Cfaq-III F Estivagem

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NOÇÕES DE ESTIVAGEM DE CARGA

FLUVIAL
Sumário

Introdução .......................................................................................................... 5
1 Movimentação de carga .................................................................................... 5
1.1 Acessórios utilizados na movimentação de cargas .............................................. 5
1.2 Equipamentos para movimentação de cargas ...................................................... 9

2 Arrumação e estivagem.................................................................................... 13
2.1 Introdução ........................................................................................................... 13
2.1.1 Fator de estiva .................................................................................................... 13
2.1.2 Quebra de estiva ................................................................................................. 14
2.1.3 Utilização de carga .............................................................................................. 17
2.2 Contêineres ......................................................................................................... 19
2.3 Cargas a granel e ângulo de repouso .................................................................. 23
2.4 Separação e segregação de carga ..................................................................... 24

3 Peação e escoramento ..................................................................................... 25


3.1 Peação ............................................................................................................... 25
3.1.1 Material empregado na peação........................................................................... 25
3.2 Escoramento ....................................................................................................... 27
3.2.1 Material utilizado no escoramento ....................................................................... 27

Bibliografia ................................................................................................................... 30

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Introdução

O conhecimento da forma correta de como uma carga deve ser estivada a bordo é
essencial para a preservação da segurança do navio e da própria carga. Esta disciplina
apresenta informações básicas sobre movimentação de cargas nas embarcações bem
como sua arrumação e estivagem, peação e escoamento

1 Movimentação de carga

Conheceremos os principais acessórios e equipamentos utilizados na estivagem


das mercadorias a bordo das embarcações mercantes.

1.1 Acessórios utilizados na movimentação de carga

Moitão

É uma caixa de madeira ou de chapa de metal, de forma oval, dentro da qual trabalha
uma roldana. Ele é usado para retorno de um cabo, nos teques e talhas.

Cadernal

É uma caixa de madeira ou de metal semelhante ao moitão, dentro da qual trabalham


duas ou mais roldanas em um mesmo eixo. Esses cadernais são classificados como
cadernais de dois ou três gornes, de acordo com o número de roldanas que possuem.

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Catarina

É um moitão especial, de aço, utilizado nas operações de grande


peso, principalmente nos aparelhos de pau de carga

Patesca

É uma caixa semelhante ao moitão, porém mais comprida e aberta de um lado, a fim
de possibilitar gurnir ou desgurnir um cabo pelo seio

Gatos

São peças de aço forjado, em forma de gancho, com olhal, geralmente constituídas
de uma peça única. São usados nos cabos de aço dos paus de carga e guindastes para
içar a carga colocada nos estropos.

Manilha

É uma peça fabricada em vergalhão


de metal recurvado em forma de U, fechada
numa das extremidades por um pino
chamado cavirão. É usualmente empregada
nos aparelhos de pau de carga e, também,
nas operações de peação da carga.

Grampos ou clips

São peças de metal em forma de U que servem para fazer emendas em cabos de
aço; bastante utilizadas na peação de carga

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Lingas

São acessórios que servem para engatar uma lingada de um ou mais volumes ao
gato do aparelho de carga da embarcação ou do porto. Existem vários tipos, cada um de
acordo com o tipo de mercadoria a ser movimentada; assim temos:

Linga de estropo

Pedaço de cabo com os chicotes unidos por costura redonda, podendo ser de fibra
vegetal ou sintética ou de arame de aço. Usada para movimentar caixaria em geral e volumes
individuais leves.

Linga de funda

É um estropo com os chicotes unidos a uma lona costurada, usada para fazer lingadas
com sacaria de arroz, café e cereais em geral.

Linga de patola

Acessório formado por pés de galinha de corrente ou cabo de arame de aço com
patolas ou gatos nos chicotes. Usada para movimentar tambores, barris, tubos, chapas etc.

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Lingas de rede

São redes com mãos (alças) nos quatro cantos, confeccionadas com cabos de fibra,
fibra sintética ou arame de aço e usadas para movimentar mercadorias leves e pequenas.

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1.2 Equipamentos para movimentação de carga

Vamos conhecer alguns equipamentos utilizados para manipulação das cargas em


navios de carga geral e porta-contêineres.

Guindaste

Atualmente é o equipamento mais utilizado para as operações de carga e descarga


de mercadorias nas embarcações e nos portos.

Guindaste de convés

Equipamento instalado junto aos porões das embarcações, fácil de ser manobrado
por apenas um operador durante as operações de carga e descarga.

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Pau de carga

Equipamento de movimentação vertical, instalado no convés da embarcação junto a


cada porão para movimentação de pequenos pesos, sendo pouco utilizado atualmente
porque os guindastes têm maior produtividade.

Cábrea Flutuante

Guindaste flutuante que combina a movimentação de carga vertical e horizontal.

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Portêiner

Equipamento de movimentação de contêineres instalado nos terminais de


contêineres (Tecon). Ele opera a carga nos sentidos horizontal e vertical de maneira segura,
pois não provoca balanços bruscos. A cabine do operador fica localizada no próprio portainer,
o que facilita a visão do terminal, do convés e do interior do porão.

Transtêiner

Aparelho de movimentação vertical dos contêineres utilizado apenas no pátio do


terminal.

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Empilhadeira

Equipamento utilizado na movimentação da carga nos porões das embarcações,


assim como nos pátios e armazéns. Tem capacidades variadas, podendo ser movida a
diesel, gasolina, a gás ou eletricidade.

Ponte rolante

Tipo de aparelho de carga utilizado a bordo, com movimentações horizontal e vertical.


Desloca-se sobre trilhos ao longo do convés, alcançando todas as escotilhas dos porões,
podendo movimentar a carga do pátio para o interior dos porões ou vice versa.

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2 Arrumação e estivagem

2.1 Introdução

Estudaremos fator de estiva e quebra de estiva e suas aplicações na distribuição


das mercadorias nos porões. Veremos também o significado de unitização e sua vantagem
na armazenagem da carga em relação à carga solta ou fracionada.

Veremos, ainda, sobre contêiner, suas vantagens e desvantagens, tipos e utilizações.


Finalmente, tomaremos conhecimento da carga a granel, suas particularidades, separação
e segregação da carga.

2.1.1 Fator de Estiva

É o volume ocupado por uma unidade de peso de uma mercadoria na sua forma ou
embalagem de transporte. O fator de estiva é expresso em metros cúbicos por tonelada
métrica ou em pés cúbicos por tonelada longa.Ele pode ser identificado nas listas de carga
por “FE“.

No Brasil, o fator de estiva aparece sempre na unidade metros cúbicos por tonelada
métrica; sabendo que cada tonelada representa mil quilos, podemos dizer que o fator de
estiva de uma mercadoria é expresso por m³/t.

Os valores do fator de estiva podem ser encontrados em listas especificas.

Tabela com valores de alguns fatores de estiva de cargas.


Mercadoria Embalagem m /t Cuft/tl
Cebola sa co 1,87 67
Chocolate Caixa de madeira 1,81 65
Cimento S a co 0,84 30
Soja (Rio Grande) Granel 1,48 53
Trigo (Rio Grande) Granel 1,27 45
Arroz S a co 1,62 58
Café S a co 1,67 60

Esse elemento pode ser determinado pela fórmula:

FE = Volume
Peso

Portanto, se tivermos as dimensões da mercadoria e seu peso, podemos determinar


o valor do FE. Vejamos o seguinte exemplo :

Uma caixa com as dimensões: comprimento = 2,00 m, largura = 1,00 m e altura =


1,00 m, pesando 1 tonelada ou 1.000 quilos, tem o seguinte fator de estiva :

FE = 2,00 x 1,00 m x 1,00 m = 2 m³ = 2m³/ t


1t 1t 13
NEC
Esse fator é importante porque, por meio dele, podemos saber quantos metros cúbicos
de carga poderemos carregar num compartimento de carga.

Exemplo: se uma carga tem um fator de estiva de 2 metros cúbicos e pesa 2.000 t,
podemos afirmar que o volume da carga é de 4.000 m³.

2.1.2 Quebra de Estiva

É o espaço do porão ou outro compartimento de carga não ocupado pela carga.

Ela pode variar em função de:

a) Tipo de embalagem: a forma e o tamanho da embalagem contribuem para a perda


de espaço dentro do porão.

b) Forma do compartimento destinado à estivagem da carga: normalmente os porões


centrais apresentam menor quebra de estiva porque suas formas são regulares, não se
estreitando como o porão um.

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c) Má operação da estiva: Quanto melhor for a estivagem, menor será a quebra de
estiva e isto é possível determinando-se que os volumes fiquem encostados um nos outros
e junto das anteparas dos porões.

d) Dunagem, peação e escoramento da carga: A separação, o escoramento e a


peação também influem no aproveitamento das praças onde as mercadorias estão estivadas.

A quebra de estiva é mais evidente no embarque de carga geral e, praticamente


nula, no carregamento de granéis, desde que ela seja bem rechegada e pequena com
estivagem de sacaria e cartões de pequenas dimensões.

Quando ocorre grande quebra de estiva, pode-se completar estes espaços com carga
de enchimento, que são cargas menores estivadas entre volumes maiores.

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NEC
A Quebra de Estiva das cargas pode ser obtida em tabelas próprias expressas em
porcentagens nos seus valores mínimos e máximos, conforme tabela da figura.

Tabela com valores mínimo e máximo de que alguns tipos de cargas.


Volumes diversos 10% a 25%
Madeira 5% a 50%
Tambores 8% a 25%
Barris 10% a 50%
Sacaria 0% a 12%
Fardos 2% a 20%
Rodas 10% a 25%
Bombonas 10% a 22%
Autos 25% a 50%

Esses valores foram obtidos considerando-se o volume da carga e o volume de


estivagem da carga no porão.

Esse percentual de quebra de estiva traduz o acréscimo estimado do volume da


carga com relação ao volume total ocupado no porão, após a sua estivagem.

O volume ocupado pela carga no porão é também conhecido como volume de


estivagem, ou seja, é o volume da própria carga mais a quebra de estiva. Esse volume
pode ser calculado matematicamente pela fórmula:

VE = Vc + QE, onde :
VE = volume de estivagem
Vc = volume da carga
QE = Quebra de estiva

Na prática esse cálculo é fácil, bastando somar o percentual da quebra de estiva ao


volume da carga, obtendo-se desta forma o volume total ocupado pela carga no porão, ou
seja, o volume da estivagem.
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2.1.3 Unitização da carga

A grande variedade de volumes, formatos e pesos da carga geral, sempre traz


dificuldades de estivagem, porque elas podem vir soltas demandando com isto maior tempo
na operação de estiva e, conseqüentemente, aumento de custos.

A carga geral solta ou fracionada, mostrada na figura, é caracterizada pelo embarque


por volume ou em unidades.

Unitização em pallets

É o processo de agrupar a carga em uma só unidade, quase sempre paletizada, isto


é, quando as cargas são estivadas num pallet ou estrado.

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Unitização em contêineres

Os volumes são estivados ou ovados dentro do contêiner.

Unitização em Pré-lingados

Processo de agrupar os volumes em estropos especiais


num armazém antes do envio para as embarcações.

Unitização em Big Bags

São também chamados de contêineres flexíveis,


utilizados no transporte de granéis sólidos.

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2.2 Contêineres

Contêiner é um equipamento construído de acordo com normas técnicas


reconhecidas internacionalmente, dotado de medidas externas, de estrutura resistente,
permitindo seu uso durante um longo espaço de tempo nos transportes: rodoviário, aéreo e
marítimo, com total proteção da carga nele estivada, em termos de segurança e
inviolabilidade.

As principais vantagens da utilização dos contêineres são:

• redução da estadia da embarcação nos portos;


• facilidade no transporte intermodal;
• menor manuseio da carga;
• redução do índice de avarias; e
• proteção contra intempéries.

Algumas desvantagens do uso dos contêineres são:

• quebra de estiva dentro do contêiner;


• exigem equipamentos caros para sua utilização;
• pagamento do aluguel do contêiner; e
• custo dos reparos.

Padronização dos contêineres

Tendo em vista os diversos tipos de transportes dos contêineres, e sua utilização


intermodal, foram criados equipamentos com medidas padrões e especificações técnicas
de forma a permitir a evolução do seu uso.

Para permitir o intercâmbio entre os transportadores e viabilizando o transporte das


mais variadas mercadorias, foram construídos contêineres nas dimensões e capacidades
mostradas na tabela abaixo:

Carga
Comprimento Largura Altura Volume
Máxima
20' 8' 8' 6" 33 m³ 20.320 kg
40' 8' 8' 6" 66 m³ 30.480 kg

Além das dimensões mostradas acima, existem contêineres com comprimentos de


40, 45, 48 e até 53 pés de comprimento e altura de 9 pés e 6 polegadas e 8 pés de largura,
variando portanto o volume e capacidade de carga. Esses contêineres são chamados de
high cube (grande cubagem).
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Os tipos de contêineres mais usados atualmente são:

Contêiner para carga seca de 20 ou 40 pés

Mais comumente utilizado devido a sua versatilidade para cargas secas, tais como:
sacaria, caixaria, cartões devidamente embalados.

Open top (sem teto) de 20’ e 40’

É um equipamento com teto aberto, destinado ao acondicionamento de mercadorias


que não podem passar pela altura da porta, portanto, somente podendo ser embarcadas
por cima.

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Contêiner de 20' para granel sólido

Foi projetado para transporte de


carga seca a granel. Elimina despesas
de ensacamento e permite um maior
aproveitamento da praça.

Contêiner térmico de 20' e 40'

Equipamento destinado ao transporte de cargas perecíveis, podendo transportar


mercadorias refrigeradas ou resfriadas.

Esses contêineres também podem ser classificados como integrados ou “vent


hole”, conforme explicaremos a seguir.

Contêiner integrado

Possui sistema de refrigeração próprio alimentado pela energia do navio ou do


terminal.

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Contêiner “vent hole”

É igual o refrigerado integrado, porém depende de uma planta de refrigeração do


navio.

Contêiner plataforma de 20' e 40'

É uma plataforma simples, projetada para carregamento de cargas compridas, largas,


irregulares ou com problema de acondicionamento.

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Contêiner Flat Rack de 20' e 40'

É um contêiner plataforma, com cabeceiras, projetado para transportar cargas que


ultrapassam a sua largura.

Contêiner tanque de 20'

É um contêiner especial destinado ao transporte de cargas líquidas, com revestimento


à prova de corrosão e de vazamento e com controle de temperatura.

Contêiner High Cube

É utilizado para o transporte de cargas de grande volume e pouco peso. Possui a


mesma largura de 8', altura de 9' 6", variando no comprimento que pode ser de 40, 45 e 48
pés.

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2.3 Cargas a granel e ângulo de repouso

Carga a granel é aquela transportada por uma embarcação sem estar acondicionada
em embalagem; é despejada dentro do porão. A carga a granel pode ser transportada no
estado sólido, quando tratar-se de grãos ou minérios e líquida quando se trata de petróleo,
seus derivados, álcool, produtos químicos e gases liquefeitos.

Trataremos apenas dos granéis sólidos.

Esse tipo de mercadoria é transportado no navio graneleiro,


que é projetado e construído para carregar grãos e minérios com
segurança.

Para segurança dos navios graneleiros, durante o transporte


de grão a carga tem que estar rechegada ou nivelada para evitar
que corra lateralmente quando o navio balançar.

Ângulo de Repouso

É o ângulo interno formado com o plano horizontal e a superfície do cone ao ser


despejada a carga no porão. O conhecimento deste ângulo é importante porque, se a
embarcação sofrer uma inclinação superior ao ângulo de repouso do grão ou minério
carregado, a carga se movimenta criando uma situação de banda permanente, colocando
em risco a estabilidade do navio.

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2.4 Separação e segregação da carga

Separação da carga

O carregamento da embarcação que transporta carga geral é diversificado e


destinado a diferentes portos e recebedores; por isto a separação da carga é tão importante,
pois quando bem realizada evita extravios e avarias à carga.

A prática da separação da carga, mesmo quando o carregamento é uniforme, permite


o processo de descarga com rapidez.

Para fins de separação, o emprego de madeira, lonas, cabos velhos e tecido tipo
sarrapilheira é bastante usual.

Dunagem (madeira)

A dunagem consiste normalmente em


colocar no piso peças de madeira, quase sempre
de pinho, pois ele é o menos odorífero, antes da
primeira camada de carga para evitar o contacto
direto da carga com a chapa, evitando avaria devido
a umidade ou calor, pois facilita a ventilação da
carga.

Separação com tecido ou lona

Utilizada para separar os lotes de carga


para os diferentes portos e consignatários
(recebedores da carga).

Segregação da carga

Consiste da separação da carga quando existe incompatibilidade de mercadorias.


Normalmente, quando são transportadas cargas incompatíveis, dos tipos odoríferas, sujas,
perigosas, higroscópicas, entre outras, devem ser obedecidas regras específicas para evitar
avarias, por exemplo:

Não devem ser carregadas: sacaria de cimento no mesmo porão onde estiver estivado
qualquer gênero alimentício; sacaria de café juntamente com cartões contendo mentol; 25
mercadoria inflamável próxima de explosiva e sacaria de arroz junto à sacaria de café. NEC
3 Peação e escoramento

3.1 Peação

É a operação efetuada a bordo que consiste em fixar a carga à estrutura da


embarcação com a finalidade de evitar que ela se desloque da sua posição de estivagem
durante a viagem devido aos movimentos do navio.

3.1.1 Material empregado na peação

Os materiais mais empregados na peação de carga geral são:

• Cabos de fibra vegetal;


• Cabos de fibra de materiais sintéticos;
• Cabos de arame de aço;
• Correntes;
• Macacos esticadores;
• Clips ou grampos;
• Manilhas;
• Fitas de aço;
• Redes de cabos de fibra sintética ou de aço; e
• Madeiras.

A peação dos contêineres exige materiais de maior resistência e durabilidade além


da exigência de serem classificados.

Qualquer que seja o material utilizado na peação, é importante a distribuição de


olhais pelos compartimentos de carga e convés.

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Entre os principais materiais utilizados na peação dos contêineres, podemos citar:

Cabos galvanizados

São usados para peação diagonal ou vertical do contêiner ao piso do convés,


escotilha ou qualquer compartimento de carga, conforme mostra a figura.

Macaco esticador

Para ser usado na peação do contêiner fixando o cabo de aço galvanizado, barra
rígida ou corrente ao olhal.

Olhais (D’Ring)

São olhais em forma de “D“, rebatíveis, que servem para fixar o macaco esticador
utilizado na peação dos contêineres.

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Sapatas (castanhas)

São peças de aço, geralmente galvanizadas, soldadas ao convés, tampa da escotilha


ou qualquer compartimento de carga, que servem para encaixe do pino de torção usado
para fixar o contêiner.

Pino de torção (twist lock)

É um tipo de tranca de torção usado para pear o contêiner ao tampão da escotilha,


convés, compartimento de carga ou em outro contêiner.

3.2 Escoramento

É a operação fundamentalmente complementar da peação. Em geral, quando se


trata de cargas pesadas, a peação nem sempre é suficiente para garantir a total segurança
das mesmas durante a viagem.

No convés, tal prática é indispensável, pois não sendo possível a realização de uma
estivagem compacta, a carga encontra-se mais propensa a correr durante a viagem devido
aos balanços da embarcação.

O escoramento é também necessário quando o compartimento não está totalmente


cheio e sobram espaços entre os volumes.

3.2.1 Materiais utilizados no escoramento

A madeira é o material mais utilizado nesta faina, devendo ser constituída de barrotes,
tábuas, pranchões e cunhas de madeira.

Os barrotes ou caibros servem de escoras que são classificadas em: horizontais,


inclinados e verticais, conforme a direção da pressão exercida sobre a carga.

Horizontais

São usadas através de calços e colocadas horizontalmente entre a carga e as partes


estruturais da embarcação, conforme mostrado na figura.
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Inclinadas

Estas devem prender a carga de cima para baixo, pois as escoras de baixo para
cima tendem a se desprender com o movimento da embarcação.

escora inclinada
reforço

carga borda falsa

escora horizontal
reforço

As escoras devem ser fixadas e apoiadas sobre tábuas de separação para distribuir
a pressão exercida pela carga, evitando que ela ocorra num só ponto. Estas tábuas são
colocadas tanto na horizontal como na vertical e, se colocadas na coberta, devem ir de cima
a baixo, alcançando toda a altura deste local de estivagem.

Cunhas

São peças de madeira que calçam e apertam as escoras de madeira em sentidos


opostos, batidas umas contra as outras.

escora

cunha 29
cunha NEC
Bibliografia

BRASIL. Ministério do Trabalho / Fundação Jorge Duprat de Figueiredo - FUNDACENTRO.


Operação nos Trabalhos de Estiva. São Paulo: FUNDACENTRO, 1991.

BRASIL. Ministério da Defesa. Marinha do Brasil. Diretoria de Portos e Costas. Norma da


Autoridade Marítima nº 2 (NORMAM 02). Rio de Janeiro, 2000.

FONSECA, Maurilio M. Arte Naval. 5 ed. Rio de Janeiro: SDGM, 1989. 916 p. ISBN 85-
7047-051-7.

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