.
O §1° delimita o conteúdo da representação que, se não O arresto parece ser uma medida mais adequada (arts.
respeitado, será rejeitado pela autoridade administrativa 813 a 821, CPC), por ser uma garantia geral dos credores, ou
(§2°). Ainda assim, em caso de rejeição, será possível repre- seja, por ser mais abrangente.
sentar ao Ministério Público. Supondo, por exemplo, que a Vale lembrar a possibilidade prevista no art. 7° desta lei
pessoa não queira se identificar - a representação será rejei- no sentido de representar ao Ministério Público para postu-
tada, mas o Ministério Público poderá apurar o fato. lar a indisponibilidade de bens.
As exigências do §1° servem para evitar denúncias irres- Este artigo e o artigo 7° abrem possibilidade para que
ponsáveis e coibir acusações levianas. Somente o Ministério seja tomada qualquer medida cautelar que vise impedir a
Público poderá instaurar procedimento para apurar uma de- deterioração e a dilapidação do patrimônio do causador do
núncia anônima. dano, assegurando sua reparação futura.
O procedimento administrativo se encontra disciplina-
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a auto- do dos artigos 14 a 16, encerrando-se neste ponto. A partir
ridade determinará a imediata apuração dos fatos que, em daqui, trata-se da ação de improbidade administrativa que
se tratando de servidores federais, será processada na forma deve tramitar na via judicial (artigos 17 e 18).
prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezem-
bro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será
com os respectivos regulamentos disciplinares. proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica
O §3° remete à existência de regras próprias do processo interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida
administrativo disciplinar para as diferentes categorias de cautelar.
servidores. Por exemplo, aos servidores públicos federais será “Ação de improbidade administrativa é aquela que pre-
aplicada a Lei n° 8.112/90. tende o reconhecimento judicial de condutas de improbidade
da Administração, perpetradas por administradores públicos
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao e terceiros, e a consequente aplicação das sanções legais,
com o escopo de preservar o princípio da moralidade admi-
Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da
nistrativa. Sem dúvida, cuida-se de poderoso instrumentos
existência de procedimento administrativo para apurar a
de controle judicial sobre atos que a lei caracteriza como de
prática de ato de improbidade.
improbidade”27.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Caso tenha sido postulada alguma medida cautelar, o
Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar repre- prazo para que seja ajuizada a ação de improbidade ad-
sentante para acompanhar o procedimento administrativo. ministrativa é de 30 dias, sob pena de perda da eficácia da
A lei fala em comissão processante, mas o órgão encar- medida (bens e verbas são desbloqueados).
regado do processo de investigação pode receber outra no- A legitimidade ativa é concorrente, porque a ação pode
menclatura conforme o sistema funcional de cada entidade26. ser proposta tanto pelo Ministério Público quanto pela pes-
O importante é saber que este órgão terá que informar soa jurídica interessada.
ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas a existência do A legitimidade passiva é daquele que cometeu o ato de
procedimento administrativo apurando o ato de improbida- improbidade.
de, que poderão designar representante para acompanhá-lo. No pedido, se postulará, primeiro, o reconhecimento do
O objetivo da lei foi contribuiu para a formação da convicção ato de improbidade administrativa, depois, a aplicação das
dos representantes destes órgãos desde logo. sanções cabíveis.
26 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de 27 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
ris, 2010. ris, 2010.
77
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas A ação de improbidade administrativa será instruída
ações de que trata o caput. com provas do ato de improbidade administrativa praticado,
Não é permitido fazer acordos porque a apuração do ato geralmente o processo administrativo que tramitou anterior-
de improbidade administrativa é de interesse público, sobre mente. Todas estas provas serão explicadas, fundamentando
o qual não se pode transacionar. Seria absurdo alguém pre- porque restou caracterizado o ato de improbidade.
judicar o erário e se livrar da condenação judicial apenas por
ter aceitado um acordo quando descoberto seu ato. § 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará
autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para ofere-
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá cer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com
as ações necessárias à complementação do ressarcimento do documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.
patrimônio público. Se a petição inicial preencher os requisitos do parágrafo
Caso não tenha sido totalmente recomposto o patrimô- anterior e os demais requisitos processuais civis, o requerido
nio com a ação de improbidade, a Fazenda Pública ajuizará será notificado para se manifestar por escrito e, se quiser,
ação própria. apresentar documentos.
§ 3° No caso de a ação principal ter sido proposta pelo § 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta
Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se conven-
3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965. cido da inexistência do ato de improbidade, da improcedên-
Dispõe o art. 6°, §3° da Lei n° 4.717/65: cia da ação ou da inadequação da via eleita.
§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para
A pessoa jurídica de direito público ou de direito priva- apresentar contestação.
do, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se de Se o juiz se convencer com as informações da manifes-
contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde tação do requerido, rejeitará a ação; se não, receberá defi-
que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respec- nitivamente a petição inicial e determinará a citação do réu
tivo representante legal ou dirigente. para contestar a ação.
78
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera processual, é afastar o agente público do exercício do cargo
pessoa jurídica interessada o ente tributante que figurar no sem prejuízo da remuneração enquanto tramita a ação de
polo ativo da obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. improbidade administrativa.
3º e o art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho
de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei in-
O §4º do artigo 3º mencionado foi vetado. Interpretando depende:
o artigo 8º-A, entende-se ser legitimada para propositura da I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público,
ação a pessoa jurídica de direito público que seria beneficia- salvo quanto à pena de ressarcimento;
da pela alíquota que deveria ter sido recolhida na esfera de II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de
seu município pois nele que o prestador se encontrava. controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
Não importa se o ato praticado pelo agente não causou
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de dano ao erário, tanto que existem os atos da categoria mais
reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ili- leve (artigo 11).
citamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, Também é irrelevante se o Tribunal de Contas aprovou
conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada ou rejeitou as contas prestadas pelo agente, embora isto sir-
pelo ilícito. va de elemento de prova.
Na verdade, este dispositivo apenas lembra algumas das
sanções que poderão ser aplicadas na sentença da ação de Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei,
improbidade administrativa. Não significa que as demais o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autorida-
sanções previstas nesta lei não sejam aplicáveis. de administrativa ou mediante representação formulada de
acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instau-
CAPÍTULO VI ração de inquérito policial ou procedimento administrativo.
Das Disposições Penais O Ministério Público poderá requisitar a instauração de
inquérito policial ou procedimento administrativo de ofício,
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de im- a pedido da autoridade administrativa ou mediante repre-
sentação.
probidade contra agente público ou terceiro beneficiário,
quando o autor da denúncia o sabe inocente.
CAPÍTULO VII
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Da Prescrição
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante
está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais,
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções
morais ou à imagem que houver provocado. previstas nesta lei podem ser propostas:
A legislação pretende que as denúncias de atos de im- I - até cinco anos após o término do exercício de manda-
probidade administrativas sejam sérias e fundamentadas, to, de cargo em comissão ou de função de confiança;
não levianas. O art. 19 introduz um tipo penal, ele não faz II - dentro do prazo prescricional previsto em lei especí-
parte exatamente das outras penalidades da lei, por isso fica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem
exatamente que está apartado das demais. do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou
Este crime será denunciado e apurado perante um juízo emprego.
criminal, fora da ação de improbidade administrativa. O ar- Prescrição é um instituto que visa regular a perda do
tigo 19 é um crime a ser denunciado em ação penal pública direito de acionar judicialmente.
proposta pelo Ministério Público, único legitimado. A ação de improbidade administrativa não poderá ser
Na verdade, ele não passa de uma forma específica da proposta se: a) prescrição no caso de cargo provisório - pas-
denunciação caluniosa do Código Penal. sados 5 anos após o término do exercício de mandato, cargo
em comissão ou função de confiança pelo réu; b) prescrição
Art. 339, CP. Dar causa à instauração de investigação no caso de cargo definitivo - dentro do prazo prescricional
policial, de processo judicial, instauração de investigação previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade ad- com demissão a bem do serviço público (por exemplo, na
ministrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o esfera federal, o prazo é de 5 anos a contar da data em que
sabe inocente. Pena - reclusão de 2 a 8 anos e multa. o fato se tornou conhecido).
79
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
80
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 37, XXI, CF - ressalvados os casos especificados na - Acordo Internacional: Somente para aquisição de bens
legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão con- quando comprovado que as condições ofertadas são vanta-
tratados mediante processo de licitação pública que assegure josas para o poder público.
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas - Obras de Arte e Objetos Históricos: Somente se justifica
que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as con- a aplicação da dispensa de licitação se a finalidade de resga-
dições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente tar a peça ou restaurar for de importância para a composi-
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica ção do acervo histórico e artístico nacional.
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. - Aquisição de Componentes em Garantia: Caso a aqui-
sição do componente ou material seja necessário para ma-
“A contratação por meio da dispensa de licitação deve nutenção de equipamentos durante o período de garantia.
limitar-se a aquisição de bens e serviços indispensáveis ao Deverá a Administração comprá-lo do fornecedor original
atendimento da situação de emergência e não qualquer bem deste equipamento, quando a condição de exclusividade for
ou qualquer prazo. Conheça os casos de Dispensa funda- indispensável para a vigência do prazo de garantia.
mentados no artigo 24 da Lei nº 8666/93. - Abastecimento em Trânsito: Para abastecimento de
A licitação é dispensável quando: embarcações, navios, tropas e seus meios de deslocamen-
- Em situações de emergência: exemplos de Casos de to quando em eventual curta duração, por motivo de movi-
guerra; grave perturbação da ordem; calamidade pública, mentação operacional e for comprovado que compromete a
obras para evitar desabamentos, quebras de barreiras, for- normalidade os propósitos da operação, desde que o valor
necimento de energia. não exceda ao limite previsto para dispensa de licitação.
- Por motivo de licitação frustrada por fraude ou abu- - Compra de materiais de uso pelas forças armadas:
so de poder econômico: preços superfaturados, neste caso Sujeito à verificação conforme material, ressaltando que as
pode-se aplicar o artigo 48 parágrafo 3º da Lei nº 8666/93 compras de material de uso pessoal e administrativo sujei-
para conceder prazo para readaptação das propostas nos tam-se ao regular certame licitatório.
termos do edital de licitação. - Associação de portadores de deficiência física: A con-
- Intervenção no Domínio Econômico: exemplos de con-
tratação desta associação deverá seguir as seguintes exigên-
gelamento de preços ou tabelamento de preços.
cias: Não poderá ter fins lucrativos; comprovar idoneidade,
- Dispensa para contratar com Entidades da Administra-
preço compatível com o mercado”32.
ção Pública: Somente poderá ocorrer se não houver empre-
“Na inexigibilidade, a contratação se dá em razão da
sas privadas ou de economia mista que possam prestar ou
inviabilidade da competição ou da desnecessidade do proce-
oferecer os mesmos bens ou serviços. Exemplos de Imprensa
Oficial, processamento de dados, recrutamento, seleção e dimento licitatório. Na inexigibilidade, as hipóteses do artigo
treinamento de servidores civis da administração. 25 da Lei 8666 de 1993, autorizam o administrador públi-
- Contratação de Pequeno Valor: Materiais, produtos, co, após comprovada a inviabilidade ou desnecessidade de
serviços, obras de pequeno valor, que não ultrapassem o va- licitação, contratar diretamente o fornecimento do produto
lor estimado por lei para esta modalidade de licitação. ou a execução dos serviços. É importante observar que o rol
- Dispensa para complementação de contratos: Mate- descrito neste artigo, não abrange todas as hipóteses de ine-
riais, produtos, serviços, obras no caso de rescisão contra- xigibilidade. A licitação poderá ser inexigível quando:
tual, desde que atendida a ordem de classificação da lici- * Fornecedor Exclusivo:
tação aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante - Exclusividade Comercial: somente um representante ou
vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido. comerciante tem o bem a ser adquirido, um grande exemplo
- Ausência de Interessados: Quando não tiver interessa- disto seria medicamentos.
dos pelo objeto da licitação, mantidas, neste caso, todas as - Exclusividade Industrial: somente quando um produtor
condições preestabelecidas em edital. ou indústria se acha em condições materiais e legais de pro-
- Comprometimento da Segurança Nacional: Quando o duzir o bem e fornecê-los a Administração
Presidente da República, diante de um caso concreto, depois Aplica-se a inexigibilidade quando comprovada por
de ouvido o Conselho de Defesa Nacional, determine a con- meio de fornecimento de Atestado de Exclusividade de ven-
tratação com o descarte da licitação. da ou fabricação emitido pelo órgão de registro do comércio
- Imóvel destinado a Administração: Para compra ou lo- para o local em que se realizará a licitação.
cação de imóvel destinado ao atendimento, cujas necessida- * Singularidade para contratação de serviços técnicos:
des de instalação e localização condicionem a sua escolha, Somente poderão ser contratados aqueles enumerados no
desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, artigo 13 da Lei 8666/93
segundo avaliação prévia. Deverá a Administração formali- - estudos Técnicos;
zar a locação se for de ordem temporária ou comprá-lo se - planejamentos e projetos básicos ou executivos;
for de ordem definitiva. - pareceres, perícias e avaliação em geral;
- Gêneros Perecíveis: Compras de hortifrutigranjeiros, - acessórias ou consultorias técnicas e auditorias finan-
pão e outros gêneros perecíveis durante o tempo necessário ceiras ou tributárias;
para a realização do processo licitatório correspondente. - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras e
- Ensino, pesquisa e recuperação social do preso: Na serviços;
contratação de instituição brasileira dedicada a recuperação - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou adminis-
social do preso, desde que a contratada detenha inquestio- trativas;
nável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
na aplicação de suas funções. 32 http://www.licitacao.net/
81
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
82
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
anulada pela via administrativa ou pela via judiciária. A A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o con-
anulação de uma licitação pode ser total (se o vício atingir trato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro
a origem dos atos licitatórios) ou parcial (se o vício atingir do prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o des-
parte dos atos licitatórios). cumprimento total da obrigação assumida, sujeitando-o às
Revogar uma licitação é extingui-la por ser inconvenien- penalidades legalmente estabelecidas.
te ou inoportuna. Desde o momento em que a licitação foi Isto não se aplica aos licitantes convocados, que não acei-
aberta até o final da mesma, pode-se falar em revogação. tarem a contratação, nas mesmas condições propostas pelo
Após a assinatura do contrato, entretanto, não poderá haver primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.
a revogação da licitação. Somente se justifica a revogação Os agentes administrativos que praticarem atos em de-
quando houver um fato posterior à abertura da licitação e sacordo com os preceitos definidos pela Lei de Licitações e
quando o fato for pertinente, ou seja, quando possuir uma Contratos Administrativos ou visando a frustrar os objetivos
relação lógica com a revogação da licitação. Ainda deve ser da licitação sujeitam-se às sanções previstas na lei licitatória
suficiente, quando a intensidade do fato justificar a revoga- e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabili-
ção. Deve ser respeitado o direito ao contraditório e ampla dades civil e criminal que seu ato ensejar.
defesa, e a revogação deverá ser feita mediante parecer es-
crito e devidamente fundamentado. LEI Nº 8.666/1993 E SUAS ALTERAÇÕES
83
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
84
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte e) empreitada integral - quando se contrata um em-
diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das da- preendimento em sua integralidade, compreendendo todas
tas de suas exigibilidades, salvo quando presentes relevantes as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob
razões de interesse público e mediante prévia justificativa da inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao
autoridade competente, devidamente publicada. contratante em condições de entrada em operação, atendi-
§ 1º Os créditos a que se refere este artigo terão seus dos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em con-
valores corrigidos por critérios previstos no ato convocatório dições de segurança estrutural e operacional e com as carac-
e que lhes preservem o valor. terísticas adequadas às finalidades para que foi contratada;
§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior cujo IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários
pagamento será feito junto com o principal, correrá à con- e suficientes, com nível de precisão adequado, para carac-
ta das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos terizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços
créditos a que se referem. objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos
§ 3º Observados o disposto no caput, os pagamentos de- estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade
correntes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da
seu parágrafo único, deverão ser efetuados no prazo de até obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, de-
5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da fatura. vendo conter os seguintes elementos:
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a
Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos devem pri- fornecer visão global da obra e identificar todos os seus ele-
vilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microem- mentos constitutivos com clareza;
presas e empresas de pequeno porte na forma da lei. b) soluções técnicas globais e localizadas, suficiente-
mente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de
Seção II reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração
Das Definições do projeto executivo e de realização das obras e montagem;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de ma-
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se: teriais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recupe- especificações que assegurem os melhores resultados para o
ração ou ampliação, realizada por execução direta ou indi- empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a
reta; sua execução;
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determi- d) informações que possibilitem o estudo e a dedução
nada utilidade de interesse para a Administração, tais como: de métodos construtivos, instalações provisórias e condições
demolição, conserto, instalação, montagem, operação, con- organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competi-
servação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, tivo para a sua execução;
locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico- e) subsídios para montagem do plano de licitação e ges-
-profissionais; tão da obra, compreendendo a sua programação, a estraté-
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para gia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados
fornecimento de uma só vez ou parceladamente; necessários em cada caso;
IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens f) orçamento detalhado do custo global da obra, funda-
a terceiros; mentado em quantitativos de serviços e fornecimentos pro-
V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas priamente avaliados;
cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos neces-
limite estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23 desta sários e suficientes à execução completa da obra, de acordo
Lei; com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Nor-
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cum- mas Técnicas - ABNT;
primento das obrigações assumidas por empresas em licita- XI - Administração Pública - a administração direta e in-
ções e contratos; direta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e enti- cípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade
dades da Administração, pelos próprios meios; jurídica de direito privado sob controle do poder público e
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade con- das fundações por ele instituídas ou mantidas;
trata com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: XII - Administração - órgão, entidade ou unidade admi-
a) empreitada por preço global - quando se contrata a nistrativa pela qual a Administração Pública opera e atua
execução da obra ou do serviço por preço certo e total; concretamente;
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da
execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades Administração Pública, sendo para a União o Diário Oficial
determinadas; da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
c) (Vetado). pios, o que for definido nas respectivas leis; (Redação dada
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para peque- pela Lei nº 8.883, de 1994)
nos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do
materiais; instrumento contratual;
85
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária § 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação,
de contrato com a Administração Pública; de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de
XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às
criada pela Administração com a função de receber, exami- previsões reais do projeto básico ou executivo.
nar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos § 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua
às licitações e ao cadastramento de licitantes. bens e serviços sem similaridade ou de marcas, características
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecni-
manufaturados, produzidos no território nacional de acordo camente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais
com o processo produtivo básico ou com as regras de origem materiais e serviços for feito sob o regime de administração
estabelecidas pelo Poder Executivo federal; contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, § 6º A infringência do disposto neste artigo implica a
nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; nulidade dos atos ou contratos realizados e a responsabili-
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comuni- dade de quem lhes tenha dado causa.
cação estratégicos - bens e serviços de tecnologia da infor- § 7º Não será ainda computado como valor da obra ou
mação e comunicação cuja descontinuidade provoque dano serviço, para fins de julgamento das propostas de preços, a
significativo à administração pública e que envolvam pelo atualização monetária das obrigações de pagamento, desde
menos um dos seguintes requisitos relacionados às infor- a data final de cada período de aferição até a do respectivo
mações críticas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios esta-
confidencialidade. belecidos obrigatoriamente no ato convocatório.
XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, § 8º Qualquer cidadão poderá requerer à Administração
insumos, serviços e obras necessários para atividade de pes- Pública os quantitativos das obras e preços unitários de de-
quisa científica e tecnológica, desenvolvimento de tecnolo- terminada obra executada.
gia ou inovação tecnológica, discriminados em projeto de § 9º O disposto neste artigo aplica-se também, no que
pesquisa aprovado pela instituição contratante. couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
86
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
e o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e § 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-
obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços a es- -se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei.
tes necessários. § 3º A empresa de prestação de serviços técnicos espe-
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos cializados que apresente relação de integrantes de seu corpo
membros da comissão de licitação. técnico em procedimento licitatório ou como elemento de
justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, fica-
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas rá obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem
seguintes formas: pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.
I - execução direta;
II - execução indireta, nos seguintes regimes: Seção V
a) empreitada por preço global; Das Compras
b) empreitada por preço unitário;
c) (Vetado).
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada
d) tarefa;
caracterização de seu objeto e indicação dos recursos orça-
e) empreitada integral.
mentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato
Parágrafo único. (Vetado).
e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.
Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins
terão projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:
exceto quando o projeto-padrão não atender às condições I - atender ao princípio da padronização, que imponha
peculiares do local ou às exigências específicas do empreen- compatibilidade de especificações técnicas e de desempe-
dimento. nho, observadas, quando for o caso, as condições de manu-
tenção, assistência técnica e garantia oferecidas;
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de II - ser processadas através de sistema de registro de preços;
obras e serviços serão considerados principalmente os se- III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento
guintes requisitos: semelhantes às do setor privado;
I - segurança; IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas neces-
II - funcionalidade e adequação ao interesse público; sárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visan-
III - economia na execução, conservação e operação; do economicidade;
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, mate- V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos ór-
riais, tecnologia e matérias-primas existentes no local para gãos e entidades da Administração Pública.
execução, conservação e operação; § 1º O registro de preços será precedido de ampla pes-
V - facilidade na execução, conservação e operação, sem quisa de mercado.
prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço; § 2º Os preços registrados serão publicados trimestral-
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de seguran- mente para orientação da Administração, na imprensa oficial.
ça do trabalho adequadas; § 3º O sistema de registro de preços será regulamentado
VII - impacto ambiental. por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observa-
das as seguintes condições:
Seção IV I - seleção feita mediante concorrência;
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados II - estipulação prévia do sistema de controle e atualiza-
ção dos preços registrados;
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços
III - validade do registro não superior a um ano.
técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a:
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou § 4º A existência de preços registrados não obriga a
executivos; Administração a firmar as contratações que deles poderão
II - pareceres, perícias e avaliações em geral; advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios,
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias fi- respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegu-
nanceiras ou tributárias; rado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras condições.
ou serviços; § 5º O sistema de controle originado no quadro geral de
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou adminis- preços, quando possível, deverá ser informatizado.
trativas; § 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; preço constante do quadro geral em razão de incompatibili-
VII - restauração de obras de arte e bens de valor his- dade desse com o preço vigente no mercado.
tórico. § 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:
VIII - (Vetado). I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem
§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, indicação de marca;
os contratos para a prestação de serviços técnicos profis- II - a definição das unidades e das quantidades a serem
sionais especializados deverão, preferencialmente, ser cele- adquiridas em função do consumo e utilização prováveis,
brados mediante a realização de concurso, com estipulação cuja estimativa será obtida, sempre que possível, mediante
prévia de prêmio ou remuneração. adequadas técnicas quantitativas de estimação;
87
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
III - as condições de guarda e armazenamento que não i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita
permitam a deterioração do material. ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra,
§ 8º O recebimento de material de valor superior ao li- onde incidam ocupações até o limite de que trata o § 1º do
mite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de art. 6º da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins
convite, deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e
3 (três) membros. II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de
licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de
de divulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo aces- interesse social, após avaliação de sua oportunidade e con-
veniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra
so público, à relação de todas as compras feitas pela Admi-
forma de alienação;
nistração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a identi-
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou
ficação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade entidades da Administração Pública;
adquirida, o nome do vendedor e o valor total da operação, c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa,
podendo ser aglutinadas por itens as compras feitas com dis- observada a legislação específica;
pensa e inexigibilidade de licitação. d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica e) venda de bens produzidos ou comercializados por ór-
aos casos de dispensa de licitação previstos no inciso IX do gãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de
art. 24. suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros ór-
Seção VI gãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização
Das Alienações previsível por quem deles dispõe.
§ 1º Os imóveis doados com base na alínea «b» do inciso
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doa-
subordinada à existência de interesse público devidamente ção, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora,
justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às se- vedada a sua alienação pelo beneficiário.
guintes normas: § 2º A Administração também poderá conceder título de
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada
licitação, quando o uso destinar-se:
para órgãos da administração direta e entidades autárquicas
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública,
e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraes-
qualquer que seja a localização do imóvel;
tatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na moda- II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento
lidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: ou ato normativo do órgão competente, haja implementado
a) dação em pagamento; os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão e exploração direta sobre área rural, observado o limite de
ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de que trata o § 1º do art. 6º da Lei no 11.952, de 25 de junho
governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; de 2009;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos § 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam dispen-
constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; sadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos
d) investidura; seguintes condicionamentos:
e) venda a outro órgão ou entidade da administração I - aplicação exclusivamente às áreas em que a deten-
pública, de qualquer esfera de governo; ção por particular seja comprovadamente anterior a 1o de
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão dezembro de 2004;
de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do
imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente regime legal e administrativo da destinação e da regulariza-
utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de re- ção fundiária de terras públicas;
gularização fundiária de interesse social desenvolvidos por III - vedação de concessões para hipóteses de exploração
não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de
órgãos ou entidades da administração pública;
terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o
zoneamento ecológico-econômico; e
art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante IV - previsão de rescisão automática da concessão, dis-
iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública pensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou
em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; necessidade pública ou interesse social.
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, conces- § 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo:
são de direito real de uso, locação ou permissão de uso de I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não su-
bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de jeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua explo-
até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e in- ração mediante atividades agropecuárias;
seridos no âmbito de programas de regularização fundiária II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais,
de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a
administração pública; dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite;
88
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área de- Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das
corrente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos
deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. leilões, embora realizados no local da repartição interessa-
IV – (VETADO) da, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo,
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei: por uma vez:
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de lici-
área remanescente ou resultante de obra pública, área esta tação feita por órgão ou entidade da Administração Pública
que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas par-
inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a cial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por
50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea “a” instituições federais;
do inciso II do art. 23 desta lei; II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por ór-
na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins re- gão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Mu-
sidenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas nicipal, ou do Distrito Federal;
hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase III - em jornal diário de grande circulação no Estado e
de operação dessas unidades e não integrem a categoria de também, se houver, em jornal de circulação no Município ou
bens reversíveis ao final da concessão. na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, for-
§ 4º A doação com encargo será licitada e de seu ins- necido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Admi-
trumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o pra- nistração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros
zo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de meios de divulgação para ampliar a área de competição.
nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de § 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em
interesse público devidamente justificado; que os interessados poderão ler e obter o texto integral do
§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário edital e todas as informações sobre a licitação.
necessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a § 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas
cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas ou da realização do evento será:
por hipoteca em segundo grau em favor do doador. I - quarenta e cinco dias para:
§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou a) concurso;
globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado con-
art. 23, inciso II, alínea «b» desta Lei, a Administração pode- templar o regime de empreitada integral ou quando a licita-
rá permitir o leilão. ção for do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”;
§ 7º (VETADO). II - trinta dias para:
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, “b” do inciso anterior;
a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhi- b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “me-
mento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da lhor técnica” ou “técnica e preço”;
avaliação. III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não
Parágrafo único. (Revogado) especificados na alínea “b” do inciso anterior, ou leilão;
IV - cinco dias úteis para convite.
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja § 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão
aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de contados a partir da última publicação do edital resumido
dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da au- ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibili-
toridade competente, observadas as seguintes regras: dade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevale-
I - avaliação dos bens alienáveis; cendo a data que ocorrer mais tarde.
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alie- § 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação
nação; pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalida- o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestio-
de de concorrência ou leilão. navelmente, a alteração não afetar a formulação das pro-
postas.
Capítulo II
Da Licitação Art. 22. São modalidades de licitação:
I - concorrência;
Seção I II - tomada de preços;
Das Modalidades, Limites e Dispensa III - convite;
IV - concurso;
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se V - leilão.
situar a repartição interessada, salvo por motivo de interesse § 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre
público, devidamente justificado. quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a ha- preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de
bilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais. qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
89
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
90
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos
por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do ar- de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso
tigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, Nacional, quando as condições ofertadas forem manifesta-
desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, mente vantajosas para o Poder Público;
compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte
de uma só vez; e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formu-
quando caracterizada urgência de atendimento de situação lários padronizados de uso da administração, e de edições
que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de
de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, pú- informática a pessoa jurídica de direito público interno, por
blicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública,
atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para criados para esse fim específico;
as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no XVII - para a aquisição de componentes ou peças de ori-
prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e gem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de
ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou ca- equipamentos durante o período de garantia técnica, jun-
lamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; to ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal
V - quando não acudirem interessados à licitação an- condição de exclusividade for indispensável para a vigência
terior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem da garantia;
prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas XVIII - nas compras ou contratações de serviços para
as condições preestabelecidas; o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas
VI - quando a União tiver que intervir no domínio eco- ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada
nômico para regular preços ou normalizar o abastecimento; eventual de curta duração em portos, aeroportos ou locali-
VII - quando as propostas apresentadas consignarem dades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação
preços manifestamente superiores aos praticados no mer- operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos
cado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos prazos legais puder comprometer a normalidade e os pro-
órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o pa- pósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao
rágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta Lei:
será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por XIX - para as compras de material de uso pelas Forças
valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e admi-
serviços; nistrativo, quando houver necessidade de manter a padroni-
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito pú- zação requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios
blico interno, de bens produzidos ou serviços prestados por navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão
órgão ou entidade que integre a Administração Pública e instituída por decreto;
que tenha sido criado para esse fim específico em data ante- XX - na contratação de associação de portadores de
rior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada ido-
compatível com o praticado no mercado; neidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública,
IX - quando houver possibilidade de comprometimento para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-
da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto -obra, desde que o preço contratado seja compatível com o
do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa praticado no mercado.
Nacional; XXI - para a aquisição ou contratação de produto para
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e
atendimento das finalidades precípuas da administração, serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de
cujas necessidades de instalação e localização condicionem que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23;
a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento
de mercado, segundo avaliação prévia; de energia elétrica e gás natural com concessionário, per-
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço missionário ou autorizado, segundo as normas da legislação
ou fornecimento, em consequência de rescisão contratual, específica;
desde que atendida a ordem de classificação da licitação an- XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou
terior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante sociedade de economia mista com suas subsidiárias e con-
vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; troladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja
gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização compatível com o praticado no mercado.
dos processos licitatórios correspondentes, realizadas direta- XXIV - para a celebração de contratos de prestação de
mente com base no preço do dia; serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida das respectivas esferas de governo, para atividades contem-
regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou pladas no contrato de gestão.
do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada XXV - na contratação realizada por Instituição Científica
à recuperação social do preso, desde que a contratada dete- e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a trans-
nha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha ferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de
fins lucrativos; uso ou de exploração de criação protegida.
91
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
XXVI - na celebração de contrato de programa com ente XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e o
da Federação ou com entidade de sua administração indire- aprimoramento de estabelecimentos penais, desde que confi-
ta, para a prestação de serviços públicos de forma associada gurada situação de grave e iminente risco à segurança pública.
nos termos do autorizado em contrato de consórcio público § 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput
ou em convênio de cooperação. deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras
XXVII - na contratação da coleta, processamento e co- e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de
mercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reu- economia mista, empresa pública e por autarquia ou funda-
tilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, ção qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.
efetuados por associações ou cooperativas formadas exclu- § 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade
sivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas que integre a administração pública estabelecido no inciso
pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou enti-
com o uso de equipamentos compatíveis com as normas téc- dades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no
nicas, ambientais e de saúde pública. âmbito da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, confor-
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produ- me elencados em ato da direção nacional do SUS.
§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do
zidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente,
caput, quando aplicada a obras e serviços de engenharia,
alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante
seguirá procedimentos especiais instituídos em regulamen-
parecer de comissão especialmente designada pela autori- tação específica.
dade máxima do órgão. § 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços caput do art. 9o à hipótese prevista no inciso XXI do caput.
para atender aos contingentes militares das Forças Singula-
res brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabili-
necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do dade de competição, em especial:
fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gê-
Força. neros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa
XXX - na contratação de instituição ou organização, pú- ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência
blica ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a presta- de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita
ção de serviços de assistência técnica e extensão rural no através de atestado fornecido pelo órgão de registro do co-
âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Ex- mércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou
tensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patro-
instituído por lei federal. nal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do II - para a contratação de serviços técnicos enumerados
disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais
dezembro de 2004, observados os princípios gerais de con- ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibili-
tratação dela constantes. dade para serviços de publicidade e divulgação;
XXXII - na contratação em que houver transferência de III - para contratação de profissional de qualquer setor
tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo,
Saúde - SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de 19 de setembro desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opi-
de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional nião pública.
do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos § 1º Considera-se de notória especialização o profissio-
durante as etapas de absorção tecnológica. nal ou empresa cujo conceito no campo de sua especiali-
dade, decorrente de desempenho anterior, estudos, expe-
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins
riências, publicações, organização, aparelhamento, equipe
lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras tec-
técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas ativi-
nologias sociais de acesso à água para consumo humano e
dades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indis-
produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de cutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto
baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. do contrato.
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direi- § 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos
to público interno de insumos estratégicos para a saúde de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem
produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o for-
ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da necedor ou o prestador de serviços e o agente público res-
administração pública direta, sua autarquia ou fundação ponsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento
institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação, Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17
inclusive na gestão administrativa e financeira necessária e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexi-
à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam gibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas,
transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o e o retardamento previsto no final do parágrafo único do
Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII art. 8º desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três)
deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na
em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço con- imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição
tratado seja compatível com o praticado no mercado. para a eficácia dos atos.
92
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibili- Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica
dade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruí- limitar-se-á a:
do, no que couber, com os seguintes elementos: I - registro ou inscrição na entidade profissional com-
I - caracterização da situação emergencial, calamitosa petente;
ou de grave e iminente risco à segurança pública que justifi- II - comprovação de aptidão para desempenho de ativi-
que a dispensa, quando for o caso; dade pertinente e compatível em características, quantida-
II - razão da escolha do fornecedor ou executante; des e prazos com o objeto da licitação, e indicação das insta-
III - justificativa do preço. lações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem
aos quais os bens serão alocados. como da qualificação de cada um dos membros da equipe
técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;
Seção II III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que
Da Habilitação recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou
conhecimento de todas as informações e das condições lo-
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos cais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;
interessados, exclusivamente, documentação relativa a: IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei
I - habilitação jurídica; especial, quando for o caso.
II - qualificação técnica; § 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do
III - qualificação econômico-financeira; «caput» deste artigo, no caso das licitações pertinentes a
IV – regularidade fiscal e trabalhista; obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pes-
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º soas jurídicas de direito público ou privado, devidamente re-
da Constituição Federal. gistrados nas entidades profissionais competentes, limitadas
as exigências a:
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, I - capacitação técnico-profissional: comprovação do li-
conforme o caso, consistirá em: citante de possuir em seu quadro permanente, na data pre-
I - cédula de identidade; vista para entrega da proposta, profissional de nível superior
II - registro comercial, no caso de empresa individual; ou outro devidamente reconhecido pela entidade compe-
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, tente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por
devidamente registrado, em se tratando de sociedades co- execução de obra ou serviço de características semelhantes,
merciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior rele-
de documentos de eleição de seus administradores; vância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício; II - (Vetado).
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa a) (Vetado).
ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato b) (Vetado).
de registro ou autorização para funcionamento expedido § 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor
pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir. significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão defi-
nidas no instrumento convocatório.
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e § 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão
trabalhista, conforme o caso, consistirá em: através de certidões ou atestados de obras ou serviços simi-
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas lares de complexidade tecnológica e operacional equivalente
(CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); ou superior.
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes esta- § 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a com-
dual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede provação de aptidão, quando for o caso, será feita através
do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatí- de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito público
vel com o objeto contratual; ou privado.
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, § 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade
Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ain-
outra equivalente, na forma da lei; da em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social nesta Lei, que inibam a participação na licitação.
e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), de- § 6º As exigências mínimas relativas a instalações de
monstrando situação regular no cumprimento dos encargos canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico espe-
sociais instituídos por lei. cializado, considerados essenciais para o cumprimento do
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos peran- objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresenta-
te a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de certi- ção de relação explícita e da declaração formal da sua dis-
dão negativa, nos termos do Título VII-A da Consolidação ponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências de
das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de propriedade e de localização prévia.
1º de maio de 1943. § 7º (Vetado).
I - (Vetado).
93
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
94
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
95
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data d) compensações financeiras e penalizações, por even-
anterior a cento e vinte dias após o término do contrato re- tuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pa-
sultante da licitação antecedente. gamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de XV - instruções e normas para os recursos previstos nes-
ordem em série anual, o nome da repartição interessada e ta Lei;
de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;
licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, XVII - outras indicações específicas ou peculiares da li-
dia e hora para recebimento da documentação e proposta, citação.
bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, § 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado
obrigatoriamente, o seguinte: em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir,
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e forne-
retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta cimento aos interessados.
Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da § 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte in-
licitação; tegrante:
III - sanções para o caso de inadimplemento; I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o pro- partes, desenhos, especificações e outros complementos;
jeto básico; II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e
V - se há projeto executivo disponível na data da publi- preços unitários;
cação do edital de licitação e o local onde possa ser exami- III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Adminis-
nado e adquirido; tração e o licitante vencedor;
VI - condições para participação na licitação, em confor- IV - as especificações complementares e as normas de
midade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresen- execução pertinentes à licitação.
tação das propostas; § 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como
VII - critério para julgamento, com disposições claras e adimplemento da obrigação contratual a prestação do ser-
parâmetros objetivos; viço, a realização da obra, a entrega do bem ou de parcela
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja
comunicação à distância em que serão fornecidos elemen- ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de co-
tos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às brança.
condições para atendimento das obrigações necessárias ao § 4º Nas compras para entrega imediata, assim enten-
cumprimento de seu objeto; didas aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data
IX - condições equivalentes de pagamento entre empre- prevista para apresentação da proposta, poderão ser dispen-
sas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações interna- sadas:
cionais; I - o disposto no inciso XI deste artigo;
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e glo- II - a atualização financeira a que se refere a alínea “c”
bal, conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos do inciso XIV deste artigo, correspondente ao período com-
e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos preendido entre as datas do adimplemento e a prevista para
ou faixas de variação em relação a preços de referência, res- o pagamento, desde que não superior a quinze dias.
salvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; § 5º A Administração Pública poderá, nos editais de li-
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação citação para a contratação de serviços, exigir da contratada
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices que um percentual mínimo de sua mão de obra seja oriundo
específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresen- ou egresso do sistema prisional, com a finalidade de resso-
tação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se cialização do reeducando, na forma estabelecida em regu-
referir, até a data do adimplemento de cada parcela; lamento.
XII - (Vetado).
XIII - limites para pagamento de instalação e mobiliza- Art. 41. A Administração não pode descumprir as nor-
ção para execução de obras ou serviços que serão obrigato- mas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vin-
riamente previstos em separado das demais parcelas, etapas culada.
ou tarefas; § 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
XIV - condições de pagamento, prevendo: edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei,
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, con- devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da
tado a partir da data final do período de adimplemento de data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação,
cada parcela; devendo a Administração julgar e responder à impugnação
b) cronograma de desembolso máximo por período, em em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista
conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros; no § 1o do art. 113.
c) critério de atualização financeira dos valores a serem § 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital
pagos, desde a data final do período de adimplemento de de licitação perante a administração o licitante que não o
cada parcela até a data do efetivo pagamento; fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos
96
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos IV - verificação da conformidade de cada proposta com
envelopes com as propostas em convite, tomada de preços os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços cor-
ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregula- rentes no mercado ou fixados por órgão oficial competente,
ridades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comu- ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços,
nicação não terá efeito de recurso. os quais deverão ser devidamente registrados na ata de jul-
§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante gamento, promovendo-se a desclassificação das propostas
não o impedirá de participar do processo licitatório até o desconformes ou incompatíveis;
trânsito em julgado da decisão a ela pertinente. V - julgamento e classificação das propostas de acordo
§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu com os critérios de avaliação constantes do edital;
direito de participar das fases subsequentes. VI - deliberação da autoridade competente quanto à ho-
mologação e adjudicação do objeto da licitação.
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o § 1º A abertura dos envelopes contendo a documenta-
edital deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária ção para habilitação e as propostas será realizada sempre
e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos em ato público previamente designado, do qual se lavrará
competentes. ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar pela Comissão.
preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o § 2º Todos os documentos e propostas serão rubricados
licitante brasileiro. pelos licitantes presentes e pela Comissão.
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventual- § 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior, em
mente contratado em virtude da licitação de que trata o pa- qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destina-
rágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa da a esclarecer ou a complementar a instrução do processo,
de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior à data vedada a inclusão posterior de documento ou informação
do efetivo pagamento. que deveria constar originariamente da proposta.
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro se- § 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e,
rão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro. no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e
§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas
ao convite.
apresentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas dos
§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes
gravames conseqüentes dos mesmos tributos que oneram
(incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe
exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à operação
desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação,
final de venda.
salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços
após o julgamento.
ou aquisição de bens com recursos provenientes de finan-
ciamento ou doação oriundos de agência oficial de coope- § 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência de
ração estrangeira ou organismo financeiro multilateral de proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato superve-
que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respecti- niente e aceito pela Comissão.
va licitação, as condições decorrentes de acordos, protoco-
los, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão leva-
Congresso Nacional, bem como as normas e procedimentos rá em consideração os critérios objetivos definidos no edital
daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção ou convite, os quais não devem contrariar as normas e prin-
da proposta mais vantajosa para a administração, o qual cípios estabelecidos por esta Lei.
poderá contemplar, além do preço, outros fatores de avalia- § 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério
ção, desde que por elas exigidos para a obtenção do finan- ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa
ciamento ou da doação, e que também não conflitem com o ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade en-
princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho tre os licitantes.
motivado do órgão executor do contrato, despacho esse rati- § 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem
ficado pela autoridade imediatamente superior. não prevista no edital ou no convite, inclusive financiamen-
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para entre- tos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem
ga no mesmo local de destino. baseada nas ofertas dos demais licitantes.
§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços
Art. 43. A licitação será processada e julgada com ob- global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero,
servância dos seguintes procedimentos: incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mer-
I - abertura dos envelopes contendo a documentação re- cado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato
lativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação; convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mí-
II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes nimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações
inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renun-
não tenha havido recurso ou após sua denegação; cie a parcela ou à totalidade da remuneração.
III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos § 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também
concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo às propostas que incluam mão-de-obra estrangeira ou im-
sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência ex- portações de qualquer natureza.
pressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;
97
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, de- do proponente, a qualidade técnica da proposta, compreen-
vendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo con- dendo metodologia, organização, tecnologias e recursos ma-
vite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, teriais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das
os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;
de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proce-
maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos der-se-á à abertura das propostas de preço dos licitantes
órgãos de controle. que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de lici- instrumento convocatório e à negociação das condições pro-
tação, exceto na modalidade concurso: postas, com a proponente melhor classificada, com base nos
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da orçamentos detalhados apresentados e respectivos preços
proposta mais vantajosa para a Administração determinar unitários e tendo como referência o limite representado pela
que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de proposta de menor preço entre os licitantes que obtiveram a
acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar valorização mínima;
o menor preço; III - no caso de impasse na negociação anterior, proce-
II - a de melhor técnica; dimento idêntico será adotado, sucessivamente, com os de-
III - a de técnica e preço. mais proponentes, pela ordem de classificação, até a conse-
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação cução de acordo para a contratação;
de bens ou concessão de direito real de uso. IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas
§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, aos licitantes que não forem preliminarmente habilitados ou
e após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a que não obtiverem a valorização mínima estabelecida para
classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato a proposta técnica.
público, para o qual todos os licitantes serão convocados, § 2º Nas licitações do tipo «técnica e preço» será ado-
vedado qualquer outro processo. tado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o se-
§ 3º No caso da licitação do tipo «menor preço», entre guinte procedimento claramente explicitado no instrumento
os licitantes considerados qualificados a classificação se dará convocatório:
pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no I - será feita a avaliação e a valorização das propostas
caso de empate, exclusivamente o critério previsto no pará- de preços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos
grafo anterior. no instrumento convocatório;
§ 4º Para contratação de bens e serviços de informáti- II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo
ca, a administração observará o disposto no art. 3o da Lei com a média ponderada das valorizações das propostas téc-
no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os nicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no
fatores especificados em seu parágrafo 2o e adotando obri- instrumento convocatório.
gatoriamente o tipo de licitação «técnica e preço», permitido § 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos
o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em neste artigo poderão ser adotados, por autorização expressa
decreto do Poder Executivo. e mediante justificativa circunstanciada da maior autoridade
§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação da Administração promotora constante do ato convocatório,
não previstos neste artigo. para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação
§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecio- de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes
nadas tantas propostas quantas necessárias até que se atinja de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito,
a quantidade demandada na licitação. atestado por autoridades técnicas de reconhecida qualifica-
ção, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções
Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “téc- alternativas e variações de execução, com repercussões sig-
nica e preço” serão utilizados exclusivamente para serviços nificativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e
de natureza predominantemente intelectual, em especial na durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem
elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e ser adotadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade
gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório.
particular, para a elaboração de estudos técnicos prelimina- § 4º (Vetado).
res e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no
§ 4o do artigo anterior. Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e servi-
§ 1º Nas licitações do tipo «melhor técnica» será adota- ços, quando for adotada a modalidade de execução de em-
do o seguinte procedimento claramente explicitado no ins- preitada por preço global, a Administração deverá fornecer
trumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que a obrigatoriamente, junto com o edital, todos os elementos e
Administração se propõe a pagar: informações necessários para que os licitantes possam ela-
I - serão abertos os envelopes contendo as propostas téc- borar suas propostas de preços com total e completo conhe-
nicas exclusivamente dos licitantes previamente qualificados cimento do objeto da licitação.
e feita então a avaliação e classificação destas propostas de
acordo com os critérios pertinentes e adequados ao objeto Art. 48. Serão desclassificadas:
licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento I - as propostas que não atendam às exigências do ato
convocatório e que considerem a capacitação e a experiência convocatório da licitação;
98
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
II - propostas com valor global superior ao limite esta- especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos
belecido ou com preços manifestamente inexequíveis, assim 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos qua-
considerados aqueles que não venham a ter demonstrada dros permanentes dos órgãos da Administração responsá-
sua viabilidade através de documentação que comprove que veis pela licitação.
os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e § 1º No caso de convite, a Comissão de licitação, excep-
que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a cionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em
execução do objeto do contrato, condições estas necessaria- face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser substi-
mente especificadas no ato convocatório da licitação. (Reda- tuída por servidor formalmente designado pela autoridade
ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994) competente.
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo § 2º A Comissão para julgamento dos pedidos de inscri-
consideram-se manifestamente inexequíveis, no caso de lici- ção em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento,
tações de menor preço para obras e serviços de engenharia, será integrada por profissionais legalmente habilitados no
as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta
caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.
por cento) do menor dos seguintes valores:
§ 3º Os membros das Comissões de licitação responderão
a) média aritmética dos valores das propostas superiores
solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão,
a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela adminis-
salvo se posição individual divergente estiver devidamente
tração, ou
b) valor orçado pela administração. fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo que tiver sido tomada a decisão.
anterior cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oi- § 4º A investidura dos membros das Comissões perma-
tenta por cento) do menor valor a que se referem as alíneas nentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da
«a» e «b», será exigida, para a assinatura do contrato, pres- totalidade de seus membros para a mesma comissão no pe-
tação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas ríodo subsequente.
no § 1º do art. 56, igual a diferença entre o valor resultante § 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por
do parágrafo anterior e o valor da correspondente proposta. uma comissão especial integrada por pessoas de reputação
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame,
todas as propostas forem desclassificadas, a administração servidores públicos ou não.
poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a
apresentação de nova documentação ou de outras propostas Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22
escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a ser
caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. obtido pelos interessados no local indicado no edital.
§ 1ºO regulamento deverá indicar:
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do I - a qualificação exigida dos participantes;
procedimento somente poderá revogar a licitação por razões II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
de interesse público decorrente de fato superveniente devi- III - as condições de realização do concurso e os prêmios
damente comprovado, pertinente e suficiente para justificar a serem concedidos.
tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou § 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá au-
por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devi- torizar a Administração a executá-lo quando julgar conve-
damente fundamentado. niente.
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo
de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou
disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
a servidor designado pela Administração, procedendo-se na
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do
forma da legislação pertinente.
contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art.
§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado
59 desta Lei.
pela Administração para fixação do preço mínimo de arre-
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica
assegurado o contraditório e a ampla defesa. matação.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se § 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no per-
aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade centual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por
de licitação. cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local
do leilão, imediatamente entregues ao arrematante, o qual
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contra- se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado
to com preterição da ordem de classificação das propostas no edital de convocação, sob pena de perder em favor da
ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob Administração o valor já recolhido.
pena de nulidade. § 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela
à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas.
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro § 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado,
cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas principalmente no município em que se realizará.
serão processadas e julgadas por comissão permanente ou
99
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada
Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de di- caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, po-
reito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princí- derá ser exigida prestação de garantia nas contratações de
pios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito obras, serviços e compras.
privado. § 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e pre- modalidades de garantia:
cisão as condições para sua execução, expressas em cláusu- I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública,
las que definam os direitos, obrigações e responsabilidades devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, me-
das partes, em conformidade com os termos da licitação e da diante registro em sistema centralizado de liquidação e de
proposta a que se vinculam. custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados
§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigi- pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Mi-
bilidade de licitação devem atender aos termos do ato que nistério da Fazenda;
os autorizou e da respectiva proposta. II - seguro-garantia;
III - fiança bancária.
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as § 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não
que estabeleçam: excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu
I - o objeto e seus elementos característicos; valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; o previsto no parágrafo 3o deste artigo.
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, § 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vul-
data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os to envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros
critérios de atualização monetária entre a data do adimple- consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamen-
mento das obrigações e a do efetivo pagamento; te aprovado pela autoridade competente, o limite de garan-
IV - os prazos de início de etapas de execução, de con- tia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para
clusão, de entrega, de observação e de recebimento definiti- até dez por cento do valor do contrato.
vo, conforme o caso; § 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indica- ou restituída após a execução do contrato e, quando em di-
ção da classificação funcional programática e da categoria nheiro, atualizada monetariamente.
econômica; § 5º Nos casos de contratos que importem na entrega
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará
execução, quando exigidas; depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as pe- desses bens.
nalidades cabíveis e os valores das multas;
VIII - os casos de rescisão; Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamen-
caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei; tários, exceto quanto aos relativos:
X - as condições de importação, a data e a taxa de câm- I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados
bio para conversão, quando for o caso; nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais pode-
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a rão ser prorrogados se houver interesse da Administração e
dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;
vencedor; II - à prestação de serviços a serem executados de for-
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e es- ma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por
pecialmente aos casos omissos; iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda e condições mais vantajosas para a administração, limitada
a execução do contrato, em compatibilidade com as obriga- a sessenta meses;
ções por ele assumidas, todas as condições de habilitação e III - (Vetado).
qualificação exigidas na licitação. IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de pro-
§ 1º (Vetado). gramas de informática, podendo a duração estender-se pelo
§ 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pú- prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da
blica com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas do- vigência do contrato.
miciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e
cláusula que declare competente o foro da sede da Admi- XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por
nistração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da ad-
disposto no § 6o do art. 32 desta Lei. ministração.
100
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de con- Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administra-
clusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as de- ção do dever de indenizar o contratado pelo que este houver
mais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de executado até a data em que ela for declarada e por outros
seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe
dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo: seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem
I - alteração do projeto ou especificações, pela Adminis- lhe deu causa.
tração;
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, Seção II
estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmen-
Da Formalização dos Contratos
te as condições de execução do contrato;
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição
do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Adminis- Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados
tração; nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cro-
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no nológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu
contrato, nos limites permitidos por esta Lei; extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que
V - impedimento de execução do contrato por fato ou se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas,
ato de terceiro reconhecido pela Administração em docu- de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
mento contemporâneo à sua ocorrência; Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Ad- verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras
ministração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor
que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido
execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais apli- no art. 23, inciso II, alínea “a” desta Lei, feitas em regime de
cáveis aos responsáveis. adiantamento.
§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada
por escrito e previamente autorizada pela autoridade com- Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das
petente para celebrar o contrato. partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que
§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência inde- autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação,
terminado.
da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratan-
§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e
tes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
mediante autorização da autoridade superior, o prazo de
que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorro- Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento
gado por até doze meses. de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que
é condição indispensável para sua eficácia, será providencia-
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos da pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte
instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias
eles, a prerrogativa de: daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequa- ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.
ção às finalidades de interesse público, respeitados os direi-
tos do contratado; Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas
no inciso I do art. 79 desta Lei; dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreen-
III - fiscalizar-lhes a execução; didos nos limites destas duas modalidades de licitação, e
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou facultativo nos demais em que a Administração puder subs-
parcial do ajuste; tituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-con-
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoria- trato, nota de empenho de despesa, autorização de compra
mente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao ou ordem de execução de serviço.
objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar
§ 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o
apuração administrativa de faltas contratuais pelo contra-
tado, bem como na hipótese de rescisão do contrato admi- edital ou ato convocatório da licitação.
nistrativo. § 2º Em «carta contrato», «nota de empenho de despe-
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias sa», «autorização de compra», «ordem de execução de servi-
dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem ço» ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber,
prévia concordância do contratado. o disposto no art. 55 desta Lei.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas § 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei
econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para e demais normas gerais, no que couber:
que se mantenha o equilíbrio contratual. I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação
em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato adminis- conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de di-
trativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos reito privado;
que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de descons- II - aos contratos em que a Administração for parte
tituir os já produzidos. como usuária de serviço público.
101
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 4º É dispensável o «termo de contrato» e facultada a d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram
substituição prevista neste artigo, a critério da Administra- inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição
ção e independentemente de seu valor, nos casos de compra da administração para a justa remuneração da obra, ser-
com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos viço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equi-
quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência líbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese
técnica. de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior,
dos termos do contrato e do respectivo processo licitatório caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô-
e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mica extraordinária e extracontratual.
mediante o pagamento dos emolumentos devidos. § 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas
condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fi-
Art. 64. A Administração convocará regularmente o in- zerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco
teressado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso
o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições es- particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o
tabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.
prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei. § 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:
vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante I - (VETADO)
o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre
pela Administração. os contratantes.
§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado § 3º Se no contrato não houverem sido contemplados
não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados
instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, mediante acordo entre as partes, respeitados os limites esta-
belecidos no § 1o deste artigo.
convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classifi-
§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços,
cação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições
se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no
propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos
local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administra-
preços atualizados de conformidade com o ato convocató-
ção pelos custos de aquisição regularmente comprovados e
rio, ou revogar a licitação independentemente da cominação
monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por
prevista no art. 81 desta Lei.
outros danos eventualmente decorrentes da supressão, des-
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega
de que regularmente comprovados.
das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alte-
licitantes liberados dos compromissos assumidos. rados ou extintos, bem como a superveniência de disposições
legais, quando ocorridas após a data da apresentação da
Seção III proposta, de comprovada repercussão nos preços contrata-
Da Alteração dos Contratos dos, implicarão a revisão destes para mais ou para menos,
conforme o caso.
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser § 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que
alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: aumente os encargos do contratado, a Administração deverá
I - unilateralmente pela Administração: restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-finan-
a) quando houver modificação do projeto ou das especi- ceiro inicial.
ficações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; § 7º (VETADO)
b) quando necessária a modificação do valor contratual § 8º A variação do valor contratual para fazer face ao
em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atualiza-
seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei; ções, compensações ou penalizações financeiras decorren-
II - por acordo das partes: tes das condições de pagamento nele previstas, bem como
a) quando conveniente a substituição da garantia de o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o
execução; limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do
b) quando necessária a modificação do regime de exe- mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dis-
cução da obra ou serviço, bem como do modo de forneci- pensando a celebração de aditamento.
mento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade
dos termos contratuais originários; Seção IV
c) quando necessária a modificação da forma de pa- Da Execução dos Contratos
gamento, por imposição de circunstâncias supervenientes,
mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas
pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas
sem a correspondente contraprestação de fornecimento de desta Lei, respondendo cada uma pelas consequências de
bens ou execução de obra ou serviço; sua inexecução total ou parcial.
102
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2o Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
e no inciso II do § 5o do art. 3o desta Lei deverão cumprir, I - em se tratando de obras e serviços:
durante todo o período de execução do contrato, a reserva a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompa-
de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou nhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado,
para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunica-
de acessibilidade previstas na legislação. ção escrita do contratado;
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o b) definitivamente, por servidor ou comissão designada
cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos serviços e pela autoridade competente, mediante termo circunstancia-
nos ambientes de trabalho. do, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de obser-
vação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanha- termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;
da e fiscalizada por um representante da Administração es- II - em se tratando de compras ou de locação de equi-
pecialmente designado, permitida a contratação de terceiros pamentos:
para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação
essa atribuição. da conformidade do material com a especificação;
§ 1º O representante da Administração anotará em re- b) definitivamente, após a verificação da qualidade e
gistro próprio todas as ocorrências relacionadas com a exe- quantidade do material e consequente aceitação.
cução do contrato, determinando o que for necessário à re- § 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande
gularização das faltas ou defeitos observados. vulto, o recebimento far-se-á mediante termo circunstancia-
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a do e, nos demais, mediante recibo.
competência do representante deverão ser solicitadas a seus § 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a
superiores em tempo hábil para a adoção das medidas con- responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do
venientes. serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do con-
trato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito § 3º O prazo a que se refere a alínea «b» do inciso I deste
artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em ca-
pela Administração, no local da obra ou serviço, para repre-
sos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital.
sentá-lo na execução do contrato.
§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verifi-
cação a que se refere este artigo não serem, respectivamente,
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, re-
lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-
mover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou
-ão como realizados, desde que comunicados à Administra-
em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios,
ção nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.
defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de mate-
riais empregados. Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório
nos seguintes casos:
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causa- I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;
dos diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes II - serviços profissionais;
de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluin- III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, in-
do ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o ciso II, alínea “a”, desta Lei, desde que não se componham de
acompanhamento pelo órgão interessado. aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação
de funcionamento e produtividade.
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos tra- Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento
balhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da será feito mediante recibo.
execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do
aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e
à Administração Pública a responsabilidade por seu paga- demais provas exigidos por normas técnicas oficiais para a
mento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir boa execução do objeto do contrato correm por conta do
a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive pe- contratado.
rante o Registro de Imóveis.
§ 2º A Administração Pública responde solidariamente Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte,
com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo com
da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº o contrato.
8.212, de 24 de julho de 1991.
§ 3º (Vetado). Seção V
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem
prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja
subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o a sua rescisão, com as consequências contratuais e as previs-
limite admitido, em cada caso, pela Administração. tas em lei ou regulamento.
103
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art.
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especi- 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.
ficações, projetos ou prazos; Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, formalmente motivados nos autos do processo, assegurado
especificações, projetos e prazos; o contraditório e a ampla defesa.
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Adminis-
tração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados; I - determinada por ato unilateral e escrito da Adminis-
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou tração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do
fornecimento; artigo anterior;
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimen- II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a ter-
to, sem justa causa e prévia comunicação à Administração; mo no processo da licitação, desde que haja conveniência
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a para a Administração;
associação do contratado com outrem, a cessão ou transfe- III - judicial, nos termos da legislação;
rência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorpo- IV - (Vetado).
ração, não admitidas no edital e no contrato; § 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser
VII - o desatendimento das determinações regulares da precedida de autorização escrita e fundamentada da autori-
autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua dade competente.
execução, assim como as de seus superiores; § 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado,
anotadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei; será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprova-
IX - a decretação de falência ou a instauração de insol- dos que houver sofrido, tendo ainda direito a:
vência civil; I - devolução de garantia;
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do con- II - pagamentos devidos pela execução do contrato até
tratado; a data da rescisão;
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade III - pagamento do custo da desmobilização.
ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do § 3º (Vetado).
contrato; § 4º (Vetado).
XII - razões de interesse público, de alta relevância e am- § 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação
plo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima do contrato, o cronograma de execução será prorrogado au-
autoridade da esfera administrativa a que está subordinado tomaticamente por igual tempo.
o contratante e exaradas no processo administrativo a que
se refere o contrato; Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo an-
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, terior acarreta as seguintes consequências, sem prejuízo das
serviços ou compras, acarretando modificação do valor ini- sanções previstas nesta Lei:
cial do contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65 I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e
desta Lei; local em que se encontrar, por ato próprio da Administração;
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da II - ocupação e utilização do local, instalações, equipa-
Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, mentos, material e pessoal empregados na execução do con-
salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da trato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V
ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões do art. 58 desta Lei;
que totalizem o mesmo prazo, independentemente do paga- III - execução da garantia contratual, para ressarcimento
mento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e con- da Administração, e dos valores das multas e indenizações
tratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e a ela devidos;
outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o
direito de optar pela suspensão do cumprimento das obriga- limite dos prejuízos causados à Administração.
ções assumidas até que seja normalizada a situação; § 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos paga- II deste artigo fica a critério da Administração, que poderá
mentos devidos pela Administração decorrentes de obras, dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta
serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou ou indireta.
executados, salvo em caso de calamidade pública, grave per- § 2º É permitido à Administração, no caso de concordata
turbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contra- do contratado, manter o contrato, podendo assumir o con-
tado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de trole de determinadas atividades de serviços essenciais.
suas obrigações até que seja normalizada a situação; § 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de ser precedido de autorização expressa do Ministro de Estado
área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou for- competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme
necimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de o caso.
materiais naturais especificadas no projeto; § 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo ante-
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, re- rior permite à Administração, a seu critério, aplicar a medida
gularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato. prevista no inciso I deste artigo.
104
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
105
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
tendo comprovadamente concorrido para a consumação da Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com
ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ile- empresa ou profissional declarado inidôneo:
gal, para celebrar contrato com o Poder Público. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, de-
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combina- clarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Ad-
ção ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do ministração.
procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou
para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a
da licitação: inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancela-
mento de registro do inscrito:
Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
privado perante a Administração, dando causa à instaura-
ção de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalida- Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98
ção vier a ser decretada pelo Poder Judiciário: desta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na sen-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. tença e calculada em índices percentuais, cuja base corres-
ponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou po-
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer tencialmente auferível pelo agente.
modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, § 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão
em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5%
celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado
ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumen- com dispensa ou inexigibilidade de licitação.
tos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da § 2º O produto da arrecadação da multa reverterá, con-
ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o dispos- forme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Mu-
to no art. 121 desta Lei:
nicipal.
Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado
Seção IV
que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação
Do Processo e do Procedimento Judicial
da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia, in-
justamente, das modificações ou prorrogações contratuais.
Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pe-
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de nal pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público
qualquer ato de procedimento licitatório: promovê-la.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efei-
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em tos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-
procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo -lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem
de devassá-lo: como as circunstâncias em que se deu a ocorrência.
Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa. Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal,
mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo
Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de apresentante e por duas testemunhas.
violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vanta-
gem de qualquer tipo: Art. 102. Quando em autos ou documentos de que co-
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, nhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou
além da pena correspondente à violência. Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abs- do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes ve-
tém ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida. rificarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, remete-
rão ao Ministério Público as cópias e os documentos neces-
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licita- sários ao oferecimento da denúncia.
ção instaurada para aquisição ou venda de bens ou merca-
dorias, ou contrato dela decorrente: Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária
I - elevando arbitrariamente os preços; da pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplican-
II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria do-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código
falsificada ou deteriorada; de Processo Penal.
III - entregando uma mercadoria por outra;
IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o
mercadoria fornecida; prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, con-
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais tado da data do seu interrogatório, podendo juntar documen-
onerosa a proposta ou a execução do contrato: tos, arrolar as testemunhas que tiver, em número não superior
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. a 5 (cinco), e indicar as demais provas que pretenda produzir.
106
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo
defesa e praticadas as diligências instrutórias deferidas ou de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso,
ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 sob pena de responsabilidade.
(cinco) dias a cada parte para alegações finais. § 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido
de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos processo estejam com vista franqueada ao interessado.
dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias § 6º Em se tratando de licitações efetuadas na modali-
para proferir a sentença. dade de «carta convite» os prazos estabelecidos nos incisos
I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis.
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no
prazo de 5 (cinco) dias. Capítulo VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 108. No processamento e julgamento das infrações
penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas
Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta
execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiaria-
Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimen-
mente, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal.
to, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando
Capítulo V for explicitamente disposto em contrário.
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos re-
feridos neste artigo em dia de expediente no órgão ou na
Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da entidade.
aplicação desta Lei cabem:
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar,
intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de: premiar ou receber projeto ou serviço técnico especializado
a) habilitação ou inabilitação do licitante; desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele re-
b) julgamento das propostas; lativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com o
c) anulação ou revogação da licitação; previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro ca- elaboração.
dastral, sua alteração ou cancelamento; Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a
79 desta Lei; cessão dos direitos incluirá o fornecimento de todos os da-
f) aplicação das penas de advertência, suspensão tem- dos, documentos e elementos de informação pertinentes à
porária ou de multa; tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em su-
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da porte físico de qualquer natureza e aplicação da obra.
intimação da decisão relacionada com o objeto da licitação
ou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico; Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais
III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, pe-
de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o rante a entidade interessada, responder pela sua boa execu-
caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 ção, fiscalização e pagamento.
(dez) dias úteis da intimação do ato. § 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da
§ 1º A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas qual, nos termos do edital, decorram contratos administra-
«a», «b», «c» e «e», deste artigo, excluídos os relativos a ad-
tivos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da Fede-
vertência e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante
ração consorciados.
publicação na imprensa oficial, salvo para os casos previstos
§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanha-
nas alíneas “a” e “b”, se presentes os prepostos dos licitantes
mento da licitação e da execução do contrato.
no ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita
por comunicação direta aos interessados e lavrada em ata.
§ 2º O recurso previsto nas alíneas «a» e «b» do inciso Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos con-
I deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade tratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito
competente, motivadamente e presentes razões de interes- pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação
se público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração
aos demais recursos. responsáveis pela demonstração da legalidade e regularida-
§ 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais de da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem
licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.
dias úteis. § 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou
§ 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos ór-
intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá gãos integrantes do sistema de controle interno contra irre-
reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, gularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto
nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, neste artigo.
107
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do nas contratações e demais atos praticados na execução do
sistema de controle interno poderão solicitar para exame, convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a
até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimen- outras cláusulas conveniais básicas;
to das propostas, cópia de edital de licitação já publicado, III - quando o executor deixar de adotar as medidas sa-
obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração inte- neadoras apontadas pelo partícipe repassador dos recursos
ressada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em ou por integrantes do respectivo sistema de controle interno.
função desse exame, lhes forem determinadas. § 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, se-
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a rão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupan-
pré-qualificação de licitantes nas concorrências, a ser pro- ça de instituição financeira oficial se a previsão de seu uso
cedida sempre que o objeto da licitação recomende análise for igual ou superior a um mês, ou em fundo de aplicação
mais detida da qualificação técnica dos interessados. financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto
§ 1º A adoção do procedimento de pré-qualificação será lastreada em títulos da dívida pública, quando a utilização
feita mediante proposta da autoridade competente, aprova- dos mesmos verificar-se em prazos menores que um mês.
da pela imediatamente superior. § 5º As receitas financeiras auferidas na forma do pará-
§ 2º Na pré-qualificação serão observadas as exigências grafo anterior serão obrigatoriamente computadas a crédito
desta Lei relativas à concorrência, à convocação dos interes- do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua
sados, ao procedimento e à análise da documentação. finalidade, devendo constar de demonstrativo específico que
Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir integrará as prestações de contas do ajuste.
normas relativas aos procedimentos operacionais a serem § 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou ex-
observados na execução das licitações, no âmbito de sua tinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros
competência, observadas as disposições desta Lei. remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obti-
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, das das aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos à
após aprovação da autoridade competente, deverão ser pu- entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo impror-
blicadas na imprensa oficial. rogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que cou-
instauração de tomada de contas especial do responsável,
ber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos con-
providenciada pela autoridade competente do órgão ou en-
gêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração.
tidade titular dos recursos.
§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações reali-
órgãos ou entidades da Administração Pública depende de
zados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do
prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto
pela organização interessada, o qual deverá conter, no míni- Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que
mo, as seguintes informações: couber, nas três esferas administrativas.
I - identificação do objeto a ser executado; Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios
II - metas a serem atingidas; e as entidades da administração indireta deverão adap-
III - etapas ou fases de execução; tar suas normas sobre licitações e contratos ao disposto
IV - plano de aplicação dos recursos financeiros; nesta Lei.
V - cronograma de desembolso; Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas
VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem e fundações públicas e demais entidades controladas direta
assim da conclusão das etapas ou fases programadas; ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas no
VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de enge- artigo anterior editarão regulamentos próprios devidamente
nharia, comprovação de que os recursos próprios para com- publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.
plementar a execução do objeto estão devidamente assegu- Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este
rados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre artigo, no âmbito da Administração Pública, após aprovados
a entidade ou órgão descentralizador. pela autoridade de nível superior a que estiverem vinculados
§ 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repas- os respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverão ser
sador dará ciência do mesmo à Assembleia Legislativa ou à publicados na imprensa oficial.
Câmara Municipal respectiva. Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser
§ 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estrita anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que
conformidade com o plano de aplicação aprovado, exceto os fará publicar no Diário Oficial da União, observando
nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o como limite superior a variação geral dos preços do mer-
saneamento das impropriedades ocorrentes: cado, no período.
I - quando não tiver havido comprovação da boa e re- Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações
gular aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma instauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua
da legislação aplicável, inclusive mediante procedimentos de vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos
fiscalização local, realizados periodicamente pela entidade ou 1o, 2o e 8o do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim
órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão competen- o disposto no “caput” do art. 5o, com relação ao pagamen-
te do sistema de controle interno da Administração Pública; to das obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser
II - quando verificado desvio de finalidade na aplica- observada, no prazo de noventa dias contados da vigência
ção dos recursos, atrasos não justificados no cumprimento desta Lei, separadamente para as obrigações relativas aos
das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, de
aos princípios fundamentais de Administração Pública 21 de junho de 1993.
108
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
109
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
II - do aviso constarão a definição do objeto da licitação, XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os do-
a indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida cumentos de habilitação que já constem do Sistema de Ca-
ou obtida a íntegra do edital; dastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e sistemas
III - do edital constarão todos os elementos definidos na semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou Mu-
forma do inciso I do art. 3º, as normas que disciplinarem o nicípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso
procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso; aos dados nele constantes;
IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão coloca- XV - verificado o atendimento das exigências fixadas no
das à disposição de qualquer pessoa para consulta e divul- edital, o licitante será declarado vencedor;
gadas na forma da Lei nº 9.755, de 16 de dezembro de 1998; XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante de-
V - o prazo fixado para a apresentação das propostas, satender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará
contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a as ofertas subsequentes e a qualificação dos licitantes, na
8 (oito) dias úteis; ordem de classificação, e assim sucessivamente, até a apura-
VI - no dia, hora e local designados, será realizada ses- ção de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante
são pública para recebimento das propostas, devendo o inte- declarado vencedor;
ressado, ou seu representante, identificar-se e, se for o caso, XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pre-
comprovar a existência dos necessários poderes para formu- goeiro poderá negociar diretamente com o proponente para
lação de propostas e para a prática de todos os demais atos que seja obtido preço melhor;
inerentes ao certame; XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá
VII - aberta a sessão, os interessados ou seus represen- manifestar imediata e motivadamente a intenção de recor-
tantes, apresentarão declaração dando ciência de que cum- rer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para
prem plenamente os requisitos de habilitação e entregarão apresentação das razões do recurso, ficando os demais lici-
os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço tantes desde logo intimados para apresentar contra-razões
oferecidos, procedendo-se à sua imediata abertura e à ve- em igual número de dias, que começarão a correr do tér-
rificação da conformidade das propostas com os requisitos mino do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista
imediata dos autos;
estabelecidos no instrumento convocatório;
XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação
VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais
apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;
baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento)
XX - a falta de manifestação imediata e motivada do li-
superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e su-
citante importará a decadência do direito de recurso e a ad-
cessivos, até a proclamação do vencedor;
judicação do objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor;
IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas con-
XXI - decididos os recursos, a autoridade competen-
dições definidas no inciso anterior, poderão os autores das
te fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante
melhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos
vencedor;
lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços
XXII - homologada a licitação pela autoridade compe-
oferecidos;
tente, o adjudicatário será convocado para assinar o contra-
X - para julgamento e classificação das propostas, será
to no prazo definido em edital; e
adotado o critério de menor preço, observados os prazos má- XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do pra-
ximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâme- zo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato,
tros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital; aplicar-se-á o disposto no inciso XVI.
XI - examinada a proposta classificada em primeiro lu-
gar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir Art. 5º É vedada a exigência de:
motivadamente a respeito da sua aceitabilidade; I - garantia de proposta;
XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofer- II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição
tas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo para participação no certame; e
os documentos de habilitação do licitante que apresentou a III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os refe-
melhor proposta, para verificação do atendimento das con- rentes a fornecimento do edital, que não serão superiores ao
dições fixadas no edital; custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização
XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de que o de recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.
licitante está em situação regular perante a Fazenda Nacio-
nal, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60
Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quan- (sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital.
do for o caso, com a comprovação de que atende às exigên-
cias do edital quanto à habilitação jurídica e qualificações Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de valida-
técnica e econômico-financeira; de da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de en-
tregar ou apresentar documentação falsa exigida para o
110
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do cação.
contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude
fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a União, Es- Brasília, 17 de julho de 2002; 181º da Independência e
tados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado 114º da República.
no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores
a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo
de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em QUESTÕES
edital e no contrato e das demais cominações legais.
00. (TRT - 5ª REGIÃO (BA) - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os decor- ÁREA ADMINISTRATIVA - FCC/2013) No que pertine à na-
rentes de meios eletrônicos, serão documentados no proces- tureza dos entes que integram a Administração pública e o
regime jurídico a eles aplicável, é correto afirmar que:
so respectivo, com vistas à aferição de sua regularidade pelos
a) As autarquias compõem a Administração pública di-
agentes de controle, nos termos do regulamento previsto no
reta, porque se constituem em pessoas jurídicas de direito
art. 2º.
público sujeitas aos princípios informadores da Administra-
ção pública.
Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalida- b) As sociedades de economia mista não integram a Ad-
de de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de ministração pública descentralizada, porque se constituem
1993. em pessoas jurídicas de direito privado, enquanto às empre-
sas públicas se aplicam as normas que compõem o regime
Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com base jurídico de direito público.
na Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto de 2001. c) As empresas públicas e as sociedades de economia
mista integram a Administração pública indireta e se sujei-
Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços tam ao regime típico das empresas privadas; as autarquias e
comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Fe- fundações compõem a Administração pública direta.
deral e dos Municípios, quando efetuadas pelo sistema de d) As autarquias, empresas públicas e sociedades de eco-
registro de preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 nomia mista integram a Administração pública indireta ou
de junho de 1993, poderão adotar a modalidade de pregão, descentralizada, porque referidas pessoas jurídicas têm per-
conforme regulamento específico. sonalidade de direito privado, sendo instituídos pelas formas
previstas na legislação civil.
Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, e) As autarquias, empresas públicas e sociedades de eco-
passa a vigorar acrescida do seguinte artigo: nomia mista integram a Administração pública indireta ou
descentralizada do Estado, sujeitas a princípios informadores
“Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os da Administração, tal como o que exige a realização de con-
Municípios poderão adotar, nas licitações de registro de pre- curso público para a investidura de servidores em cargo ou
ços destinadas à aquisição de bens e serviços comuns da emprego público.
área da saúde, a modalidade do pregão, inclusive por meio
eletrônico, observando-se o seguinte: 01. (TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - JUIZ SUBSTITUTO -
I - são considerados bens e serviços comuns da área da FCC/2013) O exercício do poder de polícia administrativo,
saúde, aqueles necessários ao atendimento dos órgãos que no âmbito da Administração Pública Federal,
a) no que tange à aplicação de punições, está sujeito
integram o Sistema Único de Saúde, cujos padrões de de-
a prazo prescricional de 5 anos, exceto se a conduta a ser
sempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos
sancionada constituir crime, aplicando-se nesse caso a pres-
no edital, por meio de especificações usuais do mercado.
crição da legislação penal.
II - quando o quantitativo total estimado para a contra-
b) independe de previsão legal, haja vista a existência
tação ou fornecimento não puder ser atendido pelo licitan- do poder regulamentar autônomo da Administração nesta
te vencedor, admitir-se-á a convocação de tantos licitantes matéria.
quantos forem necessários para o atingimento da totalidade c) pode ser delegado a entidade privada sem fins lucra-
do quantitativo, respeitada a ordem de classificação, desde tivos instituída por particulares, desde que seja celebrado
que os referidos licitantes aceitem praticar o mesmo preço instrumento convenial, após prévia autorização legislativa.
da proposta vencedora. d) é atributo exclusivo de órgãos do Poder Executivo.
III - na impossibilidade do atendimento ao disposto no e) é sempre dotado dos atributos de imperatividade, dis-
inciso II, excepcionalmente, poderão ser registrados outros cricionariedade e autoexecutoriedade.
preços diferentes da proposta vencedora, desde que se trate
de objetos de qualidade ou desempenho superior, devida- 02. (TRT - 15ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA
mente justificada e comprovada a vantagem, e que as ofer- ADMINISTRATIVA - FCC/2013) Caracteriza-se o poder de
tas sejam em valor inferior ao limite máximo admitido.” polícia administrativa, de forma não exaustiva, pela prá-
tica de atos.
111
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
112
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
113
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
114
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
1
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Embora a Câmara dos Deputados tenha assumido a Além disso, a Constituição de 1934, como já mencio-
responsabilidade pela elaboração do orçamento, a inicia- nado anteriormente, estabelecia que a despesa deveria ser
tiva sempre partiu do gabinete do ministro da Fazenda que, discriminada, obedecendo, pelo menos a parte variável, a
mediante entendimentos reservados e extraoficiais, orienta- rigorosa especialização.
va a comissão parlamentar de finanças na confecção da lei Trata-se do PRINCÍPIO DA ESPECIFICAÇÃO, ou es-
orçamentária. pecialidade, ou ainda, da discriminação da despesa, que se
A experiência orçamentária da República Velha revelou- confunde com a própria questão da legalidade da despesa
-se inadequada. Os parlamentos, em toda parte, são mais pública e é a razão de ser da lei orçamentária, prescrevendo
sensíveis à criação de despesas do que ao controle do déficit. que a autorização legislativa se refira a despesas específicas
A reforma Constitucional de 1926 tratou de eliminar as e não a dotações globais.
distorções observadas no orçamento da República. Buscou- O princípio da especialidade abrange tanto o aspecto
-se, para tanto, promover duas alterações significativas: a qualitativo dos créditos orçamentários quanto o quantitati-
proibição da concessão de créditos ilimitados e a introdu- vo, vedando a concessão de créditos ilimitados.
ção do princípio constitucional da exclusividade, ao inserir- Tal princípio só veio a ser expresso na Constituição de
-se preceito prevendo: “Art. 34. § 1º As leis de orçamento 1934, encerrando a explicitação da finalidade e da natureza
não podem conter disposições estranhas à previsão da da despesa e dando efetividade à indicação do limite preciso
receita e à despesa fixada para os serviços anteriormen- do gasto, ou seja, a dotação.
te criados. Não se incluem nessa proibição: a) a auto- Norma no sentido da limitação dos créditos orçamentá-
rização para abertura de créditos suplementares e para rios permaneceu em todas as constituições subseqüentes à
operações de crédito como antecipação da receita; b) a reforma de 1926, com a exceção da Super lei de 1937.
determinação do destino a dar ao saldo do exercício ou O princípio da especificação tem profunda significância
do modo de cobrir o deficit.” para a eficácia da lei orçamentária, determinando a fixação
O PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE, ou da pureza orça- do montante dos gastos, proibindo a concessão de créditos
mentária, limita o conteúdo da lei orçamentária, impedindo ilimitados, que na Constituição de 1988, como nas demais
que nela se pretendam incluir normas pertencentes a outros anteriores, encontra-se expresso no texto constitucional, art.
campos jurídicos, como forma de se tirar proveito de um 167, VII (art. 62, § 1º, “b”, na de 1969 e art. 75 na de 1946).
processo legislativo mais rápido, as denominadas “caudas Pode ser também de caráter qualitativo, vedando a
orçamentárias”, tackings dos ingleses, os riders dos norte- transposição, remanejamento ou a transferência de recursos
de uma categoria de programação para outra ou de um ór-
-americanos, ou os Bepackungen dos alemães, ou ainda os
gão para outro, como hoje dispõe o art. 167, VI (art. 62, §1º,
cavaliers budgetaires dos franceses. Prática essa denomina-
“a”, na de 1969 e art. 75 na de 1946).
da por Epitácio Pessoa em 1922 de “verdadeira calamidade
Ou, finalmente pode o princípio referir-se ao aspec-
nacional”. No dizer de Ruy Barbosa, eram os “orçamentos ra-
to temporal, limitando a vigência dos créditos especiais e
bilongos”, que introduziram o registro de hipotecas no Brasil
extraordinários ao exercício financeiro em que forem auto-
e até a alteração no processo de desquite propiciaram. Essa
rizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos
foi a primeira inserção deste princípio em textos constitu- últimos quatro meses daquele exercício, caso em que rea-
cionais brasileiros, já na sua formulação clássica, segundo a bertos nos limites dos seus saldos, serão incorporados ao
qual a lei orçamentária não deveria conter matéria estranha orçamento do exercício financeiro subseqüente, ex vi do
à previsão da receita e à fixação da despesa, ressalvadas: a atual art. 167, § 2º (art. 62, § 4º, na de 1969 e sem previsão
autorização para abertura de créditos suplementares e para na de 1946).
operações de crédito como antecipação de receita; e a de- Exceção a este princípio basilar foi a Constituição de
terminação do destino a dar ao saldo do exercício ou do 1937, que previa a aprovação pelo Legislativo de verbas
modo de cobrir o déficit. globais por órgãos e entidades. A elaboração do orçamen-
O princípio da exclusividade sofreu duas modificações to continuava sendo de responsabilidade do Poder Execu-
na Constituição de 1988. Na primeira, não mais se autoriza a tivo - agora a cargo de um departamento administrativo a
inclusão na lei orçamentária de normas sobre o destino a dar ser criado junto à Presidência da República - e seu exame e
ao saldo do exercício como o fazia a Constituição de 1967. aprovação seria da competência da Câmara dos Deputados
Na segunda, podem ser autorizadas quaisquer opera- e do Conselho Fiscal. Durante o Estado Novo, entretanto,
ções de crédito, por antecipação de receita ou não. nem mesmo essa prerrogativa chegou a ser exercida, uma
A mudança refletiu um aprimoramento da técnica or- vez que as casas legislativas não foram instaladas e os orça-
çamentária, com o advento principalmente da Lei 4.320, de mentos do período 1938-45 terminaram sendo elaborados
1964, que regulou a utilização dos saldos financeiros apura- e aprovados pelo Presidente da República, com o assesso-
dos no exercício anterior pelo Tesouro ou entidades autár- ramento do recém criado Departamento Administrativo do
quicas e classificou como receita do orçamento o produto Serviço Público-DASP.
das operações de crédito. O período do Estado Novo marca de forma indelével
A Constituição de 1934 restaurou, no plano constitucio- a ausência do estado de direito, demonstrando cabalmente
nal, a competência do Poder Executivo para elaboração da a importância da existência de uma lei orçamentária, sobe-
proposta, que passou à responsabilidade direta do Presiden- ranamente aprovada pelo Parlamento, para a manutenção
te da República. Cabia ao Legislativo a análise e votação do da equipotência dos poderes constituídos, esteio da de-
orçamento, que podia, inclusive, ser emendado. mocracia.
2
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
3
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
O PRINCÍPIO DA NÃO AFETAÇÃO DE RECEITAS cumentos serem distintos, inclusive com datas de encami-
determina que essas não sejam previamente vinculadas a nhamento diferentes para aprovação pelo Poder Legislati-
determinadas despesas, a fim de que estejam livres para vo, devem, obrigatoriamente ser compatibilizados entre si,
sua alocação racional, no momento oportuno, conforme as conforme definido na própria Constituição Federal.
prioridades públicas. O modelo orçamentário adotado a partir da Constitui-
A Constituição de 1967 o adotou, relativamente aos ção Federal de 1988, com base no § 5º do artigo165 da CF
tributos, ressalvados os impostos únicos e o disposto na 88 consiste em elaborar orçamento único, desmembrado
própria Constituição e em leis complementares. em: Orçamento Fiscal, da Seguridade Social e de Investi-
A Carta de 1988, por sua vez, restringe a aplicação do mento da Empresas Estatais, para melhor visibilidade dos
princípio aos impostos, observadas as exceções indicadas programas do governo em cada área. O artigo 165 da
na Constituição e somente nesta, não permitindo sua am- Constituição Federal define em seu parágrafo 5º o que de-
pliação mediante lei complementar. verá constar em cada desdobramento do orçamento:
A emenda constitucional revisional nº 1, de 1994, ao
criar o Fundo Social de Emergência-FSE e desvincular, ainda “§ 5º –A lei orçamentária anual compreenderá:
que somente para os exercícios financeiros de 1994 e 1995, I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da
20% dos impostos e contribuições da União, demonstrou a União, seus fundos, órgãos e entidades da administra-
necessidade de se permitir a flexibilidade na alocação dos ção direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
recursos na elaboração e execução orçamentária. mantidas pelo Poder Público;
A Constituição de 1988 inovou em termos de consti- II – o orçamento de investimento das empresas em
tucionalização de princípios regentes dos atos administra- que a União, direta ou indiretamente, detenha a maio-
tivos em geral e aplicando-os à matéria orçamentária, ele- ria do capital social com direito a voto;
vando a nível constitucional os PRINCÍPIOS DA CLAREZA III – o orçamento da seguridade social, abrangen-
E DA PUBLICIDADE, a exemplo do previsto no art. 165, § do todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da ad-
6º - que determina que o projeto da lei orçamentária venha ministração direta ou indireta, bem como os fundos e
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.”
acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito,
sobre as receitas e despesas, decorrentes de isenções, anis-
Princípio Orçamentário da Universalidade
tias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financei-
ra, tributária e creditícia - e no art. 165, §3º - que estipula
Segundo os artigos 3º e 4º da Lei nº 4.320/1964, a Lei
a publicação bimestralmente de relatório resumido da exe-
Orçamentária deverá conter todas as receitas e despesas.
cução orçamentária.
Isso possibilita controle parlamentar sobre todos os ingres-
sos e dispêndios administrados pelo ente público.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Os princípios orçamentários básicos para a elabora- “Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas
ção, execução e controle do orçamento público, válidos as receitas, inclusive as de operações de crédito autori-
para todos os poderes e nos três níveis de governo, es- zadas em lei.
tão definidos na Constituição Federal de 1988 e na Lei nº Parágrafo único. Não se consideram para os fins
4.320/1964, que estatui normas gerais de direito financeiro, deste artigo as operações de crédito por antecipação da
aplicadas à elaboração e ao controle dos orçamentos. receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas
compensatórias, no ativo e passivo financeiros.
Princípio Orçamentário da Unidade Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as
De acordo com este princípio previsto no artigo 2º da despesas próprias dos órgãos do Governo e da admi-
Lei nº 4.320/1964, cada ente da federação (União, Estado nistração centralizada, ou que, por intermédio deles se
ou Município) deve possuir apenas um orçamento, estrutu- devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.”
rado de maneira uniforme.
Tal princípio é reforçado pelo princípio da “unidade de Tal princípio complementa-se pela “regra do orçamen-
caixa”, previsto no artigo 56 da referida Lei, segundo o qual to bruto”, definida no artigo 6º da Lei nº4.320/1964:
todas as receitas e despesas convergem para um fundo ge-
ral (conta única), a fim de se evitar as vinculações de certos “Art. 6º.Todas as receitas e despesas constarão da
fundos a fins específicos. lei de orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer
O objetivo é apresentar todas as receitas e despesas deduções.”
numa só conta, a fim de confrontar os totais e apurar o
resultado: equilíbrio, déficit ou superávit. Atualmente, o Princípio Orçamentário da Anualidade ou Periodi-
processo de integração planejamento-orçamento tornou cidade
o orçamento necessariamente multi-documental, em virtu-
de da aprovação, por leis diferentes, de vários documentos O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um
(Plano Plurianual – PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias – determinado período de tempo, geralmente um ano. No
LDO e Lei Orçamentária Anual – LOA), uns de planejamento Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil, con-
e outros de orçamento e programas. Em que pese tais do- forme dispõe o artigo 34 da Lei nº 4320/1964:
4
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
“Art. 34.O exercício financeiro coincidirá com o ano estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades
civil.” da administração indireta, ainda que sob a forma de
novação, refinanciamento ou postergação de dívida
Observa-se, entretanto, que os créditos especiais e contraída anteriormente.
extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do § 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput
exercício podem ser reabertos, se necessário, e, neste caso, as operações entre instituição financeira estatal e outro
serão incorporados ao orçamento do exercício subseqüen- ente da Federação, inclusive suas entidades da administra-
te, conforme estabelecido no § 3º do artigo 167 da Carta ção indireta, que não se destinem a:
Magna. I – financiar, direta ou indiretamente, despesas cor-
rentes;
Princípio Orçamentário da Exclusividade II – refinanciar dívidas não contraídas junto à própria
instituição concedente.
Tal princípio tem por objetivo impedir a prática, muito
§ 2º O disposto no caput não impede Estados e Muni-
comum no passado, da inclusão de dispositivos de natu-
cípios de comprar títulos da dívida da União como aplica-
reza diversa de matéria orçamentária, ou seja, previsão da
ção de suas disponibilidades.
receita e fixação da despesa. Previsto no artigo 165, § 8º
da Constituição Federal, estabelece que a Lei Orçamentária
Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da re- Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma
ceita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição instituição financeira estatal e o ente da Federação que
a autorização para abertura de créditos suplementares e a a controle, na qualidade de beneficiário do emprésti-
contratação de operações de crédito, inclusive por anteci- mo.
pação de receita orçamentária (ARO), nos termos da lei. As Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe
leis de créditos adicionais também devem observar esse instituição financeira controlada de adquirir, no mer-
princípio. cado,títulos da dívida pública para atender investi-
mento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão
Princípio Orçamentário do Equilíbrio da União para aplicação de recursos próprios.
Esse princípio estabelece que o montante da despesa Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e es-
autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser su- tão vedados:
perior ao total de receitas estimadas para o mesmo perío- I – captação de recursos a título de antecipação de
do. Havendo reestimativa de receitas com base no excesso receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador
de arrecadação e na observação da tendência do exercício, ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no
pode ocorrer solicitação de crédito adicional. Nesse caso, § 7 o do art. 150 da Constituição;
para fins de atualização da previsão, devem ser considera- II – recebimento antecipado de valores de empresa
dos apenas os valores utilizados para a abertura de crédito em que o Poder Público detenha, direta ou indireta-
adicional. mente, a maioria do capital social com direito a voto,
Conforme o caput do artigo 3º da Lei nº 4.320/1964, a salvo lucros e dividendos, na forma da legislação;
Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusi- III – assunção direta de compromisso, confissão de
ve as de operações de crédito autorizadas em lei. dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de
Assim, o equilíbrio orçamentário pode ser obtido por bens,mercadorias ou serviços, mediante emissão, acei-
meio de operações de crédito. Entretanto, conforme esta- te ou aval de título de crédito, não se aplicando esta
belece o artigo 167, III, da Constituição Federal é vedada a
vedação a empresas estatais dependentes;
realização de operações de crédito que excedam o mon-
IV – assunção de obrigação, sem autorização orça-
tante das despesas de capital, dispositivo conhecido como
mentária, com fornecedores para pagamento a poste-
“regra de ouro”. De acordo com esta regra, cada unidade
riori de bens e serviços.”
governamental deve manter o seu endividamento vincula-
do à realização de investimentos e não à manutenção da
máquina administrativa e demais serviços. Princípio Orçamentário da Legalidade
A Lei de Responsabilidade Fiscal também estabelece
regras limitando o endividamento dos entes federados, nos Tem o mesmo fundamento do princípio da legalidade
artigos 34 a 37: aplicado à administração pública, segundo o qual cabe ao
Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que
“ Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá tí- a lei expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos
tulos da dívida pública a partir de dois anos após a pu- ditames da lei.
blicação desta Lei Complementar. A Constituição Federal de 1988, no artigo 37 estabele-
ce os princípios da administração pública, dentre os quais
Art. 35. É vedada a realização de operação de cré- o da legalidade e, no seu art. 165 estabelece a necessidade
dito entre um ente da Federação, diretamente ou por de formalização legal das leis orçamentárias:
intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa
5
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
“ Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo es- § 4º É permitida a vinculação de receitas próprias gera-
tabelecerão: das pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e
I – o plano plurianual; dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a
II – as diretrizes orçamentárias; e b, e II, para a prestação de garantia ou contra garantia
III – os orçamentos anuais.” à União e para pagamento de débitos para com esta.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).”
Princípio Orçamentário da Publicidade
As ressalvas são estabelecidas pela própria Constitui-
O princípio da publicidade está previsto no artigo 37 ção e estão relacionadas à repartição do produto da arreca-
da Constituição Federal e também se aplica às peças or- dação dos impostos (Fundos de Participação dos Estados –
çamentárias. Justifica-se especialmente no fato de o orça- FPE e dos Municípios – FPM e Fundos de Desenvolvimento
mento ser fixado em lei, e esta, para criar, modificar, extin- das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste), à destinação
guir ou condicionar direitos e deveres, obrigando a todos, de recursos para as áreas de saúde e educação, além do
há que ser publicada.Portanto, o conteúdo orçamentário oferecimento de garantias às operações de crédito por an-
deve ser divulgado nos veículos oficiais para que tenha va- tecipação de receitas.
lidade. Trata-se de medida de bom-senso, uma vez que possi-
bilita ao administrador público dispor dos recursos de for-
Princípio Orçamentário da Especificação ou Espe- ma mais flexível para o atendimento de despesas em pro-
cialização gramas prioritários.
No âmbito federal, a Constituição reforça a não-vincu-
Segundo este princípio, as receitas e despesas orça- lação das receitas por meio do artigo 76 do Ato das Dispo-
mentárias devem ser autorizadas pelo Poder Legislativo em sições Constitucionais Transitórias – ADCT, ao criar a “Des-
parcelas discriminadas e não pelo seu valor global, facilitan- vinculação das Receitas da União – DRU”, abaixo transcrito:
do o acompanhamento e o controle do gasto público. Esse
“Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa,
princípio está previsto no artigo 5º da Lei nº 4.320/1964:
até 31 de dezembro de 2011, 20% (vinte por cento) da
arrecadação da União de impostos, contribuições sociais
“Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dota-
e de intervenção no domínio econômico, já instituídos
ções globais destinadas a atender indiferentemente a
ou que vierem a ser criados até a referida data, seus adi-
despesas de pessoal, material, serviços de terceiros,
cionais e respectivos acréscimos legais.
transferências ou quaisquer outras [...]” § 1º O disposto no caput deste artigo não reduzirá a
base de cálculo das transferências a Estados, Distrito Federal
O princípio da especificação confere maior transpa- e Municípios na forma dos arts. 153, § 5º; 157, I; 158, I e
rência ao processo orçamentário, possibilitando a fiscali- II; e 159, I, a e b; e II, da Constituição, bem como a base
zação parlamentar, dos órgãos de controle e da sociedade, de cálculo das destinações a que se refere o art. 159, I, c,
inibindo o excesso de flexibilidade na alocação dos recur- da Constituição.
sos pelo poder executivo. Além disso, facilita o processo de § 2º Excetua-se da desvinculação de que trata o caput
padronização e elaboração dos orçamentos, bem como o deste artigo a arrecadação da contribuição social do salário-
processo de consolidação de contas. -educação a que se refere o art. 212, § 5 o, da Constituição.”
Princípio Orçamentário da Não-Afetação da Receita O orçamento público brasileiro compreende a elabora-
ção e a execução de três leis básicas: (i) o Plano Plurianual
Tal princípio encontra-se consagrado, como regra ge- (“PPA”), (ii) a Lei de Diretrizes Orçamentárias (“LDO”) e a Lei
ral, no inciso IV, do artigo 167, da Constituição Federal de de Orçamento Anual (“LOA”), que em conjunto materializam
1988, quando veda a vinculação de receita de impostos a o planejamento e a execução das políticas públicas de cada
órgão, fundo ou despesa: ente da Federação (União, Estados, Municípios e Distrito
Federal). Nesse capítulo, analisaremos cada uma das leis,
“Art. 167. São vedados: [...] buscando demonstrar a sua função no sistema orçamen-
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, tário brasileiro, e de que forma respeitam os orçamentários
fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produ- pátrios.
to da arrecadação dos impostos a que se referem os
arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e PLANO PLURIANUAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
serviços públicos de saúde, para manutenção e desen-
volvimento do ensino e para realização de atividades O Plano plurianual está previsto na constituição no ar-
da administração tributária, como determinado, res- tigo a seguir:
pectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabele-
a prestação de garantias às operações de crédito por cerão:
antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem I - o plano plurianual;
como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada II - as diretrizes orçamentárias;
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003); [...] III - os orçamentos anuais.
6
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, para sua efetivação, inclusive de pesquisas de satisfação
de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da pública, quando viáveis.
administração pública federal para as despesas de capital e Embora teoricamente todos os projetos do PPA sejam
outras delas decorrentes e para as relativas aos programas importantes e necessários para o desenvolvimento socioe-
de duração continuada. conômico do ente, dentro do mesmo devem ser estabe-
§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e lecidos projetos que detêm de maior prioridade na sua
setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados realização.
em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo
Congresso Nacional. DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS NA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL.
O Plano Plurianual (“PPA”), no Brasil, previsto no arti- A Lei das Diretrizes Orçamentárias está prevista na
go 165 da Constituição Federal de 1988, e regulamentado constituição no artigo a seguir:
pelo Decreto nº 2.829, de 29.10.1998, em plena compati- Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabe-
bilidade com o princípio do orçamento investimento, es- lecerão:
tabelece as medidas, gastos e objetivos a serem seguidos I - o plano plurianual;
pela Administração ao longo de um período (exercício) de II - as diretrizes orçamentárias;
quatro anos. III - os orçamentos anuais.
É aprovado por lei quadrienal, sujeita a prazos e ritos § 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá
diferenciados de tramitação e tem vigência do segundo as metas e prioridades da administração pública federal,
ano de um mandato do Poder Executivo até o final do pri- incluindo as despesas de capital para o exercício financei-
meiro ano do mandato seguinte. ro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária
Nele se prevê a atuação do Governo, durante o perío- anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
do mencionado, em programas de duração continuada já estabelecerá a política de aplicação das agências financei-
instituídos ou a instituir no médio prazo, buscando o cum- ras oficiais de fomento.
primento do princípio da continuidade da prestação do § 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após
serviço público, em prol do interesse público. o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da
Com a obrigatoriedade do PPA, tornou-se obrigatório execução orçamentária.
o Governo planejar todas as suas ações e também seu or- § 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e
çamento de modo a não ferir as diretrizes nele contidas, setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados
somente devendo efetuar investimentos em programas em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo
estratégicos previstos na redação do PPA para o período Congresso Nacional.
vigente. A Constituição, também, sugere que a iniciativa
privada volte suas ações de desenvolvimento para as áreas A LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
abordadas pelo plano vigente. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (“LDO”) tem a fina-
O PPA é dividido em planos de ações, e cada plano lidade precípua de orientar a elaboração dos orçamentos
deverá conter: (i) objetivo, órgão do Governo responsável fiscal e da seguridade social e de investimento das empre-
pela execução do projeto, (ii) o valor, (iii) o prazo de con- sas estatais. Busca sincronizar a Lei Orçamentária Anual
clusão, (iv) as fontes de financiamento, (v) o indicador que (“LOA”) com as diretrizes, objetivos e metas da administra-
represente a situação que o plano visa alterar, (vi) a ne- ção pública, estabelecidas no PPA, em estrita observância
cessidade de bens e serviços para a correta efetivação do aos princípios do orçamento investimento e da unidade
previsto, (vii) a regionalização do plano, etc. orçamentária.
Cada um desses planos (ou programas) será designa- De acordo com o parágrafo 2º, do art. 165, da Consti-
do a uma unidade responsável competente, mesmo que tuição Federal de 1988, a LDO (i) deverá trazer as metas e
durante a execução dos trabalhos várias unidades da esfe- prioridades da administração pública, incluindo as despe-
ra pública sejam envolvidas. Também será designado um sas de capital para o exercício financeiro subsequente, (ii)
gerente específico para cada ação prevista no Plano Plu- orientará a elaboração da LOA, (iii) disporá sobre as alte-
rianual, por determinação direta da Administração Pública. rações na legislação tributária e (iv) estabelecerá a política
O Decreto nº 2.829, 29.10.1998, que regulamentou o de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
PPA prevê que sempre se deve buscar a integração das vá- Em observância do princípio da anualidade orçamentá-
rias esferas do poder público (federal, estadual e munici- ria, a LDO será elaborada, anualmente, pela Administração
pal), e também destas com o setor privado. e aprovada pelo Poder Legislativo que, após aprovação,
A cada ano, deverá ser realizada uma avaliação do pro- devolverá ao Executivo para sanção. É importante destacar
cesso de andamento das medidas a serem desenvolvidas que a Constituição de 1988 não prevê a possibilidade de
durante o período quadrienal – não só apresentando a si- rejeição do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, uma
tuação atual dos programas, mas também sugerindo for- vez que prescreve, em seu art. 57, §2º, que a sessão legis-
mas de evitar o desperdício de dinheiro público em ações lativa não será interrompida sem a aprovação do projeto,
não significativas. Com base nesta avaliação é que serão logo, o projeto após entregue pelo Executivo deverá ser
traçadas as bases para a elaboração do orçamento anual. analisado e encaminhado para aprovação.
A avaliação anual poderá se utilizar de vários recursos A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº
7
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
8
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Na técnica orçamentária, inclusive, é habitual se fazer Dependendo do critério de classificação, alguns aspec-
a distinção entre as palavras crédito e recursos. O primeiro tos das contas poderão ser evidenciados. A Lei estabelece
termo designa o lado orçamentário e o segundo, o lado fi- a obrigatoriedade de classificação segundo vários critérios,
nanceiro. Crédito e Recurso são duas faces de uma mesma encontrados na Classificação por Categoria Econômica.
moeda. O crédito é a dotação ou autorização de gasto ou
sua descentralização, e o recurso é o dinheiro ou saldo de Classificação por Categoria Econômica
disponibilidade bancária. A classificação por categoria econômica é importante
Uma vez publicada a LOA, observadas as normas de para o conhecimento do impacto das ações de governo
execução orçamentária e de programação financeira para o na conjuntura econômica do país. Ela possibilita que o or-
exercício, e lançadas as informações orçamentárias, cria-se çamento constitua um instrumento de importância para a
o crédito orçamentário e, a partir daí, tem-se o início da análise e ação de política econômica, de maneira a ser uti-
execução orçamentária propriamente dita. lizado no fomento ao desenvolvimento nacional, no con-
Executar o orçamento é, portanto, realizar as despesas trole do déficit público, etc. Por esse critério, o orçamento
públicas nele previstas, ressaltando que para que qualquer se divide em dois grandes grupos: as Contas Correntes e
utilização de recursos públicos seja efetuada, a primeira Contas de Capital.
condição é que esse gasto tenha sido legal e oficialmente
previsto e autorizado pelo Poder Legislativo e que sejam Classificação Funcional
seguidos à risca os três estágios da execução das despe- A classificação funcional-programática representou
sas previstos na Lei nº 4.320/64, isto é, (i) o empenho, (ii) um grande avanço na técnica de apresentação orçamentá-
a liquidação e (iii) o pagamento – atualmente se encontra ria. Ela permitiu a vinculação das dotações orçamentárias
em aplicação a sistemática do pré-empenho antecedendo a objetivos de governo, que por sua vez eram viabilizados
esses estágios, já que, após o recebimento do crédito orça- pelos programas de governo. Esse enfoque permitiu uma
mentário e antes do seu comprometimento para a realiza- visão de ‘o que o governo fazia’, o que tinha significado
ção da despesa, existe uma fase geralmente demorada de bastante diferenciado do enfoque tradicional, que visuali-
licitação obrigatória junto a fornecedores de bens e servi- zava ‘o que o governo comprava’.
ços que impõe a necessidade de se assegurar o crédito até Para o orçamento do ano 2000, diversas modificações
o término do processo licitatório. foram estabelecidas na classificação vigente, procuran-
Todo esse processo ocorre observando, estritamente, do-se privilegiar o aspecto gerencial do orçamento, com
os princípios constitucionais orçamentários, bem como adoção de práticas simplificadoras e descentralizadoras.
aqueles que regem a Administração Pública, dentre eles a O eixo principal dessas modificações foi a interligação
moralidade, a publicidade e a eficiência, de modo que o entre o planejamento (PPA) e o orçamento (LOA), por in-
interesse público seja sempre garantido. termédio de programas que são gerenciados por um res-
ponsável e orientados para a consecução dos objetivos
ESTRUTURA PROGRAMÁTICA. estratégicos definidos pelo governo. Esses objetivos são
Identificação dos produtos finais de uma organização, viabilizados por meio de projetos e atividades que têm
representados pelos seus programas e subprogramas, fixa- produto (bem/serviço) específico. Assim, uma vez defini-
dos a partir dos objetivos constantes dos planos de gover- do o programa, com suas respectivas ações, classifica-se a
no, além da determinação dos recursos reais e financeiros despesa de acordo com a especificidade de seu conteúdo
exigidos e das medidas de coordenação e compatibilização e produto, em uma subfunção, independente de sua rela-
requeridas. ção institucional. Em seguida será feita a associação com a
De grande importância para a compreensão do orça- função, voltada à área de atuação característica do órgão/
mento são os critérios de classificação das contas públicas. unidade em que as despesas estão sendo efetuadas. Dessa
As classificações são utilizadas para facilitar e padronizar forma, a classificação orçamentária para 2000 apresenta:
as informações que se deseja obter. Pela classificação é 1) Um rol de funções, que representa o maior nível de
possível visualizar o orçamento por Poder, por Instituição, agregação das diversas áreas da despesa que competem
por Função de Governo, por Subfunção, por Programa, por ao setor público. Dentre elas existe a função “Encargos Es-
Projeto, Atividade e/ou Operação Especial, ou, ainda, por peciais”, que engloba despesas não associadas a um bem
categoria econômica. ou serviço gerado no processo produtivo, como: dívida,
ressarcimento, indenização, entre outros.
Várias são as razões pelas quais deve existir um bom 2) Um rol de subfunções, que representa uma parti-
sistema de classificação no orçamento. Podemos citar al- ção da função, agregando um determinado subconjunto
gumas: de despesas do setor público. Cabe ressaltar que a clas-
1) facilitar a formulação de programas; sificação funcional ora introduzida preservou a matricia-
2) proporcionar uma contribuição efetiva para o acom- lidade da funcional-programática, ou seja, as subfunções
panhamento da execução do orçamento; poderão ser combinadas com funções diferentes daquelas
3) determinar a fixação de responsabilidades e a que estejam vinculadas.
4) possibilitar a análise dos efeitos econômicos das 3) Um rol de programas, que representa um conjunto
ações governamentais. de ações que concorrem para um objetivo preestabeleci-
do. Os programas são definidos de acordo com a estrutura
9
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
de cada nível de governo, de maneira a adequar a solução de problemas identificados. O programa é entendido como
módulo integrador entre planejamento e orçamento, solucionando assim a difícil compatibilização dessas duas estruturas.
4) Um rol de projetos, que são os instrumentos de programação para alcançar os objetivos de um programa, envol-
vendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o
aperfeiçoamento da ação do governo.
5) Um rol de atividades, que são os instrumentos de programação para alcançar os objetivos de um programa, envol-
vendo um conjunto de operações, que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto neces-
sário à manutenção da ação do governo. 6) Um rol de operações especiais, que representam ações que não contribuem
para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação direta sob a
forma de bens e serviços.
O PLANO PLURIANUAL
O Plano Plurianual (“PPA”), no Brasil, previsto no artigo 165 da Constituição Federal de 1988, e regulamentado pelo
Decreto nº 2.829, de 29.10.1998, em plena compatibilidade com o princípio do orçamento investimento, estabelece as me-
didas, gastos e objetivos a serem seguidos pela Administração ao longo de um período (exercício) de quatro anos.
É aprovado por lei quadrienal, sujeita a prazos e ritos diferenciados de tramitação e tem vigência do segundo ano de
um mandato do Poder Executivo até o final do primeiro ano do mandato seguinte.
Nele se prevê a atuação do Governo, durante o período mencionado, em programas de duração continuada já instituí-
dos ou a instituir no médio prazo, buscando o cumprimento do princípio da continuidade da prestação do serviço público,
em prol do interesse público.
Com a obrigatoriedade do PPA, tornou-se obrigatório o Governo planejar todas as suas ações e também seu orça-
mento de modo a não ferir as diretrizes nele contidas, somente devendo efetuar investimentos em programas estratégicos
previstos na redação do PPA para o período vigente. A Constituição, também, sugere que a iniciativa privada volte suas
ações de desenvolvimento para as áreas abordadas pelo plano vigente.
O PPA é dividido em planos de ações, e cada plano deverá conter: (i) objetivo, órgão do Governo responsável pela
execução do projeto, (ii) o valor, (iii) o prazo de conclusão, (iv) as fontes de financiamento, (v) o indicador que represente
a situação que o plano visa alterar, (vi) a necessidade de bens e serviços para a correta efetivação do previsto, (vii) a regio-
nalização do plano, etc.
Cada um desses planos (ou programas), será designado a uma unidade responsável competente, mesmo que durante a
execução dos trabalhos várias unidades da esfera pública sejam envolvidas. Também será designado um gerente específico
para cada ação prevista no Plano Plurianual, por determinação direta da Administração Pública.
O Decreto nº 2.829, 29.10.1998, que regulamentou o PPA prevê que sempre se deve buscar a integração das várias
esferas do poder público (federal, estadual e municipal), e também destas com o setor privado.
A cada ano, deverá ser realizada uma avaliação do processo de andamento das medidas a serem desenvolvidas durante
o período quadrienal – não só apresentando a situação atual dos programas, mas também sugerindo formas de evitar o
desperdício de dinheiro público em ações não significativas. Com base nesta avaliação é que serão traçadas as bases para
a elaboração do orçamento anual.
A avaliação anual poderá se utilizar de vários recursos para sua efetivação, inclusive de pesquisas de satisfação pública,
quando viáveis.
Embora teoricamente todos os projetos do PPA sejam importantes e necessários para o desenvolvimento socioeconô-
mico do ente, dentro do mesmo devem ser estabelecidos projetos que detêm de maior prioridade na sua realização.
10
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Uma vez que a cada exercício será preciso uma nova Lei Orçamentária Anual, verifica-se que o processo orçamentário se
dá na forma de um verdadeiro ciclo, com quatro fases bem distintas:
1. Elaboração da Proposta Orçamentária
Trata-se do momento em que cada um dos diversos órgãos e entidades que compõem a Administração Pública faz o
levantamento das suas necessidades de e cursos para o exercício seguinte, levando em consideração os programas do Go-
verno e os objetivos de desenvolvimento econômico e social do país.
O órgão central de planejamento recebe todas estas demandas e as consolida num único documento, compatibilizan-
do-o com a estimativa das receitas esperadas para o próximo ano.
Em seguida, redistribui a previsão de gastos de acordo com os parâmetros macroeconômicos, estabelecendo as quotas
finais de recursos para cada órgão.
Finalmente, é produzido o texto do projeto da Lei Orçamentária Anual, juntamente com os diversos anexos que irão
detalhar todas as receitas e despesas, de acordo com classificação orçamentária própria.
O projeto da LOA é então remetido ao Poder Legislativo, junto com mensagem do chefe do Poder Executivo, para apro-
vação.
3. Execução Orçamentária
Esta fase transcorre durante todo o exercício financeiro, pois consiste na efetiva arrecadação, por parte do Governo, das
diversas receitas previstas, bem como a realização das despesas programadas para o período.
4. Controle e Avaliação
O controle se inicia junto com a execução do orçamento, uma vez que o próprio Governo, através dos seus órgãos de
controle interno ou de controle externo, iniciam a fiscalização sobre os gestores públicos, com relação à legalidade dos pro-
cedimentos executados.
No tocante à avaliação, trata-se de preocupação específica com os resultados efetivos dos programas realizados durante
o ano, em termos de benefícios gerados para a população.
11
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
12
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
13
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
14
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
15
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
16
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
§ 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, pro- Art. 55. Os agentes da arrecadação devem fornecer re-
venientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-a a im- cibos das importâncias que arrecadarem.
portância dos créditos extraordinários abertos no exercí- § 1º Os recibos devem conter o nome da pessoa que
cio. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964) paga a soma arrecadada, proveniência e classificação, bem
Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por como a data a assinatura do agente arrecadador. (Veto re-
decreto do Poder Executivo, que deles dará imediato co- jeitado no D.O. 05/05/1964)
nhecimento ao Poder Legislativo. § 2º Os recibos serão fornecidos em uma única via.
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á
ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo ex- em estrita observância ao princípio de unidade de tesou-
pressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais raria, vedada qualquer fragmentação para criação de cai-
e extraordinários. xas especiais.
Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a im- Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do
portância, a espécie do mesmo e a classificação da despe- artigo 3. desta lei serão classificadas como receita orça-
sa, até onde fôr possível. mentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arre-
cadadas, inclusive as provenientes de operações de crédi-
TÍTULO VI to, ainda que não previstas no Orçamento. (Veto rejeitado
Da Execução do Orçamento no D.O. 05/05/1964)
CAPÍTULO I
Da Programação da Despesa CAPÍTULO III
Da Despesa
Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de
Orçamento e com base nos limites nela fixados, o Poder Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de
Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da des- autoridade competente que cria para o Estado obrigação
pesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a uti- de pagamento pendente ou não de implemento de condi-
ção. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
lizar.
Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder
Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo
o limite dos créditos concedidos. (Redação dada pela Lei
anterior atenderá aos seguintes objetivos:
nº 6.397, de 1976)
a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil
§ 1º Ressalvado o disposto no Art. 67 da Constituição
a soma de recursos necessários e suficientes a melhor exe-
Federal, é vedado aos Municípios empenhar, no último
cução do seu programa anual de trabalho;
mês do mandato do Prefeito, mais do que o duodécimo
b) manter, durante o exercício, na medida do possível
da despesa prevista no orçamento vigente. (Incluído pela
o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realiza-
Lei nº 6.397, de 1976)
da, de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências § 2º Fica, também, vedado aos Municípios, no mes-
de tesouraria. mo período, assumir, por qualquer forma, compromissos
Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para financeiros para execução depois do término do mandato
efeito do disposto no artigo anterior, levará em conta os do Prefeito. (Incluído pela Lei nº 6.397, de 1976)
créditos adicionais e as operações extra-orçamentárias. § 3º As disposições dos parágrafos anteriores não se
Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas du- aplicam nos casos comprovados de calamidade públi-
rante o exercício, observados o limite da dotação e o com- ca. (Incluído pela Lei nº 6.397, de 1976)
portamento da execução orçamentária. § 4º Reputam-se nulos e de nenhum efeito os empe-
nhos e atos praticados em desacordo com o disposto nos
CAPÍTULO II parágrafos 1º e 2º deste artigo, sem prejuízo da respon-
Da Receita sabilidade do Prefeito nos termos do Art. 1º, inciso V, do
Decreto-lei n.º 201, de 27 de fevereiro de 1967. (Incluído
Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado pela Lei nº 6.397, de 1976)
sem que a lei o estabeleça, nenhum será cobrado em cada Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio
exercício sem prévia autorização orçamentária, ressalva- empenho.
dos a tarifa aduaneira e o impôsto lançado por motivo de § 1º Em casos especiais previstos na legislação especí-
guerra. fica será dispensada a emissão da nota de empenho.
Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos § 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa
e quaisquer outras rendas com vencimento determinado cujo montante não se possa determinar.
em lei, regulamento ou contrato. § 3º É permitido o empenho global de despesas con-
Art. 53. O lançamento da receita é ato da repartição tratuais e outras, sujeitas a parcelamento.
competente, que verifica a procedência do crédito fiscal Art. 61. Para cada empenho será extraído um docu-
e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta. mento denominado “nota de empenho” que indicará o
Art. 54. Não será admitida a compensação da obriga- nome do credor, a representação e a importância da des-
ção de recolher rendas ou receitas com direito creditório pesa bem como a dedução desta do saldo da dotação pró-
contra a Fazenda Pública. pria.
17
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
18
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
19
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
20
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
§ 1º Os quadros referidos neste artigo terão a estrutura LEI N. 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964
do Anexo nº 1.
§ 2 O quadro baseado nos orçamentos será publicado Partes vetadas pelo Presidente da República e manti-
até o último dia do primeiro semestre do próprio exercício das pelo Congresso Nacional, do Projeto que se transfor-
e o baseado nos balanços, até o último dia do segundo mou na Lei nº.4.320,de 17 de março de 1964 (que esta-
semestre do exercício imediato àquele a que se referirem. tui normas gerais de direito financeiro para elaboração e
Art. 112. Para cumprimento do disposto no artigo pre- controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados,
cedente, a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Fe- dos Municípios e do Distrito Federal ).
deral remeterão ao mencionado órgão, até 30 de abril, os
orçamentos do exercício, e até 30 de junho, os balanços do VETO
exercício anterior. O Presidente da República Faço saber que o Congresso
Parágrafo único. O pagamento, pela União, de auxílio Nacional decreta e eu promulgo na forma do Parágrafo 3º
ou contribuição a Estados, Municípios ou Distrito Federal, do Artigo 70 da Constituição Federal os seguintes disposi-
cuja concessão não decorra de imperativo constitucional, tivos da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964.
dependerá de prova do atendimento ao que se determina “Art. 3º ...............................................................................................
neste artigo. .............................................
Art. 113. Para fiel e uniforme aplicação das presentes Parágrafo único Não se consideram para os fins deste
normas, o Conselho Técnico de Economia e Finanças do artigo as operações de crédito por antecipação da receita,
Ministério da Fazenda atenderá a consultas, coligirá ele- as emissões de papel-moeda e outras entradas compensa-
mentos, promoverá o intercâmbio de dados informativos, tórias no ativo e passivo financeiros”.
expedirá recomendações técnicas, quando solicitadas, e ..............................................................................................................
atualizará sempre que julgar conveniente, os anexos que ..............................
integram a presente lei. “Art. 6º ...............................................................................................
Parágrafo único. Para os fins previstos neste artigo, .............................................
poderão ser promovidas, quando necessário, conferências ..............................................................................................................
ou reuniões técnicas, com a participação de representantes ..............................
das entidades abrangidas por estas normas. 2º - Para cumprimento do disposto no parágrafo ante-
Art. 114. Os efeitos desta lei são contados a partir de 1º rior, o cálculo das cotas terá por base os dados apurados
de janeiro de 1964 para o fim da elaboração dos orçamen- no balanço do exercício anterior aquele em que se elaborar
tos e a partir de 1º de janeiro de 1965, quanto às demais a proposta orçamentária do Governo obrigado à transfe-
atividades estatuídas. (Redação dada pela Lei nº 4.489, de rência”.
1964) ..............................................................................................................
Art. 115. Revogam-se as disposições em contrário. ..............................
Brasília, 17 de março de 1964; 143º da Independência “Art. 7º ...............................................................................................
e 76º da República. .............................................
JOÃO GULART I .........................................................................................................
Abelardo Jurema ...................................
Sylvio Borges de Souza Motta ..........................................obedecidas as disposições do ar-
Jair Ribeiro tigo 43”. ..................................
João Augusto de Araújo Castro “Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas en-
Waldyr Ramos Borges tidades de direito público, compreendendo os impostos, as
Expedito Machado taxas e contribuições nos termos da Constituição e das leis
Oswaldo Costa Lima Filho vigentes em matérias financeira destinando-se o seu pro-
Júlio Forquim Sambaquy duto ao custeio de atividades gerais ou específicas exerci-
Amaury Silva das por essa entidades.”
Anysio Botelho ..............................................................................................................
Wilson Fadul ..............................
Antonio Oliveira Brito “Art. 14 ...............................................................................................
Egydio Michaelsen .............................................
Este texto não substitui o publicado no DOU de ..............................................................................................................
23.3.1964, retificada no DOU de 9.4.1964 e retificada no ..............................
DOU de 3.6.1964 subordinados ao mesmo órgão ou reparti-
ção.....................................................................”.
..............................................................................................................
..............................
“Art. 15 ...........................................................................
................................................................. ...............no míni-
mo...............................................................................................”
“Art. 15 ...............................................................................................
21
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
22
ÉTICA PROFISSIONAL NO SERVIÇO PÚBLICO
1
ÉTICA PROFISSIONAL NO SERVIÇO PÚBLICO
Secretário de Esporte, Lazer e Juventude Artigo 8º - O agente público não poderá receber
Ricardo Achilles salário, remuneração, transporte, hospedagem ou favor de
Secretário-Adjunto, Respondendo pelo Expediente da particular que possa caracterizar conflito de interesses ou
Secretaria de Energia violação de dever.
Waldemir Aparício Caputo Parágrafo único - O agente público pode participar de
Secretário de Gestão Pública seminários, congressos e eventos, desde que a remuneração,
Claudio Valverde Santos vantagens ou despesas de viagem não sejam pagas por
Secretário-Adjunto, Respondendo pelo Expediente da pessoa que, de forma direta ou indireta, possa ser beneficiada
Secretaria de Turismo por ato ou decisão de sua competência funcional.
Linamara Rizzo Battistella Artigo 9º - O agente público não receberá presentes,
Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência salvo nos casos protocolares.
Edson Aparecido dos Santos Parágrafo único - Não se consideram presentes os
Secretário-Chefe da Casa Civil brindes que não tenham valor comercial; ou não tenham
Publicado na Casa Civil, aos 8 de maio de 2014. valor elevado e sejam distribuídos a título de cortesia,
divulgação, ou por ocasião de eventos especiais ou datas
ANEXO comemorativas.
a que se refere o artigo 1º do Decreto nº 60.428, de 8 Artigo 10 - Os órgãos e entidades da Administração
de maio de 2014 Pública deverá manter registro de todas as reuniões e
audiências, conferindo-lhes publicidade; havendo presença
CÓDIGO DE ÉTICA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA de particulares, deverão participar, sempre que possível, ao
ESTADUAL menos dois agentes públicos.
Artigo 11 - As divergências entre os agentes públicos
Artigo 1º - Todos os agentes da Administração Pública serão solucionadas mediante coordenação administrativa,
do Estado de São Paulo têm deveres éticos aos quais aderem não cabendo manifestação pública sobre matéria estranha à
automaticamente no momento de sua investidura. Além área de atuação de cada um e nem críticas de ordem pessoal.
de observar os princípios da legalidade, impessoalidade, Artigo 12 - Compete à Comissão Geral de Ética:
moralidade, publicidade, eficiência, interesse público, I - instaurar, de ofício ou em razão de denúncia
cortesia, razoabilidade, finalidade e motivação, devem fundamentada, procedimento para apuração de violação
pautar-se pelos padrões da ética. deste Código, nos termos dos artigos 11 e seguintes da Lei
Artigo 2º - É dever do agente público ter sempre em nº 10.294, de 20 de abril de 1999;
vista o interesse público e o bem comum, observando, em II - sugerir resoluções, com caráter geral, em matéria de
sua função ou fora dela, a dignidade, o decoro, o zelo e os ética pública;
princípios morais, evitando qualquer conflito de interesses. III - fazer recomendações aos agentes e órgãos públicos,
Artigo 3º - A remuneração do agente público é nos casos que lhe forem submetidos;
custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por IV - responder às consultas que lhe forem encaminhadas
todos. Toda pessoa tem direito a ser tratada com atenção, por agentes e órgãos públicos;
cortesia e eficiência pelos agentes públicos. V - requisitar informações e colher depoimentos;
Artigo 4º - A observância do interesse público, VI - elaborar seu regimento interno.
especialmente no que diz respeito à proteção e manutenção Artigo 13 - Havendo indício de violação deste Código,
do patrimônio público, implica o dever de abster-se o agente a Comissão dará ciência ao respectivo agente, que poderá
público de qualquer ato que importe em enriquecimento manifestar-se no prazo de quinze dias.
ilícito, gere prejuízo à Fazenda Pública, atente contra os § 1º - Durante a apuração, que terá caráter de
princípios da Administração Pública ou viole direito de informalidade e oralidade, usando preferencialmente meios
particular. eletrônicos, poderão ser produzidas provas documentais,
Artigo 5º - Os nomeados, designados ou contratados promovidas diligências, colhidos depoimentos e, se for o
para cargos, funções ou empregos de direção, nos caso, solicitada manifestação de especialistas.
órgãos e entidades da Administração Pública, afirmam, § 2º - Ao final da instrução, o agente poderá oferecer
desde a investidura, conhecer as normas deste Código, alegações finais, no prazo de sete dias.
comprometendo-se a cumpri-las integralmente. § 3º - A conclusão da Comissão, com suas recomendações,
Artigo 6º - O agente público não utilizará bens ou será comunicada ao interessado e encaminhada à autoridade
recursos públicos, humanos ou materiais, para fins pessoais, imediatamente superior para que, em caso de procedência,
particulares, políticos ou partidários, nem se valerá de sua possa tomar as providências cabíveis.
função para obtenção de qualquer tipo de vantagem. § 4º - Aplica-se subsidiariamente, no que couber, o
Artigo 7º - O agente público deverá esclarecer a disposto na Lei estadual nº 10.294, de 20 de abril de 1999.
existência de eventual conflito de interesses, bem como Artigo 14 - Este Código se aplica sem prejuízo de
comunicar qualquer circunstância, suspeição ou fato outros Códigos de Ética existentes em órgãos ou entidade
impeditivo de sua participação em decisão individual ou em da Administração Pública do Estado de São Paulo.
órgão colegiado.
2
FOMENTO À PESQUISA
Procedimentos e normas de agências de formação, promoção e fomento à pesquisa, com ênfase no apoio à execução
de projetos e prestação de contas – base referencial FAPESP, CNPQ e CAPES................................................................................ 01
FOMENTO À PESQUISA
1
FOMENTO À PESQUISA
• Programas de Iniciação científica/Incentivo aca- Instituições de Ensino Superior públicas da esfera estadual e
dêmico municipal sediadas em Pernambuco que tenham obtido pa-
• A Facepe tem um programa próprio de bolsas de recer favorável na avaliação realizada pela CAPES no âmbito
iniciação científica para estudantes de graduação de todas as do programa Prodoutoral, visando a propiciar, para essas ins-
instituições de ensino superior do Estado. Outro programa é tituições estaduais e municipais, a continuidade na formação
dedicado a apoiar o ingresso e a permanência, nas universi- de jovens doutores, a consolidação de grupos de pesquisa, a
dades públicas, dos mais destacados alunos egressos da rede integração interinstitucional e a mobilidade acadêmica, na-
pública de ensino. Também são concedidas, em parceria com cionalmente.
o CNPq, bolsas de Iniciação Científica Júnior, cujo objetivo é • Auxílio à Mobilidade Discente (AMD) – Propicia a es-
despertar a vocação de estudantes do ensino médio para os tudante de pós-graduação, mediante a cobertura de despe-
campos das ciências e as carreiras tecnológicas. sas de transporte e manutenção, um estágio de curta dura-
• Bolsa de Iniciação Científica (BIC) ção em centro de pesquisa sediado no País para realizar parte
• Bolsa de Incentivo Acadêmico (BIA) de seu trabalho de dissertação ou tese em cooperação com
• Bolsa de Iniciação Científica Júnior (BIC Júnior) grupo de pesquisa diferente daquele a que está vinculado,
• Bolsas de pós-graduação (chamadas públicas se- visando a enriquecer sua formação e a incentivar a colabo-
mestrais) ração interinstitucional. Excepcionalmente, o auxílio poderá
• A concessão de bolsas para a realização de estudos ser concedido para apoiar estágio no Exterior, no contexto de
de mestrado e doutorado em Pernambuco é um dos inves- projeto realizado por grupo de pesquisa local que mantenha
timentos mais significativos da Facepe, representando cerca cooperação internacional bem consolidada com grupo de
de 40% do seu orçamento anual. São apoiados projetos de pesquisa fora do País.
dissertação ou tese em todas as áreas de conhecimento, se- Fonte: http://www.facepe.br/pesquisador/
lecionados em chamadas públicas semestrais, havendo prio-
ridade para projetos que favoreçam a interiorização das ativi- O CNPq é o Conselho Nacional de Desenvolvimento
dades de pesquisa e pós-graduação e a nucleação de novos Científico e Tecnológico responsável pelo fomento às pes-
grupos, ou projetos que tenham aderência a áreas e temas quisas científicas e tecnológicas brasileiras e pela formação
estratégicos para o desenvolvimento do Estado. Os editais de pesquisadores. O CNPq é subordinado ao Ministério da
também incentivam a participação de empresas, órgãos pú- Ciência e Tecnologia (MCT) e sua trajetória está intrinseca-
blicos ou entidades não-governamentais que podem, me- mente relacionada ao desenvolvimento científico brasileiro.
diante convênio com a Facepe, complementar o valor das Dentre os serviços oferecidos pelo CNPq está o ofereci-
bolsas concedidas a projetos de pesquisa em áreas/temas de mento de bolsas de incentivo à pesquisa nas modalidades de
seu interesse. É um estímulo à transferência, para o setor em- “bolsas individuais” ou “bolsas por quotas” no país ou para
presarial e para a sociedade, de resultados da pesquisa feita pesquisadores no exterior e que podem ser requeridas por
na pós-graduação. pesquisadores do ensino médio (iniciação científica júnior),
graduandos (bolsa de iniciação científica), mestrandos, dou-
• Apoio à titulação docente torandos e pós-doutorandos, sendo ainda classificadas em
• Programas especiais da Fundação destinam-se es- “bolsas de fomento científico” e “bolsas de fomento tecno-
pecificamente a apoiar a qualificação e a titulação dos do- lógico”.
centes atuantes nas instituições de ensino superior no Esta- Outro serviço de fomento ao desenvolvimento científico
do, em particular nas licenciaturas. Destacam-se os editais de prestado pelo CNPq é o “auxílio à pesquisa” quando o CNPq
apoio a projetos de Mestrado e Doutorado Interinstitucional oferece auxílios aos pesquisadores para publicações científi-
(MINTER/DINTER) e de apoio a planos institucionais de for- cas, capacitação através de cursos no exterior (intercâmbio),
mação de quadros docentes (Prodoutoral). promoção de eventos científicos, ou apoio à projetos de pes-
• Edital Facepe 10/2009 – Apoio a Projetos de Mes- quisa.
trado e Doutorado Interinstitucionais (MINTER/DINTER) O CNPq também conta com um programa para importa-
– Apoio à execução de projetos de Mestrado Interinstitucio- ção de bens destinados à pesquisas onde as instituições/pes-
nal (MINTER) e Doutorado Interinstitucional (DINTER), pre- quisadores podem solicitar a importação de equipamentos
viamente aprovados pela CAPES, que beneficiem instituições que necessitem ou somente realizar um cadastro para elas
de ensino superior sediadas em Pernambuco, viabilizando a próprias realizarem o serviço de importação gozando dos
formação de mestres e doutores fora dos grandes centros de mesmo benefícios fiscais que o CNPq.
ensino e pesquisa do Estado, principalmente no Interior, a fim Entretanto, uma das maiores ações do CNPq de fomento
de promover a capacitação de docentes para os diferentes ao desenvolvimento científico e tecnológico é o “Edital Uni-
níveis de ensino, subsidiar a nucleação e o fortalecimento de versal” realizado todos os anos e que recebe inscrições de
novos grupos de ensino e pesquisa, e fortalecer e estabelecer projetos de todas as áreas de pesquisa para o pleito de um
as condições para a criação de novos cursos de pós-gradua- auxílio à pesquisa.
ção stricto sensu no Estado. Criado em 1951 pela Lei N.º 1.310, o “Conselho Nacio-
• Edital Facepe 11/2009 Apoio a Projetos Institucio- nal de Pesquisas” foi transformado em “Conselho Nacional
nais de Formação Doutoral Docente (Parceria Capes – Pro- de Desenvolvimento Científico e Tecnológico” em 1974, e é
doutoral) – Apoio à execução de projetos institucionais de considerado hoje, como a maior agência de fomento do país.
formação de quadros docentes (Planfor) apresentados por
Fonte: https://www.infoescola.com/ciencias/cnpq/
2
REDAÇÃO OFICIAL
1
REDAÇÃO OFICIAL
- Cacófato: Som desagradável, resultante da junção qualidades autorais, a função pública impõe a despersona-
de duas ou mais palavras da cadeia da frase. Ex.: Darei um lização do sujeito, do agente público que emite a comuni-
prêmio por cada eleitor que votar em mim (por cada e cação. São inadmissíveis, portanto, as marcas individualiza-
porcada). doras, as ousadias estilísticas, a linguagem metafórica ou a
- Pleonasmo: Informação desnecessariamente redun- elíptica e alusiva. A Redação Oficial prima pela denotação,
dante. Exemplos: As pessoas pobres, que não têm dinheiro, pela sintaxe clara e pela economia vocabular, ainda que
vivem na miséria; Os moralistas, que se preocupam com a essa regularidade imponha certa “monotonia burocrática”
moral, vivem vigiando as outras pessoas. ao discurso.
Reafirmase que a intermediação entre o emissor e o
A Redação Oficial supõe, como receptor, um operador receptor nas Redações Oficiais é o código linguístico, den-
linguístico dotado de um repertório vocabular e de uma tro do padrão culto do idioma; uma linguagem “neutra”,
articulação verbal minimamente compatíveis com o regis- referendada pelas gramáticas, dicionários e pelo uso em
tro médio da linguagem. Nesse sentido, deve ser um texto situações formais, acima das diferenças individuais, regio-
neutro, sem facilitações que intentem suprir as deficiências nais, de classes sociais e de níveis de escolaridade.
cognitivas de leitores precariamente alfabetizados.
Como exceção, citamse as campanhas e comunicados Formalidade e Padronização
destinados a públicos específicos, que fazem uma aproxi-
mação com o registro linguístico do públicoalvo. Mas esse As comunicações oficiais impõem um tratamento poli-
é um campo que refoge aos objetivos deste material, para do e respeitoso. Na tradição iberoamericana, afeita a títulos
se inserir nos domínios e técnicas da propaganda e da per- e a tratamentos reverentes, a autoridade pública revela sua
suasão. posição hierárquica por meio de formas e de pronomes de
Se o texto oficial não pode e não deve baixar ao ní- tratamento sacramentais. “Excelentíssimo”, “Ilustríssimo”,
vel de compreensão de leitores precariamente equipados “Meritíssimo”, “Reverendíssimo” são vocativos que, em al-
quanto à linguagem, fica evidente o falo de que a alfabe- gumas instâncias do poder, tornaramse inevitáveis. Enten-
tização e a capacidade de apreensão de enunciados são da-se que essa solenidade tem por consideração o cargo, a
condições inerentes à cidadania. Ninguém é verdadeira- função pública, e não a pessoa de seu exercente.
mente cidadão se não consegue ler e compreender o que Vale lembrar que os pronomes de tratamento são obri-
leu. O domínio do idioma é equipamento indispensável à gatoriamente regidos pela terceira pessoa. São erros muito
vida em sociedade. comuns construções como “Vossa Excelência sois bondo-
so(a)”; o correto é “Vossa Excelência é bondoso(a)”.
Impessoalidade e Objetividade A utilização da segunda pessoa do plural (vós), com
que os textos oficiais procuravam revestirse de um tom so-
Ainda que possam ser subscritos por um ente público lene e cerimonioso no passado, é hoje incomum, anacrô-
(funcionário, servidor etc.), os textos oficiais são expressão nica e pedante, salvo em algumas peças oratórias envol-
do poder público e é em nome dele que o emissor se co- vendo tribunais ou juizes, herdeiras, no Brasil, da tradição
munica, sempre nos termos da lei e sobre atos nela funda- retórica de Rui Barbosa e seus seguidores.
mentados. Outro aspecto das formalidades requeridas na Reda-
Não cabe na Redação Oficial, portanto, a presença do ção Oficial é a necessidade prática de padronização dos
“eu” enunciador, de suas impressões subjetivas, sentimen- expedientes. Assim, as prescrições quanto à diagramação,
tos ou opiniões. Mesmo quando o agente público manifes- espaçamento, caracteres tipográficos etc., os modelos ine-
tase em primeira pessoa, em formas verbais comuns como: vitáveis de ofício, requerimento, memorando, aviso e ou-
declaro, resolvo, determino, nomeio, exonero etc., é nos tros, além de facilitar a legibilidade, servem para agilizar o
termos da lei que ele o faz e é em função do cargo que andamento burocrático, os despachos e o arquivamento.
exerce que se identifica e se manifesta. É também por essa razão que quase todos os órgãos
O que interessa é aquilo que se comunica, é o con- públicos editam manuais com os modelos dos expedien-
teúdo, o objeto da informação. A impessoalidade contribui tes que integram sua rotina burocrática. A Presidência da
para a necessária padronização, reduzindo a variabilidade República, a Câmara dos Deputados, o Senado, os Tribu-
da linguagem a certos padrões, sem o que cada texto seria nais Superiores, enfim, os poderes Executivo, Legislativo e
suscetível de inúmeras interpretações. Judiciário têm os próprios ritos na elaboração dos textos e
Por isso, a Redação Oficial não admite adjetivação. O documentos que lhes são pertinentes.
adjetivo, ao qualificar, exprime opinião e evidencia um juí-
zo de valor pessoal do emissor. São inaceitáveis também a Concisão e Clareza
pontuação expressiva, que amplia a significação (! ... ), ou
o emprego de interjeições (Oh! Ah!), que funcionam como Houve um tempo em que escrever bem era escrever
índices do envolvimento emocional do redator com aquilo “difícil”. Períodos longos, subordinações sucessivas, vocá-
que está escrevendo. bulos raros, inversões sintáticas, adjetivação intensiva, enu-
Se nos trabalhos artísticos, jornalísticos e escolares o merações, gradações, repetições enfáticas já foram consi-
estilo individual é estimulado e serve como diferencial das derados virtudes estilísticas. Atualmente, a velocidade que
2
REDAÇÃO OFICIAL
se impõe a tudo o que se faz, inclusive ao escrever e ao Vossa Senhoria falou muito bem.
ler, tornou esses recursos quase sempre obsoletos. Hoje, a Vossa Excelência vai esclarecer o tema.
concisão, a economia vocabular, a precisão lexical, ou seja, Vossa Majestade sabe que respeitamos sua opinião.
a eficácia do discurso, são pressupostos não só da Redação
Oficial, mas da própria literatura. Basta observar o estilo Concordância pronominal:
“enxuto” de Graciliano Ramos, de Carios Drummond de An- Pronomes de tratamento concordam com pronomes
drade, de João Cabral de Melo Neto, de Dalton Trevisan, possessivos na terceira pessoa.
mestres da linguagem altamente concentrada. Vossa Excelência escolheu seu candidato. (e não “vos-
Não têm mais sentido os imensos “prolegômenos” e so...”).
“exórdios” que se repetiam como ladainhas nos textos ofi-
ciais, como o exemplo risível e caricato que segue: Concordância nominal:
Os adjetivos devem concordar com o sexo da pessoa a
“Preliminarmente, antes de mais nada, indispensável se que se refere o pronome de tratamento.
faz que nos valhamos do ensejo para congratularmonos com Vossa Excelência ficou confuso. (para homem)
Vossa Excelência pela oportunidade da medida proposta à Vossa Excelência ficou confusa. (para mulher)
apreciação de seus nobres pares. Mas, quem sou eu, humilde Vossa Senhoria está ocupado. (para homem)
servidor público, para abordar questões de tamanha com- Vossa Senhoria está ocupada. (para mulher)
plexidade, a respeito das quais divergem os hermeneutas e
exegetas. Sua Excelência - de quem se fala (ele/ela).
Entrementes, numa análise ainda que perfunctória das Vossa Excelência - com quem se fala (você)
causas primeiras, que fundamentaram a proposição tempes-
tivamente encaminhada por Vossa Excelência, indispensável Emprego dos Pronomes de Tratamento
se faz uma abordagem preliminar dos antecedentes imedia-
tos, posto que estes antecedentes necessariamente antece- As normas a seguir fazem parte do Manual de Redação
dem os consequentes”. da Presidência da República.
Observe que absolutamente nada foi dito ou informa- Vossa Excelência: É o tratamento empregado para as
do. seguintes autoridades:
- Do Poder Executivo - Presidente da República; Vi-
ce-presidenIe da República; Ministros de Estado; Governa-
As Comunicações Oficiais
dores e vicegovernadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais generais das Forças Armadas; Embaixadores; Se-
A redação das comunicações oficiais obedece a pre-
cretáriosexecutivos de Ministérios e demais ocupantes de
ceitos de objetividade, concisão, clareza, impessoalidade,
cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Go-
formalidade, padronização e correção gramatical.
vernos Estaduais; Prefeitos Municipais.
Além dessas, há outras características comuns à comu-
- Do Poder Legislativo - Deputados Federais e Sena-
nicação oficial, como o emprego de pronomes de trata-
dores; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados
mento, o tipo de fecho (encerramento) de uma correspon-
Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas
dência e a forma de identificação do signatário, conforme Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
define o Manual de Redação da Presidência da República. - Do Poder Judiciário - Ministros dos Tribunais Supe-
Outros órgãos e instituições do poder público também riores; Membros de Tribunais; Juizes; Auditores da Justiça
possuem manual de redação próprio, como a Câmara dos Militar.
Deputados, o Senado Federal, o Ministério das Relações
Exteriores, diversos governos estaduais, órgãos do Judiciá- Vocativos
rio etc.
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigi-
Pronomes de Tratamento das aos chefes de poder é Excelentíssimo Senhor, seguido
do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da
A regra diz que toda comunicação oficial deve ser for- República; Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso
mal e polida, isto é, ajustada não apenas às normas gra- Nacional; Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo
maticais, como também às normas de educação e corte- Tribunal Federal.
sia. Para isso, é fundamental o emprego de pronomes de As demais autoridades devem ser tratadas com o vo-
tratamento, que devem ser utilizados de forma correta, de cativo Senhor ou Senhora, seguido do respectivo cargo:
acordo com o destinatário e as regras gramaticais. Senhor Senador / Senhora Senadora; Senhor Juiz/ Senhora
Embora os pronomes de tratamento se refiram à se- Juiza; Senhor Ministro / Senhora Ministra; Senhor Governa-
gunda pessoa (Vossa Excelência, Vossa Senhoria), a concor- dor / Senhora Governadora.
dância é feita em terceira pessoa.
Endereçamento
Concordância verbal:
3
REDAÇÃO OFICIAL
De acordo com o Manual de Redação da Presidência, (para arcebispos e bispos); Vossa Reverendíssima ou Vossa
no envelope, o endereçamento das comunicações dirigi- Senhoria Reverendíssima (para monsenhores, cônegos e su-
das às autoridades tratadas por Vossa Excelência, deve ter periores religiosos); Vossa Reverência (para sacerdotes, clé-
a seguinte forma: rigos e demais religiosos).
A Sua Excelência o Senhor Fechos para Comunicações
Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça De acordo com o Manual da Presidência, o fecho das
70064900 Brasília. DF comunicações oficiais “possui, além da finalidade óbvia de
arrematar o texto, a de saudar o destinatário”, ou seja, o
A Sua Excelência o Senhor fecho é a maneira de quem expede a comunicação despe-
Senador Fulano de Tal dirse de seu destinatário.
Senado Federal Até 1991, quando foi publicada a primeira edição do
70165900 Brasília. DF atual Manual de Redação da Presidência da República, havia
15 padrões de fechos para comunicações oficiais. O Manual
A Sua Excelência o Senhor simplificou a lista e reduziu-os a apenas dois para todas as
Fulano de Tal modalidades de comunicação oficial. São eles:
Juiz de Direito da l0ª Vara Cível
Rua ABC, nº 123 Respeitosamente: para autoridades superiores, inclu-
01010000 São Paulo. SP sive o presidente da República.
Atenciosamente: para autoridades de mesma hierar-
Conforme o Manual de Redação da Presidência, “em co- quia ou de hierarquia inferior.
municações oficiais, está abolido o uso do tratamento dig-
níssimo (DD) às autoridades na lista anterior. A dignidade “Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações diri-
é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, gidas a autoridades estrangeiras, que atenderem a rito e
sendo desnecessária sua repetida evocação”. tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de
Vossa Senhoria: É o pronome de tratamento empregado Redação do Ministério das Relações Exteriores”, diz o Ma-
para as demais autoridades e para particulares. O vocativo nual de Redação da Presidência da República.
adequado é: Senhor Fulano de Tal / Senhora Fulana de Tal. A utilização dos fechos “Respeitosamente” e “Atencio-
samente” é recomendada para os mesmos casos pelo Ma-
No envelope, deve constar do endereçamento: nual de Redação da Câmara dos Deputados e por outros
Ao Senhor manuais oficiais. Já os fechos para as cartas particulares ou
Fulano de Tal informais ficam a critério do remetente, com preferência
Rua ABC, nº 123 para a expressão “Cordialmente”, para encerrar a corres-
70123-000 – Curitiba.PR pondência de forma polida e sucinta.
4
REDAÇÃO OFICIAL
5
REDAÇÃO OFICIAL
- não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sub- Sua característica principal é a agilidade. A tramitação
linhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra-
bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos.
a elegância e a sobriedade do documento; Para evitar desnecessário aumento do número de comu-
- a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em nicações, os despachos ao memorando devem ser dados
papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em
para gráficos e ilustrações; folha de continuação. Esse procedimento permite formar
- todos os tipos de documento do padrão ofício de- uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
vem ser impressos em papel de tamanho A4, ou seja, 29,7 transparência a tomada de decisões, e permitindo que se
x 21,0 cm; historie o andamento da matéria tratada no memorando.
- deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo
arquivo Rich Text nos documentos de texto; do padrão ofício, com a diferença de que seu destinatário
- dentro do possível, todos os documentos elabora- deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Exemplos:
dos devem ter o arquivo de texto preservado para con-
sulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
análogos; Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos.
- para facilitar a localização, os nomes dos arquivos
devem ser formados da seguinte maneira: tipo do docu- Obs: Modelo no final da matéria.
mento + número do documento + palavraschave do con-
teúdo. Exemplo: Exposição de Motivos
“Of. 123 relatório produtividade ano 2010” É o expediente dirigido ao presidente da República ou
ao vice-presidente para:
Aviso e Ofício (Comunicação Externa) - informá-lo de determinado assunto;
- propor alguma medida; ou
- submeter a sua consideração projeto de ato norma-
São modalidades de comunicação oficial praticamen-
tivo.
te idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é
expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presi-
autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício
dente da República por um Ministro de Estado. Nos casos
é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério,
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos
a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os
órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do
Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de
ofício, também com particulares. interministerial.
Quanto a sua forma, Aviso e Ofício seguem o modelo Formalmente a exposição de motivos tem a apresenta-
do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o ção do padrão ofício. De acordo com sua finalidade, apre-
destinatário, seguido de vírgula. Exemplos: senta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para
Senhora Ministra, a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato
Senhor Chefe de Gabinete, normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim-
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presi-
as seguintes informações do remetente: dente da República, sua estrutura segue o modelo antes
- nome do órgão ou setor; referido para o padrão ofício.
- endereço postal; Já a exposição de motivos que submeta à consideração
- telefone e endereço de correio eletrônico. do Presidente da República a sugestão de alguma medida
Obs: Modelo no final da matéria. a ser adotada ou a que lhe apresente projeto de ato nor-
mativo, embora sigam também a estrutura do padrão ofí-
Memorando ou Comunicação Interna cio, além de outros comentários julgados pertinentes por
seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar:
O Memorando é a modalidade de comunicação entre - na introdução: o problema que está a reclamar a
unidades administrativas de um mesmo órgão, que po- adoção da medida ou do ato normativo proposto;
dem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível - no desenvolvimento: o porquê de ser aquela me-
diferente. Tratase, portanto, de uma forma de comunica- dida ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar
ção eminentemente interna. o problema, e eventuais alternativas existentes para equa-
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser cionálo;
empregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes - na conclusão, novamente, qual medida deve ser to-
etc. a serem adotados por determinado setor do serviço mada, ou qual ato normativo deve ser editado para solu-
público. cionar o problema.
6
REDAÇÃO OFICIAL
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à ex- Dessa forma, ao atender às questões que devem ser
posição de motivos, devidamente preenchido, de acordo analisadas na elaboração de atos normativos no âmbito do
com o seguinte modelo previsto no Anexo II do Decreto nº Poder Executivo, o texto da exposição de motivos e seu
4.1760, de 28 de março de 2010. anexo complementam-se e formam um todo coeso: no
Anexo à exposição de motivos do (indicar nome do anexo, encontramos uma avaliação profunda e direta de
Ministério ou órgão equivalente) nº ______, de ____ de toda a situação que está a reclamar a adoção de certa pro-
______________ de 201_. vidência ou a edição de um ato normativo; o problema a
ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus
- Síntese do problema ou da situação que reclama pro- efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da
vidências; exposição de motivos fica, assim, reservado à demonstra-
- Soluções e providências contidas no ato normativo ção da necessidade da providência proposta: por que deve
ou na medida proposta; ser adotada e como resolverá o problema.
- Alternativas existentes às medidas propostas. Men- Nos casos em que o ato proposto for questão de
cionar: pessoal (nomeação, promoção, ascenção, transferência,
- se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração, re-
- se há projetos sobre a matéria no Legislativo; condução, remoção, exoneração, demissão, dispensa, dis-
- outras possibilidades de resolução do problema. ponibilidade, aposentadoria), não é necessário o encami-
- Custos. Mencionar: nhamento do formulário de anexo à exposição de motivos.
- se a despesa decorrente da medida está prevista na Ressalte-se que:
lei orçamentária anual; se não, quais as alternativas para - a síntese do parecer do órgão de assessoramento ju-
custeála; rídico não dispensa o encaminhamento do parecer com-
- se a despesa decorrente da medida está prevista na pleto;
lei orçamentária anual; se não, quais as alternativas para - o tamanho dos campos do anexo à exposição de mo-
custeála; tivos pode ser alterado de acordo com a maior ou menor
- valor a ser despendido em moeda corrente; extensão dos comentários a serem alí incluídos.
- Razões que justificam a urgência (a ser preenchido Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presen-
somente se o ato proposto for medida provisória ou proje- te que a atenção aos requisitos básicos da Redação Oficial
to de lei que deva tramitar em regime de urgência). Men- (clareza, concisão, impessoalidade, formalidade, padroni-
zação e uso do padrão culto de linguagem) deve ser redo-
cionar:
brada. A exposição de motivos é a principal modalidade
- se o problema configura calamidade pública;
de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos
- por que é indispensável a vigência imediata;
Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encami-
- se se trata de problema cuja causa ou agravamento
nhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário
não tenham sido previstos;
ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo
- se se trata de desenvolvimento extraordinário de si-
ou em parte.
tuação já prevista.
- Impacto sobre o meio ambiente (somente que o ato Mensagem
ou medida proposta possa vir a tê-lo)
- Alterações propostas. Texto atual, Texto proposto; É o instrumento de comunicação oficial entre os Che-
- Síntese do parecer do órgão jurídico. fes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens en-
viadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo
Com base em avaliação do ato normativo ou da medi- para informar sobre fato da Administração Pública; expor o
da proposa à luz das questões levantadas no ítem 10.4.3. plano de governo por ocasião da abertura de sessão legis-
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode lativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que de-
acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da pendem de deliberação de suas Casas; apresentar veto; en-
Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo para fim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja
que se complete o exame ou se reformule a proposta. de interesse dos poderes públicos e da Nação.
O preenchimento obrigatório do anexo para as expo- Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos
sições de motivos que proponham a adoção de alguma Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias
medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade: caberá a redação final.
- permitir a adequada reflexão sobre o problema que As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Con-
se busca resolver; gresso Nacional têm as seguintes finalidades:
- ensejar mais profunda avaliação das diversas causas
do problema e dos defeitos que pode ter a adoção da me- - Encaminhamento de projeto de lei ordinária, com-
dida ou a edição do ato, em consonância com as questões plementar ou financeira: Os projetos de lei ordinária ou
que devem ser analisadas na elaboração de proposições complementar são enviados em regime normal (Constitui-
normativas no âmbito do Poder Executivo (v. 10.4.3.) ção, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1º a
- conferir perfeita transparência aos atos propostos. 4º). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob
o regime normal e mais tarde ser objeto de nova mensa-
gem, com solicitação de urgência.
7
REDAÇÃO OFICIAL
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Mem- Somente produzirão efeitos legais a outorga ou renovação
bros do Congresso Nacional, mas é encaminhada com avi- da concessão após deliberação do Congresso Nacional
so do Chefe da Casa Civil da Presidência da República ao (Constituição, art. 223, § 3º). Descabe pedir na mensagem a
Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para que urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o §
tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). 1º do art. 223 já define o prazo da tramitação.
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreen- Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a
dem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos mensagem o correspondente processo administrativo.
anuais e créditos adicionais), as mensagens de encaminha-
mento dirigemse aos membros do Congresso Nacional, e - Encaminhamento das contas referentes ao exer-
os respectivos avisos são endereçados ao Primeiro Secretá- cício anterior: O Presidente da República tem o prazo de
rio do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Consti- sessenta dias após a abertura da sessão legislativa para en-
tuição impõe a deliberação congressual sobre as leis finan- viar ao Congresso Nacional as contas referentes ao exercício
ceiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e parecer
do regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso da Comissão Mista permanente (Constituição, art. 166, § 1º),
Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constitui- sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a tomada de
ção, art. 57, § 5º), que comanda as sessões conjuntas. contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento discipli-
As mensagens aqui tratadas coroam o processo desen- nado no art. 215 do seu Regimento Interno.
volvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange mi-
nucioso exame técnico, jurídico e econômicofinanceiro das - Mensagem de abertura da sessão legislativa: Ela
matérias objeto das proposições por elas encaminhadas. deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação
Tais exames materializamse em pareceres dos diversos do País e solicitação de providências que julgar necessárias
órgãos interessados no assunto das proposições, entre eles (Constituição, art. 84, XI).
o da Advocacia Geral da União. Mas, na origem das pro- O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da
postas, as análises necessárias constam da exposição de Presidência da República. Esta mensagem difere das demais
motivos do órgão onde se geraram, exposição que acom- porque vai encadernada e é distribuída a todos os congres-
panhará, por cópia, a mensagem de encaminhamento ao sistas em forma de livro.
Congresso.
- Comunicação de sanção (com restituição de au-
- Encaminhamento de medida provisória: Para dar tógrafos): Esta mensagem é dirigida aos membros do
cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, o Pre- Congresso Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro
sidente da República encaminha mensagem ao Congresso, Secretário da Casa onde se originaram os autógrafos. Nela
dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secre- se informa o número que tomou a lei e se restituem dois
tário do Senado Federal, juntando cópia da medida provi- exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o Pre-
sória, autenticada pela Coordenação de Documentação da sidente da República terá aposto o despacho de sanção.
Presidência da República.
- Comunicação de veto: Dirigida ao Presidente do Se-
- Indicação de autoridades: As mensagens que sub- nado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem in-
metem ao Senado Federal a indicação de pessoas para forma sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais
ocuparem determinados cargos (magistrados dos Tribu- as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto vai
nais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e diretores publicado na íntegra no Diário Oficial da União, ao contrário
do Banco Central, ProcuradorGeral da República, Chefes das demais mensagens, cuja publicação se restringe à notí-
de Missão Diplomática etc.) têm em vista que a Constitui- cia do seu envio ao Poder Legislativo.
ção, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela Casa do - Outras mensagens: Também são remetidas ao Legis-
Congresso Nacional competência privativa para aprovar a lativo com regular frequência mensagens com:
indicação. O currículum vitae do indicado, devidamente as- - encaminhamento de atos internacionais que acarre-
sinado, acompanha a mensagem. tam encargos ou compromissos gravosos (Constituição, art.
49, I);
- Pedido de autorização para o presidente ou o vice- - pedido de estabelecimento de alíquolas aplicáveis
presidente da República se ausentarem do País por mais às operações e prestações interestaduais e de exportação
de 15 dias: Tratase de exigência constitucional (Constitui- (Constituição, art. 155, § 2º, IV);
ção, art. 49, III, e 83), e a autorização é da competência - proposta de fixação de limites globais para o montan-
privativa do Congresso Nacional. O presidente da Repúbli- te da dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
ca, tradicionalmente, por cortesia, quando a ausência é por - pedido de autorização para operações financeiras ex-
prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa ternas (Constituição, art. 52, V); e outros.
do Congresso, enviandolhes mensagens idênticas.
Entre as mensagens menos comuns estão as de:
- Encaminhamento de atos de concessão e renova- - convocação extraordinária do Congresso Nacional
ção de concessão de emissoras de rádio e TV: A obri- (Constituição, art. 57, § 6º);
gação de submeter tais atos à apreciagão do Congresso - pedido de autorização para exonerar o ProcuradorGe-
Nacional consta no inciso XII do artigo 49 da Constituição. ral da República (art. 52, XI, e 128, § 2º);
8
REDAÇÃO OFICIAL
9
REDAÇÃO OFICIAL
É o instrumento utilizado para o registro expositivo dos Obs: Modelo no final da matéria.
fatos e deliberações ocorridos em uma reunião, sessão ou
assembleia. Estrutura: Declaração
- Título ATA. Em se tratando de atas elaboradas se-
quencialmente, indicar o respectivo número da reunião ou É o documento em que se informa, sob responsabilida-
sessão, em caixaalta. de, algo sobre pessoa ou acontecimento. Estrutura:
- Texto, incluindo: Preâmbulo registro da situação es- - Título: DECLARAÇÃO, centralizado.
pacial e temporal e participantes; Registro dos assuntos - Texto: exposição do fato ou situação declarada, com
abordados e de suas decisões, com indicação das persona- finalidade, nome do interessado em destaque (em maiús-
lidades envolvidas, se for o caso; Fecho termo de encerra- culas) e sua relação com a Câmara nos casos mais formais.
mento com indicação, se necessário, do redator, do horário - Local e data.
de encerramento, de convocação de nova reunião etc. - Assinatura: nome da pessoa que declara e, no caso de
autoridade, função ou cargo.
A ATA será assinada e/ou rubricada portodos os pre-
sentes à reunião ou apenas pelo presidente e relator, de- A declaração documenta uma informação prestada por
pendendo das exigências regimentais do órgão. autoridade ou particular. No caso de autoridade, a compro-
A fim de se evitarem rasuras nas atas manuscritas, de- vação do fato ou o conhecimento da situação declarada
deve serem razão do cargo que ocupa ou da função que
vese, em caso de erro, utilizar o termo “digo”, seguido da
exerce.
informação correta a ser registrada. No caso de omissão de
Declarações que possuam características específicas
informações ou de erros constatados após a redação, usase
podem receber uma qualificação, a exemplo da “declara-
a expressão “Em tempo” ao final da ATA, com o registro das
ção funcional”.
informações corretas.
Obs: Modelo no final da matéria.
Obs: Modelo no final da matéria.
Despacho
Carta
É o pronunciamento de autoridade administrativa em
É a forma de correspondência emitida por particular, petição que lhe é dirigida, ou ato relativo ao andamento
ou autoridade com objetivo particular, não se confundindo do processo. Pode ter caráter decisório ou apenas de expe-
com o memorando (correspondência interna) ou o ofício diente. Estrutura:
(correspondência externa), nos quais a autoridade que as- - Nome do órgão principal e secundário.
sina expressa uma opinião ou dá uma informação não sua, - Número do processo.
mas, sim, do órgão pelo qual responde. Em grande parte - Data.
dos casos da correspondência enviada por deputados, de- - Texto.
vese usar a carta, não o memorando ou ofício, por estar o - Assinatura e função ou cargo da autoridade.
parlamentar emitindo parecer, opinião ou informação de
sua responsabilidade, e não especificamente da Câmara O despacho pode constituirse de uma palavra, de uma
dos Deputados. O parlamentar deverá assinar memorando expressão ou de um texto mais longo.
ou ofício apenas como titular de função oficial específica
(presidente de comissão ou membro da Mesa, por exem- Obs: Modelo no final da matéria.
plo). Estrutura:
- Local e data.
- Endereçamento, com forma de tratamento, destinatá-
rio, cargo e endereço.
- Vocativo.
10
REDAÇÃO OFICIAL
11
REDAÇÃO OFICIAL
É o instrumento por meio do qual o interessado requer O registro de protocolo (ou simplesmente “o proto-
a uma autoridade administrativa um direito do qual se jul- colo“) é o livro (ou, mais atualmente, o suporte informático)
ga detentor. Estrutura: em que são transcritos progressivamente os documentos e
- Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), os atos em entrada e em saída de um sujeito ou entidade
ou seja, da autoridade competente. (público ou privado). Este registro, se obedecerem a nor-
- Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do re- mas legais, têm fé pública, ou seja, tem valor probatório em
querente (grafado em letras maiúsculas) e respectiva qua- casos de controvérsia jurídica.
lificação: nacionalidade, estado civil, profissão, documen- O termo protocolo tem um significado bastante amplo,
to de identidade, idade (se maior de 60 anos, para fins identificando-se diretamente com o próprio procedimen-
de preferência na tramitação do processo, segundo a Lei to. Por extensão de sentido, “protocolo” significa também
10.741/03), e domicílio (caso o requerente seja servidor um trâmite a ser seguido para alcançar determinado obje-
da Câmara dos Deputados, precedendo à qualificação ci- tivo (“seguir o protocolo”).
vil deve ser colocado o número do registro funcional e a A gestão do protocolo é normalmente confiada a uma
lotação); Exposição do pedido, de preferência indicando repartição determinada, que recebe o material documen-
os fundamentos legais do requerimento e os elementos tário do sujeito que o produz em saída e em entrada e os
probatórios de natureza fática. anota num registro (atualmente em programas informáti-
- Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”. cos), atruibuindo-lhes um número e também uma posição
- Local e data. de arquivo de acordo com suas características.
- Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou O registro tem quatro elementos necessários e obri-
cargo. gatórios:
- Número progressivo.
Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação, rei- - Data de recebimento ou de saída.
- Remetente ou destinatário.
vindicação ou manifestação, o documento utilizado será
- Regesto, ou seja, breve resumo do conteúdo da cor-
um abaixoassinado, com estrutura semelhante à do reque-
respondência.
rimento, devendo haver identificação das assinaturas.
A Constituição Federal assegura a todos, independen-
temente do pagamento de taxas, o direito de petição aos
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegali-
dade ou abuso de poder (art. 51, XXXIV, “a”), sendo que
o exercício desse direito se instrumentaliza por meio de
requerimento. No que concerne especificamente aos ser-
vidores públicos, a lei que institui o Regime único estabe-
lece que o requerimento deve ser dirigido à autoridade
competente para decidilo e encaminhado por intermédio
daquela a que estiver imediatamente subordinado o re-
querente (Lei nº 8.112/90, art. 105).
12
REDAÇÃO OFICIAL
Exemplo de Ofício
(Ministério)
(Secretaria/Departamento/Setor/Entidade)
(Endereço para correspondência)
(Endereço – continuação)
(Telefone e Endereço de Correio Eletrônico)
Ofício nº 524/1991/SG-PR
Senhor Deputado,
Atenciosamente,
(Nome)
(cargo)
210 mm
13
REDAÇÃO OFICIAL
Exemplo de Aviso
Aviso nº 45/SCT-PR
3 cm
1,5 cm
Assunto: Seminário sobre o uso de energia no setor público
Senhor Ministro,
Atenciosamente,
(Nome do signatário)
(cargo do signatário)
210 mm
14
REDAÇÃO OFICIAL
Exemplo de Memorando
Mem. 118/DJ
Em 12 de abril de 2011
297 mm
Assunto: Administração, Instalação de microcomputadores
1,5 cm
Atenciosamente,
(Nome do signatário)
210 mm
15
REDAÇÃO OFICIAL
5 cm
EM nº 00146/1991-MRE
3 cm 1,5 cm
2,5 cm
O Presidente George Bush anunciou, no último dia 13, significativa
mudança da posição norte-americana nas negociações que se realizam – na
Conferência do Desarmamento, em Genebra – de uma convenção multilateral de
proscrição total das armas químicas. Ao renunciar à manutenção de cerca de dois
por cento de seu arsenal químico até a adesão à convenção de todos os países em
condições de produzir armas químicas, os Estados Unidos reaproximaram sua
postura da maioria dos quarenta países participantes do processo negociador,
inclusive o Brasil, abrindo possibilidades concretas de que o tratado a ser
concluído e assinado em prazo de cerca de um ano. (...)
1 cm
2,5 cm
Atenciosamente,
2,5 cm
(Nome)
(cargo)
16
REDAÇÃO OFICIAL
Exemplo de Mensagem
5 cm
Mensagem nº 118
4 cm
297 mm
2 cm 1,5 cm
3 cm
Comunico a Vossa Excelência o recebimento das mensagens SM nºs
106 a 110, de 1991, nas quais informo a promulgação dos Decretos Legislativos
nºs 93 a 97, de 1991, relativos à exploração de serviços de radiodifusão.
210 mm
17
REDAÇÃO OFICIAL
Exemplo de Telegrama
[órgão Expedidorl
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]
Destinatário: _________________________________________________________
Nº do fax de destino: _________________________________ Data: ___/___/_____
Remetente: __________________________________________________________
Tel. p/ contato: ____________________Fax/correio eletrônico: ________________
Nº de páginas: esta + ______Nº do documento: _____________________________
Observações: _________________________________________________________
____________________________________________________________________
Exemplo de Apostila
APOSTILA
Brasília, em 26/5/2011
Maria da Silva
Diretora
Exemplo de ATA
CAMARA DOS DEPUTADOS
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO
Coordenação de Publicações
ATA
Diretora
Secretária
18
REDAÇÃO OFICIAL
Exemplo de Despacho
Processo n . .........
Em .... / .... /200 ...
Ao Senhor Presidente da Câmara dos Deputados, por força do disposto no inciso I do art. 70
do Regimento do Cefor, c/c o art. 95, da Lei n. 8.112/90, com parecer favorável desta Secretaria, nos termos
das informações e manifestações dos órgãos técnicos da Casa.
José da Silva
Diretor
19
REDAÇÃO OFICIAL
Exemplo de Parecer
PARECER JURÍDICO
Senhor Gerente,
Com relação à questão sobre a estabilidade provisória por gestação, ou não, da empregada Fulana de Tal, passamos
a analisar o assunto.
O artigo 10, letra “b”, do ADCT, assegura estabilidade à empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até
cinco meses após o parto.
Nesta hipótese, existe responsabilidade objetiva do empregador pela manutenção do emprego, ou seja, basta
comprovar a gravidez no curso do contrato para que haja incidência da regra que assegura a estabilidade provisória no
emprego. O fundamento jurídico desta estabilidade é a proteção à maternidade e à infância, ou seja, proteger a gestante e o
nascituro, assegurando a dignidade da pessoa humana.
A confirmação da gravidez, expressão utilizada na Constituição, refere-se à afirmativa médica do estado gestacional
da empregada e não exige que o empregador tenha ciência prévia da situação da gravidez. Neste sentido tem sido as
reiteradas decisões do C. TST, culminando com a edição da Súmula n. 244, que assim disciplina a questão:
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização
decorrente da estabilidade. (art. 10, II, “b” do ADCT). (ex-OJ nº 88 – DJ 16.04.2004).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do
contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. (ex-Súmula nº
244 – Res 121/2003, DJ 19.11.2003).
III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de admissão mediante contrato de
experiência, visto que a extinção da relação de emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou
sem justa causa. (ex-OJ nº 196 - Inserida em 08.11.2000).
No caso colocado em análise, percebe-se que não havia confirmação da gestação antes da dispensa. Ao contrário,
diante da suspeita de gravidez, a empresa teve o cuidado de pedir a realização de exame laboratorial, o que foi feito, não
tendo sido confirmada a gravidez. A empresa só dispensou a empregada depois que lhe foi apresentado o resultado negativo
do teste de gravidez. A confirmação do estado gestacional só veio após a dispensa.
Assim, para solução da questão, importante indagar se gravidez confirmada no curso aviso prévio indenizado
garante ou não a estabilidade.
O TST tem decidido (Súmula 371), que a projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão de aviso
prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso. Este entendimento
exclui a estabilidade provisória da gestante, quando a gravidez ocorre após a rescisão contratual.
A gravidez superveniente à dispensa, durante o aviso prévio indenizado, não assegura a estabilidade. Contudo, na
hipótese dos autos, embora a gravidez tenha sido confirmada no curso do aviso prévio indenizado, certo é que a empregada
já estava grávida antes da dispensa, como atestam os exames trazidos aos autos. A conclusão da ultrossonografia obstétrica
afirma que em 30 de julho de 2009 a idade gestacional ecografica era de pouco mais de 13 semanais, portanto, na data do
afastamento a reclamante já contava com mais de 01 mês de gravidez.
Em face do exposto, considerando os fundamentos jurídicos do instituto da estabilidade da gestante, considerando
que a responsabilidade do empregador pela manutenção do emprego é objetiva e considerando que o desconhecimento do
estado gravídico não impede o reconhecimento da gravidez, conclui-se que:
a) não existe estabilidade quando a gravidez ocorre na vigência do aviso prévio indenizado;
b) fica assegurada a estabilidade quando, embora confirmada no período do aviso prévio indenizado, a gravidez
ocorre antes da dispensa.
De acordo com tais conclusões, entendemos que a empresa deve proceder a reintegração da empregada diante da
estabilidade provisória decorrente da gestação.
É o parecer.
20
REDAÇÃO OFICIAL
Exemplo de Portaría
PORTARIA N. 1, de 13/1/2010
O DIRETORGERAL DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso das atribuições que lhe confere o
artigo 147, item XV, da Resolução n. 20, de 30 de novembro de 1971, resolve:
Art. 11 Fica instituído o uso da chancela eletrônica nas requisições de passagens aéreas e diárias de
viagens, autorizadas em processos administrativos pela autoridade competente e assinadas pelo DiretorGeral,
para parlamentar, servidor ou convidado, no âmbito da Câmara dos Deputados.
Art. 21 A chancela eletrônica, de acesso restrito, será válida se autenticada mediante código de
segurança e acompanhada do atesto do Chefe de Gabinete da DiretoriaGeral ou do seu primeiro substituto.
Art. 31 Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Modelo de Relatório
CÂMARA DOS DEPUTADOS
ÓRGÃO PRINCIPAL
órgão Secundário
RELATÓRIO
Introdução
Apresentar um breve resumo das temáticas a serem abordadas. Em se tratando de relatório de viagem,
indicar a denominação do evento, local e período compreendido.
Tópico 1
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
........................................................................................................................
Tópico 1.1
Havendo subdivisões, os assuntos subseqüentes serão apresentados hierarquizados à temática geral.
.................................................................................. ....
Tópico 2
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
.........................................................................................................................
3. Considerações finais
.........................................................................................................................
Nome
Função ou Cargo
21
REDAÇÃO OFICIAL
Modelo de Requerimento
(Vocativo)
(Cargo ou função e nome do destinatário)
Nestes termos,
Pede deferimento.
Nome
Cargo ou Função
Questões
01. Analise:
1. Atendendo à solicitação contida no expediente acima referido, vimos encaminhar a V. Sª. as informações referentes ao
andamento dos serviços sob responsabilidade deste setor.
2. Esclarecemos que estão sendo tomadas todas as medidas necessárias para o cumprimento dos prazos estipulados e o
atingimento das metas estabelecidas.
A redação do documento acima indica tratar-se
(A) do encaminhamento de uma ata.
(B) do início de um requerimento.
(C) de trecho do corpo de um ofício.
(D) da introdução de um relatório.
(E) do fecho de um memorando.
Respostas
01-C / 02-B
22
ESTATUTO DO SERVIDOR
Artigo 1º. Este Estatuto institui o Regime Jurídico dos TÍTULO II.
servidores Docentes, Técnicos e Adminsitrativos da UNI- DISPOSIÇÕES COMUNS AOS SERVIDORES DOCEN-
VERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (ESUNICAMP). TES E TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS
Artigo 2º. Os Servidores da Universidade que forem SUBTÍTULO I
nomeados ou admitidos na forma prevista neste Estatuto DAS FORMAS DE PROVIMENTO DO EXERCÍCIO E
serão considerados Servidores Autárquicos Estatutários e DA VACÂNCIA
pertencem ao quadro de pessoal da UNICAMP - QCFA. CAPÍTULO I.
Artigo 3º. Para efeito do conjunto de normas regula- DAS FORMAS DE PROVIMENTO
doras da relação funcional entre o Servidor e a UNICAMP,
consideram-se: Artigo 8º São formas de provimento dos cargos e
I. Servidor Autárquico: pessoa nomeada ou admitida preenchimento das funções no QCFA:
para exercer cargo ou função autárquica docente, técnica I. Nomeação;
ou administrativa, doravante tratado apenas como servi- II. Admissão;
dor; III. Transferência;
II. Função Autárquica: conjunto de atribuições e res- IV. Reintegração;
ponsabilidades cometidas a um servidor autárquico; V. Reversão;
III. Cargo Público: conjunto de atribuições e responsa- VI. Aproveitamento;
bilidades cometidas a um funcionário; VII.Readmissão.
IV. Referência Numérica: Símbolo indicativo do nível do
salário e da função autárquica; SEÇÃO I
V. Grau: Valores fixados para sua referência numérica; DA NOMEAÇÃO
VI. Padrão: Conjunto de referência numérica e grau;
VII. Classe: Conjunto de cargos e funções autárquicas Artigo 9º As nomeações serão feitas em comissão
da mesma natureza; quando se tratar de cargo que em virtude de lei assim deva
VIII. Séries de Classes: Conjunto de classes da mesma ser provido e, em caráter efetivo, quando se tratar de cargo
natureza de trabalho, hierarquicamente escalonadas, de de provimento desta natureza, que se darão por concurso
acordo com o grau de complexidade das atribuições e o público de provas ou de provas e títulos.
nível de responsabilidade;
IX. Quadro: é o conjunto de carreiras, de cargos ou de SEÇÃO II
funções autárquicas na Universidade, que poderá desdo- DA ADMISSÃO
brar-se em partes, subquadros e tabelas.
Artigo 10. As Admissões serão feitas através do pro-
Artigo 4º Os cargos e funções autárquicas docentes cesso seletivo e as nomeações por concurso, e dar-se-ão na
constituem o Quadro de Docentes (QD-UNICAMP), e os referência inicial da carreira correspondente.
cargos e funções técnico e administrativas constituem o Artigo 11. Em caso de necessidade de serviço, e não
Quadro Técnico-Administrativo (QTA-UNICAMP). havendo candidato habilitado em concurso ou seleção, ou
Parágrafo Único - O desdobramento dos Quadros em condições para realização dos mesmos, as funções pode-
Partes, Subquadros e Tabelas será feito por ato do Reitor, rão ser providas, mediante admissão em caráter temporá-
incorporável ao texto deste Estatuto. No tocante ao Qua- rio, pelo prazo máximo de 2 (dois) anos.
dro do Pessoal Docente, este será constituído de três Par- § 1º. Por proposta da Congregação da Unidade, poderá
tes: Parte Permanente, Parte Suplementar em Extinção e haver admissão de pessoal pelo prazo máximo de 2 (dois)
Parte Especial. anos, nas categorias docentes previstas no artigo 217.
Artigo 5º A partir da data de vigência deste Estatuto, § 2º. O prazo a que se refere este artigo somente po-
não serão criados, no âmbito da UNICAMP, cargos técnico- derá ser renovado uma vez, mediante prévia autorização
-administrativos, devendo os atualmente existentes serem do Conselho Universitário, por proposta da Congregação
extintos na vacância. da Unidade.
Parágrafo Único - Excetuam-se da norma prevista no Artigo 12. O prazo máximo de validade dos concursos
“caput” deste artigo as criações de cargos decorrentes de ou processos seletivos poderá ser de até 2 (dois) anos e
decisões judiciais transitadas em julgado, e as referenttes a deverá ser expresso no Edital respectivo.
cargo em comissão.
1
ESTATUTO DO SERVIDOR
Artigo 13. As Admissões obedecerão rigorosamente à § 6º. A reversão dar-se-á em função de idêntica deno-
ordem de classificação do concurso ou seleção. minação àquela ocupada pelo inativo por ocasião de apo-
Artigo 14. Poderão se inscrever em concurso público sentadoria.
ou prova de seleção candidatos que com provem idade su- § 7º. Em casos especiais, a juízo da Universidade, po-
perior a 18 (dezoito) anos. derá o aposentado reverter à outra função de igual padrão,
Parágrafo Único - Nas admissões efetuadas nos termos respeitados os requisitos para preenchimento da mesma.
do artigo 11 deste Estatuto será observado o limite de ida-
de previsto no artigo anterior. SEÇÃO V
Artigo 15. As funções autárquicas são acessíveis aos DO APROVEITAMENTO
estrangeiros com situação regular no país.
Artigo 20. Aproveitamento é o reingresso na Universi-
SEÇÃO III dade do servidor em disponibilidade.
DA REINTEGRAÇÃO Artigo 21. O servidor em disponibilidade será obriga-
toriamente aproveitado no preenchimento de vaga existen-
Artigo 16. Reintegração é o reingresso do servidor na te ou que venha a ocorrer no subquadro da Universidade.
Universidade, em virtude de decisão judicial transitada em § 1º. O aproveitamento dar-se-á em função equivalen-
julgado, com ressarcimento de prejuízo resultante de sua te, por sua natureza e salário, àquela que o servidor ocu-
dispensa. pava quando posto em disponibilidade, não podendo ser
Artigo 17. A reintegração será feita em função idên- feito em função de padrão superior.
tica à anteriormente ocupada ou, se a mesma houver sido § 2º. Se o aproveitamento se der em função de padrão
transformada, na função resultante. inferior, o servidor terá direito à diferença de salários.
§ 1º. O servidor reintegrado ficará em disponibilidade, § 3º. Em nenhum caso, poderá efetuar-se o aprovei-
se não houver vaga na mesma função ou função equivalen- tamento sem que, mediante inspeção médica, através do
te àquela anteriormente por ele exercida. Orgão Oficial competente, fique certificada a capacidade
§ 2º. A disponibilidade, nos termos do parágrafo ante- para o exercício da função.
rior, obriga o servidor a aceitar o reaproveitamento, respei- § 4º. Se o Laudo Médico não for favorável, caberá nova
tadas as disposições anteriores, assim que houver vaga em inspeção médica, se for o caso, decorridos no mínimo 90
função equivalente no subquadro da Universidade. (noventa) dias.
§ 3º. Se o cargo ou função anteriormente ocupado esti- § 5º. Será tornado sem efeito o aproveitamento e ces-
ver provido, o seu ocupante será exonerado ou dispensado, sada a disponibilidade do servidor que, aproveitado, não
ou se ocupava outro cargo ou função, a este reconduzido entrar em exercício dentro do prazo de 30 (trinta) dias.
sem direito a indenização. § 6º. Se o aproveitamento se der em função de pro-
Artigo 18. Transitada em julgado a sentença que de- vimento em comissão, nela será assegurada ao servidor a
terminar a reintegração, deverá o respectivo ato ser expe- condição de efetividade que possuía na função anterior-
dido no prazo máximo de 30 (trinta) dias. mente ocupada.
SEÇÃO IV SEÇÃO VI
DA REVERSÃO DA READMISSÃO
Artigo 19. Reversão é o ato pelo qual o aposentado Artigo 22. Readmissão é o ato pelo qual o servidor
reingressa no serviço, a pedido ou “ex-officio”. reingressa no serviço autárquico, a critério da Universidade,
§ 1º. Não poderá reverter à atividade o aposentado sem direito a ressarcimento de prezuízos, assegurada ape-
que tiver mais de 60 (sessenta) anos de idade, exceção feita nas a contagem de tempo de serviço em cargos ou funções
aos casos de reversão «ex-officio”, a qual, por revestir-se de anteriores.
obrigatoriedade, terá lugar quando se tornarem insubsis- § 1º. A readmissão do ex-servidor será obrigatoriamen-
tentes as razões que determinaram a aposentadoria. te precedida de reexame do respectivo processo disciplinar,
§ 2º. A reversão «ex-officio” será tornada sem efeito e se for o caso, em que fique demonstrado não haver incon-
cassada a aposentadoria do servidor ou funcionário que veniência para o serviço público na decretação da medida.
não entrar em exercício no prazo legal. § 2º. Observado o disposto no parágrafo anterior, se a
§ 3º. A reversão somente poderá efetivar-se quando demissão tiver sido a bem do serviço público, a readmis-
através de inspeção médica oficial ficar comprovada a ca- são não poderá ser efetuada antes de decorridos 05 (cinco)
pacidade para o exercício da função. anos do ato de demissão.
§ 4º. Se o Laudo Médico não for favorável, caberá nova Artigo 23. A readmissão será feita na função anterior-
inspeção de saúde, se for o caso, após o decurso mínimo mente exercida pelo ex-servidor ou, se a mesma houver
de 90 (noventa) dias daquele laudo. sido transformada, na função resultante da transformação.
§ 5º. A reversão será tornada sem efeito quando o inte-
ressado não entrar no exercício de suas funções dentro do
prazo de 30 (trinta) dias.
2
ESTATUTO DO SERVIDOR
3
ESTATUTO DO SERVIDOR
4
ESTATUTO DO SERVIDOR
5
ESTATUTO DO SERVIDOR
Parágrafo único - Para a concessão de que trata este Artigo 76. No caso de alteração do regime de trabalho
artigo, desde que vivam total ou parcialmente às expensas que implique na alteração de remuneração, a Gratificação
do servidor, serão considerados os filhos de qualquer con- de Natal será calculada na base de 1/12 (um doze avos) da
dição, os enteados e os adotivos, equiparando-se a estes remuneração global recebida durante o ano.
os tutelados sem meios próprios de subsisstência, e a (o) Artigo 77. No caso de afastamento nos termos do ar-
companheira (o). tigo 88 ou licença com base no artigo 99, a Gratificação de
Artigo 69. Ao cônjuge supérstite ou responsável legal Natal corresponderá a 1/12 (um doze avos) das quantias
pelos filhos do casal fica assegurada na forma da lei, nas percebidas mensalmente pelos servidores que se encon-
mesmas bases e condições, a percepção do salário-família trarem em tal situação.
a que que tinha direito o servidor ou inativo falecido. Artigo 78. A Gratificação de Natal é extensiva aos ina-
Artigo 70. O salário-esposa será concedido ao servi- tivos, nas mesmas bases e condições.
dor ou inativo, que não perceba salário ou proventos de Artigo 79. Em lugar de Gratificação de Natal, o servi-
importância superior a 02 (duas) vezes o valor do menor dor poderá optar a qualquer tempo pela licença-prêmio
salário pago pela Universidade, desde que a mulher não prevista neste Estatuto.
exerça atividade remunerada. Parágrafo único - Em tais casos, a opção deverá ser fei-
Artigo 71. A concessão do benefício a que se refere o ta através de manisfetação escrita, devidamente protocola-
artigo anterior dar-se-á de conformidade com as normas da, ficando prejudicada a Gratificação de Natal, enquanto
legais pertinentes. prevalecer a opção.
Artigo 72. O servidor fará jus à Gratificação de Natal, Artigo 80. Ao cônjuge ou na falta deste à pessoa que
que será paga no mês de dezembro. provar ter feito despesas em virtude do falecimento do ser-
Parágrafo único - O pagamento de que trata este arti- vidor ou inativo será concedida, a título de Auxílio Funeral,
go poderá ser efetuado em duas parcelas, sendo a primeira a importância correspondente a um mês do respectivo sa-
no mês de julho e a outra no mês de dezembro, atendendo lário ou provento.
à conviniência administrativa e havendo possibilidade or- Parágrafo único - O pagamento será efetuado pela
çamentária. Unidade pagadora própria, mediante apresentação do
Artigo 73. A Gratificação de Natal corresponderá à Atestado de Óbito pelo cônjuge ou pessoa a cujas expen-
soma, quando for o caso, das seguintes parcelas percebi- sas houver sido realizado o funeral.
das pelo servidor, com base no mês de novembro: Artigo 81. A Universidade assegurará ao servidor o di-
I. valor do salário padrão da função do servidor; reito de pleno ressarcimento de danos ou prejuízos decor-
II. vantagens pecuniárias correspondentes à sexta-par- rentes de acidentes de trabalho, do exercício em determi-
te; nadas zonas ou locais, e da execução de trabalho especial,
III. quinquênios. com risco de vida ou saúde.
Parágrafo único - Ao valor obtido na conformidade Artigo 82. Fica assegurado ao servidor o pagamento
deste artigo será adicionado, quando for o caso, o valor do Auxílio Natalidade em caso de nascimento de filho, no
correspondente a 1/12 (um doze avos) das quantidades valor correspondente à menor referência de salário da es-
mensalmente percebidas pelo servidor nos 12 (doze) me- cala de vencimento do Estado.
ses anteriores a dezembro do ano respectivo a título de:
1. Gratificação de Representação SUBTÍTULO V
2. Substituição, nos termos da legislação vigente DOS DIREITOS E VANTAGENS EM GERAL
3. Gratificação “Pró-Labore” pelo exercício de funções CAPÍTULO I
de “Caixa” DAS FÉRIAS
4. Regime Especial de Trabalho
Artigo 74. Para servidores admitidos ou dispensados Artigo 83. O servidor terá direito a 30 (trinta) dias de
no correr do ano, a Gratificação de Natal será devida na férias anuais, observada a escala que for aprovada.
base de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço prestado § 1º. O período de férias do pessoal docente coincidirá
no período correspondente, calculada conforme o disposto com o das férias escolares.
no artigo anterior. § 2º. É proibido levar à conta de férias qualquer falta
Parágrafo único - Para os fins previstos neste artigo, a ao trabalho.
fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de serviço será § 3º. É proibida a acumulação de férias, salvo por abso-
considerada como mês integral. luta necessidade de serviço.
Artigo 75. Os servidores que durante o ano tenham § 4º. O direito a férias indeferidas oportuna e regular-
sido afastados ou licenciados com prejuízo do salário, não mente por necessidade de serviço é imprescritível.
terão computado o período do afastamento ou licença re- § 5º. O direito a férias não requeridas oportunamente
feridos para efeito de Gratificação de Natal. por motivos vários sujeita-se à prescrição qüinquenal.
6
ESTATUTO DO SERVIDOR
§ 6º. O período de férias será reduzido para 20 (vinte) § 1º. Durante o afastamento previsto no «caput» deste
dias, se no exercício anterior o servidor tiver, considerados artigo, o servidor perceberá apenas 2/3 (dois terços) do sa-
em conjunto, mais de 10 (dez) não comparecimentos cor- lário tendo direito à diferença, se for absolvido.
respondentes a faltas justificadas ou licenças previstas nos § 2º. No caso de condenação, se esta não for de natu-
incisos IV, VI e VII do artigo 91. reza que determine a dispensa do servidor, continuará ele
§ 7º. Durante as férias o servidor terá direito a todas afastado até o cumprimento total da pena, com direito a
as vantagens compatíveis, como se estivesse no exercício. 2/3 (dois terços) do salário.
Artigo 84. Atendido o interesse do serviço, o funcio- Artigo 90. As autoridades competentes determinarão
nário poderá usufruir férias de uma só vez ou em dois pe- o afastamento imediato do servidor queapresente indícios
ríodos iguais. de lesões orgânicas ou funcionais, causados por “raios-X”,
Artigo 85. Somente depois do primeiro ano de exercí- substâncias radioativas ou químicas, podendo atribuir-lhe,
cio o servidor terá direito a férias. conforme o caso, tarefas sem risco de radiação ou conce-
§ 1º. Para efeito deste artigo será contado o tempo de der-lhe licença “ex-officio” na forma dos artigos 117 e 118.
serviço prestado em outra função ou cargo público, des-
de que entre a cessação do anterior e o início de exercício SEÇÃO II
subsequente não haja interrupção superior a 10 (dez) dias. DAS LICENÇAS
§ 2º. O servidor que completar o primeiro ano de exer- SUBSEÇÃO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
cício durante o mês de dezembro poderá usufruir as férias
a que tem direito, ininterruptamente, a partir desta opor-
Artigo 91. O servidor poderá ser licenciado:
tunidade.
I. para tratamento de saúde;
§ 3º. O servidor que se encontrar na situação previs-
II. quando acidentado no exercício de suas atribuições
ta no parágrafo anterior poderá ter suas férias indeferidas, ou acometido de doença profissional;
por absoluta necessidade de serviço, ficando com direito a III. por motivo de gestação;
usufruí-las em exercício posterior. IV. por motivo de doença em pessoa de sua família;
Artigo 86. As escalas de férias serão organizadas no V. para cumprimento de obrigações concernentes ao
mês de outubro e poderão ser alteradas de acordo com a serviço militar ou da segurança nacional;
necessidade do serviço, a critério superior. VI. para tratar de assuntos particulares;
VII.quando o cônjuge, funcionário estadual ou militar,
CAPÍTULO II for mandado exercer suas funções, independentemente
DOS AFASTAMENTOS de solicitação, em outro ponto do Estado onde não existe
Unidade da Universidade, ou no território nacional ou es-
Artigo 87. O servidor poderá ser afastado: trangeiro;
I. por interesse da Administração; VIII.compulsoriamente, como medida profilática;
II. mediante concessão de licença, nos casos previstos IX. por prêmio de assiduidade;
neste Estatuto. X. para exercer mandato de dirigente em associação de
servidores técnico-administrativos e de docentes;
SEÇÃO I XI. licença paternidade.
DOS AFASTAMENTOS POR INTERESSE DA ADMI- Parágrafo único - Aos servidores admitidos em caráter
NISTRAÇÃO temporário não serão concedidas as licenças previstas nos
incisos VI e VII deste artigo.
Artigo 88. Poderá ser concedido afastamento ao servi- Artigo 92. A licença que dependa de inspeção médica
dor, mediante autorização expressa do Reitor, por interesse será concedida pelo prazo indicado no respectivo laudo.
da Administração, nos casos a seguir: Artigo 93. Finda a licença, o servidor deverá reassumir
I. para exercício em entidades com as quais a Universi- imediatamente o exercício de sua função, salvo prorroga-
dade mantenha convênios; ção.
Parágrafo único - A infração deste artigo importará na
II. para missão ou estudo de interesse da Universidade;
perda total do salário correspondente ao período de au-
III. para participação em eventos culturais, técnicos ou
sência e, se esta exceder a 30 (trinta) dias, ficará o servidor
científicos;
sujeito à pena de demissão por abandono de função.
IV. para participar de certames desportivos oficiais, Artigo 94. O servidor licenciado para tratamento de
dentro ou fora do Estado ou do País; saúde por motivo de acidente em serviço, por acometi-
V. para o exercício em órgãos públicos federais, es- mento de doença profissional ou por motivo de doença em
taduais ou municipais, suas respectivas autarquias, bem pessoa de sua família, é obrigatório a reassumir o exercício,
como empresas públicas em que for majoritário o capital se for considerado apto em inspeção médica realizada em
estatal, com ou sem prejuízo de vencimentos. “ex-officio” ou se não subsistir a doença na pessoa de sua
Artigo 89. O servidor preso em flagrante ou preventi- família.
vamente, pronunciado ou condenado por crime inafiançá- Parágrafo único - O servidor poderá desistir da licença,
vel, será considerado afastado da função até a condenação desde que, através de inspeção médica, fique comprovada
ou absolvição transitada em julgado. a cessação dos motivos determinantes da licença.
7
ESTATUTO DO SERVIDOR
8
ESTATUTO DO SERVIDOR
Artigo 110. O servidor poderá licenciar-se para acom- § 1º. O disposto no «caput» deste artigo aplica-se ao
panhar filho que tenha doença psíquica ou seja deficiente, marido ou companheiro da servidora estadual.
até o máximo de 06 (seis) horas semanais, desde que com- § 2º. A licença será concedida mediante pedido devida-
provado que o acompanhamento pelos pais é imprescin- mente instruído e vigorará pelo tempo que durar a comis-
dível para a recuperação ou tratamento adequado do filho. são ou a nova função do cônjuge.
§ 3º. A licença não será concedida se houver Unidade da
SUBSEÇÃO VII Universidade no local para onde o cônjuge for transferido.
DA LICENÇA PARA ATENDER OBRIGAÇÕES CON- § 4º. Aplica-se o disposto neste artigo à companheira
CERNENTES O SERVIÇO MILITAR que viva com servidor por período superior a cinco (5) anos.
9
ESTATUTO DO SERVIDOR
Artigo 126. O servidor que conte com pelo menos 15 § 1º. A aposentadoria prevista no inciso I somente será
(quinze) anos de serviço poderá, em sua opção pela licen- concedida após a comprovação da invalidez mediante ins-
ça-prêmio, requerer concessão da metade do período, ou peção de saúde realizada em orgão médico oficial.
seja, 45 (quarenta e cinco) dias em pecúnia. § 2º. A aposentadoria prevista no inciso I I é automática
§ 1º. Somente após feita a conversão em pecúnia, o e o servidor deixará o exercício ao atingir a idade-limite,
servidor poderá gozar o período restante de 45 (quarenta devendo o ato retroagir a essa data.
e cinco) dias por inteiro, ou ainda, em duas parcelas de 30 § 3º. No caso do inciso I I I, em se tratando do pessoal
(trinta) e de 15 (quinze) dias, ou vice-versa, ficando a critério docente, o prazo fica reduzido a 30 (trinta) anos para ho-
da Universidade o momento oportuno para gozo. mem e 25 (vinte e cinco) anos para as mulheres, na forma
§ 2º. O servidor que optar pelo recebimento em pecúnia da legislação própria.
de metade da licença-prêmio a que tenha direito não pode- Artigo 132. A aposentadoria voluntária produzirá
rá retratar-se dessa opção. efeito a partir da publicação do ato no órgão de imprensa
§ 3º. Quando não houver requerido a conversão da li- oficial.
cença em pecúnia, esta deverá ser concedida nos termos do Artigo 133. Os proventos de aposentadoria serão:
artigo 120. I. integrais, quando o servidor:
Artigo 127. O pagamento referente à licença-prêmio a) contar 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se for do
em pecúnia será efetuado com base no salário do servidor à
sexo masculino, ou 30 (trinta), se for do sexo feminino,
época da efetivação do referido pagamento, ressalvado ain-
ficando este período reduzido para 30 (trinta) e 25 (vinte
da o direito a salário que tenha efeito retroativo a tal época.
e cinco) anos respectivamente para o sexo masculino e
feminino em se tratando de pessoal docente;
CAPÍTULO III
DA ESTABILIDADE b) invalidar-se por acidente em serviço, por moléstia
profissional ou doença grave, contagiosa, ou incurável,
Artigo 128. Adquire estabilidade após 02 (dois) anos de especificada em lei;
exercício ininterrupto o servidor nomeado ou admitido na II. proporcionais ao tempo de serviço, nos demais ca-
Universidade através de concurso ou seleção. sos.
§ 1º. A estabilidade diz respeito à Universidade e não à Artigo 134. Os proventos referidos no artigo anterior
função, podendo o servidor ser aproveitado em outra função serão correspondentes à função que o servidor estiver
autárquica, de igual padrão, de acordo com suas aptidões. exercendo na época da aposentadoria.
§ 2º. Para fins de estabilidade será computado o tempo Artigo 135. As disposições contidas nos incisos I e II
de serviço público anteriormente prestado ao Estado e suas do artigo 131 aplicam-se ao servidor ocupante de função
autarquias. provida em comissão, desde que conte com mais de 15
Artigo 129. O servidor estável na Universidade só po- (quinze) anos de exercício ininterruptos nessa função, seja
derá ser demitido em virtude de sentença judicial transitada ou não o mesmo ocupante de provimento efetivo.
em julgado ou mediante processo administrativo disciplinar, § 1º. O servidor ocupante de função em comissão,
em que lhe seja assegurada ampla defesa. com direito à aposentadoria prevista no inciso I I I do ar-
tigo 131, que contar mais de 10 (dez) anos ininterruptos
CAPÍTULO IV ou 15 (quinze) intercalados de exercício em função de
DA DISPONIBILIDADE provimento dessa natureza, poderá ser aposentado com
proventos correspondentes ao salário da função em co-
Artigo 130. O servidor poderá ser posto em disponi- missão que estiver exercendo, ainda que esteja designado
bilidade remunerada, quando o cargo ou a função por ele ou substituindo, desde que se encontre em efetivo exercí-
ocupados for extinto. cio a mais de 01 (um) ano nessa função.
§ 1º. O provento do servidor disponível será proporcio- § 2º. Para efeito do parágrafo anterior, será contado
nal ao tempo de serviço. o tempo de serviço público estadual anterior à vigência
§ 2º. O provento da disponibilidade será revisto sempre
deste Estatuto, em que o servidor tenha exercido cargo ou
que se modificarem os salários dos servidores em atividade.
função em comissão.
§ 3º. O servidor ficará em disponibilidade até o seu
Artigo 136. O servidor optante pelo regime estatu-
aproveitamento em função equivalente.
tário, e que seja detentor de cargo ou função-atividade e
CAPÍTULO V que venha a ser designado para exercer cargo em comis-
DA APOSENTADORIA são, por um período de 02 (dois) anos consecutivos ou
intercalados, fará jus à diferença salarial correspondente
Artigo 131. O servidor será aposentado: do cargo ou função de natureza permanente para o cargo
I. por invalidez; em comissão de que foi dispensado, na proporção de 01
II. compulsoriamente, ao 70 (setenta) anos de idade; (um) mês para cada ano de exercício naquele cargo, até o
III. voluntariamente, após 35 (trinta e cinco) anos de limite de 06 (seis) meses.
serviço para os servidores de sexo masculino, e 30 (trinta)
anos para os do sexo feminino.
10
ESTATUTO DO SERVIDOR
11
ESTATUTO DO SERVIDOR
12
ESTATUTO DO SERVIDOR
13
ESTATUTO DO SERVIDOR
Parágrafo único - As penalidades previstas nos incisos Artigo 178. Os meios sumários (“sindicância adminis-
I e II do mesmo artigo deverão constar somente do assen- trativa”, “verdade sabida” e “termo de declaração”) serão
tamento individual do servidor. realizados por determinação do Diretor da Unidade ou pela
Artigo 172. As penalidade poderão ser abrandadas Chefia competente.
pela autoridade que as tiver de aplicar, levadas em conta Artigo 179. Ficam instituídas 02 (duas) Comissões Pro-
as circunstâncias da falta disciplinar e o comportamento cessantes Permanentes, destinadas a realizar os processos
anterior do servidor ou inativo. administrativos neste Estatuto e na legislação estadual per-
Artigo 173. Para aplicações das penalidades previstas tinente:
no artigo 167 são competentes: I. a Comissão Processante Permanente I, incumbida dos
I. o Reitor em qualquer dos casos previstos; processos administrativos do pessoal docente; e
II. os dirigentes de órgãos administrativos e Diretores II. a Comissão Processante Permanente I I, incumbida
de Unidades no caso das penalidades previstas nos incisos dos processos administrativos do pessoal técnico e admi-
I e II do artigo 167; nistrativo.
III. os Chefes de Departamento das Unidades Acadêmi- Artigo 180. As Comissões serão constituídas por servi-
cas, os Diretores de Departamento e Divisão Administrativa dores designados pelo Reitor pelo prazo de 02 (dois) anos.
no caso da penalidade prevista no inciso I do artigo 167. Parágrafo único - O disposto neste artigo não impede
a designação de Comissões Especiais pelo Reitor.
CAPÍTULO VIII Artigo 181. Os membros da Comissão enquanto es-
DA SINDICÂNCIA ADMINISTRATIVA E DO PROCES- tiverem no desempenho de atividades pertinentes a pro-
SO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR cessos administrativos poderão ser dispensados do serviço
em suas respectivas Unidades ou Órgãos.
Artigo 174. A autoridade que tiver ciência ou notícia Artigo 182. Cada uma das Comissões terá um Secre-
da ocorrência de irregularidade no serviço é obrigada a to- tário e poderá ter um Assistente Técnico, designado pelo
mar providências, objetivando a apuração dos fatos e res- Reitor, por proposta do respectivo Presidente.
ponsabilidades. Artigo 183. O Processo Administrativo será instaurado
§ 1º. As providências de apuração terão início logo em mediante requerimento da Direção da Unidade ou Órgão
interessado que remeterá à Comissão o dossiê sobre o ob-
seguida ao conhecimento da irregularidade e serão toma-
jeto do processo ou o resultado de sindicância administra-
das na Unidade onde esta ocorreu, devendo consistir, no
tiva realizada.
mínimo, de relatório circunstanciado sobre o que se veri-
Artigo 184. O processo Administrativo é requisito in-
ficou.
dispensável para demissão do servidor regido pelo Esuni-
§ 2º. Quando a infração não estiver bem definida, mes-
camp.
mo justificadamente presumida sua existência, ou quando,
Parágrafo único - A Comissão pode solicitar à Unidade
mesmo definida a ocorrência, for desconhecida a sua auto-
ou Órgão que requereu a instauração do processo admi-
ria, será promovida sindicância administrativa.
nistrativo a indicação de servidor docente ou técnico para
§ 3º. Indiciado em sindicância ou processo administrati- colaborar na análise do mérito da questão em julgamento,
vo disciplinar, o servidor só poderá ser dispensado, a pedi- bem como pode solicitar pareceres ou opiniões especiali-
do, depois de ocorrida absolvição ou após o cumprimento zadas a setores da Universidade.
de outra penalidade que não a de demissão, que por ven- Artigo 185. As Comissões I e II elaborarão roteiro dos
tura lhe haja sido imposta como resultante das conclusões procedimentos e expedientes relativos à apuração, respon-
da sindicância ou do processo disciplinar mencionados. sabilização e punição de faltas, destinado a orientar a Dire-
Artigo 175. São competentes para determinar a ins- ção de Unidades e Chefias de Órgãos e Serviços.
tauração de sindicância ou processo administrativo disci-
plinar: SEÇÃO I
I. o Reitor; DA SINDICÂNCIA ADMINISTRATIVA
II. os Diretores das Unidades Universitárias;
III. os Dirigentes dos órgãos administrativos da Univer- Artigo 186. A sindicância administrativa será realizada
sidade; por servidor ou por comissão de servidores, de condição
Artigo 176. A apuração das faltas, responsabilização hierárquica nunca inferior à do sindicado, designada atra-
e punição de servidores docentes, técnico e administrati- ves de ato competente, pela autoridade que determinou
vos da Universidade Estadual de Campinas será realizado sua instauração.
mediante: Parágrafo único - Não poderão integrar a Comissão
I. Processo administrativo disciplinar; e Sindicante parentes até segundo grau ou cônjuge do in-
II. Meios sumários. diciado.
Artigo 177. O processo administrativo disciplinar se Artigo 187. A sindicância administrativa não comporta
destina à apuração e punição de faltas graves, e os meios o contraditório e tem caráter sigiloso, devendo ser ouvidos,
sumários servem ao esclarecimento preliminar de deter- no entanto, os envolvidos nos fatos.
minados fatos ou à aplicação de penalidades menores ou Parágrafo único - Durante a sindicância será permitida
comprovadas na sua flagrância. juntada de documentos indicativos e provas.
14
ESTATUTO DO SERVIDOR
Artigo 188. O relatório final da Comissão Sindicante Artigo 196. Na data de instalação dos trabalhos, a Co-
deverá conter a descrição clara, sequente e concisa dos fa- missão Processante providenciará de imediato:
tos, assim como a conclusão por arquivamento dos autos, I. citação inicial do servidor, para depoimento;
abertura de processo administrativo disciplinar ou aplicação II. notificação ao denunciante, se for o caso, para de-
da penalidade cabível à situação. claração;
Parágrafo único - Em caso de ser proposta a abertura III. comunicação ao órgão de pessoal respectivo de que
de processo disciplinar ou aplicação de penalidade, deverão o servidor está respondendo a processo administrativo dis-
ser apontados os dispositivos legais infringidos e a autoria ciplinar, a fim de que não lhe seja concedida dispensa a
apurada. pedido;
Artigo 189. A sindicância administrativa deverá ser ulti- IV. solicitação de declaração a ser fornecida pelo órgão
mada dentro de 30 (trinta) dias contados a partir da ciência de pessoal, onde constem todas as penalidades registradas
da Comissão Sindicante, prorrogáveis por igual prazo so- no prontuário do indiciado.
mente pela autoridade instauradora, mediante justificativa Artigo 197. A citação inicial será feita pessoalmente,
fundamentada. com pelo menos 48 (quarenta e oito) horas de antecedên-
Artigo 190. A decisão quanto às medidas cabíveis à Sin- cia à audiência marcada, devendo conter referência aos
dicância efetuada caberá à autoridade instauradora que pro- dispositivos legais infringidos, os quais serão descritos cla-
ferirá o julgamento dentro de 05 (cinco) dias. ra e sucintamente.
Artigo 191. No caso de ser decida a abertura de proces- § 1º. Da cópia da citação deverá constar assinatura do
so administrativo disciplinar, todos os elementos referentes à próprio citado, data, hora e local do recebimento.
sindicância administrativa serão apensados aos futuros au- § 2º. Não sendo encontrado o indiciado, por achar-se
tos, como peça informativa. em lugar incerto e não sabido, a citação será feita por edital
publicado no órgão de imprensa oficial durante 03 (três)
SEÇÃO II dias consecutivos, com prazo de 15 (quinze) dias, contados
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR a partir da última publicação.
§ 3º. Se o indiciado não comparecer na data aprazada,
será decretada a sua revelia, através do mesmo despacho,
Artigo 192. O processo administrativo disciplinar será
designado um defensor.
realizado por uma Comissão Processante Permanente, com-
Artigo 198. Ao servidor indiciado é assegurado o di-
posta de 03 (três) servidores de padrão nunca inferior ao do
reito de acompanhar e intervir, pessoalmente ou através de
indiciado e será designada, através de Portaria, pelas mes-
seu advogado legalmente constituído, em todas as provas
mas autoridades competentes para os casos de instauração
e diligências determinadas pela Comissão Processante.
de sindicância administrativa, cabendo sempre a Presidência
Artigo 199. De todas as provas e diligências será inti-
a um Membro integrante da Procuradoria Geral da Univer-
mada a defesa, com antecedência mínima de 48 (quarenta
sidade.
e oito) horas.
Parágrafo único - Não poderão fazer parte da Comissão Artigo 200. A Comissão procederá a todas as diligên-
nem mesmo secretariá-la o cônjuge e os parentes até terceiro cias que julgar convenientes, ouvindo, quando necessário,
grau do servidor indiciado ou, se for o caso, do denunciante. a opinião de técnicos ou peritos.
Artigo 193. Os integrantes da Comissão cumprirão o Artigo 201. Concluída a fase instrutória, dentro de 48
encargo sem prejuízo do exercício de seus cargos ou funções. (quarenta e oito) horas dar-se-á a vista ao indiciado ou seu
Parágrafo único - Em casos excepcionais, tendo em vista defensor, intimando-o para apresentar defesa escrita den-
a natureza e o vulto dos fatos a serem apurados, poderá a tro do prazo de 20 (vinte) dias.
autoridade instauradora permitir, sempre a pedido motivado Artigo 202. No caso de o indiciado não apresentar sua
do Presidente da Comissão Processante, o afastamento de defesa no prazo determinado, será decretada a revelia e
algum ou de todos os membros da Comissão do exercício designado defensor para produzí-la, assinalando-lhe novo
de seus cargos ou funções, nos dias estritamente necessários. prazo.
Artigo 194. Os trabalhos da Comissão Processante se- Artigo 203. Apresentada a defesa, a Comissão enca-
rão instalados dentro do prazo improrrogável de 08 (oito) minhará o relatório dentro do prazo de 10 (dez) dias.
dias, contados da instauração do processo administrativo Artigo 204. No relatório da Comissão serão aprecia-
disciplinar. das, em relação ao indiciado ou, se for o caso, a cada indi-
Parágrafo único - O servidor indicado para secretariar ciado, as irregularidades imputadas, as provas colhidas e as
o trabalho da Comissão será designado pelo Presidente da razões da defesa, propondo, justificadamente, absolvição
mesma. ou punição, sugerindo, neste caso, a pena cabível e sua
Artigo 195. O processo administrativo disciplinar será fundamentação legal.
concluído no prazo de 60 (sessenta) dias, contados do início Parágrafo único - Poderá também a Comissão Proces-
dos trabalhos. sante, em seu relatório, sugerir quaisquer outras providên-
Parágrafo único - O prazo para conclusão poderá ser cias que lhe parecerem necessárias.
prorrogado em caráter excepcional até igual período, a juí- Artigo 205. Recebido o processo disciplinar com o re-
zo da autoridade que determinou sua instauração median- latório da Comissão, a autoridade instauradora proferirá o
te justificativa fundamentada. julgamento dentro do prazo de 20 (vinte) dias.
15
ESTATUTO DO SERVIDOR
§ 1º. Quando escaparem a sua alçada as penalidades e Artigo 213. O prazo para conclusão dos trabalhos da
providências que lhe parecerem cabíveis, serão estas pro- Comissão do processo revisional será 30 (trinta) dias.
postas encaminhadas, dentro do mesmo prazo, à autorida- § 1º. Decorrido o prazo supra, será o processo encami-
de competente. nhado, com relatório fundamentado da Comissão, à autori-
§ 2º. Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo para dade competente, para julgamento.
julgamento final também será de 20 (vinte) dias. § 2º. O prazo para julgamento será de 15 (quinze) dias,
Artigo 206. A autoridade julgadora determinará a ex- sem prejuízo das diligências que a autoridade entender ne-
pedição dos atos decorrentes do julgamento e as provi- cessárias para melhor esclarecimento do processo.
dências necessárias à sua execução. Artigo 214. Julgada procedente a revisão, a autoridade
Parágrafo único - As decisões serão sempre publica- competente determinará a redução, o cancelamento ou a
das nos órgãos de imprensa oficial, dentro do prazo de 08 anulação da pena.
(oito) dias. Parágrafo único - A revisão não autoriza agravação de
Artigo 207. Quando ao servidor se imputar crime pra- pena.
ticado na esfera administrativa, a autoridade que determi- Artigo 215. A decisão será sempre fundamentada e pu-
nou a instauração do processo disciplinar providenciará blicada no órgão de imprensa oficial.
para que se instaure, simultaneamente, o inquérito policial. Artigo 216. Existe decadência do direito para interpo-
Parágrafo único - No caso do presente artigo serão re- sição da revisão, quando este direito não haja sido exercido
metidas à autoridade competente cópias autenticadas das pelo prazo de 05 (cinco) anos, contados da publicação da
peças essenciais do processo. decisão punitiva no órgão oficial, ressalvando-se a hipótese
contida nos incisos II e III do artigo 208.
SEÇÃO III
DA REVISÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TÍTULO III
DISCIPLINAR DISPOSIÇÕES ESPECIAIS APLICÁVEIS AO SERVIDOR
DOCENTE
Artigo 208. Dar-se-á revisão do processo administrati- CAPÍTULO I
vo disciplinar mediante requerimento, quando: DA CARREIRA DOCENTE
I. a decisão for manifestamente contrária a dispositivo
legal ou à evidência dos autos; Artigo 217. A carreira e as categorias docentes e a for-
II. a decisão for fundada em depoimento, exames peri- ma de provimento de cargos e funções autárquicas serão
ciais, vistorias ou documentos comprovadamente falsos ou estabelecidas em ato do Reitor, incorporável neste Estatuto
eivados de erros; após deliberação do atual Conselho Universitário sobre o
III. surgirem, após a decisão, provas substanciais da assunto, nos termos do Parágrafo Único do Artigo 184 dos
inocência do punido; Estatutos da Universidade.
IV. ocorrer circunstância que autorize o abrandamento
da penalidade aplicada. CAPÍTULO II
Parágrafo único - Não constitui fundamento para revi- DO REGIME DE TRABALHO
são a simples alegação de injustiça da penalidade.
Artigo 209. Os pedidos que não se fundarem nos ca- Artigo 218. Os regimes de trabalho dos docentes da
sos enumerados no artigo anterior serão indeferidos pela Universidade são os seguintes:
autoridade a que forem dirigidos, por meio de despacho I. Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa;
fundamentado. II. Regime de Turno Completo;
Artigo 210. O pedido de revisão será formulado pelo III. Regime de Turno Parcial.
próprio punido, por seu procurador legalmente habilitado, § 1º. No Regime de Dedicação Integral à Docência e à
ou, no caso de falecimento do punido, pelo cônjuge ou Pesquisa, o docente deve cumprir dois turnos completos de
parentes até segundo grau, sempre representados por ad- trabalho, com mínimo de 40 (quarenta) horas semanais e
vogado legalmente constituído. ocupar-se exclusivamente com trabalhos de ensino, pesqui-
Parágrafo único - O pedido será sempre dirigido à au- sa e prestação de serviços à comunidade, vedado o exercício
toridade que aplicou a pena ou que a tiver confirmado em de outro cargo, função, ou atividade remunerada ou não,
grau de recurso. em entidades públicas ou privadas, salvo as exceções legais.
Artigo 211. A revisão será processada através de co- § 2º. No Regime de Turno Completo, o Docente deve
missão designada, composta por 03 (três) membros, nos cumprir 24 (vinte e quatro) horas semanais de trabalho efe-
mesmos moldes previstos para o processo administrativo tivo em ensino, pesquisa e prestação de serviços à comuni-
disciplinar. dade.
Parágrafo único - Será impedido de funcionar no pro- § 3º. No Regime de Turno Parcial, o Docente deve cum-
cesso revisional qualquer funcionário ou servidor que haja prir 12 (doze) horas semanais de trabalho efetivo.
participado da Comissão que cuidou do processo discipli- § 4º. Nas hipóteses a que se referem os Parágrafos 2º
nar primitivo. (segundo) e 3º (terceiro) deste artigo, o Docente poderá
Artigo 212. A revisão será procedida em autos aparta- exercer, respeitadas normas legais sobre acumulação, ou-
dos, tendo como principais aqueles que a motivaram. tros cargos ou funções de caráter público ou privado.
16
ESTATUTO DO SERVIDOR
Artigo 219. A aplicação dos Regimes de Trabalho pre- Parágrafo único - Na hipótese prevista neste artigo,
vistos no artigo 218 será objeto de regulamentação, apro- não se aplica o disposto nos artigos 228 e 229, ficando o
vado pelo Conselho Universitário. servidor sujeito à prova de habilitação que for julgada ne-
Artigo 220. Para ingresso no Regime de Dedicação In- cessária.
tegral á Docência e à Pesquisa, o Docente ficará sujeito à
manifestação favorável da Comissão Permanente de Dedi- CAPÍTULO II
cação Integral (CPDI), conforme regulamentação própria e DO ACESSO
legislação aplicável. Artigo 228. Acesso é o instituto pelo qual o servidor,
Parágrafo único - Poderá o Reitor, ouvido o Conselho mediante processo seletivo especial, passa a integrar a
Universitário, criar Comissão referente ao Regime de Turno classe imediatamente superior àquela em que se encontra,
Completo. dentro da respectiva série de classes.
Artigo 229. As exigências, requisitos, interstícios e de-
TÍTULO IV
mais procedimentos aplicáveis ao acesso, referente à cada
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS APLICÁVEIS AO SERVIDOR
TÉCNICO E ADMINISTRATIVO série de classes, constarão de regulamento próprio.
SUBTÍTULO I
DAS FORMAS DE PROVIMENTO SUBTÍTULO II
DA JORNADA DE TRABALHO
Artigo 221. São ainda formas de provimento de car-
gos ou funções Técnico e Administrativas a transposição e Artigo 230. No ato de admissão do servidor deverá
o acesso. constar a jornada de trabalho, que poderá ser completa
ou comum.
CAPÍTULO I § 1º. A jornada completa corresponde à prestação de
DA TRANSPOSIÇÃO 40 (quarenta) horas semanais de trabalho.
§ 2º. A jornada comum corresponde à prestação de 30
Artigo 222. Transposição é o instituto que objetiva a (trinta) horas semanais de trabalho.
alocação dos recursos humanos de serviço autárquico, de § 3º. O disposto no parágrafo anterior não se aplica
acordo com as aptidões e a formação profissional, median- aos servidores para os quais a legislação tenha fixado jor-
te a passagem do servidor de uma para outra função de nada inferior a 30 (trinta) horas semanais de trabalho.
natureza permanente, porém, de conteúdo ocupacional § 4º. O servidor em jornada completa de trabalho po-
diverso e independente do processo de admissão previsto
derá retornar à jornada comum de trabalho, a pedido e
neste Estatuto.
atendida a conveniência da Administração.
Artigo 223. A transposição, que terá regulamentação
própria, será feita mediante processo seletivo especial, res- Artigo 231. A duração da jornada completa de tra-
peitadas as exigências de habilitação, as condições e os re- balho poderá ser acrescida de horas suplementares, em
quisitos da função a ser provida. número não excedente a 02 (duas) horas diárias, conside-
Artigo 224. Antes da abertura de concurso ou seleção radas como serviço extraordinário.
para provimento de quaisquer funções, poderão também Parágrafo único - A convocação para prestação de
ser reservadas vagas de determinadas classes para trans- serviço extraordinário dependerá de autorização prévia do
posição. Reitor, dos moldes regulamentares devendo para tanto ser
Artigo 225. No caso do artigo anterior, quando o nú- apresentada justificativa circunstanciada.
mero de candidatos habilitados para provimento de fun- Artigo 232. A natureza de determinadas funções po-
ções, mediante transposição, for inferior ao número de derá exigir que o servidor desempenhe suas atribuições
vagas reservadas, estas reverterão para os candidatos ha- com proibição do exercício profissional respectivo e/ou
bilitados em concurso ou seleção. desempenho de atividades particulares remuneradas sem
Parágrafo único - O mesmo procedimento de reversão que em decorrência desta proibição venha a auferir qual-
de vagas será adotado quando o número de candidatos quer acréscimo no salário.
habilitados para provimento, mediante admissão, for insu- Artigo 233. Em caso de necessidade de serviço, a Uni-
ficiente para provimento das vagas que lhes foram deter- versidade poderá instituir para os servidores em jornada
minadas.
completa, jornada especial de trabalho denominada Regi-
Artigo 226. As funções de Chefia e Encarregatura, per-
me de Atividade Acrescida.
tencentes à Tabela I I do subquadro, poderão ser providas
mediante transposição, não se lhes aplicando o disposto
nos artigos 228 e 229. SUBTÍTULO III
Artigo 227. Em casos excepcionais, quando, em de- DA SUBSTITUIÇÃO
corrência de inspeção médica oficial, verificar-se modifica-
ção do estado físico ou mental do servidor, determinando Artigo 234. Haverá substituição no impedimento
alteração de sua capacidade para o trabalho, poderá ser o legal e temporário do ocupante de função a que corres-
mesmo readaptado, mediante transposição especial, para pondam atribuições de direção, chefia, encarregatura de
função mais compatível e de igual padrão. Unidade Administrativa.
17
ESTATUTO DO SERVIDOR
18
ESTATUTO DO SERVIDOR
19
ESTATUTO DO SERVIDOR
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
20
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
Constituição do Estado de São Paulo – Texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1989, com as alterações
adotadas pelas Emendas Constitucionais nº 1/1990 a 28/2009 (Atualizada até a Emenda nº 46, de 08/06/2018).......... 01
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
1
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
- Artigo 10, “caput”, com redação dada pela Emenda 11 - convocar representantes de empresa resultante
Constitucional nº 36, de 17/05/2012. de sociedade desestatizada e representantes de empresa
§1º - Salvo disposição constitucional em contrário, as prestadora de serviço público concedido ou permitido,
deliberações da Assembleia Legislativa e de suas Comis- para prestar informações sobre assuntos de sua área de
sões serão tomadas por maioria de votos, presente a maio- competência, previamente determinados, no prazo de 30
ria absoluta de seus membros. (trinta) dias, sujeitando-se, pelo não comparecimento sem
§2º - O voto será público. (NR) adequada justificação, às penas da lei. (NR)
- § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº - Item 11 acrescentado pela Emenda Constitucional nº
12, de 28/06/2001. 10, de 20/02/2001.
Artigo 11 - Os membros da Mesa e seus substitutos §2º - As comissões parlamentares de inquérito, que
serão eleitos para um mandato de dois anos. terão poderes de investigação próprios das autoridades
§1º - A eleição far-se-á, em primeiro escrutínio, pela judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno,
maioria absoluta da Assembleia Legislativa. serão criadas mediante requerimento de um terço dos
§2º - É vedada a recondução para o mesmo cargo na membros da Assembleia Legislativa, para apuração de fato
eleição imediatamente subsequente. determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões,
Artigo 12 - Na constituição da Mesa e das Comissões quando for o caso, encaminhadas aos órgãos competentes
assegurar-se-á, tanto quanto possível, a representação pro- do Estado para que promovam a responsabilidade civil e
porcional dos partidos políticos com assento na Assem- criminal de quem de direito.
bleia Legislativa. §3º - O Regimento Interno disporá sobre a competên-
Artigo 13 - A Assembleia Legislativa terá Comissões cia da Comissão representativa da Assembleia Legislativa
permanentes e temporárias, na forma e com as atribuições que funcionará durante o recesso, quando não houver con-
previstas no Regimento Interno. vocação extraordinária.
§1º - Às comissões, em razão da matéria de sua §4º - Aplicam-se ao Conselho de Defesa das Prerro-
competência, cabe: gativas Parlamentares da Assembleia Legislativa as compe-
1 - discutir e votar projetos de lei que dispensarem, na tências previstas nos itens 2, 3, 7 e 11 do § 1º deste artigo,
forma do Regimento Interno, a competência do Plenário, para apuração de fatos e informações estritamente afetos
salvo se houver, para decisão deste, requerimento de um à inobservância ou infringência das prerrogativas das De-
décimo dos membros da Assembleia Legislativa; putadas e Deputados. (NR)
2 - convocar Secretário de Estado, sem prejuízo do - § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 42,
disposto no artigo 52-A, para prestar pessoalmente, no prazo de 15/10/2015.
de 30 (trinta) dias, informações sobre assunto previamente
determinado, importando crime de responsabilidade a SEÇÃO II
ausência sem justificação adequada; (NR) Dos Deputados
- Item 2 com redação dada pela Emenda Constitucional
nº 27, de 15/06/2009. Artigo 14 - Os Deputados são invioláveis, civil e penal-
3 - convocar dirigentes de autarquias, empresas mente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
públicas, sociedades de economia mista e fundações (NR)
instituídas ou mantidas pelo Poder Público, para prestar - Artigo 14, “caput”, com redação dada pela Emenda
informações sobre assuntos de área de sua competência, Constitucional nº 14, de 12/03/2002.
previamente determinados, no prazo de trinta dias, §1º - Os Deputados, desde a expedição do diploma,
sujeitando-se, pelo não comparecimento sem justificação serão submetidos a julgamento perante o Tribunal de Jus-
adequada, às penas da lei; tiça. (NR)
4 - convocar o Procurador-Geral de Justiça, o Procu- - § 1º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
rador-Geral do Estado e o Defensor Público-Geral, para 21, de 14/02/2006.
prestar informações a respeito de assuntos previamente §2º - Desde a expedição do diploma, os membros da
fixados, relacionados com a respectiva área; Assembleia Legislativa não poderão ser presos, salvo em
5 - acompanhar a execução orçamentária; flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão
6 - realizar audiências públicas dentro ou fora da sede remetidos dentro de vinte e quatro horas à Assembleia
do Poder Legislativo; Legislativa, para que, pelo voto da maioria de seus
7 - receber petições, reclamações, representações ou membros, resolva sobre a prisão. (NR)
queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das §3º - Recebida a denúncia contra Deputado, por
autoridades ou entidades públicas; crime ocorrido após a diplomação, o Tribunal de Justiça
8 - velar pela completa adequação dos atos do Poder dará ciência à Assembleia Legislativa que, por iniciativa de
Executivo que regulamentem dispositivos legais; partido político nela representado e pelo voto da maioria
9 - tomar o depoimento de autoridade e solicitar o de de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
cidadão; andamento da ação. (NR)
10 - fiscalizar e apreciar programas de obras, planos §4º - O pedido de sustação será apreciado pela As-
estaduais, regionais e setoriais de desenvolvimento e, sembleia Legislativa no prazo improrrogável de quarenta
sobre eles, emitir parecer; e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (NR)
2
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
3
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
§2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á III - dispor sobre a organização de sua Secretaria, fun-
eleição, se faltarem mais de quinze meses para o término cionamento, polícia, criação, transformação ou extinção
do mandato. dos cargos, empregos e funções de seus serviços e a ini-
§3º - Na hipótese do inciso I deste artigo, o Deputado ciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, ob-
poderá optar pelo subsídio fixado aos parlamentares esta- servados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
duais. (NR) orçamentárias; (NR)
- § 3º com redação dada pela Emenda Constitucional nº - Inciso III com redação dada pela Emenda Constitucio-
21, de 14/02/2006. nal nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 18 - O subsídio dos Deputados Estaduais será IV - dar posse ao Governador e ao Vice-Governador
fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na eleitos e conceder-lhes licença para ausentar-se do Estado,
razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele por mais de quinze dias;
estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, ob- V - apresentar projeto de lei para fixar, para cada
servado o que dispõem os artigos 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, exercício financeiro, os subsídios do Governador, do Vice-
153, III, e 153, § 2º, I, da Constituição Federal. (NR) -Governador, dos Secretários de Estado e dos Deputados
- Artigo 18, “caput”, com redação dada pela Emenda Estaduais; (NR)
Constitucional nº 21, de 14/02/2006. - Inciso V com redação dada pela Emenda Constitucio-
Parágrafo único - Os Deputados farão declaração pú-
nal nº 20, de 08/04/2005.
blica de bens, no ato da posse e no término do mandato.
VI - tomar e julgar, anualmente, as contas prestadas
pela Mesa da Assembleia Legislativa, pelo Governador e
SEÇÃO III
pelo Presidente do Tribunal de Justiça, respectivamente, do
Das Atribuições do Poder Legislativo
Poder Legislativo, do Poder Executivo e do Poder Judiciário,
Artigo 19 - Compete à Assembleia Legislativa, com a e apreciar os relatórios sobre a execução dos Planos de
sanção do Governador, dispor sobre todas as matérias de Governo;
competência do Estado, ressalvadas as especificadas no ar- VII - decidir, quando for o caso, sobre intervenção
tigo 20, e especialmente sobre: estadual em Município;
I - sistema tributário estadual, instituição de impostos, VIII - autorizar o Governador a efetuar ou contrair em-
taxas, contribuições de melhoria e contribuição social; préstimos, salvo com Município do Estado, suas entidades
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orça- descentralizadas e órgãos ou entidades federais;
mento anual, operações de crédito, dívida pública e em- IX - sustar os atos normativos do Poder Executivo que
préstimos externos, a qualquer título, pelo Poder Executivo; exorbitem do poder regulamentar;
III - criação, transformação e extinção de cargos, X - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo,
empregos e funções públicas, observado o que estabelece inclusive os da administração descentralizada;
o artigo 47, XIX, “b”; (NR) XI - escolher dois terços dos membros do Tribunal de
- Inciso III com redação dada pela Emenda Constitucio- Contas do Estado, após arguição em sessão pública;
nal nº 21, de 14/02/2006. XII - aprovar previamente, após argüição em sessão
IV - autorização para a alienação de bens imóveis do pública, a escolha dos titulares dos cargos de Conselheiros
Estado ou a cessão de direitos reais a eles relativos, bem do Tribunal de Contas, indicados pelo Governador do
como o recebimento, pelo Estado, de doações com encar- Estado; (NR)
go, não se considerando como tal a simples destinação es- - Inciso XII com redação dada pela Emenda Constitucio-
pecífica do bem; nal nº 12, de 28/06/2001.
V - autorização para cessão ou para concessão de uso XIII - suspender, no todo ou em parte, a execução de
de bens imóveis do Estado para particulares, dispensado o lei ou ato normativo declarado inconstitucional em decisão
consentimento nos casos de permissão e autorização de irrecorrível do Tribunal de Justiça;
uso, outorgada a título precário, para atendimento de sua
XIV - convocar Secretários de Estado, dirigentes, di-
destinação específica;
retores e Superintendentes de órgãos da administração
VI - criação e extinção de Secretarias de Estado e
pública indireta e fundacional e Reitores das universidades
órgãos da administração pública; (NR)
públicas estaduais para prestar, pessoalmente, informações
- Inciso VI com redação dada pela Emenda Constitucio-
nal nº 21, de 14/02/2006. sobre assuntos previamente determinados, no prazo de
VII - bens do domínio do Estado e proteção do patri- trinta dias, importando crime de responsabilidade a ausên-
mônio público; cia sem justificativa; (NR)
VIII - organização administrativa, judiciária, do Minis- - Inciso XIV com redação dada pela Emenda Constitu-
tério Público, da Defensoria Pública e da Procuradoria Ge- cional nº 9, de 19/05/2000.
ral do Estado; - Inciso XIV ver STF - ADI nº 5289/2015.
IX - normas de direito financeiro. XV - convocar o Procurador-Geral de Justiça, o Procu-
Artigo 20 - Compete, exclusivamente, à Assembleia rador-Geral do Estado e o Defensor Público- Geral, para
Legislativa: prestar informações sobre assuntos previamente determi-
I - eleger a Mesa e constituir as Comissões; nados, no prazo de trinta dias, sujeitando-se às penas da
II - elaborar seu Regimento Interno; lei, na ausência sem justificativa;
4
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
XVI - requisitar informações dos Secretários de Estado, §2º - A proposta será discutida e votada em dois tur-
dirigentes, diretores e superintendentes de órgãos da ad- nos, considerando-se aprovada quando obtiver, em ambas
ministração pública indireta e fundacional, do Procurador- as votações, o voto favorável de três quintos dos membros
-Geral de Justiça, dos Reitores das universidades públicas da Assembleia Legislativa.
estaduais e dos diretores de Agência Reguladora sobre §3º - A emenda à Constituição será promulgada pela
assunto relacionado com sua pasta ou instituição, impor- Mesa da Assembleia Legislativa, com o respectivo número
tando crime de responsabilidade não só a recusa ou o não de ordem.
atendimento, no prazo de trinta dias, bem como o forneci- §4º - A matéria constante de proposta de emenda re-
mento de informações falsas; (NR) jeitada não poderá ser objeto de nova proposta na mesma
- Inciso XVI com redação dada pela Emenda Constitu- sessão legislativa.
cional nº 24, de 23/01/2008. Artigo 23 - As leis complementares serão aprovadas
- Inciso XVI ver STF - ADI nº 4052/2008 e nº 5289/2015. pela maioria absoluta dos membros da Assembleia Legis-
XVII - declarar a perda do mandato do Governador; lativa, observados os demais termos da votação das leis
XVIII - autorizar referendo e convocar plebiscito, exce- ordinárias.
to nos casos previstos nesta Constituição; Parágrafo único - Para os fins deste artigo, conside-
XIX - autorizar ou aprovar convênios, acordos ou ram-se complementares:
contratos de que resultem para o Estado encargos não 1 - a Lei de Organização Judiciária;
previstos na lei orçamentária; 2 - a Lei Orgânica do Ministério Público;
XX - mudar temporariamente sua sede; 3 - a Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado;
XXI - zelar pela preservação de sua competência legis- 4 - a Lei Orgânica da Defensoria Pública;
lativa em face da atribuição normativa de outros Poderes; 5 - a Lei Orgânica da Polícia Civil;
XXII - solicitar intervenção federal, se necessário, para 6 - a Lei Orgânica da Polícia Militar;
assegurar o livre exercício de suas funções; 7 - a Lei Orgânica do Tribunal de Contas;
XXIII - destituir o Procurador-Geral de Justiça, por deli- 8 - a Lei Orgânica das Entidades Descentralizadas;
beração da maioria absoluta de seus membros; 9 - a Lei Orgânica do Fisco Estadual;
XXIV - solicitar ao Governador, na forma do Regimento 10 - os Estatutos dos Servidores Civis e dos Militares;
Interno, informações sobre atos de sua competência 11 - o Código de Educação;
privativa, bem como ao Presidente do Tribunal de Justiça, 12 - o Código de Saúde;
informações de natureza eminentemente administrativa; 13 - o Código de Saneamento Básico;
- Inciso XXIV com redação dada pela Emenda Constitu- 14 - o Código de Proteção ao Meio Ambiente;
cional nº 41, de 17/09/2015. 15 - o Código Estadual de Proteção contra Incêndios e
XXV - receber a denúncia e promover o respectivo Emergências;
processo, no caso de crime de responsabilidade do 16 - a Lei sobre Normas Técnicas de Elaboração
Governador do Estado; Legislativa;
XXVI - apreciar, anualmente, as contas do Tribunal de 17 - a Lei que institui regiões metropolitanas,
Contas. aglomerações urbanas e microrregiões;
18 - a Lei que impuser requisitos para a criação, a
SEÇÃO IV incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios
Do Processo Legislativo ou para a sua classificação como estância de qualquer
natureza.
Artigo 21 - O processo legislativo compreende a ela- Artigo 24 - A iniciativa das leis complementares e or-
boração de: dinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Assem-
I - emenda à Constituição; bleia Legislativa, ao Governador do Estado, ao Tribunal de
II - lei complementar; Justiça, ao Procurador-Geral de Justiça e aos cidadãos, na
III - lei ordinária; forma e nos casos previstos nesta Constituição.
IV - decreto legislativo; §1º - Compete, exclusivamente, à Assembleia Legislati-
V - resolução. va a iniciativa das leis que disponham sobre:
Artigo 22 - A Constituição poderá ser emendada me- 1 - criação, incorporação, fusão e desmembramento de
diante proposta: Municípios; (NR)
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Assem- 2 - regras de criação, organização e supressão de dis-
bleia Legislativa; tritos nos Municípios. (NR)
II - do Governador do Estado; - Itens 1 e 2 com redação dada pela Emenda Constitu-
III - de mais de um terço das Câmaras Municipais do cional nº 2, de 21/02/1995.
Estado, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria 3 - subsídios do Governador, do Vice-Governador e
relativa de seus membros; dos Secretários de Estado, observado o que dispõem os
IV - de cidadãos, mediante iniciativa popular assinada, artigos 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da
no mínimo, por um por cento dos eleitores. Constituição Federal. (NR)
§1º - A Constituição não poderá ser emendada na - Item 3 acrescentado pela Emenda Constitucional nº
vigência de estado de defesa ou de estado de sítio. 21, de 14/02/2006.
5
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
4 - declaração de utilidade pública de entidades de di- 2 - organização e divisão judiciárias, bem como criação,
reito privado. (NR) alteração ou supressão de ofícios e cartórios judiciários.
- Item 4 acrescentado pela Emenda Constitucional nº 24, §5º - Não será admitido o aumento da despesa prevista:
de 23/01/2008. 1 - nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador,
- Item 4 ver STF - ADI nº 4052/2008. ressalvado o disposto no artigo 174, §§ 1º e 2º;
§2º - Compete, exclusivamente, ao Governador do 2 - nos projetos sobre organização dos serviços admi-
Estado a iniciativa das leis que disponham sobre: nistrativos da Assembleia Legislativa, do Poder Judiciário e
1 - criação e extinção de cargos, funções ou empregos do Ministério Público.
públicos na administração direta e autárquica, bem como a § 6º - A atribuição de denominação de próprio público
fixação da respectiva remuneração; dar-se-á concorrentemente pela Assembleia Legislativa e
2 - criação e extinção das Secretarias de Estado e Governador do Estado, na forma de legislação competente
órgãos da administração pública, observado o disposto no a cada um, atendidas as regras da legislação específica. (NR)
artigo 47, XIX; (NR) - § 6º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 43,
- Item 2 com redação dada pela Emenda Constitucional de 10/11/2016.
nº 21, de 14/02/2006. - Em 29/08/2018, o Tribunal de Justiça do Estado de São
3 - organização da Procuradoria Geral do Estado e da Paulo, nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº
Defensoria Pública do Estado, observadas as normas gerais 2073870-54.2017.8.26.0000, julgou improcedente a ADI e re-
da União; vogou a liminar que suspendeu os efeitos da EC nº 43/2016.
4 - servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, Artigo 25 - Nenhum projeto de lei que implique a cria-
provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (NR) ção ou o aumento de despesa pública será sancionado sem
5 - militares, seu regime jurídico, provimento de que dele conste a indicação dos recursos disponíveis, pró-
cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma prios para atender aos novos encargos.
e transferência para inatividade, bem como fixação ou Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica
alteração do efetivo da Polícia Militar; (NR) a créditos extraordinários.
- Itens 4 e 5 com redação dada pela Emenda Constitucio- Artigo 26 - O Governador poderá solicitar que os pro-
nal nº 21, de 14/02/2006. jetos de sua iniciativa tramitem em regime de urgência.
6 - criação, alteração ou supressão de cartórios notariais
Parágrafo único - Se a Assembléia Legislativa não de-
e de registros públicos.
liberar em até quarenta e cinco dias, o projeto será incluído
- Item 6 ver STF - ADI nº 4223/2009.
na ordem do dia até que se ultime sua votação. (NR)
§3º - O exercício direto da soberania popular realizar-
- Parágrafo único com redação dada pela Emenda Cons-
-se-á da seguinte forma:
titucional nº 22, de 25/05/2006.
1 - a iniciativa popular pode ser exercida pela apresen-
Artigo 27 - O Regimento Interno da Assembleia Legis-
tação de projeto de lei subscrito por, no mínimo, cinco déci-
lativa disciplinará os casos de decreto legislativo e de re-
mos de unidade por cento do eleitorado do Estado, assegu-
rada a defesa do projeto, por representante dos respectivos solução cuja elaboração, redação, alteração e consolidação
responsáveis, perante as Comissões pelas quais tramitar; serão feitas com observância das mesmas normas técnicas
2 - um por cento do eleitorado do Estado poderá re- relativas às leis.
querer à Assembleia Legislativa a realização de referendo Artigo 28 - Aprovado o projeto de lei, na forma regi-
sobre lei; mental, será ele enviado ao Governador que, aquiescendo,
3 - as questões relevantes aos destinos do Estado po- o sancionará e promulgará.
derão ser submetidas a plebiscito, quando pelo menos um §1º - Se o Governador julgar o projeto, no todo ou em
por cento do eleitorado o requerer ao Tribunal Regional parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, ve-
Eleitoral, ouvida a Assembleia Legislativa; ta-lo-á, total ou parcialmente, dentro de quinze dias úteis,
4 - o eleitorado referido nos itens anteriores deverá contados da data do recebimento, comunicando, dentro de
estar distribuído em, pelo menos, cinco dentre os quinze quarenta e oito horas, ao Presidente da Assembleia Legisla-
maiores Municípios com não menos que dois décimos de tiva, o motivo do veto.
unidade por cento de eleitores em cada um deles; §2º - O veto parcial deverá abranger, por inteiro, o arti-
5 - não serão suscetíveis de iniciativa popular matérias go, o parágrafo, o inciso, o item ou alínea.
de iniciativa exclusiva, definidas nesta Constituição; §3º - Sendo negada a sanção, as razões do veto serão
6 - o Tribunal Regional Eleitoral, observada a legislação comunicadas ao Presidente da Assembleia Legislativa e pu-
federal pertinente, providenciará a consulta popular prevista blicadas se em época de recesso parlamentar.
nos itens 2 e 3, no prazo de sessenta dias. §4º - Decorrido o prazo, em silêncio, considerar-se-á
§4º - Compete, exclusivamente, ao Tribunal de Justiça a sancionado o projeto, sendo obrigatória a sua promulgação
iniciativa das leis que disponham sobre: pelo Presidente da Assembleia Legislativa no prazo de dez
1 - criação e extinção de cargos e a remuneração dos dias.
seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vincu- §5º - A Assembleia Legislativa deliberará sobre a matéria
lados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e vetada, em único turno de votação e discussão, no prazo de
dos juízes, incluído o Tribunal de Justiça Militar; (NR) trinta dias de seu recebimento, considerando-se aprovada
- Item 1 com redação dada pela Emenda Constitucional quando obtiver o voto favorável da maioria absoluta de
nº 21, de 14/02/2006. seus membros.
6
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
§6º - Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido §3º - Os Conselheiros terão as mesmas garantias, prer-
no § 5º, o veto será incluído na ordem do dia da sessão rogativas, impedimentos e subsídios dos Desembargado-
imediata, até sua votação final. (NR) res do Tribunal de Justiça do Estado, aplicando-se-lhes,
- § 6º com redação dada pela Emenda Constitucional nº quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes
22, de 25/05/2006. do artigo 40 da Constituição Federal e do artigo 126 desta
§7º - Se o veto for rejeitado, será o projeto enviado Constituição. (NR)
para promulgação, ao Governador. - § 3º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
§8º - Se, na hipótese do § 7º, a lei não for promulgada 21, de 14/02/2006.
dentro de quarenta e oito horas pelo Governador, o Presi- §4º - Os Conselheiros, nas suas faltas e impedimentos,
dente da Assembleia Legislativa promulgará e, se este não serão substituídos na forma determinada em lei, depois de
o fizer, em igual prazo, caberá ao Primeiro Vice-Presidente aprovados os substitutos, pela Assembleia Legislativa.
fazê-lo. §5º - Os Substitutos de Conselheiros, quando no
Artigo 29 - A matéria constante de projeto de lei re- efetivo exercício da substituição, terão as mesmas garantias
jeitado somente poderá ser renovada, na mesma sessão le- e impedimentos do titular.
gislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos mem- §6º - Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado
bros da Assembleia Legislativa. (NR) farão declaração pública de bens, no ato da posse e no
- A expressão “Ressalvados os projetos de iniciativa ex- término do exercício do cargo.
clusiva”, que iniciava o dispositivo, foi declarada inconstitu-
cional pelo Supremo Tribunal Federal nos autos da ADI nº SEÇÃO VII
1546/1996, julgada em 03/12/1998. Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária
SEÇÃO V Artigo 32 - A fiscalização contábil, financeira, orça-
Da Procuradoria da Assembleia Legislativa mentária, operacional e patrimonial do Estado, das enti-
dades da administração direta e indireta e das fundações
Artigo 30 - À Procuradoria da Assembleia Legislativa
instituídas ou mantidas pelo Poder Público, quanto à lega-
compete exercer a representação judicial, a consultoria e o
lidade, legitimidade, economicidade, aplicação de subven-
assessoramento técnico-jurídico do Poder Legislativo.
ções e renúncia de receitas, será exercida pela Assembleia
Parágrafo único - Lei de iniciativa da Mesa da Assem-
Legislativa, mediante controle externo, e pelo sistema de
bleia Legislativa organizará a Procuradoria da Assembleia
controle interno de cada Poder.
Legislativa, observados os princípios e regras pertinentes
Parágrafo único - Prestará contas qualquer pessoa fí-
da Constituição Federal e desta Constituição, disciplinará
sica ou jurídica, de direito público ou de direito privado que
sua competência e disporá sobre o ingresso na classe ini-
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro,
cial, mediante concurso público de provas e títulos.
SEÇÃO VI bens e valores públicos ou pelos quais o Estado responda,
Do Tribunal de Contas ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza
Artigo 31 - O Tribunal de Contas do Estado, integra- pecuniária.
do por sete Conselheiros, tem sede na Capital do Estado, Artigo 33 - O controle externo, a cargo da Assembleia
quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território Legislativa, será exercido com auxílio do Tribunal de Contas
estadual, exercendo, no que couber, as atribuições previs- do Estado, ao qual compete:
tas no artigo 96 da Constituição Federal. I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Go-
§1º - Os Conselheiros do Tribunal serão nomeados vernador do Estado, mediante parecer prévio que deverá
dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: ser elaborado em sessenta dias, a contar do seu recebi-
1 - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco mento;
anos de idade; II - julgar as contas dos administradores e demais res-
2 - idoneidade moral e reputação ilibada; ponsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da admi-
3 - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, nistração direta e autarquias, empresas públicas e socieda-
econômicos e financeiros ou de administração pública; des de economia mista, incluídas as fundações instituídas
4 - mais de dez anos de exercício de função ou de ou mantidas pelo Poder Público estadual, e as contas da-
efetiva atividade profissional que exija conhecimentos queles que derem perda, extravio ou outra irregularidade
mencionados no item anterior. de que resulte prejuízo ao erário;
§2º - Os Conselheiros do Tribunal serão escolhidos na III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos
seguinte ordem, sucessivamente: (NR) atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na adminis-
1 - dois terços pela Assembleia Legislativa; (NR) tração direta e autarquias, empresas públicas e empresas
2 - um terço pelo Governador do Estado, com aprovação de economia mista, incluídas as fundações instituídas ou
pela Assembleia Legislativa, observadas as regras contidas mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações
no inciso I do § 2º do artigo 73 da Constituição Federal. para cargo de provimento em comissão, bem como a das
(NR) concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressal-
- § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº vadas as melhorias posteriores que não alterem o funda-
33, de 01/11/2011. mento legal do ato concessório;
7
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
IV - avaliar a execução das metas previstas no plano Artigo 35 - Os Poderes Legislativo, Executivo e Judi-
plurianual, nas diretrizes orçamentárias e no orçamento ciário manterão, de forma integrada, sistema de controle
anual; interno com a finalidade de:
V - realizar, por iniciativa própria, da Assembleia Le- I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
gislativa, de comissão técnica ou de inquérito, inspeções plurianual, a execução dos programas de governo e dos or-
e auditoria de natureza contábil, financeira, orçamentária, çamentos do Estado;
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quan-
dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, do Ministé- to à eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financei-
rio Público e demais entidades referidas no inciso II; ra e patrimonial nos órgãos e entidades da administração
VI - fiscalizar as aplicações estaduais em empresas de estadual, bem como da aplicação de recursos públicos por
cujo capital social o Estado participe de forma direta ou entidades de direito privado;
indireta, nos termos do respectivo ato constitutivo; III - exercer o controle sobre o deferimento de vanta-
VII - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos gens e a forma de calcular qualquer parcela integrante do
repassados ao Estado e pelo Estado, mediante convênio, subsídio, vencimento ou salário de seus membros ou servi-
acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres; dores; (NR)
VIII - prestar as informações solicitadas pela Assem- - Inciso III com redação dada pela Emenda Constitucional
bleia Legislativa ou por comissão técnica sobre a fiscali- nº 21, de 14/02/2006.
zação contábil, financeira, orçamentária, operacional e IV - exercer o controle das operações de crédito, avais e
patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções garantias, bem como dos direitos e haveres do Estado;
realizadas; V - apoiar o controle externo, no exercício de sua missão
IX - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de institucional.
despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas §1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa conhecimento de qualquer irregularidade, ilegalidade, ou
proporcional ao dano causado ao erário; ofensa aos princípios do artigo 37 da Constituição Federal,
X - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote dela darão ciência ao Tribunal de Contas do Estado, sob
as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, pena de responsabilidade solidária.
se verificada a ilegalidade; §2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou
XI - sustar, se não atendido, a execução do ato impug- entidade sindical é parte legítima para, na forma da lei, de-
nado, comunicando a decisão à Assembleia Legislativa; nunciar irregularidades ao Tribunal de Contas ou à Assem-
XII - representar ao Poder competente sobre irregula- bleia Legislativa.
ridades ou abusos apurados; Artigo 36 - O Tribunal de Contas prestará suas contas,
XIII - emitir parecer sobre a prestação anual de contas anualmente, à Assembleia Legislativa, no prazo de sessenta
da administração financeira dos Municípios, exceto a dos dias, a contar da abertura da sessão legislativa.
que tiverem Tribunal próprio;
XIV - comunicar à Assembleia Legislativa qualquer CAPÍTULO III
irregularidade verificada nas contas ou na gestão públicas, Do Poder Executivo
enviando-lhe cópia dos respectivos documentos. SEÇÃO I
§1º - No caso de contrato, o ato de sustação será Do Governador e Vice-Governador do Estado
adotado diretamente pela Assembleia Legislativa que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas Artigo 37 - O Poder Executivo é exercido pelo Gover-
cabíveis. nador do Estado, eleito para um mandato de quatro anos,
§2º - Se a Assembleia Legislativa ou o Poder Executivo, podendo ser reeleito para um único período subsequente,
no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas na forma estabelecida na Constituição Federal. (NR)
no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. - Artigo 37 com redação dada pela Emenda Constitucio-
§3º - O Tribunal encaminhará à Assembleia Legislativa, nal nº 21, de 14/02/2006.
trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. Artigo 38 - Substituirá o Governador, no caso de impe-
Artigo 34 - A Comissão a que se refere o artigo 33, dimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Governador.
inciso V, diante de indícios de despesas não autorizadas, Parágrafo único - O Vice-Governador, além de outras
ainda que sob a forma de investimentos não programados atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar,
ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autorida- auxiliará o Governador, sempre que por ele convocado para
de governamental responsável que, no prazo de cinco dias, missões especiais.
preste os esclarecimentos necessários. Artigo 39 - A eleição do Governador e do Vice-Gover-
§1º - Não prestados os esclarecimentos, ou conside- nador realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em
rados esses, insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segun-
pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de do turno, se houver, do ano anterior ao do término do man-
trinta dias. dato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro
§2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais,
a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano o disposto no artigo 77 da Constituição Federal. (NR)
irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá à - Artigo 39 com redação dada pela Emenda Constitucio-
Assembleia Legislativa sua sustação. nal nº 21, de 14/02/2006.
8
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
9
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
Artigo 49 - Admitida a acusação contra o Governador, §2º - Para os fins do disposto no § 1º deste artigo, os
por dois terços da Assembleia Legislativa, será ele submeti- Secretários de Estado respondem pelos atos dos dirigen-
do a julgamento perante o Superior Tribunal de Justiça, nas tes, diretores e superintendentes de órgãos da administra-
infrações penais comuns. (NR) ção pública direta, indireta e fundacional a eles diretamen-
- A expressão “ou, nos crimes de responsabilidade, pe- te subordinados ou vinculados. (NR)
rante Tribunal Especial”, que encerrava o dispositivo, foi de- §3º - Aos diretores de Agência Reguladora aplica-se o
clarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal nos disposto no § 1º deste artigo. (NR)
autos da ADI nº 2220/2000, julgada em 16/11/2011. - §§ 1º ao 3º acrescentados pela Emenda Constitucional
§1º - Declarado inconstitucional, em controle concen- nº 24, de 23/01/2008.
trado, pelo Supremo Tribunal Federal. - Artigo 52, “caput”, e parágrafos ver STF - ADI nº
§2º - Declarado inconstitucional, em controle 4052/2008.
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. Artigo 52-A - Caberá a cada Secretário de Estado,
- §§ 1º e 2º foram declarados inconstitucionais pelo Su- semestralmente, comparecer perante a Comissão Perma-
premo Tribunal Federal nos autos da ADI nº 2220/2000, jul-
nente da Assembleia Legislativa a que estejam afetas as
gada em 16/11/2011.
atribuições de sua Pasta, para prestação de contas do an-
§3º - O Governador ficará suspenso de suas funções:
damento da gestão, bem como demonstrar e avaliar o de-
1 - nas infrações penais comuns, recebida a denúncia
senvolvimento de ações, programas e metas da Secretaria
ou queixa-crime pelo Superior Tribunal de Justiça;
2 - Declarado inconstitucional, em controle concentra- correspondente. (NR)
do, pelo Supremo Tribunal Federal. §1º - Aplica-se o disposto no “caput” deste artigo aos
- Item 2 do § 3º foi declarado inconstitucional pelo Su- Diretores de Agências Reguladoras. (NR)
premo Tribunal Federal nos autos da ADI nº 2220/2000, jul- §2º - Aplicam-se aos procedimentos previstos neste
gada em 16/11/2011. artigo, no que couber, aqueles já disciplinados em Regi-
§4º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o mento Interno do Poder Legislativo. (NR)
julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do - Artigo 52-A acrescentado pela Emenda Constitucional
Governador, sem prejuízo do prosseguimento do processo. nº 27 de 15/06/2009.
§5º - Declarado inconstitucional, em controle concen- §3º - O comparecimento do Secretário de Estado, com
trado, pelo Supremo Tribunal Federal. a finalidade de apresentar, quadrimestralmente, perante
§6º - Declarado inconstitucional, em controle concen- Comissão Permanente do Poder Legislativo, a demonstra-
trado, pelo Supremo Tribunal Federal. ção e a avaliação do cumprimento das metas fiscais por
- §§ 5º e 6º foram declarados inconstitucionais pelo Su- parte do Poder Executivo suprirá a obrigatoriedade cons-
premo Tribunal Federal nos autos da ADI nº 1021/1994, jul- tante do “caput” deste artigo. (NR)
gada em 19/10/1995. - § 3º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
Artigo 50 - Declarado inconstitucional, em controle 31, de 21/10/2009.
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. §4º - No caso das Universidades Públicas Estaduais e
- Artigo 50 foi declarado inconstitucional pelo Supremo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Pau-
Tribunal Federal nos autos da ADI nº 2220/2000, julgada em lo, incumbe, respectivamente, aos próprios Reitores e ao
16/11/2011. Presidente, efetivar, anualmente e no que couber, o dispos-
to no “caput” deste artigo. (NR)
SEÇÃO IV - § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 37,
Dos Secretários de Estado de 05/12/2012.
Artigo 53 - Os Secretários farão declaração pública de
Artigo 51 - Os Secretários de Estado serão escolhidos
bens, no ato da posse e no término do exercício do car-
entre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício
go, e terão os mesmos impedimentos estabelecidos nesta
dos direitos políticos.
Constituição para os Deputados, enquanto permanecerem
Artigo 52 - Os Secretários de Estado, auxiliares dire-
tos e da confiança do Governador, serão responsáveis pelos em suas funções.
atos que praticarem ou referendarem no exercício do cargo,
bem como por retardar ou deixar de praticar, indevidamen- CAPÍTULO IV
te, ato de ofício. (NR) Do Poder Judiciário
- Artigo 52 com redação dada pela Emenda Constitucio- SEÇÃO I
nal nº 24, de 23/01/2008. Disposições Gerais
§1º - Os Secretários de Estado responderão, no prazo
estabelecido pelo inciso XVI do artigo 20, os requerimentos Artigo 54 - São órgãos do Poder Judiciário do Estado:
de informação formulados por Deputados e encaminhados (NR)
pelo Presidente da Assembleia após apreciação da Mesa, I - o Tribunal de Justiça; (NR)
reputando-se não praticado o ato de seu ofício sempre que II - o Tribunal de Justiça Militar; (NR)
a resposta for elaborada em desrespeito ao parlamentar ou III - os Tribunais do Júri; (NR)
ao Poder Legislativo, ou que deixar de referir-se especifica- IV - as Turmas de Recursos; (NR)
mente a cada questionamento feito. (NR) V - os Juízes de Direito; (NR)
10
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
11
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
Artigo 62 - O Presidente e o 1º Vice-Presidente do Parágrafo único - As certidões relativas aos atos de
Tribunal de Justiça e o Corregedor Geral da Justiça, eleitos, que cuida este artigo serão expedidas com isenção de cus-
a cada biênio, pela totalidade dos Desembargadores, den- tos e emolumentos, quando se trate de interessado que
tre os integrantes do órgão especial, comporão o Conselho declare insuficiência de recursos.
Superior da Magistratura. (NR) Artigo 67 - As comarcas do Estado serão classificadas
- Artigo 62, “caput”, teve sua redação alterada em entrâncias, nos termos da Lei de Organização Judiciária.
pela Emenda Constitucional nº 7, de 11/03/1999, que pos- Artigo 68 - O ingresso na atividade notarial e registral,
teriormente foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tri- tanto de titular como de preposto, depende de concurso
bunal Federal nos autos da ADI nº 2012/1999, julgada em público de provas e títulos, não se permitindo que qual-
27/10/2011, permanecendo a redação original. quer serventia fique vaga sem abertura de concurso por
- O dispositivo encontra-se com eficácia suspensa por for- mais de seis meses.
ça de medida cautelar deferida pelo Supremo Tribunal Federal Parágrafo único - Compete ao Poder Judiciário a rea-
nos autos da ADI nº 3976/2007, em 14/11/2007. lização do concurso de que trata este artigo, observadas as
§1º - Haverá um Vice-Corregedor-Geral da Justiça, para normas da legislação estadual vigente.
desempenhar funções, em caráter itinerante, em todo o ter-
ritório do Estado. SEÇÃO II
§2º - Cada Seção do Tribunal de Justiça será presidida Da Competência do Tribunal de Justiça (NR)
por um Vice-Presidente. - Seção II com redação dada pela Emenda Constitu-
Artigo 63 - Um quinto dos lugares dos Tribunais de Jus- cional nº 21, de 14/02/2006.
tiça e de Justiça Militar será composto de advogados e de
membros do Ministério Público, de notório saber jurídico e Artigo 69 - Compete privativamente ao Tribunal de
reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade Justiça: (NR)
profissional ou na carreira, indicados em lista sêxtupla, pela - Artigo 69, “caput”, com redação dada pela Emenda
Seção Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil ou pelo Constitucional nº 8, de 20/05/1999.
Ministério Público, conforme a classe a que pertencer o car- I - pela totalidade de seus membros, eleger os órgãos
go a ser provido. (NR) diretivos, na forma de seu regimento interno; (NR)
Parágrafo único - Dentre os nomes indicados, o Órgão - Inciso I com redação dada pela Emenda Constitucional
Especial do Tribunal de Justiça formará lista tríplice, encami- nº 21, de 14/02/2006.
nhando-a ao Governador do Estado que, nos vinte dias sub- II - pelos seus órgãos específicos:
sequentes, escolherá um de seus integrantes para o cargo e a) elaborar seu regimento interno, com observância
o nomeará. (NR) das normas de processo e das garantias processuais das
- Artigo 63 com redação dada pela Emenda Constitucio- partes, dispondo sobre a competência e o funcionamen-
nal nº 25, de 12/05/2008. to dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
- A expressão “depois de aprovada a escolha pela maio- (NR)
ria absoluta da Assembleia Legislativa”, que encerra o pará- - Alínea “a” com redação dada pela Emenda Constitu-
grafo único do artigo 63, foi declarada inconstitucional pelo cional nº 21, de 14/02/2006.
Supremo Tribunal Federal nos autos da ADI nº 4150/2008, b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares, ve-
julgada em 25/02/2015. lando pelo exercício da respectiva atividade correcional;
Artigo 64 - As decisões administrativas dos Tribunais c) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus
de segundo grau serão motivadas e tomadas em sessão pú- membros, e aos servidores que lhes forem subordinados;
blica, sendo as de caráter disciplinar tomadas por voto da d) prover, por concurso público de provas, ou provas e
maioria absoluta dos membros do Tribunal de Justiça, ou de títulos, ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo
seu Órgão Especial, salvo nos casos de remoção, disponibili- 169 da Constituição Federal, os cargos de servidores que
dade e aposentadoria de magistrado, por interesse público, integram seus quadros, exceto os de confiança, assim defi-
que dependerão de voto de dois terços, assegurada ampla nidos em lei, que serão providos livremente.
defesa. (NR) Artigo 70 - Compete privativamente ao Tribunal de
- Artigo 64 com redação dada pela Emenda Constitucio- Justiça, por deliberação de seu Órgão Especial, propor à
nal nº 21, de 14/02/2006. Assembleia Legislativa, observado o disposto no artigo 169
Artigo 65 - Aos órgãos do Poder Judiciário do Estado
da Constituição Federal:
competem a administração e uso dos imóveis e instalações
I - a alteração do número de seus membros e dos
forenses, podendo ser autorizada parte desse uso a órgãos
membros do Tribunal de Justiça Militar; (NR)
diversos, no interesse do serviço judiciário, como dispuser o
II - a criação e a extinção de cargos e a remuneração
Tribunal de Justiça, asseguradas salas privativas, condignas e
dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vin-
permanentes aos advogados e membros do Ministério Pú-
culados, bem como a fixação do subsídio de seus membros
blico e da Defensoria Pública, sob a administração das res-
pectivas entidades. e dos juízes, incluído o Tribunal de Justiça Militar; (NR)
Artigo 66 - Os processos cíveis já findos em que houver III - a criação ou a extinção do Tribunal de Justiça
acordo ou satisfação total da pretensão não constarão das Militar; (NR)
certidões expedidas pelos Cartórios dos Distribuidores, salvo - Incisos I ao III com redação dada pela Emenda Consti-
se houver autorização da autoridade judicial competente. tucional nº 21, de 14/02/2006.
IV - a alteração da organização e da divisão judiciária.
12
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
13
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
14
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
§1º - A designação prevista neste artigo só pode ser §3º - Declarado inconstitucional, em controle difuso,
revogada a pedido do juiz ou por deliberação da maioria pelo Supremo Tribunal Federal.
absoluta do órgão especial. - § 3º foi declarado inconstitucional pelo Supremo
§2º - No exercício dessa jurisdição, o juiz deverá, sem- Tribunal Federal nos autos do Recurso Extraordinário nº
pre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, des- 199293/1996, julgado em 19/05/2004, e teve a sua execu-
locar-se até o local do litígio. ção suspensa pela Resolução nº 46/2005, de 28/06/2005, do
§3º - O Tribunal de Justiça organizará a infraestrutura Senado Federal.
humana e material necessária ao exercício dessa atividade §4º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de
jurisdicional. medida para tornar efetiva norma desta Constituição, a de-
cisão será comunicada ao Poder competente para a adoção
SEÇÃO IX das providências necessárias à prática do ato que lhe com-
Dos Juizados Especiais e dos Juizados de Pequenas pete ou início do processo legislativo, e, em se tratando de
Causas órgão administrativo, para a sua ação em trinta dias, sob
pena de responsabilidade.
Artigo 87 - Os Juizados Especiais das Causas Cíveis de
§5º - Somente pelo voto da maioria absoluta de seus
Menor Complexidade e das Infrações Penais de Menor Po-
membros ou de seu órgão especial poderá o Tribunal de
tencial Ofensivo terão sua composição e competência de-
Justiça declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato nor-
finidas em lei, obedecidos os princípios previstos no artigo
mativo estadual ou municipal, como objeto de ação direta.
98, I, da Constituição Federal.
Artigo 88 - A lei disporá sobre a criação, funcionamen- §6º - Nas declarações incidentais, a decisão dos Tribu-
to e processo dos Juizados de Pequenas Causas a que se nais dar-se-á pelo órgão jurisdicional colegiado competen-
refere o artigo 24, X, da Constituição Federal. te para exame da matéria.
SEÇÃO X CAPÍTULO V
Da Justiça de Paz Das Funções Essenciais à Justiça
SEÇÃO I
Artigo 89 - A Justiça de Paz compõe-se de cidadãos Do Ministério Público
remunerados, eleitos pelo voto direto, universal e secreto,
com mandato de quatro anos, e tem competência para, na Artigo 91 - O Ministério Público é instituição perma-
forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em nente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbin-
face de impugnação apresentada, o processo de habilita- do-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático
ção e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdi- e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
cional, além de outras previstas na legislação. Parágrafo único - São princípios institucionais do Mi-
nistério Público a unidade, a indivisibilidade e a indepen-
SEÇÃO XI dência funcional.
Da Declaração de Inconstitucionalidade e da Ação Artigo 92 - Ao Ministério Público é assegurada auto-
Direta de Inconstitucionalidade nomia administrativa e funcional, cabendo-lhe, na forma
de sua lei complementar:
Artigo 90 - São partes legítimas para propor ação de I - praticar atos próprios de gestão;
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estaduais ou II - praticar atos e decidir sobre a situação funcional do
municipais, contestados em face desta Constituição ou por pessoal ativo e inativo da carreira e dos serviços auxiliares,
omissão de medida necessária para tornar efetiva norma organizados em quadros próprios;
ou princípio desta Constituição, no âmbito de seu interesse:
III - adquirir bens e serviços e efetuar a respectiva con-
I - o Governador do Estado e a Mesa da Assembleia
tabilização;
Legislativa;
IV- propor à Assembleia Legislativa a criação e a
II - o Prefeito e a Mesa da Câmara Municipal;
extinção de seus cargos e serviços auxiliares, bem como
III - o Procurador-Geral de Justiça;
IV - o Conselho da Seção Estadual da Ordem dos a fixação dos subsídios de seus membros, observados os
Advogados do Brasil; parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias
V - as entidades sindicais ou de classe, de atuação estadual e no artigo 169 da Constituição Federal; (NR)
ou municipal, demonstrando seu interesse jurídico no caso; - Inciso IV com redação dada pela Emenda Constitucio-
VI - os partidos políticos com representação na Assem- nal nº 21, de 14/02/2006.
bleia Legislativa, ou, em se tratando de lei ou ato normativo V - prover os cargos iniciais de carreira e dos serviços
municipais, na respectiva Câmara. auxiliares, bem como nos casos de promoção, remoção e
§1º - O Procurador-Geral de Justiça será sempre ouvi- demais formas de provimento derivado;
do nas ações diretas de inconstitucionalidade. VI - organizar suas secretarias e os serviços auxiliares
§2º - Quando o Tribunal apreciar a inconstituciona- das Promotorias de Justiça;
lidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, VII - compor os órgãos da Administração Superior;
previamente, o Procurador-Geral do Estado, a quem caberá VIII - elaborar seus regimentos internos;
defender, no que couber, o ato ou o texto impugnado. IX - exercer outras competências dela decorrentes.
15
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
§1º - O Ministério Público instalará as Promotorias II - elaboração de lista tríplice, entre integrantes da car-
de Justiça e serviços auxiliares em prédios sob sua reira, para escolha do Procurador-Geral de Justiça pelo Go-
administração. vernador do Estado, para mandato de dois anos, permitida
§2º - As decisões do Ministério Público, fundadas em uma recondução;
sua autonomia funcional e administrativa, obedecidas as III - destituição do Procurador-Geral de Justiça por de-
formalidades legais, têm eficácia plena e executoriedade liberação da maioria absoluta da Assembleia Legislativa;
imediata, ressalvada a competência constitucional dos Po- (NR)
deres do Estado. - Inciso III com redação dada pela Emenda Constitucio-
Artigo 93 - O Ministério Público elaborará sua propos- nal nº 12, de 28/06/2001.
ta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na Lei de IV - controle externo da atividade policial;
Diretrizes Orçamentárias, encaminhando-a, por intermédio V - procedimentos administrativos de sua competência;
do Procurador-Geral de Justiça, ao Poder Executivo, para VI - regime jurídico dos membros do Ministério
inclusão no projeto de lei orçamentária. Público, integrantes de quadro especial, que oficiam junto
§1º - Os recursos correspondentes às dotações orça- aos Tribunais de Contas;
mentárias próprias e globais do Ministério Público serão VII - demais matérias necessárias ao cumprimento de
entregues, na forma do artigo 171, sem vinculação a qual- seus fins institucionais.
quer tipo de despesa. §1º - Decorrido o prazo previsto em lei, sem nomeação
§2º - Os recursos próprios, não originários do Tesouro do Procurador-Geral de Justiça, será investido no cargo o
Estadual, serão utilizados em programas vinculados aos integrante mais votado da lista tríplice prevista no inciso II
fins da Instituição, vedada outra destinação. deste artigo.
§3º - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, §2º - O Procurador-Geral de Justiça fará declaração pú-
operacional e patrimonial do Ministério Público, quanto blica de bens, no ato da posse e no término do mandato.
à legalidade, legitimidade e economicidade, aplicação de Artigo 95 - Os membros do Ministério Público têm as
dotações e recursos próprios e renúncia de receitas, será seguintes garantias:
exercida pela Assembleia Legislativa, mediante controle ex- I - vitaliciedade, após dois anos de exercício, não po-
terno, e pelo sistema de controle interno estabelecido na dendo perder o cargo senão por sentença judicial transita-
sua lei complementar e, no que couber, no artigo 35 desta da em julgado;
Constituição. II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pú-
Artigo 94 - Lei complementar, cuja iniciativa é faculta- blico, mediante decisão do órgão colegiado competente
da ao Procurador-Geral de Justiça, disporá sobre: do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de
I - normas específicas de organização, atribuições e Es- seus membros, assegurada a ampla defesa; (NR)
tatuto do Ministério Público, observados, entre outros, os III - irredutibilidade de subsídio, observado, quanto à
seguintes princípios: remuneração, o disposto na Constituição Federal. (NR)
a) ingresso na carreira mediante concurso público de - Incisos II e III com redação dada pela Emenda Consti-
provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos tucional nº 21, de 14/02/2006.
Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se, do Parágrafo único - O ato de remoção e de disponibili-
bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade ju- dade de membro do Ministério Público, por interesse pú-
rídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de clas- blico, fundar-se-á em decisão por voto de dois terços do
sificação; (NR) órgão colegiado competente, assegurada ampla defesa.
- Alínea “a” com redação dada pela Emenda Constitu- Artigo 96 - Os membros do Ministério Público sujei-
cional nº 21, de 14/02/2006. tam-se, entre outras, às seguintes proibições:
b) promoção voluntária, por antiguidade e merecimen- I - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,
to, alternadamente, de entrância a entrância, e da entrância honorários, percentagens ou custas processuais;
mais elevada para o cargo de Procurador de Justiça, apli- II - exercer a advocacia;
cando-se, por assemelhação, o disposto no artigo 93, III, da III - participar de sociedade comercial, na forma da lei;
Constituição Federal; IV - exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer
c) subsídios fixados com diferença não excedente a outra função pública, salvo uma de magistério, se houver
dez por cento de uma para outra entrância, e da entrância compatibilidade de horário;
mais elevada para o cargo de Procurador-Geral de Justiça, V - exercer atividade político-partidária; (NR)
cujo subsídio, em espécie, a qualquer título, não poderá - Inciso V com redação dada pela Emenda Constitucio-
ultrapassar o teto fixado nos artigos 37, XI, da Constituição nal nº 21, de 14/02/2006.
Federal e 115, XII, desta Constituição; (NR) VI - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
d) aposentadoria, observado o disposto no artigo 40 contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou pri-
da Constituição Federal e no artigo 126 desta Constituição; vadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (NR)
(NR) VII - exercer a advocacia no juízo ou tribunal perante o
e) o benefício da pensão por morte deve obedecer o qual atuava, antes de decorridos três anos do afastamento
princípio do artigo 40, § 7º, da Constituição Federal; (NR) do cargo por aposentadoria ou exoneração. (NR)
- Alíneas “c” a “e” com redação dada pela Emenda Cons- - Incisos VI e VII acrescentados pela Emenda Constitu-
titucional nº 21, de 14/02/2006. cional nº 21, de 14/02/2006.
16
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
17
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
18
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
III - o prazo de validade do concurso público será de - Em 12/06/2018, o Tribunal de Justiça de São Pau-
até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período. A lo, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2116917-
nomeação do candidato aprovado obedecerá à ordem de 44.2018.8.26.0000, deferiu medida liminar para suspender
classificação; a eficácia da expressão “e seus municípios”, inserta no inciso
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital XII do artigo 115 da Constituição Estadual, com a redação
de convocação, o aprovado em concurso público de provas dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 08 de junho de
ou de provas e títulos será convocado com prioridade 2018, até o julgamento final da ação.
sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, XIII - até que se atinja o limite a que se refere o inciso
na carreira; anterior, é vedada a redução de salários que implique a
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente supressão das vantagens de caráter individual, adquiridas
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em em razão de tempo de serviço, previstas no artigo 129
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira desta Constituição. Atingido o referido limite, a redução
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em se aplicará independentemente da natureza das vantagens
lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e auferidas pelo servidor;
assessoramento; (NR) XIV - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e
- Inciso V com redação dada pela Emenda Constitucio- do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos
nal nº 21, de 14/02/2006. pelo Poder Executivo;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre XV - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer
associação sindical, obedecido o disposto no artigo 8º da espécies remuneratórias para o efeito de remuneração
Constituição Federal; de pessoal do serviço público, observado o disposto na
VII - o servidor e empregado público gozarão de es- Constituição Federal; (NR)
tabilidade no cargo ou emprego desde o registro de sua - Inciso XV com redação dada pela Emenda Constitucio-
candidatura para o exercício de cargo de representação nal nº 21, de 14/02/2006.
sindical ou no caso previsto no inciso XXIII deste artigo, XVI - os acréscimos pecuniários percebidos por
até um ano após o término do mandato, se eleito, salvo se servidor público não serão computados nem acumulados
cometer falta grave definida em lei; para fins de concessão de acréscimos ulteriores sob o
VIII - o direito de greve será exercido nos termos e nos
mesmo título ou idêntico fundamento;
limites definidos em lei específica; (NR)
XVII - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de
- Inciso VIII com redação dada pela Emenda Constitucio-
cargos e empregos públicos são irredutíveis, observado o
nal nº 21, de 14/02/2006.
disposto na Constituição Federal; (NR)
IX - a lei reservará percentual dos cargos e empregos
- Inciso XVII com redação dada pela Emenda Constitu-
públicos para os portadores de deficiências, garantindo as
cional nº 21, de 14/02/2006.
adaptações necessárias para a sua participação nos con-
XVIII - é vedada a acumulação remunerada de cargos
cursos públicos e definirá os critérios de sua admissão;
públicos, exceto quando houver compatibilidade de
X - a lei estabelecerá os casos de contratação por tem-
po determinado, para atender a necessidade temporária de horários:
excepcional interesse público; a) de dois cargos de professor;
XI - a revisão geral anual da remuneração dos servidores b) de um cargo de professor com outro técnico ou
públicos, sem distinção de índices entre servidores públicos científico;
civis e militares, far-se-á sempre na mesma data e por lei c) a de dois cargos ou empregos privativos de profis-
específica, observada a iniciativa privativa em cada caso; sionais de saúde, com profissões regulamentadas; (NR)
(NR) - Alínea “c” com redação dada pela Emenda Constitucio-
- Inciso XI com redação dada pela Emenda Constitucio- nal nº 21, de 14/02/2006.
nal nº 21, de 14/02/2006. XIX - a proibição de acumular estende-se a empregos
XII - para efeitos do disposto no § 12 do artigo 37 e funções e abrange autarquias, fundações, empresas pú-
da Constituição Federal, fica fixado como limite único blicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
da remuneração, subsídio, proventos, pensões ou outra sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Po-
espécie remuneratória, no âmbito do Estado de São der Público; (NR)
Paulo, abrangendo os Poderes Judiciário, Legislativos e - Inciso XIX com redação dada pela Emenda Constitucio-
Executivos, o Ministério Público, a Defensoria Pública e nal nº 21, de 14/02/2006.
os Tribunais de Contas, o valor do subsídio mensal dos XX - a administração fazendária e seus agentes fiscais
Desembargadores do Tribunal de Justiça deste Estado, de rendas, aos quais compete exercer, privativamente, a fis-
não se aplicando o disposto neste inciso aos subsídios dos calização de tributos estaduais, terão, dentro de suas áreas
Deputados Estaduais e Vereadores; (NR) de competência e jurisdição, precedência sobre os demais
- Inciso XII com redação dada pela Emenda Constitucio- setores administrativos, na forma da lei;
nal nº 46, de 08/06/2018. XX-A - a administração tributária, atividade essencial
- Vide artigo 2º da Emenda Constitucional nº 46, de ao funcionamento do Estado, exercida por servidores de
08/06/2018, que dispõe sobre o escalonamento do disposto carreiras específicas, terá recursos prioritários para a reali-
no inciso XII. zação de suas atividades e atuará de forma integrada com
19
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
as administrações tributárias da União, de outros Estados, §2º - É vedada ao Poder Público, direta ou indiretamente,
do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive com o com- a publicidade de qualquer natureza fora do território do
partilhamento de cadastros e de informações fiscais, na Estado, para fins de propaganda governamental, exceto
forma da lei ou convênio; (NR) às empresas que enfrentam concorrência de mercado e
- Inciso XX-A acrescentado pela Emenda Constitucional divulgação destinada a promover o turismo estadual. (NR)
nº 21, de 14/02/2006. - § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
XXI - a criação, transformação, fusão, cisão, 29 de 21/10/2009.
incorporação, privatização ou extinção das sociedades de §3º - A inobservância do disposto nos incisos II, III e
economia mista, autarquias, fundações e empresas públicas IV deste artigo implicará a nulidade do ato e a punição da
depende de prévia aprovação da Assembleia Legislativa; autoridade responsável, nos termos da lei.
XXII - depende de autorização legislativa, em cada §4º - As pessoas jurídicas de direito público e as de
caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas direito privado, prestadoras de serviços públicos, respon-
no inciso anterior, assim como a participação de qualquer derão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, cau-
delas em empresa privada; sarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra
XXIII - fica instituída a obrigatoriedade de um Diretor o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Representante e de um Conselho de Representantes, eleitos §5º - As entidades da administração direta e indireta,
pelos servidores e empregados públicos, nas autarquias,
inclusive fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Pú-
sociedades de economia mista e fundações instituídas
blico, o Ministério Público, bem como os Poderes Legislati-
ou mantidas pelo Poder Público, cabendo à lei definir os
vo e Judiciário, publicarão, até o dia trinta de abril de cada
limites de sua competência e atuação;
ano, seu quadro de cargos e funções, preenchidos e vagos,
XXIV - é obrigatória a declaração pública de bens, antes
da posse e depois do desligamento, de todo o dirigente de referentes ao exercício anterior.
empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia §6º - É vedada a percepção simultânea de proventos
e fundação instituída ou mantida pelo Poder Público; de aposentadoria decorrentes dos artigos 40, 42 e 142
XXV - os órgãos da administração direta e indireta fi- da Constituição Federal e dos artigos 126 e 138 desta
cam obrigados a constituir Comissão Interna de Prevenção Constituição com a remuneração de cargo, emprego ou
de Acidentes - CIPA - e, quando assim o exigirem suas ati- função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na
vidades, Comissão de Controle Ambiental, visando à prote- forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos
ção da vida, do meio ambiente e das condições de trabalho em comissão declarados em lei de livre nomeação e
dos seus servidores, na forma da lei; exoneração. (NR)
XXVI - ao servidor público que tiver sua capacidade de §7º - Não serão computadas, para efeito dos limites
trabalho reduzida em decorrência de acidente de trabalho remuneratórios de que trata o inciso XII do «caput» deste
ou doença do trabalho será garantida a transferência para artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
locais ou atividades compatíveis com sua situação; (NR)
XXVII - é vedada a estipulação de limite de idade §8º - Para os fins do disposto no inciso XII deste artigo
para ingresso por concurso público na administração e no inciso XI do artigo 37 da Constituição Federal, poderá
direta, empresa pública, sociedade de economia mista, ser fixado no âmbito do Estado, mediante emenda à pre-
autarquia e fundações instituídas ou mantidas pelo Poder sente Constituição, como limite único, o subsídio mensal
Público, respeitando-se apenas o limite constitucional para dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a
aposentadoria compulsória; noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do
XXVIII - os recursos provenientes dos descontos com- subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Fede-
pulsórios dos servidores públicos, bem como a contrapar- ral, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsí-
tida do Estado, destinados à formação de fundo próprio dios dos Deputados Estaduais. (NR)
de previdência, deverão ser postos, mensalmente, à dispo- - §§ 6º ao 8º acrescentados pela Emenda Constitucional
sição da entidade estadual responsável pela prestação do
nº 21, de 14/02/2006.
benefício, na forma que a lei dispuser;
Artigo 116 - Os vencimentos, vantagens ou qualquer
XXIX - a administração pública direta e indireta, as uni-
parcela remuneratória, pagos com atraso, deverão ser cor-
versidades públicas e as entidades de pesquisa técnica e
rigidos monetariamente, de acordo com os índices oficiais
científica oficiais ou subvencionadas pelo Estado prestarão
ao Ministério Público o apoio especializado ao desempe- aplicáveis à espécie.
nho das funções da Curadoria de Proteção de Acidentes do
Trabalho, da Curadoria de Defesa do Meio Ambiente e de SEÇÃO II
outros interesses coletivos e difusos. Das Obras, Serviços Públicos, Compras e Aliena-
§1º - A publicidade dos atos, programas, obras, servi- ções
ços e campanhas da administração pública direta, indireta,
fundações e órgãos controlados pelo Poder Público deverá Artigo 117 - Ressalvados os casos especificados na
ter caráter educacional, informativo e de orientação social, legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
dela não podendo constar nomes, símbolos e imagens que contratados mediante processo de licitação pública, que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servi- assegure igualdade de condições a todos os concorrentes,
dores públicos. com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
20
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da §1º - A lei assegurará aos servidores da administração
lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação direta isonomia de vencimentos para cargos de atribuições
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri- iguais ou assemelhados do mesmo Poder, ou entre servi-
mento das obrigações. dores dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, res-
Parágrafo único - É vedada à administração pública salvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à
direta e indireta, inclusive fundações instituídas ou natureza ou ao local de trabalho.
mantidas pelo Poder Público, a contratação de serviços e §2º - No caso do parágrafo anterior, não haverá
obras de empresas que não atendam às normas relativas à alteração nos vencimentos dos demais cargos da carreira
saúde e segurança no trabalho. a que pertence aquele cujos vencimentos foram alterados
Artigo 118 - As licitações de obras e serviços públicos por força da isonomia.
deverão ser precedidas da indicação do local onde serão §3º - Aplica-se aos servidores a que se refere o «caput»
executados e do respectivo projeto técnico completo, que deste artigo e disposto no artigo 7º, IV, VI, VII, VIII, IX,
permita a definição precisa de seu objeto e previsão de re- XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX da
cursos orçamentários, sob pena de invalidade da licitação.
Constituição Federal.
Parágrafo único - Na elaboração do projeto mencio-
§4º - Lei estadual poderá estabelecer a relação entre
nado neste artigo, deverão ser atendidas as exigências de
a maior e a menor remuneração dos servidores públicos,
proteção do patrimônio histórico-cultural e do meio am-
biente, observando-se o disposto no § 2º do artigo 192 obedecido, em qualquer caso, o disposto no artigo 37, XI,
desta Constituição. da Constituição Federal e no artigo 115, XII, desta Consti-
Artigo 119 - Os serviços concedidos ou permitidos tuição. (NR)
ficarão sempre sujeitos à regulamentação e fiscalização - § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21,
do Poder Público e poderão ser retomados quando não de 14/02/2006.
atendam satisfatoriamente aos seus fins ou às condições Artigo 125 - O exercício do mandato eletivo por ser-
do contrato. vidor público far-se-á com observância do artigo 38 da
Parágrafo único - Os serviços de que trata este arti- Constituição Federal.
go não serão subsidiados pelo Poder Público, em qualquer §1º - Fica assegurado ao servidor público, eleito para
medida, quando prestados por particulares. ocupar cargo em sindicato de categoria, o direito de afas-
Artigo 120 - Os serviços públicos serão remunerados tar-se de suas funções, durante o tempo em que durar o
por tarifa previamente fixada pelo órgão executivo compe- mandato, recebendo seus vencimentos e vantagens, nos
tente, na forma que a lei estabelecer. termos da lei.
Artigo 121 - Órgãos competentes publicarão, com a §2º - O tempo de mandato eletivo será computado
periodicidade necessária, os preços médios de mercado de para fins de aposentadoria especial.
bens e serviços, os quais servirão de base para as licitações Artigo 126 - Aos servidores titulares de cargos efe-
realizadas pela administração direta e indireta, inclusive tivos do Estado, incluídas suas autarquias e fundações, é
fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público. assegurado regime de previdência de caráter contributivo
Artigo 122 - Os serviços públicos, de natureza indus- e solidário, mediante contribuição do respectivo ente pú-
trial ou domiciliar, serão prestados aos usuários por méto- blico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas,
dos que visem à melhor qualidade e maior eficiência e à observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro
modicidade das tarifas. e atuarial e o disposto neste artigo. (NR)
Parágrafo único - Cabe ao Estado explorar diretamen- - Artigo 126, “caput”, com redação dada pela Emenda
te, ou mediante concessão, na forma da lei, os serviços de Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
gás canalizado em seu território, incluído o fornecimento
§1º - Os servidores abrangidos pelo regime de previ-
direto a partir de gasodutos de transporte, de maneira a
dência de que trata este artigo serão aposentados: (NR)
atender às necessidades dos setores industrial, domiciliar,
1 - por invalidez permanente, sendo os proventos pro-
comercial, automotivo e outros. (NR)
- Parágrafo único com redação dada pela Emenda Cons- porcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente
titucional nº 6, de 18/12/1998. de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença
Artigo 123 - Revogado. grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; (NR)
- Artigo 123 revogado pela Emenda Constitucional nº 2 - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com
21, de 14/02/2006. proventos proporcionais ao tempo de contribuição; (NR)
3 - voluntariamente, desde que cumprido tempo mí-
CAPÍTULO II nimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e
Dos Servidores Públicos do Estado cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentado-
SEÇÃO I ria, observadas as seguintes condições: (NR)
Dos Servidores Públicos Civis a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribui-
ção, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta
Artigo 124 - Os servidores da administração pública de contribuição, se mulher; (NR)
direta, das autarquias e das fundações instituídas ou manti- b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessen-
das pelo Poder Público terão regime jurídico único e planos ta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais
de carreira. ao tempo de contribuição. (NR)
21
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
§2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por §8º-A - É assegurado o reajustamento dos benefícios
ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remunera- para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real,
ção do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a conforme critérios estabelecidos em lei. (NR)
aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão §9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou
da pensão. (NR) municipal será contado para efeito de aposentadoria
§3º - Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por e o tempo de serviço correspondente para efeito de
ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunera- disponibilidade. (NR)
ções utilizadas como base para as contribuições do servidor §10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o arti- contagem de tempo de contribuição fictício. (NR)
go 201 da Constituição Federal, na forma da lei. (NR) §11 - Aplica-se o limite fixado no artigo 115, XII, desta
§4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios Constituição e do artigo 37, XI, da Constituição Federal à
diferenciados para a concessão de aposentadoria aos soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando
abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, decorrentes da acumulação de cargos ou empregos
nos termos definidos em leis complementares, os casos de públicos, bem como de outras atividades sujeitas a
servidores: (NR) contribuição para o regime geral de previdência social, e ao
1 - portadores de deficiência; (NR) montante resultante da adição de proventos de inatividade
2 - que exerçam atividades de risco; (NR) com remuneração de cargo acumulável na forma desta
3 - cujas atividades sejam exercidas sob condições Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (NR)
(NR) §12 - Além do disposto neste artigo, o regime de
§5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição previdência dos servidores públicos titulares de cargo
serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios
§ 1º, 3, “a”, para o professor que comprove exclusivamente fixados para o regime geral de previdência social. (NR)
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na edu- §13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de
cação infantil e no ensino fundamental e médio. (NR)
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
- §§ 1º ao 5º com redação dada pela Emenda Constitucio-
exoneração bem como de outro cargo temporário ou de
nal nº 21, de 14/02/2006.
emprego público, aplica-se o regime geral de previdência
§6º - Declarado inconstitucional, em controle concentra-
social. (NR)
do, pelo Supremo Tribunal Federal.
§14 - O Estado, desde que institua regime de previ-
- § 6º foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal
dência complementar para os seus respectivos servidores
Federal nos autos da ADI nº 755/1992, julgada em 01/07/1996.
titulares de cargo efetivo, poderá fixar, para o valor das
§6º-A - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos
aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a
percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para
de previdência previsto neste artigo. (NR) os benefícios do regime geral de previdência social de que
- § 6º-A acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21, trata o artigo 201 da Constituição Federal. (NR)
de 14/02/2006. §15 - O regime de previdência complementar de que
§7º - Lei disporá sobre a concessão do benefício de trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respec-
pensão por morte, que será igual: (NR) tivo Poder Executivo, observado o disposto no artigo 202
1 - ao valor da totalidade dos proventos do servidor e seus parágrafos, da Constituição Federal, no que couber,
falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios por intermédio de entidades fechadas de previdência com-
do regime geral de previdência social de que trata o artigo plementar, de natureza pública, que oferecerão aos respec-
201 da Constituição Federal, acrescido de setenta por cento tivos participantes planos de benefícios somente na moda-
da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do lidade de contribuição definida. (NR)
óbito; ou (NR) §16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção,
2 - ao valor da totalidade da remuneração do servidor o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite que tiver ingressado no serviço público até a data da publi-
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de cação do ato de instituição do correspondente regime de
previdência social de que trata o artigo 201 da Constituição previdência complementar. (NR)
Federal, acrescido de setenta por cento da parcela excedente §17 - Todos os valores de remuneração considerados
a este limite, caso em atividade na data do óbito. (NR) para o cálculo do benefício previsto no §3° serão
- § 7º com redação dada pela Emenda Constitucional nº devidamente atualizados, na forma da lei. (NR)
21, de 14/02/2006. §18 - Incidirá contribuição sobre os proventos de apo-
§8º - Declarado inconstitucional, em controle sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. este artigo que superem o limite máximo estabelecido para
- § 8º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 1, de os benefícios do regime geral de previdência social de que
20/12/1990, foi declarado inconstitucional pelo Supremo trata o artigo 201 da Constituição Federal, com percentual
Tribunal Federal nos autos da ADI nº 582/1991, julgada igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos
em 17/06/1999. efetivos. (NR)
22
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
§19 - O servidor de que trata este artigo que tenha previdência social decorrente de atividade de natureza pri-
completado as exigências para aposentadoria voluntária vada, rural ou urbana, hipótese em que os diversos siste-
estabelecidas no § 1º, 3, “a”, e que opte por permanecer em mas de previdência social se compensarão financeiramen-
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente te, segundo os critérios estabelecidos em lei. (NR)
ao valor da sua contribuição previdenciária até completar - Artigo 132 com redação dada pela Emenda Constitu-
as exigências para aposentadoria compulsória contidas no cional nº 21, de 14/02/2006.
§ 1º, 2. (NR) Artigo 133 - O servidor, com mais de cinco anos de
§20 - Fica vedada a existência de mais de um regime efetivo exercício, que tenha exercido ou venha a exer-
próprio de previdência social para os servidores titulares cer cargo ou função que lhe proporcione remuneração su-
de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora perior à do cargo de que seja titular, ou função para a qual
do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o foi admitido, incorporará um décimo dessa diferença, por
disposto no artigo 142, § 3º, X, da Constituição Federal. ano, até o limite de dez décimos.
(NR) - A expressão “a qualquer título”, que integrava o dis-
§21 - A contribuição prevista no § 18 deste artigo positivo, foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tri-
incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de bunal Federal nos autos do Recurso Extraordinário nº
219934/1997, julgado em 13/10/2004, e teve a sua execu-
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do
ção suspensa pela Resolução nº 51/2005, de 13/07/2005, do
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
Senado Federal.
geral de previdência social de que trata o artigo 201 da
Artigo 134 - O servidor, durante o exercício do man-
Constituição Federal, quando o beneficiário, na forma da
dato de vereador, será inamovível.
lei, for portador de doença incapacitante. (NR) Artigo 135 - Ao servidor público titular de cargo efe-
§22 - O servidor, após noventa dias decorridos da tivo do Estado será contado, como efetivo exercício, para
apresentação do pedido de aposentadoria voluntária, efeito de aposentadoria e disponibilidade, o tempo de con-
instruído com prova de ter cumprido os requisitos tribuição decorrente de serviço prestado em cartório não
necessários à obtenção do direito, poderá cessar o exercício oficializado, mediante certidão expedida pela Corregedo-
da função pública, independentemente de qualquer ria-Geral da Justiça. (NR)
formalidade. (NR) - Artigo 135 com redação dada pela Emenda Constitu-
- §§ 8º-A ao 22 acrescentados pela Emenda Constitucio- cional nº 21, de 14/02/2006.
nal nº 21, de 14/02/2006. Artigo 136 - O servidor público civil demitido por ato
Artigo 127 - Aplica-se aos servidores públicos esta- administrativo, se absolvido pela Justiça, na ação referente
duais, para efeito de estabilidade, o disposto no artigo 41 ao ato que deu causa à demissão, será reintegrado ao ser-
da Constituição Federal. viço público, com todos os direitos adquiridos.
Artigo 128 - As vantagens de qualquer natureza só Artigo 137 - A lei assegurará à servidora gestante mu-
poderão ser instituídas por lei e quando atendam efetiva- dança de função, nos casos em que for recomendado, sem
mente ao interesse público e às exigências do serviço. prejuízo de seus vencimentos ou salários e demais vanta-
Artigo 129 - Ao servidor público estadual é assegu- gens do cargo ou função-atividade.
rado o percebimento do adicional por tempo de serviço,
concedido no mínimo por quinquênio, e vedada a sua limi- SEÇÃO II
tação, bem como a sexta-parte dos vencimentos integrais, Dos Servidores Públicos Militares
concedida aos vinte anos de efetivo exercício, que se incor-
porarão aos vencimentos para todos os efeitos, observado Artigo 138 - São servidores públicos militares esta-
o disposto no artigo 115, XVI, desta Constituição. duais os integrantes da Polícia Militar do Estado.
Artigo 130 - Ao servidor será assegurado o direito de §1º - Aplica-se, no que couber, aos servidores a que se
refere este artigo, o disposto no artigo 42 da Constituição
remoção para igual cargo ou função, no lugar de residência
Federal.
do cônjuge, se este também for servidor e houver vaga,
§2º - Naquilo que não colidir com a legislação
nos termos da lei.
específica, aplica-se aos servidores mencionados neste
Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se
artigo o disposto na seção anterior.
também ao servidor cônjuge de titular de mandato eletivo §3º - O servidor público militar demitido por ato ad-
estadual ou municipal. ministrativo, se absolvido pela Justiça, na ação referente ao
Artigo 131 - O Estado responsabilizará os seus ser- ato que deu causa à demissão, será reintegrado à Corpora-
vidores por alcance e outros danos causados à adminis- ção com todos os direitos restabelecidos.
tração, ou por pagamentos efetuados em desacordo com §4º - O oficial da Polícia Militar só perderá o posto e
as normas legais, sujeitando-os ao sequestro e perdimento a patente se for julgado indigno do Oficialato ou com ele
dos bens, nos termos da lei. incompatível, por decisão do Tribunal de Justiça Militar do
Artigo 132 - Os servidores titulares de cargos efetivos Estado.
do Estado, incluídas suas autarquias e fundações, desde §5º - O oficial condenado na Justiça comum ou militar
que tenham completado cinco anos de efetivo exercício, à pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sen-
terão computado, para efeito de aposentadoria, nos ter- tença transitada em julgado, será submetido ao julgamen-
mos da lei, o tempo de contribuição ao regime geral de to previsto no parágrafo anterior.
23
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
§6º - O direito do servidor militar de ser transferido para a §8º - Lei específica definirá a organização,
reserva ou ser reformado será assegurado, ainda que respon- funcionamento e atribuições da Superintendência da
dendo a inquérito ou processo em qualquer jurisdição, nos ca- Polícia Técnico-Científica, que será dirigida, alternadamen-
sos previstos em lei específica. te, por perito criminal e médico legista, sendo integrada
pelos seguintes órgãos: (NR)
CAPÍTULO III I - Instituto de Criminalística; (NR)
Da Segurança Pública II - Instituto Médico Legal. (NR)
SEÇÃO I - §§ 3º, 4º e 5º renumerados para §§ 6º, 7º e 8º
Disposições Gerais pela Emenda Constitucional nº 35, de 03/04/2012.
- Artigo 140, § 8º, ver STF - ADI nº 2861/2003.
Artigo 139 - A Segurança Pública, dever do Estado, direito
e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da SEÇÃO III
ordem pública e incolumidade das pessoas e do patrimônio. Da Polícia Militar
§1º - O Estado manterá a Segurança Pública por meio de
sua polícia, subordinada ao Governador do Estado. Artigo 141 - À Polícia Militar, órgão permanente,
§2º - A polícia do Estado será integrada pela Polícia Civil, incumbe, além das atribuições definidas em lei, a polícia
Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. ostensiva e a preservação da ordem pública.
§3º - A Polícia Militar, integrada pelo Corpo de Bombeiros §1º - O Comandante-Geral da Polícia Militar será no-
é força auxiliar, reserva do Exército. meado pelo Governador do Estado dentre oficiais da ativa,
ocupantes do último posto do Quadro de Oficiais Policiais
SEÇÃO II Militares, conforme dispuser a lei, devendo fazer declara-
Da Polícia Civil ção pública de bens no ato da posse e de sua exoneração.
§2º - Lei Orgânica e Estatuto disciplinarão a
Artigo 140 - À Polícia Civil, órgão permanente, dirigida por organização, o funcionamento, direitos, deveres, vantagens
delegados de polícia de carreira, bacharéis em Direito, incumbe,
e regime de trabalho da Polícia Militar e de seus integrantes,
ressalvada a competência da União, as funções de polícia
servidores militares estaduais, respeitadas as leis federais
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
concernentes.
§1º - O Delegado-Geral da Polícia Civil, integrante da
§3º - A criação e manutenção da Casa Militar e Asses-
última classe da carreira, será nomeado pelo Governador do
sorias Militares somente poderão ser efetivadas nos termos
Estado e deverá fazer declaração pública de bens no ato da
em que a lei estabelecer.
posse e da sua exoneração.
§4º - O Chefe da Casa Militar será escolhido pelo Go-
§2º - No desempenho da atividade de polícia judiciária,
instrumental à propositura de ações penais, a Polícia Civil vernador do Estado entre oficiais da ativa, ocupantes do
exerce atribuição essencial à função jurisdicional do Estado e à último posto do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
defesa da ordem jurídica. (NR) Artigo 142 - Ao Corpo de Bombeiros, além das atri-
§3º - Aos Delegados de Polícia é assegurada independência buições definidas em lei, incumbe a execução de atividades
funcional pela livre convicção nos atos de polícia judiciária. (NR) de defesa civil, tendo seu quadro próprio e funcionamento
§4º - O ingresso na carreira de Delegado de Polícia de- definidos na legislação prevista no §2º do artigo anterior.
penderá de concurso público de provas e títulos, assegurada a
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as SEÇÃO IV
suas fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, dois Da Política Penitenciária
anos de atividades jurídicas, observando-se, nas nomeações, a
ordem de classificação. (NR) Artigo 143 - A legislação penitenciária estadual asse-
§5º - A exigência de tempo de atividade jurídica será gurará o respeito às regras mínimas da Organização das
dispensada para os que contarem com, no mínimo, dois Nações Unidas para o tratamento de reclusos, a defesa
anos de efetivo exercício em cargo de natureza policial-civil, técnica nas infrações disciplinares e definirá a composição
anteriormente à publicação do edital de concurso. (NR) e competência do Conselho Estadual de Política Peniten-
- §§ 2º ao 5º com redação dada pela Emenda Constitucional ciária.
nº 35, de 03/04/2012.
§6º - A remoção de integrante da carreira de delegado de TÍTULO IV
polícia somente poderá ocorrer mediante pedido do interessa- Dos Municípios e Regiões
do ou manifestação favorável do Colegiado Superior da Polícia CAPÍTULO I
Civil, nos termos da lei. (NR) Dos Municípios
§7º - Lei Orgânica e Estatuto disciplinarão a organização, SEÇÃO I
o funcionamento, os direitos, deveres, vantagens e regime de Disposições Gerais
trabalho da Polícia Civil e de seus integrantes, servidores es-
peciais, assegurado na estruturação das carreiras o mes- Artigo 144 - Os Municípios, com autonomia política,
mo tratamento dispensado, para efeito de escalonamento legislativa, administrativa e financeira se auto-organizarão
e promoção, aos delegados de polícia, respeitadas as leis por Lei Orgânica, atendidos os princípios estabelecidos na
federais concernentes. (NR) Constituição Federal e nesta Constituição.
24
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
Artigo 145 - A criação, a fusão, a incorporação e o Artigo 147 - Os Municípios poderão, por meio de lei
desmembramento de Municípios far-se-ão por lei estadual, municipal, constituir guarda municipal, destinada à pro-
dentro do período determinado por lei complementar fe- teção de seus bens, serviços e instalações, obedecidos os
deral, e dependerão de consulta prévia, mediante plebisci- preceitos da lei federal.
to, às populações dos Municípios envolvidos, após divulga- Artigo 148 - Lei estadual estabelecerá condições que
ção dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e facilitem e estimulem a criação de Corpos de Bombeiros
publicados na forma da lei, nos termos do artigo 18, § 4º, da Voluntários nos Municípios respeitada a legislação federal.
Constituição Federal. (NR)
- Artigo 145, “caput”, com redação dada pela Emenda SEÇÃO II
Constitucional nº 21, de 14/02/2006. Da Intervenção
Parágrafo único - O território dos Municípios poderá
ser dividido em distritos, mediante lei municipal, atendidos Artigo 149 - O Estado não intervirá no Município, sal-
os requisitos previstos em lei complementar, garantida a vo quando:
participação popular. I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por
Artigo 145-A - A alteração da denominação de Municí- dois anos consecutivos, a dívida fundada;
pios, quando não resultar do disposto no artigo 145, far-se-á II - não forem prestadas contas devidas, na forma da
por lei estadual e dependerá de consulta prévia, mediante lei;
plebiscito, à população do respectivo Município. (NR) III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita
§1º - O plebiscito será realizado pelo Tribunal Regional municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e
Eleitoral, mediante solicitação da Câmara Municipal, instruí-
nas ações e serviços públicos de saúde; (NR)
da com representação subscrita por, no mínimo, 1% (um por
- Inciso III com redação dada pela Emenda Constitucio-
cento) dos eleitores domiciliados no respectivo Município e
nal nº 21, de 14/02/2006.
informação do órgão técnico competente sobre a inexistên-
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a represen-
cia de topônimo correlato no Estado ou em outra unidade
da Federação. (NR) tação para a observância de princípios constantes nesta
§2º - Caso o resultado do plebiscito seja favorável Constituição, ou para prover a execução de lei, de ordem
à alteração proposta, o Tribunal Regional Eleitoral o ou de decisão judicial.
encaminhará à Assembleia Legislativa para a elaboração da §1º - O decreto de intervenção, que especificará a am-
lei estadual mencionada no «caput». (NR) plitude, prazo e condições de execução e, se couber, no-
- Artigo 145-A acrescentado pela Emenda Constitucional meará o interventor, será submetido à apreciação da As-
nº 30, de 21/10/2009. sembleia Legislativa, no prazo de vinte e quatro horas.
Artigo 146 - A classificação de Municípios Turísticos, as- §2º - Estando a Assembleia Legislativa em recesso, far-
sim considerados as Estâncias e os Municípios de Interesse se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte
Turístico, far-se-á por lei estadual e dependerá da observân- e quatro horas, para apreciar a Mensagem do Governador
cia de condições e requisitos mínimos estabelecidos em lei do Estado.
complementar e da manifestação do órgão técnico compe- §3º - No caso do inciso IV, dispensada a apreciação
tente. (NR) pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a sus-
§1º - O Poder Executivo deverá encaminhar à Assembleia pender a execução do ato impugnado, se esta medida bas-
Legislativa, a cada três anos, projeto de Lei Revisional dos tar ao restabelecimento da normalidade, comunicando o
Municípios Turísticos, a ser disciplinado na lei complementar Governador do Estado seus efeitos ao Presidente do Tribu-
prevista no ‘caput’ deste artigo. (NR) nal de Justiça.
§2º - O Estado manterá, na forma que a lei estabelecer, §4º - Cessados os motivos da intervenção, as autorida-
um Fundo de Melhoria dos Municípios Turísticos, com o des afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedi-
objetivo de desenvolver programas de melhoria e preservação mento legal, sem prejuízo da apuração administrativa, civil
ambiental, urbanização, serviços e equipamentos turísticos. ou criminal decorrente de seus atos.
(NR) §5º - O interventor prestará contas de seus atos ao
§3º - O Fundo de Melhoria dos Municípios Turísticos Governador do Estado e aos órgãos de fiscalização a que
terá dotação orçamentária anual correspondente a 11%
estão sujeitas as autoridades afastadas.
(onze por cento) da totalidade da arrecadação dos impostos
municipais das Estâncias no exercício imediatamente anterior,
SEÇÃO III
limitada ao valor inicial da última dotação atualizado pela
variação anual nominal da receita de impostos estaduais Da Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária,
estimada na subsequente proposta orçamentária. (NR) Operacional e Patrimonial
§4º - Os critérios para a distribuição, transferência
e aplicação dos recursos do Fundo de Melhoria dos Artigo 150 - A fiscalização contábil, financeira, orça-
Municípios Turísticos serão estabelecidos em lei, garantida mentária, operacional e patrimonial do Município e de to-
a destinação de 20% (vinte por cento) para os Municípios das as entidades da administração direta e indireta, quanto
de Interesse Turístico. (NR) à legalidade, legitimidade, economicidade, finalidade, mo-
- Artigo 146 com redação dada pela Emenda Constitu- tivação, moralidade, publicidade e interesse público, apli-
cional nº 40, de 09/04/2015. cação de subvenções e renúncia de receitas, será exercida
25
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
pela Câmara Municipal, mediante controle externo, e pelos ção contínua entre dois ou mais Municípios ou manifesta
sistemas de controle interno de cada Poder, na forma da tendência nesse sentido, que exija planejamento integrado
respectiva lei orgânica, em conformidade com o disposto e recomende ação coordenada dos entes públicos nela
no artigo 31 da Constituição Federal. atuantes.
Artigo 151 - O Tribunal de Contas do Município de §3º - Considera-se microrregião o agrupamento de
São Paulo será composto por cinco Conselheiros e obede- Municípios limítrofes que apresente, entre si, relações de
cerá, no que couber, aos princípios da Constituição Federal interação funcional de natureza físico-territorial, econômi-
e desta Constituição. co-social e administrativa, exigindo planejamento integra-
Parágrafo único - Aplicam-se aos Conselheiros do Tri- do com vistas a criar condições adequadas para o desen-
bunal de Contas do Município de São Paulo as normas per- volvimento e integração regional.
tinentes aos Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado. Artigo 154 - Visando a promover o planejamento re-
- Artigo 151, “caput”, e parágrafo único ver STF - ADI nº gional, a organização e execução das funções públicas de
346/1990 e nº 4776/2012. interesse comum, o Estado criará, mediante lei comple-
mentar, para cada unidade regional, um conselho de ca-
CAPÍTULO II ráter normativo e deliberativo, bem como disporá sobre a
Da Organização Regional organização, a articulação, a coordenação e, conforme o
SEÇÃO I caso, a fusão de entidades ou órgãos públicos atuantes na
Dos Objetivos, Diretrizes e Prioridades região, assegurada, nestes e naquele, a participação pari-
tária do conjunto dos Municípios, com relação ao Estado.
Artigo 152 - A organização regional do Estado tem §1º - Em regiões metropolitanas, o conselho a que
por objetivo promover: alude o “caput” deste artigo integrará entidade pública de
I - o planejamento regional para o desenvolvimento caráter territorial, vinculando-se a ele os respectivos órgãos
sócio-econômico e melhoria da qualidade de vida; de direção e execução, bem como as entidades regionais e
II - a cooperação dos diferentes níveis de governo, setoriais executoras das funções públicas de interesse co-
mediante a descentralização, articulação e integração de mum, no que respeita ao planejamento e às medidas para
seus órgãos e entidades da administração direta e indireta sua implementação.
com atuação na região, visando ao máximo aproveitamento §2º - É assegurada, nos termos da lei complementar, a
participação da população no processo de planejamento e
dos recursos públicos a ela destinados;
tomada de decisões, bem como na fiscalização da realização
III - a utilização racional do território, dos recursos na-
de serviços ou funções públicas em nível regional.
turais, culturais e a proteção do meio ambiente, mediante
§3º - A participação dos municípios nos conselhos
o controle da implantação dos empreendimentos públicos
deliberativos e normativos regionais, previstos no “caput”
e privados na região;
deste artigo, será disciplinada em lei complementar.
IV - a integração do planejamento e da execução de
Artigo 155 - Os Municípios deverão compatibilizar, no
funções públicas de interesse comum aos entes públicos
que couber, seus planos, programas, orçamentos, investi-
atuantes na região;
mentos e ações às metas, diretrizes e objetivos estabeleci-
V - a redução das desigualdades sociais e regionais. dos nos planos e programas estaduais, regionais e setoriais
Parágrafo único - O Poder Executivo coordenará e de desenvolvimento econômico-social e de ordenação ter-
compatibilizará os planos e sistemas de caráter regional. ritorial, quando expressamente estabelecidos pelo conse-
lho a que se refere o artigo 154.
SEÇÃO II Parágrafo único - O Estado, no que couber, compati-
Das Entidades Regionais bilizará os planos e programas estaduais, regionais e seto-
riais de desenvolvimento, com o plano diretor dos Municí-
Artigo 153 - O território estadual poderá ser dividido, pios e as prioridades da população local.
total ou parcialmente, em unidades regionais constituídas Artigo 156 - Os planos plurianuais do Estado estabe-
por agrupamentos de Municípios limítrofes, mediante lei lecerão, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e
complementar, para integrar a organização, o planejamen- metas da Administração Estadual.
to e a execução de funções públicas de interesse comum, Artigo 157 - O Estado e os Municípios destinarão re-
atendidas as respectivas peculiaridades. cursos financeiros específicos, nos respectivos planos plu-
§1º - Considera-se região metropolitana o agrupamen- rianuais e orçamentos, para o desenvolvimento de funções
to de Municípios limítrofes que assuma destacada expres- públicas de interesse comum, observado o disposto no ar-
são nacional, em razão de elevada densidade demográfica, tigo 174 desta Constituição.
significativa conurbação e de funções urbanas e regionais Artigo 158 - Em região metropolitana ou aglomeração
com alto grau de diversidade, especialização e integração urbana, o planejamento do transporte coletivo de caráter
sócio-econômica, exigindo planejamento integrado e ação regional será efetuado pelo Estado, em conjunto com os
conjunta permanente dos entes públicos nela atuantes. municípios integrantes das respectivas entidades regionais.
§2º - Considera-se aglomeração urbana o agrupamen- Parágrafo único - Caberá ao Estado a operação do
to de Municípios limítrofes que apresente relação de inte- transporte coletivo de caráter regional, diretamente ou me-
gração funcional de natureza econômico-social e urbaniza- diante concessão ou permissão.
26
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
27
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
§6º - Qualquer subsídio ou isenção, redução de base §2º - O imposto previsto no inciso I, “b”, atenderá ao
de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou seguinte:
remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só 1 - será não cumulativo, compensando-se o que for
poderão ser concedidos mediante lei estadual específica, devido em cada operação relativa à circulação de merca-
que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas dorias ou prestação de serviços com o montante cobrado
ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo nas anteriores pelo mesmo ou em outro Estado ou pelo
do disposto no artigo 155, § 2º, XII, “g”, da Constituição Distrito Federal;
Federal. (NR) 2 - a isenção ou não incidência, salvo determinação em
- § 6º com redação dada pela Emenda Constitucional nº contrário da legislação:
21, de 14/02/2006. a) não implicará crédito para compensação com o
§7º - Para os efeitos do inciso V, não se compreende montante devido nas operações ou prestações seguintes;
como limitação ao tráfego de bens a apreensão de merca- b) acarretará a anulação do crédito relativo às opera-
dorias, quando desacompanhadas de documentação fiscal ções anteriores;
idônea, hipótese em que ficarão retidas até a comprovação 3 - poderá ser seletivo, em função da essencialidade
da legitimidade de sua posse pelo proprietário. das mercadorias e dos serviços;
- § 7º foi objeto da ADI nº 395/1990, perante o Supremo 4 - terá as suas alíquotas fixadas nos termos do artigo
Tribunal Federal, tendo sido a ação julgada improcedente 155, § 2º, IV, V e VI, da Constituição Federal;
em 17/05/2007, portanto reconhecida a constitucionalidade 5 - em relação às operações e prestações que destinem
do dispositivo. bens e serviços a consumidor final localizado em outro Es-
§8º - A vedação do inciso III, “c”, não se aplica à fixação tado, adotar-se-á:
da base de cálculo do imposto previsto no artigo 165, I, a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for
“c”. (NR) contribuinte do imposto;
- § 8º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21, b) a alíquota interna, quando o destinatário não for
de 14/02/2006. contribuinte dele;
Artigo 164 - É vedada a cobrança de taxas: 6 - na hipótese da alínea “a” do item anterior, caberá a
I - pelo exercício do direito de petição ao Poder Público este Estado, quando nele estiver localizado o destinatário,
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de o imposto correspondente à diferença entre a alíquota
poder; interna e a interestadual;
II - para a obtenção de certidões em repartições públi- 7 - incidirá também:
cas, para defesa de direitos e esclarecimentos de interesse a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados
pessoal. do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja
contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua
SEÇÃO III finalidade, assim como o serviço prestado no exterior, ca-
Dos Impostos do Estado bendo o imposto a este Estado, quando nele estiver situa-
do o estabelecimento destinatário da mercadoria, bem ou
Artigo 165 - Compete ao Estado instituir: serviço; (NR)
I - impostos sobre: - Alínea “a” com redação dada pela Emenda Constitu-
a) transmissão “causa mortis” e doação de quaisquer cional nº 21, de 14/02/2006.
bens ou direitos; b) sobre o valor total da operação, quando mercado-
b) operações relativas à circulação de mercadorias e rias forem fornecidas com serviços não compreendidos na
sobre prestações de serviços de transporte interestadual, competência tributária dos Municípios;
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações 8 - não incidirá:
e as prestações se iniciem no exterior; a) sobre operações que destinem mercadorias para o
c) propriedade de veículos automotores; exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no
II - adicional de até cinco por cento do que for pago à exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do
União por pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no terri- montante do imposto cobrado nas operações e prestações
tório do Estado de São Paulo, a título do imposto previsto anteriores; (NR)
no artigo 153, III, da Constituição Federal, incidentes sobre - Alínea “a” com redação dada pela Emenda Constitu-
lucros, ganhos e rendimentos de capital. cional nº 21, de 14/02/2006.
§1º - O imposto previsto no inciso I, “a”: b) sobre operações que destinem a outros Estados pe-
1 - incide sobre: tróleo, incluindo lubrificantes, combustíveis líquidos e ga-
a) bens imóveis situados neste Estado e direitos a eles sosos dele derivados e energia elétrica;
relativos; c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no artigo 153,
b) bens móveis, títulos e créditos, cujo inventário ou § 5º, da Constituição Federal;
arrolamento for processado neste Estado; d) nas prestações de serviço de comunicação nas
c) bens móveis, títulos e créditos, cujo doador estiver modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens
domiciliado neste Estado; de recepção livre e gratuita; (NR)
2 - terá suas alíquotas limitadas aos percentuais - Alínea “d” acrescentada pela Emenda Constitucional nº
máximos fixados pelo Senado Federal. 21, de 14/02/2006.
28
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
9 - não compreenderá, em sua base de cálculo, o mon- Artigo 168 - É vedada a retenção ou qualquer restrição
tante do imposto sobre produtos industrializados, quando à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos nesta
a operação, realizada entre contribuintes e relativa a pro- seção aos Municípios, neles compreendidos adicionais e
duto destinado à industrialização ou à comercialização, acréscimos relativos a impostos.
configure fato gerador dos dois impostos; Parágrafo único - A proibição contida no “caput” não
§3º - O produto das multas provenientes do adicional impede o Estado de condicionar a entrega de recursos ao
do imposto de renda será aplicado obrigatoriamente na pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias, e
construção de casas populares. ao cumprimento do disposto no artigo 198, § 2º, III, e § 3º,
§4º - O imposto previsto no inciso I, “c”: (NR) da Constituição Federal. (NR)
1 - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; - Parágrafo único com redação dada pela Emenda Cons-
(NR) titucional nº 21, de 14/02/2006.
2 - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do
tipo e utilização. (NR) CAPÍTULO II
- § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21, Das Finanças
de 14/02/2006.
Artigo 166 - Lei de iniciativa do Poder Executivo isen- Artigo 169 - A despesa de pessoal ativo e inativo ficará
tará do imposto as transmissões “causa mortis” de imóvel sujeita aos limites estabelecidos na lei complementar a que
de pequeno valor, utilizado como residência do beneficiá- se refere o artigo 169 da Constituição Federal.
rio da herança. Parágrafo único - A concessão de qualquer vantagem
Parágrafo único - A lei a que se refere o “caput” deste ou aumento de remuneração, a criação de cargos ou a al-
artigo estabelecerá as bases do valor referido, de conformi- teração de estrutura de carreiras, bem como a admissão de
dade com os índices oficiais fixados pelo Governo Federal. pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da ad-
ministração direta ou indireta, inclusive fundações instituí-
SEÇÃO IV das ou mantidas pelo Poder Público, só poderão ser feitas:
Da Repartição das Receitas Tributárias 1 - se houver prévia dotação orçamentária suficiente
para atender às projeções de despesa de pessoal e aos
Artigo 167 - O Estado destinará aos Municípios: acréscimos dela decorrentes;
I - cinquenta por cento do produto da arrecadação do 2 - se houver autorização específica na lei de diretrizes
imposto sobre a propriedade de veículos automotores li- orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as socie-
cenciados em seus respectivos territórios;
dades de economia mista.
II - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação
Artigo 170 - O Poder Executivo publicará e enviará ao
do imposto sobre operações relativas à circulação de
Legislativo, até trinta dias após o encerramento de cada
mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte
bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.
interestadual e intermunicipal e de comunicação;
§1º - Até dez dias antes do encerramento do prazo de
III - vinte e cinco por cento dos recursos que receber
que trata este artigo, as autoridades nele referidas remete-
nos termos do artigo 159, II, da Constituição Federal;
rão ao Poder Executivo as informações necessárias.
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecada-
§2º - Os Poderes Judiciário e Legislativo, bem como o
ção da contribuição de intervenção no domínio econômico
Tribunal de Contas e o Ministério Público, publicarão seus
que couber ao Estado, nos termos do § 4º do artigo 159
da Constituição Federal e na forma da lei a que se refere o relatórios, nos termos deste artigo.
inciso III do mesmo artigo. (NR) Artigo 171 - Os recursos correspondentes às dotações
- Inciso IV acrescentado pela Emenda Constitucional nº orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares
21, de 14/02/2006. e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo
§1º - As parcelas de receita pertencentes aos Municí- e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública,
pios, mencionadas no inciso II, serão creditadas conforme ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duo-
os seguintes critérios: décimos, na forma da lei complementar a que se refere o
1 - três quartos, no mínimo, na proporção do valor artigo 165, § 9º, da Constituição Federal. (NR)
adicionado nas operações relativas à circulação de mer- - Artigo 171 com redação dada pela Emenda Constitu-
cadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus cional nº 21, de 14/02/2006.
territórios; Artigo 172 - Os recursos financeiros, provenientes da
2 - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei exploração de gás natural, que couberem ao Estado por
estadual. força do disposto no § 1º do artigo 20 da Constituição Fe-
§2º - As parcelas de receita pertencentes aos Municí- deral, serão aplicados preferencialmente na construção,
pios mencionados no inciso III serão creditadas conforme desenvolvimento e manutenção do sistema estadual de
os critérios estabelecidos no §1º. gás canalizado.
§3º - Cabe à lei dispor sobre o acompanhamento, pe- Artigo 173 - São agentes financeiros do Tesouro Esta-
los beneficiários, do cálculo das quotas e da liberação das dual os hoje denominados Banco do Estado de São Paulo
participações previstas neste artigo. S/A e Caixa Econômica do Estado de São Paulo S/A.
29
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
CAPÍTULO III §8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo
Dos Orçamentos estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não
se incluindo na proibição a autorização para abertura de
Artigo 174 - Leis de iniciativa do Poder Executivo esta- créditos suplementares e contratação de operações de
belecerão, com observância dos preceitos correspondentes crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos
da Constituição Federal: da lei.
I - o plano plurianual; §9º - O Governador enviará à Assembleia Legislativa:
II - as diretrizes orçamentárias; (NR)
III - os orçamentos anuais. 1 - até 15 de agosto do primeiro ano do mandato do
§1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá Governador eleito, o projeto de lei dispondo sobre o plano
as diretrizes, objetivos e metas da administração pública plurianual; (NR)
estadual para as despesas de capital e outras delas decor- 2 - até 30 de abril, anualmente, o projeto de lei de
rentes e para as relativas aos programas de duração con- diretrizes orçamentárias; e (NR)
tinuada. 3 - até 30 de setembro, de cada ano, o projeto de lei da
§2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá proposta orçamentária para o exercício subsequente. (NR)
as metas e prioridades da administração pública estadual, - § 9º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro 24, de 23/01/2008.
subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária Artigo 175 - Os projetos de lei relativos ao plano plu-
anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e rianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras aos créditos adicionais, bem como suas emendas, serão
oficiais de fomento. apreciados pela Assembleia Legislativa.
§3º - Os planos e programas estaduais previstos nesta § 1º - As emendas ao projeto de lei do orçamento
Constituição serão elaborados em consonância com o anual ou aos projetos que o modifiquem serão admitidas
plano plurianual. desde que:
§4º - A lei orçamentária anual compreenderá: 1 - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a
1 - o orçamento fiscal referente aos Poderes do Estado, lei de diretrizes orçamentárias;
seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e 2 - indiquem os recursos necessários, admitidos ape-
indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas pelo nas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as
Poder Público; que incidam sobre:
2 - o orçamento de investimentos das empresas em a) dotações para pessoal e seus encargos;
que o Estado, direta ou indiretamente, detenha a maioria b) serviço da dívida;
do capital social com direito a voto; c) transferências tributárias constitucionais para
3 - o orçamento de seguridade social, abrangendo Municípios.
todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da 3 - sejam relacionadas:
administração direta e indireta, bem como os fundos e a) com correção de erros ou omissões;
fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público; b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
4 - o orçamento da verba necessária ao pagamento §2º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes
de débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado, orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
constantes dos precatórios judiciais apresentados até incompatíveis com o plano plurianual.
1º de julho, a serem consignados diretamente ao Poder §3º - O Governador poderá enviar mensagem ao Le-
Judiciário, ressalvados os créditos de natureza alimentícia gislativo para propor modificações nos projetos a que se
e as obrigações definidas em lei como de pequeno valor. refere este artigo, enquanto não iniciada, na Comissão
(NR) competente, a votação da parte cuja alteração é proposta.
- Item 4 acrescentado pela Emenda Constitucional nº §4º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste
21, de 14/02/2006. artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as
§5º - A matéria do projeto das leis a que se refere o demais normas relativas ao processo legislativo.
“caput” deste artigo será organizada e compatibilizada em §5º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda
todos os seus aspectos setoriais e regionais pelo órgão ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem
central de planejamento do Estado. sem despesas correspondentes, poderão ser utilizados,
§6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado conforme o caso, mediante créditos especiais ou suple-
de demonstrativo dos efeitos decorrentes de isenções, mentares, com prévia e específica autorização legislativa.
anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza fi- § 6º - As emendas individuais ao projeto de lei
nanceira, tributária e creditícia. orçamentária serão de 0,3% (três décimos por cento) da
§7º - Os orçamentos previstos no §4º, itens 1 e 2, receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado
deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, pelo Poder Executivo, sendo que a metade do percentual a
terão, entre suas funções, a de reduzir desigualdades inter- ser estabelecido será destinada a ações e serviços públicos
regionais. de saúde. (NR)
30
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
§ 7º - A execução do montante destinado a ações e §1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse
serviços públicos de saúde previsto no § 6º deste artigo, um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia in-
inclusive custeio, será computada para fins do cumprimento clusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclu-
do item 1 do parágrafo único do artigo 222, vedada a são, sob pena de crime de responsabilidade.
destinação para pagamento de pessoal ou encargos §2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vi-
sociais. (NR) gência no exercício financeiro em que forem autorizados,
§ 8º - É obrigatória a execução orçamentária e financeira salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos
das programações a que se refere o § 6º deste artigo, em quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos
montante de 0,3% (três décimos por cento) da receita nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamen-
corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme to do exercício financeiro subsequente.
os critérios definidos na lei de diretrizes orçamentárias.
(NR) TÍTULO VI
§ 9º - Os restos a pagar poderão ser considerados Da Ordem Econômica
para fins de cumprimento da execução financeira prevista CAPÍTULO I
no § 8º deste artigo, em montante estabelecido na lei de Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica
diretrizes orçamentárias. (NR)
§ 10 - Se for verificado que a reestimativa da receita Artigo 177 - O Estado estimulará a descentralização
e da despesa poderá resultar no não cumprimento da geográfica das atividades de produção de bens e serviços,
meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes visando ao desenvolvimento equilibrado das regiões.
orçamentárias, o montante previsto no § 8º deste artigo Artigo 178 - O Estado dispensará às microempresas,
poderá ser reduzido em até a mesma proporção da às empresas de pequeno porte constituídas sob as leis bra-
limitação incidente sobre o conjunto das despesas sileiras e que tenham sede e administração no país, aos
discricionárias. (NR) micro e pequenos produtores rurais, assim definidos em
- §§ 6º a 10 acrescentados pela Emenda Constitucional lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-
nº 45, de 18/12/2017, produzindo efeitos a partir da execu- -los pela simplificação de suas obrigações administrativas,
ção orçamentária do exercício financeiro subsequente. tributárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução des-
Artigo 176 - São vedados: tas, por meio de lei. (NR)
I - o início de programas, projetos e atividades não in- - Artigo 178, “caput”, com redação dada pela Emenda
cluídos na lei orçamentária anual; Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
II - a realização de despesas ou assunção de Parágrafo único - As microempresas e empresas de
obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários pequeno porte constituem categorias econômicas diferen-
ou adicionais; ciadas apenas quanto às atividades industriais, comerciais,
III - a realização de operações de crédito que excedam de prestação de serviços e de produção rural a que se des-
o montante das despesas de capital, ressalvadas as tinam.
autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais Artigo 179 - A lei apoiará e estimulará o cooperativis-
com fim preciso, aprovados pelo Poder Legislativo, por mo e outras formas de associativismo.
maioria absoluta;
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo CAPÍTULO II
ou despesa, ressalvadas as permissões previstas no artigo Do Desenvolvimento Urbano
167, IV, da Constituição Federal e a destinação de recursos
para a pesquisa científica e tecnológica, conforme dispõe o Artigo 180 - No estabelecimento de diretrizes e nor-
artigo 218, §5º, da Constituição Federal; mas relativas ao desenvolvimento urbano, o Estado e os
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem Municípios assegurarão:
prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos I - o pleno desenvolvimento das funções sociais da ci-
correspondentes; dade e a garantia do bem-estar de seus habitantes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência II - a participação das respectivas entidades comunitá-
de recursos de uma categoria de programação para outra rias no estudo, encaminhamento e solução dos problemas,
ou de um órgão para outro, sem prévia autorização planos, programas e projetos que lhes sejam concernentes;
legislativa; III - a preservação, proteção e recuperação do meio
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; ambiente urbano e cultural;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específi- IV - a criação e manutenção de áreas de especial inte-
ca, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade so- resse histórico, urbanístico, ambiental, turístico e de utiliza-
cial para suprir necessidade ou cobrir “déficit” de empresas, ção pública;
fundações e fundos, inclusive dos mencionados no artigo V - a observância das normas urbanísticas, de seguran-
165, §5º, da Constituição Federal. ça, higiene e qualidade de vida;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem VI - a restrição à utilização de áreas de riscos geoló-
prévia autorização legislativa. gicos;
31
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
VII - as áreas definidas em projetos de loteamento §4º - É vedado aos Municípios, nas suas legislações
como áreas verdes ou institucionais não poderão ter sua edilícias, a exigência de apresentação da planta interna para
destinação, fim e objetivos originariamente alterados, edificações unifamiliares. No caso de reformas, é vedado a
exceto quando a alteração da destinação tiver como exigência de qualquer tipo de autorização administrativa e
finalidade a regularização de: (NR) apresentação da planta interna para todas as edificações
a) loteamentos, cujas áreas verdes ou institucionais es- residenciais, desde que assistidas por profissionais
tejam total ou parcialmente ocupadas por núcleos habita- habilitados. (NR)
cionais de interesse social destinados à população de baixa - § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 16,
renda, e cuja situação esteja consolidada ou seja de difícil de 25/11/2002.
reversão; (NR) Artigo 182 - Incumbe ao Estado e aos Municípios pro-
b) equipamentos públicos implantados com uso mover programas de construção de moradias populares,
diverso da destinação, fim e objetivos originariamente de melhoria das condições habitacionais e de saneamento
previstos quando da aprovação do loteamento; (NR)
básico.
c) imóveis ocupados por organizações religiosas para
Artigo 183 - Ao Estado, em consonância com seus ob-
suas atividades finalísticas. (NR)
jetivos de desenvolvimento econômico e social, cabe esta-
- Inciso VII com redação dada pela Emenda Constitucio-
nal nº 26, de 15/12/2008. belecer, mediante lei, diretrizes para localização e integra-
§1º - As exceções contempladas nas alíneas “a” e “b” ção das atividades industriais, considerando os aspectos
do inciso VII deste artigo serão admitidas desde que a si- ambientais, locacionais, sociais, econômicos e estratégicos,
tuação das áreas objeto de regularização esteja consolida- e atendendo ao melhor aproveitamento das condições na-
da até dezembro de 2004, e mediante a realização de com- turais urbanas e de organização especial.
pensação, que se dará com a disponibilização de outras Parágrafo único - Competem aos Municípios, de acor-
áreas livres ou que contenham equipamentos públicos já do com as respectivas diretrizes de desenvolvimento ur-
implantados nas proximidades das áreas objeto de com- bano, a criação e a regulamentação de zonas industriais,
pensação. (NR) obedecidos os critérios estabelecidos pelo Estado, median-
- § 1º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 23, te lei, e respeitadas as normas relacionadas ao uso e ocupa-
de 31/01/2007. ção do solo e ao meio ambiente urbano e natural.
§2º - A compensação de que trata o parágrafo anterior
poderá ser dispensada, por ato fundamentado da autorida- CAPÍTULO III
de municipal competente, desde que nas proximidades da Da Política Agrícola, Agrária e Fundiária
área pública cuja destinação será alterada existam outras
áreas públicas que atendam as necessidades da população.
Artigo 184 - Caberá ao Estado, com a cooperação dos
(NR)
Municípios:
- § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
I - orientar o desenvolvimento rural, mediante zonea-
26, de 15/12/2008.
§3º - A exceção contemplada na alínea ‘c’ do inciso VII mento agrícola inclusive;
deste artigo será permitida desde que a situação das áreas II - propiciar o aumento da produção e da produtivida-
públicas objeto de alteração da destinação esteja consoli- de, bem como a ocupação estável do campo;
dada até dezembro de 2004, e mediante a devida compen- III - manter estrutura de assistência técnica e extensão
sação ao Poder Executivo Municipal, conforme diretrizes rural;
estabelecidas em lei municipal específica. (NR) IV - orientar a utilização racional de recursos naturais de
- § 3º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 26, forma sustentada, compatível com a preservação do meio
de 15/12/2008. ambiente, especialmente quanto à proteção e conservação
Artigo 181 - Lei municipal estabelecerá em confor- do solo e da água;
midade com as diretrizes do plano diretor, normas sobre V - manter um sistema de defesa sanitária animal e
zoneamento, loteamento, parcelamento, uso e ocupação vegetal;
do solo, índices urbanísticos, proteção ambiental e demais VI - criar sistema de inspeção e fiscalização de insumos
limitações administrativas pertinentes. agropecuários;
§1º - Os planos diretores, obrigatórios a todos os Mu- VII - criar sistema de inspeção, fiscalização,
nicípios, deverão considerar a totalidade de seu território normatização, padronização e classificação de produtos de
municipal. origem animal e vegetal;
§2º - Os Municípios observarão, quando for o caso,
VIII - manter e incentivar a pesquisa agropecuária;
os parâmetros urbanísticos de interesse regional, fixados
IX - criar programas especiais para fornecimento de
em lei estadual, prevalecendo, quando houver conflito, a
norma de caráter mais restritivo, respeitadas as respectivas energia, de forma favorecida, com o objetivo de amparar e
autonomias. estimular a irrigação;
§3º - Os Municípios estabelecerão, observadas as dire- X - criar programas específicos de crédito, de
trizes fixadas para as regiões metropolitanas, microrregiões forma favorecida, para custeio e aquisição de insumos,
e aglomerações urbanas, critérios para regularização e ur- objetivando incentivar a produção de alimentos básicos e
banização, assentamentos e loteamentos irregulares. da horticultura.
32
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
§1º - Para a consecução dos objetivos assinalados nes- Artigo 192 - A execução de obras, atividades, proces-
te artigo, o Estado organizará sistema integrado de órgãos sos produtivos e empreendimentos e a exploração de re-
públicos e promoverá a elaboração e execução de planos de cursos naturais de qualquer espécie, quer pelo setor públi-
desenvolvimento agropecuários, agrários e fundiários. co, quer pelo privado, serão admitidas se houver resguardo
§2º - O Estado, mediante lei, criará um Conselho de De- do meio ambiente ecologicamente equilibrado.
senvolvimento Rural, com objetivo de propor diretrizes à sua §1º - A outorga de licença ambiental, por órgão ou en-
política agrícola, garantida a participação de representantes tidade governamental competente, integrante de sistema
da comunidade agrícola, tecnológica e agronômica, organis- unificado para esse efeito, será feita com observância dos
mos governamentais, de setores empresariais e de trabalha- critérios gerais fixados em lei, além de normas e padrões
dores. estabelecidos pelo Poder Público e em conformidade com
Artigo 185 - O Estado compatibilizará a sua ação na área o planejamento e zoneamento ambientais.
agrícola e agrária para garantir as diretrizes e metas do Pro- §2º - A licença ambiental, renovável na forma da lei,
grama Nacional de Reforma Agrária. para a execução e a exploração mencionadas no “caput”
Artigo 186 - A ação dos órgãos oficiais atenderá, de for- deste artigo, quando potencialmente causadoras de sig-
ma preferencial, aos imóveis que cumpram a função social da nificativa degradação do meio ambiente, será sempre pre-
propriedade, e especialmente aos mini e pequenos produto- cedida, conforme critérios que a legislação especificar, da
res rurais e aos beneficiários de projeto de reforma agrária. aprovação do Estudo Prévio de Impacto Ambiental e res-
Artigo 187 - A concessão real de uso de terras públicas pectivo relatório a que se dará prévia publicidade, garanti-
far-se-á por meio de contrato, onde constarão, obrigatoria- da a realização de audiências públicas.
mente, além de outras que forem estabelecidas pelas partes, Artigo 193 - O Estado, mediante lei, criará um siste-
cláusulas definidoras: ma de administração da qualidade ambiental, proteção,
I - da exploração das terras, de modo direto, pessoal ou controle e desenvolvimento do meio ambiente e uso ade-
familiar, para cultivo ou qualquer outro tipo de exploração quado dos recursos naturais, para organizar, coordenar e
que atenda ao plano público de política agrária, sob pena de integrar as ações de órgãos e entidades da administração
reversão ao concedente; pública direta e indireta, assegurada a participação da co-
II - da obrigatoriedade de residência dos beneficiários na letividade, com o fim de:
localidade de situação das terras; I - propor uma política estadual de proteção ao meio
III - da indivisibilidade e da intransferibilidade das terras, ambiente;
a qualquer título, sem autorização expressa e prévia do con-
II - adotar medidas, nas diferentes áreas de ação pú-
cedente;
blica e junto ao setor privado, para manter e promover o
IV - da manutenção das reservas florestais obrigatórias e
equilíbrio ecológico e a melhoria da qualidade ambiental,
observância das restrições ambientais do uso do imóvel, nos
prevenindo a degradação em todas as suas formas e impe-
termos da lei.
dindo ou mitigando impactos ambientais negativos e recu-
Artigo 188 - O Estado apoiará e estimulará o coopera-
perando o meio ambiente degradado;
tivismo e o associativismo como instrumento de desenvol-
vimento sócio-econômico, bem como estimulará formas de III - definir, implantar e administrar espaços territoriais
produção, consumo, serviços, créditos e educação co-asso- e seus componentes representativos de todos os ecossis-
ciadas, em especial nos assentamentos para fins de reforma temas originais a serem protegidos, sendo a alteração e
agrária. supressão, incluindo os já existentes, permitidas somente
Artigo 189 - Caberá ao Poder Público, na forma da lei, por lei;
organizar o abastecimento alimentar, assegurando condições IV - realizar periodicamente auditorias nos sistemas de
para a produção e distribuição de alimentos básicos. controle de poluição e de atividades potencialmente po-
Artigo 190 - Declarado inconstitucional, em controle luidoras;
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. V - informar a população sobre os níveis de poluição, a
- Artigo 190 foi declarado inconstitucional pelo Supremo qualidade do meio ambiente, as situações de risco de aci-
Tribunal Federal nos autos da ADI nº 403/1990, julgada em dentes, a presença de substâncias potencialmente nocivas
01/07/2002. à saúde, na água potável e nos alimentos, bem como os
resultados das monitoragens e auditorias a que se refere o
CAPÍTULO IV inciso IV deste artigo;
Do Meio Ambiente, dos Recursos Naturais e do Sa- VI - incentivar a pesquisa, o desenvolvimento e a ca-
neamento pacitação tecnológica para a resolução dos problemas am-
SEÇÃO I bientais e promover a informação sobre essas questões;
Do Meio Ambiente VII - estimular e incentivar a pesquisa, o desenvolvimento
e a utilização de fontes de energias alternativas, não
Artigo 191 - O Estado e os Municípios providenciarão, poluentes, bem como de tecnologias brandas e materiais
com a participação da coletividade, a preservação, conser- poupadores de energia;
vação, defesa, recuperação e melhoria do meio ambiente VIII - fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
natural, artificial e do trabalho, atendidas as peculiaridades manipulação genética;
regionais e locais e em harmonia com o desenvolvimento IX - preservar e restaurar os processos ecológicos
social e econômico. essenciais das espécies e dos ecossistemas;
33
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
X - proteger a flora e a fauna, nesta compreendidos Artigo 194 - Aquele que explorar recursos naturais
todos os animais silvestres, exóticos e domésticos, vedadas fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de
as práticas que coloquem em risco sua função ecológica e acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público
que provoquem extinção de espécies ou submetam os ani- competente, na forma da lei.
mais à crueldade, fiscalizando a extração, produção, criação, Parágrafo único - É obrigatória, na forma da lei, a
métodos de abate, transporte, comercialização e consumo recuperação, pelo responsável, da vegetação adequada
de seus espécimes e subprodutos; nas áreas protegidas, sem prejuízo das demais sanções ca-
XI - controlar e fiscalizar a produção, armazenamento, bíveis.
transporte, comercialização, utilização e destino final de Artigo 195 - As condutas e atividades lesivas ao meio
substâncias, bem como o uso de técnicas, métodos e ins- ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídi-
talações que comportem risco efetivo ou potencial para a cas, a sanções penais e administrativas, com aplicação de
qualidade de vida e meio ambiente, incluindo o de trabalho; multas diárias e progressivas no caso de continuidade da
XII - promover a captação e orientar a aplicação infração ou reincidência, incluídas a redução do nível de
de recursos financeiros destinados ao desenvolvimento atividade e a interdição, independentemente da obrigação
de todas as atividades relacionadas com a proteção e dos infratores de reparação aos danos causados.
conservação do meio ambiente; Parágrafo único - O sistema de proteção e desenvol-
XIII - disciplinar a restrição à participação em concor- vimento do meio ambiente será integrado pela Polícia Mi-
rências públicas e ao acesso a benefícios fiscais e créditos litar, mediante suas unidades de policiamento florestal e
oficiais às pessoas físicas e jurídicas condenadas por atos de de mananciais, incumbidas da prevenção e repressão das
degradação do meio ambiente; infrações cometidas contra o meio ambiente, sem prejuízo
XIV - promover medidas judiciais e administrativas dos corpos de fiscalização dos demais órgãos especializa-
de responsabilização dos causadores de poluição ou de dos.
degradação ambiental; Artigo 196 - A Mata Atlântica, a Serra do Mar, a Zona
XV - promover a educação ambiental e a conscientiza- Costeira, o Complexo Estuarino Lagunar entre Iguape e Ca-
ção pública para a preservação, conservação e recuperação naneia, os Vales dos Rios Paraíba, Ribeira, Tietê e Parana-
do meio ambiente;
panema e as unidades de conservação do Estado, são es-
XVI - promover e manter o inventário e o mapeamento
paços territoriais especialmente protegidos e sua utilização
da cobertura vegetal nativa, visando à adoção de medidas
far-se-á na forma da lei, dependendo de prévia autorização
especiais de proteção, bem como promover o refloresta-
e dentro de condições que assegurem a preservação do
mento, em especial, às margens de rios e lagos, visando à
meio ambiente.
sua perenidade;
Artigo 197 - São áreas de proteção permanente:
XVII - estimular e contribuir para a recuperação da ve-
getação em áreas urbanas, com plantio de árvores, prefe- I - os manguezais;
rencialmente frutíferas, objetivando especialmente a conse- II - as nascentes, os mananciais e matas ciliares;
cução de índices mínimos de cobertura vegetal; III - as áreas que abriguem exemplares raros da fauna
XVIII - incentivar e auxiliar tecnicamente as associações e da flora, bem como aquelas que sirvam como local de
de proteção ao meio ambiente constituídas na forma da lei, pouso ou reprodução de migratórios;
respeitando a sua autonomia e independência de atuação; IV - as áreas estuarinas;
XIX - instituir programas especiais mediante a integra- V - as paisagens notáveis;
ção de todos os seus órgãos, incluindo os de crédito, obje- VI - as cavidades naturais subterrâneas.
tivando incentivar os proprietários rurais a executarem as Artigo 198 - O Estado estabelecerá, mediante lei, os
práticas de conservação do solo e da água, de preservação espaços definidos no inciso V do artigo anterior, a serem
e reposição das matas ciliares e replantio de espécies nati- implantados como especialmente protegidos, bem como
vas; as restrições ao uso e ocupação desses espaços, conside-
XX - controlar e fiscalizar obras, atividades, processos rando os seguintes princípios:
produtivos e empreendimentos que, direta ou indiretamen- I - preservação e proteção da integridade de amostras
te, possam causar degradação do meio ambiente, adotando de toda a diversidade de ecossistemas;
medidas preventivas ou corretivas e aplicando as sanções II - proteção do processo evolutivo das espécies;
administrativas pertinentes; III - preservação e proteção dos recursos naturais.
XXI - realizar o planejamento e o zoneamento ambien- Artigo 199 - O Poder Público estimulará a criação e
tais, considerando as características regionais e locais, e ar- manutenção de unidades privadas de conservação.
ticular os respectivos planos, programas e ações; Artigo 200 - O Poder Público Estadual, mediante lei,
Parágrafo único - O sistema mencionado no “caput” criará mecanismos de compensação financeira para Muni-
deste artigo será coordenado por órgão da administração cípios que sofrerem restrições por força de instituição de
direta que será integrado por: espaços territoriais especialmente protegidos pelo Estado.
a) Conselho Estadual do Meio Ambiente, órgão norma- Artigo 201 - O Estado apoiará a formação de consór-
tivo e recursal, cujas atribuições e composição serão defini- cios entre os Municípios, objetivando a solução de proble-
das em lei; mas comuns relativos à proteção ambiental, em particular
b) órgãos executivos incumbidos da realização das à preservação dos recursos hídricos e ao uso equilibrado
atividades de desenvolvimento ambiental. dos recursos naturais.
34
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
Artigo 202 - As áreas declaradas de utilidade pública, I - da instituição de áreas de preservação das águas
para fins de desapropriação, objetivando a implantação de utilizáveis para abastecimento às populações e da implanta-
unidades de conservação ambiental, serão consideradas ção, conservação e recuperação de matas ciliares;
espaços territoriais especialmente protegidos, não sendo II - do zoneamento de áreas inundáveis, com restrições a
nelas permitidas atividades que degradem o meio am- usos incompatíveis nas sujeitas a inundações frequentes e da
biente ou que, por qualquer forma, possam comprometer manutenção da capacidade de infiltração do solo;
a integridade das condições ambientais que motivaram a III - da implantação de sistemas de alerta e defesa ci-
expropriação. vil, para garantir a segurança e a saúde públicas, quando de
Artigo 203 - São indisponíveis as terras devolutas es- eventos hidrológicos indesejáveis;
taduais, apuradas em ações discriminatórias e arrecadadas IV - do condicionamento, à aprovação prévia por
pelo Poder Público, inseridas em unidades de preservação organismos estaduais de controle ambiental e de gestão de
ou necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. recursos hídricos, na forma da lei, dos atos de outorga de
Artigo 204 - Fica proibida a caça, sob qualquer pretex- direitos que possam influir na qualidade ou quantidade das
to, em todo o Estado. águas superficiais e subterrâneas;
- Artigo 204 ver STF - ADI nº 350/1990. V - da instituição de programas permanentes de racio-
nalização do uso das águas destinadas ao abastecimento
SEÇÃO II público e industrial e à irrigação, assim como de combate às
Dos Recursos Hídricos inundações e à erosão.
Parágrafo único - A lei estabelecerá incentivos para
Artigo 205 - O Estado instituirá, por lei, sistema in- os Municípios que aplicarem, prioritariamente, o produto
tegrado de gerenciamento dos recursos hídricos, congre- da participação no resultado da exploração dos potenciais
gando órgãos estaduais e municipais e a sociedade civil, e energéticos em seu território, ou da compensação financeira,
assegurará meios financeiros e institucionais para: nas ações previstas neste artigo e no tratamento de águas
I - a utilização racional das águas superficiais e subter- residuárias.
râneas e sua prioridade para abastecimento às populações; Artigo 211 - Para garantir as ações previstas no artigo
II - o aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos e 205, a utilização dos recursos hídricos será cobrada segundo
as peculiaridades de cada bacia hidrográfica, na forma da lei,
o rateio dos custos das respectivas obras, na forma da lei;
e o produto aplicado nos serviços e obras referidos no item
III - a proteção das águas contra ações que possam
1, do parágrafo único, deste artigo.
comprometer o seu uso atual e futuro;
Parágrafo único - O produto da participação do Estado
IV - a defesa contra eventos críticos, que ofereçam ris-
no resultado da exploração de potenciais hidroenergéticos
cos à saúde e segurança públicas e prejuízos econômicos
em seu território, ou da compensação financeira, será aplica-
ou sociais;
do, prioritariamente:
V - a celebração de convênios com os Municípios, para 1 - em serviços e obras hidráulicas e de saneamento de
a gestão, por estes, das águas de interesse exclusivamente interesse comum, previstos nos planos estaduais de recursos
local; hídricos e de saneamento básico;
VI - a gestão descentralizada, participativa e integrada 2 - na compensação, na forma da lei, aos Municípios
em relação aos demais recursos naturais e às peculiarida- afetados por inundações decorrentes de reservatórios de
des da respectiva bacia hidrográfica; água implantados pelo Estado, ou que tenham restrições
VII - o desenvolvimento do transporte hidroviário e ao seu desenvolvimento em razão de leis de proteção de
seu aproveitamento econômico. mananciais.
Artigo 206 - As águas subterrâneas, reservas estraté- Artigo 212 - Na articulação com a União, quando da ex-
gicas para o desenvolvimento econômico-social e valiosas ploração dos serviços e instalações de energia elétrica, e do
para o suprimento de água às populações, deverão ter pro- aproveitamento energético dos cursos de água em seu terri-
grama permanente de conservação e proteção contra po- tório, o Estado levará em conta os usos múltiplos e o controle
luição e superexplotação, com diretrizes em lei. das águas, a drenagem, a correta utilização das várzeas, a
Artigo 207 - O Poder Público, mediante mecanismos flora e a fauna aquáticas e a preservação do meio ambiente.
próprios, definidos em lei, contribuirá para o desenvolvi- Artigo 213 - A proteção da quantidade e da qualidade
mento dos Municípios em cujos territórios se localizarem das águas será obrigatoriamente levada em conta quando da
reservatórios hídricos e naqueles que recebam o impacto elaboração de normas legais relativas a florestas, caça, pesca,
deles. fauna, conservação da natureza, defesa do solo e demais re-
Artigo 208 - Fica vedado o lançamento de efluentes cursos naturais e ao meio ambiente.
e esgotos urbanos e industriais, sem o devido tratamento,
em qualquer corpo de água. SEÇÃO III
Artigo 209 - O Estado adotará medidas para contro- Dos Recursos Minerais
le da erosão, estabelecendo-se normas de conservação do
solo em áreas agrícolas e urbanas. Artigo 214 - Compete ao Estado:
Artigo 210 - Para proteger e conservar as águas e pre- I - elaborar e propor o planejamento estratégico do
venir seus efeitos adversos, o Estado incentivará a adoção, conhecimento geológico de seu território, executando
pelos Municípios, de medidas no sentido: programa permanente de levantamentos geológicos
35
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
36
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
Artigo 222 - As ações e os serviços de saúde execu- VI - a colaboração na proteção do meio ambiente, in-
tados e desenvolvidos pelos órgãos e instituições públicas cluindo do trabalho, atuando em relação ao processo pro-
estaduais e municipais, da administração direta, indireta e dutivo para garantir:
fundacional, constituem o sistema único de saúde, nos ter- a) o acesso dos trabalhadores às informações referen-
mos da Constituição Federal, que se organizará ao nível do tes a atividades que comportem riscos à saúde e a méto-
Estado, de acordo com as seguintes diretrizes e bases: dos de controle, bem como aos resultados das avaliações
I - descentralização com direção única no âmbito esta- realizadas;
dual e no de cada Município, sob a direção de um profissio- b) a adoção de medidas preventivas de acidentes e de
nal de saúde; doenças do trabalho;
II - municipalização dos recursos, serviços e ações de VII - a participação no controle e fiscalização da pro-
saúde, com estabelecimento em lei dos critérios de repasse dução, armazenamento, transporte, guarda e utilização de
das verbas oriundas das esferas federal e estadual; substâncias de produtos psicoativos, tóxicos e teratogê-
III - integração das ações e serviços com base na nicos;
regionalização e hierarquização do atendimento individual VIII - a adoção de política de recursos humanos em
e coletivo, adequado às diversas realidades epidemiológicas;
saúde e na capacitação, formação e valorização de profis-
IV - universalização da assistência de igual qualidade
sionais da área, no sentido de propiciar melhor adequação
com instalação e acesso a todos os níveis, dos serviços de
às necessidades específicas do Estado e de suas regiões e
saúde à população urbana e rural;
V - gratuidade dos serviços prestados, vedada a ainda àqueles segmentos da população cujas particulari-
cobrança de despesas e taxas sob qualquer título. dades requerem atenção especial, de forma a aprimorar a
Parágrafo único - O Poder Público Estadual e os Muni- prestação de assistência integral;
cípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos IX - a implantação de atendimento integral aos por-
de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de per- tadores de deficiências, de caráter regionalizado, descen-
centuais calculados sobre: (NR) tralizado e hierarquizado em níveis de complexidade cres-
1 - no caso do Estado, o produto da arrecadação dos cente, abrangendo desde a atenção primária, secundária e
impostos a que se refere o artigo 165 da Constituição terciária de saúde, até o fornecimento de todos os equipa-
Estadual e dos recursos de que tratam os artigos 157 e 159, mentos necessários à sua integração social;
I, “a”, e II, da Constituição Federal, deduzidas as parcelas que X - a garantia do direito à auto-regulação da fertilidade
forem transferidas aos Municípios; (NR) como livre decisão do homem, da mulher ou do casal, tanto
2 - no caso dos Municípios, o produto da arrecadação para exercer a procriação como para evitá-la, provendo
dos impostos a que se refere o artigo 156 da Constituição por meios educacionais, científicos e assistenciais para
Federal e dos recursos de que tratam os artigos 158, I e II, e assegurá-lo, vedada qualquer forma coercitiva ou de
159, I, “b”, da Constituição Federal e artigo 167 da Constitui- indução por parte de instituições públicas ou privadas;
ção Estadual. (NR) XI - a revisão do Código Sanitário Estadual a cada
- Parágrafo único acrescentado pela Emenda Constitucio- cinco anos;
nal nº 21, de 14/02/2006. XII - a fiscalização e controle do equipamento e apa-
Artigo 223 - Compete ao sistema único de saúde, nos relhagem utilizados no sistema de saúde, na forma da lei.
termos da lei, além de outras atribuições: Artigo 224 - Cabe à rede pública de saúde, pelo seu
I - a assistência integral à saúde, respeitadas as neces- corpo clínico especializado, prestar o atendimento médico
sidades específicas de todos os segmentos da população; para a prática do aborto nos casos excludentes de antijuri-
II - a identificação e o controle dos fatores determinantes dicidade, previstos na legislação penal.
e condicionantes da saúde individual e coletiva, mediante, Artigo 225 - O Estado criará banco de órgãos, tecidos
especialmente, ações referentes à:
e substâncias humanas.
a) vigilância sanitária;
§1º - A lei disporá sobre as condições e requisitos que
b) vigilância epidemiológica;
facilitem a remoção de órgão, tecidos e substâncias hu-
c) saúde do trabalhador;
d) saúde do idoso; manas, para fins de transplante, obedecendo-se à ordem
e) saúde da mulher; cronológica da lista de receptores e respeitando-se, rigo-
f) saúde da criança e do adolescente; rosamente, as urgências médicas, pesquisa e tratamento
g) saúde dos portadores de deficiências; bem como, a coleta, processamento e transfusão de san-
III - a implementação dos planos estaduais de saúde e gue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comer-
de alimentação e nutrição, em termos de prioridades e estra- cialização.
tégias regionais, em consonância com os Planos Nacionais; §2º - A notificação, em caráter de emergência, em to-
IV - a participação na formulação da política e na dos os casos de morte encefálica comprovada, tanto para
execução das ações de saneamento básico; hospital público, como para a rede privada, nos limites do
V - a organização, fiscalização e controle da produção e Estado, é obrigatória.
distribuição dos componentes farmacêuticos básicos, medi- §3º - Cabe ao Poder Público providenciar recursos e
camentos, produtos químicos, biotecnológicos, imunobioló- condições para receber as notificações que deverão ser
gicos, hemoderivados e outros de interesse para a saúde, feitas em caráter de emergência, para atender ao disposto
facilitando à população o acesso a eles; nos §§1º e 2º.
37
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
Artigo 226 - É vedada a nomeação ou designação, Parágrafo único - É facultado ao Poder Público
para cargo ou função de chefia ou assessoramento na vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social
área de Saúde, em qualquer nível, de pessoa que participe até cinco décimos por cento de sua receita tributária, vedada
de direção, gerência ou administração de entidades que a aplicação desses recursos no pagamento de: (NR)
mantenham contratos ou convênios com o sistema único 1 - despesas com pessoal e encargos sociais; (NR)
de saúde, a nível estadual, ou sejam por ele credenciadas. 2 - serviço da dívida; (NR)
Artigo 227 - O Estado incentivará e auxiliará os Órgãos 3 - qualquer outra despesa corrente não vinculada dire-
Públicos e entidades filantrópicas de estudos, pesquisa e tamente aos investimentos ou ações apoiados. (NR)
combate ao câncer, constituídos na forma da lei, respeitan- - Parágrafo único acrescentado pela Emenda Constitu-
do a sua autonomia e independência de atuação científica. cional nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 228 - O Estado regulamentará, em seu território, Artigo 233 - As ações governamentais e os programas
todo processo de coleta e percurso de sangue. de assistência social, pela sua natureza emergencial e com-
Artigo 229 - Compete à autoridade estadual, de ofício pensatória, não deverão prevalecer sobre a formulação e
ou mediante denúncia de risco à saúde, proceder à avalia- aplicação de políticas sociais básicas nas áreas de saúde,
ção das fontes de risco no ambiente de trabalho e determi- educação, abastecimento, transporte e alimentação.
nar a adoção das devidas providências para que cessem os Artigo 234 - O Estado subvencionará os programas de-
senvolvidos pelas entidades assistenciais filantrópicas e sem
motivos que lhe deram causa.
fins lucrativos, com especial atenção às que se dediquem à
§1º - Ao sindicato de trabalhadores, ou a representante
assistência aos portadores de deficiências, conforme crité-
que designar, é garantido requerer a interdição de máqui-
rios definidos em lei, desde que cumpridas as exigências de
na, de setor de serviço ou de todo o ambiente de trabalho, fins dos serviços de assistência social a serem prestados.
quando houver exposição a risco iminente para a vida ou a Parágrafo único - Compete ao Estado a fiscalização
saúde dos empregados. dos serviços prestados pelas entidades citadas no “caput”
§2º - Em condições de risco grave ou iminente no lo- deste artigo.
cal de trabalho, será lícito ao empregado interromper suas Artigo 235 - Revogado.
atividades, sem prejuízo de quaisquer direitos, até a elimi- - Artigo 235 revogado pela Emenda Constitucional nº 44,
nação do risco. de 18/12/2017.
§3º - O Estado atuará para garantir a saúde e a segu- Artigo 236 - O Estado criará o Conselho Estadual de
rança dos empregados nos ambientes de trabalho. Promoção Social, cuja composição, funções e regulamentos
§4º - É assegurada a cooperação dos sindicatos de serão definidos em lei.
trabalhadores nas ações de vigilância sanitária desenvolvidas
no local de trabalho. CAPÍTULO III
Artigo 230 - O Estado garantirá o funcionamento de Da Educação, da Cultura e dos Esportes e Lazer
unidades terapêuticas para recuperação de usuários de SEÇÃO I
substâncias que geram dependência física ou psíquica, res- Da Educação
guardado o direito de livre adesão dos pacientes, salvo or-
dem judicial. Artigo 237 - A educação, ministrada com base nos
Artigo 231 - Assegurar-se-á ao paciente, internado princípios estabelecidos no artigo 205 e seguintes da Cons-
em hospitais da rede pública ou privada, a faculdade de ser tituição Federal e inspirada nos princípios de liberdade e
assistido, religiosa e espiritualmente, por ministro de culto solidariedade humana, tem por fim:
religioso. I - a compreensão dos direitos e deveres da pessoa hu-
mana, do cidadão, do Estado, da família e dos demais gru-
SEÇÃO III pos que compõem a comunidade;
Da Promoção Social II - o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais
da pessoa humana;
III - o fortalecimento da unidade nacional e da
Artigo 232 - As ações do Poder Público, por meio de
solidariedade internacional;
programas e projetos na área de promoção social, serão
IV - o desenvolvimento integral da personalidade hu-
organizadas, elaboradas, executadas e acompanhadas com mana e a sua participação na obra do bem comum;
base nos seguintes princípios: V - o preparo do indivíduo e da sociedade para o
I - participação da comunidade; domínio dos conhecimentos científicos e tecnológicos que
II - descentralização administrativa, respeitada a lhes permitam utilizar as possibilidades e vencer as dificul-
legislação federal, cabendo a coordenação e execução de dades do meio, preservando-o;
programas às esferas estadual e municipal, considerados os VI - a preservação, difusão e expansão do patrimônio
Municípios e as comunidades como instâncias básicas para cultural;
o atendimento e realização dos programas; VII - a condenação a qualquer tratamento desigual por
III - integração das ações dos órgãos e entidades da motivo de convicção filosófica, política ou religiosa, bem
administração em geral, compatibilizando programas e como a quaisquer preconceitos de classe, raça ou sexo;
recursos e evitando a duplicidade de atendimento entre as VIII - o desenvolvimento da capacidade de elaboração
esferas estadual e municipal. e reflexão crítica da realidade.
38
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
Artigo 238 - A lei organizará o Sistema de Ensino do Artigo 248 - O órgão próprio de educação do Esta-
Estado de São Paulo, levando em conta o princípio da des- do será responsável pela definição de normas, autorização
centralização. de funcionamento, supervisão e fiscalização das creches e
Artigo 239 - O Poder Público organizará o Sistema Es- pré-escolas públicas e privadas no Estado.
tadual de Ensino, abrangendo todos os níveis e modalida- Parágrafo único - Aos Municípios, cujos sistemas de
des, incluindo a especial, estabelecendo normas gerais de ensino estejam organizados, será delegada competência
funcionamento para as escolas públicas estaduais e muni- para autorizar o funcionamento e supervisionar as institui-
cipais, bem como para as particulares. ções de educação das crianças de zero a seis anos de idade.
§1º - Os Municípios organizarão, igualmente, seus sis- Artigo 249 - O ensino fundamental, com oito anos de
temas de ensino. duração é obrigatório para todas as crianças, a partir dos
§2º - O Poder Público oferecerá atendimento sete anos de idade, visando a propiciar formação básica e
especializado aos portadores de deficiências, comum indispensável a todos.
preferencialmente na rede regular de ensino. §1º - É dever do Poder Público o provimento, em todo
§3º - As escolas particulares estarão sujeitas à fiscaliza- o território paulista, de vagas em número suficiente para
ção, controle e avaliação, na forma da lei. atender à demanda do ensino fundamental obrigatório e
§4° - O Poder Público adequará as escolas e tomará gratuito.
as medidas necessárias quando da construção de novos §2º - A atuação da administração pública estadual no
prédios, visando promover a acessibilidade das pessoas ensino público fundamental dar-se-á por meio de rede
com deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a própria ou em cooperação técnica e financeira com os Mu-
supressão de barreiras e obstáculos nos espaços e mobi- nicípios, nos termos do artigo 30, VI, da Constituição Fede-
liários. (NR) ral, assegurando a existência de escolas com corpo técnico
- § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 39, qualificado e elevado padrão de qualidade, devendo ser
de 27/01/2014. definidas com os Municípios formas de colaboração, de
Artigo 240 - Os Municípios responsabilizar-se-ão modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório.
prioritariamente pelo ensino fundamental, inclusive para (NR)
os que a ele não tiveram acesso na idade própria, e pré-es- - § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
colar, só podendo atuar nos níveis mais elevados quando a 21, de 14/02/2006.
demanda naqueles níveis estiver plena e satisfatoriamente §3º - O ensino fundamental público e gratuito será
atendida, do ponto de vista qualitativo e quantitativo. também garantido aos jovens e adultos que, na idade pró-
Artigo 241 - O Plano Estadual de Educação, estabe- pria, a ele não tiveram acesso, e terá organização adequada
lecido em lei, é de responsabilidade do Poder Público Es- às características dos alunos.
tadual, tendo sua elaboração coordenada pelo Executivo, §4º - Caberá ao Poder Público prover o ensino funda-
consultados os órgãos descentralizados do Sistema Esta- mental diurno e noturno, regular e supletivo, adequado às
dual de Ensino, a comunidade educacional, e considerados condições de vida do educando que já tenha ingressado no
os diagnósticos e necessidades apontados nos Planos Mu- mercado de trabalho.
nicipais de Educação. §5º - É permitida a matrícula no ensino fundamental,
Artigo 242 - O Conselho Estadual de Educação é órgão a partir dos seis anos de idade, desde que plenamente
normativo, consultivo e deliberativo do sistema de ensino atendida a demanda das crianças de sete anos de idade.
do Estado de São Paulo, com suas atribuições, organização Artigo 250 - O Poder Público responsabilizar-se-á pela
e composição definidas em lei. manutenção e expansão do ensino médio, público e gra-
Artigo 243 - Os critérios para criação de Conselhos tuito, inclusive para os jovens e adultos que, na idade pró-
Regionais e Municipais de Educação, sua composição e pria, a ele não tiveram acesso, tomando providências para
atribuições, bem como as normas para seu funcionamento, universalizá-lo.
serão estabelecidos e regulamentados por lei. §1º - O Estado proverá o atendimento do ensino mé-
Artigo 244 - O ensino religioso, de matrícula faculta- dio em curso diurno e noturno, regular e supletivo, aos
tiva, constituirá disciplina dos horários normais das escolas jovens e adultos, especialmente trabalhadores, de forma
públicas de ensino fundamental. compatível com suas condições de vida.
Artigo 245 - Nos três níveis de ensino, será estimulada §2º - Além de outras modalidades que a lei vier a esta-
a prática de esportes individuais e coletivos, como comple- belecer no ensino médio, fica assegurada a especificidade
mento à formação integral do indivíduo. do curso de formação do magistério para a pré-escola e
Parágrafo Único - A prática referida no “caput”, sem- das quatro primeiras séries do ensino fundamental, inclu-
pre que possível, será levada em conta em face das neces- sive com formação de docentes para atuarem na educação
sidades dos portadores de deficiências. de portadores de deficiências.
Artigo 246 - É vedada a cessão de uso de Artigo 251 - A lei assegurará a valorização dos profis-
próprios públicos estaduais, para o funcionamento de sionais de ensino, mediante fixação de planos de carreira
estabelecimentos de ensino privado de qualquer natureza. para o magistério público, com piso salarial profissional,
Artigo 247 - A educação da criança de zero a seis anos, carga horária compatível com o exercício das funções e in-
integrada ao sistema de ensino, respeitará as características gresso exclusivamente por concurso público de provas e
próprias dessa faixa etária. títulos.
39
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
40
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
I - despesas com pessoal e encargos sociais; (NR) 1 - desenvolvimento do sistema produtivo estadual;
II - serviço da dívida; (NR) 2 - aproveitamento racional dos recursos naturais, pre-
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada di- servação e recuperação do meio ambiente;
retamente aos investimentos ou ações apoiados. (NR) 3 - aperfeiçoamento das atividades dos órgãos e entida-
- Artigo 263-A acrescentado pela Emenda Constitucio- des responsáveis pela pesquisa científica e tecnológica;
nal nº 21, de 14/02/2006. 4 - garantia de acesso da população aos benefícios do
desenvolvimento científico e tecnológico;
SEÇÃO III 5 - atenção especial às empresas nacionais, notadamen-
Dos Esportes e Lazer te às médias, pequenas e microempresas.
§2º - A estrutura, organização, composição e competên-
Artigo 264 - O Estado apoiará e incentivará as práticas cia desse Conselho serão definidas em lei.
esportivas formais e não formais, como direito de todos. Artigo 270 - O Poder Público apoiará e estimulará, me-
Artigo 265 - O Poder Público apoiará e incentivará o diante mecanismos definidos em lei, instituições e empresas
que invistam em pesquisa e criação de tecnologia, observa-
lazer como forma de integração social.
do o disposto no artigo 218, § 4º, da Constituição Federal.
Artigo 266 - As ações do Poder Público e a destinação
Artigo 271 - O Estado destinará o mínimo de um por
de recursos orçamentários para o setor darão prioridade:
cento de sua receita tributária à Fundação de Amparo à Pes-
I - ao esporte educacional, ao esporte comunitário e,
quisa do Estado de São Paulo, como renda de sua privativa
na forma da lei, ao esporte de alto rendimento; administração, para aplicação em desenvolvimento científi-
II - ao lazer popular; co e tecnológico.
III - à construção e manutenção de espaços Parágrafo único - A dotação fixada no “caput”, excluída
devidamente equipados para as práticas esportivas e o a parcela de transferência aos Municípios, de acordo com
lazer; o artigo 158, IV, da Constituição Federal, será transferida
IV - à promoção, estímulo e orientação à prática e mensalmente, devendo o percentual ser calculado sobre a
difusão da Educação Física; arrecadação do mês de referência e ser pago no mês sub-
V - à adequação dos locais já existentes e previsão sequente.
de medidas necessárias quando da construção de novos Artigo 272 - O patrimônio físico, cultural e científico
espaços, tendo em vista a prática de esportes e atividades dos museus, institutos e centros de pesquisa da administra-
de lazer por parte dos portadores de deficiências, idosos e ção direta, indireta e fundacional são inalienáveis e intransfe-
gestantes, de maneira integrada aos demais cidadãos. ríveis, sem audiência da comunidade científica e aprovação
Parágrafo único - O Poder Público estimulará e apoia- prévia do Poder Legislativo.
rá as entidades e associações da comunidade dedicadas às Parágrafo único - O disposto neste artigo não se apli-
práticas esportivas. ca à doação de equipamentos e insumos para a pesquisa,
Artigo 267 - O Poder Público incrementará a prática quando feita por entidade pública de fomento ao ensino e
esportiva às crianças, aos idosos e aos portadores de de- à pesquisa científica e tecnológica, para outra entidade pú-
ficiências. blica da área de ensino e pesquisa em ciência e tecnologia.
CAPÍTULO IV CAPÍTULO V
Da Ciência e Tecnologia Da Comunicação Social
Artigo 268 - O Estado promoverá e incentivará o de- Artigo 273 - A ação do Estado, no campo da comunica-
senvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tec- ção, fundar-se-á sobre os seguintes princípios:
I - democratização do acesso às informações;
nológica.
II - pluralismo e multiplicidade das fontes de informa-
§1º - A pesquisa científica receberá tratamento priori-
ção;
tário do Estado, diretamente ou por meio de seus agentes
III - visão pedagógica da comunicação dos órgãos e
financiadores de fomento, tendo em vista o bem público e entidades públicas.
o progresso da ciência. Artigo 274 - Os órgãos de comunicação social perten-
§2º - A pesquisa tecnológica voltar-se-á centes ao Estado, as fundações instituídas ou mantidas pelo
preponderantemente para a solução dos problemas Poder Público ou a quaisquer entidades sujeitas, direta ou
sociais e ambientais e para o desenvolvimento do sistema indiretamente, ao seu controle econômico, serão utilizados
produtivo, procurando harmonizá-lo com os direitos de modo a assegurar a possibilidade de expressão e con-
fundamentais e sociais dos cidadãos. fronto das diversas correntes de opinião.
Artigo 269 - O Estado manterá Conselho Estadual de
Ciência e Tecnologia com o objetivo de formular, acompa- CAPÍTULO VI
nhar, avaliar e reformular a política estadual científica e tec- Da Defesa do Consumidor
nológica e coordenar os diferentes programas de pesquisa.
§1º - A política a ser definida pelo Conselho Estadual Artigo 275 - O Estado promoverá a defesa do consumi-
de Ciência e Tecnologia deverá orientar-se pelas seguintes dor mediante adoção de política governamental própria e
diretrizes: de medidas de orientação e fiscalização, definidas em lei.
41
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
Parágrafo único - A lei definirá também os direitos IV - integração social de portadores de deficiências,
básicos dos consumidores e os mecanismos de estímulo à mediante treinamento para o trabalho, convivência e
auto-organização da defesa do consumidor, de assistência facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos;
judiciária e policial especializada e de controle de qualida- V - criação e manutenção de serviços de prevenção,
de dos serviços públicos. orientação, recebimento e encaminhamento de denúncias
Artigo 276 - O Sistema Estadual de Defesa do Consu- referentes à violência;
midor, integrado por órgãos públicos das áreas de saúde, VI - instalação e manutenção de núcleos de atendi-
alimentação, abastecimento, assistência judiciária, crédito, mento especial e casas destinadas ao acolhimento provi-
habitação, segurança e educação, com atribuições de tute- sório de crianças, adolescentes, idosos, portadores de defi-
la e promoção dos consumidores de bens e serviços, terá ciências e vítimas de violência, incluindo a criação de servi-
como órgão consultivo e deliberativo o Conselho Estadual ços jurídicos de apoio às vítimas, integrados a atendimento
de Defesa do Consumidor, com atribuições e composição psicológico e social;
definidas em lei. VII - nos internamentos de crianças com até doze anos
nos hospitais vinculados aos órgãos da administração dire-
CAPÍTULO VII ta ou indireta, é assegurada a permanência da mãe, tam-
Da Proteção Especial bém nas enfermarias, na forma da lei;
SEÇÃO I VIII - prestação de orientação e informação sobre a
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem, sexualidade humana e conceitos básicos da instituição da
do Idoso e dos Portadores de Deficiências (NR) família, sempre que possível, de forma integrada aos con-
- Seção I com redação dada pela Emenda Constitu- teúdos curriculares do ensino fundamental e médio;
cional nº 38 de 16/10/2013. IX - criação e manutenção de serviços e programas de
prevenção e orientação contra entorpecentes, álcool e dro-
Artigo 277 - Cabe ao Poder Público, bem como à famí- gas afins, bem como de encaminhamento de denúncias e
lia, assegurar à criança, ao adolescente, ao jovem, ao idoso atendimento especializado, referentes à criança, ao adoles-
e aos portadores de deficiências, com absoluta prioridade, cente, ao adulto e ao idoso dependentes.
o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao la- Artigo 279 - Os Poderes Públicos estadual e municipal
assegurarão condições de prevenção de deficiências, com
zer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,
prioridade para a assistência pré-natal e à infância, bem
à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de
como integração social de portadores de deficiências, me-
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discrimi-
diante treinamento para o trabalho e para a convivência,
nação, exploração, violência, crueldade e agressão. (NR)
mediante:
- Artigo 277, “caput”, com redação dada pela Emenda
I - criação de centros profissionalizantes para treina-
Constitucional nº 38 de 16/10/2013.
mento, habilitação e reabilitação profissional de portado-
Parágrafo único - O direito à proteção especial, con-
res de deficiências, oferecendo os meios adequados para
forme a lei, abrangerá, entre outros, os seguintes aspectos:
esse fim aos que não tenham condições de frequentar a
1 - garantia à criança e ao adolescente de conheci- rede regular de ensino;
mento formal do ato infracional que lhe seja atribuído, II - implantação de sistema “Braille” em estabelecimen-
de igualdade na relação processual, representação legal, tos da rede oficial de ensino, em cidade pólo regional, de
acompanhamento psicológico e social e defesa técnica por forma a atender às necessidades educacionais e sociais dos
profissionais habilitados; portadores de deficiências.
2 - obrigação de empresas e instituições, que recebam Parágrafo único - As empresas que adaptarem seus
do Estado recursos financeiros para a realização de progra- equipamentos para o trabalho de portadores de deficiên-
mas, projetos e atividades culturais, educacionais, de lazer cias poderão receber incentivos, na forma da lei.
e outros afins, de preverem o acesso e a participação de Artigo 280 - É assegurado, na forma da lei, aos
portadores de deficiências. portadores de deficiências e aos idosos, acesso adequado
Artigo 278 - O Poder Público promoverá programas aos logradouros e edifícios de uso público, bem como aos
especiais, admitindo a participação de entidades não go- veículos de transporte coletivo urbano.
vernamentais e tendo como propósito: Artigo 281 - O Estado propiciará, por meio de finan-
I - assistência social e material às famílias de baixa ren- ciamentos, aos portadores de deficiências, a aquisição dos
da dos egressos de hospitais psiquiátricos do Estado, até equipamentos que se destinam a uso pessoal e que permi-
sua reintegração na sociedade; tam a correção, diminuição e superação de suas limitações,
II - concessão de incentivo às empresas para adequação segundo condições a serem estabelecidas em lei.
de seus equipamentos, instalações e rotinas de trabalho
aos portadores de deficiências; SEÇÃO II
III - garantia às pessoas idosas de condições de Dos Índios
vida apropriadas, frequência e participação em todos
os equipamentos, serviços e programas culturais, Artigo 282 - O Estado fará respeitar os direitos, bens
educacionais, esportivos, recreativos e de lazer, defendendo materiais, crenças, tradições e todas as demais garantias
sua dignidade e visando à sua integração à sociedade; conferidas aos índios na Constituição Federal.
42
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
§1º - Compete ao Ministério Público a defesa judicial Artigo 292 - O Poder Executivo elaborará plano de
dos direitos e interesses das populações indígenas, bem desenvolvimento orgânico e integrado, com a participação
como intervir em todos os atos do processo em que os dos Municípios interessados, abrangendo toda a zona cos-
índios sejam partes. teira do Estado.
§2º - A Defensoria Pública prestará assistência jurídica Artigo 293 - Os Municípios atendidos pela Companhia
aos índios do Estado, suas comunidades e organizações. de Saneamento Básico do Estado de São Paulo poderão
§3º - O Estado protegerá as terras, as tradições, usos e criar e organizar seus serviços autônomos de água e es-
costumes dos grupos indígenas integrantes do patrimônio goto.
cultural e ambiental estadual. Parágrafo único - Declarado inconstitucional, em con-
Artigo 283 - A lei disporá sobre formas de proteção do trole concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal.
meio ambiente nas áreas contíguas às reservas e áreas tra- - Paragráfo único foi declarado inconstitucional pelo
dicionalmente ocupadas por grupos indígenas, observado Supremo Tribunal Federal nos autos da ADI nº 1746/1997,
o disposto no artigo 231 da Constituição Federal. julgada em 18/09/2014.
Artigo 294 - Fica assegurada a participação da socieda-
de civil nos conselhos estaduais previstos nesta Constituição,
TÍTULO VIII
com composição e competência definidas em lei.
Disposições Constitucionais Gerais
Artigo 295 - O Estado manterá um sistema unificado
visando à localização, informação e referências de pessoas
Artigo 284 - O Estado comemorará, anualmente, no desaparecidas.
período de 3 a 9 de julho, a Revolução Constitucionalista Artigo 296 - É vedada a concessão de incentivos e
de 1932. isenções fiscais às empresas que comprovadamente não
Artigo 285 - Fica assegurado a todos livre e amplo atendam às normas de preservação ambiental e às relativas
acesso às praias do litoral paulista à saúde e à segurança do trabalho.
§1º - Sempre que, de qualquer forma, for impedido ou Artigo 297 - São também aplicáveis no Estado, no que
dificultado esse acesso, o Ministério Público tomará ime- couber, os artigos das Emendas à Constituição Federal que
diata providência para a garantia desse direito. não integram o corpo do texto constitucional, bem como as
§2º - O Estado poderá utilizar-se da desapropriação alterações efetuadas no texto da Constituição Federal que
para abertura de acesso a que se refere o “caput”. causem implicações no âmbito estadual, ainda que não con-
Artigo 286 - Fica assegurada a criação de creches nos templadas expressamente pela Constituição do Estado. (NR)
presídios femininos e, às mães presidiárias, a adequada as- - Artigo 297 acrescentado pela Emenda Constitucional nº
sistência aos seus filhos durante o período de amamenta- 21, de 14/02/2006.
ção.
Artigo 287 - Declarado inconstitucional, em controle ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRAN-
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. SITÓRIAS
Parágrafo único - Declarado inconstitucional, em con-
trole concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. Artigo 1º - Os Deputados integrantes da atual legisla-
- Artigo 287 e seu parágrafo único foram declarados tura, iniciada em 15 de março de 1987, exercerão seus man-
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal nos autos datos até 15 de março de 1991, data em que se iniciará a
da ADI nº 326/1990, julgada em 13/10/1994. legislatura seguinte.
Artigo 288 - É assegurada a participação dos servidores Parágrafo único - Os Deputados eleitos para a legis-
públicos nos colegiados e diretorias dos órgãos públicos latura seguinte à atual exercerão seus mandatos até 14 de
março de 1995. (NR)
em que seus interesses profissionais, de assistência médica
- Paragráfo único com redação dada pela Emenda Cons-
e previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação,
titucional nº 3, de 11/11/1996.
na forma da lei.
Artigo 2º - O atual Governador do Estado, empossado
Artigo 289 - O Estado criará crédito educativo, por em 15 de março de 1987, exercerá seu mandato até 15 de
meio de suas entidades financeiras, para favorecer os estu- março de 1991, data em que tomará posse o Governador
dantes de baixa renda, na forma que dispuser a lei. eleito para o período seguinte.
Artigo 290 - Toda e qualquer pensão paga pelo Esta- Parágrafo único - O Governador eleito para o período
do, a qualquer título, não poderá ser de valor inferior ao do seguinte ao atual exercerá seu mandato até 1º de janeiro de
salário mínimo vigente no País. 1995.
Artigo 291 - Todos terão o direito de, em caso de con- Artigo 3º - A revisão constitucional será iniciada ime-
denação criminal, obter das repartições policiais e judiciais diatamente após o término da prevista no artigo 3º do Ato
competentes, após reabilitação, bem como no caso de in- das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição
quéritos policiais arquivados, certidões e informações de Federal e aprovada pelo voto da maioria absoluta dos mem-
folha corrida, sem menção aos antecedentes, salvo em caso bros da Assembleia Legislativa.
de requisição judicial, do Ministério Público, ou para fins de Artigo 4º - O Regimento Interno da Assembleia Legis-
concurso público. lativa estabelecerá normas procedimentais com rito especial
Parágrafo único - Observar-se-á o disposto neste arti- e sumaríssimo, com o fim de adequar esta Constituição ou
go quando o interesse for de terceiros. suas leis complementares à legislação federal.
43
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
Artigo 5º - A Capital do Estado poderá ser transferida na forma a ser estabelecida em lei, assegurado aos seus
mediante lei, desde que estudos técnicos demonstrem a atuais titulares e ocupantes o exercício das atribuições res-
conveniência dessa mudança e após plebiscito, com resul- pectivas, bem como a ascensão funcional, nos termos da
tado favorável, pelo eleitorado do Estado. legislação em vigor. (NR)
Artigo 6º - Até 28 de junho de 1990, as empresas pú- §2º - Enquanto não efetivada por completo a assun-
blicas, sociedades de economia mista e as fundações ins- ção dos órgãos jurídicos das autarquias pela Procuradoria
tituídas ou mantidas pelo Poder Público estadual incorpo- Geral do Estado, a eles continuará aplicável o disposto no
rarão aos seus estatutos as normas desta Constituição que artigo 101, “caput”, desta Constituição, permanecendo os
digam respeito às suas atividades e serviços. Procuradores de Autarquia que os integram sujeitos às dis-
Artigo 7º - As quatro primeiras vagas de Conselhei- posições legais atinentes a direitos e deveres, garantias e
ros do Tribunal de Contas do Estado, ocorridas a partir da prerrogativas, proibições e impedimentos dos Procurado-
data da publicação desta Constituição, serão preenchidas res do Estado. (NR)
na conformidade do disposto no artigo 31, § 2º, item 2, - Artigo 11-A acrescentado pela Emenda Constitucional
desta Constituição. nº 19, de 14/04/2004.
Parágrafo único - Após o preenchimento das vagas, Artigo 12 - Os créditos a que se refere o artigo 57, §§
na forma prevista neste artigo, serão obedecidos o critério 3º e 4º, bem como os saldos devedores dos precatórios ju-
e a ordem fixados pelo artigo 31, §§ 1º e 2º, desta Consti- diciários, incluindo-se o remanescente de juros e correção
tuição. monetária pendentes de pagamento na data da promul-
- O Supremo Tribunal Federal conferiu interpreta- gação desta Constituição, serão pagos em moeda corrente
ção conforme a Constituição ao parágrafo único do artigo com atualização até a data do efetivo depósito, da seguinte
7º do ADCT nos autos da ADI nº 374/1990, julgada em forma:
22/03/2012. I - no exercício de 1990, serão pagos os precatórios
Artigo 8º - Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciá- judiciários protocolados até 01/07/83;
rio, no prazo de cento e oitenta dias, proporão uma forma II - no exercício de 1991, os protocolados no período
de 02/07/83 a 01/07/85;
de integração dos seus controles internos em conformida-
III - no exercício de 1992, os protocolados no período
de com o artigo 35 desta Constituição.
de 02/07/85 a 01/07/87;
Artigo 9º - Enquanto não forem criados os serviços
IV - no exercício de 1993, os protocolados no período
auxiliares a que se refere o artigo 92, IV, desta Constituição,
de 02/07/87 a 01/07/89;
o Ministério Público terá assegurados, em caráter tempo-
V - no exercício de 1994, os protocolados no período
rário, os meios necessários ao desempenho das funções a
de 02/07/89 a 01/07/91;
que se refere o artigo 97.
VI - no exercício de 1995, os protocolados no período
Artigo 10 - Dentro de cento e oitenta dias, a contar da
de 02/07/91 a 01/07/93;
promulgação desta Constituição, o Poder Executivo enca- VII - no exercício de 1996, os protocolados no período
minhará à Assembleia Legislativa o projeto de Lei Orgânica de 02/07/93 a 01/07/94;
a que se refere o artigo 103, parágrafo único. Enquanto VIII - no exercício de 1997, os protocolados no período
não entrar em funcionamento a Defensoria Pública, suas de 02/07/94 a 01/07/96.
atribuições poderão ser exercidas pela Procuradoria de §1º - Os precatórios judiciários referentes aos créditos
Assistência Judiciária da Procuradoria Geral do Estado ou de natureza não alimentar, sujeitos ao preceito estabele-
por advogados contratados ou conveniados com o Poder cido no artigo 33 do Ato das Disposições Constitucionais
Público. Transitórias da Constituição Federal estão excluídos da for-
Artigo 11 - Aos procuradores do Estado, no prazo de ma de pagamento disposta neste artigo.
sessenta dias da promulgação da Lei Orgânica da Defenso- §2º - A forma de pagamento a que se refere este artigo
ria Pública, será facultada opção, de forma irretratável, pela não desobriga as entidades a efetuarem o pagamento na
permanência no quadro da Procuradoria Geral do Estado, forma do artigo 100 da Constituição Federal e artigo 57, §§
ou no quadro de carreira de Defensor Público, garantidas 1º e 2º, desta Constituição.
as vantagens, níveis e proibições. Artigo 12-A - Ressalvados os créditos definidos em
Artigo 11-A - A assunção das funções dos órgãos lei como de pequeno valor, os de natureza alimentícia, os
jurídicos das autarquias, inclusive as de regime especial, de que trata o artigo 33 do Ato das Disposições Constitu-
pela Procuradoria Geral do Estado fica condicionada à ade- cionais Transitórias da Constituição Federal e suas comple-
quação da estrutura organizacional desta, sem prejuízo da mentações e os que já tiverem os seus respectivos recursos
possibilidade de imediata designação de Procuradores do liberados ou depositados em juízo, os precatórios penden-
Estado para a execução de tarefas específicas do interesse tes na data de promulgação da Emenda à Constituição Fe-
das entidades autárquicas, por ato do Procurador-Geral do deral nº 30, de 13 de setembro de 2000, e os que decorram
Estado, mediante prévia solicitação do respectivo Superin- de ações iniciais ajuizadas até 31 de dezembro de 1999
tendente. (NR) serão liquidados pelo seu valor real, em moeda corrente,
§1º - Os cargos e as funções-atividades de Procurador acrescido dos juros legais, em prestações anuais, iguais e
de Autarquia, inclusive as de regime especial, exceto as uni- sucessivas, no prazo máximo de dez anos, permitida a ces-
versidades públicas estaduais, ficarão extintos, na vacância, são de créditos. (NR)
44
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
§1º - É permitida a decomposição de parcelas, a critério Artigo 18 - Os servidores civis da administração di-
do credor. (NR) reta, autárquica e das fundações instituídas ou mantidas
§2º - As prestações anuais a que se refere o “caput” pelo Poder Público em exercício na data da promulgação
deste artigo terão, se não liquidadas até o final do exercício desta Constituição, que não tenham sido admitidos na for-
a que se referem, poder liberatório do pagamento de tribu- ma regulada pelo artigo 37 da Constituição Federal, são
tos da entidade devedora. (NR) considerados estáveis no serviço público, desde que con-
§3º - O prazo referido no «caput» deste artigo fica tassem, em 5 de outubro de 1988, cinco anos continuados,
reduzido para dois anos, nos casos de precatórios judiciais em serviço.
originários de desapropriação de imóvel residencial do §1º - O tempo de serviço dos servidores referidos nes-
credor, desde que comprovadamente único à época da te artigo será contado como título, quando se submeterem
imissão na posse. (NR) a concurso para fins de efetivação, na forma da lei.
§4º - O Presidente do Tribunal competente deverá, §2º - O disposto neste artigo não se aplica aos
vencido o prazo ou em caso de omissão no orçamento, ocupantes de cargos, funções e empregos de confiança ou
ou preterição ao direito de precedência, a requerimento do em comissão, nem aos que a lei declare de livre exoneração,
credor, requisitar ou determinar o sequestro de recursos cujo tempo de serviço não será computado para os fins do
financeiros da entidade executada, suficientes à satisfação «caput» deste artigo, exceto se se tratar de servidor.
da prestação. (NR) §3º - O disposto neste artigo não se aplica aos
- Artigo 12-A acrescentado pela Emenda Constitucional professores de nível superior, nos termos da lei.
nº 21, de 14/02/2006. §4º - Para os integrantes das carreiras docentes do
Artigo 13 - O Tribunal de Justiça, no prazo de cento e magistério público estadual não se considera, para os fins
oitenta dias contados da promulgação desta Constituição, previstos no “caput”, a interrupção ou descontinuidade de
encaminhará projeto de lei fixando a forma e os termos exercício por prazo igual ou inferior a noventa dias, exceto
para criação de Tribunais de Alçada Regionais, a que se re- nos casos de dispensa ou exoneração solicitadas pelo
fere o artigo 71. servidor.
Artigo 14 - A competência das Turmas de Recursos a Artigo 19 - Para os efeitos do disposto no artigo 133,
que se refere o artigo 84 entrará em vigor à medida que é assegurado ao servidor o cômputo de tempo de exercício
forem designados seus juízes. Tais designações terão seu anterior à data da promulgação desta Constituição.
início dentro de seis meses, pela Comarca da Capital. Artigo 20 - O pagamento do adicional por tempo de
Artigo 15 - O Tribunal de Justiça, dentro do prazo serviço e da sexta parte, na forma prevista no artigo 129,
de noventa dias, após a promulgação desta Constituição, será devido a partir do primeiro dia do mês seguinte ao
encaminhará projeto de lei à Assembleia Legislativa, dis- da publicação desta Constituição, vedada sua acumulação
pondo sobre a organização, competência e instalação dos com vantagem já percebida por esses títulos.
Juizados Especiais a que se refere o artigo 87. Artigo 21 - Dentro de cento e oitenta dias, proceder-
§1º - São mantidos os Juizados Especiais de Pequenas -se-á à revisão dos direitos dos servidores públicos inativos
Causas criados com base na Lei Federal nº 7.244, de 7 de e pensionistas e à atualização dos proventos e pensões a
novembro de 1984, e na Lei Estadual nº 5.143, de 28 de eles devidos, a fim de ajustá-los ao disposto no artigo 126,
maio de 1986, bem como suas instâncias recursais. § 4º, desta Constituição e ao que dispõe a Constituição Fe-
§2º - O projeto a que se refere o “caput” deste deral, retroagindo seus efeitos a 5 de outubro de 1988.
artigo deverá prever a instalação, na Capital, de Juizados Artigo 22 - Os atuais Supervisores de Ensino do Qua-
Especiais em número suficiente e localização adequada ao dro do Magistério, aposentados, que exerciam cargos ou
atendimento da população dos bairros periféricos. funções idênticas às do antigo Inspetor de Ensino Médio,
Artigo 16 - Até a elaboração da lei que criar e or- sob a égide da Lei nº 9.717, de 31 de janeiro de 1967 ou
ganizar a Justiça de Paz, ficam mantidos os atuais juízes do Decreto nº 49.532, de 26 de abril de 1968, em regime
e suplentes de juiz de casamentos, até a posse de novos especial de trabalho ou de dedicação exclusiva, terão asse-
titulares, assegurando-lhes os direitos e atribuições con- gurado o direito à contagem do período exercido, para fim
feridos aos juízes de paz de que tratam os artigos 98, II, de incorporação.
da Constituição Federal, artigo 30 do Ato das Disposições Artigo 23 - Aos servidores extranumerários estáveis
Constitucionais Transitórias e artigo 89 desta Constituição. do Estado, ficam asseguradas todas as vantagens pecuniá-
Artigo 17 - Lei a ser editada no prazo de quatro meses rias concedidas aos que, exercendo idênticas funções, fo-
após a promulgação desta Constituição, disporá sobre nor- ram beneficiados pelas disposições da Constituição Federal
mas para criação dos cartórios extra-judiciais, levando-se de 1967.
em consideração sua distribuição geográfica, a densidade Artigo 24 - Os exercentes da função-atividade de
populacional e a demanda do serviço. Orientador Trabalhista e Orientador Trabalhista Encarrega-
- Artigo 17 ver ADI nº 4223/2009. do, originários do quadro da Secretaria de Relações do Tra-
§1º - O Poder Executivo providenciará no sentido de balho, os Assistentes de Atendimento Jurídico da Fundação
que, no prazo de seis meses após a publicação da lei men- Estadual de Amparo ao Trabalhador Preso, bem como os
cionada no “caput” deste artigo, seja dado cumprimento a servidores públicos que sejam advogados e que prestam
ela, instalando-se os cartórios. serviços na Procuradoria de Assistência Judiciária da Procu-
§2º - Os cartórios extrajudiciais localizar-se-ão, obriga- radoria Geral do Estado, serão aproveitados na Defensoria
toriamente, na circunscrição onde tenham atribuições. Pública, desde que estáveis em 5 de outubro de 1988.
45
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
Parágrafo único - Os servidores referidos no “caput” Artigo 31 - O concurso público, prorrogado uma vez,
deste artigo serão aproveitados em função-atividade ou por período inferior ao prazo de validade previsto no edi-
cargo idêntico ou correlato ao que exerciam anteriormen- tal de convocação, e em vigor em 5 de outubro de 1988,
te. terá automaticamente ajustado o período de sua valida-
Artigo 25 - Ao servidor ocupante de cargo em co- de, de acordo com os termos do inciso III do artigo 37 da
missão ou designado para responder pelas atribuições de Constituição Federal.
cargo vago retribuído mediante “pro-labore”, ou em subs- Artigo 32 - As normas de prevenção de acidentes e
tituição de Direção, Chefia ou Encarregatura, com direito doenças do trabalho integrarão, obrigatoriamente, o Códi-
à aposentadoria, que contar, no mínimo cinco anos contí- go Sanitário do Estado, sendo o seu descumprimento pas-
nuos ou dez intercalados em cargo de provimento dessa sível das correspondentes sanções administrativas.
natureza, fica assegurada a aposentadoria com proventos Artigo 33 - O Poder Público promoverá, no prazo de
correspondentes ao cargo que tiver exercido ou que esti- três anos, a identificação prévia de áreas e o ajuizamento
ver exercendo, desde que esteja em efetivo exercício há de ações discriminatórias, visando a separar as terras de-
pelo menos um ano, na data da promulgação desta Cons- volutas das particulares, e manterá cadastro atualizado dos
tituição. seus recursos fundiários.
Artigo 26 - Os vencimentos do servidor público esta- Artigo 34 - Até que lei complementar disponha so-
dual que teve transformado o seu cargo ou função ante- bre a matéria, na forma do artigo 145 desta Constituição, a
riormente à data da promulgação desta Constituição, cor- criação de Municípios fica condicionada à observância dos
responderão, no mínimo, àqueles atribuídos ao cargo ou seguintes requisitos:
função de cujo exercício decorreu a transformação. I - população mínima de dois mil e quinhentos habi-
Parágrafo único - Aplica-se aos proventos dos apo- tantes e eleitorado não inferior a dez por cento da popu-
sentados o disposto no “caput” do presente artigo. lação;
Artigo 27 - Aplica-se o disposto no artigo 8º e seus II - centro urbano já constituído, com um mínimo de
parágrafos do Ato das Disposições Constitucionais Transi- duzentas casas;
tórias da Constituição Federal aos servidores públicos civis III - a área da nova unidade municipal deve ser
da administração direta, autárquica, fundacional e aos em- distrito ou subdistrito há mais de três anos e ter condições
pregados das empresas públicas ou sociedade de econo- apropriadas para a instalação da Prefeitura e da Câmara
Municipal;
mia mista, sob controle estatal.
IV - a área deve apresentar solução de continuidade
Artigo 28 - Será contado para todos os fins, como de
de pelo menos cinco quilômetros, entre o seu perímetro
efetivo exercício, na carreira em que se encontrem, o tem-
urbano e a do Município de origem, excetuando-se,
po de serviço dos ex-integrantes das carreiras da antiga
neste caso, os distritos e subdistritos integrantes de áreas
Guarda Civil, Força Pública, Polícia Marítima, Aérea e de
metropolitanas;
Fronteiras e outras carreiras policiais extintas.
V - a área não pode interromper a continuidade terri-
Artigo 29 - Fica assegurada promoção na inativida- torial do Município de origem;
de aos ex-integrantes da Força Pública, Guarda Civil, Po- VI - o nome do novo Município não pode repetir outro
lícia Marítima, Aérea e de Fronteiras que se encontravam já existente no País, bem como conter a designação de da-
no serviço ativo em 9 de abril de 1970, hoje na ativa ou tas e nomes de pessoas vivas.
inatividade, vinculados às Polícias Civil e Militar, median- §1º - Ressalvadas as Regiões Metropolitanas, a área
te requerimento feito até noventa dias após promulgada da nova unidade municipal independe de ser distrito ou
esta Constituição que não tenham sido contemplados, de subdistrito quando pertencer a mais de um Município,
maneira isonômica, pelo artigo seguinte e pelas Leis nº preservada a continuidade territorial.
418/85, 4.794/85, 5.455/86 e 6.471/89. §2º - O desmembramento de Município ou Municípios,
Artigo 30 - Aos integrantes inativos da Polícia Militar para a criação de nova unidade municipal, não lhes poderá
do Estado, a partir de 15 de março de 1968, em virtude de acarretar a perda dos requisitos estabelecidos neste artigo.
invalidez, a pedido, após trinta anos ou mais de serviço, ou §3º - Somente será considerada aprovada a emanci-
por haver atingido a idade limite para permanência no ser- pação quando o resultado favorável do plebiscito obtiver a
viço ativo e que não foram beneficiados por lei posterior maioria dos votos válidos, tendo votado a maioria absoluta
àquela data, fica assegurado, a partir da promulgação des- dos eleitores.
ta Constituição, o apostilamento do título ao posto ou gra- §4º - As eleições para Prefeito, Vice-Prefeito e Verea-
duação imediatamente superior ao que possuíam quando dores serão designadas dentro de noventa dias, a partir da
da transferência para a inatividade, com vencimentos e publicação da lei emancipadora, salvo se faltarem menos
vantagens integrais, observando-se o disposto no artigo de dois anos para as eleições municipais gerais, hipótese
40, §§ 4º e 5º, da Constituição Federal, inclusive. em que serão realizadas com estas.
Parágrafo único - Os componentes da extinta Força §5º - O término do primeiro mandato dar-se-á em 31
Pública do Estado, que em 8 de abril de 1970 se encontra- de dezembro de 1992.
vam em atividade na graduação de subtenente, terão seus Artigo 35 - Com a finalidade de regularizar-se a si-
títulos apostilados no posto superior ao que se encontram tuação imobiliária do Município de Barão de Antonina, fica
na data da promulgação desta Constituição, restringindo- o Estado autorizado a conceder títulos de legitimação de
-se o benefício exclusivamente aos segundos-tenentes. posse, comprovada, administrativamente, apenas a morada
46
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
permanente, por si ou sucessores, pelo prazo de dez anos, Artigo 46 - No prazo de três anos, a contar da promul-
aos ocupantes das terras devolutas localizadas naquele gação desta Constituição, ficam os Poderes Públicos Esta-
Município, bem como para a própria Prefeitura Municipal, dual e Municipal obrigados a tomar medidas eficazes para
comprovada para esta, apenas, a efetiva ocupação, relativa- impedir o bombeamento de águas servidas, dejetos e de
mente aos imóveis, áreas e logradouros públicos. outras substâncias poluentes para a represa Billings.
Artigo 36 - O Estado criará, na forma da lei, por pra- Parágrafo único - Qualquer que seja a solução a ser
zo não inferior a dez anos, os Fundos de Desenvolvimento adotada, fica o Estado obrigado a consultar permanente-
Econômico e Social do Vale do Ribeira e do Pontal do Pa- mente os Poderes Públicos dos Municípios afetados.
ranapanema. Artigo 47 - O Poder Executivo implantará no prazo de
Artigo 37 - Os fundos existentes na data da promul- um ano, a contar da data da promulgação desta Constitui-
gação desta Constituição extinguir-se-ão, se não forem ra- ção, na Secretaria de Estado da Saúde, banco de órgãos,
tificados pela Assembleia Legislativa no prazo de um ano. tecidos e substâncias humanas.
Artigo 38 - Os conselhos, fundos, entidades e órgãos Artigo 48 - A Assembleia Legislativa, no prazo de um
previstos nesta Constituição, não existentes na data da sua ano, contado da promulgação desta Constituição, elabo-
promulgação, serão criados mediante lei de iniciativa do rará lei complementar específica, disciplinando o Sistema
Poder Executivo, que terá o prazo de cento e oitenta dias Previdenciário do Estado.
para remeter à Assembleia Legislativa o projeto. No mesmo Artigo 49 - Nos dez primeiros anos da promulgação
prazo, remeterá os projetos de adaptação dos já existentes desta Constituição, o Poder Público desenvolverá esfor-
e que dependam de lei para esse fim. ços, com a mobilização de todos os setores organizados
Artigo 39 - Até a entrada em vigor da lei complemen- da sociedade e com a aplicação de, pelo menos, cinquenta
tar a que se refere o artigo 165, § 9º da Constituição Fede- por cento dos recursos a que se refere o artigo 255 desta
ral, serão obedecidas as seguintes normas: Constituição, para eliminar o analfabetismo e universalizar
I - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias do Es- o ensino fundamental, com qualidade satisfatória.
tado será encaminhado até oito meses antes do encerra- Artigo 50 - Até o ano 2000, bienalmente, o Estado e os
mento do exercício financeiro e devolvido para sanção até Municípios promoverão e publicarão censos que aferirão
o encerramento do primeiro período da sessão legislativa; os índices de analfabetismo e sua relação com a univer-
II - o projeto de lei orçamentária anual do Estado será salização do ensino fundamental, de conformidade com o
encaminhado até três meses antes do encerramento do preceito estabelecido no artigo 60, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias da Constituição Federal.
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerra-
Artigo 51 - No prazo de cento e vinte dias, a contar da
mento da sessão legislativa.
promulgação desta Constituição, o Poder Público estadual
Artigo 40 - Enquanto não forem disciplinados por lei o
deverá definir a situação escolar dos alunos matriculados
plano plurianual e as diretrizes orçamentárias, não se aplica
em escolas de 1º e 2º graus da rede particular que, nos
à lei de orçamento o disposto no artigo 175, § 1º, item 1,
últimos cinco anos, tiveram suas atividades suspensas ou
desta Constituição.
encerradas por desrespeito a disposições legais, obedecida
Artigo 41 - Declarado inconstitucional, em controle a legislação aplicável à espécie.
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. Artigo 52 - Nos termos do artigo 253 desta Constitui-
- Artigo 41 foi declarado inconstitucional pelo Supremo ção e do artigo 60, parágrafo único do Ato das Disposições
Tribunal Federal nos autos da ADI nº 403/1990, julgada em Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, o Po-
01/07/2002. der Público Estadual implantará ensino superior público e
Artigo 42 - O Estado, no exercício da competência gratuito nas regiões de maior densidade populacional, no
prevista no artigo 24, incisos VI, VII e VIII, da Constituição prazo de até três anos, estendendo as unidades das uni-
Federal, no que couber, elaborará, atendendo suas peculia- versidades públicas estaduais e diversificando os cursos
ridades, o Código de Proteção ao Meio Ambiente, no prazo de acordo com as necessidades sócio-econômicas dessas
de cento e oitenta dias. regiões.
Artigo 43 - Fica o Poder Público, no prazo de dois Parágrafo único - A expansão do ensino superior pú-
anos, obrigado a iniciar obras de adequação, atendendo blico a que se refere o “caput” poderá ser viabilizada na
ao disposto no artigo 205 desta Constituição. criação de universidades estaduais, garantido o padrão de
Artigo 44 - Ficam mantidas as unidades de conser- qualidade.
vação atualmente existentes, promovendo o Estado a sua Artigo 53 - O disposto no parágrafo único do artigo
demarcação, regularização dominial e efetiva implantação 253 deverá ser implantado no prazo de dois anos.
no prazo de cinco anos, consignando nos próximos orça- Artigo 54 - A lei, no prazo de cento e oitenta dias após
mentos as verbas para tanto necessárias. a promulgação do Código do Consumidor, a que se refere
Artigo 45 - O Poder Público, dentro de cento e oiten- o artigo 48 do Ato das Disposições Constitucionais Transi-
ta dias demarcará as áreas urbanizadas na Serra do Mar, tórias da Constituição Federal, estabelecerá normas para
com vistas a definir as responsabilidades do Estado e dos proteção ao consumidor.
Municípios, em que se enquadram essas áreas, a fim de Artigo 55 - A lei disporá sobre a adaptação dos logra-
assegurar a preservação do meio ambiente e ao disposto douros públicos, dos edifícios de uso público e dos veículos
no artigo 12, § 2º, do Ato das Disposições Constitucionais de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado
Transitórias da Constituição Federal. aos portadores de deficiências.
47
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO
Artigo 56 - No prazo de cinco anos, a contar da pro- ção - ICMS, ou do imposto que vier a substituí-lo, sobre
mulgação desta Constituição, os sistemas de ensino mu- produtos e serviços supérfluos definidos em lei comple-
nicipal e estadual tomarão todas as providências necessá- mentar federal; (NR)
rias à efetivação dos dispositivos nela previstos, relativos 2 - dotações orçamentárias; (NR)
à formação e reabilitação dos portadores de deficiências, 3 - doações, de qualquer natureza, de pessoas físicas
em especial e quanto aos recursos financeiros, humanos, ou jurídicas do País ou do exterior; (NR)
técnicos e materiais. 4 - outras doações, de qualquer natureza, a serem
Parágrafo único - Os sistemas mencionados neste definidas da regulamentação do próprio fundo. (NR)
artigo, no mesmo prazo, igualmente, garantirão recursos §2º - Para o financiamento do Fundo poderá ser insti-
financeiros, humanos, técnicos e materiais, destinados a tuído um adicional de até dois pontos percentuais na alí-
campanhas educativas de prevenção de deficiências. quota do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação
Artigo 57 - Aos participantes ativos da Revolução de Mercadorias e sobre Serviços de Transporte Interesta-
Constitucionalista de 1932 serão assegurados os seguin- dual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS incidente
tes direitos: sobre produtos e serviços supérfluos e nas condições defi-
I - pensão especial, sendo inacumulável com quais- nidas em lei complementar federal, não se aplicando, sobre
quer rendimentos recebidos dos cofres públicos, exceto os este percentual, o disposto no artigo 158, IV, da Constitui-
benefícios previdenciários, ressalvado o direito de opção; ção Federal. (NR)
II - em caso de morte, pensão à viúva, companheira ou §3º - O Fundo previsto neste artigo terá Conselho Con-
dependente, na forma do inciso anterior. sultivo e de Acompanhamento que conte com a participa-
Parágrafo único - A concessão da pensão especial a ção da sociedade civil, nos termos da lei. (NR)
que se refere o inciso I, substitui, para todos os efeitos - Artigo 61 acrescentado pela Emenda Constitucional nº
legais, qualquer outra pensão já concedida aos ex-com- 21, de 14/02/2006.
batentes. Artigo 62 - Na ausência da lei complementar a que se
Artigo 58 - Salvo disposições em contrário, os Pode- refere o artigo 198, § 3º, da Constituição Federal, deverá
res Legislativo, Executivo e Judiciário deverão propor os ser observado para o cumprimento do parágrafo único do
projetos que objetivam dar cumprimento às determina- artigo 222 da Constituição Estadual o disposto no artigo
ções desta Constituição, bem como, no que couber, da 77 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da
Constituição Federal, até a data de 28 de junho de 1990, Constituição Federal. (NR)
para apreciação pela Assembleia Legislativa. - Artigo 62 acrescentado pela Emenda Constitucional nº
Artigo 59 - A Imprensa Oficial do Estado promoverá 21, de 14/02/2006.
a edição do texto integral desta Constituição que, gratui- Sala das Sessões da Assembleia Legislativa, na Cidade
tamente, será colocado à disposição de todos os interes- de São Paulo, em 5 de outubro de 1989, 436º da fundação
sados. de São Paulo.
Artigo 60 - O Estado entregará aos Municípios vin-
te e cinco por cento do montante de recursos recebidos
da União com base no artigo 91 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, res-
peitando-se, ainda, o disposto nos §§ 2º a 4º do mesmo
artigo. (NR)
- Artigo 60 acrescentado pela Emenda Constitucional
nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 61 - Fica instituído, para vigorar até o ano de
2010, no âmbito do Poder Executivo Estadual, o Fundo de
Combate e Erradicação da Pobreza, a ser regulado por lei
complementar com o objetivo de proporcionar aos resi-
dentes no Estado de São Paulo o acesso a níveis dignos
de sobrevivência, cujos recursos serão aplicados em ações
complementares de nutrição, habitação, educação, saúde,
reforço de renda familiar e outros programas de relevante
interesse social voltados para a melhoria da qualidade de
vida. (NR)
§1º - Compõem o Fundo de Combate e Erradicação
da Pobreza: (NR)
1 - a parcela do produto da arrecadação correspon-
dente a um adicional de até dois pontos percentuais da
alíquota do Imposto sobre Operações Relativas à Circu-
lação de Mercadorias e sobre Operações de Serviço de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunica-
48
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
A Lei nº 12.527, sancionada em 18 de novembro de 2011, tem o propósito de regulamentar o direito constitucional de
acesso dos cidadãos às informações públicas e seus dispositivos são aplicáveis aos três Poderes da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.
A publicação da Lei de Acesso a Informações significa um importante passo para a consolidação democrática do Brasil
e também para o sucesso das ações de prevenção da corrupção no país. Por tornar possível uma maior participação popu-
lar e o controle social das ações governamentais, o acesso da sociedade às informações públicas permite que ocorra uma
melhoria na gestão pública.
No Brasil, o direito de acesso à informação pública foi previsto na Constituição Federal, no inciso XXXIII do Capítulo I -
dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - que dispõe que: “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”.
A Constituição também tratou do acesso à informação pública no Art. 5º, inciso XIV, Art. 37, § 3º, inciso II e no Art. 216,
§ 2º. São estes os dispositivos que a Lei de Acesso a Informações regulamenta, estabelecendo requisitos mínimos para a
divulgação de informações públicas e procedimentos para facilitar e agilizar o seu acesso por qualquer pessoa.
Mapa da lei:
1
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Informações classificadas como sigilosas são aquelas I - observância da publicidade como preceito geral e
cuja Lei de Acesso a Informações prevê alguma restrição de do sigilo como exceção;
acesso, mediante classificação por autoridade competente, II - divulgação de informações de interesse público,
visto que são consideradas imprescindíveis à segurança da independentemente de solicitações;
sociedade (à vida, segurança ou saúde da população) ou III - utilização de meios de comunicação viabiliza-
do Estado (soberania nacional, relações internacionais, ati- dos pela tecnologia da informação;
vidades de inteligência). IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de
Conforme a Lei de Acesso a Informações, a informação transparência na administração pública;
pública pode ser classificada como: V - desenvolvimento do controle social da adminis-
- Ultrassecreta prazo de segredo: 25 anos (renovável tração pública.
uma única vez)
- Secreta prazo de segredo: 15 anos Art. 4o Para os efeitos desta Lei, considera-se:
- Reservada prazo de segredo: 5 anos1 I - informação: dados, processados ou não, que podem
ser utilizados para produção e transmissão de conhecimen-
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII to, contidos em qualquer meio, suporte ou formato;
do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. II - documento: unidade de registro de informações,
216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de qualquer que seja o suporte ou formato;
dezembro de 1990; revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de III - informação sigilosa: aquela submetida tempora-
2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; riamente à restrição de acesso público em razão de sua im-
e dá outras providências. prescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado;
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: natural identificada ou identificável;
V - tratamento da informação: conjunto de ações
CAPÍTULO I referentes à produção, recepção, classificação, utilização,
DISPOSIÇÕES GERAIS acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição,
arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, des-
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a se- tinação ou controle da informação;
rem observados pela União, Estados, Distrito Federal e VI - disponibilidade: qualidade da informação que
Municípios, com o fim de garantir o acesso a informa- pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos
ções previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3º do ou sistemas autorizados;
art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. VII - autenticidade: qualidade da informação que te-
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: nha sido produzida, expedida, recebida ou modificada por
I - os órgãos públicos integrantes da administração determinado indivíduo, equipamento ou sistema;
direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes VIII - integridade: qualidade da informação não modi-
de Contas, e Judiciário e do Ministério Público; ficada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino;
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas IX - primariedade: qualidade da informação coletada
públicas, as sociedades de economia mista e demais enti-
na fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem mo-
dades controladas direta ou indiretamente pela União,
dificações.
Estados, Distrito Federal e Municípios.
Art. 5o É dever do Estado garantir o direito de acesso à
Art. 2o Aplicam-se as disposições desta Lei, no que
informação, que será franqueada, mediante procedimen-
couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que
tos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em
recebam, para realização de ações de interesse público,
linguagem de fácil compreensão.
recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante
subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria,
convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos congêne- CAPÍTULO II
res. DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA
Parágrafo único. A publicidade a que estão submeti- DIVULGAÇÃO
das as entidades citadas no caput refere-se à parcela dos
recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem pre- Art. 6o Cabe aos órgãos e entidades do poder público,
juízo das prestações de contas a que estejam legalmente observadas as normas e procedimentos específicos
obrigadas. aplicáveis, assegurar a:
I - gestão transparente da informação, propiciando
Art. 3o Os procedimentos previstos nesta Lei destinam- amplo acesso a ela e sua divulgação;
se a assegurar o direito fundamental de acesso à infor- II - proteção da informação, garantindo-se sua dispo-
mação e devem ser executados em conformidade com os nibilidade, autenticidade e integridade; e
princípios básicos da administração pública e com as seguin- III - proteção da informação sigilosa e da informa-
tes diretrizes: ção pessoal, observada a sua disponibilidade, autenticida-
de, integridade e eventual restrição de acesso.
1 http://www.acessoainformacao.gov.br/
2
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Art. 7o O acesso à informação de que trata esta Lei § 1o Na divulgação das informações a que se refere
compreende, entre outros, os direitos de obter: o caput, deverão constar, no mínimo:
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução I - registro das competências e estrutura organizacional,
de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encon- endereços e telefones das respectivas unidades e horários de
trada ou obtida a informação almejada; atendimento ao público;
II - informação contida em registros ou documentos, II - registros de quaisquer repasses ou transferências de
produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recursos financeiros;
recolhidos ou não a arquivos públicos; III - registros das despesas;
III - informação produzida ou custodiada por pessoa físi- IV - informações concernentes a procedimentos licitató-
ca ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com rios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como
seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha a todos os contratos celebrados;
cessado; V - dados gerais para o acompanhamento de progra-
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualiza- mas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e
da; VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos § 2o Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos
e entidades, inclusive as relativas à sua política, organização e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e ins-
e serviços; trumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a
VI - informação pertinente à administração do patrimô- divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computa-
nio público, utilização de recursos públicos, licitação, contra- dores (internet).
tos administrativos; e § 3o Os sítios de que trata o § 2o deverão, na forma de
VII - informação relativa: regulamento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos:
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que per-
programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, mita o acesso à informação de forma objetiva, transparente,
bem como metas e indicadores propostos; clara e em linguagem de fácil compreensão;
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos for-
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e to-
matos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais
madas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno
como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das
e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercí-
informações;
cios anteriores.
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas ex-
§ 1o O acesso à informação previsto no caput não com-
ternos em formatos abertos, estruturados e legíveis por má-
preende as informações referentes a projetos de pesquisa e
quina;
desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
estruturação da informação;
§ 2o Quando não for autorizado acesso integral à V - garantir a autenticidade e a integridade das infor-
informação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado mações disponíveis para acesso;
o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato VI - manter atualizadas as informações disponíveis para
ou cópia com ocultação da parte sob sigilo. acesso;
§ 3o O direito de acesso aos documentos ou às VII - indicar local e instruções que permitam ao interes-
informações neles contidas utilizados como fundamento da sado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o
tomada de decisão e do ato administrativo será assegurado órgão ou entidade detentora do sítio; e
com a edição do ato decisório respectivo. VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a
§ 4o A negativa de acesso às informações objeto de acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência,
pedido formulado aos órgãos e entidades referidas no art. nos termos do art. 17 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro
1o, quando não fundamentada, sujeitará o responsável a de 2000, e do art. 9o da Convenção sobre os Direitos das
medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei. Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo
§ 5o Informado do extravio da informação solicitada, no 186, de 9 de julho de 2008.
poderá o interessado requerer à autoridade competente § 4o Os Municípios com população de até 10.000 (dez
a imediata abertura de sindicância para apurar o mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória
desaparecimento da respectiva documentação. na internet a que se refere o § 2o, mantida a obrigatoriedade
§ 6o Verificada a hipótese prevista no § 5o deste artigo, de divulgação, em tempo real, de informações relativas à
o responsável pela guarda da informação extraviada execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos
deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar previstos no art. 73-B da Lei Complementar no 101, de 4 de
testemunhas que comprovem sua alegação. maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).
Art. 8o É dever dos órgãos e entidades públicas Art. 9o O acesso a informações públicas será assegu-
promover, independentemente de requerimentos, a divul- rado mediante:
gação em local de fácil acesso, no âmbito de suas com- I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos
petências, de informações de interesse coletivo ou geral órgãos e entidades do poder público, em local com condições
por eles produzidas ou custodiadas. apropriadas para:
3
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a § 6o Caso a informação solicitada esteja disponível ao
informações; público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer ou-
b) informar sobre a tramitação de documentos nas tro meio de acesso universal, serão informados ao requerente,
suas respectivas unidades; por escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá consultar,
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse
a informações; e que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de
II - realização de audiências ou consultas públicas, seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não
incentivo à participação popular ou a outras formas de dispor de meios para realizar por si mesmo tais procedimentos.
divulgação.
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação
CAPÍTULO III é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO pelo órgão ou entidade pública consultada, situação em que
poderá ser cobrado exclusivamente o valor necessário ao
Seção I ressarcimento do custo dos serviços e dos materiais uti-
Do Pedido de Acesso lizados.
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos pre-
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar vistos no caput todo aquele cuja situação econômica não
pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da
referidos no art. 1o desta Lei, por qualquer meio legítimo, família, declarada nos termos da Lei no 7.115, de 29 de agosto
devendo o pedido conter a identificação do requerente e a de 1983.
especificação da informação requerida.
§ 1o Para o acesso a informações de interesse público, Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida
a identificação do requerente não pode conter exigências em documento cuja manipulação possa prejudicar sua integri-
que inviabilizem a solicitação. dade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certifica-
§ 2o Os órgãos e entidades do poder público devem ção de que esta confere com o original.
viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de có-
pias, o interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob
acesso por meio de seus sítios oficiais na internet.
supervisão de servidor público, a reprodução seja feita por ou-
§ 3o São vedadas quaisquer exigências relativas aos
tro meio que não ponha em risco a conservação do documento
motivos determinantes da solicitação de informações de
original.
interesse público.
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou
decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia.
conceder o acesso imediato à informação disponível.
§ 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na Seção II
forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o Dos Recursos
pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informa-
consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; ções ou às razões da negativa do acesso, poderá o interessado
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total interpor recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias
ou parcial, do acesso pretendido; ou a contar da sua ciência.
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade
for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a de- hierarquicamente superior à que exarou a decisão im-
tém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou en- pugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco)
tidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido dias.
de informação.
§ 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou
mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá re-
será cientificado o requerente. correr à Controladoria-Geral da União, que deliberará no
§ 3o Sem prejuízo da segurança e da proteção das infor- prazo de 5 (cinco) dias se:
mações e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão I - o acesso à informação não classificada como sigilosa
ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio reque- for negado;
rente possa pesquisar a informação de que necessitar. II - a decisão de negativa de acesso à informação total
§ 4o Quando não for autorizado o acesso por se tratar de ou parcialmente classificada como sigilosa não indicar a auto-
informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente de- ridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem
verá ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação;
e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe III - os procedimentos de classificação de informação si-
indicada a autoridade competente para sua apreciação. gilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e
§ 5o A informação armazenada em formato digital será IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros pro-
fornecida nesse formato, caso haja anuência do requerente. cedimentos previstos nesta Lei.
4
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
5
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
6
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
7
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
8
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo,
administração pública federal responsável: no uso de suas atribuições legais,
I - pela promoção de campanha de abrangência nacio- Considerando que é dever do Poder Público promover a
nal de fomento à cultura da transparência na administração gestão dos documentos públicos para assegurar o acesso às
pública e conscientização do direito fundamental de acesso à informações neles contidas, de acordo com o § 2º do artigo
informação; 216 da Constituição Federal e com o artigo 1º da Lei Federal
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991;
ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência
Considerando que cabe ao Estado definir, em legislação
na administração pública;
própria, regras específicas para o cumprimento das determi-
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da
nações previstas na Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro
administração pública federal, concentrando e consolidando a
publicação de informações estatísticas relacionadas no art. 30; de 2011, que regula o acesso a informações;
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relató- Considerando as disposições das Leis estaduais nº 10.177,
rio anual com informações atinentes à implementação desta Lei. de 30 de dezembro de 1998, que regula o processo adminis-
trativo e nº 10.294, de 20 de abril de 1999, que dispõe sobre
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto proteção e defesa do usuário de serviços públicos, e dos Decre-
nesta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar tos estaduais nº 22.789, de 19 de outubro de 1984, que insti-
da data de sua publicação. tui o Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo - SAESP, nº
44.074, de 1º de julho de 1999, que regulamenta a composição
Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de e estabelece a competência das Ouvidorias, nº 54.276, de 27
dezembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação: de abril de 2009, que reorganiza a Unidade do Arquivo Público
“Art. 116. [...] do Estado, da Casa Civil, nº 55.479, de 25 de fevereiro de 2010,
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão que institui na Casa Civil o Comitê Gestor do Sistema Infor-
do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando matizado Unificado de Gestão Arquivística de Documentos e
houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de Informações - SPdoc, alterado pelo de nº 56.260, de 6 de outu-
outra autoridade competente para apuração; [...]” bro de 2010, nº 55.559, de 12 de março de 2010, que institui o
Portal do Governo Aberto SP e nº 57.500, de 8 de novembro de
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei no 8.112, de 1990, 2011, que reorganiza a Corregedoria Geral da Administração
passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A: e institui o Sistema Estadual de Controladoria; e
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado Considerando, finalmente, a proposta apresentada pelo
civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autorida- Grupo Técnico instituído pela Resolução CC-3, de 9 de janeiro
de superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, de 2012, junto ao Comitê de Qualidade da Gestão Pública,
a outra autoridade competente para apuração de informação Decreta:
concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha
conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de car- CAPÍTULO I
go, emprego ou função pública.”
Disposições Gerais
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Art. 1º Este decreto define procedimentos a serem ob-
Municípios, em legislação própria, obedecidas as normas
gerais estabelecidas nesta Lei, definir regras específicas, servados pelos órgãos e entidades da Administração Pública
especialmente quanto ao disposto no art. 9o e na Seção II Estadual, e pelas entidades privadas sem fins lucrativos que
do Capítulo III. recebam recursos públicos estaduais para a realização de ati-
Neste sentido, a legislação compilada no próximo tópico. vidades de interesse público, à vista das normas gerais estabe-
lecidas na Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
Art. 46. Revogam-se: Art. 2º O direito fundamental de acesso a documentos,
I - a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005; e dados e informações será assegurado mediante:
II - os arts. 22 a 24 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de I - observância da publicidade como preceito geral e do
1991. sigilo como exceção;
II - implementação da política estadual de arquivos e ges-
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias tão de documentos;
após a data de sua publicação. III - divulgação de informações de interesse público, inde-
pendentemente de solicitações;
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190o da Independência IV - utilização de meios de comunicação viabilizados pela
e 123o da República. tecnologia da informação;
9
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
10
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
11
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
III - documento, dado ou informação produzida ou cus- § 2º As Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso
todiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de - CADA serão integradas por servidores de nível superior
qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que das áreas jurídica, de administração geral, de administração
esse vínculo já tenha cessado; financeira, de arquivo e protocolo, de tecnologia da
IV - dado ou informação primária, íntegra, autêntica e informação e por representantes das áreas específicas da
atualizada; documentação a ser analisada.
V - documento, dado ou informação sobre atividades § 3º As Comissões de Avaliação de Documentos e
exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua Acesso - CADA serão compostas por 5 (cinco), 7 (sete) ou
política, organização e serviços; 9 (nove) membros, designados pela autoridade máxima do
VI - documento, dado ou informação pertinente à admi- órgão ou entidade.
nistração o patrimônio público, utilização de recursos públicos,
licitação, contratos administrativos; Art. 12. São atribuições das Comissões de Avaliação de
VII - documento, dado ou informação relativa: Documentos e Acesso - CADA, além daquelas previstas para
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos as Comissões de Avaliação de Documentos de Arquivo nos
programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, Decretos nº 29.838, de 18 de abril de 1989, e nº 48.897, de 27
bem como metas e indicadores propostos; de agosto de 2004:
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e to- I - orientar a gestão transparente dos documentos, dados
madas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e informações do órgão ou entidade, visando assegurar o am-
e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios plo acesso e divulgação;
anteriores. II - realizar estudos, sob a orientação técnica da Unidade
§ 1º O acesso aos documentos, dados e informações do Arquivo Público do Estado, órgão central do Sistema de
previsto no caput deste artigo não compreende as informações Arquivos do Estado de São Paulo - SAESP, visando à identifica-
referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ção e elaboração de tabela de documentos, dados e informa-
ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da ções sigilosas e pessoais, de seu órgão ou entidade;
sociedade e do Estado. III - encaminhar à autoridade máxima do órgão ou enti-
§ 2º Quando não for autorizado acesso integral ao dade a tabela mencionada no inciso II deste artigo, bem como
documento, dado ou informação por ser ela parcialmente as normas e procedimentos visando à proteção de documen-
sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio tos, dados e informações sigilosas e pessoais, para oitiva do
de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo. órgão jurídico e posterior publicação;
§ 3º O direito de acesso aos documentos, aos dados ou IV - orientar o órgão ou entidade sobre a correta aplica-
às informações neles contidas utilizados como fundamento da ção dos critérios de restrição de acesso constantes das tabelas
tomada de decisão e do ato administrativo será assegurado de documentos, dados e informações sigilosas e pessoais;
com a edição do ato decisório respectivo. V - comunicar à Unidade do Arquivo Público do Estado
§ 4º A negativa de acesso aos documentos, dados e a publicação de tabela de documentos, dados e informações
informações objeto de pedido formulado aos órgãos e sigilosas e pessoais, e suas eventuais alterações, para conso-
entidades referidas no artigo 1º deste decreto, quando não lidação de dados, padronização de critérios e realização de
fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, estudos técnicos na área;
nos termos do artigo 32 da Lei Federal nº 12.527, de 18 de VI - propor à autoridade máxima do órgão ou entidade a
novembro de 2011. renovação, alteração de prazos, reclassificação ou desclassifi-
§ 5º Informado do extravio da informação solicitada, cação de documentos, dados e informações sigilosas;
poderá o interessado requerer à autoridade competente a VII - manifestar-se sobre os prazos mínimos de restrição
imediata instauração de apuração preliminar para investigar o de acesso aos documentos, dados ou informações pessoais;
desaparecimento da respectiva documentação. VIII - atuar como instância consultiva da autoridade má-
§ 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o xima do órgão ou entidade, sempre que provocada, sobre os
responsável pela guarda da informação extraviada deverá, no recursos interpostos relativos às solicitações de acesso a do-
prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas cumentos, dados e informações não atendidas ou indeferidas,
que comprovem sua alegação. nos termos do parágrafo único do artigo 19 deste decreto;
IX - informar à autoridade máxima do órgão ou entidade
SEÇÃO III a previsão de necessidades orçamentárias, bem como encami-
Das Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso nhar relatórios periódicos sobre o andamento dos trabalhos.
Parágrafo único. Para o perfeito cumprimento de suas
Art. 11. As Comissões de Avaliação de Documentos de Ar- atribuições as Comissões de Avaliação de Documentos e Aces-
quivo, a que se referem os Decretos nº 29.838, de 18 de abril so - CADA poderão convocar servidores que possam contribuir
de 1989, e nº 48.897, de 27 de agosto de 2004, instituídas nos com seus conhecimentos e experiências, bem como constituir
órgãos e entidades da Administração Pública Estadual, passarão subcomissões e grupos de trabalho.
a ser denominadas Comissões de Avaliação de Documentos e
Acesso - CADA. Art. 13. À Unidade do Arquivo Público do Estado, ór-
§ 1º As Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso gão central do Sistema de Arquivos do Estado de São Pau-
- CADA deverão ser vinculadas ao Gabinete da autoridade lo - SAESP, responsável por propor a política de acesso aos
máxima do órgão ou entidade. documentos públicos, nos termos do artigo 6º, inciso XII, do
12
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Decreto nº 22.789, de 19 de outubro de 1984, caberá o ree- Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos pre-
xame, a qualquer tempo, das tabelas de documentos, dados vistos no caput deste artigo todo aquele cuja situação econô-
e informações sigilosas e pessoais dos órgãos e entidades da mica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio
Administração Pública Estadual. ou da família, declarada nos termos da Lei Federal nº 7.115, de
29 de agosto de 1983.
SEÇÃO IV
Do Pedido Art. 17. Quando se tratar de acesso à informação contida
em documento cuja manipulação possa prejudicar sua integri-
Art. 14. O pedido de informações deverá ser apresentado dade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação
ao Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do órgão ou en- de que esta confere com o original.
tidade, por qualquer meio legítimo que contenha a identifica- Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de có-
ção do interessado (nome, número de documento e endereço) pias, o interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob
e a especificação da informação requerida. Grupo Técnico supervisão de servidor público, a reprodução seja
feita por outro meio que não ponha em risco a conservação do
Art. 15. O Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do documento original.
órgão ou entidade responsável pelas informações solicitadas
deverá conceder o acesso imediato àquelas disponíveis. Art. 18. É direito do interessado obter o inteiro teor de deci-
§ 1º Na impossibilidade de conceder o acesso imediato, são de negativa de acesso, por certidão ou cópia.
o Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do órgão ou
entidade, em prazo não superior a 20 (vinte) dias, deverá: SEÇÃO V
1. comunicar a data, local e modo para se realizar a con- Dos Recursos
sulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão;
2. indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total Art. 19. No caso de indeferimento de acesso aos documentos,
ou parcial, do acesso pretendido; dados e informações ou às razões da negativa do acesso, bem como
3. comunicar que não possui a informação, indicar, se for o não atendimento do pedido, poderá o interessado interpor recurso
do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar de sua ciência.
ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, Parágrafo único. O recurso será dirigido à apreciação de
cientificando o interessado da remessa de seu pedido de in- pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à que
formação. exarou a decisão impugnada, que deverá se manifestar, após
§ 2º O prazo referido no § 1º deste artigo poderá ser eventual consulta à Comissão de Avaliação de Documentos e
prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa Acesso - CADA, a que se referem os artigos 11 e 12 deste decre-
expressa, da qual será cientificado o interessado. to, e ao órgão jurídico, no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das
informações e do cumprimento da legislação aplicável, Art. 20. Negado o acesso ao documento, dado e informa-
o Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do órgão ção pelos órgãos ou entidades da Administração Pública Es-
ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio tadual, o interessado poderá recorrer à Corregedoria Geral da
interessado possa pesquisar a informação de que necessitar. Administração, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:
§ 4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar I - o acesso ao documento, dado ou informação não classi-
de informação total ou parcialmente sigilosa, o interessado ficada como sigilosa for negado;
deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos II - a decisão de negativa de acesso ao documento, dado ou
e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe informação, total ou parcialmente classificada como sigilosa, não
indicada a autoridade competente para sua apreciação. indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior
§ 5º A informação armazenada em formato digital será a quem possa ser dirigido o pedido de acesso ou desclassificação;
fornecida nesse formato, caso haja anuência do interessado. III - os procedimentos de classificação de sigilo estabeleci-
§ 6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao dos na Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, não
público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer tiverem sido observados;
outro meio de acesso universal, serão informados ao IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros proce-
interessado, por escrito, o lugar e a forma pela qual se dimentos revistos na Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro
poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, de 2011.
procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade § 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá
pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o ser dirigido à Corregedoria Geral da Administração depois
interessado declarar não dispor de meios para realizar por si de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade
mesmo tais procedimentos. hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão
impugnada, nos termos do parágrafo único do artigo 19
Art. 16. O serviço de busca e fornecimento da informação deste decreto.
é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos § 2º Verificada a procedência das razões do recurso, a
pelo órgão ou entidade pública consultada, situação em que Corregedoria Geral da Administração determinará ao órgão
poderá ser cobrado exclusivamente o valor necessário ao res- ou entidade que adote as providências necessárias para dar
sarcimento do custo dos serviços e dos materiais utilizados, a cumprimento ao disposto na Lei Federal nº 12.527, de 18 de
ser fixado em ato normativo pelo Chefe do Executivo. novembro de 2011, e neste decreto.
13
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Art. 21. Negado o acesso ao documento, dado ou informa- 8. adotar as medidas necessárias para garantir a acessibili-
ção pela Corregedoria Geral da Administração, o requerente dade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do
poderá, no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência, artigo 17 da Lei Federal nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000,
interpor recurso à Comissão Estadual de Acesso à Informação, artigo 9° da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Defi-
de que trata o artigo 76 deste decreto. ciência, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho
de 2008, e da Lei estadual n° 12.907, de 15 de abril de 2008.
Art. 22. Aplica-se, no que couber, a Lei estadual nº 10.177,
de 30 de dezembro de 1998, ao procedimento de que trata Art. 24. Os documentos que contenham informações que se
este Capítulo. enquadrem nos casos referidos no artigo anterior deverão estar
cadastrados no Sistema Informatizado Unificado de Gestão Ar-
CAPÍTULO III quivística de Documentos e Informações - SPdoc.
Da Divulgação de Documentos, Dados e Informações
Art. 25. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade
Art. 23. É dever dos órgãos e entidades da Administração estadual publicará, anualmente, em sítio próprio, bem como no
Pública Estadual promover, independentemente de requeri- Portal da Transparência e do Governo Aberto:
mentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de I - rol de documentos, dados e informações que tenham sido
suas competências, de documentos, dados e informações de desclassificadas nos últimos 12 (doze) meses;
interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo,
§ 1º - Na divulgação das informações a que se refere o com identificação para referência futura;
caput deste artigo, deverão constar, no mínimo: III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos
1. registro das competências e estrutura organizacional, de informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como in-
endereços e telefones das respectivas unidades e horários de formações genéricas sobre os solicitantes.
atendimento ao público; Parágrafo único - Os órgãos e entidades da Administração
2. registros de quaisquer repasses ou transferências de re- Pública Estadual deverão manter exemplar da publicação pre-
cursos financeiros;
vista no caput deste artigo para consulta pública em suas sedes,
3. registros de receitas e despesas;
bem como o extrato com o rol de documentos, dados e informa-
4. informações concernentes a procedimentos licitatórios,
ções classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e
inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos
dos fundamentos da classificação.
os contratos celebrados;
5. relatórios, estudos e pesquisas;
Art. 26. Os órgãos e entidades da Administração Pública
6. dados gerais para o acompanhamento da execução or-
Estadual deverão prestar no prazo de 60 (sessenta) dias, para
çamentária, de programas, ações, projetos e obras de órgãos
compor o “Catálogo de Sistemas e Bases de Dados da Admi-
e entidades;
7. respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. nistração Pública do Estado de São Paulo - CSBD”, as seguintes
§ 2º Para o cumprimento do disposto no caput deste informações:
artigo, os órgãos e entidades estaduais deverão utilizar I - tamanho e descrição do conteúdo das bases de dados;
todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, II - metadados;
sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mun- III - dicionário de dados com detalhamento de conteúdo;
dial de computadores (internet). IV - arquitetura da base de dados;
§ 3º Os sítios de que trata o § 2º deste artigo deverão V - periodicidade de atualização;
atender, entre outros, aos seguintes requisitos: VI - software da base de dados;
1. conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que per- VII - existência ou não de sistema de consulta à base de da-
mita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, dos e sua linguagem de programação;
clara e em linguagem de fácil compreensão; VIII - formas de consulta, acesso e obtenção à base de dados.
2. possibilitar a gravação de relatórios em diversos for- § 1º Os órgãos e entidades da Administração Pública
matos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais Estadual deverão indicar o setor responsável pelo fornecimento
como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das in- e atualização permanente de dados e informações que
formações; compõem o «Catálogo de Sistemas e Bases de Dados da
3. possibilitar o acesso automatizado por sistemas exter- Administração Pública do Estado de São Paulo - CSBD».
nos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; § 2º O desenvolvimento do «Catálogo de Sistemas e Bases
4. divulgar em detalhes os formatos utilizados para estru- de Dados da Administração Pública do Estado de São Paulo
turação da informação; - CSBD», coleta de informações, manutenção e atualização
5. garantir a autenticidade e a integridade das informa- permanente ficará a cargo da Fundação Sistema Estadual de
ções disponíveis para acesso; Análise de Dados - SEADE.
6. manter atualizadas as informações disponíveis para § 3º O «Catálogo de Sistemas e Bases de Dados da
acesso; Administração Pública do Estado de São Paulo - CSBD», bem
7. indicar local e instruções que permitam ao interessado como as bases de dados da Administração Pública Estadual
comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou deverão estar disponíveis no Portal do Governo Aberto e no
entidade detentora do sítio; Portal da Transparência, nos termos dos Decretos nº 57.500,
14
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
de 8 de novembro de 2011, e nº 55.559, de 12 de março III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da po-
de 2010, com todos os elementos necessários para permitir pulação;
sua utilização por terceiros, como a arquitetura da base e o IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, eco-
dicionário de dados. nômica ou monetária do País;
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações es-
CAPÍTULO IV tratégicos das Forças Armadas;
Das Restrições de Acesso a Documentos, Dados e VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e
Informações desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sis-
temas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico na-
SEÇÃO I cional;
Disposições Gerais VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas
autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares;
Art. 27. São consideradas passíveis de restrição de acesso, VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como
no âmbito da Administração Pública Estadual, duas catego-
de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas
rias de documentos, dados e informações:
com a prevenção ou repressão de infrações.
I - Sigilosos: aqueles submetidos temporariamente à res-
trição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade
para a segurança da sociedade e do Estado; Art. 31. Os documentos, dados e informações sigilosas em
II - Pessoais: aqueles relacionados à pessoa natural iden- poder de órgãos e entidades da Administração Pública Esta-
tificada ou identificável, relativas à intimidade, vida privada, dual, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibi-
honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e ga- lidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderão ser
rantias individuais. classificados nos seguintes graus:
Parágrafo único. Cabe aos órgãos e entidades da Ad- I - ultrassecreto;
ministração Pública Estadual, por meio de suas respectivas II - secreto;
Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso - CADA, a III - reservado.
que se referem os artigos 11 e 12 deste decreto, promover os § 1º Os prazos máximos de restrição de acesso aos
estudos necessários à elaboração de tabela com a identifica- documentos, dados e informações, conforme a classificação
ção de documentos, dados e informações sigilosas e pessoais, prevista no caput e incisos deste artigo, vigoram a partir da
visando assegurar a sua proteção. data de sua produção e são os seguintes:
1. ultrassecreto: até 25 (vinte e cinco) anos;
Art. 28. Não poderá ser negado acesso à informação ne- 2. secreto: até 15 (quinze) anos;
cessária à tutela judicial ou administrativa de direitos funda- 3. reservado: até 5 (cinco) anos.
mentais. § 2º Os documentos, dados e informações que puderem
Parágrafo único. Os documentos, dados e informações colocar em risco a segurança do Governador e Vice-
que versem sobre condutas que impliquem violação dos di- Governador do Estado e respectivos cônjuges e filhos (as)
reitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando serão classificados como reservados e ficarão sob sigilo até
de autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição o término do mandato em exercício ou do último mandato,
de acesso. em caso de reeleição.
§ 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º
Art. 29. O disposto neste decreto não exclui as demais deste artigo, poderá ser estabelecida como termo final de
hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipó- restrição de acesso a ocorrência de determinado evento,
teses de segredo industrial decorrentes da exploração direta
desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo
de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou
de classificação.
entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado
público.
o evento que defina o seu termo final, o documento, dado
SEÇÃO II ou informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso
Da Classificação, Reclassificação e Desclassificação público.
de Documentos, Dados e Informações Sigilosas § 5º Para a classificação do documento, dado ou
informação em determinado grau de sigilo, deverá ser
Art. 30. São considerados imprescindíveis à segurança da observado o interesse público da informação, e utilizado o
sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação critério menos restritivo possível, considerados:
de sigilo, os documentos, dados e informações cuja divulga- 1. a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade
ção ou acesso irrestrito possam: e do Estado;
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a 2. o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que
integridade do território nacional; defina seu termo final.
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações
ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido Art. 32. A classificação de sigilo de documentos, dados
fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organis- e informações no âmbito da Administração Pública Estadual
mos internacionais; deverá ser realizada mediante:
15
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
I - publicação oficial, pela autoridade máxima do órgão Art. 34. A classificação de documentos, dados e informa-
ou entidade, de tabela de documentos, dados e informações ções será reavaliada pela autoridade classificadora ou por au-
sigilosas e pessoais, que em razão de seu teor e de sua im- toridade hierarquicamente superior, mediante provocação ou
prescindibilidade à segurança da sociedade e do Estado ou à de ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento, com
proteção da intimidade, da vida privada, da honra e imagem vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo,
das pessoas, sejam passíveis de restrição de acesso, a partir do observado o disposto no artigo 31 deste decreto.
momento de sua produção, § 1º O regulamento a que se refere o caput deste
II - análise do caso concreto pela autoridade responsável artigo deverá considerar as peculiaridades das informações
ou agente público competente, e formalização da decisão de produzidas no exterior por autoridades ou agentes públicos.
classificação, reclassificação ou desclassificação de sigilo, bem § 2º Na reavaliação a que se refere o caput deste artigo
como de restrição de acesso à informação pessoal, que conte- deverão ser examinadas a permanência dos motivos do
rá, no mínimo, os seguintes elementos: sigilo e a possibilidade de danos decorrentes do acesso ou
a) assunto sobre o qual versa a informação; da divulgação da informação.
b) fundamento da classificação, reclassificação ou des- § 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da
classificação de sigilo, observados os critérios estabelecidos no informação, o novo prazo de restrição manterá como termo
artigo 31 deste decreto, bem como da restrição de acesso à inicial a data da sua produção.
informação pessoal;
c) indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses SEÇÃO III
ou dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme Da Proteção de Documentos, Dados e Informações
limites previstos no artigo 31 deste decreto, bem como a indi- Pessoais
cação do prazo mínimo de restrição de acesso à informação
pessoal; Art. 35. O tratamento de documentos, dados e informa-
d) identificação da autoridade que a classificou, reclassi- ções pessoais deve ser feito de forma transparente e com res-
ficou ou desclassificou. peito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas,
Parágrafo único. O prazo de restrição de acesso contar-se- bem como às liberdades e garantias individuais.
-á da data da produção do documento, dado ou informação. § 1º Os documentos, dados e informações pessoais, a
que se refere este artigo, relativas à intimidade, vida privada,
honra e imagem:
Art. 33. A classificação de sigilo de documentos, dados e
1. terão seu acesso restrito, independentemente de clas-
informações no âmbito da Administração Pública Estadual, a
sificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a
que se refere o inciso II do artigo 32 deste decreto, é de com-
contar da sua data de produção, a agentes públicos legalmen-
petência:
te autorizados e à pessoa a que elas se referirem;
I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
2. poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por
a) Governador do Estado; terceiros diante de previsão legal ou consentimento expresso
b) Vice-Governador do Estado; da pessoa a que elas se referirem.
c) Secretários de Estado e Procurador Geral do Estado; § 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que
d) Delegado Geral de Polícia e Comandante Geral da olí- trata este artigo será responsabilizado por seu uso indevido.
cia Militar; § 3º O consentimento referido no item 2 do § 1º deste
II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso artigo não será exigido quando as informações forem
I deste artigo, das autoridades máximas de autarquias, funda- necessárias:
ções ou empresas públicas e sociedades de economia mista; 1. à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa
III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única e
incisos I e II deste artigo e das que exerçam funções de direção, exclusivamente para o tratamento médico;
comando ou chefia, ou de hierarquia equivalente, de acordo 2. à realização de estatísticas e pesquisas científicas de
com regulamentação específica de cada órgão ou entidade, evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo
observado o disposto neste decreto. vedada a identificação da pessoa a que as informações se re-
§ 1º A competência prevista nos incisos I e II deste artigo, ferirem;
no que se refere à classificação como ultrassecreta e secreta, 3. ao cumprimento de ordem judicial;
poderá ser delegada pela autoridade responsável a agente 4. à defesa de direitos humanos;
público, vedada a subdelegação. 5. à proteção do interesse público e geral preponderante.
§ 2º A classificação de documentos, dados e informações § 4º A restrição de acesso aos documentos, dados e
no grau de sigilo ultrassecreto pelas autoridades previstas na informações relativos à vida privada, honra e imagem de
alínea «d» do inciso I deste artigo deverá ser ratificada pelo pessoa não poderá ser invocada com o intuito de prejudicar
Secretário da Segurança Pública, no prazo de 10 (dez) dias. processo de apuração de irregularidades em que o titular
§ 3º A autoridade ou outro agente público que classificar das informações estiver envolvido, bem como em ações
documento, dado e informação como ultrassecreto deverá voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior
encaminhar a decisão de que trata o inciso II do artigo 32 relevância.
deste decreto, à Comissão Estadual de Acesso à Informação, § 5º Os documentos, dados e informações identificados
a que se refere o artigo 76 deste diploma legal, no prazo como pessoais somente poderão ser fornecidos
previsto em regulamento. pessoalmente, com a identificação do interessado.
16
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
17
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
18
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
pelo Decreto nº 48.898, de 27 de agosto de 2004, e nas Tabe- Art. 63. As credenciais de segurança referentes aos graus
las de Temporalidade de Documentos das Atividades-Fim, ofi- de sigilo previstos no artigo 31 deste decreto, serão classificadas
cializadas pelos órgãos e entidades da Administração Pública nos graus de sigilo ultrassecreta, secreta ou reservada.
Estadual, ressalvado o disposto no artigo 59 deste decreto.
Art. 64. A credencial de segurança referente à informação
Art. 58. Os documentos, dados e informações sigilosos pessoal, prevista no artigo 35 deste decreto, será identificada
considerados de guarda permanente, nos termos dos Decre- como personalíssima.
tos nº 48.897 e nº 48.898, ambos de 27 de agosto de 2004,
somente poderão ser recolhidos à Unidade do Arquivo Público Art. 65. A emissão da credencial de segurança compete às
do Estado após a sua desclassificação. autoridades máximas de órgãos e entidades da Administração
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no caput deste Pública Estadual, podendo ser objeto de delegação.
artigo, os documentos de guarda permanente de órgãos ou § 1º A credencial de segurança será concedida mediante
entidades extintos ou que cessaram suas atividades, em con- termo de compromisso de preservação de sigilo, pelo qual
formidade com o artigo 7, § 2º, da Lei Federal nº 8.159, de os agentes públicos responsabilizam-se por não revelarem
8 de janeiro de 1991, e com o artigo 1º, § 2º, do Decreto nº ou divulgarem documentos, dados ou informações sigilosos
48.897, de 27 de agosto de 2004. dos quais tiverem conhecimento direta ou indiretamente no
exercício de cargo, função ou emprego público.
Art. 59. Decorridos os prazos previstos nas tabelas de § 2º Para a concessão de credencial de segurança serão
temporalidade de documentos, os documentos, dados e in- avaliados, por meio de investigação, os requisitos profissionais,
formações sigilosos de guarda temporária somente poderão funcionais e pessoais dos propostos.
ser eliminados após 1 (um) ano, a contar da data de sua des- § 3º A validade da credencial de segurança poderá ser
classificação, a fim de garantir o pleno acesso às informações limitada no tempo e no espaço.
neles contidas. § 4º O compromisso referido no caput deste artigo
persistirá enquanto durar o sigilo dos documentos a que
Art. 60. A eliminação de documentos dados ou informa- tiveram acesso.
ções sigilosos em suporte magnético ou ótico que não pos-
SUBSEÇÃO VII
suam valor permanente deve ser feita, por método que sobres-
Da Reprodução e Autenticação
creva as informações armazenadas, após sua desclassificação.
Parágrafo único. Se não estiver ao alcance do órgão a
Art. 66. Os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC dos ór-
eliminação que se refere o caput deste artigo, deverá ser pro-
gãos e entidades da Administração Pública Estadual fornecerão,
videnciada a destruição física dos dispositivos de armazena-
desde que haja autorização expressa das autoridades classifica-
mento.
doras ou das autoridades hierarquicamente superiores, reprodu-
ção total ou parcial de documentos, dados e informações sigilosos.
SUBSEÇÃO V § 1º A reprodução do todo ou de parte de documentos,
Da Publicidade de Atos Administrativos dados e informações sigilosos terá o mesmo grau de sigilo
dos documentos, dados e informações originais.
Art. 61. A publicação de atos administrativos referentes a § 2º A reprodução e autenticação de cópias de
documentos, dados e informações sigilosos poderá ser efetua- documentos, dados e informações sigilosos serão realizadas
da mediante extratos, com autorização da autoridade classifi- por agentes públicos credenciados.
cadora ou hierarquicamente superior. § 3º Serão fornecidas certidões de documentos sigilosos
§ 1º Os extratos referidos no caput deste artigo limitar- que não puderem ser reproduzidos integralmente, em razão
se-ão ao seu respectivo número, ao ano de edição e à sua das restrições legais ou do seu estado de conservação.
ementa, redigidos por agente público credenciado, de modo § 4º A reprodução de documentos, dados e informações
a não comprometer o sigilo. pessoais que possam comprometer a intimidade, a vida
§ 2º A publicação de atos administrativos que trate privada, a honra ou a imagem de terceiros poderá ocorrer
de documentos, dados e informações sigilosos para sua desde que haja autorização nos termos item 2 do § 1º do
divulgação ou execução dependerá de autorização da artigo 35 deste decreto.
autoridade classificadora ou autoridade competente
hierarquicamente superior. Art. 67. O responsável pela preparação ou reprodução de
documentos sigilosos deverá providenciar a eliminação de pro-
SUBSEÇÃO VI vas ou qualquer outro recurso, que possam dar origem à cópia
Da Credencial de Segurança não autorizada do todo ou parte.
Art. 62. O credenciamento e a necessidade de conhe- Art. 68. Sempre que a preparação, impressão ou, se for o
cer são condições indispensáveis para que o agente público caso, reprodução de documentos, dados e informações sigilo-
estadual no efetivo exercício de cargo, função, emprego ou sos forem efetuadas em tipografias, impressoras, oficinas grá-
atividade tenha acesso a documentos, dados e informações ficas, ou similares, essa operação deverá ser acompanhada por
sigilosos equivalentes ou inferiores ao de sua credencial de agente público credenciado, que será responsável pela garan-
segurança. tia do sigilo durante a confecção do documento.
19
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
SUBSEÇÃO VIII Art. 72. O agente público que tiver acesso a documentos,
Da Gestão de Contratos dados ou informações sigilosos, nos termos deste decreto, é
responsável pela preservação de seu sigilo, ficando sujeito às
Art. 69. O contrato cuja execução implique o acesso por sanções administrativas, civis e penais previstas na legislação,
parte da contratada a documentos, dados ou informações sigi- em caso de eventual divulgação não autorizada.
losos, obedecerá aos seguintes requisitos:
I - assinatura de termo de compromisso de manutenção Art. 73. Os agentes responsáveis pela custódia de docu-
de sigilo; mentos e informações sigilosos sujeitam-se às normas refe-
II - o contrato conterá cláusulas prevendo: rentes ao sigilo profissional, em razão do ofício, e ao seu códi-
a) obrigação de o contratado manter o sigilo relativo ao go de ética específico, sem prejuízo das sanções legais.
objeto contratado, bem como à sua execução;
b) obrigação de o contratado adotar as medidas de segu- Art. 74. A pessoa física ou entidade privada que detiver
rança adequadas, no âmbito de suas atividades, para a manu- documentos, dados e informações em virtude de vínculo de
tenção do sigilo de documentos, dados e informações aos quais qualquer natureza com o poder público e deixar de observar
teve acesso; o disposto na Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de
c) identificação, para fins de concessão de credencial de se- 2011, e neste decreto estará sujeita às seguintes sanções:
gurança, das pessoas que, em nome da contratada, terão aces- I - advertência;
so a documentos, dados e informações sigilosos. II - multa;
III - rescisão do vínculo com o poder público;
Art. 70. Os órgãos contratantes da Administração Pública Esta- IV - suspensão temporária de participar em licitação e
dual fiscalizarão o cumprimento das medidas necessárias à proteção impedimento de contratar com a Administração Pública Esta-
dos documentos, dados e informações de natureza sigilosa transferi- dual por prazo não superior a 2 (dois) anos;
dos aos contratados ou decorrentes da execução do contrato. V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
com a Administração Pública Estadual, até que seja promovi-
CAPÍTULO V da a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a
Das Responsabilidades penalidade.
§ 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste
Art. 71. Constituem condutas ilícitas que ensejam respon- artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II,
sabilidade do agente público: assegurado o direito de defesa do interessado, no respectivo
I - recusar-se a fornecer documentos, dados e informações processo, no prazo de 10 (dez) dias.
requeridas nos termos deste decreto, retardar deliberadamente § 2º A reabilitação referida no inciso V deste artigo
o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma será autorizada somente quando o interessado efetivar
incorreta, incompleta ou imprecisa; o ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inu- resultantes e decorrido o prazo da sanção aplicada com
tilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, do- base no inciso IV.
cumento, dado ou informação que se encontre sob sua guarda § 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V deste
ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do exercício artigo é de competência exclusiva da autoridade máxima
das atribuições de cargo, emprego ou função pública; do órgão ou entidade pública, facultada a defesa do
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez)
acesso a documento, dado e informação; dias da abertura de vista.
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permi-
tir acesso indevido ao documento, dado e informação sigilosos Art. 75. Os órgãos e entidades estaduais respondem dire-
ou pessoal; tamente pelos danos causados em decorrência da divulgação
V - impor sigilo a documento, dado e informação para ob- não autorizada ou utilização indevida de documentos, dados
ter proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de e informações sigilosos ou pessoais, cabendo a apuração de
ato ilegal cometido por si ou por outrem; responsabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa, asse-
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente gurado o respectivo direito de regresso.
documento, dado ou informação sigilosos para beneficiar a si Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pes-
ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; soa física ou entidade privada que, em virtude de vínculo de
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos qualquer natureza com órgãos ou entidades estaduais, tenha
concernentes a possíveis violações de direitos humanos por acesso a documento, dado ou informação sigilosos ou pessoal
parte de agentes do Estado. e a submeta a tratamento indevido.
§ 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla
defesa e do devido processo legal, as condutas descritas no CAPÍTULO VI
caput deste artigo serão apuradas e punidas na forma da Disposições Finais
legislação em vigor.
§ 2º Pelas condutas descritas no caput deste artigo, poderá Art. 76. O tratamento de documento, dado ou informação
o agente público responder, também, por improbidade sigilosos resultante de tratados, acordos ou atos internacio-
administrativa, conforme o disposto na Lei Federal nº 8.429, nais atenderá às normas e recomendações constantes desses
de 2 de junho de 1992. instrumentos.
20
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Art. 77. Aplica-se, no que couber, a Lei Federal nº 9.507, Art. 3º No prazo de 30 (trinta) dias, a contar da vigência
de 12 de novembro de 1997, em relação à informação de pes- deste decreto, a autoridade máxima de cada órgão ou entidade
soa, física ou jurídica, constante de registro ou banco de dados da Administração Pública Estadual designará subordinado para,
de entidades governamentais ou de caráter público. no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exercer as seguintes
atribuições:
Art. 78. Cabe à Secretaria de Gestão Pública: I - planejar e propor, no prazo de 90 (noventa) dias, os recur-
I - realizar campanha de abrangência estadual de fomento sos organizacionais, materiais e humanos, bem como as demais
à cultura da transparência na Administração Pública Estadual e providências necessárias à instalação e funcionamento dos Ser-
conscientização do direito fundamental de acesso à informação; viços de Informações ao Cidadão - SIC, a que se refere o artigo
II - promover treinamento de agentes públicos no que se 7º deste decreto;
refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transpa- II - assegurar o cumprimento das normas relativas ao aces-
rência na Administração Pública Estadual; so a documentos, dados ou informações, de forma eficiente e
III - formular e implementar política de segurança da infor- adequada aos objetivos da Lei Federal nº 12.527, de 18 de no-
mação, em consonância com as diretrizes da política estadual vembro de 2011, e deste decreto;
de arquivos e gestão de documentos; III - orientar e monitorar a implementação do disposto na
IV - propor e promover a regulamentação do credencia- Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e neste decre-
mento de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e en- to, e apresentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;
tidades da Administração Pública Estadual para tratamento de IV - recomendar as medidas indispensáveis à implementa-
informações sigilosas e pessoais. ção e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos neces-
sários ao correto cumprimento do disposto neste decreto;
Art. 79. A Corregedoria Geral da Administração será res- V - promover a capacitação, o aperfeiçoamento e a atuali-
ponsável pela fiscalização da aplicação da Lei Federal nº 12.527, zação de pessoal que desempenhe atividades inerentes à salva-
de 18 de novembro de 2011, e deste decreto no âmbito da Ad- guarda de documentos, dados e informações sigilosos e pessoais.
ministração Pública Estadual, sem prejuízo da atuação dos ór-
gãos de controle interno. Art. 4º As Comissões de Avaliação de Documentos e Aces-
so - CADA deverão apresentar à autoridade máxima do órgão
Art. 80. Este decreto e suas disposições transitórias entram ou entidade, plano e cronograma de trabalho, no prazo de 30
em vigor na data de sua publicação. (trinta) dias, para o cumprimento das atribuições previstas no
artigo 6º, incisos I e II, e artigo 32, inciso I, deste decreto. Palácio
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS dos Bandeirantes, 16 de maio de 2012
21
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
R: “C”. Resposta de acordo com o art. 33 da Lei nº R: “B”. Segundo o artigo 11, §3º da Lei nº 12527/11,
12527/11: “A pessoa física ou entidade privada que detiver in- “sem prejuízo da segurança e da proteção das informações
formações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou enti-
poder público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará dade poderá oferecer meios para que o próprio requerente
sujeita às seguintes sanções: I - advertência; II - multa; III - resci- possa pesquisar a informação de que necessitar”.
são do vínculo com o poder público; IV - suspensão temporária Alternativa “A”: incorreta: art. 24, III.
de participar em licitação e impedimento de contratar com a Alternativa “C”: incorreta: As informações podem ser
administração pública por prazo não superior a 2 (dois) anos; classificadas como ultrassecreta, secreta e preservada.
e V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com Alternativa “D”: incorreta porque é pelo prazo de 100
a administração pública, até que seja promovida a reabilitação anos (art. 31, §1º, I).
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade”. Alternativa “E”: incorreta, pois a suspensão temporária
de participar em licitação e impedimento de contratar com
3. (IPSEMG - TÉCNICO – ENFERMAGEM - FUN- a administração pública é por prazo não superior a 2 (dois)
DEP/2013) Segundo a Lei nº 12.527/2011, que regula o aces- anos (art. 33, IV).
so a informações garantido pela Constituição da República,
constitui dever dos órgãos e entidades públicas publicar e 5. (CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judiciário - Arqui-
promover, independentemente de requerimento, a divulga- vologia) Assinale a opção em que são apresentadas infor-
ção de informações de interesse coletivo ou geral por eles mações que não se submetem à Lei de Acesso à Informação
produzidos ou custodiadas. brasileira.
Para tanto, deverão utilizar os meios e instrumentos le- a) Informação sobre projetos de pesquisa relacionados
gítimos de que dispõem, sendo obrigatória a divulgação em ao desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a
sítios oficiais da rede mundial de computadores (Internet). sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico
Essa obrigação de divulgar as informações pela internet nacional.
NÃO se aplica b) Informação resultante de inspeções, auditorias, pres-
a) aos Estados da Região Norte. tações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de con-
b) aos Estados cuja porcentagem de população de ex- trole interno e externo, incluindo prestações de contas rela-
trema pobreza ultrapasse 25% nos termos da estatística do
tivas a exercícios anteriores.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
c) Informação contida em registros ou documentos,
c) aos Estados do Pará, Amazonas, Alagoas, Piauí e Mara-
produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades,
nhão e seus respectivos municípios.
recolhidos ou não a arquivos públicos.
d) aos municípios com população de até 10.000 habi-
d) Informação sobre atividades exercidas pelos órgãos
tantes.
e entidades, inclusive as relativas a sua política, organização
R: “D”. O art. 8, §2º da Lei nº 12527/11 estabelece: “Os
Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habi- e serviços.
tantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na in- e) Informação referente à implementação, ao acompa-
ternet a que se refere o § 2º, mantida a obrigatoriedade de nhamento e aos resultados dos programas, projetos e ações
divulgação, em tempo real, de informações relativas à execu- dos órgãos e entidades públicas, bem como às metas e aos
ção orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos indicadores propostos.
no art. 73-B da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de R: “A”. O critério utilizado para possibilitar a restrição do
2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal)”. acesso, no caso, é a segurança nacional: “Art. 23. São con-
sideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do
4. (MF - TODOS OS CARGOS - CONHECIMENTOS BÁ- Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações
SICOS - ESAF/2013) Considerando as normas de acesso à cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: [...] VI - prejudi-
informação contidas na Lei n. 12.527/2011, assinale a opção car ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimen-
correta. to científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens,
a) Considera-se tratamento de informação a que for sub- instalações ou áreas de interesse estratégico nacional”.
metida temporariamente à restrição de acesso público em
razão de sua imprescindibilidade para a segurança da socie-
dade e do Estado.
b) O próprio requerente pesquisará a informação de que
necessite, ante os meios oferecidos pela entidade.
c) As informações podem ser classificadas como sigilo-
sas, restritas e de segurança máxima, nos termos da lei.
d) As informações pessoais relativas à intimidade terão
seu acesso vedado pelo prazo máximo de 50 (cinquenta)
anos.
e) A pessoa física que detiver informações em virtude de
vínculo com o poder público e não observar o disposto na
Lei nº 12527/11 estará sujeita à suspensão de seus direitos
políticos pelo prazo de 02 (dois) anos.
22