Pronuncia Do Ingles Apresentac o PDF
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Este livro tem por objetivo central apresentar os sons do inglês aos falantes do
português brasileiro. Pretende-se, ainda, indicar algumas diferenças de pronúncia
entre variedades do inglês falado em diferentes partes do mundo. Como se trata
de um livro diretamente voltado para os falantes do português brasileiro, serão
enfatizados aspectos da pronúncia do inglês relevantes para os brasileiros que
aprendem inglês como língua estrangeira. Sendo um volume escrito em língua
portuguesa, este é acessível a aprendizes de qualquer nível de ensino: do básico
ao avançado! Este livro é uma contribuição para que o falante brasileiro de inglês
possa compreender melhor os diferentes sotaques do inglês e possa, também,
avaliar a sua pronúncia de inglês em particular.
O primeiro esclarecimento ao leitor deve ser quanto às variedades do inglês que
serão apresentadas neste livro. Uma vez que o inglês falado nos Estados Unidos, no
Canadá, na África do Sul, na Austrália, na Índia, na Irlanda, na Escócia etc. é, de
alguma maneira, derivado do inglês britânico, este livro apresenta esta variedade de
pronúncia, sendo que referência adicional será sempre feita à variedade do inglês
americano. O leitor será, portanto, familiarizado, tanto com a variedade do
inglês britânico quanto com a variedade do inglês americano. Outras variedades –
como o inglês canadense, australiano ou escocês – serão consideradas ao se dis-
cutirem aspectos específicos.
Devemos, então, definir qual a variedade de inglês britânico e de inglês ameri-
cano que será adotada neste livro. É comum encontrar, nos livros didáticos de inglês,
referência à variedade britânica do rp (Received Pronunciation). O rp pretende
refletir um tipo de pronúncia padrão, falada no sudeste da Inglaterra, mas há sérios
questionamentos sobre este rótulo (Cf. Jones, 1917; Wells, 1982, 1997). Na verdade,
a pronúncia denominada rp pode ser compreendida como um “rótulo” definido para
propósitos didáticos. De maneira análoga, encontramos na literatura referência a
variedades, como o ga (General American) ou o ba (Broad Australian). Contudo,
pode ser observado, nos últimos anos, que vários recursos didáticos do inglês como
língua estrangeira focalizam diferentes variedades regionais, como, por exemplo, a
do norte da Inglaterra (uk), a da costa leste (eua) etc. Podemos generalizar dizendo
que, embora os falantes apresentados nos recursos didáticos sejam de diferentes
regiões geográficas, eles podem ser classificados como “educated speakers”, ou
seja, falantes com grau de instrução universitário. A escolha dos falantes grava-
dos no material em áudio disponibilizado para este livro seguiu este critério. Os
falantes são agrupados como: sudeste da Inglaterra (feminino); norte da Inglaterra
16 Pronúncia do Inglês
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Falantes do português brasileiro são capazes de identificar que as três pro-
núncias em (1) são diferentes e que todas representam exemplos de pronúncia da
palavra “remarcar” no português brasileiro. A diferença de pronúncia é um fato
em qualquer língua. Algumas vezes, a variação de pronúncia pode refletir dados
pessoais do falante, como procedência geográfica, grau de instrução, faixa etária,
sexo etc. Na verdade, podemos dizer que cada falante constrói o seu próprio sota-
que ao longo de sua vida. Podemos dizer também que, em condições específicas,
um falante pode alterar o seu sotaque original.
Em (1) foram apresentadas três pronúncias possíveis para a palavra “remarcar”
no português brasileiro. Essas pronúncias foram identificadas como (a, b, c). Cada
uma delas é seguida de um conjunto de símbolos fonéticos que se encontram entre
colchetes. Esses são símbolos adotados pelo Alfabeto Internacional de Fonética
(ipa – International Phonetic Association Alphabet: http://www.arts.gla.ac.uk/IPA/
ipa.html), que serão utilizados neste livro. Cada símbolo fonético adotado para o
inglês será apresentado individualmente, ao longo do livro. Para uma descrição do
sistema sonoro do português brasileiro, veja Cristófaro-Silva (2001).
O leitor atento deve observar que alguns dicionários apresentam os símbolos
fonéticos entre colchetes – como em [] – e que outros dicionários apresentam
os símbolos fonéticos entre barras transversais – como em a. Exemplos entre
colchetes – [] – caracterizam uma representação ou transcrição fonética, e
exemplos entre barras transversais – p – caracterizam uma representação ou
transcrição fonológica. No exemplo de [] e , as representações fonética
e fonológica são idênticas. Contudo, geralmente há diferenças significativas entre
as representações fonéticas e fonológicas em uma língua. Buscando uma expli-
cação extremamente simplista para caracterizar essa diferença de representação
ou transcrição, podemos dizer que a transcrição entre colchetes, [], indica a
Introdução 17
(2) a. mandioca
b. aipim
c. macaxeira
(3) a. Tu vais?
b. Tu vai?
c. Você vai?
Em (3a), o pronome “tu” é seguido da forma verbal “vais”, que segue o pa-
drão normativo para o português. Essa alternativa é atestada entre falantes do sul
do Brasil. Em (3b), o pronome é “tu”, sendo que a flexão verbal segue o padrão
previsto para a terceira pessoa do singular: “vai”. Esta alternativa pode ser atestada
entre falantes do Rio de Janeiro. Em (3c), a forma pronominal “você” ocorre com
a flexão verbal “vai”. Essa alternativa pode ser observada entre falantes de vários
estados do Brasil, dentre estes, os falantes do estado de Minas Gerais.
Os casos de variação de pronúncia, de variação lexical e de variação sintática
exemplificados anteriormente para o português brasileiro podem ser atestados em
18 Pronúncia do Inglês
(4) a. part
b. part
c. part