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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA

CONTABILIDADE

FINANCEIRA

Elaborado por Daniel Pimentel


Tendo por base as aulas do Professor Carlos Lopes
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA

CONTABILIDADE FINANCEIRA:

1º Parte – Contabilidade Financeira I


 Fundamentos e Conceitos da Contabilidade
 Método Contabilístico
 Normalização Contabilística
 Estudo do POC – Estudo do Balanço – Activos e Passivos

2º Parte – Contabilidade Financeira II


 Criação de Empresas
 Operações do Ciclo de Exploração
 Operações do Ciclo de Investimento
 Operações do Ciclo de Financiamento
 Preparação da Informação Financeira e Prestação de Contas
 Consolidação de Contas

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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA

CONTABILIDADE

FINANCEIRA I

ÍNDICE

Fundamentos e Conceitos da Contabilidade ....................................................................10


 Informações (de cariz Financeiro) ....................................................................10
 Contabilidade ........................................................................................................10
 Contabilidade Geral vs Contabilidade Analítica ................................10

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 Contabilidade Histórica vs Contabilidade Previsional ....................11


 Contabilidade Financeira vs Contabilidade de Gestão ....................11
 Empresas ........................................................................................................11
 Fluxos Económicos ................................................................................11
 Fluxos Financeiros ................................................................................12
 Fluxos Monetários ................................................................................12
 Património ........................................................................................................13
 Balanço ........................................................................................................13
 Activo ........................................................................................................13
• Imobilizações ........................................................................
........14
• Existências ........................................................................
........14
• Dívidas de Terceiros
....................................................................15
• Disponibilidades ............................................................
........15
 Passivo ............................................................................................15
 Capital Próprio ................................................................................16
 Demonstração dos Resultados por Natureza ........................................................16
 Proveitos e Custos Operacionais ........................................................16
 Proveitos e Custos Financeiros ........................................................16
 Proveitos e Custos Extraordinários ........................................................17
 Relação entre Balanço e DR ....................................................................17
 Factos Patrimoniais ............................................................................................17
Método Contabilístico ............................................................................................18
 A Conta e os Lançamentos: Noção e Objectivos ............................................18
 Classificação de Contas ....................................................................18
• Contas de Balanço
....................................................................18
• Contas de DR
................................................................................18
• Contas Colectivas e Contas Divisionárias
................................18
• Contas Principais e Contas Subsidiárias
................................19
 Regras de Movimentação de Contas ........................................................19
 Lançamento ............................................................................................20
 Sequência do Trabalho Contabilístico ............................................20
 Livros de Contabilidade ................................................................................21
 Razão ........................................................................................................21
 Diário ........................................................................................................21
 Extracto de Conta ................................................................................21

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 Balancete ............................................................................................21
 Sistemas de Coordenação Contabilísticos ........................................................22
 Sistema Clássico ................................................................................22
 Sistema Diário Razão ................................................................................22
 Sistema Centralizador ................................................................................22
 Sistemas Monistas e Dualistas ........................................................22
 Codificação Decimal das Contas ....................................................................23
Normalização Contabilística ............................................................................................24
 Plano Oficial de Contabilidade ....................................................................24
 Princípios Contabilísticos ....................................................................25
 Critérios de Valorimetria ....................................................................25
• Critérios de Valorização de Entradas
............................................25
• Critérios de Valorização de Saídas
............................................26
 Demonstrações Contabilísticas ........................................................26
• Balanço ........................................................................
........26
• Demonstração de Origem e Aplicação de Fundos
....................27
• Demonstração dos Resultados por Natureza
................................27
• Demonstração dos Resultados por Funções
................................27
• Demonstração dos Fluxos de Caixa
............................................27
• Anexo ao Balanço e Demonstração de Resultados
....................27
Estudo do POC – Estudo do Balanço – Activos e Passivos ............................................28
 Estudo das Disponibilidades ................................................................................28
 [11] Caixa ............................................................................................28
 [12] Depósitos à Ordem ....................................................................29
 [13] Depósitos a Prazo ....................................................................30
 [14] Outros Depósitos Bancários ........................................................30
 [15 e 18] Títulos Negociáveis e Outras Aplicações de Tesouraria ........31
• Valorimetria na Aquisição de Títulos Negociáveis
....................31
• Distribuição de Dividendos
........................................................32
• Alienações de Títulos Negociáveis
............................................32
• Valorimetria da Saída de Títulos de Carteira
................................33

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• Estudo de Aquisição de Obrigações


............................................34
• Valorimetria dos Excedentes de Tesouraria à Data do
Balanço....35
 Dívidas Activas e Passivas ................................................................................36
 [24] Estado e Outros entes Públicos ........................................................36
• [241] Imposto Sobre o Rendimento
............................................36
 2411 Pagamento por Conta ............................................37
 2412 Retenção na Fonte de Imposto ................................37
 2413 Imposto Estimado ............................................37
 2414 Imposto Liquidado ............................................38
 2415 Imposto Apuramento ............................................38
 2416 e 2417 Imposto a Pagar e a Recuperar ....................39
• [243] Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)
....................39
 2431 IVA Suportado ........................................................40
 2432 IVA Dedutível ........................................................41
 2433 IVA Liquidado ........................................................43
 2434 IVA Regularizações ............................................45
o IVA Regularizações a Favor da Empresa ........45
o IVA Regularizações a Favor o Estado ........47
 2435 IVA Apuramento ............................................49
 2436 IVA a Pagar ........................................................49
 2437 IVA a Recuperar ............................................49
• [242] Retenção na Fonte pela Empresa sobre Rend. de
Terceiros.50
 2421 Trabalho Dependente ............................................50
 2422 Trabalho Independente (Process. de Honorários).....51
 2423 Retenção de Impostos sobre Rend. de Capitais ........52
 2424 Retenção de Imposto sobre Rendimentos Prediais...52
 [21] Clientes ............................................................................................53
• [211] Clientes c/c
....................................................................53
• [212] Clientes – Títulos a Receber
............................................53
• [218] Clientes de Cobrança Duvidosa
................................54
• [219] Adiantamentos de Clientes
............................................55
 [22] Fornecedores ................................................................................55
• [221] Fornecedores c/c
........................................................55

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• [222] Fornecedores – Títulos a Pagar


............................................55
• [228] Fornecedores – Facturas em Recepção e Conferência
........56
• [229] Adiantamentos a Fornecedores
............................................56
 Valorimetria das Dívidas Activas e Passivas ............................................56
 Provisões e Contingências ................................................................................57
 Acréscimos e Diferimentos (Conta 27) ........................................................58
 [271] Acréscimos de Proveitos ........................................................58
 [272] Custos Diferidos ....................................................................59
 [273] Acréscimos de Custos ....................................................................60
 [274] Proveitos Diferidos ....................................................................61
 Existências ........................................................................................................62
 [31] Compras ............................................................................................62
 Valorimetria na Aquisição de Existências ............................................62
 Valorimetria na Saída de Existências ........................................................62
 Movimentação das Existências ........................................................62
• Sistema de Inventário Permanente (SIP)
................................63
• Sistema de Inventário Intermitente (SII)
................................63
• Compras Líquidas e Vendas Líquidas
................................63
 [38] Regularização de Existências ........................................................64
• Regularizações Positivas
........................................................64
• Regularizações Negativas
........................................................64
• Regularizações Positivas e Negativas no SII
................................66
 Valorimetria de Existências à data do Balanço ................................67
 [39] Provisões para Depreciação de Existências ................................67
 Imobilizações ........................................................................................................67
 Valorimetria na Aquisição de Imobilizações ............................................68
 [48] Amortizações Acumuladas ........................................................69
 [41] Investimentos Financeiros ........................................................70
• [411] Partes de Capital
........................................................70
• [414] Investimento em Imóveis
............................................71
 [42] Imobilizações Corpóreas ....................................................................72
 Constituição de Sociedades / Empresas ........................................................73

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 Trabalhos de Fim de Exercício ....................................................................74

FUNDAMENTOS E CONCEITOS DA CONTABILIDADE

INFORMAÇÕES (DE CARIZ FINANCEIRO)

Conjunto de conhecimentos organizados e orientados para a tomada de decisões.


Tendo por objectivo dar a conhecer os factos da vida contemporânea. Possui quatro
características fundamentais:
1- Fiabilidade: garantia do nível de confiança das demonstrações
financeiras. É, então, a garantia que as demonstrações financeiras estão
libertas de erros e/ou omissões.
2- Relevância: nas demonstrações financeiras estão todos os factos, são o
retracto de todos os factos patrimoniais que possam afectar a sua leitura.
3- Comparabilidade: permite a confrontação das demonstrações de cariz
contabilístico no espaço (com outras organizações) e no tempo (sentido
evolutivo da organização).
4- Compreensível: deverá o utilizador da informação financeira possuir as
ferramentas e utensílios que lhe permitam extrair a informação que ele
necessita para a tomada de decisões.
Utilizadores de informação:
 Gestores / Contabilistas (para a tomada de decisões e planeamento);
 Administração;
 Investidores / Sócios / Accionistas (rentabilidade);
 Trabalhadores (remuneração, segurança/estabilidade);
 Banca (retorno dos empréstimos);
 Estado (receitas fiscais e aumento da riqueza do país);
 Concorrentes (identificar as fragilidades);
 Clientes;
 Fornecedores (credibilidade da empresa).

CONTABILIDADE

É um conjunto de meios organizados que irão permitir a recolha, tratamento,


classificação e síntese da informação financeira. Podemos dividir a contabilidade segundo
várias ópticas:

Contabilidade Geral vs Contabilidade Analítica

Contabilidade Geral irá preocupar-se com o registo dos factos patrimoniais


resultantes da interacção da empresa com o seu meio exterior.
Contabilidade Analítica é uma contabilidade interna, tendo como objectivo apurar
custos internos e fazer a análise dos negócios da empresa.

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Contabilidade Histórica vs Contabilidade Previsional

Contabilidade Histórica, preocupa-se com o registo dos factos patrimoniais


passados.
Contabilidade Previsional, tem por objectivo planear e orçamentar a vida das
organizações a partir do conhecimento da situação económico/financeira e monetária
presente e passada.

Contabilidade Financeira vs Contabilidade de Gestão

Contabilidade Financeira é a contabilidade que estuda a interacção da empresa


com o exterior, fornecendo aos decisores a informação necessária para as decisões, estuda
a recolha e o registo da síntese da informação.
Contabilidade de Gestão, é a contabilidade analítica que permite estruturar o
negócio da empresa, conhecendo os resultados, os custos e proveitos, das áreas de
negócio. É uma

contabilidade interna.

EMPRESAS – SOCIEDADES COMERCIAIS

A empresa é um conjunto de meios humanos, técnicos e financeiros devidamente


organizados e orientados para a realização de objectivos (resultado e lucro). As empresas
ao interagir com o seu meio exterior geram três tipos de fluxos: Económicos, Financeiros
e Monetários.

Fluxos Económicos – Custos e Proveitos

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Custos, consumo de recursos por parte da empresa provenientes da sua utilização


(utilização de factores produtivos). Documentos: nota interna de produção, V/ factura, V/
factura-recibo, V/ venda a dinheiro. [V = Vossa ; N = Nossa]
Proveitos, obtenção de um rendimento, corresponde à remuneração dos factores
produtivos. Documentos: nota interna de produção, N/ factura, N/ factura-recibo, N/
venda a dinheiro.

Fluxos Financeiros – Despesas e Receitas

Despesas, contracção de um divida, obrigação. Documentos: V/ facturas, V/


factura-recibo, V/ venda a dinheiro.

Receitas, contracção de um direito. Documentos: N/ factura, N/ factura-recibo, N/


venda a dinheiro.

Fluxos Monetários – Pagamentos e Recebimentos

Pagamento, saída de meios monetários, está associada à extinção de uma


obrigação. Documentos: V/ recibo, V/ factura-recibo, V/ venda a dinheiro.
Recebimento, entrada de meios monetários, está associado à extinção de um
direito. Documentos: N/ recibo, N/ factura-recibo, N/ venda a dinheiro.

Exemplo:
Identifique a natureza dos fluxos presentes nas seguintes operações:
1. Factura n.º 5 do fornecedor J, relativo à compra de mercadorias no valor de 5000€
2. Factura-recibo n.º 5200 da EDP, relativo ao consumo de energia, no valor de 100€
3. Nossa factura-recibo n.º 1, relativo à venda de 50% das mercadorias adquiridas na
operação 1, no valor de 3000€
4. Factura-recibo n.º 7 da IBM, relativo à compra de 3 pc’s destinados ao escritório no valor
de 2000€
5. Aviso de lançamento do BPI, relativo a juros suportados da conta caucionar, no valor de
250€

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Fluxos Financeiros Fluxos Económicos Fluxos Monetários


Despesas Receitas Custos Proveitos Pagamentos Recebimentos
Operação 1 5000
Operação 2 100 100 100
Operação 3 3000 2500 3000 3000
Operação 4 2000 2000
Operação 5 250 250 250

PATRIMÓNIO

O Património de uma empresa é composto por um conjunto de elementos


patrimoniais, elementos estes
que possuem duas partes que o
definem: a sua natureza e o seu
valor.
O Património de
uma empresa é composto por
elementos patrimoniais
activos (bens e direitos) e
passivos (obrigações).
A Situação Liquida de uma empresa poderá assumir três situações:
 Situação liquida positiva (A > P) (CP > 0)
 Situação Líquida Nula (A = P)
 Situação Líquida Negativa (A < P) (implica falência técnica)

BALANÇO

Balanço: a imagem num determinado momento da empresa, ou seja, uma


representação estática da empresa na qual podemos identificar os elementos patrimoniais,
e as suas respectivas naturezas e valores.
Balanço numa Perspectiva Financeira: dá a conhecer as aplicações, os
investimentos realizados pela empresa, e a forma como se procedeu ao seu
financiamento, quer através de origens externas (dívidas a terceiros), quer através de
origens internas (capital próprio).

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Activo

Os elementos patrimoniais activos surgem dispostos no balanço segundo o grau


de liquidez. Podemos agrupar os elementos patrimoniais activos em quatro grandes
grupos: imobilizações, Existências, Dívidas de terceiros e Disponibilidades.

Imobilizações

Correspondem ao conjunto de activos fixos que normalmente permanecem na


empresa por um período superior a 1 ano. Podemo-las dividir em:
 Imobilizações Técnicas: compreendem os bens e direitos que estão afectos à
actividade da empresa, isto é, indispensáveis à prossecução do seu objecto
social. Estes também se designam por imobilizações de exploração. Ainda é
possível subdividila em:
 Imobilizações Corpóreas – são todos os bens físicos que permanecem
na empresa normalmente mais de 1 ano, e que não correspondem ao
seu objecto social (negócio da empresa). Exemplos: terrenos, edifícios,
maquinas industriais (equipamento básico), as viaturas (equipamento
de transporte), as ferramentas e utensílios, imobiliário de escritório.
 Imobilizações Incorpóreas – são despesas de carácter plurianual,
corresponde a activos não físicos e que devem ser reconhecidos com
custo ao longo de vários exercícios. São despesas capitalizáveis, entre
outros destacamos as despesas com a constituição e aumento de capital
da sociedade, as despesas de investimento e despesas técnicas,
despesas com propriedade industrial (marca) e trespasses.
 Imobilizações de Rendimento: corresponde a investimentos financeiros, cujo
objectivo é o de controlar outras empresas ou de obter um rendimento por via
de uma aplicação financeira de médio-longo prazo. Exemplos de
investimentos financeiros: as partes de capital detidas noutras empresas, as
obrigações, os empréstimos concedidos a empresas do grupo e associadas,
investimentos em imóveis, fundos de investimento, depósitos a prazo para
além de 1 ano.

Existências

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Correspondem ao conjunto de bens que caracterizam o objecto social da empresa.


Existem diversos tipos de existências:
 Mercadorias – são bens comercializados por empresas comerciais, são
adquiridas num estado e vendidos nesse mesmo estado, não sofrem qualquer
transformação.
 Produtos Acabado – correspondem aos bens que são resultado do processo
produtivo e que se encontram aptos à venda.
 Sub-Produtos – são bens que resultam do processo produtivo sem que sejam
no entanto o seu objectivo final, são bens acessórios inerentes à produção.
Também se denominam por refugos ou resíduos.
 Produtos em Curso / Vias de Fabrico – são bens que se encontram em fase
intermédia do processo produtivo. São resultado de uma transformação que
não é igual.
 Matérias Primas – conjunto de bens que irão ser alvo de transformação e que
concorrem directamente ao produto final.
 Matérias Subsidiárias – são os bens que embora não incorporem directamente
o produto acabado são indispensáveis à sua obtenção.

Dívidas de Terceiros

Englobamos neste grupo de activos o realizável a curto-prazo e o realizável a


médio-longo prazo. Corresponde a dívidas de terceiros:
 Dívidas de Clientes;
 Adiamento a fornecedores;
 Dívidas do Estado;
 Dívidas de Sócios;
 Devedores.

Disponibilidades

Correspondem aos activos mais líquidos das empresas. Podemo-lo dividir em dois
grupos:
 Aplicações Periódicas – reúnem as aplicações excedentes de tesouraria,
podem ser decompostas em:
 Títulos negociáveis: conjunto de valores mobiliários, acções,
obrigações, títulos de participação, etc. São objecto de negociação na
bolsa de valores.
 Outras Aplicações de Tesouraria: englobam outros activos tais como
clips, crédito por leilão e investimento público, obras de arte, etc.
 Meios Líquidos ou Quase Líquidos –
 Outros Depósitos: certificados de depósito, depósitos endossáveis a
terceiros, têm uma maior liquidez que os depósitos a prazo mas menor
taxa de rendibilidade.

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 Depósitos a Prazo: são aplicações bancárias cujo capital e respectivo


juro é reembolsável dentro de um prazo (inferior a 1 ano).
 Depósitos à Ordem: corresponde a um activo na medida em que
representam o dinheiro imediatamente disponível em instituições de
crédito. No caso dos depósitos à ordem possuírem um saldo negativo
isto representa uma obrigação da empresa perante o banco (devendo
por consequente surgir no passivo da empresa).
 Caixa: engloba o numerário, cheques em carteira, e os vales postais
que normalmente estão à guarda da tesouraria.

Passivo

No passivo as dívidas a terceiros surgem dispostas segundo o seu grau de


exigibilidade, isto é, parte-se das dívidas menos exigíveis para as dívidas mais exigíveis.
No passivo deverão ser balanceadas as dívidas, isto é, separar o que é exigível a médio-
longo prazo do que é a curto prazo. No passivo iremos encontrar:
 As dívidas a fornecedores;
 Dívidas a instituições de crédito (empréstimos bancários e descontos
bancários);
 Dívidas ao Estado;
 Dívidas a Sócios e Accionistas;
 Dívidas a fornecedores de imobilização;
 Dívidas ao pessoal;
 Adiantamento de cliente;
 Dívidas a outros credores.

Capital Próprio

O Capital Próprio é representativo do património da empresa, podemo-lo dividir


em:
 Capital Inicial – corresponde ao capital social com que a empresa se constitui,
é revelador do conjunto de bens, direitos e obrigações que os sócios colocaram
inicialmente à disposição da empresa.
 Capitais Adquiridos – poderão decorrer de duas naturezas: novas entradas de
sócios (são normalmente decorrentes quer de elementos de capital, quer de
prestações suplementares) ou resultados retidos (são normalmente expressos
em reservas e resultados transitados, são fruto do desenvolvimento da
actividade da empresa e dos lucros por ela gerados).

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR NATUREZA

É uma demonstração económica que dá a conhecer as componentes positivas dos


resultados (proveitos e ganhos) e as componentes negativas dos resultados (custos e

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perdas). Os resultados, os custos e os proveitos, devem ser classificados de acordo com a


sua natureza: operacional, financeira e extraordinária.

Proveitos e Custos Operacionais

Os Proveitos Operacionais correspondem aos rendimentos que ocorrem da


exploração da actividade da empresa, isto é, o seu negócio. Destacam-se: as vendas,
prestações de serviços.
Custos Operacionais correspondem aos consumos necessários ao normal
funcionamento da empresa, estão associados ao seu círculo de exploração. Exemplos:
custos com pessoal, custo da mercadoria vendida e das matérias consumidas, impostos,
amortizações de exercício e as provisões do exercício.

Proveitos e Custos Financeiros

Proveitos Financeiros, correspondem aos rendimentos de aplicações financeiras, é


a retribuição dos investimentos financeiros. Destacam-se os juros de depósitos ou
empréstimos concedidos, rendimentos de acções (dividendos), descontos de p.p. obtidos,
ganhos em alienações de aplicações de tesouraria.
Custos Financeiros, correspondem aos custos de financiamento da actividade da
empresa, entre outros, destacamos os juros de empréstimos bancários, juros de
suprimento (empréstimos de sócios), os juros de empréstimos obrigacionistas, descontos
de p.p. concedidos, os serviços bancários, o custo de emissão de garantias bancárias, as
perdas em alienações de aplicações financeiras, etc.

Proveitos e Custos Extraordinários

Proveitos Extraordinários, são os rendimentos que resultam de situações


eventuais. Destacamos os ganhos em alienações de imobilizado, a recuperação de
dívidas, etc.
Custos Extraordinários, correspondem aos consumos que resultam de situações
ocasionais, eventuais, que não caracterizam a vida corrente da empresa. Entre outros
destacamos: as dívidas incobráveis, donativos, perdas em alienações de imobilizado.

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Relação entre
Balanço e

Demonstração de Resultados

O Balanço e a Demonstração de Resultados são duas demonstrações que se


completam, na Demonstração de Resultados é apurado o resultado que é parte integrante
do Capital Próprio da empresa.

FACTOS PATRIMONIAIS

São as alterações ao património da empresa, podemos classificar os factos


patrimoniais:
 Factos Patrimoniais Permutativos: quando altera a constituição do património
mas não o seu valor, isto é, não altera a situação líquida da empresa.
 Factos Patrimoniais Modificativos: altera a composição e valor do património,
isto é, provoca alterações à situação líquida.

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MÉTODO CONTABILÍSTICO

A CONTA E OS LANÇAMENTOS: NOÇÃO E OBJECTIVOS

Entende-se por Método Contabilístico, o conjunto de normas e procedimentos a


adoptar com o intuito de dar a conhecer a situação económica, financeira e monetária. O
elemento fundamental do Método Contabilístico é a Conta.
Conta: é uma unidade de registo contabilístico na qual se registam os bens,
direitos, obrigações, os fluxos económicos, proveitos e custos, e os resultados. Uma conta
possui duas características fundamentais, a homogeneidade (a garantia que só os
elementos patrimoniais, custos e proveitos, com características comuns se encontram
nessa conta) e integralidade (garantia que todos os elementos patrimoniais com
características comuns se encontram reflectidos na conta). Os elementos que constituem a
conta são:
 O Título: identifica a natureza do elemento
patrimonial, do custo e do proveito.
 A Extensão: permite identificar os valores dos
registos nas respectivas contas.

Classificação de Contas

Contas de Balanço

Contas Activo, Contas Passivo e Contas Capital Próprio (contas identificativas do


património liquido da empresa).

Contas de Demonstração de Resultados

Contas de Custos e Perdas (contas que identificam o consumo de recursos e


utilização de factores produtivos), Contas de Proveitos e Ganhos (contas que reflectem os
rendimentos gerados pelo negócio da empresa) e Contas Resultados (contas que
identificam a natureza dos lucros e prejuízos gerados na empresa).

Contas Colectivas e Contas Divisionárias

Contas Colectivas, são as contas integradoras que reúnem os movimentos


ocorridos nas contas divisionárias.
Contas Divisionárias, são sub-contas cuja informação é fornecida à conta
colectiva, a ultima das contas divisionárias, chama-se Conta Elementar (não admite mais
sub-divisões). O registo contabilístico dos factos patrimoniais faz-se nas contas
elementares divisionárias.

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Contas Principais e Contas Subsidiárias

Conta Principal, reflecte o apuramento dos diversos valores registados nas contas
subsidiárias.
Conta Subsidiária, conta informativa, ficará saldada aquando da sua transferência
para as contas principais.

Regras de Movimentação de Contas

CONTAS DE BALANÇO DÉBITO CRÉDITO


Contas do Activo Aumentos Saldo Inicial Diminuições
Contas do Passivo D A Saldo Inicial
Contas do Capital Próprio D A Saldo Inicial
CONTAS DE DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADOS
Contas de Custos A D
Contas de Proveitos D A
Contas de Resultados D A
A= D=
O Método de registo contabilístico dos factos patrimoniais é o método Digráfico
(ou método das partidas dobradas), segundo o qual, o total dos movimentos a débito
deverá ser igual ao total dos movimentos a crédito. Este método traduz a equação
fundamental da Contabilidade. As contas podem ter três tipos de saldos, saldo devedor
(Débito > Crédito), nulo (D=C) ou credor (D<C).

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Lançamento

Lançamento, corresponde ao registo dos factos patrimoniais nas contas, utilizando


o método Digráfico. Podemos classificar os lançamentos atendendo ao número de contas
movimentadas:
 Lançamentos Simples, 1 Débito corresponde a 1 Crédito;
 Lançamentos Compostos, 1 Débito implica vários Créditos, vários Débitos
implicam 1 Crédito ou vários Débitos implicam vários Créditos.
Podemos classificar os lançamentos atendendo à sua natureza:
 Lançamento de Abertura, são os primeiros lançamentos a serem registados na
conta, correspondem ao registo na conta;
 Lançamentos Correntes, corresponde aos lançamentos que caracterizam o
negócio da empresa, sendo efectuados ao longo do exercício económico;
 Lançamentos de Regularização, são os lançamentos que ocorrem no final do
exercício económico com o intuito de rectificar as contas do balanço e as
demonstrações de resultados, inserem-se nos trabalhos de fim de exercício;
 Lançamentos de Apuramento de Resultados, corresponde à transferência dos
diversos resultados mediante a transferência dos respectivos proveitos e
custos;
 Lançamentos de Estorno, corresponde à correcção contabilística de um
lançamento anterior;
 Lançamentos de Encerramento das Contas, corresponde aos lançamentos de
fecho das contas, ocorrem no final do exercício, após elaboração do balanço;
 Lançamentos de Reabertura, corresponde à abertura dos saldos iniciais que
correspondem aos saldos transitados do período anterior.

Sequência do Trabalho Contabilístico

22
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LIVROS DE CONTABILIDADE

Razão

Assemelha-se à conta, dá a conhecer a informação


histórica da conta, nomeadamente, os movimentos ocorridos, quer
a débito quer a crédito, bem como o respectivo saldo. Existem
dois traçados de razão: clássico ou simplificado.

Diário

Corresponde ao livro da contabilidade que regista os factos patrimoniais segundo


uma sequência cronológica, tendo como vantagem a compactação dos documentos,
facilitando assim a sua consulta.

Classificação
Data N.º Doc. Descrição Valor
Débito Crédito
... ... ... ... ... ...

Extracto de Conta

O Extracto de Conta identifica os movimentos obtidos numa conta ao longo de


um determinado período. Possui o seguinte traçado:
Data Doc. Descrição Débito Crédito Saldo
24/10 1 Compra de Merc. 1000 1000D
25/10 2 Devolução de Merc. 500 500D
26/10 3 Registo do CMV 200 300D

Balancete

O Balancete é um mapa de resumo dos movimentos ocorridos ao longo de um


período. Permite de uma forma sintética identificar os movimentos, quer a débito quer a
crédito, de todas as contas, bem como os seus respectivos saldos. O Balancete possui o
seguinte traçado:
Movimentos do Mês Mov. Acumulados Saldos
Código Conta
Débito Crédito Débito Crédito Devedor Credor
11 Caixa 300 0 300 0 300 0
21 Clientes 0 0 0 0 0 0
22 Fornec. 500 1000 500 1000 0 500
... ... ... ... ... ... ... ...
Total ... ... ... ... ... ...

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SISTEMAS DE COORDENAÇÃO CONTABILÍSTICOS

Estes sistemas permitem proceder ao testamento contabilístico dos documentos de


forma diversa. Existem três sistemas de coordenação:
 Sistema Clássico;
 Sistema de Diário-Razão;
 Sistema Centralizador.

Sistema Clássico

Operações  Documentos  Diário  Razão  Balancete

Sistema Diário-Razão

Documentos  Diário/Razão  Balancete


Regista os documentos de uma forma só, pouco pratico pois torna-se muito
extensivo.

Mercadorias Caixa Imo. Corpor. ...


Data Doc. Descrição
Débito Crédito D C D C D C
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Sistema Centralizador

Tem como vantagem, ao nível da organização documental ser bastante prático.

Sistemas Monistas e Dualistas

Na contabilidade existem 2 sistemas de contas, os sistemas monistas e os sistemas


dualistas.
Nos sistemas Monistas há uma completa independência entre os movimentos
ocorridos e registados na Contabilidade Geral e na Contabilidade Analítica.
Nos sistemas Dualistas, existe uma interligação entre as contas da Contabilidade
Geral e as contas da Contabilidade Analítica.

24
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CODIFICAÇÃO DECIMAL DAS CONTAS

Na contabilidade existem 10 classes de contas.


Classe 1 Disponibilidades, Classe 2 Terceiros, Classe 3 Existências, Classe 4
Imobilizações, Classe 5 Capital Próprio. Contas do Balanço.
Classe 6 Custos e Perdas, Classe 7 Proveitos e Ganhos, Classe 8 Resultados.
Contas que integram a Demonstração de Resultados.
Classe 9 Contas da Contabilidade Analítica, Classe 0 Livre.

O grau da conta corresponde ao número de decomposições subsequentes à classe


da conta. No Balancete do Razão Geral, integram
contas de 1º grau, contas colectivas.

25
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NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

A Normalização Contabilística (NC) resultou da necessidade em harmonizar e


uniformizar as políticas e procedimentos contabilísticos aplicáveis às organizações.
A NC teve como produto o Plano Oficial de Contabilidade. O primeiro POC que
surgiu em Portugal foi em 1977, sendo o resultado do trabalho da comissão de NC. O
POC existente hoje é datado de 1989 e foi resultado de adaptações necessárias motivadas
pela 4ª directiva comunitária (situação que foi consequência da entrada de Portugal na
CEE).
A NC possui 5 grandes objectivos:
 Definir um quadro de normas e regras comuns a todas as organizações,
permitindo desta forma a comparabilidade da informação, quer no espaço quer
no tempo.
 Dotar as organizações de produtos financeiros uniformizados, isto é, idênticos
em todas as organizações (Balanço, Demonstração dos Resultados por
natureza, DR por funções, demonstração de origem e aplicação de fundos,
demonstração dos fluxos de caixa, anexo ao balanço e à DR).
 Com o POC veio permitir uniformizar a prestação de contas quer aos
accionistas quer às autoridades fiscais.
 A normalização e os seus quadros de informação servem de meio de prova em
situações de litígio com outras organizações.
 No campo da educação veio permitir o desenvolvimento organizado e
sistemático dos conhecimentos aos alunos.

Um dos inconvenientes da NC, poderá ser o excesso de uniformização em largas


medidas, que poderá provocar o não atendimento às realidades específicas de cada
organização.

PLANO OFICIAL DE CONTABILIDADE

Hoje em dia em Portugal, existem diversos POC’s: POC (genérico das


organizações), POCP (do sector público), POCAL (aplicável às autarquias locais),
POCSB (aplicável ao sistema Bancário / Segurador), POCMS (específico do Ministério
da Saúde), POCE (do Ministério da Educação), etc.
O POC é aplicável a SA, Sociedade por quotas, Sociedades em Comandita,
Sociedades Uni-Pessoais, Sociedades em Nome Colectivo.
O POC possui 12 capítulos:
 Introdução;
 Considerações Técnicas;
 Características Qualitativas da informação Financeira;
 Princípios Contabilísticos;

26
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 Critérios de Valorimetria;
 Balanços;
 Demonstrações dos Resultados;
 Anexo ao Balanço e à DR;
 Demonstração de origem e aplicação de fundos;
 Quadro de Contas;
 Código de Contas;
 Notas Explicativas.

Princípios Contabilísticos

Princípio da Continuidade, significa que no final do Exercício Económico as


organizações não terão a necessidade de alienar todos os seus activos, nem pagar todos os
seus passivos, nem distribuir o remanescente (caso exista) aos seus sócios accionistas.
Princípio da Consistência, significa que não é possível às organizações
alternarem as suas políticas e procedimentos contabilísticos durante a sua vida (ex.:
adopção dos critérios valorimétricos de saídas).
Princípio da Especialização, diz-nos que os custos e proveitos deverão ser
reconhecidos independentemente da respectiva despesa e receita. Este princípio traduz-se
contabilisticamente através da conta 27 (acréscimos e deferimentos).
Princípio do Custo Histórico, os bens devem ser registados na contabilidade
pelo seu preço de aquisição (respectivo preço de compra acrescido de todas as despesas
suportadas com a sua aquisição). Existe uma derrogação ao princípio histórico que
corresponde à reavaliação dos activos imobilizados.
Princípio da Prudência, devemos reflectir na contabilidade custos destinados a
fazer face a contingências futuras, cuja ocorrência embora incerta seja provável. A
reflexão do Princípio da Prudência é feito através das provisões do exercício.
Princípio da Substância sobre a forma, diz-nos que a realidade do facto
prevalece sobre a sua forma legal. Isto é, embora a lei diga que, por exemplo, a
propriedade de um bem adquirido em regime de locação financeira seja da locadora, a
realidade diz-nos que quem usufrui do bem é o seu locatário, pelo que deve este regista-lo
na contabilidade como sendo seu.
Princípio da Materialidade, diz-nos que deverão estar reflectidos na
contabilidade todos os factos que possam influenciar a tomada de decisões, por parte dos
diversos utilizadores a informação financeira. A materialidade está associado ao conceito
de relevância.

Critérios de Valorimetria

Correspondem a critérios de valorimetria a forma como se procede à valorização


quer das entradas quer das saídas, dos passivos e activos.

Critérios de Valorização de Entradas

27
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Segundo o POC os bens e os direitos deverão ser registados pelo seu preço de
aquisição e/ou pelo seu custo de produção.
Preço de Aquisição, todos os valores que estão directamente e indirectamente
relacionados com o bem, no seu acto de compra. Isto significa, que ao preço do bem
deverão ser acrescidas todas as despesas suportadas com a sua aquisição, nomeadamente
despesas de transporte, despesas com seguros, despesas com alfândegas, despesas fretes.
Custo de Produção, os custos suportados e que estão associados com o processo
produtivo. Nomeadamente, o consumo de matérias-primas e subsidiárias, o consumo de
mão-de-obra directa e o consumo de gastos gerais de fabrico (energia, despesas com
conservação e manutenção dos elementos fabris, custos com o desgaste dos elementos
fabris).
O POC permite ainda nos casos em que seja manifestamente difícil valorizar o
custo de produção (nomeadamente no sector agrícola e nas indústrias extractivas)
proceder à sua valorização com base no preço de venda deduzido da respectiva margem
da empresa.

Critérios de Valorização de Saídas

Os bens devem ser retirados da contabilidade pelo seu preço de aquisição e/ou
pelo seu custo de produção. No entanto no caso em que ocorram lotes de activos com
diferentes valorizações devemos atender entre outros a um dos 5 critérios seguintes:
 FIFO (First In First Out);
 LIFO (Last In First Out);
 Custo Médio Ponderado;
 Custo Específico;
 NIFO (Next In First Out – custo de reposição).

Demonstrações Contabilísticas

As demonstrações contabilísticas podem ser classificadas quanto à sua natureza:


 Demonstrações Financeiras (Despesas / Receitas)
 Balanço
 Demonstração de Origem e Aplicação de Fundos
 Demonstrações Económicas (Custos / Proveitos)
 Demonstração dos Resultados por Naturezas
 Demonstração dos Resultados por Funções
 Demonstrações Monetárias (Pagamentos / Recebimentos)
 Demonstração dos Fluxos de Caixa
 Quadros de Informação Complementar

Balanço

É o mapa do património, é uma demonstração estática que permite saber o valor


dos bens, direitos e obrigações, num dado momento. O POC prevê a adopção de dois

28
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tipos de balanço a serem utilizados consoante a dimensão das organizações. O Balanço é


de elaboração obrigatória na prestação de contas, quer aos accionistas quer à
administração fiscal.

Demonstração de Origem e Aplicação de Fundos

É uma demonstração dinâmica, o seu objectivo é o de dar a conhecer a forma


como a empresa se financiou e a forma como procedeu ao respectivo investimento. A sua
elaboração é de uso facultativo, não sendo por consequente uma parte integrante da
prestação de contas. Em termos práticos resulta da comparação de dois balanços
consecutivos.

Demonstração dos Resultados por Natureza

É uma demonstração económica, o seu objectivo é o de dar a conhecer, quer os


custos quer os proveitos, bem como as suas naturezas (operacionais, financeiras,
extraordinárias).

Demonstração dos Resultados por Funções

É uma demonstração económica cujo objectivo é o de classificar os custos de


acordo com as suas funções na organização. Os custos são agrupados em: custos de
produção, custos de distribuição ou comerciais e custos administrativos.

Demonstração dos Fluxos de Caixa

É uma demonstração monetária, o seu objectivo é o de dar a conhecer as entradas


de dinheiro e as respectivas saídas. A sua elaboração é obrigatória, permitindo classificar
os recebimentos e pagamentos: operacionais, de investimento e de financiamento.

Anexo ao Balanço e Demonstração de Resultados

É um quadro informativo cuja elaboração é obrigatória, coloca comentários


diversos aos valores expressos quer no Balanço quer na Demonstração de Resultados.
Nomeadamente, e a título de exemplo, a Demonstração dos Resultados Financeiros, a
Demonstração dos Resultados Extraordinários a menção aos bens adquiridos em locação
financeira, os critérios valorimétricos adoptados pela organização, garantias prestadas
pela organização, critérios de amortização adoptados.

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ESTUDO DO POC – ESTUDO DO BALANÇO – ACTIVOS E PASSIVOS

ESTUDO DAS DISPONIBILIDADES

Entendem-se por Disponibilidades o conjunto de activo com maior liquidez nas


empresas, isto é, cuja conversão em meios monetários é imediata ou quase imediata. As
Disponibilidades dividem-se e subdividem-se em:
 Meios Líquidos
 11 Caixa
 12 Depósitos à Ordem
 13 Depósitos a Prazo
 14 Outros Depósitos
 Aplicações Periódicas
 15 Títulos Negociáveis
 18 Outras Aplicações de Tesouraria

[11] Caixa

A conta caixa é uma conta do activo. Possui sempre saldo devedor ou lucro.
Constituem valores em caixa: Notas e Moedas de Curso Legal, Cheques em
Carteira e Vales Postais.
Não constituem valores em caixa: Os selos postais, as facturas-recibos e os
recibos referentes a despesas, os bilhetes de transporte, as notas e moedas que não sejam
do curso legal, etc.
Valorimetria da Conta Caixa: quando à data da elaboração do balanço, existem
valores em caixa expressos na moeda estrangeira, devemos proceder à sua actualização
com base no câmbio à data do balanço.
Exemplo:
1. 7/11/N compra de 100 USD ao banco (câmbio 1 € = 1,1 USD)
2. Inventário de caixa (contagem), balanço 31/12N (1 € = 1,05 USD)
111 121 785
(1) 90,9 90,9 (1) 4,3 (2)
(2) 4,3

À data do balanço quando existem notas e moedas estrangeiras, de curso legal,


devemos calcular a respectiva diferença cambial que poderá ser:

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 Diferença de câmbio favorável (conta 785), quando o câmbio à data do


balanço é superior ao câmbio na compra.
 Diferença de câmbio nula, quando o valor à data do balanço é igual ao valor à
data da compra.
 Diferença de câmbio desfavorável (conta 685), quando o câmbio à data do
balanço é inferior ao câmbio da compra.

[12] Depósitos à Ordem

A conta Depósitos à Ordem é uma conta mista, isto é, tanto poderá ser do activo
como do passivo. Se tiver Saldo Devedor será uma conta do activo, se tiver Saldo credor
será do passivo, esta situação resulta da existência de um descoberto bancário autorizado.
Quando procedemos à elaboração do balanço nunca deveremos proceder à
respectiva compensação de saldos. Exemplo:
121 – Banco A 122 – Banco B Código Conta Débito Crédito S. Devedor S. Credor
100 200 250 50 12 D.O. 650 600 150 100
300 50 200 121 B.A. 400 250 150
150 SD SC 100 100 122 B.B. 250 350 100

12 – Depósitos à Ordem
A - Depósito de Numerário e Cheques F - Pagamentos a Terceiros (Cheques,
B - Cobranças de Terceiros Transferências Bancária)
C - Juros de Depósitos à Ordem G - Constituição de Depósitos a Prazo
D - Liquidação de Depósitos a Prazo H - Pagamentos de Juros de Empréstimos
E - Transf. de conta corrente Caucionar e I - Pagamento de Serviços Bancários
contracção de Empréstimos Bancários J - Amortizações de Empréstimos
K - Pagamento de Vencimentos

A 121 111
X X

B 121 21/24/25/26
X X
C Os juros de Depósitos à Ordem constituem proveitos financeiros estando sujeitos
a imposto sobre rendimento, isto é, o montante a ser disponibilizado pelo Banco será
líquido de uma retenção de imposto. Esta retenção funciona como um adiantamento que a
empresa faz por conta do imposto que lhe irá ser exigido no final do exercício. Os Bancos
procedem à retenção de 20% deste rendimento.
Juro = Capital (C) * Prazo (n) * Taxa de Juro (i)
J = 10000 * 6/12 * 0,03 = 150
Rendimento Disponibilizado  0,8J = 120
Rendimentos Retidos  0,2J = 30
121 241 7811

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120 30 150

D 121 13
X X

E 121 23
X X

F 22/24/25/26 121
X X

G 13 121
X X

H 6811 121
X X

I
6881 121
X X

J
231 121
X X

K
262 121
X X

[13] Depósitos a Prazo

É uma conta do activo, que possui saldo devedor ou nulo. Reúne os depósitos com
periodicidade inferior a um ano.
13 - DP
Constituição do Depósito a Prazo Liquidação do Depósito a Prazo
Saldo Devedor / Nulo
Depósito a Prazo:
 =< 1 ano  Excedentes de Tesouraria (Conta 13)
 > 1 ano  Investimentos Financeiros (Conta 4151)

[14] Outros Depósitos Bancários

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É uma conta do activo destinada a registar outros depósitos tais como: certificados
de depósitos, vulgarmente designados de certificados de aforro. As regras de
movimentação contabilística da conta 14, são idênticas às da conta 13.

[15 e 18] Títulos Negociáveis e Outras Aplicações de Tesouraria

Nestas contas estão reunidas as aplicações de Tesouraria resultantes dos seus


excedentes.
Os Títulos Negociáveis (15) é uma conta do activo destina-se ao registo dos
valores mobiliários cujo o horizonte temporal é inferior a 1 ano (negociação na bolsa de
valores).
Outras Aplicações de Tesouraria (18) destina-se a proceder ao registo dos
excedentes de tesouraria que não são transaccionáveis directamente em bolsa de valores.
Aplicações Financeiras

Aplicações Excedentes de Tesouraria =< 1 ano

15 Tít. Neg. Acções, Obrigações Negociáveis no Mer.


e Tít. de Participação Secundário (Bolsa de
Valores)
18 O. A. Tes. Outros Obras de Arte
Bilhetes de Tesouro
Clip’s

Aplicações p/ Investimentos Financeiros 41 Invest. Finc.

Acção – Corresponde a uma fracção do capital da empresa identificativo de uma


parte do seu património.
Obrigação – Corresponde a um título de dívida emitido pela empresa mediante o
qual a mesma se obriga ao respectivo reembolso e pagamento de juros.
Títulos de Participação – São títulos de dívida emitidos pelo poder central
mediante o qual procederemos no futuro ao reembolso do capital e ao pagamento dos
juros.

Valorimetria na Aquisição de Títulos Negociáveis

Na aquisição de acções, obrigações e títulos de participação deveremos acrescer


ao valor de aquisição (valor de subscrição no mercado secundário) todas as despesas
suportadas com a aquisição, nomeadamente, as despesas de portagem, taxas de bolsa e
comissões bancárias.
Valor das Acções = Valor de Subscrição + Despesas

33
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Exemplo: Compra de 1000 acções da PT Comunicações com valor unitário de 5,2€. A


Títulos Negociáveis
empresa suportou despesas diversas no valor de 100€, esta operação foi realizada através do
Banco A. Excedentes de Tesouraria Rendimento Mais Valias, Ganhos em
Valor das Acções = 1000 * 5,2 + 100 = 5300 Alienações (Vendas)
151 121 Distrib. de Dividendos
5300 5300 (lucros)

Distribuição de Dividendos

O recebimento do lucro proveniente da distribuição de resultados das empresas


participadas, corresponde ao rendimento de uma aplicação financeira (proveito
financeiro).
No entanto estes lucros estão sujeitos a retenção na fonte de imposto sobre
rendimento, à taxa liberatória de 15%.
Exemplo: a PT Comunicações distribuiu 0,20 € por acção. Foi retido pela PT IRC à taxa
de 15%.
0,2 * 1000 = 200 €  Dividendos
121 241 784
0,85D 0,15 200
170 D
30

Alienações de Títulos Negociáveis

No acto da venda das acções ou obrigações poderão ocorrer três situações:


 Existência de um Ganho 787 – SC
Vv – Despesa C/ Venda > Valor de Aquisição (inclui despesas c/ Aquisição)
 Existência de um Ganho / Perda nula 787/687 – SN
Vv – Despesa C/ Venda = Valor de Aquisição (inclui despesas c/ Aquisição)
 Existência de uma Perda 687 – SD
Vv – Despesa C/ Venda < Valor de Aquisição (inclui despesas c/ Aquisição)
No momento da alienação deveremos fazer:
 Registo da Saída dos Títulos de Carteira;
 Registo do Valor de Venda deduzido das respectivas despesas.
Exemplo: Alienação de 500 acções da PTC, pelo valor de 5,4 € por acção. Foram
suportadas despesas com venda no montante de 25 €.
Ganho / Perda = Vv – Despesas com Venda – Valor de Aquisição

34
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Ganho = (500 * 5,4) – 25 – (500 * 5,3) = 25 €


V. de Aquisição Unit. = (V. Subscrição + Despesas c/ Aquisição) / (n.º de acções)
Valor de Aquisição = (1000 * 5,2 + 100) / 1000 = 5,3

Registo da Saída do Título:


151 787
SI 5300 2650 2650
Registo da Venda / Despesas com a venda:
121 787
2675 2675

Um Ganho corresponde a um resultado no qual é identificado a sua componente


positiva (proveito) e a sua componente negativa (custo). Um ganho significa que o
Proveito > Custo.

Valorimetria da Saída de Títulos de Carteira

Quando a empresa detenha em carteira dois ou mais lotes identificativos de um


título com valores de aquisição distintos deverá proceder à respectiva saída por um dos
seguintes 3 critérios:
 FIFO;
 LIFO;
 Custo Médio Ponderado.
Aquando da saída de títulos de carteira, deverá proceder-se ao:
 Registo da saída dos Títulos de Carteira;
 Registo da Venda.

Exemplo: Compra em 4/11 de 100 acções da EDP com valor unitário de 2,1 €, despesas
com aquisição 10 €.
Dia 10/11 compra de 200 acções da EDP pelo valor global de 450 €, este valor já inclui
despesas com aquisição.
Dia 20/11 venda de 250 acções da EDP por 2,6 € por acção. Despesas com alienações 15
€.
Entrada Saída Carteira
Data Descrição
Qtdd PV Valor Qtdd PV Valor Qtdd PV Valor
Compra de
4/11 100 2,2 220 100 2,2 220
Acções
Compra de
10/11 200 2,25 450 200 2,25 450
Acções
Venda de 100 2,2 220
20/11
Acções 150 2,25 337,5 50 2,25 112,5

V. de Aquisição = V. Subscrição + Despesas = 100 * 2,1 + 10 = 220

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V. Unitário = (V. Subscrição + Despesas) / (N.º de Acções) = 2,2


Ganho / Perda = Vv – Despesas c/ Venda – Valor de Aquisição
Ganho = 250 * 2,6 – 15 – (100 * 2,2 + 150 * 2,25) = 77,5 €
151 787 121
557,5 (a) (a) 557,5 635 (b) (b) 635

Estudo de Aquisição de Obrigações

Sociedade A vende 1000 obrigações com o valor unitário de 10 € à sociedade B.

Sociedade A Sociedade B
121 232 152 121
10000 10000 10000 10000

Reembolso do Empréstimo:

232 121 121 151


10000 10000 SI 10000 10000 10000

Pagamento de Juros:

6812 242 7812 241


J 200 30 0,15J 200 30

Soc. A 
121
1000 * 10€ 121
170 0,85J 170
1/1/N 1/8/N 31/12/N

Juros Decorridos 120 Juros 80

Soc. B vende Soc. C


Cotação na BV 11,2 € + Desp. c/ Aquisições 20 €

1/8/N Compra de Obrigações (C  B)


152 121 268
11220 11340 120

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Obrig + Desp Obrig + Desp + J.


Juros Decorridos Decorridos

31/12/N  Recebimento de Juros (Soc. C)

Pago – 85% Juro Juros 200 120 Juros Decorridos

Imposto – 15% Retenção 80 Juros

121 241 268 7812


170 30 Si 120 120 80

Juros Decorridos – corresponde a um direito na medida em que traduzem os juros


vencidos e que irão ser comprados pela Sociedade C. A Sociedade C terá direito a receber
da A a totalidade dos juros.

Valorimetria dos Excedentes de Tesouraria à Data do Balanço


1/9/N Compra de 1000 31/12/N Balanço
À
Acções da Edp data do Balanço quando existem títulos Negociáveis cujo(cotação)
V. Mercado valor de Mercado
– 2,1 € seja
V. inferior
Unitárioao respectivo
– 2,2 € valor de aquisição deveremos proceder ao registo de uma provisão,
dando obediência ao princípio da prudência. Uma
Provisões provisão
para é umdecusto
Aplicações que se destina a
Tesouraria:
cobrir perdas de ocorrência futura e provável.

151 6841 195


Venda de 500 acções
2200 100 100
1/9/N+1 V. Mercado (cotação) – 2,1 €
Act. Bruto – Amort. e Provisões = Act. Líquido
2200 – 100 = 2100

Ganho / Perda = Vv – Va
Perda = 500 * 2,1 – 500 * 2,2 = – 50

Saída de Títulos Negociáveis: Venda / Alienação:


151 687 121

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Si 2200 1100 1100 1050


V. Mercado (cotação) – 1,9 €1050
 500 * 1,9 = 950
31/12/N+1 V Aquisição – 500 * 2,2 = 1100
Actualização da Provisão:
195 7962
50 100 Si 50

Reforço de Provisão:
195 6841
Si 50 100
100

V. Mercado – 2,5 €  500 * 2,5 = 1250


31/12/N+2 V. Aquisição – 500 * 2,2 = 1100

Anulação da Provisão:
195 7962 151
150 150 Si 150 Si 1100

DÍVIDAS ACTIVAS E PASSIVAS

A classe 2 (Terceiros) reúne os direitos que a empresa detém sobre terceiros,


nomeadamente as dívidas de clientes, os adiantamentos a fornecedores, as dívidas do
estado, as dívidas de sócios e accionistas, as dívidas de outro devedores e os acréscimos e
diferimentos.
A classe 2 reúne, ainda, as obrigações assumidas perante terceiros,
nomeadamente, dívidas a fornecedores, adiantamento de clientes, empréstimos obtidos,
dívidas ao Estado, dívidas a sócio/accionistas, dívidas a outros credores e os acréscimos e
diferimentos.

[24] Estado e Outros entes Públicos

É uma conta mista é destinada a registar as dívidas activas e passivas resultantes


de aplicações de impostos, taxas, contribuições para a segurança social e dos tributos para
as autarquias locais.

[241] Imposto Sobre o Rendimento

Esta conta destina-se a registar o imposto que incide directamente sobre os


resultados da empresa. Subdivide-se nas seguintes sub-contas:
 2411 – Pagamento por Conta

38
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 2412 – Retenção na Fonte de Imposto


 24121 – Capitais
 24122 – Prediais
 2413 – Imposto Estimado
 2414 – Imposto Liquidado
 2415 – Imposto Apuramento
 2416 – Imposto a Pagar
 2417 – Imposto a Recuperar

2411 Pagamento por Conta

São adiantamentos efectuados ao Estado por conta do imposto exigível referente


ao período económico. Existem três pagamentos por conta (normais) que se realizam em
Julho, Setembro e Dezembro, sendo o seu valor correspondente a 85% do imposto
liquidado no ano anterior deduzido nas retenções na fonte.
Pag. p/ Conta = (((IRC Liquidado n-1 – Retenções n-1) * 0,85) / 3)
No 1º ano de actividade as empresas estão dispensadas de efectuar pagamento por
conta. Foi introduzido em Portugal, ainda, a figura do Pagamento Especial por Conta
(PEC) o qual corresponde a 1% do volume de negócios da empresa, sendo o seu
montante mínimo 1250€ e o montante máximo 200 000€. Os PEC para o corrente ano
serão realizados em Julho, Novembro e Fevereiro do ano seguinte.
(Debita-se na conta 2411 e credita-se na conta 121)

2412 Retenção na Fonte de Imposto

Esta conta destina-se a identificar as retenções na fonte efectuadas por terceiros


sobre os rendimentos da empresa colocados à sua disposição. As retenções na fonte
destinam-se a tributar os rendimentos colocados à disposição por terceiros, sendo a
obrigação de retenção da responsabilidade de quem paga o rendimento. Na contabilidade
do titular do rendimento as retenções são como adiantamentos que se efectuam ao estado.
Exemplo:
1. Recebimento de juros de depósito bancário  Taxa de Retenção 20%

121 24121 7811


0,8J 0,2J J
2. Recebimento da Renda de um Imóvel  15% Taxa de Retenção

121 24122 783


0,85R 0,15R R

2413 Imposto Estimado

1/1/N 31/12/N 31/5/N+1


RLE N Modelo 22
Declaração Anual de Rend.

39
RAI – Imposto Estimado
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Imposto Estimado = RAI * Tx. Imposto


Estimativa de Imposto de 31/12/N:
86 2413
Estimativa Estimativa
2414 Imposto Liquidado

O imposto liquidado corresponde à tributação que incide directamente sobre o


resultado fiscal, sendo a liquidação do imposto, efectuada durante o mês de Maio do ano
seguinte ao que se refere o rendimento em causa. Aquando da liquidação do imposto
podem ocorrer três situações:
 Imposto liquidado igual ao imposto estimado

2413 2414
Liquidado Estimativa Liquidado
 Impo
sto liquidado superior ao imposto estimado (havendo neste caso uma
insuficiência na estimativa de imposto)

2413 6981 2414


X SI X Y X
Y

 Imposto liquidado inferior ao imposto estimado, havendo neste caso um


excesso da estimativa de imposto

2413 7981 2414


X SI X Y X–Y

2415 Imposto Apuramento

1/1/N 31/12/N 31/5/N+1


Pagamento por Conta Estimativa de Imp. Liquidação do Imp.
Retenção na fonte de imposto

Imposto a favor da Empresa Reslt. Fiscal * Tx Imp =


= Imp a Favor do Estado

40
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121 2411 2413 7981 2414


1500 1500 1500 180 Si 1800 100 1700 1700
0

2415
1500 1700
20

121 7811 24121


80 100 20 20

2416 e 2417 Imposto a Pagar e a Recuperar

Aquando do apuramento do imposto podem ocorrer três situações:


Imposto a Pagar (2416)

Imposto Liquidado > Pagamentos por Conta + Retenções na Fonte


2415 2416 121
180 Si 180 180 180 180
Pag. do Imposto 31/5/N+1

Imposto a Recuperar (2417)

Imposto Liquidado < Pagamentos por Conta + Retenções na Fonte


2415 2417 121
Si 100 100 100 100 100

Imposto Nulo
2415
Snulo

[243] Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)

41
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É um imposto indirecto que se destina ou que incide sobre um consumo de bens e


serviços. É um imposto plurifásico ou encascato sendo suportado na sua totalidade pelo
consumidor final.
Incidência real do IVA (operações sujeitas a IVA): compra e venda de bens,
compra e venda de serviços e as importações.
IVA  Circuito Económico (Produtor, Grossista, Retalhista, Consumidor Final).

Por exemplo, arroz sendo a taxa de 5%.


IVA das IVA das IVA a Valor
Compras Vendas
Compras Vendas Pagar Acrescentado
Produtor - - 1000 50 50 1000  50
Grossista 1000 50 1500 75 25 500  25
Retalhista 1500 75 2500 125 50 1000  50
Cons. Final 2500 125 - - -

O IVA é um imposto que possui diferentes taxas em Portugal Continental, as


taxas de IVA em vigor são:
 Taxa Reduzida – 5%
 Taxa Intermédia – 12%
 Taxa Normal – 19%
Nas ilhas as taxas de IVA em vigor são:
 Taxa Reduzida – 4%
 Taxa Intermédia – 8%
 Taxa Normal – 13%

243 – IVA 
 2431 – IVA Suportado
 2432 – IVA Dedutível
 2433 – IVA Liquidado
 2434 – IVA Regularizações
 2435 – IVA Apuramento
 2436 – IVA a Pagar
 2437 – IVA a Recuperar
 2438 – IVA Reembolsos Perdidos
 2439 – IVA Liquidações Oficiosas

Existem dois regimes de apuramento do IVA, o regime mensal (em que as


declarações periódicas se reportam apenas a um mês sendo entregues até 40 dias após o
período a que se reporta) e o regime trimestral (é aplicável às empresas cujo o volume de
negócios não exceda os 500 000€ anualmente, esta declaração é normalmente reportada a
4 trimestres [1/1 – 31/3 ; 1/4 – 30/6 ; 1/7 – 30/9 ; 1/10 – 31/12]).

42
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O apuramento do IVA feito mensalmente ou trimestralmente resulta da diferença


entre o IVA a favor do sujeito passivo (IVA das Compras) e o IVA a favor do Estado
(IVA Liquidado). Quando o IVA a favor do Estado é maior que o IVA a favor da
empresa existe IVA a pagar, caso contrário haverá IVA a receber.

2431 IVA Suportado

Esta conta é de uso facultativo, destina-se a registar o IVA que é suportado pelo
sujeito passivo nas compras de bens e serviços deste, na generalidade o IVA suportado
confere o direito à dedução (IVA suportado é dedutível), isto é, abatível ao imposto a
entregar ao Estado.
Existem no entanto casos em que o IVA suportado não é dedutível,
nomeadamente, nas despesas com aquisição de viaturas de turismo e recreio, nas
despesas de representação, nas despesas com deslocações e estadas, nas despesas com
consumo de gasolina e nas despesas com consumo de gasóleo em apenas 50%.
Quando o IVA suportado não for dedutível deverá ser acrescido ao valor do
próprio bem ou serviço.

Exemplo:
1. Compra de Merc. no valor de 1000€. Factura n.º XXX (acresce IVA à taxa de 19%)
312 2431 221 2432
1) 1000 1) 190 190 (2 1190 (1 2) 190

2. Consumo de Gasóleo (100€ IVA à taxa de 19%)


62212 2431 221 2432
100 19 9,5* 119 *9,5
**9,5 9,5**

2432 IVA Dedutível

Constituem operações sujeitas a IVA dedutível: compra de bens e serviços,


adiantamentos a fornecedores, adiantamentos a fornecedores de imobilizações.

1 Compras de Bens e Serviços

Compra de Mercadorias (Factura)

Factura
Mercadoria 1000
IVA (19%) 190 312 24321 221
Total 1190 1000 190 1190
Compra de Imobilizações

Factura
Bem 500
IVA (19%) 95 42x 24322 2611
Total 595 500 95 595

43
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Compra de Serviços Externos

Factura
Serviço 600
IVA (19%) 114 62x 24323 221
Total 714 600 114 714
No acto da compra poderão ser negociados descontos, os
quais poderão assumir duas naturezas: descontos comerciais e descontos financeiros
Os descontos comerciais são descontos de quantidade, dependem do volume
negociado, o exemplo mais flagrante é o rappel.
Os descontos financeiros são descontos de antecipação do pagamento, a sua
atribuição é resultado das condições de pagamento. Exemplo, o bónus financeiro.
Os descontos podem ser concedidos ou obtidos dentro ou fora da factura, os
descontos dentro da factura vêm expressos na factura de compra ou de venda. Os
descontos fora da factura realizar-se-ão à posteriori do acto de compra ou de venda. Tem
suportado a emissão de uma nota de crédito.
Os descontos comerciais devem ser abatidos ao valor da própria mercadoria, os
descontos financeiros obtidos devem ser considerados como um proveito financeiro, na
medida em que resulta de uma aplicação financeira [tratamento contabilístico dos
descontos obtidos dentro da factura].

Compra de Mercadorias com Desconto Comercial obtido (dentro da factura)

Factura
Mercadoria 1000
Desc. Comerc. 30 312 24321 221
Incidência 970 970 184,3 1154,3
IVA 19% 184,3 Compra de Mercadorias com Desconto Financeiro Obtido
Total 1154,3 (dentro da factura)

Factura
312 786
Mercadoria 1000
1000 50
Desc. 5% p.p. 50
Incidência 950
IVA 19% 180,5 24321 121
Total 1130,5 180,5 1130,5

2 Adiantamentos a Fornecedores

Os adiantamentos a fornecedores correspondem a pagamentos antecipados que se


destinam a futuras compras. Existem dois tipos de adiantamentos, os adiantamentos com
preço previamente fixado e os adiantamentos sem preço previamente fixado, este último
corresponde a entregas por conta.

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Adiantamentos com Preço Previamente Fixado (activo)

Recibo
Adiantamento 100
IVA 19 37 2432 121
Total 119 100 19 119
Adiantamentos sem Preço Previamente Fixado

Recibo
Adiantamento 100
IVA 19 229 2432 121
Total 119 100 19 119

3 Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizações

Adiantamentos com Preço Previamente Fixado

Recibo
Adiantamento 100
IVA 19 447/448/449 2432 121
Total 119 100 19 119

Adiantamentos sem Preço Previamente Fixado

Recibo
Adiantamento 100
IVA 19 2619 2432 121
Total 119 100 19 119

2433 IVA Liquidado

Constituem operações sujeitas a IVA liquidado: vendas de existências, prestações de


serviços a terceiros, adiantamentos de clientes e ofertas de existências próprias.

1 Vendas de Existências

Venda de Mercadorias

Factura
Mercadoria 2000
IVA (19%) 380 711 24331 211
Total 2380 2000 380 2380

Venda de Mercadorias com Desconto Comercial concedido (dentro da factura)

Factura 711 24331 211


Mercadoria 2000 1900 361 2261
Desc. Comerc. 5% 100
Incidência 1900 45
IVA 19% 361
Total 2261
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Os descontos comerciais concedidos dentro da factura devem ser deduzidos ao respectivo


valor de venda.

Venda de Mercadorias com Desconto Financeiro concedido (dentro da factura)

Factura/Recibo
711 121
Mercadoria 2000
2000 2261
Desc. Finc. 5% 100
Incidência 1900
IVA 19% 361 24331 686
Total 2261 361 100

Os descontos financeiros concedidos têm como objectivo antecipar recebimentos,


permitindo que a empresa se financie, por isso, devem ser considerados como custo
financeiro.

2 Prestação de Serviços

Factura
Serviço 1000
IVA (19%) 190 721 24331 211
Total 1190 1000 190 1190

3 Adiantamento de Clientes (Passivo)

Os adiantamentos de clientes são obrigações que a empresa possui para com os


seus clientes, podem ser classificados em adiantamentos cujo preço seja precisamente
fixado e adiantamentos de clientes sem preço previamente fixado.

Adiantamento de Clientes com Preço Previamente Fixado

Recibo
Adiant. 500
IVA (19%) 95 269 121 24331
Total 595 500 595 95

Adiantamento de Clientes sem Preço Previamente Fixado

Recibo
Adiant. 500
IVA (19%) 95 219 121 24331
Total 595 500 595 95

46
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4 Oferta de Existências Próprias

Compra de Mercadorias:
312 24321 221
1000 190 1190

Oferta das Mercadorias:


654 24332 382
1190 190 1000

Resumo:

IVA Compras  IVA Dedutível  A Favor da Empresa


IVA Vendas  IVA Liquidado  A Favor do Estado

2434 IVA Regularizações

1 IVA Regularizações a Favor da Empresa

Constituem IVA regularizações a favor da empresa: devoluções de vendas,


descontos comerciais e financeiros concedidos extra-factura (notas de crédito) e anulação
de adiantamentos de clientes.
As operações sujeitas a IVA regularizações a favor da empresa são consequência
da anulação, total ou parcial, do IVA liquidado anteriormente.

Devolução de Vendas

Venda
Factura
Mercadoria 1000 711 24331 211
IVA Liq. 190 Nota 1000
de Crédito 190 1190
Total 1190 Bem Devolvido 100
IVA 717 24341
19 211
Total 100 19
119 Si 1190 119

47
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Descontos Comerciais Concedidos

A Fora da Factura

Venda
Factura
Mercadoria 1000 711 24331 211
IVA Liq. 190 Nota 1000
de Crédito 190 1190
Total 1190 Desc. Comer. 5% 50
IVA 718 24341
9,5 211
Total 50 9,5
59,5 Si 1190 59,5

B Dentro da Factura

Venda
Factura
Mercadoria 1000 711 24331 211
Desc. Comer. 5% 50 950 180,5 1130,5
Incidência 950
IVA 180,5 Descontos Financeiros Concedidos (fora da factura)
Total 1130,5
Venda
Factura
711
Mercadoria 24331
1000 211
IVA Liq. 1000 190 190 1190
Nota de Crédito Total 1190
686 24341
Desc. Finc. 5% 50
50 9,5
IVA 9,5
Total 59,5

211 121
Si 1190 59,5 1130,5
1130,5
Recebimento

DR (Venda c/ Desct. Comercial) DR (Venda com Desc. Financeiro)


Custos Proveitos Custos Proveitos
CMV 500 Vendas 950 CMV 500 Vendas 1000
RO = 450 RO = 500

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RF = 0 Custos Financ. 50 RF = (50)


Resultado 450 Resultado 450

A atribuição de descontos comerciais afecta unicamente os resultados de natureza


operacional. Os descontos de antecipação de pagamento, isto é, financeiros afectam os
resultados financeiros.

Dívidas Incobráveis (mediante sentença judicial)

Venda 711 24331


Factura 1000 190
Mercadoria 1000
IVA Liq. 190 218 211
Total 1190 1190 Si 1190 1190

218 692 24341


Si 1190 1190 1000 190

Anulação de Adiantamento de Clientes

Recibo
Adiant. 500
IVA (19%) 95 219/269 24331 12
Total 595 500 95 595

Venda
Factura
Mercadoria 1000 711 24331 211
IVA 190 1000 190 1190
Total 1190
219/269 24341 211
Anulação do adiantamento: 500 95 Si 1190 595

2 IVA Regularizações a Favor o Estado

Constituem IVA regularizações a favor do Estado: devoluções de compras,


descontos financeiros e comerciais obtidos fora da factura (notas de crédito) e anulação
de adiantamentos a fornecedores.
Constituem operações sujeitas a IVA regularizações a favor do Estado, quando
existem excesso de IVA dedutível em operações transactas.

Devolução de Compras

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Compra de Merc.
Factura
Mercadoria 1000 312 24321 221
IVA 190 1000 190 1190
Total 1190

Nota de Crédito
Devolução 200
IVA 38 317 24342 221
Total 238 200 38 238 Si 1190
Desconto Comercial Obtido (fora da factura)

Factura
Mercadoria 1000
IVA 190 312 24321 221
Total 1190 1000 190 1190

Nota de Crédito
Desconto 100
IVA 19 318 24342 221
Total 119 100 19 119

Desconto Financeiro Obtido (fora da factura)

Nota de Crédito
786 24342
Desconto Finc 50
50 9,5
IVA 9,5
Total 59,5 221 111/121
59,5 Si 1190 1130,5
1130,5
Pagamento

Anulação de Adiantamentos a Fornecedores

Recibo (adiantamento)
Adiantamento 100
IVA 19 229/372 2432 121
Total 119 100 19 119

Factura
Mercadoria 1000
IVA (19%) 190
Total 1190

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312 24321 221


1000 190 1190

Anulação do adiantamento:

229/372 2434 221


Si 100 100 19 119 Si 1190

2435 IVA Apuramento

IVA a Favor da Empresa IVA a Favor do Estado

2432 2433
Si 2000 2000 2435 5000 Si 5000
2000 5000
24341 700 100 24342
Si 700 700 100 Si 100

No Apuramento do IVA podem ocorrer três situações: a conta 2435 apresenta um


Saldo Credor (IVA a pagar), apresenta um Saldo Devedor (IVA a recuperar) ou um Saldo
Nulo.

2436 IVA a Pagar

11/12 2436 2435


2400 2400 2400 2400 2400 Si

2437 IVA a Recuperar

2435 2437
Si 200 200 200

Quando a empresa possuir IVA a recuperar poderá tomar duas decisões:


 Proceder ao reporte do IVA, isto é, considerar o IVA a recuperar do período
presente como um IVA a favor da empresa em futuros apuramentos;

2432 2433

51
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24341 2435 24342

2437 Reporte do IVA

 Solicitar o reembolso do IVA mediante um requerimento às finanças. Este


pedido de reembolso poderá ser aceite ou não, quando não seja aceite deverá
transitar para IVA a recuperar, quando for aceite a administração fiscal emitirá
um cheque pelo respectivo valor. Quando ocorra o pedido de reembolso não
podemos proceder ao reporte do IVA.

2437 2438 Caso seja aceite: 11/12


Si x x x x x
Caso não seja aceite: 2437
x

[242] Retenção na Fonte pela Empresa sobre Rendimentos de Terceiros

As empresas que disponham de contabilidade organizada, são obrigadas a


proceder à retenção na fonte de impostos sobre rendimentos colocado à disposição de
Terceiros. As retenções na fonte incidem sobre: rendimentos de trabalho dependente
(processamento de vencimentos), rendimentos de trabalho independente (processamento
de honorários), rendimentos de capitais (juros de suprimento, distribuição de dividendos)
e rendimentos prediais (processamento e pagamento de rendas ao senhorio).

2421 Trabalho Dependente


Processamento de Vencimentos/Remunerações
Rem. Ilíquidas Rem. Ilíquidas Traba.  Debitar 641/642
IRS DGT  Creditar 2421
Seg. Social IGF  Creditar 245
Sindicato  Creditar 263

Encargos Soc. Encargos c/ Contrib. IGF  Creditar 245


p/ Seg. Social
Seg. de Acidentes Companhia  C 268
de Trabalho de Seguros
IGF (Instituto de Gestão Financeira) DGT (Direcção Geral de Tesouraria)
Segurança Social – Trabalhador  Taxas de segurança social (geral): 11% RB
dos trabalhadores, 10% RB órgãos sociais.
Segurança Social – Entidade Patronal  Taxas: 23,75% RB dos trabalhadores,
21,25% RB órgãos sociais.

52
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IRS – Taxas Variáveis, atendendo ao rendimento, agregado familiar, estado civil


ou grau de deficiência.
Segurança de Acidentes de Trabalho – Taxas, atendendo ao risco e incidentes na
empresa.
Exemplo:
Num possível processamento dos vencimentos da Empresa Y, o valor líquido das
remunerações ascendem aos 9600€. Os órgãos sociais não auferem qualquer rendimento. Os
trabalhadores fazem descontos de 11% para a segurança social, 24% para IRS e 1% para o
sindicato. Os encargos por conta da entidade patronal são 23,75% para a segurança social e 2%
para seguro de acidentes de trabalho. Processamento de Vencimentos:
Débito Crédito Valor RL = RB – Encargos do Trab 
642 15000 RB  9600=RB–24%RB–11%RB–
2421 3600 24%RB 1%RB 
Remuneraçõe
245 1650 11%RB  9600 = 0,64RB 
s
263 150 1%RB  RB = 15000
2622 9600 64%RB
Encargos 645 245 3562,5 23,75%RB
Sociais 646 268 300 2%RB

As retenções na fonte de impostos sobre rendimento devem ser entregues pela


empresa até ao dia 20 do mês seguinte em que o rendimento foi colocado à disposição de
terceiros. As contribuições para a segurança social devem ser entregues até ao dia 15 do
mês seguinte ao que se refere o processamento de vencimentos.

20/12/N Pag. das Ret. na Fonte Sobre Rend: 15/12/N Contribuição p/ Seg. Social:

2421 11/12 245 11/12


x Si x x x Si x x

2422 Trabalho Independente (Processamento de Honorários)

Os honorários constituem um rendimento auferido por profissionais liberais, que


exercem as suas funções com relativo grau de independência, nomeadamente, advogados,
técnicos de contas, revisores oficiais de contas, economistas, consultores.

Recibo Verde Processamento de Honorários:


Honorários H 62229 24323
IVA 0,19H
H 0,19H
Sub Total 1,19H
IRS 0,2H
Total 0,99H 2422 11/12/267
0,2H 0,99H

53
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Exemplo: A Empresa X procedeu ao pagamento de honorários ao seu consultor fiscal, o valor do


recibo foi de 2475€. Os honorários estão sujeitos a IVA à taxa de 19% e à retenção de imposto
sobre rendimentos de 20%.

Recibo Verde Recibo = H + 0,19H – 0,2H Débito Crédito Valor


Honorários 2500  0,99H = 2475 62229 2500
IVA 475 H = 2500 24323 475
Sub Total 2975 2422 500
IRS 500 11/12/267 2475
Total 2475

62229 24323 2422 11/12/267


2500 475 500 2475

2423 Retenção de Impostos sobre Rendimentos de Capitais

A empresa é obrigada a proceder à retenção na fonte de imposto sobre rendimento


de capitais colocados à disposição de Terceiros. Esta situação ocorre relativamente a
Juros de Suprimentos.
Suprimentos são empréstimos que os sócios fazem à empresa, sendo
reembolsados no futuro, acrescidos do respectivo juro.
Contabilização de Suprimentos:
121 25X1
x x
Contabilização do Reembolso de Suprimentos:
121 25X1
x x Si x
Os Juros de Suprimentos são considerado um Custo Financeiro (J = c * n * i). Os
rendimentos de capitais estão sujeitos à retenção de imposto à taxa liberatória de 15%.
Exemplo: 10000 * 6/12 * 0,05 = 250  juros

6811 2423 121


J 0,15J 0,85J
250 37,5 212,5

2424 Retenção de Imposto sobre Rendimentos Prediais

Os inquilinos que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada, são


obrigados a proceder à retenção na fonte de imposto sobre os rendimentos de imóveis. A
taxa de retenção é de 15%.
Recibo da Renda
62219 2424 121
Renda 1000
1000 150 850
Retenção 15% 150
R 0,15R 0,85R
Total 850

54
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[21] Clientes

A conta 21 Cliente destina-se a identificar as dividas activas e passivas existentes


sobre os consumidores da empresa. Está decomposta em:
 211 – Clientes Conta/Corrente
 212 – Clientes Títulos a Receber
 218 – Clientes de Cobrança Duvidosa
 219 – Adiantamentos de Clientes

[211] Clientes c/c

Esta conta estuda os movimentos ocorridos entre a empresa e os seus clientes,


suportados pelos seguintes documentos:

211 – Clientes c/c


Facturas (vendas e prestação de serviços) Notas de Crédito (devolução de vendas,
Notas de Débito (débito de encargos descontos p.p. concedidos fora da factura,
bancários) descontos comerciais concedidos fora da
factura)
Recibos (recebimentos de clientes)

[212] Clientes – Títulos a Receber

Nesta conta estão reunidas as dívidas activas resultantes de operações com letras.
Uma letra é um título de dívida, mediante o qual o sacado (ou aceitante) se obriga ao
pagamento numa data futura do valor de uma dívida ao respectivo sacador (sacador é o
vendedor e o sacado é o cliente).
Em termos práticos, as operações com letras podem ser resumidas em:
 Saque / aceite;
 Desconto bancário;
 Recâmbio;
 Reforma;
 Endosso;
 Protesto.
O saque não é mais do que a transferência de uma dívida em conta corrente para
uma dívida titulada.
Saque (na cont. do sacador):
211 212
Si x Letra Letra

Saque (na cont. do sacado):


221 222
Letra Si x Letra

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28/11/N Factura a 90 dias 28/2/N+1

Letra
Encargos Bancários
Desconto Bancário
(adiant. /receb. antecipado através do banco)

A letra é um título de dívida que possui as seguintes vantagens:


 Permitir ao sacador uma maior liquidez, mediante a sua apresentação
bancária, através do desconto (recebimento antecipado);
 Confere uma maior segurança no recebimento, na medida em que o sacador
pode exigir a existência de um avalista.

Desconto Bancário da Letra:


121 6814 212
L–E E Si L L
Encargos c/ Desconto podem ser suportados pelo Sacado:
Nota Débito
211 6814
Encargos E
E E
Bancários
Total E

[218] Clientes de Cobrança Duvidosa

Nesta conta registam-se as dívidas cuja cobrança se estima difícil ou pouco


possível.
Factura
Serviço 1000
IVA (19%) 190 721 24331 211
Total 1190 1000 190 1190

Passagem de dívidas de c/c para cobrança duvidosa:


211 218
1190 1190
a) Recebimento do Cliente
121 218
1190 1190

56
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b) Reclamação Judicial da Dívida Incobrável

692 24341 218


1000 190 1190

[219] Adiantamentos de Clientes

Nesta conta são registados os adiantamentos de clientes cujo preço não foi fixado.
Os adiantamentos correspondem a recebimentos antecipados.

219
Anulação do Adiantamento (quando a
empresa procede à venda de um bem ou à Adiantamento de Clientes
prestação de um serviço)

[22] Fornecedores

Nesta conta, estão reunidas as dívidas activas e passivas que decorrem da compra
de bens e do consumo de serviços. Está decomposta em:
 221 – Fornecedores Conta/Corrente
 222 – Fornecedores Títulos a Pagar
 228 – Fornecedores Facturas em Recepção e Conferência
 229 – Adiantamentos a Fornecedores

[221] Fornecedores c/c

A conta 221 reúne as dívidas relativas à compra de existências e serviços


suportadas pelos seguintes documentos:
221
V/ N. Crédito V/ Factura
V/ Recibo V/ N. Débito

[222] Fornecedores – Títulos a Pagar

Nesta conta estão registadas as dívidas que decorrem do aceite de letras.


Contabilizando-se o aceite da seguinte forma:

121 222 221


Pag. Pag. Aceite Aceite Si X

57
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[228] Fornecedores – Facturas em Recepção e Conferência

Factura
Mercadoria 1000
IVA (19%) 190 312 24321 228
Total Factura 1190 1000 190 1190
Mercadoria 1000
IVA (19%) 190 Conferência e recepção da Mercadoria:
Total 1190

228 221
1190 Si 1190 1190

[229] Adiantamentos a Fornecedores

229
Adiant. a Fornecedores Anulação do Adiantamento

Nesta conta são contabilizados os pagamentos antecipados aos fornecedores cujo


preço da mercadoria ou serviço ainda não tenha sido fixado. Procede-se ao adiantamento
com a compra de bens ou serviços.

Valorimetria das Dívidas Activas e Passivas

À data do Balanço quando existem dívidas activas e passivas expressas em moeda


estrangeira, deveremos proceder à actualização cambial das mesmas, reconhecendo um
proveito financeiro (785) ou um custo financeiro (685).

Exemplo A: dia 4/12/N (câmbio: 1€ = 1,15 USD)

Factura  Bush 1 € – 1,15 USD 211 711


Mercadoria 1000 USD x – 1000 USD 869,57 869,57
Total 1000 USD x = 869,57€

Balanço – 31/12/N (câmbio 1€ = 1,2 USD)

1 – 1,2 211 685


x – 1000 869,57 36,57 36,57
x = 833

58
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Exemplo B: dia 6/12/N Compra ao fornecedor Blair de Mercadorias (câmbio: 1 GBP = 1,6€)

Factura 1 GBP – 1,6€


Mercadoria 1000 GBP 1000 – x 312 221
Isento de IVA x = 1600€ 1600 1600
Total 1000 GBP

31/12/N Câmbio: 1 GBP = 1,58€ (x = 1580)

785 221
20 20

PROVISÕES E CONTINGÊNCIAS

Quando à data do Balanço existam dívidas activas de clientes e outros devedores ,


cuja expectativa de cobrança seja pouco provável, deveremos evidenciar o
reconhecimento de provisão para cobranças duvidosas.

31/12/N Princípio da Prudência


Clientes de cobrança duvidosa: 10000 € AB AP AL
1000 1000 0
0 0
218 671 281
Si 10000 10000 10000

A constituição, reforço e anulação da provisão para cobrança duvidosa resulta da


aplicação do princípio contabilístico da prudência, segundo o qual as perdas cuja
ocorrência embora incerta seja provável, devem ser reconhecidas como custo de
exercício.

31/12/N+1 Conferência de saldos: clientes de cobrança duvidosa  12000


218 671 281
10000 Si
Si 12000 2000
2000

218 31/2/N+2 Sentença judicial


Si 1190 40% Recebimento a)

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60% Incobrável b)

11/12 218 24341


a) 476 Si 1190 476 a) b) 114
714 b)

692 Anulação Parcial da Provisão:


b) 600 281 7962
1190 12000 Si 1190

ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS (Conta 27)

Esta conta reflecte a adopção do princípio da especialização, sendo que os custos


e proveitos devem ser reconhecidos quando incorridos, independentemente do momento
em que ocorra a despesa ou receita.
Correspondem a diferimentos as despesas e receitas correntes cujos respectivos
custos e proveitos só irão ocorrer em exercícios posteriores.
Correspondem a acréscimos os custos e proveitos correntes cujas respectivas
despesas e receitas ocorrem em exercícios seguintes.

Fluxos Económicos Fluxos Financeiros Natureza da


Cód. Conta
Custos Proveitos Despesa Receita Conta
Acréscimos de
271 N N+1 Activo – SD
Proveitos
272 Custos Diferidos N+1 N Activo – SD
Acréscimos de
273 N N+1 Passivo – SC
Custos
Proveitos
274 N+1 N Passivo – SC
Diferidos

[271] Acréscimos de Proveitos

60
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Os acréscimos de Proveitos correspondem a proveitos correntes cuja receita


ocorre em exercícios seguintes.
Exemplo: Juros de depósito a prazo com vencimento postecipado
Depósito a Prazo = 100 000€
I = 3%
Prazo 6 meses
J = c * n * i = 100 000 * 6/12 * 0,03 = 1500

Recibo 1/11/N 31/12/N


Renda 1000 1/5/N+1
Retenção (150)
Total 850 Proveito de N [500] Proveito

271 781
de N+1 [1000] 500 500

121 24121 271 7811


1200 300 Si 500 500 1000
31/12/N

1/5/N+1

[272] Custos Diferidos

Correspondem a despesas correntes referentes a custos de exercícios seguintes.


Exemplo A: 8/12/N Pagamento da renda do mês de Janeiro.

8/12/N 31/12/N 31/1/N+1


Despesa Custo

8/12/N
272 2424 11/12
1000 150 850
31/1/N+1
272 62219
1000 1000

Exemplo B: Pagamento de prémio de seguro automóvel. Prémio = 1200€

1/10/N 31/12/N 1/10/N+1

61
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Despesa Custo

Custo N [300] Custo N+1 [900]

1/10/N
121 62223 272
1200 300 900

1/10/N+1
272 62223
Si 900 900 900

1/10/N 31/12/N 1/10/N+1

Custo N [300] Custo N+1 [900]

31/12/N
62223 273
300 300

1/10/N+1
62223 273 121
900 300 300 Si 1200

[273] Acréscimos de Custos

Correspondem a custos do exercício corrente cujas respectivas despesas irão


ocorrer em exercícios seguintes.
Exemplo A: Juros de empréstimos bancários, pagos postecipadamente.

Despesa N+1
1/10/N 31/12/N 1/4/N+1

Custo N [812,5] Custo N+1 [812,5]

Empréstimo:
C = 100 000
i = 2,25% (Euribor) + 1% (Spread) = 3,25%
n = 6 meses
J = C * i * n = 100 000 * 6/12 * 0,0325 = 1625

31/12/N

62
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6811 2733
812,5 812,5
1/4/N+1
2733 6811 121
812,5 812,5 Si 812,5 1625

Exemplo B:

1/1/N 31/12/N 1/8/N+1


Despesa N+1
Custo N
Remunerações
Encargos Sociais
31/12/N
642 2732 645
RB Estimativa ES
de Férias

1/8/N+1 Processamento de Férias e Subsidio de Férias

Férias e Subsidio de Férias:


 RB
 RL
 IRS
 Segurança Social
 Sindicato
 Encargos Sociais – segurança social

Débito Crédito Valor


2732 RB
2421 IRS
Pagamento dos
245 S. Social
Vencimento
263 Sindicato
2622 R. Liquido
Encargos Sociais 2732 245 % RB

[274] Proveitos Diferidos

63
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Os proveitos diferidos correspondem a receitas antecipadas, isto é, a receita ocorre


no exercício corrente mas reporta-se a um proveito de exercícios posteriores.
Exemplo: Senhorio, rendimento de um imóvel.

8/12/N 31/12/N 31/1/N+1


Receita N
Proveito N+1
8/12/N
Recibo
Renda 500 121 2412 274
Retenção (75) 425 75 500
Total 425

31/1/N+1
274 783
500 500 Si 500

Diferimentos – são registados no momento em que ocorre a receita ou despesa.


Acréscimos – são registados à data em que se reporta o balanço (final do exercício
económico).

EXISTÊNCIAS

Nesta classe de contas englobam-se os activos que caracterizam o objecto social


da empresa, estando decomposta nas seguintes contas:
 31 – Compras
 32 – Mercadorias
 33 – Produtos Acabados e Intermédios
 34 – Subprodutos, Desperdícios, Resíduos e Refugos
 35 – Produtos e Trabalhos em Curso
 36 – Matérias Primas Subsidiárias e de Consumo
 37 – Adiantamento por conta de Compras
 38 – Regularização de Existências
 39 – Provisões para Depreciação de Existências

[31] Compras

Esta conta é uma conta transitória na medida que no final do exercício económico
terá que ficar saldada, no entanto possui como regras de movimentação as mesmas
adoptadas relativamente a contas do activo.

64
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Na conta 31 são registadas as compras, as despesas suportadas com a aquisição de


existências, as devoluções de compras e os descontos comerciais obtidos fora da factura.

Valorimetria na Aquisição de Existências

Quando procedemos à aquisição de existências a terceiros (mercadorias, matérias-


primas e subsidiárias) devemos acrescer ao respectivo valor de aquisição todas as
despesas suportadas com a mesma, nomeadamente, despesas de transporte, despesas com
seguros de transporte, despesas com alfândegas, fretes contratados para a carga e
descarga das existências.

Valorimetria na Saída de Existências

Quando a empresa possua dois ou mais lotes identificativos do mesmo bem,


devemos valorizar a respectiva saída de acordo com um dos seguintes critérios:
 LIFO
 FIFO
 Custo Médio Ponderado
 Custo Específico

Movimentação das Existências

A movimentação das existências obedece à adopção de sistemas de inventário,


podendo ser adoptados pela empresa os seguintes sistemas de inventário:
 Sistema de Inventário Permanente (SIP);
 Sistema de Inventário Periódico / Intermitente (SII)
Sistema de Inventário Permanente (SIP)

No SIP todas as entradas e saídas em armazém são registadas no momento em que


ocorre a operação. Nos nossos dias a adopção do SIP é obrigatório, com excepção de
alguns sectores de actividade, nomeadamente, o sector agrícola e das indústrias
extractivas. Exemplo: 312 2432 221
1000 1000 190 1190

32
1000

Sistema de Inventário Intermitente (SII)

No SII as entradas e saídas de stocks ocorrem periodicamente, no final do mês, no


final do trimestre, no final do semestre ou no final do ano, havendo no entanto sempre
lugar a uma contagem física dos stocks e a uma inventariação física no final do período.
Exemplo: 312 2432 221
1000 1500 190 1190
500 95 595

65
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31/N 32
1500

Compras Líquidas e Vendas Líquidas

Compras Líquidas = Compras + Despesas c/ – Devoluções – Descontos Comerciais


Brutas Compras de Compras Fora da Factura

312 312 317 318


X Fact. Desp. c/ N. Crédito N. Crédito
Transp de
Merc
CMV = EI + Compras Líquidas – EF +/–
Regularizações de Existências

Vendas Líquidas = Vendas – Devolução das – Descontos Comerciais Concedidos


Brutas Vendas (fora da Factura)

711 717 718


X X X
Margem = PVenda – PCusto
Resultado Bruto das Vendas = Vendas Líquidas – CMV
[38] Regularização de Existências

Regularizações de Existências, correspondem às operações não correntes com


existências e que geram alterações de stock. Constituem operações correntes c/
existências as compras e vendas, descontos comerciais e devoluções.
Existem dois tipos de regularizações:
 Regularizações Positivas, isto é, as que motivam entradas em armazém,
nomeadamente, ofertas de fornecedores, sobras normais e sobras anormais.
 Regularizações Negativas, as que correspondem a saídas de stock, ofertas de
existências de clientes, quebras normais, quebras anormais e sinistros em
existências.

Regularizações Positivas

Ofertas e Amostras de Fornecedores

76x 38 32
X X X X

66
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SIP

Sobras Normais

76x 38 32
X X X X
SIP

Sobras Anormais

7932 38 32
X X X X
SIP

Regularizações Negativas

Oferta de Existências a Clientes

SIP

Quebras Normais

65x 382 32
X X X X
SIP

Quebras Anormais

6932 382 32
X X X X

654 24332 382 32


1190 190 1000 1000 1000
SIP

Sinistros Com Existências (incêndio, cheia, furto, etc.)

1 Sem Cobertura do Seguro

6931 38 32
X X X X

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SIP

2 Com Cobertura do Seguro

Ganho

Valor do Bem: 1000€ Indemnização: 1100€

11/12 7931 382


1100 1000 1100 1000
Ind. Sinistro Ind. Sinistro

Ganho / Perda Nula

Valor do Bem: 1000€ Indemnização: 1000€

11/12 6931/7931 382


1000 1000 1000 1000
Ind. Merc. Ind. Merc.

Perda

Valor do Bem: 1000€ Indemnização: 800€

11/12 6931 382


800 1000 800 1000
Ind. Merc. Ind. Merc.

Regularizações Positivas e Negativas no SII

Quando a empresa adopta o SII, no final do período económico deverá proceder


ao apuramento das compras líquidas, ao apuramento das regularizações das existências e
ao apuramento do CMV.

Transferência das Compras para Armazém

Débito Crédito Valor


32 312 Compras Brutas
317 32 Devolução de Compras
318 32 Desc. Comerciais Obtidos

Transferência das Regularizações para Armazém

68
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382 382
RP RN

Débito Crédito Valor


32 382 Regularizações Positivas
382 32 Regularizações Negativas

Registo do CMV

Débito Crédito Valor


612 321 CMV

Conclusão

Balancete de
SIP SII
Verificação
Mov. Acumul. Saldos Mov. Acumul. Saldos
Cód. Conta
Déb. Créd. Dev. Cred. Déb. Créd. Dev. Cred.
31 Compras X X 0 0 X 0 X
32 Mercad. X X EF 0 0 EI
36 Mat. P. X X EF 0 0 EI
38 Reg. Ex. X X 0 0 RP RN RP RN
61 CMV X 0 X 0 0 0 0 0

SIP SII
31 Está Saldada Tem Saldo
32 EF EI
36 EF EI
38 Está Saldada SD  RP ou SC RN
61 Saldo Devedor Não tem Saldo
Valorimetria de Existências à data do Balanço

Quando à data do balanço existam existências cujo o valor de mercado, valor


potencial de venda, seja inferior ao respectivo preço de aquisição ou custo de produção,
devemos reflectir nas contas uma perda potencial, isto é, de ocorrência incerta mas
previsível através da realização de provisões para depreciação de existências.

[39] Provisões para Depreciação de Existências

7/6/N Aquisição de Mercadorias  Va = 10000

31/12/N Balanço Vmercado = 8000

Constituição de Provisão:

69
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392/6 6732/6
2000 2000
A conta 39 é uma conta redutora do activo que reflecte as perdas acumuladas com
as existências, motivadas pela criação de provisões.

31/12/N+1 Inventário Físico  Vmercado = 5000


392/6 6732/6
2000 Si Si 2000
3000 3000

7/2/N+1 Venda de Mercadorias  Pv = 4000

Venda da Mercadoria:
711 24331 211
4000 760 4760

Registo do CMV:
612 32
10000 Si 10000 10000

Anulação de Provisão para Depreciação de Existências:


392 7962
5000 5000 Si 5000

IMOBILIZAÇÕES

Nesta classe de contas registam-se os activos cujo grau de permanência é superior


a um ano, possuindo estes bens e direitos uma utilidade económica, isto é, uma vida útil
superior a um ano. O registo do desgaste e da depreciação gerada pelos activos
imobilizados é feita a partir do mecanismo contabilístico que corresponde às
amortizações do exercício, e mais não são que o registo do desgaste que o activo
imobilizado sofre num exercício económico. Podemos classificar as Imobilizações em:
 Imobilizações de Rendimento – correspondem aos investimentos de cariz
financeiro cujo objectivo seja o rendimento de capitais e o controlo de outras
organizações.
 Imobilizações Técnicas – são os activos de exploração indispensáveis à
prossecução do objecto social da empresa. Estas podem ser subdivididas em:
 Imobilizações Corpóreas – são os bens palpáveis, isto é, com
expressão física, compreendendo entre outros os terrenos e recursos
naturais, os edifícios e construções afectas à exploração, as máquinas e
equipamentos básicos, os equipamentos de transporte ou rolantes,
ferramentas e utensílios e equipamentos administrativos.

70
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 Imobilizações Incorpóreas – são despesas de carácter plurianual,


compreendem entre outras as despesas de instalação, isto é, despesas
com a constituição da sociedade, as despesas de Investigação e
Desenvolvimento, as despesas com a propriedade industrial e com a
certificação da qualidade, e despesas com trespasse de estabelecimento
comerciais.

Os activos imobilizados são registados de acordo com a sua finalidade, isto é, de


acordo com a sua afectação (utilidade).
Exemplo: Compra de um imóvel Va = 100 000 Sisa = 6000 Escritura = 4000
Va = 100 000  Rústica = 25000 e Urbano = 75000

Escritório / Armazém  Exploração


421 422 11/12
25000 85000 110000
Rústica Urb + Va +
Desp Desp

Arrendamento  Investimento Financeiro


4141 4142 11/12
25000 85000 110000

Valorimetria na Aquisição de Imobilizações

Na aquisição de imobilizações a terceiros deveremos valorizar na contabilidade o


bem pelo seu valor de aquisição acrescido das despesas suportadas com a referida
aquisição, nomeadamente, despesas com Sisa, despesas com escritura, despesas com
transportes, despesas com fretes, despesas com instalação de equipamentos, despesas com
seguros de transporte de equipamentos, etc.
No caso dos imóveis devemos registar, separando a componente rústica da
componente urbana do bem. Quando na celebração da escritura for omisso o valor da
parte rústica e urbana, devemos presumir que a mesma corresponde a 25% do valor de
aquisição do imóvel.

[48] Amortizações Acumuladas

Para que um bem seja amortizável, deverá reunir três condições necessárias:
 Estar sujeito a decrescimento;
 O bem tem de estar concluído (imobilizados em curso não são amortizáveis);
 O bem tem de estar em funcionamento.

Existem dois métodos de amortizações (os métodos de amortização procedem ao


registo do desgaste dos bens):
 Método directo;

71
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 Método indirecto.

Método Directo

As amortizações são directamente abatíveis ao valor do bem, no entanto este


método viola o princípio do custo histórico.

662 422
X X

Método Indirecto

Neste método as amortizações são registadas numa conta redutora do activo, este
é o método que se encontra previsto no POC.

662 482
X X

O cálculo do desgaste dos activos imobilizados é feito segundo critérios de


amortização, nomeadamente os Critérios Rígidos (o valor da amortização é calculado no
momento em que o bem entra em funcionamento) e os Critérios Elásticos (as
amortizações são calculadas durante o período de funcionamento do bem).

Critério das Quotas Constantes

É um critério rígido, segundo o qual as amortizações são iguais durante todos os


exercícios económicos, isto é, o desgaste das amortizações são proporcionais no tempo.
A fórmula de cálculo das amortizações segundo este critério é a seguinte:
Amortizações das Existências = (Bem – Valor Residual) / (Vida Útil)

Exemplo: Admitindo que a vida útil é 50 anos e o Valor Residual é 0


Amortizações do Exercício = (85000 – 0) / 50 = 1700

Se for Exploração: 6622 4822


1700 1700

Se for Invest. Financ.: 6832 4812


1700 1700

Os bens imobilizados devem ser registados de acordo com a sua natureza, e os


respectivos custos associados devem respeitar a mesma natureza.

[41] Investimentos Financeiros

72
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[411] Partes de Capital

Estão registadas as fracções de capital detidas pela empresa noutras, representam


uma fracção do capital social de outras empresas, deveremos registar a sua aquisição pelo
valor de aquisição acrescido das respectivas despesas.
São considerados investimentos financeiros porque o objectivo é o deter o
controlo de outras sociedades.
Empresas do Grupo, quando a fracção de capital detida é superior a 50% (conta
4111). Empresas Associadas, quando a fracção de capital detida é maior ou igual a 20%
ou menor ou igual a 50% (conta 4112). Outras Empresas, quando a fracção de capital
detida é menor que 20% (conta 4113).

Aquisição de Participação de Capital

411X 11/12
Va + Desp Va + Desp

Recebimento de Dividendos (de Participação de Capital)

11/12 24121 784


0,85D 0,15D D

Alienação de Participações

Na alienação de participações financeiras podem ocorrer 3 situações: Mais Valias


(Vv > Va), Mais/Menos Valia Nula (Vv = Va) ou Menos Valia (Vv < Va).

1 Mais Valia (Vv > Va)

411X 7941 11/12


Si 1000 1000 Va 1000 Va 1100 Vv 1100 Vv
a b
a) Abate da Participação Financeira
b) Venda / Recebimento de Participação

2 Mais / Menos Valia Nula (Vv = Va)

411X 6941/7941 11/12


Si 1000 1000 1000 1000 1000
Va Va Vv Vv

3 Menos Valia (Vv < Va)

411X 6941 11/12


Si 1000 1000 1000 800 800
Va Va Vv Vv

73
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Valorimetria das Participações Financeiras à Data do Balanço

Quando à data do balanço o valor de mercado da participação financeira é inferior


ao seu valor de aquisição devemos registar essa perda, cuja ocorrência embora incerta
seja provável.

Va = 1000 Vm = 700
411X 6843 491
Si 1000 300 300

[414] Investimento em Imóveis

Os Investimentos em Imóveis correspondem a terrenos e edifícios urbanos afectos


à exploração, cujo seu destino é o arrendamento a terceiros.

421 422 4822


Si 25000 Si 75000 Si 25000

* * *

4141 4142 4812


25000 75000 25000

* Contrato de Arrendamento

[42] Imobilizações Corpóreas

Aquisição de Imobilizações a Terceiros

42X 2432 2611


Va + Desp IVA Factura

Trabalhos Para a Própria Empresa

Para alem da aquisição a terceiros pode a empresa efectuar a auto-construção de


imobilizados, reconhecendo desta forma um proveito (designado trabalhos para a própria
empresa) e valorizado pelo somatório dos custos incorridos.

74
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61 11/12
X X

62 11/12
X X

64 11/12
X X

66 11/12
X X

Trab. Para a Própria Empresa

42X 75X
Custos Vv a
Pcusto

Alienação de Imobilizações Corpóreas

Na alienação de Imobilizações Corpóreas podemos ocorrer 3 situações:


 Mais Valia (Vv > Vcontabilístico)
 Mais / Menos Valia (Vv = Vcontabilístico)
 Menos Valia (Vv < Vcontabilístico)

AB AP AL
Va = Conta 42 Aa = Conta 48 Valor Contabilístico

No ano da venda dos bens estes não são amortizáveis. Na alienação de


Imobilizações temos de registar:
 Abate do Imobilizado;
 Abate das Amortizações Acumuladas;
 Realização da Venda.

Exemplo: A Sociedade X alienou a p.p. por 25 000€ uma máquina industrial adquirida
em N-3 por 50 000€, a referida máquina possui um Valor Residual de 5000€, encontrando-se
amortizada à taxa anual de 25%. A máquina só entrou em funcionamento em N-2.

Amortização do Exercício: (Va – Vr) / n = (50000 – 5000) / 4 =11250


Taxa de Amort. = 1 / n  0,25 = 1 / n  n = 4
Menos Valia = Vv – (Va – Aa) = 25000 – (50000 – 225001) = (2500)

75
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1
11250 * 2 = 22500 (a maq. só entrou em func. em N-2)

a) Abate do Imobilizado

423 6942
50000 50000

b) Abate das Amortizações Acumuladas

4823 6942
22500 22500

c) Realização da Venda

11/12 6942
25000 25000

CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADES / EMPRESAS

Na constituição de sociedades / empresas os sócios ou accionistas colocam à


disposição destas empresas um conjunto de bens, direitos e obrigações próprias
destinados à prossecução de uma actividade, de um objecto social. A forma jurídica para
a constituição de sociedades é a seguinte:
 Sociedades por Quotas;
 S.A.;
 Sociedades em Nome Colectivo;
 Sociedades em Comandita;
 Sociedades Uni-pessoais.

Na constituição de sociedades temos de distinguir dois momentos:


 Subscrição, manifestação de intenção de compra de parte do capital de uma
sociedades;
 Realização, a entrega por parte dos subscritores, sócios e accionistas das
fracções do capital por elas subscritas. A realização poderá ser total ou parcial,
pois os subscritores têm um período de 5 anos para proceder à sua integral
realização. Poderá ser em dinheiro ou em bens, direitos e obrigações.

A subscrição poderá ser pública ou privada, sendo privada quando exista um n.º
restrito de subscritores. A forma jurídica mais utilizada em Portugal é de Sociedade por
Quotas e SA. O capital mínimo para a constituição de uma Sociedade por Quotas é de
5000€, enquanto que para uma SA é de 50000€ (e o n.º mínimo de subscritores nas SA é
de 5).
O Capital Social pode ser de diversos tipos: ordinário, privilegiado, amortizado ou
remido.

Exemplo: Índex, SA. Procede à Subscrição de Capital

76
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a) Subscrição
2642 5111
100000 100000

b) Realização do Capital (80000€ dinheiro)

11/12 2642
80000 80000

c) Realização da Conta de Capital

5111 5112
80000 100000 Si 80000

TRABALHOS DE FIM DE EXERCÍCIO

Ver o esquema da página 20.

Correspondem a lançamentos de regularização aqueles que ocorrem no final do


período económico e que se destinam a regularizar as contas de balanço. São 7
lançamentos de regularização:
 Registo das amortizações do exercício;
 Registo da constituição / reforço / anulação de provisão;
 Registo do apuramento do CMVMC em SII;
 Registo das diferenças cambiais expressas em valores activos e passivos;
 Registo das despesas e receitas que ocorrem no período corrente, mas cujos
respectivos custos e proveitos se reportam a exercícios seguintes;
 Registo dos custos e proveitos que ocorrem no período corrente, mas cujas
respectivas despesas e receitas se reportam a exercícios seguintes;
 Registo da Estimativa de Imposto sobre Rendimento.

77
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CONTABILIDADE
79
79
80
80
81

FINANCEIRA II 83
83
83
83
84
85
85
85
85
85
86
86
87
87
87
88
88
88
89

89
ÍNDICE
93
94
Criação De Empresas ………………………………………………………………
94
 Sociedades Comerciais e o Processo de Constituição de Sociedades …….. 95
 Formas Jurídicas das Empresas …………………………………… 95
 Subscrição e Realização …………………………………………… 96
 Aumentos de Capital ………………………………………………. 96
Operações Do Ciclo De Exploração ………………………………………………. 96
 Ciclos da Empresa ………………………………………………………… 97
 Ciclo de Exploração ………………………………………………. 97
• Proveitos Suplementares ………………………………… 97
98
99
99
99 78
100
101
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA

• Subsídios …………………………………………………
 Valorimetria e Variação das Existências …………………………………..
 Critérios Valorimétricos de Entradas
………………………………
• Preço de Aquisição ………………………………………
• Preço de Venda Deduzido da Margem ………………….. 101
• Custo de Produção ………………………………………. 101
 Variação da Produção …………………….. 102
 Critérios Valorimétricos de Saídas ……………………………….. 102
Operações Do Ciclo De Investimento …………………………………………….. 102
 Ciclo De Investimento …………………………………………………….. 102
103
 Participações de Capital Noutras Empresas ……………………….
103
• Método do Custo (Preço de Aquisição) …………………. 104
• Método da Equivalência Patrimonial …………………… 104
 Tratamento Contabilístico do Goodwill ….. 106
 Tratamento Contabilístico do Badwill ……. 106
 Variações ocorridas nos Capitais Próprios da 106
Empresa Participada após aquisição pela 108
Participante …………………………………108
 Reavaliação de Activos Imobilizados …………………………………….. 109
 Reavaliação com base no Método da Variação do Poder Aquisitivo 110
• 110
Reavaliação de Activos Imobilizados – Bens Totalmente
Amortizáveis …………………………………………….. 110
Reavaliação com base no Método do Justo Valor ………………… 111
Método do Custo de Reposição …………………………. 111
Método do Valor de Mercado …………………………… 112
112
Grandes Reparações / Pequenas Reparações ………………………
113
 Desgaste de Activos Imobilizados ………………………………………… 113
Critério das Quotas Constantes (Critério Rígido) …………………. 114
Critério das Quotas Degressivas (Critério Rígido) ……………….. 115
Critério de Desgaste Funcional (Critério Elástico) ……………….. 115
Critério dos Duodécimos ………………………………………….. 116
 Activos Fixos Intangíveis …………………………………………………. 116
[431] Despesas de Instalação ……………………………………… 117
[432] Despesas de Investigação e de Desenvolvimento ………….. 117
[433] Despesas com Propriedade Industrial ………………………. 118
[434] Trespasse ……………………………………………………. 119
 Juros Capitalizáveis ………………………………………………………. 119
Operações Do Ciclo De Financiamento …………………………………………… 120
120
 Financiamento por Capitais Alheios ……………………………………….
121
 Empréstimos Bancários …………………………………………… 121
 Conta Corrente Caucionar ………………………………………… 122
 Suprimentos ……………………………………………………….. 124
125
125
126 79
126
126
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 Desconto de Papel Comercial (Letras) …………………………….


• Recâmbio ………………………………………………..
• Reforma ………………………………………………….
• Endosso …………………………………………………..
• Protesto …………………………………………………..
 Leasing …………………………………………………………….
 Leasing Operacional / Renting …………………………………….
 Factoring …………………………………………………………..
 Empréstimo Obrigacionista ………………………………………..
 LeaseBack ………………………………………………………….
 Financiamento por Fundos Próprios ……………………………………….
 Aumentos de Capital ………………………………………………
 Incorporação de Resultados Transitados …………………………..
 Realização de Prestações Suplementares …………………………..
 Cobertura de Prejuízos Acumulados por Entrada de Dinheiro ……
 Reduções do Capital Social ………………………………………………..
 Reservas ……………………………………………………………………
 Aplicação dos Resultados ………………………………………………….
 Distribuição e Atribuição dos Lucros e Dividendos ………………
 Atribuição de Lucros / Gratificações ao Pessoal …………………..
 Acções ou Quotas Próprias ………………………………………………..
 Compra de Acções (Quotas Próprias) ……………………………..
 Indisponibilização de uma Reserva ………………………………..
 Venda de Acções ou Quotas Próprias ………………………………
 Mais Valia ou Menos Valia ………………………………………..
 Disponibilização da Reserva Legal Indisponível ………………….
Preparação Da Informação Financeira E Prestação De Contas ……………………
 Trabalhos de Fim de Exercício …………………………………………….
 Prestação de Contas ……………………………………………………….. 127
 Relatório de Gestão ……………………………………………….. 127
 Balanço …………………………………………………………….
127
 Demonstração dos Resultados por Naturezas ……………………..
128
 Demonstração dos Fluxos de Caixa ……………………………….
128
 Demonstração de Origem e Aplicação de Fundos ………………… 128
 Anexo ao Balanço e DR …………………………………………… 129
 Demonstração dos Resultados por Funções ………………………. 129
 Relatório e Pareceres do Fiscal Único ou Conselho Fiscal ………. 130
 Certificação Legal de Contas ……………………………………… 131
 Reconciliação Bancária …………………………………………… 136
Consolidação De Contas …………………………………………………………….. 136
 Introdução ……………………………………………………………………. 136
 136
Participação Directa e Indirecta, Percentagem de Participação e de
Controlo ……………………………………………………………… 136
137
137
137 80
137
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA

 Técnicas de Consolidação
……………………………………………
 Casos de Dispensa de Consolidação
…………………………………
 Casos de Exclusão do Perímetro da Consolidação
…………………..
 Métodos de Consolidação …………………………………………………….
 Método de Consolidação Integral …………………………………….
 Método de Consolidação Proporcional ……………………………….
 Método da Equivalência Patrimonial …………………………………
Operações de Redimensionamento de Organizações e Liquidação de Sociedades ..
 Liquidação de Sociedades ………………………………………………….
 Operações de Redimensionamento ………………………………………….
 Fusões por Incorporação …………………………………………...
 Fusões por Constituição de Novas Sociedades ……………………..
 Cisões ……………………………………………………………….
• Cisão Simples …………………………………………….
• Cisão Dissolução …………………………………………
• Cisão Fusão ………………………………………………

81
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA

CRIAÇÃO DE EMPRESAS

SOCIEDADES COMERCIAIS E O PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADES

No processo de criação de empresas, constituição de um negócio, torna-se


necessário definir e analisar:
 A Missão da Empresa, isto é, definição do objecto social no âmbito do
negócio da empresa.
 Elaboração do diagnóstico interno e externo das organizações
 Na envolvente Externa, iremos identificar as oportunidades e ameaças
que o meio exterior nos oferece (nomeadamente, contingências sócio-
políticas do país, análise do n.º de concorrentes, análise de nichos de
mercado, etc.)
 Na envolvente Interna, iremos analisar os pontos fortes e fracos da
organização face aos seus concorrentes (ex.: qualidade dos produtos e
serviços prestados como factor concorrencial, competitividade dos
preços, carteira de clientes, etc.)
 A definição de objectivos e metas quantificáveis e temporizados. Sendo os
principais objectivos das organizações:
 Lucro
 Consolidação do património
 Crescimento do Negócio
 Estabilidade e Capacidade Financeira (liquidez, solvabilidade e
autonomia financeira)
 Definição da estratégia da organização, sendo que esta passa por identificar
como fazer e como atingir os objectivos. As estratégias mais comuns resultam
ou da diferenciação pelo preço ou da diferenciação pela qualidade.
 Definição de políticas, isto é, medidas, por forma à realização da estratégia.
Corresponde à definição do mix do produto.
 Definição de planos de orçamentos destinados à quantificação das políticas
traçadas. A planificação e orçamentação permitirão posteriormente a análise
de desvios.

No processo de Constituição de Empresas é necessário:


 Certificado de admissão da firma da empresa.
 Definição do Pacto Social da empresa, isto é, dos estatutos da empresa, no
qual deverão estar definidos o objecto social, o nome da firma, a sua sede e os
órgãos sociais que a compõem (AG, órgão de fiscalização, gerência ou
administração).
 Proceder ao registo na conservatória do registo comercial da firma e dos seus
estatutos.
 Dar publicidade à constituição da empresa, mediante publicação no Diário da
República e num diário regional. Só após a publicação dos estatutos da firma é

82
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA

que a mesma adquire capacidade jurídica, isto é, capacidade de exercer o seu


objecto social.
 É necessário definir a sua forma jurídica.

Formas Jurídicas das Empresas

As formas jurídicas mais utilizadas em Portugal são:


 Sociedade Comerciais, cujas formas de funcionamento constam no código das
Sociedades Comerciais. As Sociedades Comerciais existentes em Portugal
são:
 Sociedades por Quotas, nestas sociedades o capital está confinado
a 2 ou mais sócios, sendo o capital mínimo de 5000€. O órgão de
gestão é a gerência;
 Sociedades Anónimas, sociedades cujo o capital está fraccionado
em acções representativas do capital social da empresa. O n.º mínimo
de accionistas é de 5. E o capital mínimo é de 50000€. A gestão da
organização é liderada pela Administração;
 Sociedades Em Nome Colectivo, são sociedades com
responsabilidade ilimitada. Estas sociedades não são representadas no
tecido empresarial português;
 Sociedades em Comandita, estas sociedades podem assumir forma
jurídica por acção e simples, não existem no tecido empresarial
português;
 Sociedades por Quotas Uni-Pessoais, estas sociedades são pertença
de uma única pessoa. Possuindo um capital mínimo de 5000€.
 Sociedades Civis sob a forma Comercial, são sociedades do Direito Civil,
regidas pelo código civil;
 Cooperativas;
 Agrupamento Complementar de Empresas;
 Estabelecimentos Individuais de Responsabilidade Limitada;
 Empresário em Nome Individual.

Subscrição e Realização

Na constituição de sociedades temos de distinguir dois momentos, a subscrição e


a realização do capital.
Subscrição do Capital, manifestação de intenção de compra das fracções de
capital. A subscrição pode ser pública ou privada (n.º de subscritores é restrito).
Liberação ou Realização do Capital, os sócios entregam à sociedade os valores
por eles subscritos. A realização quanto à natureza pode ser em dinheiro ou espécime,
existem ainda possibilidades de realizações através de trabalho (sócios de indústria).
Quanto ao grau de realização pode ser total ou parcial.

83
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA

Exemplo: A Sociedade X, S.A. constitui-se com um capital de 100000€ mediante uma


subscrição privada. Os accionistas realizaram de imediato 80% do capital da seguinte forma:
 Depósitos Bancários 50000€
 Mercadorias 20000€
 Viatura Comercial 10000€
Proceda ao registo da constituição da sociedade.

Subscrição do Capital:

2642 5111
100000 100000

Realização do Capital:

12x 32 424 2642


50000 20000 10000 80000

Regularização da Conta de Capital:

5111 5112
80000 80000

Prazo máximo para que os accionistas ou sócios procedam à realização integral de


capital é de 5 anos. Dependendo da natureza, isto é, da forma jurídica da empresa será
exigido que uma percentagem do capital seja obrigatoriamente realizada em dinheiro.
Na constituição de sociedade a subscrição diz-se “ao par”, isto é, o valor da
subscrição, de compra da fracção do capital, é igual ao seu valor nominal.
Existem diversas naturezas de capital:
 Capital Ordinário – as fracções do capital entre os sócios não se sobrepõem na
tomada de decisões;
 Capital Privilegiado – quando existem acções de diversos tipos sobrepondo-se
na tomada de decisões de uma delas;
 Capital Amortizado – é possível com o desenvolvimento do negócio da
empresa, esta faça sair a favor dos sócios o capital com que estes constituíram
a sociedade.

Aumentos de Capital

No aumento de capital social poderão ocorrer duas situações:


 Subscrição “ao par”, quando o valor de aquisição ou compra for igual ao valor
nominal das acções / quotas;
 Subscrição “acima do par”, quando o valor de compra das acções é superior
ao valor nominal das mesmas.

84
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA

Existem diversos métodos para cálculo do valor de subscrição das acções:


 Método do Valor Contabilístico;
 Método do Valor de Mercado;
 Método Discount Cash-Flow.

1/1/N Operações 19/2/N+5 Sub. ao Par Sub. acima do Par


Capital Social 100000 (…) 100000 125000 125000
Prémio de
(...) 17500
Emissão (Pe)
Reservas (…) 50000 50000 50000
R. Transitados (…) 20000 20000 20000
Total 100000 (…) 170000 195000 212500

Vn = Capital Social / n.º acções = 100000 / 20000 = 5 €

Subscrição ao Par:
Vs = Vn
Vs = 5
β subscreve 5000 acções
(20000 + 5000) * 5 = 125000
Vc = CP / n.º acções = 170000 / 20000 = 8,5
Vc = CP / n.º acções = 195000 / 25000 = 7,8

2642 5111
25000 25000

Subscrição Acima do Par:


Vs = Vc
Vs = 8,5
Prémio de Emissão = Vs – Vn = 8,5 – 5 = 3,5
Vc = CP / n.º acções = 212500 / 25000 = 8,5

2642 5111 54
Vs Vn Pe
8,5*5000 5*5000 3,5*5000

Nota: Vn = Valor Nominal | Vs = Valor de Subscrição | Vc = Valor Contabilístico

Nos aumentos de capital as acções ou quotas não podem ser subscritas abaixo do
par.
O objectivo da subscrição acima do par, é que calculando o prémio de emissão
com referência no valor contabilístico das acções, permite assegurar que o valor
contabilístico não se altere.

85
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA

O cálculo do “Pe” a partir do Valor Contabilístico corresponde a uma referência,


pode no entanto, as acções serem subscritas por outro valor qualquer em função quer de
expectativas de negócios futuros, quer de sub ou sobre avaliação de activos e passivos.

OPERAÇÕES DO CICLO DE EXPLORAÇÃO

CICLOS DA EMPRESA

Ciclo de Exploração, compreende um conjunto de operações que caracterizam o


objecto social da empresa, corresponde ao negócio da empresa.
Ciclo de Investimento, compreende o conjunto de recursos, de activos fixos, com
que a empresa prossegue o seu objecto social. Compreende os investimentos técnicos,
quer corpóreos quer incorpóreos, bem como as imobilizações de rendimento
(investimentos financeiros).
Ciclo de Financiamento, compreende as fontes de financiamento no negócio da
empresa, as quais poderão ter origem em fundos próprios (Capital Próprio) ou em fundos
externos, isto é, através de capitais alheios (Passivo).

Ciclo de Exploração

O ciclo de exploração da empresa compreende as actividades relacionadas com o


negócio da empresa, nomeadamente:
 Vendas de Bens;
 Prestações de Serviços a Terceiros;
 Proveitos Suplementares;
 Subsídios à Exploração;
 Compra de Bens (Mercadorias e Matérias-Primas);
 Fornecimentos e Serviços Externos;
 Custos resultantes do Processamento de Remunerações;
 Amortizações do Exercício;
 Etc.

Proveitos Suplementares

São proveitos suplementares os rendimentos que não estão associados


directamente com o objecto social da empresa, mas em que é possível rentabilizar os
recursos da empresa.
Exemplo:
 Cedência de Equipamentos

11/12/21 24331 732


Factura IVA Cedência

86
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 Serviços Sociais desempenhados pela empresa como forma de compensação


dos custos que a empresa suportou com a acção social dos seus trabalhadores,
são também proveitos suplementares;
 Venda de Energia;
 Desempenho de Cargos Sociais noutras Organizações, nesta situação a
empresa que detém a participação financeira numa outra empresa cobra pelos
serviços de gestão uma compensação monetária. A empresa participante é
retribuída pela gestão da participada.

Subsídios

Os subsídios são uma forma de retribuição das empresas por parte de organismos,
quer estatais quer privados. Podemos classificar os subsídios em três grandes grupos:
 Subsídio de Exploração
11/12 74
X X

 Subsídio de Investimento, são subsídios atribuídos, destinados a financiar a


compra de um activo imobilizado.

Exemplo:
Bem  10000 + IVA | Vida Útil  4 anos | VR  0
Financiado 50% - IFADAP

N
423 24322 2611
10000 1900 11900

N N+1 N+2 N+3


2500 2500 2500 2500
6623 4823
2500 2500

N  N+3

Subsídio: 5000 u.m

N N+1 N+2 N+3


1250 1250 1250 1250

11/12 2745
5000 5000

87
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N
2745 7983
1250 1250

N  N+3
 Subsídio de Capital, são os subsídios atribuídos com o objectivo de promover
a acção social desenvolvida pela empresa.

11/12 575
X X

VALORIMETRIA E VARIAÇÃO DAS EXISTÊNCIAS

Corresponde à forma como se procede à entrada e saída de stocks das respectivas


contas de armazém.

Critérios Valorimétricos de Entradas

Os critérios valorimétricos adoptados para a entrada de stocks são: preço de


aquisição, custo de produção e preço de venda deduzido da margem.

Preço de Aquisição

Preço suportado com aquisição directa ao fornecedor, acrescido de todas as


despesas suportadas com a aquisição, nomeadamente: despesas de transporte, seguro,
direitos aduaneiros, despesas de desembarque, fretes, outros impostos, etc.

Preço de Venda Deduzido da Margem

Certos artigos e produtos são valorizados pelo preço de mercado deduzido da


respectiva margem da empresa, porque por vezes é muito difícil o apuramento do Custo
Industrial.

Custo de Produção

Corresponde à valorização dos produtos transformados pela empresa, as


componentes do custo de produção são:
 Consumo de Matérias Directas (MD) – corresponde aos consumos de matérias
incorporadas no produto acabado e que foi alvo de transformação, como as
matérias-primas;

88
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 Consumo de Mão-de-obra Directa (MOD) – custos com pessoal fabril e


respectivos encargos sociais suportados com o pessoal que directamente
trabalha as matérias-primas;
 Gastos Gerais de Fabrico (GGF) – compreende todos os fornecimentos e
serviços externos relacionados com a produção, bem como o consumo de
matérias subsidiárias e a utilização de mão-de-obra indirecta. As amortizações
também são GGF na medida em que reflectem o desgaste de equipamentos
fabris. Os GGF são normalmente gastos comuns sendo necessário criar bases
de imputação aos respectivos produtos.

CIP (Custo Industrial de Produção) = MD + MOD + GGF

Exemplo: A Sociedade X iniciou a sua actividade a 1/12/N. Esta empresa dedica-se à


produção de mobílias. Tendo suportados os seguintes custos durante o mês de Dezembro:
 Compra de madeira no valor de 120000€ (31/12 stock da madeira: 20000€)
 Do processamento das remunerações conclui-se o seguinte:
 Custos com técnicos de fabrico 25000€
 Custos com encarregados de fabrico 5000€
 Dos gastos correntes retiraram-se os seguintes consumos:
 Energia 1000€
 Ferramentas e utensílios de desgaste rápido 500€
 Matérias Subsidiárias 3000€
 Amortizações dos equipamentos fabris que ascenderam aos 2000€
Sabendo que a empresa durante o ano N não afectou qualquer venda de mobílias calcule:
o CIP, elabore a DR e calcule o RLE.

MD = CMC = EI + CL – EF +– RE = 0 + 120000 – 20000 = 100000


MOD = 25000
GGF = M. Subsidiárias + M. Indirecta + FSE Fabris + Amort. Ex. = 3000 + 5000 + 1500
+ 2000 = 11500
CIP = MD + MOD + GGF = 100000 + 25000 + 11500 = 136500

Demonstração de Resultados
Custos e Perdas Proveitos e Ganhos
Cons. de MP 100000 Vendas 0
Cons. de MS 3000 Variação da Produção 136500
FSE EF produção – EI produção
-Energia 1000
- Ferr. Utensílios 500
Custos c/ Pessoal 30000
Amort. Do Ex. 2000
RLE 0

Variação da Produção

Corresponde à diferença entre a produção do ano corrente que transita para o ano
seguinte e a produção do ano anterior que transitou para o ano corrente.

89
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33/34/35 81 33/34/35
SI EI EI EI EF EF

Critérios Valorimétricos de Saídas

Os sistemas de custeio de saídas de existências geralmente aceites são:


 FIFO, LIFO, Custo Médio Ponderado, Custo Específico, NIFO (ou custo de
reposição).

OPERAÇÕES DO CICLO DE INVESTIMENTO

CICLO DE INVESTIMENTO

Neste ciclo encontram-se as operações relacionadas com aquisição e auto-


construção de activos fixos. Encontramos ainda os desinvestimentos ou as respectivas
alienações.

Activos Fixos
 Imobilizações de Rendimento
 Investimentos Financeiros
o Participações Sociais Noutras Empresas
o Obrigações e Títulos de Participação
o Empréstimos Concedidos a Terceiros / Investimentos em
Imóveis / Depósitos Bancários e Fundos de Investimento
 Imobilizações Técnicas
 Imobilizações Corpóreas
 Imobilizações Incorpóreas

Participações de Capital Noutras Empresas

Correspondem a fracções de capital que a empresa participante detém na empresa


participada.
A contabilização destas participações sociais pode obedecer a dois métodos:
 Método do Preço de Aquisição – as fracções de capital devem estar registadas
na contabilidade pelo respectivo valor de aquisição, incluindo as despesas
suportadas com a aquisição (em obediência ao princípio do Custo Histórico)
 Método da Equivalência Patrimonial – as fracções do capital devem estar
valorizadas nas contas da empresa participante de forma a que esse valor seja
igual à percentagem dos capitais próprios detida na empresa participada.

Exemplo (como base para explicação):


Soc. M (empresa participante) 25% Soc. F (empresa participada)

90
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Sendo o valor de aquisição de 50000€


Sociedade F:
 Capital Social 100000€ 4112
 Reservas 50000€ 35000
 Resultados Transitados (10000€)

De acordo com o POC, nomeadamente na sua directriz contabilística n.º 9, a


adopção do Método de Equivalência Patrimonial é obrigatória quando a empresa
participante detenha 20% ou mais do capital da empresa participada.
O Método do Custo será aplicado:
 Quando existam restrições severas e duradoras à circulação de capitais entre
as empresas;
 Quando o objectivo de aquisição de participação social seja de curto prazo,
isto é, quando a empresa participante pretenda proceder à venda da
participação;
 Quando a empresa participante deixe de ter uma influência significativa no
processo decisório da empresa participada.

Método do Custo (Preço de Aquisição)

411x 11/12
Va + D Va + D
50000 50000

Método da Equivalência Patrimonial

Segundo o Método da Equivalência Patrimonial a aquisição da participação social


deve ser feita pelo respectivo valor de aquisição.

4112 11/12
Va + D Va + D
50000 50000

No momento em que ocorre a aquisição podem-se verificar três situações:


 Valor de Aquisição é igual à percentagem dos Capitais Próprio da Empresa
Participada;
 Valor de Aquisição é superior à percentagem dos Capitais Próprio da Empresa
Participada (Goodwill);
 Valor de Aquisição é inferior à percentagem dos Capitais Próprio da Empresa
Participada (Bad will).

Tratamento Contabilístico do Goodwill

91
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Quando ocorra um Goodwill deveremos proceder à respectiva amortização ao


longo de 5 períodos económicos.
(Va – % Capitais Próprios) / n = (50000 – 35000) / 5 = 15000 / 5 = 3000

411x 6882
Si 50000 3000 3000

N  N+4

A amortização do Goodwill faz-se pelo método directo.

Tratamento Contabilístico do Badwill

Va = 30000 4112 2749


25%CP = 35000 Si 30000 5000
5000

Imputação do proveito financeiro

2749 788
1000 1000

N  N+4

Variações ocorridas nos Capitais Próprios da Empresa Participada após aquisição


pela Participante

Todas as variações que ocorram no património da empresa participada,


nomeadamente no seu CP, devem ser repercutidas nos investimentos financeiros da
empresa participante.
Podem ocorrer dois tipos de variações, primeiro variações positivas, isto é,
aumentos dos Capitais Próprios da empresa participada, e variações negativas, isto é,
redução dos Capitais Próprios da empresa participada.

1 Variações Positivas

F Recebimento de Subsídio de Capital na Empresa Participada:

11/12 575
10000 10000

Valorização na Empresa Participante:

4111
*Amortização Goodwill 5 Si 50000 *15000
anos 1) 2500

92
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As variações que ocorrerem nos capitais da empresa participada após aquisição


são reflectidas nas contas da empresa participante na conta 55.

553
2500 (1

Esta conta é o espelho das variações ocorridas após a respectiva aquisição.

CP de F Aquisição 1 Após
Capital Social 100000 100000
Reservas 50000 50000
Sub. de Capital 0 10000 10000
R. Transitados (10000) (10000)
Total 140000 150000

25%
37500

2 Variações Negativas

Foi detectado na contabilidade que uma factura de serviços externos, datada de


21/12/N-2 não se encontra registada na contabilidade. O valor da factura totaliza 5000€.

221
5000

As correcções relativas a exercício anteriores podem ser classificadas em dois


pontos: regularizações de grande significado e regularizações de pequeno significado (ver
directriz contabilística n.º 8).
As regularizações de grande significado são aquelas que alterariam a leitura das
demonstrações financeiras, pelo que o registo da operação não deve afectar os resultados
do exercício, mas sim os resultados de exercícios económicos anteriores (conta 59).
As regularizações de pequeno significado traduzem erros ou omissões de
exercícios anteriores que, no entanto, caso tivessem sido registadas não alterariam a
leitura das demonstrações financeiras, pelo que podem ser regularizadas afectando o RLE
do ano corrente (conta 697/797).
59
5000

M = 25% = 1250
4111 553
Si 50000 *15000 2) 1250 2500 (1
1) 2500 1250 (2
93
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CP de F Aquisição 1 Após 2 Após


Capital Social 100000 100000 100000
Reservas 50000 50000 50000
Sub. de Capital 0 10000 10000 10000
R. Transitados (10000) (10000) (5000) (15000)
Total 140000 150000 145000
25%
36250
3 Imputação dos Resultados da Empresa Participada

As empresas participantes, que adoptem o Método de Equivalência Patrimonial,


na contabilização dos investimentos financeiros devem no final de cada exercício
económico proceder à imputação dos resultados da empresa participada. Podendo desta
forma ocorrer três situações: Imputação de Lucros, Imputação de Prejuízos ou Lucro
Nulo.
Os lucros imputados bem como a amortização do Goodwill são proveitos e custos,
respectivamente, não aceites para efeitos fiscais.

Imputação de Prejuízos

Soc. F: Soc. M:
88 411x 682
3000 750 750

Imputação de Lucros
Sociedade F
Capital Próprio Aquisição
Capital Social 100000
Reservas 50000
Sub. de Capital 10000
R. Transitados (15000)
RLE 10000
Total 155000

Registo na Empresa Participante (Soc. M) de 25% do RLE da empresa Participada:


411x 782
Si 36250 2500
2500

Assembleia-geral da sociedade F (em 31/3/n+1):


 Aprovação de Contas
 Aplicação de Resultados

94
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 Reservas 40%
 Dividendos 60%

88 59 57 25x3
*10000 10000 $4000 10000* 4000$ 6000#
#6000

Atribuição dos Lucros à Sociedade M:


411x 25x3
1500 1500
Aplicação
Capital Próprio Aquisição CP
de Result.
Capital Social 100000 100000
Reservas 50000 +4000 54000
Sub. de Capital 10000 10000
R. Transitados (15000) (15000)
RLE 10000 -10000 0
Total 155000 149000

37250 25%
Lucros Imputados  2500
Lucros Atribuídos  1500
Lucros Não Atribuídos (Li – La)  1000

59 552
1000 1000

Exercício:
A Sociedade M adquiriu uma participação na Sociedade F correspondente a 30% do
capital, o valor de aquisição da participação foi de 220000€. Os Capitais Próprios da Sociedade F
à data da aquisição possuem a seguinte composição:
 Capital Social 500000€
 Reservas 80000€
 Resultados Transitados 70000€
Durante o exercício N ocorreram as seguintes alterações nos Capitais Próprios da
Sociedade F:
 Donativo do Sócio David 20000€ (em dinheiro)
 Apuramento do RLE 3000€

a) Pretende-se o registo da participação adoptando o Método de Equivalência Patrimonial.


b) Sabendo que na AG de 3/N foi deliberado proceder à distribuição de 20% dos resultados aos
sócios, registe essa operação (os lucros foram imediatamente disponibilizados e pagos tendo sido
retido IRS e IRC à taxa de 15%).

95
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Data Doc Descrição D C Valor


N 1 Aquisição da participação Financeira 4112 11/12 220000
2 Amortização do Goodwill 6882 4112 5000
3 Variação Positiva nos Capitais Próprio da F 4112 553 6000
4 Imputação de Lucros 4112 782 900
N+1 5 Lucros Atribuídos aos Sócios 25x3 4112 180
6 Lucros Imputados e não atribuídos 59 552 720
7 Disponibilização dos lucros 25x3 180
24121 27
25x4 153

2) 650000 * 0,3 = 195000


220000 – 195000 = 25000
Qt = Goddwill / n = 25000 / 5 = 5000

3) Soc. F
11/12 576
20000 20000

4 e 5) Soc. F
88 59 25x3
3000 Si 3000 *600 3000 600*
Soc. M
3000 * 0,3 = 900
600 * 0,3 = 180

6) Li – La = 900 – 180 = 720

7) Soc. F – Disponibilização dos Lucros

25x3 2423 25x4


600 Si 600 90 510
La 0,15La 0,85La

Soc. M

25x3 24121 25x4


Si 180 180 27 153

Capital Próprio F Aquisição 1 2 3 31/3/N+1


Capital Social 500000 500000
Reservas 80000 80000
Donativos 0 +20000 20000
R. Transitados 70000 2400 72400
RLE 0 +3000 -3000 0
Total 650000 672400

96
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REAVALIAÇÃO DE ACTIVOS IMOBILIZADOS

Corresponde à actualização dos mesmos a preços correntes. A reavaliação é


consequência directa de dois fenómenos. Primeiro a desvalorização provocada pela
inflação. Em segundo a especulação e valorização imobiliária dos bens.
A reavaliação dos activos imobilizados pode ser realizada de acordo com dois
métodos:
 Método da variação do poder aquisitivo;
 Método do justo valor.
Reavaliação com base no Método da Variação do Poder Aquisitivo

As reavaliações dos imobilizados podem ser de natureza legal ou administrativa.


A reavaliação legal é feita com base em diplomas e portarias publicadas periodicamente
(normalmente de 4 em 4 anos). Nestas portarias identificam-se os coeficientes de
desvalorização monetária, cujo cálculo assenta na taxa de inflação praticada.

Va = 50000 u.m n = 8 anos VR = 0


0 1 2 3 4 5

6250 6250 6250 6250 6250 6250


Inflação:

i0 = 0% 3% 2,5% 3% Tempo Presente

Qt = (50000 – 0) / 8 = 6250
Bem Reavaliado = Va * Coeficiente de Desvalorização Monetária =
= Va * ((1 + i0) * (1 + i1) * (1 + i2) * (1 + i3) * … * (1 + in)) =
= 50000 * 1 * 1,03 * 1,025 * 1,03 = 50000 * 1,09 = 54500
Aa reavaliadas = Aa * Coeficiente de Desvalorização Monetária =
= 31250 * 1,09 = 34062,5

42 482 56
Si 50000 31250 Si b) 2812,5 4500 (a
a) 4500 2812,5 (b

Reservas de Reavaliação =  Imobilizações –  Aa

Reavaliação de Activos Imobilizados – Bens Totalmente Amortizáveis

Va = 60000 Vr = 0 n=8

97
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Coef. de Desvalorização Monetária = 1,2


0 1 2 3 4 5 6 7 8

7500 7500 7500 7500 7500 7500 7500 7500

V. Bem Reavaliado = Va * 1,2 = 72000 Reavaliação do Imobilizado


V das Aa = Va * 1,2 = 72000
423 4823 561
Si 60000 60000 Si 2) 12000 12000 (1
1) 12000 12000 (2

Qt = (Valor do Bem Reavaliado – VR) / Vida Útil Corrigida = 72000 / 10 = 7200


Aa Corrigidas = 8 * Qt corrigida = 8* 7200 = 57600

4823 561
3) 14400 14400 (3

1) Reavaliação do Bem
2) Reavaliação das Aa
3) Correcção das Aa

O saldo da conta 56 expressa o valor das amortizações em falta para o bem em


causa.

Reavaliação com base no Método do Justo Valor

A reavaliação pelo método do justo valor é uma reavaliação livre, administrativa,


baseando-se na avaliação que peritos técnicos fazem do bem. O método do justo valor
pode reavaliar os bens de acordo com 2 métodos:
 Método do Custo de Reposição;
 Método do Valor de Mercado.

Método do Custo de Reposição

Entende-se por o valor a dispensar pela empresa na aquisição de um bem que


substitua o que existe actualmente.

0 1 2 3 4

7500 7500 7500 7500 7500

Avaliação por perito


Custo de reposição: 90000

98
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423 4823 561


Si 60000 37500 Si 2) 18750 30000 (1
1) 30000 18750 (2

Coeficiente = Valor do Bem Reavaliado / Va = 90000 / 60000 = 1,5


37500 * 1,5 – 37500 = 56250 – 37500 = 18750

Método do Valor de Mercado

Procede-se à avaliação do bem com base no seu valor de venda actual, tendo em
conta o desgaste acumulado do bem. Em termos práticos segundo este método devem ser
acumulados os dados referentes ao valor contabilístico do bem sendo reposto o bem pelo
seu valor de mercado.

0 1 2 3 4

7500 7500 7500 7500 7500

Avaliação por perito: 35000

423 4823 561


Si 60000 60000 (1 2) 37500 37500 Si 1) 60000 37500 (2
3) 35000 35000 (3

Grandes Reparações / Pequenas Reparações

As pequenas reparações correspondem a gastos correntes com a manutenção e


conservação do bem.
Estas pequenas reparações não prolongam a vida útil do bem, devem ser
registados como um custo do exercício.

62232 24323 221


Serviço IVA Factura

As grandes reparações prolongam a vida útil do bem, isto é, aumentam a utilidade


do mesmo.
São despesas capitalizáveis, pelo que devem ser acrescidas ao valor do bem.
As grandes reparações são amortizadas pela sua vida útil, independentemente da
vida útil do bem.

0 1 2 3 4 5 6 7 8

99
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7500 7500 7500 7500 7500 7500 7500 7500 2500


+ + +
2500 2500 2500

Serviço 10000  vida útil de 4 anos

423 24323 2611 4823


Si 60000 1) 1900 11900 (1 37500 Si
1) 10000
Qt bem = (60000 – 0) / 8 = 7500
Qt grandes reparações = (10000 – 0) / 4 = 2500

Ano 5
4823 662
37500 Si *7500
7500* *2500
2500*

DESGASTE DE ACTIVOS IMOBILIZADOS

O desgaste dos activos imobilizados deve ser repartido pela vida útil do bem. Esta
repartição pode ser feita com base nos seguinte critérios:
 Critérios Rígidos – a amortização do bem é definida no momento em que se
inicia a sua utilização. Os critérios Rígidos são:
 Critério das Quotas Constantes
 Critério das Quotas Degressivas
 Critérios Elásticos – as amortizações são calculadas ao longo da vida útil do
bem de acordo com a utilização do mesmo
 Critério de Desgaste Funcional – as amortizações são repartidas em
função da utilização do bem
 Critério da Base Dupla

Critério das Quotas Constantes (Critério Rígido)

Va = 55000 VR = 5000 Vida Útil = 5 anos


Qt = (55000 – 5000) / 5 = 10000

Ano Vc Inicial Amort. Do Ex. Amort. Acu. Vc final


1 55000 10000 10000 45000
2 45000 10000 20000 35000
3 35000 10000 30000 25000
4 25000 10000 40000 15000

100
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5 15000 10000 50000 5000

Critério das Quotas Degressivas (Critério Rígido)

De acordo com o critério das quotas degressivas as amortizações devem ser


calculadas através do produto entre o Valor Contabilístico inicial do bem, em cada
período económico, e a taxa de amortização corrigida do bem. De acordo com este
critério as taxas de amortização devem ser corrigidas dos seguintes coeficientes:
 N < 5  1,5
 N=52
 N ≥ 6  2,5
Va = 55000 VR = 5000 Vida Útil = 5 anos
Qt = Vcn-1 * taxa de amortização corrigida = 55000 * 0,4 = 22000
Taxa de amortização corrigida = taxa de amortização * coeficiente = 1/5 * 2 = 0,4

Ano Vc Inicial Amort. Do Ex. Amort. Acu. Vc final


1 55000 22000 22000 33000
2 33000 13200 35200 19800
3 19800 7920 43120 11880
4 11880 4752 42872 7128
5 7128 2128 50000 5000 = VR

(7128 – 5000) / 1 = 2128

Va = 60000 VR = 0 Vida Útil = 4 anos


Qt = Vcn-1 * taxa de amortização corrigida = 60000 * 0,375 = 22500
Taxa de amortização corrigida = taxa de amortização * coeficiente = 1/4 * 1,5 = 0,375

Ano Vc Inicial Amort. Do Ex. Amort. Acu. Vc final


1 60000 22500 22500 37500
2 37500 14062,5 36562,5 23437,5
3 23437,5 11718,75 48281,21 11718,75
4 11718,75 11718,75 60000 0

23437,5 * 0,375 < (23437,5 – 0) / 2  8789,06 < 11718,75


Logo, Amortização do Exercício = 11718,75

(11718,75 – 0) / 1 = 11718,75

Nos últimos exercícios económicos segundo o critério das quotas degressivas


deveremos ter em linha de conta o seguinte, se a quota de amortização segundo o critério

101
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das Quotas Degressivas for menor que a quota de amortização do bem segundo o critério
das Quotas Constantes, para o que falta amortizar do bem, deveremos amortizar o bem de
acordo com o critério das Quotas Constantes para o n.º de anos que falta amortizar.

Critério de Desgaste Funcional (Critério Elástico)

Va = 55000 VR = 5000 n = 5 anos Bem  Maquina Industrial (H/h)


Ano 1  20000 H/h
Ano 2  30000 H/h
Ano 3  25000 H/h
Ano 4  15000 H/h
Ano 5  10000 H/h
Qt = (Va – VR) * Base de Imputação
Base de Imputação = n.º de unidades N / n.º total de unidades
Ou
Custo / Unidade = (Va – VR) / total de unidades = 50000 / 100000 = 0,5

Q1 = 20000 * 0,5 ou (55000 – 5000) * (20000 / 100000) = 10000



Q5 = 10000 * 0,5 ou (55000 – 5000) * (10000 / 100000) = 5000

Ano Vc Inicial Amort. Do Ex. Amort. Acu. Vc final


1 55000 10000 10000 45000
2 45000 15000 25000 30000
3 30000 12500 37500 17500
4 17500 7500 45000 10000
5 10000 5000 50000 5000

Critério dos Duodécimos

Este critério resulta do desdobramento das quotas constantes, sendo as


amortizações efectuadas com referência ao período mensal.
Va = 22000 VR = 2000 n = 4 anos
Qt = (22000 – 2000) / 48 = 417
Out/N 31/12/N N+1 N+2 N+3 30/9/N+3

3*417 5000 5000 5000 9*417

ACTIVOS FIXOS INTANGÍVEIS

Os activos fixos intangíveis correspondem às imobilizações incorpóreas, são


despesas capitalizáveis com carácter plurianual. Devem por conseguinte serem
conhecidas como custo de vários exercícios. As despesas plurianuais são:

102
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 431 – Despesas de Instalação


 432 – Despesas de Investigação e de Desenvolvimento
 433 – Despesas com Propriedade Industrial
 434 – Trespasses

[431] Despesas de Instalação

Estas despesas correspondem a gastos necessários e indispensáveis, quer à


constituição de sociedades, quer aos respectivos aumentos de capital. Compreendem
entre outras as seguintes despesas:
 Honorários do advogado que elaborou o pacto social;
 Despesas com registo comercial na respectiva conservatória;
 Despesas com a publicidade dos estatutos no Diário da República;
 Despesas com notário (escritura de constituição da sociedade).
As despesas com instalação devem ser amortizadas periódica e sistematicamente
durante 5 períodos económicos. Para efeitos fiscais a taxa de amortização destas despesas
é de 33,3%.

Despesas com Instalação: Amortização das despesas de instalação:


431 11/12 6631 4831
X X X/5 X/5

[432] Despesas de Investigação e de Desenvolvimento

Directriz Contabilística n.º 7

Consideram-se despesas de investigação as relativas a um processo de pesquisa


original, planeado, com o objectivo de obter novos conhecimentos científicos ou técnicos.
Consideram-se despesas de desenvolvimento as que resultem da aplicação
tecnológica das descobertas anteriores à fase de produção.
Esta directriz não é aplicável às empresas cujo objecto social seja a investigação e
o desenvolvimento de novas tecnologias.

As despesas de investigação e desenvolvimento, regra geral, são custo do


exercício a que respeitam, no entanto é possível proceder à capitalização destas despesas
quando:
 Exista convicção de que estas despesas produziram benefícios económicos
futuros;
 Esteja assegurado a existência de um mercado para novos produtos ou
projectos.

Despesas com Investigação e Desenvolvimento


656 11/12

103
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X X

Convicção de benefícios económicos futuros,


existência de mercado para projecto/produto

Capitalizar Despesas  Activo Intangível

Amortização:
432 11/12 6632 4832
X X X/5 X/5

[433] Despesas com Propriedade Industrial

São despesas suportadas pela empresa e que se referem à sua imagem e ao seu
Know-How. Estas despesas compreendem:
 Patentes
 Marca
 Insígnias
 Certificação de qualidade (ex: ISO)

Amortização:
433 11/12 6633 4833
X X X/5 X/5

[434] Trespasse

Corresponde à diferença entre o Valor de Aquisição e da cedência de utilização de


um espaço e o justo valor dos activos e passivos associados a essa cedência. Não
deveremos confundir trespasse com direito de arrendamento, uma vez que trespasse
engloba este direito de arrendamento.

Exemplo:
A B
Va = 40000

Balanço
Activos CP
50000 30000
Passivo
20000

Direito de Arrendamento: 5000€

104
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434 11/12 Activos Passivos


10000 40000 50000 20000

Inclui direito de arrendamento

JUROS CAPITALIZÁVEIS

Quando a empresa suporte juros na construção de activos imobilizados não


concluídos poderá capitalizar os juros, acrescendo desta forma ao valor do bem (matérias-
primas mais mão-de-obra) o valor dos juros de financiamento suportados.
A amortização dos juros capitalizáveis faz-se de acordo com a vida útil do bem.

OPERAÇÕES DO CICLO DE FINANCIAMENTO

O financiamento das empresas pode efectuar-se com recurso a fundos próprios e a


fundos alheios.

FINANCIAMENTO POR CAPITAIS ALHEIOS

O financiamento por capitais alheios pode assumir as seguintes soluções:


 Contrato de Empréstimo;
 Conta Corrente Caucionada;
 Suprimentos;
 Desconto de Papel Comercial (letras);
 Leasing;
 Factoring;
 Empréstimos Obrigacionistas;
 Leaseback.

Empréstimos Bancários

Contracção:
12 231
X X

Amortização:
12 231
X X

Pagamento de Juros:
681 12
X X

105
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Conta Corrente Caucionar

São facilidades de crédito atribuídas à empresa. A cada empresa é atribuído um


“plafond” de crédito podendo a empresa proceder à utilização e amortização da conta da
forma como entender.
Conta Corrente Caucionar  Plafond  BPI  1000000€
1/1/N Utilização
121 231
50000 50000

3/1/N Utilização
121 231
20000 20000
5/1/N Amortização
121 231
40000 40000

1/1/N  50000  Juro


2/1/N  50000  Juro
3/1/N  70000  Juro
4/1/N  70000  Juro
5/1/N  30000  Juro

Suprimentos

São contratos de empréstimos celebrados entre a empresa e os seus sócios.

Contracção:
121 25x1
X X

Amortização:
25x1 121
X X

Pagamento de Juros:
6811 2423 121
J 0,15J 0,85J

Desconto de Papel Comercial (Letras)

É um título de dívida mediante o qual o aceitante (comprador) se compromete no


pagamento de uma dívida ao sacador (vendedor).

106
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L = 10000 u.m. n = 90 dias


0 5 90

Desconto

Banco

121 6814 212


L–E E Si L L
9800 200 10000

Os encargos suportados pelo sacador no desconto de letras são: juros, comissão de


cobrança, imposto de selo e/ou porte.
Normalmente os encargos com desconto de letras novas são suportado pelo
sacador, já os encargos suportados com letras reformadas são suportados pelo sacado ou
aceitante, mediante emissão de uma nota de débito.

Recâmbio

É a devolução de um saque por falta de pagamento na data do seu vencimento. O


recâmbio pode ocorrer em duas situações:
 Letra ter sido descontada pelo Sacador
 Letra estar em Carteira

Letra ter sido Descontada pelo Sacador

121 211 6881


L + SB L S. Banc.
10000 10000 20 20*
20 *20
Nota de Débito

Letra Estar em Carteira

212 211
10000 10000
Reforma

Corresponde à substituição de uma letra na data do seu vencimento por outra. A


reforma poderá ser total ou parcial.
Na reforma total não há lugar à amortização de capital. Na reforma parcial o
sacado paga parte da letra aceitando uma nova pela diferença (entre a letra reformada e a
amortização).

107
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Reforma Parcial

a) Anulação do Saque (Letra)

212 211
Si 10000 10000 10000

b) Amortização do Capital (em 20%)

211 11/12
2000 2000

c) Juros Debitados no Sacado (N. Débito)

211 781
J J
20 20

d) Nova Letra

d1) Com Encargos Incluídos

211 212
Si 8020 L – A + J L–A+J
8020 8020
Saque

d2) Sem Encargos Incluídos

211 212
Si 8020 L – A L–A
8000 8000

Reforma Total

a) Anulação do Saque (Letra)

212 211
10000 10000

b) Encargos Cobrados ao Cliente

108
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211 7818
30 30

c) Novo Saque

c1) Com Encargos Incluídos

211 212
L+J L+J
10030 10030

c2) Sem Encargos Incluídos

211 212
L L
10000 10000

Endosso

O Endosso corresponde à transmissão de uma letra para pagamento de uma dívida


a um fornecedor. O Endosso terá de ser aceite pelo fornecedor.
Empresa

212 Endosso 221


Si 10000 10000 10000 20000 Si

Protesto

Corresponde à reclamação judicial de uma dívida por falta de pagamento na data


do seu vencimento.

212 211 218


Si 10000 10000 10000 10000 10000

Provisão para Cobranças Duvidosas:


671 281
10000 10000

Leasing

109
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Corresponde a uma fonte de financiamento externa mediante a qual o locatário


(comprador) se compromete ao pagamento de uma renda periódica ao locador (Sociedade
de Leasing). O pagamento do bem ao fornecedor é feito pelo locador.

Locador

Renda = Capital + Juros Pag. do Bem ao Fornecedor

Locatário (Empresa) Fornecedor

O Leasing deve ser contabilizado atendendo o princípio da substância sobre a


forma, segundo o qual: embora a propriedade legal do bem seja do locador, quem usufrui
do mesmo é o locatário pelo que deve estar registado na contabilidade do locatário como
sendo sua propriedade, porque a realidade do facto deve prevalecer sobre a sua forma
legal.

Contrato
Bem 10000
Celebração do Contrato:
1º Renda 500
424 2611
Outras Rendas 200
10000 10000
Prazo 60 Meses
VR / Opção 400
2% a 6% do Valor do Bem

O pagamento das rendas é feito antecipadamente pelo que a contabilização da 1ª


renda é diferente das restantes.

Pagamento da 1ª Renda:
2611 24323 121
500 95 595

Pagamento de Outras Rendas:


2611 6817 24322 121
120 80 38 238

Factura / Recibo (outras rendas)


Amortização de Capital 120
Juros 80
IVA 38
238

Amortização Contabilística do Bem

Os activos imobilizados devem ser amortizados durante o seu período de vida útil,
no entanto, quando à data da celebração do contrato o locatário não tiver convicção

110
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absoluta de que exerça o direito de opção deve proceder à amortização do bem de acordo
com a vida do contrato.
No final da vida do contrato o locatário pode:
 Proceder ao pagamento do valor de opção, o que permitirá proceder à
transferência do registo de propriedade do bem do locador para o locatário.
 Proceder à devolução do bem ao locador, não procedendo ao pagamento do
valor de opção.

Pagamento do Valor de Opção

2611 6817 24322 121


380 20 76 476

Proceder à Devolução do Bem à Locadora

424 4824 2611 6942


Si 10000 10000 7500 7500 Si 380 380 Si 10000 7500
380

Mv / mv = Vopção – Vc = Vopção – (Va – Aa) =


= 380 – (10000 – 7500) = – 2120

Leasing Operacional / Renting

No Leasing Operacional é contratado com o locador o pagamento de uma renda


que inclui normalmente para alem do valor do capital e juros, a manutenção da viatura, o
seguro e outros serviços.
No renting a propriedade do bem é do locador, sendo as rendas contabilizadas no
locatário como custo operacional.
0 36 Meses

 60% Viatura  aluguer


 Seguro
 Manutenção
 Serviços

62219 62223 62232


X Y Z

62298 24322 121


M N Renda

Factoring

111
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A instituição financeira do facturing procede ao adiantamento à empresa de parte


do valor de uma factura, ou várias, emitidas a um determinado cliente.

Factor

80% Factura Cobrança ao Cliente

Empresa Cliente

Prestação de um Serviço a um Cliente:


721 24331 211
X Y 10000

Adiantamento à Empresa

121 239
8000 8000

Cobrança do Factor ao Cliente

121 6818 239


1600 400 2000

Após Boa Cobrança do Factor

211 239
Si 10000 10000 10000 10000 Si

Empréstimo Obrigacionista

É um título de dívida reembolsável a médio-longo prazo, a entidade que emite o


empréstimo financia-se com a compra de obrigações por parte dos investidores
comprometendo-se a proceder ao pagamento futuro do capital e dos juros.

Subscrição de Obrigações (ao par)

266 232
Vs Vs

112
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10000 10000

Realização

121 266
Vs Vs
10000 10000

Reembolso do Empréstimo Obrigacionista

121 232
10000 10000

Pagamento de Juros

6812 121
J J

LeaseBack

É uma forma de financiamento em que a empresa detentora de um activo procede


à sua venda a uma sociedade de leasing, contratando com esta o pagamento de rendas
destinadas à aquisição do bem.

FINANCIAMENTO POR FUNDOS PRÓPRIOS

A empresa pode-se financiar recorrendo aos Capitais Próprios, isto é, através de


fundos colocados à disposição da empresa pelos sócios ou fundos retidos na própria
empresa. As novas entradas de sócios podem resultar de:
 Aumentos de Capital
 Realização de Prestações Suplementares
 Cobertura de prejuízos acumulados por entrada de dinheiro
Os lucros retidos na empresa resultam na constituição quer de Reservas quer de
Resultados Transitados.

Aumentos de Capital (ver página 81)

Nos aumentos de Capital as acções podem ser emitidas ao par ou acima do par.
São emitidas “Ao Par” quando o Valor de Subscrição é igual ao Valor Nominal, são
emitidas “Acima do Par” quando o Valor de Subscrição é superior ao Valor Nominal.
As realizações de capital podem ser efectuadas em dinheiro ou em espécime,
mediante activo e passivos.

113
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Exemplo:
A Sociedade X cujo Capital Próprio, no dia 1/4/N é de 170000€ possui a seguinte
composição:
 Capital Social 100000€
 Resultados Transitados 70000€
O Capital está representado por 20000 acções, sabendo que a empresa pretende aumentar
o Capital, através da emissão de 5000 novas acções. Calcule o Prémio de Emissão admitindo que
as acções foram emitidas 10% acima do seu Valor Contabilístico.
Foi realizado a totalidade do Prémio de Emissão e 60% do Valor Nominal das acções em
dinheiro.

Vn = 100000 / 20000 = 5€
Vc = 170000 / 20000 = 8,5€
Vs = 8,5 * 1,1 = 9,35
Pe = Vs – Vn = 9,35 – 5 = 4,35

Subscrição:
2642 5111 54
9,35*5000 5*5000 4,35*5000

Realização:
121 2642
36750 36750

(5 * 5000) * 0,6 + (4,35 * 5000) = 15000 + 21750 = 36750

Regularização da Conta Capital:


5111 5112
15000 15000

Incorporação de Resultados Transitados

5112 59
Si 100000 25000 Si 70000
25000

A incorporação de resultados transitados, quando realizada, é feita essencialmente


por uma questão de imagem. Esta incorporação não passa de uma mera operação
contabilística, não entrando qualquer fundo na empresa. No entanto, quando um analista
vai verificar as contas da empresa, é muito mais atractivo para futuros investidores

114
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observar que a empresa tem acumulado resultados nulos ou positivos, ao invés de


prejuízos.

Realização de Prestações Suplementares

As prestações suplementares, são prestações pecuniárias entregues pelos sócios ás


empresas, distinguem-se dos suprimentos (empréstimos de sócios à empresa) da seguinte
forma:

Realização de Prestações Suplementares Suprimentos

 CP  Passivo
 $/€  $ / € ou Outros Bens
 Não vencem juros  Vencem juros
 Reembolso não é obrigatório  Reembolso Obrigatório

11/12 53 11/12 25X1


X X X X

Reembolso: Reembolso:
11/12 53 11/12 25X1
X X X X

Cobertura de Prejuízos Acumulados por Entrada de Dinheiro

Os sócios podem injectar dinheiro destinado a cobrir os prejuízos acumulados. A


cobertura dos prejuízos efectuada mediante incorporação de outros capitais próprios, é
uma mera operação contabilística que não se traduz em qualquer entrada de fundos.

Cobertura de Prejuízos
(entrada de € de sócios)
59 11/12
Si 20000 X X

Cobertura de Prejuízos
(mera operação contabilística)
59 57
Si 20000 X X Si Y

REDUÇÕES DO CAPITAL SOCIAL

De acordo com o código das sociedades comerciais as reduções de capital são


permitidas nas seguintes circunstâncias:
 Cobertura dos Prejuízos Acumulados
51 59
X Si X X
115
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 Saídas de Sócios

Balanço
Activo CP
100000 Cap. Social 50000
Reservas 30000
Passivo
20000

Saída de Sócio que possui 10% de Capital  reembolsado em dinheiro

51 11/12 57
*5000 50000 Si 5000* **3000 30000 Si
3000**

Balanço (após saída do sócio)


Activo CP
92000 Cap. Social 45000
Reservas 27000
Passivo
20000
RESERVAS

As contas de reservas são identificativas de resultados que ficam retidos nas


organizações. As reservas quanto à obrigatoriedade podem classificar-se em:
 Reservas Legais – São impostas por lei correspondem a 5% do valor dos
resultados apurados em cada exercício económico. A obrigatoriedade deixa de
existir quando as reservas legais somem 20% ou mais do Capital Social da
empresa.
 Reservas Estatutárias – São reservas impostas no pacto social da empresa.
Tem normalmente como objectivo dotar a empresa de fundos próprios
necessários à realização de investimentos.
 Reservas Contratuais – São reservas impostas por força da celebração de
contratos da empresa com outras instituições.
 Reservas Livres – São reservas facultativas, a sua criação ou reforço não é
imposta. Resulta de decisão em Assembleia Geral.
As reservas quanto à origem podem ser classificadas em:

116
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 Reservas de Lucros – Reservas que decorrem da aplicação de resultados.


Podem ser legais, estatutárias, contratuais e livres.
 Reservas de Capital – Correspondem a fundos colocados à disposição pelos
sócios, nomeadamente Prémio de Emissão.
 Reservas de Reavaliação – Resultam da necessidade de proceder à
actualização dos activos imobilizados da empresa para preços correntes.
 Subsídios e Doações – Os subsídios de capital correspondem a valores
atribuídos à empresa relacionados com a acção social que a empresa promove.
Doações são importâncias atribuídos às empresas normalmente pelos seus
sócios, podendo ser em dinheiro ou espécime.

APLICAÇÃO DOS RESULTADOS

Os resultados das empresas apurados no exercício económico devem ser


apresentados e aprovados pelos sócios. Esta aprovação dos resultados e das contas
ocorrem em Assembleia Geral ordinária, a realizar até ao fim do 3º mês seguinte aos que
os resultados se reportam.
A Assembleia Geral ordinária irá deliberar sobre:
 Aprovação de Contas
 Aplicação dos Resultados
 Constituição / Reforço de Reservas
o Legais [1) 5%]
o Estatutárias [2) 10%]
o Contratuais [3) 10%]
o Livres [4) 25%]
 Cobertura de Prejuízos Acumulados (ao fazer a transferência
de RLE para Resultados Transitados a cobertura é feita
implicitamente)
 Distribuição de Lucros / Dividendos aos Sócios [5)
20%]
 Distribuição de Gratificações ao Pessoal [6)
5%]

1/1/N 31/12/N 31/3/N+1

Resultados

88 591
20000 20000 Si Si 5000 20000

117
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Transf. do RLE para RT 1/1/N+1

59 571 573
Si 5000 20000* 1000 (1 2000 (3
1) 1000
2) 2000 572 574
3) 2000 2000 (2 5000 (4
4) 5000
5) 4000 25X3 2622
6) 1000 4000 (5 1000 (6

Distribuição e Atribuição dos Lucros e Dividendos

Na distribuição de lucros existem dois momentos:


 Distribuição dos lucros
 A disponibilização e pagamento aos sócios. Quando ocorre teremos de
proceder à retenção na fonte de imposto sobre rendimento.

A atribuição de lucros é deliberada em Assembleia Geral. A disponibilização dos


lucros poderá não ser imediata, pois dependerá da capacidade financeira para proceder ao
pagamento dos dividendos.
Os dividendos correspondem a uma fonte de rendimento dos sócios, desta forma
quando os dividendos são disponibilizados deve a empresa proceder à retenção na fonte
de imposto sobre o rendimento à taxa de 15%.

Atribuição de Lucros / Dividendos  AG


59 25X3
4000 4000
LA LA

Disponibilização de Lucros  Departamento Financeiro (pagamento)


25X3 2423 24X4 11/12
4000 LA Si 600 3400 3400 3400
LA 0,15LA LD 0,8LA=LD LD

Pagamento

Atribuição de Lucros / Gratificações ao Pessoal

A distribuição de gratificações ao pessoal é uma fonte de rendimento dos


trabalhos sujeita, também, a retenção na fonte sobre trabalho dependente.

Atribuição de Lucros / Gratificações ao Pessoal


59 2622
LA LA
118
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Disponibilização de Lucros
2622 2421 11/12
LA LA Si 0,1LA LA – Ret
1000 100 900

Sendo a taxa a 10%

ACÇÕES OU QUOTAS PRÓPRIAS

A conta 52, acções ou quotas próprias, destina-se a registar as fracções do capital


social cuja pertença é da própria empresa, isto é, a empresa figura como um sócio ou
accionista da própria empresa.
As razões que podem estar associadas à existência de acções ou quotas próprias
são resultado normal da necessidade que os sócios têm de proceder à saída de fundos.
Existem um conjunto de constrangimentos relativos à aquisição de acções ou quotas
próprias:
 As acções ou quotas próprias não poderão exceder 10% do Capital Social da
empresa;
 A empresa terá de possuir Reservas Livres correspondentes ao dobro do Valor
de Aquisição das referidas acções;
 Deverá ser criada uma reserva legal indisponível pelo Valor de Aquisição das
acções ou quotas;
 O período máximo em que as acções ou quotas próprias podem permanecer na
empresa é de 2 anos.

Balanço
Activo CP Sócio A = 25000
100000 60000 Sócio B = 33000
Passivo Sócio C = 2000
20000
compra

Empresa

119
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1) Compra de Acções (Quotas Próprias)

Na aquisição de acções ou quotas próprias, poderão ocorrer 3 situações:


 Va > Vn das Acções (Prémio) (exemplo base para próximas explicações)

Va = 11000 Vn = 1000 Prémio = 1000

521 522 11/12


10000 1000 11000
Vn P Va

 Va = Vn das Acções

521 11/12
10000 10000
Vn Vn

 Va < Vn das Acções (Desconto)

Va = 8000 Vn = 10000 Desconto = 2000

521 522 11/12


10000 2000 8000
Vn Desconto Va

2) Indisponibilização de uma Reserva

5712 574
11000 11000 Si ≥ 2Va
Va Va ≥ 22000

3) Venda de Acções ou Quotas Próprias

120
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Na venda de acções ou quotas próprias podem ocorrer três situações:


 Vv > Vn (prémio)

Vv = 12000 Vn = 10000 Prémio = 2000

11/12 521 522


12000 Si 10000 10000 Si 1000 2000
Vv Vn P

 Vv = Vn

11/12 521
10000 10000
Vv Vn

 Vv < Vn

Vv = 9000 Vn = 10000 Desconto = 1000

11/12 521 522


9000 Si 10000 10000 Si 1000
Vv Vn 1000 = D

4) Mais Valia ou Menos Valia

Após o registo da venda deverá ser apurado a Mais ou Menos Valia que a empresa
teve com a operação. Esta Mais ou Menos Valia não afecta os resultados da empresa, no
entanto corresponde a uma variação patrimonial, que neste caso deve ser expressa na
conta 574.
Após a desmontagem da operação a reserva legal indisponível deverá ser
transferida para reservas livres.
Podem ocorrer três situações:
 Mais Valia  Vv > Va  12000 > 11000

522 574
1000 1000

121
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 Mais Valia ou Menos Valia igual a 0  Vv = Va (neste caso não se faz nada)
 Menos Valia  Vv < Va  9000 < 11000

522 574
5) 2000 2000
Disponibilização da Reserva Legal Indisponível

5712 574
11000 Si 11000 11000
Va Va Va

Exercício:
Em Outubro de N procedeu-se à aquisição de 2000 acções ou quotas próprias com Valor
Nominal igual a 5€. O Valor de Aquisição das acções totalizou 9500€.
Em Dezembro de N procedem-se à venda de 1200 acções próprias pelo valor de 6500€.
Pretende-se o registo de compra e venda de acções ou quotas próprias sabendo que a
empresa cumpre todos os requisitos legais.

Data Doc. Descrição Débito Crédito Valor


10/N 1 Compra 521 10000 Vn
522 500 D
11/12 9500 Va
2 Indispon. De Reserva 574 5712 9500 Va
3 Venda 11/12 6500 Vv
521 6000 Vn
522 500 P
4 Mais Valia 522 574 800 Mv
5 Dispon. Da Reserva Legal 5712 574 5700 Va

Nota:

521
Acções em Carteira: 800 * Vn = 4000
1) 10000 6000 (3
Sd 4000

522
Desconto por Acção: 500 / 2000 = 0,25€
4) 800 500 (1 800 * 0,25 = 200
500 (3
Sc 200

122
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PREPARAÇÃO DA INFORMAÇÃO FINANCEIRA E PRESTAÇÃO DE


CONTAS

TRABALHOS DE FIM DE EXERCÍCIO

No final do Exercício Económico são tomadas um conjunto de medidas


necessárias ao fecho de contas e à prestação de contas aos utilizadores da informação
financeira. Estes trabalhos decorrem da necessidade da observância dos princípios
contabilísticos e demais regras.
Os trabalhos têm como ponto de partida o balancete de verificação e consiste em:

Balancete de Lançamentos de Balancete Lançamentos de Apura. Balancete


Regularização de Resultados
Verificação Rectificado Final

DR por Naturezas Balanço


DR por Funções DOAF
DFC

Balancete de Lançamentos de
Encerram. de Contas
Encerramento

Nota: DOAF – Demonstração de Origem e Aplicação de Fundos


DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa

Lançamentos de Regularização  No final do exercício torna-se necessário


efectuar um conjunto de movimentos com vista à regularização das Contas, movimentos
estes que são:
 Apuramento das diferenças cambiais expressas em activos e passivos;
 Registo das amortizações do exercício;
 Registo da constituição, reforço ou anulação de provisões;
 Apuramento do CMVMC em SII;
 Apuramento da Variação da Produção;
 Registo de despesas e receitas correntes que se reportam a custos e proveitos
de períodos seguintes;

123
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 Registo de custos e proveitos correntes cuja respectiva despesa e receita


ocorrem em exercícios seguintes;
 Registo da Estimativa de Imposto.

Findo estes lançamentos haverá lugar à elaboração de um Balancete Rectificado,


que será o suporte para a elaboração das demonstrações económicas.

Demonstrações Financeiras em Sentido Lato  Estas podem ser classificadas


de acordo com a natureza dos fluxos que representam, assim sendo teremos:
 Demonstrações Económicas (Custos e Perdas) – DR por Naturezas e DR por
funções
 Demonstrações Monetárias (Recebimentos e Pagamentos) – Demonstração
dos Fluxos de Caixa
 Demonstrações Financeiras em Sentido Restrito (Despesas e Receitas) –
Balanço, Demonstração de Origem e Aplicação de Fundos, Anexo ao Balanço
e DR

PRESTAÇÃO DE CONTAS

No final de cada exercício económico a informação deve ser reportada pelo


menos a dois utilizadores da informação (Sócios e Estados). O reporte desta informação
faz-se de acordo com os documentos da prestação de contas. Os documentos da prestação
de contas são:
 Relatório de Gestão elaborado pela Gerência ou Conselho de Administração;
 Elaboração de Balanços;
 DR por naturezas;
 Anexo ao Balanço e à DR;
 Demonstração dos Fluxos de Caixa;
 DR por funções;
 Certificado legal das contas;
 Relatório do Fiscal Único ou do Conselho Fiscal;
 Elaboração da declaração de rendimentos (Modelo 22);
 Elaboração dos anexos ao Modelo 22 designados de Declaração Anual.

Relatório de Gestão

É um documento elaborado pela administração ou gerência da sociedade dando


conta aos accionistas das contingências do Exercício Económico findo e de quais as suas
perspectivas futuras.
Um relatório de gestão contempla normalmente os seguintes tópicos:
 Enquadramento Macro-Económico (caracterização da economia e das
contingências dos mercados onde a empresa exerce a sua actividade);

124
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 Caracterização do Negócio da empresa (quais as metas e estratégias que a


empresa desenvolveu durante o Exercício Económico);
 Caracterização da Situação Económica e Financeira da Empresa (neste
capitulo o conselho de administração identifica os indicadores económicos e
financeiros obtidos no exercício económico passado, comparando com outros
exercícios económicos);
 Perspectivas Futuras (o Conselho de Administração define objectivos atingir
nos próximos exercícios económicos, dando conhecimento à administração
das medidas a adoptar ou adoptadas com vista ao cumprimento dos
objectivos);
 Declaração da Responsabilidade (o Conselho de Administração
responsabiliza-se pela informação prestada aos accionistas);
 Proposta de Aplicação dos Resultados (o Conselho de Administração
apresenta aos sócios a forma como pretende aplicar os resultados apurados no
exercício anterior).

Balanço

É uma demonstração financeira que se destina a representar o património da


empresa. Na elaboração do balanço é necessário a observância das seguintes regras:
 No Activo figuram as contas da Classe 1 à Classe 4 cujo saldo seja devedor
(bens e direitos);
 Deverão surgir no activo a deduzir as contas redutoras do activo,
nomeadamente, Amortizações Acumuladas, as Provisões para Cobranças
Duvidosas, as Provisões para Depreciação de Existências, as Provisões para
Aplicação de Tesouraria e as Provisões para Investimentos Financeiros;
 Regra geral as contas de Capital Próprio possuem um saldo credor, no entanto
podem constituir elementos redutores dos Capitais Próprios as seguintes
rubricas:
 As acções ou Quotas Próprias
 A conta 59 quando existam prejuízos acumulados
 A conta 88 quando o RLE tem saldo devedor (quando os
resultados são negativos)
 No Passivo estão representadas as obrigações da empresa, isto é, as contas da
classe 2 cujo saldo seja credor (com excepção da conta 28);
 Os passivos devem ser balanceados de acordo com o seu grau de
exigibilidade, isto é, deverá ser distinguido o passivo de curto prazo e o
passivo de longo prazo;
 Não poderá ser efectuada qualquer compensação de saldos entre contas de
terceiros.

Demonstração dos Resultados por Naturezas

125
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Corresponde a uma demonstração económica que caracteriza os custos e proveitos


em função da sua natureza, que poderá ser: operacional, financeira e extraordinária.
A DR é uma demonstração económica porque reúne os fluxos económicos de um
período, contrariamente ao balanço que é uma demonstração estática (isto é, corresponde
à fotografia do momento).
Nesta demonstração os resultados são apurados de acordo com o seguinte
esquema (página seguinte):

Demonstração dos Fluxos de Caixa

A DFC é uma demonstração dinâmica e monetária, destina-se a identificar os


recebimentos e pagamentos que ocorrem num período económico.
O objectivo da DFC é demonstrar as entradas de fluxos monetários e as
respectivas saídas num período.
Os fluxos monetários podem ser classificados de acordo com as seguintes
naturezas: exploração, investimento e financiamento.

Caixa e Bancos 1/1/N 100000


Recebimentos Ano N 500000
Pagamentos Ano N 520000
Caixa e Bancos 31/12/N 80000

DFC
Actividades Operacionais / Exploração
Recebimentos 400000
Pagamentos 350000
Fluxo Operacional 50000
Actividades de Investimento
Recebimentos 20000

126
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Pagamentos 170000
Fluxo de Investimento (150000)
Actividades de Financiamento
Recebimentos 80000
Pagamentos 0
Fluxo de Financiamento 80000
Variação de Caixa e seus Equivalentes (20000)
Caixa e seus Equivalentes no Início 100000
Caixa e seus Equivalente no Fim 80000

Analisando a DFC atrás apresentada conclui-se que existem grandes


investimentos e o fluxo operacional não consegue suportar estas, obrigando a um
financiamento por capitais próprios e/ou alheios.

Actividade Operacional

Estão reunidos os pagamentos e recebimentos que estão directamente


relacionados com o nicho de exploração. Nesta actividade são registados os fluxos
monetários que não devam ser considerados actividades de financiamento e investimento.

Actividade de Investimento

São actividades de investimento os pagamentos e recebimentos relacionados com


a compra, venda e remuneração dos activos fixos. São actividades de investimento os
pagamentos que estão relacionados directa e indirectamente associados com a classe 4,
com excepção dos contratos de locação financeira.

Actividade de Financiamento

Compreende os fundos próprios e alheios relacionados com o financiamento da


empresa, isto é, os recebimentos e pagamentos directa e indirectamente relacionados com
a classe 5, empréstimos obtidos (conta 23 ou 25), os pagamentos e recebimentos
resultantes da locação financeira.

Caixa e seus Equivalentes

Constituem caixa e seus equivalentes as seguintes rubricas:


 Conta 11 – Caixa
 Conta 12 – Depósitos à Ordem (os descontos bancários constituem um
elemento redutor de caixa e seus equivalentes)
 Conta 13 – Depósitos a Prazo (corresponde a um activo facilmente
mobilizável)
 Conta 14 – Outros Depósitos (certificados de aforro, etc.)

127
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 Conta 15 – Títulos Negociáveis detidos em carteira por um período inferior a


3 meses

Exemplo:
Durante o mês de Novembro a sociedade ICA realizou as seguintes operações:
1. Pagamento de Juros de empréstimo bancário no valor de 500€;
2. Recebimento de dividendos da sociedade X. As acções da sociedade X foram
adquiridas à 10 anos. Os dividendos distribuídos somaram 1000€, foi retido IRC à
taxa de 15%;
3. Compra a crédito ao fornecedor J de mercadoria no valor 2500€;
4. Recebimento de um donativo do sócio Xis no valor de 500€;
5. Compra de 300 obrigações da PT pelo valor de 900€, o objectivo desta compra é de
curto prazo pretendendo-se alienar as obrigações dentro de 2 meses;
6. Pagamento da segurança social, IRS dos trabalhadores, no valor de 300€;
7. Recebimento de subsídio destinado à compra de maquina industrial no valor de
3000€.
Pretende-se, sabendo que em caixa e seus equivalente no início do mês de Novembro
existiam 10000€, elabore a respectiva DFC.

1 2 4 6 7 30/11/N
01 Actividades Operacionais
Recebimentos 0
Pagamentos 300 300
091 Fluxo de Actividade Operacional (300)
02 Actividades de Investimento
Recebimentos 850 3000 3850
Pagamentos 0
092 Fluxo de Actividade de Investimento 3850
03 Actividade de Financiamento
Recebimentos 500 500
Pagamentos 500 500
093 Fluxo de Actividade de Financiamento 0
Variação de Caixa e Seus Equivalentes 3550
Caixa e seus Equivalentes no inicio 10000
Caixa e seus Equivalentes no fim 13550

Operação 3 não gera movimentação em caixas e seus equivalentes. Operações 5 movimentação


entre caixa e seus equivalentes.

Demonstração de Origem e Aplicação de Fundos

A DOAF é uma demonstração financeira, tendo como objectivo identificar o


modo como a empresa financiou e a forma como procedeu à aplicação dos fundos. A sua
elaboração resulta da comparação sucessiva de dois balanços.
Balanço
Activos N-1 N N-1 N

128
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Activos Fixos 100000 120000 CP 50000 60000


Activos Circulantes 80000 70000 Passivo M/L Prazo 20000 40000
Passivo C/Prazo 110000 90000
Aplicação de Fundos:  de Activo,  de Capitais Próprios,  Passivos
Origem de Fundos:  de Activos,  de Capitais Próprios,  Passivos
Origem de Fundos Aplicação de Fundos
> 1 ano  Activos Fixos  Activos Fixos 20000 > 1 ano
≤ 1 ano Activos Circulantes 10000  Activos Circulantes ≤ 1 ano
> 1 ano  Capitais Próprios 10000  Capitais Próprios > 1 ano
> 1 ano  Passivo M/L Prazo 20000  Passivo M/L Prazo > 1 ano
≤ 1 ano  Passivo C/Prazo  Passivo C/Prazo ≤ 1 ano
20000
Segundo a última matriz, conclui-se que existem fortes investimentos em activos
fixos, tendo como forma de financiamento a venda de activos de curto prazo, recorrendo
a fundos próprios e a financiamento externo de longo prazo.

DOAF (> 1ano) DVFC (≤ 1 ano)


Origens Aplicações Origens Aplicações
 CP  A Fixos  A Circul.  P C/Prazo
10000 20000 10000 20000
 P M/L Prazo
20000
DVFC: Demonstração de Variação de Fluxos Circulantes

Origens de M/L prazo foram superiores às aplicações de curto prazo. Excedente


necessário para cobrir as aplicações de curto prazo.

Anexo ao Balanço e DR

É um documento cujo objectivo é explicitar determinadas rubricas do balanço e


da DR. É constituído por 48 anotas das quais salientamos: nota 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
15, 16, 30, 34, 41, 42, 44, 45.

Demonstração dos Resultados por Funções

Esta demonstração classifica os custos de acordo com as funções ou segmentos


das empresas. A sua aplicação torna-se viável apenas mediante utilização de uma
contabilidade analítica que permitirá repartir os custos pelos seguintes segmentos:
 Industriais; Comerciais; Administrativos.
É necessário um centro de custos:
 991 Custos Industriais
 992 Custos Comerciais

129
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 993 Custos Administrativos

Débito Crédito Valor


62x 11/12 1000 992 (renda da loja)
662 482 2000 991 (máquinas)
662 482 1000 992 (amortização de viatura)
62217 11/12 100 993 (material de escritório)

Relatório e Pareceres do Fiscal Único ou Conselho Fiscal

É um documento emitido pelo órgão de fiscalização que visa emitir a opinião face
às contas apresentadas pela administração. O relatório e parecer do fiscal único visa
também ratificar a certificação legal das contas.

Certificação Legal de Contas

É um documento emitido pelo ROC ou por uma sociedade de revisores no qual


fica expresso a opinião acerca dos documentos da prestação de contas.
A certificação legal de contas possui os seguintes capítulos:
 Introdução (faz-se menção à designação da empresa e a alguns valores das
contas auditadas)
 Responsabilidades (corresponde à menção de que a obrigação e
responsabilidade pelas contas da empresa é da exclusiva responsabilidade dos
órgãos de gestão)
 Âmbito da Revisão (corresponde à descrição dos trabalhos desenvolvidos pelo
ROC no âmbito da certificação legal das contas)
 Reservas (poderão ser motivadas por duas razões, reservas por desacordo, em
que o ROC expressa uma opinião contrária à expressa nas contas, e uma
reserva de âmbito, o ROC refere que relativamente a alguns dos aspectos das
demonstrações financeiras não foi possível a sua conferência)
 Opinião (o ROC vai expressar a concordância com as demonstrações
financeiras, excepto quanto às reservas)
 Ênfase (resulta da necessidade do ROC de salientar alguns aspectos das
demonstrações financeiras que julgue relevante aos utilizadores da informação
financeira)

Reconciliação Bancária

Corresponde à conferência da conta de depósitos à ordem. O seu objectivo é o de


justificar as diferenças existentes entre o saldo da contabilidade e o saldo do extracto
bancário.
A reconciliação bancária deve ser efectuada periodicamente, e pode ser elaborada
através do seguinte quadro:

130
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Contabilidade Banco
Operações
Débito () Crédito () Débito () Crédito ()
Saldos 800 1000
Desp. c/ Garantias B. 50
Cheque em Transito 250
Total 800 50 250 1000
Saldo Reconciliado 750 750
Total 800 800 1000 1000

Lançamento no Banco Lançamento na Contabilidade


e não na Contabilidade e não no Banco

CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS

INTRODUÇÃO

É uma técnica que tem por objectivo dar a conhecer a situação financeira,
económica e monetária de um grupo de empresas, que designamos Perímetro da
Consolidação (conjunto de empresas a consolidar).
A consolidação não tem por objectivo a substituição das contas individuais das
empresas, pelo contrário o seu objectivo é o de complementar a informação e de verificar
a comparticipação individual das empresas para o ceio do grupo.
A obrigatoriedade de consolidar contas ocorre quando:
 A empresa Mãe detenha a maioria do capital da empresa Filha;
 A empresa Mãe exerça uma influência dominante nas decisões da empresa
Filha, isto é, tenha a maioria dos direitos de voto;
 A empresa Mãe detenha 20% ou mais do capital da empresa Filha, e por meio
de contrato possa nomear Conselho de Administração ou Gerência da
Empresa.

Participação Directa e Indirecta, Percentagem de Participação e de Controlo

80% 60%
A B C

80%
Participação Directa: A B
Participação Indirecta: A 48% C

A percentagem de participação corresponde à fracção do capital das empresas


participadas que são pertença da sociedade participante (directa ou indirectamente).
A percentagem de controlo corresponde à influência exercida através do voto nas
decisões das empresas participadas.

131
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA

Percentagem de Participação: Percentagem de Controlo:


80% B 80% B
A A
48% 60%
C C

Exemplo:
A

80% 70%

B C
20%
60% 30% 40%

D E F
Percentagem de Participação:

A 80% B
A 70% C
A 48% D
A 24% E
A 48% F

Percentagem de Controlo:

A 80% B
A 70% C
A 60% D
A 30% E
A 60% F

Perímetro da Consolidação: A, B, C, D, F

Técnicas de Consolidação

Consolidação Directa.
Consolidação Encascata ou por Patamares.

Casos de Dispensa de Consolidação

A empresa Mãe deixa de ser obrigada a consolidar as contas das empresas


pertencentes ao grupo quando no seu conjunto o grupo de empresas não supere dois dos
seguintes três limites:
 Total dos Custos 7,5 milhões de euros
 Total dos Proveitos 15 milhões de euros
 N.º de trabalhadores menos que 250

132
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA

A empresa Mãe pode ser dispensada da consolidação da empresa Filha quando ela
própria for uma empresa participada (filha) de outras empresas pertencentes a um estado
membro da UE.

Casos de Exclusão do Perímetro da Consolidação

Quando a empresa Participada estiver sedeada num país onde exista forte
instabilidade política, económica e social
Quando as empresas participadas tenham uma actividade / negócio bastante
diferente da empresa participante
Quando existam restrições severas e duradouras à circulação de capitais de entre
empresas do mesmo grupo.

MÉTODOS DE CONSOLIDAÇÃO

Aplicabilidade dos métodos depende do tipo de controlo exercido, os métodos de


consolidação existentes são:
 Método de Consolidação Integral ou Total, aplica-se quando exista um
controlo exclusivo.
 Método de Consolidação Proporcional, aplica-se quando exista um controlo
conjunto.
 Método da Equivalência Patrimonial, aplica-se quando exista uma influência
significativa.

Controlo Exclusivo Controlo Conjunto Influência Significativa

A A + C A
>50% 35% 20% 20% < X ≤ 50%

B B B

Método de Consolidação Integral

M 80% F

Balanço M Balanço F
Invest. Finc. CP Activos CP
200.00 250.00 700.00
- Part. F 250.000
0 0 0
Outros Activos Passivo Passivo
800.00 750.00
450.000
0 0

133
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA

80% = 200.000
20% = 50.000

Balanço Consolidado
Outros Activos (M) CP (M)
800.000 250.000
Activos (F) Interesses
Minoritários 50.000
700.000 Passivo (M)
750.000
Passivo (F)
450.000
1.500.00 1.500.000
0

O método de Consolidação Integral dá a conhecer o conjunto de activos e


passivos pertencentes às empresas do Perímetro da Consolidação no seu todo. Este
balanço reflecte:
 Os Activos que são compostos pelo activo da empresa Filha acrescidos dos
activos da Empresa Mãe, excluindo os investimentos financeiros (uma vez que
eles representam o justo valor dos activos e passivos da empresa Filha);
 Passivo Consolidado, que corresponde ao somatório dos passivos das
empresas do grupo (M + F);
 O Capital Próprio do Grupo, composto pelo CP da empresa Mãe acrescido dos
activos e passivos do grupo que são pertencentes a terceiros, os quais
designamos por interesses minoritários.

Método de Consolidação Proporcional

(usando o exemplo anterior, sendo que na realidade nunca se aplica este método quando
exista um controlo exclusivo – como é o caso em causa)

Balanço Consolidado
Outros Activos (M) CP (M)
800.000 250.000
80% Activos (F) Passivo (M)
560.000 750.000
80% Passivo (F)
360.000

1.360.00 1.360.000

134
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA

No método de Consolidação Proporcional o Balanço Consolidado é elaborado


segundo a óptica do proprietário, sendo os activos e passivos das empresas participadas
englobado no balanço consolidado em função da percentagem de participação.
O Balanço Consolidado é composto por:
 Outros activos da Mãe com excepção dos investimentos financeiros
respeitantes às participações sociais, acrescidos dos activos da empresa
participada na respectiva proporção da participação;
 Passivo Consolidado, corresponde à soma do Passivo da Mãe com a
percentagem detida nos passivos da filha;
 Capital Próprio Consolidado, correspondente ao CP da Mãe.

Método da Equivalência Patrimonial

(usando o exemplo anterior, sendo que na realidade nunca se aplica este método quando
exista um controlo exclusivo – como é o caso em causa)

Justo Valor F  Activos – Passivos  250.000

80%

M: 200.000

Balanço M
Invest. Finc. CP (M)
200.00
MF 250.000
0
Outros Activos (M) Passivo (M)
800.00
750.000
0

O Balanço Consolidado não é mais do que o balanço da empresa Mãe.

Método de Consolidação Integral (continuação)

Este método é composto por cinco etapas na sua aplicação, que são de seguida
apresentadas:

135
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 As contas do balanço das empresas do grupo devem ser adicionadas;


 As contas de resultados das empresas pertencentes ao grupo devem também
ser adicionadas;
 Apuramento das Diferenças de Consolidação (diferença entre o Va da
participação financeira e o justo valor dos Activos e Passivos da Empresa
filha)
 Anulação dos investimentos financeiros referentes à
participação social da Mãe na Filha;
 Anulação dos CP da empresa Filha que são pertencentes à
empresa Mãe;
 Justificação das diferenças de aquisição através da subavaliação e
sobreavaliação dos activos da Filha;
 Apuramento dos Interesses Minoritários, isto é, da fracção de Activos e
Passivos pertencentes ao balanço Consolidado que estão afectos em entidades
exteriores ao grupo;
 Anulação das operações intra-grupo.

1) Soma das Contas do Balanço das Empresas do Grupo

As contas do balanço das empresas do grupo devem ser adicionadas:

Balanço M F Consolidado
Activos 1.000.000 600.000 1.600.000
Passivos 700.000 400.000 1.100.000
CP 300.000 200.000 500.000

2) Soma das Contas de Resultados das Empresas do Grupo

DR M F Consolidado
Proveitos 4.000.000 450.000 4.450.000
Custos 3.600.000 500.000 4.100.000
Resultados 400.000 -50.000 350.000

3) Apuramento das Diferenças de Consolidação (DC)

A Diferença de Consolidação corresponde à diferença entre o Valor de Aquisição


da participação financeira e o justo valor dos Activos e Passivos da Empresa Participada
(Filha).
As diferenças de consolidação poderão ser:
 Positivas (Goodwill  Va > justo valor dos activos e passivos)

136
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 Nulas (Goodwill nulo)


 Negativas (Badwill)
O apuramento das diferenças de consolidação far-se à do seguinte modo:
a) Anulação dos investimentos financeiros referentes à participação social da
Mãe na Filha;
a) Anulação dos CP da empresa Filha que são pertencentes à empresa Mãe;
b) Justificação das diferenças de aquisição através da subavaliação e
sobreavaliação dos activos da Filha.

a) 

Balanço M Balanço F
Invest. Finc. CP Activos CP
200.00 250.00 500.00
- Part. F 250.000
0 0 0
Outros Activos Passivo Passivo
800.00 750.00
250.000
0 0

Balanço M F Consolidado Ajustamento Grupo


Activos 1.000.000 500.000 1.500.000 (200.000) 1.300.000
Passivos 750.000 250.000 1.000.000 1.000.000
CP 250.000 250.000 500.000 (200.000) 300.000

Balanço Consolidado
250.00
Outros Activos (M) CP (M)
0
800.00
IM 50.000
0
750.00
Activos (F) Passivo (M)
0
b)  500.00 250.00
Passivo (F)
M) 0 0
M 80% F

411
Balanço (na data de aquisição) [F]
Va = 500.000
Activos CP
F) 700.00
- Cap. Social 500.000
0
- Reservas 120.000
(20.000
- RT
)
137
600.000
Passivo 100.000
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80%
480.000

Terreno Subavaliado: Va = 5000 , Justo valor = 25000

Balanço [F]
Activos CP
80%
496.000 720.00 620.00
0 0
Passivo
100.00
DC = Va 0
– Justo Valor de
Activos e Passivos = Va – CP corrigido =
= 500.000 – 496.000 = 4.000

As Diferenças de Consolidação quando forem positivas correspondem a um


activo intangível, a um gasto plurianual (imobilização incorpórea). O Goodwill deve ser
amortizado periódica e sistematicamente em 5 períodos.
Se as Diferenças de Consolidação forem negativas, isto é, o Valor de Aquisição
da participação financeira for inferior ao justo valor dos activos e passivos da empresa
participada, estamos na presença de um Badwill que nas contas do grupo deve figurar no
Capital Próprio.

Balanço do Grupo
Activo CP
DC > 0 DC < 0 435
58

Doc. Descrição Débito Crédito Valor


Anulação do Investimento Financeiro
1 435 411 500.000
MF
51 435 400.000
Anulação dos CP na % de participação
2 57 435 96.000
da M na F
435 59 16.000
Justificação das Diferenças de
3 Aquisição através de subavaliação de 421 435 16.000
terreno
4 Amortização do Goodwill 663 4835 800

138
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4) Apuramento dos Interesses Minoritários (IM)

Nesta fase procede-se à identificação do património do grupo (activos e passivos)


que são pertencentes a entidades externas ao grupo.
O apuramento dos Interesses Minoritários far-se-á com referência aos Capitais
Próprios da empresa participada à data da consolidação.

CP F Aquisição 1 2 Consolidação
Capital Social 500.000 500.000
Reservas 120.000 20.000 140.000
RT (20.000) (20.000)
RLE 0 15.000 15.000
600.000 635.000

20%
IM = 127.000

Doc. Descrição Débito Crédito Valor


51 2688 100.000
57 2688 28.000
1 Apuramento dos IM
2688 59 4.000
88 2688 3.000
Imputação da Subavaliação do activo
2 421 2688 4.000
da F aos IM

IM = (635.000 + 20.000) * 0,2 = 131.000

5) Anulação das Operações Intra-Grupo

As operações realizadas entre as empresas pertencentes ao Perímetro da


Consolidação devem ser anuladas nas respectivas contas de exploração e balanço.

139
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Deverão ser anulados os resultados não realizados, isto é, os lucros ou prejuízos


incorporados em activos e passivos do grupo que foram gerados por operações intra-
grupo.
A anulação dos resultados não realizados obedece a duas regras:
 Quando os resultados forem gerados a partir da Empresa Mãe o seu efeito é
integralmente pertencente à sociedade maioritária;
 Quando os resultados não realizados resultarem de operações realizadas pelas
participadas a anulação deverá fazer-se nas respectivas proporções (a parte
pertencente à sociedade maioritária e na parte pertencente aos IM).

OPERAÇÕES DE REDIMENSIONAMENTO DE ORGANIZAÇÕES E


LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADES

LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADES

140
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Entende-se por Liquidação de Sociedades o conjunto de processos cujo objectivo


seja a morte e extinção da empresa.
A liquidação da sociedade por resumir-se em três etapas:
 Realização dos activos, isto é, os activos são transformados em meios
monetários imediatamente disponíveis.
 Pagamento aos credores da empresa.
 Caso exista um excedente, deve-se proceder à partilha pelos sócios ou
accionistas da empresa.
Quando os activos realizáveis em meios monetários forem inferior às obrigações
assumidas pela empresa, torna-se necessário proceder à realização de uma assembleia de
credores, de forma a ratiar o valor das dívidas.
Na liquidação e nas respectivas assembleias de credores é necessário conhecer as
dividas a terceiros que prevalecem.
A liquidação é assegurada por um liquidatário judicial.

OPERAÇÕES DE REDIMENSIONAMENTO

Fusões por Incorporação

Entende-se por fusão quando duas ou mais sociedades unem os seus patrimónios
numa só sociedade A fusão é realizada mediante a transferência global do património de
uma ou mais sociedades para outra.

X Y X
+

Fusões por Constituição de Novas Sociedades

Neste tipo de fusões as respectivas participações sociais devem ser calculadas em


função dos Capitais Próprios das sociedades fundidas na data da fusão
A fusão é realizada mediante a constituição de uma nova sociedade para a qual se
transferem globalmente os patrimónios das sociedades fundidas.

X Y Z
+

141
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Cisões

A Cisão corresponde à separação, ao destaque do património de uma sociedade,


para a constituição ou incorporação noutras sociedades.

Cisão Simples

X = X Y

Cisão Dissolução

A Sociedade X dissolve-se e divide o seu património em duas partes para com


elas constituir duas novas sociedades.

X = Y Z

Cisão Fusão

Antiga parte da X
X = X
Y

X continua com parte do seu património e vai destacar a parte que separou do seu
património para incorporar noutra empresa já existente.

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