Aula 4 Moagem

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Moagem

A moagem é o último estágio do processo de fragmentação.


Neste estágio as partículas são reduzidas, pela combinação de
impacto, compressão, abrasão e atrito, a um tamanho adequado
à liberação do mineral, geralmente, a ser concentrado nos
processos subsequentes.

A moagem é a área da fragmentação que requer maiores


investimentos, maior gasto de energia e é considerada uma
operação importante para o bom desempenho de uma
instalação de tratamento.
Moagem

A moagem é a operação de fragmentação fina obtendo-se nesta


um produto adequado à concentração ou a qualquer outro
processo industrial (pelotização, calcinação, lixiviação,
combustão etc).
Moagem

A submoagem do minério resulta num produto grosso com


liberação parcial do mineral últil, inviabilizando o processo de
concentração. Neste caso, a recuperação parcial do mineral útil
e a baixa razão de enriquecimento respondem pela
inviabilidade do processo.

A sobremoagem também não é desejada, pois ela reduz o


tamanho das partículas, desnecessariamente, o que acarretará
maior consumo de energia e perdas no processo de
concentração.
Moagem

É conclusivo que a moagem deve ser muito bem estudada na


etapa de dimensionamento e escolha de equipamento e muito
bem controlada na etapa de operação da usina, pois o bom
desempenho de uma instalação industrial depende em muito da
operação de moagem.
Tipos de moinhos

Os equipamentos mais empregados na moagem são:

 Moinho cilíndrico (barras, bolas ou seixos);

 Moinho de martelos entre outros.

Moinhos Cilíndricos

Estes moinhos são constituídos de uma carcaça cilíndrica de


ferro, revestida internamente com placas de aço ou borracha,
que gira sobre mancais e contém no interior uma carga solta de
barras ou bolas de ferro ou aço.
Moinho Cilíndrico
Moinho Cilíndrico

Os corpos moedores são elevados pelo movimento da carcaça até


um certo ponto de onde caem, seguindo uma trajetória
parabólica, sobre as outras bolas que estão na parte inferior do
cilindro e sobre o minério que ocupa os interstícios das bolas.

As bolas acompanham o movimento da carcaça e impelidas pela


força centrífuga percorrem uma trajetória circular
Moinho Cilíndrico

Enquanto a força centrífuga for maior que a força da gravidade,


as bolas permanecem nesta trajetória.

No momento que o componente da força da gravidade que se


opõem a força centrífuga for maior que esta, as bolas
abandonam a trajetória circular e passam a seguir uma
trajetória parabólica
Velocidade crítica do moinho
Velocidade crítica do moinho

Há, entretanto, um momento que as duas forças se igualam e é o


início da queda da bola.

Neste momento tem-se: Fc = F.cos α

Sendo: Fc a força centrífuga e F.cosα a componente da


gravidade.
Velocidade crítica do moinho

Aumentando-se a velocidade do moinho chega um momento em


que a bola fica presa à carcaça pela ação da força centrífuga,
durante a volta completa do cilindro.
Nessas condições o α = 0 e cosα = 1 e a bola não realiza qualquer
trabalho, não havendo portanto moagem.
A velocidade do moinho em que isto ocorre chama-se velocidade
crítica do moinho e pode ser calculada para qualquer moinho
usando-se a seguinte expressão:
Velocidade crítica do moinho
Velocidade crítica do moinho
Velocidade crítica do moinho

A velocidade de operação de um moinho é sempre referida à


percentagem de sua velocidade crítica.

Assim, por exemplo, um moinho que tenha um nc = 65 rpm e


esteja trabalhando com 50 rpm diz-se que sua velocidade é de
77% da velocidade crítica: 50/65 x 100 = 77%.
Moinho Cilíndrico

Movimento das bolas dentro da carcaça

As bolas de um moinho em operação apresentam quatro


movimentos que são:

Rotação - as bolas giram em torno delas mesmas e produzem


uma fragmentação por compressão tal como no moinho de
rolos. Este efeito é pequeno dentro do moinho.
Moinho Cilíndrico

Translação - é o movimento circular de acompanhamento da


carcaça do moinho até uma certa altura. Este movimento não
promove nenhuma fragmentação e é responsável pelo gasto
excessivo de energia na moagem.

Queda - é o movimento resultante das bolas pela força da


gravidade e que vai dar origem à fragmentação por impacto.
Este efeito aumenta com a velocidade de rotação do moinho.
Moinho Cilíndrico

Deslizamento - é o movimento contrário ao movimento do


moinho.

As várias camadas de bolas deslizam umas sobre as outras e a


superfície interna do moinho dando origem à fragmentação por
atrito.

Este efeito é acentuado quando a velocidade de rotação do


moinho é baixa.
Moinho Cilíndrico

Regimes de operação do moinho


A velocidade, o fator de enchimento (isto é, o volume ocupado
pelas bolas em relação ao volume do moinho) e mais outros
fatores determinam o regime de operação do moinho.

Tem-se então, dois regimes no moinho:

 Catarata e

 Cascata.
Regime de catarata

Na moagem em catarata, a velocidade do moinho carrega as bolas


até uma posição bem elevada e elas caem sobre as outras bolas
e sobre a polpa causando fragmentação por impacto.

Deve-se usar bolas maiores para aumentar ainda mais a energia


do meio moedor e baixo fator de enchimento (menos bolas).

Este regime é adequado para a fragmentação de material mais


grosso e para evitar a produção de finos.
Regime de catarata
Regime de cascata

Na moagem em cascata, a velocidade baixa do moinho e o alto


fator de enchimento faz com que as bolas ao alcançarem uma
certa altura rolem sobre as outras não havendo quase impacto e
a moagem se dá por abrasão e atrito.

Deve-se usar bolas de diâmetros menores. Este regime é


adequado para a obtenção de um produto final com
granulometria fina.
Regime de cascata
Os três regimes de moagem
Potência necessária para a redução de tamanho

Precisa-se de energia para vencer a resistência interna do material


e fragmentá-lo.

A energia necessária para gerar uma fenda (corte ou fratura) no


sólido depende do tipo de material (tamanho, dureza, umidade,
plasticidade, etc.) e do tipo de equipamento de redução de
tamanho.
Potência necessária para a redução de tamanho

Os parâmetros no cálculo de redução de tamanho são:

a) A quantidade de energia usada

b) O tamanho inicial da partícula

c) O tamanho da nova partícula formada


Potência necessária para a redução de tamanho

Existem vários modelos teóricos para predizer o valor da energia


necessária para reduzir o tamanho de partículas sólidas.

Porém não são muito confiáveis e tem que ser feitos testes
práticos para escolher o modelo adequado.
Potência necessária para a redução de tamanho

Existe um modelo geral para explicar o fenômeno da redução de


tamanho.

A partir desse modelo, vários pesquisadores desenvolveram leis


para predizer a potência requerida pelos moinhos, entre eles:
Rittinger, Kick e Bond.
Potência necessária para a redução de tamanho

A escolha do modelo geral ou da lei particular depende de ensaios


práticos.

Uma escolha correcta resulta em uma aproximação de até 2% na


estimativa da potência necessária.
Potência necessária para a redução de tamanho

Modelo geral Legenda


Onde:

C  1 1 
X1 é o diâmetro médio da

E   n1  n1 
matéria-prima.
X2 é o diâmetro médio do
n 1  X 2 X 1  produto.
n e C são constantes que
dependem do tipo de
material e do tipo de
equipamento de redução de
tamanho
Potência necessária para a redução de tamanho
Potência necessária para a redução de tamanho
Potência necessária para a redução de tamanho
Potência necessária para a redução de tamanho
Potência necessária para a redução de tamanho

 1 1 
W  10Wi  1 / 2  1 / 2 
d d 
 r rI 
Potência necessária para a redução de tamanho
Circuitos de moagem
Fim da aula

Pela atenção dispensada

Muito obrigado

Ate na próxima aula

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