Apostila de Flauta Transversal
Apostila de Flauta Transversal
Apostila de Flauta Transversal
De
Flauta
Transversal
1
ndice
Introduo .................................................................................................................. 03
Um breve relato da histria da flauta ...................................................................... 03
Famlias de Flautas e as Subespcies ........................................................................ 04
Flauta Transversal ..................................................................................................... 05
Caractersticas Construtivas ..................................................................................... 06
Montagem ................................................................................................................... 07
Embocadura ............................................................................................................... 07
Afinao ...................................................................................................................... 09
Tessitura ..................................................................................................................... 11
Respirao .................................................................................................................. 11
Postura ........................................................................................................................ 12
Na compra da Flauta ................................................................................................. 13
Cuidados Bsicos ....................................................................................................... 14
Ajustes das Chaves .................................................................................................... 15
Introduo
O som das flautas, falando de um modo geral, produzido quando um pequeno sopro
projetado contra uma aresta que divide este canal de ar. Uma parte do ar entra na flauta,
outra se perde.
Nas flautas barrocas, esta diviso de ar acontece dentro da boquilha. Nas flautas
transversais acontece fora do bocal, assim como nas flautas andinas. Existem modelos
variados de flauta e todas elas tm a mesma caracterstica aerofnica.
O sopro, sendo livre, produz uma vibrao muito pequena, bem menor do que em outros
instrumentos de sopro, caracterizando o seu timbre aberto.
O som da flauta, apesar de ser milenar, s foi bem aprimorado no sec. 19, com os bocais
anatmicos e material apropriado, dando maior flexibilidade e maior poder de
expresso.
Ao contrrio dos instrumentos de palheta, onde o som resultante sai na campana, nas
flautas o som emitido exatamente no bocal.
Por sua versatilidade e boa adaptao no ambiente musical, a flauta transversal um dos
instrumentos que mais livremente navega pelos diversos gneros musicais. Alm das
obras criadas para ela, existe uma infinidade de gravaes de peas originais para outros
instrumentos que so bem interpretadas na flauta.
Um Breve Relato da Histria da Flauta
A verdadeira origem da flauta ainda est perdida no tempo. No h registros de quem a
inventou, nem a poca certa em que surgiu.
Com base na histria surgiram com os gregos, romanos e egpcios, em torno de 5000 a
7000 anos AC. Porm, descobertas recentes afirmam que existiam flautas fabricadas
com ossos de animais extintos.
Com o crescimento da msica barroca no sculo XVI, surgiram os modelos das flautas
de Bisel (ou barroca), tocadas na posio vertical, de construo simples, somente
contendo os furos.
As flautas foram tambm muito usadas pelos indgenas andinos, que criaram muitos
modelos artesanais (quena, zampona, ocarina, flauta pastoril) e so fabricadas at hoje.
A flauta transversal que conhecemos, de metal, com chaves e sapatilhas, data de 1871, a
partir de um aperfeioamento feito pelo pesquisador de instrumentos Theobald Boehm.
Famlias de Flautas e as Subespcies
Flautim ou Picollo
Flauta soprano em sol
Flauta de concerto (a mais comum)
Flauta damour em l ou si bemol.
Flauta contralto em sol
Flauta Baixo
Flauta contra-alto
Flauta contrabaixo
Flauta sub contrabaixo
Flauta duplo contrabaixo
Flauta Hiper Baixo
Flautim
Flauta Transversal
A Flauta transversal a que mais se adapta ao conjunto sinfnico das orquestras.
dividida em trs partes, com um comprimento total de 70 cm e dimetro mdio de 2 cm.
Flauta transversal fechada Todas as chaves possuem sapatilhas fechadas. Indicada
para os iniciantes.
Flauta Fechada
Flauta transversal aberta ou vazada Algumas chaves dedilhadas contm um
pequeno furo no centro da chave. No deve ser indicada para iniciantes.
Flauta Aberta
Flauta transversal com bocal em curva Algumas marcas possuem no estojo, alm
do bocal convencional, o bocal em curva, recomendado para crianas, que quando
chegam adolescncia, recomenda-se trocar pelo bocal convencional.
Bocal em curva
Caractersticas Construtivas
A flauta transversal dividida em trs partes: Bocal, corpo e p.
Bocal: onde fica o porta-lbios para acomodao da boca, e uma coroa mvel na
extremidade do bocal para ajuste de afinao definitiva.
Corpo: possui diversas perfuraes e um complexo sistema de chaves, sendo que a
maioria dedilhada e outras so secundrias.
O P uma extenso do corpo contendo trs ou quatro teclas. Suas chaves so
acionadas apenas pelo dedo mnimo direito. Normalmente existem dois tipos: os que
terminam no d e os que terminam no si, caracterizado pelo acrscimo de uma chave.
Montagem
Mantenha bem limpas as juntas de encaixe dos tubos (pode-se usar lcool). NO USAR
GRAXA, VASELINA, SEBO ou similar.
Encaixa-se o bocal no corpo, com movimentos circulares, segurando o corpo pela
marca da flauta. NUNCA SEGURE PELO MECANISMO. Ao encaixar, o furo do
porta-lbios deve estar alinhado com as teclas do corpo. Este alinhamento deve ser
conferido olhando-se ao longo do bocal e do corpo.
Montagem corpo / p
Se as partes encaixadas estiverem com um pouco de folga, recomenda-se passar um
pouco de parafina em um dos encaixes, para haver reteno e evitar vazamentos de ar.
Se os encaixes apresentarem muita folga, no se deve colocar materiais vedantes.
Procure um especialista.
Se as partes encaixadas estiverem muito justas, devem ser lixadas com lixa fina para
metais n 600, e em seguida aplicada a parafina.
Embocadura
Este pequeno sopro deve atingir exatamente a aresta oposta do furo do porta-lbios.
O som acontece quando este pequeno canal de ar se divide ao atingir a parte oposta do
furo. Metade do ar entra na flauta e outra metade escapa. Quanto melhor direcionado
este canal de ar, melhor ser a qualidade do som e mais economia de ar o flautista ter
para executar uma frase.
Em resumo
O apoio do queixo no bocal serve apenas para manter a direo do sopro na aresta
oposta
A qualidade do som sempre melhora com o estudo, mas o correto posicionamento da
boca no porta-lbios deve ser observado no incio.
Ao executar notas destacadas, o flautista deve fazer golpes de lngua pronunciando a
slaba tu. O golpe de lngua nada mais do que uma pequena batida da lngua um pouco
acima dos dentes superiores.
Afinao
A flauta transversal possui dois pontos de afinao que pertencem ao bocal:
1. Na tampa ou coroa, que fica prxima do porta-lbios; esta tampa rosqueada num
sistema de vedao com cortia e raramente deve ser manuseada; porm o flautista deve
conferir periodicamente se a tampa no sofreu deslocamento, comprometendo a
afinao.
Para isto usa-se a vareta de limpeza, que possui um entalhe prximo de uma
extremidade. Coloca-se a ponta da vareta com o entalhe por dentro do bocal at tocar o
sistema de vedao. Teoricamente, esta marca deve estar no centro do furo do bocal.
Porm, a afinao depende muito da forma de soprar. Com a ajuda de um diapaso ou
afinador eletrnico, a posio do sistema de vedao pode ser corrigida, movimentandose o parafuso da tampa.
10
Tessitura
A flauta transversal possui uma extenso musical de trs oitavas completas a partir do
D. H recursos ainda para o r, mi, f e sol da quarta oitava. A seguir, em notas
naturais, uma comparao da tessitura da flauta de outros instrumentos sinfnicos:
Respirao
Como vimos no item de embocadura, o sopro da flauta livre, com pouca resistncia ao
expelir o ar. Por isso, deve ser administrado ao executar uma frase.
O processo de aspirao e expelimento do ar sempre feito pelo diafragma, que um
msculo localizado entre a barriga e o peitoral e funciona como um mbolo que puxa o
ar para dentro dos pulmes.
O diafragma muito importante para a respirao musical. Se o msico precisar
absorver uma quantidade de ar num intervalo muito curto, basta abrir a boca e projetar
bruscamente a barriga para frente. O ar entrar automaticamente pela boca numa
velocidade maior do que o normal.
Ao soprar, o expelimento deve ser moderado, dependendo do tamanho da frase a ser
executada.
comum os iniciantes sentirem tontura na iniciao ao sopro. Isso acontece por
insuficincia de oxigenao do crebro durante o sopro. Com o exerccio aerbico
exigido pela flauta, em pouco tempo a circulao melhora e as tonturas desaparecem.
11
Postura
A flauta deve ser suspensa direita do flautista, com uma leve inclinao.
Os dedos da mo direita devem ser posicionados sobre as teclas da extremidade oposta,
de forma natural, com a ponta do polegar sustentando a flauta por baixo.
A mo esquerda deve ser posicionada nas teclas mais prximas do bocal, em posio
no muito natural, pois a base do dedo indicador deve pressionar a flauta contra a boca.
Na embocadura
Pelo dedo indicador esquerdo
Pelo polegar direito
12
Na compra da Flauta
Se o candidato for criana, recomendvel comprar uma flauta com o bocal opcional
em curva, para alcance das mos. Pode-se optar tambm pelo flautim (Picollo), uma vez
que tem o bocal e posio das chaves iguais ao da flauta transversal, mas numa
proporo menor.
Tambm o candidato no deve iniciar com uma flauta profissional (chaves com um
pequeno furo), pois esta requer um fechamento exato dos furos.
Na compra de uma flauta transversal, bom estar junto com um flautista experiente,
para que toque um pouco e verifique alguns detalhes como: qualidade das sapatilhas,
fechamento simultneo das chaves, boa articulao, presso moderada nas teclas,
sonoridade e execuo completa da escala.
Existem muitas marcas de flauta recomendadas para iniciantes, porm por questes de
durabilidade e desgaste reduzido do mecanismo recomendam-se marcas reconhecidas
(Yamaha, Armstrong, Gemeinhard, Eagle, Jpiter, Conductor).
13
Para os que atingiram melhores nveis, existem as flautas handmade, cuja produo
individual e a maioria delas feita por encomenda. Destas, podemos citar: Muramatsu,
Myasawa, Sankyo, Haynes, Brannencooper, Altus, Powell, e ainda as flautas da linha
Yamaha handmade.
Cuidados Bsicos
Sempre aps tocar, a flauta deve ser limpa pelo lado de fora com uma flanela e, com
outra montada na vareta, para limpeza interna; ao limpar o interior do bocal tomar o
cuidado de no bater a vareta na coroa de afinao.
Periodicamente, limpar a flauta com um pano levemente umedecido, para remover
oleosidade e acidez das mos, seguido de uma flanela seca.
Sempre, antes de tocar, recomendvel fazer uma higiene bucal. Se no for possvel
fazer a higiene, pode-se fazer um enxgue bucal.
Quando a flauta soprada, normalmente a saliva percorre todo o seu comprimento. Se a
saliva contiver acares e resqucios de alimentos, quando atinge a sapatilha, cria
aderncia com o furo, provocando pequenos rudos (aderncia), reduzindo o seu tempo
de vida til.
Para limpeza das sapatilhas e eliminao dos rudos usa-se papel de seda. Proceder da
seguinte forma:
1.
Cortar uma tira de papel na largura da chave e comprimento de at um palmo.
2.
Colocar a tira de papel entre a sapatilha e o furo, fechar a tecla com leve presso
(02 vezes).
3.
Aps a limpeza de cada sapatilha, cortar a parte usada da tira.
Repetindo: ao montar e desmontar a flauta, NUNCA segure pelas chaves.
As sapatilhas mais comuns so fabricadas em feltro tranado, revestido de uma
membrana de origem animal (baudruche) muito frgil. Quando bem cuidadas, podem
durar de 5 a 10 anos.
Aps este tempo, devido variao de umidade, aparecem rachaduras e vazamentos.
Devem, portanto, ser trocadas por especialistas.
Sapatilhas
Em resumo
Quando no estiver tocando, durante os intervalos:
Coloque a flauta sobre uma superfcie plana, com o mecanismo voltado para
cima. No deixe uma ponta da flauta para fora da superfcie, onde um casaco ou
bolsa poder enganchar.
14
Parafuso
2. Atravs dos calos de cortia (ou feltro). Se a espessura do calo estiver errada,
deve ser trocada.
15
Para regulagem dos parafusos o flautista pode, com uma pequena chave adequada, fazer
a regulagem. No caso de reposio de calos e cortias recomenda-se procurar um
especialista.
Se houver algum problema mais srio
No tente consertar voc mesmo. Procure a orientao de um flautista mais experiente.
Procure um tcnico competente e de confiana. No recorra a curiosos. Um reparo
mal feito pode piorar o problema e acaba saindo mais caro.
16