Teoria Do Complô (Ricardo Piglia)
Teoria Do Complô (Ricardo Piglia)
Teoria Do Complô (Ricardo Piglia)
Isso pressup6e outra no~ao do que seja a critica de arte, pois a construr;ao
desse olhar e sua imposi~ao implicam urn plano, uma estrategia, uma posi-
r;aode combate, urn sistema de alianr;as. Como critic a, abandona 0 aspecto
puramente negativo e se exerce nao mais como nega~ao de
uma obra ou de uma produ~ao artistica, mas como postula-
~ao de uma rede e de uma intriga, como constru~ao de outra
realidade; abandona a obra que critic a, como se esta Fosseurn
objeto em desuso, e se dedica a criar uma alternativa. Defini-
tivamente, a vanguard a substitui a critica pelo complo.
Enterrar garrafas com dinheiro no meio da noite - mais urn complo na serie
de conjurac,:6es ironicas e politicas que circulam des de sempre, e que me
propus a discutir aqui, com voces, nesta tarde.
Urn dos mais representativos escritores argentinas contemporaneos, RICARDO PIGLIA, nas-
cido em 1941, em Adrogue, provincia de Buenos Aires, e tambem critico, ensaista e professor
de literatura na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Entre seus livros lan<;ados no
Brasil estiio A invasdo (premia Casa de las Americas, 1997), Nome [also (1998), Respira9do artificial
(2006), todos pela editora Iluminuras; Dinheiro queimado (premia Planeta, 1998), Formas breves
(2004) e 0 ultimo leito (2006), pela Companhia das Letras.
TRADUGAO DE HUGO MADER
Este texto e a transcri<;iio de uma conferencia pronunciada em 15 de julho de 2001, no ciclo Phi-
cidos Domingos, promovido pela Fundacion Start.