As Teorias No Jornalismo

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Centro Universitário Nove de Julho - UNINOVE


Curso de Comunicação Social / Habilitação em Jornalismo
Teoria do Jornalismo

Resumo 01

As Teorias do Jornalismo
Teorias da Notícia
As teorias da notícia buscam entender e esclarecer o conceito, o papel e o
processo de produção da notícia na sociedade. De um modo geral, elas buscar
responder à seguintes pergunta:
- Por que as notícias são como são?

O JORNALISMO COMO ESPELHO DA REALIDADE

01. Teoria do espelho


• Inspira-se no Positivismo de Comte;
• Traduz a idéia da fotografia e sua “reprodutibilidade técnica”;
• Acredita e defende a objetividade do trabalho jornalístico;
• Para esta corrente, o jornalista é um comunicador desinteressado e que
conta “a verdade”, doa a quem doer.
• Para o senso comum, é até hoje a concepção dominante no jornalismo
ocidental.

• Tem dois momentos históricos cruciais:

01. Meados do século 19:


Nascimento do jornalismo informativo, que separa opinião de informação
(reprodução);
02. Início do século 20:
O jornalismo aparece associado à objetividade, aqui entendida como método
criterioso de pesquisa e de checagem dos fatos.

A teoria do espelho pressupõe que as notícias são como são porque a


realidade assim as determina.

O JORNALISMO COMO CONSTRUÇÃO DA REALIDADE

02. Teoria do gatekeeper


• Surge nos anos 50, nos EUA como uma forma de deferência ao
jornalismo e ao seu poder;
• Tem influencia da psicologia social (gatekeeper);
• Acredita que o processo de produção da informação é um processo de
escolhas no qual o fluxo de notícias tem que passar por diversos “gates” (portões) até
a sua publicação;
• Defende que há intencionalidade no jornalismo: o processo é subjetivo e
arbitrário (ação pessoal, Shudson/1989)/ Mr. Gates (White: 1950).
• A teoria esbarra em alguns limites:
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a- Analisa a notícia apenas a partir de quem a produz;


b- Esquece que as normas profissionais interferem no processo;
c- Desconsidera a estrutura burocrática e a organização.

A teoria do gatekeeper pressupõe que as notícias são como são porque


os jornalistas assim as determinam.

03. Teoria da organização


• Filiada ao Funcionalismo;
• Trabalha com a idéia de Mercado: a noticia aparece como um produto à
venda;
• A produção da notícia sai do âmbito individual para o âmbito da
organização jornalística;
• As normas da organização sobrepõem-se aos valores pessoais do
jornalista (Breed);
• Observa que sobre o jornalista age um sistema sutil de recompensa e
punição (sanções);
• Entende que o jornalista adequa-se a política do veiculo não por ela estar
explicita, mas por um “processo de osmose” no qual recompensa e/ou punição têm
papel legitimador;
• Aponta que à cultura profissional sobrepõem-se a cultura organizacional;
• Defende que a acomodação do jornalista à política editorial do veiculo dá-
se por seis razões fundamentais:
a) autoridade e sanções;
b) hierarquia e referência superior;
c) promoção profissional;
d) ausência de conflitos de grupos;
e) prazer pelo trabalho;
f) noticias como valor estimulando a solidariedade ( orgânica)entre os
jornalistas da “direção’ ( ou a direção) e os da “redação”;

• Entende que “Jornalismo é o espaço que sobra da publicidade”: o fator


econômico, como ´parte da organização, é determinante na construção da noticia ;
As receitas vêm das vendas...
... mas vêm especialmente de anúncios
... só tem anúncio o jornal que veicula a notícia...
... que interessa a uma determinada ordem ..
... e a reproduz no noticiário.

A teoria da organização pressupõe que as notícias são como são


porque as empresas e organizações jornalísticas assim as determinam.
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04. Teorias da Ação Política


• Entende que a mídia está a serviço de interesse políticos;

Herman e Chomsky (EUA, 1986)


- a notícia é aquilo que vende(Medina);
- os media reforçaram o “establishment”( poder estabelecido) graças à
ação dos donos meios e dos anúncios;
- o jornalismo funciona como modelo de propaganda.

Aponta que há cinco razões para a subordinação do jornalismo aos interesses


capitalistas:
1 propriedades dos media;
2 lucratividade ;
3 oficialismo;
4 punições
5 ideologia anticomunista dominante entre jornalistas;

Limites aos estudos e das teorias esquerdistas,


segundo Herman e Chomsky:
- desconsidera “certa autonomia do jornalista”;
- atribui fortes laços entre donos das empresas e os jornalistas.

As teorias da ação política pressupõem que as notícias são como são


porque interesses políticos e ideológicos assim as determinam.

Para a teoria da ação política de direita, é o Estado que determina as


notícias.

Para a teoria da ação política de esquerda, elas são determinadas


pelos interesses ideológicos capitalistas.

NEWSMAKING
Constatação: há superabundância de fatos no cotidiano, sem organização do trabalho
jornalístico é impossível produzir notícias.
O PROCESSO DE PRODUÇÃO DA NOTÍCIA É PLANEJADO COMO UMA
ROTINA INDUSTRIAL
Os veículos de informação devem cumprir algumas tarefas neste processo:
• Reconhecer entre os fatos, aqueles que podem ser notícia (seleção).
• Elaborar formas de relatar os assuntos (abordagem/angulação).
• ORGANIZAR, temporal e espacialmente, o trabalho para que os
acontecimentos noticiáveis possam ser trabalhos de maneira organizada.
“Embora o jornalista seja participante ativo na construção da realidade, não há
uma autonomia incondicional em sua prática profissional, mas sim a submissão a
um planejamento produtivo. As normas ocupacionais teriam maior importância do
que as preferências pessoais na seleção das notícias”. (PENA)
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Diante da IMPREVISIBILIDADE dos acontecimentos, as empresas
jornalísticas precisam colocar ordem no tempo e no espaço.
Para isso, estabelecem determinadas práticas unificadas na produção
das notícias. É dessas práticas que se ocupa a teoria do newsmaking.

Agendamento e jornalismo:
a questão do ‘agenda-setting’

“(...) em conseqüência da ação dos jornais, da televisão e dos outros meios


de informação, o público sabe ou ignora, presta atenção ou descura, realça
ou negligencia elementos específicos dos cenários públicos. As pessoas têm
tendência para incluir ou excluir dos seus próprios conhecimentos aquilo que
os mass media incluem ou excluem do seu próprio conteúdo. Além disso, o
público tende a àquilo que esse conteúdo inclui uma importância que reflete
de perto a ênfase atribuída pelos mass media aos acontecimentos, aos
problemas, às pessoas”.
Donald Shaw, 1979 (In: WOLF, 1994).

Os estudos sobre o agenda-setting

A origens do conceito de agendamento está no pensamento de Walter Lippmann. Jornalista


norte-americano de grande atuação em pesquisas de opinião nos Estados Unidos da primeira
metade do século passado, Lippmann constituiu uma das mais respeitadas obras de estudos
da cultura de massa e opinião pública da época, com ressonância até hoje.
Para ele, "a notícia não é um espelho das condições sociais, mas o relato de um aspecto que
se impôs". É seguindo esta linha de pensamento, que o autor aproxima os conceitos de notícia
e opinião pública (STEINBERG, 1966):

"A notícia que não oferece ao leitor a oportunidade de entrar na luta que ela
descreve não pode interessar a um grande público. É preciso que o público
participe da notícia, como participa do drama, pela identificação pessoal...
Assim como toda a gente sustém a respiração quando a heroína está em
perigo (...) assim, de maneira mais sutil, entra o leitor na notícia".

Por conta destes estudos, Lippmann é também considerado um dos primeiros formuladores
(senão, o primeiro formulador) dos estudos do que hoje conhecemos como a agenda-setting.
No entanto, a formulação clássica do conceito surge nos Estados Unidos em finais da década
de sessenta com Maxwell E. McCombs e Donald L. Shaw. O conceito vai inspirar numerosos
estudos a partir dos anos 70. O amadurecimento dos estudos leva os a autores a observar que
(TRAQUINA, 2003):

“Novas investigações, explorando as conseqüências do agendamento do


enquadramento dos mídia, sugerem que os mídia não só nos dizem EM QUE
PENSAR, mas também COMO PENSAR NISSO E, conseqüentemente, O QUE
PENSAR (grifo nosso)”.

Agendamento = EM QUE, COMO E O QUÊ PENSAR

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