APOSTILA Banestes - Es - Nova PDF
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BANESTES
BANCO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO S.A.
Técnico Bancário
EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO 01/2015
LÍNGUA PORTUGUESA
Fonologia: conceito, encontros vocálicos, dígrafos, ortoépia, divisão silábica, prosódia-acentuação e ortografia; ....01
Morfologia: estrutura e formação das palavras, classes de palavras; ............................................................................14
Sintaxe: termos da oração, período composto, conceito e classificação das orações, ....................................................45
Concordância verbal e nominal, regência verbal e nominal, crase e pontuação; ..........................................................56
Semântica: a significação das palavras no texto; Interpretação de texto. ......................................................................75
Ação gráfica, pontuação, masculino e feminino, antônimo e sinônimo, diminutivo e aumentativo..............................85
RACIOCÍNIO LÓGICO
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Didatismo e Conhecimento
Índice
Microsoft Office - Word e Excel. .........................................................................................................................................46
Conceitos de organização de arquivos e métodos de acesso. ............................................................................................95
Conceitos e tecnologias.........................................................................................................................................................99
CONHECIMENTOS GERAIS
Domínio de tópicos relevantes de diversas áreas, tais como: política, economia, sociedade, educação, tecnologia,
energia,relações internacionais, desenvolvimento sustentável, segurança, artes e literatura e suas vinculações históricas,
a nível regional, nacional e internacional.............................................................................................................................01/38
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Juros e Capitalização Simples: Conceitos de juro, capital e taxa de juros; Capitalização simples; Capitalização
composta: montante e valor atual para pagamento único; Equivalência de taxas. ..............................................................01
Descontos: Conceito; Desconto simples (ou bancário ou comercial); Desconto composto. ...........................................12
Classificação das Taxas de Juros: Introdução; Conceito e classificação das taxas de juros; Taxas equivalentes e
proporcionais; Juros pagos antecipadamente. .........................................................................................................................16
Taxa Média e Prazo Médio: Observações introdutórias; Taxa média e prazo médio para operações de desconto
simples (ou bancário ou comercial); Taxa média e prazo médio para operações a juros simples; Taxa média e prazo médio
para operações a juros compostos. ............................................................................................................................................17
Sistemas de Amortização: Observações introdutórias; Sistema francês de amortização (Tabela Price); Sistema de
amortização constante (SAC); Sistema de amortização misto (SAM); Análise comparativa dos sistemas Price, SAC e
SAM; Operações Financeiras: Aplicações financeiras com renda fixa; .................................................................................21
Operações de empréstimo e financiamento........................................................................................................................27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Contas Bancárias: abertura, movimentação e encerramento - documentos exigidos; pessoa física e pessoa jurídica:
capacidade e incapacidade civil, representação e domicílio.....................................................................................................01
Títulos de Crédito: Cheque - requisitos essenciais, circulação, endosso, cruzamento, compensação. .........................05
Sistema de Pagamentos Brasileiro. .....................................................................................................................................05
Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho Monetário Nacional; Banco Central do Brasil; Comissão de
Valores Mobiliários; Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional; bancos comerciais; caixas econômicas;
cooperativas de crédito; bancos comerciais cooperativos; bancos de investimento; bancos de fomento e desenvolvimento;
sociedades de crédito, financiamento e investimento; sociedades de arrendamento mercantil; sociedades corretoras
de títulos e valores mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários; bolsas de valores; bolsas de
mercadorias e de futuros; Sistema de Seguros e Previdência Privada. .................................................................................08
Produtos e Serviços Bancários: títulos de crédito; sistema de pagamentos e compensação. ........................................43
Noções de Política Monetária. .............................................................................................................................................50
Noções sobre Mercado Financeiro. Mercado de Capitais. Mercado de Câmbio. ...........................................................52
Garantias do Sistema Financeiro Nacional. .......................................................................................................................56
Ética profissional. .................................................................................................................................................................71
Guia de Conduta Ética do Sistema Financeiro Banestes ..................................................................................................75
Didatismo e Conhecimento
SAC
Atenção
SAC
Dúvidas de Matéria
A NOVA APOSTILA oferece aos candidatos um serviço diferenciado - SAC (Serviço de Apoio ao Candidato).
O SAC possui o objetivo de auxiliar os candidatos que possuem dúvidas relacionadas ao conteúdo do edital.
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matéria em questão.
Para melhor funcionamento do serviço, solicitamos a especificação da apostila (apostila/concurso/cargo/Estado/
matéria/página). Por exemplo: Apostila Professor do Estado de São Paulo / Comum à todos os cargos - Disciplina:.
Português - paginas 82,86,90.
Havendo dúvidas em diversas matérias, deverá ser encaminhado um e-mail para cada especialidade, podendo
demorar em média 05 (cinco) dias para retornar. Não retornando nesse prazo, solicitamos o reenvio do mesmo.
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Artigo
O conteúdo do artigo abaixo é de responsabilidade do autor William Douglas, autorizado gentilmente e sem cláusula
de exclusividade, para uso do Grupo Nova.
O conteúdo das demais informações desta apostila é de total responsabilidade da equipe do Grupo Nova.
Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de
aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando.
Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da
perda de prazer nas horas de descanso.
Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de
quem quer vencer na vida são:
• medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança),
• falta de tempo e
• “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer.
*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller
“Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar
www.williamdouglas.com.br
Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos.
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LÍNGUA PORTUGUESA
LÍNGUA PORTUGUESA
- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não
FONOLOGIA: CONCEITO, ENCONTROS representam fonemas. Observe os exemplos: Compra, conta.
VOCÁLICOS, DÍGRAFOS, ORTOÉPIA, Nessas palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que
DIVISÃO SILÁBICA, as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o
PROSÓDIA-ACENTUAÇÃO “n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas
E ORTOGRAFIA letras “a” e “n”.
- A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.
hoje fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234
A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono
(“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Significa Classificação dos Fonemas
literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. O
homem, ao falar, emite sons. Cada indivíduo tem uma maneira Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:
própria de realizar esses sons no ato da fala. Essas particularidades 1) Vogais
na pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética. As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma
Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua,
estabelecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Assim, isso significa
nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção entre que em toda sílaba há necessariamente uma única vogal.
os pares de palavras: Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As
amor - ator vogais podem ser:
morro - corro - Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/.
vento - cento
- Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais.
Cada segmento sonoro refere-se a um dado da língua /ã/: fã, canto, tampa
portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que / ẽ /: dente, tempero
você, como falante de português, guarda de cada um deles. É essa / ĩ/: lindo, mim
imagem acústica, esse referencial de padrão sonoro, que constitui /õ/ : bonde, tombo
o fonema. Os fonemas formam os significantes dos signos / ũ / : nunca, algum
linguísticos. Geralmente, aparecem representados entre barras.
- Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, bola.
Assim: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.
- Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, bola.
Fonema e Letra
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Na língua
- Abertas: pé, lata, pó
escrita, representamos os fonemas por meio de sinais chamados
- Fechadas: mês, luta, amor
letras. Portanto, letra é a representação gráfica do fonema. Na - Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das palavras:
palavra sapo, por exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê- dedo, ave, gente
-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/
(lê-se zê). Quanto à zona de articulação:
- Anteriores ou Palatais - A língua eleva-se em direção ao
- Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais palato duro (céu da boca): é, ê, i
de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que pode ser - Posteriores ou Velares - A língua eleva-se em direção ao
representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio. palato mole (véu palatino): ó, ô, u
- Médias - A língua fica baixa, quase em repouso: a
- Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um
fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar: 2) Semivogais
- o fonema /sê/: texto Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. Aparecem
- o fonema /zê/: exibir apoiados em uma vogal, formando com ela uma só emissão de
- o fonema /che/: enxame voz (uma sílaba). Nesse caso, esses fonemas são chamados de
- o grupo de sons /ks/: táxi semivogais. A diferença fundamental entre vogais e semivogais
está no fato de que estas últimas não desempenham o papel de
- O número de letras nem sempre coincide com o número de núcleo silábico.
fonemas. Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa-
pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca é o “a”. Ele
tóxico fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: tóxico é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão forte quanto ele. É
1 2 3 4 5 6 7 123456 a semivogal. Outros exemplos: saudade, história, série.
galho fonemas: /g/a/lh/o/ letras: g a l h o Obs.: os fonemas /i/ e /u/ podem aparecer representados na
1 2 3 4 12345 escrita por “e”, “o” ou “m”. Veja:
pães /pãis/ mão /mãu/ cem /c i/
Didatismo e Conhecimento 1
LÍNGUA PORTUGUESA
3) Consoantes Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para
Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos representar um único fonema (di = dois + grafo = letra). Em nossa
pulmões encontra obstáculos ao passar pela cavidade bucal. Isso língua, há um número razoável de dígrafos que convém conhecer.
faz com que as consoantes sejam verdadeiros “ruídos”, incapazes Podemos agrupá-los em dois tipos: consonantais e vocálicos.
de atuar como núcleos silábicos. Seu nome provém justamente
desse fato, pois, em português, sempre consoam (“soam com”) as Dígrafos Consonantais
vogais. Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc.
Letras Fonemas Exemplos
Encontros Vocálicos Lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e ch /xe/ chave
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante rr /re/ (no interior da palavra) carro
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em sílabas. ss /se/ (no interior da palavra) passo
Existem três tipos de encontros: o ditongo, o tritongo e o hiato. qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
1) Ditongo sc /se/ crescer
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) sç /se/ desço
numa mesma sílaba. Pode ser: xc /se/ exceção
- Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal: sé-rie (i
= semivogal, e = vogal) Dígrafos Vocálicos: registram-se na representação das vogais
- Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal: pai (a nasais.
= vogal, i = semivogal) Fonemas Letras Exemplos
- Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai, série /ã/ am tampa
- Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais: mãe an canto
/ ẽ / em templo
2) Tritongo en lenda
É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma
/ ĩ/ im limpo
semivogal, sempre nessa ordem, numa só sílaba. Pode ser oral ou
in lindo
nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tritongo nasal.
/õ/ om tombo
on tonto
3) Hiato
/ ũ / um chumbo
É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
un corcunda
pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais de uma
vogal numa sílaba: saída (sa-í-da), poesia (po-e-si-a).
Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando
Encontros Consonantais seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/: guitarra,
aquilo. Nesses casos, a letra “u” não corresponde a nenhum
O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” representa um
intermediária, recebe o nome de encontro consonantal. Existem fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...).
basicamente dois tipos: Nesse caso, “gu” e”qu” não são dígrafos. Também não há dígrafos
1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r” e quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo).
ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no, a-tle-ta, - Repare que, quando você “ouve” o som do “u” em “gu”
cri-se. ou “qu”, não temos dígrafos. Exemplo: Água = /agua/ nós
2-) os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes pronunciamos a letra “u”, senão ficaria /aga/. Temos aqui 4 letras
a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta. e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ não pronunciamos o “u”,
Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos então temos dígrafo (aliás, dois dígrafos: “rr”). Portanto: 8 letras
vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo, psi-có-lo-go. e 6 fonemas.
Didatismo e Conhecimento 2
LÍNGUA PORTUGUESA
02. A alternativa que apresenta uma incorreção é: RESOLUÇÃO
A) o fonema está diretamente ligado ao som da fala.
B) as letras são representações gráficas dos fonemas. 1-) apresenta o tritongo: uei
C) a palavra “tosse” possui quatro fonemas. Não ouço o som do “u”. Há um dígrafo (qu = duas letras e um
D) uma única letra pode representar fonemas diferentes. fonema). O ‘qu” tem o som de /k/.
E) a letra “h” sempre representa um fonema.
2-) a letra “h” sempre representa um fonema. = não representa
03. Todas as palavras abaixo possuem um encontro vocálico e fonema quando inicia uma palavra como, por exemplo, hoje.
um encontro consonantal, exceto: 3-) C) adstringente. = há encontro consonantal (tr), mas não
A) destruir. B) magnésio. C) adstringente. há vocálico.
D) pneu. E) autóctone.
4-)
04. A série em que todas as palavras apresentam dígrafo é. A) assinar / bocadinho / arredores.
A) assinar / bocadinho / arredores. B) residência / pingue-pongue / dicionário.
B) residência / pingue-pongue / dicionário. C) digno / decifrar / dissesse.
C) digno / decifrar / dissesse. D) dizer / holandês / groenlandeses.
D) dizer / holandês / groenlandeses. E) futebolísticos / diligentes / comparecimento.
E) futebolísticos / diligentes / comparecimento.
5-)
05. Indique a palavra que tem 5 fonemas: A) ficha = 4 B) molhado = 6
A) ficha. B) molhado. C) guerra. D) fixo. E) hulha. C) guerra = 4 D) fixo = 5 /f i k s o/
E) hulha = 3
06. Dadas as palavras: tung-stê-nio / bis-a-vô / du-e-lo,
constatamos que a separação silábica está correta: 6-) tungs – tê - nio / bi – sa - vô / du- e –lo
a) apenas nº 1 b) apenas nº 2
7-) Aquilo (6 Letras / 5 Fonemas = /akilo/ )
c) apenas nº 3 d) em todas as palavras
e) n. d. a.
8-) máximo = /s/
07. Há relação INCORRETA de letras e fonemas em:
9-) 8 letras e 7 fonemas = v a s s o u r a (8 letras); /vasoura/
A) Pássaro (7 Letras / 6 Fonemas);
- 7 fonemas
B) Comovente (9 Letras / 8 Fonemas);
C) Molhada (7 Letras / 6 Fonemas);
10-) charuto = /xaruto/ 7 letras e 6 fonemas; 1 dígrafo
D) Plástica (8 Letras / 8 Fonemas);
E) Aquilo (6 Letras / 6 Fonemas). A ortoépia e a prosódia são duas áreas na gramática
responsáveis pela correta pronúncia das palavras, e por isso se
08. Assinale a alternativa em que a letra “x” da palavra não relacionam bastante com a fonética e a fonologia.
possui a pronúncia de /ks/: Prosódia é o estudo do ritmo, da entonação e das demais
A) tóxico B) léxico C) máximo D) prolixo propriedades acústicas relacionadas à fala, ou seja, aquelas que não
podem ser identificadas na transcrição ortográfica. É a prosódia
09. A palavra vassoura tem: que cuida da acentuação tônica das palavras. Dizemos que ocorre
A) 8 letras e 8 fonemas; B) 8 letras e 7 fonemas; transposição quando o acento tônico de uma palavra é transportado
C) 7 letras e 8 fonemas; D) 7 letras e 7 fonemas; de uma sílaba para outra (na fala), transformando, assim, uma
E) 8 letras e 6 fonemas. paroxítona em oxítona, ou uma proparoxítona em paroxítona.
Vejamos algumas palavras que causam dúvidas quanto à
10. A palavra “charuto” apresenta: pronúncia, ou seja, ocasionam erros de prosódia:
A) um dígrafo e seis fonemas. B) um dígrafo e sete OXÍTONAS: mister, nobel, ruim, cateter, hangar
fonemas. PAROXÍTONAS: avaro, caracteres, ibero, gratuito, fortuito,
C) sete letras e sete fonemas. D) sete letras e dois dígrafos. pudico, rubrica
E) sete letras e cinco fonemas. PROPAROXÍTONAS: elétrodo, protótipo, arquétipo, etíope,
ínterim, idólatra
GABARITO
Há ainda as palavras que admitem dupla pronúncia como
01. E 02. E 03. C 04. A 05. D acrobata/acróbata, crisântemo/crisantemo, Oceânia/oceania,
06. C 07. E 08. C 09. B 10. A réptil/reptil, estas facilitam a vida de quem escreve, pois as duas
formas estão corretas. Já existem outras palavras que, apesar de
admitirem dupla pronúncia, mudam o significado de acordo com
a acentuação tônica, como são os casos de valido (verbo) e válido
(adjetivo), ou vivido (aquele que viveu muito) e vívido (que tem
vivacidade).
Didatismo e Conhecimento 3
LÍNGUA PORTUGUESA
A Ortoépia, por sua vez, é o estudo que determina as normas Divisão Silábica
que regem a pronúncia das palavras em uma determinada língua.
É a ortoepia que trata das divergências entre a pronúncia de uma Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as seguintes
palavra no dia a dia, pelos falantes, abrangendo contextos formais normas:
e informais. Contudo, vale lembrar que os desvios na pronúncia, - Não se separam os ditongos e tritongos: foi-ce, a-ve-ri-guou
em contextos informais, na linguagem popular, são facilmente
admitidos, porém em contextos formais são altamente reprovados. - Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu: cha-ve, ba-ra-
Enquanto a prosódia trata dos casos de mudança na sílaba lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa
tônica, a ortoépia trata dos casos de emissão incorreta de vogais,
articulação imprópria de consoantes e timbre incorreto. Estes - Não se separam os encontros consonantais que iniciam
desvios geralmente interferem na escrita, pois as pessoas acabam sílaba: psi-có-lo-go, re-fres-co
escrevendo da mesma forma que falam. Por exemplo, se uma
pessoa pronuncia “cabelereiro”, quando for escrever esta palavra - Separam-se as vogais dos hiatos: ca-a-tin-ga, fi-el, sa-ú-de
terá uma grande inclinação para grafá-la desta maneira, e não da
forma correta que é “cabeleireira”. - Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc: car-ro, pas-
Vejamos outros desvios (erros de ortoépia): sa-re-la, des-cer, nas-ço, ex-ce-len-te
3) Trissílabas: possuem três sílabas: ci-ne-ma, pró-xi-mo, Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a penúltima:
pers-pi-caz, O-da-ir dócil, suavemente, banana
4) Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas: a-ve-ni-da, Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a
li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-men-te, o-tor-ri-no-la-rin-go-lo-gis-ta antepenúltima: máximo, parábola, íntimo
Didatismo e Conhecimento 4
LÍNGUA PORTUGUESA
Saiba que: Obs.: pode ocorrer que, de acordo com a autonomia fonética,
São palavras oxítonas, entre outras: cateter, mister, Nobel, um mesmo monossílabo seja átono numa frase, porém tônico em
novel, ruim, sutil, transistor, ureter. outra.
São palavras paroxítonas, entre outras: avaro, aziago, boêmia, Que foi? (átono)
caracteres, cartomancia, celtibero, circuito, decano, filantropo, Você fez isso por quê? (tônico)
fluido, fortuito, gratuito, Hungria, ibero, impudico, inaudito,
intuito, maquinaria, meteorito, misantropo, necropsia (alguns Questões sobre Sílaba
dicionários admitem também necrópsia), Normandia, pegada,
policromo, pudico, quiromancia, rubrica, subido(a). 01. Classifique as palavras quanto à localização do acento
São palavras proparoxítonas, entre outras: aerólito, bávaro, tônico, relacionando a primeira coluna com a segunda:
bímano, crisântemo, ímprobo, ínterim, lêvedo, ômega, pântano, (1) Oxítona
trânsfuga. (2) Paroxítona
As seguintes palavras, entre outras, admitem dupla tonicidade: (3) Proparoxítona
acróbata/acrobata, hieróglifo/hieroglifo, Oceânia/Oceania,
( ) Pegadas
ortoépia/ortoepia, projétil/projetil, réptil/reptil, zângão/zangão.
( ) Protótipo
( ) Gratuito
Monossílabos ( ) Ruim
O sol já se pôs. ( ) Sutil
Essa frase é formada apenas por monossílabos. É possível Após relacionar as colunas, a ordem na numeração, de cima
verificar que os monossílabos sol, já e pôs são pronunciados com para baixo, é:
maior intensidade que os outros. São tônicos. Possuem acento A) 2, 3, 2, 1, 1. B) 3, 3, 2, 2, 1.
próprio e, por isso, não precisam apoiar-se nas palavras que os C) 1, 2, 3, 1, 2. D) 1, 3, 3, 2, 2.
antecedem ou que os seguem. Já os monossílabos “o” e “se” são
átonos, pois são pronunciados fracamente. Por não terem acento 02. Assinale o vocábulo abaixo cuja tonicidade recai na última
próprio, apoiam-se nas palavras que os antecedem ou que os sílaba.
seguem. A) caracteres. B) austero. C) ureter.
D) rubrica. E) tambores.
Critérios de Distinção
Muitas vezes, fazer a distinção entre um monossílabo átono 03. As palavras abaixo são, respectivamente:
e um tônico pode ser complicado. Por isso, observe os critérios a Principal - poderosa - álcool
seguir. A) Oxítona, paroxítona e proparoxítona.
1- Modificação da pronúncia da vogal final. B) Oxítona, paroxítona e paroxítona.
Nos monossílabos átonos a vogal final modifica-se ou C) Proparoxítona, proparoxítona e proparoxítona.
pode se modificar na pronúncia. Com os tônicos, não ocorre tal D) Paroxítona, oxítona e paroxítona.
possibilidade.
Vou de carro para o meu trabalho. (de = monossílabo átono - 04. Qual o único par de palavras que deve ser acentuado?
é possível a pronúncia di ônibus.) A) palacio e egoista. B) quente e esquilo.
Dê um auxílio às pessoas que necessitam. (dê = monossílabo C) funcionario e caqui. D) formosura e raposa.
tônico - é impossível a pronúncia di um auxílio.) E) refens e cascavel.
Didatismo e Conhecimento 5
LÍNGUA PORTUGUESA
GABARITO Regras básicas – Acentuação tônica
01. A 02. C 03. A 04. A A acentuação tônica implica na intensidade com que são
05. A 06. B 07. B 08. B pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma
mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais,
RESOLUÇÃO como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas
de átonas.
1-) (1) Oxítona (2) Paroxítona (3) Proparoxítona De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas
pe ga das = penúltima sílaba tônica = paroxítona 2 como:
pro tó ti po= antepenúltima sílaba é a tônica = propar. 3 Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última
sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel
gra tui to = penúltima sílaba tônica = paroxítona 2
Ru im = última sílaba tônica = oxítona 1
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai na
su til = última sílaba tônica = oxítona 1 penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível
2-) Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica está na
A) caracteres = Ca rac te res antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico
B) austero = aus te ro – ônibus
C) ureter = u re ter
D) rubrica = Ru bri Ca Como podemos observar, os vocábulos possuem mais de
E) tambores = tam bo res uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma
sílaba somente: são os chamados monossílabos que, quando
3-) Principal - poderosa - álcool pronunciados, apresentam certa diferenciação quanto à intensidade.
Prin ci pal = oxítona Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos em
Po de ro sa = paroxítona uma dada sequência de palavras. Assim como podemos observar
Ál co ol = proparoxítona no exemplo a seguir:
4-) Pares que DEVEM “Sei que não vai dar em nada,
A) palacio e egoista. Palácio - egoísta Seus segredos sei de cor”.
B) quente e esquilo. Ésquilo - foi um dramaturgo da Grécia
Os monossílabos classificam-se como tônicos; os demais,
Antiga. (= pode ser acentuada)
como átonos (que, em, de).
C) funcionario e caqui. Funcionário - cáqui(cor) e caqui(fruta)
= podem ser acentuadas Os acentos
D) formosura e raposa. = nenhuma
E) refens e cascavel. Reféns / cascavel ou cascável acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i», «u» e
sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras representam as
5-) vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns.
Pri mei ro gra ú do pa í ses Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto.
Ju í zes fa ís ca ter-ra Ex.: herói – médico – céu (ditongos abertos)
Ra i nha sa í da Ca sa
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e
6-) “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.: tâmara –
Café Ca fé = oxítona (última sílaba) Atlântico – pêssego – supôs
Máquinas má qui nas = antepenúltima (proparoxítona) acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
Revólver re vól ver = penúltima (paroxítona) artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
Espontâneo es pon tâ neo = penúltima (paroxítona) trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmente
abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras
derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.: mülleriano (de
7-) Cam po Guer ra A mi go Fo lha
Müller)
8-) ín te rim = proparoxítona til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais
nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras
estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se compõe de Regras fundamentais:
algumas particularidades, às quais devemos estar atentos,
procurando estabelecer uma relação de familiaridade e, Palavras oxítonas:
consequentemente, colocando-as em prática na linguagem escrita. Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”,
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a prática de “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) –
redigir, automaticamente aprimoramos essas competências, e logo armazém(s)
nos adequamos à forma padrão. Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
Didatismo e Conhecimento 6
LÍNGUA PORTUGUESA
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos - Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos
ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas como antes: CRER, DAR, LER e VER.
de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo
Repare:
Paroxítonas: 1-) O menino crê em você
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: Os meninos creem em você.
- i, is : táxi – lápis – júri 2-) Elza lê bem!
- us, um, uns : vírus – álbuns – fórum Todas leem bem!
- l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps 3-) Espero que ele dê o recado à sala.
- ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos Esperamos que os garotos deem o recado!
4-) Rubens vê tudo!
-- Dica da Zê!: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Eles veem tudo!
Repare que essa palavra apresenta as terminações das paroxítonas
que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, * Cuidado! Há o verbo vir:
ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização! Ele vem à tarde!
Eles vêm à tarde!
-ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de
“s”: água – pônei – mágoa – jóquei Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando
seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru-im, con-tri-
Regras especiais: bu-in-te, sa-ir, ju-iz
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos abertos), Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem
que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com a seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
* Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma palavra precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são acentuados. Ex.:
herói, céu, dói, escarcéu. As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com
“u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não
Antes Agora serão mais acentuadas. Ex.:
assembléia assembleia Antes Depois
idéia ideia apazigúe (apaziguar) apazigue
geléia geleia averigúe (averiguar) averigue
jibóia jiboia argúi (arguir) argui
apóia (verbo apoiar) apoia
paranóico paranoico Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do
plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo vir)
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados
ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter,
Luís deter, abster.
ele contém – eles contêm
Observação importante: ele obtém – eles obtêm
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato ele retém – eles retêm
quando vierem depois de ditongo: Ex.: ele convém – eles convêm
Antes Agora
bocaiúva bocaiuva Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes eram
feiúra feiura acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes (regra do
Sauípe Sauipe acento diferencial). Apenas em algumas exceções, como:
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido. perfeito do modo indicativo) ainda continua sendo acentuada para
Ex.: diferenciar-se de pode (terceira pessoa do singular do presente do
Antes Agora indicativo). Ex:
crêem creem Ela pode fazer isso agora.
lêem leem Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
vôo voo O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da
enjôo enjoo preposição por.
Didatismo e Conhecimento 7
LÍNGUA PORTUGUESA
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”, a) trajetória, inútil, café e baú.
estaremos trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”; nos outros b) exercício, balaústre, níveis e sofá.
casos, “por” preposição. Ex: c) necessário, túnel, infindáveis e só.
Faço isso por você. d) médio, nível, raízes e você.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui? e) éter, hífen, propôs e saída.
07. (BACEN – TÉCNICO DO BANCO CENTRAL – 3-) “Conteúdo” é acentuada seguindo a regra do hiato; calúnia
CESGRANRIO/2010) As palavras que se acentuam pelas = paroxítona terminada em ditongo; injúria = paroxítona terminada
mesmas regras de “conferência”, “razoável”, “países” e “será”, em ditongo.
respectivamente, são RESPOSTA: “ERRADO”.
Didatismo e Conhecimento 8
LÍNGUA PORTUGUESA
4-) Quilômetros = proparoxítona; tivéssemos = proparoxítona
A) tevê – pôde – vê C) jogá-la e incrível.
Tevê = oxítona terminada em “e”; pôde (pretérito perfeito Oxítona terminada em “a”; incrível = paroxítona terminada
do Indicativo) = acento diferencial (que ainda prevalece após o em “l’
Novo Acordo Ortográfico) para diferenciar de “pode” – presente D) Escócia e nós.
do Indicativo; vê = monossílaba terminada em “e” Escócia = paroxítona terminada em ditongo; nós = monossílaba
B) únicas – histórias – saudáveis terminada em “o + s”
Únicas = proparoxítona; história = paroxítona terminada em E) correspondência e três.
ditongo; saudáveis = paroxítona terminada em ditongo. Correspondência = paroxítona terminada em ditongo; três =
C) indivíduo – séria – noticiários monossílaba terminada em “e + s”
Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; séria =
paroxítona terminada em ditongo; noticiários = paroxítona 9-) Pó = monossílaba terminada em “o”; só = monossílaba
terminada em ditongo. terminada em “o”; céu = monossílaba terminada em ditongo
D) diário – máximo – satélite aberto “éu”.
Diário = paroxítona terminada em ditongo; máximo = RESPOSTA: “ERRADO”.
proparoxítona; satélite = proparoxítona.
A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta
5-) Análise = proparoxítona / mínimos = proparoxítona. das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão culto da língua.
Ambas são acentuadas pela mesma regra (antepenúltima sílaba é As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no
tônica, “mais forte”). que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo tendo significados
RESPOSTA: “ERRADO”. diferentes. Essas palavras são chamadas de homônimas (canto, do
grego, significa ângulo / canto, do latim, significa música vocal).
6-) Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; diária As palavras homônimas dividem-se em homógrafas, quando têm
= paroxítona terminada em ditongo; paciência = paroxítona a mesma grafia (gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular
terminada em ditongo. Os três vocábulos são acentuados devido do verbo gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço,
à mesma regra. palácio ou passo, movimento durante o andar).
RESPOSTA: “CERTO”.
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se
observar as seguintes regras:
7-) Vamos classificar as palavras do enunciado:
1-) Conferência = paroxítona terminada em ditongo
O fonema s:
2-) razoável = paroxítona terminada em “l’
3-) países = regra do hiato
Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substantivadas
4-) será = oxítona terminada em “a”
derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent:
pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão
a) trajetória, inútil, café e baú.
Trajetória = paroxítona terminada em ditongo; inútil = / inverter - inversão / aspergir aspersão / submergir - submersão /
paroxítona terminada em “l’; café = oxítona terminada em “e” divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
b) exercício, balaústre, níveis e sofá. repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir
Exercício = paroxítona terminada em ditongo; balaústre = - sensível / consentir - consensual
regra do hiato; níveis = paroxítona terminada em “i + s”; sofá =
oxítona terminada em “a”. Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes derivados
c) necessário, túnel, infindáveis e só. dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com
Necessário = paroxítona terminada em ditongo; túnel = verbos terminados por tir ou meter: agredir - agressivo / imprimir -
paroxítona terminada em “l’; infindáveis = paroxítona terminada impressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso
em “i + s”; só = monossílaba terminada em “o”. / percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão /
d) médio, nível, raízes e você. comprometer - compromisso / submeter - submissão
Médio = paroxítona terminada em ditongo; nível = paroxítona *quando o prefixo termina com vogal que se junta com a
terminada em “l’; raízes = regra do hiato; será = oxítona terminada palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimétrico /
em “a”. re + surgir - ressurgir
e) éter, hífen, propôs e saída. *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exemplos:
Éter = paroxítona terminada em “r”; hífen = paroxítona ficasse, falasse
terminada em “n”; propôs = oxítona terminada em “o + s”; saída
= regra do hiato. Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos de
origem árabe: cetim, açucena, açúcar
8-) *os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó,
A) também e coincidência. Juçara, caçula, cachaça, cacique
Também = oxítona terminada em “e + m”; coincidência = *os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, uço:
paroxítona terminada em ditongo barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperança,
B) quilômetros e tivéssemos. carapuça, dentuço
Didatismo e Conhecimento 9
LÍNGUA PORTUGUESA
*nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / deter - *as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J): xampu,
detenção / ater - atenção / reter - retenção lagartixa.
*após ditongos: foice, coice, traição *depois de ditongo: frouxo, feixe.
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r): marte - *depois de “en”: enxurrada, enxoval.
marciano / infrator - infração / absorto - absorção Observação: Exceção: quando a palavra de origem não
derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
O fonema z:
Escreve-se com CH e não com X:
Escreve-se com S e não com Z: *as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
*os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês, freguesa,
freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc. As letras e e i:
*os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamorfose. *os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com
*as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, “i”, só o ditongo interno cãibra.
quiseste. *os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são escritos
*nomes derivados de verbos com radicais terminados em com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os verbos com
“d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa / infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui.
difundir - difusão - atenção para as palavras que mudam de sentido quando
*os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), ária
Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir
*após ditongos: coisa, pausa, pouso à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé),
*em verbos derivados de nomes cujo radical termina com “s”: pião (brinquedo).
anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar
Fonte: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/
Escreve-se com Z e não com S: ortografia
*os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo:
macio - maciez / rico - riqueza Questões sobre Ortografia
*os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de origem
não termine com s): final - finalizar / concreto - concretizar 01. (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre
as frases que seguem, a única correta é:
*como consoante de ligação se o radical não terminar com s:
a) Ele se esqueceu de que?
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis + inho - lapisinho
b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui-lo
entre os presentes.
O fonema j:
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas.
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos
Escreve-se com G e não com J:
funcionários.
*as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, gesso.
e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
*estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
*as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas 02. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alternativa
exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo com a norma-
Observação: Exceção: pajem -padrão.
*as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, litígio, (A) Os tabeliãos devem preparar o documento.
relógio, refúgio. (B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
*os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir. (C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local.
*depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, surgir. (D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos.
*depois da letra “a”, desde que não seja radical terminado (E) Cuidado com os degrais, que são perigosos!
com j: ágil, agente.
03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
Escreve-se com J e não com G: Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para informar os
*as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. usuários sobre o festival Sounderground.
*as palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, Prezado Usuário
manjerona. ________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do
*as palavras terminada com aje: aje, ultraje. metrô, ________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30,
começa o Sounderground, festival internacional que prestigia os
O fonema ch: músicos que tocam em estações do metrô.
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão e
Escreve-se com X e não com CH: divirta-se!
*as palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se preencher
muxoxo, xucro. as lacunas, correta e respectivamente, com as expressões
Didatismo e Conhecimento 10
LÍNGUA PORTUGUESA
A) A fim ...a partir ... as B) A fim ...à partir ... às D) É difícil entender o por quê de tanto sofrimento,
C) A fim ...a partir ... às D) Afim ...a partir ... às principalmente daqueles que procuram viver com dignidade e
E) Afim ...à partir ... as simplicidade.
E) As dificuldades por que passamos certamente nos fazem
04. (TRF - 1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - mais fortes e preparados para os infortúnios da vida.
FCC/2011) As palavras estão corretamente grafadas na seguinte
frase: 09.Assinale a alternativa cuja frase esteja incorreta:
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa A) Porque essa cara? B) Não vou porque não quero.
a ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos C) Mas por quê? D) Você saiu por quê?
aeroportos.
(B) Comete muitos deslises, talvez por sua espontaneidade, 10-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉCNICO
mas nada que ponha em cheque sua reputação de pessoa cortês. FORENSE - CESPE/2013 - adaptada) Uma variante igualmente
(C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de correta do termo “autópsia” é autopsia.
descançar após o almoço sob a frondoza árvore do pátio. ( ) Certo
(D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa mágoa ( ) Errado
pode estar sendo o grande impecilho na superação dessa sua crise. GABARITO
(E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta quantia, 01.E 02. D 03. C 04. A 05. B
mas não quiz ser taxado de conivente na concessão de privilégios 06. E 07. C 08. E 09. A 10. C
ilegítimos.
RESOLUÇÃO
05.Em qual das alternativas a frase está corretamente escrita?
A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa. 1-)
B) O mendigo não depositou na caderneta de poupança. (A) Ele se esqueceu de que? = quê?
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa. (B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para
D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa. distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes.
(C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos excessivos
06.(IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM] - CCI) – nas críticas.
VUNESP/2011) Assinale a alternativa em que o trecho – Mas ela (D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindicações
cresceu ... – está corretamente reescrito no plural, com o verbo no dos funcionários.
tempo futuro. (E) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
(A) Mas elas cresceram...
(B) Mas elas cresciam... 2-)
(C) Mas elas cresçam... (A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = tabeliães
(D) Mas elas crescem... (B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. =
(E) Mas elas crescerão... cidadãos
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. =
07. (IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM – CCI] – certidões
VUNESP/2011 - ADAPTADA) Assinale a alternativa em que o (E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = degraus
trecho – O teste decisivo e derradeiro para ele, cidadão ansioso e
sofredor...– está escrito corretamente no plural. 3-) Prezado Usuário
(A) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cidadãos A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô,
ansioso e sofredores... a partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, começa o
(B) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos Sounderground, festival internacional que prestigia os músicos
ansioso e sofredores... que tocam em estações do metrô.
(C) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão
ansiosos e sofredores... e divirta-se!
(D) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cidadões A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado; antes de
ansioso e sofredores... horas: há crase
(E) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos
ansiosos e sofredores... 4-) Fiz a correção entre parênteses:
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa
08. (MPE/RJ – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FUJB/2011) a ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos
Assinale a alternativa em que a frase NÃO contraria a norma culta: aeroportos.
A) Entre eu e a vida sempre houve muitos infortúnios, por isso (B) Comete muitos deslises (deslizes), talvez por sua
posso me queixar com razão. espontaneidade, mas nada que ponha em cheque (xeque) sua
B) Sempre houveram várias formas eficazes para reputação de pessoa cortês.
ultrapassarmos os infortúnios da vida. (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de
C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes que descançar (descansar) após o almoço sob a frondoza (frondosa)
vermos a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa vida. árvore do pátio.
Didatismo e Conhecimento 11
LÍNGUA PORTUGUESA
(D) Não sei se isso influe (influi), mas a persistência dessa 3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém e sem:
mágoa pode estar sendo o grande impecilho (empecilho) na além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-casado, aquém-
superação dessa sua crise. -fiar, etc.
(E) O diretor exitou (hesitou) ao aprovar a retenção dessa alta
quantia, mas não quiz (quis) ser taxado de conivente na concessão 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algumas
de privilégios ilegítimos. exceções continuam por já estarem consagradas pelo uso: cor-
-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-
5-) -colônia, queima-roupa, deus-dará.
A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa. =
mendigo/caderneta/poupança 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-Niterói,
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa. =
percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações históricas ou
mendigo/caderneta/poupança
ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, Alsácia-Lorena, etc.
D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa.
=mendigo/depositou/caderneta/poupança
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-
6-) Futuro do verbo “crescer”: crescerão. Teremos: mas elas quando associados com outro termo que é iniciado por r: hiper-
crescerão... resistente, inter-racial, super-racional, etc.
7-) Como os itens apresentam o mesmo texto, a alternativa 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, ex-
correta já indica onde estão as inadequações nos demais itens. -presidente, vice-governador, vice-prefeito.
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré-natal,
8-) Fiz as correções entre parênteses: pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
A) Entre eu (mim) e a vida sempre houve muitos infortúnios,
por isso posso me queixar com razão. 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abraça-o,
B) Sempre houveram (houve) várias formas eficazes para lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
ultrapassarmos os infortúnios da vida.
C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes que 10. Nas formações em que o prefixo tem como segundo termo
vermos (virmos) a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa vida. uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, eletro-higrómetro,
D) É difícil entender o por quê (o porquê) de tanto sofrimento, geo-história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, super-
principalmente daqueles que procuram viver com dignidade e
-homem.
simplicidade.
E) As dificuldades por que (= pelas quais; correto) passamos
certamente nos fazem mais fortes e preparados para os infortúnios 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudo prefixo termina
da vida. na mesma vogal do segundo elemento: micro-ondas, eletro-ótica,
semi-interno, auto-observação, etc.
9-) Por que essa cara? = é uma pergunta e o pronome está Obs: O hífen é suprimido quando para formar outros termos:
longe do ponto de interrogação. reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
10-) autopsia s.f., autópsia s.f.; cf. autopsia - Lembre-se: ao separar palavras na translineação (mudança
(fonte: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/ de linha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por hífen,
start.htm?sid=23) repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti-inflamatório
RESPOSTA: “CERTO”. e, ao final, coube apenas “anti-”. Na linha debaixo escreverei:
“-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para ligar
os elementos de palavras compostas (couve-flor, ex-presidente) e Não se emprega o hífen:
para unir pronomes átonos a verbos (ofereceram-me; vê-lo-ei).
Serve igualmente para fazer a translineação de palavras, isto 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina
é, no fim de uma linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/ em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou “s”. Nesse caso,
sa; compa-/nheiro).
passa-se a duplicar estas consoantes: antirreligioso, contrarregra,
infrassom, microssistema, minissaia, microrradiografia, etc.
Uso do hífen que continua depois da Reforma Ortográfica:
1. Em palavras compostas por justaposição que formam uma 2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo
unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem para formam termina em vogal e o segundo termo inicia-se com vogal
um novo significado: tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada,
tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, arco- autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoescola,
-íris, primeiro-ministro, azul-escuro. infraestrutura, etc.
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e zoológicas: 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos “dês” e
couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-menina, erva-doce, “in” e o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, inábil,
feijão-verde. desabilitar, etc.
Didatismo e Conhecimento 12
LÍNGUA PORTUGUESA
4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o 07.Assinale a alternativa em que todas as palavras estão
segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobrigação, grafadas corretamente:
coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc. A) autocrítica, contramestre, extra-oficial
B) infra-assinado, infra-vermelho, infra-som
5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção de C) semi-círculo, semi-humano, semi-internato
composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedista, etc. D) supervida, superelegante, supermoda
E) sobre-saia, mini-saia, superssaia
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfeito,
benquerer, benquerido, etc. 08.Assinale o item em que o uso do hífen está incorreto.
A) infraestrutura / super-homem / autoeducação
Questões sobre Hífen
B) bem-vindo / antessala /contra-regra
01.Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o novo C) contramestre / infravermelho / autoescola
Acordo, está sendo usado corretamente: D) neoescolástico / ultrassom / pseudo-herói
A) Ele fez sua auto-crítica ontem. E) extraoficial / infra-hepático /semirreta
B) Ela é muito mal-educada.
C) Ele tomou um belo ponta-pé. 09.Uma das alternativas abaixo apresenta incorreção quanto
D) Fui ao super-mercado, mas não entrei. ao emprego do hífen.
E) Os raios infra-vermelhos ajudam em lesões. A) O pseudo-hermafrodita não tinha infraestrutura para
relacionamento extraconjugal.
02.Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do hífen: B) Era extraoficial a notícia da vinda de um extraterreno.
A) Pelo interfone ele comunicou bem-humorado que faria C) Ele estudou línguas neolatinas nas colônias ultramarinas.
uma superalimentação. D) O anti-semita tomou um anti-biótico e vacina antirrábica.
B) Nas circunvizinhanças há uma casa malassombrada. E) Era um suboficial de uma superpotência.
C) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido.
D) Nossos antepassados realizaram vários anteprojetos. 10.Assinale a alternativa em que ocorre erro quanto ao
E) O autodidata fez uma autoanálise. emprego do hífen.
A) Foi iniciada a campanha pró-leite.
03.Assinale a alternativa incorreta quanto ao emprego do
B) O ex-aluno fez a sua autodefesa.
hífen, respeitando-se o novo Acordo.
A) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo. C) O contrarregra comeu um contra-filé.
B) O meia-direita fez um gol de sem-pulo na semifinal do D) Sua vida é um verdadeiro contrassenso.
campeonato. E) O meia-direita deu início ao contra-ataque.
C) Era um sem-vergonha, pois andava seminu.
D) O recém-chegado veio de além-mar. GABARITO
E) O vice-reitor está em estado pós-operatório.
01. B 02. B 03. A 04. E 05. C
04.Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro 06. D 07. D 08. B 09. D 10. C
(avarento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o hífen
é obrigatório: RESOLUÇÃO
A) em nenhuma delas.
B) na segunda palavra. 1-)
C) na terceira palavra. A) autocrítica
D) em todas as palavras. C) pontapé
E) na primeira e na segunda palavra. D) supermercado
E) infravermelhos
05.Fez um esforço __ para vencer o campeonato __. Qual
alternativa completa corretamente as lacunas?
2-)B) Nas circunvizinhanças há uma casa mal-assombrada.
A) sobreumano/interregional
B) sobrehumano-interregional
C) sobre-humano / inter-regional 3-) A) O semianalfabeto desenhou um semicírculo.
D) sobrehumano/ inter-regional
E) sobre-humano /interegional 4-)
a) pão-duro / b) copo-de-leite (planta) / c) pé de moleque
06. Suponha que você tenha que agregar o prefixo sub- às (doce)
palavras que aparecem nas alternativas a seguir. Assinale aquela a) Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam
que tem de ser escrita com hífen: elementos de ligação.
A) (sub) chefe b) Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies
B) (sub) entender animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes,
C) (sub) solo sementes), tenham ou não elementos de ligação.
D) (sub) reptício c) Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos
E) (sub) liminar de ligação.
Didatismo e Conhecimento 13
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5-) Fez um esforço sobre-humano para vencer o campeonato Afixos
inter-regional. Como vimos, o acréscimo do morfema – ar - cria uma nova
- Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. palavra a partir de escola. De maneira semelhante, o acréscimo dos
- Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com morfemas sub e arização à forma escol- criou subescolarização.
que se inicia a outra palavra Esses morfemas recebem o nome de afixos.
Quando são colocados antes do radical, como acontece
6-) Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante com sub, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como
de palavra iniciada por r. : subchefe, subentender, subsolo, sub- arização, surgem depois do radical os afixos são chamados de
-reptício (sem o hífen até a leitura da palavra será alterada; /subre/, sufixos. Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe
ao invés de /sub re/), subliminar gramatical, são capazes de introduzir modificações de significado
no radical a que são acrescentados.
7-)
A) autocrítica, contramestre, extraoficial Desinências
B) infra-assinado, infravermelho, infrassom Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como
amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam. Essas
C) semicírculo, semi-humano, semi-internato
modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado
D) supervida, superelegante, supermoda = corretas
em número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou
E) sobressaia, minissaia, supersaia
terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do
verbo (amava, amara, amasse, por exemplo).
8-) B) bem-vindo / antessala / contrarregra Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam
as flexões das palavras. Esses morfemas sempre surgem no fim
9-) D) O antissemita tomou um antibiótico e vacina antirrábica. das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há
desinências nominais e desinências verbais.
10-) C) O contrarregra comeu um contrafilé.
Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos
nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma opor as
desinências -o/-a: garoto/garota; menino/menina.
MORFOLOGIA: ESTRUTURA E FORMAÇÃO Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema
DAS PALAVRAS, CLASSES DE PALAVRAS –s, que indica o plural em oposição à ausência de morfema,
que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/
meninos; menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de
Observe as seguintes palavras: plural assume a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/
escol-a cruzes.
escol-ar
escol-arização Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais
escol-arizar pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam o modo
sub-escol-arização e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o
número e a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):
Percebemos que há um elemento comum a todas elas: a cant-á-va-mos
forma escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis, cant: radical -
á-: vogal temática
responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por
-va-:desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito
exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar
imperfeito do indicativo)
pelo acréscimo do elemento destacável: ar.
-mos:desinência número-pessoal
Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas
palavras que selecionamos, podemos depreender a existência cant-á-sse-is
de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos cant: radical
formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento -á-: vogal temática
significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema. -sse-:desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito
imperfeito do subjuntivo)
Classificação dos morfemas: -is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda pessoa
do plural)
Radical
Há um morfema comum a todas as palavras que estamos Vogal temática
analisando: escol-. É esse morfema comum – o radical – que Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais,
faz com que as consideremos palavras de uma mesma família surge sempre o morfema –a. Esse morfema, que liga o radical às
de significação – os cognatos. O radical é a parte da palavra desinências, é chamado de vogal temática. Sua função é ligar-
responsável por sua significação principal. -se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical
+ vogal temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os
verbos como os nomes apresentam vogais temáticas.
Didatismo e Conhecimento 14
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Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas En-- -----trist- ----ecer
finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, Prefixo radical sufixo
base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, en----- ---tard--- --ecer
escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas prefixo radical sufixo
vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural:
mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas Outros tipos de derivação
(sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam vogal
temática. Há dois casos em que a palavra derivada é formada sem que
haja a presença de afixos. São eles: a derivação regressiva e a
Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três derivação imprópria.
grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Assim, os 1-) Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por
verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira conjugação; redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação de
aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à segunda conjugação substantivos derivados de verbos. Exemplo: A pesca está proibida.
e os que têm vogal temática -i pertencem à terceira conjugação. (pescar). Proibida a caça. (caçar)
Vogal ou consoante de ligação 2-) Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é obtida
pela mudança de categoria gramatical da palavra primitiva. Não
As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem ocorre, pois, alteração na forma, mas tão somente na classe
por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar gramatical.
a leitura de uma determinada palavra. Temos um exemplo de vogal Não entendi o porquê da briga. (o substantivo porquê deriva
de ligação na palavra escolaridade: o - i - entre os sufixos -ar- da conjunção porque)
e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros exemplos: Seu olhar me fascina! (o verbo olhar tornou-se, aqui,
gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, substantivo)
tricota.
Outros processos de formação de palavras:
Processos de formação de palavras:
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos oriundos de
1-) Composição línguas diferentes.
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais
sociologia (socio: latim; logia: grego)
radicais para formar nova palavra. Há dois tipos de composição;
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)
justaposição e aglutinação.
1.1-) Justaposição: ocorre quando os elementos que formam
- Abreviação vocabular, cujo traço peculiar manifesta-se por
o composto são postos lado a lado, ou seja, justapostos: corre-
meio da eliminação de um segmento de uma palavra no intuito de
corre, guarda-roupa, segunda-feira, girassol.
se obter uma forma mais reduzida, geralmente aquelas mais longas.
1.2-) Aglutinação: ocorre quando os elementos que formam
Vejamos alguns exemplos: metropolitano/metrô, extraordinário/
o composto se aglutinam e pelo menos um deles perde sua extra, otorrinolaringologista /otorrino, telefone/fone, pneumático/
integridade sonora: aguardente (água + ardente), planalto (plano pneu
+ alto), pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + acre)
- Onomatopeia: Consiste em criar palavras, tentando imitar
Derivação por acréscimo de afixos sons da natureza ou sons repetidos. Por exemplo: zum-zum, cri-cri,
tique-taque, pingue-pongue, blá-blá-blá.
É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (derivadas)
pela anexação de afixos à palavra primitiva. A derivação pode ser: - Siglas: As siglas são formadas pela combinação das letras
prefixal, sufixal e parassintética. iniciais de uma sequência de palavras que constitui um nome. Por
1-) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por exemplo:IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística);
acréscimo de prefixo. IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano).
In------ --feliz des----------leal As siglas escrevem-se com todas as letras maiúsculas, a não
Prefixo radical prefixo radical ser que haja mais de três letras e a sigla seja pronunciável sílaba
por sílaba. Por exemplo: Unicamp, Petrobras.
2-) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
acréscimo de sufixo. fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
Feliz---- mente leal------dade formacao-de-palavras-i.htm
Radical sufixo radical sufixo
Questões sobre Estrutura das Palavras
3-) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
simultâneo de prefixo e sufixo (não posso retirar o prefixo nem o 01.(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
sufixo que estão ligados ao radical, pois a palavra não “existiria”). - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
Por parassíntese formam-se, principalmente, verbos. Assinale a alternativa contendo palavra formada por prefixo.
Didatismo e Conhecimento 15
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(A) Máquina. Na notícia do jornal, as palavras “superfesta” e “cinquentona”
(B) Brilhantismo. exemplificam, respectivamente, casos de formação de palavras por
(C) Hipertexto. A)hibridismo e neologismo.
(D) Textualidade. B)justaposição e aglutinação.
(E) Arquivamento. C)composição e derivação.
D)prefixação e sufixação.
02. A palavra “aguardente” formou-se por: E)conversão e regressão.
A) hibridismo B) aglutinação
C) justaposição D) parassíntese 10. (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO
E) derivação regressiva DO RIO DE JANEIRO – PROCESSO DE SELEÇÃO PARA
CURSO INTERNO – BIORIO CONCURSOS/2013) Na palavra
03. Que item contém somente palavras formadas por INSEGURANÇA, o prefixo IN- significa “negação”; a palavra
justaposição? abaixo em que esse mesmo prefixo apresenta outro significado é:
A) desagradável - complemente (A) incompetência;
B) vaga-lume - pé-de-cabra (B) incapacidade;
C) encruzilhada - estremeceu (C) intranquilidade;
D) supersticiosa - valiosas (D) inalação;
E) desatarraxou - estremeceu (E) inexatidão.
04. “Sarampo” é: GABARITO
A) forma primitiva
B) formado por derivação parassintética 01. C 02. B 03. B 04. C 05. B
C) formado por derivação regressiva 06. D 07. D 08. D 09. D 10. D
D) formado por derivação imprópria
E) formado por onomatopeia RESOLUÇÃO
05.As palavras são formadas através de derivação 1-)
parassintética em
A – Máquina = sem acréscimo de afixos (prefixo ou sufixo)
A)infelizmente, desleal, boteco, barraco.
B - Brilhantismo. = acréscimo de sufixo (ismo)
B)ajoelhar, anoitecer, entristecer, entardecer.
C – Hipertexto = acréscimo de prefixo (hiper)
C)caça, pesca, choro, combate.
D – Textualidade = acréscimo de sufixo (idade)
D)ajoelhar, pesca, choro, entristecer.
E – Arquivamento = acréscimo de sufixo (mento)
06.(Escrevente TJ SP –Vunesp/2011) Leia o trecho.
2-) água + ardente = aguardente ( aglutinação)
Estudo da ONG Instituto Pólis mostra que, infelizmente, sem
o tratamento e a destinação corretos,…
Assinale a alternativa que contém uma palavra formada pelo 3-) vaga-lume - pé-de-cabra = não houve alteração em
mesmo processo do termo destacado. nenhuma delas (nem acréscimo, nem redução, estão apenas
(A) infiel. (B) democracia. “postas” uma ao lado da outra, justaposição).
(C) lobisomem. (D) ilegalidade.
(E) cidadania. 4-) formado por derivação regressiva = a palavra primitiva é
sarampão!
07. Assinale a letra em que as palavras são formadas por
derivação regressiva, derivação parassintética e composição por 5-) ajoelhar, anoitecer, entristecer, entardecer = nenhuma
aglutinação, respectivamente. delas pode ter o prefixo ou o sufixo retirados, pois elas só têm
a) neurose, infelizmente, pseudônimo; significado com ambos, juntos, ligados a elas.
b) ajuste, aguardente, arco-íris; (Tardecer? Noitecer? Tristecer? Entarde?)
c) amostra, alinhar, girassol;
d) corte, emudecer, outrora; 6-) infelizmente = derivação prefixal e sufixal – existe infeliz
e) pesca, deslealdade, vinagre. e felizmente, portanto não é caso de derivação parassintética. O
outro vocábulo que também apresenta tal formação é ilegalidade
08. Na frase “Ele tem um quê especial como gestor”, o (ilegal e legalidade).
processo de formação da palavra destacada chama-se: 7-) corte, emudecer, outrora
A)composição B)justaposição Cortar / emudecer (não posso retirar nem o prefixo nem o
C)aglutinação D)derivação imprópria sufixo) / outra hora.
09. Brasília comemorou seu aniversário com uma superfesta. 8-) Ele tem um quê especial como gestor.
A cinquentona planejada por Lúcio Costa é hoje uma metrópole Dentre suas várias classificações (pronome, conjunção), nessa
que oferece alta qualidade de vida. frase o “que” pertence à classe do substantivo, pois vem precedido
(Fonte: O Globo, 21/04/2010, com adaptações) de um artigo. Quando alteramos a classe gramatical de uma
Didatismo e Conhecimento 16
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palavra sem realizar nenhuma mudança na palavra, dá-se o nome França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
de derivação imprópria (não é a classe gramatical “própria” dela. Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Outro exemplo: olhar é verbo, mas em “Seu olhar mexe comigo”, Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
temos um substantivo). Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
9-) superfesta” e “cinquentona Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros
= super + festa (prefixação) / cinquenta + ona (sufixação)
Flexão dos adjetivos
10-) Em todas as alternativa o IN- é prefixo de negação, com
exceção de “inalar”, na qual o IN faz parte do radical do verbo O adjetivo varia em gênero, número e grau.
(aspirar).
Gênero dos Adjetivos
Classes de Palavras
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou (masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos,
característica do ser e se relaciona com o substantivo. classificam-se em:
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e
que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser colocada ao outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa, mau e má, judeu
lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa e judia.
bondosa. Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, somente o último elemento. Por exemplo: o moço norte-americano,
não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, a moça norte-americana.
moça bondade, pessoa bondade. Bondade, portanto, não é adjetivo, Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
mas substantivo.
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como
Morfossintaxe do Adjetivo: para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença
de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto político-social.
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
Número dos Adjetivos
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
Plural dos adjetivos simples
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com
alguns deles: as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos
simples. Por exemplo: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins
Estados e cidades brasileiros: boa e boas
Alagoas alagoano
Amapá amapaense Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função
Aracaju aracajuano ou aracajuense de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver
Amazonas amazonense ou baré qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo,
Belo Horizonte belo-horizontino ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra cinza é
Brasília brasiliense originalmente um substantivo; porém, se estiver qualificando um
Cabo Frio cabo-friense elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável.
Campinas campineiro ou campinense Logo: camisas cinza, ternos cinza.
Veja outros exemplos:
Adjetivo Pátrio Composto Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita. Adjetivo Composto
Observe alguns exemplos:
É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente,
África afro- / Cultura afro-americana esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento
Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na
América américo- / Companhia américo-africana forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o
China sino- / Acordos sino-japoneses adjetivo composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra rosa é
Espanha hispano- / Mercado hispano-português originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um
Europa euro- / Negociações euro-americanas elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra
Didatismo e Conhecimento 17
LÍNGUA PORTUGUESA
por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substantivo Superlativo
adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Por
exemplo: O superlativo expressa qualidades num grau muito elevado ou
Camisas rosa-claro. em grau máximo. O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo
Ternos rosa-claro. e apresenta as seguintes modalidades:
Olhos verde-claros. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um ser
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se nas
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. formas:
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras que
Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O secretário é
adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis. muito inteligente.
- Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm os Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de
dois elementos flexionados. sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo.
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Superioridade Note bem:
Analítico 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio dos
No comparativo de superioridade analítico, entre os dois advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., antepostos
substantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma ao adjetivo.
é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do que” ou “mais... 2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas
que”. formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem
vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo:
Superioridade Sintético fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma popular é constituída
do radical do adjetivo português + o sufixo -íssimo: pobríssimo,
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de agilíssimo.
superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: bom 3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo,
/melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, grande/maior, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas
baixo/inferior. seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável hiato i-í.
Observe que:
a) As formas menor e pior são comparativos de superioridade, O advérbio, assim como muitas outras palavras existentes
pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente. na Língua Portuguesa, advém de outras línguas. Assim sendo,
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a ideia de proximidade,
(melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas entre contiguidade. Essa proximidade faz referência ao processo verbal,
duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar as formas no sentido de caracterizá-lo, ou seja, indicando as circunstâncias
analíticas mais bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por em que esse processo se desenvolve.
exemplo: O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sentido de
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois caracterizar os processos expressos por ele. Contudo, ele não é
elementos. modificador exclusivo desta classe (verbos), pois também modifica
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas o adjetivo e até outro advérbio. Seguem alguns exemplos:
qualidades de um mesmo elemento. Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto, você
está até bem informado.
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Inferioridade Temos o advérbio “distantemente” que modifica o adjetivo
Sou menos passivo (do) que tolerante. alheio, representando uma qualidade, característica.
Didatismo e Conhecimento 18
LÍNGUA PORTUGUESA
O artista canta muito mal. Locução adverbial
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica outro
advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos pudemos É reunião de duas ou mais palavras com valor de advérbio.
verificar que se tratava de somente uma palavra funcionando Exemplo:
como advérbio. No entanto, ele pode estar demarcado por mais de Carlos saiu às pressas. (indicando modo)
uma palavra, que mesmo assim não deixará de ocupar tal função. Maria saiu à tarde. (indicando tempo)
Temos aí o que chamamos de locução adverbial, representada por
algumas expressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a Há locuções adverbiais que possuem advérbios
frente, de modo algum, entre outras. correspondentes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu
Dependendo das circunstâncias expressas pelos advérbios, apressadamente.
eles se classificam em distintas categorias, uma vez expressas por:
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo são
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas, flexionados, sendo que os demais são todos invariáveis. A única
às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, flexão propriamente dita que existe na categoria dos advérbios é
desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, a de grau:
lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos que terminam
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe
em -”mente”: calmamente, tristemente, propositadamente,
- longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente -
pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente,
inconstitucionalissimamente, etc.;
bondosamente, generosamente
Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto -
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em pertinho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho.
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão,
tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica
muito, por completo. se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida.
Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, amanhã, dos substantivos.
cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante,
nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, breve, Classificação dos Artigos
constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente,
provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira
manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de maneira
de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei um animal.
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde,
longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, Combinação dos Artigos
alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância, à
distancia de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao É muito presente a combinação dos artigos definidos e
lado, em volta indefinidos com preposições. Veja a forma assumida por essas
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de combinações:
forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
Preposições Artigos
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente,
o, os
quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
a ao, aos
de do, dos
de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto,
efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, em no, nos
indubitavelmente (=sem dúvida). por (per) pelo, pelos
a, as um, uns uma, umas
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, à, às - -
simplesmente, só, unicamente da, das dum, duns duma, dumas
na, nas num, nuns numa, numas
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também pela, pelas - -
Didatismo e Conhecimento 19
LÍNGUA PORTUGUESA
Constatemos as circunstâncias em que os artigos se Morfossintaxe
manifestam:
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas relações
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral com o substantivo. Assim, nas orações da língua portuguesa,
“ambos”: Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas. o artigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo
a que se refere. Tal função independe da função exercida pelo
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do substantivo:
artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... A existência é uma poesia.
Uma existência é a poesia.
- Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar
toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem. Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou
dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por exemplo:
- No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as
de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo: O amiguinhas.
Pedro é o xodó da família.
Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
- No caso de os nomes próprios personativos estarem no 1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as
plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, os Incas, amiguinhas
Os Astecas...
Cada informação está estruturada em torno de um verbo:
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) para segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações:
conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o artigo), o 1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e mostrou
pronome assume a noção de qualquer. 3ª oração: quando viu as amiguinhas.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e a
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados. terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. As
(qualquer classe) palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações.
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo:
Observe: Gosto de natação e de futebol.
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo.
Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes
ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra “e” está ligando
- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de
termos de uma mesma oração.
aproximação numérica: O máximo que ele deve ter é uns vinte
anos.
Morfossintaxe da Conjunção
- O artigo também é usado para substantivar palavras oriundas
de outras classes gramaticais: Não sei o porquê de tudo isso. As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem
propriamente uma função sintática: são conectivos.
- Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo cujo Classificação
(e flexões). - Conjunções Coordenativas
Este é o homem cujo amigo desapareceu. - Conjunções Subordinativas
Este é o autor cuja obra conheço.
Conjunções coordenativas
- Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no sentido
de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme), a menos que Dividem-se em:
venham especificadas. - ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex. Gosto
Eles estavam em casa. de cantar e de dançar.
Eles estavam na casa dos amigos. Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também,
Os marinheiros permaneceram em terra. não só...como também.
Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de oposição,
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento, de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada.
com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa excelência Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo,
resolverá os problemas de Sua Senhoria. todavia, no entanto, entretanto.
- Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome - ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O Estado de Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
S. Paulo. Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...
quer, já...já.
Didatismo e Conhecimento 20
LÍNGUA PORTUGUESA
- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às orações. Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções,
Ex. Estudei muito, por isso mereço passar. sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que,
do verbo), portanto, por conseguinte, assim. para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais
elaboradas. Observe o exemplo:
- EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua
do verbo), porquanto. raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia ter dito: - Estou
com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma palavra.
Conjunções subordinativas Ele empregou a interjeição Droga!
As sentenças da língua costumam se organizar de forma
- CAUSAIS lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro
vez que, como (= porque). lado, são uma espécie de “palavra-frase”, ou seja, há uma ideia
Ele não fez o trabalho porque não tem livro. expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução
interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença.
- COMPARATIVAS Veja os exemplos:
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como, Bravo! Bis!
mais...do que, menos...do que. bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi muito
Ela fala mais que um papagaio. bom! Repitam!”
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = sentença
- CONCESSIVAS (sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!”
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que,
mesmo que, apesar de, se bem que. A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças
inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”. da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um
cansada) contexto específico. Exemplos:
Apesar de ter chovido fui ao cinema. Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
- CONFORMATIVAS Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
Principais conjunções conformativas: como, segundo, hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
conforme, consoante
Cada um colhe conforme semeia. O significado das interjeições está vinculado à maneira como
Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade. elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o sentido
que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação.
- CONSECUTIVAS Exemplos:
Expressam uma ideia de consequência. Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão na
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, “tanto”, rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando! Ei,
“tão”, “tamanho”). espere!”
Falou tanto que ficou rouco. Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão em
um hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça
- FINAIS silêncio!”
Expressam ideia de finalidade, objetivo. Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
Todos trabalham para que possam sobreviver. puxa: interjeição; tom da fala: euforia
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
(=para que), puxa: interjeição; tom da fala: decepção
Didatismo e Conhecimento 21
LÍNGUA PORTUGUESA
As interjeições podem ser formadas por: Observações:
- simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô. - As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. Por
- palavras: Oba!, Olá!, Claro! exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! = Peço-lhe
- grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora que me desculpe.
bolas!
- Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu
A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais
entonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que uma podem aparecer como interjeições.
interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos)
Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade) Fora! Francamente! (Advérbios)
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
- A interjeição pode ser considerada uma “palavra-frase”
Classificação das Interjeições porque sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.: Socorro!,
Ajudem-me!, Silêncio!, Fique quieto!
Comumente, as interjeições expressam sentido de:
- Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, - Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas,
Atenção!, Olha!, Alerta! que exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bumba! Zás!
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
- Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah! - Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com a sua
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!, homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, tristeza, etc.
Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca! Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo e não a fazemos
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa! depois do “ó” vocativo.
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã! “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!, Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá! - Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas
- Desculpa: Perdão! de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas no
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!, diminutivo ou no superlativo: Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!
Eh!
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!, Interjeições, leitura e produção de textos
Ora!
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!, Usadas com muita frequência na língua falada informal,
Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, quando empregadas na língua escrita, as interjeições costumam
Putz! conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquialidade. Além
- Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!, disso, elas podem muitas vezes indicar traços pessoais do falante
Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora! - como a escassez de vocabulário, o temperamento agressivo ou
- Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade! dócil, até mesmo a origem geográfica. É nos textos narrativos
- Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, Adeus!, - particularmente nos diálogos - que comumente se faz uso das
Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Deus! interjeições com o objetivo de caracterizar personagens e, também,
- Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio! graças à sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética
- Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh! e conteúdo mais emocional do que racional fazem das interjeições
presença constante nos textos publicitários.
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não
sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes, nem de Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No php
entanto, em uso específico, algumas interjeições sofrem variação
em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que não se trata de um Numeral é a palavra que indica os seres em termos numéricos,
processo natural dessa classe de palavra, mas tão só uma variação isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada
que a linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo, sequência.
até loguinho. Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
[quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”]
Locução Interjetiva Eu quero café duplo, e você?
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma expressão ...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”]
com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora bolas! Quem me A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó de casa! Ai de mim! ...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência de
Valha-me Deus! Graças a Deus! Alto lá! Muito bem! “fila”]
Didatismo e Conhecimento 22
LÍNGUA PORTUGUESA
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que os “Me empresta duzentinho...”
números indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão É artigo de primeiríssima qualidade!
é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais, O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda
mas sim de algarismos. divisão de futebol)
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras Emprego dos Numerais
consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção ou
ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), *Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes
novena. em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo
e a partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do
Classificação dos Numerais substantivo:
Didatismo e Conhecimento 23
LÍNGUA PORTUGUESA
Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários
um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente há uma
subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura da língua, pois estabelecem a
coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.
Tipos de Preposição
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em,
entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições: como, durante, exceto, fora,
mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas: abaixo de,
acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com,
perto de, por causa de, por cima de, por trás de.
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância em gênero ou
em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois processos:
Didatismo e Conhecimento 24
LÍNGUA PORTUGUESA
1. Combinação: A preposição não sofre alteração. A dona da casa não quis nos atender.
preposição a + artigos definidos o, os Como posso fazer a Joana concordar comigo?
a + o = ao
preposição a + advérbio onde - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos
a + onde = aonde e estabelece relação de subordinação entre eles.
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração. Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar
Preposição + Artigos um tratamento adequado.
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s) - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou
De + um = dum a função de um substantivo.
De + uns = duns Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como parte
De + uma = duma da família
De + umas = dumas Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. /
Em + o(s) = no(s) Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das
Em + uma = numa preposições:
Em + uns = nuns Destino = Irei para casa.
Em + umas = numas Modo = Chegou em casa aos gritos.
A + à(s) = à(s) Lugar = Vou ficar em casa;
Por + o = pelo(s) Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
Por + a = pela(s) Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
Preposição + Pronomes Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tratamento.
De + ele(s) = dele(s) Instrumento = Escreveu a lápis.
De + ela(s) = dela(s) Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
De + este(s) = deste(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
De + esta(s) = desta(s) Companhia = Estarei com ele amanhã.
De + esse(s) = desse(s) Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + essa(s) = dessa(s) Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
De + aquele(s) = daquele(s) Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
De + aquela(s) = daquela(s) Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
De + isto = disto Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
De + isso = disso Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
De + aquilo = daquilo
De + aqui = daqui Fonte:
De + aí = daí http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
De + ali = dali
De + outro = doutro(s) Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele
De + outra = doutra(s) se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o de alguma
Em + este(s) = neste(s) forma.
Em + esta(s) = nesta(s)
Em + esse(s) = nesse(s) A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!
Em + aquele(s) = naquele(s) [substituição do nome]
Em + aquela(s) = naquela(s) A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita!
Em + isto = nisto [referência ao nome]
Em + isso = nisso Essa moça morava nos meus sonhos!
Em + aquilo = naquilo [qualificação do nome]
A + aquele(s) = àquele(s)
A + aquela(s) = àquela(s) Grande parte dos pronomes não possuem significados fixos, isto
A + aquilo = àquilo é, essas palavras só adquirem significação dentro de um contexto,
o qual nos permite recuperar a referência exata daquilo que está
Dicas sobre preposição sendo colocado por meio dos pronomes no ato da comunicação.
Com exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal demais pronomes têm por função principal apontar para as pessoas
oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” seja um artigo, do discurso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação no
virá precedendo um substantivo. Ele servirá para determiná-lo tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes
como um substantivo singular e feminino. apresentam uma forma específica para cada pessoa do discurso.
Didatismo e Conhecimento 25
LÍNGUA PORTUGUESA
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. Obs.: frequentemente observamos a omissão do pronome
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? verbais marcam, através de suas desinências, as pessoas do verbo
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala] indicadas pelo pronome reto: Fizemos boa viagem. (Nós)
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala] Pronome Oblíquo
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras variáveis Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença,
em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou indireto)
plural). Assim, espera-se que a referência através do pronome ou complemento nominal.
seja coerente em termos de gênero e número (fenômeno da Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
concordância) com o seu objeto, mesmo quando este se apresenta
ausente no enunciado. Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante
do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nossa diversa que eles desempenham na oração: pronome reto marca
escola neste ano. o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento da
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância oração.
adequada] Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com a
[neste: pronome que determina “ano” = concordância acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos.
adequada]
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concordância Pronome Oblíquo Átono
inadequada]
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica fraca: Ele
me deu um presente.
Pronomes Pessoais O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me
São aqueles que substituem os substantivos, indicando - 2ª pessoa do singular (tu): te
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve assume - 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, “vós”, “você” - 1ª pessoa do plural (nós): nos
ou “vocês” para designar a quem se dirige e “ele”, “ela”, “eles” ou - 2ª pessoa do plural (vós): vos
“elas” para fazer referência à pessoa ou às pessoas de quem fala. - 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções que
exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso oblíquo. Observações:
O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se apresenta
Pronome Reto na forma contraída, ou seja, houve a união entre o pronome “o” ou
“a” e preposição “a” ou “para”. Por acompanhar diretamente uma
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, preposição, o pronome “lhe” exerce sempre a função de objeto
exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito. indireto na oração.
Nós lhe ofertamos flores. Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos diretos
como objetos indiretos.
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como objetos
(apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal diretos.
flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se
quadro dos pronomes retos é assim configurado: com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo,
mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los,
- 1ª pessoa do singular: eu no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas
- 2ª pessoa do singular: tu formas nos exemplos que seguem:
- 3ª pessoa do singular: ele, ela - Trouxeste o pacote?
- 1ª pessoa do plural: nós - Sim, entreguei-to ainda há pouco.
- 2ª pessoa do plural: vós - Não contaram a novidade a vocês?
- 3ª pessoa do plural: eles, elas - Não, no-la contaram.
Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como No português do Brasil, essas combinações não são usadas;
complementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi ele até mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”,
comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais
formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os depois de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em
pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a -z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo
na praça”, “Trouxeram-me até aqui”. tempo que a terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
Didatismo e Conhecimento 26
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fiz + o = fi-lo Pronome Reflexivo
fazeis + o = fazei-lo
dizer + a = dizê-la São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem
como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração.
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo verbo.
formas no, nos, na, nas. Por exemplo: O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:
viram + o: viram-no - 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
repõe + os = repõe-nos Eu não me vanglorio disso.
retém + a: retém-na Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
tem + as = tem-nas
- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
Assim tu te prejudicas.
Pronome Oblíquo Tônico
Conhece a ti mesmo.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos por - 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
preposições, em geral as preposições a, para, de e com. Por esse Guilherme já se preparou.
motivo, os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto Ela deu a si um presente.
da oração. Possuem acentuação tônica forte. Antônio conversou consigo mesmo.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo - 1ª pessoa do plural (nós): nos.
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo Lavamo-nos no rio.
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco - 2ª pessoa do plural (vós): vos.
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Vós vos beneficiastes com a esta conquista.
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico são Eles se conheceram.
a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais repetem Elas deram a si um dia de folga.
a forma do pronome pessoal do caso reto.
A Segunda Pessoa Indireta
- As preposições essenciais introduzem sempre pronomes
pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos
A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando
contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso interlocutor
pronomes costumam ser usados desta forma: (portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa.
Não há mais nada entre mim e ti. É o caso dos chamados pronomes de tratamento, que podem ser
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. observados no quadro seguinte:
Não há nenhuma acusação contra mim.
Não vá sem mim. Pronomes de Tratamento
Didatismo e Conhecimento 27
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Observações: 2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse.
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de Podem ter outros empregos, como:
tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em relação a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro,
compareça a este encontro. b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 anos.
*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa. c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem lá seus
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o defeitos, mas eu gosto muito dela.
Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o
- Os pronomes de tratamento representam uma forma pronome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência trouxe
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratarmos sua mensagem?
um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos
endereçando à excelência que esse deputado supostamente tem 4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo
para poder ocupar o cargo que ocupa. concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e anotações.
- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos
2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª pessoa. átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe os passos. (=
Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos Vou seguir seus passos.)
empregados em relação a eles devem ficar na 3ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, Pronomes Demonstrativos
para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto.
dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do texto, a Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, no tempo ou
pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, discurso.
se começamos a chamar alguém de “você”, não poderemos usar No espaço:
“te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro
pessoa. está perto da pessoa que fala.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro
cabelos. (errado) está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus fala.
cabelos. (correto) Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo.
cabelos. (correto)
Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto
Pronomes Possessivos por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de
fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação ao
acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída). destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade.
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular) Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade
NÚMERO PESSOA PRONOME destinatária).
singular primeira meu(s), minha(s) Reafirmamos a disposição desta universidade em participar
singular segunda teu(s), tua(s) no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que
singular terceira seu(s), sua(s) envia a mensagem).
plural primeira nosso(s), nossa(s) No tempo:
plural segunda vosso(s), vossa(s) Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se refere
plural terceira seu(s), sua(s) ao ano presente.
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere a
Note que: A forma do possessivo depende da pessoa um passado próximo.
gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com o Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se
objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele referindo a um passado distante.
momento difícil.
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
Observações: invariáveis, observe:
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar da Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s),
alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, seu José. aquela(s).
Didatismo e Conhecimento 28
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Invariáveis: isto, isso, aquilo. - Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar do
ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. São eles: algo,
- Também aparecem como pronomes demonstrativos: alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem,
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e puderem tudo.
ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo. Algo o incomoda?
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) Quem avisa amigo é.
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que
te indiquei.) - Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade
- mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas que o aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).
procuraram ontem. Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões.
- próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram o
problema. Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora
pronomes indefinidos adjetivos:
- semelhante(s): Não compre semelhante livro.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos),
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
- tal, tais: Tal era a solução para o problema.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
Note que: quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
- Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
construções redundantes, com finalidade expressiva, para salientar Menos palavras e mais ações.
algum termo anterior. Por exemplo: Manuela, essa é que dera Alguns se contentam pouco.
em cheio casando com o José Afonso. Desfrutar das belezas
brasileiras, isso é que é sorte! Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e
invariáveis. Observe:
- O pronome demonstrativo neutro ou pode representar Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto,
um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária, tanta,
aparece, geralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto: O outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns, todos, muitos,
casamento seria um desastre. Todos o pressentiam. poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas, todas,
muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
- Para evitar a repetição de um verbo anteriormente expresso, é Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo,
comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer, chamado, então, cada.
verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes de): Ninguém teve
coragem de falar antes que ela o fizesse. São locuções pronominais indefinidas:
- Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa mencionada cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem
em último lugar; aquele, à mencionada em primeiro lugar: O quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual
referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos; aquele (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
casado, solteiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado] Cada um escolheu o vinho desejado.
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica: A Indefinidos Sistemáticos
menina foi a tal que ameaçou o professor?
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, percebemos
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com
que existem alguns grupos que criam oposição de sentido. É o caso
pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, disso, nisso,
de: algum/alguém/algo, que têm sentido afirmativo, e nenhum/
no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo)
ninguém/nada, que têm sentido negativo; todo/tudo, que indicam
Pronomes Indefinidos uma totalidade afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma
totalidade negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa,
São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, e algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza, e
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade qualquer, que generaliza.
indeterminada. Essas oposições de sentido são muito importantes na
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém- construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas vezes
plantadas. dependem a solidez e a consistência dos argumentos expostos.
Observe nas frases seguintes a força que os pronomes indefinidos
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa de destacados imprimem às afirmações de que fazem parte:
quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma imprecisa, Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano que prático.
seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou não se Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
quer revelar. Classificam-se em: pessoas quaisquer.
Didatismo e Conhecimento 29
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Pronomes Relativos Ele fez tudo quanto havia falado.
(antecedente)
São aqueles que representam nomes já mencionados
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as orações - O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre
subordinadas adjetivas. precedido de preposição.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um É um professor a quem muito devemos.
grupo racial sobre outros. (preposição)
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros =
oração subordinada adjetiva). - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui antecedente
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A casa onde morava
introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra “sistema” foi assaltada.
é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em
demonstrativo o, a, os, as. que.
Não sei o que você está querendo dizer. Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expresso. exterior.
Quem casa, quer casa.
- Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:
Observe: - como (= pelo qual): Não me parece correto o modo como
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais, você agiu semana passada.
cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, quantas. - quando (= em que): Bons eram os tempos quando podíamos
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. jogar videogame.
Didatismo e Conhecimento 30
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Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, o O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie
pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a segunda cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Próprio: é aquele
pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar.... que designa os seres de uma mesma espécie de forma particular:
Ajudar quem? Você (lhe). Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe,
os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente dos independentemente de outros seres.
segundos que são sempre precedidos de preposição. Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu estava real e do mundo imaginário.
fazendo. Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília,
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que etc.
eu estava fazendo. Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc.
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo Observe agora:
é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam Beleza exposta
os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual.
também nomeiam:
-lugares: Alemanha, Porto Alegre... O substantivo beleza designa uma qualidade.
-sentimentos: raiva, amor...
-estados: alegria, tristeza... Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que
-qualidades: honestidade, sinceridade... dependem de outros para se manifestar ou existir.
-ações: corrida, pescaria... Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser
observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa
Morfossintaxe do substantivo que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar.
Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato.
Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, ações
exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua como e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem
núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou os quais não podem existir: vida (estado), rapidez (qualidade),
indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar como viagem (ação), saudade (sentimento).
núcleo do complemento nominal ou do aposto, como núcleo do
predicativo do sujeito, do objeto ou como núcleo do vocativo. 3 - Substantivos Coletivos
Também encontramos substantivos como núcleos de adjuntos
adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas funções são Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra
desempenhadas por grupos de palavras. abelha, mais outra abelha.
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Classificação dos Substantivos Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
1- Substantivos Comuns e Próprios Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário
Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, com repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra abelha...
muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural.
toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular
oposição aos bairros). (enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie
(abelhas).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada cidade. Isso Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mesmo
significa que a palavra cidade é um substantivo comum. estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma espécie.
mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, homem,
mulher, país, cachorro.
Estamos voando para Barcelona.
Didatismo e Conhecimento 31
LÍNGUA PORTUGUESA
Substantivo coletivo Conjunto de: Formação dos Substantivos
assembleia pessoas reunidas
alcateia lobos Substantivos Simples e Compostos
acervo livros Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra.
antologia trechos literários selecionados O substantivo chuva é formado por um único elemento ou
arquipélago ilhas radical. É um substantivo simples.
banda músicos
bando desordeiros ou malfeitores Substantivo Simples: é aquele formado por um único
banca examinadores elemento.
batalhão soldados Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora:
cardume peixes O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos (guarda
caravana viajantes peregrinos + chuva). Esse substantivo é composto.
cacho frutas Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais
cáfila camelos elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas Substantivos Primitivos e Derivados
chusma gente, pessoas Meu limão meu limoeiro,
concílio bispos meu pé de jacarandá...
congresso parlamentares, cientistas.
elenco atores de uma peça ou filme O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de
esquadra navios de guerra nenhum outro dentro de língua portuguesa.
enxoval roupas Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma
falange soldados, anjos outra palavra da própria língua portuguesa. O substantivo limoeiro
fauna animais de uma região é derivado, pois se originou a partir da palavra limão.
feixe lenha, capim Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra
flora vegetais de uma região palavra.
frota navios mercantes, ônibus
girândola fogos de artifício Flexão dos substantivos
horda bandidos, invasores
junta médicos, bois, credores, examinadores O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável
júri jurados quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo,
legião soldados, anjos, demônios pode sofrer variações para indicar:
leva presos, recrutas Plural: meninos Feminino: menina
malta malfeitores ou desordeiros Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho
manada búfalos, bois, elefantes,
matilha cães de raça Flexão de Gênero
molho chaves, verduras
multidão pessoas em geral Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar
ninhada pintos sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há dois
nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, etc.) gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao gênero masculino os
penca bananas, chaves substantivos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns.
pinacoteca pinturas, quadros Veja estes títulos de filmes:
quadrilha ladrões, bandidos O velho e o mar
ramalhete flores Um Natal inesquecível
rebanho ovelhas Os reis da praia
récua bestas de carga, cavalgadura
repertório peças teatrais, obras musicais Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem vir
réstia alhos ou cebolas precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
romanceiro poesias narrativas A história sem fim
revoada pássaros Uma cidade sem passado
sínodo párocos As tartarugas ninjas
talha lenha
tropa muares, soldados Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
turma estudantes, trabalhadores
vara porcos Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes de
seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado ao
sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o masculino
e outra para o feminino. Observe: gato – gata, homem – mulher,
poeta – poetisa, prefeito - prefeita
Didatismo e Conhecimento 32
LÍNGUA PORTUGUESA
Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para
única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de
feminino. Classificam-se em: epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade de
- Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos: a cobra especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea.
macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea. A cobra macho picou o marinheiro.
- Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas: a A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o
indivíduo. Sobrecomuns:
- Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por Entregue as crianças à natureza.
meio do artigo: o colega e a colega, o doente e a doente, o artista
e a artista. A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino,
quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem um
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados em ema possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que se
ou oma, são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o sintoma, refere a palavra. Veja:
o teorema. A criança chorona chamava-se João.
- Existem certos substantivos que, variando de gênero, variam A criança chorona chamava-se Maria.
em seu significado: o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação
emissora) o capital (dinheiro) e a capital (cidade) Outros substantivos sobrecomuns:
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes criatura.
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de Marcela
- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno - aluna. faleceu
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
masculino: freguês - freguesa Comuns de Dois Gêneros:
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
formas:
- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez que
-troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona a palavra motorista é um substantivo uniforme.
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - A distinção de gênero pode ser feita através da análise do
sultana artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo: o colega -
a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem - uma jovem; artista
- Substantivos terminados em -or: famoso - artista famosa; repórter francês - repórter francesa
- acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora - A palavra personagem é usada indistintamente nos dois
- troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz gêneros.
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada preferência
- Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: cônsul - pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens os personagens
consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque - duquesa dos contos de carochinha.
/ conde - condessa / profeta - profetisa b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino: O
problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam a
- Substantivos que formam o feminino trocando o -e final por personagem.
-a: elefante - elefanta - Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte.
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e no Observe o gênero dos substantivos seguintes:
feminino: bode – cabra / boi - vaca
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó (pena),
- Substantivos que formam o feminino de maneira especial, o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o maracajá, o clã,
isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores: czar – czarina o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o proclama, o
réu - ré pernoite, o púbis.
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido, a cal,
Epicenos: a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de origem grega
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma, o plasma, o
porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar o apostema, o diagrama, o epigrama, o telefonema, o estratagema,
masculino e o feminino. o dilema, o teorema, o trema, o eczema, o edema, o magma, o
estigma, o axioma, o tracoma, o hematoma.
Didatismo e Conhecimento 33
LÍNGUA PORTUGUESA
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc. - Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de duas
maneiras:
Gênero dos Nomes de Cidades: - Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos.
A histórica Ouro Preto. Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas maneiras:
A dinâmica São Paulo. répteis ou reptis (pouco usada).
A acolhedora Porto Alegre.
Uma Londres imensa e triste. - Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de duas
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre. maneiras:
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo
Gênero e Significação: de “es”: ás – ases / retrós - retroses
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis: o
Muitos substantivos têm uma significação no masculino e lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
outra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que à frente da
tropa, indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o
- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de três
que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão),
maneiras.
a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibição
de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do corpo), o - substituindo o -ão por -ões: ação - ações
cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato de cismar, - substituindo o -ão por -ães: cão - cães
desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza (resíduos de - substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
combustão), o capital (dinheiro), a capital (cidade), o coma (perda
dos sentidos), a coma (cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, - Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o látex
canto em coro), a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, - os látex.
usado na administração da crisma e de outros sacramentos), a
crisma (sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura Plural dos Substantivos Compostos
(ato de curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta
planície de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a guia -A formação do plural dos substantivos compostos depende
(documento, pena grande das asas das aves), o grama (unidade da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam o
de peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são
(recipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente grafados sem hífen comportam-se como os substantivos simples:
(vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade, bons aguardente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/pontapés,
costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a nascente malmequer/malmequeres.
(a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor), maria- O plural dos substantivos compostos cujos elementos são
fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala (poncho), a pala ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões.
(parte anterior do boné ou quepe, anteparo), o rádio (aparelho Algumas orientações são dadas a seguir:
receptor), a rádio (estação emissora), o voga (remador), a voga - Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:
(moda, popularidade). substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos
Flexão de Número do Substantivo adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
Em português, há dois números gramaticais: o singular, que
indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que indica mais de
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
um ser ou grupo de seres. A característica do plural é o “s” final.
formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
Plural dos Substantivos Simples
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e “n” -falantes
fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – ímãs; hífen palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos
- hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon - cânones.
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em “ns”: formados de:
homem - homens. substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-
colônia e águas-de-colônia
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural pelo substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor
acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. e cavalos-vapor
Atenção: O plural de caráter é caracteres. substantivo + substantivo que funciona como determinante do
primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo anterior:
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se palavra-chave - palavras-chave, bomba-relógio - bombas-relógio,
no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; caracol – notícia-bomba - notícias-bomba, homem-rã - homens-rã, peixe-
caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul e cônsules. espada - peixes-espada.
Didatismo e Conhecimento 34
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- Permanecem invariáveis, quando formados de: Observe o exemplo:
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora Este jogador faz gols toda vez que joga.
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
Didatismo e Conhecimento 35
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- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do ser. * Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente,
Pode ser: são usados na terceira pessoa do singular. Os principais verbos
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo que impessoais são:
indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. ** haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de ou fazer (em orações temporais).
diminuição. Por exemplo: casinha. Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros processos: Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); ocorrência
(nascer); desejo (querer). ** fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
possíveis significados. Observe que palavras como corrida, Era primavera quando a conheci.
chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns Estava frio naquele dia.
verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as
possibilidades de flexão que esses verbos possuem. ** Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
Estrutura das Formas Verbais escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal-
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar
-humorado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado.
os seguintes elementos:
Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significado
de ser impessoal para ser pessoal.
essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
fal-)
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (falar), 2ª
- Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática - I - (partir). ** São impessoais, ainda:
- Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo:
tempo e o modo do verbo. Por exemplo: Já passa das seis.
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) 2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de,
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) indicando suficiência: Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
- Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está
pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural): muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados possível”. Por exemplo:
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a Não deu para chegar mais cedo.
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver Dá para me arrumar uns trocados?
desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo:
põe, pões, põem, etc. * Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se
apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas A fruta amadureceu.
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos As frutas amadureceram.
verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos
facilidade que nas formas rizotônicas o acento tônico cai no pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadureceu bastante.
radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas
formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim
Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de
na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.
animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodilo, cacarejar:
galinha, coaxar: sapo, cricrilar: grilo
Classificação dos Verbos
Classificam-se em:
- Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais Os principais verbos unipessoais são:
de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: 1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser
canto cantei cantarei cantava cantasse. (preciso, necessário, etc.):
- Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos
radical ou nas desinências: faço fiz farei fizesse. bastante.)
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais: É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)
Didatismo e Conhecimento 36
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2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
* Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que provavelmente
causaria problemas de interpretação em certos contextos.
- verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade
considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas verbais repudiadas
por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e a popularização da informática, tem sido
conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.
- Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma ocorrer no
particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular). Observe:
- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais, ides, fui, foste,
pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).
- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando acompanhado
de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar as moscas.
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)
Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.
Didatismo e Conhecimento 37
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SER - Modo Subjuntivo
Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês
Didatismo e Conhecimento 38
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HAVER - Modo Indicativo
Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam
Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam
- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma pessoa
do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio sentido do verbo
(reflexivos essenciais). Veja:
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se, ater-
-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está implícita no radical do
verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mesma, pois não recebe
ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é
conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Didatismo e Conhecimento 39
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Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e - Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três
respectivos pronomes): pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta
Eu me arrependo desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais,
Tu te arrependes flexiona-se da seguinte maneira:
Ele se arrepende 2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
Nós nos arrependemos 1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
Vós vos arrependeis 2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
Eles se arrependem 3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa
- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em colocação.
que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto representado
por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito - Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou
faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos advérbio. Por exemplo:
transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
conjugados com os pronomes mencionados, formando o que se Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de adjetivo)
chama voz reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na
exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: forma composta, uma ação concluída. Por exemplo:
Maria penteou-me. Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos - Particípio: quando não é empregado na formação dos
átonos dos verbos pronominais não possuem função sintática. tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado de
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau.
oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais, são Por exemplo:
os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar Terminados os exames, os candidatos saíram.
de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções
sintáticas. Por exemplo: Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me (objeto relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo
direto) - 1ª pessoa do singular (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida para
representar a escola.
Modos Verbais
Tempos Verbais
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo
na expressão de um fato. Em Português, existem três modos: Tomando-se como referência o momento em que se fala, a
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu sempre ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja:
estudo. 1. Tempos do Indicativo
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu - Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
estude amanhã. - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda agora, momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
menino. terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num
Formas Nominais momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que - Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido
podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, advérbio), antes de outro fato já terminado: Ele já tinha estudado as lições
sendo por isso denominadas formas nominais. Observe: quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já estudara as
- Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de lições quando os amigos chegaram. (forma simples).
modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substantivo. - Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer
Por exemplo: num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele estudará
Viver é lutar. (= vida é luta) as lições amanhã.
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) - Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer
posteriormente a um determinado fato passado: Se eu tivesse
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma dinheiro, viajaria nas férias.
simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro. 2. Tempos do Subjuntivo
Era preciso ter lido este livro. - Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento
atual: É conveniente que estudes para o exame.
Didatismo e Conhecimento 40
LÍNGUA PORTUGUESA
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.
Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo: Se ele
viesse ao clube, participaria do campeonato.
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier à loja, levará as
encomendas.
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja, levará as
encomendas.
Presente do Indicativo
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M
Pretérito mais-que-perfeito
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1ª/2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M
Didatismo e Conhecimento 41
LÍNGUA PORTUGUESA
Futuro do Pretérito do Indicativo
Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do indicativo pela
desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim,
o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número e pessoa correspondente.
Futuro do Subjuntivo
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim, o
tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa correspondente.
Didatismo e Conhecimento 42
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Modo Imperativo
Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do plural (vós)
eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:
Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido ou conselho só
se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).
Infinitivo Pessoal
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM
02. (Escrevente TJ SP Vunesp 2012-adap.) Na frase –… os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando quedas sucessivas de
2005 para cá. –, a locução verbal em destaque expressa ação
(A) concluída. (B) atemporal. (C) contínua. (D) hipotética. (E) futura.
03. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013-adap.) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas interações sociais
terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
(A) considerar ao acaso, sem premeditação.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
(C) adotar como referência de qualidade.
(D) julgar de acordo com normas legais.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas.
Didatismo e Conhecimento 43
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04. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa 09. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a
contendo a frase do texto na qual a expressão verbal destacada alternativa em que a concordância das formas verbais destacadas
exprime possibilidade. se dá em conformidade com a norma-padrão da língua.
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sistema (A) Chegou, para ajudar a família, vários amigos e vizinhos.
capaz de disponibilizar um grande número de obras literárias... (B) Haviam várias hipóteses acerca do que poderia ter
(B) Funcionando como um imenso sistema de informação e acontecido com a criança.
arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo virtual. (C) Fazia horas que a criança tinha saído e os pais já estavam
(C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por associação, preocupados.
e não mais por sequências fixas previamente estabelecidas. (D) Era duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada.
(D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse conceito (E) Existia várias maneiras de voltar para casa, mas a criança
está ligado a uma nova concepção de textualidade... se perdeu mesmo assim.
(E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponibilizar
toda a literatura do mundo... 10. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
– 2013-adap.). Leia as frases a seguir.
05.(POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de madeira
SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) No trecho: “O no animal.
crescimento econômico, se associado à ampliação do emprego, II. Existiam muitos ferimentos no boi.
PODE melhorar o quadro aqui sumariamente descrito.”, se III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
passarmos o verbo destacado para o futuro do pretérito do movimentada.
indicativo, teremos a forma: Substituindo-se o verbo Haver pelo verbo Existir e este pelo
A) puder. verbo Haver, nas frases, têm-se, respectivamente:
B) poderia. A) Existia – Haviam – Existiam
C) pôde. B) Existiam – Havia – Existiam
D) poderá. C) Existiam – Haviam – Existiam
E) pudesse. D) Existiam – Havia – Existia
E) Existia – Havia – Existia
06. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa em
que todos os verbos estão empregados de acordo com a norma- GABARITO
-padrão.
(A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da 01. B 02. C 03. E 04. B 05. B
impressão definitiva. 06. A 07. C 08. B 09. C 10. D
(B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em silêncio.
(C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a trabalhar RESOLUÇÃO
no feriado.
(D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga... 1-) É comum que objetos sejam esquecidos em locais
(E) Se você quer a promoção, é necessário que a requera a seu públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as
superior. pessoas mantivessem a atenção voltada para seus pertences,
conservando-os junto ao corpo.
07. (Papiloscopista Policial Vunesp 2013-adap.) Assinale
a alternativa que substitui, corretamente e sem alterar o sentido 2-) os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando
da frase, a expressão destacada em – Se a criança se perder, quedas sucessivas de 2005 para cá. –, a locução verbal em destaque
quem encontrá-la verá na pulseira instruções para que envie uma expressa ação contínua (= não concluída)
mensagem eletrônica ao grupo ou acione o código na internet.
(A) Caso a criança se havia perdido… 3-) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de
(B) Caso a criança perdeu… um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da
(C) Caso a criança se perca… pergunta “débito ou crédito?”.
(D) Caso a criança estivera perdida… Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de classificar
(E) Caso a criança se perda… segundo ideias preconcebidas.
08. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013-adap.). 4-) (B) Funcionando como um imenso sistema de informação
Assinale a alternativa em que o verbo destacado está no tempo e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo
futuro. virtual. = verbo no futuro do pretérito
A) Os consumidores são assediados pelo marketing …
B) … somente eles podem decidir se irão ou não comprar. 5-) Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”… Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós poderíamos,
D) … de onde vem o produto…? vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração é crescimento
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… econômico (singular), portanto, terceira pessoa do singular (ele)
= poderia.
Didatismo e Conhecimento 44
LÍNGUA PORTUGUESA
6-) - frases interrogativas: o emissor da mensagem formula uma
(B) Não haverá prova do crime se o réu se mantiver em pergunta: Que queres fazer?
silêncio. - frases imperativas: o emissor da mensagem dá uma ordem
(C) Vão pagar horas-extras aos que se dispuserem a trabalhar ou faz um pedido: Dê-me uma mãozinha! Faça-o sair!
no feriado. - frases exclamativas: o emissor exterioriza um estado afetivo:
(D) Ficarão surpresos quando o virem com a toga... Que dia difícil!
(E) Se você quiser a promoção, é necessário que a requeira a - frases declarativas: o emissor constata um fato: Ele já
seu superior. chegou.
7-) Caso a criança se perca…(perda = substantivo: Houve Quanto à estrutura da frase, as frases que possuem verbo
uma grande perda salarial...) (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais: sujeito
e predicado. O sujeito é o termo da frase que concorda com o
8-) verbo em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o
tema do que se vai comunicar”. O predicado é a parte da frase que
A) Os consumidores são assediados pelo marketing = presente
contém “a informação nova para o ouvinte”. Ele se refere ao tema,
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”…
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
= pretérito do Subjuntivo
Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o
D) … de onde vem o produto…? = presente predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver num nome, teremos um
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… = predicado nominal:
pretérito perfeito Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de
opinião.
9-) A existência é frágil.
(A) Chegaram, para ajudar a família, vários amigos e vizinhos.
(B) Havia várias hipóteses acerca do que poderia ter acontecido A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período (simples)
com a criança. quando encerra um pensamento completo e vem limitada por
(D) Eram duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada. ponto-final, ponto de interrogação, ponto de exclamação e por
(E) Existiam várias maneiras de voltar para casa, mas a criança reticências.
se perdeu mesmo assim. Um vulto cresce na escuridão. Clarissa encolhe-se. É Vasco.
10-) I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de Acima temos três orações correspondentes a três períodos
madeira no animal. simples ou a três frases. Mas, nem sempre oração é frase: “convém
II. Existiam muitos ferimentos no boi. que te apresses” apresenta duas orações, mas uma só frase,
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida pois somente o conjunto das duas é que traduz um pensamento
movimentada. completo.
Haver – sentido de existir= invariável, impessoal; Outra definição para oração é a frase ou membro de frase
existir = variável. Portanto, temos: que se organiza ao redor de um verbo. A oração possui sempre
I – Existiam onze pessoas... um verbo (ou locução verbal), que implica na existência de um
II – Havia muitos ferimentos... predicado, ao qual pode ou não estar ligado um sujeito.
III – Existia muita gente... Assim, a oração é caracterizada pela presença de um verbo.
Dessa forma:
Rua! = é uma frase, não é uma oração.
SINTAXE: TERMOS DA ORAÇÃO, Já em: “Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar
PERÍODO COMPOSTO, CONCEITO E a noite do meu bem.” Temos uma frase e três orações: As duas
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES últimas orações não são frases, pois em si mesmas não satisfazem
um propósito comunicativo; são, portanto, membros de frase.
Didatismo e Conhecimento 45
LÍNGUA PORTUGUESA
Termos essenciais da oração: Na língua portuguesa o sujeito pode ser indeterminado de
duas maneiras:
O sujeito e o predicado são considerados termos essenciais - com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o sujeito
da oração, ou seja, sujeito e predicado são termos indispensáveis não tenha sido identificado anteriormente:
para a formação das orações. No entanto, existem orações formadas Bateram à porta;
exclusivamente pelo predicado. O que define, pois, a oração, é a Andam espalhando boatos a respeito da queda do ministro.
presença do verbo.
O sujeito é o termo que estabelece concordância com o verbo. - com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido do
“Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.” pronome se. Esta é uma construção típica dos verbos que não
“Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos teus olhos”. apresentam complemento direto:
Precisa-se de mentes criativas;
Na primeira frase, o sujeito é minha primeira lágrima. Minha Vivia-se bem naqueles tempos;
e primeira referem-se ao conceito básico expresso em lágrima. Trata-se de casos delicados;
Lágrima é, pois, a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, Sempre se está sujeito a erros.
denominada núcleo do sujeito. O núcleo do sujeito relaciona-se
com o verbo, estabelecendo a concordância. O pronome se funciona como índice de indeterminação do
A função do sujeito é basicamente desempenhada por sujeito.
substantivos, o que a torna uma função substantiva da oração.
Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras palavras As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predicado,
substantivadas (derivação imprópria) também podem exercer a
articulam-se a partir de um verbo impessoal. A mensagem está
função de sujeito.
centrada no processo verbal. Os principais casos de orações sem
Ele já partiu;
sujeito com:
Os dois sumiram;
- os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Um sim é suave e sugestivo.
Amanheceu repentinamente;
Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: o de Está chuviscando.
determinação ou indeterminação e o de núcleo do sujeito.
Um sujeito é determinado quando é facilmente identificável - os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam fenômenos
pela concordância verbal. O sujeito determinado pode ser simples meteorológicos ou se relacionam ao tempo em geral:
ou composto. Está tarde.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é possível Ainda é cedo.
identificar claramente a que se refere a concordância verbal. Isso Já são três horas, preciso ir;
ocorre quando não se pode ou não interessa indicar precisamente Faz frio nesta época do ano;
o sujeito de uma oração. Há muitos anos aguardamos mudanças significativas;
Estão gritando seu nome lá fora; Faz anos que esperamos melhores condições de vida;
Trabalha-se demais neste lugar.
O predicado é o conjunto de enunciados que numa dada
O sujeito simples é o sujeito determinado que possui um único oração contém a informação nova para o ouvinte. Nas orações sem
núcleo. Esse vocábulo pode estar no singular ou no plural; pode sujeito, o predicado simplesmente enuncia um fato qualquer:
também ser um pronome indefinido. Chove muito nesta época do ano;
Nós nos respeitamos mutuamente; Houve problemas na reunião.
A existência é frágil;
Ninguém se move; Nas orações que surge o sujeito, o predicado é aquilo que se
O amar faz bem. declara a respeito desse sujeito.
Com exceção do vocativo, que é um termo à parte, tudo o que
O sujeito composto é o sujeito determinado que possui mais difere do sujeito numa oração é o seu predicado.
de um núcleo. Os homens (sujeito) pedem amor às mulheres (predicado);
Alimentos e roupas andam caríssimos; Passou-me (predicado) uma ideia estranha (sujeito) pelo
Ela e eu nos respeitamos mutuamente; pensamento (predicado).
O amar e o odiar são tidos como duas faces da mesma moeda.
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a referência núcleo está num nome ou num verbo. Deve-se considerar também
ao sujeito oculto ( ou elíptico), isto é, ao núcleo do sujeito que está se as palavras que formam o predicado referem-se apenas ao verbo
implícito e que pode ser reconhecido pela desinência verbal ou ou também ao sujeito da oração.
pelo contexto. Os homens sensíveis (sujeito) pedem amor sincero às mulheres
Abolimos todas as regras. = (nós) de opinião.
O sujeito indeterminado surge quando não se quer ou não se O predicado acima apresenta apenas uma palavra que se
pode identificar claramente a que o predicado da oração refere- refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se direta ou
-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso contrário, indiretamente ao verbo.
teríamos uma oração sem sujeito. A existência (sujeito) é frágil (predicado).
Didatismo e Conhecimento 46
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O nome frágil, por intermédio do verbo, refere-se ao sujeito da Os homens sensíveis pedem amor às mulheres de opinião;
oração. O verbo atua como elemento de ligação entre o sujeito e a Os homens sinceros pedem-no às mulheres de opinião;
palavra a ele relacionada. Dou-lhes três.
Houve muita confusão na partida final.
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo significativo
um verbo: O objeto direto preposicionado ocorre principalmente:
Chove muito nesta época do ano; - com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns referentes
Senti seu toque suave; a pessoas:
O velho prédio foi demolido. Amar a Deus;
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem apenas Adorar a Xangô;
para indicar o estado do sujeito, mas indicam processos. Estimar aos pais.
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de
significativo um nome; esse nome atribui uma qualidade ou tratamento:
estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujeito. Não excluo a ninguém;
O predicativo é um nome que se liga a outro nome da oração por Não quero cansar a Vossa Senhoria.
meio de um verbo.
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, isto - para evitar ambiguidade:
é, não indica um processo. O verbo une o sujeito ao predicativo, Ao povo prejudica a crise. (sem preposição, a situação seria
indicando circunstâncias referentes ao estado do sujeito: outra)
“Ele é senhor das suas mãos e das ferramentas.”
O objeto indireto é o complemento que se liga indiretamente
Na frase acima o verbo ser poderia ser substituído por estar, ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
andar, ficar, parecer, permanecer ou continuar, atuando como Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres;
elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele relacionadas. Os homens pedem-lhes amor sincero;
A função de predicativo é exercida normalmente por um Gosto de música popular brasileira.
adjetivo ou substantivo.
O termo que integra o sentido de um nome chama-se
O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta dois complemento nominal. O complemento nominal liga-se ao nome
núcleos significativos: um verbo e um nome. No predicado que completa por intermédio de preposição:
verbo-nominal, o predicativo pode referir-se ao sujeito ou ao Desenvolvemos profundo respeito à arte;
complemento verbal. A arte é necessária à vida;
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre significativo, Tenho-lhe profundo respeito.
indicando processos. É também sempre por intermédio do verbo
que o predicativo se relaciona com o termo a que se refere. Termos acessórios da oração e vocativo:
O dia amanheceu ensolarado;
As mulheres julgam os homens inconstantes Os termos acessórios recebem esse nome por serem acidentais,
explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o adjunto
No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta duas adverbial, adjunto adnominal, o aposto e o vocativo.
funções: a de verbo significativo e a de verbo de ligação. Esse
predicado poderia ser desdobrado em dois, um verbal e outro O adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma
nominal: circunstância do processo verbal, ou intensifica o sentido de um
O dia amanheceu; adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função adverbial, pois cabe ao
O dia estava ensolarado. advérbio e às locuções adverbiais exercerem o papel de adjunto
adverbial.
No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.
complemento homens como o predicativo inconstantes.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto
Termos integrantes da oração: adverbial são:
- acréscimo: Além de tristeza, sentia profundo cansaço.
Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o - afirmação: Sim, realmente irei partir.
complemento nominal são chamados termos integrantes da oração. - assunto: Falavam sobre futebol.
Os complementos verbais integram o sentido dos verbos - causa: Morrer ou matar de fome, de raiva e de sede…
transitivos, com eles formando unidades significativas. Esses - companhia: Sempre contigo bailando sob as estrelas.
verbos podem se relacionar com seus complementos diretamente, - concessão: Apesar de você, amanhã há de ser outro dia.
sem a presença de preposição ou indiretamente, por intermédio de - conformidade: Fez tudo conforme o combinado.
preposição. - dúvida: Talvez nos deixem entrar.
O objeto direto é o complemento que se liga diretamente ao - fim: Estudou para o exame.
verbo. - frequência: Sempre aparecia por lá.
Didatismo e Conhecimento 47
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- instrumento: Fez o corte com a faca. A função de vocativo é substantiva, cabendo a substantivos,
- intensidade: Corria bastante. pronomes substantivos, numerais e palavras substantivadas esse
- limite: Andava atabalhoado do quarto à sala. papel na linguagem.
- lugar: Vou à cidade. João, venha comigo!
- matéria: Compunha-se de substâncias estranhas. Traga-me doces, minha menina!
- meio: Viajarei de trem.
- modo: Foram recrutados a dedo. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
- negação: Não há ninguém que mereça.
- preço: As casas estão sendo vendidas a preços exorbitantes. O período composto caracteriza-se por possuir mais de uma
- substituição ou troca: Abandonou suas convicções por oração em sua composição. Sendo assim:
privilégios econômicos. - Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma oração)
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo. - Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
(Período Composto =locução verbal, verbo, duas orações)
O adjunto adnominal é o termo acessório que determina, - Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um protetor
especifica ou explica um substantivo. É uma função adjetiva, solar. (Período Composto = três verbos, três orações).
pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que exercem o papel
de adjunto adnominal na oração. Também atuam como adjuntos Cada verbo ou locução verbal corresponde a uma oração.
adnominais os artigos, os numerais e os pronomes adjetivos. Isso implica que o primeiro exemplo é um período simples, pois
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo tem apenas uma oração, os dois outros exemplos são períodos
de infância. compostos, pois têm mais de uma oração.
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer entre as
O adjunto adnominal liga-se diretamente ao substantivo a que orações de um período composto: uma relação de coordenação ou
se refere, sem participação do verbo. Já o predicativo do objeto uma relação de subordinação.
liga-se ao objeto por meio de um verbo. Duas orações são coordenadas quando estão juntas em um
O poeta português deixou uma obra originalíssima. mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de informações,
O poeta deixou-a. marcado pela pontuação final), mas têm, ambas, estruturas
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: adjunto individuais, como é o exemplo de:
adnominal) Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
O poeta português deixou uma obra inacabada. (Período Composto)
O poeta deixou-a inacabada. Podemos dizer:
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do objeto) 1. Estou comprando um protetor solar.
2. Irei à praia.
Enquanto o complemento nominal relaciona-se a um Separando as duas, vemos que elas são independentes.
substantivo, adjetivo ou advérbio; o adjunto nominal relaciona-se É esse tipo de período que veremos agora: o Período Composto
apenas ao substantivo. por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, temos dois
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, explicar, tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sindéticas.
desenvolver ou resumir a ideia contida num termo que exerça
qualquer função sintática. Coordenadas Assindéticas
Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado.
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas através
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem. de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas.
Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao termo que
se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira passei o Coordenadas Sindéticas
dia mal-humorado. Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si,
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor na mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa. Esse
oração, em: caráter vai trazer para esse tipo de oração uma classificação. As
a) explicativo: A linguística, ciência das línguas humanas, orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
permite-nos interpretar melhor nossa relação com o mundo. aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas coisas:
amor, arte, ação. Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas principais
c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho, tudo conjunções são: e, nem, não só... mas também, não só... como,
isso forma o carnaval. assim... como.
d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram- Não só cantei como também dancei.
se por muito tempo na baía anoitecida. Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia.
O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar ou Comprei o protetor solar e fui à praia.
interpelar um ouvinte real ou hipotético.
Didatismo e Conhecimento 48
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Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas 1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretanto, A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e
porém, no entanto, ainda, assim, senão. vem introduzida, geralmente, por conjunção integrante (que, se).
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. Suponho que você foi à biblioteca hoje.
Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando. Oração Subordinada Substantiva
Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia.
Você sabe se o presidente já chegou?
Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas Oração Subordinada Substantiva
principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...
seja. Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador. introduzem as orações subordinadas substantivas, bem como os
Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como). Veja os
diferentes. exemplos:
Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto. O garoto perguntou qual seu nome.
Oração Subordinada Substantiva
Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por conseguinte, Não sabemos por que a vizinha se mudou.
consequentemente, pois (posposto ao verbo) Oração Subordinada Substantiva
Passei no concurso, portanto irei comemorar.
Conclui o meu projeto, logo posso descansar. Classificação das Orações Subordinadas Substantivas
Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.
A situação é delicada; devemos, pois, agir De acordo com a função que exerce no período, a oração
subordinada substantiva pode ser:
Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas a) Subjetiva
principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verdade, pois É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito do
(anteposto ao verbo). verbo da oração principal. Observe:
Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo. É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Só fiquei triste por você não ter viajado comigo. Sujeito
Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domingo.
É fundamental que você compareça à reunião.
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO Oração Principal Oração Subordinada Substantiva
Subjetiva
Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
“Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto.” Atenção:
Oração Principal Oração Subordinada Observe que a oração subordinada substantiva pode ser
substituída pelo pronome “ isso”. Assim, temos um período
Observe que na oração subordinada temos o verbo “existe”, simples:
que está conjugado na terceira pessoa do singular do presente É fundamental isso. ou Isso é fundamental.
do indicativo. As orações subordinadas que apresentam verbo
em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo, Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exercerá a
subjuntivo e imperativo), são chamadas de orações desenvolvidas função de sujeito
ou explícitas. Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
Podemos modificar o período acima. Veja: principal:
- Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo:
Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto. É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É claro -
Oração Principal Oração Subordinada Está evidente - Está comprovado
É bom que você compareça à minha festa.
A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu sinto”
é a oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada - Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube-se -
“existir em meu gesto o teu gesto”. Note que a oração subordinada Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anunciado - Ficou
apresenta agora verbo no infinitivo. Além disso, a conjunção provado
“que”, conectivo que unia as duas orações, desapareceu. As Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
orações subordinadas cujo verbo surge numa das formas nominais
(infinitivo - flexionado ou não -, gerúndio ou particípio) chamamos - Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - importar
orações reduzidas ou implícitas. - ocorrer - acontecer
Convém que não se atrase na entrevista.
Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por
conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente, Obs.: quando a oração subordinada substantiva é subjetiva,
introduzidas por preposição. o verbo da oração principal está sempre na 3ª. pessoa do singular.
Didatismo e Conhecimento 49
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b) Objetiva Direta e) Predicativa
A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce A oração subordinada substantiva predicativa exerce papel de
função de objeto direto do verbo da oração principal. predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre
Todos querem sua aprovação no concurso. depois do verbo ser.
Objeto Direto Nosso desejo era sua desistência.
Predicativo do Sujeito
Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem
isso) Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo era isso)
Oração Principal oração Subordinada Substantiva Oração Subordinada Substantiva
Objetiva Direta Predicativa
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva “de” para
desenvolvidas são iniciadas por: realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não fui bem na prova.
- Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”: A
professora verificou se todos alunos estavam presentes. f) Apositiva
A oração subordinada substantiva apositiva exerce função de
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes aposto de algum termo da oração principal.
regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O pessoal Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
queria saber quem era o dono do carro importado. Aposto
(Fernanda tinha um grande sonho: isso.)
- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes
regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu não sei por Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!
que ela fez isso. Oração Subordinada Substantiva Apositiva
reduzida de infinitivo
c) Objetiva Indireta
A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua como * Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : )
objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de
preposição. 2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Meu pai insiste em meu estudo. Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor
Objeto Indireto e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As orações vêm
introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto
Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso) adnominal do antecedente. Observe o exemplo:
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta Esta foi uma redação bem-sucedida.
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na
oração. Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivo
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos outra construção,
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta a qual exerce exatamente o mesmo papel. Veja:
Esta foi uma redação que fez sucesso.
d) Completiva Nominal Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva
A oração subordinada substantiva completiva nominal
completa um nome que pertence à oração principal e também vem Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e
marcada por preposição. o termo da oração principal que ela modifica é feita pelo pronome
relativo “que”. Além de conectar (ou relacionar) duas orações,
Sentimos orgulho de seu comportamento. o pronome relativo desempenha uma função sintática na oração
Complemento Nominal subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o
antecede.
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sentimos Obs.: para que dois períodos se unam num período composto,
orgulho disso.) altera-se o modo verbal da segunda oração.
Oração Subordinada Substantiva Completiva Atenção: Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o
Nominal pronome relativo que: ele sempre pode ser substituído por: o qual
- a qual - os quais - as quais
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas objetivas Refiro-me ao aluno que é estudioso.
indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações Essa oração é equivalente a:
subordinadas substantivas completivas nominais integram o Refiro-me ao aluno o qual estuda.
sentido de um nome. Para distinguir uma da outra, é necessário
levar em conta o termo complementado. Essa é, aliás, a diferença
entre o objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro
complementa um verbo, o segundo, um nome.
Didatismo e Conhecimento 50
LÍNGUA PORTUGUESA
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, causa,
condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida
Quando são introduzidas por um pronome relativo e por uma das conjunções subordinativas (com exclusão das
apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as orações integrantes). Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução
subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, conjuntiva que a introduz.
existem as orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não
são introduzidas por pronome relativo (podem ser introduzidas Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
por preposição) e apresentam o verbo numa das formas nominais Oração Subordinada Adverbial
(infinitivo, gerúndio ou particípio).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. Observe que a oração em destaque agrega uma circunstância
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. de tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adverbial
temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios que
No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva indicam uma circunstância referente, via de regra, a um verbo. A
desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo “que” classificação do adjunto adverbial depende da exata compreensão
e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. da circunstância que exprime. Observe os exemplos abaixo:
No segundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha
infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo. vida.
Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas minha vida.
Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto
as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”. No
diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do segundo período, esse papel é exercido pela oração “Quando vi
termo a que se referem, individualizando-o. Nessas orações não a estátua”, que é, portanto, uma oração subordinada adverbial
há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas temporal. Essa oração é desenvolvida, pois é introduzida por uma
restritivas. Existem também orações que realçam um detalhe conjunção subordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal
ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra do modo indicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo).
suficientemente definido, as quais denominam-se subordinadas Seria possível reduzi-la, obtendo-se:
Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de minha
adjetivas explicativas.
vida.
Exemplo 1:
Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um
A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma das
homem que passava naquele momento.
formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é introduzida
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
por conjunção subordinativa, mas sim por uma preposição (“a”,
combinada com o artigo “o”).
Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e
Obs.: a classificação das orações subordinadas adverbiais é
particulariza o sentido da palavra “homem”: trata-se de um homem feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos adverbiais.
específico, único. A oração limita o universo de homens, isto é, não Baseia-se na circunstância expressa pela oração.
se refere a todos os homens, mas sim àquele que estava passando
naquele momento. Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas
Adverbiais
Exemplo 2: a) Causa
O homem, que se considera racional, muitas vezes age A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca
animalescamente. um determinado fato, ao motivo do que se declara na oração
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa principal. “É aquilo ou aquele que determina um acontecimento”.
Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE
Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restritivo Outras conjunções e locuções causais: como (sempre
em relação à palavra “homem”; na verdade, essa oração apenas introduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois
explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de que, já que, uma vez que, visto que.
“homem”. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicativa é Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve
separada da oração principal por uma pausa que, na escrita, é alternativa a não ser cancelá-lo.
representada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação Já que você não vai, eu também não vou.
seja indicada como forma de diferenciar as orações explicativas
das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre isoladas por b) Consequência
vírgulas; as restritivas, não. As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem
um fato que é consequência, que é efeito do que se declara na
3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS oração principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções:
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a que, de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas
função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Dessa tão...que, tanto...que, tamanho...que.
Didatismo e Conhecimento 51
LÍNGUA PORTUGUESA
Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE No entanto, quando se comparam ações diferentes, isso não
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho) ocorre. Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (comparação do
É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor.) verbo falar e do verbo fazer).
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou
concretizando-os. f) Conformidade
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida de As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam
Infinitivo) ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, um modelo
adotado para a execução do que se declara na oração principal.
Principal conjunção subordinativa conformativa:
c) Condição CONFORME
Condição é aquilo que se impõe como necessário para a Outras conjunções conformativas: como, consoante e segundo
realização ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais (todas com o mesmo valor de conforme).
condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se Fiz o bolo conforme ensina a receita.
realize ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal. Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos
Principal conjunção subordinativa condicional: SE iguais.
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde
que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, uma g) Finalidade
vez que (seguida de verbo no subjuntivo). As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção,
a finalidade daquilo que se declara na oração principal.
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado,
Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE
certamente o melhor time será campeão. Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o locução conjuntiva para que.
contrato. Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.
Caso você se case, convide-me para a festa. Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada
entrasse.
d) Concessão
As orações subordinadas adverbiais concessivas indicam h) Proporção
concessão às ações do verbo da oração principal, isto é, admitem As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem
uma contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na
diretamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa. oração principal.
Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: À
Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA
PROPORÇÃO QUE
Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao
ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...(maior), quanto
apesar de que. maior...(menor), quanto menor...(maior), quanto menor...(menor),
Só irei se ele for. quanto mais...(mais), quanto mais...(menos), quanto menos...
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir só se (mais), quanto menos...(menos).
realizará caso essa condição seja satisfeita. À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões.
Compare agora com: Visito meus amigos à medida que eles me convidam.
Irei mesmo que ele não vá. Quanto maior for a altura, maior será o tombo.
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei
i) Tempo
de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A oração
As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam
destacada é, portanto, subordinada adverbial concessiva. uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal,
Observe outros exemplos: podendo exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou
Embora fizesse calor, levei agasalho. posterioridade.
Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO
população continua à margem do mercado de consumo. Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora não e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que,
estudasse). (reduzida de infinitivo) antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
Quando você foi embora, chegaram outros convidados.
e) Comparação Sempre que ele vem, ocorrem problemas.
Mal você saiu, ela chegou.
As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a
uma comparação com a ação indicada pelo verbo da oração festa) (Oração Reduzida de Particípio)
principal.
Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO Questões sobre Orações Coordenadas
Ele dorme como um urso.
Saiba que: É comum a omissão do verbo nas orações 01. A oração “Não se verificou, todavia, uma transplantação
subordinadas adverbiais comparativas. Por exemplo: integral de gosto e de estilo” tem valor:
Agem como crianças. (agem) A) conclusivo B) adversativo C) concessivo
Oração Subordinada Adverbial Comparativa D) explicativo E) alternativo
Didatismo e Conhecimento 52
LÍNGUA PORTUGUESA
02. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”. A C) Você está preparado para a prova; por isso, não se preocupe.
oração em destaque é: (oposição)
a) coordenada explicativa b) coordenada adversativa D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã.
c) coordenada aditiva d) coordenada conclusiva (alternância)
e) coordenada assindética E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam toda a
chuva. (conclusão)
03. (Agente Educacional – VUNESP – 2013-adap.) Releia o
seguinte trecho: 08. Analise sintaticamente as duas orações destacadas
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a no texto “O assaltante pulou o muro, mas não penetrou na
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida casa, nem assustou seus habitantes.” A seguir, classifique-as,
prática. respectivamente, como coordenadas:
Sem que haja alteração de sentido, e de acordo com a norma- A) adversativa e aditiva. B) explicativa e aditiva.
-padrão da língua portuguesa, ao se substituir o termo em destaque, C) adversativa e alternativa. D) aditiva e alternativa.
o trecho estará corretamente reescrito em:
A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase 09. Um livro de receita é um bom presente porque ajuda as
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida pessoas que não sabem cozinhar. A palavra “porque” pode ser
prática. substituída, sem alteração de sentido, por
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase A) entretanto. B) então. C) assim. D) pois. E) porém.
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
prática. GABARITO
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. 01. B 02. E 03. D 04. E 05. D
D) Joyce e Mozart são ótimos, todavia eles, como quase toda a 06. A 07. B 08. A 09. D
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a RESOLUÇÃO
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
1-) “Não se verificou, todavia, uma transplantação integral
04. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013-adap.) de gosto e de estilo” = conjunção adversativa, portanto: oração
Em – ...fruto não só do novo acesso da população ao automóvel coordenada sindética adversativa
mas também da necessidade de maior número de viagens... –, os
termos em destaque estabelecem relação de 2-) Estudamos, logo deveremos passar nos exames = a oração
A) explicação. B) oposição. C) alternância. em destaque não é introduzida por conjunção, então: coordenada
D) conclusão. E) adição. assindética
05. Analise a oração destacada: Não se desespere, que 3-) Joyce e Mozart são ótimos, mas eles... = conjunção (e
estaremos a seu lado sempre. ideia) adversativa
Marque a opção correta quanto à sua classificação: A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase
A) Coordenada sindética aditiva. toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
B) Coordenada sindética alternativa. prática. = conclusiva
C) Coordenada sindética conclusiva. B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase
D) Coordenada sindética explicativa. toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
prática. = conformativa
06. A frase abaixo em que o conectivo E tem valor adversativo C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a
é: cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. = conclusiva
B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”. E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
pedir esmola”. = explicativa
D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da Dica: conjunção pois como explicativa = dá para eu substituir
miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade”. por porque; como conclusiva: substituo por portanto.
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de
moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde 4-) fruto não só do novo acesso da população ao automóvel
E à educação”. mas também da necessidade de maior número de viagens...
estabelecem relação de adição de ideias, de fatos
07. Assinale a alternativa em que o sentido da conjunção
sublinhada está corretamente indicado entre parênteses. 5-) Não se desespere, que estaremos a seu lado sempre.
A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pretende = conjunção explicativa (= porque) - coordenada sindética
trabalhar como advogado. (explicação) explicativa
B) Não fui ao cinema nem assisti ao jogo. (adição)
Didatismo e Conhecimento 53
LÍNGUA PORTUGUESA
6-) A visão de adensamento com uso abundante de transporte
A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. = mas não ajuda coletivo precisa ser recuperada. Desse modo, será possível
(ideia contrária) reverter esse processo de uso cada vez mais intenso do transporte
B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”. = individual, fruto não só do novo acesso da população ao
adição automóvel, mas também da necessidade de maior número de
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de viagens em função da distância cada vez maior entre os destinos
pedir esmola”. = adição da população.
D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da (Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado)
miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade”. = adição
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de As expressões mais denso e menos trânsito, no título,
moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde estabelecem entre si uma relação de
E à educação”. = adição (A) comparação e adição. (B) causa e consequência.
(C) conformidade e negação. (D) hipótese e concessão.
7-)
(E) alternância e explicação
A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pretende
trabalhar como advogado. = adversativa
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se preocupe. 02. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
= conclusão – 2013). No trecho – Tem surtido um efeito positivo por eles
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã. se tornarem uma referência positiva dentro da unidade, já que
= explicativa cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e pensam melhor
E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam toda a nas suas ações, refletem antes de tomar uma atitude. – o termo em
chuva. = alternativa destaque estabelece entre as orações uma relação de
A) condição. B) causa. C) comparação. D) tempo.
8-) - mas não penetrou na casa = conjunção adversativa E) concessão.
- nem assustou seus habitantes = conjunção aditiva
03. (UFV-MG) As orações subordinadas substantivas que
9-) Um livro de receita é um bom presente porque ajuda as aparecem nos períodos abaixo são todas subjetivas, exceto:
pessoas que não sabem cozinhar. A) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço.
= conjunção explicativa: pois B) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita sobre sua
vida.
Questões sobre Orações Subordinadas
C) Ignoras quanto custou meu relógio?
01. (Papiloscopista Policial – Vunesp/2013). D) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos.
Mais denso, menos trânsito E) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião
As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e em 04. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
processo de deterioração agudizado pelo crescimento econômico Considere a tirinha em que se vê Honi conversando com seu
da última década. Existem deficiências evidentes em infraestrutura, Namorado Lute.
mas é importante também considerar o planejamento urbano.
Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de
desconcentração, incentivando a criação de diversos centros
urbanos, na visão de que isso levaria a uma maior facilidade de
deslocamento.
Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos centros
e o aumento das distâncias multiplicam o número de viagens,
dificultando o investimento em transporte coletivo e aumentando
a necessidade do transporte individual.
Se olharmos Los Angeles como a região que levou a
desconcentração ao extremo, ficam claras as consequências. Numa
região rica como a Califórnia, com enorme investimento viário,
temos engarrafamentos gigantescos que viraram característica da
cidade.
Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com elevado
adensamento e predominância do transporte coletivo, como
mostram Manhattan e Tóquio.
O centro histórico de São Paulo é a região da cidade mais
bem servida de transporte coletivo, com infraestrutura de
telecomunicação, água, eletricidade etc. Como em outras grandes
cidades, essa deveria ser a região mais adensada da metrópole.
Mas não é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento gradual do
centro, com deslocamento das atividades para diversas regiões da (Dik Browne, Folha de S. Paulo, 26.01.2013)
cidade.
Didatismo e Conhecimento 54
LÍNGUA PORTUGUESA
É correto afirmar que a expressão contanto que estabelece A) condição e finalidade. B) conformidade e proporção.
entre as orações relação de C) finalidade e concessão. D) proporção e comparação.
A) causa, pois Honi quer ter filhos e não deseja trabalhar E) causa e consequência.
depois de casada.
B) comparação, pois o namorado espera ter sucesso como 09. “Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem
cantor romântico. mais fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número
C) tempo, pois ambos ainda são adolescentes, mas já pensam de imigrantes que o Brasil em um ano.” A alternativa que substitui
em casamento. a expressão em negrito, sem prejuízo ao conteúdo, é:
D) condição, pois Lute sabe que exercendo a profissão de A) já que. B) todavia. C) ainda que.
músico provavelmente ganhará pouco. D) entretanto. E) talvez.
E) finalidade, pois Honi espera que seu futuro marido torne-se
um artista famoso. 10. (Escrevente TJ SP – Vunesp – 2013) Assinale a alternativa
que substitui o trecho em destaque na frase – Assinarei o
05. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – documento, contanto que garantam sua autenticidade. – sem que
Apesar da desconcentração e do aumento da extensão urbana haja prejuízo de sentido.
verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar ainda (A) desde que garantam sua autenticidade.
mais os diversos centros já existentes... –, sem que tenha seu (B) no entanto garantam sua autenticidade.
sentido alterado, o trecho em destaque está corretamente reescrito (C) embora garantam sua autenticidade.
em: (D) portanto garantam sua autenticidade.
A) Mesmo com a desconcentração e o aumento da Extensão (E) a menos que garantam sua autenticidade.
urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar
ainda mais os diversos centros já existentes... GABARITO
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento 01. B 02. B 03. C 04. D 05. A
da extensão urbana no Brasil, é importante desenvolver e adensar 06. C 07. D 08. E 09. C 10. A
ainda mais os diversos centros já existentes...
C) Assim como são verificados a desconcentração e o aumento RESOLUÇÃO
da extensão urbana no Brasil, é importante desenvolver e adensar
ainda mais os diversos centros já existentes... 1-) mais denso e menos trânsito = mais denso,
D) Visto que com a desconcentração e o aumento da extensão consequentemente, menos trânsito, então: causa e consequência
urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar
ainda mais os diversos centros já existentes... 2-) já que cumprem melhor as regras = estabelece entre as
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento da orações uma relação de causa com a consequência de “tem um
extensão urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e efeito positivo”.
adensar ainda mais os diversos centros já existentes...
3-) Ignoras quanto custou meu relógio? = oração subordinada
06. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – É substantiva objetiva direta
fundamental que essa visão de adensamento com uso abundante A oração não atende aos requisitos de tais orações, ou seja, não
de transporte coletivo seja recuperada para que possamos reverter se inicia com verbo de ligação, tampouco pelos verbos “convir”,
esse processo de uso… –, a expressão em destaque estabelece “parecer”, “importar”, “constar” etc., e também não inicia com as
entre as orações relação de conjunções integrantes “que” e “se”.
A) consequência. B) condição. C) finalidade.
D) causa. E) concessão. 4-) a expressão contanto que estabelece uma relação de
condição (condicional)
07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013 – adap.).
Considere o trecho: “Como as músicas eram de protesto, naquele 5-) Apesar da desconcentração e do aumento da extensão
mesmo ano foi enquadrado na lei de segurança nacional pela urbana verificados no Brasil = conjunção concessiva
ditadura militar e exilado.” O termo Como, em destaque na B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento da
primeira parte do enunciado, expressa ideia de extensão urbana no Brasil, = causal
A) contraste e tem sentido equivalente a porém. C) Assim como são verificados a desconcentração e o aumento
B) concessão e tem sentido equivalente a mesmo que. da extensão urbana no Brasil = comparativa
C) conformidade e tem sentido equivalente a conforme. D) Visto que com a desconcentração e o aumento da extensão
D) causa e tem sentido equivalente a visto que. urbana verificados no Brasil = causal
E) finalidade e tem sentido equivalente a para que. E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento da
extensão urbana verificados no Brasil = consecutivas
08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
Públicas – VUNESP – 2013-adap.) No trecho – “Fio, disjuntor, 6-) para que possamos = conjunção final (finalidade)
tomada, tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho que chega
a contaminar-me. –, a construção tanto ... que estabelece entre as 7-) “Como as músicas eram de protesto = expressa ideia de
construções [com tanto orgulho] e [que chega a contaminar-me] causa da consequência “foi enquadrado” = causa e tem sentido
uma relação de equivalente a visto que.
Didatismo e Conhecimento 55
LÍNGUA PORTUGUESA
8-) com tanto orgulho que chega a contaminar-me. – a 5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão
construção estabelece uma relação de causa e consequência. (a “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais de um
causa da “contaminação” – consequência) candidato se inscreveu no concurso de piadas.
Observação:
9-) Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem - No caso da referida expressão aparecer repetida ou associada
mais fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, necessariamente,
de imigrantes que o Brasil em um ano.” = conjunção concessiva: deverá permanecer no plural:
ainda que Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram na
campanha de doação de alimentos.
10-) contanto que garantam sua autenticidade. = conjunção Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades
condicional = desde que de formatura.
4) No caso de o sujeito ser representado por expressões 11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por
aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira
concorda com o substantivo determinado por elas: Cerca de mil pessoa do singular ou do plural: Vossas Majestades gostaram das
candidatos se inscreveram no concurso. homenagens. Vossa Majestade agradeceu o convite.
Didatismo e Conhecimento 56
LÍNGUA PORTUGUESA
12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural
próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos que masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
os determinam: - Ela tem pai e mãe louros.
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser, - Ela tem pai e mãe loura.
este permanece no singular, contanto que o predicativo também
esteja no singular: Memórias póstumas de Brás Cubas é uma - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente
criação de Machado de Assis. para o plural.
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também - O homem e o menino estavam perdidos.
permanece no plural: Os Estados Unidos são uma potência - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
mundial.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
aparece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos é uma - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais
potência mundial. próximo.
Comi delicioso almoço e sobremesa.
Casos referentes a sujeito composto Provei deliciosa fruta e suco.
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda
gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando com o mais próximo ou vai para o plural.
relacionado a dois pressupostos básicos: Estavam feridos o pai e os filhos.
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as demais: Estava ferido o pai e os filhos.
Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na 2ª ou c) Um substantivo e mais de um adjetivo
na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são primos. - antecede todos os adjetivos com um artigo.
Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer anteposto
ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus dois filhos - coloca o substantivo no plural.
compareceram ao evento. Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este
d) Pronomes de tratamento
poderá concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer
- sempre concordam com a 3ª pessoa.
no plural: Compareceram ao evento o pai e seus dois filhos.
Vossa Santidade esteve no Brasil.
Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com mais e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular: Meu esposo - Concordam com o substantivo a que se referem.
e grande companheiro merece toda a felicidade do mundo. As cartas estão anexas.
A bebida está inclusa.
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas ou Precisamos de nomes próprios.
ordenado por elementos em gradação, o verbo poderá permanecer Obrigado, disse o rapaz.
no singular ou ir para o plural: Minha vitória, minha conquista,
minha premiação são frutos de meu esforço. / Minha vitória, f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
minha conquista, minha premiação é fruto de meu esforço. - Após essas expressões o substantivo fica sempre no singular
e o adjetivo no plural.
Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos demais Renato advogou um e outro caso fáceis.
termos da oração para que concordem em gênero e número com o Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
substantivo. Teremos que alterar, portanto, o artigo, o adjetivo, o
numeral e o pronome. Além disso, temos também o verbo, que se g) É bom, é necessário, é proibido
flexionará à sua maneira. - Essas expressões não variam se o sujeito não vier precedido
Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome de artigo ou outro determinante.
concordam em gênero e número com o substantivo. Canja é bom. / A canja é boa.
- A pequena criança é uma gracinha. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada
é proibida.
Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra
geral mostrada acima. h) Muito, pouco, caro
a) Um adjetivo após vários substantivos
- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural ou - Como adjetivos: seguem a regra geral.
concorda com o substantivo mais próximo. Comi muitas frutas durante a viagem.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. Pouco arroz é suficiente para mim.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. Os sapatos estavam caros.
Didatismo e Conhecimento 57
LÍNGUA PORTUGUESA
- Como advérbios: são invariáveis. (C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadeiro
Comi muito durante a viagem. regime democrático, em que se respeita tanto as liberdades
Pouco lutei, por isso perdi a batalha. individuais quanto as coletivas.
Comprei caro os sapatos. (D) As instituições fundamentais de um regime democrático
não pode estar subordinado às ordens indiscriminadas de um único
i) Mesmo, bastante poder central.
- Como advérbios: invariáveis (E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados para o
Preciso mesmo da sua ajuda. momento eleitoral, que expõem as diferentes opiniões existentes
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. na sociedade.
- Como pronomes: seguem a regra geral. 02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de
Seus argumentos foram bastantes para me convencer. concordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas em:
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa leitura, que
satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimoramento intelectual,
j) Menos, alerta estão na capacidade de criação do autor, mediante palavras, sua
- Em todas as ocasiões são invariáveis. matéria-prima.
Preciso de menos comida para perder peso. B) Obras que se considera clássicas na literatura sempre
Estamos alerta para com suas chamadas. delineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o leitor ao
ultrapassar os limites da época em que vivem seus autores, gênios
k) Tal Qual no domínio das palavras, sua matéria-prima.
- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhe
consequente. permitem criar todo um mundo de ficção, em que personagens
As garotas são vaidosas tais qual a tia. se transformam em seres vivos a acompanhar os leitores, numa
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. verdadeira interação com a realidade.
D) As possibilidades de comunicação entre autor e leitor
l) Possível somente se realiza plenamente caso haja afinidade de ideias entre
- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o crescimento intelectual
ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões. deste último e o prazer da leitura.
A mais possível das alternativas é a que você expôs. E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que constitui
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. leitura obrigatória e se tornam referências por seu conteúdo que
As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da ultrapassa os limites de tempo e de época.
cidade.
03. (Escrevente TJ-SP – Vunesp/2012) Leia o texto para
m) Meio responder à questão.
- Como advérbio: invariável. _________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
Estou meio (um pouco) insegura. está claro até onde pode realmente chegar uma política baseada
em melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbono,
- Como numeral: segue a regra geral. a água e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade que
Comi meia (metade) laranja pela manhã. mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água em si
___________diferença, as companhias não podem suportar ter de
n) Só pagar, de repente, digamos, 40 dólares por tonelada de carbono,
- apenas, somente (advérbio): invariável. sem qualquer preparação. Portanto, elas começam a usar preços-
Só consegui comprar uma passagem. -sombra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira
de quantificar adequadamente os insumos básicos. E sem eles a
- sozinho (adjetivo): variável. maioria das políticas de crescimento verde sempre ___________
Estiveram sós durante horas. a segunda opção.
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
Fonte:
http://www.brasilescola.com/gramatica/concordancia-verbal. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as
htm lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente,
com:
Questões sobre Concordância Nominal e Verbal (A) Restam… faça… será (B) Resta… faz… será
(C) Restam… faz... serão (D) Restam… façam…
01.(TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A serão
concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase: (E) Resta… fazem… será
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
que determinam as escolhas dos governantes, para conferir 04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alternativa
legitimidade a suas decisões. em que o trecho
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem ser – Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de
embasados na percepção dos valores e princípios que regem a quantificar adequadamente os insumos básicos.– está corretamente
prática política. reescrito, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
Didatismo e Conhecimento 58
LÍNGUA PORTUGUESA
(A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou até 08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
agora uma maneira adequada de se quantificar os insumos básicos. FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de concordância
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou verbal e nominal em:
até agora uma maneira adequada de os insumos básicos ser a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como entre
quantificados. os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofisticadas às mais
(C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou até humildes, são cada vez mais comuns nos dias de hoje.
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam b) A importância de intelectuais como Edward Said e Tony
quantificado. Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões polêmicas de
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até seu tempo, não estão apenas nos livros que escreveram.
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos seja c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre árabes e
quantificado. judeus, responsável por tantas mortes e tanto sofrimento, estejam
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou próximos de serem resolvidos ou pelo menos de terem alguma
até agora uma maneira adequada de se quantificarem os insumos trégua.
básicos. d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a verdade,
ainda que conscientes de que esta é até certo ponto relativa,
05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATIVO costumam encontrar muito mais detratores que admiradores.
- VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto: e) No final do século XX já não se via muitos intelectuais e
I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota negativa... escritores como Edward Said, que não apenas era notícia pelos
II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classificação livros que publicavam como pelas posições que corajosamente
do continente americano (2,0)... assumiam.
Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e II, a
concordância segue as mesmas regras, na ordem dos exemplos, 09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
em: O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propostas para o
(A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o próximo segmento grifado, deverá ser colocado no plural, está em:
ano. Será que alguém tem opinião diferente da maioria? (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas)
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas. Vêm (B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do planeta)
pessoas de muito longe para brincar de quadrilha. (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O consumo
(C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase todos mundial de barris de petróleo)
quiseram ficar até o nascer do sol na praia. (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no custo
(D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas também da matéria-prima... (Constantes aumentos)
existem umas que não merecem nossa atenção. (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esforços
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. mundiais... (a preocupação em torno das mudanças climáticas)
Didatismo e Conhecimento 59
LÍNGUA PORTUGUESA
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um verdadeiro (B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural)
regime democrático, em que se respeita (respeitam) tanto as (C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quiseram
liberdades individuais quanto as coletivas. (plural)
(D) As instituições fundamentais de um regime democrático (D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem umas
não pode (podem) estar subordinado (subordinadas) às ordens (plural)
indiscriminadas de um único poder central. (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas as
(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) voltados formas estão no plural)
(voltado) para o momento eleitoral, que expõem (expõe) as
diferentes opiniões existentes na sociedade. 6-)
A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto
2-) “folheterios”)
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa leitura, que B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional)
satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimoramento intelectual, C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto)
estão na capacidade de criação do autor, mediante palavras, sua D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional)
matéria-prima. = correta E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular
B) Obras que se consideram clássicas na literatura sempre
delineiam novos caminhos, pois são capazes de encantar o leitor 7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta:
ao ultrapassarem os limites da época em que vivem seus autores, (A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a considerar o
gênios no domínio das palavras, sua matéria-prima. cordel sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhes dessas criações poéticas tão originais.
permite criar todo um mundo de ficção, em que personagens (B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status atribuído
se transformam em seres vivos a acompanhar os leitores, numa à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje nas melhores
verdadeira interação com a realidade. universidades do país.
D) As possibilidades de comunicação entre autor e leitor (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que a
somente se realizam plenamente caso haja afinidade de ideias entre situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles mesmos
ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o crescimento intelectual requizessem (requeressem) o respeito que faziam por merecer.
deste último e o prazer da leitura.
(D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desvalorização
E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que
e a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode (podem)
constituem leitura obrigatória e se tornam referências por seu
ser resultado do puro e simples desconhecimento.
conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de época.
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que os
problemas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
3-) _Restam___dúvidas
representatividade.
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água em
si __faça __diferença
a maioria das políticas de crescimento verde sempre ____ 8-) Fiz as correções entre parênteses:
será_____ a segunda opção. a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como entre
Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tanto no os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofisticadas às mais
plural quanto no singular. Nas alternativas não há “restam/faça/ humildes, são (é) cada vez mais comuns (comum) nos dias de hoje.
serão”, portanto a A é que apresenta as opções adequadas. b) A importância de intelectuais como Edward Said e Tony
Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões polêmicas de
4-) seu tempo, não estão (está) apenas nos livros que escreveram.
(A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre árabes e
agora uma maneira adequada de se quantificar os insumos básicos. judeus, responsável por tantas mortes e tanto sofrimento, estejam
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou (esteja) próximos (próximo) de serem (ser) resolvidos (resolvido)
até agora uma maneira adequada de os insumos básicos serem ou pelo menos de terem (ter) alguma trégua.
quantificados. d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a verdade,
(C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até ainda que conscientes de que esta é até certo ponto relativa,
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam costumam encontrar muito mais detratores que admiradores.
quantificados. e) No final do século XX já não se via (viam) muitos
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até intelectuais e escritores como Edward Said, que não apenas era
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam (eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas posições
quantificados. que corajosamente assumiam.
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou
até agora uma maneira adequada de se quantificarem os insumos 9-)
básicos. = correta (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) = “há”
permaneceria no singular
5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos aos (B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do planeta) =
itens: “sabe” permaneceria no singular
(A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém tem (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O consumo
(singular) mundial de barris de petróleo) = “dá” permaneceria no singular
Didatismo e Conhecimento 60
LÍNGUA PORTUGUESA
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no custo Verbos Intransitivos
da matéria-prima... Constantes aumentos) = “reflete” passaria para
“refletem-se” Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esforços importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos
mundiais... (a preocupação em torno das mudanças climáticas) = adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
“pressiona” permaneceria no singular - Chegar, Ir
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de
10-) Fiz as correções: lugar. Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino
(A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular) ou direção são: a, para.
(B) Ainda existe muitas pessoas = existem
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos riscos Fui ao teatro.
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era sete da Adjunto Adverbial de Lugar
manhã = eram
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, começou Ricardo foi para a Espanha.
= começaram Adjunto Adverbial de Lugar
Didatismo e Conhecimento 61
LÍNGUA PORTUGUESA
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não representam - Na utilização de pronomes como complementos, veja as
pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa construções:
(ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre
- Consistir - Tem complemento introduzido pela preposição eles)
“em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para
todos. Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos
introduzidos pela preposição “a”: Comparar
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
Eles desobedeceram às leis do trânsito. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento indireto.
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.
- Responder - Tem complemento introduzido pela preposição
“a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a quem” ou “ao Pedir
que” se responde. Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma
Respondi ao meu patrão. de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa.
Respondemos às perguntas. Pedi-lhe favores.
Respondeu-lhe à altura. Objeto Indireto Objeto Direto
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica. Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
Veja: Objetiva Direta
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. Saiba que:
- A construção “pedir para”, muito comum na linguagem
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No
introduzidos pela preposição “com”. entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver
Antipatizo com aquela apresentadora. subentendida.
Simpatizo com os que condenam os políticos que governam Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
para uma minoria privilegiada. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz uma
oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos entregar-lhe os catálogos em casa).
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de - A construção “dizer para”, também muito usada
um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo: popularmente, é igualmente considerada incorreta.
Agradecer, Perdoar e Pagar. São verbos que apresentam objeto
direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Preferir
Veja os exemplos: Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto
Agradeço aos ouvintes a audiência. introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo:
Objeto Indireto Objeto Direto Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Prefiro trem a ônibus.
Paguei o débito ao cobrador.
Objeto Direto Objeto Indireto Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no
particular cuidado. Observe: próprio verbo (pre).
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Mudança de Transitividade X Mudança de Significado
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade,
Paguei minhas contas. / Paguei-as. apresentam mudança de significado. O conhecimento das diferentes
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. regências desses verbos é um recurso linguístico muito importante,
pois além de permitir a correta interpretação de passagens escritas,
Informar oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto os principais, estão:
ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
Informe os novos preços aos clientes. AGRADAR
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos - Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos,
preços) acariciar.
Didatismo e Conhecimento 62
LÍNGUA PORTUGUESA
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada - No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou
quando o revê. transitivo indireto.
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia Muito custa viver tão longe da família.
não perde oportunidade de agradá-lo. Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
Intransitivo Reduzida de Infinitivo
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a,
satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela
preposição “a”. atitude.
O cantor não agradou aos presentes. Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
O cantor não lhes agradou. Indireto Reduzida de Infinitivo
ASPIRAR
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que
ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa.
Observe:
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Custei para entender o problema.
como ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida. Forma correta: Custou-me entender o problema.
(Aspirávamos a elas)
IMPLICAR
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, - Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela (s)”. Veja o exemplo: implicavam um firme propósito.
Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela) b) Ter como consequência, trazer como consequência,
acarretar, provocar: Liberdade de escolha implica amadurecimento
ASSISTIR político de um povo.
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
assistência a, auxiliar. Por exemplo: - Como transitivo direto e indireto, significa comprometer,
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. envolver: Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem não
estar presente, caber, pertencer. Exemplos: trabalhasse arduamente.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. PROCEDER
Essa lei assiste ao inquilino. - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, agir. Nessa
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial
intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar de modo.
introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa conturbada As afirmações da testemunha procediam, não havia como
cidade. refutá-las.
Você procede muito mal.
CHAMAR
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a - Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição”
atenção ou a presença de. de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la. preposição “a”) é transitivo indireto.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar O delegado procederá ao inquérito.
objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicionado
ou não. QUERER
A torcida chamou o jogador mercenário. - Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade
A torcida chamou ao jogador mercenário. de, cobiçar.
A torcida chamou o jogador de mercenário. Querem melhor atendimento.
A torcida chamou ao jogador de mercenário. Queremos um país melhor.
Didatismo e Conhecimento 63
LÍNGUA PORTUGUESA
VISAR
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.
ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)
No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto, transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração de sentido. É
uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses.
Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma coisa).
SIMPATIZAR
Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não simpatizei com os jurados.
NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria namora João.
OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.
Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.
VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.
Regência Nominal
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é
sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente
o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos.
Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e procure,
sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.
Didatismo e Conhecimento 64
LÍNGUA PORTUGUESA
Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de
Advérbios
Longe de Perto de
Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente a;
relativa a; relativamente a.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Didatismo e Conhecimento 65
LÍNGUA PORTUGUESA
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos 07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale a
troncos mais robustos. alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, texto, de acordo com as regras de regência.
não raro, quem... Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal
serra de Tunuí... e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio, A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a
mestre e colaborador... mídia pode exercer sobre os jovens.
A) dos … na B) nos … entre a
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). C) aos … para a D) sobre os … pela
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... E) pelos … sob a
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o da
frase acima se encontra em: 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
A) A palavra direito, em português, vem de directum, do Públicas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão da
verbo latino dirigere... língua, assinale a alternativa em que os trechos destacados estão
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das corretos quanto à regência, verbal ou nominal.
sociedades... A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de dez
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela mil tomadas.
justiça. B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver um
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
da justiça... C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de criar
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sentimento logotipos e negociar.
de justiça. D) O taxista levou o autor a indagar no número de tomadas
do edifício.
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alternativa E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor reparasse
em que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de junho de a um prédio na marginal.
2012, está correto quanto à regência nominal e à pontuação.
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente, seu 09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). Assinale
espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais notável a alternativa que substitui a expressão destacada na frase, conforme
em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em outros. as regras de regência da norma-padrão da língua e sem alteração
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapidamente de sentido.
seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço seja mais Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de direitos
notável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, do que em dos trabalhadores domésticos.
outros. A) da B) na C) pela
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapidamente D) sob a E) sobre a
seu espaço, na carreira científica, ainda que o avanço seja mais
notável, em alguns países: o Brasil é um exemplo, do que em GABARITO
outros.
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente 01. D 02. D 03. A 04. A 05. D
seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço seja mais 06. A 07. C 08. A 09. C
notável em alguns países – o Brasil é um exemplo – do que em
outros. RESOLUÇÃO
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente, seu
espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais notável 1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras
em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros. ciências ...
Facilitar – verbo transitivo direto
06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de ligação
alternativa correta quanto à regência dos termos em destaque. B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo de
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a ligação
responsabilidade pelo problema. C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo transitivo
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter se direto e indireto
perdido. E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro = verbo
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho de um transitivo indireto
índio na porta do prédio.
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se perdido 2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos
de sua família. filhos do sueco.
(E) A família toda se organizou para realizar a procura à Pedir = verbo transitivo direto e indireto
garotinha. A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = transitivo
direto
Didatismo e Conhecimento 66
LÍNGUA PORTUGUESA
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de ligação 8-)
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia... B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de haver um
=verbo intransitivo homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento. C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em criar
=transitivo direto logotipos e negociar.
D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de
3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada em tomadas do edifício.
partes desiguais... E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor reparasse
Constar = verbo intransitivo em um prédio na marginal.
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos
troncos mais robustos. =ligação 9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de direitos
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, dos trabalhadores domésticos.
não raro, quem... =transitivo direto
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na A palavra crase é de origem grega e significa “fusão”,
serra de Tunuí... = transitivo direto “mistura”. Na língua portuguesa, é o nome que se dá à “junção”
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio, de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da
mestre e colaborador...=transitivo direto preposição “a” com o artigo feminino “a” (s), com o “a” inicial
dos pronomes aquele(s), aquela (s), aquilo e com o “a” do relativo
4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... a qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para
Lidar = transitivo indireto indicar a crase. O uso apropriado do acento grave depende da
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também,
sociedades... =transitivo direto para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela nomes que exigem a preposição “a”. Aprender a usar a crase,
justiça. =ligação portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações da de uma preposição e um artigo ou pronome. Observe:
justiça... =transitivo direto e indireto Vou a + a igreja.
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sentimento Vou à igreja.
de justiça. =transitivo direto
No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição “a”,
5-) A correção do item deve respeitar as regras de pontuação exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo
também. Assinalei apenas os desvios quanto à regência (pontuação “a” que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando
encontra-se em tópico específico) ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam, é indicada pelo acento grave. Observe os outros exemplos:
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pontuação) Conheço a aluna.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto à Refiro-me à aluna.
pontuação)
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente, No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer
seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode
notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-
outros. -se a algo ou a alguém) e exige a preposição “a”. Portanto, a crase
é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o
6-) artigo feminino “a” ou um dos pronomes já especificados.
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por ter se
perdido. Casos em que a crase NÃO ocorre:
(C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de um índio
na porta do prédio. - diante de substantivos masculinos:
(D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se perdido de Andamos a cavalo.
sua família. Fomos a pé.
(E) A família toda se organizou para realizar a procura pela Passou a camisa a ferro.
garotinha. Fazer o exercício a lápis.
Compramos os móveis a prazo.
7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se reportou já
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal e - diante de verbos no infinitivo:
a exposição a imagens idealizadas pela mídia. A criança começou a falar.
A pesquisa faz um alerta para a influência negativa que a Ela não tem nada a dizer.
mídia pode exercer sobre os jovens. Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos exemplos
acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.
Didatismo e Conhecimento 67
LÍNGUA PORTUGUESA
- diante da maioria dos pronomes e das expressões de “a”. Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição
tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e do artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo regente por
dona: um verbo que peça a preposição “de” ou “em”. A ocorrência da
Diga a ela que não estarei em casa amanhã. contração “da” ou “na” prova que esse nome de lugar aceita o
Entreguei a todos os documentos necessários. artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo:
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem. Vou à França. (Vim da [de+a] França. Estou na [em+a]
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos. França.)
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
podem ser identificados pelo método: troque a palavra feminina Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto
por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, Alegre.)
ocorrerá crase. Por exemplo:
Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.) *- Dica da Zê!: use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ;
Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao vou A volto DE, crase PRA QUÊ?”
senhor.) Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas.
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio
Vou à praia. = Volto da praia.
Cláudio para sair mais cedo.)
- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado,
- diante de numerais cardinais:
Chegou a duzentos o número de feridos. ocorrerá crase. Veja:
Daqui a uma semana começa o campeonato. Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, pela
regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Casos em que a crase SEMPRE ocorre: Irei à Salvador de Jorge Amado.
- diante de palavras femininas: Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s),
Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega. Aquela (s), Aquilo
Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores. Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo
Sou grata à população. regente exigir a preposição “a”. Por exemplo:
Fumar é prejudicial à saúde. Refiro-me a + aquele atentado.
Este aparelho é posterior à invenção do telefone. Preposição Pronome
Refiro-me àquele atentado.
- diante da palavra “moda”, com o sentido de “à moda de”
(mesmo que a expressão moda de fique subentendida): O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo
O jogador fez um gol à (moda de) Pelé. indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição,
Usava sapatos à (moda de) Luís XV. portanto, ocorre a crase. Observe este outro exemplo:
Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho. Aluguei aquela casa.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.
O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não exige
- na indicação de horas: preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja outros
Acordei às sete horas da manhã. exemplos:
Elas chegaram às dez horas. Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
Foram dormir à meia-noite. Quero agradecer àqueles que me socorreram.
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que
Não obedecerei àquele sujeito.
participam palavras femininas. Por exemplo:
Assisti àquele filme três vezes.
à tarde às ocultas às pressas à medida que
à noite às claras às escondidas à força Espero aquele rapaz.
à vontade à beça à larga à escuta Fiz aquilo que você disse.
às avessas à revelia à exceção de à imitação de Comprei aquela caneta.
à esquerda às turras às vezes à chave
à direita à procura à deriva à toa Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais
à luz à sombra de à frente de à proporção que
à semelhança de às ordens à beira de A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as
quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exigir
Crase diante de Nomes de Lugar a preposição “a”, haverá crase. É possível detectar a ocorrência
da crase nesses casos utilizando a substituição do termo regido
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo feminino por um termo regido masculino. Por exemplo:
“a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que diante A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.
deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.
Didatismo e Conhecimento 68
LÍNGUA PORTUGUESA
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase. - diante de pronome possessivo feminino:
Veja outros exemplos:
São normas às quais todos os alunos devem obedecer. Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes
Esta foi a conclusão à qual ele chegou. possessivos femininos porque é facultativo o uso do artigo.
Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam Observe:
responder nenhuma das questões. Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperando por
A sessão à qual assisti estava vazia. você.
A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está esperando
Crase com o Pronome Demonstrativo “a” por você.
Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de pronomes
A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo “a” possessivos femininos, então podemos escrever as frases abaixo
também pode ser detectada através da substituição do termo das seguintes formas:
regente feminino por um termo regido masculino. Veja: Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô.
Minha revolta é ligada à do meu país. Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô.
Meu luto é ligado ao do meu país.
As orações são semelhantes às de antes. - depois da preposição até:
Os exemplos são semelhantes aos de antes.
Suas perguntas são superiores às dele. Fui até a praia. ou Fui até à praia.
Seus argumentos são superiores aos dele. Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta.
Sua blusa é idêntica à de minha colega. A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A palestra vai
Seu casaco é idêntico ao de minha colega. até às cinco horas da tarde.
Se a palavra distância estiver especificada, determinada, 01.( Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) No Brasil, as discussões
a crase deve ocorrer. Por exemplo: Sua casa fica à distância de sobre drogas parecem limitar-se ______aspectos jurídicos ou
policiais. É como se suas únicas consequências estivessem em
100km daqui. (A palavra está determinada)
legalismos, tecnicalidades e estatísticas criminais. Raro ler ____
Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A
respeito envolvendo questões de saúde pública como programas
palavra está especificada.)
de esclarecimento e prevenção, de tratamento para dependentes
e de reintegração desses____ vida. Quantos de nós sabemos o
Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não
nome de um médico ou clínica ____quem tentar encaminhar um
pode ocorrer. Por exemplo:
drogado da nossa própria família?
Os militares ficaram a distância.
(Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Paulo, 17.09.2012.
Gostava de fotografar a distância. Adaptado)
Ensinou a distância. As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e
Dizem que aquele médico cura a distância. respectivamente, com:
Reconheci o menino a distância. (A) aos … à … a … a (B) aos … a … à … a
(C) a … a … à … à (D) à … à … à … à
Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, (E) a … a … a … a
pode-se usar a crase. Veja:
Gostava de fotografar à distância. 02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013).Leia o
Ensinou à distância. texto a seguir.
Dizem que aquele médico cura à distância. Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu
______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa do
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA procedimento de Camilo. Vimos que ______ cartomante restituiu-
-lhe ______ confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o
- diante de nomes próprios femininos: que fez.
(Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. Rio de Janeiro:
Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes Globo, 1997, p. 6)
próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe: Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem
Paula é muito bonita. Laura é minha amiga. dada:
A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga. A) à – a – a B) a – a – à
C) à – a – à D) à – à – a
Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo E) a – à – à
feminino diante de nomes próprios femininos, então podemos
escrever as frases abaixo das seguintes formas: 03 (POLÍCIA CIVIL/SP – AGENTE POLICIAL -
VUNESP/2013) De acordo com a norma-padrão da língua
Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto. portuguesa, o acento indicativo de crase está corretamente
Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Roberto. empregado em:
Didatismo e Conhecimento 69
LÍNGUA PORTUGUESA
(A) A população, de um modo geral, está à espera de que, com B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações nos
o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes. mecanismos biológicos de controle emocional.
(B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensarem C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade.
a sua postura. D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunidade
(C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à punições alimentam a violência crescente nas cidades.
muito mais severas. E) Um ambiente desfavorável à formação da personalidade
(D) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida dos atinge os mais vulneráveis.
demais motoristas e de pedestres.
(E) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da 08. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). O
nova lei para que ela possa funcionar. sinal indicativo de crase está correto em:
A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na área de
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.) Claro que não me biotecnologia.
estou referindo a essa vulgar comunicação festiva e efervescente. B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar à
O vocábulo a deverá receber o sinal indicativo de crase se o educação dos filhos.
segmento grifado for substituído por: C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar as
A) leitura apressada e sem profundidade. instalações do prédio.
B) cada um de nós neste formigueiro. D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer detalhe
C) exemplo de obras publicadas recentemente. que envolva a segurança das pessoas.
D) uma comunicação festiva e virtual. E) É função da política é dedicar-se à todo problema que
E) respeito de autores reconhecidos pelo público. comprometa o bem-estar do cidadão.
05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP 09. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
– 2013). FCC/2012) O detetive Gervase Fen, que apareceu em 1944, é
O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP) um homem de face corada, muito afeito ...... frases inteligentes
também desenvolve atividades lúdicas de apoio______ e citações dos clássicos; sua esposa, Dolly, uma dama meiga e
ressocialização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará- sossegada, fica sentada tricotando tranquilamente, impassível ......
propensão de seu marido ...... investigar assassinatos.
-lo para o retorno______ sociedade. Dessa forma, quando em
(Adaptado de P.D.James, op.cit.)
liberdade, ele estará capacitado______ ter uma profissão e uma
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem
vida digna.
dada:
(Disponível em: www.metropolitana.com.br/blog/qual_e_a_
(A) à - à - a
importancia_da_ressocializacao_de_presos. Acesso em: 18.08.2012.
(B) a - à - a
Adaptado)
(C) à - a - à
(D) a - à - à
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente,
(E) à - a – a
as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão da língua
portuguesa. 10. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO
A) à … à … à B) a … a … à C) a … à … à SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) Em qual das
D) à … à ... a E) a … à … a opções abaixo o acento indicativo de crase foi corretamente
indicado?
06. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE A) O dia fora quente, mas à noite estava fria e escura.
SÃO PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – B) Ninguém se referira à essa ideia antes.
VUNESP/2013) Assinale a alternativa que completa as lacunas do C) Esta era à medida certa do quarto.
trecho a seguir, empregando o sinal indicativo de crase de acordo D) Ela fechou a porta e saiu às pressas.
com a norma-padrão. E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo.
Não nos sujeitamos ____ corrupção; tampouco cederemos
espaço ____ nenhuma ação que se proponha ____ prejudicar GABARITO
nossas instituições. 01. B 02. A 03. A 04. A 05. D
(A) à … à … à 06.C 07. E 08. B 09.B 10. D
(B) a … à … à
(C) à … a … a RESOLUÇÃO
(D) à … à … a
(E) a … a … à 1-) limitar-se _aos _aspectos jurídicos ou policiais.
Raro ler __a__respeito (antes de palavra masculina não
07. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP há crase)
– 2013-adap) O acento indicativo de crase está corretamente de reintegração desses_à_ vida. (reintegrar a + a vida = à)
empregado em: o nome de um médico ou clínica __a_quem tentar encaminhar
A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas com as um drogado da nossa própria família? (antes de pronome
dificuldades para lidar com as frustrações de seus desejos. indefinido/relativo)
Didatismo e Conhecimento 70
LÍNGUA PORTUGUESA
2-) correu _à (= para a ) cartomante para consultá-la sobre B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações nos
a verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vimos que _a__ mecanismos biológicos de controle emocional. (se o “a” está no
cartomante (objeto direto)restituiu-lhe ___a___ confiança (objeto singular e antecede palavra no plural, não há crase)
direto), e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o que fez. C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade.
(artigo indefinido)
3-) D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunidade
(A) A população, de um modo geral, está à espera (dá para alimentam a violência crescente nas cidades. (palavra masculina)
substituir por “esperando”) de que E) Um ambiente desfavorável à formação da personalidade
(B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensarem atinge os mais vulneráveis. = correta (regência nominal:
(antes de verbo) desfavorável a?)
(C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à punições
(generalizando, palavra no plural) 8-)
(D) À ninguém (pronome indefinido) A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na área de
biotecnologia. (artigo indefinido)
(E) Cabe à todos (pronome indefinido)
B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar à
educação dos filhos. = correta (regência verbal: dedicar a )
4-) Claro que não me estou referindo à leitura apressada e sem
C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar as
profundidade.
instalações do prédio. (verbo no infinitivo)
a cada um de nós neste formigueiro. (antes de pronome D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer detalhe
indefinido) que envolva a segurança das pessoas. (pronome indefinido)
a exemplo de obras publicadas recentemente. (palavra E) É função da política é dedicar-se à todo problema que
masculina) comprometa o bem-estar do cidadão. (pronome indefinido)
a uma comunicação festiva e virtual. (artigo indefinido)
a respeito de autores reconhecidos pelo público. (palavra 9-) Afeito a frases (generalizando, já que o “a” está no
masculina) singular e “frases”, no plural)
Impassível à propensão (regência nominal: pede preposição)
5-) O Instituto Nacional de Administração Prisional A investigar (antes de verbo no infinitivo não há acento
(INAP) também desenvolve atividades lúdicas de apoio___à__ indicativo de crase)
ressocialização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará- Sequência: a / à / a.
-lo para o retorno___à__ sociedade. Dessa forma, quando em
liberdade, ele estará capacitado__a___ ter uma profissão e uma 10-)
vida digna. A) O dia fora quente, mas à noite = mas a noite (artigo e
- Apoio a ? Regência nominal pede preposição; substantivo. Diferente de: Estudo à noite = período do dia)
- retorno a? regência nominal pede preposição; B) Ninguém se referira à essa ideia antes.= a essa (antes de
- antes de verbo no infinitivo não há crase. pronome demonstrativo)
C) Esta era à medida certa do quarto. = a medida (artigo e
6-) Vamos por partes! substantivo, no caso. Diferente da conjunção proporcional: À
- Quem se sujeita, sujeita-se A algo ou A alguém, portanto: medida que lia, mais aprendia)
pede preposição; D) Ela fechou a porta e saiu às pressas. = correta (advérbio de
- quem cede, cede algo A alguém, então teremos objeto direto modo = apressadamente)
e indireto; E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo. = palavra
- quem se propõe, propõe-se A alguma coisa. masculina
Vejamos:
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem
Não nos sujeitamos À corrupção; tampouco cederemos espaço
para compor a coesão e a coerência textual, além de ressaltar
A nenhuma ação que se proponha A prejudicar nossas instituições.
especificidades semânticas e pragmáticas. Vejamos as principais
* Sujeitar A + A corrupção;
funções dos sinais de pontuação conhecidos pelo uso da língua
* ceder espaço (objeto direto) A nenhuma ação (objeto portuguesa.
indireto. Não há acento indicativo de crase, pois “nenhuma” é
pronome indefinido); Ponto
* que se proponha A prejudicar (objeto indireto, no caso, 1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
oração subordinada com função de objeto indireto. Não há - Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em que
acento indicativo de crase porque temos um verbo no infinitivo – se encontra.
“prejudicar”). - Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
- Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.
7-)
A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas com as 2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr.
dificuldades para lidar com as frustrações de seus desejos. (antes
de verbo no infinitivo não há crase)
Didatismo e Conhecimento 71
LÍNGUA PORTUGUESA
Ponto e Vírgula ( ; ) Vírgula
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
importância. Não se usa vírgula
- “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão *separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se
a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de diretamente entre si:
nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA) - entre sujeito e predicado.
Todos os alunos da sala foram advertidos.
2- Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas. Sujeito predicado
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, montanhas,
frio e cobertor. - entre o verbo e seus objetos.
O trabalho custou sacrifício aos realizadores.
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos, V.T.D.I. O.D. O.I.
decreto de lei, etc.
- Ir ao supermercado; Usa-se a vírgula:
- Pegar as crianças na escola; - Para marcar intercalação:
- Caminhada na praia; a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância,
- Reunião com amigos. vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
Dois pontos produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
1- Antes de uma citação c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão
dos lucros altos.
2- Antes de um aposto
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde - Para marcar inversão:
e calor à noite. a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois
das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio
rotina de sempre.
de 1982.
4- Em frases de estilo direto
- Para separar entre si elementos coordenados (dispostos em
Maria perguntou:
enumeração):
- Por que você não toma uma decisão?
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
Ponto de Exclamação
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, - Para marcar elipse (omissão) do verbo:
súplica, etc. Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
- Sim! Claro que eu quero me casar com você! - Para isolar:
2- Depois de interjeições ou vocativos - o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasileira,
- Ai! Que susto! possui um trânsito caótico.
- João! Há quanto tempo! - o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
Ponto de Interrogação Fontes:
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo) http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgula.htm
Didatismo e Conhecimento 72
LÍNGUA PORTUGUESA
(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora (E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o telefone de
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou quem a encontrou e informar um ponto de referência
a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse
ajudar a revelar quem era a sua dona. 06. (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013)
(D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, embora Para que o fragmento abaixo seja coerente e gramaticalmente
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou correto, é necessário inserir sinais de pontuação. Assinale a posição
a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse em que não deve ser usado o sinal de ponto, e sim a vírgula, para
ajudar a revelar quem era a sua dona. que sejam respeitadas as regras gramaticais. Desconsidere os
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora, ajustes nas letras iniciais minúsculas.
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas
a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse de bambu para 4600 alunos da rede pública de São Paulo(A) o
ajudar a revelar quem era a sua dona. programa desenvolve ainda oficinas e cursos para as crianças
utilizarem a bicicleta de forma segura e correta(B) os alunos
02. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2013 - ajudam a traçar ciclorrotas e participam de atividades sobre
ADAPTADA) Jogadores de futebol de diversos times entraram cidadania e reciclagem(C) as escolas participantes se tornam
em campo em prol do programa “Pai Presente”, nos jogos do também centros de descarte de garrafas PET(D) destinadas
Campeonato Nacional em apoio à campanha que visa 4 reduzir depois para reciclagem(E) o programa possibilitará o retorno
o número de pessoas que não possuem o nome do pai em sua das bicicletas pela saúde das crianças e transformação das
certidão de nascimento. (...) comunidades em lugares melhores para se viver.
A oração subordinada “que não possuem o nome do pai em (Adaptado de Vida Simples, abril de 2012, edição 117)
sua certidão de nascimento” não é antecedida por vírgula porque a) A
tem natureza restritiva. b) B
( ) Certo ( ) Errado c) C
d) D
03.(BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – e) E
BNDES/2012) Em que período a vírgula pode ser retirada,
mantendo-se o sentido e a obediência à norma-padrão? 07. (DETRAN - OFICIAL ESTADUAL DE TRÂNSITO –
VUNESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto ao uso da
(A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o treino.
pontuação.
(B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos esportes?
(A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas
(C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se prepara
circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja aliviada.
para o evento.
(B) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, porque
(D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimoramento
você está junto; com os outros motoristas cujos comportamentos,
do desportista.
são desconhecidos.
(E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: judô,
(C) Os motoristas, devem saber, que os carros podem ser uma
natação e canoagem.
extensão de nossa personalidade.
(D) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; aumentar os
04. (BANPARÁ/PA – TÉCNICO BANCÁRIO – ESPP/2012) níveis de estresse em alguns motoristas.
Assinale a alternativa em que a pontuação está correta. (E) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua,
a) Meu grande amigo Pedro, esteve aqui ontem! são as principais causas da ira de trânsito.
b) Foi solicitado, pelo diretor o comprovante da transação.
c) Maria, você trouxe os documentos? 08. (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS
d) O garoto de óculos leu, em voz alta o poema. GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL -
e) Na noite de ontem o vigia percebeu, uma movimentação FUMARC/2013) “Paciência, minha filha, este é apenas um ciclo
estranha. econômico e a nossa geração foi escolhida para este vexame, você
aí desse tamanho pedindo esmola e eu aqui sem nada para te dizer,
05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.). Assinale agora afasta que abriu o sinal.”
a alternativa em que a frase mantém-se correta após o acréscimo No período acima, as vírgulas foram empregadas em
das vírgulas. “Paciência, minha filha, este é [...]”, para separar
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na pulseira (A) aposto.
instruções para que envie, uma mensagem eletrônica ao grupo ou (B) vocativo.
acione o código na internet. (C) adjunto adverbial.
(B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de onde o (D) expressão explicativa.
código foi acionado.
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados, 09. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL
recebem automaticamente, uma mensagem dizendo que a criança PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011) O período
foi encontrada. corretamente pontuado é:
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega primeiro (A) Os filmes que, mostram a luta pela sobrevivência em
às, areias do Guarujá. condições hostis nem sempre conseguem agradar, aos espectadores.
Didatismo e Conhecimento 73
LÍNGUA PORTUGUESA
(B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes entre si, 5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inadequadas
podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma história ficcional. (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá na
(C) A história de heroísmo e de determinação que nem sempre, pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem eletrônica
é convincente, se passa em um cenário marcado, pelo frio. ao grupo ou acione o código na internet.
(D) Caminhar por um extenso território gelado, é correr riscos (B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os pais de
iminentes que comprometem, a sobrevivência. onde o código foi acionado.
(E) Para os fugitivos que se propunham, a alcançar a liberdade, (C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados ,
nada poderia parecer, realmente intransponível. (X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem dizendo que a
criança foi encontrada.
GABARITO (D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) chega
01. C 02. C 03. D 04. C 05. E primeiro às , (X) areias do Guarujá.
06. D 07. A 08. B 09.B
6-)
RESOLUÇÃO O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas
de bambu para 4600 alunos da rede pública de São Paulo(A). O
1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas programa desenvolve ainda oficinas e cursos para as crianças
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora, utilizarem a bicicleta de forma segura e correta(B). Os alunos
(X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma intimidade, ajudam a traçar ciclorrotas e participam de atividades sobre
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que cidadania e reciclagem(C). As escolas participantes se tornam
pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona. também centros de descarte de garrafas PET(D), destinadas
(B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa e, depois para reciclagem(E). O programa possibilitará o retorno
embora experimentasse a sensação , (X) de violar uma intimidade, das bicicletas pela saúde das crianças e transformação das
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que comunidades em lugares melhores para se viver.
pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona. A vírgula deve ser colocada após a palavra “PET”, posição
(D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa e, (D), pois antecipa um termo explicativo.
embora experimentasse a sensação de violar uma intimidade,
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) encontrar algo 7-) Fiz as indicações (X) das pontuações inadequadas:
que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona. (A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja aliviada.
, (X) experimentasse a sensação de violar uma intimidade, (B) Dirigir pode aumentar, (X) nosso nível de estresse,
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) encontrar algo porque você está junto; (X) com os outros motoristas cujos
que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona. comportamentos, (X) são desconhecidos.
2-) A oração restringe o grupo que participará da campanha (C) Os motoristas, (X) devem saber, (X) que os carros podem
(apenas os que não têm o nome do pai na certidão de nascimento). ser uma extensão de nossa personalidade.
Se colocarmos uma vírgula, a oração tornar-se-á “explicativa”, (D) A ira de trânsito pode ocasionar, (X) acidentes e; (X)
generalizando a informação, o que dará a entender que TODAS as aumentar os níveis de estresse em alguns motoristas.
pessoa não têm o nome do pai na certidão. (E) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua,
RESPOSTA: “CERTO”. (X) são as principais causas da ira de trânsito.
3-) 8-) Paciência, minha filha, este é... = é o termo usado para se
(A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o treino. = dirigir ao interlocutor, ou seja, é um vocativo.
mantê-la (termo deslocado)
(B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos esportes? = 9-) Fiz as marcações (X) onde as pontuações estão inadequadas
mantê-la (vocativo) ou faltantes:
(C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se prepara (A) Os filmes que,(X) mostram a luta pela sobrevivência
para o evento. em condições hostis nem sempre conseguem agradar, (X) aos
= mantê-la (explicação) espectadores.
(D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimoramento (B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes entre si,
do desportista. podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma história ficcional.
= pode retirá-la (advérbio de tempo) (C) A história de heroísmo e de determinação (X) que nem
(E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: judô, sempre, (X) é convincente, se passa em um cenário marcado, (X)
natação e canoagem. pelo frio.
= mantê-la (enumeração) (D) Caminhar por um extenso território gelado, (X) é correr
riscos iminentes (X) que comprometem, (X) a sobrevivência.
4-) Assinalei com (X) a pontuação inadequada ou faltante: (E) Para os fugitivos que se propunham, (X) a alcançar a
a) Meu grande amigo Pedro, (X) esteve aqui ontem! liberdade, nada poderia parecer, (X) realmente intransponível.
b) Foi solicitado, (X) pelo diretor o comprovante da transação.
c) Maria, você trouxe os documentos? Recomendo a visualização do link abaixo para entender,
d) O garoto de óculos leu, em voz alta (X) o poema. de uma maneira criativa, a importância da pontuação!
e) Na noite de ontem (X) o vigia percebeu, (X) uma
movimentação estranha. http://www.youtube.com/watch?v=JxJrS6augu0
Didatismo e Conhecimento 74
LÍNGUA PORTUGUESA
Questões sobre Significação das Palavras
SEMÂNTICA: A SIGNIFICAÇÃO
DAS PALAVRAS NO TEXTO; 01. Assinale a alternativa que preenche corretamente as
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO lacunas da frase abaixo:
Da mesma forma que os italianos e japoneses _________
para o Brasil no século passado, hoje os brasileiros ________
para a Europa e para o Japão, à busca de uma vida melhor;
- Sinônimos internamente, __________ para o Sul, pelo mesmo motivo.
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto - a) imigraram - emigram - migram
abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. b) migraram - imigram - emigram
Observação: A contribuição greco-latina é responsável c) emigraram - migram - imigram.
pela existência de numerosos pares de sinônimos: adversário d) emigraram - imigram - migram.
e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo; e) imigraram - migram – emigram
contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo;
transformação e metamorfose; oposição e antítese. Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – 2013 -
Leia o texto para responder às questões de números 02 e 03.
- Antônimos
São palavras de significação oposta: ordem - anarquia; Alunos de colégio fazem robôs com sucata eletrônica
soberba - humildade; louvar - censurar; mal - bem.
Observação: A antonímia pode originar-se de um prefixo Você comprou um smartphone e acha que aquele seu celular
de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático antigo é imprestável? Não se engane: o que é lixo para alguns
e antipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia; ativo pode ser matéria-prima para outros. O CMID – Centro Marista
e inativo; esperar e desesperar; comunista e anticomunista; de Inclusão Digital –, que funciona junto ao Colégio Marista de
simétrico e assimétrico. Santa Maria, no Rio Grande do Sul, ensina os alunos do colégio a
fazer robôs a partir de lixo eletrônico.
O que são Homônimos e Parônimos: Os alunos da turma avançada de robótica, por exemplo,
- Homônimos constroem carros com sensores de movimento que respondem
a) Homógrafos: são palavras iguais na escrita e diferentes na à aproximação das pessoas. A fonte de energia vem de baterias
pronúncia: de celular. “Tirando alguns sensores, que precisamos comprar,
rego (subst.) e rego (verbo); é tudo reciclagem”, comentou o instrutor de robótica do CMID,
colher (verbo) e colher (subst.); Leandro Schneider. Esses alunos também aprendem a consertar
jogo (subst.) e jogo (verbo); computadores antigos. “O nosso projeto só funciona por causa
denúncia (subst.) e denuncia (verbo); do lixo eletrônico. Se tivéssemos que comprar tudo, não seria
providência (subst.) e providencia (verbo). viável”, completou.
Em uma época em que celebridades do mundo digital fazem
b) Homófonos: são palavras iguais na pronúncia e diferentes campanha a favor do ensino de programação nas escolas,
na escrita: é inspirador o relato de Dionatan Gabriel, aluno da turma
acender (atear) e ascender (subir); avançada de robótica do CMID que, aos 16 anos, já sabe qual
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); será sua profissão. “Quero ser programador. No início das aulas,
cela (compartimento) e sela (arreio); eu achava meio chato, mas depois fui me interessando”, disse.
censo (recenseamento) e senso (juízo); (Giordano Tronco, www.techtudo.com.br, 07.07.2013.
paço (palácio) e passo (andar). Adaptado)
c) Homógrafos e homófonos simultaneamente: São palavras 02. A palavra em destaque no trecho –“Tirando alguns
iguais na escrita e na pronúncia: sensores, que precisamos comprar, é tudo reciclagem”... – pode ser
caminho (subst.) e caminho (verbo); substituída, sem alteração do sentido da mensagem, pela seguinte
cedo (verbo) e cedo (adv.); expressão:
livre (adj.) e livre (verbo). A) Pelo menos B) A contar de
C) Em substituição a D) Com exceção de
- Parônimos E) No que se refere a
São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: coro e
couro; cesta e sesta; eminente e iminente; osso e ouço; sede e 03. Assinale a alternativa que apresenta um antônimo para
cede; comprimento e cumprimento; tetânico e titânico; autuar e o termo destacado em – …“No início das aulas, eu achava meio
atuar; degradar e degredar; infligir e infringir; deferir e diferir; chato, mas depois fui me interessando”, disse.
suar e soar. A) Estimulante. B) Cansativo.
C) Irritante. D) Confuso.
h t t p : / / w w w. c o l a d a w e b . c o m / p o r t u g u e s / s i n o n i m o s , - E) Improdutivo.
antonimos,-homonimos-e-paronimos
Didatismo e Conhecimento 75
LÍNGUA PORTUGUESA
04. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP 08. Assinale a alternativa correta, considerando que à direita
– 2013). Analise as afirmações a seguir. de cada palavra há um sinônimo.
I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar
por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituído, sem b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país)
alteração do sentido do texto, por “faz”. c) delatar = expandir; dilatar = denunciar
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser reescrita d) deferir = diferenciar; diferir = conceder
da seguinte forma – Todo preso aspira à libertação. e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma diferente aqui
no presídio devido ao bom comportamento. – pode-se substituir a GABARITO
expressão em destaque por “em razão do”, sem alterar o sentido 01. A 02. D 03. A 04. A
do texto. 05. D 06. E 07. E 08. A
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, está
correto o que se afirma em RESOLUÇÃO
A) I, II e III. B) III, apenas.
C) I e III, apenas. D) I, apenas. 1-) Da mesma forma que os italianos e japoneses imigraram
E) I e II, apenas. para o Brasil no século passado, hoje os brasileiros emigram
para a Europa e para o Japão, à busca de uma vida melhor;
05. Leia as frases abaixo: internamente, migram para o Sul, pelo mesmo motivo.
1 - Assisti ao ________ do balé Bolshoi;
2 - Daqui ______ pouco vão dizer que ______ vida em Marte. 2-) “Com exceção de alguns sensores, que precisamos
3 - As _________ da câmara são verdadeiros programas de comprar, é tudo reciclagem”...
humor.
4 - ___________ dias que não falo com Alfredo. 3-) antônimo para o termo destacado : “No início das aulas, eu
achava meio chato, mas depois fui me interessando”
Escolha a alternativa que oferece a sequência correta de “No início das aulas, eu achava meio estimulante, mas depois
vocábulos para as lacunas existentes: fui me interessando”
a) concerto – há – a – cessões – há;
b) conserto – a – há – sessões – há; 4-)
c) concerto – a – há – seções – a; I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
d) concerto – a – há – sessões – há; por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituído, sem
e) conserto – há – a – sessões – a . alteração do sentido do texto, por “faz”. = correta
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser reescrita
06. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP da seguinte forma – Todo preso aspira à libertação. = correta
– 2013-adap.). Considere o seguinte trecho para responder à III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma diferente aqui
questão. no presídio devido ao bom comportamento. – pode-se substituir a
Adolescentes vivendo em famílias que não lhes transmitiram expressão em destaque por “em razão do”, sem alterar o sentido
valores sociais altruísticos, formação moral e não lhes impuseram do texto. = correta
limites de disciplina.
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse trecho, 5-)
é: 1 - Assisti ao concerto do balé Bolshoi;
A) de desprendimento. B) de responsabilidade. 2 - Daqui a pouco vão dizer que há (= existe) vida
C) de abnegação. D) de amor. em Marte.
E) de egoísmo. 3 – As sessões da câmara são verdadeiros programas
de humor.
07. Assinale o único exemplo cuja lacuna deve ser preenchida 4- Há dias que não falo com Alfredo. (= tempo
com a primeira alternativa da série dada nos parênteses: passado)
A) Estou aqui _______ de ajudar os flagelados das enchentes.
(afim- a fim). 6-) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes
B) A bandeira está ________. (arreada - arriada). transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não
C) Serão punidos os que ________ o regulamento. (inflingirem lhes impuseram limites de disciplina.
- infringirem). O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse trecho,
D) São sempre valiosos os ________ dos mais velhos. é de egoísmo
(concelhos - conselhos). Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado nos seres
E) Moro ________ cem metros da praça principal. (a cerca humanos e outros seres vivos, em que as ações de um indivíduo
de - acerca de). beneficiam outros. É sinônimo de filantropia. No sentido comum
do termo, é muitas vezes percebida, também, como sinônimo
de solidariedade. Esse conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo,
que são as inclinações específica e exclusivamente individuais
(pessoais ou coletivas).
Didatismo e Conhecimento 76
LÍNGUA PORTUGUESA
7-) Denotação e Conotação
A) Estou aqui a fim de de ajudar os flagelados das
enchentes. (afim = O adjetivo “afim” é empregado para indicar - Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o
que uma coisa tem afinidade com a outra. Há pessoas que têm seu significado primitivo e original, com o sentido do dicionário;
temperamentos afins, ou seja, parecidos) usada de modo automatizado; linguagem comum. Veja este
B) A bandeira está arriada . (arrear = colocar arreio exemplo: Cortaram as asas da ave para que não voasse mais.
no cavalo) Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido próprio,
C) Serão punidos os que infringirem o regulamento. comum, usual, literal.
(inflingirem = aplicarem a pena)
D) São sempre valiosos os conselhos dos mais velhos; MINHA DICA - Procure associar Denotação com Dicionário:
(concelhos= Porção territorial ou parte administrativa de um trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado em seu
distrito). sentido dicionarístico.
E) Moro a cerca de cem metros da praça principal. (acerca
de = Acerca de é sinônimo de “a respeito de”.). - Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o
seu significado secundário, com o sentido amplo (ou simbólico);
8-) usada de modo criativo, figurado, numa linguagem rica e
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) = expressiva. Veja este exemplo:
significados invertidos Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes que
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar = significados seja tarde demais.
invertidos Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma figurada,
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder = significados fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle de ações;
invertidos disciplina, limitação de conduta e comportamento.
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação =
significados invertidos Fonte:
http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de-
Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabola, justica-tjm-sp/lingua-portuguesa-sentido-proprio-e-figurado-das-
que por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser definida como palavras.html
sendo um conjunto de letras ou sons de uma língua, juntamente
com a ideia associada a este conjunto. Questões sobre Denotação e Conotação
Didatismo e Conhecimento 77
LÍNGUA PORTUGUESA
Desde o surgimento da ideia de hipertexto... No primeiro parágrafo, a palavra utilizada em sentido figurado é
... informações ligadas especialmente à pesquisa acadêmica, (A) menino.
... uma “máquina poética”, algo que funcionasse por analogia (B) chão.
e associação... (C) testa.
(D) penumbra.
Quando o cientista Vannevar Bush [...] concebeu a ideia de (E) tenda.
hipertexto...
... 20 anos depois de seu artigo fundador... 7-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA –
VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder à
As palavras destacadas que expressam ideia de tempo são: questão.
(A) algo, especialmente e Quando.
(B) Desde, especialmente e algo. RIO DE JANEIRO – A Prefeitura do Rio está lançando a
(C) especialmente, Quando e depois. Operação Lixo Zero, que vai multar quem emporcalhar a cidade.
Em primeira instância, a campanha é educativa. Equipes da
(D) Desde, Quando e depois.
Companhia Municipal de Limpeza Urbana estão percorrendo
(E) Desde, algo e depois.
as ruas para flagrar maus cidadãos jogando coisas onde não
devem e alertá-los para o que os espera. Em breve, com guardas
4-) (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) municipais, policiais militares e 600 fiscais em ação, as multas
A importância de Rodolfo Coelho Cavalcante para o movimento começarão a chegar para quem tratar a via pública como a casa
cordelista pode ser comparada à de outros dois grandes nomes... da sogra.
Sem qualquer outra alteração da frase acima e sem prejuízo da Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, os
correção, o elemento grifado pode ser substituído por: recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens golpistas
(A) contrastada. que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar as ruas, pichar
(B) confrontada. monumentos, vandalizar prédios públicos, quebrar orelhões,
(C) ombreada. arrancar postes, apedrejar vitrines, depredar bancos, saquear
(D) rivalizada. lojas e, por uma estranha compulsão, destruir lixeiras, jogar o
(E) equiparada. lixo no asfalto e armar barricadas de fogo com ele.
É verdade que, no seu “bullying” político, eles não estão
5-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por algum motivo,
COMUNITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) No verso – Não parecem querer levar ao colapso.
te abras com teu amigo – o verbo em destaque foi empregado em Pois, já que a lei não permite prendê-los por vandalismo,
sentido figurado. saque, formação de quadrilha, desacato à autoridade, resistência
à prisão e nem mesmo por ataque aos órgãos públicos, talvez seja
Assinale a alternativa em que esse mesmo verbo “abrir”
possível enquadrá-los por sujar a rua.
continua sendo empregado em sentido figurado. (Ruy Castro, Por sujar a rua. Folha de S.Paulo, 21.08.2013. Adaptado)
(A) Ao abrir a porta, não havia ninguém.
(B) Ele não pôde abrir a lata porque não tinha um abridor. Na oração – ... parecem querer levar ao colapso. – (3.º
(C) Para aprender, é preciso abrir a mente. parágrafo), o termo em destaque é sinônimo de
(D) Pela manhã, quando abri os olhos, já estava em casa. (A) progresso.
(E) Os ladrões abriram o cofre com um maçarico. (B) descaso.
(C) vitória.
6-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – (D) tédio.
FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão, (E) ruína.
considere o texto abaixo.
8-) (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
A marca da solidão BNDES/2012) Considere o emprego do verbo levar no trecho:
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de “Uma competição não dura apenas alguns minutos. Leva anos”. A
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a testa frase em que esse verbo está usado com o mesmo sentido é:
pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de penumbra (A) O menino leva o material adequado para a escola.
na tarde quente. (B) João levou uma surra da mãe.
(C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo.
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, dentro de
(D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso.
cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com pedrinhas e
(E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar a prova.
tufos minúsculos de musgos, formando pequenas plantas, ínfimos
bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz de parar de viver Resolução
para, apenas, ver. Quando se tem a marca da solidão na alma, o
mundo cabe numa fresta. 1-)
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta negra Questão que pode ser resolvida usando a lógica ou associação
bazar, 2010. p. 47) de palavras! Veja: a ignição do carro lembra-nos fogo, combustão...
Pedra, petrificado. Encontrou a resposta?
RESPOSTA: “D”.
Didatismo e Conhecimento 78
LÍNGUA PORTUGUESA
2-) Tomando como exemplo as frases já mencionadas,
Classificar conforme regras conhecidas, mas não confirmadas analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo com seu
se verdadeiras. sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo dicionário.
RESPOSTA: “E”. Na primeira, a palavra “mão” significa habilidade, eficiência
diante do ato praticado. Nas outras que seguem o significado é de:
3-) participação, interação mediante a uma tarefa realizada; mão como
As palavras que nos dão a noção, ideia de tempo são: desde, parte do corpo humano e por último simboliza o roubo, visto de
quando e depois. maneira pejorativa.
RESPOSTA: “D”. Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo percebemos
que o prefixo “poli” significa multiplicidade de algo. Possibilidades
4-) de várias interpretações levando-se em consideração as situações
Ao participar de um concurso, não temos acesso a dicionários de aplicabilidade.
para que verifiquemos o significado das palavras, por isso, caso Há uma infinidade de outros exemplos em que podemos
não saibamos o que significam, devemos analisá-las dentro do verificar a ocorrência da polissemia, como por exemplo:
contexto em que se encontram. No exercício acima, a que se O rapaz é um tremendo gato.
“encaixa” é “equiparada”. O gato do vizinho é peralta.
RESPOSTA: “E”. Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
5-) sobrevivência
Em todas as alternativas o verbo “abrir” está empregado em O passarinho foi atingido no bico.
seu sentido denotativo. No item C, conotativo (“abrir a mente” =
aberto a mudanças, novas ideias). Polissemia e homonímia
RESPOSTA: “C”.
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante comum.
6-) Quando a mesma palavra apresenta vários significados, estamos
Novamente, responderemos com frase do texto: seu rosto na presença da polissemia. Por outro lado, quando duas ou mais
formando uma tenda. palavras com origens e significados distintos têm a mesma grafia e
RESPOSTA: “E”. fonologia, temos uma homonímia.
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
7-) significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é polissemia
Pela leitura do texto, compreende-se que a intenção do autor porque os diferentes significados para a palavra manga têm origens
ao utilizar a expressão” levar ao colapso” refere-se à queda, ao fim, diferentes, e por isso alguns estudiosos mencionam que a palavra
à ruína da cidade. manga deveria ter mais do que uma entrada no dicionário.
RESPOSTA: “E”. “Letra” é uma palavra polissêmica. Letra pode significar
o elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção ou a
8-) caligrafia de um determinado indivíduo. Neste caso, os diferentes
No enunciado, o verbo “levar” está empregado com o sentido significados estão interligados porque remetem para o mesmo
de “duração/tempo” conceito, o da escrita.
(A) O menino leva o material adequado para a escola. =
carrega Polissemia e ambiguidade
(B) João levou uma surra da mãe. = apanhou
(C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo. = arrasta Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
(D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso. = direciona interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode ser
(E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar a prova ambíguo, ou seja, apresenta mais de uma interpretação. Essa
= duração/tempo ambiguidade pode ocorrer devido à colocação específica de uma
palavra (por exemplo, um advérbio) em uma frase. Vejamos a
Consideremos as seguintes frases: seguinte frase: Pessoas que têm uma alimentação equilibrada
Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja! frequentemente são felizes. Neste caso podem existir duas
Vamos! Coloque logo a mão na massa! interpretações diferentes. As pessoas têm alimentação equilibrada
As crianças estão com as mãos sujas. porque são felizes ou são felizes porque têm uma alimentação
Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi. equilibrada.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela pode
Chegamos à conclusão de que se trata de palavras idênticas no induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpretação. Para
que se refere à grafia, mas será que possuem o mesmo significado? fazer a interpretação correta é muito importante saber qual o
Existe uma parte da gramática normativa denominada contexto em que a frase é proferida.
Semântica. Ela trabalha a questão dos diferentes significados que
uma mesma palavra apresenta de acordo com o contexto em que
se insere.
Didatismo e Conhecimento 79
LÍNGUA PORTUGUESA
É muito comum, entre os candidatos a um cargo público, a - Através do texto, infere-se que...
preocupação com a interpretação de textos. Por isso, vão aqui - É possível deduzir que...
alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder às - O autor permite concluir que...
questões relacionadas a textos. - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais de Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a
uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso,
procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de mais.
diferenças entre as situações do texto.
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona
realidade, opinando a respeito. palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo,
em um só parágrafo. uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras. relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito.
Condições básicas para interpretar OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia
e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome
Fazem-se necessários: oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu
- Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes
literários, estrutura do texto), leitura e prática; relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) adequação ao antecedente.
e semântico; Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação
Observação – na semântica (significado das palavras) de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo,
incluem--se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo
sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre adequado a cada circunstância, a saber:
outros.
- Capacidade de observação e de síntese e - que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas
- Capacidade de raciocínio. depende das condições da frase.
- qual (neutro) idem ao anterior.
Interpretar X compreender - quem (pessoa)
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o
Interpretar significa objeto possuído.
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. - como (modo)
Didatismo e Conhecimento 80
LÍNGUA PORTUGUESA
- onde (lugar) 2-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE
quando (tempo) COMUNITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) De acordo com
quanto (montante) o poema, é correto afirmar que
(A) não se deve ter amigos, pois criar laços de amizade é algo
Exemplo: ruim.
Falou tudo QUANTO queria (correto) (B) amigo que não guarda segredos não merece respeito.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria (C) o melhor amigo é aquele que não possui outros amigos.
aparecer o demonstrativo O ). (D) revelar segredos para o amigo pode ser arriscado.
(E) entre amigos, não devem existir segredos.
Dicas para melhorar a interpretação de textos
3-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; – SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a PENITENCIÁRIO – VUNESP/2013) Leia o poema para responder
leitura; à questão.
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo
menos duas vezes; Casamento
- Inferir;
- Voltar ao texto quantas vezes precisar; Há mulheres que dizem:
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; Meu marido, se quiser pescar, pesque,
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor mas que limpe os peixes.
compreensão; Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
questão; É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como “este foi difícil”
Fonte: “prateou no ar dando rabanadas”
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/ e faz o gesto com a mão.
como-interpretar-textos O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
QUESTÕES Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Coisas prateadas espocam:
- ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) O somos noivo e noiva.
contexto em que se encontra a passagem – Se deixou de bajular os (Adélia Prado, Poesia Reunida)
príncipes e princesas do século 19, passou a servir reis e rainhas
do 20 (2.º parágrafo) – leva a concluir, corretamente, que a menção A ideia central do poema de Adélia Prado é mostrar que
a (A) as mulheres que amam valorizam o cotidiano e não
(A) príncipes e princesas constitui uma referência em sentido gostam que os maridos frequentem pescarias, pois acham difícil
não literal. limpar os peixes.
(B) reis e rainhas constitui uma referência em sentido não (B) o eu lírico do poema pertence ao grupo de mulheres que
literal. não gostam de limpar os peixes, embora valorizem os esbarrões de
(C) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma referência cotovelos na cozinha.
em sentido não literal. (C) há mulheres casadas que não gostam de ficar sozinhas
(D) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma referência com seus maridos na cozinha, enquanto limpam os peixes.
em sentido literal. (D) as mulheres que amam valorizam os momentos mais
(E) reis e rainhas constitui uma referência em sentido literal. simples do cotidiano vividos com a pessoa amada.
(E) o casamento exige levantar a qualquer hora da noite, para
Texto para a questão 2: limpar, abrir e salgar o peixe.
Didatismo e Conhecimento 81
LÍNGUA PORTUGUESA
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, dentro de Pela leitura do fragmento acima, é correto afirmar que, em sua
cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com pedrinhas e estrutura sintática, houve supressão da expressão
tufos minúsculos de musgos, formando pequenas plantas, ínfimos a) vigilantes.
bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz de parar de viver b) carga.
para, apenas, ver. Quando se tem a marca da solidão na alma, o c) viatura.
mundo cabe numa fresta. d) foi.
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta negra e) desviada.
bazar, 2010. p. 47)
8-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo Um carteiro chega ao portão do hospício e grita:
reduzido no qual o menino detém sua atenção é — Carta para o 9.326!!!
(A) fresta. Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está em
(B) marca. branco, e um outro pergunta:
(C) alma. — Quem te mandou essa carta?
(D) solidão. — Minha irmã.
(E) penumbra. — Mas por que não está escrito nada?
— Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!
5-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com adaptações).
CESPE/2012) O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto acima
O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a decorre
totalidade do universo, toda a sociedade, a história, a concepção A) da identificação numérica atribuída ao louco.
de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a carta no
a todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma maneira, o hospício.
aspecto festivo do mundo inteiro, em todos os seus níveis, uma C) do fato de outro louco querer saber quem enviou a carta.
espécie de segunda revelação do mundo.
D) da explicação dada pelo louco para a carta em branco.
Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o Renascimento:
E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele.
o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec, 1987, p. 73 (com
adaptações).
9-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
Um homem se dirige à recepcionista de uma clínica:
Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente textual “O
— Por favor, quero falar com o dr. Pedro.
riso”.
— O senhor tem hora?
(...) CERTO ( ) ERRADO
O sujeito olha para o relógio e diz:
6-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – — Sim. São duas e meia.
CESPE/2010) — Não, não... Eu quero saber se o senhor é paciente.
Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atingiu — O que a senhora acha? Faz seis meses que ele não me paga
pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge uma o aluguel do consultório...
explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e generalizado Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com adaptações).
de energia no final de 2009.
Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica No texto acima, a recepcionista dirige-se duas vezes ao
(ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa estatal homem para saber se ele
Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de 900 km A) verificou o horário de chegada e está sob os cuidados do
que separam Itaipu de São Paulo. dr. Pedro.
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de B) pode indicar-lhe as horas e decidiu esperar o pagamento
investimentos e também erros operacionais conspiraram para do aluguel.
produzir a mais séria falha do sistema de geração e distribuição C) tem relógio e sabe esperar.
de energia do país desde o traumático racionamento de 2001. D) marcou consulta e está calmo.
Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações). E) marcou consulta para aquele dia e está sob os cuidados do
dr. Pedro.
Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas do texto
acima apresentado, julgue os próximos itens. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNICO DA
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010 - ADAPTADA) Atenção:
do país” tem, nesse contexto, valor restritivo. As questões de números 10 a 13 referem-se ao texto abaixo.
(...) CERTO ( ) ERRADO Liderança é uma palavra frequentemente associada a feitos
e realizações de grandes personagens da história e da vida social
7-) (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ou, então, a uma dimensão mágica, em que algumas poucas
ADMINISTRAÇÃO – AOCP/2010) “A carga foi desviada e a pessoas teriam habilidades inatas ou o dom de transformar-se em
viatura, com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona norte grandes líderes, capazes de influenciar outras e, assim, obter e
de São Paulo.” manter o poder.
Didatismo e Conhecimento 82
LÍNGUA PORTUGUESA
Os estudos sobre o tema, no entanto, mostram que a maioria 12-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO –
das pessoas pode tornar-se líder, ou pelo menos desenvolver TÉCNICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O fenômeno
consideravelmente as suas capacidades de liderança. da liderança só ocorre na inter-relação ... (4º parágrafo)
Paulo Roberto Motta diz: “líderes são pessoas comuns No contexto, inter-relação significa
que aprendem habilidades comuns, mas que, no seu conjunto, (A) o respeito que os membros de uma equipe devem
formam uma pessoa incomum”. De fato, são necessárias algumas demonstrar ao acatar as decisões tomadas pelo líder, por resultarem
habilidades, mas elas podem ser aprendidas tanto através das em benefício de todo o grupo.
experiências da vida, quanto da formação voltada para essa (B) a igualdade entre os valores dos integrantes de um
finalidade. grupo devidamente orientado pelo líder e aqueles propostos pela
O fenômeno da liderança só ocorre na inter-relação; envolve organização a que prestam serviço.
duas ou mais pessoas e a existência de necessidades para serem (C) o trabalho que deverá sempre ser realizado em equipe,
atendidas ou objetivos para serem alcançados, que requerem a de modo que os mais capacitados colaborem com os de menor
interação cooperativa dos membros envolvidos. Não pressupõe capacidade.
proximidade física ou temporal: pode-se ter a mente e/ou o (D) a criação de interesses mútuos entre membros de uma
comportamento influenciado por um escritor ou por um líder equipe e de respeito às metas que devem ser alcançadas por todos.
religioso que nunca se viu ou que viveu noutra época. [...]
Se a legitimidade da liderança se baseia na aceitação do 13-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO –
poder de influência do líder, implica dizer que parte desse poder TÉCNICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) Não
encontra-se no próprio grupo. É nessa premissa que se fundamenta pressupõe proximidade física ou temporal ... (4º parágrafo)
a maioria das teorias contemporâneas sobre liderança. A afirmativa acima quer dizer, com outras palavras, que
Daí definirem liderança como a arte de usar o poder que (A) a presença física de um líder natural é fundamental para
existe nas pessoas ou a arte de liderar as pessoas para fazerem o que seus ensinamentos possam ser divulgados e aceitos.
que se requer delas, da maneira mais efetiva e humana possível. (B) um líder verdadeiramente capaz é aquele que sempre se
[...] atualiza, adquirindo conhecimentos de fontes e de autores diversos.
(Augusta E.E.H. Barbosa do Amaral e Sandra Souza Pinto. Gestão de (C) o aprendizado da liderança pode ser produtivo, mesmo se
pessoas, in Desenvolvimento gerencial na Administração pública do Estado houver distância no tempo e no espaço entre aquele que influencia
de São Paulo, org. Lais Macedo de Oliveira e Maria Cristina Pinto Galvão,
e aquele que é influenciado.
Secretaria de Gestão pública, São Paulo: Fundap, 2. ed., 2009, p. 290 e 292,
(D) as influências recebidas devem ser bem analisadas e
postas em prática em seu devido tempo e na ocasião mais propícia.
com adaptações)
Didatismo e Conhecimento 83
LÍNGUA PORTUGUESA
(DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
– VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às
questões de números 15 a 17.
Didatismo e Conhecimento 84
LÍNGUA PORTUGUESA
6-) 13-)
Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo menos Não pressupõe proximidade física ou temporal = o aprendizado
1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por “o qual”, portanto, da liderança pode ser produtivo, mesmo se houver distância no
trata-se de um pronome relativo (oração subordinada adjetiva). tempo e no espaço entre aquele que influencia e aquele que é
Quando há presença de vírgula, temos uma adjetiva explicativa influenciado.
(generaliza a informação da oração principal. A construção seria:
“do apagão, que atingiu pelo menos 1800 cidades em 18 estados RESPOSTA: “C”.
do país”); quando não há, temos uma adjetiva restritiva (restringe,
delimita a informação – como no caso do exercício). 14-)
Em todas as alternativas há expressões que representam a
RESPOSTA: “CERTO’. opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da Terra / Não se
pode esquecer / gesto humanitário que só enobrece / demonstrando
7-) coragem e desprendimento.
“A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes,
abandonada em Pirituba, na zona norte de São Paulo.” Trata-se RESPOSTA: “B”.
da figura de linguagem (de construção ou sintaxe) “zeugma”, que
consiste na omissão de um termo já citado anteriormente (diferente 15-)
da elipse, que o termo não é citado, mas facilmente identificado). “pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, fissuras
No enunciado temos a narração de que a carga foi desviada e de – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre as fissuras, as
que a viatura foi abandonada. pedras soltas e as barreiras...” = pensar nessas coisas, certamente,
deixa-os apreensivos.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “C”.
8-)
Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais aparece 16-)
no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah, porque nós Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta da
brigamos e não estamos nos falando”. própria autora!
9-) 17-)
“O senhor tem hora? (...) Não, não... Eu quero saber se o Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim.
senhor é paciente” = a recepcionista quer saber se ele marcou
horário e se é paciente do Dr. Pedro. RESPOSTA: “D”.
Didatismo e Conhecimento 85
LÍNGUA PORTUGUESA
Vírgula ( , ): É usada para marcar uma pausa do enunciado Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção:
com a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, - quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes:
apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais
uma unidade sintática: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora úni- pobres.
ca da Sena. - quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar
Podemos concluir que, quando há uma relação sintática entre ênfase (polissíndeto): E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.
termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula. Não - quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja
se separam por vírgula: da adição (adversidade, consequência, por exemplo): Coitada! Es-
- predicado de sujeito; tudou muito, e ainda assim não foi aprovada.
- objeto de verbo; - separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou
- adjunto adnominal de nome; reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração prin-
- complemento nominal de nome; cipal: “No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda
- predicativo do objeto do objeto; mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho.” (O selvagem
- oração principal da subordinada substantiva (desde que esta - José de Alencar)
não seja apositiva nem apareça na ordem inversa). - separar as orações intercaladas: “- Senhor, disse o velho, te-
A vírgula no interior da oração nho grandes contentamentos em a estar plantando...”. Essas ora-
ções poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão:
É utilizada nas seguintes situações: “Senhor - disse o velho - tenho grandes contentamentos em a estar
- separar o vocativo: Maria, traga-me uma xícara de café; A plantando...”
educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país. - separar as orações substantivas antepostas à principal: Quan-
- separar alguns apostos: Valdete, minha antiga empregada, to custa viver, realmente não sei.
esteve aqui ontem.
- separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado: Che- Ponto-e-Vírgula ( ; )
gando de viagem, procurarei por você; As pessoas, muitas vezes,
são falsas. - separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição,
- separar elementos de uma enumeração: Precisa-se de pedrei- de uma sequência, etc:
ros, serventes, mestre-de-obras. Art. 127 – São penalidades disciplinares:
- isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo: Ama- I- advertência;
nhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para II- suspensão;
acertar a viagem. III- demissão;
- separar conjunções intercaladas: Não havia, porém, motivo IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
para tanta raiva. V- destituição de cargo em comissão;
- separar o complemento pleonástico antecipado: A mim, nada VI-destituição de função comissionada. (cap. V das penalida-
me importa. des Direito Administrativo)
- isolar o nome de lugar na indicação de datas: Belo Horizon-
te, 26 de janeiro de 2011. - separar orações coordenadas muito extensas ou orações
- separar termos coordenados assindéticos: “Lua, lua, lua, lua, coordenadas nas quais já tenham tido utilizado a vírgula: “O rosto
por um momento meu canto contigo compactua...” (Caetano Ve- de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática,
loso) era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da
- marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo): Ela vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi
prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir) transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o
Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dis- inferior um tanto tenso (...)” (Visconde de Taunay)
pensam o uso da vírgula: Conversaram sobre futebol, religião e
política. Não se falavam nem se olhavam; Ainda não me decidi se Dois-Pontos ( : )
viajarei para Bahia ou Ceará. Entretanto, se essas conjunções apa- - iniciar a fala dos personagens: Então o padre respondeu:
recerem repetidas, com a finalidade de dar ênfase, o uso da vírgula __Parta agora.
passa a ser obrigatório: Não fui nem ao velório, nem ao enterro, - antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou
nem à missa de sétimo dia. sequência de palavras que explicam, resumem ideias anteriores:
Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.
A vírgula entre orações - antes de citação: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que
o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito
É utilizada nas seguintes situações: enquanto dure.”
- separar as orações subordinadas adjetivas explicativas: Meu
pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro. Ponto de Interrogação ( ? )
- separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (ex- - Em perguntas diretas: Como você se chama?
ceto as iniciadas pela conjunção “e”: Acordei, tomei meu banho, - Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação: Quem
comi algo e saí para o trabalho; Estudou muito, mas não foi apro- ganhou na loteria? Você. Eu?!
vado no exame.
Didatismo e Conhecimento 86
LÍNGUA PORTUGUESA
Ponto de Exclamação ( ! ) Colchetes ( [] )
- Após vocativo: “Parte, Heliel!” ( As violetas de Nossa Sra.- Utilizados na linguagem científica.
Humberto de Campos).
- Após imperativo: Cale-se! Asterisco ( * )
- Após interjeição: Ufa! Ai! Empregado para chamar a atenção do leitor para alguma nota
- Após palavras ou frases que denotem caráter emocional: Que (observação).
pena!
Barra ( / )
Reticências ( ... ) Aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas.
- indicar dúvidas ou hesitação do falante: Sabe...eu queria te
dizer que...esquece. Hífen (−)
- interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incom- Usado para ligar elementos de palavras compostas e para unir
pleta: Alô! João está? Agora não se encontra. Quem sabe se ligar pronomes átonos a verbos. Exemplo: guarda-roupa
mais tarde...
- ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a inten- Exercícios
ção de sugerir prolongamento de ideia: “Sua tez, alva e pura como
um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” 01. Assinale o texto de pontuação correta:
(Cecília- José de Alencar) a) Não sei se disse, que, isto se passava, em casa de uma co-
- indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita: madre, minha avó.
“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - b) Eu tinha, o juízo fraco, e em vão tentava emendar-me: pro-
Raimundo Fagner) vocava risos, muxoxos, palavrões.
c) A estes, porém, o mais que pode acontecer é que se riam
Aspas ( “ ” ) deles os outros, sem que este riso os impeça de conservar as suas
- isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, roupas e o seu calçado.
como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos d) Na civilização e na fraqueza ia para onde me impeliam
e expressões populares: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do muito dócil muito leve, como os pedaços da carta de ABC, tritu-
seu admirador; A festa na casa de Lúcio estava “chocante”; Con- rados soltos no ar.
versando com meu superior, dei a ele um “feedback” do serviço a e) Conduziram-me à rua da Conceição, mas só mais tarde no-
mim requerido. tei, que me achava lá, numa sala pequena.
- indicar uma citação textual: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro
vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e 02. Das redações abaixo, assinale a que não está pontuada
refiz a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós) corretamente:
Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer neces- a) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o resultado
sário a utilização de novas aspas, estas serão simples. ( ‘ ‘ ) do concurso.
b) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o resultado
Parênteses ( () ) do concurso.
- isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e c) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o resultado
datas: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras per- do concurso.
das humanas; “Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como d) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do concur-
se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim so, em fila.
do verão”. (O milagre das chuvas no nordeste- Graça Aranha) e) Os candidatos, aguardavam ansiosos, em fila, o resultado
Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o tra- do concurso.
vessão.
Instruções para as questões de números 03 e 04: Os períodos
Travessão ( __ ) abaixo apresentam diferenças de pontuação, assinale a letra que
- dar início à fala de um personagem: O filho perguntou: __ corresponde ao período de pontuação correta:
Pai, quando começarão as aulas?
- indicar mudança do interlocutor nos diálogos. __Doutor, o 03.
que tenho é grave? __Não se preocupe, é uma simples infecção. É a) Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a reunião
só tomar um antibiótico e estará bom. ficou mais animada.
- unir grupos de palavras que indicam itinerário: A rodovia b) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião
Belém-Brasília está em péssimo estado. ficou mais animada.
Também pode ser usado em substituição à virgula em expres- c) Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a reunião
sões ou frases explicativas: Xuxa – a rainha dos baixinhos – é loira. ficou mais animada.
d) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião,
Parágrafo ficou mais animada.
Constitui cada uma das secções de frases de um escritor; co- e) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião
meça por letra maiúscula, um pouco além do ponto em que come- ficou, mais animada.
çam as outras linhas.
Didatismo e Conhecimento 87
LÍNGUA PORTUGUESA
04. c) Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso
a) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone que eu que imediatamente se lhe apagou.
venho. d) Prima, faça calar titio suplicou o moço com um leve sorriso
b) Precisando de mim procure-me, ou, melhor telefone que que imediatamente se lhe apagou.
eu venho. e) Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso
c) Precisando, de mim, procure-me ou melhor, telefone, que que, imediatamente se lhe apagou.
eu venho.
d) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefone, que 09.
eu venho. a) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gor-
e) Precisando, de mim, procure-me ou, melhor telefone que do, fisionomia insinuante, destas que mesmo sérias, trazem im-
eu venho. presso constante sorriso.
b) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gor-
05. Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação. do, fisionomia insinuante, destas que mesmo sérias trazem, im-
Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta: presso constante sorriso.
a) José dos Santos paulista, 23 anos vive no Rio. c) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gor-
b) José dos Santos paulista 23 anos, vive no Rio. do, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias, trazem im-
c) José dos Santos, paulista 23 anos, vive no Rio. presso, constante sorriso.
d) José dos Santos, paulista 23 anos vive, no Rio. d) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gor-
e) José dos Santos, paulista, 23 anos, vive no Rio. do, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias trazem im-
presso constante sorriso.
06. A alternativa com pontuação correta é: e) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gor-
a) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir. Nossa capacida- do, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias, trazem im-
de de retenção é variável e muitas vezes inconscientemente, detur- presso constante sorriso.
pamos o que ouvimos.
b) Tenha cuidado ao parafrasear o que ouvir: nossa capacidade 10.
de retenção é variável e, muitas vezes, inconscientemente, detur- a) Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva, empre-
gou na execução do canto.
pamos o que ouvimos.
b) Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva empre-
c) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir! Nossa capacida-
gou na execução do canto.
de de retenção é variável e muitas vezes inconscientemente, detur-
c) Deixo ao leitor calcular quanta paixão, a bela viúva, empre-
pamos o que ouvimos.
gou na execução do canto.
d) Tenha cuidado ao parafrasear o que ouvir; nossa capacidade
d) Deixo ao leitor calcular, quanta paixão a bela viúva, empre-
de retenção, é variável e - muitas vezes inconscientemente, detur-
gou na execução do canto.
pamos o que ouvimos.
e) Deixo ao leitor, calcular quanta paixão a bela viúva, empre-
e) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir. Nossa capaci-
gou na execução do canto.
dade de retenção é variável - e muitas vezes inconscientemente
- deturpamos, o que ouvimos. Respostas: 01-C / 02-E / 03-C / 04-D / 05-E / 06-B / 07-D /
08-B / 09-E / 10-B
Nas questões 07 a 10, os períodos foram pontuados de cinco
formas diferentes. Leia-os todos e assinale a letra que corresponde Formação do Feminino
ao período de pontuação correta:
O feminino se realiza de três modos:
07. - Flexionando-se o substantivo masculino: filho, filha / mestre,
a) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque, conhece pou- mestra / leão, leoa;
co os deveres da hospitalidade. - Acrescentando-se ao masculino a desinência “a” ou um sufi-
b) Entra a propósito disse Alves, o seu moleque conhece pou- xo feminino: autor, autora / deus, deusa / cônsul, consulesa / can-
co os deveres da hospitalidade. tor, cantora / reitor, reitora.
c) Entra a propósito, disse Alves o seu moleque conhece pou- - Utilizando-se uma palavra feminina com radical diferente:
co os deveres da hospitalidade. pai, mãe / homem, mulher / boi, vaca / carneiro, ovelha / cavalo,
d) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece pou- égua.
co os deveres da hospitalidade.
e) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece pou- Observe como são formados os femininos: parente, parenta
co, os deveres da hospitalidade. / hóspede, hospeda / monge, monja / presidente, presidenta / gi-
gante, giganta / oficial, oficiala / peru, perua / cidadão, cidadã /
08. aldeão, aldeã / ancião, anciã / guardião, guardiã / charlatão, char-
a) Prima faça calar titio suplicou o moço, com um leve sorriso latã / escrivão, escrivã / papa, papisa / faisão, faisoa / hortelão,
que imediatamente se lhe apagou. horteloa / ilhéu, ilhoa / mélro, mélroa / folião, foliona / imperador,
b) Prima, faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorri- imperatriz / profeta, profetisa / píton, pitonisa / abade, abadessa /
so que imediatamente se lhe apagou. czar, czarina / perdigão, perdiz / cão, cadela / pigmeu, pigmeia /
Didatismo e Conhecimento 88
LÍNGUA PORTUGUESA
ateu, ateia / hebreu, hebreia / réu, ré / cerzidor, cerzideira / frade, - Brado, grito, clamor.
freira / frei, sóror / rajá, rani / dom, dona / cavaleiro, dama / zan- - Extinguir, apagar, abolir, suprimir.
gão, abelha / - Justo, certo, exato, reto, íntegro, imparcial.
Na maioria das vezes não é indiferente usar um sinônimo pelo
Substantivos Uniformes outro. Embora irmanados pelo sentido comum, os sinônimos dife-
renciam-se, entretanto, uns dos outros, por matizes de significação
Os substantivos uniformes apresentam uma única forma para e certas propriedades que o escritor não pode desconhecer. Com
ambos os gêneros: dentista, vítima. Os substantivos uniformes efeito, estes têm sentido mais amplo, aqueles, mais restrito (ani-
dividem-se em: mal e quadrúpede); uns são próprios da fala corrente, desataviada,
- Epicenos: designam certos animais e têm um só gênero, quer vulgar, outros, ao invés, pertencem à esfera da linguagem culta,
se refiram ao macho ou à fêmea. – jacaré macho ou fêmea / a cobra literária, científica ou poética (orador e tribuno, oculista e oftalmo-
macho ou fêmea / a formiga macho ou fêmea. logista, cinzento e cinéreo).
- Comuns de dois gêneros: apenas uma forma e designam A contribuição Greco-latina é responsável pela existência, em
indivíduos dos dois sexos. São masculinos ou femininos. A in- nossa língua, de numerosos pares de sinônimos. Exemplos:
dicação do sexo é feita com uso do artigo masculino ou feminino: - Adversário e antagonista.
o, a intérprete / o, a colega / o, a médium / o, a personagem / o, a - Translúcido e diáfano.
cliente / o, a fã / o, a motorista / o, a estudante / o, a artista / o, a re- - Semicírculo e hemiciclo.
pórter / o, a manequim / o, a gerente / o, a imigrante / o, a pianista - Contraveneno e antídoto.
/ o, a rival / o a jornalista. - Moral e ética.
- Sobrecomuns: designam pessoas e têm um só gênero para - Colóquio e diálogo.
homem ou a mulher: a criança (menino, menina) / a testemunha - Transformação e metamorfose.
(homem, mulher) / a pessoa (homem, mulher) / o cônjuge (marido, - Oposição e antítese.
mulher) / o guia (homem, mulher) / o ídolo (homem, mulher).
Substantivos que mudam de sentido, quando se troca o gê- O fato linguístico de existirem sinônimos chama-se sinoní-
nero: o lotação (veículo) - a lotação (efeito de lotar); o capital mia, palavra que também designa o emprego de sinônimos.
(dinheiro) - a capital (cidade); o cabeça (chefe, líder) - a cabeça
(parte do corpo); o guia (acompanhante) - a guia (documentação); Antônimos: são palavras de significação oposta. Exemplos:
o moral (ânimo) - a moral (ética); o grama (peso) - a grama (relva); - Ordem e anarquia.
o caixa (atendente) - a caixa (objeto); o rádio (aparelho) - a rá- - Soberba e humildade.
dio (emissora); o crisma (óleo salgado) - a crisma (sacramento); o - Louvar e censurar.
coma (perda dos sentidos) - a coma (cabeleira); o cura (vigário) - a - Mal e bem.
cura; (ato de curar); o lente (prof. Universitário) - a lente (vidro de
aumento); o língua (intérprete) - a língua (órgão, idioma); o voga A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido oposto
(o remador) - a voga (moda). ou negativo. Exemplos: Bendizer/maldizer, simpático/antipático,
progredir/regredir, concórdia/discórdia, explícito/implícito, ativo/
Alguns substantivos oferecem dúvida quanto ao gênero. São inativo, esperar/desesperar, comunista/anticomunista, simétrico/
masculinos: o eclipse, o dó, o dengue (manha), o champanha, o assimétrico, pré-nupcial/pós-nupcial.
soprano, o clã, o alvará, o sanduíche, o clarinete, o Hosana, o es-
pécime, o guaraná, o diabete ou diabetes, o tapa, o lança-perfume,
o praça (soldado raso), o pernoite, o formicida, o herpes, o sósia, o
telefonema, o saca-rolha, o plasma, o estigma.
Didatismo e Conhecimento 89
RACIOCÍNIO LÓGICO
RACIOCÍNIO LÓGICO
2 – Um indivíduo fez uma promessa a São Sebastião, se este
PRINCÍPIO DA REGRESSÃO dobrar o seu dinheiro, ele doará R$ 20,00 para a igreja, no final
OU REVERSÃO. da 3º dobra, nada mais lhe restara, quanto possuía o indivíduo ini-
cialmente?
14,50
15,50
1 – Princípio da regressão 16,50
17,50
Este princípio tem como objetivo resolver determinados pro- 18,50
blemas de forma não algébrica, mas utilizando uma técnica basea-
da em raciocínio lógico, conhecida como princípio da regressão Solução:
ou reversão. a) Solução Algébrica
Esta técnica consiste em determinar um valor inicial pedido Valor que possuía inicialmente: x
pelo problema a partir de um valor final dado. Utiliza-se para reso- 1º dobra: 2x – 20
lução dos problemas as operações matemáticas básicas com suas 2° dobra: 2(2x – 20) – 20
respectivas reversões. 3° dobra: 2[2(2x – 20) – 20] – 20 = 0
Resolvendo a equação encontramos x = 17,50
1.1. Fundamento da regressão
Utilizando as quatro operações fundamentais, podemos obter
uma construção quantitativa lógica fundamentada no princípio da Resposta: Inicialmente o indivíduo possui R$17,50
regressão, cujo objetivo é obter o valor inicial do problema pro-
posto através da operação inversa b) Solução pelo método da regressão
Didatismo e Conhecimento 1
RACIOCÍNIO LÓGICO
O candidato deve ficar atento, após o entendimento da tabela De acordo com a tabela, podemos garantir que o argumento é
verdade, este deve saber aplicar as regras de inferência, diagramas válido, pois existe pelo menos uma linha toda verdadeira (V, V,
de Venn, equivalência e negação, assim ele verificará que não exis- V) e a verdade das premissas (V, V) garante a verdade da conclu-
te lógica pelas frases ou suas interpretações, veja o modelo abaixo são (V).
(caso 1 e 2).
Gabarito: V, pois o argumento é válido.
Caso 1: validade de um argumento ( ) É correto o raciocínio lógico dado pela seqüência de pro-
Um argumento é válido caso satisfaça duas condições: posições seguintes:
I – A proposição 1, a proposição 2 e a conclusão (p1, p2, C), Se Célia tiver um bom currículo, então ela conseguirá um bom
têm pelo menos uma linha verdadeira quando construída a sua emprego.
tabela-verdade. Ela conseguiu um bom emprego.
II – (p1 p2) → C é tautológica, caso contrário, temos um so- Portanto, Célia tem um bom currículo.
fisma.
Solução:
Nota: argumento possui 3 premissas no mínimo e uma p1: p → q p2: q C: p
conclusão e silogismo 2 premissas e uma conclusão , assim de
início chamarei o silogismo de argumento sem o rigor da defi- V V V
nição , pois a preocupação é quanto a validade , e percebe que F F V
não há correlação com o português , mas sim com a estrutura . V V F
Exemplo: V F F
Verifique se o argumento (silogismo) abaixo é válido: Neste caso, a primeira condição é satisfeita, ou seja, temos
Premissa 1 (P1): p q uma linha toda verdadeira (V, V, V). No entanto, a verdade das
Premissa 2 (P2): ~q premissas, além de garantir a verdade da conclusão, também ga-
Conclusão (C): p rantiu a sua falsidade, havendo assim uma contradição (também
conhecido como princípio do terceiro excluído).
Condição I: P1, P2 e C devem ter pelo menos uma linha da Exemplo:
tabela-verdade toda verdadeira. p1 p2 C
P1: p q P2: ~q C: p V V V
V F V V V F
V V V
A conclusão não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo,
V F F
logo o argumento não é válido.
F V F
Gabarito: F
Condição II: (p1 p2) → C deve ser tautológica
(p q) ~q → p Caso 2
F V V
13.5 DIAGRAMS DE VENN- EULLER –EXPRESSÕES
V V V CATEGÓRICAS
F V F As expressões categóricas são:
• TODO
F V F
• ALGUM
Resposta: O argumento é válido, pois satisfaz as duas con-
dições. • NENHUM
1) Verifique se os argumentos abaixo são válidos:
( ) p1: hoje é sábado ou domingo. NOTA: Deve ficar claro que a negação destas expressões
p2: hoje não é sábado. não tem nenhuma relação com a gramática, língua Portuguesa
C: hoje é domingo. ou relação com o seu antônimo como todo, nenhum ou coisa
do gênero, na verdade a negação destas expressões tem relação
Solução: direta com a cisão topológica do diagrama, podendo ainda ser
Construindo a tabela, temos: associada à mecânica dos fluidos no que se refere a volume de
controle, para não entramos no contexto da física será feito
p1: p q p2: ~p C: q apenas uma abordagem topológica da estrutura.
V F V
V F F Caso 1: Negação da expressão Nenhum
A estrutura abaixo foi cobrada na prova da BR da banca Ces-
V V V granrio, a princípio tinha várias respostas possíveis, mas devido à
F V F topologia da estrutura uma terá a preferência, vejamos:
Didatismo e Conhecimento 2
RACIOCÍNIO LÓGICO
Qual a negação da proposição: “Nenhum rondoniense é casado”
i) deve ficar claro que a negação de nenhum não é todo ou pelo menos um ou qualquer associação que se faça com o português, a topo-
logia da estrutura nos fornecerá várias respostas, vejamos:
Possíveis negações: Negar a frase é na verdade verificar os possíveis deslocamentos dos círculos.
I ) pelo menos 1 rondoniense é casado
II) algum rondoniense é casado
III) existe rondoniense casado
IV) Todo rondoniense é casado
V) Todo casado é rondoniense
Definir:
A = Rondoniense
B= Casado
CONCLUSÃO: Topologicamente o pelo menos 1 é a condição mínima de existência; algum e existe estão no mesmo nível de impor-
tância e o todo é a última figura sendo assim topologicamente possível mas a última, em termos de importância .
LÓGICA DEDUTIVA,
ARGUMENTATIVA E QUANTITATIVA.
Os estudos matemáticos ligados aos fundamentos lógicos contribuem no desenvolvimento cognitivo dos estudantes, induzindo a or-
ganização do pensamento e das ideias, na formação de conceitos básicos, assimilação de regras matemáticas, construção de fórmulas e
expressões aritméticas e algébricas. É de extrema importância que em matemática utilize-se atividades envolvendo lógica, no intuito de
despertar o raciocínio, fazendo com que se utilize do potencial na busca por soluções dos problemas matemáticos desenvolvidos e baseados
nos conceitos lógicos.
A lógica está presente em diversos ramos da matemática, como a probabilidade, os problemas de contagem, as progressões aritméticas e
geométricas, as sequências numéricas, equações, funções, análise de gráficos entre outros. Os fundamentos lógicos contribuem na resolução
ordenada de equações, na percepção do valor da razão de uma sequência, na elucidação de problemas aritméticos e algébricos e na fixação
de conteúdos complexos.
A utilização das atividades lógicas contribui na formação de indivíduos capazes de criar ferramentas e mecanismos responsáveis pela
obtenção de resultados em Matemática. O sucesso na Matemática está diretamente conectado à curiosidade, pesquisa, deduções, experimen-
tos, visão detalhada, senso crítico e organizacional e todas essas características estão ligadas ao desenvolvimento lógico.
Didatismo e Conhecimento 3
RACIOCÍNIO LÓGICO
Raciocínio Lógico Dedutivo
A dedução é uma inferência que parte do universal para o mais particular. Assim considera-se que um raciocínio lógico é dedutivo
quando, de uma ou mais premissas, se conclui uma proposição que é conclusão lógica da(s) premissa(s). A dedução é um raciocínio de tipo
mediato, sendo o silogismo uma das suas formas clássicas. Iniciaremos com a compreensão das sequências lógicas, onde devemos deduzir,
ou até induzir, qual a lei de formação das figuras, letras, símbolos ou números, a partir da observação dos termos dados.
Humor Lógico
Orientação espacial e temporal verifica a capacidade de abstração no espaço e no tempo. Costuma ser cobrado em questões sobre a
disposições de dominós, dados, baralhos, amontoados de cubos com símbolos especificados em suas faces, montagem de figuras com subfi-
guras, figuras fractais, dentre outras. Inclui também as famosas sequências de figuras nas quais se pede a próxima. Serve para verificar a
capacidade do candidato em resolver problemas com base em estímulos visuais.
Argumentos
Um argumento é “uma série concatenada de afirmações com o fim de estabelecer uma proposição definida”. É um conjunto de
proposições com uma estrutura lógica de maneira tal que algumas delas acarretam ou tem como consequência outra proposição. Isto é, o
conjunto de proposições p1,...,pn que tem como consequência outra proposição q. Chamaremos as proposições p1,p2,p3,...,pn de premissas do
argumento, e a proposição q de conclusão do argumento. Podemos representar por:
p1
p2
p3
.
.
.
pn
∴ q
Exemplos:
01.
Se eu passar no concurso, então irei trabalhar.
Passei no concurso
________________________
Irei trabalhar
02.
Se ele me ama então casa comigo.
Ele me ama.
__________________________
Ele casa comigo.
03.
Todos os brasileiros são humanos.
Todos os paulistas são brasileiros.
__________________________
Todos os paulistas são humanos.
Didatismo e Conhecimento 4
RACIOCÍNIO LÓGICO
04. Desse modo, o fato de um argumento ser válido não significa
Se o Palmeiras ganhar o jogo, todos os jogadores receberão necessariamente que sua conclusão seja verdadeira, pois pode ter
o bicho. partido de premissas falsas. Um argumento válido que foi derivado
Se o Palmeiras não ganhar o jogo, todos os jogadores de premissas verdadeiras é chamado de argumento consistente.
receberão o bicho. Esses, obrigatoriamente, chegam a conclusões verdadeiras.
__________________________
Premissas: Argumentos dedutíveis sempre requerem certo
Todos os jogadores receberão o bicho.
número de “assunções-base”. São as chamadas premissas. É a
partir delas que os argumentos são construídos ou, dizendo de outro
Observação: No caso geral representamos os argumentos modo, é as razões para se aceitar o argumento. Entretanto, algo que
escrevendo as premissas e separando por uma barra horizontal é uma premissa no contexto de um argumento em particular pode
seguida da conclusão com três pontos antes. Veja exemplo: ser a conclusão de outro, por exemplo. As premissas do argumento
sempre devem ser explicitadas. A omissão das premissas é
Premissa: Todos os sais de sódio são substâncias solúveis comumente encarada como algo suspeito, e provavelmente
em água. reduzirá as chances de aceitação do argumento.
Todos os sabões são sais de sódio. A apresentação das premissas de um argumento geralmente
____________________________________ é precedida pelas palavras “admitindo que...”, “já que...”,
“obviamente se...” e “porque...”. É imprescindível que seu oponente
Conclusão: Todos os sabões são substâncias solúveis em
concorde com suas premissas antes de proceder à argumentação.
água. Usar a palavra “obviamente” pode gerar desconfiança. Ela
ocasionalmente faz algumas pessoas aceitarem afirmações falsas
Os argumentos, em lógica, possuem dois componentes em vez de admitir que não entenda por que algo é “óbvio”. Não
básicos: suas premissas e sua conclusão. Por exemplo, em: “Todos se deve hesitar em questionar afirmações supostamente “óbvias”.
os times brasileiros são bons e estão entre os melhores times do
mundo. O Brasiliense é um time brasileiro. Logo, o Brasiliense Inferência: Uma vez que haja concordância sobre as
está entre os melhores times do mundo”, temos um argumento com premissas, o argumento procede passo a passo por meio do
duas premissas e a conclusão. processo chamado “inferência”. Na inferência, parte-se de uma ou
Evidentemente, pode-se construir um argumento válido a mais proposições aceitas (premissas) para chegar a outras novas.
Se a inferência for válida, a nova proposição também deverá ser
partir de premissas verdadeiras, chegando a uma conclusão também
aceita. Posteriormente, essa proposição poderá ser empregada em
verdadeira. Mas também é possível construir argumentos válidos a novas inferências. Assim, inicialmente, apenas se pode inferir algo
partir de premissas falsas, chegando a conclusões falsas. O detalhe a partir das premissas do argumento; ao longo da argumentação,
é que podemos partir de premissas falsas, proceder por meio de entretanto, o número de afirmações que podem ser utilizadas
uma inferência válida e chegar a uma conclusão verdadeira. Por aumenta. Há vários tipos de inferência válidos, mas também alguns
exemplo: inválidos. O processo de inferência é comumente identificado
Premissa: Todos os peixes vivem no oceano. pelas frases “Consequentemente...” ou “isso implica que...”.
Premissa: Lontras são peixes.
Conclusão: Logo, focas vivem no oceano. Conclusão: Finalmente se chegará a uma proposição que
consiste na conclusão, ou seja, no que se está tentando provar.
Há, no entanto, uma coisa que não pode ser feita: a partir de Ela é o resultado final do processo de inferência e só pode ser
classificada como conclusão no contexto de um argumento em
premissas verdadeiras, inferirem de modo correto e chegar a uma particular. A conclusão respalda-se nas premissas e é inferida a
conclusão falsa. Podemos resumir esses resultados numa tabela partir delas.
de regras de implicação. O símbolo A denota implicação; A é a A seguir está exemplificado um argumento válido, mas que
premissa, B é a conclusão. pode ou não ser “consistente”.
Regras de Implicação 1. Premissa: Todo evento tem uma causa.
2. Premissa: O universo teve um começo.
Premissas Conclusão Inferência 3. Premissa: Começar envolve um evento.
A B AàB 4. Inferência: Isso implica que o começo do universo envolveu
um evento.
Falsas Falsa Verdadeira 5. Inferência: Logo, o começo do universo teve uma causa.
Falsas Verdadeira Verdadeira 6. Conclusão: O universo teve uma causa.
Verdadeiras Falsa Falsa
A proposição do item 4 foi inferida dos itens 2 e 3. O item 1,
Verdadeiras Verdadeira Verdadeira então, é usado em conjunto com proposição 4 para inferir uma
nova proposição (item 5). O resultado dessa inferência é reafirmado
- Se as premissas são falsas e a inferência é válida, a conclusão (numa forma levemente simplificada) como sendo a conclusão.
pode ser verdadeira ou falsa (linhas 1 e 2).
- Se as premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa, a Validade de um Argumento
inferência é inválida (linha 3).
Conforme citamos anteriormente, uma proposição é verdadeira
- Se as premissas e a inferência são válidas, a conclusão é
ou falsa. No caso de um argumento diremos que ele é válido ou não
verdadeira (linha 4).
válido. A validade de uma propriedade dos argumentos dedutivos
Didatismo e Conhecimento 5
RACIOCÍNIO LÓGICO
que depende da forma (estrutura) lógica das suas proposições Argumentos Dedutivos e Indutivos
(premissas e conclusões) e não do conteúdo delas. Sendo assim
podemos ter as seguintes combinações para os argumentos válidos O argumento será dedutivo quando suas premissas fornecerem
dedutivos: prova conclusiva da veracidade da conclusão, isto é, o argumento
é dedutivo quando a conclusão é completamente derivada das
a) Premissas verdadeiras e conclusão verdadeira. Exemplo:
premissas. Exemplo:
Todos os apartamentos são pequenos. (V)
Todos os apartamentos são residências. (V) Todo ser humano tem mãe.
__________________________________ Todos os homens são humanos.
Algumas residências são pequenas. (V) __________________________
Todos os homens têm mãe.
b) Algumas ou todas as premissas falsas e uma conclusão
verdadeira. Exemplo: O argumento será indutivo quando suas premissas não
fornecerem o apoio completo para retificar as conclusões.
Todos os peixes têm asas. (F) Exemplo:
Todos os pássaros são peixes. (F)
__________________________________ O Flamengo é um bom time de futebol.
Todos os pássaros têm asas. (V) O Palmeiras é um bom time de futebol.
O Vasco é um bom time de futebol.
c) Algumas ou todas as premissas falsas e uma conclusão O Cruzeiro é um bom time de futebol.
falsa. Exemplo: ______________________________
Todos os times brasileiros de futebol são bons.
Todos os peixes têm asas. (F)
Todos os cães são peixes. (F) Portanto, nos argumentos indutivos a conclusão possui
__________________________________ informações que ultrapassam as fornecidas nas premissas. Sendo
Todos os cães têm asas. (F) assim, não se aplica, então, a definição de argumentos válidos ou
não válidos para argumentos indutivos.
Todos os argumentos acima são válidos, pois se suas premissas
fossem verdadeiras então as conclusões também as seriam. Argumentos Dedutivos Válidos
Podemos dizer que um argumento é válido quando todas as suas
premissas são verdadeiras, acarreta que sua conclusão também é Vimos então que a noção de argumentos válidos ou não
verdadeira. Portanto, um argumento será não válido se existir a válidos aplica-se apenas aos argumentos dedutivos, e também
possibilidade de suas premissas serem verdadeiras e sua conclusão que a validade depende apenas da forma do argumento e não dos
falsa. Observe que a validade do argumento depende apenas da respectivos valores verdades das premissas. Vimos também que
estrutura dos enunciados. Exemplo: não podemos ter um argumento válido com premissas verdadeiras
e conclusão falsa. A seguir exemplificaremos alguns argumentos
Todas as mulheres são bonitas. dedutivos válidos importantes.
Todas as princesas são mulheres.
__________________________ Afirmação do Antecedente: O primeiro argumento dedutivo
Todas as princesas são bonitas. válido que discutiremos chama-se “afirmação do antecedente”,
Observe que não precisamos de nenhum conhecimento também conhecido como modus ponens. Exemplo:
aprofundado sobre o assunto para concluir que o argumento é
válido. Vamos substituir mulheres bonitas e princesas por A, B e C Se José for reprovado no concurso, então será demitido do
serviço.
respectivamente e teremos:
José foi aprovado no concurso.
___________________________
Todos os A são B.
José será demitido do serviço.
Todos os C são A.
________________
Este argumento é evidentemente válido e sua forma pode ser
Todos os C são B.
escrita da seguinte forma:
Logo, o que é importante é a forma do argumento e não o
Se p, então q, p→q
conhecimento de A, B e C, isto é, este argumento é válido para p
p. ou
quaisquer A, B e C, portanto, a validade é consequência da forma
∴ q. ∴q
do argumento. O atributo validade aplica-se apenas aos argumentos
dedutivos.
Didatismo e Conhecimento 6
RACIOCÍNIO LÓGICO
Outro argumento dedutivo válido é a “negação do Argumentos Dedutivos Não Válidos
consequente” (também conhecido como modus tollens). Obs.:
( ) ( )
p → q é equivalente a ¬q → ¬p . Esta equivalência é Existe certa quantidade de artimanhas que devem ser evitadas
chamada de contra positiva. Exemplo: quando se está construindo um argumento dedutivo. Elas são
conhecidas como falácias. Na linguagem do dia a dia, nós
“Se ele me ama, então casa comigo” é equivalente a “Se ele denominamos muitas crenças equivocadas como falácias, mas, na
não casa comigo, então ele não me ama”; lógica, o termo possui significado mais específico: falácia é uma
falha técnica que torna o argumento inconsistente ou inválido
Então vejamos o exemplo do modus tollens. Exemplo: (além da consistência do argumento, também se podem criticar as
intenções por detrás da argumentação).
Se aumentarmos os meios de pagamentos, então haverá Argumentos contentores de falácias são denominados
inflação. falaciosos. Frequentemente, parecem válidos e convincentes,
às vezes, apenas uma análise pormenorizada é capaz de revelar
Não há inflação.
a falha lógica. Com as premissas verdadeiras e a conclusão falsa
______________________________
nunca teremos um argumento válido, então este argumento é não
Não aumentamos os meios de pagamentos.
válido, chamaremos os argumentos não válidos de falácias. A
seguir, examinaremos algumas falácias conhecidas que ocorrem
Este argumento é evidentemente válido e sua forma pode ser com muita frequência. O primeiro caso de argumento dedutivo não
escrita da seguinte maneira: válido que veremos é o que chamamos de “falácia da afirmação do
consequente”. Exemplo:
Se p, então q, p→q
Se ele me ama então ele casa comigo.
Não q. ou ¬q Ele casa comigo.
∴ Não p. ∴ ¬p _______________________
Ele me ama.
Didatismo e Conhecimento 7
RACIOCÍNIO LÓGICO
Os argumentos dedutivos não válidos podem combinar Um argumento não equivale a uma explicação. Suponha
verdade ou falsidade das premissas de qualquer maneira com a que, tentando provar que Albert Einstein cria em Deus, alguém
verdade ou falsidade da conclusão. Assim, podemos ter, por dissesse: “Einstein afirmou que ‘Deus não joga dados’ porque
exemplo, argumentos não válidos com premissas e conclusões acreditava em Deus”. Isso pode parecer um argumento relevante,
verdadeiras, porém, as premissas não sustentam a conclusão. mas não é. Trata-se de uma explicação da afirmação de Einstein.
Exemplo: Para perceber isso, deve-se lembrar que uma afirmação da forma
“X porque Y” pode ser reescrita na forma “Y logo X”. O que
Todos os mamíferos são mortais. (V) resultaria em: “Einstein acreditava em Deus, por isso afirmou que
Todos os gatos são mortais. (V) ‘Deus não joga dados’”. Agora fica claro que a afirmação, que
___________________________ parecia um argumento, está admitindo a conclusão que deveria
Todos os gatos são mamíferos. (V) estar provando. Ademais, Einstein não cria num Deus pessoal
preocupado com assuntos humanos.
Este argumento tem a forma:
QUESTÕES
Todos os A são B.
Todos os C são B. 01. Se Iara não fala italiano, então Ana fala alemão. Se Iara fala
_____________________ italiano, então ou Ching fala chinês ou Débora fala dinamarquês.
Se Débora fala dinamarquês, Elton fala espanhol. Mas Elton fala
Todos os C são A.
espanhol se e somente se não for verdade que Francisco não fala
francês. Ora, Francisco não fala francês e Ching não fala chinês.
Podemos facilmente mostrar que esse argumento é não válido,
Logo,
pois as premissas não sustentam a conclusão, e veremos então que a) Iara não fala italiano e Débora não fala dinamarquês.
podemos ter as premissas verdadeiras e a conclusão falsa, nesta b) Ching não fala chinês e Débora fala dinamarquês.
forma, bastando substituir A por mamífero, B por mortais e C por c) Francisco não fala francês e Elton fala espanhol.
cobra. d) Ana não fala alemão ou Iara fala italiano.
e) Ana fala alemão e Débora fala dinamarquês.
Todos os mamíferos são mortais. (V)
Todas as cobras são mortais. (V) 02. Sabe-se que todo o número inteiro n maior do que 1
__________________________ admite pelo menos um divisor (ou fator) primo.Se n é primo, então
Todas as cobras são mamíferas. (F) tem somente dois divisores, a saber, 1 e n. Se n é uma potência
de um primo p, ou seja, é da forma ps, então 1, p, p2, ..., ps são os
Podemos usar as tabelas-verdade, definidas nas estruturas divisores positivos de n. Segue-se daí que a soma dos números
lógicas, para demonstrarmos se um argumento é válido ou falso. inteiros positivos menores do que 100, que têm exatamente três
Outra maneira de verificar se um dado argumento P1, P2, P3, divisores positivos, é igual a:
...Pn é válido ou não, por meio das tabelas-verdade, é construir a) 25
a condicional associada: (P1 ∧ P2 ∧ P3 ...Pn) e reconhecer se b) 87
essa condicional é ou não uma tautologia. Se essa condicional c) 112
associada é tautologia, o argumento é válido. Não sendo tautologia, d) 121
o argumento dado é um sofisma (ou uma falácia). e) 169
Tautologia: Quando uma proposição composta é
sempre verdadeira, então teremos uma tautologia. Ex: 03. Ou Lógica é fácil, ou Artur não gosta de Lógica. Por outro
P (p,q) = ( p ∧ q) ↔ (p V q) . Numa tautologia, lado, se Geografia não é difícil, então Lógica é difícil. Daí segue-se
o valor lógico da proposição composta P (p,q,s) = que, se Artur gosta de Lógica, então:
a) Se Geografia é difícil, então Lógica é difícil.
{(p ∧ q) V (p V s) V [p ∧ (q ∧ s)]} → p será sempre verdadeiro.
b) Lógica é fácil e Geografia é difícil.
c) Lógica é fácil e Geografia é fácil.
Há argumentos válidos com conclusões falsas, da mesma
d) Lógica é difícil e Geografia é difícil.
forma que há argumentos não válidos com conclusões verdadeiras.
e) Lógica é difícil ou Geografia é fácil.
Logo, a verdade ou falsidade de sua conclusão não determinam a
04. Três suspeitos de haver roubado o colar da rainha foram
validade ou não validade de um argumento. O reconhecimento de
levados à presença de um velho e sábio professor de Lógica. Um
argumentos é mais difícil que o das premissas ou da conclusão.
dos suspeitos estava de camisa azul, outro de camisa branca e o
Muitas pessoas abarrotam textos de asserções sem sequer
outro de camisa preta. Sabe-se que um e apenas um dos suspeitos é
produzirem algo que possa ser chamado de argumento. Às vezes,
culpado e que o culpado às vezes fala a verdade e às vezes mente.
os argumentos não seguem os padrões descritos acima. Por
Sabe-se, também, que dos outros dois (isto é, dos suspeitos que
exemplo, alguém pode dizer quais são suas conclusões e depois
justificá-las. Isso é válido, mas pode ser um pouco confuso. são inocentes), um sempre diz a verdade e o outro sempre mente.
Para complicar, algumas afirmações parecem argumentos, O velho e sábio professor perguntou, a cada um dos suspeitos,
mas não são. Por exemplo: “Se a Bíblia é verdadeira, Jesus foi qual entre eles era o culpado. Disse o de camisa azul: “Eu sou o
ou um louco, ou um mentiroso, ou o Filho de Deus”. Isso não culpado”. Disse o de camisa branca, apontando para o de camisa
é um argumento, é uma afirmação condicional. Não explicita as azul: “Sim, ele é o culpado”. Disse, por fim, o de camisa preta:
premissas necessárias para embasar as conclusões, sem mencionar “Eu roubei o colar da rainha; o culpado sou eu”. O velho e sábio
que possui outras falhas. professor de Lógica, então, sorriu e concluiu corretamente que:
Didatismo e Conhecimento 8
RACIOCÍNIO LÓGICO
a) O culpado é o de camisa azul e o de camisa preta sempre 07. (ESAF - 2012 - Auditor Fiscal da Receita Federal) Parte
mente. superior do formulário
b) O culpado é o de camisa branca e o de camisa preta sempre Caso ou compro uma bicicleta. Viajo ou não caso. Vou morar
mente. em Passárgada ou não compro uma bicicleta. Ora, não vou morar
c) O culpado é o de camisa preta e o de camisa azul sempre em Passárgada. Assim,
mente. (A) não viajo e caso.
d) O culpado é o de camisa preta e o de camisa azul sempre (B) viajo e caso.
diz a verdade. (C) não vou morar em Passárgada e não viajo.
e) O culpado é o de camisa azul e o de camisa azul sempre (D) compro uma bicicleta e não viajo.
diz a verdade. (E) compro uma bicicleta e viajo.
05. O rei ir à caça é condição necessária para o duque sair 08. (FCC - 2012 - TST - Técnico Judiciário) Parte superior do
do castelo, e é condição suficiente para a duquesa ir ao jardim. formulário
A declaração abaixo foi feita pelo gerente de recursos humanos
Por outro lado, o conde encontrar a princesa é condição necessária
da empresa X durante uma feira de recrutamento em uma faculdade:
e suficiente para o barão sorrir e é condição necessária para a
“Todo funcionário de nossa empresa possui plano de saúde e
duquesa ir ao jardim. O barão não sorriu. Logo: ganha mais de R$ 3.000,00 por mês”. Mais tarde, consultando
a) A duquesa foi ao jardim ou o conde encontrou a princesa. seus arquivos, o diretor percebeu que havia se enganado em sua
b) Se o duque não saiu do castelo, então o conde encontrou a declaração. Dessa forma, conclui-se que, necessariamente,
princesa. (A) dentre todos os funcionários da empresa X, há um grupo
c) O rei não foi à caça e o conde não encontrou a princesa. que não possui plano de saúde.
d) O rei foi à caça e a duquesa não foi ao jardim. (B) o funcionário com o maior salário da empresa X ganha, no
e) O duque saiu do castelo e o rei não foi à caça. máximo, R$ 3.000,00 por mês.
(C) um funcionário da empresa X não tem plano de saúde ou
06. (FUNIVERSA - 2012 - PC-DF - Perito Criminal) Parte ganha até R$ 3.000,00 por mês.
superior do formulário (D) nenhum funcionário da empresa X tem plano de saúde ou
Cinco amigos encontraram-se em um bar e, depois de algumas todos ganham até R$ 3.000,00 por mês.
horas de muita conversa, dividiram igualmente a conta, a qual (E) alguns funcionários da empresa X não têm plano de saúde
fora de, exatos, R$ 200,00, já com a gorjeta incluída. Como se e ganham, no máximo, R$ 3.000,00 por mês.
encontravam ligeiramente alterados pelo álcool ingerido, ocorreu
uma dificuldade no fechamento da conta. Depois que todos 09. (CESGRANRIO - 2012 - Chesf - Analista de Sistemas)
julgaram ter contribuído com sua parte na despesa, o total colocado Parte superior do formulário
Se hoje for uma segunda ou uma quarta-feira, Pedro terá
sobre a mesa era de R$ 160,00, apenas, formados por uma nota de
aula de futebol ou natação. Quando Pedro tem aula de futebol ou
R$ 100,00, uma de R$ 20,00 e quatro de R$ 10,00. Seguiram-se,
natação, Jane o leva até a escolinha esportiva. Ao levar Pedro até
então, as seguintes declarações, todas verdadeiras:
a escolinha, Jane deixa de fazer o almoço e, se Jane não faz o
almoço, Carlos não almoça em casa. Considerando-se a sequência
Antônio: — Basílio pagou. Eu vi quando ele pagou. de implicações lógicas acima apresentadas textualmente, se Carlos
Danton: — Carlos também pagou, mas do Basílio não sei almoçou em casa hoje, então hoje
dizer. (A) é terça, ou quinta ou sexta-feira, ou Jane não fez o almoço.
Eduardo: — Só sei que alguém pagou com quatro notas de (B) Pedro não teve aula de natação e não é segunda-feira.
R$ 10,00. (C) Carlos levou Pedro até a escolinha para Jane fazer o
Basílio: — Aquela nota de R$ 100,00 ali foi o Antônio quem almoço.
colocou, eu vi quando ele pegou seus R$ 60,00 de troco. (D) não é segunda, nem quarta, mas Pedro teve aula de apenas
Carlos: — Sim, e nos R$ 60,00 que ele retirou, estava a nota uma das modalidades esportivas.
de R$ 50,00 que o Eduardo colocou na mesa. (E) não é segunda, Pedro não teve aulas, e Jane não fez o
almoço.
Imediatamente após essas falas, o garçom, que ouvira
atentamente o que fora dito e conhecia todos do grupo, dirigiu-se 10. (VUNESP - 2011 - TJM-SP) Parte superior do formulário
exatamente àquele que ainda não havia contribuído para a despesa Se afino as cordas, então o instrumento soa bem. Se o
e disse: — O senhor pretende usar seu cartão e ficar com o troco instrumento soa bem, então toco muito bem. Ou não toco muito
em espécie? Com base nas informações do texto, o garçom fez a bem ou sonho acordado. Afirmo ser verdadeira a frase: não sonho
pergunta a acordado. Dessa forma, conclui-se que
(A) Antônio. (A) sonho dormindo.
(B) Basílio. (B) o instrumento afinado não soa bem.
(C) Carlos. (C) as cordas não foram afinadas.
(D) Danton. (D) mesmo afinado o instrumento não soa bem.
(E) Eduardo. (E) toco bem acordado e dormindo.
Didatismo e Conhecimento 9
RACIOCÍNIO LÓGICO
Respostas Da premissa 1 tem-se: Se Iara não fala italiano, então Ana
fala alemão. Ora ocorreu o antecedente, vamos reparar no
01. consequente... Só será verdadeiro quando V Î V = V pois se o
(P1) Se Iara não fala italiano, então Ana fala alemão. primeiro ocorrer e o segundo não teremos o Falso na premissa que
(P2) Se Iara fala italiano, então ou Ching fala chinês ou é indesejado, desse modo: Ana fala alemão.
Débora fala dinamarquês.
(P3) Se Débora fala dinamarquês, Elton fala espanhol. Observe que ao analisar todas as premissas, e tornarmos todas
(P4) Mas Elton fala espanhol se e somente se não for verdade verdadeiras obtivemos as seguintes afirmações:
que Francisco não fala francês.
Francisco não fala francês
(P5) Ora, Francisco não fala francês e Ching não fala chinês.
Ching não fala chinês
Elton não fala espanhol
Ao todo são cinco premissas, formadas pelos mais diversos
Débora não fala dinamarquês
conectivos (Se então, Ou, Se e somente se, E). Mas o que importa Iara não fala italiano
para resolver este tipo de argumento lógico é que ele só será válido Ana fala alemão.
quando todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão também
for verdadeira. Uma boa dica é sempre começar pela premissa A única conclusão verdadeira quando todas as premissas
formada com o conectivo e. foram verdadeiras é a da alternativa (A), resposta do problema.
Na premissa 5 tem-se: Francisco não fala francês e Ching não 02. Resposta “B”.
fala chinês. Logo para esta proposição composta pelo conectivo O número que não é primo é denominado número composto.
e ser verdadeira as premissas simples que a compõe deverão ser O número 4 é um número composto. Todo número composto pode
verdadeiras, ou seja, sabemos que: ser escrito como uma combinação de números primos, veja: 70 é
um número composto formado pela combinação: 2 x 5 x 7, onde 2,
Francisco não fala francês 5 e 7 são números primos. O problema informou que um número
Ching não fala chinês primo tem com certeza 3 divisores quando puder ser escrito da
forma: 1 p p2, onde p é um número primo.
Na premissa 4 temos: Elton fala espanhol se e somente se não
for verdade que Francisco não fala francês. Temos uma proposição Observe os seguintes números:
1 2 22 (4)
composta formada pelo se e somente se, neste caso, esta premissa
1 3 3² (9)
será verdadeira se as proposições que a formarem forem de mesmo
1 5 5² (25)
valor lógico, ou ambas verdadeiras ou ambas falsas, ou seja, como
1 7 7² (49)
se deseja que não seja verdade que Francisco não fala francês e ele 1 11 11² (121)
fala, isto já é falso e o antecedente do se e somente se também terá
que ser falso, ou seja: Elton não fala espanhol. Veja que 4 têm apenas três divisores (1, 2 e ele mesmo) e o
mesmo ocorre com os demais números 9, 25, 49 e 121 (mas este
Da premissa 3 tem-se: Se Débora fala dinamarquês, Elton último já é maior que 100) portanto a soma dos números inteiros
fala espanhol. Uma premissa composta formada por outras duas positivos menores do que 100, que têm exatamente três divisores
simples conectadas pelo se então (veja que a vírgula subentende positivos é dada por: 4 + 9 + 25 + 49 = 87.
que existe o então), pois é, a regra do se então é que ele só vai ser
falso se o seu antecedente for verdadeiro e o seu consequente for 03. Resposta “B”.
falso, da premissa 4 sabemos que Elton não fala espanhol, logo, O Argumento é uma sequência finita de proposições lógicas
para que a premissa seja verdadeira só poderemos aceitar um valor iniciais (Premissas) e uma proposição final (conclusão). A validade
lógico possível para o antecedente, ou seja, ele deverá ser falso, de um argumento independe se a premissa é verdadeira ou falsa,
pois F Î F = V, logo: Débora não fala dinamarquês. observe a seguir:
Da premissa 2 temos: Se Iara fala italiano, então ou Ching fala Todo cavalo tem 4 patas (P1)
chinês ou Débora fala dinamarquês. Vamos analisar o consequente Todo animal de 4 patas tem asas (P2)
do se então, observe: ou Ching fala chinês ou Débora fala Logo: Todo cavalo tem asas (C)
dinamarquês. (temos um ou exclusivo, cuja regra é, o ou exclusivo, Observe que se tem um argumento com duas premissas,
só vai ser falso se ambas forem verdadeiras, ou ambas falsas), no P1 (verdadeira) e P2 (falsa) e uma conclusão C. Veja que este
caso como Ching não fala chinês e Débora não fala dinamarquês, argumento é válido, pois se as premissas se verificarem a conclusão
temos: F ou exclusivo F = F. Se o consequente deu falso, então também se verifica: (P1) Todo cavalo tem 4 patas. Indica que se
o antecedente também deverá ser falso para que a premissa seja é cavalo então tem 4 patas, ou seja, posso afirmar que o conjunto
verdadeira, logo: Iara não fala italiano. dos cavalos é um subconjunto do conjunto de animais de 4 patas.
Didatismo e Conhecimento 10
RACIOCÍNIO LÓGICO
Sendo as proposições:
p: Lógica é fácil
q: Artur não gosta de Lógica
p v q = Ou Lógica é fácil, ou Artur não gosta de Lógica (P1)
(P2) Todo animal de 4 patas tem asas. Indica que se tem 4 patas Observe que só nos interessa os resultados que possam tornar
então o animal tem asas, ou seja, posso afirmar que o conjunto dos a premissa verdadeira, ou seja, as linhas 2 e 3 da tabela verdade.
animais de 4 patas é um subconjunto do conjunto de animais que Mas já sabemos que Artur gosta de Lógica, ou seja, a premissa
tem asas. q é falsa, só nos restando a linha 2, quer dizer que para P1 ser
verdadeira, p também será verdadeira, ou seja, Lógica é fácil.
Sabendo que Lógica é fácil, vamos para a P2, temos um se então.
Chamando:
r: Geografia é difícil
~r: Geografia não é difícil (ou Geografia é fácil)
p: Lógica é fácil
Observe que ao unir as premissas, a conclusão sempre se (não p) ~p: Lógica é difícil
verifica. Toda vez que fizermos as premissas serem verdadeiras,
a conclusão também for verdadeira, estaremos diante de um ~r → ~p (lê-se se não r então não p) sempre que se verificar
argumento válido. Observe: o se então tem-se também que a negação do consequente gera a
negação do antecedente, ou seja: ~(~p) → ~(~r), ou seja, p → r ou
Se Lógica é fácil então Geografia é difícil.
Didatismo e Conhecimento 11
RACIOCÍNIO LÓGICO
Sabe-se que um e apenas um dos suspeitos é culpado e que o 3) O conde encontrar a princesa é condição necessária e
culpado às vezes fala a verdade e às vezes mente. Sabe-se, também, suficiente para o barão sorrir. Chamando D (proposição conde
que dos outros dois (isto é, dos suspeitos que são inocentes), um encontrar a princesa) e E (proposição barão sorrir) podemos
sempre diz a verdade e o outro sempre mente. escrever que D se e somente se E ou D ↔ E (conhecemos este
conectivo como um bicondicional, um conectivo onde tanto o
I) Primeira hipótese: Se o inocente que fala verdade é o de antecedente quanto o consequente são condição necessária e
camisa azul, não teríamos resposta, pois o de azul fala que é suficiente ao mesmo tempo), onde poderíamos também escrever E
culpado e então estaria mentindo. se e somente se D ou E → D.
4) O conde encontrar a princesa é condição necessária para a
duquesa ir ao jardim. Chamando D (proposição conde encontrar a
II) Segunda hipótese: Se o inocente que fala a verdade é o de princesa) e C (proposição duquesa ir ao jardim) podemos escrever
camisa preta, também não teríamos resposta, observem: Se ele fala que se C então D ou C → D. Lembre-se de que ser condição
a verdade e declara que roubou ele é o culpado e não inocente. necessária é ser consequente no “se então”.
A única informação claramente dada é que o barão não sorriu,
III) Terceira hipótese: Se o inocente que fala a verdade é o ora chamamos de E (proposição barão sorriu). Logo barão não
de camisa branca achamos a resposta, observem: Ele é inocente sorriu = ~E (lê-se não E).
e afirma que o de camisa branca é culpado, ele é o inocente que Dado que ~E se verifica e D ↔ E, ao negar a condição
sempre fala a verdade. O de camisa branca é o culpado que ora fala necessária nego a condição suficiente: esse modo ~E → ~D (então
a verdade e ora mente (no problema ele está dizendo a verdade). o conde não encontrou a princesa).
Se ~D se verifica e C → D, ao negar a condição necessária
O de camisa preta é inocente e afirma que roubou, logo ele é o
nego a condição suficiente: ~D → ~C (a duquesa não foi ao jardim).
inocente que está sempre mentindo.
Se ~C se verifica e A → C, ao negar a condição necessária
nego a condição suficiente: ~C → ~A (então o rei não foi à caça).
O resultado obtido pelo sábio aluno deverá ser: O culpado é o Se ~A se verifica e B → A, ao negar a condição necessária
de camisa azul e o de camisa preta sempre mente (Alternativa A). nego a condição suficiente: ~A → ~B (então o duque não saiu do
castelo).
05. Resposta “C”.
Uma questão de lógica argumentativa, que trata do uso do Observe entre as alternativas, que a única que afirma uma
conectivo “se então” também representado por “→”. Vamos a um proposição logicamente correta é a alternativa C, pois realmente
exemplo: deduziu-se que o rei não foi à caça e o conde não encontrou a
Se o duque sair do castelo então o rei foi à caça. Aqui estamos princesa.
tratando de uma proposição composta (Se o duque sair do castelo
06. Resposta “D”.
então o rei foi à caça) formada por duas proposições simples (duque
Como todas as informações dadas são verdadeiras, então
sair do castelo) (rei ir à caça), ligadas pela presença do conectivo podemos concluir que:
(→) “se então”. O conectivo “se então” liga duas proposições 1 - Basílio pagou;
simples da seguinte forma: Se p então q, ou seja: 2 - Carlos pagou;
→ p será uma proposição simples que por estar antes do então 3 - Antônio pagou, justamente, com os R$ 100,00 e pegou
é também conhecida como antecedente. os R$ 60,00 de troco que, segundo Carlos, estavam os R$ 50,00
→ q será uma proposição simples que por estar depois do pagos por Eduardo, então...
então é também conhecida como consequente. 4 - Eduardo pagou com a nota de R$ 50,00.
→ Se p então q também pode ser lido como p implica em q.
→ p é conhecida como condição suficiente para que q ocorra, O único que escapa das afirmações é o Danton.
ou seja, basta que p ocorra para q ocorrer.
Outra forma: 5 amigos: A,B,C,D, e E.
→ q é conhecida como condição necessária para que p ocorra,
ou seja, se q não ocorrer então p também não irá ocorrer. Antônio: - Basílio pagou. Restam A, D, C e E.
Danton: - Carlos também pagou. Restam A, D, e E.
Vamos às informações do problema: Eduardo: - Só sei que alguém pagou com quatro notas de R$
1) O rei ir à caça é condição necessária para o duque sair do 10,00. Restam A, D, e E.
castelo. Chamando A (proposição rei ir à caça) e B (proposição Basílio: - Aquela nota de R$ 100,00 ali foi o Antônio. Restam
duque sair do castelo) podemos escrever que se B então A ou B → D, e E.
A. Lembre-se de que ser condição necessária é ser consequente no Carlos: - Sim, e nos R$ 60,00 que ele retirou, estava a nota
“se então”. de R$ 50,00 que o Eduardo colocou. Resta somente D (Dalton) a
2) O rei ir à caça é condição suficiente para a duquesa ir ao pagar.
jardim. Chamando A (proposição rei ir à caça) e C (proposição 07. Resposta “B”.
duquesa ir ao jardim) podemos escrever que se A então C ou A → 1°: separar a informação que a questão forneceu: “não vou
morar em passárgada”.
C. Lembre-se de que ser condição suficiente é ser antecedente no
2°: lembrando-se que a regra do ou diz que: para ser verdadeiro
“se então”.
tem de haver pelo menos uma proposição verdadeira.
Didatismo e Conhecimento 12
RACIOCÍNIO LÓGICO
3°: destacando-se as informações seguintes: 1ª Proposição: Todo funcionário de nossa empresa possui
- caso ou compro uma bicicleta. plano de saúde.
- viajo ou não caso. 2ª Proposição: ganha mais de R$ 3.000,00 por mês.
- vou morar em passárgada ou não compro uma bicicleta.
Lembre-se que no enunciado não fala onde foi o erro da
Logo: declaração do gerente, ou seja, pode ser na primeira proposição e
- vou morar em pasárgada (F) não na segunda ou na segunda e não na primeira ou nas duas que
- não compro uma bicicleta (V) o resultado será falso.
- caso (V) Na alternativa C a banca fez a negação da primeira proposição
- compro uma bicicleta (F) e fez a da segunda e as ligaram no conectivo “ou”, pois no
- viajo (V) conectivo “ou” tanto faz a primeira ser verdadeira ou a segunda
- não caso (F) ser verdadeira, desde que haja uma verdadeira para o resultado ser
Conclusão: viajo, caso, não compro uma bicicleta. verdadeiro.
Atenção: A alternativa “E” está igualzinha, só muda o
Outra forma: conectivo que é o “e”, que obrigaria que o erro da declaração fosse
nas duas.
c = casar
b = comprar bicicleta A questão pede a negação da afirmação: Todo funcionário
v = viajar de nossa empresa possui plano de saúde “e” ganha mais de R$
p = morar em Passárgada 3.000,00 por mês.
Essa fica assim ~(p ^ q).
Temos as verdades: A negação dela ~pv~q
c ou b
v ou ~c ~(p^q) ↔ ~pv~q (negação todas “e” vira “ou”)
p ou ~b
A 1ª proposição tem um Todo que é quantificador universal,
Transformando em implicações: para negá-lo utilizamos um quantificador existencial. Pode ser:
~c → b = ~b → c um, existe um, pelo menos, existem...
No caso da questão ficou assim: Um funcionário da empresa
~v → ~c = c → v
não possui plano de saúde “ou” ganha até R$ 3.000,00 por mês. A
~p → ~b
negação de ganha mais de 3.000,00 por mês, é ganha até 3.000,00.
Assim:
09. Resposta “B”.
~p → ~b
~b → c
Sendo:
c→v
Segunda = S e Quarta = Q,
Pedro tem aula de Natação = PN e
Por transitividade: Pedro tem aula de Futebol = PF.
~p → c
~p → v V = conectivo ou e → = conectivo Se, ... então, temos:
S V Q → PF V PN
Não morar em passárgada implica casar. Não morar em
passárgada implica viajar. Sendo Je = Jane leva Pedro para a escolinha e ~Je = a negação,
ou seja Jane não leva Pedro a escolinha. Ainda temos que ~Ja =
08. Resposta “C”. Jane deixa de fazer o almoço e C = Carlos almoça em Casa e ~C =
Carlos não almoça em casa, temos:
A declaração dizia:
“Todo funcionário de nossa empresa possui plano de saúde e PF V PN → Je
ganha mais de R$ 3.000,00 por mês”. Porém, o diretor percebeu Je → ~Ja
que havia se enganado, portanto, basta que um funcionário não ~Ja → ~C
tenha plano de saúde ou ganhe até R$ 3.000,00 para invalidar,
negar a declaração, tornando-a desse modo FALSA. Logo, Em questões de raciocínio lógico devemos admitir que todas
necessariamente, um funcionário da empresa X não tem plano de as proposições compostas são verdadeiras. Ora, o enunciado diz
saúde ou ganha até R$ 3.000,00 por mês. que Carlos almoçou em casa, logo a proposição ~C é Falsa.
Didatismo e Conhecimento 13
RACIOCÍNIO LÓGICO
Na proposição acima desta temos que Je → ~Ja, contudo O FALSO passa para trás. Com isso, A = FALSO. ~A =
já sabemos que ~Ja é falsa. Pela mesma regra do conectivo Se, Verdadeiro = As cordas não foram afinadas.
... então, temos que admitir que Je também é falsa para que a
proposição composta seja verdadeira. Outra forma: partimos da premissa afirmativa ou de conclusão;
Na proposição acima temos que PF V PN → Je, tratando PF última frase:
V PN como uma proposição individual e sabendo que Je é falsa, Não sonho acordado será VERDADE
para esta proposição composta ser verdadeira PF V PN tem que Admita todas as frases como VERDADE
ser falsa. Ficando assim de baixo para cima
Ora, na primeira proposição composta da questão, temos
que S V Q → PF V PN e pela mesma regra já citada, para esta Ou não toco muito bem (V) ou sonho acordado (F) = V
ser verdadeira S V Q tem que ser falsa. Bem, agora analisando Se o instrumento soa bem (F) então toco muito bem (F) = V
individualmente S V Q como falsa, esta só pode ser falsa se as duas Se afino as cordas (F), então o instrumento soa bem (F) = V
premissas simples forem falsas. E da mesma maneira tratamos PF
V PN. A dica é trabalhar com as exceções: na condicional só dá
falso quando a primeira V e a segunda F. Na disjunção exclusiva
Representação lógica de todas as proposições: (ou... ou) as divergentes se atraem o que dá verdade. Extraindo as
conclusões temos que:
S V Q → PF V PN Não toco muito bem, não sonho acordado como verdade.
(f) (f) (f) (f) Se afino as corda deu falso, então não afino as cordas.
F F Se o instrumento soa bem deu falso, então o instrumento não
soa bem.
PF V PN → Je
F F Joga nas alternativas:
(A) sonho dormindo (você não tem garantia de que sonha
Je → ~Ja dormindo, só temos como verdade que não sonho acordado, pode
F F ser que você nem sonhe).
(B) o instrumento afinado não soa bem deu que: Não afino as
~Ja → ~C cordas.
F F (C) Verdadeira: as cordas não foram afinadas.
(D) mesmo afinado (Falso deu que não afino as cordas) o
Conclusão: Carlos almoçou em casa hoje, Jane fez o almoço
instrumento não soa bem.
e não levou Pedro à escolinha esportiva, Pedro não teve aula de
(E) toco bem acordado e dormindo, absurdo. Deu não toco
futebol nem de natação e também não é segunda nem quarta. Agora
muito bem e não sonho acordado.
é só marcar a questão cuja alternativa se encaixa nesse esquema.
Didatismo e Conhecimento 14
RACIOCÍNIO LÓGICO
que caracterize a lógica de sua formação, entretanto algumas séries ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTU
necessitam de mais elementos para definir sua lógica. Algumas se-
quências são bastante conhecidas e todo aluno que estuda lógica B1 2F H4 8L N16 32R T64
deve conhecê-las, tais como as progressões aritméticas e geomé-
tricas, a série de Fibonacci, os números primos e os quadrados Nesse caso, associou-se letras e números (potências de 2), al-
perfeitos. ternando a ordem. As letras saltam 1, 3, 1, 3, 1, 3 e 1 posições.
Sequência de Figuras
1 1 2 3 5 8 13
Sequência de Fibonacci
Números Primos: Naturais que possuem apenas dois diviso-
res naturais.
O matemático Leonardo Pisa, conhecido como Fibonacci,
2 3 5 7 11 13 17 propôs no século XIII, a sequência numérica: (1, 1, 2, 3, 5, 8,
13, 21, 34, 55, 89, …). Essa sequência tem uma lei de formação
Quadrados Perfeitos: Números naturais cujas raízes são na- simples: cada elemento, a partir do terceiro, é obtido somando-
turais. se os dois anteriores. Veja: 1 + 1 = 2, 2 + 1 = 3, 3 + 2 = 5 e
assim por diante. Desde o século XIII, muitos matemáticos, além
1 4 9 16 25 36 49 do próprio Fibonacci, dedicaram-se ao estudo da sequência que
foi proposta, e foram encontradas inúmeras aplicações para ela no
Sequência de Letras desenvolvimento de modelos explicativos de fenômenos naturais.
Veja alguns exemplos das aplicações da sequência de
As sequências de letras podem estar associadas a uma série de Fibonacci e entenda porque ela é conhecida como uma das
números ou não. Em geral, devemos escrever todo o alfabeto (ob- maravilhas da Matemática. A partir de dois quadrados de lado 1,
servando se deve, ou não, contar com k, y e w) e circular as letras podemos obter um retângulo de lados 2 e 1. Se adicionarmos a esse
dadas para entender a lógica proposta. retângulo um quadrado de lado 2, obtemos um novo retângulo 3
ACFJOU x 2. Se adicionarmos agora um quadrado de lado 3, obtemos um
retângulo 5 x 3. Observe a figura a seguir e veja que os lados dos
Observe que foram saltadas 1, 2, 3, 4 e 5 letras e esses núme- quadrados que adicionamos para determinar os retângulos formam
ros estão em progressão.
a sequência de Fibonacci.
Didatismo e Conhecimento 15
RACIOCÍNIO LÓGICO
Como: b = y – a (2).
Substituindo (2) em (1) temos: y2 – ay – a2 = 0.
Resolvendo a equação:
Logo:
Didatismo e Conhecimento 16
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo 3
Exemplo 4
(D) (E)
A diferença entre os números vai aumentando 2 unidades. 02. Considere que a sequência de figuras foi construída
24 – 22 = 2 segundo um certo critério.
28 – 24 = 4
34 – 28 = 6
42 – 34 = 8
52 – 42 = 10
64 – 52 = 12
78 – 64 = 14
QUESTÕES
01. Observe atentamente a disposição das cartas em cada linha Se tal critério for mantido, para obter as figuras subsequentes,
do esquema seguinte: o total de pontos da figura de número 15 deverá ser:
(A) 69
(B) 67
(C) 65
(D) 63
(E) 61
Didatismo e Conhecimento 17
RACIOCÍNIO LÓGICO
03. O próximo número dessa sequência lógica é: 1000, 990, (D)
970, 940, 900, 850, ... 2
(A) 800
(B) 790 3 6 1
(C) 780 4 5
(D) 770
(E)
04. Na sequência lógica de números representados nos
3
hexágonos, da figura abaixo, observa-se a ausência de um deles
que pode ser: 2 1 6 5
4
(A) 76
(B) 10
(C) 20 Continuando essa sequência, obtém-se exatamente 16 círculos
(D) 78 completos na:
05. Uma criança brincando com uma caixa de palitos de (A) 36ª figura
fósforo constrói uma sequência de quadrados conforme indicado (B) 48ª figura
abaixo: (C) 72ª figura
(D) 80ª figura
(E) 96ª figura
.............
1° 2° 3° 08. Analise a sequência a seguir:
(A)
1 3 6
2 4 5 (C) (D)
(B)
4
5 1 2 3
6
(C)
(E)
5
6 4 1 2
3
Didatismo e Conhecimento 18
RACIOCÍNIO LÓGICO
09. Observe a sequência: 2, 10, 12, 16, 17, 18, 19, ... Qual é o
próximo número?
(A) 20
(B) 21
(C) 100
(D) 200
Os números X e Y, obtidos segundo essa lei, são tais que X +
10. Observe a sequência: 3,13, 30, ... Qual é o próximo Y é igual a:
número? (A) 40
(A) 4 (B) 42
(B) 20 (C) 44
(C) 31 (D) 46
(E) 48
(D) 21
14. A figura abaixo representa algumas letras dispostas em
11. Os dois pares de palavras abaixo foram formados segundo forma de triângulo, segundo determinado critério.
determinado critério.
LACRAÇÃO → cal
AMOSTRA → soma
LAVRAR → ?
1234567891011121314151617181920...
(D) (E)
Didatismo e Conhecimento 19
RACIOCÍNIO LÓGICO
Segundo esse mesmo padrão, a figura que deve substituir o O padrão que completa a sequência é:
ponto de interrogação é:
(A) (B) (C)
XXX XXB XXX
XXX XBX XXX
(A) (B)
XXX BXX XXB
(D) (E)
XXX XXX
(C) (D) XBX XBX
XXX BXX
Didatismo e Conhecimento 20
RACIOCÍNIO LÓGICO
26. Considere que os símbolos ♦ e ♣ que aparecem no quadro 29. CASA: LATA: LOBO: ?
seguinte, substituem as operações que devem ser efetuadas em (A) SOCO
cada linha, a fim de se obter o resultado correspondente, que se (B) TOCO
encontra na coluna da extrema direita. (C) TOMO
(D) VOLO
(E) VOTO
36 ♦ 4 ♣ 5 = 14
48 ♦ 6 ♣ 9 = 17 30. ABCA: DEFD: HIJH: ?
(A) IJLI
54 ♦ 9 ♣ 7 = ? (B) JLMJ
(C) LMNL
Para que o resultado da terceira linha seja o correto, o ponto de (D) FGHF
interrogação deverá ser substituído pelo número: (E) EFGE
(A) 16 31. Os termos da sucessão seguinte foram obtidos considerando
(B) 15 uma lei de formação (0, 1, 3, 4, 12, 123,...). Segundo essa lei, o
(C) 14 décimo terceiro termo dessa sequência é um número:
(D) 13 (A) Menor que 200.
(E) 12 (B) Compreendido entre 200 e 400.
(C) Compreendido entre 500 e 700.
(D) Compreendido entre 700 e 1.000.
27. Segundo determinado critério, foi construída a sucessão (E) Maior que 1.000.
seguinte, em que cada termo é composto de um número seguido
de uma letra: A1 – E2 – B3 – F4 – C5 – G6 – .... Considerando Para responder às questões de números 32 e 33, você deve
que no alfabeto usado são excluídas as letras K, Y e W, então, de observar que, em cada um dos dois primeiros pares de palavras
acordo com o critério estabelecido, a letra que deverá anteceder o dadas, a palavra da direita foi obtida da palavra da esquerda
número 12 é: segundo determinado critério. Você deve descobrir esse critério e
usá-lo para encontrar a palavra que deve ser colocada no lugar do
(A) J ponto de interrogação.
(B) L
(C) M 32. Ardoroso → rodo
(D) N Dinamizar → mina
(E) O Maratona → ?
(A) mana
(B) toma
28. Os nomes de quatro animais – MARÁ, PERU, TATU e (C) tona
URSO – devem ser escritos nas linhas da tabela abaixo, de modo (D) tora
que cada uma das suas respectivas letras ocupe um quadrinho e, (E) rato
na diagonal sombreada, possa ser lido o nome de um novo animal.
33. Arborizado → azar
Asteroide → dias
Articular → ?
(A) luar
(B) arar
(C) lira
(D) luta
(E) rara
Didatismo e Conhecimento 21
RACIOCÍNIO LÓGICO
34. Preste atenção nesta sequência lógica e identifique quais 41. Observe as multiplicações a seguir:
os números que estão faltando: 1, 1, 2, __, 5, 8, __,21, 34, 55, __, 12.345.679 × 18 = 222.222.222
144, __... 12.345.679 × 27 = 333.333.333
... ...
35. Uma lesma encontra-se no fundo de um poço seco de 12.345.679 × 54 = 666.666.666
10 metros de profundidade e quer sair de lá. Durante o dia, ela
consegue subir 2 metros pela parede; mas à noite, enquanto dorme, Para obter 999.999.999 devemos multiplicar 12.345.679 por
escorrega 1 metro. Depois de quantos dias ela consegue chegar à quanto?
saída do poço?
36. Quantas vezes você usa o algarismo 9 para numerar as 42. Esta casinha está de frente para a estrada de terra. Mova
páginas de um livro de 100 páginas? dois palitos e faça com que fique de frente para a estrada asfaltada.
Didatismo e Conhecimento 22
RACIOCÍNIO LÓGICO
Na figura 2: 02 pontos de cada lado 04 pontos no total.
Na figura 3: 03 pontos de cada lado 06 pontos no total.
Na figura 4: 04 pontos de cada lado 08 pontos no total.
Na figura n: n pontos de cada lado 2.n pontos no total.
Em particular:
Na figura 15: 15 pontos de cada lado 30 pontos no total.
Em particular:
48. Tente dispor 6 moedas em 3 fileiras de modo que em cada Na figura 15: 16 pontos acima e abaixo 32 pontos no total.
fileira fiquem apenas 3 moedas. Incluindo o ponto central, que ainda não foi considerado, temos
para total de pontos da figura 15: Total de pontos = 30 + 32 + 1 =
63 pontos.
49. Reposicione três palitos e obtenha cinco quadrados. 03. Resposta “B”.
Nessa sequência, observamos que a diferença: entre 1000 e
990 é 10, entre 990 e 970 é 20, entre o 970 e 940 é 30, entre 940
e 900 é 40, entre 900 e 850 é 50, portanto entre 850 e o próximo
número é 60, dessa forma concluímos que o próximo número é
790, pois: 850 – 790 = 60.
Figuras 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª
Nº de Palitos 4 7 10 13 16 19 22
Didatismo e Conhecimento 23
RACIOCÍNIO LÓGICO
07. Resposta “B”. 15. Resposta “B”.
Como na 3ª figura completou-se um círculo, para completar A sequência de números apresentada representa a lista dos
16 círculos é suficiente multiplicar 3 por 16 : 3 . 16 = 48. Portanto, números naturais. Mas essa lista contém todos os algarismos
na 48ª figura existirão 16 círculos. dos números, sem ocorrer a separação. Por exemplo: 101112
representam os números 10, 11 e 12. Com isso, do número 1 até
08. Resposta “B”. o número 9 existem 9 algarismos. Do número 10 até o número 99
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, existem: 2 x 90 = 180 algarismos. Do número 100 até o número 124
continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de número existem: 3 x 25 = 75 algarismos. E do número 124 até o número
277 ocupa, então, a mesma posição das figuras que representam 128 existem mais 12 algarismos. Somando todos os valores, tem-
número 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura corresponde à 2ª se: 9 + 180 + 75 + 12 = 276 algarismos. Logo, conclui-se que o
figura, que é representada pela letra “B”. algarismo que ocupa a 276ª posição é o número 8, que aparece no
número 128.
09. Resposta “D”.
A regularidade que obedece a sequência acima não se dá por 16. Resposta “D”.
padrões numéricos e sim pela letra que inicia cada número. “Dois, Na 1ª linha, internamente, a 1ª figura possui 2 “orelhas”, a 2ª
Dez, Doze, Dezesseis, Dezessete, Dezoito, Dezenove, ... Enfim, o figura possui 1 “orelha” no lado esquerdo e a 3ª figura possui 1
próximo só pode iniciar também com “D”: Duzentos. “orelha” no lado direito. Esse fato acontece, também, na 2ª linha,
mas na parte de cima e na parte de baixo, internamente em relação
10. Resposta “C”. às figuras. Assim, na 3ª linha ocorrerá essa regra, mas em ordem
Esta sequência é regida pela inicial de cada número. Três, inversa: é a 3ª figura da 3ª linha que terá 2 “orelhas” internas,
Treze, Trinta,... O próximo só pode ser o número Trinta e um, pois uma em cima e outra em baixo. Como as 2 primeiras figuras da 3ª
ele inicia com a letra “T”. linha não possuem “orelhas” externas, a 3ª figura também não terá
11. Resposta “E”. orelhas externas. Portanto, a figura que deve substituir o ponto de
Na 1ª linha, a palavra CAL foi retirada das 3 primeiras letras da interrogação é a 4ª.
palavra LACRAÇÃO, mas na ordem invertida. Da mesma forma, na 17. Resposta “B”.
2ª linha, a palavra SOMA é retirada da palavra AMOSTRA, pelas No 1º triângulo, o número que está no interior do triângulo
4 primeira letras invertidas. Com isso, da palavra LAVRAR, ao se dividido pelo número que está abaixo é igual à diferença entre
retirarem as 5 primeiras letras, na ordem invertida, obtém-se ARVAL. o número que está à direita e o número que está à esquerda do
triângulo: 40 5 21 13 8.
12. Resposta “C”. A mesma regra acontece no 2º triângulo: 42 ÷ 7 = 23 - 17 = 6.
Em cada linha apresentada, as cabeças são formadas por Assim, a mesma regra deve existir no 3º triângulo:
quadrado, triângulo e círculo. Na 3ª linha já há cabeças com círculo ? ÷ 3 = 19 - 7
e com triângulo. Portanto, a cabeça da figura que está faltando é
? ÷ 3 = 12
um quadrado. As mãos das figuras estão levantadas, em linha reta
ou abaixadas. Assim, a figura que falta deve ter as mãos levantadas ? = 12 x 3 = 36.
(é o que ocorre em todas as alternativas). As figuras apresentam as
2 pernas ou abaixadas, ou 1 perna levantada para a esquerda ou 1 18. Resposta “E”.
levantada para a direita. Nesse caso, a figura que está faltando na Verifique os intervalos entre os números que foram fornecidos.
3ª linha deve ter 1 perna levantada para a esquerda. Logo, a figura Dado os números 3, 12, 27, __, 75, 108, obteve-se os seguintes 9,
tem a cabeça quadrada, as mãos levantadas e a perna erguida para 15, __, __, 33 intervalos. Observe que 3x3, 3x5, 3x7, 3x9, 3x11.
a esquerda. Logo 3x7 = 21 e 3x 9 = 27. Então: 21 + 27 = 48.
Didatismo e Conhecimento 24
RACIOCÍNIO LÓGICO
Vê-se, que os “B” estão diminuindo de 2 em 2 e que os “X” numérica é a mesma. Observando as duas palavras dadas podemos
estão aumentando de 2 em 2; notem também que os “B” estão perceber facilmente que tem cada uma 6 letras e que as letras
sendo retirados um na parte de cima e um na parte de baixo e os de uma se repete na outra em uma ordem diferente. Essa ordem
“X” da mesma forma, só que não estão sendo retirados, estão, sim, diferente nada mais é, do que a primeira palavra de trás para frente,
sendo colocados. Logo a 4ª figura é: de maneira que SALTA vira ATLAS. Fazendo o mesmo com a
sequência numérica fornecida temos: 25435 vira 53452, sendo
XXX esta a resposta.
XBX
XXX 25. Resposta “E”.
1B e 8X Pelo número 86.547, tem-se que 86, 65, 54 e 47 não acontecem
no número procurado. Do número 48.675, as opções 48, 86 e 67
21. Resposta “D”. não estão em nenhum dos números apresentados nas alternativas.
Montando a série de Fibonacci temos: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, Portanto, nesse número a coincidência se dá no número 75. Como o
34... A resposta da questão é a alternativa “D”, pois como a questão único número apresentado nas alternativas que possui a sequência
nos diz, cada termo a partir do terceiro é igual à soma de seus dois 75 é 46.875, tem-se, então, o número procurado.
termos precedentes. 2 + 3 = 5
26. Resposta “D”.
22. Resposta “E”. O primeiro símbolo representa a divisão e o 2º símbolo
A questão nos informa que ao se escrever alguma mensagem, representa a soma. Portanto, na 1ª linha, tem-se: 36 ÷ 4 + 5 = 9
cada letra será substituída pela letra que ocupa a quarta posição, + 5 = 14. Na 2ª linha, tem-se: 48 ÷ 6 + 9 = 8 + 9 = 17. Com isso,
além disso, nos informa que o código é “circular”, de modo que a na 3ª linha, ter-se-á: 54 ÷ 9 + 7 = 6 + 7 = 13. Logo, podemos
letra “U” vira “A”. Para decifrarmos, temos que perceber a posição concluir então que o ponto de interrogação deverá ser substituído
do emissor e do receptor. O emissor ao escrever a mensagem conta pelo número 13.
quatro letras à frente para representar a letra que realmente deseja,
enquanto que o receptor, deve fazer o contrário, contar quatro letras 27. Resposta “A”.
atrás para decifrar cada letra do código. No caso, nos foi dada a As letras que acompanham os números ímpares formam a
frase para ser decifrada, vê-se, pois, que, na questão, ocupamos a sequência normal do alfabeto. Já a sequência que acompanha os
posição de receptores. Vejamos a mensagem: BSA HI EDAP. Cada números pares inicia-se pela letra “E”, e continua de acordo com a
letra da mensagem representa a quarta letra anterior de modo que: sequência normal do alfabeto: 2ª letra: E, 4ª letra: F, 6ª letra: G, 8ª
VxzaB: B na verdade é V; letra: H, 10ª letra: I e 12ª letra: J.
OpqrS: S na verdade é O;
UvxzA: A na verdade é U; 28. Resposta “D”.
DefgH: H na verdade é D; Escrevendo os nomes dos animais apresentados na lista
EfghI: I na verdade é E; – MARÁ, PERU, TATU e URSO, na seguinte ordem: PERU,
MARÁ, TATU e URSO, obtém-se na tabela:
AbcdE: E na verdade é A;
ZabcD: D na verdade é Z;
UvxaA: A na verdade é U; P E R U
LmnoP: P na verdade é L; M A R A
T A T U
23. Resposta “B”.
A questão nos traz duas palavras que têm relação uma U R S O
com a outra e, em seguida, nos traz uma sequência numérica. É
perguntado qual sequência numérica tem a mesma ralação com a O nome do animal é PATO. Considerando a ordem do alfabeto,
sequência numérica fornecida, de maneira que, a relação entre as tem-se: P = 15, A = 1, T = 19 e 0 = 14. Somando esses valores,
palavras e a sequência numérica é a mesma. Observando as duas obtém-se: 15 + 1 + 19 + 14 = 49.
palavras dadas, podemos perceber facilmente que têm cada uma
6 letras e que as letras de uma se repete na outra em uma ordem 29. Resposta “B”.
diferente. Tal ordem, nada mais é, do que a primeira palavra de Na 1ª e na 2ª sequências, as vogais são as mesmas: letra
“A”. Portanto, as vogais da 4ª sequência de letras deverão ser as
trás para frente, de maneira que SOCIAL vira LAICOS. Fazendo o
mesmas da 3ª sequência de letras: “O”. A 3ª letra da 2ª sequência
mesmo com a sequência numérica fornecida, temos: 231678 viram
é a próxima letra do alfabeto depois da 3ª letra da 1ª sequência de
876132, sendo esta a resposta.
letras. Portanto, na 4ª sequência de letras, a 3ª letra é a próxima letra
depois de “B”, ou seja, a letra “C”. Em relação à primeira letra,
24. Resposta “A”.
tem-se uma diferença de 7 letras entre a 1ª letra da 1ª sequência e a
A questão nos traz duas palavras que têm relação uma com
1ª letra da 2ª sequência. Portanto, entre a 1ª letra da 3ª sequência e
a outra, e em seguida, nos traz uma sequência numérica. Foi
a 1ª letra da 4ª sequência, deve ocorrer o mesmo fato. Com isso, a
perguntado qual a sequência numérica que tem relação com a já
1ª letra da 4ª sequência é a letra “T”. Logo, a 4ª sequência de letras
dada de maneira que a relação entre as palavras e a sequência
é: T, O, C, O, ou seja, TOCO.
Didatismo e Conhecimento 25
RACIOCÍNIO LÓGICO
30. Resposta “C”. Portanto, depois de 9 dias ela chegará na saída do poço.
Na 1ª sequência de letras, ocorrem as 3 primeiras letras do
alfabeto e, em seguida, volta-se para a 1ª letra da sequência. Na 2ª 36. 09 – 19 – 29 – 39 – 49 – 59 – 69 – 79 – 89 – 90 – 91 – 92
sequência, continua-se da 3ª letra da sequência anterior, formando- – 93 – 94 – 95 – 96 – 97 – 98 – 99. Portanto, são necessários 20
algarismos.
se DEF, voltando-se novamente, para a 1ª letra desta sequência: D.
Com isto, na 3ª sequência, têm-se as letras HIJ, voltando-se para a 37.
1ª letra desta sequência: H. Com isto, a 4ª sequência iniciará pela
letra L, continuando por M e N, voltando para a letra L. Logo, a 4ª
sequência da letra é: LMNL.
= 16
31. Resposta “E”.
Do 1º termo para o 2º termo, ocorreu um acréscimo de 1
unidade. Do 2º termo para o 3º termo, ocorreu a multiplicação do
termo anterior por 3. E assim por diante, até que para o 7º termo
temos 13 . 3 = 39. 8º termo = 39 + 1 = 40. 9º termo = 40 . 3 = 120.
= 09
10º termo = 120 + 1 = 121. 11º termo = 121 . 3 = 363. 12º termo
= 363 + 1 = 364. 13º termo = 364 . 3 = 1.092. Portanto, podemos
concluir que o 13º termo da sequência é um número maior que
1.000.
35.
39. Os símbolos são como números em frente ao espelho.
Dia Subida Descida Assim, o próximo símbolo será 88.
1º 2m 1m
40.
2º 3m 2m
3º 4m 3m
4º 5m 4m
5º 6m 5m
6º 7m 6m
7º 8m 7m
8º 9m 8m
9º 10m ----
Didatismo e Conhecimento 26
RACIOCÍNIO LÓGICO
41. 48.
12.345.679 × (2×9) = 222.222.222
12.345.679 × (3×9) = 333.333.333
... ...
12.345.679 × (4×9) = 666.666.666
Portanto, para obter 999.999.999 devemos multiplicar
12.345.679 por (9x9) = 81
42.
49.
43.
50.
44. Sendo A = 1, J = 11, Q = 12 e K = 13, a soma de cada par
de cartas é igual a 14 e o naipe de paus sempre forma par com
o naipe de espadas. Portanto, a carta que está faltando é o 6 de
espadas.
No exercício 2 elevado a 2 = 4
GEOMETRIA BÁSICA.
47.
Didatismo e Conhecimento 27
RACIOCÍNIO LÓGICO
Definições. A conta que faríamos seria somar todos os lados da sala, me-
nos 1m da largura da porta, ou seja:
a) Segmentos congruentes. P = (5 + 5 + 8 + 8) – 1
Dois segmentos são congruentes se têm a mesma medida. P = 26 – 1
P = 25
b) Ponto médio de um segmento.
Um ponto P é ponto médio do segmento AB se pertence ao
segmento e divide AB em dois segmentos congruentes.
c) Mediatriz de um segmento.
É a reta perpendicular ao segmento no seu ponto médio
Ângulo
Área
Área é a medida de uma superfície.
A área do campo de futebol é a medida de sua superfície (gra-
mado).
Definições. Se pegarmos outro campo de futebol e colocarmos em uma
malha quadriculada, a sua área será equivalente à quantidade de
a) Ângulo é a região plana limitada por duas semirretas de quadradinho. Se cada quadrado for uma unidade de área:
mesma origem.
Didatismo e Conhecimento 28
RACIOCÍNIO LÓGICO
Quadrado
Sua área será um valor aproximado. Cada é uma unida-
de, então a área aproximada dessa figura será de 4 unidades. É o quadrilátero que tem os lados congruentes e todos os ân-
No estudo da matemática calculamos áreas de figuras planas e gulos internos a congruentes (90º).
para cada figura há uma fórmula pra calcular a sua área.
Retângulo
Área do Trapézio
Pegamos um retângulo e colocamos em uma malha quadriculada A área do trapézio está relacionada com a área do triângulo
onde cada quadrado tem dimensões de 1 cm. Se contarmos, veremos que é calculada utilizando a seguinte fórmula:
que há 24 quadrados de 1 cm de dimensões no retângulo. Como sa- A = b . h (b = base e h = altura).
bemos que a área é a medida da superfície de uma figuras podemos 2
dizer que 24 quadrados de 1 cm de dimensões é a área do retângulo.
Observe o desenho de um trapézio e os seus elementos mais
importantes (elementos utilizados no cálculo da sua área):
A=b.h
Didatismo e Conhecimento 29
RACIOCÍNIO LÓGICO
Segundo: o dividimos em dois triângulos: Área do Triângulo
A∆2 = b . h
2 No triângulo retângulo é fácil ver a altura, pois é o próprio
lado do triângulo, e forma com a base um ângulo de 90° (ângulo
Somando as duas áreas encontradas, teremos o cálculo da reto).
área de um trapézio qualquer:
AT = A∆1 + A∆2
AT = B . h + b . h
2 2
A = h (B + b)
2
h = altura
B = base maior do trapézio
b = base menor do trapézio
Didatismo e Conhecimento 30
RACIOCÍNIO LÓGICO
Como o valor da altura não está indicado, devemos calcular Procedimento e justificativa: Se 3x – 2 dá 16, conclui-se que
o seu valor, para isso utilizaremos o teorema de Pitágoras no 3x dá 16 + 2, isto é, 18 (invertemos a subtração). Se 3x é igual a 18,
triângulo: é claro que x é igual a 18 : 3, ou seja, 6 (invertemos a multiplicação
por 3).
Registro
3x – 2 = 16
3x = 16 + 2
3x = 18
18
x=
3
x=6
Exemplo 2
2 1
Resolução da equação 1 – 3x + =x+ , efetuando a
5
mesma operação nos dois lados da igualdade. 2
42 = h2 + 22
16 = h2 + 4 Procedimento e justificativa: Multiplicamos os dois lados
16 – 4 = h2 da equação por mmc (2;5) = 10. Dessa forma, são eliminados
12 = h2 os denominadores. Fazemos as simplificações e os cálculos
h = √12 necessários e isolamos x, sempre efetuando a mesma operação nos
h = 2√3 cm dois lados da igualdade. No registro, as operações feitas nos dois
lados da igualdade são indicadas com as setas curvas verticais.
Com o valor da altura, basta substituir na fórmula o valor da
base e da altura. Registro
1 – 3x + 2/5 = x + 1 /2
10 – 30x + 4 = 10x + 5
A = 4 . 2√3 -30x - 10x = 5 - 10 - 4
2 -40x = +9(-1)
40x = 9
A = 2 . 2√3 x = 9/40
x = 0,225
A = 4 √3 cm2
Há também um processo prático, bastante usado, que se baseia
nessas ideias e na percepção de um padrão visual.
- Se a + b = c, conclui-se que a = c + b.
ÁLGEBRA BÁSICA E SISTEMAS LINEARES.
Na primeira igualdade, a parcela b aparece somando no lado
esquerdo; na segunda, a parcela b aparece subtraindo no lado
direito da igualdade.
Equação do 1º Grau - Se a . b = c, conclui-se que a = c + b, desde que b ≠ 0.
Na primeira igualdade, o número b aparece multiplicando no
Veja estas equações, nas quais há apenas uma incógnita: lado esquerdo; na segunda, ele aparece dividindo no lado direito
3x – 2 = 16 (equação de 1º grau) da igualdade.
O processo prático pode ser formulado assim:
- Para isolar a incógnita, coloque todos os termos com
2y3 – 5y = 11 (equação de 3º grau) incógnita de um lado da igualdade e os demais termos do outro
lado.
2
1 – 3x + =x+ 1 (equação de 1º grau) - Sempre que mudar um termo de lado, inverta a operação.
5 2
O método que usamos para resolver a equação de 1º grau é Exemplo
isolando a incógnita, isto é, deixar a incógnita sozinha em um dos 5(x+2) (x+2) . (x-3) x2
Resolução da equação = - , usando o
lados da igualdade. Para conseguir isso, há dois recursos: processo prático. 2 3 3
- inverter operações;
- efetuar a mesma operação nos dois lados da igualdade. Procedimento e justificativa: Iniciamos da forma habitual,
multiplicando os dois lados pelo mmc (2;3) = 6. A seguir, passamos
Exemplo 1 a efetuar os cálculos indicados. Neste ponto, passamos a usar o
Resolução da equação 3x – 2 = 16, invertendo operações. processo prático, colocando termos com a incógnita à esquerda e
números à direita, invertendo operações.
Didatismo e Conhecimento 31
RACIOCÍNIO LÓGICO
Registro Respostas
5(x+2) (x+2) . (x-3) x2 1) Resposta “ x =
-31
- = 17
”
2 3 3
6. 5(x+2) - 6. (x+2) . (x-3) = 6. x Solução:
2
2 3 3 x+3 x-4
x-1
- = 2x -
15(x + 2) – 2(x + 2)(x – 3) = – 2x2 2 4 3
15x + 30 – 2(x2 – 3x + 2x – 6) = – 2x2
15x + 30 – 2(x2 – x – 6) = – 2x2 6(x - 1) - 3(x + 3) = 24x - 4(x - 4)
15x + 30 – 2x2 + 2x + 12 = – 2x2 12
17x – 2x2 + 42 = – 2x2 6x – 6 – 3x – 9 = 24x – 4x + 16
17x – 2x2 + 2x2 = – 42 6x – 3x – 24x + 4x = 16 + 9 + 6
17x = – 42 10 x – 27x = 31
42 (-1) - 17x = 31
x=-
17
Note que, de início, essa última equação aparentava ser de x = -31
x2 17
2º grau por causa do termo - no seu lado direito. Entretanto,
3 2) Resposta “ ”
depois das simplificações, vimos que foi reduzida a uma equação
de 1º grau (17x = – 42). Solução:
Exercícios
x-1 x+3 x-4
1. Resolva a seguinte equação: - = 2x -
2 4 3
2. Resolva:
3) Solução:
3. Calcule: a) -3x – 5 = 25
a) -3x – 5 = 25 -3x = 25 + 5
(-1) -3x = 30
b) 2x - 1 = 3 3x = -30
- 30
2 x= = -10
3
c) 3x + 24 = -5x
b) 2x - 1 = 3
4. Existem três números inteiros consecutivos com soma igual 2
a 393. Que números são esses? 2(2x) - 1 = 6
2
5. Determine um número real “a” para que as expressões (3a 4x – 1 = 6
4x = 6 + 1
+ 6)/ 8 e (2a + 10)/6 sejam iguais.
4x = 7
6. Determine o valor da incógnita x: 7
x=
a) 2x – 8 = 10 4
b) 3 – 7.(1-2x) = 5 – (x+9)
c) 3x + 24 = -5x
3x + 5x = -24
7. Verifique se três é raiz de 5x – 3 = 2x + 6. 8x = -24
8. Verifique se -2 é raiz de x² – 3x = x – 6. - 24
x= = -3
9. Quando o número x na equação ( k – 3 ).x + ( 2k – 5 ).4 + 8
4k = 0 vale 3, qual será o valor de K? 4) Resposta “130; 131 e 132”.
Solução:
10. Resolva as equações a seguir: x + (x + 1) + (x + 2) = 393
a)18x - 43 = 65 3x + 3 = 393
3x = 390
b) 23x - 16 = 14 - 17x
x = 130
c) 10y - 5 (1 + y) = 3 (2y - 2) - 20 Então, os números procurados são: 130, 131 e 132.
Didatismo e Conhecimento 32
RACIOCÍNIO LÓGICO
5) Resposta “22”. Equação do 2º Grau
Solução:
(3a + 6) / 8 = (2a + 10) / 6 Denomina-se equação do 2º grau na incógnita x toda equação
6 (3a + 6) = 8 (2a + 10) da forma ax2 + bx + c = 0, em que a, b, c são números reais e a ≠ 0.
18a + 36 = 16a + 80 Nas equações de 2º grau com uma incógnita, os números reais
2a = 44 expressos por a, b, c são chamados coeficientes da equação:
a = 44/2 = 22 - a é sempre o coeficiente do termo em x2.
- b é sempre o coeficiente do termo em x.
6) Solução: - c é sempre o coeficiente ou termo independente.
a) 2x – 8 = 10 Equação completa e incompleta:
2x = 10 + 8 - Quando b ≠ 0 e c ≠ 0, a equação do 2º grau se diz completa.
2x = 18 Exemplos
x = 9 → V = {9} 5x2 – 8x + 3 = 0 é uma equação completa (a = 5, b = – 8, c = 3).
b) 3 – 7.(1-2x) = 5 – (x+9) y2 + 12y + 20 = 0 é uma equação completa (a = 1, b = 12, c
3 –7 + 14x = 5 – x – 9 = 20).
14x + x = 5 – 9 – 3 + 7 - Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação do 2º grau se
15x= 0 diz incompleta.
x = 0 → V= {0}
Exemplos
7) Resposta “Verdadeira”. x2 – 81 = 0 é uma equação incompleta (a = 1, b = 0 e c = – 81).
Solução: 10t2 +2t = 0 é uma equação incompleta (a = 10, b = 2 e c = 0).
5x – 3 = 2x + 6 5y2 = 0 é uma equação incompleta (a = 5, b = 0 e c = 0).
5.3 – 3 = 2.3 + 6
15 – 3 = 6 + 6 Todas essas equações estão escritas na forma ax2 + bx + c
12 = 12 → verdadeira = 0, que é denominada forma normal ou forma reduzida de uma
Então 3 é raiz de 5x – 3 = 2x + 6 equação do 2º grau com uma incógnita.
Há, porém, algumas equações do 2º grau que não estão escritas
8) Resposta “Errada”. na forma ax2 + bx + c = 0; por meio de transformações convenientes,
Solução: em que aplicamos o princípio aditivo e o multiplicativo, podemos
x2 – 3x = x – 6 reduzi-las a essa forma.
(-2)2 – 3. (-2) = - 2 - 6
4+6=-2–6 Exemplo: Pelo princípio aditivo.
10 = -8
Então, -2 não é raiz de x2 – 3x = x – 6 2x2 – 7x + 4 = 1 – x2
2x2 – 7x + 4 – 1 + x2 = 0
29 2x2 + x2 – 7x + 4 – 1 = 0
9) Resposta “ k = ”
Solução:
15 3x2 – 7x + 3 = 0
(k – 3).3 + (2k – 5).4 + 4k = 0 Exemplo: Pelo princípio multiplicativo.
3k – 9 + 8k – 20 + 4k = 0 2 1 x
3k + 8k + 4k = 9 + 20 - =
x 2 x-4
15k = 29 4.(x - 4) - x(x - 4) 2x2
k = 29 2x(x - 4)
=
2x(x - 4)
15
10) Resposta 4(x – 4) – x(x – 4) = 2x2
a) 18x = 65 + 43 4x – 16 – x2 + 4x = 2x2
18x = 108 – x2 + 8x – 16 = 2x2
x = 108/18 – x2 – 2x2 + 8x – 16 = 0
x = 6 – 3x2 + 8x – 16 = 0
Resolução das equações incompletas do 2º grau com uma
b) 23x = 14 - 17x + 16 incógnita.
23x + 17x = 30 - A equação é da forma ax2 + bx = 0.
40x = 30 x2 + 9 = 0 ⇒ colocamos x em evidência
x = 30/40 = ¾ x . (x – 9) = 0
x=0 ou x–9=0
c) 10y - 5 - 5y = 6y - 6 -20 x=9
5y - 6y = -26 + 5 Logo, S = {0, 9} e os números 0 e 9 são as raízes da equação.
-y = -21
y = 21 - A equação é da forma ax2 + c = 0.
Didatismo e Conhecimento 33
RACIOCÍNIO LÓGICO
x2 – 16 = 0 ⇒ Fatoramos o primeiro membro, que é uma Na equação ax2 + bx + c = 0
diferença de dois quadrados. - Δ = b2 – 4.a.c
(x + 4) . (x – 4) = 0 - Quando Δ ≥ 0, a equação tem raízes reais.
x+4=0 x–4=0 - Quando Δ < 0, a equação não tem raízes reais.
x=–4 x=4 - Δ > 0 (duas raízes diferentes).
- Δ = 0 (uma única raiz).
Logo, S = {–4, 4}.
Exemplo: Resolver a equação x2 + 2x – 8 = 0 no conjunto R.
Fórmula de Bhaskara temos: a = 1, b = 2 e c = – 8
Usando o processo de Bhaskara e partindo da equação escrita Δ= b2 – 4.a.c = (2)2 – 4 . (1) . (–8) = 4 + 32 = 36 > 0
na sua forma normal, foi possível chegar a uma fórmula que vai
nos permitir determinar o conjunto solução de qualquer equação Como Δ > 0, a equação tem duas raízes reais diferentes, dadas
do 2º grau de maneira mais simples. por:
Δ -(2) - √
+ 36
-b +- √ -2 +
Essa fórmula é chamada fórmula resolutiva ou fórmula de x= = = -6
2.a 2.(1) 2
Bhaskara. -2 + 6 4 -2 - 6 -8
x’ = = =2 x” = = = -4
2 2 2 2
Δ
-b +- √
x= Então: S = {-4, 2}.
2.a
Exercícios
Nesta fórmula, o fato de x ser ou não número real vai depender
do discriminante r; temos então, três casos a estudar. 1. Se x2 = – 4x, então:
a) x = 2 ou x = 1
1º caso: Δ é um número real positivo ( Δ > 0). b) x = 3 ou x = – 1
Neste caso, √ Δ é um número real, e existem dois valores reais c) x = 0 ou x = 2
diferentes para a incógnita x, sendo costume representar esses d) x = 0 ou x = – 4
valores por x’ e x”, que constituem as raízes da equação. e) x = 4 ou x = – 1
Neste caso, √Δ não é um número real, pois não há no conjunto 4. Verifique se o número 5 é raiz da equação x2 + 6x = 0.
dos números reais a raiz quadrada de um número negativo.
Dizemos então, que não há valores reais para a incógnita x, ou 5. Determine o valor de m na equação x2 + (m + 1)x – 12 = 0
seja, a equação não tem raízes reais. para que as raízes sejam simétricas.
A existência ou não de raízes reais e o fato de elas serem
duas ou uma única dependem, exclusivamente, do discriminante 6. Determine o valor de p na equação x2 – (2p + 5)x – 1 = 0
para que as raízes sejam simétricas.
Δ= b2 – 4.a.c; daí o nome que se dá a essa expressão.
Didatismo e Conhecimento 34
RACIOCÍNIO LÓGICO
7. (U. Caxias do Sul-RS) Se uma das raízes da equação 2x2 – Δ = -22 – 4 . 1 . – 3
3px + 40 = 0 é 8, então o valor de p é: Δ = 4 + 12
a) 5 Δ = 16
13
b)
-(-2) +- √16 2 +- 4
c) 73 x= = =
6
= 3 ou
-2
= -1
d) –5 2.1 2 2 2
e) –7
4) Resposta “Não”.
8. O número de soluções reais da equação: -6x 2 + 4x = -4,
2 2
com x ≠ 0 e x ≠ 3 é: 2x - 3x
2 Solução:
a) 0
b) 1 -b -6 c 0
c) -2 S= = = -6 P= = =0
a 1 a 1
d) 3
e) 4 Raízes: {-6,0}
Ou x2 + 6x = 0
9. O(s) valor(es) de B na equação x2 – Bx + 4 = 0 para que o x (x + 6) = 0
discriminante seja igual a 65 é(são): x=0 ou x+6=0
a) 0 x=-6
b) 9
c) –9 5) Resposta “-1”.
d) –9 ou 9 Solução:
e) 16
-(m + 1) c -12
S = -b = =-m-1 P= = = -12
10. Um valor de b, para que a equação 2x2 + bx + 2 = 0 tenha a 1 a 1
duas raízes reais e iguais é:
a) 2 -m-1=0
b) 3
m = -1
c) 4
d) 5
6) Resposta “ -5/2”.
e) 6
Respostas Solução:
x2 – (2p + 5)x – 1 = 0 (-1)
1. Resposta “D”. -x2 +(2p + 5)x + 1 = 0
Solução:
x2 = – 4x -(2p + 5) c
-b 1
x2 + 4x = 0 S= = = 2p + 5P= = = -1
a -1 a -1
x (x + 4) = 0
x=0 x+4=0 2p + 5 = 0
x = -4 2p = -5
2) Resposta “E”. p = - 5/2
Solução:
1,5x2 + 0,1x = 0,6 7) Resposta “C”
1,5x2 + 0,1x - 0,6 = 0 (x10) Solução:
15x2 +1x - 6 = 0 2x2 – 3px + 40 = 0
Δ = b2 – 4.a.c 282 – 3p8 + 40 = 0
Δ = 12 – 4 . 15 . – 6 2.64 – 24p + 40 = 0
Δ = 1 + 360 128 – 24p + 40 = 0
Δ = 361 -24p = - 168 (-1)
-1 +- √
361 -1 +- 19 18 3 -20 p = 168/24
x= = = = ou =-
2
p=7
2.15 30 30 5 30 3
3) Resposta “D”.
8) Resposta “C”.
Solução:
Solução
x3 – 2x2 – 3x = 0 -6x2 + 4x3 x(-6x + 4x2)
= = -4
x (x2 – 2x – 3) = 0 2x - 3x
2 x(2x - 3)
x=0 x2 – 2x – 3 = 0 -8x + 12 = -6x + 4x2
Δ = b – 4.a.c
2
4x2 + 2x - 12 = 0
Didatismo e Conhecimento 35
RACIOCÍNIO LÓGICO
Δ = b2 – 4.a.c 2x1 – 3 3 + x3 = 0
Δ = 22 – 4 . 4 . -12 x2
Δ = 4 + 192
( 3 é o impedimento)
Δ = 196 x2
-2 +- √196 -2 +- 14
x= =
12
=
3
ou
-16
= -2 Observação: Uma equação é linear quando os expoentes das
2.4 8 8 2 8 incógnitas forem iguais a l e em cada termo da equação existir uma
9) Resposta “D”. única incógnita.
Solução:
x2 – Bx + 4 = 0 Solução de ama Equação Linear
b2 – 4.a.c Uma solução de uma equação linear a1xl +a2x2 +a3x3+...anxn
b2 – 4 . 1 . 4 = b, é um conjunto ordenado de números reais α1, α2, α3,..., αn
b2 – 16 = 65 para o qual a sentença a1{α1) + a2{αa2) + a3(α3) +... + an(αn) = b é
b2= 65 + 16 verdadeira.
b = √81
b=9 Exemplos
b = -B - A terna (2, 3, 1) é solução da equação:
B = ±9 x1 – 2x2 + 3x3 = -1 pois:
(2) – 2.((3) + 3.(1) = -1
10) Resposta “C”. - A quadra (5, 2, 7, 4) é solução da equação:
Solução:
0x1 - 0x2 + 0x3 + 0x4 = 0 pois:
2x2 + Bx + 2 = 0
0.(5) + 0.(2) + 0.(7) + 0.(4) = 0
b2 – 4.a.c
b2 – 4 . 2 . 2
b2 - 16 Conjunto Solução
b2 = 16 Chamamos de conjunto solução de uma equação linear o
b = √16 conjunto formado por todas as suas soluções.
b=4
Observação: Em uma equação linear com 2 incógnitas, o
Sistema Linear conjunto solução pode ser representado graficamente pelos pontos
de uma reta do plano cartesiano.
O estudo dos sistemas de equações lineares é de fundamental
importância em Matemática e nas ciências em geral. Você Assim, por exemplo, na equação
provavelmente já resolveu sistemas do primeiro grau, mais 2x + y = 2
precisamente aqueles com duas equações e duas incógnitas.
Vamos ampliar esse conhecimento desenvolvendo métodos Algumas soluções são (1, 0), (2, -2), (3, -4), (4, -6), (0, 2),
que permitam resolver, quando possível, sistemas de equações (-1,4), etc.
do primeiro grau com qualquer número de equações e incógnitas. Representando todos os pares ordenados que são soluções da
Esses métodos nos permitirão não só resolver sistemas, mas equação dada, temos:
também classificá-los quanto ao número de soluções.
Equações Lineares
Equação linear é toda equação do tipo a1x1 + a2x2 + a3x3+...anxn
= b, onde a1, a2, a3,.., an e b são números reais e x1, x2, x3,.., xn são
as incógnitas.
Os números reais a1, a2, a3,.., an são chamados de coeficientes
e b é o termo independente.
Exemplos
- São equações lineares: Equação Linear Homogênea
x1 - 5x2 + 3x3 = 3 Uma equação linear é chamada homogênea quando o seu
2x – y + 2z = 1 termo independente for nulo.
0x + 0y + 0z = 2
0x + 0y + 0z = 0 Exemplo
- Não são equações lineares: 2x1 + 3x2 - 4x3 + 5x4 - x5 = 0
x3-2y+z = 3
(x3 é o impedimento) Observação: Toda equação homogênea admite como solução
2x1 – 3x1x2 + x3 = -1 o conjunto ordenado de “zeros” que chamamos solução nula ou
(-3x1x2 é o impedimento) solução trivial.
Didatismo e Conhecimento 36
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo 2. Método da Adição:
(0, 0, 0) é solução de 3x + y - z – 0 2x + 3y = 8 (I)
x - y = - 1 (II)
Equações Lineares Especiais
Dada a equação: Multiplicamos a equação II por 3 e a adicionamos, membro a
a1x1 + a2x2 +a3x3+...anxn = b, temos: membro, com a equação I.
2x + 3y = 8
3 x − 3 y = −3
- Se a1 = a2 = a3 =...= na = b = 0, ficamos com:
0x1 + 0x2 +0x3 +...+0xn, e, neste caso, qualquer seqüências (α1, 5x = 5 ⇒ x = 5 = 1
5
α2, α3,..., αn) será solução da equação dada.
- Se a1 = a2 = a3 =... = an = 0 e b ≠ 0, ficamos com: Fazendo x = 1 na equação (I), por exemplo, obtemos:
0x1 +0x2 + 0x3 +...+0xn= b ≠0, e, neste caso, não existe Assim: S = {(1,2)}
seqüências de reais (α1, α2, α3,...,αn) que seja solução da equação
dada. Sistema Linear 2 x 2 com infinitas soluções
8 − 2x
- 4 x - 6 . =-16 →-4x-2(8-2x)=-16
pois é solução de suas 2 equações: 3/
(3)-(4) = -l e 2.(3) + (4) = 10
-4x-16+4x=-16→-16=-16
- 16= -16 é uma igualdade verdadeira e existem infinitos pares
Resolução de um Sistema 2 x 2 ordenados que são soluções do sistema.
Resolver um sistema linear 2 x 2 significa obter o conjunto
5 8
solução do sistema. Entre outros, (1, 2), (4, 0), ,1 e 0, são soluções do
Os dois métodos mais utilizados para a resolução de um 2 3
sistema. ⎛ 8 − 2α ⎞
sistema linear 2x2 são o método da substituição e o método da Sendo a, um número real qualquer, dizemos que ⎜ α , ⎟
⎝ 3 ⎠
adição. é solução do sistema.
Para exemplificar, vamos resolver o sistema 2 x 2 abaixo
usando os dois métodos citados. (Obtemos 8 − 2α substituindo x =α na equação (I)).
3
2x + 3y = 8 Sistema Linear 2 x 2 com nenhuma solução
x - y = - 1 Quando duas equações lineares têm os mesmos coeficientes,
porém os termos independentes são diferentes, dizemos que não
1. Método da Substituição: existe solução comum para as duas equações, pois substituindo uma
2x + 3y = 8 (I) na outra, obtemos uma igualdade sempre falsa.
Exemplo
x - y = - 1 (II)
2x+3y=6(I) e 2x+3y=5(II)
Da equação (II), obtemos x = y -1, que substituímos na Substituindo 2x+3y da equação (I) na equação (II) obtemos:
equação (I) 6=5 que é uma igualdade falsa. Se num sistema 2x2 existir
2(y- 1) +3y = 8 5y = 10 y = 2 um número real que, multiplicado por uma das equações, resulta
uma equação com os mesmos coeficientes da outra equação do
Fazendo y = 2 na equação (I), por exemplo, obtemos: sistema, porém com termos independentes diferentes, dizemos
Assim: S = {(1,2)} que não existe par ordenado que seja solução do sistema.
Didatismo e Conhecimento 37
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo 2.
x + 2 y = 5( I )
x1 + 3 x2 − 2 x3 + x4 = 0
2 x + 4 y = 7( II ) x1 + 2 x2 − 3 x3 + x4 = 2
x − x + x + x = 5
1 2 3 4
Multiplicando-se equação (I) por 2 obtemos:
2x+4y=10 (sistema 3 x 4)
Didatismo e Conhecimento 38
RACIOCÍNIO LÓGICO
Sendo A a Matriz incompleta do sistema chamamos, Assim:
respectivamente, as matrizes S={(1, 1, 4)}
x1
b1 2º) Resolver o sistema pelo método da substituição:
x2 b2
⎧ x + 3y − z = 1 (I )
X = x3 e B = b3 ⎪
⎨ y + 2z = 10 (II )
⎪
⎩ 3z = 12 (III )
xn bm
Resolução
de matriz incógnita e matriz termos independentes.
E dizemos que a forma matricial do sistema é A.X=B, ou seja: Isolando a incógnita x na equação (I) e substituindo nas
equações (II) e (III), temos:
a11 a12 a13 a1n
x1 b1
a x2 b2 x + 2y – z = -1 → x = -2y + z - 1
a22 a23 a2 n
21
x3 b3 Na equação (II)
a31 a32 a33 a3n 2(-2y + z - 1) – y + z = 5 →5y + 3z = 7 (IV)
...................................
xn bm Na equação (III)
am1 am 2 am 3 amn (-2y + z - 1) + 3y - 2z = -4 → y – z = -3 (V)
Tomando agora o sistema formado pelas equações (IV) e (V):
Sistemas Lineares – Escalonamento (I)
Resolução de um Sistema por Substituição ⎪⎧−5y + 3z = 7 (IV )
Resolvemos um sistema linear m x n por substituição, do ⎨
mesmo modo que fazemos num sistema linear 2 x 2. Assim, ⎪⎩ y − z = −3 (V )
observemos os exemplos a seguir.
Isolando a incógnita y na equação (V) e substituindo na
Exemplos equação (IV), temos:
- Resolver o sistema pelo método da substituição.
x + 2 y − z = −1 ( I ) y – z = -3 → y = z - 3
-5(z - 3) + 3z = 7 → z = 4
2 x − y + z = 5 ( II )
Substituindo z = 4 na equação (V)
x + 3 y − 2 z = −4( III ) y – 4 = -3 → y = 1
Substituindo y = 1 e z = 4 na equação (I)
Resolução x + 2(1) - (4) = -1 → x = 1
Isolando a incógnita x na equação (I) e substituindo nas
equações (II) e (III), temos: Assim:
x + 2y – z - 1→ x = -2y + z - 1 S={(1, 1, 4)}
Na equação (II)
2(-2y + z - 1) – y + z = 5 → -5y + 3z = 7 (IV) 2º) Resolver o sistema pelo método da substituição:
Na equação (III)
(-2y + z - 1) + 3y - 2z = -4 → y – z = -3 (V) ⎧ x + 3y − z = 1 (I )
Tomando agora o sistema formado pelas equações (IV) e (V): ⎪
⎨ y + 2z = 10 (II )
⎧⎪−5y + 3z = 7 (IV ) ⎪
⎩ 3z = 12 (III )
⎨
⎩⎪ y − z = −3 (V )
Isolando a incógnita y na equação (V) e substituindo na Resolução
equação (IV), temos: Na equação (III), obtemos:
y – z = -3 → y = z - 3 3z = 12 → z = 4
Substituindo z = 4 na equação (II), obtemos:
-5 (z - 3) + 3z = 7→ z = 4
y + 2 . 4 = 10 → y = 2
Substituindo z = 4 e y = 2 na equação (I), obtemos:
Substituindo z = 4 na equação (V)
x + 3 . 2 – 4 = 1 → x = -1
y – 4 = -3 → y = 1 Assim:
Substituindo y = 1 e z = 4 na equação (I) S{(-1, 2, 4)}
x + 2 (1) - (4) = -1 →x = 1
Didatismo e Conhecimento 39
RACIOCÍNIO LÓGICO
Observação: Podemos observar que a resolução de sistemas
pelo método da substituição pode ser demasiadamente longa e a11a12 a13 a1n
trabalhosa, quando os sistemas não apresentam alguma forma
0 a22 a23 a2 n
simplificada como no primeiro exemplo. No entanto, quando
o sistema apresenta a forma simples do segundo exemplo, que D = 0 0 a33 a3n = D = a11 .a22 .a33 ..ann ≠ 0
denominamos “forma escalonada”, a resolução pelo método da
substituição é rápida e fácil. .................
Veremos, a seguir, como transformar um sistema linear m x
n qualquer em um sistema equivalente na “forma escalonada”. 0 0 0 ann
Sistemas Lineares Escalonados Como D ≠ 0, os sistemas deste tipo são possíveis e determinados
Dizemos que um sistema linear é um sistema escalonado e, para obtermos a solução única, partimos da n-ésima equação
quando: que nos dá o valor de xn; por substituição nas equações anteriores,
- Em cada equação existe pelo menos um coeficiente não- obtemos sucessivamente os valores de xn-1,xn-2,…,x3,x2 e x1.
nulo;
- O número de coeficiente nulos, antes do primeiro coeficiente Exemplo
não-nulo, cresce “da esquerda para a direita, de equação para
equação”. Resolver o sistema:
Exemplos
⎧2x + y − z + t = 5(I )
⎪
2 x + y − z = 3 ⎪ y + z + 3t = 9(II )
1º) ⎨
2z − t = 0(III )
2 y + 3 z = 2 ⎪
⎪ 3t = 6(IV )
⎩
x + 2 y − 3z = 4
2º)
Resolução
y + 2z = 3
Na equação (IV), temos:
z =1
3t = 6 → t = 2
Substituindo t = 2 na equação (III), temos:
x+ y+ z+t =5 2z – 2 = 0 → z = 1
3º) Substituindo t = 2 e z = 1 na equação (II), temos:
y−t =2
y + 1 +3 . 2 = 9 → y = 2
Substituindo t = 2, z = 1 e y = 2, na equação (I), temos:
2 x1 + 3x2 − x3 + x4 = 1 2x + 2 – 1 + 2 = 5 → x = 1
Assim:
4º) x 2 + x3 − x 4 = 0
S {(1, 2, 1, 2)}
3 x4 = 5 Tipo: número de equações menor que o número de incógnitas.
Para resolvermos os sistemas lineares deste tipo, devemos
Existem dois tipos de sistemas escalonados: transformá-los em sistemas do 1º tipo, do seguinte modo:
- As incógnitas que não aparecem no inicio de nenhuma
Tipo: número de equações igual ao número de incógnitas.
das equações do sistema, chamadas variáveis livres, devem ser
a11 x1 + a12 x2 + a13 x 3 + + a1n xn = b1 “passadas” para os segundos membros das equações. Obtemos,
assim, um sistema em que consideramos incógnitas apenas as
a22 x2 + a23 x3 + + a2 n xn = b2 equações que “sobraram” nos primeiros membros.
- Atribuímos às variáveis livres valores literais, na verdade
a33 x33 + + a3n xn = b3 “valores variáveis”, e resolvemos o sistema por substituição.
...................................................
Exemplo
ann xn = bn
Resolver o sistema:
Notamos que os sistemas deste tipo podem ser analisados x + y + 2 z = 1
pelo método de Cramer, pois são sistemas n x n. Assim, sendo D o 2y − z = 2
determinante da matriz dos coeficientes (incompleta), temos:
Didatismo e Conhecimento 40
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução Exemplo
⎧⎪ x + y = 1− 2α
⎨ - Multiplicar (ou dividir) uma equação por um número real
⎩⎪ 2y = 2 + α não-nulo.
2 +α
2y = 2 + α → y =
2 Exemplo
x + 2 y = 3 x + 2 y = 3
2 + α na 1ª equação, temos:
Substituindo y = ( S ) ~ ( S1 )
2 3 x − y = 1 6 x − 2 y = 3
2 +α
x+ = 1− 2α
2
Agora para continuar fazemos o mmc de 2, e teremos: Multiplicamos a 2ª equação de S por 2, para obtermos S1.
- Adicionar a uma equação uma outra equação do sistema,
2x + 2α = 2(1-2α) previamente multiplicada por um número real não-nulo.
2x + 2α = 2 - 4α
4α + 2x + 2 + α - 2 = 0 Exemplo
5α + 2x = 0
2x = -5α x + 3 y = 5
x = −5α x + 3 y = 5
(S ) = ~ ( S1 )
2 2 x + y = 3 − 5 y = −7
Assim:
Multiplicamos a 1ª equação do S por -2 e a adicionamos à 2ª
⎧⎛ 5α 2 + α ⎞ ⎫
S = ⎨⎜ , , α ⎟ , α ∈R ⎬ equação para obtermos s1.
⎩ ⎝ 2 2 ⎠ ⎭
Para transformarmos um sistema linear (S) em outro,
Observações: Para cada valor real atribuído a α, encontramos equivalente e escalonado (S1), seguimos os seguintes passos.
uma solução do sistema, o que permite concluir que o sistema é
possível e indeterminado. - Usando os recursos das três primeiras transformações
- A quantidade de variáveis livres que um sistema apresenta
elementares, devemos obter um sistema em que a 1ª equação tem
é chamada de grau de liberdade ou grau de indeterminação do
a 1ª incógnita com o coeficiente igual a 1.
sistema.
Sistema Lineares – Escalonamento (II) - Usando a quarta transformação elementar, devemos “zerar”
Escalonamento de um Sistema todos os coeficientes da 1ª incógnita em todas as equações restantes.
Todo sistema linear possível pode ser transformado num - “Abandonamos”a 1ª equação e repetimos os dois primeiros
sistema linear escalonado equivalente, através das transformações passos com as equações restantes, e assim por diante, até a
elementares a seguir. penúltima equação do sistema.
- Trocar a ordem em que as equações aparecem no sistema.
Exemplo Exemplos
Didatismo e Conhecimento 41
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução
⎧ x + 2y − z = 1 ⎧ x + 2y − z = 1 ⎧ x + 2y − z = 1
⎪ ⎪ ⎪
⎨ 3x − y − 2z = −2 ~ ⎨ 3x − y − 2z = −2 ← −3 ~ ⎨−7y + z = −5
⎪2x + y + z = 5 ⎪ ⎪
⎩ ⎩ 2x + y + z = 5 ← −2 ⎩−3y + 3z = 3 : −3
⎧ x + 2y − z = −1 ⎧ x + 2y − z = 1 ⎧ x + 2y − z = 1
⎪ ⎪ ⎪
⎨−7y + z = 5 ~ ⎨ y − z = −1 ~ ⎨ y − z = −1
⎪ y − z = −1 ⎪−7y + z = −5 ← 7 ⎪
⎩ ⎩ ⎩ − 6z = −12
O sistema obtido está escalonado e é do 1º tipo (nº de equações igual ao nº de incógnitas), portanto, é um sistema possível e determinado.
3 x + y − z = 3
2 x − y + 3 z = 5
8 x + y + z = 11
Resolução
O sistema obtido está escalonado e é do 2º tipo (nº de equações menor que o nº de incógnitas), portanto, é um sistema possível e
indeterminado.
(*) A terceira equação foi eliminada do sistema, visto que ela é equivalente à segunda equação. Se nós não tivéssemos percebido essa
equivalência, no passo seguinte obteríamos na terceira equação: 0x+0z=0, que é uma equação satisfeita para todos os valores reais de x e z.
Resolução
O sistema obtido é impossível, pois a terceira equação nunca será verificada para valores reais de y e z.
Didatismo e Conhecimento 42
RACIOCÍNIO LÓGICO
Observação Resolução
Resolução Resolução
1 3 m 1
D= = a−6 D= = m2 −1
2 a 1 m
D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6 D=0 → m2-1=0→ m=+1 ou m=-1
Assim, para m≠+1 e m≠-1, o sistema é possível e determinado.
Assim, para a≠6, o sistema é possível e determinado.
Para m=1, temos:
Para a≠6, temos:
x + 3 y = 5 x + 3 y = 5 x + y = K x + y = K
2 x + 6 y = 1 ← −2
~ x + y = K 2 ~
0 x + 0 y = −9 ← −1 0 x + 0 y = − K + K
2
Didatismo e Conhecimento 43
RACIOCÍNIO LÓGICO
Se k2+k=0, ou seja, k=0 k=-1, o sistema é possível e Resolução:
indeterminado.
Se k2+k≠0, ou seja, k≠0 k≠-1, o sistema é indeterminado.
Assim, temos:
m = +1 e k = 0 ou k = 1 ⎫
⎪
ou ⎬ ⇒ SPI
m = −1 e k = 0 ou k = −1⎪⎪
⎭
m = +1 e k ≠ 0 ou k ≠ 1 ⎫
⎪
ou ⎬ ⇒ SI
⎪
m = −1 e k ≠ 0 ou k ≠ −1⎪
⎭ Assim, para ∀k ∈ R , o sistema é possível e determinado.
Sistemas Lineares – Discussão (II)
Sistemas com Número de Equações Diferente do Número
de Incógnitas
Sistema Linear Homogêneo
Quando o sistema linear apresenta número de equações dife- Já sabemos que sistema linear homogêneo é todo sistema
rente do número de incógnitas, para discuti-lo, devemos obter um cujas equações têm todos os termos independentes iguais a zero.
sistema escalonado equivalente pelo método de eliminar de Gauss. São homogêneos os sistemas:
Exemplos
01 – Discutir, em função de m, o sistema: 3 x + 4 y = 0
01
⎧x + y = 3 x − 2 y = 0
⎪
⎨2x + 3y = 8
⎪ x − my = 3 x + 2 y + 2z = 0
⎩
02 3 x − y + z = 0
Resolução 5 x + 3 y − 7 z = 0
⎧ x+y= 3
⎪⎪ Observe que a dupla (0,0) é solução do sistema 01 e a terna
⎨2z + 3y = 8 → −2 ~ (0,0,0) é solução do sistema 02.
⎪
⎪⎩ x − my = 3 → −1 Todo sistema linear homogêneo admite como solução uma
seqüência de zero, chamada solução nula ou solução trivial.
⎧ x+y= 3 ⎧x + y = 3 Observamos também que todo sistema homogênea é sempre
⎪⎪ ⎪ possível podendo, eventualmente, apresentar outras soluções além
~⎨ y=2 ~ ⎨y = 2
da solução trivial, que são chamadas soluções próprias.
⎪ ⎪
⎪⎩(−1− m)y = 0 → 1+ m ⎩0y = 2 + 2m
Discussão e Resolução
2+2m=0→m=-1
Assim, temos:
Lembre-se que: todo sistema linear homogêneo tem ao
m≠-1→ SI
menos a solução trivial, portanto será sempre possível.
m=-1→ SPD
Vejamos alguns exemplos:
02 – Discutir, em função de k, o sistema:
01 – Classifique e resolva o sistema:
⎧ x + 2y − z = 5
⎪ 3 x + y + z = 0
⎪2x + 5y + 3z = 12
⎨ x + 5 y − z = 0
⎪ 3x + 7y − 2z = 17 x + 2 y − z = 0
⎪5x + 12y + kz = 29
⎩
Didatismo e Conhecimento 44
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução Resolução
Resposta: k=-1
02 – Classifique e resolva o sistema:
Exercícios
a + b + 2c = 0 2 x + 3 y = 8
1. Resolver e classificar o sistema:
a − 3b − 2c = 0 3 x − 2 y = −1
2 a − b + c = 0
2. Determinar m real, para que o sistema seja possível e
Resolução determinado: ⎧2x + 3y = 5
⎨
1 1 2 ⎩ x + my = 2 3 x − y + z = 5
D = 1− 3 − 2 = 0 3. Resolver e classificar o sistema: x + 3 y = 7
2 x + y − 2 z = −4
2 −1 1
4. Determinar m real para que o sistema seja possível e
Como D=0, o sistema homogêneo é indeterminado. determinado. ⎧ x + 2y + z = 5
⎪
Fazendo o escalonamento temos: ⎨2x − y + 2z = 5
⎪ 3x + y + mz + 0
⎩
a + b + 2c = 0 a + b + 2c = 0
a + b + 2c = 0
a − 3b + −2c = 0 ~ 0 − 4b − 4c = 0 ~ 0 + b + 4c = 0 5. Se o terno ordenado (2, 5, p) é solução da equação linear
0 + 0 + 0 = 0 6x - 7y + 2z = 5, qual o valor de p?
2a − b + c = 0 0 − 3b − 3c = 0
6. Escreva a solução genérica para a equação linear 5x - 2y
Teremos, então: + z = 14, sabendo que o terno ordenado ( , , ) é solução.
a + b + 2c = 0
7. Determine o valor de m de modo que o sistema de
b+c =0
equações abaixo,
2x - my = 10
3x + 5y = 8, seja impossível.
Fazendo c=t, teremos:
=-c→b=-t 8. Se os sistemas:
a-t+2t=0→a=-t S1: x + y = 1 e S2: ax – by = 5
X – 2y = -5 ay – bx = -1
Portanto:
São equivalentes, então o valor de a2 + b2 é igual a:
S = {( −t,−t,t ) ,t ∈R} a) 1
b) 4
c) 5
Note que variando t obteremos várias soluções, inclusive a
d) 9
trivial para t=0.
e) 10
03 – Determine K de modo que o sistema abaixo tenha solução 9. Resolva o seguinte sistema usando a regra de Cramer:
diferente da trivial. x + 3y - 2z = 3
2x - y + z = 12
⎧x + y + z = 0 4x + 3y - 5z = 6
⎪
⎨ x − ky + z = 0 2 x − y = 7
⎪ kx − y − z = 0 10. Resolver o sistema .
⎩ x + 5 y = −2
Didatismo e Conhecimento 45
RACIOCÍNIO LÓGICO
Respostas
8 3
Dx = = −16 + 3 = 13
−1 −2
Como D= -25 ≠ 0, o sistema é possível e determinado e:
2 8
Dy = = −2 − 24 = −26 Dx −25 D −50 D 100
3 −1 x= = = 1; y = y = = 2; z = z = =4
D −25 D −25 D −25
Como D =-13 ≠ 0, o sistema é possível e determinado e:
Assim: S = {(1, 2, 4)} e o sistema são possíveis e determinados.
D −13 D −26
x= x = =1 y = y = =2
4) Resposta “ {
D −13 D −13 m ∈R / m ≠ 3} ”.
e
Assim: S= {(1, 2)} e o sistema são possíveis e determinados. Solução: Segundo a regra de Cramer, devemos ter D ≠ 0.
Assim:
2) Resposta “ m ∈ R / m ≠ ”.
3
2
Solução: Segundo a regra de Cramer, devemos ter D ≠ 0, em 1 2 1
que: 2 3 D = 2 − 1 2 = −m + 12 + 2 + 3 − 2 − 4m
D= = 2m − 3 3 1 m
1 m
D = -5m + 15
3 Assim: -5m + 15 ≠ 0 → m ≠ 3
Assim: 2m -3 ≠ 0 → m ≠ Então, os valores reais de m, para que o sistema seja possível e
2 determinado, são dados pelos elementos do conjunto:
Então, os valores reais de m, para que o sistema seja possível
e determinado, são dados pelos elementos do conjunto: {m ∈R / m ≠ 3}
⎧ 3⎫
⎨ m ∈R / m ≠ ⎬ 5) Resposta “14”.
⎩ 2⎭
Solução:
3) Resposta “ S = {(1, 2, 4)}”. Teremos por simples substituição, observando que x = 2, y =
Solução: Calculemos inicialmente D, Dx, Dy e Dz 5 e z = p, 6 . 2 – 7 . 5 + 2 . p = 5.
Logo, 12 - 35 + 2p = 5.
6) Solução:
Podemos escrever: 5 α- 2 β + γ = 14. Daí, tiramos: γ = 14 - 5
α + 2 β. Portanto, a solução genérica será o terno ordenado (α,β,
14 - 5 α + 2 β).
Observe que se arbitrando os valores para α e β, a terceira
variável ficará determinada em função desses valores.
Por exemplo, fazendo-se α = 1, β= 3, teremos:
γ = 14 - 5 α+ 2 β = 14 – 5 . 1 + 2 . 3 = 15,
ou seja, o terno (1, 3, 15) é solução, e assim, sucessivamente.
Didatismo e Conhecimento 46
RACIOCÍNIO LÓGICO
7) Solução: 9) Resposta “S = {(5, 2, 4)}”.
Teremos, expressando x em função de m, na primeira equa- Solução: Teremos:
ção:
x = (10 + my) / 2 1 3 −2
Δ = 2 −1 1 = 24
Substituindo o valor de x na segunda equação, vem: 4 3 −5
3[(10+my) / 2] + 5y = 8
10) Solução:
Subtraindo membro a membro, vem: x - x + y - (-2y) = 1 - (-5).
⎡ 2 −1 ⎤
Logo, 3y = 6 \ y = 2. A=⎢ ⎥ ⇒ det A = 11
Portanto, como x + y = 1, vem, substituindo: x + 2 = 1 \ x = -1. ⎣ 1 5 ⎦
O conjunto solução é, portanto S = {(-1, 2)}. ⎡ 7 −1 ⎤
A1 = ⎢ ⎥ ⇒ det A1 = 33
Como os sistemas são equivalentes, a solução acima é tam- ⎣ −2 5 ⎦
bém solução do sistema S2.
Logo, substituindo em S2 os valores de x e y encontrados para ⎡ 2 7 ⎤
A2 = ⎢ ⎥ ⇒ det A2 = −11
o sistema S1, vem: ⎣ 1 −2 ⎦
a(-1) - b(2) = 5 → - a - 2b = 5 det A1 33
x= = =3
a(2) - b (-1) = -1 → 2 a + b = -1 det A 11
2 a + (-3) = -1 \ a = 1.
Portanto, a2 + b2 = 12 + (-3)2 = 1 + 9 = 10.
Didatismo e Conhecimento 47
RACIOCÍNIO LÓGICO
“ano”. Seria muito simples (e quem sabe, definitivo!) fazer um
CALENDÁRIOS. Calendário se os ciclos que determinam o ano (translação da Terra
em torno do Sol) e o mês lunar (translação da Lua em torno da Ter-
ra) compreendes em um número inteiro de dias (rotação da Terra
em torno de seu próprio eixo) e fossem perfeitamente comensurá-
veis entre si. Pra complicar mais as coisas, a duração desses ciclos
História oscila constantemente em torno de uma média que também varia
ao longo dos séculos.
Existem indícios que mesmo em eras pré-históricas, alguns
homens já se preocupavam em marcar o tempo. Na Europa, há Períodos
20.000 anos, caçadores escavavam pequenos orifícios e riscavam
traços em pedaços de ossos e madeira, possivelmente contando os O “ano tropical” é definido a partir do posicionamento do ca-
dias entre fases da Lua.
minho diário do Sol no céu e equivale ao ciclo das estações.
Há 5.000 anos, os Sumérios tinham um Calendário bem pare-
Atualmente corresponde a 365,242190 dias, mas ele varia.
cido com o nosso, com um ano dividido em 12 meses de 30 dias, o
dia em 12 períodos e cada um desses períodos em 30 partes. Em 1900 correspondia a 365,242196 dias e em 2100 corresponde-
Há 4.000 anos, na Babilônia, havia um calendário com um rá a 365,242184 dias.
ano de 12 meses lunares que se alternavam em 29 e 30 dias, num Esses números entretanto são médias. Devido à influência de
total de 354 dias. forças gravitacionais de outros planetas, a duração de um ano tro-
Os egípcios inicialmente fizeram um calendário baseado nos pical, em particular, pode variar por vários minutos em relação a
ciclos lunares, mas depois notaram que quando o Sol se aproxima- essa média. O tempo decorrido entre duas Luas Novas é chamado
va da “Estrela do Cão” (Sírius), estava próximo do Nilo inundar. de “mês sinódico” e atualmente corresponde a 29,5305889 dias;
Notaram que isso acontecia em ciclos de 365 dias. Com base nes- mas ele também varia. Em 1900 correspondia a 29,5305886 dias e
se conhecimento eles fizeram um Calendário com um ano de 365 em 2100 corresponderá a 29,5305891 dias.
dias, possivelmente inaugurado em 4.236 AC. Essa é a primeira Também aqui estamos falando de médias. O tempo decorrido
data registrada na história. entre duas Luas Novas pode variar por várias horas devido a uma
Quando Cabral chegou por aqui, encontrou os nossos índios série de fatores, tais como a inclinação orbital da Lua. Como o
medindo o tempo pelos ciclos lunares. O Francês Paulmier de
ano tropical não corresponde a um múltiplo inteiro do mês sinó-
Gonneville na sua viagem ao Brasil em 1503-1504 teria levado no
seu retorno à França, o filho do chefe dos Carijós, com a promessa dico, não podemos ter um Calendário que mantenha uma relação
de trazê-lo de volta no prazo de 20 Luas (Livro: Vinte Luas; autor: intrínseca entre os seus dias e o posicionamento do Sol no céu (Ca-
Leyla Perrone-Moisés; editora: Companhia das Letras). lendário Solar) ao mesmo tempo que mantém essa mesma relação
entre os seus dias e o posicionamento da Lua no céu (Calendário
Base Lunar).
Entretanto 19 anos tropicais correspondem a 234,997 meses
O Sol, a Lua e os seus ciclos sempre chamaram a atenção do sinódicos (quase um número inteiro). Assim sendo, em um Ca-
homem. Como não perceber o “nascer...por... nascer...” do Sol? lendário Solar como o nosso, a cada 19 anos as fases da Luas e
Como não perceber a mudança cíclica na forma como vemos a repetem nas mesmas datas.
Lua no céu? Prestando atenção,não é difícil perceber a mudança
também cíclica do posicionamento da trajetória diária que o Sol Tipos
faz no céu; ou mesmo a sua aproximação também cíclica às estre-
las de fundo.
Na atualidade existem aproximadamente 40 Calendários em
Em geral os Calendários se baseiam nos ciclos do Sol e/ou da
uso no mundo, que podem ser classificados em três tipos.
Lua, que sã o os objetos celestes que mais chamam a atenção do
homem. Existem algumas exceções como o Calendário dos Maias 1- Solares: Baseados no movimento da Terra em torno do Sol;
(2.000 a 1.500 AC) que além da Lua e do Sol, baseava-se também os meses não têm conexão com o movimento da Lua. (exemplo:
no planeta Vênus. Imagine-se cidadão de uma sociedade primi- Calendário Cristão)
tiva. 2- Lunares: Baseados no movimento da Lua; o ano não tem
O movimento do Sol no céu, “gerando” o claro/escuro, se im- conexão com o movimento da Terra em torno do Sol. (exemplo:
põe, sendo impossível não ser percebido. Temos aí o “dia”. Calendário Islâmico)
As fases da Lua e o seu movimento em relação ás estrelas Note que os meses de um Calendário Lunar, como o Islâmico,
também seriam percebidos com facilidade, bastando para isso um sistematicamente vão se afastando dos meses de um Calendário
mínimo de lembrança do passado. (Lembre-se que fora das gran- Solar, como o nosso.
des cidades atuais você vê e veria a Lua com freqüência). Temos 3- Lunisolares: Os anos estão relacionados com o movimento
aí o conceito do “mês”. da Terra em torno do Sol e os meses com o movimento da Lua em
As sombras de árvores, pedras, etc., talvez tenham sido os pri- torno da Terra. (exemplo: Calendário Hebreu)
meiros sinalizadores, para um observador mais atento, indicando
O Calendário Hebreu possui uma seqüência de meses baseada
que o caminho diário do Sol no céu também muda em ciclos. Esses
ciclos também poderiam ter sido observados, pela primeira vez, nas fases da Lua mas de tempos em tempos um mês inteiro é in-
através do movimento do Sol em relação ás estrelas. Temos aí o tercalado para o Calendário se manter em fase com o ano tropical.
Didatismo e Conhecimento 48
RACIOCÍNIO LÓGICO
Calendários Cristãos Data Origem
Os Calendários Cristãos têm anos de 365 ou 366 dias divi- Uma vez estabelecido como será um determinado Calendário,
didos em 12 meses que não estão relacionados ao movimento da surge outra questão: Quando cairá o primeiro dia desse Calendá-
Lua. rio? Essa questão no nosso caso foi: A que dia da história corres-
Paralelamente a esse sistema, flui o conceito de “semana”, em ponderá o dia primeiro de janeiro do ano um?
que os dias estão agrupados em conjuntos de sete. Esses conjuntos O Calendário Cristão surgiu no ano 532 da nossa era. Era o
vão se sucedendo sem manter relação direta com a Lua, o Sol ou ano 248 da era Diocletiana (os anos eram Julianos e estavam sendo
qualquer outro astro. Possivelmente o conceito de semana surgiu contados a partir de um decreto de Diocletiano) quando Dionysius
Exiguus, um calculista do Papa (fazia os “complicados” cálculos
da necessidade religiosa de se homenagear cada uma das sete di-
para a determinação da Páscoa), sugeriu que a contagem dos anos
vindades astronômicas então conhecidas (Sol, Lua, Mercúrio, Vê-
tivesse início no ano do nascimento de Cristo. Não se sabe dos
nus, Marte, Júpiter e Saturno) comum dia diferente para cada. cálculos, provas, etc. que Dionysius teve para fixar o nascimento
São dois os Calendário Cristãos ainda em uso no mundo. de Cristo (erradamente) 532 anos atrás, no dia que passou a ser 25
O Calendário Juliano foi proposto por Sosígenes, astrônomo de dezembro do ano um.
de Alexandria, e introduzido por Julio César em 45 AC. Foi usado O início da era Cristã ficou sendo, desta maneira, 359 dias
pelas igrejas e países cristãos até o século XVI, quando começou antes daquele que Dionysius presumiu ser o dia do nascimento de
a ser trocado pelo Calendário Gregoriano. Alguns países, como a Cristo.
Grécia e a Rússia, o usaram até o século passado. Ainda é usado
por algumas Igrejas Ortodoxas, entre elas a Igreja Russa. Calendário Romando
O Calendário Gregoriano foi proposto por Aloysius Lilius, as-
trônomo de Nápoles, e adotado pelo Papa Gregório XIII, seguindo Em diversas sociedades, a necessidade da mensuração do
instruções do Concíliode Trento (1545-1563). O decreto instituin- tempo motivou a construção de calendários. Nesta perspectiva,
do esse Calendário foi publicado em 24 de fevereiro de 1582. os calendários assumem o formato de “regrador” e orientador da
A diferença entre esses dois Calendários está na duração con- vida, estabelecendo aos membros da sociedade uma função para os
siderada do ano (365,25 dias no Juliano e 365,2425 dias no Gre- dias e anos. Sendo assim, além de objetos científicos, eles passam
goriano) e nas regras para recuperação do dia perdido, acumulado a ganhar também um caráter cultural, ligado inclusive a crenças e
durante os anos, devido à fração de dias na duração do ano con- religiosidade.
Os mais primitivos calendários do velho continente são o he-
siderada.
breu e o egípcio. Ambos tinham um ano civil de 360 dias. Por
Note que atualmente sabemos ser a duração do ano tropical de
volta do ano 5000 a.C. e depois de muitas reformas, os egípcios
365,242190 dias. Devido às diferenças entre as durações do ano estabeleceram um ano civil invariável de 365 dias. O atraso de
consideradas nesses dois calendários e a duração verificada, o ano aproximadas 6 horas por ano em relação ao ano trópico fez com
tropical se defasa de 1 dia a cada 128 anos no Calendário Juliano e que as estações egípcias fossem atrasando lentamente.
a cada 3.300 anos no Calendário Gregoriano.
O Calendário Juliano estava 10 dias atrasado em relação ao O Calendário Romano Primitivo
ano tropical quando o Calendário Gregoriano foi decretado. Por
isso, constou da bula papal que 10 dias do mês de outubro deve- Na tradição Romana, a origem da construção dos calendários
riam ser “pulados”, passando o Calendário do dia 4 de outubro, civis se confunde com as origens da cidade de Roma (753 a.C.),
imediatamente para o dia 15. Os dias 5 a 14 de outubro de 1582 sendo atribuída a Rômulo, fundador lendário de Roma, a introdu-
não constam da história daqueles países que imediatamente ado- ção do primeiro calendário romano.
taram o novo Calendário (Portugual, Espanha, Itália e Polônia). No Calendário Romano Primitivo, o ano tinha 304 dias distri-
buídos por 10 meses. Os quatro primeiros tinham nomes próprios
Calendário Gregoriano dedicados aos deuses da mitologia romana, sendo os restantes de-
signados por números ordinais. Tratava-se de um calendário sem
No Calendário Gregoriano o ano é considerado como sendo nenhuma base astronômica, pois os períodos que nele eram defi-
de 365 + 97/400 dias (=365,2425 dias). Assim sendo, no Calen- nidos não possuíam quaisquer relações com movimentos do Sol
ou da Lua.
dário Gregoriano, existem 97 anos de 366 dias (que chamamos de
bissextos) em cada período de 400 anos.
O Calendário De Numa Pompílio
Os anos bissextos são determinados pela seguinte regra:
1- Todo ano divisível por 4 é bissexto. Numa Pompílio, o segundo Rei de Roma (715-673 a.C.), ins-
2- Todo ano divisível por 100 não é bissexto. tituiu um calendário com base astronômica solar, composto de 355
3- Todo ano divisível por 400 é bissexto. dias distribuídos por 12 meses. Por considerar meses com dias
O item 3 prevalece ao item 2 que por sua vez prevalece ao pares “azarados”, diminuiu um dia a cada um dos seis meses de
item 1. 30 dias. A estes 6 dias juntou mais 50, formando dois novos me-
ses, Januarius e Februarius. Este último, ter 28 dias (número par),
Os anos são formados por meses constituídos por 30 ou 31 foi dedicado a Februa, deus da purificação dos mortos, a quem os
dias; com exceção de fevereiro constituído por 29 dias nos anos romanos ofereciam sacrifícios para pagar pelas faltas cometidas
bissextos e 28 nos demais anos. durante todo o ano. Por este motivo, passou a ser o último mês
Didatismo e Conhecimento 49
RACIOCÍNIO LÓGICO
O Calendário Juliano Havia três estações determinadas pelo fluxo do rio Nilo:
Cheias (akket); Semeio (pert) e Colheita (shemu). A relação entre
Os romanos cada vez mais sentiam a necessidade de coorde- as estações definidas pelo Nilo e as estações naturais era feita pelo
nar o seu ano lunar com o ciclo das estações e estabeleceram um nascer heliacal da estrela Sirius, conhecida dos egípcios pelo nome
sistema solar-lunar rudimentar, introduzindo no seu calendário, de de Sothis. A primeira aparição da estrela no céu da manhã, depois
dois em dois anos, um novo mês, Mercedonius, cuja duração era da sua conjunção com o sol determinava o início da contagem das
de 22 ou 23 dias. Dessa forma, existia um ano de 377 dias e outro estação das Cheias.
de 378 entre dois anos com 355 dias. Ao analisarmos a média a O calendário egípcio foi reconhecido pelos astrônomos gregos
cada 4 anos, vemos que ela é de 366,25 dias, 1 dia a mais que o e tornou-se o calendário de referência da astronomia por muito
ano trópico. Entretanto, as intercalações de Mercedonius passa- tempo. Copérnico usou-o para construir suas tábuas da lua e pla-
ram a ser feitas de acordo com interesses políticos – os Pontífices netas.
alongavam ou encurtavam o ano conforme as suas simpatias com Já no ano 238 a.C., o Rei Ptolomeu III tentou acrescentar um
que estava no poder. A desordem foi tanta que chegou ao ponto de dia extra ao calendário a cada 4 anos, como no ano bissexto atual.
o começo do ano estar adiantado cerca de 3 meses em relação ao No entanto sua proposta não teve eco. Somente entre 26 a.C. e 23
ciclo das estações. a.C., a modificação é realizada, sob o império romano na mão de
Augusto que introduziu tal modificação no calendário.
Julio Cesar, ao chegar ao poder em Roma, estava decidido a
O ano egípcio de 23-22 aC possui o mês correspondente a
acabar com o problema, chamando o astrônomo grego Sosígenes
agosto com 30 dias. A partir de então, este mesmo mês voltou a
para que examinasse a situação. que concluiu que o Calendário
possuir 29 dias salvo nos anos bissextos, quando tinha um dia a
Romano estava 67 dias adiantado em relação ao ciclo das esta-
mais. Esse novo calendário passou a se chamar Alexandrino.
ções. Júlio César, então, ordenou que aquele ano (46 a.C.), além
Esta reforma não foi aceita integralmente e os dois calendá-
do Mercedonius, existiriam mais 2 meses – um de 33 e outro de 34
rios permaneceram paralelos até pelo menos 238 dC. Os astrôno-
dias – resultando em um ano civil de 445 dias, o maior de todos os
mos e astrólogos mantiveram a notação antiga. Ptolomeu usava-o,
tempos. Ficou conhecido como o Ano da Confusão.
salvo no tratado de fenômenos anuais em que o novo calendário
Depois disso, foi adotado o calendário solar, conhecido por
tinha mais conveniência.
Juliano, que começou a vigorar no ano 45 a.C., mediante um sis- Os persas adotaram o antigo calendário egípcio em 500 aC.
tema que devia desenrolar-se por ciclos de quatro anos, com três Não é bem certo se foi adotado exatamente ou com modificações.
comuns de 365 dias e um bissexto de 366 dias, a fim de compen- Os armênios ainda o adotam. Os três últimos meses do calendário
sar as quase seis horas que havia de diferença para o ano trópico. armênio correspondem exatamente aos três primeiros do antigo
Suprimiu-se o Mercedonius e Februarius passou a ser o segundo calendário egípcio. Em seguida vêm os cinco dias finais, caracte-
mês do ano. Como homenagem, o mês Quintilis passou a se cha- rísticos deste.
mar Julius O calendário alexandrino é ainda usado na Etiópia, na igreja
Cóptica e para fins de agricultura no moderno Egito e vizinhos do
O Calendário de Augusto César norte da África.
No ano 730 de Roma, o Senado romano decretou que Sextilis,
passasse a chamar-se Augustus, pois durante este mês o imperador Calendário Maia
César Augusto pôs fim à guerra civil que desolava o povo romano.
E para que o mês dedicado a César Augusto não tivesse menos dias O calendário maia é um dos mais complexos que se tem co-
que o dedicado a Júlio César, Augustus passou a ter 31 dias. Este nhecimento e um dos mais precisos.
dia “saiu” do mês de Februarius, que ficou com 28 dias nos anos Para exemplo de comparação, nosso calendário, o gregoriano,
comuns e 29 nos bissextos. Também para que não houvesse tantos tem uma defasagem anual de seis horas entre a contagem dos dias
meses seguidos com 31 dias, reduziram-se para 30 dias os meses e o movimento de revolução da Terra em torno do Sol, necessitan-
de September e November, passando a ter 31 dias os de October do de um dia a mais a cada quatro anos (bissexto) para corrigir a
e December. Assim se chegou a uma distribuição, sem lógica, dos defasagem, correção que não é necessária no calendário maia. Va-
dias pelos meses, que ainda hoje perdura, e que se transcreve com mos ver mais detalhadamente cada um dos ciclos desse fascinante
os nomes atuais em língua portuguesa. calendário.
A data de 21 de dezembro de 2012 seria o fim do Longo Ciclo
Calendário Egípcio Maia, um calendário que tinha como contagem os dias corridos; o
dia era chamado de kin. Vinte kins formavam um uinal; 18 uinals,
Primeiro calendário da história da humanidade e começa com um tun; 20 tuns, um katun; 20 katuns formavam um baktun; e 13
a enchente anual do rio Nilo. Surge por volta de 3000 a.C. O ano baktuns formavam o Longo Ciclo, composto de 1.872.000 dias!
tem 365 dias, divididos em 12 meses de 30 dias e mais cinco dias O atual Longo Ciclo, pelo qual estaríamos passando, iniciou-se
extras, dedicados aos deuses. no ano de 3.114 a.C. e terminará em 21 de dezembro de 2012,
Os egípcios são os primeiros a utilizar um calendário solar , no solstício de inverno, no Hemisfério Norte; ou no de verão, no
embora os 12 meses de 30 dias sejam de origem lunar. O ano tem Hemisfério Sul. Segundo alguns estudiosos dos maias, esta data
365 dias - e 6 horas a menos que o ano solar, o que significa atraso representaria o fim da civilização e a recriação do mundo, inician-
de um dia a cada quatro anos. do um novo Longo Ciclo.
Didatismo e Conhecimento 50
RACIOCÍNIO LÓGICO
Mas além deste Longo Ciclo, os maias se orientavam na con- Z*+ = {1, 2, 3, 4,...}
tagem da passagem do tempo por mais dois calendários. Um ba-
seado no movimento da Terra ao redor do Sol (calendário solar), - O conjunto dos números inteiros não positivos:
cujo ano, o haab, continha 365 dias, divididos em 18 uinals, meses Z_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0}
de 20 dias cada, e com mais cinco dias epagômenos (dias adicio-
nais), considerados como dias de má sorte. Os uinals eram nomea- - O conjunto dos números inteiros negativos:
dos, entretanto, não havia uniformidade na nomeação de cada um Z*_ = {..., -5, -4, -3, -2, -1}
deles e nem na utilização deste calendário pelas várias comunida-
des maias, o que poderia fazer com que o início de cada um dos Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a distância
ciclos caísse em dias diferentes para cada uma delas. ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira.
Havia ainda outro calendário, este religioso e que se baseava Representa-se o módulo por | |.
no movimento realizado pelo planeta Vênus, sendo assim um ca- O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0
lendário sideral (que se utiliza de astros para a contagem do tempo, O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7
que não o sol ou a lua). Neste calendário, chamado de tzolkin, o O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9
ano durava 260 dias e era dividido em 13 períodos de 20 dias cada. O módulo de qualquer número inteiro, diferente de zero, é
Se no calendário anterior os uinals se referiam aos nossos meses, sempre positivo.
no tzolkin, eles estabeleciam relações com nossas semanas, e cada
dia do uinal neste calendário tinha um nome. Números Opostos: Dois números inteiros são ditos opostos
Os maias utilizavam os calendários de forma complementar, um do outro quando apresentam soma zero; assim, os pontos que
indicando os dias em cada um dos calendários, o que levava eles os representam distam igualmente da origem.
a localizarem um dia em “anos” diferentes, no haab solar e no Exemplo: O oposto do número 2 é -2, e o oposto de -2 é 2, pois
tzolkin sideral. Os anos de cada calendário não concordavam e 2 + (-2) = (-2) + 2 = 0
as denominações dos dias demoravam a se repetir, o que acon- No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de a é – a, e
tecia apenas a cada 52 anos. Por este motivo, os maias não viam vice-versa; particularmente o oposto de zero é o próprio zero.
necessidade de marcar seus “anos”, tanto nos haabs quanto nos Adição de Números Inteiros
tzolkin. Era uma forma extremamente complexa para se localizar
no tempo, mas bem exata, já que se adequava aos movimentos dos Para melhor entendimento desta operação, associaremos aos
astros celestes. números inteiros positivos a idéia de ganhar e aos números inteiros
negativos a idéia de perder.
Entretanto, eles criaram a “roda do tempo”, um mecanismo Ganhar 5 + ganhar 3 = ganhar 8 (+5) + (+3) = (+8)
que conjugava as indicações dos dois calendários em dois círculos Perder 3 + perder 4 = perder 7 (-3) + (-4) = (-7)
(engrenagens), o que possibilitava a indicação exata dos dias em Ganhar 8 + perder 5 = ganhar 3 (+8) + (-5) = (+3)
ambos os calendários. Perder 8 + ganhar 5 = perder 3 (-8) + (+5) = (-3)
NUMERAÇÃO. O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispensado, mas
o sinal (–) antes do número negativo nunca pode ser dispensado.
Propriedades da adição de números inteiros: O conjunto
Z é fechado para a adição, isto é, a soma de dois números inteiros
Conjunto dos Números Inteiros – Z ainda é um número inteiro.
- O conjunto dos números inteiros não nulos: Elemento Neutro: Existe 0 em Z, que adicionado a cada z em
Z* = {..., -4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4,...}; Z, proporciona o próprio z, isto é:
Z* = Z – {0} z+0=z
7+0=7
- O conjunto dos números inteiros não negativos:
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4,...} Elemento Oposto: Para todo z em Z, existe (-z) em Z, tal que
Z+ é o próprio conjunto dos números naturais: Z+ = N z + (–z) = 0
9 + (–9) = 0
- O conjunto dos números inteiros positivos:
Didatismo e Conhecimento 51
RACIOCÍNIO LÓGICO
Subtração de Números Inteiros Com o uso das regras acima, podemos concluir que:
Didatismo e Conhecimento 52
RACIOCÍNIO LÓGICO
- Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo sinal, o quo- Radiciação de Números Inteiros
ciente é um número inteiro positivo.
- Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferentes, o quo- A raiz n-ésima (de ordem n) de um número inteiro a é a ope-
ciente é um número inteiro negativo. ração que resulta em outro número inteiro não negativo b que ele-
- A divisão nem sempre pode ser realizada no conjunto Z. Por vado à potência n fornece o número a. O número n é o índice da
exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são divisões que não podem raiz enquanto que o número a é o radicando (que fica sob o sinal
ser realizadas em Z, pois o resultado não é um número inteiro. do radical).
- No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro a é a ope-
e não tem a propriedade da existência do elemento neutro. ração que resulta em outro número inteiro não negativo que eleva-
1- Não existe divisão por zero. do ao quadrado coincide com o número a.
Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não existe um
número inteiro cujo produto por zero seja igual a –15. Observação: Não existe a raiz quadrada de um número inteiro
2- Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de negativo no conjunto dos números inteiros.
zero, é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é
igual a zero. Erro comum: Frequentemente lemos em materiais didáticos
Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 b) 0 : (+6) = 0 c) 0 : (–1) = 0 e até mesmo ocorre em algumas aulas aparecimento de:
√9 = ±3
Potenciação de Números Inteiros mas isto está errado. O certo é:
√9 = +3
A potência an do número inteiro a, é definida como um produ-
to de n fatores iguais. O número a é denominado a base e o número Observamos que não existe um número inteiro não negativo
n é o expoente. que multiplicado por ele mesmo resulte em um número negativo.
an = a x a x a x a x ... x a A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a é a opera-
a é multiplicado por a n vezes ção que resulta em outro número inteiro que elevado ao cubo
Exemplos:33 = (3) x (3) x (3) = 27 seja igual ao número a. Aqui não restringimos os nossos cálcu-
(-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125 los somente aos números não negativos.
(-7)² = (-7) x (-7) = 49 Exemplos
(+9)² = (+9) x (+9) = 81
- Toda potência de base positiva é um número inteiro posi- (a) 3 8 = 2, pois 2³ = 8.
tivo. (b) 3 − 8 = –2, pois (–2)³ = -8.
Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9 (c) 3 27 = 3, pois 3³ = 27.
(d) 3 − 27 = –3, pois (–3)³ = -27.
- Toda potência de base negativa e expoente par é um núme-
ro inteiro positivo. Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o produto
Exemplo: (– 8)2 = (–8) . (–8) = +64 de números inteiros, concluímos que:
(a) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de número
- Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um
inteiro negativo.
número inteiro negativo.
(b) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a raiz de
Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125
qualquer número inteiro.
Propriedades da Potenciação:
Exercícios
Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base
1. Qual é o maior quadrado perfeito que se escreve com
e somam-se os expoentes. (–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6 = (–7)9
dois algarismos?
Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se
a base e subtraem-se os expoentes. (+13)8 : (+13)6 = (+13)8 – 6 = 2. Um número inteiro é expresso por (53 – 38 + 40) – 51 +
(+13)2 (90 – 7 + 82) + 101. Qual é esse número inteiro?
Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual 4. Determine o valor de x de modo a tornar as sentenças
a 1. Exemplo: (+14)0 = 1 (–35)0 = 1 verdadeiras:
Didatismo e Conhecimento 53
RACIOCÍNIO LÓGICO
a) x + (–12) = –5 a) (+12) + (–40) = 12 – 40 = -28
b) x + (+9) = 0 b) (+12) – (–40) = 12 + 40 = 52
c) x – (–2) = 6 c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20) = +5 -16 – 9 + 20 = 25 – 25 = 0
d) x + (–9) = –12 d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15) = -3 + 6 – 4 – 2 – 15 =
e) –32 + x = –50 6 – 24 = -18
f) 0 – x = 8
4) Solução:
a) x + (–12) = –5 → x = -5 + 12 → x = 7
5. Qual a diferença prevista entre as temperaturas no Piauí b) x + (+9) = 0 → x = -9
e no Rio Grande do Sul, num determinado dia, segundo as in- c) x – (–2) = 6 → x = 6 – 2 → x = 4
formações? d) x + (–9) = –12 → x = -12 + 9 → x = -3
Tempo no Brasil: Instável a ensolarado no Sul. e) –32 + x = –50 → x = -50 + 32 → x = -18
Mínima prevista -3º no Rio Grande do Sul. f) 0 – x = 8 → x = -8
Máxima prevista 37° no Piauí.
5) Resposta “40˚”.
6. Qual é o produto de três números inteiros consecutivos Solução:
em que o maior deles é –10? A diferença está entre -3º e +37º. Se formos ver... -3º, -2º, -1º,
0º, 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º... será +40º.
6) Resposta “-1320”.
7. Três números inteiros são consecutivos e o menor deles
Solução:
é +99. Determine o produto desses três números.
(x) . (x+1) . (x+2) = ?
8. Copie as igualdades substituindo o x por números inteiros
de modo que elas se mantenham:
a) (–140) : x = –20 x+2 = -10
b) 144 : x = –4 x= -10 -2
c) (–147) : x = +21 x = -12
d) x : (+13) = +12
e) x : (–93) = +45 (-12) . (-12+1) . (-12+2) =
f) x : (–12) = –36 -12 . -11 . -10 = - 1320
9. Adicionando –846 a um número inteiro e multiplicando a 7) Resposta “999900”.
soma por –3, obtém-se +324. Que número é esse? Solução:
(x) . (x+1) . (x+2) = ?
10. Numa adição com duas parcelas, se somarmos 8 à primei-
ra parcela, e subtrairmos 5 da segunda parcela, o que ocorrerá com
o total? x= 99
Didatismo e Conhecimento 54
RACIOCÍNIO LÓGICO
f) x : (–12) = –36
2 = 0,4
x = -36 . -12
5
x = 432
1 = 0,25
9) Resposta “738”.
4
Solução:
x + (-846) . -3 = 324 35 = 8,75
x – 846 . -3 = 324 4
-3 (x – 846) = 324
-3x + 2538 = 324 153 = 3,06
3x = 2538 – 324 50
3x = 2214
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos
x= algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente. Deci-
mais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
1
x = 738 = 0,333...
3
10) Resposta “3”.
Solução: Seja t o total da adição inicial. 1 = 0,04545...
Ao somarmos 8 a uma parcela qualquer, o total é acrescido de 22
8 unidades: t + 8 167 = 2,53030...
Ao subtrairmos 5 de uma parcela qualquer, o total é reduzido 66
de 5 unidades: Temos:
Representação Fracionária dos Números Decimais
t+8-5=t+3
Trata-se do problema inverso: estando o número racional es-
Portanto o total ficará acrescido de 3 unidades. crito na forma decimal, procuremos escrevê-lo na forma de fração.
Temos dois casos:
Conjunto dos Números Racionais – Q 1º) Transformamos o número em uma fração cujo numerador
m é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto
Um número racional é o que pode ser escrito na forma pelo numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas
n
, onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente decimais do número decimal dado:
de zero. Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de
m por n. 0,9 = 9
Como podemos observar, números racionais podem ser obti- 10
dos através da razão entre dois números inteiros, razão pela qual, o
57
conjunto de todos os números racionais é denotado por Q. Assim, 5,7 =
é comum encontrarmos na literatura a notação: 10
m
Q={ : m e n em Z, n diferente de zero} 0,76 = 76
n
100
No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos:
3,48 = 348
- Q* = conjunto dos racionais não nulos; 100
- Q+ = conjunto dos racionais não negativos;
- Q*+ = conjunto dos racionais positivos;
0,005 = 5 = 1
- Q _ = conjunto dos racionais não positivos; 1000 200
- Q*_ = conjunto dos racionais negativos.
Representação Decimal das Frações 2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada; para tan-
to, vamos apresentar o procedimento através de alguns exemplos:
p
Tomemos um número racional q , tal que p não seja múltiplo
de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta efetuar a divisão do Exemplo 1
numerador pelo denominador.
Nessa divisão podem ocorrer dois casos: Seja a dízima 0, 333... .
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um nú- Façamos x = 0,333... e multipliquemos ambos os membros
mero finito de algarismos. Decimais Exatos: por 10: 10x = 0,333
Didatismo e Conhecimento 55
RACIOCÍNIO LÓGICO
Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade da se- Propriedades da Adição de Números Racionais
gunda:
10x – x = 3,333... – 0,333... ⇒ 9x = 3 ⇒ x = 3/9 O conjunto Q é fechado para a operação de adição, isto é,
a soma de dois números racionais ainda é um número racional.
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração 3 . - Associativa: Para todos a, b, c em Q: a + ( b + c ) = ( a
9 +b)+c
Exemplo 2 - Comutativa: Para todos a, b em Q: a + b = b + a
- Elemento neutro: Existe 0 em Q, que adicionado a todo q
em Q, proporciona o próprio q, isto é: q + 0 = q
Seja a dízima 5, 1717...
- Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em Q, tal
que q + (–q) = 0
Façamos x = 5,1717... e 100x = 517,1717... .
Subtraindo membro a membro, temos:
Subtração de Números Racionais
99x = 512 ⇒ x = 512/99
A subtração de dois números racionais p e q é a própria
Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração 512 . operação de adição do número p com o oposto de q, isto é:
Exemplo 3 99
p – q = p + (–q)
Multiplicação (Produto) de Números Racionais
Seja a dízima 1, 23434...
Como todo número racional é uma fração ou pode ser escri-
Façamos x = 1,23434... 10x = 12,3434... 1000x = to na forma de uma fração, definimos o produto de dois números
racionais a e c , da mesma forma que o produto de frações,
1234,34... .
através de: b d
Subtraindo membro a membro, temos:
990x = 1234,34... – 12,34... ⇒ 990x = 1222 ⇒ x= a c ac
x =
b d bd
1222/990
Simplificando, obtemos x = 611 , a fração geratriz da dí- O produto dos números racionais a e b também pode ser in-
zima 1, 23434... 495 dicado por a × b, axb, a.b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as
letras.
Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto que re- Para realizar a multiplicação de números racionais, devemos
presenta esse número ao ponto de abscissa zero. obedecer à mesma regra de sinais que vale em toda a Matemática:
(+1) × (+1) = (+1)
(+1) × (-1) = (-1)
Exemplo: Módulo de - 3 é 3 . Indica-se - 3 = 3 (-1) × (+1) = (-1)
2 2 2 2 (-1) × (-1) = (+1)
Podemos assim concluir que o produto de dois números com o
3 mesmo sinal é positivo, mas o produto de dois números com sinais
Módulo de + 3 é 3 . Indica-se + 3 = diferentes é negativo.
2 2 2 2
Propriedades da Multiplicação de Números Racionais
Números Opostos: Dizemos que – 32 e 32 são números ra-
cionais opostos ou simétricos e cada um deles é o oposto do O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é, o produto
outro. As distâncias dos pontos – 3 e 3 ao ponto zero da reta de dois números racionais ainda é um número racional.
2 2 - Associativa: Para todos a, b, c em Q: a × ( b × c ) = ( a ×
são iguais.
b)×c
- Comutativa: Para todos a, b em Q: a × b = b × a
Soma (Adição) de Números Racionais - Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado por todo
q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q × 1 = q
Como todo número racional é uma fração ou pode ser escri-
- Elemento inverso: Para todo q = a em Q, q diferente de
to na forma de uma fração, definimos a adição entre os números b
a c
racionais e , da mesma forma que a soma de frações,
b d zero, existe q-1 = b em Q: q × q-1 = 1 a x b = 1
através de: a b a
a ad + bc
+ c = - Distributiva: Para todos a, b, c em Q: a × ( b + c ) = ( a ×
b d bd
b)+(a×c)
Didatismo e Conhecimento 56
RACIOCÍNIO LÓGICO
Divisão de Números Racionais 2 3 2+3 5
⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2 2⎞ ⎛ 2 2 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞
⎜⎝ ⎟⎠ .⎜ ⎟ = ⎜ . ⎟ .⎜ . . ⎟ = ⎜ ⎟ =⎜ ⎟
A divisão de dois números racionais p e q é a própria operação 5 ⎝ 5⎠ ⎝ 5 5⎠ ⎝ 5 5 5⎠ ⎝ 5⎠ ⎝ 5⎠
de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p ÷ q =
p × q-1 - Quociente de potências de mesma base. Para reduzir um
quociente de potências de mesma base a uma só potência, conser-
Potenciação de Números Racionais vamos a base e subtraímos os expoentes.
- Toda potência com expoente par é um número positivo. Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o nú-
mero zero ou um número racional positivo. Logo, os números ra-
2
⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞ 1 cionais negativos não têm raiz quadrada em Q.
⎜⎝ − ⎟⎠ = ⎜⎝ − ⎟⎠ .⎜⎝ − ⎟⎠ =
5 5 5 25
O número -100 não tem raiz quadrada em Q, pois tanto -10
9 3
- Produto de potências de mesma base. Para reduzir um pro- como +10 , quando elevados ao quadrado, dão 100 .
3 9
duto de potências de mesma base a uma só potência, conservamos Um número racional positivo só tem raiz quadrada no conjun-
a base e somamos os expoentes. to dos números racionais se ele for um quadrado perfeito.
Didatismo e Conhecimento 57
RACIOCÍNIO LÓGICO
2 Respostas
O número não tem raiz quadrada em Q, pois não existe
3
número racional que elevado ao quadrado dê 2 .
3 1) Solução
Exercícios 7 ⎡⎛ 5 1 ⎞ ⎛ 7 3 ⎞ ⎤ 7 ⎡⎛ 10 − 3 ⎞ ⎛ −14 + 9 ⎞ ⎤
a) − ⎜ − ⎟ −⎜− + ⎟ = − ⎜ ⎟ −⎜ ⎟
24 ⎢⎣⎝ 12 8 ⎠ ⎝ 6 4 ⎠ ⎥⎦ 24 ⎢⎣⎝ 24 ⎠ ⎝ 12 ⎠ ⎥⎦
1. Calcule o valor das expressões numéricas:
7 ⎛ 7 5 ⎞ 7 ⎛ 7 + 10 ⎞ 7 17 10 5
a)
7 ⎡⎛ 5 1 ⎞ ⎛ 7 3 ⎞ ⎤ −⎜ + ⎟= −⎜ ⎟⎠ = − =− =−
− ⎜ − ⎟ −⎜− + ⎟ ⎝ ⎠ ⎝
24 ⎢⎣⎝ 12 8 ⎠ ⎝ 6 4 ⎠ ⎥⎦
24 24 12 24 24 24 24 24 12
⎡⎛ 3 ⎞ ⎛ 1 ⎞ 5 ⎤ ⎛ 9 7⎞ b)
b) ⎢⎜ + ⎟ :⎜ − ⎟ + − ⎜ − ⎟
⎝⎣ 16 ⎠ ⎝ 12 ⎠ 2 ⎥⎦ ⎝ 4 2 ⎠
3 7
2 2
2. Escreva o produto + . + como uma só potência.
3 3
mmc:(4;2)=4
12 4
3. Escreva o quociente ⎛⎜ −
16 ⎞ ⎛ 16 ⎞
⎝ ⎟ : ⎜ − ⎟ como uma só 2) Solução:
potência. 25 ⎠ ⎝ 25 ⎠
10
4. Qual é o valor da expressão ⎛ 2⎞
⎜⎝ + ⎟⎠
3
3) Solução:
5. Para encher um álbum de figurinhas, Karina contribuiu com 8
1
das figurinhas, enquanto Cristina contribuiu com das figurinhas ⎛ 16 ⎞
⎜⎝ − ⎟⎠
6
3 . Com que fração das figurinhas as duas juntas contribuíram? 25
4
Didatismo e Conhecimento 58
RACIOCÍNIO LÓGICO
6) Solução: Exemplo
b) 1- 5 =
12 5
- = 7 Observe que o número de zeros após o algarismo 1 aumenta
12 12 12 12 a cada passo. Existem infinitos números reais que não são dízimas
periódicas e dois números irracionais muito importantes, são:
7) Respostas 7
Solução: 15 e = 2,718281828459045...,
Pi () = 3,141592653589793238462643...
4 5
- 1 = 12 - = 7
5 3 15 15 15 Que são utilizados nas mais diversas aplicações práticas
como: cálculos de áreas, volumes, centros de gravidade, previsão
populacional, etc.
8) Resposta 4
Solução: 9
Classificação dos Números Irracionais
= 9 -
5 5
1- = 4 Existem dois tipos de números irracionais:
9 9 9 9
- Números reais algébricos irracionais: são raízes de po-
9) Solução: linômios com coeficientes inteiros. Todo número real que pode
1 1 1 3 1 ser representado através de uma quantidade finita de somas,
a) + = 2 + = = subtrações, multiplicações, divisões e raízes de grau inteiro a partir
3 6 6 6 6 2
dos números inteiros é um número algébrico, por exemplo,
.
b) 1- 1 = 2 - 1 = 1
2 2 2 2
A recíproca não é verdadeira: existem números algébricos que
10) Solução:
não podem ser expressos através de radicais, conforme o teorema
208 52
a) 2,08 → = de Abel-Ruffini.
100 25
14 7
b) 1,4 → = - Números reais transcendentes: não são raízes de polinômios
10 5 com coeficientes inteiros. Várias constantes matemáticas são
17 transcendentes, como pi ( ) e o número de Euler ( ). Pode-se
c) 0,017 →
1000 dizer que existem mais números transcendentes do que números
3217 algébricos (a comparação entre conjuntos infinitos pode ser feita
d) 32,17 → na teoria dos conjuntos).
100
Números Irracionais A definição mais genérica de números algébricos e transcen-
dentes é feita usando-se números complexos.
Os números racionais, aqueles que podem ser escritos na for-
ma de uma fração a/b onde a e b são dois números inteiros, com Identificação de números irracionais
a condição de que b seja diferente de zero, uma vez que sabemos
da impossibilidade matemática da divisão por zero.
Vimos também, que todo número racional pode ser escrito na Fundamentado nas explanações anteriores, podemos afirmar
forma de um número decimal periódico, também conhecido como que:
dízima periódica.
Vejam os exemplos de números racionais a seguir: - Todas as dízimas periódicas são números racionais.
3 / 4 = 0,75 = 0, 750000... - Todos os números inteiros são racionais.
- 2 / 3 = - 0, 666666...
1 / 3 = 0, 333333... - Todas as frações ordinárias são números racionais.
2 / 1 = 2 = 2, 0000... - Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
4 / 3 = 1, 333333... - Todas as raízes inexatas são números irracionais.
- 3 / 2 = - 1,5 = - 1, 50000...
- A soma de um número racional com um número irracional é
0 = 0, 000...
sempre um número irracional.
Existe, entretanto, outra classe de números que não podem - A diferença de dois números irracionais, pode ser um núme-
ser escritos na forma de fração a/b, conhecidos como números ir- ro racional.
racionais.
Didatismo e Conhecimento 59
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo 1
Exemplo: = 0 e 0 é um número racional.
A razão entre 20 e 50 é 20 = 2 ; já a razão entre 50 e 20 é
50 5 . 50 5
- O quociente de dois números irracionais, pode ser um nú- =
mero racional. 20 2
Exemplo 2
Exemplo: : = 2 e 2 é um número racional.
- O produto de dois números irracionais, pode ser um número Numa classe de 42 alunos há 18 rapazes e 24 moças. A razão
racional. 18 3
entre o número de rapazes e o número de moças é = , o que
24 4
Exemplo: = 5 e 5 é um número racional.
significa que para “cada 3 rapazes há 4 moças”. Por outro lado,
- A união do conjunto dos números irracionais com o conjunto a razão entre o número de rapazes e o total de alunos é dada por
dos números racionais, resulta num conjunto denominado conjun- 18 3
to R dos números reais. = , o que equivale a dizer que “de cada 7 alunos na classe,
- A interseção do conjunto dos números racionais com o con- 42 7
junto dos números irracionais, não possui elementos comuns e, 3 são rapazes”.
portanto, é igual ao conjunto vazio Razão entre grandezas de mesma espécie
Didatismo e Conhecimento 60
RACIOCÍNIO LÓGICO
Observe que: Exemplo 1
- as grandezas “quilômetro e hora” são de naturezas dife- 2 6
rentes; Na proporção = , temos 2 x 9 = 3 x 6 = 18;
3 9
- a notação km/h (lê-se: “quilômetros por hora”) deve acom-
e em 1 = 4 , temos 4 x 4 = 1 x 16 = 16.
panhar a razão. 4 16
Exemplo 2 Exemplo 2
A Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Ja- Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se a seguinte
neiro e São Paulo) tem uma área aproximada de 927 286 km2 dosagem: 5 gotas para cada 2 kg do “peso” da criança.
e uma população de 66 288 000 habitantes, aproximadamente,
segundo estimativas projetadas pelo Instituto Brasileiro de Geo- Se uma criança tem 12 kg, a dosagem correta x é dada por:
grafia e Estatística (IBGE) para o ano de 1995. 5gotas x
= → x = 30gotas
Por outro lado, se soubermos que foram corretamente minis-
2kg 12kg
Dividindo-se o número de habitantes pela área, obteremos o tradas 20 gotas a uma criança, podemos concluir que seu “peso”
número de habitantes por km2 (hab./km2): é 8 kg, pois:
6628000 5gotas
≅ 71,5hab. / km 2 = 20gotas / p → p = 8kg
927286 2kg
A esse tipo de razão dá-se o nome de densidade demográ-
fica. (nota: o procedimento utilizado nesse exemplo é comumente
chamado de regra de três simples.)
A notação hab./km2 (lê-se: ”habitantes por quilômetro quadra- Propriedades da Proporção
do”) deve acompanhar a razão. O produto dos extremos é igual ao produto dos meios: essa
Exemplo 3
propriedade possibilita reconhecer quando duas razões formam
ou não uma proporção.
Um carro percorreu, na cidade, 83,76 km com 8 L de gasolina.
Dividindo-se o número de quilômetros percorridos pelo número de 4 12
litros de combustível consumidos, teremos o número de quilôme- e
3 9 formam uma proporção, pois
tros que esse carro percorre com um litro de gasolina:
83, 76km
≅ 10, 47km / l Produtos dos extremos ← 4.9
= 3.12
→ Produtos dos
8l meios. 36 36
Proporção
A diferença entre os dois primeiros termos está para o pri-
A igualdade entre duas razões recebe o nome de proporção. meiro (ou para o segundo termo) assim como a diferença entre os
dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo).
3 6
Na proporção 5 = 10 (lê-se: “3 está para 5 assim como 6 4 8 4 − 3 8 − 6 1 2
= ⇒ = ⇒ =
está para 10”), os números 3 e 10 são chamados extremos, e os 3 6 4 8 4 8
números 5 e 6 são chamados meios.
Observemos que o produto 3 x 10 = 30 é igual ao produto 5 x 6 ou
= 30, o que caracteriza a propriedade fundamental das proporções:
4 8 4 − 3 8 − 6 1 2
= ⇒ = ⇒ =
“Em toda proporção, o produto dos meios é igual ao pro- 3 6 3 6 3 6
duto dos extremos”.
Didatismo e Conhecimento 61
RACIOCÍNIO LÓGICO
A soma dos antecedentes está para a soma dos consequentes 9. Água e tinta estão misturadas na razão de 9 para 5. Saben-
assim como cada antecedente está para o seu consequente. do-se que há 81 litros de água na mistura, o volume total em litros
é de:
12 3 ⎧12 + 3 12 15 12
= ⇒⎨ = ⇒ = a) 45
8 2 ⎩ 8+2 8 10 8 b) 81
c) 85
ou d) 181
e) 126
12 3 ⎧12 + 3 3 15 3 10. A diferença entre dois números é 65. Sabe-se que o pri-
= ⇒⎨ = ⇒ =
8 2 ⎩ 8 + 2 2 10 2 meiro está para 9 assim como o segundo está para 4. Calcule
A diferença dos antecedentes está para a diferença dos con- esses números.
sequentes assim como cada antecedente está para o seu conse-
quente. Respostas
Didatismo e Conhecimento 62
RACIOCÍNIO LÓGICO
5) Resposta “4,15 hab./km² Onde:
Ti = termo inicial, neste caso: 4
Solução: O problema nos oferece os seguintes dados: P = proporção entre Ti e o seguinte (razão), neste caso:
n = número sequencial do termo que se busca, neste caso: 4
1156000hab.
Densidadedemográfica = = 4,15hab. / km 2 Teremos:
278500km 2
6) Resposta “Ângela 20; Vera 8”. (Ti = 4; P = ; n – 1 = 3)
Solução: 4. =
A – V = 12 anos
A = 12 + V 9) Resposta “E”.
Solução:
A 5 12 + V 5 A = 81 litros
= → =
V 2 V 2 A 9 81 9
= → =
2 (12+V) = 5V T 5 T 5
24 + 2V = 5V
9T = 405
5V – 2V = 24
T=
3V = 24
V = 24
T = 45
V (Vera)
3 =8
A+T=?
A – 8 = 12
81 + 45 = 126 litros
A = 12 + 8
A (Ângela) = 20
10) Resposta “117 e 52”.
7) Resposta “24 cm; 54 cm”. Solução:
x – y = 65
Solução: x = 65 + y
x + y = 78 cm x 9 65 + y 9
x = 78 - y = → =
y 4 y 4
x 4 78 − y 4
= → = 9y = 4 (65 + y)
y 9 y 9
9 (78 - y) = 4y 9y = 260 + 4y
702 – 9y = 4y 9y – 4y = 260
702 = 4y + 9y 5y = 260
13y = 702 y=
y = 702
13 y = 52
y = 54cm
x – 52 = 65
x + 54 = 78 x = 65 + 52
x = 78 - 54 x = 117
x = 24 cm
Didatismo e Conhecimento 63
RACIOCÍNIO LÓGICO
conjunto. Por exemplo, se quiser saber quantos números de quatro Generalizações: Um acontecimento é formado por k estágios
algarismos são formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9, é sucessivos e independentes, com n1, n2, n3, … , nk possibilidades
preciso aplicar as propriedades da análise combinatória. Veja quais para cada. O total de maneiras distintas de ocorrer este aconteci-
propriedades existem: mento é n1, n2, n3, … , nk
Técnicas de contagem: Na Técnica de contagem não importa
- Princípio fundamental da contagem a ordem.
- Fatorial Considere A = {a; b; c; d; …; j} um conjunto formado por 10
- Arranjos simples elementos diferentes, e os agrupamentos ab, ac e ca”.
- Permutação simples ab e ac são agrupamentos sempre distintos, pois se diferen-
- Combinação ciam pela natureza de um dos elemento.
- Permutação com elementos repetidos ac e ca são agrupamentos que podem ser considerados distin-
tos ou não distintos pois se diferenciam somente pela ordem dos
Princípio fundamental da contagem: é o mesmo que a Regra
elementos.
do Produto, um princípio combinatório que indica quantas vezes e
Quando os elementos de um determinado conjunto A forem
as diferentes formas que um acontecimento pode ocorrer. O acon-
algarismos, A = {0, 1, 2, 3, …, 9}, e com estes algarismos preten-
tecimento é formado por dois estágios caracterizados como suces-
demos obter números, neste caso, os agrupamentos de 13 e 31 são
sivos e independentes:
considerados distintos, pois indicam números diferentes.
• O primeiro estágio pode ocorrer de m modos distintos. Quando os elementos de um determinado conjunto A forem
• O segundo estágio pode ocorrer de n modos distintos. pontos, A = {A1, A2, A3, A4, A5…, A9}, e com estes pontos preten-
demos obter retas, neste caso os agrupamentos são
Desse modo, podemos dizer que o número de formas diferente iguais, pois indicam a mesma reta.
que pode ocorrer em um acontecimento é igual ao produto m . n Conclusão: Os agrupamentos...
Exemplo: Alice decidiu comprar um carro novo, e inicialmen- 1. Em alguns problemas de contagem, quando os agrupamen-
te ela quer se decidir qual o modelo e a cor do seu novo veículo. tos se diferirem pela natureza de pelo menos um de seus elemen-
Na concessionária onde Alice foi há 3 tipos de modelos que são tos, os agrupamentos serão considerados distintos.
do interesse dela: Siena, Fox e Astra, sendo que para cada carro há ac = ca, neste caso os agrupamentos são denominados com-
5 opções de cores: preto, vinho, azul, vermelho e prata. Qual é o binações.
número total de opções que Alice poderá fazer?
Pode ocorrer: O conjunto A é formado por pontos e o proble-
Resolução: Segundo o Principio Fundamental da Contagem, ma é saber quantas retas esses pontos determinam.
Alice tem 3×5 opções para fazer, ou seja,ela poderá optar por 15
carros diferentes. Vamos representar as 15 opções na árvore de 2. Quando se diferir tanto pela natureza quanto pela ordem
possibilidades: de seus elementos, os problemas de contagem serão agrupados e
considerados distintos.
ac ≠ ca, neste caso os agrupamentos são denominados arran-
jos.
Didatismo e Conhecimento 64
RACIOCÍNIO LÓGICO
Os fatoriais são importantes em análise combinatória. Por Cálculo do número de permutação simples:
exemplo, existem n! caminhos diferentes de arranjar n objetos dis-
tintos numa sequência. (Os arranjos são chamados permutações) E O número total de permutações simples de n elementos indi-
o número de opções que podem ser escolhidos é dado pelo coefi- cado por Pn, e fazendo k = n na fórmula An,k = n (n – 1) (n – 2) . …
ciente binomial. . (n – k + 1), temos:
Pn = An,n= n (n – 1) (n – 2) . … . (n – n + 1) = (n – 1) (n – 2)
. … .1 = n!
Portanto: Pn = n!
Arranjos simples: são agrupamentos sem repetições em que
um grupo se torna diferente do outro pela ordem ou pela natureza Combinações Simples: são agrupamentos formados com os
dos elementos componentes. Seja A um conjunto com n elementos elementos de um conjunto que se diferenciam somente pela na-
e k um natural menor ou igual a n. Os arranjos simples k a k dos tureza de seus elementos. Considere A como um conjunto com n
n elementos de A, são os agrupamentos, de k elementos distintos elementos k um natural menor ou igual a n. Os agrupamentos de k
cada, que diferem entre si ou pela natureza ou pela ordem de seus elementos distintos cada um, que diferem entre si apenas pela na-
elementos. tureza de seus elementos são denominados combinações simples k
a k, dos n elementos de A.
Cálculos do número de arranjos simples:
Exemplo: Considere A = {a, b, c, d} um conjunto com ele-
Na formação de todos os arranjos simples dos n elementos de mentos distintos. Com os elementos de A podemos formar 4 com-
A, tomados k a k: binações de três elementos cada uma: abc – abd – acd – bcd
n → possibilidades na escolha do 1º elemento. Se trocarmos ps 3 elementos de uma delas:
n - 1 → possibilidades na escolha do 2º elemento, pois um
deles já foi usado. Exemplo: abc, obteremos P3 = 6 arranjos disdintos.
n - 2 → possibilidades na escolha do 3º elemento, pois dois
deles já foi usado. abc abd acd bcd
.
. acb
. bac
n - (k - 1) → possibilidades na escolha do kº elemento, pois bca
l-1 deles já foi usado.
cab
No Princípio Fundamental da Contagem (An, k), o número total cba
de arranjos simples dos n elementos de A (tomados k a k), temos:
Se trocarmos os 3 elementos das 4 combinações obtemos to-
An,k = n (n - 1) . (n - 2) . ... . (n – k + 1) dos os arranjos 3 a 3:
(é o produto de k fatores)
abc abd acd bcd
Multiplicando e dividindo por (n – k)! acb adb adc bdc
bac bad cad cbd
bca bda cda cdb
cab dab dac dbc
cba dba dca dcb
Note que n (n – 1) . (n – 2). ... .(n – k + 1) . (n – k)! = n!
(4 combinações) x (6 permutações) = 24 arranjos
Podemos também escrever
Logo: C4,3 . P3 = A4,3
Didatismo e Conhecimento 65
RACIOCÍNIO LÓGICO
Portanto: Cn,k . Pk = An,k ou 02. Organiza-se um campeonato de futebol com 14 clubes,
sendo a disputa feita em dois turnos, para que cada clube enfrente
A o outro no seu campo e no campo deste. O número total de jogos
C n,k = n,k a serem realizados é:
Pk
(A)182
Lembrando que: (B) 91
(C)169
(D)196
(E)160
Também pode ser escrito assim:
03. Deseja-se criar uma senha para os usuários de um sistema,
começando por três letras escolhidas entre as cinco A, B, C, D e
E, seguidas de quatro algarismos escolhidos entre 0, 2, 4, 6 e 8. Se
entre as letras puder haver repetição, mas se os algarismos forem
todos distintos, o número total de senhas possíveis é:
(A) 78.125
Arranjos Completos: Arranjos completos de n elementos, de k
(B) 7.200
a k são os arranjos de k elementos não necessariamente distintos. (C) 15.000
Em vista disso, quando vamos calcular os arranjos completos, de- (D) 6.420
ve-se levar em consideração os arranjos com elementos distintos (E) 50
(arranjos simples) e os elementos repetidos. O total de arranjos 04. (UFTM) – João pediu que Cláudia fizesse cartões com
completos de n elementos, de k a k, é indicado simbolicamente por todas as permutações da palavra AVIAÇÃO. Cláudia executou
A*n,k dado por: A*n,k = nk a tarefa considerando as letras A e à como diferentes, contudo,
Permutações com elementos repetidos João queria que elas fossem consideradas como mesma letra. A
diferença entre o número de cartões feitos por Cláudia e o núme-
Considerando: ro de cartões esperados por João é igual a
(A) 720
(B) 1.680
α elementos iguais a a,
(C) 2.420
β elementos iguais a b, (D) 3.360
γ elementos iguais a c, …, (E) 4.320
λ elementos iguais a l,
05. (UNIFESP) – As permutações das letras da palavra PRO-
Totalizando em α + β + γ + … λ = n elementos. VA foram listadas em ordem alfabética, como se fossem palavras
de cinco letras em um dicionário. A 73ª palavra nessa lista é
Simbolicamente representado por Pnα, β, γ, …, λ o número (A) PROVA.
de permutações distintas que é possível formarmos com os n ele- (B) VAPOR.
mentos: (C) RAPOV.
(D) ROVAP.
(E) RAOPV.
Didatismo e Conhecimento 66
RACIOCÍNIO LÓGICO
08. Numa clínica hospitalar, as cirurgias são sempre assis- 04.
tidas por 3 dos seus 5 enfermeiros, sendo que, para uma even- I) O número de cartões feitos por Cláudia foi
tualidade qualquer, dois particulares enfermeiros, por serem os
mais experientes, nunca são escalados para trabalharem juntos.
Sabendo-se que em todos os grupos participa um dos dois enfer-
II) O número de cartões esperados por João era
meiros mais experientes, quantos grupos distintos de 3 enfermei-
ros podem ser formados?
(A) 06
(B) 10 Assim, a diferença obtida foi 2.520 – 840 = 1.680
(C) 12 05. Se as permutações das letras da palavra PROVA forem
listadas em ordem alfabética, então teremos:
(D) 15
P4 = 24 que começam por A
(E) 20 P4 = 24 que começam por O
09. Seis pessoas serão distribuídas em duas equipes para P4 = 24 que começam por P
concorrer a uma gincana. O número de maneiras diferentes de
formar duas equipes é A 73.ª palavra nessa lista é a primeira permutação que começa
(A) 10 por R. Ela é RAOPV.
06. Se, do total de 10 diretores, 6 estão sob suspeita de corrup-
(B) 15 ção, 4 não estão. Assim, para formar uma comissão de 5 diretores
(C) 20 na qual os suspeitos não sejam maioria, podem ser escolhidos, no
(D) 25 máximo, 2 suspeitos. Portanto, o número de possíveis comissões é
(E) 30
Algarismos
V) Assim, o número total de grupos que podem ser formados
é2.3=6
09.
Letras
10.
As três letras poderão ser escolhidasde 5 . 5 . 5 =125 maneiras. a) 9 . A*10,3 = 9 . 103 = 9 . 10 . 10 . 10 = 9000
Os quatro algarismos poderão ser escolhidos de 5 . 4 . 3 . 2 = b) 8 . A*9,3 = 8 . 93 = 8 . 9 . 9 . 9 = 5832
120 maneiras. c) (a) – (b): 9000 – 5832 = 3168
O número total de senhas distintas, portanto, é igual a 125 . d) 9 . A9,3 = 9 . 9 . 8 . 7 = 4536
120 = 15.000. e) (a) – (d): 9000 – 4536 = 4464
Didatismo e Conhecimento 67
RACIOCÍNIO LÓGICO
Probabilidade
Conceito de Probabilidade A
B
Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não Vazio S
Didatismo e Conhecimento 68
RACIOCÍNIO LÓGICO
Considerando A e B como eventos independentes, logo
P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) = P(A) .
P(B). Para saber se os eventos A e B são independentes, podemos
utilizar a definição ou calcular a probabilidade de A ∩ B. Veja a
representação:
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S, finito Problema: Realizando-se a experiência descrita exatamente n
e não vazio. A probabilidade de B condicionada a A é dada pela vezes, qual é a probabilidade de ocorrer o evento A só k vezes?
probabilidade de ocorrência de B sabendo que já ocorreu A. É
representada por P(B/A). Resolução:
- Se num total de n experiências, ocorrer somente k vezes
o evento A, nesse caso será necessário ocorrer exatamente n – k
Veja:
vezes o evento A.
- Se a probabilidade de ocorrer o evento A é p e do evento A é
1 – p, nesse caso a probabilidade de ocorrer k vezes o evento A e
n – k vezes o evento A, ordenadamente, é:
Considerando A e B como dois eventos de um espaço amostral 01. A probabilidade de uma bola branca aparecer ao se retirar
S, finito e não vazio, logo: uma única bola de uma urna que contém, exatamente, 4 bolas
brancas, 3 vermelhas e 5 azuis é:
Didatismo e Conhecimento 69
RACIOCÍNIO LÓGICO
10. Uma lanchonete prepara sucos de 3 sabores: laranja,
abacaxi e limão. Para fazer um suco de laranja, são utilizadas 3
laranjas e a probabilidade de um cliente pedir esse suco é de 1/3.
Se na lanchonete, há 25 laranjas, então a probabilidade de que,
para o décimo cliente, não haja mais laranjas suficientes para fazer
o suco dessa fruta é:
Respostas
(A) (B) (C) (D) (E)
01.
03. Retirando uma carta de um baralho comum de 52 cartas,
qual a probabilidade de se obter um rei ou uma dama? 02.
A partir da distribuição apresentada no gráfico:
04. Jogam-se dois dados “honestos” de seis faces, numeradas 08 mulheres sem filhos.
de 1 a 6, e lê-se o número de cada uma das duas faces voltadas para 07 mulheres com 1 filho.
cima. Calcular a probabilidade de serem obtidos dois números 06 mulheres com 2 filhos.
ímpares ou dois números iguais? 02 mulheres com 3 filhos.
05. Uma urna contém 500 bolas, numeradas de 1 a 500. Uma
Como as 23 mulheres têm um total de 25 filhos, a probabilidade
bola dessa urna é escolhida ao acaso. A probabilidade de que seja
de que a criança premiada tenha sido um(a) filho(a) único(a) é
escolhida uma bola com um número de três algarismos ou múltiplo
igual a P = 7/25.
de 10 é 03. P(dama ou rei) = P(dama) + P(rei) =
(A) 10%
(B) 12% 04. No lançamento de dois dados de 6 faces, numeradas de 1 a
(C) 64% 6, são 36 casos possíveis. Considerando os eventos A (dois números
(D) 82% ímpares) e B (dois números iguais), a probabilidade pedida é:
(E) 86%
06. Uma urna contém 4 bolas amarelas, 2 brancas e 3 bolas 05. Sendo Ω, o conjunto espaço amostral, temos n(Ω) = 500
vermelhas. Retirando-se uma bola ao acaso, qual a probabilidade
de ela ser amarela ou branca? A: o número sorteado é formado por 3 algarismos;
A = {100, 101, 102, ..., 499, 500}, n(A) = 401 e p(A) = 401/500
07. Duas pessoas A e B atiram num alvo com probabilidade
B: o número sorteado é múltiplo de 10;
40% e 30%, respectivamente, de acertar. Nestas condições, a
B = {10, 20, ..., 500}.
probabilidade de apenas uma delas acertar o alvo é:
(A) 42% Para encontrarmos n(B) recorremos à fórmula do termo geral
(B) 45% da P.A., em que
(C) 46% a1 = 10
(D) 48% an = 500
(E) 50% r = 10
Temos an = a1 + (n – 1) . r → 500 = 10 + (n – 1) . 10 → n = 50
08. Num espaço amostral, dois eventos independentes A e B
são tais que P(A U B) = 0,8 e P(A) = 0,3. Podemos concluir que o Dessa forma, p(B) = 50/500.
valor de P(B) é:
(A) 0,5 A Ω B: o número tem 3 algarismos e é múltiplo de 10;
A Ω B = {100, 110, ..., 500}.
(B) 5/7
De an = a1 + (n – 1) . r, temos: 500 = 100 + (n – 1) . 10 → n =
(C) 0,6
41 e p(A B) = 41/500
(D) 7/15
(E) 0,7 Por fim, p(A.B) =
09. Uma urna contém 6 bolas: duas brancas e quatro pretas. 06.
Retiram-se quatro bolas, sempre com reposição de cada bola antes Sejam A1, A2, A3, A4 as bolas amarelas, B1, B2 as brancas e V1,
de retirar a seguinte. A probabilidade de só a primeira e a terceira V2, V3 as vermelhas.
serem brancas é: Temos S = {A1, A2, A3, A4, V1, V2, V3 B1, B2} → n(S) = 9
A: retirada de bola amarela = {A1, A2, A3, A4}, n(A) = 4
(A) (B) (C) (D) (E) B: retirada de bola branca = {B1, B2}, n(B) = 2
Didatismo e Conhecimento 70
RACIOCÍNIO LÓGICO
PROGRESSÕES ARITMÉTICA
E GEOMÉTRICA.
Didatismo e Conhecimento 71
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplos Observação 2
- Determinar os cincos primeiros termos da sequência cujo
termo geral e igual a: Algumas sequências não podem, pela sua forma “desorgani-
an = n – 2n,com n € N* a zada” de se apresentarem, ser definidas nem pela lei das recor-
rências, nem pela formula do termo geral. Um exemplo de uma
Teremos: sequência como esta é a sucessão de números naturais primos que
A1 = 12 – 2 . 1 a a1 = 1 já “destruiu” todas as tentativas de se encontrar uma formula geral
A2 = 22 – 2 . 2 a a2 = 0 para seus termos.
A3 = 32 – 2 . 3 a a3 = 3
A4 = 42 – 4 . 2 a a4 = 8 4. Artifícios de Resolução
A5 = 55 – 5 . 2 a a5 = 15
Em diversas situações, quando fazemos uso de apenas alguns
- Determinar os cinco primeiros termos da seqüência cujo elementos da PA, é possível, através de artifícios de resolução,
termo geral é igual a: tornar o procedimento mais simples:
an = 3 . n + 2, com n € N*. PA com três termos: (a – r), a e (a + r), razão igual a r.
a1 = 3 . 1 + 2 a a1 = 5 PA com quatro termos: (a – 3r), (a – r), (a + r) e (a + 3r), razão
a2 = 3 . 2 + 2 a a2 = 8 igual a 2r.
a3 = 3 . 3 + 2 a a3 = 11 PA com cinco termos: (a – 2r), (a – r), a, (a + r) e (a + 2r),
a4 = 3 . 4 + 2 a a4 = 14 razão igual a r.
a5 = 3 . 5 + 2 a a5 = 17 Exemplo
- Determinar os termos a12 e a23 da sequência cujo termo geral - Determinar os números a, b e c cuja soma é, igual a 15, o
é igual a: produto é igual a 105 e formam uma PA crescente.
an = 45 – 4 + n, com n € N*.
Teremos:
Teremos:
a12 = 45 – 4 . 12 a a12 = -3 Fazendo a = (b – r) e c = (b + r) e sendo a + b + c = 15, teremos:
a23 = 45 – 4 . 23 a a23 = -47 (b – r) + b + (b + r) = 15 → 3b = 15 → b = 5.
Didatismo e Conhecimento 72
RACIOCÍNIO LÓGICO
6. Termos Equidistantes dos Extremos Considerando que todas estas parcelas, colocadas entre
parênteses, são formadas por termos equidistantes dos extremos
Numa sequência finita, dizemos que dois termos são equidis- e que a soma destes termos é igual à soma dos extremos, temos:
tantes dos extremos se a quantidade de termos que precederem o
primeiro deles for igual à quantidade de termos que sucederem ao 2Sn = (a1 + an) + (a1 + an) + (a1 + an) + (a1 + an) +
+… + (a1 + an) → 2Sn = ( a1 + an) . n
outro termo. Assim, na sucessão:
E, assim, finalmente:
(a1, a2, a3, a4,..., ap,..., ak,..., an-3, an-2, an-1, an), temos:
(a1 + an ).n
Sn =
a2 e an-1 são termos equidistantes dos extremos; 2
a3 e an-2 são termos equidistantes dos extremos; Exemplo
a4 an-3 são termos equidistantes dos extremos.
- Ache a soma dos sessenta primeiros termos da PA (2 , 5,
Notemos que sempre que dois termos são equidistantes dos 8,...).
extremos, a soma dos seus índices é igual ao valor de n + 1.
Assim sendo, podemos generalizar que, se os termos ap e ak são Dados: a1 = 2
equidistantes dos extremos, então: p + k = n+1. r=5–2=3
Calculo de a60:
A60 = a1 + 59r → a60 = 2 + 59 . 3
Propriedade a60 = 2 + 177
a60 = 179
Numa PA com n termos, a soma de dois termos equidistantes
dos extremos é igual à soma destes extremos. Calculo da soma:
(a1 + an )n (a + a ).60
Exemplo Sn = → S60 = 1 60
2 2
(2 + 179).60
Sejam, numa PA de n termos, ap e ak termos equidistantes dos S60 =
2
extremos. S60 = 5430
Somando-se I e II, temos: Observação: Para determinar a razão de uma PG, basta efetuar
2Sn = (a1 + an) + (a2 + an-1) + (a3 + an-2) + …+ (an-2 + a3) + (an-1 o quociente entre dois termos consecutivos: o posterior dividido
+ a2) + (an + a1) pelo anterior.
Didatismo e Conhecimento 73
RACIOCÍNIO LÓGICO
an + 1 Artifícios de Resolução
q= (an ≠ 0) Em diversas situações, quando fazemos uso de apenas alguns
an
elementos da PG, é possível através de alguns elementos de
resolução, tornar o procedimento mais simples.
Classificação PG com três termos:
As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o anterior. Isto a a; aq
ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e 0 < q < 1. q
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o anterior. Isto
ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 < 0 e q > 1. PG com quatro termos:
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal contrario ao
do anterior. Isto ocorre quando q < 0. a q
; ; aq; aq3
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto ocorre q3 q
quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de razão r = 0.
A PG constante é também chamada de PG estacionaria. PG com cinco termos:
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre
quando a1 = 0 ou q = 0. a q ; a; aq; aq2
;
Formula do Termo Geral q2 q
A definição de PG está sendo apresentada por meio de uma
lei de recorrências, e nos já aprendemos nos módulos anteriores Exemplo
que a formula do termo geral é mais pratica. Por isso, estaremos, Considere uma PG crescente formada de três números.
neste item, procurando estabelecer, a partir da lei de recorrências, Determine esta PG sabendo que a soma destes números é 13 e o
a fórmula do termo geral da progressão geométrica. produto é 27.
Vamos considerar a PG em questão formada pelos termos a, b
Vamos considerar uma PG de primeiro termo a1 e razão q. e c, onde a = e c = b . q.
Assim, teremos: Assim,
a2 = a1 . q b . b . bq = 27 → b3 = 27 → b = 3.
a3 = a2 . q = a1 . q2
q
a4 = a3 . q = a1 . q3
a5 = a4 . q = a1 . q4
Temos:
. .
. . 3
+ 3 +3q = 13 → 3q2 – 10q + 3 = 0 a
. . q
an= a1 . qn-1
q = 3 ou q = 1
Exemplos 3
- Numa PG de primeiro termo a1 = 2 e razão q = 3, temos o Sendo a PG crescente, consideramos apenas q = 3. E, assim, a
termo geral na igual a: nossa PG é dada pelos números: 1, 3 e 9.
Assim, se quisermos determinar o termo a4 desta PG, faremos: Observação: Se a PG for positive, o termo médio será a media
A4 = 1 . (-3)3 → a4 = -27 geométrica dos outros dois:
Didatismo e Conhecimento 74
RACIOCÍNIO LÓGICO
an = √an-1 . an+1 Evidentemente que por qualquer um dos “caminhos” o
resultado final é o mesmo. É somente uma questão de forma de
P2: Numa PG, com n termos, o produto de dois termos apresentação.
equidistantes dos extremos é igual ao produto destes extremos.
Observação: Para q = 1, teremos sn = n . a1
Exemplo
Sejam, numa PG de n termos, ap e ak dois termos equidistantes Série Convergente – PG Convergente
dos extremos. Dada a sequência ( a1, a2, a3, a4, a5,..., an-2, an-1, an), chamamos
de serie a sequência S1, S2, S3, S4, S5,..., Sn-2, sn-1, sn,tal que:
Teremos, então:
I – ap = a1 . qp-1 S1 = a1
II – ak = a1 . qk-1 S2 = a1 + a2
S3 = a1 + a2 + a3
S4 = a1 + a2 + a3 + a4
Multiplicando I por II, ficaremos com:
S5 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5
ap . ak = a1 . qp-1 . a1 . qk-1
.
ap . ak = a1 . a1 . qp-1+k-1 .
.
Considerando que p + k = n + 1, ficamos com: Sn-2 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2
ap . ak = a1 . an Sn-1 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2 + an-1
Portanto, numa PG, com n termos, o produto de dois termos Sn = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2 + an-1 + an
equidistantes dos extremos é igual ao produto destes extremos. Vamos observar como exemplo, numa PG com primeiro
Observação: Numa PG positiva, com n termos, onde n é
termo a1 = 4 e razão q = , à série que ela vai gerar.
um numero impar, o termo médio (am) é a media geométrica dos
extremos ou de 2 termos equidistantes dos extremos. Os termos que vão determinar a progressão geométrica são:
(4, 2, 1, 1 , 1, 1, 1, 1, 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 1 1 1 ...)
, ,
am = √a1 . an 2 128 256 512
Didatismo e Conhecimento 75
RACIOCÍNIO LÓGICO
Por outro lado, na serie, é cada vez menor a parcela que se Exercícios
acrescenta. Desta forma, o ultimo termos da serie vai tendendo
a um valor que parece ser o limite para a série em estudo. No 1. Uma progressão aritmética e uma progressão geométrica
exemplo numérico, estudado anteriormente, nota-se claramente têm, ambas, o primeiro termo igual a 4, sendo que os seus tercei-
que este valor limite é o numero 8. ros termos são estritamente positivos e coincidem. Sabe-se ainda
Bem, vamos dar a esta discussão um caráter matemático. que o segundo termo da progressão aritmética excede o segundo
É claro que, para a PG ser convergente, é necessário que cada termo da progressão geométrica em 2. Então, o terceiro termo das
termo seja, um valor absoluto, inferior ao anterior a ele. Assim, progressões é:
temos que: a) 10
b) 12
PG convergente → | q | < 1 c) 14
ou d) 16
PG convergente → -1 < 1 e) 18
Resta estabelecermos o limite da serie, que é o Sn para quando 2. O valor de n que torna a sequência (2 + 3n; –5n; 1 – 4n) uma
n tende ao infinito, ou seja, estabelecermos a soma dos infinitos progressão aritmética pertence ao intervalo:
termos da PG convergente. a) [– 2, –1]
b) [– 1, 0]
Vamos partir da soma dos n primeiros termos da PG:
c) [0, 1]
a1 .(1+ q n ) d) [1, 2]
Sn =
1− q e) [2, 3]
3. Os termos da sequência (10; 8; 11; 9; 12; 10; 13; …) obe-
Estando q entre os números -1e 1 e, sendo n um expoente que
decem a uma lei de formação. Se an, em que n pertence a N*, é o
tende a um valor muito grande, pois estamos somando os infinitos
termo de ordem n dessa sequência, então a30 + a55 é igual a:
termos desta PG, é fácil deduzir que qn vai apresentando um
valor cada vez mais próximo de zero. Para valores extremamente a) 58
grandes de n não constitui erro considerar que qn é igual a zero. E, b) 59
assim, teremos: c) 60
d) 61
a1
S= e) 62
1− q
Observação: Quando a PG é não singular (sequência com 4. A soma dos elementos da sequência numérica infinita (3;
termos não nulos) e a razão q é de tal forma que q | ≥ 1, a serie é 0,9; 0,09; 0,009; …) é:
divergente. Séries divergentes não apresentam soma finita. a) 3,1
b) 3,9
Exemplos c) 3,99
- A medida do lado de um triângulo equilátero é 10. Unindo- d) 3, 999
se os pontos médios de seus lados, obtém-se o segundo triângulo e) 4
equilátero. Unindo-se os pontos médios dos lados deste novo
triangulo equilátero, obtém-se um terceiro, e assim por diante, 5. A soma dos vinte primeiros termos de uma progressão arit-
indefinidamente. Calcule a soma dos perímetros de todos esses mética é -15. A soma do sexto termo dessa PA., com o décimo
triângulos.
quinto termo, vale:
Solução: a) 3,0
b) 1,0
c) 1,5
d) -1,5
e) -3,0
Didatismo e Conhecimento 76
RACIOCÍNIO LÓGICO
a) 1 Determinando o valor de r em (1) e substituindo em (2):
b) 10 (1) → r = -5n – 2 – 3n = -8n – 2
c) 100 (2) → 1 – 4n = -5n – 8n – 2 → 1 – 4n = -13n – 2
d) -1 → 13n – 4n = -2 – 1 → 9n = -3 → n = -3/9 = -1/3
e) -10
Ou seja, -1 < n < 0 e, portanto, a resposta correta é a b.
8. Se a soma dos três primeiros termos de uma PG decrescente
é 39 e o seu produto é 729, então sendo a, b e c os três primeiros 3) Resposta “B”.
termos, pede-se calcular o valor de a2 + b2 + c2. Solução: Primeiro, observe que os termos ímpares da sequên-
cia é uma PA de razão 1 e primeiro termo 10 - (10; 11; 12; 13; …).
Da mesma forma os termos pares é uma PA de razão 1 e primeiro
9. O limite da expressão onde x é po- termo igual a 8 - (8; 9; 10; 11; …).
sitivo, quando o número de radicais aumenta indefinidamente é
igual a: Assim, as duas PA têm como termo geral o seguinte formato:
a) 1/x (1) ai = a1 + (i - 1).1 = a1 + i – 1
b) x
c) 2x Para determinar a30 + a55 precisamos estabelecer a regra geral
d) n.x de formação da sequência, que está intrinsecamente relacionada às
e) 1978x duas progressões da seguinte forma:
- Se n (índice da sucessão) é impar temos que n = 2i - 1, ou
10. Quantos números inteiros existem, de 1000 a 10000, que seja, i = (n + 1)/2;
não são divisíveis nem por 5 nem por 7 ? - Se n é par temos n = 2i ou i = n/2.
Respostas Daqui e de (1) obtemos que:
an = 10 + [(n + 1)/2] - 1 se n é ímpar
1) Resposta “D”. an = 8 + (n/2) - 1 se n é par
Solução: Logo:
Sejam (a1, a2, a3,…) a PA de r e (g1, g2, g3, …) a PG de razão q. a30 = 8 + (30/2) - 1 = 8 + 15 - 1 = 22 e
Temos como condições iniciais: a55 = 10 + [(55 + 1)/2] - 1 = 37
1 - a1 = g1 = 4
2 - a3 > 0, g3 > 0 e a3 = g3 E, portanto:
a30 + a55 = 22 + 37 = 59.
3 - a2 = g2 + 2
4) Resposta “E”.
Reescrevendo (2) e (3) utilizando as fórmulas gerais dos ter- Solução: Sejam S as somas dos elementos da sequência e S1
mos de uma PA e de uma PG e (1) obtemos o seguinte sistema de a soma da PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q = 10 - 1 =
equações: 0,1. Assim:
4 - a3 = a1 + 2r e g3 = g1 . q2 → 4 + 2r = 4q2 S = 3 + S1
5 - a2 = a1 + r e g2 = g1 . q → 4 + r = 4q + 2 Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma de uma
PG infinita para obter S1:
Expressando, a partir da equação (5), o valor de r em função S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4
de q e substituindo r em (4) vem:
5 - r = 4q + 2 – 4 → r = 4q – 2 5) Resposta “D”.
4 - 4 + 2(4q – 2) = 4q2 → 4 + 8q – 4 = 4q2 → 4q2 – 8q = 0 Solução: Aplicando a fórmula da soma dos 20 primeiros ter-
→ q(4q – 8) = 0 → q = 0 ou 4q – 8 = 0 → q = 2 mos da PA:
S20 = 20(a1 + a20)/2 = -15
Como g3 > 0, q não pode ser zero e então q = 2. Para ob- Na PA finita de 20 termos, o sexto e o décimo quinto são equi-
ter r basta substituir q na equação (5): distantes dos extremos, uma vez que:
r = 4q – 2 → r = 8 – 2 = 6 15 + 6 = 20 + 1 = 21
Para concluir calculamos a3 e g3: E, portanto:
a6 + a15 = a1 + a20
a3 = a1 + 2r → a3 = 4 + 12 = 16
g3 = g1.q2 → g3 = 4.4 = 16
Substituindo este valor na primeira igualdade vem:
20(a6 + a15)/2 = -15 → 10(a6 + a15) = -15 → a6 + a15 = -15/10
2) Resposta “B”. = -1,5.
Solução: Para que a sequência se torne uma PA de razão r é
necessário que seus três termos satisfaçam as igualdades (aplica- 6) Resposta “D”.
ção da definição de PA): Solução: Seja x o menor ângulo interno do quadrilátero em
(1) -5n = 2 + 3n + r questão. Como os ângulos estão em Progressão Geométrica de ra-
(2) 1 – 4n = -5n + r zão 2, podemos escrever a PG de 4 termos:
Didatismo e Conhecimento 77
RACIOCÍNIO LÓGICO
(x, 2x, 4x, 8x). Portanto, a PG é: 9/q, 9, 9q, ou substituindo o valor de q vem:
Ora, a soma dos ângulos internos de um quadrilátero vale 27, 9, 3.
360º. O problema pede a soma dos quadrados, logo:
a2 + b2 + c2 = 272 + 92 + 32 = 729 + 81 + 9 = 819.
Logo,
x + 2x + 4x + 8x = 360º 9) Resposta “B”.
15.x = 360º Solução: Observe que a expressão dada pode ser escrita como:
Portanto, x = 24º. Os ângulos do quadrilátero são, portan- x1/2. x1/4 . x1/8 . x1/16 . ... = x1/2 + 1 / 4 + 1/8 + 1/16 + ...
to: 24º, 48º, 96º e 192º.
O problema pede um dos ângulos. Logo, alternativa D. O expoente é a soma dos termos de uma PG infinita de primei-
ro termo a1 = 1 /2 e razão q = 1 /2.
7) Resposta “B”.
Solução: Observe que podemos escrever a soma S como:
Logo, a soma valerá:
S = (10 – 1) + (100 – 1) + (1000 – 1) + (10000 – 1) + ... +
S = a1 / (1 – q) = (1 /2) / 1 – (1 /2) = 1
(10n – 1)
S = (10 – 1) + (102 – 1) + (103 – 1) + (104 – 1) + ... + (10n – 1) Então, x1/2 + 1 / 4 + 1/8 + 1/16 + ... = x1 = x
Como existem n parcelas, observe que o número (– 1) é soma-
do n vezes, resultando em n(-1) = - n. 10) Resposta “6171”.
Solução: Dados:
Logo, poderemos escrever: M(5) = 1000, 1005, ..., 9995, 10000.
S = (10 + 102 + 103 + 104 + ... + 10n ) – n M(7) = 1001, 1008, ..., 9996.
Vamos calcular a soma Sn = 10 + 102 + 103 + 104 + ... + 10n, que M(35) = 1015, 1050, ... , 9975.
é uma PG de primeiro termo a1 = 10, razão q = 10 e último termo M(1) = 1, 2, ..., 10000.
an = 10n. Para múltiplos de 5, temos: an = a1+ (n-1).r → 10000 = 1000
Teremos: + (n - 1). 5 → n = 9005/5 → n = 1801.
Sn = (an.q – a1) / (q –1) = (10n . 10 – 10) / (10 – 1) = (10n+1 – 10) Para múltiplos de 7, temos: an = a1+ (n-1).r → 9996 = 1001 +
/9 (n - 1). 7 → n = 9002/7 → n = 1286.
Para múltiplos de 35, temos: an = a1 + (n - 1).r → 9975 = 1015
Substituindo em S, vem:
S = [(10n+1 – 10) / 9] – n + (n - 1).35 → n = 8995/35 → n = 257.
Para múltiplos de 1, temos: an = a1 = (n -1).r → 10000 = 1000
Deseja-se calcular o valor de 10n+1 - 9(S + n) + (n - 1).1 → n = 9001.
Temos que S + n = [(10n+1 – 10) / 9] – n + n = (10n+1 – 10) / 9
Sabemos que os múltiplos de 35 são múltiplos comuns
Substituindo o valor de S + n encontrado acima, fica: de 5 e 7, isto é, eles aparecem no conjunto dos múltiplos de 5
10n+1 – 9(S + n) = 10n+1 – 9(10n+1 – 10) / 9 = 10n+1 – (10n+1 – 10) e no conjunto dos múltiplos de 7 (daí adicionarmos uma vez tal
= 10. conjunto de múltiplos).
Total = M(1) - M(5) - M(7) + M(35).
8) Resposta “819”.
Total = 9001 - 1801 - 1286 + 257 = 6171
Solução: Sendo q a razão da PG, poderemos escrever a sua
forma genérica: (x/q, x, xq).
Como o produto dos 3 termos vale 729, vem:
x/q . x . xq = 729 de onde concluímos que: x3 = 729 = 36 = 33 .
33 = 93 , logo, x = 9. CONJUNTOS; AS RELAÇÕES
DE PERTINÊNCIA, INCLUSÃO E IGUAL-
Portanto a PG é do tipo: 9/q, 9, 9q DADE; OPERAÇÕES ENTRE CONJUNTOS,
É dado que a soma dos 3 termos vale 39, logo: UNIÃO, INTERSEÇÃO E DIFERENÇA.
9/q + 9 + 9q = 39 de onde vem: 9/q + 9q – 30 = 0 COMPARAÇÕES.
Multiplicando ambos os membros por q, fica: 9 + 9q2 – 30q
=0
Dividindo por 3 e ordenando, fica: 3q2 – 10q + 3 = 0, que é
uma equação do segundo grau.
Resolvendo a equação do segundo grau acima encontraremos Número de Elementos da União e da Intersecção de Conjuntos
q = 3 ou q = 1/3.
Como é dito que a PG é decrescente, devemos considerar ape- Dados dois conjuntos A e B, como vemos na figura abaixo,
nas o valor podemos estabelecer uma relação entre os respectivos números de
q = 1/3, já que para q = 3, a PG seria crescente. elementos.
Didatismo e Conhecimento 78
RACIOCÍNIO LÓGICO
Em Geometria, por exemplo, os pontos são indicados por
letras maiúsculas e as retas (que são conjuntos de pontos) por
letras minúsculas.
Outro conceito fundamental é o de relação de pertinência que
nos dá um relacionamento entre um elemento e um conjunto.
Uma vez que “tal que” pode ser denotado por t.q. ou | ou ainda
:, podemos indicar o mesmo conjunto por:
{x, t . q . x tem a propriedade P} ou, ainda,
{x : x tem a propriedade P}
Exemplos
Didatismo e Conhecimento 79
RACIOCÍNIO LÓGICO
- Se B = {0, 1, 2, 3 }, então Portanto A ≠ B significa que A é diferente de B. Portanto A ≠ B
se, e somente se, A não é subconjunto de B ou B não é subconjunto
de A. Simbolicamente: A ≠ B ⇔ A ⊄ B ou B ⊄ A
Exemplos
Igualdade
Se A tem n elementos então A possui 2n subconjuntos e,
Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A é igual a B e portanto, P(A) possui 2n elementos.
indicamos por A = B se, e somente se, A é subconjunto de B e B é
também subconjunto de A. União de conjuntos
Simbolicamente: A = B ⇔ A ⊂ B e B ⊂ A
Demonstrar que dois conjuntos A e B são iguais equivale, A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto formado
segundo a definição, a demonstrar que A ⊂ B e B ⊂ A. por todos os elementos que pertencem a A ou a B. Representa-se
Segue da definição que dois conjuntos são iguais se, e somente por A ∪ B.
Simbolicamente: A ∪ B = {X | X ∈ A ou X ∈ B}
se, possuem os mesmos elementos.
Didatismo e Conhecimento 80
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplos
- A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 2}
CAB = A – B = {1,3} e CBA = B – A = φ
- A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4}
CAB = A – B = {1} e CBA = B – A = {14}
Exemplos
- A = {0, 2, 4} e B = {1 ,3 ,5}
- {2,3} ∪ {4,5,6}={2,3,4,5,6} CAB = A – B = {0,2,4} e CBA = B – A = {1,3,5}
- {2,3,4} ∪ {3,4,5}={2,3,4,5}
- {2,3} ∪ {1,2,3,4}={1,2,3,4} Observações: Alguns autores preferem utilizar o conceito de
- {a,b} ∪ φ {a,b} completar de B em relação a A somente nos casos em que B ⊂ A.
- Se B ⊂ A representa-se por B o conjunto complementar
Intersecção de conjuntos de B em relação a A. Simbolicamente: B ⊂ A ⇔ B = A – B =
CAB`
A intersecção dos conjuntos A e B é o conjunto formado por
todos os elementos que pertencem, simultaneamente, a A e a B.
Representa-se por A ∩ B. Simbolicamente: A ∩ B = {X | X ∈ A
ou X ∈ B}
Exemplos
Exemplos
Seja S = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}. Então:
- {2,3,4} ∩ {3,5}={3} a) A = {2, 3, 4} ⇒ A = {0, 1, 5, 6}
- {1,2,3} ∩ {2,3,4}={2,3} b) B = {3, 4, 5, 6 } ⇒ B = {0, 1, 2}
- {2,3} ∩ {1,2,3,5}={2,3} c) C = φ ⇒ C = S
- {2,4} ∩ {3,5,7}= φ
Número de elementos de um conjunto
Observação: Se A ∩ B= φ , dizemos que A e B são conjuntos
disjuntos. Sendo X um conjunto com um número finito de elementos,
representa-se por n(X) o número de elementos de X. Sendo, ainda,
A e B dois conjuntos quaisquer, com número finito de elementos
temos:
n(A ∪ B)=n(A)+n(B)-n(A ∩ B)
A ∩ B= φ ⇒ n(A ∪ B)=n(A)+n(B)
Subtração n(A -B)=n(A)-n(A ∩ B)
B ⊂ A ⇒ n(A-B)=n(A)-n(B)
A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto formado Exercícios
por todos os elementos que pertencem a A e não pertencem a B.
Representa-se por A – B. Simbolicamente: A – B = {X | X ∈ A e 1. Assinale a alternativa a Falsa:
X ∉ B} a) φ ⊂{3}
b)(3) ⊂ {3}
c)φ ∉ {3}
d)3 ∈ {3}
e)3={3}
Didatismo e Conhecimento 81
RACIOCÍNIO LÓGICO
3. Um conjunto A possui 5 elementos . Quantos subconjuntos 3) Resposta “32”.
(partes) possuem o conjunto A? Solução: Lembrando que: “Se A possui k elementos, então
A possui 2k subconjuntos”, concluímos que o conjunto A, de 5
4. Sabendo-se que um conjunto A possui 1024 subconjuntos, elementos, tem 25 = 32 subconjuntos.
quantos elementos possui o conjunto A?
4) Resposta “10”.
5. 12 - Dados os conjuntos A = {1; 3; 4; 6}, B = {3; 4 ; 5; 7} e Solução: Se k é o número de elementos do conjunto A, então
C = {4; 5; 6; 8 } pede-se: 2k é o número de subconjuntos de A.
a) A ∪ B Assim sendo: 2k=1024 ⇔ 2k=210 ⇔ k=10.
b) A ∩ B
c) A ∪ C 5) Solução: Representando os conjuntos A, B e C através do
d) A ∩ C diagrama de Venn-Euler, temos:
a)
6. Considere os conjuntos: S = {1,2,3,4,5} e A={2,4}.
Determine o conjunto X de tal forma que: X ∩ A= φ e X ∪ A = S.
1) Resposta “E”.
Solução: A ligação entre elemento e conjunto é estabelecida
pela relação de pertinência ( ∈ ) e não pela relação de igualdade
(=). Assim sendo, 3 ∈ {3} e 3≠{3}. De um modo geral, x ≠ {x},
∀ x.
2) Solução:
a) Verdadeira, pois 2 é elemento de A. A ∩ C={4,6}
b) Falsa, pois {2} não é elemento de A.
c) Verdadeira, pois 3 é elemento de A. 6) Resposta “X={1;3;5}”.
d) Verdadeira, pois {3} é elemento de A. Solução: Como X ∩ A= φ e X ∪ A=S, então X= A
e) Falsa, pois 4 não é elemento de A. =S-A=CsA ⇒ X={1;3;5}
Didatismo e Conhecimento 82
RACIOCÍNIO LÓGICO
Assim sendo
a) O número total de crianças da escola é:
n( A ∪ B ∪ C ∪ D ) = n( A) + n( B ) + n(C ) + n( D ) = 15 + 9 + 13 + 33 = 70
n( B ∪ D) = n( B) + n( D) = 9 + y = 42 ⇔ y = 33
n( A ∪ D) = n( A) + n( B ) = x + 9 = 24 ⇔ x = 15
Didatismo e Conhecimento 83
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
MAINFRAMES
CONCEITOS BÁSICOS DO
HARDWARE E PERIFÉRICOS DE UM
MICROCOMPUTADOR.
HISTÓRICO
TIPOS DE MICROCOMPUTADORES
Didatismo e Conhecimento 1
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
DESKTOPS Para tentarmos definir o que seja processamento de dados te-
mos de ver o que existe em comum em todas estas atividades. Ao
São os computadores mais comuns. Geralmente dispõem de analisarmos, podemos perceber que em todas elas são dadas certas
teclado, mouse, monitor e gabinete separados fisicamente e não informações iniciais, as quais chamamos de dados.
são movidos de lugar frequentemente, uma vez que têm todos os E que estes dados foram sujeitos a certas transformações, com
componentes ligados por cabos. as quais foram obtidas as informações.
São compostos por: O processamento de dados sempre envolve três fases essen-
ciais: Entrada de Dados, Processamento e Saída da Informação.
• Monitor (vídeo)
Para que um sistema de processamento de dados funcione ao
• Teclado contento, faz-se necessário que três elementos funcionem em per-
• Mouse feita harmonia, são eles:
• Gabinete: Placa-mãe, CPU (processador), memórias, dri-
ves, disco rígido (HD), modem, portas USB etc. Hardware
Didatismo e Conhecimento 2
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Identificaremos as partes internas do computador, localizadas O BIOS é a camada (vide diagrama 1.1) que viabiliza a uti-
no gabinete ou torre: lização de Sistemas Operacionais diferentes (Linux, Unix, Hurd,
• Motherboard (placa-mãe) BSD, Windows, etc.) no microcomputador. É no BIOS que estão
• Processador descritos os elementos necessários para operacionalizar o Hardwa-
• Memórias re, possibilitando aos diversos S.O. acesso aos recursos independe
• Fonte de Energia de suas características específicas.
• Cabos
• Drivers
• Portas de Entrada/Saída
MOTHERBOARD (PLACA-MÃE)
Didatismo e Conhecimento 3
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
gerais, velocidade de memória, etc.) permanecendo armazenados na • Clock Speed ou Clock Rate
CMOS enquanto houver alimentação da bateria interna. Algumas É a velocidade pela qual um microprocessador executa instru-
alterações no hardware (troca e/ou inclusão de novos componentes) ções. Quanto mais rápido o clock, mais instruções uma CPU pode
podem implicar na alteração de alguns desses parâmetros. executar por segundo.
Muitos desses itens estão diretamente relacionados com o pro- Usualmente, a taxa de clock é uma característica fixa do pro-
cessador e seu chipset e portanto é recomendável usar os valores cessador. Porém, alguns computadores têm uma “chave” que per-
default sugerido pelo fabricante da BIOS. Mudanças nesses parâ- mite 2 ou mais diferentes velocidades de clock. Isto é útil porque
metros pode ocasionar o travamento da máquina, intermitência na programas desenvolvidos para trabalhar em uma máquina com alta
operação, mau funcionamento dos drives e até perda de dados do velocidade de clock podem não trabalhar corretamente em uma
HD. máquina com velocidade de clock mais lenta, e vice versa. Além
• Slots para módulos de memória disso, alguns componentes de expansão podem não ser capazes de
Na época dos micros XT e 286, os chips de memória eram en- trabalhar a alta velocidade de clock.
caixados (ou até soldados) diretamente na placa mãe, um a um. O Assim como a velocidade de clock, a arquitetura interna de
agrupamento dos chips de memória em módulos (pentes), inicial- um microprocessador tem influência na sua performance. Dessa
mente de 30 vias, e depois com 72 e 168 vias, permitiu maior ver- forma, 2 CPUs com a mesma velocidade de clock não necessa-
satilidade na composição dos bancos de memória de acordo com as riamente trabalham igualmente. Enquanto um processador Intel
necessidades das aplicações e dos recursos financeiros disponíveis. 80286 requer 20 ciclos para multiplicar 2 números, um Intel 80486
(ou superior) pode fazer o mesmo cálculo em um simples ciclo.
Durante o período de transição para uma nova tecnologia é
Por essa razão, estes novos processadores poderiam ser 20 vezes
comum encontrar placas mãe com slots para mais de um modelo.
mais rápido que os antigos mesmo se a velocidade de clock fosse a
Atualmente as placas estão sendo produzidas apenas com módulos
mesma. Além disso, alguns microprocessadores são superescalar,
de 168 vias, mas algumas comportam memórias de mais de um
o que significa que eles podem executar mais de uma instrução
tipo (não simultaneamente): SDRAM, Rambus ou DDR-SDRAM. por ciclo.
• Clock Como as CPUs, os barramentos de expansão também têm a
Relógio interno baseado num cristal de Quartzo que gera um sua velocidade de clock. Seria ideal que as velocidades de clock da
pulso elétrico. A função do clock é sincronizar todos os circuitos CPU e dos barramentos fossem a mesma para que um componente
da placa mãe e também os circuitos internos do processador para não deixe o outro mais lento. Na prática, a velocidade de clock dos
que o sistema trabalhe harmonicamente. barramentos é mais lenta que a velocidade da CPU.
Estes pulsos elétricos em intervalos regulares são medidos • Overclock
pela sua frequência cuja unidade é dada em hertz (Hz). 1 MHz é Overclock é o aumento da frequência do processador para que
igual a 1 milhão de ciclos por segundo. Normalmente os proces- ele trabalhe mais rapidamente.
sadores são referenciados pelo clock ou frequência de operação: A frequência de operação dos computadores domésticos é de-
Pentium IV 2.8 MHz. terminada por dois fatores:
• A velocidade de operação da placa-mãe, conhecida também
PROCESSADOR como velocidade de barramento, que nos computadores Pentium
pode ser de 50, 60 e 66 MHz.
• Um multiplicador de clock, criado a partir dos 486 que
permite ao processador trabalhar internamente a uma velocidade
maior que a da placa-mãe. Vale lembrar que os outros periféricos
do computador (memória RAM, cache L2, placa de vídeo, etc.)
continuam trabalhando na velocidade de barramento.
Como exemplo, um computador Pentium 166 trabalha com
velocidade de barramento de 66 MHz e multiplicador de 2,5x. Fa-
zendo o cálculo, 66 x 2,5 = 166, ou seja, o processador trabalha a
166 MHz, mas se comunica com os demais componentes do micro
a 66 MHz.
Tendo um processador Pentium 166 (como o do exemplo aci-
ma), pode-se fazê-lo trabalhar a 200 MHz, simplesmente aumen-
tando o multiplicador de clock de 2,5x para 3x. Caso a placa-mãe
permita, pode-se usar um barramento de 75 ou até mesmo 83 MHz
O microprocessador, também conhecido como processador, (algumas placas mais modernas suportam essa velocidade de bar-
consiste num circuito integrado construído para realizar cálculos ramento). Neste caso, mantendo o multiplicador de clock de 2,5x,
e operações. Ele é a parte principal do computador, mas está longe o Pentium 166 poderia trabalhar a 187 MHz (2,5 x 75) ou a 208
de ser uma máquina completa por si só: para interagir com o usuá- MHz (2,5 x 83). As frequências de barramento e do multiplicador
rio é necessário memória, dispositivos de entrada e saída, conver- podem ser alteradas simplesmente através de jumpers de configu-
sores de sinais, entre outros. ração da placa-mãe, o que torna indispensável o manual da mesma.
É o processador quem determina a velocidade de processa- O aumento da velocidade de barramento da placa-mãe pode criar
mento dos dados na máquina. Os primeiros modelos comerciais problemas caso algum periférico (como memória RAM, cache L2,
começaram a surgir no início dos anos 80. etc.) não suporte essa velocidade.
Didatismo e Conhecimento 4
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Quando se faz um overclock, o processador passa a trabalhar a FONTE DE ENERGIA
uma velocidade maior do que ele foi projetado, fazendo com que haja
um maior aquecimento do mesmo. Com isto, reduz-se a vida útil do
processador de cerca de 20 para 10 anos (o que não chega a ser um
problema já que os processadores rapidamente se tornam obsoletos).
Esse aquecimento excessivo pode causar também frequentes “cra-
shes” (travamento) do sistema operacional durante o seu uso, obri-
gando o usuário a reiniciar a máquina.
Ao fazer o overclock, é indispensável a utilização de um cooler
(ventilador que fica sobre o processador para reduzir seu aquecimen-
to) de qualidade e, em alguns casos, uma pasta térmica especial que é
passada diretamente sobre a superfície do processador. É um aparelho que transforma a corrente de eletricidade alter-
Atualmente fala-se muito em CORE, seja dual, duo ou quad, nada (que vem da rua), em corrente contínua, para ser usada nos
essa denominação refere-se na verdade ao núcleo do processa- computadores. Sua função é alimentar todas as partes do com-
dor, onde fica a ULA (Unidade Aritmética e Lógica). Nos modelos putador com energia elétrica apropriada para seu funcionamento.
DUAL ou DUO, esse núcleo é duplicado, o que proporciona uma Fica ligada à placa-mãe e aos outros dispositivos por meio de
execução de duas instruções efetivamente ao mesmo tempo, embora cabos coloridos com conectores nas pontas.
isto não aconteça o tempo todo. Basta uma instrução precisar de um
dado gerado por sua “concorrente” que a execução paralela torna-se CABOS
inviável, tendo uma instrução que esperar pelo término da outra. Os
modelos QUAD CORE possuem o núcleo quadruplicado.
Esses são os processadores fabricados pela INTEL, empresa que
foi pioneira nesse tipo de produto. Temos também alguns concorren-
tes famosos dessa marca, tais como NEC, Cyrix e AMD; sendo que
atualmente apenas essa última marca mantém-se fazendo frente aos
lançamentos da INTEL no mercado. Por exemplo, um modelo muito
popular de 386 foi o de 40 MHz, que nunca foi feito pela INTEL,
cujo 386 mais veloz era de 33 MHz, esse processador foi obra da
AMD. Desde o lançamento da linha Pentium, a AMD foi obrigada
a criar também novas denominações para seus processadores, sendo
lançados modelos como K5, K6-2, K7, Duron (fazendo concorrên-
cia direta à ideia do Celeron) e os mais atuais como: Athlon, Turion, Podemos encontrar diferentes tipos de cabos dentro do gabi-
Opteron e Phenom. nete: podem ser de energia ou de dados e conectam dispositivos,
como discos rígidos, drives de CDs e DVDs, LEDs (luzes), botão
MEMÓRIAS liga/desliga, entre outros, à placa-mãe.
Os tipos de cabos encontrados dentro do PC são: IDE, SATA,
SATA2, energia e som.
DRIVERS
Didatismo e Conhecimento 5
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
PORTAS DE ENTRADA/SAÍDA Os tipos de ROM usados atualmente são:
MEMÓRIAS E DISPOSITIVOS
DE ARMAZENAMENTO
Memórias
Memória ROM
Didatismo e Conhecimento 6
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Memória Cache Os HDs externos são discos rígidos portáteis com alta capa-
cidade de armazenamento, chegando facilmente à casa dos Te-
rabytes. Eles, normalmente, funcionam a partir de qualquer
entrada USB do computador.
A memória cache é um tipo de memória de acesso rápido uti- CD, CD-R e CD-RW
lizada, exclusivamente, para armazenamento de dados que prova-
velmente serão usados novamente. O Compact Disc (CD) foi criado no começo da década de
Quando executamos algum programa, por exemplo, parte das 80 e é hoje um dos meios mais populares de armazenar dados
instruções fica guardada nesta memória para que, caso posterior- digitalmente.
mente seja necessário abrir o programa novamente, sua execução Sua composição é geralmente formada por quatro camadas:
seja mais rápida. • Uma camada de policarbonato (espécie de plástico),
Atualmente, a memória cache já é estendida a outros dispo- onde ficam armazenados os dados
sitivos, a fim de acelerar o processo de acesso aos dados. Os pro- • Uma camada refletiva metálica, com a finalidade de
cessadores e os HDs, por exemplo, já utilizam este tipo de arma-
refletir o laser
zenamento.
• Uma camada de acrílico, para proteger os dados
DISPOSITIVOS DE ARMAZENAMENTO • Uma camada superficial, onde são impressos os rótulos
Disco Rígido (HD) Na camada de gravação existe uma grande espiral que tem
um relevo de partes planas e partes baixas que representam os
bits. Um feixe de laser “lê” o relevo e converte a informação.
Temos hoje, no mercado, três tipos principais de CDs:
1. CD comercial
(que já vem gravado com música ou dados)
2. CD-R
(que vem vazio e pode ser gravado uma única vez)
3. CD-RW
O disco rígido é popularmente conhecido como HD (Hard (que pode ter seus dados apagados e regravados)
Disk Drive - HDD) e é comum ser chamado, também, de memó- Atualmente, a capacidade dos CDs é armazenar cerca de
ria, mas ao contrário da memória RAM, quando o computador é 700 MB ou 80 minutos de música.
desligado, não perde as informações.
O disco rígido é, na verdade, o único dispositivo para armaze- DVD, DVD-R e DVD-RW
namento de informações indispensável ao funcionamento do com-
putador. É nele que ficam guardados todos os dados e arquivos, O Digital Vídeo Disc ou Digital Versatille Disc (DVD) é
incluindo o sistema operacional. Geralmente é ligado à placa-mãe hoje o formato mais comum para armazenamento de vídeo di-
por meio de um cabo, que pode ser padrão IDE, SATA ou SATA2. gital. Foi inventado no final dos anos 90, mas só se popularizou
depois do ano 2000. Assim como o CD, é composto por quatro
HD Externo camadas, com a diferença de que o feixe de laser que lê e grava
as informações é menor, possibilitando uma espiral maior no
disco, o que proporciona maior capacidade de armazenamento.
Também possui as versões DVD-R e DVD-RW, sendo R de
gravação única e RW que possibilita a regravação de dados. A
capacidade dos DVDs é de 120 minutos de vídeo ou 4,7 GB de
dados, existindo ainda um tipo de DVD chamado Dual Layer,
que contém duas camadas de gravação, cuja capacidade de ar-
mazenamento chega a 8,5 GB.
Didatismo e Conhecimento 7
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Blu-Ray O cartão de memória funciona, basicamente, como o pen dri-
ve, mas, ao contrário dele, nem sempre fica aparente no dispositivo
O Blu-Ray é o sucessor do DVD. Sua capacidade varia en- e é bem mais compacto.
tre 25 e 50 GB. O de maior capacidade contém duas camadas Os formatos mais conhecidos são:
de gravação. • Memory Stick Duo
Seu processo de fabricação segue os padrões do CD e DVD • SD (Secure Digital Card)
comuns, com a diferença de que o feixe de laser usado para leitu- • Mini SD
ra é ainda menor que o do DVD, o que possibilita armazenagem • Micro SD
maior de dados no disco.
O nome do disco refere-se à cor do feixe de luz do leitor ótico OS PERIFÉRICOS
que, na verdade, para o olho humano, apresenta uma cor violeta
azulada. O “e” da palavra blue (azul) foi retirado do nome por Os periféricos são partes extremamente importantes dos com-
fins jurídicos, já que muitos países não permitem que se registre putadores. São eles que, muitas vezes, definem sua aplicação.
comercialmente uma palavra comum. O Blu-Ray foi introduzido
no mercado no ano de 2006. Entrada
Mouse
Didatismo e Conhecimento 8
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Teclado
Câmera Digital
Didatismo e Conhecimento 9
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Webcam A tecnologia LCD troca o tubo de cinescópio por minúsculos
cristais líquidos na formação dos feixes de luz até a montagem dos
pixels. Com este recurso, pode-se aumentar a área útil da tela.
Os monitores LCD permitem qualidade na visibilidade da
imagem - dependendo do tipo de tela ― que pode ser:
• Matriz ativa: maior contraste, nitidez e amplo campo de
visão
• Matriz passiva: menor tempo de resposta nos movimen-
tos de vídeo
Além do CRT e do LCD, uma nova tecnologia esta ganhando
força no mercado, o LED. A principal diferença entre LED x LCD
está diretamente ligado à tela. Em vez de células de cristal líquido,
É uma câmera de vídeo que capta imagens e as transfere ins- os LED possuem diodos emissores de luz (Light Emitting Diode)
tantaneamente para o computador. A maioria delas não tem alta que fornecem o conjunto de luzes básicas (verde, vermelho e azul).
resolução, já que as imagens têm a finalidade de serem transmi- Eles não aquecem para emitir luz e não precisam de uma luz bran-
tidas a outro computador via Internet, ou seja, não podem gerar ca por trás, o que permite iluminar apenas os pontos necessários na
um arquivo muito grande, para que possam ser transmitidas mais tela. Como resultado, ele consume até 40% menos energia.
rapidamente. A definição de cores também é superior, principalmente do
Hoje, muitos sites e programas possuem chats (bate-papo) preto, que possui fidelidade não encontrada em nenhuma das de-
com suporte para webcam. Os participantes podem conversar e mais tecnologias disponíveis no mercado.
visualizar a imagem um do outro enquanto conversam. Nos lap- Sem todo o aparato que o LCD precisa por trás, o LED tam-
tops e notebooks mais modernos, a câmera já vem integrada ao
bém pode ser mais fina, podendo chegar a apenas uma polegada de
computador.
espessura. Isso resultado num monitor de design mais agradável e
bem mais leve.
Saída
Ainda é possível encontrar monitores CRT (que usavam o
São dispositivos utilizados para saída de dados do computa- tubo de cinescópio), mas os fabricantes, no entanto, não deram
dor, por exemplo: monitor, impressora, projetor, caixa de som etc. continuidade à produção dos equipamentos com tubo de imagem.
Os primeiros monitores tinham um tamanho de, geralmente,
Monitor 13 ou 14 polegadas. Com profissionais trabalhando com imagens,
cores, movimentos e animações multimídia, sentiu-se a necessida-
É um dispositivo físico (semelhante a uma televisão) que tem de de produzir telas maiores.
a função de exibir a saída de dados. Hoje, os monitores são vendidos nos mais diferentes formatos
A qualidade do que é mostrado na tela depende da resolução e tamanhos. As televisões mais modernas apresentam uma entrada
do monitor, designada pelos pontos (pixels - Picture Elements), VGA ou HDMI, para que computadores sejam conectados a elas.
que podem ser representados na sua superfície.
Todas as imagens que você vê na tela são compostas de cen- Impressora Jato de Tinta
tenas (ou milhares) de pontos gráficos (ou pixels). Quanto mais
pixels, maior a resolução e mais detalhada será a imagem na tela.
Uma resolução de 640 x 480 significa 640 pixels por linha e 480
linhas na tela, resultando em 307.200 pixels.
A placa gráfica permite que as informações saiam do compu-
tador e sejam apresentadas no monitor. A placa determina quantas
cores você verá e qual a qualidade dos gráficos e imagens apre-
sentadas.
Os primeiros monitores eram monocromáticos, ou seja, apre-
sentavam apenas uma cor e suas tonalidades, mostrando os textos
em branco ou verde sobre um fundo preto. Depois, surgiram os
policromáticos, trabalhando com várias cores e suas tonalidades.
A tecnologia utilizada nos monitores também tem acompa- Atualmente, as impressoras a jato de tinta ou inkjet (como
nhado o mercado de informática. Procurou-se reduzir o consumo
também são chamadas), são as mais populares do mercado. Silen-
de energia e a emissão de radiação eletromagnética. Outras ino-
ciosas, elas oferecem qualidade de impressão e eficiência.
vações, como controles digitais, tela plana e recursos multimídia
A impressora jato de tinta forma imagens lançando a tinta di-
contribuíram nas mudanças.
Nos desktops mais antigos, utilizava-se a Catodic Rays Tube retamente sobre o papel, produzindo os caracteres como se fossem
(CRT), que usava o tubo de cinescópio (o mesmo princípio da TV), contínuos. Imprime sobre papéis especiais e transparências e são
em que um canhão dispara por trás o feixe de luz e a imagem é bastante versáteis. Possuem fontes (tipos de letras) internas e acei-
mostrada no vídeo. Uma grande evolução foi o surgimento de tam fontes via software. Também preparam documentos em preto
uma tela especial, a Liquid Crystal Display (LCD) - Tela de Cristal e branco e possuem cartuchos de tinta independentes, um preto e
Líquido. outro colorido.
Didatismo e Conhecimento 10
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Impressora Laser Projetor
Didatismo e Conhecimento 11
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Todo barramento é implementado seguindo um conjunto de PCI – Peripheral Components Interconnect
regras de comunicação entre dispositivos conhecido como BUS
STANDARD, ou simplesmente PROTOCOLO DE BARRAMEN-
TO, que vem a ser um padrão que qualquer dispositivo que queira
ser compatível com este barramento deva compreender e respeitar.
Mas um ponto sempre é certeza: todo dispositivo deve ser único
no acesso ao barramento, porque os dados trafegam por toda a
extensão da placa-mãe ou de qualquer outra placa e uma mistura
de dados seria o caos para o funcionamento do computador.
Os barramentos têm como principais vantagens o fato de ser
o mesmo conjunto de fios que é usado para todos os periféricos,
o que barateia o projeto do computador. Outro ponto positivo é a
versatilidade, tendo em vista que toda placa sempre tem alguns
slots livres para a conexão de novas placas que expandem as pos-
sibilidades do sistema.
A grande desvantagem dessa idéia é o surgimento de engarra-
famentos pelo uso da mesma via por muitos periféricos, o que vem
a prejudicar a vazão de dados (troughput).
PCI é um barramento síncrono de alta performance, indicado
Dispositivos conectados ao barramento como mecanismo entre controladores altamente integrados, plug-
• Ativos ou Mestres - dispositivos que comandam o acesso ao -in placas, sistemas de processadores/memória.
barramento para leitura ou escrita de dados Foi o primeiro barramento a incorporar o conceito plug-and-
• Passivos ou Escravos - dispositivos que simplesmente obe- -play.
decem à requisição do mestre. Seu lançamento foi em 1993, em conjunto com o processador
Exemplo: PENTIUM da Intel. Assim o novo processador realmente foi re-
- CPU ordena que o controlador de disco leia ou escreva um volucionário, pois chegou com uma série de inovações e um novo
bloco de dados. barramento. O PCI foi definido com o objetivo primário de estabe-
A CPU é o mestre e o controlador de disco é o escravo. lecer um padrão da indústria e uma arquitetura de barramento que
ofereça baixo custo e permita diferenciações na implementação.
Barramentos Comerciais
Componente PCI ou PCI master
Serão listados aqui alguns barramentos que foram e alguns Funciona como uma ponte entre processador e barramento
que ainda são bastante usados comercialmente. PCI, no qual dispositivos add-in com interface PCI estão conec-
tados.
ISA – Industry Standard Architeture
- Add-in cards interface
Possuem dispositivos que usam o protocolo PCI. São geren-
ciados pelo PCI master e são totalmente programáveis.
Didatismo e Conhecimento 12
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Esse barramento permite que uma placa controladora gráfica AGP PCI Express
AGP substitua a placa gráfica no barramento PCI. O Chip con-
trolador AGP substitui o controlador de E/S do barramento PCI. AGP 1X: 266 MB por PCI Express 1X: 250 MB por
O novo conjunto AGP continua com funções herdadas do PCI. O segundo segundo
conjunto faz a transferência de dados entre memória, o processa- AGP 4X: 1064 MB por PCI Express 2X: 500 MB por
dor e o controlador ISA, tudo, simultaneamente. segundo segundo
Permite acesso direto mais rápido à memória. Pela porta grá- AGP 8X: 2128 MB por PCI Express 8X: 2000 MB por
fica aceleradora, a placa tem acesso direto à RAM, eliminando a segundo segundo
necessidade de uma VRAM (vídeo RAM) na própria placa para
armazenar grandes arquivos de bits como mapas e textura. PCI Express 16X: 4000 MB por
O uso desse barramento iniciou-se através de placas-mãe que segundo
usavam o chipset i440LX, da Intel, já que esse chipset foi o primei-
ro a ter suporte ao AGP. A principal vantagem desse barramento é É importante frisar que o padrão 1X foi pouco utilizado e,
o uso de uma maior quantidade de memória para armazenamento devido a isso, há empresas que chamam o PC I Express 2X de PCI
de texturas para objetos tridimensionais, além da alta velocidade Express 1X.
no acesso a essas texturas para aplicação na tela. Assim sendo, o padrão PCI Express 1X pode representar tam-
O primeiro AGP (1X) trabalhava a 133 MHz, o que proporcio- bém taxas de transferência de dados de 500 MB por segundo.
na uma velocidade 4 vezes maior que o PCI. Além disso, sua taxa A Intel é uma das grandes precursoras de inovações tecnoló-
de transferência chegava a 266 MB por segundo quando operando gicas.
no esquema de velocidade X1, e a 532 MB quando no esquema de No início de 2001, em um evento próprio, a empresa mostrou
velocidade 2X. Existem também as versões 4X, 8X e 16X. Geral- a necessidade de criação de uma tecnologia capaz de substituir o
mente, só se encontra um único slot nas placas-mãe, visto que o padrão PCI: tratava-se do 3GIO (Third Generation I/O – 3ª gera-
AGP só interessa às placas de vídeo. ção de Entrada e Saída). Em agosto desse mesmo ano, um grupo
de empresas chamado de
PCI Express PCI-SIG (composto por companhias como IBM, AMD e Mi-
crosoft) aprovou as primeiras especificações do 3GIO.
Entre os quesitos levantados nessas especificações, estão os
que se seguem: suporte ao barramento PCI, possibilidade de uso
de mais de uma lane, suporte a outros tipos de conexão de plata-
formas, melhor gerenciamento de energia, melhor proteção contra
erros, entre outros.
Didatismo e Conhecimento 13
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
digitais que atendem a essas necessidades. A consequência não po-
deria ser outra: grandes volumes de dados nas mãos de um número
cada vez maior de pessoas.
Com suas especificações finais anunciadas em novembro de
2008, o USB 3.0 surgiu para dar conta desta e da demanda que está
por vir. É isso ou é perder espaço para tecnologias como o FireWi-
re ou Thunderbolt, por exemplo. Para isso, o USB 3.0 tem como
principal característica a capacidade de oferecer taxas de transfe-
rência de dados de até 4,8 Gb/s (gigabits por segundo). Mas não
é só isso...
Didatismo e Conhecimento 14
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Micro-USB 3.0
Didatismo e Conhecimento 15
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O USB 3.0 também consegue ser mais eficiente no controle Sabe aquelas situações onde você encaixa um cabo ou pen-
do consumo de energia. Para isso, o host, isto é, a máquina na qual drive de um jeito, nota que o dispositivo não funcionou e somente
os dispositivos são conectados, se comunica com os aparelhos de então percebe que o conectou incorretamente? Com o novo co-
maneira assíncrona, aguardando estes indicarem a necessidade de nector, este problema será coisa do passado: qualquer lado fará o
transmissão de dados. No USB 2.0, há uma espécie de “pesquisa dispositivo funcionar.
contínua”, onde o host necessita enviar sinais constantemente para Trata-se de um plugue reversível, portanto, semelhante aos
saber qual deles necessita trafegar informações. conectores Lightning existentes nos produtos da Apple. Tal como
Ainda no que se refere ao consumo de energia, tanto o host estes, o conector tipo C deverá ter também dimensões reduzidas,
quanto os dispositivos conectados podem entrar em um estado de o que facilitará a sua adoção em smartphones, tablets e outros dis-
economia em momentos de ociosidade. Além disso, no USB 2.0, positivos móveis.
os dados transmitidos acabam indo do host para todos os disposi- Tamanha evolução tem um preço: o conector tipo C não será
tivos conectados. No USB 3.0, essa comunicação ocorre somente compatível com as portas dos padrões anteriores, exceto pelo uso
com o dispositivo de destino. de adaptadores. É importante relembrar, no entanto, que será pos-
sível utilizar os conectores já existentes com o USB 3.1.
Como saber rapidamente se uma porta é USB 3.0 A USB.org promete liberar mais informações sobre esta novi-
dade em meados de 2014.
Em determinados equipamentos, especialmente laptops, é co-
mum encontrar, por exemplo, duas portas USB 2.0 e uma USB 3.0.
Firewire
Quando não houver nenhuma descrição identificando-as, como sa-
ber qual é qual? Pela cor existente no conector.
Pode haver exceções, é claro, mas pelo menos boa parte dos O barramento firewire, também conhecido como IEEE 1394
fabricantes segue a recomendação de identificar os conectores ou como i.Link, é um barramento de grande volume de transfe-
USB 3.0 com a sua parte plástica em azul, tal como informado rência de dados entre computadores, periféricos e alguns produtos
anteriormente. Nas portas USB 2.0, por sua vez, os conectores são eletrônicos de consumo. Foi desenvolvido inicialmente pela Apple
pretos ou, menos frequentemente, brancos. como um barramento serial de alta velocidade, mas eles estavam
muito à frente da realidade, ainda mais com, na época, a alternati-
USB 3.1: até 10 Gb/s va do barramento USB que já possuía boa velocidade, era barato
e rapidamente integrado no mercado. Com isso, a Apple, mesmo
Em agosto de 2013, a USB.org anunciou as especificações fi- incluindo esse tipo de conexão/portas no Mac por algum tempo,
nais do USB 3.1 (também chamado deSuperSpeed USB 10 Gbps), a realidade “de fato”, era a não existência de utilidade para elas
uma variação do USB 3.0 que se propõe a oferecer taxas de trans- devido à falta de periféricos para seu uso. Porém o desenvolvi-
ferência de dados de até 10 Gb/s (ou seja, o dobro). mento continuou, sendo focado principalmente pela área de vídeo,
Na teoria, isso significa que conexões 3.1 podem alcançar que poderia tirar grandes proveitos da maior velocidade que ele
taxas de até 1,2 gigabyte por segundo! E não é exagero, afinal, oferecia.
há aplicações que podem usufruir desta velocidade. É o caso de
monitores de vídeo que são conectados ao computador via porta Suas principais vantagens:
USB, por exemplo. • São similares ao padrão USB;
Para conseguir taxas tão elevadas, o USB 3.1 não faz uso de • Conexões sem necessidade de desligamento/boot do micro
nenhum artefato físico mais elaborado. O “segredo”, essencial- (hot-plugable);
mente, está no uso de um método de codificação de dados mais • Capacidade de conectar muitos dispositivos (até 63 por por-
eficiente e que, ao mesmo tempo, não torna a tecnologia signifi- ta);
cantemente mais cara. • Permite até 1023 barramentos conectados entre si;
Vale ressaltar que o USB 3.1 é compatível com conectores e • Transmite diferentes tipos de sinais digitais:
cabos das especificações anteriores, assim como com dispositivos vídeo, áudio, MIDI, comandos de controle de dispositivo, etc;
baseados nestas versões.
• Totalmente Digital (sem a necessidade de conversores analó-
Merece destaque ainda o aspecto da alimentação elétrica:
gico-digital, e portanto mais seguro e rápido);
o USB 3.1 poderá suportar até de 100 watts na transferência de
• Devido a ser digital, fisicamente é um cabo fino, flexível,
energia, indicando que dispositivos mais exigentes poderão ser ali-
barato e simples;
mentados por portas do tipo. Monitores de vídeo e HDs externos
são exemplos: não seria ótimo ter um único cabo saindo destes • Como é um barramento serial, permite conexão bem facilita-
dispositivos? da, ligando um dispositivo ao outro, sem a necessidade de conexão
A indústria trabalha com a possiblidade de os primeiros equi- ao micro (somente uma ponta é conectada no micro).
pamentos baseados em USB 3.1 começarem a chegar ao mercado
no final de 2014. Até lá, mais detalhes serão revelados. A distância do cabo é limitada a 4.5 metros antes de haver
Novo conector “tipo C”: uso dos dois lados distorções no sinal, porém, restringindo a velocidade do barramen-
Em dezembro de 2013, a USB.org anunciou outra novidade to podem-se alcançar maiores distâncias de cabo (até 14 metros).
para a versão 3.1 da tecnologia: um conector chamado (até agora, Lembrando que esses valores são para distâncias “ENTRE PERI-
pelos menos) de tipo C que permitirá que você conecte um cabo à FÉRICOS”, e SEM A UTILIZAÇÃO DE TRANSCEIVERS (com
entrada a partir de qualquer lado. transceivers a previsão é chegar a até 70 metros usando fibra ótica).
Didatismo e Conhecimento 16
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O barramento firewire permite a utilização de dispositivos de Conector DVI (Digital Video Interface)
diferentes velocidades (100, 200, 400, 800, 1200 Mb/s) no mesmo
barramento. Os conectores DVI são bem mais recentes e proporcionam
O suporte a esse barramento está nativamente em Macs, e em qualidade de imagem superior, portanto, são considerados subs-
PCs através de placas de expansão específicas ou integradas com titutos do padrão VGA. Isso ocorre porque, conforme indica seu
placas de captura de vídeo ou de som. nome, as informações das imagens podem ser tratadas de maneira
Os principais usos que estão sendo direcionados a essa inter- totalmente digital, o que não ocorre com o padrão VGA.
face, devido às características listadas, são na área de multimídia,
especialmente na conexão de dispositivos de vídeo (placas de cap-
tura, câmeras, TVs digitais, setup boxes, home theather, etc).
INTERFACE DE VIDEO
Conector DVI-D
Conector VGA (Video Graphics Array)
Quando, por exemplo, um monitor LCD trabalha com conec-
Os conectores VGA são bastante conhecidos, pois estão pre- tores VGA, precisa converter o sinal que recebe para digital. Esse
sentes na maioria absoluta dos “grandalhões” monitores CRT (Ca- processo faz com que a qualidade da imagem diminua. Como o
thode Ray Tube) e também em alguns modelos que usam a tec- DVI trabalha diretamente com sinais digitais, não é necessário fa-
nologia LCD, além de não ser raro encontrá-los em placas de ví- zer a conversão, portanto, a qualidade da imagem é mantida. Por
deos (como não poderia deixar de ser). O conector desse padrão, essa razão, a saída DVI é ótima para ser usada em monitores LCD,
cujo nome é D-Sub, é composto por três “fileiras” de cinco pinos. DVDs, TVs de plasma, entre outros.
Esses pinos são conectados a um cabo cujos fios transmitem, de É necessário frisar que existe mais de um tipo de conector DVI:
maneira independente, informações sobre as cores vermelha (red), DVI-A: é um tipo que utiliza sinal analógico, porém oferece
verde (green) e azul (blue) - isto é, o conhecido esquema RGB - e qualidade de imagem superior ao padrão VGA;
sobre as frequências verticais e horizontais. Em relação a estes úl- DVI-D: é um tipo similar ao DVI-A, mas utiliza sinal digital.
timos aspectos: frequência horizontal consiste no número de linhas É também mais comum que seu similar, justamente por ser usado
da tela que o monitor consegue “preencher” por segundo. Assim, em placas de vídeo;
se um monitor consegue varrer 60 mil linhas, dizemos que sua DVI-I: esse padrão consegue trabalhar tanto com DVI-A como
frequência horizontal é de 60 KHz. Frequência vertical, por sua com DVI-D. É o tipo mais encontrado atualmente.
vez, consiste no tempo em que o monitor leva para ir do canto Há ainda conectores DVI que trabalham com as especifica-
superior esquerdo da tela para o canto inferior direito. Assim, se a ções Single Link e Dual Link. O primeiro suporta resoluções de até
frequência horizontal indica a quantidade de vezes que o canhão 1920x1080 e, o segundo, resoluções de até 2048x1536, em ambos
consegue varrer linhas por segundo, a frequência vertical indica a os casos usando uma frequência de 60 Hz.
quantidade de vezes que a tela toda é percorrida por segundo. Se O cabo dos dispositivos que utilizam a tecnologia DVI é com-
é percorrida, por exemplo, 56 vezes por segundo, dizemos que a posto, basicamente, por quatro pares de fios trançados, sendo um
frequência vertical do monitor é de 56 Hz. par para cada cor primária (vermelho, verde e azul) e um para o sin-
É comum encontrar monitores cujo cabo VGA possui pinos
cronismo. Os conectores, por sua vez, variam conforme o tipo do
faltantes. Não se trata de um defeito: embora os conectores VGA
DVI, mas são parecidos entre si, como mostra a imagem a seguir:
utilizem um encaixe com 15 pinos, nem todos são usados.
Didatismo e Conhecimento 17
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Component Video (Vídeo Componente)
O padrão Component Video é, na maioria das vezes, usado em
computadores para trabalhos profissionais - por exemplo, para ati-
vidades de edição de vídeo. Seu uso mais comum é em aparelhos de
DVD e em televisores de alta definição (HDTV - High-Definition
Television), sendo um dos preferidos para sistemas de home thea-
ter. Isso ocorre justamente pelo fato de o Vídeo Componente ofere-
cer excelente qualidade de imagem.
Para entender o S-Video, é melhor compreender, primeira- A conexão do Component Video é feita através de um cabo
mente, outro padrão: o Compost Video, mais conhecido como Ví- com três fios, sendo que, geralmente, um é indicado pela cor ver-
deo Composto. Esse tipo utiliza conectores do tipo RCA e é comu- de, outro é indicado pela cor azul e o terceiro é indicado pela cor
mente encontrado em TVs, aparelhos de DVD, filmadoras, entre vermelha, em um esquema conhecido como Y-Pb-Pr (ou Y-Cb-Cr).
outros. O primeiro (de cor verde), é responsável pela transmissão do vídeo
Geralmente, equipamentos com Vídeo Composto fazem uso em preto e branco, isto é, pela “estrutura” da imagem. Os demais
de três cabos, sendo dois para áudio (canal esquerdo e canal direi- conectores trabalham com os dados das cores e com o sincronis-
to) e o terceiro para o vídeo, sendo este o que realmente faz parte mo. Como dito anteriormente, o padrão S-Video é cada vez mais
do padrão. Esse cabo é constituído de dois fios, um para a trans- comum em placas de vídeo. No entanto, alguns modelos são tam-
missão da imagem e outro que atua como “terra”. bém compatíveis com Vídeo Componente. Nestes casos, o encaixe
O S-Video, por sua vez, tem seu cabo formado com três fios: que fica na placa pode ser do tipo que aceita sete pinos (pode haver
um transmite imagem em preto e branco; outro transmite imagens mais). Mas, para ter certeza dessa compatibilidade, é necessário
em cores; o terceiro atua como terra. É essa distinção que faz com consultar o manual do dispositivo.
que o S-Video receba essa denominação, assim como é essa uma Para fazer a conexão de um dispositivo ao computador usando
das características que faz esse padrão ser melhor que o Vídeo o Component Video, é necessário utilizar um cabo especial (geral-
Composto. mente disponível em lojas especializadas): uma de suas extremi-
O conector do padrão S-Video usado atualmente é conhecido dades contém os conectores Y-Pb-Pr, enquanto a outra possui um
como Mini-Din de quatro pinos (é semelhante ao usado em mou- encaixe único, que deve ser inserido na placa de vídeo.
ses do tipo PS/2). Também é possível encontrar conexões S-Video
de sete pinos, o que indica que o dispositivo também pode contar MONITOR DE VÍDEO
com Vídeo Componente (visto adiante). O monitor é um dispositivo de saída do computador, cuja fun-
Muitas placas de vídeo oferecem conexão VGA ou DVI com ção é transmitir informação ao utilizador através da imagem.
S-Video. Dependendo do caso, é possível encontrar os três tipos Os monitores são classificados de acordo com a tecnolo-
na mesma placa. Assim, se você quiser assistir na TV um vídeo gia de amostragem de vídeo utilizada na formação da imagem.
armazenado em seu computador, basta usar a conexão S-Video, Atualmente, essas tecnologias são três: CRT , LCD e plasma. À
desde que a televisão seja compatível com esse conector, é claro. superfície do monitor sobre a qual se projecta a imagem chama-
mos tela, ecrã ou écran.
Tecnologias
CRT
Placa de vídeo com conectores S-Video, DVI e VGA Monitor CRT da marca LG.
Didatismo e Conhecimento 18
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
CRT (Cathodic Ray Tube), em inglês, sigla de (Tubo de raios • o “preto” que ele cria emite um pouco de luz, o que con-
catódicos) é o monitor “tradicional”, em que a tela é repetidamente fere ao preto um aspecto acinzentado ou azulado, não apresentan-
atingida por um feixe de elétrons, que atuam no material fosfores- do desta forma um preto real similar aos oferecidos nos monitores
cente que a reveste, assim formando as imagens. CRTs;
• o contraste não é muito bom como nos monitores CRT
Este tipo de monitor tem como principais vantagens: ou de Plasma, assim a imagem fica com menos definição, este as-
• longa vida útil; pecto vem sendo atenuado com os novos paineis com iluminação
• baixo custo de fabricação; por leds e a fidelidade de cores nos monitores que usam paineis
• grande banda dinâmica de cores e contrastes; e do tipo TN (monitores comuns) são bem ruins, os monitores com
• grande versatilidade (uma vez que pode funcionar em paineis IPS, mais raros e bem mais caros, tem melhor fidelidade de
diversas resoluções, sem que ocorram grandes distorções na ima- cores, chegando mais proximo da qualidade de imagem dos CRTs;
gem). • um fato não-divulgado pelos fabricantes: se o cristal lí-
quido da tela do monitor for danificado e ficar exposto ao ar, pode
As maiores desvantagens deste tipo de monitor são: emitir alguns compostos tóxicos, tais como o óxido de zinco e o
• suas dimensões (um monitor CRT de 20 polegadas pode sulfeto de zinco; este será um problema quando alguns dos mo-
ter até 50 cm de profundidade e pesar mais de 20 kg); nitores fabricados hoje em dia chegarem ao fim de sua vida útil
• o consumo elevado de energia; (estimada em 20 anos).
• seu efeito de cintilação (flicker); e • ângulo de visão inferiores: Um monitor LCD, diferente
• a possibilidade de emitir radiação que está fora do espec- de um monitor CRT, apresenta limitação com relação ao ângulo
tro luminoso (raios x), danosa à saúde no caso de longos períodos em que a imagem pode ser vista sem distorção. Isto era mais sen-
de exposição. Este último problema é mais frequentemente cons- sível tempos atrás quando os monitores LCDs eram de tecnologia
tatado em monitores e televisores antigos e desregulados, já que passiva, mas atualmente apresentam valores melhores em torno
atualmente a composição do vidro que reveste a tela dos monitores de 160º.
detém a emissão dessas radiações. Apesar das desvantagens supra mencionadas, a venda de mo-
• Distorção geométrica. nitores e televisores LCD vem crescendo bastante.
Didatismo e Conhecimento 19
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Porta Paralela
A porta paralela obedece à norma Centronics. Nas portas pa-
ralelas o sinal eléctrico é enviado em simultâneo e, como tal, tem
um desempenho superior em relação às portas série. No caso desta
norma, são enviados 8 bits de cada vez, o que faz com que a sua ca-
pacidade de transmisssão atinja os 100 Kbps. Esta porta é utilizada
As portas são, por definição, locais onde se entra e sai. Em para ligar impressoras e scanners e possui 25 pinos em duas filas.
termos de tecnologia informática não é excepção. As portas são
tomadas existentes na face posterior da caixa do computador, às Porta USB (Universal Serial Bus)
quais se ligam dispositivos de entrada e de saída, e que são direc- Desenvolvida por 7 empresas (Compaq, DEC, IBM, Intel,
tamente ligados à motherboard . Microsoft, NEC e Northern Telecom), vai permitir conectar pe-
Estas portas ou canais de comunicação podem ser: riféricos por fora da caixa do computador, sem a necessidade de
* Porta Dim instalar placas e reconfigurar o sistema. Computadores equipados
* Porta PS/2 com USB vão permitir que os periféricos sejam automaticamente
* Porta série
configurados assim que estejam conectados fisicamente, sem a ne-
* Porta Paralela
cessidade de reboot ou programas de setup. O número de acessó-
* Porta USB
rios ligados à porta USB pode chegar a 127, usando para isso um
* Porta FireWire
periférico de expansão.
A conexão é Plug & Play e pode ser feita com o computador
Porta DIM
ligado. O barramento USB promete acabar com os problemas de
É uma porta em desuso, com 5 pinos, e a ela eram ligados os
IRQs e DMAs.
teclados dos computadores da geração da Intel 80486, por exem-
plo. Como se tratava apenas de ligação para teclados, existia só O padrão suportará acessórios como controles de monitor,
uma porta destas nas motherboards. Nos equipamentos mais re- acessórios de áudio, telefones, modems, teclados, mouses, dri-
centes, os teclados são ligados às portas PS/2. ves de CD ROM, joysticks, drives de fitas e disquetes, acessórios
de imagem como scanners e impressoras. A taxa de dados de 12
megabits/s da USB vai acomodar uma série de periféricos avança-
dos, incluindo produtos baseados em Vídeo MPEG-2, digitaliza-
dores e interfaces de baixo custo para ISDN (Integrated Services
Digital Network) e PBXs digital.
Porta PS/2
Surgiram com os IBM PS/2 e nos respectivos teclados. Tam-
bém são designadas por mini-DIM de 6 pinos. Os teclados e ratos
dos computadores actuais são, na maior parte dos casos, ligados
através destes conectores. Nas motherboards actuais existem duas
portas deste tipo.
Didatismo e Conhecimento 20
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
As ligações FireWire são utilizadas para ligar discos amoví- Depois disto, várias outras companhias passaram a produzir
veis, Flash drives (Pen-Disks), Câmaras digitais, televisões, im- browsers que deveriam fazer concorrência ao Mosaic. Mark An-
pressoras, scanners, dispositivos de som, etc. . dreesen partiu para a criação da Netscape Communications, cria-
Assim como na ligação USB, os dispositivos FireWire podem dora do browser Netscape.
ser conectados e desconectados com o computador ligado. Surgiram ainda o Cello, o AIR Mosaic, o SPRY Mosaic, o
Microsoft Internet Explorer, o Mozilla Firefox e muitos outros
FAX/MODEM browsers.
Placa utilizada para conecção internet pela linha discada Como fazer a pesquisa
(DIAL UP) geralmente opera com 56 Kbps(velocidade de trans-
missão dos dados 56.000 bits por segundo( 1 byte = 8 bits).Usa Digite na barra de endereço o endereço do site de pesquisa.
interface PCI. Por exemplo:
www.google.com.br
Navegadores
Didatismo e Conhecimento 21
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Imagens: pesquisa por imagens anexadas nas páginas. Exem- O resultado da pesquisa
plo do resultado se uma pesquisa.
O resultado da pesquisa é visualizado da seguinte forma:
INTERNET EXPLORER
Didatismo e Conhecimento 22
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Uma das mudanças vistas em mais de um navegador, é o destaque dado ao botão de “Voltar Página”, muito mais utilizado que o “Avan-
çar, o destaque dado, foi merecido, assim evita-se possíveis erros e distrações”. Depois de ter feito alguma transição de página, o botão voltar
assume uma cor azul marinho, ganhando ainda mais destaque.
Os ícones de manipulação, são aqueles que permitem o usuário “Favoritos”, “Cancelar” ou “Atualizar” uma página. No caso do I.E 9,
eles foram separados, o “Favoritos” está junto dos ícones de funcionalidade geral (página inicial e opções) enquanto o “Atualizar” e “Fe-
char” foram posicionados dentro da barra de URL, o que pode dificultar o seu uso, o “Atualizar” especialmente é bastante utilizado (apesar
da tecla de atalho F5) e nesta nova versão ele perdeu seu destaque e sua facilidade de clique, ficando posicionado entre dois ícones.
Foi inserido nessa mesma área, o ícone de “Compatibilidade”, permitindo que determinadas páginas sejam visualizadas com a tecno-
logia das versões anteriores do I.E.
3-Abas de conteúdo
O posicionamento das abas de conteúdo dentro do cabeçalho do I.E 9 foi mal escolhido, as abas tem que disputar espaço com o campo
de URL. Consegui manter aberto no máximo 4 abas sem que prejudique demais a leitura dos títulos das abas, depois disso a visualização e
a navegação entre as abas fica difícil e desanimador.
4 abas.
Múltiplas abas.
Didatismo e Conhecimento 23
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
4-Ícones de funcionalidades gerais, favoritos e página inicial
“Pagina Inicial”, “Favoritos” e “Opções” foram agrupados no canto direito da tela, mas sem um objetivo claro, pois os dois primeiros
itens citados são elementos que quando utilizados interagem ou alteram os dados inseridos no campo de URL. “Opções” por sua vez, se
refere a opções de internet, privacidade e etc.…
Uma das novidades mais bacanas dos novos navegadores é possibilidade de adquirir aplicativos e plug-ins, permitindo ao usuário a
customizar o seu navegador e criar um fluxo de utilização diferenciado de navegador para navegador.
Porém, esta nova possibilidade foi mal comunicada, ela é representada por símbolo de mais, muito semelhante ao utilizado em nave-
gadores como Firefox, para adicionar novas abas. Fica claro no I.E 9, que o símbolo de “+” serve para adicionar algo ao navegador, mas o
que? Existe espaço suficiente na área para trabalhar com uma ancora textual, ao menos até os usuários criarem um hábito.
A primeira coisa que você notará ao abrir o Internet Explorer 9 será seu design simplificado.
A maioria das funções da barra de comandos, como Imprimir ou Zoom, pode ser encontrada ao clicar no botão Ferramentas , e os
seus favoritos e os feeds são exibidos ao clicar no botão Centro de Favoritos .
As guias são exibidas automaticamente à direita da Barra de endereços, mas é possível movê-las para que sejam exibidas abaixo da
Barra de endereço, da mesma maneira que em versões anteriores do Internet Explorer. Você pode exibir as Barras de Favoritos, Comandos,
Status e Menus clicando com o botão direito do mouse no botão Ferramentas e selecionando-as em um menu.
Didatismo e Conhecimento 24
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Mostrar ou ocultar as Barras de Favoritos, Comandos e Ao fazer pesquisas na Barra de endereços, você tem a opção
Status de abrir uma página de resultados da pesquisa ou o principal re-
Clique com o botão direito do mouse em um espaço livre à sultado da pesquisa (se o provedor de pesquisa selecionado ofere-
direita do botão Nova Guia e selecione uma barra: cer suporte a esse recurso). Você também pode ativar sugestões de
• Barra de Favoritos pesquisa opcionais na Barra de endereços.
• Barra de Comandos
• Barra de Status Usar o Gerenciador de Download
O Gerenciador de Download mantém uma lista dos arquivos
Fixar um site da web na barra de tarefas baixados por você e o notifica quando um arquivo pode ser um
Para ter um acesso rápido, você pode fixar um site visitado malware (software mal-intencionado). Ele também permite que
com frequência à barra de tarefas, na área de trabalho do Windo- você pause e reinicie um download, além de lhe mostrar onde en-
ws 7, da mesma maneira que você faria com um programa. contrar os arquivos baixados em seu computador.
Didatismo e Conhecimento 25
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ao abrir uma nova guia no Windows Internet Explorer 9, você Guias codificadas por cores
pode:
• Para abrir uma nova página da Web, digite ou cole um
endereço na Barra de endereços.
• Para ir para um dos dez sites mais utilizados por você,
clique em um link na página.
• Para ocultar informações sobre os dez sites mais utiliza-
dos por você, clique Ocultar sites. Para restaurar as informações,
clique em Mostrar sites.
• Para ativar a Navegação InPrivate, clique em Navegação
InPrivate.
• Para abrir novamente as guias que acabou de fechar, cli-
que em Reabrir guias fechadas.
• Para reabrir as guias de sua última sessão de navegação,
clique em Reabrir última sessão.
• Para abrir Sites Sugeridos em uma página da Web, clique Ter várias guias abertas ao mesmo tempo pode ser um pro-
em Descobrir outros sites dos quais você pode gostar. cesso complicado e demorado, principalmente quando você tenta
voltar e localizar os sites que abriu. Com o Internet Explorer 9,
Guias avançadas as guias relacionadas são codificadas por cores, o que facilita sua
organização ao navegar por várias páginas da Web.
Por padrão, as guias são mostradas à direita da Barra de ende- Você consegue ver as guias relacionadas instantaneamente.
reços. Para fazer com que as guias sejam mostradas em sua própria Quando você abre uma nova guia a partir de outra, a nova guia
linha abaixo da Barra de endereços, clique com o botão direito do é posicionada ao lado da primeira guia e é codificada com a cor
mouse na área aberta à direita do botão Nova guia e clique em correspondente. E quando uma guia que faz parte de um grupo é
Mostrar guias abaixo da Barra de endereços.
fechada, outra guia desse grupo é exibida, para que você não fique
olhando para uma guia não relacionada.
Guias destacáveis
Se quiser fechar uma guia ou o grupo inteiro de guias, ou re-
mover uma guia de um grupo, clique com o botão direito do mouse
na guia ou no grupo de guias e escolha o que deseja fazer. Nesse
local também é possível atualizar uma ou todas as guias, criar uma
guia duplicada, abrir uma nova guia, reabrir a última guia fechada
ou ver uma lista de todas as guias fechadas recentemente e reabrir
qualquer uma ou todas elas.
Como usar os Sites Sugeridos no Internet Explorer 9
O recurso Sites Sugeridos é um serviço online usado pelo
Windows Internet Explorer 9 que recomenda sites que você talvez
goste com base nos sites que você visita com frequência.
Para ativar os Sites Sugeridos e exibi-los em uma página da
As guias destacáveis tornam a interação com vários sites rá- Web
pida e intuitiva. É possível reorganizar as guias no Internet Ex- 1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar
plorer 9 — da mesma forma que você reorganiza ícones na barra . Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resul-
de tarefas no Windows 7 — ou abrir qualquer guia em uma nova tados, clique em Internet Explorer.
janela do navegador arrastando a guia para a área de trabalho. Se 2. Clique no botão Favoritos e, na parte inferior do Centro
precisar exibir mais de uma página da Web ao mesmo tempo para de Favoritos, clique em Ativar Sites Sugeridos.
realizar uma tarefa, use as guias destacáveis junto com o Ajuste. 3. Na caixa de diálogo Sites Sugeridos, clique em Sim.
É uma ótima forma de mostrar várias páginas da Web lado a lado Observação: Para desativar os Sites Sugeridos, clique no bo-
na tela. tão Ferramentas , aponte para Arquivo e desmarque a opção Si-
Facilite o acesso aos seus sites favoritos. Arraste uma guia e tes Sugeridos.
fixe-a diretamente na barra de tarefas ou no menu Iniciar. Ou ar-
raste uma guia para a barra Favoritos. Independentemente do que Para adicionar o Web Slice de Sites Sugeridos
escolher, seus sites favoritos estarão ao seu alcance. Depois de ativar os Sites Sugeridos, você pode clicar no Web
Slice de Sites Sugeridos na Barra de favoritos para verificar suges-
tões de sites com base na página da Web na guia atual.
1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar
. Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resul-
tados, clique em Internet Explorer.
2. Clique no botão Favoritos e, na parte inferior do Cen-
tro de Favoritos, clique em Exibir Sites Sugeridos.
Didatismo e Conhecimento 26
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Observação: Se não tiver ativado os Sites Sugeridos, você de- Para ativar a Navegação InPrivate:
verá clicar em Ativar Sites Sugeridos e em Sim. 1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar
1. Na página da Web Sites Sugeridos, role até a parte infe- . Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resul-
rior e clique em Adicionar Sites Sugeridos à sua Barra de Favoritos. tados, clique em Internet Explorer.
2. Na caixa de diálogo do Internet Explorer, clique em Adi- 2. Clique no botão Ferramentas , aponte para Seguran-
cionar à Barra de Favoritos. ça e clique em Navegação InPrivate.
Observação: Quando você habilita o recurso Sites Sugeridos, o
seu histórico de navegação na Web é enviado à Microsoft, onde ele O que faz a Navegação InPrivate:
é salvo e comparado com uma lista de sites relacionados atualizada Quando você inicia a Navegação InPrivate, o Internet Ex-
com frequência. Você pode optar por interromper o envio de seu plorer abre uma nova janela do navegador. A proteção oferecida
histórico de navegação na Web pelo Internet Explorer para a Micro- pela Navegação InPrivate tem efeito apenas durante o tempo que
soft a qualquer momento. Também é possível excluir entradas indi- você usar essa janela. Você pode abrir quantas guias desejar nes-
viduais do seu histórico a qualquer momento. As entradas excluídas sa janela e todas elas estarão protegidas pela Navegação InPri-
não serão usadas para fornecer sugestões de outros sites, embora vate. Entretanto, se você abrir uma segunda janela do navegador,
elas sejam mantidas pela Microsoft por um período para ajudar a ela não estará protegida pela Navegação InPrivate. Para finalizar
melhorar nossos produtos e serviços, incluindo este recurso. a sessão de Navegação InPrivate, feche a janela do navegador.
Quando você navega usando a Navegação InPrivate, o In-
Recursos de segurança e privacidade no Internet Explo- ternet Explorer armazena algumas informações, como cookies
rer 9 e arquivos de Internet temporários, de forma que as páginas da
O Internet Explorer 9 inclui os seguintes recursos de segurança Web visitadas funcionem corretamente. Entretanto, no final de
e privacidade: sua sessão de Navegação InPrivate, essas informações são des-
• Filtragem ActiveX, que bloqueia os controles ActiveX de cartadas.
todos os sites e permite que você posteriormente os ative novamen- O que a Navegação InPrivate não faz:
te apenas para os sites nos quais confia. • Ela não impede que alguém em sua rede, como um ad-
ministrador de rede ou um hacker, veja as páginas que você vi-
• Realce de domínio, que mostra claramente a você o ver-
sitou.
dadeiro endereço Web do site que está visitando. Isso ajuda você a
• Ela não necessariamente proporciona anonimato na In-
evitar sites que usam endereços Web falsos para enganá-lo, como
ternet. Os sites talvez sejam capazes de identificá-lo por meio de
sites de phishing. O verdadeiro domínio que você está visitando é
seu endereço Web e qualquer coisa que você fizer ou inserir em
realçado na barra de endereços.
um site poderá ser gravado por ele.
• Filtro SmartScreen, que pode ajudar a protegê-lo contra
• Ela não remove nenhum favorito ou feed adicionado
ataques de phishing online, fraudes e sites falsos ou mal-intencio-
por você quando a sessão de Navegação InPrivate é fechada. As
nados. Ele também pode verificar downloads e alertá-lo sobre pos-
alterações nas configurações do Internet Explorer, como a adição
sível malware (software mal-intencionado). de uma nova home page, também são mantidas após o encerra-
• Filtro Cross site scripting (XSS), que pode ajudar a evitar mento da sessão de Navegação InPrivate.
ataques de sites fraudulentos que podem tentar roubar suas infor-
mações pessoais e financeiras. Como usar a Proteção contra Rastreamento e a Filtra-
• Uma conexão SSL (Secure Sockets Layer) de 128 bits gem ActiveX no Internet Explorer 9
para usar sites seguros. Isso ajuda o Internet Explorer a criar uma Você pode ativar a Proteção contra Rastreamento no Win-
conexão criptografada com sites de bancos, lojas online, sites mé- dows Internet Explorer 9 para ajudar a evitar que sites coletem
dicos ou outras organizações que lidam com as suas informações informações sobre sua navegação na Web. Você também pode
pessoais. ativar a Filtragem ActiveX para ajudar a evitar que programas
• Notificações que o avisam se as configurações de segu- acessem o seu computador sem o seu consentimento.
rança estiverem abaixo dos níveis recomendados. Depois de ativar qualquer um desses recursos, você pode
• Proteção contra Rastreamento, que limita a comunicação desativá-lo apenas para sites específicos.
do navegador com determinados sites - definidos por uma Lista de
Proteção contra Rastreamento - a fim de ajudar a manter suas infor- Usar a Proteção contra Rastreamento para bloquear conte-
mações confidenciais. údo de sites desconhecidos
• Navegação InPrivate, que você pode usar para navegar na Quando você visita um site, alguns conteúdos podem ser for-
Web sem salvar dados relacionados, como cookies e arquivos de necidos por um site diferente. Esse conteúdo pode ser usado para
Internet temporários. coletar informações sobre as páginas que você visita na Internet.
• Configurações de privacidade que especificam como o A Proteção contra Rastreamento bloqueia esse conteúdo
computador lida com cookies. de sites que estão em Listas de Proteção contra Rastreamento.
Existe uma Lista de Proteção contra Rastreamento Personaliza-
Navegação InPrivate da incluída no Internet Explorer que é gerada automaticamente
A Navegação InPrivate impede que o Windows Internet Explo- com base nos sites visitados por você. Também é possível baixar
rer 9 armazene dados de sua sessão de navegação, além de ajudar Listas de Proteção contra Rastreamento e, dessa maneira, o In-
a impedir que qualquer pessoa que utilize o seu computador veja ternet Explorer verificará periodicamente se há atualizações para
as páginas da Web que você visitou e o conteúdo que visualizou. as listas.
Didatismo e Conhecimento 27
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para ativar a Proteção contra Rastreamento No Modo de Exibição de Compatibilidade, os sites aparece-
1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar rão como se fossem exibidos em uma versão anterior do Inter-
. Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de net Explorer, o que geralmente corrige os problemas de exibição.
resultados, clique em Internet Explorer. Você não precisa clicar no botão para exibir um site depois de já
2. Clique no botão Ferramentas , aponte para Segurança ter feito isso — na próxima vez que você visitar o site, o Inter-
e clique em Proteção contra Rastreamento. net Explorer 9 automaticamente o mostrará no Modo de Exibição
3. Na caixa de diálogo Gerenciar Complemento, clique em de Compatibilidade. (Se você um dia quiser voltar a navegar nesse
uma Lista de Proteção contra Rastreamento e clique em Habilitar. site usando o Internet Explorer 9, basta clicar no botão Modo de
Exibição de Compatibilidade novamente.)
Usar a Filtragem ActiveX para bloquear controles ActiveX
Controles ActiveX e complementos do navegador da Web são Menu Favoritos
pequenos programas que permitem que os sites forneçam conte-
údos como vídeos. Eles também podem ser usados para coletar Adicionar endereços no Menu Favoritos
informações, danificar informações e instalar software em seu
computador sem o seu consentimento ou permitir que outra pessoa Clique no menu Favoritos e em Adicionar Favoritos(CTRL+D).
controle o computador remotamente.
A Filtragem ActiveX impede que sites instalem e utilizem es-
ses programas.
Didatismo e Conhecimento 28
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
· Favoritos RSS;
· A integração do RSS nos favoritos permite que você fique sa-
bendo das atualizações e últimas notícias dos seus sites preferidos
cadastrados. Essa função é disponibilizada a partir do Firefox 2;
· Downloads sem perturbação;
· Os arquivos recebidos são salvos automaticamente na área
de trabalho, onde são fáceis de achar. Menos interrupções signifi-
cam downloads mais rápidos. Claro, essa função pode ser persona-
lizada sem problemas;
· Você decide como deve ser seu navegador;
· O Firefox é o navegador mais personalizável que existe. Co-
loque novos botões nas barras de ferramentas, instale extensões
que adiciona novas funções, adicione temas que modificam o visu-
al do Firefox e coloque mais mecanismos nos campos de pesquisa.
O Firefox pode se tornar o navegador mais adequado para a
sua necessidade:
· Fácil utilização;
· Simples e intuitivo, mas repleto de recursos. O Firefox tem
todas as funções que você está acostumado - favoritos, histórico,
tela inteira, zoom de texto para tornar as páginas mais fáceis de ler,
e diversas outras funcionalidades intuitivas;
· Compacto;
· A maioria das distribuições está em torno dos 5MB. Você
O QUE É O FIREFOX? leva apenas alguns minutos para copiar o Firefox para o seu com-
putador em uma conexão discada e segunda em uma conexão ban-
Firefox (inicialmente conhecido como Phoenix e, posterior-
da larga. A configuração é simples e intuitiva. Logo você estará
mente, como Mozilla Firebird) é um navegador de código aberto
navegando com essa ferramenta.
rápido, seguro e eficiente. Desenvolvido pela Mozilla Foundation
com ajuda de centenas de colaboradores, está sendo usado em di-
Abas
versas plataformas.
Para abrir uma nova aba, clique no menu ‘Arquivo’ e depois
Como não é software completamente livre (é distribuído pela
em ‘Nova Aba’, ou simplesmente <Ctrl + T> (segure a tecla Con-
licença Mozilla), alguns dos seus componentes (como ícones e o
trol e tecle T). Você verá que agora você tem duas abas na parte de
próprio nome, que é marca registrada) são propriedades protegidas.
O nome “Firefox”, em inglês, refere-se ao Panda vermelho. cima do seu Firefox, como na figura abaixo:
Foi escolhido por ser parecido com “Firebird” e também por ser
único na indústria da computação. A fim de evitar uma futura mu-
dança de nome, a Mozilla Foundation deu início ao processo de re-
gistro do nome Firefox como marca registrada no Gabinete Ame-
ricano de Marcas e Patentes. Apesar de “Firefox” não se referir a
uma raposa, a identidade visual do Firefox é uma raposa estilizada.
O objetivo do Firefox é ser um navegador que inclua as op- Digite o endereço que você quiser no campo de endereço,
ções mais usadas pela maioria dos usuários. pressione Enter, e assim a sua nova aba mostrará essa nova página.
Outras funções não incluídas originalmente encontram-se dis- Para visualizar páginas que estão abertas em outras abas, ape-
poníveis através de extensões e plug-ins. nas clique na aba desejada, que a mesma ficará ativa.
Clicando com o botão direito do mouse nas abas, aparece um
Principais características pequeno menu com várias opções de gerenciamento das abas:
· Navegação em abas;
· A mesma janela pode conter diversas páginas. Abrindo os
links em segundo plano
Eles já estarão carregados quando você for ler;
· Bloqueador de popups:
· O Firefox já vem com um bloqueador embutido de popups;
· Pesquisa inteligente;
· O campo de pesquisa pelo Google fica na direita na barra de
ferramentas e abre direto a página com os resultados, poupando o Se você quiser abrir um link, mas quer que ele apareça em
tempo de acesso à página de pesquisa antes de ter que digitar as uma nova aba, clique no link com o botão direito do mouse e es-
palavras chaves. O novo localizador de palavras na página busca colha a opção ‘Abrir em uma nova aba’, ou simplesmente segure a
pelo texto na medida em que você as digita, agilizando a busca; tecla ‘Ctrl’ enquanto clica no link.
Didatismo e Conhecimento 29
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para salvar o arquivo no seu computador, marque a caixa ‘Sal-
var’ e clique no botão ‘OK’. O download iniciará e a tela do geren-
ciador de downloads mostrará o progresso informando o tamanho
do arquivo, quanto já foi baixado, a velocidade do download e o
tempo restante estimado.
Por padrão, o Firefox vem configurado para armazenar os do-
wnloads na área de trabalho quando solicitado para salvar o arqui-
vo. Isso pode ser alterado na configuração de “Downloads” em
“Editar >> Preferências”.
Você pode fazer vários downloads ao mesmo tempo, se clicar
em vários links de download. Assim, o gerenciador de download
irá mostrar o progresso individual de cada download, e no título do
gerenciador ficará a porcentagem total do que já foi concluído de
todos os downloads.
Quando você tiver terminado algum download, os mesmos
serão listados:
Gerenciador de Downloads
Um gerenciador de Download é uma ferramenta que contro-
la e lista os downloads solicitados pelo usuário. O Firefox conta
com um exclusivo gerenciador de downloads, uma ferramenta útil
e com uma interface amigável. Clique no menu ‘Ferramentas’ e
depois em ‘Downloads’, ou <Ctrl + Y> para abrir a lista atual de
downloads.
Histórico
Didatismo e Conhecimento 30
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Favoritos
O Favoritos é uma funcionalidade que nos ajuda a entrar
em páginas que acessamos com muita frequência, economizan-
do tempo.
Clique no menu ‘Favoritos’ e uma lista com as nossas páginas
favoritas será mostrada. Se você não tiver adicionado nenhuma
página aos Favoritos, você verá algo como: Clique no botão ‘Nova pasta...’, escolha um nome e uma des-
crição para essa pasta e clique em ‘OK’.
Agora a nova pasta também aparece, junto dos Favoritos e
das outras pastas. Mova as páginas cursos.cdtc.org.br e www.cdtc.
org.br para essa pasta. Para isso, clique nessas páginas, depois no
botão ‘Mover’, e escolha a pasta que você criou. Opcionalmente,
você pode simplesmente arrastar as páginas para as respectivas
pastas na tela de gerenciamento de Favoritos.
Assim, quando você clicar no menu ‘Favoritos’, e colocar o
cursor do mouse em cima da pasta criada, aparecem as duas pá-
ginas que você moveu para lá. Se você clicar em ‘Abrir tudo em
abas’, cada página será aberta em uma aba.
Localizar
Adicione uma página aos Favoritos para ver o que acontece.
Primeiramente, entre numa página que você acessa com muita Usamos a ferramenta Localizar para achar todas as vezes que
frequência. Clique no menu ‘Favoritos’ e depois em ‘Adicionar um determinado texto aparece na tela.
página’, ou simplesmente <Ctrl + D>. A seguinte tela lhe será mos- É uma ferramenta que nos ajuda muito em várias tarefas,
trada: como fazer pesquisas na Internet.
Didatismo e Conhecimento 31
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Clique no menu ‘Editar’, e depois em ‘Localizar nessa pági- Temas
na’. O atalho do teclado para isso é <Ctrl + F>. Temas são conjuntos de padrões, como ícones, cores e fon-
Note a barra que apareceu na parte inferior do Firefox: tes. Eles controlam o visual do seu navegador. Você pode mudar o
tema do Firefox ajustando-o ao seu gosto.
Temas são considerados como Add-ons, que são funcionali-
dades extras que podem ser adicionadas ao Firefox. Mais informa-
Imprimindo páginas ções sobre Add-ons serão tratadas mais adiante.
Clique no menu ‘Ferramentas’ e depois em ‘Temas’. Uma tela
Muitas vezes, queremos imprimir uma página web. Para isso, semelhante a seguir irá aparecer:
o Firefox conta as opções ‘Configurar página’, ‘Visualizar Impres-
são’ e ‘Imprimir...’.
Clique em ‘Configurar página’. A seguinte tela irá aparecer
para você.
Pode-se ver que somente o tema padrão (que vem com o Fi-
refox) está instalado. Clicando no link ‘Baixar mais temas’, uma
nova aba será criada com a seção de downloads de temas do site
https://addons.mozilla.org/firefox/
Didatismo e Conhecimento 32
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
· Gadgets sobre o desktop; Essas edições apresentam variações de uma para outra, como
· Novos papéis de parede, ícones, temas etc.; o Home Premium, que é uma edição básica, mas de grande uso
· Conceito de Bibliotecas (Libraries), como no Windows para usuários que não apresentam grandes necessidades.
Media Player, integrado ao Windows Explorer; Os seus recursos são a facilidade para suas atividades diárias
· Arquitetura modular, como no Windows Server 2008; com a nova navegação na área de trabalho, o usuário pode abrir
· Faixas (ribbons) nos programas incluídos com o Windows os programas mais rápida e facilmente e encontrar os documentos
(Paint e WordPad, por exemplo), como no Office 2007; que mais usa em instantes.
· Aceleradores no Internet Explorer 8; Tornar sua experiência na Web mais rápida, fácil e segura do
· Aperfeiçoamento no uso da placa de vídeo e memória RAM; que nunca com o Internet Explorer 8, assistir a muitos dos seus
· Home Groups; programas de TV favoritos de graça e onde quiser, com a TV na
· Melhor desempenho; Internet e criar facilmente uma rede doméstica e conectar seus
· Windows Media Player 12; computadores a uma impressora com o Grupo Doméstico.
· Nova versão do Windows Media Center; Já o Professional apresenta todos esses recursos adicionados
· Gerenciador de Credenciais; de outros que o deixam mais completo como o usuário pode
· Instalação do sistema em VHDs; executar vários programas de produtividade do Windows XP no
· Nova Calculadora, com interface aprimorada e com mais Modo Windows XP, conectar-se a redes corporativas facilmente e
funções; com mais segurança com o Ingresso no Domínio e além do Backup
· Reedição de antigos jogos, como Espadas Internet, Gamão e Restauração de todo o sistema encontrado em todas as edições,
Internet e Internet Damas; é possível fazer backup em uma rede doméstica ou corporativa.
· Windows XP Mode; O Ultimate também apresenta todos esses recursos acrescidos
· Aero Shake; de outros que tornam sua funcionalidade completa com todos os
recursos disponíveis nessa versão do sistema operacional como
Apesar do Windows 7 conter muitos novos recursos o número ajuda para proteger os dados do seu computador e de dispositivos
de capacidades e certos programas que faziam parte do Windows de armazenamento portáteis contra perda ou roubo com o
Vista não estão mais presentes ou mudaram, resultando na remoção
BitLocker e poder trabalhar no idioma de sua escolha ou alternar
de certas funcionalidades. Mesmo assim, devido ao fato de ainda
entre 35 idiomas.
ser um sistema operacional em desenvolvimento, nem todos os
recursos podem ser definitivamente considerados excluídos.
Recursos
Fixar navegador de internet e cliente de e-mail padrão no
menu Iniciar e na área de trabalho (programas podem ser fixados
Segundo o site da própria Microsoft, os recursos encontrados
manualmente).
no Windows 7 são fruto das novas necessidades encontradas pelos
usuários. Muitos vêm de seu antecessor, Windows Vista, mas
Windows Photo Gallery, Windows Movie Maker, Windows
Mail e Windows existem novas funcionalidades exclusivas, feitas para facilitar a
Calendar foram substituídos pelas suas respectivas contrapartes utilização e melhorar o desempenho do SO (Sistema Operacional)
do Windows Live, com a perda de algumas funcionalidades. no computador.
O Windows 7, assim como o Windows Vista, estará disponível Vale notar que, se você tem conhecimentos em outras versões
em cinco diferentes edições, porém apenas o Home Premium, do Windows, não terá que jogar todo o conhecimento fora. Apenas
Professional e Ultimate serão vendidos na maioria dos países, vai se adaptar aos novos caminhos e aprender “novos truques”
restando outras duas edições que se concentram em outros enquanto isso.
mercados, como mercados de empresas ou só para países em Tarefas Cotidianas
desenvolvimento. Cada edição inclui recursos e limitações, sendo
que só o Ultimate não tem limitações de uso. Segundo a Microsoft, Já faz tempo que utilizar um computador no dia a dia se tornou
os recursos para todas as edições do Windows 7 são armazenadas comum. Não precisamos mais estar em alguma empresa enorme
no computador. para precisar sempre de um computador perto de nós. O Windows
Um dos principais objetivos da Microsoft com este novo 7 vem com ferramentas e funções para te ajudar em tarefas comuns
Windows é proporcionar uma melhor interação e integração do do cotidiano.
sistema com o usuário, tendo uma maior otimização dos recursos do
Windows 7, como maior autonomia e menor consumo de energia, Grupo Doméstico
voltado a profissionais ou usuários de internet que precisam
interagir com clientes e familiares com facilidade, sincronizando e Ao invés de um, digamos que você tenha dois ou mais
compartilhando facilmente arquivos e diretórios. computadores em sua casa. Permitir a comunicação entre várias
estações vai te poupar de ter que ir fisicamente aonde a outra
Comparando as edições máquina está para recuperar uma foto digital armazenada apenas
nele.
O Windows 7 tem três edições diferentes de um mesmo Com o Grupo Doméstico, a troca de arquivos fica simplificada
sistema operacional, que se adéquam as necessidades diárias de e segura. Você decide o que compartilhar e qual os privilégios que
cada usuário essas edições são o Home Premium, o Professional os outros terão ao acessar a informação, se é apenas de visualização,
e Ultimate. de edição e etc.
Didatismo e Conhecimento 33
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Tela sensível ao toque
Snap
Menu iniciar
Didatismo e Conhecimento 34
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Os resultados são mostrados enquanto você digita e são divi-
didos em categorias, para facilitar sua visualização.
Abaixo as categorias nas quais o resultado de sua busca pode
ser dividido.
· Programas
· Painel de Controle
· Documentos
· Música
· Arquivos
Didatismo e Conhecimento 35
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Temas
A central de ações e suas opções.
Como nem sempre há tempo de modificar e deixar todas as
- Do seu jeito configurações exatamente do seu gosto, o Windows 7 disponibiliza
O ambiente que nos cerca faz diferença, tanto para nossa qua- temas, que mudam consideravelmente os aspectos gráficos, como
lidade de vida quanto para o desempenho no trabalho. O compu- em papéis de parede e cores.
tador é uma extensão desse ambiente. O Windows 7 permite uma
alta personalização de ícones, cores e muitas outras opções, dei- ClearType
xando um ambiente mais confortável, não importa se utilizado no
ambiente profissional ou no doméstico. “Clear Type é uma tecnologia que faz as fontes parecerem
Muitas opções para personalizar o Windows 7 estão na página mais claras e suaves no monitor. É particularmente efetivo para
de Personalização1, que pode ser acessada por um clique com o monitores LCD, mas também tem algum efeito nos antigos mode-
botão direito na área de trabalho e em seguida um clique em Per- los CRT(monitores de tubo). O Windows 7 dá suporte a esta tec-
sonalizar. nologia” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 163, tradução nossa).
É importante notar que algumas configurações podem deixarv
seu computador mais lento, especialmente efeitos de transparên- Novas possibilidades
cia. Abaixo estão algumas das opções de personalização mais in-
teressantes. Os novos recursos do Windows Seven abrem, por si só, novas
possibilidades de configuração, maior facilidade na navega, dentre
Papéis de Parede outros pontos. Por enquanto, essas novidades foram diretamente
aplicadas no computador em uso, mas no Seven podemos também
Os papéis de parede não são tamanha novidade, virou prati- interagir com outros dispositivos.
camente uma rotina entre as pessoas colocarem fotos de ídolos,
paisagens ou qualquer outra figura que as agrade. Uma das novi- Reproduzir em
dades fica por conta das fotos que você encontra no próprio SO.
Variam de uma foto focando uma única folha numa floresta até Permitindo acessando de outros equipamentos a um computa-
uma montanha. dor com o Windows Seven, é possível que eles se comuniquem e
A outra é a possibilidade de criar um slide show com várias seja possível tocar, por exemplo, num aparelho de som as músicas
fotos. Elas ficaram mudando em sequência, dando a impressão que que você tem no HD de seu computador.
sua área de trabalho está mais viva. É apenas necessário que o aparelho seja compatível com o
Windows Seven – geralmente indicado com um logotipo “Compa-
Gadgets tível com o Windows 7».
Didatismo e Conhecimento 36
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Personalização No Math Input Center, utilizando recursos multitoque, equa-
ções matemáticas escritas na tela são convertidas em texto, para
Você pode adicionar recursos ao seu computador alterando o poder adicioná-la em um processador de texto.
tema, a cor, os sons, o plano de fundo da área de trabalho, a pro- O print screen agora tem um aplicativo que permite capturar
teção de tela, o tamanho da fonte e a imagem da conta de usuário. de formas diferentes a tela, como por exemplo, a tela inteira, partes
Você pode também selecionar “gadgets” específicos para sua área ou áreas desenhadas da tela com o mouse.
de trabalho.
Ao alterar o tema você inclui um plano de fundo na área de
trabalho, uma proteção de tela, a cor da borda da janela sons e, às
vezes, ícones e ponteiros de mouse.
Você pode escolher entre vários temas do Aero, que é um vi-
sual premium dessa versão do Windows, apresentando um design
como o vidro transparente com animações de janela, um novo
menu Iniciar, uma nova barra de tarefas e novas cores de borda
de janela.
Use o tema inteiro ou crie seu próprio tema personalizado al-
terando as imagens, cores e sons individualmente. Você também
pode localizar mais temas online no site do Windows. Você tam-
bém pode alterar os sons emitidos pelo computador quando, por
exemplo, você recebe um e-mail, inicia o Windows ou desliga o
computador.
O plano de fundo da área de trabalho, chamado de papel de
parede, é uma imagem, cor ou design na área de trabalho que cria
um fundo para as janelas abertas. Você pode escolher uma imagem
para ser seu plano de fundo de área de trabalho ou pode exibir uma Aplicativo de copiar tela (botão print screen).
apresentação de slides de imagens. Também pode ser usada uma
proteção de tela onde uma imagem ou animação aparece em sua O Paint foi reformulado, agora conta com novas ferramentas
tela quando você não utiliza o mouse ou o teclado por determinado e design melhorado, ganhou menus e ferramentas que parecem do
período de tempo. Você pode escolher uma variedade de proteções Office 2007.
de tela do Windows.
Aumentando o tamanho da fonte você pode tornar o texto, os
ícones e outros itens da tela mais fáceis de ver. Também é possível
reduzir a escala DPI, escala de pontos por polegada, para diminuir
o tamanho do texto e outros itens na tela para que caibam mais
informações na tela.
Outro recurso de personalização é colocar imagem de conta
de usuário que ajuda a identificar a sua conta em um computador.
A imagem é exibida na tela de boas vindas e no menu Iniciar. Você
pode alterar a imagem da sua conta de usuário para uma das ima-
gens incluídas no Windows ou usar sua própria imagem.
E para finalizar você pode adicionar “gadgets” de área de tra-
balho, que são miniprogramas personalizáveis que podem exibir
continuamente informações atualizadas como a apresentação de
slides de imagens ou contatos, sem a necessidade de abrir uma
nova janela.
Didatismo e Conhecimento 37
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
· Espaço requerido de disco rígido: 16 GB
· Placa de vídeo com suporte a elementos gráficos DirectX 9
com 256 MB de memória (para habilitar o tema do Windows Aero)
· Unidade de DVD-R/W
· Conexão com a Internet (para obter atualizações)
Atualizar de um SO antigo
Atualização
Didatismo e Conhecimento 38
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Outras, como uma impressão, tem baixa prioridade pois são
naturalmente lentas e podem ser executadas “longe da visão” do
usuário, dando a impressão que o computador não está lento.
Essa característica permite que o usuário não sinta uma lenti-
dão desnecessária no computador.
Entretanto, não se pode ignorar o fato que, com cada vez mais
recursos e “efeitos gráficos”, a tendência é que o sistema operacio-
nal se torne um forte consumidor de memória e processamento. O
Seven disponibiliza vários recursos de ponta e mantêm uma per-
formance satisfatória.
Monitor de desempenho
Com o monitor de recursos, uma série de abas mostra infor- Mais voltada para as pequenas empresas, a versão Professio-
mações sobre o uso do processador, da memória, disco e conexão nal do Windows 7 possuirá diversos recursos que visam facilitar
à rede. a comunicação entre computadores e até mesmo impressoras de
uma rede corporativa.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS VERSÕES
Para isso foram desenvolvidos aplicativos como o Domain
Windows 7 Starter Join, que ajuda os computadores de uma rede a “se enxergarem”
e conseguirem se comunicar. O Location Aware Printing, por sua
Como o próprio título acima sugere, esta versão do Windows vez, tem como objetivo tornar muito mais fácil o compartilhamen-
é a mais simples e básica de todas. A Barra de Tarefas foi comple- to de impressoras.
tamente redesenhada e não possui suporte ao famoso Aero Glass. Como empresas sempre estão procurando maneiras para se
Uma limitação da versão é que o usuário não pode abrir mais do proteger de fraudes, o Windows 7 Professional traz o Encrypting
que três aplicativos ao mesmo tempo. File System, que dificulta a violação de dados. Esta versão também
Esta versão será instalada em computadores novo apenas nos será encontrada em lojas de varejo ou computadores novos.
países em desenvolvimento, como Índia, Rússia e Brasil. Disponí-
vel apenas na versão de 32 bits. Windows 7 Enterprise, apenas para vários
Windows 7 Home Basic Sim, é “apenas para vários” mesmo. Como esta é uma versão
Esta é uma versão intermediária entre as edições Starter e mais voltada para empresas de médio e grande porte, só poderá
Home Premium (que será mostrada logo abaixo). Terá também a ser adquirida com licenciamento para diversas máquinas. Acumula
versão de 64 bits e permitirá a execução de mais de três aplicativos todas as funcionalidades citadas na edição Professional e possui
ao mesmo tempo. recursos mais sofisticados de segurança.
Assim como a anterior, não terá suporte para o Aero Glass Dentre esses recursos estão o BitLocker, responsável pela
nem para as funcionalidades sensíveis ao toque, fugindo um pouco criptografia de dados e o AppLocker, que impede a execução de
da principal novidade do Windows 7. Computadores novos pode- programas não-autorizados. Além disso, há ainda o BrachCache,
rão contar também com a instalação desta edição, mas sua venda para turbinar transferência de arquivos grandes e também o Di-
será proibida nos Estados Unidos. rectAccess, que dá uma super ajuda com a configuração de redes
corporativas.
Windows 7 Home Premium
Windows 7 Ultimate, o mais completo e mais caro
Edição que os usuários domésticos podem chamar de “com-
pleta”, a Home Premium acumula todas as funcionalidades das Esta será, provavelmente, a versão mais cara de todas, pois
edições citadas anteriormente e soma mais algumas ao pacote. contém todas as funcionalidades já citadas neste artigo e mais al-
Dentre as funções adicionadas, as principais são o suporte à gumas. Apesar de sua venda não ser restrita às empresas, o Mi-
interface Aero Glass e também aos recursos Touch Windows (tela crosoft disponibilizará uma quantidade limitada desta versão do
sensível ao toque) e Aero Background, que troca seu papel de pa- sistema.
rede automaticamente no intervalo de tempo determinado. Haverá Isso porque grande parte dos aplicativos e recursos presentes
ainda um aplicativo nativo para auxiliar no gerenciamento de redes na Ultimate são dedicados às corporações, não interessando muito
wireless, conhecido como Mobility Center. aos usuários comuns.
Didatismo e Conhecimento 39
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Didatismo e Conhecimento 40
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O Windows Win32 não tem essa característica e consequen-
temente os aplicativos já existentes e construídos para Windows
Win32 vão trabalhar da mesma forma, estarão sendo executados
em segundo plano, consumindo memória e processamento, dei-
xando a cargo do usuário encerrar o aplicativo que mais estiver
consumindo recursos do computador.
Espero que com estas breves explanações, estejam prontos
para instalar o Windows 8 e as ferramentas de desenvolvimento
para esta plataforma, pois a intenção neste deste tópico é apenas
dar uma ideia básica das novidades do Windows 8.
Então para desenvolver alguma aplicação para dispositivos
móveis que utilizam Windows 8, devemos ter instalados o Win-
dows 8 e também o Visual Studio 2012, que conta também com
a versão Express que é gratuita. Apesar de não ter sido lançado
Figura 4: Barra Lateral Configuração oficialmente já podemos iniciar o desenvolvimento de aplicati-
vos para Windows 8 baixando a versão de avaliação do Windows
A interface Style está muito voltada para o conteúdo, onde 8 Release Preview, que será válida até 15 de fevereiro de 2013, o
temos ícones dinâmicos também conhecidos como tiles que que é suficiente para testar e desenvolver alguns aplicativos. Para
podem mostrar informações em tempo real, de acordo com a baixar a versão de avaliação acesse o endereço http://windows.
característica de cada aplicativo e obviamente quando houver microsoft.com/pt-BR/windows-8/download. Após acessar este
uma conexão com a internet.(Figura 5) endereço escolha o idioma e a versão para máquinas 32 ou 64
bits, não se esqueça de anotar a chave do produto, depois baixe a
imagem no formato ISO, grave em um DVD e pronto, agora é só
instalar. Se você já tiver uma outra versão do Windows instalada
na máquina, pode criar uma partição e instalar o Windows 8, assim
será criado um Dual Boot, ou seja você poderá escolher qual siste-
ma operacional vai utilizar.
CORREIO ELETRÔNICO.
Correio Eletrônico
O uso da memória na interface Style foi otimizado para ob- Foi em 1971 que tudo começou (na realidade começou an-
ter o máximo de desempenho para o aplicativo construído para tes, com pesquisas), com um engenheiro de computação da BBN
(Bolt Beranek e Newman), chamado Ray Tomlinson. Utilizando
a essa interface, que está sendo executado naquele momento. E
um programa chamado SNDMSG, abreviação do inglês “Send
como o Windows faz isso? O Windows 8 automaticamente sus-
Message”, e o ReadMail, Ray conseguiu enviar mensagem de um
pende o aplicativo anterior para então executar o aplicativo atual, computador para outro. Depois de alguns testes mandando men-
liberando mais memória para ele. Isso significa que o usuário sagens para ele mesmo, Ray tinha criado o maior e mais utilizado
pode iniciar a quantidade de aplicativos que quiser, porque isso meio de comunicação da Internet, o correio eletrônico do inglês
não vai comprometer a memória ou a bateria do dispositivo. O “eletronic mail” ou simplesmente como todos conhecem e-mail.
Windows pode eventualmente encerrar um aplicativo que está O símbolo @ foi utilizado por Tomlinson para separar o
em segundo plano para liberar memória para outro aplicativo que nome do computador do nome do usuário, esta convenção é utili-
está sendo executado. zada até hoje. Como não poderia deixar de ser, o primeiro ende-
Essa característica requer que os desenvolvedores de apli- reço de e-mail foi criado por Tomlinson, tomlinson@bbn-tenexa.
cativos Windows Style sejam muito cuidadosos ao construírem O símbolo @ (arroba) é lido no inglês com “at”, que significa
suas aplicações, para que o usuário não perceba o que está acon- em, algo como: o endereço tomlinson está no computador bbn-
tecendo “por trás” no sistema operacional. Então o desenvolve- -tenexa.
dor deve gravar o estado em que a aplicação foi suspensa ou Durante um bom tempo, o e-mail foi usado, quase que exclu-
encerrada, para que o usuário não perceba a alteração ao alternar sivamente, por pesquisadores da área de computação e militares.
entre um aplicativo e outro. Foi com o desenvolvimento e o aumento de usuários da Internet,
É bom frisar que esta característica é apenas para o Windows que o e-mail se popularizou e passou a ser a aplicação mais uti-
8 RT ou Style e estão direcionados para melhorar o desempenho lizada na internet. Hoje, até mesmo pessoas que usam a Internet
de aplicativos móveis. muito pouco, tem um e-mail.
Didatismo e Conhecimento 41
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O correio eletrônico se parece muito com o correio tradicio- Alguns nomes podem mudar de servidor para servidor, porém
nal. Todo usuário tem um endereço próprio e uma caixa postal, o representando as mesmas funções. Além dos destes campos tem ain-
carteiro é a Internet. Você escreve sua mensagem, diz pra quem da os botões para EVIAR, ENCAMINHAR e EXCLUIR as men-
que mandar e a Internet cuida do resto. Mas por que o e-mail se sagens, este botões bem como suas funcionalidades veremos em
popularizou tão depressa? A primeira coisa é pelo custo. Você detalhes, mais a frente.
não paga nada por uma comunicação via e-mail, apenas os custos Para receber seus e-mails você não precisa está conectado à In-
de conexão com a Internet. Outro fator é a rapidez, enquanto o ternet, pois o e-mail funciona com provedores. Mesmo você não
estado com seu computador ligado, seus e-mail são recebidos e ar-
correio tradicional levaria dias para entregar uma mensagem, o
mazenados na sua caixa postal, localizada no seu provedor. Quando
eletrônico faz isso quase que instantaneamente e não utiliza pa- você acessa sua caixa postal, pode ler seus e-mail on-line (direta-
pel. Por ultimo, a mensagem vai direto ao destinatário, não preci- mente na Internet, pelo WebMail) ou baixar todos para seu com-
sa passa de mão-em-mão (funcionário do correio, carteiro, etc.), putador através de programas de correio eletrônico. Um programa
fica na sua caixa postal onde somente o dono tem acesso e, apesar muito conhecido é o Outlook Express, o qual detalhar mais a frente.
de cada pessoa ter seu endereço próprio, você pode acessar seu A sua caixa postal é identificada pelo seu endereço de e-mail e
e-mail de qualquer computador conectado à Internet. qualquer pessoa que souber esse endereço, pode enviar mensagens
Bem, o e-mail mesclou a facilidade de uso do correio con- para você. Também é possível enviar mensagens para várias pessoas
vencional com a velocidade do telefone, se tornando um dos me- ao mesmo tempo, para isto basta usar os campos “Cc” e “Cco” des-
lhores e mais utilizado meio de comunicação. critos acima.
Atualmente, devido a grande facilidade de uso, a maioria das
pessoas acessa seu e-mail diretamente na Internet através do nave-
Estrutura e Funcionalidade do e-mail gador. Este tipo de correio é chamado de WebMail. O WebMail é
responsável pela grande popularização do e-mail, pois mesmo as
Como no primeiro e-mail criado por Tomlinson, todos os pessoas que não tem computador, podem acessar sua caixa postal
endereços eletrônicos seguem uma estrutura padrão, nome do de qualquer lugar (um cyber, casa de um amigo, etc.). Para ter um
usuário + @ + host, onde: endereço eletrônico basta querer e acessar a Internet, é claro. Existe
» Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuá- quase que uma guerra por usuários. Os provedores, também, dispu-
rio na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: sergiodecastro. tam quem oferece maior espaço em suas caixas postais. Há pouco
» @ - é o símbolo, definido por Tomlinson, que separa o tempo encontrar um e-mail com mais de 10 Mb, grátis, não era fácil.
nome do usuário do seu provedor. Lembro que, quando a Embratel ofereceu o Click21 com 30 Mb,
» Host – é o nome do provedor onde foi criado o endereço achei que era muito espaço, mas logo o iBest ofereceu 120 Mb e
não parou por ai, a “guerra” continuo culminando com o anúncio de
eletrônico. Exemplo: click21.com.br .
que o Google iria oferecer 1 Gb (1024 Mb). A ultima campanha do
» Provedor – é o host, um computador dedicado ao serviço GMail, e-mail do Google, é de aumentar sua caixa postal constan-
24 horas por dia. temente, a ultima vez que acessei estava em 2663 Mb.
Vejamos um exemplo real: [email protected] WebMail
A caixa postal é composta pelos seguintes itens: O WebMail, como descrito acima, é uma aplicação acessada
» Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens diretamente na Internet, sem a necessidade de usar programa de
recebidas. correio eletrônico. Praticamente todos os e-mails possuem aplica-
» Caixa de Saída – Armazena as mensagens ainda não enviadas. ções para acesso direto na Internet. É grande o número de prove-
» E-mails Enviados – Como o nome diz, ficam os e-mails que dores que oferecem correio eletrônico gratuitamente, logo abaixo
foram enviados. segue uma lista dos mais populares.
» Hotmail – http://www.hotmail.com
» Rascunho – Guarda as mensagens que você ainda não termi-
» GMail – http://www.gmail.com
nou de redigir.
» iBest Mail – http://www.ibestmail.com.br
» Lixeira – Armazena as mensagens excluídas. » iG Mail – http://www.ig.com.br
» Yahoo – http://www.yahoo.com.br
Ao redigir mensagem, os seguintes campos estão presentes: » Click21 – http://www.click21.com.br
» Para – é o campo onde será inserido o endereço do destina-
tário. Para criar seu e-mail basta visitar o endereço acima e seguir
» Cc – este campo é utilizado para mandar cópias da mesma as instruções do site. Outro importante fator a ser observado é o
mensagem, ao usar este campo os endereços aparecerão para todos tamanho máximo permitido por anexo, este foi outro fator que au-
os destinatários. mentou muito de tamanho, há pouco tempo a maioria dos prove-
» Cco – sua funcionalidade é igual ao campo anterior, no entan- dores permitiam em torno de 2 Mb, mas atualmente a maioria já
to os endereços só aparecerão para os respectivos donos. oferecem em média 10 Mb. Porém tem alguns mais generosos que
» Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem. chegam a oferecer mais que isso, é o caso do Click21 que oferece
» Anexos – são dados que são anexados à mensagem (imagens, 21 Mb, claro que essas limitações são preocupantes quando se tra-
ta de e-mail grátis, pois a final de contas quando pagamos o bolso
programas, música, arquivos de texto, etc.).
é quem manda. Além de caixa postal os provedores costumam ofe-
» Corpo da Mensagem – espaço onde será redigida a mensa-
recer serviços de agenda e contatos.
gem.
Didatismo e Conhecimento 42
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Todos os WebMail acima são ótimos, então fica a critério de 4. Configurações – Este botão abre (como o próprio nome já
cada um escolher o seu, ou até mesmo os seus, eu, por exemplo, diz) a janela de configurações. Nesta janela podem ser feitas di-
procuro aqueles que oferecem uma interface com o menor propa- versas configurações, tais como: mudar senha, definir número de
ganda possível. e-mail por página, assinatura, resposta automática, etc.
5. Ajuda – Abre, em outra janela do navegador, uma seção
» Criando seu e-mail com vários tópicos de ajuda.
Fazer sua conta de e-mail é uma tarefa extremamente sim- 6. Sair – Este botão é muito importante, pois é através dele que
ples, eu escolhi o iBestMail, pois a interface deste WebMail não você vai fechar sua caixa postal, muito recomendado quando o uso
tem propagandas e isso ajudar muito os entendimentos, no entanto de seu e-mail ocorrer em computadores de terceiros.
você pode acessar qualquer dos endereços informados acima ou 7. Espaço – Esta seção é apenas informativa, exibe seu ende-
ainda qualquer outro que você conheça. O processo de cadastro é reço de e-mail; quantidade total de sua caixa posta; parte utilizada
muito simples, basta preencher um formulário e depois você terá em porcentagem e um pequeno gráfico.
sua conta de e-mail pronta para ser usada. Alguns provedores exi- 8. Seção atual – Mostra o nome da seção na qual você está, no
gem CPF para o cadastro, o iBest e o iG são exemplos, já outros exemplo a Caixa de Entrada.
você informa apenas dados pessoais, o Yahoo e o Gmail são exem- 9. Número de Mensagens – Exibe o intervalo de mensagens
plos, este último é preciso ter um convite. que estão na tela e também o total da seção selecionada.
10. Caixa de Comandos – Neste menu suspenso estão todos
os comandos relacionados com as mensagens exibidas. Para usar
Vamos aos passos:
estes comandos, selecione uma ou mais mensagens o comando
1. Acesse a pagina do provedor (www.ibestmail.com.br) ou desejado e clique no botão “OK”. O botão “Bloquear”, bloqueia
qualquer outro de sua preferência. o endereço de e-mail da mensagem, útil para bloquear e-mails in-
2. Clique no botão “CADASTRE-SE JÁ”, será aberto um for- desejados. Já o botão “Contas externas” abre uma seção para con-
mulário, preencha-o observando todos os campos. Os campos do figurar outras contas de e-mails que enviarão as mensagens a sua
formulário têm suas particularidades de provedor para provedor, caixa postal. Para o correto funcionamento desta opção é preciso
no entanto todos trazem a mesma ideia, colher informações do que a conta a ser acessada tenha serviço POP3 e SMTP.
usuário. Este será a primeira parte do seu e-mail e é igual a este em 11. Lista de Páginas – Este menu suspenso exibe a lista de
qualquer cadastro, no exemplo temos “@ibest.com.br”. A junção página, que aumenta conforme a quantidade de e-mails na seção.
do nome de usuário com o nome do provedor é que será seu en- Para acessar selecione a página desejada e clique no botão “OK”.
dereço eletrônico. No exemplo ficaria o seguinte: seunome@ibest. Veja que todos os comandos estão disponíveis também na parte
com.br. inferior, isto para facilitar o uso de sua caixa postal.
3. Após preencher todo o formulário clique no botão “Aceito”, 12. Pastas do Sistema – Exibe as pastas padrões de um correio
pronto seu cadastro estará efetivado. eletrônico. Caixa de Entrada; Mensagens Enviadas; Rascunho e
Pelo fato de ser gratuito e ter muitos usuários é comum que Lixeira. Um detalhe importante é o estilo do nome, quando está
normal significa que todas as mensagens foram abertas, porém
muitos nomes já tenham sido cadastrados por outros usuários,
quando estão em negrito, acusam que há uma ou mais mensagens
neste caso será exibida uma mensagem lhe informando do pro- que não foram lidas, o número entre parêntese indica a quantidade.
blema. Isso acontece porque dentro de um mesmo provedor não Este detalhe funciona para todas as pastas e mensagens do correio.
pode ter dois nomes de usuários iguais. A solução é procurar outro 13. Painel de Visualização – Espaço destinado a exibir as
nome que ainda esteja livre, alguns provedores mostram sugestões mensagens. Por padrão, ao abrir sua caixa postal, é exibido o
como: seunome2005; seunome28, etc. Se ocorrer isso com você (o conteúdo da Caixa de Entrada, mas este painel exibe também as
que é bem provável que acontecerá) escolha uma das sugestões ou mensagens das diversas pastas existentes na sua caixa postal. A
informe outro nome (não desista, você vai conseguir), finalize seu observação feita no item anterior, sobre negrito, também é válida
cadastro que seu e-mail vai está pronto para ser usado. para esta seção. Observe as caixas de seleção localizadas do lado
esquerdo de cada mensagem, é através delas que as mensagens são
selecionadas. A seleção de todos os itens ao mesmo tempo, tam-
» Entendendo a Interface do WebMail
bém pode ser feito pela caixa de seleção do lado esquerdo do título
A interface é a parte gráfica do aplicativo de e-mail que nos da coluna “Remetente”. O título das colunas, além de nomeá-las,
liga do mundo externo aos comandos do programa. Estes conheci- também serve para classificar as mensagens que por padrão estão
mentos vão lhe servir para qualquer WebMail que você tiver e tam- classificadas através da coluna “Data”, para usar outra coluna na
bém para o Outlook Express que é um programa de gerenciamento classificação basta clicar sobre nome dela.
de e-mails, vamos ver este programa mais adiante. 14. Gerenciador de Pastas – Nesta seção é possível adicio-
1. Chegou e-mail? – Este botão serve para atualizar sua caixa nar, renomear e apagar as suas pastas. As pastas são um modo de
de entrar, verificando se há novas mensagens no servidor. organizar seu conteúdo, armazenando suas mensagens por temas.
2. Escrever – Ao clicar neste botão a janela de edição de e- Quando seu e-mail é criado não existem pastas nesta seção, isso
-mail será aberta. A janela de edição é o espaço no qual você vai deve ser feito pelo usuário de acordo com suas necessidades.
15. Contas Externas – Este item é um link que abrirá a seção
redigir, responder e encaminhar mensagens. Semelhante à função
onde pode ser feita uma configuração que permitirá você acessar
novo e-mail do Outlook. outras caixas postais diretamente da sua. O próximo link, como o
3. Contatos – Abre a seção de contatos. Aqui os seus endere- nome já diz, abre a janela de configuração dos e-mails bloqueados
ços de e-mail são previamente guardados para utilização futura, e mais abaixo o link para baixar um plug-in que lhe permite fazer
nesta seção também é possível criar grupos para facilitar o geren- uma configuração automática do Outlook Express. Estes dois pri-
ciamento dos seus contatos. meiros links são os mesmos apresentados no item 10.
Didatismo e Conhecimento 43
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Procure utilizar arquivos compactados apenas como backups
PROCEDIMENTO PARA A REALIZAÇÃO secundários, como imagens que geralmente ocupam um espaço
DE CÓPIA DE SEGURANÇA (BACKUP). muito grande.
Didatismo e Conhecimento 44
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
5 - Para as regras (ou filtros), você deverá ir em Ferramentas 1. Clique com o botão direito sobre o arquivo ou pasta de
-> Assistente de Regras -> Clicar em OPÇÕES -> Clicar em Ex- que seja fazer backup e depois clique na opção “Copiar” no menu
portar Regras. Será salvo um arquivo com a extensão RWZ. Fazer exibido. 2. Agora marque a unidade de backup, clique com o bo-
todos esses procedimentos é mais trabalhoso, porém muito mais tão direito sobre ela e escolha “Colar” no menu exibido. Você
seguro. pode marcar a unidade de backup ao localizá-la no ícone “Meu
Outra solução, é utilizar programas específicos para backup Computador”, ou seja, como uma das unidades do Windows Ex-
do Outlook. plorer.
Isso é tudo. Não se esqueça de verificar o backup para se
MEIOS DISPONÍVEIS PARA BACKUPS EM ARMA- certificar que ele coube na unidade de backup e o mantenha pro-
ZENAMENTO EXTERNO tegido.
Entende-se por armazenamento externo qualquer mecanismo Utilizando a ferramenta inclusa no Windows XP Profes-
que não se encontre dentro do seu PC. Existem várias opções, e sional.
apresentamos uma tabela com os mais comuns, vantagens e des-
vantagens: Se você trabalha com o Windows XP Professional, você dis-
põe de uma ferramenta muito útil que se encarrega de fazer os
backups que você marcar. Siga estes passos para utilizá-la:
CD-RW
1. Clique em “Iniciar” e depois em “Todos os Programas”. 2.
Dentro de “Acessórios”, aponte para “Ferramentas de Sistema”.
É um CD em que pode guardar/gravar suas informações.
3. Escolha a opção “Backup”.
Arquivos realmente preciosos que precisam ser guardados com
Se for a primeira vez que você utiliza essa ferramenta, apare-
100% de certeza de que não sofrerão danos com o passar do tempo cerá o “Assistente de backup ou restauração”. Clique em Avançar
devem ser becapeados em CDs. A maioria dos computadores e siga as instruções na tela. Se você deseja um guia passo a passo
atuais inclui uma unidade para gravar em CD-RW. O CD-ROM de como usar essa ferramenta, pode obtê-lo em Backup do Win-
é a forma mais segura de fazer grandes backups. Cada CD dows XP Facilitado (em inglês).
armazena até 700 Mb e, por ser uma mídia ótica, onde os dados Sugestão: Se você não sabe qual versão de sistema operacio-
são gravados de maneira física, é muito mais confiável que mídias nal utiliza, dê um clique com o botão direito sobre o ícone “Meu
magnéticas sujeitas a interferências elétricas. Computador” e escolha “Propriedades”. Dentro da guia “Siste-
ma” você encontrará a versão do seu sistema operacional.
DVD-RW
Para utilizar a ferramenta de backups no Windows XP
A capacidade de armazenamento é muito maior, normalmen- Home Edition
te entre 4 e 5 gibabytes.
Se seu PC tem o Windows XP Home Edition, você precisa
Pen Drive adicionar a ferramenta de backups que vem no seu CD original
seguindo estes passos:
São dispositivos bastante pequenos que se conectam a uma 1. Insira o CD do Windows XP (ou o que veio com seu equi-
porta USB do seu equipamento. pamento se ele foi pré-carregado) na unidade de CD. Se a tela de
São muito portáteis, frequentemente são do tipo “chaveiro”, apresentação não aparecer, dê um clique duplo sobre o ícone da
ideais para backups rápidos e para mover arquivos entre máqui- unidade de CD dentro de “Meu Computador”.
nas. 2. Na tela de apresentação, escolha a opção “Executar tarefas
Você deve escolher um modelo que não seja muito frágil. adicionais”.
3. Clique em “Explorar este CD”.
HD Externo 4. O Windows Explorer se abrirá. Localize a pasta “ValueA-
dd” e dê um clique duplo sobre ela, depois em Msft e depois em
NtBackup.
O HD externo funciona como um periférico, como se fosse
5. Agora, dê um clique duplo sobre o arquivo NtBackup.msi
um Pen Drive, só que com uma capacidade infinitamente maior.
para instalar a ferramenta de backup.
Nota: Ao terminar a instalação, é provável que seja solicita-
Backups utilizando o Windows do que você reinicie seu equipamento.
Para utilizar a ferramenta, siga estes passos:
Fazer backups de sua informação não tem que ser um tra- 1. Clique em “Iniciar” e depois em “Todos os Programas”.
balho complicado. Você pode simplesmente recorrer ao método 2. Dentro de “Acessórios”, aponte para “Ferramentas de Sis-
Copiar e Colar, ou seja, aproveitar as ferramentas dependendo da tema”.
versão do Sistema Operacional (Windows, Linux, etc.) que você 3. Escolha a opção “backup”.
utiliza. Se for a primeira vez que você utiliza essa ferramenta, apare-
Cópias Manuais cerá o “Assistente de backup ou restauração”. Clique em Avançar e
siga as instruções na tela. Se você deseja um guia passo a passo de
Você pode fazer backups da sua informação com estes pas- como usar essa ferramenta, pode obtê-lo em Backup do Windows
sos simples: XP Facilitado (em inglês).
Didatismo e Conhecimento 45
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Sugestão: Se você não sabe qual versão de sistema operacional utiliza, dê um clique com o botão direito sobre o ícone “Meu Computa-
dor” e escolha “Propriedades”. Dentro da guia “Sistema” você encontrará a versão do seu sistema operacional.
Fazer backups é uma excelente prática de segurança básica. Agora lhe damos conselhos simples para que você esteja a salvo no dia em
que precisar deles:
1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escritório, e, se for possível, em algum recipiente à prova de incêndios, como os cofres onde
você guarda seus documentos e valores importantes.
2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as mantenha em lugares separados.
3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups, é melhor comprimir os arquivos que já sejam muito antigos (quase todos os pro-
gramas de backup contam com essa opção), assim você não desperdiça espaço útil.
4. Proteja seus backups com uma senha, de maneira que sua informação fique criptografada o suficiente para que ninguém mais possa
acessá-la. Se sua informação é importante para seus entes queridos, implemente alguma forma para que eles possam saber a senha se você
não estiver presente.
MS WORD
O Word faz parte da suíte de aplicativos Office, e é considerado um dos principais produtos da Microsoft sendo a suíte que domina o
mercado de suítes de escritório, mesmo com o crescimento de ferramentas gratuitas como Google Docs e Open Office.
Interface
No cabeçalho de nosso programa temos a barra de títulos do documento ,
que como é um novo documento apresenta como título “Documento1”. Na esquerda temos a Barra de acesso rápido, que
permite acessar alguns comandos mais rapidamente como salvar, desfazer. Você pode personalizar essa barra, clicando no menu de contexto
(flecha para baixo) à direita dela.
Mais a esquerda tem a ABA Arquivo.
Através dessa ABA, podemos criar novos documentos, abrir arquivos existentes, salvar documentos, imprimir, preparar o documento
(permite adicionar propriedades ao documento, criptografar, adicionar assinaturas digitais, etc.). Vamos utilizar alguns destes recursos no
andamento de nosso curso.
ABAS
Os comandos para a edição de nosso texto agora ficam agrupadas dentro destas guias. Dentro destas guias temos os grupos de ferra-
mentas, por exemplo, na guia Inicio, temos “Fonte”, “Parágrafo”, etc., nestes grupos fica visíveis para os usuários os principais comandos,
para acessar os demais comandos destes grupos de ferramentas, alguns destes grupos possuem pequenas marcações na sua direita inferior.
Didatismo e Conhecimento 46
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O Word possui também guias contextuais quando determinados elementos dentro de seu texto são selecionados, por exemplo, ao sele-
cionar uma imagem, ele criar na barra de guias, uma guia com a possibilidade de manipulação do elemento selecionado.
Didatismo e Conhecimento 47
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
documento, como o documento não possui um título, ele pega os
primeiros 255 caracteres e atribui como nome, é aconselhável co-
locar um nome menor e que se aproxime do conteúdo de seu texto.
“Em Tipo a maior mudança, até versão 2003, os documentos eram
salvos no formato”. DOC”, a partir da versão 2010, os documentos
são salvos na versão”. DOCX”, que não são compatíveis com as
versões anteriores. Para poder salvar seu documento e manter ele
compatível com versões anteriores do Word, clique na direita des-
sa opção e mude para Documento do Word 97-2003.
Salvando Arquivos
É importante ao terminar um documento, ou durante a
digitação do mesmo, quando o documento a ser criado é longo,
Observe que o nome de seu arquivo agora aparece na barra
salvar seu trabalho. Salvar consiste em armazenar se documento
de títulos.
em forma de arquivo em seu computador, pendrive, ou outro dis-
positivo de armazenamento. Para salvar seu documento, clique no Abrindo um arquivo do Word
botão salvar no topo da tela. Será aberta uma tela onde você poderá Para abrir um arquivo, você precisa clicar na ABA Arquivo.
definir o nome, local e formato de seu arquivo.
Didatismo e Conhecimento 48
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Visualização do Documento
Didatismo e Conhecimento 49
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O grupo “Configurar Página”, permite definir as margens de
seu documento, ele possui alguns tamanhos pré-definidos, como
também personalizá-las.
Ao personalizar as margens, é possível alterar as margens su-
perior, esquerda, inferior e direita, definir a orientação da página, se
retrato ou paisagem, configurar a fora de várias páginas, como nor-
mal, livro, espelho. Ainda nessa mesma janela temos a guia Papel.
Colunas
Didatismo e Conhecimento 50
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Selecionando Textos
Didatismo e Conhecimento 51
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Copiar e Colar Algumas vezes posso precisar substituir uma palavra por ela
O copiar e colar no Word funciona da mesma forma que qual- mesma, porém com outra cor, ou então somente quando escrita em
quer outro programa, pode-se utilizar as teclas de atalho CTRL+C maiúscula, etc., nestes casos clique no botão Mais. As opções são:
(copiar), CTRL+X (Recortar) e CTRL+V(Colar), ou o primeiro • Pesquisar: Use esta opção para indicar a direção da pes-
grupo na ABA Inicio. quisa;
• Diferenciar maiúsculas de minúsculas: Será localizada
exatamente a palavra como foi digitada na caixa localizar.
• Palavras Inteiras: Localiza uma palavra inteira e não par-
te de uma palavra. Ex: Atenciosamente.
• Usar caracteres curinga: Procura somente as palavras que
você especificou com o caractere coringa. Ex. Se você digitou *ão
o Word vai localizar todas as palavras terminadas em ão.
• Semelhantes: Localiza palavras que tem a mesma sonori-
Este é um processo comum, porém um cuidado importante é dade, mas escrita diferente. Disponível somente para palavras em
quando se copia texto de outro tipo de meio como, por exemplo, inglês.
da Internet. Textos na Internet possuem formatações e padrões de- • Todas as formas de palavra: Localiza todas as formas da
ferentes dos editores de texto. Ao copiar um texto da Internet, se palavra, não será permitida se as opções usar caractere coringa e
você precisa adequá-lo ao seu documento, não basta apenas clicar semelhantes estiverem marcadas.
em colar, é necessário clicar na setinha apontando para baixo no • Formatar: Localiza e Substitui de acordo com o especifi-
botão Colar, escolher Colar Especial. cado como formatação.
• Especial: Adiciona caracteres especiais à caixa localizar.
A caixa de seleção usar caracteres curinga.
Formatação de texto
Um dos maiores recursos de uma edição de texto é a possibi-
lidade de se formatar o texto. No Office 2010 a ABA responsável
pela formatação é a Inicio e os grupo Fonte, Parágrafo e Estilo.
Formatação de Fonte
A formatação de fonte diz respeito ao tipo de letra, tamanho
de letra, cor, espaçamento entre caracteres, etc., para formatar uma
palavra, basta apenas clicar sobre ela, para duas ou mais é neces-
sário selecionar o texto, se quiser formatar somente uma letra tam-
Observe na imagem que ele traz o texto no formato HTML. bém é necessário selecionar a letra. No grupo Fonte, temos visível
Precisa-se do texto limpo para que você possa manipulá-lo, mar- o tipo de letra, tamanho, botões de aumentar fonte e diminuir fon-
que a opção Texto não formatado e clique em OK. te, limpar formatação, negrito, itálico, sublinhado, observe que ao
lado de sublinhado temos uma seta apontando para baixo, ao clicar
Localizar e Substituir nessa seta, é possível escolher tipo e cor de linha.
Ao final da ABA Inicio temos o grupo edição, dentro dela te-
mos a opção Localizar e a opção Substituir. Clique na opção Subs-
tituir.
Didatismo e Conhecimento 52
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ao lado do botão de sublinhado temos o botão Tachado – que
coloca um risco no meio da palavra, botão subscrito e sobrescrito
e o botão Maiúsculas e Minúsculas.
Formatação de parágrafos
Didatismo e Conhecimento 53
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Bordas no parágrafo.
Marcadores e Numeração
Didatismo e Conhecimento 54
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ao clicar em Símbolo, será mostrada a seguinte janela:
A opção vários níveis é utilizada quando nosso texto tenha Onde você poderá escolher a Fonte (No caso aconselha-se a
níveis de marcação como, por exemplo, contratos e petições. Os utilizar fontes de símbolos como a Winddings, Webdings), e de-
marcadores do tipo Símbolos como o nome já diz permite adicio- pois o símbolo. Ao clicar em Imagem, você poderá utilizar uma
nar símbolos a frente de seus parágrafos. imagem do Office, e ao clicar no botão importar, poderá utilizar
Se precisarmos criar níveis nos marcadores, basta clicar antes uma imagem externa.
do inicio da primeira palavra do parágrafo e pressionar a tecla TAB
no teclado. Bordas e Sombreamento
Didatismo e Conhecimento 55
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Podemos começar escolhendo uma definição de borda (caixa, sombra, 3D e outra), ou pode-se especificar cada uma das bordas na di-
reita onde diz Visualização. Pode-se pelo meio da janela especificar cor e largura da linha da borda. A Guia Sombreamento permite atribuir
um preenchimento de fundo ao texto selecionado. Você pode escolher uma cor base, e depois aplicar uma textura junto dessa cor.
Cabeçalho e Rodapé
O Word sempre reserva uma parte das margens para o cabeçalho e rodapé. Para acessar as opções de cabeçalho e rodapé, clique na ABA
Inserir, Grupo Cabeçalho e Rodapé.
Didatismo e Conhecimento 56
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ao clicar em Cabeçalho o Word disponibiliza algumas opções de caixas para que você possa digitar seu texto. Ao clicar em Editar Ca-
beçalho o Word edita a área de cabeçalho e a barra superior passa a ter comandos para alteração do cabeçalho.
A área do cabeçalho é exibida em um retângulo pontilhado, o restante do documento fica em segundo plano. Tudo o que for inserido no
cabeçalho será mostrado em todas as páginas, com exceção se você definiu seções diferentes nas páginas.
Para aplicar números de páginas automaticamente em seu cabeçalho basta clicar em Números de Página, apenas tome o cuidado de
escolher Inicio da Página se optar por Fim da Página ele aplicará o número da página no rodapé. Podemos também aplicar cabeçalhos e ro-
dapés diferentes a um documento, para isso basta que ambos estejam em seções diferentes do documento. O cuidado é ao aplicar o cabeçalho
ou o rodapé, desmarcar a opção Vincular ao anterior.
O funcionamento para o rodapé é o mesmo para o cabeçalho, apenas deve-se clicar no botão Rodapé.
Didatismo e Conhecimento 57
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Data e Hora
O Word Permite que você possa adicionar um campo de Data e Hora em seu texto, dentro da ABA Inserir, no grupo Texto, temos o
botão Data e Hora.
Basta escolher o formato a ser aplicado e clicar em OK. Se precisar que esse campo sempre atualize data, marque a opção Atualizar
automaticamente.
Imagens
O primeiro elemento gráfico que temos é o elemento Imagem. Para inserir uma imagem clique no botão com o mesmo nome no grupo
Ilustrações na ABA Inserir. Na janela que se abre, localize o arquivo de imagem em seu computador.
Didatismo e Conhecimento 58
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A imagem será inserida no local onde estava seu cursor.
O que será ensinado agora é praticamente igual para todo os elementos gráficos, que é a manipulação dos elementos gráficos. Ao inserir
a imagem é possível observar que a mesma enquanto selecionada possui uma caixa pontilhadas em sua volta, para mover a imagem de local,
basta clicar sobre ela e arrastar para o local desejado, se precisar redimensionar a imagem, basta clicar em um dos pequenos quadrados em
suas extremidades, que são chamados por Alças de redimensionamento. Para sair da seleção da imagem, basta apenas clicar em qualquer
outra parte do texto. Ao clicar sobre a imagem, a barra superior mostra as configurações de manipulação da imagem.
O primeiro grupo é o Ajustar, dentre as opções temos Brilho e Contraste, que permite clarear ou escurecer a imagem e adicionar ou
remover o contraste. Podemos recolorir a imagem.
Entre as opções de recolorir podemos colocar nossa imagem em tons de cinza, preto e branco, desbotar a imagem e remover uma cor da
imagem. Este recurso permite definir uma imagem com fundo transparente. A opção Compactar Imagens permite deixar sua imagem mais
adequada ao editor de textos. Ao clicar nesta opção o Word mostra a seguinte janela:
Pode-se aplicar a compactação a imagem selecionada, ou a todas as imagens do texto. Podemos alterar a resolução da imagem. A opção
Redefinir Imagem retorna a imagem ao seu estado inicial, abandonando todas as alterações feitas. O próximo grupo chama-se Sombra, como
o próprio nome diz, permite adicionar uma sombra a imagem que foi inserida.
No botão Efeitos de Sombra, você poderá escolher algumas posições de sombra (Projetada, Perspectiva) e cor da sombra. Ao lado
deste botão é possível definir a posição da sombra e no meio a opção de ativar e desativar a sombra. No grupo Organizar é possível definir
a posição da imagem em relação ao texto.
Didatismo e Conhecimento 59
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Didatismo e Conhecimento 60
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Podemos aplicar também os Efeitos de Imagem Formas
Clip Art
Didatismo e Conhecimento 61
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Os primeiros botões permitem aplicar um estilo a sua forma. A opção Imagem preenche sua forma com alguma imagem. A
opção Gradação permite aplicar tons de gradiente em sua forma.
Didatismo e Conhecimento 62
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Na guia gradiente, temos as opções de Uma cor, Duas cores e A Guia Textura permite aplicar imagens como texturas ao
Pré-definidas. preenchimento, a guia Padrão permite aplicar padrões de preenchi-
Ao escolher uma cor você pode escolher a cor a ser aplicada, mento e imagem permite aplicar uma imagem Após o grupo Esti-
se quer ela mais para o claro ou escuro, pode definir a transparên- los de Forma temos o grupo sombra e após ele o grupo Efeitos 3D.
cia do gradiente e como será o sombreamento.
SmartArt
Didatismo e Conhecimento 63
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
WordArt
Didatismo e Conhecimento 64
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O primeiro grupo é o Texto, nesse grupo podemos editar o texto digitado e definir seu espaçamento e alinhamentos. No grupo Estilos de
WordArt pode-se mudar a forma do WordArt, depois temos os grupos de Sombra, Efeitos 3D, Organizar e Tamanho.
Tabelas
As tabelas são com certeza um dos elementos mais importantes para colocar dados em seu documento.
Use tabelas para organizar informações e criar formas de páginas interessantes e disponibilizar seus dados.
Para inserir uma tabela, na ABA Inserir clique no botão Tabela.
Ao clicar no botão de Tabela, você pode definir a quantidade de linhas e colunas, pode clicar no item Inserir Tabela ou Desenhar a
Tabela, Inserir uma planilha do Excel ou usar uma Tabela Rápida que nada mais são do que tabelas prontas onde será somente necessário
alterar o conteúdo.
Você pode criar facilmente uma tabela mais complexa, por exemplo, que contenha células de diferentes alturas ou um número variável
de colunas por linha semelhante à maneira como você usa uma caneta para desenhar uma tabela.
Ao desenhar a caixa que fará parte da tabela, você pode utilizar o topo
Didatismo e Conhecimento 65
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ferramentas de Tabela.
Através do grupo Opções de Estilo de Tabela é possível definir células de cabeçalho. O grupo Estilos de Tabela permite aplicar uma
formatação a sua tabela e o grupo Desenhar Bordas permite definir o estilo, espessura e cor da linha. O botão Desenhar Tabela transforma
seu cursor em um lápis para desenhar as células de sua tabela, e o botão Borracha apaga as linhas da tabela.
Você pode observar também que ao estar com alguma célula da tabela com o cursor o Word acrescenta mais uma ABA ao final, chamada
Layout, clique sobre essa ABA.
O primeiro grupo Tabela permite selecionar em sua tabela, apenas uma célula, uma linha, uma coluna ou toda a tabela.
Ao clicar na opção Propriedades será aberto uma janela com as propriedades da janela.
Didatismo e Conhecimento 66
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Didatismo e Conhecimento 67
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ele abre a seguinte janela e coloca sua primeira linha como a linha de cabeçalho, você pode colocar até três colunas como critérios de
classificação.
O botão Converter em Texto permite transformar sua tabela em textos normal. A opção fórmula permite fazer cálculos na tabela.
ABA Revisão
A ABA revisão é responsável por correção, proteção, comentários etc., de seu documento.
O primeiro grupo Revisão de Texto tem como principal botão o de ortografia e Gramática, clique sobre ele.
Didatismo e Conhecimento 68
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Impressão
Para imprimir seu documento o processo é muito simples. Cli-
que no botão
Office e ao posicionar o mouse em Imprimir ele abre algumas
opções.
Estilos
Os estilos podem ser considerados formatações prontas a se-
rem aplicadas em textos e parágrafos. O Word disponibiliza uma
grande quantidade de estilos através do grupo estilos.
Didatismo e Conhecimento 69
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Índices
Será mostrada uma janela de configuração de seu índice. Cli-
Sumário que no botão Opções.
O Sumário ou Índice Analítico é o mais utilizado, ele normal-
mente aparece no inicio de documentos. A principal regra é que
todo parágrafo que faça parte de seu índice precisa estar atrelado a
um estilo. Clique no local onde você precisa que fique seu índice
e clique no botão Sumário. Serão mostrados alguns modelos de
sumário, clique em Inserir Sumário.
Didatismo e Conhecimento 70
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Será aberta outra janela, nesta janela aparecem todos os estilos
presentes no documento, então é nela que você define quais estilos
farão parte de seu índice.
No exemplo apliquei o nível 1 do índice ao estilo Título 1, o
nível 2 ao Título 2 e o nível 3 ao Título 3. Após definir quais serão
suas entradas de índice clique em OK.
Retorna-se a janela anterior, onde você pode definir qual será
o preenchimento entre as chamadas de índice e seu respectivo nú-
mero de página e na parte mais abaixo, você pode definir o Forma-
to de seu índice e quantos níveis farão parte do índice.
Ao clicar em Ok, seu índice será criado.
Guias de Planilha
MS EXCEL
Didatismo e Conhecimento 71
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Entrada de textos e números
Se você precisar selecionar mais de uma célula, basta manter Para salvar uma planilha o processo é igual ao feito no Word,
pressionado o mouse e arrastar selecionando as células em sequ- clique no botão Office e clique me Salvar.
ência.
Didatismo e Conhecimento 72
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Operadores e Funções
Operadores
Didatismo e Conhecimento 73
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para o cálculo do teclado é necessário então fazer o cálculo da segunda linha A5*C5 e assim sucessivamente. Observamos então que a
coluna representada pela letra não muda, muda-se somente o número que representa a linha, e se nossa planilha tivesse uma grande quan-
tidade de produtos, repetir o cálculo seria cansativo e com certeza sujeita a erros. Quando temos uma sequência de cálculos como a nossa
planilha o Excel permite que se faça um único cálculo e ao posicionar o cursor do mouse no canto inferior direito da célula o cursor se
transforma em uma cruz (não confundir com a seta branca que permite mover o conteúdo da célula e ao pressionar o mouse e arrastar ele
copia a fórmula poupando tempo).
Para calcular o total você poderia utilizar o seguinte cálculo D4+D5+D6+D7+D8, porém isso não seria nada pratico em planilhas maio-
res. Quando tenho sequências de cálculos o Excel permite a utilização de funções.
No caso a função a ser utilizada é a função SOMA, a sua estrutura é =SOMA(CelIni:Celfim), ou seja, inicia-se com o sinal de igual (=),
escreve-se o nome da função, abrem-se parênteses, clica-se na célula inicial da soma e arrasta-se até a última célula a ser somada, este
intervalo é representado pelo sinal de dois pontos (:), e fecham-se os parênteses.
Embora você possa fazer manualmente na célula o Excel possui um assistente de função que facilita e muito a utilização das mesmas
em sua planilha. Na ABA Inicio do Excel dentro do grupo Edição existe o botão de função.
A primeira função é justamente Soma, então clique na célula e clique no botão de função.
Observe conforme a imagem que o Excel acrescenta a soma e o intervalo de células pressione ENTER e você terá seu cálculo.
Didatismo e Conhecimento 74
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Formatação de células
A formatação de células é muito semelhante a que vimos para formatação de fonte no Word, basta apenas que a célula onde será aplicada
a formatação esteja selecionada, se precisar selecionar mais de uma célula, basta selecioná-las.
As opções de formatação de célula estão na ABA Inicio.
Temos o grupo Fonte que permite alterar a fonte a ser utilizada, o tamanho, aplicar negrito, itálico e sublinhado, linhas de grade, cor de
preenchimento e cor de fonte. Ao clicar na faixa do grupo será mostrada a janela de fonte.
A guia mostrada nesta janela é a Fonte nela temos o tipo da letra, estilo, tamanho, sublinhado e cor, observe que existem menos recursos
de formatação do que no Word.
A guia Número permite que se formatem os números de suas células. Ele dividido em categorias e dentro de cada categoria ele possui
exemplos de utilização e algumas personalizações como, por exemplo, na categoria Moeda em que é possível definir o símbolo a ser usado
e o número de casas decimais.
Didatismo e Conhecimento 75
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A guia Preenchimento permite adicionar cores de preenchi-
mento às suas células.
Didatismo e Conhecimento 76
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para finalizar selecione toda a sua planilha e no botão de bor-
das, selecione uma borda externa.
Estilos
Esta opção é utilizada par aplicar, automaticamente um for- No grupo Opções de Estilo de Tabela desmarque a opção Li-
mato pré-definido a uma planilha selecionada. nhas de Cabeçalho.
Para poder manipular também os dados de sua planilha é ne-
cessário selecionar as células que pretende manipular como pla-
nilha e no grupo Ferramentas clique no botão Converter em In-
tervalo.
Didatismo e Conhecimento 77
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Inserção de linhas e colunas
Para adicionar ou remover linhas e colunas no Excel é simples. Para adicionar, basta clicar com o botão direito do mouse em uma linha
e depois clicar em Inserir, a linha será adicionada acima da selecionada, no caso a coluna será adicionada à esquerda. Para excluir uma linha
ou uma coluna, basta clicar com o botão direito na linha ou coluna a ser excluída.
Este processo pode ser feito também pelo grupo Células que está na ABA inicio.
Através da opção Formatar podemos também definir a largura das linhas e colunas.
Congelar Painéis
Algumas planilhas quando muito longas necessitam que sejam mantidos seus cabeçalho e primeiras linhas, evitando-se assim a digita-
ção de valores em locais errados. Esse recurso chama-se congelar painéis e está disponível na ABA exibição.
Didatismo e Conhecimento 78
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
No grupo Janela temos o botão Congelar Painéis, clique na Trabalhando com Referências
opção congelar primeira linha e mesmo que você role a tela a pri- Percebemos que ao copiar uma fórmula, automaticamente são
meira linha ficará estática. alteradas as referências, isso ocorre, pois trabalhamos até o mo-
mento com valores relativos.
Porém, vamos adicionar em nossa planilha mais uma
coluna onde pretendo calcular qual a porcentagem cada produto
representa no valor total
Didatismo e Conhecimento 79
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Porém se utilizarmos o conceito aprendido de copiar a célula No exemplo acima foi possível travar toda a células, existem ca-
E4 para resolver os demais cálculos na célula E5 à fórmula fica- sos em que será necessário travar somente a linha e casos onde será
rá =D5/D10, porém se observarmos o correto seria ficar =D5/D9, necessário travar somente a coluna.
pois a célula D9 é a célula com o valor total, ou seja, esta é a célula As combinações então ficariam (tomando como base a célula D9)
comum a todos os cálculos a serem feitos, com isso não posso D9 - Relativa, não fixa linha nem coluna
copiar a fórmula, pelo menos não como está. $D9 - Mista, fixa apenas a coluna, permitindo a variação da linha.
Uma solução seria fazer uma a uma, mas a ideia de uma pla- D$9 - Mista, fixa apenas a linha, permitindo a variação da coluna.
nilha é ganhar-se tempo. $D$9 - Absoluta, fixa a linha e a coluna.
A célula D9 então é um valor absoluto, ele não muda é tam-
bém chamado de valor constante. Algumas outras funções
A solução é então travar a célula dentro da formula, para isso
usamos o símbolo do cifrão ($), na célula que fizemos o cálculo Vamos inicialmente montar a seguinte planilha
E4 de clique sobre ela, depois clique na barra de fórmulas sobre a
referência da célula D9.
Didatismo e Conhecimento 80
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ao clicar na opção Mais Funções abre-se a tela de Inserir MIN
Função, você pode digitar uma descrição do que gostaria de saber Mostra o valor mínimo de uma seleção de células.
calcular, pode buscar por categoria, como Financeira,m Data Hora Vamos utilizar essa função em nossa planilha para saber os
etc..., ao escolher uma categoria, na caixa central serão mostradas valores mínimos nas características de nossos atletas.
todas as funções relativas a essa categoria. Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de ida-
Ao selecionar, por exemplo, a categoria Estatística e dentro de na linha de valores máximos E16 e monte a seguinte função
do conjunto de funções desta categoria a função Máximo abaixo é =MIN(E4:E13). Com essa função está buscando no intervalo das
apresentado uma breve explicação da utilização desta função. Se células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.
precisar de mais detalhes da utilização da função clique sobre o
link Ajuda sobre esta função.
Média
Didatismo e Conhecimento 81
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A função para o cálculo da média da Idade é =MÉDIA(E4:E13) Vamos atribuir inicialmente que atletas com idade menor que
clique na célula onde está o cálculo e depois clique na barra de 18 anos serão da categoria Juvenil e acima disso categoria Profis-
fórmulas. sional. Então a lógica da função será que quando a Idade do atleta
Altere a função para =ARRED(MÉDIA(E4:E13);1) com isso for menor que 18 ele será Juvenil e quando ela for igual ou maior
fizemos com que caso exista números após a vírgula o mesmo que 18 ele será Profissional.
será arredonda a somente uma casa decimal. Caso você não queira Convertendo isso para a função e baseando-se que a idade do
casas decimais coloque após o ponto e vírgula o número zero. primeiro atleta está na célula E4 à função ficará:
Nesta situação deve-se ter uma atenção grande em relação aos =SE(E4<18;”Juvenil”;”Profissional”.)
parênteses, observe que foi aberto uma após a função ARRED e
um a pós a função MÉDIA então se deve ter o cuidado de fechá-los
corretamente. O que auxilia no fechamento correto dos parênte-
ses é que o Excel vai colorindo os mesmos enquanto você faz o
cálculo.
Função SE
Explicando a função.
Esta é com certeza uma das funções mais importantes do Ex-
=SE(E4<18: inicio da função e teste lógico, aqui é verificado
cel e provavelmente uma das mais complexas para quem está ini- se o conteúdo da célula E4 é menor que 18.
ciando. “Juvenil”: Valor a ser apresentado como verdadeiro.
“Profissional”: Valor a ser apresentado como falso. )
Esta função retorna um valor de teste_lógico que permite ava- Vamos incrementar um pouco mais nossa planilha, vamos
liar uma célula ou um cálculo e retornar um valor verdadeiro ou criar uma tabela em separado com a seguinte definição. Até 18
um valor falso. anos será juvenil, de 18 anos até 30 anos será considerado profis-
sional e acima dos 30 anos será considerado Master.
Sua sintaxe é =SE (TESTELÓGICO;VALOR Nossa planilha ficará da seguinte forma.
VERDADEIRO;VALOR FALSO).
=SE - Atribuição de inicio da função;
=SE(E4<J4;K4;SE(E4<J5;K5;K6))
Temos então:
=SE(E4<J4: Aqui temos nosso primeiro teste lógico, onde
verificamos se a idade que consta na célula E4 é menor que o
valor que consta na célula J4.
Didatismo e Conhecimento 82
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
K4: Célula definida a ser retornada como verdadeiro deste tes- =HORA(AGORA()) Retorna à hora atual
te lógico, no caso o texto “Juvenil”. =MINUTO(AGORA()) Retorna o minuto atual
SE(E4<J5: segundo teste lógico, onde verificamos se valor =SEGUNDO(AGORA()) Retorna o segundo atual
da célula E4 é menor que 30, se for real retorna o segundo valor =AGORA( ) Retorna a data e à hora
verdadeiro, é importante ressaltar que este teste lógico somente =DIA.DA.SEMANA(HOJE()) Retorna o dia da semana em
será utilizado se o primeiro teste der como falso. número
K5: Segundo valor verdadeiro, será retornado se o segundo =DIAS360( ) Calcula o número de dias que há entre uma
teste lógico estiver correto. data inicial e uma data final.
K6: Valor falso, será retornado se todos os testes lógicos de- Para exemplificar monte a seguinte planilha.
rem como falso.
Permite contar em um intervalo de valores quantas vezes se
repete determinado item. Vamos aplicar a função em nossa plani-
lha de controle de atletas
Didatismo e Conhecimento 83
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para a segunda-feira o cálculo fica da seguinte forma: Crie um novo campo abaixo da Tabela e coloque V. a receber
=HORA(B6)*B7+MINUTO(B6)*B7/60. e faça a soma dos valores totais.
Inicialmente utilizamos a função HORA e pegamos como re-
ferência de hora o valor da célula B6, multiplicamos pelo valor que
está em B7, essa parte calcula somente à hora cheia então precisa-
mos somar os minutos que pega a função MINUTO e multiplica a
quantidade de horas pelo valor da hora, como o valor é para a hora o
dividimos então por 60
Após isso coloque o valor em formato Moeda.
Planilhas 3D
Didatismo e Conhecimento 84
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Clique na célula onde será digitado o valor em real depois na
ABA Inicio no grupo Fonte clique na faixa e na janela que se abre
clique na guia Proteção.
Desmarque a opção Bloqueadas, isso é necessário, pois esta
célula é a única que poderá receber dados.
Didatismo e Conhecimento 85
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Se precisar alterar alguma célula protegida basta clicar no botão Desproteger Planilha no grupo Alterações.
Inserção de Objetos
A inserção de objetos no Excel é muito semelhante ao que aprendemos no Word, as opções de inserção de objetos estão na ABA Inserir.
Podemos inserir Imagens, clip-arts, formas, SmartArt, caixas de texto, WordArt, objetos, símbolos, etc.
Como a maioria dos elementos já sabemos como implementar vamos focar em Gráficos.
Gráficos
A utilização de um gráfico em uma planilha além de deixá-la com uma aparência melhor também facilita na hora de mostrar resultados.
As opções de gráficos, esta no grupo Gráficos na ABA Inserir do Excel
Didatismo e Conhecimento 86
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para criar um gráfico é importante decidir quais dados serão avaliados para o gráfico. Vamos utilizar a planilha Atletas para criarmos
nosso gráfico, vamos criar um gráfico que mostre os atletas x peso.
Selecione a coluna com o nome dos atletas, pressione CTRL e selecione os valores do peso.
Ao clicar em um dos modelos de gráfico no grupo Gráficos você poderá selecionar um tipo de gráfico disponível, no exemplo cliquei
no estilo de gráfico de colunas.
Didatismo e Conhecimento 87
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Escolha no subgrupo coluna 2D a primeira opção e seu gráfico será criado.
Para mover o gráfico para qualquer parte de sua planilha basta clicar em uma área em branco de o gráfico manter o mouse pressionado
e arrastar para outra parte.
Na parte superior do Excel é mostrada a ABA Design (Acima dela Ferramentas de Gráfico).
Se você quiser mudar o estilo de seu gráfico, você pode clicar no botão Alterar Tipo de Gráfico.
Para alterar a exibição entre linhas e colunas, basta clicar no botão Alterar Linha/Coluna.
Didatismo e Conhecimento 88
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ainda em Layout do Gráfico podemos modificar a distribui- Podemos também deixar nosso gráfico isolado em uma nova
ção dos elementos do Gráfico. planilha, basta clicar no botão Mover Gráfico.
Classificação
Didatismo e Conhecimento 89
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Vamos então selecionar os dados de nossa planilha que serão classificados.
Você precisa definir quais serão os critérios de sua classificação, onde diz
Classificar por clique e escolha nome, depois clique no botão Adicionar Nível e coloque Modalidade.
Antes de clicar em OK, verifique se está marcada a opção Meus dados contêm cabeçalhos, pois selecionamos a linha de títulos em nossa
planilha e clique em OK.
Você pode mudar a ordem de classificação sempre que for necessário, basta clicar no botão de Classificar.
Didatismo e Conhecimento 90
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Auto Filtro
Este é um recurso que permite listar somente os dados que você precisa visualizar no momento em sua planilha. Com seus dados sele-
cionados clique no botão Filtro e observe que será adicionado junto a cada célula do cabeçalho da planilha uma seta.
Estas setas permite visualizar somente os dados que te interessam na planilha, por exemplo caso eu precise da relação de atletas do sexo
feminino, basta eu clicar na seta do cabeçalho sexo e marcar somente Feminino, que os demais dados da planilha ficarão ocultos.
Posso ainda refinar mais a minha filtragem, caso precise saber dentro do sexo feminino quantos atletas estão na categoria Profissional,
eu faço um novo filtro na coluna Categoria.
Didatismo e Conhecimento 91
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Observe que as colunas que estão com filtro possuem um ícone em forma de funil no lugar da seta.
Para remover os filtros, basta clicar nos cabeçalhos com filtro e escolher a opção selecionar tudo.
Você também pode personalizar seus filtros através da opção Filtros de Texto e Filtro de número (quando conteúdo da célula for um
número).
Didatismo e Conhecimento 92
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Impressão
Subtotais O processo de impressão no Excel é muito parecido com o que
Podemos agrupar nossos dados através de seus valores, vamos fizemos no Word.
inicialmente classificar nossa planilha pelo sexo dos atletas rela- Clique no botão Office e depois em Imprimir e escolha Visu-
cionado com a idade. alizar Impressão.
Didatismo e Conhecimento 93
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Marque a opção Paisagem e clique em OK. CTRL + Sinal de adição (+): quando você precisar inserir cé-
lulas, linhas ou colunas no meio dos dados, ao invés de clicar com
o mouse no número da linha ou na letra da coluna, basta pressionar
esse comando.
CTRL + SHIFT + Asterisco (*): esse comando é extremamen- F2: se você cometer algum erro enquanto está inserindo fór-
te útil quando você precisa selecionar os dados que estão envolta mulas em uma célula, pressione o F2 para poder mover o cursor do
da célula atualmente ativa. Caso existam células vazias no meio teclado dentro da célula, usando as setas para a direita e esquerda.
dos dados, elas também serão selecionadas. Veja na imagem abai- Caso você pressione uma da setas sem usar o F2, o cursor será
xo um exemplo. A célula selecionada era a D6. movido para outra célula.
Didatismo e Conhecimento 94
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
ALT + SHIFT + F1: inserir novas planilhas dentro de um ar- Ícones de alguns tipos de arquivo
quivo do Excel também exige vários cliques com o mouse, mas
você pode usar o comando ALT + SHIFT + F1 para ganhar algum Uma pasta é um contêiner que pode ser usado para armaze-
tempo. As teclas SHIFT + F11 produzem o mesmo efeito. nar arquivos. Se você tivesse centenas de arquivos em papel em
sua mesa, seria quase impossível encontrar um arquivo específico
F8: use essa tecla para ligar ou desligar o modo de seleção quando você dele precisasse. É por isso que as pessoas costumam
estendida. Esse pode ser usado da mesma forma que o SHIFT. Po- armazenar os arquivos em papel em pastas dentro de um arquivo
rém, ele só será desativado quando for pressionado novamente, convencional. As pastas no computador funcionam exatamente da
diferente do SHIFT, que precisa ser mantido pressionado para que mesma forma. Veja a seguir alguns ícones de pasta comuns:
você possa selecionar várias células da planilha.
Veja abaixo outros comandos úteis:
CTRL + Setas de direção: move o cursor para a última célula
preenchida. Se houve alguma célula vazia no meio, o cursor será
movido para a última célula preenchida que estiver antes da vazia.
END: pressione essa tecla uma vez para ativar ou desativar o
“Modo de Término”. Sua função é parecida com o comando ante-
rior. Pressiona uma vez para ativar e depois pressione uma tecla de
direção para mover o cursor para a última célula preenchida.
*Se a tecla Scroll Lock estiver ativada, pressionar END fará
com que o cursor seja movido para a célula que estiver visível no
canto inferior direito da janela. Uma pasta vazia (à esquerda); uma pasta contendo arquivos
CTRL + BARRA DE ESPAÇO: utilize essa atalho se você (à direita)
quiser selecionar a coluna inteira onde está o cursor. As pastas também podem ser armazenadas em outras pastas.
SHIFT + BARRA DE ESPAÇOS: semelhante ao comando Uma pasta dentro de uma pasta é chamada subpasta. Você pode
acima, porém, seleciona a linha inteira onde está o cursor. criar quantas subpastas quiser, e cada uma pode armazenar qual-
quer quantidade de arquivos e subpastas adicionais.
Didatismo e Conhecimento 95
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Incluir ou remover uma pasta. As bibliotecas reúnem conteúdo
a partir das pastas incluídas ou dos locais de bibliotecas.
Alterar o local de salvamento padrão. O local de salvamento
padrão determina onde um item é armazenado quando é copiado,
movido ou salvo na biblioteca.
Painel de navegação
Painel de navegação, mostrando a biblioteca de imagens com
três pastas incluídas Use o painel de navegação para acessar bibliotecas, pastas,
Uma biblioteca reúne arquivos de diferentes locais e os exibe pesquisas salvas ou até mesmo todo o disco rígido. Use a seção
em uma única coleção, sem os mover de onde estão armazenados. Favoritos para abrir as pastas e pesquisas mais utilizadas. Na se-
Seguem algumas ações que podem ser executadas com biblio- ção Bibliotecas, é possível acessar suas bibliotecas. Você também
tecas: pode usar a pasta Computador para pesquisar pastas e subpastas.
Criar uma nova biblioteca. Existem quatro bibliotecas padrão Para obter mais informações, consulte Trabalhando com o painel
(Documentos, Músicas, Imagens e Vídeos), mas você pode criar de navegação.
novas bibliotecas para outras coleções.
Botões Voltar e Avançar
Organizar itens por pasta, data e outras propriedades. Os itens
em uma biblioteca podem ser organizados de diferentes maneiras,
Use os botões Voltar e Avançar para navegar para outras pastas
usando o menu Organizar por, localizado no painel de bibliote- ou bibliotecas que você já tenha aberto, sem fechar, na janela atual.
cas (acima da lista de arquivos) de qualquer biblioteca aberta. Por Esses botões funcionam juntamente com a barra de endereços. De-
exemplo, você pode organizar sua biblioteca de músicas por artista pois de usar a barra de endereços para alterar pastas, por exemplo,
para encontrar rapidamente uma música de um determinado artista. você pode usar o botão Voltar para retornar à pasta anterior.
Didatismo e Conhecimento 96
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de ferramentas Painel de visualização
Use a barra de ferramentas para executar tarefas comuns, Use o painel de visualização para ver o conteúdo da maioria dos
como alterar a aparência de arquivos e pastas, copiar arquivos em arquivos. Se você selecionar uma mensagem de e-mail, um arquivo
um CD ou iniciar uma apresentação de slides de imagens digitais. de texto ou uma imagem, por exemplo, poderá ver seu conteúdo sem
Os botões da barra de ferramentas mudam para mostrar apenas abri-lo em um programa. Caso não esteja vendo o painel de visua-
as tarefas que são relevantes. Por exemplo, se você clicar em um lização, clique no botão Painel de visualização na barra de ferra-
arquivo de imagem, a barra de ferramentas mostrará botões dife- mentas para ativá-lo.
rentes daqueles que mostraria se você clicasse em um arquivo de
música. Exibindo e organizando arquivos e pastas
Barra de endereços
Quando você abre uma pasta ou biblioteca, pode alterar a apa-
Use a barra de endereços para navegar para uma pasta ou bi- rência dos arquivos na janela. Por exemplo, talvez você prefira íco-
blioteca diferente ou voltar à anterior. Para obter mais informa- nes maiores (ou menores) ou uma exibição que lhe permita ver tipos
ções, consulte Navegar usando a barra de endereços. diferentes de informações sobre cada arquivo. Para fazer esses tipos
de alterações, use o botão Modos de Exibição na barra de ferra-
Painel de biblioteca mentas.
Toda vez que você clica no lado esquerdo do botão Modos de
O painel de biblioteca é exibido apenas quando você está em Exibição, ele altera a maneira como seus arquivos e pastas são exi-
uma biblioteca (como na biblioteca Documentos). Use o painel de bidos, alternando entre cinco modos de exibição distintos: Ícones
biblioteca para personalizar a biblioteca ou organizar os arquivos grandes, Lista, um modo de exibição chamado Detalhes, que mostra
por propriedades distintas. Para obter mais informações, consulte várias colunas de informações sobre o arquivo, um modo de exibição
Trabalhando com bibliotecas. de ícones menores chamado Lado a lado e um modo de exibição cha-
mado Conteúdo, que mostra parte do conteúdo de dentro do arquivo.
Títulos de coluna Se você clicar na seta no lado direito do botão Modos de Exibi-
ção, terá mais opções. Mova o controle deslizante para cima ou para
Use os títulos de coluna para alterar a forma como os itens na baixo para ajustar o tamanho dos ícones das pastas e dos arquivos.
lista de arquivos são organizados. Por exemplo, você pode clicar Você poderá ver os ícones alterando de tamanho enquanto move o
no lado esquerdo do cabeçalho da coluna para alterar a ordem em controle deslizante.
que os arquivos e as pastas são exibidos ou pode clicar no lado
direito para filtrar os arquivos de maneiras diversas. (Observe que
os cabeçalhos de coluna só estão disponíveis no modo de exibição
Detalhes. Para aprender como alternar para o modo de exibição
Detalhes, consulte ‘Exibindo e organizando arquivos e pastas’
mais adiante neste tópico).
Lista de arquivos
Didatismo e Conhecimento 97
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A caixa de pesquisa
De vez em quando, você pode querer alterar o local onde os Criando e excluindo arquivos
arquivos ficam armazenados no computador. Por exemplo, talvez
você queira mover os arquivos para outra pasta ou copiá-los para O modo mais comum de criar novos arquivos é usando um
uma mídia removível (como CDs ou cartões de memória) a fim programa. Por exemplo, você pode criar um documento de texto
de compartilhar com outra pessoa. em um programa de processamento de texto ou um arquivo de
A maioria das pessoas copiam e movem arquivos usando um filme em um programa de edição de vídeos.
método chamado arrastar e soltar. Comece abrindo a pasta que Alguns programas criam um arquivo no momento em que são
contém o arquivo ou a pasta que deseja mover. Depois, em uma abertos. Quando você abre o WordPad, por exemplo, ele inicia
janela diferente, abra a pasta para onde deseja mover o item. Posi- com uma página em branco. Isso representa um arquivo vazio (e
cione as janelas lado a lado na área de trabalho para ver o conteúdo não salvo). Comece a digitar e quando estiver pronto para salvar o
de ambas. trabalho, clique no botão Salvar no WordPad. Na caixa de diálogo
Em seguida, arraste a pasta ou o arquivo da primeira pasta exibida, digite um nome de arquivo que o ajudará a localizar o
para a segunda. Isso é tudo. arquivo novamente no futuro e clique em Salvar.
Por padrão, a maioria dos programas salva arquivos em pastas
comuns, como Meus Documentos e Minhas Imagens, o que facili-
ta a localização dos arquivos na próxima vez.
Quando você não precisar mais de um arquivo, poderá remo-
vê-lo do computador para ganhar espaço e impedir que o compu-
tador fique congestionado com arquivos indesejados. Para excluir
um arquivo, abra a respectiva pasta ou biblioteca e selecione o
arquivo. Pressione Delete no teclado e, na caixa de diálogo Excluir
Arquivo, clique em Sim.
Didatismo e Conhecimento 98
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Quando você exclui um arquivo, ele é armazenado tempora- Acesso à Internet
riamente na Lixeira. Pense nela como uma rede de segurança que
lhe permite recuperar pastas ou arquivos excluídos por engano. O ISP, Internet Service Provider, ou Provedor de Serviço de Inter-
De vez em quando, você deve esvaziar a Lixeira para recuperar o net, oferece principalmente serviço de acesso à Internet, adicionando
espaço usado pelos arquivos indesejados no disco rígido. serviços como e-mail, hospedagem de sites ou blogs, ou seja, são ins-
tituições que se conectam à Internet com o objetivo de fornecer
Abrindo um arquivo existente serviços à ela relacionados, e em função do serviço classificam-se em:
• Provedores de Backbone: São instituições que constroem
Para abrir um arquivo, clique duas vezes nele. Em geral, o e administram backbones de longo alcance, ou seja, estrutura
arquivo é aberto no programa que você usou para criá-lo ou alterá- física de conexão, com o objetivo de fornecer acesso à Internet
-lo. Por exemplo, um arquivo de texto será aberto no seu programa para redes locais;
de processamento de texto. • Provedores de Acesso: São instituições que se conectam
Mas nem sempre é o caso. O clique duplo em um arquivo de à Internet via um ou mais acessos dedicados e disponibilizam
imagem, por exemplo, costuma abrir um visualizador de imagens. acesso à terceiros a partir de suas instalações;
Para alterar a imagem, você precisa usar um programa diferente. • Provedores de Informação: São instituições que disponibi-
Clique com o botão direito do mouse no arquivo, clique em Abrir lizam informação através da Internet.
com e no nome do programa que deseja usar. Endereço Eletrônico ou URL
Didatismo e Conhecimento 99
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Assim, um link ou hiperlink, quando acionado com o mou- alcançado. Abaixo do nível 1 está o meio físico de comunicação,
se, remete o usuário à outra parte do documento ou outro docu- através do qual a comunicação ocorre. Na Figura abaixo, a comu-
mento. nicação virtual é mostrada através de linhas pontilhadas e a comu-
nicação física através de linhas sólidas.
Home Page
Sendo assim, home page designa a página inicial, principal
do site ou web page.
É muito comum os usuários confundirem um Blog ou Perfil
no Orkut com uma Home Page, porém são coisas distintas, aonde
um Blog é um diário e um Perfil no Orkut é um Profile, ou seja um
hipertexto que possui informações de um usuário dentro de uma
comunidade virtual.
Barra de endereços
Pela definição técnica temos que uma Home Page é um arqui- Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com o bo-
vo ASCII (no formato HTML) acessado de computadores rodando tão direito do mouse e escolha a opção Copiar.
um Navegador (Browser), que permite o acesso às informações em
um ambiente gráfico e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando
a busca de informações dentro das Home Pages.
O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
http://www.endereço.com/página.html
Por exemplo, a página principal da Pronag:
http://www.pronag.com.br/index.html
PLUG-INS
Comentário:
Passo 1
A célula A1 contém a fórmula =B$1+C1
a) 3, 0 e 7.
b) 5, 0 e 7.
c) 5, 1 e 2.
d) 7, 5 e 2.
e) 8, 3 e 4. Passo 2
Que foi propagada pela alça de preenchimento para A2 e A3
Resposta: “C”
Comentário:
Expressão =MÉDIA(A1:A3)
São somadas as celular A1, A2 e A3, sendo uma média é divi-
dido por 3 (pois tem 3 células): (8+3+4)/3 = 5
Expressão =MENOR(B1:B3;2)
Da célula B1 até a B3, deve mostrar o 2º menor número, que
seria o número 1. Para facilitar coloque esses números em ordem
crescente.
Expressão =MAIOR(C1:C3;3)
Da célula C1 até a C3, deve mostrar o 3º maior número, que
seria o número 2. Para facilitar coloque esses números em ordem
decrescente.
19- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 – II)
Click na imagem para melhor visualizar
Resposta: “E”
Comentário:
Resposta: E
Comentário:
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das pastas
em seu computador e todos os arquivos e pastas localizados em
cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e
mover arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis: O
painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquizada que
mostra todas as unidades de disco, a Lixeira, a área de trabalho
ou Desktop (também tratada como uma pasta); O painel da direita
exibe o conteúdo do item selecionado à esquerda e funciona de
maneira idêntica às janelas do Meu Computador (no Meu Com-
putador, como padrão ele traz a janela sem divisão, as é possível
dividi-la também clicando no ícone Pastas na Barra de Ferra-
mentas)
O presente material tem por objetivo apresentar os principais As revoltas acabaram se materializando em vários pontos do
acontecimentos políticos, econômicos, sociais, culturais e ambien- mundo árabe, como:
tais amplamente divulgados a partir do início de 2014. Tratam-se
de assuntos relacionados ao Brasil e ao Mundo, conforme solicita Tunísia: derrubada da ditadura de Bem Ali;
o edital. Ressalta-se que alguns assuntos ainda possuem relação Líbia: fim da ditadura de Muammar Khadafi;
com 2013, e continuaram se desenvolvendo em 2014 e 2015. Iêmen: conflitos levam a ferimentos graves no Presidente
Para facilitar sua compreensão, o material é separado por as- Saleh – governo provisório;
suntos, sendo a apostila uma coletânea de pequenos textos apre- Egito: deposição de Hosni Mubarak;
sentados com uma linguagem sucinta e de fácil entendimento. Síria: O governo de Bashar al-Assad promove dura re-
Ainda, durante o texto, serão sugeridas algumas reportagens de pressão;
apoio que objetivam subsidiar seus estudos. Nota-se que muitos Outras revoltas: Palestina, Omã, Mauritânia, Marrocos,
temas contextualizam mais de um assunto. Ao final do material,
Djibuti, Barein, Iraque e Kuwait.
encontra-se um teste com questões (e gabarito) relacionadas aos
assuntos abordados.
Algumas áreas, atualmente, apresentam maior estabilidade.
BRICS Outras ainda possuem situações acaloradas em sem um cenário
mais definido. É o caso do Egito e da Síria, por exemplo.
A sigla BRICS é formada a partir das iniciais de, segundo es- No Egito, em 2011, Hosni Mubarack renunciou, fruto de mui-
pecialistas, de cinco economias emergentes extremamente impor- ta pressão popular. O novo presidente, Mohamed Mursi, acabou
tantes, quais sejam: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. construindo um governo impopular e autoritário, sendo deposto
Apesar de suas inúmeras particularidades, os membros pelas forças armadas do país. Atualmente, o Egito é governado
do Brics apresentam algumas características relativamente co- provisoriamente por Adly Mansour, membro da Suprema Corte. O
muns, como: temor da existência de uma nova ditadura ronda o Egito em 2014.
Já na Síria, os problemas remontam a 15/03/2011, quando a
Relativa estabilidade econômica e política; pressão popular inicia as tentativas de derrubada do presidente
Mão de obra abundante e em acelerada qualificação; Bashar Al Assad. O contexto religioso está presente neste emba-
Elevação nas exportações; te, uma vez que Assad é um alauíta, recebendo a pressão dos re-
Reservas de recursos; voltosos que são majoritariamente sunitas. O Presidente até hoje,
PIB em crescimento acelerado; inclusive com uso de força, se mantém no poder. A situação no
Melhorias sociais;
país tomou proporções mundiais maiores quando a comunidade
Forte recepção de investimentos estrangeiros;
internacional passou a acusar o governo de país de ter feito uso de
Grandes mercados consumidores...
armas químicas contra a população. Esse cenário motivou os EUA
Os membros do Brics não formam nenhuma espécie de bloco a pressionar a Síria, inclusive ameaçando uma invasão e deposição
econômico (o Brasil, por exemplo, vem apresentando um cresci- de Assad. No entanto, contando com o apoio da Rússia, mais pre-
mento bem abaixo da média dos outros membros), mas realizam cisamente do Presidente Vladmir Putin, Assad ainda se mantém
reuniões para discutir questões diversas e definir estratégias co- no poder.
muns, como a criação de fundos e parcerias para o desenvolvi-
mento. A última cúpula do Brics foi realizada em março de 2013, Aquecimento Global
em Durban, na África do Sul. A cúpula de 2014 foi no Brasil, mais
precisamente em Fortaleza-CE, em julho. O tema Aquecimento é constantemente cobrado em diferentes
concursos. O termo, muitas vezes confundido com efeito estufa
Primavera Árabe (fenômeno natural e essencial à manutenção da vida no planeta), é
cobrado na sua definição, causas e consequências.
A Primavera Árabe pode ser definida como uma grande onda O Aquecimento Global pode ser definido como um fenômeno
de protestos, revoltas e revoluções ocorridas no mundo árabe e climático caracterizado pelo aumento nas médias de temperatura
em alguns países circunvizinhos. O estopim do processo deu-se na do Mundo. O aumento na emissão de gases (ozônio, dióxido de
Tunísia, com a autoimolação do jovem Mohamed Bouazizi. carbono, metano, óxidos nitrosos etc.) acaba por potencializar o
Didatismo e Conhecimento 1
CONHECIMENTOS GERAIS
efeito estufa natural da Terra. Esses gases são emitidos a partir de como protagonistas alguns integrantes do governo do presidente
diversas fontes, como: queima de combustíveis fósseis, plantações Lula e membros do PT, sendo objeto da ação penal de número 470,
diversas, desmatamento, queimadas, atividades pecuárias etc. movida pelo MP (Ministério Público) no STF (Supremo Tribunal
Como consequência, destacam-se o aumento nos níveis dos Federal).
oceanos, o crescimento e surgimento de novos desertos, a observa- Após ampla análise, iniciou-se o julgamento dos 38 réus no
ção de eventos climáticos extremos, a redução na biodiversidade dia 02/08/2012. O julgamento se estendeu por mais de 4 meses.
etc. Durante o período de julgamento, chamo muita atenção as dis-
Atualmente, apesar de muitos discursos, a situação vem se cussões, inclusive públicas, de Joaquim Barbosa e Lewandowski,
agravando. Em meados de 2013, foi observada uma poluição re- ministros do STF.
corde de 400 partes por milhão de carbono na atmosfera no Obser-
vatório Mauna Loa, no Hawaí. Ainda, o mês de junho de 2013, foi
o mais quente desde 1800, segundo a NASA.
O debate pouco evoluiu nas últimas conferências interna-
cionais, como em Copenhague (2009), Cancun (2010), Durban
(2011), Doha (2012) e Varsóvia (2013). O que se vê é um enfra-
quecimento do Protocolo de Kyoto, deixando mudanças estrutu-
rais sempre a ser resolvida em momentos posteriores.
Aproveitando o tema, segue uma figura que mostra algumas
mudanças a serem observadas no Brasil caso seja observada a ten-
dência de continuidade no aumento da temperatura global.
Joaquim Barbosa
Lewandowski
Didatismo e Conhecimento 2
CONHECIMENTOS GERAIS
Atualmente, em razão de crises internacionais ou pelo des- Onda de manifestações no Brasil
taque que a economia brasileira possui em escala regional, o país
passa a receber mais uma vez imigrantes em quantidade signifi- Os meses de junho e julho de 2013 foram marcados por uma
cativa. É o caso de bolivianos, paraguaios e, mais recentemente, onda de manifestações populares sem precedentes nas duas últi-
haitianos. mas décadas (foi o primeiro grande processo desde a mobilização
Contudo, essas migrações acabam colocando seus respectivos popular pelo impeachment de Collor).
emigrantes em condições precárias de vida e trabalho no país, po- Tendo como estopim o aumento do valor nas tarifas do trans-
tencializando problemas como a precariedade de saúde, moradia, porte público em várias cidades, paulatinamente, as manifestações
educação, segurança etc., em vários espaços do país. ganharam novas causas e personagens.
Esse problema ficou bastante evidente no Acre, mais precisa- Os movimentos, inicialmente localizados e com protestantes
mente na cidade de Brasiléia, ao longo de 2012 e 2013. O Gover- ligados a partidos de oposição e movimentos estudantis/sociais,
nador do Acre, Tião Viana, chegou a declarar estado de emergên- passaram a ganhar dimensões muito expressivas, por dias seguin-
cia humanitária, uma vez que não possuía a capacidade de receber do colocando milhões de pessoas às ruas.
adequadamente esses fluxos migratórios. O mapa a seguir ilustra As ondas de manifestações extrapolaram as fronteiras do país,
as rotas de entrada de haitianos no Brasil. ocasionando em manifestações envolvendo brasileiros em mais de
30 países.
As manifestações ganharam força em razão da Copa das Con-
federações, uma vez que os manifestantes aproveitaram a presença
da mídia internacional para potencializar suas ações.
O movimento, também, passou por diversas descaracteriza-
ções. Atos de vandalismo, depredação, violência etc., acabaram
sendo rotineiramente observados. Destaque também para a atua-
ção dos Black Blocs, que aproveitaram as ondas de manifestação
para atacarem o patrimônio de empresas e governos que, segundo
eles, atuam de maneira opressora e semeando a desigualdade na
sociedade.
A pressão popular acabou gerando movimentações políticas
no país. A queda da PEC 37 (que propunha que a investigação de
crimes seria exclusividade da polícia Federal e Civil, excluindo o
Ministério Público - que atua nos Procedimentos Investigatórios
Criminais, foi derrubada.
Ainda, passou-se a discutir uma reforma política mais ampla
no país, passando pela realização de um plebiscito que discutiria:
financiamento de campanha; sistema de eleição de deputados e ve-
readores; suplência de senadores; coligações partidárias; fim do
voto secreto no Congresso. Até então a discussão não foi efetiva-
mente realizada, tampouco vai alterar significativamente as elei-
ções de 2014.
Didatismo e Conhecimento 3
CONHECIMENTOS GERAIS
Entenda a crise na Ucrânia recém-eleito do Parlamento, o opositor Oleksander Turchynov, as-
sumiu o governo temporariamente, afirmando que integração com
O final de 2013 e o início de 2014 têm se mostrado bastante a União Europeia era prioridade, mesmo querendo manter as con-
turbulentos do ponto de vista político, social e militar na Ucrânia, versas bilaterais com a Rússia.
país do Leste Europeu. Em 27 de fevereiro, o Parlamento ucraniano aprovou um go-
Toda a onda de manifestações no país teve início quando o verno de coalizão que vai governar até as eleições de maio, com o
governo do então Presidente Viktor Yanukovich refugou ao assinar pró-europeu Arseny Yatseniuk como premiê interino.
um acordo de livre-comércio e associação política com a União Vale destacar que o antes presidente Viktor Yanukovich teve
Europeia (UE), (isso em 21/11/2013), sob a alegação de que a es- sua prisão decretada pela morte de civis e, após dias desaparecido,
tratégia adotada nas relações econômicas ucranianas para o mo- apareceu na Rússia, acusando os mediadores ocidentais de traição.
mento era de uma maior aproximação com a Rússia (maior aliado Ainda, disse não reconhecer a legitimidade do novo governo inte-
do presidente Viktor, por sinal). rino. O governo provisório ucraniano e as autoridades do país, por
O presidente ucraniano, ainda, ao recusar a assinatura do acor- sua vez, pediram sua extradição.
do, disse que a decisão, embora difícil, era necessária, uma vez que Esse novo formato, fortemente desaprovado pelas porções do
as regras europeias eram muito rígidas para a então frágil econo- território ucraniano pró-Rússia, acirrou as tensões separatistas de
mia ucraniana. algumas áreas, como a Crimeia. Também, deu origem a um pro-
Contudo, tornou-se público, dias após anunciar a desistência cesso de ocupação das porções Sul e Leste por forças militares da
do acordo com a União Europeia, que o governo da Ucrânia to- Rússia, em apoio à população contrária à destituição do presiden-
mou a decisão sob forte pressão de Moscou. Isso porque os russos te e à formação do governo provisório. Ainda, a companhia russa
teriam ameaçado cortar o fornecimento de gás, além de possivel- Gazprom decidiu acabar a partir de abril com a redução do preço
mente tomar medidas protecionistas contra acesso dos produtos do gás vendido à Ucrânia, o que naturalmente gerou impactos ne-
ucranianos ao seu mercado. Naturalmente, o bloco europeu foi fer- gativos na economia do país.
vorosamente contra a intervenção russa nessa possível aproxima-
ção entre a Ucrânia e a União Europeia (é importante destacar que
se tratavam de acordos comerciais e estratégicos, e não da entrada
da Ucrânia no Bloco).
Contextualizando historicamente, o conflito acentua uma di-
visão interna na Ucrânia, que se tornou independente do poder de
Moscou com o fim da União Soviética, no ano de 1991. O Leste e o
Sul tem maiores relações com a Rússia, inclusive tendo no idioma
russo o mais utilizado, além, da maior dependência econômica a
este país. Já o Norte e o Oeste apresentam um grau muito menor
de dependência, tendo no Ucraniano o idioma mais utilizado. Daí,
naturalmente, surgirem os maiores núcleos de oposição ao gover-
no de Viktor. Merece destaque o fato de Kiev, capital do país, per-
tencer a esta região.
Desde a negação na aprovação do acordo com a União Eu-
ropeia, a Ucrânia foi palco de sucessivos protestos. Os grupos
oposicionistas passaram a exigir a renúncia do presidente e do
primeiro-ministro. Ainda, decidiram criar um quartel-general da
resistência nacional, além de organizar uma greve em todo o país. Fonte: g1.globo.com
Mesmo com a renúncia do primeiro-ministro Mykola Azarov, em
28/01/2014, a crise não foi amenizada. Com o aumento das tensões separatistas, o Parlamento russo
Um novo passo importante para o entendimento dos fatos aprovou, a pedido do presidente Vladimir Putin, o envio de tropas
ocorreu em 21/01/2014, com a assinatura de um acordo entre Ya- à Crimeia para “normalizar” a situação. A região aprovou um refe-
nukovich e os líderes da oposição, determinando a realização de rendo para debater sua autonomia e elegeu um premiê pró-Rússia,
eleições presidenciais antecipadas no país, além da volta à Cons- Sergei Aksyonov, não reconhecido pelo governo central ucraniano.
tituição de 2004 (esta reduz os poderes presidenciais). Ainda, o No dia 4 de março, ele afirmou planejar assumir o controle militar
acordo também previa a formação de um “governo de unidade”, da península. O referendo culminou com um resultado esmagador
como forma de solucionar a violenta crise política (uma tentativa pró-Rússia, que acabou anexando a Criméia ao seu território.
que se mostrou ineficaz). Tanto que, no dia seguinte à assinatura do As tensões ganharam proporções mundiais. Barack Obama,
acordo, o presidente deixou Kiev e foi para paradeiro desconheci- presidente dos EUA, pediu a Putin o recuo das tropas na Crimeia.
do. Com sua ausência da capital, sua casa, escritório e outros pré- Também ameaçou a Rússia com sanções, além de suspender as
dios do governo foram tomados pela oposição. O cenário apontava transações comerciais com o país e o acordo de cooperação mi-
para um “golpe de estado” contra o presidente. litar, alegando que Putin violou leis internacionais ao intervir na
Em fevereiro de 2014, contudo, as manifestações ganharam Ucrânia.
um tom mais violento, culminando com a destituição do Presiden- A existência de conflitos na região se tornaram eminentes.
te Viktor Ianukovich no dia 22/02/2014. A partir de então, com Contudo, cabe ressaltar as desproporções existentes entre as forças
novas eleições previstas somente para maio de 2014, o governo militares ucranianas e russas, amplamente favoráveis à segunda. A
ucraniano ficou submetido a um poder provisório. O presidente ilustração a seguir mostra o desequilíbrio.
Didatismo e Conhecimento 4
CONHECIMENTOS GERAIS
Em dezembro de 2013, na busca de enfrentar o problema do
tráfico de maconha no país, o Uruguai, encabeçado por seu presi-
dente, José Pepe Mujica, tomou a polêmica decisão de legalizar
a produção, distribuição e venda de maconha, além de submeter
todas essas etapas ao controle do Estado, algo inédito até então.
No Uruguai, que tem uma população superior a 3,3 milhões de
habitantes, 18 mil pessoas afirmam fumar maconha diariamente e
cerca de 184 mil fazem uso da erva pelo menos uma vez por ano,
segundo a Junta Nacional de Drogas.
A lei proposta pelo presidente foi aprovada de maneira aper-
tada. Segundo o presidente, o grande objetivo é combater o nar-
cotráfico e reduzir a criminalidade. A liberação entra em vigor em
2014 e passa a não punir o consumo, contudo, limita a quantidade
e quanto o usuário pode gastar por mês com a droga. Ainda per-
mite que os residentes maiores de 18 anos se cadastrem e possam
cultivar até seis plantas. Os que optarem por comprar, devem pro-
curar farmácias cadastradas, podendo adquirir até 40 gramas de
maconha por mês.
Obviamente, até pela votação ter sido apertada, a posição da
sociedade uruguaia não é unânime. Apesar da fama de país libe-
ral, o presidente encontrou resistência. Muitos médicos, além de
membros da Igreja Católica e da oposição política se mostram re-
sistentes à ideia.
Segundo políticos opositores, o fácil acesso pode ser uma
porta de entrada para outras drogas (como a cocaína e o crack),
aumentar a dependência e pode fazer, ainda, com que os traficantes
reduzam os preços dessas mesmas drogas, já que eles “ganhariam”
um novo concorrente, no caso o estado.
Para muitos médicos uruguaios, o fato de muitos não conside-
rarem a maconha uma droga de capacidade agressiva, bem como a
diferença de reação que cada pessoa pode ter ao consumi-la, torna
a legalização mais preocupante em termos de saúde. O aumento
do consumo é um grande risco, bem como a banalização de outras
possíveis consequências do uso.
Segundo Andréia Martins, colunista da Uol Educação, uma
pesquisa realizada no Uruguai mostra que mais de 60% da po-
pulação se coloca inicialmente contra a liberação. Essa corrente
opositora vai ao encontro das ideias da ONU sobre Narcóticos, im-
plantada em 1961. Segundo a convenção, o consumo de maconha
é permitido apenas para fins medicinais. Daí o modelo que proíbe
a produção, venda e o consumo
No Uruguai, a nova lei quebra o paradigma proibicionista, e
tem muitos aliados. A Comissão Global de Política sobre Drogas,
Fonte de informações: g1.com grupo formado pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso
(Brasil), César Gaviria (Colômbia) e Ernesto Zedillo (México) e
A região, até os dias atuais, está longe de um desfecho que pelo ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan, entre ou-
agrade as partes envolvidas. tros nomes, recomenda a descriminalização dos usuários de drogas
Em meados de novembro de 2014, na Cúpula do G-20, em e a implementação de políticas de regulamentação, especialmente
Brisbane (Austrália), ficou evidente que o cerco à Rússia vem au- no caso da maconha, com vistas a enfraquecer economicamente o
mentando em razão de sua intervenção no conflito ucraniano. Após crime organizado.
a cúpula, o presidente americano Barack Obama considerou que, Segundo Mujica, essa mudança de legislação não procura es-
se Putin ‘continuar a violar o direito internacional, o isolamento timular novos usuários, mas sim trazer para as mãos do estado a
que a Rússia está enfrentando vai continuar. regulação da atividade. Inclusive a medida é amparada por estudos
realizados em outros países, citando o caso de Portugal, onde a
A polêmica política de combate às drogas: Legalização da liberação reduziu o percentual de jovens que consomem a droga.
maconha no Uruguai e em partes dos EUA O tema também é foco de discussões amplas no Brasil. Em
2006, houve uma mudança na lei que estabelece algumas diferen-
Fonte de informações: Andréia Martins – Novel Comunica- ças entre usuário e traficante. Contudo, ainda proíbe o consumo
ção, para o Portal Uol Educação. em todos os lugares, mesmo privados, considerando crime, porém,
não passível de prisão.
Didatismo e Conhecimento 5
CONHECIMENTOS GERAIS
O número de pessoas recolhidas a presídios no Brasil possui O governo também ressalta que haverá maior participação no
fortes relações com as drogas. Do total de detentos nos presídios fornecimento por parte das termelétricas (as usinas que queimam
brasileiros (548 mil), segundo dados do Ministério da Justiça, combustíveis para a geração de energia). Essas usinas vêm sen-
138.198 estão presos por tráfico. do acionadas com mais intensidade nos últimos meses justamente
O Presidente Mujica, do Uruguai, ressalta que essa mudança para ajudar a poupar água dos reservatórios das hidrelétricas e têm
não é irreversível. Essa nova estratégia de enfrentamento, segundo capacidade para atender a cerca de 20% da demanda do país. Con-
ele, tem grandes chances de obter êxito. Contudo, se o resultado tudo, a energia das termelétricas tem custo mais elevado, natural-
não for positivo, novas estratégias podem ser tomadas. mente levando a repasses de preços ao consumidor.
Mais recentemente, em novembro de 2014, eleitores nos Es- Nos últimos meses, o problema vem se agravando, já que as
tados norte-americanos do Oregon e do Alasca, além da capital chuvas nessas regiões continuam aquém das médias históricas.
federal dos Estados Unidos decidiram legalizar o uso recreativo Ainda, a situação se agrava à medida que a água dos reservatórios
da maconha. para a geração de energia também passa a ser disputada para aque-
As medidas estabelecem uma rede de lojas de maconha regu- la utilizada para abastecimento da população.
lares, similares àquelas que já operam nos Estados de Colorado e Destaca-se que, em 06/11/2014, na reunião do COPOM (Con-
Washington, após votações pela legalização realizadas em 2012. selho de Política Monetária) O Banco Central subiu de 16,8% para
Os referendos ocorreram em um contexto de mudança de opi- 17,6% sua estimativa de reajuste dos preços da energia elétrica
nião mais recente dos norte-americanos sobre a maconha, o que neste ano.
tem dado impulso aos esforços para legalizá-la. Segundo reportagem do Portal G1, o a previsão de reajuste
Ressalta-se que a proposta do distrito federal dos EUA tinha anunciada pelo BC já é mais do que o dobro do estimado pela pró-
a aprovação prevista, contudo, pode ser revertida em uma revisão pria instituição no início deste ano. Em janeiro de 2014, previa-se
feita pelo Congresso americano, que possui jurisdição sobre a le- que o aumento da eletricidade seria de 7,5%, valor que foi mantido
gislação da capital do país. em fevereiro. Contudo, em abril, já estimava-se uma alta de 9,5%
A medida prevê a permissão a pessoas com ao menos 21 anos e, em maio, passou para 11,5%, chegando em 14% em julho e
para portarem até 57 gramas de maconha, além de cultivarem até 16,8% em setembro deste ano.
seis plantas. O assunto ainda é extremamente evidente, inclusive porque,
em 19/01/2015, várias regiões do país sofreram com cortes de
Março de 2014 no Brasil – Risco de faltar energia é reclas-
energia. O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) deter-
sificado
minou uma redução na transmissão de energia em Estados do Sul,
Sudeste e Centro-Oeste, o que provocou um apagão em partes des-
Fonte de informações: Fábio Amato – G1 - Brasília
sas regiões. O corte aconteceu por volta de 15h (de Brasília).
Essa medida está intimamente relacionada às dificuldades que
Segundo Fábio Amato, o Comitê de Monitoramento do Setor
o país vem enfrentando em produzir energia em um cenário de
Elétrico (CMSE) divulgou nota no dia 12/03/2014, em que avalia
estiagem que afeta vários reservatórios do país, aliadas a um au-
como “baixa” a probabilidade de ocorrerem dificuldades no forne-
cimento de energia em 2014 que podem levar a um novo raciona- mento no consumo. Trata-se de mais um episódio que mostra a
mento. O que existe de importante é que, em reunião anterior, no necessidade de investimentos no setor, com vistas a evitar políticas
mês de fevereiro, esse risco era considerado “baixíssimo”. bruscas de racionamento e novas situações de falta de energia.
Em razão da falta de chuvas, os grandes reservatórios das hi-
drelétricas no Sudeste e Centro-Oeste passaram a registrar des- 2014 – Onda de protestos na Venezuela
de fevereiro o mais baixo nível de armazenamento de água desde
o ano de 2001 (ressalta-se que neste ano houve racionamento de Fonte de informações – g1.com
energia).
As maiores preocupações estão concentradas nos reservató- Desde o início do mês de fevereiro, a Venezuela tem en-
rios dos Sistemas Sudeste e Centro-Oeste, uma vez que estas re- frentado momentos de protestos de estudantes e opositores con-
giões respondem por cerca de 70% da capacidade do país de gerar tra o governo de Nicolás Maduro. Os protestos se agravaram em
energia. 12/02/2014, quando uma manifestação contra o presidente culmi-
Na semana anterior à divulgação da nota, representantes de 15 nou com a morte de 3 pessoas, além de mais de 20 feridos. Os
associações do setor elétrico entregaram uma carta ao ministro de protestos contam com uma divisão interna no país, já que milhares
Minas e Energia, Edison Lobão, classificando como “delicada” a foram às ruas para criticar o governo )sobretudo por conta da in-
situação dos principais reservatórios de hidrelétricas do país. Nesta flação, escassez de produtos básicos, alta criminalidade e insegu-
carta, as entidades solicitam “voz ativa” nas discussões sobre me- rança), enquanto outros milhares se manifestaram em favor de Ma-
didas que possam ser adotadas para equacionar a questão. duro e contra os oposicionistas, alegando que a oposição articula
O próprio governo, que antes colocava como zero a possibili- esse movimento com vistas a dar um golpe de estado. Até março,
dade de faltar energia, já admite que existe a possibilidade, apesar as mortes já haviam chegado a cerca de 30 pessoas.
de ser mínima. O secretário-executivo do Ministério de Minas e Com base em informações do Portal g1, seguem as principais
Energia, Márcio Zimmermann, admitiu que o governo acendeu o informações sobre a onda de protestos, buscando entendê-lo cro-
sinal amarelo no setor elétrico por conta da queda no nível de ar- nologicamente:
mazenamento dos reservatórios provocada pela falta de chuvas em • Os protestos começaram com estudantes simpatizantes
2014. Ele voltou a dizer, entretanto, que o sistema está equilibrado da oposição, acompanhados de políticos, que se reuniram no dia
e que não há previsão de faltar energia no país. 12/02/2014 na Praça Venezuela (centro de Caracas), para criticar a
Didatismo e Conhecimento 6
CONHECIMENTOS GERAIS
política econômica do presidente e exigir a libertação de universitários que haviam sido detidos em protestos no interior do país. Os mani-
festantes são liderados pelo dirigente político Leopoldo López (presidente do partido de direita Voluntad Popular - que inclusive foi preso),
pelo prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, e por Maria Corina Machado, deputada ultraconservadora.
• Ressalta-se que a oposição não forma um grupo homogêneo. A tática nas ruas dos mais revoltosos rendeu divergências com ex-
-candidato presidencial Henrique Capriles, até então visto como principal rosto da oposição. Capriles – líder do setor moderado da coalizão
opositora – é contra a violência, mas também denunciou o governo por sua ação repressora contra os manifestantes. Mesmo assim, Capriles
tem questionado Maduro, e desafiou o presidente a dar provas sobre a tentativa de golpe de estado que o mandatário afirma estar em curso
no país.
• Ao mesmo tempo, milhares de pessoas defensoras do Chavismo (lembrando que Maduro era vice de Hugo Chávez e ganhou a nova
eleição que só ocorreu após a morte do mesmo), se reuniram em diferentes praças em Caracas e em outros estados, para comemorar os 200
anos da chamada “Batalha da Vitória”, na guerra de independência do país. Nessa data é comemorado o “Dia da Juventude”, em homenagem
aos que morreram em combate. O evento em 2014 acabou se transformando em um ato em defesa de Maduro.
• O governo venezuelano, na pessoa de Nicolás Maduro, classificou como tentativa de “golpe de Estado” os incidentes que deixaram
três mortos durante protestos no dia 12 de fevereiro. Maduro denunciou que os protestos da oposição se mostram como um golpe contra seu
governo, alegando que o suo da polícia foi apenas para impedir manifestações não autorizadas e bloqueios das ruas. Ressalta-se, ainda, que
o governo fez ameaças de cortar o fornecimento de gasolina onde as manifestações fossem intensificadas.
• Os protestos e conflitos na Venezuela geraram repercussões internacionais. Após as mortes, Catherine Ashton (Alta Representante
da União Europeia para a Política Externa), expressou sua preocupação, pedindo um “diálogo pacífico” entre as partes. O Departamento de
Estado dos Estados Unidos, acusado por Maduro de apoiar os protestos, negou qualquer participação. Ressalta-se que as relações entre Ma-
duro e Obama não são das mais amigáveis. Já as autoridades da ONU exigiram que os casos de agressão contras manifestantes e jornalistas
sejam investigados, e pediram a libertação de qualquer pessoa que permaneça detida arbitrariamente. A União de Nações Sul-Americanas
(Unasul) decidiu, em uma reunião extraordinária de chanceleres em Santiago, criar uma comissão para acompanhar o diálogo entre governo
e oposição na Venezuela, a partir da primeira semana de abril.
• Ressalta-se que membros da imprensa brasileira, ao se solidarizarem com possíveis ações de censura do governo de Maduro, abri-
ram espaço nos meios de comunicação do Brasil para que os jornalistas venezuelanos publicassem reportagens que denunciassem abusos
do governo no país.
Apesar dos conflitos terem sido amenizados nos últimos meses, Leopoldo López, opositor de Chaves, apresentou, no início de outubro,
uma denúncia contra o presidente Maduro e o ministro do Interior, Rodríguez Torres, por considerar que as provas da investigação da Pro-
motoria demonstrarem que o verdadeiro responsável pelas mortes de Bassil Dacosta e Juan Montoya é o presidente da República, segundo
informações de seu advogado Juan Carlos Gutiérrez. A denúncia também incluiu o então diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência
(Sebin), Manuel Gregorio Bernal Martínez.
Março de 2014 - Agência de risco Standard & Poor’s rebaixa nota do Brasil
No dia 24/03/2014 a agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou a nota de crédito soberano do Brasil. Esta nota reflete
a confiança de investir no país. A nota, que antes era “BBB”, passou para “BBB-”. A figura a seguir, do Portal G1, ilustra essa mudança:
Fonte: G1
Com a classificação “BBB-”, o país ainda mantém o grau de investimento, que recomenda o país como destino de aplicações, mas é
o último degrau para perder esse posto.
Didatismo e Conhecimento 7
CONHECIMENTOS GERAIS
A figura a seguir, também do Portal G1, apresenta as classificações das agências de risco:
Segundo a agência de classificação Standard & Poor’s , são justificativas para a redução na nota os sinais pouco claros da política
econômica do governo da presidente Dilma Rousseff, que enfrenta um frágil quadro fiscal, assim como a desaceleração do crescimento do
país. Trata-se da combinação de «derrapagem orçamentária» em meio às perspectivas de «crescimento moderado nos próximos anos», baixo
volume de investimentos, «capacidade restrita» a ajustar a política antes das eleições presidenciais de outubro e «algum enfraquecimento
das contas externas do país».
O Ministério da Fazenda discorda da análise da agência de classificação. Diz que a nota BBB- é contraditória com a solidez e os funda-
mentos do Brasil e inconsistente com as condições da economia brasileira.
É a primeira vez desde 2002 que a S&P diminui a classificação do país. Cabe ressaltar que as expectativas do mercado já sinalizavam
para este rebaixamento. O mercado internacional já se mostrava assustado com a redução do superávit primário de 3,1%, há alguns anos,
para 1,5% do PIB, sem considerar as receitas extraordinárias. Isso só será revertido se o país conter despesas e aumentar o ritmo de cresci-
mento, facilitando o ajuste fiscal.
As informações continuam atuais no segundo semestre. Contudo, há temores e especulações que, ao se confirmarem o baixo nível de
crescimento da economia, somados a escândalos de corrupção, como no caso da Petrobrás, a nota do Brasil possa ser rebaixada mais uma
vez, fazendo com que o país perca a condição de “grau de investimento”.
Cerca de 500 pessoas participaram da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, na tarde do dia 22/03/2014, na praça da República,
em São Paulo. De lá, o grupo foi, em passeata, rumo à praça da Sé. Tratou-se de uma tentativa de reeditar passeata similar ocorrida em março
de 1964 (esta com uma participação muito mais significativa de pessoas). Ressalta-se que outras marchas, igualmente com número mais
reduzidos de manifestantes (se comparadas à de 1964), também foram realizadas em outras cidades, como Rio de Janeiro-RJ e Curitiba-PR.
Didatismo e Conhecimento 8
CONHECIMENTOS GERAIS
Os ideias do movimentos podem ser resumidos com base nos aprovou lei de cotas tardiamente. Os Estados Unidos fizeram logo
tópicos seguintes: no pós-Segunda Guerra Mundial ações afirmativas de cotas. É uma
• Retorno das Forças Armadas; medida que é importante de aprovar, e esta é a hora”, completou
• Voto facultativo; à imprensa.
• Repúdio ao Comunismo; Cabe ressaltar que o Senado aprovou em 20/05/2014 o pro-
• Associação entre o atual governo de Dilma Rousseff ao jeto de lei que reserva 20% das vagas em concursos públicos da
comunismo; administração federal para candidatos que se declararem negros
• Uso de roupas brancas, verdes e amarelas, simbolizando ou pardos. Em seguida, o texto foi para a sanção da Presidência da
patriotismo; República, que ocorreu em 10/06/014, com publicação no Diário
• Posição contrária à desmilitarização da Polícia Militar; Oficial da União, com efeito imediato e vigência pelo prazo de 10
• Uso de imagens religiosas, com vistas a “exaltar valo- anos.
res tradicionais da família cristã”. Inclusive fizeram uso de uma A lei prevê que, caso constatado que a declaração de negro ou
estátua de Nossa Senhora de Fátima estava no trio elétrico que pardo seja falsa, o candidato será eliminado do concurso e, se já
tiver sido nomeado, poderá ter sua admissão anulada e responder a
acompanhava o grupo;
um procedimento administrativo.
Segundo o Portal G1, após a cerimônia de sanção, a ministra
A marcha contou, também com a oposição de pessoas que
da Igualdade Racial, Luiza Bairros, afirmou que não haverá co-
gritavam totalmente ou parcialmente contra os ideias defendidos
missão específica para apurar se a declaração do candidato é falsa.
pelos manifestantes. Segundo ela, o governo trabalha com a hipótese de que denúncias
Em oposição e paralelamente à Marcha da Família com Deus serão feitas por cidadãos e apuradas pelo Ministério Público, como
Pela Liberdade foi realizada a Marcha Antigolpista – Ditadura ocorre atualmente quando alguém denuncia uma suposta declara-
Nunca Mais, na Praça da Sé. ção falsa de cota nas universidades.
Contando com cerca de 1.000 pessoas (dados da Polícia Mi- Segundo a ministra, o governo estuda a elaboração de um
litar do Estado) compareceram a essa manifestação. Destaca-se a parecer jurídico que deverá servir de base para que as denúncias
participação do Senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e de cartazes e sejam apuradas da mesma maneira.
palavras de ordem proferidas pelos manifestantes que se mostram A Lei, segundo a presidência, é uma medida de afirmação que
completamente contrários a um possível retorno de um governo de visa corrigir as distorções sociais históricas sofridas pelos negros
caráter militar no país. o país.
Aprovação da cota para negros no serviço público A polêmica relação entre o comportamento feminino e os
estupros
Fonte de informações: Portal G1; Folha de São Paulo; Esta-
dão. Informações coletadas em reportagem de Flávia Alvarenga -
Brasília, DF e pesquisa do IPEA
Em 26/03/2014, a Comissão de Constituição e Justiça da Câ-
mara dos Deputados aprovou o projeto de lei que reserva para ne- Em março de 2014 foram grandes as repercussões de uma pes-
gros e pardos ao menos 20% das vagas em concursos públicos da quisa do IPEA sobre a avaliação dos brasileiros acerca das circuns-
administração federal. A aplicabilidade das cotas, assim que apro- tâncias que envolvem os casos de estupro. Analisando os dados
vada, tem o prazo de dez anos. friamente, para mais da metade dos brasileiros, mulher com roupa
As cotas terão efeito para concursos realizados para a adminis- curta merece ser estuprada. Esse dado foi divulgado pelo Instituto
tração pública federal, autarquias, fundações públicas, empresas de Pesquisa Econômica Aplicada. O gráfico a seguir apresenta as
públicas e sociedades de economia mista controladas pela União, polêmicas opiniões.
como Petrobras, Caixa Econômica Federal, Correios e Banco do
Brasil. Destaca-se o fato do projeto não estender as cotas para con-
cursos dos poderes Legislativo e Judiciário.
O projeto havia sido encaminhado pelo governo ao Congresso
em novembro de 2013, em regime de urgência.
Segundo a proposta, a reserva será oferecida sempre que a
oferta no concurso for superior a três vagas. Poderá concorrer pelo
sistema de cotas o candidato que se autodeclarar preto ou pardo no
ato da inscrição do concurso.
O Legislativo e o Judiciário não foram incluídos na proposta
por dependerem de decisões próprias. “Para o Legislativo, caberia
às mesas diretoras da Câmara e do Senado propor. No caso do
Judiciário, cabe ao Supremo Tribunal Federal mandar o projeto”,
disse o relator da proposta na CCJ, Leonardo Picciani (PMDB-
-RJ), em entrevista à imprensa. O relator disse, ainda, acreditar
que o país está preparado para a proposta. “Eu acho que o Brasil já
Didatismo e Conhecimento 9
CONHECIMENTOS GERAIS
Contudo, segundo Flávia Alvarenga, nas delegacias onde são registrados os casos de estupro, o que se percebe é que as vítimas são
escolhidas porque estão vulneráveis e em situações de risco. O ambiente onde a vítima está é o fator mais observado pelo criminoso. Quem
ouve os depoimentos de mulheres vítimas de violência sexual diz que o agressor não escolhe o alvo pela aparência física ou pelo modo de
se vestir.
A pesquisa gerou grande polêmica na internet. Anônimos e famosos deram início a uma grande campanha, sobretudo com o slogan “eu
não mereço ser estuprada”. Em resumo, a campanha dizia que a vítima de estupro não pode ser considerada a culpada pelo estupro, afinal,
o criminoso é quem o comete.
Defensores dos direitos das mulheres, como o Centro de Estudos Feministas (CFEMEA) e a psicóloga da Universidade de Brasília, Va-
leska Zanello, não se espantaram com os resultados, pois observam que a sociedade analisa essas situação muitas vezes de maneira machista.
Ressalta-se que o Ipea, posteriormente às polêmicas sobre o assunto, emitiu uma nova apresentação dos dados, alegando que ocorreram
erros na primeira pesquisa divulgada. Contudo, a discussão já havia sido instalada em diversos segmentos e mídias.
A superação da diferença racial foi um obstáculo importante para muitos países. Destaca-se, neste texto, a África do Sul, que durante
quatro décadas adotou um regime de segregação racial com amplos privilégios à elite branca. O fim deste regime – Apartheid - completa 20
anos em 2014 e teve como um de seus principais nomes o do ex-presidente Nelson Mandela (1918-2013).
Segundo Martins, o apartheid - palavra africana que significa separação - foi um regime de segregação racial estabelecido após as elei-
ções gerais de 1948, quando o (PNR) Partido Nacional Reunido e o Partido Africâner venceram com a promessa de acentuar a separação
entre brancos e negros --herança do período colonial de ocupação holandesa e britânica. Unidas, as legendas formaram o Partido Nacional,
que governaria o país até 1994, quando Mandela chegou à presidência nas primeiras eleições livres.
Didatismo e Conhecimento 10
CONHECIMENTOS GERAIS
A segregação era um processo muito amplo. Negros não podiam se casar com brancos, não podiam ocupar o mesmo transporte coletivo
usado pelos brancos, não podiam morar no mesmo bairro e nem realizar o mesmo trabalho, nem comprar e alugar terras, entre outras res-
trições. A discriminação se estendia também aos coloured (mestiços), indianos e brancos sul-africanos, conforme salienta Andreia Martins.
O apartheid na África do Sul era um sistema político com segregação racial institucionalizada. A minoria branca estava com o controle
do estado. Já em 2013, a África do Sul aprovou a Lei de Terras, o que obrigava os negros africanos a viverem em reservas, proibindo-os de
trabalharem na condição de meeiros. Igualmente, eram proibidas a venda e aluguel de terras a negros.
O partido Congresso Nacional Africano (CNA), opositor das leis segregacionistas, foi banido mais tarde pela política do Partido Na-
cional.
Os protestos contra o Apartheid também geraram bastante violência na África do Sul. Manifestos, sobretudo nas décadas de 1970/80
eram duramente reprimidos pelo governo.
Muitas reações mundiais ocorreram em razão da política do Apartheid. A África do Sul sofreu sanções, embargos e proibições diversas,
inclusive demonstrando que o regime não traria o progresso esperado ao país.
Em 1989, assumiu a presidência Frederic. W. de Klerk, do Partido Nacionalista. O novo presidente, em 1990, pôs fim ao apartheid.
Ainda em 1990, Nelson Mandela, que cumpria pena de prisão desde 1964, foi posto em liberdade. Em 1993, nas primeiras eleições livres,
Mandela foi eleito presidente da África do Sul pelo CNA, governando de 1994 a 1999.
Contudo, apesar de todos os progressos observados, é sabido que o fim do Apartheid está longe de ter acabado com as desigualdades
entre negros e brancos no país, que ainda é muito evidente. Mesmo assim, Mandela, que faleceu em 2013, é considerado uma das maiores
personalidades de toda a história na luta contra o racismo, a desigualdade e a segregação.
Por fim, ressalta-se que outros povos também foram vítimas de situações com semelhanças ao Apartheid. Durante a colonização das
Américas, diversos grupos indígenas, além de negros africanos foram vítimas de uma das maiores formas de exploração de indivíduos, a
escravidão. Judeus e ciganos também foram duramente perseguidos na Europa, sendo submetidos a regimes segregacionistas.
A Petrobras, empresa estatal brasileira ligada a diferentes etapas de exploração do petróleo, é investigada por suspeitas de propina
e superfaturamento. As investigações do Tribunal de Contas da União (TCU), Polícia Federal e Ministério Público, além de parlamentares,
alegam a necessidade da instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a estatal.
Segundo o Portal G1, com trechos citados parcialmente a seguir, são 3 as principais denúncias envolvendo a Petrobras:
• Suspeitas de superfaturamento e evasão de divisas na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, em 2006: A Petrobras pagou,
ao todo, mais de US$ 1,3 bilhão pela refinaria, localizada no Texas, nos Estados Unidos – valor muito superior ao pago, um ano antes, pela
belga Astra Oil, de US$ 42,5 milhões. A Petrobras, em princípio, pagou US$ 360 milhões por 50% da refinaria, em 2006. Dois anos depois,
a estatal e a Astra Oil se desentenderam e uma cláusula contratual obrigou a estatal a comprar a parte que pertencia à empresa belga, levando
a conta a US$ 1,18 bilhão. Documentos indicam, porém, que o valor total passou de US$ 1,3 bilhão. O gráfico a seguir, do G1, ilustra as
transações e polêmicas:
Didatismo e Conhecimento 11
CONHECIMENTOS GERAIS
• Indícios de superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco: O Tribunal de Contas da União também
está investigando a obra da refinaria Abreu e Lima da Petrobras, em Ipojuca (PE). O custo inicial da obra saltou de mais US$ 2 bilhões para
cerca de US$ 18 bilhões. A estatal está arcando sozinha com todos os custos da construção do projeto que era para ser uma parceria com a
PDVSA – a estatal de petróleo da Venezuela. O acordo firmado entre os então presidentes Lula e Hugo Chávez, porém, nunca teve a situa-
ção jurídica formalizada. Desde 2008, o TCU faz auditorias na refinaria e já concluiu que houve superfaturamento em alguns contratos. A
presidente da Petrobras, Graça Foster, já classificou publicamente os gastos com a refinaria como uma história a não ser repetida.
Didatismo e Conhecimento 12
CONHECIMENTOS GERAIS
• Indícios de pagamento de propina a funcionários da Recentemente, muitos foram os casos de ações da população,
petroleira pela companhia holandesa SBM Offshore: A Contro- que traz para si o papel de julgar supostos infratores. Assim ocor-
ladoria-Geral da União instaurou uma sindicância para apurar a reram com jovens amarrados em postes no Rio de Janeiro e em
denúncia de supostos pagamentos de suborno a funcionários da Itajaí-SC. Em Goiânia, um jovem foi espancado em razão de um
Petrobras pela companhia holandesa SBM Offshore. O suposto furto. Já em Teresina, um possível assaltante foi amarrado, além
esquema foi revelado na internet em outubro do ano passado por de ter seu rosto exposto a um formigueiro. Nota-se, portanto, que
um ex-funcionário da SBM e publicado pelo jornal “Valor Eco- essas situações estão cada vez mais comuns em todo o país.
nômico”. Segundo a empresa, ele pediu dinheiro para não divul- Tratam-se de apenas alguns exemplos na qual membros da
gar os documentos.Segundo a denúncia, a SBM, uma das maiores sociedade sentem-se no direito de, conforme diz a expressão po-
empresas de aluguel e operação de plataformas, teria corrompido pular, fazer justiça com as próprias mãos. Para muitos, trata-se de
autoridades de governos de vários países e representantes de em- uma manifestação de descontentamento da população sobre como
presas privadas para conseguir contratos. O ex-funcionário disse a justiça tem agido contra criminosos.
ainda que, entre 2005 e 2011, o valor pago teria chegado a US$ Em 2014, um dos fatos que mais chamou atenção foi o caso de
250 milhões. No Brasil, o principal intermediário do esquema se- Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, espancada depois de ser confun-
ria o empresário Julio Faerman. Ele foi um dos representantes da dida com uma sequestradora de crianças. Fabiane é a 20ª pessoa
SBM no país até 2012 e é citado na investigação criminal aberta assassinada em uma situação de justiçamento público em 2014 no
pelo Ministério Público Federal neste mês. Faerman nega as acu- Brasil até o início de maio. Moradora do Guarujá (SP), a dona de
sações. Comissão interna da Petrobras concluiu não haver provas casa morreu devido a um traumatismo craniano, dois dias depois
de suborno. A denúncia, porém, está sendo investigada pela Polícia de ser agredida. Desde fevereiro, pelo menos outras 37 pessoas
Federal. Os contratos entre a empresa holandesa e a Petrobras pas- foram vítimas de linchamento no país. Especialistas sugerem que
sam ainda por uma análise do Tribunal de Contas da União. a repercussão do vídeo de um adolescente do Rio de Janeiro, agre-
dido a pauladas e amarrado nu a um poste no fim de janeiro, tenha
Mais recentemente, ganhou força na mídia as declarações do desencadeado uma onda de crimes, segundo o Jornal Correio Bra-
doleiro Alberto Youssef à Polícia Federal, em 21/10/2014, salien- siliense.
tando que a Presidenta Dilma Roussef e o ex-presidente Lula sa- Segundo a família, Fabiane foi alvo das agressões a partir da
biam dos desvios de verba na estatal, popularmente chamado de publicação em uma rede social do suposto retrato falado de uma
Petrolão. mulher que sequestrava crianças para utilizá-las em rituais satâ-
As ondas de especulação sobre a empresa cresceram ainda nicos no Guarujá. Familiares e a polícia afirmaram que a morte
mais quando, em meados de novembro, a empresa perdeu o prazo da dona de casa foi resultado de um boato. “Não foi registrado
para apresentar a divulgação do balanço financeiro referente ao nenhum sequestro de criança no Guarujá. Esse foi um boato nas re-
terceiro trimestre. des sociais que veiculou em várias localidades e chegou aqui. São
fatos totalmente inverídicos”, argumentou o delegado Luiz Ricar-
Abril de 2014: Inflação supera teto de 6,5% em comida, do Lara, do 1º Distrito Policial da cidade do litoral paulista (infor-
casa, saúde, escola e diversão mações coletadas em reportagem do Jornal Correio Brasiliense).
Desse modo, percebe-se que , diante da percepção de que o
Fonte de informações: DINHEIRO PÚBLICO & CIA Estado não dá conta das demandas reivindicadas por populares,
aumenta a busca de Justiça com as próprias mãos. O resultado é
O ano de 2014, economicamente para o Brasil, tem sido mar- o aumento da barbárie. E de mais injustiças. Em resumo, crimes
cado por prognósticos e confirmações pessimistas para a econo- sendo cometidos em razão de supostos outros crimes.
mia: alta da taxa Selic, reduções nas previsões de crescimento do
PIB e aumento da inflação, que beira o teto da meta (6,5% a.a.). A aprovação do Marco Civil da Internet e as influências na
Ainda, na primeira quinzena de abril, os preços já sobem aci- sociedade brasileira
ma de 6,5% nas despesas das famílias com comida, casa, saúde,
escola e diversão. Fonte de informações: BOL- São Paulo
Isso significa que a inflação acumulada em 12 meses está aci-
ma do teto para cerca de 70% do orçamento doméstico. Destaca-se Em 23/04/2014, a presidente Dilma Rousseff sancionou o pro-
que o IPCA se baseia no consumo médio de famílias com renda de jeto de lei que define o Marco Civil da Internet. Trata-se de uma
um a 40 salários mínimos (R$ 724 a R$ 28.960 mensais). espécie de “Constituição”, com os direitos e deveres das empresas
Diante dos dados apresentados pelo IBGE, itens como ali- e internautas ligadas à rede mundial de computadores no Brasil.
mentação, habitação, artigos de residência, saúde, educação e des- O Marco Civil da Internet possui três pilares básicos: Neutra-
pesas pessoais (que incluem empregados domésticos, recreação, lidade, Privacidade e Liberdade de Expressão.
cabeleireiro e manicure, entre outras) estão acima da meta. Confira as informações a seguir, retiradas do Portal BOL:
Diante disso, muitos questionamentos surgem sobre como a • Neutralidade: O Marco Civil garantirá a neutralidade da
inflação se mantém dentro do teto da meta. Segundo especialistas, rede, segundo a qual todo o conteúdo que trafega pela internet é
isso se deve ao represamento de preços sob controle dos governos tratado de forma igualitária. As empresas de telecomunicações que
federal, estadual e municipal, casos dos combustíveis, telefonia e fornecem acesso poderão continuar vendendo velocidades diferen-
passagens de ônibus e metrô etc. tes . Contudo, terão de oferecer a conexão contratada independente
do conteúdo acessado pelo internauta e não poderão vender paco-
Justiça com as próprias mãos: cresce a onda de linchamentos tes restritos (preço fechado para acesso apenas a redes sociais ou
serviços de e-mail). O texto do Marco Civil prevê que o tráfego
Informações coletadas em artigo de Andréia Martins - da No- pode sofrer discriminação ou degradação em situações específi-
velo Comunicação ao Portal Uol/Educação e reportagem do Jornal cas: “priorização a serviços de emergência” (como um site que não
Correio Brasiliense pode sair do ar, mesmo com muito acesso) e “requisitos técnicos
Didatismo e Conhecimento 13
CONHECIMENTOS GERAIS
indispensáveis à prestação adequada dos serviços e aplicações” (caso das ligações de voz sobre IP, que precisam ser entregues rapidamente
e na sequência para fazerem sentido). Para que haja exceções à neutralidade, é necessário um decreto presidencial depois de consulta com
o CGI (Comitê Gestor da Internet) e a Anatel.
• Privacidade: Em 2013, depois das denúncias sobre espionagem nos EUA, a presidente Dilma Rousseff pediu urgência constitu-
cional para a tramitação do projeto. Nesse sentido, o quesito privacidade ganhou força no Marco Civil. O Marco Civil garante a inviolabi-
lidade e sigilo do fluxo de comunicações via internet e também das conversas armazenadas – esse conteúdo pode ser legalmente acessado,
no entanto, mediante ordem judicial. Na prática, suas conversas via Skype e aquelas mensagens salvas na conta de e-mail não poderão ser
violadas, a não ser em casos envolvendo a Justiça. O marco prevê ainda que a autorização para o uso dessas informações deverá ocorrer
de forma destacada das demais cláusulas contratuais. Também existe uma polêmica sobre a obrigatoriedade de o provedor de aplicações
de internet armazenar por seis meses todos os registros de acesso que você fez naquele serviço. Isso porque a prática teoricamente só será
adotada por aqueles que têm uma estrutura adequada para isso.
• Liberdade de Expressão: A exclusão de conteúdo só pode ser solicitado por ordem judicial – assim, não fica a cargo dos provedores
a decisão de manter ou retirar do ar informações e notícias polêmicas. Diante disso, o usuário que se sentir ofendido por algum conteúdo no
ambiente virtual terá de procurar a Justiça, e não mais as empresas que apresentam os dados na rede. Merece destacar que o comportamento
é diferenciado para a chamada “vingança pornô” (divulgação não autorizada na internet de conteúdo sexual). Para estes casos, o participante
ou seu representante legal deve enviar uma notificação para o provedor de aplicações (ex: Facebook ou Google), que a partir disso deve
tornar esse material indisponível.
A seguir, segue uma ilustração que apresenta os principais aspectos do Marco Civil da Internet (fonte: BOL):
Didatismo e Conhecimento 14
CONHECIMENTOS GERAIS
O sequestro de mais de 200 meninas pelo Boko Haram - Ni-
géria
A Polêmica #SomosTodosMacacos
Didatismo e Conhecimento 15
CONHECIMENTOS GERAIS
“No Brasil, a maioria dos jogadores de futebol advém de tificado desde o início do ano na Guiné, onde mais de 100 pessoas
camadas mais pobres. Embora isso esteja mudando – porque o teriam morrido vítimas do vírus. Além da Guiné, também apresen-
futebol mudou, ainda é assim. Dentre esses, a maioria dos que tam fortes focos no Mali, Serra Leoa, Libéria etc., todos países da
atingem grande sucesso são negros. Por buscarem o sonho de ven- África Ocidental.
cer na carreira desde cedo, pouco estudam. Os “fora de série” Considerado um dos vírus mais perigosos, a febre hemorrági-
são descobertos cada vez mais cedo e depois de alçados à con- ca ebola é fatal em grande parte dos casos, pois não há cura nem
dição de estrelas vivem um mundo à parte, numa bolha. Poucos vacina para combatê-lo. A violência com que o vírus ataca o corpo
foram ou são aqueles que conseguem combinar genialidade es- humano deve-se a uma proteína que rompe as paredes dos vasos
portiva e alguma coisa na cabeça. E quando o assunto é racismo, sanguíneos, provocando hemorragia interna e externa.
a tendência é piorar. E Daniel comeu a banana! Ironia? Forma Segundo reportagem de Andréia Martins, após uma incubação
de protesto? Inteligência? Ora, ele mesmo respondeu na entre- de dois a 21 dias, o vírus provoca uma forte febre, com dores de
vista seguida ao jogo:“Tem que ser assim! Não vamos mudar. Há cabeça e musculares, conjuntivite e fraqueza generalizada. Em um
11 anos convivo com a mesma coisa na Espanha. Temos que rir segundo momento, os sintomas são vômitos, diarreia e, às vezes,
desses retardados”.É uma postura. Não há o que interpretar. Ele erupção cutânea. A transmissão ocorre por vias respiratórias ou por
elaborou uma reação objetiva ao racismo: Vamos ignorar e rir! contato com fluidos corporais das pessoas infectadas, como o san-
Eu como negro, não admito. Banana não é arma e tampouco gue. O ebola é um filovírus (da família Filoviridae), nome dado ao
serve como símbolo de luta contra o racismo. Ao contrário, o rea- vírus particularmente mortal para o organismo humano. Foi identi-
firma na medida em que relaciona o alvo a um macaco e principal- ficado pela primeira vez em 1976, após algumas epidemias graves
mente na medida em que simplifica, desqualifica e pior, humoriza em Nzara, província oeste-equatorial do Sudão, e em Yambuku,
o debate sobre racismo no Brasil e no mundo. região vizinha no norte da República Democrática do Congo (anti-
O racismo é algo muito sério. Vivemos no Brasil uma escala- go Zaire) e próxima ao rio Ebola, que deu nome doença.
da assombrosa da violência racista. Esse tipo de postura e reação Até o final de agosto, um balanço da Organização Mundial de
despolitizadas e alienantes de esportistas, artistas, formadores de Saúde informa que já são 1.552 mortos pela doença. Do total de
opinião e governantes tem um objetivo certo: escamotear seu real 3.069 casos registrados, mais de 40% ocorreram em 21 dias. Com
significado do racismo que gera desde bananas em campo de fute- tais números, a OMS declarou a epidemia uma emergência pública
bol até o genocídio negro que continua em todo o mundo. sanitária internacional.
Eu adoro banana. Aqui em casa nunca falta. E acho os ma- Conforme salienta reportagem do G1, segundo dados da
cacos bichos incríveis, inteligentes e fortes. Adoro o filme Plane- OMS, até então (final de agosto) a Libéria é o país com mais mor-
ta dos Macacos e sempre que assisto, especialmente o primeiro, tes (694), seguido da Guiné (430), Serra Leoa (422) e Nigéria (6).
imagino o quanto os seres humanos merecem castigo parecido. A OMS enviou mais de uma centena de especialistas para a região
Viemos deles e a história da evolução da espécie é linda. Mas se para ajudar a conter a epidemia. Porém, eles enfrentam dificulda-
é para associar a origens, por que não dizer que #SomosTodos- des para atuar nas áreas mais remotas devido à desconfiança da
Negros ? Porque não dizer #SomosTodosDeÁfrica ? Porque não população. Em alguns vilarejos, chegaram a ser atacados e amea-
lembrar que é de África que viemos, todos e de todas as cores? E çados.
que por isso o racismo, em todas as suas formas, é uma estupidez O assunto ganhou muito enfoque da mídia quando um médico
incompatível com a própria evolução humana? E, se somos, por e uma missionária americanos também foram infectados. Ambos
que nos tratamos assim? foram levados aos EUA onde passaram por um tratamento com
Mas não. E seguem vocês, “olhando pra cá, curiosos, é lógi- uma droga experimental. Em 21 de agosto, Kent Brantly, de 33
co. Não, não é não, não é o zoológico”. anos, e Nancy Writebol, de 59, receberam alta após serem curados
Portanto, nada de bananas, nada de macacos, por favor!” da doença. Já o Missionário espanhol Miguel Pajares, o primeiro
europeu infectado nessa onda de epidemia, que havia contraído o
Fonte: http://negrobelchior.cartacapital.com.br/2014/04/28/ vírus na Libéria, morreu no dia 12 de agosto. Mesmo sendo trans-
contra-o-racismo-nada-de-bananas-por-favor/ ferido para Madri em 07/08, não conseguiu sobreviver.
A epidemia, além de mostrar a força letal deste vírus, deixa
Essa situação, portanto, promove um debate mais amplo sobre claro também que os problemas sociais/econômicos de grande par-
o assunto: as fotos com bananas são apenas inocentes ou reafir- te da África acabam potencializando essas situações calamitosas.
mam o racismo. Seguramente, inclusive pelo Brasil ser um país
muito distante de vencer o preconceito, esse debate está longe de A Copa do Mundo no Brasil – Balanço Geral
um desfecho. Até porque, infelizmente, esse tema costumeiramen-
te se torna atual, vide o caso mais recente do goleiro do Santos, A Copa do Mundo, seguramente um dos maiores eventos
Aranha, contra o Grêmio, na Copa do Brasil. mundiais em todas os aspectos, foi realizada no Brasil em 2014,
cercada por muitas incertezas. Inicialmente, eram fortes as cor-
Nova epidemia de Ebola no continente africano rentes que enxergavam grandes possibilidades de fracasso, seja
por problemas com mobilidade, seja pelo temor de manifestações
Informações de Andréia Martins – Uol/Educação e Portal G1 violentas. A Copa ocorreu e, naturalmente, um tema tão polêmico
gerará opiniões distintas. Os órgãos oficiais naturalmente valori-
Desde abril de 2014, são grandes as reportagens apresentando zarão os aspectos positivos, enquanto os mais críticos enfocarão o
dados sobre a nova epidemia de Ebola. O vírus voltou a preocupar que deu errado. Aqui, serão citados argumentos das duas correntes,
autoridades africanas e de saúde após um novo surto ter sido iden- com vistas a enriquecer o seu posicionamento.
Didatismo e Conhecimento 16
CONHECIMENTOS GERAIS
A Visão dos organizadores: (informações retiradas do Portal Visão de Joseph Blatter, que dá nota 9,25 ao Mundial
da Copa – www.copa2014.gov.br)
O presidente da FIFA, Joseph Blatter, deu a nota de 9,25 à
Fluxo nos aeroportos Copa do Brasil. Na coletiva de imprensa desta segunda-feira
(14.07), no Rio de Janeiro, ele falou que “a perfeição não existe”,
Uma média diária de 485 mil passageiros passou pelos 21 ae- mas fez um discurso de gratidão pela realização do Mundial de
roportos nas 12 cidades-sede, que registraram 7,46% de atrasos de 2014.
voos – índice bem menor que o padrão internacional, de 15%, e “Agradeço ao povo brasileiro, ao Governo Federal e à senhora
menor inclusive que o padrão europeu, que é de 7,6%. A média de presidenta Dilma Rousseff, aos governadores e prefeitos, ao COL,
passageiros registrada foi superior à do Carnaval de 2014, de 365 ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo e seu parceiro (Luis Fernan-
mil passageiros por dia, e maior que o período do último Natal, des, secretário executivo da pasta). A todos, muito obrigado por
todo o trabalho”, disse Blatter.
que mobilizou 404 mil passageiros por dia. “O principal legado
Ele falou que se sente duplamente feliz: como presidente da
foi como soubemos combinar o ambiente organizativo com o am- FIFA, pela oportunidade de visitar todas as sedes e estádios, e
biente de festa. Para isso, tínhamos que garantir a qualidade dos como amante do futebol, pelos espetáculos dentro de campo. Blat-
serviços necessários, o que perpassou por um longo e minucioso ter disse que a Copa do Brasil foi muito especial pela qualidade do
processo de cooperação. Esta é a chave para que neste balanço futebol apresentado, com partidas intensas e propostas ofensivas.
final, do ponto de vista operacional, possamos dizer que a Copa foi O Fair Play também foi citado como destaque.
coroada de sucesso”, avaliou Luis Fernandes. “Houve menos contusões. Ouvi críticas aos árbitros por não
estarem usando os cartões amarelos. Mas se você olhar os resulta-
Transporte Público dos, houve menos lesões, mais intensidade no jogo, paixão. Cada
Copa tem sua própria história, mas essa no campo de jogo foi ex-
O transporte público foi o meio mais utilizado pelos torcedo- cepcional”.
res acessarem os estádios em, pelo menos, três das maiores me- Blatter disse, contudo, que não está totalmente satisfeito com
trópoles do país. Nos dias de jogos, mais de 80% das pessoas che- a luta contra o racismo e que já está tratando o tema com as auto-
garam à Arena Corinthians pelo metrô de São Paulo. O modal foi ridades russas para que as ações contra a discriminação se intensi-
escolhido por 65% dos espectadores no Rio de Janeiro. Em Recife, fiquem. O presidente da FIFA citou mensagem enviada pelo Papa
63% do público optou pelo metrô ou pelo BRT. Francisco, que é argentino.
“Recebemos, nesta manhã, uma mensagem do Papa Francis-
Telecomunicações co. Ele não ficou tão feliz (com o resultado), mas ele disse que foi
uma Copa do Mundo fantástica, conectando as pessoas. E essa foi
A Copa do Mundo de 2014 também ficará marcada pela tec- a ideia”, reforçou.
nologia da informação. Os investimentos públicos e privados de
mais de R$ 1,7 bilhão em telecomunicações permitiram mais de Há também aqueles que acreditam que a Copa ficou muito
45 milhões de envios de fotos até as semifinais do torneio e mais aquém do esperado, por vários aspectos, dentre os quais podem
de 11,2 milhões de chamadas completadas nos estádios durante os ser destacados:
jogos até as quartas de final. Números que serão atualizados. “Essa • O valor das obras, constantemente sendo atualizados
para cima, supostamente demonstraram superfaturamento ou má
é a primeira Copa realizada sob a égide da convergência tecnoló-
gestão do dinheiro investido;
gica”, resumiu Fernandes. • Várias obras de mobilidade urbana não ficaram prontas
para o Mundial;
Além do serviço de internet móvel 2G, 3G e 4G, os investi- • As cidades-sede, em dias de jogos, passaram por grandes
mentos também garantiram a alta capacidade para a transmissão esquemas de segurança e transporte, mostrando, desse modo, um
das partidas. A Copa do Mundo bateu recordes de audiências em sucesso artificial, sendo este não disponibilizado pela sociedade
diversos países, a ponto de superar a final da NBA e do beisebol em dias comuns;
nos EUA. • O preço dos ingressos dificultou sobremaneira a parti-
cipação popular no evento, pois a grande maioria dos ingressos
Balanço Geral estavam a preços muito superiores da realidade da maioria dos
brasileiros;
Para o ministro do Esporte, o sucesso da realização da Copa • Alguns estádios, sobretudo a Arenas de Manaus e Cuia-
do Mundo é resultado do trabalho e dos esforços dos organizado- bá, apresentam elevado potencial de se transformarem em “elefan-
res do evento (governo federal, estados, municípios, FIFA e COL), tes brancos”, dada a possível pouca utilização pós mundial;
que souberam superar a desconfiança da imprensa. “Minhas pala- • A Copa, apesar de em uma intensidade menor do que a
vras são para registrar os agradecimentos, primeiro ao Blatter, por esperada, foi palco de muitas manifestações, mostrando que o país
ter confiado no nosso país, ao Valcke (secretário-geral da FIFA), possui uma série de questões sociais que precisam ser equaciona-
que se empenhou desde o primeiro momento para termos uma das.
Copa com êxito, ao Trade (coordenador do COL), ao Luis Fernan- Conflitos entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza - 2014
des, que coordenou o Grupo Executivo da Copa, aos servidores do
Estado brasileiro, que sem a participação seria difícil alcançar os Fonte de informações: Portais G1 e Clickideia
resultados que conseguimos. E, agradecer aos jornalistas, mesmo
aqueles que não acreditaram na nossa capacidade”, afirmou Re- O ano de 2014 está sendo marcado por muitos conflitos en-
belo. volvendo palestinos e judeus. Contudo, entender o cenário atual
Com o fim da 20ª Copa do Mundo, o Brasil passou o bastão requer uma reflexão histórica, retomando conceitos e importantes
para a Rússia, que sediará a edição de 2018. e a participação dos principais atores envolvidos.
Didatismo e Conhecimento 17
CONHECIMENTOS GERAIS
Confrontos entre Judeus e Palestinos
Os confrontos entre judeus e palestinos remontam ao período de ocupação da antiga Palestina, isso no final do Século XIX. No período,
a região em questão pertencia ao Império Otomano e, nela, viviam cerca de 500.000 árabes.
A chegada dos judeus na região está associada a um movimento chamado de sionismo, a principal força por trás da criação do Estado
de Israel. Idealizado e divulgado pelo jornalista e escritor austro-húngaro Theodor Herzl, o sionismo defendia o direto dos judeus de terem
seu território no que, segundo a visão bíblica deste povo, era uma “terra prometida aos judeus”.
Foi no primeiro encontro sionista, no final do século XIX (1897), que foi definida um retorno em massa de judeus à Terra Santa, em
Jerusalém (ressalta-se que os judeus foram expulsos pelos romanos no século 3 d.C. da região).
Segundo o Portal G1, a teoria de Herzl – que presenciou o antissemitismo na Europa – era de que, com a existência de um Estado pró-
prio, os judeus poderiam se fortalecer, algo muito importante para um povo que há séculos sofria violentas perseguições.
À medida que a imigração judia aumentava, os conflitos com os palestinos se intensificavam.
Conforme informações do Portal G1, em 1947, a ONU tentou acabar com a tensão propondo que o território fosse dividido em dois,
com a criação de um Estado judeu e outro árabe. Jerusalém seria um “enclave internacional”. Contrários à questão, os árabes recusaram a
proposta. Já nos anos seguintes à declaração de independência de Israel houve uma sequência de guerras contra o Estado judeu. Contudo,
por sua grande força militar, Israel obteve êxito nesses conflitos.
Mais tarde, em 1967, a Guerra dos Seis Dias mudaria o mapa da região. Israel derrotou Egito, Jordânia e Síria e conquistou Jerusalém
Oriental, as Colinas de Golan e toda a Cisjordânia, uma região de maioria árabe e requisitada pela Autoridade Palestina e pela Jordânia.A
reação dos palestinos, sobretudo na década de 1980, foi com as Intifadas, quando milhares de jovens saíram às ruas para protestar contra a
ocupação israelense – considerada ilegal pela ONU. Eles jogavam pedras em soldados israelenses fortemente armados, o que chegou a gerar
comoção mundial. Mais uma vez, inclusive por contar com o apoio dos Estados Unidos, Israel segue nos territórios ocupados, desobedecen-
do uma resolução da ONU que determina a desocupação das regiões conquistadas na Guerra dos Seis Dias.
Ainda segundo pesquisas e levantamentos históricos do Portal G1, a postura de Israel de não deixar as áreas ocupadas, somados aos
atentados e boicotes por parte de palestinos que não reconhecem o Estado judeu, acirram e estendem os conflitos, intercalados com momen-
tos de negociação de paz. A imagem a seguir apresenta a escalada de dominação dos judeus na região:
Fonte: cfrbpensandoalto.blogspot.com
Didatismo e Conhecimento 18
CONHECIMENTOS GERAIS
Em junho de 2014, devido ao assassinato de três jovens israe- É importante destacar que Israel e Hamas não dialogam, uma
lenses, foi criada uma grande onda de tensão que culmina no atual vez que os judeus consideram o Hamas um grupo terrorista. Res-
conflito na Faixa de Gaza – o terceiro desde que o grupo islâmico salta-se que o Hamas é parte de uma vertente política do Islã que,
Hamas assumiu o controle da região, em 2007. com as Revoltas Árabes, está sendo combatida em diversas partes
Também surgem outras razões para o conflito atual. Além das da região, como no Egito (com a saída da Irmandade Muçulmana)
mortes dos adolescentes, Israel justifica seus ataques como res- e em países do Golfo. Outros países do mundo também caracteri-
postas aos foguetes disparados pelo Hamas em direção à Israel. zam o Hamas como um grupo terrorista, casos de Estados Unidos,
Os judeus afirmam ainda que o grupo islâmico abriga militantes e União Europeia, Canadá e Japão.
armas em residências da Faixa de Gaza e, por conta disso, preci- Contudo, também existem apoiadores do Hamas, como Qatar
sa bombardeá-las, mesmo que isso signifique a morte de civis. A e Turquia, que o classificam como um movimento de resistência
legítimo. As condições propostas pela comunidade internacional
opinião pública internacional, em 2014, vem considerando abusiva
para que o Hamas se torne um ator global legítimo é o reconheci-
a escalada de violência contra a região, sobretudo pelo grande nú-
mento de Israel, aceitar os acordos anteriores e renunciar à violên-
mero de mortes de inocentes na região.
cia. No entanto, o grupo não se mostra proposto a tal.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, salienta
que seu Exército irá completar os ataques, destruindo os túneis As declarações do Brasil no caso
que os militantes palestinos construíram sobre a fronteira com o
Estado judeu. O Brasil é um país que reconhece a existência do Estado Pa-
Já na visão palestina, somado à morte do adolescente e às pri- lestino isso desde 2010. Nesse atual conflito, o governo brasileiro
sões de integrantes do Hamas, está a insatisfação da população de qualificou de “inaceitável” a atual escalada de violência na Faixa
Gaza, que considera extremamente abusivo o controle de Israel na de Gaza e convocou seu embaixador em Israel “para consulta”.
região. Em razão dos bloqueios, os moradores tornam-se depen- Essa, segundo o Portal G1, é uma medida diplomática excepcional
dentes de Israel para ter acesso a água, energia elétrica, meios de e tomada quando o governo quer demonstrar descontentamento e
comunicação, acesso a recursos financeiros etc. avalia que a situação no outro país é de extrema gravidade. O Mi-
Os conflitos, em 2014, geraram milhares de mortes na região, nistério das Relações Exteriores brasileiro considerou “despropor-
com número muito superior de baixas em Gaza e muito menor no cional” o uso da força por Israel e pediu o fim dos ataques.
lado de Israel. Alguns momentos de cessar fogo coexistem com A reação israelense foi bastante dura para com o Brasil. Se-
outros de intenso conflito. gundo reportagem do Portal G1, o porta-voz do ministério das Re-
lações Exteriores, Yigal Palmor, disse que a decisão de chamar o
embaixador em Tel Aviv para consulta “não contribui para enco-
Quem é o Hamas?
rajar a calma e a estabilidade na região”. Ainda, segundo o jornal
“The Jerusalem Post”, Palmor afirmou que a medida era “uma de-
Hamas é uma sigla em árabe para Movimento de Resistência
monstração lamentável de como o Brasil, um gigante econômico e
Islâmica. O grupo surgiu em 1987, após a primeira intifada contra cultural, continua a ser um anão diplomático”.
a ocupação israelense na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Em resposta, o ministro das Relações Exteriores brasileiro,
Conforme levantamento histórico do Portal G1, o Hamas é Luiz Alberto Figueiredo, afirmou que, caso existam “anões diplo-
considerado a maior organização islâmica nos territórios palesti- máticos” o Brasil não é um deles. “Somos um dos 11 países do
nos da atualidade. Tem como um de seus criadores Ahmed Yassin, mundo que têm relações diplomáticas com todos os membros da
que, entre outros aspectos, pregava a destruição de Estado israe- ONU e temos histórico de cooperação de paz e ações pela paz
lense. internacional”. Mais adiante, representantes de Israel se retrataram
Além da vertente militar, o grupo que controla Gaza também das declarações de Palmor.
tem seu lado político, funcionando como um partido. Em resumo,
o Hamas possui dois objetivos, ou seja, promover a luta armada Pesquisador brasileiro ganha prêmio equivalente a ‘Nobel’
contra Israel e realizar programas de bem-estar social para sua po- de Matemática
pulação.
Em 2006, o grupo islâmico venceu as eleições parlamenta- Artur Ávila Cordeiro de Melo, matemático, 35 anos, recebeu,
res palestinas, vitória não reconhecida pelo grupo opositor Fatah em 12/8/2014, a Medalha Fields, um prêmio equivalente ao “No-
– partido nacionalista fundado no ano de 1959 por Yasser Arafat bel” de matemática. Artur Ávila é o primeiro pesquisador brasi-
(ressalta-se que este grupo concorda com a criação de dois Esta- leiro e da América Latina a receber a premiação, dada pela União
Internacional de Matemáticos (IMU) a quatro pesquisadores do
dos, Israel e Palestina, como forma de solucionar o conflito).
mundo, neste ano, na Coreia do Sul.
Segundo o Portal G1, Hamas e Fatah racham a Autoridade
Os diretores da IMU destacaram o trabalho de Ávila por suas
Nacional Palestina, após anos de confrontos internos. A divisão fez “profundas contribuições na teoria dos sistemas dinâmicos unidi-
com que o Hamas passasse a controlar a Faixa de Gaza, a partir de mensionais”, que estuda o comportamento de sistemas sujeitos a
2007, e o Fatah ficasse com o comando da Cisjordânia. alterações constantes.
A Faixa de Gaza é um território palestino, uma estreita faixa Também foram premiados Manjul Bhargava, da Universidade
de terra na costa oeste de Israel, na fronteira com o Egito. É mar- de Princeton (EUA); Martin Hairer, da Universidade de Warwick
cada por problemas sociais e grande densidade demográfica,com (Inglaterra) e Maryam Mirzakhani, da Universidade de Stanford
cerca de 1,7 milhões de habitantes. O cotidiano dos habitantes da (EUA), uma iraniana que é também a primeira mulher a ser pre-
Faixa de Gaza é cercada de restrições. miada.
Didatismo e Conhecimento 19
CONHECIMENTOS GERAIS
A situação apresentada mostra um grande contraste no país. A conquista deste matemático de apenas 35 anos, graduado e pós graduado
no Brasil contrasta com os resultados insatisfatórios dos estudantes brasileiros em matemática no ensino fundamental e ensino médio. A
realidade na educação básica é muito distante dos resultados de Ávila e de outros jovens estudantes que acumulam medalhas em olimpíadas
estudantis. O país ocupa as últimas posições do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes em Matemática. Segundo dados da
Prova Brasil, apenas 12% dos adolescentes terminam o ensino fundamental na rede pública sabendo o esperado para aquela idade em mate-
mática, evidenciando a necessidade de maiores e melhores investimentos no ensino como um todo, inclusive nesta disciplina.
Em julho de 2014, a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou que o Brasil passou de 80º para 79º no ranking do IDH mun-
dial, em uma lista de 187 países analisados. Em 2012, o IDH brasileiro era de 0,742, passando para 0,744 em 2013.
Para o cálculo do IDH, avalia o progresso de um país em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda (renda média per
capita), saúde (expectativa de vida ao nascer) e educação (taxas de alfabetização de adultos e matrícula em todos os níveis de ensino). A
escala varia de 0 a 1. Quanto mais próxima de 1, melhor a situação do país. A figura a seguir ilustra a composição do indicador:
Didatismo e Conhecimento 20
CONHECIMENTOS GERAIS
Na sequência, segue uma tabela apresentando os resultados dos 187 países:
Disponível em uol.com.br/vestibular
Didatismo e Conhecimento 21
CONHECIMENTOS GERAIS
Novas ondas de violência no Iraque/Síria e as ações do EI David Cameron, Primeiro Ministro da Inglaterra, se mostrou
indignado com o ocorrido: Segundo ele “Isso é um desprezível e
O ano de 2014 está sendo marcado por novas ondas de violên- terrível assassinato de um agente humanitário inocente. É um ato
cia no Iraque e Síria, em razão de ações de um grupo extremista de pura maldade. Meu coração está com a família de David Hai-
denominado Estado Islâmico (EI), que passou a tomar importantes nes, que mostrou coragem extraordinária durante essa provação”.
cidades, pretendendo levar suas ações até Bagdá, capital do Iraque. Ainda: “Faremos tudo que está em nosso alcance para caçar es-
A escalada de ações do grupo chamou atenção internacional, ses assassinos e garantir que encarem a Justiça, não importando
como dos EUA e de diversos aliados, que estudam a realização de quanto tempo leve”.
bombardeios para conter o grupo. Vários países, a partir disso, começaram a se unir em prol de
O Grupo muçulmano extremista Estado Islâmico foi funda- uma ação coletiva que neutralize a atuação do EI na região. Res-
salta-se que os Estados Unidos já enviou centenas de soldados ao
do em 2004, no Iraque, inicialmente como um braço da Al-Qaeda
país - que poderão até agir em conjunto com o inimigo Irã - para
(uma da rede terrorista). No entanto, hoje as relações entre ambos apoiar o governo iraquiano. Caso ocorra, a ação conjunta entre Irã
se encontram rompidas. Até há pouco tempo, o grupo era conhe- e EUA será algo inédito desde a revolução iraniana de 1979 – de-
cido como Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL, ou ISIS na monstrando a preocupação com o avanço das ações do EI.
sigla em inglês).
O grupo é formado por Islâmicos sunitas, que consideram A Questão Ambiental e o Brasil
os xiitas, grupo predominante no Iraque, muçulmanos infiéis que
merecem ser mortos. Ainda, afirmam que os cristãos têm que se Neste momento, serão apresentadas algumas reflexões mais
converter ao Islamismo, pagar uma taxa religiosa ou enfrentar a amplas, observando a construção da Questão Ambiental, bem
pena de morte. como diversos impactos relacionados aos ambientes rurais e urba-
O grupo objetiva criar um Estado muçulmano que inclua as nos, abordando situações inerentes ao espaço brasileiro.
zonas sunitas do Iraque e da Síria. O EI tem apoio de sunitas des- A história do homem na terra é marcada por uma constante
apropriação da natureza. Desde as primeiras civilizações, com in-
contentes tanto com o governo de Bashar Al-Assad na Síria e tam-
tensidades diferentes, o homem precisou se alimentar, morar, entre
bém com o governo iraquiano xiita. outros e, para tanto, enxergou nos recursos naturais as soluções
Destaca-se que a rivalidade entre sunitas e xiitas tem origem para as suas necessidades. Entende-se recurso natural como qual-
na disputa sucessória após a morte de Maomé (632 d.C.). Os xiitas quer insumo de que os organismos, as populações e os ecossiste-
acreditam que somente descendentes do profeta Maomé podem ser mas necessitem para sua manutenção (BRAGA, 2.005, p. 4).
considerados líderes legítimos do islamismo. O governo do Iraque, Nesse sentido, Schonardie (2.003, p.26) salienta que existên-
atualmente, é xiita, assim como a maioria da população do país. cia a dos danos ambientais coincide com a própria história da exis-
Os sunitas reconhecem somente a ascensão de líderes religiosos tência do ser humano na face da Terra, isto é, desde os princípios,
escolhidos pela população islâmica. o homem tem devastado, poluído e destruído o meio em que vive.
As tensões na região aumentaram muito em meados de setem- Outros autores reforçam essa concepção. CUNHA e GUER-
bro, quando foi divulgado na internet um vídeo (imagem ilustran- RA (2.002, p. 219), salientam que, em princípio, qualquer ativida-
do a seguir) que mostraria a execução de David Haines, um agente de humana causa impactos ambientais.
comunitário britânico de 44 anos que foi seqüestrado na Síria em Entretanto, deve-se ressaltar que num período mais recente a
interação entre homem e natureza vem se tornando fortemente no-
março de 2013.
civa ao meio ambiente. Pós Idade Média, o homem traz ao centro
do pensamento a valorização do racionalismo. Esta concepção al-
tera a relação entre homem e meio, uma vez que a natureza passa,
cada vez mais, a ser enxergada como um recurso passível das mais
diferentes explorações.
Nesse sentido, Leff (2001) salienta que esta visão mecanicista
da razão cartesiana acaba por gerar o princípio construtivo de um
modelo econômico que predominou sobre diferentes sociedades,
levando a uma falsa idéia de progresso da civilização moderna.
Desse modo, a racionalidade econômica interpreta a natureza
como um mero recurso, gerando processos de destruição ecológica
e degradação ambiental.
Ainda por esse prisma, Branco (2003) esclarece que
Didatismo e Conhecimento 22
CONHECIMENTOS GERAIS
As reflexões ora apresentadas remetem a uma organização O mundo, sobretudo na segunda metade do século XX, passa
social que, aparentemente, não se preocupava com os impactos a assistir a uma onda de preocupação com o meio-ambiente. Di-
dessa exploração exacerbada. As duas primeiras revoluções indus- ferentes movimentações políticas e sociais eclodem em diferentes
triais, por exemplo, tinham por único objetivo a maximização da países. A sociedade civil também passa a se organizar na busca
produção e, conseqüentemente, os lucros oriundos desta. Houve a de contribuir para a problemática ora apresentada. Schonardie
necessidade de um número cada vez maior (e em maior quantida- (2.003, p.17) afirma que, atualmente, a questão ambiental tem se
de) de matérias primas que garantissem o crescimento ilimitado tornado o grande foco das preocupações da sociedade, da política,
da produção. das ONG’s e de empresas e que, no presente contexto mundial,
Mediante todo esse crescimento econômico, ficou evidente é oportuno abordarmos as questões relativas ao meio-ambiente.
que o ambiente não tardaria a demonstrar que a exploração ocor- Nunca na história da humanidade constatou-se tanta preocupação,
ria de forma agressiva. A poluição atmosférica, a dificuldade cada pesquisas e projetos de preservação do meio-ambiente como nas
vez maior para o abastecimento hídrico, o complexo destino a ser últimas três décadas.
dado ao lixo dessa sociedade consumista entre outros, começou a Como destaque para esta emergente preocupação da
impactar o próprio causador de todos esses problemas: a sociedade sociedade contemporânea com os impactos ambientais podemos
mundial. Nesse sentido, Duarte (2003, p 11) salienta que destacar as Conferências Mundiais, onde foram discutidos os pro-
blemas e as possíveis soluções para estes. Destacam–se as con-
“os problemas ecológicos decorrentes do desenvolvimento ferências de Estocolmo – Suécia (1972), Rio de Janeiro – Brasil
das técnicas científicas apareciam em diversas áreas: na indústria, (1992), Johannesburgo – África do Sul (2002), Rio + 20 – Rio de
na agricultura, nas cidades. Londres e outras cidades européias Janeiro - Brasil (2012).
apresentavam, na década de 1950, índices de poluição que provo- Ademais, observa-se a criação de uma série de leis que visam
cavam graves doenças na população”. regulamentar a interação Homem-meio, impondo determinados
limites à ocupação do espaço, bem como ao processo produtivo.
Ainda nesse sentido, Bastos e Freitas in Cunha e Guerra No caso do Brasil, destaca-se as Resoluções CONAMA, o Códi-
(2.002, p. 17) salientam que go Florestal, A Lei de Parcelamento de Solo Urbano, o Estatuto
da Cidade (Lei 10257-2001), entre outras. Todas citadas, de uma
“Esta mentalidade resultou em desequilíbrio ambiental, que forma ou de outra, acabam regulamentando as interações entre a
atualmente se manifesta de diversas formas: poluição hídrica, po- sociedade e o meio natural, na busca de garantir um certo controle
luição atmosférica, chuva ácida, destruição da camada de ozônio. na apropriação do meio natural.
E os processos erosivos são apenas alguns exemplos dos proble- Por fim, deve-se reforçar que a Questão Ambiental possui
mas ambientais que comprometem a nossa qualidade de vida”. origem no próprio homem e somente mudanças na concepção de
mundo deste fará com que a sobrevivência de futuras gerações seja
Nesse mesmo enfoque, BASTOS e FREITAS (2002) salien- garantida. Para tanto, é importante que a natureza passe a ser vista
tam que a interação do homem com o meio-ambiente, seja essa como mais do que um recurso. Trata-se de conciliar a ânsia por
interação de forma harmônica ou prejudicial para uma das partes, crescimento com a necessidade de se considerar a finitude do que
irá provocar sérias mudanças em nível global. Essas mudanças, chamamos de natural.
decorrentes da relação histórica sociedade-natureza, tem gerado
profundas discussões sobre as questões ambientais em todos os As mudanças climáticas e os possíveis cenários futuros para
segmentos da sociedade. Em complementação, Braga (2005, p. 6) o Brasil
salienta que os efeitos da população podem ter caráter localiza-
do, regional ou global. Os mais conhecidos e perceptíveis são os Muito se comenta, no Mundo como um todo, sobre as chama-
efeitos locais ou regionais, os quais, em geral, ocorrem em áreas das mudanças climáticas. A sociedade, de modo geral, promove
de grande densidade populacional ou atividade industrial, corres- uma intensa exploração de recursos naturais, incorrendo em mu-
pondendo às aglomerações urbanas em todo o planeta, que flores- danças drásticas na paisagem e na emissão de gases potenciali-
ceram com a Revolução Industrial. zadores do Efeito Estuda natural da Terra, podendo levar, entre
Inegavelmente, o setor secundário é um potencial gerador de outros aspectos, ao aumento nas temperaturas médias do Planeta.
impactos ambientais. A transformação de diversas matérias primas O Brasil, nesse sentido, não está dissociado das causas, tampouco
em diferentes produtos acaba por acumular alterações negativas ao imune às consequências. O quadro a seguir apresenta algumas mu-
ambiente em várias etapas da produção. danças possíveis:
Alguns pontos podem ser destacados, como:
Didatismo e Conhecimento 23
CONHECIMENTOS GERAIS
Fonte: http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/content/um-olhar-sobre-nossas-cinco-regioes
Didatismo e Conhecimento 24
CONHECIMENTOS GERAIS
Ainda com relação à materialização da Questão Ambiental no Brasil, destacam-se as crises de abastecimento de água que afetaram
importantes regiões do país. Desde o dia 12/07/2014, a água oriunda do Sistema Cantareira, que abastece cerca de 9 milhões de pessoas na
capital e Região Metropolitana de São Paulo é a do chamado volume morto, ou seja, uma reserva represada abaixo do nível das comportas da
Sabesp. Esse estoque de água, segundo alguns estudos deve resistir até o mês de outubro. Até lá, o governo de São Paulo conta com chuvas
que possam abastecer o manancial, normalizando os reservatórios. Desse modo, segundo a Sabesp, o abastecimento de água na Grande São
Paulo estaria garantido até meados de março de 2015.
O gráfico a seguir, do Portal G1, mostra a diminuição do volume de água no Sistema Cantareira. Destaca-se a linha inferior do gráfico
representando a situação até meados de 2014:
Em reportagem da Revista Veja, no dia 24/07/2014, foram publicadas pequenos textos que contribuem para entender como se formou uma
das maiores crises hídricas de São Paulo de toda a história, bem como esclarecer alguns dos principais conceitos discutidos. Alguns trechos
serão elencados na sequência. (disponível em http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/em-oito-questoes-entenda-a-crise-hidrica-em-sao-paulo).
Razões da Crise
• O período tradicionalmente chuvoso, de outubro a março (entre 2013 e 2014) passou por uma estiagem atípica;
• Contudo, a crise não pode ser atribuída somente à falta de chuvas, pois, já em 2004 constava no documento da renovação da ou-
torga do sistema à Sabesp, entregue pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) do Estado, um alerta sobre a insuficiência do
Cantareira, sobretudo diante da excessiva dependência do sistema.
• O Plano Diretor de Recursos Hídricos para a Macrometrópole Paulista (iniciado em 2008 e concluído em 2013), aponta a neces-
sidade de investimentos entre 4 bilhões e 10 bilhões de reais em diversos itens, como novos reservatórios, meios de captação e transferência
de água. Ou seja, a questão também é estrutural.
• Segundo especialistas, de maneira completa, só em 2016.Segundo dados levantados pela Revista Veja, o comitê anticrise, que mo-
nitora a seca no sistema. avalia que o manancial apresenta 25% de chance de se recuperar no próximo verão (repor o volume morto e elevar a
capacidade a 37%).Mesmo com chuvas regulares ente outubro de 2014 e março de 2015, ao longo do próximo ano o nível do Cantareira não
deve ficar acima dos 39%. Somente a partir de janeiro de 2016 o sistema deve alcançar índices maiores, algo em torno de 58% em fevereiro.
Em resumo, o cenário também é preocupante para 2015.
Didatismo e Conhecimento 25
CONHECIMENTOS GERAIS
O Volume Morto e a qualidade da água reservatórios, como o sistema produtor de água São Lourenço, que
ficará pronto em 2018, também é vista como uma opção de longo
• Segundo levantamento da Revista Veja, “trata-se da prazo fundamental.
reserva inativa do manancial, utilizada somente em situações de Ressalta-se que, ao final do mês de janeiro de 2015, o volume
emergência. Esse volume está localizado abaixo dos níveis de de água reservada no Sistema Cantareira estava em aproximada-
captação. Para bombear a água foi necessária a implantação de mente 5%, já considerando o volume morto.
dezessete bombas, ao custo de 80 milhões de reais. Em situação Até meados do mês de março de 2015, em razão do considerá-
normal, a finalidade dessa parcela do manancial - de 400 bilhões vel aumento das chuvas na região do reservatório e seus afluentes,
de litros - é o acúmulo de sedimentos. Segundo o professor da o volume chega próximo aos 15%, situação que, apesar da melho-
Escola de Engenharia da USP em São Carlos João Luiz Boccia ra, ainda se mostra muito crítica.
Brandão, a oxigenação da água nesse nível é muito baixa.”
Outros importantes impactos ambientais no Brasil
• Sobre a qualidade da água ser própria para consumo:
“Desde que passe por tratamento especial, afirmam especialistas. Muitos dos principais impactos ambientais relacionados ao
“Há necessidade de reavaliação do tratamento e prováveis ajustes território brasileiro já foram mencionados ao longo deste material,
operacionais”, explica o professor de engenharia ambiental da de maneira contextualizada com outros tópicos.
Unesp de Rio Claro Rodrigo Moruzzi. Para a professora da USP Contudo, serão apresentados de maneira sintetizada e em tó-
Alexandra Suhogusoff seria temerário que a água não atendesse picos algumas dos principais impactos. Ressalta-se que impacto
aos “padrões de potabilidade”. Moruzzi afirma que é preciso uma ambiental, segundo a Resolução CONAMA 01/86, é qualquer al-
alteração na aplicação dos insumos - como cloro, sulfato de alu- teração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
mínio, entre outras substâncias aplicadas à água. Outra técnica ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia re-
de tratamento reforçado seria a dupla filtração dessa água. Já a sultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
Sabesp informa que segue realizando o tratamento convencional afetam:
da água, sem alterações. E afirma: informações sobre a necessi- I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
dade de tratamento especial dessa água são apenas ‘boatos’. No II - as atividades sociais e econômicas;
tratamento comum, a água passa por oito etapas: pré-cloração, III - a biota;
pré-alcalinização, coagulação, floculação, decantação, filtração, IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
cloração e fluoretação”. V - a qualidade dos recursos ambientais.
• Segundo informações coletadas pela Revista Veja, há • Poluição hídrica: as atividades industriais e seus efluen-
também problemas no Sistema Alto Tietê, que abastece cerca de 4 tes, a utilização de agrotóxicos no campo e o lançamento de esgoto
milhões de pessoas na Grande São Paulo, inclusive porque ele foi doméstico seguramente são algumas das principais fontes de po-
sobrecarregado em razão dos problemas no Cantareira. Inclusive luição, sejam das águas superficiais, sejam das subterrâneas. Des-
também está prevista a utilização de seu volume morto. São Paulo taca-se, por exemplo, grande parte do curso do Rio Tietê no Estado
também conta com outros quatro complexos: Guarapiranga, Rio de São Paulo, que recebe diariamente um grande volume de lixo e
Grande, Rio Claro e Alto Cotia. Juntos, esses sistemas respondem esgoto, alterando drasticamente o ecossistema envolvido. Segundo
por 34,5% do abastecimento do Estado. O Alto Tietê representa pesquisa do IBGE, é considerado o rio mais poluído do Brasil.
20,5% e o Cantareira, 45%.
Soluções possíveis?
Didatismo e Conhecimento 26
CONHECIMENTOS GERAIS
Outros cursos d’água também em condições críticas de polui- Evolução do desmatamento do Cerrado
ção, segundo o instituto, são os rios Iguaçu (PR), Ipojuca (PE), dos
Sinos (RS), Gravataí (RS), das Velhas (MG), Capibaribe (PE), Caí
(RS), Paraíba do Sul (RJ, MG e SP) e Doce (ES e MG).
• Poluição atmosférica: a emissão de gases por atividades
industriais, por veículos e pelas queimadas, por exemplo, são gran-
des fontes de poluição do ar. Segundo pesquisa da Organização
Mundial de Saúde divulgada em 2014, das 40 cidades brasileiras
analisadas, apenas Salvador possuía menos de 20 microgramas de
partículas inaláveis por metros cúbicos de ar (valor considerado
aceitável e dentro dos níveis de segurança. Destacam como cidades
com ar muito poluído: Santa Gertrudes (SP), Rio de Janeiro (RJ)
e Belo Horizonte (MG). Segundo a OMS, em 2012, a poluição do
ar foi responsável pela morte de cerca de 3,7 milhões de pessoas
abaixo dos 60 anos no mundo. O elevado número de partículas
sólidas finas e pequenas está relacionado ao aumento de óbitos por
doenças cardíacas e respiratórias, além de AVC’s e câncer.
• Resíduos Sólidos: os hábitos das sociedades contempo-
râneas são fortemente relacionados à geração de lixo. Embalagens
de refeições, garrafas pets, caixinhas longas vidas, sacolinhas
plásticas, papel, papelão, restos de alimentos, enfim, nas grandes
cidades, cada habitante brasileiro chega a geram, em média, 1,5
kg de lixo por dia. Além de gerar custos elevados, os resíduos só-
lidos possuem grande capacidade de impactar o meio ambiente.
Daí a necessidade de aumentar a consciência sobre os hábitos de
consumo, bem como adotar medidas adequadas de destinação dos
resíduos, como a coleta seletiva, a reciclagem e a disposição final
em aterros sanitários; Fonte: desmatamento-no-brasil.info
• Destruição dos biomas: a urbanização, a expansão da
agricultura e pecuária, os projetos extrativistas vegetais e minerais Desmatamento na Amazônia
são atividades que alteraram drasticamente as feições dos biomas
brasileiros. As figuras a seguir ilustram algumas das alterações ao
longo da história:
Didatismo e Conhecimento 27
CONHECIMENTOS GERAIS
Os eleitores votaram para escolher o novo presidente, além de Depois de muitas incertezas e, sobretudo, expectativas, che-
governadores, senadores, deputados federais e estaduais. gou a hora da confirmação. O Palácio do Planalto anunciou a
Ressalta-se que todos os eleitos cumprem mandatos de quatro nova equipe econômica do segundo mandato da presidente Dilma
anos, salvo os senadores, cujo mandato é de 8 anos. Rousseff. Os nomes já eram esperados pelo mercado.
Com relação à eleição presidencial, mais precisamente no No Ministério da Fazenda, sai Guido Mantega e entra Joa-
segundo turno, as disputas entre a candidata à reeleição, Dilma quim Levy. Mantega estava no cargo desde março de 2006. É o
Rousseff (PT), e o candidato de uma grande coalizão de oposição, segundo mais longevo ministro da Fazenda da História do Brasil,
Aécio Neves (PSDB), foram marcadas por campanhas e debates atrás apenas de Artur Sousa Costa, ministro de Getúlio Vargas,
acalorados, em muitos casos chegando a ataques pessoais. E os que ficou 11 anos à frente da pasta. Em governos democráticos,
próprios resultados aferidos nas urnas mostram que os eleitores Mantega é o recordista.
do país se apresentam bastante divididos, com pequena vantagem No Ministério do Planejamento, Miriam Belchior será substi-
para a Dilma Rousseff, reeleita. tuída por Nelson Barbosa.
Após a divulgação dos resultados, debates acalorados come- Miriam estava no cargo desde janeiro de 2011, início do pri-
çaram a ocorrer na imprensa, igualmente, nas redes sociais. O forte meiro mandato de Dilma Rousseff.
desempenho da candidata petista, sobretudo nas regiões Norte e E em outro pilar importante da equipe econômica está Ale-
Nordeste, fez com que muitos eleitores, insatisfeitos com o resul- xandre Tombini, que permanece na Presidência do Banco Central.
Tombini assumiu o BC em janeiro de 2011.
tado das eleições, manifestassem o repúdio, inclusive de maneira
A nova equipe econômica conta com um especialista em con-
preconceituosa, aos habitantes dessas regiões. Na sequencia, segue
tas públicas, um economista que ajudou a formular o programa
o mapa do Brasil ilustrando as vitórias, por estado de cada um dos
econômico da primeira campanha presidencial de Dilma Rousseff
candidatos. e um funcionário de carreira do Banco Central.
O carioca Joaquim Levy ocupava, até agora, o comando do
Bradesco Asset Managment, braço de investimentos do banco. E
já teve várias passagens pelo governo federal. Em 2000, na ges-
tão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foi nomeado
secretário-adjunto de política econômica do Ministério da Fazen-
da e depois economista-chefe do Ministério do Planejamento. Três
anos depois, já no governo Lula, assumiu o comando do Tesouro
Nacional. Nesse período, durante a gestão do ex-ministro da Fa-
zenda Antonio Palocci, ficou conhecido pelo rigor com relação às
contas públicas. Levy é doutor em economia pela Universidade de
Chicago, nos Estados Unidos.
O economista Nelson Barbosa trabalhou no Ministério da Fa-
zenda de 2006 a 2013. Lá, comandou as secretarias de Acompa-
nhamento Econômico, de Política Econômica e Executiva. Barbo-
sa ajudou a elaborar o projeto econômico da primeira campanha
da presidente Dilma Rousseff e também foi uma das pessoas que
atuaram na criação do Programa de Aceleração do Crescimento,
o PAC, e do Minha Casa, Minha Vida. Nelson Barbosa é PhD em
economia pela New School for Social Research de Nova York.
Alexandre Tombini é presidente do Banco Central desde 2011.
Ele é funcionário de carreira do banco, onde já ocupou três di-
retorias: a de Normas e Organização do Sistema Financeiro, a
Nova equipe econômica do segundo mandato da Presidenta de Assuntos Internacionais e a de Estudos Especiais. Tombini é
gaúcho, tem 50 anos de idade e se formou em economia pela Uni-
Dilma
versidade de Brasília. Fez doutorado na Universidade de Illinois,
nos Estados Unidos.
Muito aguardada, a nova equipe econômica de Dilma preten-
de acalmar o mercado e (tentar) promover maior estabilidade e Outra reportagem sobre o mesmo assunto (abordando as po-
confiabilidade à política econômica brasileira. As duas reportagens sições do futuro Ministro da Fazenda sobre assuntos diversos).
a seguir apresentam informações sobre a nova equipe.
Fonte: www.g1.globo.com/economia/
Fonte: www.g1.globo.com/globo-news/contacorrente/
27/11/2014 22h53 - Atualizado em 27/11/2014 22h53 17/12/2014 08h30 - Atualizado em 17/12/2014 08h45
Conheça a nova equipe econômica do segundo mandato de Levy diz que ajuste será ‘balanceado’ e não descarta alta da
Dilma Cide
Joaquim Levy e Nelson Barbosa assumem os ministérios da ‘Eu vejo as coisas com uma certa confiança sim’, disse futuro
Fazenda e do Planejamento. Alexandre Tombini se mantém na ministro.
presidência do BC. Ele avaliou que crescimento pode reagir rápido aos ajustes.
Didatismo e Conhecimento 28
CONHECIMENTOS GERAIS
O futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nes- Brasil / 2015: mudanças no seguro desemprego, nas pensões
ta quarta-feira (17), em entrevista ao “Bom Dia Brasil”, que os e no auxílio-doença1
ajustes nas contas públicas terão que ser “balanceados”, e não
descartou mudanças nos impostos. Visando uma economia de aproximadamente R$ 18 bilhões
“Tem que ser um pacote balanceado, é a prioridade. A gente por ano, em 2015, o governo federal está apertando as regras para
tem que pegar os diversos gastos que já foram feitos, estancar concessão de benefícios do Fundo de Amparo ao Trabalhador
alguns, reduzir outros. E na medida do necessário, a gente pode (FAT) e da Previdência Social. A presidente Dilma Rousseff en-
considerar também algum ajuste de impostos”, afirmou Levy. viou, no final de dezembro de 2014, uma Medida Provisória (MP)
Questionado, ele não descartou a elevação da Contribuição com uma série de ajustes, que posteriormente foram anunciados
de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), imposto que inci- pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Estas atingem:
de sobre os combustíveis. “É uma possibilidade”, apontou. “Há
outras”. O abono salarial (PIS): antes, o benefício, correspondente a
O ministro enfatizou que será buscado o fortalecimento fiscal. um salário mínimo, é pago aos trabalhadores com renda de até dois
“Não existe solução fácil em relação à economia para o pagamen- salários mínimos e que tenham trabalhado por pelo menos um mês
to da dívida pública”. com carteira assinada no ano anterior. Agora, o valor do benefício
“O mais importante é explicar por que a gente vai tomar as passa a ser proporcional ao período trabalhado e, além disso, só
medidas [de ajustes das contas públicas]”. “A sociedade sabe dis- receberá o benefício quem tiver trabalhado por pelo menos seis
so. Desde meados do ano passado, todas as pesquisas diziam que ininterruptos com carteira assinada, no ano anterior.
as pessoas queriam mudanças, e parte da mudança é exatamente
essa reorientação da economia para muita realidade, muita ade- O seguro-desemprego: Antes, o trabalhador demitido sem jus-
rência a tudo que está acontecendo e na parte fiscal, um fortale- ta causa, após seis meses ou mais na mesma empresa, tem direito
cimento fiscal”. ao benefício. A partir da mudança, o acesso ao benefício ficará
Segundo ele, é importante o Brasil poupar um pouco mais mais difícil. Na primeira solicitação, será preciso ter pelo menos
para um possível cenário turbulento da economia. “É muito im- 18 meses no emprego; na segunda, 12 meses e, na terceira, seis
portante o Brasil poupar um pouco mais, para investir mais e tam- meses.
bém estar preparado para esse mundo mais turbulento”.
E apesar das turbulências, Levy se disse otimista com o futuro
O seguro-defeso (seguro-desemprego do pescador artesanal):
da economia do país: “eu vejo as coisas com uma certa confiança
Antes, o benefício, correspondente a um salário mínimo, era pago
sim”, afirmou.
aos pescadores durante o período em que a pesca é proibida. É
preciso ter feito pelo menos uma contribuição à Previdência e ter
Inflação
registro de pescador há um ano, no mínimo. Não é vedado o acú-
mulo de outros benefícios (assistencial ou previdenciário). A partir
De acordo com Levy, janeiro normalmente é um mês de in-
da entrada das novas regras em vigor, será proibido o pagamento
flação mais alta. Ele citou ainda a situação hídrica, com o custo
adicional das térmicas que devem refletir nas contas de luz. “O do benefício a quem já recebe aposentadoria, por exemplo. Além
consumo acaba ajustado. A inflação até pelo trabalho fiscal vai disso, será preciso comprovar três anos na profissão, um ano de
entrar no devido momento num processo de queda”, disse. contribuição à Previdência ou venda do pescado. O local onde re-
Segundo ele, o Banco Central está vigilante e vai tomar as querer o benefício vai mudar: antes, era preciso procurar as Supe-
medidas adequadas para isso. rintendências do Trabalho ou postos do Sistema Nacional de Em-
Dólar prego (Sine). Com a mudança, será preciso procurar as agências
Em relação ao dólar, Levy disse que é preciso ver como a do INSS.
moeda norte-americana vai evoluir. “Há uma tendência de valori-
zação no mundo todo”. Auxílio-Doença: Antes das mudanças, os patrões arcam com
“Com a queda do petróleo, todo mundo foge pro dólar, há os primeiros 15 dias de afastamento do trabalhador e o restante é
uma tendência de valorização no mundo inteiro”, apontou. custeado pelo INSS. O benefício é calculado com base na média
dos 80 melhores salários-contribuição. Com as mudanças, o custo
Crescimento dos trabalhadores afastados para os empregadores subirá para 30
dias. Será fixado um teto para o valor do auxílio-doença, equiva-
Segundo Levy, a retomada do crescimento da economia pode lente à média das últimos 12 salários-contribuição à Previdência.
acontecer logo. “A experiência mostra que quando se faz ajustes As perícias médicas poderão ser feitas nas empresas que dispõem
a reação é muito rápida. A gente fazer as medidas necessárias, de serviço médico, desde que fechem convênio com o INSS. O
ajuda a preservar emprego e a rearrumar as coisas e recomeçar”, decreto com as regras sairá dentro de 30 dias.
afirmou.
Pensões: Antes das mudanças, o benefício pago aos viúvos é
Petrobras integral, vitalício e independente do número de dependentes (fi-
lhos). Não existia prazo de carência, bastando uma única contri-
Questionado sobre uma possível ajuda financeira do governo buição à Previdência. Com as novas regras, acabará o benefício
à Petrobras, Levy disse que a capacidade de reação da estatal é 1 Disponível em http://www.jaenoticia.com.br/noti-
forte. “Ela vai saber se ajustar”, disse. Segundo ele, ainda é cedo cia/14087/Entenda-as-mudancas-no-seguro-desemprego-nas-pen-
para saber se os acionistas majoritários serão solicitados. soes-e-no-auxilio-doenca
Didatismo e Conhecimento 29
CONHECIMENTOS GERAIS
vitalício para cônjuges jovens, com menos de 44 anos de idade e Marco Archer é fuzilado na Indonésia
até 35 anos de expectativa de vida. A partir desta idade, o benefício
passa a ser temporário e dependerá da sobrevida do pensionista. Outro tema de bastante destaque no início de 2015 foi execu-
Entre 39 anos e 43 anos, por exemplo, o prazo é de 15 anos; entre ção do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 50 anos, conde-
22 e 32 anos, de seis anos e abaixo de 21 anos, de três anos. No nado à morte por tráfico internacional de drogas em 2004.
cálculo do benefício, o valor da pensão cai para 50%, mais 10% Segundo o Portal UOL, Archer trabalhava como instrutor de
por dependente (viúva e filhos), até o limite de 100%. Uma viúva vôo livre e foi preso em agosto de 2003 após tentar entrar na Indo-
sem filhos, por exemplo vai receber 60% do benefício. Assim que nésia pelo aeroporto de Jacarta com 13,4 kg de cocaína escondidos
o dependente completa a maioridade, a parte dele é cessada. Ain- em uma asa delta desmontada. Na Indonésia, tal crime é punido
da, para ter acesso à pensão, é preciso que o segurado tenha con- com pena de morte.
tribuído para a Previdência Social por dois anos, pelo menos, com Em 2005, os advogados de Archer fizeram um pedido de cle-
exceção dos casos de acidente no trabalho e doença profissional. mência ao governo indonésio, mas o pleito foi negado. Em 2012,
Será exigido tempo mínimo de casamento ou união estável de dois a presidente Dilma entregou uma carta ao governo do país pedin-
anos. O valor mínimo da pensão continua sendo de um salário- do que Archer não fosse morto.O governo da Indonésia rejeitou o
-mínimo. Ressalta-se que as mudanças valerão também para os apelo feito pela presidente Dilma Rousseff para que Archer e outro
servidores públicos, que já têm pensão limitada a 70% do valor do brasileiro, Rodrigo Gularte, não fossem executados. A presidente
benefício (que excede ao teto do INSS, de R$ 4.390). falou, por telefone, com o presidente da Indonésia, Joko Widodo.
Em nota, Dilma disse “lamentar profundamente a decisão do pre-
Destaca-se que não serão retroativas, atingindo apenas os be- sidente Widodo de levar adiante a execução do brasileiro Marcos
neficiários a partir da entrada das novas regras em vigor. Archer”.
O embaixador do Brasil em Jacarta, Paulo Alberto da Silveira
Ataque terrorista ao Charlie Hebdo Soares, foi chamado para consultas. Trata-se de uma espécie de
agravo ao país no qual está o diplomata.
No dia 07/01/2015, o jornal satírico francês Charlie Hebdo,
sediado em Paris, foi alvo de um atentado terrorista que culminou A Greve dos Caminhoneiros no Brasil
com a morte de 12 pessoas, além de feridos. O mesmo veículo de
imprensa já havia sido alvo de um ataque no ano anterior, em ra-
O Brasil presenciou ao final do mês de fevereiro e início de
zão de publicar charges relacionadas ao Profeta Maomé, levando a
março de 2015 um amplo conjunto de protestos realizados pelos
medidas extremas tomadas por radicais islâmicos.
caminhoneiros em diferentes rodovias estaduais e federais do Bra-
Por volta de 11h30 (8h30, no horário de Brasília), dois homens
sil.
vestidos de preto, encapuzados e armados com fuzis automáticos
abrem o fogo na redação de Charlie Hebdo, em plena reunião de Os protestos, naturalmente, geram impactos diversos no coti-
pauta, aos gritos de “Allah akbar” (Alá é grande). diano da população como um todo, dada a forte dependência que o
Entre os mortos, estão o editor e cartunista Stéphane Char- Brasil possui do transporte rodoviário. Em vários estados, notou-
bonnier, conhecido como Charb, o lendário cartunista Wolinski, -se o desabastecimento de determinados produtos, assim como
o economista e vice-editor Bernard Maris e os cartunistas Jean altas consideráveis nos preços em razão da redução da oferta de
Cabu e Bernard Verlhac, conhecido como Tignous, além do tam- determinados itens, como, por exemplo, combustíveis.
bém desenhista Phillippe Honoré, do revisor Mustapha Ourad e da Não se trata de uma manifestação centralizada. Segundo o
psicanalista Elsa Cayat, que escrevia uma coluna quinzenal para a Portal G1, os primeiros protestos começaram em 13 de feverei-
“Charlie Hebdo” chamada “Divan”. ro, no Paraná, em um ato que incluía os professores do estado re-
Também foram vítimas fatais o policial Franck Brinsolaro, clamando de medidas de corte de gastos e do que classificam de
morto dentro da redação, e o agente Ahmed Merabet, que morreu “abandono” da educação. Nos dias seguintes, a manifestação se
já na rua, durante a fuga dos atiradores. No ataque também morre- espalhou por outros estados.
ram um funcionário da Sodexo que trabalhava no prédio, Frédéric A seguir, de acordo com notícia publicada no Portal G1, se-
Boisseau, de 42 anos, e um convidado que visitava a redação, Mi- guem as principais razões que levaram à realização dos protestos:
chel Renaud.
Muitas reações ocorrem em todo o mundo, com o lema “je • Não há uma pauta unificada de reivindicações. Os ma-
suis Charlie” (Sou Charlie) espalhado nas ruas e nas redes sociais. nifestantes reclamam, principalmente, da alta do preço do diesel,
No mesmo dia, mais de cem mil pessoas manifestam na França e da redução do preço do frete e do valor dos pedágios. Segundo a
várias outras se reúnem em outras cidades do mundo, inclusive no Federação dos Transportadores Rodoviários Autônomos do Estado
Brasil, no Rio de Janeiro e em São Paulo. No domingo seguinte, de São Paulo (Fecamsp), a alta do diesel, em janeiro, de R$ 0,15
uma grande manifestação ocorre em várias cidades francesas (e por litro serviu como “gatilho” para os protestos. O combustível
tamb;em em outras partes do mundo) repudiando as ações terroris- ficou mais caro depois que o governo elevou as alíquotas do PIS/
tas e prestando homenagens às vítimas do atentado. Cofins e da Cide. A expectativa da equipe econômica é arrecadar
Vários aspectos passam a ser discutidos e retomados a partir R$ 20,6 bilhões neste ano com as alterações.
do atentado. Entre eles, destaca-se a dificuldade cada vez maior • Ainda segundo a Fecamsp, o preço do frete teve uma
em se estabelecer um debate entre grupos radicais islâmicos e a queda de 37% em todo o país nos últimos cinco meses. A federa-
cultura ocidental. Ainda, também podem ser alvos de debates o ção alega que, ao mesmo tempo em que aconteceu essa diminui-
aumento da xenofobia para com os islâmicos residentes na Europa, ção, houve alta nos custos de manutenção dos caminhões e das
a liberdade de imprensa e medidas de efetivo controle às ações de safras de produtos agrícolas, resultando em “mais carga a transpor-
grupos terroristas. tar”, com “o mesmo número de caminhões”.
Didatismo e Conhecimento 30
CONHECIMENTOS GERAIS
A Abcam explica que a queda de 37% acontece porque a re- • Carlos Slim Helu e família: US$ 77,1 bilhões
muneração paga aos caminhoneiros não acompanhou esse aumen- • Warren Buffett: US$ 72,7 bilhões
to de custos, reduzindo o valor final que “resta na mão do moto- • Amancio Ortega: US$ 64,5 bilhões
rista”. As entidades do setor apontam a existência de um “cartel • Larry Ellison: US$ 54,3 bilhões
informal” do preço do frete, pedindo o estabelecimento de uma • Charles Koch: US$ 42,9 bilhões (empate)
planilha nacional de referência. • David Koch: US$ 42,9 bilhões (empate)
• Outro motivo apontado para os protestos é o preço do • Christy Walton & família: US$ 41,7 bilhões
pedágio nas rodovias, além de casos em que o valor é embutido no • Jim Walton: US$ 40,6 bilhões
frete. “Desde 2001, pela lei 10.209, foi estabelecido o Vale-Pedá- • Liliane Bettencourt & família: US$ 40,1 bilhões
gio Obrigatório, o qual determina que o valor do pedágio tem que
ser pago, integralmente, pelo embarcador, e não pelo caminhonei- Segundo o Portal Uol, entre os dez primeiros colocados, ape-
ro”, argumenta a federação, que pede maior rigor na fiscalização nas três não são americanos. Além do mexicano Carlos Slim, a
pela ANTT. lista traz o espanhol Amancio Ortega, 78, na quarta posição. Ele
é dono da rede de lojas Zara e sua fortuna é estimada em US$
Segundo o Portal G1, em meio à paralisação, o ministro da 66,6 bilhões. A francesa Liliane Bettencourt, 92, do grupo L’Oréal,
Secretaria-Geral, Miguel Rossetto, afirmou que não faz parte da ocupa a 10ª posição e a “Forbes” calcula que a fortuna dela seja de
“pauta” do governo reduzir preço do litro do óleo diesel. “Não está US$ 40,1 bilhões.
na pauta do governo a redução do preço do diesel neste momen- Ainda segundo o Portal Uol, dos 20 primeiros há quatro inte-
to”, disse. A definição dos preços dos combustíveis no Brasil parte grantes da família Walton, donos da rede de varejo WalMart, que
da Petrobras. Porém, a variação do preço nas bombas para o con- ocupam os postos 8 (Christy Walton), 9 (Jim Walton), 11 (Alice
sumidor depende de decisão dos postos de gasolina. A Petrobras, Walton) e 12 (S. Robson Walton).
no caso,s e comprometeu a não realizar novos aumentos no diesel O mais jovem entre os 20 primeiros da lista é Mark Zucker-
pelo menos pelos próximos seis meses. berg, criador do Facebook, com 30 anos. Atualmente, Mark é o 16º
De acordo com o portal G1, o governo recebeu representan- da lista e, segundo a Forbes, tem uma fortuna de US$ 33,4 bilhões.
tes dos caminhoneiros para um encontro em Brasília. Segundo o Jorge Paulo Lemann, do fundo de investimento 3G Capital
dirigente da Abcam, foram convidadas algumas lideranças locais. (AB InBev, Burger King, B2W, Lojas Americanas e Heinz etc.)
“Nós, como associação, fomos convidados como ouvintes. Nós continua sendo o brasileiro mais rico do mundo. A fortuna dele
entendemos que não é o correto. Mas vamos como ouvintes e lá é calculada em US$ 25 bilhões, o que o coloca na 26ª posição no
reivindicamos”, afirmou Christensen antes do encontro. Após a ranking geral. Ressalta-se que a revista já apontava Lemann como
reunião, o governo se comprometeu a sancionar sem vetos a Lei o brasileiro mais rico desde o ano passado.
dos Caminhoneiros. A matéria foi aprovada na Câmara no último Em segundo lugar entre os brasileiros aparece o banqueiro
dia 11 e estabelece regras para o exercício da profissão de moto- Joseph Safra. O dono do Banco Safra tem uma fortuna estimada
rista. O texto da Lei nº 13.103 foi publicado em 3 de março no em US$ 17,3 bilhões, o que o coloca na 52ª posição entre os mais
“Diário Oficial da União”, tendo como principais pontos estão o ricos.
pedágio gratuito por eixo suspenso para caminhões vazios, perdão Também da 3G Capital, Marcel Herrmann Telles é o terceiro
das multas por excesso de peso dos caminhões recebidas nos últi- brasileiro mais rico do mundo, segundo a Forbes. A fortuna dele é
mos dois anos, exigência de exames toxicológicos na admissão e estimada em US$ 13,7 bilhões.
desligamento, ampliação dos pontos de parada para caminhoneiros O quarto brasileiro da lista é Carlos Alberto Sicupira, sócio de
e possibilidade de trabalhar 12 horas seguidas, sendo quatro ex- Lemann e de Telles na 3G Capital. A Forbes estima a fortuna de
traordinárias, desde que previsto em acordo coletivo. Sicupira em US$ 11,3 bilhões.
Após a divulgação dessas ações, as manifestações ainda con- Os irmãos Marinho (João Roberto, José Roberto e Roberto
tinuam divididas. Sindicatos e associações aceitaram a proposta do Irineu) aparecem em 165º lugar da lista, com fortuna avaliada em
governo para acabar com os bloqueios. Contudo, lideranças como US$ 8,2 bilhões.
Ivar Luiz Schmidt, auto-intitulado representante do Comando Na-
cional do Transporte, rejeitaram o acordo. De acordo com Sch- Lei do feminicídio2
midt, o CNT é responsável por cerca de 100 pontos de bloqueio
nas estradas. A entidade foi criada recentemente e não é vinculada Entrou em vigor no dia 09/03/2015 a lei 13.104/15. A nova lei
a nenhum sindicato ou confederação de trabalhadores. alterou o código penal para incluir mais uma modalidade de homi-
cídio qualificado, o feminicídio: quando crime for praticado contra
Forbes atualiza a lista dos mais ricos do Mundo (fontes: a mulher por razões da condição de sexo feminino.
www.uol.com.br e www.jb.com.br). Para esclarecer o que seria o homicídio praticado por “razões
da condição de sexo feminino”, destaca-se o § 2º-A, que foi acres-
A revista Forbes divulgou nesta segunda-feira a lista dos ho- centado como norma explicativa do termo, esclarecendo que ocor-
mens mais ricos do mundo, que é liderada pelo fundador da Micro- rerá em duas hipóteses:
soft, o americano Bill Gates, com uma fortuna estimada em US$ a) violência doméstica e familiar;
79,2 bilhões. b) menosprezo ou discriminação à condição de mulher;
Os dez primeiros, de acordo com a publicação, são: 2 Referências em http://aurineybrito.jusbrasil.com.
br/artigos/172479028/lei-do-feminicidio-entenda-o-que-mu-
• Bill Gates: US$ 79,2 bilhões dou
Didatismo e Conhecimento 31
CONHECIMENTOS GERAIS
Ademais, a lei acrescentou ainda o § 7º ao art. 121 do Código A atuação da polícia culminou na abertura de 19 ações penais
Penal, estabelecendo causas de aumento de pena para o crime de que tramitam contra 82 réus na Justiça Federal do Paraná, além
feminicídio. de cinco ações civis públicas contra as empreiteiras acusadas de
Ainda, a pena será aumentada de 1/3 até a metade se for prati- cobrar propina da estatal. São alvo as empreiteiras Camargo Cor-
cado nas seguintes condições: rêa, Mendes Júnior, OAS, Galvão Engenharia e Engevix e a em-
a) durante a gravidez ou nos 3 meses posteriores ao parto; presa Sanko-Sider. Onze réus já foram condenados e recorreram.
b) contra pessoa menor de 14 anos, maior de 60 anos ou com O Paraná é o coração da operação porque foi lá que as in-
deficiência; vestigações sobre lavagem de dinheiro começaram e onde foram
c) na presença de ascendente ou descendente da vítima. cometidos alguns dos crimes mais graves. A tese foi aceita pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve os processos que
Outrossim, a lei alterou o art. 1º da Lei 8072/90 (Lei de crimes
não envolvessem políticos a cargo da Justiça Federal no estado.
hediondos) para incluir a alteração, deixando claro que o feminicí-
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da
dio é nova modalidade de homicídio qualificado, entrando, portan- Lava Jato na primeira instância, já ouviu quase uma centena de
to, no rol dos crimes hediondos. testemunhas de acusação e defesa nos processos, que têm como
Segundo o Instituto Avante Brasil, uma mulher morre a cada um dos principais fundamentos um instituto polêmico entre opera-
hora no Brasil. Dessas, quase metade são em homicídios dolosos dores do direito: a delação premiada. Foram fechados 12 acordos
praticados em violência doméstica ou familiar através do uso de de delação.
armas de fogo (34% são por instrumentos perfuro-cortantes, 7% Foi principalmente baseado em depoimentos do doleiro Al-
por asfixia decorrente de estrangulamento, representando os meios berto Youssef, suspeito de operar o esquema de desvios da Pe-
mais comuns nesse tipo ocorrência). trobras, e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo
O debate que segue a nova lei é se efetivamente as medidas Roberto da Costa, que Moro encaminhou ao STF vasta documen-
mais pesadas de punição resultarão na diminuição da violência tação que culminou na abertura de inquéritos para investigar 48
contra a mulher, sobretudo nos casos mais ríspidos que levam à políticos.
morte. A autorização para a abertura das investigações foi dada pelo
ministro Teori Zavascki em 6 de março deste ano. Foram citados
O debate que se inicia agora é: transformar em crime hedion-
22 deputados federais, 13 senadores, 12 ex-deputados e uma ex-
do reduzirá os números de homicídio contra mulher? Ou estamos -governadora de cinco partidos: PT, PSDB, PMDB, PP e PTB.
diante de mais uma lei simbólica, eleitoreira e populista? Também são investigados o tesoureiro do PT, João Vaccari
Neto, e o lobista Fernando Soares, o “Fernando Baiano”, aponta-
A Operação Lava Jato e suas repercussões dos como operadores do esquema. Youssef também apontou que o
ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso condenado pelo men-
Desde março de 2014, muito se comenta nas diferentes mídias salão, recebia dinheiro do “caixa 2” para o PT provindo da cor-
e redes sociais sobre um grande processo de investigação da Po- rupção na estatal. Mas Teori pode nem chegar a presidir a Turma
lícia Federal intitulado de Operação Lava Jato, visando esclarecer que julga as possíveis ações penais, já que seu mandato termina
informações sobre grandes esquemas de desvio e lavagem de di- em maio. O ministro Antonio Dias Toffoli é quem deverá coman-
nheiro envolvendo a Petrobrás. dar a Segunda Turma do STF, para onde pediu transferência.
A seguir, será apresentado um texto do Portal G13, na qual A presidente Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves (MG),
didaticamente são apresentadas as principais informações. presidente nacional do PSDB, foram citados em depoimentos de
delatores, mas tanto a Procuradoria Geral da República quanto
o ministro Zavascki, do STF, entenderam que a investigação em
A Operação Lava Jato completa nesta terça-feira (17/03/2015) relação a ambos não se justificava.
um ano desde que a Polícia Federal (PF) fez as primeiras prisões Em 12 de março, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) abriu
em um posto de gasolina no Distrito Federal. Os primeiros 81 ainda inquéritos para investigar os governadores do Rio de Janei-
mandados de busca e apreensão de então resultariam na maior ro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e do Acre, Tião Viana (PT). O
operação contra corrupção já deflagrada no país, que investiga ministro também decidiu derrubar o segredo de Justiça das duas
um esquema de desvio de recursos da Petrobras, movimentando investigações.
R$ 10 bilhões. Os dois foram citados por delatores da Operação Lava Jato
Em suas 10 fases até o momento, a PF já cumpriu mais de 350 como beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras. Eles
mandados de prisões preventivas, temporárias, busca e apreensão negam as acusações. No inquérito de Pezão, também serão in-
e condução coercitiva (quando o investigado é levado a depor). vestigados o ex-governador do Rio Sérgio Cabral e o ex-chefe da
Ao todo, 22 pessoas estão presas – a maioria está na Superin- Casa Civil Regis Fichtner.
tendência da Polícia Federal em Curitiba. Até agora, o MPF conseguiu a repatriação de R$
139.666.471,17, que foram desviados por Pedro Barusco, ex-ge-
As prisões mais recentes ocorreram na segunda-feira (16),
rente da Petrobras. O dinheiro estava em contas na Suíça. Mas a
quando a PF cumpriu 18 mandados judiciais. Entre os detidos
Procuradoria quer a devolução de R$ 1,5 bilhão dos acusados.
está Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras. Ele e o
tesoureiro do PT João Vaccari Neto foram denunciados por cor- As manifestações de 15/03/2015
rupção e lavagem de dinheiro.
3 Fonte: http://g1.globo.com/politica/operacao-lava- Muito relacionado aos problemas econômicos enfrentados
-jato/noticia/2015/03/operacao-lava-jato-completa-um-ano- pelo Brasil em 2015, bem como a uma forte onda de insatisfação
-com-82-reus-e-11-condenados.html com a presidência de Dilma Rousseff, centenas de manifestações
Didatismo e Conhecimento 32
CONHECIMENTOS GERAIS
foram observadas em diversas cidades do Brasil, com destaque Ainda segundo o portal G1, na decisão, a juíza Flavia Poyares
para a cidade de São Paulo, que, segundo a Polícia Militar, reu- Miranda entendeu que o candidato, ao responder aos questiona-
niu mais de 1 milhão de pessoas na tarde de domingo, na Avenida mentos, “ultrapassou os limites da liberdade de expressão, inci-
Paulista. dindo sim em discurso de ódio, pregando a segregação do grupo
O texto a seguir, do Portal G14, apresenta informações sobre a LGBT”. “Não se nega o direito do candidato em expressar sua
onda de manifestações. opinião, contudo, o mesmo empregou palavras extremamente hos-
tis e infelizes a pessoas que também são seres humanos e merecem
Brasileiros foram às ruas em todos os 26 estados, no Distrito todo o respeito da sociedade, devendo ser observado o princípio
Federal e em cidades do exterior neste domingo (15) em protes- da igualdade. No que tange aos danos morais, a situação causou
to contra a corrupção e o governo da presidente Dilma Rousseff inegável aborrecimento e constrangimento a toda população, não
(PT). havendo justificativa para a postura adotada pelo requerido”.
Levantamento feito por repórteres do G1 em todo o país in- O partido (PRTB) alegou que, “em nenhum momento o can-
dica que ocorreram protestos em ao menos 160 cidades, que mo- didato incitou o ódio, mas sim manifestou o seu pensamento em
bilizaram, ao todo, 2,3 milhões de pessoas, segundo a PM, e 2,9 debate televisivo. No final da resposta, pontuou que se está na lei,
milhões, segundo os organizadores. (Há cidades que não tiveram que fique como está, mas estimular jamais a união homoafetiva”.
estimativa de público feita pela polícia ou por organizadores).
Segundo a defesa, “o candidato deixou clara sua postura ideológi-
As mobilizações foram organizadas pelas redes sociais nas
ca, quanto ao casamento igualitário entre pessoas do mesmo sexo,
últimas semanas. No geral, os atos foram pacíficos. Em Brasília,
no sentido de demonstrar sua posição” e “que a postura do candi-
houve um princípio de confronto quando o protesto já havia aca-
dato não é homofóbica”.
bado. Em São Paulo, um grupo foi detido com fogos de artifício e
soco-inglês, segundo a PM.
A cidade de São Paulo teve o maior público: 1 milhão, se- Trotes em calouros nas Faculdades/Universidades Brasilei-
gundo a polícia, e 210 mil, segundo o instituto Datafolha (há uma ras: polêmicas reacendem o debate em 2015
diferença de metodologia entre PM e Datafolha; entenda).
Grande parte dos manifestantes pedia a saída ou o impeach- Violência, humilhação e até mesmo mortes são fatos cada vez
ment da presidente Dilma e protestava contra a corrupção. Algu- mais frequentes quando o assunto é o trote universitário. No final
mas manifestações isoladas defendiam a intervenção militar no de 2014 e início de 2015, diversos casos foram elencados no Bra-
Brasil (o pedido de intervenção militar é uma atitude ilegal e fron- sil, como o da estudante que teve a perna queimada com ácido,
talmente contrária à Constitução; em seu artigo 5º, a Constituição no interior de São Paulo, na cidade de Adamantina, em um trote
diz que “constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de envolvendo estudantes da FAI5 (Faculdades Adamantinenses In-
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional tegradas).
e o Estado Democrático”). Conforme reportagem publicada no Portal Uol/Vestibular,
No início da noite, os ministros da Secretaria-Geral da Repú-
blica. Miguel Rosseto, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, deram “simbolicamente, o trote é um rito de iniciação da vida es-
uma entrevista coletiva sobre os protestos e afirmaram que a pre- tudantil para a vida acadêmica. Também é uma maneira de con-
sidente anunciará medidas de combate à corrupção. fraternização entre os novos estudantes e os veteranos. A origem
desse rito remonta à Idade Média e, desde então, designa atos de
A punição a Levi Fidelix reacende o debate sobre a homo- zombaria e a imposição de tarefas a calouros por parte dos vete-
fobia ranos. Iniciado na Europa, em países como França, Alemanha e
Portugal, essa prática sempre foi violenta e desrespeitou a lei. No
Em meados do mês de março, o principal nome do PRTB, entanto, havia poucas punições porque se esperava que, naquele
Levi Fidélix, foi condenado a pagar R$1 milhão a movimentos momento, os novatos se submetessem aos mais velhos no intuito
LGBT em razão de declarações dadas na última campanha pre- de estabelecer uma relação de companheirismo. Por isso, não ha-
sidencial, em 2014. A sentença é em primeira instância e cabe re-
via questionamentos. Há o pintar a cara, raspar a cabeça, pedir
curso.
dinheiro no farol, que podem ser vistos como leves, desde que te-
Segundo o Portal G1, a ação civil pública foi ajuizada pela
nham a concordância do calouro. No entanto, com o passar dos
Defensoria Pública do Estado de São Paulo e alegou que, durante
anos, o trote ganhou outras dimensões, resultando até em óbito.
um debate presidencial transmitido em 28 de setembro de 2014, o
candidato usou expressões como “dois iguais não fazem filho” e Introduzido no Brasil no século 18, por influência de estudantes
que “aparelho excretor não reproduz” ao se referir a casais homos- da Universidade de Coimbra, Portugal, em 1831 foi registrado o
sexuais. Na ocasião, ele respondia a perguntas da então candidata primeiro caso de morte durante o trote, na Faculdade de Direito
Luciana Genro (PSOL) sobre “o motivo pelo qual muitos daqueles do Recife. Ao ser humano são atribuídos direitos e garantias que
que defendem a família se recusam a reconhecer o direito de casais têm por finalidade o respeito à sua dignidade. O trote que resulta
de pessoas do mesmo sexo ao casamento civil”. “O candidato teria em lesão corporal, injúria, constrangimento, viola muitos desses
afirmado ainda que o mais importante é que a população LGBT direitos, como o direito à vida, à integridade física e psíquica, à
seja atendida no plano psicológico e afetivo, mas ‘bem longe da liberdade, à autonomia de vontade, à honra objetiva e subjetiva e
gente’”, defendeu a defensoria na ação. à dignidade”.
4 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/03/ 5 Ressalta-se que a direção da FAI agiu de maneira intensa
manifestantes-protestam-contra-dilma-em-estados-no-df-e- para coibir os trotes e punir os envolvidos nos episódios envolven-
-no-exterio.html do a instituição.
Didatismo e Conhecimento 33
CONHECIMENTOS GERAIS
Ainda segundo o Portal Uol, no Brasil, apesar de diversos re- Não cabe veto da Presidência da República pois se trata de emen-
latos de violência que resultaram em ferimentos e danos psicológi- da à Constituição. A redução, se aprovada, pode ser questionada
cos a estudantes, foi apenas em 1999, com a morte de um calouro no Supremo Tribunal Federal, responsável último pela análise da
na Universidade de São Paulo, vítima de afogamento após o trote, constitucionalidade das leis.
que o assunto ganhou peso. A seguir, com base no Portal Uol, são apresentados argumen-
A partir de então, a discussão resultou em diversas medidas tos favoráveis e contrários à redução da maioridade penal, com
que objetivavam humanizar o trote, reduzindo o uso de bebidas vistas a enriquecer o debate proposto:
e de práticas humilhantes, instituições e alunos se voltaram para
trote solidário e outras atividades que contribuam com a socieda- Argumentos favoráveis:
de, objetivando dar ao “evento” uma outra conotação. Diversas
universidades, como a Unesp, Unicamp e Usp, em SP, proibiram • a legislação atual é ultrapassada, pois o jovem de 16
práticas violentas dentro dos campus, e no Estado de São Pau- anos teria hoje muito mais acesso a informação e condições de
lo. Infelizmente, todo esse conjunto de medidas não foi suficiente compreender se o ato que pratica está ou não dentro da lei. Se ele
para acabar com trotes violentos. pode votar nessa idade, questionam, por que não poderia responder
O trote também aprofunda outros debates importantes. Con- por seus crimes?
• critica-se a punição máxima prevista no Estatuto da
forme salienta reportagem do Portal Uol, veteranos apelidam ca-
Criança e do Adolescente (ECA), que prevê não mais que três anos
louros fazendo referência à origem étnica, opção religiosa, opção
de internação até mesmo para jovens que cometem crimes com re-
sexual, aparência física, condição de gênero, condição social, cor
quinte de crueldade. A avaliação dos defensores da tese da redução
da pele, etc. da maioridade é de que o ECA protege em demasia o adolescente
Entre os inúmeros fatores que contribuem para o trote, dois e estimula, na mesma medida, a prática de crimes e a impunidade.
merecem destaque: a cultura do silêncio (pois muitos estudantes
temem em delatar os infratores) e a impunidade (são poucos aque- Argumentos contrários:
les que são exemplarmente punidos nessas situações de agressões
físicas e morais). • a mudança seria inconstitucional, por violar cláusula pé-
trea da Constituição;
Redução da maioridade penal é aprovada na CCJ6 • a medida trata apenas dos efeitos, sem atacar as reais
causas da participação do adolescente nos crimes, como a falta de
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara apro- acesso à educação, o desemprego e a desagregação familiar;
vou no dia 31/03/2015 a admissibilidade da PEC 171/93, que re- • a mudança, ao invés de resolver o problema, só aumenta-
duz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Foram 42 votos a favor ria a crise do sistema penitenciário brasileiro, abrindo espaço para
e 17 contra. que os jovens fizessem uma espécie de “estágio” com criminosos
De acordo com os defensores da proposta, a medida “tem mais experientes em presídios já superlotados;
como objetivo evitar que jovens cometam crimes na certeza da
impunidade”. Questões
Os partidos PT, Psol, PPS, PSB e PCdoB votaram contra a
proposta. Os partidos favoráveis à aprovação da admissibilidade 1) Sobre a crise na Ucrânia, assinale a alternativa incorreta:
foram PSDB, PSD, PR, DEM, PRB, PTC, PV, PTN, PMN, PRP,
PSDC, PRTB. Já os que liberaram suas bancadas porque havia a) A onda de manifestações na Ucrânia teve início depois que
deputados contra e a favor foram os seguintes: PMDB, PP, PTB, o governo do presidente Viktor Yanukovich desistiu de assinar, em
PSC, SD, Pros, PHS, PDT, e PEN. 21 de novembro de 2013, um acordo de livre-comércio e associação
A tramitação para que essa medida efetivamente se torne lei política com a União Europeia (UE), alegando que decidiu buscar re-
ainda é longa. No exame da admissibilidade, a CCJ analisa apenas lações comerciais mais próximas com a Rússia, seu principal aliado.
b) O conflito reflete uma divisão interna do país, que se tornou
a constitucionalidade, a legalidade e a técnica legislativa da PEC.
independente de Moscou com o colapso da União Soviética, em 1991.
Agora, a Câmara criará uma comissão especial para examinar o
No leste e no sul do país, o russo ainda é o idioma mais usado dia-
conteúdo da proposta, juntamente com 46 emendas apresentadas
riamente, e também há maior dependência econômica da Rússia. No
nos últimos 22 anos, desde que a proposta original passou a trami- norte e no oeste, o idioma mais falado é o ucraniano, e essas regiões
tar na Casa. A partir da aprovação, a comissão especial terá o prazo servem como base para a oposição – e é onde se concentraram os
de 40 sessões do Plenário para dar seu parecer. Depois, a PEC principais protestos, incluisive na capital, Kiev.
deverá ser votada pelo Plenário da Câmara em dois turnos. Para c) Os três meses de protestos, que se tornaram violentos em feve-
ser aprovada, precisa de pelo menos 308 votos (3/5 dos deputados) reiro de 2014, culminaram, no dia 22 de fevereiro, na destituição do
em cada uma das votações. contestado presidente pelo Parlamento e no agendamento de eleições
Depois de aprovada na Câmara, a PEC seguirá para o Sena- antecipadas para 25 de maio.
do, onde será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e d) A destituição de Yanukovich aumentou a tensão na Crimeia,
depois pelo Plenário, onde precisa ser votada novamente em dois onde as manifestações pró-Rússia se intensificaram, com a invasão de
turnos. Se o Senado aprovar o texto como o recebeu da Câmara, a prédios do governo e dois aeroportos.
emenda é promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado. Se o e) O movimento russo levou o presidente dos EUA, Barack Oba-
texto for alterado, volta para a Câmara, para ser votado novamente. ma, a pedir a Putin o avanço das tropas na Crimeia. Os EUA também
6 Informações com base em texto publicado no portal da ameaçaram suspender as transações comerciais com países que se
Revista Carta Capital. opusessem à Rússia.
Didatismo e Conhecimento 34
CONHECIMENTOS GERAIS
2) Sobre a Legalização da Maconha no Uruguai, assinale a alter- 6) A Taxa Selic, em 2014 e 2015...
nativa incorreta:
a) se mantém estável, para auxiliar no crescimento do PIB
a)Trata-se de um projeto no mandato do então presidente, José b) vem crescendo, para aumentar o crescimento do PIB
Pepe Mujica. c) vem diminuindo, para incentivar o crescimento da econo-
b) O usuário, desde que cadastrado, pode inclusive plantar até mia
seis pés de maconha em sua casa. d) vem crescendo, para auxiliar no controle da inflação
c) O usuário poderá comprar e consumir a droga em qualquer e) vem diminuindo, para auxiliar no controle da inflação
quantidade, desde que seja cadastrado no programa.
d) Estrangeiros não estão inseridos na legalização, e, portanto, 7) São as principais denúncias envolvendo a Petrobras, exceto:
não poderão comprar a droga.
e) No país, com uma população de 3,3 milhões, mais de 18 mil a) Suspeitas de superfaturamento na compra da refinaria de Pasa-
pessoas fumam maconha diariamente e cerca de 184 mil fazem uso dena, no Texas, em 2006.
da erva pelo menos uma vez por ano. b) Suspeitas de evasão de divisas na compra da refinaria de Pasa-
dena, no Texas, em 2006;
3) Sobre o risco de faltar energia no país nos anos de 2014 e c) Indícios de superfaturamento na construção da refinaria Abreu
2015, assinale a alternativa correta: e Lima, em Pernambuco;
d) Indícios de pagamento de propina a funcionários da petroleira
a)O fato está associado à baixa produção das termelétricas pela companhia holandesa SBM Offshore.
b) O fato está associado à falta de investimentos em centrais ter- e) Suspeita de desvios de dinheiro e favorecimento a empresas
monucleares, as maiores responsáveis pela geração de energia no país. chinesas no Leilão do Pré-Sal.
c) O fato está associado à dependência do país em centrais eóli-
cas, que produziram menos ao longo de 2013 e início de 2014. 8) Sobre a crise hídrica no Estado de São Paulo em 2014, as-
d) O fato está associado a um menor volume de chuvas e a con- sinale a alternativa incorreta:
sequente diminuição da água nos reservatórios das hidrelétricas, afe-
tando a produção. a) Desde o dia 12/07/2014, a água oriunda do Sistema Can-
e) O fato está associado a queimadas que destruíram redes de tareira, que abastece cerca de 9 milhões de pessoas na capital e
distribuição no Centro-Oeste brasileiro. Região Metropolitana de São Paulo é a do chamado volume morto,
ou seja, uma reserva represada abaixo do nível das comportas da
4) Recentemente, no início de 2014, a Agência Internacional Sabesp.
Standard & Poors rebaixou a nota de crédito da dívida brasileira de b) O período tradicionalmente chuvoso, de outubro a março
BBB para BBB-. Isso significa que (entre 2013 e 2014) passou por uma estiagem atípica, contribuindo
para a questão;
a) O Brasil perde o “Grau de Investimento” c) Contudo, a crise não pode ser atribuída somente à falta de
b) O Brasil possui uma clara e eficiente política cambial e contro- chuvas, pois, já em 2004 constava no documento da renovação
la adequadamente sua inflação da outorga do sistema à Sabesp, entregue pelo Departamento de
c) O Brasil está apresentando um crescimento do PIB satisfatório. Águas e Energia Elétrica (DAEE) do Estado, um alerta sobre a
d) O Brasil mostra problemas econômicos que afetam negativa- insuficiência do Cantareira, sobretudo diante da excessiva depen-
mente a confiabilidade de sua economia. dência do sistema.
e) O Brasil voltou ao patamar anterior a 2008, com alto risco de d) há também problemas no Sistema Alto Tietê, que abastece
inadimplência. cerca de 4 milhões de pessoas na Grande São Paulo, inclusive por-
que ele foi sobrecarregado em razão dos problemas no Cantareira.
5) Sobre a Cota para Negros em Concursos Públicos aprova- e) O Estado de São Paulo, com vistas a tentar diminuir os pro-
da na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados blemas de abastecimento de água, começou a ampliar o volume re-
(26/03/2014), assinale a alternativa correta: tirado do Rio Paranapanema, o que acirrou discussões com o Esta-
do do Rio de Janeiro, que teme que o aumento no volume de água
a) reserva para negros e pardos ao menos 10% das vagas em con- retirado desse rio possa prejudicar o abastecimento no Estado.
cursos públicos da administração federal.
b) reserva para negros e pardos ao menos 20% das vagas em
concursos públicos da administração federal.
c) reserva para negros e pardos ao menos 30% das vagas em con-
cursos públicos da administração federal.
d) reserva para negros e pardos ao menos 40% das vagas em con-
cursos públicos da administração federal.
e) reserva para negros e pardos ao menos 50% das vagas em con-
cursos públicos da administração federal.
Didatismo e Conhecimento 35
CONHECIMENTOS GERAIS
9) Analise o mapa a seguir sobre os resultados da eleição pre- nado em primeira instância a pagar uma indenização de R$1 mi-
sidencial brasileira em 2014: lhão em razão de declarações supostamente homofóbicas durante
a eleição presidencial de 2014.
a) Aécio Neves
b) Eduardo Jorge
c) Levi Fidelix
d) Geraldo Alckmin
e) Eduardo Campos
Gabarito:
01- E
02- C
03- D
04- D
05- B
06- D
07- E
08- E
09- D
10- D
Diante do mapa, é incorreto afirmar que: 11- E
12- C
a) Aécio venceu em todos os estados do Sul
b) Dilma perdeu em todos os estados do Centro Oeste
c) No Sudeste, Aécio perdeu em dois estados
d) Dilma perdeu em apenas um estado no Nordeste
e) Aécio ganhou em três estados do Norte
Didatismo e Conhecimento 36
MATEMÁTICA FINANCEIRA
MATEMÁTICA FINANCEIRA
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano).
JUROS E CAPITALIZAÇÃO SIMPLES: 10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).
CONCEITOS DE JURO, CAPITAL E TAXA Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que
DE JUROS; CAPITALIZAÇÃO SIMPLES; é igual a taxa percentual dividida por 100, sem o símbolo %:
CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA: MONTANTE
E VALOR ATUAL PARA PAGAMENTO Juros Simples
ÚNICO; EQUIVALÊNCIA DE TAXAS.
O regime de juros será simples quando o percentual de juros
incidir apenas sobre o valor principal. Sobre os juros gerados
a cada período não incidirão novos juros. Valor Principal ou
simplesmente principal é o valor inicial emprestado ou aplicado,
A Matemática Financeira é uma ferramenta útil na análise de antes de somarmos os juros. Transformando em fórmula temos: J
algumas alternativas de investimentos ou financiamentos de bens =P.i.n
de consumo. Consiste em empregar procedimentos matemáticos
para simplificar a operação financeira a um Fluxo de Caixa. Onde:
J = juros
Capital: é o valor aplicado através de alguma operação P = principal (capital)
financeira. Também conhecido como: Principal, Valor Atual, i = taxa de juros
Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se Present Value n = número de períodos
(indicado pela tecla PV nas calculadoras financeiras).
Exemplo: Temos uma dívida de R$ 1000,00 que deve ser paga
Juros: representam a remuneração do Capital empregado com juros de 8% a.m. pelo regime de juros simples e devemos
em alguma atividade produtiva. Os juros podem ser capitalizados pagá-la em 2 meses. Os juros que pagarei serão:
segundo dois regimes: simples ou compostos.
J = 1000 x 0.08 x 2 = 160
Juros (Capitalização) Simples: o juro de cada intervalo de
tempo sempre é calculado sobre o capital inicial emprestado ou Ao somarmos os juros ao valor principal temos o montante.
aplicado.
Juros (Capitalização) Compostos: o juro de cada intervalo Montante = Principal + Juros
de tempo é calculado a partir do saldo no início de correspondente Montante = Principal + (Principal x Taxa de juros x Número
intervalo. Ou seja: o juro de cada intervalo de tempo é incorporado de períodos)
ao capital inicial e passa a render juros também.
M=P.(1+(i.n))
O juro é a remuneração pelo empréstimo do dinheiro. Ele
existe porque a maioria das pessoas prefere o consumo imediato, Exemplo: Calcule o montante resultante da aplicação de
e está disposta a pagar um preço por isto. Por outro lado, quem for R$70.000,00 à taxa de 10,5% a.a. durante 145 dias.
capaz de esperar até possuir a quantia suficiente para adquirir seu
desejo, e neste ínterim estiver disposta a emprestar esta quantia Solução:
a alguém, menos paciente, deve ser recompensado por esta
abstinência na proporção do tempo e risco, que a operação envolver. M = P . ( 1 + (i.n) )
O tempo, o risco e a quantidade de dinheiro disponível no mercado M = 70000 [1 + (10,5/100).(145/360)] = R$72.960,42
para empréstimos definem qual deverá ser a remuneração, mais
conhecida como taxa de juros. Observe que expressamos a taxa i e o período n, na mesma
unidade de tempo, ou seja, anos. Daí ter dividido 145 dias por 360,
Quando usamos juros simples e juros compostos? para obter o valor equivalente em anos, já que um ano comercial
possui 360 dias.
A maioria das operações envolvendo dinheiro utiliza juros
compostos. Estão incluídas: compras a médio e longo prazo, Exercícios sobre juros simples:
compras com cartão de crédito, empréstimos bancários, as
aplicações financeiras usuais como Caderneta de Poupança e 1) Calcular os juros simples de R$ 1200,00 a 13 % a.t. por 4
aplicações em fundos de renda fixa, etc. Raramente encontramos meses e 15 dias.
uso para o regime de juros simples: é o caso das operações de
curtíssimo prazo, e do processo de desconto simples de duplicatas. 0.13 / 6 = 0.02167
logo, 4m15d = 0.02167 x 9 = 0.195
Taxa de juros: indica qual remuneração será paga ao dinheiro j = 1200 x 0.195 = 234
emprestado, para um determinado período. Ela vem normalmente
expressa da forma percentual, em seguida da especificação do 2 - Calcular os juros simples produzidos por R$40.000,00,
período de tempo a que se refere: aplicados à taxa de 36% a.a., durante 125 dias.
Didatismo e Conhecimento 1
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Temos: J = P.i.n Exemplo: Calcule o montante de um capital de R$6.000,00,
aplicado a juros compostos, durante 1 ano, à taxa de 3,5% ao mês.
A taxa de 36% a.a. equivale a 0,36/360 dias = 0,001 a.d. (use log 1,035=0,0149 e log 1,509=0,1788)
Agora, como a taxa e o período estão referidos à mesma Resolução:
unidade de tempo, ou seja, dias, poderemos calcular diretamente: J P = R$6.000,00
= 40000.0,001.125 = R$5000,00 t = 1 ano = 12 meses
i = 3,5 % a.m. = 0,035
M=?
3 - Qual o capital que aplicado a juros simples de 1,2% a.m.
rende R$3.500,00 de juros em 75 dias? Usando a fórmula M=P.(1+i)n, obtemos:
Juros Compostos Veja que neste caso a taxa de juros e o período não estão na
mesma unidade de tempo. Neste caso, devemos converter uma das
O regime de juros compostos é o mais comum no sistema unidades. Montando uma regra de três simples direta, temos:
financeiro e portanto, o mais útil para cálculos de problemas do
↓ 3% ------------- ½ ano (1 mês)
dia-a-dia. Os juros gerados a cada período são incorporados ao i % ------------ 1ano
principal para o cálculo dos juros do período seguinte. Chamamos
de capitalização o momento em que os juros são incorporados ao Resolvendo:
principal.
Após três meses de capitalização, temos:
1º mês: M =P.(1 + i)
2º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M = Identificando-se os termos disponíveis, temos:
P x (1 + i) x (1 + i)
C= R$ 2.500,00
3º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M =
i= 3% a.m.→ 36% a.a. → a.a. → 0,36 a.a.
P x (1 + i) x (1 + i) x (1 + i) j= R$ 1.800,00
Simplificando, obtemos a fórmula: M = P . (1 + i)n Para calcularmos o período de tempo utilizaremos a fórmula:
n=
Importante: a taxa i tem que ser expressa na mesma medida Substituindo o valor dos termos temos:
de tempo de n, ou seja, taxa de juros ao mês para n meses. Para
calcularmos apenas os juros basta diminuir o principal do montante n=
ao final do período: J = M - P
Didatismo e Conhecimento 2
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Logo:
n= 2 anos
Portanto: O valor do computador sem os juros era de R$ 2.500,00 e o prazo de pagamento foi de 2 anos.
Sem utilizarmos fórmulas, poderíamos chegar ao mesmo resultado, pelo seguinte raciocínio:
Ao multiplicarmos o valor do capital pela taxa de juros, iremos obter o juro referente a cada período:
2.500,00 . 0,36 → 900,00
Neste caso, basta-nos dividir o valor de R$ 1.800,00, referente ao valor total do juro, por R$ 900,00 correspondente ao valor do juro em
cada período, obtendo assim o período de tempo procurado:
2) Comprei o material para a reforma da minha casa, pelo qual pagarei um total de R$ 38.664,00. O seu valor à vista era de R$ 27.000,00
e a taxa de juros é de 2,4% a.m. Por quantos anos eu pagarei por este material?
Em primeiro lugar, devemos calcular o valor do juro total.
Obtemos o valor do juro total ao subtrairmos do montante (R$ 38.664,00), o valor do capital (R$ 27.000,00):
M= R$38.664,00
C= R$ 27.000,00
j = M – C → j = 38.664,00 – 27.000,00 → j = 11.664,00
Observe que neste caso a taxa de juros e o período não estão na mesma unidade de tempo. Nestas condições, devemos converter uma
das unidades.
Montando uma regra de três simples direta, temos:
Resolvendo:
C= R$ 27.000,00
i= 2,4% a.m.→ 28,8% a.a. → 28,8/100 a.a. → 0,288 a.a.
j= R$ 11.664,00
Logo:
Portanto: Eu ficarei pagando pelo material da reforma por 1,5 anos. Sem utilizarmos fórmulas, poderíamos chegar ao mesmo resultado,
pelo seguinte raciocínio:
Ao multiplicarmos o valor do capital pela taxa de juros, iremos obter o juro referente a cada período: 27.000,00 . 0,288 → 7.776,00
Desta forma, basta-nos dividir o valor de R$ 11.664,00, referente ao valor total do juro, por R$ 7.776,00 correspondente ao valor do
juro em cada período, obtendo assim o período de tempo procurado:
Didatismo e Conhecimento 3
MATEMÁTICA FINANCEIRA
3) Aninha retirou de uma aplicação o total R$ 74.932,00, M= R$ 2.450,00
após decorridos 3,5 semestres. O valor dos juros obtidos foi de C= R$ 2.000,00
R$ 22.932,00. Qual a taxa de juros a.b.? j = M – C → j = 2.450,00 – 2.000,00 → j = 450,00
Inicialmente o valor do capital será obtido subtraindo-se do Esteja atento que neste caso a taxa de juros e o período não
montante (R$ 74.932,00), o valor total do juro (R$ 22.932,00): estão na mesma unidade de tempo. Quando isto acontece, devemos
converter uma das unidades.
M= R$74.932,00 Identificando-se as variáveis disponíveis, temos:
j= R$ 22.932,00
C = M – j → C = 74.932,00 – 22.932,00 → C = 52.000,00 C= R$ 2.000,00
j= R$ 450,00
Veja bem que neste caso a taxa de juros e o período não estão n = 1 mês → 30 dias
na mesma unidade de tempo. Sendo assim, devemos converter
uma das unidades. Montando uma regra de três simples direta, Para calcularmos a taxa de juros utilizaremos a fórmula:
temos:
Resolvendo:
Logo:
Logo:
5) Timóteo pagou mensalmente, pelo período de 1 ano, por
um curso que à vista custava R$ 1.800,00. Por não ter o dinheiro,
financiou-o a uma taxa de juros simples de 1,3% a.m. Qual o valor
Portanto: 4,2% a.b. é a taxa de juros da aplicação na qual total pago pelo curso? Qual o valor dos juros?
Aninha investiu. Alternativamente poderíamos dividir o valor total Veja que neste caso a taxa de juros e o período não estão na
dos juros, R$ 22.932,00, pelo valor do principal, R$ 52.000,00, de mesma unidade de tempo. Neste caso, devemos converter uma das
sorte a encontrar a taxa de juros total do período: unidades. Identificando-se os termos disponíveis, temos:
Dividindo-se então, esta taxa de 0,441 pelo período de tempo, C= R$ 1.800,00
10,5, obteríamos a taxa desejada: i= 1,3% a.m. → a.m. → 0,013 a.m.
n = 1 ano → 12 meses
Didatismo e Conhecimento 4
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Ao substituirmos o valor dos termos temos: M = 1.800,00 + 7) Em uma aplicação recebi de juros R$ 141,75. O dinheiro
280,80 → M= 2.080,80 ficou aplicado por 45 dias. Eu tinha aplicado R$ 3.500,00. Qual foi
a taxa de juros a.a. da aplicação?
Portanto: o valor dos juros foi de R$ 280,80, que acrescentado Identificando-se os termos disponíveis, temos:
ao preço do curso de R$ 1.800,00, totalizou R$ 2.080,80. Ao invés
de utilizarmos fórmulas, poderíamos chegar ao mesmo resultado, C= R$ 3.500,00
apenas pela aplicação de alguns conceitos. Como sabemos, o juro j= R$ 141,75
referente a cada período é calculado multiplicando-se o valor do
n = 45 dias
capital pela taxa de juros. Então o valor do juro por período seria:
1.800,00 . 0,013 → 23,40
Para calcularmos a taxa de juros utilizaremos a fórmula:
Ora, sendo o valor do juro em cada período correspondente a
R$ 23,40, resta-nos multiplicar este valor por 12, correspondente
ao período de tempo, para termos o valor procurado: 23,40 . 12 → Substituindo o valor dos termos temos:
280,80
i=
O valor do montante será encontrado, simplesmente somando-
se ao valor do principal, o valor total dos juros: 1.800,00 + 280,80 No entanto, como a unidade de tempo da taxa solicitada está
→ 2.080,80 em anos (‘a.a.’) e o cálculo foi realizado na unidade do período de
tempo que está em ‘dias’, devemos converter a unidade de tempo
6) Um aplicador investiu R$ 35.000,00 por 1 semestre, à taxa da taxa calculada de a.d. (‘dias’) para a.a. (‘anos’).
de juros simples de 24,72% a.a. Em quanto o capital foi aumentado Logo:
por este investimento?
Observe que neste caso a taxa de juros e o período não estão
↓ i ------------- 360 dias (1 ano) ↓
na mesma unidade de tempo. Nestas condições, devemos converter
uma das unidades. Montando uma regra de três simples direta, 0,0009 ------------ 1 dia
temos:
Resolvendo:
↓ 24,72% ------------- 2 semestres (1 ano) ↓
i % ------------ 1 semestre
Didatismo e Conhecimento 5
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Para calcularmos a taxa de juros utilizaremos a fórmula:
Para calcularmos o capital vamos utilizar a fórmula: C =
Substituindo o valor dos termos temos: Substituindo o valor dos termos temos:
i= C=
Logo: C = 160.000,00
No entanto, como a unidade de tempo da taxa solicitada está
em anos (‘a.a.’) e o cálculo foi realizado na unidade do período Portanto: Maria havia emprestado R$ 160.000,00, pelo qual
de tempo que está em ‘bimestres’, devemos converter a unidade recebeu R$ 5.000,00 de juros, à taxa de 37,5% a.a. pelo período
de tempo da taxa calculada de a.b. (‘bimestres’) para a.a. (‘anos’). de 1 mês. Poderíamos chegar à mesma conclusão pela seguinte
Logo: forma: Se dividirmos o valor total dos juros pelo período de tempo,
iremos obter o valor do juro por período:
↓ i ------------- 6 bimestres (1 ano) ↓
0,062 ------------ 1 bimestre
Resolvendo:
Portanto, ao dividirmos o valor do juro por período,
R$ 5.000,00, pela taxa de juros de 3,125%, iremos obter o valor
do capital:
Portanto: A aplicação de Maria Gorgonzola foi realizada à
uma taxa de juros simples de 37,2% a.a.
Alternativamente poderíamos dividir o valor total dos juros,
R$ 1.116,00, pelo valor do principal, R$ 18.000,00, de maneira a
encontrar a taxa de juros total do período:
10) Ambrózio recebeu R$ 1.049,60 de juros ao aplicar
R$ 8.200,00 à taxa de 19,2% a.s. Qual foi o prazo da aplicação
em meses?
Observe que neste caso a taxa de juros e o período não estão
Dividindo-se então, esta taxa de 0,062 pelo período de tempo,
1, obteríamos a taxa desejada: na mesma unidade de tempo. Nestas condições, devemos converter
uma das unidades. Montando uma regra de três simples direta,
temos:
Resta ainda converter a taxa de juros para a unidade de tempo ↓ 19,2% ------------- 6 meses (1 semestre) ↓
solicitada, o que pode ser feito se realizando o procedimento de i% ------------ 1 mês
conversão conforme efetuado acima.
Resolvendo:
9) Maria recebeu R$ 5.000,00 de juros, por um empréstimo
de 1 mês. A taxa de juros aplicada foi de 37,5% a.a. Quanto Maria
havia emprestado?
Veja que neste caso a taxa de juros e o período não estão na
mesma unidade de tempo. Neste caso, devemos converter uma das
unidades. Montando uma regra de três simples direta, temos: Identificando-se as variáveis disponíveis, temos:
Didatismo e Conhecimento 6
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Portanto: O prazo da aplicação foi de 4 meses. Aplicação Em primeiro lugar vamos identificar as variáveis fornecidas
esta que rendeu a Ambrózio R$ 1.049,60 de juros ao investir pelo enunciado:
R$ 8.200,00 à taxa de 19,2% a.s.
Sem utilizarmos fórmulas, poderíamos chegar ao mesmo j = R$ 2.447,22
resultado, pelo seguinte raciocínio: n = 8 meses
Ao multiplicarmos o valor do capital pela taxa de juros,
iremos obter o juro referente a cada período: i= 1,4% a.m. → a.m. → 0,014 a.m.
8.200,00 . 0,032 → 262,40 Como sabemos a fórmula básica para o cálculo do juro
composto é: M = C . (1+ i)n
Neste caso, basta-nos dividir o valor de R$ 1.049,60, referente
Mas como estamos interessados em calcular o capital, é
ao valor total do juro, por R$ 262,40 correspondente ao valor do
melhor que isolemos a variável C como a seguir:
juro em cada período, obtendo assim o período de tempo procurado:
M = C . (1+ i)n →
11) Aplicando-se R$ 15.000,00 a uma taxa de juro composto
de 1,7% a.m., quanto receberei de volta após um ano de aplicação? Note que a variável M não consta no enunciado, mas ao
Qual o juro obtido neste período? invés disto temos a variável j, no entanto sabemos que o valor do
Primeiramente vamos identificar cada uma das variáveis montante é igual à soma do valor principal com o juro do período,
fornecidas pelo enunciado do problema: então temos:
M=C+j
C = R$ 15.000,00
i= 1,7% a.m. → a.m. → 0,017 a.m. Podemos então substituir M por C + j na expressão anterior:
n= 1 ano → 12 meses
M = 15.000,00 . (1 + 0,017)12 →
M = 15.000,00 . 1,01712 →
M = 15.000,00 . 1,224197 →
M = 18362,96
12) Paguei de juros um total R$ 2.447,22 por um empréstimo 13) Planejo emprestar R$ 18.000,00 por um período de 18
de 8 meses a uma taxa de juro composto de 1,4% a.m. Qual foi o meses ao final do qual pretendo receber de volta um total de
capital tomado emprestado? Calculando o valor da entrada para R$ 26.866,57. Qual deve ser o percentual da taxa de juro composto
financiar a compra do seu carro a partir do valor da prestação para que eu venha a conseguir este montante?
Didatismo e Conhecimento 7
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Do enunciado identificamos as seguintes variáveis: M = C . (1+ i)n →
C = R$ 18.000,00 →
n = 18 meses
M = R$ 26.866,57 →
M = C . (1+ i)n →
→
→
→
→
n = 41,12
14) Preciso aplicar R$ 100.000,00 por um período de quantos Como já era de se esperar, em ambas as modalidades chegamos
meses, a uma taxa de juro composto de 1,7% a.m., para que ao à mesma fórmula. Por quê?
final da aplicação eu obtenha o dobro deste capital? Como sabemos, o que difere uma modalidade da outra é que
Do enunciado identificamos as seguintes variáveis: no caso dos juros simples o juro não é integrado ao capital ao final
de cada período, assim como acontece na modalidade de juros
C = R$ 100.000,00
compostos. Como há apenas um período, não há distinção entre
i = 1,7% a.m. → a.m. → 0,017 a.m.
M = R$ 200.000,00 uma modalidade e outra, já que após a integração do juro ao valor
principal, não haverá um outro cálculo para um próximo período,
Tendo por base a fórmula básica para o cálculo do juro por se tratar de apenas um período de aplicação.
composto isolemos a variável n, que se refere ao período de tempo Temos então que: Em qualquer uma das modalidades o
que estamos a procura: rendimento será o mesmo.
Didatismo e Conhecimento 8
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Taxas Equivalentes e Capitais Equivalentes Vejamos o que acontece se utilizarmos o critério do desconto
comercial, em vez do desconto racional, para calcular os valores
A equivalência de capitais é uma das ferramentas mais atuais dos capitais R$ 140,00 e R$ 190,00:
poderosas da matemática financeira e tem sido constantemente
pedida nas provas de concursos públicos. Vacs = N (1 – in)
Aprendemos a calcular o Montante, em uma Data Fatura, Vacs1 = 140 ( 1 – 0,10 . 4) = 140 (0,6) = 84
de um capital que se encontrava na data presente. Relativo a Vacd2 = 190 (1 – 0,10 . 9) = 190 (0,1) = 19
descontos, aprendemos a calcular o Valor Atual, em uma Data
Presente, de um valor nominal que se encontrava em uma data Mudando-se a modalidade de desconto, portanto, os três
futura. capitais deixam de ser equivalentes.
Gostaríamos que você notasse que, ao calcular o montante, E se mudarmos a data de comparação, ou data focal, para o
estávamos movendo o capital inicial a favor do eixo dos tempos mês 2, por exemplo, continuando a utilizar o desconto racional
ou capitalizando-o, enquanto que, ao calcularmos o valor atual, simples?
estávamos movendo o valor nominal (que também é um capital) Acontecerá o seguinte:
contra o eixo dos tempos ou descapitalizando-o, conforme se
encontra ilustrado nos esquemas a seguir. O capital R$ 140,00, resgatável na data 4, será antecipado de 2
meses, ficando com o seguinte valor atual racional simples:
Conceito de Equivalência
Vars1 = 140,00/(1 + 0,10 . 2) = 116,67
Dois ou mais capitais que se encontram em datas diferentes,
são chamados de equivalentes quando, levados para uma mesma
O capital R$ 190,00, resgatável na data 9, será antecipado de 7
data, nas mesmas condições, apresentam o mesmo VALOR nessa
meses, ficando com o seguinte valor atual racional simples:
data.
Para você entender melhor esse conceito, vamos lhe propor
um problema. Vamos fazer de conta que você ganhou um prêmio Vars2 = 190,00/(1 + 0,10 . 7) = 111,76
em dinheiro no valor de R$ 100,00, que se encontra aplicado, em
um banco, à taxa de juros simples de 10% a.m. O banco lhe oferece Ao capital R$ 100,00 (resgatável na data zero) acrescentar-se-
três opções para retirar o dinheiro: ão dois meses de juros, conforme segue:
1a) você retira R$ 100,00 hoje; Vars3 = C (1 + in) = 100 (1 + 0,10 . 2) = 120
2a) você deixa o dinheiro aplicado e retira R$ 140,00 dentro
de 4 meses; No mês dois, portanto, temos que os capitais nominais R$
3a) você deixa o dinheiro aplicado e retira R$ 190,00 em 9 140,00; R$ 190,00 e R$ 100,00 estarão valendo, respectivamente,
meses. R$ 116,67; R$ 111,76 e R$ 120,00. Na data focal 2, portanto, eles
Qual delas é a mais vantajosa para você? não serão mais equivalentes.
Para sabermos a resposta, precisamos encontrar um jeito de No regime de capitalização Simples a equivalência ocorre em
comparar os capitais R$ 100,00, R$ 140,00, e R$ 190,00, que se apenas uma única data, para uma determinada taxa e modalidade
encontram em datas diferentes. Vamos determinar, então, o valor de desconto. Ao mudarmos a Data Focal, capitais que antes eram
dos três capitais numa mesma data ou seja, vamos atualizar os seus equivalentes podem deixar sê-lo. É bom você saber desde já
valores. Escolheremos a data de hoje. A Data Comum, também que, no regime de capitalização Composta, isto não acontece: na
chamada de Data de Comparação ou Data Focal, portanto, vai ser capitalização composta, para a mesma taxa, capitais equivalentes
hoje (= data zero). para uma determinada data o são para qualquer outra data.
O capital da primeira opção (R$ 100,00) já se encontra na data Podemos então concluir que:
de hoje; portanto, já se encontra atualizado.
Para juros simples, a equivalência entre dois ou mais
Calculemos, pois, os valores atuais Va1 e Va2 dos capitais
futuros R$ 140,00 e R$ 190,00 na data de hoje (data zero). capitais somente se verifica para uma determinada taxa, para uma
Esquematizando, a situação seria esta: determinada data focal e para uma determinada modalidade de
Podemos fazer este cálculo usando desconto comercial desconto.
simples ou desconto racional simples. Vamos, arbitrariamente, Podemos, agora, definir equivalência de dois capitais de uma
escolher a fórmula do valor atual racional simples: mesma maneira mais rigorosa da seguinte forma:
Dois capitais C1 e C2, localizados nas datas n1 e n2, medidas a
Vars = N/1 + in partir da mesma origem, são ditos equivalentes com relação a uma
Vars1 = 140,00/(1 + 0,10 . 4) = 100,00 data focal F, quando os seus respectivos valores atuais, Va1 e Va2 ,
Vars2 = 190,00/(1 + 0,10 . 9) = 100,00 calculados para uma determinada taxa de juros e modalidade de
desconto nessa data focal F, forem iguais.
Verificamos que os três capitais têm valores atuais idênticos A equivalência de capitais é bastante utilizada na renegociação
na data focal considerada (data zero). Podemos, portanto, dizer de dívidas, quando há necessidade de substituir um conjunto de
que eles são Equivalentes: tanto faz receber R$ 100,00 hoje, ou R$ títulos por um outro conjunto, equivalente ao original (isto porque
140,00 daqui a 4 meses ou R$ 190,00 daqui a nove meses, se a taxa o conceito de equivalência é aplicado não só para dois capitais,
de juros for de 10% ao mês e o desconto racional simples. mas também para grupos de capitais).
Didatismo e Conhecimento 9
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Às vezes um cliente faz um empréstimo num banco e outra, por exemplo, a data 9 (vide esquema), e não a data zero, o
se compromete e quitá-lo segundo um determinado plano de capital de R$ 2.000,00, que vencia na data 6, teria que sofrer uma
pagamento. Todavia, devido a contigências nos seus negócios, ele capitalização (incorporação de juros) para ser transportado para
percebe que não terá dinheiro em caixa para pagar as parcelas do a data 9 (data futura em relação à data 6). A atualização do valor
financiamento nas datas convencionadas. Então, propõe ao gerente desse capital para a data 9, então, far-se-ia com a utilização da
do banco um outro esquema de pagamento, alterando as datas de fórmula do montante M = C (1 + in), e não com a fórmula do valor
pagamento e os respectivos valores nominais de forma que consiga descontado (valor atual).
honrá-los, mas de tal sorte que o novo esquema seja EQUIVA-
LENTE ao plano original. Conclusão: para transportarmos um capital para uma data
No cálculo do novo esquema de pagamento, a visualização do
posterior à original, devemos capitalizá-lo; para transportarmos um
problema fica bastante facilitada com a construção de um diagrama
capital para uma data anterior à original, devemos descapitalizá-lo.
de fluxo de caixa no qual representa-se a dívida original na parte
superior, e a proposta alternativa de pagamento na parte de baixo,
conforme se vê nos problemas a seguir. 2. O pagamento do seguro de um carro, conforme contrato,
deve ser feito em 3 parcelas quadrimestrais de R$ 500,00. O
Exercícios Resolvidos segurador, para facilitar ao seu cliente, propõe-lhe o pagamento
em 4 parcelas trimestrais iguais. Utilizando-se a data focal zero, a
1. No refinamento de uma dívida, dois títulos, um para taxa de juros de 24% a.a. e o critério de desconto racional simples,
6 meses e outro 12 meses, de R$ 2.000,00 e de R$ 3.000,00, o valor das parcelas trimestrais será, em R$:
respectivamente, foram substituídos por dois outros, sendo o
primeiro de R$ 1.000,00, para 9 meses, e o segundo para 18 meses. Resolução:
A taxa de desconto comercial simples é de 18% a.a. O valor do Fazendo o diagrama dos pagamentos, temos:
título de 18 meses, em R$, é igual a: i = 24% a.a. = 2% a.m. = 0,02 a.m.
Resolução: Uma vez que o critério é de desconto racional simples, ao
Inicialmente, vamos construir um diagrama de fluxo de caixa transportarmos os valores para a data zero, teremos que utilizar a
utilizando os dados do problema: fórmula do valor atual racional simples
A taxa de juros é anual. Entretanto, como os prazos de Vars = N/1 + in . Podemos escrever, então, que:
pagamento estão expressos em meses, vamos tranformá-la em Total da divida conforme o plano original de pagamento,
mensal: atualizado racionalmente para a data zero 500/1 + 0,02 . 4 + 500/1
i = 18% a.a. = 1,5% a.m. = 0,015 a.m. + 0,02 . 8 + 500/1 + 0,02 . 12 = x/1 + 0,02 . 3 + x/1 + 0,02 . 6 + x/1
A modalidade de desconto é o comercial simples, mas o + 0,02 . 9 + x/1 + 0,02 . 12
problema não mencionou qual a data focal a ser considerada. Em Total da dívida conforme o plano alternativo proposto,
casos como este, presumimos que a data focal seja a data zero. atualizado racionalmente para a data zero 500/1,08 + 500/1,16 +
Vamos, então, calcular o total da dívida na data zero para cada 500/1,24 = x/1,06 + x/1,12 + x/1,18 + x/1,24
um dos planos de pagamento, e igualar os resultados, pois os dois 1.297,22 = 3,49 . x
esquemas devem ser equivalentes para que se possa substituir um x = 1.297,22/3,49
pelo outro. x = 371,68
Além disso, para transportarmos os capitais para a data zero, 3. A aplicação de R$ 2.000,00 foi feita pelo prazo de 9 meses,
utilizaremos a fórmula do valor atual do desconto comercial contratando-se a taxa de juros de 28% a.a. Além dessa aplicação,
simples: existe outra de valor nominal R$ 7.000,00 com vencimento a 18
Vacs = N (1 – in). Obteremos a seguinte equação: meses. Considerando-se a taxa de juros de 18% a.a., o critério de
2.000 (1 – 0,015 . 6) + 3.000 (1 – 0,015 .12) = 1.000 (1 – desconto racional e a data focal 12 meses, a soma das aplicações
0,015 . 9) + x (1 – 0,015 . 18)(total da dívida conforme o plano é, em R$:
(total da dívida conforme o plano Alternativo Original de
pagamento, proposto, atualizado para a data zero). Resolução:
Inicialmente, precisamos calcular o valor nominal da primeira
Calculando o conteúdo dos parênteses, temos: aplicação. Considerando n = 9 meses = 0,75 anos, temos que:
N = C (1 + in)
2.000 (0,91) + 3.000 (0,82) = 1.000 (0,865) + x (0,73) N = 2.000 (1 + 0,28 . 0,75) = 2.000 (1,21) = 2.420
1.820 + 2.460 = 865 + 0,73x
0,73x = 1.820 + 2.460 – 865 Observando o diagrama de fluxo de caixa, vemos que, para
serem transportados à data doze, o título de 2.420 terá que ser
x = 3.415/0,73 = 4.678,08
capitalizado de três meses, ao passo que o título de 7.000 terá que
ser descapitalizado de 6 meses. Além disso, a taxa de 18% a.a.,
Observe que a data focal era anterior à data de vencimento considerando-se capitalização simples, é equivalente a 1,5% a.m.
de todos os capitais. Assim, calculamos o valor descontado (valor = 0,015 a.m. Desta forma, podemos escrever que:
atual) de cada um deles, para trazê-los à data local. Efetuamos 2.420 (1 + 0,015 . 3) + 7.000/1 + 0,015 . 6 = x
um desconto (comercial, no caso) ou uma descapitalização 2.420 (1,045) + 7.000/1,09 = x
(desincorporação dos juros), porque estávamos transportando os 2.528,9 + 6.422,02 = x
valores para uma data passada. Mas se a data focal tivesse sido x = 8.950,92
Didatismo e Conhecimento 10
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Equação de Valor Rendas Uniformes
Em síntese, para que um conjunto de títulos de valores Matéria com o mesmo objetivo da Equivalência de Capitais,
nominais N1, N2, N3 …, exigíveis nas datas n1, n2, n3 …, seja mas com títulos apresentando os mesmos valores e com vencimen-
equivalente a um outro conjunto de títulos Na , Nb , Nc …, exigíveis tos consecutivos - tornando assim sua solução mais rápida, através
nas datas na , nb , nc …, basta impormos que a soma dos respectivos de um método alternativo.
valores atuais Va1 , Va2 , Va3 … dos títulos do primeiro conjunto, Há dois casos: o cálculo do valor atual dos pagamentos iguais
calculados na data focal considerada, seja igual à soma dos valores e sucessivos (que seria igual ao valor do financiamento obtido por
atuais Vaa , Vab , Vac … dos títulos do segundo conjunto, calculados uma empresa ou o valor do empréstimo contraído); e o cálculo do
para essa mesma data, isto é:
montante, do valor que a empresa obterá se aplicar os pagamentos
Va1 + Va2 + Va3 + … = Vaa + Vab + Vac + …
dos clientes em uma data futura às datas dos pagamentos.
A equação acima é chamada de Equação de Valor.
Ao começar a resolução de problemas que envolvem a) Renda Certa Postecipada (Imediata): aquela onde o primei-
equivalência de capitais utilize o seguinte roteiro: ro pagamento acontecerá em UM período após contrair o emprés-
1. leia o problema todo; timo ou financiamento.
2. construa, a partir do enunciado do problema, um diagrama Para calcular o valor atual dessa renda certa, a fórmula é a
de fluxo de caixa esquemático, colocando na parte de cima o plano seguinte:
original de pagamento e na parte de baixo o plano alternativo A = P . a[n,i], onde:
proposto, indicando todos os valores envolvidos, as datas A = valor atual da renda certa;
respectivas e as incógnitas a serem descobertas – esse diagrama P = valor de cada pagamento da renda certa;
é importante porque permite visualizar os grupos de capitais n = número de prestações;
equivalentes e estabelecer facilmente a equação de valor para i = taxa empregada.
resolução do problema;
3. observe se os prazos de vencimento dos títulos e O fator a[n,i] é normalmente dado nas provas.
compromissos estão na mesma unidade de medida de tempo
periodicidade da taxa; se não estiverem, faça as transformações
b) Renda Certa Antecipada: aquela onde o primeiro pagamen-
necessárias (ou você expressa a taxa na unidade de tempo do
to acontecerá no ato do empréstimo ou financiamento.
prazo ou expressa o prazo na unidade de tempo da taxa – escolha a
transformação que torne os cálculos mais simples);
4. leve todos os valores para a data escolhida para a negociação Para calcular o valor atual dessa renda certa, a fórmula é a
(data focal), lembrando sempre que capitais exigíveis antes da data seguinte:
focal deverão ser capitalizados através da fórmula do montante M
= C (1 + in), dependendo da modalidade de desconto utilizada; A = P . a[n-1,i] + P, onde:
5. tendo transportado todos os capitais para a data focal e A = valor atual da renda certa;
com base no diagrama de fluxo de caixa que você esquematizou, P = valor de cada pagamento da renda certa;
monte a EQUAÇÃO DE VALOR, impondo que a soma dos n = número de prestações;
valores dos títulos (transportados para a data focal) da parte de i = taxa empregada.
cima do diagrama de fluxo de caixa seja igual à soma dos valores
c) Renda Certa Diferida: aquela onde o primeiro pagamento
dos títulos (transportados para a data focal) da parte de baixo do
acontecerá vários períodos após ser feito o empréstimo ou finan-
diagrama de fluxo de caixa;
ciamento.
6. resolva a equação de valor;
7. releia a PERGUNTA do problema e verifique se o valor que
Para calcular o valor atual dessa renda certa, a fórmula é a
você encontrou corresponde ao que o problema está pedindo (às seguinte:
vezes, devido à pressa, o candidato se perde nos cálculos, encontra
um resultado intermediário e assinala a alternativa que o contém, A = P . ( a[n+x,i] - a[x,i] ), onde:
colocada ali para induzi-lo em erro, quando seria necessário ainda
uma passo a mais para chegar ao resultado final correto). A = valor atual da renda certa;
P = valor de cada pagamento da renda certa;
Desconto e Equivalência n = número de prestações;
x = número de prestações acrescentadas;
Por fim, gostaríamos de dar uma dica para ajudá-lo a perceber i = taxa empregada.
quando um problema é de desconto e quando é de equivalência.
Em linhas gerais, nos problemas de Desconto, alguém quer vender 2º Caso: Cálculo do Montante
papéis (duplicatas, promissórias, letras de câmbio, etc.), enquanto
que nos problemas de Equivalência, alguém quer financiar ou re- a) Quando o montante é calculado no momento da data do
financiar uma dívida. último pagamento:
Didatismo e Conhecimento 11
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Para calcular o valor do montante nesse caso, a fórmula é a Descontos Simples
seguinte:
Por Fora (Comercial ou Bancário). O desconto é calculado so-
M = P . s[n,i], onde: bre o valor nominal (S) do título, utilizando-se taxa de juros simples
Df = S.i.t
M = valor do montante;
P = valor de cada pagamento da renda certa; É o desconto mais utilizado no sistema financeiro, para operações
n = número de prestações; de curto prazo, com pequenas taxas. O valor a ser pago (ou recebido)
i = taxa empregada. será o valor atual C = S - Df = S - S.i.t , ou seja
C = S.(1- i.t)
O fator s[n,i] é normalmente dado nas provas.
Por Dentro (Racional). O desconto é calculado sobre o valor
b) Quando o montante é calculado em um momento que não atual (C) do título, utilizando-se taxa de juros simples
coincide com a data do último pagamento: Dd = C.i.t
Para calcular o valor do montante nesse caso, a fórmula é a Como C não é conhecido (mas sim, S) fazemos o seguinte cál-
seguinte: culo:
C = S - Dd ==> C = S - C.i.t ==> C + C.i.t = S ==> C(1 + i.t)
M = P . (s[n+x,i] - s[x,i]), onde: =S
C = S/(1 + i.t)
M = valor do montante;
P = valor de cada pagamento da renda certa; Este desconto é utilizado para operações de longo prazo. Note
n = número de prestações; que (1 - i.t) pode ser nulo, mas (1 + i.t) nunca vale zero.
x = número de prestações acrescentadas;
i = taxa empregada. Descontos Compostos
Didatismo e Conhecimento 12
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Questão 3. O desconto simples comercial de um título é de Dc = Dr * (1 + i*n)
R$ 860,00, a uma taxa de juros de 60% a.a.. O valor do desconto 600 = Dr * (1 + 0.05*4)
simples racional do mesmo título é de R$ 781,82, mantendo-se Dr = 600/1.2
a taxa de juros e o tempo. Nesse as condições, o valor nominal Dr = 500
do rótulo é de:
Resposta: Questão 7 – O desconto racional simples de uma nota pro-
Dc = 860 missória, cinco meses antes do vencimento, é de R$ 800,00, a
uma taxa de 4% a.m.. Calcule o desconto comercial simples cor-
Dr = 781.82
respondente, isto é, considerando o mesmo título, a mesma taxa
Usando N = (Dc * Dr) / (Dc – Dr), e o mesmo prazo.
N = (860 * 781.82) / (860 – 781.82) = 672365.2 / 78.18 = Resposta:
8600.22 Dr = 800
i = 0.04 a.m.
Questão 4. O valor atual de uma duplicata é de 5 vezes o n = 5 meses
valor de seu desconto comercial simples. Sabendo-se que a taxa
de juros adotada é de 60% a.a., o vencimento do título expresso Dc = Dr * (1 + i*n)
em dias é: Dc = 800 * (1 + 0.04*5)
Dc = 800 * 1.2
Resposta:
Dc = 960
i = 60% a.a. → i = 0.6 a.a.
A = N – D (valor atual é o nominal menos o desconto) Questão 8. Um título sofre um desconto comercial de R$
5D = N – D → N = 6D 9.810,00 três meses antes do seu vencimento a uma taxa de de-
A = N * ( 1 – i*n) conto simples de 3% a.m.. Indique qual seria o desconto à mesma
5D = 6D ( 1 – 0.6 * n) taxa se o desconto fosse simples e racional.
5 = 6 ( 1 – 0.6 * n) Resposta:
5 = 6 – 3.6 * n Dc = 9810
3.6 * n = 1 n = 3 meses
i = 0.03 a.m.
n = 0.277 (anos)
n = 0.277 * 365 dias Dc = Dr * (1 + i*n)
n = 101.105 dias 9810 = Dr * (1 + 0.03*3)
9810 = Dr * 1.09
Questão 5. Uma empresa descontou em um banco uma du- Dr = 9810/1.09
plicata de R$ 600.000,00, recebendo o líquido de 516.000,00. Dr = 9000
Sabendo=se que o banco cobra uma comissão de 2% sobre o va-
lor do título, que o regime é de juros simples comerciais. Sendo a Questão 9. Um título no valor nominal de R$ 10.900,00 deve
sofrer um desconto comercial simples de R$ 981,00 três meses an-
taxa de juros de 96% a.a., o prazo de desconto da operação foi de:
tes do seu vencimento. Todavia uma negociação levou a troca do des-
Resposta: conto comercial por um desconto racional simples. Calcule o novo
N = 600000 desconto, considerando a mesma taxa de desconto mensal:
Ab = 516000 Resposta:
h = 0.02 N = 10900
i = 0.96 a.a. Dc = 981
Db = Db + N*h n=3
Ab = N * [1 - (i*n+h)]
Dc = N * i * n
516000 = 600000 * [1-(0.96*n+0.02)] 981 = 10900 * i * 3
0.8533 = 1 – 0.96*n – 0.02 981 = 32700 * i
0.8533 = 0.98 – 0.96*n i = 0.03 (3% a.m.)
0.96 * n = 0.1267 Dr = N * i * n / (1+i*n)
n = 0.1319 anos ≈ 45 dias Dr = 10900 * 0.03 * 3 / (1+0.03*3)
Dr = 10900 * 0.09 / 1.09
Questão 6. O desconto comercial simples de um título qua- Dr = 10900 * 0.09 / 1.09
tro meses antes do seu vencimento é de R$ 600,00. Considerando Dr = 900
outra forma de fazer a questão seria usando:
uma taxa de 5% a.m., obtenha o valor correspondente no caso de
N = (Dc * Dr) / (Dc – Dr)
um desconto racional simples: 10900 = 981 * Dr / (981-Dr)
Resposta: 10692900 – 10900 * Dr = 981 * Dr
Dc = 600 11881 * Dr = 10692900
i = 0.05 a.m. 11881 * Dr = 10692900
n=4 Dr = 900
Didatismo e Conhecimento 13
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Questão 10. Um título sofre desconto simples comercial de Resposta:
R$ 1.856,00, quatro meses antes do seu vencimento a uma taxa de Dcr = 6465.18
desconto de 4% a.m.. Calcule o valor do desconto correspondente à n = 4 meses
mesma taxa, caso fosse um desconto simples racional: i = 0.05 a.m.
Resposta:
Dc = 1856 Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n]
n = 4 meses (1+i)n = 1.21550625
i = 0.04 a.m. (1+i)n – 1 = 0.21550625
6465.18 = N * 0.21550625 / 1.21550625
Dc = N * i * n
N = 36465,14
Dr = N * i * n / (1+i*n)
Dr = 1856 / (1+0.04*4)
Dr = 1856 / 1.16 Questão 14. Um título sofre um desconto composto racional
Dr = 1600 de R$ 340,10 seis meses antes do seu vencimento. Calcule o valor
descontado do título considerando que a taxa de desconto é de 5%
Questão 11. Obtenha o valor hoje de um título de R$ 10.000,00 a.m. (despreza os centavos):
de valor nominal, vencível ao fim de três meses, a uma taxa de juros Resposta:
de 3% a.m., considerando um desconto racional composto e despre- Dcr = 340.10
zando os centavos. n = 6 meses
Resposta: i = 0.05 a.m.
N =10000 Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n]
n = 3 meses (1+0.05)6 = 1.340095640625
i = 0.03 a.m. (1+i)n – 1 = 0.340095640625
340.10 = N * 0.340095640625 / 1.340095640625
Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n] N ≈ 1340.10
(1+0.03)3 = 1.092727 Dcr = N – A
Dcr = 10000 * 0.092727 / 1.092727 340.10 = 1340.10 – A
Dcr = 848.58 A = 1000
Dcr = N – A
848.58 = 10000 – A
Questão 15. O valor nominal de uma dívida é igual a 5 vezes
A = 10000 – 848.58
A = 10000 – 848.58 o desconto racional composto, caso a antecipação seja de dez me-
A = 9151.42 ses. Sabendo-se que o valor atual da dívida (valor de resgate) é de
R$ 200.000,00, então o valor nominal da dívida, sem considerar os
Questão 12. Um título foi descontado por R$ 840,00, quatro centavos é igual a:
meses antes de seu vencimento. Calcule o desconto obtido consi- Resposta:
derando um desconto racional composto a uma taxa de 3% a.m. N = 5 * Drc
Resposta: n = 10 meses
n = 4 meses A = 200000
i = 0.03 a.m.
A = 840 Drc = N – A
Drc = 5 * Drc – 200000
Dcr = N – A 4 * Drc = 200000
Dcr = N – 840 Drc = 50000
Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n] Drc = N – A
(1+0.03)4 = 1.12550881 50000 = N – 200000
(1+0.03)4 -1 = 0.12550881 N = 250000
Dcr = N * 0.12550881 / 1.12550881
N * 0.12550881 / 1.12550881 = N – 840 Questão 16. Um Commercial paper, com valor de face de
N * 0.12550881 = 1.12550881 * N – 945.4274004 US$ 1.000.000,00 e vencimento daqui a três anos deve ser resga-
N = 945.4274004 tado hoje. A uma taxa de juros compostos de 10% a.a. e conside-
Dcr = 945.4274004 – 840 rando o desconto racional, obtenha o valor do resgate.
Dcr ≈ 105.43 Resposta:
N = 1000000
Questão 13. Um título sofre um desconto composto racional n = 3 anos
de R$ 6.465,18 quatro meses antes do seu vencimento. Indique o i = 0.1 a.a.
valor mais próximo do valor descontado do título, considerando
que a taxa de desconto é de 5% a.m.: Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n]
(1+i)n = 1.331
Didatismo e Conhecimento 14
MATEMÁTICA FINANCEIRA
(1+i)n -1 = 0.331 N = 5600
Dcr = 1000000 * 0.331 / 1.331 Dcr = N * [1 - (1/(1+i)n)]
Dcr = 248,685.20 Dcr = 5600 * [1 - (1/(1+i)n)]
A = N – Drc (1+i)n = 1.12550881
A = 1000000 – 248,685.20 Dcr = 5600 * 0.12550881/1.12550881
A = 751,314.80 Dcr = 624.47
Questão 17. Uma pessoa quer descontar hoje um título de Questão 19. Um título é descontado por R$ 4.400,00, qua-
valor nominal de R$ 11.245,54, com vencimento para daqui a 60 tro meses antes do seu vencimento. Obtenha o valor de face
dias, e tem as seguintes opções: do título, considerando que foi aplicado um desconto racional
I – desconto simples racional, taxa de 3% a.m.; composto a uma taxa de 3% a.m. (despreze os centavos, se hou-
II – desconto simples comercial, taxa de 2,5% a.m.; ver).
III – desconto composto racional, taxa de 3% a.m. Resposta:
A = 4400
Se ela escolher a opção I, a diferença entre o valor líquido que n = 4 meses
receberá e o que receberia se escolhesse a opção: i = 0.03 a.m.
Resposta:
N = 11245.54 A = N – Drc
n = 60 dias = 2 meses A + Drc = N
I) Dc = N * i * n Drc = N * [1 - (1/(1+i)n)]
Dc = 11245.54 * 0.025 *2 (1+i)n = 1.12550881
Dc = 562.277 Drc = N * 0.12550881 / 1.12550881
A = N – Dc Drc = (A + Drc) * 0.12550881 / 1.12550881
A = 11245.54 – 562.277 Drc = (4400 + Drc) * 0.12550881 / 1.12550881
A = 10683.26
Drc = (4400 + Drc) * 0.12550881 / 1.12550881
Drc = 490.657 + Drc * 0.12550881 / 1.12550881
II) Dr = (N * i * n) / (1 + i * n)
Drc – Drc * 0.12550881 / 1.12550881 = 490.657
Dr = (11245.54 * 0.03 * 2) / (1 + 0.03 * 2)
Drc * (1 – 0.12550881 / 1.12550881) = 490.657
Dr = 674.7324 / 1.06
Drc * 0.888487048 = 490.657
Dr = 636.54
Drc = 552.23
A = N – Dc
N = A + Drc
A = 11245.54 – 636.54
N = 4400 + 552.23
A = 10609.0
N = 4952.23
III) Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n]
Dcr = 11245.54 * 0.05740409
Questão 20. Antônio emprestou R$ 100.000,00 a Carlos,
Dcr = 645.54
devendo o empréstimo ser pago após 4 meses, acrescido de ju-
A = N – Dc
ros compostos calculados a uma taxa de 15% a.m., com capita-
A = 11245.54 – 645.54
lização diária. Três meses depois Carlos decide quitar a dívida, e
A = 10600
combina com Antônio uma taxa de desconto racional composto de
30% a.b. (ao bimestre), com capitalização mensal. Qual a impor-
Nenhum item tem uma resposta certa. Mas a diferença en-
tância paga por Carlos a título de quitação do empréstimo.
tre o valor atual da escolha II e a III é nove, então se houve um
Resposta:
erro na digitação da questão a resposta é a alternativa c.
N = 100000
n = 4 meses = 120 dias
Questão 18. Um título deveria sofrer um desconto comer-
i = 15% a.m. = 0.5% a.d. = 0.005 a.d.
cial simples de R$ 672,00, quatro meses antes do seu venci-
mento. Todavia, uma negociação levou à troca do desconto co-
M =C * (1+i)n
mercial simples por um desconto racional composto. Calculo o M =100000 * (1+0.005)120
novo desconto, considerando a mesma taxa de 3% a.m.. M = 181939.67
Resposta: A = M / (1+0.3/2)
Dc = 672 A = 158208.4
n = 4 meses
i = 0.03 a.m. Questão 21. Calcule o valor nominal de um título que, resga-
tado 1 ano e meio antes do vencimento, sofreu desconto racional
Dc = N * i * n composto de R$ 25000,00, a uma taxa de 30% a.a., com capitali-
672 = N * 0.03 * 4 zação semestral.
Didatismo e Conhecimento 15
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Resposta: Exemplos:
n = 1.5 anos = 3 semestres 1 - Qual a taxa anual equivalente a 8% ao semestre?
Drc = 25000
i = 0.3 a.a. = 0.15 a.s. Em um ano temos dois semestres, então teremos: 1 + ia = (1 + is)2
1 + ia = 1,082
Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n] ia = 0,1664 = 16,64% a.a.
(1+i)n = 1.520875
(1+i)n -1 = 0.520875 2 - Qual a taxa anual equivalente a 0,5% ao mês?
25000 = N * 0.520875 / 1.520875 1 + ia = (1 + im)12
N = 25000 * 1.520875 / 0.520875 1 + ia = (1,005)12
N = 72996.16 ia = 0,0617 = 6,17% a.a.
Taxas Nominais
CLASSIFICAÇÃO DAS TAXAS DE JUROS: A taxa nominal é quando o período de formação e incorporação
INTRODUÇÃO; CONCEITO E CLASSIFICA- dos juros ao Capital não coincide com aquele a que a taxa está
ÇÃO DAS TAXAS DE JUROS; TAXAS EQUI- referida. Alguns exemplos:
VALENTES E PROPORCIONAIS; JUROS - 340% ao semestre com capitalização mensal.
PAGOS ANTECIPADAMENTE. - 1150% ao ano com capitalização mensal.
- 300% ao ano com capitalização trimestral.
Duas taxas i1 e i2 são equivalentes, se aplicadas ao mesmo Taxa Real: é a taxa efetiva corrigida pela taxa inflacionária do
Capital P durante o mesmo período de tempo, através de diferentes período da operação.
períodos de capitalização, produzem o mesmo montante final.
- Seja o capital P aplicado por um ano a uma taxa anual ia. Fluxo de Caixa
- O montante M ao final do período de 1 ano será igual a M
= P(1 + i a ) O fluxo de caixa serve para demonstrar graficamente as
- Consideremos agora, o mesmo capital P aplicado por 12 transações financeiras em um período de tempo. O tempo é
meses a uma taxa mensal im. representado na horizontal dividido pelo número de períodos
- O montante M’ ao final do período de 12 meses será igual a relevantes para análise. As entradas ou recebimentos são
M’ = P(1 + im)12. representados por setas verticais apontadas para cima e as saídas
ou pagamentos são representados por setas verticais apontadas
Pela definição de taxas equivalentes vista acima, deveremos para baixo. Observe o gráfico abaixo:
ter M = M’.
Portanto, P(1 + ia) = P(1 + im)12
Didatismo e Conhecimento 16
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Chamamos de VP o valor presente, que significa o valor que
eu tenho na data 0; VF é o valor futuro, que será igual ao valor que
terei no final do fluxo, após juros, entradas e saídas.
É importante observar que no regime de capitalização
Valor Presente e Valor Futuro composta taxas proporcionais não são equivalentes. Como vimos,
uma taxa efetiva de 2% a.m. equivale a 26,82418% a.a. e não a
Na fórmula M = P . (1 + i)n , o principal P é também conhecido 24% a.a. Note porém, que no regime de capitalização simples taxas
como Valor Presente (PV = present value) e o montante M é proporcionais são equivalentes, neste regime elas produzem o
também conhecido como Valor Futuro (FV = future value). mesmo montante quando aplicadas a um mesmo capital e período.
Então essa fórmula pode ser escrita como FV = PV (1 + i) n 03- A taxa de 24% a.a. equivale à taxa de 2% a.m. em uma
Isolando PV na fórmula temos: PV = FV / (1+i)n aplicação a juros simples?
Certamente que sim, por exemplo, vamos verificar o
Na HP-12C, o valor presente é representado pela tecla PV. rendimento de uma aplicação de R$ 8.000,00 por 6 meses. Para
Com esta mesma fórmula podemos calcular o valor futuro a partir isto utilizaremos esta fórmula:
do valor presente.
01- A taxa efetiva de 21% a.a. equivale a qual taxa efetiva Portanto: A aplicação de R$ 8.000,00 por 6 meses em qualquer
mensal? uma das taxas proporcionais, rende juros de R$ 960,00 no regime
de capitalização simples, portanto ambas as aplicações produzem
Um capital qualquer capitalizado em 21% após 1 ano da o mesmo montante de R$ 8.960,00 durante um mesmo período de
aplicação, deve produzir o mesmo montante que o mesmo capital aplicação e por isto as taxas proporcionais são taxas equivalentes
sendo capitalizado mensalmente a uma taxa i por 12 meses. Os neste regime. Sim, a taxa de 24% a.a. equivale à taxa de 2% a.m.
dados que possuímos são os seguintes: Substituindo tais valores na no regime de capitalização simples.
fórmula iremos obter a taxa efetiva ao mês: Portanto, a taxa efetiva
mensal é de aproximadamente 0,016 a.m. ou 1,6% a.m.:
TAXA MÉDIA E PRAZO MÉDIO:
OBSERVAÇÕES INTRODUTÓRIAS; TAXA
MÉDIA E PRAZO MÉDIO PARA OPERAÇÕES
A taxa efetiva de 21% a.a. equivale a uma taxa efetiva mensal DE DESCONTO SIMPLES (OU BANCÁRIO
de 1,6% a.m. OU COMERCIAL); TAXA MÉDIA E PRAZO
MÉDIO PARA OPERAÇÕES A JUROS SIM-
02- A taxa efetiva de 1,8% a.b. equivale a qual taxa efetiva PLES; TAXA MÉDIA E PRAZO MÉDIO PARA
semestral? OPERAÇÕES A JUROS COMPOSTOS.
Uma certa quantia capitalizada bimestralmente em 1,8%
durante 3 bimestres de aplicação, deve produzir o mesmo montante
se for capitalizada após 1 semestre a uma taxa i. Então temos
os seguintes dados para utilizar com a fórmula: Os aplicando Fórmula para cálculo do Capital Médio
na fórmula temos: Temos então uma taxa efetiva semestral de
aproximadamente 0,055 a.s. ou 5,5% a.s.: Cm = (C1 x i1 x t1) + (C2 x i2 x t2) + (C3 x i3 x t3) ...
(i1 x t1) + (i2 x t2) + (i3 x t3) ...
Didatismo e Conhecimento 17
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Detalhes: Exemplo de Taxa Média
Juro Comercial ou ordinário: considera-se sempre o ano Uma pessoa realizou duas operações, ambas pelo prazo de 1
comercial, com 360 dias e o mês comercial, com 30 dias. ano, sendo:
Juro Exato: considera-se o ano civil de 365 dias (366 dias, se R$ 15.000,00 no Banco Alfa, a uma taxa de 10% a.a.;
ano bissexto). R$ 20.000,00 no Banco Beta, a uma taxa de 20% a.a.
Qual a taxa média de juros anual que obterá de suas aplicações.
Para lembrar das fórmulas é fácil basta fazer o seguinte: Fórmula:
1. Lembre-se da fórmula dos Juros Simples que é J = Cit;
2. Lembre-se que a parte de cima da fórmula é uma soma de im = (C1 x i1 x t1) + (C2 x i2 x t2) + (C3 x i3 x t3) ...
Cit, ou seja, J= Cit + Cit + Cit...; (C1 x t1) + (C2 x t2) + (C3 x t3) ...
3. Lembre-se que a parte de baixo da fórmula será a mesma
coisa que a parte de cima e que deve-se retirar da fórmula a letra Primeiro passo: vamos achar os termos.
que representa aquilo que estamos calculando, ou seja, se estamos C1 = R$ 15.000,00
calculando Capital Médio, devemos retirar da parte de baixo da i1 = 10% a.a.
fórmula o C, ficando assim it + it + it... t1 = 1 ano
Didatismo e Conhecimento 18
MATEMÁTICA FINANCEIRA
C3 = R$ 18.000,00 Nota:
i3 = 13% a.a. Teremos que igualar taxa e tempo. A taxa está ao ano e o
t3 = 4 meses tempo está em dias.
Nota: Vamos jogar tudo na fórmula.
A taxa está em ano e o tempo está em mês, teremos que acertar
igualar taxa e tempo. Podemos fazer antes, por exemplo, pegando Segundo passo: vamos aplicar os termos na fórmula.
a i1 de 10% e dividindo por 12 meses, teremos a taxa mensal e
multiplicando por 2 meses. Assim, encontraremos o valo a ser tm = (20.000,00 x 10% a.a. x 45 dias) / 360 + (18.000 x 10%
utilizado para 2 meses. Fazer o mesmo para i2 e i3. a.a. x 60 dias) / 360 + (12.000,00 x 10% a.a. x 30 dias) /360
Ou, podemos jogar tudo na fórmula. Talvez fique até mais 20.000,00 x 10% a.a.) / 360 + (18.000 x
fácil o cálculo. Neste caso vou jogar tudo na fórmula. 10% a.a.) / 360 + (12.000,00 x 10% a.a.) / 360
Exemplo de Prazo Médio tm = (C1 x i1 x t1) + (C2 x i2 x t2) + (C3 x i3 x t3) ...
(C1 x i1) + (C2 x i2) + (C3 x i3) ...
Uma empresa tomou emprestado juntos aos Bancos Alfa, Beta
e Celta, a uma taxa de 10% a.a., na seguintes condições: Primeiro passo: vamos encontrar os termos.
R$ 20.000,00, por 45 dias; C1 = R$ 20.000,00
R$ 18.000,00, por 60 dias; i1 = 6% a.a.
R$ 12.000,00, por 30 dias. t1 = 6 meses
Fórmula Nota:
Teremos que igualar taxa e tempo. A taxa está ao ano e o
tm = (C1 x i1 x t1) + (C2 x i2 x t2) + (C3 x i3 x t3) ... tempo está em meses.
(C1 x i1) + (C2 x i2) + (C3 x i3) ... Vamos jogar tudo na fórmula.
Primeiro passo: vamos encontrar os termos. Segundo passo: vamos aplicar os termos na fórmula.
C1 = R$ 20.000,00
i1 = 10% a.a. tm = (20.000,00 x 6% a.a. x 6 meses) /12 + (50.000,00 x 12%
t1 = 45 dias a.a. x 4 meses) / 12
(20.000,00 x 6% a.a.) /12 + (50.000,00 x 12%
C2 = 18.000,00 a.a.) / 12
i2 = 10% a.a.
t2 = 60 dias tm = 600 + 2000
1200 + 6000
C3 = R$ 12.000,00
i3 = 10% a.a. tm = 2600
t3 = 30 dias. 7200
Didatismo e Conhecimento 19
MATEMÁTICA FINANCEIRA
tm = 0,3611 meses do ano O motivo de haver reticências, tanto no numerador quanto no
denominador, é que a questão pode trazer mais de três conjuntos de
Resposta: O Prazo Médio será de 0,3611 meses do ano. aplicação! Observem ainda que, no denominador, cada parênteses
Transformando-se 0,3611 meses do ano em meses teremos 4 perdeu um elemento que existia no numerador. Ora, como estamos
meses e 10 dias. calculando taxa média, o elemento que desaparece no denomina-
dor é a taxa. Perceberam?
Pois bem! Lançando os dados na equação, teremos:
Nota:
Para transformar em meses, multiplique por 12, ou seja: (3000 x6.n) + (5000 x 4.n) + (8000 x3,5.n)
TM =
0,3611 x 12 = 4,3332 (então separa-se o 4 e teremos 4 meses). (3000.n) + (5000.n) + (8000.n)
Para transformar em dias, tira-se o inteiro da multiplicação Aqui perceberemos que há um fator comum, tanto nas parce-
acima (4) e pega-se o resto (decimal) e multiplique por 30, ou seja: las do numerador quando nas do denominador: é o tempo n, que
0,3332 x 30 = 9,996 (arredonde para cima, 10 dias) será posto em evidência em cima e em baixo, e será finalmente
cortado! Teremos apenas:
Exercícios
(3000 x6) + (5000 x 4) + (8000 x3,5) 64000
TM =
(3000) + (5000) + (8000)
=
16000
= 4% ao mês à Resposta D
01. Os capitais de R$3.000,00, R$5.000,00 e R$ 8.000,00 fo-
ram aplicados todos no mesmo prazo, a taxas de juros simples de
6% ao mês, 4% ao mês e 3,25% ao mês, respectivamente. Calcule Vale, finalmente, frisar que, se as taxas das aplicações origi-
a taxa média de aplicação desses capitais. nais eram taxas mensais, a taxa média obtida pelo cálculo acima
a) 4,83% ao mês terá também que ser uma taxa mensal. Ou seja, a taxa média tem
sempre a mesma unidade que as taxas originais das aplicações for-
b) 3,206% ao mês
necidas pelo enunciado. Se esta mesma questão pedisse que en-
c) 4,4167% ao mês contrássemos a taxa média anual, teríamos que complementar a
d) 4% ao mês resolução acima, transformando a taxa mensal em uma taxa anual,
e) 4,859% ao mês por meio do conceito de Taxas Proporcionais, uma vez que esta-
Sol.: A questão é fácil e trata de um assunto que caiu em todas mos trabalhando com uma taxa de Juros Simples!
as últimas provas: taxa média. Perceba que a questão de taxa mé- Daí, nessa hipótese acima, faríamos: 4x12= 48% ao ano! So-
dia apresentará, no enunciado, conjuntos completos de aplicação. mente isso!
O que é um conjunto completo? Um capital, uma taxa e um tempo.
Serão, portanto, fornecidos dois ou três ou mais conjuntos comple- 02. Os capitais de R$ 2.000,00, R$ 3.000,00, R$ 1.500,00 e
tos de aplicação! O que faremos? Anotaremos os dados: R$ 3.500,00 são aplicados à taxa de 4% ao mês, juros simples,
durante dois, três, quatro e seis meses, respectivamente. Obtenha o
→ C1=3.000,00 → i1=6% ao mês → n prazo médio de aplicação destes capitais.
→ C2=5.000,00 → i2=4% ao mês → n a) quatro meses
→ C3=8.000,00 → i3=3,25% ao mês → n b) quatro meses e cinco dias
c) três meses e vinte e dois dias
Observem que os três tempos originais, nas três aplicações d) dois meses e vinte dias
acima, foram todos chamados apenas de n. Claro! Se o enunciado e) oito meses
não disse qual seria o tempo de cada aplicação, e falou apenas que
eram todos tempos iguais (o mesmo prazo), então os chamaremos Sol.: Questões de Taxa Média e de Prazo Médio se
apenas de n. alternaram nas últimas provas da Receita. Nesta aqui, o enunciado
Pois bem! E agora? Agora, temos que verificar se a exigência forneceu quatro conjuntos completos de aplicação, e pediu que
da fórmula da Taxa Média já está cumprida. E qual é essa exigên- encontrássemos o Prazo Médio! A exigência da questão de Prazo
cia? Que as taxas estejam, entre si, na mesma unidade, e que os Médio é a mesmíssima que vimos para a Taxa Média. Ou seja: Que
tempos. Estejam, entre si, na mesma unidade! as taxas estejam, entre si, na mesma unidade, e que os tempos.
Reparem na ênfase acima dada às palavras entre si. Repara- Estejam, entre si, na mesma unidade!
ram? Vejamos se a exigência já está observada: Anotemos os dados da questão, e observemos se a exigência
já está cumprida:
→ C1=3.000,00 → i1=6% ao mês → n → C1=2.000,00 → i1= 4% ao mês → n1= 2 meses
→ C2=5.000,00 → i2=4% ao mês → n → C2=3.000,00 → i2= 4% ao mês → n2= 3 meses
→ C3=8.000,00 → i3=3,25% ao mês → n → C3=1.500,00 → i3= 4% ao mês → n3= 4 meses
→ C4=3.500,00 → i4= 4% ao mês → n4= 6 meses
Pronto! Conforme vemos acima, as taxas estão, entre si, na
mesma unidade, o mesmo se dando com os prazos. Uma vez cum-
prida a exigência, resta apenas aplicarmos a fórmula da Taxa Mé- Já está observada a exigência! Podemos, pois, lançar os dados
dia, que é a seguinte: na equação do Prazo Médio, que é a seguinte:
(C1.i1.n1) + (C 2.i 2.n2) + (C 3.i3.n3) + ...
TM = (C1.i1.n1) + (C 2.i 2.n 2) + (C 3.i3.n3) + ...
(C1.n1) + (C 2.n2) + (C 3.n3) + ... PM =
(C1.i1) + (C 2.i 2) + (C 3.i3) + ...
Didatismo e Conhecimento 20
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Substituindo os valores fornecidos pelo enunciado, teremos:
(2000 x 4 x 2) + (3000 x 4 x3) + (1500 x 4 x 4) + (3500 x 4 x6) SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO:
PM = OBSERVAÇÕES INTRODUTÓRIAS;
(2000 x 4) + (3000 x 4) + (1500 x 4) + (3500 x 4) SISTEMA FRANCÊS DE AMORTIZAÇÃO
Percebam que o numerador da fórmula do Prazo Médio é o (TABELA PRICE); SISTEMA DE AMOR-
mesmo da fórmula da Taxa Média. O que muda é que, aqui, no TIZAÇÃO CONSTANTE (SAC); SISTE-
Prazo Médio, o elemento que desaparece de cada parênteses, no MA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM);
denominador, é o tempo n. Neste cálculo, para simplificar nossas ANÁLISE COMPARATIVA DOS SISTE-
contas, também percebemos que o valor 4 é fator comum a todas MAS PRICE, SAC E SAM; OPERAÇÕES
as parcelas do numerador e do denominador, razão pela qual ele FINANCEIRAS:APLICAÇÕES FINANCEI-
simplesmente desaparecerá! Teremos, enfim, que: RAS COM RENDA FIXA;
(2000 x 2) + (3000 x3) + (1500 x 4) + (3500 x6) 40.000
PM =
(2000) + (3000) + (1500) + (3500)
=
10.000
= 4 meses à Resposta A.
Didatismo e Conhecimento 21
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Nos juros simples:
Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para encontrarmos a
prestação é dada a seguir:
PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1
A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:
É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:
Didatismo e Conhecimento 22
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momento “zero”) já é
feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas pelas três seguintes fórmulas:
PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período
An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período
Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em progressão aritmética,
em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra de amortização que permanece cons-
tante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem os juros, amor-
tizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor das prestações é
decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se o valor do principal pelo número
de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica do SAC é que ele
amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amortização é sempre o mesmo, o que faz
com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento, fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente
do que em outros mecanismos de amortização.
Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês (em juros sim-
ples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Essa fórmula
é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12 meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC
fica:
Didatismo e Conhecimento 23
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Saldo De-
Nº Prestação Prestação Juros Amortização
vedor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0
Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro. Sendo assim, o juro
é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as prestações. A soma das prestações é de
R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.
Sistema Americano
O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.
A tabela abaixo lista o fluxo de caixa nos diversos sistemas de amortização discutidos nos itens anteriores.
Didatismo e Conhecimento 24
MATEMÁTICA FINANCEIRA
N Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (3.000,00) (36.333,33) (35.353,04) (35.843,19) (34.353,64)
2 - (3.000,00) (35.333,33) (35.353,04) (35.343,19) (34.353,64)
3 (109.272,70) (103.000,00) (34.333,34) (35.353,04) (34.843,19) (34.353,64)
As várias formas de amortização utilizadas pelo mercado brasileiro, em sua maioria, consideram o regime de capitalização por juros
compostos. A comparação entre estas, por meio do VPL (vide item 6.2), demonstra que o custo entre elas se equivale. Vejam: no nosso
exemplo, todos, exceto no sistema alemão, os juros efetivos cobrados foram de 3% ao mês (regime de juros compostos) ou 9,27% no acu-
mulado dos três meses.
n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.912,62) (35.275,08) (34.323,34) (34.799,21) (33.353,04)
2 - (2.827,79) (33.305,05) (33.323,63) (33.314,35) (32.381,60)
3 (100.000,00) (94.259,59) (31.419,87) (32.353,04) (31.886,45) (31.438,44)
VPL - - - - - (173,09)
OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 3% ao mês.
Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês, isto é, abaixo do valor do empréstimo, teríamos a tabela abaixo. Isso seria uma
situação mais comum: juros do empréstimo mais caro que uma aplicação no mercado. Neste caso, quanto menor (em módulo) o VPL, me-
lhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema SAC seria o melhor sob o ponto de vista financeiro.
n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.941,18) (35.620,91) (34.659,84) (35.140,38) (33.680,04)
2 - (2.883,51) (33.961,29) (33.980,24) (33.970,77) (33.019,64)
3 (102.970,11) (97.059,20) (32.353,07) (33.313,96) (32.833,52) (32.372,20)
VPL (2.970,11) (2.883,88) (1.935,28) (1.954,04) (1.944,67) (2.071,88)
OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 2% ao mês.
Outra situação seria considerarmos um empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado. Neste exemplo a seguir, teremos como custo
de oportunidade a taxa de 4% ao mês. Isso, na vida real, não será comum: juros do empréstimo mais barato do que uma aplicação no merca-
do. Assim, como no exemplo anterior, quanto maior o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema de pagamento único,
sob o ponto de vista financeiro, é o melhor, como no caso abaixo.
n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.884,62) (34.935,89) (33.993,31) (34.464,61) (33.032,34)
2 - (2.773,67) (32.667,65) (32.685,87) (32.676,77) (31.761,87)
3 (97.143,03) (91.566,62) (30.522,21) (31.428,72) (30.975,47) (30.540,26)
VPL 2.856,97 2.775,09 1.874,24 1.892,10 1.883,16 1.665,53
OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 4% ao mês.
Didatismo e Conhecimento 25
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Referências (A) 77% ≤ S < 78%
(B) 78% ≤ S < 79%
Passei Direto. Disponível em: https://www.passeidireto.com/ (C) 79% ≤ S < 80%
arquivo/1599335/exercicios_matematica_finaceiraexercicios_ma- (D) 80% ≤ S < 81%
tematica_finaceira (E) 81% ≤ S < 82%
Questões
Resolução
1)[Quadrix, CRM-GO 2004, Técnico em Contabilidade (ní-
vel médio)] Qual dos sistemas de amortização abaixo propõe o 1)
valor constante (fixo) para a prestação de um empréstimo? Das opções acima, a única que propõe prestação uniforme é o
SAF ou “tabela price’.
SAC – Sistema de Amortização Constante
SAM – Sistema de Amortização Misto.
Resposta: letra “d”.
SAD – Sistema de Amortização Decrescente.
SAF – Sistema de Amortização Francês “Price”
Qualquer das anteriores com os juros mensais constantes. 2)
A. ERRADO. SAF ou sistema price ou “tabela price” tem
prestações iguais.
2)[Quadrix, CREF4-SP 2004 (nível superior)] Sobre os sis- B. CERTO. Tem prestações decrescentes.
temas de amortização de empréstimo e financiamentos, pode-se C. ERRADO. O sistema utilizado não define a taxa a ser
afirmar que (considere SAC – Sistema de Amortização Constante
e SAF – Sistema de Amortização Francês “Price”): praticada.
D. ERRADO. Vide resposta letra “a”.
A. SAC e SAF sempre têm prestações iguais. E. ERRADO. A letra “b” está correta.
B. SAC tem prestações decrescentes.
C. Os juros sempre são maiores no SAC. Resposta: letra “b”.
D. O SAF tem prestações crescentes.
E. Nenhuma das alternativas acima está correta.
3)
A. CERTO. SAF ou sistema price ou “tabela price” tem
3)[Quadrix, CREF4-SP 2004 (nível superior)] Ainda conside- prestações iguais.
rando o item anterior, qual das alternativas abaixo é falsa? B. CERTO. As amortizações (vide fórmula) são crescentes.
C. CERTO. No SAC, as amortizações são constantes e as
A. O SAF caracteriza-se por prestações iguais. prestações decrescentes.
B. No SAF as amortizações são crescentes.
D. ERRADO. A taxa implícita é a mesma em cada um.
C. No SAC as amortizações são constantes.
D. O SAF sempre terá juros implícitos maiores que o SAC. E. CERTO. Vide fórmula.
E. No SAC, o valor da amortização é obtido pela divisão do
capital emprestado pelo número de prestações. Resposta: letra “d”.
Didatismo e Conhecimento 26
MATEMÁTICA FINANCEIRA
5) 2) - Nas operações de câmbio destinadas ao cumprimento de
obrigações de administradoras de cartão de crédito ou de bancos
Resolução: comerciais ou múltiplos na qualidade de emissores de cartão de
crédito decorrentes de aquisição de bens e serviços do exterior efe-
Valor da primeira amortização: tuada por seus usuários: 6,38%;
Am = prestação – juros 3) - Nas operações de câmbio relativas ao pagamento de im-
Am = 17468 – 3% de 80000 portação de serviços: 0,38%;
Am = 17468 – 2400 = 15068
o saldo devedor ficou: Imposto Sobre Operações de Seguro
80000 – 15068 = 64932
logo, o percentual do saldo devedor com Alíquota: 25%
relação ao valor do empréstimo será: Alíquotas reduzidas vigentes:
S = 64932/80000 = 0,81165 = 81,165% Nas operações de resseguro, de seguro obrigatório vincula-
do a financiamento de imóvel habitacional, realizado por agente
Alternativa E do Sistema Financeiro de Habitação, de seguro de crédito à ex-
portação e de transporte internacional de mercadorias, de seguro
aeronáutico e de seguro de responsabilidade civil pagos por trans-
OPERAÇÕES DE EMPRÉSTIMO portador aéreo e nas operações em que o valor dos prêmios seja
E FINANCIAMENTO. destinado ao custeio dos planos de seguro de vida com cobertura
por sobrevivência: zero;
Nas operações de seguro de vida e congêneres, de acidentes
pessoais e do trabalho, incluídos os seguros obrigatórios de danos
Alíquotas do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres e por
e Seguros - IOF embarcações, ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não:
0,38%;
Imposto Sobre Operações de Crédito Nas operações de seguros privados de assistência à saúde:
2,38%;
Alíquota: máxima de 1,5% ao dia sobre o valor das operações Nas demais operações: 7,38%;
de crédito.
Alíquota reduzida vigente: Imposto Sobre Operações Relativas a Títulos ou Valores
Incidente sobre operações contratadas por Pessoas Jurídicas: Mobiliários
a) 0,00137% ao dia para Pessoas Jurídicas optantes pelo Sim-
ples Nacional, em operações iguais ou inferiores a R$ 30.000,00; Alíquota: máxima de 1,5% ao dia.
b) 0,0041% ao dia para os demais casos; Nas aplicações feitas por investidores estrangeiros em quotas
Incidente sobre operações contratadas por Pessoas Físicas: de Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes e em
0,0082% ao dia; quotas de Fundo de Investimento Imobiliário, alíquota de 1,5% ao
dia, limitada a 5% para fundos regulares em até um ano da data do
Alíquota adicional vigente: Incide 0,38% sobre as operações registro das quotas na CVM e limitada a 10% para os fundos sem
de crédito, independentemente do prazo das operações contratadas funcionamento regular.
por pessoas físicas ou jurídicas; No resgate, cessão ou repactuação de operações com títulos
Há casos com incidência de alíquota zero. Vide art. 8º do Dec. ou valores mobiliários: alíquota de 1% ao dia, limitado ao rendi-
Nº 6.306, de 14 de dezembro de 2007. mento da operação, em função do prazo, de acordo com Tabela
anexa ao Decreto n. 6.306, de 2007. Nos resgates realizados depois
Imposto Sobre Operações de Câmbio de 30 dias a alíquota fica reduzida a zero.
No resgate de quotas de fundos de investimento antes de com-
Alíquota máxima: 25%. pletado o prazo de carência para crédito de rendimentos: alíquota
A alíquota foi reduzida a 0,38%, excetuadas as hipóteses pre- de 0,5% ao dia.
vistas nos incisos do Art. 15- A do Dec. nº 6.306, de 2007. Na cessão de ações que sejam admitidas à negociação em bol-
sa de valores localizada no Brasil, com o fim específico de lastrear
Exemplificando: a emissão de depositary receipts negociados no exterior, a alíquota
é de 1,5%.
1) - Nas liquidações de operações de câmbio contratadas a Imposto Sobre Operações com Ouro Ativo Financeiro ou Ins-
partir de 7 de abril de 2011, para ingresso de recursos no País, in- trumento Cambial: alíquota de 1%.
clusive por meio de operações simultâneas, referente a empréstimo Todos os rendimentos, provenientes de aplicações financeiras
externo, sujeito a registro no Banco Central do Brasil, contratado em Fundos de Investimentos sem prazo de carência, são tributa-
de forma direta ou mediante emissão de títulos no mercado inter- dos pelo Imposto sobre Operações Financeiras - IOF, conforme
nacional com prazo médio mínimo de até setecentos e vinte dias: determinação legal da Portaria 264, do Ministério da Fazenda. A
seis por cento. (Redação dada pelo Decreto nº 7.457, de 6 de abril alíquota é de 1% ao dia, limitado ao rendimento da operação, de
de 2011).
Didatismo e Conhecimento 27
MATEMÁTICA FINANCEIRA
acordo com a tabela abaixo, decrescente em função do prazo. Isto Experiência brasileira
significa que quanto mais tempo o investidor deixar o dinheiro
aplicado, menos IOF vai pagar, aumentando a sua rentabilidade. Em 1994, a inflação anual no Brasil era de quase 5.000%, e
A partir de 30 dias de aplicação, o Imposto deixa de ser cobrado. os preços subiam quase diariamente. Os salários, a fim de acompa-
Confira abaixo a tabela do IOF cobrado de acordo com os dias de nhar os preços, também eram reajustados através do chamado “ga-
investimento. tilho” inflacionário – que determinava uma correção automática
dos valores assim que a inflação atingisse um determinado nível.
Número de Dias % Limite do Rendimento No Brasil, o Plano Real, implantado em julho de 1994, deu
01 96 início à estabilidade econômica, reduzindo a inflação anual para
02 93 cerca de 4%. No entanto, ainda permanece alguma indexação na
03 90 economia, embora não automática. Os reajustes anuais de salários,
por exemplo, ainda são negociados com base no índice inflacioná-
04 86 rio do ano anterior.
05 83 Dada a conjuntura atual de estabilidade monetária, a corre-
06 80 ção automática de contratos, via indexação, foi desaparecendo do
07 76 cenário econômico brasileiro. Os preços não são mais reajustados
com base na variação mensal dos índices de preços do IBGE. A
08 73
inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Am-
09 70 plo), baixou em junho de 2006 para 4,03%. Os preços adminis-
10 66 trados, ou seja, os monitorados pelo Governo Federal – tais como
11 63 gasolina, energia elétrica, telefonia, planos de saúde, remédios, gás
12 60 de cozinha, passagens aéreas e transporte público – os quais em
1999 aumentaram 20,9%, em 2006 aumentaram somente 4,4%. Os
13 56
preços administrados eram apontados como os responsáveis pelo
14 53 aumento contínuo da inflação. Também, os índices de serviços
15 50 não-comercializáveis (cabeleireiro, escola, aluguéis etc), os quais
16 46 de 2001 a 2005, que aumentaram entre 6 e 7%, tiveram aumento
menor (4,4%) entre julho de 2005 e junho de 2006.
17 43
A inflação em queda possibilitou a desindexação de grande
18 40 parte da economia brasileira. No entanto, é senso comum entre os
19 36 economistas que uma desindexação total não é possível. Há alguns
20 33 “vilões” que eventualmente provocam aumentos de preços.
21 30 Além dos preços administrados acima mencionados, há tam-
bém o setor da telefonia, cujos índices de serviços aumentou, desde
22 26
julho de 1994 (início do Plano Real), em 662,21%, contra o IPCA
23 23 de 200,29% no mesmo período. Ocorre que as tarifas telefônicas
24 20 sofriam correções através dos IGPs (Índices Gerais de Preços),
25 16 da Fundação Getúlio Vargas (FGV), cujas taxas eram influencia-
26 13 das pelo dólar, em baixa em 2006. Por conseguinte, com as crises
cambais em 1999 e em 2002, os serviços de telefonia tiveram um
27 10
aumento bem superior ao nível da inflação. Hoje, a telefonia segue
28 06 uma combinação dos índices IPCA e IGP, com o que são suavi-
29 03 zados os impactos de eventuais crises de câmbio. Ademais, basta
30 00 notar que em 2005 o IGP beirou 1%, e o IPCA, como afirmado
anteriormente, ficou em 4,03%. E com o surgimento da tecnologia
Voip, as taxas de telefonia tenderão a cair ainda mais, segundo se
Inflacionamento comenta, em percentuais entre 50 a 80% em relação aos níveis
atuais. Outro vilão são as escolas, as quais ainda são reajustadas
A indexação, em economia, é um sistema de reajuste de pre- em níveis acima da inflação.
ços, inclusive salários e aluguéis, de acordo com índices oficiais A consequência da estabilidade dos preços é boa, tanto para
de variação dos preços. Em conjunturas inflacionárias, a indexação os fornecedores de serviços, quanto para os clientes: os primeiros
permite corrigir o valor real dos salários, aluguéis e demais preços
aumentam sua clientela, enquanto que os segundos não sofrem no
da economia, reajustando-os com base na inflação passada. No en-
bolso os efeitos corrosivos da inflação. No Brasil, a tendência é
tanto, a indexação automática pode realimentar a inflação futura.
continuar a vigorar a livre negociação dos contratos.
Didatismo e Conhecimento 28
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Atualização Monetária o numerário em caixa. Tal entendimento não era majoritário entre
os acadêmicos da classe contábil, mas continuou durante muitos
Atualização Monetária (AO 1945: Atualização Monetária) é anos como um dos principais “incentivos tributários” às empresas
o nome que se dá no Brasil para os ajustes contábeis e financeiros, brasileiras com vultosos ativos imobilizados (indústrias, principal-
realizados com o intuito de se demonstrar os preços de aquisição mente).
em moeda em circulação no país (atualmente o Real), em relação
ao valor de outras moedas (ajuste cambial) ou índices de inflação Princípios Contábeis
ou cotação do mercado financeiro (atualização monetária propria-
Em função das características da Economia brasileira, e da
mente dita). doutrina da essência econômica utilizada para o estudo das Ciên-
Em Economia é também chamado de “Correção Monetária”, cias Contábeis no Brasil, a Atualização Monetária é considerada
ou seja, um ajuste feito periodicamente de certos valores na econo- pelo CFC - Conselho Federal de Contabilidade, um Princípio Fun-
mia tendo em base o valor da inflação de um período, objetivando damental de Contabilidade. Antes denominado de “Princípio da
compensar a perda de valor da moeda. Correção Monetária”, ele atualmente é denominado “Princípio da
Em termos de contabilidade tributária, a atualização monetá- Atualização Monetária”. Com o fim da hiperinflação, os ajustes
ria pode ser uma receita (denomina-se variação monetária ativa), dessa natureza nas Demonstrações Financeiras brasileiras são efe-
ou uma despesa (variação monetária passiva). tuados em razão das altas taxas de juros praticadas pelas institui-
Exemplo de cálculo de uma variação monetária passiva: ções financeiras; e em decorrência do regime de “Câmbio Flutuan-
- Empréstimo em dólar = US$ 100,00 te”, que periodicamente provoca grandes oscilações na cotação do
- Cotação Cambial na data do empréstimo: 2,00 Dólar americano em relação ao Real.
- Cotação Cambial na data do vencimento da amortização:
4,00 Processos Inflacionários
Valor a ser contabilizado na data do recebimento do emprésti- Os processos inflacionários podem ser classificados, segundo
mo: Obrigação a Pagar = US$ 100,00 x 2,00 = R$ 200,00 algumas características como:
- Inflação prematura - processo inflacionário gerado pelo au-
Valor a ser contabilizado na data do vencimento da amorti-
mento dos preços sem que o pleno emprego seja atendido.
zação: Ajuste da variação monetária passiva = R$ 400,00 (US$
- Inflação reprimida - processo inflacionário gerado pelo con-
100,00 x 4,00) (-) valor principal (R$ 200,00) = R$ 200,00 gelamento dos preços por parte do governo.
Existe uma controvérsia em relação aos juros: Se o juros for - Inflação de custo - processo inflacionário gerado pelo au-
de 10% ao mês, a ser pago junto com a amortização, alguns dizem mento dos custos de produção.
que o valor deve ser integralmente contabilizado como despesas de
juros (R$ 40,00 ou 10% de R$ 400,00) enquanto outros afirmam Por causa de uma redução na oferta de fatores de produção,
que a despesa de juros é R$ 20,00 e os outros R$ 20,00 seriam o seu preço aumenta. Com o custo dos fatores de produção mais
variação monetária passiva. altos, a produção se reduz e ocorre uma redução na oferta dos bens
Embora atualmente a questão não tenha implicações em ter- de consumo, aumentando seu preço. A inflação de custo ocorre
mos de contabilidade tributária, uma vez que ambos são “Despe- ceteris paribus quando a produção se reduz.
sas”, a questão se torna relevante tendo em vista uma conversão de - Inflação de demanda - processo inflacionário gerado pelo
um balanço em reais para um balanço em dolar, por exemplo. Na aumento do consumo com a economia em pleno emprego. Ou seja,
primeira hipótese, o balanço em dólar apresentaria a despesa de os preços sobem por que há aumento geral da demanda sem um
juros de US$ 10,00 (40,00 / 4,00), enquanto na segunda, a despesa acompanhamento no crescimento da oferta.
a ser demonstrada seria de US$ 5,00 (20,00 / 4,00), considerando-
-se o critério de eliminações dos ajustes cambiais contábeis para Esse tipo de inflação é causada também pela emissão elevada
de moeda e aumento nos níveis de investimento, pois, ceteris pa-
fins da referida conversão.
ribus, passa a haver muito dinheiro à cata de poucas mercadorias.
Uma das formas utilizadas para o controle de uma crise de inflação
Correção Monetária de Balanços de demanda é uma redução na oferta de moeda, que gera uma re-
dução no crédito, e conseqüente desaceleração econômica. Outras
Até 1994, em função da hiperinflação, no Brasil os Balanços alternativas são os aumentos de tributos, elevação da taxa de juros
eram demonstrados com os ajustes denominados de “Correção e das restrições de crédito.
Monetária de Balanços” (Lei 6.404/76). Para fins de contabilida- Há ainda aqueles que discutem a chamada inflação (por ra-
de tributária, os itens permanentes do Balanço (basicamente Ativo zão) estrutural, proposta pela CEPAL, que tem a ver com algu-
Permanente e Patrimônio Líquido) eram ajustados em função de ma questão específica de um determinado mercado, como pressão
um coeficiente fornecido pelo governo (com base em algum índice de sindicatos, tabelamento de preços acima do valor de mercado
de inflação). Nesse caso, havendo saldo credor da correção mone- (caso do salário mínimo), imperfeições técnicas no mecanismo de
tária, o valor era ainda ajustado pelas variações monetárias, que compra e venda.
poderiam aumentar ou reduzir o saldo a ser tributado pelo imposto Outro tipo de inflação, também muito danosa, é a Inflação
de renda. Esse sistema foi criado pelo DL 1.598/77, em função Inercial, onde há um círculo vicioso de elevação de preços, taxas
da preocupação com o acréscimo ao lucro de valores tido como e contratos, com base em índices de inflação passados. Quase na
não-financeiros (ajustes decorrentes da inflação), o que poderia re- mesma linha, podemos citar ainda a Inflação de Expectativas, con-
sultar em impostos a pagar sem que as empresas tivessem de fato sequência de um aumento de preços provocados pelas projeções
dos agentes sobre a inflação.
Didatismo e Conhecimento 29
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Questões A. 14,4%.1
B. 5,2%.
1) (Cesgranrio-Analista Admnistrativo 2008) A DT C. 18,4%.
Indústria S.A. produz dois tipos de válvula de segurança: DT1 e D. 19%.
DT2. Para motivar as vendas no varejo das duas válvulas, a empre- E. 20%.
sa oferece 10% do preço de venda de comissão, para cada unidade Resposta B
vendida. Dados selecionados para os dois produtos, para o último
mês, são apresentados a seguir. 4) (Banco do Brasil- 2006-FCC)Um financiamento foi contra-
tado, em uma determinada data, consistindo de pagamentos a uma
taxa de juros positiva e ainda corrigidos pela taxa de inflação desde
a data da realização do compromisso. O custo efetivo desta opera-
ção foi de 44% e o custo real efetivo de 12,5%. Tem-se, então, que
a taxa de inflação acumulada no período foi de
A. 16%.
B. 20%.
C. 24%.
D. 28%.
E. 30%
Resposta A
Resposta D
Didatismo e Conhecimento 30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- tarifas de serviços, incluindo a informação sobre serviços que
CONTAS BANCÁRIAS: ABERTURA, não podem ser cobrados;
MOVIMENTAÇÃO E ENCERRAMENTO - - saldo médio mínimo exigido para manutenção da conta, se
DOCUMENTOS EXIGIDOS; PESSOA houver essa exigência.
FÍSICA E PESSOA JURÍDICA:
CAPACIDADE E INCAPACIDADE CIVIL, Todos esses assuntos devem estar previstos em cláusulas expli-
REPRESENTAÇÃO E DOMICÍLIO. cativas na ficha-proposta.
Didatismo e Conhecimento 1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
2) Para abertura de conta de depósito (conta-poupança e conta- PESSOA FÍSICA
-corrente) para titulares menores emancipados, deve-se apresentar,
além de cópia e original dos documentos RG e CPF e do compro- É o ser humano nascido da mulher. Sua existência começa do
vante de endereço, registro de nascimento com a Averbação da nascimento com vida (a respiração é a melhor prova do nascimento
Emancipação conferida pelos pais. com vida) e termina com a morte.
No caso de pessoa jurídica: O homem, pessoa natural, é sujeito e titular da relação jurídica.
- documento de constituição da empresa (contrato social e re-
gistro na junta comercial); PESSOA JURÍDICA
- documentos que qualifiquem e autorizem os representantes,
mandatários ou prepostos a movimentar a conta; Pessoas jurídicas são entidades a que a lei empresta personali-
- inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). dade, isto e, são seres que atuam na vida jurídica, com personalidade
diversa da dos indivíduos que os compõem, capazes de serem sujei-
Além disso, a instituição financeira pode estabelecer critérios tos de direitos e obrigações na ordem civil.
próprios para abertura de conta de depósito, desde que seguidos os 1) De acordo com a sua estrutura: a) as que têm como elemen-
procedimentos previstos na regulamentação vigente (art. 1º da Re- to adjacente o homem, isto é, as que se compõem pela reunião de
solução CMN 2.025, de 1993 , com a redação dada pela Resolução pessoas, tais como as associações e as sociedades; b) as que se cons-
CMN 2.747, de 2000). tituem em torno de um patrimônio destinado a um fim, isto é, as
fundações.
Encerramento de Conta 2) De acordo com sua órbita de atuação: as pessoas podem ser
de direito externo (as várias Nações, a Santa Sé, a Organização das
Por ser um contrato voluntário e por tempo indeterminado, Nações Unidas) ou interno (a União, os Estados, o Distrito Fede-
uma conta bancária pode ser encerrada por qualquer uma das par- ral e cada um dos Municípios legalmente constituídos); e de direito
tes envolvidas. privado (as sociedades civis, religiosas, pias, morais, científicas ou
literárias, as associações de utilidade publica, as fundações e, ainda,
Quando a iniciativa do encerramento for do banco, ele deve: as sociedades mercantis).
- comunicar o fato a você, solicitando-lhe a regularização do Dentre as pessoas jurídicas de Direito privado, podemos dis-
saldo e a devolução dos cheques por acaso em seu poder; tinguir as associações, isto e, agrupamentos de indivíduos sem fim
- anotar a decisão na ficha-proposta. lucrativo, como os clubes desportivos, os centros culturais, as enti-
dades pias, etc.; e, de outro, as sociedades, isto é, os agrupamentos
O banco deverá encerrar a conta se forem verificadas irregu- individuais com escopo de lucro.
laridades nas informações prestadas, julgadas de natureza grave,
comunicando o fato imediatamente ao Banco Central. Requisitos para a existência legal das pessoas jurídicas.
No caso da inclusão no CCF, o encerramento da conta de- A existência, perante a lei, das pessoas jurídicas de direito pri-
pende de decisão do banco. Contudo, é proibido o fornecimento vado começa com a inscrição dos seus contrates, atos constitutivos,
de talonário de cheques ao depositante enquanto seu nome figurar estudos ou compromissos em seu registro publico peculiar.
no CCF. Antes da inscrição, a pessoa jurídica pode existir no plano dos
acontecimentos, mas o direito despreza sua existência, nega-lhe per-
Quando a iniciativa do encerramento for sua, você deverá ob- sonalidade civil, ou seja, nega-lhe a capacidade para ser titular de di-
servar os seguintes cuidados: reitos (pois, para que a pessoa moral ingresse na orbita jurídica, é ne-
cessário o elemento formal, ou seja, a inscrição no registro próprio).
- solicitar, por escrito, ao banco o encerramento da conta, exi- Cumpre ressaltar, porém, que o ordenamento jurídico não pode
gindo recibo na cópia da solicitação; ignorar a existência de fato da pessoa moral, antes de seu registro.
- verificar se todos os cheques emitidos foram compensados Assim, embora não prestigie a existência, atribui alguma consequ-
para evitar que seu nome seja incluído no CCF pelo motivo 13 ência a tal organismo.
(conta encerrada); Para se proceder ao registro de uma pessoa jurídica de direito
- entregar ao banco as folhas de cheque ainda em seu poder, ou privado de natureza civil, apresentam-se dois exemplares do jornal
apresentar declaração de que as inutilizou; oficial em que houverem sido publicados os estatutos, contratos ou
- solicitar o cancelamento dos débitos automáticos em conta, outros documentos constitutivos ao cartório competente. No docu-
caso existentes; mento deve figurar, para que seja declarado peio Oficial, no livro
- manter recursos suficientes para o pagamento de compro- competente:
missos assumidos com a instituição financeira ou decorrentes de I - a denominação fundo social (quando houver), os fins e a sede
disposições legais. da associação, ou fundação, bem como o tempo de sua duração;
A instituição financeira deve lhe informar a data do efetivo en- II - o modo por que se administra e representa a sociedade, ativa
cerramento da conta, por correspondência ou por meio eletrônico. e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
III - se os estatutos, contrato ou o compromisso são reformáveis
Lembramos que contas inativas não são encerradas automati- no tocante a administração, e de que modo;
camente após um certo período sem movimentação. É necessário IV - se os membros respondem ou não, subsidiariamente, uns
seguir os procedimentos acima para o encerramento da conta. pelos outros, pelas obrigações sociais;
Didatismo e Conhecimento 2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
V - as condições de extinção das pessoas jurídicas, e o destino Fundações.
de seu patrimônio, nesse caso;
VI - os nomes dos fundadores, ou instituidores, e dos membros Fundação e uma organização que gira em torno de um patrimô-
da diretoria provisória ou definitiva, com indicação da nacionalida- nio, que se destina a uma determinada finalidade. Deve ser ultimada
de, estado civil ou profissão de cada um, bem como o nome e resi- por escritura publica ou testamento.
dência do apresentante dos exemplares. Aquele a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio
elaborara o Estatuto da fundação projetada, submetendo-o a autori-
Capacidade e Representação das Pessoas Jurídicas. dade competente, isto e, ao órgão do Ministério Publico. Aprovado
por este, o Estatuto devera ser registrado e, neste momento, a Fun-
No momento em que a pessoa jurídica registra seu contrato dação adquire personalidade jurídica.
constitutivo, adquire personalidade, isto e, capacidade para ser titu- A lei só permite que se altere o Estatuto da Fundação consoante
lar de direito. Naturalmente ela só pode ser titular daqueles direitos três condições: 1º) deliberação da maioria dos administradores e re-
compatíveis com a sua condição de pessoa fictícia, ou seja, os patri- presentantes da Fundação; 2º) respeito a sua finalidade original; 3º)
mônios. Não se lhe admitem os direitos personalísticos. aprovação da autoridade competente.
Para exercer tais direitos, a pessoa jurídica recorre a pessoas A Fundação se extingue quando vencido o prazo de sua exis-
físicas que a representam, ou seja, por quem os respectivos estatutos tência. Tal hipótese raramente se apresenta, porque, em geral , a
designarem ou, não os designando, pelos seus diretores. Fundação e criada por prazo indeterminado; além disso, extingue-se
quando se torna nociva ao interesse publico; e, finalmente, quando
Responsabilidade das Pessoas Jurídicas seu objeto se torna impossível.
Nas três hipóteses acima, o patrimônio da Fundação extinta vai
As pessoas jurídicas são responsáveis na órbita civil, contratual se incorporar ao de outras de fins idênticos ou semelhantes.
e extracontratual.
As pessoas jurídicas com fim lucrativo só serão responsáveis CAPACIDADE E INCAPACIDADE
pelos atos ilícitos, praticados por seus representantes, provando-se
Se toda relação jurídica tem por titular um homem, verdade e,
que concorreram com culpa para o evento danoso.
também, que todo homem pode ser titular de uma relação jurídica.
Tal culpa poderá se configurar quer na eleição de seus admi-
Isto é, todo ser humano tem capacidade para ser titular de direitos.
nistradores, quer na vigilância de sua atividade. Mas, atualmente,
Antigamente, nos regimes onde florescia a escravidão, o escra-
houve uma evolução nesta interpretação através de uma farta juris-
vo em vez de sujeito era objeto de direito. No mundo moderno, a
prudência de nossos Tribunais.
mera circunstancia de existir confere ao homem a possibilidade de
Assim, quando a pessoa jurídica de finalidade lucrativa causar
ser titular de direitos. A isso se chama personalidade.
dano a outrem através de ato de seu representante, surge a presunção
Afirmar que o homem tem personalidade e o mesmo que dizer
que precisa ser destruída pela própria pessoa jurídica, sob pena de que ele tem capacidade para ser titular de direitos. Tal personalidade
ser condenada solidariamente a reparação do prejuízo. se adquire com o nascimento com vida.
Quanto a responsabilidade das associações que não tem lucro, Parece que melhor se conceituaria personalidade dizendo ser
nada se encontra na lei. A responsabilidade pela reparação do pre- a aptidão para adquirir direitos e assumir obrigações na ordem ci-
juízo será do agente causador. Apenas, neste caso, deve a vitima vil. Como se verá, a aptidão para adquirir direitos não se identifica
demonstrar a culpa da associação. com a aptidão para exercer direitos, da qual se excluem as pessoas
mencionadas (incapazes), que pessoalmente não os podem exercer.
Extinção das Pessoas Jurídicas. Voltando a análise, se deve ressaltar a relevância, na pratica, de
tal dispositivo, conforme se demonstre que o indivíduo nasceu mor-
I - pela sua dissolução, deliberada entre os seus membros, salvo to, ou morreu logo após o nascimento. Por exemplo: suponha que
o direito da minoria e de terceiros; um indivíduo morreu, deixando esposa grávida; se a criança nascer
II pela sua dissolução, quando a lei determine; morta, o patrimônio do “de cujus” passara aos herdeiros deste, que
III pela sua dissolução em virtude de ato do Governo que lhe podem ser seus pais, se ele os tiver; se a criança nascer viva, morren-
casse a autorização para funcionar, quando a pessoa jurídica incorra do no segundo subsequente, o patrimônio de seu pai pré-morto (que
em atos opostos aos seus fins ou nocivos ao bem público. foi a seu filho no momento em que ele nasceu com vida) passara aos
Quando se trata de pessoa jurídica com finalidade lucrativa, do infante, no caso, a mãe.
nenhum problema surge quanto ao destino dos bens. Eles serão re- A lei brasileira protege os direitos do nascituro desde a sua
partidos entre os sócios, pois o lucro constitui o próprio objeto que concepção (nascituro é o ser já concebido, mas que se encontra no
os reuniu. ventre materno), embora só lhe conceda a personalidade se nascer
Nas associações sem fim lucrativo que se dissolvem, o patrimô- com vida.
nio seguira a destinação dada pelos Estatutos; em não havendo tal, A personalidade que o indivíduo adquire, ao nascer com vida,
a deliberação eficaz dada pelos sócios sobre a matéria. Se os - mes- termina com a morte. No instante em que expira, cessa sua aptidão
mos nada resolveram, ou se a deliberação for - ineficaz, devolver- para ser titular de direitos, e seus bens se transmitem, incontinenti,
-se-á o patrimônio a um estabelecimento publico congênere ou de a seus herdeiros.
fins semelhantes. Se, no Município, Estado ou no Distrito-Federal, Já foi dito que todo ser humano, desde seu nascimento ate sua
inexistirem estabelecimentos nas condições indicadas, o patrimônio morte, tem capacidade para ser titular de direitos e obrigações, na
passara a Fazenda Publica. ordem civil. Mas isso não significa que todas as pessoas possam
Didatismo e Conhecimento 3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
exercer, pessoalmente, tais direitos. A lei, tendo em vista a idade, a) quando estiver separada; b) - quando lhe couber à administração
a saúde ou o desenvolvimento intelectual de determinadas pessoas, dos bens do casal. Os funcionários públicos reputam-se domicilia-
com o intuito de protegê-las, não lhes permite o exercício pessoal de dos onde exercerem, em caráter permanente, suas funções. O domi-
direitos, e denomina tais pessoas de incapazes. cílio do militar em serviço ativo e o lugar onde servir. O domicílio
Portanto, incapacidade é o reconhecimento da inexistência, dos oficiais e tripulantes da marinha mercante e o lugar onde estiver
numa pessoa, daqueles requisitos que a lei acha indispensáveis para matriculado o navio. O preso ou desterrado tem o domicílio no lu-
que ela exerça os seus direitos. gar onde cumpre a sentença ou o desterro. O ministro ou o agente
Existe, assim, uma distinção entre incapacidade absoluta e re- diplomático do Brasil que, citado no estrangeiro, alegar extraterrito-
lativa. rialidade, sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá
São absolutamente incapazes aqueles que não podem, por si ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território
mesmos, praticar quaisquer atos jurídicos e, se o fizerem, tais atos brasileiro onde o teve.
são nulos. Por exemplo: se um menor impúbere vende uma proprie- - domicílio de eleição ou convencional é o escolhido pelos con-
dade, ou faz um contrato de seguro, tal ato e absolutamente ineficaz,
tratantes, nos contratos escritos, para fim de exercício dos direitos e
porque a manifestação de vontade provinda dele, desprezada que é
cumprimento das obrigações que dos mesmos decorram.
pelo ordenamento jurídico, não produz efeitos na orbita do direito, e
Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências onde
nulo o ato e não gera efeitos.
alternadamente viva, ou vários centros de ocupações habituais,
Diferente e a incapacidade relativa, porque a inaptidão físico-
-psíquica e menos intensa. Trata-se de pessoas que, sem terem um considerar-se-á domicílio seu qualquer destes ou daquelas. Caso de
julgamento, adequado das coisas, apresentam um grau de perfeição pluralidade de domicílios.
intelectual não desprezível. A lei, então, lhes permite a pratica de Domicílio ocasional ou aparente. Ter-se-á por domicílio da
atos jurídicos, condicionando a validade destes ao fato de eles se pessoa natural, que não tenha residência habitual, ou empregue a
aconselharem com pessoa plenamente capaz (seu pai, tutor ou cura- vida em viagens, sem ponto central de negócios, o lugar onde for
dor) que os devem assistir-nos atos jurídicos. encontrada.
Enquanto o absolutamente incapaz e representado, o relativa- A mudança de domicílio ocorre quando a pessoa natural altera
mente incapaz e apenas assistido. a sua residência, com a intenção de transferir o seu centro habitual
O ato praticado pelo relativamente incapaz não e nulo, mas anu- de atividade. A prova da intenção resultara do que declarar a pessoa
lável. mudada às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai,
Entende-se por pródigo àquele que, desordenadamente, gasta e ou, se tais declarações não fizerem da própria mudança, com as cir-
destrói o seu patrimônio. Como a sua deficiência só se mostra no cunstanciais que a acompanharem.
trato de seus próprios bens, sua incapacidade e limitada aos atos que
o podem conduzir a um empobrecimento. Domicílio da pessoa jurídica de Direito Público.
Os silvícolas, por viverem afastados da civilização, não contam, O domicílio da União e o Distrito Federal; dos Estados, as res-
habitualmente, com um grau de experiência suficiente para defender pectivas Capitais; e dos Municípios, o lugar onde funciona a Admi-
sua pessoa e seus bens, em contato com o branco. No entanto, dei- nistração Municipal. Das demais pessoas jurídicas, o lugar onde
xam de ser considerados relativamente incapazes se adaptarem e se funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde ele-
integrarem a civilização dos pais. geram domicílio especial, nos seus estatutos ou atos constitutivos.
Quando o direito pleiteado se originar de um fato ocorrido onde
REPRESENTAÇÃO E DOMICILIO um ato praticado, ou que deva produzir os seus efeitos, fora do Dis-
trito Federal, a União será demandada na seção judicial em que o
Domicílio-civil da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece fato ocorreu, ou onde tiver sua sede a autoridade de que o ato ema-
sua residência com animo definitivo. nou, ou onde este tenha de ser executado.
A ideia de animo definitivo vai decorrer das circunstancias ex-
ternas reveladoras da intenção do indivíduo, isto é, do seu propósito
Domicílio da pessoa jurídica de Direito Privado.
de fazer daquele local o centro de suas atividades.
O conceito de domicílio se distingue do de residência. Este
É o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e adminis-
representa uma relação de fato entre uma pessoa e um lugar, envol-
vendo a ideia de habitação, enquanto o de domicílio compreende o trações, isto quando nos seus estatutos não constar eleição de domi-
de residência, acrescido do animo de ai fazer o centro de sua ativi- cílio especial.
dade jurídica. Tendo a pessoa jurídica de direito privado diversos estabeleci-
mentos, em lugares diferentes, cada um será considerado domicílio,
Espécies de domicílio. para os atos nele praticados.
Didatismo e Conhecimento 4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
DOCUMENTOS COMERCIAIS E TÍTULOS DE Cheques cruzados
CRÉDITO • os cheques cruzados não podem ser descontados, apenas
depositados.
NOTA PROMISSÓRIA Recusa de pagamentos de cheques
Promessa de pagamento de uma quantia em dinheiro, em dia e • os bancos podem recusar o pagamento de cheques nos se-
local determinado. guintes casos:
• insuficiência de fundos (cheques sem fundo),
DUPLICATA • divergência ou insuficiência na assinatura do emitente;
Documento emitido pelas empresas, em que o comprador se • irregularidade formal (erro no preenchimento);
declara conhecedor do débito através de sua assinatura. • contraordem escrita do emitente (bloqueio);
FATURA • encerramento de contas.
É uma síntese da nota fiscal, que relata as mercadorias forneci- Cheques nominativos x ao portador
das ao comprador pelo vendedor. Numa fatura podem ser incluídas
várias notas fiscais, globalizando o valer da venda de um determi- • Após o plano Collor, todos os cheques são obrigatoria-
nado período. mente nominativos, quer para saque, depósito ou pagamento;
• os cheques acima de R$ 100,00 se não forem nominativos
NOTA FISCAL serão devolvidos (sem que o nome do emitente vá para o cadastro de
Documento emitido pelos comerciantes industriais, produtores emitentes de cheques sem fundos).
para acompanhar mercadoria do vendedor ao comprador. É exigido
pela Legislação tributária e fiscal. ORDEM DE PAGAMENTO: DEFINIÇÃO, TIPOS,
EMISSÃO E LIQUIDAÇÃO.
Didatismo e Conhecimento 5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O artigo 11, VI, da Lei nº 4.595, de 31.12.64, delegou ao BCB çou em 22.04.2002 com o valor mínimo da TED fixado em R$ 5
competência para regular a execução dos serviços de compensação milhões, reduzido em 13.05.2002 para R$ 1 milhão, em 10.06.2002
de cheques e outros papéis, e o artigo 19, IV, atribuiu ao Banco do para R$ 100.000,00, em 08.07.2002 para R$ 50.000,00 e, por últi-
Brasil a execução desses serviços. O BCB aprovou o primeiro Re- mo, em 29.07.2002, para R$ 5.000,00.
gulamento do Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis Na forma da Lei nº 10.214, de 27.03.2002, integram o novo
através da Circular nº 52, de 16.09.66. SPB, além do Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis
Em 1969, surgiu o Sistema Integrado Regional de Compensa- - a partir da Circular nº 3.102, de 28.03.2002, do BCB, Centralizado-
ção (SIRC), o qual permitiu a integração de praças localizadas em ra de Compensação de Cheques e Outros Papéis (COMPE) -, os se-
uma mesma região. guintes sistemas, na forma de autorização concedida às respectivas
Na década de 70, surgiu a Compensação de Recebimentos e o câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de liquidação,
Documento de Crédito (DOC), uma ordem de transferência de fun- pelo BCB ou pela CVM, em suas áreas de competência:
dos interbancária (uma forma de transferência de recursos entre con- I. de compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito
tas de bancos diferentes), instrumento alternativo ao uso do cheque. e de crédito;
Até 1979, o cheque e o DOC desempenharam papel pratica- II. de transferência de fundos e de outros ativos financeiros;
mente exclusivo como instrumentos de liquidação financeira. Mas a III. de compensação e de liquidação de operações com títulos e
transferência de fundos, por meio eletrônico, operada por sistemas valores mobiliários;
especiais, substituiu o cheque: num primeiro passo, nas transações IV. de compensação e de liquidação de operações realizadas em
no âmbito do mercado financeiro com a implantação da SELIC e da bolsas de mercadorias e de futuros; e
CETIP; depois, em 2002, nas transações comerciais com a implan- V. outros, inclusive envolvendo operações com derivativos
tação do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). financeiros, cujas câmaras ou prestadores de serviços tenham sido
Em 1979, nasceu o Sistema Especial de Liquidação e Custódia autorizados.
(SELIC), o qual passou a realizar a custódia e a liquidação financeira De acordo com a Resolução nº 2.882, de 30.08.2001, do CMN,
das operações envolvendo títulos públicos. O SELIC eliminou o uso as câmaras de compensação e de liquidação são as pessoas jurídicas
do cheque para a liquidação de operações com títulos públicos. que, na forma da Lei nº 10.214, de 27.03.2001, exercem, em caráter
principal, atividade no SPB e operam um dos sistemas integrantes
Em 1980, o Banco Central do Brasil, através da Circular nº 492,
do SPB.
de 07.01.80, instituiu a conta de “Reservas Bancárias”, adstrita aos
Os regulamentos das diferentes “clearings” devem ser explí-
bancos comerciais. A Circular nº 3.101, de 28.03.2002, do BCB,
citos quanto às responsabilidades dos participantes e da própria
estabeleceu que as disponibilidades mantidas no Banco Central do
“clearing”, assim como devem estar claramente definidas as res-
Brasil, em moeda nacional, pelos bancos comerciais, bancos de in-
ponsabilidades do Banco Central. Os procedimentos aplicáveis na
vestimento, caixas econômicas e bancos múltiplos devem ser regis- hipótese de inadimplemento de qualquer participante devem estar
tradas na conta Reservas Bancárias. minuciosamente definidos, inclusive no tocante aos mecanismos de
Em 1983, surgiu o Sistema Nacional de Compensação, o qual repartição de perdas.
interligou todo o País e melhorou o uso do cheque como instrumento O Banco Central do Brasil, através do Comunicado nº 9.419, de
de liquidação financeira. 18.04.2002, divulgou a autorização de funcionamento das seguintes
Em 1986, nasceu a Central de Custódia e de Liquidação Fi- câmaras e prestadores de serviços de compensação e de liquidação:
nanceira de Títulos (CETIP), empresa de liquidação financeira. A I. Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Opera-
CETIP eliminou o uso do cheque para a liquidação de operações ções de Câmbio BM&F, para a liquidação e a gerência de riscos das
com títulos privados. operações interbancárias com moeda estrangeira;
Em 1988, surgiu a Compensação Eletrônica, dando velocida- II. Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Opera-
de e segurança ao Serviço de Compensação de Cheques e Outros ções de Derivativos BM&F, para a liquidação e gerência de riscos
Papéis, o qual em 2001, através de Sistemas Locais, 15 SIRC e do das operações de contratos de derivativos e de mercadorias;
Sistema Nacional, compensou diariamente, em média, 13,4 milhões III. Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC),
de documentos ou R$ 17,2 bilhões. para a liquidação de operações com títulos de renda variável, de
Em 2002, nasceu o novo Sistema de Pagamentos Brasileiro renda fixa pública e privada, nos mercados à vista e de liquidação
(SPB), regulamentado pela Lei nº 10.214, de 27.03.2001, e baseado futura;
no Sistema de Transferência de Reservas (STR), um sistema de li- IV. Companhia Brasileira de Meios de Pagamento (VISANET),
quidação bruta em tempo real de transferência de fundos entre seus para a liquidação de transações com cartões de crédito e de débito;
participantes. V. Redecard S.A., para a liquidação de transações com cartões
O STR, operado pelo Banco Central do Brasil, começou a fun- de crédito e de débito;
cionar em 22.04.2002, ocasião em que surgiu a Transferência Ele- VI. Tecnologia Bancária S.A. - (TECBAN), para a liquidação
trônica Disponível (TED). de transações com cartões de débito e ordens de crédito;
A TED é o instrumento para a realização de transferência ele- VII. Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos
trônica de fundos entre os bancos, liquidada sempre no mesmo dia, (CETIP), para a realização de negócios e leilões em ambiente eletrô-
através do STR ou de outra câmara de compensação (a CIP). O DOC nico, bem como para registro e liquidação de operações (Comunica-
é hoje liquidado em “D + 1” através do Serviço de Compensação de do nº 10.233, de 10.10.2002).
Cheques e Outros Papéis. O Banco Central do Brasil, através do Comunicado nº 10.455,
A partir de 29.07.2002, o valor mínimo para a emissão de de 27.11.2002, divulgou a autorização de funcionamento da Câmara
Transferências Eletrônicas Disponíveis (TED) passou a ser de R$ Interbancária de Pagamento (CIP) para operar sistema de liquida-
5.000,00 e restou cumprida a meta estabelecida na implantação do ção de transferências interbancárias de fundos, por ordem de crédito
novo SPB. Anunciado em 07.07.99 pelo BCB, o novo SPB come- eletrônica.
Didatismo e Conhecimento 6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A CIP iniciou suas atividades em 06.12.2002 e pretende atrair A cobrança é feita através de bloquetes que podem circular pela
parte do volume de transferências de recursos por meio de TEDs, câmara de compensação (câmara de integração regional) o que per-
até então realizadas com exclusividade pelo STR. A CIP está apta mite que os bancos cobrem títulos de clientes em qualquer praça
para processar mais de 300 mil TEDs por dia e oferecerá aos bancos (desde que pagos até o vencimento após o vencimento, o pagamen-
custo unitário mais reduzido que o STR. O volume de TEDs hoje é to somente poderá ser feito na agencia emissora do bloquete).
de 55 mil por dia. Os valores resultantes da operação de cobrança são automati-
A CETIP operacionaliza a Central Clearing de Compensação e camente creditados na conta corrente da empresa cliente no prazo
Liquidação (CENTRAL), câmara de ativos, a qual tem por objeto estipulado entre o banco e o cliente.
compensar e liquidar as operações de mercado secundário (envol-
vendo títulos públicos ou privados, valores mobiliários, derivativos Vantagens da cobrança de títulos:
e outros ativos financeiros) cursadas na CETIP.
A CETIP, na liquidação de operações, não assume riscos e Para o Banco:
opera no conceito “Entrega contra Pagamento” (somente efetiva as
operações quando o vendedor tem saldo de ativos para transferir 1. aumento dos depósitos à vista, pelos créditos das liquidações;
para o comprador e quando o comprador efetua o pagamento). Mas 2. aumento das receitas pela cobrança de tarifas sobre serviços;
a Central Clearing assume riscos e dá limites operacionais para a 3. consolidação do relacionamento com o cliente;
negociação de ativos a descoberto. 4. inexistência do risco de crédito.
Observa João Cirilo Miedzinski, diretor da Controlbanc, con-
sultoria contratada pela CETIP: “A lógica de liquidação de opera- Para o Cliente:
ções estabelecida pelo SPB possui duas vertentes distintas: a primei-
ra é que as transações que devam ser liquidadas pelo seu valor bruto 1. capilaridade da rede bancária;
serão processadas diretamente no STR; a segunda é que transações 2. crédito imediato dos títulos cobrados;
que devam ser liquidadas pelo seu valor líquido (“net value”) serão 3. consolidação do relacionamento com o banco;
processadas através de câmaras especializadas para estas funções 4. garantia do processo de cobrança (quando necessário o pro-
e que proporcionem a certeza da liquidação aos seus participantes testo);
através de um sistema de garantias homologado pelo Banco Cen-
Processo de cobrança bancária:
tral.”
Gilberto Mifano, diretor geral da Companhia Brasileira de Li-
1. Os títulos a serem cobrados (ou modernamente apenas seus
quidação e Custódia (CBLC), avisa: a CBLC é uma das câmaras e
dados, via computador) são passados ao banco;
prestadores de serviços de compensação e de liquidação do novo
2. o banco emite os bloquetes aos sacados (aquele que deverá
SPB, conforme Comunicado nº 9.419, de 18.04.2002, do BCB, o pagar o valor do bloquete);
qual autorizou a CBLC a realizar a liquidação de operações com 3. o sacado paga;
títulos de renda variável e de renda fixa pública e privada, nos mer- 4. o banco credita o valor na conta do cliente (cedente).
cados à vista e de liquidação futura. A CBLC é a única depositária de
ações no Brasil e uma das maiores da América Latina e, desde o ano Diferentes tipos de cobrança (criados devido a concorrência):
2001, oferece serviços de custódia de títulos de renda fixa privada,
como debêntures e “commercial papers”, ressalta Gilberto Mifano, - cobrança imediata: sem registro de títulos;
que acrescenta: a CBLC é a única depositária do Brasil (e uma das - cobrança seriada: para pagamento de parcelas;
poucas no mundo) que identifica os clientes finais, os quais podem - cobrança de consórcios: para pagamento de consórcios;
fazer consulta dos saldos de suas aplicações via internet, em tempo - cobrança de cheques prédatados: cobrança remunerada: remu-
real. As empresas podem pagar os dividendos à CBLC, a qual, em neração dos valores cobrados;
um único dia, os repassa para o acionista. - cobrança indexada: em qualquer índice ou moeda;
O Comitê de Sistemas de Pagamentos e Liquidações do BIS - cobrança casada: cedente sensibiliza sacado e viceversa;
definiu princípios para os sistemas de pagamentos e liquidações dos - cobrança programada: garantia do fluxo de caixa do cedente;
países. De acordo com esses princípios, além de alto grau de segu- - cobrança antecipada: eliminação de tributos de vendas a pra-
rança e confiança operacional, um sistema deve oferecer meios de se zo;
efetuarem pagamentos que sejam práticos para seus usuários e efi- - cobrança caucionada: cobrança das garantias de contratos de
cientes para a economia; o sistema deve prever a pronta liquidação empréstimos
dos valores no dia, de preferência ao longo do dia e de um mínimo - cobrança de títulos descontados: desconto de títulos.
no final do expediente.
OBS.: nota fiscal x fatura x duplicata
SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO - nota fiscal é um documento fiscal, comprovante obrigatório da
saída de mercadoria de um estabelecimento comercial ou industrial;
COBRANÇA E PAGAMENTO DE TÍTULOS E CARNÊS - fatura é uma relação de notas fiscais que correspondem a uma
venda a prazo;
A cobrança de títulos foi o produto mais importante envolvido - duplicata é um título de crédito formal e nominativo emiti-
pelas instituições nos últimos 10 anos. do pelo vendedor com a mesma data, valor global e vencimento da
Servem para aumentar o relacionamento instituição financeira fatura que lhe deu origem e representa um direito de crédito do sa-
x empresa, aumentam a quantidade de recursos transitórios e permi- cador (vendedor) contra o sacado (comprador). A propriedade da
tem maiores aplicações destes recursos em títulos públicos. duplicata pode ser transferida por endosso.
Didatismo e Conhecimento 7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PAGAMENTOS DE TÍTULOS E CARNÊS “Consideramse Instituições Financeiras, para efeitos da le-
gislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas e privadas, que
Os títulos a pagar de um cliente têm o mesmo tratamento de tenham como atividade principal ou acessória a coleta, a interme-
seus títulos a receber (cobrança). diação ou a aplicação de recursos financeiros próprios ou de ter-
O cliente informa ao banco, via computador, os dados sobre ceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de
seus fornecedores, com datas e valores a serem pagos e, se for o propriedade de terceiros.”
caso, entrega de comprovantes necessários ao pagamento. Parágrafo único “Para os efeitos desta lei e da legislação em
vigor, equiparamse às instituições financeiras as pessoas físicas que
De posse desses dados, o banco organiza e executa todo o fluxo exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma
de pagamento do cliente, via débito em conta DOC ou ordem de permanente ou eventual”.
pagamento, informando ao cliente todos os passos executados.
O Sistema Financeiro Nacional – SFN - pode ser subdivido em
O documento de crédito (DOC) é utilizado para pagamentos ou entidades normativas, supervisoras e operacionais.
depósitos entre bancos, mesmo estando em praças diferentes. As entidades normativas são responsáveis pela definição das
A ordem de pagamento OP é utilizada para pagamentos ou de- políticas e diretrizes gerais do sistema financeiro, sem função execu-
pósitos dentro do mesmo banco, para agencias em praças diferentes. tiva. Em geral, são entidades colegiadas, com atribuições específicas
e utiliza-se de estruturas técnicas de apoio para a tomada das deci-
sões. Atualmente, no Brasil funcionam como entidades normativas
ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO o Conselho Monetário Nacional – CMN, o Conselho Nacional de
NACIONAL: CONSELHO MONETÁRIO Seguros Privados - CNSP e o Conselho Nacional de Previdência
NACIONAL; BANCO CENTRAL DO Complementar – CNPC.
BRASIL; COMISSÃO DE VALORES As entidades supervisoras, por outro lado, assumem diversas
MOBILIÁRIOS; CONSELHO DE RECUR- funções executivas, como a fiscalização das instituições sob sua res-
SOS DO SISTEMA FINANCEIRO ponsabilidade, assim como funções normativas, com o intuito de
NACIONAL; BANCOS COMERCIAIS; CAI- regulamentar as decisões tomadas pelas entidades normativas ou
XAS ECONÔMICAS; COOPERATIVAS DE atribuições outorgadas a elas diretamente pela Lei. O Banco Central
CRÉDITO; BANCOS COMERCIAIS COO- do Brasil – BCB, a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, a Su-
PERATIVOS; BANCOS DE INVESTIMEN- perintendência de Seguros Privados – SUSEP e a Superintendência
TO; BANCOS DE FOMENTO E DESEN- Nacional de Previdência Complementar – PREVIC são as entidades
VOLVIMENTO; SOCIEDADES DE CRÉDI- supervisoras do nosso Sistema Financeiro.
TO, FINANCIAMENTO E INVESTIMEN- Além destas, há as entidades operadoras, que são todas as de-
TO; SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO mais instituições financeiras, monetárias ou não, oficiais ou não,
MERCANTIL; SOCIEDADES CORRETO- como também demais instituições auxiliares, responsáveis, entre
RAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁ- outras atribuições, pelas intermediações de recursos entre poupado-
RIOS; SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS res e tomadores ou pela prestação de serviços.
DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS; Abaixo, breve relação dessas instituições, com descrição das
BOLSAS DE VALORES; BOLSAS DE MER- principais atribuições de algumas delas.
CADORIAS E DE FUTUROS; SISTEMA DE
SEGUROS E PREVIDÊNCIA PRIVADA. Entidades Normativas
a) Conselho Monetário Nacional - CMN
É o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacio-
nal. O CMN não desempenha função executiva, apenas tem funções
normativas. Atualmente, o CMN é composto por três membros:
O Sistema Financeiro Nacional é formado por um conjunto - Ministro da Fazenda (Presidente);
de instituições (financeiras) onde o principal objetivo é propiciar - Ministro do Planejamento Orçamento e Gestão; e
condições satisfatórias para a manutenção dos fluxos dos recursos - Presidente do Banco Central.
financeiros entre poupadores e investidores do país. O Sistema Fi- Trabalhando em conjunto com o CMN funciona a Comissão
nanceiro Nacional visa criar condições para que haja intermediários Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc), que tem como atribuições
financeiros, com o objetivo de realizar a ponte entre dois segmentos. o assessoramento técnico na formulação da política da moeda e do
É exatamente o Sistema financeiro que permite que um agente crédito do País. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio
econômico qualquer (seja ele indivíduo ou empresa) sem perspecti- de Resoluções, normativos de caráter público, sempre divulgadas no
vas de aplicação, em algum empreendimento próprio, da poupança Diário Oficial da União e na página de normativos do Banco Central
que é capaz de gerar, seja colocado em contato com outro, cujas do Brasil.
perspectivas de investimento superam as respectivas disponibilida-
des de poupança. b) Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP
O atual Sistema Financeiro Nacional nasceu através da Lei O CNSP desempenha, entre outras, as atribuições de fixar as
4.595/64, que também ficou conhecida como Lei da Reforma Ban- diretrizes e normas da política de seguros privados, regular a cons-
cária. tituição, organização, funcionamento e fiscalização das Sociedades
Caracterização legal do Sistema Financeiro Nacional, prevista Seguradoras, de Capitalização, Entidades Abertas de Previdência
na Lei de Reforma Bancária, em seu art. 17: Privada, Resseguradores e Corretores de Seguros.
Didatismo e Conhecimento 8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
c) Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC Com o objetivo de reforçar sua autonomia e seu poder fiscali-
O CNPC tem a função de regular o regime de previdência com- zador, o governo federal editou, em 31.10.01, a Medida Provisória
plementar operado pelas entidades fechadas de previdência comple- nº 8 (convertida na Lei 10.411 de 26.02.02), pela qual a CVM pas-
mentar (Fundos de Pensão). sa a ser uma “entidade autárquica em regime especial, vinculada
ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio
Entidades Supervisoras próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausên-
a) Banco Central do Brasil - BCB cia de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus
O Banco Central do Brasil foi criado em 1964 com a promulga- dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária” (art. 5º).
ção da Lei da Reforma Bancária (Lei nº 4.595 de 31.12.64). É administrada por um Presidente e quatro Diretores nomea-
Sua sede é em Brasília e possui representações regionais em dos pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal.
Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Eles formam o chamado «colegiado» da CVM. Seus integrantes têm
Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. mandato de 5 anos e só perdem seus mandatos «em virtude de re-
É uma autarquia federal que tem como principal missão ins- núncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo
administrativo disciplinar» (art. 6º § 2º). O Colegiado define as po-
titucional assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda
líticas e estabelece as práticas a serem implantadas e desenvolvidas
nacional e um sistema financeiro sólido e eficiente.
pelas Superintendências, as instâncias executivas da CVM.
A partir da Constituição de 1988, a emissão de moeda ficou a
Sua sede é localizada na cidade do Rio de Janeiro com Superin-
cargo exclusivo do BCB. tendências Regionais nas cidades de São Paulo e Brasília.
O presidente do BCB e os seus diretores são nomeados pelo Essas são algumas de suas atribuições:
Presidente da República após a aprovação prévia do Senado Fede- - Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valo-
ral, que é feita por uma arguição pública e posterior votação secreta. res mobiliários;
Entre as várias competências do BCB destacam-se: - Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente das bolsas de
- Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacio- valores, do mercado de balcão e das bolsas de mercadorias e futuros;
nal e da solidez do Sistema Financeiro Nacional; - Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores
- Executar a política monetária mediante utilização de títulos do do mercado contra emissões irregulares de valores mobiliários e
Tesouro Nacional; contra atos ilegais de administradores de companhias abertas ou de
- Fixar a taxa de referência para as operações compromissadas carteira de valores mobiliários;
de um dia, conhecida como taxa SELIC; - Evitar ou coibir modalidades de fraude ou de manipulação que
- Controlar as operações de crédito das instituições que com- criem condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores
põem o Sistema Financeiro Nacional; mobiliários negociados no mercado;
- Formular, executar e acompanhar a política cambial e de rela- - Assegurar o acesso do público a informações sobre os valo-
ções financeiras com o exterior; res mobiliários negociados e sobre as companhias que os tenham
- Fiscalizar as instituições financeiras e as clearings (câmaras emitido;
de compensação); - Assegurar o cumprimento de práticas comerciais equitativas
- Emitir papel-moeda; no mercado de valores mobiliários;
- Executar os serviços do meio circulante para atender à deman- - Assegurar o cumprimento, no mercado, das condições de utili-
da de dinheiro necessária às atividades econômicas; zação de crédito fixadas pelo Conselho Monetário Nacional;
- Manter o nível de preços (inflação) sob controle; - Realizar atividades de credenciamento e fiscalização de audi-
- Manter sob controle a expansão da moeda e do crédito e a tores independentes, administradores de carteiras de valores mobili-
taxa de juros; ários, agentes autônomos, entre outros;
- Operar no mercado aberto, de recolhimento compulsório e de - Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e os fundos de
investimento;
redesconto;
- Apurar, mediante inquérito administrativo, atos ilegais e prá-
- Executar o sistema de metas para a inflação;
ticas não-equitativas de administradores de companhias abertas e de
- Divulgar as decisões do Conselho Monetário Nacional;
quaisquer participantes do mercado de valores mobiliários, aplican-
- Manter ativos de ouro e de moedas estrangeiras para atuação do as penalidades previstas em lei;
nos mercados de câmbio; - Fiscalizar e disciplinar as atividades dos auditores indepen-
- Administrar as reservas internacionais brasileiras; dentes, consultores e analistas de valores mobiliários.
- Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras na-
cionais; c) Superintendência de Seguros Privados - SUSEP
- Conceder autorização para o funcionamento das instituições A Susep é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos
financeiras. mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e res-
seguro. Criada em 1966 pelo Decreto-Lei 73/66, que também insti-
b) Comissão de Valores Mobiliários - CVM tuiu o Sistema Nacional de Seguros Privados, de que fazem parte o
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07 CNSP, o IRB, as sociedades autorizadas a operar em seguros priva-
de dezembro de 1976 pela Lei 6.385 para fiscalizar e desenvolver o dos e capitalização, as entidades de previdência privada aberta e os
mercado de valores mobiliários no Brasil. corretores habilitados.
A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia federal É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, adminis-
vinculada ao Ministério da Fazenda, porém sem subordinação hie- trada por um Conselho Diretor, composto pelo Superintendente e
rárquica. por quatro Diretores. Essas são algumas de suas atribuições:
Didatismo e Conhecimento 9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e opera- nhor. É a instituição financeira responsável pela operacionalização
ção das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades Aber- das políticas do Governo Federal para habitação popular e sanea-
tas de Previdência Privada e Resseguradores, na qualidade de exe- mento básico.
cutora da política traçada pelo CNSP; Atuar no sentido de proteger A Caixa é uma empresa 100% pública e não possui ações em
a captação de poupança popular que se efetua através das operações bolsas.
de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro. Além das atividades comuns de um banco comercial, a CEF
também atende aos trabalhadores formais - por meio do pagamento
d) Superintendência Nacional de Previdência Complementar - do FGTS, PIS e seguro-desemprego, e aos beneficiários de progra-
PREVIC mas sociais e apostadores das Loterias.
A Previc atua como entidade de fiscalização e de supervisão das As ações da Caixa priorizam setores como habitação, sanea-
atividades das entidades fechadas de previdência complementar e de mento básico, infraestrutura e prestação de serviços.
execução das políticas para o regime de previdência complementar Demais Entidades Operadoras
operado por essas entidades. É uma autarquia vinculada ao Ministé- - Instituições Financeiras Monetárias
rio da Previdência Social. São as instituições autorizadas a captar depósitos à vista do pú-
blico. Atualmente, apenas os Bancos Comerciais, os Bancos Múlti-
Entidades Operadoras plos com carteira comercial, a Caixa Econômica Federal e as Coo-
perativas de Crédito possuem essa autorização.
Órgãos Oficiais
a) Banco do Brasil - BB Demais Instituições Financeiras
O Banco do Brasil é o mais antigo banco comercial do Brasil e Incluem as instituições financeiras não autorizadas a receber
foi criado em 12 de outubro de 1808 pelo príncipe regente D. João. depósitos à vista. Entre elas, podemos citar:
É uma sociedade de economia mista de capitais públicos e privados. Agências de Fomento
É também uma empresa aberta que possui ações cotadas na Bolsa de Associações de Poupança e Empréstimo
Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA). Bancos de Câmbio
O BB opera como agente financeiro do Governo Federal e é Bancos de Desenvolvimento
o principal executor das políticas de crédito rural e industrial e de Bancos de Investimento
banco comercial do governo. E a cada dia mais tem se ajustado a um Companhias Hipotecárias
perfil de banco múltiplo tradicional. Cooperativas Centrais de Crédito
Sociedades Crédito, Financiamento e Investimento
b) Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social Sociedades de Crédito Imobiliário
- BNDES Sociedades de Crédito ao Microempreendedor
Criado em 1952 como autarquia federal, hoje é uma empresa Outros Intermediários Financeiros
pública vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e São também intermediários do Sistema Financeiro Nacional:
Comércio Exterior, com personalidade jurídica de direito privado e Administradoras de Consórcio;
patrimônio próprio. É responsável pela política de investimentos a Sociedades de Arrendamento Mercantil;
longo prazo do Governo Federal, necessários ao fortalecimento da Sociedades corretoras de câmbio;
empresa privada nacional. Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;
Com o objetivo de fortalecer a estrutura de capital das empresas Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
privadas e desenvolvimento do mercado de capitais, o BNDES con-
ta com linhas de apoio para financiamentos de longo prazo a custos Instituições Auxiliares
competitivos, para o desenvolvimento de projetos de investimen- Também compõem o Sistema Financeiro Nacional, como enti-
tos e para a comercialização de máquinas e equipamentos novos, dades operadoras auxiliares, as entidades administradores de merca-
fabricados no país, bem como para o incremento das exportações dos organizados de valores mobiliários, como os de Bolsa, de Mer-
brasileiras. cadorias e Futuros e de Balcão Organizado.
Os financiamentos são feitos com recursos próprios, emprésti- Além das entidades relacionadas acima, também integram o
mos e doações de entidades nacionais e estrangeiras e de organis- SFN as companhias seguradoras, as sociedades de capitalização,
mos internacionais, como o BID. Também recebe recursos do PIS as entidades abertas de previdência complementar e os fundos de
e PASEP. pensão.
Conta com duas subsidiárias integrais, a FINAME (Agência
Especial de Financiamento Industrial) e a BNDESPAR (BNDES CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL
Participações), criadas com o objetivo, respectivamente, de finan-
ciar a comercialização de máquinas e equipamentos; e de possibili- O Conselho Monetário Nacional é o órgão máximo do sistema
tar a subscrição de valores mobiliários no mercado de capitais bra- financeiro brasileiro, cabendo-lhe traçar as normas a serem empre-
sileiro. As três empresas, juntas, compreendem o chamado “Sistema endidas na política monetária. Nesse sentido tem como atividade
BNDES”. primordial a formulação da política de moeda e crédito do país, além
de exercer o controle da organização bancária e seus intermediários
c) Caixa Econômica Federal - CEF financeiros. O CMN é o órgão central da política financeira nacio-
Criada em 12 de janeiro de 1861 por Dom Pedro II com o pro- nal, tendo suas deliberações baixadas pelo Banco Central, sob a for-
pósito de incentivar a poupança e de conceder empréstimos sob pe- ma de resoluções.
Didatismo e Conhecimento 10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Composição: é composto pelo Ministro da Fazenda (Presiden- - combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais;
te do Conselho); Ministro do Planejamento Orçamento e Gestão; e - eletrificação rural;- mecanização;- irrigação;
Presidente do Banco Central. - investimentos indispensáveis às atividades agropecuárias;
O CMN tem a responsabilidade primordial formular a política - Determinar a percentagem máxima dos recursos que as insti-
da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda e o de- tuições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou grupo
senvolvimento econômico e social do País. de empresas;
Os seus membros reúnem-se uma vez por mês para delibera- - Estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes,
rem sobre assuntos relacionados com as competências do CMN. Em imobilizações e outras relações patrimoniais, a serem observadas
casos extraordinários pode acontecer mais de uma reunião por mês. pelas instituições financeiras;
As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções, - Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem
normativo de caráter público, sempre divulgado no Diário Oficial da observadas pelas instituições financeiras;
União e na página de normativos do Banco Central do Brasil. De to- - Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos, o capi-
das as reuniões são lavradas atas, cujo extrato é publicado no DOU. tal mínimo das instituições financeiras privadas, levando em conta
Posto isso, resta-nos enumerar algumas das principais atribui- sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou
ções do Conselho Monetário Nacional. filiais;
A política do Conselho Monetário Nacional objetiva: - Estabelecer para as instituições financeiras públicas a dedu-
- Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais neces- ção dos depósitos de pessoas jurídicas de direito público que lhes
sidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento; detenham o controle acionário, bem como das respectivas autar-
- Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou quias e sociedades de economia mista, no cálculo a que se refere o
corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem in- artigo 10 inciso III, desta Lei.
terna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios - Regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as
oriundos de fenômenos conjunturais; operações de redesconto e de empréstimo, efetuadas com quaisquer
- Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço instituições financeiras públicas e privadas de natureza bancária;
de pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização dos recur- - Outorgar ao Banco Central do Brasil o monopólio das ope-
sos em moeda estrangeira; rações de câmbio quando ocorrer grave desequilíbrio no balanço de
- Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, pagamentos ou houver sérias razões para prever a iminência de tal
quer públicas, quer privadas, tendo em vista propiciar, nas diferentes situação;
regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmôni- - Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central
co da economia nacional; do Brasil em suas transações com títulos públicos e de entidades de
- Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumen- que participe o Estado;
tos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de paga- - Autorizar o Banco Central do Brasil e as instituições finan-
mentos e de mobilização de recursos; ceiras públicas federais a efetuar a subscrição compra e venda de
- Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das socieda-
- Coordenar as políticas monetárias, de crédito, orçamentária, des de economia mista e empresas do Estado;
fiscal e da dívida pública, interna e externa. Compete ao Conselho - Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos correto-
Monetário Nacional; res de fundos públicos;
- Estatuir normas para as operações das instituições financeiras
Compete ao Conselho Monetário Nacional: públicas, para preservar sua solidez e adequar seu funcionamento
- Autorizar a emissão de papel moeda; aos objetivos desta Lei;
- Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco - Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusi-
Central do Brasil, por meio dos quais se estimarão as necessidades ve swaps, fixando limites, taxas, prazos e outras condições.
globais de moeda e crédito;
- Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive Dica: Procurar gravar as palavras chaves como: autorizar, fi-
quanto à compra e venda de ouro e quaisquer operações em direitos xar, disciplinar, limitar, regular. Lembre-se que o CMN é um órgão
especiais de saque e em moeda estrangeira; NORMATIVO assim não executa tarefas.
- Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as ope-
rações creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites, avais Maiores detalhes sobre a “Estrutura do Sistema Financeiro
e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições finan- Nacional” e sobre o “Conselho Monetário Nacional”, estão pre-
ceiras; sentes nas Leis que serão apresentadas a seguir:
- Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que
exercerem atividades subordinadas a esta Lei, bem como a aplicação LEI Nº 4.595, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1964.
das penalidades previstas;
- Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos, Dispõe sobre a Política e as Instituições Monetárias, Bancá-
comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações e rias e Creditícias, Cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras
serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco providências.
Central do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos
que se destinem a promover: O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Con-
- recuperação e fertilização do solo; gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
- reflorestamento;
Didatismo e Conhecimento 11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Capítulo I Quando necessidades urgentes e imprevistas para o financia-
Do Sistema Financeiro Nacional mento dessas atividades o determinarem, pode o Conselho Mone-
tário Nacional autorizar as emissões que se fizerem indispensáveis,
Art. 1º O sistema Financeiro Nacional, estruturado e regula- solicitando imediatamente, através de Mensagem do Presidente da
do pela presente Lei, será constituído: República, homologação do Poder Legislativo para as emissões as-
I - do Conselho Monetário Nacional; sim realizadas.
II - do Banco Central do Brasil; (Redação dada pelo Del nº 278,
de 28/02/67) II - Estabelecer condições para que o Banco Central da Repú-
III - do Banco do Brasil S. A.; blica do Brasil emita moeda-papel de curso forçado, nos termos e
IV - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; limites decorrentes desta Lei, bem como as normas reguladoras do
V - das demais instituições financeiras públicas e privadas. meio circulante;
III - Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco
Capítulo II Central da República do Brasil, por meio dos quais se estimarão as
Do Conselho Monetário Nacional necessidades globais de moeda e crédito;
IV - Determinar as características gerais das cédulas e das mo-
Art. 2º Fica extinto o Conselho da atual Superintendência da edas;
Moeda e do Crédito, e criado em substituição, o Conselho Monetá- V - Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive
rio Nacional, com a finalidade de formular a política da moeda e do quanto a compra e venda de ouro e quaisquer operações em Direitos
crédito como previsto nesta lei, objetivando o progresso econômico Especiais de Saque e em moeda estrangeira; (Redação dada pelo Del
e social do País. nº 581, de 14/05/69)
VI - Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as
Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional objetivará: operações creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites,
I - Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais neces- avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições
sidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento; financeiras;
II - Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo VII - Coordenar a política de que trata o art. 3º desta Lei com a
de investimentos do Governo Federal;
ou corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem
VIII - Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos
interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios
que exercerem atividades subordinadas a esta lei, bem como a apli-
oriundos de fenômenos conjunturais;
cação das penalidades previstas;
III - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço
IX - Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descon-
de pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização dos recur-
tos comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações
sos em moeda estrangeira;
e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Ban-
IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições financei-
co Central da República do Brasil, assegurando taxas favorecidas
ras, quer públicas, quer privadas; tendo em vista propiciar, nas di- aos financiamentos que se destinem a promover:
ferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento - recuperação e fertilização do solo;
harmônico da economia nacional; - reflorestamento;
V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instru- - combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais;
mentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pa- - eletrificação rural;
gamentos e de mobilização de recursos; - mecanização;
VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; - irrigação;
VII - Coordenar as políticas monetárias, creditícia, orçamentá- - investimento indispensáveis às atividades agropecuárias;
ria, fiscal e da dívida pública, interna e externa. X - Determinar a percentagem máxima dos recursos que as
instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou
Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo di- grupo de empresas;
retrizes estabelecidas pelo Presidente da República: (Redação dada XI - Estipular índices e outras condições técnicas sobre encai-
pela Lei nº 6.045, de 15/05/74) xes, mobilizações e outras relações patrimoniais a serem observadas
I - Autorizar as emissões de papel-moeda as quais ficarão na pelas instituições financeiras;
prévia dependência de autorização legislativa quando se destinarem XII - Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a se-
ao financiamento direto pelo Banco Central da República do Brasil, rem observadas pelas instituições financeiras;
das operações de crédito com o Tesouro Nacional, nos termos do XIII - Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o
artigo 49 desta Lei. (Vide Lei nº 8.392, de 30.12.91). capital mínimo das instituições financeiras privadas, levando em
conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agên-
O Conselho Monetário Nacional pode, ainda, autorizar o Ban- cias ou filiais;
co Central da República do Brasil a emitir, anualmente, até o limite XIV - Determinar recolhimento de até 60% (sessenta por cento)
de 10% (dez por cento) dos meios de pagamentos existentes a 31 do total dos depósitos e/ou outros títulos contábeis das instituições
de dezembro do ano anterior, para atender as exigências das ati- financeiras, seja na forma de subscrição de letras ou obrigações do
vidades produtivas e da circulação da riqueza do País, devendo, Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal,
porém, solicitar autorização do Poder Legislativo, mediante Men- seja através de recolhimento em espécie, em ambos os casos entre-
sagem do Presidente da República, para as emissões que, justifica- gues ao Banco Central do Brasil, na forma e condições que o Conse-
damente, se tornarem necessárias além daquele limite. lho Monetário Nacional determinar, podendo este:
Didatismo e Conhecimento 12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a) adotar percentagens diferentes em função; XXIX - Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos pro-
- das regiões geoeconômicas; cessos de empréstimos externos dos Estados, do Distrito Federal e
- das prioridades que atribuir às aplicações; dos Municípios, para cumprimento do disposto no art. 63, nº II, da
- da natureza das instituições financeiras; Constituição Federal;
b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que XXX - Expedir normas e regulamentação para as designa-
tenham sido reaplicados em financiamentos à agricultura, sob juros ções e demais efeitos do art. 7º, desta lei. (Vide Lei nº 9.069, de
favorecidos e outras condições fixadas pelo Conselho Monetário 29.6.1995) (Vide Lei nº 9.069, de 29.6.1995)
Nacional. (Vide art 10, inciso III) XXXI - Baixar normas que regulem as operações de câmbio,
inclusive swaps, fixando limites, taxas, prazos e outras condições.
XV - Estabelecer para as instituições financeiras públicas, a XXXII - regular os depósitos a prazo de instituições financeiras
dedução dos depósitos de pessoas jurídicas de direito público que e demais sociedades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
lhes detenham o controle acionário, bem como das respectivas au- Brasil, inclusive entre aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário
tarquias e sociedades de economia mista, no cálculo a que se refere
ou coligadas. (Redação dada pelo Del nº 2.290, de 21/11/86)
o inciso anterior;
§ 1º O Conselho Monetário Nacional, no exercício das atribui-
XVI - Enviar obrigatoriamente ao Congresso Nacional, até o
ções previstas no inciso VIII deste artigo, poderá determinar que
último dia do mês subsequente, relatório e mapas demonstrativos da
aplicação dos recolhimentos compulsórios. o Banco Central da República do Brasil recuse autorização para o
XVII - Regulamentar, fixando limites, prazos e outras condi- funcionamento de novas instituições financeiras, em função de con-
ções, as operações de redesconto e de empréstimo, efetuado com veniências de ordem geral.
quaisquer instituições financeiras públicas e privado de natureza § 2º Competirá ao Banco Central da República do Brasil acom-
bancária; panhar a execução dos orçamentos monetários e relatar a matéria ao
XVIII - Outorgar ao Banco Central da República do Brasil o Conselho Monetário Nacional, apresentando as sugestões que con-
monopólio das operações de câmbio quando ocorrer grave desequi- siderar convenientes.
líbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever § 3º As emissões de moeda metálica serão feitas sempre contra
a iminência de tal situação; recolhimento de igual montante em cédulas.
XIX - Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Cen- § 4º O Conselho Monetário nacional poderá convidar autorida-
tral da República do Brasil em suas transações com títulos públicos des, pessoas ou entidades para prestar esclarecimentos considerados
e de entidades de que participe o Estado; necessários.
XX - Autoriza o Banco Central da República do Brasil e as ins- § 5º Nas hipóteses do art. 4º, inciso I, e do § 6º, do art. 49, desta
tituições financeiras públicas federais a efetuar a subscrição, compra lei, se o Congresso Nacional negar homologação à emissão extraor-
e venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade dinária efetuada, as autoridades responsáveis serão responsabiliza-
das sociedades de economia mista e empresas do Estado; das nos termos da Lei nº 1059, de 10/04/1950.
XXI - Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos cor- § 6º O Conselho Monetário Nacional encaminhará ao Congres-
retores de fundos públicos; so Nacional, até 31 de março de cada ano, relatório da evolução
XXII - Estatuir normas para as operações das instituições finan- da situação monetária e creditícia do País no ano anterior, no qual
ceiras públicas, para preservar sua solidez e adequar seu funciona- descreverá, minuciosamente as providências adotadas para cumpri-
mento aos objetivos desta lei; mento dos objetivos estabelecidos nesta lei, justificando destacada-
XXIII - Fixar, até quinze (15) vezes a soma do capital realizado mente os montantes das emissões de papel-moeda que tenham sido
e reservas livres, o limite além do qual os excedentes dos depósitos feitas para atendimento das atividades produtivas.
das instituições financeiras serão recolhidos ao Banco Central da § 7º O Banco Nacional da Habitação é o principal instrumen-
República do Brasil ou aplicados de acordo com as normas que o
to de execução da política habitacional do Governo Federal e inte-
Conselho estabelecer;
gra o sistema financeiro nacional, juntamente com as sociedades
XXIV - Decidir de sua própria organização; elaborando seu re-
de crédito imobiliário, sob orientação, autorização, coordenação e
gimento interno no prazo máximo de trinta (30) dias;
XXV - Decidir da estrutura técnica e administrativa do Ban- fiscalização do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central
co Central da República do Brasil e fixar seu quadro de pessoal, da República do Brasil, quanto à execução, nos termos desta lei,
bem como estabelecer os vencimentos e vantagens de seus funcio- revogadas as disposições especiais em contrário. (Vide Lei nº 9.069,
nários, servidores e diretores, cabendo ao Presidente deste apresen- de 29.6.1995)
tar as respectivas propostas; (Vide Lei nº 9.650, 27.5.1998) Art. 5º As deliberações do Conselho Monetário Nacional enten-
XXVI - Conhecer dos recursos de decisões do Banco Central da dem-se de responsabilidade de seu Presidente para os efeitos do art.
República do Brasil; (Vide Lei nº9.069, de 29.6.1995) 104, nº I, letra «b», da Constituição Federal e obrigarão também os
XXVII - aprovar o regimento interno e as contas do Banco Cen- órgãos oficiais, inclusive autarquias e sociedades de economia mis-
tral do Brasil e decidir sobre seu orçamento e sobre seus sistemas de ta, nas atividades que afetem o mercado financeiro e o de capitais.
contabilidade, bem como sobre a forma e prazo de transferência de
seus resultados para o Tesouro Nacional, sem prejuízo da competên- Art. 6º - Alterado pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995, “Art. 8º O
cia do Tribunal de Contas da União. (Redação dada pelo Decreto Lei Conselho Monetário Nacional, criado pela Lei nº 4.595, de 31 de
nº 2.376, de 25.11.1987) (Vide art 10, inciso III) dezembro de 1964, passa a ser integrado pelos seguintes membros”:
XXVIII - Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no I - Ministro de Estado da Fazenda, na qualidade de Presidente;
País as mesmas vedações ou restrições equivalentes, que vigorem II - Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Ges-
nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali ins- tão; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2216-37, de 2001)
talados ou que nelas desejem estabelecer - se; III - Presidente do Banco Central do Brasil.
Didatismo e Conhecimento 13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1º O Conselho deliberará mediante resoluções, por maioria de 6 - da Carteira de Colonização de Banco do Brasil S.A.;
votos, cabendo ao Presidente a prerrogativa de deliberar, nos casos 7 - do Banco Nacional de Crédito Cooperativo;
de urgência e relevante interesse, ad referendum dos demais mem- 8 - do Banco do Nordeste do Brasil S.A.;
bros. 9 - do Banco de Crédito da Amazônia S.A.;
§ 2º Quando deliberar ad referendum do Conselho, o Presidente 10 - do Instituto Brasileiro do Café;
submeterá a decisão ao colegiado na primeira reunião que se seguir 11 - do Instituto do Açúcar e do Álcool;
àquela deliberação. 12 - dos Banco privados;
§ 3º O Presidente do Conselho poderá convidar Ministros de 13 - da Confederação Rural Brasileira;
Estado, bem como representantes de entidades públicas ou privadas, 14 - das Instituições Financeiras Públicas Estaduais ou Munici-
para participar das reuniões, não lhes sendo permitido o direito de pais, que operem em crédito rural;
voto. 15 - das Cooperativas de Crédito Agrícola;
§ 4º O Conselho reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês,
e, extraordinariamente, sempre que for convocado por seu Presiden- IV - (Vetado).
te. 1 - (Vetado).
§ 5º O Banco Central do Brasil funcionará como secretaria- 2 - (Vetado).
-executiva do Conselho. 3 - (Vetado).
§ 6º O regimento interno do Conselho Monetário Nacional será 4 - (Vetado).
aprovado por decreto do Presidente da República, no prazo máximo 5 - (Vetado).
de trinta dias, contados da publicação desta Lei. 6 - (Vetado).
§ 7º A partir de 30 de junho de 1994, ficam extintos os mandatos 7 - (Vetado).
de membros do Conselho Monetário Nacional nomeados até aquela 8 - (Vetado).
data. 9 - (Vetado)
10 - (Vetado).
Art. 7º Junto ao Conselho Monetário Nacional funcionarão as 11 - (Vetado).
seguintes Comissões Consultivas: (Vide Lei nº 9.069, de 29.6.1995) 12 - (Vetado).
I - Bancária, constituída de representantes: 13 - (Vetado).
1 - do Conselho Nacional de Economia; 14 - (Vetado).
2 - do Banco Central da República do Brasil; 15 - (Vetado).
3 - do Banco do Brasil S.A.
4 - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; V - de Crédito Industrial, constituída de representantes:
5 - do Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais; 1 - do Ministério da Indústria e do Comércio;
6 - do Banco Nacional de Crédito Cooperativo; 2 - do Ministério Extraordinário para os Assuntos de Planeja-
7 - do Banco do Nordeste do Brasil S. A.; mento e Economia;
8 - do Banco de Crédito da Amazônia S. A.; 3 - do Banco Central da República do Brasil;
9 - dos Bancos e Caixas Econômicas Estaduais; 4 - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
10 - dos Bancos Privados; 5 - da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do
11 - das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos; Brasil S.A.;
12 - das Bolsas de Valores; 6 - dos Banco privados;
13 - do Comércio; 7 - das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos;
14 - da Indústria; 8 - da Indústria.
15 - da Agropecuária;
16 - das Cooperativas que operam em crédito. § 1º A organização e o funcionamento das Comissões Consul-
II - de Mercado de Capitais, constituída de representantes: tivas serão regulados pelo Conselho Monetário Nacional, inclusive
1 - do Ministério da Indústria e do Comércio; prescrevendo normas que:
2 - do Conselho Nacional da Economia. a) lhes concedam iniciativa própria junto ao MESMO CON-
3 - do Banco Central da República do Brasil; SELHO;
4 - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; b) estabeleçam prazos para o obrigatório preenchimento
5 - dos Bancos Privados; dos cargos nas referidas Comissões;
6 - das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos; c) tornem obrigatória a audiência das Comissões Consultivas,
7 - das Bolsas de Valores; pelo Conselho Monetário Nacional, no trato das matérias atinentes
8 - das Companhias de Seguros Privados e Capitalização; às finalidades específicas das referidas Comissões, ressalvado os ca-
9 - da Caixa de Amortização; sos em que se impuser sigilo.
§ 2º Os representantes a que se refere este artigo serão indicados
III - de Crédito Rural, constituída de representantes: pelas entidades nele referida se designados pelo Conselho Monetá-
1 - do Ministério da Agricultura; rio Nacional.
2 - da Superintendência da Reforma Agrária; § 3º O Conselho Monetário Nacional, pelo voto de 2/3 (dois
3 - da Superintendência Nacional de Abastecimento; terços) de seus membros, poderá ampliar a competência das Comis-
4 - do Banco Central da República do Brasil; sões Consultivas, bem como admitir a participação de representan-
5 - da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do tes de entidades não mencionadas neste artigo, desde que tenham
Brasil S. A.; funções diretamente relacionadas com suas atribuições.
Didatismo e Conhecimento 14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CAPÍTULO III IX - Exercer a fiscalização das instituições financeiras e apli-
Do Banco Central da República do Brasil car as penalidades previstas; (Renumerado pela Lei nº 7.730,
de 31/01/89)
Art. 8º A atual Superintendência da Moeda e do Crédito é trans- X - Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de
formada em autarquia federal, tendo sede e foro na Capital da Repú- que possam: (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89)
blica, sob a denominação de Banco Central da República do Brasil, a) funcionar no País;
com personalidade jurídica e patrimônios próprios este constituído b) instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive
dos bens, direitos e valores que lhe são transferidos na forma desta no exterior;
Lei e ainda da apropriação dos juros e rendas resultantes, na data c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas;
da vigência desta lei, do disposto no art. 9º do Decreto-Lei número d) praticar operações de câmbio, crédito real e venda habitual
8495, de28/12/1945, dispositivo que ora é expressamente revogado. de títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, ações
Parágrafo único: Os resultados obtidos pelo Banco Central do Debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de crédito ou mobi-
Brasil, consideradas as receitas e despesas de todas as suas opera-
liários;
ções, serão, a partir de 1º de janeiro de 1988, apurados pelo regi-
me de competência e transferidos para o Tesouro Nacional, após
e) ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento;
compensados eventuais prejuízos de exercícios anteriores. (Redação
dada pelo Del nº 2.376, de 25/11/87) f) alterar seus estatutos.
g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle
Art. 9º Compete ao Banco Central da República do Brasil cum- acionário. (Incluído pelo Del nº 2.321, de 25/02/87)
prir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela le-
gislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho Monetário XI - Estabelecer condições para a posse e para o exercício de
Nacional. quaisquer cargos de administração de instituições financeiras priva-
das, assim como para o exercício de quaisquer funções em órgãos
Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da Repú- consultivos, fiscais e semelhantes, segundo normas que forem expe-
blica do Brasil: didas pelo Conselho Monetário Nacional; (Renumerado pela Lei nº
I - Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condições e limi- 7.730, de 31/01/89)
tes autorizados pelo Conselho Monetário Nacional. XII - Efetuar, como instrumento de política monetária, opera-
II - Executar os serviços do meio-circulante; ções de compra e venda de títulos públicos federais; (Renumerado
III - determinar o recolhimento de até cem por cento do total pela Lei nº 7.730, de 31/01/89)
dos depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos XIII - Determinar que as matrizes das instituições financeiras
contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição registrem os cadastros das firmas que operam com suas agências
de Letras ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos há mais de um ano. (Renumerado pela Lei nº 7.730, de31/01/89)
da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, § 1º No exercício das atribuições a que se refere o inciso IX des-
em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, a forma te artigo, com base nas normas estabelecidas pelo Conselho Mone-
e condições por ele determinadas, podendo: (incluído pela Lei nº tário Nacional, o Banco Central da República do Brasil, estudará os
7.730, de 31.1.1989, renumerando-se os demais incisos) pedidos que lhe sejam formulados e resolverá conceder ou recusar
a) adotar percentagens diferentes em função: a autorização pleiteada, podendo incluir as cláusulas que reputar
1. das regiões geoeconômicas; convenientes ao interesse público.
2. das prioridades que atribuir às aplicações;
3. da natureza das instituições financeiras; § 2º Observado o disposto no parágrafo anterior, as instituições
b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que
financeiras estrangeiras dependem de autorização do Poder Executi-
tenham sido reaplicados em financiamentos à agricultura, sob juros
vo, mediante decreto, para que possam funcionar no País.
favorecidos e outras condições por ele fixadas.
IV - Receber os recolhimentos compulsórios de que trata o inci-
so anterior e, ainda, os depósitos voluntários à vista das instituições Art. 11.Compete ainda ao Banco Central da República do Bra-
financeiras, nos termos do inciso III e § 2º do art. 19. (Renumerado sil;
com redação dada pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) I - Entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as insti-
V - Realizar operações de redesconto e empréstimos a institui- tuições financeiras estrangeiras e internacionais;
ções financeiras bancárias e as referidas no Art. 4º, inciso XIV, letra II - Promover, como agente do Governo Federal, a colocação de
“b”, e no § 4º do Art. 49 desta lei; (Renumerado pela Lei nº7.730, empréstimos internos ou externos, podendo, também, encarregar-se
de 31/01/89) dos respectivos serviços;
VI - Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas; (Re- III - Atuar no sentido do funcionamento regular do mercado
numerado pela Lei nº 7.730, de31/01/89) cambial, da estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio
VII - Efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da no balanço de pagamentos, podendo para esse fim comprar e vender
lei; (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) ouro e moeda estrangeira, bem como realizar operações de crédito
VIII - Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda es- no exterior, inclusive as referentes aos Direitos Especiais de Saque,
trangeira e de Direitos Especiais de Saque e fazer com estas últimas e separar os mercados de câmbio financeiro e comercial; (Redação
todas e quaisquer operações previstas no Convênio Constitutivo do dada pelo Del nº 581, de 14/05/69)
Fundo Monetário Internacional; (Redação dada pelo Del nº 581, IV - Efetuar compra e venda de títulos de sociedades de econo-
de14/05/69) (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89) mia mista e empresas do Estado;
Didatismo e Conhecimento 15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
V - Emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com as Art. 16. Constituem receita do Banco Central do Brasil as ren-
condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional; das: (Redação dada pelo Del nº2.376, de 25/11/87)
VI - Regular a execução dos serviços de compensação de che- I - de operações financeiras e de outras aplicações de seus recur-
ques e outros papéis; sos; (Redação dada pelo Del nº2.376, de 25/11/87)
VII - Exercer permanente vigilância nos mercados financeiros II- das operações de câmbio, de compra e venda de ouro e de
e de capitais sobre empresas que, direta ou indiretamente, interfiram quaisquer outras operações em moeda estrangeira;(Redação dada
nesses mercados e em relação às modalidades ou processos opera- pelo Del nº 2.376, de 25/11/87)
cionais que utilizem; III - eventuais, inclusive as derivadas de multas e de juros de
VIII - Prover, sob controle do Conselho Monetário Nacional, os mora aplicados por força do disposto na legislação em vigor.(Reda-
serviços de sua Secretaria. ção dada pelo Del nº 2.376, de 25/11/87)
§ 1º Do resultado das operações de cambio de que trata o inciso
§ 1º No exercício das atribuições a que se refere o inciso VIII II deste artigo ocorrido a partir da data de entrada em vigor desta lei,
do artigo 10 desta lei, o Banco Central do Brasil poderá examinar os 75% (setenta e cinco por cento) da parte referente ao lucro realizado,
livros e documentos das pessoas naturais ou jurídicas que detenham na compra e venda de moeda estrangeira destinar-se-á à formação
o controle acionário de instituição financeira, ficando essas pessoas de reserva monetária do Banco Central do Brasil, que registrará es-
sujeitas ao disposto no artigo 44, § 8º, desta lei. (Incluído pelo Del ses recursos em conta específica, na forma que for estabelecida pelo
nº 2.321, de 25/02/87) Conselho Monetário Nacional. (Renumerado pelo Del nº 2.076, de
§ 2º O Banco Central da República do Brasil instalará delega- 20/12/83)
cias, com autorização do Conselho Monetário Nacional, nas dife- § 2º A critério do Conselho Monetário Nacional, poderão tam-
rentes regiões geoeconômicas do País, tendo em vista a descentrali- bém ser destinados à reserva monetária de que trata o § 1º os recur-
zação administrativa para distribuição e recolhimento da moeda e o sos provenientes de rendimentos gerados por: (Parágrafo incluído
cumprimento das decisões adotadas pelo mesmo Conselho ou pres- pelo Del nº 2.076, de 20/12/83)
critas em lei. (Renumerado pelo Del nº 2.321,de 25/02/87) a) suprimentos específicos do Banco Central do Brasil ao Banco
do Brasil S.A. concedidos nos termos do § 1º do artigo 19 desta lei;
Art. 12. O Banco Central da República do Brasil operará ex-
b) suprimentos especiais do Banco Central do Brasil aos Fun-
clusivamente com instituições financeiras públicas e privadas, ve-
dos e Programas que administra.
dadas operações bancárias de qualquer natureza com outras pessoas
§ 3º O Conselho Monetário Nacional estabelecerá, observado
de direito público ou privado, salvo as expressamente autorizadas
o disposto no § 1º do artigo 19desta lei, a cada exercício, as bases
por lei.
da remuneração das operações referidas no § 2º e as condições para
incorporação desses rendimentos à referida reserva monetária. (Pa-
Art. 13. Os encargos e serviços de competência do Banco Cen-
rágrafo incluído pelo Del nº 2.076, de 20/12/83)
tral, quando por ele não executados diretamente, serão contratados
de preferência com o Banco do Brasil S. A., exceto nos casos es-
pecialmente autorizados pelo Conselho Monetário Nacional. (Reda- CAPÍTULO IV
ção dada pelo Del nº 278, de 28/02/67) DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Didatismo e Conhecimento 16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
distribuição de prêmios em imóveis, mercadorias ou dinheiro, me- V - receber, com exclusividade, os depósitos de que tratam os
diante sorteio de títulos de sua emissão ou por qualquer forma, e as artigos 38, item 3º, do Decreto-lei nº 2.627, de 26 de setembro de
pessoas físicas ou jurídicas que exerçam, por conta própria ou de 1940, e 1º do Decreto-lei nº 5.956, de 01/11/43, ressalvado o dispos-
terceiros, atividade relacionada com a compra e venda de ações e to no art. 27, desta lei;
outros quaisquer títulos, realizando nos mercados financeiros e VI - realizar, por conta própria, operações de compra e venda
de capitais operações ou serviços de natureza dos executados pelas de moeda estrangeira e, por contado Banco Central da República do
instituições financeiras. Brasil, nas condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Na-
§ 2º O Banco Central da Republica do Brasil, no exercício da cional;
fiscalização que lhe compete, regulará as condições de concorrência VII - realizar recebimentos ou pagamentos e outros serviços de
entre instituições financeiras, coibindo-lhes os abusos com a aplica- interesse do Banco Central da República do Brasil, mediante contra-
ção da pena nos termos desta lei. tação na forma do art. 13, desta lei;
§ 3º Dependerão de prévia autorização do Banco Central da VIII - dar execução à política de comércio exterior.
República do Brasil as campanhas destinadas à coleta de recursos IX - financiar a aquisição e instalação da pequena e média pro-
do público, praticadas por pessoas físicas ou jurídicas abrangidas priedade rural, nos termos da legislação que regular a matéria;
neste artigo, salvo para subscrição pública de ações, nos termos da X - financiar as atividades industriais e rurais, estas com o favo-
lei das sociedades por ações. recimento referido no art. 4º, inciso IX, e art. 53, desta lei;
XI - difundir e orientar o crédito, inclusive às atividades comer-
SEÇÃO II ciais suplementando a ação dar e de bancária;
DO BANCO DO BRASIL S. A. a) no financiamento das atividades econômicas, atendendo às
necessidades creditícias das diferentes regiões do País;
Art. 19. Ao Banco do Brasil S. A. competirá precipuamente, sob b) no financiamento das exportações e importações. (Vide Lei
a supervisão do Conselho Monetário Nacional e como instrumento nº 8.490 de 19.11.1992)
de execução da política creditícia e financeira do Governo Federal: § 1º - O Conselho Monetário Nacional assegurará recursos es-
I - na qualidade de Agente, Financeiro do Tesouro Nacional, pecíficos que possibilitem ao Banco do Brasil S. A., sob adequada
sem prejuízo de outras funções que lhe venham a ser atribuídas e, remuneração, o atendimento dos encargos previstos nesta lei.
ressalvado o disposto no art. 8º, da Lei nº 1628, de 20 de junho § 2º - Do montante global dos depósitos arrecadados, na forma
de1952: do inciso III deste artigo o Banco do Brasil S. A.
a) receber, a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias pro- Colocará à disposição do Banco Central da República do Bra-
venientes da arrecadação de tributos ou rendas federais e ainda o sil, observadas as normas que forem estabelecidas pelo Conselho
produto das operações de que trata o art. 49, desta lei; Monetário Nacional, a parcela que exceder as necessidades normais
b) realizar os pagamentos e suprimentos necessários à execu- de movimentação das contas respectivas, em função dos serviços
ção do Orçamento Geral da União e leis complementares, de acordo aludidos no inciso IV deste artigo.
com as autorizações que lhe forem transmitidas pelo Ministério da § 3º - Os encargos referidos no inciso I, deste artigo, serão ob-
Fazenda, as quais não poderão exceder o montante global dos recur- jeto de contratação entre o Banco do Brasil S. A. e a União Federal,
sos a que se refere a letra anterior, vedada a concessão, pelo Banco, esta representada pelo Ministro da Fazenda.
de créditos de qualquer natureza ao Tesouro Nacional; § 4º - O Banco do Brasil S. A. prestará ao Banco Central da Re-
c) conceder aval, fiança e outras garantias, consoante expressa pública do Brasil todas as informações por este, julgadas necessárias
autorização legal; para a exata execução desta lei.
d) adquirir e financiar estoques de produção exportável; § 5º - Os depósitos de que trata o inciso II deste artigo, tam-
e) executar a política de preços mínimos dos produtos agropas- bém poderão ser feitos nas Caixas econômicas Federais, nos limites
toris; e condições fixadas pelo Conselho Monetário Nacional.
f) ser agente pagador e recebedor fora do País;
g) executar o serviço da dívida pública consolidada; Art. 20. O Banco do Brasil S. A. e o Banco Central da Repú-
II - como principal executor dos serviços bancários de interesse blica do Brasil elaborarão, em conjunto, o programa global de apli-
do Governo Federal, inclusive suas autarquias, receber em depósito, cações e recursos do primeiro, para fins de inclusão nos orçamentos
com exclusividade, as disponibilidades de quaisquer entidades fede- monetários de que trata o inciso III, do artigo 4º desta lei.
rais, compreendendo as repartições de todos os ministérios civis e
militares, instituições de previdência e outras autarquias, comissões, Art. 21. O Presidente e os Diretores do Banco do Brasil S. A.
departamentos, entidades em regime especial de administração e deverão ser pessoas de reputação ilibada e notória capacidade.
quaisquer pessoas físicas ou jurídicas responsáveis por adiantamen- § 1º A nomeação do Presidente do Banco do Brasil S. A. será
tos, ressalvados o disposto no § 5º deste artigo, as exceções previstas feita pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Fe-
em lei ou casos especiais, expressamente autorizados pelo Conselho deral.
Monetário Nacional, por proposta do Banco Central da República § 2º As substituições eventuais do Presidente do Banco do Bra-
do Brasil; sil S. A. não poderão exceder o prazo de 30 (trinta) dias consecuti-
III - arrecadar os depósitos voluntários, à vista, das instituições vos, sem que o Presidente da República submeta ao Senado Federal
de que trata o inciso III, do art.10, desta lei, escriturando as respecti- o nome do substituto.
vas contas; (Redação dada pelo Del nº 2.284, de 10/03/86) § 3º (Vetado).
IV - executar os serviços de compensação de cheques e outros § 4º (Vetado).
papéis;
Didatismo e Conhecimento 17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SEÇÃO III § 3º Os títulos e cautelas representativas das ações preferen-
DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PÚBLICAS ciais, emitidos nos termos dos parágrafos anteriores, deverão conter
expressamente as restrições ali especificadas. (Incluído pela Lei nº
Art. 22. As instituições financeiras públicas são órgãos auxilia- 5.710, de 07/10/71)
res da execução da política de crédito do Governo Federal.
§ 1º O Conselho Monetário Nacional regulará as atividades, Art. 26. O capital inicial das instituições financeiras públicas e
capacidade e modalidade operacionais das instituições financeiras privadas será sempre realizado em moeda corrente.
públicas federais, que deverão submeter à aprovação daquele órgão,
com a prioridade por ele prescrita, seus programas de recursos e Art. 27.Na subscrição do capital inicial e na de seus aumentos
aplicações, deforma que se ajustem à política de crédito do Governo em moeda corrente, será exigida no ato a realização de, pelo menos
Federal. 50% (cinquenta por cento) do montante subscrito.
§ 2º A escolha dos Diretores ou Administradores das institui- § 1º As quantias recebidas dos subscritores de ações serão reco-
ções financeiras públicas federais e a nomeação dos respectivos Pre- lhidas no prazo de 5 (cinco)dias, contados do recebimento, ao Banco
sidentes e designação dos substitutos observarão o disposto no art. Central da República do Brasil, permanecendo indisponíveis até a
21, parágrafos 1º e 2º, desta lei. solução do respectivo processo.
§ 3º A atuação das instituições financeiras públicas será coorde- § 2º O remanescente do capital subscrito, inicial ou aumenta-
nada nos termos do art. 4º desta lei. do, em moeda corrente, deverá ser integralizado dentro de um ano
Art. 23. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico é da data da solução do respectivo processo.
o principal instrumento de execução de política de investimentos do
Governo Federal, nos termos das Leis números 1628, de 20/06/1952 Art. 28. Os aumentos de capital que não forem realizados em
e 2973, de 26/11/1956.Art. 24. As instituições financeiras públicas moeda corrente, poderão decorrer da incorporação de reservas, se-
não federais ficam sujeitas às disposições relativas às instituições gundo normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional, e da
financeiras privadas, assegurada a forma de constituição das exis- reavaliação da parcela dos bens do ativo imobilizado, representado
tentes na datada publicação desta lei. por imóveis de uso e instalações, aplicados no caso, como limite
Parágrafo único. As Caixas Econômicas Estaduais equiparam- máximo, os índices fixados pelo Conselho Nacional de Economia.
-se, no que couber, às Caixas Econômicas Federais, para os efeitos
Art. 29. As instituições financeiras privadas deverão aplicar, de
da legislação em vigor, estando isentas do recolhimento a que se
preferência, não menos de 50% (cinquenta por cento) dos depósi-
refere o art. 4º, inciso XIV, e à taxa de fiscalização, mencionada no
tos do público que recolherem, na respectiva Unidade Federada ou
art. 16, desta lei.
Território.
§ 1º O Conselho Monetário Nacional poderá, em casos espe-
SEÇÃO IV
ciais, admitir que o percentual referido neste artigo seja aplicado em
DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PRIVADAS
cada Estado e Território isoladamente ou por grupos de Estados e
Territórios componentes da mesma região geoeconômica.
Art. 25. As instituições financeiras privadas, exceto as coopera-
tivas de crédito, constituir-se-ão unicamente sob a forma de socieda- Art. 30. As instituições financeiras de direito privado, exceto
de anônima, devendo a totalidade de seu capital com direito a voto as de investimento, só poderão participar de capital de quaisquer
ser representada por ações nominativas. (Redação dada pela Lei nº sociedades com prévia autorização do Banco Central da República
5.710, de 07/10/71) do Brasil, solicitada justificadamente e concedida expressamente,
§ 1º Observadas as normas fixadas pelo Conselho Monetário ressalvados os casos de garantia de subscrição, nas condições que
Nacional as instituições a que se refere este artigo poderão emitir forem estabelecidas, em caráter geral, pelo Conselho Monetário Na-
até o limite de 50% de seu capital social em ações preferenciais, nas cional.
formas nominativas, e ao portador, sem direito a voto, às quais não Parágrafo único (Vetado).
se aplicará o disposto no parágrafo único do art. 81 do Decreto-lei
nº 2.627, de 26 de setembro de 1940. (Incluído pela Lei nº 5.710, de Art. 31. As instituições financeiras levantarão balanços gerais a
07/10/71) 30 de junho e 31 de dezembro de cada ano, obrigatoriamente, com
§ 2º A emissão de ações preferenciais ao portador, que pode- observância das regras contábeis estabelecidas pelo Conselho Mo-
rá ser feita em virtude de aumento de capital, conversão de ações netário Nacional.
ordinárias ou de ações preferenciais nominativas, ficará sujeita a
alterações prévias dos estatutos das sociedades, a fim de que sejam Art. 32. As instituições financeiras públicas deverão comunicar
neles incluídas as declarações sobre: (Incluído pela Lei nº 5.710, ao Banco Central da República do Brasil a nomeação ou a eleição de
de 07/10/71) diretores e membros de órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, no
I - as vantagens, preferenciais e restrições atribuídas a cada prazo de 15 dias da data de sua ocorrência.
classe de ações preferenciais, de acordo com o Decreto-lei nº 2.627,
de 26 de setembro de 1940; (Incluído pela Lei nº 5.710, de07/10/71) Art. 33. As instituições financeiras privadas deverão comunicar
II - as formas e prazos em que poderá ser autorizada a conver- ao Banco Central da República do Brasil os atos relativos à eleição
são das ações, vedada a conversão das ações preferenciais em outro de diretores e membros de órgão consultivos, fiscais e semelhantes,
tipo de ações com direito a voto. (Incluído pela Lei nº 5.710, de no prazo de 15 dias de sua ocorrência, de acordo com o estabelecido
07/10/71) no art. 10,inciso X, desta lei.
Didatismo e Conhecimento 18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1º O Banco Central da República do Brasil, no prazo máximo Art. 38. Revogado.
de 60 (sessenta) dias, decidirá aceitar ou recusar o nome do eleito,
que não atender às condições a que se refere o artigo 10, inciso X, Art. 39. Aplicam-se às instituições financeiras estrangeiras,
desta lei. em funcionamento ou que venham a se instalar no País, as disposi-
§ 2º A posse do eleito dependerá da aceitação a que se refere o ções da presente lei, sem prejuízo das que se contém na legislação
parágrafo anterior. vigente.
§ 3º Oferecida integralmente a documentação prevista nas nor- Art. 40. As cooperativas de crédito não poderão conceder em-
mas referidas no art. 10, inciso X, desta lei, e decorrido, sem ma- préstimos se não a seus cooperados com mais de 30 dias de inscri-
nifestação do Banco Central da República do Brasil, o prazo men- ção.
cionado no § 1º deste artigo, entender-se-á não ter havido recusa a Parágrafo único . Aplica-se às seções de crédito das cooperati-
posse. vas de qualquer tipo o disposto neste artigo.
Art. 34. É vedado às instituições financeiras conceder emprés-
timos ou adiantamentos: Art. 41. Não se consideram como sendo operações de seções de
I - A seus diretores e membros dos conselhos consultivos ou crédito as vendas a prazo realizadas pelas cooperativas agropastoris
administrativo, fiscais e semelhantes, bem como aos respectivos a seus associados de bens e produtos destinados às suas atividades
cônjuges; econômicas.
II - Aos parentes, até o 2º grau, das pessoas a que se refere o
inciso anterior; CAPÍTULO V
III - As pessoas físicas ou jurídicas que participem de seu capi- DAS PENALIDADES
tal, com mais de 10% (dez por cento), salvo autorização específica
do Banco Central da República do Brasil, em cada caso, quando se Art. 42. O art. 2º, da Lei nº 1808, de 07 de janeiro de 1953, terá
tratar de operações lastreadas por efeitos comerciais resultantes de a seguinte redação: “Art. 2º Os diretores e gerentes das instituições
transações de compra e venda ou penhor de mercadorias, em limites financeiras respondem solidariamente pelas obrigações assumidas
que forem fixados pelo Conselho Monetário Nacional, em caráter pelas mesmas durante sua gestão, até que elas se cumpram.
geral;
Parágrafo único. Havendo prejuízos, a responsabilidade solidá-
IV - As pessoas jurídicas de cujo capital participem, com mais
ria se circunscreverá ao respectivo montante.” (Vide Lei nº 6.024,
de 10% (dez por cento);
de 1974)
V - Às pessoas jurídicas de cujo capital participem com mais de
10% (dez por cento), quaisquer dos diretores ou administradores da
Art. 43. O responsável ela instituição financeira que autorizar
própria instituição financeira, bem como seus cônjuges e respectivos
a concessão de empréstimo ou adiantamento vedado nesta lei, se o
parentes, até o 2º grau.
fato não constituir crime, ficará sujeito, sem prejuízo das sanções
§ 1º A infração ao disposto no inciso I, deste artigo, constitui
administrativas ou civis cabíveis, à multa igual ao dobro do valor do
crime e sujeitará os responsáveis pela transgressão à pena de reclu-
são de um a quatro anos, aplicando-se, no que couber, o Código empréstimo ou adiantamento concedido, cujo processamento obe-
Penal e o Código de Processo Penal. (Vide Lei 7.492, de 16.7.1986) decerá, no que couber, ao disposto no art. 44,desta lei.
§ 2º O disposto no inciso IV deste artigo não se aplica às insti-
tuições financeiras públicas. Art. 44. As infrações aos dispositivos desta lei sujeitam as insti-
tuições financeiras, seus diretores, membros de conselhos adminis-
Art. 35. É vedado ainda às instituições financeiras: trativos, fiscais e semelhantes, e gerentes, às seguintes penalidades,
I - Emitir debêntures e partes beneficiárias; sem prejuízo de outras estabelecidas na legislação vigente:
II - Adquirir bens imóveis não destinados ao próprio uso, salvo I - Advertência.
os recebidos em liquidação de empréstimos de difícil ou duvidosa II - Multa pecuniária variável.
solução, caso em que deverão vendê-los dentro do prazo de um (1) III - Suspensão do exercício de cargos.
ano, a contar do recebimento, prorrogável até duas vezes, a critério IV - Inabilitação temporária ou permanente para o exercício de
do Banco Central da República do Brasil. cargos de direção na administração ou gerência em instituições fi-
Parágrafo único. As instituições financeiras que não recebem nanceiras.
depósitos do público poderão emitir debêntures, desde que previa- V - Cassação da autorização de funcionamento das instituições
mente autorizadas pelo Banco Central do Brasil, em cada caso. (Re- financeiras públicas, exceto as federais, ou privadas.
dação dada pelo Decreto-lei nº 2.290, de 21/11/86) VI - Detenção, nos termos do § 7º, deste artigo.
VII - Reclusão, nos termos dos artigos 34 e 38, desta lei.
Art. 36. As instituições financeiras não poderão manter aplica- § 1º A pena de advertência será aplicada pela inobservância das
ções em imóveis de uso próprio, que, somadas ao seu ativo em ins- disposições constantes da legislação em vigor, ressalvadas as san-
talações, excedam o valor de seu capital realizado e reservas livres. ções nela previstas, sendo cabível também nos casos de forneci-
mento de informações inexatas, de escrituração mantida em atraso
Art. 37. As instituições financeiras, entidades e pessoas referi- ou processada em desacordo com as normas expedidas de conformi-
das nos artigos 17 e 18 desta lei, bem como os corretores de fundos dade com o art. 4º, inciso XII, desta lei.
públicos, ficam, obrigados a fornecer ao Banco Central da Repúbli- § 2º As multas serão aplicadas até 200 (duzentas) vezes o
ca do Brasil, na forma por ele determinada, os dados ou informes maior salário-mínimo vigente no País, sempre que as instituições
julgados necessários para o fiel desempenho de suas atribuições. financeiras, por negligência ou dolo:
Didatismo e Conhecimento 19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a) advertidas por irregularidades que tenham sido praticadas, CAPÍTULO VI
deixarem de saná-las no prazo que lhes for assinalado pelo Banco DISPOSIÇÕES GERAIS
Central da República do Brasil;
b) infringirem as disposições desta lei relativas ao capital, fun- Art. 46. Ficam transferidas as atribuições legais e regulamen-
dos de reserva, encaixe, recolhimentos compulsórios, taxa de fisca- tares do Ministério da Fazenda relativamente ao meio circulante
lização, serviços e operações, não atendimento ao disposto nos arts. inclusive as exercidas pela Caixa de Amortização para o Conselho
27 e 33, inclusive as vedadas nos arts. 34 (incisos II a V), 35 a 40 Monetário Nacional, e para o Banco Central da República do Brasil.
desta lei, e abusos de concorrência (art. 18, § 2º);
c) opuserem embaraço à fiscalização do Banco Central da Re- Art. 47. Será transferida à responsabilidade do Tesouro Nacio-
pública do Brasil. nal, mediante encampação, sendo definitivamente incorporado ao
§ 3º As multas cominadas neste artigo serão pagas mediante meio circulante o montante das emissões feitas por solicitação da
recolhimento ao Banco Central da República do Brasil, dentro do Carteira de Redescontos do Banco do Brasil S.A. e da Caixa de Mo-
prazo de 15 (quinze) dias, contados do recebimento da respectiva bilização Bancária.
notificação, ressalvado o disposto no § 5º deste artigo e serão cobra-
§ 1º O valor correspondente à encampação será destinado à
das judicialmente, com o acréscimo da mora de 1% (um por cento)
liquidação das responsabilidades financeiras do Tesouro Nacional
ao mês, contada da data da aplicação da multa, quando não forem
no Banco do Brasil S. A., inclusive as decorrentes de operações de
liquidadas naquele prazo;
câmbio concluídas até a data da vigência desta lei, mediante apro-
§ 4º As penas referidas nos incisos III e IV, deste artigo, se- vação especificado Poder Legislativo, ao qual será submetida a lista
rão aplicadas quando forem verificadas infrações graves na condu- completa dos débitos assim amortizados.
ção dos interesses da instituição financeira ou quando dá reincidên- § 2º Para a liquidação do saldo remanescente das responsabili-
cia específica, devidamente caracterizada em transgressões anterior- dades do Tesouro Nacional, após a encampação das emissões atuais
mente punidas com multa. por solicitação da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil S.A.
§ 5º As penas referidas nos incisos II, III e IV deste artigo serão e da Caixa de Mobilização Bancária, o Poder Executivo submeterá
aplicadas pelo Banco Central da República do Brasil admitido re- ao Poder Legislativo proposta específica, indicando os recursos e
curso, com efeito suspensivo, ao Conselho Monetário Nacional, in- os meios necessários a esse fim.
terposto dentro de 15 dias, contados do recebimento da notificação.
Art. 48. Concluídos os acertos financeiros previstos no arti-
§ 6º É vedada qualquer participação em multas, as quais serão go anterior, a responsabilidade da moeda em circulação passará a
recolhidas integralmente ao Banco Central da República do Brasil. ser do Banco Central da República do Brasil.
§ 7º Quaisquer pessoas físicas ou jurídicas que atuem como ins- Art. 49. As operações de crédito da União, por antecipação de
tituição financeira, sem estar devidamente autorizadas pelo Banco receita orçamentária ou a qualquer outro título, dentro dos limites le-
Central da Republica do Brasil, ficam sujeitas à multa referida neste galmente autorizados, somente serão realizadas mediante colocação
artigo e detenção de 1 a 2 anos, ficando a esta sujeitos, quando pes- de obrigações, apólices ou letras do Tesouro Nacional.
soa jurídica, seus diretores e administradores. § 1º A lei de orçamento, nos termos do artigo 73, § 1º inciso II,
da Constituição Federal, determinará quando for o caso, a parcela
§ 8º No exercício da fiscalização prevista no art. 10, inciso VIII, do déficit que poderá ser coberta pela venda de títulos do Tesouro
desta lei, o Banco Central da República do Brasil poderá exigir das Nacional diretamente ao Banco Central da República do Brasil.
instituições financeiras ou das pessoas físicas ou jurídicas, inclusive § 2º O Banco Central da República do Brasil mediante autori-
as referidas no parágrafo anterior, a exibição a funcionários seus, ex- zação do Conselho Monetário Nacional baseada na lei orçamentária
pressamente credenciados, de documentos, papéis e livros de escri-
do exercício, poderá adquirir diretamente letras do Tesouro Nacio-
turação, considerando-se a negativa de atendimento como embaraço
nal, com emissão de papel-moeda.
á fiscalização sujeito á pena de multa, prevista no § 2º deste artigo,
§ 3º O Conselho Monetário Nacional decidirá, a seu exclusivo
sem prejuízo de outras medidas e sanções cabíveis.
critério, a política de sustentação em bolsa da cotação dos títulos de
§ 9º A pena de cassação, referida no inciso V, deste artigo, será emissão do Tesouro Nacional.
aplicada pelo Conselho Monetário Nacional, por proposta do Banco § 4º No caso de despesas urgentes e inadiáveis do Governo Fe-
Central da República do Brasil, nos casos de reincidência específica deral, a serem atendidas mediante créditos suplementares ou espe-
de infrações anteriormente punidas com as penas previstas nos inci- ciais, autorizados após a lei do orçamento, o Congresso Nacional
sos III e IV deste artigo. determinará, especificamente, os recursos a serem utilizados na co-
bertura de tais despesas, estabelecendo, quando a situação do Te-
Art. 45. As instituições financeiras públicas não federais e as souro Nacional for deficitária, a discriminação prevista neste artigo.
privadas estão sujeitas, nos termos da legislação vigente, à inter- § 5º Na ocorrência das hipóteses citadas no parágrafo único, do
venção efetuada pelo Banco Central da República do Brasil ou à artigo 75, da Constituição Federal, o Presidente da República poderá
liquidação extrajudicial. determinar que o Conselho Monetário Nacional, através do Banco
Central da República do Brasil, faça a aquisição de letras do Tesouro
Parágrafo único. A partir da vigência desta lei, as instituições de Nacional com a emissão de papel-moeda até o montante do crédito
que trata este artigo não poderão impetrar concordata. extraordinário que tiver sido decretado.
Didatismo e Conhecimento 20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 6º O Presidente da República fará acompanhar a determina- § 4º Os funcionários do quadro de pessoal próprio permanece-
ção ao Conselho Monetário Nacional, mencionada no parágrafo an- rão com seus direitos e garantias regidos pela legislação de proteção
terior, de cópia da mensagem que deverá dirigir ao Congresso Na- ao trabalho e de previdência social, incluídos na categoria profissio-
cional, indicando os motivos que tornaram indispensável a emissão nal de bancários.
e solicitando a sua homologação. § 5º Durante o prazo de 10 (dez) anos, cotados da data da vi-
§ 7º As letras do Tesouro Nacional, colocadas por antecipação gência desta lei, é facultado aos funcionários de que tratam os inci-
de receita, não poderão ter vencimentos posteriores a 120 (cento e so II e III deste artigo, manifestarem opção para transferência para o
vinte) dias do encerramento do exercício respectivo. Quadro do pessoal próprio do Banco Central da República do Brasil,
§ 8º Até 15 de março do ano seguinte, o Poder Executivo envia- desde que:
rá mensagem ao Poder Legislativo, propondo a forma de liquidação a) tenham sido admitidos nas respectivas instituições de ori-
das letras do Tesouro Nacional emitidas no exercício anterior e não gem, consoante determina o inciso I, deste artigo;
resgatadas. b) estejam em exercício há mais de dois anos;
§ 9º É vedada a aquisição dos títulos mencionados neste artigo c) seja a opção aceita pela Diretoria do Banco Central da Repú-
pelo Banco do Brasil S.A. e pelas instituições bancárias de que a blica do Brasil, que sobre ela deverá pronunciar-se conclusivamente
União detenha a maioria das ações. no prazo máximo de três meses, contados da entrega do respectivo
requerimento.
Art. 50. O Conselho Monetário Nacional, o Banco Central da
República do Brasil, o Banco Nacional do Desenvolvimento Eco- Art. 53. (Revogado pela Lei nº 4.829, de 05/11/65)
nômico, o Banco do Brasil S.A., O Banco do Nordeste do Brasil
S.A. e o Banco de Crédito da Amazônia S. A. gozarão dos favores, CAPÍTULO VII
isenções e privilégios, inclusive fiscais, que são próprios da Fazenda Disposições Transitórias
Nacional, ressalvado quanto aos três, últimos, o regime especial de
tributação do Imposto de Renda a que estão sujeitos, na forma da Art. 54. O Poder Executivo, com base em proposta do Conse-
legislação em vigor. lho Monetário Nacional, que deverá ser apresentada dentro de 90
Parágrafo único. São mantidos os favores, isenções e privilé- (noventa) dias de sua instalação, submeterá ao Poder Legislativo
gios de que atualmente gozam as instituições financeiras.
projeto de lei que institucionalize o crédito rural, regule seu campo
específico e caracterize as modalidades de aplicação, indicando as
Art. 51. Ficam abolidas, após 3 (três) meses da data da vigência
respectivas fontes de recurso.
desta Lei, as exigências de “visto” em “pedidos de licença” para
Parágrafo único. A Comissão Consultiva do Crédito Rural dará
efeitos de exportação, excetuadas as referentes a armas, munições,
assessoramento ao Conselho Monetário Nacional, na elaboração da
entorpecentes, materiais estratégicos, objetos e obras de valor artís-
proposta que estabelecerá a coordenação das instituições existentes
tico, cultural ou histórico. (Vide Lei nº 5.025, de 1966)
Parágrafo único. Quando o interesse nacional exigir, o Conse- ou que venham a ser cridas, com o objetivo de garantir sua melhor
lho Monetário Nacional criará o “visto” ou exigência equivalente. utilização e da rede bancária privada na difusão do crédito rural,
inclusive com redução de seu custo.
Art. 52. O quadro de pessoal do Banco Central da República do
Brasil será constituído de: (Vide Lei nº 9.650, de 1998) Art. 55. Ficam transferidas ao Banco Central da República do
I - Pessoal próprio, admitido mediante concurso público de pro- Brasil as atribuições cometidas por lei ao Ministério da Agricultura,
vas ou de títulos e provas, sujeita á pena de nulidade a admissão que no que concerne à autorização de funcionamento e fiscalização de
se processar com inobservância destas exigências; cooperativas de crédito de qualquer tipo, bem assim da seção de
II - Pessoal requisitado ao Banco do Brasil S. A. e a outras ins- crédito das cooperativas que a tenham.
tituições financeiras federais, de comum acordo com as respectivas
administrações; Art. 56. Ficam extintas a Carteira de Redescontos do Banco do
III - Pessoal requisitado a outras instituições e que venham Brasil S. A. e a Caixa de Mobilização Bancária, incorporando-se
prestando serviços à Superintendência da Moeda e do Crédito há seus bens direitos e obrigações ao Banco Central da República do
mais de 1 (um) ano, contado da data da publicação desta lei. Brasil.
§ 1º O Banco Central da República do Brasil baixará dentro de Parágrafo único. As atribuições e prerrogativas legais da Caixa
90 (noventa) dias da vigência desta lei, o Estatuto de seus funcio- de Mobilização Bancária passam a ser exercidas pelo Banco Central
nários e servidores, no qual serão garantidos os direitos legalmente da República do Brasil, sem solução de continuidade.
atribuídos a seus atuais servidores e mantidos deveres e obrigações
que lhes são inerentes. Art. 57. Passam à competência do Conselho Monetário Nacio-
§ 2º Aos funcionários e servidores requisitados, na forma deste nal as atribuições de caráter normativo da legislação cambial vigente
artigo as instituições de origem lhes assegurarão os direitos e vanta- e as executivas ao Banco Central da República do Brasil e ao Banco
gens que lhes cabem ou lhes venham a ser atribuídos, como se em do Brasil S. A., nos termos desta lei.
efetivo exercício nelas estivessem. Parágrafo único. Fica extinta a Fiscalização Bancária do Banco
§ 3º Correrão por conta do Banco Central da República do Bra- do Brasil S. A., passando suas atribuições e prerrogativas legais ao
sil todas as despesas decorrentes do cumprimento do disposto no Banco Central da República do Brasil.
parágrafo anterior, inclusive as de aposentadoria e pensão que se-
jam de responsabilidade das instituições de origem ali mencionadas, Art. 58. Os prejuízos decorrentes das operações de câmbio con-
estas últimas rateadas proporcionalmente em função dos prazos de cluídas e eventualmente não regularizadas nos termos desta lei bem
vigência da requisição. como os das operações de câmbio contratadas e não concluídas até
Didatismo e Conhecimento 21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a data de vigência desta lei, pelo Banco do Brasil S.A., como man- H. CASTELO BRANCO
datário do Governo Federal, serão na medida em que se efetivarem, Otávio Gouveia de Bulhões
transferidos ao Banco Central da República do Brasil, sendo neste Daniel Farraco Roberto de Oliveira Campos
registrados como responsabilidade do Tesouro Nacional.
§ 1º Os débitos do Tesouro Nacional perante o Banco Central Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 31.1.1965
da República do Brasil, provenientes das transferências de que tra-
ta este artigo serão regularizados com recursos orçamentários da LEI Nº 6.045, DE 15 DE MAIO DE 1974
União.
§ 2º O disposto neste artigo se aplica também aos prejuízos de- Altera a constituição e a competência do Conselho Monetário
correntes de operações de câmbio que outras instituições financeiras Nacional e dá outras providências.
federais, de natureza bancária, tenham realizado como mandatárias
do Governo Federal. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CON-
GRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 59. É mantida, no Banco do Brasil S.A., a Carteira de Co-
mércio Exterior, criada nos termos da Lei nº 2.145, de 29 de de- Art 1º O caput do artigo 4º, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro
zembro de 1953, e regulamentada pelo Decreto nº 42.820, de 16 de de 1964, passa a vigorar com a seguinte redação:
dezembro de 1957, como órgão executor da política de comércio “Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo
exterior. diretrizes estabelecidas pelo Presidente da República:”
Art. 60. O valor equivalente aos recursos financeiros que, nos Art 2º As atribuições relativas à política nacional do abasteci-
termos desta lei, passarem a responsabilidade do Banco Central da mento, enunciadas nos artigos 2º e 3º, da Lei Delegada nº 5, de 26
República do Brasil, e estejam, na data de sua vigência em poder do de dezembro de 1962, e transferidas para a competência do Conse-
Baco do Brasil S. A., será neste escriturado em conta em nome do lho Monetário Nacional pelo artigo 2º, do Decreto nº 65.769, de 2
primeiro, considerando-se como suprimento de recursos, nos termos de dezembro de 1969, serão exercidas conjuntamente pelo Ministro
do § 1º, do artigo 19, desta lei. de Estado Chefe da Secretaria de Planejamento da Presidência da
República, e pelos Ministros de Estado da Fazenda, dos Transportes
Art. 61. Para cumprir as disposições desta lei o Banco do Brasil e da Agricultura, sob a coordenação deste último e de acordo com
S.A. tomará providências no sentido de que seja remodelada sua es- as diretrizes que forem estabelecidas pelo Presidente da República.
trutura administrativa, a fim de que possa eficazmente exercer os
encargos e executar os serviços que lhe estão reservados, como prin- Art 3º O Conselho Monetário Nacional será integrado pelos
cipal instrumento de execução da política de crédito do Governo seguintes membros:
Federal. I - Ministro de Estado da Fazenda, como Presidente;
II - Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Planejamento da
Art. 62. O Conselho Monetário Nacional determinará providên- Presidência da República, que será o Vice-Presidente e substituirá o
cias no sentido de que a transferência de atribuições dos órgãos exis- Presidente em seus impedimentos eventuais;
tentes para o Banco Central da República do Brasil se processe sem III - Ministro de Estado da Indústria e do Comércio, que substi-
solução de continuidade dos serviços atingidos por esta lei. tuirá o Vice-Presidente em seus impedimentos eventuais;
IV - Presidente do Banco Central do Brasil;
Art. 63. Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Mo- V - Presidente do Banco do Brasil S.A.;
netário Nacional, a que alude o inciso IV, do artigo 6º desta lei serão VI - Presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Eco-
respectivamente de 6 (seis), 5 (cinco), 4 (quatro), 3 (três), 2(dois) e nômico;
1 (um) anos. VII - Presidente do Banco Nacional de Habitação;
VIII - Três membros nomeados pelo Presidente da República
Art. 64. O Conselho Monetário Nacional fixará prazo de até entre brasileiros de ilibada reputação e notória capacidade em assun-
1 (um) ano da vigência desta lei para a adaptação das instituições tos econômico-financeiros, com mandato de cinco anos.
financeiras às disposições desta lei. § 1º O Conselho deliberará por maioria de votos com a presen-
§ 1º Em casos excepcionais, o Conselho Monetário Nacional ça, no mínimo, de seis membros, cabendo ao Presidente o voto de
poderá prorrogar até mais 1 (um)ano o prazo para que seja comple- qualidade.
mentada a adaptação a que se refere este artigo. § 2º Os demais Diretores do Banco Central do Brasil partici-
§ 2º Será de um ano, prorrogável, nos termos do parágrafo an- parão das reuniões do Conselho Monetário Nacional sem direito a
terior, o prazo para cumprimento do estabelecido por força do art. voto.
30 desta lei. § 3º O Presidente do Conselho Monetário Nacional poderá con-
vidar para participar das reuniões, sem direito a voto, outros Minis-
Art. 65. Esta lei entrará em vigor 90 (noventa) dias após data de tros de Estado, assim como representantes de entidades públicas ou
sua publicação, revogadas as disposições em contrário. privadas.
Brasília, 31 de dezembro de 1964; 143º da Independência e 76º Art 4º O Conselho Monetário Nacional reunir-se-á ordinaria-
da República. mente uma vez por mês e, extraordinariamente, sempre que neces-
sário, por convocação do seu Presidente.
Didatismo e Conhecimento 22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 5º - O Banco Central do Brasil será administrado por um III - os Diretores do Banco Central do Brasil, não integrantes
Presidente e seis Diretores, nomeados pelo Presidente da República, da COMOC;
escolhidos entre brasileiros de ilibada reputação e notória capaci-
dade em assuntos econômico-financeiros, sendo demissíveis ad nu- “Art 23. Os recursos de decisões do Banco Central do Brasil,
tum. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.795, de 1980) cujo julgamento seja da competência do CMN, serão encaminhados
ao Colegiado após manifestação da COMOC.”
Art 6º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário. Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 15 de maio de 1974; 153º da Independência e 86º da
Brasília, 27 de setembro de 1995; 174º da Independência e 107º
República.
da República.
ERNESTO GEISEL
Mario Henrique Simonsen FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Dyrceu Araújo Nogueira Pedro Malan
Alysson Paulinelli
Severo Fagundes Gomes Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 28.9.1995
Maurício Rangel Reis
João Paulo dos Reis Velloso BANCO CENTRAL DO BRASIL
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 16.5.1974 O Banco Central do Brasil, autarquia federal integrante do Sis-
tema Financeiro Nacional, foi criado em 31.12.64, com a promulga-
DECRETO Nº 1.649, DE 27 DE SETEMBRO DE 1995 ção da Lei nº 4.595.
Antes da criação do Banco Central, o papel de autoridade mo-
Altera dispositivos do Regimento Interno do Conselho Mone- netária era desempenhado pela Superintendência da Moeda e do
tário Nacional - CMN, aprovado pelo Decreto nº 1.307, de 9 de no- Crédito - SUMOC, pelo Banco do Brasil - BB e pelo Tesouro Na-
vembro de 1994. cional.
A SUMOC, criada em 1945 com a finalidade de exercer o con-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso das atribuições
trole monetário e preparar a organização de um banco central, tinha
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, da Constituição, e tendo
a responsabilidade de fixar os percentuais de reservas obrigatórias
em vista o disposto no § 6º do art. 8º da Lei nº 9.069, de 29 de junho
de 1995, DECRETA: dos bancos comerciais, as taxas do redesconto e da assistência fi-
nanceira de liquidez, bem como os juros sobre depósitos bancários.
Art. 1º Os arts. 2º, 5º, 10, 16 e 23 do Regimento Interno do Além disso, supervisionava a atuação dos bancos comerciais,
Conselho Monetário Nacional, aprovado pelo Decreto nº 1.307, de 9 orientava a política cambial e representava o País junto a organis-
de novembro de 1994, passam a vigorar com as seguintes alterações: mos internacionais.
“Art. 2º O CMN é integrado pelos seguintes membros: O Banco do Brasil desempenhava as funções de banco do go-
verno, mediante o controle das operações de comércio exterior, o
I - Ministro de Estado da Fazenda, na qualidade de Presidente; recebimento dos depósitos compulsórios e voluntários dos bancos
II - Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento; comerciais e a execução de operações de câmbio em nome de em-
III - Presidente do Banco Central do Brasil.” presas públicas e do Tesouro Nacional, de acordo com as normas
estabelecidas pela SUMOC e pelo Banco de Crédito Agrícola, Co-
“Art 5º Funcionarão também junto ao CMN as seguintes Co- mercial e Industrial.
missões Consultivas: O Tesouro Nacional era o órgão emissor de papel-moeda.
I - de Normas e Organização do Sistema Financeiro; Após a criação do Banco Central buscou-se dotar a instituição
II - de Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros; de mecanismos voltados para o desempenho do papel de “bancos
III - de Crédito Rural; dos bancos”. Em 1985 foi promovido o reordenamento financeiro
IV - de Crédito Industrial;
governamental com a separação das contas e das funções do Banco
V - de Crédito Habitacional, e para Saneamento e Infraestrutura
Central, Banco do Brasil e Tesouro Nacional. Em 1986 foi extinta a
Urbana
VI - de Endividamento Público; conta movimento e o fornecimento de recursos do Banco Central ao
VII - de Política Monetária e Cambial.” Banco do Brasil passou a ser claramente identificado nos orçamen-
tos das duas instituições, eliminando-se os suprimentos automáticos
“Art. 10. Compete á COMOC: que prejudicavam a atuação do Banco Central.
O processo de reordenamento financeiro governamental se es-
I - propor as instruções necessárias à execução do disposto da tendeu até 1988, quando as funções de autoridade monetária foram
Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995, relativas às matérias de com- transferidas progressivamente do Banco do Brasil para o Banco
petência do Conselho Monetário Nacional; Central, enquanto as atividades atípicas exercidas por esse último,
como as relacionadas ao fomento e à administração da dívida públi-
“Art. 16. Participam das reuniões do CMN: ca federal, foram transferidas para o Tesouro Nacional.
Didatismo e Conhecimento 23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu dispositivos impor- Resultado: aumento ou diminuição da taxa de juros.
tantes para a atuação do Banco Central, dentre os quais destacam-se Como fiscal do sistema financeiro, o BC procura garantir o cor-
o exercício exclusivo da competência da União para emitir moeda reto funcionamento de todas as suas instituições, antecipando-se aos
e a exigência de aprovação prévia pelo Senado Federal, em votação problemas de liquidez que algumas delas possam vir a ter e, assim,
secreta, após arguição pública, dos nomes indicados pelo Presidente preservando a integridade do sistema financeiro como um todo e das
da República para os cargos de presidente e diretores da instituição. economias de cada um de nós em particular.
Além disso, vedou ao Banco Central a concessão direta ou indireta Como gestor da política cambial, estabelece as regras de gestão
de empréstimos ao Tesouro Nacional.
e operação dos banco sem relação à moeda estrangeira, mais especi-
A Constituição de 1988 prevê ainda, em seu artigo 192, a ela-
boração de Lei Complementar do Sistema Financeiro Nacional, que ficamente ao dólar, de forma a permitir que, dependendo das condi-
deverá substituir a Lei 4.595/64 e redefinir as atribuições e estrutura ções internas de nossa economia e de sua relações com o exterior, o
do Banco Central do Brasil. preço do nosso real em relação ao dólar (a taxa de câmbio) garanta
um fluxo de moeda positivo do País com o exterior (recebemos mais
Missão Institucional dólares do exterior do que somos obrigados a enviar) sem aumento
de inflação.
Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a so- Como gestor da política monetária, sua principal e mais crítica
lidez do sistema financeiro nacional. função, o BC procura determinar o estoque e o fluxo de moeda na
economia que permitam, para cada momento econômico, seu cres-
Macroprocessos cimento sustentado, ou seja, sem inflação.
Para atingir esse objetivo, o BC age diretamente sobre o sistema
- Formulação e gestão das políticas monetária e cambial, com- financeiro, utilizando mecanismos diretos de controle das reservas
patíveis com as diretrizes do Governo Federal.
bancárias, quais sejam:
- Regulação e supervisão do sistema financeiro nacional.
- Administração do sistema de pagamentos e do meio circulan-
te. Macro objetivos (para o biênio 2002-2003) O depósito compulsório sobre os depósitos à vista, o qual, pelo
- Consolidar as políticas monetária e cambial no sentido de as- seu poder de multiplicação de crédito, tem um tratamento todo es-
segurar a estabilidade do poder de compra da moeda. pecial;
- Assegurar que a regulação e a fiscalização do Sistema Finan-
ceiro observem padrões e práticas internacionais. O empréstimo de liquidez, mais conhecido como redesconto,
- Consolidar a implantação do novo Sistema de Pagamentos como uma ajuda temporária aos bancos para recompor sua capaci-
Brasileiro. dade futura de crédito;
- Concluir o processo de saneamento e reestruturação dos ban- O contingenciamento de crédito, através do estabelecimento
cos oficiais. de regras restritivas para concessão de crédito, a partir das reser-
- Implantar modelo de administração gerencial para atuação do vas disponíveis para isso nos bancos; O mercado aberto de títulos
Banco Central. públicos-open market, ou seja, a compra e a venda consistentes e
Como banco do governo, o BC administra a dívida pública mo-
programadas de títulos públicos pelo BC, de forma a retirar recursos
biliária federal interna, ao financiar o Tesouro Nacional, adquirindo
do mercado pela venda dos títulos, ou colocar pela compra (resgate)
títulos por ele emitidos, quando seus gastos superam suas receitas
(da mesma forma que nós recorremos aos bancos quando o nosso desses mesmos títulos.
salário acaba antes do final do mês). Podemos concluir que não é fácil a vida do BC e, também,
Administra, também, tanto as reservas como a dívida pública como são fundamentais a sua ação e a participação do sistema fi-
externas, além de fiscalizar e supervisionar a dívida pública de esta- nanceiro em todo o processo econômico. É bom lembrar que, sem
dos e municípios, para evitar que seu eventual descontrole prejudi- desenvolvimento econômico e social, a estabilidade monetária não
que apolítica fiscal do governo. se justifica, mas sem estabilidade monetária o desenvolvimento eco-
nômico não se sustenta e muito menos o social. Esse é o grande di-
Como banco das instituições financeiras monetárias (bancos lema. Sua solução é responsabilidade do governo, do BC, do sistema
comerciais), administra suas reservas bancárias, que nada mais são financeiro, das empresas e, também, de todos nós.
do que os depósitos que essas instituições mantêm junto ao BC (da
mesma forma que cada um de nós tem uma conta corrente em um COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS
banco comercial).
A CVM é órgão oficial, governamental, ou seja, uma autarquia
Uma parte desses depósitos fica compulsoriamente retida no
BC com o objetivo, neste caso, de controlar o estoque de recursos administrativa jungida ao Ministério da Fazenda, nos termos do art.
que os bancos podem disponibilizar como crédito aos seus clientes 5º da Lei nº 6.385/76.
e, dessa forma, tentar estabelecer o nível ideal de aumento de con- Sua função primordial concentra-se na fiscalização das ativida-
sumo sem aumento de inflação para cada momento da economia. des do mercado de valores mobiliários.
Se o objetivo for aumentar ou mesmo diminuir o volume de Nenhuma emissão pública de valores mobiliários poderá ser
reservas bancárias disponíveis para o crédito e, consequentemente, distribuída, no mercado, sem prévio registro na CVM, entendendo-
tentar diminuir ou aumentar o preço deste crédito, o BC diminui -se por atos de distribuição a venda, promessa de venda, oferta à
ou aumenta o depósito compulsório sobram as reservas dos bancos, venda ou subscrição, aceitação de pedido de venda ou subscrição de
originadas pelos nossos depósitos à vista. valores mobiliários.
Didatismo e Conhecimento 24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OBJETIVOS: De acordo com a lei que a criou, a Comissão de - credenciamento de auditores independentes e administradores
Valores Mobiliários exercerá suas funções, a fim de: de carteiras de valores mobiliários;
- assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados - organização, funcionamento e operações das bolsas de valo-
de bolsa e de balcão; res;
- proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões - negociação e intermediação no mercado de valores mobiliá-
irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controla- rios;
dores de companhias ou de administradores de carteira de valores - administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;
mobiliários; - suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou
- evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação des- autorizações;
tinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de - suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determi-
valores mobiliários negociados no mercado; nado valor mobiliário ou decretar recesso de bolsa de valores.
- assegurar o acesso do público a informações sobre valores
mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido; O sistema de registro gera, na verdade, um fluxo permanente de
- assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no informações ao investidor.
mercado de valores mobiliários; Essas informações, fornecidas periodicamente por todas as
- estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores companhias abertas, podem ser financeiras e, portanto, condiciona-
mobiliários; das a normas de natureza contábil, ou apenas referirem-se a fatos
- promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do relevantes da vida das empresas. Entende-se como fato relevante,
mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações aquele evento que possa influir na decisão do investidor, quanto a
do capital social das companhias abertas. negociar com valores emitidos pela companhia.
A CVM não exerce julgamento de valor em relação à qualquer
LOCALIZAÇÃO: a sede da CVM está localizada no Rio informação divulgada pelas companhias. Zela, entretanto, pela sua
de Janeiro possuindo duas superintendências regionais: São Paulo regularidade e confiabilidade e, para tanto, normatiza e persegue a
e Brasília. sua padronização.
A atividade de credenciamento da CVM é realizada com
ORGANIZAÇÃO: A Comissão de Valores Mobiliários, com
base em padrões pré-estabelecidos pela Autarquia que permitem
sede na cidade do Rio de Janeiro, é administrada por um Presidente
avaliar a capacidade de projetos a serem implantados.
e quatro Diretores nomeados pelo Presidente da República. O Presi-
A Lei atribui à CVM competência para apurar, julgar e punir ir-
dente e a Diretoria constituem o Colegiado, que define políticas e es-
regularidades eventualmente cometidas no mercado.
tabelece práticas a serem implantadas e desenvolvidas pelo corpo de
Diante de qualquer suspeita a CVM pode iniciar um inquérito
Superintendentes, a instância executiva da CVM.
administrativo, através do qual, recolhe informações, toma depoi-
O Superintendente Geral acompanha e coordena as atividades
mentos e reúne provas com vistas a identificar claramente o res-
executivas da comissão auxiliado pelos demais Superintendentes,
pelos Gerentes a eles subordinados e pelo Corpo Funcional. ponsável por práticas ilegais, oferecendo-lhe, a partir da acusação,
Esses trabalhos são orientados, especificamente, para ativida- amplo direito de defesa.
des relacionadas à empresas, aos intermediários financeiros, aos O Colegiado tem poderes para julgar e punir o faltoso. As pe-
investidores, à fiscalização externa, à normatização contábil e de nalidades que a CVM pode atribuir vão desde a simples advertência
auditoria, aos assuntos jurídicos, ao desenvolvimento de mercado, à até a inabilitação para o exercício de atividades no mercado, passan-
internacionalização, à informática e à administração. do pelas multas pecuniárias.
O colegiado conta ainda com o suporte direto da Chefia de Ga- A CVM mantém, ainda, uma estrutura especificamente desti-
binete, da Assessoria de comunicação social, da Assessoria Econô- nada a prestar orientação aos investidores ou acolher denúncias e
mica e da Auditoria Interna. sugestões por eles formuladas.
A estrutura executiva da CVM é completada pelas Superinten- Quando solicitada, a CVM pode atuar em qualquer processo ju-
dências Regionais de São Paulo e Brasília. dicial que envolva o mercado de valores mobiliários, oferecendo
provas ou juntando pareceres.
ATRIBUIÇÕES: A Lei que criou a CVM (6385/76) e a Lei Nesses casos, a CVM atua como “amicus curiae” assessorando
das Sociedades por Ações (6404/76) disciplinaram o funcionamento a decisão da Justiça.
do mercado de valores mobiliários e a atuação de seus protagonistas, Em termos de política de atuação, a Comissão persegue seus
assim classificados, as companhias abertas, os intermediários finan- objetivos através da indução de comportamento, da autorregulação
ceiros e os investidores, além de outros cuja atividade gira em torno e da autodisciplina, intervindo efetivamente, nas atividades de mer-
desse universo principal. cado, quando este tipo de procedimento não se mostrar eficaz.
A CVM tem poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a No que diz respeito à definição de políticas ou normas voltadas
atuação dos diversos integrantes do mercado. Seu poder normati- para o desenvolvimento dos negócios com valores mobiliários, a
zador abrange todas as matérias referentes ao mercado de valores CVM procura junto a instituições de mercado, do governo ou en-
mobiliários. tidades de classe, suscitar a discussão de problemas, promover o
estudo de alternativas e adotar iniciativas, de forma que qualquer al-
Cabe à CVM, entre outras, disciplinar as seguintes matérias: teração das práticas vigentes seja feita com suficiente embasamento
- registro de companhias abertas; técnico e, institucionalmente, possa ser assimilada com facilidade,
- registro de distribuições de valores mobiliários; como expressão de um desejo comum.
Didatismo e Conhecimento 25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A atividade de fiscalização da CVM realiza-se pelo acompa- É importante frisar que a CVM tem a obrigação de comuni-
nhamento da veiculação de informações relativas ao mercado, às car ao Ministério Público quaisquer indícios de ilícito penal verifica-
pessoas que dele participam e aos valores mobiliários negociados. dos nos processos sobre irregularidades no mercado.
Dessa forma, podem ser efetuadas inspeções destinadas à apu- Da mesma forma, tratando-se de ilegalidade fiscal, deve enca-
ração de fatos específicos sobre o desempenho das empresas e dos minhar o processo à Secretaria da Receita Federal.
negócios com valores mobiliários.
Em matéria criminal, a Lei nº 10.303/2001 acrescentou à lei
ANÁLISE DA SUA FUNÇÃO: A CVM é órgão regulador e nº 6.385/76 três delitos dolosos contra o mercado de valores mobi-
controlador máximo do mercado de valores mobiliários. liários:
Ela tem amplos poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar
a atuação dos diversos integrantes do mercado. - manipulação de mercado;
O que são valores mobiliários? Valor mobiliário é título de in-
vestimento que a sociedade anônima emite para a obtenção de re- - uso indevido de informação privilegiada; e
cursos. É investimento social oferecido ao público, pela companhia.
Além das ações, a Lei das Sociedades por Ações (LSA) con- - exercício irregular de cargo, profissão, atividade ou função.
templa como suas modalidades as partes beneficiárias e as debên-
tures. Também trata dos valores considerados pela doutrina como O bem jurídico tutelado é o desenvolvimento regular das ativi-
subprodutos de valores mobiliários; os bônus de subscrição e os dades do mercado de valores mobiliários.
certificados de emissão de garantia. Na verdade, são valores mobi-
liários derivados. CONSELHO DE RECURSOS DO
A negociação em mercado: SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
- Primária
- Secundária O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional - CR-
SFN foi criado pelo Decreto nº 91.152,de 15.03.85.
A negociação primária opera-se por meio do lançamento públi-
Transferiu-se do Conselho Monetário Nacional - CMN para o
co de ações, devidamente registrado na CVM e com a intermediação
CRSFN a competência para julgar, em segunda e última instância
obrigatória das instituições integrantes do sistema de distribuição de
administrativa, os recursos interpostos das decisões relativas à apli-
valores mobiliários.
cação das penalidades administrativas referidas nos itens I a IV do
No caso, o investidor subscreve as ações, revertendo o produto
art. 1º do referido Decreto.
dessa subscrição para a companhia.
Permanece com o CMN a competência residual para julgar os
Incumbe à CVM a análise de pedido de registro de distribuição
demais casos ali previstos, por força do disposto no artigo 44, § 5º,
pública de valores mobiliários.
No caso de valores emitidos por sociedades controladas direta da Lei 4.595/64.
ou indiretamente por estados, municípios e pelo Distrito Federal, Com o advento da Lei nº 9.069, de 29.06.95, mais especifica-
ouvirá, previamente, o Banco Central quanto ao atendimento às dis- mente em razão do seu artigo 81 e parágrafo único, ampliou-se a
posições da Resoluções do Senado federal sobre o endividamento competência do CRSFN , que recebeu igualmente do CMN a res-
público. ponsabilidade de julgar os recursos interpostos contra as decisões
Quanto à colocação no mercado secundário, as ações são nego- do Banco Central do Brasil relativas a aplicação de penalidades por
ciadas pelas Bolsas de Valores ou no mercado de balcão. infração à legislação cambial, de capitais estrangeiros, de crédito
Nos demais casos, essas operações, a juízo do investidor, poder rural e industrial.
ser realizadas a vista, a termo, a futuro ou no mercado de opções. O CRSFN tem o seu Regimento Interno aprovado pelo Decreto
O prazo para liquidação física e financeira das operações reali- nº 1.935, de 20.06.96, com a nova redação dada pelo Decreto nº
zadas em Bolsas de Valores, por meio de seus sistemas de pregões, 2.277, de 17.07.97, dispondo sobre as competências, prazos e de-
em todos os mercados que operarem, é até o segundo dia subsequen- mais atos processuais vinculados às suas atividades.
te ao do fechamento da operação.
Atribuições
Penalidades: A CVM deve promover processo administrativo
para investigar a ocorrência de irregularidades no mercado, ense- São atribuições do Conselho de Recursos: julgar em segunda e
jando aos acusados amplo direito de defesa, vigente o princípio do última instância administrativa os recursos interpostos das decisões
devido processo legal na esfera administrativa. relativas às penalidades administrativas aplicadas pelo Banco Cen-
tral do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pela Secreta-
As sanções para quem descumpre as regras legais do mercado ria de Comércio Exterior, nas infrações previstas:
de valores mobiliários, sobretudo as normas editadas pela CVM, a) no inciso XXVI do art. 4º e no § 5º do art. 44 da Lei nº 4.595,
são: advertência, multa, suspensão ou inabilitação para o exercício de 31 de dezembro de 1964;
do cargo, ou cassação da autorização ou do registro, bem como a b) no art. 3º do Decreto-Lei nº 448, de 3 de fevereiro de 1969;
proibição por prazo determinado para o exercício de atividades e c) no § 4º do art. 11 da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976;
operações do sistema de distribuição. d) no § 2º do art. 43 da Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964;
e) no § 2º do art. 2º do Decreto-Lei nº 1.248, de 29 de novembro
Também o investidor pode ser proibido temporariamente de de 1972; e
atuar, direta ou indiretamente, no mercado. f) no art. 74 da Lei nº 5.025, de 10 de junho de 1966;
Didatismo e Conhecimento 26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II - de decisões do Banco Central do Brasil: RECURSO - APRESENTAÇÃO, TRÂMITE E ACOMPA-
a) relativas a penalidades por infrações à legislação cambial, de NHAMENTO
capitais estrangeiros e de crédito rural e industrial;
b) proferidas com base no art. 33 da Lei nº 8.177, de 1º de mar- Ao receber intimação decisória de processo administrati-
ço de 1991, relativas à aplicação de penalidades por infração à legis- vo oriundo de um dos órgãos adiante nominados (Banco Central,
lação de consórcios; Comissão de Valores Mobiliários, Ministério do Desenvolvimen-
c) proferidas com base no art. 9º da Lei nº 9.447, de 14 de março to, Indústria e Comércio-Secretaria de Comércio Exterior - SE-
de 1997, referentes à adoção de medidas cautelares; e CEX e Ministério da Fazenda-Secretariada Receita Federal), o(s)
d) referentes à desclassificação e à descaracterização de ope- interessado(s) poderá(ão) interpor recurso a este Conselho, no prazo
rações de crédito rural e industrial, e a impedimentos referentes ao estipulado na intimação, devendo entregá-lo mediante recibo ao res-
Programa de Garantia de Atividade Agropecuária - PROAGRO. pectivo órgão instaurador.
O órgão processante, após receber a(s) peça(s) recursal(ais) e
Art. 3º Compete ainda ao Conselho de Recursos do Sistema Fi- fazer a devida juntada nos autos respectivos, encaminha o processo
nanceiro Nacional apreciar os recursos de ofício, dos órgãos e enti- originário a este Conselho, que o autua e a seguir o envia a um dos
dades competentes, contra decisões de arquivamento dos processos Procuradores da Fazenda Nacional para elaborar parecer.
que versarem sobre as matérias relacionadas no inciso I e nas alíneas Concluído o parecer, o Recurso é devolvido à Secretaria-Exe-
“a” a “c” do inciso II do art. 2º. cutiva, onde é relacionado para sorteio de Relator e de Revisor em
sessão pública.
Estrutura Definidos relator e revisor, o processo vai ao relator para elabo-
ração de Relatório e a seguir, com trânsito pela Secretaria-Executi-
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional é va, é distribuído ao revisor. Uma vez revisado, o processo entrará em
constituído por oito Conselheiros, possuidores de conhecimentos pauta para ser julgado, também em sessão pública, na qual é faculta-
especializados em assuntos relativos aos mercados financeiro, de da aos recorrentes e ou seus representantes legais a sustentação oral.
câmbio, de capitais, e de crédito rural e industrial, observada a se-
O acompanhamento das fases processuais é efetuado preferen-
guinte composição:
cialmente via internet. Se, ao consultar o andamento do feito, a res-
I - um representante do Ministério da Fazenda (Minifaz);
posta for: “Registro não encontrado”, significa que o processo ainda
II - um representante do Banco Central do Brasil (Bacen);
não foi autuado pela Secretaria Executiva.
III - um representante da Secretaria de Comércio Exterior (MI-
DIC);
Sessão de Julgamento - Defesa Oral
IV - um representante da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM);
Nas Sessões de Julgamento, faculta-se sustentação oral em fa-
V - quatro representantes das entidades de classe dos mercados
vor dos interesses das pessoas (físicas ou jurídicas) arroladas nos
afins, por estas indicados em lista tríplice.
processos administrativos.
As entidades de classe que integram o CRFSN são as seguintes: O pronunciamento é feito pelo recorrente/recorrido e, em cará-
Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas), ter alternativo ou complementar, por seu advogado.
Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), CNBV Assim dispõe o § 3º do art. 20 do Regimento Interno aprovado
(Comissão de Bolsas de Valores), Febraban (Federação Brasileira pelo Decreto nº 1.935, de 17.07.97, verbis:
das Associações de Bancos), Abel (Associação Brasileira das Em- Se o sujeito passivo, ou seu representante legal, desejar fazer
presas de Leasing), Adeval (Associação das Empresas Distribuido- sustentação oral, concluída a leitura do relatório, o Presidente fran-
ras de Valores), AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), quear-lhe-á a palavra pelo período de quinze minutos, prorrogável
sendo que os representantes das quatro primeiras entidades têm por igual período.
assento no Conselho como membros-titulares e os demais, como
suplentes. Tanto os Conselheiros Titulares, como os seus respectivos BANCOS COMERCIAIS
suplentes, são nomeados pelo Ministro da Fazenda, com mandatos
de dois anos, podendo ser reconduzidos uma única vez. OS BANCOS COMERCIAIS NOS ATENDEM EM NOS-
Fazem ainda parte do Conselho de Recursos dois Procuradores SAS NECESSIDADES DO DIA A DIA E/OU DE CURTO
da Fazenda Nacional, designados pelo Procurador-Geral da Fazenda PRAZO (ATÉ UM ANO), ATRAVÉS DE SUAS AGÊNCIAS
Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância da legisla- BANCÁRIAS, HOME BANKING OU INTERNET.
ção aplicável, e um Secretário-Executivo, nomeado pelo Ministério SÃO ELES QUE RECEBEM OS NOSSOS PAGAMEN-
da Fazenda, responsável pela execução e coordenação dos trabalhos TOS E NOSSAS COBRANÇAS, EVITANDO QUE TENHA-
administrativos. Para tanto, o Banco Central do Brasil, a Comissão MOS QUE FAZÊ-LAS DIRETAMENTE JUNTO A ORIGEM
de Valores Mobiliários e a Secretaria de Comércio Exterior propor- (IMAGINE A TRABALHEIRA DE IR PAGAR NOSSAS
cionam o respectivo apoio técnico e administrativo. CONTA SEM CADA UM DOS EMISSORES DOS RECIBOS),
O representante do Ministério da Fazenda é o presidente do NA VERDADE, SÃO ELES, TAMBÉM, QUE NOS EMPRES-
Conselho e o vice- presidente é o representante designado pelo Mi- TAM O DINHEIRO PARA SUPRIR O CAPITAL DE GIRO DE
nistério da Fazenda dentre os quatro representantes das entidades de NOSSA VIDA PESSOAL OU NOSSOS NEGÓCIOS.
classe que integram o Conselho.
Didatismo e Conhecimento 27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Principais Operações O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando as atribuições
que lhe confere o art. 87, item I, da Constituição Federal, e tendo em
Ativas vista o disposto no parágrafo único do art. 68 da Lei número 4.380,
- descontar títulos; de 21 de agosto de 1964, DECRETA:
- abertura de crédito simples ou em conta corrente;
- crédito rural, de câmbio e comércio internacional; Art 1º. As Caixas Econômicas Federais, são um dos instrumen-
tos de ação do Governo Federal no setor habitacional, operando de
Passivas acordo com o disposto na Lei nº 4.380, de 21de agosto de 1964, no
- captar depósitos à vista; Decreto nº 24.427, de 19 de junho de 1934, e na restante legislação
complementar e específica.
Conta corrente Art 2º O Banco Nacional de Habitação exercerá suas atribui-
- captar depósitos a prazo fixo;CDB -certificado de depósito ções
bancário título de renda fixa, pré / pós-fixado, transferível.RDB -re- orientadoras, disciplinadoras e controladoras das Caixas Eco-
gistro de depósito bancário -titulo de renda fixa, pré / pós-fixado,
nômicas Federais, no que tange ao sistema Financeiro da habita-
intransferível;
ção, através do Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais,
- obter recursos junto a instituições oficiais para repasse a clien-
sempre que couber aplicação do disposto nos artigos 3º 14 e 15 do
tes;
Decreto nº 24.427, de 19 de junho de 1934.
- obter recursos externos;
- Efetuar prestação de serviços, inclusive mediante convênio.
- Cobrança de títulos e arrecadação de tarifas e tributos públi- Art 3º As Sucursais, Filiais e Agências das Caixas Econômi-
cos. cas Federais poderão ser usadas pelo Banco Nacional da Habitação,
como agentes e representantes deste.
CAIXAS ECONÔMICAS § 1ºO Banco Nacional da Habitação para plena execução do
que prevê este artigo, deverá firmar acordos ou convênios com
São instituições eminentemente de cunho social, concedendo as respectivas Caixas Econômicas Federais, os quais obedecerão
empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de às normas e condições gerais previamente aprovadas pelo Con-
assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e selho Superior.
esporte. § 2º Desses acordos ou convênios deverão constar, obrigatoria-
Atualmente existem somente uma federal e uma estadual e que mente, as taxas remuneratórias dos serviços a serem prestados pelas
equiparam-se nos aspectos operacionais: a CEF e a Caixa Econô- Caixas Econômicas Federais, bem como as condições gerais e espe-
mica do Estado do Rio Grande do Sul. Sua principal atividade, po- cíficas tendo em vista a natureza dos mesmos serviços.
rém, esta ligada ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
(SBPE), ligada ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH), onde sua Art 4º As entidades governamentais, autárquicas, paraestatais
principal fonte de recursos, a caderneta de poupança, canaliza as e de economia mista, que, na data da publicação da Lei nº 4.380 de
economias da sociedade para a aplicação no crédito imobiliário de 21 de agosto de 1964, depositava, suas disponibilidades nas Caixas
habitações populares, na infraestrutura e no saneamento básico das Econômicas Federais poderão continuar a fazê-lo.
cidades.
Outras atividades: Art 5º O Ministro da Fazenda fixará, periodicamente, a percen-
- captar depósitos à vista e a prazo; tagem dos depósitos das Caixas Econômicas Federais que deverá
- realizar operações ativas e de prestação de serviços, basica- ser obrigatoriamente aplicada em depósitos no Banco Nacional de
mente às pessoas físicas; Habitação.
- têm o monopólio das operações de empréstimo sob penhor de
§ 1º Na fixação da percentagem acima referida serão sem-
bens pessoais e sob consignação;
pre considerados os fatores pertinentes aos investimentos já rea-
- vender bilhetes das loterias;
lizados no setor habitacional e os relativos às necessidades opera-
- centralização do recolhimento e da posterior aplicação dos re-
cionais das carteiras não compreendidas naquele setor.
cursos do FGTS.
§ 2º No caso de manifesta deficiência de disponibilidades, a
RELAÇÃO CEF/BNH critério do Ministro da Fazenda mediante promoção do Conselho
Superior os depósitos das Caixas Econômicas Federais aplicados no
Em 21 de novembro de 1986 (DL 2291), foi decretada a extin- Banco Nacional da Habitação poderão ser liberados, no todo ou em
ção do BNH, por incorporação à CEF, que assumiu o conjunto de parte.
atribuições antes de responsabilidade do BNH. Assim, toda orienta- § 3º Os depósitos das Caixas Econômicas Federais no Banco
ção, disciplinamento e controle do SFH está ao cargo da CEF. Nacional da Habitação terão o reajustamento monetário previsto na
Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964.
DECRETO Nº 55.279, DE 22 DE DEZEMBRO DE 1964.
Art 6º As dotações das Carteiras destinadas a atender ao setor
Dispõe sobre a adaptação das Caixas Econômicas Federais habitacional serão estabelecidas através de “Planos de Inversões”
do Sistema Financeiro da Habitação. que integrarão, obrigatoriamente, os orçamentos semestrais das Cai-
xas Econômicas Federais.
Didatismo e Conhecimento 28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Parágrafo único. Os “Planos de Inversões” terão em vista as rão o reajustamento das prestações mensais de amortização e juros,
peculiaridades e as necessidades regionais e locais, na forma do que coma consequente correção do valor monetário da vida, toda vez
resolverem os Conselhos Administrativos das respectivas Caixas que o salário mínimo legal for alterado.
Econômicas Federais, ad referendum do Conselho Superior, consi- § 1º O disposto neste artigo, quando o adquirente for servi-
deradas as possibilidades econômico-financeiras de cada autarquia. dor público ou autárquico poderá ser aplicado tomando como
base a vigência da lei que lhe altere o vencimentos.
Art 7º Os recursos destinados ao setor habitacional pelas Caixas § 2º Os critérios para efeito da correção monetária serão os
Econômicas Federais distribuir-se-ão, permanentemente, da seguin- estabelecidos na Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964.
te forma:
I - pelo menos 70% (setenta por cento) deverão ser aplicados Art 12. As Caixas Econômicas Federais poderão assegurar re-
em habitações de valor unitário inferior a 60 (sessenta) vezes o ajustamento monetário, nas condições previstas na Lei nº 4.380, de
21 de agosto de 1964, aos depósitos especiais casa própria, desde
maior salário-mínimo mensal vigente no País;
que de prazo não inferior a 1 (um) ano e vinculados às operações
II - No máximo 15% (quinze por cento) poderão estar aplicados
imobiliárias.
em habitações de valor unitário compreendido entre 200 (duzentas)
Parágrafo único. Esses depósitos não poderão ser movimenta-
e 300 (trezentas) vezes o maior salário-mínimo mensal vigente no dos por meio de cheques, mas os respectivos juros serão livremente
País vedadas as aplicações em habitações de valor unitário superior movimentados pelo depositante.
a 300 (trezentas) vezes o maior salário mínimo mensal citado.
§ 1ºDentro do limite de recursos obrigatoriamente aplica- Art 13. As restrições constantes das alíneas a e b do artigo 6º
dos em habitações de valor unitário inferior a 60 (sessenta) vezes da Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964, não obrigam as Caixas
o maior salário mínimo do País, o Banco Nacional da Habitação Econômicas Federais, cujas aplicações são regidas pelo disposto nos
fixará, para cada região ou localidade, a percentagem mínima artigos 10 e 11 da mesma lei.
de recursos que devem ser aplicados no financiamento de proje-
tos destinados à eliminação de favelas, mocambos e outros aglo- Art 14. As pessoas que já forem proprietárias, promitentes com-
merações em condições sub-humanas de habitabilidade. pradoras ou cessionárias de imóvel residencial na mesma localida-
§ 2ºNas aplicações a que se refere o inciso II, a parcela finan- de, não poderão adquirir imóveis objeto de aplicação pelo sistema
ciada do valor do imóvel não poderá ultrapassar 80% (oitenta financeiro da habitação.
por cento) do mesmo.
§ 3ºAs Caixas Econômicas Federais poderão aplicar até Art 15. A disponibilidades das Sociedades de Crédito Imobiliá-
15% (quinze por cento) dos recursos a que se refere este artigo rio serão mantidas em depósito no Banco Nacional da Habitação no
em habitações e valor unitário igual ou superior a 60(sessenta) Banco do Brasil, nos demais bancos oficiais da União e dos Estados
vezes o maior salário-mínimo mensal vigente no País, porém in- e nas Caixas Econômicas Federais.
ferior a 200(duzentas) vezes o mesmo salário-mínimo.
Art 16. As Caixas Econômicas Federais criarão, obrigatoria-
Art 8º A partir do terceiro ano de aplicação da Lei nº 4.380 de 21 mente, Carteiras de Habitação para a plena execução do Plano Na-
de agosto de 1964, o Banco Nacional da Habitação poderá alterar os cional de Habitação.
critérios de distribuição das aplicações previstas no artigo anterior. Parágrafo único. Os titulares dessas Carteiras serão designados
pelos respectivos Conselhos Administrativos na forma do art. 30 do
Art 9º Os contratos de seguro de vida de renda temporária, de Regulamento aprovado pelo Decreto número 24.427, de 19 de junho
de 1934, os quais, exercerão as suas funções cumulativamente com
que trata o artigo 14 da Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964, po-
as Carteiras de que já sejam titulares.
derão ser feitos com o Serviço de Assistência e Seguro Social dos
Economiários quando os financiamentos forem realizados por inter-
Art 17. Quando verificada a falta de iniciativa local pública ou
médio das Caixas Econômicas Federais. privada, as Caixas Econômicas Federais poderão elaborar e executar
Parágrafo único. Até que o Banco Nacional da Habitação asse- projetos de construção de conjuntos habitacionais, dentro das coor-
gure as reservas técnicas necessárias, previstas no § 1º do art. 24 da denadas estabelecidas pela Lei nº 4.380, de 21 de agosto de1964, e
Lei mencionada neste artigo, as operações de seguro relativas a fi- do presente decreto.
nanciamentos não realizados pelas Caixas Econômicas Federais po- Parágrafo único. A venda das unidades de conjuntos habita-
derão ser efetuadas por intermédio do Serviço de Assistência e Se- cionais será feita por concorrência pública ou quando destinados a
guro Social dos Economiários, em face de acordos ou convênios. operários servidores públicos e autárquicos diretamente, mediante
planos gerais previamente aprovados pelo Conselho Superior das
Art 10. As Caixas Econômicas Federais manterão depósitos es- Caixas Econômicas Federais.
peciais de acumulação de poupança, para os pretendentes a financia-
mentos de casa própria, cujos titulares terão preferência na obtenção Art 18. Os recursos aplicados, ou com aplicação contratada,
desses financiamentos, obedecidas as condições gerais estabelecidas nos setor habitacional, até 11de setembro de 1964 pelas Caixas Eco-
pelo Banco Nacional de Habitação e tendo sempre em vista as con- nômicas Federais, não serão computados nas percentagens de apli-
dições econômico-financeiras de cada autarquia. cação a que se refere o artigo 7º, do presente decreto.
Parágrafo único. Os processos das Caixas Econômicas Fede-
Art 11. Os contratos de venda ou construção de habitações para rais, já deferidos pelos órgãos e autoridades competentes, até a data
pagamento a prazo ou empréstimos para aquisição ou construção a que se refere o presente artigo, não ficarão sujeitos às condições
de habitações, realizados pelas Caixas Econômicas Federais, preve- estabelecidas no mencionado artigo 7º.
Didatismo e Conhecimento 29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art 19. O Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais - Busca permanente de excelência na qualidade de serviços;
proverá no sentido de que sejam: - Equilíbrio financeiro em todos os negócios;
I - cumpridas pelas Caixas Econômicas Federais as determina- - Conduta ética pautada exclusivamente nos valores da socie-
ções da Lei nº 4.380, de 21de agosto de 1964, e do presente decreto; dade;
II - adaptado, no prazo de noventa dias, o seu Regimento e - Respeito e valorização do ser humano.
adaptados e padronizados os Regimentos Internos, das Caixas Eco-
nômicas Federais, a fim de que, inclusive, sejam fixados novos cri- COOPERATIVAS DE CRÉDITO
térios e limites para os recursos ex offício;
III - Estabelecidos métodos, processos e rotinas, que facultem Sociedades cooperativas são sociedades de pessoas, com forma
o maior rendimento dos serviços e a segurança e a rapidez na trami- e natureza jurídica próprias, constituídas para prestar serviços aos
tação dos processos e papéis, na forma do previsto no artigo 60, da associados, cujo regime jurídico, atualmente, é instituído pela Lei
Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964. 5.764, de 16 de dezembro de 1971.
Art 20. Os pedidos de financiamento de competência dos Con- As sociedades cooperativas são classificadas como:
selhos Administrativos das Caixas Econômicas Federais serão a es- - cooperativas singulares, ou de 1º grau, quando destinadas a
tes submetidos com fiel observância da ordem cronológica da sua prestar serviços diretamente aos associados;
entrada nos Gabinetes dos Diretores das respectivas Carteiras, desde - cooperativas centrais e federações de cooperativas, ou de 2º
que devidamente instruídos. grau, aquelas constituídas por cooperativas singulares e que objeti-
Parágrafo único. A apreciação dos recursos ex offício será re- vam organizar, em comum e em maior escala, os serviços econômi-
alizada pelo Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais, cos e assistenciais de interesse das filiadas, integrando e orientando
observando , também fielmente, a ordem cronológica, desde que suas atividades, bem como facilitando a utilização recíproca dos ser-
devidamente instruídos. viços; e
- confederações de cooperativas, ou de 3º grau, as constituídas
por centrais e federações de cooperativas e que têm por objetivo
Art 21. Dentro do prazo de 90 (noventa) dias o Poder Executivo
orientar e coordenar as atividades das filiadas, nos casos em que o
enviará mensagem ao Congresso dispondo sobre a nova Lei Orgâ-
vulto dos empreendimentos transcender o âmbito de capacidade ou
nica das Caixas Econômicas Federais, cujo anteprojeto deverá ser
conveniência de atuação das centrais ou federações.
encaminhado pelo Conselho Superior à Presidência da República,
por intermédio do Ministério da Fazenda após audiência do Banco
Cooperativas de crédito são instituições financeiras constituí-
Nacional da Habitação, no que lhe disser respeito, tendo em vista o
das sob a forma de sociedades cooperativas, tendo por objeto a pres-
disposto na Lei nº 4.380, de 21 de agosto de1964. tação de serviços financeiros aos associados, como concessão de
crédito, captação de depósitos à vista e a prazo, cheques, prestação
Art 22. Ficam revogados os Decretos ns. 50.316, de 6 de março de serviços de cobrança, de custódia, de recebimentos e pagamen-
de 1961; 1.382, de 12 de setembro de 1962; 51.882, de 2 de abril tos por conta de terceiros sob convênio com instituições financeiras
de 1963; 52.013, de 17 de maio de 1963, todos referentes a opera- públicas e privadas e de correspondente no País, além de outras ope-
ções das Caixas Econômicas Federais, regendo-se as operações das rações específicas e atribuições estabelecidas na legislação em vigor.
mesmas, fora do Sistema Financeiro da Habitação, pelo Decreto nº As cooperativas de crédito são um importante instrumento de
24.427, de 19 de junho de 1934. desenvolvimento em muitos países.
Na Alemanha, as cooperativas de crédito possuem cerca de
Art 23. Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, quinze milhões de associados e, respondem por cerca de 20% de
revogadas as disposições em contrário. todo o movimento financeiro-bancário do País.
Na Holanda, o banco cooperativa Rabobank atende a mais de
Brasília, 22 de dezembro de 1964; 143º da Independência e 76º 90% das demandas financeiras rurais.
da República. Nos EUA, há mais de doze mil unidades de atendimento coo-
perativo apenas no sistema CUNA (Credit Union National Associa-
H. CASTELLO BRANCO tion), que reúne cooperativas de crédito mútuo do tipo desjardins.
Octávio Gouveia de Bulhões Além dessas, os bancos cooperativos agrícolas, por sua parte,
respondem por mais de 1/3 dos financiamentos agropecuários norte-
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL -americanos. Ainda, estima-se que 25% dos norte-americanos sejam
associados a uma cooperativa de crédito. 46% do total das institui-
A Caixa Econômica Federal: a CEF caracteriza-se por estar vol- ções de crédito da Europa eram cooperativas, participando com cer-
tada ao financiamento habitacional e ao saneamento básico. ca de 15% da intermediação financeira.
É um instrumento governamental de financiamento social. Esses números demonstram o potencial de crescimento do co-
Tem como missão, promover a melhoria contínua da qualidade operativismo de crédito no País, segmento considerado ainda extre-
de vida da sociedade, intermediando recursos e negócios financeiros mamente modesto se comparado ao de outros países mais desen-
de qualquer natureza, atuando, prioritariamente, no fomento ao de- volvidos.
senvolvimento urbano e nos segmentos de habitação, saneamento e O cooperativismo de crédito no Brasil respondia, em dezembro
infraestrutura, e na administração de fundos, programas e serviços de 2004, por 2,30% das operações de crédito realizadas no âmbito
de caráter social, tendo como valores fundamentais: da área bancária do SFN e possuía 2,56% do patrimônio líquido
Direcionamento de ações para o atendimento das expectativas total da área bancária do SFN, atendendo a mais de dois milhões de
da sociedade e dos clientes; pessoas.
Didatismo e Conhecimento 30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Como resposta aos diversos aperfeiçoamentos regulamentares, BNDES - BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMEN-
o cooperativismo de crédito no Brasil iniciou um processo de franca TO ECONÔMICO E SOCIAL
expansão, sem deixar de lado os aspectos prudenciais e de seguran-
ça, necessários a um crescimento em bases. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
- BNDES, ex-autarquia federal criada pela Lei nº 1.628, de 20 de
BANCOS COMERCIAIS COOPERATIVOS junho de 1952, foi enquadrado como uma empresa pública federal,
com personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio,
Bancos Cooperativos são bancos comerciais, constituídos sob a pela Lei nº 5.662, de 21 de junho de 1971. O BNDES é um órgão
forma de sociedades anônimas que diferenciam-se dos demais por vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
terem como acionistas, exclusivamente, as Cooperativas de Crédito. Exterior e tem como objetivo apoiar empreendimentos que contri-
Devem fazer constar, obrigatoriamente, de sua denominação a buam para o desenvolvimento do país.
expressão “Banco Cooperativo” e têm sua atuação restrita às Uni- Desta ação resultam a melhoria da competitividade da econo-
mia brasileira e a elevação da qualidade de vida da sua população.
dades da Federação em que estejam situadas as sedes das pessoas
Desde a sua fundação, em 20 de junho de 1952, o BNDES
jurídicas (cooperativas) controladoras.
vem financiando os grandes empreendimentos industriais e de in-
Podem firmar convênio de prestação de serviços com coopera-
fraestrutura tendo marcante posição no apoio aos investimentos na
tivas de crédito localizadas em sua área de atuação. É vedada a sua agricultura, no comércio e serviço e nas micro, pequenas e médias
participação no capital social de instituições financeiras e demais empresas, e aos investimentos sociais, direcionados para a educação
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e ambiental e trans-
Na constituição de um Banco Cooperativo devem ser seguidos porte coletivo de massa.
os procedimentos pertinentes para a constituição de banco comercial
(ver roteiro específico), com a seguinte particularidade: apenas as Suas linhas de apoio contemplam financiamentos de longo pra-
pessoas jurídicas controladoras devem publicar declaração de pro- zo e custos competitivos, para o desenvolvimento de projetos de in-
pósito e comprovar capacidade econômica compatível com o em- vestimentos e para a comercialização de máquinas e equipamentos
preendimento. novos, fabricados no país, bem como para o incremento das expor-
tações brasileiras.
BANCOS DE INVESTIMENTO
E DESENVOLVIMENTO Contribui, também, para o fortalecimento da estrutura de capital
das empresas privadas e desenvolvimento do mercado de capitais.
Os bancos de Investimento fornecem os recursos que neces-
sitamos para os investimentos empresariais de longo prazo, o cha- A BNDESPAR, subsidiária integral, investe em empresas na-
mado capital de investimento, seja através de empréstimos, finan- cionais através da subscrição de ações e debêntures conversíveis.
ciamentos ou lançamento de títulos, tais como ações ou debêntures.
Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e O BNDES considera ser de fundamental importância, na exe-
adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão cução de sua política de apoio, a observância de princípios ético-
“Banco de Investimento”. -ambientais e assume o compromisso com os princípios do desen-
Não possuem contas correntes e captam recursos via depósitos volvimento sustentável.
a prazo, repasses de recursos externos, internos e venda de cotas de
fundos de investimento por eles administrados. As linhas de apoio financeiro e os programas do BNDES aten-
As principais operações ativas dos bancos de investimento são dem às necessidades de investimentos das empresas de qualquer
porte e setor, estabelecidas no país. A parceria com instituições fi-
financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrição ou aqui-
nanceiras, com agências estabelecidas em todo o país, permite a dis-
sição de títulos e valores mobiliários, depósitos interfinanceiros e
seminação do crédito, possibilitando um maior acesso aos recursos
repasses de empréstimos externos. do BNDES.
Os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras SOCIEDADE DE CRÉDITO,
controladas pelos governos estaduais, e têm como objetivo precípuo FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO
proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos ne-
cessários ao financiamento, a médio e a longo prazos, de programas As Sociedades de Crédito Financiamento e Investimento, mais
e projetos que visem a promover o desenvolvimento econômico e conhecidas como Financeiras, são as únicas autorizadas pela nos-
social do respectivo Estado. sa atual legislação a financiar a aquisição de bens de consumo tais
Os bancos estaduais de desenvolvimento (controlados pelos go- como, por exemplo, a compra da geladeira ou de um carro.
vernos dos estados) destinam-se ao fornecimento de crédito de mé- - O processo de funcionamento de uma financeira é o descrito
dio e longo prazos às empresas localizadas nos respectivos estados. abaixo.
Geralmente operam com repasse de órgãos financeiros do Governo 1. um lojista possui um bem de consumo durável para a venda,
Federal. a financeira possui o capital necessário para a compra desse bem a
Existem instituições de fomento regional, as principais são vista e o consumidor, que não possui capital, para a aquisição desse
o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Banco da Amazônia bem a vista, se dispõe a pagá-lo a prazo com juros;
(BASA). 2. o lojista entrega o bem ao consumidor;
3. a financeira repassa o valor do bem para o lojista;
Nota: O BNDES é o principal agente do governo para o finan- 4. o consumidor fica obrigado a pagar o valor do bem, com
ciamento de longo e médio prazos. juros, a financeira em um determinado momento futuro.
Didatismo e Conhecimento 31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Principais Operações: As sociedades corretoras são fiscalizadas pelas bolsas de va-
lores, representando a certeza de uma boa orientação e da melhor
Ativas execução do negócios de seus investidores.
- concessão do empréstimo para aquisição do bem de consumo
durável. SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VA-
LORES MOBILIÁRIOS
Passivas
- não podem manter contas-correntes; Valores Mobiliários: São títulos emitidos pelas empresas que
- colocação de Letras de Câmbio. conferem a seus proprietários direitos patrimoniais ou creditícios
sobre as mesmas:
Nota: Por ser uma atividade de grande risco, suas operações
não podem ultrapassar o limite de12 vezes o montante de seu capital Conceito
realizado mais as reservas.
Instituições semelhantes às Sociedades Corretoras, porém com
SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL uma faixa operacional mais restrita que a das corretoras, já que elas
não têm acesso às bolsas de valores e mercadorias.
São Instituições que trabalham com operações de leasing. Esta - suas atividades básicas são subscrição de títulos e valores para
operação assemelha-se a uma locação tendo o cliente, ao final do revenda;
contrato as opções de: - intermediação da colocação de emissões de capital aberto
- renová-la - operações no mercado aberto (desde que satisfaçam as condi-
- adquirir o equipamento pelo valor residual; ções exigidas pelo BC).
- devolvê-lo à empresa.
Observações:
Operações - Junto às CCVM e DTVM encontram-se os agentes autôno-
mos de investimento, que são pessoas físicas credenciadas por BI,
Ativas Financeiras, CCVM e DTVM, que, sem vínculo empregatício e em
caráter individual, exercem por conta das instituições credenciadas
- próprio leasing. colocação de:
- títulos e valores mobiliários;
Passivas - quotas de fundos de investimentos;
- outras atividades de intermediação.
- captação de recursos de longo prazo.
BOLSAS DE VALORES
Nota: As operações de leasing foram regulamentadas pelo
CMN através da Lei Nº. 6.099 de setembro de 1974, e a integração As bolsas de valores são associações civis, sem fins lucrativos e
das sociedades arrendadoras ao Sistema Financeiro Nacional se deu com funções de interesse público.
através da Resolução No. 351 de 1975. Atuando como delegadas do poder público, têm ampla autono-
mia em sua esfera de responsabilidade. Além de seu papel básico de
SOCIEDADES CORRETORAS oferecer um mercado para a cotação dos títulos nelas registrados,
DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS orientar e fiscalizar os serviços prestados por seus membros, facilitar
a divulgação constante de informações sobre as empresas e sobre os
As sociedades corretoras são instituições financeiras membros negócios que se realizam sob seu controle, as bolsas de valores pro-
das bolsas de valores devidamente credenciadas pelo Banco Central piciam liquidez às aplicações de curto e longo prazos, por intermé-
do Brasil, pela CVM e pelas próprias bolsas, e estão habilitadas a dio de um mercado contínuo, representado por seus pregões diários.
negociar valores mobiliários no pregão.
As corretoras podem ser definidas como intermediárias espe- É por meio das bolsas de valores que se pode viabilizar um
cializadas na execução de ordens e operações por conta própria e importante objetivo de capitalismo moderno: o estímulo à pou-
determinadas por seus clientes, além da prestação de uma série de pança do grande público e ao investimento em empresas em ex-
serviços a investidores e empresas, tais como: pansão, que, diante deste apoio, poderão assegurar as condições
- diretrizes para seleção de investimentos; para seu desenvolvimento.
- intermediação de operações de câmbio;
- assessoria a empresas na abertura de capital, emissão de de- Na atualidade, as mais importantes Bolsas de Valores do mun-
bêntures e debêntures conversíveis em ações, renovação do registro do são as de Nova York, Londres, Paris e Tóquio. No Brasil, antes de
de capital etc. 1800 já se negociava com papéis, mas só em 1845 surgiu a primeira
regulamentação governamental. O Código Comercial Brasileiro de
As sociedades corretoras contribuem para um fundo de 1850 refere-se às “praças de comércio”, precursoras das atuais Bol-
garantia, mantido pelas bolsas de valores, com o propósito de sas. Em 1893, estabeleceu-se a primeira Bolsa: a Bolsa de Fundos
assegurar a seus clientes eventual reposição de títulos e valores Públicos, com sede no Rio de janeiro. Atualmente, as mais impor-
negociados em pregão, e atender a outros casos previstos pela tantes bolsas do país pela ordem, são as de São Paulo, do Rio de Ja-
legislação. neiro e de Porto Alegre.
Didatismo e Conhecimento 32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
BOLSAS DE MERCADORIAS E DE FUTUROS de juro, taxas de câmbio, índice de ações, ouro, cupom cambial, tí-
tulos da dívida, soja, milho, açúcar, café, boi gordo, álcool anidro e
Mercado de commodities onde os contratos de futuros em ins- algodão.
trumentos financeiros ou as mercadorias físicas, como o trigo e a
soja, são comercializados. Como se opera na BM&F?
Ações e opções também são comercializadas nessas Bolsas. As Os clientes não se dirigem diretamente à BM&F. Eles se fa-
mais importantes são as seguintes: Chicago Board of Trade, Chi- zem representar por intermediários, as Corretoras de Mercadorias.
cago Mercantil e Exchange/International Monetary Market, Com- Por intermédio desses sócios da BM&F, as ordens dos clientes são
modity Exchange Inc. (Nova York), Mid-America Commodity Ex- executadas da melhor forma possível, no recinto de pregão ou em
change Inc. (Chicago), New York Futures Exchange, Sydney Futu- mercado de balcão.
res Exchange (Austrália), The. International Futures Exchange Ltd.
(Bermudas), Financial Futures Market, Montreal Stock Exchange
Qual o órgão governamental que regula a BM&F?
(Montreal, Quebec), Toronto Stock Exchange Futures Market, Win-
nipeg Commodity Exchange, London International Futures Exchan-
Os mercados da BM&F são regulamentados pela Comissão de
ge, London Metal Exchange, Hong-Kong Commodity Exchange,
Tokyo International Financial Futures Exchange e Gold Exchange Valores Mobiliários (CVM) e pelo Banco Central do Brasil.
of Singapore.
O que são Membros de Compensação?
O que vem a ser Commodities ?
São instituições - bancos múltiplos, comerciais e de investi-
Termo usado em transações comerciais internacionais para mento, corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários -
designar um tipo de mercadoria em estado bruto ou com um grau responsáveis, perante a BM&F, pela liquidação das operações a elas
muito pequeno de industrialização. As principais commodities são atribuídas para registro e compensação pelas Corretoras de Merca-
produtos agrícolas (como café, soja e açúcar) ou minérios (cobre, dorias, Para tanto, devem atender às exigências de ordem financeira
aço e ouro, entre outros). e patrimonial impostas pela BM&F.
No caso da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), uma bol- Clearing house ou câmara de compensação é o sistema pelo
sa de futuros é uma associação sem fins lucrativos, organizada para qual as bolsas garantem o fiel cumprimento de todos os compromis-
proporcionar a seus membros as facilidades necessárias à realização sos de compra ou venda assumidos em pregão ou eletronicamente.
de negócios (compra e venda) em mercados de liquidação futura.
Além de manter local físico adequado à condução de negócios (sala É montada uma estrutura, que pode ser interna ou externa
de pregões) e plataformas de negociação eletrônica, cabe à bolsa, à bolsa (no caso da BM&F, a clearing é um departamento inter-
dentre outros, criar produtos, aperfeiçoar e desenvolver mercados e no, a Diretoria de Liquidação e Custódia), responsável pelo re-
manter cursos de formação profissional. gistro das operações realizadas, pelo acompanhamento e controle da
evolução das posições mantidas, pela compensação financeira dos
A quem pertence a BM&F? Como ela se sustenta? fluxos de pagamentos, pela liquidação física (por entrega)ou finan-
ceira (por diferença de preços) dos contratos e pela administração
A BM&F é constituída como um clube, cujos Associados pos-
das garantias financeiras exigidas dos participantes.
suem títulos, patrimoniais ou não.
O processo segue, em linhas gerais, a seguinte dinâmica: as
Existem várias categorias de associados: Sócios Efetivos,
Membros de Compensação, Operadores Especiais, Corretoras de operações são realizadas por intermédio das Corretoras de Mercado-
Mercadorias, dentre outros, cada qual envolvendo direitos e deveres rias (que operam em seu próprio nome ou para seus clientes) ou pe-
específicos. Por exemplo: as Corretoras de Mercadorias estão auto- los Operadores Especiais (que realizam negócios por conta própria);
rizadas a intermediar negócios na BM&F para terceiros, mantendo, depois, é efetuado o registro das mesmas, sob a responsabilidade de
para tanto, funcionários especializados; os Operadores Especiais Membros de Compensação; finalmente, essas operações, quando de
estão autorizados a realizar negócios para sua própria conta. Cada seu vencimento, são liquidadas entre os Membros de Compensação
detentor de título paga à Bolsa uma taxa de manutenção, chamados e a BM&F.
de emolumentos. A Bolsa cobra ainda, de cada negócio realizado, Uma Clearing de Ativos está sendo constituída como consequ-
custos operacionais, cujos recursos são destinados, dentre outros, ência da compra de direitos operacionais da BVRJ/Bovespa.
à manutenção das estruturas funcional e operacional da Bolsa, ao
desenvolvimento de mercados, ao aprimoramento tecnológico e à O que é Clearing de Câmbio da BM&F?
formação de seus associados.
A BM&F lançou, junto com o novo Sistema de Pagamentos
Quais os contratos negociados na BM&F? Brasileiro, Clearing de Câmbio, que é responsável pela liquidação
das operações do mercado interbancário de câmbio registradas atra-
A BM&F mantém a negociação de contratos nas modalidades vés da opção PCAM 383 do Sisbacen. Para estas operações, a Cle-
físico, futuro, opções e termo, nos mercados de balcão, eletrônico aring é contraparte das operações e adota o princípio de Pagamento
(GTS) e a viva-voz, referenciados nas seguintes commodities: taxas vs. Pagamento (PVP).
Didatismo e Conhecimento 33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Quais são as atividades operacionais da Clearing de Câm- banco que trabalha, o cliente poderá realizar transferência entre ban-
bio da BM&F? cos (wari transfer) ou transferência dentro do mesmo banco (book
transfer).
A Diretoria da Clearing de Câmbio foi estruturada com três áre- Caso o cliente seja de outro país que não os EUA, deve possuir
as: o Departamento de Registro e Contratação, o Departamento de conta em um banco que tenha correspondência com o Citibank nos
Pagamento e Liquidação e a área de Análise de Risco. EUA.
O analista de risco será responsável por assessorar a Clearing
no estabelecimento dos parâmetros de mercado, principalmente as
Recebimentos: a BM&F deposita ajustes diários e/ou devolu-
taxas médias de câmbio e a variação da taxa de câmbio.
Adicionalmente, será responsável pelo monitoramento do fun- ção de margens de garantias diretamente nas contas correntes dos
cionamento e do risco da Clearing de Câmbio. clientes em qualquer banco dos EUA. No caso de outros países há
As principais atividades operacionais - registro, análise, com- necessidade de o banco cliente ter correspondência com o Citibank
pensação e liquidação - serão desempenhadas pelos dois departa- nos EUA.
mentos citados anteriormente. Esta divisão tem por finalidade gerar
um maior foco nas atividades e processos mais importantes. Como um comprador não-residente deve proceder para re-
ceber o produto e importá-lo ao destino?
O que é Custódia Fungível? O comprador não-residente deverá, obrigatoriamente, nomear
um representante legal para providenciar o transporte e o embar-
A BM&F dispõe de Custódia Fungível para certificados de ouro que da mercadoria para exportação, bem como atender às demais
- cujas barras ficam depositadas em instituições credenciadas -, em exigências definidas pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
função da qual deixa de existir a necessidade de se retirar o mesmo
As operações de exportação decorrentes de liquidação física de
certificado depositado.
contratos celebrados na Bolsa de Mercadorias &Futuros (BM&F),
O que é Globex? entre compradores não-residentes e vendedores residentes, deverão
ser cursadas por intermédio do Sistema Integrado de Comércio Ex-
É uma aliança internacional de bolsas, que reúne, além da terior (Siscomex), mediante a obtenção de Registro de Venda (RV)
BM&F, a Chicago Mercantile Exchange, o Sistema de Bolsas Fran- e Registro de Exportação (RE). O RV e o RE deverão mencionar as
cesas, a Bolsa de Montreal e a Bolsa de Cingapura. O objetivo é o características fundamentais da operação, dentre elas o tipo de pro-
de integrar, online e em tempo real, via plataforma comum de ne- duto, quantidade e preço, as quais deverão corresponder exatamen-
gociação eletrônica, os mercados dessas bolsas. Esse sistema deverá te aos dados constantes em certificado a ser expedido pela BM&F.
entrar em operação no segundo semestre do ano 2000. O referido certificado deverá ser apresentado ao Departamento de
Operações de Comércio Exterior (Decex), desta Secretaria, para
Quais são os passos para um cliente não-residente operar exame do RV/RE. Os registros no Siscomex e o embarque da mer-
na BM&F? cadoria serão de responsabilidade do representante do comprador
não-residente, que deverá estar habilitado a exportar de acordo com
Deve escolher uma das corretoras associadas à Bolsa e preen-
a legislação em vigor. O prazo de embarque será de até 30(trinta)
cher a documentação cadastral. Em seguida, deve depositar a mar-
gem de garantia junto à BM&F. dias, a contar da data da efetivação do RE.
Quais são os documentos necessários para cadastramento Início da Atividade Seguradora no Brasil
de clientes não-residentes?
A atividade seguradora no Brasil teve início com a abertura dos
Pessoa física: preencher o Contrato de Intermediação de Ope- portos ao comércio internacional, em 1808. A primeira sociedade
rações de Clientes Não-Residentes nos Mercados Disponível e de de seguros a funcionar no país foi a “Companhia de Seguros BOA-
Liquidação Futura da Bolsa de Mercadorias & Futuros; preencher -FÉ”, em 24 de fevereiro daquele ano, que tinha por objetivo operar
a ficha cadastral; enviar: cópia autenticada de documento legal, no seguro marítimo.
comprovante de residência e comprovante de renda. Neste período, a atividade seguradora era regulada pelas leis
portuguesas. Somente em 1850, com a promulgação do “Código
Pessoa jurídica: preencher o Contrato de Intermediação de
Comercial Brasileiro” (Lei n° 556, de 25 de junho de 1850) é que o
Operações de Clientes Não-Residentes nos Mercados Disponível e
seguro marítimo foi pela primeira vez estudada e regulada em todos
de Liquidação Futura da Bolsa de Mercadorias & Futuros; preen-
cher a ficha cadastral; enviar: cópia da ata de constituição e última os seus aspectos.
alteração social (contrato social ou estatuto social), cópia dos últi- O advento do “Código Comercial Brasileiro” foi de fundamen-
mos demonstrativos financeiros, comprovante de residência e ata de tal importância para o desenvolvimento do seguro no Brasil, incen-
delegação de poderes. tivando o aparecimento de inúmeras seguradoras, que passaram a
operar não só com o seguro marítimo, expressamente previsto na le-
Como funciona o fluxo de dinheiro referente ao ajuste diá- gislação, mas, também, com o seguro terrestre. Até mesmo a explo-
rio e à margem de garantia? ração do seguro de vida, proibido expressamente pelo Código Co-
mercial, foi autorizada em 1855, sob o fundamento de que o Código
Depósitos: a BM&F possui três contas para depósito no Citi- Comercial só proibia o seguro de vida quando feito juntamente com
bank, uma de ajustes diários e outras duas para depósitos de mar- o seguro marítimo. Com a expansão do setor, as empresas de segu-
gens de garantia. Para qualquer um dos depósitos, de acordo com o ros estrangeiras, começaram a se interessar pelo mercado brasileiro,
Didatismo e Conhecimento 34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
surgindo, por volta de 1862, as primeiras sucursais de seguradoras Os preceitos formulados pelo Código Civil e pelo Código Co-
sediadas no exterior. Estas sucursais transferiam para suas matrizes mercial passaram a compor, em conjunto, o que se chama Direito
os recursos financeiros obtidos pelos prêmios cobrados, provocando Privado do Seguro. Esses preceitos fixaram os princípios essenciais
uma significativa evasão de divisas. do contrato e disciplinaram os direitos e obrigações das partes, de
Assim, visando proteger os interesses econômicos do País, foi modo a evitar e dirimir conflitos entre os interessados. Foram esses
promulgada, em 5 de setembro de 1895, a Lei n° 294, dispondo ex- princípios fundamentais que garantiram o desenvolvimento da ins-
clusivamente sobre as companhias estrangeiras de seguros de vida, tituição do seguro.
determinando que suas reservas técnicas fossem constituídas e tives- Surgimento da Primeira Empresa de Capitalização
sem seus recursos aplicados no Brasil, para fazer frente aos riscos
aqui assumidos. A primeira empresa de capitalização do Brasil foi fundada em
Algumas empresas estrangeiras mostraram-se discordantes das 1929, chamada de “Sul América Capitalização S.A”. Entretanto, so-
disposições contidas no referido diploma legal e fecharam suas su- mente 3 anos mais tarde, em 10 de março de 1932, é que foi oficia-
cursais. lizada a autorização para funcionamento das sociedades de capitali-
O mercado segurador brasileiro já havia alcançado desenvolvi- zação através do Decreto n°21.143, posteriormente regulamentado
mento satisfatório no final do século XIX. Concorreram para isso, pelo Decreto n° 22.456, de 10 de fevereiro de 1933, também sob
em primeiro lugar, o Código Comercial, estabelecendo as regras o controle da Inspetoria de Seguros. O parágrafo único do artigo
necessárias sobre seguros marítimos, aplicadas também para os se- 1 o do referido Decreto definia: “As únicas sociedades que pode-
guros terrestres e, em segundo lugar, a instalação no Brasil de segu- rão usar o nome de “capitalização” serão as que, autorizadas pelo
radoras estrangeiras, com vasta experiência em seguros terrestres. Governo, tiverem por objetivo oferecer ao público, de acordo com
planos aprovados pela Inspetoriade Seguros, a constituição de um
Surgimento da Previdência Privada capital mínimo perfeitamente determinado em cada plano e pago em
moeda corrente, em um prazo máximo indicado no dito plano, à pes-
O século XIX também foi marcado pelo surgimento da “previ- soa que subscrever ou possuir um titulo, segundo cláusulas e regras
dência privada” brasileira, pode-se dizer que inaugurada em 10 de aprovadas e mencionadas no mesmo titulo”
janeiro de 1835, com a criação do MONGERAL - Montepio Geral
Criação do Dnspc
de Economia dos Servidores do Estado - proposto pelo então Minis-
tro da Justiça, Barão de Sepetiba, que, pela primeira vez, oferecia
Em 28 de junho de 1933, o Decreto n° 22.865 transferiu a “Ins-
planos com características de facultatividade e mutualismo.
petoria de Seguros” do Ministério da Fazenda para o Ministério do
A Previdência Social só viria a ser instituída através da Lei n°
Trabalho, Indústria e Comércio. No ano seguinte, através do Decre-
4.682 (Lei Elói Chaves), de 24/01/1923.
to n° 24.782, de 14/07/1934, foi extinta a Inspetoria de Seguros e
criado o Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitaliza-
A Criação da Superintendência Geral de Seguros
ção - DNSPC, também subordinado àquele Ministério.
O Decreto n° 4.270, de 10/12/1901, e seu regulamento anexo, Princípio de Nacionalização do Seguro
conhecido como “Regulamento Murtinho”, regulamentaram o fun-
cionamento das companhias de seguros de vida, marítimos e ter- Com a promulgação da Constituição de 1937 (Estado Novo),
restres, nacionais e estrangeiras, já existentes ou que viessem a se foi estabelecido o “Princípio de Nacionalização do Seguro”, já pre-
organizar no território nacional. Além de estender as normas de conizado na Constituição de 1934. Em consequência, foi promul-
fiscalização a todas as seguradoras que operavam no País, o Regu- gado o Decreto n° 5.901, de 20 de junho de 1940, criando os se-
lamento Murtinho criou a “Superintendência Geral de Seguros”, su- guros obrigatórios para comerciantes, industriais e concessionários
bordinada diretamente ao Ministério da Fazenda. Com a criação da de serviços públicos, pessoas físicas ou jurídicas, contra os riscos
Superintendência, foram concentradas, numa única repartição espe- de incêndios e transportes (ferroviário, rodoviário, aéreo, marítimo,
cializada, todas as questões atinentes à fiscalização de seguros, antes fluvial ou lacustre), nas condições estabelecidas no mencionado re-
distribuídas entre diferentes órgãos. Sua jurisdição alcançava todo o gulamento.
território nacional e, de sua competência, constavam às fiscalizações
preventiva, exercida por ocasião do exame da documentação da so- CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS
ciedade que requeria autorização para funcionar, e repressiva, sob a
forma de inspeção direta, periódica, das sociedades. Posteriormente, O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão
em 12 de dezembro de 1906, através do Decreto n° 5.072, a Supe- normativo das atividades securitárias do país, foi criado pelo De-
rintendência Geral de Seguros foi substituída por uma Inspetoria de creto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, diploma que institucio-
Seguros, também subordinada ao Ministério da Fazenda. nalizou, também, o Sistema Nacional de Seguros Privados, do qual
o citado Colegiado é o órgão de cúpula.
O Contrato de Seguro no Código Civil Brasileiro A principal atribuição do CNSP, na época da sua criação, era
a de fixar as diretrizes e normas da política governamental para os
Foi em 1º de janeiro de 1916 que se deu o maior avanço de segmentos de Seguros Privados e Capitalização, tendo posterior-
ordem jurídica no campo do contrato de seguro, ao ser sancionada a mente, com o advento da Lei nº 6.435, de 15 de julho de1977, suas
Lei n° 3.071, que promulgou o “Código Civil Brasileiro”, com um atribuições se estendido à Previdência Privada, no âmbito das enti-
capítulo específico dedicado ao “contrato de seguro”. dades abertas.
Didatismo e Conhecimento 35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Conforme disposto no Art. 1º da Lei nº 8.392, de 30 de de- Administração da SUSEP
zembro de 1991, o CNSP teve o prazo da vigência para funcionar
como órgão Colegiado, prorrogado até a data de promulgação da A administração da SUSEP será exercida por um Superinten-
Lei Complementar de que trata o Art. 192 da Constituição Federal. dente nomeado pelo Presidente da República, mediante indicação
O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua compo- do Ministro da Indústria e do Comércio.
sição, sendo a última através da edição da Lei nº10.190, de 14 de
fevereiro de 2001, que lhe determinou a atual estrutura. O regimento interno da SUSEP, aprovado pelo Decreto do Po-
der Executivo, fixará a competência e as atribuições do Superinten-
Atribuições dente.
São atribuições do Superintendente:
Fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados; I - traçar as diretrizes gerais de trabalho, exercendo a orienta-
Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscaliza- ção, coordenação e controle geral das atividades da SUSEP;
ção dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional II - superintender e dirigir, através dos órgãos principais e au-
de Seguros Privados, bem como a aplicação das penalidades pre- xiliares, o funcionamento geral da SUSEP, em todos os setores de
vistas; suas atividades;
Fixar as características gerais dos contratos de seguros e previ- III - cumprir e fazer cumprir o Regimento Interno do Órgão,
dência privada aberta e capitalização; propondo ao CNSP as modificações que se impuserem;
Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro; IV - representar a SUSEP em suas relações com terceiros, ativa
Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Segura- ou passivamente, em juízo ou fora dele;
doras, de Previdência Privada Aberta e de Capitalização, com fixa- V - propor ao CNSP o quadro do pessoal, fixando os respectivos
ção nos limites legais e técnicos das respectivas operações; padrões próprios de vencimentos e vantagens;
Disciplinar a corretagem de mercado e profissão de corretor. VI - nomear ou designar os ocupantes de cargos e funções em
comissão;
Superintendência de Seguros Privados - SUSEP VII - designar quem o deva substituir em suas ausências e im-
pedimentos eventuais;
A SUSEP tem como competência a execução política nacional VIII - admitir, contratar, designar, nomear, requisitar, exonerar,
de seguros privados e da fiscalização das seguradoras, das socieda-
dispensar, conceder vantagens e aplicar penalidades a servidores de
des de capitalização, das entidades abertas de previdência privada
qualquer categoria, de acordo com o Regimento Interno;
e dos corretores de seguros. A SUSEP é vinculada a estrutura do
IX - delegar poderes a servidores da SUSEP para a prática de
Ministério da Fazenda e sua direção é exercida por um Conselho
atos específicos da vida administrativa da Autarquia;
Diretor, composto por um Superintendente e quatro Diretores, no-
X - elaborar os programas anuais e plurianuais, e seus respecti-
meados pelo Presidente da República. Entre suas responsabilidades,
vos orçamentos, submetendo-os à aprovação do CNSP;
destacam-se:
XI - movimentar e aplicar os recursos da SUSEP, na forma da
- Fiscalizar as operações e atividades das sociedades segura- legislação em vigor;
doras de capitalização e entidades Abertas de previdência privada; XII - autorizar despesas, pagamentos e realizar operações de
- Aprovar limites de operações para as sociedades seguradoras, crédito, mediante prévio empenho orçamentário;
de acordo com o critério fixado pelo CNSP; XIII - assinar, em nome da SUSEP, contratos, convênios e acor-
- Analisar os de autorização para constituição, organização e dos;
funcionamento das sociedades seguradoras, de capitalização e en- XIV - apresentar anualmente ao Tribunal de Contas, para a sua
tidades abertas de previdência privada, e encaminhá-los ao CNSP; apreciação, todas as contas e o balanço do ano anterior, com a com-
- Analisar os pedidos de autorização para constituição, organi- provação indispensável, na forma da legislação em vigor;
zação e funcionamento das sociedades seguradoras, de capitaliza- XV - impor aplicação de multas e outras penalidades, respeita-
ção e entidades abertas de previdência privada, e encaminha-los ao das as disposições legais em vigor;
CNPS; XVI - designar o Diretor-Fiscal para as Sociedades Segurado-
ras, “ad referendum” do CNSP, bem como o Liquidante das que
- Regulamentar as operações de seguro, dos títulos de capitali- entrarem em regime de liquidação compulsória; (redação dada pelo
zação e das atividades das entidades abertas de previdência privada, D-075.072-1974)
de acordo com as diretrizes do CNSP; XVII - criar e instalar Delegacias e Postos de Fiscalização da
SUSEP nos Estados e Territórios;
- Fixar as condições dos títulos de capitalização, de apólices, XVIII - criar Comissões Especiais para o estudo de questões de
planos de operações e tarifas a serem utilizadas pelo mercado segu- natureza técnica e jurídica de seguros.
rador nacional e pelo mercado nacional de capitalização;
Conselho de Gestão da Previdência Complementar – CGPC
- Examinar e aprovar as condições de coberturas especiais, bem
como fixar as taxas aplicáveis; Órgão colegiado que integra a estrutura do Ministério da Pre-
vidência Social. Segundo a Lei Complementar 109/01, que trata do
- Proceder à liquidação das sociedades seguradoras, de capita- sistema de previdência complementar, compete ao CGPC regular,
lização e das entidades abertas de previdência privada que tiverem normatizar e coordenar as atividades das Entidades Fechadas de
cassada sua licença para funcionar no país. Previdência Complementar (fundos de pensão). O Decreto nº 4.678,
Didatismo e Conhecimento 36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
de 25 de abril de 2003, devolveu ao Conselho a condição de órgão III - supervisionar, coordenar, orientar e controlar as atividades
de caráter recursal. Cabe ao CGPC julgar, em última instância, os relacionadas com a previdência complementar fechada;
recursos interpostos contra as decisões da Secretaria de Previdência IV - analisar os pedidos de autorização para constituição, fun-
Complementar. cionamento, fusão, incorporação, grupamento, transferência de con-
O CGPC é integrado por oito conselheiros: trole e reforma dos estatutos das entidades fechadas de previdência
I) o Ministro de Estado da Previdência Social, que o presidirá; privada, submetendo parecer técnico ao Ministro de Estado.
II) o Secretário de Previdência Complementar; V - fiscalizar as atividades das entidades fechadas de previdên-
III) um representante da Secretaria da Previdência Social; cia privada, quanto ao cumprimento da legislação e normas em vi-
IV) um representante do Ministério da Fazenda; gor e aplicar as penalidades cabíveis;
V) um representante do Ministério do Planejamento, Orçamen-
to e Gestão; INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASIL
VI) um representante dos patrocinadores e instituidores de enti-
dades fechadas de previdência complementar; IRB Brasil Resseguros S/A (IRB)
VII) um representante das entidades fechadas de previdência
complementar; O IRB é uma sociedade de economia mista, jurisdicionada ao
VIII) um representante dos participantes e assistidos das entida- Ministério da Fazenda, dotada de personalidade jurídica própria de
des fechadas de previdência complementar Direito Privado e goza de autonomia administrativa e financeira. A
finalidade do IRB é regular as operações de cosseguro, resseguro e
Estão entre as atribuições do CGPC retrocessão, bem como promover o desenvolvimento das operações
de seguro, seguindo as diretrizes políticas do CNSP.
1º) estabelecer as normas gerais complementares à legislação A composição acionária do IRB é distribuída da seguinte for-
e regulamentação aplicável às entidades fechadas de previdência ma: 50% são de propriedade do Governo Federal, e 50%, obriga-
complementar, em consonância com os objetivos da ação do Estado toriamente, de propriedade de todas as seguradoras que operam no
discriminados no art. 3° da Lei Complementar n° 109, de 2001; país.
2º) estabelecer regras para a constituição e o funcionamento da Dentre suas competências, destacamos:
entidade fechada, reorganização da entidade e retirada de patroci- - Aceitar o resseguro obrigatório e facultativo, do país ou do
nador; exterior; - Reter o resseguro aceito, na totalidade ou em parte;
3º) normatizar a transferência de patrocínio, de grupo de partici- - Promover a colocação, no exterior, de seguro, cuja aceitação
pantes, de planos e de reservas entre entidades fechadas; não convenha aos interesses do País ou que nele não encontre co-
4º)determinar padrões para a instituição e operação de planos bertura;
de benefícios, de modo a assegurar sua transparência, solvência, li- - Distribuir pelas sociedades à parte dos resseguros que não re-
quidez e equilíbrio financeiro; tiver e colocar no exterior as responsabilidades excedentes da capa-
5º) normatizar novas modalidades de planos de benefícios; cidade do mercado segurador, ou aquelas cuja cobertura fora do País
6º) estabelecer normas complementares para os institutos da convenha aos interesses nacionais.
portabilidade, do benefício proporcional diferido, do resgate e do - Elaborar e expedir normas reguladoras de co-seguro, ressegu-
autopatrocínio, garantidos aos participantes; ro e retrocessão;
7º) estabelecer normas especiais para a organização de planos - Impor penalidade às sociedades seguradoras por infrações
instituídos; cometidas na qualidade de co-seguradoras, resseguradoras ou retro-
8º) determinar a metodologia a ser empregada nas avaliações cessionárias;
atuariais; - Proceder à liquidação de sinistros, de conformidade com os
9º) fixar limite para as despesas administrativas dos planos de critérios traçados pelas normas de cada ramo de seguro;
benefícios e das entidades fechadas de previdência complementar; - É de sua responsabilidade a liquidação de todos os sinistros
10º) estabelecer regras para o número mínimo de participantes em cujos prejuízos participe como ressegurador.
ou associados de planos de benefícios;
11º) estabelecer as normas gerais de contabilidade, de atuária, Porém, delega essa missão às sociedades seguradoras, dentro de
econômico-financeira e de estatística; limites fixados periodicamente em função do prejuízo havido. Desta
12º) conhecer e julgar os recursos interpostos contra decisões forma, só participa da liquidação de um sinistro quando os prejuízos
da Secretaria de Previdência Complementar relativas à aplicação de superarem esses limites.
penalidades administrativas; e Como o próprio nome sugere resseguro é o seguro do seguro.
13º) apreciar recursos de ofício, interpostos pela Secretaria de Quando uma companhia assume um contrato de seguro superior à
Previdência Complementar, das decisões que concluírem pela não sua capacidade financeira, ela necessita repassar esse risco, ou parte
aplicação de penalidade prevista na legislação própria ou que redu- dele, a uma resseguradora. O resseguro é uma prática comum, feita
zirem a penalidade aplicada. em todo o mundo, como forma de preservar a estabilidade das com-
Órgão do Ministério da Previdência Social possui as seguintes panhias seguradoras e garantir a liquidação do sinistro ao segurado.
atribuições:
I - propor as diretrizes básicas para o Sistema de Previdência MAS QUEM SEGURA O RESSEGURO?
Complementar;
II - harmonizar as atividades das entidades fechadas de previ- Muitas vezes, os valores envolvidos nos contratos de seguro são
dência privada com as políticas de desenvolvimento social e econô- tão altos que mesmo o resseguro necessita de cobertura. Nesse caso,
mico-financeira do Governo; a pulverização de risco é feita entre resseguradoras internacionais,
Didatismo e Conhecimento 37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
recebendo o nome de retrocessão. Quanto maior o valor do contrato, Art. 2º - O controle do Estado se exercerá pelos órgãos referi-
maior a necessidade de envolvimento de um grupo maior de empre- dos neste Decreto-lei, no interesse dos portadores de títulos de capi-
sas. Por isso, podemos dizer que o resseguro é uma das atividades talização, e objetivando:
econômicas que há mais tempo pratica a globalização. I - promover a expansão do mercado de capitalização e propi-
ciar as condições operacionais necessárias à sua integração no pro-
SOCIEDADES SEGURADORAS gresso econômico e social do País;
II - promover o aperfeiçoamento do sistema de capitalização e
As sociedades seguradoras são empresas que operam na acei- das sociedades que nele operam;
tação dos riscos de seguro, respondendo junto ao segurado pelas III - preservar a liquidez e a solvência das sociedades de capi-
obrigações assumidas. Estão sujeitas às normas, instruções e fiscali- talização;
zação da SUSEP e do IRB. IV - coordenar a política de capitalização com a política de in-
São sociedades anônimas ou públicas que operam em seguros vestimentos do Governo Federal, observados os critérios estabele-
dos ramos vida e não vida, regionalmente ou em todo o país, de cidos para as políticas monetárias, creditícia e fiscal, bem como as
acordo com as autorizações dadas pela SUSEP. características a que devem obedecer as aplicações de cobertura das
São enquadradas como instituições financeiras segundo deter- reservas técnicas.
minação legal. O BACEN orienta o percentual limite a ser destinado
aos mercados de renda fixar e variável. Art. 3º - Fica instituído o Sistema Nacional de Capitalização,
Entre as normas que regulam suas atividades, destacamos: regulado pelo presente Decreto-lei e constituído:
- Só podem operar os ramos de seguros para os quais tenham I - do Conselho Nacional de seguros Privados (CNSP);
autorização; II - da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP);
- Não podem reter responsabilidades de seguros cujo valor ul- III - das sociedades autorizadas a operar em capitalização.
trapasse seus limites técnicos; § 1º Compete privativamente ao Conselho Nacional de Seguros
- São obrigadas a ressegurar no IRB as responsabilidades exce- Privados (CNSP) fixar as diretrizes e normas da política de capitali-
dentes de seus limites técnicos; zação e regulamentar as operações das sociedades do ramo, relativa-
- Só podem aceitar resseguros mediante prévia e expressa au- mente às quais exercerá atribuições idênticas às estabelecidas para
torização do IRB; as sociedades de seguros, nos termos dos incisos I a VI, X a XII e
- Têm obrigação de constituir reservas técnicas, fundos espe- XVII a XIX do art. 32 do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de
ciais e provisões; 1966. (Redação dada pela Lei complementar nº 137, de 2010)
- São proibidas de explorar qualquer outro ramo de comércio
ou indústria. A autorização para funcionamento das sociedades se- § 2º A Susep é o órgão executor da política de capitalização tra-
guradoras é concedida através de Portaria do Ministério da Fazenda, çada pelo CNSP, cabendo-lhe fiscalizar a constituição, organização,
mediante requerimento firmado pelos incorporadores, dirigido ao funcionamento e operações das sociedades do ramo, relativamente
CNSP e apresentado através da SUSEP. às quais exercerá atribuições idênticas às estabelecidas para as so-
ciedades de seguros, nos termos das alíneas a, b, c, g, h, i, k e l do
SOCIEDADES DE CAPITALIZAÇÃO art. 36 do Decreto-Lei nº 73, de 1966. (Redação dada pela Lei com-
plementar nº 137, de 2010)
Instituições financeiras que oferecem ao público um tipo de
poupança - os títulos de capitalização - no qual se assume o paga- Art. 4º - As sociedades de capitalização estão sujeitas as dispo-
mento de pequenas parcelas mensais. O reembolso do capital é ge- sições idênticas às estabelecidas nos seguintes artigos do Decreto-
ralmente feito após períodos superiores a dez anos; então o portador -lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, e, quando for o caso, seus
do título recebe a quantia estabelecida, acrescida de juros. incisos, alíneas e parágrafos: 7, 25 a 31, 74 a 77, 84, 87 a 111, 113,
Esses rendimentos costumam ser inferiores aos pagos pelas ca- 114, 116 a 121.
dernetas de poupança, mas os portadores de títulos de capitalização
concorrem mensalmente a prêmios em dinheiro. Art. 5º - O presente Decreto-lei entra em vigor na data de sua
publicação.
DECRETO-LEI Nº 261, DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967
Art. 6º - Revogam-se o Decreto nº 22.456, de 10 de fevereiro de
Dispõe sobre as Sociedades de Capitalização e dá outras pro- 1933, os artigos 147 e 150 do Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro
vidências. de 1966, e as demais disposições em contrário.
Didatismo e Conhecimento 38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
planos de previdência aberta. Com o advento da terceirização, as Os Fundos de Pensão são organizados sob a forma de uma so-
seguradoras e sociedades anônimas voltadas para esse fim têm se ciedade civil, e são administrados, na grande maioria por entidades
constituído em uma alternativa viável para empresas de todo porte financeiras (bancos), sendo os planos de cada empresa independen-
que tenham interesse em maximizar o custo de implantação de um tes dos demais, mantendo cada um suas características próprias.
programa complementar. As entidades abertas de previdência pri- Não existe, portanto, qualquer solidariedade entre os planos; cada
vada estão enquadradas na área de competência do Ministério da empresa responde pelo desempenho financeiro, atuarial e contábil
Fazenda e do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP);são de seu plano.
fiscalizadas pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)e
oferecem planos de pecúlio e rendas. CORRETORAS DE SEGUROS
ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA Corretores de Seguros: são pessoas físicas ou jurídicas. São os
intermediários legalmente autorizados a angariar e promover con-
São instituições mantidas por contribuições de um grupo de tra- tratos de seguro entre as pessoas físicas ou jurídicas de direito pri-
balhadores e da mantenedora. Por determinação legal, parte de seus
vado e as seguradoras.
recursos devem ser destinados ao mercado acionário.
Esses intermediários estão subordinados a política traçada pelo
Organizam-se sob a forma de Sociedade Civil e são conhecidas
CNSP, tendo sua operação regulamentada pela Lei nº 4.594, de 29 de
também como Fundos de Pensão ou Fundações, sendo consideradas
entidades sem fins lucrativos. dezembro de 1964. A mesma estabelece as condições de habilitação,
Estão enquadradas na área de competência do Ministério da direitos e deveres, penalização, fiscalização e atuação dos prepostos
Previdência e Assistência Social e do Conselho da Previdência de seguros. Os Corretores estão organizados na Federação Nacional
Complementar. São fiscalizadas pela Secretaria de Previdência dos Corretores de Seguros e de Capitalização - FENACOR e em
Complementar e oferecem planos de pecúlio ou renda, além de di- diversos Sindicatos Estaduais, conhecidos por SINCOR’s. Quanto
versos outros benefícios assemelhados ao da Previdência Oficial. A ao exercício da atividade deve-se ressaltar que o Corretor de Seguro:
autorização para uma empresa privada constituir um Fundo de Pen- I) É responsável, civilmente, perante os segurados e as socie-
são é fornecida pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, dades seguradoras pelos prejuízos que a eles causar por omissão,
mediante o requerimento dos seus representantes legais, por inter- imperícia ou negligência, no exercício de sua profissão;
médio da Secretaria de Previdência Complementar. Tal solicitação II) Está sujeito às normas, instruções e fiscalização da SUSEP;
deve ser acompanhada dos seguintes documentos: III) Pode ter prepostos de sua livre escolha;
- atos constitutivos e estatutos vigentes, dispensáveis caso se IV) Não pode (nem seus prepostos) aceitar ou exercer empre-
tratem de fundos contábeis; gos públicos;
- estatuto e regulamento do Plano de Benefícios, devidamente V) Não pode (nem seus prepostos) manter relação de emprego
adaptados à legislação em vigor; ou de direção com companhias seguradoras;
- regulamento e nota técnica assinada por atuário habilitado,
estabelecendo o equacionamento do plano de benefícios; Obs: Os impedimentos relacionados nos quarto e quinto itens
- uma dotação inicial para fazer frente ao serviço passado dos atingem também os sócios e diretores de empresas de corretagem.
participantes do plano, calculada com base em orientação do atuário O exercício da profissão de Corretor de Seguros depende de pré-
responsável pelo plano. via habilitação e registro. A habilitação se dá através do Exame ou
Curso para Habilitação de Corretores de Seguros administrados pela
Atualmente, os fundos de pensão são um importante segmento Fundação Escola Nacional de Seguros - FUNENSEG. O registro é
da economia nacional. São importantes investidores institucionais conferido pela SUSEP. As comissões de corretagem de seguros só
e oferecem uma grande contribuição na formação de poupança in- podem ser pagas a Corretores de Seguros devidamente habilitados.
terna para o país. No passado, o Ministério da Previdência e Assis-
tência Social, através da Secretaria de Previdência Complementar,
SOCIEDADES ADMINISTRADORAS
restringia o financiamento desses benefícios apenas aos funcioná-
DE SEGURO - SAÚDE
rios das empresas patrocinadoras do grupo. Atualmente estão sendo
concedidas autorizações para que esses fundos recebam adesões de
outras empresas de porte menor, desde que seja obtida a aprovação O setor de saúde suplementar reúne empresas operadoras de
dos respectivos planos de benefícios junto à Secretaria de Previdên- planos de saúde, médicos, enfermeiros, dentistas e outros profissio-
cia Complementar. nais, além de hospitais, laboratórios e clínicas em uma rede presta-
Constituir uma empresa de previdência privada própria repre- dora de serviços de saúde que atende aos consumidores de planos
senta custos elevados para a empresa patrocinadora. Afinal, isto privados de assistência à saúde.
requer um investimento significativo para manter a nova empresa A sociedade administradora de seguro-saúde é uma insti-
em funcionamento. Custos de contratação de pessoal especializado, tuição que opera com o seguro-saúde, ou seja, uma modalidade de
despesas com informatização e serviços atuarial e contábil são al- contrato para prestação de serviço de saúde por empresa privada
guns dos itens com maior representatividade. Assim sendo, a fim de (seguradora).
permitir uma alternativa viável para oferecer benefícios previden- No seguro-saúde, diferentemente do plano de saúde, o consu-
ciários complementares aos da Previdência Social, o Ministério da midor tem liberdade de escolher médico ou hospital, devendo a se-
Previdência e Assistência Social e a Secretaria de Previdência Com- guradora arcar com o pagamento.
plementar permitiram a criação dos Fundos Multipatrocinados, cujo A Lei 10.185/01 exigiu que as seguradoras que já atuavam no
objetivo é propiciar às empresas interessadas os mesmos benefícios segmento do seguro-saúde se transformassem em seguradoras espe-
oferecidos pelos Fundos de Pensão. cializadas, equiparando-as às Operadoras de Plano de Assistência
Didatismo e Conhecimento 39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
à Saúde e passando a estar subordinadas a uma nova estrutura de Parágrafo único. Deverá ser observado o prazo limite de 1º de
regulação e fiscalização vinculada ao Ministério da Saúde, através julho de 2001 para a transferência da carteira de saúde de que trata
da ANS, juntamente com as outras modalidades de operadoras de o caput deste artigo.
planos de saúde privados.
Art. 4º Ficam convalidados os atos praticados com base na Me-
LEI Nº 10.185, DE 12 DE FEVEREIRO DE 2001. dida Provisória no 2.122-1, de 27 de dezembro de 2000.
Dispõe sobre a especialização das sociedades seguradoras em Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
planos privados de assistência à saúde e dá outras providências.
Congresso Nacional, em 12 de fevereiro de 2001; 180º da Inde-
Faço saber que o PRESIDENTE DA REPÚBLICA adotou a pendência e 113º da República.
Medida Provisória nº 2.122-2, de 2001, que o Congresso Nacional
aprovou, e eu, Antonio Carlos Magalhães, Presidente, para os efei- DECRETO-LEI Nº 73, DE 21 DE NOVEMBRO DE 1966.
tos do disposto no parágrafo único do art. 62 da Constituição Fede-
ral, promulgo a seguinte Lei: Dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Privados, regula
as operações de seguros e resseguros e dá outras providências.
Art. 1º As sociedades seguradoras poderão operar o seguro en-
quadrado no art. 1º, inciso I e § 1º, da Lei nº 9.656, de 3 de junho de CAPÍTULO XII
1998, desde que estejam constituídas como seguradoras especiali- Disposições Gerais e Transitórias
zadas nesse seguro, devendo seu estatuto social vedar a atuação em
quaisquer outros ramos ou modalidades. (...)
§ 1º As sociedades seguradoras que já operam o seguro de que
trata o caput deste artigo, conjuntamente com outros ramos de se- SEÇÃO I
guro, deverão providenciar a sua especialização até 1o de julho de Do Seguro-Saúde
2001, a ser processada junto à Superintendência de Seguros Priva-
dos - SUSEP, mediante cisão ou outro ato societário pertinente. Art 129. Fica instituído o Seguro-Saúde para dar cobertura aos
§ 2º As sociedades seguradoras especializadas, nos termos deste riscos de assistência médica e hospitalar.
artigo, ficam subordinadas às normas e à fiscalização da Agência
Nacional de Saúde - ANS, que poderá aplicar-lhes, em caso de in- Art 130. A garantia do Seguro-Saúde consistirá no pagamento
fringência à legislação que regula os planos privados de assistência em dinheiro, efetuado pela Sociedade Seguradora, à pessoa física
à saúde, as penalidades previstas na Lei nº 9.656, de 1998, e na Lei ou jurídica prestante da assistência médico-hospitalar ao segurado.
nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000. § 1º A cobertura do Seguro-Saúde ficará sujeita ao regime de
§ 3º Caberá, exclusivamente, ao Conselho de Saúde Suplemen- franquia, de acordo com os critérios fixados pelo CNSP.
tar - CONSU, nos termos da Lei nº 9.656, de 1998, e à ANS, nos ter- § 2º A livre escolha do médico e do hospital é condição obriga-
mos da Lei nº 9.961, de 2000, disciplinar o seguro de que trata este tória nos contratos referidos no artigo anterior.
artigo quanto às matérias previstas nos incisos I e IV do art. 35-A da
referida Lei nº 9.656, de 1998, e no art. 4º da Lei nº 9.961, de 2000, Art 131. Para os efeitos do artigo 130 deste Decreto-lei, o CNSP
bem como quanto à autorização de funcionamento e à operação das estabelecerá tabelas de honorários médico-hospitalares e fixará per-
sociedades seguradoras especializadas. (Redação dada pela Medida centuais de participação obrigatória dos segurados nos sinistros.
Provisória nº 2.177-44, de 2001) § 1º Na elaboração das tabelas, o CNSP observará a média re-
§ 4º Enquanto as sociedades seguradoras não promoverem a gional dos honorários e a renda média dos pacientes, incluindo a
sua especialização em saúde, nos termos deste artigo, ficarão sujei- possibilidade da ampliação voluntária da cobertura pelo acréscimo
tas à fiscalização da SUSEP e da ANS, no âmbito de suas respectivas do prêmio.
competências. § 2º Na fixação das percentagens de participação, o CNSP le-
§ 5º As sociedades seguradoras especializadas em seguro saú- vará em conta os índices salariais dos segurados e seus encargos
de, nos termos deste artigo, continuarão subordinadas às normas familiares.
sobre as aplicações dos ativos garantidores das provisões técnicas
expedidas pelo Conselho Monetário Nacional - CMN. Art 132. O pagamento das despesas cobertas pelo Seguro-Saú-
de dependerá de apresentação da documentação médico hospitalar
Art. 2º Para efeito da Lei no 9.656, de 1998, e da Lei no 9.961, que possibilite a identificação do sinistro. (Redação dada pelo De-
de 2000, enquadra-se o seguro saúde como plano privado de as- creto-lei nº 296, de 1967)
sistência à saúde e a sociedade seguradora especializada em saúde
como operadora de plano de assistência à saúde. Art 133. É vedado às Sociedades Seguradoras acumular assis-
tência financeira com assistência médico-hospitalar.
Art. 3º A sociedade seguradora que não se adaptar ao disposto
nesta Lei fica obrigada a transferir sua carteira de saúde para socie- Art 134. As sociedades civis ou comerciais que, na data deste
dade seguradora especializada já estabelecida ou para operadora de Decreto-lei, tenham vendido títulos, contratos, garantias de saúde,
planos privados de assistência à saúde, que venha a apresentar o segurança de saúde, benefícios de saúde, títulos de saúde ou seguros
plano de sucessão segundo as normas fixadas pela ANS. sob qualquer outra denominação, para atendimento médico, farma-
Didatismo e Conhecimento 40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
cêutico e hospitalar, integral ou parcial, ficam proibidas de efetuar Parágrafo único. As disposições do presente artigo são aplicá-
novas transações do mesmo gênero, ressalvado o disposto no art. veis aos atuais ocupantes dos cargos de inspetor de seguros.
135, parágrafo 1º. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 296, de 1967)
§ 1º As Sociedades civis e comerciais que se enquadrem no dis- Art. 140. As dotações consignadas no Orçamento da União,
posto neste artigo poderão continuar prestando os serviços nele refe- para o exercício de 1967, à conta do DNSPC, serão transferidas para
ridos exclusivamente às pessoas físicas ou jurídicas com as quais os a SUSEP excluídas as relativas às despesas decorrentes de venci-
tenham ajustado ante da promulgação deste Decreto-lei, facultada mentos e vantagens de Pessoal Permanente.
opção bilateral pelo regime do Seguro-Saúde.
§ 2º No caso da opção prevista no parágrafo anterior, as pessoas Art. 141. Fica dissolvida a Companhia Nacional de Seguro
jurídicas prestantes da assistência médica, farmacêutica e hospitalar, Agrícola, competindo ao Ministério da Agricultura promover sua
ora regulada, ficarão responsáveis pela contribuição do Seguro-Saú- liquidação e aproveitamento de seu pessoal.
de devida pelas pessoas físicas optantes.
§ 3º Ficam excluídas das obrigações previstas neste artigo as Art. 142. Ficam incorporadas ao Fundo de Estabilidade do Se-
Sociedades Beneficentes que estiverem em funcionamento na data guro Rural:
da promulgação desse Decreto-lei, as quais poderão preferir o regi- a) Fundo de Estabilidade do seguro Agrário, a que se refere o
me do Seguro-Saúde a qualquer tempo. artigo 8º da Lei 2.168, de 11de janeiro de 1964;
b) O Fundo de Estabilização previsto no artigo 3º da Lei nº
Art 135. As entidades organizadas sem objetivo de lucro, por 4.430, de 20 de outubro de1964.
profissionais médicos e paramédicos ou por estabelecimentos hos-
pitalares, visando a institucionalizar suas atividades para a prática Art. 143. Os órgãos do Poder Público que operam em seguros
da medicina social e para a melhoria das condições técnicas e eco- privados enquadrarão suas atividades ao regime deste Decreto-Lei
nômicas dos serviços assistenciais, isoladamente ou em regime de no prazo de cento e oitenta dias, ficando autorizados a constituir a
associação, poderão operar sistemas próprios de pré-pagamento de necessária Sociedade Anônima ou Cooperativa.
serviços médicos e/ou hospitalares, sujeitas ao que dispuser a Regu- § 1º As Associações de Classe, de Beneficência e de Socorros
lamentação desta Lei, às resoluções do CNSP e à fiscalização dos mútuos e os Montepios que instituem pensões ou pecúlios, atual-
órgãos competentes. mente em funcionamento, ficam excluídos do regime estabelecido
neste Decreto-Lei, facultado ao CNSP mandar fiscalizá-los se e
SEÇÃO II
quando julgar conveniente.
§ 2º As Sociedades Seguradoras estrangeiras que operam no
Art. 136. Fica extinto o Departamento Nacional de Seguros
País, adaptarão suas organizações às novas exigências legais, no
Privados e Capitalização (DNSPC), do Ministério da Indústria e do
prazo deste artigo e nas condições determinadas pelo CNSP.
Comércio, cujo acervo e documentação passarão para a Superinten-
dência de Seguros Privados (SUSEP).
§ 1º Até que entre em funcionamento a SUSEP, as atribuições a Art. 144. O CNSP proporá ao Poder Executivo no prazo de cen-
ela conferidas pelo presente Decreto-lei continuarão a ser desempe- to e oitenta dias, as normas de regulamentação dos seguros obriga-
nhadas pelo DNSPC. tórios previstos no artigo 20 deste Decreto-Lei.
§ 2º Ficam extintos, no Quadro de Pessoal do Ministério da
Indústria e do Comércio, o cargo em comissão de Diretor-Geral do Art. 145. Até a instalação do CNSP e da SUSEP, será mantida
Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização, sím- a jurisdição e a competência do DNSPC, conservadas em vigor as
bolo 2-C, e oito (8) cargos, em comissão, de Delegado Regional de disposições legais e regulamentares, inclusive as baixadas pelo IRB,
seguros, símbolo 5-C. no que forem cabíveis.
§ 3º Enquanto não for aprovado o Quadro de Pessoal da SUSEP,
os ocupantes dos cargos referidos no parágrafo anterior continuarão Art. 146. O Poder Executivo fica autorizado a abrir o crédito
no exercício de suas funções, sem prejuízo de seus vencimentos e especial de Cr$500.000.000(quinhentos milhões de cruzeiros), no
vantagens. exercício de 1967, destinado à instalação do CNSP e da SUSEP.
Art. 137. Os funcionários atualmente em exercício no DNSPC Art. 147. A fiscalização da gestão financeira e administrativa
continuarão a integrar o Quadro de Pessoal do Ministério da Indús- das Sociedades que operam em capitalização passa à jurisdição do
tria e do Comércio, observadas, para efeito delotação, as necessi- Banco Central da República do Brasil.
dades de serviço, e ressalvado o direito de opção dos Inspetores de
Seguros de acordo com o parágrafo único do artigo 140.Art. Art. 148. As resoluções do Conselho Nacional de Seguros Pri-
vados vigorarão imediatamente e serão publicadas no Diário Oficial
Art. 138. Poderá a SUSEP requisitar servidores da administra- da União.
ção centralizada ou descentralizada sem prejuízo de vencimentos,
direitos, gratificações e vantagens. Art. 149. O Poder Executivo regulamentará este Decreto-Lei no
prazo de 120 dias (cento e vinte dias), vigendo idêntico prazo para a
Art. 139. Após a aprovação do quadro de pessoal da SUSEP aprovação do Regulamento da SUSEP e dos Estatutos do IRB.
será assegurado aos servidores requisitados o direito de opção no
prazo de 90 dias, pelo regime de pessoal da autarquia ou retorno ao Art. 150. (Revogado pelo Decreto-lei nº 261, de 1967)
órgão de origem.
Didatismo e Conhecimento 41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 151. Para eleito do artigo precedente ficam suprimidos os Certificado de Participante: o documento emitido pela EAPC
cargos e funções de Delegado do Governo Federal e de liquidante que caracteriza a aceitação do interessado no Plano subscrito.
designado pela sociedade, a que se referem os artigos 24 e 25 do
Decreto nº 22.456, de 10 de fevereiro de 1933, ressalvadas as liqui- Cobertura de Risco: a que garante o pagamento de benefício
dações decretadas até dezembro de 1965. aos beneficiários indicados pela morte ou invalidez do participante.
Art. 152. O risco de acidente de trabalho continua a ser regi- Cobertura por Sobrevivência: a que garante o pagamento de
do pela legislação específica, devendo ser objeto de nova legislação benefício pela sobrevivência do participante ao período de diferi-
dentro de 90 dias. mento contratado.
Art. 153. Este Decreto-Lei entrará em vigor na data de sua pu- Comunicabilidade: instituto que, na forma regulamentada,
blicação, ficando revogadas expressamente todas as disposições de permite a utilização de recursos da Provisão Matemática de Bene-
leis, decretos e regulamentos que dispuserem em sentido contrário. fícios a Conceder, referente à cobertura por sobrevivência, para o
custeio de cobertura (ou coberturas) de risco, inclusive valor de im-
DEFINIÇÕES BÁSICAS – GLOSSÁRIO postos e do carregamento, quando for o caso;
Consignante: pessoa jurídica responsável, exclusivamente,
Acidente Pessoal: o evento, com data caracterizada e perfeita- pela efetivação de desconto sem folha de pagamento, em favor da
mente conhecida, externo, súbito, involuntário e violento, causador EAPC, correspondentes às contribuições dos participantes; Contra-
de lesão física, que, por si só, independente de toda e qualquer outra to: instrumento jurídico que tem por objetivo estabelecer as condi-
causa, tenha como consequência direta a morte ou a invalidez total e ções particulares da contratação do plano coletivo e fixar os direitos
permanente do participante. e obrigações entre averbadora/instituidora, EAPC e participantes;
Assistido: pessoa física em gozo do benefício sob a forma de
renda; Contribuição: o valor pago à EAPC para o custeio do Plano
contratado.
Averbadora: pessoa jurídica que propõe a contratação de plano
coletivo, ficando investida de poderes de representação, exclusiva- Critério de Atualização: Os contratos firmados a partir de
mente para contratá-lo com a EAPC, sem participar do custeio; 01/01/1997 terão os valores de benefício e contribuição atualiza-
dos anualmente de acordo com um dos índices de preços previstos
Base de cálculo da performance financeira: a diferença, ao na Circular SUSEP nº 11/96 - IGP-M/FGV; IGP-DI/FGV; INPC/
final do último dia útil do mês, entre a parcela do patrimônio lí- IBGE; IPCA/IBGE;IPC/FGV e IPC/FIPE, previamente pactuados
quido do FIE correspondente à Provisão Matemática de Benefícios na contratação do plano. Para os contratos firmados antes desta data
a Conceder (no período de diferimento) ou Benefícios Concedidos o índice utilizado era a TR (taxa referencial aplicada às cadernetas
(no período de pagamento de benefício), conforme o caso, e o valor de poupança), sendo sua periodicidade prevista em contrato.
da remuneração pela gestão financeira acumulado do mês;
Data de Registro: a data de recebimento, pela EAPC, da pro-
Beneficiários: as pessoas indicadas na proposta de inscrição ou posta de inscrição do interessado em participar do Plano.
em documento específico, para receber o pagamento relativo ao be-
nefício contratado, no caso dos planos cujo evento gerador do bene- Doenças, Lesões e Sequelas Preexistentes: são aquelas que
fício seja a morte do participante, ou o próprio participante no caso o participante ou seu responsável saiba ser portador ou sofredor na
dos planos cujo evento gerador seja a sobrevivência ou a invalidez. data da assinatura da proposta de inscrição.
Caso esteja previsto em Regulamento e, a estrutura técnica do EAPC: É a Entidade Aberta de Previdência Complementar ou
plano o permita, a Provisão Matemática de Benefícios a Conceder Sociedade Seguradora autorizada a instituir planos de Previdência
será disponibilizada aos beneficiários em caso de óbito do partici- Aberta Complementar.
pante durante o período de diferimento.
Evento Gerador: a morte, invalidez ou sobrevivência do parti-
Benefício: o pagamento que os beneficiários recebem em fun- cipante ocorrida durante o período de cobertura do Plano.
ção da ocorrência do evento gerador durante o período de cobertura.
Excedente Financeiro: o valor positivo correspondente, ao fi-
Benefício Definido: a modalidade de plano segundo a qual o nal do último dia útil do mês, à diferença entre o valor da base de
valor do benefício contratado é previamente estabelecido na propos- cálculo da performance financeira e o saldo da Provisão Matemática
ta de inscrição. de Benefícios a Conceder (no período de diferimento) ou Benefícios
Concedidos (no período de pagamento de benefício), conforme o
Carregamento: o percentual incidente sobre as contribuições caso.
pagas pelo participante, para fazer face às despesas administrativas,
de corretagem e colocação do Plano. O percentual máximo de carre- Extratos para fins de Repactuação: Tratando-se de benefício
gamento permitido pela legislação vigente é de 10% para os planos por sobrevivência (aposentadoria) estruturados na modalidade de
estruturados na modalidade de contribuição variável e de 30% para benefício definido, contratado após01/01/1997, a Entidade enviará
aqueles na modalidade de benefício definido. anualmente ao participante extrato para fins de repactuação das con-
Didatismo e Conhecimento 42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
tribuições, no prazo máximo de 60 dias, a contar da data de aniver- Pensão e Invalidez), desde que previsto em Regulamento, deverá ser
sário do plano. Entende-se, neste caso, por repactuação o reajuste na de no máximo 24 meses, a contar da data de início de vigência do
contribuição necessário à recomposição do benefício inicialmente plano, durante o qual não é devido o pagamento do benefício.
contratado.
EM CASO DE MORTE OU INVALIDEZ ACIDENTAL NÃO
Extratos Previdenciários: o participante receberá, no máximo, HÁ CARÊNCIA PARAPAGAMENTO DO BENEFÍCIO.
anualmente extrato do plano previdenciário, contendo, no mínimo, o
valor dos benefícios contratados e/ou o saldo atualizado de sua pro- Período de Cobertura: o prazo durante o qual na ocorrência
visão matemática de benefícios a conceder, se for o caso. Indepen- do evento gerador os beneficiários farão jus ao benefício contratado.
dente da emissão do extrato, a Entidade deverá prestar informações Plano: o conjunto de direitos e obrigações, conforme descrito
sempre que solicitadas pelo participante e/ou beneficiários. no Regulamento e na respectiva Nota Técnica Atuarial.
FAQE: fundo de aplicação em quotas de fundos de investimen- Plano Conjugado: aquele que, no momento da contratação, e
to, especialmente constituído, conforme as diretrizes estabelecidas na forma da regulamentação específica e demais normas comple-
pelo Conselho Monetário Nacional na regulamentação que discipli- mentares a serem editadas pela SUSEP, preveja cobertura por so-
na a aplicação dos recursos das reservas, das provisões e dos fundos brevivência e cobertura (ou coberturas) de risco, com o instituto da
das sociedades seguradoras, das sociedades de capitalização e das comunicabilidade.
entidades abertas de previdência complementar, bem como a acei-
tação dos ativos correspondentes como garantidores dos respectivos
recursos; PRODUTOS E SERVIÇOS BANCÁRIOS:
TÍTULOS DE CRÉDITO; SISTEMA DE
FIE: o fundo de investimento especialmente constituído, cuja PAGAMENTOS E COMPENSAÇÃO.
carteira seja composta em conformidade com as diretrizes estabe-
lecidas pelo Conselho Monetário Nacional na regulamentação que
disciplina a aplicação dos recursos das reservas, das provisões e dos
fundos das sociedades seguradoras, das sociedades de capitalização
e das entidades abertas de previdência complementar, bem como a A expressão Produto Bancário, conforme conceito dado pelo
aceitação dos ativos correspondentes como garantidores dos respec- professor Paulo Nunes, designa um agregado financeiro do setor
tivos recursos; bancário e que corresponde aos ganhos conseguidos diretamente
com a atividade bancária e inclui a margem financeira, as comissões
Indexador: o índice contratado para atualização monetária dos relativas a serviços bancários, os resultados de operações financei-
valores relativos ao Plano, na forma estabelecida por este Regula- ras, os rendimentos de instrumentos de capital e outros proveitos de
mento. exploração líquidos.
Início de Vigência do Plano: a data de aceitação da proposta NOÇÕES DE CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO
de inscrição pela EAPC.
Cartão de Crédito
Instituidora: pessoa jurídica que propõe a contratação de plano É um serviço de intermediação que permite ao consumidor ad-
coletivo, ficando investidade poderes de representação, exclusiva- quirir bens e serviços em estabelecimentos comerciais previamente
mente para contratá-lo com a EAPC, e que participa, total ou par- credenciados, mediante a comprovação de sua condição de usuário.
cialmente, do custeio. Tal comprovação é feita com a apresentação do cartão no ato da
aquisição da mercadoria.
Invalidez Total e Permanente: aquela para a qual não se pode Juridicamente, o cartão de crédito é um contrato de adesão en-
esperar recuperação ou reabilitação com os recursos terapêuticos tre consumidor e administradora de cartões de crédito, que tem por
disponíveis no momento de sua constatação. objeto a prestação dos seguintes serviços:
I – serviços de intermediação de pagamentos à vista entre con-
Limite de Comercialização: Valor máximo estabelecido pela sumidor e fornecedor pertencente a uma rede credenciada;
EAPC, inferior ao seu Limite Técnico. II – serviço de intermediação financeira (crédito) para cobertura
de obrigações assumidas através do cartão de crédito junto a forne-
Nota Técnica Atuarial: o documento que contém a descrição cedor pertencente a uma rede credenciada;
e o equacionamento técnico do Plano a que se refere o respectivo III - serviço de intermediação financeira (crédito) para cobertu-
Regulamento. ra de inadimplemento por parte do consumidor de obrigações assu-
midas junto a fornecedor pertencente a uma rede credenciada;
Participante: a pessoa física que contrata o Plano. IV - serviço de intermediação financeira (crédito) para emprés-
timos em dinheiro direto ao consumidor, disponibilizado através de
Período de Carência: o lapso de tempo, contado a partir do operação de saque.
início de vigência do plano, durante o qual, na ocorrência do evento O contrato de intermediação de pagamentos à vista é o contrato
gerador, os beneficiários não terão direito ao recebimento do bene- realizado entre o consumidor e uma administradora de cartões de
fício. O período de carência para os Benefícios de Risco (Pecúlio, crédito, que tem por objeto a prestação do serviço de intermediação
Didatismo e Conhecimento 43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
de pagamentos à vista das obrigações assumidas por meio de cartão, Os prazos variam entre 1 e 48 meses, de acordo com o bem
até um limite estabelecido entre o consumidor e um fornecedor de financiado. O CDC Interveniência é uma modalidade de CDC na
bens ou serviços pertencente a uma rede credenciada, desde que o qual a empresa vendedora da mercadoria atua como garantidora do
consumidor pague suas obrigações integralmente até o dia do venci- crédito concedido pela financeira ou pelo banco.
mento da fatura e não opte pelo parcelamento do valor das compras.
As empresas detentoras de uma determinada marca (popular- CRÉDITO RURAL
mente chamadas de bandeiras) autorizam outras empresas (chama-
das emissoras) gerar cartões ostentando a respectiva marca. O Crédito Rural abrange recursos destinados a custeio, inves-
Os portadores desses cartões têm à sua disposição uma rede de timento ou comercialização. As suas regras, finalidades e condições
lojas credenciadas para a aquisição de bens e serviços. estão estabelecidas no Manual de Crédito Rural (MCR), elaborado
O estabelecimento comercial registra a transação com o uso pelo Banco Central do Brasil. Essas normas são seguidas por to-
de máquinas mecânicas ou informatizadas, fornecidas pela admi- dos os agentes que compõem o Sistema Nacional de Crédito Rural
nistradora do cartão de crédito, gerando um débito do usuário-con- (SNCR), como bancos e cooperativas de crédito. Representa impor-
sumidor a favor da administradora e um crédito do fornecedor do tante operação ativa realizada pelo Banco do Brasil, sendo que tal
bem ou serviço contra a administradora, de acordo com os contra- instituição é o principal agente do Governo Federal neste segmento.
tos firmados entre essas partes.
Periodicamente, a administradora do cartão de crédito emite e As fontes de recursos do Crédito Rural
apresenta a fatura ao usuário-consumidor, com a relação e o valor
das compras efetuadas. O crédito rural pode ser concedido com recursos de 2 catego-
Assim, o cartão de crédito pode ser considerado como um rias:
indutor ao crescimento das vendas. Possibilita ao cliente um fi- a) controlados: assim considerados da exigibilidade de recur-
nanciamento e a adequação de suas despesas a seu fluxo de caixa. sos obrigatórios, das Operações Oficiais de Crédito sob supervisão
Funciona como um crédito automático e é a moeda do futuro. do Ministério da Fazenda; da poupança rural, do Fundo de Amparo
ao Trabalhador (FAT) e do Fundo de Investimento Extramercado
Tipos de cartões: (outro fundo administrado pelo Governo Federal), quando aplicados
- quanto ao usuário; em operações subvencionadas pela União sob a forma de equaliza-
- pessoa física; ção de encargos financeiros, além de outros que vierem a ser especi-
- empresarial; ficados pelo Conselho Monetário Nacional;
- quanto à utilização; b) não controlados: assim considerados os da exigibilidade e
- exclusivo no mercado brasileiro; livres da poupança rural, de fundos, programas e linhas específicas,
- de uso internacional. de recursos livres.
Didatismo e Conhecimento 44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Os Créditos de Custeio: destinam-se ao custeio das despesas No momento de fazer um resgate da poupança o dinheiro sai
normais da atividade, como por exemplo, do ciclo produtivo de la- prioritariamente da mais nova - de acordo com o ministério da
vouras periódicas, da entressafra de lavouras permanentes, de explo- Fazenda. No entanto, se o valor a ser sacado exceder o montante,
ração pecuária e do beneficiamento ou industrialização de produtos o que faltar será tirado da conta antiga.
agropecuários. No atual patamar da Selic, o rendimento da poupança perma-
nece em 0,5% ao mês, o que dá um total de 6,17% ao ano acres-
Os Créditos de Investimentos cido da TR (que tem o seu índice determinado diariamente pelo
Banco Central). Esse pagamento de juros e TR é depositado na
São utilizados para o financiamento de investimentos fixos, conta poupança no dia do aniversário (se você depositou em 5 de
semifixos. São exemplos de investimento fixos a construção, re- abril os dividendos são pagos em 5 de maio). O dinheiro aplicado
forma ou ampliação de benfeitorias e instalações permanentes e a e retirado com menos de 30 dias não rende.
aquisição de máquinas e equipamentos de provável vida útil supe- As demais regras da aplicação serão mantidas: isenção de Im-
rior a 5 anos. posto de Renda e direcionamento dos recursos da poupança para
crédito habitacional e agrícola.
São exemplos de investimentos semifixos a aquisição de ani-
mais de pequeno, médio e grande porte para criação, recriação,
Tipos de cadernetas de poupança
engorda ou serviço e a aquisição de veículos, tratores colheita-
deiras, implementos, embarcações e aeronaves que necessaria- Talvez a caderneta de poupança tradicional seja a única apli-
mente devem ser utilizas na atividade agropecuária. cação em que se pode aportar pequenas quantias de dinheiro e ter
liquidez imediata. Contudo, a rentabilidade é perdida quando o sa-
Os Créditos de Comercialização que é feito fora da data de aniversário, ou seja, da data em que a
aplicação foi feita.
Têm o objetivo de assegurar ao produtor rural ou às suas A poupança é remunerada mensalmente por uma taxa de juros
cooperativas os recursos necessários à comercialização de seus de 0,5%, aplicada sobre os valores atualizados pela TR (taxa refe-
produtos no mercado, compreendendo a pré-comercialização, o rencial) na sua data de aniversário. Ela rende, portanto, de acordo
desconto, os adiantamentos a cooperados por parte de coopera- com a quantidade de dias úteis no mês e a variação da TR do pe-
tivas na fase imediata à colheita da produção própria ou de co- ríodo.
operados. A caderneta recebe depósitos tanto de pessoas físicas quanto
de empresas (inclusive micro e pequenas empresas), sendo que sua
CADERNETA DE POUPANÇA abertura pode ser feita em qualquer dia do mês. As contas abertas
nos dias 29, 30 e 31, contudo, passam a valer somente a partir do
A conta poupança é um tipo de conta bancária, de baixo risco primeiro dia útil do mês seguinte.
e de rendimento pré-fixado de 0,5% ao mês mais a correção da Para pessoas físicas e jurídicas sem fins lucrativos, a remune-
TR - Taxa Referencial, garantida pelo FGC - Fundo Garantidor de ração da aplicação é mensal e não há incidência de imposto de ren-
Crédito até o valor de R$ 250.000,00 por cliente, independente de da (IR) sobre ganhos de capital. Para empresas (pessoas jurídicas
qual banco é a sua depositária. com fins lucrativos), a remuneração é trimestral e há incidência do
O BC estabeleceu, ainda, que os depósitos até R$ 5 mil, efetu- imposto de renda (pela tabela regressiva).
ados por intermédio de cheques em contas de poupança, continua- Ademais, como já foi dito, seus rendimentos são garantidos
rão a ter o mesmo tratamento atual, de serem remunerados a partir pelo governo, por meio do FGC, no limite de R$ 250 mil. E você
da data em que realizados. pode ter quantas cadernetas quiser.
Desde 4 de maio de 2012 a poupança no Brasil passou a seguir
Outras modalidades de caderneta de poupança
a taxa Selic, sempre quando esta estiver igual ou inferior a 8,5%.
Assim a remuneração será de 70% da Selic mais a taxa referencial.
Atualmente, além da tradicional, existem outros quatro tipos
distintos de caderneta de poupança: de rendimento trimestral, de
Novas Regras para a caderneta de poupança com o adven- rendimento crescente, com finalidade específica e rural. Vamos ex-
to da Medida Provisória nº 567, de 03 de maio de 2012. plicar como funciona cada um deles:
Com a publicação da Medida Provisória nº 567/2012, publi-
cada no Diário Oficial da União no dia 04 de maio de 2012, ficam
alteradas as regras da caderneta de poupança. a) Rendimento trimestral: criada em 1993, esta caderneta só
Assim, a partir do dia 04 de maio de 2012, novas cadernetas permite o resgate com prazo mínimo de 90 dias, para que o rendi-
de poupança ou depósitos feitos nessa modalidade passaram a ter mento não seja perdido. Sua remuneração é dada pela variação da
uma nova regra de remuneração. TR, mais 0,5% ao mês, além de um adicional de 0,38% (alíquota
O rendimento passou de 6,17% ao ano (que é os 0,5% ao mês atual da CPMF). Novas aplicações somente são aceitas na data de
acumulados no período de um ano), mais a Taxa Referencial - TR, aniversário da aplicação, que é trimestral.
para 70% da taxa básica de juros (Taxa Selic), mas somente quan-
do a Selic for igual ou menor que 8,5% ao ano. Para os clientes de b) Rendimento crescente: esta caderneta aceita somente um
cadernetas já existentes, que realizaram depósitos depois do dia depósito inicial em cada conta e, obviamente, apenas um resgate,
04.05.2012, os bancos abriram duas contas de poupança: uma com o que a torna pouco flexível. Sua remuneração é calculada sobre
os depósitos feitos até o dia 03.05.2012 e outra com os novos in- a variação da TR do período, corrigida trimestralmente, de forma
gressos de dinheiro - ambas sob o mesmo CPF. crescente, conforme a sequência abaixo:
Didatismo e Conhecimento 45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
1,5% ao trimestre, do primeiro a terceiro trimestres; comunique por escrito à Sociedade, a qualquer momento, e não
somente no ato da contratação, definir quem será o titular, isto é,
1,705% ao trimestre, do quarto ao oitavo trimestre; quem assumirá os direitos relativos ao título, tais como o resgate
e o sorteio; Os títulos mais comuns no mercado são: o PM (paga-
1,942% ao trimestre, do nono ao décimo primeiro trimestres; e mento mensal) e o PU(pagamento único).
O PM é um plano em que os seus pagamentos, geralmente,
2,177% ao trimestre, do décimo segundo trimestre em diante. são mensais e sucessivos.
É possível que após o último pagamento, o plano ainda con-
O poupador se beneficia, ainda, de um adicional compensa- tinue em vigor, pois seu prazo de vigência pode ser maior do que
tório da CPMF sobre o saque, desde que o mesmo não seja feito o prazo de pagamento estipulado na proposta. Por sua vez, o PU é
antes de 90 dias de aplicação. um plano em que o pagamento é único (realizado uma única vez),
tendo sua vigência estipulada na proposta.
CAPITALIZAÇÃO Enquanto que o prazo de pagamento é o período durante o
qual o Subscritor compromete-se a efetuar os pagamentos que, em
A Capitalização é um instrumento financeiro diferente de geral, são mensais e sucessivos.
qualquer outro. É uma forma alternativa de acumular reservas com Outra possibilidade, como colocada acima, é a de o título ser
prazo e taxas de juros previamente determinados. É o instrumento de Pagamento Único (P.U.). Prazo de Vigência, por sua vez, é o
ideal para quem deseja realizar um projeto de vida bem especial. período durante o qual o Título de Capitalização está sendo admi-
Diferente da Caderneta de Poupança, um Título de Capitali- nistrado pela Sociedade de Capitalização, sendo o capital relativo
zação tem prazo de carência para resgates, em geral, de 12 meses. ao título atualizado monetariamente pela TR e capitalizado pela
Por esta razão, a aplicação em Títulos de Capitalização tornou-se taxa de juros informada nas Condições Gerais. Tal período deverá
uma das formas mais atraentes para planejar o futuro: o estudo dos ser igual ou superior ao período de pagamento.
filhos, a viagem de férias, a montagem de um negócio, a formação
profissional, a compra de um carro e tantos outros projetos que PREVIDÊNCIA
exigem investimento e disciplina para que se tornem realidade.
Depois de conviver tantos anos com inflação, o surgimento de Previdência privada, também chamada de Previdência com-
instrumentos como o Título de Capitalização vem transformando plementar, é uma forma de seguro contratado para garantir uma
a vida de muitos brasileiros, estimulando a cultura da poupança e renda ao comprador ou seu beneficiário. O valor do prêmio é apli-
abrindo a perspectiva de multiplicar o patrimônio por meio de sor- cado pela entidade gestora, que com base em cálculos atuariais,
teios. Os valores aplicados podem ser capitalizados mensalmente determina o valor do benefício.
ou de uma só vez. Em resumo, pode-se dizer que é um sistema que acumula re-
A premiação é efetuada por meio de sorteios periódicos re- cursos que garantam uma renda mensal no futuro, especialmente
alizados pelas empresas de capitalização ou não, sendo a forma no período em que se deseja parar de trabalhar. Num primeiro mo-
mais frequente a utilização de combinação de dezenas, em série de mento, era vista como uma forma uma poupança extra, além da
números previamente estabelecidos, tendo como base os sorteios previdência oficial, mas como o benefício do governo tende a ficar
da Loteria Federal. cada vez menor, muitos adquirem um plano como forma de garan-
tir uma renda razoável ao fim de sua carreira profissional.
Títulos de capitalização Há dois tipos de plano de previdência no Brasil. A aberta
e a fechada.
É uma aplicação pela qual o subscritor (comprador do título) A aberta pode ser contratada por qualquer pessoa, enquan-
constitui um capital, segundo cláusulas e regras aprovadas e men- to a fechada é destinada a grupos, como por exemplo, funcio-
cionadas no próprio título (Condições Gerais do Título) e que será nários de uma empresa.
pago em moeda corrente num prazo máximo estabelecido.
Eles são considerados, para todos os fins legais, títulos de cré- Benefícios dos Planos Previdenciários
dito. Os planos de aposentadoria e pensão privados podem ser
O título de capitalização só pode ser comercializado pelas contratados deforma individual ou coletiva (averbados ou ins-
sociedades de capitalização devidamente autorizadas a funcionar. tituídos); e podem oferecer juntos ou separadamente, alguns
A contratação de um título é realizada através do preenchi- tipos básicos de benefícios, quais sejam:
mento e da assinatura do contrato. • Renda por sobrevivência - renda a ser paga ao participan-
O envio (a entrega) da proposta devidamente assinada repre- te do plano que sobreviver ao prazo de diferimento contratado,
senta a concretização da subscrição do Título, sendo proibida a geralmente denominada de aposentadoria.
cobrança de qualquer taxa a título de inscrição. • Renda por invalidez - renda a ser paga ao participante, em
Importante destacar que as Condições Gerais do título devem decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida duran-
estar disponíveis ao subscritor no ato da contratação. te o período de cobertura e após cumprido o período de carência
A disponibilização das Condições Gerais em momento pos- estabelecido no Plano; Planos de Aposentadoria.
terior ao da contratação constitui violação às normas, sendo a So- • Pensão por morte - renda a ser paga ao(s) beneficiário(s)
ciedade, portanto, passível de multa; O título pode ser adquirido indicado(s) na proposta de inscrição, em decorrência da morte
para outra pessoa, aliás, o subscritor, que é a pessoa que adquire o do Participante ocorrida durante o período de cobertura e após
título e assume o dever de efetuar os pagamentos, pode, desde que cumprido o período de carência estabelecido no Plano.
Didatismo e Conhecimento 46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Pecúlio por morte - importância em dinheiro, pagável de Já o VGBL não conta com esse incentivo, mas, em compen-
uma só vez ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de ins- sação, o investidor não é tributado com base na tabela progressi-
crição, em decorrência da morte do participante ocorrida duran- va no momento do resgate ou do recebimento do benefício, como
te o período de cobertura e após cumprido o período de carência ocorre no PGBL. Sua tributação acontece apenas em relação ao
estabelecido no Plano. ganho de capital – ou seja, o lucro. Sendo assim, o VGBL torna-
• Pecúlio por invalidez - importância em dinheiro, pagável -se um produto ideal para pessoas que atuam na economia infor-
de uma só vez ao próprio participante, em decorrência de sua mal ou que estão isentas do Imposto de Renda e, por isso, não
invalidez total e permanente ocorrida durante o período de co- podem contar com a vantagem fiscal do PGBL e dos planos de
bertura e após cumprido o período de carência estabelecido no previdência em geral.
Plano.
A SUSEP e as entidades que atuam no sistema criaram os INVESTIMENTOS E SEGUROS
seguintes planos padrões que atualmente são comercializados
pelo mercado de previdência aberta complementar: Fundo de Investimentos
Os fundos de investimento representam significativa parcela
PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre de recursos aplicados por investidores no SFN, tais investimen-
A legislação não exige depósitos periódicos no caso dos tos são constituídos sob a forma de condomínios, estando, dessa
PGBLs, tipo contribuições mensais. forma, segregados do patrimônio da instituição financeira que os
Os depósitos podem ser feitos à medida que haja recursos administra.
disponíveis, dentro do que for contratado com o administrador.
O participante deve verificar se tem renda para garantir o fluxo CONCEITO
de pagamentos acertado no contrato.
O período de contribuição para os planos depende do prazo O Fundo de Investimento Financeiro, constituído sob a for-
existente entre a decisão de poupar e a idade que o contribuinte ma de condomínio aberto, é uma comunhão de recursos destina-
deseja receber o benefício. dos à aplicação em carteira diversificada de ativos financeiros e
Quanto antes começa um plano de previdência privada,
demais modalidades operacionais disponíveis no âmbito do mer-
mais fácil é formar a poupança, porque o volume de dinhei-
cado financeiro e de capitais.
ro que será poupado será distribuído por um número maior de
Ao administrador do Fundo compete a realização de uma
meses.
série de atividades gerenciais e operacionais relacionadas com os
Segundo, porque o efeito da parte dos juros no capital final
cotistas e seus investimentos, dentre as quais a gestão da carteira
é maior quanto maior o tempo de contribuição. A poupança que
de títulos e valores mobiliários.
vai garantir o pagamento dos benefícios é formada por dois va-
Esta gestão da carteira do Fundo pode ser realizada pelo pró-
lores básicos. Um é a soma das contribuições feitas, retirando
prio administrador ou pode ser terceirizada, isto é, realizada por
daí todos os custos. O outro é o rendimento obtido ao longo dos
anos. Quanto maior o número de anos, maior a contribuição do uma pessoa física ou jurídica, credenciada pela CVM e contrata-
rendimento na formação do capital. da especialmente para esta finalidade.
Este é o gestor da carteira.
VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre As informações relevantes de um Fundo de Investimento
constam de seu prospecto e de seu Regulamento, que devem,
O VGBL – Vida Gerador de Benefícios Livres dá ao cliente obrigatoriamente, ser entregues ao cotista por ocasião de seu in-
o direito de resgatarem vida, após o período de carência, uma gresso no Fundo.
parte ou a totalidade do montante aplicado, acrescido do rendi- O Fundo tem prazo indeterminado de duração e em sua de-
mento durante esse período. nominação, que não pode conter termos incompatíveis com o seu
O VGBL é bastante parecido com o PGBL. Isso porque o in- objetivo, deve constar a expressão “investimento financeiro”, fa-
vestidor também tem seus recursos aplicados em um FIF exclusi- cultado o acréscimo de vocábulos que identifiquem o perfil de suas
vo, sendo cobrada taxa de carregamento, e ainda pode optar pelo aplicações.
perfil do fundo em que aportará suas reservas. As taxas, despesas e prazos adotados devem ser os mesmos
O VGBL não tem garantia de remuneração mínima, sendo para todos os condôminos do fundo. Na definição da política de
o benefício baseado na rentabilidade da carteira de investimento investimento (onde serão aplicados os recursos do fundo), devem
do FIF. A transferência (portabilidade) dos recursos de uma se- ser prestadas informações acerca:
guradora para outra é permitida, devendo apenas ser respeitado o • das características gerais da atuação do fundo, entre as quais
período de carência, que ainda não foi regulamentado pela Susep os critérios de composição e de diversificação da carteira e os ris-
(Superintendência de Seguros Privados). cos operacionais envolvidos;
Conforme exposto, o PGBL e o VGBL são produtos com • da possibilidade de realização de aplicações que coloquem
características bastante semelhantes. A grande diferença está no em risco o patrimônio do fundo; O valor de cada cota é recalculado
tratamento fiscal. No PGBL, o investidor conta com o incenti- diariamente e a remuneração recebida varia de acordo com o pra-
vo fiscal concedido aos planos de previdência, que permite ao zo de aplicação e com os rendimentos dos ativos financeiros que
poupador deduzir de sua base de cálculo do Imposto de Renda compõe o fundo.
contribuições feitas a estes planos, até o limite de 12% de sua Não há, geralmente, garantia de que o valor resgatado seja
renda bruta anual. superior ao valor aplicado.
Didatismo e Conhecimento 47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Aplicação caracterizada pela aquisição de cotas de aplicações f) Fundo de Dívida Externa - Devem aplicar, no mínimo,
com características abertas e solidárias, e que representam parte do 80% (oitenta por cento) de seu patrimônio líquido em títulos re-
Patrimônio do Fundo, sendo que apresenta ainda uma valorização presentativos da dívida externa de responsabilidade da União,
diária. sendo permitida a aplicação de até 20% (vinte por cento) do pa-
Neste modelo de aplicação, os investidores podem sacar suas trimônio líquido em outros títulos de crédito transacionados no
cotas a curto prazo, no entanto, como nem todos agem dessa for- mercado internacional.
ma, a soma restante, que sempre representa uma importância volu- g) Fundo Multimercado - Estes Fundos possuem políticas de
mosa, poderá ser aplicada em modalidades mais rentáveis. investimento que envolvem vários fatores de risco, sem o com-
Os recursos obtidos pela administradora do Fundo serão apli- promisso de concentração em nenhum fator em especial ou em
cados no mercado financeiro interno ou externo onde houver uma fatores diferentes das demais classes de fundos.
melhor rentabilidade. Os fundos classificados como “Referenciado”, “Renda
Os Fundos de Investimentos atuam conforme determinação Fixa”, “Cambial”, “Dívida Externa” e “Multimercado” poderão
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), onde são determinados ser adicionalmente classificados como “Longo Prazo” quando o
prazo médio de sua carteira supere 365 (trezentos e sessenta e
os limites de composição da carteira, que reflete na liquidez da
cinco) dias e seja composta por títulos privados ou públicos fede-
aplicação.
rais, pré-fixados ou indexados à taxa SELIC (taxa média de juros
dos títulos públicos federais) ou a outra taxa de juros, a índices
TIPOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO de preço ou à variação cambial, ou, ainda, por operações compro-
missadas lastreadas nos títulos públicos federais acima referidos.
Os fundos de investimento podem ser classificados pelo índi-
ce de volatilidade, que determina o grau de risco para o investidor. PLANOS DE SEGUROS
Segundo a CVM, autarquia responsável pela supervisão deste mer- As sociedades seguradoras são as únicas entidades a nego-
cado, os Fundos podem ser: ciar pla
a) Fundo de Curto Prazo - Devem aplicar seus recursos ex- nos de seguros.
clusivamente em títulos públicos federais ou privados pré-fixados Para tanto, tais entidades seguem um conjunto de regras de-
ou indexados à taxa SELIC ou a outra taxa de juros, ou títulos finidas em legislação especifica relativa ao assunto.
indexados a índices de preços, com prazo máximo a decorrer de Os planos de seguros existentes no mercado brasileiro são:
375 (trezentos e setenta e cinco) dias. O prazo médio da carteira do 1. Seguro rural;
fundo inferior a 60 (sessenta) dias. 2. Seguro contra incêndio;
b) Fundo Referenciado - Esses Fundos devem identificar em 3. Seguro garantia;
sua denominação o seu indicador de desempenho, em função da 4. Seguro de pessoas;
estrutura dos ativos financeiros integrantes das respectivas car- 5. Seguro de transporte;
teiras, desde que atendidas, cumulativamente, as seguintes con- 6. Seguro de crédito interno;
dições: 7. Seguro de automóveis.
I - tenham 80% (oitenta por cento), no mínimo, de seu patri-
mônio líquido representado, isolada ou cumulativamente, por: Seguro Rural
a) títulos de emissão do Tesouro Nacional e/ou do Banco Cen- O Seguro Rural é um dos mais importantes instrumentos de
tral do Brasil; política agrícola, por permitir ao produtor proteger-se contra per-
b) títulos e valores mobiliários de renda fixa cujo emissor das decorrentes principalmente de fenômenos climáticos adversos.
esteja classificado na categoria baixo risco de crédito ou equi- Contudo é mais abrangente, cobrindo não só atividade agrícola,
valente. mas também a atividade pecuária, o patrimônio do produtor ru-
ral, seus produtos, o crédito para comercialização desses produtos,
II - estipulem que 95% (noventa e cinco por cento), no mí-
além do seguro de vida dos produtores.
nimo, da carteira seja composta por ativos financeiros de forma
O objetivo maior do Seguro Rural é oferecer coberturas, que
a acompanhar a variação do indicador de desempenho escolhido;
ao mesmo tempo atendam ao produtor e a sua produção, à sua
III - restrinjam a respectiva atuação nos mercados de deriva- família, à geração de garantias a seus financiadores, investidores,
tivos a realização de operações com o objetivo de proteger posi- parceiros de negócios, todos interessados na maior diluição pos-
ções detidas à vista, até o limite dessas. sível dos riscos, pela combinação dos diversos ramos de seguro.
c) Fundo de Renda Fixa - Devem possuir, no mínimo, 80%
(oitenta por cento) da carteira em ativos relacionados diretamen- Seguro contra incêndio
te aos principais fatores de risco da carteira, que são a variação Para fins de seguro, o incêndio pode ser definido como fogo
da taxa de juros doméstica ou de índice de inflação, ou ambos. que se propaga, ou se desenvolve com intensidade, destruindo e
d) Fundo de Ações - Devem possuir, no mínimo, 67% (ses- causando prejuízos (danos). Para que fique caracterizado a ocor-
senta e sete por cento) da carteira em ações admitidas à nego- rência de incêndio, para fins de seguro, não basta que exista fogo
ciação no mercado à vista de bolsa de valores ou entidade do é preciso:
mercado de balcão organizado. • que o fogo se alastre, se desenvolva, se propague;
e) Fundo Cambial - Devem possuir, no mínimo, 80% (oi- • que a capacidade de alastrar-se não esteja limitada a um reci-
tenta por cento) da carteira em ativos relacionados diretamente, piente ou qualquer outro local em que habitualmente haja fogo, ou
ao fator de risco do fundo que é a variação de preços de moeda seja, que ocorra em local indesejado ou não habitual; e
estrangeira ou a variação do cupom cambial. • que o fogo cause dano.
Didatismo e Conhecimento 48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Seguro de Garantia Os principais contratos de transporte são:
É um seguro que tem a finalidade de garantir o fiel cumpri- • FOB: O vendedor é o responsável pela contratação do trans-
mento das obrigações contraídas pelo tomador junto ao segurado porte e do seguro da mercadoria até a colocação da mesma a bordo
em contratos privados ou públicos, bem como em licitações. da embarcação. Cabe ao comprador contratar o transporte e o se-
As partes se relacionam da seguinte forma: o segurado recebe guro a partir deste ponto;
uma apólice de seguro emitida pela seguradora, garantindo as obri- • CIF: este contrato prevê a obrigatoriedade do vendedor pro-
gações do tomador contraídas no contrato principal. Para que se videnciar o transporte e o seguro até o porto de destino final. Cos-
conclua a operação, a seguradora e o tomador assinam o contrato tuma ser utilizado nas exportações brasileiras; Quem pode contra-
de contra garantia, garantindo o direito de regresso da seguradora tar o seguro transporte é a pessoa que tem o interesse em preservar
contra o tomador em um eventual sinistro. o patrimônio contra os riscos inerentes à viagem.
O tomador é a pessoa jurídica ou pessoa física que assume a Ou seja, por qualquer pessoa que tenha o interesse segurável
tarefa de construir, fornecer bens ou prestar serviços, por meio de na carga a ser transportada. Este interesse segurável será esclareci-
um contrato contendo as obrigações estabelecidas. do no contrato de compra e venda.
Ao mesmo tempo, torna-se cliente e parceiro da seguradora, Neste contrato, estará definido a partir de que momento o inte-
que passa a garantir seus serviços. resse segurável passará do vendedor ao comprador da mercadoria;
O Tomador é o risco; o interessado em cumprir o contrato. É
ele quem paga o prêmio do seguro; Seguro de Crédito Interno
O segurado é a pessoa física ou jurídica contratante da obriga- Entende-se por operação de crédito todo ato de vontade ou
ção junto ao tomador e o segurador é quem garante a realização do disposição de alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte
contrato. Geralmente este seguro é utilizado na construção civil, de seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que essa
porém pode ser aplicado em contratos de prestação de serviços, parcela volte a sua posse integralmente, após decorrer o tempo es-
fornecimento e obrigações aduaneiras. tipulado.
As relações entre o tomador e a seguradora regem-se pelo es-
O seguro de crédito interno é uma modalidade de seguro que
tabelecido na proposta de seguro e no contrato de contra garantia.
tem por objetivo ressarcir o segurado (credor), nas operações de
Tal contrato é o instrumento legal que permite obter ressar-
crédito realizadas dentro do território nacional, das Perdas Líqui-
cimento junto ao tomador e seus fiadores dos valores pagos pela
das Definitivas – PLD4 – causadas por devedor insolvente.
seguradora ao segurado. Este contrato não interfere no direito do
O sinistro é caracterizado quando ocorre a insolvência do de-
segurado.
vedor reconhecida por meio de medidas judiciais ou extrajudiciais
Seguro de Pessoas realizadas para o pagamento da dívida.
São feitas pelas seguradoras visando a proteção de riscos su- Este seguro é geralmente contratado por empresas que re-
portados por pessoas físicas. Podem ser subdivididos nas seguintes alizam operações de crédito em suas vendas, tanto para pessoa
modalidades: física como para pessoa jurídica, ou intermediários de operações
• Seguro de vida em grupo: garantem um pagamento de uma de crédito, financiamento e investimento; consórcios, empresas de
indenização ao segurado e aos seus beneficiários. observadas as factoring, etc.
garantias contratadas que podem ser básicas (geralmente morte ou Caracterizados desta forma como segurados das operações de
invalidez permanente) ou adicionais. São feitos para garantir duas crédito.
ou mais pessoas, sendo obrigatoriamente contratados por uma es- Os segurados também são os responsáveis pelo pagamento do
tipulante, que representa os segurados; prêmio de seguro. Os contratantes da operação de crédito, ou seja,
• Seguro de acidentes pessoais: garante o pagamento de uma os devedores são denominados garantidos, e é sobre eles que inci-
indenização ao segurado ou a seus beneficiários, caso aquele ve- de o risco de inadimplência.
nha a sofre um acidente pessoal;
• Seguro de vida individual: é o seguro que garante um único Seguro de Automóveis
segurado, contratado pelo próprio interessado; O Seguro de Automóveis poderá ser contratado pelas moda-
• Seguro educacional: auxilia o custeio das despesas com edu- lidades de Valor Determinado ou Valor de Mercado Referenciado.
cação dos beneficiários do segurado, à luz da ocorrência dos riscos As Seguradoras podem oferecer apenas a contratação na moda-
segurados definidos no contrato; lidade Valor Determinado, apenas na modalidade Valor de Mer-
• Seguro prestamista: são seguros em grupo, onde os segura- cado Referenciado, ou ambas; As principais garantias oferecidas
dos convencionam pagar prestações ao estipulante pelo valor do são Compreensiva (colisão, incêndio e roubo), Incêndio e Roubo,
saldo da dívida ou do compromisso feito pelo segurado. Colisão e Incêndio, Acidentes Pessoais de Passageiros e Respon-
sabilidade Civil Facultativa de Veículos: Outras garantias podem
Seguro de Transporte ser contratadas. São elas:
Para que possamos compreender como funciona o seguro de • A assistência 24 Horas: tem como objetivo prestar assistên-
transporte, temos que entender como está estruturada a operação cia ao veículo segurado e a seus ocupantes, em caso de acidente ou
de transporte. pane mecânica e/ou elétrica;
O conhecimento de embarque é o contrato feito para o trans- • Acessórios: garante a indenização dos prejuízos causados
porte da mercadoria entre comprador (ou vendedor) e o transpor- aos acessórios do veículo pelos mesmos riscos previstos na apóli-
tador (ou operador de transporte multimodal). A relação existente ce contratada.
entre as partes deverá ser definida no contrato de compra e venda, Entende-se como acessório, original de fábrica ou não, rádio e
uma vez que a definição de quem tem a obrigação de contratar o toca-fitas, Cd players, televisores, etc, desde que fixados em cará-
frete constará deste. ter permanente no veículo segurado;
Didatismo e Conhecimento 49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Equipamentos: garante a indenização dos prejuízos causa- públicos registrados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia
dos aos equipamentos do veículo pelos mesmos riscos previstos na (Selic). O Copom estabelece a meta para a Taxa Selic, e cabe à
apólice contratada. Entende-se como equipamento, qualquer peça mesa de operações do mercado aberto do BCB manter a Taxa Selic
ou aparelho fixado em caráter permanente no veículo segurado, diária próxima à meta.
exceto áudio e vídeo; E o que é o viés da taxa de juros?
• Carroceria: garante indenização, no caso de danos causados Viés de taxa de juros (de elevação ou de redução) trata-se
à carroceria do veículo segurado, desde que o sinistro seja decor- de uma prerrogativa que autoriza o Presidente do BCB a alterar
rente de um dos riscos cobertos na apólice; a meta para a Taxa Selic na direção do viés a qualquer momen-
• Blindagem: está coberta por esta garantia, a blindagem do to entre as reuniões regulares do Copom. O viés é utilizado, nor-
veículo segurado, contra eventos cobertos pela apólice; malmente, quando alguma mudança significativa na conjuntura
• Despesas Extraordinárias: garante ao segurado, em caso de econômica for esperada. A última vez em que esse expediente foi
indenização integral, uma quantia estipulada no contrato de segu- utilizado ocorreu na 82ª reunião do Comitê, em 19-20/3/2003.
ro, para o pagamento de despesas extras relativas a documentação
Importante ressaltar que o Copom é composto pelos membros
do veículo, etc;
da Diretoria Colegiada do BCB: o Presidente e os Diretores de
• Danos Morais: garante ao Segurado o reembolso da indeni-
Política Monetária, Política Econômica, Assuntos Internacionais e
zação por danos morais causados a terceiros, pela qual vier a ser Gestão de Riscos Corporativos, Organização do Sistema Financei-
responsável civilmente em sentença judicial transitada em julgado, ro e Controle de Operações de Crédito Rural, Fiscalização, Regu-
ou em acordo judicial ou extrajudicial autorizado de modo expres- lação do Sistema Financeiro, e Administração. O Presidente tem
so pela seguradora; direito ao voto decisório em caso de empate na decisão da política
• Extensão de Perímetro para os Países da América do Sul: por monetária.
meio desta garantia, o Segurado poderá ampliar a área de abran- Formalmente, os objetivos do Copom são: “implementar a po-
gência do seguro do seu veículo para os países da América do Sul; lítica monetária, definir a meta da Taxa Selic e seu eventual viés, e
• Valor de Novo: Garante ao Segurado, no caso de indenização analisar o Relatório de Inflação”. A taxa de juros fixada na reunião
integral, a indenização referente à Cobertura de Casco pelo Valor do Copom é a meta para a Taxa Selic (taxa média dos financiamen-
de Novo, nos casos em que o sinistro ocorra em até 6 ou 12 meses tos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Es-
da saída do veículo da concessionária; pecial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período
entre reuniões ordinárias do Comitê. Se for o caso, o Copom tam-
bém pode definir o viés, que é a prerrogativa dada ao presidente do
NOÇÕES DE POLÍTICA MONETÁRIA. Banco Central para alterar, na direção do viés, a meta para a Taxa
Selic a qualquer momento entre as reuniões ordinárias.
As reuniões ordinárias do Copom dividem-se em dois dias:
a primeira sessão às terças-feiras e a segunda às quartas-feiras.
Mensais desde 2000, o número de reuniões ordinárias foi redu-
O Comitê de Política Monetária, ou Copom, é o órgão de- zido para oito ao ano a partir de 2006, sendo o calendário anual
cisório da política monetária do Banco Central do Brasil (BCB), divulgado até o fim de junho do ano anterior. O Copom é com-
responsável por estabelecer a meta para a taxa básica de juros, que posto pelos membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do
no Brasil é a Taxa Over-Selic, ou Taxa Selic. O Comitê foi criado Brasil: o presidente, que tem o voto de qualidade; e os diretores
em junho de 1996 com o objetivo de estabelecer ritual adequado de Administração, Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos
ao processo decisório de política monetária e aprimorar sua trans- Corporativos, Fiscalização, Organização do Sistema Financeiro e
Controle de Operações do Crédito Rural, Política Econômica, Po-
parência.
lítica Monetária, Regulação do Sistema Financeiro, e Relaciona-
No regime de metas para a inflação, implementado no Brasil
mento Institucional e Cidadania. Também participam do primeiro
em 1999, o principal objetivo do Copom é o de estabelecer as di-
dia da reunião os chefes dos seguintes departamentos do Banco
retrizes da política monetária e definir a meta para a taxa básica de Central: Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de
juros no Brasil. A partir dessa definição, cabe ao BCB, por meio Pagamentos (Deban), Departamento de Operações do Mercado
de operações de mercado aberto, buscar manter a Taxa Selic diária Aberto (Demab), Departamento Econômico (Depec), Departa-
próxima a essa meta. A meta de inflação de cada ano, por sua vez, é mento de Estudos e Pesquisas (Depep), Departamento das Reser-
estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) com dois vas Internacionais (Depin), Departamento de Assuntos Internacio-
anos de antecedência, sempre no mês de junho. Se, em determi- nais (Derin), e Departamento de Relacionamento com Investidores
nado ano, a inflação ultrapassar a meta estabelecida pelo CMN, e Estudos Especiais (Gerin). A primeira sessão dos trabalhos conta
o Presidente do BCB deve encaminhar carta aberta ao Ministro ainda com a presença do chefe de gabinete do presidente, do asses-
da Fazenda explicando as razões do não cumprimento da meta, sor de imprensa e de outros servidores do Banco Central, quando
bem como as medidas necessárias para trazer a inflação de volta à autorizados pelo presidente.
trajetória predefinida e o tempo esperado para que essas medidas No primeiro dia das reuniões, os chefes de departamento apre-
surtam efeito. sentam uma análise da conjuntura doméstica abrangendo inflação,
Neste ponto do estudo você pode estar se perguntando, mas o nível de atividade, evolução dos agregados monetários, finanças
que é Taxa Selic? públicas, balanço de pagamentos, economia internacional, merca-
A Taxa Selic, instrumento primário de política monetária do do de câmbio, reservas internacionais, mercado monetário, ope-
Copom, é a taxa de juros média que incide sobre os financiamentos rações de mercado aberto, avaliação prospectiva das tendências
diários com prazo de um dia útil (overnight), lastreados por títulos da inflação e expectativas gerais para variáveis macroeconômicas.
Didatismo e Conhecimento 50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
No segundo dia da reunião, do qual participam apenas os Capítulo I
membros do Comitê e o chefe do Depep, sem direito a voto, os OBJETIVO
diretores de Política Monetária e de Política Econômica, após aná-
lise das projeções atualizadas para a inflação, apresentam alterna- Art. 1º O Comitê de Política Monetária (Copom), constitu-
tivas para a taxa de juros de curto prazo e fazem recomendações ído no âmbito do Banco Central do Brasil, tem como objetivos
acerca da política monetária. Em seguida, os demais membros do implementar a política monetária, definir a meta da Taxa Selic e
Copom fazem suas ponderações e apresentam eventuais propostas seu eventual viés e analisar o Relatório de Inflação a que se refere
alternativas. Ao final, procede-se à votação das propostas, buscan- o Decreto nº 3.088, de 21 de junho de 1999.
do-se, sempre que possível, o consenso. A decisão final - a meta
para a Taxa Selic e o viés, se houver - é imediatamente divulgada Capítulo II
à imprensa ao mesmo tempo em que é expedido Comunicado atra- ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO
vés do Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen).
As atas em português das reuniões do Copom são divulgadas Art. 2º São membros do Copom o Presidente e os Diretores
às 8h30 da quinta-feira da semana posterior a cada reunião, den- do Banco Central do Brasil.
tro do prazo regulamentar de seis dias úteis, sendo publicadas na
página do Banco Central na internet (“Atas do Copom”) e para a Art. 3º O Copom reúne-se ordinariamente oito vezes por ano
imprensa. e, extraordinariamente, por convocação de seu Presidente, pre-
Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e de- sentes, no mínimo, o Presidente, ou seu substituto, e metade do
zembro), o Copom publica o documento “Relatório de Inflação”, número de Diretores.
que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e financeira § 1º As reuniões ordinárias são realizadas em duas sessões,
do País, bem como apresenta suas projeções para a taxa de infla- discriminadas a seguir:
ção. I - a primeira sessão ocorrerá às terças-feiras, sendo reserva-
da às apresentações técnicas de conjuntura econômica;
Em seguida para complementação dos ensinamentos acima II - a segunda sessão ocorrerá às quartas-feiras, destinando-
-se à decisão acerca das diretrizes de política monetária.
apresentados, se faz necessária à leitura atenta da Circular nº
§ 2º Além dos membros do Copom, participam da primeira
3.593, de 16 de maio de 2012, que anuncia o novo Regulamento
sessão das reuniões ordinárias os Chefes das seguintes Unidades:
do Comitê de Política Monetária (Copom):
I - Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de
Pagamentos (Deban);
CIRCULAR Nº 3.593, DE 16 DE MAIO DE 2012
II - Departamento de Operações do Mercado Aberto (De-
mab);
Divulga novo Regulamento do Comitê de Política Monetária III - Departamento Econômico (Depec);
(Copom). IV - Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep);
V - Departamento das Reservas Internacionais (Depin);
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão VI - Departamento de Assuntos Internacionais (Derin);
realizada em 16 de maio de 2012, com fundamento nos arts. 9º e VII - Departamento de Relacionamento com Investidores e
10, inciso XII, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e no Estudos Especiais (Gerin).
art. 2º do Decreto nº 3.088, de 21 de junho de 1999, § 3º Nas ausências dos Chefes das Unidades, os substitutos
nas reuniões do Copom serão indicados pelos Diretores das res-
RESOLVE : pectivas áreas e terão as mesmas responsabilidades.
§ 4º A primeira sessão das reuniões ordinárias conta ainda
Art. 1º O Regulamento do Comitê de Política Monetária (Co- com a presença do Chefe de Gabinete do Presidente, do Assessor
pom) passa a vigorar com a redação do documento anexo. de Imprensa e de outros servidores do Banco Central do Brasil,
quando autorizados pelo Presidente.
Art. 2º Esta Circular entra em vigor na data de sua publicação. § 5º A participação nas reuniões extraordinárias é restrita aos
membros do Copom, podendo delas participar outros servidores
Art. 3º Fica revogada a Circular nº 3.297, de 31 de outubro do Banco Central do Brasil, quando autorizados pelo Presidente.
de 2005. § 6º Na segunda sessão das reuniões ordinárias, além dos
membros do Copom, participa, sem direito a voto, o Chefe do
Aldo Luiz Mendes Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo Depep.
Diretor de Política Monetária Diretor de Política Econômica Capítulo III
ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS
Este texto não substitui o publicado no DOU de 17/5/2012,
Seção 1, p. 39, e no Sisbacen. Art. 4º Cabe aos membros do Copom o exercício das seguintes
atribuições:
REGULAMENTO ANEXO À CIRCULAR Nº 3.593, DE I - Presidente e Diretores:
16 DE MAIO DE 2012 a) avaliar informações, apresentações e documentos expostos
como subsídios para deliberação do colegiado;
Regulamenta o funcionamento do Comitê de Política Mone- b) definir, por meio de voto, a meta para a Taxa Selic e seu even-
tária (Copom). tual viés, observado o disposto no § 2º deste artigo;
Didatismo e Conhecimento 51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II - Presidente:
a) autorizar a participação de outros servidores do Banco Cen- NOÇÕES SOBRE MERCADO
tral do Brasil na primeira sessão das reuniões ordinárias ou nas reu- FINANCEIRO. MERCADO DE CAPITAIS.
niões extraordinárias; MERCADO DE CÂMBIO.
b) presidir as reuniões e, ao final, encaminhar a votação;
c) alterar a meta para a Taxa Selic, no mesmo sentido do viés,
sem necessidade de convocação de reunião extraordinária do Co-
pom;
MERCADO FINANCEIRO
III - Diretor de Política Monetária: exercer o papel de modera-
MERCADO DE CAPITAIS
dor durante a primeira sessão das reuniões ordinárias;
IV - Diretor de Política Econômica: elaborar as atas das reuni-
O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valo-
ões do Copom.
res mobiliários, que tem o propósito de proporcionar liquidez aos
§ 1º Os Chefes de Unidade deverão levar ao conhecimento do títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capi-
Copom os fatos mais relevantes relacionados ao diagnóstico e prog- talização.
nóstico dos seguintes assuntos: É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e
I - Chefe do Deban: condições de liquidez e de funcionamento outras instituições financeiras autorizadas.
do sistema bancário; No mercado de capitais, os principais títulos negociados são
II - Chefe do Demab: mercado monetário e operações de mer- os representativos do capital de empresas - as ações - ou de em-
cado aberto; préstimos tomados, via mercado, por empresas – debêntures con-
III - Chefe do Depec: conjuntura econômica doméstica; versíveis em ações, bônus de subscrição e “commercial papers” - ,
IV - Chefe do Depep: avaliação prospectiva das tendências da que permitem a circulação de capital para custear o desenvolvi-
inflação; mento econômico.
V - Chefe do Depin: mercados financeiros internacionais e de O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com
câmbio; direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados
VI - Chefe do Derin: conjuntura econômica internacional; de depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negocia-
VII - Chefe do Gerin: expectativas de mercado para variáveis ção.
macroeconômicas. À medida que cresce o nível de poupança individual e a pou-
§ 2º O Copom deliberará por maioria simples de votos, a serem pança das empresas (lucros) constituem a fonte principal do finan-
proferidos oralmente, cabendo ao Presidente voto de qualidade. ciamento dos investimentos de um país. Tais investimentos são o
§ 3º Compete ao Copom avaliar o cenário macroeconômico e motor do crescimento econômico e este, por sua vez, gera aumento
os principais riscos a ele associados, com base nos quais são toma- de renda, com consequente aumento da poupança e do investimen-
das as decisões de política monetária. to, assim por diante.
§ 4º As atas das reuniões conterão as informações indicadas no Esse é o esquema da circulação de capital, presente no pro-
§ 3º deste artigo, além do registro nominal dos votos proferidos pe- cesso de desenvolvimento econômico. As empresas, à medida que
los membros do Copom. se expandem, carecem de mais e mais recursos, que podem ser
§ 5º As atas das reuniões do Copom serão divulgadas no prazo obtidos por meio de:
de até seis dias úteis após a data de sua realização.
● empréstimos;
● reinvestimentos de lucros;
Art. 5º As decisões emanadas do Copom devem ser publicadas
● participação de acionistas.
por meio de Comunicado do Diretor de Política Monetária, divul-
gado na data da segunda sessão da reunião ordinária, após o fecha- As duas primeiras fontes de recursos são limitadas. Geralmen-
mento dos mercados. te, as empresas utilizam-nas para manter sua atividade operacional.
§ 1º O Comunicado de que trata este artigo identificará o voto Mas é pelas participações de novos sócios - os acionistas - que
de cada membro do Copom. uma empresa ganha condição de obter novos recursos não exigí-
§ 2º No caso de reunião extraordinária, o horário de divulgação veis, como contrapartida à participação no seu capital.
do Comunicado será determinado pelo Diretor de Política Monetá- Com os recursos necessários, as empresas têm condições de
ria. investir em novos equipamentos ou no desenvolvimento de pes-
quisas melhorando seu processo produtivo, tornando-o mais efi-
Art. 6º O calendário anual das reuniões ordinárias deve ser ciente e beneficiando toda a comunidade.
divulgado até o fim do mês de junho do ano anterior. O investidor em ações contribui assim para a produção de
bens, dos quais ele também é consumidor.
Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da dis-
tribuição de dividendos sempre que a empresa obtiver lucros.
Essa é a mecânica da democratização do capital de uma em-
presa e da participação em seus lucros.
Didatismo e Conhecimento 52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Para operar no mercado secundário de ações, é necessário que A troca de moedas é consequência das transações comerciais
o investidor se dirija a uma sociedade corretora membro de uma entre países.
bolsa de valores, na qual funcionários especializados poderão for- No Brasil, a rede bancária, liderada pelo Banco do Brasil, é a
necer os mais diversos esclarecimentos e orientação na seleção do intermediária nas transações cambiais.
investimento, de acordo com os objetivos definidos pelo aplicador. Os exportadores, ao receberem moeda estrangeira, vendem-na
Se pretender adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mer- aos bancos e os bancos revendem essa moeda aos importadores para
cado primário, o investidor deverá procurar um banco, uma corre- que paguem as mercadorias compradas.
tora ou uma distribuidora de valores mobiliários, que participem Essas transações são sempre reguladas pelo governo, que fixa
do lançamento das ações pretendidas. os preços de compra e venda das moedas estrangeiras.
Os países capitalistas mais desenvolvidos possuem mercados
de capitais fortes e dinâmicos. Estrutura do Mercado Cambial Brasileiro
A fraqueza desse mercado nos países subdesenvolvidos di-
ficulta a formação de poupança, constitui um sério obstáculo ao - Banco Central do Brasil: órgão executor da política cambial
desenvolvimento e obriga esses países a recorrer aos mercados de brasileira;
capitais internacionais, sediados nas potências centrais. - Banco Autorizado: instituição bancária com quem o cliente
fecha o câmbio;
MERCADO DE CÂMBIO - Cliente: qualquer pessoa física ou jurídica habilitada a com-
prar ou vender moeda estrangeira;
O mercado de câmbio envolve as forças de oferta e procura de - Corretor de Câmbio: intermediário de quem, facultativamente,
divisas estrangeiras e a condição de equilíbrio, servindo para ex- o cliente pode se utilizar para realizar as suas operações de câmbio.
plicar a determinação da taxa de câmbio e o volume das transa-
ções internacionais. Inclui todas transações de compra e venda de Segmentos de Mercado
moeda estrangeira realizadas por exportadores, importadores, in-
O Mercado Cambial Brasileiro está dividido em dois segmen-
vestidores, turistas, devedores e especuladores por intermédio do
tos distintos:
sistema financeiro.
a) Mercado de Taxas Livres (ou Câmbio Comercial), que
Instituições Autorizadas a Operar
abrange as operações de câmbio relativas ao comércio exterior e de
capitais estrangeiros, entre outras;
Podem operar no mercado de câmbio apenas as instituições
autorizadas pelo Banco Central. O segmento livre é restrito aos b) Mercado de Taxas Flutuantes (ou Câmbio Turismo), que
bancos e ao Banco Central. engloba as operações não enquadradas no Câmbio Comercial.
No segmento flutuante, além desses dois, podem ter permis-
são para operar as agências de turismo, os meios de hospedagem MODALIDADES
de turismo e as corretoras e distribuidoras de títulos e valores mo-
biliários. CAMBIO LIVRE
A transação PCAM 830, do SISBACEN, disponível ao públi-
co em geral, lista todas as instituições autorizadas nos dois seg- Regime de operações do mercado de divisas sem interferência
mentos do mercado de câmbio. das autoridades monetárias. A liberação da taxa cambial faz com que
Em dúvida, o cliente deve solicitar documentação comproba- o valor das moedas estrangeiras flutue de acordo com o interesse que
tória da aprovação do Banco Central e/ou contatar a representação despertam no mercado segundo a interação da oferta e da procura.
do Departamento de Câmbio na praça ou região ou ainda ligar para O câmbio livre é também chamado de flutuante ou errático.
as Centrais de Atendimento do Banco Central. As flutuações da taxa cambial apresentam uma série de riscos,
pois o mercado de divisas passa a sofrer variações determinadas
também por fatores políticos, sociais e até psicológicos.
OPERAÇÕES BÁSICAS Quando um país sofre uma crise de liquidez, por exemplo, o
regime de câmbio livre estimula a especulação com moeda estran-
CÂMBIO. Operação financeira que consiste em vender, tro- geira, o que eleva excessivamente sua cotação e agrava sua escassez.
car ou comprar valores em moedas de outros países ou papéis que Da mesma forma, os importadores passam a utilizar maior quanti-
representem moedas de outros países. Para essas operações são dade de divisas (moeda estrangeira) para suas compras, querendo
utilizados cheques, moedas propriamente ditas ou notas bancárias, evitar pagá-las mais caras com o avanço da crise, o que agrava a
letras de câmbio, ordens de pagamento etc. crise de liquidez.
Até o século passado, a maioria das moedas tinha seu valor
determinado por certa quantia de ouro e prata que representavam. CÂMBIO MANUAL
Atualmente não há mais o lastro metálico para servir de rela-
ção no câmbio entre as moedas, e as taxas cambiais são determi- A simples troca física da moeda de um país pela de outro. As
nadas por uma conjunção de fatores intrínsecos ao país, principal- operações manuais de câmbio só se fazem em dinheiro efetivo e
mente a política econômica vigente.O câmbio não possui apenas restringem-se aos viajantes e turistas.
o valor teórico de determinar preços comparativos entre moedas, Nas transações de comércio exterior ou de pais a pais, utilizam-
mas a função básica de exprimir a relação efetiva de troca entre -se divisas sob a forma de letras de câmbio, cheques, ordens de
diferentes países. pagamento ou títulos de crédito.
Didatismo e Conhecimento 53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CÂMBIO MÚLTIPLO O mercado de câmbio é regulamentado e fiscalizado pelo
Banco Central e compreende as operações de compra e de venda
Sistema de câmbio em que as taxas variam conforme a des- de moeda estrangeira, as operações em moeda nacional entre resi-
tinação do uso da moeda estrangeira. Acaba funcionando como dentes, domiciliados ou com sede no País e residentes, domicilia-
um tipo de subsídio para a compra de alguns produtos ou como dos ou com sede no exterior e as operações com ouro-instrumento
taxação na compra de outros. E adotado tanto para a importação cambial, realizadas por intermédio das instituições autorizadas a
quanto para a exportação, e alguns países o adotam oficialmente. operar no mercado de câmbio pelo Banco Central, diretamente ou
O Brasil não possui câmbio múltiplo, mas certas regulamen- por meio de seus correspondentes.
tações de natureza cambial criam efeito semelhante. O dólar para Incluem-se no mercado de câmbio brasileiro as operações re-
a compra de petróleo, por exemplo, possui valor inferior ao do lativas aos recebimentos, pagamentos e transferências do e para o
cambio oficial, contrapartida, durante algum tempo a taxação de exterior mediante a utilização de cartões de uso internacional, bem
25% de IOF (imposto sobre Operações Financeiras) na compra. como as operações referentes às transferências financeiras postais
de dólares por turistas brasileiros que viajavam ao exterior criou internacionais, inclusive vales postais e reembolsos postais inter-
um dólar mais caro. Estão no mesmo caso a taxação variável dos nacionais.
produtos de importação (com alíquotas maiores para os chamados À margem da lei, funciona um segmento denominado merca-
supérfluos e o confisco cambial incidente sobre produtos de ex- do paralelo. São ilegais os negócios realizados no mercado parale-
portação (como o café). Consideraremos que essas operações se lo, bem como a posse de moeda estrangeira oriunda de atividades
realizem em um mercado cambial totalmente livre, isto é, onde ilícitas.
inexistam quaisquer tipos de controles de câmbio.
3. Qualquer pessoa física ou jurídica pode comprar e vender
Nota: Algumas das operações aqui tratadas poderão não ser moeda estrangeira?
permitidas no Brasil, em virtude de dispositivos cambiais vigentes. Sim, desde que a outra parte na operação de câmbio seja agen-
Os negócios cambiais realizados pelos bancos podem ser efe- te autorizado pelo Banco Central a operar no mercado de câmbio
tuados com seus clientes não bancários (empresas, particulares (ou seu correspondente para tais operações) e que seja observada a
etc.) como também com outros bancos (operações interbancárias). regulamentação em vigor, incluindo a necessidade de identificação
Tais operações poderão referir-se a operações “prontas”, ope- em todas as operações. É dispensado o respaldo documental das
rações “futuras”, operações de swaps, hedging etc. operações de valor até o equivalente a US$ 3 mil, preservando-se,
As transações “interbancárias” normalmente são efetuadas no entanto, a necessidade de identificação do cliente.
por telex ou telefone, diretamente entre os bancos ou, conforme a
legislação cambial do país, com a intervenção de corretores. 4. Que instituições podem operar no mercado de câmbio e que
A rapidez é fator primordial na condução dessas operações os operações elas podem realizar?
negócios são consumados dizendo-se simplesmente “feito” a uma Podem ser autorizados pelo Banco Central a operar no mer-
proposta. cado de câmbio: bancos múltiplos; bancos comerciais; caixas eco-
Uma proposta de operação devera ser imediatamente respon- nômicas; bancos de investimento; bancos de desenvolvimento;
dida ela outra parte, aceitando-a ou recusando-a. Uma demora na bancos de câmbio; agências de fomento; sociedades de crédito,
resposta poderá fazer que a outra parte se recuse a fechar o negocio financiamento e investimento; sociedades corretoras de títulos e
nas condições estabelecidas inicialmente. Este aspecto é de parti- valores mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos e valores
cular importância no caso de cotações cambiais, as quais, em um mobiliários e sociedades corretoras de câmbio.
mercado livre de câmbio, poderão modificar-se rapidamente, de Esses agentes podem realizar as seguintes operações:
acordo com as condições de mercado. a) bancos, exceto de desenvolvimento, e a Caixa Econômica
Federal: todas as operações previstas para o mercado de câmbio;
Segue algumas questões acerca de câmbio. b) bancos de desenvolvimento; sociedades de crédito, finan-
1. O que é câmbio? ciamento e investimento e agências de fomento: operações especí-
Câmbio é a operação de troca de moeda de um país pela mo- ficas autorizadas pelo Banco Central;
eda de outro país. Por exemplo, quando um turista brasileiro vai c) sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários; so-
viajar para o exterior e precisa de moeda estrangeira, o agente au- ciedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e socieda-
torizado pelo Banco Central a operar no mercado de câmbio rece- des corretoras de câmbio:
be do turista brasileiro a moeda nacional e lhe entrega (vende) a c 1.) operações de câmbio com clientes para liquidação pronta
moeda estrangeira. Já quando um turista estrangeiro quer conver- de até US$100 mil ou o seu equivalente em outras moedas; e
ter moeda estrangeira em reais, o agente autorizado a operar no c 2.) operações no mercado interbancário, arbitragens no País
mercado de câmbio compra a moeda estrangeira do turista estran- e, por meio de banco autorizado a operar no mercado de câmbio,
geiro, entregando-lhe os reais correspondentes. arbitragem com o exterior.
Além desses agentes, o Banco Central também concedia au-
2. O que é mercado de câmbio? torização para agências de turismo e meios de hospedagem de tu-
No Brasil, o mercado de câmbio é o ambiente onde se rea- rismo para operarem no mercado de câmbio. Atualmente, não se
lizam as operações de câmbio entre os agentes autorizados pelo concede mais autorização para esses agentes, permanecendo ainda
Banco Central e entre estes e seus clientes, diretamente ou por apenas aquelas agências de turismo cujos proprietários pediram ao
meio de seus correspondentes. Banco Central autorização para constituir instituição autorizada a
Didatismo e Conhecimento 54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
operar em câmbio. Enquanto o Banco Central está analisando tais 6. Os bancos são obrigados a vender moeda em espécie?
pedidos, as agências de turismo ainda autorizadas podem continu- Não. Normalmente, os agentes autorizados a operar em câm-
ar a realizar operações de compra e venda de moeda estrangeira bio, por questão de administração de caixa e estratégia operacional,
em espécie, cheques e cheques de viagem, relativamente a viagens procuram operar com o mínimo possível de moeda em espécie.
internacionais.
As instituições financeiras autorizadas a operar em câmbio 7. O que é mercado primário e mercado secundário?
podem contratar correspondentes (pessoas jurídicas em geral) para A operação de mercado primário implica o recebimento ou
a realização das seguintes operações de câmbio: a entrega de moeda estrangeira por parte de clientes no País, cor-
a) execução ativa ou passiva de ordem de pagamento relativa respondendo a fluxo de entrada ou de saída da moeda estrangeira
a transferência unilateral (ex: manutenção de residentes, transfe- do País. Esse é o caso das operações realizadas com exportadores,
rência de patrimônio, prêmios em eventos culturais e esportivos importadores, viajantes, etc. Já no mercado secundário, também
) do ou para o exterior, limitada ao valor equivalente a US$ 3 mil denominado mercado interbancário quando os negócios são reali-
dólares dos Estados Unidos, por operação; zados entre bancos, a moeda estrangeira é negociada entre as insti-
b) compra e venda de moeda estrangeira em espécie, cheque tuições integrantes do sistema financeiro e simplesmente migra do
ou cheque de viagem, bem como carga de moeda estrangeira em ativo de uma instituição autorizada a operar no mercado de câmbio
cartão pré-pago, limitada ao valor equivalente a US$ 3 mil dólares para o de outra, igualmente autorizada, não havendo fluxo de en-
dos Estados Unidos, por operação; e trada ou de saída da moeda estrangeira do País.
c) recepção e encaminhamento de propostas de operações de
câmbio. 8. O que é posição de câmbio?
As operações realizadas pelos correspondentes são de total A posição de câmbio é representada pelo saldo das operações
responsabilidade da instituição contratante (para mais informações de câmbio (compra e venda de moeda estrangeira, de títulos e
sobre correspondentes, consulte: Perfis > Cidadão > Perguntas fre- documentos que as representem e de ouro-instrumento cambial)
quentes, cartilhas e notícias > Perguntas frequentes > Correspon- prontas ou para liquidação futura, realizadas pelas instituições au-
dentes no país). torizadas pelo Banco Central do Brasil a operar no mercado de
câmbio.
A ECT também é autorizada pelo Banco Central a realizar
9. O que é posição de câmbio comprada?
operações com vales postais internacionais, emissivos e recep-
A posição de câmbio comprada é o saldo em moeda estran-
tivos, destinadas a atender compromissos diversos, tais como:
geira registrado em nome de uma instituição autorizada que tenha
manutenção de pessoas físicas, contribuições previdenciárias,
efetuado compras, prontas ou para liquidação futura, de moeda
aposentadorias e pensões, aquisição de medicamentos para uso
estrangeira, de títulos e documentos que as representem e de ouro-
particular, pagamento de aluguel de veículos, multas, doações. Por
-instrumento cambial, em valores superiores às vendas.
meio dos vales postais internacionais, a ECT também pode dar
curso a recebimentos ou pagamentos conduzidos sob a sistemática 10. O que é posição de câmbio vendida?
de câmbio simplificado de exportação ou de importação, observa- A posição de câmbio vendida é o saldo em moeda estrangei-
do o limite de US$50 mil, ou seu equivalente em outras moedas, ra registrado em nome de uma instituição autorizada que tenha
por operação. efetuado vendas, prontas ou para liquidação futura, de moeda es-
A relação dos agentes autorizados a operar no mercado de trangeira, de títulos e documentos que as representem e de ouro-
câmbio pode ser consultada em: Câmbio e Capitais Internacionais -instrumento cambial, em valores superiores às compras.
> Instituições que atuam no mercado de câmbio.
11. O que é operação pronta?
5. Que operações podem ser realizadas no mercado de câm- A operação de câmbio (compra ou venda) pronta é a operação
bio? a ser liquidada em até dois dias úteis da data de contratação.
Quaisquer pagamentos ou recebimentos em moeda estrangei-
ra podem ser realizados no mercado de câmbio, inclusive as trans- 12. O que é operação para liquidação futura?
ferências para fins de constituição de disponibilidades no exterior A operação de câmbio (compra ou venda) para liquidação fu-
e seu retorno ao País e aplicações no mercado financeiro. As pes- tura é a operação a ser liquidada em prazo maior que dois dias.
soas físicas e as pessoas jurídicas podem comprar e vender moeda
estrangeira ou realizar transferências internacionais em reais, de 13. O que é contrato de câmbio?
qualquer natureza, sem limitação de valor, observada a legalidade Contrato de câmbio é o documento que formaliza a operação
da transação, tendo como base a fundamentação econômica e as de compra ou de venda de moeda estrangeira. Nele são estabe-
responsabilidades definidas na respectiva documentação. lecidas as características e as condições sob as quais se realiza a
Embora do ponto de vista cambial não exista restrição para a operação de câmbio. Dele constam informações relativas à moeda
movimentação de recursos, os agentes do mercado e seus clien- estrangeira que um cliente está comprando ou vendendo, à taxa
tes devem observar eventuais restrições legais ou regulamentares contratada, ao valor correspondente em moeda nacional e aos no-
existentes para determinados tipos de operação. Como exemplo, mes do comprador e do vendedor. Os contratos de câmbio devem
relativamente à colocação de seguros no exterior, devem ser ob- ser registrados no Sistema Integrado de Registro de Operações de
servadas as disposições dos órgãos e entidades responsáveis pela Câmbio (Sistema Câmbio) pelo agente autorizado a operar no mer-
regulação do segmento segurador. cado de câmbio.
Didatismo e Conhecimento 55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Nas operações de compra ou de venda de moeda estrangeira de A fiança é um contrato acessório; pode ser gratuito ou oneroso.
até US$ 3 mil, ou seu equivalente em outras moedas estrangeiras, não Os intervenientes são: o devedor (afiançado), o fiador (pessoa física
é obrigatória a formalização do contrato de câmbio, mas o agente do ou pessoa jurídica) e o credor.
mercado de câmbio deve identificar seu cliente e registrar a operação Caso o devedor principal não cumpra a obrigação e o fiador ve-
no Sistema Câmbio. nha a ser acionado para responder pela dívida, sem que antes tenha
sido acionado aquele, poderá alegar o benefício de ordem para que
14. O que é política cambial? os bens do devedor sejam excutidos em primeiro lugar, salvo se foi
É o conjunto de ações governamentais diretamente relacionadas estipulada solidariedade no contrato de fiança.
ao comportamento do mercado de câmbio, inclusive no que se refere à O fiador tem a prerrogativa de renunciar a este direito.
estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de A fiança só pode ser concedida pelo cônjuge quando o outro der
pagamentos. seu consentimento. A este requisito se dá o nome de outorga uxória.
A falta da autorização torna o ato anulável.
15. Qual é o papel do Banco Central no mercado de câmbio?
O Banco Central executa a política cambial definida pelo Conselho Fiança bancária
Monetário Nacional. Para tanto, regulamenta o mercado de câmbio e
autoriza as instituições que nele operam. Também compete ao Banco É um compromisso contratual pelo qual uma instituição fi-
Central fiscalizar o referido mercado, podendo punir dirigentes e insti- nanceira garante o cumprimento de obrigações de seus clientes. O
tuições mediante multas, suspensões e outras sanções previstas em lei. público alvo são as pessoas físicas e jurídicas. A fiança bancária é
Além disso, o Banco Central pode atuar diretamente no mercado, com- uma obrigação por escrito (carta de fiança) assumida pelo banco,
prando e vendendo moeda estrangeira de forma ocasional e limitada, responsabilizando-se por dívida total ou parcial de cliente que queira
com o objetivo de conter movimentos desordenados da taxa de câmbio. assumir uma obrigação perante terceiros.
Regulamentação do CMN estipula o limite máximo de expo-
sição por cliente a ser observado pelas instituições financeiras na
GARANTIAS DO SISTEMA prestação de garantia de fiança bancária.
FINANCEIRO NACIONAL. A vantagem se trabalhar com fiança bancária é que a garantia
oferecida pelos bancos goza de grande respeitabilidade no mundo
dos negócios. A fiança bancária está sujeita a cobrança de tarifas,
mas não se sujeita a cobrança de IOF, por tratar-se de um contrato.
São divididas em 2 modalidades: É um direito real que consiste na tradição de coisa móvel, sus-
cetível de alienação, realizada pelo devedor ou por terceiro ao cre-
1. GARANTIAS PESSOAIS que baseiam-se na confiança, isto é, dor, a fim de garantir o pagamento do débito. Tem como sujeitos o
se o devedor não pagar, uma terceira pessoa (que prestou a garantia pes- devedor pignoratício (pode ser tanto o sujeito passivo da obrigação
soal) será obrigada a pagar no lugar dele, onde temos o aval e a fiança. principal como terceiro que ofereça o ônus real) e o credor pignora-
tício (o que empresta o dinheiro).
2. GARANTIAS REAIS que vinculam patrimônio ao cumpri-
mento da obrigação assumida pelo devedor. Recaem sobre bens móveis Penhor mercantil
ou imóveis do patrimônio do devedor ou de terceiro; se ele não pagar,
haverá um processo de execução em que será requerida a venda judicial É caracterizando-se pela dispensa da tradição da coisa onerada,
do bem, pagando-se preferencialmente o credor, onde temos o penhor, ou seja, o devedor continua na sua posse, equiparando-se ao deposi-
a hipoteca e a alienação fiduciária. tário para todos os efeitos. Visa garantir obrigação comercial.
A seguir disporemos a conceituação de cada espécie, vejamos: Penhor mercantil é a garantia na qual o bem empenhado faz
parte integrante do negócio comercial. Pode abranger tanto estoques
Aval de matérias-primas quanto estoques de produtos acabados. Os esto-
ques objeto de penhor mercantil são confiados a fiel depositário, que
O aval é a garantia de pagamento formal e solidária firmada por se torna responsável pela guarda, existência e conservação dos bens
terceiro em um título de crédito, onde os intervenientes são: o avalista dados em garantia.
(aquele que presta o aval), o avalizado (aquele que recebe o aval) e o
credor. Para tanto, basta que se lance o aval no próprio título ou na folha Hipoteca
de alongamento. A simples assinatura no anverso do título é suficien-
te para configurar o aval. Considera-se não escrito o aval cancelado. A hipoteca é um direito real sobre um bem imóvel ou aos que
Tratando-se de garantia solidária, implica que o avalista é coobrigado, forem a ele equiparados, que tem por objetivo assegurar o pagamen-
isto é, é codevedor principal. to de uma dívida.
Fiança A posse do bem gravado não se transfere ao credor.
A hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou
Dá-se a fiança quando uma pessoa se obriga a satisfazer deter- construções no imóvel e deve ser registrada no Cartório de Re-
minada obrigação, caso o respectivo devedor não a cumpra. gistro de Imóveis.
Didatismo e Conhecimento 56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Podem ser objeto de hipoteca os imóveis, seus acessórios, de 2009, alterada pelas Resoluções n°s 3.717, de 23 de abril de
as estradas de ferro (linhas, estações, locomotivas e vagões), as 2009 e 3.793, de 28 de setembro de 2009, que autorizou os bancos
minas e pedreiras, os navios e os aviões. comerciais, os bancos múltiplos, os bancos de desenvolvimento,
os bancos de investimentos, as sociedades de crédito, financiamen-
Alienação fiduciária to e investimento e as caixas econômicas a captar, a partir de 1
de abril de 2009, depósitos a prazo, sem emissão de certificado,
Pelo contrato de alienação fiduciária, o devedor transfere ao com garantia especial (Depósito a prazo com Garantia Especial
credor a propriedade de uma coisa móvel ou imóvel, até que a – DPGE) a ser proporcionada pelo FGC no valor de até R$ 20
dívida daquele seja inteiramente paga. O devedor é chamado fi- milhões por depositante.
duciante e o credor denomina-se fiduciário. Uma vez completado Assim, é uma espécie de “seguro” para determinados investi-
o pagamento, a propriedade do bem alienado volta ao fiduciante. mentos em renda fixa. Na verdade, esse fundo não é um “produto”,
A alienação fiduciária de coisas móveis rege-se pelo Decre- seria uma entidade privada, sem fins lucrativos, que assim, admi-
to-Lei 911/1969. Até a entrada em vigor do novo Código Civil os nistra o mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e in-
contratos de empréstimos com garantia de alienação fiduciária de vestidores, contra instituições financeiras em caso de intervenção,
coisa móvel só podiam ser pactuados entre instituições financei- liquidação ou falência.
ras e o financiado, pessoa física ou jurídica. A partir de da entrada Praticamente todas as instituições financeiras que operam no
em vigor da Lei 9.514/97, passou a existir também a alienação Brasil, tais como bancos comerciais, sociedades de crédito, bancos
fiduciária da coisa imóvel. múltiplos etc., são associadas ao FGC.
A mora ou o inadimplemento do fiduciante possibilita ao fi- São instituições associadas ao FGC a Caixa Econômica Fede-
duciário requerer em juízo a busca e apreensão do bem móvel ral, os bancos múltiplos, os bancos comerciais, os bancos de inves-
objeto do contrato, para vendê-lo a terceiros e tornar efetiva a timento, os bancos de desenvolvimento, as sociedades de crédito,
sua garantia. Se o bem móvel não for encontrado na posse do financiamento e investimento, as sociedades de crédito imobili-
fiduciante, a busca e apreensão podem transformar-se em ação ário, as companhias hipotecárias e as associações de poupança e
de depósito; se ele não entregar a coisa, poderá ser considerado empréstimo, em funcionamento no País, que:
depositário infiel. - recebam depósitos à vista, em contas de poupança ou depó-
A lei faculta a venda da coisa independentemente de leilão, sitos a prazo;
avaliação prévia ou interpelação do devedor. O credor deve apli- - realizem aceite em letras de câmbio;
car o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas - captem recursos mediante a emissão e a colocação de letras
decorrentes, entregando ao devedor o saldo apurado, se houver. imobiliárias, de letras hipotecárias, de letras de crédito imobiliário
ou de letras de crédito do agronegócio; e
Fundo Garantidor de Crédito (FGC). - captem recursos por meio de operações compromissadas
tendo como objeto títulos emitidos, após 08.03.2012, por empresa
O Fundo Garantidor de Crédito - FGC constitui-se em ligada.
uma associação civil sem fins lucrativos, com personalidade jurí- As instituições associadas contribuem mensalmente para a
dica de direito privado do Brasil, que administra um mecanismo manutenção do FGC, com uma porcentagem sobre os saldos das
de proteção aos correntistas, poupadores e investidores, permi- contas correspondentes às obrigações objeto de garantia.
tindo recuperar os depósitos ou créditos mantidos em instituição
financeira, em caso de falência ou de sua liquidação. Principais investimentos protegidos pelo FGC: poupança,
Para a manutenção do FGC, as instituições financeiras con- CDBs e LCIs
tribuem com uma porcentagem do valor dos depósitos, o FGC A Resolução 3.400, de 6 de setembro de 2006 determina que
recolhe 0,0125% do valor dos depósitos totais das empresas fi- são objeto da garantia proporcionada pelo FGC os seguintes cré-
liadas. ditos:
O Fundo foi criado em 1995 com a Resolução nº 2.211/95, - depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio;
do CMN, sob orientação do governo federal. - depósitos em contas correntes de depósito para investimento;
Foi originado do extinto FGDLI - Fundo de Garantia de De- - depósitos de poupança;
pósitos e Letras Imobiliárias - a partir da reversão de seus valores - depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado;
para o FGC. - depósitos mantidos em contas não movimentáveis por che-
Também foram absorvidos a massa de depósitos do RECHE- ques destinadas ao registro e controle do fluxo de recursos referen-
QUE - Reserva para a Promoção da Estabilidade da Moeda e do tes a prestação de serviços de pagamento de salários, vencimentos,
Uso do Cheque - que consistia num fundo criado para a absorção aposentadorias, pensões e similares;
das multas cobradas dos emitentes de cheques sem provisão de - letras de câmbio;
fundos. - letras imobiliárias;
O FGC garante, atualmente, perdas de até R$ 250 mil, para - letras hipotecárias;
cada pessoa contra a instituição bancária alvo de alguma opera- - letras de crédito imobiliário.
ção financeira. De outra face, não são cobertos pela garantia:
No início de 2009, com o objetivo de criar melhores condi- - os depósitos, empréstimos ou quaisquer outros recursos cap-
ções para que as instituições financeiras médias e pequenas vol- tados ou levantados no exterior;
tassem a realizar operações de crédito, o Conselho Monetário - as operações relacionadas a programas de interesse governa-
Nacional – CMN aprovou a Resolução n° 3.692, de 26 de março mental instituídos por lei;
Didatismo e Conhecimento 57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- os depósitos judiciais; Art. 900 O aval posterior ao vencimento produz os mesmos
- os depósitos a prazo autorizados a compor o nível II do Pa- efeitos do anteriormente dado.
trimônio de Referência, de que trata a Resolução 2.837, de 30 de
maio de 2001. Art. 1.647..., nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do
De todos os créditos acima listados, os mais destacados são outro, exceto no regime da separação absoluta:
a poupança, os CDBs (depósitos a prazo), e as letras de crédito. ...
Insta ressaltar, dentro desse contexto, que os fundos de in- III - prestar fiança ou aval.
vestimento não contam com a proteção do FGC, por serem enti-
dades constituídas sob a forma de condomínios abertos, assim é FIANÇA – CÓDIGO CIVIL
uma comunhão de recursos arrecadados de clientes para aplicação
em carteira diversificada de ativos financeiros, cujos regulamentos Art. 818 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfa-
são registrados em cartórios de títulos e documentos. Geralmente zer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não
são administrados por uma instituição financeira e estão sujeitos
a cumpra.
a supervisão e acompanhamento do Banco Central do Brasil ou
da CVM – Comissão de Valores Mobiliários, dependendo de sua
natureza. Art. 819 A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpre-
Não se pode confundir a pessoa jurídica de um Banco com a tação extensiva.
dos Fundos de Investimentos, pois, na hipótese de intervenção ou
liquidação extrajudicial em um banco, a garantia para os cotistas Art. 820 Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consenti-
desses Fundos consiste na própria carteira de ativos financeiros, mento do devedor ou contra a sua vontade.
que seguem normas específicas de administração que objetivam
garantir segurança e transparência, de forma que o cliente pondere Art. 821 As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas
fatores, tais como: rentabilidade e risco quando da sua decisão de o fiador, neste caso, não será demandado senão depois que se fizer
aplicar em um fundo de investimento financeiro. certa e líquida a obrigação do principal devedor.
O valor máximo assegurado é de R$ 70.000,00 (setenta mil
reais) por depositante ou aplicador. Art. 822 Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os
No início de 2009, com o objetivo de criar melhores condi- acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, des-
ções para que as instituições financeiras médias e pequenas vol- de a citação do fiador.
tassem a realizar operações de crédito, o Conselho Monetário Na-
cional – CMN aprovou a Resolução n° 3.692, de 26 de março de Art. 823 A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação
2009, alterada pelas Resoluções n°s 3.717, de 23 de abril de 2009 principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando ex-
e 3.793, de 28 de setembro de 2009, que autorizou os bancos co- ceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá
merciais, os bancos múltiplos, os bancos de desenvolvimento, os senão até ao limite da obrigação afiançada.
bancos de investimentos, as sociedades de crédito, financiamento e
investimento e as caixas econômicas a captar, a partir de 1 de abril Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança,
de 2009, depósitos a prazo, sem emissão de certificado, com ga- exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do
rantia especial (Depósito a prazo com Garantia Especial – DPGE) devedor.
a ser proporcionada pelo FGC no valor de até R$ 20 milhões por Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo não
depositante. abrange o caso de mútuo feito a menor.
Legislação sobre as garantias do Sistema Financeiro Na-
Art. 825 Quando alguém houver de oferecer fiador, o credor
cional
não pode ser obrigado a aceitá-lo se não for pessoa idônea, domi-
AVAL – CÓDIGO CIVIL ciliada no município onde tenha de prestar a fiança, e não possua
bens suficientes para cumprir a obrigação.
Art. 897 O pagamento de título de crédito, que contenha obri-
gação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval. Art. 826 Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, poderá o
Parágrafo único. É vedado o aval parcial. credor exigir que seja substituído.
Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no anverso do Art. 827 O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem
próprio título. direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro exe-
§ 1° Para a validade do aval, dado no anverso do título, é cutados os bens do devedor.
suficiente a simples assinatura do avalista. Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem,
§ 2° Considera-se não escrito o aval cancelado. a que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no
mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para
Art. 899 O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na solver o débito.
falta de indicação, ao emitente ou devedor final.
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra Art. 828 Não aproveita este benefício ao fiador:
o seu avalizado e demais coobrigados anteriores. I - se ele o renunciou expressamente;
§ 2° Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor soli-
a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade dário;
decorra de vício de forma. III - se o devedor for insolvente, ou falido.
Didatismo e Conhecimento 58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 829 A fiança conjuntamente prestada a um só débito por Art. 1.647... , nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do
mais de uma pessoa importa o compromisso de solidariedade entre outro, exceto no regime da separação absoluta:
elas, se declaradamente não se reservarem o benefício de divisão. III - prestar fiança ou aval.
Parágrafo único. Estipulado este benefício, cada fiador res-
ponde unicamente pela parte que, em proporção, lhe couber no PENHOR – CÓDIGO CIVIL
pagamento.
Art. 1.431 Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da
Art. 830 Cada fiador pode fixar no contrato a parte da dívida posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente,
que toma sob sua responsabilidade, caso em que não será por mais
faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de
obrigado.
alienação.
Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de veí-
Art. 831 O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-
-rogado nos direitos do credor; mas só poderá demandar a cada um culos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as
dos outros fiadores pela respectiva quota. deve guardar e conservar.
Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distribuir-se-á
pelos outros. Art. 1.432 O instrumento do penhor deverá ser levado a registro,
por qualquer dos contratantes; o do penhor comum será registrado no
Art. 832 O devedor responde também perante o fiador por to- Cartório de Títulos e Documentos.
das as perdas e danos que este pagar, e pelos que sofrer em razão
da fiança. Art. 1.433 O credor pignoratício tem direito:
I - à posse da coisa empenhada;
Art. 833 O fiador tem direito aos juros do desembolso pela II - à retenção dela, até que o indenizem das despesas devida-
taxa estipulada na obrigação principal, e, não havendo taxa con- mente justificadas, que tiver feito, não sendo ocasionadas por culpa
vencionada, aos juros legais da mora. sua;
III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofrido por vício
Art. 834 Quando o credor, sem justa causa, demorar a exe- da coisa empenhada;
cução iniciada contra o devedor, poderá o fiador promover-lhe o IV - a promover a execução judicial, ou a venda amigável, se
andamento. lhe permitir expressamente o contrato, ou lhe autorizar o devedor me-
diante procuração;
Art. 835 O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver as-
V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se encontra
sinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando
obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após em seu poder;
a notificação do credor. VI - a promover a venda antecipada, mediante prévia autorização
judicial, sempre que haja receio fundado de que a coisa empenhada se
Art. 836 A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a res- perca ou deteriore, devendo o preço ser depositado. O dono da coisa
ponsabilidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a morte empenhada pode impedir a venda antecipada, substituindo-a, ou ofe-
do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança. recendo outra garantia real idônea.
Art. 837 O fiador pode opor ao credor as exceções que lhe Art. 1.434 O credor não pode ser constrangido a devolver a coisa
forem pessoais, e as extintivas da obrigação que competem ao de- empenhada, ou uma parte dela, antes de ser integralmente pago, po-
vedor principal, se não provierem simplesmente de incapacidade dendo o juiz, a requerimento do proprietário, determinar que seja ven-
pessoal, salvo o caso do mútuo feito a pessoa menor. dida apenas uma das coisas, ou parte da coisa empenhada, suficiente
para o pagamento do credor.
Art. 838 O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado:
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória Art. 1.435 O credor pignoratício é obrigado:
ao devedor; I - à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono a
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos perda ou deterioração de que for culpado, podendo ser compensada na
seus direitos e preferências;
dívida, até a concorrente quantia, a importância da responsabilidade;
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavel-
II - à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao
mente do devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar,
dono dela, das circunstâncias que tornarem necessário o exercício
ainda que depois venha a perdê-lo por evicção*.
Evicção: perda, parcial ou total, que sofre o adquirente duma coi- de ação possessória;
sa em consequência da reivindicação judicial promovida pelo verda- III - a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art.
deiro dono ou possuidor. 1.433, inciso V) nas despesas de guarda e conservação, nos juros e
no capital da obrigação garantida, sucessivamente;
Art. 839 Se for invocado o benefício da excussão e o devedor, IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma
retardando-se a execução, cair em insolvência, ficará exonerado o fia- vez paga a dívida;
dor que o invocou, se provar que os bens por ele indicados eram, ao V - a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for
tempo da penhora, suficientes para a solução da dívida afiançada. paga, no caso do inciso IV do art. 1.433.
Didatismo e Conhecimento 59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 1.436 Extingue-se o penhor: Art. 1.444 Podem ser objeto de penhor os animais que inte-
I - extinguindo-se a obrigação; gram a atividade pastoril, agrícola ou de lacticínios.
II - perecendo a coisa;
III - renunciando o credor; Art. 1.445 O devedor não poderá alienar os animais empenha-
IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de cre- dos sem prévio consentimento, por escrito, do credor.
dor e de dono da coisa; Parágrafo único. Quando o devedor pretende alienar o gado
V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da empenhado ou, por negligência, ameace prejudicar o credor, pode-
coisa empenhada, feita pelo credor ou por ele autorizada. rá este requerer se depositem os animais sob a guarda de terceiro,
§ 1º Presume-se a renúncia do credor quando consentir na ou exigir que se lhe pague a dívida de imediato.
venda particular do penhor sem reserva de preço, quando restituir
Art. 1.446 Os animais da mesma espécie, comprados para
a sua posse ao devedor, ou quando anuir à sua substituição por substituir os mortos, ficam sub-rogados no penhor.
outra garantia. Parágrafo único. Presume-se a substituição prevista neste ar-
§ 2º Operando-se a confusão tão-somente quanto a parte da tigo, mas não terá eficácia contra terceiros, se não constar de men-
dívida pignoratícia, subsistirá inteiro o penhor quanto ao resto. ção adicional ao respectivo contrato, a qual deverá ser averbada.
Art. 1.437 Produz efeitos a extinção do penhor depois de aver- Art. 1.447 Podem ser objeto de penhor máquinas, aparelhos,
bado o cancelamento do registro, à vista da respectiva prova. materiais, instrumentos, instalados e em funcionamento, com os
acessórios ou sem eles; animais, utilizados na indústria; sal e bens
Art. 1.438 Constitui-se o penhor rural mediante instrumento destinados à exploração das salinas; produtos de suinocultura, ani-
público ou particular, registrado no Cartório de Registro de Imó- mais destinados à industrialização de carnes e derivados; matérias-
veis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empe- -primas e produtos industrializados.
nhadas. Parágrafo único. Regula-se pelas disposições relativas aos ar-
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que mazéns gerais o penhor das mercadorias neles depositadas.
garante com penhor rural, o devedor poderá emitir, em favor do
credor, cédula rural pignoratícia, na forma determinada em lei es- Art. 1.448 Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil,
pecial. mediante instrumento público ou particular, registrado no Cartório
de Registro de Imóveis da circunscrição onde estiverem situadas
as coisas empenhadas.
Art. 1.439 O penhor agrícola e o penhor pecuário somente Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que
podem ser convencionados, respectivamente, pelos prazos máxi- garante com penhor industrial ou mercantil, o devedor poderá emi-
mos de três e quatro anos, prorrogáveis, uma só vez, até o limite tir, em favor do credor, cédula do respectivo crédito, na forma e
de igual tempo. para os fins que a lei especial determinar.
§ 1º Embora vencidos os prazos, permanece a garantia, en-
quanto subsistirem os bens que a constituem. Art. 1.449 O devedor não pode, sem o consentimento por es-
§ 2º A prorrogação deve ser averbada à margem do registro crito do credor, alterar as coisas empenhadas ou mudar-lhes a situ-
respectivo, mediante requerimento do credor e do devedor. ação, nem delas dispor. O devedor que, anuindo o credor, alienar
as coisas empenhadas, deverá repor outros bens da mesma nature-
Art. 1.440 Se o prédio estiver hipotecado, o penhor rural po- za, que ficarão sub-rogados no penhor.
derá constituir-se independentemente da anuência do credor hipo-
tecário, mas não lhe prejudica o direito de preferência, nem restrin- Art. 1.450 Tem o credor direito a verificar o estado das coisas
ge a extensão da hipoteca, ao ser executada. empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por pes-
soa que credenciar.
Art. 1.441 Tem o credor direito a verificar o estado das coisas
empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por pes- HIPOTECA – CÓDIGO CIVIL
soa que credenciar.
Art. 1.473 Podem ser objeto de hipoteca:
I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com
Art. 1.442 Podem ser objeto de penhor: eles;
I - máquinas e instrumentos de agricultura; II - o domínio direto (diz respeito ao direito de dispor do
II - colheitas pendentes, ou em via de formação; imóvel);
III - frutos acondicionados ou armazenados; III - o domínio útil (diz respeito ao direito de utilizar ou usu-
IV - lenha cortada e carvão vegetal; fruir do imóvel);
V - animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola. IV - as estradas de ferro;
Art. 1.443 O penhor agrícola que recai sobre colheita penden- V - os recursos naturais (as jazidas, minas e demais recursos
te, ou em via de formação, abrange a imediatamente seguinte, no minerais) independentemente do solo onde se acham;
caso de frustrar-se ou ser insuficiente a que se deu em garantia. VI - os navios;
Parágrafo único. Se o credor não financiar a nova safra, pode- VII - as aeronaves.
rá o devedor constituir com outrem novo penhor, em quantia má- VIII - o direito de uso especial para fins de moradia;
xima equivalente à do primeiro; o segundo penhor terá preferência IX - o direito real de uso;
sobre o primeiro, abrangendo este apenas o excesso apurado na X - a propriedade superficiária (o domínio da construção ou
colheita seguinte. da plantação separado do solo).
Didatismo e Conhecimento 60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 1.474 A hipoteca abrange todas as acessões, melhora- Art. 1.494 Não se registrarão no mesmo dia duas hipotecas,
mentos ou construções do imóvel. Subsistem os ônus reais cons- ou uma hipoteca e outro direito real, sobre o mesmo imóvel, em
tituídos e registrados, anteriormente à hipoteca, sobre o mesmo favor de pessoas diversas, salvo se as escrituras, do mesmo dia,
imóvel. indicarem a hora em que foram lavradas.
Art. 1.475 É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar Art. 1.495 Quando se apresentar ao oficial do registro título
imóvel hipotecado. de hipoteca que mencione a constituição de anterior, não registra-
da, sobrestará ele na inscrição da nova, depois de a prenotar, até
Art. 1.476 O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra trinta dias, aguardando que o interessado inscreva a precedente;
hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou esgotado o prazo, sem que se requeira a inscrição desta, a hipoteca
de outro credor. ulterior será registrada e obterá preferência.
Art. 1.477 Salvo o caso de insolvência do devedor, o credor da Art. 1.497 As hipotecas legais, de qualquer natureza, deverão
segunda hipoteca, embora vencida, não poderá executar o imóvel ser registradas e especializadas.
antes de vencida a primeira.
Parágrafo único. Não se considera insolvente o devedor por Art. 1.498 Vale o registro da hipoteca, enquanto a obrigação
faltar ao pagamento das obrigações garantidas por hipotecas pos- perdurar; mas a especialização, em completando vinte anos, deve
teriores à primeira. ser renovada.
Art. 1.479 O adquirente do imóvel hipotecado, desde que não Art. 1.499 A hipoteca extingue-se:
se tenha obrigado pessoalmente a pagar as dívidas aos credores I - pela extinção da obrigação principal;
hipotecários, poderá exonerar-se da hipoteca, abandonando-lhes o II - pelo perecimento da coisa;
imóvel. III - pela resolução da propriedade;
IV - pela renúncia do credor;
V - pela remição;
Art. 1.485 Mediante simples averbação, requerida por ambas
VI - pela arrematação ou adjudicação.
as partes, poderá prorrogar-se a hipoteca, até 30 (trinta) anos da
data do contrato. Desde que perfaça esse prazo, só poderá subsistir
Art. 1.500 Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no
o contrato de hipoteca reconstituindo-se por novo título e novo
Registro de Imóveis, do cancelamento do registro, à vista da res-
registro; e, nesse caso, lhe será mantida a precedência, que então
pectiva prova.
lhe competir.
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS MÓVEIS - DE-
Art. 1.486 Podem o credor e o devedor, no ato constitutivo da
CRETO-LEI 911/69
hipoteca, autorizar a emissão da correspondente cédula hipotecá-
ria, na forma e para os fins previstos em lei especial. Art 1º A alienação fiduciária em garantia transfere ao credor
o domínio resolúvel e a posse indireta da coisa móvel alienada,
Art. 1.487 A hipoteca pode ser constituída para garantia de independentemente da tradição efetiva do bem, tornando-se o alie-
dívida futura ou condicionada, desde que determinado o valor má- nante ou devedor em possuidor direto e depositário com todas as
ximo do crédito a ser garantido. responsabilidades e encargos que lhe incumbem de acordo com a
§ 1º Nos casos deste artigo, a execução da hipoteca dependerá lei civil e penal.
de prévia e expressa concordância do devedor quanto à verificação § 1º A alienação fiduciária somente se prova por escrito e seu
da condição, ou ao montante da dívida. instrumento, público ou particular, qualquer que seja o seu valor,
§ 2º Havendo divergência entre o credor e o devedor, caberá será obrigatoriamente arquivado, por cópia ou microfilme, no Re-
àquele fazer prova de seu crédito. Reconhecido este, o devedor gistro de Títulos e Documentos do domicílio do credor, sob pena
responderá, inclusive, por perdas e danos, em razão da superve- de não valer contra terceiros, e conterá, além de outros dados, os
niente desvalorização do imóvel. seguintes:
a) o total da divida ou sua estimativa;
Art. 1.492 As hipotecas serão registradas no cartório do lu- b) o local e a data do pagamento;
gar do imóvel, ou no de cada um deles, se o título se referir a c) a taxa de juros, as comissões cuja cobrança for permitida e,
mais de um. eventualmente, a cláusula penal e a estipulação de correção mone-
Parágrafo único. Compete aos interessados, exibido o título, tária, com indicação dos índices aplicáveis;
requerer o registro da hipoteca. d) a descrição do bem objeto da alienação fiduciária e os ele-
mentos indispensáveis à sua identificação.
Art. 1.493 Os registros e averbações seguirão a ordem em que § 2º Se, na data do instrumento de alienação fiduciária, o
forem requeridas, verificando-se ela pela da sua numeração suces- devedor ainda não for proprietário da coisa objeto do contrato,
siva no protocolo. o domínio fiduciário desta se transferirá ao credor no momento
Parágrafo único. O número de ordem determina a prioridade, da aquisição da propriedade pelo devedor, independentemente de
e esta a preferência entre as hipotecas. qualquer formalidade posterior.
Didatismo e Conhecimento 61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 3º Se a coisa alienada em garantia não se identifica por § 3º O devedor fiduciante apresentará resposta no prazo de
números, marcas e sinais indicados no instrumento de alienação quinze dias da execução da liminar.
fiduciária, cabe ao proprietário fiduciário o ônus da prova, contra § 4º A resposta poderá ser apresentada ainda que o devedor
terceiros, da identidade dos bens do seu domínio que se encontram tenha se utilizado da faculdade do § 2º, caso entenda ter havido
em poder do devedor. pagamento a maior e desejar restituição.
§ 4º No caso de inadimplemento da obrigação garantida, o § 5º Da sentença cabe apelação apenas no efeito devolutivo.
proprietário fiduciário pode vender a coisa a terceiros e aplicar § 6º Na sentença que decretar a improcedência da ação de
preço da venda no pagamento do seu crédito e das despesas de- busca e apreensão, o juiz condenará o credor fiduciário ao paga-
correntes da cobrança, entregando ao devedor o saldo porventura mento de multa, em favor do devedor fiduciante, equivalente a cin-
apurado, se houver. quenta por cento do valor originalmente financiado, devidamente
§ 5º Se o preço da venda da coisa não bastar para pagar o cré- atualizado, caso o bem já tenha sido alienado.
dito do proprietário fiduciário e despesas, na forma do parágrafo § 7º A multa mencionada no § 6º não exclui a responsabilida-
anterior, o devedor continuará pessoalmente obrigado a pagar o de do credor fiduciário por perdas e danos.
saldo devedor apurado. § 8º A busca e apreensão prevista no presente artigo consti-
§ 6º É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a tui processo autônomo e independente de qualquer procedimento
ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no posterior.
seu vencimento.
§ 8º O devedor que alienar, ou der em garantia a terceiros, Art. 4º Se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado
coisa que já alienara fiduciariamente em garantia, ficará sujeito à ou não se achar na posse do devedor, o credor poderá requerer a
pena prevista no art. 171, § 2º, inciso I, do Código Penal. conversão do pedido de busca e apreensão, nos mesmos autos, em
§ 10. A alienação fiduciária em garantia do veículo automotor ação de depósito, na forma prevista no Capítulo II, do Título I, do
deverá, para fins probatórios, constar do certificado de Registro, a Livro IV, do Código de Processo Civil.
que se refere o artigo 52 do Código Nacional de Trânsito.
Art. 5º Se o credor preferir recorrer à ação executiva ou, se for
Art. 2º No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações
o caso ao executivo fiscal, serão penhorados, a critério do autor da
contratuais garantidas mediante alienação fiduciária, o proprietário
ação, bens do devedor quantos bastem para assegurar a execução.
fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independen-
temente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer ou-
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS IMÓVEIS - LEI
tra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa em
9.514/97
contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda
no pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes e entregar
ao devedor o saldo apurado, se houver. Art. 23º Constitui-se a propriedade fiduciária de coisa imóvel
§ 1º O crédito a que se refere o presente artigo abrange o prin- mediante registro, no competente Registro de Imóveis, do contrato
cipal, juros e comissões, além das taxas, cláusula penal e correção que lhe serve de título.
monetária, quando expressamente convencionados pelas partes. Parágrafo único. Com a constituição da propriedade fiduci-
§ 2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para ária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o fiduciante
pagamento e poderá ser comprovada por carta registrada expedida possuidor direto e o fiduciário possuidor indireto da coisa imóvel.
por intermédio de Cartório de Títulos e Documentos ou pelo pro-
testo do título, a critério do credor. Art. 24º O contrato que serve de título ao negócio fiduciário
§ 3º A mora e o inadimplemento de obrigações contratuais conterá:
garantidas por alienação fiduciária, ou a ocorrência legal ou con- I - o valor do principal da dívida;
vencional de algum dos casos de antecipação de vencimento da II - o prazo e as condições de reposição do empréstimo ou do
dívida facultarão ao credor considerar, de pleno direito, vencidas crédito do fiduciário;
todas as obrigações contratuais, independentemente de aviso ou III - a taxa de juros e os encargos incidentes;
notificação judicial ou extrajudicial. IV - a cláusula de constituição da propriedade fiduciária, com
a descrição do imóvel objeto da alienação fiduciária e a indicação
Art. 3º O Proprietário Fiduciário ou credor poderá requerer do título e modo de aquisição;
contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado V - a cláusula assegurando ao fiduciante, enquanto adimplen-
fiduciariamente, a qual será concedida liminarmente, desde que te, a livre utilização, por sua conta e risco, do imóvel objeto da
comprovada a mora ou o inadimplemento do devedor. alienação fiduciária;
§ 1º Cinco dias após executada a liminar mencionada no ca- VI - a indicação, para efeito de venda em público leilão, do
put, consolidar-se-ão a propriedade e a posse plena e exclusiva do valor do imóvel e dos critérios para a respectiva revisão;
bem no patrimônio do credor fiduciário, cabendo às repartições
competentes, quando for o caso, expedir novo certificado de re- Art. 25º Com o pagamento da dívida e seus encargos resolve-
gistro de propriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele -se, nos termos deste artigo, a propriedade fiduciária do imóvel.
indicado, livre do ônus da propriedade fiduciária.
§ 2º No prazo do § 1º o devedor fiduciante poderá pagar a Art. 26º Vencida e não paga, no todo ou em parte, a dívida e
integralidade da dívida pendente, segundo os valores apresentados constituído em mora o fiduciante, consolidar-se-á, nos termos des-
pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na qual o bem lhe será te artigo, a propriedade do imóvel em nome do fiduciário.
restituído livre do ônus.
Didatismo e Conhecimento 62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 27º Uma vez consolidada a propriedade em seu nome, o § 2º Os recebíveis de que trata o § 1º devem ser objeto de re-
fiduciário, no prazo de trinta dias, contados da data do registro de gistro em sistemas de registro e de liquidação financeira de ativos,
que trata o § 7º do artigo anterior, promoverá público leilão para a na forma da Resolução nº 3.998, de 28 de julho de 2011.
alienação do imóvel. § 3º Os contratos relativos aos depósitos de que trata a con-
§ 1º Se, no primeiro público leilão, o maior lance oferecido tribuição prevista nos incisos I e II do caput devem prever prazo
for inferior ao valor do imóvel, estipulado na forma do inciso VI mínimo de doze meses e prazo máximo de vinte e quatro meses.
do art. 24, será realizado o segundo leilão, nos quinze dias seguin- § 4º Os depósitos de que trata o § 1º terão prazo mínimo de
tes. seis meses e prazo máximo de trinta e seis meses.
§ 2º No segundo leilão será aceito o maior lance oferecido § 5º O prazo máximo da captação de que trata o § 4º poderá
desde que igual ou superior ao valor da dívida, das despesas, dos ser limitado pelo FGC para ajustá-lo à estrutura de vencimentos
prêmios de seguro, dos encargos legais, inclusive tributos, e das dos recebíveis de operações de crédito e de arrendamento mercan-
contribuições condominiais. til dados em alienação fiduciária.
§ 6º Devem ser objeto de registro específico em sistema de
Art. 31º O fiador ou terceiro interessado que pagar a dívida
ativos administrado por entidades de registro e de liquidação fi-
ficará sub-rogado, de pleno direito, no crédito e na propriedade
nanceira, autorizado pelo Banco Central do Brasil, os contratos de
fiduciária.
depósitos de que trata a contribuição prevista neste artigo.
FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO (FGC). § 7º Os recursos captados na forma prevista neste artigo de-
vem ser registrados de forma segregada por modalidade em siste-
RESOLUÇÃO Nº 4.222, DE 23 DE MAIO DE 2013 ma de controle interno das instituições emitentes.
§ 8º Ficam vedados:
Altera e consolida as normas que dispõem sobre o estatuto e o I - o resgate total ou parcial dos depósitos a prazo de que trata
regulamento do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). este artigo antes dos respectivos vencimentos, excetuados os casos
em que, mediante concordância expressa do depositante e da ins-
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, tituição depositária, o resgate seja necessário para cumprimento
de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Mone- de limites operacionais, cisão, fusão, incorporação, mudança de
tário Nacional, em sessão realizada em 23 de maio de 2013, com objeto social, transferência de controle ou para cancelamento de
base nos arts. 3º, inciso VI, e 4º, inciso VIII, da Lei nº 4.595, de autorização para funcionamento da instituição depositária; e
1964, no art. 69 da Lei nº 7.357, de 2 de setembro de 1985, e no II - a captação de novos DPGE sem alienação fiduciária em
art. 7º do Decreto-lei nº 2.291, de 21 de novembro de 1986, e tendo favor do FGC, a partir da primeira captação de DPGE de que trata
em conta o disposto no § 1º do art. 28 da Lei Complementar nº o § 1º.
101, de 4 de maio de 2000, e no § 1º, inciso XIII, do art. 1º da Lei § 9º A documentação comprobatória das razões que funda-
Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, mentaram o resgate antecipado de que trata o § 8º, inciso I, des-
te artigo, deve ser mantida na instituição financeira depositária, à
RESOLVEU : disposição do Banco Central do Brasil, pelo prazo mínimo de 5
(cinco) anos.
Art. 1º Ficam alteradas e consolidadas, nos termos dos Anexos § 10. Podem captar recursos por meio de depósito a prazo
I e II a esta Resolução, as normas que dispõem sobre o estatuto e o com garantia do FGC os bancos comerciais, os bancos múltiplos,
regulamento do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). os bancos de desenvolvimento, os bancos de investimento, as so-
ciedades de crédito, financiamento e investimento e as caixas eco-
Art. 2º A contribuição mensal ordinária das instituições as-
nômicas.
sociadas ao FGC é de 0,0125% (cento e vinte e cinco décimos de
Art. 4º Nas captações por meio de DPGE deverão ser observa-
milésimos por cento) do montante dos saldos das contas corres-
pondentes às obrigações objeto de garantia ordinária. dos os seguintes limites:
Art. 3º Como condição para dispor da garantia especial de que I - para o saldo dos depósitos captados sem alienação fiduciária,
trata o Capítulo II do Regulamento, as instituições associadas de- por instituição depositária associada ao FGC, o maior dos seguintes
vem recolher ao FGC contribuição especial equivalente ao soma- valores:
tório dos seguintes valores: a) o correspondente ao dobro do Patrimônio de Referência
I - 0,0833% a.m. (oitocentos e trinta e três décimos de milé- (PR), nível I, apurado a cada ano na data-base de 30 de junho, atua-
simo por cento ao mês) do montante dos saldos dos Depósitos a lizado mensalmente pela Taxa Selic a partir de 1º de julho;
Prazo com Garantia Especial (DPGE) do FGC que se situar dentro b) o correspondente ao dobro do PR, nível I, calculado em 31 de
do limite fixado pelo Conselho Monetário Nacional; e dezembro de 2008, atualizado mensalmente pela Taxa Selic a partir
II - 0,8333% a.m. (oito mil trezentos e trinta e três décimos de de 1º de maio de 2009; e
milésimo por cento ao mês) do montante dos saldos dos DPGE que c) o correspondente à soma dos saldos dos depósitos a prazo
exceder o limite fixado pelo Conselho Monetário Nacional. com os saldos de obrigações por letras de câmbio mantidos na ins-
§ 1º Os percentuais de contribuição de que tratam os incisos tituição em 30 de junho de 2008, atualizada mensalmente pela Taxa
I e II do caput são de 0,02497% a.m. (dois mil quatrocentos e no- Selic a partir de 1º de maio de 2009;
venta e sete centésimos de milésimo por cento ao mês), nos depó- II - para o saldo dos depósitos captados com alienação fiduci-
sitos em que o FGC aceitar em alienação fiduciária recebíveis de ária, os seguintes múltiplos do valor correspondente ao PR, nível I,
operações de crédito e de arrendamento mercantil originadas pela apurados na data-base de 31 de dezembro do ano anterior, atualizado
instituição emitente. mensalmente pela Taxa Selic:
Didatismo e Conhecimento 63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a) 1,6 (um inteiro e seis décimos) a partir de 1º de junho de IV - o recolhimento das contribuições e das multas deve ser
2013; e processado no âmbito do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB),
b) 2 (dois) a partir de 1º de janeiro de 2014. por meio do Sistema de Transferência de Reservas (STR).
§ 1º O valor referido no inciso I, acrescido daquele mencionado § 1º Fica o Banco Central do Brasil autorizado a estabelecer
no inciso II, não pode ultrapassar: as contas que devem servir de base de cálculo das contribuições.
I - R$5.000.000.000,00 (cinco bilhões de reais), até 31 de de- § 2º Para efeito de apuração da base cálculo da contribuição
zembro de 2014; e devida, não será considerado o valor das obrigações relativas a
II - R$3.000.000.000,00 (três bilhões de reais), a partir de 1º de letras de crédito do agronegócio emitidas anteriormente à vigência
janeiro de 2015. desta Resolução.
§ 2º O cálculo dos limites referidos nos incisos I e II deste ar-
tigo deve considerar o valor do PR, nível I, apurado com base na Art. 7º O art. 1º da Resolução nº 2.197, de 31 de agosto de
primeira informação fornecida ao Banco Central do Brasil sobre 1995, passa a vigorar com a seguinte redação:
esse elemento patrimonial, no caso de ocorrer alguma das seguintes “Art. 1º Fica autorizada a constituição de entidade privada,
situações após a data-base nele mencionada: sem fins lucrativos, destinada a administrar mecanismo de prote-
I - início de operações por parte de uma instituição; ção a titulares de créditos contra instituições financeiras e a realizar
II - início de operações por parte de uma instituição, de forma com tais instituições operações de assistência e suporte financeiro.
independente em relação a conglomerado financeiro que anterior- § 1º ...........................................................................................
mente integrava; e ........................
III - modificação, em função de transformação societária, do § 2º ...........................................................................................
conjunto de instituições que integram um conglomerado financeiro. ........................
§ 3º Os limites referidos nos incisos I e II deste artigo devem § 3º A entidade referida neste artigo:
ser apurados de forma consolidada pelas instituições associadas ao I - é considerada instituição financeira, para os efeitos da Lei
FGC que sejam integrantes de um mesmo conglomerado financeiro. Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001;
§ 4º No caso de instituição autorizada a funcionar pelo Banco II - poderá ter acesso às informações de que trata a Resolução
Central do Brasil que não tenha iniciado suas operações até a última
nº 3.658, de 17 de dezembro de 2008, não sendo aplicável a ela o
data-base, deve ser considerado, para fins do cálculo do limite de
disposto no art. 8º, inciso I, dessa Resolução.” (NR)
que trata o caput, o PR, nível I, da primeira informação fornecida ao
Banco Central do Brasil sobre esse elemento patrimonial.
Art. 8º São instituições associadas ao FGC a Caixa Econô-
mica Federal e as instituições constituídas sob a forma de banco
Art. 5º O limite para captação dos depósitos a prazo com garan-
múltiplo, banco comercial, banco de investimento, banco de de-
tia especial do FGC sem alienação fiduciária deve ser reduzido de
senvolvimento, sociedade de crédito, financiamento e investimen-
acordo com o seguinte cronograma:
to, sociedade de crédito imobiliário, companhia hipotecária e asso-
I - em 40% (quarenta por cento), a partir de 1º de janeiro de
ciação de poupança e empréstimo em funcionamento no País que:
2013;
II - em 60% (sessenta por cento), a partir de 1º de janeiro de I - recebam depósitos à vista, em contas de poupança ou de-
2014; pósitos a prazo;
III - em 80% (oitenta por cento), a partir de 1º de janeiro de II - realizem aceite em letras de câmbio;
2015; e III - captem recursos mediante a emissão e a colocação de
IV - em 100% (cem por cento), a partir de 1º de janeiro de letras imobiliárias, de letras hipotecárias, de letras de crédito imo-
2016. biliário ou de letras de crédito do agronegócio; e
Parágrafo único. O cronograma para redução do limite de cap- IV - captem recursos por meio de operações compromissadas
tação de depósitos a prazo com a garantia especial do FGC refere- tendo como objeto títulos de emissão de empresa ligada.
-se às operações contratadas a partir de cada uma das datas-base Parágrafo único. A afiliação ao FGC pelas instituições que
em que será aplicada essa redução, respeitados os saldos residuais vierem a ser constituídas sob as formas organizacionais mencio-
dos contratos em curso. nadas no caput deve ser comprovada ao Banco Central do Brasil
previamente ao início de suas operações.
Art. 6º O recolhimento das contribuições estabelecidas nos
arts. 2º e 3º observará as seguintes regras: Art. 9º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publi-
I - o cálculo do valor das contribuições levará em conta os cação.
saldos no último dia de cada mês das contas e dos instrumentos
correspondentes às obrigações objeto de garantia; Art. 10. Ficam revogadas as Resoluções ns. 4.087, de 24 de
II - o valor das contribuições devidas deve ser apurado e re- maio de 2012, e 4.115, de 26 de julho de 2012.
colhido conforme normas estabelecidas pelo Banco Central do
Brasil; Alexandre Antonio Tombini
III - o atraso no recolhimento das contribuições devidas sujei- Presidente do Banco Central do Brasil
ta a instituição associada à multa de 2% (dois por cento) sobre o Este texto não substitui o publicado no DOU de 24/5/2013,
valor da contribuição, acrescido de atualização com base na taxa Seção 1, p. 21-13, e no Sisbacen.
Selic; e
Didatismo e Conhecimento 64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ANEXO I À RESOLUÇÃO Nº 4.222, DE 23 DE MAIO b) até 50% (cinquenta por cento) para o conjunto das opera-
DE 2013 ções de que trata este artigo.
§ 3º Diante de situação conjuntural adversa, reconhecida pelo
ESTATUTO DO FGC Banco Central do Brasil, e no resguardo da estabilidade do Siste-
ma Financeiro Nacional, o limite de risco previsto no inciso I do §
CAPÍTULO I 2º poderá ser excepcionalmente ultrapassado e os encargos de que
DA DENOMINAÇÃO, DO OBJETO, DA FINALIDADE, trata o art. 32, inciso XIII, poderão ser fixados em bases inferiores
DA SEDE E DO PRAZO aos de mercado.
Art. 1º O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma associa- Art. 5º Observados os critérios, os limites, os requisitos de di-
ção civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica de direito versificação, o formato operacional e as cláusulas contratuais esta-
privado, regida pelo presente estatuto e pelas disposições legais e belecidos pelo Conselho de Administração, o FGC poderá aplicar
regulamentares aplicáveis. recursos até o limite global de 50% (cinquenta por cento) de seu
Parágrafo único. O FGC não exerce qualquer função pública, patrimônio líquido, acrescido das obrigações passivas decorrentes
inclusive por delegação. da antecipação de contribuições ordinárias pelas instituições asso-
ciadas, constantes do balancete mensal ou do balanço do exercício
Art. 2º O FGC tem por finalidades: do FGC:
I - proteger depositantes e investidores no âmbito do sistema I - na aquisição de direitos creditórios de instituições financei-
financeiro, até os limites estabelecidos pela regulamentação; ras e de sociedades de arrendamento mercantil;
II - contribuir para a manutenção da estabilidade do Sistema II - em títulos de renda fixa de emissão de instituições associa-
Financeiro Nacional; e das desde que lastreados em direitos creditórios constituídos ou a
III - contribuir para prevenção de crise bancária sistêmica. constituir com os recursos das respectivas aplicações; e
III - em operações vinculadas na forma da Resolução nº 2.921,
Art. 3º O FGC tem por objeto prestar garantia de créditos con- de 17 de janeiro de 2002.
tra as instituições associadas, referidas no art. 11 deste estatuto, § 1º O FGC poderá alienar os ativos adquiridos em decorrên-
nas situações de: cia das operações referidas nos incisos I, II e III do caput.
I - decretação da intervenção ou da liquidação extrajudicial de § 2º Ressalvadas as hipóteses previstas neste estatuto, é veda-
instituição associada; e do ao FGC aplicar recursos na aquisição de bens imóveis, ou em
II - reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do estado títulos de renda variável, exceto quando recebidos em liquidação
de insolvência de instituição associada que, nos termos da legisla- de créditos de sua titularidade, após o que devem ser alienados.
ção em vigor, não estiver sujeita aos regimes referidos no inciso I.
Parágrafo único. O FGC, por efetuar o pagamento de dívidas Art. 6º O montante dos recursos utilizados no conjunto das
de instituições associadas, tem o direito de reembolsar-se do que operações de que tratam os arts. 4º e 5º observará o limite de 75%
pagou nos termos do art. 346, inciso III, do Código Civil. (setenta e cinco por cento) do patrimônio líquido do FGC, acres-
cido das obrigações passivas decorrentes da antecipação de con-
Art. 4º Integra também o objeto do FGC, consideradas as fi- tribuições ordinárias pelas instituições associadas, constantes do
nalidades previstas nos incisos II e III do art. 2º, a contratação de balancete mensal ou do balanço do exercício do Fundo.
operações de assistência ou de suporte financeiro, incluindo opera-
ções de liquidez com as instituições associadas, diretamente ou por Art. 7º O FGC não poderá recusar o pagamento das garantias
intermédio de empresas por estas indicadas, inclusive com seus prestadas sob o fundamento de inadimplemento das contribuições
acionistas controladores. por parte da instituição associada.
§ 1º As operações referidas no caput poderão ser contratadas,
inclusive, com o objetivo de promover a transferência de contro- Art. 8º O FGC tem foro na cidade de São Paulo (SP), encon-
le acionário, a transformação, a incorporação, a fusão, a cisão ou trando-se sua sede no referido Município, no endereço Avenida
outras formas de reorganização societária legalmente admitidas de Brigadeiro Faria Lima, nº 201, 12º andar, CEP 05426-100.
interesse das instituições associadas.
§ 2º As operações de que trata este artigo ficarão sujeitas às Art. 9º O prazo de duração do FGC é indeterminado.
seguintes disposições:
I - não poderão exceder ao valor projetado para os créditos CAPÍTULO II
garantidos de responsabilidade de cada associada ou associadas de DAS RECEITAS E DO PATRIMÔMIO
um mesmo conglomerado, na hipótese de ocorrência dos eventos
previstos nos incisos I e II do art. 3º; Art. 10. Constituem receitas do FGC:
II - observarão os seguintes limites em relação ao patrimônio I - contribuições ordinárias e especiais das instituições asso-
líquido do FGC, nele computado o valor das antecipações de con- ciadas;
tribuições devidas pelas associadas, constantes do balancete men- II - taxas de serviços decorrentes da emissão de cheques sem
sal ou do balanço do exercício do FGC: provisão de fundos;
a) até 25% (vinte e cinco por cento) para o conjunto das ope- III - recuperações de direitos creditórios nas quais o FGC hou-
rações realizadas com cada instituição associada ou com todas as ver se sub-rogado, em virtude de pagamento de dívidas de institui-
instituições associadas de um mesmo conglomerado financeiro; e ções associadas relativas a créditos garantidos;
Didatismo e Conhecimento 65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV - resultado líquido dos serviços prestados pelo FGC e ren- Art. 13. São deveres das associadas:
dimentos de aplicação de seus recursos; I - cumprir e fazer cumprir o estatuto e regimento interno;
V - remuneração e encargos correspondentes ao recebimento II - comparecer, votar, respeitar e cumprir as decisões da Assem-
dos valores devidos em função da realização das operações de que bleia Geral; e
tratam os arts. 4º e 5º; e III - honrar pontualmente com as contribuições, conforme crité-
VI - receitas de outras origens. rios estabelecidos.
§ 1º A responsabilidade das instituições associadas é limitada
às contribuições que estão obrigadas a fazer, observadas as condi- Art. 14. Todos os associados poderão exercer livremente os direi-
ções fixadas no regulamento do FGC, não respondendo subsidia- tos previstos no presente estatuto.
riamente pelas obrigações sociais do Fundo.
§ 2º Se as circunstâncias indicarem, em qualquer momento, CAPÍTULO IV
que o patrimônio do FGC necessita de receitas adicionais para fa- DOS ÓRGÃOS DO FGC E DAS ASSEMBLEIAS GERAIS
zer face a suas obrigações, serão utilizados, na seguinte ordem,
recursos provenientes de: Art. 15. São órgãos do FGC:
I - contribuições extraordinárias das instituições associadas, I - a Assembleia Geral;
estabelecidas na forma do art. 32, inciso II, deste estatuto; II - o Conselho de Administração;
II - adiantamento, pelas instituições associadas, de até 12 III - o Conselho Consultivo;
(doze) contribuições mensais ordinárias; IV - a Diretoria Executiva; e
III - operações de crédito com instituições privadas, oficiais V - o Conselho Fiscal.
ou multilaterais; e Parágrafo único. Os integrantes dos órgãos do FGC, não respon-
IV - outras fontes de recursos, por proposta da administração dem subsidiaria ou solidariamente pelas obrigações sociais do FGC,
do FGC e mediante prévia autorização do Banco Central do Brasil. nos termos do inciso V do art. 46 do Código Civil Brasileiro.
CAPÍTULO III Art. 16. A Assembleia Geral, órgão deliberativo máximo do FGC,
DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS é integrada por todas as instituições associadas, cabendo-lhes a prerro-
gativa do exercício do direito de voto, observadas as seguintes regras:
Art. 11. São instituições associadas ao FGC a Caixa Econômi-
I - somente poderão votar as associadas que estiverem adimplen-
ca Federal, os bancos múltiplos, os bancos comerciais, os bancos
tes com as contribuições devidas ao FGC; e
de investimento, os bancos de desenvolvimento, as sociedades de
II - o direito de voto de cada associada corresponderá ao somató-
crédito, financiamento e investimento, as sociedades de crédito
rio das unidades de voto de que sejam titulares.
imobiliário, as companhias hipotecárias e as associações de pou-
§ 1º Cada real desembolsado na última contribuição ordinária
pança e empréstimo, em funcionamento no País, que:
I - recebam depósitos à vista, em contas de poupança ou de- antes da respectiva Assembleia Geral, desprezados os centavos, con-
pósitos a prazo; ferirá à instituição associada uma unidade de voto.
II - realizem aceite em letras de câmbio; § 2º O direito de voto de instituições associadas integrantes do
III - captem recursos mediante a emissão e a colocação de mesmo conglomerado financeiro levará em consideração o montan-
letras imobiliárias, de letras hipotecárias, de letras de crédito imo- te da contribuição ordinária efetivamente desembolsada em favor do
biliário ou de letras de crédito do agronegócio; e FGC pelo conjunto das instituições, admitindo-se, contudo, o exer-
IV - captem recursos por meio de operações compromissadas cício do direito de voto relativo às unidades de voto de todo o con-
tendo como objeto títulos emitidos, após 8 de março de 2012, por glomerado pela instituição associada para este fim designada por
empresa ligada. escrito pela instituição líder do conglomerado.
Art. 12. O FGC contará com número ilimitado de instituições Art. 17. Até 30 de abril de cada ano, as instituições associadas
associadas. devem reunir-se em Assembleia Geral ordinária para:
§ 1º Considera-se justa causa, para fins de exclusão do quadro I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir
de associados do FGC, a decretação de intervenção ou de liquidação e votar as demonstrações financeiras, à vista dos pareceres dos
extrajudicial da instituição associada, bem como a mudança de objeto auditores independentes e do Conselho Fiscal;
social em virtude da qual a instituição associada deixe de atender ao II - eleger os membros do Conselho de Administração, do
disposto no art. 11. Conselho Fiscal, da Diretoria Executiva e do Conselho Con-
§ 2º Fica facultado à associada o oferecimento de defesa ao Con- sultivo;
selho de Administração, no prazo de 15 (quinze) dias, contados a par- III - designar o Presidente e o Vice Presidente do Conselho
tir da notificação da exclusão da instituição do quadro de associados de Administração; e
do FGC. IV - fixar o limite global de remuneração do Conselho de
§ 3º Da decisão do Conselho de Administração caberá recurso, Administração, da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal,
sem efeito suspensivo, à Assembleia Geral. a ser distribuída entre seus membros conforme deliberação do
§ 4º É direito da instituição associada desligar-se do quadro de Conselho de Administração.
associadas ao FGC quando entender necessário, desde que comprove
não mais exercer as atividades previstas no art. 11 deste Estatuto nem Art. 18. A Assembleia Geral Extraordinária poderá ser
deter saldo de operações objeto de garantia ordinária ou especial pro- convocada para deliberar sobre outros assuntos de interesse do
porcionada pelo FGC. FGC.
Didatismo e Conhecimento 66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 19. A Assembleia Geral será convocada no mínimo II - o nome de cada candidato a titular ou a suplente do Conse-
com 10 (dez) dias de antecedência, mediante 3 (três) publica- lho de Administração deverá compor somente uma chapa;
ções seguidas no Diário Oficial da União, sempre com a indica- III - cada instituição associada poderá registrar apenas uma
ção da ordem do dia: chapa;
I - pelo presidente do Conselho de Administração, por sua IV - será considerada vencedora a chapa que obtiver o maior
iniciativa ou a pedido de 2 (dois) ou mais de seus membros; número de votos das associadas, de acordo com os quóruns esta-
II - por 2 (dois) ou mais membros do conselho de admi-
belecidos no art. 22; e
nistração signatários do pedido ao presidente do Conselho de
V - ocorrendo empate na votação, nova Assembleia Geral será
Administração, caso este não promova a publicação do aviso de
convocação dentro de 10 (dez) dias, contados do recebimento convocada, reabrindo-se o prazo para apresentação das chapas.
do pedido;
III - por iniciativa de instituições associadas que represen- Art. 25. O Conselho de Administração será constituído por 5
tem em conjunto, no mínimo, 1/5 (um quinto) do total das uni- (cinco) a 9 (nove) membros efetivos e igual número de suplentes,
dades de votos, observados os critérios do art. 16 deste estatuto. pessoas naturais residentes no País, observadas as seguintes dis-
posições:
Art. 20. A Assembleia Geral será instalada e presidida pelo I - não é permitida a participação de controladores, adminis-
presidente do Conselho de Administração, que convidará um tradores ou funcionários de instituições financeiras, de administra-
dos presentes para secretariar os trabalhos. dores de recursos de terceiros, de outras instituições autorizadas a
Parágrafo único. Na ausência do presidente do conselho, a funcionar pelo Banco Central do Brasil ou de empresas integrantes
Assembleia Geral será instalada por qualquer dos conselheiros, dos respectivos conglomerados, bem como de profissionais dessas
cabendo às instituições associadas presentes eleger o presidente instituições ou empresas que estejam formalmente licenciados ou
da assembleia.
temporariamente afastados;
Art. 21. A Assembleia Geral será instalada com qualquer II - não é permitida a participação de administradores ou fun-
número de instituições associadas presentes e suas deliberações cionários de entidades de classe representativas de instituições fi-
serão tomadas por maioria simples das unidades de votos pre- nanceiras ou de outras instituições autorizadas a funcionar pelo
sentes à assembleia, observados os critérios do art. 16 deste Banco Central do Brasil, bem como de profissionais dessas enti-
estatuto. dades que estejam formalmente licenciados ou temporariamente
afastados; e
Art. 22. Aplicam-se às deliberações que tiverem por objeto III - no caso de renúncia ou de impedimento de membro do
a reforma do estatuto ou do regulamento do FGC, ou a eleição e conselho, o Conselho de Administração indicará um dos suplentes
a destituição de membros do Conselho de Administração ou da para assumir a vaga até o término do mandato.
Diretoria Executiva, os seguintes quóruns:
I - instalação em primeira convocação com a presença de, Art. 26. O mandato dos membros do Conselho de Administra-
no mínimo, 50% (cinquenta por cento) mais uma das unidades ção será de até 3 (três) anos, permitida a reeleição por um mandato.
de voto das instituições associadas e, nas convocações seguin-
§ 1º O prazo de gestão estender-se-á até a investidura dos no-
tes, com a presença de, no mínimo, 1/3 (um terço) das unidades
de voto das instituições associadas; vos conselheiros eleitos.
II - deliberação mediante, no mínimo, 2/3 (dois terços) das § 2º Os membros do Conselho de Administração serão dispen-
unidades de voto das instituições associadas presentes à assem- sados de prestação de garantia de gestão.
bleia.
Parágrafo único. Aprovada a reforma do estatuto ou do re- Art. 27. O Conselho de Administração deve declarar vago o
gulamento pela Assembleia Geral, a respectiva proposta deverá cargo de membro que, sem causa justificada, deixar de participar
ser encaminhada ao Banco Central do Brasil, para exame e sub- de 3 (três) reuniões consecutivas.
missão ao Conselho Monetário Nacional.
Art. 28. O Conselho de Administração reunir-se-á por con-
Art. 23. Uma instituição associada pode fazer-se representar vocação do presidente, por sua iniciativa ou a pedido de 2 (dois)
por outra, mediante procuração com poderes específicos para cada ou mais de seus membros.
Assembleia Geral. § 1º Caso o presidente, dentro de 7 (sete) dias do recebi-
mento do pedido de convocação, não expeça o respectivo aviso,
CAPÍTULO V
2 (dois) ou mais membros do Conselho de Administração que
DA ADMINISTRAÇÃO DO FGC
tiverem pedido a reunião poderão remetê-lo.
Art. 24. O FGC será administrado pelo Conselho de Adminis- § 2º O aviso de convocação deve indicar a ordem do dia
tração e pela Diretoria Executiva, eleitos pela Assembleia Geral, e ser entregue, mediante recibo, aos membros do Conselho de
observados os critérios do art. 16 e os seguintes procedimentos: Administração, com 10 (dez) dias, no mínimo, de antecedência.
I - a eleição dos membros do Conselho de Administração será § 3º A antecedência referida no § 2º é dispensada quando a
feita por votação em chapas, contendo o nome dos candidatos a reunião contar com a presença ou representação da totalidade dos
titulares ou a suplentes para todos os cargos em disputa, as quais membros do Conselho de Administração, ou ainda, alternativa-
deverão ser registradas junto à mesa tão logo divulgada pela As- mente, com atestado por escrito daqueles membros concordando
sembleia Geral a quantidade dos cargos em disputa; com a realização da reunião.
Didatismo e Conhecimento 67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 4º A reunião do Conselho de Administração somente pode Art. 31. Os membros eleitos para o Conselho de Administração,
ocorrer com a presença ou a representação da maioria absoluta de o Conselho Consultivo e a Diretoria Executiva devem ter seus no-
seus membros e as deliberações devem ser tomadas por maioria mes submetidos ao Banco Central do Brasil, que os aprovará se aten-
de votos, cabendo ao presidente voto de qualidade, em caso de derem aos requisitos previstos na regulamentação em vigor para o
empate na votação. exercício de cargos em órgãos estatutários de instituições financeiras
§ 5º Das reuniões do Conselho de Administração devem ser e demais instituições autorizadas a funcionar pela referida Autarquia.
lavradas atas no livro próprio, assinadas pelos presentes. § 1º Aprovados os respectivos nomes, os membros do Conselho
de Administração, do Conselho Consultivo e da Diretoria Executiva
Art. 29. O FGC terá um Conselho Consultivo, sem fun- devem tomar posse após a assinatura de carta de compromisso de
ções executivas, integrado por até 5 (cinco) membros titulares confidencialidade dirigida ao Banco Central do Brasil.
e 5 (cinco) suplentes, eleitos pela Assembleia Geral, mediante § 2º Os membros Conselho de Administração, do Conselho
indicação de nomes feita pelo conselho de administração, com Consultivo e da Diretoria Executiva, durante o exercício do man-
mandato de 3 (três) anos, permitida a reeleição, e que se reunirá dato e por 4 (quatro) meses contados do seu encerramento, ficam
por convocação do Conselho de Administração, quando decidir impedidos de exercer qualquer atividade remunerada para institui-
ouvi-lo sobre: ções financeiras, para administradores de recursos de terceiros, para
I - ideias, sugestões e propostas na formulação de políticas, outras instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
diretrizes e estratégias de atuação do FGC no desempenho de Brasil, para empresas integrantes dos respectivos conglomerados ou
suas finalidades; para entidades de classe representativas de instituições financeiras ou
II - operações e negócios nos quais o FGC seja instado a de outras instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
participar, e que necessitarem de adequada avaliação em termos Brasil.
de repercussão sobre o mercado financeiro; e § 3º Os membros do Conselho de Administração e da Diretoria
III - outras matérias, dentro do objeto de atuação do FGC, Executiva continuarão percebendo a remuneração atribuída ao cargo
que possam repercutir sobre a solidez e a estabilidade do Sistema durante o período de 4 (quatro) meses após o encerramento de seus
Financeiro Nacional. mandatos.
§ 1º Os membros do Conselho Consultivo devem ser pes-
soas naturais, com reconhecidos conhecimentos e experiência Art. 32. Compete ao Conselho de Administração:
em negócios, operações e atividades desenvolvidas no sistema
I - fixar o percentual da contribuição ordinária das instituições
financeiro, não se lhes aplicando os impedimentos previstos nos
associadas ao FGC, mediante solicitação específica, devidamente
incisos I e II do art. 25.
fundamentada, apresentada ao Banco Central do Brasil, para exame
§ 2º As reuniões do Conselho Consultivo serão:
e submissão à prévia autorização do Conselho Monetário Nacional,
I - realizadas mediante livre convocação do Conselho de Ad-
observado o percentual máximo estabelecido pelo Conselho Mone-
ministração, admitida sua efetivação por telefone ou por meio
tário Nacional;
eletrônico, mantendo-se em arquivo específico resumo das reu-
II - fixar as condições das contribuições extraordinárias que as
niões; e
instituições associadas devem efetuar para custeio da garantia a ser
II - instaladas com a presença da maioria de seus membros.
§ 3º Os membros do Conselho Consultivo assinarão carta de prestada pelo FGC na hipótese de que trata o art. 10, § 2º, inciso
compromisso de confidencialidade dirigida ao Banco Central do I, deste estatuto, observado que tais contribuições estão limitadas a
Brasil, compromisso que se estenderá às pessoas que o conse- 50% (cinquenta por cento) da alíquota em vigor para as contribuições
lheiro tiver necessidade de ouvir para a formação de sua opinião. ordinárias;
Art. 30. A Diretoria Executiva, composta por 2 (dois) a 5 (cinco) III - fixar a orientação geral dos serviços do FGC, especial-
diretores, sendo um deles o diretor executivo e os demais sem desig- mente as políticas e normas a serem observadas no cumprimento
nação específica, será eleita pela Assembleia Geral para um mandato de suas finalidades sociais e na aplicação de seus recursos, estabe-
de 3 (três) anos, permitida a reeleição mediante indicação de nomes lecendo os requisitos de composição e de diversificação de riscos
feita pelo Conselho de Administração, observadas as seguintes dis- da carteira, podendo, inclusive, contratar sua administração com
posições: terceiros, observado o disposto no art. 5º deste estatuto;
I - não é permitida a participação de controladores, adminis- IV - aprovar o regimento interno e definir competências para
tradores ou funcionários de instituições financeiras, de administra- deliberação e prática de atos compreendidos no objeto do FGC;
dores de recursos de terceiros, de outras instituições autorizadas a V - indicar à Assembleia Geral os nomes dos candidatos a
funcionar pelo Banco Central do Brasil ou de empresas integrantes membros da Diretoria Executiva, do Conselho Fiscal e do Conse-
dos respectivos conglomerados, bem como de profissionais dessas lho Consultivo;
instituições ou empresas que estejam formalmente licenciados ou VI - aprovar o orçamento de custeio e de investimentos do
temporariamente afastados; e FGC;
II - não é permitida a participação de administradores ou de fun- VII - apresentar ao Banco Central do Brasil, para exame e
cionários de entidades de classe representativas de instituições finan- submissão à prévia autorização do Conselho Monetário Nacional,
ceiras ou de outras instituições autorizadas a funcionar pelo Banco proposta, devidamente fundamentada, de alteração do percentual
Central do Brasil, bem como de profissionais dessas entidades que da contribuição mensal ordinária;
estejam formalmente licenciados ou temporariamente afastados. VIII - aprovar os níveis de remuneração dos membros do
Parágrafo único. O prazo de gestão estender-se-á até a investidu- Conselho de Administração, da Diretoria Executiva e do Conselho
ra dos novos diretores eleitos. Fiscal, observado o limite global fixado pela Assembleia Geral;
Didatismo e Conhecimento 68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IX - deliberar sobre os atos e operações que, de acordo com § 2º Ao fim de cada exercício social, a diretoria executiva deve
este estatuto ou o regimento interno, sejam de sua competência, fazer elaborar balanço patrimonial e demonstração do resultado do
inclusive alienação de bens do ativo permanente; exercício, bem como relatório sobre as atividades e o resultado do
X - deliberar sobre a contratação dos auditores independentes; período e a situação das reservas ao fim do exercício, com vistas à
XI - designar o presidente do conselho consultivo; respectiva apreciação pelo conselho de administração.
XII - examinar o balancete mensal e manifestar-se sobre o § 3º As demonstrações financeiras semestrais e anuais do FGC
relatório e as demonstrações financeiras do FGC; devem ser examinadas pelos auditores independentes, publicadas no
XIII - estabelecer a forma e fixar as condições das operações Diário Oficial da União e divulgadas no sítio do FGC na internet.
previstas no art. 4º deste estatuto, em caráter geral ou específico,
em termos de prazos, encargos, garantias e demais condições; Art. 36. O resultado anualmente apurado pelo FGC deve ser
XIV - estabelecer os critérios, os limites, os requisitos de di- registrado nas reservas previstas no regimento interno.
versificação, o formato operacional e as cláusulas contratuais das
operações previstas no art. 5º deste estatuto; CAPÍTULO VII
XV - deliberar sobre a contratação de seguro ou outro tipo DO CONSELHO FISCAL
de proteção existente no mercado para proporcionar garantia aos
membros de órgãos do FGC de que tratam os incisos II, III, IV e V Art. 37. O FGC terá um Conselho Fiscal composto de 3 (três)
do art. 15, contra eventuais reclamações formuladas por terceiros membros efetivos e igual número de suplentes, eleitos pela Assem-
em decorrência de atos praticados no exercício do mandato, ainda bleia Geral.
que já encerrado; e
XVI - deliberar sobre os casos omissos. Art. 38. Compete ao Conselho Fiscal examinar os balancetes
e as demonstrações financeiras do FGC, os relatórios da adminis-
Art. 33. Compete à Diretoria Executiva, além da prática dos tração e dos auditores independentes, emitindo sobre essas peças
atos ordinários de gestão: parecer para apreciação da Assembleia Geral Ordinária.
I - a representação ativa e passiva do FGC, em juízo ou fora
Art. 39. O mandato dos membros do Conselho Fiscal será de
dele;
até 3 (três) anos, permitida a reeleição.
II - a administração do FGC, de acordo com o estatuto e o
Parágrafo único. Aplicam-se aos membros do Conselho Fiscal
regimento interno;
o disposto nos incisos I e II do art. 25 e no art. 31 deste estatuto.
III - a aprovação das operações previstas no art. 4º deste esta-
tuto, respeitadas a forma e as condições estabelecidas pelo Conse-
CAPÍTULO VIII
lho de Administração; e
DA LIQUIDAÇÃO
IV - a aprovação das operações previstas no art. 5º deste esta-
tuto, respeitados os critérios estabelecidos no Regimento Interno,
Art. 40. O FGC entrará em liquidação nos casos previstos em
quando caracterizadas como operações direcionadas a instituições lei ou por determinação do Conselho Monetário Nacional, mediante
financeiras específicas. deliberação da Assembleia Geral, competindo ao Conselho de Ad-
Parágrafo único. A representação em juízo, para receber cita- ministração nomear o liquidante, ouvido o Banco Central do Brasil.
ção ou notificação, prestar depoimento pessoal ou atos análogos,
caberá ao diretor executivo, que poderá indicar, para fazê-lo em Art. 41. Na hipótese de dissolução do FGC seu patrimônio será
seu lugar, outro diretor ou procurador com poderes especiais. destinado para entidade assemelhada que vier a sucedê-lo em seus
direitos e obrigações.
Art. 34. O FGC somente pode assumir obrigações mediante
assinatura conjunta: ANEXO II À RESOLUÇÃO Nº 4.222, DE 23 DE MAIO
I - de 2 (dois) diretores; e DE 2013
II - de 1 (um) diretor em conjunto com procurador com man-
dato específico. REGULAMENTO DO FGC
Parágrafo único. As procurações do FGC serão outorgadas por
2 (dois) diretores e deverão conter a especificação dos poderes con- CAPÍTULO I
feridos e o prazo de validade, salvo na outorga de procurações para DA GARANTIA ORDINÁRIA
fins judiciais, que poderão ser emitidas com validade por prazo in-
determinado. Art. 1º São beneficiários da garantia ordinária prestada pelo
Fundo Garantidor de Créditos (FGC) às instituições associadas,
CAPÍTULO VI referidas no art. 11 do Estatuto do FGC, os investidores e deposi-
DO EXERCÍCIO SOCIAL E DAS DEMONSTRAÇÕES tantes de tais instituições.
FINANCEIRAS
Art. 2º São objeto da garantia ordinária proporcionada pelo
Art. 35. O exercício social do FGC coincide com o ano-calen- FGC os seguintes créditos:
dário. I - depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio;
§ 1º Ao fim de cada semestre, a Diretoria Executiva deve fazer II - depósitos de poupança;
elaborar demonstrações financeiras semestrais. III - depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado;
Didatismo e Conhecimento 69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV - depósitos mantidos em contas não movimentáveis por § 5º No caso previsto no § 4.º, inciso III, a instituição interme-
cheques, destinadas ao registro e controle do fluxo de recursos re- diária da operação deve apresentar ao interventor ou ao liquidante
ferentes à prestação de serviços de pagamento de salários, venci- a relação de seus clientes contendo os valores aplicados, a data e as
mentos, aposentadorias, pensões e similares; demais características da aplicação em títulos de responsabilidade
V - letras de câmbio; de emissor sob intervenção ou sob liquidação extrajudicial.
VI - letras imobiliárias;
VII - letras hipotecárias; Art. 3º Quando as disponibilidades do FGC atingirem 2%
VIII- letras de crédito imobiliário; (dois por cento) do total dos saldos das contas cobertas pela ga-
IX - letras de crédito do agronegócio; rantia, no conjunto das instituições associadas, o Conselho de Ad-
X - operações compromissadas que têm como objeto títulos ministração, por proposta fundamentada da Diretoria Executiva,
emitidos após 8 de março de 2012 por empresa ligada. apresentada ao Banco Central do Brasil, para exame e submissão
§ 1º Não são cobertos pela garantia ordinária os demais cré- à prévia autorização do Conselho Monetário Nacional, pode de-
ditos, incluindo: liberar a suspensão temporária das contribuições das instituições
I - os depósitos, empréstimos ou quaisquer outros recursos associadas para o fundo.
captados ou levantados no exterior; § 1º Caso, após a deliberação referida no caput, as disponi-
II - as operações relacionadas a programas de interesse gover- bilidades do FGC venham a representar menos que 2% (dois por
namental instituídos por lei; cento) do total dos saldos das contas cobertas pela garantia, as ins-
III - os depósitos judiciais; tituições associadas deverão voltar a recolher as contribuições, até
IV - qualquer instrumento financeiro que contenha cláusula que as disponibilidades voltem a atingir o patamar de 2% (dois por
de subordinação, autorizado ou não pelo Banco Central do Brasil cento) do total dos saldos das contas cobertas pela garantia.
a integrar o patrimônio de referência das instituições financeiras e § 2º Para efeito da quantificação das disponibilidades do FGC,
das demais instituições autorizadas a funcionar pela referida Au- devem ser considerados os saldos disponíveis em caixa e em apli-
tarquia. cações financeiras líquidas.
§ 2º Não são cobertos pela garantia ordinária os créditos por § 3º Consideram-se aplicações financeiras líquidas, para efei-
cotas de fundos de investimento administrados por instituições as- to do § 2.º, aquelas registradas no ativo circulante do balanço do
sociadas. exercício e dos balancetes mensais.
§ 3º O total de créditos de cada pessoa contra a mesma ins-
tituição associada, ou contra todas as instituições associadas do Art. 4º Ocorridas as situações previstas nos incisos do art.
3.º do estatuto, a informação sobre os valores correspondentes ao
mesmo conglomerado financeiro, será garantido até o valor de R$
pagamento da garantia será fornecida diretamente ao FGC pelo
250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais).
representante legal da instituição associada, cabendo ao FGC a
§ 4º Para efeito da determinação do valor garantido dos cré-
designação da instituição financeira encarregada dos pagamentos.
ditos de cada pessoa, devem ser observados os seguintes critérios:
I - titular do crédito é aquele em cujo nome o crédito estiver
CAPÍTULO II
registrado na escrituração da instituição associada ou aquele desig-
DA GARANTIA ESPECIAL
nado em título por ela emitido ou aceito;
II - devem ser somados os créditos de cada credor identificado
Art. 5º São objeto da garantia especial proporcionada pelo
pelo respectivo número de registro no Cadastro de Pessoas Físicas
FGC os depósitos a prazo, sem emissão de certificado, nas condi-
(CPF)/Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) contra todas ções e nos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacio-
as instituições associadas do mesmo conglomerado financeiro; nal, captados pelas instituições autorizadas.
III - na hipótese de aplicação em título de crédito relacionado § 1º Os depósitos de que trata o caput serão conhecidos como
nos incisos do caput cuja negociação seja intermediada por insti- “Depósitos a Prazo com Garantia Especial do FGC (DPGE)” e
tuição integrante do Sistema Financeiro Nacional (SFN), a titula- assim devem ser especificados nos contratos.
ridade dos créditos contra as instituições associadas ao FGC deve § 2º A cobertura do FGC ao DPGE somente será exigida nas
ser comprovada, pelo cliente da instituição intermediária na ope- situações de que trata o art. 3.º do estatuto do FGC, devendo ser
ração, mediante a apresentação da nota de negociação do título na paga em até 3 (três) dias úteis após a decretação de intervenção
forma da Circular n.º 915, de 13 de fevereiro de 1985; ou de liquidação extrajudicial, cabendo ao FGC a designação de
IV - os créditos titulados por associações, condomínios, co- instituição financeira para executar o pagamento dos investimen-
operativas, grupos ou administradoras de consórcio, entidades de tos garantidos.
previdência complementar, sociedades seguradoras, sociedades de § 3º O prazo de até 3 (três) dias para a liquidação será esten-
capitalização e demais sociedades e associações sem personalida- dido, na hipótese de divergência ou atraso na entrega de infor-
de jurídica e entidades assemelhadas serão garantidos até o valor mações e documentos, até que os procedimentos publicados pelo
de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) na totalidade de FGC em seu sítio na internet sejam atendidos.
seus haveres em um mesmo conglomerado financeiro; § 4º Os depósitos de que trata o caput devem ser celebrados
V - nas contas conjuntas, o valor da garantia é limitado a R$ com um único titular, a ser identificado pelo respectivo número
250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), ou ao saldo da conta, do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou do Cadastro Nacional
quando inferior a esse limite, dividido pelo número de titulares, de Pessoa Jurídica (CNPJ), vedada a manutenção de depósitos na
sendo o crédito do valor garantido feito de forma individual. modalidade de conta conjunta.
Didatismo e Conhecimento 70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 5º A cobertura do FGC ao DPGE será corrigida pelos índi-
ces contratuais dos respectivos instrumentos até a data da decre- ÉTICA PROFISSIONAL.
tação da intervenção ou da liquidação extrajudicial de instituição
associada.
Art. 6º O total de créditos de cada pessoa contra a mesma A ética é composta por valores reais e presentes na socieda-
instituição associada ao FGC, ou contra todas as instituições de, a partir do momento em que, por mais que às vezes tais valo-
associadas do mesmo conglomerado financeiro, relativo aos res apareçam deturpados no contexto social, não é possível falar
DPGE, será garantido até o valor máximo de R$ 20.000.000,00 em convivência humana se esses forem desconsiderados. Entre
(vinte milhões de reais). tais valores, destacam-se os preceitos da Moral e o valor do justo
Parágrafo único. Para efeito da determinação do valor ga- (componente ético do Direito).
rantido dos créditos de cada depositante, serão observados os Se, por um lado, podemos constatar que as bruscas transfor-
seguintes critérios: mações sofridas pela sociedade através dos tempos provocaram
I - titular do crédito é aquele em cujo nome o crédito estiver uma variação no conceito de ética, por outro, não é possível negar
registrado na escrituração da instituição associada ou aquele de- que as questões que envolvem o agir ético sempre estiveram pre-
signado em título por ela emitido ou aceito; sentes no pensamento filosófico e social. Aliás, um marco da ética
II - devem ser somados os créditos de cada credor identifica- é a sua imutabilidade: a mesma ética de séculos atrás está vigente
do pelo respectivo Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadas- hoje, por exemplo, respeitar ao próximo nunca será considerada
tro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) contra todas as institui- uma atitude antiética. Outra característica da ética é a sua validade
ções associadas do mesmo conglomerado financeiro; universal, no sentido de delimitar a diretriz do agir humano para
III - os créditos titulados por associações, condomínios, co- todos os que vivem no mundo. Não há uma ética conforme cada
operativas, grupos ou administradoras de consórcio, entidades de época, cultura ou civilização: a ética é uma só, válida para todos
previdência complementar, sociedades seguradoras, sociedades eternamente, de forma imutável e definitiva.
de capitalização e demais sociedades e associações sem persona- Quanto à etimologia da palavra ética: No grego existem duas
vogais para pronunciar e grafar a vogal e, uma breve, chamada
lidade jurídica e entidades assemelhadas serão garantidos até o
epsílon, e uma longa, denominada eta. Éthos, escrita com a vo-
valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais) na totalidade
gal longa, significa costume; porém, se escrita com a vogal breve,
de seus haveres em um mesmo conglomerado financeiro.
éthos, significa caráter, índole natural, temperamento, conjunto das
disposições físicas e psíquicas de uma pessoa.1
Art. 7º O limite de captação dos depósitos, para efeito do
A ética passa por certa evolução natural através da história,
art. 5.º deste regulamento, é aquele estabelecido pelo Conselho
mas uma breve observação do ideário de alguns pensadores do
Monetário Nacional.
passado permite perceber que ela é composta por valores comuns
desde sempre consagrados.
Art. 8º As instituições financeiras que captarem DPGE de- Entre os elementos que compõem a Ética, destacam-se a Mo-
vem fornecer aos titulares desses depósitos comprovante do re- ral e o Direito. Assim, a Moral não é a Ética, mas apenas parte dela.
gistro específico do depósito, emitido pela entidade registradora. Neste sentido, Moral vem do grego Mos ou Morus, referindo-se
Parágrafo único. O comprovante de registro específico de exclusivamente ao regramento que determina a ação do indivíduo.
que trata o caput deve ser remetido ao depositante em até 5 (cin- Assim, Moral e Ética não são sinônimos, não apenas pela
co) dias úteis após a contratação da operação. Moral ser apenas uma parte da Ética; mas principalmente porque
enquanto a Moral é entendida como a prática, como a realização
CAPÍTULO III efetiva e cotidiana dos valores; a Ética é entendida como uma “fi-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS losofia moral”, ou seja, como a reflexão sobre a moral. Moral é
ação, Ética é reflexão.
Art. 9º O recebimento dos créditos contra instituições associa- A ética está presente em todas as esferas da vida de um indi-
das por meio de procurações deverá ser previamente justificado e víduo e da sociedade que ele compõe e é fundamental para a ma-
aprovado pelo FGC. nutenção da paz social que todos os cidadãos (ou ao menos grande
parte deles) obedeçam os ditames éticos consolidados. A obediên-
Art. 10. Detectada a ocorrência de procedimentos que possam cia à ética não deve se dar somente no âmbito da vida particular,
propiciar, mediante a utilização de artifícios, o pagamento de valor mas também na atuação profissional, principalmente se tal atuação
superior ao limite estabelecido, com o intuito de beneficiar uma se der no âmbito estatal.
mesma pessoa, ou de operações cujas condições pactuadas reve- O Estado é a forma social mais abrangente, a sociedade de fins
lem indícios de fraude, o FGC, mediante decisão fundamentada gerais que permite o desenvolvimento, em seu seio, das individua-
referente ao específico depositante ou investidor, poderá suspender lidades e das demais sociedades, chamadas de fins particulares. O
o pagamento até o esclarecimento do fato. Estado, como pessoa, é uma ficção, é um arranjo formulado pelos
Parágrafo único. Compete ao interessado demonstrar a lisura homens para organizar a sociedade de disciplinar o poder visando
dos procedimentos adotados, ficando a critério do FGC acatar ou que todos possam se realizar em plenitude, atingindo suas finali-
não os argumentos e as provas que forem apresentados. dades particulares.
1 CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 13. ed. São Paulo:
Ática, 2005.
Didatismo e Conhecimento 71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O Estado tem um valor ético, de modo que sua atuação deve - Princípio da independência profissional - a maior autonomia
se guiar pela moral idônea. Mas não é propriamente o Estado que no exercício da profissão do operador do Direito não deve impedir
é aético, porque ele é composto por homens. Assim, falta ética ou o caráter ético.
não aos homens que o compõem. Ou seja, o bom comportamento - Princípio da reserva - deve-se guardar segredo sobre as in-
profissional do funcionário público é uma questão ligada à ética formações que acessa no exercício da profissão.
no serviço público, pois se os homens que compõem a estrutura - Princípio da lealdade e da verdade - agir com boa-fé e de
do Estado tomam uma atitude correta perante os ditames éticos há forma correta, com lealdade processual.
uma ampliação e uma consolidação do valor ético do Estado. - Princípio da discricionariedade - geralmente, o profissional
Alguns cidadãos recebem poderes e funções específicas den- do Direito é liberal, exercendo com boa autonomia sua profissão.
tro da administração pública, passando a desempenhar um papel - Outros princípios éticos, como informação, solidariedade,
de fundamental interesse para o Estado. Quando estiver nesta con- cidadania, residência, localização, continuidade da profissão, li-
dição, mais ainda, será exigido o respeito à ética. Afinal, o Estado berdade profissional, função social da profissão, severidade consi-
é responsável pela manutenção da sociedade, que espera dele uma go mesmo, defesa das prerrogativas, moderação e tolerância.
conduta ilibada e transparente. Vale destacar que, se a Ética, num sentido amplo, é composta
Quando uma pessoa é nomeada como servidor público, passa por ao menos dois elementos - a Moral e o Direito (justo); no caso
a ser uma extensão daquilo que o Estado representa na sociedade, da disciplina da Ética no Setor Público a expressão é adotada num
devendo, por isso, respeitar ao máximo todos os consagrados pre- sentido estrito - ética corresponde ao valor do justo, previsto no
ceitos éticos. Direito vigente, o qual é estabelecido com um olhar atento às pres-
Todas as profissões reclamam um agir ético dos que a exer- crições da Moral para a vida social. Em outras palavras, quando se
cem, o qual geralmente se encontra consubstanciado em Códigos fala em ética no âmbito do Estado não se deve pensar apenas na
de Ética diversos atribuídos a cada categoria profissional. No caso Moral, mas sim em efetivas normas jurídicas que a regulamentam,
das profissões na esfera pública, esta exigência se amplia. o que permite a aplicação de sanções. Veja o organograma:
Não se trata do simples respeito à moral social: a obrigação
ética no setor público vai além e encontra-se disciplinada em de-
talhes na legislação, tanto na esfera constitucional (notadamente
no artigo 37) quanto na ordinária (em que se destacam o Decreto
n° 1.171/94 - Código de Ética - a Lei n° 8.429/92 - Lei de Impro-
bidade Administrativa - e a Lei n° 8.112/90 - regime jurídico dos
servidores públicos civis na esfera federal).
Em geral, as diretivas a respeito do comportamento profissio-
nal ético podem ser bem resumidas em alguns princípios basilares.
Segundo Nalini2, o princípio fundamental seria o de agir de
acordo com a ciência, se mantendo sempre atualizado, e de acordo
com a consciência, sabendo de seu dever ético; tomando-se como
princípios específicos:
- Princípio da conduta ilibada - conduta irrepreensível na
vida pública e na vida particular.
- Princípio da dignidade e do decoro profissional - agir da me-
lhor maneira esperada em sua profissão e fora dela, com técnica, Logo, as regras éticas do setor público são mais do que regu-
justiça e discrição. lamentos morais, são normas jurídicas e, como tais, passíveis de
- Princípio da incompatibilidade - não se deve acumular fun- coação. A desobediência ao princípio da moralidade caracteriza
ções incompatíveis. ato de improbidade administrativa, sujeitando o servidor às pe-
- Princípio da correção profissional - atuação com transparên- nas previstas em lei. Da mesma forma, o seu comportamento em
cia e em prol da justiça. relação ao Código de Ética pode gerar benefícios, como promo-
- Princípio do coleguismo - ciência de que você e todos os ções, e prejuízos, como censura e outras penas administrativas.
demais operadores do Direito querem a mesma coisa, realizar a A disciplina constitucional é expressa no sentido de prescrever
justiça. a moralidade como um dos princípios fundadores da atuação da
- Princípio da diligência - agir com zelo e escrúpulo em todas administração pública direta e indireta, bem como outros princí-
funções. pios correlatos. Assim, o Estado brasileiro deve se conduzir mo-
- Princípio do desinteresse - relegar a ambição pessoal para ralmente por vontade expressa do constituinte, sendo que à imo-
buscar o interesse da justiça. ralidade administrativa aplicam-se sanções.
- Princípio da confiança - cada profissional de Direito é dota- Considerados os princípios administrativos basilares do art.
do de atributos personalíssimos e intransferíveis, sendo escolhido 37 da CF, destaca-se a existência de um diploma específico que
por causa deles, de forma que a relação estabelecida entre aquele estabelece a ação ética esperada dos servidores públicos, qual seja
que busca o serviço e o profissional é de confiança. o Decreto n° 1.171/94.
- Princípio da fidelidade - Fidelidade à causa da justiça, aos Vale lembrar que o Código de Ética foi expedido pelo Pre-
valores constitucionais, à verdade, à transparência. sidente da República, considerada a atribuição da Constituição
2 NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 8. ed. São Federal para dispor sobre a organização e o funcionamento da
Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. administração pública federal, conforme art. 84, IV e VI da Cons-
Didatismo e Conhecimento 72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
tituição Federal: “IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as ITAMAR FRANCO
leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel exe- Romildo Canhim
cução; [...] VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização
e funcionamento da administração federal, quando não implicar Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.6.1994.
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos”. Exata- ANEXO
mente por causa desta atribuição que o Código de Ética em estudo Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
adota a forma de decreto e não de lei, já que as leis são elaboradas Poder Executivo Federal
pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional).
O Decreto n° 1.171/94 é um exemplo do chamado poder re- CAPÍTULO I
gulamentar inerente ao Executivo, que se perfaz em decretos re- Seção I
gulamentares. Embora sejam factíveis decretos autônomos3, não Das Regras Deontológicas
é o caso do decreto em estudo, o qual encontra conexão com di-
plomas como as Leis n° 8.112/90 (regime jurídico dos servidores
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos
públicos federais) e Lei n° 8.429/92 (lei de improbidade adminis-
princípios morais são primados maiores que devem nortear o ser-
trativa), além da Constituição Federal.
vidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele,
Disto extrai-se que a adoção da forma de decreto não signifi-
ca, de forma alguma, que suas diretrizes não sejam obrigatórias: já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal.
o servidor público federal que desobedecê-las estará sujeito à Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a
apuração de sua conduta perante a respectiva Comissão de Ética, preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
que enviará informações ao processo administrativo disciplinar, II - O servidor público não poderá jamais desprezar o ele-
podendo gerar até mesmo a perda do cargo, ou aplicará a pena de mento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente
censura nos casos menos graves. entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o in-
conveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37,
caput, e § 4°, da Constituição Federal.
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público III - A moralidade da Administração Pública não se limita à
Civil do Poder Executivo Federal. distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de
que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá con-
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o solidar a moralidade do ato administrativo.
disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tribu-
da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e tos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e
12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992, por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade adminis-
trativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua
DECRETA: aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em
fator de legalidade.
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Ser- V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a
vidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio
baixa. bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito
desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Fe-
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional
deral direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as pro-
e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público.
vidências necessárias à plena vigência do Código de Ética, in-
Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua
clusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética,
vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na
integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo
efetivo ou emprego permanente. vida funcional.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações poli-
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será ciais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a
comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidên- serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos
cia da República, com a indicação dos respectivos membros titu- termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo consti-
lares e suplentes. tui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão com-
prometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode
omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria
Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado
da República. pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do
3 LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15. erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a
ed. São Paulo: Saraiva, 2011. dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
Didatismo e Conhecimento 73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de repre-
ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar sentar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em
mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente que se funda o Poder Estatal;
significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de
qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer fa-
por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao vores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações
equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;
de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências espe-
esperanças e seus esforços para construí-los. cíficas da defesa da vida e da segurança coletiva;
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de so- l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua
lução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativa-
a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na mente em todo o sistema;
prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer
ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências
usuários dos serviços públicos. cabíveis;
XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, se-
de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, guindo os métodos mais adequados à sua organização e distribui-
assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o desca- ção;
so e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com
e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a reali-
pública. zação do bem comum;
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao
exercício da função;
trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de ser-
sempre conduz à desordem nas relações humanas.
viço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura or-
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções
ganizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabo-
superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível,
ra e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública
com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa
é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento
ordem.
da Nação.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem
de direito;
Seção II t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais
Dos Principais Deveres do Servidor Público que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos
legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdi-
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: cionados administrativos;
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder
emprego público de que seja titular; ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimen- que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer
to, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações violação expressa à lei;
procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe so-
outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que bre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral
exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; cumprimento.
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade Seção III
do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas Das Vedações ao Servidor Público
opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição es- XV - E vedado ao servidor público;
sencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo,
cargo; posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoan- si ou para outrem;
do o processo de comunicação e contato com o público; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servi-
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios dores ou de cidadãos que deles dependam;
éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços pú- c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente
blicos; com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, res- Ética de sua profissão;
peitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usu- d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exer-
ários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou cício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano
distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho moral ou material;
político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu
dano moral; alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
Didatismo e Conhecimento 74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, capri- permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribui-
chos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato ção financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qual-
com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com quer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações
colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as so-
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer ciedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça
tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação o interesse do Estado.
ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer XXV - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar
outro servidor para o mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva enca- GUIA DE CONDUTA ÉTICA DO
minhar para providências; SISTEMA FINANCEIRO BANESTES
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do
atendimento em serviços públicos;
j) desviar servidor público para atendimento a interesse par-
ticular;
CAPÍTULO I
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente auto-
rizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patri-
1. Apresentação
mônio público;
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito
Apresentamos o Guia de Conduta Ética do Sistema
interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de ami-
Financeiro BANESTES, elaborado com a participação de todos
gos ou de terceiros;
os empregados.
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habi-
Ele nasce da realidade profissional em que estamos inseridos,
tualmente;
bem como do desejo de aprimorarmos continuamente a nossa
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente con-
conduta e, assim, consolidar a imagem de nossa Instituição na
tra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;
sociedade.
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a
Um Guia de Conduta Ética deve visar ao bem comum e reunir
empreendimentos de cunho duvidoso.
os princípios que deverão orientar a conduta humana dentro das
Organizações, a tomada de decisão, a forma de ser e de agir,
CAPÍTULO II
respeitando as diferenças individuais e as diversidades culturais.
DAS COMISSÕES DE ÉTICA
Mais do que uma ferramenta de trabalho, este guia deve ser
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pú-
a nossa inspiração e fonte incessante geradora de reflexão para o
blica Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em
exercício profissional ético.
qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas
pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética,
Por meio de um diálogo coletivo nas unidades, pretende-se
encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional
facilitar a disseminação deste Guia para que ele cumpra o seu
do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio
propósito de orientar a conduta de todos. Uma Organização forte,
público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação
saudável e duradoura é construída pelas pessoas que nela trabalha
ou de procedimento susceptível de censura.
e em todos os âmbitos de atuação.
XVII - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos orga-
Estamos indo além da redação de um texto de intenções para
nismos encarregados da execução do quadro de carreira dos
o bem comum, ao instituirmos paralelamente a este Guia, um
servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de
Conselho de Conduta Ética no Sistema Banestes, que deverá ter
instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedi-
um papel preventivo e ser um suporte para orientar e harmonizar
mentos próprios da carreira do servidor público.
as posturas individuais e coletivas.
XIX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
Este Guia de Conduta Ética, além de uma exigência da
XX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
Resolução 2554/98, do Banco Central do Brasil, deve ser um
XXI - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
compromisso individual de cada profissional em construir
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de
diariamente a Instituição.
Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo
Em cada gesto, em cada atitude e em cada silêncio desenhamos
parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do
a imagem de nossa Instituição. Por isso, aceite o nosso convite de
faltoso.
subordinar-se aos princípios de conduta ética aqui descritos.
XXIII - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético,
A Diretoria.
entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei,
contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza
Didatismo e Conhecimento 75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CAPÍTULO – II 4.4. Temperança
4.4.1. O profissional deve desempenhar suas atribuições com
2. Objetivo moderação e sobriedade, utilizando-se das prerrogativas inerentes
ao cargo/função e os meios de que dispõe unicamente para a
2.1. Reunir os princípios éticos que norteiam as atividades execução ou cumprimento de seus deveres.
e que devem, continuamente, ser observados em todos os níveis 4.4.2. Evitar qualquer ostentação que possa pôr em dúvida sua
funcionais do Sistema Financeiro Banestes, bem como em cada honestidade ou sua disposição para o cumprimento dos deveres
ação profissional, visando ao aprimoramento da conduta humana. próprios do cargo/função.
2.2. Promover a educação ética e prevenir condutas 4.5. Respeito
disfuncionais. 4.5.1. O profissional deve tratar as pessoas com respeito.
2.3. Fortalecer a imagem da Instituição e dos seus profissionais Tratar as pessoas com respeito significa não discriminar ou permitir
junto à sociedade. a discriminação; não destratar, ameaçar, oprimir, constranger,
caluniar ou desqualificar quem quer que seja.
3. Abrangência 4.5.2. Respeitar o outro é também proporcionar autonomia e
3.1. Este Guia de Conduta Ética aplica-se a todos os dirigentes, dar as informações de que os outros precisam para tomar decisões.
empregados, estagiários e prestadores de serviço do Sistema 4.6. Responsabilidade
Financeiro Banestes, os quais, doravante, serão denominados de 4.6.1. O profissional deve cumprir seus deveres e atribuições
profissionais. com responsabilidade.
3.2. Para efeito deste Guia de Conduta Ética, considera-se que 4.6.2. Quanto mais elevado for o cargo ou função que o
o Sistema Financeiro Banestes é composto pelas empresas: profissional ocupa, maior é a sua responsabilidade para divulgar e
3.2.1. Banestes S.A – Banco do Estado do Espírito Santo S.A. propagar as diretrizes deste Guia, a fim de que ele seja cumprido.
3.2.2. Banestes Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários
S.A 5. Princípios Éticos Funcionais
3.2.3. Banestes Seguros S.A O profissional, no exercício de suas atribuições, em
3.2.4. Banestes Leasing S.A. Arrendamento Mercantil qualquer área de atuação ou de atividades no Sistema Financeiro
3.2.5. Banescard - Administração de Cartões de Crédito e Banestes, deverá agir dentro dos seguintes princípios e condutas
Serviços Ltda. recomendáveis, observando também a consonância com os demais
3.2.6. Banestes Corretora, Administração e Corretagem de normativos internos.
Seguros, Previdência e Capitalização Ltda. 5.1. Lealdade
3.2.7. Baneses Clube de Seguros 5.1.1. O profissional do Sistema Financeiro Banestes tem o
3.2.8. Banescaixa – Caixa de Assistência dos Empregados do dever de lealdade para com os compromissos de sua Instituição.
Sistema Financeiro Banestes 5.1.2. Os produtos e serviços oferecidos pelo Sistema Banestes
são o resultado do trabalho de seus profissionais.
4. Princípios Éticos Gerais Ninguém melhor que esses mesmos profissionais para
reconhecer isso, comprando e utilizando prioritariamente esses
Dentre os princípios éticos que fundamentam a conduta produtos e serviços. Eventuais motivos para não utilizá-los/
humana, o Sistema Financeiro Banestes adota os seguintes como comprá-los devem ser informados aos gestores do produto ou
prioritários e comum a todos os relacionamentos: serviço, para análise e reavaliação.
4.1. Probidade 5.2. Aptidão
O profissional deve exteriorizar uma conduta honesta e 5.2.1. Os responsáveis pela designação ou indicação de
justa. Deve agir com integridade de caráter, retidão e honradez, pessoas para ocupar funções de confiança têm o dever de verificar
procurando satisfazer o interesse geral e descartando toda a o atendimento, pelo candidato, dos requisitos de idoneidade.
vantagem pessoal, quer para si, quer para terceiros. 5.2.2. Nenhum profissional deve aceitar assumir função para
4.2. Prudência a qual não tenha aptidão, ou não esteja ou não se sinta preparado
4.2.1. O profissional deve agir com capacidade sobre assuntos e habilitado.
submetidos à sua consideração. 5.3. Capacitação
4.2.2. O profissional, no exercício das atribuições, deve
inspirar confiança nos superiores hierárquicos e na comunidade. O profissional deve capacitar-se para desempenhar as
suas atribuições, mantendo-se atualizado, quer pela leitura dos
4.2.3. Evitar ações que possam pôr em risco a finalidade normativos internos e de matérias especializadas, quer pela
de suas atribuições, o patrimônio das empresas que compõem participação em treinamentos ofertados ou não pelo Sistema
o Sistema Financeiro Banestes e a boa imagem que deve ter a Financeiro Banestes.
sociedade sobre os profissionais desta Instituição. 5.4. Legalidade
4.3. Idoneidade
O profissional deve:
Ser idôneo é ter competência técnica, legal e moral e é condição
essencial para o acesso e exercício das atribuições exigidas pelo 5.4.1. Conhecer e cumprir os normativos do Sistema Financeiro
cargo/função no Sistema Financeiro Banestes. Banestes, a legislação que regula a atividade bancária, e outros
necessários ou relacionados ao cumprimento das atribuições.
Didatismo e Conhecimento 76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
5.4.2. Avaliar a conformidade dos normativos internos com 5.12. Zelo
os normativos externos e buscar soluções para a atualização, caso
necessário. O profissional deve:
5.5. Transparência
5.12.1. Proteger e conservar os bens do Sistema Financeiro
O profissional deve: Banestes, utilizando de maneira racional os que forem destinados
ao exercício das suas atividades.
5.5.1. Expressar-se com veracidade em suas relações 5.12.2. Esforçar-se para, no exercício de suas atribuições,
funcionais e contribuir para clarificação da verdade. executá-las com qualidade.
5.5.2. Ajustar sua conduta ao direito que tem o seu colega de 5.12.3. O profissional não poderá utilizar os bens da
trabalho de estar informado sobre as atividades da empresa. Instituição ou permitir que terceiros os usem para fins particulares
5.5.3. Enviar, quando solicitado, à Gerência de Controles ou propósitos que não sejam aqueles para os quais tenham sido
Internos, a Declaração de Bens e Rendas. destinados.
5.6. Discrição 5.12.4. Não se considera para fins particulares a guarda de
5.6.1. O profissional deve manter reserva em relação a fatos bens do Sistema Financeiro Banestes que, por relevantes razões
ou informações de que tenha conhecimento no exercício de suas de serviço, o profissional tenha que utilizá-los fora do local de
atribuições e em conseqüência delas. trabalho.
5.6.2. O profissional não deve contribuir com a divulgação 5.13. Uso Apropriado do Tempo de Trabalho
de informações não verídicas, fomentando possíveis intrigas entre 5.13.1. O profissional deve usar, com responsabilidade, o
colegas. tempo oficial de trabalho para cumprir as suas atribuições.
5.7. Sigilo 5.13.2. O profissional não deve solicitar a seus subordinados
5.7.1. O profissional tem o dever e a responsabilidade de que empreguem o tempo oficial de trabalho para realizar atividades
manter e garantir o sigilo em suas operações de cunho bancário que não sejam as requeridas para o desempenho de suas tarefas ou
e cumprir sempre as condições previamente pactuadas, em deveres do cargo.
5.14. Cooperação
conformidade com o que determina o regulamento e a legislação
5.14.1. Visando minimizar, neutralizar ou superar as
da atividade bancária.
dificuldades que se apresentam no cotidiano da empresa, o
5.7.2. O profissional deve ser guardião do sigilo e das
profissional pode, em situações extraordinárias, realizar tarefas
informações e opções estratégicas do Sistema Financeiro Banestes.
que, por sua natureza ou modalidade, não são as estritamente
5.8. Hierarquia
inerentes ao seu cargo ou função.
5.14.2. O profissional ao qual seja atribuído o cometimento
O profissional deve cumprir as ordens de serviço recebidas de alguma irregularidade, fraude ou crime, deve cooperar com
de seus superiores hierárquicos competentes, respeitando as a investigação e implementar ações necessárias para clarificar a
obrigações decorrentes dos Estatutos e Normas Internas, bem situação.
como deste Guia de Conduta Ética. 5.15. Tolerância
5.9. Imparcialidade Frente a críticas de clientes, público em geral e colegas de
5.9.1. O profissional deve apresentar conduta de imparcialidade trabalho, o profissional deve ser paciente e manter um elevado
no desempenho de suas atribuições. grau de tolerância.
5.9.2. O profissional não deve se envolver em situações, 5.16. Liberdade de Expressão
atividades ou interesses incompatíveis com o cargo/função que O profissional deve sentir-se livre para dar sugestões e fazer
exerce. críticas, bem como ser receptivo às sugestões e críticas fornecidas
5.10. Igualdade de Tratamento pelos colegas, superiores hierárquicos e pelos profissionais sob sua
5.10.1. O profissional deve evitar atitudes discriminatórias subordinação, sempre que isso se reverter em benefícios para a
nas suas relações funcionais, procurando dar a todos tratamento empresa.
igualitário em situações similares. 5.17. Conflito de Interesse
5.10.2. É inaceitável qualquer atitude que discrimine as Conflito de interesse significa qualquer situação em que o
pessoas em função de cor, sexo, religião, origem, classe social, profissional possa ter sua capacidade de julgamento e decisão
estado civil, idade, orientação sexual ou incapacidade física. afetada, podendo incorrer ou sugerir quebra do princípio da
5.11. Exercício Adequado do Cargo ou Função imparcialidade e favorecer interesses pessoais e/ou de terceiros,
5.11.1. O profissional, por meio do uso de seu cargo, função, em detrimento do interesse maior do Sistema Financeiro Banestes.
autoridade, influências ou aparência de influência, não deve obter O profissional não deve:
nem procurar benefícios ou vantagens indevidas, para si ou para 5.17.1. Manter relações nem aceitar situações em cujo
outros. contexto seus interesses pessoais, profissionais, econômicos
5.11.2. O profissional não deve adotar represália de nenhum ou financeiros poderiam estar em conflito com a execução ou
tipo ou exercer coerção alguma contra outros profissionais, ou cumprimento das atribuições e deveres sob sua responsabilidade e/
ainda, adotar atitudes que possam configurar assédio moral. ou com os objetivos do Sistema Financeiro Banestes. Essa conduta
5.11.3. O profissional deve abster-se de condutas ou atitudes visa preservar a independência de critério e o princípio de justiça.
que possam configurar assédio sexual. Entende-se assédio sexual 5.17.2. Dirigir, administrar, assessorar, patrocinar, representar
no trabalho como sendo uma insinuação ou proposta sexual ou prestar serviços, remunerados ou não, para pessoas que
repetida e não desejada por uma das partes, podendo ser verbal, negociam, fornecem bens ou serviços ou exploram concessões do
subentendida, gestual ou física. Sistema Financeiro Banestes.
Didatismo e Conhecimento 77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
5.17.3. Manter vínculos que signifiquem benefícios ou 6. 4. Relacionamento com os Prestadores de Serviços 6.4.1.
obrigações com entidades investigadas pela unidade na qual esteja A idoneidade é um critério primordial no relacionamento com
desenvolvendo suas atribuições. prestadores de serviços e fornecedores.
5.18. Administração Financeira Pessoal 6.4.2. Contratação de prestadores de serviços baseada em
critérios técnicos, conduzindo os processos dentro dos princípios
Ao contrair dívidas pessoais, o profissional deve observar sua da legalidade, imparcialidade e transparência, bem como zelando
capacidade de endividamento e cumprir o compromisso assumido, pela qualidade e viabilidade econômica dos serviços contratados e
evitando a inadimplência. dos produtos adquiridos.
5.19. Nepotismo ou Favoritismo 6.5. Relacionamento com os Concorrentes
6.5.1. Competitividade exercida com base no princípio
O profissional não deve designar parentes, cônjuge/ da lealdade e manutenção de um relacionamento pautado na
companheiro(a) para prestação de serviços e nem para ocupar civilidade.
cargo e/ou função no Sistema Financeiro Banestes. 6.5.2. Obtenção de informações de maneira lícita e
5.20. Acumulação de Cargos/Funções transparente, preservando o sigilo dessas informações.
O profissional que ocupa função de confiança não deve 6.5.3. Disponibilização de informações fidedignas por meio
exercer outras atividades remuneradas que possam prejudicar de fontes autorizadas.
o desempenho de suas atribuições na Instituição ou que possam 6. 6. Relacionamento com o Setor Público
gerar conflito de interesse. 6.6.1. Orientado nos princípios de legalidade, impessoalidade,
6. Princípios de Condutas ao Relacionar-se com os Diversos honestidade e integridade em todos os contatos com o setor
Setores da Sociedade. público, atendendo às solicitações com informações fidedignas e
O Sistema Financeiro Banestes, por meio dos seus profissionais, tempestivas.
ao relacionar-se com os diversos setores da sociedade, deverá 6.6.2. Abstenção de comentários sobre atos ou atitudes de
espelhar suas ações nos seguintes padrões de conduta: servidores públicos ou comentário de natureza político-partidária.
6.1. Relacionamento com os Clientes 6.7. Relacionamento com Associações, Entidades de Classe e
6.1.1. Satisfação dos clientes e respeito aos seus direitos, Institutos de Defesa do Consumidor
6.7.1. Reconhecimento das associações e entidades de classe
buscando soluções que atendam aos interesses e necessidades
legalmente constituídas e institutos de defesa do consumidor, com
sempre em conformidade com os objetivos de desenvolvimento,
prioridade para negociar a resolução de conflitos e interesses.
segurança e rentabilidade da Instituição.
6.7.2. Apoio às iniciativas que resultem em benefícios e
6.1.2. Atendimento digno, com cortesia, eficiência e respeito,
melhoria da qualidade de vida dos profissionais e de seus familiares.
oferecendo informações claras, precisas e transparentes. O cliente
6.8. Relacionamento com a Mídia
deve obter respostas, mesmo que negativas, às suas solicitações,
6.8.1. O Sistema Financeiro Banestes relaciona-se com a
de maneira adequada e tempestiva. Mídia somente por meio de profissionais autorizados formalmente.
6.1.3. Receptividade às opiniões dos clientes para a melhoria 6.8.2. O Sistema Financeiro Banestes fornece informações
do atendimento, dos produtos e dos serviços. claras e tempestivas de caráter societário e de fatos relevantes aos
6.1.4. Ausência de tratamento preferencial a quem quer que seus clientes, aos investidores, à imprensa e ao público em geral
seja por interesse ou sentimento pessoal. por meio de fontes autorizadas.
6.1.5. Ausência de vínculos de qualquer natureza com 6.9. Relacionamento via Internet, Intranet e Correio Eletrônico
organizações ou clientes cujas condutas não sejam compatíveis 6.9.1. Considerando o avanço tecnológico nos meios
com padrões éticos e de responsabilidade, bem como contribuir de comunicação que possibilita a busca ou a veiculação de
para prevenção de crimes de lavagem de dinheiro. informações através da rede internet, intranet e correio eletrônico,
6.1.6. Ausência de atitudes que estimulam a transferência de os profissionais do Sistema Financeiro Banestes deverão orientar-
contas de clientes por motivo do relacionamento Gerente x Cliente se pelos princípios éticos definidos neste Guia e respeitar as
sobrepor ao relacionamento normas específicas.
6.9.2. É vedado o acesso, a busca, o repasse ou a inserção
Banestes x Cliente. de informações nos meios de comunicação acima referidos, que
possam prejudicar as empresas que compõem o sistema e seus
6.2. Relacionamento com a Comunidade profissionais, acionistas e clientes, do ponto de vista financeiro,
6.2.1. Respeito aos valores culturais, esportivos, religiosos, social, de imagem e da concorrência.
políticos ou quaisquer outros reconhecidos pela comunidade.
6.2.2. Reconhecimento da importância das comunidades para 7. Regime de Presentes e Outros Benefícios
o sucesso da empresa e apoio às ações desenvolvimentistas que 7.1. O profissional não deve, direta ou indiretamente, nem
promovam a melhoria das condições sociais da comunidade, bem para si nem para os outros, solicitar, aceitar ou admitir dinheiro,
como do meio ambiente. benefícios, presentes, favores, promessas ou outras vantagens, nas
6. 3. Relacionamento com os Acionistas seguintes situações:
6.3.1. Pro-atividade, agilidade e fidedignidade no fornecimento 7.1.1. Para fazer, retardar ou deixar de fazer as atividades
de informações aos acionistas. inerentes às suas funções.
6.3.2. Administração dos negócios com eficácia, visando ao 7.1.2. Para fazer valer sua influência perante outro profissional,
fortalecimento de sua situação financeira e zelo pela imagem e a fim de que este faça, retarde ou deixe de fazer tarefas inerentes a
patrimônio. seu cargo/função.
Didatismo e Conhecimento 78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
7.2. Presume-se que o benefício está proibido, se proveniente 8.3. Impedimento
de pessoa ou entidade que: 8.3.1. Durante o período de mandato, se houver envolvimento
7.2.1. Desempenhe atividades reguladas ou fiscalizadas pela de qualquer um dos membros do Conselho em processo de apuração
unidade ou entidade em que trabalha. de faltas administrativas ou qualquer outro tipo de irregularidade
7.2.2. Presta serviços na unidade do Sistema Financeiro no Sistema Financeiro Banestes, o membro envolvido ficará
Banestes na qual o empregado desempenha suas atividades. impedido de participar temporariamente, até que se conclua o
7.2.3. Seja ou pretenda ser contratante ou prestador de serviços processo.
no Sistema Financeiro Banestes. Em caso de recebimento de qualquer tipo de penalidade o
7.2.4. Espere uma decisão ou ação da unidade ou entidade em membro ficará impedido de participar do Conselho por um período
que o empregado desempenha suas atividades. de 01 ano, devendo assumir um dos membros suplentes, atendendo
7.2.5. Existam interesses que podem ser significativamente sempre o princípio da paridade do Conselho.
afetados pela decisão, ação, retardo ou omissão da unidade ou 8.3.2. Os membros do Conselho deverão ficar atentos também
entidade na qual o empregado desempenha suas atividades. para os casos de impedimento, quando houver por parte de um
7.3. Ficam excluídos da proibição, os presentes de valor abaixo de seus membros e de modo comprovado, laços de parentesco
de R$100,00 (cem reais), dados por motivo de amizade ou relações ou qualquer tipo de relacionamento afetivo diferenciado com o
pessoais, por ocasião de eventos ou do transcurso de eventos em empregado envolvido, a ponto de ferir o princípio da imparcialidade
que é usual oferecer presentes (natal, aniversários etc.). que requer o processo de análise e decisão.
7.4. Presentes que excedam o valor-limite de R$100,00 (cem 8.4. Deliberação
reais) devem ser informados, por escrito, ao Conselho de Conduta 8.4.1. A aprovação de qualquer matéria submetida ao Conselho
Ética. exigirá voto favorável da maioria da totalidade de seus membros.
8.4.2. Quando não houver consenso dos integrantes, deverá
8. Conselho de Conduta Ética ser efetuado em ata, o registro das discordâncias, com as devidas
justificativas.
As inobservâncias a este Guia de Conduta Ética serão avaliadas 8.5. Principal Objetivo
por um Conselho de Conduta Ética, que se reportará à Diretoria de Assegurar a observância e aplicação do Guia de Conduta
Administração e Tecnologia – DIRAD, e terá dimensionamento Ética a todos os dirigentes, empregados, estagiários e prestadores
paritário. Será composto por membros indicados pela Diretoria de serviço do Sistema Financeiro Banestes.
e membros eleitos pelos empregados do Sistema Financeiro 8.6. Principais Funções
Banestes. 8.6.1. Avaliar permanentemente a contemporaneidade e
8.1. Coordenação pertinência do Guia de Conduta Ética.
O Coordenador do Conselho de Conduta Ética será designado 8.6.2. Determinar as ações necessárias a disseminação do
pela Diretoria, dentre os membros titulares, e terá mandato de 01 Guia de Conduta Ética visando ao aprimoramento da conduta ética
ano, permitida a sua recondução. dentro do Sistema Financeiro Banestes.
8.2. Membros 8.6.3. Apurar, de ofício ou em razão de denúncia, condutas
8.2.1. O Conselho de Conduta Ética é composto por 03 que possam configurar a não observância dos princípios éticos
membros titulares e 03 membros suplentes, indicados pela previstos no Guia de Conduta Ética, podendo para tanto, requisitar
Diretoria e 03 membros titulares e 03 membros suplentes, eleitos a colaboração dos órgãos competentes para a apuração, bem como
pelos empregados do Sistema Financeiro Banestes. recomendar medidas de correção de conduta. O Conselho terá 15
8.2.2. A indicação pela Diretoria, bem como a organização dias para manifestar-se, contados desde o recebimento da demanda
do processo de eleição dos membros para compor o Conselho até a conclusão de seus trabalhos visando a apuração que cada
de Conduta Ética deverá assegurar profissionais que estejam em caso requer, seja através de análises e esclarecimentos diversos;
conformidade com os princípios éticos prescritos nesse Guia. entrevistas; junção de dados, informações e documentos e/ou
8.2.3. O mandato dos membros eleitos do Conselho terá através de qualquer outra ação que o Conselho entender necessário
duração de 02 anos, permitida uma reeleição. O membro, se para a sua manifestação e/ou encerramento e arquivamento do
reeleito, não poderá candidatar-se para uma 2ª reeleição, devendo caso.
aguardar nova eleição para candidatar-se novamente ao Conselho. 8.6.4. Colaborar, quando solicitado, com Órgãos internos e
8.2.4. Aos membros do Conselho serão garantidas condições Órgãos externos legais quanto às questões éticas.
que não descaracterizem suas atividades normais na empresa e os 8.6.5. Analisar e manifestar sobre as questões que lhe forem
trabalhos por eles desenvolvidos, no Conselho, são considerados submetidas, encaminhando-as aos Órgãos internos, quando não
prestação de relevante serviço ao Sistema Financeiro Banestes e estiverem no âmbito de sua competência.
não terão remuneração. 8.6.6. Submeter aos Órgãos internos competentes sugestões
8.2.5. É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do de aprimoramento do Guia de Conduta Ética.
empregado eleito para compor o Conselho, desde o registro de sua 8.6.7. Subsidiar aos Órgãos internos na formulação e
candidatura até o final de seu mandato. implementação de políticas de aperfeiçoamento e cumprimento de
8.2.6. As despesas com viagens, alimentação, estada e condutas éticas.
inscrição em eventos dos membros do Conselho serão autorizadas 8.6.8. Analisar, deliberar e manifestar sobre dúvidas de
pela Diretoria, quando relacionadas com as atividades do interpretação do texto deste Guia.
Conselho, e levadas a débito do CID da Gerência de Controles 8.6.9. Dar ampla divulgação deste Guia, em conjunto com a
Internos - GECOI. Gerência de Controles Internos.
Didatismo e Conhecimento 79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
8.7. Processo Eleitoral 9.3. Está disponível também o canal de comunicação ética@
8.7.1.Compete à Diretoria Administrativa constituir uma banestes.com.br.
comissão eleitoral que será responsável pela organização e 10 GESTÃO DO GUIA DE CONDUTA ÉTICA
acompanhamento do processo eleitoral, bem como por estabelecer
mecanismos para comunicar o início da eleição para a escolha dos A gestão administrativa do Guia de Conduta Ética cabe à
membros do Conselho, que serão eleitos pelos empregados. Gerência de Controles Internos.
8.7.2. O processo eleitoral observará as seguintes condições:
8.7.2.1. Publicação e divulgação de edital, em locais de fácil GUIA DE CONDUTA ÉTICA
acesso e visualização.
8.7.2.2. Inscrição e eleição individual, sendo que o período APÊNDICE
mínimo para inscrição será de quinze dias.
8.7.2.3. Assegurar a liberdade de inscrição para todos os 1. Alguns Pensadores e Alguns Pensamentos Sobre Ética
empregados do Sistema Financeiro Banestes, independente de
“Aos hábitos dignos de louvor chamamos virtudes” Aristóteles
cargo, função, lotação e localização, desde que não tenha sofrido
– filósofo grego Ética a Nicômaco – 384 – 322 a.c.
penalidade nos últimos seis meses.
8.7.2.4. Garantia de emprego para todos os inscritos até a
eleição. “A ética não é uma etiqueta que a gente põe e tira, é uma luz
8.7.2.5. Realização da eleição em dia normal de trabalho, que a gente projeta, para segui-la como nossos pés, do modo que
respeitando os horários de turnos e em horário que possibilite a pudermos, com acertos e erros, sempre e sem hipocrisia. “ Hebert
participação da maioria dos empregados. de Souza. Betinho. sociólogo e ativista social brasileiro. O Estado
8.7.2.6. Voto secreto. de São Paulo. 09/04/94
8.7.2.7. Apuração dos votos, em horário normal de trabalho,
sendo definido pela Comissão Eleitoral a necessidade de “Não é possível pensar os seres humanos longe, sequer, da
acompanhamento de representantes de Sindicatos, Associações da ética, quanto mais fora dela. Estar longe, ou pior, fora da ética,
Categoria etc. entre nós, mulheres e homens, é uma transgressão.” Paulo Freire.
8.7.2.8. Faculdade de eleição por meios eletrônicos. Educador. Pedagogia da Autonomia. Página 37. Paz e Terra – 1996
8.7.2.9. Guarda, pelo empregador, dos documentos
relacionados ao processo eleitoral por um período mínimo de 2 “Tal ética que deverá um dia ser formulada mais claramente,
anos. é particularmente exigente. Ela requer homens dotados de paixão,
8.7.2.10. Os casos de denúncias sobre o processo eleitoral sem a qual imaginação não pode emergir; de julgamento, sem o
deverão ser enviados à Comissão Eleitoral até 15 dias, após a qual nenhuma realização é possível; de referência a um ideal, sem
publicação do resultado da eleição. Em caso de anulação a empresa o qual o desejo não abandona a sua forma arcaica, de aceitação do
convocará nova eleição no prazo máximo de 05 dias, garantindo real e suas obrigações, sem os quais os sonhos mais ambiciosos
as inscrições anteriores e observados todos os prazos e regras se transformam em pesadelo coletivo. Ela também requer que as
estabelecidas para o processo eleitoral. organizações sejam um lugar onde a manipulação é banida e s
8.7.2.11. Assumirão a condição de membros titulares e esforços de todos na construção da organização e na edificação
suplentes, os candidatos mais votados. do social sejam reconhecidos.” Eugène Enriquez. Psicossociólogo
8.7.2.12. Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior Francês. ERA – Revista de Administração de Empresas. Abril/
tempo de de serviços prestados a BANESTES S.A.. Junho de 1997.
8.7.2.13. Os candidatos votados e não eleitos serão
relacionados na ata de eleição e apuração, em ordem decrescente
“O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-o
de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância
ao seu jeito, construir um abrigo protetor e permanente. A ética,
de suplentes.
como morada humana, não é algo pronto e construído de uma
8.7.2.14. Os casos omissos na contemplados neste
regulamento, referentes ao processo eleitoral, serão analisados, só vez. O ser humano está sempre tornando habitável a casa
decididos e conduzidos pela Comissão Eleitoral. que construiu para si. Ético significa , portanto, tudo aquilo
que ajuda a tornar melhor o ambiente pra que seja ma morada
9 CONDUTA DIANTE DE DÚVIDAS OU DE AÇÕES saudável: materialmente sustentável, psicologicamente integrada
CONTRÁRIAS AO GUIA DE CONDUTA DE ÉTICA e espiritualmente fecunda.” Leonardo Boff. Doutor em Teologia e
Filosofia. A Águia e a Galinha. Vozes. 1997.
9.1. Quando sentir-se ou estiver em situação de conflito de
interesses, suspeitar ou tiver conhecimento de fatos que possam “Ética é ter consciência do impacto do seu comportamento
prejudicar a empresa ou que contrariem ou pareçam contrariar os no outro... É trabalhar para que o impacto seja sempre positivo.”
princípios deste guia, comunique imediatamente ao seu superior Elizabeth Zorzi. Consultora em RH, em palestra proferida no XV
hierárquico. Não sendo possível esta comunicação, reportar-se ao Congresso Estadual de Administração de Recursos Humanos.
Conselho de Ética. Vitória/ES. Outubro-03.
9.2. Este Guia de Conduta Ética não detalha, necessariamente,
todos os problemas que possam surgir no dia a dia. Entretanto, 2 ÉTICA E MORAL
as linhas gerais aqui apresentadas permitem avaliar grande parte “As discussões sobre ética costumam começar com uma
das situações. Surgindo dúvidas sobe qual deve ser a conduta mais distinção entre ética e moral. A primeira é entendida como algo
correta a ser adotada procure ajuda de forma transparente. ideal e filosófico.
Didatismo e Conhecimento 80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A segunda como a prática real de um grupo, de uma sociedade. Tem haver com estética, com o fazer bonito. Ser ético e ter
Consideramos que, essa discussão, em geral, traz muito pouca um comportamento na frente das organizações e das pessoas como
luz. Não distinguimos a moral da ética. A palavra ética, vem do aquele que, sinceramente, gostaríamos, que elas tivesses conosco.”
grego ethos, que quer dizer caráter o hábito, e também morada.
Quando os romanos a traduziram, fizeram o uso do termo mores, 2. A normatização da conduta ética desejada no Sistema
que significa costumes. As duas expressões buscam captar algo Banestes é suficiente para que todos a pratiquem?
que é complexo e multifacetado: um todo que contém ao menos Com a regulamentação da ética por meio do Guia, O Sistema
as seguintes partes: Financeiro Banestes esta oficializando seus princípios e valores.
Agindo assim ele organiza as suas ações e busca dar continuidade
1. Um conjunto de normas codificadas ou não sobe como a sua história. O Guia não garantirá a inexistência ou ausência,
devem se conduzir as pessoas e as instituições nas diversas de condutas disfuncionais ou fraudes, nas empreende uma cultura
situações que se apresentam na vida, servindo para distinguir o que cada vez mais ética, na medida em que as ações de reconhecimento
é um bom ou um mau comportamento e estabelecendo de algum e valorização dos bons exemplos e também com o rigor na
modo o que seria um comportamento correto ou ideal; aplicação das sanções para os maus exemplos. Entretanto, a forma
2. Um conjunto de idéias acerca de como deve ser conduzida mais assertiva é o autocontrole dos desejos e isso somente cada
a vida humana para que seja considerada boa ou feliz; um de nós, mergulhados na própria consciência é capaz de fazê-lo.
3. A maneira como as pessoas e instituições comportam-se As organizações que não valorizam, efetivamente a conduta ética,
realmente na prática; contribuem, involuntariamente, para a sua própria destruição.
4. A reflexão e o raciocínio que ocorrem quando se tomam as Então, a resposta a essa pergunta é “claro que não”! é preciso
decisões ou se resolve agir, segundo que é correto ou incorreto, no ter muita paciência e persistência.
sentido de bom ou mau;
5. Os sentimentos das pessoas diante de seus próprios 03. Se é a minha empresa que tem que ser ética, porque sou eu
comportamentos ou de outros como vergonha, remorso, piedade, que devo agir eticamente?
orgulho; Porque a empresa existe como uma representação das pessoas
6. As reflexões sobre a origem das normas, o seu fundamento,
que nela trabalham. O Sistema Financeiro Banestes existe a
a sua justificativa.”
partir do momento em que as pessoas compõem, sem as pessoas
Temos de considerar, cm a maior atenção, que moral,
teríamos apenas um prédio. A relação com a sociedade, clientes e
contribuindo ou não para o processo de discussão ética, evolui
empregados é estabelecida por nós. Portanto, cada um e cada uma
com historicidade.
de nós é quem vai dar rosto ao Sistema Financeiro Banestes. Um
rosto onde se reflita o respeito, a dignidade, e o valor da pessoa
3 - REFLETINDO A ÉTICA – PERGUNTAS RESPOSTAS
humana, ou não. Nesse sentido, ao agirmos eticamente, estaremos
construindo uma empresa ética. É importante lembrar que aqui
01) Mas afinal, o que é ética?
o exemplo é o maior dos mestres e quanto maior o cargo/função
Ao mesmo tempo em que todos dizem saber o que é ética,
vemos também que existe muita dificuldade em explicar ou que exercemos na empresa, maior também deve ser cuidado e o
fazer uma definição sobre o assunto, quando somos perguntados. compromisso com a conduta ética. Edificamos o amanhã com as
Vemos também que ainda existe muito a fazer do ponto de vista de nossas ações hoje. Em se tratando do ser humano, é preciso ter
materialização da ética em nossa conduta efetiva. bastante carinho e cuidado com as nossas atitudes.
A evolução da ética não permite definir verdades absolutas 04. Para o Sistema Banestes aprimorar cada vez mais a sua
e imutáveis. Comportamento inadequados no passado já não conduta ética, o que eu, quando profissional, devo fazer?
são assim considerados nos dias atuais, e assim avançamos na Todos nós, de alguma forma, fazemos nossa empresa.
condução de nossa história. Não existe um único significado para Primeiramente, nos cabe aceitar de coração aberto, os princípios
ética, mas podemos afirmar que a reflexão deve ser permanente. descritos no Guia.
Vigie a si mesmo e conduza suas ações como se você estivesse no Depois, através do esforço individual de cada um, assimilar
alvo, e já estará contribuindo para uma conduta assertiva e pautada cada uma das orientações. Converse sobre o assunto com o seu
pela ética, que tanto desejamos. gerente e seus colegas procurando esclarecer as suas dúvidas,
Entretanto, a ética é uma ciência e vamos aqui considerar um sempre. Com a assimilação do conteúdo do Guia, nossa ação estará
conceito no âmbito profissional enviado por uma das unidades nivelada com a conduta requerida pela empresa. E assim, você age
do SFB, no decorrer da participação na construção deste guia. dando exemplo aos colegas. O diálogo e o exemplo são as maiores
Vejamos: ferramentas do processo educativo, aliados com as habilidades de
“A ética é a ciência que estuda a moral e os costumes, sem paciência e persistência.
entanto, se confundida com estes, e que estabelece um conjunto de 05. Porque eu devo manter equilíbrio na administração
princípios, normas, e condutas visando alcançar a melhor forma de financeira pessoal? Isso afeta a minha imagem profissional? Isto,
agir coletivamente”. afeta a imagem da empresa, em que trabalho?
Citamos também um conceito individual de um dos Membros Quando o profissional, em suas atividades tem uma conduta
do Grupo de Trabalho, que facilitou a elaboração do nosso Guia: incorreta, está contribuindo negativamente com a credibilidade
“Ética é a combinação de ternura com rigor, generosidade, da empresa. O profissional carrega a imagem da empresa em que
honestidade, coerência, transparência, bom caráter e bom senso. trabalha para onde ele vai.
Didatismo e Conhecimento 81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ao mesmo tempo em que trás para dentro da empresa os Como guia de conduta ética visamos minimizar fraudes e,
eventos da sua vida particular. Não existe mais espaços nas consequentemente, influir positivamente no resultado operacional
organizações para entender que um bom desempenho profissional do banco, além de estarmos promovendo o desenvolvimento social
possa desculpa comportamentos pessoais incorretos. Já tivemos e nos alinhando as atuais exigências da sociedade capixaba. Este
tempo suficiente para saber que esse pensamento é uma utopia. Até é o nosso lucro!
porque, ficará sempre um conflito de imagem para este profissional.
Como exemplo de uma conduta incorreta nas atividades CONDUTA ÉTICA DO PROFISSIONAL DE MERCADO
particulares do profissional bancário, podemos citar a incapacidade FINANCEIRO E DE CAPITAIS DO SISTEMA FINACEIRO
de administrar as finanças pessoais. É preciso ter cautela antes BANESTES
de assumir compromissos ou dívidas pessoais observando
cuidadosamente a capacidade de pagamento, seja como devedor, CAPÍTULO 2
avalista e fiador. A maneira de se relacionar dentro e fora da
empresa deve ser pautada de integridade e responsabilidade. 1. Apresentação
06. Por um lado eu ouço sobre a urgência em se ter ética e por
outro lado, ouço que isso é uma grande bobagem? E então, como 1.1 Este capítulo dispõe sobre as políticas e os procedimentos
eu fico? para o tratamento da confidencialidade das informações e dos
Vive-se um momento que parece que a civilização perdeu as padrões de conduta dos profissionais que atuam no âmbito do
esperanças, as coisas perderam o sentido, e as pessoas perguntam mercado financeiro e de capitais do Sistema Financeiro Banestes
se vale a pena ser ético, se vale a pena preocupar-se com os outros, – SFB.
quando há caminhos apontando que o importante é preocupar-
se consigo mesmo. Deixando-se assim dominar pela seguinte 1.2 Objetivo
concepção: O que ganho com isso? Que lucro terei? 1.2.1 Estabelecer princípios, regras e parâmetros que visem
a prevenção de conflitos de interesses, transparência, ética e
Ao mesmo tempo a pessoa sente-se angustiada e insatisfeita
qualidade na condução das atividades de:
com essa forma de viver. Achar que ética é uma grande bobagem
- orientação e prestação de serviços pelos empregados que
somente demonstra a imaturidade que não refletir antes de falar
atuam no mercado financeiro e de capitais;
ou agir. É necessário fazer o processo de humanização é sermos
- comercialização e distribuição de produtos de investimento
éticos.
diretamente junto ao público investidor em agências bancarias,
07. Qual o limite da revelação daquilo que se sabe em
bem como de atendimento ao público investidor em agências
decorrência do exercício da profissão ? É isso que é manter sigilo
bancarias, bem como de atendimento investidor em centrais de
profissional?
atendimento;
Revelar o que se sabe em decorrência do exercício profissional - comercialização e distribuição de produtos de investimento
depõe contra o empregado responsável pela revelação, como diretamente junto a investidores qualificados bem como aos
também atinge negativamente a empresa, que deve primar gerentes de agencias que atendam aos seguimentos private,
por preservar a confiabilidade em suas diversas relações, corporate, investidores institucionais, e a profissionais que
principalmente com seus clientes. atendam os mesmos segmentos em centrais de atendimento;
No âmbito da justiça, a quebra do sigilo é proibida de acordo - estruturação, distribuição, intermediação, captação e
com a lei complementar 105, 10/01/2001 constituindo crime aplicação de recursos no mercado financeiro ou de capitais;
previsto no artigo 10 da referida lei. - constituição e funcionamento de fundos de investimento.
Os Guias ou códigos de ética das empresas se preocupam
com o assunto, sendo sigilo uma virtude. Portanto, eticamente, 1.3 Abrangência
não há dúvidas, que o profissional responsável pelo vazamento de 1.3.1 Este capítulo é aplicável a todos os profissionais,
informações sigilosas é um infrator da mais baixa qualificação. inclusive diretores e conselho de administração, que direta ou
08. Se para sermos competitivos temos que ser éticos, quer indiretamente encontram-se envolvidos com as atividades das
dizer que este projeto, o Guia de Conduta ética, vai dar lucro? áreas financeira e de mercado, administração e gestão de recurso
Na trajetória dos seus 66 anos de existência, o Banestes de terceiros, distribuição de título e valores mobiliários.
sempre primou pela conduta ética em suas atividades, ganhou a 1.3.2 Consideram-se também como profissionais envolvidos,
confiança de seus clientes e superou as crises e adversidades. O os prestadores de serviços diretos ou indiretos das áreas acima
Banestes goza de muita credibilidade no estado do Espírito Santo. relacionadas, desde que tenham acesso a informações privilegiadas.
Entretanto, é preciso alimentar esta credibilidade, diariamente, 1.3.3 Abrange ainda, todos os empregados e diretores
junto aos nossos clientes, colegas de trabalho, fornecedores, certificados.
parceiros, concorrentes e acionistas.
Quando ocorre uma fraude em uma empresa, de imediato, 2. Princípios Éticos
podemos perceber os riscos de imagem que ela sofre, antes de 2.1 Todos os profissionais relacionados no item abrangência
dimensionar os demais riscos que podem levá-la, até mesmo, a devem seguir os princípios éticos e de conduta constantes no
uma falência. Guia de Conduta ética do Sistema Financeiro Banestes – SFB
Com a ética pautando as nossas diversas relações, ganhamos Entretanto, para o exercício das atividades diárias, especificadas
força, alimentamos a confiança e a fidelidade de nossos clientes, e neste guia ressaltam-se a importância dos seguintes princípios
consolidamos nossa imagem no estado. éticos gerais e funcionais, retirados dos capítulos 4 e 5:
Didatismo e Conhecimento 82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
2.2 Prudência - na realizar operações ilícitas mesmo que essas venham a
2.2.1 O profissional deve evitar ações que possam por em beneficiar a Instituição ou cliente.
risco a finalidade de suas atribuições o patrimônio das empresas 3.3 Regime de presentes e outros benefícios
que compõem o SFB e a boa imagem que deve ter sociedade sobre 3.3.1 O profissional não deve direta ou indiretamente, nem
os profissionais desta instituição. para si nem para os outros solicitar, aceitar ou admitir dinheiro,
2.3 Idoneidade benefícios ou outras vantagens que venham a ferir o guia de
2.3.1 Ser idôneo é ter competência, técnica, legal e moral conduta ética do SFB, conforme estabelecida em seu capítulo
e é condição essencial para o acesso e exercício das atribuições 7 que possam configurar relacionamentos indevidos, prejuízos
exigidas pelo cargo/função no SFB. financeiros ou de reputação à imagem do SFB.
2.4 Sigilo 3.3.2 Confidencialidade, sigilo, e proteção das informações:
2.4.1 O profissional tem o dever e a responsabilidade de manter - não utilizar informação privilegiada em beneficio próprio ou
e garantir o sigilo em suas operações de cunho bancário e cumprir de terceiros;
sempre as condições previamente pactuadas, em conformidade - as informações confidenciais (impressas, escritas,
com o que determina o regulamento e a legislação da atividade armazenadas, transmitidas por meios eletrônicos ou verbais,
bancária devendo ser guardião do sigilo e das informações e dentre outras) não podem ser acessadas, alteradas, divulgadas ou
opções estratégicas do SFB. comercializadas por pessoas não autorizadas;
2.5 Imparcialidade - as informações privilegiadas devem ser registradas e
2.5.1 O profissional deve apresentar conduta de imparcialidade guardadas em locais ou diretórios de acesso restrito;
no desempenho de suas atribuições, não devendo se envolver em - te responsabilidade no cuidado conservação e arquivamento
situações, atividades ou interesses incompatíveis com o cargo/ dos documentos relativos as suas atividades profissionais,
função que exerce. atentando-se para que documentos confidenciais não permaneçam
2.6 Conflito de interesses expostos sobre mesas, aparelhos de fax ou copiadoras;
2.6.1 Significa qualquer situação em que o empregado possa - as informações financeiras, programas, documentos relativos
ter sua capacidade de julgamento e decisão afetada, podendo à modelos financeiros e produtos softwares, hadwares e aplicativos
incorrer ou sugerir quebra do principio da imparcialidade e desenvolvidos em produção pelo SFB são confidencias/sigilosos
favorece os interesses pessoais e/ou de terceiros, em detrimento, e de propriedade do SFB, mesmo que o profissional tenha
do interesse maior SFB. participado de grupos de trabalho, de atividade temporária ou no
2.6.2 O conflito de interesses caracteriza-se pela possibilidade seu desenvolvimento;
de obtenção de vantagens em relação a si próprio ou a terceiros, seja - é vedado levar informações e/ou materiais internos que
materiais ou não, provenientes de relações pessoais, comerciais ou tratem de investimentos de clientes ou da instituição para fora do
políticas, devendo ser informado ao superior imediato. local de trabalho, copiar documentos e /ou arquivos em e-mail
eletrônico, bem como permitir o acesso de terceiros a sistemas de
3 Normas de conduta pessoal e profissional informações, operações e bancos de dados de responsabilidade e/
3.1 Dizem respeito ao direcionamento dos comportamentos a ou propriedade da instituição;
serem observados pelos profissionais contemplados neste capitulo - ter prudência ao emitir declarações de forma oral ou escrita,
decorrentes do exercício de suas atividades: evitando a divulgação de informações distorcidas, que venham a
3.2 Princípios Gerais caracterizar riscos operacionais e de imagem para a instituição;
- Adotar condutas compatíveis com os princípios de idoneidade - preservar as informações confidenciais ou privilegiadas
moral e profissional previstos neste capitulo; que lhes tenham sido confiadas em virtude do exercício de
- empenhar-se permanentemente para o aperfeiçoamento suas atividades profissionais, executadas as hipóteses em que a
profissional, com a constante atualização acerca das práticas de informação for relativa à atividade ilegal, ou a sua divulgação seja
mercado, produtos disponíveis e regulamentação aplicável; exigida por lei ou tenha sido expressamente autorizada.
- adotar a manutenção de elevados padrões éticos e proibição 3.4 Padrões de conduta no desempenho das atribuições
de práticas caracterizadoras de concorrência desleal e de condições 3.4.1 Pelos empregados/diretores em relação ao mercado
não eqüitativas; financeiro e de capitais:
- divulgar informações claras e inequívocas aos clientes
acerca dos riscos e conseqüências que poderão advir dos produtos, - desenvolver suas atribuições com cuidado, zelando pela
instrumentos e modalidades operacionais disponíveis no âmbito reputação da instituição adotando a prática de elevados padrões
do mercado financeiro e de capitais; fiduciários na prestação de serviços aos clientes;
- conhecer, respeitar e cumprir a legislação pertinente a sua - apresentar competência técnica e experiência para conduzir
área de atuação, bem como os regulamentos e códigos divulgados negociações, conforme legislação em vigor e os códigos aderidos
pelos órgãos reguladores, autorreguladores e normativos internos; pela instituição;
- suprir os clientes com informações sobre as condições e - não autorizar ou cooperar com a divulgação de noticias de
normas que regem os produtos ressaltando os riscos, a possibilidade informações sem fundamento de fontes, não oficiais, de origem
de perda de rentabilidade e aporte adicional de recursos, no caso duvidosas, relativas ao mercado e/ou outras instituições;
dos fundos de investimento; - manter elevados padrões éticos na condução de todas
- ter diligência na divulgação de conteúdos e publicitários as atividades desenvolvidas, bem como em suas relações com
de modo a assegurar o cumprimento das regulamentações e clientes e demais participantes do mercado financeiro e de capitais,
legislações, devendo agir com integridade de caráter, retidão e independentemente do ambiente em que tais atividades sejam
honradez; desenvolvidas;
Didatismo e Conhecimento 83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- referir-se a sua certificação de maneira a demonstrar a sua - ter ciência de que as conversas telefônicas são gravadas
importância e seriedade, sempre que possível explicando seu de forma contínua e que os conteúdos relativos às atividades
procedimento e conteúdo; profissionais poderão ser utilizados como prova no esclarecimento
- não participar em qualquer negócio que envolva fraude, de questões relacionadas às suas atividades;
simulação, manipulação ou distorção de preços, declarações falsas - é proibida a utilização de aparelho eletrônico capaz de
ou lesão aos direitos de investidores; transmitir mensagens de voz ou texto nas dependências das áreas
- não dar informações imprecisas a respeito dos serviços que é financeiras e de mercado, de administração e gestão de recursos de
capaz de prestar, bem como em relação as suas qualificações e os terceiros e de distribuição de título e valores mobiliários;
- não permitir e nem utilizar procedimentos que configurem
seus títulos acadêmicos e experiência profissional.
a criação de condições artificiais de mercado, oferta ou preço de
3.4.2 Pelos empregados/diretores em relação à Instituição
ativos negociados;
com o qual mantenha vinculo: - informar aos clientes, efetivos e potenciais, os padrões
- evitar pronunciamentos a respeito de investimentos sob básicos e princípios gerais do processo de seleção de valores
a responsabilidade de outras instituições e /ou profissionais mobiliários e outros instrumentos de investimento;
certificados, a menos que esteja obrigado a fazê-lo no cumprimento - evidenciar a seu empregador propriedade de quaisquer
de suas responsabilidades profissionais; valores mobiliários ou outros investimentos que possam influenciar
- manter sigilo com relação às informações confidenciais, ou ser influenciados por sua atividade profissional;
privilegiadas e relevantes para a atividade do seu empregador a - o gestor deve acompanhar a equipe nas atividades diárias,
que tem acesso em razão de sua função na instituição, excetuadas prevenindo situações transgressão à lei aos normativos internos e
as hipóteses em que a informação for relativa a atividade ilegal, ou externos.
a sua divulgação seja exigida por lei ou tenha sido expressamente
autorizada; 4 Gestão do Guia
- não participar de atividades independentes que compitam 4.1 A disseminação e o cumprimento deste capitulo é de
direta ou indiretamente com seu empregador; responsabilidade da gerencia de recursos humanos – GEREH e
- não fazer promessas ou assegurar remuneração (rentabilidade, do conselho de conduta ética, com apoio das áreas financeiras
retorno, taxa, cobertura, performance etc.) em operações mesmo e de mercado, administração e gestão de recursos de terceiros,
com base em resultados passados, visto que isso não garante distribuição de títulos e valores mobiliários e do Conselho de
Conduta Ética.
rentabilidade no futuro;
4.1.1 Cabe à GEREH fornecer este capitulo do Guia aos
- orientar os clientes quanto a investimentos somente quando
profissionais, devendo orientar quando a assinatura do “termo de
tiver convicção é compatível com o perfil do investidor, atentando responsabilidade e compromisso”, da “declaração de produtos e
para a distinção entre fatos e opiniões próprias e informando dos investimento” e da “declaração de valores/benefícios adicionais”,
riscos inerentes ao negócio, evitando práticas capazes de induzi-lo bem como arquivar os referidos documentos no prontuário, quando
a erro; se tratar de empregado do SFB.
- evidenciar a seu empregador quaisquer valores ou benefícios
adicionais que recebam em sua atividade profissional, além 5 Conduta diante de dúvidas ou de ações contrárias ao guia.
daqueles recebidos de seu empregador. 5.1 Considerando que o Guia de Conduta ética do Sistema
3.4.3 Pelos empregados/diretores em relação aos investidores: Financeiro Banestes não detalha e não prevê todas as situações
- utilizar-se de especial diligência na identificação e respeito conflitantes que possam ocorrer no cotidiano da atividade laboral,
aos deveres fiduciários envolvidos em sua atividade profissional, acreditamos na responsabilidade e bom senso de cada profissional e
priorizando os interesses dos clientes em relação aos seus próprios; orientamos, em casa de dúvidas ações contrárias às recomendações
- agir com ética e transparência quando houver situação de deste capítulo e denúncias comunicar imediatamente ao/à:
conflito de interesse com seus clientes; - superior hierárquico;
- informar ao cliente as eventuais modalidades de remuneração - Conselho de Conduta Ética: é[email protected] ou fale
ou beneficio que receba pela indicação de qualquer investimento; ética, na intranet;
- empregar na condução dos negócios de seus clientes, o - gerencia de auditoria;
- controles internos: [email protected]; e fale
cuidado que toda pessoa diligente e integra costuma empregar na
controles e riscos na intranet;
administração de seus próprios negócios.
- gerencia de recursos humanos:
3.4.4 Pelos empregados/diretores que atuam nas gerencias de - ouvidoria: telefone 0800-727-0030 e ouvidoriageral@
administração de fundos de investimentos – GEAFI, de gestão de banestes.com.br;
recursos de terceiros – GEGER, financeira e de mercado – GEFIN - fale conosco – disponível no site do banestes – www.
e na Banestes Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários – banestes.com.br.
DTVM: 5.2 Em caso de denúncia é garantido o direito de relato
- adotar, no desempenho de suas atividades e no cumprimento anônimo e recomenda-se cautela na apresentação dos fatos,
de seus deveres, o mesmo cuidado empregado aos seus próprios se possível, com a junção de documentos que comprovem sua
ativos e valores; ocorrência, objetivando facilitar o processo de investigação.
- empregar práticas de concorrência leal e de negociações 5.3 O descumprimento dos procedimentos estabelecidos
eqüitativas nas operações de mercado financeiro e de capitais neste capítulo do guia de conduta ética do SFB, por parte dos
de forma a atender aos objetivos de investimento dos clientes, Empregados, implica infrações e penalidades cabíveis previstas no
divulgando informações cm qualidade, transparência e clareza; manual interno de recursos humanos – MIREH.
Didatismo e Conhecimento 84
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
EXERCICIOS COMENTADOS: (D) captação, por meio de depósitos à vista e a prazo, somente
de associados, de empréstimos, repasses e refinanciamentos de ou-
1. O Conselho Monetário Nacional (CMN) é integrado pelo tras entidades financeiras e de doações.
Ministro da Fazenda, (E) captação, por meio de depósitos à vista e a prazo, de asso-
(A) Presidente do Banco Central do Brasil e Presidente da Co- ciados, de entidades de previdência complementar e de sociedades
missão de Valores Mobiliários. seguradoras.
(B) Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e Presiden-
te do Banco Central do Brasil. Resposta Correta: “D”
(C) Presidente do Banco Central do Brasil e membros do Comi-
tê de Política Monetária. Comentário: As cooperativas de crédito se dividem em: sin-
(D) Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco- gulares, que prestam serviços financeiros de captação e de crédito
nômico e Social (BNDES) e Presidente do Banco Central do Brasil. apenas aos respectivos associados, podendo receber repasses de
(E) Presidente do Banco do Brasil e Presidente da Caixa Eco- outras instituições financeiras e realizar aplicações no mercado fi-
nômica Federal. nanceiro; centrais, que prestam serviços às singulares filiadas, e
são também responsáveis auxiliares por sua supervisão; e confede-
Resposta Correta: “B” rações de cooperativas centrais, que prestam serviços a centrais e
suas filiadas. Nestes termos, extrai-se a alternativa correta do dis-
Comentário: Segundo o que consta no artigo 8º da Lei nº posto na Lei Complementar nº 130/09, art. 2º, §1º: “A captação de
9.069/95, senão vejamos: “Art. 8º- O Conselho Monetário Nacio- recursos e a concessão de créditos e garantias devem ser restritas
nal, criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, passa a aos associados, ressalvadas as operações realizadas com outras
ser integrado pelos seguintes membros: I - Ministro de Estado da instituições financeiras e os recursos obtidos de pessoas jurídicas,
Fazenda, na qualidade de Presidente; II - Ministro de Estado do em caráter eventual, a taxas favorecidas ou isentos de remunera-
Planejamento, Orçamento e Gestão (Redação dada pela Medida ção”.
Provisória nº 2216-37, de 2001); e III - Presidente do Banco Cen-
tral do Brasil”. 4. O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC), do
Banco Central do Brasil, é um sistema informatizado que:
(A) é operado em parceria com a CETIP S.A. Balcão Organiza-
2. O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional
do de Ativos e Derivativos.
(CRSFN) é um órgão colegiado, integrante da estrutura do Ministé-
(B) substituiu o Sistema de Pagamentos Brasileiro − SPB.
rio da Fazenda, que julga recursos
(C) tem como participantes, exclusivamente, a Secretaria do
I. em segunda e última instância administrativa.
Tesouro Nacional e bancos múltiplos.
II. em primeira instância, de decisões do Banco Central do Bra-
(D) impossibilita a realização de operações compromissadas,
sil relativas a penalidades por infrações à legislação cambial.
ou seja, a venda ou compra de títulos com o compromisso de recom-
III. de decisões da Comissão de Valores Mobiliários relativas a pra ou revenda.
penalidades por infrações à legislação de capitais estrangeiros. (E) se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do
Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações
Está correto o que consta em com esses títulos.
(A) I, apenas.
(B) II, apenas. Resposta Correta: “E”
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas. Comentário: O Selic é o depositário central dos títulos que
(E) I, II e III. compõem a dívida pública federal interna (DPMFi) de emissão do
Tesouro Nacional e, nessa condição, processa a emissão, o resgate,
Resposta Correta: “A” o pagamento dos juros e a custódia desses títulos. É também um
sistema eletrônico que processa o registro e a liquidação financeira
Comentário: O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro das operações realizadas com esses títulos pelo seu valor bruto e em
Nacional - CRSFN foi criado pelo Decreto nº 91.152, de 15.03.85, tempo real, garantindo segurança, agilidade e transparência aos
que transferiu do Conselho Monetário Nacional - CMN para o negócios. Por seu intermédio, é efetuada a liquidação das opera-
CRSFN a competência para julgar, em segunda e última instância ções de mercado aberto e de redesconto com títulos públicos, decor-
administrativa, os recursos interpostos das decisões relativas à apli- rentes da condução da política monetária. O sistema conta ainda
cação das penalidades administrativas referidas nos itens I a IV do com módulos complementares, como o Ofpub e o Ofdealer, por meio
art. 1º do referido Decreto. dos quais são efetuados os leilões, e o Lastro, para especificação
dos títulos objeto das operações compromissadas contratadas entre
3. As cooperativas de crédito se caracterizam por o Banco Central e o mercado.
(A) atuação exclusiva no setor rural.
(B) retenção obrigatória dos eventuais lucros auferidos com 5. Sobre operações de resseguro e retrocessão realizadas no
suas operações. País, a legislação brasileira em vigor prevê:
(C) concessão de crédito a associados e ao público em geral, por (A) a possibilidade de contratação de Ressegurador Eventual
meio de desconto de títulos, empréstimos e financiamentos. sediado em paraísos fiscais.
Didatismo e Conhecimento 85
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
(B) a possibilidade de contratação por meio de Ressegurador Comentário: A estrutura da política nacional de câmbio é di-
Local, Admitido ou Eventual. recionada por normas e regras criadas pelo Conselho Monetário
(C) que o Ressegurador Local seja controlado por instituição Nacional (CMN), sendo executadas pelo Banco Central do Brasil e
financeira. seus agentes financeiros. Com isso, a política cambial é executada
(D) que sejam contratadas exclusivamente por intermédio do pelo BACEN, que intervém no mercado de câmbio comprando ou
IRB-Brasil Re (antigo Instituto de Resseguros do Brasil). vendendo moeda estrangeira e não pelo Banco do Brasil e CVM.
(E) a dispensa, às companhias seguradoras nacionais, de repas-
sar risco, ou parte dele, a um ressegurador. 08 – ( ) Denomina-se posição vendida do câmbio, os dóla-
res guardados na carteira de câmbio de um banco, comprados numa
Resposta Correta: “B” operação de crédito no exterior, contra, por exemplo, reais do im-
portador.
Comentário: Segundo o previsto no artigo 4º da Lei Comple-
mentar nº 126/07: “Art. 4º As operações de resseguro e retrocessão Resposta: “Certo”
podem ser realizadas com os seguintes tipos de resseguradores: I
Comentário: A posição de câmbio vendida é o saldo em moeda
- ressegurador local: ressegurador sediado no País constituído sob
estrangeira registrado em nome de uma instituição autorizada que
a forma de sociedade anônima, tendo por objeto exclusivo a reali-
tenha efetuado vendas, prontas ou para liquidação futura, de moeda
zação de operações de resseguro e retrocessão; II - ressegurador
estrangeira, de títulos e documentos que as representem e de ouro-
admitido: ressegurador sediado no exterior, com escritório de re- -instrumento cambial, em valores superiores às compras.
presentação no País, que, atendendo às exigências previstas nesta
Lei Complementar e nas normas aplicáveis à atividade de resseguro 09 – ( ) Os acionistas têm direitos diversos sobre as ações
e retrocessão, tenha sido cadastrado como tal no órgão fiscalizador entre eles a bonificação onde os acionistas terão um desconto fixado
de seguros para realizar operações de resseguro e retrocessão; e pela empresa, quando da compra de novos títulos.
III - ressegurador eventual: empresa resseguradora estrangeira
sediada no exterior sem escritório de representação no País que, Resposta: “Errado”
atendendo às exigências previstas nesta Lei Complementar e nas
normas aplicáveis à atividade de resseguro e retrocessão, tenha Comentário: Em decorrência do aumento do capital da socie-
sido cadastrada como tal no órgão fiscalizador de seguros para re- dade anônima, realizado com a incorporação de reservas ao capital
alizar operações de resseguro e retrocessão. da empresa, é feita uma distribuição de ações aos acionistas na for-
ma de bonificação. Assim, a bonificação distribuída não se trata de
Julgue os itens que segue assinalando com C (certos) e E “desconto fixado pela empresa”, mas sim representa a atualização
(errados). da cota de participação do acionista no capital desta.
06 – ( ) Os elementos que participam do mercado de câmbio 10 - ( ) As transações realizadas no mercado a termo não re-
se dividem nos que produzem divisas, e nos que cedem divisas, con- querem garantias que são representadas por depósitos adicionais a
forme as operações efetuadas. serem efetuados nas Bolsas de Valores.
Comentário: O mercado de câmbio é o ambiente onde é feito Comentário: Toda transação a termo requer um depósito de
a troca ou negociação por moeda estrangeira. Qualquer pessoa ju- garantia. Essas garantias são prestadas em duas formas: cobertura
rídica ou física pode adquirir ou vender moeda estrangeira, desde ou margem. Sendo a cobertura: um vendedor a termo que possua os
títulos-objeto pode depositá-los na CBLC - Companhia Brasileira
que esteja devidamente cadastrada documentalmente em órgãos
de Liquidação e Custódia, como garantia de sua obrigação. E a
autorizados pelo Banco Central a fazer estas operações. Dentro
margem: valor igual ao diferencial entre o preço a vista e o preço
deste mercado, os elementos que nele participam são os que fazem
a termo do papel, acrescido do montante que represente a diferença
divisas e os que recebem divisas. Aos que fazem divisas, são aqueles
entre o preço a vista e o menor preço a vista possível no pregão se-
que adquirem a moeda recebendo através de transferências, exem- guinte, estimado com base na volatilidade histórica do título.
plo: turistas estrangeiros e exportadores. Quanto aos que recebem,
são os que remetem a moeda estrangeira para outro país (exterior), EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
exemplos: importadores, investidores que fazem investimentos e ou-
tros países, devedores de empréstimos externos. 01. O Conselho Monetário Nacional (CMN) é integrado pelo
Ministro da Fazenda,
07 – ( ) A política cambial definida pelo CMN – Conselho (A) Presidente do Banco Central do Brasil e Presidente da Co-
Monetário Nacional, é executada em conjunto pelo Banco do Brasil missão de Valores Mobiliários.
e CVM. (B) Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e Presiden-
te do Banco Central do Brasil.
Resposta: “Errado” (C) Presidente do Banco Central do Brasil e membros do Comi-
tê de Política Monetária.
Didatismo e Conhecimento 86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
(D) Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco- 06. (CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Técnico Bancário) No
nômico e Social (BNDES) e Presidente do Banco Central do Brasil. ato de abertura de uma conta-corrente, os bancos devem apresentar
(E) Presidente do Banco do Brasil e Presidente da Caixa Eco- aos clientes todas as condições básicas para movimentação e encer-
nômica Federal. ramento de conta.
Essas condições devem constar, obrigatoriamente, no(a)
02. O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (A) folheto de propaganda do banco
(CRSFN) é um órgão colegiado, integrante da estrutura do Ministé- (B) contrato de abertura de conta-corrente
rio da Fazenda, que julga recursos (C) site do banco, para consulta de todos os interessados
I. em segunda e última instância administrativa. (D) intranet do banco, para consulta dos funcionários
II. em primeira instância, de decisões do Banco Central do Bra- (E) proposta para cadastro no Banco Central
sil relativas a penalidades por infrações à legislação cambial.
III. de decisões da Comissão de Valores Mobiliários relativas a 07. (CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Técnico Bancário)
penalidades por infrações à legislação de capitais estrangeiros. Com as alterações do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), o
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) passou a liquidar
Está correto o que consta em as operações com títulos públicos federais em
(A) I, apenas. (A) dois dias úteis
(B) II, apenas. (B) três dias úteis
(C) I e III, apenas. (C) uma semana
(D) II e III, apenas. (D) tempo real
(E) I, II e III. (E) curto prazo
03. As cooperativas de crédito se caracterizam por 08. (CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Técnico Bancário) O
(A) atuação exclusiva no setor rural. mercado de ações pode ser classificado de acordo com o momento
(B) retenção obrigatória dos eventuais lucros auferidos com da negociação do título. Quando, por exemplo, uma empresa emite
suas operações. novas ações, esse lançamento ocorre no mercado
(C) concessão de crédito a associados e ao público em geral, por (A) cambial
meio de desconto de títulos, empréstimos e financiamentos.
(B) futuro
(D) captação, por meio de depósitos à vista e a prazo, somente
(C) monetário
de associados, de empréstimos, repasses e refinanciamentos de ou-
(D) primário
tras entidades financeiras e de doações.
(E) secundário
(E) captação, por meio de depósitos à vista e a prazo, de asso-
ciados, de entidades de previdência complementar e de sociedades
09. (CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Técnico Bancário) As
seguradoras.
sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários são constituí-
04. O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC),do das sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabi-
Banco Central do Brasil, é um sistema informatizado que: lidade limitada. Um dos seus objetivos principais é
(A) é operado em parceria com a CETIP S.A. Balcão Organiza- (A) controlar o mercado de seguros.
do de Ativos e Derivativos. (B) regular o mercado de valores imobiliários.
(B) substituiu o Sistema de Pagamentos Brasileiro − SPB. (C) assegurar o funcionamento eficiente do mercado de Bolsa
(C) tem como participantes, exclusivamente, a Secretaria do de Valores.
Tesouro Nacional e bancos múltiplos. (D) subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no
(D) impossibilita a realização de operações compromissadas, mercado.
ou seja, a venda ou compra de títulos com o compromisso de recom- (E) estimular a formação de poupança e sua aplicação em va-
pra ou revenda. lores mobiliários.
(E) se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do
Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações 10. (CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Técnico Bancário) A
com esses títulos. política monetária enfatiza sua atuação sobre os meios de pagamen-
to, os títulos públicos e as taxas de juros. A política monetária é
05. Sobre operações de resseguro e retrocessão realizadas no considerada expansionista quando
País, a legislação brasileira em vigor prevê: (A) reduz os meios de pagamento, retraindo o consumo e a ati-
(A) a possibilidade de contratação de Ressegurador Eventual vidade econômica.
sediado em paraísos fiscais. (B) mantém todas as condições macroeconômicas estáveis por
(B) a possibilidade de contratação por meio de Ressegurador longo período.
Local, Admitido ou Eventual. (C) estabelece diretrizes de expansão da produção do mercado
(C) que o Ressegurador Local seja controlado por instituição interno para o exterior.
financeira. (D) realiza operações de crédito no exterior, aumentando a cap-
(D) que sejam contratadas exclusivamente por intermédio do tação de recursos e, por consequência, os meios de recebimento.
IRB-Brasil Re (antigo Instituto de Resseguros do Brasil). (E) eleva a liquidez da economia, injetando maior volume de
(E) a dispensa, às companhias seguradoras nacionais, de repas- recursos nos mercados, elevando, em consequência, os meios de
sar risco, ou parte dele, a um ressegurador. pagamentos.
Didatismo e Conhecimento 87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
GABARITO
01 - B
02 - A
03 - D
04 - E
05 – B
06 - B
07 - D
08 - D
09 - D
10 – E
Didatismo e Conhecimento 88