CI - Vade - Mécum Da Alimentação PDF

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CADERNO DE INSTRUÇÃO VADE – MÉCUM DA ALIMENTAÇÃO E ORIENTAÇÃO

TÉCNICA ELABORADO PELA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA (EsEFEx) DO


EXÉRCITO COM COLABORAÇÃO DO INSTITUTO DE PESQUISA DA
CAPACITAÇÃO FÍSICA DO EXÉRCITO (IPCFEx)
SUMÁRIO

CAPÍTULO I - PRINCÍPIOS NUTRICIONAIS ................................................................... 13


1.1 Estudo Geral ........................................................................................................... 13
1.2 Necessidades de Energia ....................................................................................... 13
1.2.1 Estimativa das Necessidades de Energia ............................................................... 14
1.2.2 Balanço Energético ................................................................................................. 16
1.3 Macronutrientes ...................................................................................................... 16
1.4 Micronutrientes ....................................................................................................... 19
1.5 Água ....................................................................................................................... 26
1.6 Fibras ...................................................................................................................... 27
CAPÍTULO II - RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS ..................................................... 29
2.1 Estudo Geral ........................................................................................................... 29
2.2 Recomendações de Proteínas ................................................................................ 29
2.3 Recomendações de Vitaminas e Minerais .............................................................. 30
CAPÍTULO III - BIODISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES ............................................. 31
3.1 Estudo Geral ........................................................................................................... 31
CAPÍTULO IV - CLASSIFICAÇÃO DIETÉTICA DOS ALIMENTOS ................................ 35
4.1 Leite e Derivados .................................................................................................... 35
4.2 Ovos ....................................................................................................................... 35
4.3 Carnes .................................................................................................................... 36
4.4 Leguminosas .......................................................................................................... 38
4.5 Hortaliças ................................................................................................................ 38
4.6 Frutas...................................................................................................................... 39
4.7 Cereais ................................................................................................................... 40
4.8 Gorduras ................................................................................................................. 40
CAPÍTULO V - PIRÂMIDE ALIMENTAR .......................................................................... 41
5.1 Estudo Geral ........................................................................................................... 41
CAPÍTULO VI - VALOR NUTRICIONAL DOS ALIMENTOS............................................ 43
6.1 Estudo Geral ........................................................................................................... 43
CAPÍTULO VII - METODOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DE CARDÁPIOS .................. 45
7.1 Introdução ............................................................................................................... 45
7.2 Estudo Geral ........................................................................................................... 45
7.3 Desjejum ................................................................................................................. 46
7.4 Almoço e Jantar ...................................................................................................... 47
7.5 Recomendações ..................................................................................................... 49
7.6 Exemplo de Cardápio para 100 Pessoas................................................................ 51
7.7 Lista de Compras do Exemplo de Cardápio ........................................................... 52
7.8 Glossário de Termos Usados na Cozinha .............................................................. 53
CAPÍTULO VIII - ALIMENTOS FUNCIONAIS .................................................................. 55
8.1 Estudo Geral ........................................................................................................... 55
8.2 Principais Alimentos Funcionais ............................................................................. 55
CAPÍTULO IX - A NUTRIÇÃO COMO FORMA DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS ......... 57
9.1 Introdução ............................................................................................................... 57
9.2 Estratégias de Prevenção ....................................................................................... 57
9.3 Decálogo da Vida Saudável ................................................................................... 59
9.4 Importância da Atividade Física .............................................................................. 59
CAPÍTULO X - ORIENTAÇÕES DIETOTERÁPICAS ....................................................... 61
10.1 Introdução ............................................................................................................... 61
10.2 Dieta Normal ........................................................................................................... 61
10.2.1 Alimentos Recomendados e Evitados .................................................................... 61
10.3 Dieta Branda ........................................................................................................... 62
10.3.1 Alimentos Recomendados e Evitados .................................................................... 63
10.4 Dieta Pastosa ......................................................................................................... 64
10.5 Dieta Líquida Completa .......................................................................................... 64
10.5.1 Alimentos Recomendados e Evitados .................................................................... 65
10.6 Dieta Rica em Fibras (LAXATIVA). ......................................................................... 66
10.6.1 Alimentos Recomendados e Evitados .................................................................... 66
10.7 Dieta para Diarréia (OBSTIPANTE)........................................................................ 67
10.7.1 Alimentos Recomendados e Evitados .................................................................... 67
10.8 Dieta Antifermentativa ............................................................................................ 68
10.8.1 Alimentos Recomendados e Evitados .................................................................... 68
10.9 Orientação Nutricional para Hipertenso .................................................................. 69
10.10 Orientação Nutricional para Diabetes ..................................................................... 69
10.11 Orientação Nutricional para Dislipidemia ................................................................ 70
10.12 Orientação Nutricional para Hipertrigliceridemia..................................................... 71
CAPÍTULO XI - FLUXO DE PRODUÇÃO ........................................................................ 73
11.1 Etapas do Fluxo de Produção ................................................................................ 73

ANEXO A - TIPOS DE NUTRIENTES E GRUPOS DE ALIMENTOS .............................. 77


ANEXO B - RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS .......................................................... 79
ANEXO C - LISTAS DE SUBSTITUIÇÕES DOS ALIMENTOS ....................................... 83
ANEXO D - FATOR DE CORREÇÃO DE ALIMENTOS................................................... 93
ANEXO E - SAFRA DE HORTALIÇAS ............................................................................ 95
ANEXO E - SAFRAS DE FRUTAS NACIONAIS .............................................................. 96
ANEXO E - SAFRAS DE PRODUTOS DIVERSOS.......................................................... 97
ANEXO E - SAFRAS DE PESCADOS DE ÁGUA SALGADA ......................................... 97
ANEXO F - RECOMENDAÇÕES BÁSICAS PARA O RECEBIMENTO DE ALIMENTOS ..
.......................................................................................................................................... 99
ANEXO G - RECOMENDAÇÕES BÁSICAS PARA A MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS .
........................................................................................................................................ 103
ANEXO H - RECOMENDAÇÕES BÁSICAS PARA ARMAZENAGEM DE ALIMENTOS
........................................................................................................................................ 105
ANEXO I - RECOMENDAÇÕES BÁSICAS PARA O TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO
DE ALIMENTOS ............................................................................................................. 107
ANEXO J - RECOMENDAÇÕES BÁSICAS SOBRE SOBRA DE ALIMENTOS ........... 109
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 113
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CAPÍTULO I
PRINCÍPIOS NUTRICIONAIS

1.1 Estudo Geral

Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO),


uma alimentação saudável, adequada e balanceada nutricionalmente, além de suprir as
necessidades energéticas do indivíduo, também fornece todos os nutrientes essenciais
em quantidades apropriadas e proporcionais entre si.

Uma alimentação nutricionalmente balanceada, afora promover hábitos alimentares


saudáveis e melhor qualidade de vida, garante a manutenção, a restauração e o
crescimento dos tecidos.

As Forças Armadas devem, portanto, promover a saúde do efetivo por meio de uma
alimentação nutricionalmente balanceada, ou seja, que forneça macro e micronutrientes
em quantidade e qualidade adequadas. Até mesmo devido à peculiaridade do público
alvo, que é composto pelas equipes de serviço que devem ter 100% de suas
necessidades nutricionais atendidas, pois permanecem 24 horas nas Organizações
Militares; e pelo grupo de militares que tem maior dispêndio de energia, como
adolescentes (crescimento), gestantes, lactantes e os que passam por um período de
atividade física mais intensa. Logo, a eficiência das tropas depende da utilização de uma
dieta adequada às condições de vida.

O sabor dos alimentos, embora não possa ser considerado como fator nutricional,
exerce grande influência na sua ingestão, sendo por isso de grande importância no
sistema de alimentação. O fornecimento de uma dieta inadequada poderá deixar de
conduzir o homem a um estado nutricional se ela não satisfizer ao seu paladar. Esse fato
foi verificado em algumas rações operacionais usadas na 2a Guerra Mundial, das quais
certos componentes da dieta, embora de grande valor nutritivo, deixaram de ser
consumidos devido ao seu sabor desagradável.

1.2 Necessidade de Energia

O ser humano alimenta-se para satisfazer duas necessidades básicas: obter


substâncias que lhe são essenciais e adquirir energia para a conservação dos processos
fisiológicos.

A energia é liberada pelo metabolismo do alimento e deve ser fornecida regularmente


para atender às necessidades individuais de energia para a sobrevivência do corpo.
Apesar de toda a energia eventualmente aparecer na forma de calor, dissipado na
atmosfera, processos únicos dentro das células primeiro tornam possível seu uso para
todas as tarefas essenciais à vida. Dentre tais processos estão as reações químicas, que
executam a síntese e a manutenção dos tecidos corpóreos, a condução elétrica da
atividade nervosa, o trabalho mecânico do esforço muscular e a produção de calor para
manter a temperatura corpórea.

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De acordo com a FAO (2001), as necessidades calóricas de um indivíduo são


estabelecidas de acordo com seu tamanho e composição corporal, bem como o nível de
atividades envolvidas. O requerimento energético, portanto, é igual à energia despendida
para se manter todas as funções com saúde.

Contudo, as necessidades calóricas são influenciadas por vários fatores, como:

a) crescimento e velocidade de crescimento;

b) gravidez e lactação para mulheres;

c) teor de massa magra e de gordura;

d) atividade física;

e) estado de saúde: nas doenças, as necessidades variam para mais ou para


menos, de acordo com o tipo de doença;

f) clima: os climas frios exigem maior quantidade de calorias para a manutenção da


temperatura corporal; e

g) estado emocional: angústia, ansiedade e stress podem aumentar as


necessidades calóricas de um indivíduo.

1.2.1 Estimativa das necessidades de energia

A avaliação precisa do metabolismo energético é considerada condição importante


para balancear as necessidades entre a ingestão calórica adequada, na presença ou não
de uma doença de base, e a manutenção do peso corpóreo.

De maneira resumida, em uma pessoa sã a manutenção do peso corporal estável


pressupõe uma ingestão energética equilibrada com as necessidades do organismo,
incluindo as atividades em geral e o metabolismo basal que é o gasto energético para a
manutenção das funções vitais do indivíduo.

a) Recomendações de energia - atividade leve a moderada:

Essas recomendações foram desenvolvidas para atender às necessidades de


energia da população norte-americana saudável, com atividade leve a moderada (Tabela
1). Entretanto, pela inexistência de uma tabela com padrões brasileiros, esta é adotada
como referência.

A prevalência elevada de obesidade na população norte-americana pode levar


a uma superestimação das necessidades de energia da população brasileira saudável.
Assim, deve-se ter cautela no uso de tais recomendações.

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Tabela 1: Recomendação de energia

Média das Necessidades de Energia (kcal)


b
Gênero ou Categoria Idade (anos) ou Condição Por kg Por Dia

19-24 40 2900
Masculino 25-50 37 2900
+ 51 30 2300
19 - 24 38 2200
Feminino 25-50 36 2200
+ 51 30 1900
1º trimestre +0
Durante a gestação 2º trimestre + 300
3º trimestre + 300
a
Para indivíduos saudáveis, com atividade leve a moderada, coeficiente de variação de 20%.
b
M: masculino; F: feminino.
a
Fonte: Recommended Dietary Allowances, 10 Ed, 1989 pela “National Academy of Sciences”. Publicado
pela Academy Press.

No Brasil, não existe uma recomendação, mas uma estimativa baseada em um


consumo médio da população brasileira que é de 2.000 calorias diárias (para uma
população considerada sedentária). Em média, os homens brasileiros alcançam balanço
energético com cerca de 2.400 calorias por dia, e as mulheres com cerca de 1.800 ou
2.200 calorias por dia.

b) Recomendações de energia - atividades predominantemente musculares


(lixeiros, pedreiros, jardineiros, faxineiros, carteiros, operários etc.):

O valor calórico total (VCT) varia de acordo com a atividade, sendo geralmente
elevado. Os glicídios fornecerão a grande parte dessa energia e, em consequência, o
aporte de tiamina deverá ser aumentado. Devido à transpiração, o teor de cloreto de sódio
será maior da dieta. A água eliminada será normalmente reposta pela maior sensação de
sede.

Nesse grupo também estão incluídos:

a) o soldado em campanha, isto é, no campo, fora do quartel, em manobras ou


jornadas. Estrategistas militares ressaltam a importância da “munição de boca”,
mostrando o significado da alimentação adequada para o soldado;

b) o esportista - deve gozar de ótima saúde, sendo o seu regime individual, uma
vez que depende do físico, do plano de treinamento, do tipo de esporte, da competição.
Geralmente o esportista é jovem e daí a necessidade de cuidados maiores com sua ração
de crescimento. No dia da competição o esportista não deve experimentar qualquer
alimento novo, deve evitar gelados, não tomar café ou bebidas alcoólicas e não fumar.

Como vemos no esquema a seguir, a boa alimentação desse grupo tem


consequências sobre a produção.

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Tabela 2: Fatores de Estimativa Diária de Energia por kg de peso, recomendada para


vários níveis de atividades físicas para homens e mulheres (entre 19 e 50 anos)

ATIVIDADE ATIVIDADE ATIVIDADE ATIVIDADE ATIVIDADE


MUITO LEVE LEVE MODERADA INTENSA MUITO INTENSA
Homem 31 38 41 50 58
Mulher 30 35 37 44 51
Com base nos exemplos presentes no WHO (1985)
a
Fonte: Recommended Dietary Allowances, 10 Ed, 1989 pela “National Academy of Sciences”.

1.2.2 Balanço energético

A alimentação servida em nossas unidades deve possibilitar o equilíbrio do estado


nutricional dos militares em geral. Entende-se por estado nutricional o resultado do
equilíbrio entre o suprimento de nutrientes (consumo/ingestão) e o gasto ou necessidade
energética do organismo.

Dessa forma, é possível entender o peso corporal como o resultado da relação entre
a ingestão de energia e o gasto energético, o que caracteriza balanço energético. Este
pode ser negativo (implicando perda ponderal), positivo (originando ganho ponderal) ou
neutro (implicando manutenção do peso corporal).

1.3 Macronutrientes

a) Carboidratos

Esses nutrientes constituem um dos maiores grupos de compostos orgânicos


encontrados na natureza. São de baixo custo e fácil obtenção e, juntamente com as
proteínas, formam um dos principais componentes dos organismos vivos.

Os carboidratos desempenham uma série de funções importantes. A principal, entre


elas, é fornecer energia ao organismo, especialmente ao sistema nervoso central.
Também fornecem, rapidamente, energia ao músculo, proveniente da quebra do
glicogênio armazenado.

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A preservação das proteínas também ocorre por meio dos carboidratos, uma vez
que ao fornecer energia de maneira rápida, poupa dessa função as proteínas. Estas
devem ser preservadas, pois são moléculas nobres no organismo e devem ser utilizadas
para a manutenção e o reparo do tecido muscular, além de outras funções vitais, como
síntese de enzimas e hormônios. Dietas deficientes de carboidratos podem provocar
redução no tecido magro, com perda de massa muscular.

Os carboidratos, de acordo com o tamanho de sua cadeia, podem ser classificados


em simples (glicose, frutose, sacarose, lactose, maltose) e complexos (amido, dextrina,
glicogênio, celulose).

Os carboidratos simples são encontrados em abundância no mel, no açúcar, no


xarope de milho, nos doces, nos refrigerantes, no melado, nas frutas. Como são
moléculas menores, são absorvidos de imediato, aumentando rapidamente a glicemia no
organismo, ou seja, possuem alto índice glicêmico.

Os carboidratos complexos são encontrados em maior quantidade nos cereais, nos


tubérculos, nas raízes, nas farinhas, nas leguminosas. São digeridos mais lentamente,
provocando liberação gradativa de substâncias na corrente sanguínea e tornando a taxa
de açúcar no sangue uma constante. Diz-se que possuem baixo índice glicêmico.

Recomenda-se que a ingestão de carboidratos seja metade das calorias da dieta. É


preciso ressaltar, entretanto, que existe grande preocupação com o excesso da ingestão
de carboidratos, o que tem sido um hábito cada vez mais frequente entre a população.

b) Proteínas

São componentes essenciais a todas as células vivas e desempenham várias


funções fisiológicas como regeneração de tecido, crescimento e reprodução, além de
constituírem matéria-prima para enzimas e hormônios, bem como a função imunológica.

São compostos orgânicos de alto peso molecular, formadas pelo encadeamento de


aminoácidos. Representam cerca de 50 a 80% do peso seco da célula, sendo, portanto, o
composto orgânico mais abundante de matéria viva.

As proteínas são classificadas em alto e baixo valor biológico. Essa classificação é


embasada no teor de aminoácidos essenciais e não essenciais de sua composição.
Desse modo, quanto maior o teor de aminoácidos essenciais, maior o valor biológico da
proteína.

Proteínas de origem animal são, em sua maioria, consideradas completas e


utilizadas como referência em termos de composição de aminoácidos. Os alimentos de
origem animal, como carnes, aves, peixes, leite, queijo e ovos, possuem proteínas
consideradas de boa qualidade, suficientes para torná-los melhores fontes de
aminoácidos essenciais para o organismo humano.

Alimentos de origem vegetal também são fontes significativas de proteínas, sendo


classificados como parcialmente ou totalmente incompletos. As leguminosas são as mais
adequadas, contendo de 10 a 30% de proteínas. Os cereais apresentam teor protéico

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menor que o das leguminosas, de 6 a 15% em média. Frutas e hortaliças são fontes
pobres de proteína, representando cerca de 1 a 2% do peso total.

Apesar das limitações nutricionais apresentadas pelas proteínas vegetais, deve-se


enfatizar que na dieta normal de um indivíduo vários tipos de alimentos são consumidos
simultaneamente, podendo ocorrer um efeito complementar em termos de aminoácidos
essenciais. Dessa forma uma adequada mistura de cereais (milho, arroz e trigo) com
leguminosas (soja, feijão e ervilha), consumidos em uma mesma refeição em proporções
balanceadas, poderia apresentar valor nutricional, do ponto de vista protéico, equivalente
àquele apresentado pelas proteínas de origem animal. Ambos os tipos de proteína devem
estar presentes nas refeições principais servidas pelas Forças Armadas.

c) Lipídios

As gorduras e os lipídios são responsáveis por 34% da energia na dieta humana.


Como a gordura é rica em energia e fornece cerca de 9 kcal por grama, os seres
humanos são capazes de obter energia adequada em um consumo diário razoável.

As dietas deficientes em gordura não podem fornecer calorias suficientes e


contribuem para a desnutrição em muitas partes do mundo. A capacidade de armazenar e
acessar grandes quantidades de gordura faz com que os seres humanos sejam capazes
de ficar sem alimento por semanas e, algumas vezes, meses. Acredita-se que essa
capacidade contribuiu para a sobrevivência dos primeiros seres humanos nas épocas de
fome.

Os lipídios são importantes, pois constituem matéria-prima para o sistema nervoso e


para a formação de hormônios. Assim, não podem ser excluídos da alimentação.

São armazenados no tecido gorduroso do organismo, sob a pele, entre os músculos


e entre os órgãos. É um excelente isolador térmico, porém, apesar de constituir um
reservatório de energia maior que o glicogênio (carboidrato), não é de pronto uso.

São ainda importantes, pois fornecem vitaminas lipossolúveis como a vitamina A, D,


E e K, que melhoram a palatabilidade da alimentação, além de conferir saciedade por
mais tempo.

Compostos por ácidos graxos, os lipídios são divididos em saturados e insaturados.

Os ácidos graxos saturados estão concentrados principalmente em alimentos de


origem animal (leite e derivados, carne bovina, suína, frango) e coco.

Os ácidos graxos insaturados dividem-se em monoinsaturados, poliinsaturados e


trans.

Os ácidos graxos monoinsaturados estão presentes no azeite de oliva, no óleo de


canola e de açafrão, nas nozes, nas amêndoas e no abacate.

Os ácidos graxos poliinsaturados estão presentes nos óleos de peixe, de milho, de


prímula, de girassol, de soja e de algodão.

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Os ácidos graxos trans estão presentes, em grande parte, nas margarinas, nos
biscoitos recheados e nos produtos de panificação ricos em gorduras, e são formados
quando os fabricantes adicionam hidrogênio a óleos líquidos (hidrogenação) para torná-
los semissólidos e mais estáveis.

A gordura saturada deve ser evitada, pois seu consumo tem forte associação com a
incidência de arteriosclerose das artérias coronarianas, bem como o aumento de
colesterol LDL.

1.4 Micronutrientes

a) Vitaminas lipossolúveis

As vitaminas lipossolúveis constituem um grupo de substâncias orgânicas com


estruturas variadas, solúveis em solventes orgânicos e sem valor energético, que o
organismo não sintetiza ou o faz em quantidade insuficiente. Por esse motivo, e por
serem necessárias em quantidades mínimas, são fornecidas pelos alimentos.

São quatro as vitaminas lipossolúveis: A, D, E e K.

Vitamina A
A função fisiológica mais conhecida da vitamina A é a inerente ao processo visual,
cuja falta pode causar cegueira noturna (maior dificuldade de adaptação da visão no
escuro), secura da pele e maior risco de contrair infecções. Contudo, a vitamina A
também inicia o impulso nervoso, modula a resposta imune, bem como o crescimento e a
diferenciação celular.

A deficiência de vitamina A é um problema de saúde pública até em países


desenvolvidos. Mundialmente, é o segundo problema nutricional, só perdendo para a
deficiência de ferro. Suas melhores fontes são: fígado, óleo de fígado de bacalhau,
cenoura, batata-doce, manga, espinafre e brócolis.

Vitamina D
É sintetizada na pele por ação dos raios UV-radiação B se o indivíduo tiver uma
correta exposição à luz solar. Porém, atualmente, devido à alta incidência de câncer de
pele, o uso de protetor solar com fatores muito altos e a restrita exposição ao sol têm sido
preconizados, o que pode limitar a biodisponibilidade da vitamina D.

Assim, na presença de tais fatores limitantes, o fornecimento de vitamina D por


fonte alimentar se torna indispensável.

A vitamina D tem a função de manter as concentrações de cálcio e fósforo dentro


dos níveis de normalidade.

A deficiência de vitamina D na infância leva ao raquitismo, com um quadro clínico


característico, em que ossos e dentes são sujeitos a fraturas, o crescimento é deficiente e
há o aparecimento de deformações ósseas.

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As fontes alimentares da vitamina D são os óleos de fígado de peixes, gema de


ovo, leite e seus derivados fortificados.

Vitamina E
Constitui um dos principais antioxidantes do organismo. Sua deficiência em seres
humanos é demasiadamente rara.

Uma das principais funções atribuídas à vitamina E é a proteção que confere às


membranas celulares contra a destruição oxidativa, talvez atuando em conjunto com
pequenas moléculas e enzimas para defender as células contra o dano causado pelos
radicais de oxigênio.

Ocorre em grandes concentrações no germe do trigo, nas amêndoas e avelãs, e é


encontrada, também, nos óleos vegetais, principalmente aqueles com ácidos graxos
poliinsaturados, como o extraído do germe de trigo, do girassol, do caroço de algodão, do
dendê, do amendoim, do milho e da soja.

Vitamina K
Tem como função mais conhecida a inerente ao processo de coagulação
sanguínea. Por ser amplamente distribuída na natureza, sua deficiência é desconhecida.

As melhores fontes são os vegetais verde-escuros como: couve, espinafre, alface


e brócolis. Encontra-se, também, em menores concentrações, no fígado de boi e porco.
Cereais, frutas e leite de vaca têm baixos teores, mas, ainda, significantes.

b) Vitaminas hidrossolúveis

As vitaminas hidrossolúveis não são normalmente armazenadas em quantidades


significativas no organismo, o que leva muitas vezes à necessidade de um suprimento
diário dessas vitaminas, evitando, assim, consequências danosas da falta desses
compostos no seu funcionamento normal.

São vitaminas hidrossolúveis:

Vitamina C
Tem ação antioxidante porque possui a capacidade de varrer radicais livres. Atua
ainda como cofator ou cossubstrato de várias enzimas.

Sua deficiência foi relatada entre marinheiros e viajantes, no século XV, que
desenvolveram o escorbuto.

A vitamina C participa da síntese do colágeno e na absorção e metabolismo do


ferro.

Outra função interessante é a proteção à vitamina E, pois na oxidação de lipídios


e na presença de ambas, a vitamina C é oxidada sem alterar a função da vitamina E. Sua
deficiência só se manifesta após 4 a 6 meses de baixa ingestão.

Laranja, limão, acerola, mamão papaia, morango, kiwi, suco de tomate, manga,
brócolis, couve-flor e repolho crespo são algumas das melhores fontes.

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Vitamina B1
A vitamina B1 ou tiamina parece atuar na transmissão nervosa. Sua deficiência,
conhecida como beribéri (doença do sistema nervoso periférico), é relatada há cerca de
1.300 anos.

Suas fontes são carnes magras, vísceras, grãos integrais, castanha do Brasil,
pistache, nozes e avelãs.

Vitamina B2
A vitamina B2 ou riboflavina possui múltiplas funções de importante papel no
metabolismo energético, bem como na regulação das enzimas tireoidianas, formação das
células vermelhas no sangue e ativação da vitamina B6.

Ótimas fontes são fígado, amêndoa, soja, marisco, leite e derivados.

Vitamina B6
A vitamina B6 ou piridoxina tem sua principal ação no metabolismo de
aminoácidos. Contudo, age como coenzima em mais de 100 reações enzimáticas
inerentes ao metabolismo de neurotransmissores, carboidratos e lipídios.

Sua deficiência é rara, uma vez que se encontra amplamente distribuída pelos
alimentos. Os seres humanos e outros mamíferos não a sintetizam, porém, a flora do
intestino grosso é capaz de fazê-lo.

Fígado, levedura, germe de trigo, cereais integrais, banana, salmão, frango e


batatas constituem fontes de vitamina B6.

Niacina
Tem um papel importante no metabolismo gerador de energia.

Constituem fontes de niacina: carnes (vermelha, especialmente), fígado, legumes,


leite, ovos, grãos, cereais, leveduras, peixe e milho.

Ácido fólico
O folato age como coenzima em diversas reações. Está relacionado
metabolicamente com a vitamina B12. Sua deficiência é comum, principalmente nos
casos em que há interação medicamentosa. Contudo, é ricamente distribuído pelos
alimentos. Deve-se ter cuidado com essa deficiência nutricional, que influencia os níveis
de homocisteína.

Nos últimos anos, cresceram as evidências relacionando os níveis elevados de


homocisteína e o aumento no risco de doenças cardiovasculares. Sua retirada da corrente
sanguínea depende do ácido fólico e das vitaminas B6 e B12. Os níveis elevados de
homocisteína, por sua vez, estão associados com osteoporose e doença vascular
precoce, dentre outros.

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O suprimento adequado de ácido fólico é obtido facilmente, sendo que as


melhores fontes são as vísceras, o feijão e os vegetais de folhas verdes como o espinafre,
o aspargo e o brócolis. Bactérias intestinais também podem sintetizar o ácido fólico.

Vitamina B12
É necessária ao metabolismo de lipídios e controla a síntese de ácido nucleico,
que é o material no qual o código genético é impresso, dentre outras funções.

Sua deficiência, além de implicar anemia megaloblástica e neuropatia, está


associada a um aumento dos níveis de homocisteína e também pode resultar em
problemas neurológicos.

Os alimentos de origem animal são as únicas fontes naturais e como exemplo


pode-se citar: fígado, mariscos, ostras, peixes, ovos, produtos lácteos. Sua deficiência é
considerada rara.

Biotina
Está envolvida no metabolismo de carboidratos e lipídios.

Pode ser sintetizada pela flora intestinal.

Leite, fígado e gema de ovo são exemplos de fontes de biotina.

Ácido pantotênico
Desempenha importante papel na biossíntese de ácidos graxos, bem como no
metabolismo de geração de energia e de proteínas.

É amplamente distribuído nos alimentos e a sua deficiência não foi observada em


seres humanos.

Carne bovina, frango, batata, aveia e outros cereais integrais, tomate, fígado e
vísceras, gema de ovo e brócolis são fontes dietéticas.

c) Minerais

O papel preponderante desenvolvido pelos minerais no nosso corpo vai desde a


constituição de ossos, dentes, músculos, sangue, células nervosas, até a formação de
hormônios, na manutenção do equilíbrio hídrico.

Os macrominerais são assim definidos por abundância percentual no corpo humano,


sendo representados pelo cálcio (Ca), fósforo (P), potássio (K), enxofre (S), sódio (Na),
cloro (Cl) e magnésio (Mg).

Os microminerais, também chamados “elementos-traço”, são minerais necessários


em pequenas quantidades diárias para a manutenção da normalidade metabólica e o
funcionamento adequado das células.

Além de componente estrutural, os microminerais exercem funções específicas no


organismo, incluindo ação hormonal, atuando como cofator enzimático ou estabilizador de
reações químicas, entre as neutralizações de radicais livres.

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A fonte exógena de micronutrientes deve ser uma alimentação balanceada,


constituída por alimentos variados. São eles representados por: ferro (Fe), zinco (Zn),
cobre (Cu), iodo (I), selênio (Se), manganês (Mn), boro (Bo), cromo (Cr), molibdênio (Mb)
e flúor (F).

A seguir, os macro e micronutrientes minerais essenciais ao equilíbrio das reações


orgânicas e tissulares:

Cálcio
Grande parte desse mineral é encontrada nos dentes e ossos (99%). Constitui,
ainda, o mineral mais abundante do organismo.

Como sua maior porção encontra-se no esqueleto, o cálcio desempenha


importante função estrutural, além de ser utilizado na ativação de algumas enzimas
hidrolíticas e funcionar como regulador em várias reações bioquímicas (liberação de
energia para a contração muscular, coagulação sanguínea e liberação inicial de
neurotransmissores).

O ácido fítico e a fibra dietética presente no feijão cru, sementes e castanha


podem reduzir sua absorção.

O consumo excessivo de sódio e/ou proteína aumenta a excreção urinária de


cálcio. Já a cafeína e as drogas estão associadas a uma menor retenção do mineral.

São boas fontes de cálcio: leite e derivados, amêndoa, avelã, vegetais verde-
escuros e sardinha.

Fósforo
Como o cálcio, grande parte desse mineral está fixada nos ossos (85%).

Tem como função participar do crescimento de tecidos e, em segundo lugar, repor


as perdas por excreção e pela derme.

São fontes de fósforo: semente de abóbora seca, soja, amêndoa, sardinha,


castanha do Brasil e semente de girassol.

Magnésio
Participa de muitas funções celulares como metabolismo de energia, proliferação
celular, modulação de sinais de transdução e transporte de íons potássio e cálcio.

É também muito importante no metabolismo de cálcio, potássio, fósforo, cobre,


sódio, ferro, chumbo, ácido clorídrico, acetilcolina e óxido nítrico, e participa ainda da
transmissão neuromuscular, no equilíbrio intracelular e na ativação da tiamina.

São fontes de magnésio: semente de abóbora, alimentos do mar, amêndoas,


avelã, castanha do Brasil, caju e tofu.

Ferro

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Sua principal função está ligada ao transporte de oxigênio realizado pela


hemoglobina nas hemácias e pela mioglobina, no músculo.

A deficiência de ferro constitui a principal causa de anemia, caracterizando-se


como um grave problema de saúde pública.

Enquanto a vitamina C aumenta a biodisponibilidade do ferro, a deficiência em


vitamina A pode afetar o seu transporte e a produção de hemácias. Os refrigerantes à
base de cola reduzem a absorção do ferro se consumidos durante a refeição.

O cálcio, por sua vez, tem um importante papel inibitório na absorção de ferro, o
que pode agravar ou levar a uma anemia. Do mesmo modo, os fitatos mantêm uma
relação inversa com esse mineral.

O ferro da dieta existe como ferro heme, encontrado nas carnes como constituinte
da hemoglobina e da mioglobina, e como ferro não heme, encontrado nos vegetais e na
gema de ovo.

Quando fornecido pelas carnes, esse mineral é mais bem absorvido do que os de
origem vegetal.

Mariscos, ostras, fígado, semente de abóbora, tofu, feijão, melado, cereais


enriquecidos, folhosos de coloração verde-escura e carnes vermelhas são excelentes
fontes de ferro.

Enxofre
O enxofre está presente em todas as células do organismo, sendo constituinte
importante de pelos, unhas e pele. Está envolvido na formação do coágulo, no
mecanismo de transferência de energia e como parte de algumas vitaminas. Também é
necessário na formação de mucoproteínas. Até o momento, não existem evidências
conclusivas sobre a quantidade recomendada de ingestão de enxofre.

Cobre
Esse mineral é de grande importância, pois suas funções têm envolvimento no
sistema imunológico, no metabolismo do esqueleto e na prevenção das doenças
cardiovasculares.

O cobre pode ter sua biodisponibilidade reduzida no processamento de alimentos,


quando ocorrem reações de oxidação e redução, na trituração de grãos integrais com
remoção de farelo e gérmen e nos processos térmicos com presença de reação de
Maillard, que é reação química entre um aminoácido ou proteína e um carboidrato
reduzido, obtendo-se produtos que dão sabor, odor (flavor) e cor aos alimentos. O
aspecto dourado dos alimentos após assados é o resultado dessa reação.

São boas fontes de cobre: fígado, ostra, caju, castanha do Brasil, avelã, nozes e
semente de abóbora.

Zinco
Participa da síntese e degradação de ácidos nucleicos, carboidratos, lipídios,
proteínas, além de ser essencial para mais de 300 enzimas.

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Tanto o cálcio como o fitato reduzem a biodisponibilidade de zinco. O fitato


presente em altas concentrações em alimentos ricos em fibras (cereais, legumes e
vegetais folhosos) liga-se ao zinco, formando complexos insolúveis e diminuindo sua
digestibilidade e absorção.

Como o ferro, o zinco também mantém relação direta, interferindo um na


biodisponibilidade do outro. Na presença do cobre, o antagonismo também é mútuo.

Estudos mostram que a deficiência de zinco pode levar a uma deficiência de


vitamina A. Contudo, a proteína de origem animal aumenta a biodisponibilidade do zinco.

Ostra, camarão, carne bovina, de frango e peixe, fígado, cereais integrais,


legumes, tubérculos e semente de abóbora constituem fontes de zinco.

Selênio
O selênio desempenha várias funções importantes como combate aos radicais
livres, desintoxicação hepática, ação anticancerígena, conversão de T4 em T3 (hormônios
tireoidianos), dentre outras. A melhor fonte é a castanha do Brasil.

Iodo
Sua deficiência remonta desde séculos antes de Cristo e ainda é uma realidade
tanto para países desenvolvidos como para os em desenvolvimento. Portanto, a prática
de fortificação do sal com esse mineral é efetuada em vários países, principalmente no
Brasil.

Foi o segundo micronutriente reconhecido como essencial à saúde humana. O


primeiro foi o ferro, no século XVII.

Sua principal função é compor os hormônios da tireoide, reguladores do


crescimento e do desenvolvimento do corpo humano.

Substâncias que competem com a captação de iodo pela tireoide, denominadas


bociogênicas, estão presentes na mandioca, no milho, no broto de bambu, na batata
doce, na couve-flor e em algumas leguminosas. Portanto, se em quantidades
significativas na dieta, podem predispor a deficiência desse mineral.

Algumas evidências recentes sugerem que a efetiva utilização do iodo depende


do selênio.

Cavala, mexilhão, bacalhau e peixes de água salgada são boas fontes desse
mineral.

Manganês
Deficiências em seres humanos foram relatadas recentemente, aumentando a
sua importância.

O manganês está envolvido na formação dos ossos e no metabolismo de


aminoácidos, colesterol e carboidratos. É considerado essencial e também participa da
regulação da atividade de diversas enzimas.

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São fontes desse mineral: gérmen de trigo, nozes, soja, semente de abóbora,
amêndoa, avelã e farinha de aveia.

Boro
Estudos recentes têm sugerido a importância e a essencialidade desse mineral na
função imune, crescimento e manutenção óssea, habilidade psicomotora e funções
cognitivas.

As melhores concentrações de boro são encontradas em frutas não-cítricas,


vegetais folhosos, legumes e castanha do Brasil.

Cromo
É amplamente distribuído pelo solo e desempenha importantes funções no
metabolismo de carboidratos e de lipídios, como na potencialização da ação da insulina,
redução de níveis de colesterol total, LDL e TG, além do aumento de níveis de HDL.

Fermentos, grãos e cereais integrais constituem ótimas fontes de cromo.

Molibdênio
Suas funções são inerentes ao catabolismo de aminoácidos sulfurados. Sua
deficiência ainda não foi verificada em indivíduos saudáveis e sua biodisponibilidade foi
escassamente estudada.

Grãos, castanhas, legumes são as melhores fontes desse mineral.

Flúor
Do total de flúor presente no corpo, 99% estão associados com tecidos
calcificados (ossos e dentes), provavelmente aumentando a resistência à cárie dentária.

O peixe é uma fonte alimentar primária para o flúor, embora a água seja a mais
importante fonte natural, dependendo do local.

Encontra-se no Anexo A uma tabela com o resumo dos nutrientes, suas


características e fontes alimentares.

1.5 Água

Embora não seja um alimento no sentido estrito da palavra, a água é de fundamental


importância para o organismo e constitui cerca de 70% do peso total do corpo. A água é o
veículo dos nutrientes do aparelho gastrointestinal para as células, sendo ainda
necessária para a remoção dos metabólitos.

Nela se realizam os processos químicos da vida. A falta de água causa a morte muito
mais rapidamente do que a falta de alimentos, e suas perdas devem ser constantemente
substituídas. A água é perdida por meio da urina, do suor, das fezes, dos pulmões etc. É
encontrada, em espécie, em bebidas, sopas, e como água de constituição dos alimentos
sólidos tais como carne, verduras, legumes e frutas como melancia e melão (que
possuem 80 e 60% de água, respectivamente).

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Uma taxa adicional de água é fornecida pela oxidação dos carboidratos, das proteínas
e dos lipídios. Nas condições normais, a reposição de água deve ser de 2,5 litros/dia, ou
de 8 a 10 copos/dia.
1.6 Fibras

As fibras alimentares são um tipo de carboidrato não digerido pelas enzimas digestivas.
Entretanto, alguns tipos podem ser digeridos pelas bactérias do intestino, gerando
compostos que são utilizados pelas células intestinais. São encontradas no reino vegetal.
Compreendem a celulose, a hemicelulose, as pectinas, as mucilagens, as gomas e as
ligninas.

Têm obtido importância clínica já que seus efeitos reguladores trazem inúmeros
benefícios, os quais abrangem prevenção e tratamento da obesidade, da constipação
intestinal, da diabetes, do câncer de cólon, da aterosclerose, da síndrome do intestino
curto, dentre outros. Saliente-se que para se obter as funcionalidade das fibras é
primordial a ingestão adequada de água.

São classificadas em solúveis (algumas hemiceluloses, pectinas e gomas) e insolúveis


(ligninas, celulose e algumas hemiceluloses). Do ponto de vista fisiológico, as frações
solúveis e insolúveis agem de forma distinta no trato gastrintestinal.

As principais ações das fibras no organismo são:

a) aumento dos movimentos intestinais (peristaltismo), evitando a constipação


intestinal;

b) retardo no esvaziamento gástrico, tornando mais lenta a digestão e a absorção de


nutrientes;

c) aumento da plenitude e da saciedade gástricas;

d) diluição e neutralização de secreções ácidas, auxiliando no tratamento de úlcera


péptica;

e) regulação do metabolismo de colesterol;

f) prevenção do câncer de cólon por alteração do pH do cólon e aumento de


substâncias protetoras, além de proporcionar maior teor de água no intestino; e

g) redução dos níveis de glicose e de colesterol no sangue.

No Brasil, recomenda-se a adultos jovens pelo menos a ingestão diária de 20 a 30


gramas, que corresponde ao consumo mínimo de 8 a 10 gramas de fibra alimentar/1000
kcal.

A Associação Americana de Diabetes recomenda a ingestão de 20 a 35 gramas de


fibras/dia e, para tanto, orienta aumento do consumo de alimentos como frutas, hortaliças,
cereais integrais e grãos que, adicionalmente, fornecem micronutrientes como vitaminas e
minerais, fundamentais ao bom funcionamento do organismo, contribuindo para
importantes reações metabólicas.

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INTENCIONALMENTE EM BRANCO

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CAPÍTULO II
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

2.1 Estudo Geral

Os nutrientes são substâncias que atuam nas reações químicas do nosso organismo
(metabolismo) como material energético, para construção ou como fator de regulação das
atividades. Compreendem os carboidratos, as proteínas, os lipídios, as vitaminas e os
minerais.

As refeições devem estar alicerçadas em três preceitos: variedade na seleção dos


alimentos, proporcionalidade e moderação, principalmente em termos de ácidos graxos
saturados, insaturados e açúcares.

Devem ainda ter como base as Leis da Nutrição: quantidade, qualidade, harmonia e
adequação. Ou seja, a alimentação deve ser suficiente para garantir um aporte nutricional
adequado (quantidade) e ser composta de boa matéria-prima, além de todos os nutrientes
necessários ao indivíduo (qualidade). Deve proporcionar equilíbrio entre os nutrientes,
resguardando, assim, a biodisponibilidade (harmonia) e ainda respeitar hábitos
alimentares, clima, faixa etária, dentre outros fatores (adequação).

Para tanto, órgãos oficiais de saúde divulgam tabelas e guias de recomendações de


nutrientes para se ter uma referência sobre uma alimentação adequada. São estimativas
baseadas em médias de diferentes grupos, que ajudam a orientar grupos populacionais
como as Forças Armadas, porém deve-se ter uma visão crítica para sua aplicação a
indivíduos separadamente.

2.2 Recomendações de proteínas

Para a determinação das recomendações de proteínas, o Comitê da Organização das


Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (Food and Agriculture Organization - FAO),
em conjunto com a Organização Mundial de Saúde (OMS), analisou vários estudos e,
como resultado, concluiu-se que 0,75 g/kg/dia seria a recomendação para homens
adultos jovens.

As quotas recomendadas pelo Comitê de Alimentação e Nutrição do Conselho de


Pesquisa Nacional (Food and Nutrition Board of the National Research Council) para
proteínas, tomando como base a FAO/OMS, mantiveram as indicações para adultos e
idosos de ambos os sexos em 0,8 g/kg/dia.

A Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) adaptou as recomendações


nutricionais para a população brasileira, considerando que a digestibilidade “verdadeira”
da proteína da dieta brasileira se encontra entre 80 a 85%.

Dessa forma, a recomendação de proteína estabelecida pela SBAN (1990) para


homens e mulheres com idade igual ou superior a 18 anos é de 1,0 g/kg/dia (Cuppari,
2005), conforme a Tabela 1 do Anexo B.

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2.3 Recomendações de vitaminas e minerais

A partir de 1997, o Comitê de Alimentação e Nutrição/Instituto de Medicina dos EUA


iniciou o desenvolvimento de um conjunto de valores de referência para ingestão de
nutrientes que deve ser utilizado para planejar e avaliar dietas para pessoas saudáveis,
as Ingestões Dietéticas de Referência (Dietary Reference Intakes - DRIs), que incluem
quatro valores de referência: Necessidade Média Estimada (Estimated Average
Requirement - EAR), Ingestão Dietética Recomendada (Recommended Dietary Allowance
- RDA), Ingestão Adequada (Adequate Intake - AI) e Nível Superior Tolerável de Ingestão
(Tolerable Upper Intake Level - UL). Esses valores estão disponíveis nas Tabelas 2, 3, 4 e
5 do Anexo B.

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CAPÍTULO III
BIODISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES

3.1 Estudo Geral

A biodisponibilidade de um nutriente pode ser definida como sua acessibilidade aos


processos metabólicos e fisiológicos normais. Esse processo pode ainda ser influenciado
por fatores diversos que vão desde a forma química do nutriente até as condições da
saúde do indivíduo.

Na sequência, serão discutidas algumas das interações possíveis entre os nutrientes.

Vitamina A e Carotenoides
a) a cocção pode aumentar o conteúdo de carotenoides em vegetais, porém, a
exposição mais prolongada a altas temperaturas pode reduzir a biodisponibilidade pelo
processo de oxidação. O tratamento a vapor parece ter efeito positivo na cenoura e no
espinafre;
b) o etanol (bebida alcoólica) depleta os estoques hepáticos de vitamina A;
c) a deficiência de vitamina A dificulta a mobilização dos estoques de ferro;
d) a mobilização e o transporte da vitamina A dependem do zinco, o qual participa
da síntese da proteína envolvida nesses processos.

Vitamina D
a) normalmente, não há problemas de biodisponibilidade em indivíduos sadios;
b) no intestino delgado, aumenta a absorção de cálcio e fosfato.

Vitamina E
a) sua biodisponibilidade é maior em alimentos fontes de gordura;

b) sua absorção é aumentada na presença de lipídios poliinsaturados.

Vitamina K
a) sua biodisponibilidade é praticamente desconhecida;
b) suplementos de vitamina E (doses elevadas) podem antagonizar com sua função.

Vitamina C
a) não há muitos dados sobre sua biodisponibilidade;
b) age na absorção e no metabolismo do ferro;
c) sofre oxidação e protege a vitamina E em processos de oxidação de lipídios.

Vitamina B1 (tiamina)
a) sua absorção é prejudicada no alcoolismo;
b) polifenóis, sulfitos e outros compostos termoestáveis favorecem a sua quebra
oxidativa. O sulfito é largamente utilizado em alimentos processados;
c) o ácido tânico presente nos chás pode favorecer sua deficiência.

Vitamina B2 (riboflavina)
a) participa da ativação da vitamina B6;

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b) alimentos expostos à luz possibilitam uma leve perda;


c) sua deficiência prejudica a absorção de ferro, o metabolismo hepático da vitamina
B6, além de diminuir a sua oxidação.

Vitamina B6 (piridoxina)
a) sofre perdas no processo de cozimento e enlatados de carnes e vegetais; na
moagem do trigo para obtenção de farinhas e no congelamento de vegetais.

Niacina
a) está mais biodisponível na carne do que em cereais tidos como fonte;
b) a carência do zinco e o alcoolismo estão relacionados à sua deficiência.

Acido fólico
a) é verificada uma diminuição na retenção de folato na carência de vitamina B12;
b) possui biodisponibilidade alta no leite.

Vitamina B12 (cobalamina)


a) quantidades significativas são obtidas por meio da flora intestinal.

Biotina
a) sua biodisponibilidade nos alimentos ainda é desconhecida.

Cálcio
a) transporte dependente de vitamina D;
b) possui baixa absorção em alimentos ricos em ácidos oxálicos, como batata-doce
e feijão;
c) sementes e castanha podem reduzir a absorção por serem fontes de ácido fítico;
d) excesso de sal e de proteínas na alimentação aumenta a excreção urinária de
cálcio;
e) cafeína pode reduzir sua retenção nos ossos.

Fósforo
a) todas as fontes têm boa biodisponibilidade, com exceção das sementes como
feijão, ervilha, cereais e castanha, pois contêm alto teor de ácido fítico;
b) antiácidos com alumínio na fórmula reduzem sua absorção.

Magnésio
a) fibras, fitatos e álcool reduzem sua absorção;
b) álcool e cafeína aumentam sua excreção urinária;
c) lactose e outros carboidratos podem aumentar sua absorção.

Ferro
a) a vitamina C aumenta a biodisponibilidade do ferro na forma não-heme;
b) a vitamina A pode afetar o seu transporte;
c) a absorção de níquel, manganês, cádmio, cobalto e zinco fica aumentada na
deficiência de ferro, sugerindo uma possível competição;
d) o cálcio e os fitatos exercem efeito inibitório na sua absorção.

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Cobre
a) o processamento de alimentos pode reduzir sua biodisponibilidade, assim como a
trituração de grãos integrais com remoção de farinha e gérmen;
b) altas ingestões de ferro (suplementos) podem afetar o estado nutricional de cobre
no organismo;
c) zinco em excesso prejudica sua absorção.

Zinco
a) glicose, aminoácidos e hidroxiácidos podem facilitar sua absorção;
b) cádmio e outros íons com propriedades semelhantes podem diminuir sua entrada
na célula;
c) a fibra reduz sua absorção;
d) o cálcio reduz sua biodisponibilidade.

Selênio
a) metionina, proteína, vitaminas E, A, C e outros antioxidantes otimizam sua
absorção;
b) enxofre e metais pesados inibem sua absorção.

Iodo
a) milho, mandioca, broto de bambu, batata-doce, couve-flor e algumas variedades
de leguminosas reduzem sua biodisponibilidade;
b) selênio otimiza a sua utilização pelo organismo.

Manganês
a) a sua ingestão concomitante com ferro, fósforo e cálcio pode reduzir sua
absorção.

Boro
a) cálcio e vitamina D são potencializadores nutricionais.

Cromo
a) ferro em excesso pode prejudicar o transporte desse mineral;
b) alimentação rica em açúcares simples aumenta a sua excreção urinária;
c) oxalato (presente em alguns vegetais e grãos) aumenta sua absorção;
d) alta ingestão de fitatos reduz sua absorção.

Molibdênio
a) não se tem informações suficientes sobre sua biodisponibilidade.

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INTENCIONALMENTE EM BRANCO

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CAPÍTULO IV
CLASSIFICAÇÃO DIETÉTICA DOS ALIMENTOS

4.1 Leites e derivados

O leite é um alimento líquido, contendo cerca de 86% de água. É composto de lactose


(carboidrato), minerais, proteínas (caseína, albumina e globulina), gorduras e vitaminas.

Atualmente, a maioria dos leites industrializados é processada pelo método UHT (Ultra
High Temperature - 135 a 150ºC por 2 a 4 segundos) para garantir sua qualidade
microbiológica e, por seguinte, maior tempo de estocagem.

O leite em pó, obtido pela retirada total da água contida no leite in natura, também
possui um tempo de prateleira elevado, podendo ser estocado de 6 a 18 meses,
dependendo da temperatura e da umidade relativa do estoque. Em câmara fria, pode ser
estocado por até 25 meses na temperatura de -18ºC. As condições mais práticas e
comumente utilizadas são temperatura de +20ºC e umidade relativa de 60%.

São considerados derivados do leite aqueles produtos obtidos mediante a sua


transformação ou de um de seus componentes em outro produto, com características
sensoriais e físicas próprias. Essa transformação pode ser decorrente da fermentação
(iogurte), da coagulação (queijos), do tratamento térmico com ou sem a adição de outros
elementos (doce de leite, leite condensado) ou da utilização de um de seus componentes,
como creme de leite e manteiga.

O soro constitui subproduto do processamento de queijos, da caseína e de outros


produtos lácteos acidificados. Do volume de leite destinado à fabricação de queijos, entre
75 e 85% resultam em soro. A adição de soro de queijo no leite pasteurizado, esterilizado
ou em pó é considerada prática fraudulenta de difícil detecção e controle pelas
autoridades competentes. Caso a adição seja feita, o produto final deverá chamar-se
bebida láctea.

4.2 Ovos

O ovo de galinha é composto de clara (cerca de 35g) e gema (cerca de 15g). A clara é
rica em proteína e vitamina B2, enquanto a gema em gordura, vitaminas lipossolúveis,
ferro, enxofre e cálcio.

Os ovos comercializados são classificados, de acordo com o seu peso, em ovo tipo
extra (peso superior a 61g), ovo tipo especial (peso entre 55 e 60g), ovo de primeira
qualidade (peso entre 49 e 54g), ovo de segunda qualidade (peso entre 43 e 48g) e ovo
de terceira qualidade (peso entre 35 e 42g).

Outra opção bastante atraente para uso em cozinhas industriais são as embalagens
institucionais de ovos pasteurizados resfriados (integral, gema e clara), que oferecem
maior rendimento e praticidade na elaboração da receita e segurança pelo processo de
térmico emprego. Nessa linha também existem as opções de ovos desidratados (integral,

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gema e clara) que podem ser transportados e estocados em temperatura ambiente e


utilizados em diversas aplicações culinárias, tais como em massas, pães, bolos, biscoitos,
omeletes, empanados e outras receitas, em substituição ao ovo in natura.

4.3 Carnes

Carne pode ser definida como sendo constituída pelos tecidos animais, via de regra o
tecido muscular, utilizado como alimento. Em termos gerais, as carnes podem ser
subdivididas em “carnes vermelhas” e “carnes brancas”. Dentre as “carnes vermelhas”, as
mais consumidas no país são as de bovinos, suínos, ovinos e caprinos. As “carnes
brancas” são provenientes de aves domésticas e peixes, com mais frequência as de
galinhas e perus e pescados em geral.

A carne, seja ela bovina, ovina, suína, de aves ou de pescados, deve apresentar
atributos de qualidade sanitária, nutritiva e organoléptica. As características
organolépticas da carne são os atributos que impressionam aos órgãos do sentido, como
o frescor, a firmeza e a palatabilidade.

a) Carne bovina

Possui a coloração vermelha devido aos pigmentos mioglobulina e hemoglobina.

Os nomes dos cortes variam de um local para o outro, já que diverge muito a
maneira de retalhar o animal. Porém, os cortes de primeira são mais macios devido ao
pouco exercício muscular e maior quantidade de gordura da região (lombo, filé-mignon,
entre outros).

Entende-se por “carne de açougue” as massas musculares maturadas e submetidas


ao frio e por “carne verde” aquela que não foi submetida a tratamento preliminar pelo frio
artificial.

O processo de maturação comercial utiliza condições controladas em que a carne


fresca é embalada a vácuo e mantida a temperaturas de -1º a 2ºC por 14 dias, conferindo
à carne maciez e flavour (sabor e aroma) característicos desejáveis.

As carnes podem ser agrupadas em “carne de primeira” (traseiro) e “carne de


segunda” (dianteiro). As carnes de primeira provêm de músculos relativamente grandes e
individualizados, situados na região do dorso, da pelve e da coxa, que são pouco
solicitados e, em geral, têm um teor de colágeno bem maior. As carnes de segunda
provêm de músculos relativamente pequenos que, reunidos em grupos, têm uma função
importante na locomoção do animal e na sustentação de certas estruturas, como a
cabeça e os órgãos torácicos e abdominais.

A forma de preparo mais adequada para cada corte dependerá do corte em si


(localização anatômica na carcaça), da quantidade de tecido conjuntivo (quanto maior o
teor do tecido conjuntivo mais rijo é o corte), da idade do animal, da sua forma de
processamento (carne maturada é geralmente mais macia), da marmorização ou
marmoreio (quantidade de gordura entremeada nas fibras musculares) e do tamanho do
corte.

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Basicamente, existem dois modos de cozimento de carne: por calor seco (grelhar,
assar, refogar) e por calor úmido (cozinhar ou ensopar).

Os cortes que podem ser grelhados são preferencialmente os de: bisteca, t-bone,
filé-mignon, contrafilé, alcatra (miolo de alcatra, picanha e maminha), fraldinha, patinho e
o coxão-mole.

Alguns cortes que podem ser assados são os de: peito, cupim, costela, contrafilé,
filé-mignon, alcatra, coxão-duro, lagarto, coxão-mole e fraldinha.

Podem ser ensopados ou cozidos os seguintes cortes: músculo, ossobuco, rabo,


peito, raquete, paleta, acém e costela. Carnes cozidas com osso produzem molhos mais
saborosos e consistentes.

O charque ou carne seca é obtido por meio do processo de salga da carne in natura.
Tem quatro vezes a concentração de proteína em relação à carne in natura. Deve ser
colocada em remolho (molho na água) antes do preparo para retirada do sal em excesso
e hidratação das fibras musculares.

b) Carne suína

Os cortes magros são considerados uma carne nutritiva, saborosa, rica em proteína,
pobre em carboidratos e com baixo valor energético. Além disso, a carne suína é
considerada fonte de vitaminas A, B1, B2, B12 e C, cálcio e fósforo.

c) Pescado

Pescado compreende os peixes, crustáceos, moluscos, anfíbios, quelônios e


mamíferos de água doce ou salgada, usados na alimentação.

Pescado fresco é aquele que não sofreu qualquer processo de conservação, exceto
pelo resfriamento, e que mantém seus caracteres organolépticos essenciais inalterados.

As proteínas dos peixes são de fácil digestibilidade e de alto valor biológico. As


gorduras são ricas em ácidos graxos poliinsaturados da série ômega três (ω3), que
apresentam efeitos redutores sobre os teores de colesterol sanguíneo, reduzindo os
riscos de incidência de doenças cardiovasculares como a arteriosclerose, o infarto do
miocárdio, a trombose cerebral, entre outras.

A estrutura tissular do peixe é débil, sua trama muscular mais tenra (friável), com
menos tecido conectivo (colágeno) e por isso menos compacta e resistente quando
comparada com o músculo dos mamíferos.

Os peixes, de acordo com o teor de gordura, podem ser assim classificados:


a) 4% de gordura: pescadinha, robalo, linguado, bonito, truta, esturjão, caçonete,
namorado, badejo, galo, vermelho, espada etc; e
b) 6 a 15% de gordura: salmão, cavala, carpa, atum, tainha, merluza, enguia,
sardinha, arenque, dentre outros.

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O tempo de conservação do pescado magro congelado é superior ao do pescado


gordo. Longos períodos de estocagem favorecem as perdas por desidratação, oxidação
das gorduras (rancificação) e desnaturação proteica.

Nutricionalmente, os moluscos têm valores nutricionais aproximados aos dos peixes


de menor teor de gordura, enquanto que os crustáceos, aos de maior teor.

d) Carne de aves

Carne de aves é a porção muscular comestível das aves abatidas e declaradas


aptas à alimentação humana. As aves domésticas de criação mais conhecidas são:
galeto, frango, galinha, galo, peru, pombo, pato, ganso, perdiz, codorna, faisão, galinha
d’angola ou guiné.

Possuem um valor proteico bem semelhante ao da carne bovina, contudo sua


digestibilidade é maior. É preferível o consumo de carnes mais novas, pois têm menor
quantidade de tecido conjuntivo, o que as torna mais tenras. Também possuem menor
quantidade de gordura.

Para se conservar a maciez, no tempo de cocção das aves devem ser considerados
o tamanho e a idade da ave. A temperatura de cocção também deve ser branda.

4.4 Leguminosas

Grande família botânica composta de alimentos ricos em proteínas, tendo como


principais representantes o feijão e a lentilha, esta a mais antiga consumida na
alimentação humana.

Soja, ervilha, lentilha, grão-de-bico, tremoço, guando, amendoim, feijão, alfarroba,


dentre outros, compõem esse grupo de alimentos. Esses grãos são ricos em tecido
fibroso e possuem extrema importância no perfil de aminoácidos da alimentação.

Os brasileiros adquirem bastante vantagem ao consumir a popular dupla de feijão com


arroz. O feijão, como toda leguminosa, é rico em aminoácidos essenciais, porém
deficiente do aminoácido metionina encontrado no arroz. Já este último tem teor deficiente
de lisina, um aminoácido encontrado no feijão. Portanto, o consumo combinado de feijão
com arroz garante correta ingestão de aminoácidos.

4.5 Hortaliças

As hortaliças, popularmente conhecidas como verduras e legumes, são fonte de fibras,


vitaminas e minerais. Devem ser conservadas à temperatura de +4 a +12ºC.

Segundo o teor de carboidratos, podem ser classificadas em três grupos:

- Grupo A (cerca de 5% de carboidratos): abobrinha, acelga, agrião, alcachofra, aipo,


alface, alfafa, almeirão, aspargo, beldroega, berinjela, bertalha, brócolis, broto de bambu,
broto de samambaia-do-campo, caruru, cebolinha, coentro, couve, couve-flor, espinafre,

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folhas (de abóbora, batata, beterraba, cenoura, couve-flor, inhame, mandioca, quiabo, uva
e urtiga, quando tenras), funcho, jambu, jiló, maxixe, mostarda, ora-pro-nóbis, palmito,
pepino, pimentão, rabanete, repolho, serralha, salsa, taioba, tomate etc.

- Grupo B (cerca de 10% de carboidratos): abóbora ou jerimum, cenoura, chuchu,


ervilha verde, fava, jurubeba, nabo, quiabo, rábano, repolho-de-bruxelas, vagem etc.

- Grupo C (cerca de 20% de carboidratos): aipim (mandioca/macaxeira), araruta,


batata, batata-baroa (mandioquinha), batata-doce, cará, cogumelo, fruta-pão, inhame,
jujuba, milho verde, pinhão (que tem 37% de carboidrato), girassol etc.

De acordo com o pigmento, podem ser classificadas em:

- hortaliças verdes (clorofila): agrião, espinafre;

- hortaliças amarelas e alaranjadas (caroteno e xantofila): cenoura, abóbora;

- hortaliças vermelhas (licopeno): pimentão vermelho, tomate;

- hortaliças arroxeadas (antocianina): beterraba, repolho-de-bruxelas;

- hortaliças brancas e branco-amareladas (flavinas ou flavonas): couve-flor.

4.6 Frutas

São assim denominadas, pois se trata de frutos de certas plantas. Preferencialmente,


devem ser consumidas crus, pois preparações culinárias podem reduzir seu teor de
vitaminas e minerais.

São de fácil digestão. ricas em fibras, vitaminas, minerais e açúcares solúveis.

Contêm alto teor hídrico (85% de água), porém são pobres em proteínas e lipídios, com
exceção do abacate e oleaginosas.

Podem ser classificadas, pelo seu teor de carboidratos, em três grupos.

- Frutas do Grupo A:
+ contendo cerca de até 5% de carboidratos: abacate, abacaxi, açaí, araçá, biribá,
buriti, caju, carambola, goiaba, groselha, melancia, melão, morango, pitanga, uvaia, umbu
etc;
+ contendo até 10% de carboidratos: abiú, abricó, bacaba, cajá (taperebá), jaca,
jambo, laranja, lima, limão, maracujá, pêssego, pitanga, romã, ucumã etc.

- Frutas do Grupo B:
+ contendo cerca de até 15% de carboidratos: ameixa, amora, bacuri, cereja,
condessa, cupuaçu, damasco, figo, framboesa, fruta-do-conde, graviola, imbu, jamelão,
maçã, mamão, manga, mangostão, pêra, sapoti etc;
+ contendo até 20% de carboidratos: anona, banana, caqui, fruta-pão, ingá,
mangarito, marmelo, nêspera, pequi (pequiá), pupunha, uva etc;

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+ contendo 35% de carboidratos: uchi etc;


+ contendo 53% de carboidratos: tamarindo etc; e

- Frutas oleaginosas:
+ contendo cerca de 16% de carboidratos: amêndoas, avelãs, castanha-de-caju,
castanha-do-Brasil, castanha-de-sapucaia, nozes etc.

4.7 Cereais

Os componentes deste grupo são ricos em carboidratos, sendo esse item responsável
por cerca de 70% da composição nutricional. Podem ser moídos para se obter farinhas de
diferentes tipos e diversas aplicações culinárias.

São exemplos de cereais: trigo, arroz, cevada, milho, aveia, quinoa, dentre outros. A
semolina e a sêmola são subprodutos do trigo, assim como o fubá, a fubarina e a
canjiquinha são resultantes de diferentes graus de subdivisão do milho.

O cereal é considerado integral quando não é tratado, ou seja, descorticado pela


indústria alimentícia. Esse processo consiste na retirada das camadas externas nas quais
se localiza a maior concentração de vitaminas (principalmente as do complexo B) e
minerais.

O glúten, responsável por alergias alimentares em diversas faixas etárias, é obtido


quando as proteínas existentes (gliadina e glutenina) entram em contato com a água.

4.8 Gorduras

São substâncias de alto valor energético utilizadas, principalmente, para ressaltar o


sabor dos alimentos. Possuem ampla aplicação culinária. Não devem ser reaproveitadas
e nem submetidas a altas temperaturas por tempo elevado, pois desse modo é formado
um composto denominado acroleína, o qual, além de irritante gástrico, é cancerígeno.

Existem vários tipos de gordura:

- toucinho (bacon) e gorduras da carne: compostos de ácidos graxos saturados;

- óleos e azeites: compostos de ácidos graxos insaturados;

- creme de leite e manteiga: compostos de ácidos graxos saturados oriundos do


leite;

- margarina: proveniente da hidrogenação total de ácidos graxos poliinsaturados,


seguida de interesterificação. A hidrogenação total garante a inexistência de gorduras
trans e a interesterificação reagrupa as moléculas, conferindo as características
desejadas pelo consumidor, como consistência, derretimento e facilidade de aplicação; e

- lecitina: encontrada em ampla variedade de alimentos industrializados, como


sorvetes, margarinas e chocolates. Obtida comercialmente da gema de ovo e da soja.

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CAPÍTULO V
PIRÂMIDE ALIMENTAR

5.1 Estudo Geral

No início da década de 1990, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, após


várias pesquisas, desenvolveu e publicou a Pirâmide dos Alimentos. Chegou-se à
conclusão de que uma pirâmide representaria adequadamente a forma correta de se
alimentar.

A principal característica da Pirâmide Alimentar é a flexibilidade. O uso da Pirâmide


está baseado em três palavras: equilíbrio, variedade e moderação. Ela é apenas um
esboço do que o indivíduo consome todos os dias; não é uma prescrição rígida, mas um
guia geral que o faz escolher uma dieta saudável.

No entanto, os hábitos alimentares americanos são diferentes dos nossos. Por essa
razão, a pirâmide americana foi adaptada aos hábitos brasileiros, conforme representado
a seguir (Figura 1).

Figura 1. Pirâmide Alimentar

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A Pirâmide Alimentar Brasileira foi dividida em quatro níveis e subdividida em oito


grupos. Esses grupos são dispostos de acordo com a quantidade necessária para a
promoção do bem-estar, ou seja, por número de porções. Assim, os grupos que devem
ser mais consumidos encontram-se na base ou próximos dela. Do mesmo modo, os que
devem ter seu consumo restrito encontram-se no topo ou próximos dele.

Primeiro nível (base): é composto por cereais (arroz, trigo), raízes e tubérculos
(batata, mandioca, mandioquinha, inhame) e massas (pães, bolos). São alimentos ricos
em carboidratos, responsáveis pelo fornecimento de energia para o organismo. Deve-se
consumir de 5 a 9 porções por dia.

Segundo nível: é composto por hortaliças (verduras e legumes) e frutas. São


alimentos ricos em vitaminas e minerais, responsáveis pela regulagem das funções do
organismo, e também importantes por possuírem, além do alto teor de fibras e minerais,
substâncias chamadas fitoquímicos. Essas substâncias são responsáveis por combater
os radicais livres, dentre outras funções. Estudos mostram que uma alimentação rica em
frutas e verduras está inversamente associada à incidência de doenças crônicas. Deve-se
consumir de 4 a 5 porções de hortaliças e de 3 a 5 porções de frutas por dia.

Terceiro nível: é composto por leite e derivados, carnes e ovos e leguminosas. São
alimentos ricos em proteínas, responsáveis pela formação e manutenção dos tecidos do
organismo. Leguminosas e oleaginosas são importantes, pois configuram boas fontes de
aminoácidos, de ácidos graxos insaturados, além de minerais e vitaminas. Deve-se
consumir 3 porções de leite e derivados por dia; de 1 a 2 porções de carnes e ovos e 1
porção de leguminosas.

Quarto nível: no topo da pirâmide estão os óleos e as gorduras e os açúcares e


doces. Deve-se evitar o consumo excessivo. Pode-se consumir de 1 a 2 porções por dia.

A pirâmide alimentar representa um guia flexível e pessoal. Traz informações gerais


sobre como escolher alimentos saudáveis e um resumo dos alimentos que devem ser
ingeridos todos os dias. Apresenta os alimentos na quantidade certa de calorias e os
nutrientes necessários para manter a saúde e o peso ideal, sendo facilmente aplicável na
rotina alimentar das Forças Armadas.

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CAPÍTULO VI
VALOR NUTRICIONAL DOS ALIMENTOS

6.1 Estudo Geral

O primeiro passo para estipular o valor calórico e de nutrientes de um cardápio é


determinar as necessidades nutricionais da tropa.

As referências bibliográficas sobre necessidades nutricionais trabalham com valores


totais, ou seja, necessidades nutricionais em 24 horas. Contudo, parte do efetivo não
permanece 24 horas na OM. Faz-se necessário, então, uma distribuição percentual em
relação a macronutrientes e calorias.

Cada alimento tem seu valor energético específico, ou seja, determinada quantidade de
alimento libera certa quantidade de energia quando metabolizada, e esta depende,
fundamentalmente, da composição do alimento no que diz respeito aos substratos
energéticos.

Para conhecer a quantidade de energia oferecida numa refeição, normalmente são


usadas tabelas de composição que trazem a gramatura e a porcentagem de carboidratos,
de lipídios e de proteínas dos alimentos que compõem a refeição. À gramatura são
aplicados valores corrigidos que possibilitam estimar a quantidade de energia disponível.

Dessa forma, para a estimativa do valor energético dos alimentos, estabeleceram-se os


valores de 4 calorias por grama de carboidratos e proteínas e 9 calorias por grama de
lipídios.

O desjejum, almoço e jantar devem, respectivamente, fornecer 15%, 45% e 40% do


valor calórico total, ou seja, da quantidade de calorias necessárias para 24 horas. Quando
um lanche for oferecido, esse deve conter de 5 a 10% do valor calórico total. Esse
percentual deve ser subtraído do almoço ou jantar para totalizar 100% das necessidades
calóricas atendidas em 24 horas.

Do mesmo modo, os macronutrientes devem manter uma relação com o total das
calorias diárias. Assim, 55 a 65% das calorias devem ser provenientes de carboidratos, 10
a 15% das proteínas e 20 a 30% de lipídios.

As necessidades nutricionais serão supridas e mantidas equilibradas a partir do


momento em que se define a quantidade de alimentos por pessoa e seu possível
substituto nutricional. A quantidade de alimentos consumida por cada indivíduo denomina-
se per capita.

Para esse cálculo deve-se ainda desconsiderar o resto-ingesta, ou seja, a quantidade


de alimento deixada no prato de cada indivíduo e a sobra-limpa a qual constitui a
quantidade de alimentos preparada e não-servida.

Pode-se ainda trabalhar com média. Por exemplo, listar todos os vegetais do tipo A
utilizados na salada e em seguida determinar o valor calórico e de nutrientes de cada um.

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Na sequência, aplicar a média ponderada, a qual relacionará o peso do alimento com a


frequência utilizada no cardápio num dado período de tempo. Assim, obtém-se o teor
médio de calorias e nutrientes da salada naquele determinado período.

Outro método é utilizar a ficha de preparação. Nela ficam inseridas informações como
modo de preparo, tempo de cocção, além de valor calórico e de nutrientes per capita da
preparação ou alimento em questão.

Um dado importante a ser relacionado na ficha é o fator de correção. Esse fator está
relacionado com as perdas ocorridas no pré-preparo do alimento, como a retirada da
casca ou o corte de aparas. Aplicando-o é possível obter o peso líquido do alimento, ou
seja, o que realmente será utilizado. É do peso líquido que deve ser calculado o valor
nutricional dos alimentos. No Anexo D encontra-se uma lista de fator de correção (FC):

FC = PB
onde: PB é o peso bruto e PL é o peso líquido
PL

O FC é o fator pelo qual deve ser multiplicada a quantidade de alimento limpo, pronto
para preparar (PL), para se saber a quantidade do mesmo alimento bruto (PB) a ser
comprado.

É válido lembrar que se o cardápio for bem variado e contiver, no mínimo, um


representante de cada grupo de alimentos ou, ainda, estiver respeitando a relação entre
os grupos de alimentos, observada na pirâmide, tem grandes chances de estar
nutricionalmente balanceado.

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CAPÍTULO VII
METODOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DE CARDÁPIOS

7.1 Introdução

A alimentação saudável é aquela agradável, prazerosa, variada e equilibrada. Manter


uma alimentação balanceada requer o conhecimento das características e propriedades
dos diversos alimentos, assim como as proporções e as diferentes preparações nas
refeições. Uma alimentação só com carne ou só com um cereal, por exemplo, não fornece
ao organismo todas as substâncias que ele necessita.

O consumo diário de alimentos deve estar distribuído em, pelo menos, três refeições
diárias - desjejum, almoço e jantar, totalizando 2.800 kcal, distribuídos de acordo com a
pirâmide alimentar (Capítulo V) e orientações sugeridas na lista de substituições dos
alimentos (Anexo C). Essas três refeições não devem ser omitidas visto que o organismo
precisa de alimentos e esses devem ser ingeridos em intervalos regulares.

Lembrando que o consumo diário de 2.800 kcal é relativo a uma população saudável
com atividade leve a moderada. Para atividade física (muscular) o valor calórico diário
será aumentado. Esses valores constam no Capítulo I, Tabela 2.

7.2 Estudo Geral

Cardápio é definido como uma lista de preparações culinárias que compõem uma
refeição ou todas as refeições de um dia ou período determinado. Para tanto é necessário
definir os padrões dietéticos e fazer o reconhecimento das técnicas dietéticas dos
alimentos a fim de atender as leis de alimentação.

O ponto de partida para planejar um cardápio é o estudo da população a que se


destina. No nosso caso, como somos uma coletividade sadia, primeiramente deve-se
estabelecer o indivíduo-padrão a partir da média das características da população
estudada. Para tal deve-se observar:

- quanto ao cliente: tipo de atividade, nível socioeconômico-cultural, hábitos


alimentares, religião, região ou origem da clientela, estado nutricional e fisiológico, idade,
sexo, necessidades básicas, número de clientes atendidos e expectativa de consumo;

- quanto à escolha dos alimentos: disponibilidade dos alimentos e recursos


financeiros, safra dos alimentos (Anexo E), procedência (Anexo F), aceitação por parte
dos clientes, hábitos, combinação, monotonia dos ingredientes, alternância e balanço dos
nutrientes;

- quanto às preparações: disponibilidade de mão-de-obra, equipamentos, utensílios,


área física, número de refeições, horário da distribuição, estação do ano, textura, cor,
sabor, forma, consistência, temperatura, nível de saciedade da preparação e técnica de
preparo; e

- quanto ao gerenciamento do rancho: planejamento antecipado e cíclico, custo e


metas a serem atingidas, inventário físico do estoque, reavaliação periódica dos cardápios

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elaborados, criação e teste de novas preparações, avaliação de fornecedores, supervisão


do cumprimento das atividades programadas, capacitação de mão-de-obra e receituário-
padrão.

7.3 Desjejum

O desjejum, popularmente conhecido como café da manhã, é a principal refeição do


dia, pois é o primeiro fornecimento de nutrientes após 6 a 8 horas de jejum (período de
sono). Assim, faz-se necessário que essa refeição seja composta de todos os nutrientes
responsáveis pela manutenção do organismo. São eles: os macronutrientes -
carboidratos, proteínas e lipídios - e os micronutrientes - vitaminas e minerais.

No desjejum deverão constar alimentos dos seguintes grupos: infusões, açúcares,


laticínios, “gorduras”, cereais e/ou panificados, frios e frutas, que se resumem
basicamente nos itens: café, leite, pão, mussarela/presunto e frutas em geral (mamão,
maçã, banana, melão etc.).

Para compor um cardápio de desjejum, o responsável deverá fazer a escolha de pelo


menos um item de cada grupo, podendo ser mais de um, de acordo com a disponibilidade
de cada rancho. No caso do oferecimento de opções, o cliente deverá escolher pelo item
de preferência, a fim de manter o equilíbrio calórico da refeição.

O fornecimento de calorias para essa refeição deve ser de aproximadamente 420 kcal.

Os grupos para compor o desjejum são:

a) Infusões
Os infusos mais usados são café, chá preto e mate. São servidos geralmente
quentes, levando calorias ao organismo; têm ação estimulante e ativam a circulação.
Várias sementes e ervas são usadas para fazer infusões de efeito calmante, digestivo,
carminativo etc. Dentre elas destacam-se a erva-cidreira, a camomila e a erva-doce.

b) Açúcares
O açúcar de mesa é proveniente da cana-de-açúcar e está presente em grande
quantidade nos alimentos processados, contribuindo sobremaneira para as calorias
diárias. O peculiar sabor doce induz ao elevado consumo desse produto nas diferentes
refeições. É importante ressaltar que o consumo exagerado de açúcar acarreta diversas
patologias, dentre elas cáries dentárias, aumento do nível de gorduras no sangue e
diabetes mellitus. Também fazem parte desse grupo os achocolatados em pó, mel,
rapadura, leite condensado etc.

c) Laticínios
O leite mais usado na alimentação humana é o leite de vaca, seguido do leite de
cabra. A composição do leite é diferente para cada raça e varia também de acordo com a
alimentação do animal, a estação do ano e a época da lactação. O leite é uma das
principais fontes de cálcio e proteína, podendo ser utilizado puro ou com adição de
açúcares, infusões e frutas. Estão disponíveis no mercado outros produtos que podem ser
utilizados em substituição ao leite, tais como a bebida láctea, o iogurte, a coalhada. Vale a

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pena ressaltar que estamos tratando apenas de laticínios que se apresentam na forma
líquida.

d) Gorduras
Os lipídios são nutrientes que desempenham funções energéticas, estruturais e
hormonais no organismo. Gorduras e óleos têm como principal função o fornecimento de
energia, além de conferir sabor, sensação de saciedade e veicular vitaminas
lipossolúveis. As gorduras podem ser de origem animal (gordura e pele de animais,
manteiga etc.) ou vegetal (óleo de soja, gordura vegetal hidrogenada, margarina). Sua
ingestão excessiva tem sido relacionada a doenças coronarianas.

e) Cereais e panificados
Os cereais e seus derivados, como aveia, farinha de milho e farinha de arroz, são
popularmente utilizados para a preparação de mingau. As massas alimentícias constituem
um grande grupo de alimentos de alto valor calórico e ótima aceitação. São ricos em
carboidratos e podem também ser ricos em fibras, quando consumidos na sua forma
integral.

f) Frios e afins
Os frios são produtos cárneos ricos em proteínas. São representados pelos
presuntos, apresuntados, salames, mortadelas etc. e comumente são consumidos com
produtos panificados. Serão incluídos nesse grupo também queijos (apesar de serem
laticínios), ovos, salsichas e hambúrgueres.

g) Frutas
Os alimentos designados por frutas têm características especiais: natureza
polposa, aroma próprio, rico em açúcares solúveis, sabor doce e agradável. Além disso,
possuem alto valor vitamínico e mineral e normalmente têm valor calórico baixo e são
facilmente digeridos. Podem ser consumidas cruas, cozidas ou em forma de sucos.

Exemplo de cardápio de desjejum para 100 pessoas:

BASE CÁLCULO QUANTIDADE


QUANTIDADE PER
GRUPO ITEM KCAL PER CAPITA X PARA 100
CAPITA
EFETIVO PESSOAS
Infusões Café com açúcar 1 xíc. 200ml 74,72 0,2 x 100 20 litros
Açúcares Achocolatado 2 col. sopa 25g 100 0,025 x 100 2,5 kg
Laticínios Leite integral 1 copo 200ml 122 0,2 x 100 20 litros
Gorduras Manteiga 1 col. sopa cheia 10g 75 0,010 x 100 1,0 kg
Panificados Pão francês 1 unid. 50g 134,5 0,050 x 100 5,0 kg
Frios Mussarela 2 ft. 30g 84,3 0,030 x 100 3,0 kg
Frutas Maçã 1 unid. P 130g 76,7 0,130 x 100 13 kg
As listas de substituições de alimentos para cada grupo encontram-se no Anexo C.

7.4 Almoço e Jantar

Apesar de todas as refeições serem de grande importância, o almoço e o jantar


merecem uma atenção especial uma vez que juntos são responsáveis pela maior parte do

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suprimento nutricional do organismo. O almoço deverá fornecer aproximadamente 1.260


kcal e o jantar aproximadamente 1.120 kcal. O aporte calórico para o jantar deverá ser
menor do que o almoço, considerando a diminuição do gasto energético durante a noite.

Ambas as refeições deverão ser compostas das seguintes preparações: entrada, prato
principal, guarnição, prato base, acompanhamentos e sobremesa.

De acordo com a ocasião, os cardápios podem ser mais ou menos ricos, variados,
refinados, simples ou econômicos, mas ambas as refeições (almoço e jantar) devem
obedecer a uma sequência predeterminada:

a) Entrada
Essa pode ser composta por sopa, salada crua ou cozida, salgado frio ou quente.
Em um mesmo cardápio pode-se ter os três, desde que o nível financeiro o permita.
Podem fazer parte da entrada: consommés, antepastos, torradas, pães (chamados
couvert) ou salgadinhos. Isso dependerá do padrão do cardápio e do custo estabelecido.

b) Prato principal
Essa é a preparação que mais contribuirá para o aporte de proteínas da refeição.
Poderá ser composta por carne bovina, suína, aves e pescados. O prato principal
normalmente é a preparação de custo mais elevado do cardápio; por esse motivo, em
geral todas as outras preparações são planejadas com base nesse item, devendo, porém,
atentar para a combinação dos outros componentes, a fim de controlar o custo e
harmonizar sabor, textura e aroma.

c) Guarnição
Consiste na preparação que acompanha o prato principal. Em geral utiliza-se um
vegetal ou massa para equilibrar os sabores e texturas.

d) Prato base
Considerado de grande importância pelo ajuste de energia no cardápio. Consiste,
geralmente, no arroz e feijão. O feijão pode ser substituído por qualquer outra leguminosa
seca como lentilha, ervilha, grão-de-bico, soja etc. Isso dependerá da combinação com os
outros alimentos e a aceitação por parte dos clientes. Devido ao hábito alimentar
brasileiro, torna-se indispensável colocá-lo no cardápio, mesmo que haja outra
leguminosa como, por exemplo, salada de grão-de-bico.

e) Sobremesa
Pode ser um doce e/ou uma fruta da época, pois, além de ser mais nutritiva, é
mais barata. O doce poderá ser preparado no próprio rancho ou ser industrializado. Em
geral, nos cardápios de mais baixo custo pode-se utilizar doces em lata, confeitos e outras
guloseimas.

f) Complementos
Esses são variados e dependem do padrão estabelecido para o cardápio ou
aceitação dos clientes. É comum servir-se: pães, farinha de mandioca, pimenta-
malagueta, sucos industrializados ou naturais, refrescos em pó, refrigerantes, água
mineral e os temperos e molhos para salada poderão ser apresentados na forma de
vinagrete ou de recipientes com os temperos em separado. Deve-se considerar que
muitos desses complementos não contribuem para um cardápio, porém fazem parte do

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hábito de vários clientes. É importante lembrar que em alguns casos o paladar individual é
sobreposto pelo coletivo e que nem sempre é possível estabelecer cardápios que
atendam a preferências pessoais (vegetariana, macrobiótica etc.).

Exemplo de cardápio de jantar para 100 pessoas:


BASE CÁLCULO QUANTIDADE
QUANTIDADE PER
GRUPO ITEM KCAL PER CAPITA X PARA 100
CAPITA
EFETIVO PESSOAS
Alface 1 xíc. chá 42g 3 0,042 x 100 4,2 kg
Entrada
Beterraba crua 9 col. sopa 144g 61,92 0,144 x 100 14,4 kg
Prato
Bife assado/grelhado 1 unid. G 120g 234 0,120 x 100 12 kg
principal
Guarnição Panachê de legumes 1 xíc. chá 100g 83 0,100 x 100 10 kg
Arroz branco 4 col. sopa 100g 124,69 0,100 x 100 10 kg
Prato base
Feijão-marrom 1 con. 150g 91,5 0,150 x 100 15 kg
2 ½ col. sopa
Acompanha- Farinha de mandioca 141,6 0,040 x 100 4 kg
40g
mento
Refresco com açúcar 9g/ 200ml 35 0,200 x 100 20 litros
Sobremesa Compota de mamão 1 pç. 50g 113 0,050 x 100 5 kg
As listas de substituições de alimentos para cada grupo encontram-se no Anexo C.

7.5 Recomendações

Para formulação do cardápio mensal devemos iniciar pela distribuição do prato


principal durante a programação, considerando a variedade nas preparações à base de
carne bovina, suína, pescado, aves, ovos, embutidos e pratos especiais (feijoada etc).

No entanto, o mesmo tipo de carne sempre aparece mais de uma vez na programação
semanal, fato que deve ser contornado com a variedade na sua apresentação e técnica
de preparo (grelhados, cozidos, assados, picados, desfiados, moídos, fritos, empanados,
à dorê, à milanesa).

Muitas vezes, com o intuito de agradar aos clientes atendendo a seus pedidos, comete-
se o erro de oferecer no mesmo dia, ou em dias consecutivos, ou ainda em dias
alternados, mas em curto espaço de tempo:

- preparações excessivamente gordurosas. Ex.: feijoada, cupim, frituras;

- preparações com molho. Ex.: rolê ao sugo, almôndegas ao molho, bife a pizzaiolo;

- cardápios excessivamente calóricos que elevam o teor de carboidratos e/ou


gorduras e desequilibram a refeição. Ex.: salada de maionese de legumes, bife à
milanesa, lasanha a bolonhesa e torta de frutas;

- preparações com elementos comuns. Ex.: bife a cavalo com farofa de ovo; frango
assado com batatas e purê de batatas;

- alimentos que contenham a mesma cor. Ex.: salada de tomate, espaguete ao sugo;
sobremesa: caqui;

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- alimentos com a mesma consistência. Ex.: sopas-creme com purês, purês com
doces cremosos (sobremesa); e

- alimentos com composição semelhante ou igual. Ex.: salada de batata,


mandioquinha sauté; sobremesa: doce de batata doce.

Com relação à programação de saladas para segundas-feiras e dias seguintes a


feriados, deve-se evitar a utilização de folhas muito sensíveis para impedir que esses
gêneros se deteriorem pelo longo tempo de estocagem.

Outro problema que normalmente ocorre é o estabelecimento de dias determinados


para o mesmo cardápio. Esse procedimento, além de gerar monotonia, ocasiona a fuga
do cliente nos dias em que as preparações são de baixa aceitação.

Devem ser também observados os seguintes aspectos:

- procurar não usar um alimento frito na refeição;

- os acompanhamentos e as sobremesas devem contrabalançar o custo com o prato


principal;

- procurar variar receitas para alimentos iguais, bem como tipo de corte e
apresentação;

- procurar evitar cardápios com a mesma característica: tudo cozido ou tudo pastoso;

- não se deve incluir alimentos da mesma família. Ex.: repolho, couve-flor, acelga;

- desejável variar o sabor entre doce, salgado, azedo e apimentado; e

- desejável adequar os cardápios às condições existentes.

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7.6 Exemplo de cardápio para 100 pessoas e respectiva lista de compras:

JANTAR
DESJEJUM ALMOÇO
– Sopa de ervilha
– Mingau de maisena – Salada de vegetais
– Frango guisado c/ quiabo
– Fruta (laranja) – Bife à milanesa
– Arroz
– Café com leite – Purê de batatas
– Repolho
– Pão – Arroz/Feijão
– Fruta (caqui)
– Manteiga – Fruta (abacaxi)
– Suco de maracujá
– Queijo – Suco de uva
– Torradas – Café
Itens do desjejum Per capita Qtd. Líq. (kg) Itens do almoço Per capita Qtd. Líq. (kg) Itens do jantar Per capita Qtd. Líq. (kg)
Leite 200 ml 20 l Alface 20 g 2 kg Caldo de Legumes 200 ml 2l
Maisena 20 g 2 kg Cenoura 50 g 5 kg Ervilha 30 g 3 kg
Açúcar 12 g 1,2 kg Tomate 50 g 5 kg Batata 150 g 15 kg
Canela (em pó) 5g 0,5 kg Azeite 5 ml 0,5 l Paio 10 g 1 kg
Frios sortidos 30 g 3 kg Torradas 30 g 3 kg
Laranja 140 g (1 unid) 14 kg (100 unid)
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Carne 65 g 6,5 kg Frango 125 g 12,5 kg


Café (em pó) 5g 0,5 kg Ovo 9g 0,9 kg Quiabo 80 g 8 kg
Leite 100 ml 10 l Farinha de rosca 12 g 1,2 kg
Açúcar 12 g 1,2 kg Repolho 94 g 9,4 kg
Batata 150 g 15 kg
Pão 50 g 5 kg Leite 200 ml 20 l Arroz 100 g 10 kg
Manteiga 10 g 1 kg Manteiga 10 g 1 kg Óleo (para o preparo) 3 ml 0,3 l
Queijo minas 30 g 3 kg
Arroz 100 g 10 kg Caqui 130 g 13 kg
Feijão 150 g 15 kg
Óleo (para o preparo) 3 ml 0,3 l Café 5g 0,5 kg
Açúcar 12 g 1,2 kg
Abacaxi 100 g 10 kg Condimentos
Suco de uva 200 ml 20 l Suco de maracujá 200 ml 20 l
Açúcar (em pó) 12 g 1,2 kg Açúcar (em pó) 12 g 1,2 kg
Condimentos q.s. q.s. Condimentos q.s. q.s.

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7.7 Lista de compras do exemplo de cardápio para 100 pessoas:
GÊNEROS DESJEJUM ALMOÇO JANTAR TOTAL A
Q. LÍQUIDA(g) F.C. Q.BRUTA Q. LÍQUIDA(g) F.C. Q.BRUTA Q. LÍQUIDA(g) F.C. Q.BRUTA ADQUIRIR (Kg)
1 ABACAXI ------------------ ----- ------------ 10 kg 1,89 18,9 kg ------------------ -------- ------------ 19 kg
2 AÇÚCAR 1,2kg +1,2kg ----- ------------ 1,2 kg -------- ----------- 1,2 kg+1,2 kg -------- ------------ 6,0 kg
3 ALFACE ------------------ ----- ------------ 2 kg 1,21 2,42 kg ------------------ -------- ------------ 2,5 kg
4 ARROZ ------------------ ----- ------------ 10 kg -------- ----------- 10 kg -------- ------------ 20 kg
5 AZEITE ------------------ ----- ------------ 0,5 kg -------- ----------- ------------------ -------- ------------ 0,5 l
6 BATATA ------------------ ----- ------------ 15 kg 1,06 15,9 kg 15 kg 1,06 15,9 kg 31,8 kg
7 CAFÉ EM PÓ 0,5 kg ----- ------------ -------------- -------- ----------- 0,5 kg -------- ------------ 1 kg
8 CALDO DE CARNE ------------------ ----- ------------ -------------- -------- ----------- 2l -------- ------------ 2l
9 CANELA EM PÓ 0,5 kg ----- ------------ -------------- -------- ----------- ------------------ -------- ------------ 0,5 kg
10 CAQUI ------------------ ----- ------------ -------------- -------- ----------- 13 kg 1,06 13,78 kg 13,8 kg
11 CARNE BOVINA (PÁ)1ª ------------------ ----- ------------ 6,5 kg 1,65 10,7 kg ------------------ -------- ------------ 10,7 kg
12 CENOURA ------------------ ----- ------------ 5 kg 1,17 5,85 kg ------------------ -------- ------------ 5,85 kg
13 CONDIMENTOS q.s. ----- ------------ q.s -------- ----------- q.s -------- ------------ q.s
14 ERVILHA ------------------ ----- ------------ -------------- -------- ----------- 3 kg 1,03 3,09 kg 3,1 kg
15 FARINHA DE ROSCA ------------------ ----- ------------ 1,2 kg -------- ----------- ------------------ -------- ------------ 1,2 kg
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16 FEIJÃO ------------------ ----- ------------ 15 kg -------- ----------- ------------------ -------- ------------ 15 kg


17 FRANGO ------------------ ----- ------------ -------------- -------- ----------- 12,5 kg 2,38 29,75 kg 29,8 kg
18 FRIOS SORTIDOS ------------------ ----- ------------ 3 kg -------- ----------- ------------------ -------- ------------ 3 kg
19 LARANJA 14 kg 1,76 24,64 kg -------------- -------- ----------- ------------------ -------- ------------ 24,7 kg
20 LEITE 20l + 10l ----- ------------ 20 l -------- ----------- ------------------ -------- ------------ 50 l
21 LINGUIÇA PAIO ------------------ ----- ------------ -------------- -------- ----------- 1 kg -------- ------------ 1 kg
22 MAISENA 2 kg ----- ------------ -------------- -------- ----------- ------------------ -------- ------------ 2 kg
23 MANTEIGA 1 kg ----- ------------ 1 kg -------- ----------- ------------------ -------- ------------ 2 kg
24 ÓLEO ------------------ ----- ------------ 0,3 l -------- ----------- 0,3 l -------- ------------ 0,6 l
25 OVO ------------------ ----- ------------ 0,9 kg 1,12 1 kg ------------------ -------- ------------ 1 kg
26 PÃO 5 kg ----- ------------ -------------- -------- ----------- ------------------ -------- ------------ 5 kg
27 QUEIJO MINAS 3 kg ----- ------------ -------------- -------- ----------- ------------------ -------- ------------ 3 kg
28 QUIABO ------------------ ----- ------------ -------------- -------- ----------- 8 kg 1,22 9,76 kg 9,8 kg
29 TOMATE ------------------ ----- ------------ 5 kg 1,25 6,25 ------------------ -------- ------------ 6,3
30 REPOLHO ------------------ ----- ------------ -------------- -------- ----------- 9,4 kg 1,72 16,16 kg 16,2 kg
31 TORRADA ------------------ ----- ------------ -------------- -------- ----------- 3,0 kg -------- ------------ 3.0 kg
32 SUCO DE MARACUJÁ ------------------ ----- ------------ -------------- -------- ----------- 20 l -------- ------------ 20 l
33 SUCO DE UVA ------------------ ----- ------------ 20 l -------- ----------- ------------------ -------- ------------ 20 l
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7.8 Glossário de termos usados na cozinha:

a) Aferventar: cozinhar rapidamente na água em ebulição;

b) À milanesa: alimento revestido de uma envoltura de ovo e farinha de pão ou rosca,


antes de fritar;

c) Banhar: colocar gordura ou molho sobre a carne que está assando;

d) Bife a cavalo: bife com um ou dois ovos em cima. Pode ser feito frito com vários
condimentos, inclusive o alho;

e) Bife a pizzaiolo: bifes fritos, com fatias de queijo mussarela, ou prato e orégano por
cima, podendo ser acrescentado de molho de tomate, creme de leite, cogumelos e/ou
presunto;

f) Calda: solução de açúcar que ferveu até engrossar;

g) Caldo apurínico: de vegetais (sem carne) para sopas de dietas;

h) Caldo: de carne e temperos, preparação básica para sopas;

i) Caramelizar: submeter o açúcar à desidratação até formar-se o pigmento escurecido


e o sabor de caramelo;

j) Clarificar: adicionar clara de ovo batida ao caldo concentrado de carne, para retirar
da superfície partículas de proteína coagulada;

k) Consommé: caldo concentrado de carne;

l) Croquete: preparação com envoltura de massa, feita com alimento subdividido


(geralmente sobras), passando por farinha de rosca e frito;

m) Empanar: passar o alimento por farinha de pão antes de cozer;

n) Ensopar: passar o alimento na gordura e cozer, com a adição de pequenas porções


de água;

o) Escaldar: adicionar ao alimento água em ebulição;

p) Fricassê: carne cozida e picada com molho parisiense;

q) Fritar: submeter o alimento a cocção em gordura aquecida. Imersão em fritura, se


estiver imerso; dourado, se uma face apenas estiver em contato com a gordura;

r) Galantina: preparação salgada feita com gelatina;

s) Grelhar: cozer o alimento na grelha, sobre brasas ou na grelha elétrica ou de gás;

t) Guarnição: acompanhamento de um prato básico (hortaliças ao prato de carne);

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u) Guisado: refogado de carne cozida picada, simples ou com hortaliças;

v) Lardear: introduzir numa carne tiras de toucinho temperado;

w) Macarrão ao sugo: molho de tomate e condimentos;

x) Panachê de legumes: ferver água com sal em uma panela grande e cozinhar um
legume por vez rapidamente, deixando-os ainda crocantes. Aquecer uma frigideira
grande, derreter a margarina, juntar 2 colheres (sopa) de água e colocar os legumes.
Misturar delicadamente. Temperar com sal e pimenta do reino, polvilhar salsa;

y) Polvilhar: espalhar substância pulverizada sobre a preparação;

z) Refogar: passar o alimento na panela quente (com ou sem gordura; com ou sem
tempero) para dourar a superfície;

aa) Regar: despejar na superfície gordura, caldo ou tempero;

bb) Remolho: permanência do alimento por várias horas na água, para amolecer ou
perder sal;

cc) Salpicar: temperar, espargindo o condimento na superfície;

dd) Sauté: legumes cortados em cubos passada na manteiga, após pronta adicionada
de salsa;

ee) Souflé: preparação semelhante ao pudim, feita no forno, que leva clara batida
dando-lhe característica esponjosa;

ff) Tornedo: bife grosso (2 cm de espessura), redondo (5 a 7 cm de diâmetro),


contornado por uma fatia de toucinho presa por um barbante;

gg) Untar: passar gordura;

hh) Vinha-d’alhos: remolho em temperos para ativar o sabor de carnes.

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CAPÍTULO VIII
ALIMENTOS FUNCIONAIS

8.1 Estudo Geral

Alimentos funcionais são definidos como qualquer alimento ou componente de um


alimento que proporcione um benefício a mais de seus nutrientes.

Pode-se dizer que os alimentos funcionais estão em ênfase nas pesquisas científicas,
pois seus componentes têm sido relacionados à prevenção de patologias como câncer,
diabetes, hipertensão, doença cardiovascular, bem como outras com risco de morte
significativa.

Tais levantamentos apontam para uma área promissora, mas que ainda carece de
estudos conclusivos e consenso na comunidade científica. A utilização desses recursos
deve servir como incentivo às pesquisas mais aprofundadas, contribuindo para melhorar a
qualidade de vida no futuro.

8.2 Principais alimentos funcionais

- Alho: contém compostos organossulfurados, os quais reduzem o nível de colesterol e


a pressão sanguínea, além de inibir a agregação plaquetária. Outros compostos como a
alicina e o ajoeno têm ação antiinflamatória. É considerado um antibiótico natural;

- Aveia: fonte de B-glucana, atua na redução da absorção da glicose, no colesterol total


e no LDL colesterol (colesterol ruim);

- Azeite de oliva: é rico em ácidos graxos monoinsaturados, os quais reduzem o


colesterol total, LDL colesterol, além de atuarem na inibição da agregação plaquetária.
Alguns estudos sugerem ainda que reduzem a incidência de câncer de mama, melhoram
os níveis médios de glicose em indivíduos com diabetes não-insulino-dependente e
reduzem a necessidade de insulina nos insulino-dependentes;

- Berinjela: fonte de vitamina A, C, tiamina, riboflavina, ácido pantotênico, potássio,


cálcio e magnésio. Estudos mostram que a mesma ajuda a controlar os níveis de
colesterol e triglicerídeos, porém sua forma de atuação no organismo ainda não foi
totalmente elucidada. São necessárias mais pesquisas;

- Brássicas: família composta pelo repolho, couve-flor, couve de bruxelas, couve-


rábano, couve-tronchuda, couve-manteiga, couve-chinesa, mostarda, nabo, rúcula,
rabanete, rábano, agrião, brócolis dentre outros. Contém agentes protetores
(fitoquímicos), compostos de ação antioxidante tais como quercetina, isotiocianato;

- Castanha do Brasil: fonte de proteína, selênio, magnésio, zinco, vitamina E, além de


ácidos graxos insaturados;
- Chá verde: preparado com as folhas da Camellia sinensis. Contém flavonoides que a
gem reduzindo os níveis de colesterol total, da pressão arterial, da resposta

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inflamatória. Possui ainda ação anticarcinogênica, cariostática, além de aumentar o gasto


energético;

- Gengibre: possui ação antifúngica, antioxidante e antiinflamatória;

- Gergelim: possui ação antioxidante e antiinflamatória. Ótima fonte de cálcio;

- Maçã: rica em polifenóis os quais conferem proteção contra o desenvolvimento da


aterosclerose. contém ainda bom teor de fibra solúvel;

- Tomate e goiaba: fontes de licopeno o qual tem demonstrado que o seu consumo
possui relação inversa com o risco de doença cardiovascular e alguns tipos de câncer;

- Semente de linhaça: ação antiinflamatória. Fonte de ácidos graxos insaturados;

- Soja: contém isoflavonas, as quais possuem ação antioxidante, anticarcinogênica,


além de atuar positivamente na sintomatologia do climatério;

- Uvas e derivados: ótima fonte de antioxidantes. O vinho possui ainda como


propriedades proteção contra disfunções neurológicas, efeito antiinflamatório e ação
anticancerígena.

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CAPÍTULO IX
NUTRIÇÃO COMO FORMA DE PREVENÇÃO DE DOENÇA

9.1 Introdução

Ter uma vida saudável é um desafio para os indivíduos. O desenvolvimento dos


recursos tecnológicos, os métodos modernos de preparo de alimentos e a falta de tempo
acarretam o uso de práticas alimentares pouco saudáveis, o que associado a uma vida
sedentária, pode trazer sérias conseqüências para a saúde.

Mais do que nunca, o interesse é crescente em identificar os fatores que levam a uma
vida saudável. Uma boa nutrição por toda a vida é um fator claro na determinação da
qualidade de vida que uma pessoa pode esperar anos mais tarde.

Um estilo alimentar saudável tem como objetivo a prevenção de doenças, a proteção e


a promoção de uma vida mais saudável, conduzindo ao bem-estar geral de um indivíduo.

9.2 Estratégias de prevenção

Dentre as estratégias de prevenção primária das doenças crônico-degenerativas


destacam-se as mudanças no estilo de vida, entre elas, a redução na ingestão de gordura
saturada, controle do peso corporal e prática de atividade física.

Os hábitos alimentares apresentam-se como fatores importantes, na medida em que o


consumo elevado de colesterol, lipídios e ácidos graxos saturados, somados ao baixo
consumo de fibras, participam como causa das dislipidemias, obesidade, diabetes,
hipertensão e diversos tipos de cânceres, como de intestino, próstata, mama e outros.

É pertinente ressaltar que as doenças cardiovasculares, como o infarto agudo do


miocárdio, a hipertensão arterial, a aterosclerose e os acidentes vasculares encefálicos
(AVE), dentre outros, constituem a maior causa de mortalidade no Brasil e no mundo.

Desse modo, pode-se concluir que a intervenção nutricional é uma importante


ferramenta na prevenção de doenças crônicas, uma vez que os fatores de risco
associados à nutrição podem ser modificados por meio da adoção de hábitos alimentares
saudáveis.

As orientações nutricionais a seguir apresentadas baseiam-se nas recomendações das


entidades internacionais vinculadas às áreas de cardiologia e oncologia, e visam a
minimizar os riscos de desenvolvimento dessas patologias:

a) reduzir o teor de carboidratos simples e aumentar o teor de complexos e fibras:


- preferir sucos naturais e evitar os industrializados que contenham açúcar na sua
composição;
- reduzir os doces utilizados no cardápio;
- utilizar alimentos integrais (pães, cereais, farinha, arroz etc.) em substituição aos
refinados;

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b) reduzir o teor de gorduras saturadas e colesterol e aumentar o teor de gorduras


mono e poliinsaturadas:
- limitar o uso de carnes vermelhas ao máximo de três vezes por semana,
preferindo cortes magros como alcatra, patinho, chã etc.
- utilizar carnes brancas: frango ou peru sem pele duas a três vezes por semana e
peixe duas vezes por semana;
- incentivar o uso de peixes “gordos” (salmão, atum, sardinha e cavala), ricos em
gorduras poliinsaturadas;
- retirar toda a gordura visível das carnes e a pele das aves antes do preparo;
- preferir preparações grelhadas, assadas ou cozidas;
- evitar preparações fritas e gratinadas, restringir o uso de frituras a duas vezes
por semana e trocar o óleo utilizado nas fritadeiras semanalmente;
- evitar carnes salgadas e gordurosas no preparo do feijão;
- evitar enlatados e embutidos (salsichas, linguiça, mortadela, presunto);
- dar preferência aos alimentos light, quando for imprescindível o uso de creme de
leite, maionese e embutidos nas preparações;
- utilizar azeite para o tempero de saladas e óleos vegetais para cocção, em
quantidade moderada;
- preferir leite semidesnatado ou desnatado e iogurtes desnatados ou diet;
- substituir queijos amarelos (prato, muzzarela, parmezon etc.) por queijos
brancos (ricota, cottage, minas frescal);
- evitar o uso de gema de ovo, substituindo uma gema por duas claras nas
receitas;
- reservar às datas festivas o uso de pratos tradicionais nas FFAA, como feijoada,
dobradinha, rabada, limitando-os a uma vez por mês.

c) aumentar a oferta de fibras, vitaminas e minerais:


- acrescentar frutas ao desjejum e preferi-las como sobremesa;
- evitar o consumo de chá, mate e refrigerantes às refeições;
- cozinhar as hortaliças em vapor ou em água em ebulição;
- preferir hortaliças cruas, sob a forma de saladas;
- utilizar frutas e hortaliças da safra, conforme Anexo E;
- utilizar pouco sal no preparo dos alimentos, substituindo-o por temperos
aromáticos (salsa, tomilho, manjericão, orégano, cebolinha), vinagre e limão e evitar o uso
do saleiro à mesa;
- evitar o uso de sopas instantâneas, temperos e molhos industrializados com alto
teor de sal.
d) ingerir, no mínimo, oito copos de água por dia.

A quantidade de sal por dia deve ser, no máximo, uma colher de chá rasa, por pessoa,
distribuída em todas as preparações consumidas durante o dia.

Consulte a tabela de informação nutricional dos rótulos dos alimentos e compare-os


para ajudar na escolha de alimentos mais saudáveis; escolha aqueles com menores
percentuais de gorduras, açúcar e sódio.

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9.3 Decálogo da vida saudável

1º passo: aumente e varie o consumo de frutas, legumes e verduras. Coma-os cinco


vezes por dia;

2º passo: coma feijão pelo menos uma vez por dia, no mínimo quatro vezes por
semana;

3º passo: reduza para no máximo uma vez por semana o consumo de alimentos
gordurosos, como carne com gordura aparente, salsicha, mortadela, frituras e
salgadinhos;

4º passo: reduza o consumo de sal. Tire o saleiro da mesa;

5º passo: faça pelo menos três refeições e um lanche por dia. Não pule as refeições;

6º passo: reduza o consumo de doces, bolos, biscoitos e outros alimentos ricos em


açúcar para no máximo duas vezes por semana;

7º passo: reduza o consumo de álcool e refrigerantes. Evite o consumo diário. A


melhor bebida é a água;

8º passo: aprecie a sua refeição. Coma devagar;

9º passo: mantenha o seu peso dentro dos limites saudáveis; e

10º passo: seja ativo. Pratique trinta minutos de atividade física todos os dias.
Caminhe no seu bairro. Não passe muitas horas assistindo TV.

9.4 Importância da atividade física

A prática regular de atividade física é fundamental na adoção de hábitos de vida mais


saudáveis. Além dos benefícios já conhecidos, tais como prevenção de doenças
cardíacas, prevenção de osteoporose, redução do colesterol, redução da hipertensão,
combate à obesidade e tantos outros, o exercício físico tem um efeito ainda mais
importante: o indivíduo capaz de incorporar a atividade física aos seus hábitos de maneira
definitiva encontra uma nova fórmula de vida.

Manter-se ativo promove uma mudança radical no corpo. O organismo solicita hábitos
saudáveis. Os alimentos gordurosos começam a se tornar indesejados, as refeições
exageradamente calóricas são rejeitadas, a autoestima aumenta com a melhora na
estética corporal, a resistência física é aumentada, a produtividade e a capacidade de
trabalho são favorecidas e a expectativa de vida ampliada.

Assim, cada vez mais fica comprovado que a saúde não é simplesmente a ausência
de doença, mas sim a associação de bem-estar e qualidade de vida. Dieta, nutrição e
escolha de estilo de vida saudável são fatores que promovem a tão desejada saúde.

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INTENCIONALMENTE EM BRANCO

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CAPÍTULO X
ORIENTAÇÕES DIETOTERÁPICAS

10.1 Introdução

O presente capítulo tem por finalidade orientar a conduta nutricional para atendimento
a militares que apresentem condições patológicas de pequena gravidade, quando não
seja necessário, ou possível, internação em unidade hospitalar.

A aplicação das dietas e orientações apresentadas, no entanto, não prescinde da


orientação do médico ou do nutricionista, no que diz respeito à prescrição e elaboração
das dietas. Assim sendo, este capítulo constitui apenas uma orientação geral, oferecendo
exemplos de cardápios que deverão ser adequados e adaptados a cada caso individual.

É importante ressaltar que cabe a cada Unidade Hospitalar elaborar seu próprio
Manual de Dietas de acordo com a especificidade das patologias apresentadas por seus
pacientes.

A elaboração de um regime dietético para suprir as necessidades nutricionais do


enfermo deve ser, a princípio, individual, obedecendo, tanto quanto possível, às leis
consagradas pela Nutrição, no que diz respeito a quantidade, qualidade, harmonia e
adequação dos alimentos. Desse modo, deve-se atentar para as imposições decorrentes
do clima, peso ideal e atividade física do paciente, bem como dos hábitos alimentares
regionais.

10.2 Dieta Normal

Essa dieta tem como objetivo manter o estado nutricional de pacientes com ausência
de alterações metabólicas significativas ou risco nutricional. É indicada para aqueles
indivíduos que não requerem modificações específicas na dieta. Entretanto, deve-se
atentar que haja uma distribuição e quantidades normais de todos os nutrientes, devendo
ser fracionada em cinco a seis refeições por dia.

Na dieta normal não existe restrição no tipo ou no método de preparo dos alimentos
servidos, entretanto, é recomendável evitar o excesso de gorduras e açúcar.

10.2.1 Alimentos Recomendados e Evitados

GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS

Ricos em gordura e açúcar (ex.:


Pães, cereais, arroz e Grãos e seus produtos integrais
croissant, bolos recheados e
massas e pobres em gordura
com cobertura, folhados etc.)

Frituras; enlatados com sal e/ou


Hortaliças Frescas
óleo
Frescas, suco de fruta ou em Conservadas com calda de
Frutas
vitaminas açúcar

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GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS


Leite, iogurte e queijo Com pouca gordura e sal Ricos em gordura e sal
Ricos em gordura e sal, como
Carnes, aves, peixes e
Magros, sem pele e gorduras os frios em geral (salame,
ovos
mortadela, presunto etc.)
Gorduras, óleos e
Todos com moderação
açúcares

Exemplo de Cardápio:
a) café da manhã - café com leite, pão com margarina; fruta;
b) almoço - salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão. Sobremesa: fruta;
c) lanche - chá e pão com geleia;
d) jantar - salada, bife a rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea
(ex.: pudim de baunilha); e
e) ceia - chá com cracker.

Recomendações:
1) evitar frituras;
2) utilizar hortaliças frescas ou congeladas;
3) preferir o cozimento rápido das hortaliças, para diminuir a perda de nutrientes;
4) incluir hortaliças verde-escuras e leguminosas várias vezes na semana;
5) usar molhos de salada pobres ou sem gorduras;
6) preferir frutas secas e com casca;
7) contar como uma porção de frutas somente os sucos 100% puros;
8) retirar as gorduras visíveis das carnes;
9) selecionar as carnes assadas, grelhadas ou preparadas no vapor, evitando as
frituras;
10) limitar a quantidade de gorduras e açúcares adicionados aos alimentos no
momento do preparo ou à mesa; e
11) dispor as preparações de forma harmoniosa.

10.3 Dieta Branda

Essa dieta tem como objetivo fornecer uma alimentação que contenha o mínimo
possível de fibras que não foram abrandadas pela cocção. Sendo assim, deve ser
utilizada como transição entre uma dieta líquida e uma normal.

A dieta branda pode ser servida a pacientes com problemas mecânicos de ingestão e
digestão, ou ainda para melhorar a aceitação dos alimentos na presença de gastrite ou
úlcera péptica, sendo fracionada de cinco a seis refeições por dia, não devendo utilizar
alimentos flatulentos.

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10.3.1 Alimentos Recomendados e Evitados

GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS


Pães moles, de forma, bolinhos
cozidos ou assados moles,
biscoitos sem recheio e gordura, Pães duros ou com sementes,
Pães, cereais, arroz e
panquecas, torradas, cereais biscoitos amanteigados,
massas
cozidos, arroz, massas em geral. pastelarias.
Pães de centeio e integrais (de
acordo com a tolerância).
Permitido caldos ou em forma de
Leguminosas Grãos inteiros
preparações liquidificadas.
Hortaliças folhosas cruas,
Todas cozidas, exceto as brócolis, abóbora, couve-flor,
Hortaliças
flatulentas. pepino, pimentão e outras
hortaliças cruas.
Todas as cruas, exceto mamão e
Frutas Todas cozidas.
as cítricas.
Com pouco sal e gordura. Queijo Queijos muito gordurosos (ex.:
Leite, iogurte e queijo
prato, mussarela, cottage, ricota. provolone).
Carnes sem gordura, cozidas,
moídas, desfiadas, purê,
Carnes, aves, peixes e Carnes duras, crocantes,
ensopadas ao molho, grelhadas
ovos empanadas. Ovos fritos.
ou assadas. Ovos mexidos,
moles ou pochê.
Especiarias e condimentos fortes
como pimenta, molhos
condimentados e outros.
Gorduras, óleos, açúcares Doces concentrados
Todas, sem excesso.
e outros (marmelada, goiabada, doce de
leite etc.)
Bebidas gaseificadas.
Frituras, embutidos e conservas.

Exemplo de Cardápio:
a) café da manhã - leite, pão com margarina; fruta cozida;
b) almoço - salada, frango ao molho, polenta, arroz e caldo de feijão; sobremesa:
fruta cozida;
c) lanche - chá e pão com geleia;
d) jantar - salada, bife a rolê, cenoura cozida, arroz e caldo de feijão; sobremesa
láctea (ex.: pudim de baunilha); e
e) ceia - chá com cracker.

Recomendações:
1) preferencialmente, cozinhar as hortaliças em fogo brando e com sal adicionado;
2) evitar café, álcool, condimentos, pimenta, catchup, maionese, mostarda,
refrigerantes, água com gás, sucos artificiais e extratos de carne;
3) pode ser utilizado o mamão e o suco de três ameixas pretas em conserva
liquidificadas, além dos chás laxativos; o baixo teor de fibras pode resultar em obstipação
intestinal; e

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4) as fibras devem ser incluídas gradativamente na dieta, de acordo com a tolerância


do paciente.

10.4 Dieta Pastosa

Essa dieta tem como objetivo fornecer uma alimentação que possa ser mastigada e
deglutida com pouco ou nenhum esforço. Deve ser ministrada a pacientes com
dificuldades na mastigação ou deglutição devido a inflamação, distúrbios neuromotores,
alterações anatômicas da boca ou esôfago e uso de próteses dentárias, fracionada em 5
a 6 refeições por dia.

Os alimentos apresentam-se na forma de purê, mingau ou amassados, exceto se


naturalmente macios. As carnes devem ser batidas ou trituradas.

Exemplo de Cardápio:
a) café da manhã - papa de leite com pão sem casca;
b) lanche - fruta amassada (purê);
c) almoço - creme de espinafre, frango desfiado ao molho, polenta mole, arroz-papa
e caldo de feijão; sobremesa: fruta amassada (purê);
d) lanche - vitamina de frutas;
e) jantar - salada de hortaliças cozidas amassadas, bife tenro desfiado, cenoura
cozida amassada, arroz-papa e caldo de feijão; sobremesa láctea (ex.: pudim de
baunilha); e
f) ceia - papa de chá com bolachas.

Recomendações:
1) a refeição se torna mais atraente e melhor tolerada quando os alimentos são
transformados na consistência pastosa em itens separados, em vez de todos misturados
juntos;
2) os líquidos podem necessitar de espessamento com uso de espessantes
industrializados;
3) leite, molhos, margarina, manteiga, mel ou açúcar podem ser adicionados aos
alimentos sólidos e líquidos para aumentar o aporte calórico;
4) o baixo teor de fibras pode resultar em obstipação intestinal. Pode ser utilizado o
mamão, além do suco de três ameixas pretas em conserva liquidificadas, e os chás
laxativos; e
5) as fibras devem ser incluídas gradativamente na dieta, de acordo com a tolerância
do paciente.

10.5 Dieta líquida completa

Essa dieta tem como objetivo fornecer uma alimentação que seja bem tolerada por
pacientes que não podem ingerir alimentos sólidos. Pode ser ministrada em pacientes
com doenças agudas e incapazes de tolerar alimentos sólidos ou com dificuldade de
mastigação e deglutição.

Entretanto, deve haver precaução com o uso dessa dieta por períodos prolongados,
pois pode acarretar carência de nutrientes, tornando-se necessário um acompanhamento

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contínuo e uma complementação nutricional para evitar desnutrição. Deve ser utilizada,
preferencialmente, como uma dieta de transição, e a progressão para alimentos sólidos
deve ser completada tão rápido quanto possível.

Os alimentos apresentam-se na forma líquida ou que se liquefazem à temperatura


corporal. Permite adição de leite e derivados, ovos e cereais refinados e deve ser
oferecida em pelo menos 6 refeições.

10.5.1 Alimentos Recomendados e Evitados

GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS


Cereais refinados e cozidos,
Pães, cereais, arroz e Alimentos integrais, farelos,
farinha de aveia, creme de
massas sementes
arroz, milho e trigo
Caldos e sucos, sopas
Hortaliças Hortaliças cruas e inteiras
liquidificadas
Frutas Sucos coados Frutas inteiras
Leite integral e desnatado,
bebidas lácteas, iogurte líquido,
suplementos comerciais à base
Leite, iogurte e queijo de leite, queijo cottage, Queijos ricos em gordura
requeijão cremoso e outros
queijos macios, pudim, flan,
manjar
Ovos, aves, peixes, carne de
Carnes, aves, peixes e
gado acrescidos a sopas Carnes ricas em gordura
ovos
liquidificadas
Gorduras, óleos e
Todos, sem excesso. Nenhum.
açúcares

Exemplo de Cardápio:
a) café da manhã - mingau de amido de milho;
b) lanche - suco de laranja coado;
c) almoço - sopa de hortaliças, frango e polenta, liquidificada e coada; sobremesa:
gelatina;
d) lanche - leite com suplemento nutricional industrializado em pó ou suplemento
industrializado líquido;
e) jantar - sopa de hortaliças, carne e arroz, liquidificada e coada; sobremesa láctea
(ex.: pudim de baunilha); e
f) ceia - mingau de farinha de arroz.

Recomendações:
1) essa dieta não é recomendada por tempo prolongado; a progressão para uma
dieta sólida deve ocorrer assim que possível;
2) os pacientes com a mandíbula imobilizada podem necessitar de uso de seringa ou
canudo para facilitar a alimentação;
3) podem ser utilizados: gelatina de todos os sabores, açúcar, sal, mel, margarina,
manteiga, geleias sem pedaços, sorvetes cremosos e bebidas, como o café e o chá;
4) os alimentos podem ser mais facilmente liquidificados se cortados em pedaços
pequenos antes de colocados no liquidificador ou processador;
5) a maioria dos alimentos pode ser liquidificada por meio da mistura de partes
iguais de sólidos e líquidos. Alguns alimentos, como frutas e hortaliças, não necessitam

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de quantidades iguais de líquido adicionado; e


6) os alimentos liquidificados devem ser utilizados imediatamente, mas podem ser
mantidos sob refrigeração até 24 horas, ou congelados logo após o preparo.

10.6 Dieta rica em fibras (LAXATIVA)

Essa dieta tem como objetivo aumentar a excreção fecal e reduzir a pressão
intracolônica, promovendo movimentos intestinais regulares e fezes de consistência
macia. As fibras solúveis ajudam também a reduzir a absorção de gorduras no intestino,
auxiliando na prevenção de doenças. Pode ser ministrada em pacientes com obstipação
intestinal, doença diverticular e prevenção de doenças crônico-degenerativas.

Uma dieta rica em fibras corresponde a uma ingestão acima de 25 gramas de fibras
por dia. O farelo de trigo e o farelo de aveia, bem como cereais e grãos integrais, podem
ser indicados como alternativas para aumentar a ingestão de fibras. A ameixa preta e o
suco de ameixa são potentes estimuladores da motilidade intestinal.

Além disso, pode-se lançar mão de suplementos de fibras, que são módulos
industrializados, especializados para aumentar o teor de fibras da alimentação. Podem
ser adicionados em sucos, leite, sopas e outras preparações. A oferta de líquidos deve
ser aumentada a fim de potencializar a ação das fibras.

10.6.1 Alimentos Recomendados e Evitados

GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS


Pão integral, macarrão e arroz
integrais, farelos de trigo ou Cereais refinados, pão branco,
Pães, cereais, arroz e
aveia, sementes de linhaça, produtos de pastelaria de modo
massas
abóbora e girassol, cereais como geral
granola, centeio, aveia
Hortaliças folhosas, tomate,
berinjela, beterraba, pepino,
Hortaliças Nenhuma
abóbora, milho, feijão, ervilha,
lentilha, grão de bico
Ameixa, kiwi, manga, laranja e
Frutas tangerina com bagaço, pêssego, Enlatadas, cozidas e sem casca
abacaxi, melão, mamão e uva
Leite, iogurte e queijo Todos Nenhum
Carne de gado magra, ovos, Carnes com elevado teor de
Carnes, aves, peixes e ovos
peixes, aves gordura
Gorduras, óleos e açúcares Todos, sem excesso. Nenhum

Exemplo de Cardápio:
a) café da manhã - café com leite, pão integral com margarina, fruta;
b) almoço - salada variada, incluindo vegetais folhosos; frango ao molho, polenta,
arroz integral e feijão; sobremesa: fruta;
c) lanche - chá e pão integral com geleia ou iogurte com farinha de linhaça;
d) jantar - salada variada, bife a rolê, milho refogado, arroz integral e feijão;

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sobremesa láctea (ex.: pudim de baunilha) com suplemento de fibra; e


e) ceia - chá com cracker integral ou banana amassada com granola.

10.7 Dieta para diarreia (OBSTIPANTE)

Essa dieta tem como objetivo diminuir o volume das fezes e prolongar o tempo de
trânsito intestinal; auxilia no alívio dos sintomas da diarreia e previne as complicações,
como a desidratação e a perda de peso. Pode ser ministrada em pacientes com diarreia
aguda, e na crônica (tempo maior que duas semanas), durante a fase de manutenção.

Antes dessa dieta, pode ser necessária a fase de hidratação (usualmente 8 a 24 h de


duração), no caso do paciente encontrar-se desidratado como consequência da diarreia.

Os primeiros alimentos introduzidos após a fase de reidratação são cereais, arroz,


batata, torradas, banana, frango magro e outros de fácil digestão e absorção intestinal.

A dieta de manutenção é normal em todos os macronutrientes, pobre em fibras


insolúveis, pobre em lactose e sacarose, fracionada em cinco a seis refeições de volume
reduzido. São evitados os alimentos flatulentos. A oferta de líquidos e eletrólitos deve ser
aumentada o suficiente para repor as perdas. Normalmente o leite e seus derivados são
evitados, bem como as fibras insolúveis, pois tendem a agravar o quadro diarreico.

10.7.1 Alimentos Recomendados e Evitados

GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS


Pão integral ou que contenham
ovos e queijo, pães doces,
macarrão e arroz integrais,
Pães brancos, biscoitos água e
Pães, cereais, arroz e farelos, sementes de abóbora e
sal, cereais refinados cozidos,
massas girassol, cereais como granola,
macarrão, arroz branco
biscoitos (ex.: wafer ou
recheados), salgadinhos,
produtos fritos
Sucos ricos em açúcar. Ameixa,
Banana-maçã e prata, maçã sem
kiwi, manga, laranja, pera.
casca ou raspada, purê de frutas,
Frutas pêssego, abacaxi, melão, uvas
frutas sem casca ou assadas,
passas, frutas secas, coco,
sucos coados
morango, abacate
Hortaliças folhosas cruas,
brócolis, abóbora, milho, couve-
flor, pepino, pimentão e outras
Batata, cenoura, chuchu e
hortaliças formadoras de gases
Hortaliças abobrinha cozidos, em forma de
intestinais. Hortaliças preparadas
purê ou creme, em sucos e sopas
na manteiga, gratinadas, fritas,
com molhos gordurosos ou
maionese. Feijão, lentilha, ervilha
Leites industrializados à base de
Leite de vaca e seus derivados,
Leite, iogurte e queijo soja, leite de vaca pobre ou isento
de acordo com a tolerância
de lactose

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GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS


Gema de ovo, frios, fígado,
Bifes tenros, frango sem pele, costela, preparações fritas ou à
Carnes, aves, peixes e ovos
peixes, clara de ovo milanesa, molhos gordurosos,
nozes e outras oleaginosas
Bacon, sobremesas muito doces,
Sobremesas feitas com pouco
produtos de confeitaria, doces
açúcar, gelatinas, sobremesas à
Gorduras, óleos e açúcares cremosos, chocolate.
base de frutas (aquelas
Refrigerantes comuns e sucos
recomendadas)
muito ricos em açúcar.
Chás, água de coco, bebidas
Bebidas Café
isotônicas

Exemplo de cardápio:
a) café da manhã - leite pobre em lactose, torradas com margarina, fruta;
b) almoço - salada cozida, frango cozido, polenta, arroz; sobremesa: fruta cozida;
c) lanche - chá e torradas com geleia diet;
d) jantar - salada cozida, carne cozida, cenoura refogada, arroz; sobremesa:
gelatina; e
e) ceia - chá com cracker.

Recomendações:
1) é essencial uma investigação detalhada sobre a causa da diarreia o mais breve
possível, principalmente para aquelas induzidas pela alimentação;
2) durante a fase de manutenção, pode ainda ser necessário o uso de reidratantes
orais juntamente com a alimentação;
3) é recomendado comer devagar, mastigando bem os alimentos;
4) a introdução da sacarose (açúcar comum) e lactose (leite) depende da tolerância
de cada paciente;
5) a restrição de lipídios não é usualmente necessária, a menos que a gordura seja
a causa da diarreia; e
6) a progressão para uma dieta normal deve ocorrer o mais rápido possível.

10.8 Dieta antifermentativa

Essa dieta tem como objetivo reduzir a formação de gases no intestino e é indicada
para pacientes com flatulência e distensão abdominal.

Os alimentos dessa dieta devem ser normais em todos os macro e micronutrientes, rica
em líquidos, fracionada em cinco a seis refeições de volume reduzido.

10.8.1 Alimentos que devem ser evitados

Ao se elaborar uma dieta antifermentativa deve-se evitar leguminosas como: feijão,


lentilha, ervilha e grão-de-bico; couve-flor, couve de bruxelas, brócolis, repolho, batata-
doce, ovo cozido, açúcar e doces concentrados em excesso, bebidas gaseificadas e leite
em excesso.

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Recomendações:
1) fazer as refeições em ambiente tranquilo, sem pressa, mastigando bem os
alimentos e evitar conversar durante a alimentação, pois a entrada de ar poderá provocar
gases (aerofagia);
2) fracionar a dieta (5 a 6 refeições/dia, de pequeno volume) e variar os alimentos
para evitar deficiência ou excesso de nutrientes; e
3) manter um adequado consumo de líquidos. Os líquidos auxiliam no bom
funcionamento do intestino. Prefira entre as refeições e não durante as refeições.

10.9 Orientação nutricional para hipertensão

Recomendações:
1) estabelecer horários para as refeições;
2) evitar longos períodos de jejum; fazer de 5 a 6 refeições por dia; não beliscar
entre as refeições;
3) mastigar bem os alimentos e fazer as refeições em ambiente calmo, sem pressa;
4) manter o peso corporal em níveis adequados;
5) usar somente óleo vegetal no preparo dos alimentos e em pequena quantidade;
6) preparar os alimentos sem acréscimo de sal e utilizar 1 grama de sal - 1 colher
(café) rasa por refeição (almoço e jantar);
7) usar temperos naturais: limão, pimentão, coentro, cheiro verde, cebola, cebolinha,
vinagre, alho, louro, tomate, ervas finas, hortelã, salsinha, salsão, manjericão, manjerona,
sálvia, alecrim, orégano e gengibre;
8) não consumir os seguintes alimentos: enlatados (milho verde, ervilha, sardinha,
atum, doces enlatados etc.), conservas (azeitona, palmito, picles etc.), embutidos
(linguiça, salame, salsicha, presunto, mortadela), carnes salgadas ou já temperadas
(toucinho, bacon, bacalhau, charque, carnes para feijoada, peru temperado, costela
temperada), carnes defumadas, salgadinhos industrializados (batata frita, chips,
amendoim salgado etc.), biscoito de sal, caldos e extratos de carnes ou frango ou
legumes concentrados, molhos industrializados (catchup, maionese, mostarda, shoyo,
inglês, extrato e molho de tomate etc.), temperos prontos, substâncias industrializadas
que realçam cor, sabor e textura dos alimentos (ajinomoto, sazon, fondor, bicarbonato de
sódio etc.), sucos industrializados, refrigerante (inclusive os dietéticos), queijos salgados
(prato, mussarela, parmesão, minas, provolone), água tônica, pimentas, cominho, páprica,
pratos prontos congelados (lasanha, hamburguer), adoçantes à base de sacarina de
sódio e ciclamato de sódio;
9) evitar os seguintes alimentos: pães salgados (pão francês, de milho, de centeio,
de forma, careca, croissants), manteiga com sal, margarina com sal, tortas salgadas,
empadões, bolos industrializados, café, chá preto, chá mate e bebidas alcoólicas; e
10) aumentar o consumo de frutas, legumes e verduras (principalmente crus) a fim
de aumentar a ingestão de potássio.

10.10 Orientação nutricional para diabetes

O paciente diabético necessita ter um plano dietético personalizado, elaborado pelo


profissional de nutrição, e acompanhamento médico periódico, a fim de manter sua
glicemia dentro dos padrões aceitáveis, minimizando assim, os riscos de complicações

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decorrentes da doença. A seguir, serão apresentadas algumas recomendações gerais,


que devem nortear o planejamento de refeições para esses pacientes.

Recomendações:
1) estabelecer horários para as refeições;
2) evitar longos períodos de jejum, alimentar-se de 3 em 3 horas; fazer de 5 a 6
refeições por dia; não beliscar entre as refeições;
3) mastigar bem os alimentos e fazer as refeições em ambiente calmo, sem pressa;
4) beber, no mínimo, 2 litros de água por dia, nos intervalos das refeições;
5) usar somente óleo vegetal (soja, milho, girassol, algodão, canola) no preparo dos
alimentos e em pequena quantidade;
6) iniciar as grandes refeições pela salada; dar preferência a alimentos ricos em
fibras, como: arroz integral, pão integral, biscoito integral, frutas com casca e com bagaço,
verduras cruas, aveia em flocos e sementes (linhaça e gergelim);
7) utilizar carnes magras cozidas, assadas ou grelhadas, e retirar a gordura
aparente, couro e peles antes do preparo;
8) usar leite e derivados desnatados, semi-desnatados, light ou 0% de gordura;
9) consumir em pequena quantidade apenas um desses alimentos por refeição:
arroz, batata inglesa, batata baroa, batata doce, inhame, cará, mandioca, milho,
macarrão, farinha, angu e polenta;
10) não consumir: açúcar e preparações que o utilize (como bolo, chocolate,
iogurte, sorvete, biscoito doce, pão doce, chiclete, rapadura), mel, melaço, refrigerante
comum, bebidas alcoólicas;
11)usar adoçante preferencialmente a base de estévia ou sucralose em substituição
ao açúcar comum, com moderação;
12) ler rótulo dos alimentos e excluir os que possuem açúcar, glicose e sacarose;
13) evitar os seguintes alimentos: alimentos fritos, carnes gordas, gema de ovo,
creme de leite, nata, maionese, mostarda, catchup, patês, alimentos embutidos (linguiça,
salame, salsicha, presunto, mortadela), carne de porco, preparações gordurosas (como
feijoada, dobradinha, rabada), salgadinhos industrializados, azeite de dendê, vísceras
(rim, coração, moela), queijos amarelos (prato, mussarela, parmesão, provolone); e
14) controlar o peso corporal através de uma alimentação adequada e praticar
atividade física regularmente.

10.11 Orientação nutricional para dislipidemia

Recomendações:
1) estabelecer horários para as refeições;
2 )evitar longos períodos de jejum; fazer de 5 a 6 refeições por dia; não beliscar
entre as refeições;
3 )mastigar bem os alimentos e fazer as refeições em ambiente calmo, sem pressa;
4) usar somente óleo vegetal (soja, milho, girassol, algodão, canola) no preparo dos
alimentos e em pequena quantidade;
5) evitar refogar os vegetais, consumindo-os, preferencialmente, crus, cozidos, ou
cozidos a vapor;
6) usar carnes magras assadas, cozidas ou grelhadas e retirar as gorduras
aparentes, peles e o couro antes do preparo;
7) consumir frutas, verduras e legumes diariamente de forma variada;
8) dar preferência a alimentos ricos em fibras, como: arroz, pão e biscoito integrais,

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farinha de aveia, farinha de centeio integral, farelo de trigo, flocos de aveia, feijão, frutas
com casca e bagaço ( maçã, laranja e goiaba), verduras cruas e sementes (gergelim,
linhaça, abóbora),
9) não consumir alimentos gordurosos, como: carnes gordas (costela, rabada,
carnes para feijoada, cupim e carne suína) e vísceras (fígado, coração e moela); leites e
derivados integrais, queijos amarelos e preparações que os utilizem; creme de leite,
manteiga, pudins, sorvetes, chocolates; frios e embutidos (salsicha, linguiça, salame,
mortadela e presunto); banhas, toucinho e bacon; frituras, maionese, molhos, polpa de
coco, óleo de coco, leite de coco, azeite de dendê e preparações que os utilizem;
salgadinhos e petiscos em geral; gema de ovo e molhos à base desta; croissants,
brioches, biscoitos doces, biscoitos amanteigados, chantilly, bolos confeitados,
empanados, folhados e tortas;
10) utilizar leite e derivados desnatados, light ou com 0% de gordura; e
11) praticar atividade física regularmente e com orientação de um profissional de
saúde.

10.12 Orientação nutricional para hipertrigliceridemia

Recomendações:
1) estabelecer horários para as refeições;
2) evitar longos períodos de jejum; fazer de 5 a 6 refeições por dia; não beliscar
entre as refeições;
3) mastigar bem os alimentos e fazer as refeições em ambiente calmo, sem pressa;
4) usar somente óleo vegetal (soja, milho, girassol, algodão, canola) no preparo dos
alimentos e em pequena quantidade;
5) evitar refogar os vegetais, consumindo-os, preferencialmente, crus, cozidos, ou
cozidos a vapor;
6) usar carnes magras assadas, cozidas ou grelhadas e retirar as gorduras
aparentes, peles e o couro antes do preparo;
7) consumir frutas, verduras e legumes diariamente de forma variada;
8) dar preferência a alimentos ricos em fibras, como: arroz, pão e biscoito integrais,
frutas com casca e bagaço, verduras cruas e sementes (gergelim, linhaça, abóbora);
9) não consumir: carnes gordas (costela, rabada, carnes para feijoada, cupim e
carne suína) e vísceras (fígado, coração e moela); leites e derivados integrais, queijos
amarelos e preparações que os utilizem; creme de leite, manteiga, pudins, sorvetes,
chocolates; embutidos (salsicha, linguiça, salame, mortadela e presunto); banhas,
toucinho e bacon; frituras, maionese, molhos, óleo de coco, leite de coco, azeite de dendê
e preparações que os utilizem; salgadinhos e petiscos em geral; gema de ovo e molhos à
base desta; croissants, brioches, biscoitos doces, biscoitos amanteigados, chantilly, bolos
confeitados, empanados, folhados e tortas; açúcar refinado ou granulado, açúcar
mascavo, mel, rapadura, cana de açúcar, doces em geral (doce de leite, goiabada,
marmelada, pudim, chocolate, balas, chicletes), refrigerantes e sucos que contenham
açúcar e bebidas alcoólicas;
10) usar adoçante preferencialmente a base de estévia ou sucralose em substituição
ao açúcar comum, com moderação;
11) ler rótulo dos alimentos e excluir os que possuem açúcar, glicose e sacarose;
12) preferir leite e derivados desnatados, light ou com 0% de gordura;
13) consumir em pequena quantidade apenas um desses alimentos por refeição:
arroz, batata inglesa, batata baroa, batata doce, inhame, cará, mandioca, milho,

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macarrão, farinha, angu e polenta; e


14) praticar atividade física regularmente e com orientação de um profissional de
saúde.

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CAPÍTULO XI
FLUXOS DE PRODUÇÃO

11.1 Etapas do fluxo de produção

O controle de todas as etapas do fluxo do processo de produção/manipulação de


alimentos é condição essencial para que se possa pensar na possibilidade de
aproveitamento de sobras alimentares (Anexo J).

Os principais pontos de cada etapa estão resumidos a seguir:

1) Recebimento
Realizar sob condições seguras, conforme descrito no Anexo F.

2) Armazenamento
Realizar sob condições seguras, conforme descrito no Anexo H.

3) Congelamento
Nesta etapa do fluxo deve-se atentar para que o alimento a ser congelado passe
de sua temperatura original para faixas abaixo de 0ºC, no máximo em 6 horas. Deve-se
monitorar tempo e temperatura.

4) Descongelamento
Pode ser feito:
- em câmara ou geladeira a 4ºC;
- em forno de convecção ou microondas;
- em água com temperatura máxima de 21ºC, por 4 horas; e
- em temperatura ambiente, desde que quando a superfície do alimento atingir
a temperatura entre 3ºC e 4ºC o descongelamento continue na geladeira.

Atenção:
Quanto menor o tamanho da peça de carne ou de qualquer outro alimento,
mais fácil é o descongelamento e, por conseguinte, as etapas posteriores do fluxo
(cocção, resfriamento, refrigeração e reaquecimento).

5) Pré-Preparo/Preparação
Atentar para:
- tempo de manipulação em temperatura ambiente - 30 minutos no máximo;
- temperatura de segurança: acima de 65ºC e abaixo de 10ºC;
- preparar os alimentos o mais próximo do horário de consumo;
- manter os grãos em remolho na geladeira (exemplo deixar o feijão com água
de um dia para outro para cozinhar mais rápido ou engrossar mais o caldo);
- lavar as embalagens antes de abrir;
- transferir o conteúdo das latas de conservas que foram abertas e não
totalmente consumidas, para recipientes limpos e com tampa, observando o prazo de
validade após manipulação recomendada pelo fornecedor;
- identificar os produtos manipulados com: nome do produto, marca,
fornecedor, registro no Ministério da Saúde, nº da Nota Fiscal, origem (de onde vem o

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produto), conservação (se em freezer ou geladeira), prazo de validade (descrito no rótulo


para produto fechado) e limite para utilização após aberto, ou conforme os critérios de
uso;
- não tocar nos alimentos prontos diretamente com as mãos;
- manter os alimentos cobertos;
- lavar os alimentos hortifrutigranjeiros, unidade por unidade, em água corrente
e clorá-los;
- não preparar maionese ou qualquer outro prato com ovos crus, prepare
somente ovos com gema dura; e
- a higiene do manipulador, dos utensílios e local de trabalho são fundamentais.

6) Dessalgue (retirada do sal)


Observar as condições seguras:
- em recipiente com água, dentro da geladeira até 10ºC; e
- por meio de fervura.

Nos dois casos, a carne já deve estar cortada, para evitar muita manipulação
após a retirada do sal e possíveis contaminações.

7) Cocção (cozimento)
Atenção para:
- monitorar a temperatura dos alimentos - deve atingir 74ºC no centro do
alimento;
- manter os molhos a serem adicionados às preparações sempre quentes
(ferver e manter em fogo sempre ligado);
- ferver o leite antes de consumi-lo, garantindo que atinja 74ºC; e
- cuidado com a temperatura do óleo utilizado para fritura, para que não seja
aquecido acima de 180ºC; quando apresentar cor escura, odor ou mesmo a presença de
fumaça, indica que está fora de condições de uso.

8) Espera pós cocção


Nesta etapa o alimento cozido pode ficar em temperatura ambiente até atingir
55ºC na superfície. Utilizar recipientes rasos e dar preferência a pequenas porções para
que a refrigeração seja mais rápida.

9) Refrigeração
Deve-se monitorar tempo e temperatura, pois o alimento após atingir 55ºC, deve
ser refrigerado, conforme já descrito: de 55ºC para 21ºC em 2 horas e depois de 21ºC
para 4ºC em mais 6 horas.
Para acelerar a refrigeração, pode ser usado:
- banho de gelo, freezer regulado de - 18ºC a -20ºC, câmara frigorífica ou
refrigerador regulado entre 2ºC a 4ºC;
- cobrir o alimento apenas quando atingir 21ºC na superfície;
- pequenas porções também facilitam a refrigeração; e
- utilize recipientes rasos, com altura máxima de 10 cm.

Cuidado com a contaminação cruzada - observar as orientações contidas no


Anexo G.

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10) Reaquecimento
Nesta etapa, o alimento que já foi cozido deve atingir novamente a temperatura
de 74ºC no seu centro.

11) Porcionamento
Porcionamento é a divisão do prato em porções menores. Os alimentos devem
ser mantidos em temperaturas seguras, ou seja, acima de 65ºC para quentes ou abaixo
de 10ºC para frios.

A higiene do manipulador e dos utensílios que entrarão em contato com o


alimento é fundamental.

12) Distribuição
Realizar sob condições seguras, conforme descrito no Anexo I.

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INTENCIONALMENTE EM BRANCO

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ANEXO A
TIPOS DE NUTRIENTES E GRUPOS DE ALIMENTOS

ALIMENTOS QUE O
NUTRIENTE CARACTERÍSTICAS
CONTÊM
Molécula complexa composta de aminoácidos, unidos por
ligações pépticas; Leite, queijo, iogurte,
Proteínas aves, peixes, carnes,
Envolvidas na formação e manutenção das células e dos ovos e feijão.
tecidos do corpo e órgãos.
Grupo de compostos químicos orgânicos que
compreendem os triglicerídios, fosfolipídicos e esteróides;

São fontes alternativas de energia;


Azeite, óleos, manteiga
Gorduras e alimentos de origem
Influem na manutenção da temperatura corporal;
animal.
Transportam vitaminas lipossolúveis;

Dão sabor às preparações e sensação de saciedade.


Grupo de compostos formados por carbono, hidrogênio e
oxigênio;
Arroz, milho, farinhas,
Carboidratos pães, verduras, legumes
Uma das fontes de energia mais econômicas;
e frutas.
Asseguram a utilização eficiente de proteínas e lipídios.
Substâncias orgânicas necessárias em pequenas
quantidades para crescimento e manutenção da vida;

Segundo sua solubilidade, classificam-se em


hidrossolúveis: vitaminas do complexo B (B1, B2, B6, B12),
ácido fólico e vitamina C; e lipossolúveis:
Frutas, verduras,
legumes e alguns
Vitaminas A, D, E e K;
Vitaminas alimentos de origem
animal (leite, manteiga,
Essenciais na transformação de energia, ainda que não
carnes e fígado).
sejam fontes;

Intervêm na regulação do metabolismo;

Favorecem as respostas imunológicas, dando proteção ao


organismo.
Compostos químicos inorgânicos necessários em
pequenas quantidades para crescimento, conservação e
reprodução do ser humano;

Contribuem na formação dos tecidos;


Frutas, verduras,
Intervêm na regulação dos processos corporais; legumes e alguns
Minerais alimentos de origem
Favorecem a transmissão dos impulsos nervosos e a animal (leite, carnes,
contração muscular; frutos do mar).

Participam na manutenção do equilíbrio ácido-básico;

Os mais conhecidos são: cálcio, ferro, magnésio, zinco e


iodo.

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INTENCIONALMENTE EM BRANCO

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ANEXO B
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

TABELA 1
INGESTÃO RECOMENDADA DE M ACRONUTRIENTES PARA INDIVÍDUOS
Faixa etária Carboidratos Fibra total Gordura Ácido linoleico (ω6) Ácido linolênico (ω3) Proteína
Grupo Infantil (g/d) (g/d) (g/d) (g/d) (g/d) (g/d)
0-6 meses 60 ND 31 4,4 0,5 9,1
7-12 meses 95 ND 30 4,6 0,5 13,5
Crianças
1-3 anos 130 19 ND 7 0,7 13
4-8 anos 130 25 ND 10 0,9 19
Homens
9-13 anos 130 26 ND 12 1,2 34
14-18 anos 130 38 ND 16 1,6 52
79/116

19-30 anos 130 38 ND 17 1,6 56


31-50 anos 130 38 ND 17 1,6 56
51-70 anos 130 30 ND 14 1,6 56
>70 anos 130 30 ND 14 1,6 56
Mulheres
9-13 anos 130 31 ND 10 1 34
14-18 anos 130 26 ND 11 1,1 46
19-30 anos 130 25 ND 12 1,1 46
31-50 anos 130 25 ND 12 1,1 46
51-70 anos 130 21 ND 11 1,1 46
>70 anos 130 21 ND 11 1,1 46
Gestação
≤18 anos 175 28 ND 13 1,4 71
19-30 anos 175 28 ND 13 1,4 71
31-50 anos 175 28 ND 13 1,4 71

MD42-M-03
Lactação
≤18 anos 210 29 ND 13 1,3 71
19-30 anos 210 29 ND 13 1,3 71
31-50 anos 210 29 ND 13 1,3 71
*ND: Não Dimensionado
MD42-M-03
TABELA 2
INGESTÃO RECOMENDADA PARA INDIVÍDUOS, VITAMINAS
Vit Ác.
Faixa etária Vit A Vit C Vit D Vit E Vit K Tiamina Riboflavina Niacina Vit B6 Folato Biotina Colina
B12 Pantotênico
Grupo Infantil (µg/d) (mg/d) (µg/d) (mg/d) (µg/d) (mg/d) (mg/d) (mg/d) (mg/d) (µg/d) (µg/d) (mg/d) (µg/d) (mg/d)
0-6 meses 400 40 5 4 2,0 0,2 0,3 2 0,1 65 0,4 1,7 5 125
7-12 meses 500 50 5 5 2,5 0,3 0,4 4 0,3 80 0,5 1,8 6 150
Crianças
1-3 anos 300 15 5 6 30 0,5 0,5 6 0,5 150 0,9 2 8 200
4-8 anos 400 25 5 7 55 0,6 0,6 8 0,6 200 1,2 3 12 250
Homens 45
9-13 anos 600 75 5 11 60 0,9 0,9 12 1 300 1,8 4 20 375
14-18 anos 900 90 5 15 75 1,2 1,3 16 1,3 400 2,4 5 25 550
19-30 anos 900 90 5 15 120 1,2 1,3 16 1,3 400 2,4 5 30 550
31-50 anos 900 90 5 15 120 1,2 1,3 16 1,3 400 2,4 5 30 550
51-70 anos 900 90 10 15 120 1,2 1,3 16 1,7 400 2,4 5 30 550
80/116

>70 anos 900 90 15 15 120 1,2 1,3 16 1,7 400 2,4 5 30 550
Mulheres
9-13 anos 600 45 5 11 60 0,9 0,9 12 1,0 300 1,8 4 20 375
14-18 anos 700 65 5 15 75 1,0 1,0 14 1,2 400 2,4 5 25 400
19-30 anos 700 75 5 15 90 1,1 1,1 14 1,3 400 2,4 5 30 425
31-50 anos 700 75 5 15 90 1,1 1,1 14 1,3 400 2,4 5 30 425
51-70 anos 700 75 10 15 90 1,1 1,1 14 1,5 400 2,4h 5 30 425
>70 anos 700 75 15 15 90 1,1 1,1 14 1,5 400 2,4h 5 30 425
Gestação
≤18 anos 750 80 5 15 75 1,4 1,4 18 1,9 600j 2,6 6 30 450
19-30 anos 770 85 5 15 90 1,4 1,4 18 1,9 600j 2,6 6 30 450
31-50 anos 770 85 5 15 90 1,4 1,4 18 1,9 600j 2,6 6 30 450
Lactação
≤18 anos 1200 115 5 19 75 1,4 1,6 17 2,0 500 2,8 7 35 550
19-30 anos 1300 120 5 19 90 1,4 1,6 17 2,0 500 2,8 7 35 550
31-50 anos 1300 120 5 19 90 1,4 1,6 17 2,0 500 2,8 7 35 550
TABELA 3

INGESTÃO RECOMENDADA PARA INDIVÍDUOS, MINERAIS


Faixa etária Cálcio Cromo Cobre Fluoreto Iodo Ferro Magnésio Manganês Molibdênio Fósforo Selênio Zinco
Grupo Infantil (mg/d) (µg/d) (µg/d) (mg/d) (µg/d) (mg/d) (mg/d) (mg/d) (µg/d) (mg/d) (µg/d) (mg/d)
0-6 meses 210 0,2 200 0,01 110 0,27 30 0,003 2 100 15 2
7-12 meses 270 5,5 220 0,5 130 11 75 0,6 3 275 20 3
Crianças
1-3 anos 500 11 340 0,7 90 7 80 1,2 17 460 20 3
4-8 anos 800 15 440 1 90 10 130 1,5 22 500 30 5
Homens
9-13 anos 1300 25 700 2 120 8 240 1,9 34 1250 40 8
14-18 anos 1300 35 890 3 150 11 410 2,2 43 1250 55 11
19-30 anos 1000 35 900 4 150 8 400 2,3 45 700 55 11
31-50 anos 1000 35 900 4 150 8 420 2,3 45 700 55 11
51-70 anos 1200 30 900 4 150 8 420 2,3 45 700 55 11
>70 anos 1200 30 900 4 150 8 - 2,3 45 700 55 11
81/116

Mulheres
9-13 anos 1300 21 700 2 120 8 240 1,6 34 1250 40 8
14-18 anos 1300 24 890 3 150 15,0 360 1,6 43 1250 55 9
19-30 anos 1000 25 900 3 150 18 310 1,8 45 700 55 8
31-50 anos 1000 25 900 3 150 18 320 1,8 45 700 55 8
51-70 anos 1200 20 900 3 150 8 320 1,8 45 700 55 8
>70 anos 1200 20 900 3 150 8 320 1,8 45 700 55 8
Gestação
≤18 anos 1300 29 1000 3 220 27 400 2,0 50 1250 60 13
19-30 anos 1000 30 1000 3 220 27 350 2,0 50 700 60 11
31-50 anos 1000 30 1000 3 220 27 360 2,0 50 700 60 11
Lactação
≤18 anos 1300 44 1300 3 290 10 360 2,6 50 1250 70 14
19-30 anos 1000 45 1300 3 290 9 310 2,6 50 700 70 12

MD42-M-03
31-50 anos 1000 45 1300 3 290 9 320 2,6 50 700 70 12
MD42-M-03
TABELA 4

LIMITE SUPERIOR TOLERÁVEL DE INGESTÃO, VITAMINAS


Vit Ác.
Faixa etária Vit A Vit C Vit D Vit E Vit K Tiamina Riboflavina Niacina Vit B6 Folato Biotina Colina Carotenoide
B12 Pantotênico
Grupo Infantil (µg/d) (mg/d) (µg/d) (mg/d) (mg/d) (mg/d) (µg/d) (g/d)
0-6 meses 600 ND 25 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND
7-12 meses 600 ND 25 ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Crianças
1-3 anos 600 400 50 200 ND ND ND 10 30 300 ND ND ND 1,0 ND
4-8 anos 900 650 50 300 ND ND ND 15 40 400 ND ND ND 1,0 ND
Homens e
Mulheres
9-13 anos 1700 1200 50 600 ND ND ND 20 60 600 ND ND ND 2,0 ND
14-18 anos 2800 1800 50 800 ND ND ND 30 80 800 ND ND ND 3,0 ND
19-70 anos 3000 2000 50 1000 ND ND ND 35 100 1000 ND ND ND 3,5 ND
>70 anos 3000 2000 50 1000 ND ND ND 35 100 1000 ND ND ND 3,5 ND
82/116

Gestantes
≤18 anos 2800 1800 50 800 ND ND ND 30 80 800 ND ND ND 3,0 ND
19-50 anos 3000 2000 50 1000 ND ND ND 35 100 1000 ND ND ND 3,5 ND
Lactantes
≤18 anos 2800 1800 50 800 ND ND ND 30 80 800 ND ND ND 3,0 ND
19-50 anos 3000 2000 50 1000 ND ND ND 35 100 1000 ND ND ND 3,5 ND

* ND: Não dimensionados


MD42-M-03

ANEXO C
LISTAS DE SUBSTITUIÇÕES DOS ALIMENTOS

1 FINALIDADE

Este anexo ao Manual de Alimentação das Forças Armadas tem por finalidade dar
subsídios ao Gestor de Alimentação para elaborar um cardápio balanceado, conforme as
orientações do Capítulo VII (Metodologia para Elaboração de Cardápios).

A metodologia utilizada consiste em disponibilizar opções de cardápios por refeição


(Desjejum, Almoço e Jantar) e dentro de cada refeição suas composições (Ex.: Almoço:
Entrada, Prato Principal, Guarnição, Prato Base, Acompanhamentos e Sobremesa).
Dessa forma o Gestor poderá montar seu próprio cardápio com flexibilidade, atendendo
às suas disponibilidades e aos princípios básicos de elaboração de cardápios.
MESES
PRODUTO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
ABÓBORA JAPONESA * * * * * * * *
ABÓBORA MORANGA * * * * * * * *
ABÓBORA SECA * * * * * * * *
ABOBRINHA * * * * * * * *
ACELGA * * * * *
AGRIÃO * * * *
ALCACHOFRA * * *
ALFACE * * * * * * *
ALHO PORRÓ * * * * * *
ALMEIRÃO * * * * * *
ASPARGO * * * *
BATATA-DOCE * * * * * * *
BERINJELA * * * * *
BETERRABA * * * * * * *
BRÓCOLIS * * * * * *
CARÁ * * * * * *
CATALONHA * * * * * *
CEBOLINHA * * * * * *
CENOURA * * * * * * *
CHICÓRIA * * * * *
CHUCHU * * * * *
COGUMELO * * * * * * * *
COUVE * * * * * * *
COUVE-FLOR * * *
ERVA-DOCE * * * *
ERVILHA * * *
ESCAROLA * * *
ESPINAFRE * * * * * *
FEIJÃO CORADO * * * * *
GENGIBRE * * * * * * * * * *
GOBO * * * * * * *
INHAME * * * * * * * * * * * *
JILÓ * * * * *
MANDIOCA * * * * * * *
MANDIOQUINHA * * * * * * * * *
MAXIXE * * * * *

83/116
MD42-M-03

MILHO VERDE * * * * *
MOSTARDA * * * * * *
MOYASHI * * * * * * * *
NABO * * * * *
PALMITO * * * * * *
PEPINO * * * * * *
PIMENTA * * * * *
PIMENTÃO * * * *
QUIABO * * * * *
RABANETE * * * * * *
REPOLHO * * * * * * * *
RÚCULA * * * * *
SALSA * * * * * * * * * * *
SALSÃO * * * * * *
TOMATE * * * * * *
VAGEM * * * * * * *

2 DESJEJUM

A seguir estão relacionadas opções de itens dos grupos que deverão compor o
desjejum, lembrando que o limite de kcal deve ser de aproximadamente 420 kcal:

2.1 INFUSÕES

ITEM QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


Café sem açúcar 1 xícara 200 ml 13
Café com açúcar 1 xícara 200 ml 74,72
Café em pó 1 colher chá 5 g
Cappuccino tradicional 1 colher sopa 10 g 90
Cappuccino light 1 colher sopa 10 g 35
Chás com açúcar 1 xícara 200 ml 90

2.2 ACÚCARES

ITEM QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


Açúcar 1 colher sopa 12 g 47,5
Mel 3 colheres sopa 45 g 136,8
Geleia de fruta 2 colheres sopa 50 g 140
Geleia de fruta light 2 colheres sopa 40 g 40
Achocolatado em pó 2 colheres sopa 25 g 100

2.3 LATICÍNIOS

ITEM QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


Achocolatado em pó 1 unidade 200 ml 170
Leite integral 1 copo 200 ml 122
Leite integral em pó 2 colheres sopa 26 g 130
Leite desnatado 1 copo 200 ml 70
Leite desnatado em pó 1 ½ colher sopa 32 g 112
Leite semidesnatado 1 copo 200 ml 74
Leite semidesnatado em pó 2 ½ colheres sopa 26 g 136,1
Leite de cabra 1 copo 200 ml 69
Leite de soja 1 copo 200 ml 80
Coalhada 1 unidade 140 g 130
Coalhada desnatada 1 unidade 140 g 55

84/116
MD42-M-03

ITEM QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


Iogurte natural 1 unidade 185 g 130
Iogurte natural desnatado 1 unidade 200 g 60
Iogurte com polpa de fruta 1 unidade 120 g 120
Iogurte com polpa de fruta light 1 unidade 120 g 46
Bebida Láctea com fruta 1 copo 200 ml 150
Requeijão 1 ½ colher sopa 45 g 106,65
Requeijão light 1 ½ colher sopa 45 g 69

2.4 GORDURAS

ITEM QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


Maionese tradicional 1 ½ colher sopa 22,5 g 75
Maionese light 1 ½ colher sopa 15 g 35
Manteiga 1 colher sopa cheia 10 g 75
Margarina 2 ½ colheres sopa cheia 14 g 80
Margarina light 3 ½ colheres sopa cheia 14 g 67,5

2.5 CEREAIS E PANIFICADOS (equivalentes do pão francês 50g)

ITEM QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


Pão francês 1 unidade 50 g 134,5
*Banana comprida (da terra) ½ unidade M 110 g 128,7
*Batata doce 1 ½ unidade P 150 g 157,5
Biscoito salgado 5 unidades 30 g 135
Biscoito doce 5 unidades 35 g 132,3
Biscoito de polvilho 35 g 102,2
Biscoito recheado 2 unidades 30 g 126
Biscoito waffer 4 unidades 30 g 129,9
Bisnaguinha 3 unidades 48 g 135
Bolo simples 1 fatia P 50 g 158,9
Bolo de cenoura c/ cobertura de chocolate 1 fatia P 50 g 186,3
Bolo de chocolate 1 fatia P 50 g 179,2
Bolo de fubá 1 fatia P 50 g 160
Bolo de milho 1 fatia P 50 g 193,5
Bolo de tapioca 1 fatia P 50 g 144
Bolo industrializado 1 fatia P 50 g 170
Bolo industrializado light 1 fatia P 50 g 110
Bolacha amanteigada doce 6 unidades 20 g 125
Bolacha amanteigada salgada 6 ½ unidades 20 g 140
Bolacha de canela doce 1 porção 40 g 170
Canjica 4 colheres sopa 100 g 105,2
Chocottone ½ fatia 40 g 185
Croissant 1 unidade M 40 g 162,4
Cuscuz de milho ½ pedaço P 67,5 g 128,2
Inhame 1 rodela P 156 g 180,7
Macaxeira cozida 1 pedaço. P 125 g 150
Milho verde cozido 1 espiga M 100 g 129
Mungunzá 1 concha 150 g 150
Pamonha 1/3 unidade 50 g 129
Panettone ½ fatia 40 g 147,5
Pão francês sem miolo 1 ½ unidade 50 g = 45 g 121
Pão de batata 1 unidade M 50 g 120,7
Pão de hot-dog 1 unidade 50 g 140
Pão de manteiga 1 unidade 50 g 130
Pão de forma 2 fatias 50 g 134,5
Pão de forma integral 2 fatias 64 g 160
Pão de forma light 2 fatias 47 g 103,4
Pão de queijo industrializado 2 unidades 60 g 140

85/116
MD42-M-03

ITEM QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


Pão de queijo industrializado light 4 unidades 53 g 120
Pão de coco 1 unidade 35 g 110
Pão de centeio 2 fatias 50 g 116
Pão de milho 1 unidade 50 g 143,5
Pão de seda 1 unidade 50 g 150
Pão de hambúrguer 1 unidade 60 g 161,4
Pão de minuto 2 unidades 44 g 140
Pão doce 1 unidade50 g 134
Pão doce com creme 1 unidade 50 g 143,2
Pão italiano 2 fatias 60 g 162,6
Tapioca simples 1 unidade 60 g 148,8
Tapioca com coco 1 unidade 50 g 168
Tapioca com coco e queijo 1/3 unidade 33 g 142,1
Torrada integral 3 unidades 30 g 120
Torrada levemente doce 3 unidades 30 g 120
Torrada levemente salgada 3 unidades 30 g 120
Torrada light 3 unidades 30 g 120
Torrada de pão francês 5 fatias 35 g 125
Cereal flocos de milho sem açúcar 1 xícara chá 30 g 110
Cereal flocos de milho c/ açúcar ¾ xícara chá 30 g 110
Granola tradicional 2 colheres sopa 22 g 99
Aveia 1 ½ colher sopa 22 g 81,6
Amido de milho 1 colher sopa 20 g 70
Farinha de arroz 2 colheres sopa 20 g 70,8
Flocos de cereais (Neston) 4 colheres sopa 20 g 70
Farinha láctea 3 colheres sopa 21 g 84
Mingau de milho 4 colheres sopa 20 g 70
Obs.: Os itens relacionados com asterisco, apesar de não serem classificados como cereais,
podem ser utilizados em substituição ao pão.

2.6 FRIOS E AFINS (incluindo ainda queijos, produtos cárneos e ovos)

ITEM QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


*Mussarela 2 fatias 30 g 84,3
*Queijo coalho 2 fatias M 100 g 146
*Queijo cottage 2 colheres sopa 60 g 60g
*Queijo manteiga 1 ½ fatia 30 g 115,5
*Queijo minas 1 fatia 30 g 72,9
*Queijo minas padrão 2 fatias 30 g 110
*Queijo prato 2 fatias 30 g 107
*Tofu 90 g 65,7
Presunto 1 fatia 15 g 41,4
Presunto de peru 1 fatia 15 g 16,5
Peito de peru 1 fatia 15 g 16,5
Apresuntado 1 fatia 15 g 69
*Hambúrguer bovino 1 unidade 56 g 104
*Hambúrguer de frango 1 unidade 56 g 95,2
Mortadela 1 fatia 15 g 39,3
Mortadela de frango 1 fatia 15 g 40.8
*Ovo cozido 1 unidade 45 g 71
*Ovo frito 1 unidade 45 g 105
*Ovo mexido 1 porção 45 g 67
Salame hamburguês 1 fatia 20 g 80
Salame italiano 1 fatia 20 g 50
*Salsicha 1 unidade 30 g 72
*Salsicha de frango 1 unidade 30 g 72
Obs.: Os itens relacionados com asterisco podem ser utilizados em substituição aos frios, pois
também são ricos em proteína e fazem parte do hábito alimentar para essa refeição.

86/116
MD42-M-03

2.7 FRUTAS

ITEM QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


Abacaxi 1 rodela. G 100 g 49
Abacate 1 colher sopa picado 35 g 62
Acerola 12 unidades 144 g 46
Ameixa vermelha 3 unidades 90 g 49,5
Banana 1 unidade P 63 g 57,96
Caqui 1 unidade 130 g 101,4
Kiwi 1 unidade M 75 g 45,7
Laranja 1 unidade P 140 g 65,8
Maça vermelha 1 unidade P 130 g 76,7
Mamão papaia ½ unidade P 160 g 62,4
Mamão formosa 1 fatia M 157 g 50,2
Manga 1 unidade P 82,5 g 53,6
Maracujá 1 unidade M 45 g 43,6
Melão 1 fatia P 115 g 36,8
Melancia 1 fatia P 250 g 62,5
Morango 12 unidades P 120 g 36
Nectarina 1 unidade 100 g 49
Pêra 1 unidade M 110 g 64,9
Pêssego 1 unidade G 110 g 47,3
Pinha ½ unidade P 80 g 76,8
Pitanga 10 unidades 100 g 33
Pupunha 50 g 82
Salada de frutas 100 g 82
Tangerina 1 unidade. P 100 g 44
Uva 8 unidades 64 g 45,4

3 ALMOÇO E JANTAR

A seguir estão relacionadas as opções de cada tipo de preparação que deverá


compor o almoço/jantar:

3.1 ENTRADA

ITEM CLASSIFICAÇÃO QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


Abóbora cozida Legume 1 ½ xícara chá 300 g 60
Abobrinha cozida Legume 1 ½ xícara chá 100 g 56
Agrião Folhoso 1 xícara chá picado 42 g 10
Alface Folhoso 1 xícara chá picado 42 g 3
Almeirão Folhoso 1 xícara chá picado 42 g 7,56
Beterraba cozida Legume 7 colheres sopa cheia 140 g 61,6
Beterraba crua Legume 9 colheres sopa cheia 144 g 61,92
Brócolis cozido Folhoso 2 xícaras chá 200 g 56
Broto de alfafa Legume 2 xícaras chá 200 g 60,6
Broto de bambu Legume 2 xícaras chá 200 g 54
Cebola Legume 1 unidade G 150 g 57
Cenoura cozida Legume 1 unidade G 150 g 67,5
Cenoura crua Legume 1 unidade G 150 g 64,5
Chuchu cozido Legume 1 unidade P 170 g 40,8
Couve-flor cozida Legume 6 colheres sopa cheia 150 g 61,5
Espinafre cozido Folhoso 8 colheres sopa 200 g 46
Jiló cozido Legume 1 ½ xícara chá 150 g 78
Palmito em conserva Legume 3 unidades M 300 g 54

87/116
MD42-M-03

ITEM CLASSIFICAÇÃO QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


Rúcula Folhoso 1 xícara chá picado 42 g 5,88
Tomate seco Legume 1 unidade 11 g 87,9
Vagem cozida Legume 10 colheres sopa 200 g 70

ITEM CLASSIFICAÇÃO QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


Acelga Folhoso 1 xícara chá picado 42 g 4,62
Aspargo Legume 3 unidades M 200 g 18
Cebola Legume 2 colheres sopa cheia 16 g 14,04
Pepino Legume 1 xícara chá picado 177 g 11
Pimentão Legume 1 xícara chá picado 173 g 35
Rabanete Legume 1 xícara chá picado 121 g 15
Repolho Folhoso 1 xícara chá picado 94 g 19
Tomate Fruto 4 rodelas M 30 g 4,8
Obs.: A entrada deverá ser composta de, no mínimo, uma opção de folhosos e uma opção de
legume/fruto.

3.2 PRATO PRINCIPAL

PRATO CLASSIFICAÇÃO QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


Almôndegas de carne frita Bovina 3 unidades P 90 g 248,9
Bacalhau cozido Bovina 8 colheres sopa 160 g 235,2
Bife à milanesa Bovina 1 unidade P 65 g 224,35
Bife assado/grelhado Bovina 1 unidade G 120 g 234
Bife cozido/ensopado Bovina 1 unidade M 100 g 222
Bife frito Bovina 1 unidade P 75 g 222,84
Bife rolê Bovina 1 unidade P 75 g 266
Bisteca de porco assada Suína 2 unidades P 140 g 184,5
Bobó de camarão Pescado 1 colher sopa 28 g 45,9
Camarão cozido Pescado 1 ½ concha 225 g 222,7
Camarão frito com casca Pescado 6 colheres sopa 120 g 220,8
Carne de sol Bovina 1 bife M 100 g 410
Carne moída refogada Bovina 3 colheres sopa 75 g 219,8
Carneiro - carré Ovina 1 unidade M 90 g 213,3
Carneiro assado - bisteca Ovina 1 pedaço P 70 g 250,6
Carneiro cozido - costela Ovina 1 pedaço M 100 g 217
Carneiro guisado - lombo Ovina 1 pedaço. P 70 g 253
Charque Bovina 3 colheres sopa 55 g 236
Churrasquinho de panela Bovina 5 colheres sopa 125 g 232,5
Dobradinha Bovina 1 concha 150 g 166,5
Estrogonofe de carne Bovina 4 colheres sopa cheia 100 g 173
Estrogonofe de frango Ave 4 colheres sopa cheia 100 g 199
Feijoada Suína 1 concha 150 g 258,46
Fígado cozido Bovina 1 filé M 100 g 211,4
Fígado frito Bovina 1 filé M 100 g 226,8
File de frango a milanesa Ave 1 unidade M 100 g 233
Frango - asa assada Ave 2 unidades G 80 g 232
Frango - coxa cozida Ave 2 unidades M 150 g 253,5
Frango - coxa frita Ave 2 unidades P 104 g 254,8
Frango - filé cozido Ave 1 unidade G 150 g 245,5
Frango - filé de peito grelhado Ave 1 unidade G 120 g 220
Frango - miúdos cozidos Ave 2 colheres sopa cheia 100 g 220
Frango - sobrecoxa assada Ave 1 unidade G 125 g 261,25
Frango - sobrecoxa frita Ave 1 unidade P 110 g 239,8
Frango defumado Ave 3 porções. 150 g 207
Frango -filé de peito assado Ave 1 unidade M 100 g 227,21
Hambúrguer frito Bovina 2 unidades 112 g 208
Língua ensopada Bovina 3 fatias 90 g 225,9
Linguiça de porco cozida Suína 3 colheres sopa 60 g 221,4

88/116
MD42-M-03

PRATO CLASSIFICAÇÃO QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


Linguiça de porco frita Suína 3 colheres sopa 60 g 230,2
Lombo de porco assado Suína 1 pedaço G 120 g 217,5
Merluza cozida Pescado 2 filés P 200 g 217,6
Omelete simples Ovos 2 unidades 130 g 197,6
Panqueca de carne Bovina 1 unidade P 80 g 228,8
Peito de peru assado Ave 1 pedaço. P 120 g 210
Peixe à milanesa Pescado 1 filé P 90 g 239,4
Peixe cozido/ escabeche Pescado 1 filé M 120 g 219,6
Peixe frito filé de pescada Pescado 1 unidade P 100 g 217,6
Peixe grelhado Pescado 2 filés P 200 g 220
Proteína texturizada de soja Vegetal 10 colheres sopa 200 g 240
Quibe frito Bovina 2 unidades. M 100 g 207
Rabada Bovina 1 pedaço G 90 g 315,9
Rosbife Bovina 1 fatia 50 g 83
Salmão Pescado 2 filés 200 g 232
Torta de frango Ave 1 fatia 120 g 237,3
Torta de sardinha Pescado 1 fatia 100 g 217,12
Vatapá Pescado 1 concha 150 g 189
Obs.: Os cardápios de almoço e jantar de um mesmo dia devem ter opções de prato principal de
classificações diferentes, ou seja, não devemos ter em um mesmo dia carne bovina no almoço e
jantar.

3.3 GUARNIÇÃO

PRATO QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


Abóbora cozida 1 ½ xícara chá 300 g 60
Banana à milanesa 1 unidade P 78 g 144,2
Batata cozida 5 colheres sopa 150 g 130,5
Batata frita 1 escumadeira M cheia 65 g 182
Batata palha 1 porção 100 g 181,4
Batata souté 5 colheres sopa 125 g 187,5
Berinjela cozida 4 escumadeiras M cheia 500 g 140
Berinjela frita 4 rodelas G 80 g 174,4
Cenoura refogada 7 colheres de sopa 175 g 176,7
Couve- flor à milanesa 1 ramo M 90 g 136,8
Creme de espinafre (sem creme de leite) 4 colheres sopa cheia 140 g 186,2
Creme de milho (sem creme de leite) 4 colheres sopa cheia 132 g 140
Cuscuz paulista 1 pedaço P 100 g 184,7
Empadão de palmito 1 fatia 100 g 189,1
Farofa 2 colheres sopa cheia 30 g 141,3
Macarrão ao alho e óleo 3 colheres sopa cheia 75 g 164,2
Macarrão ao sugo 6 colheres sopa cheia 150 g 127,84
Macaxeira cozida 1 pedaço M 125 g 150
Macaxeira frita 1 ½ colher sopa picada 50 g 178
Maionese de legumes 3 colheres sopa cheia 114 g 110,37
Nhoque 1 escumadeira M cheio 100 g 141
Pirão 1 concha P 150 g 181,5
Polenta 2 porções 200 g 125,76
Polenta com molho de carne 2 porções 200 g 117,5
Polenta frita 2 porções 200 g 178,8
Purê de batata 4 colheres sopa 120 g 130,7
Purê de inhame 4 colheres sopa 120 g 147,6
Salada de batata com maionese 3 colheres sopa 114 g 173,3
Salpicão de frango 4 colheres sopa 100 g 187
Suflê de legumes (sem creme de leite) 1 ½ escumadeira150 g 190,5
Suflê de queijo (sem creme de leite) 1 escumadeira 100 g 179
Tutu à mineira 4 colheres sopa R 80 g 170,65

89/116
MD42-M-03

PRATO QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


Abóbora refogada 2 colheres sopa cheia 60 g 61,8
Abobrinha cozida 1 xícara chá 100 g 56
Abobrinha frita (à milanesa) 1 colher sopa cheia 30 g 58,1
Alcachofra cozida 1 unidade 120 g 60
Brócolis refogado 6 colheres sopa cheia 60 g 48,6
Canelone de frango 1 unidade G 60 g 116,4
Canelone de ricota 1 unidade G 40 g 98,4
Chuchu ao molho branco 4 colheres sopa cheia 80 g 75,2
Couve refogada 3 colheres sopa cheia 150 g 70,3
Espinafre refogado 2 colheres sopa cheia 50 g 53,5
Jiló frito 1 ½ colheres sopa R 30 g 86,4
Lasanha 1 escumadeira cheia 314,5
Mandioquinha 2 colheres sopa cheia 50 g 52
Maxixe refogado 1 ½ xícara chá 150 g 79,5
Panachê de legumes 1 xícara chá 100 g 83
Quiabo refogado 2 colheres sopa cheia 80 g 72
Repolho refogado 1 xícara chá 100 g 60
Vagem refogada 2 colheres sopa cheia 70 g 69,3

3.4 PRATO BASE: ARROZ

ITEM QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL


Arroz branco 4 colheres sopa 100 g 124,69
Arroz à grega 4 colheres sopa 100 g 140
Arroz integral 8 colheres sopa 160 g 122,8

3.5 PRATO BASE: FEIJÃO

ITEM QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL ESTIMADO


Feijão branco ½ concha 75 g 106,5
Feijão preto 1 concha 150 g 103,5
Feijão tropeiro 1 concha 150 g 103,5
Feijão verde 1 concha 150 g 76,6
Feijão-marrom 1 concha 150 g 91,5
Lentilha 1 concha P 64 g 74,24
Obs.: O almoço e o jantar deverão ter obrigatoriamente opções dos dois pratos base.

3.6 ACOMPANHAMENTOS

ITEM QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL ESTIMADO


Água de coco 1 copo 200 ml 40
Farinha de mandioca 2 ½ colheres sopa 40 g 141,6
Molhos para salada industrializados 1 colher sopa 15 g 80
Molhos para salada industrializados light 1 colher sopa 15 g 25
Pão Francês (torradas) 5 fatias 35 g 125
Refresco com açúcar 9g/ 200 ml 35
Refrigerante 1 copo 200 ml 80
Refrigerante light 1 copo 200 ml 0
Suco de polpa de fruta concentrado 1 copo 200 ml 90
Torrada 3 fatias 30 g 120

3.7 SOBREMESAS

ITEM QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL ESTIMADO


Bananada 2 colheres sopa 50 g 144,1
Brigadeiro 2 unidades P 30 g 120,6

90/116
MD42-M-03

ITEM QUANTIDADE “PER CAPITA” KCAL ESTIMADO


Cajuada pastosa 2 porções 40 g 120
Cajuzinho 3 unidades P 36 g 152,3
Compota de abóbora 1 porção 50 g 132
Compota de mamão 1 porção 50 g 113
Doce de abacaxi 1 ½ colher sopa 50 g 150
Doce de amendoim 1 unidade 30 g 135
Doce abóbora com coco 2 colheres sopa 60 g 165,6
Doce de banana em calda 3 colheres sopa 80 g 116,6
Doce de batata-doce 3 colheres sopa 90 g 123,3
Doce de caju 1 colher sopa 40 g 149,5
Doce de coco 1 colher sobremesa cheia 30 g 140,7
Doce de figo 2 unidades 100 g 107
Doce de leite 1 colher sopa cheia 40 g 116
Doce de mamão verde 2 colheres sopa 80 g 156
Doce de manga 3 colheres sopa 60 g 168
Doce de pêssego 1 unidade 80 g 152
Doce de coco 2 colheres sopa 40 g 140
Doce de leite com ameixa 1 colher sopa 40 g 120
Doce de leite com coco 1 porção 60 g 150
Gelatina 2 unidades 220 g 147,4
Goiabada 1 fatia M 60 g 149,4
Marrom glacê 1 fatia M 60 g 149,4
Marmelada cica 1 porção 40 g 120
Mousse de chocolate 2 colheres sopa cheia 50 g 188,65
Mousse de maracujá 2 colheres sopa cheia 50 g 142,5
Paçoquinha 2 unidades 32 g 160
Pé de moleque 2 unidades 32 g 180,49
Pudim de leite condensado 1 fatia P 90 g 194,49
Queijadinha 2 unidades 40 g 115,92
Quindim 2 unidades 32 g 109,33
Rapadura 1 pedaço P 30 g 111
Sorvete de fruta 2 bolas 80 g 100,8
Sorvete de creme 2 bolas 80 g 166,4
Suspiro 4 unidades M 40 g 103,08
Obs.: A sobremesa deve ser intercalada entre doces e frutas em um mesmo dia.

4 ABREVIATURAS

P: pequeno
M: médio
G: grande

91/116
MD42-M-03

INTENCIONALMENTE EM BRANCO

92/116
MD42-M-03

ANEXO D
FATOR DE CORREÇÃO DE ALIMENTOS

HORTALIÇAS Grupo A (5% H.C.) AVES FRUTAS FRESCAS


Alimentos F.C. Alimentos F.C. Alimentos F.C.
Abobrinha 1,33-1,38 Codorniz 1,49 Abacate 1,33-1,68
Acelga 1,54-1,66 Faisão 1,81 Abacaxi 1,89
Agrião 1,78 Frango 2,38 Abiu -
Aipo 1,11-1,58 Galinha 1,72 Ananás 1,68-1,88
Alface 1,09-1,33 Ganso 1,69 Anona 2,44
Alho 1,08 Pato 1,56 Araçá 1,16
Alho porro 1,35-2,22 Perdiz 2,56 Banana-d'água 1,66
Aspargo 2,00 Peru 1,64 Banana-maçã 1,58
Beldroega - Pombo 1,66 Banana-de-são tomé 1,31
Benincasa 1,44 CRUSTÁCEOS Banana-ouro 1,22
Berinjela 1,04-1,08 Alimentos F.C. Banana-prata 1,51
Bredo - Camarão 4,10 Caju 1,28
Brócolis 2,12 Caranguejo 8,33 Caqui 1,06
Broto de bambu 3,33 Lagosta 2,78 Cereja 1,06-1,31
Caruru 2,00 Coco maduro 1,79
Chicória crespa 1,40 MARISCOS Coco verde 7,40
Chicória lisa 1,12-1,15 Alimentos F.C. Damasco 1,06
Coentro 1,10 Mexilhão 3,45 Figo de cacto 1,27
Couve 1,6-2,22 Ostras 5,52-10,00 Fruta-do-conde 1,33
Couve-flor 2,22-2,46 Fruta-pão 1,30
Dente-de-leão - OVOS Goiaba 1,22
Escarola 1,92 Alimentos F.C. Jaca 4,13
Escorcioneira - Ovo de galinha 1,12 Laranja 1,39-2,13
Espinafre 1,78 Ovo de pato 1,15 Lima 2,26
Funcho 1,07 Ovo de peru 1,13 Maçã 1,14-1,35
Jambu - Ovo de tartaruga 1,10 Mamão 1,47-1,79
Pepino 1,42 Manga-espada 1,55
Rabanete 1,10 PEIXES Melancia 2,17
Repolho 1,72 Alimentos F.C. Melão 1,04
Salsa 1,10 Arenque 1,78 Morango 1,04-1,20
Serralha - Bacalhau 2,52 Pêra 1,20
Taioba 1,15 Bonito 1,72 Pêssego 1,25
Tomate 1,25 Carpa 2,56 Pitanga 1,23
HORTALIÇAS Grupo B (10% H.C.) Enguia 1,31 Tamarindo 2,08
Alimentos F.C. Esturjão (def.) 1,17 Tangerina 1,30-1,43
Abóbora 1,15-1,64 Hipoglosso 1,23 Tâmara 1,15
Alcachofra 2,08 Linguado 2,56 Uva branca 1,21
Bardana 1,51 Merlusa 1,66 Uva preta 1,28-1,33
Beterraba 1,61-1,88 Peixe-rei 1,81 FRUTAS SECAS
Calabura - Pescadinha 2,00 Alimentos Alimentos
Cebola 1,03-2,44 Robalo 2,08 Ameixa 1,17-1,22
Cenoura 1,17 Salmão 2,17 Amêndoa 1,81
Chuchu 1,47 Surubi 1,57 Avelã 2,08-2,10
Ervilha fresca 1,81-2,20 Truta 2,04 Azeitona 1,19-1,37
Fava fresca 2,94 Castanha 1,31
Jiló 1,09 TARTARUGA Castanha-do-pará 2,00
Maxixe 1,03 Alimentos F.C. Coco 1,88
Nabo 1,08-1,15 De mar 4,16 Figo 1,03
Pimentão 1,26 De rio 4,76 Nozes 2,50-6,14
Quiabo 1,22 Pinhão 1,72
Rábano 2,04 Uva 1,11
Vagem 1,41

93/116
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HORTALIÇAS Grupo C (20% H.C.) VACUM LEGUMINOSAS SECAS


Alimentos F.C. Alimentos F.C. Alimentos F.C.
Batata-doce 1,13-1,33 Acém 1,11-1,28 Amendoim c/casca 2,69
Batata-inglesa 1,06 Alcatra 1,12-1,20 Amendoim s/casca 1,33-1,38
Cará 1,35 Chá-de-dentro 1,10-1,13 Ervilha seca 1,03
Inhame 1,40 Filé mignon 1,01-1,20 Fava 1,03
Mandioquinha 1,15 Pá 1,61-1,69 Grão-de-bico 1,03
Mandioca 1,39 Patinho 1,10-1,13 Lentilha 1,03
Milho verde 2,63 Peito 1,10-1,15 Soja 1,88
Lagarto 2,22-2,44
Fonte de dados: SAPS e Instituto Nacional de La Nutricion - Buenos Aires - CNP 25
año 1943.
Nota: As variações nos índices (FC) decorrem da qualidade inicial de cada alimento.

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ANEXO E
SAFRA DE HORTALIÇAS

MESES
PRODUTO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
ABÓBORA JAPONESA * * * * * * * *
ABÓBORA MORANGA * * * * * * * *
ABÓBORA SECA * * * * * * * *
ABOBRINHA * * * * * * * *
ACELGA * * * * *
AGRIÃO * * * *
ALCACHOFRA * * *
ALFACE * * * * * * *
ALHO PORRÓ * * * * * *
ALMEIRÃO * * * * * *
ASPARGO * * * *
BATATA-DOCE * * * * * * *
BERINJELA * * * * *
BETERRABA * * * * * * *
BRÓCOLIS * * * * * *
CARÁ * * * * * *
CATALONHA * * * * * *
CEBOLINHA * * * * * *
CENOURA * * * * * * *
CHICÓRIA * * * * *
CHUCHU * * * * *
COGUMELO * * * * * * * *
COUVE * * * * * * *
COUVE-FLOR * * *
ERVA-DOCE * * * *
ERVILHA * * *
ESCAROLA * * *
ESPINAFRE * * * * * *
FEIJÃO CORADO * * * * *
GENGIBRE * * * * * * * * * *
GOBO * * * * * * *
INHAME * * * * * * * * * * * *
JILÓ * * * * *
MANDIOCA * * * * * * *
MANDIOQUINHA * * * * * * * * *
MAXIXE * * * * *
MILHO VERDE * * * * *
MOSTARDA * * * * * *
MOYASHI * * * * * * * *
NABO * * * * *
PALMITO * * * * * *
PEPINO * * * * * *
PIMENTA * * * * *
PIMENTÃO * * * *
QUIABO * * * * *
RABANETE * * * * * *
REPOLHO * * * * * * * *
RÚCULA * * * * *
SALSA * * * * * * * * * * *
SALSÃO * * * * * *
TOMATE * * * * * *
VAGEM * * * * * * *

95/116
MD42-M-03

ANEXO E
(continuação)
SAFRAS DE FRUTAS NACIONAIS
MESES
PRODUTO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
ABACATE * * * * * *
ABACATE COLLISON * * *
ABACATE FORTUNA * * * *
ABACATE FUCKS * *
ABACATE MANTEIGA * * * *
ABACATE OLINDA * *
ABACATE PRINCE * *
ABACATE WAGNER * *
ABACAXI * * * * *
AMEIXA * * *
BANANA CLIMATIZ * * * * * * *
BANANA MAÇÃ * * * * *
BANANA NANICA * * * * * *
BANANA PRATA * * * * * *
CAJU * *
CAQUI * * *
FIGO * * * *
FIGO DA ÍNDIA * * *
FRUTA DO CONDE *
GOIABA * * * * *
JABUTICABA * * * *
JACA * * * * * *
LARANJA * * * * * *
LARANJA BAIA * * * *
LARANJA LIMA * * * * * *
LARANJA PÊRA * * * * * * *
LIMÃO * * * * * *
LIMÃO GALEGO * * * * * * * * * * * *
LIMÃO TAITI * * * * * * *
MAÇÃ * * * *
MAMÃO * * * * *
MAMÃO HAWAI * * *
MANGA * * *
MANGA BOURBON * * *
MANGA CORAÇÃO DE BOI * *
MANGA ESPADA * * *
MANGA HADEN * *
MARACUJÁ AZEDO * * * * * * *
MARACUJÁ DOCE * * * * * *
MELANCIA * * * * * * * *
MELANCIA XODAMA * *
MELÃO AMARELO * * * * *
MELÃO PRINCE * * *
MORANGO * * * * *
NECTARINA * *
NESPERA * *
PÊRA *
PÊSSEGO * *
TANGERINA CRAVO * * *
TANGERINA MURCOT * * * *
TANGERINA PONCAN * *
UVA ITALIANA * * *
UVA ISABEL * *
UVA NIÁGARA * *

96/116
MD42-M-03

ANEXO E
(continuação)

SAFRAS DE PRODUTOS DIVERSOS


MESES
PRODUTO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
ALHO NACIONAL * * * *
ALHO ESTRANGEIRO * * * * * *
BATATA * * * * * *
CEBOLA * * * * * * *
COCO * * * * * * *
OVOS * * * * *

SAFRAS DE PESCADOS DE ÁGUA SALGADA


MESES
PRODUTO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
ANJO * * * * * * * *
ATUM * * * * * *
BAGRE * * * * * * * *
BONITO * * * * * *
CAÇÃO * * * * *
CAÇONETE * * * * *
CAMARÃO ROSA * * * * * * * *
CAMARÃO MÉDIO * * * * * * *
CAMARÃO SETE BARBAS * * * * * * *
CASTANHA * * * * * * * * *
CAVALINHA * * * * *
CORVINA * * * * * *
ENCHOVA * * * * *
ESPADA * * * * * *
FILÉ DE MERLUSA * * * * * * *
GOETE * * * * * *
LINGUADO * * * * *
LULA * * * * * * *
MANJUBA * * * *
PESCADA GRANDE * * * * * * *
PESCADA MÉDIA * * * * * * *
PESCADA PEQUENA * * * * * * * * *
RAIA * * * * * * * *
SARDINHA * * * * * * *
TAINHA * * * * *
VIOLA * * * * * * *

97/116
MD42-M-03

INTENCIONALMENTE EM BRANCO

98/116
MD42-M-03

ANEXO F
RECOMENDAÇÕES BÁSICAS PARA O RECEBIMENTO DE ALIMENTOS

Aquele que recebe um alimento entregue por um fornecedor deve avaliá-lo qualitativa
e quantitativamente, segundo critérios predefinidos para cada produto.

Deverão ser observados, especialmente, os seguintes aspectos:


I - data de fabricação e validade de cada produto;
II - condições das embalagens, que devem estar limpas, íntegras e seguir as
particularidades de cada alimento. Esses não devem estar em contato com papel não
adequado (reciclado, jornais, revistas e similares), papelão ou plástico reciclado;
III - condições do entregador, que deve estar com uniforme adequado e limpo,
avental, sapato fechado, proteção para o cabelo ou mãos (rede, gorro ou luvas), quando
necessário;
IV - rotulagem, na qual deve constar o nome e a composição do produto, lote,
data de fabricação e validade, número de registro no órgão oficial, CGC, endereço de
fabricante e distribuidor, condições de armazenamento e quantidade (peso);
V - temperaturas, as quais devem estar adequadas e serem registradas no ato do
recebimento; e
VI - alvará do veículo de transporte.

Os produtos perecíveis devem cumprir os seguintes critérios de temperatura para fim


de recebimento:
I - congelados: -18ºC com tolerância até -12ºC;
II - resfriados: 6 a 10ºC, ou conforme a especificação do fabricante; e
III - refrigerados: até 6ºC com tolerância até 7ºC.

As temperaturas devem estar adequadas e serem registradas no ato do


recebimento.

Caso haja mais de um fornecedor aguardando, preferir a seguinte ordem de


recebimento:
1º) alimentos perecíveis resfriados ou refrigerados;
2º) alimentos perecíveis congelados;
3º) alimentos perecíveis permitidos em temperatura ambiente; e
4º) alimentos não-perecíveis.

Realizar controle microbiológico e físico-químico quando necessário, por


laboratório próprio ou terceirizado;

Sempre que possível, é importante proceder a uma avaliação das condições


operacionais dos estabelecimentos dos fornecedores de matérias-primas, produtos
semielaborados ou produtos prontos, por meio de visita técnica, como subsídio para a
qualificação e triagem dos fornecedores.

Fazer avaliação sensorial (características organolépticas, cor, gosto, odor, aroma,


aparência, textura, sabor e cinestesia). Essa avaliação deve estar baseada nos critérios
definidos pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 12806 - 02/93) e,
de uma maneira geral, poderá ser efetuada como a seguir descrito:

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Leite, queijos, laticínios e massas frescas


Observar se as embalagens de leite não estão estufadas ou de algum modo
alteradas. Devem apresentar líquido homogêneo, cor branca leitosa, odor característico
e sabor suave, entre salgado e adocicado. As massas devem estar isentas de fungos e
com grau de umidade adequado. Alguns queijos podem estar à temperatura ambiente,
desde que especificado no rótulo.

Queijo tipo minas fresco


Crosta mal formada, consistência macia, textura fechada com ou sem buracos
mecânicos pequenos, sem estufamento da embalagem, cor branca ou branca-creme,
homogênea, odor característico.

Requeijão
Massa mole ou pastosa, cor branca-creme e homogênea, odor característico, sabor
entre adocicado, ligeiramente ácido e levemente salgado.

Ricota fresca
Crosta rugosa, não-formada ou pouco nítida, consistência mole, às vezes sem soro,
textura fechada ou com alguns olhos mecânicos, cor branca, odor característico, sabor
suave.

Queijo tipo mussarela


Crosta firme ou não-formada, consistência semidura, rígida, cor branca-creme,
homogênea, odor característico, sabor suave, levemente salgado.

Queijo tipo prato


Crosta lisa, fina e bem formada, preferivelmente revestida de parafina, pasta
semidura, elástica, tendente a macia, de untura manteigosa; textura com olhos
redondos ou ovais, regularmente distribuídos, pouco numerosos, odor característico,
bem formados, cor amarela-palha, tolerando-se o ligeiramente róseo, sabor suave, não
picante.

Queijo tipo parmesão


Crosta firme, lisa, não-pegajosa, untada com óleo secativo ou verniz próprio,
consistência dura, maciça, de untura seca; textura compacta, com poucos olhos
mecânicos pequenos, de fratura granulosa; cor amarela-palha, homogênea, podendo
tender ao esverdeado no de prolongada maturação; odor e sabor característico,
picante, forte.

Queijo tipo provolone


Crosta firme, lisa, resistente, destacável, parafinada, encerada ou oleada;
consistência semidura, de untura meio seca ou tendente a manteigosa; textura
compacta ou com poucos olhos, defumado ou não; cor marfim ou creme, homogênea,
odor característico e sabor picante, suave, tolerando-se o picante forte.

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Hortifrutigranjeiros
É importante observar tamanho, cor, aroma e grau de maturação característicos de
cada espécie. Devem estar frescos, íntegros, firmes, sem traços de descoloração ou
manchas, isentos de aroma, sabor e odor estranhos. Ausência de danos físicos e
mecânicos que afetem a aparência (rachaduras, perfurações, cortes etc.).
Devem estar livres de enfermidades e isentos de insetos, moluscos e larvas. Não
devem conter corpos estranhos aderentes à superfície externa, como terra, bolor,
mucosidade ou umidade externa anormal (“gosmenta”).
A triagem deve ser feita retirando-se folhas velhas, frutos verdes e deteriorados.
Conforme a necessidade, solicitar a troca da mercadoria.
Os ovos devem estar com a casca íntegra, sem rachaduras e resíduos que
indiquem a falta de higiene do fornecedor. Devem estar, de preferência, em caixas
plásticas (tipo bandejas).

Carne bovina
Sem formação de cristais de gelo, água dentro da embalagem e sinal de
recongelamento.
Consistência firme, não amolecida, nem pegajosa.
Odor e cor característicos: vermelho vivo, sem escurecimento ou manchas
esverdeadas; e
Produtos cárneos salgados, curados ou defumados podem ser recebidos em
temperatura ambiente, desde que especificado na embalagem.

Carne suína
Deve ser recebida de preferência congelada;
Sem formação de cristais de gelo, água dentro da embalagem e sinal de
recongelamento;
Consistência firme, não amolecida, nem pegajosa;
Odor e cor característicos: rosada, sem escurecimento ou manchas esverdeadas; e
Observar formações redondas brancas de cisticercos, semelhante a “canjicas”.

Aves
Sem formação de cristais de gelo, água dentro da embalagem e sinal de
recongelamento;
Consistência firme, não amolecida, nem pegajosa; e
Odor e cor característicos: amarelo-rosada, sem escurecimento ou manchas
esverdeadas.

Embutidos
Sem formação de cristais de gelo, água dentro da embalagem e sinal de
recongelamento;
Firmes, não pegajosos;
Odor característico, sem odor de ranço; e
Cor característica de cada espécie, sem manchas pardacentas, esbranquiçadas,
verdes ou cinzas.
Peixes
Sem formação de cristais de gelo, água dentro da embalagem e sinal de
recongelamento;
Consistência firme, não amolecida, nem pegajosa;

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Odor e cor característicos: geralmente branca ou ligeiramente rósea;


No peixe inteiro, a carne deve estar presa à espinha, ventre desinchado, escamas
bem aderidas e brilhantes, guelras úmidas e intactas, olhos brilhantes e salientes,
superfície não pegajosa; e
Pescados salgados, curados ou defumados podem ser recebidos em temperatura
ambiente, desde que especificado na embalagem.

Camarão
Sem formação de cristais de gelo, água dentro da embalagem e sinal de
recongelamento;
Corpo curvo, não deixando escapar facilmente pernas e cefalotórax. Carapaça
transparente, deixando visualizar coloração dos músculos, aderente ao corpo e
libertando-se sem aderências musculares, quando forçada. Olhos na cor negra e bem
destacados; e
Odor e cor característicos: rosada ou acinzentada, de acordo com a espécie, sem
pigmentação estranha.

Ostras, mariscos, mexilhões e vieiras


Sem formação de cristais de gelo, água dentro da embalagem e sinal de
recongelamento;
Esponjoso, gelatinoso, elástico; fechados e com grande retenção de água incolor e
límpida nas conchas. Carne deve estar aderida à concha e úmida;
Odor característico; e
Cor característica: cinzenta clara nas ostras, amarelada nos mexilhões e mariscos.

Lula, polvo
Sem formação de cristais de gelo, água dentro da embalagem e sinal de
recongelamento;
Pele lisa e úmida, olhos transparentes, carne consistente e elástica; e
Odor e cor característicos: branco rosada, acinzentada, sem coloração estranha à
espécie, especialmente a vermelha.

Cereais, farináceos e leguminosas


Isentos de matéria terrosa, parasitas, fungos, vestígios de insetos, livres de
umidade e coloração específica de cada espécie. As farinhas devem ter aspecto de pó
fino ou granulado, dependendo da espécie, não devendo estar empedradas,
fermentadas ou rançosas.

Embalagens
Não devem estar enferrujadas, estufadas, amassadas, trincadas, apresentar
vazamentos nas tampas, formação de espumas ou qualquer outro sinal de alteração do
produto.

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ANEXO G
RECOMENDAÇÕES BÁSICAS PARA A MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS

Durante a preparação dos alimentos, devem ser adotadas medidas a fim de minimizar o
risco de contaminação cruzada, ou seja, deve-se evitar o contato direto ou indireto entre
alimentos crus, semipreparados e prontos para o consumo.

Quando aplicável, antes de iniciar a preparação dos alimentos deve-se proceder à


adequação da limpeza das embalagens primárias das matérias-primas e dos ingredientes,
minimizando o risco de contaminação.

No dessalgue das carnes salgadas devem ser adotados os seguintes procedimentos


para obtenção de uma retirada do sal segura: trocas de água no máximo a 21ºC ou a cada 4
horas, em água sob refrigeração até 10ºC, e por meio de fervura.

A eficácia do tratamento térmico deve ser avaliada pela verificação da temperatura e do


tempo utilizados e, quando aplicável, pelas mudanças na textura e cor na parte central do
alimento.

Na cocção os alimentos devem atingir no mínimo 74ºC no seu centro geométrico ou


combinações de tempo e temperatura como 65ºC por 15 minutos ou 70º C por 2 minutos.
Entre os diversos métodos de cocção, ressalta-se a cocção por fritura, que deve atender aos
seguintes requisitos:
I - os óleos e gorduras utilizados nas frituras não devem ser aquecidos a mais de
180ºC;
II - o óleo deve ser desprezado sempre que houver alteração de qualquer uma das
seguintes características: sensoriais (cor, odor, sabor, etc.) ou físico-químicos (ponto de
fumaça, pH, peroxidase etc); e
III - o óleo só pode ser reutilizado uma vez e quando não apresentar quaisquer
alterações das características físico-químicas ou sensoriais. Deve ser filtrado em filtros
próprios ou em pano branco, fervido por 15 minutos. Quando utilizar fritadeiras com filtro,
seguir as recomendações do fabricante e observar as características físico-químicas ou
sensoriais.

No reaquecimento, os alimentos que já sofreram cocção inicial devem atingir novamente


a temperatura de segurança no centro geométrico.

Após serem submetidos à cocção, os alimentos preparados devem ser mantidos em


condições de tempo e de temperatura que não favoreçam a multiplicação microbiana.

Os processos utilizados para a obtenção do resfriamento seguro de alimentos que


sofreram cocção devem ser realizados de forma a minimizar o risco de contaminação cruzada
e a permanência do alimento em temperaturas que favoreçam a multiplicação microbiana. É
desejável que a temperatura do alimento preparado seja reduzida de 55ºC a 21ºC em até
duas horas, e em seguida para 4ºC em até 6 horas.

No resfriamento forçado até 21º C e consequente refrigeração até 4ºC, podem ser
utilizados:
I - imersão em gelo;
II - freezer (-18ºC); e
III - geladeira (2º a 3ºC) ou equipamento para refrigeração rápida.

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Os alimentos submetidos ao descongelamento devem ser mantidos sob refrigeração se


não forem imediatamente utilizados, não devendo ser recongelados. Todos os alimentos que
foram descongelados para serem manipulados não devem ser recongelados crus.

Alimentos prontos congelados que foram descongelados não devem ser recongelados.

O descongelamento deve ser conduzido de forma a evitar que as áreas superficiais dos
alimentos se mantenham em condições favoráveis à multiplicação microbiana. Na etapa de
descongelamento, os alimentos passam da temperatura original para até 4°C, sob
refrigeração ou em condições controladas.

São requisitos para o descongelamento seguro:


I - em câmara ou geladeira a 4ºC;
II - em água com temperatura inferior a 21ºC por 4 horas;
III - em forno microondas ou de convecção; e
IV - em temperatura ambiente, em local seco, sem contaminação ambiental, vento,
pó, excesso de pessoas, utensílios e outros, sendo monitorada a temperatura superficial,
sendo que, ao atingir 3 a 4°C, o alimento deve ser mantido na geladeira a 4°C.

Alimentos crus semiprontos, preparados com carnes descongeladas, podem ser


congelados desde que sejam utilizados diretamente na cocção, atingindo no mínimo 74ºC no
centro geométrico.

Alimentos que necessitem serem transferidos de suas embalagens originais devem ser
acondicionados de forma que se mantenham protegidos, acondicionados em contentores
descartáveis ou outros adequados para guarda de alimentos, devidamente higienizados. Na
impossibilidade de manter o rótulo original do produto, as informações devem ser transcritas
em etiqueta apropriada.

Os ovos podem estar contaminados com Salmonella sp. tanto na casca como na gema.
Existem medidas de controle que devem ser realizadas na indústria, porém a qualidade
sanitária das preparações à base de ovos nas empresas fornecedoras de alimentos pode ser
garantida com os seguintes procedimentos:
I - verificar se os ovos estão estocados em local arejado, limpo e fresco, longe de
fontes de calor;
II - conferir o prazo de validade;
III - não utilizar ovos com a casca rachada;
IV - evitar misturar a casca com o conteúdo do ovo; e
V - não reutilizar as embalagens de ovos, nem utilizá-las para outras finalidades.

Nas preparações à base de ovos deverão ser observados os seguintes aspectos:


I - não oferecer para consumo ovos crus;
II - não oferecer para consumo alimentos preparados nos quais os ovos permaneçam
crus; preparações sem cocção (cremes, mousses, maioneses caseiras etc.);
III - utilizar ovos pasteurizados, ovos desidratados e ovos cozidos; e
IV - utilizar nas preparações quentes: ovos cozidos por 7 minutos em fervura, ovos
fritos com a gema dura, omeletes, empanados, milanesa, bolos, doces etc., que devem atingir
74ºC no centro geométrico.

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ANEXO H
RECOMENDAÇÕES BÁSICAS PARA ARMAZENAGEM DE ALIMENTOS

Considera-se armazenamento sob congelamento a etapa na qual os alimentos são


armazenados à temperatura de 0ºC (zero) ou menos, de acordo com as recomendações
dos fabricantes, constantes na rotulagem, ou dos critérios de uso.

Considera-se armazenamento sob refrigeração a etapa em que os alimentos são


armazenados em temperatura de 0ºC a 10ºC, de acordo com as recomendações dos
fabricantes, constantes na rotulagem, ou dos critérios de uso.

Considera-se estoque a seco a etapa na qual os alimentos são armazenados à


temperatura ambiente, segundo especificações no próprio produto e recomendações dos
fabricantes, constantes na rotulagem.

Com relação à disposição e ao controle no armazenamento, deverão ser observados


os seguintes detalhes:
I - a disposição dos produtos deverá obedecer à data de fabricação, sendo que os
produtos de fabricação mais antiga deverão ser posicionados para ser consumidos em
primeiro lugar (“primeiro que entra é o primeiro que sai” - PEPS; ou “primeiro que vence é
o primeiro que sai” - PVPS);
II - todos os produtos devem estar adequadamente identificados e protegidos
contra contaminação;
III - alimentos não devem ficar armazenados junto a produtos de limpeza,
químicos, de higiene e perfumaria;
IV - é proibida a entrada de caixas de madeira na área de armazenamento e
manipulação;
V - alimentos ou recipientes com alimentos não devem ficar em contato direto
com o piso, e sim apoiados sobre estrados ou prateleiras das estantes, devendo ser
respeitado o espaçamento mínimo que garanta a circulação de ar (10cm); e
VI - alimentos que necessitem de transferência de suas embalagens originais
devem ser acondicionados de forma que sejam mantidos protegidos, devendo ser
acondicionados em contentores descartáveis ou de outro tipo adequado para guarda de
alimentos, devidamente higienizados.

No armazenamento sob refrigeração devem ser observadas as seguintes


temperaturas:
I - pescados refrigerados e seus produtos manipulados crus: até 4ºC por 24 horas;
II - carne bovina, suína, aves e outras e seus produtos manipulados crus: até 4ºC
por 72 horas;
III - hortifrutigranjeiros: até 10ºC por 72 horas;
IV - alimentos pós-cocção: até 4ºC por 72 horas;
V - pescados pós-cocção: até 4ºC por 24 horas;
VI - sobremesas, frios e laticínios manipulados: até 8ºC por 24 horas, até 6ºC por
48 horas ou até 4ºC por 72 horas;
VII - maionese e misturas de maionese com outros alimentos: até 4ºC por 48
horas ou até 6ºC por 24 horas; e
VIII - ovos: até 10ºC por 14 dias.

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MD42-M-03

Quando houver necessidade de armazenar diferentes gêneros alimentícios em um


mesmo equipamento, os alimentos prontos para o consumo devem estar dispostos nas
prateleiras superiores; os semiprontos e/ou pré-preparados nas prateleiras do meio; e os
produtos crus nas prateleiras inferiores, separados entre si e dos demais produtos.

No caso de possuir apenas uma geladeira ou câmara, o equipamento deve estar


regulado para o alimento que necessitar temperatura mais baixa.

A espessura do gelo formado nas paredes do freezer ou congelador doméstico não


deve ultrapassar 1,0 cm devendo ser removido por meio de espátulas próprias.

Na guarda de amostra, no caso de suspeita de ocorrência de enfermidade


transmitida por alimento, podem ser utilizados também utensílios desinfetados com álcool
70%, fervidos por 10-15 minutos ou flambados, ou qualquer outro método de desinfecção
próprio para essa finalidade. Quantidade de amostra: mínimo de 100g. Armazenamento
por 72 horas sob refrigeração até 4ºC ou sob congelamento a -18ºC. Líquidos só podem
ser armazenados por 72 horas sob refrigeração até 4ºC.

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MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
CENTRO DE CAPACITAÇÃO FÍSICA DO EXÉRCITO
INSTITUTO DE PESQUISA DA CAPACITAÇÃO FÍSICA DO EXÉRCITO

Nutrição, saúde e operacionalidade


Atualmente, há um consenso sobre a importância da prática regular de exercícios
físicos e da alimentação saudável para preservar o bem-estar e a qualidade de vida do ser
humano. O estilo de vida saudável atua na redução da ocorrência de diversas doenças e na
promoção de benefícios para a execução das atividades militares. Assim, a atenção quanto
uma alimentação é bastante relevante para a manutenção ou melhora da saúde da tropa.
Abaixo seguem algumas recomendações importantes:

Consumo de sódio:

É fundamental a atenção quanto ao consumo de sódio nas refeições, bem como o


controle da ingestão de alimentos que contêm quantidades elevadas desse mineral, como
temperos e molhos prontos, caldos concentrados, enlatados, refrigerantes, embutidos
(salame, presunto), macarrão instantâneo, entre outros. A elevada ingestão de sal está
relacionada à elevação da pressão arterial, que é um dos fatores responsáveis pelo infarto e
pelo acidente vascular cerebral (AVC). A recomendação diária é de até 2 gramas de sódio ou
5 gramas de sal, o que equivale a aproximadamente uma colher rasa de chá.
Sugestões às OM: - realizar estudos a fim de verificar se a quantidade de sal consumida
nas refeições está, proporcionalmente, de acordo com as recomendações diárias para uma
pessoa (uma colher rasa de chá por dia). - retirar o saleiro e os “molhos prontos” (molho
inglês, molho de alho, molhos para saladas, ketchups, etc) das mesas e das rampas de
distribuição de alimentos, além de evitar a oferta de alimentos embutidos (salame, presunto,
mortadela, linguiça), alimentos em conserva (picles, azeitonas) e enlatados.

Carboidratos e o índice glicêmico (IG):

As diferenças na composição da dieta, quanto ao tipo e quantidade de carboidrato a


ser consumido, são fundamentais, pois, pode promover efeitos sobre a saciedade, controle de
glicemia, peso corporal e concentração de lipídios no sangue. Alimentos como batata inglesa,
pães/massas e arroz branco, doces concentrados (tipo compota), mel e o próprio açúcar
apresentam o IG elevado, contribuindo para esse maior efeito da glicose no sangue (glicemia).
Além disso, atualmente, o consumo excessivo de açúcar ou alimentos que o contenham em
excesso é uma grande preocupação (Ex: refrigerantes, ketchup). O limite diário de consumo
individual de açúcar para adultos saudáveis é de até 50g.
Sugestões às OM: - ofertar diariamente alimentos ricos em fibras como arroz integral,
massas e pães integrais, folhosos, tubérculos como aipim (mandioca/macaxeira), batata baroa,
batata doce; e cereais como aveia, milho, quinoa e chia. - restringir o uso da farinha/farofa a
duas vezes na semana, prioritariamente nos dias em que não forem ofertados os alimentos
como o macarrão ou a batata. - substituir o açúcar refinado por um mais saudável como o
mascavo ou demerara. - confeccionar o café sem açúcar e reduzir a sua quantidade nos
refrescos/sucos e em demais produtos que costumeiramente são adoçados. E orientar a tropa
sobre os malefícios do consumo excessivo de açúcares. Uma ideia seria a oferta de frutas como
laranja ou tangerina (mexerica/bergamota) para saciar a vontade de líquidos durante/após a
refeição. - caso seja disponibilizado algum adoçante nos cassinos, que se opte pelos adoçantes
a base da planta Stévia.

Cosumo de fibras:

As principais funções das fibras no organismo são: o melhor funcionamento do


intestino, a melhor absorção de nutrientes; o aumento da sensação de saciedade; a diluição e
a neutralização de secreções ácidas; a redução dos níveis de colesterol total e do LDL no
sangue; a prevenção do câncer de intestino e a redução dos níveis de glicose. Recomenda-se
uma dieta rica em frutas, hortaliças, leguminosas e grãos integrais (arroz integral, quinoa, chia,
linhaça, aveia, etc).
Sugestões às OM: - disponibilizar, diariamente, frutas e opções de fibras, como chia,
aveia e linhaça no desjejum e na ceia e, pelo menos três vezes por semana, no almoço e no
jantar; - fornecer legumes variados, hortaliças cruas e cozidas no almoço e no jantar; e -
disponibilizar, também no almoço e no jantar, opções como batata doce, aipim cozido,
inhame, quinoa, que são fontes importantes de nutrientes e não elevam demasiadamente os
níveis de glicose no sangue.
Consumo de gorduras (lipídios):

Alguns tipos de gorduras são associados ao risco aumentado para a obesidade,


diabetes, hipertensão arterial e alterações no colesterol. Dessa forma, recomenda-se a
restrição de gorduras ruins como a hidrogenada (margarinas, produtos de pastelaria, massa
folhadas, etc) e o aumento do consumo de alimentos fontes de gorduras, além da atenção
quanto ao modo de preparo e o consumo variado dos alimentos. Exemplos de fontes de
gorduras boas: o azeite de oliva, o côco (polpa) e seu óleo, o abacate, a castanha do Pará, a
amêndoa, o amendoim, o salmão, o atum, a truta e a linhaça.
Sugestões às OM: - substituir os queijos amarelos, como o queijo prato e o muçarela,
por queijos brancos, como o minas e o cottage; - substituir o leite integral pelo semi-desnatado
ou desnatado; e - disponibilizar azeite de oliva extra-virgem para o tempero dos alimentos. -
utilizar preferencialmente preparações grelhadas, cozidas e assadas, utilizando pouco óleo e
retirando sempre, antes do preparo, a gordura visível das carnes e a pele das aves.

Sugestões gerais sobre alimentação nas OM para o serviço de aprovisionamento:

a. Para o desjejum e ceia:

- acrescentar uma fonte protéica (ovos, queijo branco, mingau de aveia sem açúcar) nessas
refeições;

- evitar a utilização dos queijos amarelos (prato, muçarela), disponibilizar os queijos brancos, e,
se possível, leite e iogurtes desnatados ou semidesnatados, em substituição ao leite integral;
- utilizar as frutas da safra, disponibilizando diariamente uma porção no desjejum e outra na
ceia;

- utilizar pães integrais e cereais (pães integrais, aveia, linhaça e chia); e

- confeccionar o café sem açúcar e sem adoçantes.

Exemplo de cardápio para o desjejum: café sem açúcar, leite desnatado ou semidesnatado,
ovos mexidos, pão integral e melão.

b. Para o almoço e jantar:

- utilizar água ou sucos naturais. Evitar os sucos industrializados, chá mate, chá preto e
refrigerante nas refeições;

- reduzir os doces utilizados no cardápio (substituir por frutas), ofertando-os de 1 a 2 vezes por
semana, no máximo;

- utilizar os legumes e hortaliças da safra; - acrescentar pelo menos dois tipos de vegetais
(legume e verdura), diariamente, no almoço e no jantar. Atentar quanto ao modo de preparo
dos mesmos, evitando legumes empanados, fritos ou gratinados;

- limitar o uso de carnes vermelhas ao máximo de 2 vezes por semana, preferindo cortes
magros, como alcatra, patinho, colchão mole, etc;

- utilizar preferencialmente carnes brancas: frango, peru ou peixe.

- evitar a utilização de carnes salgadas e gordurosas, assim como de embutidos no preparo do


feijão ou de outros pratos;

- utilizar azeite de oliva para o tempero de saladas e óleos vegetais, em quantidade moderada,
para cocção;

- reservar às datas festivas o uso de pratos tradicionais nas OM do EB, como feijoada,
dobradinha, rabada, limitando-os a uma vez por mês;

- confeccionar os pães e massas com a farinha de trigo integral ou farinha de aveia;

- utilizar pouco sal no preparo dos alimentos, substituindo-o por temperos aromáticos (salsa,
tomilho, manjericão, orégano, cebolinha), vinagre e limão;

- evitar o uso do saleiro nas mesas e conscientizar os militares quanto ao uso restrito do sal;

- procurar dispor de pratos com dimensões reduzidas, evitando assim o aumento da


quantidade de alimentos ao se servir; e

- realizar palestras e campanhas educativas, a fim de conscientizar os militares sobre as


práticas de uma alimentação saudável.

Exemplo de cardápio para almoço e jantar: arroz integral, feijão preto, peito de frango
assado, cenoura, alface e tomate. Sobremesa: maçã.
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO
CENTRO DE CAPACITAÇÃO FÍSICA DO EXÉRCITO E FORTALEZA DE
SÃO JOÃO
(Centro Marechal Newton de Andrade Cavalcanti)

ORIENTAÇÃO TÉCNICA – Nr 006 – A PRÁTICA NUTRICIONAL SAUDÁVEL

1. INTRODUÇÃO
Atualmente, há um consenso sobre a importância da prática regular de atividade
física e da alimentação saudável para preservar o bem-estar e a qualidade de vida do
ser humano. A implementação de um estilo de vida saudável, além de atuar na redução
da ocorrência de diversas doenças e na promoção de benefícios para a execução das
atividades militares, torna-se uma intervenção de baixo custo, se comparada aos
tratamentos medicamentosos e dependentes de alta tecnologia.
Um estilo de vida não saudável pode influenciar na queda da produtividade, uma
vez que interfere diretamente no desempenho e na rotina de trabalho das pessoas. No
meio militar, isso se traduz na perda da operacionalidade e no afastamento da atividade
fim, além de onerar o sistema de saúde do Exército com o aumento exagerado de
atendimentos.
Nesse sentido, para fornecer ao organismo as condições necessárias para o
desempenho adequado de suas funções e para a manutenção de um bom estado de
saúde, a alimentação saudável deverá ser baseada nos princípios do equilíbrio,
variedade e balanceamento das refeições, o que significa a ingestão de nutrientes em
quantidades proporcionais e com qualidade compatíveis com as características de cada
indivíduo, tais como peso, metabolismo, nível de atividade física e eventuais distúrbios
clínicos.
Assim, o consumo alimentar insuficiente pode acarretar deficiências nutricionais,
bem como o consumo excessivo pode levar à obesidade e a outros distúrbios
associados a ela, como a diabetes tipo II, a hipertensão arterial, entre outras patologias
relacionadas à Síndrome Metabólica (SM).
Nesse contexto, os estudos conduzidos pelo IPCFEx, que avaliam aspectos
relacionados à nutrição, à composição corporal e às doenças metabólicas, vêm
mostrando a prevalência da SM em diferentes grupos militares, como integrantes de
missões de paz da ONU e em alunos de escolas de aperfeiçoamento e altos estudos.
Maiores detalhes sobre a SM podem ser encontrados na Orientação Técnica (OT) Nr
003, disponível no portal de doutrina do DECEx (www.doutrina.decex.eb.mil.br).
Dentro dessa prevalência e de outros dados estatísticos preocupantes no meio
militar, inclusive em tropas operacionais, o IPCFEx insere-se na missão de esclarecer e
orientar os militares e suas famílias sobre alguns pontos importantes relacionados à
nutrição saudável, visando ao estabelecimento de práticas alimentares adequadas e à
melhoria na saúde dessa população. Nesta Orientação Técnica serão abordados temas
relacionados ao consumo exagerado de alimentos processados, de sal, de açúcar, de
adoçantes, de óleos e gorduras, a importância da ingestão hídrica adequada, assim
como das fibras, entre outros.

2. CARACTERÍSTICAS DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL


O aprendizado de um comportamento alimentar saudável compreende comer em
quantidades e em frequências adequadas, combinando isso à qualidade e à variedade
dos alimentos. Para tanto, o organismo demanda, diariamente, a ingestão de todos os
nutrientes necessários ao seu bom funcionamento.
a. Nutrientes e suas funções
Cada alimento possui diversos nutrientes, em quantidades variadas, tendo cada
um deles funções específicas no organismo, por isso a recomendação de uma
alimentação variada. Os nutrientes que precisamos, diariamente, na alimentação e as
suas funções são:
Carboidratos: fornecem energia ao corpo, por isso são chamados de nutrientes
energéticos. Exemplos: pães, cereais (arroz, milho, trigo, aveia), tubérculos e raízes
(batata, inhame, mandioca, cará), etc.
Proteínas: têm, primordialmente, função construtora (formação dos ossos,
sangue, órgãos, pele, unhas, cabelo); também auxiliam na recuperação e na
conservação do organismo, sendo essenciais para o crescimento e melhoria do sistema
imunológico. Exemplos: carnes (frango, peixe, carne vermelha), ovo, leite e derivados,
leguminosas (feijão, ervilha, grão de bico, lentilha), etc.
Lipídios: além de fornecerem energia, auxiliam no transporte de vitaminas
lipossolúveis (A, D, E, K) no organismo, e na composição dos hormônios, entre outras
funções. Exemplos: óleos vegetais (óleo de soja, canola, milho), gordura animal
(banha), azeite de oliva, oleaginosas (castanha, amêndoa, noz), etc.
Vitaminas e minerais: são nutrientes essenciais para o bom funcionamento do
organismo, possuindo função reguladora. Exemplos: frutas, verduras, legumes, etc.
Além do conhecimento das funções de cada nutriente, é essencial a atenção à
proporção em que os mesmos devem ser consumidos, o que varia segundo a faixa
etária, sexo, peso e nível de atividade física do indivíduo.
b. Fracionamento das refeições
O fornecimento fracionado de energia e nutrientes é fundamental para o
equilíbrio das funções do organismo e está relacionado a diversos benefícios, entre eles
a ativação do metabolismo, o controle da glicose e do colesterol, a saúde intestinal, a
manutenção do peso corporal e da massa muscular adequados, bem como a prevenção
de doenças. No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda a realização de três refeições
principais diárias (café da manhã, almoço e jantar), intercaladas por lanches
intermediários (colação, lanche da tarde e ceia).
A primeira refeição do dia é responsável por garantir os primeiros nutrientes
necessários para "ativar" o metabolismo após uma noite de sono. Assim como o café
da manhã, o almoço e o jantar também são refeições principais, devendo ser
completas, contendo alimentos fontes de carboidratos, proteínas, vitaminas, gorduras e
minerais. O jantar deve ser uma refeição mais leve, o que não dispensa a necessidade
de ser completa no que se diz respeito aos nutrientes. Nessa refeição, pela proximidade
do período de repouso noturno, recomenda-se o consumo de alimentos em quantidades
moderadas, com restrição aos alimentos de difícil digestão, como preparações
gordurosas, carne vermelha e carboidratos em excesso.
Os lanches intermediários também são essenciais e, para que os benefícios do
fracionamento das refeições sejam alcançados, há a necessidade de boas escolhas dos
alimentos que irão compor essas refeições, a exemplo: frutas, oleaginosas, iogurtes,
etc.
c. Composição do prato saudável
O prato saudável é uma representação de como ele deve ser composto nas
principais refeições (almoço e jantar):
- Cinquenta por cento (50%) devem ser dedicados às verduras e legumes
(alimentos reguladores);
- Vinte e cinco por cento (25%) devem vir de alimentos fonte de carboidrato,
como arroz, batata, aipim (mandioca), inhame, cará, etc;
- Doze e meio por cento (12,5%) dedicados a uma fonte proteica animal, como
carnes (peixe, frango, carne bovina) e ovos; e
- Doze e meio por cento (12,5%) dedicados a uma proteína vegetal
(leguminosas), como feijão, grão-de-bico e ervilha.
Exemplos de pratos saudáveis podem ser consultados no “Anexo A”.
d. Alimentos naturais e processados
O Guia Alimentar para a População Brasileira do Ministério da Saúde
recomenda, na composição de uma dieta saudável, o consumo preferencial de
alimentos in natura ou minimamente processados, em vez dos processados e
ultraprocessados. Assim, é importante o conhecimento destes conceitos:
- Alimentos in natura são aqueles obtidos diretamente de plantas ou de animais
(como folhas e frutos ou ovos e leite) e adquiridos para consumo sem que tenham
sofrido qualquer alteração após deixarem a natureza;

- Alimentos minimamente processados são alimentos in natura que, antes de


sua aquisição, foram submetidos a alterações mínimas. Exemplos incluem grãos secos,
polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas, raízes e tubérculos, cortes de
carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado. Aqui também se incluem os óleos,
as gorduras, o açúcar mascavo e o sal marinho;
- Alimentos processados são produtos fabricados essencialmente com a adição
de sal ou açúcar a alimentos in natura ou minimamente processados, como legumes e
cereais em conserva, frutas em calda, queijos e pães; e
- Alimentos ultraprocessados são produtos cuja fabricação envolve diversas
etapas de processamento e vários ingredientes derivados de alimentos (gordura
hidrogenada, amido modificado, etc) ou sintetizados em laboratório, como corantes,
aromatizantes, estabilizantes, realçadores de sabor, etc. Exemplos incluem embutidos
(mortadela, salame, presunto, etc), nuggets, hambúrgueres industrializados,
refrigerantes, biscoitos recheados, “salgadinhos de pacote” e macarrão instantâneo.
O consumo elevado de alimentos processados e ultraprocessados tem sido citado
como um dos principais fatores das taxas aumentadas de sobrepeso e obesidade, por
isso se recomenda o consumo restrito desses alimentos, ou mesmo evitá-los.
e. O sal

Recomendação diária pela OMS: até 2 gramas de sódio ou 5 gramas


de sal, o que equivale a aproximadamente uma colher rasa de chá.

O sal é uma substância essencial ao homem, porém deve ser utilizado em


quantidades adequadas, pois tanto a falta quanto o excesso podem trazer sérios riscos à
saúde. Na maioria dos países, a população consome mais sal do que o recomendado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A elevada ingestão de sal está relacionada
à maior retenção de líquidos pelo organismo e, consequentemente, à hipertensão
arterial, que é um dos fatores responsáveis pelo infarto e pelo acidente vascular
cerebral (AVC). Além disso, o excesso de sal está associado a problemas no
funcionamento dos rins.
Sendo assim, é fundamental a atenção quanto ao consumo desse mineral nas
refeições, bem como o controle da ingestão de alimentos que contêm quantidades
elevadas de sódio, como temperos e molhos prontos, caldos concentrados, enlatados,
refrigerantes, embutidos (salame, presunto, mortadela), macarrão instantâneo,
alimentos congelados, hambúrguer industrializado, temperos em pó ou em cubos,
salgadinhos, entre outros. Um pacote de macarrão instantâneo, por exemplo, possui 2,9
gramas de sal e, com a utilização do tempero que o acompanha, passa para 6,8 gramas.
Outro ponto importante é que, com o passar do tempo, o paladar acostuma-se com o
sabor salgado nos alimentos e o consumo de sal torna-se cada vez maior. Nesse
sentido, a redução desse mineral deve ser feita de forma gradual para que o paladar se
habitue ao “novo sabor” dos alimentos.
Em substituição ao sal, recomenda-se o uso de temperos naturais, como alho,
cebola, gengibre, salsinha, cebolinha, alho-poró, cardamomo, pimenta, louro,
manjericão, orégano, tomilho, páprica, cúrcuma, noz moscada, sálvia, entre outros, que
além de proporcionarem muito sabor, enriquecem nutricionalmente o prato.
Sugere-se, de imediato, que as OM realizem estudos a fim de verificar se a
quantidade de sal consumida nas refeições está, proporcionalmente, de acordo com as
recomendações diárias para uma pessoa (uma colher rasa de chá por dia). Caso a
quantidade de sal ingerida esteja acima dos índices recomendados, sugere-se uma
gradativa redução de consumo (para acostumar o paladar), até que os valores de
referência sejam atingidos.
Como medidas mais rigorosas, nesse sentido, pode-se retirar o saleiro e os
“molhos prontos” (molho inglês, molho de alho, molhos para saladas, ketchups, etc)
das mesas e das rampas de distribuição de alimentos.
O “Anexo B” apresenta outras sugestões sobre a melhor utilização do sal.
f. Carboidratos

1) Índice Glicêmico (IG) dos alimentos


As diferenças na composição da dieta, quanto ao tipo e quantidade de
carboidrato a ser consumido, são fundamentais para a manutenção da saúde, uma vez
que esse nutriente pode promover efeitos sobre a saciedade, controle de glicemia, peso
corporal e concentração de lipídios no sangue.
Para a escolha consciente e adequada do carboidrato que comporá as refeições
é primordial o conhecimento do conceito de IG, que nada mais é que a capacidade dos
alimentos de elevar a glicose no sangue após uma refeição.
Os alimentos que apresentam alto IG são rapidamente digeridos e absorvidos,
elevando os níveis de glicose no sangue. A orientação nutricional gira em torno da
escolha dos alimentos de baixo IG, visando à diminuição da elevação da glicose no
sangue após uma refeição, o que tem sido associada à redução da obesidade, dos riscos
de doenças cardiovasculares e de diabetes, assim como maior controle do tratamento
desta doença.
Alimentos como batata inglesa, pão branco, doces concentrados (tipo
compota), mel e o próprio açúcar apresentam o IG elevado, contribuindo para esse
maior efeito na glicemia. Por outro lado, é mais recomendado, para a menor elevação
da glicemia, o consumo de alimentos ricos em fibras como arroz integral, massas e
pães integrais; tubérculos como aipim (mandioca/macaxeira), batata baroa, batata
doce; e cereais como aveia, milho, quinoa e chia.
Além do mais, o índice glicêmico de uma dieta pode ser influenciado pela
interação de uma série de fatores, entre os quais pela presença ou não de lipídios e
proteínas e pelo teor de fibras alimentares.
Desse modo, em situações de ingestão de alimentos com IG elevado,
aconselha-se combiná-los com as fibras, as proteínas e/ou os lipídios. Como exemplo,
pode-se citar um sanduíche com pão branco (alto IG), queijo minas, tomate, orégano e
azeite. Estas recomendações são indicadas principalmente, para indivíduos com
glicemia elevada ou já diabéticos, com dificuldade no controle do peso corporal,
sobrepeso ou obesidade e alterações nos valores de triglicérides.
Por fim, sugere-se restringir o uso da farinha/farofa a duas vezes na semana,
prioritariamente nos dias em que não forem ofertados os alimentos como o macarrão
ou a batata.

2) Açúcares e adoçantes:

Limite diário de consumo individual de açúcar para adultos


saudáveis: até 50g.

O consumo excessivo de açúcar (sacarose) é, atualmente, uma grande


preocupação na área da saúde. Além da ingestão exagerada do açúcar propriamente
dito, consome-se essa substância, de forma indireta, em vários alimentos, como
refrigerantes, sucos industrializados, bolos, biscoitos, tortas, e até mesmo em alimentos
salgados, como molhos prontos e massas. Esse açúcar adicionado aos alimentos é o
que se denomina “açúcar oculto”, posto que os consumidores, muitas vezes,
desconhecem a quantidade e até mesmo a existência do nutriente naquele produto. Por
exemplo, uma colher de sopa de ketchup possui 4 gramas de açúcar oculto, e uma lata
de refrigerante pode conter até 40 gramas.
O açúcar que passa pelo processo de refino é pobre em nutrientes e rico em
calorias e aditivos químicos, motivos pelos quais se deve restringir ainda mais o seu
consumo. O uso desse alimento em excesso é a causa de uma série de problemas de
saúde, que vão dos mais simples, como problemas odontológicos, aos mais graves,
como diabetes e transtornos relacionados à obesidade. Essa última já é considerada
uma questão de saúde pública, tamanha a quantidade de pessoas acometidas.
Outro importante fator negativo é que o consumo exagerado do açúcar pode
contribuir para a elevação do nível dos triglicerídeos, o que está associado ao aumento
da probabilidade de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Quanto à escolha do melhor açúcar, o açúcar mascavo, o demerara e o de
côco são preferíveis ao açúcar cristal e refinado. Entretanto, todo açúcar deve ser
utilizado com certa restrição.
Em substituição ao açúcar, os adoçantes podem ser utilizados, com os
objetivos de perda de peso, evitar doenças ou até reduzir os níveis de glicose na
corrente sanguínea. Porém, é necessário alertar sobre os riscos desses, já que são
produtos artificiais e podem trazer efeitos adversos à saúde.
As variadas substâncias que podem fazer parte destes produtos e seus
possíveis impactos sobre a saúde são ainda pouco conhecidos. No entanto, alguns
estudos sugerem possíveis efeitos nocivos pela utilização indiscriminada dos mesmos,
sendo um dos principais a compulsão alimentar compensatória, que se caracteriza por
uma reação negativa do organismo, onde o adoçante desequilibra a integração entre
a sensação do sabor doce e o conteúdo de energia da comida, fazendo com que o
cérebro estimule um maior consumo de calorias.
No momento, os adoçantes que tem mostrado certa segurança para o consumo
são os que apresentam substâncias derivadas da planta Stevia. No entanto, para evitar
riscos, é importante não abusar do adoçante, observando o valor de ingestão diária
máxima de segurança.
Com relação ao controle e, se for o caso, a redução no consumo de açúcar nas
OM, sugere-se que sejam adotados procedimentos semelhantes àqueles apresentados
anteriormente sobre o controle no consumo de sal. Além disso, como medidas
adicionais, sugere-se a confecção do café sem açúcar e a redução de sua quantidade
nos refrescos/sucos e em demais produtos que costumeiramente são adoçados.
O “Anexo B” apresenta sugestões sobre a melhor escolha dos açúcares e das
bebidas que contêm açúcar.
3) Fibras

Recomendação diária de fibra alimentar para adultos: 20 a 35g.

As fibras alimentares são um tipo de carboidrato, resistente à ação das


enzimas digestivas humanas, com inúmeros benefícios para o organismo. Salienta-se
que para se obter as funcionalidades das fibras é primordial a ingestão adequada de
água.
As principais funções das fibras no organismo são: o melhor funcionamento
do intestino, causado pelo aumento dos movimentos intestinais (peristaltismo); a
diminuição da velocidade de digestão e o consequente aumento da absorção de
nutrientes; o aumento da sensação de saciedade; a diluição e a neutralização de
secreções ácidas, auxiliando no tratamento da úlcera e da gastrite; a regulação do
metabolismo de colesterol, auxiliando na redução do colesterol total e do LDL; a
prevenção do câncer de intestino por alteração do pH, pelo aumento de substâncias
protetoras, e por proporcionar maior teor de água no intestino; e a redução dos níveis
de glicose.
Recomenda-se uma dieta rica em frutas, hortaliças, leguminosas e grãos
integrais (arroz integral, quinoa, chia, linhaça, aveia, etc). A seguir, são apresentados
exemplos de quantidade de fibras encontradas nos alimentos: uma maçã média - 3g;
meia xícara de feijão cozido - 3,8g; e uma fatia média de melão - 1,1g.
Sugere-se às OM, como medidas práticas:
- disponibilizar, diariamente, frutas no desjejum e na ceia e, pelo menos três
vezes por semana, no almoço e no jantar;
- fornecer legumes variados, hortaliças cruas e cozidas no almoço e no jantar; e
- disponibilizar, também no almoço e no jantar, opções como linhaça, aveia,
chia e/ou quinoa.

g. Óleos e gorduras
Óleos e gorduras são termos utilizados para as diferentes classes de lipídios
existentes. Alguns tipos de lipídios têm efeito positivo à saúde, como é o caso de
algumas gorduras poli-insaturadas (por exemplo, o ômega 3, presente em óleos de
peixes e peixes como sardinha, salmão, atum, arenque, em algas marinhas e nos óleos
e sementes de alguns vegetais, como a linhaça) e as monoinsaturadas (ômega 9,
presente no azeite de oliva extra-virgem, por exemplo).
Por outro lado, alguns lipídios podem ser prejudiciais, como a gordura trans. A
gordura hidrogenada, fonte de gordura trans, começou a ser utilizada num processo
que permite transformar óleos vegetais em gorduras sólidas, como a transformação de
óleo vegetal em margarina, fornecendo assim maior aplicabilidade na indústria para a
produção de cremes vegetais, massas, biscoitos, frituras, sorvetes e produtos de
panificação, entre outros.
Apesar da grande utilização na indústria alimentícia, a gordura hidrogenada vem
sendo associada ao risco aumentado para os fatores da SM (obesidade central,
diabetes, hipertensão arterial e alterações no colesterol); para doenças cardiovasculares
e Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Dessa forma, o consumo de alimentos fontes de gorduras boas é uma estratégia a
se seguir quanto à prevenção para esses problemas. Além disso, é possível atender às
necessidades diárias desse nutriente (lipídio) fazendo as escolhas mais saudáveis
quanto à qualidade e ao modo de preparo do alimento e variando o consumo dos
alimentos, fontes dessas gorduras, como o azeite de oliva, o côco (polpa) e seu óleo, o
abacate, a castanha do Pará, a amêndoa, o amendoim, o salmão, o atum, a truta e a
linhaça.
Sugere-se às OM, como medidas práticas:
- substituir os queijos amarelos, como o queijo prato e o muçarela, por queijos
brancos, como o minas e o cottage;
- substituir o leite integral pelo semi-desnatado ou desnatado; e
- disponibilizar azeite de oliva extra-virgem para o tempero dos alimentos.

h. Modo de preparo dos alimentos


No tocante ao modo de preparo dos alimentos, um dos itens mais importantes é a
utilização dos óleos e gorduras. O consumo excessivo de alimentos fritos (empanados
ou não) representa um risco à saúde, possivelmente pela toxicidade dos produtos
formados durante o processo de fritura, além do excesso de calorias advindas desses
alimentos, que contribuem para o sobrepeso, a obesidade e outros fatores relacionados
a esta. Além disso, nas preparações fritas, a degradação dos óleos durante o processo
será tanto maior quanto mais prolongado for o período de utilização dos mesmos.
Neste sentido, é recomendável a utilização preferencial de preparações grelhadas,
cozidas e assadas, utilizando pouco óleo e retirando sempre, antes do preparo, a
gordura visível das carnes e a pele das aves.

i. Água
A água é de fundamental importância para o organismo e está presente em
diferentes quantidades nos alimentos e bebidas. As perdas hídricas devem ser
constantemente repostas, uma vez que a falta de água pode causar diversos transtornos
à saúde. A sua necessidade diária, para o bom funcionamento do organismo, é
variável, considerando que essa pode ser afetada pelo clima, roupas, atividades físicas
e/ou outros fatores.
Para indivíduos que realizam atividade física ou que ficam expostos a altas
temperaturas, é necessário aumentar a ingestão de líquidos.
Para a prática de exercício físico, recomenda-se a ingestão de 400 a 600 mL de
líquidos, 4h antes do exercício físico, e 10 a 15 minutos antes, a ingestão de 200 a 350
mL de água. Durante o exercício com duração superior a 60 minutos, indica-se a
hidratação com 150 a 200 mL de água ou bebidas esportivas a cada 15 a 20 minutos de
exercício. No pós-treino, para cada quilo de peso perdido, deve ser ingerido,
fracionadamente, cerca de 1 litro de água ou outro líquido, assim, para a reposição do
líquido perdido, o peso corporal deve ser medido antes e após o exercício.
Nesse sentido, sugere-se que as OM divulguem amplamente a Cartilha sobre a
Prevenção à Rabdomiólise (disponível em www.doutrina.decex.eb.mil.br), onde
contem a quantidade de água a ser consumida em função das atividades físicas.

3. Recomendações nutricionais para o serviço de aprovisionamento das OM


a. Para o desjejum e ceia:
- acrescentar uma fonte protéica (ovos, queijo branco, mingau de aveia)
nessas refeições;
- evitar a utilização dos queijos amarelos (prato, muçarela), disponibilizar os
queijos brancos, e, se possível, leite e iogurtes desnatados ou semidesnatados, em
substituição ao leite integral;
- utilizar as frutas da safra, disponibilizando diariamente uma porção no
desjejum e outra na ceia;
- utilizar pães e cereais integrais (pães integrais, aveia, linhaça e chia); e
- confeccionar o café sem açúcar e sem adoçantes.
Exemplo de cardápio para o desjejum: café sem açúcar,
leite desnatado ou semidesnatado, ovos mexidos, pão integral e melão.
Exemplo de cardápio para a ceia: vitamina de banana com aveia (sem açúcar e
com leite semidesnatado), pão integral e queijo tipo minas.

b. Para o almoço e jantar:


- utilizar água ou sucos naturais. Evitar os sucos industrializados, chá mate,
chá preto e refrigerante nas refeições;
- reduzir os doces utilizados no cardápio (substituir por frutas), consumindo-
os de 1 a 2 vezes por semana, no máximo;
- acrescentar nas preparações e disponibilizar nas mesas: gengibre, linhaça,
canela, gergelim, aveia;
- utilizar os legumes e hortaliças da safra;
- acrescentar pelo menos dois tipos de vegetais (legume e verdura),
diariamente, no almoço e no jantar. Atentar quanto ao modo de preparo dos mesmos,
evitando legumes empanados, fritos ou gratinados. Preferir cozê-los no vapor e, caso
utilize o cozimento com água em ebulição, reutilizá-la no preparo de outros alimentos;
- limitar o uso de carnes vermelhas ao máximo de 2 vezes por semana,
preferindo cortes magros, como alcatra, patinho, colchão mole, etc;
- utilizar preferencialmente carnes brancas: frango, peru ou peixe. Utilizar
essas proteínas de 2 a 3 vezes por semana;
- retirar toda a gordura visível das carnes e a pele das aves antes do preparo;
- preferir preparações grelhadas, assadas ou cozidas;
- evitar preparações fritas, empanadas e gratinadas, restringir o uso de frituras
ao máximo de 2 vezes por semana e trocar o óleo, no máximo, após o segundo uso;
- evitar a utilização de carnes salgadas e gordurosas, assim como de
embutidos no preparo do feijão ou de outros pratos;
- dar preferência aos alimentos light quando for imprescindível o uso de
creme de leite, maionese e embutidos nas preparações;
- utilizar azeite de oliva para o tempero de saladas e óleos vegetais, em
quantidade moderada, para cocção;
- reservar às datas festivas o uso de pratos tradicionais nas OM do EB, como
feijoada, dobradinha, rabada, limitando-os a uma vez por mês;
- substituir, na confecção de pães e massas, a farinha de trigo pela farinha de
aveia;
- substituir o creme de leite pelo iogurte desnatado e sem açúcar;
- utilizar pouco sal no preparo dos alimentos, substituindo-o por temperos
aromáticos (salsa, tomilho, manjericão, orégano, cebolinha), vinagre e limão;
- evitar o uso do saleiro nas mesas e conscientizar os militares quanto ao uso
restrito do sal;
- evitar o uso de sopas instantâneas, temperos e molhos industrializados
(exemplo: caldo de carne em cubos ou sachês), devido ao alto teor de sódio;
- procurar dispor de pratos com dimensões reduzidas, evitando assim o
aumento da quantidade de alimentos ao se servir; e
- realizar palestras e campanhas educativas, a fim de conscientizar os militares
sobre as práticas de uma alimentação saudável.
Exemplo de cardápio para almoço e jantar: arroz integral, feijão preto, peito
de frango assado, cenoura, alface e tomate. Sobremesa: maçã.
O “Anexo C” apresenta algumas orientações que também podem servir à
família militar.

c. Aquisição de gêneros nos processos licitatórios:


- a modalidade de licitação prevista para aquisição de gêneros é o pregão, não
sendo admitida outra modalidade. Partindo desse princípio, sugere-se que os órgãos
responsáveis realizem pelo menos dois pregões por ano, a fim de dar flexibilidade às
demandas das OM, assim como diminuir os custos, atendendo à sazonalidade dos
produtos (safra e entre-safra);
- por outro lado, dentro desse processo licitatório, os interessados devem
ampliar a disponibilidade de produtos saudáveis, de acordo com as recomendações
desta OT, bem como outros produtos julgados como apropriados, visando a uma
prática alimentar institucional mais adequada; e
- cumprir as exigências previstas no Catálogo de Especificações dos Artigos
de Subsistência (CEAS) durante o recebimento de gêneros alimentícios.

d. Sugestões na formação de pessoal especializado:


- promover constantemente a atualização do pessoal especializado, como os
aprovisionadores, os auxiliares de rancho e os cozinheiros, a respeito das medidas de
aquisição e confecção dos alimentos, de forma que estejam sempre preparados e
orientados para desenvolverem atitudes e métodos de acordo com os preceitos da
alimentação saudável;
- revisar os Planos de Disciplinas (PLADIS), no caso dos Estabelecimentos de
Ensino (Estb Ens), no sentido de ampliar a formação dos futuros aprovisionadores e
auxiliares de rancho, visando a dar conhecimento dos assuntos atualmente voltados à
prática da alimentação saudável; e
- incentivar o pessoal especializado a frequentar eventos científicos
(simpósios, congressos e outros) a fim de que possam desenvolver suas funções com
propriedade, não se deixando levar pelos perigos que rondam o ambiente da mídia,
onde estão disponíveis informações deturpadas ou falsas, por meio das quais
indivíduos que se intitulam “terapeutas alternativos” dão orientações sem respaldo
oficial ou científico sobre nutrição.

4. CONCLUSÃO

Conforme o exposto nesta Orientação Técnica, as práticas alimentares


saudáveis prezam primordialmente pelo controle e consumo consciente de sal,
açúcar, adoçante, óleos e gorduras, e pela ingestão de alimentos de qualidade, na
frequência e na proporção adequadas. Além disso, os benefícios de uma alimentação
saudável, aliada a prática regular de atividade física, estendem-se à redução dos
custos do sistema de saúde do EB, contribuindo para o bem estar físico, social e
profissional dos indivíduos e tornando-os mais bem dispostos no seu dia a dia.
Dessa forma, para alcançar esses benefícios é fundamental que tanto as
Organizações Militares (OM) do EB, quanto o próprio militar, busquem promover e
estimular a adoção do estilo de vida saudável.
Por fim, quando necessário, deve-se buscar um profissional da área de
Nutrição para a obtenção de informações e orientações sobre o tema, como forma de
obter as orientações com respaldo científico e adequadas às necessidades
individuais.

ANEXOS:
“A” – Divisão dos alimentos no prato e opções de pratos saudáveis;
“B” – Recomendações gerais de sal, açúcar, adoçantes e bebidas; e
“C” – Recomendações gerais aos militares e suas famílias.
ANEXO A

DIVISÃO DOS ALIMENTOS NO PRATO

OPÇÕES DE PRATOS SAUDÁVEIS


ANEXO B

RESUMO DAS RECOMENDAÇÕES DE SAL E


AÇÚCAR

Sal e temperos

Preferir (com moderação) Evitar


- Temperos e ervas (caseiros e - Temperos industrializados em pó e/ou
naturais); cubos; e
- Sal grosso triturado ou sal marinho; e - Molhos industrializados e alimentos
- Sal em pequena quantidade. industrializados com mais de 400g de
sódio.

Açúcar e adoçante

Preferir (com moderação) Evitar


- Açúcar mascavo; - Adoçante; e
- Açúcar de côco; e - Açúcar branco refinado e cristal.
- Demerara e stévia.

Bebidas

Preferir (com moderação) Evitar


- Água pura ou saborizada (hortelã, limão, - Bebidas industrializadas em geral:
maçã); refrigerantes, sucos de caixa ou lata,
- Sucos naturais; achocolatados, etc.
- Água de côco; e
- Chás naturais.
ANEXO C

Recomendações para os militares e suas famílias

- manter um peso saudável e evitar a sua grande variação ao longo do tempo, além
de controlar o aumento da circunferência da cintura;
- realizar atividade física regularmente sob a orientação de um profissional;
- consumir alimentos variados, fracionando as refeições em 4 a 6 vezes ao dia;
- restringir o consumo de açúcar e alimentos com alta concentração do mesmo;
- restringir o uso do sal nas preparações culinárias e a adição de sal no prato. Evitar
o consumo de alimentos enlatados, embutidos (ex: salame, mortadela e presunto),
alimentos em conserva, pratos prontos congelados. Alimentos que contenham mais de
400mg de sódio por 100g são considerados com alto teor de sódio. Preferir o uso dos
temperos naturais como alho, salsinha e cebolinha;
- preferir o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados a
alimentos processados e ultra processados. Quanto mais natural for a alimentação,
menos aditivos químicos serão consumidos;
- para lanches intermediários, preferir o consumo de alimentos naturais como
frutas, oleaginosas (castanhas, amêndoas, nozes), alimentos restritos em gordura e
açúcar em vez de biscoitos, bolos, salgadinhos, doces, etc;
- inserir na alimentação diária, em preparações como saladas de frutas, iogurtes,
saladas, alimentos como: aveia, chia, linhaça, quinoa;
- dar preferência ao consumo de alimentos integrais e aos ricos em fibras: frutas
cruas, inteiras e com bagaço; cereais integrais como arroz e pão integral;
- consumir diariamente legumes, verduras, frutas e leguminosas (feijões, lentilhas,
ervilhas, grão de bico);
- ao invés de fritar, preferir assar, cozinhar e grelhar (antes de cozer retirar a
gordura visível e a pele de aves)
- ao cozinhar, preferir os óleos vegetais e para temperar, o azeite de oliva extra
virgem;
- preferir carnes magras: peito de frango e carne bovina (patinho, maminha,
músculo, coxão mole/duro e alcatra).
- preferir o leite/iogurte/coalhada desnatados ou semi-desnatados, queijo minas,
ricota ou cottage aos queijos amarelos e leite integral;
- evitar o consumo de alimentos ricos em gordura como: embutidos (presunto,
mortadela, salaminho, lingüiça), maionese, creme de leite, margarina, salgadinhos,
biscoito recheado, croissant e outros produtos de pastelaria;
- procurar realizar as refeições com tranquilidade, atentando para a mastigação
adequada dos alimentos. Evite assistir TV ou manusear o celular durante as refeições;
- ingerir bastante líquido ao longo do dia (principalmente água). Porém, evitar o
consumo de líquido durante as refeições (consumir no máximo ½ copo); e
- ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação
veiculadas em propagandas comerciais.

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