Preparação de Trompetistas para Audições - Ricardo Sigari
Preparação de Trompetistas para Audições - Ricardo Sigari
Preparação de Trompetistas para Audições - Ricardo Sigari
São Paulo
fev/2018
RICARDO NEIRA SIGARI
São Paulo
fev/2018
Dedico este trabalho ao professor Gilberto Siqueira por ter servido de inspiração e
ii
SUMÁRIO
Agradecimentos .......................................................................................................... ix
Introdução ................................................................................................................... 1
Referências ................................................................................................................. 55
iv
LISTA DE IMAGENS
v
LISTA DE FIGURAS
vi
RESUMO
orquestrais que se mostraram mais relevantes ao ser feita uma comparação entre os
O trabalho tem como base para suas informações um questionário que foi enviado
vii
ABSTRACT
orchestral excerpts that showed up to be more relevant when a comparison between the
The base for the monograph will be a questionnaire that was sent to trumpet
viii
AGRADECIMENTOS
professores Celso Mojola, por ter me orientado nesta pesquisa, Amarildo Nascimento,
pelos anos de aula e de todo cuidado envolvido e ao professor Fernando Dissenha por
ter acreditado no meu potencial. Agradeço também à meus pais por toda força e ajuda
em todos os momentos, e à minha tia Patricia por todo investimento em mim colocado.
ix
INTRODUÇÃO
A preparação para uma audição pode ser uma tarefa árdua e um tanto quanto
encontrado. Esse trabalho falará sobre a preparação para uma audição, citando os
Para esse trabalho, trompetistas de orquestra serão entrevistados e será feita uma
compilação das dicas e comentários de todos sobre os excertos. Embora o trabalho tenha
como objetivo falar sobre os excertos escolhidos para audições, é importante deixar
claro que a preparação para uma audição não se dá somente por preparar os excertos
Os excertos foram escolhidos tendo como base o edital do último teste para
Serão selecionados como material para o trabalho três dos excertos mais
recorrentes nos testes. Vale ressaltar que os excertos selecionados por vezes não
aparecem em alguns dos testes, porém fazem parte dos excertos mais pedidos nas
audições e se mostraram mais importantes para a audição do que alguns excertos que
1
1 AUDIÇÕES
tornaram procedimento padrão. Até os anos 1940 ou 1950, vagas em orquestras por
vezes eram preenchidas por músicos atendendo a audições individuais por convite de
1960 e 1990 marcou uma mudaça significante no processo de audições para músicos de
fazendo com que os candidatos tocassem frente a uma banca examinadora composta
é eliminado da audição.
As audições podem ter diversas fases, com intuito de diminuir cada vez mais o
para análise, a orquestra pode decidir entre pedir uma pré-audição com o candidato, ou
As fases mais avançadas, como a semi-final e a final são feitas então quando há menos
concorrentes à vaga. A banca então encaminha sua decisão ao maestro e cabe à ele a
não excluiram problemas como discriminação por genero ou raça. Durante os anos 1950
e 1960, a maioria das orquestras era formada por homens (MARSHALL, 1997). Então,
audições “às cegas”, usando um biombo para esconder a identidade dos músicos. É
interessante notar que nos anos 70, 10% dos contratados para orquestras eram mulheres.
Já no começo dos anos 80, 50% dos contratados na New York Philarmonic eram
recebiam o horário exato de sua audição para evitar que ocorresse uma aglomeração de
candidatos. Os resultados das fases das audições são anunciados na hora, dando aos
músicos mais tempo para se prepararem para uma próxima fase. Em diversas orquestras
o voto da banca se tornou secreto e na maioria delas o maestro perdeu a total autoridade
para contratar ou não um candidato. As audições passaram a conter uma fase preliminar
e uma fase final, tendo algumas orquestras adicionado uma fase semi-final.
para uma audição, fazendo assim com que o número de candidatos aumentasse. O
número de vagas em orquestras varia conforme o tempo e não se tem garantia de que
haverá uma vaga, já que quando um músico é contratado para a vaga ele tem garantida
uma estabilidade no emprego. Adicione a isso o fato de que no século XXI as orquestras
estão sofrendo por falta de verba e pode-se ver o número de vagas diminuindo cada vez
mais. Esse fato faz a concorrência por uma vaga aumentar ainda mais, e a cada ano são
formados cada vez mais trompetistas, fazendo a concorrência aumentar ainda mais.
3
Muitos desses trompetistas procuram respostas para como ganhar audições, resposta
essa que pode ser difícil de se encontrar. A intenção desse trabalho é encontrar as
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1.2 AUDIÇÕES SELECIONADAS
As audições selecionadas para o trabalho fazem parte das mais atuais ocorridas
no Brasil. Vale ressaltar que as audições são todas para posições diferentes, sendo: OSB
3º trompete e OSESP 1º trompete. Fato esse que não interfere no objetivo do trabalho,
já que para qualquer posição que se está pretendendo trabalhar em uma orquestra a
dificuldade da audição é semelhante, pois é prática comum ser requisitado para pessoas
por uma análise de curriculum, se aprovado passa para a segunda fase, na qual é feita
por uma prova presencial com o maestro da orquestra e o candidato toca peças a serem
qual tocará as peças e excertos frente à banca formada pelos músicos da orquestra e o
de um biombo para que a banca não os veja, a fase é então repetida até que os músicos
da orquestra entrem em consenso sobre quais músicos desejam passar para a próxima
fase, a segunda fase, também chamada de semifinal, é feita sem o biombo e tocada
somente uma vez, há então a deliberação da banca e então decidem se aprovarão algum
e quantos serão os candidatos na fase final. Na fase final os músicos selecionados tocam
mais excertos (diferentes dos das outras fases) e então ao final dela ocorre mais uma
deliberação da banca que é quando decidem se alguém será ou não contratado. Vale
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ressaltar que não há um padrão de quantos e quais excertos serão tocados em cada fase,
cabendo à cada orquestra tal decisão. Também é importante lembrar que caso a banca
decida que nenhum músico cumpriu com o desejado na fase, a audição se encerra sem
que as outras fases sejam executadas e a vaga permanece em aberto para audições
futuras.
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2 TROMPETISTAS CONSULTADOS
7
2.1 MARLON HUMPHREYS
Natural de São Paulo, Marlon Humpreys teve formação musical com o professor
(Osesp). Em 2000, foi vencedor da quarta edição do Prêmio Weril. Com bolsa de
Também foi Trompete Solo na Civic Orchestra of Chicago e atuou regularmente com a
Symphony.
Após terminar seus estudos, Marlon mudou-se para o Japão, onde fundou a Hyogo
Performing Arts Center Orchestra, em que atuou por duas temporadas como Trompete
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Atualmente, além de atuar como Trompete Principal da Filarmônica, integra o
grupo de artistas internacionais que formam a World Orchestra for Peace, a Orquestra
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2.2 FERNANDO DISSENHA
Desde 1997 como trompete solo da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo,
Dissenha foi o primeiro trompetista a executar na Sala São Paulo o Concerto de Haydn
convidado do American Brass Quintet e com maestros como Leonard Slatkin, Gerard
e de diversas orquestras brasileiras. Por dez anos foi trompetista da Orquestra Sinfônica
do Paraná.
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Como camerista, Fernando Dissenha integrou o Quinteto de Metais São Paulo
2009 atuou com o Quinteto de Metais da Osesp em diversas cidades paulistas como
Mestre pela Juilliard School - onde foi aluno de Chris Gekker e Mark Gould
International de São José dos Pinhais. Posteriormente estudou com Antônio Aparício
Federal do Paraná, sob a regência da maestrina Hildegard Soboll Martins. Foi também
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2.3 ÉRICO FONSECA
1999, foi escolhido como Primeiro Trompete da OSB Jovem. Recebeu uma bolsa de
Michel.
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Conservatoire de Fribourg de 2003 até 2007 e academista da Orquestra Sinfônica da
Ópera de Zurich de 2005 até 2007. Participou de masterclasses com Maurice André,
Érico foi primeiro lugar no Yamaha Foundation for Europe (2003), finalista do
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3 EXCERTOS SELECIONADOS
editais das audições para trompete de quatro grandes orquestras brasileiras, também
sobre quais excertos deveriam ser abordados, já que o solo de trompete do Concerto
para Piano em G, de Maurice Ravel, aparece o mesmo número de vezes que o Solo da
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3.1 PROMENADE – QUADROS DE UMA EXPOSIÇÃO
1874, em 1922 Maurice Ravel fez a orquestração mais conhecida e mais tocada da peça
por encomenda de Serge Koussevitsky, que regeu sua primeira execução em outubro
trabalho é o primeiro, que abre a peça com um solo de trompete (FIG. 1).
FIG. 1 – Promenade
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Marlon Humphreys cita, em suas respostas para o questionário proposto, que o
compositor descreve de forma extensa como o músico deve executar o excerto, isso é:
Aleggro giusto, nel modo russico; senza alegreza, ma poco sostenuto, ou seja, Allegro
justo, ao estilo Russo; sem alegria, mas um pouco sustentado (FIG. 2). Humphreys
acredita que ao citar “ao estilo Russo”, o compositor pede para que o excerto não seja
tocado de maneira leve demais, e sim da forma robusta e forte da escola Russa, e que
ao pedir que o músico toque “um pouco sustentado” o desejo do compositor era remeter
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Fernando Dissenha lembra que o andamento da execução é determinado pelo
maestro, por isso o músico deve sempre estar preparado para tocar mais rápido ou mais
lento do que está acostumado, pois o maestro pode pedir para que o candidato repita o
durante todo o excerto, além disso, aponta a importância de se estudar com diferentes
audição.
afinador, para que a relação entre as notas esteja correta, e para que não se cometa o
erro de correr nas colcheias. Érico recomenda atenção especial ao intervalo de oitava
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FIG. 3 – Intervalo de oitava
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3.2 SOLO DA BAILARINA - PETROUCHKA
Petrouchka é um ballet escrito por Igor Stravinksy entre 1910 e 1911 por
(GRESKOVIC, 2005).
faz parte do ato III do ballet, começa 1 compasso antes do número 134 de ensaio e se
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Para Petrouchka, Dissenha recomenda que o excerto seja dividido em seis
fragmentos (FIG. 5 a FIG. 10) que serão estudados separadamente, são eles:
Fanfarras:
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Escalas ligadas começando em Lá:
21
Arpejos ascendentes e descendentes:
22
Fragmentos de escala iniciados em Ré:
Após separar em partes, Dissenha indica que cada parte seja estudada
pelo compositor, o músico começa a somar as partes até que tenha o excerto todo sob
domínio. Sobre equipamento, Dissenha indica que o excerto seja tocado com trompete
mais fáceis.
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Érico Fonseca reporta que muitos candidatos em audições tem problemas rítmicos
para tocar, por isso indica o uso de subdivisões durante todo o estudo de Petrouchka.
Entre os aspectos musicais mais relevantes para o excerto, Fonseca cita, além da
dinâmicas.
Marlon Humphreys, por sua vez, lembra que o músico deve atentar para o fato de
que o excerto citado não conta com pausas, fazendo assim com que o executante não
tenha lugar no qual tomar uma respiração confortável e tranquila, fato esse que muitas
vezes pode gerar ansiedade para se chegar ao final, causando assim que o músico acabe
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3.3 SOLO DE ABERTURA – QUINTA SINFONIA DE MAHLER
1902 (FRANKLIN, 2001). O excerto que será analisado é o solo de abertura que se
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Para Malon Humphreys, o excerto é um dos mais requisitados e mais importantes
em relação à tessitura também é fator determinante para que ele esteja presente em todos
os editais. Humphreys menciona o fato de que o excerto se trata de uma marcha fúnebre
em estilo de procissão militar (FIG. 12), e deve-se levar isso em conta para a execução
dele, as tercinas, a pedido do compositor, dever ser tocadas como uma caixa
FIG. 12 – “Em passo médio. Estrito. Como um cortejo funebre” (tradução minha).
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O pulso deve permanecer inalterado do início ao fim, exceto nas tercinas da
cadência que culmina com a entrada de toda a orquestra (FIG. 13).
iniciar a execução, lembrando que a nota Dó Sustenido (trompete em Dó) é uma das
notas que precisa de mais correção de afinação no instrumento, sendo assim necessário
que o trompetista tome o devido cuidado com a afinação dela, cuidado esse que deve
ser tomado em todo o excerto, já que a nota acima citada se faz presente por toda a
extensão do solo, aparecendo por vezes formando arpejos de Dó Sustenido menor, que
são ainda mais difíceis de se afinar. Érico recomenda, portanto, que o afinador seja
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Dissenha indica mais uma vez que se separe o excerto em partes diferentes, sendo
elas:
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Figuras rápidas (tercinas):
Após feita a divisão, deve-se estudar o que Dissenha chama de “esqueleto” do excerto,
ou seja, somente as figuras lentas (FIG. 14), e então trabalhar separadamente nas
Então o músico começa a unir o excerto todo, sempre atento à consistência rítmica e
afinação.
trompete em Dó para executá-lo, vale lembrar que a última nota (Fá grave) não é
executada, pois a mesma não faz parte da tessitura do instrumento (FIG. 16).
29
FIG. 16 – Fá grave
30
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se notar, no trabalho acima desenvolvido, que muitas das citações dos
nas partituras dos excertos citados, o que pode levar a se pensar que para ser
aprovado em uma audição basta seguir o que o compositor pede, o que por muitas
processos pré-audição pode-se notar que nenhum candidato que chega até a fase
inaceitável pela orquestra, o que leva a diversas dúvidas de quais seriam os fatores
determinantes para que o mesmo não fosse aprovado, dúvidas essas reforçadas
pelo fato de o candidato não ter acesso às considerações sobre sua prova de
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ANEXO A
PERGUNTAS GERAIS
1 – Nome.
3 – Fale sobre uma preparação geral para uma audição, sem um excerto em específico.
O BÁSICO
1 - Ritmo
2 - Afinação
3 - Qualidade sonora
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Embora seja o básico, é o que elimina mais de 90% dos candidatos em uma audição.
Não existe um atalho nesse caminho, a estrada é longa mas segue reta e sem segredos.
Estude com metrônomo e afinador todos os dias, intercalando execução de trechos com
e sem os aparelhos, assim você não fica completamente dependente deles para te
manter no ritmo e afinado. É muito útil também gravar seus estudos, muita coisa passa
problemas ocultos.
E sempre preste muita atenção na leitura, nunca tente adivinhar ritmos, subdivida e
entenda o que está fazendo antes de tocar. Também escute gravações com muita
atenção e não deixe que notas e ritmos errados aconteçam, porque, diferente de um
SOM E INTERPRETAÇÃO
cada peça, o tipo de som adequado e o papel do trompete na obra. Seguir as dinâmicas
outros, hoje temos fácil acesso a muita coisa boa. Eu pessoalmente recomendo as
gravações de:
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Adolph Herseth, Chicago Symphony (1948-2001)
Mais uma dica: é importante conhecer não somente os trechos mais importantes, mas
perspectiva.
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QUINTA SINFONIA DE MAHLER
1 – Para você, qual o motivo de tal excerto estar presente na maior parte das audições?
3 – Se possível, cite como seria para você uma preparação ideal para toca-lo.
4 – Há algum aspecto “mais importante” nesse excerto que necessita de mais atenção
5 – Por fim, se tiver algum comentário sobre o excerto que ache importante, fique à
e sua execução requer um músico que tenha boa sonoridade e controle desde de o piano
deve ser tocado este trecho, mas basicamente, trata-se de uma marcha fúnebre ao estilo
fim, com exceção a cadência que culmina com a primeira entrada da orquestra.
Além da introdução, é comum ver em listas de audição o solo lírico e piano, que começa
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PETROUCHKA
1 – Para você, qual o motivo de tal excerto estar presente na maior parte das audições?
3 – Se possível, cite como seria para você uma preparação ideal para toca-lo.
4 – Há algum aspecto “mais importante” nesse excerto que necessita de mais atenção
5 – Por fim, se tiver algum comentário sobre o excerto que ache importante, fique à
R.: Esse solo é escolhido para que o candidato possa demonstrar tanto sua capacidade
Infelizmente, não temos um ponto bom onde respirar, portanto a falta de ar pode causar
ansiedade e com isso muitos tendem a correr para que acabe logo.
É importante também preparar outros trechos dessa obra, entre eles o trecho de alta
no trompete pícolo.
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PROMENADE
1 – Para você, qual o motivo de tal excerto estar presente na maior parte das audições?
3 – Se possível, cite como seria para você uma preparação ideal para toca-lo.
4 – Há algum aspecto “mais importante” nesse excerto que necessita de mais atenção
5 – Por fim, se tiver algum comentário sobre o excerto que ache importante, fique à
R.: Mais um trecho que começa com o trompete solo, trata-se de uma caminhada
(Promenade) dentro de uma galeria de artes, até que alguma pintura chame atenção.
Assim como o Mahler, logo de cara, muita informação do compositor: Allegro giusto,
nel modo russico; senza alegrezza, ma poco sustenuto. Ou seja: Allegro justo, ao estilo
exigida pelo próprio compositor, não podemos deixar a coisa leve demais pois estamos
falando do estilo robusto russo, que ele reforça com o "senza alegrezza", e um pouco
um jeito de tocar e mantê-lo durante todo o trecho, seja mais sustentado ou como "bell
tones".
Dicas: Vale a pena estar preparado para fazer dos dois jeitos, caso um membro da
banca venha assim o pedir, afinal de contas, maleabilidade também é essencial para
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um músico de orquestra. Demonstrar sua capacidade de seguir instruções sem
hesitação vai aumentar a confiança nos jurado da banca de que você é a pessoa que
eles estão procurando. Quando estiver tocando o Promenade, tente se colocar no papel
ATITUDE DA BANCA
Lembre-se sempre que em uma audição as pessoas te ouvindo estão procurando alguém
para tocar ao lado delas. Queremos que os candidatos toquem bem, que demonstrem
suas qualidades e sabemos como é difícil para o candidato estar ali. Não estamos
pois essa busca te levará a excelência, mas nunca cobre de si próprio a perfeição,
porque, simplesmente, nada é perfeito. Esbarrou uma nota? Falhou algum ataque? Não
tem problema, continue nos mostrando a sua música, o mais importante é tocar bonito.
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ANEXO B
PERGUNTAS GERAIS
1 – Nome.
3 – Fale sobre uma preparação geral para uma audição, sem um excerto em específico.
R.: Você deve estar preparado, como trompetista, e não somente como concorrente a
uma audição. Isso significa, tocar bem o trompete e não somente os excertos. Dessa
forma, no máximo, próximo da audição, 60% do tempo deve ser dedicado aos excertos,
que ajuda realizar diversas "audições simuladas" nós dias que antecedem. Nos
períodos de descanso também devem ser feitas as audições. Essa prática pode ajudar
a visualizar como cada excerto deve ser tocado, mentalmente. Solfejo também é
aconselhável.
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QUINTA SINFONIA DE MAHLER
1 – Para você, qual o motivo de tal excerto estar presente na maior parte das audições?
3 – Se possível, cite como seria para você uma preparação ideal para toca-lo.
4 – Há algum aspecto “mais importante” nesse excerto que necessita de mais atenção
5 – Por fim, se tiver algum comentário sobre o excerto que ache importante, fique à
R.: Na audição, o som, estilo e articulação são muito mais importantes que volume.
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PETROUCHKA
1 – Para você, qual o motivo de tal excerto estar presente na maior parte das audições?
R.: Diferenciar as fanfarras das figuras ligadas. Cada nota deve estar centrada e o
3 – Se possível, cite como seria para você uma preparação ideal para toca-lo.
R.: Existem basicamente 6 figuras distintas que devem ser preparadas separadamente:
4 – Há algum aspecto “mais importante” nesse excerto que necessita de mais atenção
5 – Por fim, se tiver algum comentário sobre o excerto que ache importante, fique à
41
PROMENADE
1 – Para você, qual o motivo de tal excerto estar presente na maior parte das audições?
controle da respiração.
R.: Som ressonante, mas não forçado, centro das notas, controle dos intervalos.
3 – Se possível, cite como seria para você uma preparação ideal para toca-lo.
articulação
4 – Há algum aspecto “mais importante” nesse excerto que necessita de mais atenção
R.: Afinação é essencial. As colcheias jamais devem ser apressadas Som homogêneo
do começo ao fim
5 – Por fim, se tiver algum comentário sobre o excerto que ache importante, fique à
R.: Ouvir diversas gravações e ser flexível para adaptar o andamento e a articulação
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ANEXO C
PERGUNTAS GERAIS
1 – Nome.
R.: Orquestra Filarmônica de Minas Gerais (desde 2008). Anterior: Berner Sinfonie
3 – Fale sobre uma preparação geral para uma audição, sem um excerto em específico.
No meu caso, a prática de atividades físicas (corrida, natação, musculação, muay thai)
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QUINTA SINFONIA DE MAHLER
1 – Para você, qual o motivo de tal excerto estar presente na maior parte das audições?
R.: Afinação (dó sustenido inicial, arpejos de do sustenido menor são difíceis de afinar),
estilo (executar o excerto de acordo com a tradição), articulação (as tercinas devem
3 – Se possível, cite como seria para você uma preparação ideal para toca-lo.
confortáveis e com pouca pressão, para não cansar os lábios, decorar o excerto, ouvir
gravações.
4 – Há algum aspecto “mais importante” nesse excerto que necessita de mais atenção
R.: Considero precisão rítmica o aspecto principal. Regentes têm a palavra final em
5 – Por fim, se tiver algum comentário sobre o excerto que ache importante, fique à
R.: Gosto de criar imagens para este excerto, como forma de aliviar a ansiedade de
performance.
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PETROUCHKA
1 – Para você, qual o motivo de tal excerto estar presente na maior parte das audições?
3 – Se possível, cite como seria para você uma preparação ideal para toca-lo.
4 – Há algum aspecto “mais importante” nesse excerto que necessita de mais atenção
ritmo.
5 – Por fim, se tiver algum comentário sobre o excerto que ache importante, fique à
R.: Este é um dos excertos mais difíceis e estressantes. Além do solo com a caixa clara
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PROMENADE
1 – Para você, qual o motivo de tal excerto estar presente na maior parte das audições?
3 – Se possível, cite como seria para você uma preparação ideal para toca-lo.
metrônomo. Escolher sua própria versão, mas estar sempre pronto a mudar o foco
interpretativo.
4 – Há algum aspecto “mais importante” nesse excerto que necessita de mais atenção
5 – Por fim, se tiver algum comentário sobre o excerto que ache importante, fique à
46
ANEXO D
EDITAL OSESP
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ANEXO E
50
ANEXO F
PARTITURA PETROUCHKA
52
ANEXO G
PARTITURA PROMENADE
54
REFERÊNCIAS
FRANKLIN. Peter. Gustav Mahler. In: The New Grove Dictionary of Music and
Musicians. Disponível em:
<http://www.oxfordmusiconline.com/subscriber/book/omo_gdmi>. Acesso em
02/12/2015.
GRESKOVIC, Robert. Ballet 101: a complete guide to lerning and loving the ballet. 2
ed. Estados Unidos da America: Hal Leonard Corp., 2005. 634 p.
SMITH. Philip. Orchestral excerpts for trumpet. Estados Unidos da America: Summit,
1995. 1 CD
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