Apostila Artes para Terceirão
Apostila Artes para Terceirão
Apostila Artes para Terceirão
ARTE
ROTEIRO SUBSIDIÁRIO
TERCEIRA SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
UMUARAMA, 2012
I. CONCEITO DE ARTE 1
1. Definição de Arte
Por Arte podemos definir a criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio,
harmonia, revolta, etc.), a qual sintetiza as emoções, a história, os sentimentos e a cultura.
Trata-se de um conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras e nos quais
aplicamos nossos conhecimentos.
Apresenta-se sob variadas formas como: arte plástica, música, escultura, cinema, teatro,
dança, arquitetura, etc.
Pode ser vista ou percebida pelo ser humano de três maneiras: visualizada, ouvida ou
mistas (audiovisuais).
Hoje alguns tipos de arte permitem que o apreciador participe da obra de arte,
constituindo-o protagonista.
O perguntar-se sobre o porquê fazemos Arte e para que a usamos é aquilo que
chamamos de função da arte e esta pode ser:
Decorativa;
Naturalista;
Utilitária
Explicativa;
Clínica;
Explorativa.
O que vemos quando admiramos uma obra de arte depende da nossa experiência e
conhecimentos, da nossa disposição, imaginação e daquilo que o artista pretendeu mostrar.
Estilo trata-se da maneira como o trabalho se mostra depois de o artista ter tomado suas
decisões. Cada artista possui um estilo único.
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http://www.artesbr.hpg.ig.com.br/Educacao/11/index_hpg.html, acesso aos 12/01/2010.
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No tocante ao mundo artístico, é possível verificar o estilo, a época, o local e a técnica
empregados na obra de arte; podemos “dialogar”dialogando com a obra de arte e assim
entender as mudanças ocorridas nas sociedades.
As teorias da Arte têm por objetivo explicar a natureza da obra de arte em geral. Alguns
críticos consideram essa tarefa inevitavelmente fadada ao fracasso. Segundo eles, a arte é um
fenômeno demasiado diversificado para que possa ser encontrada uma essência comum a
todas as suas manifestações, o que equivale a dizer que não podemos encontrar condições
necessárias e suficientes para a sua identificação, ou seja, condições que, uma vez presentes,
nos garantam que estamos diante de obras de arte.
O que há de comum, afinal, entre o teto da capela Sistina e as caixas de presente?
Muito pouco. Essa objeção toma uma forma articulada na sugestão, feita por Morris Weitz, de
que o conceito de arte não pode ser definido em termos de condições necessárias e suficientes
por se tratar de um conceito caracterizado pelo que Wittgenstein chamava de semelhanças de
família, tal como os conceitos de jogo, número e religião. Tais conceitos parecem possuir uma
essência comum a todas as suas aplicações, mas na realidade apresentam apenas
semelhanças parciais entre uma e outra aplicação, nada possuindo de relevante que seja
comum a todas as aplicações. As similaridades entre as aplicações são, em uma metáfora de
Wittgenstein, como as cerdas trançadas de um mesmo fio, que apenas parecem percorrer toda
a sua extensão.
Essa objeção pode bem ter a sua importância. Mas é necessário notar que a noção de
semelhanças de família, se interpretada como exigindo apenas que os objetos de aplicação do
conceito possuam semelhanças quaisquer entre si, é incoerente. Qualquer coisa é, em algum
aspecto, semelhante a qualquer outra coisa. Como já se notou, o edifício do Empire State e um
alfinete são semelhantes no tocante ao fato de serem feitos de material inorgânico e de serem
pontudos, o que não nos qualifica a dizer que o Empire State é um alfinete. Se as semelhanças
não forem, por algum critério, limitadas, conceitos com semelhanças de família tornam-se
ilimitadamente aplicáveis, perdendo a sua função classificatória e deixando de fazer qualquer
sentido. Um meio de delimitar as semelhanças sem fazer apelo a uma essência comum
consiste em estabelecer um paradigma, que consiste um uma série de propriedades para a
aplicação do conceito, e no estabelecimento de uma regra criterial, exigindo uma
compartilhamento mínimo entre as propriedades de um objeto e as propriedades descritas no
paradigma. Dessa forma, dois objetos podem não possuir nenhuma propriedade comum e
mesmo assim compartilharem suficientemente das propriedades descritas no paradigma para
cairem sob o mesmo conceito. Esse poderia ser o caso, por exemplo, do conceito de religião.
Contudo, se nós considerarmos as coisas dessa maneira, as teorias da arte voltam a
fazer sentido, se não como teorias que visam estabelecer condições necessárias e suficientes
ou essências comuns, ao menos como teorias que devem estabelecer o paradigma daquilo
que chamamos de arte, além das margens de similaridade entre o objeto e o paradigma a
serem requeridas para que ele possa ser chamado de obra de arte. O importante passa a ser
que essas teorias sejam capazes de iluminar dimensões importantes da obra de arte, as quais
constituem o paradigma, além das relações sistemáticas eventualmente existentes entre elas.
Mas há uma outra maneira (não necessariamente conflitante com a que acabamos de
expor) de se abordar a questão. Um conceito com aplicações muito diversificadas pode ser
muitas vezes analisado como um conceito formado por subconceitos variadamente
assemelhados entre si. Sendo assim, mesmo que certo conceito geral não possua uma
essência comum às suas aplicações, isso não significa que os subconceitos que o constituem,
se considerados individualmente, não possuam essências comuns a suas aplicações ainda
mais específicas. Além disso, há subconceitos que são mais fundamentais e que importa mais
analisar. Considere, por exemplo, o conceito de verdade, que se subdivide em dois
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http://criticanarede.com/html/est_tarte.html, acesso aos 12/01/2010.
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subconceitos, o da verdade como antônimo da falsidade, e da verdade como antônimo da
mentira - o primeiro é certamente mais fundamental, só vindo associado ao segundo pelo fato
de mentirosos dizerem coisas falsas.
Se assim for, uma teoria da arte pode esclarecer a essência comum ao que pertence a
uma espécie importante de arte, sendo essa uma tarefa mais relevante do que a de
estabelecer uma regra criterial capaz de delimitar nossas aplicações da palavra "arte" em
circunstâncias nas quais a busca de uma essência comum revelou-se uma miragem.
No que se segue queremos expor e discutir brevemente algumas teorias mais influentes
acerca da natureza da arte em algumas de suas variantes, em busca do que possa parecer
mais esclarecedor.
1. Representacionalismo
2. Formalismo
Segundo as teorias formalistas, o que caracteriza a obra de arte é a sua forma e não o
seu caráter representativo. Um paradigma do formalismo é a teoria proposta por Clive Bell
em 1914 com o objetivo de defender o neo-impressionismo de pintores como Paul Cézanne.
Para Bell, o que caracteriza as artes plásticas e talvez a música é a presença da forma
significante. O conceito de forma significante é simples, não podendo ser definido. Mas na
pintura ele resulta da combinação de formas, linhas e cores. Considere, por exemplo, a
Composição em Vermelho, Amarelo e Azul de Mondrian. O que faz a singularidade dessa
pintura é a inesperada harmonia entre as cores puras, as formas e dimensões de seus
retângulos, o que deve constituir uma forma significante. Característico da forma significante é
que ela produz uma emoção estética em pessoas com sensibilidade para a arte.
A teoria da forma significante foi útil como defesa da pintura abstrata ou semi-abstrata
surgida desde o final do século XIX. Mas ela possui defeitos sérios. Para Bell a representação
e o contexto não possuem relevância. Mas não é difícil encontrarmos exemplos de obras de
arte nas quais o elemento representacional ou o contexto são importantes. Considere os
autorretratos de Rembrandt, ou ainda, o quadro de Géricault, A Jangada do Meduza. A
composição do quadro é importante, mas o que ele representa também. Nele estão retratados
alguns náufragos à beira da morte, em uma jangada perdida no oceano, no momento em que é
divisada a salvação. A pintura foi inspirada por um acontecimento verídico. Sentimos que esse
quadro potencializa o drama e a esperança humanos para além da simples representação
naturalista de um acontecimento. Certo é que não é só a composição, mas também o conteúdo
simbólico que aqui se somam na produção do sentimentos estético.
A dificuldade maior com a teoria de Bell consiste, no entanto, em sua falta de conteúdo.
Para a questão "O que é forma significante?", a melhor resposta parece ser: aquela que tende
a produzir no auditório um sentimento estético. À pergunta "O que é o sentimento estético?", a
resposta parece ser: aquele que é produzido pela forma significante. A teoria beira a vacuidade
e a circularidade.
3. Teoria Institucional
A teoria institucional da arte surgiu na década de sessenta, tendo sido sustentada por
George Dickie. Essa teoria enfatiza a importância da comunidade de conhecedores de arte na
definição e ampliação dos limites daquilo que pode ser chamado de arte. Dickie define a obra
de arte como um artefato que possui um conjunto de aspectos que lhe conferem o status de
candidato à apreciação das pessoas da instituição do mundo da arte. A importância disso pode
ser ilustrada pela obra de Alfred Wallis. Wallis era um marinheiro que nada entendia de arte e
que, aos 70 anos, após a morte da esposa, decidiu pintar barcos na madeira para afugentar a
solidão. Casualmente, dois pintores de passagem pelo lugar gostaram de suas telas e o
descobriram como artista. Como resultado, as obras de Wallis podem ser hoje vistas em vários
museus ingleses. Como disse um crítico, Wallis tornou-se um artista sem sequer saber que era.
Há duas objeções principais à teoria institucional. A primeira é que ou os entendidos em
arte decidem o que deve ser considerado uma obra de arte com base em razões ou o fazem
arbitrariamente. Se eles o fazem com base em razões, essas razões constituem uma teoria da
arte que não é a teoria institucional. Assim, alguém poderá dizer que os quadros de Wallis
apresentam excelentes combinações de cores aliada à simplicidade formal. Mas essa é uma
maneira de dizer, por exemplo, que eles possuem forma significante. Nesse caso a teoria
institucional colapsa em outras concepções acerca do que é a arte. Suponhamos agora que os
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entendidos em arte decidam o que deve ser considerado obra de arte arbitrariamente. Ora,
nesse caso não fica claro porque devemos dar qualquer importância à arte. Uma objeção
adicional seria a de que a teoria institucional é viciosamente circular. Obras de arte são
definidas como objetos que são aceitos como tais pelas pessoas que entendem de arte; e as
pessoas que entendem de arte são definidas como as que aceitam certos objetos como sendo
obras de arte.
4. Teoria expressivista
...não no sentido de prever coisas que virão, mas no sentido de que ele conta à sua audiência,
sob o risco do desagradá-la, os segredos de seus próprios corações. A razão pela qual ela
precisa dele é que nenhuma comunidade conhece o seu próprio coração; e por falhar em
conhecê-lo, uma comunidade engana-se a si mesma sobre uma matéria em relação a qual a
ignorância significa morte... A arte é a medicina comunitária para a pior doença de mente, que é
a corrupção da consciência.
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Assim, quando James Joyce, sob o personagem de Stephen Dedalus, em O Retrato do
Artista Quando Jovem, afirmou que a sua intenção como artista seria a de forjar, no âmago de
sua alma, a incriada consciência de sua raça, e que as únicas armas que ele se permitiria usar
para isso seriam silêncio, exílio e sutileza, ele estava manifestando poeticamente o mesmo
ponto que Collingwood buscou articular filosoficamente anos mais tarde.
A teoria de Collingwood é, ou assim me parece, a que mais se aproxima do intento de
definir a espécie mais relevante de arte. Ela chega próximo de estabelecer condições
suficientes para a definição de arte própria, ou seja, das condições que constituem a essência
comum à arte no sentido da palavra que realmente importa considerar. Queremos fazer
algumas considerações adicionais.
A primeira é sobre a enorme variedade de emoções de grande complexidade e sutileza
cuja existência é sugerida por uma teoria como a de Collingwood. O sentimento de alegria e
regozijo produzido pelo Magnificat Anima Mea de Bach é diferente do sentimento de alegria da
dança dos camponeses em Don Giovanni, de Mozart, o qual é ainda muito diferente da alegria
produzida pela música Camisa Listrada, cantada por Carmen Miranda. O sentimento evocado
pela interpretação de Björling de uma ária de Puchini, por sua vez, é mais profundo e sutil do
que o produzido pela interpretação de Caruso, embora sem a modulada (e por vezes
excessivamente sentimental) suavidade do canto de Beniamino Gigli.
Essa tese pode parecer controversa: não haveria um limite muito mais estreito para a
variedade das emoções? Afinal, como poderia ser notado, o movimento final do Bolero de
Ravel pode ser uma explosão de gozo, mas também pode ser uma explosão de cólera. Como
decidir? Uma resposta seria que como a linguagem carece de símbolos capazes de designar a
enorme variedade de estados emotivos únicos, temos a impressão de que eles não existem. O
mesmo acontece, por exemplo, com as sensações. Ficamos surpresos quando vemos que
provadores de vinhos conseguem adivinhar a marca de um vinho pelo gosto, odor, aspecto.
Sendo assim também com os sentimentos, torna-se compreensível que a arte seja capaz de
refinar e ampliar o nosso universo emocional.
Refletindo essa maneira de ver, Susanne Langer concluiu que a função essencialmente
pedagógica da arte é a de educação do sentimento:
A maioria das pessoas anda tão imbuida da idéia de que o sentimento é uma amorfa excitação,
totalmente orgânica, em homens como em animais, que a idéia de educar o sentimento, de
desenvolver-lhe o raio de ação e a qualidade, se lhes afigura fantástica, se não absurda. De
minha parte creio que constitui realmente o próprio cerne da educação pessoal.
1. PRÉ-HISTÓRIA
Divisão da Pré-História:
1.2 STONEHENGE
2. IDADE ANTIGA
Uma das principais civilizações da Antiguidade foi a que se desenvolveu no Egito. Era
uma civilização já bastante complexa em sua organização social e riquíssima em suas
realizações culturais.
A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo, justificando sua
organização social e política, determinando o papel de cada classe social e,
consequentemente, orientando toda a produção artística desse povo.
Além de crer em deuses que poderiam interferir na história humana, os egípcios
acreditavam também numa vida após a morte e achavam que essa vida era mais importante do
que a que viviam no presente.
O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei defunto
divinizado, para o qual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos.
2.1.1 Arquitetura
Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididos conforme seu capitel:
2.1.2 Escultura
2.1.3 Pintura
Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência,
pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem
estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, o
artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua
constante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que
predominam o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. A cultura grega possui as seguintes
características: racionalismo; amor pela beleza; interesse pelo homem e a democracia.
2.2.1 Arquitetura
Ordem Dórica: era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O
capitel era uma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o
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pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por
sua simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência.
Ordem Jônica: representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais
delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base
decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem
dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica traduz a forma da mulher.
Ordem Coríntia: o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais
simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de modo a variar e enriquecer aquela
ordem. Sugere luxo e ostentação.
2.2.2 Pintura
Ânfora: vasilha em forma de coração, com o gargalo largo ornado com duas asas;
Hidra (derivado de ydor, água): tinha três asas, uma vertical para segurar enquanto
corria a água e duas para levantar;
Cratera: tinha a boca muito larga, com o corpo em forma de um sino invertido; servia
para misturar água com o vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro).
2.2.3 Escultura
Praxíteles: celebrado pela graça das suas esculturas, pela lânguida pose em “S”
(Hermes com Dionísio menino); foi o primeiro artista que esculpiu o nu feminino.
Policleto (autor de Doríforo): condutor da lança, criou padrões de beleza e equilíbrio
através do tamanho das estátuas que deveriam ter sete vezes e meia o tamanho da
cabeça.
Fídias: talvez o mais famoso de todos; autor de Zeus Olímpico, sua obra-prima, e
Ateneia. Realizou toda a decoração em baixorrelevo do templo Partenon: as esculturas
dos frontões, métopas e frisos.
Lisipo: representava os homens “tal como se veem” e “não como são” (verdadeiros
retratos). Foi Lisipo que introduziu a proporção ideal do corpo humano com a medida de
oito vezes a cabeças.
Miron (autor do Discóbolo): homem arremessando o disco.
Mitologia: Zeus: senhor dos céus; Ateneia: deusa da guerra; Afrodite: deusa do amor;
Apolo: deus das artes e da beleza; Posseidon: deus das águas; etc.
Olimpíadas: realizavam-se em Olímpia, a cada 4 anos, em honra a Zeus. Os primeiros
jogos começaram em 776 a.C. As festas olímpicas serviam de base para marcar o
tempo.
Teatro: foi criada a comédia e a tragédia. Entre as mais famosas: Édipo Rei, de
Sófocles.
Música: significa a arte das musas; entre os gregos a lira era o instrumento nacional.
A arte romana sofreu duas fortes influências: a da arte etrusca, popular e voltada para a
expressão da realidade vivida, e a da grega, orientada para a expressão de um ideal de beleza.
Um dos legados culturais mais importantes que os etruscos deixaram aos romanos foi o uso do
arco e da abóbada nas construções.
2.3.1 Arquitetura
2.3.2 Pintura
O mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da arquitetura em geral.
A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompeia e
Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da pintura
existente em Pompeia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro
estilos.
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Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado,
que dava impressão de placas de mármore.
Segundo estilo: os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão de
janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando
um grande mural.
Terceiro estilo: as representações fiéis da realidade valorizaram a delicadeza dos
pequenos detalhes.
Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente
cópia de obra grega, imitando um cenário teatral.
2.3.3 Escultura
Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas, por temperamento, eram
muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma
representação fiel das pessoas e não de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos.
Retratavam os imperadores e os homens da sociedade.
Mais realista que idealista, a estatuária romana teve seu maior êxito nos retratos. Com a
invasão dos bárbaros, as preocupações com as artes diminuíram e poucos monumentos foram
realizados pelo Estado. Era o começo da decadência do Império Romano que, no século V -
precisamente no ano de 476 - perde o domínio do seu vasto território do Ocidente para os
invasores germânicos.
2.3.4 Mosaico
O cristianismo não foi a única preocupação para o Império Romano nos primeiros
séculos de nossa era. Por volta do século IV começou a invasão dos povos bárbaros, que
levou Constantino a transferir a capital do Império para Bizâncio, cidade grega, depois
nomeada por Constantinopla. A mudança da capital foi um golpe de misericórdia para a já
enfraquecida Roma; facilitou a formação dos Reinos Bárbaros e possibilitou o aparecimento do
primeiro estilo de arte cristã: a Arte Bizantina.
Graças à sua localização (Constantinopla), a arte bizantina sofreu influências de Roma,
Grécia e do Oriente. A união de alguns elementos dessa cultura formou um estilo novo, rico
tanto na técnica como na cor. A arte bizantina está dirigida pela religião; ao clero cabia, além
das suas funções, organizarem também as artes, tornando os artistas meros executores. O
regime era teocrático e o imperador possuía poderes administrativos e espirituais; era o
representante de Deus, tanto que se convencionou representá-lo com uma auréola sobre a
cabeça e, não raro, encontrar um mosaico onde esteja juntamente com a esposa, ladeando a
Virgem Maria e o Menino Jesus.
O mosaico é expressão máxima da arte bizantina e não se destinava apenas a
enfeitar as paredes e abóbadas, mas instruir os fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo,
dos profetas e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se
assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem
convenções que regem inclusive os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são
representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o
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volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado devido à associação com maior
bem existente na terra: o ouro.
A arquitetura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte bizantina; elas eram
planejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada, com imensas cúpulas, criando-se
prédios enormes e espaçosos totalmente decorados.
A Igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), na hoje Istambul, foi um dos maiores
triunfos da nova técnica bizantina, projetada pelos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de
Mileto; ela possui uma cúpula de 55 metros, apoiada em quatro arcos plenos. Tal método
tornou a cúpula extremamente elevada, sugerindo, por associação à abóbada celeste,
sentimentos de universalidade e poder absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com
capitel ricamente decorado com mosaicos e o chão de mármore polido.
Toda essa atração por decoração, aliada à prevenção que os cristãos tinham contra a
estatuária, que lembrava de imediato o paganismo romano, afasta o gosto pela forma e,
consequentemente, a escultura não teve tanto destaque neste período. O que se encontra
restringe-se a baixos relevos acoplados à decoração.
A arte bizantina teve seu grande apogeu no século VI, durante o reinado do Imperador
Justiniano. Porém, logo sucedeu-se um período de crise chamado de Iconoclastia, que
constituía na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito entre os imperadores e o
clero.
A arte bizantina não se extinguiu em 1453, pois, durante a segunda metade do século
XV e boa parte do século XVI, a arte daquelas regiões, onde ainda florescia a ortodoxia grega,
permaneceu dentro da arte bizantina. E essa arte extravasou em muito os limites territoriais do
império, penetrando, por exemplo, nos países eslavos.
No ano de 622 o profeta Maomé se exilou (hégira) na cidade de Yatrib e fundou aquela
que, desde então, se conhece como Medina (Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a
orientação dos califas, sucessores do profeta, começou a rápida expansão do Islã até a
Palestina, Síria, Pérsia, Índia, Ásia Menor, Norte da África e Espanha. De origem nômade, os
muçulmanos demoraram certo tempo para estabelecer-se definitivamente e assentar as bases
de uma estética própria com a qual se identificassem. Ao fazer isso, inevitavelmente devem ter
absorvido traços estilísticos dos povos conquistados, que, no entanto, souberam adaptar muito
bem ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seus próprios sinais de identidade.
Foi assim que as cúpulas bizantinas coroaram suas mesquitas e os esplêndidos tapetes
persas, combinados com os coloridos mosaicos, as decoraram. Aparentemente sensual, a arte
islâmica foi na realidade, desde seu início, conceitual e religiosa.
No âmbito sagrado evitou-se a arte figurativa, concentrando-se no geométrico e
abstrato, mais simbólico do que transcendental. A representação figurativa era considerada
uma má imitação de uma realidade fugaz e fictícia. Daí o emprego de formas como os
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arabescos, resultado da combinação de traços ornamentais com caligrafia, que desempenham
duas funções: lembrar o verbo divino e alegrar a vista. As letras lavradas na parede lembram
ao neófito que ele contempla uma obra feita para Deus.
Na complexidade de sua análise, a arte islâmica se mostra, no início, como
exclusividade das classes altas e dos príncipes mecenas, que eram os únicos economicamente
capazes de construir mesquitas, mausoléus e mosteiros. No entanto, na função de governantes
e guardiões do povo e conscientes da importância da religião como base para a organização
política e social, eles realizavam suas obras para a comunidade de acordo com os preceitos
muçulmanos: oração, esmola, jejum e peregrinação.
2.5.1 Arquitetura
2.5.2 Tapetes
3. IDADE MÉDIA
Em 476, com a tomada de Roma pelos povos bárbaros, tem início o período histórico
conhecido por Idade Média. Na Idade Média a arte tem suas raízes na época conhecida como
Paleocristã, trazendo modificações no comportamento humano; com o cristianismo, a arte se
voltou para a valorização do espírito. Os valores da religião cristã vão impregnar todos os
aspectos da vida medieval. A concepção de mundo dominada pela figura de Deus, proposto
pelo cristianismo, é chamada de teocentrismo (teos = Deus). Deus é o centro do universo e a
medida de todas as coisas. A Igreja, como representante de Deus na Terra, tinha poderes
ilimitados.
3.1.2 Arquitetura
No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte românica, cuja estrutura era
semelhante às construções dos antigos romanos.
As características mais significativas da arquitetura românica são:
A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o seu tamanho. Elas são
sempre grandes e sólidas. Daí serem chamadas fortalezas de Deus. A explicação mais aceita
para as formas volumosas, estilizadas e duras dessas igrejas é o fato da arte românica não ser
fruto do gosto refinado da nobreza nem das idéias desenvolvidas nos centros urbanos, mas um
estilo essencialmente clerical. A arte desse período passa, assim a ser encarada como uma
extensão do serviço divino e uma oferenda à divindade.
A mais famosa é a Catedral de Pisa, sendo o edifício mais conhecido do seu conjunto o
campanário, que começou a ser construído em 1174, a conhecida Torre de Pisa, que se
inclinou porque, com o passar do tempo, o terreno cedeu.
Numa época em que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja recorria à pintura e à escultura
para narrar histórias bíblicas ou comunicar valores religiosos aos fiéis. Não podemos estudá-
las desassociadas da arquitetura. A pintura românica desenvolveu-se, sobretudo, nas grandes
decorações murais, através da técnica do afresco, que originalmente era uma técnica de pintar
sobre a parede úmida.
Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. As características
essenciais da pintura românica foram a deformação e o colorismo. A deformação, na verdade,
traduz os sentimentos religiosos e a interpretação mística que os artistas faziam da realidade. A
figura de Cristo, por exemplo, é sempre maior do que as outras que o cercam. O colorismo
realizou-se no emprego de cores chapadas, sem preocupação com meios tons ou jogos de luz
e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza.
Na porta, a área mais ocupada pelas esculturas era o tímpano, nome que recebe a
parede semicircular que fica logo abaixo dos arcos que arrematam o vão superior da porta.
Imitação de formas rudes, curtas ou alongadas, ausência de movimentos naturais.
3.1.4 Mosaico
No século XII, entre os anos 1150 e 1500, tem início uma economia fundamentada no
comércio. Isso faz com que o centro da vida social se desloque do campo para a cidade e
apareça a burguesia urbana. No começo do século XII, a arquitetura predominante ainda é a
românica, mas já começaram a aparecer as primeiras mudanças que conduziram a uma
revolução profunda na arte de projetar e construir grandes edifícios.
3.2.1 Arquitetura
3.2.2 Esculturas
3.2.3 Iluminura
3.2.4 Pintura
A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIII, XIV e início do século XV, quando
começou a ganhar novas características que prenunciam o Renascimento. Sua principal
particularidade foi a procura do realismo na representação dos seres que compunham as obras
pintadas; quase sempre tratando de temas religiosos, apresentava personagens de corpos
pouco volumosos, cobertos por muita roupa, com o olhar voltado para cima, em direção ao
plano celeste.
Os principais artistas na pintura gótica são os verdadeiros precursores da pintura do
Renascimento (Duocento):
Giotto: a característica principal do seu trabalho foi a identificação da figura dos santos
com seres humanos de aparência bem comum. E esses santos, com ar de homem
comum, eram o mais importante das cenas que pintava, ocupando sempre posição de
destaque na pintura. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de uma visão
humanista do mundo, que vai cada vez mais se firmando até ganhar plenitude no
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Renascimento. Obras destacadas: Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis (Itália)
e Retiro de São Joaquim entre os Pastores.
Jan Van Eyck: procurava registrar nas suas pinturas os aspectos da vida urbana e da
sociedade de sua época. Nota-se em suas pinturas um cuidado com a perspectiva,
procurando mostrar os detalhes e as paisagens. Obras destacadas: O Casal Arnolfini e
Nossa Senhora do Chanceler Rolin.
4. IDADE MODERNA
4.1 RENASCIMENTO
Racionalidade
Dignidade do Ser Humano
Rigor Científico
Ideal Humanista
Reutilização das artes greco-romana
4.1.1 Arquitetura
Ordens Arquitetônicas
Arcos de Volta-Perfeita
Simplicidade na construção
A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas
Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas
(funções militares)
4.1.2 Pintura
Principais características:
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Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura; as diversas distâncias e proporções
que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da
geometria.
Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra; esse jogo
de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.
Realismo: os artistas do Renascimento não veem mais o homem como simples
observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais
grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser
compreendida cientificamente, e não apenas admirada.
Inicia-se o uso da tela e da tinta a óleo.
Tanto a pintura como a escultura, que antes apareciam quase que exclusivamente
como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se manifestações independentes.
Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é
marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.
Botticelli: os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe
proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava associada
ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque
manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que
perderam esse dom de Deus. Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de
Vênus.
Leonardo da Vinci: ele dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra,
gerador de uma atmosfera que parte da realidade, mas estimula a imaginação do
observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e
realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano. Obras destacadas: A
Virgem dos Rochedos e Monalisa.
Michelangelo: entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no
Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo
Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma particularmente
representativa é a criação do homem. Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a
Sagrada Família
Rafael: suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança,
pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaços amplo, claros
e de acordo com uma simetria equilibrada. Foi considerado grande pintor de “Madonas”.
Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã.
4.1.3 Escultura
Em meados do século XV, com a volta dos papas de Avinhão para Roma, esta adquire o
seu prestígio. Protetores das artes, os papas deixam o palácio de Latrão e passam a residir no
Vaticano. Ali, grandes escultores se revelam; o maior deles é Michelângelo, que domina toda a
escultura italiana do século XVI. Algumas obras: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá.
Outro grande escultor desse período foi Andrea del Verrochio. Trabalhou em ourivesaria
e esse fato acabou influenciando sua escultura. Obra destacada: Davi (1,26m) em bronze.
Principais características:
4.2 MANEIRISMO
4.2.1 Arquitetura
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 27
A arquitetura maneirista dá prioridade à construção de igrejas de plano longitudinal, com
espaços mais longos do que largos, com a cúpula principal sobre o transepto, deixando de lado
as de plano centralizado, típicas do renascimento clássico. No entanto, pode-se dizer que as
verdadeiras mudanças que este novo estilo introduz refletem-se não somente na construção
em si, mas também na distribuição da luz e na decoração. Principais características:
Nas igrejas:
Naves escuras, iluminadas apenas de ângulos diferentes; coros com escadas em
espiral, que, na maior parte das vezes, não levam a lugar nenhum, produzem uma
atmosfera de rara singularidade.
Guirlandas de frutas e flores, balaustradas, povoadas de figuras caprichosas são a
decoração mais característica desse estilo. Caracóis, conchas e volutas cobrem muros e
altares, lembrando uma exuberante selva de pedra que confunde a vista.
4.2.2 Pintura
4.2.3 Escultura
A composição típica desse estilo apresenta um grupo de figuras dispostas umas sobre as
outras, num equilíbrio aparentemente frágil, as figuras são unidas por contorções
extremadas e exagerado alongamento dos músculos.
O modo de enlaçar as figuras, atribuindo-lhes uma infinidade de posturas impossíveis,
permite que elas compartilhem a reduzida base que têm como cenário, isso sempre
respeitando a composição geral da peça e a graciosidade de todo o conjunto.
4.3 BARROCO
A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII), mas não tardou a irradiar-se por outros
países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores
portugueses e espanhóis. As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a
razão ou entre a arte e a ciência que os artistas renascentistas procuram realizar de forma
muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte
renascentista.
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa
angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal, Deus e Diabo, céu e terra, pureza e
pecado, alegria e tristeza, paganismo e cristianismo, espírito e matéria.
Suas características gerais são:
4.3.1 Pintura
Caravaggio: o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo revolucionário como usa
a luz. Ela não aparece como reflexo da luz solar, mas é criada intencionalmente pelo
artista, para dirigir a atenção do observador. Obra destacada: Vocação de São Mateus.
Andrea Pozzo: realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tetos das
igrejas barrocas, causando a ilusão de que as paredes e colunas da igreja continuam no
teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens
para a santidade. Obra destacada: A Glória de Santo Inácio.
A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores mais representativos,
de outros países da Europa, temos:
4.3.2 Escultura
Suas características são: o predomínio das linhas curvas, dos drapeados das vestes e
do uso do dourado; os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e
atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.
4.4 ROCOCÓ
Uso abundante de formas curvas e pela profusão de elementos decorativos, tais como
conchas, laços e flores.
Possui leveza, caráter intimista, elegância, alegria, bizarro, frivolidade e exuberante.
4.4.1 Arquitetura
Durante o Iluminismo, entre 1700 e 1780, o rococó foi a principal corrente da arte e da
arquitetura pós-barroca. Nos primeiros anos do século XVIII o centro artístico da Europa
transferiu-se de Roma para Paris. Surgido na França com a obra do decorador Pierre Lepautre,
o rococó era a princípio apenas um novo estilo decorativo.
Principais características:
Cores vivas foram substituídas por tons pastéis, a luz difusa inundou os interiores por
meio de numerosas janelas e o relevo abrupto das superfícies deu lugar a texturas
suaves.
A estrutura das construções ganhou leveza e o espaço interno foi unificado, com maior
graça e intimidade.
Principal Artista:
4.4.2 Escultura
4.4.3 Pintura
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 32
Durante muito tempo o rococó francês ficou restrito às artes decorativas e teve pequeno
impacto na escultura e pintura francesas. No final do reinado de Luís XIV, em que se afirmou o
predomínio político e cultural da França sobre o resto da Europa, apareceram as primeiras
pinturas rococós sob influência da técnica de Rubens.
Principais Artistas:
5. IDADE CONTEMPORÂNEA
5.1 NEOCLASSICISMO
Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras do século XIX uma nova
tendência estética predominou nas criações dos artistas europeus. Trata-se do
Neoclassicismo (neo = novo), que expressou os valores próprios de uma nova e
fortalecida burguesia, que assumiu a direção da sociedade européia após a Revolução
Francesa e principalmente com o Império de Napoleão.
Principais características:
5.1.1 Arquitetura
Tanto nas construções civis quanto nas religiosas, a arquitetura neoclássica seguiu o
modelo dos templos greco-romanos ou o das edificações do Renascimento italiano. Exemplos
dessa arquitetura: a igreja de Santa Genoveva, transformada depois no Panteão Nacional, em
Paris, e a Porta do Brandemburgo, em Berlim.
5.1.2 Pintura
5.2 ROMANTISMO
O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais causadas por
acontecimentos do final do século XVIII que foram a Revolução Industrial que gerou novos
inventos com o objetivo de solucionar os problemas técnicos decorrentes do aumento de
produção, provocando a divisão do trabalho e o início da especialização da mão-de-obra, e
pela Revolução Francesa que lutava por uma sociedade mais harmônica, em que os direitos
individuais fossem respeitados, traduziu-se essa expectativa na Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão. Do mesmo modo, a atividade artística tornou-se complexa.
Os artistas românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da
livre expressão da personalidade do artista.
Características gerais:
Características da pintura:
Temas da pintura:
Principais artistas:
5.3 REALISMO
Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura francesa, uma nova
tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente
industrialização das sociedades. O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o
conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de
que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões
subjetivas e emotivas da realidade.
São características gerais:
O cientificismo.
A valorização do objeto.
O sóbrio e o minucioso.
A expressão da realidade e dos aspectos descritivos.
5.3.1 Arquitetura
5.3.2 Escultura
5.3.3 Pintura
Características da pintura:
Politização: a arte passa a ser um meio para denunciar uma ordem social que
consideram injusta; a arte manifesta um protesto em favor dos oprimidos.
Pintura social, denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria
dos trabalhadores e a opulência da burguesia. As pessoas das classes menos
favorecidas - o povo, em resumo - tornaram-se assunto freqüente da pintura realista. Os
artistas incorporavam a rudeza, a fealdade, a vulgaridade dos tipos que pintavam,
elevando esses tipos à categoria de heróis. Heróis que nada têm a ver com os
idealizados heróis da pintura romântica.
Principais pintores:
Courbet: foi considerado o criador do realismo social na pintura, pois procurou retratar
em suas telas temas da vida cotidiana, principalmente das classes populares. Manifesta
sua simpatia particular pelos trabalhadores e pelos homens mais pobres da sociedade
no século XIX. Obra destacada: Moças Peneirando o Trigo.
Jean-François Millet: sensível observador da vida campestre, criou uma obra realista
na qual o principal elemento é a ligação atávica do homem com a terra. Foi educado
num meio de profunda religiosidade e respeito pela natureza. Trabalhou na lavoura
desde muito cedo. Seus numerosos desenhos de paisagens influenciaram, mais tarde,
Pissarro e Van Gogh. É o caso, por exemplo, "Angelus".
5.4 IMPRESSIONISMO
A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar
num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente,
dependendo da incidência da luz do sol.
As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano
para representar imagens.
As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos
causam, e não escuras ou pretas, como os pintores costumavam representá-las no
passado.
Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores
complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 37
e de sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores
barrocos.
As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do
pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas
pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo
o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se óptica.
A primeira vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas foi numa
exposição coletiva realizada em Paris, em abril de 1874. Mas o público e a crítica reagiram
muito mal ao novo movimento, pois ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da
pintura.
Principais artistas:
Claude Monet: incessante pesquisador da luz e seus efeitos, pintou vários motivos em
diversas horas do dia, afim de estudar as mutações coloridas do ambiente com sua
luminosidade. Obras Destacadas: Mulheres no Jardim e a Catedral de Rouen em Pleno
Sol.
Auguste Renoir: foi o pintor impressionista que ganhou maior popularidade e chegou
mesmo a ter o reconhecimento da crítica, ainda em vida. Seus quadros manifestam
otimismo, alegria e a intensa movimentação da vida parisiense do fim do século XIX.
Pintou o corpo feminino com formas puras e isentas de erotismo e sensualidade,
preferia os nus ao ar livre, as composições com personagens do cotidiano, os retratos e
as naturezas mortas. Obras Destacadas: Baile do Moulin de la Galette e La
Grenouillière.
Edgar Degas: sua formação acadêmica e sua admiração por Ingres fizeram com que
valorizasse o desenho e não apenas a cor, que era a grande paixão do Impressionismo.
Além disso, foi pintor de poucas paisagens e cenas ao ar livre. Os ambientes de seus
quadros são interiores e a luz é artificial. Sua grande preocupação era flagrar um
instante da vida das pessoas, aprender um momento do movimento de um corpo ou da
expressão de um rosto. Adorava o teatro de bailados. Obra Destacada: O Ensaio.
Seurat: Mestre no pontilhismo. Obra Destacada: Tarde de Domingo na Ilha Grande
Jatte.
No Brasil, destaca-se o pintor Eliseu Visconti, ele já não se preocupa mais em imitar
modelos clássicos; procura, decididamente, registrar os efeitos da luz solar nos objetivos
e seres humanos que retrata em suas telas. Ganhou uma viagem à Europa, onde teve
contato com a obra dos impressionistas. A influência que recebeu desses artistas foi tão
grande que ele é considerado o maior representante dessa tendência na pintura
brasileira. Obra destacadas são: Trigal e Maternidade.
O quadro Mulheres no Jardim, de Monet, foi pintado totalmente ao ar livre e sempre com
a luz do sol. São cenas do jardim da casa do artista.
O movimento impressionista foi idealizado nas reuniões com seus principais pintores e
elas aconteciam no estúdio fotográfico de Nadar, na Rue de Capucines, Paris.
5.5 EXPRESSIONISMO
Principais artistas:
Paul Gauguin (1848-1903): depois de passar a infância no Peru, Gauguin voltou com os
pais para a França, mais precisamente para Orléans. Em 1887 entrou para a marinha e
mais tarde trabalhou na bolsa de valores. Aos 35 anos tomou a decisão mais importante
de sua vida: dedicar-se totalmente à pintura. Começou assim uma vida de viagens e
boemia, que resultou numa produção artística singular e determinante das vanguardas
do século XX. Sua obra, longe de poder ser enquadrada em algum movimento, foi tão
singular como a de seus amigos Van Gogh ou Cézanne. Apesar disso, é verdade que
teve seguidores e que pode ser considerado o fundador do grupo Navis, que, mais do
que um conceito artístico, representava uma forma de pensar a pintura como filosofia de
vida. Suas primeiras obras tentavam captar a simplicidade da vida no campo, algo que
ele consegue com a aplicação arbitrária das cores, em oposição a qualquer naturalismo,
como demonstra o seu famoso Cristo Amarelo. As cores se estendem planas e puras
sobre a superfície, quase decorativamente. No ano de 1891, o pintor parte para o Taiti,
em busca de novos temas, para se libertar dos condicionamentos da Europa. Suas telas
surgem carregadas da iconografia exótica do lugar, e não faltam cenas que mostram um
erotismo natural, fruto, segundo conhecidos do pintor, de sua paixão pelas nativas. A cor
adquire mais preponderância representada pelos vermelhos intensos, amarelos, verdes
e violetas. Quando voltou a Paris, realizou uma exposição individual na galeria de
Durand-Ruel, voltou ao Taiti, mas fixou-se definitivamente na ilha Dominique. Obra
Destacada: Jovens Taitianas com Flores de Manga.
Paul Cèzanne (1839-1906): sua tendência foi converter os elementos naturais em
figuras geométricas - como cilindros, cones e esferas - acentua-se cada vez mais, de tal
forma que se torna impossível para ele recriar a realidade segundo “impressões”
captadas pelos sentidos. Obras Destacadas: Castelo de Médan e Madame Cézanne
Vicent Van Gogh (1853-1890): empenhou profundamente em recriar a beleza dos seres
humanos e da natureza através da cor, que para ele era o elemento fundamental da
pintura. Foi uma pessoa solitária. Interessou-se pelo trabalho de Gauguim,
principalmente pela sua decisão de simplificar as formas dos seres, reduzir os efeitos de
luz e usar zonas de cores bem definidas. Em 1888, deixou Paris e foi para Arles, cidade
do sul da França, onde passou a pintar ao ar livre. O sol intenso da região mediterrânea
interferiu em sua pintura, e ele libertou-se completamente de qualquer naturalismo no
emprego das cores, declarando-se um colorista arbitrário. Apaixonou-se então pelas
cores intensas e puras, sem nenhuma matização, pois elas tinham para ele a função de
representar emoções. Entretanto ele passou por várias crises nervosas e, depois de
internações e tratamentos médicos, dirigiu-se, em maio de 1890, para Anvers, uma
cidade tranqüila ao norte da França. Nessa época, em três meses apenas, pintou cerca
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 39
de oitenta telas com cores fortes e retorcidas. Em julho do mesmo ano, ele suicidou-se,
deixando uma obra plástica composta por 879 pinturas, 1756 desenhos e dez gravuras.
Enquanto viveu não foi reconhecido pelo público nem pelo críticos, que não souberam
ver em sua obra os primeiros passos em direção à arte moderna, nem compreender o
esforço para libertar a beleza dos seres por meio de uma explosão de cores. Obras
Destacadas: Trigal com Corvos e Café à Noite.
Toulouse-Lautrec (1864-1901): pintava temas pertencentes à vida noturna de Paris, e
também foi responsável pelos cartazes das artistas que se apresentavam no Moulin
Rouge. Boêmio, morreu jovem. Obra Destacada: Ivette Guilbert que Saúda o Público.
Munch (1863-1944): foi um dos primeiros artistas do século XX que conseguiu conceder
às cores um valor simbólico e subjetivo, longe das representações realistas. Seus
quadros exerceram grande influência nos artistas do grupo Die Brücke, que conheciam e
admiravam sua obra. Nascido em Loten, Noruega, em 1863, Munch iniciou sua
formação na cidade de Oslo, no ateliê do pintor Krogh. Realizou uma viagem a Paris, na
qual conheceu Gauguin, Toulouse-Lautrec e Van Gogh. Em seu regresso, foi convidado
a participar da exposição da Associação de Berlim. Numa segunda viagem a Paris,
começou a se especializar em gravações e litografias, realizando trabalhos para a
Ópera. Em pouco tempo pôde se apresentar no Salão dos Independentes. A partir de
1907, morou na Alemanha, onde, além de exposições, realizou cenários. Passou seus
últimos anos em Oslo, na Noruega. Uma de suas obras mais importantes é O Grito
(1889). O Grito é um exemplo dos temas que sensibilizaram os artistas ligados a essa
tendência. Nela a figura humana não apresenta sua linhas reais mas contorce-se sob o
efeito de suas emoções. As linhas sinuosas do céu e da água, e a linha diagonal da
ponte, conduzem o olhar do observador para a boca da figura que se abre num grito
perturbador. Perseguido pela tragédia familiar, Munch foi um artista determinado a criar
"pessoas vivas, que respiram e sentem, sofrem e amam". Recusou o banal, as cenas
interiores pacíficas, comuns na sua época. A dor e o trágico permeiam seus quadros.
Kirchner (1880-1938): foi um dos fundadores do grupo de pintura expressionista Die
Brücke. Influenciado pelo cubismo e fauvismo, o pintor alemão deu formas geométricas
às cores e despojou-as de sua função decorativa por meio de contrastes agressivos,
com o fim de manifestar sua verdadeira visão da realidade. Tendo concluído seus
estudos de arquitetura na cidade de Dresden, Kirchner continuou sua formação na
cidade de Munique. Pouco tempo depois reuniu-se com os pintores Heckel e Schmidt-
Rottluf em Berlim, com os quais, motivados pela leitura de Nietzsche, fundou o grupo
Die Brücke (A Ponte, numa referência à frase do escritor: “...a ponte que conduz ao
super-homem”). Veio então a época em que os pintores se reuniam numa casa de
veraneio em Moritzburg e se dedicavam apenas ao que mais lhes interessava: pintar.
Dessa época são os quadros mais ousados de paisagens e nus, bem como cenas
circenses e de variedades. Em 1914 Kirchner foi convocado para a guerra, e um ano
depois tentou o suicídio. Quando suas mãos se recuperaram do ferimento, voltou a
pintar ao ar livre, em sua casa ao pé dos Alpes. Quando finalmente sua contribuição
para a arte alemã foi reconhecida, foi nomeado membro da academia de Berlim, em
1931, para seis anos mais tarde, durante o nazismo, ver sua obra ser destruída e
desprestigiada pelos órgãos de censura. Kirchner tentou mostrar em toda a sua
produção pictórica uma realidade de pesadelo e decadência. Sensivelmente influenciado
pelos desastres da guerra, seus quadros se transformaram num amontoado neurótico
de cores contrastantes e agressivas, produto de uma profunda tristeza.No final de 1938
o pintor pôs fim à própria vida. Suas obras mais importantes estão dispersas pelos
museus de arte moderna mais importantes da Alemanha.
Paul Klee (1879-1940): considerado um dos artistas mais originais do movimento
expressionista. Convencido de que a realidade artística era totalmente diferente da
observada na natureza, este pintor dedicou-se durante a toda sua carreira a buscar o
ponto de encontro entre realidade e espírito. A exemplo de Kandinski, Klee estudou com
Professor J. André de Azevedo. Colégio Global 2011 40
o mestre Von Stuck em Munique. Depois de uma viagem pela Itália, entrou em contato
com os pintores da Nova Associação de Artistas e finalmente uniu-se ao grupo de
artistas do Der Blaue Reiter. Em 1912 viajou para Paris, onde se encontrou com
Delaunay, que seria de vital importância para suas obras posteriores. Klee escreveu: "A
cor, como a forma, pode expressar ritmo e movimento". Mas a grande descoberta
ocorreria dois anos depois, em sua primeira viagem a Túnis. As formas cúbicas da
arquitetura e os graciosos arabescos na terracota deixaram sua marca na obra do pintor.
Iniciou uma fase de grande produtividade, com quadros de caráter quase surrealista,
criados, segundo o pintor, em cima de "matéria e sonhos". Entre eles merecem ser
mencionados Anatomia de Afrodite, Demônios, Flores Noturnas e Villa R. Depois de lutar
durante dois anos na Primeira Guerra, Klee juntou-se em 1924 ao grupo Die vier Blauen,
mas antes apresentou suas obras em Paris, na primeira exposição dos surrealistas.
Paralelamente, começou a trabalhar como professor em Dusseldorf e mais tarde na
escola da Bauhaus em Weimar. Em 1933, Klee emigrou para a Suíça. Sua última
exposição em vida aconteceu em Basiléia, em 1940. Além de sua obra pictórica, Klee
deixou vários trabalhos escritos que resumem seu pensamento artístico.
Amadeo Modigliani (1884-1920): iniciou sua formação como pintor no ateliê de Micheli,
em Livorno, sua cidade natal. Em 1902 entrou na Academia de Florença e um ano mais
tarde na de Veneza. Três anos depois mudou-se para Paris, onde teve aulas na
academia de Colarossi. Nessa cidade travou conhecimento com os pintores Utrillo,
Picasso e Braque. Em 1908 participou do Salão dos Independentes e lá conheceu Juan
Gris e Brancusi. Produziu então suas primeiras esculturas motivado pelas peças de arte
africana chegadas à França das colônias. Esse aspecto de máscara foi uma das
constantes nos seus retratos e nus sensuais. Modigliani teve em comum com os
cubistas e expressionistas o distanciamento das academias, a revalorização da cor e o
estudo das formas puras. Sua visão tão subjetiva dos seres humanos e a emotividade
de suas cores o aproximam mais do reduzido grupo de expressionistas franceses,
composto por Rouault e Soutine. Apesar disso, pode-se muito bem dizer que sua obra,
elegante, recatada e ao mesmo tempo misteriosa, pertence, juntamente com a dos
mestres Cézanne e Van Gogh, para citar alguns, à dos gênios solitários.
5.6 FOVISMO
Em 1905, em Paris, no Salão de Outono, alguns artistas foram chamados de fauves (em
português significa feras), em virtude da intensidade com que usavam as cores puras, sem
misturá-las ou matizá-las. Quem lhes deu este nome foi o crítico Louis Vauxcelles, pois
estavam expostas um conjunto de pinturas modernas ao lado de uma estatueta renascentista.
Os princípios deste movimento artístico eram:
Criar, em arte, não tem relação com o intelecto e nem com sentimentos.
Criar é seguir os impulsos do instinto, as sensações primárias.
A cor pura deve ser exaltada.
As linhas e as cores devem nascer impulsivamente e traduzir as sensações
elementares, no mesmo estado de graça das crianças e dos selvagens.
Características da pintura:
Principais Artistas:
Maurice de Vlaminck (1876-1958): pintor francês, foi o mais autêntico fovista, dizia:
"Quero incendiar a Escola de Belas Artes com meus vermelhos e azuis." Adotou mais
tarde estilo entre expressionista e realista.
André Derain (1880-1954): pintor francês, dizia: "As cores chegaram a ser para nós
cartuchos de dinamite." Por volta de 1900, ligou-se a Maurice de Vlaminck e a Matisse,
com os quais se tornou um dos principais pintores fovistas. Nessa fase, pintou figuras e
paisagens em brilhantes cores chapadas, recorrendo a traços impulsivos e a pinceladas
descontínuas para obter suas composições espontâneas. Após romper com o fovismo,
em 1908, sofreu influências de Cézanne e depois do cubismo. Na década de 1920, seus
nus, retratos e naturezas-mortas haviam adquirido uma entonação neoclássica, com o
gradual desaparecimento da gestualidade espontânea das primeiras obras. Seu estilo,
desde então, não mudou.
Henri Matisse (1869-1954): pintor francês, Nas suas pinturas ele não se preocupa como
realismo, tanto das figuras como das suas cores. O que interessa é a composição e não
as figuras em si, como de pessoas ou de naturezas-mortas. Abandonou assim a
perspectiva, as técnicas do desenho e o efeito de claro-escuro para tratar a cor como
valor em si mesma. Dos pintores fovistas, que exploraram o sensualismo das cores
fortes, ele foi o único a evoluir para o equilíbrio entre a cor e o traço em composições
planas, sem profundidade. Foi, também, escultor, ilustrador e litógrafo.
Raoul Dufy (1877-1953): pintor, gravador e decorador francês. Contrastes tonais e a
geometrização da forma caracterizaram sua obra. Impressionista a princípio, evoluiu
gradativamente para o fovismo, depois de travar contato com Matisse. Morreu um ano
depois de receber o prêmio de pintura da bienal de Veneza.
5.7 CUBISMO
Principais artistas:
Pablo Picasso (1881-1973): tendo vivido 92 anos e pintado desde muito jovem até
próximo à sua morte passou por diversas fases: a fase Azul, entre 1901-1904, que
representa a tristeza e o isolamento provocados pelo suicídio de Casagemas, seu
amigo, são evidenciados pela monocromia e também a representa a miséria e o
desespero humanos; a fase Rosa, entre 1904-1907, o amor por Fernande origina
muitos desenhos sensuais e eróticos, com a paixão de Picasso pelo circo, iniciam-se os
ciclos dos saltimbancos e do arlequim. Depois de descobrir as artes primitivas e africana
compreende que o artista negro não pinta ou esculpi de acordo com as tendência de um
determinado movimento estético, mas com uma liberdade muito maior. Picasso
desenvolveu uma verdadeira revolução na arte. Em 1907, com a obra Les Demoiselles
d’Avignon começa a elaborar a estética cubista que, como vimos anteriormente, se
fundamenta na destruição de harmonia clássica das figuras e na decomposição da
realidade, essa tela subverteu o sentido da arte moderna com a declaração de guerra
em 1914, chega ao fim a aventura cubista. Podemos destacar, também o mural
Guernica, que representa, com veemente indignação, o bombardeio da cidade
espanhola de Guernica pelos aliados alemães de Franco, em abril de 1937, responsável
pela morte de grande parte da população civil formada por crianças, mulheres e
trabalhadores. "A obra de um artista é uma espécie de diário. Quando o pintor, por
ocasião de uma mostra, vê algumas de suas telas antigas novamente, é como se ele
estivesse reencontrando filhos pródigos - só que vestidos com túnica de ouro." Pablo
Picasso "A Arte não é a verdade. A Arte é uma mentira que nos ensina a compreender a
verdade". Pablo Picasso
Georges Braque (1882-1963): foi um pintor e escultor francês que juntamente com
Pablo Picasso inventaram o Cubismo. Braque iniciou a sua ligação as cores, na
empresa de pintura decorativa de seu pai. A maior parte da sua adolescência foi
passada em Le Havre, mas no ano de 1889, mudou-se para Paris onde, em 1906, no
Salão dos Independentes, expôs as suas primeiras obras no estilo de formas simples e
cores puras (fovismo). No Outono de 1907, conheceu Picasso com quem se deu quase
diariamente até que em 1914 devido a Grande Guerra se separaram. Braque foi
mobilizado e ferido na cabeça em 1915, tendo sido agraciado com a Cruz de Guerra e
da Legião de Honra. Durante dois anos, devido ao ferimento esteve afastado da pintura.
5.8 FUTURISMO
Giacomo Balla: em sua obra o pintor italiano tentou endeusar os novos avanços
científicos e técnicos por meio de representações totalmente desnaturalizadas, embora
sem chegar a uma total abstração.Mesmo assim, mostrou grande preocupação com o
dinamismo das formas, com a situação da luz e a integração do espectro cromático. A
formação acadêmica de Balla restringiu-se a um curso noturno de desenho, de dois
meses de duração, na Academia Albertina de Turim, sua cidade natal. Em 1895 o pintor
mudou-se para Roma, onde apresentou regularmente suas primeiras obras em todas as
exposições da Sociedade dos Amadores e Cultores das Belas-Artes. Cinco anos mais
tarde, fez uma viagem a Paris, onde entrou em contato com a obra dos impressionistas
e neo-impressionistas e participou de várias exposições. Na volta a Roma, conheceu
Marinetti, Boccioni e Severini. Um ano mais tarde, juntava-se a eles para assinar o
Manifesto Técnico da Pintura Futurista. Preocupado, como seus companheiros, em
encontrar uma maneira de visualizar as teorias do movimento, apresentou em 1912 seu
primeiro quadro futurista intitulado Cão na Coleira ou Cão Atrelado. Dissolvido o
movimento, Balla retornou às suas pinturas realistas e se voltou para a escultura e a
cenografia. Embora em princípio Balla continuasse influenciado pelos divisionistas, não
demorou a encontrar uma maneira de se ajustar à nova linguagem do movimento a que
pertencia. Um recurso dos mais originais que ele usou para representar o dinamismo foi
a simultaneidade, ou desintegração das formas, numa repetição quase infinita, que
permitia ao observador captar de uma só vez todas as seqüências do movimento.
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Carlo Carra (1881-1966): junto com Giorgio De Chirico, ele se separaria finalmente do
futurismo para se dedicar àquilo que eles próprios dariam o nome de Pintura Metafísica.
Enquanto ganhava seu sustento como pintor-decorador freqüentava as aulas de pintura
na Academia Brera, em Milão. Em 1900 fez sua primeira viagem a Paris, contratado
para a decoração da Exposição Mundial. De lá mudou-se para Londres. Ao voltar,
retomou as aulas na Academia Brera e conheceu Boccioni e o poeta Marinetti. Um ano
mais tarde assinou o Primeiro Manifesto Futurista, redigido pelo poeta italiano e
publicado no jornal Le Figaro. Nessa época iniciou seus primeiros estudos e esboços de
Ritmo dos Objetos e Trens, por definição suas obras mais futuristas. Numa segunda
viagem a Paris entrou em contato com Apollinaire, Modigliani e Picasso. A partir desse
momento começaram a aparecer as referências cubistas em suas obras. Carrà não
deixou de comparecer às exposições futuristas de Paris, Londres e Berlim, mas já em
1915 separou-se definitivamente do grupo. Juntou-se a Giorgio De Chirico e realizou
sua primeira pintura metafísica. Em suas últimas obras retornou ao cubismo.Publicou
vários trabalhos, entre eles La Pittura Metafísica (1919) e La Mia Vita (1943), pintor
italiano. Representante do futurismo e mais tarde da pintura metafísica, influenciou a
arte de seu país nas décadas de 1920 e 1930.
Umberto Boccioni (1882-1916): sua obra se manteve sob a influência do cubismo, mas
incorporando os conceitos de dinamismo e simultaneidade: formas e espaços que se
movem ao mesmo tempo e em direções contrárias. Nascido em Reggio di Calábria,
Boccioni mudou-se ainda muito jovem para Roma, onde estudou em diferentes
academias. Logo fez amizade com os pintores Balla e Severini. No início, mostrou-se
interessado na pintura impressionista, principalmente na obra de Cézanne. Fez então
algumas viagens a Paris, São Petersburgo e Milão. Ao voltar, entrou em contato com
Carrà e Marinetti e um ano depois se encontrava entre os autores do Manifesto Futurista
de Pintura, do qual foi um dos principais teóricos. Foi com a intenção de procurar as
bases dessa nova estética que ele viajou a Paris, onde se encontrou com Picasso e
Braque. Ao retornar, publicou o Manifesto Técnico da Pintura Futurista, no qual foram
registrados os princípios teóricos da arte futurista: condenação do passado, desprezo
pela representação naturalista, indiferença em relação aos críticos de arte e rejeição dos
conceitos de harmonia e bom gosto aplicados à pintura. Em 1912, participou da primeira
exposição futurista. Suas obras ainda deixavam transparecer a preocupação do artista
com os conceitos propostos pelo cubismo. Os retratos deformados pelas superposições
de planos ainda não conseguiam expressar com clareza sua concepção teórica. Um
ano mais tarde, com sua obra Dinamismo de um Jogador de Futebol, Boccioni
conseguiu finalmente fazer a representação do movimento por meio de cores e planos
desordenados, como num pseudofotograma. Durante a Primeira Guerra Mundial, o
pintor se alistou como voluntário e ao voltar publicou o livro Pittura, Scultura Futurista,
Dinâmico Plástico (Pintura, Escultura Futurista, Dinamismo Plástico). Morreu dois anos
depois, em 1916, na cidade de Verona.
A pintura deve criar uma impressão de mistério, através de associações pouco comuns
de objetos totalmente imprevistos, em arcadas e arquiteturas puras, idealizadas, muitas vezes
com a inclusão de estátuas, manequins, frutas, legumes, numa transfiguração toda especial,
em curiosas perspectivas divergentes. A pintura metafísica explora os efeitos de luzes
misteriosas, sombras sedutoras e cores ricas e profundas, de plástica despojada e escultural.
Tem inspiração na Metafísica, ciência que estuda tudo quanto se manifesta de maneira
sobrenatural.
Principais Artistas:
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Giorgio De Chirico (1888-1978): pintor italiano, nascido na Grécia, principal
representante da "pintura metafísica", Giorgio De Chirico constitui um caso singular:
poucas vezes um artista alcançou tão rapidamente a fama para em seguida renegar o
estilo que o celebrizara e cair em um esquecimento quase absoluto. As suas obras
retratam cenários arquitetônicos, solitários, irreais e enigmáticos, onde colocava objetos
heterogêneos para revelar um mundo onírico e subconsciente, perpassado de
inquietações metafísicas. Também usada nas suas obras manequins, nus ou vestidos à
moda clássica, enigmáticos e sem rosto, que pareciam simbolizar a estranheza do ser
humano diante do seu meio ambiente.
Giorgio Morandi (1890-1964): pintor italiano. Notável por suas naturezas-mortas, em
que buscava a unidade das coisas do universo. Conferiu imobilidade e transparência de
formas, recorte intimista e atmosfera de luz cinza-clara às naturezas-mortas que pintou
usando como modelos frascos, garrafas, caixas e lâmpadas velhas.
5.10 DADAÍSMO
Marcel Duchamp (1887-1968): pintor e escultor francês, sua arte abriu caminho para
movimentos como a pop art e a op art das décadas de 1950 e 1960. Reinterpretou o
cubismo a sua maneira, interessando-se pelo movimento das formas. O
experimentalismo e a provocação o conduziram a idéias radicais em arte, antes do
surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916). Criou os ready-mades, objetos escolhidos
ao acaso, e que, após leve intervenção e receberem um título, adquiriam a condição de
objeto de arte. Em 1917 foi rejeitado ao enviar a uma mostra um urinol de louça que
chamou de "Fonte". Depois fez interferências (pintou bigodes na Mona Lisa, para
demonstrar seu desprezo pela arte tradicional), inventou mecanismos ópticos.
François Picabia (1879-1953): pintor e escritor francês. Envolveu-se sucessivamente
com os principais movimentos estéticos do início do século XX, como cubismo,
surrealismo e dadaísmo. Colaborou com Tristan Tzara na revista Dada. Suas primeiras
pinturas cubistas, eram mais próximas de Léger do que de Picasso, são exuberantes
nas cores e sugerem formas metálicas que se encaixam umas nas outras. Formas e
cores tornaram-se a seguir mais discretas, até que por volta de 1916 o artista se
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concentrou nos engenhos mecânicos do dadaísmo, de índole satírica. Depois de 1927,
abandonou a abstração pura que praticara por anos e criou pinturas baseadas na figura
humana, com a superposição de formas lineares e transparentes.
Max Ernest (1891-1976): pintor alemão, adepto do irracional e do onírico e do
inconsciente, esteve envolvido em outros movimentos artísticos, criando técnicas em
pintura e escultura. No Dadaímo contribuiu com colagens e fotomontagens,
composições que sugerem a múltipla identidade dos objetos por ele escolhidos para
tema. Inventou técnicas como a decalcomania e o frottage, que consiste em aplicar uma
folha de papel sobre uma superfície rugosa, como a madeira de veios salientes, e
esfregar um lápis de cor ou grafita, de modo que o papel adquira o aspecto da superfície
posta debaixo dele. Como o artista não tinha controle sobre o quadro que estava
criando, o frottage também era considerado um método que dava acesso ao
inconsciente.
Man Ray (1890-1976): fotógrafo e pintor norte-americano, em 1915 conhece o pintor
francês Marcel Duchamp, com quem funda o grupo dadá nova-iorquino. Em 1921
contata com o movimento surrealista na pintura. Trabalha como fotógrafo para financiar
a pintura e, com a nova atividade, desenvolve a sua arte, a raiografia, ou fotograma,
criando imagens abstratas (obtidas sem o auxílio da câmara) mas com a exposição à luz
de objetos previamente dispersos sobre o papel fotográfico.
A arte abstrata tende a suprimir toda a relação entre a realidade e o quadro, entre as
linhas e os planos, as cores e a significação que esses elementos podem sugerir ao espírito.
Quando a significação de um quadro depende essencialmente da cor e da forma, quando o
pintor rompe os últimos laços que ligam a sua obra à realidade visível, ela passa a ser abstrata.
Abstracionismo Geométrico ou Formal: as formas e as cores devem ser organizadas
de tal maneira que a composição resultante seja apenas a expressão de uma concepção
geométrica.
Neoplasticismo: seu criador e principal teórico foi Piet Mondrian. Onde as cores e as
formas são organizadas de maneira que a composição resulte apenas na expressão de uma
concepção geométrica. Resulta às linhas verticais e horizontais e às cores puras (vermelho,
azul e amarelo). O ângulo reto é o símbolo do movimento, sendo rigorosamente aplicado à
arquitetura.
A arte abstrata tende a suprimir toda a relação entre a realidade e o quadro, entre as
linhas e os planos, as cores e a significação que esses elementos podem sugerir ao espírito.
Quando a significação de um quadro depende essencialmente da cor e da forma, quando o
pintor rompe os últimos laços que ligam a sua obra à realidade visível, ela passa a ser abstrata.
Abstracionismo Sensível ou Informal, predominam os sentimentos e emoções. As cores
e as formas são criadas livremente. Na Alemanha surge o movimento denominado "Der blaue
Reiter" (O Cavaleiro Azul) cujos fundadores são os Kandinsky, Franz Marc entre outros.
Uma arte abstrata, que coloca na cor e forma a sua expressividade maior. Estes artistas
se aprofundam em pesquisas cromáticas, conseguindo variações espaciais e formais na
pintura, através das tonalidades e matizes obtidos. Eles querem um expressionismo abstrato,
sensível e emotivo.
Com a forma, a cor e alinha, o artista é livre para expressar seus sentimentos interiores,
sem relacioná-los a lembrança do mundo exterior. Estes elementos da composição devem Ter
uma unidade e harmonia, tal qual uma obra musical.
Principais Artistas:
Franz Marc (1880-1916): pintor alemão, apaixonado pela arte dos povos primitivos, das
crianças e dos doentes mentais, o pintor alemão Marc escolheu como temas favoritos os
estudos sobre animais, conheceu Kandinsky, sob a influência deste, convenceu-se de
que a essência dos seres se revela na abstração. A admiração pelos futuristas italianos
imprimiram nova dinâmica à obra de Marc, que passou a empregar formas e massas de
cores brilhantes próprias da pintura cubista. Os nazistas destruíram várias de suas
obras. As que restaram estão conservadas no Museu de Belas-Artes de Liège, no
Kunstmuseum, em Basiléia, na Städtische Galarie im Lembachhaus, em Munique, no
Walker Art Center, em Minneapolis, e no Guggenheim Museum, em Nova York.
Wassily Kandinsky (1866-1944): pintor russo, antes do abstracionismo participou de
vários movimentos artísticos como impressionismo também atravessou uma curta fase
fauve e expressionista. Escreveu livros, como em 1911, Sobre o espiritual na arte, em
que procurou apontar correspondências simbólicas entre os impulsos interiores e a
linguagem das formas e cores, e em 1926, Do ponto e da linha até a superfície,
explicação mais técnica da construção e inventividade da sua arte. Dezenas de suas
obras foram confiscadas pelos nazistas e várias delas expostas na mostra de "Arte
Degenerada".
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5.13 GRAFISMO
Tachismo (de tache = mancha). Formado por manchas coloridas colocadas lado a lado
em um certo parâmetro ou limite, no mínimo o braço do artista. Também existe um tipo de
abstrato informal formado por manchas, porém, elas não possuem parâmetro definido pelo
braço do artista como no Tachismo. São manchas criadas impulsivamente com toda a liberdade
ou efusão emocional do artista.Alguns dados são importantes serem elencados:
Características da Pintura:
Principal Artista:
Luiz Sacilotto (1924-2003): nasceu em Santo André, no ABC Paulista, em 1924, filho de
imigrantes italianos. Formou-se no Instituto Profissional Masculino, no Brás, onde
estudou técnicas diversas relacionadas às artes e ofícios, como desenho e pintura. Seu
primeiro emprego, aos 17 anos, foi como desenhista de letras de alta precisão. Durante
muito tempo atuou como desenhista técnico, trabalhou em escritórios de arquitetura e
projetou esquadrias de alumínio para produção em série. Desenhava nas horas vagas, e
seu aprendizado veio principalmente pelo seu profundo interesse em artes plásticas e
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pelas conversas com os amigos, também artistas. No início, seus trabalhos são
figurativos. Paisagens e retratos de tendência expressionista, mas a partir de 1947
realiza suas primeiras experiências no domínio da abstração geométrica, sendo um dos
pioneiros da arte concreta no País. Participa de exposições em São Paulo e no Rio de
Janeiro, e em 1951, com apenas 27 anos, participa da I Bienal Internacional de São
Paulo, estará presente ainda na II, III, IV, VI e VII Bienais Internacionais de São Paulo.
Em 1952, participa da XXVI Bienal de Veneza e, em dezembro do mesmo ano, é um dos
signatários do Manifesto do Grupo Ruptura, em São Paulo, e expõe com eles no MAM,
SP. Em 1956, participa da I Exposição Nacional e Arte Concreta em São Paulo e no ano
seguinte no Rio de Janeiro. Em 1960 está presente na Exposição Internacional de Arte
Concreta, organizada por Max Bill Zurique, na Suíça, que projeta nossos artistas
internacionalmente. É homenageado em 1968 com Sala Especial no I Salão de Arte
Contemporânea de Santo André. Interrompe temporariamente seu trabalho criativo, e
dedica-se à sua própria empresa de esquadrias metálicas. Recomeça com alguns
estudos em guache e experimenta na década de 70 novas linguagens, como a
serigrafia. A serigrafia é uma técnica plana em gravura, utilizada na indústria e feita com
tinta gráfica, como silk em camisetas. Como figura central do concretismo continuou a
participar de exposições nacionais e internacionais, ganhou vários prêmios,
retrospectivas e teve suas obras expostas nos principais museus e coleções
particulares. Sacilloto foi pintor, desenhista e precursor da escultura de vanguarda.
Desde a década de 50 conquistava e pensava o espaço tridimensional a partir de
desdobramentos do plano, revelando a complexidade do simples. Usava materiais
industriais, como chapas de alumínio, de latão, de ferro, que ele cortava e dobrava, em
constantes variações. Sua obra reflete seu pensamento claro e ordenado. Faleceu no
dia 9 de fevereiro de 2003 no ABC paulista.
5.15 SURREALISMO
Salvador Dali: é, sem dúvida, o mais conhecido dos artistas surrealistas. Estudou em
Barcelona e depois em Madri, na Academia de San Fernando. Nessa época teve
oportunidade de conhecer Lorca e Buñuel. Suas primeiras obras são influenciadas pelo
cubismo de Gris e pela pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Finalmente aderiu ao
surrealismo, junto com seu amigo Luis Buñuel, cineasta. Em 1924 o pintor foi expulso da
Academia e começou a se interessar pela psicanálise de Freud, de grande importância
ao longo de toda a sua obra. Sua primeira viagem a Paris em 1927 foi fundamental para
sua carreira. Fez amizade com Picasso e Breton e se entusiasmou com a obra de
Tanguy e o maneirista Arcimboldo. O filme O Cão Andaluz, que fez com Buñuel, data de
1929. Ele criou o conceito de “paranóia critica“ para referir-se à atitude de quem recusa
a lógica que rege a vida comum das pessoas .Segundo ele, é preciso “contribuir para o
total descrédito da realidade”. No final dos anos 30 foi várias vezes para a Itália a fim de
estudar os grandes mestres. Instalou seu ateliê em Roma, embora continuasse viajando.
Depois de conhecer em Londres Sigmund Freud, fez uma viagem para a América, onde
publicou sua biografia A Vida Secreta de Salvador Dali (1942). Ao voltar, se estabeleceu
definitivamente em Port Lligat com Gala, sua mulher, ex-mulher do poeta e amigo Paul
Éluard. Desde 1970 até sua morte dedicou-se ao desenho e à construção de seu
museu. Além da pintura ele desenvolveu esculturas e desenho de jóias e móveis.
Joan Miro: iniciou sua formação como pintor na escola de La Lonja, em Barcelona. Em
1912 entrou para a escola de arte de Francisco Gali, onde conheceu a obra dos
impressionistas e fauvistas franceses. Nessa época, fez amizade com Picabia e pouco
depois com Picasso e seus amigos cubistas, em cujo grupo militou durante algum
tempo. Em 1920 Miró instalou-se em Paris (embora no verão voltasse para Montroig),
onde se formara um grupo de amigos pintores, entre os quais estavam Masson, Leiris,
Artaud e Lial. Dois anos depois adquiriu forma La masía, obra fundamental em seu
desenvolvimento estilístico posterior e na qual Miró demonstrou uma grande precisão
gráfica. A partir daí sua pintura mudou radicalmente. Breton falava dela como o máximo
do surrealismo e se permitiu destacar o artista como um dos grandes gênios solitários
do século XX e da história da arte. A famosa magia de Miró se manifesta nessas telas de
traços nítidos e formas sinceras na aparência, mas difíceis de serem elucidadas, embora
se apresentem de forma amistosa ao observador. Miró também se dedicou à cerâmica e
à escultura, nas quais extravasou suas inquietações pictóricas.
“O sonho não pode ser também aplicado à solução das questões fundamentais da
vida?” (fragmento do Manifesto do Surrealismo de André Breton, francês que lançou o
movimento).
No mesmo manifesto, Breton define Surrealismo: "Automatismo psíquico pelo qual
alguém se propõe a exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra
maneira, o funcionamento real do pensamento".
5.16 COBRA
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Movimento artístico criado na Holanda, Sigla de Copenhague-Bruxelas-Amsterdam,
grupo artístico europeu que surgiu entre 1948 e 1951. Ligado esteticamente ao expressionismo
figurativo, teve como principais representantes Asger Jorn, Karel Appel e Pierre Alechinski.
Assim como as obras de Jackson Pollock essa pintura é gestual, livre, violenta na escolha de
cores e texturas.
Principais Artistas:
Pierre Alechinsky: pintor e gravador belga. Um dos mais jovens integrantes do grupo
Cobra, marcou sua obra pelo tachismo. Participou da XI Exposição Internacional do
Surrealismo, em 1965.
Asger Jorn: pintor dinamarquês. Sua obra é caracterizada pelo uso de cores vivas e
formas distorcidas. Sofreu influência dos pintores James Ensor e Paul Klee.
Karel Appel: pintor holandês. Criador de uma obra vigorosa e colorida, caracterizada
pela figuração rude e simplificada. Realizou também esculturas em madeira e metal.
5.17 POP-ART
5.17.1 No Brasil
5.18 OP-ART
A expressão “op-art” vem do inglês (optical art) e significa “arte óptica”. Defendia para
arte "menos expressão e mais visualização". Apesar do rigor com que é construída, simboliza
um mundo precário e instável, que se modifica a cada instante.
Apesar de ter ganhado força na metade da década de 1950, a Op Art passou por um
desenvolvimento relativamente lento. Ela não tem o ímpeto atual e o apelo emocional da Pop
Art; em comparação, parece excessivamente cerebral e sistemática, mais próxima das ciências
do que das humanidades. Por outro lado, suas possibilidades parecem ser tão ilimitadas
quanto as da ciência e da tecnologia.
Principais artistas:
5.19 GRAFFITI
Definido por Norman Mailler como “uma rebelião tribal contra a opressora civilização
industrial" e, por outros, como "violação, anarquia social, destruição moral, vandalismo puro e
simples", o Grafite saiu do seu gueto - o metrô - e das ruas das galerias e museus de arte,
instalando-se em coleções privadas e cobrindo com seus rabiscos e signos os mais variados
objetos de consumo.
A primeira grande exposição de Grafite foi realizada em 1975 no "Artist's Space", de
Nova York, com apresentação de Peter Schjeldahl, mas a consagração veio com a mostra
"New York/New Wave" organizada por Diego Cortez, em 1981, no PS 1, um dos principais
espaços de vanguarda de Nova York.
Características gerais:
Spray art - pixação de signos, palavras ou frases de humor rápido, existe a valorização
do desenho.
Stencil art - o grafiteiro utiliza um cartão com formas recortadas que, ao receber o jato
de spray, só deixa passar a tinta pelos orifícios determinados, valoriza-se a cor.
Principal artista: Jean Michel Basquiat (1960-1988): nascido no Haiti, iniciou sua carreira
grafitando as paredes e muros de Nova York. Seus grafites mostravam símbolos de variadas
culturas, de obras famosas, e principalmente ícones da cultura e consumo americanos,
principalmente no contexto político e social. As temáticas do seu trabalho refletem suas
preocupações, como o genocídio, a opressão e o racismo. Com 21 anos participou da sua
primeira coletiva em Nova York. Foi patrocinado por Andy Warhol (Pop Art), a partir daí virou
celebridade. Morreu prematuramente em virtude de depressão e drogas.
No Brasil, destacam-se os artistas: Alex Vallauri, Waldemar Zaidler e Carlos Matuck,
também se destacam artistas de vanguarda como: Os Gêmeos: Otávio e Gustavo, Boleta,
Nunca, Nina, Speto, Tikka e T. Freak.
5.20 INTERFERÊNCIA
5.21 INSTALAÇÃO
Principal Artista: