Modelo 1 de Memorial
Modelo 1 de Memorial
Modelo 1 de Memorial
Introdução
Os anos iniciais
DOI: 10.1590/0104-4060.50179
1 O presente texto é uma versão condensada do Memorial Acadêmico apresentado por mim,
no dia 15 de maio de 2015, para a progressão à classe de Professor Titular, da área de Psicologia
da Educação, do Departamento de Teoria e Fundamentos da Educação, da Universidade Federal
do Paraná (UFPR). A banca examinadora foi composta pelos professores titulares: Dr. Egídio José
Romanelli (UFPR/Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR); Dra Elcie Aparecida
Fortes Salzano Masini (Universidade Estadual de São Paulo – USP/Mackenzie); Dra Maria Lucia
Faria Moro (UFPR); e Dra Maria Regina Maluf (USP/Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo – PUC-SP).
2 Universidade Federal do Paraná. Setor de Educação. Curitiba, Paraná, Brasil. Rua General
Carneiro, nº 460. Centro. CEP: 80.060-150. E-mail: [email protected]
dores, sendo que importantes nomes do ensino paranaense passaram por esta
instituição.
Mais tarde, como professora de um curso de pedagogia, pude verificar o
quanto fui privilegiada em cursar essa escola normal de segundo grau, mas com
status de ensino universitário.
Para mim, e creio que para a maioria dos alunos daquela época, estudar no
Colégio Estadual do Paraná e no Instituto de Educação foi e é motivo de orgulho,
dada a excelência de seus professores, a integralidade de seus conteúdos e a
formação laica e humanista, em que o ensino não se limitava à transmissão de
conhecimentos e ao desenvolvimento de capacidades, mas buscava o compro-
misso de cultivar princípios éticos, como o respeito aos direitos humanos e o
compromisso social, o exercício do espírito criativo e crítico, que complementava
a formação familiar. Não recordo de um único professor que nos impusesse o
seu modo de pensar. Ao contrário, sempre fui estimulada a argumentar entre
pontos de vista divergentes, desenvolvendo uma “dúvida metódica”, não exata-
mente a cartesiana, que me acompanha e me acompanhou no exercício de minha
profissão. Acredito que a contraposição e a contradição de ideias que levam a
outras ideias contribuem para aniquilar preconceitos, ideologias e manipulações
muitas vezes realizadas dentro do próprio espaço educacional.
No ano de 2015, ao completar 50 anos de término do magistério, a maio-
ria da nossa turma daqueles tempos se reuniu para comemorar a data. Outros
encontros se seguiram e são sempre emocionantes e repletos de lembranças do
tempo tão significativo das nossas existências. Até parece que a longa distância
no tempo nem existiu entre nós.
A complementariedade entre família e escola é essencial, visto que a família
educa para a vida e a escola para a sociedade. Sem dúvida, foi neste tempo de
escolaridade, aliado à formação familiar, é que se estabeleceram os fundamentos
de meu caráter e meu modo de ser pessoal e profissional.
Ao concluir o curso normal, realizei um concurso público para professor
do Estado do Paraná. Fui aprovada, mas não pude assumir pelo fato de que casei
e me transferi para a cidade de Santos, São Paulo, onde meu marido, também
professor, exercia suas atividades profissionais no âmbito universitário.
Dentre suas atividades, ele também escrevia livros paradidáticos e eu
comecei a ajudá-lo na pesquisa para a elaboração desse material. Creio que
daí nasceu minha veia de pesquisadora. Em uma época em que a internet não
existia, passava horas em bibliotecas, coletando material e me deliciando com
as “descobertas” que fazia. Isto consumia boa parte de meu tempo. Após dois
anos em Santos, meu esposo, como um dos fundadores da recém-inaugurada
Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná, retornou à Curitiba, onde continuei
as minhas pesquisas bibliográficas. Pensei em fazer faculdade, mas de comum
acordo com meu esposo, resolvi dar-me um tempo e assim construímos nossa
casa e tive meus dois filhos, um após outro. Porém, nunca deixei de estudar,
pois a elaboração dos livros continuava a me exigir. Foram aproximadamente
80 volumes, o que me mantinha bastante atualizada. Quando meu pequeno
completou quatro anos de idade, resolvi fazer um curso superior e nesta época
decidira: seria psicologia!
O curso de Psicologia
O curso de Mestrado
4 O termo estimulação precoce, no decorrer dos anos, foi superado pelos termos intervenção
precoce ou atenção precoce, mas permanece sendo usado nos documentos oficiais brasileiros. Assim
mantenho o seu uso porque é imediatamente reconhecido pelos profissionais da área.
O curso de Doutorado
Lígia Assumpção Amaral (USP) e Maria Lucia Toledo Moraes Amiralian (USP).
Infelizmente, os professores Lígia, Lauro e Agatti tiveram morte prematura,
ocasionando uma grande perda humana e científica de difícil reparação.
Minha tese constituiu-se em um marco na minha trajetória profissional
e, a partir dela, dei continuidade aos outros projetos de pesquisa por mim de-
senvolvidos.
O estágio Pós-Doutoral
Logo que ingressei na UFPR, no segundo semestre de 1991, por conta das
anunciadas medidas do governo Collor de Mello, particularmente as relacionadas
às aposentadorias, esvaziou-se o corpo docente do Programa de Pós-Graduação
em Educação (PPGE). Aos três doutores remanescentes coube a responsabili-
dade por uma produção científica articulada à formação de quadros em torno
de três linhas de pesquisa: Educação e Trabalho (Acacia Kuenzer), Currículo e
Conhecimento (José Alberto Pedra), Cognição, Aprendizagem e Interação Social
(Maria Lucia Moro). O novo programa se iniciou em 1992.
A Professora Maria Lucia, contando com o apoio do Professor Doutor
Egídio José Romanelli, do Departamento de Psicologia, convidou-nos a nós,
professoras Gilda Moreira Weiss, Verônica Branco e eu, na qualidade de mestres,
para colaborar nos três seminários obrigatórios da linha, que visavam o preparo
teórico-metodológico das futuras dissertações. Estes seminários transcorriam
de forma colegiada em sistema de orientação constante dos projetos dos alunos.
Ao retornar do doutorado, em 1998, fui credenciada na linha cujo nome
havia sido modificado para Cognição e Aprendizagem. Em 2001, o PPGE passou
por nova reorganização, extinguindo algumas linhas de pesquisa. Como a Profª
Maria Lucia apresentou a proposta da criação de uma nova linha de pesquisa
voltada à educação matemática, o colegiado decidiu pela extinção da linha de
Cognição. Fiquei inconformada, pois representava ela uma referência fundamen-
tal para mim e para os professores da área de Psicologia da Educação do Setor
de Educação e por conta de que pelo menos três destes professores estavam em
vias de doutoramento e seria ali que teriam condições de desenvolver seus futuros
projetos. Compartilhei esta angústia com a diretora do Setor da época, a Profª
Drª Acácia Zeneida Kuenzer, que entendeu minhas preocupações e resolveu me
apoiar, sugerindo que eu tentasse compor pelo menos uma dupla de professores
que desse sustentação à linha. Assim, convidei o Prof. Dr. José Alberto Pedra,
com larga competência e experiência na graduação e na pós-graduação do Setor,
para compor conosco. E ele aceitou o convite, para minha maior alegria. Vieram
integrar-se a nós os professores Araci Asinelli da Luz e Paulo Ricardo Ross, o
primeiro professor cego brasileiro a integrar um programa de pós-graduação,
ambos recém-doutores. Contamos também com a colaboração dos Professores
Doutores Valdo José Cavallet, José Egídio Romanelli e de minha colega do
DTFE, Sandra Regina Kirchner Guimarães, na qualidade de doutoranda em
5 Estas disciplinas sofreram, no decorrer dos anos, pequenas modificações em seus nomes.
Neste memorial, as referencio com as denominações atuais.
A Produção Científica
Eventos Científicos
A fonte maior que um professor e pesquisador usam para se capacitar
constantemente é, sem dúvida, a leitura de livros e artigos científicos, ainda
mais hoje, com o acesso a portais e bases de dados nacionais e internacionais
de grande qualidade. Mas a participação em eventos técnico-científicos é, a
meu ver, essencial para conhecer pesquisas novas e, sobretudo, contatar pessoas
envolvidas na pesquisa em que se está trabalhando. É espaço também imprescin-
dível para se submeter os resultados de pesquisa à apreciação crítica de colegas.
Tive a oportunidade de frequentar inúmeros eventos nacionais e interna-
cionais, apresentando trabalhos, sendo muitas vezes financiada pelo CNPq, pela
Capes e Fundação Araucária. Em eventos oficiais registrei 40 apresentações.
1995, em um total de onze. Entretanto, lembro que entre 1992 e 1993 participei
de inúmeras bancas, no interior da UFPR. Neste tempo, como recém-ingressa na
universidade, sempre me cabia a incumbência de secretária relatora, que tinha
por função registrar, por meio da escrita manual, todas as atas do concurso, em
caderno próprio. Lembro-me que fui convidada a participar de quatro concursos
seguidos na área da enfermagem e assim me tornei “especialista” em redação
de atas, em um árduo trabalho, hoje totalmente ultrapassado pela tecnologia.
Também participei de algumas bancas de avaliação do programa de Iniciação
Científica da UFPR.
Desde 1997, participei anualmente como membro de banca de seleção de
candidatos ao mestrado e, a partir de 2005, também da seleção de candidatos
ao doutorado, no PPGE, da UFPR.
As atividades de Extensão
A Gestão Acadêmica
As considerações finais
(Janeiro de 2017)