Encefalopatia de Wernicke PDF
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Fundamentos 4
Definição 4
Epidemiologia 4
Etiologia 4
Fisiopatologia 4
Prevenção 5
Prevenção primária 5
Prevenção secundária 5
Diagnóstico 6
Caso clínico 6
Abordagem passo a passo do diagnóstico 6
Fatores de risco 7
Anamnese e exame físico 9
Exames diagnóstico 10
Diagnóstico diferencial 12
Critérios de diagnóstico 14
Tratamento 15
Acompanhamento 19
Recomendações 19
Complicações 19
Prognóstico 20
Diretrizes 21
Diretrizes de diagnóstico 21
Diretrizes de tratamento 21
Referências 22
Imagens 25
Aviso legal 26
Resumo
◊ Se não for tratada como uma emergência com reposição de tiamina por via parenteral, poderá ocorrer lesão
neurológica permanente.
Encefalopatia de Wernicke Fundamentos
Definição
A encefalopatia de Wernicke é uma emergência neurológica resultante da deficiência de tiamina, com várias manifestações
BASICS
neurocognitivas, tipicamente envolvendo alterações no estado mental e disfunção da marcha e do movimento ocular.
Epidemiologia
A prevalência dessa doença, de acordo com estudos de autópsias não selecionadas, varia mundialmente de 0.8% a
2.8%.[1] [2] A prevalência, de acordo com estudos clínicos, é menor: 0.04% a 0.13%, refletindo o possível subdiagnóstico
da doença.[3] [4] A prevalência é maior em pacientes com dependência alcoólica (12.5%), síndrome de imunodeficiência
adquirida (AIDS; 10%) e transplante de medula óssea (6%).[5] [6] [7] A prevalência é maior em homens, com uma proporção
homens:mulheres de 1.7:1.[4]
Etiologia
Uma deficiência aguda ou subaguda de tiamina em uma pessoa suscetível é a habitual causa desencadeante da
encefalopatia de Wernicke.[8] A deficiência de tiamina pode ser resultado da redução de ingestão alimentar (oral ou
parenteral), deficiência relativa decorrente do aumento da demanda ou má absorção no trato gastrointestinal.
Fisiopatologia
A tiamina é um precursor do pirofosfato de tiamina, que serve de cofator para várias enzimas essenciais em diferentes
vias bioquímicas, incluindo piruvato desidrogenase e alfa-cetoglutarato desidrogenase no ciclo de Krebs e transcetolase
na via da pentose-fosfato.[9] A tiamina é uma vitamina hidrossolúvel armazenada predominantemente no fígado. Contudo,
os depósitos do corpo duram só até 18 dias.[10] A deficiência de tiamina causa a redução na atividade de enzimas
dependentes da tiamina. Isso desencadeia uma sequência de eventos metabólicos que resulta em comprometimento
da energia e, por fim, morte neuronal em certas populações neuronais com altas necessidades metabólicas e alta
renovação de tiamina.[11] As áreas comumente afetadas incluem o núcleo medial dorsal do tálamo, corpos mamilares,
a substância cinzenta periaquedutal e o assoalho do quarto ventrículo, que inclui os núcleos oculomotor e vestibular e
o vérmis cerebelar.[4] As lesões também podem envolver os fórnices, o hipocampo, a área ao redor do terceiro ventrículo,
os corpos quadrigêmeos e o córtex. A predileção para afetar os circuitos de memória é responsável pela sequela mais
importante da encefalopatia de Wernicke: a psicose de Korsakoff.[12]
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Encefalopatia de Wernicke Prevenção
Prevenção primária
A prevalência dessa doença foi reduzida de 4.7% para 1.1% na Austrália após a adição de tiamina na farinha para pão.[19]
Outros países nos quais a adição de tiamina nos alimentos é obrigatória ou recomendada incluem EUA, Reino Unido,
Canadá, Dinamarca, Japão e México. O impacto geral dessas medidas na prevalência da encefalopatia de Wernicke não
foi rigorosamente avaliado.
Prevenção secundária
Caso seja apropriado, os pacientes devem receber aconselhamento quanto à cessação do consumo de bebidas alcoólicas
e devem ser inscritos em programas comunitários apropriados. Eles devem ser acompanhados periodicamente para
assegurar que não apresentam recidiva e que continuam a aderir à suplementação alimentar com polivitamínicos e
tiamina.
PREVENTION
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Encefalopatia de Wernicke Diagnóstico
Caso clínico
Caso clínico #1
Um homem de 40 anos de idade, com história de abuso de álcool, é levado ao pronto-socorro pela polícia, que o
encontrou deitado no acostamento. Ao exame físico, ele apresenta sonolência e confusão. Ele apresenta paralisia
horizontal do olhar, com reflexos vestíbulo-oculares comprometidos e grave ataxia troncular na presença de força
motora e reflexos de alongamento muscular normais.
Caso clínico #2
Uma mulher de 30 anos de idade foi submetida a cirurgia bariátrica para obesidade mórbida. A evolução pós-operatória
foi complicada por broncopneumonia, vômitos e ingestão oral ineficiente. Quatro semanas após a cirurgia, ela se
queixou de vertigem e cefaleia e, logo depois, ficou apática e desenvolveu nistagmo vertical que se agravava ao olhar
para baixo.
Outras apresentações
Em bebês e crianças, a encefalopatia de Wernicke pode se manifestar com sintomas inespecíficos, incluindo letargia,
irritabilidade e vômitos. Podem-se observar, em alguns pacientes, sinais e sintomas adicionais da deficiência de
tiamina, como insuficiência cardíaca de alto débito, neuropatia periférica, dor abdominal, náuseas e vômitos.
laboratoriais para confirmar a deficiência de tiamina ou achados de imagem que sugiram essa deficiência podem não
estar disponíveis em tempo útil ou não ter sensibilidade ou especificidade suficiente. A encefalopatia de Wernicke
permanece sendo um diagnóstico clínico,[20] justificando tratamento imediato. Um atraso no diagnóstico pode ter
consequências de longo prazo.
História
A maioria dos pacientes que apresentam essa doença apresentam certa alteração do nível de consciência ou disfunção
cognitiva. Ela pode variar de irritabilidade leve, lentidão mental, deficiência de concentração e apatia até evidente
confusão, delirium, coma e morte. Os pacientes também podem apresentar várias manifestações psiquiátricas,
incluindo psicose aguda.
Deve-se pesquisar história de dependência alcoólica, ingestão alimentar deficiente, vômitos, diarreia, febre, condições
coexistentes, imunodeficiência ou cirurgia abdominal recente. A incidência da encefalopatia de Wernicke após cirurgia
bariátrica parece ser maior que se imaginava anteriormente. [18] É importante ressaltar que, em uma série de 53
relatos de caso, 81% dos casos não eram relacionados ao álcool.[20]
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Encefalopatia de Wernicke Diagnóstico
Exame físico
É necessário um exame físico rápido e orientado para avaliar estado mental, função dos nervos cranianos (especialmente
os nervos óptico e oculomotor), função vestibular e da marcha, força e reflexos, e fundoscopia.
Embora a tríade clássica descreva oftalmoplegia, o nistagmo é um achado mais comum. Outros achados oculomotores
no exame físico incluem paralisia do olhar, paralisia do sexto nervo craniano e reflexos vestíbulo-oculares
comprometidos. Os pacientes também podem apresentar miose, anisocoria, dissociação luz-perto, papiledema e
hemorragias retinianas. A disfunção da marcha se apresenta principalmente como ataxia troncular resultante da
perda de equilíbrio. Se não for tratada, os pacientes podem apresentar perda auditiva, convulsões, hipotermia ou
hipertermia e paraparesia espástica. A qualquer momento, os pacientes também podem ter taquicardia e hipotensão
coexistentes relacionadas às manifestações cardiovasculares da deficiência de tiamina.
Investigações
O tratamento presuntivo não deve ser protelado enquanto se esperam os resultados das investigações laboratoriais.
Deve ser obtida glicemia capilar para medir a glicose, e o sangue deve ser enviado para hemograma completo, testes
de função renal e hepática, medição dos eletrólitos séricos, tiamina sérica, magnésio sérico, nível de álcool no sangue
e amônia sérica, e testes de detecção de drogas na urina e no soro em todos os pacientes com quadro clínico de
encefalopatia de Wernicke. Pode ser realizada punção lombar caso haja suspeita clínica de encefalite ou meningite.
A sensibilidade e a especificidade das imagens e dos exames laboratoriais não foram estudadas de forma rigorosa
nem foram validadas. Os testes são úteis para pacientes com várias doenças simultâneas (por exemplo, pacientes
imunocomprometidos ou com malignidades que podem ter manifestações neurológicas devido a múltiplas etiologias).
DIAGNOSIS
fluidos (FLAIR) ou T2 mostra comprometimento das mesmas regiões que se mostraram afetadas em autópsias. [Fig-1]
A especificidade é de cerca de 93%, o que ajuda a dar suporte ao diagnóstico quando presente.
As características de imagem da encefalopatia de Wernicke podem ser diferentes para crianças e pacientes sem
dependência alcoólica. Os pacientes não alcoólicos com encefalopatia de Wernicke (EW) caracterizam-se pelo
envolvimento seletivo de núcleos de nervos cranianos, cerebelo, núcleos vermelhos e denteados, fórnice, esplênio,
córtex cerebral e gânglios da base. Além disso, alterações simétricas dos gânglios da base com comprometimento
do putâmen foram observadas apenas em crianças.[21]
Fatores de risco
Fortes
dependência alcoólica
• Em pessoas com dependência alcoólica crônica, a deficiência de tiamina resulta de uma combinação de fatores:
pouca ingestão de alimentos, baixo conteúdo de vitaminas nas bebidas alcoólicas, baixa capacidade de
armazenamento no fígado, baixa absorção intestinal, conversão prejudicada de tiamina em sua forma ativa
(pirofosfato de tiamina) e aumento da demanda para metabolizar os carboidratos nas bebidas alcoólicas.[13]
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Encefalopatia de Wernicke Diagnóstico
síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS)
• Foi relatada deficiência bioquímica de tiamina em 23% dos pacientes com AIDS.[14] Achados com confirmação
patológica, sugestivos de encefalopatia de Wernicke, foram observados em 10% de 380 pacientes com AIDS em
uma série de autópsias.[6]
• A deficiência de tiamina nesses pacientes provavelmente resulta da caquexia e do estado catabólico característicos
da AIDS.[14]
desnutrição
• A ingestão alimentar reduzida ou a recorrência de vômitos e diarreia em razão de qualquer afecção clínica podem
causar deficiência de tiamina. A população suscetível inclui pacientes com hiperêmese gravídica, anorexia nervosa
ou bulimia e pacientes com dieta restrita de chá e torradas.
Fracos
genética
• Foi mostrado que variações genéticas em enzimas e transportadores envolvidos no metabolismo da tiamina e do
DIAGNOSIS
sexo masculino
• A proporção de homens para mulheres da prevalência do desenvolvimento de encefalopatia de Wernicke é de
1.7:1.[4]
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Encefalopatia de Wernicke Diagnóstico
DIAGNOSIS
• O grupo de pacientes que abusam de álcool apresenta alto risco de desenvolver deficiência de tiamina como
resultado de uma combinação de fatores: pouca ingestão de alimentos, baixo conteúdo de vitaminas nas bebidas
alcoólicas, baixa capacidade de armazenamento no fígado, baixa absorção intestinal, conversão prejudicada da
tiamina em sua forma ativa (pirofosfato de tiamina) e aumento da demanda para metabolizar os carboidratos nas
bebidas alcoólicas.
delirium (comum)
• Pode ser a única manifestação inicial em alguns pacientes e frequentemente é confundido com intoxicação
alcoólica ou delirium tremens devido à abstinência alcoólica.
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Encefalopatia de Wernicke Diagnóstico
psicose aguda (comum)
• Pode ser a única manifestação inicial em alguns pacientes e frequentemente é confundida com intoxicação
alcoólica.
coma (incomum)
• Observada caso não for tratada ou se houver condições coexistentes, como meningite, trauma cranioencefálico,
hemorragia subdural ou toxicidade alcoólica.
ataxia (incomum)
• Ataxia da marcha e troncular e falta de coordenação afetam 23% dos pacientes.[22]
Exames diagnóstico
DIAGNOSIS
Exame Resultado
tentativa terapêutica de tiamina parenteral resposta clínica ao tratamento
(se obtido, o nível de tiamina
• Evidente resposta clínica à tiamina parenteral, que pode ser observada em
poucas horas ou dias. O grau de resposta dependerá da duração e da gravidade deve ser medido antes da
dos sintomas antes da correção terapêutica da deficiência de tiamina. No administração)
entanto, até 8% dos pacientes podem apresentar um nível de tiamina normal
ou alto.[20]
glicemia capilar geralmente normal, a não ser
que haja condições
• Não raro, pacientes com história de uso de bebidas alcoólicas que se
apresentam ao pronto-socorro apresentam múltiplos problemas que precisam coexistentes (por exemplo,
ser identificados e tratados imediatamente. Encontrar uma única anormalidade hepatopatia alcoólica,
intoxicação aguda por bebidas
não descarta outros problemas potenciais.
alcoólicas, sepse, hipotensão)
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Encefalopatia de Wernicke Diagnóstico
Exame Resultado
eletrólitos séricos normais na apresentação;
• Se a doença não for identificada, a hipotensão pode causar disfunção renal e podem estar anormais se não
houver tratamento ou em uma
anormalidades eletrolíticas.
doença de apresentação tardia
DIAGNOSIS
tratamento da doença
Exame Resultado
punção lombar normal, descarta outras
• Seu valor está em descartar meningite, encefalite e hemorragia subaracnoide, patologias
que podem apresentar achados similares.
• Na encefalopatia de Wernicke, o líquido cefalorraquidiano (LCR) tipicamente
é normal na maioria dos pacientes. Pode-se observar nível elevado de proteína
no LCR em casos tardios.
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Encefalopatia de Wernicke Diagnóstico
Exame Resultado
ressonância nuclear magnética (RNM) cranioencefálica comprometimento dos corpos
• A RNM cranioencefálica nas sequências de recuperação da inversão atenuada mamilares, do núcleo medial
por fluidos (FLAIR) ou T2 mostra comprometimento das mesmas regiões que dorsal do tálamo, da substância
cinzenta periaquedutal, do
se mostraram afetadas em autópsias.[Fig-1]
assoalho do quarto ventrículo
• A RNM tem baixa sensibilidade, de forma que não é confiável para fazer o
diagnóstico, e uma série de casos revelou que 13% dos pacientes apresentaram e do vermis cerebelar
achados normais na RNM.[20]
• As características de imagem da encefalopatia de Wernicke podem ser
diferentes para crianças e pacientes sem dependência alcoólica. Os pacientes
não alcoólicos com encefalopatia de Wernicke (EW) caracterizam-se pelo
envolvimento seletivo de núcleos de nervos cranianos, cerebelo, núcleos
vermelhos e denteados, fórnice, esplênio, córtex cerebral e gânglios da base.
Além disso, alterações simétricas dos gânglios da base com comprometimento
do putâmen foram observadas apenas em crianças.[21]
tomografia computadorizada (TC) cranioencefálica foram descritas lesões
• A TC tem baixa sensibilidade para o diagnóstico da encefalopatia de Wernicke. talâmicas bilaterais de baixa
densidade, áreas de baixa
densidade ao redor do
aqueduto, do terceiro
ventrículo e dos fórnices
Diagnóstico diferencial
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Encefalopatia de Wernicke Diagnóstico
Linfoma primário do sistema • Em alguns pacientes, o linfoma • O LCR pode mostrar citologia
nervoso central (SNC) primário do SNC tem positiva, citometria de fluxo ou
predisposição de se disseminar reação em cadeia da polimerase
ao longo das vias viral de vírus Epstein-Barr (EBV)
periventriculares, e suas positiva. As lesões típicas da
manifestações clínicas podem encefalopatia de Wernicke são
mimetizar as da encefalopatia de simétricas; o linfoma do SNC
DIAGNOSIS
Wernicke. tipicamente é assimétrico e
acompanhado de necrose.
Encefalopatias tóxicas • Salvo se houver testemunhas da • Deve ser feito teste de detecção
intoxicação, ou conhecimento de de drogas e substâncias voláteis
que o paciente tenha acesso a na urina em todos os pacientes
medicamentos ou toxinas que apresentarem alteração
desencadeantes, é difícil distinguir sensorial e sem uma etiologia
os sinais e sintomas manifestos clara identificada após a avaliação
dos da encefalopatia de Wernicke. inicial.
• Medicamentos e toxinas
desencadeantes incluem
fenitoína, aspirina,
carbamazepina, fenobarbital,
benzodiazepínicos, brometo de
metila, metanol e etilenoglicol.
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Encefalopatia de Wernicke Diagnóstico
Critérios de diagnóstico
• Deficiência alimentar
• Anormalidades oculomotoras
• Disfunção cerebelar
Embora esses critérios apresentem boa confiabilidade entre os avaliadores, os critérios não foram testados de forma
prospectiva ou replicados em outros estudos.
DIAGNOSIS
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Encefalopatia de Wernicke Tratamento
Não há evidências suficientes de ensaios clínicos controlados e randomizados para orientar os médicos quanto à
dose, frequência ou duração do tratamento com tiamina no tratamento ou na profilaxia contra a encefalopatia de
Wernicke devida à dependência de bebidas alcoólicas.[24] Doses menores de 100 a 250 mg foram utilizadas
empiricamente para tratamento, com base em alguns estudos não randomizados; porém, geralmente, dá-se preferência
a doses maiores em razão do alto risco de lesão permanente.[25] Doses de 100 a 250 mg/dia não restauram o status
vitamínico,[26] não melhoram os sinais clínicos[27] e não previnem a morte.[3] A tiamina tem uma meia-vida curta
no sangue, de 96 minutos, de forma que se recomendam 3 doses diárias para assegurar o fornecimento adequado
através da barreira hematoencefálica. Os pacientes devem ser monitorados quanto à anafilaxia. Equipamentos de
ressuscitação, incluindo epinefrina (adrenalina) e corticosteroides, devem estar disponíveis para administração
imediata em caso de anafilaxia. A oftalmoplegia é o primeiro sinal a responder, com recuperação completa poucas
horas depois, salvo um leve nistagmo horizontal residual em 60% dos pacientes.[22] A recuperação da ataxia leva
alguns dias e pode ser incompleta. A melhora no estado mental pode demorar várias semanas. A dose, a via e a duração
da administração de tiamina após os primeiros 3 dias não foram estudadas, mas seria prudente continuar a administrar
pelo menos 250 mg de forma parenteral (por via intravenosa ou intramuscular) para assegurar níveis séricos adequados.
É importante corrigir simultaneamente qualquer deficiência de magnésio, pois o magnésio é um cofator necessário
para o funcionamento normal de várias enzimas dependentes da tiamina.
deficiente; pacientes com história de encefalopatia de Wernicke; pacientes imunocomprometidos; pacientes com
câncer ou recebendo quimioterapia; pacientes que passaram recentemente por cirurgia gastrointestinal e pacientes
que realizam hemodiálise crônica.
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Encefalopatia de Wernicke Tratamento
Agudo ( resumo )
Grupo de pacientes Linha de Tratamento
tratamento
Em curso ( resumo )
Grupo de pacientes Linha de Tratamento
tratamento
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Encefalopatia de Wernicke Tratamento
Opções de tratamento
Agudo
Grupo de pacientes Linha de Tratamento
tratamento
suspeita moderada ou alta de 1a estabilização/ressuscitação + tiamina + magnésio
encefalopatia de Wernicke + polivitamínicos
» Esses pacientes devem ser estabilizados.
Dependendo do nível de consciência, é necessária a
proteção apropriada das vias aéreas, e o acesso
intravenoso (IV) deve ser estabelecido imediatamente.
A tiamina deve ser administrada antes da administração
de carboidratos.
Opções primárias
» suplemento polivitamínico
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Encefalopatia de Wernicke Tratamento
Em curso
Grupo de pacientes Linha de Tratamento
tratamento
ingestão alimentar deficitária e/ou 1a suplementação alimentar com tiamina
alcoolismo crônico: em risco de » Não há ensaios clínicos controlados que definam os
encefalopatia de Wernicke critérios de seleção, a dose, a via ou a duração da
administração de tiamina em populações suscetíveis.
Opções primárias
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Encefalopatia de Wernicke Acompanhamento
Recomendações
Monitoramento
FOLLOW UP
Após a recuperação aguda, os pacientes devem ser submetidos a avaliação neurocognitiva detalhada para documentar
os deficits residuais. A recuperação dos deficits cognitivos ocorre por último e pode não ser completa. Uma avaliação
neuropsicológica ocupacional pode ser necessária para determinar a aptidão dos pacientes de retornarem às suas
ocupações prévias, pois os deficits podem ser sutis e não percebidos nos testes de rotina. Os pacientes devem ser
acompanhados periodicamente para assegurar que não apresentam recidiva e que continuam a aderir à suplementação
alimentar com polivitamínicos e tiamina.
Instruções ao paciente
E aconselhado que o paciente evite bebidas alcoólicas; de outro modo, o risco de lesões neuronais continuadas de
episódios repetidos de deficiência de tiamina clínica ou subclínica pode se acumular e evoluir para um estado
neurodegenerativo similar à psicose de Korsakoff. Pacientes de alto risco devem suplementar a dieta com
polivitamínicos e pelo menos 100 mg/dia de tiamina.
Complicações
Essas manifestações persistentes da encefalopatia de Wernicke podem ser observadas se a doença não for identificada
e a tiamina não for administrada. Ocasionalmente, elas podem ser observadas após a administração de tiamina caso
haja um atraso na administração.
É definida como uma síndrome amnésica anterógrada com comprometimento desproporcional da memória recente
em comparação a outras áreas cognitivas, em alguns casos acompanhada de confabulação como consequência de
longo prazo da deficiência de tiamina. Estudos de autópsia mostraram degeneração dos circuitos da memória,
comprometendo especialmente os corpos mamilares e o tálamo medial dorsal. Nem todos os pacientes com
encefalopatia de Wernicke desenvolvem essa complicação; do mesmo modo, nem todos os pacientes com psicose
de Korsakoff apresentaram anteriormente encefalopatia de Wernicke. Após o tratamento com doses adequadas de
tiamina, 25% não mostram recuperação, 25% mostram uma leve recuperação, 25% mostram recuperação significativa
e 25% mostram recuperação completa dos deficits de memória.[29]
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27, 2015.
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Encefalopatia de Wernicke Acompanhamento
Prognóstico
Se a doença não tiver identificação e tratamento precoce, os pacientes podem ter lesões cerebrais permanentes
manifestadas pelo comprometimento da memória recente e remota, apatia e confabulação, além de manifestações
persistentes de encefalopatia de Wernicke, incluindo ataxia e diversos graus de oftalmoparesia.
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Encefalopatia de Wernicke Diretrizes
Diretrizes de diagnóstico
Europa
Resumo: O diagnóstico clínico da encefalopatia de Wernicke deve considerar as diferentes manifestações de sinais
clínicos entre alcoólicos e não alcoólicos, embora a prevalência seja maior no primeiro grupo. O diagnóstico clínico
requer 2 destes 4 sinais: 1) deficiências alimentares, 2) sinais oculares, 3) disfunção cerebelar e 4) estado mental
alterado ou leve perda de memória. Deve ser medido o total da tiamina na amostra de sangue imediatamente antes
de sua administração. Deve ser utilizada ressonância nuclear magnética (RNM) para dar suporte ao diagnóstico de
encefalopatia de Wernicke aguda em alcoólicos ou em não alcoólicos.
GUIDELINES
Publicado por: National Institute for Health and Care Excellence Última publicação em: 2010
Resumo: Fornece recomendações sobre a avaliação de pessoas em abstinência alcoólica, incluindo as que apresentam
risco de encefalopatia de Wernicke.
Diretrizes de tratamento
Europa
Resumo: Tiamina é indicada para o tratamento de encefalopatia de Wernicke suspeita ou manifesta. Ela deve fornecida
antes de quaisquer carboidratos e, de preferência, por via intravenosa. A tiamina é, em geral, bastante segura. Após
cirurgia bariátrica, as diretrizes recomendam o acompanhamento do nível de tiamina por pelo menos 6 meses e a
suplementação com tiamina parenteral. Deve ser administrada tiamina parenteral a todos os indivíduos de risco
internados no pronto-socorro.
Resumo: Fornece recomendações sobre o uso de tiamina em pessoas com alto risco de evoluir para encefalopatia
de Wernicke ou com suspeitas da doença. Inclui recomendações para a utilização de tiamina parenteral seguida por
tiamina oral para prevenir a síndrome de Wernicke-Korsakoff em indivíduos entrando em abstinência alcoólica assistida
planejada em serviços de internação de alcoólicos ou em prisões, indivíduos desnutridos ou em risco de desnutrição
(por exemplo, desabrigados) ou indivíduos com doença hepática descompensada.
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Encefalopatia de Wernicke Imagens
Imagens
Figura 1: Ressonância nuclear magnética (RNM) cranioencefálica com recuperação da inversão atenuada por fluidos
IMAGES
(FLAIR) de paciente com encefalopatia de Wernicke
Ramulu P, Moghekar A, Chaudhry V, et al. Wernicke's encephalopathy, Neurology 2002;59:846; usado com permissão
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Colaboradores:
// Autores:
Abhay Moghekar, MB BS
Assistant Professor
Department of Neurology, Johns Hopkins Hospital, Baltimore, MD
DIVULGAÇÕES: AM declares that he has no competing interests.
// Colegas revisores: