Livro Unico
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Livro Unico
projetos de
infraestrutura
Gestão de projetos de
infraestrutura
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Alberto S. Santana
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Cristiane Lisandra Danna
Danielly Nunes Andrade Noé
Emanuel Santana
Grasiele Aparecida Lourenço
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Paulo Heraldo Costa do Valle
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisão Técnica
Marcio Aparecido Artero
Ruy Flávio de Oliveira
Editoração
Adilson Braga Fontes
André Augusto de Andrade Ramos
Cristiane Lisandra Danna
Diogo Ribeiro Garcia
Emanuel Santana
Erick Silva Griep
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
ISBN 978-85-8482-831-9
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: [email protected]
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Convite ao estudo
Olá!
Assim como será feito em todas as divisões do nosso material didático, esta
primeira parte inclui delimitação do contexto de aprendizagem. Pedro e Fernando
decidem criar uma empresa de consultoria em projetos de infraestrutura em
Tecnologia da Informação, visando à prestação de serviços a empreendedores
locais. Depois de terem adquirido sólido conhecimento teórico e prático no
curso, os dois amigos percebem que é o momento de oferecerem serviço de
qualidade às empresas locais que tanto dependem da infraestrutura de TI.
Bom estudo!
Seção 1.1
Não é mais possível conceber nosso estilo de vida atual sem as redes de
computadores. É quase certo que hoje mesmo você já as tenha usado. E por mais de
uma vez. Para ter acesso a este material que ora você lê, foi necessário conectar-se a
uma rede por meio de dispositivo apto para esta função, seja um computador pessoal,
tablet ou mesmo um aparelho celular.
A utilização das redes abrange a maioria dos ramos da atividade humana e seu
crescimento é explosivo. Na primeira metade da década de 1990, apenas privilegiados
tinham acesso à uma rede. Na segunda metade da década de 2010, elas já são parte
essencial da vida produtiva das pessoas e estão espalhadas mundo afora.
Assimile
• LAN (Local Area Network ou rede de alcance local): rede de abrangência física
limitada e com possibilidade de proporcionar altas taxas de transferências de dados e
baixa ocorrência de erros de transmissão. Este tipo de rede poderá ser projetado, por
exemplo, em situações de compartilhamento de recursos e dados num determinado
escritório, dispensada a necessidade de acesso a dados privados disponíveis apenas
em servidores situados fora do prédio.
Meios de transmissão
Para que a comunicação entre os dispositivos (ou nós) da rede seja efetivada,
é fundamental que o meio de transmissão dos dados seja definido. No nível mais
elementar, qualquer comunicação envolve a codificação de dados em uma forma
de energia e o seu envio através de um meio de transmissão. Por exemplo, a
corrente elétrica pode ser utilizada para comunicar dados através de um fio ou
ondas de rádio podem ser usadas para carregar dados pelo ar (COMER, 2007).
Muito conveniente, não acha? Ocorre que uma transmissão deste tipo tem
energia suficiente para trafegar por pequenas distâncias e obstáculos físicos podem
bloquear o sinal. É necessário que você fique atento a esta característica quando
for desenvolver seu projeto.
Outra opção que você poderá considerar em seu projeto de rede é a utilização
de fibra de vidro, ou fibra óptica, como é mais conhecida. Em relação ao tradicional
fio de cobre, este meio apresenta vantagens interessantes: não causa interferência
em outros cabos, já que utiliza a luz para transmitir dados. Outro aspecto importante
é que o pulso que contém a parte da informação pode ser carregado por distâncias
maiores do que um cabo o faria.
Segundo Comer (2007), já que a luz pode codificar mais informação do que
sinais elétricos, a fibra óptica pode carregar mais dados do que um fio, o que
a torna candidata para projetos em que haja demanda por alta velocidade de
transmissão de dados.
Pesquise mais
Antes de você decidir pela melhor forma de transmissão dos dados da
rede em seu projeto, vale a pena relembrar os conceitos relacionados ao
assunto. O vídeo indicado contém informações simples e úteis sobre os
meios mais comuns de transmissão dos dados. Assista ao vídeo disponível
em: <https://youtu.be/ceiMI0oCGRo>. Acesso em: 2 ago. 2016.
Pois bem, isto é o que você precisa, por ora, para relembrar alguns conceitos
importantes de redes que lhe serão úteis na elaboração do seu projeto. Iniciamos
agora o estudo sobre os fundamentos de gestão de projetos, incluindo o ciclo de vida
de um projeto e sua estrutura analítica.
Quando você está diante de uma tarefa a ser executada, é preciso que coloque sua
experiência, seu bom senso e as melhores práticas a serviço de sua execução. Entre
outras ações, as tais melhores práticas incluem divisão do trabalho em partes menores
e mais facilmente administráveis. É isso que compreende o ciclo de vida de um
projeto. Trata-se da divisão do trabalho em fases logicamente ordenadas, estruturadas
e que geram entregas quando são concluídas. Ensina Vargas (2009) que as fases do
ciclo agregam uma série de similaridades que podem ser encontradas em todos os
projetos, independentemente de seu contexto, aplicabilidade ou área de atuação.
Reflita
Antes de nos aprofundarmos em suas fases, vale a pena a reflexão sobre o que, de
fato, é um projeto. Apesar dos muitos conceitos publicados, dois deles servem bem
ao propósito de nossas aulas.
Exemplificando
5) Servir o bolo
1) Levantamento de requisitos
4) Implementação do software
5) Testes
6) Entrega
Você consegue imaginar, desde já, quais seriam as fases de um projeto de redes?
A Figura 1.1 sumariza as fases de um projeto qualquer.
Figura 1.1 | Sequência mais comum das fases do ciclo de vida de um projeto
• Título do projeto;
• Partes interessadas;
Bastante coisa, não acha? No entanto, o mais importante disso tudo é que o termo
de abertura do projeto serve de base para a coleta de requisitos. De certa forma,
dos requisitos e dos objetivos derivam o planejamento do escopo do projeto e a
identificação dos envolvidos.
Assimile
• Coletar os requisitos
• Definir o escopo
• Verificar o escopo
• Controlar o escopo
Reflita
O primeiro nível da EAP, que chamaremos de nível 1, pode ser nomeado de Projeto
Bicicleta.
Projeto
Bicicleta
Do jeito que está, nosso EAP não é capaz de transmitir a totalidade de subprodutos
(ou deliverables) que juntos formarão o produto final, da mesma forma que não é
possível assumir que a simples representação dos sistemas os torne gerenciáveis e
aptos a receberem previsão de responsabilidades associadas, custos e prazos. Por isso,
serão necessárias novas decomposições. A Figura 1.3 mostra a EAP em três níveis.
Projeto
Bicicleta
Temos a EAP pronta? Certamente não. Ainda é possível decompor o freio, por
exemplo, em freio traseiro e freio dianteiro. O sistema de tubos é composto pelo tubo
superior (já representado na estrutura), tubo inferior e tubo do selim. O sistema de
propulsão conta, além dos pedais, com a corrente, o pedivela e outras peças.
Posto isso, é hora de trazermos estes conceitos para nossa realidade. Quais seriam
os requisitos de um projeto de redes? Como criar um EAP adequado? Nas próximas
seções, teremos melhores condições de respondermos a essas questões. Passemos
agora à abordagem da situação proposta no início desta aula.
Atenção
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
planejamento deste trabalho. Como você dividiria e nomearia as fases deste projeto?
Quais os requisitos necessários para a construção do computador? É possível criar
uma Estrutura Analítica do Projeto?
Resolução da situação-problema
Seção 1.2
Requisito é uma condição necessária para que algo aconteça ou exista. Por
exemplo, para que uma aula possa ser realizada como a conhecemos, é necessário
que haja um professor, acomodações adequadas e alunos. Este conjunto de
condições são os requisitos da aula. Se tomarmos como exemplo específico um
projeto de redes, serão requisitos deste projeto a definição do rack e sua localização
no prédio, as funcionalidades da rede e os parâmetros de desempenho.
Assimile
Reflita
Qualquer que seja o projeto, não é comum que o cliente saiba com
precisão, desde o início, tudo o que deseja do produto final. Nem por
isso os condutores do trabalho devem considerá-lo incapaz de expressar
o que deseja. Conforme o projeto avança e apresenta seus primeiros
resultados, os objetivos e necessidades do cliente tendem a se modificar
e a equipe deve estar preparada para atender tais mudanças.
Quem é, de fato, o cliente? Ele é sempre representado por uma única pessoa?
Embora não apresente tradução para a Língua Portuguesa, a expressão stakeholders
identifica a totalidade das pessoas ou organizações que estejam no projeto, que
têm interesse em seu resultado e que por ele sejam afetados de alguma forma.
O cliente é parte importante deste grupo e pode ser entendido como pessoa ou
organização que pediu o produto ou serviço que será gerado pelo projeto. Por
vezes, a figura do cliente se confunde com o usuário, que oficialmente é aquela
pessoa, grupo de pessoas ou organização que irá utilizar-se do produto ou serviço
gerado.
Equipe do projeto
Reuniões
Reunião é uma técnica que prevê a participação coletiva dos envolvidos para
discutir questões do domínio do problema e permite uma interação mais natural
<NOME DO PROJETO>
Ata de reunião
Objetivos: <o que se espera obter com essa reunião>
Elaborado por: <nome e função>
Versão: Data:
V. Próxima reunião
Exemplificando
Pesquise mais
A natureza do projeto não interfere decisivamente na utilização das técnicas
de levantamento de requisitos. Em outras palavras, o levantamento de
requisitos para a criação de um software ou para a criação de uma rede
não apresenta grande variação. Bedani (2015), em seu artigo Engenharia
de Software 2 - Técnicas para levantamento de Requisitos, descreve
técnicas utilizadas para coletar requisitos de um projeto em sua fase de
planejamento. Disponível em: <http://www.devmedia.com.br/engenharia-
de-software-2-tecnicas-para-levantamento-de-requisitos/9151>. Acesso
em: 14 ago. 2016.
Pois bem, este é o conteúdo teórico preparado para esta aula. Continue focado
e prepare-se adequadamente para os exercícios de avaliação disponíveis no final
da seção. Bom trabalho!
Atenção
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Resolução da situação-problema
Seção 1.3
Um gerente de projeto, desde o início do seu trabalho, tem muitos pontos a acertar
com quem lhe encomendou o produto ou o serviço. Durante a fase de planejamento,
no processo que chamamos de levantamento de requisitos, ele deve buscar as
condições necessárias para que o resultado do projeto atenda às expectativas do
cliente e de todos os entes que, de alguma forma, têm interesse nele.
1. Desempenho
Assimile
Reflita
Dos dados da tabela você pode depreender que um tempo pequeno de resposta
pode provocar melhora na produtividade dos usuários. Quando a máquina e seu
operador não precisam esperar um pelo outro, a qualidade do trabalho aumenta.
2. Funcionalidade
Ao planejar uma rede, você deverá ter em mente qual o provável conjunto de
funcionalidades que a rede deverá prover aos seus usuários. Em outras palavras, você
deverá saber para que ela será usada. Normalmente, seu cliente espera que a rede seja
capaz de compartilhar arquivos, que possibilite acesso à internet e torne possível o uso
conjunto da impressora, por exemplo. No entanto, algumas outras funções podem ser
requeridas da rede. Algumas delas incluem:
VoIP: o maior argumento em favor do uso do VoIP (Voice over Internet Protocol
ou voz sobre IP) é a economia que o recurso proporciona em relação ao uso da
telefonia convencional. Em termos técnicos, o funcionamento da VoIP inclui fazer
amostra contínua de áudio, converte cada amostra para a forma digital, enviar a
cadeia digitalizada pela infraestrutura de rede já instalada e converter de volta a cadeia
digitalizada para a forma auditiva análoga (COMER, 2007). Em outros termos, a voz
emitida por meio de um aparelho de telefone é transformada em dados binários e
enviada pela internet.
Vimos, então, que a rede pode ser usada para transmitir voz, permitindo assim
ligações telefônicas. A infraestrutura, no entanto, pode prover outras funcionalidades
interessantes. Que tal podermos transferir arquivos de uma máquina para outra?
Adiante.
O FTP pode ser construído para uso a partir de um navegador web, por exemplo.
Neste caso, o navegador deve cuidar do envio do arquivo e retornar ao usuário sobre
o sucesso ou não da operação. Alternativamente, o usuário poderá interagir com o
serviço por meio de uma interface onde poderá escrever comandos, que se destinam
a abrir uma sessão, transferir arquivos, listar arquivos, escolher pastas e fechar sessão,
entre outros.
3. Capacidade
Pesquise mais
A utilização de dispositivos particulares em redes corporativas tem se
disseminado. O BYOD, no entanto, tem algumas implicações importantes
em questões de segurança e governança de dados. Para saber mais a
respeito, leia o artigo indicado.
Pesquise mais
Mais do que apenas uma expectativa futurista, a internet das coisas logo
tornará uma tecnologia que se incorporará às nossas vidas. Assista “A
internet das coisas, explicada pelo NIC.br”. Disponível em: <https://youtu.
be/jlkvzcG1UMk>. Acesso em: 30 ago. 2016.
4. Disponibilidade
Exemplificando
5. Segurança
Por fim, o preço da rede é um requisito que deve variar em função da maioria
dos outros requisitos. Por exemplo, maior desempenho da rede normalmente
requer mais aplicação de recursos financeiros. O mesmo pode-se afirmar sobre
disponibilidade e capacidade da rede.
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Cuide para que a descrição desses atributos seja feita em linguagem apropriada
para o entendimento de leigos.
Referências
Convite ao estudo
Seja bem-vindo à segunda unidade do nosso curso!
Seção 2.1
Pois é, não dá mais para vivermos sem as facilidades que os meios de comunicação
atuais nos proporcionam. Seja para mera diversão, seja para o desenvolvimento de
atividade profissional, o uso das redes já se incorporou ao nosso estilo de vida e, se
ficarmos sem elas – um dia que seja, seria bem complicado. Imagine a vida sem os
e-mails e sem nossos recursos de comunicação instantânea?
A ajuda para superar este desafio virá do conteúdo teórico que será desenvolvido
na sequência. Ele inclui conceituação de topologia da rede, da sua estrutura física,
do cabeamento e meios de medição de seu desempenho.
Sigamos adiante!
Como você pode imaginar, caro aluno, a elaboração do projeto lógico de uma rede
inclui muitos elementos. Não havendo rede instalada no local, o projeto será iniciado
sem qualquer elemento anterior. É possível, no entanto, que este projeto tenha origem
em uma rede já existente. De qualquer maneira, a topologia da rede, seus equipamentos,
cabeamento e fatores de desempenho deverão ser planejados (no caso de rede nova) ou
caracterizados (no caso de existência de rede anterior).
Curioso para saber de onde vem essa designação para o padrão? De acordo com
Tanenbaum (2003), o nome Ethernet deriva da menção ao éter luminoso, meio pelo qual
os cientistas antigos entendiam que a radiação eletromagnética se propagava. Sabemos
hoje, no entanto, que a radiação eletromagnética é capaz de se propagar no vácuo.
Alguns outros fatos importantes podem ser associados ao padrão Ethernet (COMER,
2015):
• É constituída por comutador Ethernet (um switch, mais comumente) ao qual múltiplos
computadores são ligados;
• Trata-se da tecnologia de LAN (Local Area Network – ou Rede de Alcance Local) mais
popular, pois aparece em praticamente todas as redes corporativas e pessoais;
Pronto. Agora sim podemos analisar os itens que deverão ser caracterizados ou
planejados do início para fins de elaboração do nosso projeto de rede.
Topologia
2009). Em nosso contexto, topologia remete ao layout da rede, à sua aparência física,
à sua geometria, enfim. Ensina Comer (2007), que cada rede é classificada em uma
categoria de acordo com sua topologia ou forma geral.
Assimile
As três topologias mais usadas em redes locais (ou LAN) são Estrela, Anel e
Barramento (COMER, 2007). Observemos cada uma delas:
SWITCH
Pesquise mais
Os equipamentos de conexão de computadores em rede têm evoluído na
forma e na função. A confiabilidade vem aumentando e o preço, caindo.
É possível optar hoje por equipamentos que há alguns anos tinham custo
muito elevado.
Você já deve ter imaginado que a forma simétrica da rede funciona bem nas
representações, mas não necessariamente se repete na prática. Numa avaliação da rede
existente, será comum que você encontre o hub em uma sala distante dos computadores
e não necessariamente no centro deles.
Reflita
Você pode estar pensando: “Qual topologia devo adotar, afinal?”. Comer esclarece:
Cabeamento
Quatro tipos de cabeamento podem ser usados numa rede Ethernet, mas o que se
verifica em projetos modernos são o par trançado e a fibra ótica. Observe a Tabela 2.1:
Tabela 2.1 | Os tipos mais comuns de cabeamento Ethernet. A Ethernet gigabit admite
cabeamento de cobre e de fibra
Segmento máximo
Nome Cabo Vantagens
(m)
Melhor entre
10base-F Fibra óptica 2.000
edifícios
Se uma Ethernet Gigabit transfere dados a 1 gigabit por segundo (ou 1000 megabits
por segundo), então o nome 1000Base-T é usado para versões que usam fios de cobre
trançados. Caso opte por migrar de uma rede com velocidade inferior para a rede Gigabit,
o cabeamento já existente poderá ser aproveitado.
O seu projeto deverá prever que os cabos sejam plugados no switch, passem acima do
teto ou debaixo de um piso falso e cheguem aos computadores. Será importante também
que você escolha o switch compatível em capacidade de conexão e em velocidade com
as demandas de seu projeto.
Pesquise mais
O trabalho de caracterização da rede existente e da medição do seu
desempenho pode ser enormemente facilitado com o uso da ferramenta
adequada. Acesse o link disponível em: <http://www.solarwinds.com/
pt/>. Acesso em: 19 nov. 2016, e descubra como. Quando a rede possui
um grande número de dispositivos, a utilização da ferramenta permitirá
a identificação de cada conexão. A tarefa de se manter de um mapa
atualizado da rede, quando ela passa por constantes mudanças, é bastante
facilitada com a ferramenta adequada.
Caso o projeto preveja a passagem de cabos por fora do prédio ou se, de fato, estes
cabos já existem, algumas informações devem ser levantadas. Você deve verificar, por
exemplo, se os cabos estão sujeitos a deslocamentos provocados pela passagem de
carros, se estão colocados em áreas de inundação e se alguma ação humana ou natural
poderá quebrar o cabo.
Exemplificando
Não há dúvida de que todos esses levantamentos serão muito úteis para a
caracterização da rede atual. No entanto, será fundamental a correta medição do
desempenho que se vem obtendo com a infraestrutura em funcionamento. O
levantamento do desempenho da rede atual dará a você uma linha de comparação
para o desempenho da nova rede. De posse das medidas de desempenho da rede
atual, você poderá demonstrar ao seu cliente o quão melhor a nova rede será após seu
projeto ser implementado. Aí está uma boa maneira de justificar os investimentos de seu
cliente, não acha?
Pronto para responder às questões e para encarar novos desafios? Vamos adiante.
Avançando na prática
Diagnóstico da rede?
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Contratado para realizar o diagnóstico, você deverá seguir os seguintes passos para
entregá-lo:
Seção 2.2
Diálogo aberto
Parece, no entanto, que não foi um cenário tão favorável assim que encontraram
Pedro e Fernando quando, a pedido do Sr. Weber, fizeram o levantamento da rede atual
de uma das filiais da CW Operações Portuárias. Faltavam equipamentos em pontos
onde eles deveriam estar, não havia adequação do equipamento à real necessidade da
rede e seu layout mais fazia lembrar um emaranhado de cabos.
Como o Sr. Weber não costuma investir um centavo sequer sem estar convencido
do retorno certo, Pedro e Fernando deverão explicar a ele como farão a reorganização
da rede e por quais motivos. Mais uma vez, você assumirá o lugar da dupla e apresentará
sugestão para o novo layout da rede (lembre-se que ele deverá seguir o modelo
hierárquico), com explicações bem objetivas sobre as camadas dos modelos. Este
trabalho deverá ser apresentado em forma de relatório descritivo contendo o conceito
do modelo, seu funcionamento e um desenho que o exemplifique.
Para que mais uma vez você tenha condições plenas de superar o desafio, esta
seção apresentará conteúdo relacionado ao planejamento da topologia da rede, ao
desenvolvimento de esquemas de endereçamento e naming, seleção de protocolos de
bridging, switching e roteamento e aspectos de segurança e gerenciamento da rede.
Temos estudado, desde o nosso primeiro encontro, elementos que servirão para
criar uma rede que se adeque aos requisitos técnicos demandados pelo cliente.
Gradativamente, nosso projeto tem tomado forma e seguido na direção a uma entrega
consistente e em consonância com os propósitos atuais e futuros do cliente.
Na seção anterior, definimos que o arranjo de uma rede deve ser desdobrado em
físico e lógico. A topologia física remete ao layout da rede e a topologia lógica remete
ao fluxo dos dados por meio da rede. Neste tópico, nosso interesse se voltará para a
topologia lógica da rede, mais precisamente para o modelo hierárquico.
Modelo hierárquico
A implantação deste modelo tende a ser rápida, menos custosa e poderá ser feita
em módulos. Essas características permitem melhor gerenciamento e aumentam sua
capacidade de ser expandida. O modelo hierárquico prevê a divisão da rede em camadas
de acesso, de distribuição e de núcleo (OPPENHEIMER, 2004).
Pesquise mais
Um switch Ethernet forma uma única rede local, ligando computadores.
Uma forma mais avançada de se promover estas ligações é conhecida
como Virtual Local Area Network (VLAN). A leitura das fontes indicadas
dará a você melhor entendimento desta tecnologia.
Por fim, a camada de núcleo agrega o backbone de alta velocidade das redes
interconectadas. Para efeito de adequação ao nosso projeto de rede, imaginaremos
um modelo de núcleo recolhido, no qual as camadas de distribuição e de núcleo são
integradas em uma só.
Regional 4 Regional 2
Regional 3
Camada de núcleo
Backbone regional 1
Camada de distribuição
Roteador Roteador
Servidor
Servidor
Camada de acesso
Switch Switch
Escritório A Escritório B
Fonte: adaptada de Oppenheimer (2004).
Os benefícios da adoção deste esquema são tão significativos que vale a pena tratarmos
mais um pouco deles.
Redundância: quanto mais a rede cresce, mais importante sua disponibilidade se torna.
Conforme tratamos em seção anterior, uma das providências que tendem a aumentar a
disponibilidade é a aplicação de implementações redundantes. Por exemplo, os switches
da camada de acesso podem ser conectados aos da camada de distribuição, o que
certamente aumentará a chance de permanência da rede em operação. Caso haja falha
nos switches da camada de distribuição, o switch da camada de acesso pode comutar
para o outro switch da camada de distribuição (OPPENHEIMER, 2004).
Reflita
Por qual camada devo iniciar meu projeto de rede no modelo hierárquico?
Com os requisitos de desempenho e disponibilidade da rede definidos,
as melhores práticas sugerem que a camada de acesso deve receber
atenção de início.
Outra decisão importante a ser tomada em seu projeto relaciona-se com os esquemas
de endereçamento na rede. Vale a pena um olhar mais detalhado sobre eles.
Endereçamento na rede
Como você bem sabe, uma encomenda só chegará à sua casa se junto a ela estiver
descrito seu endereço. Para que seu endereço seja único, ele é composto por unidades
de identificação, tais como nome da rua, número da casa e bairro.
Cada estação na rede local é identificada com um valor numérico único, chamado
endereço físico, endereço de hardware ou endereço de acesso aos meios (ou MAC -
Media Access Address). Quando um remetente transmite uma mensagem no meio,
ele inclui nela o endereço do receptor. Cada quadro transmitido em uma LAN inclui o
endereço do receptor pretendido e outro especifica o remetente (COMER, 2007).
Assimile
Um endereço IP típico é dividido em duas partes: uma que identifica a rede à qual o
dispositivo está conectado e outra que identifica o dispositivo (ou host) nos limites da rede.
Formalmente, foram criadas 5 classes de endereçamento. A Tabela 2.2 mostra o perfil de
numeração das classes A, B e C apenas.
Tabela 2.2 | Composição de um endereço IP, com distinção de classes
A divisão de uma rede em uma sub rede (ou subnet) pode resultar em um tráfego de
rede mais bem equacionado, aumento do desempenho e um gerenciamento simplificado.
Assim, a gestão dos endereços pode ser feita, por exemplo, no âmbito de cada sub rede,
não mais na rede toda.
O mecanismo pelo qual um único número de rede pode ser compartilhado entre
várias redes envolve a configuração de todos os nós em cada sub rede, por meio do que
se chama máscara de sub rede. Esse mecanismo nos permite introduzir um outro nível
de hierarquia ao endereço IP. Observe o exemplo que segue:
Exemplificando
Já definimos nesta seção que utilizamos a máscara da sub rede para determinar a parte
do endereço que se refere ao número da rede e qual se refere ao dispositivo conectado
a ela. Para estabelecer a rota de uma mensagem, o protocolo TCP/IP usa a máscara da
sub rede para determinar se o computador de destino e o de origem pertencem à mesma
rede.
Os switches tornaram-se populares como forma de particionar uma rede local por
serem menos caros do que as pontes (bridges) e oferecerem menos latência que elas. O
protocolo mais utilizado é o Transparent Bridging. Os switches e bridges Ethernet usam
uma tecnologia clássica chamada transparent bridging. Por esse meio, é possível conectar
um ou mais segmentos de redes locais a fim que de que os sistemas, em diferentes
segmentos, possam se comunicar uns com os outros de forma transparente. Um sistema
envia um quadro para um destino sem conhecer se o destino é local ou se pertence a
outro segmento. Este protocolo é assim chamado porque sua presença é desconhecida
ou transparente no sistema.
Oppenheimer (2004) estabelece alguns passos para que seja definido e executado o
planejamento de segurança da rede.
2. Análise dos riscos de segurança: os riscos envolvem desde intrusos hostis até
usuários não treinados que baixam aplicativos da internet que contenham código
malicioso, por exemplo.
1) Você deverá ter em mãos a planta do prédio. Com ela, será possível
apontar a nova localização dos equipamentos da rede, de modo a promover
melhor o aproveitamento da sua capacidade, sempre com base no fluxo de
dados que suportarão.
2) Para que o fluxo de dados seja otimizado, a rede atual deverá ser dividida
em outras redes, por meio de adequação no sistema de endereçamento.
3) Uma vez definidos os equipamentos e a disposição física da camada de
acesso, o projeto deverá voltar-se para a camada de distribuição. Neste
ponto, os roteadores serão previstos para que o acesso à rede das outras filiais
seja possível. Uma relação custo-benefício justa deve ser estabelecida aqui,
de modo que o investimento em equipamentos não seja excessivamente
elevado.
Conforme especificado no Diálogo Aberto, este trabalho deverá ser apresentado
em forma de relatório descritivo.
Avançando na prática
Expandindo o negócio
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Para resolvermos esta situação, devemos nos lembrar das três camadas que
compõem o modelo hierárquico:
Seção 2.3
Diálogo aberto
Está pronto? Então que seja iniciado mais um passo rumo à sua formação
acadêmica!
Como você deve se lembrar, na seção anterior, tratamos de algumas questões básicas
relacionadas a endereços de rede. Ao resumirmos aquele conteúdo em três itens, teríamos
a composição de um endereço, a definição das classes de endereços e a inserção das
subnets nesse contexto.
Nesta seção você vai entender a importância de se usar um modelo estruturado para
compor o esquema de endereçamento e a atribuição de nomes nas camadas da rede.
Sem uma estrutura definida, será fácil que você fique sem endereços para usar, que acabe
configurando dois endereços iguais ou que defina endereços e nomes difíceis de serem
gerenciados. Então, ao trabalho! Boa leitura.
Lembre-se sempre: você está desenvolvendo um projeto de rede para seu cliente
e, como todos os outros, ele tem expectativas e necessidades a serem satisfeitas pelo
produto, tais como: escalabilidade, desempenho e gerenciabilidade, para citar algumas. E,
claro, a estrutura organizacional da empresa requer que você considere especificidades de
departamentos, filiais, unidades de negócios e assim por diante.
Assimile
Com estes dados e com a topologia planejada em mãos, você já poderá cumprir a
primeira boa prática de atribuição de endereços: a adequação às necessidades do cliente
e do negócio. É certo, contudo, que outras questões mais técnicas e restrições também
deverão ser levadas em conta.
A lista que segue foi criada por Oppenheimer (2004) e fornece critérios simples para
endereçamento que deverão ajudar na escalabilidade e gerenciabilidade em seu projeto
de rede. A autora sugere que se projete um modelo estruturado de endereçamento antes
de atribuir quaisquer endereços. Um modelo estruturado significa que os endereços serão
significativos, hierárquicos e planejados. Por exemplo, endereços IP (Internet Protocol) que
incluem um prefixo e a parte do host são estruturados. Da mesma forma, ao atribuir um
número IP para a rede de uma empresa e dividir este número em uma ou mais sub redes,
você obterá uma estrutura hierárquica no endereçamento IP.
Oppenheimer (2004) ainda sugere que se deixe espaço para crescimento no modelo
de endereçamento. Se você não planejar o crescimento, você deverá ter que renumerar
vários dispositivos da rede, o que certamente lhe dará muito trabalho.
Imagine um departamento na empresa que só cuida da rede. Caso exista, é ele que
deverá desenvolver um modelo global de endereçamento. Como projetista da rede, você
deverá ajudar este departamento a desenvolver o modelo, que deverá apontar números
para a rede central e blocos de sub redes para a camada de distribuição e de acesso.
Dependendo da estrutura organizacional da empresa, os gestores da rede de cada filial
podem dividir ainda mais as sub redes.
Pesquise mais
Endereços IP podem ser públicos ou privados. Endereços públicos são
únicos e registrados em uma entidade que tem autoridade para mantê-lo.
Por sua vez, os endereços privados nunca são referenciados na internet.
A Internet Assigned Numbers Authority ou Autoridade para Atribuição
de Números da Internet (IANA) é responsável pela coordenação global
de endereços IP públicos. O órgão aloca endereços IP para as Regional
Internet Registries ou Registros Regionais da Internet (RIR). Quer saber
mais?
Por fim, caso os administradores da rede nas filiais sejam inexperientes, você deverá
pensar em não delegar autoridade para que eles configurem endereços. Pequenas e
médias empresas mantêm controle estrito no processo de atribuição de endereços em
um nível bem centralizado. Desta forma, procuram evitar situações que possam causar
frustrações e falhas na rede.
Endereçamento dinâmico
Peterson e Davie (2004) nos ensinam que os endereços Ethernet são configurados no
próprio adaptador de rede pelo seu fabricante, por meio de processo que visa assegurar
a exclusividade global de cada endereço. Conseguimos assim a garantia de que qualquer
conjunto de computadores conectados a uma única Ethernet terá endereços exclusivos.
Os endereços IP, por sua vez, devem ser exclusivos em determinada rede e também
refletir a sua estrutura. Já foi abordado em seção anterior que o endereço IP identifica a
rede em uma das suas partes e o host em outra. A parte da rede deve ser a mesma em
todos os hosts na mesma rede.
Reflita
O DHCP precisa de um servidor (chamado Servidor DHCP, como era de se esperar) que
é responsável por oferecer informações de configurações aos hosts. Em sua forma mais
simples, este servidor funciona como um repositório de informações sobre a configuração
dos hosts, que são recuperadas automaticamente em cada host quando ele for iniciado.
Neste modelo, as informações de configuração para cada host são armazenadas em uma
tabela indexada pelo endereço único de seu adaptador de rede, por exemplo.
Oppenheimer (2004) nos ensina que muitas redes usam uma combinação de
endereçamento estático e dinâmico. Os endereços estáticos são costumeiramente
usados para servidores, roteadores e para sistemas de gerenciamento de redes. É uma boa
ideia também atribuir endereço estático aos switches, por questões de gerenciamento. Os
endereços dinâmicos são usados normalmente nas estações de trabalho.
• Menos recursos de rede, tais como CPU, memória, buffers e largura de banda serão
necessários.
Exemplificando
Assimile
• Para que essa solução seja implementada, os endereços deverão ser projetados
de modo que a identificação da sub rede seja dada pela porção à esquerda do
endereço e a identificação do computador (ou host, em referência genérica) seja
dada pela porção direita do número. Por exemplo, em uma rede da Classe C de
204.18.7.0 que tenha uma máscara natural 255.255.255.0, você pode criar sub
redes desta maneira: 204.18.7.0 e 255.255.255.224.
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
de endereços foi bem definido e bem aplicado. As sub redes foram bem dividas e
atendem satisfatoriamente o tráfego de dados que se verifica em cada uma delas.
No entanto, Ricardo Luiz ainda enfrenta alguma dificuldade em gerenciar
os equipamentos de rede e as sub redes, pois os roteadores, servidores, hosts,
impressoras e demais recursos de rede são identificados apenas pelos seus
endereços IP, não por nomes. As impressoras da rede, por exemplo, são acessadas
diretamente pelos usuários, o que cria problemas de usabilidade, principalmente a
usuários mais recentes.
Seu desafio é estabelecer um critério para a atribuição de nomes aos recursos da
rede, a fim de melhorar a usabilidade e a gerenciabilidade da rede.
Resolução da situação-problema
Referências
Convite ao estudo
Olá, seja bem-vindo a mais uma unidade do nosso curso.
Vamos em frente!
Seção 3.1
Diálogo aberto
Se a frase “você é o resultado do que pensa” é mesmo expressão da verdade,
então também é verdade que uma rede é resultado da sua topologia. O
planejamento incorreto do layout da rede pode comprometer seu desempenho,
torná-la mais cara ou simplesmente fazer com que não atenda aos requisitos do
cliente.
William Weber, filho mais novo de uma família de empreendedores, iniciou uma
atividade no ramo de educação superior. Disposto a oferecer ensino de qualidade
à população da região, ele planejou um campus amplo e que bem acomodasse
ao menos cinco mil alunos. De sua concepção até a entrega, o projeto das
instalações da Faculdade Weber Superior levou dois anos para ser concluído.
Quase todas as providências para que a faculdade pudesse passar pelo processo
de autorização tinham sido tomadas, mas ainda não havia um projeto de uma rede
que atendesse tanto aquela unidade educacional como as outras que futuramente
seriam construídas.
relatório, o que é uma topologia e quais os recursos dos quais uma rede pode
dispor para que sua disponibilidade seja maximizada através de soluções de
redundância.
Para que você supere este desafio, o texto proverá mais fundamentação teórica
sobre topologias (especificamente no que se aplica a esquemas de cabeamento),
sobre características das principais topologias e, por fim, abordará conceitos
importantes sobre redundância em uma rede.
Ensinam Soares, Lemos e Colcher (1995) que a estrutura geral de uma rede de
computadores é formada por um conjunto de módulos processadores e por um
sistema de comunicação, que é constituído por um arranjo topológico que interliga
os vários módulos processadores através de enlaces físicos (meios de transmissão)
e de um conjunto de regras (protocolos) que organizam a comunicação. Em um
projeto qualquer, o arranjo topológico da rede irá caracterizar seu tipo, eficiência e
velocidade.
Para fins de atingimento dos objetivos desta unidade, o que nos interessa sobre a
topologia da rede é o esquema de cabeamento dos computadores, switches e demais
equipamentos de rede. Nesta unidade, estudaremos esquemas de cabeamento com
maior detalhamento. Antes, contudo, é sensato e apropriado salientar que o projeto
lógico, estudado na seção anterior, forma a base para o projeto físico. Da mesma
forma, os objetivos do negócio, os requisitos técnicos e as características do tráfego
de dados também influenciam as decisões que impactam no arranjo físico da rede.
Você está convidado a estudar mais a fundo, a partir de agora, alguns aspectos
importantes sobre esquemas de cabeamento (OPPENHEIMER, 2011). Embora esta
seja uma questão mais voltada à implementação do que ao projeto, a importância
do desenvolvimento de uma boa estrutura de cabos não pode ser desprezada.
Enquanto outros componentes da rede (um switch, por exemplo) têm uma vida útil
de alguns anos antes da mudança de tecnologia, a estrutura de cabos geralmente
dura muitos anos. É importante que a infraestrutura seja implementada levando-se
em conta a disponibilidade dos cabos e escalabilidade da rede.
Assimile
Em seu projeto, você deverá considerar que o cabeamento que liga prédios estará
exposto a mais riscos físicos do que o cabeamento passado dentro de um edifício.
Um trabalhador da construção civil, por exemplo, pode cavar uma vala entre edifícios
e inadvertidamente cortar cabos. Inundações e outros desastres naturais também
podem causar problemas, assim como catástrofes provocadas pelo homem, como
ataques terroristas.
Pesquise mais
Embora existam outros tantos tipos de cabos de rede, vale a pena
conhecer a diferença entre o cabo rígido e o flexível. Assista ao vídeo
disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=yNDVGcqYrbc>.
Acesso em: 5 nov. 2016.
Seria natural imaginar, então, que o crescimento de uma rede com essa topologia
ficaria limitado à capacidade do switch em agregar os cabos. Em outras palavras, o
número de portas do switch determinaria a quantidade de máquinas que poderiam ser
conectadas. Existe, no entanto, a possibilidade de variar o arranjo da rede instalando
conexões entre vários nós centrais, de forma que a rede possa se expandir em redes
interconectadas. Essa configuração leva o nome de topologia em árvore.
Reflita
Quando uma mensagem é enviada por um nó, ela acessa o anel e circula até
ser retirada pelo nó destino, ou então até voltar ao nó de origem, dependendo do
protocolo utilizado. Além da maior simplicidade e do menor retardo, as redes nas
quais a mensagem é retirada pelo nó de origem permitem mensagens de difusão
(broadcast e multicast), isto é, um pacote é enviado simultaneamente pelas várias
estações (SOARES, LEMOS, COLCHER, 1995).
Topologias redundantes
Exemplificando
Antes do ponto final desta seção, uma dica valiosa: o caminho alternativo deve ser
testado antes da falha acontecer. Não espere a ocorrência do erro para descobrir que
a redundância não funciona.
• Conceito de topologia.
• O que é redundância.
Lembre-se de que, mais uma vez, um leigo será o destinatário das suas
explicações e que, por isso, a linguagem não deverá ser excessivamente técnica.
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Além disso, o cabeamento horizontal deverá ser estendido da área de trabalho até
a sala de comunicações. O forro, teto, chão ou dutos podem ser usados nesta etapa.
Fique atento: esta solução não se propõe a esmiuçar o processo de implantação
do padrão de cabeamento estruturado, ela apenas sugere sua implantação como
solução para o problema apresentado.
Seção 3.2
Diálogo aberto
Olá, caro aluno! Seja bem-vindo a mais uma aula do nosso curso.
Assuma o lugar da dupla e crie uma tabela com uma breve descrição dos
protocolos mais atuais para redes locais e de longa distância, bem como soluções
para interconexão dessas redes. Além da tabela, uma breve explicação sobre o que
é protocolo deve ser dada ao cliente, no mesmo contexto de criação da tabela.
O conteúdo teórico contido nesta parte da aula lhe dará suporte para a escolha do
protocolo de rede mais adequado para seu projeto. Resta, porém, uma questão: será
que a variedade de equipamentos e serviços de redes já não está toda configurada
para funcionar no mundo TCP/IP sobre a arquitetura Ethernet? Temos outras
opções? Vamos em frente.
Caso lhe fosse perguntado, você certamente não teria dificuldade em responder
o que é um protocolo. Baseado em experiências anteriores – e não necessariamente
relacionadas a redes – é possível que respondesse que se trata de um conjunto de
normas, procedimentos ou um agrupamento de regras que estabelecem um padrão
a alguma coisa. Pois esta é a resposta, mesmo quando aplicada ao tema que temos
estudado.
Assimile
Para que a comunicação ocorra no âmbito das redes locais e das redes de longo
alcance, muitos protocolos foram definidos. Alguns deles são descritos na sequência.
Por exemplo, você pode decidir que seu projeto estará preocupado apenas com
questões associadas à camada de rede, como roteamento e endereçamento IP
ou você pode decidir que o projeto focará a camada de aplicação, porque haverá
larga utilização de aplicativos de voz, como o IVR (Interactive Voice Response ou
Resposta de Voz Interativa) (OPPENHEIMER, 2004). Este serviço, aliás, já lhe deve
ser bem familiar: ele permite que um computador interaja com você através do uso
da voz ou do teclado do telefone e é bastante usado por empresas que prestam
atendimento via telefone. Você se lembra da última vez em que usou este tipo de
serviço e que uma opção do menu o levava a uma segunda, que o levava de volta à
primeira? Você não foi o único.
Reflita
Pinheiro (2004) explica que a arquitetura de uma rede é formada por camadas,
interfaces e protocolos. As camadas são processos, implementados por hardware
ou software, que se comunicam com o processo correspondente na outra máquina.
Cada camada oferece um conjunto de serviços ao nível superior, usando funções
realizadas no próprio nível e serviços disponíveis nos níveis inferiores.
Camada 7 Aplicação
Camada 6 Apresentação
Camada 5 Sessão
Camada 4 Transporte
Camada 3 Rede
Camada 2 Enlace
Camada 1 Física
Fonte: adaptada de Tanenbaum (2003).
• Camada física: trata da transmissão do fluxo de bits não estruturado pelo meio
físico. Lida com características mecânicas, elétricas, funcionais e de procedimento
para acessar o meio físico de transmissão dos dados.
Assimile
"O modelo de referência OSI foi desenvolvido pela ISO como modelo para
arquitetura de protocolos de computador. As funções de comunicação
são particionadas em um conjunto hierárquico de camadas." (STALLINGS,
2005, p. 96)
TCP/IP
Apesar deste tema já ter sido abordado em aula anterior, é necessário que
voltemos a ele e o coloquemos sob a perspectiva de suas aplicações e da sua
evolução. Antes, porém, observe a Figura 3.7 e conclua sobre a maior simplicidade
funcional do TCP/IP sobre o modelo ISO.
Aplicação
Aplicação
Apresentação
Sessão
Transporte (host a host)
Transporte
Inter-rede
Rede
Acesso à rede
Enlace
Física Física
Fonte: Stallings (2005, p. 98).
Aplicação
O FTP, já abordado em seção anterior, também pode ser classificado como uma
dessas aplicações.
Evolução
• Tamanho do endereço: cada endereço agora é formado por 128 bits, o que
resulta num espaço de endereçamento grande o suficiente até para a Internet das
Coisas.
• Suporte para áudio e vídeo: este novo padrão permite que seja estabelecido
um caminho de alta qualidade entre um remetente e um destinatário, por meio do
qual trafegam arquivos de áudio e vídeo. Muito apropriado para um projeto que
demande transferências deste tipo de arquivo, não é mesmo?
Pesquise mais
A leitura do capítulo 22 da obra indicada a seguir dará a você um ótimo
conhecimento sobre IPV6. Experimente!
Exemplificando
Em relação aos produtos de rede – que serão mais bem detalhados na próxima seção
– cabe outro exemplo. As redes locais geralmente são definidas pelo tipo de protocolo
usado na camada 2. Por isso, normalmente as redes são 802.11 ou FDDI. A maior
Para que as decisões relacionadas a este tema sejam tomadas em comum acordo
entre prestador de serviço e cliente, eles decidiram resumir as características dos
principais protocolos de rede em uma tabela, apontar soluções para interconexão
entre a rede atual e as futuras que serão projetadas para outras unidades da faculdade
e, por fim, registrar a definição de protocolo.
2 – Preencha com os dados solicitados a tabela cujo modelo vem logo a seguir.
3 – Explique ao cliente, neste próprio relatório, que a comunicação entre a rede que
está sendo projetada e a rede que servirá o segundo campus será feita por meio de
roteador, não mais por meio de switch ou de hub.
Dica: você poderá, desde já, apresentar um esboço da rede neste trabalho por meio
do uso do Microsoft Visio ou Cisco Packet Tracer, por exemplo.
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
A MyParts, empresa tradicional do ramo de autopeças, possui duas lojas: uma que
comercializa peças para automóveis e outra, no prédio ao lado, que comercializa
peças para caminhões e tratores. Cada loja conta com sua própria rede local, mas
não há comunicação entre elas.
Por imposição dos fornecedores e pela própria mudança nas regras do
negócio, as duas redes devem agora trocar dados, além de permitirem acesso aos
computadores uma da outra.
Carlos, profissional incumbido de fazer esta ligação, providenciou a conexão
física entre os switches de cada rede. No primeiro teste de comunicação, veio a
decepção: as redes não se comunicavam.
Ajude Carlos a diagnosticar a causa (ou as causas) desta falha.
Resolução da situação-problema
Para que uma rede se comunique com a outra, é necessário, entre outras coisas,
que:
1 – Os endereços das duas redes compartilhem a mesma classe e faixa. Por exemplo,
com a interconexão feita com um switch ou hub, se uma rede for 192.168.10.X, a outra
não poderá ser 192.168.20.X.
Seção 3.3
Diálogo aberto
Caro aluno, seja bem-vindo a mais uma aula do curso!
Uma rede não existe sem equipamentos. A escolha acertada dos dispositivos
físicos do projeto é fundamental para seu sucesso, na mesma medida em que
a seleção imprecisa das características técnicas dos componentes da rede trará
sérias dificuldades futuras. Via de regra, será sempre possível a substituição de
um equipamento mal escolhido, mas você pode imaginar o quanto isso deverá
impactar no custo do projeto e no esforço de configuração.
Assumindo mais uma vez o lugar da dupla, você deverá apresentar um relatório
contendo equipamentos da rede, suas funções e especificações técnicas. Deste
relatório deverá constar, também, uma sugestão de adoção da tecnologia de VoIP,
como forma de diminuir custos com ligações telefônicas convencionais.
Para que esse desafio seja superado com o rigor necessário, esta seção lhe
reserva lições sobre as principais tecnologias embarcadas nos equipamentos de
rede, sobre câmeras e telefonia IP e, por fim, sobre características e utilização de
roteadores, switches e servidores.
Sigamos em frente!
Não se engane: por mais atualizado que você esteja, haverá sempre a necessidade
de pesquisar eventuais novos equipamentos e tecnologias a cada projeto. No
universo da Tecnologia da Informação, a obsolescência é acelerada e, conforme
uma nova tecnologia é introduzida no mercado, aquela que a antecedeu passa a
contar com menos suporte e menos atenção por parte do fornecedor, do fabricante
e do próprio mercado.
• Cabos suportados: se o seu projeto prevê que alguns cabos de rede passarão
próximos de fontes de interferência eletromagnética ou que cumprirão distâncias
maiores que as que o cabo convencional suportaria, então você deverá considerar
o uso de fibra ótica como meio de transmissão para esses casos específicos. No
entanto, para que isso seja viável, seu equipamento (switch, por exemplo), deverá
contar com portas (ou slots) para fibra ótica.
Pesquise mais
Encontrar um equipamento que está causando falha na rede pode ser
uma tarefa muito complicada se medidas de gerenciamento não tiverem
sido tomadas. E o primeiro passo para um bom gerenciamento da rede
é conhecer sua topologia. Assista ao vídeo disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=RntTxnDsM9g>. Acesso em: 2 dez. 2016.
Assimile
Pronto! Com essas orientações, você poderá escolher com bons critérios os
equipamentos da sua rede. Na sequência, voltaremos a tratar da telefonia VoIP. No
entanto, ao contrário do que fizemos na Seção 1.3, trataremos agora de aspectos
voltados à tecnologia envolvida neste recurso, conforme esta seção demanda.
redes VoIP, que utilizam a comutação de pacotes, devem tratar de duas funções
fundamentais: controle de chamadas e comutação de chamadas.
Reflita
Outra tecnologia que poderá fazer parte do seu projeto é a câmera IP. Analisemos
algumas características, vantagens e desvantagens deste recurso.
Adoção de câmeras IP
visualizar ao vivo, através de uma rede local ou remotamente via internet, com
objetivos de visualização, controle, monitoramento e gravação. A Figura 3.8 exibe
um esquema de funcionamento de uma câmera IP.
Pois é, mas nem toda característica desta tecnologia tende a ser vantajosa.
Almeida (2015) coloca alguns aspectos das câmeras IP em perspectiva pouco
animadora. Pelo diagrama representado na Figura 3.8, fica bastante subentendido
que o custo de uma câmera IP é maior do que o custo de uma câmera analógica, já
que existe praticamente um DVR dentro de cada câmera IP. Devido a isso, câmeras
IP custam aproximadamente o dobro de uma câmera analógica com as mesmas
características.
O autor destaca ainda que os pacotes de imagens devem trafegar por switches
extremamente caros antes de chegarem aos NVRs onde serão gravados. Mesmo
assim, a imagem de uma câmera IP não chegará ao monitor com a mesma nitidez e
a ausência de atraso da solução analógica, o que torna esta última insuperável para
situações em que existem operadores monitorando as câmeras ao vivo.
Cada porta
determina Todas as portas
Filtro de pacotes
os limites de estão no mesmo Conecta
Bridge 1-2 configurado pelo
um domínio domínio de redes.
usuário.
de largura de broadcast.
banda.
Todas as portas
Cada porta
estão no mesmo
determina Conecta
domínio de Filtragem
os limites de dispositivos
Switch 1-2 broadcast, a e recursos
um domínio individuais ou
menos que multimídia.
de largura de redes.
VLANs sejam
banda.
usadas.
Filtragem,
firewall, links
WAN de alta
Cada porta
Cada porta velocidade,
determina
determina os compressão,
os limites de Conecta
Roteador 1-3 limites de um processos
um domínio redes.
domínio de avançados de
de largura de
broadcast. enfileiramento e
banda.
encaminhamento,
recursos
multimídia.
Fonte: adaptada de Oppenheimer (2004).
Exemplificando
Como a rede passará por expansão futura e, em certo tempo, deverá oferecer
conexão a outras unidades da instituição de ensino, switches, roteadores e
servidores comporão os equipamentos necessários para a rede. Neste momento
– vale a menção – não serão incluídos cabos, conectores e ferramentas neste
relatório.
1.–.Roteadores:.<http://www.cisco.com/c/pt_br/products/routers/product-
listing.html>. Acesso em: 2 dez. 2016.
2 – Switches: <http://www.cisco.com/c/pt_br/products/switches/index.html>.
Acesso em: 2 dez. 2016.
Avançando na prática
Atualizando a rede
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
A atitude mais apropriada é a revisão geral da rede, não apenas a troca do hub por
um switch com mais recursos e mais portas. Em suma, o profissional designado para
o trabalho deverá:
• Rever esquemas de endereçamento.
• Berificar se o DHCP está ativado no sistema operacional.
• Trocar cabeamento (caso seja necessário).
• Trocar o hub por um switch com maior número de portas para expansão futura.
Além disso, o novo equipamento deverá contar com recursos de gerenciabilidade,
segurança e QoS.
Referências
Implementação e modelagem
do projeto de rede
Convite ao estudo
Caro aluno, chegamos à última unidade do curso! Seu empenho e
sua dedicação te conduziram à fase de implementação e modelagem do
projeto de uma rede, o que inclui documentação, avaliação da segurança
e a finalização do trabalho. Para chegarmos até aqui, iniciamos nossa
caminhada pelos fundamentos do projeto de redes, seguimos pela
elaboração do seu projeto lógico e, por fim, passamos pelo projeto físico
da rede.
Essas questões serão tratadas ao longo das três seções que compõem
esta unidade. A Seção 1 trata da documentação do projeto, a Seção 2
trata de aspectos do projeto de segurança da rede e, por fim, a Seção 3
aborda métodos de avaliação do projeto e sua efetiva entrega.
Seção 4.1
Diálogo aberto
Por melhor que tenha sido feito o levantamento das necessidades do cliente e
a confirmação das características do produto a elas, o projeto jamais poderá ser
dado como terminado sem sua efetiva implementação. É certo que não se pode
implementar uma rede sem que seu desenho lógico e seu desenho físico tenham
sido feitos, mas é certo também que eles pouco valerão se não servirem para
colocar a rede em funcionamento.
• Escopo do projeto: este item deve esclarecer as atividades que irão compor
o projeto, bem como aquelas que não farão parte dele.
Para que esta tarefa possa ser levada a bom termo, serão abordados na
sequência o levantamento e avaliação da adequação do projeto, definição do
escopo e o conteúdo da documentação do projeto.
Boa aula!
Você já sabe, mas não custa lembrar: apesar de termos abordado vários aspectos
técnicos relacionados a redes de computadores, esta disciplina guarda estreita
relação com gestão de projetos. E é exatamente neste tema que retornaremos por um
instante para introduzirmos itens da viabilidade do projeto e da sua documentação,
pontos essenciais para a implementação efetiva do nosso produto. Em seções
futuras, alguns assuntos iniciados aqui serão retomados em maior profundidade.
Objetivos de negócio: a lista que segue poderá ser usada para determinar se
você abordou com o seu cliente, seus objetivos e preocupações relativas ao
negócio. É natural que imprevistos aconteçam (pessoas com pouca disposição para
ajudar, cortes de orçamento e restrições mais severas de tempo, por exemplo) e que
acabam ocasionando situações fora do escopo da lista que segue. No entanto, ainda
assim, ela poderá servir como guia na maioria dos casos.
• Foi discutido com o cliente um plano para treinamento dos usuários e demais
envolvidos com a rede?
Reflita
Objetivos técnicos: esta lista poderá ser usada para determinar se todos os
objetivos técnicos colocados pelo cliente estão incluídos no projeto desenvolvido:
• O cliente citou algum plano para migrar servidores departamentais para um data
center centralizado?
Exemplificando
Já que estamos tratando de escopo, vale registrar que esta seção não abrange
as formas de determiná-lo, mas meramente como registrá-lo. As técnicas
de levantamento do escopo foram abordadas na Unidade 1, no contexto do
levantamento de requisitos.
Assimile
• Resumo: um documento de projeto pode ter muitas páginas. Por esta razão,
é essencial que você inclua no início do documento um resumo que exponha
sucintamente os principais pontos do projeto. Recomenda-se que não tenha mais
de uma página e que seja direcionado para os gerentes e participantes-chave do
projeto, que decidirão se aceitam ou não o seu projeto.
Exemplificando
• Objetivos de negócio: esta seção explica que papel o projeto da rede terá
no aprimoramento dos produtos e serviços oferecidos ao cliente. Os executivos da
empresa que lerem os objetivos do negócio estarão mais propensos a aceitarem o
projeto se reconhecerem que o projetista compreendeu a missão da empresa.
Pesquise mais
Trade-off é uma expressão da língua inglesa muito utilizada quando os
objetivos e requisitos da rede estão sendo discutidos. Em tradução livre,
ela significa troca. No entanto, seu significado não é capaz de revelar a
complexidade envolvida nos processos de escolha de investimento entre
uma característica e outra da rede. Para ficar mais bem informado sobre o
assunto, leia o artigo disponível em: <http://www.unisantos.br/mestrado/
gestao/egesta/artigos/179.pdf>. Acesso em: 14 dez. 2016.
Reflita
Caso considere apropriado, esta seção deve incluir informações sobre o preço
dos dispositivos e serviços da rede. Embora o preço possa tirar o foco da qualidade
da solução que você está apresentando, é comum que os clientes queiram ver os
preços na documentação.
Por fim, a seção do projeto físico também deve conter informações sobre
a disponibilidade dos produtos. Se seu projeto recomenda produtos que foram
encomendados, mas ainda não foram despachados pelo fornecedor, você deve
documentar uma data de chegada prevista, conforme informação do fornecedor
do produto.
• Um cronograma do projeto.
Tabela 4.1 | Cronograma em alto nível desenvolvido para o cliente do projeto de rede
Contratados pelo Sr. Has Weber para terminarem a empreitada, Pedro e Fernando
deverão inicialmente criar um documento que registre o resumo do projeto, seus
objetivos, seu escopo e que, principalmente, forneça uma previsão de implementação.
Resumo do projeto
Objetivo do projeto
O objetivo principal deste projeto é criar rede uma local na filial Bauru da
Distribuidora HAS de Bebidas, utilizando os equipamentos adequados aos requisitos
técnicos e restrições financeiras colocadas pelo cliente. É também objetivo deste
projeto equipar a rede com recursos de segurança que a resguardem de acessos
indevidos.
Escopo do projeto
O projeto deverá produzir uma rede local que interligará todos os departamentos
entre si da nova filial e ela com a matriz e demais filiais do grupo. Ele inclui a cotação e
compra dos equipamentos de rede, a passagem dos cabos que os ligarão às estações,
a aplicação de testes de desempenho da rede e o treinamento dos novos usuários.
Não faz parte deste projeto a compra do servidor, que será aproveitado do projeto
anterior.
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Carlos Alberto, antigo funcionário de TI de uma das filiais de uma grande empresa,
há muito percebeu que a rede que atendia à organização precisava de melhorias e
atualizações. Tecnicamente, o problema se manifestava em equipamentos obsoletos,
com funções limitadas e sem os devidos recursos de gerenciabilidade e segurança.
Além disso, há alguns anos o equipamento que interligava duas subredes apresentou
defeito e não foi substituído, o que causou a interrupção da comunicação entre
máquinas de alguns departamentos.
Esta situação de precariedade técnica acabou interferindo no normal andamento
dos processos da filial. Embora indesejados, os atrasos nas liberações de mercadorias,
as informações inconsistentes e os transtornos procedimentais, de tão frequentes,
acabaram sendo incorporados no cotidiano da empresa.
Em certa ocasião, cheio de coragem, Carlos Alberto foi até a sala do gerente da
filial e, em uma conversa rápida, pediu a atualização da rede. Em nome da “contenção
de gastos”, o gerente lhe negou o pedido, argumentando ainda que “em time que
está ganhando não se mexe”.
Resolução da situação-problema
b) V-F-F.
c) F-V-V.
d) V-F-V.
e) V-V-V.
Seção 4.2
Diálogo aberto
Caro aluno, seja bem-vindo a mais uma aula do nosso curso!
Falta pouco para que nosso projeto cumpra todos os passos necessários à
entrega do produto. Você já entendeu que a implantação de uma rede não se faz
pelo mero cumprimento desordenado de ações, mas por meio de um processo
organizado e disciplinado, que conta com técnicas e com práticas consagradas
para que seja levado a bom termo.
No entanto, o cliente quer mais: ele sabe que está quase tudo pronto para
a efetiva implantação da rede, mas ainda não se convenceu de que ela de fato
funcionará. Assim como a maioria das pessoas que investem dinheiro em um
projeto, ele quer ver para crer.
Para que a resolução deste trabalho lhe seja viável, abordaremos nesta seção
políticas de QoS, um pouco sobre segurança de redes e, naturalmente, um
simulador de redes.
Boa aula!
Assimile
Para que este conceito e suas implicações fiquem mais claros, é necessário que
abordemos um pouco do conteúdo de redes de computadores. Uma sequência de
pacotes desde a origem até seu destino é chamada fluxo. Em uma rede orientada
a conexões, todos os pacotes que pertencem a um fluxo seguem a mesma rota.
As necessidades de cada fluxo podem ser caracterizadas por quatro parâmetros:
retardo, flutuação, largura de banda e confiabilidade. Juntos, estes parâmetros
definem a QoS (TANENBAUM, 2003).
A Tabela 4.2 exibe aplicações comuns que demandam QoS e o grau em que essa
demanda ocorre em cada um dos seus parâmetros.
Reflita
Exemplificando
Ao projetar uma rede, você poderá usar alguns recursos para alcançar uma boa
qualidade de serviço, incluindo:
Pesquise mais
Outra técnica já utilizada para alcançar um bom nível de QoS é o algoritmo
do balde furado. Pesquise mais em:
Sua principal função é a de filtrar os pacotes que passam através dele. Por
exemplo, em vez de encaminhar os pacotes que chegam endereçados a um
endereço de IP, ele pode descartá-los. Pense na utilidade deste recurso na hipótese
de o projeto prever que usuários externos não devem ter acesso a determinado host
ou serviço em sua rede local.
Outro tipo de firewall é um proxy. Firewalls de proxy são os mais avançados, mas
também os menos comuns. Um firewall proxy atua como um intermediário entre
hosts, interceptando algum ou todo o tráfego de aplicativos entre clientes locais
e servidores externos. Eles examinam os pacotes e suportam o acompanhamento
com estado das sessões. Esses tipos de firewalls podem bloquear o tráfego malicioso
e conteúdos considerados inaceitáveis.
Cisco (2007) define os critérios através dos quais os mapas de classes permitem
classificar o tráfego de rede:
Uma access list (ou lista de acesso) é um recurso usado pelo firewall
implementado no roteador que visa garantir que apenas endereços cadastrados
poderão usar certos recursos da rede. O tráfego que entra no roteador é comparado
com as entradas da lista de controle de acesso (ACL) com base na ordem em que as
entradas ocorrem no roteador. Novas instruções são adicionadas ao final da lista. O
roteador continua a procurar até que ele tenha uma correspondência. Se nenhuma
correspondência for encontrada quando o roteador chegar ao final da lista, o tráfego
será negado. Por este motivo, é recomendável que as entradas mais frequentes
fiquem no topo da lista. Como é de se imaginar, existe uma negação implícita para o
tráfego que não é permitido. Deve haver pelo menos uma declaração de permissão
em uma ACL ou todo o tráfego é bloqueado (CISCO, 2007).
da rede e simular seu funcionamento sem que ela esteja realmente implantada. Um
dos simuladores mais utilizados por profissionais da área é o Packet Tracer, da Cisco.
A ferramenta oferece os seguintes recursos:
Pesquise mais
Conheça os fundamentos do Packet Tracer por meio do vídeo disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=ruxI0VPbZsc>. Acesso em: 6
jan. 2017.
médio de cada quadro, por exemplo. Ele pode testar e fazer diagnósticos das
conexões da rede. Atividades irregulares também são identificadas por um sniffer.
Vários desenvolvedores de soluções para redes oferecem esta ferramenta, incluindo
a Cisco.
Fonte:.<http://www.cisco.com/c/dam/en_us/training-events/netacad/course_catalog/docs/Cisco_PacketTracer_DS.pdf>.
Acesso em: 6 jan. 2017.
Depois de fornecer nome completo e e-mail para inscrição, verifique seu e-mail.
Ele deverá conter mensagem de log in no site da Networking Academy e um link
para seu curso. Depois de concluir a inscrição, você verá a tela que segue:
A tela contém um link para download da versão atual do Packet Tracer e acesso
para os três capítulos do curso.
Cumpridas essas etapas, você deverá então simular uma rede na ferramenta,
por meio da implementação de seu projeto físico. A tela inicial da ferramenta
disponibiliza ícones que representam os itens que podem compor uma rede. Estes
itens incluem computadores pessoais, servidores, hubs, switches e roteadores,
entre outros. Todos os ícones podem ser arrastados para a área em que a rede
será criada e as conexões entre equipamentos podem ser facilmente estabelecidas
por meio de cabos.
Cada dispositivo físico da rede pode ser configurado em uma tela apropriada,
acessada por meio de duplo clique do mouse no ícone que o representa. Por
exemplo, antes da efetiva simulação ser possível, os computadores da rede devem
ter seus endereços IP atribuídos e outros parâmetros ajustados. Aos dispositivos
devem ser atribuídos nomes mnemônicos. Ao terminar a composição da rede,
você deverá submetê-la a teste.
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Seção 4.3
Diálogo aberto
Caro aluno, seja bem-vindo ao nosso último encontro. Depois de iniciarmos
nossos estudos pelo levantamento dos requisitos da rede e passarmos pelos
projetos lógico e físico, concluiremos nosso trajeto medindo e avaliando nossa
rede. Foi um longo caminho, mas o trilhamos com méritos. No entanto, antes de
darmos o trabalho por concluído, resta-nos ainda algumas providências finais, das
quais trataremos nesta seção.
O empresário Has Weber há alguns meses passou pela frustração de ver seu
projeto de redes interrompido por desistência imotivada de seus contratados.
Ciente de que aquele projeto deveria ser continuado, contratou Pedro e Fernando
para concluí-lo. A dupla então entregou ao cliente a documentação da rede
e simulou seu funcionamento na ferramenta Packet Tracer. Verificado seu
correto funcionamento, a rede foi instalada, segundo planejamento entregue na
documentação.
Este item discute os tipos de ferramentas que podem ser usadas para avaliar um
projeto de rede. Ensina Oppenheimer (2004) que estes tipos incluem:
Para um modelo sofisticado do novo sistema de rede, você pode usar ferramentas de
modelagem e simulação, a qual é o processo de usar software e modelos matemáticos
para analisar o comportamento de uma rede sem requerer uma rede real. Uma ferramenta
de simulação permite desenvolver um modelo de rede, estimar o seu desempenho
e comparar alternativas para implementá-la. Uma ferramenta de simulação, se bem
precisa, é muitas vezes preferível à implementação e medição de um protótipo extenso
sistema porque permite alternativas para ser mais facilmente comparado.
Assimile
Utilização ótima: utilização máxima antes que a rede seja considerada saturada.
Principais funcionalidades
• Zenoss Core
Principais funcionalidades
Principais funcionalidades
Pesquise mais
Uma grande variedade de ferramentas de monitoramento e análise de
redes está disponível no mercado. Muitas delas, inclusive, gratuitas.
Reflita
O RFC 2544, publicado em 1999, discute e define alguns testes que podem ser
usados para descrever as características de desempenho de uma rede. Os testes
descritos no documento são aplicados em certos dispositivos, identificados como
DUT (Device Under Test ou Dispositivo Sob Teste). Alguns dos testes realizados no
RFC 2544 incluem latência, perda de quadros e sobrecarga excessiva.
• Latência: este atributo é medido pelo envio de um frame (quadro) com uma
marca de tempo (timestamp) pela rede. O frame deve chegar ao destino e voltar
ao emissor para que o tempo seja aferido. Costa (2008) exemplifica que, para que
se obtenha boa qualidade em conexões telefônicas, a latência não deve ser maior
que 150 ms.
• Perda de quadros: esta medida é obtida pela análise de quadros que foram
efetivamente transmitidos, mas que nunca chegaram ao seu transmissor. A taxa
de perda de quadros é expressa como uma porcentagem do número total de
quadros transmitidos. Por exemplo, se 1000 quadros foram transmitidos e 900
foram recebidos, a taxa de perda de quadros é de 10%. Esta característica da rede
implica diretamente na qualidade do serviço (COSTA, 2008).
Uma das etapas deste processo é a auditoria. De acordo com Vargas (2009), ela
pode ser definida como o exame analítico e pericial que segue o desenvolvimento
de projetos, de modo a avaliar se o resultado obtido está em conformidade com o
previsto em suas definições, sendo um subsídio técnico para o aceite do projeto.
Exemplificando
AUDITORIA DO PROJETO
Projeto
Auditor Data
Período de: a:
Caso o projeto não tenha atingido seus objetivos, quais fatores contribuíram
para os resultados negativos?
O que foi realizado de forma adequada?
O que poderia ter sido feito melhor?
Quais as recomendações para futuros projetos?
Que aprendizado pode ser extraído do projeto?
Fonte: adaptado de Vargas (2009).
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Dias depois, a melhoria foi implantada. Todos prontos para a próxima transmissão
e decepção geral: o problema das interrupções continuava.
Resolução da situação-problema
Referências