Comunicação Interpessoal e Etica
Comunicação Interpessoal e Etica
Comunicação Interpessoal e Etica
COMUNICAÇÃO
INTERPESSOAL E ASPECTOS
COMPORTAMENTAIS
Realização
Faculdade Machado de Assis
FAMA
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41 p.
Bibliografia
i
Sumário
ii
3.2 CASOS ................................................................................................................................... 30
3.2.1 COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL HONDA 1 ........................................................................... 30
3.2.2 LIDERANÇA NA GENERAL ELECTRIC 2 ............................................................................... 31
3.2.3 CULTURA 3M - O MUNDO DA INOVAÇÃO 3 ........................................................................ 32
3.3 DINÂMICA DE GRUPO .......................................................................................................... 33
3.3.1 JOGOS DE BILHETES ............................................................................................................ 33
3.4 TEXTOS COMPLEMENTARES ............................................................................................... 33
3.4.1 PELA PORTA AO LADO (AUTOR DESCONHECIDO)............................................................... 33
3.4.2 FÁBULA DA CONVIVÊNCIA (AUTOR DESCONHECIDO) ....................................................... 34
3.4.3 O DILEMA DO PRISIONEIRO ............................................................................................... 35
3.4.4 A COISA MAIS IMPORTANTE QUE FIZ NA MINHA VIDA ........................................................ 36
3.5 SLIDES (ANEXO) ................................................................................................................... 38
iii
1
1. Programa da disciplina
1.1 Ementa
Atividades de Integração (tracking), Habilidades de comunicação, A Importância das
Habilidades Interpessoais, Comunicação Interpessoal, Habilidades de Administração de
Conflitos, Habilidades de Delegação, Habilidades de Aconselhamento, Percepção e
valores pessoais.
1.3 Objetivos
Identificar e discutir aspectos comportamentais e suas relações com a comunicação
organizacional;
Discutir e compreender o processo de comunicação interpessoal;
Discutir e exercitar a importância das habilidades interpessoais;
Discutir e conhecer habilidades de administração de conflitos, delegação,
aconselhamento, políticas, percepção e valores pessoais;
Estabelecer a ligação entre contribuições teóricas e sua prática cotidiana.
Provocar vivências que transformem compreensão em mudanças internas.
1.5 Metodologia
Exposição dialogada, discussão em grupo, dinâmicas, estudos de caso, vivências, jogos
e exercícios.
2.1 Introdução
Muitos dispositivos da intranet são assíncronos, isto é, as pessoas não precisam estar no
mesmo lugar ou trabalhar ao mesmo tempo para conversarem umas com as outras.
Outros dispositivos, como as salas de conferência ou bate-papos, utilizam
procedimentos em tempo real que exigem participação no mesmo momento, mas não
necessariamente na mesma localização física.
Para que o significado seja transferido é preciso que um emissor transmita uma
mensagem e um receptor compreenda a mensagem. A comunicação não se limita
meramente à fala e pode assumir diversas formas, como, por exemplo, memorandos, e-
mails, boletins, apresentações visuais ou símbolos e mensagens não-verbais, tais como
expressões faciais, roupas, corte de cabelo entre outros. A comunicação pode ser de dois
tipos: interpessoal e organizacional. Focaremos a comunicação interpessoal, ou seja,
entre duas pessoas, seja face a face ou em contextos de grupos.
Mensagem
Fonte Receptor
Feedback
Reflexão:
Reflexão
1. Nas minhas comunicações, tenho me preocupado igualmente com a informação e
com a relação?
2. Que traços da minha maneira de ser estão favorecendo ou dificultando a minha
comunicação?
3. Adoto um estilo de dizer sempre o que penso, independente de ser ameaçador ao
equilíbrio da relação?
4. Uso a indiretividade para proteger a relação ou para não me comprometer.
5. Tenho sabido lidar com os diferentes estilos conversacionais dos meus
interlocutores?
6. Tenho estado atento às diferentes necessidades dos outros de mais independência ou
mais envolvimento?
Uma pesquisa (Hequet, 1994) constatou que os gerentes deixam muito a desejar aos
funcionários ao dar feedback sobre seu desempenho. Cerca de 60% das empresas
identificavam o feedback insuficiente como a causa da deficiência de desempenho do
Comunicação interpessoal e aspectos comportamentais
9
funcionário. As seis sugestões a seguir (Robbins e Hunsaker, 1996), podem ajudar você
dar um feedback mais eficaz nas questões de desempenho voltadas para o trabalho.
1. O feedback deve ser mais específico do que geral. Evite declarações vagas do tipo:
“você fez um ótimo trabalho”.
4. Dê feedback na hora certa. Forneça feedback sobre o comportamento tão logo seja
possível. Um funcionário que comete um erro acata mais facilmente sugestões ao
final do dia que durante uma sessão de avaliação de desempenho meses depois.
Instruções: Indique a freqüência com que você recorre a cada uma das táticas seguintes,
circulando o número que considerar mais apropriado.
Raramente Sempre
Eu discuto minha opinião com meus colegas de
1 2 3 4 5
1 trabalho para mostrar os méritos de minha posição.
Eu negocio com meus colegas de trabalho, de forma
2 1 2 3 4 5
que se possa chegar a um acordo.
Eu tento satisfazer as expectativas de meus colegas
3 1 2 3 4 5
de trabalho.
Eu tento investigar uma questão com meus colegas
4 de trabalho, para encontrar uma solução aceitável 1 2 3 4 5
para nós.
5 Eu sou firme na defesa de minha posição na questão. 1 2 3 4 5
Eu tento evitar ser colocado em má situação e tento
6 guardar comigo o meu conflito com meus colegas de 1 2 3 4 5
trabalho.
7 Eu me aferro à minha solução para um problema. 1 2 3 4 5
Eu adoto o ganha-ganha, de forma que se possa
8 1 2 3 4 5
chegar a um acordo.
Eu troco informações precisas com meus colegas de
9 trabalho para resolvermos um problema em 1 2 3 4 5
conjunto.
Eu evito a discussão aberta de minhas diferenças
10 1 2 3 4 5
com meus colegas de trabalho.
Eu me conformo com os desejos de meus colegas de
11 1 2 3 4 5
trabalho.
Eu tento colocar todas as nossas preocupações na
12 mesa, de forma que as questões possam ser 1 2 3 4 5
solucionadas da melhor forma possível.
Eu proponho um meio termo para solucionar os
13 1 2 3 4 5
impasses.
Eu concordo com as sugestões de meus colegas de
14 1 2 3 4 5
trabalho.
Eu tento guardar para mim minhas divergências com
15 1 2 3 4 5
meus colegas de trabalho para evitar ressentimentos.
Fonte: Esta é uma adaptação de uma ferramenta de 35 itens descrita em Rahim, M. A. A
Measure of Styles of Handling Interpersonal Conflict, Academy of Management
Journal, junho de 1983, pp. 368-376.
O conflito pode ter conseqüências positivas, como, por exemplo, manter os grupos de
trabalho viáveis, autocríticos e criativos. A administração de conflitos requer a
conservação de um nível ótimo de conflitos em um grupo. Pouco conflito cria
estagnação. Muito conflito cria rupturas.
Um estudo sobre executivos de nível médio e superior revelou que a média dos gerentes
gasta 20% de seu tempo lidando com conflitos.
Embora os gerentes possam mudar de acordo com a situação, seus estilos básicos
indicam o modo mais provável como tenderão a se comportar e o tratamento que
adotam com mais freqüência.
Seja ponderado na escolha dos conflitos que deseja controlar - Nem todo conflito
vale seu tempo e esforço para solucioná-lo. Além disso, alguns conflitos podem ser
simplesmente incontroláveis. Dessa forma, os gerentes não devem se deixar seduzir pela
crença ingênua de que podem solucionar eficazmente todos os conflitos.
é a solução final em que todos saem ganhando, todas as partes tentam satisfazer seus
interesses.
Os dados sugerem que existem algumas situações nas quais o conflito é favorável. O
Quadro 3 contém um conjunto de perguntas que os gerentes podem fazer para
identificar situações que requerem uma estimulação de conflitos. Apresentam-se a
seguir algumas sugestões que os gerentes podem querer utilizar.
- Traga Gente de Fora. Um método muito usado para abalar uma unidade ou
organização estagnadas é trazer de fora indivíduos com antecedentes, valores, atitudes
ou estilos gerenciais diferentes dos de seus membros atuais.
- Informe aos outros que a delegação ocorreu. A falha em informar aos demais
aumenta a probabilidade do conflito e diminui as oportunidades de sucesso dos
subordinados.
2.4.4 Empowerment
Os seguidores de líderes são importantes porque (1) diferem nas qualidades e exigem
ajustes por parte dos líderes, (2) bons seguidores exibem características comuns que
reforçam o sucesso do líder e (3) a reengenharia tem concedido aos seguidores maior
autonomia e responsabilidade.
Comunicação interpessoal e aspectos comportamentais
15
Considerando que as atitudes dos seguidores não são fixas, os líderes superiores podem
inspirar os seguidores medíocres e transformá-los em seguidores eficazes. Para que as
equipes formadas sejam eficazes os líderes deverão ter procedimentos que conduzam
ao empowerment, que é a transferência de poder do líder para os membros da sua
equipe. Este é um conceito fundamental e abrangente para que uma organização possa
dar respostas eficazes e rápidas às demandas de um mercado em constantes mudanças.
A Semco (Semler, 1993) é uma empresa brasileira, sediada em São Paulo, que foi além
da teoria e transformou o empowerment de funcionários tanto em fonte de conhecimento
de valor, quanto de vantagem competitiva. Ela desenvolve, produz e exporta desde
lavadoras de louça a fábricas de bolachas, difusores de combustível de foguete para
satélites até serviços de consultoria ambiental. A história da Semco mostra uma empresa
de propriedade familiar que começou a ser gerenciada de maneira autocrática e
Comunicação interpessoal e aspectos comportamentais
16
A convicção de Semler é que o empowerment não pode existir pela metade, da mesma
forma como uma mulher não pode ficar mais ou menos grávida. Ou tudo ou nada. O
objetivo é criar um meio onde todas as pessoas tomem as decisões.
S F ? R N
Eu levo tempo para explicar como um trabalho deve ser
1 realizado.
Eu explico o papel que os membros devem desempenhar na
2
equipe.
Eu esclareço detalhadamente as regras e procedimentos que
3
os outros devem adotar.
4 Eu organizo minhas próprias atividades de trabalho.
Eu informo as pessoas sobre a eficácia com que estão
5
desempenhando.
6 Eu informo as pessoas sobre o que se espera delas.
Eu incentivo o uso de procedimentos uniformes para
7
realizar as tarefas.
8 Eu esclareço minhas atitudes para os outros.
9 Eu atribuo tarefas específicas aos outros.
Eu me certifico de que os outros entenderam seu papel no
10
grupo.
11 Eu programo o trabalho que desejo que os outros façam.
12 Eu peço aos outros que sigam regras e regulamentos padrão.
13 Eu torno o trabalho mais agradável.
14 Eu paro o que estou fazendo para ajudar os outros.
15 Eu respeito os sentimentos e as opiniões dos outros.
16 Eu sou solícito e atencioso para com os outros.
17 Eu mantenho um clima amistoso na equipe.
Eu faço pequenas coisas para que os outros sintam prazer
18
em fazer parte da minha equipe.
19 Eu trato todos da mesma forma.
Eu aviso previamente os outros sobre mudanças e explico
20
como elas os afetarão.
21 Eu procuro o bem-estar pessoal dos outros.
22 Eu sou acessível e amigável para com os outros.
Fonte: Schriescheim, C.A. Leadership Questionnaire
SUBORDINADO CHEFE
Os controles são opressivos O trabalho sempre vem com erro
As promessas não são cumpridas Há pouca eficácia
O trabalho é enfadonho A tarefa não é cumprida direito
As repreensões são injustificadas As atitudes são inadequadas
Faltam recursos As reivindicações são absurdas
O ambiente não é bom Há muita inabilidade
De um modo geral, o treinamento para trabalhar em grupo não é parte integrante dos
processos educacionais. As escolas vêm preparando pessoas para uma profissão, mas
não para desempenhá-las dentro de uma organização, pois não aprendemos a ser
colaboradores e sim competidores. O modelo de avaliação do desempenho escolar é um
bom exemplo disto, pois são baseados em testes individuais, o que demonstra que a
educação focaliza muito mais o indivíduo do que o grupo.
O grupo possui uma personalidade social formada por seus valores e normas de
convivência e que poderá levá-lo a resultados positivos ou negativos. Não é muito fácil
para, quem faz parte de um grupo perceber em que direção estão indo,
conseqüentemente, qualquer grupo corre risco potencial de desagregar-se como
resultado de sua própria cultura, caso não saiba ou não consiga criticar-se, fato que é
freqüente, podendo desagregar até a própria organização.
Todo grupo tem conflitos potenciais entre seus membros, e em qualquer organização
existem conflitos potenciais entre grupos, onde estiver presente a competição, diferentes
interesses disputarão um mesmo objetivo. Este objetivo pode ser prestígio, algum
recurso, como espaço físico ou financeiro. A falta de organização e o desequilíbrio de
oportunidades ou recompensas são alguns dos principais motivadores de conflitos.
Instruções: Para cada seção atribua um total de dez pontos distribuídos entre sentenças
(de “a” até “h”) que melhores descrevem seu comportamento. Após o preenchimento
dos pontos em cada uma das seções, totalize esses dados na tabela do Material
Complementar no final da apostila.
b) Eu sou propenso a aceitar pontos de vista de outras pessoas desde que sejam
válidos;
c) Eu tenho tendência a conversar muito quando o grupo quer gerar novas idéias;
d) Minha postura dificulta que eu seja rapidamente entusiástico com meus colegas;
e) Eu sou visto como enérgico e autoritário algumas vezes quando existe a necessidade
de algo ser feito;
f) Eu encontro dificuldade de me colocar em primeiro plano, talvez, porque eu me
considere responsável pelo bom clima do grupo;
g) Eu entro em devaneio com minhas idéias e fico fora da participação do grupo;
h) Meus colegas tendem a me ver como sendo preocupado desnecessariamente com
muitos detalhes.
Instruções: Leia a lista de sete declarações a seguir. Com qual afirmação você mais
concorda? Escreva o número 1 ao lado dessa afirmação. Na seqüência, com qual você
mais concorda? Escreva o número 2 ao lado dela. Continue com esta pontuação até que
tenha colocado o número 7 ao lado da afirmação com a qual você menos concorda.
Mesmo que você possa concordar com várias destas afirmações, pense sobre suas
preferências ao classificá-las.
2.7 Conclusão
O crescimento do número e da complexidade dos relacionamentos têm levado líderes e
seguidores a se preocuparem cada vez mais com o gerenciamento do relacionamento
como forma de potencializar os ganhos das empresas.
Para que o relacionamento entre os diversos níveis hierárquicos seja bem sucedido, é
preciso uma série de cuidados. Estes cuidados devem começar antes mesmo da
contratação e se tornam ainda mais críticos no dia-a-dia da organização.
DUMAINE, B. Times are Good? Create a crises. Fortune, 28 de junho de 1993, pp.
123-130.
3. Material Complementar
Tabelas de pontos
Questão A B C D E F G H
I
II
III
IV
V
VI
VII
Para interpretar os dados de seu inventário de autopercepção, você deve transferir seu
escore para a Tabela de Análise abaixo. Ex.: IA para Ia; IIF para IIf e assim
sucessivamente. Após esta fase consulte a última tabela e conheça seu perfil.
3.2 Casos
3.2.1 Comunicação interpessoal Honda 1
A Honda Motor Company foi considerada a empresa mais bem gerenciada do mundo.
Ironicamente, a Honda alcançou essa posição utilizando um sistema de inovação
organizacional que pode ser classificado como antigerencial.
Dentre os princípios operacionais da Honda estão as metas: "Aprenda, Pense, Analise,
Avalie e Aperfeiçoe" e "Ouça, Pergunte e Fale". Mas veja, se todos os 60 mil
funcionários da Honda atendessem às expectativas da empresa simultaneamente, ficaria
um tanto barulhento e confuso, sem falar nas divergências.
E esse é exatamente o problema. O questionamento constante de idéias, de decisões e do
gerenciamento é encorajado, e até exigido, de cada funcionário. Motivo pelo qual a
Honda se tornou um dos praticas exemplares do mundo daquilo que se chama de
"contenção construtiva". O co-fundador da Honda, Takeo Fujisawa, explica a contenção
construtiva da seguinte maneira: "há dissonâncias em toda empresa. Como presidente eu
devo orquestrar os sons dissonantes para criar certa harmonia. Mas nunca se deseja
harmonia em excesso. É importante cultivar a satisfação em encontrar harmonia nas
divergências ou então se estará desviando das forças que mantêm uma empresa viva”.
Em uma cultura empresarial e social japonesa dominada pela conformidade e não
questionamento em relação aos mais velhos e superiores, a cultura de autocrítica e
diversidade intelectual da Honda se destaca visivelmente. Mas foram exatamente esses
valores que permitiram à Honda transformar-se em apenas 20 anos, de um pequeno
fabricante local de motocicletas, no fabricante de automóveis que substituiu a Chrysler
dentre as Três Grandes.
Não é somente a gerência que tem ouvidos para todos. Essa inovadora exaltação à
discordância é sistêmica na Honda. Perspectivas diferentes entre os vários
departamentos funcionais da Honda são ativamente encorajadas, lembrando-se de que a
concorrência intelectual só irá lapidar e aperfeiçoar o produto final. Jovens engenheiros
recebem responsabilidades extraordinárias e são encorajados a questionar seus
superiores energicamente em debates ou sessões regulares. Há alguns anos, um novato
levou essa tarefa longe demais. Ele teve a audácia de envolver-se em uma discussão
com o co-fundador da empresa, Soichiro Hona, quanto aos motores refrigerados a ar e a
água. Ele estava tão resoluto que fez greve por um mês, retirando-se em um mosteiro
Comunicação interpessoal e aspectos comportamentais
31
Na entrevista dada pelo médico Dráuzio Varella, ele disse que a gente tem um nível de
exigência absurdo em relação à vida. Queremos que tudo de certo e que, às vezes, por
aborrecimentos mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada.
Ele deu um exemplo trivial, que acontece todo dia na vida da gente: quando um vizinho
estaciona o carro muito encostado ao seu na garagem (ou pode ser na vaga do
estacionamento do shopping). Em vez de simplesmente entrar pela outra porta, sair com
o carro e tratar da sua vida, você bufa, esperneia e estraga o que resta do seu dia.
Eu acho que esta história de dois carros alinhados, impedindo a abertura da porta do
motorista, é um bom exemplo do que torna a vida de algumas pessoas melhor, e de
outras, pior. Tem gente que tem a vida muito parecida com a de seus amigos, mas
não entende por que eles parecem ser tão mais felizes.
Será que nada dá errado para eles? Dá aos montes. Só que, para eles, entrar pela porta
do lado, uma vez ou outra, não faz a menor diferença. O que não falta neste mundo é
gente que se “acha”, se “sente”... Que "audácia" contrariá-los!
São aqueles que nunca ouviram falar em saídas de emergência: fincam o pé,
compram briga e não deixam barato. Alguém aí falou em complexo de perseguição?
Justamente. O mundo versus eles.
Eu entro muito pela outra porta, e às vezes saio por ela também. É incômodo, tem um
freio de mão no meio do caminho, mas é um problema solúvel. E como esse, a maioria
dos nossos problemas pode ser resolvida assim, rapidinho. Basta um telefonema, um e-
mail, um pedido de desculpas, um deixar barato.
Eu ando deixando de graça... Para ser sincero vinte e quatro horas tem sido pouco para
tudo o que eu tenho que fazer, então não vou perder ainda mais tempo ficando mal-
humorado. Se eu procurar, vou encontrar dezenas de situações irritantes e gente idem;
pilhas de pessoas que vão atrasar meu dia. Então eu uso a "porta do lado" e vou tratar do
que é importante de fato. Eis uma chave do mistério, quase fórmula da felicidade, o
elixir do bom humor, a razão porque parece que tão pouca coisa na vida dos outros dá
errado.
Quando os desacertos da vida ameaçarem o seu bom humor, não estrague seu dia... Use
a porta do lado e mantenha a sua harmonia. Lembre-se, o humor é contagiante - tanto o
bom quanto o mau - portanto, sorria, e contagie todos ao seu redor com a sua alegria.
Vai te fazer muito bem!
A "Porta do lado" pode ser uma boa entrada ou uma boa saída...
3.4.2 Fábula da Convivência (Autor desconhecido)
Durante a era glacial, quando parte do globo terrestre estava coberto por densas
camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio e morreram indefesos por não se
adaptarem às condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos espinhos, numa tentativa de se proteger e
sobreviver, começaram a se unir, a se juntar mais e mais. Assim, cada um podia sentir o
calor do corpo do outro.
Comunicação interpessoal e aspectos comportamentais
35
Dispersaram-se por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes, doía
muito. Essa, porém, não foi a melhor solução. Afastados, separados, logo começaram a
morrer congelados.
Os que não morreram, voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com
precauções, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do
outro, mínima mais suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar sem
causar danos recíprocos. Assim suportaram-se, resistindo à longa era glacial.
E... sobreviveram. Sobreviva aprendendo a trabalhar em equipe!
Comecei o dia jogando golfe com um ex-colega e amigo meu que há muito não o via.
Entre uma jogada e outra, conversávamos a respeito do que acontecia na vida de cada
um. Ele me contava que sua esposa e ele acabavam de ter um bebê. Enquanto
jogávamos, chegou o pai do meu amigo, e consternado, lhe diz que seu bebê parou de
respirar e que foi levado para o hospital com urgência. No mesmo instante, meu amigo
subiu no carro de seu pai e se foi. Por um momento fiquei onde estava, sem pensar nem
me mover, mas logo tratei de pensar no que deveria fazer:
Seguir meu amigo ao hospital? Minha presença, disse a mim mesmo, não serviria de
nada, pois a criança certamente está sob cuidados de médicos, enfermeiras, e nada havia
que eu pudesse fazer para mudar a situação. Oferecer meu apoio moral? Talvez, mas
tanto ele quanto sua esposa vinham de famílias numerosas e sem dúvida estariam
Comunicação interpessoal e aspectos comportamentais
37
Durante o resto da manhã fiquei sentado na sala de emergências do hospital, vendo meu
amigo e sua esposa segurar nos braços seu bebê, despedindo-se dele. Isso foi o mais
importante que já fiz na minha vida!!!!
Primeira: O mais importante que fiz na vida, ocorreu quando não havia absolutamente
nada, nada que eu pudesse fazer. Nada daquilo que aprendi na universidade, nem nos
anos em que exercia a minha profissão, nem todo o racional que utilizei para analisar a
situação e decidir o que eu deveria fazer, me serviu para aquelas circunstâncias de
sofrimento e nada eu poderia fazer para remediar. A única coisa que poderia fazer era
esperar e acompanhá-los. Isto era o principal.
Segunda: Estou convencido que o mais importante que já fiz na minha vida esteve a
ponto de não ocorrer, devido às coisas que aprendi na universidade, aos conceitos do
racional que aplicava na minha vida pessoal assim como faço na profissional. Ao a
prender a pensar, quase me esqueci de sentir. Hoje, não tenho dúvida alguma de que
devia ter subido naquele carro sem vacilar e acompanhar meu amigo ao hospital.
Terceira: Aprendi que a vida poder mudar em um instante. Intelectualmente todos nós
sabemos disso, mas acreditamos que os infortúnios acontecem com os outros. Assim
fazemos nossos planos e imaginamos nosso futuro como algo tão real como se não
houvesse espaços para outras ocorrências. Mas ao acordarmos de manhã, esquecemos
que perder o emprego, sofrer uma doença, ou cruzar com um motorista embriagado e
outras mil coisas, podem alterar este futuro em um piscar de olhos. Para nós é
necessário viver um grande sofrimento para recolocar as coisas em perspectiva.
Desde aquele dia busquei um equilíbrio entre o trabalho e a minha vida. Aprendi que
nenhum emprego, por mais gratificante que seja, compensa perder umas férias, romper
um casamento ou passar um dia festivo longe da família.
E aprendi que o mais importante da vida não é ganhar dinheiro, nem ascender
socialmente, nem receber honras.
"O mais importante da vida é cultivar as pessoas que amamos e que fazem parte de
nossa vida”.
Por favor, não deixe seus amigos sem saber disso e muito obrigada por existirem em
minha vida.