História Da Música
História Da Música
História Da Música
História da Música
Origens.
O Ocidente europeu possuía uma tradição pré-histórica própria. É bem conhecido o papel
preponderante assumido pelos druidas, sacerdotes, bardos e poetas, na organização das
sociedades celtas pré-romanas.
A tradição musical da Anatólia, porém, penetrou na Europa através da cultura grega, cuja
elaborada teoria musical constituiu o ponto de partida da identidade da música ocidental,
bastante diversa da do Extremo Oriente.
Ao redor 500 D.C. a civilização ocidental começou a emergir do período conhecido como " A
Idade Escura, " . Durante os próximos 10 séculos, a Igreja católica recentemente emergida
dominaria a Europa, enquanto administrando justiça, instigando " as Cruzadas Santas " contra
o Leste, estabelecendo Universidades, e geralmente ditando o destino da música, arte e
literatura. Dessa forma classificou a música conhecida como canto gregoriano que era a
música aprovada pela Igreja. Muito posterior, a Universidade de Notre em Paris viu a criação
de um tipo novo de música chamada organum. Foi cantada a música secular por toda parte na
Europa pelos trovadores e trouvères de França. E foi durante a Idade Media que a cultura
ocidental viu a chegada do primeiro grande nome em música, o de Guillaume Machaut.
Diante do exposto, podemos dividir a história da música em períodos distintos, cada qual
identificado por um estilo. É claro que um estilo musical não se faz da noite para o dia. É um
processo lento e gradual, sempre com os estilos sobrepondo-se uns aos outros. Mas, para
efeito de classificação, costuma-se dividir a História da Música do Ocidente em seis grandes
períodos:
Música Medieval
Durante muito tempo, a música foi cultivada por transmissão oral, até que se inventou um
sistema de escrita. Por volta do século IX apareceu, pela primeira vez, a pauta musical. O
monge italiano Guido d’Arezzo ( 995 -1050) sugeriu o uso de uma pauta de quatro linhas. O
sistema é usado até hoje no canto gregoriano.
A utilização do sistema silábico de dar nome às notas deve-se também ao monge Guido
d’Arezzo e encontra-se num hino ao padroeiro dos músicos, São João Batista:
O tipo de música mais antigo que conhecemos consiste em uma única linha melódica cantada,
sem qualquer acompanhamento. Este estilo é o chamado Cantochão ou Canto Gregoriano.
Com o passar do tempo acrescentou-se outras vozes ao cantochão, criando-se as primeiras
composições em estilo coral.
Além do Cantochão, cantado nas igrejas, produziam-se na Idade Média muitas danças e
canções. Durante os séculos XII e XIII houve intensa produção de obras em forma de canção,
composta pelos Trovadores, poetas e músicos do sul da França.
As danças eram muito populares em festas e feiras e podiam ser tocadas por dois
instrumentos, como um grupo mais numeroso. Os instrumentos que acompanhavam estas
danças incluíam: a viela (antepassado da família do violino), o alaúde, flautas doces de vários
tamanhos, gaitas de foles, o trompete reto medieval, instrumentos de percussão ( triângulos,
sinos, tambores, etc.).
Foi também uma época de grandes descobertas e explorações, em que Vasco da Gama,
Colombo, Cabral e outros exploradores estavam fazendo suas viagens, enquanto notáveis
avanços se processavam na Ciência e Astronomia.
Os compositores passaram a ter um interesse muito mais vivo pela música profana ( música
não religiosa), inclusive em escrever peças para instrumentos, já não usados somente para
acompanhar vozes. No entanto, os maiores tesouros musicais renascentistas foram compostos
para a igreja, num estilo descrito como polifonia coral ou policoral e cantados sem
acompanhamento de instrumentos.
MÚSICA VOCAL
Na Basílica de São Marcos, em Veneza, havia dois grandes órgãos e duas galerias para coro,
situadas em ambos os lados do edifício. Isso deu aos compositores a idéia de compor peças
para mais de um coro, chamadas policorais. Assim, uma voz vinda da esquerda é respondida
pelo coro da direita e vice versa. Algumas das peças mais impressionantes são as de Giovani
Gabrielli ( 1555 - 1612), que escreveu corais para dois, três ou até mais grupos.
Os Motetos eram peças escritas para no mínimo quatro vozes, cantados geralmente nas
igrejas. Os Madrigais eram canções populares escritas para várias vozes e que se
caracterizam-se por não ter refrão. De grande sucesso nas Inglaterra do século XVI, passaram
a ser cantados nos lares de todas as famílias apaixonadas por música.
MÚSICA INSTRUMENTAL
Em muitos lares, além de flautas, alaúdes e violas, havia também um instrumento de teclado,
que podia ser um pequeno órgão, virginal ou clavicórdio. A maioria dos compositores ingleses
escreveu peças para o virginal. No Renascimento surgiram os primeiros álbuns de música, só
para instrumentos de teclados.
Música barroca
A palavra Barroco é provavelmente de origem portuguesa, significando pérola ou jóia no
formato irregular. De início era usada para designar o estilo de arquitetura e da arte do século
XVII, caracterizado pelo excesso de ornamentos. Mais tarde, o termo passou a ser empregado
pelos músicos para indicar o período da história da música que vai do aparecimento da ópera e
do oratório até a morte de J. S. Bach.
MÚSICA VOCAL
Orfeu, do compositor Montiverdi (1567-1643) escrita no ano de 1607 é a primeira grande ópera.
Ópera é uma peça teatral em que os papéis são cantados ao invés de falados. A ópera de
Montiverdi possuía uma orquestra formada de 40 instrumentos variados, inclusive com violinos,
que começavam a tomar lugar das violas.
Alessandro Scarlatti (1660-1725) foi o mais popular compositor italiano de óperas. Na França
os principais compositores de óperas foram Lully (1632-1687) e Rameau ( 1683-1764) .
Nascido na mesma época da ópera, o Oratório é outra importante forma de música vocal
barroca. O oratório é um tipo de ópera com histórias tiradas da Bíblia. Com o passar do tempo
os oratórios deixaram de ser representados e passaram a ser apenas cantados. Os mais
famosos oratórios são os do compositor alemão Haendel (1685-1759), do início do século
XVIII: Israel no Egito, Sansão e o famoso Messias .
MÚSICA INSTRUMENTAL
Durante o período barroco, a música instrumental passou a ter importância igual à da música
vocal. A orquestra passou a tomar forma. No início a palavra ‘orquestra’ era usada para
designar um conjunto formado ao acaso, com os instrumentos disponíveis no momento. Mas
no século XVII, o aperfeiçoamento dos instrumentos de cordas, principalmente os violinos, fez
com que a seção de cordas se tornasse uma unidade independente. Os violinos passaram a
ser o centro da orquestra, ao qual os compositores acrescentavam outros instrumentos: flautas,
fagotes, trompas, trompetes e tímpanos.
Um traço constante nas orquestras barrocas, porém, era a presença do cravo ou órgão como
contínuo, fazendo o baixo e preenchendo a harmonia. Novas formas de composição foram
criadas, como a fuga, a sonata, a suíte e o concerto.
Música clássica
Para o musicólogo, entretanto, ‘Música Clássica’ tem sentido especial e preciso: é a música
composta entre 1750 e 1810, que inclui a música de Haydn e Mozart, bem como as
composições iniciais de Beethoven.
A serviço da alta nobreza, o músico não passava de um criado que, depois de fornecer música
para fundo de jantares e conversas, ia jantar na cozinha com os demais empregados da casa.
Para agradar seus patrões, precisava seguir as tradições musicais. Em sua obra respeitava e
refletia as emoções da corte. A imaginação criadora não seria bem vinda se representasse a
quebra das estruturas tradicionais. Haydn aceitou esse trato e cumpriu suas obrigações. Mozart
não aceitou estes limites e pagou um preço alto pela obstinação em se manter fiel à seus
princípios. As cortes o relegaram ao esquecimento e o deixaram morrer como um mendigo.
Beethoven foi o primeiro a decidir que não devia obrigações a ninguém e exigiu ser respeitado
como artista. Nascia, com Beethoven, o pensamento romântico.
MÚSICA INSTRUMENTAL
A Música Clássica mostra-se refinada e elegante e tende a ser mais leve, menos complicada
que a barroca. Os compositores procuram realçar a beleza e a graça das melodias. A
Orquestra está em desenvolvimento. Os compositores deixaram de usar o cravo e
acrescentaram mais instrumentos de sopro.
Durante o Período Clássico, a música instrumental passou a ter maior importância que a vocal.
Nesta época criou-se a Sonata. É uma obra com vários movimentos para um ou mais
instrumentos.
A Sinfonia é, na realidade, uma sonata para orquestra. Seu número de movimentos passam a
ser quatro: rápido - lento - Minueto - muito rápido. Haydn, Mozart e Beethoven foram os
maiores compositores de sinfonias do Classicismo.
Muitas obras foram escritas para o pianoforte, em geral chamado piano para abreviar.
Bartolomeu Cristfori, construtor de cravos italiano, por volta de 1700 já havia concluído a
fabricação de pelo menos um destes instrumentos. Enquanto as cordas do cravo são tangidas
por bicos de penas, o piano tem suas cordas percutidas por martelos, cuja dinâmica pode ser
variada de acordo com a pressão dos dedos do executante. Isso daria ao piano grande poder
de expressão e abriria uma série de possibilidades novas.
No começo o piano custou para se tornar popular porque os primeiros modelos eram muito
precários. Mas, no final do século XVIII o cravo já havia caído em desuso, substituído pelo
piano.
Música romântica
Os compositores clássicos tinham por objetivo atingir o equilíbrio entre a estrutura formal e a
expressividade. Os românticos vieram desequilibrar tudo. Eles buscavam maior liberdade de
forma, a expressão mais intensa e vigorosa das emoções, freqüentemente revelando seus
pensamentos mais profundos, inclusive suas dores. Muitos compositores românticos eram
ávidos leitores e tinham grande interesse pelas outras artes, relacionando-se estreitamente
com escritores e pintores. Não raro uma composição romântica tinha como fonte de inspiração
um quadro visto ou um livro lido pelo compositor.
Dentre as muitas idéias que exerceram enorme fascínio sobre os compositores românticos
temos: terras exóticas e o passado distante, os sonhos, a noite e o luar, os rios, os lagos e as
florestas, as tristezas do amor, lendas e contos de fadas, mistério, a magia e o sobrenatural. As
melodias tornam-se apaixonadas, semelhantes à canção. As harmonias tornam-se mais ricas,
com maior emprego de dissonâncias.
As óperas mais famosas hoje em dia são as românticas. Os grandes compositores de óperas
do Romantismo foram os italianos Verdi e Rossini e na Alemanha, Wagner. No Brasil, destaca-
se Antônio Carlos Gomes com suas óperas O Guarani, Fosca, O Escravo, etc.
A orquestra cresceu não só em tamanho, mas como em abrangência. A seção dos metais
ganhou maior importância. Na seção das madeiras adicionou-se o flautim, o clarone, o corne
inglês e o contrafagote. Os instrumentos de percussão ficaram mais variados.
Até a metade do século XIX, toda a música fora dominada pelas influências alemãs. Foi
quando compositores de outros países, principalmente os russos, passaram a ter a
necessidade de criar a sua música. Inspiravam-se nas músicas folclóricas e lendas de seus
países. É o chamado Nacionalismo Musical.
No século XIX o piano passou por diversos melhoramentos. Quase todos os compositores
românticos escreveram para o piano, mas os mais importantes foram: Schubert, Mendelssohn,
Chopin, Schumann, Liszt e Brahms. Embora em meio às obras destes compositores se
encontrem sonatas, a preferência era para peças curtas e de forma mais livre.
Havia uma grande variedade, entre elas as danças como as valsas, as polonaises e as
mazurcas , peças breves como o romance, a canção sem palavras, o prelúdio, o noturno, a
balada e o improviso.
Outro tipo de composição foi o Étude (Estudo), cujo objetivo era o aprimoramento técnico do
instrumentista. Com efeito, durante esta época houve um grande avanço nesse sentido,
favorecendo a figura do Virtuose : músico de concerto, dotado de uma extraordinária técnica.
Virtuoses como o violinista Paganini e o pianista Liszt eram admirados por platéias
assombradas.
Principais compositores Românticos
Música moderna
A história da música no século XX constitui uma série de tentativas e experiências que levaram
a uma série de novas tendências, técnicas e, em certos casos, também a criação de novos
sons, tudo contribuindo para que seja um dos períodos mais empolgantes da história da
música.
Enquanto a música nos períodos anteriores podia ser identificada por um único e mesmo estilo,
comum a todos os compositores da época, no século XX ela se mostra como uma mistura
complexa de muitas tendências. A maioria das tendências compartilham uma coisa em comum:
uma reação contra o estilo romântico do século XIX. Tal fato fez com que certos críticos
descrevessem a música do século XX com "anti-romântica". Dentre as tendências e técnicas
de composição mais importantes da música do século XX encontram-se:
Ritmos: Vigorosos e dinâmicos, com amplo emprego dos sincopados; métricas inusitadas,
como compassos de cinco e sete tempos; mudança de métrica de um compasso para outro,
uso de vários ritmos diferentes ao mesmo tempo.
Timbres: A maior preocupação com os timbres leva a inclusão de sons estranhos, intrigantes e
exóticos; fortes contrastes, às vezes até explosivos; uso mais enfático da seção de percussão;
sons desconhecidos tirados de instrumentos conhecidos; sons inteiramente novos,
provenientes de aparelhagens eletrônicas e fitas magnéticas.
Compositores do século XX
Igor Stravinsky - 1882/1971
Edino Krieger