Blumenau em Caderno - 58 Sobre Fumo
Blumenau em Caderno - 58 Sobre Fumo
Blumenau em Caderno - 58 Sobre Fumo
INDÚSTRIA TfxlIl
COMPANHIA H[RING
BLUMENAU - Estado de Santa Catarina - BRASIL
RUA HERMANN HERING, 1790 - CAIXA POSTAL N.o 2
TELEGR. "TRICOT"
--o-
MARCA REGISTR.
fábrica de
ArtlZfato6 dIZ Malhas
FUNDADA EM 1880
: 75 ANOS DE EXIST~~CIA
F
CONTRIBUINDO PARA A
GRANDEZA DO BRASIL
EM SEU COMÉRCIO
E INDÚSTRIA
Não o negarão porque sabem que nós, como êles, pugnamos pelos
superim"es interêsses da nossa comuna magnífica, querendo-a semp1'e ?nais
forte e mais glorificada, maim' e mais rica para a grandeza e a gwr-ia d e
Santa Catarina e do Brasil.
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Os "I'rzao
... - - "
Quando D. Francisco d e Souza , casado com Catarina Gomes. Fa-
senhor de Beringel, apelidado leceu como Capitão-mor de Itu ,
" Francisco das Manhas" mercê das em 1684.
continuadas lábias de que usava, 111 - Manuel Rodrigues Arzão
veio assumir o govêrno-geral do Em 1662 foi Juiz de São Paulo e
Brasil, em 1591 , trouxe em sua fêz entradas no sertão. Em 1672
companhia o flamengo Cornélio recebeu uma carta do príncipe.
de Arzão. Como o " grande objeti- Em 1676 era administrador da ai··
v o, o verdadeiro, de D. Francisco deia de Barueri. Foi casado com
visasse o descobrimento de rique - Maria de Azevedo.
zas minerais" , - segundo nos in- IV - Suzana Rodrigues Arzão
forma o mestre Taunay - transfe- Foi casada com Pedro Dias Bote-
riu-se para São Paulo em 1599. Ar- lho. Desta união, supõe Taunay
zão o acompanhou e f oi encan·ega- (Hist. geral das Bandeiras, voI.
do de " edificar os engenhos das Mi- VIII, pago 268 ) nasceu:
nas da capitania vicentina, com 200 1 - João Dias de Arzão - que
cruzados de salário. Em 1610, a o Dr . Luiz pualberto declara
Câmara de São Paulo o incum- ter tido por mãe Maria Henri-
biu da construção da matriz da ques, e ser casado com Maria
vila. Sabe-se que teve uma ques- Pedrosa , e pai ( 1 ) de Domingos
tão judicial com os jesuítas e , por Francisco Francisque, o " Cabe-
isso, foi excomungado e encarce- cinha". Declara ainda o histo-
rado durante vários anos, tendo riador citado que João Dias de
seus bens confiscados . .. Em cer- Arzão possuía um sítio ou fa-
to tempo passou a fundir ferro , zenda na Barra-Grande, proprie-
que transformava em ferramentas dade que depois passou a per-
vendidas por elevado preço. Hou- tencer a Francisco Gomes Ga-
ve protesto contra esta alta de lhardo e sua mulher Ana Viei -
preço . A Câmara intimou Arzão a ra e , posteriormente, foi vendi-
baixá-lo sob pena de 2$000 de da a Francisco Dias Belo, natu-
multa. Faleceu Cornélio Arzão em ral de São Francisco e filho de
1638. Foi casado com Elvira Ro- Christovam Dias Belo, nascido
driguez, filha do castelhano Mar- na Gram-Canária e que foi o
tin Fernandez Tenorio de Aguilar, tronco dos Belos francisquenses.
famoso bandeirante, conforme nos Quando, por 1655, o Capm. Ma-
mostra o egrégio historiador das nuel Lourenço de Andrade , com
Bandeiras. Do seu casamento, ao poderes do marquês de Cascais,
que sabemos, nasceram : veio fundar a vila de Nossa Se-
I - Braz Rodrigues Arzão - Es- nhora da Graça do Rio d e São
têve entre 1671-74 na Bahia com- Francisco do Sul, entre outras
batendo os silvícolas. Como Ca- sesmarias, concede u a João Di'ls
pitão-mor da gente de lev a par- de Arzão uina na zona da lagoa
ticipou da expedição de Jorge Soa- de Acarahy. Quando, por 1679,
res de Macedo, em 1679, à Co- chegou a São Francisco o Te-
lônia do Sacramento. Depois de nente de general Jorge Soares de
naufra gar, ser prisioneiro, etc., Macedo, acompanhado de Braz
voltou a São Paulo, onde foi Pro- Rodrigues de Arzão e outros,
curador do Conselho e ali se afa- a caminho da ilha de Santa Ca-
zendou . Como Capitão-mor da vi- tarina , a fim de reforçarem os
la de Itu, faleceu em 1692. Aze- elementos concentrados na Co-
vedo Marques dá sua morte em lônia do Sacramento, João Dias
1680. de Arzão forneceu a Macedo
11 - Cornélio Rodrigues Arzão " um negro língua de terra" e
Entre 1668 e 1671 o encontramos - segundo o Dr. Gualberto -
fazendo entradas no sertão. Era chefiando uma bandeira, pene-
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Os "Leão «:oulinLo"
De Miguel Gonçalves de Araú- neiro. Veio êle servir na guarni-
jo, natural de Itambi (estado do ção militar de Santa Catarina. Al-
Rio de Janeiro), e de sua mulher cançou uma sesmaria em Caiacan-
Bárbara da Costa , natural do Rio ga a 21 de agôsto de 1761 e uma
de Janeiro, nasceu no princípio do outra na estrada do Ribeirão (tam-
século XVIII em Macacu, Miguel bém na ilha) em 6 de setembro de
Gonçalves Leão (2.0 ). Seguiu êste 1764. Em junho de 1773 coman-
a carreira das armas. Foi promo- dava a fortaleza de Araçatuba, na
v ido a Capitão em 11 de março barra do sul. Com a invasão espa-
de 1752. Casou com D. Rita do nhola em 1777 portou-se com mui-
.Espírito-Santo de Melo Azeredo ta bravura e hombridade, tanto
Coutinho , também do Rio de Ja- assim que " foi muito elogiado pe-
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JANEIRO
1881 - dia 1.0. Aparece o primeiro número do jornal "Blume-
nauer Zeitung". Editor: Hermann Baumgarten. Redator responsável:
Antônio Haertel. O aparecimento dessa fôlha foi conseqüência do esfôrço
de vários blumenauenses que, há muito, vinham tratando de suprir a la-
cuna, dotando Blumenau de um periódico em que se fôsse registrando a
vida do município recém-criado, no seu desenrolar diário, em todos os
ramos de atividade.
Êsse primeiro número do "Blumenauer Z'eitung", além de outras
notícias interessantes, publica a seguinte lista de preços de gêneros de
primeira necessidade, vigorantes na época: Milho, por saco de 80 litros
Cr$ 3,00; feijão, idem, 5,00; farinha, idem, 1,40; arroz com casca, idem,
2,00; batatas, idem, 4,00; fumo, por arrôba, de 4,00 a 8,00; açúcar, por
arrôba, 2,00 a 2,50; toucinho, idem, de 2,50 a 3,00; cebo, idem, 5,00;
manteiga, por quilo, 0,50; banha, idem, 0,30; cêra, idem, 1,00; ovos, por
dúzia, 0,10; galinha, por unidade, 0,30 a 0,60; cachaça, por litro, 1,20 a
1,40; tábuas, (costadinho) de 9", por dúzia, 6,00; tábuas, idem, 12", por
dúzia, 9,00. Felizes tempos em que se comia manteiga a 10 centavos o
quilo! E que manteiga!!!
1881 - dia 2. Foi encontrado morto, nas proximidades de sua
casa, em Rio do Têsto, o colono Frederico Rux. Apresentava um feri-
mento, por tiro, na cabeça, parecendo tratar-se de suicídio. Por êsse tem-
po começaram a ser exploradas as minas de chumbo do Garc.ia.
Em princípios de janeiro, C. Haertel, E. Heubach e Hermann
Baumgarten fundaram uma Sociedade de E stenografia, para ensino e
prática do método de Gabelsberger.
1881 - dia 10. Madalena von Harthental inicia um curso de
trabalhos manuais.
1881 - dia 13. Às 3 horas da tarde falece Hermann Wendeburg,
um dos mais diligentes e dedicados auxiliares do Dr. Blumenau na di-
reção da colônia. Era o seu guarda-livros desde 1860, quando a colônia
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A CULTURA DO FUMO
Uma companhia nacional tem dedicado especial atenção ao Va-
le do Itajaí, incentivando, por todos os meios, aconselháveis, a cultura
ào fumo.
É assim que se vê, em tôdas as linhas coloniais da bacia do gran-
de Itajaí, vastas áreas cobertas de plantações da conhecida e discutida
solanácea.
A companhia, a lém de fornecer sementes, mudas e adubos, fi-
nancia as culturas e o preparo do fumo, dispondo para isso de técnicos
que percorrem as zonas produtoras, aconselhando e fiscalizando o tra-
balho dos agricultores.
Seria intereBsante que o Ministério da Agricultura observasse
com cuidado essas providências e as adotasse, com o rigor e a técnica se-
guidos pela companhia, aos vários órgãos de incremento e defesa da pro-
dução vegetal. Cer tamente estaríamos bem mais adiantados neSEe setor.
Acontece, entretanto, que, par ticulares e órgãos de imprensa,
talvez mal orientados, têm incentivado uma campanha sistemática con-
tra essa cult ura, alegando, entre outros argumentos, êstes :
1) E ncaminhando o colono e o incentivando por meio de fa-
cilidade para o cultivo do fumo, a companhia faz com que êle deixe de
produzir gêneros indispensáveis à alimentação do povo e, concorrendo,
assim, para agravar o custo da vida;
2) além de outros inconvenientes, o plantio do fumo esteriliza
Curiosidades
CONTINUAÇÃO DA PAGINA ANTERIOR
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Blu.nenau e.n -Cadernos
Mensário dedicado à história e aos interêsses do Vale do ItajaÍ
Assinatura 12 números ... . . . .. Cr$ 100,00
··
Número avulso ...... . ........ Cr$ 10,00
···~
Administração e responsabilidade de Luiz Ferreira da Silva.
Tôda a correspondência deverá ser dirigida a
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Blumenau em Cadernos
i
Caixa Postal, 425
BLUMENAU - S. CATARINA
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