Caminhos Dos Orixas
Caminhos Dos Orixas
Caminhos Dos Orixas
Sei que muitos poderão não concordar com a utilização deste termo – QUALIDADE – e
também não tenho a pretensão de discordar ou concordar, ou mesmo de passar orôs,
discutindo se o termo QUALIDADE estará certo ou errado, porém, caso se prove de fato
estar errado, o que importa aqui passar são as várias formas de se conhecer como eram
vistos os diversos Orixás, e como eram cultuados nas várias tribos, cidades e regiões
Africanas.
Em diversos posts temos vindo a passar alguma informação detalhada sobre as
principais qualidades dos 16 principais Orixás cultuados no Candomblé Ketu, e essa
tarefa ainda não está concluída, mas pensei que seria importante uma vez mais procurar
esclarecer o que são QUALIDADES DE ORIXÁS, devido ao elevado numero de questões
e ao teor das mesmas sobre este assunto.
(http://ocandomble.wordpress.com)
Qualidades do Orixá Xangô
As suas cores são o marrom e branco ou vermelho e seu fio de contas intercalado
com as mesmas cores, branco e marrom ou vermelho.
A sua saudação é: Kawó kabiyèsílé! – Venham ver o Rei descer sobre a terra! Ou
Salve a Vossa Majestade na terra!
Na sua dança, o alujá, Xangô brande orgulhosamente seu oxé e assim que a
cadência se acelera, ele faz um gesto de quem vai pegar num labá (sua bolsa) imaginário,
que contém as pedras de raio, e lançá-las no ar.
QUALIDADES
Alufan: É idêntico a um Airá. Confundido com Oxalufan. Veste branco e suas ferramentas
são prateadas.
Afonjá: É o dono do talismã mágico dado por Oyá a mando de Obatalá; Come com
Yemanjá sua mãe. Patrono de um dos terreiros mais tradicionais e antigos da Bahia, o
Axé Opô Afonjá, é o Xangô da casa real de Oyó.
Aganju: Veste marrom, Xangô guerreiro, feiticeiro, estreita ligação com Yemanjá e os
Ogbonis
Barú: Veste-se de marrom/preto. Ligação com Yemanjá em Tapá e Exú, o único que não
pode comer amalá
Os Airás são mais velhos, fazem parte da família real da dinastia Ifé/Oyó, suas
contas são brancas rajadas de vermelho ou marron.
Airá Intilè: Veste branco/azul claro, aquele que carrega Lufan nas costas
Airá Igbonam: É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês
de junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito em que Ibonã dança sempre
acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das
fogueiras.
Airá Modé: É o eterno companheiro de Oxaguiã, só veste branco e não come dendê (só
um pingo) sua conta leva seguí.
Lendas à parte, Mãe Obá representa o lado esquerdo preeminente feminino, ligada
as Iyamís, ostenta seu poder apontando com a mão esquerda em riste na direção de sua
orelha esquerda e com a mão direita empunha como num coice sua espada, dança
esplêndidamente. Chefe da sociedade Elekô e Gueledé onde homem não entra, guerreira
amazona, padroeira da Guerra. Obá é da água barulhenta dos rios, do fogo e da terra.
6 são as qualidades de Obá.
Obá Gìdéò
Obà Syìó
Obà Lòdè;
Obà Lóké;
Obà Térà;
Obà Lomyìn;
Obà Rèwá.
Ewá Gyran: É a deusa dos raios do sol. Controla os raios solares para que eles não
destruam a terra. É a formação do arco-íris duplo que aparece em torno do sol. Metade é
Ewá e a outra é Bessem. Platina, rubi, ouro e bronze vão em seu assentamento. Come
com Omolu, Oxum e Oxossi.
Ewá Awò: A Senhora dos mistérios do jogo de búzios. Divindade pouco cultuada na
Brasil, tem enredo com Oyá, Oxóssi e Ossaiyn.
Ewá Fagemy: A Senhora dos rios encantados, Ela é quem tem o poder de fazer surgir o
arco íris e tem por obrigação sustentá-lo no céu. Ligada a Airá, Oxun e Oxalá.
Ewá Salamim: A Senhora guerreira, jovem, habitante das florestas, muito feminina e
charmosa, ligada a Odé e Yemanjá.
Qualidades do Orixá Logun Edé
Logun Edé é único, ele é um Orixá metá, ou seja, congrega três energias: de Oxun, de
Oxóssi e dele mesmo, domina o poder de mutação e transforma-se no que ele quiser, e
um dos seus Orikís nos diz:
Podemos sintetizar Logun Edé nessas cantigas de sua roda, mostra-nos que ele não tem
qualidade, ele é tão somente o rei Logun Edé, o único soberano na cidade de Ilexá e,
todos os anos, gente de toda parte da África vem para os festejos de OLògún Edé que
duram a semana inteira.
1- 2-
Solo- Olowò! A kofá rè a kofá ré wo Coro: Ae ae odé Loko
(rico senhor, pegaremos seu arco e flexa) (Ae ae caçador vai para o mato)
Coro: E a kofá ijó ijó Logun o, e a kofá Solo: Odé Loko nibaiin
(vamos pegar o arco e flex e dançar para Logun) (caçador no mato, reverenciamos)
Osogiyan/ Oxaguian (Orixá Ogiyan): Orixá jovem e guerreiro, cujo templo principal se
encontra em Ejigbô. Ganhou o título de Eleejigbô Rei de Ejigbô, Babá Ejigbô, uma de
suas características e o gosto pelo inhame pilado chamado lyán, que lhe valeu o apelido
de Oisa-Je-Iyán ou Orisájiyan, Oxaguian no Brasil. Conhecemos alguns Orixás guerreiros
funfun Elemoxós, são eles: Babá Ajagúna; Babá Lejubé; Babá Apejá; Babá Epê; Babá
Akíre; Babá Dankó; Babá Dugbé;Babá Olójo
Encontraremos diversos nomes, títulos, qualidades diversas de Oxalá: Bábá Aláse,
Arowú, Oníkì, Onírinjá, Jayé, Ròwu, Olóba, Olúofin, Oko, Éguin, Obanijitá, Oluorogbô, Ibô,
etc.
Willian Bascom observa que o ritual da adoração de todos esses Orixás funfun é tão
semelhante que, e, alguns casos, é difícil saber se, se trata de divindades distintas ou
simplesmente de nomes e manifestações diferentes de Orisanlá.
Oxalá compõe com qualquer outro Orixá, por ser universal e singular, apazigua energias
trazendo tranquilidade a qualquer um em qualquer situação, na vida e na morte.
QUALIDADES:
Yemanjá Asagba ou Sobá: Ligada a Airá, lufã e Orunmilá, fia algodão, usa corrente de
prata no tornozelo, carrega abebé e sua energia é a espuma branca do mar e rio, veste
branco com prata.
Yemanjá Akurá: Vive nas espumas do mar, aparece vestida com lodo do mar e coberta
de algas marinhas. Muito rica e pouco vaidosa. Adora carneiro, ligada a Nanã, veste
branco aperolado.
Yemanjá Iyá Odo: Vive as margens dos rios, ligada a Oxun e suas peculiaridades.
Yemanjá Iya Awoyò: É uma das mais velha, possui ligação com Oxalá, Oxumarê e
Xangô, Veste branco perolado e cristal, responsavel pelas marés.
Yemanjá Malèlèo/ Maylewo: Esta Yemanjá vive nos grandes lagos, tímida, não se pode
tocar no rosto do Iyawò, veste verde claro e branco prateado.
Yemanjá Iyá Ógunté: Mãe do rio Ógun, esta Yemanjá guerreira usa espada e tem ligação
com Ogun e Oxaguian, carrega abebé, veste azul claro e Branco perolado.
Yemanjá Sessu/ Iyasessu: Voluntariosa e respeitável, ligada a Babá Olokun, vive nas
águas agitadas da costa e come inhame, suas contas são verdes translúcido, veste verde
e branco.
Teremos ainda outras Yemanjás com nomes, títulos e cultos extintos:
Yemanjá Olossá ou Oloxá: Ligada a com Oxum e Nanã. Veste verde-clara e suas contas
são branco cristal. É a Yemanjá mais velha da terra de Egbado, não há iniciados no Brasil.
Yemanjá Iya Massê: que é a mãe de xangô
Yemanjá Iyakú,Iya Atará Mobá , Iya Ewá, Iyá Tapá, Iya Tonà,etc.
QUALIDADES
Qualidades de Nanã
Nanã Abenegi: Dessa Nanã nasceu o Ibá Odu, que é a cabaça que traz Oxumarê, Oxossi
Olodé, Oya e Yemanjá.
Nanã Adjaoci ou Ajàosi: É a guerreira e agressiva que veio de Ifé, às vezes confundida
com Obá. Mora nas águas doces e veste-se de azul.
Nanã Ajapá ou Dejapá: É a guardiã que mata, vive no fundo dos pântanos, é um Orixá
bastante temido, ligado a lama, a morte, e a terra. Veio de Ajapá. Está ligada aos
mistérios da morte e do renascimento. Destaca-se como enfermeira; cuida dos velhos e
dos doentes, toma conta dos moribundos. Nela predomina a razão.
Nanã Asainan ou Asenàn: Provisoriamente sem dados inerentes a este caminho do Orixá
Nanã.
Nanã Buruku ou Búkùú: Também é chamada Olú waiye (senhora da terra), ou Oló wo
(senhora do dinheiro) ou ainda Olusegbe. Este Orixá veio de Abomey; ligado à água doce
dos pântanos, usa um ibirí azul.
Nanã Iyabahin ou Lànbáiyn: Provisoriamente sem dados inerentes a este caminho do
Orixá Nanã.
Nanã Obaia ou Obáíyá: É ligada a água e a lama. Mora nos pântanos; usa contas cristal
vestes lilás e veio do país Baribae.
Nanã Omilaré: É a mais velha, acredita-se ser a verdadeira esposa de Oxalá. Associada
aos pântanos profundos e ao fogo. É a dona do universo, a verdadeira mãe de Omolu
Intoto. Veste musgo e cristal.
Nanã Savè: Veste-se de azul e branco, e usa uma coroa de búzios.
Nanã Ybain: É a mais temida. Orixá da varíola. Usa cor vermelha, é a principal, come
directo na lagoa, dando origem a outros caminhos. Para chamá-la, a ekeji tem que ir
batendo com seus otás para fazê-la pegar suas filhas.
Nanã Oporá: Veio de Ketu, coberta de òsun vermelho. É a mãe de Obaluaiyê, ligada a
terra, temida, agressiva e irascível.
Nanã Xalá: Muito ligada ao Branco e a Oxalá.
Teremos ainda outros nomes, títulos ou qualidades: Inselè, Sùsùré, Elegbé, Bíodún, ìkúrè,
Asaiyó, etc.
Qualidades do Orixá Oxum
Divindade calma veste-se sempre de cores claras, de preferência amarelas que é a sua
cor consagrada; porém, dependendo da qualidade, òsun guerreira pode vestir-se de cor
de rosa, òsun velha de branco e azul claro; òsun Ijimu, por exemplo, usa uma saia azul
claro, òja e adé cor de rosa. Òsun leva na mão direita seu leque ritual, o abèbé de latão
ou qualquer outro metal dourado, com uma sereia, um peixe ou até mesmo uma pequena
pomba no centro.
O número de òsun sendo dezesseis, o colar terá dezesseis fios, dezesseis firmas (ou
duas, ou quatro) que podem ser de divindades com as quais ela tem afinidade, ou com as
quais sua filha estiver relacionada: Òsòsi, Sàngó, Yémánjá, por exemplo. Òsun dança os
ritmos ijesa, com passos miúdos, segurando graciosamente a saia.
O toque Ijèsà é ritmado como o balanço das águas tranqüilas, e muito apreciado pelos
fiéis. Quando estão Presentes Òsòsi e Logun Edé acompanham òsun. ògún também
dança com òsun os ritmos Ijèsà, assim como òsányín. No terreiro jeje do Bogun, òsun
(ÍYÁLODE) dança o bravum como Naná. Ela se banha no rio, penteia seus cabelos, põe
suas jóias, anéis e pulseiras. No dia do deká de uma filha de Yasan (Oya Bale) daquela
casa, òsun manifestou-se para disputar Sàngó, empurrando-a e dançando, provocante,
diante do deus do trovão.
- ÒSUN ABALÔ é uma velha Òsun, de culto antigo, considerada Iyá Ominibú, tem ligação
com Oyá, Ogun e Oxóssi, veste-se de cores claras, usa abebé e alfange.
- ÒSUN IJÍMU ou Ijimú, é outro tipo de Òsun velha. Veste-se de azul claro ou cor de rosa.
Leva abèbé e alfange, tem ligação com as Iyamís, é responsável por todos os Otás dos
rios.
- ÒSUN ABOTÔ também uma velha oxun de culto antigo, ligada as Iyamís, feiticeira,
carrega abebe e alfange, tem ligação com Nanã, Oyá de culto Igbalé.
- ÒSUN OPARÁ ou Apará seria a mais jovem das Òsun, e um tipo guerreiro que
acompanha Ògún, vivendo com ele pelas estradas; dança com ele quando se
manifestam, juntos numa festa; leva uma espada na m ão e pode vestir-se de cor de
marronavermelhado,a Senhora da Espada.
- ÒSUN AJAGURA ou Ajajira, outra òsun guerreira que leva espada, jovem, tem ligação
com Yemanjá e Xangô
- YEYE OKE Oxun jovem guerreira, muito ligada a Oxóssi, carrega ofa e erukere
- YEYE ÌPONDÁ é também uma òsun Guerreira ligada a Ibuálàmò. Yeye Pondá é rainda
da cidade que leva seu nome Ìponda, leva uma espada e veste-se de amarelo ouro e
branco quando acompanha Oxaguiã.
- YEYE OGA é uma òsun velha e muito guereira, carrega abebe e alfange
- YEYE KARÉ é um osun jovem e guereira, ligada a Odé Karè, Logun edé.
- YEYE IPETU é uma Oxun de culto muito antigo, no interior da floresta, na nascente dos
rios, ligada a Ossaiyn e principalmente a Oyá dada a sua ligação com Egun.
- YEYE AYAALÁ- é talvez a mais ancestral dentre todas, veste-se de branco, ligada a
Orunmilá e as iyamis, considerada a avó.
-YEYE OTIN- Osun com estreita ligação com Ínlè, ligada a caça e usa ofá e abebé.
-YEYE IBERÍ ou merimerin- Oxun nova, concentra a vaidade e toda beleza e elegância
de uma Oxun, dizem que ser a Oxun de mãe menininha do Gantois.
-YEYE MOUWÒ- oxun ligada a Olokun e Yemanjá, grande poder das iyamís, veste-se de
cores claras e usa abebé e ofange.
-YEYE POPOLOKUN- oxun de culto raro, ligado aos lagos e lagoas,
-YEYE OLÓKÒ- Oxun guerreira , vive na floresta nos grandes poços de água, padroeira
do pôço.
Qualidades do Orixá Oxóssi
Filho de Yemonja e Oxalá é o deus da caça e vive nas florestas, onde moram os espíritos
dos antepassados. Tem a virtude de dominar os espíritos da floresta.
Na África era a principal divindade de Ilobu, onde era conhecido pelo nome de Irinlé ou
Inlé, um valente caçador de elefantes. Conduziu seu povo de Ilobu a guerra e os ensinou
a arte de guerrear, permanecendo até hoje nesta cidade.
Ocupa um lugar de destaque nos Candomblés em Salvador, isto porque é o patrono de
todos os terreiros tradicionais.
Oxóssi é o único Òrixá que entra na mata da morte, joga sobre si uns pós-sagrados,
avermelhados, chamados Arolé, que passou a ser um de seus dotes. Este pó o torna
imune à morte e aos Eguns.
Sendo ele um rei, carrega o iruquere (espanta moscas) que só era usado pelos reis
africanos, pendurado no saiote.
QUALIDADES
ÍBUÀLÁMÒ – É velho e caçador. Nasce nas águas mais profundas do rio Irinlé. Sua
vestimenta é branco com bandas, saiote e capacete de palha da costa. Tem ligação com
Omolú e Oxun. Seu assentamente se difere de todos.
ÍNLÈ – É novo e caçador, tem seu culto as margens do rio Irinlé, conhecido com caçador
de Elefantes, o marfin é a sua conta, tem ligação com Oxuns, Oxaguiã e Yemanjá.
DANA DANA – Tem fundamento com Exu e Ossain. É ele o Òrixá que entra na mata da
morte e sai sem temer Egun e a própria morte. Veste azul claro, muito impetuoso e foge à
toa.
AKUERAN – Tem fundamento com Ogun e Ossain. Muitas de suas comidas são
oferecidas cruas. Ele é o dono da fartura. Ele mora nas profundezas das matas. Veste-se
de azul claro e tiras vermelhas. Suas contas são verde claro.
OTIN – Guerreiro e muito agressivo, vive intocado na mata, ligado a Ogun. Usa azul claro,
leva capangas, roupas de couro de leopardo.
KÒIFÉ - Não se faz no Brasil e na África, pois, muitos de seus fundamentos estão
extintos. Seus eleitos ficam um ano recolhidos, tomando todos os dias o banho das
folhas. Veste vermelho, leva na mão uma espada e uma lança. Come com Ossain e vive
muito escondido dentro das matas, sozinho. Suas contas são azuis claras, usa capangas
e braceletes. Usa um capacete que lhe cobre todo o rosto. Assenta-se Koifé e faz-se Ybo,
Ynlé ou Oxum Karé; trinta dias após, faz-se toda a matança.
KÀRÉ – é ligado as águas e a Oxum e Logun Edé e com eles exercem as mesmas
forças e funções.. Usa azul e um Banté dourado. Gosta de pentear-se, de perfume e de
acarajé. Bom caçador mora sempre perto das fontes.
ÍNSÈÈWÉ ou Oni Sèwè – É o senhor da floresta, ligado as folhas e a Ossain, com quem
vive nas matas. Veste azul claro, e banda de palha da costa, usa capacete quase
tapando o seu rosto.
ÍNKÚLÈ ou Oni Kulé- Odé das montanhas, de culto no platô das serras, muito ligado a
Oxaguiã e Jagun, veste verde claro, turquesa.
ÌNFAMÍ ou Infaín Odé funfun, ligado a Oxaguiã e Oxalufã, só usa branco e come abadô
AJÉNÌPAPÒ- Odé ligado as Iyamis Osorongá, aquele que pode se aproximar e também a
Oyá, o dono do Irukere.
Odé Orélúéré- Ligado aos Igbôs, odé de culto antigo.
Poderemos encontrar ainda: Odé Etetú; Odé Edjá, Odé Isanbò, Odé Ominòn, Odé
Oberun’Já.
OTOKÁN SÓSÓ – Embora muitas vezes seja citado como uma qualidade, não é
qualidade, é um oríkì que significa o caçador que só tem uma flecha . Ele não precisa de
mais nenhuma flecha porque jamais erra o alvo.
Título que Oxóssi recebeu ao matar o pássaro de Ìyámi Eléye. Não fazendo parte do rol
dos caçadores que possuíam várias flechas, Oxóssi era aquele que só tinha uma flecha.
Os demais erraram o alvo tantas vezes quantas flechas possuíam, mas, Oxóssi com
apenas uma flecha foi o único que acertou o pássaro de Ìyámi, ferindo-o com um tiro
certeiro no peito.
Por essa razão é que ele não recebe mel, pois o mel é um dos elementos fabricado pelas
abelhas, que são tidas como animais pertencentes a Oxum, mas, também às Ìyámi Eléye.
Então, é èèwò (proibição) para Oxóssi. Por essa razão também, é que se dá para Oxóssi
o peito inteiro das aves, como reminiscência desse ìtàn.
Qualidades:
Oyà Petu – Ligada a Xangô e até confunde-se com ele, Oyá dos raios.
Oyà Onira – Rainha da cidade de Ira, a doce guerreira ligada as águas de Oxun,veste
rosa..
Oyà Bagan – Oyá com fundamento com Oxossi, Egun,Exú,Ogun guerreira dos ventos os
estreitos das matas.
Oyá Senó ou Sinsirá- Oyá raríssima, ligada Yemanjá e Airá
Oyà Topè – mora no tempo ligada a Oxun e Exú (alguns axés a tem como uma Igbalé)
Oyà Ijibé ou Ijibí- veste branco ligada a Oxalá ao vento frio
Oyà Kará- veste vermelho, ligada a Xangô, ao fogo, aquela que carrega o ajerê fervendo
na cabeça.
Oyà Leié- .o vento dos pássaros, veste estampado, ligada a Ewá
Oyà Biniká - A senhora do vento quente, ligada a Oxumare e Omolu.
Oyá Olokere Olokuerê – ligada a Ogun, Odé, guerreira e caçadora.
Oyás de culto Igbalé:
Oyà Egunita – Igbalé, aqui vive com os mortos/eguns/veste branco e mariwo, ligada a
Oxala, Nanã, e ao vento do bambuzal
Oyà Funan-Igbalé, a que encaminha os mortos/eguns/veste branco e mariwo, ligada a
Oxalá, Nanã e ao centro do bambuzal
Oyà Padá - Igbale, a que ilumina o caminho aos mortos/eguns/veste branco,mariwo
ligada a Oxalá, Omolú e Nanã, ao bambuzal
Oyá Tanan ou Furé-Igbalé, a que recebe no portal os mortos/eguns/veste branco e
mariwo, ligada a Oxalá e Nanã ao bambuzal.
Teremos ainda vários outros nomes de Oyá que se confundem ou são os mesmos, títulos,
epípetos, e qualidades diversas, entre elas: Oyá Olodé, Tonin’bé, Fakarebó, Adagambará,
Filiabá, Iyá Popo, Iyá Kodun, Iyá Abomì, Logunere, Agangbele, Petu, Arira, Doluo, Bamila,
Kedimolu.
Qualidades do Orixá Oxumarê
Oxumaré é o Orixá do arco-íris e da transformação. É o Orixá das adivinhações, grande
feiticeiro, babalawo e curador. Tem dupla representação, hora como arco-íris, hora como o
homem serpente. Traz nas mãos duas cobras de metal amarelado ou branco, representa
o lado masculino e feminino, dependendo do caminho. A sua saudação: A Run Boboi!!!,
quer dizer: Vamos cultuar o intermediário que é elástico.
Qualidades nagô/vodun
Dan – Vodun conhecido e cultuado no ketu com o nome de Oxumare, é a cobra que
participou da criação. É uma qualidade benéfica, ligada à chuva, à fertilidade e à
abundância; gosta de ovos e de azeite de dendê. Como tipo humano, é generoso e até
perdulário.
Vodun Dangbé – É um Oxumaré mais velho que seria o pai de Dan; governa os
movimentos dos astros. Menos agitado que Dan, possui uma grande intuição e pode ser
um adivinho esperto.
Vodun Becém – Dono do terreiro do Bogun, veste-se de branco e leva uma espada.
Becém é um nobre e generoso guerreiro, um tipo ambicioso, combativo de Oxumaré,
menos afectado e menos superficial que Dan. Aido Wedo, também é uma qualidade de
Oxumaré conhecida no Bogun.
Vodun Azaunodor – É o príncipe de branco que reside no Baobá, relacionado com os
antepassados; come frutas e “leva tudo de dois”.
Vodun Frekuen – É o lado feminino de Oxumaré, representado pela Serpente mais
venenosa. O lado masculino de Oxumaré é geralmente representado pelo Arco-Íris.
O Orixá Oxumare possui ainda vários outros nomes na África como no Brasil, que como
acontece com todos os outros Orixás, se referem a cidades, lendas ou cultos específicos
de uma determinada região, e com isso ganha suas particularidades e costumes; alguns
dessas outros nomes são: Akemin, Botibonan, Besserin, Dakemin, Bafun, Makor, Arrolo,
Danbale,Akotokuen, Kaforidan,Danjikú,Aido Wedo, Foken, Darrame, Averecy, Akoledura e
Bakilá. Oxumare Araká é nome de uma mais antigas casas de candomblé na Bahia, o Ilê
Axé Oxumare Araká.
Ògún Meje – ou Mejeje, aquele que toma conta das sete entradas da cidade de Irê, ligado
a Exú, o guardião das casas de Ketu.
Ògún Je Ajá ou Ogúnjá como ficou conhecido – Um de seus nomes em razão de sua
preferência em receber cães (só na África) como oferenda, tem ligação com Oxaguiã e
Ìyemonjá .
Ògún Àmènè ou Ominí – tem ligação com Oxun, cultuado em Ijexá, sua conta é verde
clara.
Ògún Alágbèdé (Alagbede) – É o Ògún dos ferreiros, o ferramenteiro, da ancestralidade,
tem ligação com Yemanjá.
Ògún Akoró – É o Ogun que usa o mariwò como coroa, sua roupa é o mariwò, toma conta
da casa de Oxalá, muito ligado a Oxóssi e não come mel.
Ògún Oniré – É o título de Ògún filho de Oniré, quando passou a reinar em Ire, o Senhor
de Irê.
Ogun Wàrí: é o ferreiro dos metais dourados, ligado a Oxun, ligado ao ar, por isso o mais
requintado dentre todos os Oguns.
Há vários nomes de Ògún fazendo alusão a cidades onde houve o seu culto, como Ògún
Ondo da cidade de Ondo, Ekiti onde também há seu culto, etc. O orixá possui vários
nomes na África como no Brasil e com isso ganha as suas particularidades e costumes.
Teremos títulos em Damassá, Lonan, Oluponã, Igbô-Igbô, Erotò, etc.
Qualidades do Orixá Exu
Sobre a multiplicidade dos Orixás
Vamos separar a qualidade como é chamada no Brasil e em Portugal (em Cuba chama-se
caminhos), dos títulos e de nomes tirados de cantigas como insistem pseudo sacerdotes.
Já sabemos que os orixás são venerados com outros nomes em regiões diferentes como:
Iroko (Yoruba), Loko (Gege), Sango (Oyo), Oranfe (Ife), e isso torna o culto diferente.
Temos também o segundo nome designando o seu lugar de origem como Ogun Onire
(Ire), Osun Kare (Kare),etc, também temos os orixás com outros nomes referentes às
suas realizações como Ogun Mejeje que se refere às lutas contra as 7 cidades antes de
invadir Ire, e Iya Ori, a versão de Yemanja como dona das cabeças, etc.
Há portanto uma caracterização variada das principais divindades, ou seja, uma mesma
divindade com vários nomes e, é isso que multiplica os orixás no Brasil e em Portugal.
Vamos começar com Exu o terceiro orixá criado por Olorun da junção terra/água/hálito,
ele possui a função de executor, observador,
mensageiro, líder, etc. Alem dos nomes citados aqui, que são epítetos e nomes de
cidades onde há o seu culto, ele será batizado com outros nomes no momento do seu
assentamento, ritual especifico e odu do dia.
Os 16 múltiplos de Exú
Exú Yangui:a laterita vermelha, é a sua múltipla forma mais importante e que lhe confere a
qualidade de Imolê ou divindade nos ritos da criação. Exú ligado a antigas e grandes
sacerdotizas de Oxun.
Exú Agbà: o ancestral, epíteto referente à sua antiguidade.
Exú Igbá ketá: o exú da terceira cabaça
Exú Okòtò: o exú do carocol, o infinito.
Exú Oba Babá Exú: o rei pai de todos os Exús
Exú Odàrà: o senhor da felicidade ligado a Orinxa’Lá
Exú Òsíjè: o mensageiro divino
Exú Elérù: o Senhor do carrego ritual.
Exú Enú Gbáríjo: a boca coletiva dos Orixás.
Exú Elegbárà: o senhor do poder mágico
Exú Bárà: o senhor do corpo
Exú L’Onan: o Senhor dos caminhos
Exú Ol’Obé: o senhor da Faca
Exú El’Ébo: o Senhor das oferendas
Exú Alàfìá: o Senhor sa satisfação Pessoal
Exú Oduso: o Senhor que vigia os Odús.
Exús que acompanham vários Orixás.
Exú Akesan: acompanha Oxumaré, etc
Exú Jelu ou Ijelu: acompanha Osolufun.
Exú Ína: responsável pela cerimónia do Ipade regulamentando o ritual.
ExúÒnan: acompanha Oxun, Oyá , Ogun, responsável pela porteira do Ketu.
Exú Ajonan: tinha o seu culto forte na antiga região Ijesa.
Exú Lálú: acompanha Odé, Ogun, Oxalá, etc
Exú Igbárábò: acompanha Yemanjá, Xangô, etc
Exú Tìrírí: acompanha Ogun
Exú Fokí ou Bàra Tòkí: acompanha Oyá e vários orixás
Exú:Lajìkí ou Bára Lajìkí: acompanha Ogun, Oyá e as posteiras.
Exú Sìjídì: acompanha Omolú, Nanã, etc
Exú Langìrí: a companha Osogiyan
Exú Álè: acompanha Omolú
Exú Àlákètú: acompanha Oxóssi
Exú Òrò: acompanha Odé, Logun
Exú Tòpá/Eruè: acompanha Ossayin
Exú Aríjídì: acompanha Oxun
Exú Asanà: acompanha Oxun
Exú L’Okè: acompanha Obá
Exú Ijedé: acompanha Logun
Exú Jinà: acompanha Oxumarè
Exú Íjenà: acompanha Ewá
Exú Jeresú: acompanha Obaluaiye
Exú Irokô; acompanha Iroko
Qualidades de Orixás
Escrito por Ifatola
Qualidade de Orixás
Escrito por Ifatola
EXU:
Oba Iangui : o primeiro, foi dividido em varias partes segundo seus mito.
Ikoto: faz referencia ao elemento ikoto que é usado nos assentos esse objeto lembra o
Jelu: nessa fase ele regula o crescimento dos seres diferenciados. Culto em Ijelu.
Ona: referencia aos bons caminhos, a maioria dos terreiros o tem, seu fundamento reza que
não pode ser comprado nem ganhado e sim achado por acaso.
Loko: como ele é assexuado nessa fase tende ao masculino simbolizando virilidade e
procriação.
Eledu: estabelece seu poder sobre as cinzas, carvão e tudo que foi petrificado.
Olobe: domina a faca e objetos de corte é comum assenta-lo para pessoas que possuem
posto de Asogun.
Soroke: apenas um apelido, pois a palavra significa em português aquele que fala mais alto,
portanto qualquer orisa pode ser soroke.
Ogún, Òsòósí e Ode lembrando que nem todos caçadores tomaram o titulo de Òsòósí e, na
África, Òsòósí em certas regiões é feminino tomando o aspecto masculino no antigo reino de
Ketu. Ode que dizer caçador, porém, nem todos Ode's são Òsòósí; Ijibu Ode, Ikija, Agbeokuta,
são alguns lugares onde houve seu culto, pois seu culto, expandiu-se mesmo aqui no Brasil
onde ele é lembrado como rei de Ketu, Ogún em outro aspecto foi chefe dos caçadores (Olode)
entregando essa função mais tarde para seu irmão caçula Òsòósí para partir em buscas de
suas inúmeras batalhas. Já em certas mitologias o caçador passa a ser
sua esposa Òsòósí L`Obirin Ogun, ou seja, Òsòósí é a esposa de Ogún, segundo o verso
desse mito.
Isso afirma o chamado enredo de santo aqui no Brasil quando se diz que para assentar Òsòósí
temos que assentar Ogún e vice versa. Era costume africano quando os caçadores tinham que
partir em busca de suas presas, louvarem Ogún para que tudo desse certo, de òrìsà
secundário na África Òsòósí, passou a uma condição importantíssima no Brasil sendo òrìsà
patrono da nação Keto, senhor absoluto da cerimônia fúnebre do asesé, alguns cânticos fazem
alusão a essa condição: Ode lo bi wa, ou seja, o caçador nos trouxe ao mundo. Eis alguns
nomes de Ogún/Òsòósí/Ode conhecidos, sobretudo no Brasil e seus aspectos, características,
origem e particularidades:
Ogún Olode: epíteto do òrìsà destacando sua condição de chefe dos caçadores.
Ogún Je Ajá ou Ogúnjá como ficou conhecido: um de seus nomes em razão de sua
preferência em receber cães como oferendas, um de seus mitos o liga a Osagìyán e Ìyémojá
quanto a sua origem e como ele ajudou Osalá em seu reino fazendo ambos um trato.
Ogún Meje: aspecto do òrìsà lembrando sua realização em conquistar a sétima aldeia que se
chamava Ire (Meje Ire) deixando em seu lugar seu filho Adahunsi.
Ogun Waris: nessa condição o òrìsà se apresenta muitas vezes com forças destrutivas e
violentas. Segundo os antigos a louvação patakori não lhe cabe, ao invés de agradá-lo ele se
aborrece. Um de seus mitos narram que ele ficou momentaneamente cego.
Ogún Onire: Quando passou a reinar em Ire, Oni = senhor, Ire = aldeia.
Ogún Masa: Um dos nomes bastante comum do òrìsà, segundo os antigos é um aspecto
benéfico do òrìsà quando assim ele se apresenta.
Ogun Soroke: apenas um apelido que Ogún ganhou devido a sua condição extrovertida, soro
= falar, ke= mais alto. Nossa historia registra o porque o
chamam assim.
Ogún Alagbede: nesse aspecto o òrìsà assume o papel de pai do caçador e esposo de
Ìyémojá Ogunte (uma outra versão de Ìyémojá) segundo um de seus inúmeros mitos.
Há vários nomes de Ogún fazendo alusão a cidade onde houve seu culto como Ogún Ondo
da cidade de Ondo, Ekiti onde também há seu culto, etc. O òrìsà possui vários nomes na África
como no Brasil e com isso ganha suas particularidades e costumes.
Ode/Ososi.
Há uma síntese sobre esse orisa na edição anterior, eis então suas várias formas de se
apresentar:
Ossaniyn = Também chamado Baba Ewe, Asiba, que são epítetos do orisa. Possui seu
próprio sistema divinatório; o orisa exerce suas funções interligadas a Esu composto ao mesmo
tempo em que ele. Kosi ewe, kosi orisa: Sem folhas, sem orisa.
Osumare = Chamado Araka seu epíteto. É o orisa do arco-íris e da transformação, não deve
ser confundido com o vodun Becem que se apresenta como Dangbe, Bafun, Danwedo todos
da família Danbira e cultuados em outra nação.
Nanan = apresenta-se nas formas conhecidas como: Iyabahin, Salare, Buruku, Asainan, sem
culto no Brasil. É sempre bom lembrar que muitos nomes são de lugares onde se cultua o
orisa. Por exemplo: Ajunsun é o Rei de Savalu, assim como Dangbe é o Rei do Gege, portanto
são nomes que dão origem as suas formas.
:
Iroko = orisa da gameleira (no Brasil), controla a hemorragia humana.
Òge são os cachos que eram de ogum e vivem com shango segun referência de alguns signos.
Òkè
Abita (Parece mais um Òrìsà do novo mundo que da Nigéria). Trata-se de uma espécie de
divinidad nova criada em Cuba a partir do sincretismo entre Èsù e Lucifer. O nome "Abita" prove
da deformación da palavra "Albita" que vem de "Alva" e faz referência o Lucero da Alva,
representativo do Ángel caído Lucifer.
Àbatà
Aña (àyán) Divinidade dos tambores.
Bóròmũ e Bóròsiá são eru
Ori deidad que nasce com o ser humano dantes deste ter consciência própria.
Maltrata (?)
Maltrate shalunga
Aroni Divinidad que vive nos montes e trabalha com as ervas, tem uma sozinha perna e se
acha que é o mensageiro de Òsànyìn.
Ayao
Dadá
Egbe Divinidade que representa ao dobro espiritual que está no Orun vivendo como um reflito
da cada Ser Humano.
Esí
Korikoto
Oranmiyan Filho de Ògún e Odùdúwà, diz-se que nação com a metade de seu corpo claro (por
Oduduwa) e a outra metade escuro (por Ogun). Foi o fundador da cidade de Òyó (Old Oyo, ao
norte da actual Oyo)
Iku Não é um òrìsà, senão que se trata de um ajogun buburu, aqueles que lutam na contramão
dos homens.
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