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ESTADO DO CEARÁ

SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL


CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
COORDENADORIA DE ATIVIDADES TÉCNICAS

NORMA TÉCNICA N.O 014/2008

FOGOS DE ARTIFÍCIO

FORTALEZA – CEARÁ
FEVEREIRO/2008

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ

NORMA TÉCNICA N° 014/2008 b) fogos de estampido que contenham até 0,2 gramas
FOGOS DE ARTIFÍCIO de pólvora por peça.

SUMÁRIO 4.1.1.2 “Classe B”


a) os fogos de estampido que contenham até 0,25g de
1 Objetivo pólvora, por peça;
2 Aplicação b) foguetes com ou sem flecha, de apito ou de
3 Definições lágrimas, sem bomba;
4 Procedimentos c) “pots-à-feu”, “morteirinhos de jardim”, “serpentes
Anexos voadoras” e outros equiparáveis.

1 OBJETIVO 4.2 Características das edificações

1.1 Esta Norma Técnica estabelece as condições 4.2.1 Somente são permitidas instalações para venda
necessárias de segurança contra incêndios e de fogos de artifícios para classes A e B nos seguintes
explosões em edificações destinadas ao comércio de locais:
2
fogos de artifício no varejo, em razão de sua a) edificações até 100m ;
periculosidade, bem como evitar o risco de injúrias à b) lojas térreas, sem pavimentos superiores.
vida (mutilações, deformações, intoxicações,
queimaduras, traumas graves, fatos incapacitantes e 4.2.2 Não são permitidas instalações para venda de
óbitos) pela utilização inadequada de fogos de artifício, fogos de artifícios para classes A e B nos locais de
danos que invalidem a reutilização da edificação, de reunião de público.
edifícios vizinhos e a recuperação do meio ambiente.
4.2.3 Às edificações de comércio varejista de fogos de
2 APLICAÇÃO artifício, aplicam-se os seguintes requisitos:
a) apresentar PSIP independente de área construída;
2.1 Esta Norma Técnica aplica-se às edificações b) possuir entradas distintas;
destinadas ao comércio varejista de fogos de artifício. c) iluminação de emergência;
d) extintores;
2.2 As classes C e D, conforme artigo 112, § 1º, incisos e) sinalização de emergência;
III e IV; § 4º, incisos I e II, do R-105, face ao risco que f) sistema de proteção contra descarga atmosférica e
representam e restrições quanto ao uso, em área aterramento;
urbana, não são objeto desta Norma Técnica. g) pisos antifaiscantes;
h) todas as “saídas” devem ser dimensionadas e
3 DEFINIÇÕES sinalizadas conforme norma técnica respectiva;
i) as instalações elétricas devem ser a prova de
3.1 Para efeitos desta Norma Técnica, aplicam-se as explosão e executadas de acordo com a NBR 5410/97.
definições constantes da Norma Técnica nº 002/2008 – j) o local deverá ter prévia aquiescência da prefeitura
Terminologia e Simbologia de Proteção Contra municipal, apresentado em documentação expedida
Incêndio. pela pelo órgão municipal.

4 PROCEDIMENTOS 4.3 Afastamentos de outras edificações

4.1 Classificação 4.3.1 Distância de 100 metros:


a) estabelecimento de ensino de qualquer espécie, em
4.1.1 Considera-se a classificação de fogos de artifício, qualquer nível;
para fins desta Norma Técnica, conforme o b) hospitais, maternidades, sanatórios, prontos-
estabelecido no Decreto Federal n° 3.665, de 21 de socorros, postos de saúde, casas de saúde, casas de
novembro de 2000, R 105, art. 112, incisos I e II. repouso, creches e assemelhados;
c) cinemas, teatros, casas de espetáculos, estádios de
4.1.1.1 “Classe A” futebol, praças de esportes públicos ou particulares,
a) fogos de vista, sem estampido; templos religiosos, galerias comerciais, mercados,
supermercados, shopping center e similares, feiras de

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qualquer espécie, bem como qualquer outro local de 4.6 Da documentação
concentração de público;
d) terminais e/ou pontos de parada de meios de 4.6.1 Deverão ser apresentados junto com o PSIP os
transporte público (ônibus, trens, metrô etc.); seguintes documentos:
e) repartições públicas; a) autorização da administração municipal, para o
f) locais temporários de concentração de público. comércio de fogos de artifício;
b) memorial ou laudo descritivo de construção
4.3.2 Distância de 200 metros: assinado por engenheiro responsável pela edificação e
a) posto de serviços em geral, fábricas e depósitos de respectiva anotação de responsabilidade técnica;
explosivos, inflamáveis e/ou combustíveis líquidos e/ou c) quadro em local visível na loja, que cite os artigos do
gasosos, terminais de abastecimento de gás liquefeito Código do Consumidor sobre o limite de idade para
de petróleo e similares. compra de fogos de artifícios.

4.4 Da estocagem 5. PRESCRIÇÕES DIVERSAS

4.4.1 A estocagem de fogos de artifício em áreas 5.1 Mostruário


urbanas obedecerá aos critérios abaixo, devendo ser
ventilado e seco, protegido contra elevações bruscas 5.1.1 A exposição de material fica limitada às caixas
de temperatura, e umidade que possam influir na vazias, catálogos ou fotos dos produtos.
degradação dos produtos:
a) apresentar à CAT a lista com os artifícios 5.2 Fica reconhecida a ASSOBRAPI – Associação
pirotécnicos a explosão estocados na loja; Brasileira de Pirotecnia, como entidade de direito
b) será permitido o estoque de no máximo quatro privado que poderá prestar serviços de formação de
unidades de cada artifício pirotécnico. pessoal técnico, assessoria e responsabilidade técnica
pelos respectivos engenheiros habilitados na área de
4.4.1.1 Produtos com validade prescrita deverão engenharia química, de minas ou de segurança.
cumprir exigências do R 105.
5.2.1 A formação de pessoal técnico habilitado poderá
4.4.2 A distância do empilhamento ao teto fica limitada ser feita por outra instituição, desde que comprovada
em 1m. competência e reconhecida pelo Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Ceará.
4.4.3 Proibição de estocagem
5.3 Os estabelecimentos comerciais deverão
4.4.3.1 Fica vedada a estocagem de pólvora ou fogos providenciar anualmente o CESIP, atestando a
de estampido com fogos de artifício não explosivo. regularidade dos equipamentos de prevenção e
combate a incêndio.
4.4.4 De produtos a granel
5.4 Os estabelecimentos que se dispuserem a realizar
4.4.4.1 Fica proibida a estocagem e comercialização shows pirotécnicos, deverão, para isso apresentar
de fogos de artifício a granel, seja de qualquer cópia da identidade do encarregado de fogo,
natureza e de qualquer tipo de embalagem (exemplos: responsável pela queima junto à CAT.
sacos de papel, de ráfia, plástico e estopa).
5.5. Os shows pirotécnicos, de qualquer monta serão
4.4.4.2 Os fogos de artifício somente poderão ser permitidos, desde que solicitado vistoria técnica no
expostos à venda devidamente acondicionados e com local do evento com antecedência de no mínimo de
rótulos explicativos de seu efeito e de seu manejo e, cinco dias úteis.
onde estejam discriminadas sua denominação usual,
sua classificação e procedência. 5.5.1 Para cada show pirotécnico deverá haver um
profissional responsável.
4.4.4.3 Fica proibida a existência de qualquer fonte de
calor na área de venda. 5.5.2 Os seguintes documentos acompanharão esta
solicitação:
4.5 Do manuseio
a) cópia do registro atualizado do encarregado de fogo,
4.5.1 Fica proibida a manipulação, embalagem, responsável pela queima;
montagem, desmanche ou qualquer outra alteração b) declaração de responsabilidade, por parte do
das características iniciais de fabricação do produto. encarregado de fogo, de que possui ciência desta

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Norma Técnica e que todos os itens de segurança 5.6 Das construções provisórias
serão cumpridos;
c) documento formalizado informando o “nome 5.6.1 As barracas de vendas de fogos a varejo, não
2
fantasia”, razão social, CNPJ, nome e CRQ do poderão ter área superior a 12m e só poderão
responsável técnico pela fabricação e número de funcionar no período autorizado.
registro no Exército Brasileiro, da indústria fabricante
dos fogos de artifício que serão utilizados; 5.6.2 O local deverá ter prévia aquiescência da
d) croqui, com assinatura do encarregado de fogo, do prefeitura municipal.
que será realizado no evento, contendo os seguintes
itens: 5.6.3 As barracas devem possuir extintores de acordo
i. classe e quantidade de fogos de artifício a serem com a área a proteger.
utilizados;
ii. detalhamento gráfico da disposição dos fogos,
separando-os por tipo e diâmetro interno dos
dispositivos;
iii. distância de redes elétricas, estacionamentos,
veículos, edificações, reservas ecológicas e
quaisquer outras áreas que possam ser sensíveis
a ação dos fogos de artifício;
iv. quantidade estimada de público;
v. divisão do público estimado em blocos com no
máximo 50 x 100m e estabelecimento das vias
internas para casos de emergência.
e) não haverá permissão de show pirotécnico em local
onde seja previsto a presença de grande quantidade
de público;
f) a queima no mar deverá ter a prévia aquiescência do
órgão próprio de fiscalização da marinha;
g) apresentar a liberação de órgãos diversos quando
assim a queima o requerer;
h) distanciamento da zona de queima ao público
presente;
i) os dispositivos de solo deverão estar localizados
conforme Tabela 1.

Tabela 1 – Distancia de segurança


DIÂMETRO INTERNO DO DISTÂNCIA DE
DISPOSITIVO SEGURANÇA
1” (25mm) 38 metros
2” (50mm) 75 metros
3” (75mm) 112 metros
4” (100mm) 150 metros
5” (125mm) 185 metros
6” (150mm) 225 metros
7” (175mm) 262 metros
8” (200mm) 300 metros
10” (250mm) 375 metros

5.5.3 Para dispositivos com diâmetro interno acima de


10” (250mm) deverá ser feita uma análise de risco por
parte do responsável pelo evento, a qual deverá ser
submetida a avaliação e aprovação do CBMCE.

5.5.4 A distância de segurança utilizada para escolas,


creches, hospitais, depósitos de inflamáveis,
penitenciárias e estabelecimentos de reabilitação de
menores infratores deverá ser no mínimo duas vezes
maior que o disposto na tabela do item de afastamento
de edificações.

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