Aula 1 - Estudo de Gases PDF
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ESTUDO DE GASES
METAS DA AULA
1 - TERMODINÂMICA CLÁSSICA
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O sistema pode ser: aberto, quando a fronteira entre os dois permite a troca tanto
de energia quanto de matéria; fechado, permite a troca de energia ou isolado,
não permite a troca nem de energia nem de matéria, como ilustra a figura 2.
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Várias relações matemáticas podem ser usadas para relacionar as variáveis que
caracterizam o estado de um gás. Experimentalmente verifica-se que, se
pressão, temperatura e volume forem especificados para uma determinada
quantidade n dessa amostra em equilíbrio, todas as propriedades macroscópicas
mensuráveis da amostra terão seus valores especificados. Isto é, essas três
variáveis de estado (p, V, T) determinam todo o estado de nossa amostra de gás
(n = constante).
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Além disso, a experimentação também mostra que valores arbitrários para todas
as quatros variáveis (p, V, n e T) não são possíveis simultaneamente. Ocorre
que, para qualquer quantidade fixa de um gás, apenas duas das três variáveis
de estado p, V e T são verdadeiramente independentes. Isto é, uma vez
especificadas duas variáveis, a terceira terá seu valor determinado. Ou seja,
existe uma equação matemática na qual podemos substituir duas das variáveis
e calcular a variável restante. Essas equações são chamadas equações de
estado e elas relacionam as variáveis do sistema, embora nem sempre se possa
saber sua forma. Muitas equações de estado podem ser rearranjadas
algebricamente para fornecer uma entre diversas variáveis de estado possíveis.
Às vezes - como veremos mais adiante ao estudarmos as propriedades dos
gases - pode ser fácil obter a equação de estado, outras vezes pode ser difícil e
até mesmo impossível.
2.1 - INTRODUÇÃO
Um gás ideal, por definição, não possui volume, e as moléculas que o constitui
não interagem umas com as outras. Observe que isso é um modelo. Em suma,
apesar de redundante, gás ideal nada mais é que uma idealização que não existe
no mundo real (lembre-se que a definição parte do pressuposto que seu volume
é zero!). Por outro lado, isto não impede que existam condições nas quais um
gás real se comporte idealmente, o que é o caso, por exemplo, de gases
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rarefeitos. Na prática, a equação dos gases ideais é bastante útil para muitos
gases em temperaturas altas e pressões moderadamente baixas ( 5 atm).
A priori, o estado de um sistema pode ser descrito por uma equação de estado
do tipo p f V , n, T , onde p é a pressão, V o volume, n o número de moles e
T a temperatura.
n RT
No caso do gás ideal esta função é simples e igual a: p . Esta equação foi
V
estabelecida através das leis empíricas dos gases, obtidas ao estudar suas
propriedades observáveis.
A primeira das leis empíricas foi estabelecida no século XVII pelos cientistas
Robert Boyle e Edme Mariotte. Esta, apesar da falta de precisão experimental,
mostrou que a pressão e o volume de uma quantidade fixa de gás, a temperatura
constante, é dada por pV = constante. Ou seja, para todo sistema gasoso, ideal
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ou real, a pressão e o volume são inversamente proporcionais, V .
p
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A segunda lei dos gases foi estabelecida por Charles e Gay-Lussac. Eles
mostraram que o volume de uma quantidade fixa de gás é proporcional a
temperatura, V const . T , quando a pressão é mantida constante. Numa outra
versão da lei, tem-se p const . T , a volume constante. Essa lei permite-nos
relacionar os valores de volume-temperatura e pressão-temperatura de um gás
nos estados 1 e 2.
V1 V2
(para n e p constantes)
T1 T2
p1 p 2
(para n e V constantes)
T1 T2
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Contudo das observações do cotidiano temos que todos os gases reais acabam
por se condensar se resfriados a baixas temperaturas (o mesmo acontece
quando eles são submetidos a pressões mais elevadas). O que quer dizer que
na prática haverá uma temperatura em que não existirá mais o estado gasoso,
ou seja, teremos uma mudança da fase gasosa para a fase líquida.
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Lembre-se: a equação do gás ideal é válida somente para os gases reais cujas
condições permitam as seguintes aproximações: (1) as moléculas do gás
apresentem volume desprezível frente ao volume total que o mesmo ocupa, (2)
e que se possa desprezar as interações atrativas e/ou repulsivas das mesmas.
Ou seja, a equação dos gases ideais é aquela para a qual tende as equações
dos gases reais quando, por exemplo, a pressão do sistema real tende a zero.
Trata-se de um exemplo de equação de estado que fornece as relações
matemáticas entre as propriedades que definem o estado do sistema como
função de p, T e V.
A pressão total do sistema é expressa pela lei de Dalton que diz que a pressão
total, ptotal , é igual à soma das pressões parciais dos constituintes da mistura.
Por sua vez, a pressão parcial p i pode ser definida como o produto da pressão
Sabendo que a soma de todas as frações molares na mistura deve ser igual a
um, ou seja, x i i 1 , temos:
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Assim, para uma mistura de gases ideais, temos que a pressão parcial i é igual
àquela que o componente i exerceria se ocupasse sozinho todo o volume da
mistura.
Apesar de sabermos que os gases ideais nada mais são que gases reais que se
comportam idealmente, vamos a partir de agora nos referir a gases reais apenas
como sendo aqueles que não obedecem à lei dos gases ideais.
pV ZRT
Comparando esta equação com a dos gases ideais, observamos que quanto
mais afastado de 1 estiver Z , menos o gás se comportará de modo ideal.
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Observamos pelo gráfico que quando p tende a zero, Z tende a 1, para todos
os gases, indicando comportamento ideal.
menor que um, neste caso, o volume molar real é menor que o ideal ( V V 0 ), o
que significa que estão predominando as forças atrativas.
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B C D
Z 1
V V2 V3
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coeficiente de virial, termo B, que vem a ser a medida mais importante da não
idealidade de um gás real.
da própria lei dos gases ideais: p V RT B ' p C ' p 2 D ' p 3 ... Onde os
coeficientes Viriais B ' , C ' , D' , etc. não têm os mesmos valores que os
coeficientes Viriais B , C , D etc. Contudo, no limite de pressões baixas, pode-
se mostrar que B ' B .
Uma vez que o segundo coeficiente virial é o maior termo não ideal em uma
equação virial temos:
dZ
B ' ; para o gás real
dp p0
dZ
0 ' ; para o gás ideal, pois Z 1 para qualquer que seja a pressão.
dp p0
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dZ
haver, no entanto, uma temperatura em que 0 ' .quando a pressão
dp p0
tender a zero.
Uma outra equação para os gases reais foi proposta por Van der Waals. O
raciocínio para chegar a ela é o que se segue: As interações repulsivas são
levadas em conta considerando-se que cada molécula do gás é uma esfera
pequena, rígida e impenetrável.
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Diferente de uma equação Virial, que expressa o comportamento dos gases reais
em uma equação matemática, a equação de Van Der Walls é um modelo
matemático que tenta predizer o comportamento de um gás em termos de
fenômenos físicos reais, isto é, a interação entre moléculas do gás e os
tamanhos físicos dos átomos.
pV V RT a
Z 2
RT RT V b V
Ou seja:
1 a
Z
1 b RTV
V
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b a
Z 1 ...
V RTV
Ou:
a 1
Z 1 b ...
RT V
B C D
Comparando com equação do Virial Z 1 obtemos o segundo
V V2 V3
coeficiente virial em termos das constantes a e b de Van Der Waals:
a
B b
RT
a
Logo: TB
bR
Essa expressão mostra que todos os gases cujo comportamento pode ser
descritos usando a equação de estado de Van Der Waals, e a maioria dos gases
pode, pelo menos em certas regiões de pressão e temperatura, têm uma T B finita
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Em isotermas como a B, para volumes menores que VB(N) e maiores que VB(M),
temos uma boa descrição qualitativa do comportamento descrito pela equação
de Van der Walls. No entanto, no ponto M, ponto de orvalho, o gás começa a se
condensar, surge então no gás a primeira gota do líquido.
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É importante lembrar que cada gás tem um ponto crítico definido, determinado
somente pela natureza da substância, isto é, cada gás tem seus próprios valores
críticos. O ponto P é chamado de ponto crítico (PC) e suas coordenadas
correspondentes, são as coordenadas críticas pC (pressão crítica), VC (volume
crítico) e TC (temperatura crítica).
p V T
pr ; Vr e Tr
pC VC TC
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