Paper 4
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RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo caracterizar os principais desafios e oportunidades que o
professor de ciências biológicas pode encontrar para o desenvolvimento e aplicação de suas aulas.
Para isso foi definido o tema de uma aula de ciências para alunos do 6º ano do ensino fundamental
II, tendo como assunto: CITOLOGIA: CÉLULA COMO UNIDADE DA VIDA, apresentando-se
como objetivos específicos para o trabalho desta temática os seguintes pontos: criar um plano de
aula para o assunto definido, desenvolver material didático que possa estimular a pesquisa nos
alunos, aplicar uma aula de citologia teórico-prática. Após o desenvolvimento destes objetivos,
serão avaliados resultados observados durante a construção deste material didático.
Palavras-chave: Citologia. Material didático. Microscopia. Plano de aula.
1. INTRODUÇÃO
Para o trabalho levanta-se o seguinte problema: como ensinar citologia para alunos do
ensino fundamental, agregando teoria e prática, através de materiais didáticos que estimulem a
investigação e pesquisa nos alunos?
Os objetivos específicos são: criar um plano de aula para disciplina de Citologia: Célula
como unidade da vida; desenvolver material didático que possa estimular a pesquisa nos alunos;
aplicar uma aula de citologia teórico prática.
Alguns dos principais autores consultados para o estudo foram: Regina Célia Cazaux Haydt,
Leandro Karnal, Josenei Martins e Sandra Sasse.
Para isso será realizado uma pesquisa relacionada ao tema, sendo aplicado o método
qualitativo e revisão bibliográfica com prática real em estudo simulado. As fontes utilizadas no
trabalho foram físicas e virtuais como livros, periódicos, artigos, teses publicadas na internet, e nos
documentos oficiais que orientam a educação básica no Brasil, em busca de identificar os desafios
enfrentados pelos professores para ensino desta temática, além de estratégias didáticas, recursos e
materiais didáticos mais utilizados, bem como planos de aula e de estudos sobre citologia. Com
base nos objetos encontrados, desenvolver uma aula teórico-prático, com estratégias e recursos
1 Juliano da Silva
2 Nádia Maria Alcântara Pontes. E-mail: [email protected]
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Licenciatura Ciências Biológicas (BID-0453) – Prática do
Módulo IV - 30/05/18
didáticos que possam ser aplicados em escolas, publicas e privadas, e desenvolvida com os alunos
do 6º ano do ensino fundamental.
Ao entrar em uma sala de aula para assistir ou ensinar sobre um determinado assunto
referente a uma das matérias da grade curricular, pode parecer muitas vezes, que nem o professor
nem os alunos sabem o que estão fazendo ali naquele momento, isso ocorre devido à falta de
planejamento didático. Veremos a seguir o Planejamento as aulas e sua importância no ensino de
Citologia.
Acreditamos que o problema do planejamento das aulas se agrava quando o assunto sai um
pouco do cotidiano do indivíduo, que é o caso do ensino de ciências, e se eleva diante de um tema
onde o seu objeto é invisível ao olhar humano, como é o caso da Citologia.
Para que o professor desenvolva seu papel conforme sugere (Martins e Sasse,2011), para
uma pedagogia crítica e social, deve ser estabelecido uma relação entre professor e aluno, onde o
professor deve despertar as necessidades, acelerar e disciplinar os métodos de estudo, o professor é
um mediador entre o aluno e os conteúdos. Exercendo papel fundamental dentro desta relação a
didática, que é definida por Haydt como:
É o meio pelo qual o professor prepara-se para dar uma aula, uma aula que faça com que o
aluno possa organizar as situações de aprendizagem partindo de questões que sejam desafiadoras,
reconhecendo a diversidade cultural, estimulem o interesse e a curiosidade científica, conforme
recomenda a atual Base Nacional Comum Curricular(BNCC,2017) onde os alunos do ensino
fundamental devam adquirir competências especificas de ciências da natureza e não simplesmente
memorizar diversos conteúdos para serem aprovados nas avaliações. Competências especificas de
ciências da natureza para ensino fundamental são:
Além destas competências citadas acima, a base nacional comum curricular sugere que os
alunos devem sair de cada ano de ensino com conhecimento comum em todo o território brasileiro,
no caso do 6º do ensino fundamental, podemos citar como conteúdo obrigatório pertencente a
unidade temática VIDA e EVOLUÇÂO, o objeto de conhecimento CÉLULA COMO UNIDADE
DA VIDA, onde o aluno deverá explicar a organização básica das células e seu papel como unidade
estrutural e funcional dos seres vivos, concluir [...], que os organismos são um complexo arranjo de
sistemas com diferentes níveis de organização (BNCC, 2017).
Esqueça aquelas bobagens de longos planos de aula com objetivos, meios, recursos etc, que
ensinam em tantos lugares. Você não conseguirá manter esses planos detalhados ao longo
dos meses. Pior, não conseguindo mais fazer de forma “arrumadinha” seu plano, a
tendência será de parar de fazer qualquer planejamento. É um erro fatal. (KARNAL,2012)
Conforme (Martins e Sasse, 2011) muitos são os modelos utilizados para a confecção dos
planos de aula, mas acreditam que qualquer que seja o modelo adotado pelo professor, quatro
componentes são indispensáveis:
Sabemos que muitos outros aspectos são tão importantes quanto aos mencionados acima,
mas que muitas vezes são deixados de lado na hora de planejar, como os recursos utilizados, o
tempo necessário de aula, a interação da turma, a conexão entre as aulas anteriores, itens que
acabam sabotando todo um plano de aula elaborado, como bem citado por Karnal, 2012:
Se sua aula tem 45 minutos, digamos, pense que quase 15 (geralmente mais) serão perdidos
nos bueiros da chamada, indisciplina, avisos, mãos que se levantam para ir ao banheiro etc.
Então imaginado que todo conteúdo deve fazer link com o que você deu na aula anterior
naquela turma (lembre-se de que o aluno acabou de sair de uma aula sobre Tabela Periódica
e está entrando numa sobre Império Bizantino), que este link demore uns cinco minutos e
que você precisa reservar uns cinco minutos para fechar o conteúdo retomando conceitos
centrais e reforçando o que foi dado restam... vinte minutos de aula. Evite começar lento e
começar a correr quando o tempo se esgota. A técnica não pode ser superior ao contéudo:
você não pode passar mais tempo escrevendo do explicando, mais tempo montando
Datashow do que analisando e mais tempo removendo cadeiras para um debate do que
realizando o evento. (KARNAL, 2012)
Agora imagine se diante de tantos objetos e eventos, que devem ser observados para se
ensinar um assunto, o professor não conseguir planejar a sua aula, com certeza encontraremos
dentro da sala, alunos com a mente em outro lugar, sem saber “o por que e o para que” estão
estudando ciências e particularmente citologia.
A legislação brasileira não define qual conteúdo essencial deve ser estudado e exposto ao
aluno, para que este possa adquirir as competências especificas já mencionada acima, cabe ao
professor definir o conteúdo para se atingir tais competências. Neste aspecto podemos identificar
muitos assuntos a serem abordados para o ensino de ciências.
Para poder entender a célula como unidade da vida, devemos desenvolver uma série de
conteúdos esquematizados, para que o aluno possa desenvolver uma linha de entendimento e
raciocínio, contudo devem ser considerados a idade e etapa de ensino no qual o aluno encontra-se.
Conforme Lindner e Viviane (2012), de forma ampla, dentro da citologia podemos estudar:
Os fundamentos desta ciência, subdivididos em história, microscopia, teoria celular, componentes
químicos das células, seguindo com a classificação celular entre procariontes e eucariontes, a
estrutura geral das células, organelas e suas funções, membranas biológicas, divisão e diferenciação
celular, além das relações com o meio, doenças e etc.
Tallini (2008) sugere um mapa conceitual das disciplinas (assuntos) fundamentais sobre o
estudo de citologia, figura 01.
Assim acreditamos que para uma adequada alfabetização cientifica do aluno não adianta
escolher um assunto isolado para se ensinar algo, tão importante que nem as células, o que exige a
sequência de aulas dinâmicas, teóricas e práticas, que façam com que o aluno tenha interesse pelo
conteúdo programado.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Artigos:
Material didático no ensino de ciências.
Recursos didáticos no ensino de ciências e biologia.
Planos de ensino biologia/ciências 2016.
Planejamento anual de ciências ensino fundamental (6º ao 9º ano);
Livros e e-books:
Atlas de microscopia para a educação básica;
Práticas de anatomia e histologia para educação básica;
Materiais didáticos;
Didática e metodologia do ensino de ciências biológicas. Ed. Uniasselvi, 2011;
Curso de didática geral. Regina Célia C.Haydt;
Documentos oficiais:
PCNs ensino fundamental II ciências da natureza;
BNCC ensino fundamental 2017, área de ciências da natureza;
Reestruturação curricular ensino fundamental e ensino médio, 2016, do estado do Rio
grande do Sul.
Manuais:
Manual de atividades laboratoriais e didático-pedagógicas de ciências biológicas,
Ed.Uniasselvi 2012;
Manual de aula práticas de ciências e biologia – compêndio – João Pinheiro,2015.
Sites:
Banco internacional de objetos educacionais - http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Ciencias/
https://acervodigital.unesp.br/
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=319
Após analise do material teórico, foi desenvolvido um formulário modelo de plano de aula
digital, utilizando o aplicativo Microsoft Excel 2010, que poderá ser utilizado para outros planos de
aula futuros.
Para confecção deste modelo, foi considerado vários aspectos a serem observados pelo
professor durante a preparação das aulas, afim de evitar aulas monótonas e possibilitar o
desenvolvimento de aulas diversificadas com diferentes estratégias e recursos didáticos. Seguindo
uma sequência estrutural conforme (ANEXO 1). Paralelo ao plano de aula, foi desenvolvido o
material didático para aplicação da aula, como uma apresentação de slides, e preparação de lâminas
para observação no microscópio.
Para estimular os alunos em ciências, podemos identificar que a combinação entre teoria e
prática é uma estratégia didática bem empregada. Contudo uma aula prática nem sempre é possível
devido as limitações da escola, como por exemplo a falta de um laboratório de ciências, a falta de
equipamentos e instrumentos, ou ainda a existência de equipamentos, porem sem manutenção. Por
isso foi desenvolvido um instrumento didático indispensável para uma aula prática de citologia, um
microscópio.
1 placa de 9 cm x 14 cm x 1 cm, da mesma porta de guarda roupa, para formar a mesa móvel
e suporte das lâminas de observação. R$0,00
3 barras rosqueadas de rosca 6M, com 25cm de comprimento cada, para formar as colunas;
R$5,00
Antes de instalar a webcam que funcionara como leitor óptico, será necessário fazer uma
alteração de seus componentes, onde o ajuste do foco deverá ser invertido, para isso a webcam
deverá ser aberta, retirado o foco e posiciona-lo virado para baixo, utilizando super cola ou cola
quente para fixa-lo, novamente sobre leitor óptico. Após este procedimento o microscópio já pode
ser montado, fixando as barras rosqueadas nas bases e as demais peças conforme o projeto (figura
05).
Fonte:do autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após organização dos objetos desenvolvidos, foi possível avaliar sobre a importância de um
planejamento de aula estruturado. Este tipo de planejamento faz com que o professor, se interesse
pelo tema da aula, buscando a sintetização do conteúdo, sem perder foco dos objetivos iniciais no
tema proposto. Outro aspecto de grande relevância encontra-se sobre a formação de um modelo de
plano de aula dinâmico, que vai desenvolvendo-se à medida que o professor ganha experiência
docente, facilitando a elaboração de planos de aula sistematizados sem que o professor perca muito
tempo, idealizando a aula e nem fazendo aulas monologas. Contudo não podemos deixar de
salientar que o planejamento é um guia de orientação ao professor e não algo estático, que o
professor seguirá a risca.
A pesquisa associada ao desenvolvimento do próprio material didático, faz com que o
professor, principalmente os novatos, reflita previamente sobre como será a aula, minimizando os
possíveis imprevistos de uma aula.
Durante os testes do microscópio foi possível observar e registrar as células, com uma boa
resolução e ampliação, as imagens ainda podem ser melhoradas com de software de edição de
imagens, e ainda devem ser analisados os níveis de ampliação do objeto de pesquisa, bem como a
possibilidade de uso de filtros coloridos, para facilitar a observação de imagens sem precisar aplicar
corantes nas preparações celulares nas lâminas.
Como foi um projeto piloto para criação de um material didático para aula de citologia e
outras que exijam analises microscópicas, este material poderá e deverá ser melhor desenvolvido
com objetivo de obter melhores resultados de observação microscópica, para analise e identificação
de seres celulares.
5. CONCLUSÕES
Este trabalho proporcionou uma prévia, do que espera o futuro do professor, em suas
preparações das aulas, principalmente aulas dinâmicas que envolvam teoria e prática, como foi o
caso do tema escolhido para este trabalho, CITOLOGIA: CÉLULA COMO UNIDADE DA VIDA.
Ao mesmo tempo foi estimulante, pois demonstrou que é possível usar de criatividade e de
materiais alternativos para criar ferramentas e instrumentos didáticos, para as aulas de ciências e
biologia. Ferramentas que os próprios alunos podem desenvolver e fabricar a exemplo dos
instrumentos oficiais utilizados nos atuais laboratórios, que receberam os nomes de seus criadores,
como BECKER, ERLENMEYER, BUNSEM e talvez assim despertar o interesse de mentes avidas
pelas ciências, mas que permanecem em repouso por falta de estímulos adequados.
Assim com uma aula planejada de forma “arrumadinha”, e com as mínimas condições para
elaboração de aulas práticas, possamos reverter a imagem de alunos com baixo interesse pelos os
estudos, á dificuldade de aprendizado e desinteresse científico.
REFERÊNCIAS
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MICROSCOPIA PARA EDUCAÇÃO BÁSICA. Londrina – PR: Ed. Kan, 2014.
ARAÚJO, Eduardo José de Almeida; et al. PRÁTICAS DE ANATOMIA E HISTOLOGIA
PARA EDUCAÇÃO BÁSICA. Londrina – PR: Ed. Kan, 2011
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Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ > Acesso em: 25 mar. 2018.
BRAISL. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais /
Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997
DICIONARIO Etimológico. ETIMOLOGIA E ORIGEM DAS PALAVRAS. Disponível em: <
https://www.dicionarioetimologico.com.br/ > Acesso em: 07 abr.2018.
HAYDT, Regina Célia Cazaux. CURSO DE DIDÁTICA GERAL. 1º ed. São Paulo, Ed. Ática,
2011.
LINDNER, Bianca; VIVIANE, Daniela. CITOLOGIA. 2º Ed. Indaial: Uniasselvi, 2012.
KARNAL, Leandro. CONVERSAS COM UM JOVEM PROFESSOR. São Paulo, Ed. Contexto,
2012.
MARTINS, Josenei; SASSE, Sandra. DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO DE
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS. Indaial:UNIASSELVI,2011.
MANUAL de atividades laboratoriais e didático-pedagógicas de ciências biológicas, Ed.Uniasselvi
2012.
MANUAL de aula práticas de ciências e biologia – compêndio – João Pinheiro,2015.
TALLINI, Karin. CITOLOGIA. Porto Alegre, Escola Técnica da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, 2008.
Sites :
BANCO INTERNACIONAL DE OBJETOS EDUCACIONAIS Disponível em: -
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/>. Acesso em: 11 de abr. de 2018.
SÓBIOLOGIA. CIÊNCIAS. Disponível em: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Ciencias/
https://acervodigital.unesp.br/>. Acesso em: 11 de abr. de 2018.
Disponível em:<http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?
conteudo=319>Acesso em: 11 de abr. de 2018.
ANEXO 01