Indústria e Comércio de Brita

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CAPÍTULO 8

ANÁLISE ECONÔMICA DA
PRODUÇÃO DE AGREGADOS

Gilberto Dias Calaes


Economista Mineral
Diretor de ConDet Ltda.

Bernardo Piquet Carneiro Netto


Engenheiro de Minas, Pós-Graduação em
Engenharia Econômica, Especialista em Agregados.

Gilson Ezequiel Ferreira


Economista Mineral
Pesquisador do CETEM/MCT.

Luiz Marcelo Tavares


Professor Associado do Programa de
Engenharia Metalúrgica e de Materiais/COPPE/UFRJ.
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 189

1. INTRODUÇÃO
O planejamento e gestão de projetos e empreendimentos devem ser
fundamentados em um consistente Plano de Negócios, o qual investiga,
seleciona e define alternativas relacionadas ao objetivo do projeto,
empreendimento ou negócio, aos meios a serem mobilizados, aos resultados a
serem alcançados e à forma de avaliá-los, sistematicamente.

A parte conclusiva de um Plano de Negócios - onde já tenham sido


avaliados os parâmetros relacionados ao recurso mineral (pesquisa mineral e
seleção da jazida), mercado, tecnologia, recursos humanos, suprimentos,
aspectos regulatórios e estimativa de custos e preços – consiste de uma análise
técnico-econômica que integra todas as informações e conhecimentos adquiridos
sobre o projeto ou empreendimento, permitindo determinar se o negócio atende
aos interesses do investidor e qual é a sua atratividade comparativamente a
outras oportunidades em consideração. Tal determinação é efetuada por meio de
indicadores de decisão convenientemente calculados através de simulações
econômico-financeiras, com o suporte da técnica do fluxo de caixa descontado.

Supondo-se um projeto/empreendimento de produção de agregados que


já disponha de parâmetros convenientemente estimados, a análise econômica a
seguir apresentada demonstra a estruturação do modelo de análise,
considerando-se a variação de fatores críticos que são frequentemente
condicionados por posturas de gestão territorial e ambiental, as quais, por sua
vez, influenciam os custos de produção e a qualidade do produto e,
consequentemente, a rentabilidade e a competitividade do negócio.

Focalizando cenários, modelos e alternativas associadas à reciclagem de


ECD, co-produto (areia manufaturada), escala de produção e número de turnos de
trabalho – os resultados de avaliações econômicas de modelos alternativos de
produção de agregados para construção civil, apresentados no presente item,
evidenciam a sensibilidade dos fatores considerados em processos de tomada
de decisão. Evidenciam também a importância das técnicas de avaliação
econômica e dos conceitos e instrumentos de planejamento e gestão, na análise
de competitividade e de sustentabilidade, seja na definição de planos de
investimento privado ou na formulação e implementação de políticas públicas.
190 Análise Econômica da Produção de Agregados

A partir da análise técnico-econômica de modelos alternativos de


produção de brita, apresentada em estudo realizado por Calaes, Gurgel e
Piquet (2002), foi desenvolvido por Calaes (2005) um modelo de simulação
mais amplo, aprofundado e atualizado, o qual aborda dois diferentes cenários:
Cenário A: não considera o reprocessamento de ECD e a produção de
areia de brita.
Cenário B: considera o reprocessamento de ECD e a produção de areia
de brita.
Com base no referido modelo de simulação, o presente capítulo
apresenta uma nova versão dos estudos anteriores, incorporando:
(i) uma atualização de valores de investimentos, custos operacionais e
preços de agregados;
(ii) novos aperfeiçoamentos na modelagem em Microsoft Excel;
(iii) uma melhor delimitação de restrições e possibilidades tecnológicas
associadas à produção de areia de brita e processamento de ECD,
tendo por referência os resultados de recentes projetos de P&D,
assim como as experiências de empreendimentos precursores na
utilização e aperfeiçoamento de correspondentes tecnologias;
(iv) uma melhor explicitação do modelo técnico-operacional do
empreendimento concebido e submetido à simulação e análise
econômica.

2. CONDICIONAMENTOS TECNOLÓGICOS ASSOCIADOS A AREIA


DE BRITA

Experiências que resultam de empreendimentos precursores, tais como


os das empresas CONVEM (Magé – RJ) e PEDRASUL (Juiz de Fora – MG),
assim como recentes trabalhos realizados por centros de pesquisa
(ex.: COPPE/UFRJ, CETEM e IPT) – evidenciam condicionamentos
tecnológicos associados à produção de areia de brita e ao processamento de
ECD, ressaltando restrições e possibilidades tecnológicas e econômicas que
devem ser consideradas ao se avançar estudos e simulações tais como os
apresentados no presente capítulo.
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 191

2.1. Produção de Areia de Brita

Na produção de areia de brita, destacam-se as questões associadas ao


ajuste de faixas granulométricas, devido à presença de finos abaixo de 200
malhas oriundo da cominuição da rocha. Buscando assegurar que o volume de
finos (fíler) não exceda ao limite de 12% especificado pela ABNT (ABNT,
2006), empresas vêm desenvolvendo soluções tecnológicas orientadas para a
adoção de métodos de processamento a úmido.

Entretanto, tais rotas de processamento se afiguram inconvenientes,


tendo em vista o consumo de água e a emissão e destinação de efluentes
líquidos, em áreas de alta densidade populacional como são as áreas de mais
intenso consumo de agregados. Por sua vez, no processo via-seca, a utilização
de aeroseparadores – embora se afigure como boa solução técnica para atender
à norma da ABNT que limita em 12% a presença de fíler (finos abaixo de 200
malhas), gerado na cominuição da rocha dura, para obtenção da areia de brita
apresenta alto custo de investimento e operacional.

Mesmo com estas restrições tecnológicas e econômicas, a areia de brita


tende a ser obtida dominantemente em processamento por via-seca atendendo
o mercado de argamassas. Entretanto - nos casos em que a rocha submetida à
cominuição ofereça um comportamento granulométrico com geração de fíler
abaixo do mencionado limite de 12% - a areia dela resultante poderá ser
destinada aos diferentes segmentos de aplicação na construção civil, com
grandes vantagens em relação à areia quartzosa natural. Cumpre ressaltar que o
mencionado comportamento granulométrico, no processo de cominuição, é
encontrado em algumas formações gnáissicas e basálticas.

2.2. Processamento de ECD

No caso do processamento de ECD verifica-se que a solução tecnológica


que vem sendo desenvolvida em centros universitários e de pesquisa
brasileiros, envolve a separação dos diferentes componentes (agregados, aço,
madeira, material cerâmico, plásticos, vidro, etc.) em circuito a úmido,
evidenciando-se mais uma vez a inconveniência de se promover o uso
intensivo de água, além do manuseio e emissão de efluentes líquidos, em
regiões densamente povoadas. Mesmo que tal restrição não fosse evidenciada,
cumpre ressaltar que os custos de tal processamento afiguram-se elevados.
192 Análise Econômica da Produção de Agregados

Diante ao exposto, sobressai a constatação de que a viabilização do


processamento de ECD e, portanto, da reciclagem de agregados, depende,
essencialmente, de um processo educativo que assegure a separação dos
resíduos de construção civil junto à correspondente fonte geradora, ou seja,
como atividade inerente à própria construção civil. Evidencia-se, portanto, que
a solução ideal não recai no desenvolvimento de circuitos de separação.
Ao contrário, depende muito mais de um processo educativo que resulte na
organização das operações de separação, na construção civil, assim como da
estimulação das empresas produtoras de agregados a empreender a capitação e
o processamento de ECD.

Além desta perspectiva sujeita aos mencionados aspectos educacionais e


organizacionais, o ECD processado via seca tem a sua aplicação restrita ao
emprego como bases e sub-bases de rodovias marginais e certamente, em
futuro próximo, como cobertura intercalada de aterro sanitário cuja existência
e boa gestão é compromisso que recai sobre todas administrações municipais.

3. PREMISSAS BÁSICAS
A simulação empreendida encontra-se fundamentada nas seguintes
premissas:

3.1. Concepção Técnico-Operacional

Modelo I: capacidade de 75 t/h; lavra em paredão; perfuração primária e


secundária com marteletes manuais; carga com pás mecânicas de pequeno
porte; transporte interno com caminhões convencionais e beneficiamento a
seco com britadores de mandíbulas/cônicos e peneiras vibratórias.

Modelo II: capacidade de 150 t/h; lavra em bancadas; perfuratriz de carreta no


desmonte primário; rompedor hidráulico no desmonte secundário; carga com pás
mecânicas de porte médio, transporte interno com caminhões fora de estrada e
beneficiamento a seco com britadores de mandíbulas/cônicos e peneiras
vibratórias.

Modelo III: capacidade 450 t/h; lavra em bancadas; perfuratriz de carreta no


desmonte primário; rompedor hidráulico no desmonte secundário; carga com
escavadeira com retro ou shovel de porte médio; transporte interno com caminhões
fora de estrada e beneficiamento a seco com britadores de mandíbulas/cônicos e
peneiras vibratórias.
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 193

A Figura 1 Sintetiza a concepção dos três modelos de produção considerados.

Modelo I Modelo II Modelo III

Capacidade (t/h) 75 150 450

Lavra Paredão Bancadas Bancadas

Perfuração Marteletes manuais Perfuratriz de Perfuratriz de


carreta carreta

Desmonte Explosivo Rompeador Rompeador


secundário hidráulico hidráulico

Carregamento Pás mecânicas de Pás mecânicas de Escavadeira com


pequeno porte pequeno porte retro ou shovel de
porte médio

Transporte Caminhões Caminhões fora de Caminhões fora de


interno convencionais estrada estrada

Beneficiamento A seco A seco A seco

Britagem Britadores de Britadores de Britadores de


mandíbula/cônicos mandíbula/cônicos mandíbula/cônicos

Classificação Peneiras vibratórias Peneiras vibratórias Peneiras vibratórias

Figura 1 – Caracterização dos modelos de produção.


Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.

Apesar de alheio aos atuais conceitos da engenharia de minas e aos


preceitos do ordenamento territorial e do desenvolvimento sustentável - que
presidem o aproveitamento de depósitos minerais – o Modelo I (ainda
relativamente frequente em boa parte dos empreendimentos de agregados
existentes no Brasil) é aqui considerado com a finalidade de evidenciar a sua
respectiva perda de eficiência e de produtividade, comparativamente a modelos
melhor sintonizados com os atuais paradigmas de competitividade e
sustentabilidade.

Buscando explicitar o modelo técnico-operacional tomado como


referência e submetido à simulação e análise econômica no presente Capítulo,
cumpre ressaltar, em essência, que - com a utilização da boa técnica da engenharia de
194 Análise Econômica da Produção de Agregados

minas - os Modelos II e III envolvem concepções mais avançadas, cabendo destacar


os seguintes fatores de diferenciação de eficiência e produtividade, propostos por
Piquet Carneiro e Tavares (2006a e 2006b):

Contexto geral:

(i) elevada produtividade da mão-de-obra e dos equipamentos e


consumo mínimo de energia por tonelada de agregado produzido;
(ii) margem operacional otimizada, de uma forma constante ano a ano,
por toda a vida do empreendimento.
Projeto de lavra: com custos reduzidos de investimento, além de custos
operacionais minimizados e constantes ao longo de toda a vida útil da jazida.

Carga e transporte: Escavadeira hidráulica, operando sobre a pilha de


minério no carregamento de caminhões “fora de estrada”.

Deslocamento da usina de beneficiamento: ao final das reservas de cada


bloco de lavra, visando perseguir o mais baixo custo de transporte interno.

Projeto da usina de beneficiamento:

(i) concepção e flexibilidade operacional orientadas para a geração do


maior número de produtos, sem a formação de estoques excessivos
e permitindo a rebritagem de todos os excedentes de produção
dentro do próprio processo;
(ii) operação em todos estágios de rebritagem em circuito fechado, a
fim de garantir a bitolagem do maior número de produtos e a
obtenção de características ótimas de forma;
(iii) utilização de pilhas de estocagem na alimentação de todos estágios
de rebritagem, de forma a evitar que a capacidade de
processamento do circuito seja reduzida devido a sobrecargas de
caráter eventual ou sistemático de algum dos estágios de britagem;
(iv) dimensionamento de britadores de maneira a garantir a sua
operação com câmara cheia (afogado) e com a potência adequada
ao material a ser britado.
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 195

(v) maximização da produtividade e minimização do custo de


investimento com a operação da usina em três turnos diários;
(vi) seleção do tipo de britador mais adequado;
(vii) racionalização máxima do arranjo físico dos equipamentos, de tal
forma a minimizar o comprimento total de transportadores de
correia e maximizando a produtividade.

3.2. Outras Premissas Adotadas

Vida Útil: adotou-se vinte anos como período de vida útil dos
empreendimentos.
Pesquisa Mineral: os dimensionamentos estimados consideram a necessidade de
se conhecer em profundidade o volume de material necessário à programação de
lavra ao longo da vida útil de cada modelo produtivo.
Período de Inversões: nas situações consideradas, estima-se o prazo de dois anos
para a instalação da unidade de produção, incluída a realização da pesquisa mineral.
Regime de Operação: considera-se a operação em regime de 22 dias/mês
(264 dias/ano).
- Alternativa A: 1 turno de 8 h Ö 176 h/mes Ö 2.112 h/ano.
- Alternativa B: 2 turnos de 8 h Ö 352 h/mes Ö 4.224 h/ano.
- Alternativa C: 3 turnos (2 de 8 h e 1 de 6 h) Ö 484 h/mes Ö 5.808 h/ano.

Progressão de Produção: considerou-se a seguinte progressão comum aos três


modelos produtivos:
- Ano 1: Ocupação de 50% da capacidade nominal.
- Ano 2: Ocupação de 80% da capacidade nominal.
- Ano 3: Operação em regime de plena ocupação da capacidade nominal.
Composição da Produção: Pó: 30%; Brita 0: 20%; e Brita 1: 50%.

Preços de Venda: preços médios FOB com impostos:


- Pó: R$ 15,00/t.
- Brita 0: R$ 20,00/t.
- Brita 1: R$ 20,00/t.
Base de Preços: janeiro de 2008.
196 Análise Econômica da Produção de Agregados

Cenários Alternativos: Tanto o Cenário A quanto o Cenário B adotam as


mesmas premissas básicas retro-assinaladas. Essencialmente tais cenários assim
se diferenciam:

Cenário A: Considera tão somente a produção de agregados


convencionais, em qualquer das combinações Modelo
produtivo/alternativa de regime de trabalho.

Cenário B: Mantidas as capacidades instaladas referentes a cada


combinação Modelo/Alternativa, no Cenário B é considerada a inserção
das seguintes alterações em processos produtivos: i) implantação de um
conjunto de rebritagem e peneiramento em circuito fechado (para
produção de areia de brita); e ii) implantação de uma linha paralela com
britador de impacto de eixo horizontal (para processamento de ECD,
incorporando-o ao sistema de classificação existente.

Em conformidade com as condicionantes assinaladas no item 1, cumpre


ressaltar que as simulações associadas ao Cenário B assumem que as operações
de produção de areia de brita e de processamento de ECD sejam realizadas a
seco e que os correspondentes produtos sejam destinados a aplicações outras
que não edificações estruturadas. Portanto, as simulações realizadas
consideram que os produtos areia de brita e agregado reciclado a partir de
ECD se destinem, exclusivamente, aos mercados de argamassas, base e sub-
base de pavimentação e aterro sanitário.

Taxa de Desconto: Admitiu-se, para o cálculo do valor presente, que os


empreendimentos em análise sejam estruturados com 100% de capital próprio
a um custo de capital de 12,5% a.a.

Diante às premissas consideradas, as simulações desenvolvidas


compreendem diferentes situações que resultam da combinação de Cenários,
Modelos Produtivos e Alternativas de regime de trabalho, conforme
evidenciado na Figura 2.
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 197

CENÁRIOS MODELOS ALTERNATIVAS

Modelo 1 1 Turno
1 Turno
Cenário A Modelo 2 2 Turnos
3 Turnos
1 Turno
Modelo 3 2 Turnos
3 Turnos

Modelo 1 1 Turno
1 Turno
Cenário B Modelo 2 2 Turnos
3 Turnos

1 Turno
Modelo 3 2 Turnos
3 Turnos

Figura 2 – Árvore de cenários/ modelos/ alternativas.


Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.

Portanto, resumidamente, o estudo de simulação econômica, a seguir


apresentado, analisa diferentes condicionamentos associados aos seguintes
modelos de produção:
Modelo I: 75 t/hora
Modelo II: 150 t/hora
Modelo III: 450 t/hora
O Modelo I corresponde a um padrão de operação em turno único,
baixa tecnologia e altos custos. Os Modelos II e III incorporam padrões
tecnológicos mais avançados, baseados em técnicas de lavra por bancadas.
A ambos foram aplicadas alternativas de regime de trabalho, para explicitar as
vantagens econômicas de unidades produtoras de agregados, de alta
produtividade, com fundamento em elevada escala de produção e moderna
concepção tecnológica:
198 Análise Econômica da Produção de Agregados

Alternativa A: Operação em 1 turno de 8 horas.


Alternativa B: Operação em 2 turnos de 8 horas.
Alternativa C: Operação em 3 turnos, sendo 2 de 8 horas e 1 de 6 horas.
Embora a simulação apresentada utilize dados operacionais e econômicos
calcados na realidade vigente, os resultados obtidos não são representativos da
rentabilidade real de empreendimentos existentes que utilizem técnicas similares
às aqui descritas.

4. PROGRAMA DE PRODUÇÃO E VENDAS


Segundo os Cenários, Modelos e Alternativas estabelecidos, o programa
de produção e vendas encontra-se caracterizado a seguir:

4.1. Cenário A

As receitas brutas de vendas para os Modelos de produção considerados


foram estimadas com base na adoção de um preço médio em base FOB, com
impostos. Em termos do Cenário A, o Quadro 1 apresenta as estimativas de
receita anual de vendas para cada um dos Modelos de produção e Alternativas
consideradas.

Quadro 1 – Demonstrativo da composição da receita de vendas – Cenário A.


Preço Modelo I Modelo II Modelo III

Produtos de Venda Produção Receita Produção Receita Produção Receita


R$/t mil t/a R$ mil mil t/a R$ mil mil t/a R$ mil

Pó 15,00 47,5 713 95,0 1.425 285,0 4.275

Brita 0 20,00 31,7 634 63,4 1.268 190,1 3.804

Brita 1 20,00 79,2 1.584 158,4 3.168 475,2 9.504

Alternativa A 18,50 158,4 2.931 316,8 5.861 950,4 17.583

Alternativa B 18,50 - - 633,6 11.722 1.900,8 35.166

Alternativa C 18,50 - - 871,2 16.118 2.613,6 48.353


Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 199

4.2. Cenário B

Passando ao Cenário B, o Quadro 2 apresenta as estimativas de receita


anual de vendas para cada um dos Modelos e Alternativas considerados.

Quadro 2 – Demonstrativo da composição da receita de vendas – Cenário B.


Preço de Modelo I Modelo II Modelo III
Produtos Venda Produção Receita Produção Receita Produção Receita
R$/t mil t/a R$ mil mil t/a R$ mil mil t/a R$ mil

Agregado Convencional 18,50 110,9 2.052 221,8 4.103 665,3 12.308

Pó 15,00 33,3 500 66,5 998 199,6 2.994

Brita 0 20,00 22,2 444 44,4 888 133,1 2.662

Brita 1 20,00 55,4 1.108 110,9 2.218 332,6 6.652

Brita de Entulho 14,00 11,1 155 22,2 311 66,5 932

Areia de brita 20,00 31,7 634 63,4 1.268 190,1 3.802

Alternativa A 17,39 153,7 2.841 307,4 5.682 921,9 17.042

Alternativa B 17,39 - - 614,8 11.364 1.843,8 34.084

Alternativa C 17,39 - - 845,4 15.626 2.535,2 46.866

Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.

5. INVESTIMENTOS
Para o Cenário A, os investimentos necessários à implantação dos
Modelos de produção concebidos, encontram-se resumidos no Quadro 3.
200 Análise Econômica da Produção de Agregados

Quadro 3 – Investimentos nos modelos simulados – Cenário A.


R$ mil
Modelo I Modelo II Modelo III
Investimentos
Alt. A Alt. A Alt. B Alt. C Alt. A Alt. B Alt. C
1. Inversões Fixas 6.441 14.592 14.592 14.592 23.379 23.379 23.379
Aquisição de Terrenos 750 2.000 2.000 2.000 5.000 5.000 5.000
Obras Civis 329 520 520 520 686 686 686
Equipamentos 4.412 9.950 9.950 9.950 14.590 14.590 14.590
Instalação e Montagem 353 796 796 796 1.167 1.167 1.167
Fretes e Seguros 88 199 199 199 292 292 292
Eventuais 509 1.127 1.127 1.127 1.644 1.644 1.644
2. Despesa Pré-Operacion. 544 1.222 1.222 1.222 1.972 1.972 1.972
Pesquisas Minerais 61 127 127 127 219 219 219
Estudos e Projetos 161 365 365 365 584 584 584
Gerência de Implantação 322 730 730 730 1.169 1.169 1.169
3. Capital de Giro 239 488 807 1.049 1.149 2.043 2.713
4. Compensação Ambiental 110 248 253 257 404 417 427
TOTAL 7.334 16.550 16.874 17.120 26.904 27.811 28.491
Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.

Considerando as inversões adicionais para a produção de areia de brita e


para o reprocessamento de entulho (ECD), o Quadro 4 apresenta o sumário
dos investimentos no Cenário B.
Quadro 4 – Investimentos nos modelos simulados – Cenário B.
R$ mil
Modelo I Modelo II Modelo III
Investimentos
Alt. A Alt. A Alt. B Alt. C Alt. A Alt. B Alt. C
1. Unidade Convencional 7.224 16.302 16.621 16.863 26.500 27.394 28.064
Inversões Fixas 6.441 14.592 14.592 14.592 23.379 23.379 23.379
Despesas pré-operacionais 544 1.222 1.222 1.222 1.972 1.972 1.972
Capital de Giro 239 488 807 1.049 1.149 2.043 2.713
2. Unid. Reproces. de Entulho 110 110 110 110 110 110 110
Fixas adicionais 100 100 100 100 100 100 100
Pré-operacionais adicionais 10 10 10 10 10 10 10
3. Unid. Areia Maufaturada 797 930 930 930 1.196 1.196 1.196
Fixas adicionais 725 846 846 846 1.087 1.087 1.087
Pré-operacionais adicionais 72 85 85 85 109 109 109
4. Compensação Ambiental 124 264 269 273 423 437 447
TOTAL 8.225 17.606 17.930 18.176 28.229 29.137 29.817
Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 201

O detalhamento das estimativas de investimentos é apresentado em


continuação.

5.1. Inversões Fixas

5.1.1 - Aquisição de Terrenos


Sendo consideradas as necessidades de área para cada Modelo de
produção, bem como os preços médios de terrenos em regiões metropolitanas
- os valores das inversões em aquisição de terrenos encontram-se a seguir
apresentados:
Modelos de Área Requerida Valor do Terreno
Produção (mil m2) (R$ mil)
Modelo I 150 750
Modelo II 400 2.000
Modelo III 1.000 5.000

5.1.2 - Obras Civis


As inversões em obras civis compreendem a terraplenagem da área
necessária às instalações de produção e de serviços de apoio, bem como a
construção de estradas de acesso e vias de transporte interno e ainda as
edificações requeridas. O Quadro 5 apresenta a síntese dos investimentos com
obras civis.
Quadro 5 – Investimentos em obras civis
R$ mil
Discriminação Modelo I Modelo II Modelo III

Terraplenagem 10 20 36
Estradas de Acesso 14 80 150
Edificações 305 420 500
- Lavra 10 15 20
- Beneficiamento 195 225 300
- Expedição 20 20 20
- Serviços de Apoio 80 160 160
TOTAL 329 520 686
Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.
202 Análise Econômica da Produção de Agregados

a) Terraplenagem: Para cada um dos três módulos, estimou-se a necessidade


de terraplanagem e seus valores ao custo unitário de R$ 2,00/m3, conforme
segue:
Modelos de Produção Volume a Remover (mil m3) Valor
(R$ mil)
Modelo I 5 10
Modelo II 10 20
Modelo III 18 36

b) Estradas de Acesso: As estradas de acesso internas e externas encontram-


se orçadas em R$ 14 mil para o Modelo I, R$ 80 mil para o Modelo II e R$ 150
mil para o Modelo III.

c) Edificações: O Quadro 6 a seguir apresentado, demonstra a composição


dos investimentos com a realização das diferentes edificações, necessárias à
implantação de cada um dos três modelos de produção.
Quadro 6 – Composição de investimentos com as edificações.
R$ mil
Edificações Modelo I Modelo II Modelo III
Lavra 10,0 15,0 20,0
Paióis 5,0 7,5 10,0
Casa de compressores 5,0 7,5 10,0
Beneficiamento (Concreto Armado a R$ 150,00/m3) 195,0 225,0 300,0
Expedição (Portaria) 20,0 20,0 20,0
Serv. de Apoio (Escrit., Almoxar. e Oficina a R$ 400,00/m2) 80,0 160,0 160,0
TOTAL 305,0 420,0 500,0
Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.

5.1.3 - Máquinas e Equipamentos


O Quadro 7 apresenta a síntese dos investimentos com a aquisição de
máquinas e equipamentos.
Quadro 7 – Investimentos em máquinas e equipamentos.
R$ mil
Discriminação Modelo I Modelo II Modelo III
Lavra 862 3.520 4.840
Beneficiamento 3.000 4.800 7.520
Expedição 400 1.300 1.900
Serviços de Apoio 150 330 330
TOTAL 4.412 9.950 14.590
Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 203

O Quadro 8, a seguir apresentado, demonstra a composição dos


investimentos previstos, em máquinas e equipamentos, segundo os Modelos I,
II e III.

Quadro 8 – Composição dos investimentos em máquinas e equipamentos.


Modelo I Modelo II Modelo III
Quant. R$ Quant. R$ Quant. R$
mil mil mil

1- Lavra 862 3.520 4.840

Compressor estacionário 1 150 2 300 3 450


Martelete manual 6 12 - - - -
Perfuratriz de carreta - - 1 120 2 240
Rompedor hidráulico - - 1 1.000 1 1.000
Pá carregadeira de pequeno porte 1 400 - - - -
Pá carregadeira de médio porte - - 2 1.200 1 600
Escavadeira hidráulica - - - - 1 1.200
Caminhão basculante convencional 2 300 - - - -
Caminhão “fora-de-estrada” - - 2 640 3 1.350

2- Beneficiamento 3.000 4.800 7.520

Britadores de mandíbulas 2 800 1 800 1 1.200


Rebritadores cônicos 1 550 3 1.600 4 2.800
Peneiras vibratórias 3 690 4 1.120 4 1.520
Transportadores de correia (20 m cada) 12 960 16 1.280 25 2.000

3- Expedição 400 1.300 1.900

Pá carregadeira de pequeno porte 1 400 - - - -


Pá carregadeira de médio porte - - 1 600 2 1.200
Balança rodoviária de 60t - - 1 700 1 700

4 - Serviços de Apoio 150 330 330

Caminhão pipa 1 150 1 150 1 150


Patrol - - 1 150 1 150
Veículo leve - - 1 30 1 30
Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.
204 Análise Econômica da Produção de Agregados

5.1.4 - Instalações e Montagens


As inversões relacionadas às atividades de instalação e montagem foram
estimadas com aplicação do percentual de 8% sobre o total dos dispêndios em
máquinas e equipamentos.

Modelos de Instalações e Montagens


Produção (R$ mil)
Modelo I 353
Modelo II 796
Modelo III 1.167

5.1.5 - Fretes e Seguros


Dispêndios orçados com a aplicação do percentual de 2% sobre o valor
das inversões em máquinas e equipamentos.

Modelos de Fretes e Seguros


Produção (R$ mil)
Modelo I 88
Modelo II 199
Modelo III 292

5.1.6 – Eventuais
Para fazer face às despesas diversas adicionais, é estimado o valor
correspondente a 10% das inversões principais (obras civis, máquinas e
equipamentos e instalações e montagens). Tem-se, portanto:

Modelos de Inversões Eventuais


Produção Principais (R$ mil)
(R$ mil)
Modelo I 5.094 509
Modelo II 11.266 1.127
Modelo III 16.443 1.644
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 205

5.1.7. Inversões Fixas Adicionais no Cenário B

Nas condições de Cenário B, os empreendimentos considerados


(combinações de Modelos de produção/Alternativas de número de turnos de
operação) exigirão os seguintes investimentos adicionais:

Unidade de produção de Areia de Brita: Implantação de um conjunto


de rebritagem e peneiramento em circuito fechado.

Unidade de processamento de ECD: implantação de uma linha


paralela com britador de impacto de eixo horizontal (para processamento
de ECD), incorporando-o ao sistema de classificação existente.

5.2. Despesas Pré-Operacionais

Compreendendo os dispêndios necessários à realização de pesquisas


minerais, estudos e projetos de engenharia e gerência de implantação, as
estimativas de inversões em gastos pré-operacionais, comuns às três alternativas,
encontram-se sumarizadas no Quadro 9.
Quadro 9 – Despesas pré-operacionais – Cenário A.
R$ mil
Discriminação Modelo I Modelo II Modelo III

1 – Pesquisas Minerais 61 127 219


Topografia 5 12 30
Sondagens 6 15 39
Capeamento 1 3 8
Rocha 5 12 31
Análises/Ensaios de Beneficiamento 50 100 150
2 - Estudos e Projetos 161 365 584
3 – Gerência de Implantação 322 730 1.169

TOTAL 544 1.222 1.972


Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.
206 Análise Econômica da Produção de Agregados

5.2.1. Pesquisas Minerais

a) - Topografia: Levantamento em escala de 1:1.000 com altimetria, ao custo


de R$ 30,00/1.000 m2:
Modelos de Área Custo
Produção 1.000 m2 R$ Mil
Modelo I 150 4,5
Modelo II 400 12
Modelo III 1.000 30

b) - Sondagens:

b.1) - Perfuração de Capeamento (com trado manual): Furos com


profundidade média de 2 m, em malha de 50 m x 50 m, ao custo unitário de
R$ 10,00/m.

b.2) - Perfuração de Rocha (com perfuratriz de carreta pneumática):


Furos com profundidade média de 20 m, em malha de 100 m x 100 m, ao
custo unitário de R$ 15,00/m.
Modelos de Metragem de Sondagem Custo (R$ mil)
Produção Capeamento Rocha Capeamento Rocha Total
Modelo I 120 300 1,2 4,6 5,8
Modelo II 320 800 3,2 12,3 15,5
Modelo III 800 2.000 8,0 30,8 38,8

c) - Análises e Ensaios: visando de fornecer subsídios para a previsão


do balanço de massas do circuito projetado, bem como avaliar a qualidade dos
produtos a serem gerados, considera-se a realização das seguintes
análises/ensaios (Piquet Carneiro, 2006b):
Análises mineralógicas.
Abrasão “Los Angeles”.
Ensaios de fragmentação de partículas individuais e britabilidade.
Índice de trabalho de impacto.
Índice de abrasividade de Bond.
Densidade “in situ”.
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 207

Considera-se o custo da ordem de R$ 5.000,00 para realização destes


ensaios (por amostra), bem como o número de 10 amostras no Modelo I, 20 no
Modelo II e 30 no Modelo III:
Modelos de Análises e Ensaios
Produção (R$ mil)
Modelo I 50
Modelo II 100
Modelo III 150

5.2.2. Estudos e Projetos


Dispêndios estimados em 2,5% das inversões fixas:
Modelos de Produção Inversões Fixas Estudos e Projetos
(R$ mil) (R$ mil)
Modelo I 6.441 161
Modelo II 14.592 365
Modelo III 23.379 584

5.2.3. Gerência de Implantação

Dispêndios estimados em 5% das inversões fixas:


Modelos de Produção Gerência de Implantação
(R$ mil)
Modelo I 322
Modelo II 730
Modelo III 1.169

5.2.4. Despesas Pré-Operacionais Adicionais no Cenário B

Para o Cenário B, as despesas pré-operacionais complementares,


relacionadas à implantação da unidade de produção de areia de brita e de
processamento de ECD, foram orçadas com base na aplicação do percentual
de 10% sobre as correspondentes inversões fixas adicionais.
208 Análise Econômica da Produção de Agregados

5.3. Capital de Giro

O demonstrativo da composição do capital de giro próprio para os três


módulos de produção é apresentado no Quadro 10 a seguir:
Quadro 10 – Composição dos investimentos em capital de giro – Cenário A.
R$ mil
Modelo I Modelo II Modelo III
Discriminação
Alt. A Alt.. A Alt. B Alt. C Alt. A Alt. B Alt. C

Necessidades ou Ativo 548 1.087 1.910 2.529 2.754 5.133 6.916


Circulante

Caixa Mínimo 64 113 162 200 212 342 440


Contas a Receber 333 666 1.332 1.831 1.998 3.996 5.494
Estoques 151 308 416 498 544 795 982

Materiais de Consumo 22 37 74 102 104 208 286


7 12 24 33 36 71 97
Produtos em Elaboração
Produtos Finais 34 60 119 164 112 224 307
Peças e Materiais de 88 199 199 199 292 292 292
Reposição

Recursos ou Passivo 309 599 1.103 1.480 1.605 3.090 4.203


Circulante

Contas a Pagar 95 170 244 299 317 514 661


Impostos a Pagar 48 96 193 265 289 578 795
Desconto de Duplicatas 166 333 666 916 999 1.998 2.747

Capital de Giro Próprio 239 488 807 1.049 1.149 2.043 2.713

Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.

Apresenta-se, a seguir, o memorial descritivo das estimativas do capital


de giro.

5.3.1. Necessidades ou Ativo Circulante

a) Caixa Mínimo: Considerou-se o valor necessário para custear 10 dias de


produção.
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 209

R$ mil
Alternativa A Alternativa B Alternativa C
Modelos Custo Caixa Custo Caixa Custo Caixa
anual 1 mínimo 2 anual 1 mínimo 2 anual* mínimo
Modelo I 1.680 64 - - - -
Modelo II 2.983 113 4.288 162 5.267 200
Modelo III 5.586 212 9.039 342 11.629 440
Obs.: (2) = [(1) / 264 dias/ano] x 10 dias.

b) Contas a Receber: Considerou-se a seguinte política de vendas: i) 50% à


vista; ii) 50% com 60 dias de prazo, sendo descontadas 50% das duplicatas
com antecipação do prazo total de faturamento.
CR = (RB x 0,5 x 60) / DP, onde:
CR = Contas a Receber.
RB = Receita Operacional Bruta Anual.
DP = Dias de produção no Ano.
Modelos Alternativa A Alternativa B Alternativa C
Receita anual 1 Contas a Receita Contas a Receita Contas a
receber 2 anual 1 receber 2 anual 1 receber 2
Modelo I 2.930 333 - - - -
Modelo II 5.860 666 11.721 1.332 16.116 1.831
Modelo III 17.581 1.998 35.163 3.996 48.349 5.494
Obs.: (2) = [(1) x 0,5 x 60 dias] / 264 dias/ano.

c) Estoques:

c.1) - Materiais de Consumo: Foi considerado o estoque em quantidades


necessárias ao atendimento de 15 dias de produção dos itens de consumo,
compreendendo materiais de perfuração, detonação, telas, combustíveis e
lubrificantes, além de pneus (1 conjunto para caminhão e outro para pás
carregadeiras) e material rodante (1 conjunto). O custo padrão adotado para a
totalidade destes itens corresponde a 48% do custo direto de produção do
Modelo I, 50%, do Modelo II e 53%, do Modelo III.
210 Análise Econômica da Produção de Agregados

R$ mil
Modelos Alternativa A Alternativa B Alternativa C
Custo 1 Materiais2 de Custo 1 Materiais2 de Custo 1 Materiais2 de
direto/ano consumo direto/ano consumo direto/ano consumo
Modelo I 808 22 - - - -
Modelo II 1.305 37 2.610 74 3.589 102
Modelo III 3.453 104 6.906 208 9.496 286
Obs.: (2) =[ (1) x PCDP x 15] / 264 dias/ano, onde PCDP = percentual do custo direto de produção.

c.2) Produtos em Elaboração: Considera-se a manutenção de dois estoques


intermediários, sendo um de alimentação do britador primário (20% da
produção mensal) e o outro, o pulmão intermediário regulador do circuito de
rebritagem. Tais estoques encontram-se orçados aos custos diretos de
produção de lavra, de acordo com os volumes a seguir indicados:

c.2.1) Estoque na alimentação do Britador Primário (20% da produção


mensal).
Modelos Alternativa A Alternativa B Alternativa C
Produção Estoque Produção Estoque Produção Estoque
t/mês 1 R$ mil 2 t/mês 1 R$ mil 2 t/mês 1 R$ mil 2
Modelo I 13.200 6
Modelo II 26.400 10 52.800 20 72.600 28
Modelo III 79.200 31 158.400 61 217.800 84
Obs.: (2) = (1) x 0,2 x CUL, onde CUL = Custo unitário de lavra – Modelo I: R$ 2,13/t; II: R$ 1,93/t;
III: R$ 1,93/t

c.2.2) Estoque Intermediário, Regulador do Circuito de Rebritagem (3 h de


produção).
Modelos Alternativa A Alternativa B Alternativa C
Produção Estoque Produção Estoque Produção Estoque
t/hora 1 R$ mil 2 t/mês 1 R$ mil 2 t/mês 1 R$ mil 2
Modelo I 75 1
Modelo II 150 2 300 4 413 5
Modelo III 450 5 900 10 1.238 13
Obs.: (2) = (1) x NHP x CUP, onde:
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 211

- NHP = número de horas de produção ( 3 h).

- CUP = Custo Direto unitário de produção – Modelo I: R$ 5,10/t; II: R$


4,12/t; III: R$ 3,63/t.

c.2.3) - Valor Total dos Estoques de Produtos em Elaboração.


Modelos Estoques de Prod. em Elaboração (R$ Mil)
Alternativa A Alternativa B Alternativa C
Modelo I 7 - -
Modelo II 12 24 33
Modelo III 36 71 97

c.3) Produtos Finais: Para os produtos finais dos Modelos considerados,


foram adotados estoques equivalentes a 2% da produção anual, ou seja o
equivalente a cerca de 5 dias de produção, conforme apresentado no
Quadro 11.

Quadro 11 – Estoques de produtos finais.


Modelo I Modelo II Modelo III
Produtos Produção Estoques Produção Estoques Produção Estoques
mil t/a t mil t/a t mil t/a t
Alternativa A 158,4 3.168 316,8 6.336 950,4 19.008
Alternativa B - - 633,6 12.672 1.900,8 38.016
Alternativa C - - 871,2 17.424 2.613,6 52.272
Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.

O valor dos estoques de produtos finais encontra-se demonstrado no


Quadro 12.

Quadro 12 – Valor dos estoques de produtos finais.


Modelos de Custo Unitário Valor do Estoques (R$ mil)
Produção R$/t 1 Alternativa A Alternativa B Alternativa C
Modelo I 10,61 34 - -
Modelo II 9,42 60 119 164
Modelo III 5,88 112 224 307
Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.; Obs.: 1Compreende as operações de lavra e de
beneficiamento.
212 Análise Econômica da Produção de Agregados

c.4) – Peças e Materiais de Reposição: Admitiu-se a manutenção de estoques


equivalentes a 2% do valor das inversões em máquinas e equipamentos.
Ter-se-á, portanto:
R$ mil
Inversões em Máquinas Estoque de Peças e Mater. de Repos.
Modelos
e Equipamentos Alternativa A Alternativa B Alternativa C
Modelo I 4.412 88 - -
Modelo II 9.950 199 199 199
Modelo III 14.590 292 292 292

5.3.2. Recursos ou Passivo Circulante

a) Contas a Pagar: Admite-se o prazo médio de 15 dias para pagamento das


despesas correspondentes ao custo de produção.
R$ mil
Alternativa A Alternativa B Alternativa C
Modelos Custo Contas a Custo Contas a Custo Contas a
total/ano 1 pagar 2 total/ano 1 pagar 2 total/ano 1 pagar 2
Modelo I 1.680 95 - - - -
Modelo II 2.983 170 4.288 244 5.267 299
Modelo III 5.586 317 9.039 514 11.629 661
Obs.: (2) = [(1) x 15 dias] / 264 dias/ano.

b) Impostos a pagar: Considerou-se o prazo médio de 30 dias para


pagamento dos impostos incidentes sobre a receita (ICMS, PIS, COFINS e
CFEM), conforme demonstra o Quadro 13.
Quadro 13 – Impostos a pagar.
R$ mil
Alternativa A Alternativa B Alternativa C
Modelos Impostos Impostos a Impostos Impostos a Impostos Impostos a
total/ano 1 pagar 2 total/ano 1 pagar 2 total/ano 1 pagar 2
Modelo I 424 48 - - - -
Modelo II 848 96 1.697 193 2.333 265
Modelo III 2.545 289 5.090 578 6.999 795
Obs.: (2) = [(1) x 30 dias]/264 dias/ano.
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 213

c) Desconto de Duplicatas: Conforme já assinalado, admite-se que 50% das


vendas sejam efetuadas a prazo (média de 60 dias), sendo descontadas 50% das
duplicatas com antecipação do prazo total de faturamento. Obtém-se,
consequentemente, a seguinte estimativa de geração de recursos circulantes
devido ao desconto de duplicatas:
DD = (RB x 0,25 x 60)/DP, onde:
DD = Recursos de Giro oriundo de Desconto de Duplicatas.
Alternativa A Alternativa B Alternativa C
Modelos Receita Desconto de Receita Desconto de Receita Desconto de
total/ano 1 duplicatas 2 total/ano 1 duplicatas 2 total/ano 1 duplicatas 2
Modelo I 2.930 166 - - - -
Modelo II 5.860 333 11.721 666 16.116 916
Modelo III 17.581 999 35.163 1.998 48.349 2.747
Obs.: (2) = [(1) x 0,5 x 0,5 x 60 dias] / 264 dias/ano.

6. CUSTOS DE PRODUÇÃO
Os custos de produção nos Modelos analisados foram estimados
levando-se em conta os regimes de operação considerados e a plena ocupação
das capacidades instaladas. Neste item, são descritos os critérios adotados
nessa estimativa, bem como a composição dos custos diretos e indiretos e a
consolidação do custo total da produção.

A mão-de-obra direta foi dimensionada e orçada segundo operações do


processo produtivo e categorias funcionais. Para o regime de um turno de
trabalho, a mão-de-obra direta dos Modelos 1 e 2, deve contar com 19 postos
de trabalho e a do Modelo 3, com 23. De acordo com as estimativas efetuadas,
o custo unitário da mão-de-obra direta será de R$ 1,59/t, no Modelo 1, de
R$ 0,81/t, no Modelo 2 e de R$ 0,33/t, no Modelo 3. Para os regimes de dois
ou de três turnos, os custos da mão-de-obra direta foram tomados
proporcionalmente à produção. Os custos adotados incorporam encargos de
80%.

6.1. Custos Diretos

Encontram-se a seguir apresentadas as estimativas dos custos diretos de


produção.
214 Análise Econômica da Produção de Agregados

6.1.1. Desenvolvimento e Preparação da Lavra

Considerou-se, em qualquer dos módulos, a necessidade de remoção de


1 m3 de estéril escarificável para cada 10 m3 de produção (relação estéril/
material útil de 1/10), utilizando-se pá mecânica na carga e transporte para o
“bota-fora” localizado a uma distância inferior a 500 m, a um custo unitário de
R$ 0,011/m3 de estéril, resultando em um custo sobre a produção de brita de
R$ 0,17/t.

6.1.2. Lavra

O Quadro 14 apresenta a composição do custo direto de produção nas


operações de lavra.
Quadro 14 – Composição do custo direto de lavra.
R$ mil
Modelo I Modelo II Modelo III
Itens de Custos
Alt. A Alt. A Alt. B Alt. A Alt. A Alt. B Alt. A
Desmonte Primário 94 149 298 409 445 890 1.225
Desmonte Secundário 8 16 32 44 48 96 132
Carga 135 258 518 713 775 1.551 2.132
Transporte 58 111 222 304 333 666 914
Diversos 43 79 158 217 238 476 654
TOTAL 338 613 1.228 1.687 1.839 3.679 5.057
Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.

6.1.3. Beneficiamento

O Quadro 15 apresenta a composição do custo direto de produção nas operações


de beneficiamento.
Quadro 15 – Composição do custo direto de beneficiamento.
R$ mil
Modelo I Modelo II Modelo III
Itens de Custos
Alt. A Alt. A Alt. B Alt. A Alt. A Alt. B Alt. A
Britagem Primária 32 63 126 173 190 380 522
Rebritagem 103 206 412 567 614 1.230 1.694
Classificação 27 54 108 149 162 324 445
Diversos 5 10 20 28 29 58 80
TOTAL 167 333 666 917 995 1.992 2.741
Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 215

6.1.4. Expedição

Estimou-se, para qualquer das alternativas, um custo direto unitário de


R$ 0,15/t.

6.1.5. Sumário do Custo Direto

O Quadro 16 resume os custos diretos estimados para cada um dos


Modelos e Alternativas consideradas.

Quadro 16 – Composição do custo direto de produção.


R$ mil
Modelo I Modelo II Modelo III

Itens de Custos Alt. A Alt. A Alt. B Alt. C Alt. A Alt. B Alt. C

Mão-de-obra 252 257 513 706 314 627 862

Decapeamento 27 54 108 148 162 323 444

Lavra 338 613 1.228 1.687 1.839 3.679 5.057

Beneficiamento 167 333 666 917 995 1.992 2.741

Expedição 24 48 95 131 143 285 392

Custo Direto Anual 808 1.305 2.610 3.589 3.453 6.906 9.496

Produção (mil t/ ano) 158,4 316,8 633,6 871,2 950,4 1.900,8 2.613,6

Custo direto unitário (R$/ t) 5,10 4,12 4,12 4,12 3,63 3,63 3,63
Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.

6.2. Custos Indiretos

A composição dos custos indiretos de produção encontra-se apresentada


no Quadro 17.
216 Análise Econômica da Produção de Agregados

Quadro 17 – Composição do custo indireto de produção.


R$ mil
Modelo I Modelo II Modelo III
Itens de Custos Alt. A Alt. A Alt. B Alt. C Alt. A Alt. B Alt. C
Mão-de-Obra 408 818 1.063 1.309 886 1.152 1.418
− Administração 154 412 536 659 412 536 659
− Manutenção 139 139 181 222 178 231 285
− Serviços Gerais 12 59 77 94 68 88 109
− Almoxarifado 18 68 88 109 68 88 109
− Segurança 53 53 69 85 53 69 85
− Expedição 11 11 14 18 11 14 18
− Vendas 21 76 99 122 96 125 154
Custos Administ. 443 818 1.063 1.309 1.121 1.457 1.794
Manutenção 21 42 84 115 126 252 347
Total (R$ Mil/ano) 872 1.678 2.211 2.733 2.133 2.861 3.559
Produção (Mil t/ano) 158,4 316,8 633,6 871,2 950,4 1.900,8 2.613,6
Custo Ind. Unit. (R$/t) 5,51 5,30 3,49 3,14 2,24 1,51 1,36
Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.

A mão-de-obra indireta foi dimensionada e orçada segundo setores e


categorias funcionais. Para o regime de um turno de trabalho, a mão-de-obra
indireta do Modelo I deve contar com 23 postos de trabalho, a do Modelo II,
com 37 e a do Modelo III, com 41. De acordo com as estimativas efetuadas, o
custo anual com a mão-de-obra indireta (inclusive encargos) será de R$ 408
mil, no Modelo I, de R$ 818, no Modelo II e de R$ 886 mil, no Modelo III.

6.3. Custo Total de Produção

O Quadro 18 consolida os custos totais de produção.


Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 217

Quadro 18 – Consolidação do Custo de Produção.


R$ mil/ano
Custos Modelo I Modelo II Modelo III
Alt. A Alt. A Alt. B Alt. C Alt. A Alt. B Alt. C
Custo Direto 808 1.305 2.610 3.589 3.453 6.906 9.496
Custo Indireto 872 1.678 2.211 2.733 2.133 2.861 3.559
Custo Total 1.680 2.983 4.821 6.322 5.586 9.767 13.055
Produção (Mil t/ano) 158,4 316,8 633,6 871,2 950,4 1.900,8 2.613,6
Custo total unitário (R$/t) 10,61 9,42 7,61 7,26 5,88 5,14 4,99
Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.

7. ANÁLISE DE RENTABILIDADE E GERAÇÃO DE VALOR


Para cada uma das combinações expressas na Figura 2 (Item 3.2.), foram
determinados os seguintes indicadores de decisão:

TIR - Taxa Interna de Retorno (IRR - Internal Rate of Return): evidencia a


rentabilidade efetiva do empreendimento.

PDR - Prazo de Retorno (Payback): evidencia o tempo necessário para


recuperação do investimento inicial

PDE - Ponto de Equilíbrio (Break Even Point): evidencia o índice de


ocupação da capacidade instalada necessário para equilibrar receitas e
despesas.

VPL – Valor Atual Líquido (Net Present Value - NPV): evidencia a


capacidade de geração de valor do empreendimento.

7.1. Indicadores de Decisão para o Cenário A

O Quadro 19 apresenta os principais parâmetros considerados na


simulação do Cenário A.
218 Análise Econômica da Produção de Agregados

Quadro 19 – Parâmetros Adotados e Indicadores de Decisão – Cenário A.


Modelos/Alternativas – Cenário A
Discriminação Modelo I Modelo II Modelo II
Alt. A Alt. A Alt. B Alt. C Alt. A Alt. B Alt. C

Capacidade de Produção (mil t/ano) 158,4 316,8 633,6 871,2 950,4 1.900,8 2.613,6
Investimentos Totais (R$ 106) 7,2 16,3 16,6 16,9 26,5 27,4 28,1
Inversões Fixas 6,4 14,6 14,6 14,6 23,4 23,4 23,4
Despesas Pré-Operacionais 0,5 1,2 1,2 1,2 2,0 2,0 2,0
Capital de Giro 0,2 0,5 0,8 1,0 1,1 2,0 2,7
Investimento/t de capacidade instalada (R$) 45,61 51,46 26,23 19,36 27,88 14,41 10,74
Receita Bruta (R$ 106/ano)1 2,9 5,9 11,7 16,1 17,6 35,1 48,4
Custo dos Prod. Vendidos (R$ 106/ano) 1,7 3,0 4,8 6,3 5,6 9,8 13,1
Custo Direto 0,8 1,3 2,6 3,6 3,5 6,9 9,5
Custo Indireto 0,9 1,7 2,2 2,7 2,1 2,9 3,6
Custo Unitário de Produção (R$/t) 10,61 9,42 7,61 7,26 5,88 5,14 4,99
Depreciação e Amortização 0,6 1,5 1,5 1,5 2,3 2,3 2,3
Lucro Líquido/Receita Líquida 6,4 8,6 27,7 32,4 30,3 38,9 41,5
Lucro Líquido/Investimento Total (%) 2,2 2,7 16,9 26,6 17,4 43,1 61,6
Taxa Interna de Retorno (% a.a.) 3,7 4,4 16,8 24,0 17,5 34,3 44,3
Prazo de Retorno “Pay back” (anos) 16,0 14,6 5,2 3,7 5,0 2,7 2,2
Ponto de Equilíbrio (%)a 96,5 92,8 56,7 44,4 52,7 30,6 23,9
Geração de valor privado-VPLb a 12,5% -3,1 -6,5 6,2 16,3 11,3 53,5 85,2
aa.(R$M)
Geração de valor privado-VPL a 60% aa.(R$M) -0,7 1,2 51,9 89,8 87,9 246,6 365,6
Fonte: Calaes G, Piquet Carneiro B.; aOcupação da Capacidade Instalada; bVPL = Valor Presente
Líquido.

Para cada combinação Modelo/Alternativa, o Quadro 19 evidencia os


indicadores de decisão a seguir comentados:

TIR: Tanto a escala de produção (Modelo produtivo) quanto o regime de


operação (Alternativa de número de turnos) exercem sensíveis efeitos sobre a
rentabilidade dos empreendimentos em análise. Verifica-se, conforme
demonstrado no Quadro 20, que o Modelo I/Alternativa A (75 t/hora, em turno
único) e o Modelo II/Alternativa A (150 t/hora, em turno único) apresentam-se
antieconômicos. Portanto - diante aos padrões de competitividade e de
sustentabilidade adotados na presente simulação - conclui-se pela inviabilidade de
se iniciar, hoje, novos empreendimentos, em tais condições. Assinale-se também
que a variação da rentabilidade encontra-se condicionada não apenas à escala de
produção e ao regime de trabalho, como também à diferenciação do perfil
tecnológico considerado nos modelos de produção submetidos à análise
econômica.
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 219

Quadro 20 – Taxa interna de retorno.


% a.a.
Cenário A
Modelos
Alternativa A Alternativa B Alternativa C
Modelo I 3,7 - -
Modelo II 4,4 16,8 24,0
Modelo III 17,5 34,3 44,3

PDR: o Quadro 19 evidencia que os PDRs situam-se em patamares superiores


a 14 anos nas situações relativas ao Modelo I/Alternativa A e Modelo
II/Alternativa A. Nos demais casos, o PDR apresenta-se inferior a 6 anos.

PDE: o Quadro 19 expressa os níveis mínimos de ocupação de capacidade


instalada requeridos para igualar a receita bruta à soma de impostos sobre vendas,
custos diretos, custos indiretos, depreciação e despesas gerais e administrativas.
Verifica-se que os Modelos I e II/alternativa A apresentam PDEs em patamares
críticos. Situações com escalas mais elevadas oferecem condições favoráveis à
redução da produção em períodos de retração de demanda.

VPL (à taxa de desconto de 12,5% a.a.): Da análise dos resultados


apresentados no Quadro 21 verifica-se um comportamento de sensíveis
variações de VPL à medida em que se desloca entre as Alternativas ou entre os
Modelos considerados.

Quadro 21 – Cenário A:Valor presente líquido a 12,5% a.a. R$ 106

Cenário A
Modelos
Alternativa A Alternativa B Alternativa C
Modelo I - 3,1 - -
Modelo II - 6,6 4,6 13,5
Modelo III 8,6 46,0 74,0

7.2. Indicadores de Decisão para o Cenário B

Os principais parâmetros considerados na simulação do Cenário B,


encontram-se apresentados no Quadro 22.
220 Análise Econômica da Produção de Agregados

Quadro 22 – Cenário B: Valor presente líquido a 12,5% a.a. R$ 106

Cenário B
Modelos
Alternativa A Alternativa B Alternativa C
Modelo I - 4,1 - -
Modelo II - 8,1 2,0 10,3
Modelo III 5,0 39,8 65,9

Para cada combinação Modelo/Alternativa, o Quadro 22 demonstra


também os indicadores de decisão a seguir comentados:

TIR: Nas condições de Cenário B, verifica-se que, para cada combinação


Modelo/Alternativa, a TIR apresenta-se inferior à correspondente situação do
Cenário A, conforme demonstrado no Quadro 23.

Quadro 23 – Cenário B: Taxa Interna de Retorno (% a.a.).

Cenário B
Modelos
Alternativa A Alternativa B Alternativa C
Modelo I 1,3 - -
Modelo II 2,7 14,3 21,1
Modelo III 15,4 31,1 40,4

PDR: Nas condições do Cenário B, os PDRs situam-se em patamares superiores a


17 anos nas situações relativas ao Modelo I/Alternativa A e Modelo II/Alternativa
A. Nos demais casos, o PDR apresenta-se inferior a 7 anos, conforme evidenciado
no Quadro 22.

PDE: Da análise do Quadro 23 verifica-se que cada combinação


Modelo/Alternativa de Cenário B apresenta PDEs mais severos do que as
correspondentes situações de Cenário A.

VPL (à taxa de desconto de 12,5% a.a.): Para as condições do Cenário B, os


resultados das variações de VPL encontram-se apresentadas no Quadro 24.
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 221

Quadro 24 – Cenário B: Valor Presente Líquido a 12,5% a.a. R$ 106


Modelos Cenário B
Alternativa A Alternativa B Alternativa C
Modelo I - 4,1 - -
Modelo II - 8,1 2,0 10,3
Modelo III 5,0 39,8 65,9

8. COMPARAÇÃO DOS INDICADORES DE CENÁRIOS A E B


Ao se comparar os resultados dos dois Cenários analisados, verifica-se
que os valores do Cenário B (com processamento de ECD e produção de areia
de brita) apresentam-se inferiores aos do Cenário A, evidenciando uma perda
de valor de 32% (Modelo I/Alternativa A), de 57% (Modelo II/Alternativa B)
ou de 11% (Modelo III/Alternativa C). Tal perda encontra-se associada ao fato
de que, no Cenário B, cada situação considerada possui receitas inferiores e
investimentos e custos operacionais superiores aos de correspondentes
situações do Cenário A.

As Figuras 3 e 4 evidenciam o comportamento da TIR e do VPL sob


efeito das variações consideradas de Cenários, Modelos e Alternativas
consideradas.
222 Análise Econômica da Produção de Agregados

Taxa Interna de Retorno

45,0%
40,0%
35,0%
30,0%
TIR (%a.a.)

25,0%
20,0%
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
Cen.A - Cen.A - Cen.A - Cen.B - Cen.B - Cen.B -
Mód. I Mód. II Mód. III Mód. I Mód. II Mód. III

Cenários / Módulos de Produção


Altern. 1 Altern. 2 Altern. 3

Figura 3 – Taxa Interna de Retorno.

Valor Presente Líquido

80
70
60
50
R$ milhões

40
30
20
10
0
-10
Cen.A -Cen.A -Cen.A -Cen.B -Cen.B -Cen.B -
Mód. I Mód. II Mód. III Mód. I Mód. II Mód. III
Cenários / Módulos de Produção

Altern.1 Altern.2 Altern.3

Figura 4 – Valor Presente Líquido – VPL.


Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 223

Por sua vez, a Figura 5 apresenta a análise da variação da TIR segundo


os Cenários, Modelos produtivos e Alternativas consideradas na simulação
empreendida.

CENÁRIOS MODELOS ALTERNATIVAS TIR (% a.a.)

Modelo 1 1 Turno 3,7


1 Turno 4,4
Cenário A Modelo 2 2 Turnos 16,8
3 Turnos 24,0
1 Turno 17,5
Modelo 3 2 Turnos 34,3
3 Turnos 44,3

Modelo 1 1 Turno 1,3


1 Turno 2,7
Cenário B Modelo 2 2 Turnos 14,3
3 Turnos 21,1
1 Turno 15,4
Modelo 3 2 Turnos 31,1
3 Turnos 40,4

CENÁRIOS MODELOS ALTERNATIVAS TIR (% a.a.)

Modelo 1 1 Turno 6,8

1 Turno 7,8
Cenário A Modelo 2 2 Turnos 23,6
3 Turnos 32,7

1 Turno 24,0
Modelo 3 2 Turnos 44,8
3 Turnos 57,2

Modelo 1 1 Turno 3,2


1 Turno 5,2
Cenário B Modelo 2 2 Turnos 20,1
3 Turnos 27,5

1 Turno 20,6
Modelo 3 2 Turnos 40,4
3 Turnos 50,8

Figura 5 – Variação da TIR nas Situações Analisadas.


224 Análise Econômica da Produção de Agregados

Os resultados obtidos, através de modelo automatizado de simulação e


análise econômica, especialmente desenvolvido, evidenciaram a importância
das decisões relativas à linha de produtos, escala de produção e número de
turnos de trabalho, no planejamento de investimentos no setor de agregados
para construção.

No item subsequente serão indicados alguns dos mecanismos


compensatórios de que se pode lançar mão para neutralizar a perda de valor
associada ao virtuoso Cenário B, buscando-se também investigar as bases de
conciliação de interesses privados com as diretrizes de políticas públicas
associadas ao ordenamento do território e ao desenvolvimento sustentável.

9. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO SETOR


O presente item apresenta subsídios para formulação e implementação de
programas para o desenvolvimento competitivo e sustentável do setor de agregados,
nos principais centros urbanos do país.

9.1. Reconversão Tecnológica e Econômica dos Pólos de Agregados

Na reversão dos atuais conflitos locacionais e ambientais que envolvem a


produção de agregados nas regiões metropolitanas (RMs), ações mitigadoras
pontuais devem ser complementadas por medidas de zoneamento de uso e ocupação do
solo, seja para garantir a segurança e a estabilidade institucional aos produtores, em
suas atuais localizações, ou para direcionar consistentes processos de relocação,
nos casos de difícil reversão.

Combinadamente com esforços de ordenamento do território, a reversão


dos atuais conflitos deverá também ser sustentada por importantes saltos
tecnológicos, seja nos processos de lavra e beneficiamento, ou em tecnologia
de produto, onde se destacam as oportunidades de produção de areia de brita e
de reprocessamento de entulho de construção e demolição (ECD).

É importante ressaltar que diante à inexistência de programas de


zoneamento que estabeleçam áreas reservadas para a produção de agregados
nas RMs, os agentes de produção sujeitam-se a diferentes percepções de riscos,
optando, consequentemente, por soluções que minimizem investimentos,
mediante o comprometimento de áreas mais reduzidas do que as que seriam
requeridas para viabilizar uma lavra por bancadas.
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 225

Condicionam-se, portanto, a sítios comprimidos e, consequentemente, à


adoção de técnicas rudimentares (lavra em paredão e marteletes) associadas a
piores condições de trabalho, do que decorrem custos mais acentuados de
produção com sérios prejuízos seja sob o ponto de vista da posição competitiva
da empresa ou dos impactos ambientais associados à sua operação.

A simulação e análise econômica apresentadas no item 7 evidenciaram a


importância das decisões relativas à escala de produção, estilo tecnológico e
número de turnos de trabalho, na geração de valor e na rentabilidade de
modelos alternativos de produção de brita e, portanto, no planejamento de
investimentos no setor de agregados para construção.

Por outro lado, o item 8 estabeleceu a comparação dos indicadores de


decisão, obtidos em cada um dos dois cenários considerados, evidenciando que
as atividades de produção de areia de brita e de processamento de ECD são
redutoras de valor.

Tendo em vista que, nas condições dominantes em grandes centros


urbanos, a difusão de tais atividades possui um caráter altamente virtuoso - em
termos de ordenamento territorial e de consequentes contribuições para o
desenvolvimento sustentável – torna-se necessário neutralizar a perda de valor e
a consequente diferença de atratividade entre os dois cenários, mediante a
adoção de mecanismos compensatórios que estimulem as empresas produtoras
de agregados a adotarem as práticas de produção de areia de brita e de
processamento de ECD. Neste sentido, os seguintes mecanismos de estímulo
podem ser considerados, dentre outros:

Estímulo Fiscal: Uma das possíveis medidas para estimular o produtor de


brita a migrar do Cenário A para o Cenário B é a redução de carga fiscal, de tal
forma a equiparar a geração de valor de cada empreendimento nas condições
de Cenário B à do correspondente empreendimento nas condições de
Cenário A.

Estímulo à captação e transporte de ECD: Benefícios que equiparem as


empresas que ingressem no Cenário B às suas correspondentes situações atuais
no Cenário A podem também ser estabelecidos através de um processo de
captação e transporte de ECD, a ser empreendido mediante serviços a serem
prestados por tais empresas.
226 Análise Econômica da Produção de Agregados

Estímulo à formação de áreas de proteção das unidades de produção de


brita: Tanto o deslocamento entre modelos de produção do Cenário A quanto
a migração do Cenário A para o Cenário B podem ser estimulados mediante a
concessão de terrenos necessários à formação de áreas de proteção das
unidades de produção. O estímulo concebido corresponderá à transferência
para produtores, em processo de reconversão, de áreas pertencentes ao poder
público ou por este desapropriadas.

9.2. Subsídios para Instrumentação de Políticas Públicas


Tendo em vista a magnitude das questões envolvidas com o suprimento de
agregados, bem como os correspondentes impactos e consequências, políticas
públicas de desenvolvimento, de âmbito nacional, estadual e municipal, devem ser
formuladas e implementadas, com ênfase nas RMs. Tais políticas devem adotar
uma metodologia de planejamento estratégico participativo que assegure pré-
requisitos para o desenvolvimento sustentável, a partir de soluções negociadas
com os diferentes atores envolvidos.

Cumpre ressaltar que o sentido prioritário de uma política de


desenvolvimento dos parques produtores de agregados das RMs deve ser o de
assegurar o suprimento do produto com um desempenho competitivo que
concilie a atividade produtiva com o meio ambiente e o processo de uso e
ocupação do solo. A implementação de tal processo impõe a realização de
mudanças nos ordenamentos territoriais, de forma a propiciar a localização de
empreendimentos em áreas protegidas da ocorrência de conflitos, possibilitando,
consequentemente, a adoção de tecnologias, escalas e regime de operação
sintonizados com os atuais paradigmas de eficiência e produtividade da indústria
de agregados.

As políticas públicas aqui sugeridas deverão prever, para cada RM, a


definição de programas, sub-programas e projetos alicerçados nos seguintes
princípios comuns:

(i) O setor de agregados para construção civil deve ser enfocado como
um arranjo produtivo regional compreendido pela respectiva cadeia
industrial, envolvendo não apenas as operações de lavra,
beneficiamento e comercialização de brita e areia (natural e
processado a partir da rocha dura), como também os segmentos de
consumo e comercialização intermediária, bem como o de
produção secundária (reciclagem de ECD, além de outros possíveis
rejeitos).
Manual de Agregados para Construção Civil – CETEM 227

(ii) Os referidos arranjos produtivos devem também compreender a


cadeia de apoio constituída por fornecedores de bens e serviços,
além dos demais agentes envolvidos, tais como entidades estaduais
e federais, prefeituras, representações empresariais (ex.: ANEPAC,
IBRAM, sindicatos e federações de indústrias), Centros de
Pesquisas, Universidades e Escolas Técnicas.

(iii) Cada RM deve ser submetida a estudo de análise ambiental


estratégica, que permita conceber e implementar um processo de
zoneamento de uso e ocupação do solo, que concilie os interesses
dos diferentes atores envolvidos.

(iv) Para assegurar a reconversão tecnológica e econômica dos


correspondentes parques produtores de agregados, os programas e
sub-programas que venham a ser concebidos e implementados nas
RMs deverão estabelecer mecanismos de estímulo ao
aprimoramento de tecnologias de processo e de produto,
envolvendo a desejável produção de areia de brita e o
processamento de ECD, além de mudanças de escala de produção
e de possíveis relocações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Seminário com a equipe da Gerência de Avaliação de Garantias Reais e de
Mineração e Metalurgia do BNDES, Rio de Janeiro, 1995.

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Formulação de Políticas Públicas. Belo Horizonte, CETEC. 2007, 234 p.

CALAES, G. O Planejamento Estratégico do Desenvolvimento Mineral


Sustentável e Competitivo – Dois Caso de Não Metálicos no Rio de
Janeiro. 298f. Tese de Doutorado. Departamento de Geologia do Instituto
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228 Análise Econômica da Produção de Agregados

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REVISTA Areia & Brita, 1997/2007.

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