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A NOVA BIBLIOTECA PBLICA
BIOARQUITETURA: EFICINCIA ENERGTICA EM EDIFICAES | ENTREVISTA: SRGIO RODRIGUES
ESPECIAL: CASA COR SC | DESIGN: BRASIL EM MILO | QUEM FAZ: LIMA & LIMA
FATOS & FEITOS: SOLAR DECATHLON | DESTAQUE: EXPOSIO ASBEA-SC E ANGELO BUCCI
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8 BIOARQUITETURA Eficincia Energtica
Projetos catarinenses esto entre os primeiros do
Pas a conquistar a Etiqueta de Eficincia Energtica
criada pela Eletrobrs e pelo Inmetro
15 ESPECIAL Casa Cor SC
Mostra volta com fora ao Estado. Casa Conteiner foi
um dos atrativos do evento
24 DESTAQUE
AsBEA-SC realiza a mostra Destaque das Bienais
e rene expoentes da arquitetura latino-americana
em ciclo de palestras. Revista REA conversa com
Angelo Bucci
32 CONCURSO
O projeto vencedor do concurso pblico para reade-
quao do edifcio da Biblioteca Pblica de Santa
Catarina.
38 ENTREVISTA Srgio Rodrigues
O pai do mvel moderno brasileiro gosta de fazer
arquitetura. Em entrevista Revista REA, ele fala
sobre uma de suas criaes: o SR2.
46 QUEM FAZ Lima & Lima
Os trabalhos dos arquitetos Edson e Ronaldo Lima
revelam a sintonia dos irmos, que se tornaram
referncia em Jaragu do Sul
ANO III | N 5
MAI/JUL 2010
ARQUITETURA & DESIGN
EM SANTA CATARINA
6 EM DIA A agenda da REA 27 ARQUITETANDO Giovani Bonetti, presidente da AsBEA-
SC 31 PAPO SRIO Capitalismo Natural, por Fah Maioli 35 OPINIO Design 2010, por
Luciano Deos 42 PROJETO Bioclimtico, por Srgio Bellicanta 50 DESIGN Brasil em Milo
54 NO MERCADO O que est nas prateleiras 56 FATOS & FEITOS Acontecimentos do setor
60 ATELI Ktia Luz Crcio 61 NA REA A nova equipe
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A REVISTA REA est de volta. Aps um perodo de amadurecimento, pesquisas e contatos, a publicao re-
toma a sua trajetria com o mesmo objetivo de divulgar e valorizar a produo catarinense. O compromisso
com a qualidade tcnica do contedo editorial aproximou-nos da AsBEA-SC, entidade que compactua com
nossos objetivos de promover arquitetura de qualidade. Com seu apoio institucional, a associao passa a
contribuir com a indicao de fontes e de pautas relevantes ao setor. Por outro lado, a revista colabora com
a divulgao das atividades da AsBEA-SC, que no so poucas, como vocs lero nas prximas pginas.
O reforo na equipe outra importante conquista. A jornalista Simone Bobsin, colaboradora ocasional
e parceira na produo do Anurio de Arquitetura de Santa Catarina, assume como subeditora da REA.
Sua experincia no setor ser fundamental. O amigo Vicente Wissenbach, que at ento era uma espcie de
consultor informal da publicao, aproximar os leitores catarinenses das produes latino-americanas. O
jornalista, pioneiro em publicaes de arquitetura no Pas, apresentar projetos de referncia, em detalhes.
A designer Fabiana Maioli traz o continente europeu para perto, mais especificamente Milo, o bero do
design. E a Nuovo Design assume o desenvolvimento do design grfico da revista. A parceria refora a
expectativa de uma nova fase de muito sucesso. Importante registrar os devidos agradecimentos a estes
velhos-novos parceiros e queles que foram fundamentais nesse processo, como os amigos Eduardo Faria
e Cesar Salis, da Officio Comunicao, que fizeram nascer a REA; diretoria da AsBEA-SC, pelo apoio
constante; aos patrocinadores, em especial empresa Carlos Machado by Luxaflex, pela confiana de sem-
pre; a todos os profissionais, empresas e instituies que foram fontes de nossas matrias; aos assessores
de imprensa e agncias de publicidade; e aos leitores, nossa principal razo de ser.
A Revista REA como aquele projeto que vinha sendo planejado, rabiscado e desenvolvido a partir
de detalhado programa de necessidades e que no pode ficar na gaveta. Um projeto urgente, necessrio,
estimulante, desafiador, que saiu da prancheta, mas de difcil execuo. chegado aquele momento em
que novas foras somam-se empreitada para continuar a construo. preciso terminar essa obra. Se
que ela tem fim.
Boa leitura e at a prxima edio.
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FEIRAS E MOSTRAS
Mostra Casa Nova 2010
Tema: Grandes Nomes, Grandes Marcas de
Santa Catarina
De 11 de junho a 18 de julho
No Beiramar Shopping, em Florianpolis (SC)
Casa Cor So Paulo
De 25 de maio a 13 de julho
Em So Paulo (SP)
www.casacor.com.br/saopaulo
7 GardenFair e 19 Enflor
Exposio de Tecnologia em Jardinagem e
Paisagismo e Feira Nacional de Floristas,
Produtores e Empresas de Acessrios
De 10 a 13 de julho, em Holambra (SP)
www.gardenfair.com.br e
www.enflor.com.br
8 Movinter
Feira de Mveis do Estado de So Paulo
De 17 a 20 de julho, em Mirassol (SP)
www.movinter.com.br
4 ForMbile
Feira Internacional de Fornecedores da
Indstria Madeira-Mveis
De 27 a 30 de julho, em So Paulo (SP)
www.feiraformobile.com.br
Abimad Inverno 2010
Feira Brasileira de Mveis e Acessrios da
Alta Decorao
De 28 a 31 de julho, em So Paulo (SP)
www.abimad.com.br
17 Salo do Imvel e Construfair/SC
De 10 a 15 de agosto, em Florianpolis (SC)
www.construfairsc.com.br
21 Fenasan
Feira Nacional de Materiais e Equipamentos
para Saneamento
De 10 a 12 de agosto, em So Paulo (SP)
www.fenasan.com.br
40 House e Gift Fair
Feira Brasileira de Presentes
De 14 a 17 de agosto, em So Paulo (SP)
www.grafitefeiras.com.br
4 Concrete Show
Tecnologia Internacional em Concreto em
Exposio
De 25 a 27 de agosto, em So Paulo (SP)
www.concreteshow.com.br
EVENTOS
19 Congresso Brasileiro de Arquitetos
Tema: Arquitetura em Transio
De 1 a 4 de junho, em Recife (PE)
Realizao: IAB e IAB-PE
www.19cba.com.br
Architectour 2010
Seminrio Internacional de Arquitetura para
a Cultura e o Turismo
De 15 a 17 de setembro, em Gramado (RS)
Realizao: Shopconsult
www.architectour.com.br
CONCURSOS
Requalificao da Praa dos Trs Poderes
- Praa Tancredo Neves, em Florianpolis
Concurso Pblico Nacional de Anteprojetos
de Arquitetura e Urbanismo
At 7 de junho, para inscries
Realizao: Prefeitura Municipal de Floria-
npolis (SC)
Organizao: IPUF
www.identidadeurbana.com.br
Por um futuro incomparvel
Concurso cultural para criao de brinquedo
educativo de madeira
At 15 de junho, para inscries e envio dos
trabalhos.
Os cinco melhores projetos seguiro para
votao na Internet. O vencedor ter seu
projeto executado pelos jovens artesos da
Fundao Aroeira para produo dos brindes
de Natal da Formaplas, que comprar a
produo, contribuindo para a manuteno
da instituio social.
Realizao: Formaplas
www.formaplas.com.br/porumfuturoincom-
paravel
Acompanhe:
www.iab-sc.org.br
http://concursosdeprojeto.org
Direo-edio
Letcia Wilson
[email protected]
Subeditora
Simone Bobsin
[email protected]
Textos
Letcia Wilson
Simone Bobsin
Comercial
Santa Catarina
(48) 3259.3626
[email protected]
So Paulo
Eros Lelot (11) 5543.3894
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Editorao
Nuovo Design
Impresso
Grfica Coan
Redao
Rua Joo Pinto, 30 sala 901
88010-420 Florianpolis/SC
(48) 3259.3626 [email protected]
Capa
Projeto vencedor do Concurso Pblico para readequao
do edifcio da Biblioteca Pblica de Santa Catarina, desen-
volvido pelos arquitetos Bruno Conde, Filipe Gebrim Doria,
Filipe Lima Romeiro e Lucas Bittar
____________________________________
A Revista REA uma publicao trimestral, dirigida a profissionais de
Arquitetura, Engenharia, Design e empresas dos setores da construo
civil e da decorao. distribuda a um mailing especfico e, tambm, a
entidades de classe, imprensa e instituies de ensino. Conceitos e opini-
es emitidos por entrevistados, articulistas e colaboradores no refletem,
necessariamente, a posio da publicao e a de seus editores. Espaos
publicitrios so negociados diretamente com o departamento comercial
da revista. Espaos editoriais no so comercializados. A Revista REA
um dos produtos da empresa Santa Comunicao & Editora.
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PARTICIPE! Os profissionais, empresas e projetos executados em
Santa Catarina tm prioridade na Revista REA. Participe, enviando suas
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ARQUITETURA & DESIGN
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Um estmulo
eficincia
energtica
Eletrobrs e Inmetro lanam etiqueta especfica para edificaes e
projetos catarinenses lideram as certificaes. Adeso, hoje volunt-
ria, passar a ser obrigatria em alguns anos.
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Localizao no terreno de acordo com a melhor insolao e aproveitamento dos
ventos; uso da vegetao existente para sombreamento da edificao; instalao
de placas fotovoltaicas; especificao de materiais certificados; aproveitamento
da gua da chuva; e solues de conforto ambiental em conformidade com as
Normas Brasileiras de Desempenho de Edifcios (NBR 15575-2). Estas so al-
gumas caractersticas comuns dos primeiros projetos a receberem a Etiqueta de
Eficincia Energtica em Edificaes.
A entrega da etiqueta, simbolizada por uma placa de ao, aconteceu em
meados do ano passado, durante a solenidade de lanamento realizada na sede
do Sinduscon So Paulo. Foram contemplados os projetos do Centro de Tecno-
logias Sociais e de Governana da gua (Cetrgua) vinculado ao Departamento
de Engenharia Ambiental e Sanitria da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), em Florianpolis; do Centro Tecnolgico do Carvo Limpo da Associao
Beneficente da Indstria Carbonfera de Santa Catarina (CTCL/SATC), em Crici-
ma; da Faculdade de Tecnologia Nova Palhoa (Fatenp), em Palhoa; e o da sede
administrativa da Caixa Federal, em Belm (PA); alm do prdio da agncia da
Caixa em Curitiba (PR).
A Etiqueta de Eficincia Energtica em Edificaes faz parte do Programa
Brasileiro de Etiquetagem e foi desenvolvida em parceria pela Eletrobrs, por
meio do Programa Nacional de Conservao de Energia (Procel), e pelo Inmetro.
A metodologia aplicada para a certificao foi desenvolvida pelo Laboratrio de
Eficincia Energtica em Edificaes (LabEEE), da UFSC, com a participao de
uma comisso formada por representantes de diversas instituies, incluindo
Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) e Instituto dos
Arquitetos do Brasil (IAB). Para receber a etiqueta, as edificaes so avaliadas
em trs nveis de eficincia: envoltria, sistema de iluminao e sistema de con-
dicionamento de ar, classificados de A a E, sendo A o mais eficiente, a exemplo
das j conhecidas etiquetas conferidas aos eletrodomsticos.
Inicialmente implantada de forma gradual e voluntria e abrangendo apenas
as construes pblicas e de servios, a etiquetagem passar a ser obrigatria,
tambm para prdios residenciais. J temos a regulamentao para os edifcios
comerciais de metragem superior a 500 m, explicou Solange Nogueira, chefe
da Diviso de Eficincia Energtica em Edificaes, da Eletrobrs, no lanamento
da Etiqueta. Segundo ela, as edificaes em geral so responsveis por cerca
de 45% do consumo de energia eltrica no Brasil, que se d, principalmente,
em forma de iluminao artificial e climatizao de ambientes. A economia de
eletricidade conseguida por meio da arquitetura bioclimtica pode chegar a 30%
em edificaes j existentes (se passarem por readequao e modernizao) e a
50% em prdios novos, que contemplem essas tecnologias desde a fase de pro-
jeto. Na agncia bancria da Caixa em Curitiba (PR), por exemplo, a reduo do
consumo foi de 24% em energia e 65% em gua em comparao ao desempenho
de outras agncias do banco no Pas, durante seis meses.
Desde o lanamento, muitos outros projetos catarinenses candidataram-se
etiqueta. A procura est aumentando, principalmente com o ProCopa Turismo,
do BNDES, conta o engenheiro civil Roberto Lamberts, PhD, coordenador geral do
LabEEE/UFSC, referindo-se linha de crdito lanada em fevereiro deste ano pelo
Ministrio do Turismo e pelo Banco Nacional do Desenvolvimento para financiar
a construo de hotis e pousadas a fim de atender a demanda para a Copa do
Mundo de 2014. Os empreendimentos que possurem certificaes creditadas
pelo Inmetro quanto sua eficincia energtica e a sua sustentabilidade tm pra-
zos, taxas e juros mais favorveis. Lamberts espera que a procura seja crescente,
com mais laboratrios acreditados e com a expanso efetiva do programa para
todo o Pas. E que se torne mesmo obrigatria no futuro, acrescenta.
O arquiteto Cassiano Pitol Zaniratti, responsvel pelo projeto da Fatenp, em
Palhoa, considera que a conquista da etiqueta uma garantia de um projeto
eficiente. Mas o que mais nos satisfaz termos encontrado solues simples,
viveis economicamente, sem tornar a obra cara, ressalta. Para o projeto, ele
contou com a consultoria das arquitetas Carolina Carvalho e Raphaela Fonseca.
A arquiteta Elianne Klenner, autora do projeto do Cetrgua da UFSC, avalia que
esta iniciativa um estmulo aos profissionais. A etiqueta vem a solidificar a
imagem que viemos construindo, a de trabalhar com projetos cada vez mais sus-
tentveis, afirma.
Esquema da ventilao no projeto do
Cetrgua/UFSC, da arq. Eliane Klenner
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O edifcio Cetrgua foi avaliado pelo mtodo prescritivo para a envoltria, sistema
de iluminao e sistema de condicionamento de ar. A envoltria, classificada
com nvel de eficincia A (5,00), tem destaque neste projeto devido s protees
solares diferenciadas e orientao. Especficas para cada fachada, garantiram
ngulos ponderados de sombreamento de 21 para as protees horizontais e
13 para as protees verticais. A cobertura central do edifcio tambm contribui
no sombreamento das janelas das fachadas laterais. O prtico azul projetado na
entrada reduziu a rea envidraada inserida no clculo do Indicador de Consumo,
que totalizou 335,36, um pouco abaixo do limite mximo para nvel A. Os projetis-
tas submeteram antecipadamente etapa de inspeo do edifcio construdo as
amostras de cermica do revestimento das fachadas para medio da absortn-
cia solar. Este procedimento garante que estes materiais estejam de acordo com
absortncias limites do RTQ-C (mximo de 0,4 para nvel de eficincia A e B)
desde a sua especificao e evita no conformidades na etapa de inspeo, aps
o edifcio construdo.
Classificado em nvel de eficincia B (4,17), o sistema de iluminao
composto por ambientes com subssistemas que variam dos nveis A aos nveis
E. O nvel E ocorre em alguns sanitrios de pequenas dimenses. Nveis C e D
ocorrem em ambientes de circulao e depsitos, enquanto a grande maioria dos
ambientes de permanncia prolongada apresenta nveis A e B. J o sistema de
condicionamento de ar, classificado em nvel A (5,00) composto por condicio-
nadores do tipo split hi-wall, etiquetados com nvel A pelo Inmetro. As suas uni-
dades condensadoras so todas sombreadas em rea tcnica exterior ao edifcio,
que apresenta ventilao natural suficiente para atender ao prerrequisito espec-
fico. Cabe ressaltar que o edifcio poderia obter outros pontos decorrentes de uso
de energia solar ou aproveitamento de gua pluvial, caso os projetos tivessem
sido submetidos. No entanto, estes no foram necessrios para o edifcio alcan-
ar nvel A de eficincia energtica, com uma pontuao final de 4,67.
Projeto Cetrgua
Solues inteligentes
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Apostar na chamada arquitetura bioclimtica, escolher materiais e equipamen-
tos que valorizem o uso inteligente da energia e preferir uma tecnologia construti-
va que privilegie a reduo de gastos com eletricidade so medidas desejveis,
ressaltou Solange Nogueira, da Eletrobrs, no evento de lanamento. A arquiteta
Maria Andrea Triana, Mestre em Arquitetura e pesquisadora do LabEEE, lem-
bra que estratgias utilizadas nos projetos devem responder s variveis tem-
peratura, umidade, ventos, insolao e nvel pluviomtrico da regio onde ser
implantado. Quanto ao desempenho trmico da edificao, alm de considerar
as cargas trmicas internas, preciso pensar nos tipos de materiais e cores
empregadas; no uso de materiais para isolamento em paredes e na cobertura; na
orientao da edificao em relao insolao; no tamanho das aberturas e no
vidro especificado; na existncia ou no de sombreamento; e nas propriedades
dos materiais utilizados. Especificar materiais considerando seu ciclo de vida e
impactos no meio ambiente igualmente uma deciso importante.
E Maria Andrea ainda acrescenta a questo da taxa de ocupao e da
permeabilidade do solo. Pode-se colaborar para a reduo das ilhas de calor
pela especificao de materiais adequados, tanto para a pavimentao quanto
para as coberturas. Deveria ser considerado o uso de teto jardim e de coberturas
com baixo ndice de absorvidade, o que geralmente est associada ao uso de
cores claras, sugere. Essas so apenas algumas questes a serem considera-
das na fase de projeto no planejamento de uma edificao candidata Etiqueta
de Eficincia Energtica um diferencial competitivo e um importante aliado do
meio ambiente.
Projeto do edifcio Cetrgua: nvel A de eficincia
envoltria em funo das protees solares
diferenciadas
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Projeto Fatenp
A avaliao do edifcio da Fatenp alcanou nvel de eficincia A (5,00) nos itens
envoltria, sistema de iluminao e sistema de condicionamento de ar. A venti-
lao natural obteve nvel de eficincia B (4,36). Para avaliao da envoltria,
considerou-se o sombreamento gerado pelas protees solares, que gerou um
Indicador de Consumo de 126,5, abaixo do limite mximo para o nvel A (129,06).
Os prerrequisitos especficos foram alcanados, com destaque para a cobertura
de telhas metlicas verdes. Ela cobre principalmente a circulao central ven-
tilada naturalmente, cujo limite mximo de transmitncia trmica de 2,00 W/
mK. A sua parcela que cobre as salas tambm deve atender a este limite, en-
quanto a sua parcela que cobre os laboratrios (ambientes condicionados) deve
atender ao limite de 1,00 W/mK.
Os sistemas de iluminao de ambientes de escritrios apresentam ilu-
minncias entre 302 lux e 330 lux, e os de salas de aula entre 410 lux e 450
lux. Os nveis de eficincia dos ambientes so ou nvel A ou nvel B, sendo que
a ponderao pela rea dos ambientes para o sistema de iluminao completo
do edifcio resultou em um equivalente numrico de 4,71, nvel A de eficincia
energtica.
O sistema de condicionamento de ar do tipo split est presente na ad-
ministrao, na biblioteca, no auditrio e em trs laboratrios. Todos os equi-
pamentos especificados so nvel A, alcanando assim o equivalente numrico
com 5 pontos sem a necessidade de ponderao pela rea. Por fim, destaca-se
a simulao de ventilao natural realizada para as salas de aula, que repre-
sentam 29% da rea til do edifcio e 48% da rea de permanncia prolongada.
Considerando 8.760 horas por ano, constatou-se que a o prdio da Fatenp apre-
sentar conforto trmico em 78,2% das horas.
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A cobertura de telhas metlicas verdes abrange toda a circulao central, ventilada naturalmente
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Uma escola de
sustentabilidade
O showroom de vendas da Cidade Pedra Branca, em Palhoa, tem carter de
escola de sustentabilidade, segundo o coordenador de Projetos do empreen-
dimento, engenheiro Dilnei Silva Bittencourt. Inaugurado no dia 14 de maio, o
espao expe solues ecolgicas para o conhecimento do pblico, inclusive
com aes de educao ambiental voltadas para estudantes. A inteno
disseminar os conceitos de sustentabilidade e mostrar a aplicabilidade dos
recursos. Muitas das tcnicas ali demonstradas sero aplicadas nos futuros
prdios do novo centro do bairro que comeam a ser construdos este ano.
O empreendimento mostrado por meio de maquetes fsicas e eletrnicas,
projetos e paineis fotogrficos. As primeiras edificaes a serem erguidas, com
dois, trs e quatro apartamentos, tambm podero ser conhecidas no local. Ao
lado do showroom, quatro apartamentos decorados facilitam a visualizao
espacial dos ambientes pelos futuros moradores.
Projetado pelo escritrio MOS Arquitetura, de Florianpolis, o showroom
tem 1,2 mil m
2
e foi implantado em uma quadra com bastante movimento,
facilidade de acesso e parque. A arquitetura contempornea materializa for-
mas de mxima pureza em trs volumes interligados, voltados para o projeto
paisagstico. A proposta reflete o critrio de valorizar o conceito sustentvel e
administrativo de todo o empreendimento, explorando materiais compositivos
que conferem transparncia. O showroom de vidro. De dentro enxerga-se
o exterior e vice-versa, explica Bittencourt, reafirmando que este o estilo
de administrao da Pedra Branca, onde, por exemplo, no existem salas de
diretoria fechadas.
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O showroom tem carter permanente, uma vez que o bairro-cidade dever
abrigar uma populao de 30 mil pessoas dentro de 10 a 15 anos em seus
1,7 milho de metros quatrados. No entanto, a estrutura em ao, com 50%
de matria-prima reciclada, totalmente parafusada para ser reaproveitada
posteriormente. Tambm foram utilizados na obra 40% do resduo do cimento,
as chamadas cinzas volantes.
O projeto obedece a vrios princpios sustentveis: reaproveitamento de
gua da chuva, sistema de ar condicionado com gs no poluente, eficincia
energtica com mximo de aproveitamento da iluminao natural, ventilao
cruzada, uso de lmpadas LEDs, brises e pergolados para proteo solar e
tintas a base de gua. A instalao de placas fotovoltaicas para gerao de
energia tem consultoria do Laboratrio de Energia Solar da Universidade Fede-
ral de Santa Catarina (LabSolar/UFSC) e sero monitoradas para estudos de
aplicabilidade nos futuros prdios. Essas solues sustentveis aplicadas no
showroom so acompanhadas de placas interpretativas, que somam s aes
de educao ambiental.
Recursos utilizados
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Totalmente aparafusada, a estrutura em ao pode ser
reaproveitada posteriormente. Aproveitamento da luz natural,
captao da gua da chuva e placas fotovoltaicas fazem parte
do projeto, assinado pelo MOS Arquitetura
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O projeto Urbanismo Sustentvel fugir do conceito dos condomnios fechados,
criando uma comunidade que privilegia o pedestre e a preservao do meio
ambiente local e das reas verdes. Sero 47 quadras, todas de uso misto. No
bairro-cidade as pessoas podero morar, trabalhar, estudar e se divertir ao
alcance de uma caminhada, conforme as diretrizes estabelecidas no Master
Plan desenvolvido pela DPZ Latin America, com base no urbanismo projetado
pelos arquitetos Jaime Lerner e Sylvia Lenzi. O empreendimento conta com a
chancela do conselho nacional de prdios verdes (GBC Brasil) e o nico da
Amrica do Sul a integrar o Programa de Desenvolvimento Positivo do Clima,
da Fundao William J. Clinton.
Este criterioso estudo nasceu de diversos workshops realizados com re-
presentantes da comunidade, arquitetos, paisagistas e consultores das mais
diversas reas. O projeto tem paisagismo assinado por Benedito Abbud. A
arquitetura das quadras ficou a cargo de diversos escritrios locais, que se
reuniram para desenvolver propostas similares com base nos critrios esta-
belecidos (um fato indito no Pas): Desenho Alternativo, Mantovani e Rita,
Marchetti + Bonetti, MOS Arquitetos Associados, RC Arquitetura, Ruschell e
Teixeira Netto, Studio Domo e Vigliecca & Associados. Pedra Branca representa
um precedente internacional para projetos e desenvolvimento de centros de
alta densidade.
Bairro sustentvel
Mos obra
Aps cinco anos de estudos, pesquisas e planejamento, o projeto do novo
bairro comea a sair do papel. No dia 13 de abril a Pedra Branca anunciou a
parceria com a construtora Esprito Santo Property Brasil (ESPB), brao imobi-
lirio brasileiro do Grupo Esprito Santo um dos maiores do setor financeiro
de Portugal. A empresa investir em torno de R$ 82 milhes para erguer a pri-
meira quadra, projetada pelo escritrio Marchetti + Bonetti Arquitetura. Sero
quatro edificaes, divididas em seis torres, de diferentes gabaritos. No total,
sero 217 apartamentos, com unidades de dois, trs e quatro dormitrios,
alm de tow-houses e penthouses. Para o prximo semestre est prevista a
construo da segunda quadra, projetada pelo arquiteto Nelson Teixeira Netto,
com habitaes e escritrios.
Ficamos apaixonamos pelo projeto uma ideia boa com base slida.
Considerando a realidade j existente na Pedra Branca, no h pesquisa de
mercado melhor, afirma, empolgado, o investidor Srgio Luiz dos Santos
Vieira. Esta ser a primeira experincia do grupo ESPB em Santa Catarina,
responsvel por empreendimentos de alto luxo como o residencial Quinta
da Baroneza, em So Paulo (SP). Viemos a Florianpolis uma vez procurar
um terreno para construir um empreendimento de luxo e, por sorte, paramos
aqui, conta. O presidente da Pedra Branca, Valrio Gomes Neto, idealizador
do bairro-cidade, esta parceria iluminada. Agora a hora da verdade,
diz, entusiasmado com a garantia da materializao de um projeto nico, cui-
dadosamente elaborado.
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Srgio Vieira e Valrio Gomes Neto: parceria iluminada
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Agradvel surpresa
J era de se esperar. Diante do ttulo de maior evento do setor de arquitetura
e decorao das Amricas, a Casa Cor no poderia apresentar outro resultado
na retomada da franquia em Santa Catarina. De 20 de maro a 27 de abril, a
mostra apresentou ao pblico a qualidade, o profissionalismo, as tendncias e
as inovaes que se desejava encontrar.
A principal surpresa ficou por conta do local do evento, o Centro Integrado
de Cultura (CIC), em Florianpolis, ocupando cerca de 3 mil m2 da ala norte do
prdio. A parceria com a Fundao Catarinense de Cultura (FCC) engrandeceu
a Casa Cor e gerou benefcios para o CIC, j que a contrapartida previu a
ampliao de sales internos, reparos na cobertura e outros trabalhos de obra
civil, totalizando um investimento de R$ 120 mil. A fachada ganhou nova pintu-
ra, respeitando os tons de concreto e palha do projeto original, concebido pelo
arquiteto Marcos Fiza h cerca de 30 anos. A Sala Lindolf Bell, com mais de
330 m, que sediou a exposio Destaque das Bienais da regional catarinense
da Associao Brasileira dos Escritrios de Arquitetura (AsBEA-SC), uma das
obras que ficar com a comunidade aps o evento. Uma doao da Casa Cor
SC, AsBEA-SC e empresas parceiras. Tambm permanecem no local parte do
Jardim de Inverno; o gesso e o piso de madeira da Biblioteca; os dois Lavabos
completos da rea de uso coletivo; e o piso e a cobertura do Recanto dos Ao-
res; correspondendo a mais R$ 250 mil em material e mo-de-obra.
Em torno de 100 profissionais, entre arquitetos, decoradores, designers
de interiores e paisagistas, criaram 59 ambientes. Muitos deles prestaram
homenagens a artistas e etnias do Estado, seguindo o tema proposto para a
edio regional Cores e formas da cultura catarinense. E obedecendo ao tema
nacional da Casa Cor deste ano, priorizaram solues de sustentabilidade e
referncias ao arquiteto e urbanista Lcio Costa, pioneiro da arquitetura mo-
dernista brasileira. Autor do projeto do Plano Piloto de Braslia, que completa
50 anos em 2010, Lcio Costa ganhou notoriedade em planos urbansticos no
Brasil e no exterior.
A arquiteta paisagista Juliana Castro inspirou-se nos jardins do perodo modernista na concepo do Jardim Frontal, em referncia ao arquiteto Lucio Costa
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A mostra Casa Cor volta a Santa Catarina, valoriza a criatividade e a tcni-
ca dos profissionais, homenageia a cultura catarinense e revela o potencial
do mercado local.
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Criatividade
A arquiteta Simone Piva surpreendeu com o projeto dos lavabos das reas de Uso
Coletivo. Com base no modernismo racionalista de Lcio Costa, fez aluso cons-
truo de Braslia no lavabo masculino. O preto da pintura do teto, das cubas e do
painel dos espelhos simbolizam o asfalto da era dos automveis. O tom escolhido
para a pintura das paredes faz aluso ao concreto predominante na Capital
do Pas. Os espelhos foram criados e executados por Simone, com alas fei-
tas com cintos masculinos. A ideia foi despertar novos usos para produtos e
ressaltar a masculinidade do projeto, explica. No lavabo feminino, valoriza-
o das tradies aorianas e uso de materiais locais. Os apoios das cubas,
concebidos pela arquiteta, foram executados pelo ceramista Alexandre Al-
meida, de Florianpolis, numa tcnica artesanal de torno e queima a gs.
As necessidades especficas de pessoas idosas foram considera-
das nos ambientes do Apartamento da Melhor Idade: Sute, BWC/
Closet, Saleta e Copa/Cozinha. O programa observou o conforto e
a ergonomia inerentes a projetos para este pblico. Na Sute, a
arquiteta Francine Faraco aplicou iluminao no piso, para marcar
os acessos; especificou cama articulada, para posicionamentos
diferentes individuais; mesa de apoio mvel e, sobre balco, dis-
ps um fogo porttil com aquecimento por induo magntica,
mais seguro e prtico. Com base no desenho universal, criamos
um ambiente adaptado, mas requintado, frisa a arquiteta. Na
decorao, contrastes interessantes, como a cabeceira da cama
numa releitura do capiton antigo, em composio com as linhas
retas e modernas dos criados-mudos, que receberam puxadores
com cristais swarovski.
Na Saleta e Copa/Cozinha, a designer de interiores Rosete
Cruz apostou na funcionalidade exigida por essa gerao. Por isso,
projetou mveis suspensos, para facilitar a limpeza; planejados
com formas diferenciadas e redes de proteo nas aberturas, para
evitar acidentes domsticos; e especificou equipamentos mais
prticos, como o refrigerador com o freezer inverso. Um ambiente
sem excessos, resumiu Rosete.
projeto da arquiteta Rosete Cruz
projeto da arquiteta Francine Faraco
CONFIRA ALGUNS AMBIENTES
Melhor Idade
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Estar social, mdulo reas de Uso Coletivo
Os designers Moacir Schmitt Jr. e Salvio Moraes Jr. misturaram o clssico e
contemporneo numa proposta arrojada e sofisticada. No amplo ambiente es-
tabeleceram uma simetria elegante. Detalhe para os paineis de madeira que
revestem as paredes com entalhes feitos a mo.
Living, mdulo Apartamento do Casal
Simplicidade e modernidade. As arquitetas Claudia Wendhausen, Lisiane Wirtti e Helena Rocha criaram um
espao prtico e conceitual que valoriza o design brasileiro. Diversas peas assinadas por Srgio Rodrigues
foram expostas no ambiente, repleto de obras de Juarez Machado.
Cozinha, mdulo Apartamento do Casal
Com dimenses semelhantes das cozinhas da maioria dos apartamentos, o ambiente apresen-
tou configurao funcional, com ilha gourmet estar e mobilirio com diversos nichos. O espao,
projetado pelas arquitetas Cristina Maria da Silveira Piazza e Silmara Callegari apresentou uma
obra indita do artista Rodrigo de Haro.
Kaffegarten
Ponto de encontro dos visitantes da mostra, o ambiente projetado pelos arquitetos Giovani e Tas
Adriana Marchetti Bonetti simulava uma rea pblica de integrao. Com 140 m
2
, o espao apre-
sentava fechamento em vidro e cortinas e cobertura tensionada, como as criadas pelo arquiteto e
engenheiro alemo Frei Otto no Parque Olmpico de Munique.
Bar/Restaurante
Outro ambiente muito frequentado na Casa Cor SC. A arquiteta Maria Aparecida Cury Figueiredo
e o decorador Mohamad Chahin explicam que se inspiraram no modernismo de Lcio Costa e na
irreverncia da arquiteta iraniana Zaha Hadid para composio do espao, de 139 m
2
. Destaque
para os paineis de MDF com acabamento em laca alto brilho aplicado nas paredes.
Lavanderia, Rouparia e Despensa
Com muito planejamento, as designers de interiores Daniela Dresch e Juliana Cugnier projetaram um ambiente funcional,
desejvel por qualquer dona de casa. Misturaram a contemporaneidade e a tecnologia tradio das rendas de bilro.
Como inovao, utilizaram um material de gesso acartonado que lembra madeira laqueada alto brilho no mobilirio.
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Prmio ao talento
A mostra comeou com clima de festa. Na vspera da inaugurao, durante o brunch de apresentao do
evento imprensa, foram anunciados os vencedores da tradicional premiao realizada pela Casa Cor.
Melhor Ambiente
Arquitetos Paulo Rosenstock e Luciana Blagits
Ambiente: Home Theater
A homenagem a Lucio Costa proposta pelo evento serviu de inspirao aos arqui-
tetos, de Joinville, para concepo do espao, de 65 m
2
. A linguagem modernista
e atemporal do mestre esto destacadas no desenho do mobilirio, nas cores
escolhidas e nas peas de design.
Melhor Execuo de Projeto
Arquitetos Carlos Lupatini, Ana Cludia Ramos, Michel de Lima, Gabriela Accorsi e Bianca
Lombardi
Ambientes: Living, Sala de Jantar e Cozinha do Apartamento da Mulher
Os profissionais do Lupatini Lima Ramos Arquitetos, com sede em Curitiba (PR) foram os
primeiros a concluir a ambientao dos espaos. Integrados, somavam 70 m
2
, um dos maiores
desta edio do evento. No desenvolvimento da proposta, pensaram nos gostos, interesses e
nas diversas funes da mulher moderna e apostaram na esttica arrojada, na funcionalidade,
na independncia e no conforto.
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A Casa Cor Santa Catarina 2010 nasceu
com a pretenso de ser a maior mostra da
franquia na Regio Sul. E Lucas Petrelli,
coordenador do evento, no mediu esforos
para atingir essa meta. A impresso de que
a Casa Cor SC voltou com toda a fora, com
qualidade, profissionalismo e estratgia de
operao surpreendente.

Revista REA Qual a sua avaliao desta primeira
edio da retomada da Casa Cor?
Lucas Petrelli O pblico superou o esperado. O evento estava lindo. Sou suspeito para falar,
mas os profissionais se envolveram e se dedicaram muito. A localizao, super privilegiada,
a visibilidade, equipe de organizao coesa, a bela relao com a cultura e o empenho de
expositores, fornecedores e patrocinadores permitiram uma mostra grandiosa, luxuosa, cheia de
requinte e bom gosto. difcil ver um cliente sair daqui sem um sorriso no rosto.
REA A famlia Petrelli tem um histrico em realizao de mostras de decorao em
Santa Catarina. Qual foi essa experincia?
Lucas A primeira mostra no Estado foi a Casa Arte e tivemos outras iniciativas fora de Flori-
anpolis, como a Mostra Bourdeaux, em Blumenau (anos 90). A Casa Arte comeou sozinha, no
existia nada similar, com apoio do Marcello Petrelli (Vice Presidente do Grupo RIC Record), hoje
apoiador do evento. A Casa Cor veio para c, com outra franqueada, a Marina - hoje franqueada
do Paran h 19 anos, e comeou a concorrncia de mostras. Muita coisa aconteceu durante
esses anos, a Casa Cor passou por duas outras gestes at ser retomada agora. Acreditamos
que o momento permite essa retomada e por isso decidimos trazer o evento.
REA E o mercado no era o que hoje?
Lucas Nem de longe. Florianpolis teve um boom que comeou no ano 2000 e no era ainda
um lugar para ter tanta mostra, chegou a ter, em um mesmo ano Casa Cor, Casa Nova e Casa
Bourdeaux. Depois de anos de diferentes formatos e concorrncias, a partir de 2005, passamos
a ter uma nica mostra e comeamos a perceber a necessidade de um evento de porte nacional
de volta ao mercado regional. Agora o momento interessante de ter a Casa Cor de volta, por
vrios motivos: porque tem muito tempo que no est aqui; porque neste perodo Florianpolis
teve o boom do mercado; porque em 2008 a Casa Cor foi adquirida por Abril e Dria e ganhou
grande projeo, dois grupos enormes de marketing e comunicao; pelo evento hoje estar em
um patamar internacional, sendo considerado o maior das Amricas e o segundo maior do
mundo. E por Florianpolis ter hoje um dos maiores ndices de construo por habitante.
REA E qual a relao da Casa Cor com o grupo RIC/Record?
Lucas A iniciativa, a ideia, de trazer veio do Marcello, mas o grupo no o gestor. O grupo RIC
ofereceu apoio ao evento, mdia, engrandeceu o projeto, mas a gesto no l dentro. o grupo
d todo o apoio de mdia para os patrocinadores e editorial para a mostra e para os expositores.
No entanto, a gesto independente; ela segue os interesses e diretrizes da Casa Cor e, por
isso, mantm a essncia de mostra. O grupo v no evento uma forma de se relacionar com um
nicho de mercado, e o evento v no grupo uma forma de dar mais visibilidade aos profissionais
e empresas envolvidas.
REA E d mais visibilidade para quem est participando.
Lucas Para o expositor, o importante exposio. Mostrar esses profissionais, tudo o que
so, o que podem fazer e o que podem gerar de negcio. Em muitos momentos, tive de tomar
decises para engrandecer a mostra em detrimento de resultado. Vrias decises, ao longo
do processo, tiveram por objetivo melhorar a qualidade, a projeo e o retorno para os profis-
sionais. A gente est trazendo uma mostra que est no mercado h mais de 20 anos. A marca
Casa Cor tem um peso institucional que precisa ser trabalhado por todas as franquias com igual
empenho. Temos um enfoque principal na marca Casa Cor, no formato do evento e no resultado
de projeo dos profissionais.
Projeto mais Ousado
Arquitetos Lcia Horta de Almeida, Csar Rocha e
Marcelo Schroeder
Ambiente: Circulao Biblioteca
Estimular as sensaes, provocar curiosidade,
experimentar a surpresa. Em aluso aos sentimentos
inerentes leitura de um livro, os arquitetos, de
Florianpolis, exploraram a arte ao criarem o acesso
Biblioteca, tambm projetada por eles. Juntos, os
espaos totalizavam 57 m
2
.
Melhor Homenagem Cultura
Catarinense
Arquitetas Gilian San Thiago, Lucimara Wandsheer e
Rosana Mara Weckerle
Ambiente: Ateli Feminino, dedicado artista plstica
Elke Hering
Linhas retas e puras foram eleitas pelas arquitetas,
da Capital, para o projeto, como forma de valorizar as
obras de arte da artista blumenauense: pintora, desig-
ner e programadora visual. Localizado no Apartamento
do Casal, o espao, de 13 m
2
, uma proposta de home
office carregado de personalidade.
20 | REA
Casa Container
Na era da sustentabili-
dade, utilizar conti-
neres como unidades
habitacionais uma
proposta, no mnimo,
interessante. A ideia
, ainda, prtica e
econmica.
Quem chegava Casa Cor SC 2010 interessado
em conhecer as tendncias da decorao para
reformar sua residncia, era convidado a transfor-
mar os seus conceitos. Logo na entrada da mos-
tra, em frente ao CIC, dois contineres empilhados
simulavam um imvel comercial, no caso, o Loft
do Arquiteto. Como se estivessem sendo atradas
por im, as pessoas ingressavam no ambiente,
muitas atnitas, impressionadas; outras curiosas,
desconfiadas. Ao conhecer em detalhes a propos-
ta dos arquitetos Lvia Ferraro e Lair Schweig, da
Ferraro Container Habitat, surpreendiam-se com
as possibilidades e as vantagens desse tipo de
habitao.
Ainda pouco difundido no Brasil, mas j co-
mum na Europa, o uso dos contineres para fins
residenciais e comerciais apresenta um futuro
promissor entre aqueles que priorizam a eficin-
cia no sistema construtivo. Com o adequado tra-
tamento corrosivo e trmico das estruturas e um
criativo projeto arquitetnico, ningum lembra que
est dentro de um continer.
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Revista REA Como surgiu essa ideia?
Arq. Lvia Ferraro A ideia dos contineres surgiu ainda na faculdade, quan-
do pesquisvamos formas alternativas de produo, mais otimizadas e com
menos desperdcio do que a construo convencional. Unindo um conceito
de arquitetura efmera aliado s novas exigncias do pblico (espaos mais
prticos, compactos, que acompanhem a vida atual, to dinmica), surgiu a
busca por uma arquitetura modular. Encontrei fora do Brasil, em pases como a
Holanda, a utilizao de containers para moradia como algo em ascenso.
Temos no Brasil um enorme potencial com relao aos containers, pois aqui,
em especial em Itaja, se encontram extensos depsitos de contineres suca-
teados. Da ideia surgiu a empresa e hoje trabalhamos com produo de Casas
Container, tanto para fins residenciais, como comerciais.
REA E os contineres j esto no mercado?
Lvia Sim, nossa empresa j comercializa estes mdulos. No final de maro
enviamos um modelo para Alphaville, So Paulo, e estamos trabalhando em
diversos projetos. uma proposta atraente econmica e esteticamente.
REA Quais as vantagens deste sistema construtivo?
Lvia As vantagens so inmeras. Comercializamos um produto pronto,
que vem todo montado e at mesmo com manual de utilizao. Os mdulos
so montados em nossa empresa e chegam prontos no terreno. Isso acaba
com a necessidade do cliente lidar com mo-de-obra (o que um grande
complicador nas obras) e com a imprevisibilidade de oramento. Outra grande
vantagem a mobilidade da casa. Vai se mudar? Leve sua casa junto. A loja
no d mais movimento? Mude de ponto.
REA E qual o desafio para implementar este conceito?
Lvia O desafio abrir o mercado brasileiro para esta nova possibilidade
como uma alternativa para o sistema construtivo tradicional, j to consoli-
dado. Mas as perspectivas so boas. A aceitao est excelente, superando
nossas expectativas!
REA Qual o custo de um modelo como aquele apresentado na Casa
Cor SC 2010?
Lvia Considerando o Loft completo, incluindo toda a marcenaria, eletro-
domsticos, mveis e objetos e os painis fotovoltaicos custava R$ 112 mil.
Estes valores so financiados diretamente pela empresa, em at seis parcelas,
com juros de 2% ao ms. E j estamos trabalhando para que esse tipo de ha-
bitao seja includo no sistema de financiamento da Caixa Federal em breve.
Soluo eficiente
Os contineres so uma excelente opo para edificaes temporrias, como
estandes de feiras e showroom para plantes de vendas de empreendimentos
imobilirios. Este um mercado super potencial para ns. Normalmente, as
construtoras erguem seus plantes de vendas e, depois, o destroem, gerando
lixo e muito desperdcio. Nesse caso, a estrutura no continer pode ser apro-
veitada em outros empreendimentos, reduzindo custos e minimizando impac-
to, afirma a arquiteta Lvia Ferraro. E essa soluo j est sendo colocada em
prtica em So Paulo, no bairro Alphaville, pioneiro na implantao de condo-
mnios fechados no Brasil. o planto de vendas de um empreendimento com
lofts voltados para o pblico jovem. Como tem carter sustentvel, o continer
foi fundamental, acrescenta Lvia.
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Utilizando dois continers reaproveitados, os arquitetos Lvia Ferraro e Lair Schweig conceberam uma residncia para um casal, com 47m
2
, contendo sala, cozinha,
banheiro, lavanderia, dormitrio e varanda. No projeto, seguindo o conceito da sustentabilidade, utilizaram madeira de reflorestamento, rodaps de poliestireno
95% reciclados, piso de PVC com base de borracha (pneu reciclado), pintura trmica a base de gua, iluminao externa em LEDs e painis fotovolticos que so
responsveis por 50% da gerao de energia.
A entrada do Loft acessava a sala de estar. Os contineres receberam
pintura trmica externamente para garantir que a edificao no
absorva calor. Internamente, as paredes recebem um recheio de l
de vidro, conferindo estabilidade trmica tambm no inverno.
A escada, ao lado da
sala, leva ao dormitrio.
Sob a estrutura, espao
suficiente para a
disposio de um jardim de
inverno, adega de vinhos
ou armrios.
A cama traz como
cabeceira um painel
feito com caixas de
madeira de feira
recicladas. O dormitrio
tem sada para um
terrao e, juntos,
somam 20m
2
.
Um deck aproveita
a cobertura do
continer do primeiro
pavimento para um
terrao.
Todo o mobilirio foi desenhado especialmente para o local,
aproveitando os espaos disponveis. Na decorao, luminrias
feitas com garrafas de vinho e parede revestida com mosaico
produzido a partir das sobras do porcelanato aplicado no banheiro.
O Loft do Arquiteto
REA | 23
Revista REA A AsBEA-SC acaba de presentear os catarinenses com a revitaliza-
o da sala Lindolf Bell, no Centro Integrado de Cultura. Como foi essa parceria?
Giovani Este j era um projeto antigo tanto da AsBEA-SC quanto da Fundao Ca-
tarinense de Cultura (FCC), na pessoa da ento presidente Anita Pires. Por ocasio da
primeira edio da Exposio Destaque das Bienais, em 2008, encontramos a Sala Lin-
dolf Bell em estado muito ruim. Como a FCC nos cedeu o espao para a exibio, dando
oportunidade de levar Arquitetura como forma de Cultura, oferecemos, para a segunda
edio, a revitalizao do espao pela AsBEA-SC e seus parceiros.
REA A participao na Casa Cor SC 2010, com uma exposio de alto nvel,
consolida a imagem da AsBEA-SC como uma entidade representativa no Estado.
Qual a sua avaliao sobre essa participao?
Giovani Nossa entidade visa, em todas as circunstncias, a valorizao profissional.
Poder estar expondo o que temos de melhor na arquitetura latinoamericana para o gran-
de pblico uma excelente forma de contribuirmos para isso.
REA Quais outras aes a entidade vem realizando para a valorizao e a divul-
gao da arquitetura produzida em Santa Catarina?
Giovani Estamos com alguns importantes projetos. Poderamos destacar o SISAU - Se-
minrio Internacional de Arquitetura e Urbanismo Sustentvel, que estamos realizando
com as regionais da AsBEA do Paran e a do Rio Grande do Sul, num road show nas
trs capitais. Outro projeto em andamento o Prmio Catarinense de Arquitetura, com
diversas categorias, aberto a associados da AsBEA-SC e, tambm, aos associados do
IAB-SC, como forma de divulgar e valorizar a produo de arquitetura do Estado de
Santa Catarina. E ainda estamos trabalhando num outro projeto piloto, intitulado Ideias
para Florianpolis.
REA E para a qualificao dos escritrios de arquitetura locais?
Giovani Mensalmente realizamos happy hours, onde convidamos associados e outros
palestrantes para apresentar alguns assuntos relacionados aos temas pertinentes a
nossa atuao. Estes assuntos podem ser temas resultantes de viagens onde encontra-
mos algumas ideias que podem repercutir em nossa cidade, lanamentos de livros de ar-
quitetos importantes no cenrio atual da arquitetura brasileira, assuntos relacionados a
sustentabilidade, entre outros. Tambm promovemos workshops, como o que ocorreu no
semestre passado organizado pelo Grupo de Sustentabilidade da AsBEA-SC, coordenado
pelo arquiteto Ronaldo Martins. O ciclo de palestras que proporcionamos com alguns dos
expositores da mostra Destaque das Bienais mais um exemplo.
REA Importante, tambm, a participao da entidade em questes fundamen-
tais para Florianpolis, como no debate do Plano Diretor e no Frum de Revitaliza-
o do Centro Histrico. Como foi essa atuao?
Giovani Temos alguns representantes da AsBEA-SC em comisses. O Frum de Revi-
talizao do Centro Histrico de Florianpolis acompanhado pela arquiteta Lilian Men-
dona. No Conselho de Desenvolvimento Econmico e Social, a arquiteta Maria Lcia
Mendes Gobbi nos representa. O arquiteto Henrique Pimont participa do Plano Municipal
de Habitao de Interesse Social. Nas reunies do Plano Diretor, quem acompanhou foi
nosso vice-presidente para Assuntos Institucionais, arquiteto Andr Schmitt.
Entre outras tantas demandas que nos so solicitadas.
REA O projeto do Plano Diretor sofreu muitas crticas e est, agora, sendo refor-
mulado. Na sua opinio, quais as prioridades a serem consideradas na proposta?
Giovani A consulta popular muito importante para que se possa conhecer as vo-
caes de cada rea da cidade, bem como traar diretrizes para que sirvam de base
formatao da lei. Mas importante que, num determinado momento, todo este material
seja analisado de forma tcnica; e, dentro de uma viso estratgica, se transforme num
grande plano, contemplando toda a cidade, costurando com as diretrizes determinadas
pelas comunidades e dando uma unidade a todo o elenco de demandas que uma grande
cidade possui. A cidade viva; ela exige mudanas que permitam seu crescimento con-
tinuo, e inevitvel. Mesmo que no se queira, o crescimento de sua populao natural
acontece e temos de dar resposta para isso.
REA O aquecimento da construo civil, principalmente na Grande Florianpo-
lis, est se refletindo nos escritrios de arquitetura?
Giovani O mercado est aquecido em todo o Brasil. E, como no poderia deixar de
ser, aqui tambm. Principalmente o mercado de habitao de interesse social, com a
criao do programa do Governo Federal Minha Casa, Minha Vida. H algumas crticas
a este programa, pois no se preocupa com a questo de infra-estrutura urbana, com
o desenho urbano, o que pode ter srios reflexos futuramente. No segmento de moradia
para a classe mdia e alto luxo, segue aquecido, mas dentro de uma normalidade. Os
empreendimentos empresariais tm chamado a ateno, pois tm representado bas-
tante crescimento.
REA Quais competncias e diferenciais devem ter os escritrios de arquitetura
atuais, considerando as novas exigncias de mercado?
Giovani O mercado, cada vez mais, exige profissionalismo. Gesto de qualidade e
qualificao de equipe so fundamentais para que se possa sobreviver s demandas
do mercado.
REA E qual o perfil esperado dos arquitetos do sculo XXI?
Giovani Acredito que a questo da sustentabilidade deixe de ser um argumento de
venda de projeto e seja incorporado como prtica normal nos projetos de arquitetura,
numa contnua forma de evoluo. Isto ser inevitvel, pois a nica forma de podermos
continuar atendendo ao crescimento populacional. Tudo que se constri de uma forma
ou de outra impacta no meio ambiente, seja ele construdo ou natural. O que se quer
buscar formas de que este impacto seja cada vez menor.
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Muito mais que arquitetos
A regional catarinense da Associao Brasileira dos Escritrios de
Arquitetura (AsBEA-SC) acumula conquistas importantes apesar
dos poucos anos de existncia. Em apenas quatro anos a entidade
consolidou-se como a mais representativa do setor no Estado,
envolvida nas questes de mercado, mas, tambm, diretamente
relacionada aos temas do dia-a-dia de todos os catarinenses. Di-
ante de seu potencial e alicerada pelas quase quatro dcadas de
atuao da AsBEA Nacional, promete muito mais. Com a palavra,
o presidente da AsBEA-SC, arquiteto Giovani Bonetti, do escritrio
Marchetti + Bonetti Arquitetura.
Foto Vicente Schmitt/Divulgao
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Arquitetura em debate
AsBEA-SC realiza exposio e discute a produo latino-americana
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Os catarinenses puderam conhecer em detalhes os projetos de arquitetura e de
interveno urbana voltados para o turismo e lazer que integraram a exposio
Litoral de Santa Catarina arquitecturas para el cio, apresentada na XII
Bienal Internacional de Arquitetura de Buenos Aires, em outubro do ano passa-
do. O material fez parte da segunda edio da mostra Destaques das Bienais
realizada pela regional da Associao Brasileira dos Escritrios de Arquitetura
(AsBEA-SC) em paralelo Casa Cor SC. Com entrada gratuita, a exposio
ocupou as dependncias da sala Lindolfo Bell, no CIC, totalmente reformada
pela entidade e empresas parceiras, doada oficialmente comunidade no dia
27 de abril, no evento de encerramento da Casa Cor SC.
A mostra Destaque das Bienais reuniu nove exposies de trabalhos des-
tacados nas Bienais Internacionais de Arquitetura de So Paulo e de Buenos
Aires, como o projeto de novo urbanismo da Pedra Branca, em Palhoa; os
novos edifcios culturais da capital paulista; o projeto do edifcio de escritrios
Harmonia 57, em So Paulo, do Estdio Triptyque; e o Centro Cultural Max
Feffer, no interior de So Paulo, da arquiteta Leiko Motomura estes dois
ltimos premiados na Bienal de So Paulo. Nas exposies latino-americanas,
estavam os trabalhos do colombiano Laureano Forero, do chileno Cristian Boza
e do argentino Roberto Converti. A mostra foi idealizada pelo jornalista e crtico
de arquitetura Vicente Wissenbach e pelo vice-presidente da AsBEA-SC, arqui-
teto Andr Schmitt, tambm curadores da exposio. A inteno dos dirigentes
da AsBEA-SC tornar a mostra itinerante, levando-a s principais cidades do
Estado.
Arquitetura em debate
1 O arquiteto chileno Cristian Boza explicando projetos nas lminas da mostra
Destaque das Bienais. 2 Parte do material foi exposto na reitoria da UFSC,
destacando os trabalhos dos participantes do ciclo de palestras. 3 Na abertura
da mostra, o jornalista Vicente Wissenbach e os arquitetos Enrique Cordeyro,
Giovani Bonetti e Andr Schmitt. 4 Abertura do evento, paralelo Casa Cor SC.
5 Vicente Wissenbach, curador da exposio, e o arquiteto Enrique Cordeyro.
Na foto acima, a ento presidente da FCC, Anita Pires, confere a exposio.
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Em paralelo mostra Destaque das Bienais, a AsBEA-SC promoveu um ciclo de
palestras com alguns dos profissionais participantes. No dia 25 de maro, ar-
quitetos e estudantes reuniram-se no auditrio da reitoria da Universidade Fe-
deral de Santa Catarina (UFSC) para ouvir conceitos e conhecer projetos como
os de Roberto Converti, um dos responsveis pela revitalizao de reas como
os portos de Santa F e de Buenos Aires. O trabalho do urbanista complexo e
demanda muita pacincia, pois o territrio est em constante evoluo, define
Converti, que hoje desenvolve projeto de urbanizao da bacia do Rio da Prata
entre os municpios de Avellaneda e Quilmes, prximo capital argentina.
Premiado na categoria Revelao da Jovem Gerao na XII Bienal de
Buenos Aires, ngelo Bucci apresentou projetos inovadores e que j so refe-
rncias internacionais, como a casa de praia suspensa entre a copa de rvores
em Ubatuba (SP); a casa Santa Teresa, no Rio de Janeiro, erguida a 50m do
nvel da rua; e uma Midiateca projetada para a PUC do Rio de Janeiro (leia
entrevista). A sustentabilidade comea no projeto, na escolha do local, na
seleo de materiais, com a escolha dos processos construtivos e continua
durante toda a vida til da edificao, defendeu a arquiteta Leiko Motomura
em sua palestra. No Centro Cultural Max Feffer, localizado em Pardinho, ela
demonstrou que componentes de baixa tecnologia, como a alvenaria de abobe
reforada com pneu picado; matrias de demolio, entulho, podem conviver
com materiais de alta tecnologia, como iluminao com Leds e painis foto-
voltaicos. Tambm no limitam a criatividade dos arquitetos, como demonstra
a linda cobertura projetada por ela e executada com 1, 3 mil varas de bambu.
Alm do prmio na 8 BIA, o projeto recebeu certificao LEED Gold, emitida
pelo US Green Building Council (USGBC). O arquiteto David Douek atuou como
consultor no projeto arquitetnico e na execuo da obra para a adequao dos
requisitos exigidos para a certificao LEED.
O arquiteto Cristian Boza apresentou projetos como o do Centro da Justia,
do Chile. Revista REA falou sobre o terremoto que afetou o Pas havia um
ms. O sistema estrutural das construes no Chile extremamente rigoroso
e baseado nas normas da Califrnia, criadas h 60 anos, quando nasceu o
concreto armado. Todas as construes erguidas antes da norma foram des-
trudas pelos diversos terremotos, explica, lembrando que o Pas sempre re-
gistrou tremores de terra, porm de menor intensidade que este que sacudiu o
Chile em fevereiro deste ano. Segundo ele, algumas questes comeam a ser
revistas, mas a mudana mais significativa dever ser a eliminao de proces-
sos construtivos como alvenaria e adobe (feitos de barro e palha), comuns nas
cidades chilenas. E sim ao concreto armado, bem calculado, acrescenta.
Boza ressalta que os profissionais tm percebido o potencial dos contineres
material em abundncia no Pas. H praias com casas de contineres de dois
e trs pisos que so verdadeiras cidades, conta. E reconhece: nos demos
conta que esse continer, com as instalaes adequadas, porta e janela pode
ser transformado numa casa, extremamente barata.
Participaram tambm do ciclo de palestras o arquiteto argentino Enrique
Cordeyro, um dos curadores da Bienal de Buenos Aires, que apresentou tra-
balhos recentes de arquitetura e urbanismo; e o arquiteto Andr Schmitt, que
falou sobre o projeto para a Baa Sul de Florianpolis e a arquitetura para o
turismo em Santa Catarina.
Ciclo de palestras
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Cordeyro transformou uma estrutura abandonada de boxes
para cavalos de corrida na sede de uma empresa (fotos 1 e
2). Separou os setores gerencial, comercial e administrativo
por dois ptios, que permitem a integrao dos jardins.
Nestes trechos, criou rasgos na laje de concreto armado
para aproveitamento a luz natural. Nas demais fotos, o
Centro Cultural Max Feffer, onde Leiko utilizou 1,3 mil varas
de bambu na execuo da cobertura.
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Referncia
da nova gerao
Ele representa a nova gerao de arquitetos brasileiros. Seu trao expressivo
e elegante carrega as influncias do modernismo paulista. No toa. ngelo
Bucci saiu de Orlndia (SP) para estudar na Faculdade de Arquitetura e Urba-
nismo da Universidade de So Paulo (FAU-USP), a 400 km de distncia, e se
tornar uma referncia na arquitetura nacional, confirmada pelo prmio Jovem
Gerao de Arquitetos, concedido pela XII Bienal Internacional de Arquitetura
de Buenos Aires em 2009 (BA09).
A Revista REA aproveitou a sua passagem por Florianpolis, como um
dos palestrantes do Ciclo de Palestras Destaques das Bienais, promovido pela
AsBEA-SC, para saber mais sobre o seu trabalho. Na palestra, Bucci falou de
sua trajetria e contou como se tornou um especialista em obras a distncia.
Uns amigos o convidaram para desenvolver um projeto em Ribeiro Preto (SP).
Desafio aceito, o arquiteto enviou o projeto pelo Correio direto para o mestre
de obras. Aprendi a ser radical nas aes que eram demandadas na execuo
de uma obra, explicou. A economia de aes traz ganhos como praticidade
durante a obra e controle de custos mais eficiente. Isso explica a escolha e
confiana no concreto, que segundo ele, um sistema extremamente desen-
volvido e econmico, com mo-de-obra qualificada.
Professor convidado de universidades como Harvard e Veneza, Bucci pro-
jetou casas em Portugal e nos Estados Unidos. No Brasil, se destaca a partir
de um olhar contemporneo para a arquitetura nacional. A casa construda na
encosta do morro Santa Tereza, bairro da rea central do Rio de Janeiro, um
exemplo de desenho de linhas depuradas, de uma obra permevel paisagem
com vista panormica para a cidade. A obra foi exposta na Bienal de Arquitetu-
ra de Buenos Aires juntamente com o projeto da Midiateca da PUC Rio, prevista
para ser concluda em 2011 e que ser 100% financiada pela Lei Rouanet. A
aplicao de solues ecolgicas na biblioteca, segundo o arquiteto, garantir
quatro meses de uso por ano sem a necessidade de ligar o ar condicionado.
Foto Divulgao
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REA O que representou a premiao na BA09?
ngelo Representou muito, aos 46 anos receber um ttulo oficial de juventude (risos)...
A gente vai ganhando mais campos de dilogo para conversar com mais gente. Um
evento deste tipo, com trabalho de um curador, de um jri, tem valor por fazer o papel de
crtico. Coloca na pauta aquilo que aos olhos dessa crtica parece relevante discutir.
REA Qual foi a obra apresentada na Bienal?
ngelo Eu participei muito casualmente da exposio. Eu havia sido convidado pela
organizao para fazer uma palestra e, pouco antes, ligaram dizendo que gostariam de
expor projetos meus. Eu mandei dois trabalhos, a Midiateca da PUC no Rio de Janeiro e a
Casa Santa Tereza. Mas o prmio no mencionava uma obra especfica.
REA Como foi comear fazendo obras a distncia?
ngelo Tem que confiar na eficincia dos desenhos. muito circunstancial, muito de
cada contexto. J fizemos projetos em muitos lugares, em condies muito diferentes.
O que tambm me ensinou a apostar na economia de aes. Por exemplo, a primeira
obra que fiz assim era estrutura de concreto, tambm de madeira, sem marcenaria,
que chegava e colocava vidro sem caixilho e tava pronta a obra. Com quatro ou cinco
aes, voc liquida a obra. No um problema de minimalismo, de less is more...
praticidade. De fato, no tem excessos, mas no por uma questo a priori esttica. No
excesso onde se perde a obra. Por exemplo, casas onde fao a laje de 20cm e quero
fazer um piso de granilite, qualquer mestre vai querer fazer um contrapiso para ficar
plano perfeito, mas eu evito. Eu coloco normalmente granilite com 1cm de espessura
diretamente sobre a laje de concreto. Ento, as imperfeies do concreto vo existir no
edifcio no final. Se elas no criam um problema tcnico, se so imperceptveis, no h
razo para fazer contrapiso.
REA uma questo de resultado esttico? De a arquitetura assumir o mate-
rial?
ngelo Tudo uma questo esttica. Mas o que informa no antes o desejo de um
resultado formal; mais uma compreenso dos trabalhos que esto envolvidos numa
obra. Tudo tem um resultado que esttico e voc comea a elaborar a partir dessas
premissas. A aceitao existe e boa. Acontece um paralelo que importante: uma obra
feita com poucas aes tem seu controle de custos mais eficiente. Voc negocia trs
ou quatro coisas grandes, mas no fica catando milho para fazer uma casa. Tambm
onde se perde. Imagina fazer uma casa e negociar cada saco de cimento. Tem l 150
m3 de concreto e isso que voc compra de uma vez. Ento, existem vantagens muito
importantes para quem paga a obra. Normalmente, a arquitetura assim, um encontro
de interesses, que so do construtor, do arquiteto, do proprietrio que devem ser conver-
gentes, trabalhado s claras. O rigor esttico numa obra vem da clareza das escolhas,
que dado pelos critrios de escolhas acertados. Muitas coisas so muito preciosas, as
memrias, as experincias. Voc faz uma obra tambm formada pelo rancor, pode fazer
uma obra comandada pelo medo, mas no acredito que obras assim resultem estetica-
mente no que ns poderamos desejar.
REA E quais sentimentos envolvem o seu processo de desenvolvimento dos
projetos?
ngelo Todos ns temos desgostos, mas eu procuro no guardar muito esses e valori-
zar mais as coisas positivas que a vida e as pessoas nos passam. Isso d resultado, no
s para fazer arquitetura, faz diferena no modo de vida.
REA Voc trabalha com o concreto como sistema construtivo. um resgate dos
princpios da arquitetura moderna?
ngelo Duas casas so em concreto, mas uma delas havia sido desenhada em ao,
porque me parecia mais razovel. Acabamos mudando para o concreto por uma razo
muito objetiva: o custo do ao se mostrou desvantajoso, contrariando a nossa expec-
tativa. No me desagrada, de jeito algum, porque os projetos tm que ter esse sentido
oportuno.
Fui formado num ambiente, estudei num prdio (FAU-USP) desenhado por Artigas (ar-
quiteto Joo Batista Vilanova Artigas) nos anos 60 todo em concreto. Tudo isso constituiu
aquele acervo que eu tenho para mobilizar e fazer projetos. Mas tem outra razo, que
muito objetiva, como o caso dessa casa e da biblioteca: a escolha do material, da
tcnica uma resposta sensvel ao contexto que voc trabalha. O concreto um sis-
tema extremamente desenvolvido e econmico. A mo-de-obra para concreto no Brasil
bem qualificada. Ento, h razes que so quase de infraestrutura, que faz com que
o concreto armado seja uma opo vantajosa. Quando eu comentei que parte do meu
aprendizado inicial foi moldado por essa experincia de construir a distncia, uma das
coisas que me admirava e eu gostava muito de ver, que a parte das estruturas de
concreto, as execues eram muito bem feitas, ento fui confiando mais nisso porque
eu media pela prtica.
REA Como o concreto se comporta na questo de conforto para as residn-
cias?
ngelo No tenho muitos dados, mas no h segredo. As questes relativas sus-
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Maquete do projeto da Midiateca da PUC/RJ.
Na pgina anterior, a famosa Casa Santa Teresa
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tentabilidade, conforto trmico, essencialmente sempre
fizeram parte da histria da arquitetura. As boas obras
de arquitetura so sustentveis, independente do mate-
rial, do assunto, inclusive, muito adequadamente est
na pauta. E isso vai comear a virar regulamento para
as construes. Voc vai medir a eficincia energtica de
um prdio antes de construir, vai pagar imposto diferente
conforme o desempenho daquilo que est construindo. O
concreto armado se modifica muito no modo de fazer com
facilidade. Eu no sei comparar, por exemplo, consumo
de energia para produo de um quilo de ao para um
metro cbico de concreto, mas acredito que no podemos
banir nenhum material. Cada um deles uma conquista
e tem o seu momento de aplicao adequada. Em minha
opinio, no faz sentido tcnico condenar um material que
j acumulamos tanto conhecimento. Toda essa riqueza de
possibilidades uma coisa para saber desfrutar e para
isso existem critrios. Eu acho cada material, se usado
adequadamente, oportunamente, uma maravilha. Esse
senso de medida, de proporo, de limite, so as questes
essenciais da arquitetura.
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A casa desenhada para a encosta em Santa Teresa aberta para a bela vista panormica do Rio
de Janeiro, uma obra permevel paisagem como queriam os proprietrios. O projeto levou em
considerao a topografia, definida por dois plats com programa desenvolvido em dois corpos
distintos para acomodar os ambientes. Painis de cumaru e vidro fazem o fechamento.
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Desta forma a equipe de arquitetos paulistas define o anteprojeto de
readequao do edifcio da Biblioteca Pblica de Santa Catarina, pri-
meiro lugar no concurso pblico nacional de arquitetura promovido
pelo Governo do Estado, por meio da Fundao Catarinense de Cultura
(FCC), e organizado pela regional catarinense do Instituto dos Arqui-
tetos do Brasil (IAB-SC). A proposta impactar a rua Tenente Silvei-
ra e lvaro de Carvalho, no Centro de Florianpolis, em relao aos
prdios comerciais j existentes, criando um signo urbano forte que
atraia as pessoas e seja usufrudo em sua plenitude pela populao.
O partido para a readequao do prdio levou em conta aspectos
antagnicos, como explicam os arquitetos: criar um edifcio que tenha
uma relao aberta com o espao pblico e ao mesmo tempo corres-
ponda s caractersticas de uma biblioteca como espao que privilegia a
introspeco. A partir disso, a fachada revela-se intrigante para quem
olha da rua e, internamente, o edifcio trabalha com espaos vazios e
amplos, que do unidade visual e integram a estrutura verticalmente, e
iluminao natural, por meio de aberturas zenitais. Cria-se uma diver-
sidade de ambientes generosos, com espaos abertos e p-direito mo-
numental, e mais aconchegantes. O anteprojeto atende a diversidade de
atividades tcnicas e funcionais como a correta distribuio dos fluxos
e controles de acesso, condies de temperatura e umidade adequa-
das ao acervo e iluminao e ventilao adequadas s reas de leitura.
Arquitetura e poesia
Por Simone Bobsin
Uma viso potica, que ultrapassa, na sua dimenso humana, a estrita necessidade.
Arquitetura no deseja ser funcional, mas oportuna.
Equipe do anteprojeto: Arquitetos Bruno Conde, Filipe Gebrim Doria, Filipe Lima Romeiro e Lucas Bittar
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O programa contempla quatro partes distintas:
1 Acesso / Caf / Peridicos Dirios / Espao de Eventos / Auditrio O trreo do
edifcio funciona como uma transio entre a rua e os demais ambientes do edifcio.
Os fechamentos so feitos em vidro, de modo a no quebrar a permeabilidade visual.
Um tnel marca o acesso - este leva o pedestre da rua at o interior do edifcio,
passando por um painel de exposies e com o caf ao fundo. Por uma escada pode-
se descer para o espao de eventos e para o auditrio; os mesmos tambm podem
ser acessados de forma independente pela Rua lvaro de Carvalho. Uma passarela
leva rea fechada da Biblioteca e logo na entrada est a rea dos peridicos. A
circulao para os demais andares pode ser feito por meio de elevador ou de escada.
A escada, em estrutura metlica, dispe-se de forma solta no espao, de modo a
ficar explcito por onde feita a circulao entre os pavimentos.
2 Diviso de Pesquisa e Memria Situa-se no pavimento inferior do edifcio e
acessada pelo usurio atravs da circulao interna da biblioteca. O acervo est em
local reservado, com controle severo de temperatura e umidade do ar o mesmo
est diretamente ligado ao acesso secundrio. As reas de leitura e os laboratrios
esto em local privilegiado e voltam-se para a parede jardim, recebendo iluminao
natural.
3 Diviso Infanto-Juvenil / Servio de Multimdia e Internet / Diviso de Atendimen-
to ao Usurio Configura-se como um espao para receber a maior concentrao
de frequentadores da Biblioteca, ocupando os trs primeiros pavimentos. No 1, com
fechamentos em vidro e maior luminosidade, dispe-se a diviso infanto-juvenil e
o servio multimdia e internet. O layout definido pelo desenho livre das estantes,
com 1,20m de altura, criando um ambiente ldico e dinmico. No 2 e 3 pavimen-
tos, ocupados pela diviso de atendimento ao usurio, o fechamento das fachadas
opaco, protegendo o acervo da radiao solar direta. As estantes foram dispostas
de forma linear ao longo das paredes perifricas, formando um grande salo de
livros ao redor do vazio central, que integra os trs pavimentos e permite a entrada
de luz zenital.
4 Diviso Geral Administrativa / Servios Gerais Localizada no 4 e ltimo pavi-
mento do edifcio, no interfere no fluxo de usurios das demais reas da Biblioteca,
sendo dividido entre um ncleo que compreende as reas molhadas e uma rea de
planta livre, com layout definido por divisrias leves.
Premiao
1 - Filipe Dria So Paulo (prmio de R$ 30 mil)
2 - Matheus Rodrigues Alves (prmio de R$ 15 mil)
3 - Akeni Hahara
4 - Marcos Jobim
Meno Honrosa - Ivan de S Rezende
Projeto prev viso ampla e integral do interior da biblioteca
Espaos vazios e amplos conferem unidade visual ao edifcio, cuja esca-
da de acesso leva ao ambiente de eventos e ao auditrio no piso inferior
As estantes ao longo das paredes perifricas formam um grande salo
de livros ao redor do vazio central, que integra os trs pavimentos e
permite a entrada de luz zenital
O 1, 2 e 3 pavimentos configuram-se como um espao para receber a
maior concentrao de freqentadores
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Valorizao da cultura
Depois de um longo jejum, Florianpolis assiste re-
alizao de um Concurso Nacional de Arquitetura para
a Readequao da Biblioteca Pblica do Estado, uma
parceria entre o Governo do Estado de Santa Catarina
e o IAB-SC. Antes disso, aconteceram concursos para
o Mercado Pblico de Blumenau e do Marco da Entrada
de Brusque.
A realizao de concursos pblicos de arquitetura
era uma antiga reivindicao dos arquitetos, que acre-
ditam neste instrumento como forma de qualificar o pa-
trimnio arquitetnico das cidades, principalmente em
relao aos prdios pblicos. O concurso pblico um
processo democrtico que tem o julgamento transpa-
rente e com objetivo qualitativo, diz a vice-presidente
do IAB-SC, Danielle Gioppo, que compara o nmero de
concursos realizados no Brasil em 2009 com a Frana:
apenas 13 concursos pblicos de projetos de arquite-
tura foram realizados no Pas, contra, aproximadamente, 1,2 mil realizados na
Frana, onde os concursos so obrigatrios por lei.
Entidades estaduais como IAB-SC, AsBEA-SC e Sindicato dos Arquitetos
reivindicavam ao Governo do Estado, com total apoio da Fundao Catarinense
de Cultura (FCC), para elaborao do Decreto Estadual 2307/2009, que deter-
mina a realizao de concurso pblico de arquitetura para obras em instituies
pblicas de carter cultural. A lei j um grande passo, porque o concurso
nada mais do que uma modalidade de licitao, explica Srgio Oliva, Coor-
denador Estadual de Concursos de Arquitetura do IAB-SC. Na lei de licitao
vale o menor preo, e nem sempre o menor preo tem qualidade. Essa terra
maravilhosa e os prdios so feios, o poder pblico tem que batalhar por isso,
dispara a ento presidente da FCC, Anita Pires, apoiadora da proposta desde
o incio.
O concurso para a readequao da biblioteca foi promovido pela FCC com
organizao do IAB-SC, entidade com legitimidade e credenciada para isso. O
IAB nacional a nica instituio do Brasil que tem o notrio saber para orga-
nizao de concursos de arquitetura, levando o nome do Estado, da regio e do
Pas para o exterior, a credibilidade est vinculada ao nome do IAB, argumenta
Oliva. A instituio convidou profissionais locais e de outros Estados para par-
ticiparem da comisso julgadora: arquitetos Joo Edmundo Bohn Neto e Simone
Harger (Florianpolis), Oscar Mueller (Curitiba), Esterzilda Berenstein de Azeve-
do (Braslia); e biblioteconomista Delsi Davok (Florianpolis).
Foram 94 inscritos de todo o Brasil e 37 participantes de fato a partir da
entrega dos projetos. Entre o lanamento do edital e a divulgao do resultado,
foram quase quatro meses. De acordo com o cronograma, o governo tem 180
dias para assinar o contrato com a equipe vencedora e o prazo limite para a
entrega dos projetos executivos tambm de 180 dias. Segundo o edital, o custa
para a obra no poder ultrapassar R$ 5 milhes.
Licitao em 2011
A ento presidente da FCC, Anita Pires, esteve
presente na noite da abertura da exposio dos
anteprojetos premiados. Em seu discurso, dis-
se que a licitao s poder ser feita em 2011
em funo deste ser um ano eleitoral. Reforou,
no entanto, a necessidade de encaminhar toda
a documentao para que o prximo governo
fique apenas com a responsabilidade de lici-
tar a obra. Cabe aos arquitetos, ao IAB-SC e
sociedade ficarem atentos e cobrar para que o
projeto seja executado e no v para a gaveta.
Fachada do anteprojeto da Biblioteca Pblica quer impactar as ruas Tenente Silveira e lvaro de Carvalho
em relao aos prdios comerciais j existentes
Os quatro pavimentos interligam-se por meio do vo central com p-direito monumental
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OPINIO
Por Luciano Deos
Design 2010:
Quando o menos mais
Luciano Deos presidente da Associa-
o Brasileira das Empresas de Design
(Abedesign). Atua como diretor-presi-
dente da consultoria de servios de
marcas GAD, com escritrios em So
Paulo e no Rio Grande do Sul. Conside-
rado um dos principais especialistas
em branding e design do Brasil, Deos
graduado em arquitetura pela Uni-
versidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS) e possui especializao
em marketing pela ESPM/ADVB-RS.
O fortalecimento do design brasileiro e o seu
papel cada vez mais estratgico posicionam o
pas como um potencial centro para a gerao de
novos negcios nesse segmento. Mesmo diante
da crise mundial, o setor ganha relevncia, cre-
dibilidade, consolida sua imagem internamente e
se projeta no exterior, abrindo espao e oportuni-
dades de crescimento.
A criao de cursos acadmicos e a insero
da categoria no Festival Internacional de Publi-
cidade de Cannes, considerado o mais impor-
tante evento de comunicao do mundo, trazem
amadurecimento e estimula a demanda interna e
externa por design. Assim, nesse cenrio otimis-
ta e de ps-crise, a previso mais imediata para
2010 o vnculo cada vez mais forte entre design
e inovao, com uma relao de dependncia re-
cproca e saudvel.
O futuro transcende as tendncias sempre
associadas aos produtos, j que o design deve
ser compreendido como uma disciplina trans-
versal, que se relaciona diretamente a outros
nichos, como moda, mobilirio e tecnologia. Di-
ferentemente do que acontece em pases como
a Inglaterra e Coria, que contam com polticas
e suporte governamental, no Brasil recente o
apoio de organizaes pblicas e privadas para
fomento e financiamento de projetos no setor.
Felizmente, isso contribui para que o design pas-
se a ser visto como uma valiosa ferramenta de
desenvolvimento. E nesse contexto, a inovao
palavra de ordem.
Alm da reflexo permanente para diag-
nosticar novos caminhos ao segmento, um dos
desafios para os profissionais do setor ser criar
alternativas para gerar cada vez mais relevn-
cia s marcas. E a vinculao de estratgias de
branding com design e inovao revela-se como
a soluo mais eficiente.
Vale dizer que inovao aplicada ao design
nada tem haver com excessos ou exageros. Ao
contrrio. Neste momento, menos mais! Du-
rante a Revoluo Industrial, perodo marcado
por profundas mudanas na sociedade, os novos
conceitos de moradia, transporte e produo
simplesmente desprezaram o meio ambiente.
Hoje, com a evoluo da tecnologia e de modelo
de produo, a sociedade se redesenha mais uma
vez, s que atenta s questes ambientais. O ser
humano precisa achar solues simples para
problemas complexos. Os recursos so finitos e,
consequentemente, precisam ser preservados.
Tal realidade aplicada ao universo corpora-
tivo demonstra que diante desse panorama, as
empresas que no forem capazes de se reinven-
tar perdero oportunidades e sero superadas,
classificadas como espcies inimigas do pro-
gresso. A lgica mais ou menos essa: quem no
investir em inovao e design, ficar um passo
atrs. Mas, como quase tudo na vida, sempre h
tempo para se repensar.
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Esta frase, destacada na prancha do projeto vencedor do Concurso Nacional
de Arquitetura para o Marco de Entrada de Brusque sintetiza as inspiraes
da equipe. Os arquitetos Francisco Refonso Nunes, Mariana Arruda e Sara
Moretti, do escritrio Viva Arquitetura, de Blumenau, desenvolveram uma pro-
posta com base na histria, na cultura, na economia e na populao do muni-
cpio. Localizada no Vale Europeu, a cidade tem a indstria txtil e o turismo de
compras como o forte de sua economia. As belezas naturais e arquitetnicas,
herana da colonizao alem, polonesa e italiana, so outros atrativos de
Brusque. E o Marco de Entrada de Brusque dever ser inaugurado em agosto,
marcando a comemorao dos 150 anos do municpio. O Concurso Pblico foi
realizado pela Prefeitura de Brusque e organizado pela regional catarinense do
Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-SC).
O projeto apresenta um desenho nico para ambas as entradas de Brus-
que, nas rodovias Antnio Heil (SC 486) e Ivo Silveira (SC 411). As duas estru-
turas principais representam, de forma abstrata, algumas caractersticas da
cidade e a importncia dela no desenvolvimento da regio e do Pas.
A primeira estrutura so duas torres de mrmore e granito que emergem
do piso da praa de maneira slida, forte e imponente, simbolizando a soli-
dez da sociedade brusquense e da sua indstria txtil. A segunda estrutura
uma grande fita vermelha de concreto, que tambm emerge do piso com
um desenho retilneo mas, desta vez, de forma horizontal. Passando por
entre as duas torres, d incio a algumas ondulaes, simulando uma fita
em movimento, ao vento. Esta fita de concreto representa a liberdade, a
transformao e o crescimento da cidade; assim como o fio de algodo, que,
Smbolo
de uma histria
a solidez da economia e da sociedade brusquense, assim como a liberdade e o or-
gnico do fio de algodo e tecido, que estaro estampados na entrada da cidade como
protagonistas desta obra. Junto estar o colorido das flores e dos morros, mostrando,
com isso, o cuidado com a cidade e com a alegria de seu povo. Estes, portanto, so os
fios mais nobres deste tecido multitnico que Brusque.
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sendo transformado em tecido, gerou grande desenvolvimento para a cidade,
a qual acabou se tornando um dos principais plos do turismo de compras na
rea txtil do Estado, argumentam os arquitetos.
Por ltimo, integrando o cenrio da praa, haver um espao para con-
templao do marco - uma praa seca contornada por um paisagismo colorido
que garante a permeabilidade tanto fsica quanto visual. O paisagismo ter as
cores que fazem parte da histria e da cultura de Brusque, presentes desde a
bandeira da cidade at a programao visual atual. Assim, o verde, o amarelo
e o vermelho esto presentes nos canteiros de flores, de onde parte um extenso
banco linear que contorna toda a praa para visualizao do marco.
Como parmetro relativo sustentabilidade foram utilizadas algumas
diretrizes como o uso de materiais regionais, luminrias com captao de
energia solar, reuso da gua da chuva para irrigao, piso permevel e reuso
de material j adquirido pela Prefeitura, sendo utilizado na sua totalidade e
com poucas intervenes. O aproveitamento das pedras compradas pelo Go-
verno Municipal na gesto passada era, alis, um dos requisitos do edital,
como forma de impedir o desperdcio do dinheiro pblico.
O arquiteto Francisco Refosco Nunes, graduado em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitrio de Jaragu do Sul (UNERJ),
em 2007, acredita que a experincia profissional da equipe colaborou para o resultado final do projeto. Ele j morou na Holanda,
em Nova Iorque e em Dubai, nos Emirados rabes, onde trabalhou em escritrios de arquitetura e, no ltimo ano, integrou a equipe
de trabalho de uma empresa multinacional. Pude aprender sobre o mtodo de desenvolvimento de projeto utilizado e estive en-
volvido em diversos trabalhos interessantes, afirma. Suas scias compartilham dessa experincia internacional. Mariana e Sara
formaram-se na Universidade Regional de Blumenau (FURB) h trs anos. Antes disso, elas cursaram Arquitectura y Diseo na
Universidade de Los Lagos, no Chile. Todos j participaram de concursos. As duas scias foram as primeiras colocadas no Con-
curso de Ideias para estudantes, organizado pelo CTHAB - Congresso Brasileiro e Ibero Americano de Habitao e Tecnologia, em
2006. E Sara e Francisco integraram o grupo do arquiteto Christian Krambeck, do escritrio Terra Arquitetura, no projeto vencedor
do Concurso Nacional do novo Mercado Pblico de Blumenau, ocorrido em 2007.
Premiao
1 - Francisco Refonso Nunes, Mariana Arruda e Sara
Moretti (prmio de R$ 10 mil + R$ 15 mil pelo projeto
executivo)
2 - Leonardo Rafael Musumeci, Alexandre Leito Santos,
Marlon Rubio Longo e Thalita Crus Ferraz de Oliveira
(prmio de R$ 4 mil)
3 - Emanuele Schmit, Amanda Silva de Oliveira, Daliana
Garcia e Daniela Lessandra Heck (prmio de R$ 1 mil)
Experincia internacional
38 | REA
Srgio Rodrigues sinnimo de design de mobilirio.
Seu legado faz parte da histria do mvel moderno
brasileiro e suas criaes so premiadas e valorizadas
tambm no exterior. Ao delinear os traos de uma pea
e definir o material que lhe dar vida, invariavelmente
ele imprime a brasilidade no produto, revelando uma
identidade expressiva e marcante. Mas o que bra-
sileiro num mvel? a alma; no so os elementos,
rebate o arquiteto. Srgio Rodrigues assim, modesto,
provocante, bem-humorado, cativante.
Talento, criatividade, ousadia e genialidade so os ingredientes que mistura
numa receita inigualvel. A irreverncia e o empreendedorismo que chocaram
e encantaram muitas pessoas nos anos 50 transformaram seu nome numa
marca de sucesso. A Enciclopdia Delta Larousse classificou Srgio Rodrigues:
o criador do mvel moderno no Brasil. Eles no tm ideia do que seja um
criador e do que mvel brasileiro, brinca o arquiteto. Entretanto, confessa:
fiquei lisonjeado. Ele sempre faz questo de dividir os louros com Joaquim
Tenreiro (1906-1992), Lina Bo Bardi (1914-1992) e Zanine Caldas (1918-
2001), mas reconhece sua importncia. Se eu no fosse modesto, diria que
eu transmitia alguma coisa, diz. Citando os colegas, todos falecidos, lembra
de uma histria: os americanos que nos representam nos Estados Unidos
foram at o meu ateli e eu ouvi quando disseram baixinho: ele est vivo,
diverte-se.
E como! Aos 82 anos, Srgio Rodrigues continua produzindo. Se eu pa-
rasse hoje, acabaria embaixo da terra fazendo mvel para bicho, dispara.
H quase dez anos, o amigo, arquiteto e urbanista, Lucio Costa j dissera:
Generoso, em vez de refestelar-se em sua poltrona fabulosa, continua ativo,
no para. certamente referindo-se consagrada e premiada poltrona Mole
(1957), parte do acervo do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Dos 1,6
mil mveis criados por Srgio, apenas 100 continuam sendo fabricados. So
os clssicos, que vm enfrentando tempos e no dependem de modismos,
classifica. Estas peas so produzidas numa indstria em Princesa (SC) e
enviadas para todo o Brasil, para os Estados Unidos e para a Alemanha, onde
est a empresa que representa a marca na Europa. Atualmente, Srgio est
envolvido no projeto de resgate dos mveis que projetou para os principais pa-
lcios de Braslia. Tudo foi deixado de lado. Estamos fazendo tudo outra vez,
lamenta. Para a capital do Pas, Srgio tambm fez arquitetura projetou dois
pavilhes de hospedagem e restaurante da Universidade de Braslia, em 1962,
erguido a partir de outra de suas criaes - o SR2 - Sistema de Industrializa-
o de Elementos Modulados Pr-Fabricados para Construo de Arquitetura
Habitacional em Madeira. O sistema foi utilizado, ainda, na construo do Iate
Clube de Braslia, projetado pelo arquiteto.
arquitetura que o pai do design moderno brasileiro prefere produzir. E
este se tornou um dos principais assuntos da entrevista concedida Revista
REA em maro na loja Bellacatarina, corner da marca Srgio Rodrigues em
Santa Catarina. Ele veio ao Estado para visitar a Casa Cor SC, especificamente
o ambiente que prestou uma homenagem a ele, o Living do Apartamento do
Casal, projetado pelas arquitetas Claudia Wendhausen, Lisiane Wirtti e Helena
Rocha.
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O criador do mvel
moderno brasileiro
O arquiteto um gandula.
aquele que pe a bola para
dentro do campo quando os
clientes a jogam para fora.
Por Letcia Wilson
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Eu no sei ficar sem criar; minha
maneira de me expressar essa.
REA O senhor ainda projeta casas de madeira pr-fabricadas?
Srgio Rodrigues Sim. Eu preciso explicar o seguinte. Eu criei um sistema para pro-
duo de elementos de construo modulados para construo de casas pr-fabricadas.
Quando falamos em pr-fabricadas as pessoas imaginam sempre casinhas de cachorro,
de boneca, tudo igualzinho. Mas das 250 casas que fiz, nenhuma igual. E, tambm,
a pr-fabricao no quer dizer que seja popular. Com concreto, vemos edifcios sendo
feitos com paredes inteiras pr-fabricadas colocadas no lugar. Isso pr-fabricao
tambm.
REA E essas que o senhor projetou eram para que tipo de clientes?
Srgio Rodrigues As primeiras foram todas feitas para um determinado tipo de clien-
te. Uma clientela com cultura; no rica, mas rica culturalmente. Isso muito importante.
Continuo fazendo esses projetos porque tem muita gente que quer esse tipo de casa,
quer casa de madeira e quer que seja feita com certa rapidez. E eu sempre aviso que vai
sair o preo de uma casa de alvenaria normal.
REA - O senhor acha que o brasileiro tem resistncia casa de madeira?
Srgio Rodrigues No s brasileiro, qualquer um; principalmente os latinos. In-
clusive tem um ditado portugus que se aplica a qualquer latino: construo de pedra
e cal eterna, porque a casa era feita para durar eternamente, como os palcios, os
castelos. A madeira era usada para fazer a subestrutura - as janelas, as portas - e no
para fazer a casa em si.
REA E essas casas o senhor projeta em parceria com sua filha, Vernica?
Srgio Rodrigues Sim, ela maravilhosa, fora de srie. Ela me interpreta e o que
ela sugere e que eu incentivo muito me apresenta coisas novas, criaes novas
e temos feitos diversas coisas em conjunto. Fizemos algumas casas e ela adotou o
seguinte: nas casas mistas, que misturam alvenaria com madeira, quando o cliente tem
um determinado sentimento, feeling, sensibilidade, criamos uma histria. Por exemplo,
fizemos uma casa ainda h pouco, h dois anos, para um casal. A famlia toda lembraria
um personagem de Dom Quixote. Ento fizemos uma casa, no para Dom Quixote, mas
que, certamente, se tivesse sido criada naquela poca, Dom Quixote poderia andar para
l e para c perfeitamente bem. Inclusive, ela est fazendo doutorado em Literatura.
Muita gente pergunta o que tem a ver com Arquitetura. Tem a ver muita coisa e ela
cita milhares de autores, principalmente portugueses e brasileiros, que descrevem o
ambiente de uma maneira incrvel e voc localiza aquele ambiente; voc percebe a alma
dos personagens do livro pela descrio do autor.
REA E o senhor tambm faz arquitetura de interiores.
Srgio Rodrigues Eu comecei fazendo isso e fao hoje muito pouco, pois passei muito
para ela (a filha). Ela tem uma expresso assim... ela tem saco (risos...)
REA Por que a relao vai alm do programa de necessidades?
Srgio Rodrigues Vai, vai... No tem dvida (risos).
REA Entre arquitetura e design, o que o senhor prefere?
Srgio Rodrigues Eu gosto de fazer arquitetura. Tive oportunidade de fazer arquitetura
com prazer. E gosto de executar com madeira porque eu estudei muito o esquema de fa-
zer pr-fabricao. Inclusive, os proprietrios se acham arquitetos tambm. Eles levam
o projeto para casa, fazem ajustes. E cabe ao arquiteto orientar. O arquiteto, eu diria,
um gandula. aquele que pe a bola para dentro do campo quando ela vai para fora.
Quando est havendo um jogo, os proprietrios esto criando e pem a bola para fora, o
arquiteto pe a bola para dentro outra vez.
REA O senhor costuma visitar a Casa Cor?
Srgio Rodrigues Eu vou, mas no fao comentrios (risos). Eles esperam que eu
analise um determinado ambiente, mas eu no sirvo para isso. Se eu estivesse indo
na Casa Cor no Tibete e tivesse que fazer uma anlise, eu faria. Agora, aqui no Brasil,
onde cada criador, cada profissional, j tem experincia... se forem criticados vo ficar
muito chateados.
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Projeto desenvolvido no sistema SR2, executado em 1995.
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Srgio Rodrigues nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 1927, no seio de
uma famlia de artistas e intelectuais. neto do jornalista Mrio Rodrigues,
fundador dos jornais A Manh e Crtica; sobrinho do jornalista e dramaturgo
Nelson Rodrigues; e filho do desenhista, pintor e ilustrador Roberto Rodrigues,
que foi colega de Cndido Portinari na Escola Nacional das Belas Artes. Porti-
nari produziu, inclusive, um retrato do amigo, que consta no acervo do Projeto
Portinari. A famlia da me, os Mendes de Almeida, formada por juristas e
jornalistas. Por herana gentica ou influncia familiar, Srgio Rodrigues de-
cidiu desenvolver seu potencial criativo e ingressou na Faculdade Nacional de
Arquitetura da Universidade do Brasil, na capital carioca, aos 20 anos.
Em 1951, antes de se formar, participou da elaborao do projeto do bairro
Centro Cvico de Curitiba a convite do seu professor David Xavier de Azambuja,
coordenador da equipe. Este foi o primeiro centro cvico projetado em arquite-
tura moderna no Brasil. Na capital paranaense, Srgio Rodrigues criou a M-
veis Artesanal Paranaense, em sociedade com o arquiteto e designer italiano
Carlo Hauner. A empresa durou seis meses, mas a parceria se estendeu. Em
1955 Hauner fundou a Forma S.A em So Paulo, ao lado do arquiteto Martin
Eisler e do empresrio Ernesto Wolf, e convidou Srgio para comandar o setor
de criao de arquitetura de interiores da empresa. A empresa foi a primeira
a introduzir no Brasil, sob licena de fabricao, peas de Mies van der Rohe,
Marcel Breuer, Saarinen e Bertoia.
No ano seguinte, estimulado por Carlo Hauner, Srgio Rodrigues voltou
para o Rio de Janeiro e inaugurou a Oca, um espao de produo e comercia-
lizao do design brasileiro que se tornou referncia nacional. Iniciava-se um
perodo de muita inspirao, criatividade e produtividade. Em 1956 criou a
cadeira Lcio Costa e a Poltrona Oscar Niemeyer. Eu tenho foto dele sentado
nela, orgulha-se. Em 1957 rabiscou a famosa Poltrona Mole, lanada no ano
seguinte e premiada no Concurso Internacional do Mvel em 1961, em Cant,
na Itlia. Havia 400 concorrentes e eu no sabia por que tinham me escolhido.
Foi porque era o nico mvel que caracterizava uma regio, avalia Srgio.
A premiao conferiu projeo internacional ao arquiteto como designer de
mveis. A Mole passou a ser produzida pela ISA, de Brgamo, na Itlia, e
exportada para vrios pases com o nome de Sheriff. A indstria italiana pro-
moveu a pea no mundo todo e ela foi parar at no Palcio de Buckingham, em
Londres. A poltrona est em exposio permanente no Museum of Modern Art
(MoMA) de Nova Iorque (EUA). Sobre ela, o humorista Millr Fernandes nunca
falou to srio: o talento esttico de Srgio Rodrigues veio ao encontro do meu
bom senso e exigncia de conforto e, inesperadamente, empurrou embaixo de
mim a j citada Poltrona Mole. Onde no me sentei. Deitei e rolei. Que artefato
meus amigos. Pra mim, essencialmente couro, foi natural curtio. Anatmica,
convidativa, insinuante. Atrao fatal.
Meus parentes achavam que eu estava maluco, que ningum aceitaria
uma poltrona maluca, com jeito de ovo estrelado. E eu dizia: vai ter gente que
vai entender o que eu estou falando, conta Srgio, praticamente um visio-
nrio. Mas reconhece que o incio foi difcil. Chamavam de cama de gato,
cama de cachorro. Foi um vexame. As pessoas tinham vergonha, revela. E,
de repente, comearam a comprar. Carlos Lacerda, Roberto Marinho, Darcy
Ribeiro, elenca. Darcy Ribeiro o levou para fazer as cadeiras do auditrio da
universidade de Braslia. A convite de Niemeyer produziu diversas peas para
os principais palcios da ento futura capital do Pas. Tudo foi deixado de
lado, lamenta, referindo-se m conservao do mobilirio nestas dcadas.
Hoje estamos fazendo tudo outra vez, afirma. A convite do Itamarati, naquela
poca, Srgio tambm desenvolveu uma coleo especial de mobilirio para a
embaixada do Brasil em Roma, o Palcio Doria Pamphili. Como levariam mui-
tos meses produzir as peas aqui e envi-las para a Itlia, Srgio hospedou-
se na casa do amigo Carlo Hauner, no Norte daquele pas, e produziu tudo
por l mesmo. Fiz tudo novo, porque no sei repetir um desenho, recorda.
A produo foi intensa e mobiliou, tambm, o consulado e a embaixada no
Vaticano, em tempo recorde. Tudo em jacarand; ele tinha jacarand do tipo
exportao. Eu poderia colocar pedaos da rvore l dentro, brinca. Jacarand
sempre foi sua matria-prima predileta, numa perodo em que jacarand se
encontrava na esquina e nem se falava em ecologia. Sou assassino do ja-
carand, infelizmente, assume Srgio Rodrigues. A nova ordem mundial pro-
vocou transformaes no mtodo de produo, mas a madeira continua sendo
seu material preferido. Gosto muito de imbuia e lyptus (madeira plantada de
eucalipto), destaca.
Para Braslia, Srgio tambm criou dois pavilhes de hospedagem e res-
taurante da UnB, em 1962, com o recm-criado SR2 - Sistema de Industriali-
No sou crtico de arte. Eu gosto ou no gosto; no
tenho que dizer por qu.
Retratos da trajetria
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zao de Elementos Modulados Pr-Fabricados para Construo de Arquitetura
Habitacional em Madeira. O sistema foi utilizado, ainda, na construo do Iate
Clube de Braslia, projetado pelo arquiteto. Os prottipos do SR2 foram ex-
postos no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a convite da diretoria.
Em 1968, Srgio Rodrigues deixa a Oca e monta ateli no Rio de Janeiro, de-
senvolvendo arquitetura e design de mobilirio - hoje em parceria com filha
Vernica, tambm arquiteta e designer. A ltima de suas criaes a poltrona
Diz foi produzida em 2001 e premiada, cinco anos depois, com o primeiro
lugar na categoria mobilirio na 20 edio do prmio Design do Museu da
Casa Brasileira, em So Paulo. A pea foi escolhida por unanimidade pelo jri
que apontou como maior qualidade, sua estrutura de madeira bem resolvida
e trabalhada com maestria. Alm disso, uma pea extremamente confortvel
e bonita, qualquer que seja o ngulo de viso. A humildade do veterano desig-
ner em concorrer ao prmio tambm impressionou o jri. Talvez seja a prtica
da modstia do gnio que faz escola por suas obras e atitudes.
Brasil uma coisa que transpira... difcil de explicar.
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No sentido horrio, a poltrona Diz (2001), a
cadeira Oscar (1956) e a Mole (1957).
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Estratgias verdes
Na concepo do projeto de um edifcio residencial em
Blumenau, Srgio Bellicanta baseou-se na arquitetura
bioclimtica em benefcio da sustentabilidade e da
qualidade da construo
A implantao de duas torres, com dois
apartamentos por andar, permite melhor
aproveitamento da iluminao natural e
da ventilao cruzada, alm de garantir
maior privacidade aos moradores
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Ventilao cruzada em todos os apartamentos; aquecimento solar passivo e
uso de massa trmica; e mxima iluminao natural. Este foi o partido arqui-
tetnico definido para implementao da edificao, com base nas diretrizes
construtivas para a Zona Bioclimtica do Litoral de Santa Catarina. O arquiteto
Srgio Bellicanta adotou como estratgias a utilizao de aberturas mdias
para ventilao e sombreamento das aberturas; parede leve refletora e co-
bertura leve isolada como vedaes externas; ventilao cruzada no vero e
aquecimento solar da edificao e vedaes internas pesadas no inverno, para
condicionamento trmico passivo.
Partimos do estudo das caractersticas climticas de Blumenau, onde foi
identificado que se atinge conforto trmico em apenas 20% do ano em nossa
regio, explica Bellicanta, que fundou a Habitat Construo e Incorporao h
trs anos. Segundo ele, os 80% restantes so de desconforto gerados pelo frio
(40%) e pelo calor (40%). Durante este perodo, o conforto trmico atingido
apenas atravs do uso do condicionamento artificial pela falta de considerao
de estratgias de conforto trmico passivo adequadas, o que gera consumo de
energia desnecessrio, argumenta.
A partir deste estudo, definiu a implementao de duas torres de dois
apartamentos por andar, de forma a permitir a incidncia do sol da manh em
todos os dormitrios e a ventilao cruzada em todas as unidades habitacio-
nais. Alm disso, optamos pela utilizao de paredes internas com 17cm de
espessura para uma maior inrcia trmica. Isto proporciona um atraso trmico
de at 4,5 horas, reduzindo o pico de calor no vero e, no inverno, garante o
aquecimento solar passivo atravs da radiao solar direta sobre as paredes,
acrescenta. E as solues adotadas no comprometeram financeiramente o
empreendimento, resultando num preo de venda de R$ 1.250/m
2
.
Entre os benefcios adicionais do partido arquitetnico adotado esto a
vista privilegiada da natureza a partir de todos os apartamentos, maior pri-
vacidade aos moradores, melhor qualidade do ar, menor custo operacional,
maior valor de mercado. Sabe-se que os edifcios consomem entre 30% e
40% da energia global e so responsveis por quase 35% das emisses dos
gases do efeito estufa e contribuem com at 70% do consumo total de energia
eltrica, preocupa-se Bellicanta, cuja trajetria profissional e experincias in-
ternacionais contriburam para a definio da sua linha de atuao. Graduado
pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 2001, Bellicanta fez
estgio em dois grandes escritrios catarinenses: Marchetti + Bonetti e Man-
tovani e Rita. Recm-formado, trabalhou por cinco anos em Londres como ar-
quiteto e gerente de projetos na elaborao de propostas e execuo de obras
de edifcios residenciais, hospitais, teatros e casas noturnas. Em 2006, um
ano antes de criar a sua prpria empresa, foi diretor de operaes da empresa
Luxe Interior International, voltada ao mercado do luxo, responsvel pela im-
plementao de trabalhos de profissionais como o designer britnico Tom Dixon
e os arquitetos da Conran & Partners, com sede em Londres.
A disposio das torres tambm possibilita vista privilegiada do entorno a todas as unidades. Esquadrias de
grandes dimenses atendem a necessidade de conforto trmico. A integrao da cozinha com a sacada e o
peitoril em vidro facilitam a incidncia da luz natural.
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A equipe adotou estratgias especficas de sustentabilidade no projeto para todo o empreendimento.
Itens de sustentabilidade
reas comuns com p-direito duplo e fechamento em vidro, para potencializar o
aproveitamento da iluminao natural.
Reduo do consumo de energia:
Arquitetura Bioclimtica, priorizando o sol da manh nos
quartos e a ventilao cruzada, para maior conforto trmico;
Esquadrias grandes para maior luminosidade dos apartamen-
tos;
Sensores de presena nas reas comuns com clulas foto-
voltaicas;
Iluminao das reas comuns com lmpadas de baixo con-
sumo.
Reduo do consumo de gua:
Reaproveitamento de gua das chuvas para as reas co-
muns;
Sistema de descarga de 3 e 6 litros (dual flux) nos vasos
sanitrios das reas comuns;
Temporizador nas torneiras das reas comuns;
Hidrmetros individuais;
Reaproveitamento de gua das chuvas durante a obra.
reas verdes:
Telhado branco. Em linha com a campanha 1 degree less (um
grau a menos), contribuindo para a reduo da ilha de calor nas
cidades;
Pracinha;
20% de rea permevel e plantada de acordo com as melho-
res prticas recomendadas pelo LEED (Leadership in Energy and
Environmental Design);
Telhado verde;
Preservao e plantio de rvores que proporcionam sombra
s reas comuns.
Reciclagem:
Coleta seletiva de lixo;
Gesto de resduos da construo;
Adoo de estratgias para a reduo de entulho e de desper-
dcios durante a obra;
Lmpadas com garrafa PET para reas de almoxarifado, ran-
cho de obras, entre outras.
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PAPO SRIO
Por Fah Maioli
Capitalismo Natural:
trend passageiro ou novo modus-vivendi?
Fabiana Maioli designer e trend
reseacher, Mestre em Management
of Creative Process pela Libera Uni-
versit di Lingue e Comunicazione
(IULM) e Especialista em Trendset-
ting pelo Istituto Europeu di Design
(IED). Ela atua como pesquisadora
e analista de tendncias e cenrios
futuros para Tea Trends, na Itlia. Fah
Maioli, como conhecida, escreve
para a revista REA direto de Milo.
Ento, se voc se preocupa com o meio ambiente, pode querer
mostrar a maneira que gasta o seu dinheiro e, possivelmen-
te, compre em uma loja de alimentos orgnicos em vez de um
supermercado convencional. Provavelmente, voc confira as
etiquetas de eficincia energtica antes de comprar um novo
laptop. E, se voc for realmente srio, pode at estar concen-
trando suas economias em fundos de investimento verde,
como carbon free, por exemplo. Todas estas decises podem
ajudar a orientar-nos para uma economia verdadeiramente ver-
de mas, somente se os consumidores e os investidores tive-
rem uma boa ideia do que as empresas fazem para realmente
minimizar seu impacto sobre o meio ambiente.
A nossa pergunta : - Ser que as empresas que se beneficiam
de nossa compra com conscincia ambiental merecem a sua
aurola verde? Empresas que fazem propaganda enganosa
so muitas, mas, felizmente, h hoje mais bons do que maus
exemplos e um destes faz-se quase concreto nas palavras de
seu presidente: Produziremos s aquilo que belo, respeitoso
do planeta e do homem.
Centazzo, presidente de Valcucina, tem em sua misso conci-
liar tica, ecologia, esttica e produo de bens de consumo
essenciais. Nas suas prprias palavras, responsabilidade dos
industriais se somos chegados a este ponto. Do capitalismo
que deve sempre aumentar o capital, este feito de recursos
financeiros, humanos, energticos e onde, a um certo ponto,
comeou-se a usar o ambiente, natural reserva para o ser hu-
mano, que no pode ser exaurida. Em sua viso, o empobreci-
mento do ambiente foi confundido com o progresso. No pode
mais ser assim. Concretamente, ele trouxe para o seu estdio
em Pordenone um Prmio Nobel, Richard Dingo, que codividiu o
tema Emergncia Clima e a Economia Verde porque cr que
para realizarmos mudanas reais no modo de produzir e con-
sumir, serve primeiro uma revoluo no pensamento, que deve
se voltar para o Capitalismo Natural, conceito nato em um livro
homnimo de Paul Hawken, muito debatido aqui na Europa no
final dos anos 90.
O Capitalismo Natural tem o ambiente como estratgico e ob-
jetiva produzir mais com menos. Redesenha as lgicas indus-
triais sobre um modelo que exclui o desperdcio e a produo de
sobras, joga a economia verso um fluxo de valores e servios
e investe na proteo e expanso do capital natural. Na pr-
tica, sua empresa realiza pequenos grandes gestos, como,
por exemplo, realizar somente projetos reciclveis a 100%,
tornar todos os produtos leves no peso, como, por exemplo,
a realizao da porta mais leve do mundo apenas 2mm e
focar na durao a longo prazo de seus produtos. Segundo ele,
a obsolncia programada um pecado mortal para quem de-
seja deixar um mundo limpo para as prximas geraes. Outro
detalhe a reduo das emisses txicas, como, por exemplo,
usando vernizes a base dgua. Detalhes que deram a Valcuci-
na a primazia italiana na obteno do selo alemo GS.
Estas aes esto fazendo escola, sendo condivisas por um p-
blico sempre mais vasto e pela parte saudvel dos empreende-
dores. Os desafios dos concorrentes vo sendo transformados
em um estmulo para reformular a prpria filosofia empresarial,
pontuando sobre a excelncia e aprimoramento contnuo, como
sempre foi feito pelo melhor made in Italy . Outras empresas
podem usar esta tendncia ECO como maquiagem oportunista
para o lanamento de novos produtos portando um novo sen-
so de responsabilidade. Mas convm lembrar que a respon-
sabilidade filha da conscincia. E a conscincia ambiental
um processo cultural que requer tempo, e que no se pode
improvisar.
Bastam pequenos gestos, mas comeando ontem. E sendo a
Itlia a ditadora do estilo de design mais apreciado mundo
afora, auguramos que esse capitalismo natural se inicie ime-
diatamente na indstria de mobilirio mundial, antes que o seu
concorrente faa primeiro ou que o mundo acabe. Ocorrendo
uma destas duas alternativas, esteja certo de que voc no
sobreviver.
Embora muitos de ns concordem com as teorias do Prof. Fagan em The Great Warming, reconhe-
cendo que o aquecimento global, o descongelamento das geleiras, a reduo da camada de oznio
e a extino da perereca transparente da Tanznia so eventos causados muitas vezes pela pr-
pria evoluo do sistema Terra, sabemos que o consumo desenfreado e inconsciente de nossa
espcie nada sapiens parte importante deste terrvel processo. E sabemos tambm que precisa-
remos de muito tempo, empenho e paixo para enfrentarmos as mudanas que temos que realizar,
todas elas de fronte a nossos olhos, ao alcance real de nossas mos e bolsos, para podermos reaver
um planeta mais limpo, mais habitvel, digno de ser presenteado a nossos filhos, a nossos netos.
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quatro
mos
Edson e Ronaldo Lima, do Lima & Lima Arqui-
tetos Associados, reproduzem em seus projetos
a afinidade familiar que os une. Criando juntos
h mais de duas dcadas, os irmos tornaram-
se referncia em Jaragu do Sul.
Croqui a mo livre, foi feito para um concurso em Porto Alegre (RS).
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Do prazer comum de desenhar e pintar, Edson e Ronaldo foram trilhando sua
trajetria profissional desde a infncia. Um sonhava em ser ilustrador de gibis
e o outro at personagem de histrias em quadrinhos j tinha criado. Esco-
lheram Arquitetura como por instinto e uniram seus talentos. A cumplicidade
evidente.
Dizem que irmos dificilmente so scios de uma empresa. Temos a
felicidade de sermos scios. Primeiro vem a afinidade pessoal e, depois, a
possibilidade de projetar a quatro mos, avalia Edson. Para ele, o processo
de criao muito mais rico, com ideias mais maduras. E os resultados me-
lhoram, especialmente quando um detona o projeto do outro, complementa,
entre risos. Essa a melhor parte, apressa-se em acrescentar o irmo. Na-
turais de Florianpolis, Edson e Ronaldo formara-se na Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC). H 20 anos escolheram Jaragu do Sul para morar
e trabalhar juntos, num escritrio de Arquitetura.
Em 1997 fundaram a sua prpria empresa, a Lima & Lima Arquitetos
Associados e passaram a desenvolver projetos nas reas comercial, indus-
trial, corporativa e residencial. Recentemente, passaram a projetar produtos,
desenvolvendo uma linha de luminrias para uma indstria catarinense. Por
estarmos numa cidade ainda considerada pequena, precisamos criar uma es-
trutura que atenda a diferentes demandas, ao invs de ter uma nica rea
de atuao, argumenta Edson, levando em conta a populao de 130 mil
habitantes. Apesar do elevado poder aquisitivo de boa parte da sua popula-
o, Jaragu do Sul uma cidade de hbitos comuns. O que remete a uma
pequena cidade, no quesito consumo. Mas est crescendo. O mercado vai se
diversificando, inclusive o de fornecedores para o nosso ramo, afirma Edson,
que ainda precisa recorrer a outros municpios para encontrar os materiais e
produtos que especifica. Acredito que, em pouco tempo, essa realidade vai
mudar, frisa, esperanoso.
Jaragu do Sul detm um dos principais parques fabris do Estado e
bero de grandes indstrias como WEG, Marisol, Malwee, Duas Rodas, s para
citar algumas. A natureza exuberante e a qualidade de vida construda desde
a chegada dos colonizadores alemes, italianos, poloneses e hngaros, faz
com que a cidade tenha um dos ndices de Desenvolvimento Humano mais
altos do Pas (IDH-M 0,85). Emancipada de Joinville em 1934, sua urbanizao
inicial provocou alguns problemas de planejamento. Os dois rios que cortam
a cidade acabaram se tornando empecilhos ao crescimento, e no aliados,
exemplifica Edson. Os rios Jaragu e Itapocu correm nos fundos dos terrenos
das casas e das indstrias. No se pode contempl-los como mereceriam.
Algum com mais sensibilidade poderia ter pensado em avenidas beira-rio.
Seria fantstico, avalia. Ronaldo aponta a possibilidade de um melhor apro-
veitamento da ciclovia, na rea de abrangncia da ferrovia, numa cidade com
tanta carncia de reas pblicas de lazer. Para Edson, pouqussimas pessoas
preocupam-se, de verdade, com a ordenao do crescimento da cidade. Qua-
se tivemos, h bem pouco tempo, a aprovao de edifcios de 16 andares no
centro da cidade, o que aceleraria o caos, conta. Para ele, mais um motivo
para os arquitetos terem cuidado com o que projetam. Zelamos por uma ar-
quitetura responsvel, no comercial, cujo produto final agrade tanto a quem
nos contrata, quanto a quem v a obra. A responsabilidade na Arquitetura
transcende a tcnica - ela tem a ver com o legado que se deixa impresso na
paisagem urbana. um privilgio ajudar a desenhar a paisagem e a cidade,
considera Edson.
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O desenho um talento natural dos irmos e um
hobby cultivado desde a infncia. Na imagem ao
lado, croqui de um edifcio projetado pelo escritrio
e construdo h alguns anos em Jaragu do Sul.
Foto da Arena Jaragu, projeto
desenvolvido em 2005 pela
dupla em parceria com os
arquitetos Giorgio Bayer, Raphael
Cavalcanti da Silva, Renato
Escobar, Ruth Borgmann e
Valrio Tadeu dos Santos
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Nestes treze anos, os irmos acompanharam a evoluo do mercado e da
profisso, at dentro do prprio escritrio. Muita coisa mudou. A internet, os
hardwares, softwares e outras tecnologias so ferramentas que revolucionam
a cada dia a forma de desenvolver um projeto e de apresent-lo, de vend-lo,
ao cliente, destaca Ronaldo. Apesar da resistncia, as maquetes eletrnicas
tornaram-se uma realidade no Lima & Lima. Sempre gostamos de desenhar
a lpis, mo livre mesmo. So traos diferentes, mas a mesma paixo pela
arte, explica Edson. Essa preferncia faz da dupla um referencial para es-
tudantes de Arquitetura do Centro Universitrio de Jaragu do Sul (UNERJ).
Outro dia, um de meus funcionrios disse que muitos de seus colegas espera-
vam fazer estgio aqui, principalmente em funo desta nossa caracterstica.
Confesso que fiquei feliz e lisonjeado, completa.
Apesar da transformao evidente do mercado, os irmos avaliam que
muito ainda tm de mudar em relao aos sistemas construtivos no Pas. Ain-
da so empilhados muitos tijolos pra se obter uma parede e, infelizmente, o
desperdcio ainda assustador no saldo final de uma obra, lamenta Ronal-
do. E a dupla pretende participar dessa evoluo. O Lima & Lima Arquitetos
Associados acaba de se tornar o primeiro escritrio de Arquitetura de Santa
Catarina membro do Green Building Council Brasil, participando ativamente do
processo de consolidao da construo sustentvel.
Transformaes
Arquitetura industrial
Entre os mais recentes trabalhos do escritrio est o projeto da nova sede da Grfica e Editora Avenida, em Jaragu do Sul, inaugurada em maio do ano
passado. O novo prdio a menina dos olhos de seu diretor, Udo Wagner, de acordo com Edson Lima. Isso nos abriu espao para inovar nas formas do
prdio administrativo, que fica em frente ao galpo da fbrica, argumenta o arquiteto. E explica: as curvas de concreto lembram o papel passando
nas mquinas de impresso - numa clara aluso matria-prima do segmento da empresa, quebrando a rigidez dos tradicionais parques fabris. A
opo pelo uso do concreto armado atende inteno de obter resultados estticos na arquitetura. Moldado in loco, resgata a fora e a maleabilidade
desse material to importante na construo civil, abrindo mo dos j comuns revestimentos metlicos, alega. A indstria, com 5.052m2 de rea
construda, est implantada num terreno de 70.542,53m
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s margens da BR 290.
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Brasil tambm
faz design em
Milo
Antes dos Campanas
existiram Tenreiro,
Rodrigues, Zalsuzpin,
Graz e Scapinelli
Por Fah Maioli
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Foi emocionante verificar a acolhida do pblico presente em
Milo aos mestres e novos talentos brasileiros do mobili-
rio nesta edio do FuoriSalone. Duas grandes exposies,
localizadas em duas reas nobres de Milo, como a Piazza
dei Mercanti (Duomo) e o Spazio Miticoro (Porta Romana)
trataram de design 100% brasileiro.
A primeira, realizada no Spazio Miticoro, chamava-se
Brazilian Modern, curada por Monika Unger e Cinzia Fer-
rara, e dedicada a criatividade vivas, a expressividade e a
habilidade dos mestres modernistas brasileiros do perodo
entre 1950 e 1970, como Srgio Rodrigues, cone do design
de mobilirio brasileiro, inspirador e convidado especial do
evento. Inclua, tambm, obras do pioneiro Joaquim Tenreiro
e Scapinelli, entre muitos outros, at hoje desconhecidos.
Esta exposio foi um testemunho raro de um momen-
to histrico em que o Brasil produziu um extraordinrio,
e, s vezes, extravagante, legado de peas de mobilirio
como uma resposta abordagem rigorosa da Europa para
o design. Um tempo onde as habilidades de marcenaria, as
capacidades criativas e o esprito original dos arquitetos e
designers brasileiros enfrentavam, no Brasil, o imprevisvel
humor do ps-guerra. Novas vises polticas e artsticas es-
tiveram na base de um nico movimento criativo que produ-
ziu um estilo distinto: inspirado por suas razes europeias,
integrou preciosos materiais locais, como Jacarand, e uti-
lizou os recursos de artesos locais. A exposio destaca a
modernidade tropical, dirigindo-se a nova elite cultural e
intelectual de um pas dinmico e emergente. Um movimen-
to onde numerosas contribuies arquitetura e ao design
foram inspiradas pelo movimento moderno, que props
inovadores modelos arquitetnicos e de viver por mestres
como Oscar Niemeyer e Lcio Costa. Esta nova abordagem
do espao era necessria em um tipo totalmente novo de
mobilirio, em conformidade com a sociedade em rpida
mutao; um novo conceito de bem-estar e de modo de
vida contemporneo no Brasil.
Os curadores, Cinzia Ferrara, arquiteta e lighting de-
signer, e Monika Unger, arquiteta e especialista em mobilirio modernista,
possuem uma grande paixo pelo design de mobilirio brasileiro e o desejo
de partilhar com o vasto pblico do Fuori Salone esta pgina nica do nosso
design que apenas um grupo muito pequeno de especialistas e conhecedores
so hoje familiares. Com o objetivo, cita Monika, de mostrar a importncia
universal e a viso do modernismo brasileiro atravs do trabalho de pioneiros
como Tenreiro, Rodrigues e Scapinelli.
A segunda, realizada no Palazzo Affari ai Giureconsulti, ao lado da Duomo,
chamada Rio+Design mostrou 150 obras assinadas por mais de 30 designers
cariocas, de Srgio Rodrigues a Ricardo Graham Ferreira. Patrocinada pelo
Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econmico,
Energia, Indstria e Servios - Sedeis -, o Sebrae/RJ, a Promos e a Cmara
Italiana, ao lado de outros parceiros, e com a curadoria de Ricardo Leite e
Cludio Magalhes, o setor mobilirio foi representado na mostra por obras
como a sinuosa mesa Gaijin, de Bruno Novo; o banco componvel Deck criado
pela Habto Design; e o banco Trovador, de Ricardo Graham Ferreira, produzido
com madeira certificada e construdo com tcnicas artesanais aprendidas na
sua formao com ebanistas franceses e italianos.
Jacarand and Cane Chairs, c.a. 1960, designer Joaquim Tenreiro.
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Jacarand and Glass Cabinet, c.a 1960,
designer desconhecido.
Cadeira BS41, de Cadeira
BS41, de Bernardo Senna;
cadeira Tupi, de Leonardo
Lattavo e Pedro Moog; e
poltrona Theo, de Fernando
Jaeger.
Smarthydro, design de
Guto Indio da Costa
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Banco Trovador, de Ricardo Graham; e a poltrona
Kilin, de Sergio Rodrigues. Na Rio+Design,
projetos de duas geraes do design carioca.
Bicicleta Chico, projeto
da Fibra Design; Cadeira
Maneric, design de Claudia
Kaiat para Hok Design.
Penboo, da Tatil Design
Polltrona Theo, de Fernando Jaeger.
Tvola Gaijin, de Bruno Novo
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Materiais nobres
A Siemens oferece ao mer-
cado uma edio limitada
na nova linha DELTA Mondo
de interruptores e tomadas,
produzidos com materiais
nobres, como vidro tem-
perado, alumnio escovado
e madeira proveniente de
reas de reflorestamento.
A LX Crystal a primeira
no Brasil com aplicao de
um cristal de alto brilho,
produzido pela Crystallized
Swarovski Elements. As
cores das peas acompanham a tonalidade das placas.
Superfcie slida mineral
A Brascor Countertops, de Tubaro (SC), acaba de lanar trs peas
de mobilirio produzidas com superfcie slida mineral com design do
arquiteto Marcelo Rosenbaum. So cristaleira, mesa de centro e rack,
inspirados no estilo Manuelino, tido como uma variao portuguesa do
estilo gtico. O Magic Stone, composto por minerais (70%) e acrlico
(30%), foi utilizado na fabricao das peas. As medidas do rack (foto)
so 165X45X45.
Elementos
da natureza
A DuPont do Brasil lanou na Fei-
con 2010 a linha de superfcies
slidas Corian Private Collection,
com produtos inspirados em ele-
mentos da natureza. Disponvel no
mercado em seis cores, as peas
reproduzem os veios observados
no mrmore, no granito e na ro-
cha, como a verso Clam Shell.
FOTOS: DIVULGAO
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Vidros SunGuard
A Guardian est trazendo para o Brasil a srie de vidros SunGuard, composta por diversos pro-
dutos para fachadas e coberturas, em variadas cores e espessuras. A linha foi desenvolvida com
uma tecnologia exclusiva que proporciona reduo de at 70% do calor no ambiente, filtrando
90% dos raios ultravioletas sem deixar o local escuro. A SunGuard tambm traz os primeiros
vidros baixo emissivos de alta performance (low-es), que intensificam o conforto ambiental com
aparncia neutra, sem provocar o chamado efeito espelho. O lanamento da srie ocorreu em
maro, na Revestir 2010, realizada em So Paulo (SP).
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Linhas contemporneas
A Flexiv e a Cinex uniram-se para desenvolver linhas de produtos voltados ao mercado
corporativo. O primeiro fruto da parceria entre os estdios de design da indstria de m-
veis para escritrios e da fabricante de portas de alumnio e vidro a mesa de diretoria
ByoGraphos, lanada em abril na feira Office Solution, em So Paulo (SP). De linhas con-
temporneas, combina vidro e alumnio e permite aplicaes grficas customizadas. A
pea possui compartimento para tomadas e entradas USB discretamente inserido entre
a credenza (mvel de apoio) e a mesa.
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Termotecnologia
Em maio a diviso de Termotecnologia da Bosch traz para o Brasil uma
nova famlia de produtos: a linha de condicionadores de ar. Os cinco mo-
delos, que se destacam pela tecnologia, design e eficincia, foram lana-
dos na Feicon 2010, em abril, em So Paulo (SP). Trs deles so do tipo
split, como o Hi-Wal Eco-Logic Inverter, que permite reduo de at 40%
no consumo de energia.
Piso de alto desempenho
Um piso de alto desempenho com a funo de drenagem foi apresentado
pela PBI Plsticos e Borrachas, durante a 27 Feira Lar & Decorao,
em abril, em So Paulo (SP). O Plastfloor tem formato alveolar vazado e
permite a permeabilidade de 90% da gua que cai sobre ele. O produto
fabricado em placas com dimenses de 49x38x4,5 cm, composto por
mdulos alveolares que proporcionam maior estabilidade. Os alvolos
podem ser preenchidos com grama ou com granilha de cores variadas.
Essa tecnologia foi desenvolvida na Alemanha e usada h mais de 10
anos na Europa. Patenteada pela PBI Plsticos no Brasil, uma soluo
indicada para regies com grande ocorrncia de alagamentos.
Linguagens estticas
Cromoterapia
A Pretty Jet trouxe para a Casa Cor Santa Catarina os lanamentos da marca para
2010. No ambiente Varanda com Trapiche, das arquitetas Andrea Coelho e Diana
Macari, instalaram a verso Ouro da banheira Vulcan. Com 40 pontos de hidromas-
sagem, o produto apresenta um exclusivo sistema de acionamento inteligente, que
liga a banheira apenas com o nvel de gua adequado. Traz, ainda, cromoterapia e
cascata sincronizadas e dois travesseiros removveis.
Uma ideia inteligente
Uma ideia inteligente para as compras, mas com mil utilidades. O cesto Smarkt foi
desenvolvido pela empresa Chelles & Hayashi Design para a Pnaples e a verso
home do grande vencedor da categoria Utenslios no 23 Prmio Design do Museu
da Casa Brasileira. Com rodas mais macias para transitar em pisos irregulares,
como caladas, o Smarkt tambm traz um saco interno de material lavvel para
proteger melhor as compras. Considerando a capacidade de 30 litros, elimina a
necessidade do uso de sacolas plsticas. O produto est venda nas lojas Amoe-
do, no Rio de Janeiro e em Niteri. Em breve dever estar disponvel na TokStok.
Depois de dois de amadurecimento e muita pesquisa, a Formus imprimiu na
nova Casa Conceito, em Joinville, trs linguagens estticas que definem a marca
de Tubaro e abre uma possibilidade de reflexo: NEOstalgia (memria afetiva
relida), ELEMENTais (aproximao da natureza), ARQUIstrutura (expressividade
escultrica da moblia). Os 600m2 de loja foram setorizados a partir dessas
linguagens, para facilitar o entendimento do conceito pelo cliente. a arquit-
etura emocional como forma de
expresso. A edificao tem projeto
de reforma do escritrio Jobim Carl-
evaro, de Florianpolis, com consul-
toria da prpria diretora da marca, a
arquiteta Cludia Silvestri.
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Uma competio pela
sustentabilidade
Brasil estreia no Solar Decathlon com um projeto que pretende
inaugurar uma nova tica social no desenho da arquitetura residencial
Nos ltimos dois anos, 41 estudantes de Arquitetura, orientados por 19 professores e pesquisadores de
seis universidades brasileiras passaram horas debruados sobre pranchetas para desenvolver o projeto da
Casa Solar Flex para concorrer ao Solar Decathlon Europe 2010. Dentre as milhares de propostas enviadas por
equipes do mundo todo, o prottipo da Casa Solar Flex foi um dos 20 selecionados para participar da etapa
final, em junho em Madri (ES). Esta ser a estreia do Brasil na competio, criada h oito anos pelo Depar-
tamento de Energia dos Estados Unidos com o objetivo de sensibilizar estudantes, autoridades e a sociedade
sobre as vantagens e as possibilidades do uso de energias renovveis e das construes energeticamente
eficientes. O Solar Decathlon j foi realizado em 2002, 2005 e 2007, sempre em Washington, e chega agora,
pela primeira vez, ao continente europeu.
Na capital espanhola, as 20 equipes montaro suas casas na Vila Solar, para a visita do pblico e para
avaliao dos jurados. Como nas edies anteriores, elas ficaro lado a lado e os alunos que ajudam a montar
o projeto vo simular o dia-a-dia na residncia, cozinhando, lavando roupa, utilizando computadores e acio-
nando outros equipamentos que dependem da energia filtrada pelos painis de captao. As habitaes devem
ter entre 42 a 74m
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e sero avaliadas pela melhor relao entre energia captada e energia consumida.
A equipe Consrcio Brasil formada por estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
da Universidade de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade
de So Paulo (USP). E conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico
(CNPq) e com patrocnio de diversas empresas, como Eletrobrs, Petrobrs, Philips e Weiko. Para a uni-
versidade, este concurso positivo porque envolve pesquisadores de vrias reas e laboratrios, afirma
o professor Jos Ks, do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSC. As discusses geradas pelo projeto e
o fato de envolver alunos que sairo da instituio com outra viso de construo de residncias tambm
importante, complementa.
Independente do resultado da competio, a Casa Solar Flex, que j esteve em exposio na USP no ano
passado, dever percorrer o Brasil numa exposio itinerante ainda em 2010. O projeto ter um carter edu-
cativo, pela proposta ecolgica e porque prev o uso de menos cimento, concreto e tijolos do que as moradias
convencionais, avalia. A inteno da equipe brasileira que uma verso mais simples da casa seja depois
oferecida ao mercado, considerando a realidade local e o pblico-alvo dessas edificaes.
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Sem revelar muitos detalhes, a equipe conta que a Casa Solar Flex
une pesquisas em tecnologias sustentveis com a essncia das
tradicionais casas brasileiras. Um espao ntimo e protegido e ou-
tro intermedirio, semiprivado, onde cada morador define como a
casa se conecta com o espao pblico, podendo ser mais fechado
e introspectivo, mas tambm pode ser bem aberto e convidativo. A
tecnologia representa um papel significante na imagem da casa. Os
brises, automatizados por um sistema de controle de temperatura e
iluminao, dividem a fachada externa da casa com os painis foto-
voltaicos mveis. Estes se movem ao longo da varanda e fachadas,
seguindo o movimento do sol e, com isso, permitem uma maior visi-
bilidade desde a parte sombreada da fachada. Embora a maior parte
da energia produzida seja oriunda dos painis da cobertura, estes
painis mveis transmitem a ideia de como a energia solar produ-
zida. Os brises permitem controlar a iluminao e a incidncia de luz
no interior da casa, ou seja, nos dias quentes eles filtram a radiao
solar sem impedir a ventilao natural no interior da casa.
A Casa Solar Flex constituda por um ncleo tcnico mnimo,
onde ocorrem a maioria das atividades dos usurios. Um mdulo 3D
pr-fabricado contm as instalaes mecnicas, hidrulicas e el-
tricas, configurando, tambm, um espao mais privado e protegido.
Outros dois mdulos pr-fabricados, mais flexveis, so acoplados ao
primeiro para abrigar as principais atividades dirias. Enquanto os
trs mdulos constituem-se como o espao ntimo da casa, a varan-
da expande o espao interno da casa, regulando a relao com o es-
pao exterior. Para a equipe brasileira, a Casa Solar Flex, assim como
os demais prottipos que participam da competio, tem a responsa-
bilidade de aproximar as novas tecnologias aos ciclos naturais. Ns
desenvolvemos um sistema de automao residencial que ajuda os
visitantes a controlarem a casa e, mais do que isso, informa como
a casa se relaciona com o meio ambiente. Ele tambm informa aos
usurios sobre o impacto das suas decises no consumo de energia
da casa e, tambm, o impacto disso nos recursos naturais. Desta
maneira, este sistema foi desenhado para facilitar as decises dos
usurios e para promover a mudana de seus hbitos, descrevem os
estudantes. A pesquisa do grupo por uma nova tica no desenho da
arquitetura decorreu de uma questo: possvel integrar tecnologia
e beleza para gerar felicidade e igualdade para o ambiente da cons-
truo na sociedade global?. Com a Casa Solar Flex eles tentaro
encontrar algumas respostas.
O projeto brasileiro
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Baseada no prottipo alemo que participou da ltima edio do Solar Deca-
thlon, a Casa Ecoeficiente est percorrendo a Amrica Latina este ano para
apresentar as tecnologias desenvolvidas pela Alemanha no campo das ener-
gias renovveis e de eficincia energtica aplicveis no setor da construo
civil. A capital paulista foi a primeira cidade a receber a exposio, em abril
no Parque do Ibirapuera, organizada pelo governo alemo e viabilizada pela
Cmara Brasil-Alemanha de So Paulo. O evento contou, tambm, com se-
minrios e palestras sobre eficincia energtica. O tour seguir para mais 12
pases.
O mundo encontra-se diante do desafio de atender s reivindicaes eco-
nmicas e materiais da populao global, mas tambm de cuidar das questes
ambientais. A evoluo dos acontecimentos tem demonstrado que economia
e meio ambiente no atuam em campos opostos, mas so dependentes entre
si, afirma Julio Muoz Kampff, vice-presidente da Cmara Brasil-Alemanha e
coordenador da Comisso de Sustentabilidade. A Casa Ecoeficiente teve como
base para seu desenvolvimento o projeto desenvolvido a partir das contribui-
es da Universidade Tcnica de Darmstadt (TU Darmstad) ao concurso Solar
Decathlon. Para facilitar o seu transporte e a montagem, o projeto original
teve de sofrer algumas alteraes; porm, preservando os conceitos bsicos
apresentados na competio.
Alemanha apresenta sua expertise
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SANAA leva o Nobel da Arquitetura
Uma arquitetura que , ao mesmo tempo, delicada e poderosa, precisa e fluida,
engenhosa, mas sem exageros. Uma linguagem arquitetnica singular que resul-
ta de um processo colaborativo nico e inspirador. Assim definiu o jri do Prmio
Pritzker de Arquitetura ao anunciar os laureados da edio 2010: os arquitetos
Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa, do escritrio SANAA, sediado no Japo.
Alm do pas de origem, a dupla tem projetos na Alemanha, Espanha, In-
glaterra, Frana, Pases Baixos e Estados Unidos. Dentre os trabalhos citados
pelo jri, destaque para o novo Museu de Arte Contempornea de Nova Iorque
(2007), descrito como uma pilha de caixas escultural, dinamicamente desloca-
da fora do eixo em torno de um ncleo central de ao; para o prdio da Christian
Dior, em Tquio (2003) (foto 3); e para o da Escola de Gesto e Design Zollverein,
em Essen, na Alemanha (2006). Este ltimo, construdo num local histrico de
minerao de carvo, descrito como um cubo de grandes dimenses com um
arranjo incomum de aberturas e janelas de quatro diferentes tamanhos (fotos
1 e 2). Entre os projetos mais recentes do SANAA est o Centro Rolex de Apren-
dizado da Escola Politcnica em Lausanne, na Sua (2009). Os ambientes
biblioteca, restaurante, reas de exposies e escritrios no so separados
por paredes, mas setorizados por ondulaes de um piso contnuo, que sobe e
desce para acomodar os diferentes usos (foto 4).
Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa, que trabalham juntos h 15 anos, re-
ceberam 100 mil dlares e medalhes de bronze na cerimnia de entrega do
prmio, no dia 17 de maio, na Ilha Ellis, em Nova Iorque (EUA). Esta a terceira
vez na histria do prmio, criado em 1979, que dois arquitetos foram nomeados
no mesmo ano. A primeira vez foi em 1988, quando Oscar Niemeyer e o norte-
americano Gordon Bunshaft foram laureados. E a segunda em 2001, entregue
para Jacques Herzog e Pierre de Meuron, parceiros de uma empresa sua. Vale
lembrar que, alm de Niemeyer, outro brasileiro j conquistou o Pritzker: Paulo
Mendes da Rocha, em 2006.
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As rendas de bilro feitas por artess da

Lagoa da Conceio foram levadas para a
Europa pelas telas produzidas pela artis-
ta plstica catarinense Ktia Luz Crcio, a
Kak. A tradio florianopolitana foi mis-
turada a pinturas abstratas, agregando ao
trabalho um estilo contemporneo que vem
despertando o interesse de crticos de arte. O
material comps a mostra Brsil -Florian-
polis, Une Mer de lArt, realizada em maro
deste ano no Lenoveau Carrillon, na regio
de Montmartre, em Paris (FR) a primeira
exposio internacional de Ktia, aps 25
anos de profisso. E a experincia se es-
tender Blgica e a Portugal, tendo como
curadores Joo Jos Pereira, no Brasil, e Any
Collin, na Europa.
Entretanto, esta no a primeira vez
que os europeus puderam conhecer de perto
o seu trabalho. Suas telas j estiveram no
Palcio de Buckingham, na Inglaterra, nas
comemoraes do aniversrio da Rainha Eli-
zabeth II, em 2007; e, tambm, na mostra
coletiva dos Companheiros das Amricas,
ocorrida na Virgnia, nos Estados Unidos, em
2005. A exposio em Paris, com 22 qua-
dros, contou com o patrocnio do Governo do
Estado e com o apoio da Fundao Cultural
de Florianpolis Franklin Cascaes. Nascida
em Florianpolis, Ktia formou-se em Edu-
cao Artstica pela Universidade do Esta-
do de Santa Catarina (Udesc), em 1988, e
desenvolveu diversas tcnicas em variados
estilos. A versatilidade tem a influncia de
mestres que a iniciaram na profisso, como
Ana Lusa Kaminski, Smith e a argentina Sa-
rita Sapiro.
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Gente nova na REA
Um time de peso vem reforar a equipe da Revista REA.
Novos profissionais, empresas e instituies passaram a
integrar a rede de colaboradores da publicao este ano.
Estas parcerias tm um s objetivo: agregar ainda mais
qualidade ao produto.
A regional catarinense da Associao Brasileira de Escri-
trios de Arquitetura firmou parceria com a revista para
garantir a divulgao das atividades da instituio e de
seus associados. A entidade, que representa algumas das
mais atuantes empresas de arquitetura do Estado, tambm
participa do Conselho Editorial da publicao.
Mestre em Management of Creative Process pela Libera Universit di Lingue
e Comunicazione (IULM) e Especialista em Trendsetting pelo Istituto Euro-
peu di Design(IED), ambas em Milo, a designer ser articulista da REA,
enviando informaes atuais e sua anlise crtica do que acontece no bero
do design Milo -, onde mora. Fabiana atua como pesquisadora e analista
de tendncias e cenrios futuros para a Tea Trends, na Itlia. Nos ltimos
quinze anos trabalhou como designer no Brasil, Estados Unidos, Peru e Ar-
gentina, desenvolvendo novos materiais, produtos e parcerias comerciais
voltadas para a indstria da construo civil e movelaria. Seu foco atual a pesquisa, anlise e de-
senvolvimento de produtos e processos GREEN. Em seu blog publica dicas e informaes relacionadas
ao tema. Acesse www.designtrendsteam.blogspot.com.
H 13 anos no mercado, a Nuovo Design referncia em design grfico, design digital e design de
produtos. Desenvolve projetos personalizados, de acordo com prioridades de seus clientes. Atra-
vs da parceria de trabalho com a Revista REA, a Nuovo mostra uma de suas especialidades: o
design editorial. A empresa tambm especializada em identidade corporativa e desenvolvimento
de marcas, embalagem, sinalizao, web design, desenvolvimento de sistemas, ilustrao, foto-
grafia e modelagem 3D. Com uma equipe experiente e especializada, focada no desenvolvimento
de projetos criativos e inovadores, pesquisando tendncias e fazendo aperfeioamento contnuo
de seu conhecimento, a Nuovo Design est sempre se renovando. Para eles, a especializao
contnua o melhor meio desenvolver um trabalho de excelncia. A empresa dirigida pelos scios
Carina Scandolara, formada em Design pela UFSC e Mestranda em Gesto de Design pela mesma
Universidade; e Rodrigo Mendona, formado em Artes pela UDESC e Ps-Graduando em Gesto
de Design pela UFSC.
A jornalista assume como subeditora da REA. Editora e
apresentadora do Programa Misso Casa (TVCOM - RBSTV)
h cinco anos, Simone j colaborava com a Revista e teve
papel fundamental na criao do Anurio de Arquitetura de
Santa Catarina, em 2007, um produto da REA. Agora a sua
participao torna-se mais efetiva, atuando diretamente na
definio de pautas, pesquisa e entrevistas. Simone formou-
se em Jornalismo na Famecos/PUCRS em 1989 e logo depois se mudou para Florian-
polis. Na capital catarinense, especializou-se no segmento de arquitetura e decorao.
Trabalhou no jornal Dirio Catarinense, onde foi reprter e produtora do Caderno Casa
Nova durante 15 anos; e editou o informativo do IAB-SC por seis anos. Atualmente tam-
bm exerce atividade freelancer para outras publicaes do segmento e assina o mailing
list de diversos eventos.
Editor e crtico de arquitetura, o jornalis-
ta passa a colaborar efetivamente com a
REA, apresentando projetos de destaque
na Amrica Latina. Vicente tambm j
contribua com a publicao e agora as-
sume como articulista. Fundador do jornal
Arquiteto e das revistas Projeto, Design &
Interiores, Obra e Finestra/Brasil, Vicente
j editou e organizou mais de 100 livros
de arquitetura, urbanismo e tecnologia
da construo. Ele acumula diversos prmios de jornalismo, entre ele as
medalhas de prata e de ouro da Unio Internacional de Arquitetos, como edi-
tor de arquitetura. Hoje em dia, exerce as atividades de consultor editorial,
promotor cultural e curador de exposies de arquitetura e urbanismo, como
a II Destaques das Bienais. Vicente professor honorrio da Confedera-
cin Latinoamericana de Escuelas y Facultades de Arquitetura (CLEFA) e do
Centro de Artes y Comunicacin (CAYC), na Argentina e Scio Benemrito do
Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
A Revista REA dirigida e editada
pela jornalista, que idealizou a publi-
cao h quatro anos, criando a pri-
meira publicao do gnero em Santa
Catarina, em parceria com Eduardo
Faria e Cesar Salis, da Officio Comu-
nicao. Em 2007 lanou o Anurio de
Arquitetura de Santa Catarina, produzido e editado em parceria
com a jornalista Simone Bobsin outro produto indito no Esta-
do. Formada em 1997 pela Famecos/PUCRS e Especialista em
Gesto de Responsabilidade Social pela Estcio de S (2008),
Letcia j foi reprter do jornal Correio do Povo (RS) e editora de
revistas corporativas de entidades como Acomac Porto Alegre e
Fecomac. H dez anos participou da criao do AAI em Revista,
a publicao oficial da Associao de Arquitetos de Interiores do
Rio Grande do Sul, da qual editora at hoje. Para esta entidade,
alm da revista bimestral, edita anurios de arquitetura desde
2005. Em Santa Catarina fundou a Santa Comunicao & Editora,
em 2006, especializada em assessoria de comunicao e na pro-
duo e edio de veculos corporativos. , ainda, colaboradora
freelancer de revistas do setor, regionais e nacionais.
AsBEA-SC
Simone Bobsin
Vicente Wissenbach
Fabiana Maioli
Letcia Wilson
62 | REA
REA | 63
ESTELA GIANA CISLAGHI

ANA PAULA MENDES

NELSON
ALEXANDRINO FILHO

THIAGO ALEXANDRINO

ANNA MAYA


ANDERSON SCHUSSLER

SIMARA CALLEGARI

CRISTINA M
DA SILVEIRA PIAZZA

ANDR F. C. SCHMITT

DANIEL CERES
RUBIO

CINTIA DE QUEIROZ

DIA GIROTTO

PATRICIA
MOSCHEN

ANDR MICHELS

JULIANA COAN

FBIO SILVA


KELLY FERRARI

FRANCINE FARACO

LCIA HORTA DE
ALMEIDA

CSAR ROCHA

EMERSON DA SILVA

PATRCIA
DALESSANDRO

BENHUR ANTONIO BASSO

PEDRO A. RAMOS
TOMAS

ROSA BEATRIZ PEREIRA

ROBERTA GHIZONI

JULIANA
CASTRO

MARCOS JOBIM

LEANDRO ROTOLO SOARES

SILVANA
CARLEVARO

PAOLA CARLEVARO

JULIANA PIPPI

LILIAN
PATRCIA DUTRA

ANA LINS TALAVERA

GIOVANI BONETTI


TAS MARCHETTI BONETTI

MARIA APARECIDA CURY
FIGUEIREDO

MARIA LCIA MENDES GOBBI

PAULO CEZAR
GOBBI

MARGARIDA MILANI

ADRIANO KLEIN

IARA ROSA DE
LIMA

LUIZ FERNANDO BIANCHINI

PABLO TREJES

CRISTIANE
PASSING MARANGONI

PATRCIA VOLPATO

HENRIQUE PIMONT


MARIO PINHEIRO

DIRLENE SERRANO

RICARDO FONSECA

JULIANO DARS AMBONI

PEDRO LUIZ KESTERING MEDEIROS


ROBSON NASCIMENTO

RENEE GONALVES

ROGRIO
CARVALHO

MARLIA RUSCHEL

CRISTINA PRATA

DUDA
MACHADO

MARIANA PRATA

ROBERTO SIMON

TEREZINHA
CESCO

OSVALDO R. S. DE OLIVEIRA

DANIELA P. GARCIA
SARMENTO

CHRISTIAN KRAMBECK

DANIELA TOLOTTI

FERNANDA SAMPAIO

PEDRA BRANCA

RESIDENCIAL NUTICO
ESTELA GIANA CISLAGHI

ANA PAULA MENDES

NELSON
ALEXANDRINO FILHO

THIAGO ALEXANDRINO

ANNA MAYA


ANDERSON SCHUSSLER

SIMARA CALLEGARI

CRISTINA M
DA SILVEIRA PIAZZA

ANDR F. C. SCHMITT

DANIEL CERES
RUBIO

CINTIA DE QUEIROZ

DIA GIROTTO

PATRICIA
MOSCHEN

ANDR MICHELS

JULIANA COAN

FBIO SILVA


KELLY FERRARI

FRANCINE FARACO

LCIA HORTA DE
ALMEIDA

CSAR ROCHA

EMERSON DA SILVA

PATRCIA
DALESSANDRO

BENHUR ANTONIO BASSO

PEDRO A. RAMOS
TOMAS

ROSA BEATRIZ PEREIRA

ROBERTA GHIZONI

JULIANA
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Alguns dos principais nomes da Arquitetura catarinense j
apresentaram seu talento e competncia. Agora a sua vez.
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Lanamento: dezembro de 2010
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64 | REA
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