Este documento apresenta as informações sobre o evento "Políticas da Estética" que inclui seis resumos de trabalhos acadêmicos sobre diversos temas relacionados à estética e dois resumos de trabalhos que serão apresentados oralmente durante o evento.
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RESUMOS EVENTO “POLÍTICAS DA ESTÉTICA”
Entre o desejo e o não acontecimento: pensando Hegel enquanto lê Kafka (Ana Karênina)
A realidade potencial (Eduardo Pellejero)
A estética da autonomia política: algumas considerações sobre o movimento armado zapatista
(Carolina Silva)
O político da pornografia em Hilda Hilst (Clayton Marinho)
A “elaboração do mundo sensível do anônimo”: esboço de uma leitura da estética de Hegel a
partir da noção de regime estético das artes (André Vinícius)
A literatura e o outro (Jéssica Barbosa)
[ORAL]
autore(s): Pedro Lucas de Lima Freire Bezerra
título do trabalho: As potências da desordem: literatura e imagem em Rulfo e Bolaño resumo: As explorações das imagens na literatura tem um aspecto performático na maioria das vezes. Como aspecto textual, as imagens (sejam fotografias ou pinturas) produzem no leitor/espectador um pacto distanciado das palavras e dos sentidos, em uma comunicação distinta, singular. Nesse ensaio, propomos uma leitura imersiva do papel da imagem (como fotografia e como instalação artística) na obra de dois autores latino-americanos, Roberto Bolaño e Juan Rulfo, que em momentos de suas literaturas promoveram um contato político e critico a partir de imagens que surgem em suas obras, expandindo suas possibilidades artísticas num contato intrínseco entre campos distintos da arte. vínculo acadêmico (se possuir): Mestrando em Literatura Comparada - Universidade Federal do Rio Grande do Norte email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: Datashow para exibição de Slides Commented [LT1]: 5
autore(s): Mateus Vinícius Barros Uchôa
título do trabalho: Estética Descolonial. Libertação das sensibilidades capturadas pela modernidade/colonialidade. resumo: Em torno do problema da colonialidade/descolonialidade da estética, este trabalho procura introduzir na esfera do conhecimento o papel das insurgências sensíveis ao colonialismo na arte. A ideia mesma de 'estética colonial' motiva a desconstrução da concepção européia de 'estética' e de história da arte, possibilitando investigações sobre processos artísticos que implicam a redefinição destes conceitos a partir da valorização das perspectivas cosmopolíticas ameríndias e africanas. A suposição de uma definição universal de estética pelo ocidente, como ponto de referência para legitimar o que é e o que não é arte, é criticada pelas desobediências epistêmicas da descolonialidade para liberar subjetividades, sentidos e emoções, cruzando fronteiras conceituais para reinscrever e reincorporar formas de viver, pensar e sentir que ao longo da história foram violentamente silenciadas pelo projeto colonial da modernidade. O intuito desde trabalho é investigar as condições de possibilidade de re-existência de sensibilidades marcadas pela 'ferida colonial'. Commented [LT2]: 4 Palavras-chave: Estética; Modernidade; Descolonização vínculo acadêmico (se possuir): professor na Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento:
autore(s): Gabriel Kafure da Rocha
título do trabalho: Bachelard e o corpo: uma investigação fenomenológica por meio da capoeira angola resumo: O presente artigo pretende fazer uma análise da possibilidade de diálogo entre Bachelard, a capoeira e as fenomenologias do corpo - como conciliar a filosofia europeia com a cultura indo-afroamericana? Para isso, nos valeremos do imaginário da capoeira angola em busca de trocas nessa roda de saberes, pelo o conceito de fisiognomia de Bachelard que se aplicará na capoeira angola para revelar a relação entre animalidade e dissimulação da ritualidade dessa prática. Logo, desenvolveremos esse complexo pela força de antagonismos da poética e da epistemologia. Para isso, nos valeremos de breves comentários dos filósofos afrincanos Hountondji e Senghor, para desvelar o pluralismo na filosofia francesa de Bachelard aplicada à africanidade e a partir dessa experiência do pensamento buscar mediar os relatos de experiências geopoéticas e mesmo políticas na ação de ensino-aprendizagem da de capoeira angola e filosofia. vínculo acadêmico (se possuir): Doutorando UFRN email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: não Commented [LT3]: 4 Quase 3
autor(xs): Gabriel P. N. Silva
título do trabalho: MUSEUS, MAUSOLÉUS E OUTRAS COISAS resumo: O trabalho que proponho apresentar se dá à luz de dois nomes: Valéry e Adorno. Mas também se dá à luz de outros dois: Hegel e Rancière. Os primeiros exprimem sua visão pessimista e, diga-se de passagem, negativa sobre os museus. Para um, o museu é aquele lugar em que as imagens se sucedem umas às outras não dando espaço para o “espaço” que separa uma obra de arte de outra. Para o outro, o museu se relaciona, etimológica e, diga-se assim, ontologicamente, ao mausoléu, esse lar perene dos mortos que os vivos visitam a guisa de melancolia ou sadismo. Não pretendo repetir os que eles dizem, apesar de seguir a contrario sua lição. De fato, os museus são esses espaços em que não há “espaço” separando as imagens. De fato, os museus são jazigos em que se depositam imagens, sejam quais forem, para o prazer melancólico ou sádico. Mas o que os torna importantes, penso, é a potência que têm de criarem uma espacialidade e uma temporalidade novas (como Rancière o expõe em O espectador emancipado). Ora, existem imagens que vemos cotidianamente, mas há as imagens de um museu, aquelas que competem com outras, na mesma sala, a atenção do olhar de um espectador qualquer. Aí entram os segundos autores. Acredito que ambos exponham um paradoxo, senão um problema, implicado no olhar: não há olhar que não esteja “contaminado” de modo que ver uma imagem é um exercício que dispensa o não saber. Mas “não saber” é uma palavra, ela mesma, problemática. Para Hegel e Rancière, implica uma negação de algo que já está posto de um modo ou de outro. Para o primeiro, trata-se da negação do fato de que a consciência já operou sobre um objeto qualquer. Para o segundo, trata-se do impulso mesmo para a emancipação intelectual ou a emancipação do olhar, ou seja, trata-se da verificação da igualdade das inteligências de qualquer um com qualquer um. Assim, o espectador é lançado em um paradoxo, o de que o que diz, faz e vê da arte não é determinado ou condicionado por uma inteligência alheia, ao mesmo tempo em que só pode verificar a igualdade dela se bem antes verificá-la com outro. O museu como lugar da arte, como lugar da criação de sentidos próprios, como lugar de um paradoxo que se dá sob o nome de espectador. Assim, tentarei relacionar o problema do museu, como exposto por Adorno/Valéry, com a questão do espectador, como exposta por Hegel/Rancière, mas uma relação indireta, feita por rodeios, para concluir, sem medo, que o museu é também lugar de emancipação. Há emancipação quando há, entre o espectador e o ator, o pintor, o diretor etc., uma distância, quando o olhar, o ouvir, o pensar etc. não se submete à vontade alheia, quando se estabelece como ponto intermediário entre o espectador e o ator... uma terceira coisa. Mas gosto sempre de dizer mais: há emancipação quando se criam cenas de dissenso em que a igualdade intelectual de cada um é atualizada e verificada, quando há um tempo e um espaço novos, quando se dá ao museu a chance de dar a ver seus cadáveres. vínculo acadêmico (se possuir): PPgFil UFRN email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: Não Commented [LT4]: 4
autor(xs): Cláudia Ferreira
título do trabalho: Das migalhas mastigadas não se chega à alegria do pão resumo: Hannah Arendt considera que na sociedade de massas restou um único indivíduo: o/a artista. Peter Sloterdijk, por sua vez, e valendo-se de uma história que tem na senhora e na criada o par revelador do caminho encetado pela filosofia até à contemporaneidade, conclui que a intempestividade do pensamento apenas se manterá pela sua associação à arte. Aliás, o filósofo alemão traça um diagnóstico bastante sombrio patente no pendor escolástico actual, de onde resulta uma tristeza evidente: das migalhas mastigadas não se chega à alegria do pão, afirmamos. Todavia, o enfoque aproximativo à obra de arte deverá alterar a sua natureza: passar da convexidade para a concavidade e, dessa forma, reavivar o especialíssimo sonho de John Berger, quem desejou tornar as coisas mais nelas próprias. Ou seja, entrar dentro da obra através da “porta” aludida por Georges Didi-Huberman e percorrê-la também discursivamente. Apresenta-se, entretanto, uma obra sintomática: O Pequeno Mundo, de Jorge Molder, datada do ano de 2000. vínculo acadêmico (se possuir): Investigadora colaboradora do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX - CEIS20/Universidade de Coimbra email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: computador para projecção de powerpoint
autor(xs): Christian F. R. G. Vinci
título do trabalho: Escrita e Devir: a potência política da literatura em Gilles Deleuze resumo: Escrita e Devir: os exemplos literários de Gilles Deleuze Resumo: “A escrita é inseparável do devir”, asseverou certa vez Gilles Deleuze (2006a, p. 11). Commented [LT5]: WTF? Operando na extremidade de nosso saber, ou naquela “ponta extrema que separa nosso saber de nossa ignorância” (2006b, p. 17), o processo de escrever assumiria uma tarefa política das mais urgentes para o autor de Diferença e Repetição, qual seja: abrir uma picada no espaço do vivido de modo a capturar a emergência de uma potência impessoal e incondicionada. Potência que Deleuze, em seu derradeiro escrito, singelamente denominou de uma vida. Por qual razão tal tarefa assumiria contornos políticos? Ao escrever, nos entregando aos fluxos próprios da escrita, concedemos espaço ao impensável e construímos, ainda que de maneira informe, uma outra relação com o vivido, uma outra relação com o mundo. Não surpreende, dado esse curto preâmbulo, a constante menção a literatos ao longo das obras de Deleuze, escritas ou não em parceria com Guattari. A literatura, argumentam os autores de O que é a Filosofia?, seria a responsável por não só capturar um instante daquela força impessoal, denominada de uma vida, mas também por fazê-la durar. Por ser criadora de perceptos, esses “pacotes de sensações e de relações que sobrevivem àqueles que os vivenciam” (Deleuze, 2007, p. 171), apenas o fazer artístico, no caso o literário, pode prolongar e fazer durar alguns instantes fugazes do mundo, algumas alegrias disparadas pela construção de uma outra relação com o espaço do vivido, fazendo-o extravasar. Só a escrita pode estancar o fluxo da vida, tornando palatável ao sentir uma vitalidade incompreensível no âmbito do conceito. Não obstante essa potência própria à escrita, mormente à literatura, sua ativação não parece ser uma tarefa fácil e tampouco isenta de perigos. Conforme adentramos no corpus deleuziano e/ou deleuzo-guattarino, deparamos com personagens singulares, sujeitos catatônicos ou à beira da morte. Os exemplos literários ofertados por Deleuze assim o confirmam: as personagens de Samuel Beckett; Bartleby, o escrivão, e Billy Budd, ambos de Herman Melville e assim por diante. São personagens, seguindo o argumento de Phillipe Mengue (2013), que surgem mais como contraexemplos, dado o perigoso processo involutivo que vivenciam, do que exemplos propriamente. De modo que, não seria descabido afirmar, a potência impessoal de uma vida parece surgir apenas em estados limítrofes, Deleuze parece sugerir que somente em situações extremas, nas quais padecemos o mortífero risco de nos perder, acessamos esse espaço que extravasa o vivido. Talvez, diferentemente do que defende Mengue, o problema esteja no fato de rotineiramente procurarmos, nesses exemplos literários ofertados por Deleuze, modelos literais de conduta política. Parece-nos que, tais remissões literárias, não visam ofertar-nos exemplos políticos, como sugere Mengue, mas um vislumbre da construção de um outro tipo de relação com o mundo, uma relação que passa pela instauração de intensos movimentos passíveis de serem apreendidos apenas pela escrita. Esse trabalho procurará, portanto, debruçar-se sobre a concepção de escrita em Deleuze, a tarefa política assumida por esta ao longo de sua obra, e o importante papel da literatura para construção dessa sua concepção. Para tanto, serão necessários dois movimentos. Em um primeiro, compreenderemos o papel dos exemplos literários no interior da economia argumentativa deleuziana e/ou deleuzo-guattariana, debruçando-nos especificamente sobre duas personagens, quais sejam: Riverhood, de Charles Dickens, e Bartleby, de Melville. Ambas as personagens aparecem em momentos distintos da discussão empreendida por Deleuze, o primeiro no derradeiro texto do filósofo, intitulado Imanência: uma vida, e o segundo em alguns textos dedicados a arte, mormente Bartleby ou a fórmula. Por qual razão Deleuze se vale dessas figuras, quais movimentos argumentativos elas lhe possibilitam ousar? E, ademais, qual política expressam em sua involução? Em um segundo movimento, procuraremos sondar o quanto a potência literária vislumbrada por Deleuze nessas obras influenciou a sua própria escrita, sobretudo aquela de livros mais experimentais como O Anti- Édipo e Mil Platôs. Como pano de fundo, procuraremos lançar luz sobre a relação entre filosofia e não-filosofia ou, em outros termos, a importância das experiências estéticas para o trabalho político do pensamento, em sua incansável procura pelo impensável. Referências Bibliográficas DELEUZE, Gilles. “A literatura e a vida”. In: DELEUZE, Gilles. Crítica e Clínica. Trad. de Peter Pal Pelbart. São Paulo: Editora 34, 2006a. p. 11 – 16. DELEUZE, Gilles. Diferença e Repetição. Trad. de Luiz Orlandi e Roberto Machado. São Paulo: Graal, 2006b. DELEUZE, Gilles. “Sobre filosofia”. In: DELEUZE, Gilles. Conversações. Trad. de Peter Pal Pelbart. São Paulo: Editora 34, 2007. p. 169-193 DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O Que é a Filosofia? Trad. de Bento Prado Jr. e Alonso Muñoz. São Paulo: Editora 34, 1992. MENGUE, Phillipe. Faire l’idiot: la politique de Deleuze. Paris: Germina, 2013. vínculo acadêmico (se possuir): Doutorando pela Universidade de São Paulo email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: datashow Commented [LT6]: Essa pessoa não sabe o que é um resumo, mas 5
autor(xs): Daniela Cunha Blanco
título do trabalho: Entre a expectação do mesmo e expectativa do extraordinário: o plano- sequência como modo de pensamento em Jacques Rancière resumo: A partir da leitura empreendida por Jacques Rancière do filme As harmonias de Werckmeister, de Béla Tarr, pretendemos pensar como a ideia de plano-sequência aparece no filósofo concebida, não como uma técnica cinematográfica, mas, antes, como um modo de pensamento. Tal proposta visa dar a ver um caráter específico das discussões em torno do cinema empreendidas por Rancière, qual seja, a de que qualquer um pode falar do cinema, pode com ele pensar e construir novas formas de viver. Trata-se de assumir uma posição de amadorismo, que, como afirma o autor, “é também uma posição teórica e política, a que recusa a autoridade dos especialistas, sempre a reexaminar o modo como as fronteiras entre suas áreas se traçam na encruzilhada das experiências e dos saberes” (Rancière, 2012b, p. 16). Desse modo, pretendemos pensar que a maneira com a qual o autor trata do tema do plano- sequência operaria um desvio em relação ao sentido comum do termo, que designaria um modo específico de fazer do cinema, uma técnica que lhe seria própria. Essa ressignificação pode ainda ser vista na afirmação do autor de que a literatura do século XIX – como a de Gustave Flaubert, Balzac e Vitor Hugo –, muito antes do cinema, teria sido a primeira das artes a expressar um tratamento sequencial do tempo. Chamo assim o tratamento que constitui a narrativa por blocos desiguais e descontínuos de espaço-tempo, por oposição ao modelo da representação, que é o da cadeia temporal homogênea de causas e efeitos, de vontades que se traduzem em acontecimentos e de acontecimentos que acarretam outros acontecimentos. O tempo instituído pela revolução literária é um tempo sequencializado, dividido em blocos de presentes amontoados uns sobre os outros que poderiam ser, por antecipação, chamados de planos-sequências. (Rancière, 2012b, p. 56) Assim, trata-se de compreendê-lo como um modo de pensamento, como uma maneira específica de lidar com a relação espaço-temporal do pensamento e dos modos de vida. Rancière afirma, ainda, que esse tratamento do tempo apresentar-se-ia em oposição a um outro modo de pensamento: aquele associado pelo autor à intriga aristotélica, na qual o sensível aparece sempre subordinado à razão, configurando uma totalidade da narrativa que não permite o surgimento de nenhum afeto contingencial. Tudo deve, na intriga, estar dentro de uma ordenação causal. Nela, há sempre um começo, um meio e um fim; o que quer também dizer que há um passado, um presente e um futuro, e que o caminhar entre esses três tempos se dá de maneira linear. O espaço apareceria aí, apenas como suporte para o desenrolar do tempo. Não há, nessa ordenação, a sobreposição de camadas temporais, tampouco lacunas ou fendas no espaço. Diferentemente, o que o tempo sequencializado configura, tanto na literatura quanto no cinema – sob o nome de plano-sequência –, é uma desordenação espaço-temporal. Nela, qualquer coisa tem poder de expressão e qualquer um pode ser afetado e transformar a matéria sensível em modo de vida. Nesse modo de pensamento “cada momento é um microcosmo. Cada plano-sequência deve-se à hora do mundo, à hora em que o mundo se reflete em intensidades sentidas por corpos” (Rancière, 2013b, p. 54). O filme de Béla Tarr surge, assim, como ocasião para fazer operar esse modo de pensamento do tempo sequencializado. Béla Tarr, diz Rancière (2013b), costuma apresentar esse filme como um conto de fadas romântico. A estrutura do ‘conto de fadas romântico’ é também isto: num lugar banal – uma pequena cidade de província, com as suas rotinas e rumores –, sucede algo extraordinário: um acontecimento estranho, uma criatura vinda de algures. Este algo extraordinário divide a comunidade em duas partes desiguais: há aqueles que tem medo, porque veem o Diabo em tudo o que é novo, e aqueles – muitas vezes apenas aquele – que se apercebem da dimensão da estranheza ou da monstruosidade. (Rancière, 2013b, p. 82) O filme configura, assim, uma textura espaço-temporal na qual vem se encontrar e tensionar duas expectações diversas: a de que a banalidade do mesmo se repita a cada dia e do extraordinário que surge e destroi tudo o que há. Essa textura sensível é desenhada nos grandes planos-sequências do filme, cujo maior afeto parece ser, de fato, a expectação. Vemo- la na cena na qual o personagem que se afigura como um idiota, János, no bar que parece frequentar diariamente ao fim do dia, encena com os outros frequentadores como seria um eclipse solar completo, a vida morrendo e nascendo novamente; um evento extraordinário encenado como uma dança por um grupo de homens bêbados que ali vão, todos os dias, na expectativa de que o mesmo aconteça e de que o extraordinário surja. É isso o que dá a ver a chegada da grande baleia na cidade, reunindo uma orda imensa de homens que vão se aproximando e armando fogueiras, acnunciando, no cotidiano banal do vilarejo, que algo extraordinário está por vir, que nada mais restará como está. Pretendemos, assim, a partir da textura espaço-temporal do filme de Béla Tarr, pensar como o plano-sequência surge como um modo de pensamento que não seria próprio ao cinema, mas que estaria, antes, disponível à qualquer um. Trata-se de pensar um modo de pensamento da textura sensível das coisas que seja também “uma maneira de ler e de transformar o que se leu em maneira de viver, de fazer disso o suporte de uma multiplicidade de atividades: errar e vaguear, refletir, fazer a exegese, sonhar. (Rancière, 2017, p. 83) Referências bibliográfica _________________. As distâncias do cinema. Trad, Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012b. _________________. Béla Tarr: o tempo do depois. Trad. Luís Lima. Lisboa: Orfeu Negro, 2013b. _________________. Ler bords de la fiction. Paris: Éditions du Seuil, 2017a. vínculo acadêmico (se possuir): Mestranda em Filosofia (USP) email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: Commented [LT7]: Claro que quero ver esse. 5
autor(xs): Franco Fonseca
título do trabalho: CENA PÓS COQUETEL : UMA POÉTICA POLÍTICA DA AIDS. resumo: Neste trabalho há Aids, mas aid$ como metáfora (SONTAG, 2007), suas interfaces e influências discursivas nas artes cênicas aqui são tensionadas. Se investiga os processos criativos dos artistas vivendo com hiv: Micaela Cyrino; Flip Couto; Fênix Negra Zion e Franco Fonseca, nas respectivas obras: Cura(2015), Sangue(2016), Reagente(2017), Chupa essa Manga; Baile Urubu(2018) . Aqui se firma a noção de “pós coquetel”, uma nova representação discursiva para a epidemia e morte por Aids, surgida em 1996 com a implementação dos antirretrovirais para combate ao HIV. Lançar um olhar “pós coquetel” às artes cênicas é confrontar discursos genocidas dessa epidemia, marcados por fatores políticos, econômicos e sociais. A metodologia é a de “Rede de Criação”, de SALLES (2013), istoé, experimenta-se o “movimento tradutório” no percurso de experimentação que afetou os citados artistas/obras e procura identificar sua relevância nos processos poéticos políticos que questionem o controle dos desejos, das sexualidades e da expressão de gênero dissidentes que são marcadas pelas metáforas da Aids (FOUCAULT, 1984; 1977). As obras analisadas sob a noção de "peste" de ARTAUD (2006), uma ideia de peste como potência criativa, contagiosa, pulsante e visceral. vínculo acadêmico (se possuir): Mestrando do PPgarc email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: Projetor multimídia, computador, caixas amplificadoras de som. Commented [LT8]: 3
autor(xs): Maria Luiza Assunção Chacon
título do trabalho: Guerreando sem testemunhas: a concepção de literatura em Osman Lins resumo: Osman Lins destaca-se como profícuo intelectual brasileiro não só pela produção e relevância de seus livros de ficção e teatro, como também por sua veia ensaísta – revelando- se, assim, um escritor que além de produzir literatura, ousou pensar sobre ela e sobre a sua condição de escritor. A dedicação com que Lins encabeçou a literatura nos dá a ver, principalmente, como ele fez dela sua vida. O título do ensaio publicado pelo autor pernambucano em 1969, Guerra sem testemunhas, alude à situação do escritor como eterno combatente, em luta consigo mesmo e com o mundo a sua volta que não o aceita nem jamais poderá aceitá-lo. Osman Lins, ao longo dessa obra, volta o seu olhar para questões como – o que é o ato de escrever? Qual é o papel da literatura na vida dos indivíduos? O que determina o homem enquanto escritor? Lins volta-se, ainda, para as relações entre o escritor e o mercado editorial e o escritor e a vocação. É mais comum lermos e ouvirmos teóricos falarem acerca da criação literária do que propriamente escritores. Todavia, o que pretendemos com o presente trabalho é evidenciar a visão que, enquanto escritor, Osman Lins possuía sobre o assunto. Feito isso, poremos essa visão em diálogo com aspectos do pensamento de Jean-Paul Sartre em Situações II (1948), mais especificamente em seu texto “Que é a literatura?”, e com aspectos do pensamento de Roland Barthes em seus livros O grau zero da escritura (1953) e Crítica e verdade (1966). Quando propomos um “diálogo” entre esses autores, nos referimos, é claro, não só às similaridades entre suas formas de pensar, mas também aos contrapontos estabelecidos pelo escritor em relação à visão desses teóricos franceses. O ensaio “Que é a literatura?”, de Sartre, possui uma contribuição significativa e inegável para a teoria literária, e se revela como texto fundamental para o intelectual que se detém a pensar sobre o que é a literatura e o que é escrever. Não por acaso é que Osman Lins cita esse texto em duas das quatro epígrafes de Guerra sem testemunhas. Lins, à semelhança de Sartre, não concebe a escrita como consequência de um mergulho na imaginação, mas sim como ato extremo que decorre do trabalho árduo e do envolvimento incondicional por parte do escritor. É similar, também, entre Lins e Sartre, a concepção de que a grandeza do escritor consiste em sua negatividade, ou seja, em seu lugar de recusa e contestação ao pré-estabelecido. A esse respeito, como bem diz Osman Lins, “O mundo necessita de seus escritores na exata medida em que tende a negá-los, pelo sacrifício ou pelo esquecimento.” (1974, p. 200). Por outro lado, há uma ressalva feita pelo escritor pernambucano ao pensamento de Sartre – nesse caso, ao que o filósofo francês intitula “literatura engajada”, pois segundo Lins a “responsabilidade invocada e exigida pela literatura engagée nem sempre escapa de se transformar em válvula de escape, fuga ao verdadeiro empenho que é o do escritor com o mundo.” (1974, p. 50-51). Para Osman Lins, a literatura de fato se configura como uma busca para apreender o mundo, mas não se restringe a isso, pois se faz também um meio de lançar- se para além dele. Do filósofo e semiólogo francês Roland Barthes, interessa-nos trazer a tona os seus conceitos de língua, estilo e escritura. A língua é comum a todos os escritores de uma época, é um conjunto de prescrições e de normas. O estilo age como uma necessidade e interliga-se a esfera pessoal do autor, a motivação não deliberada e secreta de seus automatismos artísticos. A escritura, por sua vez, conceituada de maneira múltipla e ambígua, localiza-se entre a língua e o estilo, a independer de ambos. A escritura se concentra no lugar da vontade e da ideologia (que deve ser entendida aqui de modo mais amplo, como um “estar no mundo”, e não como mera filiação político-partidária), e diz respeito à relação entre o escritor e a sociedade, que é de onde a obra desponta e a quem a obra se destina. Esses conceitos são necessários em nosso trabalho primordialmente para lançar luzes sobre a escolha moral do escritor em persistir na escritura, no seu embate consigo próprio, com a obra e o público, que, como nos dá a ver Osman Lins, faz do escritor um combatente incansável de uma guerra sem testemunhas. vínculo acadêmico (se possuir): Doutorado (UFRN) em Estudos da Linguagem email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: Power Point Commented [LT9]: 4
autor(xs): Autor : Antonio Martins de Oliveira
título do trabalho: REPRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO: Análise sobre o processo performativo na arte contemporânea. resumo: O objetivo do presente artigo é indicar quando acontece o ato performático numa performance contemporânea, como um artificio artístico. Dentro de uma perceptiva pragmática na sua dinâmica em acontecimento por onde o construto do artístico é cartografado na ação em curso do fazer se, como uma declaração artística. Com as análises dos conceitos de estética performativa de Fischer (2008) e o conceito de foco de apreciação de Davis(2004).Podemos dizer que os performers devem especificar e mostrar nas suas atuações ,os seus construtos nos atos cartografados e assinado pelos gestos da ação ,como uma declaração artística , na objetivação de um acontecer da arte ,mesmo que este seja apenas um fragmento de sua apresentação. Como objeto dessa investigação e estudo foi escolhido os 'Parangolés de Hélio Oiticica(1965), que na sua atuação tem o corpo como uma representação, mas é na sua ação que demarca um território escavado pela interpretação ,onde se inventa um lugar como presença na ação em curso como dimensão de um ato performativo , que agencia sua individuação no carimbo de uma espontaneidade em ação. vínculo acadêmico (se possuir): Mestrado/ UFSC email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: Commented [LT10]: 3 autor(xs): Prof. MS. Miguel Pereira Neto título do trabalho: Razão política da estética em Platão: Caso Protágoras, artes como exemplo de virtude. resumo: A arte em Platão é apresentada como sendo uma arte funcional, que exista para o bem e o progresso da cidade. Nesse sentido, é notória a clássica expulsão dos poetas na República, mas pouco se fala nos diversos tipos de artes que Platão representa como exemplo de virtude. No diálogo Protágoras, ao pensar em que sentido o sofista é desconectado com a realidade e seu saber não possui uma função própria, Sócrates faz diversas alegorias em relação a arte, para desqualificar a sofística. O posicionamento socrático em relação a arte faz transparecer uma visão política de vertentes da arte helênica, que é exatamente o que pretendemos detalhar aqui. Palavras-chave: Política, Estética, Platão, Protágoras, Arte e Virtude. vínculo acadêmico (se possuir): Doutorando PIDFIL email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: Não Commented [LT11]: 2
autor(xs): Álvaro Cruz
título do trabalho: O situacionismo e a miséria da vida cotidiana resumo: O objetivo deste trabalho é exercer uma reflexão acerca da prática artística e filosófica na sociedade contemporânea, partindo do diagnóstico situacionista de que a vida cotidiana, na atual configuração do capitalismo moderno, é revestida de uma pobreza escandalosa e deve ser reconfigurada através da atividade criativa do desvio, da superação da Arte e da supressão de tudo o que pretende conservar a impotência dos indivíduos atomizados. vínculo acadêmico (se possuir): Filosofia – UFRN email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: Commented [LT12]: 4
autor(xs): Karla Regina Alves Burgoa
título do trabalho: Diante da dor dos outros: Sobre o bombardeio de imagens e a insensibilidade do olhar. resumo: Esse artigo reflete-se sobre o tensionamento entre fotografias de situações de sofrimento e dor e seus observadores, partindo das discussões de Sontag (2003). Na atual cultura visual digital, o fluxo incessante de imagens de sofrimento veiculadas na TV e internet nos provoca inquietações, podendo estimular o olhar de insensibilidade e frieza em quem as consome. O espectador da imagem deixa a perspectiva de observador e passa a constituir uma relação de proximidade com ela. O ato de fotografar pode ser, a partir disso, uma atividade instrumental e lucrativa, enquanto a participação do observador é reconfigurada nesse processo. Como metodologia para o desenvolvimento da análise proposta, será realizado um estudo de caso (YIN, 2001) vínculo acadêmico (se possuir): JORNALISMO- UFRN email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: Commented [LT13]: 2 autor(xs): Diego Guimarães título do trabalho: Arte enraizada resumo: Esta investigação versa sobre a possibilidade de um fazer artístico enraizado e, consequentemente, sobre a possibilidade de uma arte enraizada. Por enraizamento denomino uma riqueza de experiência que preenche o percurso de uma vida. Falo em percurso de uma vida, ao invés de utilizar somente o termo percurso ou somente o termo vida, para marcar algo sem uma substância ou forma específica, ou seja, sem um “o que”, ao invés destacando o “como” a vida se dá. Sendo percurso, não se trata de enraizar-se no sentido de fixar ou de estabelecer uma essência. Tampouco se trata de uma ausência de percurso e identidade. Se, por um lado, este caso caracteriza captura e controle através de um vazio de identidade, aquele envolve uma rigidez que transforma percurso e uso em propriedade, numa identidade passível de captura e controle. Assim, o enraizamento não se dá como vazio de identidade e nem como identidade predeterminada e padrão, mas como percurso de uma vida que se dá (apenas) enquanto vivida, e por ser vivida assim, diretamente, é riqueza de experiência e intensifica as possibilidades de experiência de uma vida. O enraizamento opõe-se ao desenraizamento, que enfraquece todas as formas de imediaticidade e que media, através dos dispositivos de captura e controle da vida, as experiências que poderiam ser vividas diretamente; o desenraizamento opera esvaziando a vida de uma pessoa e privando-a de experiência sem mediação de dispositivos. Ao opor-se ao desenraizamento, o enraizamento pode ser tratado como uma contra-estratégia ao desenraizamento, ou seja, como uma estratégia de resistência ao governo da vida. O desenraizamento propagado pelos dispositivos enfraquece a potência para uso e experiência, de modo a gerir as possibilidades e, com isso, manter governo sobre a vida; nesta condição, restringem-se as experiências possíveis da vida, esta ficando prescrita e dócil a governo. Se a estratégia de captura e condução consiste em enfraquecer a potência para experiências vinculadas ao percurso de uma vida, uma contra- estratégia ao governo da vida é fortalecer justamente tal potência, que a todo custo os dispositivos dedicam-se a obscurecer. Resistir ao governo da vida é ir em busca de não ser desenraizado e governado nas ações e no pensamento, liberando os gestos da captura e do controle promovidos pelos dispositivos. O enraizamento pode ser visto, então, como uma estratégia de resistência ao governo da vida, como uma contra-estratégia ao desenraizamento. Resistir, aqui, é adotar uma postura contra o que leva a identidade padrão ou a identidade escassa de experiências, ao invés favorecendo experiências que envolvam o percurso de uma vida. Um fazer artístico enraizado seria aquele que dá ênfase ao percurso de uma vida, e a arte enraizada seria aquela que expõe o percurso de uma vida e intensifica percursos. Tal arte configuraria uma estética do enraizamento, que afetaria à medida que possibilidades de percurso se encontrassem e quanto mais esse encontro intensificasse a potência de percurso de uma vida. Nesse sentido, tal reflexão visa incorporar elementos à atividade artística daqueles que, frente a contextos cotidianos de governo, submissão e obediência, dedicam-se, em seus gestos artísticos, a levantarem-se contra os dispositivos de governo da vida, dedicando-se também àqueles que buscam na arte elementos e experiências para resistência. Assim, nossa conversa, nesta comunicação, é sobre a possibilidade de uma estética do enraizamento como uma estratégia de resistência política. vínculo acadêmico (se possuir): UFPB email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: não Commented [LT14]: 2
autor(xs): Laísa Roberta Trojaike
título do trabalho: Modernidade e polifonia cinematográfica: o cinema visto por Mário de Andrade resumo: Com base nas publicações da Revista Klaxon, farei uma análise sobre os conceitos de simultaneidade e polifonia aplicados às artes e, particularmente, ao cinema, uma vez que este parece ter sido privilegiado por Mário de Andrade para falar sobre a vida moderna. Para tanto, também investigarei criticamente o conceito de modernidade para o autor. vínculo acadêmico (se possuir): UFRN (Doutorado) email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: Não. Commented [LT15]: 1
autor(xs): Laércio de Assis Lima
título do trabalho: MANN/KAFKA/BLANCHOT: O CÍRCULO MÁGICO DA ESCRITA E O MUNDO DE FORA resumo: A escrita literária parece se constituir através de uma disjunção constante. A separação entre a realidade do mundo exterior e uma realidade circunscrita aos âmbitos da própria escrita é um tema recorrente na reflexão de alguns escritores. O caráter radical dessa disjunção que se afirma no exercício da escrita aparece, por exemplo, em autores tão heterogêneos como Kafka, Thomas Mann e Blanchot. Em um pequeno livro, no qual reflete sobre o processo de criação do Doutor Fausto, Mann relata ter sentido uma espécie de alegria ao perceber que, mesmo já tendo adentrado no círculo mágico da escrita, os seus sentidos ainda se mantinham alertas quanto às impressões advindas do mundo de fora. Articulando essas noções formuladas por Mann com a reflexão teórica de Blanchot sobre os Diários de Kafka, este trabalho pontua algumas questões acerca do circuito entre a subjetividade e as operações de produção da escrita literária: seus motivos secretos, seus procedimentos e, principalmente, o desdobramento da subjetividade em todo esse processo. É possível tomar a criação da escrita literária como um processo de autotransformação do sujeito? A escrita pode ser tomada como um modo próprio de subjetivação? É possível pensar em novas estruturas de subjetividade, para além da circunscrição antropocêntrica? vínculo acadêmico (se possuir): Mestrando do PPGFIL UFRN email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: Commented [LT16]: 4
autor(xs): Matheus Pinheiro da Silva Ramos
título do trabalho: Entre artes e artimanhas: por uma micropolítica da malandragem resumo: Partindo das considerações feitas pelo filósofo Jacques Rancière acerca da estética como política, o objetivo desta comunicação é lançar uma discussão, ainda muito embrionária, sobre uma micropolítica da malandragem. O Estado Varguista e suas instituições capturaram e homogeneizaram a cultura e a estética da malandragem, civilizando-a conforme os interesses de um projeto de unificação da nação através de um devir trabalhador. Por outro lado, a historiografia marxista do trabalho negou o malandro como sujeito da história por julgá-lo fazendo parte de uma classe trabalhadora sem consciência de classe. Cabe aqui a problematização deste projeto de nação e dessa historiografia marxista com vistas a ressignificar a malandragem como um devir possível da classe trabalhadora. Esse instante de perigo em que vivemos se apresenta como um tempo de golpe e de ameaça aos direitos históricos arduamente conquistados pelos trabalhadores, produzindo a necessidade de novos olhares sobre as artimanhas da malandragem do início do século XX. PALAVRAS-CHAVE: malandragem, classe trabalhadora, estética, política; vínculo acadêmico (se possuir): Graduando em História email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: Recursos audiovisuais Commented [LT17]: Vou dar 5 pq quero tretar, mas achei 1.
autor(xs): Marcos Alexandre Arraes
título do trabalho: Por um retorno ao Humano: Estética do Sensível resumo: Vivemos em um mundo repleto de aparatos que programam a existência. Através de algoritmos, tais aparatos prescrevem padrões e agenciam formas perceber o mundo que nos cerca (FLUSSER; ULM). É um mundo, ainda, repleto de imagens invisíveis, com a proliferação de inteligências e visibilidades desconectadas do humano. Um mundo pós- humano. Com esta comunicação, proponho um retorno ao humano e procuro pensar estratégias de resistência aos agenciamentos maquínicos da existência humana. Não se trata, contudo, de um retorno ao humanismo da modernidade, à centralidade do homem e sua construção enquanto observador de primeira e segunda ordens. O que pretendo é postular um retorno a materialidade dos corpos e às interrupções do visível pós-humano procurando apresentar reflexões para uma estética do sensível. Assim, procurarei dialogar com as propostas de uma estética anti-política (ou pré-política) de Walter Benjamin aproximando-as das reflexões a respeito dos agenciamentos sociais de Deleuze e Guatarri com incursões na leitura do mundo Pós-Humano desenvolvida por Vilém Flusser. A proposta, no entanto, procura avançar nessa leitura ao pensar a arte como forma possível de interrupção, bug, glitch ou ruído nos agenciamentos maquínicos. Como nos coloca Ulm, a arte nada mais é do que a possibilidade, com os materiais e procedimentos técnicos disponíveis, de fazer emergir aquilo que lança o sensível para fora de si (para fora da sua programação, daquilo que foi programado para ser percebido, o sensível perceptível como uma programação), leva ao seu desamparo e o reconstrói em um lugar que tem que ser inventado. (ULM, 2018, p. 22). Em resumo, esta comunicação tem como objetivo apresentar uma leitura geral do regime perceptivo da contemporaneidade e pensar alternativas de retorno ao corpóreo, alternativas que produzam afetos, experiências sensíveis e proporcionem um pouco de carne diante da experiência tecnológica. vínculo acadêmico (se possuir): Universidade Federal do Tocantins email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: Commented [LT18]: 4
autor(xs): Pablo Sebastian Moreira Fernandez
título do trabalho: ENTRE TERRITÓRIOS E FRONTEIRAS: sentidos para experiências viajantes na arte contemporânea resumo: Na viagem, percorre-se ou atravessa-se um espaço, no qual o sujeito se perdemos, vagamos de lugar em lugar em que somos povoados por uma gama de paisagens e lugares. O caminho é a expressão de descentralização e inquietação, aonde não se tem um ponto ou uma coordenada fixa que nos coloque como única centralidade: as centralidades são as experiências humanas. O espaço de trânsito é cambiável, dinâmico, múltiplo, diferente do espaço sistematizado, fechado, conceitual. Assim, o próprio percurso pelo “terreno” com sua densidade de significados nos indica a possibilidade de pertencimento à Terra. O caminho e as pausas ao longo dele, juntos, constituem o encontro do sujeito com o espaço (FERNANDEZ, 2013). De encontro a esta concepção (que transcende à Geografia, lócus desta reflexão), é proposto uma aproximação com a produção artística contemporânea que tem a viagem como fundamento, não só enquanto movimento físico, simbólico e subjetivo, mas como tema ou “obra”, pois o espaço na arte é: “uma composição de objetos ou corpos e dos deslocamentos ou trajetórias que eles descrevem, promovendo des-encontros, transpondo limites e transitando entre distintos territórios (HAESBAERT, 2013, p.67). A viagem enquanto experiência geográfica que pode nos remeter aos movimentos que se apresentam no mundo globalizado, tais como: migrações, êxodos, diásporas, refugiados, sublevação de fronteiras, e outros temas, tem sido “mote” de uma diversa produção artística e que se apresenta em inúmeras linguagens: da fotografia ao vídeo, da performance à land art, de instalações à arte acadêmica, de processos reivindicatórios e de resistência (BORDAS, 2013). A arte nestas linhas torna-se possibilidade na produção de espaços de solidariedade, de liberdade, de engajamento e resistência para “trajetórias invisíveis”, como pode-se ver no trabalho do brasileiro Paulo Nazareth intitulado “Sem notícias de América”, realizado entre os anos de 2009 e 2010. Nesta obra, o artista constrói um diário de viagem que parte do Brasil, e se constrói a partir de percursos e vivências, que podem se dar a pé, de barco, de trem ou carona, meios e estratégias de alcançar os “EUAmerica” (NAZARETH, 2012). O registro deste processo se dá através de fotografias e vídeos em câmeras de baixa resolução, mapas, souvenirs, desenhos em folhas de hotéis e albergues, revelando uma experiência singular de travessia, de transposição de fronteiras, de reivindicação política, como se fosse um migrante ilegal. O que nos chama a atenção nesta produção artística é que a mesma se funda na vida e no cotidiano deste sujeito-artista que “revela” sua produção do espaço em situações transitórias, de deslocamento, em contextos fronteiriços e trans-territoriais. vínculo acadêmico (se possuir): Professor. Departamento de Práticas Educacionais e Currículo. Centro de Educação. UFRN email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: projetor Commented [LT19]: 1
autor(xs): Lucas Oliveira de Lacerda
título do trabalho: História e anacronismo na arte contemporânea resumo: Aby Warburg, filósofo, crítico e historiador da arte alemão faz parte da tradição crítica da estética de Hegel, que anuncia o fim da arte e se desdobra no fim da história da arte em Arthur Danto e Hans Belting, colocando um problema metodológico à ciência historiográfica da arte contemporânea. A hermenêutica moderna nasce com o filósofo alemão Wilhelm Dilthey como uma metodologia das ciências humanas, neste sentido, pretendo apresentar o pensamento hermenêutico e fenomenológico de Aby Warburg e Georges Didi- Huberman como uma possível solução ao problema científico da história da arte contemporânea. Warburg se opõe ao formalismo estético do filósofo suíço Heinrich Wölfflin propondo um método hermenêutico da história da arte que não se restringisse apenas à forma, mas também ao conteúdo da obra de arte. Para Warburg, toda obra de arte é um sintoma que carrega a memória da cultura em que foi produzida e que sobrevive (Pathosformel) e atravessa diversos espaços e tempos históricos provocando um intervalo entre o passado e o presente, aquilo que Paul Ricoeur chamou de função hermenêutica da distanciação. Giorgio Agamben comenta que o círculo hermenêutico de Gadamer é substituído pela espiral hermenêutica em Aby Warburg, que propõe a exposição “Atlas Mnemosyne” como uma nova metodologia à ciência historiográfica da arte contemporânea que deve agora opera por descontinuidades e anacronismos. Georges Didi-Huberman, filósofo, curador, crítico e historiador da arte francês afirma que diante da imagem, estamos diante do tempo, pois ao olharmos a imagem, é o tempo que nos olha, pois para ele a imagem é portadora de memória do passado que se reconfigura sempre na presença do presente, ou seja, no encontro do objeto-imagem (que carrega a memória do passado) com o sujeito-espectador (que carrega a presença do presente) acontece um choque dialético que reconfigura simultaneamente o passado e presente. Neste sentido, Didi-Huberman apresenta o paradoxo do anacronismo como a impossibilidade de uma leitura historiográfica pura do passado sem ser através do presente, ou seja, ele afirma que a leitura historiográfica do passado é sempre impura, contaminada pelo tempo presente. Por isso, Didi-Huberman afirma que toda imagem é anacrônica, pois ela é sempre uma sedimentação de diversos tempos heterocronos que se reconfiguram no encontro dialético da imagem com o expectador. Por fim, Didi-Huberman propõe a montagem como uma epistemologia das imagens a partir das desmontagens e remontagens dos tempos a fim de construir uma arqueologia crítica da história da arte. vínculo acadêmico (se possuir): UFC - Universidade Federal do Ceará email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: Projetor, Notebook e Caixa de Som. Commented [LT20]: 5
autor(xs): Sérgio Vieira Pereira
título do trabalho: Considerações sobre a noção de engajamento estético em Maurice Merleau-Ponty. resumo: Pensando no contexto político da ruptura entre Maurice Merleau-Ponty e Jean-Paul Sartre, procuraremos refletir sobre suas distintas posições políticas, filosóficas e estéticas. Assim o faremos tomando como textos norteadores as três correspondências que marcam tal ruptura. Nos referidos textos são trabalhadas as noções de política, filosofia e engajamento. vínculo acadêmico (se possuir): Doutorando/UFRN email de contato: [email protected] modalidade: oral necessidade de equipamento: Não (por enquanto). RS Commented [LT21]: 4
autor(xs): Francisco das Chagas Fernandes Santiago Júnior
título do trabalho: A pele negra e as máscaras brancas na Orestiade Africana de Pasolini resumo: Fazer da estética fílmica parte de sua cena política foi um dos motes de Pier Paolo Pasolini como roteirista, diretor e agente político. É lugar-comum afirmar que o “olhar folclorista” de Pasolini para a cultura operária e camponesas italianas, bem como as buscas cenográficas por terras asiáticas e terras africanas para compor seus filmes, correspondeu a um apego revolucionário e ao mesmo tempo um alerta ao que ele chamaria de “revolução antropológica” na Itália. Ele entendia sua política como uma estética, a custas de encontrar formas capazes de ativar uma certa posição frente ao mundo. No documentário Appunti per un’Orestiade Africana, de 1970, Pasolini gravou uma serie de cenas na África centro-oriental procurando encontrar cenários, atores e personagens para criar uma adaptação jamais realizada da Orestia de Ésquilo. Esta apresentação visa demonstrar como o diretor usava lugares e corpos africanos para compor uma cena política, a qual, contudo, era formatada por um conjunto de tropos colonialistas eurocêntricos que compunham a África como uma Itália cifrada. A estética da Orestiade Africana de Pasolini, portanto, era marcada por uma estranha e pouco compreendida dupla-consciência (italiana e negra) apropriada como forma política. vínculo acadêmico (se possuir): UFRN email de contato: [email protected] Commented [LT22]: 4 modalidade: oral necessidade de equipamento: Projetor de imagens
[INTERVENÇÕES]
autore(s): Verônica Eulália de Medeiros - 08176344443 - Artes Visuais / Larissa Cristina
Braz da Cruz - 09379829469 - Artes Visuais / Daniela Catarina Silva Catão - 06381326492 - Artes Visuais/ Ranah Dantas Duarte - 09639738433 - Teatro/ Bruna Seabra Rezende Meira - 07326964610 – Pedagogia Luana Karen de lira Monteiro - 111.147.224-64 Artes Visuais/ Karolyny Alves Teixeira de Souza - 083.175.334-09 Serviço Social/ João Carlos Rocha - 09119503466 - Artes Visuais/ Luciana Melo de Lacerda - 838734924-53 Design/ Maíra Sara Miranda Cordeiro - 10092314481 - artes visuais/Lucília Raquel Guedes Albuquerque - 074 485 884-43 - Teatro/ Roberta Alves Barbosa - 01777845475 - Teatro. título do trabalho: Oficina de Coco de Roda: Brincadeira que desperta o sensível, e a importância de saudar nossos antigos. resumo: O Coco de roda manifestação popular genuinamente nordestina tem a essência de unir corpos e energias dialogando com diversas linguagens e sentidos.Temos como objetivo unir olhares e pessoas em uma roda de Coco, transmitindo e descobrindo o pulsar sonoro e o estímulo coletivo para que a roda aconteça. O contato com a percussão do Coco é indispensável na oficina do Coco, com a presença do tambor pau furado, do ganzá, pandeiro e agogô a bateria se completa e o ritmo flui. As palmas são essenciais também para que a roda fique firme e que todos participem ativamente, respondendo as toadas e manifestando em dança e movimento corporal o que a cantoria instiga. Existem várias formas de trabalhar o coco, todas coletivas, sempre além de um som é bom se ter um bom gogó e na ponta da lingua sequencias de Coco. Como referência de Mestres do Coco, temos Mestre Severino, que é um mestre potiguar, dona Selma do Coco, pernambucana e o Coco raizes de Arcoverde, também pernambucano da cidade de Arcoverde. Nesta oficina trabalharemos diversas entoadas estando todos aptos a diferenciar ritmos do coco com a capoeira, por exemplo. Assim como aprendendo a tocar refletindo sobre as diversas relações sensíveis que nos envolve com a nossa cultura afro-brasileira e a relação com os diversos instrumentos e passos que fazem parte da bateria e do corpo de uma roda de coco. A oficina será uma grande brincadeira fruto de nossas aprendizagens com a cultura popular com a nossa relação com a natureza que nos acolhe e com as reflexões que apresentam as diversas formas de emancipação do intelecto e do corpo. vínculo acadêmico (se possuir): Estudantes Graduandos, Mestrandos e Graduados, também tem Servidor. email de contato: [email protected] modalidade: intervenção necessidade de equipamento: Espaço aberto - embaixo de arvores
autor(xs): Fabio Freitas
título do trabalho: Liberdade resumo: Esta obra fala sobre o jovem na busca e conquista por espaço na sociedade e a frustração acerca de nosso ambiente cultural, sistema, autoconhecimento e relações interpessoais. vínculo acadêmico (se possuir): Não email de contato: [email protected] modalidade: intervenção necessidade de equipamento: Não