Apostila Artes para Terceirão

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HISTÓRIA DA

ARTE
ROTEIRO SUBSIDIÁRIO
TERCEIRA SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

ORGANIZAÇÃO: J. ANDRÉ DE AZEVEDO


Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 2

UMUARAMA, 2012
I. CONCEITO DE ARTE 1
1. Definição de Arte

Por Arte podemos definir a criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio,
harmonia, revolta, etc.), a qual sintetiza as emoções, a história, os sentimentos e a cultura.
Trata-se de um conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras e nos quais
aplicamos nossos conhecimentos.
Apresenta-se sob variadas formas como: arte plástica, música, escultura, cinema, teatro,
dança, arquitetura, etc.
Pode ser vista ou percebida pelo ser humano de três maneiras: visualizada, ouvida ou
mistas (audiovisuais).
Hoje alguns tipos de arte permitem que o apreciador participe da obra de arte,
constituindo-o protagonista.

2. Quem faz Arte?

O homem criou objetos para satisfazer suas necessidades práticas, como as


ferramentas para cavar a terra e os utensílios de cozinha. Outros objetos são criados por
serem interessantes ou possuírem um caráter instrutivo. O homem cria a arte como meio de
vida, para que o mundo saiba o que pensa, para divulgar as suas crenças (ou as de outros),
para estimular e distrair a si mesmo e aos outros, para explorar novas formas de olhar e
interpretar objetos e cenas.

3. Por que o mundo necessita de Arte?

O perguntar-se sobre o porquê fazemos Arte e para que a usamos é aquilo que
chamamos de função da arte e esta pode ser:

 Decorativa;
 Naturalista;
 Utilitária
 Explicativa;
 Clínica;
 Explorativa.

4. Como entendemos a Arte?

O que vemos quando admiramos uma obra de arte depende da nossa experiência e
conhecimentos, da nossa disposição, imaginação e daquilo que o artista pretendeu mostrar.

5. O que é estilo? Por que rotulamos os estilos de Arte?

Estilo trata-se da maneira como o trabalho se mostra depois de o artista ter tomado suas
decisões. Cada artista possui um estilo único.

6. Como conseguimos ver as transformações do mundo através da Arte?

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http://www.artesbr.hpg.ig.com.br/Educacao/11/index_hpg.html, acesso aos 12/01/2010.
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No tocante ao mundo artístico, é possível verificar o estilo, a época, o local e a técnica
empregados na obra de arte; podemos “dialogar”dialogando com a obra de arte e assim
entender as mudanças ocorridas nas sociedades.

7. Como as idéias se espalham pelo mundo?

Exploradores, comerciantes, vendedores e artistas costumam apresentar às pessoas


idéias de outras culturas. Os progressos na tecnologia também difundiram técnicas e teorias.
Elas se espalham:

 Pela arqueologia: quando se descobrem objetos de outras civilizações;


 Pela fotografia: a arte passou a ser reproduzida e, nos anos 1890, muitas das revistas
internacionais de arte já tinham fotos;
 Pelo rádio e televisão: o rádio foi inventado em 1895 e a televisão em 1926, permitindo
que as idéias fossem transmitidas por todo o mundo rapidamente, os estilos de arte
podem ser observados, as teorias debatidas e as técnicas compartilhadas;
 Pela imprensa (inventada por Johann Guttenberg por volta de 1450): os livros de arte
podiam ser impressos e distribuídos em grande quantidade;
 Pela internet: alguns artistas colocam suas obras em exposição e podemos pesquisá-
las, bem como saber sobre outros estilos.
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II. TEORIAS DA ARTE 2


Introdução: É possível falar de uma teoria da Arte?

As teorias da Arte têm por objetivo explicar a natureza da obra de arte em geral. Alguns
críticos consideram essa tarefa inevitavelmente fadada ao fracasso. Segundo eles, a arte é um
fenômeno demasiado diversificado para que possa ser encontrada uma essência comum a
todas as suas manifestações, o que equivale a dizer que não podemos encontrar condições
necessárias e suficientes para a sua identificação, ou seja, condições que, uma vez presentes,
nos garantam que estamos diante de obras de arte.
O que há de comum, afinal, entre o teto da capela Sistina e as caixas de presente?
Muito pouco. Essa objeção toma uma forma articulada na sugestão, feita por Morris Weitz, de
que o conceito de arte não pode ser definido em termos de condições necessárias e suficientes
por se tratar de um conceito caracterizado pelo que Wittgenstein chamava de semelhanças de
família, tal como os conceitos de jogo, número e religião. Tais conceitos parecem possuir uma
essência comum a todas as suas aplicações, mas na realidade apresentam apenas
semelhanças parciais entre uma e outra aplicação, nada possuindo de relevante que seja
comum a todas as aplicações. As similaridades entre as aplicações são, em uma metáfora de
Wittgenstein, como as cerdas trançadas de um mesmo fio, que apenas parecem percorrer toda
a sua extensão.
Essa objeção pode bem ter a sua importância. Mas é necessário notar que a noção de
semelhanças de família, se interpretada como exigindo apenas que os objetos de aplicação do
conceito possuam semelhanças quaisquer entre si, é incoerente. Qualquer coisa é, em algum
aspecto, semelhante a qualquer outra coisa. Como já se notou, o edifício do Empire State e um
alfinete são semelhantes no tocante ao fato de serem feitos de material inorgânico e de serem
pontudos, o que não nos qualifica a dizer que o Empire State é um alfinete. Se as semelhanças
não forem, por algum critério, limitadas, conceitos com semelhanças de família tornam-se
ilimitadamente aplicáveis, perdendo a sua função classificatória e deixando de fazer qualquer
sentido. Um meio de delimitar as semelhanças sem fazer apelo a uma essência comum
consiste em estabelecer um paradigma, que consiste um uma série de propriedades para a
aplicação do conceito, e no estabelecimento de uma regra criterial, exigindo uma
compartilhamento mínimo entre as propriedades de um objeto e as propriedades descritas no
paradigma. Dessa forma, dois objetos podem não possuir nenhuma propriedade comum e
mesmo assim compartilharem suficientemente das propriedades descritas no paradigma para
cairem sob o mesmo conceito. Esse poderia ser o caso, por exemplo, do conceito de religião.
Contudo, se nós considerarmos as coisas dessa maneira, as teorias da arte voltam a
fazer sentido, se não como teorias que visam estabelecer condições necessárias e suficientes
ou essências comuns, ao menos como teorias que devem estabelecer o paradigma daquilo
que chamamos de arte, além das margens de similaridade entre o objeto e o paradigma a
serem requeridas para que ele possa ser chamado de obra de arte. O importante passa a ser
que essas teorias sejam capazes de iluminar dimensões importantes da obra de arte, as quais
constituem o paradigma, além das relações sistemáticas eventualmente existentes entre elas.
Mas há uma outra maneira (não necessariamente conflitante com a que acabamos de
expor) de se abordar a questão. Um conceito com aplicações muito diversificadas pode ser
muitas vezes analisado como um conceito formado por subconceitos variadamente
assemelhados entre si. Sendo assim, mesmo que certo conceito geral não possua uma
essência comum às suas aplicações, isso não significa que os subconceitos que o constituem,
se considerados individualmente, não possuam essências comuns a suas aplicações ainda
mais específicas. Além disso, há subconceitos que são mais fundamentais e que importa mais
analisar. Considere, por exemplo, o conceito de verdade, que se subdivide em dois

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http://criticanarede.com/html/est_tarte.html, acesso aos 12/01/2010.
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subconceitos, o da verdade como antônimo da falsidade, e da verdade como antônimo da
mentira - o primeiro é certamente mais fundamental, só vindo associado ao segundo pelo fato
de mentirosos dizerem coisas falsas.
Se assim for, uma teoria da arte pode esclarecer a essência comum ao que pertence a
uma espécie importante de arte, sendo essa uma tarefa mais relevante do que a de
estabelecer uma regra criterial capaz de delimitar nossas aplicações da palavra "arte" em
circunstâncias nas quais a busca de uma essência comum revelou-se uma miragem.
No que se segue queremos expor e discutir brevemente algumas teorias mais influentes
acerca da natureza da arte em algumas de suas variantes, em busca do que possa parecer
mais esclarecedor.

1. Representacionalismo

O representacionalismo é a mais antiga concepção sobre a natureza da arte, sugerindo


que a sua função é a de representar alguma coisa. Platão e Aristóteles concebiam a arte
como imitação ou mímese, ou seja, uma representação naturalista da realidade. Assim, a
pintura imita a natureza, o drama imita a ação humana.
Essa concepção já era problemática na Antiguidade. A música instrumental, por
exemplo, não parece imitar coisa alguma. E a pintura moderna tornou essa concepção ainda
menos plausível. Um quadro que intenta copiar a realidade é chamado pejorativamente de
Trompe D'oeil e geralmente visto como alguma coisa sem valor estético. Esse juízo não pode
ser generalizado. A série dos autorretratos de Rembrandt, nos quais ele, honesta e
corajosamente, retrata a sua própria decadência, são obras de arte. Mas grande parte da
pintura, da literatura, quase toda a música, não são certamente cópias literais de coisa alguma.
Uma segunda versão do representacionalismo é o representativismo, que é a teoria
representacional propriamente dita. A obra de arte não precisa ser uma cópia ou imitação da
realidade, ou seja, uma representação naturalista; ela pode ser uma representação puramente
convencional ou simbólica. Assim, um quadro cubista, embora pareça muito pouco com aquilo
que representa, não deixa por isso de ser considerado uma obra de arte. Essa versão do
representativismo é, mesmo assim, insuficiente. O que dizer da pintura realmente abstrata,
como o Número 32 de Pollock, ou de objetos achados, como o pissoir de Marcel Duchamp
(intitulado A Fonte), ou de músicas puramente orquestrais como a Sétima Sinfonia de
Beethoven? Convencionalmente, essas obras não simbolizam nada.
A terceira versão do representativismo é o que já foi chamado de neo-
representacionalismo. Nessa versão não é mais exigido que a obra de arte represente nada,
mas que seja sobre algo, que possua um tema, um assunto, um significado, que nos diga algo
de alguma coisa. Mais tecnicamente: uma obra de arte precisa ter algum conteúdo
semântico. Com efeito, toda obra de arte admite ser interpretada, e se ela admite ser
interpretada é porque ela nos diz algo, e se ela nos diz algo é porque possui algum conteúdo
semântico. Esse conteúdo semântico não costuma ser convencionalmente estabelecido, o que
o torna aberto, polissêmico. Mesmo uma obra de arte que pretenda ser sem significado algum
paradoxalmente acaba por tematizar algo, qual seja, a sua ausência de significado; ela significa
a ausência de significado.
Uma objeção possível seria a seguinte: se uma música apenas exprime um sentimento,
por exemplo, a tristeza, ela não pode ser sobre o sentimento que exprime, sendo errado dizer
que ela possui conteúdo semântico. Mas essa objeção não é convincente. Se alguém bate com
a cabeça na porta de um armário e diz "Ai!", esse proferimento possui função expressiva, ele
exprime espontaneamente a sensação de dor. Mas nem por isso a palavra proferida deixa de
ter uma referência, pois ela é sobre a dor que a pessoa sente, sendo este o seu conteúdo
semântico. O mesmo talvez possa ser dito da música: o fato dela exprimir um sentimento não
impede que ela seja sobre o sentimento que ela exprime.
Pode ser que a teoria neo-representacional da arte seja aplicável a toda e qualquer
manifestação artística. Mesmo assim, ela é bastante pobre como meio de esclarecer o que é
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arte, pois o que ela oferece é apenas uma condição necessária e não uma condição suficiente
para a identificação da obra de arte, posto que muita coisa que possui conteúdo semântico não
é arte. Tudo o que escrevi nos parágrafos acima, por exemplo, possui conteúdo semântico,
mas obviamente não é arte.

2. Formalismo

Segundo as teorias formalistas, o que caracteriza a obra de arte é a sua forma e não o
seu caráter representativo. Um paradigma do formalismo é a teoria proposta por Clive Bell
em 1914 com o objetivo de defender o neo-impressionismo de pintores como Paul Cézanne.
Para Bell, o que caracteriza as artes plásticas e talvez a música é a presença da forma
significante. O conceito de forma significante é simples, não podendo ser definido. Mas na
pintura ele resulta da combinação de formas, linhas e cores. Considere, por exemplo, a
Composição em Vermelho, Amarelo e Azul de Mondrian. O que faz a singularidade dessa
pintura é a inesperada harmonia entre as cores puras, as formas e dimensões de seus
retângulos, o que deve constituir uma forma significante. Característico da forma significante é
que ela produz uma emoção estética em pessoas com sensibilidade para a arte.
A teoria da forma significante foi útil como defesa da pintura abstrata ou semi-abstrata
surgida desde o final do século XIX. Mas ela possui defeitos sérios. Para Bell a representação
e o contexto não possuem relevância. Mas não é difícil encontrarmos exemplos de obras de
arte nas quais o elemento representacional ou o contexto são importantes. Considere os
autorretratos de Rembrandt, ou ainda, o quadro de Géricault, A Jangada do Meduza. A
composição do quadro é importante, mas o que ele representa também. Nele estão retratados
alguns náufragos à beira da morte, em uma jangada perdida no oceano, no momento em que é
divisada a salvação. A pintura foi inspirada por um acontecimento verídico. Sentimos que esse
quadro potencializa o drama e a esperança humanos para além da simples representação
naturalista de um acontecimento. Certo é que não é só a composição, mas também o conteúdo
simbólico que aqui se somam na produção do sentimentos estético.
A dificuldade maior com a teoria de Bell consiste, no entanto, em sua falta de conteúdo.
Para a questão "O que é forma significante?", a melhor resposta parece ser: aquela que tende
a produzir no auditório um sentimento estético. À pergunta "O que é o sentimento estético?", a
resposta parece ser: aquele que é produzido pela forma significante. A teoria beira a vacuidade
e a circularidade.

3. Teoria Institucional

A teoria institucional da arte surgiu na década de sessenta, tendo sido sustentada por
George Dickie. Essa teoria enfatiza a importância da comunidade de conhecedores de arte na
definição e ampliação dos limites daquilo que pode ser chamado de arte. Dickie define a obra
de arte como um artefato que possui um conjunto de aspectos que lhe conferem o status de
candidato à apreciação das pessoas da instituição do mundo da arte. A importância disso pode
ser ilustrada pela obra de Alfred Wallis. Wallis era um marinheiro que nada entendia de arte e
que, aos 70 anos, após a morte da esposa, decidiu pintar barcos na madeira para afugentar a
solidão. Casualmente, dois pintores de passagem pelo lugar gostaram de suas telas e o
descobriram como artista. Como resultado, as obras de Wallis podem ser hoje vistas em vários
museus ingleses. Como disse um crítico, Wallis tornou-se um artista sem sequer saber que era.
Há duas objeções principais à teoria institucional. A primeira é que ou os entendidos em
arte decidem o que deve ser considerado uma obra de arte com base em razões ou o fazem
arbitrariamente. Se eles o fazem com base em razões, essas razões constituem uma teoria da
arte que não é a teoria institucional. Assim, alguém poderá dizer que os quadros de Wallis
apresentam excelentes combinações de cores aliada à simplicidade formal. Mas essa é uma
maneira de dizer, por exemplo, que eles possuem forma significante. Nesse caso a teoria
institucional colapsa em outras concepções acerca do que é a arte. Suponhamos agora que os
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entendidos em arte decidam o que deve ser considerado obra de arte arbitrariamente. Ora,
nesse caso não fica claro porque devemos dar qualquer importância à arte. Uma objeção
adicional seria a de que a teoria institucional é viciosamente circular. Obras de arte são
definidas como objetos que são aceitos como tais pelas pessoas que entendem de arte; e as
pessoas que entendem de arte são definidas como as que aceitam certos objetos como sendo
obras de arte.

4. Teoria expressivista

Segundo as teorias expressivistas, a arte é expressão de emoções. As teorias


expressivistas da arte são mais novas, embora sinais dela já pudessem ser encontrados na
Antiguidade, como na teoria aristotélica da função catártica da obra de arte como purgação das
emoções. Para o expressivista, a arte é, para o mundo interior das emoções, como a ciência
para o mundo exterior. A ciência tem como objeto eventos físicos enquanto a arte tem como
objeto as emoções humanas que ela exprime.
Uma versão ingênua da teoria expressivista é tipicamente atribuída a Leon Tolstoi.
Primeiro o artista precisa ter um sentimento: Tolstoi foi à guerra e voltou cheio de sentimentos.
Ele produz então uma obra de arte destinada a expressá-los: Guerra e Paz. Por sua vez, a
obra evoca no leitor os mesmos sentimentos que o artista teve ao passar pela guerra. O
esquema é simples: emoções no artista - obra de arte - mesmas emoções no auditório. A
obra de arte é apenas um veículo de transmissão de emoções. Essa versão do expressivismo
é ingênua porque não é capaz de distinguir a obra de arte de qualquer coisa que transmita um
sentimento. Uma notícia de jornal sobre a guerra pode ter profundo efeito emocional, mas isso
não a torna uma obra de arte. Se uma pessoa está se afogando em um rio e grita por socorro,
ela expressa um sentimento de desespero pela asfixia, enquanto a pessoa que o ouve entende
muito bem o que ela está sentindo. Mas isso não faz de seus gritos obras de arte!
Há, no entanto, versões mais sofisticadas do expressivismo, a melhor delas sendo,
talvez, a do filósofo inglês R. G. Collingwood em seu livro The Principles of Arts. O que esse
filósofo quis fazer foi desenvolver uma teoria da grande arte, da arte séria, por ele chamada de
arte própria (art proper) e que ele distingue da má arte, que se encontra a serviço do que ele
chama de corrupção da consciência ou daquilo que passa por arte sem realmente sê-lo, a arte
"assim chamada" (so called). A arte assim chamada, por sua vez, pode ser, para Collingwood,
de dois tipos: a arte como mágica e como entretenimento. A arte como mágica é a que tem
uma função utilitária. Um hino patriótico, por exemplo, pode ter a função de incitar sentimentos
cívicos nas pessoas. A arte como entretenimento é a que tem uma função hedonista. Um filme
de horror de má qualidade, por exemplo, objetiva produzir na audiência certas emoções
canalizadas, que nada fazem no sentido de ampliar a consciência emocional do espectador e
no final podem mesmo produzir um sentimento de frustração e tédio. Seria pedante negar que
a arte como entretenimento possa ter um lugar. Mas uma sociedade em que as pessoas
acreditam que o único objetivo da existência humana é a diversão é, para Collingwood, uma
sociedade inferior ou decadente. Finalmente, nada impede que a arte própria venha misturada
com a arte mágica ou com a arte como entretenimento. A cantata Meine Seufzer Meine Tränen,
de Bach, e a trilogia A Crucificação Rósea, de Henry Miller, exemplificam, respectivamente,
uma e outra coisa. O que essas distinções nos sugerem é que, embora não possamos
encontrar uma essência relevante do conceito de arte em geral, dividindo-se esse conceito em
seus subconceitos, podemos distinguir o subconceito mais relevante, o de arte própria, e se
formos capazes de analisar a sua essência, talvez em termos de condições necessárias e
suficientes, já teremos tudo o que buscamos.
Para Collingwood, que era uma pessoa com experiência pessoal da criação artística, ao
contrário do expressivismo ingênuo, antes do artista produzir a sua obra ele ainda não possui a
emoção estética que a sua obra produzirá na audiência e em si mesmo. O que ele possui é
uma "excitação emocional", um sentimento indefinido e incompreensível. Na medida em que
ele utiliza a sua imaginação e pensamento planejando e produzindo a obra de arte, ele
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consegue reconhecer melhor a natureza de suas emoções, defini-las, refiná-las, clarificá-las e
articulá-las em sua relação com seus objetos. Essas emoções assim clarificadas são, por sua
vez, imaginativamente reconhecidas enquanto tais pela audiência capaz de apreciar a obra de
arte.
Podemos considerar como exemplo o painel de Picasso intitulado Guernica. A cidade de
Guernica foi criminosamente bombardeada pelos nazistas para efeito de experiência militar.
Tendo sido informado acerca disso, o artista, movido por emoções, pintou Guernica. Mas as
emoções que o painel suscita em nós e no próprio pintor foram transformadas. Elas são
emoções estéticas, muito superiores à emoção bruta que cada um de nós poderia ter, digamos,
ao ler em um jornal sobre o bombardeio de Guernica. Podemos sintetizar essa teoria no
seguinte esquema:

Para Collingwood a imaginação e o pensamento são, na produção artística, no mínimo


tão importantes quanto a expressão de emoções. É pela imaginação que o artista refina e
articula os seus sentimentos e é também pela imaginação que o auditório interpreta e
compreende os sentimentos expressos na obra de arte. Como resultado, a obra de arte é
capaz de produzir no auditório e no próprio artista uma compreensão maior de seus próprios
sentimentos e, com isso, uma ampliação e regeneração de seu autoconhecimento e
consciência.
É nessa ampliação e regeneração da consciência que Collingwood vê a função da arte.
Nossas emoções frequentemente deixam de ser associadas a certas ideias, posto que tais
associações nos desagradam e assustam. O resultado disso é o que Collingwood chama de
corrupção da consciência, a qual pode se estender a toda uma sociedade, fazendo com que
ela entre em decadência. A arte verdadeira, por promover uma compreensão mais autêntica de
nossa vida emocional, serve de medicina contra a corrupção da consciência. Como escreve
Collingwood, a arte não é uma luxúria, e a má arte não é tolerável, pois "conhecer a nós
mesmos é a fundação de toda a vida que se desenvolve além do nível de experiência
meramente físico. Uma consciência verdadeira dá ao intelecto uma fundação firme; uma
consciência corrompida força o intelecto a construir sobre areia movediça." Por isso o artista
deve ser um profeta,

...não no sentido de prever coisas que virão, mas no sentido de que ele conta à sua audiência,
sob o risco do desagradá-la, os segredos de seus próprios corações. A razão pela qual ela
precisa dele é que nenhuma comunidade conhece o seu próprio coração; e por falhar em
conhecê-lo, uma comunidade engana-se a si mesma sobre uma matéria em relação a qual a
ignorância significa morte... A arte é a medicina comunitária para a pior doença de mente, que é
a corrupção da consciência.
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Assim, quando James Joyce, sob o personagem de Stephen Dedalus, em O Retrato do
Artista Quando Jovem, afirmou que a sua intenção como artista seria a de forjar, no âmago de
sua alma, a incriada consciência de sua raça, e que as únicas armas que ele se permitiria usar
para isso seriam silêncio, exílio e sutileza, ele estava manifestando poeticamente o mesmo
ponto que Collingwood buscou articular filosoficamente anos mais tarde.
A teoria de Collingwood é, ou assim me parece, a que mais se aproxima do intento de
definir a espécie mais relevante de arte. Ela chega próximo de estabelecer condições
suficientes para a definição de arte própria, ou seja, das condições que constituem a essência
comum à arte no sentido da palavra que realmente importa considerar. Queremos fazer
algumas considerações adicionais.
A primeira é sobre a enorme variedade de emoções de grande complexidade e sutileza
cuja existência é sugerida por uma teoria como a de Collingwood. O sentimento de alegria e
regozijo produzido pelo Magnificat Anima Mea de Bach é diferente do sentimento de alegria da
dança dos camponeses em Don Giovanni, de Mozart, o qual é ainda muito diferente da alegria
produzida pela música Camisa Listrada, cantada por Carmen Miranda. O sentimento evocado
pela interpretação de Björling de uma ária de Puchini, por sua vez, é mais profundo e sutil do
que o produzido pela interpretação de Caruso, embora sem a modulada (e por vezes
excessivamente sentimental) suavidade do canto de Beniamino Gigli.
Essa tese pode parecer controversa: não haveria um limite muito mais estreito para a
variedade das emoções? Afinal, como poderia ser notado, o movimento final do Bolero de
Ravel pode ser uma explosão de gozo, mas também pode ser uma explosão de cólera. Como
decidir? Uma resposta seria que como a linguagem carece de símbolos capazes de designar a
enorme variedade de estados emotivos únicos, temos a impressão de que eles não existem. O
mesmo acontece, por exemplo, com as sensações. Ficamos surpresos quando vemos que
provadores de vinhos conseguem adivinhar a marca de um vinho pelo gosto, odor, aspecto.
Sendo assim também com os sentimentos, torna-se compreensível que a arte seja capaz de
refinar e ampliar o nosso universo emocional.
Refletindo essa maneira de ver, Susanne Langer concluiu que a função essencialmente
pedagógica da arte é a de educação do sentimento:

A maioria das pessoas anda tão imbuida da idéia de que o sentimento é uma amorfa excitação,
totalmente orgânica, em homens como em animais, que a idéia de educar o sentimento, de
desenvolver-lhe o raio de ação e a qualidade, se lhes afigura fantástica, se não absurda. De
minha parte creio que constitui realmente o próprio cerne da educação pessoal.

O que acabamos de fornecer são condições necessárias, embora ainda insuficientes


para explicar o fenômeno estético, dado que em geral elas também se aplicam a outros efeitos
do processo primário, como o sonho e o devaneio. A passagem para a condição suficiente na
explicação da grande arte se dá pela relação desses sentimentos com a verdade, ou seja, pelo
fato de que a universalidade sensivelmente expressa que havíamos mencionado no início é
apta a aproximar-nos da verdade. Essa seria a paráfrase mais aproximada da sugestão alusiva
de Collingwood. As emoções estéticas elevam e ampliam a consciência humana porque, sendo
multiplamente associáveis a representações, são capazes de favorecer a associação e
ordenação verídica das inúmeras representações que a elas se podem associar. E quando isso
acontece, elas são emoções pertencentes à arte própria.
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III. HISTÓRIA DA ARTE 3


INTRODUÇÃO

Os historiadores de arte, críticos e estudiosos classificam os períodos, estilos ou


movimentos artísticos separadamente, para facilitar o entendimento das produções artísticas.
Não há coincidência com a linha do tempo histórica, pois, a partir de 1848,
consideramos o início da Arte Moderna e o movimento Pop Art o início da Arte Pós-Moderna.
Porém, optamos por apresentar a arte por meio da linha do tempo histórica, por considerarmos
ser mais didática.

1. PRÉ-HISTÓRIA

1.1 ARTE PRÉ-HISTÓRICA

Um dos períodos mais fascinantes da história humana é a Pré-História. Esse período


não foi registrado por nenhum documento escrito, pois é exatamente a época anterior à escrita.
Tudo o que sabemos dos homens que viveram nesse tempo é o resultado da pesquisa de
antropólogos, historiadores e dos estudos da moderna ciência arqueológica, que reconstituíram
a cultura do homem.

Divisão da Pré-História:

 Paleolítico: a principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada é o


naturalismo. O artista pintava os seres, um animal, por exemplo, do modo como o via
de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual sua vista captava.
Atualmente, a explicação mais aceita é que essa arte era realizada por caçadores e que
fazia parte do processo de magia por meio do qual se procurava interferir na captura de
animais, ou seja, o pintor-caçador do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal
desde que possuísse a sua imagem. Acreditava que poderia matar o animal verdadeiro
desde que o representasse ferido mortalmente num desenho. Utilizavam as pinturas
rupestres, isto é, feitas em rochedos e paredes de cavernas. O homem deste período
era nômade e os artistas do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos em
escultura. Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a ausência de figuras
masculinas. Predominam figuras femininas, com a cabeça surgindo como
prolongamento do pescoço, seios volumosos, ventre saltado e grandes nádegas.
Destaca-se: Vênus de Willendorf.
 Paleolítico inferior: aproximadamente 5.000.000 a 25.000 a.C.; primeiros hominídios;
caça e coleta; controle do fogo; instrumentos de pedra e pedra lascada, madeira e
ossos: facas, machados.
 Paleolítico superior: instrumentos de marfim, ossos, madeira e pedra: machado, arco e
flecha, lançador de dardos, anzol e linha; desenvolvimento da pintura e da escultura.
 Neolítico: a fixação do homem da Idade da Pedra Polida garantida pelo cultivo da terra
e pela manutenção de manadas ocasionou um aumento rápido da população e o
desenvolvimento das primeiras instituições, como família e a divisão do trabalho. Assim,
o homem do Neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de fabricar cerâmicas e
construiu as primeiras moradias, constituindo-se os primeiros arquitetos do mundo.
Conseguiu, ainda, produzir o fogo através do atrito e deu início ao trabalho com metais.
Todas essas conquistas técnicas tiveram um forte reflexo na arte. O homem, que se
tornara um camponês, não precisava mais ter os sentidos apurados do caçador do
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http://www.historiadaarte.com.br/linha_do_tempo.htm, acesso aos 12/01/2010.
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Paleolítico e o seu poder de observação foi substituído pela abstração e racionalização.
Como consequência surge um estilo simplificador e geometrizante, sinais e figuras que
sugerem do que reproduzem os seres. Os próprios temas da arte mudaram: começaram
as representações da vida coletiva. Além de desenhos e pinturas, o artista do Neolítico
produziu uma cerâmica que revela sua preocupação com a beleza e não apenas com a
utilidade do objeto, também esculturas de metal. Desse período temos as construções
denominadas dolmens. Consistem em duas ou mais pedras grandes fincadas
verticalmente no chão, como se fossem paredes, e uma grande pedra era colocada
horizontalmente sobre elas, parecendo um teto. E o menir, que era monumento
megalítico que consiste num único bloco de pedra fincado no solo em sentido vertical. O
Santuário de Stonehenge, no sul da Inglaterra, pode ser considerado uma das
primeiras obras da arquitetura que a História registra. Ele apresenta um enorme círculo
de pedras erguidas a intervalos regulares, que sustentam traves horizontais, rodeando
outros dois círculos interiores. No centro do último está um bloco semelhante a um altar.
O conjunto está orientado para o ponto do horizonte onde nasce o Sol no dia do solstício
de verão, indício de que se destinava às práticas rituais de um culto solar. Lembrando
que as pedras eram colocadas umas sobre as outras sem a união de nenhuma
argamassa.

1.2 STONEHENGE

Os maciços arcos de pedra da Planície de Salisbury aguardam o nascer do sol como


vem fazendo, dia após dia, há 4 mil anos. Erguem-se em silêncio vigilante com a cor escura em
contraste com o céu cinzento. Stonehenge pode ser a maior maravilha do mundo pré-histórico.
Com certeza, é um de seus maiores mistérios. O círculo foi deliberadamente alinhado com o
nascer do sol do solstício de verão, o amanhecer do dia mais longo do ano. Como poderiam os
homens primitivos ter colocado aqueles gigantescos blocos de pedra, pesando até 50
toneladas cada um, em suas atuais posições? E por que fizeram isso?
Na Idade Média, o monumento de Stonehenge era explicado pelo poder da magia:
Merlin, mago da corte do Rei Arthur, invocara as forças das enormes pedras da Irlanda. No
século XIX, as pessoas estavam presas à idéia dos druidas sem atentar para o fato de que
aqueles antigos sacerdotes celtas faziam os cultos em bosques de carvalhos sagrados e não
em templos de pedra. Sacerdotes barbados em vestimentas brancas celebrando o solstício de
verão em Stonehenge constituem sua imagem mais duradoura.
O astrônomo Fred Hoyle declarou que Stonehenge é um computador pré-histórico,
programado para prever os eclipses do sol e da lua.
Ninguém sabe exatamente o que é Stonehenge. No entanto, hoje temos conhecimento
de quando foi construído - e como. Recente estudo feito pela Associação Arqueológica de
Wessex resolve as discussões sobre a idade de Stonehenge. Tudo começou logo após o ano
3000 a.C, numa área circular delimitada por pequena encosta com grande fosso externo. "No
ano 2600 a.C. enormes pedras retangulares foram trazidas das Montanhas Preseli, situadas a
cerca de 217 quilômetros dali", diz Andrew Lawson, diretor da Associação.
O anel externo e a arcada interna foram feitos de blocos de arenito provenientes das
Planícies MarIborough, situadas 40 quilômetros ao norte. Os maiores dolmens da arcada
interna, chamados de trilithons, são constituídos por dois pilares denominados megálitos e uma
pedra colocada sobre o topo. Os megálitos têm aproximadamente sete metros de altura e
pesam até 50 toneladas. Acredita-se que foram construídos por volta do ano 2400 a.C.
Quando prepararam as pedras, os criadores de Stonehenge fizeram pequena elevação
no meio das colunas, técnica que na Grécia, 1.500 anos mais tarde, seria chamada de êntase.
Contrariando o efeito de distorção da paisagem, a êntase faz a aresta de uma coluna parecer
perfeitamente reta.
Entretanto, a descoberta mais intrigante da Associação é que o tempo de construção de
Stonehenge talvez tenha sido bem menor do que se imaginava: "O monumento poderia ser
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construído em uma geração, com potencial humano e gerenciamento ágil”. Isso é incrível! O
transporte e a edificação de 40 blocos de rocha, com outro bloco de 10 toneladas colocado
sobre eles, é obra que mesmo hoje seria de tirar o ânimo de qualquer um. Que força bruta foi
necessária para colocar aquelas pedras na posição, sem guindastes ou roldanas?
Há três verões, num campo não muito distante de Stonehenge, certo grupo de
entusiastas liderado pelo engenheiro Mark Whitby e pelo arqueólogo Julian Richards mostrou
como os arcos podem ter sido construídos. Whitby coordenou uma operação onde réplicas das
pedras - duas colunas de 45 toneladas e uma viga transversal de 10 toneladas, feitas de
concreto - foram puxadas sobre trilhos de madeira besuntados com sebo. Uma versão do
sistema em que os grandes navios, com as quilhas lubrificadas, são lançados ao mar sobre
trilhos. Os grandes blocos de pedra foram puxados colina acima por 130 soldados, bombeiros
e estudantes usando quase 150 metros de corda.
A força bruta, no entanto, não foi suficiente para erguer as pedras. Para alcançar seu
objetivo, Whitby teve de pensar como os construtores originais. "Esses rapazes da Idade da
Pedra eram engenhosos", admite Whitby. Uma dica importante foi o formato do buraco onde
fica a coluna maior. Ele era vertical, com um dos lados fortemente inclinado. Whitby construiu
uma rampa perto do buraco e mandou que puxassem a enorme pedra sobre ela, até que a
terça parte da pedra se projetasse sobre o buraco. Pesados fragmentos de rocha foram
colocados sobre o bloco de pedra e empurrados para sua extremidade. Momentos depois, o
peso desses fragmentos fez o imenso bloco se inclinar e cair dentro do buraco abaixo dele.
Uma vez erguido o segundo bloco, a viga transversal foi arrastada sobre a rampa mais
íngreme. Os três blocos se adaptaram de maneira impecável e formaram a perfeita arcada do
século 20. Whitby acredita ter solucionado o problema. "Com 140 pessoas, eu poderia construir
Stonehenge em menos de 20 anos.”

2. IDADE ANTIGA

2.1 ARTE EGÍPICIA

Uma das principais civilizações da Antiguidade foi a que se desenvolveu no Egito. Era
uma civilização já bastante complexa em sua organização social e riquíssima em suas
realizações culturais.
A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo, justificando sua
organização social e política, determinando o papel de cada classe social e,
consequentemente, orientando toda a produção artística desse povo.
Além de crer em deuses que poderiam interferir na história humana, os egípcios
acreditavam também numa vida após a morte e achavam que essa vida era mais importante do
que a que viviam no presente.
O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei defunto
divinizado, para o qual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos.

2.1.1 Arquitetura

As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais famosas e foram


construídas por importantes reis do Antigo Império: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Junto a
essas três pirâmides está a esfinge mais conhecida do Egito, que representa o faraó Quéfren,
mas a ação erosiva do vento e das areias do deserto deram-lhe, ao longo dos séculos, um
aspecto enigmático e misterioso.
As características gerais da arquitetura egípcia são: solidez e durabilidade; sentimento
de eternidade; aspecto misterioso e impenetrável.
As pirâmides tinham base quadrangular, eram feitas com pedras que pesavam cerca de
vinte toneladas e mediam dez metros de largura, além de serem admiravelmente lapidadas. A
porta da frente da pirâmide voltava-se para a estrela polar, a fim de que seu influxo se
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concentrasse sobre a múmia. O interior era um verdadeiro labirinto que ia dar na câmara
funerária, local onde estava a múmia do faraó e seus pertences.
Os templos mais significativos são: Carnac e Luxor, ambos dedicados ao deus Amon. Os
monumentos mais expressivos da arte egípcia são os túmulos e os templos. Divididos em três
categorias:

 Pirâmide: túmulo real, destinado ao faraó;


 Mastaba: túmulo para a nobreza;
 Hipogeu: túmulo destinado à gente do povo.

Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididos conforme seu capitel:

 Palmiforme: flores de palmeira;


 Papiriforme: flores de papiro;
 Lotiforme: flor de lótus.

2.1.2 Escultura

Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição serena, quase


sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam, com isso, traduzir, na pedra,
uma ilusão de imortalidade. Com esse objetivo, ainda, exageravam frequentemente as
proporções do corpo humano, dando às figuras representadas uma impressão de força e de
majestade.
Os Usciabtis eram figuras funerárias em miniatura, geralmente esmaltadas de azul e
verde, destinadas a substituir o faraó morto nos trabalhos mais ingratos no além, muitas vezes
coberto de inscrições.
Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram também expressão
da qualidade superior atingida pelos artistas em seu trabalho. Recobriam colunas e paredes,
dando um encanto todo especial às construções. Os próprios hieróglifos eram transcritos,
muitas vezes, em baixo-relevo.

2.1.3 Pintura

A decoração colorida era um poderoso elemento de complementação das atitudes


religiosas. Suas características gerais são:

 Ausência de três dimensões;


 Ignorância da profundidade;
 Colorido a tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação do relevo;
 Lei da Frontalidade, que determinava que o tronco da pessoa fosse representado
sempre de frente, enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil.

Quanto à hierarquia na pintura: eram representadas maiores as pessoas com maior


importância no reino, ou seja, nesta ordem de grandeza: o rei, a mulher do rei, o sacerdote, os
soldados e o povo. As figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as masculinas
pintadas de vermelho.
Os egípcios escreviam usando desenhos, não utilizavam letras como nós.
Desenvolveram três formas de escrita:

 Hieróglifos: considerados a escrita sagrada;


 Hierática: uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e pelos sacerdotes;
 Demótica: a escrita popular.
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A principal literatura egípcia era o Livro dos Mortos, ou seja, um rolo de papiro com
rituais funerários que era posto no sarcófago do faraó morto; era ilustrado com cenas muito
vivas, que acompanham o texto com singular eficácia. Formado de tramas de fibras do tronco
de papiro, as quais eram batidas e prensadas, transformando-se em folhas.

2.1.4 Para seu conhecimento

 Hieróglifos: foram decifrados por Champolion, que descobriu o seu significado em


1822; isso se deu na Pedra de Rosetta, que foi encontrada na cidade do mesmo nome,
no Delta do Nilo.
 Mumificação: a) eram retirados o cérebro, os intestinos e outros órgãos vitais e
colocados num vaso de pedra chamado Canopo; b) nas cavidades do corpo eram
colocadas resinas aromáticas e perfumes; c) as incisões eram costuradas e o corpo
mergulhado num tanque com nitrato de potássio; d) após 70 dias o corpo era lavado e
enrolado numa bandagem de algodão, embebida em betume, que servia como
impermeabilização.
 Quando a Grande Barragem de Assuã foi concluída, em 1970, dezenas de
construções antigas do sul do país foram, literalmente, por água abaixo, engolidas pelo
Lago Nasser. Entre as raras exceções desse drama do deserto estão os templos
erguidos pelo faraó Ramsés II, em Abu Simbel. Em 1964, uma faraônica operação
coordenada pela Unesco com recursos de vários países - um total de 40 milhões de
dólares - removeu pedra por pedra e transferiu templos e estátuas para um local 61
metros acima da posição original, longe da margem do lago. O maior deles é o Grande
Templo de Ramsés II, encravado na montanha de pedra com suas estátuas do faraó de
20 metros de altura. Além de salvar este valioso patrimônio, a obra prestou uma
homenagem ao mais famoso e empreendedor de todos os faraós.
 Queóps é a maior das três pirâmides; tinha originalmente 146 metros de altura (um
prédio de 48 andares). Nove metros já se foram, graças principalmente à ação corrosiva
da poluição vinda do Cairo. Para erguê-la, foram precisos cerca de 2 milhões de blocos
de pedras e o trabalho de cem mil homens, durante vinte anos.

2.2 ARTE GREGA

Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência,
pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem
estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, o
artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua
constante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que
predominam o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. A cultura grega possui as seguintes
características: racionalismo; amor pela beleza; interesse pelo homem e a democracia.

2.2.1 Arquitetura

As edificações que despertaram maior interesse são os templos. A característica mais


evidente dos templos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo
era construído sobre uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata
e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas sustentavam um entablamento horizontal
formado por três partes: a arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eram
construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia.

 Ordem Dórica: era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O
capitel era uma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o
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pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por
sua simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência.
 Ordem Jônica: representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais
delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base
decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem
dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica traduz a forma da mulher.
 Ordem Coríntia: o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais
simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de modo a variar e enriquecer aquela
ordem. Sugere luxo e ostentação.

Os principais monumentos da arquitetura grega:

 Templos, dos quais o mais importante é o Partenon de Atenas. Na Acrópole, também,


se encontram as Cariátides (local onde se homenageavam as mulheres de Caria).
 Teatros, que eram construídos em lugares abertos (encosta) e que compunham de três
partes: a skene, ou cena, para os atores; a konistra, ou orquestra, para o coro; o koilon,
ou arquibancada, para os espectadores. Um exemplo típico é o Teatro de Epidauro,
construído no séc. IV a.C. ao ar livre, composto por 55 degraus divididos em duas
ordens e calculados de acordo com uma inclinação perfeita. Chegava a acomodar cerca
de 14.000 espectadores e tornou-se famoso por sua acústica perfeita.
 Ginásios, edifícios destinados à cultura física.
 Praça – Agora, onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados assuntos.

2.2.2 Pintura

A pintura grega encontra-se na arte cerâmica. Os vasos gregos são também


conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho,
as cores e o espaço utilizado para a ornamentação. Além de servir para rituais religiosos, esses
vasos eram usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite e mantimentos.
Por isso, a sua forma correspondia à função para que fossem destinados:

 Ânfora: vasilha em forma de coração, com o gargalo largo ornado com duas asas;
 Hidra (derivado de ydor, água): tinha três asas, uma vertical para segurar enquanto
corria a água e duas para levantar;
 Cratera: tinha a boca muito larga, com o corpo em forma de um sino invertido; servia
para misturar água com o vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro).

As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da


mitologia grega. A pintura grega se divide em três grupos: a) figuras negras sobre o fundo
vermelho; b) figuras vermelhas sobre o fundo negro; c) figuras vermelhas sobre o fundo
branco. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias.

2.2.3 Escultura

A estatuária grega representa os mais altos padrões já atingidos pelo homem. Na


escultura, o antropomorfismo (esculturas de formas humanas) foi insuperável. As estátuas
adquiriram, além do equilíbrio e perfeição das formas, o movimento.
No Período Arcaico os gregos começaram a esculpir, em mármores, grandes figuras de
homens. Primeiramente aparecem esculturas simétricas, em rigorosa posição frontal, com o
peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é chamado
Kouros (palavra grega que significa homem jovem).
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No Período Clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas; para isto se
começou a usar o bronze, que era mais resistente do que o mármore, podendo fixar o
movimento sem se quebrar. Surge o nu feminino, pois no período arcaico as figuras de mulher
eram esculpidas sempre vestidas.
No Período Helenístico podemos observar o crescente naturalismo; os seres humanos
não eram representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também
segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. O grande desafio e a grande
conquista da escultura do período helenístico foram a representação não de uma figura
apenas, mas de grupos de figuras que mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem
bonitos de todos os ângulos que pudessem ser observados.
Os principais mestres da escultura clássica grega são:

 Praxíteles: celebrado pela graça das suas esculturas, pela lânguida pose em “S”
(Hermes com Dionísio menino); foi o primeiro artista que esculpiu o nu feminino.
 Policleto (autor de Doríforo): condutor da lança, criou padrões de beleza e equilíbrio
através do tamanho das estátuas que deveriam ter sete vezes e meia o tamanho da
cabeça.
 Fídias: talvez o mais famoso de todos; autor de Zeus Olímpico, sua obra-prima, e
Ateneia. Realizou toda a decoração em baixorrelevo do templo Partenon: as esculturas
dos frontões, métopas e frisos.
 Lisipo: representava os homens “tal como se veem” e “não como são” (verdadeiros
retratos). Foi Lisipo que introduziu a proporção ideal do corpo humano com a medida de
oito vezes a cabeças.
 Miron (autor do Discóbolo): homem arremessando o disco.

2.2.3 Para seu conhecimento

 Mitologia: Zeus: senhor dos céus; Ateneia: deusa da guerra; Afrodite: deusa do amor;
Apolo: deus das artes e da beleza; Posseidon: deus das águas; etc.
 Olimpíadas: realizavam-se em Olímpia, a cada 4 anos, em honra a Zeus. Os primeiros
jogos começaram em 776 a.C. As festas olímpicas serviam de base para marcar o
tempo.
 Teatro: foi criada a comédia e a tragédia. Entre as mais famosas: Édipo Rei, de
Sófocles.
 Música: significa a arte das musas; entre os gregos a lira era o instrumento nacional.

2.3 ARTE ROMANA

A arte romana sofreu duas fortes influências: a da arte etrusca, popular e voltada para a
expressão da realidade vivida, e a da grega, orientada para a expressão de um ideal de beleza.
Um dos legados culturais mais importantes que os etruscos deixaram aos romanos foi o uso do
arco e da abóbada nas construções.

2.3.1 Arquitetura

As características gerais da arquitetura romana são:

 Busca do útil e imediato; senso de realismo;


 Grandeza material, realçando a idéia de força;
 Energia e sentimento;
 Predomínio do caráter sobre a beleza;
 Originais: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas.
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As construções eram de cinco espécies, de acordo com as funções:

 Religião (Templos): pouco se conhece deles. Os mais conhecidos são o templo de


Júpiter Stater, o de Saturno, o da Concórdia e o de César. O Panteão, construído em
Roma durante o reinado do Imperador Adriano, foi planejado para reunir a grande
variedade de deuses existentes em todo o Império; esse templo romano, com sua planta
circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo se reunia
para o culto.
 Comércio e civismo (Basílica): a princípio destinada a operações comerciais e a atos
judiciários, a basílica servia para reuniões da bolsa, para tribunal e leitura de editos.
Mais tarde, já com o Cristianismo, passou a designar uma igreja com certos privilégios. A
basílica apresenta uma característica inconfundível: a planta retangular, (de quatro a
cinco mil metros) dividida em várias colunatas. Exemplo: a basílica Julia, iniciada no
governo de Júlio César, foi concluída no Império de Otávio Augusto.
 Higiene (Termas): constituídas de ginásio, piscina, pórticos e jardins, as termas eram o
centro social de Roma. As mais famosas são as termas de Caracala que, além de casas
de banho, eram centro de reuniões sociais e esportes.
 Divertimentos:
1. Circo: extremamente afeito aos divertimentos, os romanos inventaram o circo.
Dos jogos praticados temos: jogos circenses (corridas de carros); ginásios
(incluídos neles o pugilato); jogos de Tróia (aquele em que havia torneios a
cavalo); jogos de escravos (executados por cavaleiros conduzidos por escravos).
2. Teatro: imitado do teatro grego. O principal teatro é o de Marcelus. Tinha cenários
versáteis, giratórios e retiráveis.
3. Anfiteatro: o povo romano apreciava muito as lutas dos gladiadores. Essas lutas
compunham um espetáculo que podia ser apreciado de qualquer ângulo. A
palavra anfiteatro significa teatro de um e de outro lado. Assim era o Coliseu,
certamente o mais belo dos anfiteatros romanos. Externamente o edifício era
ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dos arcos, e por três andares
com as ordens de colunas gregas (de baixo para cima: ordem dórica, ordem
jônica e ordem coríntia). Essas colunas, na verdade, eram meias colunas, pois
ficavam presas à estrutura das arcadas. Portanto, não tinham a função de
sustentar a construção, mas apenas de ornamentá-la. Esse anfiteatro de enormes
proporções chegava a acomodar 40.000 pessoas sentadas e mais de 5.000 em
pé.
 Monumentos decorativos:
1. Arco de Triunfo: pórtico monumental feito em homenagem aos imperadores e generais
vitoriosos. O mais famoso deles é o arco de Tito, todo em mármore, construído no
Fórum Romano para comemorar a tomada de Jerusalém.
2. Coluna Triunfal: a mais famosa é a coluna de Trajano, com seu característico friso em
espiral, que possui a narrativa histórica dos feitos do Imperador em baixorrelevo no
fuste. Foi erguida por ordem do Senado para comemorar a vitória de Trajano sobre os
dácios e os partos.
3. Moradia: Casa (era construída ao redor de um pátio chamada Átrio).

2.3.2 Pintura

O mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da arquitetura em geral.
A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompeia e
Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da pintura
existente em Pompeia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro
estilos.
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 Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado,
que dava impressão de placas de mármore.
 Segundo estilo: os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão de
janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando
um grande mural.
 Terceiro estilo: as representações fiéis da realidade valorizaram a delicadeza dos
pequenos detalhes.
 Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente
cópia de obra grega, imitando um cenário teatral.

2.3.3 Escultura

Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas, por temperamento, eram
muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma
representação fiel das pessoas e não de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos.
Retratavam os imperadores e os homens da sociedade.
Mais realista que idealista, a estatuária romana teve seu maior êxito nos retratos. Com a
invasão dos bárbaros, as preocupações com as artes diminuíram e poucos monumentos foram
realizados pelo Estado. Era o começo da decadência do Império Romano que, no século V -
precisamente no ano de 476 - perde o domínio do seu vasto território do Ocidente para os
invasores germânicos.

2.3.4 Mosaico

Partidários de um profundo respeito pelo ambiente arquitetônico, adotando soluções de


clara matriz decorativa, os masaístas chegaram a resultados onde existe certa parte de estudo
direto da natureza. As cores vivas e a possibilidade de colocação sobre qualquer superfície e a
duração dos materiais levaram a que os mosaicos viessem a prevalecer sobre a pintura. Nos
séculos seguintes, tornar-se-ão essenciais para medir a ampliação das primeiras igrejas
cristãs.

2.4 ARTE BIZANTINA

O cristianismo não foi a única preocupação para o Império Romano nos primeiros
séculos de nossa era. Por volta do século IV começou a invasão dos povos bárbaros, que
levou Constantino a transferir a capital do Império para Bizâncio, cidade grega, depois
nomeada por Constantinopla. A mudança da capital foi um golpe de misericórdia para a já
enfraquecida Roma; facilitou a formação dos Reinos Bárbaros e possibilitou o aparecimento do
primeiro estilo de arte cristã: a Arte Bizantina.
Graças à sua localização (Constantinopla), a arte bizantina sofreu influências de Roma,
Grécia e do Oriente. A união de alguns elementos dessa cultura formou um estilo novo, rico
tanto na técnica como na cor. A arte bizantina está dirigida pela religião; ao clero cabia, além
das suas funções, organizarem também as artes, tornando os artistas meros executores. O
regime era teocrático e o imperador possuía poderes administrativos e espirituais; era o
representante de Deus, tanto que se convencionou representá-lo com uma auréola sobre a
cabeça e, não raro, encontrar um mosaico onde esteja juntamente com a esposa, ladeando a
Virgem Maria e o Menino Jesus.
O mosaico é expressão máxima da arte bizantina e não se destinava apenas a
enfeitar as paredes e abóbadas, mas instruir os fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo,
dos profetas e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se
assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem
convenções que regem inclusive os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são
representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o
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volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado devido à associação com maior
bem existente na terra: o ouro.
A arquitetura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte bizantina; elas eram
planejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada, com imensas cúpulas, criando-se
prédios enormes e espaçosos totalmente decorados.
A Igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), na hoje Istambul, foi um dos maiores
triunfos da nova técnica bizantina, projetada pelos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de
Mileto; ela possui uma cúpula de 55 metros, apoiada em quatro arcos plenos. Tal método
tornou a cúpula extremamente elevada, sugerindo, por associação à abóbada celeste,
sentimentos de universalidade e poder absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com
capitel ricamente decorado com mosaicos e o chão de mármore polido.
Toda essa atração por decoração, aliada à prevenção que os cristãos tinham contra a
estatuária, que lembrava de imediato o paganismo romano, afasta o gosto pela forma e,
consequentemente, a escultura não teve tanto destaque neste período. O que se encontra
restringe-se a baixos relevos acoplados à decoração.
A arte bizantina teve seu grande apogeu no século VI, durante o reinado do Imperador
Justiniano. Porém, logo sucedeu-se um período de crise chamado de Iconoclastia, que
constituía na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito entre os imperadores e o
clero.
A arte bizantina não se extinguiu em 1453, pois, durante a segunda metade do século
XV e boa parte do século XVI, a arte daquelas regiões, onde ainda florescia a ortodoxia grega,
permaneceu dentro da arte bizantina. E essa arte extravasou em muito os limites territoriais do
império, penetrando, por exemplo, nos países eslavos.

2.4.1 Um pouco mais sobre Santa Sofia

A verdadeira beleza de Santa Sofia, a maior igreja de Constantinopla, capital do Império


Bizantino, encontra-se no seu vasto interior. Um olhar mais atento permite ao visitante ver o
trabalho requintado dos artífices bizantinos no colorido resplandecente dos mosaicos, agora
restaurados; no mármore, profundamente talhado dos capitéis das colunas das naves laterais,
folhas de acantos envolvem o monograma de Justiniano e de sua mulher, Teodora. No alto,
sobre um solo de mármore, bordada em filigrama de sombras dos candelabros suspensos,
resplandece a grande cúpula. Embora a igreja tenha perdido a maior parte da decoração
original de ouro e prata, mosaicos e afrescos, há uma beleza natural na sua magnificência
espacial e nos jogos de sombra e luz - um claro-escuro admirável quando os raios de sol
penetram e iluminam o seu interior.

2.5 ARTE ISLÂMICA

No ano de 622 o profeta Maomé se exilou (hégira) na cidade de Yatrib e fundou aquela
que, desde então, se conhece como Medina (Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a
orientação dos califas, sucessores do profeta, começou a rápida expansão do Islã até a
Palestina, Síria, Pérsia, Índia, Ásia Menor, Norte da África e Espanha. De origem nômade, os
muçulmanos demoraram certo tempo para estabelecer-se definitivamente e assentar as bases
de uma estética própria com a qual se identificassem. Ao fazer isso, inevitavelmente devem ter
absorvido traços estilísticos dos povos conquistados, que, no entanto, souberam adaptar muito
bem ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seus próprios sinais de identidade.
Foi assim que as cúpulas bizantinas coroaram suas mesquitas e os esplêndidos tapetes
persas, combinados com os coloridos mosaicos, as decoraram. Aparentemente sensual, a arte
islâmica foi na realidade, desde seu início, conceitual e religiosa.
No âmbito sagrado evitou-se a arte figurativa, concentrando-se no geométrico e
abstrato, mais simbólico do que transcendental. A representação figurativa era considerada
uma má imitação de uma realidade fugaz e fictícia. Daí o emprego de formas como os
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arabescos, resultado da combinação de traços ornamentais com caligrafia, que desempenham
duas funções: lembrar o verbo divino e alegrar a vista. As letras lavradas na parede lembram
ao neófito que ele contempla uma obra feita para Deus.
Na complexidade de sua análise, a arte islâmica se mostra, no início, como
exclusividade das classes altas e dos príncipes mecenas, que eram os únicos economicamente
capazes de construir mesquitas, mausoléus e mosteiros. No entanto, na função de governantes
e guardiões do povo e conscientes da importância da religião como base para a organização
política e social, eles realizavam suas obras para a comunidade de acordo com os preceitos
muçulmanos: oração, esmola, jejum e peregrinação.

2.5.1 Arquitetura

As mesquitas (locais de oração) foram construídas entre os séculos VI e VIII, seguindo o


modelo da casa de Maomé em Medina: uma planta quadrangular com um pátio voltado para o
sul e duas galerias com teto de palha e colunas de tronco de palmeira. A área de oração era
coberta, enquanto no pátio estavam as fontes para as abluções. A casa de Maomé era local de
reuniões para oração, centro político, hospital e refúgio para os mais pobres. Essas funções
foram herdadas por mesquitas e alguns edifícios públicos. No entanto, a arquitetura sagrada
não manteve a simplicidade e a rusticidade dos materiais da casa do profeta, sendo exemplo
disso as obras dos primeiros califas: Basora e Kufa, no Iraque, a Cúpula da Roca, em
Jerusalém, e a Grande Mesquita de Damasco. Contudo, persistiu a preocupação com a
preservação de certas formas geométricas, como o quadrado e o cubo. O geômetra era tão
importante quanto o arquiteto. Na realidade, era ele quem realmente projetava o edifício,
enquanto o segundo controlava sua realização.
A cúpula de pendentes, que permite cobrir o quadrado com um círculo, foi um dos
sistemas mais utilizados na construção de mesquitas, embora não tenha existido um modelo
comum. As numerosas variações locais mantiveram a distribuição dos ambientes, mas nem
sempre conservaram sua forma. As mesquitas transferiram depois parte de suas funções aos
edifícios públicos: por exemplo, as escolas de teologia, semelhantes àquelas na forma. A
construção de palácios, castelos e demais edifícios públicos merece um capítulo à parte.
As residências dos emires constituíram uma arquitetura de segunda classe em relação
às mesquitas. Seus palácios eram planejados num estilo semelhante, pensados como um
microcosmo e constituíam o hábitat privativo do governante. Exemplo disso é o Alhambra, em
Granada. De planta quadrangular e cercado de muralhas sólidas, o palácio tinha aspecto de
fortaleza, embora se comunicasse com a mesquita por meio de pátios e jardins. O aposento
mais importante era o diwan ou sala do trono.
Outra das construções mais originais e representativas do Islã foi o minarete, uma
espécie de torre cilíndrica ou octogonal situada no exterior da mesquita a uma altura
significativa, para que a voz do almuadem ou muezim pudesse chegar até todos os fiéis,
convidando-os à oração. A Giralda, em Sevilha, era o antigo minarete da cidade. Outras
construções representativas foram os mausoléus ou monumentos funerários, semelhantes às
mesquitas na forma e destinados a santos e mártires.

2.5.2 Tapetes

Os tapetes e tecidos sempre tiveram um papel muito importante na cultura e na religião


islâmicas. Para começar, como povo nômade, esses eram os únicos materiais utilizados para
decorar o interior das tendas. À medida que foram se tornando sedentários, as sedas,
brocados e tapetes passaram a decorar palácios e castelos, além de cumprir uma função
fundamental nas mesquitas, já que o muçulmano, ao rezar, não deve ficar em contato com a
terra.
Diferentemente da tecedura dos tecidos, a do tapete constitui uma unidade em si
mesma. Os fabricados antes do século XVI chamam-se arcaicos e possuem uma trama de 80
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mil nós por metro quadrado. Os mais valiosos são de origem persa e têm 40 mil nós por
decímetro quadrado. As oficinas mais importantes foram as de Shiraz, Tabriz e Isfahan, no
Oriente, e Palermo, no Ocidente. Entre os desenhos mais clássicos estão os de utensílios, de
motivos florais, de caça, com animais e plantas, e os geométricos, de decoração.

2.5.3 Pintura e Gráfica

As obras de pintura islâmica são representadas por afrescos e miniaturas. Das


primeiras, muito poucas chegaram até nossos dias em bom estado de conservação. Elas eram
geralmente usadas para decorar paredes de palácios ou de edifícios públicos e representavam
cenas de caça e da vida cotidiana da corte. Seu estilo era semelhante ao da pintura helênica,
embora, segundo o lugar, sofresse uma grande influência indiana, bizantina e inclusive
chinesa.
A miniatura não foi usada, como no cristianismo, para ilustrar livros religiosos, mas, sim,
nas publicações de divulgação científica, para tornar mais claro o texto, e nas literárias, para
acompanhar a narração. O estilo era um tanto estático, esquematizado, muito parecido com o
das miniaturas bizantinas, com fundo dourado e ausência de perspectiva. O Corão era
decorado com figuras geométricas muito precisas, a fim de marcar a organização do texto, por
exemplo, separando um capítulo de outro.
Estreitamente ligada à pintura, encontra-se a arte dos mosaicistas. Ela foi herdada de
Bizâncio e da Pérsia antiga, tornando-se uma das disciplinas mais importantes na decoração
de mesquitas e palácios, junto com a cerâmica. No início, as representações eram
completamente figurativas, semelhantes às antigas, mas paulatinamente foram se abstraindo,
até se transformarem em folhas e flores misturadas com letras desenhadas artisticamente, o
que é conhecido como arabesco.
Assim, complexos desenhos multicoloridos, calculados com base na simbologia
numérica islâmica, cobriam as paredes internas e externas dos edifícios, combinando com a
decoração de gesso das cúpulas. Caligrafias de incrível preciosidade e formas geométricas
multiplicadas até o infinito criaram superfícies de verdadeiro horror ao espaço vazio. A mesma
função desempenhava a cerâmica, mais utilizada a partir do século XII e que atingiu o
esplendor na Espanha, onde foram criadas peças de uso cotidiano.

3. IDADE MÉDIA

3.1 ARTE ROMÂNICA

Em 476, com a tomada de Roma pelos povos bárbaros, tem início o período histórico
conhecido por Idade Média. Na Idade Média a arte tem suas raízes na época conhecida como
Paleocristã, trazendo modificações no comportamento humano; com o cristianismo, a arte se
voltou para a valorização do espírito. Os valores da religião cristã vão impregnar todos os
aspectos da vida medieval. A concepção de mundo dominada pela figura de Deus, proposto
pelo cristianismo, é chamada de teocentrismo (teos = Deus). Deus é o centro do universo e a
medida de todas as coisas. A Igreja, como representante de Deus na Terra, tinha poderes
ilimitados.

3.1.2 Arquitetura

No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte românica, cuja estrutura era
semelhante às construções dos antigos romanos.
As características mais significativas da arquitetura românica são:

 Abóbadas em substituição ao telhado das basílicas;


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 Pilares maciços que sustentavam e das paredes espessas;
 Aberturas raras e estreitas usadas como janelas;
 Torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada;
 Arcos que são formados por 180 graus.

A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o seu tamanho. Elas são
sempre grandes e sólidas. Daí serem chamadas fortalezas de Deus. A explicação mais aceita
para as formas volumosas, estilizadas e duras dessas igrejas é o fato da arte românica não ser
fruto do gosto refinado da nobreza nem das idéias desenvolvidas nos centros urbanos, mas um
estilo essencialmente clerical. A arte desse período passa, assim a ser encarada como uma
extensão do serviço divino e uma oferenda à divindade.
A mais famosa é a Catedral de Pisa, sendo o edifício mais conhecido do seu conjunto o
campanário, que começou a ser construído em 1174, a conhecida Torre de Pisa, que se
inclinou porque, com o passar do tempo, o terreno cedeu.

3.1.3 Pintura e Escultura

Numa época em que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja recorria à pintura e à escultura
para narrar histórias bíblicas ou comunicar valores religiosos aos fiéis. Não podemos estudá-
las desassociadas da arquitetura. A pintura românica desenvolveu-se, sobretudo, nas grandes
decorações murais, através da técnica do afresco, que originalmente era uma técnica de pintar
sobre a parede úmida.
Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. As características
essenciais da pintura românica foram a deformação e o colorismo. A deformação, na verdade,
traduz os sentimentos religiosos e a interpretação mística que os artistas faziam da realidade. A
figura de Cristo, por exemplo, é sempre maior do que as outras que o cercam. O colorismo
realizou-se no emprego de cores chapadas, sem preocupação com meios tons ou jogos de luz
e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza.
Na porta, a área mais ocupada pelas esculturas era o tímpano, nome que recebe a
parede semicircular que fica logo abaixo dos arcos que arrematam o vão superior da porta.
Imitação de formas rudes, curtas ou alongadas, ausência de movimentos naturais.

3.1.4 Mosaico

A técnica da decoração com mosaico, isto é, pequeninas pedras, de vários formatos e


cores, que colocadas lado a lado vão formando o desenho, conheceu seu auge na época do
românico. Usado desde a Antiguidade, é originária do Oriente, onde a técnica bizantina
utilizava o azul e dourado, para representar o próprio céu.

3.2 ARTE GÓTICA

No século XII, entre os anos 1150 e 1500, tem início uma economia fundamentada no
comércio. Isso faz com que o centro da vida social se desloque do campo para a cidade e
apareça a burguesia urbana. No começo do século XII, a arquitetura predominante ainda é a
românica, mas já começaram a aparecer as primeiras mudanças que conduziram a uma
revolução profunda na arte de projetar e construir grandes edifícios.

3.2.1 Arquitetura

A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e a românica é a fachada.


Enquanto, de modo geral, a igreja românica apresenta um único portal, a igreja gótica tem três
portais que dão acesso às três naves do interior da igreja: a nave central e as duas naves
laterais.
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A arquitetura expressa a grandiosidade, a crença na existência de um Deus que vive
num plano superior; tudo se volta para o alto, projetando-se na direção do céu, como se vê nas
pontas agulhadas das torres de algumas igrejas góticas.
A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está
presente em quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV.
Outros elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais
e os vitrais coloridíssimos, que filtram a luminosidade para o interior da igreja.
As catedrais góticas mais conhecidas são: Catedral de Notre Dame de Paris e a
Catedral de Notre Dame de Chartres.

3.2.2 Esculturas

As esculturas estão ligadas à arquitetura e se alongam para o alto, demonstrando


verticalidade, alongamento exagerado das formas; as feições são caracterizadas de formas a
que o fiel possa reconhecer facilmente a personagem representada, exercendo a função de
ilustrar os ensinamentos propostos pela Igreja.

3.2.3 Iluminura

Iluminura é a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos. O


desenvolvimento de tal gênero está ligado à difusão dos livros ilustrados, patrimônio quase
exclusivo dos mosteiros. No clima de fervor cultural que caracteriza a arte gótica, os
manuscritos também eram encomendados por particulares, aristocratas e burgueses. É
precisamente por esta razão que os grandes livros litúrgicos (a Bíblia e os Evangelhos) eram
ilustrados pelos iluministas góticos em formatos manejáveis.
Durante o século XII e até o século XV a arte ganhou forma de expressão também nos
objetos preciosos e nos ricos manuscritos ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição
dos textos sobre as páginas. Ao realizar essa tarefa, deixavam espaços para que os artistas
fizessem as ilustrações, os cabeçalhos, os títulos ou as letras maiúsculas com que se iniciavam
um texto.
Da observação dos manuscritos ilustrados podemos tirar duas conclusões: a primeira é
a compreensão do caráter individualista que a arte da ilustração ganhava, pois se destinava
aos poucos possuidores das obras copiadas a segunda é que os artistas ilustradores do
período gótico tornaram-se tão habilidosos na representação do espaço tridimensional e na
compreensão analítica de uma cena, que seus trabalhos acabaram influenciando outros
pintores.

3.2.4 Pintura

A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIII, XIV e início do século XV, quando
começou a ganhar novas características que prenunciam o Renascimento. Sua principal
particularidade foi a procura do realismo na representação dos seres que compunham as obras
pintadas; quase sempre tratando de temas religiosos, apresentava personagens de corpos
pouco volumosos, cobertos por muita roupa, com o olhar voltado para cima, em direção ao
plano celeste.
Os principais artistas na pintura gótica são os verdadeiros precursores da pintura do
Renascimento (Duocento):

 Giotto: a característica principal do seu trabalho foi a identificação da figura dos santos
com seres humanos de aparência bem comum. E esses santos, com ar de homem
comum, eram o mais importante das cenas que pintava, ocupando sempre posição de
destaque na pintura. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de uma visão
humanista do mundo, que vai cada vez mais se firmando até ganhar plenitude no
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Renascimento. Obras destacadas: Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis (Itália)
e Retiro de São Joaquim entre os Pastores.
 Jan Van Eyck: procurava registrar nas suas pinturas os aspectos da vida urbana e da
sociedade de sua época. Nota-se em suas pinturas um cuidado com a perspectiva,
procurando mostrar os detalhes e as paisagens. Obras destacadas: O Casal Arnolfini e
Nossa Senhora do Chanceler Rolin.

4. IDADE MODERNA

4.1 RENASCIMENTO

O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização europeia que se


desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de se reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreu
nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e
das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi sem duvida o
móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta
deliberada, que propunha a ressurreição consciente (o renascimento) do passado, considerado
agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode
ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao
divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.
São características gerais:

 Racionalidade
 Dignidade do Ser Humano
 Rigor Científico
 Ideal Humanista
 Reutilização das artes greco-romana

4.1.1 Arquitetura

Na arquitetura renascentista a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações


matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o
organiza, de qualquer ponto em que se coloque. “Já não é o edifício que possui o homem, mas
este que, aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício” (Bruno Zevi)
Suas principais características são:

 Ordens Arquitetônicas
 Arcos de Volta-Perfeita
 Simplicidade na construção
 A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas
 Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas
(funções militares)

O principal arquiteto renascentista foi Brunelleschi: é um exemplo de artista


renascentista completo, pois foi pintor, escultor e arquiteto, além de dominar conhecimentos de
Matemática, Geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dante. Foi como construtor,
porém, que realizou seus mais importantes trabalhos, entre eles a cúpula da catedral de
Florença e a Capela Pazzi.

4.1.2 Pintura

Principais características:
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 Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura; as diversas distâncias e proporções
que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da
geometria.
 Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra; esse jogo
de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.
 Realismo: os artistas do Renascimento não veem mais o homem como simples
observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais
grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser
compreendida cientificamente, e não apenas admirada.
 Inicia-se o uso da tela e da tinta a óleo.
 Tanto a pintura como a escultura, que antes apareciam quase que exclusivamente
como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se manifestações independentes.
 Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é
marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.

Os principais pintores foram:

 Botticelli: os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe
proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava associada
ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque
manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que
perderam esse dom de Deus. Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de
Vênus.
 Leonardo da Vinci: ele dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra,
gerador de uma atmosfera que parte da realidade, mas estimula a imaginação do
observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e
realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano. Obras destacadas: A
Virgem dos Rochedos e Monalisa.
 Michelangelo: entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no
Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo
Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma particularmente
representativa é a criação do homem. Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a
Sagrada Família
 Rafael: suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança,
pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaços amplo, claros
e de acordo com uma simetria equilibrada. Foi considerado grande pintor de “Madonas”.
Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã.

4.1.3 Escultura

Em meados do século XV, com a volta dos papas de Avinhão para Roma, esta adquire o
seu prestígio. Protetores das artes, os papas deixam o palácio de Latrão e passam a residir no
Vaticano. Ali, grandes escultores se revelam; o maior deles é Michelângelo, que domina toda a
escultura italiana do século XVI. Algumas obras: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá.
Outro grande escultor desse período foi Andrea del Verrochio. Trabalhou em ourivesaria
e esse fato acabou influenciando sua escultura. Obra destacada: Davi (1,26m) em bronze.
Principais características:

 Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade


 Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade
 Profundidade e perspectiva
 Estudo do corpo e do caráter humano
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 26

O Renascimento Italiano se espalha pela Europa, trazendo novos artistas que


nacionalizaram as idéias italianas. São eles: Dürer, Hans Holbein, Bosch e Bruegel.

Para seu conhecimento

 A Capela Sistina foi construída por ordem de Sisto IV (retangular 40 x 13 x 20 altura). E


é na própria Capela que se faz o Conclave: reunião com os cardeais após a morte do
Papa para proceder a eleição do próximo. Lareira que produz fumaça negra: o Papa
ainda não foi escolhido; fumaça branca: o Papa acaba de ser escolhido.
 Michelângelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano maravilhosamente
bem, pois tendo dissecado cadáveres por muito tempo, assim como Leonardo da Vinci,
sabia exatamente a posição de cada músculo, cada tendão, cada veia.
 Além de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre as suas invenções estão:
“Parafuso Aéreo”, primitiva versão do helicóptero, a ponte elevadiça, o escafandro, um
modelo de asa-delta, etc.
 Quando deparamos com o quadro da famosa MONALISA não conseguimos desgrudar
os olhos do seu olhar, parece que ele nos persegue. Por que acontece isso? Será que
seus olhos podem se mexer? Este quadro foi pintado pelo famoso artista e inventor
italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) e truque que ele usou para dar esse efeito?
Quando se pinta uma pessoa olhando para frente (olhando diretamente para o
espectador) tem-se a impressão que o personagem do quadro fixa seu olhar em todos.
Isso acontece porque os quadros são lisos. Se olharmos para a Monalisa de um ou de
outro lado estaremos vendo-a sempre com os olhos e a ponta do nariz para frente e não
poderemos ver o lado do seu rosto. Aí está o truque em qualquer ângulo que se olhe a
Monalisa a veremos sempre de frente.

4.2 MANEIRISMO

Paralelamente ao renascimento clássico desenvolve-se em Roma, do ano de 1520 até


por volta de 1610, um movimento artístico afastado conscientemente do modelo da antiguidade
clássica: o maneirismo (maniera, em italiano, significa maneira). Uma evidente tendência para
a estilização exagerada e um capricho nos detalhes começa a ser sua marca, extrapolando
assim as rígidas linhas dos cânones clássicos.
Alguns historiadores o consideram uma transição entre o renascimento e o barroco,
enquanto outros preferem vê-lo como um estilo, propriamente dito. O certo, porém, é que o
maneirismo é uma consequência de um renascimento clássico que entra em decadência. Os
artistas se veem obrigados a partir em busca de elementos que lhes permitam renovar e
desenvolver todas as habilidades e técnicas adquiridas durante o renascimento.
Uma de suas fontes principais de inspiração é o espírito religioso reinante na Europa
nesse momento. Não só a Igreja, mas toda a Europa estava dividida após a Reforma de
Lutero. Carlos V, depois de derrotar as tropas do Sumo Pontífice, saqueia e destrói Roma.
Reinam a desolação e a incerteza. Os grandes impérios começam a se formar e o homem já
não é a principal e única medida do universo.
Pintores, arquitetos e escultores são impelidos a deixar Roma com destino a outras
cidades. Valendo-se dos mesmos elementos do renascimento, mas agora com um espírito
totalmente diferente, criam uma arte de labirintos, espirais e proporções estranhas, que
são, sem dúvida, a marca inconfundível do estilo maneirista. Mais adiante, essa arte
acabaria cultivada em todas as grandes cidades européias.

4.2.1 Arquitetura
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A arquitetura maneirista dá prioridade à construção de igrejas de plano longitudinal, com
espaços mais longos do que largos, com a cúpula principal sobre o transepto, deixando de lado
as de plano centralizado, típicas do renascimento clássico. No entanto, pode-se dizer que as
verdadeiras mudanças que este novo estilo introduz refletem-se não somente na construção
em si, mas também na distribuição da luz e na decoração. Principais características:

Nas igrejas:
 Naves escuras, iluminadas apenas de ângulos diferentes; coros com escadas em
espiral, que, na maior parte das vezes, não levam a lugar nenhum, produzem uma
atmosfera de rara singularidade.
 Guirlandas de frutas e flores, balaustradas, povoadas de figuras caprichosas são a
decoração mais característica desse estilo. Caracóis, conchas e volutas cobrem muros e
altares, lembrando uma exuberante selva de pedra que confunde a vista.

Nos ricos palácios e casas de campo:


 Formas convexas, que permitem o contraste entre luz e sombra prevalecem sobre o
quadrado disciplinado do renascimento.
 A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos das abóbadas coroam esse
caprichoso e refinado estilo, que, mais do que marcar a transição entre duas épocas,
expressa a necessidade de renovação.

São os principais representantes do período:

 Bartolomeu Ammanati (1511-1592): autor de vários projetos arquitetônicos por toda a


Itália, tais como: a construção do túmulo do conde de Montefeltro, o palácio dos
Mantova, a villa na Porta del Popolo, a fonte da Piazza della Signoria. Seu interesse pela
arquitetura o levou a estudar os tratados de Alberti e Brunelleschi, com base nos quais
planejou uma cidade ideal. De acordo com os preceitos dos jesuítas, que proibiam o nu
nas obras de arte, legou a eles todos os seus bens.
 Giorgio Vasari (1511-1574): Vasari é conhecido por sua obra literária Le Vite (As Vidas),
na qual, além de fazer um resumo da arte renascentista, apresenta um relato, às vezes
pouco fiel, mas muito interessante, sobre os grandes artistas da época, sem deixar de
fazer comentários mal intencionados e elogios exagerados. Sob a proteção de Aretino
conseguiu realizar uma de suas únicas obras significativas: os afrescos do palácio
Cornaro. Vasari também trabalhou em colaboração com Michelangelo em Roma, na
década de 30. Suas biografias, publicadas em 1550, fizeram tanto sucesso que se
seguiram várias edições. Passou os últimos dias de sua vida em Florença, dedicado à
arquitetura.
 Palladio (1508-1580): o interesse que tinha pelas teorias de Vitrúvio se reflete na
totalidade de sua obra arquitetônica, cujo caráter é rigorosamente clássico e no qual a
clareza de linhas e a harmonia das proporções preponderam sobre o decorativo,
reduzido a uma expressão mínima. Somente dez anos depois iria se dedicar à
arquitetura sacra em Veneza, com a construção das igrejas San Giorgio Maggiore e Il
Redentore. Não se pode dizer que Palladio tenha sido um arquiteto tipicamente
maneirista, no entanto, é um dos mais importantes desse período. A obra de Palladio foi
uma referência obrigatória para os arquitetos ingleses e franceses do barroco.

4.2.2 Pintura

É na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro lugar. São os pintores da


segunda década do século XV que, afastados dos cânones renascentistas, criam esse novo
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estilo, procurando deformar uma realidade que já não os satisfaz e tentando revalorizar a arte
pela própria arte.
Principais características:

 Composição em que uma multidão de figuras se comprime em espaços arquitetônicos


reduzidos. O resultado é a formação de planos paralelos, completamente irreais, e uma
atmosfera de tensão permanente.
 Nos corpos as formas esguias e alongadas substituem os membros bem torneados do
renascimento. Os músculos fazem agora contorções absolutamente impróprias para os
seres humanos.
 Rostos melancólicos e misteriosos surgem entre as vestes com cores brilhantes.
 A luz se detém sobre objetos e figuras, produzindo sombras inadmissíveis.
 Os verdadeiros protagonistas do quadro já não se posicionam no centro da perspectiva,
mas em algum ponto da arquitetura, onde o olho atento deve, não sem certa dificuldade,
encontrá-lo.

É considerado o principal artista:

 El Greco (1541-1614): fundiu as formas iconográficas bizantinas com o desenho e o


colorido da pintura veneziana e a religiosidade espanhola. Na verdade, sua obra não foi
totalmente compreendida por seus contemporâneos. Nascido em Creta, acredita-se que
começou como pintor de ícones no convento de Santa Catarina, em Cândia. De acordo com
documentos existentes, no ano de 1567 emigrou para Veneza, onde começou a trabalhar
no ateliê de Ticiano, com quem realizou algumas obras. Depois de alguns anos de
permanência em Madri ele se estabeleceu na cidade de Toledo, onde trabalhou
praticamente com exclusividade para a corte de Filipe II, para os conventos locais e para a
nobreza toledana. Entre suas obras mais importantes estão O Enterro do Conde de Orgaz,
a meio caminho entre o retrato e a espiritualidade mística, Homem com a Mão no Peito, O
Sonho de Filipe II e O Martírio de São Maurício. Esta última lhe custou a expulsão da corte.

4.2.3 Escultura

Na escultura o maneirismo segue o caminho traçado por Michelangelo: às formas


clássicas soma-se o novo conceito intelectual da arte pela arte e o distanciamento da
realidade. Em resumo, repetem-se as características da arquitetura e da pintura. Não faltam as
formas caprichosas, as proporções estranhas, as superposições de planos, ou ainda o exagero
nos detalhes, elementos que criam essa atmosfera de tensão tão característica do espírito
maneirista.
Principais características:

 A composição típica desse estilo apresenta um grupo de figuras dispostas umas sobre as
outras, num equilíbrio aparentemente frágil, as figuras são unidas por contorções
extremadas e exagerado alongamento dos músculos.
 O modo de enlaçar as figuras, atribuindo-lhes uma infinidade de posturas impossíveis,
permite que elas compartilhem a reduzida base que têm como cenário, isso sempre
respeitando a composição geral da peça e a graciosidade de todo o conjunto.

São os principais artistas:

 Bartolomeu Ammanati (1511-1592): realizou trabalhos em várias cidades italianas.


Decorou também o palácio dos Mantova e o túmulo do conde da cidade. Conheceu a
poetisa Laura Battiferi, com quem se casou, e juntos se mudaram para Roma a pedido
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do papa Júlio II, que incumbiu-o da construção de sua villa na Porta del Popolo.
Começaram assim seus primeiros passos como arquiteto. No ano de 1555, com a morte
do papa, voltou para Florença, onde venceu um concurso para a construção da fonte da
Piazza della Signoria. Seu interesse pela arquitetura o levou a estudar os tratados de
Alberti e Brunelleschi, com base nos quais planejou uma cidade ideal. De acordo com os
preceitos dos jesuítas, que proibiam o nu nas obras de arte, legou a eles todos os seus
bens.
 Giambologna (1529-1608): de origem flamenca, Giambologna deu seus primeiros
passos como escultor na oficina do francês Jacques Dubroecq. Poucos anos depois se
mudou para Roma, onde se supõe que teria colaborado com Michelangelo em muitas de
suas obras. Estabeleceu-se finalmente em Florença, na corte dos Medici. O Rapto das
Sabinas, Mercúrio, Baco e Os Pescadores estão entre as obras mais importantes desse
período. Participou também de um concurso na cidade de Bolonha, para o qual realizou
uma de suas mais célebres esculturas, A Fonte de Netuno.Trabalhou com igual maestria
a pedra calcária e o mármore e foi grande conhecedor da técnica de despejar os metais,
como demonstram suas esculturas de bronze. Giambologna está para o maneirismo
como Michelangelo está para o renascimento.

4.3 BARROCO

A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII), mas não tardou a irradiar-se por outros
países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores
portugueses e espanhóis. As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a
razão ou entre a arte e a ciência que os artistas renascentistas procuram realizar de forma
muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte
renascentista.
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa
angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal, Deus e Diabo, céu e terra, pureza e
pecado, alegria e tristeza, paganismo e cristianismo, espírito e matéria.
Suas características gerais são:

 Emocional sobre o racional: seu propósito é impressionar os sentidos do observador,


baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos
e da emoção e não apenas pelo raciocínio.
 Busca de efeitos decorativos e visuais através de curvas, contracurvas, colunas
retorcidas.
 Entrelaçamento entre a arquitetura e escultura.
 Violentos contrastes de luz e sombra.
 Pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a
aparência de profundidade conseguida.

4.3.1 Pintura

Características da pintura barroca:

 Composição assimétrica, em diagonal: se revela num estilo grandioso, monumental,


retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.
 Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos): era um recurso
que visava a intensificar a sensação de profundidade.
 Realista, abrangendo todas as camadas sociais.
 Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 30
Dentre os pintores barrocos italianos, destacaram-se:

 Caravaggio: o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo revolucionário como usa
a luz. Ela não aparece como reflexo da luz solar, mas é criada intencionalmente pelo
artista, para dirigir a atenção do observador. Obra destacada: Vocação de São Mateus.
 Andrea Pozzo: realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tetos das
igrejas barrocas, causando a ilusão de que as paredes e colunas da igreja continuam no
teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens
para a santidade. Obra destacada: A Glória de Santo Inácio.

A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores mais representativos,
de outros países da Europa, temos:

 Velázquez: além de retratar as pessoas da corte espanhola do século XVII, procurou


registrar em seus quadros também os tipos populares do seu país, documentando o dia
a dia do povo espanhol num dado momento da história. Obra destacada: O Conde
Duque de Olivares.
 Rubens: além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a
partir das linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso
movimento. Em seus quadros é geralmente no vestuário que se localizam as cores
quentes - o vermelho, o verde e o amarelo - que contrabalançam a luminosidade da pele
clara das figuras humanas. Obra destacada: O Jardim do Amor.
 Rembrandt: o que dirige nossa atenção nos quadros deste pintor não é propriamente o
contraste entre luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as
penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa. Obra destacada: Aula
de Anatomia.

4.3.2 Escultura

Suas características são: o predomínio das linhas curvas, dos drapeados das vestes e
do uso do dourado; os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e
atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.

 Bernini: arquiteto, urbanista, decorador e escultor, algumas de suas obras serviram de


elementos decorativos das igrejas, como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São
Pedro, ambos na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Obra destacada: A Praça de São
Pedro, Vaticano e o Êxtase de Santa Teresa.

Para seu conhecimento

 Barroco: termo de origem espanhola ‘Barrueco’, aplicado para designar pérolas de


forma irregular.

4.4 ROCOCÓ

Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como desdobramento do barroco,


mais leve e intimista que aquele e usado inicialmente em decoração de interiores.
Desenvolveu-se na Europa do século XVIII e da arquitetura disseminou-se para todas as artes.
Vigoroso até o advento da reação neoclássica, por volta de 1770, difundiu-se principalmente na
parte católica da Alemanha, na Prússia e em Portugal.
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 31
Os temas utilizados eram cenas eróticas ou galantes da vida cortesã (as fêtes galantes)
e da mitologia, pastorais, alusões ao teatro italiano da época, motivos religiosos e farta
estilização naturalista do mundo vegetal em ornatos e molduras.
O termo deriva do francês rocaille, que significa "embrechado", técnica de incrustação
de conchas e fragmentos de vidro, utilizadas originariamente na decoração de grutas artificiais.
Na França, o rococó é também chamado estilo Luís XV e Luís XVI.
Características gerais:

 Uso abundante de formas curvas e pela profusão de elementos decorativos, tais como
conchas, laços e flores.
 Possui leveza, caráter intimista, elegância, alegria, bizarro, frivolidade e exuberante.

4.4.1 Arquitetura

Durante o Iluminismo, entre 1700 e 1780, o rococó foi a principal corrente da arte e da
arquitetura pós-barroca. Nos primeiros anos do século XVIII o centro artístico da Europa
transferiu-se de Roma para Paris. Surgido na França com a obra do decorador Pierre Lepautre,
o rococó era a princípio apenas um novo estilo decorativo.
Principais características:

 Cores vivas foram substituídas por tons pastéis, a luz difusa inundou os interiores por
meio de numerosas janelas e o relevo abrupto das superfícies deu lugar a texturas
suaves.
 A estrutura das construções ganhou leveza e o espaço interno foi unificado, com maior
graça e intimidade.

Principal Artista:

 Johann Michael Fischer (1692-1766): responsável pela abadia beneditina de


Ottobeuren, marco do rococó bávaro. Grande mestre do estilo rococó, responsável por
vários edifícios na Baviera. Restaurou dezenas de igrejas, mosteiros e palácios.

4.4.2 Escultura

Na escultura e na pintura da Europa oriental e central, ao contrário do que ocorreu na


arquitetura, não é possível traçar uma clara linha divisória entre o barroco e o rococó, quer
cronológica, quer estilisticamente. Mais do que nas peças esculpidas, é em sua disposição,
dentro da arquitetura, que se manifesta o espírito rococó. Os grandes grupos coordenados dão
lugar a figuras isoladas, cada uma com existência própria e individual, que dessa maneira
contribuem para o equilíbrio geral da decoração interior das igrejas.
Principais Artistas:

 Johann Michael Feichtmayr (1709-1772): escultor alemão, membro de um grupo de


famílias de mestres da moldagem no estuque, distinguiu-se pela criação de santos e
anjos de grande tamanho, obras-primas dos interiores rococós.
 Ignaz Günther (1725-1775): escultor alemão, um dos maiores representantes do estilo
rococó na Alemanha. Suas esculturas eram em geral feitas em madeira e a seguir
policromadas. "Anunciação", "Anjo da guarda", "Pietà".

4.4.3 Pintura
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 32
Durante muito tempo o rococó francês ficou restrito às artes decorativas e teve pequeno
impacto na escultura e pintura francesas. No final do reinado de Luís XIV, em que se afirmou o
predomínio político e cultural da França sobre o resto da Europa, apareceram as primeiras
pinturas rococós sob influência da técnica de Rubens.
Principais Artistas:

 Antoine Watteau (1684-1721): as figuras e cenas de Watteau se converteram em


modelos de um estilo bastante copiado, que durante muito tempo obscureceu a
verdadeira contribuição do artista para a pintura do século XIX.
 François Boucher (1703-1770): as expressões ingênuas e maliciosas de suas
numerosas figuras de deusas e ninfas em trajes sugestivos e atitudes graciosas e
sensuais não evocavam a solenidade clássica, mas a alegre descontração do estilo
rococó. Além dos quadros de caráter mitológico, pintou, sempre com grande perfeição
no desenho, alguns retratos, paisagens ("O casario de Issei") e cenas de interior ("O
pintor em seu estúdio").
 Jean-Honoré Fragonard (1732-1806): desenhista e retratista de talento, Fragonard
destacou-se principalmente como pintor do amor e da natureza, de cenas galantes em
paisagens idílicas. Foi um dos últimos expoentes do período rococó, caracterizado por
uma arte alegre e sensual, e um dos mais antigos precursores do impressionismo.

5. IDADE CONTEMPORÂNEA

5.1 NEOCLASSICISMO

Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras do século XIX uma nova
tendência estética predominou nas criações dos artistas europeus. Trata-se do
Neoclassicismo (neo = novo), que expressou os valores próprios de uma nova e
fortalecida burguesia, que assumiu a direção da sociedade européia após a Revolução
Francesa e principalmente com o Império de Napoleão.
Principais características:

 Retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos greco-latinos.


 Academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos modelos e às regras
ensinadas nas escolas ou academias de belas-artes.
 Arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro culto à teoria de Aristóteles.

5.1.1 Arquitetura

Tanto nas construções civis quanto nas religiosas, a arquitetura neoclássica seguiu o
modelo dos templos greco-romanos ou o das edificações do Renascimento italiano. Exemplos
dessa arquitetura: a igreja de Santa Genoveva, transformada depois no Panteão Nacional, em
Paris, e a Porta do Brandemburgo, em Berlim.

5.1.2 Pintura

A pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura clássica grega e na


pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da
composição.
Características da pintura:

 Formalismo na composição, refletindo racionalismo dominante.


 Exatidão nos contornos
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 Harmonia do colorido

Os maiores representantes da pintura neoclássica são, sem dúvida:

 Jacques-Louis David: foi considerado o pintor da Revolução Francesa, mais tarde,


tornou-se o pintor oficial do Império de Napoleão. Durante o governo de Napoleão,
registrou fatos históricos ligados à vida do imperador. Suas obras geralmente expressam
um vibrante realismo, mas algumas delas exprimem fortes emoções. Obra destacada:
Bonaparte atravessando os Alpes e Morte de Marat.
 Jean-Auguste-Dominique Ingres (1780-1867): o pintor foi uma espécie de cronista
visual da sociedade de seu tempo. Ingres acreditava qua a tarefa primordial da arte era
produzir quadros históricos. Ardoroso defensor da pureza das formas, ele afirmava, por
exemplo, que desenhar uma linha perfeita era muito mais importante do que colorir. “A
pincelada deve ser tão fina como a casca de uma cebola", repetia aos seus alunos. Sua
obra abrange, além de composições mitológicas e literárias, nus, retratos e paisagens,
mas a crítica moderna vê nos retratos e nus o seu trabalho mais admirável. Ingres soube
registrar a fisionomia da classe burguesa do seu tempo, principalmente no gosto pelo
poder e na sua confiança na individualidade. Amante declarado da tradição. Ingres
passou a vida brigando contra a vanguarda artística francesa representada pelo pintor
romântico Eugène Delacroix, contudo foi Ingres, e não o retórico e inflamado Delacroix,
o mais revolucionário dos dois. A modernidade de Ingres está justamente na visão
distanciada que tinha de sue retratados, na recusa a produzir qualquer julgamento moral
a respeito deles, numa época em que se consumava o processo de aliança entre a
nobreza e a burguesia. O detalhismo também é uma das suas marcas registradas. Seus
retratos são invariavelmente enriquecidos com mantos aveludados, rendas, flores e
jóias.

5.1.3 Para seu conhecimento

 Forte influência da arquitetura neoclássica foi a descoberta arqueológica das cidades


italianas de Pompéia e Herculano que, no ano de 79 a.C., foram cobertas pelas lavas
do vulcão Vesúvio. Diante daquelas construções, num erro de interpretação, os
historiadores de arte acreditavam que os edifícios gregos eram recobertos com mármore
branco, ocasionando a construção de tantos edifícios brancos. Exemplo: Casa Branca
dos Estados Unidos.

5.2 ROMANTISMO

O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais causadas por
acontecimentos do final do século XVIII que foram a Revolução Industrial que gerou novos
inventos com o objetivo de solucionar os problemas técnicos decorrentes do aumento de
produção, provocando a divisão do trabalho e o início da especialização da mão-de-obra, e
pela Revolução Francesa que lutava por uma sociedade mais harmônica, em que os direitos
individuais fossem respeitados, traduziu-se essa expectativa na Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão. Do mesmo modo, a atividade artística tornou-se complexa.
Os artistas românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da
livre expressão da personalidade do artista.
Características gerais:

 A valorização dos sentimentos e da imaginação.


 O nacionalismo.
 A valorização da natureza como princípios da criação artística.
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 34
 Os sentimentos do presente tais como: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

5.2.1 Arquitetura e escultura

A escultura e a arquitetura registram pouca novidade. Observa-se, grosso modo, a


permanência do estilo anterior, o neoclássico. Vez por outra se retomou o estilo gótico da
época medieval, gerando o neogótico.
3.5.2.2 Pintura

Características da pintura:

 Aproximação das formas barrocas.


 Composição em diagonal, sugerindo instabilidade e dinamismo ao observador.
 Valorização das cores e do claro-escuro.
 Dramaticidade.

Temas da pintura:

 Fatos reais da história nacional e contemporânea da vida dos artistas.


 Natureza revelando um dinamismo equivalente as emoções humanas.
 Mitologia Grega.

Principais artistas:

 Goya: Nasceu no pequeno povoado de Fuendetodos, Espanha, em 1746. Morreu em


Bordeaux, em 1828. Goya e sua mitologia, povoada por sonhos e pesadelos, seres
deformados, tons opressivos. Senhor absoluto da caricatura do seu tempo. Trabalhou
temas diversos: retratos de personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo,
os horrores da guerra, a ação incompreensível de monstros, cenas históricas e as lutas
pela liberdade. Obra destacada: Os Fuzilamentos de 3 de maio de 1808.
 Turner: representou grandes movimentos da natureza, mas por meio do estudo da luz
que a natureza reflete, procurou descrever uma certa atmosfera da paisagem. Uma das
primeiras vezes que a arte registra a presença da máquina (locomotiva). Obras
destacadas: Chuva, Vapor e Velocidade e O Grande Canal, Veneza.
 Eugène Delacroix (1798-1863): suas obras apresentam forte comprometimento político
e o valor da pintura é assegurada pelo uso das cores, das luzes e das sombras, dando-
nos a sensação de grande movimentação. Representava assuntos abstratos
personificando-os (alegorias). Culto, dono de uma língua ferina, rico e namorador. Amigo
do compositor Frèderic Chopin, inimigo do romancista Honoré de Balzac, admirado pelo
poeta Charles Baudelaire e indiferente às demais celebridades de seu tempo, Delacroix
tinha noção da própria grandeza. "A principal qualidade de um quadro é ser uma festa
para os olhos", escreveu na derradeira nota de seus famosos diários, em 1963, menos
de dois meses antes de morrer. Nascido num momento crucial da História da França,
aquele em que a burguesia revolucionária colhia os frutos de seu triunfo sobre o
monarquia dos reis Capeto, o pintor viveu a maior parte da vida jovem e adulta num
mundo que voltava aos poucos à antiga ordem natural das coisas. Assistiu à ascensão e
queda de Napoleão Bonaparte, a restauração da dinastia dos Bourbon e, finalmente, a
entronização do rei Luís Felipe, em 1830. Seu quadro mais conhecido A Liberdade
Guiando o Povo, muitas vezes tomado como um símbolo das lutas populares e
republicanas, foi feito por inspiração do movimento que levou Luís Felipe ao trono da
França.
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 35
5.2.3 Para seu conhecimento

 A palavra romantismo designa uma maneira de se comportar, de agir, de interpretar a


realidade. O comportamento romântico caracteriza-se pelo sonho, por uma atitude
emotiva diante das coisas e esse comportamento pode ocorrer em qualquer tempo da
história.
 Romantismo designa uma tendência geral da vida e da arte; portanto, nomeia um
sistema, um estilo delimitado no tempo.

5.3 REALISMO

Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura francesa, uma nova
tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente
industrialização das sociedades. O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o
conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de
que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões
subjetivas e emotivas da realidade.
São características gerais:

 O cientificismo.
 A valorização do objeto.
 O sóbrio e o minucioso.
 A expressão da realidade e dos aspectos descritivos.

5.3.1 Arquitetura

Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas


necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos
palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas,
bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova
burguesia. Em 1889, Gustavo Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje logotipo da "Cidade
Luz".

5.3.2 Escultura

 Auguste Rodin: não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário:


procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiam os
temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras.
Sua característica principal é a fixação do momento significativo de um gesto humano.
Obras destacadas: Balzac, Os Burgueses de Calais, O Beijo e O Pensador.

5.3.3 Pintura

Características da pintura:

 Representação da realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um


fenômeno da natureza, ou seja, o pintor buscava representar o mundo de maneira
documental.
 Ao artista não cabe "melhorar" artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade
tal qual ela é.
 Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da realidade.
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Temas da pintura:

 Politização: a arte passa a ser um meio para denunciar uma ordem social que
consideram injusta; a arte manifesta um protesto em favor dos oprimidos.
 Pintura social, denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria
dos trabalhadores e a opulência da burguesia. As pessoas das classes menos
favorecidas - o povo, em resumo - tornaram-se assunto freqüente da pintura realista. Os
artistas incorporavam a rudeza, a fealdade, a vulgaridade dos tipos que pintavam,
elevando esses tipos à categoria de heróis. Heróis que nada têm a ver com os
idealizados heróis da pintura romântica.

Principais pintores:

 Courbet: foi considerado o criador do realismo social na pintura, pois procurou retratar
em suas telas temas da vida cotidiana, principalmente das classes populares. Manifesta
sua simpatia particular pelos trabalhadores e pelos homens mais pobres da sociedade
no século XIX. Obra destacada: Moças Peneirando o Trigo.
 Jean-François Millet: sensível observador da vida campestre, criou uma obra realista
na qual o principal elemento é a ligação atávica do homem com a terra. Foi educado
num meio de profunda religiosidade e respeito pela natureza. Trabalhou na lavoura
desde muito cedo. Seus numerosos desenhos de paisagens influenciaram, mais tarde,
Pissarro e Van Gogh. É o caso, por exemplo, "Angelus".

5.3.4 Para seu conhecimento

 Courbet dizia: "Sou democrata, republicano, socialista, realista, amigo da verdade e


verdadeiro".
 A palavra realismo designa uma maneira de agir, de interpretar a realidade. Esse
comportamento caracteriza-se pela objetividade, por uma atitude racional das coisas
pode ocorrer em qualquer tempo da história.
 O termo Realismo significa um estilo de época que predominou na segunda metade do
século XIX.

5.4 IMPRESSIONISMO

O Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura


e deu início às grandes tendências da arte do século XX. Havia algumas considerações gerais,
muito mais práticas do que teóricas, que os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos
para obter os resultados que caracterizaram a pintura impressionista.
Principais características da pintura:

 A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar
num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente,
dependendo da incidência da luz do sol.
 As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano
para representar imagens.
 As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos
causam, e não escuras ou pretas, como os pintores costumavam representá-las no
passado.
 Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores
complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 37
e de sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores
barrocos.
 As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do
pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas
pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo
o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se óptica.

A primeira vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas foi numa
exposição coletiva realizada em Paris, em abril de 1874. Mas o público e a crítica reagiram
muito mal ao novo movimento, pois ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da
pintura.

Principais artistas:

 Claude Monet: incessante pesquisador da luz e seus efeitos, pintou vários motivos em
diversas horas do dia, afim de estudar as mutações coloridas do ambiente com sua
luminosidade. Obras Destacadas: Mulheres no Jardim e a Catedral de Rouen em Pleno
Sol.
 Auguste Renoir: foi o pintor impressionista que ganhou maior popularidade e chegou
mesmo a ter o reconhecimento da crítica, ainda em vida. Seus quadros manifestam
otimismo, alegria e a intensa movimentação da vida parisiense do fim do século XIX.
Pintou o corpo feminino com formas puras e isentas de erotismo e sensualidade,
preferia os nus ao ar livre, as composições com personagens do cotidiano, os retratos e
as naturezas mortas. Obras Destacadas: Baile do Moulin de la Galette e La
Grenouillière.
 Edgar Degas: sua formação acadêmica e sua admiração por Ingres fizeram com que
valorizasse o desenho e não apenas a cor, que era a grande paixão do Impressionismo.
Além disso, foi pintor de poucas paisagens e cenas ao ar livre. Os ambientes de seus
quadros são interiores e a luz é artificial. Sua grande preocupação era flagrar um
instante da vida das pessoas, aprender um momento do movimento de um corpo ou da
expressão de um rosto. Adorava o teatro de bailados. Obra Destacada: O Ensaio.
 Seurat: Mestre no pontilhismo. Obra Destacada: Tarde de Domingo na Ilha Grande
Jatte.
 No Brasil, destaca-se o pintor Eliseu Visconti, ele já não se preocupa mais em imitar
modelos clássicos; procura, decididamente, registrar os efeitos da luz solar nos objetivos
e seres humanos que retrata em suas telas. Ganhou uma viagem à Europa, onde teve
contato com a obra dos impressionistas. A influência que recebeu desses artistas foi tão
grande que ele é considerado o maior representante dessa tendência na pintura
brasileira. Obra destacadas são: Trigal e Maternidade.

5.4.1 Para seu conhecimento

 O quadro Mulheres no Jardim, de Monet, foi pintado totalmente ao ar livre e sempre com
a luz do sol. São cenas do jardim da casa do artista.
 O movimento impressionista foi idealizado nas reuniões com seus principais pintores e
elas aconteciam no estúdio fotográfico de Nadar, na Rue de Capucines, Paris.

5.5 EXPRESSIONISMO

O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva,


“expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao amor, ao
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ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para
ressaltar o sentimento.
Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais. Corrente artística
concentrada especialmente na Alemanha entre 1905 e 1930.
Principais características:

 Pesquisa no domínio psicológico.


 Cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas.
 Dinamismo improvisado, abrupto, inesperado.
 Pasta grossa, martelada, áspera.
 Técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou
provocando explosões.
 Preferência pelo patético, trágico e sombrio.

Principais artistas:

 Paul Gauguin (1848-1903): depois de passar a infância no Peru, Gauguin voltou com os
pais para a França, mais precisamente para Orléans. Em 1887 entrou para a marinha e
mais tarde trabalhou na bolsa de valores. Aos 35 anos tomou a decisão mais importante
de sua vida: dedicar-se totalmente à pintura. Começou assim uma vida de viagens e
boemia, que resultou numa produção artística singular e determinante das vanguardas
do século XX. Sua obra, longe de poder ser enquadrada em algum movimento, foi tão
singular como a de seus amigos Van Gogh ou Cézanne. Apesar disso, é verdade que
teve seguidores e que pode ser considerado o fundador do grupo Navis, que, mais do
que um conceito artístico, representava uma forma de pensar a pintura como filosofia de
vida. Suas primeiras obras tentavam captar a simplicidade da vida no campo, algo que
ele consegue com a aplicação arbitrária das cores, em oposição a qualquer naturalismo,
como demonstra o seu famoso Cristo Amarelo. As cores se estendem planas e puras
sobre a superfície, quase decorativamente. No ano de 1891, o pintor parte para o Taiti,
em busca de novos temas, para se libertar dos condicionamentos da Europa. Suas telas
surgem carregadas da iconografia exótica do lugar, e não faltam cenas que mostram um
erotismo natural, fruto, segundo conhecidos do pintor, de sua paixão pelas nativas. A cor
adquire mais preponderância representada pelos vermelhos intensos, amarelos, verdes
e violetas. Quando voltou a Paris, realizou uma exposição individual na galeria de
Durand-Ruel, voltou ao Taiti, mas fixou-se definitivamente na ilha Dominique. Obra
Destacada: Jovens Taitianas com Flores de Manga.
 Paul Cèzanne (1839-1906): sua tendência foi converter os elementos naturais em
figuras geométricas - como cilindros, cones e esferas - acentua-se cada vez mais, de tal
forma que se torna impossível para ele recriar a realidade segundo “impressões”
captadas pelos sentidos. Obras Destacadas: Castelo de Médan e Madame Cézanne
 Vicent Van Gogh (1853-1890): empenhou profundamente em recriar a beleza dos seres
humanos e da natureza através da cor, que para ele era o elemento fundamental da
pintura. Foi uma pessoa solitária. Interessou-se pelo trabalho de Gauguim,
principalmente pela sua decisão de simplificar as formas dos seres, reduzir os efeitos de
luz e usar zonas de cores bem definidas. Em 1888, deixou Paris e foi para Arles, cidade
do sul da França, onde passou a pintar ao ar livre. O sol intenso da região mediterrânea
interferiu em sua pintura, e ele libertou-se completamente de qualquer naturalismo no
emprego das cores, declarando-se um colorista arbitrário. Apaixonou-se então pelas
cores intensas e puras, sem nenhuma matização, pois elas tinham para ele a função de
representar emoções. Entretanto ele passou por várias crises nervosas e, depois de
internações e tratamentos médicos, dirigiu-se, em maio de 1890, para Anvers, uma
cidade tranqüila ao norte da França. Nessa época, em três meses apenas, pintou cerca
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de oitenta telas com cores fortes e retorcidas. Em julho do mesmo ano, ele suicidou-se,
deixando uma obra plástica composta por 879 pinturas, 1756 desenhos e dez gravuras.
Enquanto viveu não foi reconhecido pelo público nem pelo críticos, que não souberam
ver em sua obra os primeiros passos em direção à arte moderna, nem compreender o
esforço para libertar a beleza dos seres por meio de uma explosão de cores. Obras
Destacadas: Trigal com Corvos e Café à Noite.
 Toulouse-Lautrec (1864-1901): pintava temas pertencentes à vida noturna de Paris, e
também foi responsável pelos cartazes das artistas que se apresentavam no Moulin
Rouge. Boêmio, morreu jovem. Obra Destacada: Ivette Guilbert que Saúda o Público.
 Munch (1863-1944): foi um dos primeiros artistas do século XX que conseguiu conceder
às cores um valor simbólico e subjetivo, longe das representações realistas. Seus
quadros exerceram grande influência nos artistas do grupo Die Brücke, que conheciam e
admiravam sua obra. Nascido em Loten, Noruega, em 1863, Munch iniciou sua
formação na cidade de Oslo, no ateliê do pintor Krogh. Realizou uma viagem a Paris, na
qual conheceu Gauguin, Toulouse-Lautrec e Van Gogh. Em seu regresso, foi convidado
a participar da exposição da Associação de Berlim. Numa segunda viagem a Paris,
começou a se especializar em gravações e litografias, realizando trabalhos para a
Ópera. Em pouco tempo pôde se apresentar no Salão dos Independentes. A partir de
1907, morou na Alemanha, onde, além de exposições, realizou cenários. Passou seus
últimos anos em Oslo, na Noruega. Uma de suas obras mais importantes é O Grito
(1889). O Grito é um exemplo dos temas que sensibilizaram os artistas ligados a essa
tendência. Nela a figura humana não apresenta sua linhas reais mas contorce-se sob o
efeito de suas emoções. As linhas sinuosas do céu e da água, e a linha diagonal da
ponte, conduzem o olhar do observador para a boca da figura que se abre num grito
perturbador. Perseguido pela tragédia familiar, Munch foi um artista determinado a criar
"pessoas vivas, que respiram e sentem, sofrem e amam". Recusou o banal, as cenas
interiores pacíficas, comuns na sua época. A dor e o trágico permeiam seus quadros.
 Kirchner (1880-1938): foi um dos fundadores do grupo de pintura expressionista Die
Brücke. Influenciado pelo cubismo e fauvismo, o pintor alemão deu formas geométricas
às cores e despojou-as de sua função decorativa por meio de contrastes agressivos,
com o fim de manifestar sua verdadeira visão da realidade. Tendo concluído seus
estudos de arquitetura na cidade de Dresden, Kirchner continuou sua formação na
cidade de Munique. Pouco tempo depois reuniu-se com os pintores Heckel e Schmidt-
Rottluf em Berlim, com os quais, motivados pela leitura de Nietzsche, fundou o grupo
Die Brücke (A Ponte, numa referência à frase do escritor: “...a ponte que conduz ao
super-homem”). Veio então a época em que os pintores se reuniam numa casa de
veraneio em Moritzburg e se dedicavam apenas ao que mais lhes interessava: pintar.
Dessa época são os quadros mais ousados de paisagens e nus, bem como cenas
circenses e de variedades. Em 1914 Kirchner foi convocado para a guerra, e um ano
depois tentou o suicídio. Quando suas mãos se recuperaram do ferimento, voltou a
pintar ao ar livre, em sua casa ao pé dos Alpes. Quando finalmente sua contribuição
para a arte alemã foi reconhecida, foi nomeado membro da academia de Berlim, em
1931, para seis anos mais tarde, durante o nazismo, ver sua obra ser destruída e
desprestigiada pelos órgãos de censura. Kirchner tentou mostrar em toda a sua
produção pictórica uma realidade de pesadelo e decadência. Sensivelmente influenciado
pelos desastres da guerra, seus quadros se transformaram num amontoado neurótico
de cores contrastantes e agressivas, produto de uma profunda tristeza.No final de 1938
o pintor pôs fim à própria vida. Suas obras mais importantes estão dispersas pelos
museus de arte moderna mais importantes da Alemanha.
 Paul Klee (1879-1940): considerado um dos artistas mais originais do movimento
expressionista. Convencido de que a realidade artística era totalmente diferente da
observada na natureza, este pintor dedicou-se durante a toda sua carreira a buscar o
ponto de encontro entre realidade e espírito. A exemplo de Kandinski, Klee estudou com
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o mestre Von Stuck em Munique. Depois de uma viagem pela Itália, entrou em contato
com os pintores da Nova Associação de Artistas e finalmente uniu-se ao grupo de
artistas do Der Blaue Reiter. Em 1912 viajou para Paris, onde se encontrou com
Delaunay, que seria de vital importância para suas obras posteriores. Klee escreveu: "A
cor, como a forma, pode expressar ritmo e movimento". Mas a grande descoberta
ocorreria dois anos depois, em sua primeira viagem a Túnis. As formas cúbicas da
arquitetura e os graciosos arabescos na terracota deixaram sua marca na obra do pintor.
Iniciou uma fase de grande produtividade, com quadros de caráter quase surrealista,
criados, segundo o pintor, em cima de "matéria e sonhos". Entre eles merecem ser
mencionados Anatomia de Afrodite, Demônios, Flores Noturnas e Villa R. Depois de lutar
durante dois anos na Primeira Guerra, Klee juntou-se em 1924 ao grupo Die vier Blauen,
mas antes apresentou suas obras em Paris, na primeira exposição dos surrealistas.
Paralelamente, começou a trabalhar como professor em Dusseldorf e mais tarde na
escola da Bauhaus em Weimar. Em 1933, Klee emigrou para a Suíça. Sua última
exposição em vida aconteceu em Basiléia, em 1940. Além de sua obra pictórica, Klee
deixou vários trabalhos escritos que resumem seu pensamento artístico.
 Amadeo Modigliani (1884-1920): iniciou sua formação como pintor no ateliê de Micheli,
em Livorno, sua cidade natal. Em 1902 entrou na Academia de Florença e um ano mais
tarde na de Veneza. Três anos depois mudou-se para Paris, onde teve aulas na
academia de Colarossi. Nessa cidade travou conhecimento com os pintores Utrillo,
Picasso e Braque. Em 1908 participou do Salão dos Independentes e lá conheceu Juan
Gris e Brancusi. Produziu então suas primeiras esculturas motivado pelas peças de arte
africana chegadas à França das colônias. Esse aspecto de máscara foi uma das
constantes nos seus retratos e nus sensuais. Modigliani teve em comum com os
cubistas e expressionistas o distanciamento das academias, a revalorização da cor e o
estudo das formas puras. Sua visão tão subjetiva dos seres humanos e a emotividade
de suas cores o aproximam mais do reduzido grupo de expressionistas franceses,
composto por Rouault e Soutine. Apesar disso, pode-se muito bem dizer que sua obra,
elegante, recatada e ao mesmo tempo misteriosa, pertence, juntamente com a dos
mestres Cézanne e Van Gogh, para citar alguns, à dos gênios solitários.

5.6 FOVISMO

Em 1905, em Paris, no Salão de Outono, alguns artistas foram chamados de fauves (em
português significa feras), em virtude da intensidade com que usavam as cores puras, sem
misturá-las ou matizá-las. Quem lhes deu este nome foi o crítico Louis Vauxcelles, pois
estavam expostas um conjunto de pinturas modernas ao lado de uma estatueta renascentista.
Os princípios deste movimento artístico eram:

 Criar, em arte, não tem relação com o intelecto e nem com sentimentos.
 Criar é seguir os impulsos do instinto, as sensações primárias.
 A cor pura deve ser exaltada.
 As linhas e as cores devem nascer impulsivamente e traduzir as sensações
elementares, no mesmo estado de graça das crianças e dos selvagens.

Características da pintura:

 Pincelada violente, espontânea e definitiva.


 Ausência de ar livre.
 Colorido brutal, pretendendo a sensação física da cor que é subjetiva, não
correspondendo à realidade.
 Uso exclusivo das cores puras, como saem das bisnagas.
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 Pintura por manchas largas, formando grandes planos.

Principais Artistas:

 Maurice de Vlaminck (1876-1958): pintor francês, foi o mais autêntico fovista, dizia:
"Quero incendiar a Escola de Belas Artes com meus vermelhos e azuis." Adotou mais
tarde estilo entre expressionista e realista.
 André Derain (1880-1954): pintor francês, dizia: "As cores chegaram a ser para nós
cartuchos de dinamite." Por volta de 1900, ligou-se a Maurice de Vlaminck e a Matisse,
com os quais se tornou um dos principais pintores fovistas. Nessa fase, pintou figuras e
paisagens em brilhantes cores chapadas, recorrendo a traços impulsivos e a pinceladas
descontínuas para obter suas composições espontâneas. Após romper com o fovismo,
em 1908, sofreu influências de Cézanne e depois do cubismo. Na década de 1920, seus
nus, retratos e naturezas-mortas haviam adquirido uma entonação neoclássica, com o
gradual desaparecimento da gestualidade espontânea das primeiras obras. Seu estilo,
desde então, não mudou.
 Henri Matisse (1869-1954): pintor francês, Nas suas pinturas ele não se preocupa como
realismo, tanto das figuras como das suas cores. O que interessa é a composição e não
as figuras em si, como de pessoas ou de naturezas-mortas. Abandonou assim a
perspectiva, as técnicas do desenho e o efeito de claro-escuro para tratar a cor como
valor em si mesma. Dos pintores fovistas, que exploraram o sensualismo das cores
fortes, ele foi o único a evoluir para o equilíbrio entre a cor e o traço em composições
planas, sem profundidade. Foi, também, escultor, ilustrador e litógrafo.
 Raoul Dufy (1877-1953): pintor, gravador e decorador francês. Contrastes tonais e a
geometrização da forma caracterizaram sua obra. Impressionista a princípio, evoluiu
gradativamente para o fovismo, depois de travar contato com Matisse. Morreu um ano
depois de receber o prêmio de pintura da bienal de Veneza.

5.7 CUBISMO

Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura


deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os
cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as
suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os
seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor
os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas.
O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana,
sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a
estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles,
vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e
volumes.
Principais características:

 Geometrização das formas e volumes.


 Renúncia à perspectiva.
 O claro-escuro perde sua função.
 Representação do volume colorido sobre superfícies planas.
 Sensação de pintura escultórica.
 Cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um
castanho suave.

O cubismo se divide em duas fases:


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 Cubismo Analítico (1909): caracterizado pela desestruturação da obra em todos os


seus elementos. Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus
elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da figura,
examinado-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da fragmentação dela.
Essa fragmentação dos seres foi tão grande, que se tornou impossível o
reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas. A cor se reduz aos tons de
castanho, cinza e bege.
 Cubismo Sintético (1911): reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à
destruição de sua estrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras
novamente reconhecíveis. Também chamado de Colagem porque introduz letras,
palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas.
Essa inovação pode ser explicada pela intenção do artistas em criar efeitos plásticos e
de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando
também no observador as sensações táteis.

Principais artistas:

 Pablo Picasso (1881-1973): tendo vivido 92 anos e pintado desde muito jovem até
próximo à sua morte passou por diversas fases: a fase Azul, entre 1901-1904, que
representa a tristeza e o isolamento provocados pelo suicídio de Casagemas, seu
amigo, são evidenciados pela monocromia e também a representa a miséria e o
desespero humanos; a fase Rosa, entre 1904-1907, o amor por Fernande origina
muitos desenhos sensuais e eróticos, com a paixão de Picasso pelo circo, iniciam-se os
ciclos dos saltimbancos e do arlequim. Depois de descobrir as artes primitivas e africana
compreende que o artista negro não pinta ou esculpi de acordo com as tendência de um
determinado movimento estético, mas com uma liberdade muito maior. Picasso
desenvolveu uma verdadeira revolução na arte. Em 1907, com a obra Les Demoiselles
d’Avignon começa a elaborar a estética cubista que, como vimos anteriormente, se
fundamenta na destruição de harmonia clássica das figuras e na decomposição da
realidade, essa tela subverteu o sentido da arte moderna com a declaração de guerra
em 1914, chega ao fim a aventura cubista. Podemos destacar, também o mural
Guernica, que representa, com veemente indignação, o bombardeio da cidade
espanhola de Guernica pelos aliados alemães de Franco, em abril de 1937, responsável
pela morte de grande parte da população civil formada por crianças, mulheres e
trabalhadores. "A obra de um artista é uma espécie de diário. Quando o pintor, por
ocasião de uma mostra, vê algumas de suas telas antigas novamente, é como se ele
estivesse reencontrando filhos pródigos - só que vestidos com túnica de ouro." Pablo
Picasso "A Arte não é a verdade. A Arte é uma mentira que nos ensina a compreender a
verdade". Pablo Picasso
 Georges Braque (1882-1963): foi um pintor e escultor francês que juntamente com
Pablo Picasso inventaram o Cubismo. Braque iniciou a sua ligação as cores, na
empresa de pintura decorativa de seu pai. A maior parte da sua adolescência foi
passada em Le Havre, mas no ano de 1889, mudou-se para Paris onde, em 1906, no
Salão dos Independentes, expôs as suas primeiras obras no estilo de formas simples e
cores puras (fovismo). No Outono de 1907, conheceu Picasso com quem se deu quase
diariamente até que em 1914 devido a Grande Guerra se separaram. Braque foi
mobilizado e ferido na cabeça em 1915, tendo sido agraciado com a Cruz de Guerra e
da Legião de Honra. Durante dois anos, devido ao ferimento esteve afastado da pintura.

Dos artistas brasileiros destacamos:


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 Tarsila do Amaral (1886 - 1973): apesar de não ter exposto na Semana de 22,
colaborou decisivamente para o desenvolvimento da arte moderna brasileira, pois
produziu um conjunto de obras indicadoras de novos rumos. Em 1923, a artista voltou à
Europa, passou pela influência impressionista e, a seguir, encontrou o cubismo. Nessa
fase, ligou-se a importantes artistas do modernismo europeu, tais como Fernand Léger,
Picasso, De Chirico e Brancussi, entre outros. Em 1928, deu início a uma fase chamada
Antropofágica. A ela pertence a tela Abaporu cujo nome, segundo a artista é de origem
indígena e significa “Antropófago”. Também usou de temática social nos seus quadros
como na tela Operários.
 Rego Monteiro (1899-1970): um dos primeiros artistas brasileiros a realizar uma obra
dentro da estética cubista. Estudou em Paris, depois da Semana de Arte Moderna, sua
vida alternou-se entre a França e o Brasil. Foi reconhecido também naquele país, tem
seus quadros dentro do acervo de alguns importantes museus.

5.8 FUTURISMO

O primeiro manifesto foi publicado no Le Fígaro de Paris, em 22/02/1909, e nele, o poeta


italiano Marinetti, dizendo que "o esplendor do mundo enriqueceu-se com uma nova beleza: a
beleza da velocidade. Um automóvel de carreira é mais belo que a Vitória de Samotrácia". O
segundo manifesto, de 1910, resultou do encontro do poeta com os pintores Carlo Carra,
Russolo, Severini, Boccioni e Giacomo Balla.
Os futuristas saúdam a era moderna, aderindo entusiasticamente à máquina. Para Balla,
"é mais belo um ferro elétrico que uma escultura". Para os futuristas, os objetos não se
esgotam no contorno aparente e seus aspectos se interpenetram continuamente a um só
tempo, ou vários tempos num só espaço. O grupo pretendia fortalecer a sociedade italiana
através de uma pregação patriótica que incluía a aceitação e exaltação da tecnologia.
O futurismo é a concretização desta pesquisa no espaço bidimensional. Procura-se
neste estilo expressar o movimento real, registrando a velocidade descrita pelas figuras em
movimento no espaço. O artista futurista não está interessado em pintar um automóvel, mas
captar a forma plástica a velocidade descrita por ele no espaço.
Principais artistas:

 Giacomo Balla: em sua obra o pintor italiano tentou endeusar os novos avanços
científicos e técnicos por meio de representações totalmente desnaturalizadas, embora
sem chegar a uma total abstração.Mesmo assim, mostrou grande preocupação com o
dinamismo das formas, com a situação da luz e a integração do espectro cromático. A
formação acadêmica de Balla restringiu-se a um curso noturno de desenho, de dois
meses de duração, na Academia Albertina de Turim, sua cidade natal. Em 1895 o pintor
mudou-se para Roma, onde apresentou regularmente suas primeiras obras em todas as
exposições da Sociedade dos Amadores e Cultores das Belas-Artes. Cinco anos mais
tarde, fez uma viagem a Paris, onde entrou em contato com a obra dos impressionistas
e neo-impressionistas e participou de várias exposições. Na volta a Roma, conheceu
Marinetti, Boccioni e Severini. Um ano mais tarde, juntava-se a eles para assinar o
Manifesto Técnico da Pintura Futurista. Preocupado, como seus companheiros, em
encontrar uma maneira de visualizar as teorias do movimento, apresentou em 1912 seu
primeiro quadro futurista intitulado Cão na Coleira ou Cão Atrelado. Dissolvido o
movimento, Balla retornou às suas pinturas realistas e se voltou para a escultura e a
cenografia. Embora em princípio Balla continuasse influenciado pelos divisionistas, não
demorou a encontrar uma maneira de se ajustar à nova linguagem do movimento a que
pertencia. Um recurso dos mais originais que ele usou para representar o dinamismo foi
a simultaneidade, ou desintegração das formas, numa repetição quase infinita, que
permitia ao observador captar de uma só vez todas as seqüências do movimento.
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 Carlo Carra (1881-1966): junto com Giorgio De Chirico, ele se separaria finalmente do
futurismo para se dedicar àquilo que eles próprios dariam o nome de Pintura Metafísica.
Enquanto ganhava seu sustento como pintor-decorador freqüentava as aulas de pintura
na Academia Brera, em Milão. Em 1900 fez sua primeira viagem a Paris, contratado
para a decoração da Exposição Mundial. De lá mudou-se para Londres. Ao voltar,
retomou as aulas na Academia Brera e conheceu Boccioni e o poeta Marinetti. Um ano
mais tarde assinou o Primeiro Manifesto Futurista, redigido pelo poeta italiano e
publicado no jornal Le Figaro. Nessa época iniciou seus primeiros estudos e esboços de
Ritmo dos Objetos e Trens, por definição suas obras mais futuristas. Numa segunda
viagem a Paris entrou em contato com Apollinaire, Modigliani e Picasso. A partir desse
momento começaram a aparecer as referências cubistas em suas obras. Carrà não
deixou de comparecer às exposições futuristas de Paris, Londres e Berlim, mas já em
1915 separou-se definitivamente do grupo. Juntou-se a Giorgio De Chirico e realizou
sua primeira pintura metafísica. Em suas últimas obras retornou ao cubismo.Publicou
vários trabalhos, entre eles La Pittura Metafísica (1919) e La Mia Vita (1943), pintor
italiano. Representante do futurismo e mais tarde da pintura metafísica, influenciou a
arte de seu país nas décadas de 1920 e 1930.
 Umberto Boccioni (1882-1916): sua obra se manteve sob a influência do cubismo, mas
incorporando os conceitos de dinamismo e simultaneidade: formas e espaços que se
movem ao mesmo tempo e em direções contrárias. Nascido em Reggio di Calábria,
Boccioni mudou-se ainda muito jovem para Roma, onde estudou em diferentes
academias. Logo fez amizade com os pintores Balla e Severini. No início, mostrou-se
interessado na pintura impressionista, principalmente na obra de Cézanne. Fez então
algumas viagens a Paris, São Petersburgo e Milão. Ao voltar, entrou em contato com
Carrà e Marinetti e um ano depois se encontrava entre os autores do Manifesto Futurista
de Pintura, do qual foi um dos principais teóricos. Foi com a intenção de procurar as
bases dessa nova estética que ele viajou a Paris, onde se encontrou com Picasso e
Braque. Ao retornar, publicou o Manifesto Técnico da Pintura Futurista, no qual foram
registrados os princípios teóricos da arte futurista: condenação do passado, desprezo
pela representação naturalista, indiferença em relação aos críticos de arte e rejeição dos
conceitos de harmonia e bom gosto aplicados à pintura. Em 1912, participou da primeira
exposição futurista. Suas obras ainda deixavam transparecer a preocupação do artista
com os conceitos propostos pelo cubismo. Os retratos deformados pelas superposições
de planos ainda não conseguiam expressar com clareza sua concepção teórica. Um
ano mais tarde, com sua obra Dinamismo de um Jogador de Futebol, Boccioni
conseguiu finalmente fazer a representação do movimento por meio de cores e planos
desordenados, como num pseudofotograma. Durante a Primeira Guerra Mundial, o
pintor se alistou como voluntário e ao voltar publicou o livro Pittura, Scultura Futurista,
Dinâmico Plástico (Pintura, Escultura Futurista, Dinamismo Plástico). Morreu dois anos
depois, em 1916, na cidade de Verona.

5.9 PINTURA METAFÍSICA

A pintura deve criar uma impressão de mistério, através de associações pouco comuns
de objetos totalmente imprevistos, em arcadas e arquiteturas puras, idealizadas, muitas vezes
com a inclusão de estátuas, manequins, frutas, legumes, numa transfiguração toda especial,
em curiosas perspectivas divergentes. A pintura metafísica explora os efeitos de luzes
misteriosas, sombras sedutoras e cores ricas e profundas, de plástica despojada e escultural.
Tem inspiração na Metafísica, ciência que estuda tudo quanto se manifesta de maneira
sobrenatural.
Principais Artistas:
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 Giorgio De Chirico (1888-1978): pintor italiano, nascido na Grécia, principal
representante da "pintura metafísica", Giorgio De Chirico constitui um caso singular:
poucas vezes um artista alcançou tão rapidamente a fama para em seguida renegar o
estilo que o celebrizara e cair em um esquecimento quase absoluto. As suas obras
retratam cenários arquitetônicos, solitários, irreais e enigmáticos, onde colocava objetos
heterogêneos para revelar um mundo onírico e subconsciente, perpassado de
inquietações metafísicas. Também usada nas suas obras manequins, nus ou vestidos à
moda clássica, enigmáticos e sem rosto, que pareciam simbolizar a estranheza do ser
humano diante do seu meio ambiente.
 Giorgio Morandi (1890-1964): pintor italiano. Notável por suas naturezas-mortas, em
que buscava a unidade das coisas do universo. Conferiu imobilidade e transparência de
formas, recorte intimista e atmosfera de luz cinza-clara às naturezas-mortas que pintou
usando como modelos frascos, garrafas, caixas e lâmpadas velhas.

5.10 DADAÍSMO

Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães que, se tivessem


permanecido em seus respectivos países, teriam sido convocados para o serviço militar, o
Dada foi um movimento de negação. Durante a Primeira Guerra Mundial, artistas de várias
nacionalidades, exilados na Suíça, eram contrários ao envolvimento dos seus próprios países
na guerra.
Fundaram um movimento literário para expressar suas decepções em relação a
incapacidade da ciências, religião, filosofia que se revelaram pouco eficazes em evitar a
destruição da Europa. A palavra Dada foi descoberta acidentalmente por Hugo Ball e por Tzara
Tristan num dicionário alemão-francês. Dada é uma palavra francesa que significa na
linguagem infantil "cavalo de pau". Esse nome escolhido não fazia sentido, assim como a arte
que perdera todo o sentido diante da irracionalidade da guerra.
Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas o
resultado do automatismo psíquico, selecionado e combinando elementos por acaso. Sendo a
negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos.
Politicamente , firma-se como um protesto contra uma civilização que não conseguiria evitar a
guerra.
Ready-Made significa confeccionado, pronto. Expressão criada em 1913 pelo artista
francês Marcel Duchamp para designar qualquer objeto manufaturado de consumo popular,
tratado como objeto de arte por opção do artista.
O fim do Dada como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921.
Principais artistas:

 Marcel Duchamp (1887-1968): pintor e escultor francês, sua arte abriu caminho para
movimentos como a pop art e a op art das décadas de 1950 e 1960. Reinterpretou o
cubismo a sua maneira, interessando-se pelo movimento das formas. O
experimentalismo e a provocação o conduziram a idéias radicais em arte, antes do
surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916). Criou os ready-mades, objetos escolhidos
ao acaso, e que, após leve intervenção e receberem um título, adquiriam a condição de
objeto de arte. Em 1917 foi rejeitado ao enviar a uma mostra um urinol de louça que
chamou de "Fonte". Depois fez interferências (pintou bigodes na Mona Lisa, para
demonstrar seu desprezo pela arte tradicional), inventou mecanismos ópticos.
 François Picabia (1879-1953): pintor e escritor francês. Envolveu-se sucessivamente
com os principais movimentos estéticos do início do século XX, como cubismo,
surrealismo e dadaísmo. Colaborou com Tristan Tzara na revista Dada. Suas primeiras
pinturas cubistas, eram mais próximas de Léger do que de Picasso, são exuberantes
nas cores e sugerem formas metálicas que se encaixam umas nas outras. Formas e
cores tornaram-se a seguir mais discretas, até que por volta de 1916 o artista se
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concentrou nos engenhos mecânicos do dadaísmo, de índole satírica. Depois de 1927,
abandonou a abstração pura que praticara por anos e criou pinturas baseadas na figura
humana, com a superposição de formas lineares e transparentes.
 Max Ernest (1891-1976): pintor alemão, adepto do irracional e do onírico e do
inconsciente, esteve envolvido em outros movimentos artísticos, criando técnicas em
pintura e escultura. No Dadaímo contribuiu com colagens e fotomontagens,
composições que sugerem a múltipla identidade dos objetos por ele escolhidos para
tema. Inventou técnicas como a decalcomania e o frottage, que consiste em aplicar uma
folha de papel sobre uma superfície rugosa, como a madeira de veios salientes, e
esfregar um lápis de cor ou grafita, de modo que o papel adquira o aspecto da superfície
posta debaixo dele. Como o artista não tinha controle sobre o quadro que estava
criando, o frottage também era considerado um método que dava acesso ao
inconsciente.
 Man Ray (1890-1976): fotógrafo e pintor norte-americano, em 1915 conhece o pintor
francês Marcel Duchamp, com quem funda o grupo dadá nova-iorquino. Em 1921
contata com o movimento surrealista na pintura. Trabalha como fotógrafo para financiar
a pintura e, com a nova atividade, desenvolve a sua arte, a raiografia, ou fotograma,
criando imagens abstratas (obtidas sem o auxílio da câmara) mas com a exposição à luz
de objetos previamente dispersos sobre o papel fotográfico.

5.11 ABSTRACIONISMO GEOMÉTRICO

A arte abstrata tende a suprimir toda a relação entre a realidade e o quadro, entre as
linhas e os planos, as cores e a significação que esses elementos podem sugerir ao espírito.
Quando a significação de um quadro depende essencialmente da cor e da forma, quando o
pintor rompe os últimos laços que ligam a sua obra à realidade visível, ela passa a ser abstrata.
Abstracionismo Geométrico ou Formal: as formas e as cores devem ser organizadas
de tal maneira que a composição resultante seja apenas a expressão de uma concepção
geométrica.
Neoplasticismo: seu criador e principal teórico foi Piet Mondrian. Onde as cores e as
formas são organizadas de maneira que a composição resulte apenas na expressão de uma
concepção geométrica. Resulta às linhas verticais e horizontais e às cores puras (vermelho,
azul e amarelo). O ângulo reto é o símbolo do movimento, sendo rigorosamente aplicado à
arquitetura.

 Piet Mondrian (1872-1944): pintor holandês. Depois de haver participado da arte


cubista, continua simplificando suas formas até conseguir um resultado, baseado nas
proporções matemáticas ideais, entre as relações formais de um espaço estudado.O
artista utiliza, como elemento de base, uma superfície plana, retangular e as três cores
primárias com um pouco de preto e branco. Essas superfícies coloridas são distribuídas
e justapostas buscando uma arte pura. Segundo Mondrian, cada coisa, seja uma casa,
seja uma árvore ou uma paisagem, possui uma essência que está por tráz de sua
aparência. E as coisas, em sua essência, estão em harmonia no universo. O papel do
artista, para ele, seria revelar essa essência oculta e essa harmonia universal. Ele
procura, pesquisa e consegue um equilíbrio perfeito da composição, despojado de todo
excesso da cor, da linha ou da forma. Em 1940, Mondrian foi para Nova York, onde
realizou a última fase de sua obra: desapareceram as barras negras e o quadro ficou
dividido em múltiplos retângulos de cores vivas. É a série dos quadros boogie-woogie.
Suprematismo, é uma pintura com base nas formas geométricas planas, sem qualquer
preocupação de representação. Os elementos principais são: retângulo, círculo,
triângulo e a cruz. O manifesto do Suprematismo, assinado por Malevitch e Maiakovski,
poeta russo, foi um dos principais integrantes do movimento futurista em seu país,
defendia a supremacia da sensibilidade sobre o próprio objeto. Mais racional que as
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obras abstratas de Kandisky e Paul Klee, reduz as formas, à pureza geométrica do
quadrado. Suas características são rígidas e se baseiam nas relações formais e
perceptivas entre a forma e a cor. Pesquisa os efeitos perceptivos do quadrado negro
sobre o campo branco, nas variações ambíguas de fundo e forma.
 Kazimir Malevitch (1878-1935): pintor russo. Fundador da corrente suprematista, que
levou o abstracionismo geométrico à simplicidade extrema. Foi o primeiro artista a usar
elementos geométricos abstratos. Procurou sempre elaborar composições puras e
cerebrais, destituídas de toda sensualidade. O "Quadro negro sobre fundo branco"
constituiu uma ruptura radical com a arte da época. Pintado entre 1913 e 1915, compõe-
se apenas de dois quadrados, um dentro do outro, com os lados paralelos aos da tela. A
problemática dessa composição seria novamente abordada no "Quadro branco sobre
fundo branco" (1918), hoje no Museu de Arte Moderna de Nova York. Dizia que as
aparências exteriores da natureza não tinham para ele nenhum interesse, o essencial
era a sensibilidade, livre das impurezas que envolviam a representação do objeto, mais
do que isso, que envolviam a própria percepção do objeto. Os elementos de estética
suprematista eram o retângulo, o círculo, o quadrado e a cruz, os quais na pintura de
Malevitch, denominada pelo espiritual, adquirem um significado próximo do sagrado.

5.12 ABSTRACIONISMO SENSÍVEL

A arte abstrata tende a suprimir toda a relação entre a realidade e o quadro, entre as
linhas e os planos, as cores e a significação que esses elementos podem sugerir ao espírito.
Quando a significação de um quadro depende essencialmente da cor e da forma, quando o
pintor rompe os últimos laços que ligam a sua obra à realidade visível, ela passa a ser abstrata.
Abstracionismo Sensível ou Informal, predominam os sentimentos e emoções. As cores
e as formas são criadas livremente. Na Alemanha surge o movimento denominado "Der blaue
Reiter" (O Cavaleiro Azul) cujos fundadores são os Kandinsky, Franz Marc entre outros.
Uma arte abstrata, que coloca na cor e forma a sua expressividade maior. Estes artistas
se aprofundam em pesquisas cromáticas, conseguindo variações espaciais e formais na
pintura, através das tonalidades e matizes obtidos. Eles querem um expressionismo abstrato,
sensível e emotivo.
Com a forma, a cor e alinha, o artista é livre para expressar seus sentimentos interiores,
sem relacioná-los a lembrança do mundo exterior. Estes elementos da composição devem Ter
uma unidade e harmonia, tal qual uma obra musical.
Principais Artistas:

 Franz Marc (1880-1916): pintor alemão, apaixonado pela arte dos povos primitivos, das
crianças e dos doentes mentais, o pintor alemão Marc escolheu como temas favoritos os
estudos sobre animais, conheceu Kandinsky, sob a influência deste, convenceu-se de
que a essência dos seres se revela na abstração. A admiração pelos futuristas italianos
imprimiram nova dinâmica à obra de Marc, que passou a empregar formas e massas de
cores brilhantes próprias da pintura cubista. Os nazistas destruíram várias de suas
obras. As que restaram estão conservadas no Museu de Belas-Artes de Liège, no
Kunstmuseum, em Basiléia, na Städtische Galarie im Lembachhaus, em Munique, no
Walker Art Center, em Minneapolis, e no Guggenheim Museum, em Nova York.
 Wassily Kandinsky (1866-1944): pintor russo, antes do abstracionismo participou de
vários movimentos artísticos como impressionismo também atravessou uma curta fase
fauve e expressionista. Escreveu livros, como em 1911, Sobre o espiritual na arte, em
que procurou apontar correspondências simbólicas entre os impulsos interiores e a
linguagem das formas e cores, e em 1926, Do ponto e da linha até a superfície,
explicação mais técnica da construção e inventividade da sua arte. Dezenas de suas
obras foram confiscadas pelos nazistas e várias delas expostas na mostra de "Arte
Degenerada".
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 48

5.13 GRAFISMO

Tachismo (de tache = mancha). Formado por manchas coloridas colocadas lado a lado
em um certo parâmetro ou limite, no mínimo o braço do artista. Também existe um tipo de
abstrato informal formado por manchas, porém, elas não possuem parâmetro definido pelo
braço do artista como no Tachismo. São manchas criadas impulsivamente com toda a liberdade
ou efusão emocional do artista.Alguns dados são importantes serem elencados:

 Grafismo é todo abstracionismo formado por uma grafia não cognificada.


 Orfismo tem ligação com a música. Principal artista: Sonia Delaunay.
 Raionismo formado por raios, estanques, deslizes e riscos com luminosidade. Principal
artista: Larionov/Gontcharova
 Action Painting ou pintura de ação gestual, criada por Jackson Pollock nos anos de 1947
a 1950 faz parte da Arte Abstrata Americana. Em 1937, fundou-se nos Estados Unidos, a
Sociedade dos Artistas Abstratos. O abstracionismo cresce e se desenvolve nas
Américas, chegando à criação de um estilo original.

Características da Pintura:

 Compreensão da pintura como meio de emoções intensas.


 Execução cheia de violenta agressividade, espontaneidade e automatismo.
 Destruição dos meios tradicionais de execução - pincéis, trincha, espátulas, etc.
 Técnica: pintura direta na parede ou no chão, em telas enormes, utilizando tinta à óleo,
pasta espessa de areia, vidro moído.

Principal Artista:

 Jackson Pollock (1912-1956): pintor americano, introduziu nova modalidade na técnica,


gotejando (dripping) as tintas que escorrem de recipientes furados intencionalmente,
numa execução veloz, com gestos bruscos e impetuosos, borrifando, manchando,
pintando a superfície escolhida com resultados extraordinários e fantásticos, algumas
vezes realizada diante do público. Desenvolveu pesquisas sobre pintura aromática. Nos
últimos trabalhos nessa linha, o artista usou materiais como pregos, conchas e pedaços
de tela, misturavam-se às camadas de tinta para dar relevo à textura. Usou
freqüentemente tintas industriais, muitas delas usadas na pintura de automóveis.
 WILLEM DE KOONING (1904-1997): nos anos 20 e 30, antes de atacar suas telas, o
jovem De Kooning, que abandonou a Holanda aos 22 anos a bordo de um cargueiro,
começou a vida como carpinteiro e pintor de paredes. De cultura européia, De Kooning
herdaria o apreço ela arte figurativa, tornando-se um admirador da obra de seu
conterrâneo Rembrandt e do francês Cèzanne. Ao contrário de seus colegas de
vanguarda, que aboliram a representação figurativa de seus quadros. De Konning fez
das figuras femininas - a marca da diferença em seu trabalho. "Minha obra vive de incluir
as coisas, não de excluí-las", costumava afirmar. Ao final dos anos 40, junto com
Jackson Pollock, Arshile Gorky e Mark Rothko, revolucionaria a pintura americana,
fundando a vanguarda expressionista abstrata. Com seus borrões e respingos de tinta
atirados contra ela a tela, Pollock, o maior de todos, secundado por De Koonning e
companhia, deslocou de Paris para Nova York a capital mundial das artes. Diversamente
dos expressionistas europeus, que no começo do século converteram sua arte numa
forma de panfletagem político-social, a vanguarda expressionista ianque tratou de banir
a política de seus quadros, preferindo expremir as misérias da condição humana nos
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 49
limites da existência individual. Morreu vítima do mal de Alzheimer em sua casa-ateliê
em Long Island, perto de Nova York.

5.14 ARTE CONCRETA

“A arte é apenas um substituto enquanto a beleza da vida for deficiente. Desaparecerá


proporcionalmente, à medida que a vida adquirir equilíbrio.” Piet Mondrian
Em épocas passadas, quando o homem vivia em contato com a natureza, e quando ele
mesmo era mais natural que hoje, exprimia seu pensamento com traços, combinações
repetitivas e desenhos geométricos, que para ele simbolizava algo.
Em geral, assim foi no inicio das civilizações, como podemos comprovar se observarmos
os desenhos na arte cerâmica e nos outros utensílios de nossos índios.
Gradativamente, o homem foi desenvolvendo o interesse por representar o mundo
visível, imitando a natureza, e durante séculos este sistema foi sendo aperfeiçoado e adotado,
principalmente na Arte Ocidental. Esculturas, pinturas e gravuras, deviam ser imagens da
realidade.
Entretanto, por uma série de razões históricas e estéticas, alguns artistas europeus no
inicio do século 20, procuraram romper com todo um passado de arte figurativa, propondo uma
nova maneira de representação.
Para melhor entendimento da arte abstrata há duas tendências principais: uma mais
lírica, subjetiva e espiritual e outra mais intelectual, da regra, da geometria, embora as duas
tenham em comum uma raiz idealista e mística.
Da primeira, é preciso lembrar do pintor russo Wassily Kandinsky (1886-1944), que já
em 1910 fazia aquarelas abstratas. Para ele, toda forma tem um conteúdo, nela mesma, o
artista se serve das formas como teclas de um piano, ao tocá-las “põe vibração a alma
humana”. Um quadro pode emocionar como a música apenas pelas linhas, formas e cores,
mas com autonomia do mundo visível, proporcionando liberdade de interpretação e estímulo
para a imaginação.
Da outra tendência, cujas idéias inspiram-se na perfeição das leis cientificas e
matemáticas, podemos citar o artista, também russo, Malevitch (1878-1935), que em 1913
declara que: “Para libertar a arte do peso da subjetividade, me refugiei na forma do quadrado
negro sobre um fundo branco, os críticos e o público se queixaram.”
O expoente mais seguro do abstracionismo geométrico é Piet Mondrian, holandês
(1872-1944), que expõe “a mais pura representação do Universo”, restringindo-se a linhas
verticais e horizontais, limitando as cores para as primárias (azul, vermelho e amarelo) e não
as cores como o branco e o preto.
Por volta de 1930, com o desenvolvimento do abstracionismo dizer “arte abstrata” era
impróprio, pois ela não abrangia representações tão diversas.
Assim, nesse mesmo ano, o artista holandês Theo Van Doesburg, declara que: “Pintura
concreta e não abstrata, pois nada é mais concreto, mais real que uma linha, uma cor, uma
superfície... Uma mulher, uma árvore, uma vaca, são concretos no estado natural, mas no
estado de pintura são abstratos, ilusórios, vagos, especulativos, ao passo que um plano é um
plano, uma linha é uma linha, nem mais nem menos.”
O movimento concretista encontra precedentes imediatos nos holandeses Mondrian e
Theo Van Doesburg, que rejeitam a subjetividade e criam um idioma plástico universal. No
movimento russo, o construtivismo, que além de uma arte visual e abstrata, propõem um arte
integrada à ciência, à técnica, à transformação social. Na Bauhaus (Alemanha, 1919-1933),
Escola Superior de Criação Industrial que leva a arte para o design.
Seguidor das idéias de Theo Van Doesburg, Max Bill, nascido na Suíça, em 1908, dá
continuidade ao concretismo a partir de 1936. Sediado na Suíça, o movimento espalha-se pela
América Latina, Argentina e, posteriormente, Brasil e Alemanha.
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 50
Em 1950, o MASP (Museu de Arte de São Paulo) organiza uma exposição do conjunto
das obras de Max Bill – arquitetura, escultura e pintura –, que foi fundamental para o
conhecimento da arte concreta no Brasil.

5.14.1 Arte concreta no Brasil

A época da penetração e desenvolvimento da arte geométrica no Brasil coincide com a


euforia de desenvolvimento do pós-2ª Guerra Mundial, com a implantação de indústrias
nacionais como a automobilística, a criação da Petrobras, siderúrgicas, o crescimento das
cidades e novos meios de comunicação, como a televisão.
Importante lembrar que, no mesmo período, houve a criação do Museu de Arte de São
Paulo (MASP), em 1947, e do Museu de Arte Moderna (MAM), em 1948, que se empenharam
em formar acervos e promover exposições.
Fundamental citar também a criação da I Bienal Internacional de São Paulo, em 1951,
que divulgou artistas nacionais e internacionais, proporcionando contato com diversas
tendências internacionais. Na mesma data, já se esboçava o movimento concreto, em São
Paulo e no Rio de Janeiro.
O marco histórico na Arte Concreta no Brasil é o Grupo Ruptura, paulista, que apresenta
um manifesto em 1952, Manifesto Ruptura, lançado na exposição do MAM de São Paulo, e
assinado por: Waldemar Cordeiro, artista e portavoz do grupo, Sacilotto, Lothar Charoux,
Anatol Wladyslaw, Kazmer Féjer, Leopold Haar e Geraldo de Barros. Este grupo queria criar
formas novas de princípios novos, baseavam-se numa teoria rigorosa.
Em 1956 é realizada no MAM, São Paulo, a I Exposição Nacional de Arte Concreta,
ocasião que é lançado o Manifesto da Poesia Concreta (interação de conceber o poema como
um todo matematicamente planejado).
Neste momento, as divergências entre os grupos concretistas Frente (Rio) e Ruptura
(São Paulo) vêm à tona. Os artistas cariocas, sem abrir mão do vocabulário abstrato, querem
liberdade de criação, sem o rigor dos paulistas.
É o neoconcretismo, cujo manifesto aparece no catálogo da I Expo Neoconcreta (1959)
com trabalhos de Amílcar de Castro, Ferreira Gular, Franz Weissmann, Lygia Clark, Lygia
Pape, Reinaldo Jardim e Théon Spanudis.
Os elementos principais do concretismo são:

 Aspiração a uma linguagem de comunicação universal, com autonomia da arte com o


mundo exterior.
 Integração do trabalho de arte na produção industrial, crença na tecnologia.Função
social, informação a todos, aplicação em todas as áreas de comunicação visual, ao
artista cabe contribuir de modo abrangente para a socialização da boa forma, no
design, na tipografia, etc.
 Utilização tanto no suporte como na matériaprima de materiais industrializados,
produzidos em série, como ferro, alumínio, tinta esmalte, etc.
 Baseiam-se no rigor geométrico, na matemática, que estrutura ritmos e relações.
 Eliminam o gesto, o sinal da mão. O desenho é preciso, feito com régua e compasso.

O concretismo conhece seu período mais ativo nos anos 50.

 Luiz Sacilotto (1924-2003): nasceu em Santo André, no ABC Paulista, em 1924, filho de
imigrantes italianos. Formou-se no Instituto Profissional Masculino, no Brás, onde
estudou técnicas diversas relacionadas às artes e ofícios, como desenho e pintura. Seu
primeiro emprego, aos 17 anos, foi como desenhista de letras de alta precisão. Durante
muito tempo atuou como desenhista técnico, trabalhou em escritórios de arquitetura e
projetou esquadrias de alumínio para produção em série. Desenhava nas horas vagas, e
seu aprendizado veio principalmente pelo seu profundo interesse em artes plásticas e
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pelas conversas com os amigos, também artistas. No início, seus trabalhos são
figurativos. Paisagens e retratos de tendência expressionista, mas a partir de 1947
realiza suas primeiras experiências no domínio da abstração geométrica, sendo um dos
pioneiros da arte concreta no País. Participa de exposições em São Paulo e no Rio de
Janeiro, e em 1951, com apenas 27 anos, participa da I Bienal Internacional de São
Paulo, estará presente ainda na II, III, IV, VI e VII Bienais Internacionais de São Paulo.
Em 1952, participa da XXVI Bienal de Veneza e, em dezembro do mesmo ano, é um dos
signatários do Manifesto do Grupo Ruptura, em São Paulo, e expõe com eles no MAM,
SP. Em 1956, participa da I Exposição Nacional e Arte Concreta em São Paulo e no ano
seguinte no Rio de Janeiro. Em 1960 está presente na Exposição Internacional de Arte
Concreta, organizada por Max Bill Zurique, na Suíça, que projeta nossos artistas
internacionalmente. É homenageado em 1968 com Sala Especial no I Salão de Arte
Contemporânea de Santo André. Interrompe temporariamente seu trabalho criativo, e
dedica-se à sua própria empresa de esquadrias metálicas. Recomeça com alguns
estudos em guache e experimenta na década de 70 novas linguagens, como a
serigrafia. A serigrafia é uma técnica plana em gravura, utilizada na indústria e feita com
tinta gráfica, como silk em camisetas. Como figura central do concretismo continuou a
participar de exposições nacionais e internacionais, ganhou vários prêmios,
retrospectivas e teve suas obras expostas nos principais museus e coleções
particulares. Sacilloto foi pintor, desenhista e precursor da escultura de vanguarda.
Desde a década de 50 conquistava e pensava o espaço tridimensional a partir de
desdobramentos do plano, revelando a complexidade do simples. Usava materiais
industriais, como chapas de alumínio, de latão, de ferro, que ele cortava e dobrava, em
constantes variações. Sua obra reflete seu pensamento claro e ordenado. Faleceu no
dia 9 de fevereiro de 2003 no ABC paulista.

5.15 SURREALISMO

Nas duas primeiras décadas do século XX, os estudos psicanalíticos de Freud e as


incertezas políticas criaram um clima favorável para o desenvolvimento de uma arte que
criticava a cultura européia e a frágil condição humana diante de um mundo cada vez mais
complexo. Surgem movimentos estéticos que interferem de maneira fantasiosa na realidade.
O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do
irracional e do subconsciente. Suas origens devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura
metafísica de Giorgio De Chirico.
Este movimento artístico surge todas às vezes que a imaginação se manifesta
livremente, sem o freio do espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico. Os surrealistas
deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem todas
as possibilidades de se expressar apenas com a aproximação do fantástico, no ponto onde a
razão humana perde o controle.
A publicação do Manifesto do Surrealismo, assinado por André Breton em outubro de
1924, marcou historicamente o nascimento do movimento. Nele se propunha a restauração dos
sentimentos humanos e do
instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística. Para isso era preciso
que o homem tivesse uma visão totalmente introspectiva de si mesmo e encontrasse esse
ponto do espírito no qual a realidade interna e externa são percebidas totalmente isentas de
contradições.
A livre associação e a análise dos sonhos, ambos métodos da psicanálise freudiana,
transformaram-se nos procedimentos básicos do surrealismo, embora aplicados a seu modo.
Por meio do automatismo, ou seja, qualquer forma de expressão em que a mente não
exercesse nenhum tipo de controle, os surrealistas tentavam plasmar, seja por meio de formas
abstratas ou figurativas simbólicas, as imagens da realidade mais profunda do ser humano: o
subconsciente.
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 52
O Surrealismo apresenta relações com o Futurismo e o Dadaísmo. No entanto, se os
dadaístas propunham apenas a destruição, os surrealistas pregavam a destruição da
sociedade em que viviam e a criação de uma nova, a ser organizada em outras bases. Os
surrealistas pretendiam, dessa forma, atingir uma outra realidade, situada no plano do
subconsciente e do inconsciente. A fantasia, os estados de tristeza e melancolia exerceram
grande atração sobre os surrealistas, e nesse aspecto eles se aproximam dos românticos,
embora sejam muito mais radicais.
Principais artistas:

 Salvador Dali: é, sem dúvida, o mais conhecido dos artistas surrealistas. Estudou em
Barcelona e depois em Madri, na Academia de San Fernando. Nessa época teve
oportunidade de conhecer Lorca e Buñuel. Suas primeiras obras são influenciadas pelo
cubismo de Gris e pela pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Finalmente aderiu ao
surrealismo, junto com seu amigo Luis Buñuel, cineasta. Em 1924 o pintor foi expulso da
Academia e começou a se interessar pela psicanálise de Freud, de grande importância
ao longo de toda a sua obra. Sua primeira viagem a Paris em 1927 foi fundamental para
sua carreira. Fez amizade com Picasso e Breton e se entusiasmou com a obra de
Tanguy e o maneirista Arcimboldo. O filme O Cão Andaluz, que fez com Buñuel, data de
1929. Ele criou o conceito de “paranóia critica“ para referir-se à atitude de quem recusa
a lógica que rege a vida comum das pessoas .Segundo ele, é preciso “contribuir para o
total descrédito da realidade”. No final dos anos 30 foi várias vezes para a Itália a fim de
estudar os grandes mestres. Instalou seu ateliê em Roma, embora continuasse viajando.
Depois de conhecer em Londres Sigmund Freud, fez uma viagem para a América, onde
publicou sua biografia A Vida Secreta de Salvador Dali (1942). Ao voltar, se estabeleceu
definitivamente em Port Lligat com Gala, sua mulher, ex-mulher do poeta e amigo Paul
Éluard. Desde 1970 até sua morte dedicou-se ao desenho e à construção de seu
museu. Além da pintura ele desenvolveu esculturas e desenho de jóias e móveis.
 Joan Miro: iniciou sua formação como pintor na escola de La Lonja, em Barcelona. Em
1912 entrou para a escola de arte de Francisco Gali, onde conheceu a obra dos
impressionistas e fauvistas franceses. Nessa época, fez amizade com Picabia e pouco
depois com Picasso e seus amigos cubistas, em cujo grupo militou durante algum
tempo. Em 1920 Miró instalou-se em Paris (embora no verão voltasse para Montroig),
onde se formara um grupo de amigos pintores, entre os quais estavam Masson, Leiris,
Artaud e Lial. Dois anos depois adquiriu forma La masía, obra fundamental em seu
desenvolvimento estilístico posterior e na qual Miró demonstrou uma grande precisão
gráfica. A partir daí sua pintura mudou radicalmente. Breton falava dela como o máximo
do surrealismo e se permitiu destacar o artista como um dos grandes gênios solitários
do século XX e da história da arte. A famosa magia de Miró se manifesta nessas telas de
traços nítidos e formas sinceras na aparência, mas difíceis de serem elucidadas, embora
se apresentem de forma amistosa ao observador. Miró também se dedicou à cerâmica e
à escultura, nas quais extravasou suas inquietações pictóricas.

5.15.1 Para seu conhecimento

 “O sonho não pode ser também aplicado à solução das questões fundamentais da
vida?” (fragmento do Manifesto do Surrealismo de André Breton, francês que lançou o
movimento).
 No mesmo manifesto, Breton define Surrealismo: "Automatismo psíquico pelo qual
alguém se propõe a exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra
maneira, o funcionamento real do pensamento".

5.16 COBRA
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 53
Movimento artístico criado na Holanda, Sigla de Copenhague-Bruxelas-Amsterdam,
grupo artístico europeu que surgiu entre 1948 e 1951. Ligado esteticamente ao expressionismo
figurativo, teve como principais representantes Asger Jorn, Karel Appel e Pierre Alechinski.
Assim como as obras de Jackson Pollock essa pintura é gestual, livre, violenta na escolha de
cores e texturas.
Principais Artistas:

 Pierre Alechinsky: pintor e gravador belga. Um dos mais jovens integrantes do grupo
Cobra, marcou sua obra pelo tachismo. Participou da XI Exposição Internacional do
Surrealismo, em 1965.
 Asger Jorn: pintor dinamarquês. Sua obra é caracterizada pelo uso de cores vivas e
formas distorcidas. Sofreu influência dos pintores James Ensor e Paul Klee.
 Karel Appel: pintor holandês. Criador de uma obra vigorosa e colorida, caracterizada
pela figuração rude e simplificada. Realizou também esculturas em madeira e metal.

5.17 POP-ART

Movimento principalmente americano e britânico, sua denominação foi empregada pela


primeira vez em 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para designar os produtos da
cultura popular da civilização ocidental, sobretudo os que eram provenientes dos Estados
Unidos.
Com raízes no dadaísmo de Marcel Duchamp, o pop art começou a tomar forma no final
da década de 1950, quando alguns artistas, após estudar os símbolos e produtos do mundo da
propaganda nos Estados Unidos, passaram a transformá-los em tema de suas obras.
Representavam, assim, os componentes mais ostensivos da cultura popular, de
poderosa influência na vida cotidiana na segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte
figurativa, em oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final
da segunda guerra. Sua iconografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do
cinema e da publicidade.
Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de
consumo, ela operava com signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos,
ilustrações e designam, usando como materiais principais, tinta acrílica, ilustrações e designs,
usando como materiais, usando como materiais principais, tinta acrílica, poliéster, látex,
produtos com cores intensas, brilhantes e vibrantes, reproduzindo objetos do cotidiano em
tamanho consideravelmente grande, transformando o real em hiper-real. Mas ao mesmo tempo
que produzia a crítica, a Pop Art se apoiava e necessitava dos objetivos de consumo, nos quais
se inspirava e muitas vezes o próprio aumento do consumo, como aconteceu por exemplo,
com as Sopas Campbell, de Andy Warhol, um dos principais artistas da Pop Art. Além disso,
muito do que era considerado brega, virou moda, e já que tanto o gosto, como a arte tem um
determinado valor e significado conforme o contexto histórico em que se realiza, a Pop Art
proporcionou a transformação do que era considerado vulgar, em refinado, e aproximou a arte
das massas, desmitificando, já que se utilizava de objetos próprios delas, a arte para poucos.
Principais Artistas:

 Robert Rauschenberg (1925): depois das séries de superfícies brancas ou pretas


reforçadas com jornal amassado do início da década de 1950, Rauschenberg criou as
pinturas "combinadas", com garrafas de Coca-Cola, embalagens de produtos
industrializados e pássaros empalhados. Por volta de 1962, adotou a técnica de
impressão em silk-screen para aplicar imagens fotográficas a grandes extensões da tela
e unificava a composição por meio de grossas pinceladas de tinta. Esses trabalhos
tiveram como temas episódios da história americana moderna e da cultura popular.
 Roy Lichtenstein (1923-1997): seu interesse pelas histórias em quadrinhos como tema
artístico começou provavelmente com uma pintura do camundongo Mickey, que realizou
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em 1960 para os filhos. Em seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as
características das histórias em quadrinhos e dos anúncios comerciais, e reproduziu a
mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos. Empregou, por exemplo, uma técnica
pontilhista para simular os pontos reticulados das historietas. Cores brilhantes, planas e
limitadas, delineadas por um traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual.
Com essas obras, o artista pretendia oferecer uma reflexão sobre a linguagem e as
formas artísticas. Seus quadros, desvinculados do contexto de uma história, aparecem
como imagens frias, intelectuais, símbolos ambíguos do mundo moderno. O resultado é
a combinação de arte comercial e abstração.
 Andy Warhol (1927-1987): ele foi figura mais conhecida e mais controvertida do pop art,
Warhol mostrou sua concepção da produção mecânica da imagem em substituição ao
trabalho manual numa série de retratos de ídolos da música popular e do cinema, como
Elvis Presley e Marilyn Monroe. Warhol entendia as personalidades públicas como
figuras impessoais e vazias, apesar da ascensão social e da celebridade. Da mesma
forma, e usando sobretudo a técnica de serigrafia, destacou a impessoalidade do objeto
produzido em massa para o consumo, como garrafas de Coca-Cola, as latas de sopa
Campbell, automóveis, crucifixos e dinheiro. Produziu filmes e discos de um grupo
musical, incentivou o trabalho de outros artistas e uma revista mensal.

5.17.1 No Brasil

A década de 60 foi de grande efervescência para as artes plásticas no pais. Os artistas


brasileiros também assimilaram os expedientes da pop art como o uso das impressões em
silkscreen e as referências aos gibis. Dentre os principais artistas estão Duke Lee, Baravelli,
Fajardo, Nasser, Resende, De Tozzi, Aguilar e Antonio Henrique Amaral.
A obra de Andy Warhol expunha uma visão irônica da cultura de massa. No Brasil, seu
espírito foi subvertido, pois, nosso pop usou da mesma linguagem, mas transformou-a em
instrumento de denúncia política e social.

5.18 OP-ART

A expressão “op-art” vem do inglês (optical art) e significa “arte óptica”. Defendia para
arte "menos expressão e mais visualização". Apesar do rigor com que é construída, simboliza
um mundo precário e instável, que se modifica a cada instante.
Apesar de ter ganhado força na metade da década de 1950, a Op Art passou por um
desenvolvimento relativamente lento. Ela não tem o ímpeto atual e o apelo emocional da Pop
Art; em comparação, parece excessivamente cerebral e sistemática, mais próxima das ciências
do que das humanidades. Por outro lado, suas possibilidades parecem ser tão ilimitadas
quanto as da ciência e da tecnologia.
Principais artistas:

 Alexander Calder (1898-1976): criou os móbiles associando os retângulos coloridos


das telas de Mondrian à idéia do movimento. Os seus primeiros trabalhos eram movidos
manualmente pelo observador. Mas, depois de 1932, ele verificou que se mantivesse as
formas suspensas, elas se movimentariam pela simples ação das correntes de ar.
Embora, os móbiles pareçam simples, sua montagem é muito complexa, pois exige um
sistema de peso e contrapeso muito bem estudado para que o movimento tenha ritmo e
sua duração se prolongue.
 Victor Vassarely: criou a plástica cinética que se funda em pesquisas e experiências
dos fenômenos de percepção ótica. As suas composições se constituem de diferentes
figuras geométricas, em preto e branco ou coloridas. São engenhosamente combinadas,
de modo que através de constantes excitações ou acomodações retinianas provocam
sensações de velocidade e sugestões de dinamismo, que se modificam desde que o
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contemplador mude de posição. O geometrismo da composição, ao qual não são
estranhos efeitos luminosos, mesmo quando em preto e branco, parece obedecer a
duas finalidades. Sugerir facilidades de racionalização para a produção mecânica ou
para a multiplicidade, como diz o artista; por outro lado, solicitar ou exigir a participação
ativa do contemplador para que a composição se realize completamente como "obra
aberta".

5.19 GRAFFITI

Definido por Norman Mailler como “uma rebelião tribal contra a opressora civilização
industrial" e, por outros, como "violação, anarquia social, destruição moral, vandalismo puro e
simples", o Grafite saiu do seu gueto - o metrô - e das ruas das galerias e museus de arte,
instalando-se em coleções privadas e cobrindo com seus rabiscos e signos os mais variados
objetos de consumo.
A primeira grande exposição de Grafite foi realizada em 1975 no "Artist's Space", de
Nova York, com apresentação de Peter Schjeldahl, mas a consagração veio com a mostra
"New York/New Wave" organizada por Diego Cortez, em 1981, no PS 1, um dos principais
espaços de vanguarda de Nova York.
Características gerais:

 Spray art - pixação de signos, palavras ou frases de humor rápido, existe a valorização
do desenho.
 Stencil art - o grafiteiro utiliza um cartão com formas recortadas que, ao receber o jato
de spray, só deixa passar a tinta pelos orifícios determinados, valoriza-se a cor.

Principal artista: Jean Michel Basquiat (1960-1988): nascido no Haiti, iniciou sua carreira
grafitando as paredes e muros de Nova York. Seus grafites mostravam símbolos de variadas
culturas, de obras famosas, e principalmente ícones da cultura e consumo americanos,
principalmente no contexto político e social. As temáticas do seu trabalho refletem suas
preocupações, como o genocídio, a opressão e o racismo. Com 21 anos participou da sua
primeira coletiva em Nova York. Foi patrocinado por Andy Warhol (Pop Art), a partir daí virou
celebridade. Morreu prematuramente em virtude de depressão e drogas.
No Brasil, destacam-se os artistas: Alex Vallauri, Waldemar Zaidler e Carlos Matuck,
também se destacam artistas de vanguarda como: Os Gêmeos: Otávio e Gustavo, Boleta,
Nunca, Nina, Speto, Tikka e T. Freak.

5.20 INTERFERÊNCIA

Como a pintura já não é claramente definível e deixou de ser a única fornecedora de


memoráveis imagens visuais. Alguns artistas interferem na paisagem, colocam cortinas,
guarda-sóis, embrulhos em locais públicos.
Atualmente, ressaltamos Christo, o único artista que se destaca com suas interferências.

5.21 INSTALAÇÃO

São ampliações de ambientes que são transformados em cenários do tamanho de uma


sala. É utilizada a pintura, juntamente com a escultura e outros materiais, para ativar o espaço
arquitetônico. O espectador participa da obra, e não somente à aprecia.

5.22 ARTE NAÏF


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É a arte da espontaneidade, da criatividade autêntica, do fazer artístico sem escola nem
orientação, portanto é instintiva e onde o artista expande seu universo particular. Claro que,
como numa arte mais intelectualizada, existem os realmente marcantes e outros nem tanto.
Art naïf (arte ingênua) é o estilo a que pertence a pintura de artistas sem formação
sistemática. Trata-se de um tipo de expressão que não se enquadra nos moldes acadêmicos,
nem nas tendências modernistas, nem tampouco no conceito de arte popular.
Esse isolamento situa o art naïf numa faixa próxima à da arte infantil, da arte do doente
mental e da arte primitiva, sem que, no entanto, se confunda com elas.
Assim, o artista naïf é marcadamente individualista em suas manifestações mais puras,
muito embora, mesmo nesses casos, seja quase sempre possível descobrir-lhes a fonte de
inspiração na iconografia popular das ilustrações dos velhos livros, das folhinhas suburbanas
ou das imagens de santos. Não se trata, portanto, de uma criação totalmente subjetiva, sem
nenhuma referência cultural.
O artista naïf não se preocupa em preservar as proporções naturais nem os dados
anatômicos corretos das figuras que representa.
Características gerais:

 Composição plana, bidimensional, tende à simetria e a linha é sempre figurativa


 Não existe perspectiva geométrica linear.
 Pinceladas contidas com muitas cores.

Principal Artista:

 Henri Rousseau (1844-1910): homem de pouca instrução geral e quase nenhuma


formação em pintura. Em sua primeira exposição foi acusado pela crítica de ignorar
regras elementares de desenho, composição e perspectiva, e de empregar as cores de
modo arbitrário. Estreou com uma original obra-prima, "Um dia de carnaval", no Salão
dos Independentes. Criou exóticas paisagens de selva que lembram tramas de sonho e
parecem motivadas pelos sentimentos mais puros. Nos primeiros anos do século XX,
após despertar a admiração de Alfred Jarry, Guillaume Apollinaire, Pablo Picasso, Robert
Delaunay e outros intelectuais e artistas, seu trabalho foi reconhecido em Paris e
posteriormente influenciou o surrealismo.

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