Portugues Concurso
Portugues Concurso
Portugues Concurso
Carta
Esse é um tipo de texto que se caracteriza por envolver um
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br) remetente e um destinatário;
comparações e inúmeros elementos sensoriais;
É normalmente escrita em primeira pessoa, e sempre visa um
- As personagens podem ser caracterizadas física e
tipo de leitor;
psicologicamente, ou pelas ações;
É necessário que se utilize uma linguagem adequada com - A descrição pode ser considerada um dos elementos
o tipo de destinatário e que durante a carta não se perca a constitutivos da dissertação e da argumentação;
visão daquele para quem o texto está sendo escrito. - é impossível separar narração de descrição;
- O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes, mas sim a
Descrição capacidade de observação que deve revelar aquele que a realiza;
- Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exemplo:
É a representação com palavras de um objeto, lugar, situação “(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais velha pelo
ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais particulares desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, sanguínea
ou individuais do que se descreve. É qualquer elemento que seja e fogosa, era um desses exemplares excessivos do sexo que
apreendido pelos sentidos e transformado, com palavras, em parecem conformados expressamente para esposas da multidão
imagens. (...)” (Raul Pompéia – O Ateneu);
Sempre que se expõe com detalhes um objeto, uma pessoa - Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, não
ou uma paisagem a alguém, está fazendo uso da descrição. Não existe relação de anterioridade e posterioridade entre seus
é necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do enunciados;
observador varia de acordo com seu grau de percepção. Dessa - Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível, que
forma, o que será importante ser analisado para um, não será se usem então as formas nominais, o presente e o pretério
para outro. imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferência aos
A vivência de quem descreve também influencia na hora de verbos que indiquem estado ou fenômeno.
transmitir a impressão alcançada sobre determinado objeto, - Todavia deve predominar o emprego das comparações, dos
pessoa, animal, cena, ambiente, emoção vivida ou sentimento. adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido ao texto.
A Narração é um tipo de texto que relata uma história real, Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-se
fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo de tal forma, que não é possível compreendê-los isoladamente,
apresenta personagens que atuam em um tempo e em um como simples exemplos de uma narração. Há uma relação
espaço, organizados por uma narração feita por um narrador. de implicação mútua entre eles, para garantir coerência e
É uma série de fatos situados em um espaço e no tempo, verossimilhança à história narrada.
tendo mudança de um estado para outro, segundo relações Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão,
de sequencialidade e causalidade, e não simultâneos como na obrigatoriamente sempre presentes no discurso, exceto as
descrição. Expressa as relações entre os indivíduos, os conflitos e personagens ou o fato a ser narrado.
as ligações afetivas entre esses indivíduos e o mundo, utilizando
situações que contêm essa vivência. Existem três tipos de foco narrativo:
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada),
o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e - Narrador-personagem: é aquele que conta a história na
com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração qual é participante. Nesse caso ele é narrador e personagem ao
predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações; mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa.
assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de - Narrador-observador: é aquele que conta a história como
texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem alguém que observa tudo que acontece e transmite ao leitor, a
o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de história é contada em 3ª pessoa.
texto recebe o nome de enredo. - Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas e as personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos
personagens, que são justamente as pessoas envolvidas íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece
no episódio que está sendo contado. As personagens são misturada com pensamentos dos personagens (discurso
identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos substantivos indireto livre).
próprios.
Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem Estrutura:
querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar) as ações do - Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados
enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da
uma ação ou ações é chamado de espaço, representado no texto história, como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá.
pelos advérbios de lugar. - Complicação: é a parte do texto em que se inicia
Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem,
“quando” ocorreram as ações da história. Esse elemento da conduzindo ao clímax.
narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através - Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu
dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele - Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações
que indica ao leitor “como” o fato narrado aconteceu. dos personagens.
A história contada, por isso, passa por uma introdução
(parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo Tipos de Personagens:
desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita, Os personagens têm muita importância na construção de um
o meio, o “miolo” da narrativa, também chamada de trama) texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser principais ou
e termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo). secundários, conforme o papel que desempenham no enredo,
Aquele que conta a história é o narrador, que pode ser pessoal podem ser apresentados direta ou indiretamente.
(narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em 3ª pessoa: A apresentação direta acontece quando o personagem
Ele). aparece de forma clara no texto, retratando suas características
Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando
de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos os personagens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo
substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de
do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas suas ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo.
- Em 1ª pessoa: sua vez é anterior ao de o menino leválo para a sala, que por seu
Personagem Principal: há um “eu” participante que conta a turno é anterior ao de o porquinhoda-índia voltar ao fogão).
história e é o protagonista.
Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acreditar, Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre
eu estava lá e vi. pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear
da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no
- Em 3ª pessoa: romance machadiano Memórias póstumas de Brás Cubas,
quando o narrador começa contando sua morte para em
Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira pessoa. seguida relatar sua vida, a sequência temporal foi modificada.
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as relações
sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo: de anterioridade e de posterioridade.
Resumindo: na narração, as três características explicadas
Tipos de Discurso: acima (transformação de situações, figuratividade e relações
Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamente de anterioridade e posterioridade entre os episódios relatados)
para o personagem, sem a sua interferência. devem estar presentes conjuntamente. Um texto que tenha só
Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem uma ou duas dessas características não é uma narração.
diz, sem lhe passar diretamente a palavra.
Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala do Esquema que pode facilitar a elaboração de seu texto
personagem e a fala do narrador. É um recurso relativamente narrativo:
recente. Surgiu com romancistas inovadores do século XX. - Introdução: citar o fato, o tempo e o lugar, ou seja, o que
aconteceu, quando e onde.
Sequência Narrativa: - Desenvolvimento: causa do fato e apresentação dos
personagens.
Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: - Desenvolvimento: detalhes do fato.
uma coordenase a outra, uma implica a outra, uma subordinase - Conclusão: consequências do fato.
a outra.
A narrativa típica tem quatro mudanças de situação: Caracterização Formal:
- uma em que uma personagem passa a ter um querer ou um Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O aspecto
dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo); narrativo apresenta, até certo ponto, alguma subjetividade,
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma porquanto a criação e o colorido do contexto estão em função
competência para fazer algo); da individualidade e do estilo do narrador. Dependendo do
- uma em que a personagem executa aquilo que queria ou enfoque do redator, a narração terá diversas abordagens. Assim
devia fazer (é a mudança principal da narrativa); é de grande importância saber se o relato é feito em primeira
- uma em que se constata que uma transformação se deu e pessoa ou terceira pessoa. No primeiro caso, há a participação
em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens do narrador; segundo, há uma inferência do último através da
(geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os onipresença e onisciência.
maus). Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação dos
acontecimentos: esses podem oscilar no tempo, transgredindo
Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se o aspecto linear e constituindo o que se denomina “flashback”.
pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a O narrador que usa essa técnica (característica comum no
realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela cinema moderno) demonstra maior criatividade e originalidade,
efetuase porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve fazêla. podendo observar as ações ziguezagueando no tempo e no
Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um apartamento: espaço.
quando se assina a escritura, realizase o ato de compra; para
isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer ou dever Exemplo - Personagens
comprar (respectivamente, querer deixar de pagar aluguel ou
ter necessidade de mudar, por ter sido despejado, por exemplo). “Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr.
Algumas mudanças são necessárias para que outras se Amâncio não viu a mulher chegar.
deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar um Não quer que se carpa o quintal, moço?
bambu ou outro instrumento para derrubála. Para ter um carro, Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face
é preciso antes conseguir o dinheiro. escalavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa do
passado, os olhos).”
Narrativa e Narração (Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre: Mercado
Aberto, p. 5O)
Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narratividade
é um componente narrativo que pode existir em textos que Exemplo - Espaço
não são narrações. A narrativa é a transformação de situações.
Por exemplo, quando se diz “Depois da abolição, incentivouse Considerarei longamente meu pequeno deserto, a redondeza
a imigração de europeus”, temos um texto dissertativo, que, escura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco de algum rio. Não
no entanto, apresenta um componente narrativo, pois contém havia, em todo o caso, como negarlhe a insipidez.”
uma mudança de situação: do não incentivo ao incentivo da
imigração européia. (Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. Porto
Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de texto, Alegre: Movimento, 1981, p. 51)
o que é narração? Exemplo - Tempo
A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três características:
- é um conjunto de transformações de situação (o texto de “Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembrase: a
Manuel Bandeira – “Porquinho-da-índia”, como vimos, preenche mulher lhe pediu que a chamasse cedo.”
essa condição);
- é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e fatos (Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados. p.4)
concretos (o texto “Porquinho-daíndia» preenche também esse
requisito); Tipologia da Narrativa Ficcional:
- as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal - Romance
que, entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e - Conto
posterioridade (no texto “Porquinhodaíndia» o fato de ganhar - Crônica
o animal é anterior ao de ele estar debaixo do fogão, que por - Fábula
- Lenda se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo cano!
- Parábola Faça parte desse time de vencedores desde a escolha desse
- Anedota momento!
- Poema Épico - Contestação: contestar uma ideia ou uma situação. Ex: “É
importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não é a
Tipologia da Narrativa NãoFiccional: solução no combate à insegurança.”
- Memorialismo - Características: caracterização de espaços ou aspectos.
- Notícias - Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex:
- Relatos “Em 1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com
- História da Civilização televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de
aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo, existem
Apresentação da Narrativa: no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) e
- visual: texto escrito; legendas + desenhos (história em 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais recebidos).
quadrinhos) e desenhos. (...)”
- auditiva: narrativas radiofonizadas; fitas gravadas e discos. - Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.
- audiovisual: cinema; teatro e narrativas televisionadas. - Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto do
texto. Ex: “A principal característica do déspota encontra-se no
Dissertação fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das regras
que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu poder,
A dissertação é uma exposição, discussão ou interpretação escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre exclusivamente de
de uma determinada ideia. É, sobretudo, analisar algum tema. sua vontade, de seu prazer e de suas necessidades.”
Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica, raciocínio, - Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que
clareza, coerência, objetividade na exposição, um planejamento compõem o texto.
de trabalho e uma habilidade de expressão. - Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se faz a
É em função da capacidade crítica que se questionam pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo
pontos da realidade social, histórica e psicológica do mundo futebol não é uma prova de alienação?”
e dos semelhantes. Vemos também, que a dissertação no seu - Suspense: alguma informação que faça aumentar a
significado diz respeito a um tipo de texto em que a exposição curiosidade do leitor.
de uma ideia, através de argumentos, é feita com a finalidade - Comparação: social e geográfica.
de desenvolver um conteúdo científico, doutrinário ou artístico. - Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à
Observe-se que: distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo
- o texto é temático, pois analisa e interpreta a realidade das massas, Holocausto: através das metáforas e das realidades
com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um homem que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a verdadeira
particular e do que faz para chegar a ser primeiroministro, mas doença do século...”
do homem em geral e de todos os métodos para atingir o poder); - Narração: narrar um fato.
- existe mudança de situação no texto (por exemplo, a
mudança de atitude dos que clamam contra a corrupção da corte Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial,
no momento em que se tornam primeirosministros); de forma organizada e progressiva. É a parte maior e mais
- a progressão temporal dos enunciados não tem importância, importante do texto. Podem ser desenvolvidos de várias formas:
pois o que importa é a relação de implicação (clamar contra a - Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com
corrupção da corte implica ser corrupto depois da nomeação este tipo de abordagem.
para primeiroministro). - Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a ideia
principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a definição.
Características: - Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações
- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é distintas.
temático; - Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta pontos
- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação; favoráveis e desfavoráveis.
- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de - Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou
anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm maior descrever uma cena.
importância o que importa são suas relações lógicas: analogia, - Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados estatísticos.
pertinência, causalidade, coexistência, correspondência, - Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para
implicação, etc. prováveis resultados.
- a estética e a gramática são comuns a todos os tipos de - Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve
redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem apresentar questionamento e reflexão.
características próprias a cada tipo de texto. - Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos,
valores, juízos.
São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvimento - Causa e Consequência: estruturar o texto através dos
/ Conclusão. porquês de uma determinada situação.
- Oposição: abordar um assunto de forma dialética.
Introdução: em que se apresenta o assunto; se apresenta a - Exemplificação: dar exemplos.
ideia principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento.
Tipos: Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fechamento
- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem discutidos. integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem todas
Ex: “Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que as ideias anteriormente desenvolvidas.
olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro...” - Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um - Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um
fato presente. Ex: “A crise econômica que teve início no começo pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de
dos anos 80, com os conhecidos altos índices de inflação que quem lê.
a década colecionou, agravou vários dos históricos problemas 1º Parágrafo – Introdução
sociais do país. Entre eles, a violência, principalmente a urbana,
cuja escalada tem sido facilmente identificada pela população A. Tema: Desemprego no Brasil.
brasileira.” Contextualização: decorrência de um processo histórico
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. problemático.
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma
coisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na sua”? Quer 2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento
B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma série de
remetem a uma análise do tema em questão. coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de características,
C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro dado da funções, processos, situações, sempre oferecendo o complemento
realidade. necessário à afirmação estabelecida na frase nuclear. Pode-se
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade de enumerar, seguindo-se os critérios de importância, preferência,
quem propõe soluções. classificação ou aleatoriamente.
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição. Exemplo:
É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar 2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande o
sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dos número de emissoras que dedicam parte da sua programação à
recursos que permite uma segurança maior no momento de veiculação de programas religiosos de crenças variadas.
dissertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são atitudes
que favorecem o senso crítico, essencial no desenvolvimento de 3-
um texto dissertativo. - A Santa Missa em seu lar.
- Terço Bizantino.
Ainda temos: - Despertar da Fé.
Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o - Palavra de Vida.
assunto que vai ser abordado. - Igreja da Graça no Lar.
Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo
discutido. 4-
Argumentação: é um conjunto de procedimentos - Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o governo
linguísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas brasileiro diante de tantos desmatamentos, desequilíbrios
opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer sociológicos e poluição.
argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma determinada - Existem várias razões que levam um homem a enveredar
tese. pelos caminhos do crime.
- A gravidez na adolescência é um problema seríssimo,
Estes assuntos serão vistos com mais afinco posteriormente. porque pode trazer muitas consequências indesejáveis.
- O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua
Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são: sobrevivência no mundo atual e vários são os tipos de lazer.
- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade de - O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em
pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação; várias categorias.
- em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema;
- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação; Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver através
- impõem-se sempre o raciocínio lógico; da comparação, que confronta ideias, fatos, fenômenos e
- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer apresenta-lhes a semelhança ou dessemelhança.
ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração Exemplo:
do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original,
nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal “A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a
(evitar-se o uso da primeira pessoa). velhice, pelo contrário, é dominada por um vago e persistente
sentimento de dor, porque já estamos nos convencendo de que a
O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar: felicidade é uma ilusão, que só o sofrimento é real”.
uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear) e uma ou (Arthur Schopenhauer)
mais frases que explicitem tal ideia.
Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada Causa e Consequência: A frase nuclear, muitas vezes,
(ideia central) porque oculta os problemas sociais realmente encontra no seu desenvolvimento um segmento causal (fato
graves. (ideia secundária)”. motivador) e, em outras situações, um segmento indicando
Vejamos: consequências (fatos decorrentes).
Ideia central: A poluição atmosférica deve ser combatida
urgentemente. Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos marcam
temporal e espacialmente a evolução de ideias, processos.
Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser
combatida urgentemente, pois a alta concentração de elementos Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se
tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo conceituar, exemplificar e aclarar as ideias para torná-las mais
daquelas que sofrem de problemas respiratórios: compreensíveis.
Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue proveniente do
- A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem levado coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão umbilical e na
muita gente ao vício. ligação entre os pulmões e o coração, todas as artérias contém
- A televisão é um dos mais eficazes meios de comunicação sangue vermelho-vivo, recém-oxigenado. Na artéria pulmonar,
criados pelo homem. porém, corre sangue venoso, mais escuro e desoxigenado, que o
- A violência tem aumentado assustadoramente nas cidades coração remete para os pulmões para receber oxigênio e liberar
e hoje parece claro que esse problema não pode ser resolvido gás carbônico”.
apenas pela polícia. Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, deve
- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise delimitar-se o tema que será desenvolvido e que poderá ser
atualmente. enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema é a
- O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a questão indígena, ela poderá ser desenvolvida a partir das
sociedade brasileira. seguintes ideias:
- A violência contra os povos indígenas é uma constante na
O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras: história do Brasil.
- O surgimento de várias entidades de defesa das populações
indígenas.
- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio Tipo textual – este é a forma como o texto se apresenta,
brasileiro. podendo ser classificado como narrativo, argumentativo,
- A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena. dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma
Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, deve dessas classificações varia de acordo como o texto se apresenta
fazer a estruturação do texto. e com a finalidade para o qual foi escrito.
Introdução: deve conter a ideia principal a ser desenvolvida Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura; note que
(geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por existem inúmeros gêneros textuais dentro das categorias
isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois tipológicas de texto. Em outras palavras, gênero textual são
itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de textos:
Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e
hipótese ou a tese a ser defendida. injuntivo.
Desenvolvimento: exposição de elementos que vão
fundamentar a ideia principal que pode vir especificada
através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da
causa e da consequência, das definições, dos dados estatísticos,
da ordenação cronológica, da interrogação e da citação. No
desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos
forem necessários para a completa exposição da ideia. E esses
parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas
acima.
Conclusão: é a retomada da ideia principal, que agora deve
aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já
foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação
(um parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o Texto Narrativo
objetivo proposto na instrução, a confirmação da hipótese Os textos narrativos apresentam ações de personagens no
ou da tese, acrescida da argumentação básica empregada no tempo e no espaço. Sua estrutura é dividida em: apresentação,
desenvolvimento. desenvolvimento, clímax e desfecho. Alguns exemplos de
Gêneros Textuais gêneros textuais narrativos:
Romance
Os gêneros textuais são classificações de textos de acordo Novela
com o objetivo e o contexto em que são empregados. Dessa Crônica
maneira, os gêneros textuais são definidos pelas características Contos de Fada
dos diversos tipos de textos, os quais apresentam características Fábula
comuns em relação à linguagem e ao conteúdo. Lendas
Texto Descritivo
Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor
determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. Dessa
forma, são textos repletos de adjetivos os quais descrevem ou
apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do
locutor (emissor). São exemplos de gêneros textuais descritivos:
Diário
Relatos (viagens, históricos, etc.)
Biografia e autobiografia
Notícia
Currículo
Lista de compras
Cardápio
Anúncios de classificados
Lembre-se que existem muitos gêneros textuais, os quais
promovem uma interação entre os interlocutores (emissor e Texto Dissertativo-Argumentativo
receptor) de determinado discurso, seja uma resenha crítica Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor
jornalística, publicidade, receita de bolo, menu do restaurante, um tema ou assunto por meio de argumentações; são marcados
bilhete ou lista de supermercado; porém, faz-se necessário pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tenta
considerar seu contexto, função e finalidade. persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três
O gênero textual pode conter mais de um tipo textual, ou partes: tese (apresentação), antítese (desenvolvimento), nova
seja, uma receita de bolo, apresenta a lista de ingredientes tese (conclusão). Exemplos de gêneros textuais dissertativos:
necessários (texto descritivo) e o modo de preparo (texto Editorial Jornalístico
injuntivo). Carta de opinião
Resenha
Distinguindo Artigo
É essencial saber distinguir o que é gênero textual, gênero Ensaio
literário e tipo textual. Cada uma dessas classificações é Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado
referente aos textos, porém é preciso ter atenção, cada uma Veja também: Texto Dissertativo.
possui um significado totalmente diferente da outra. Veja uma
breve descrição do que é um gênero literário e um tipo textual: Texto Expositivo
Os textos expositivos possuem a função de expor determinada
Gênero Literário – nestes os textos abordados são apenas os ideia, por meio de recursos como: definição, conceituação,
literários, diferente do gênero textual, que abrange todo tipo de informação, descrição e comparação. Assim, alguns exemplos de
texto. O gênero literário é classificado de acordo com a sua forma, gêneros textuais expositivos:
podendo ser do gênero líricos, dramático, épico, narrativo e etc. Seminários
Palestras
Conferências combate ao consumismo exagerado.
Entrevistas b) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos
Trabalhos acadêmicos que visam à adesão ao consumo.
Enciclopédia c) defender a importância do conhecimento de informática
Verbetes de dicionários pela população de baixo poder aquisitivo.
d) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas
Texto Injuntivo classes sociais economicamente desfavorecidas.
O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é e) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a
aquele que indica uma ordem, de modo que o locutor (emissor) máquina, mesmo a mais moderna.
objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor); por isso,
02. Partindo do pressuposto de que um texto estrutura-se
apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo. Alguns a partir de características gerais de um determinado gênero,
exemplos de gêneros textuais injuntivos: identifique os gêneros descritos a seguir:
Propaganda I. Tem como principal característica transmitir a opinião de
Receita culinária pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse. Algumas
Bula de remédio revistas têm uma seção dedicada a esse gênero;
Manual de instruções II. Caracteriza-se por apresentar um trabalho voltado
Regulamento para o estudo da linguagem, fazendo-o de maneira particular,
Textos prescritivos refletindo o momento, a vida dos homens através de figuras que
possibilitam a criação de imagens;
III. Gênero que apresenta uma narrativa informal ligada à
Exemplos de gêneros textuais vida cotidiana. Apresenta certa dose de lirismo e sua principal
Diário – é escrito em linguagem informal, sempre consta característica é a brevidade;
a data e não há um destinatário específico, geralmente, é IV. Linguagem linear e curta, envolve poucas personagens,
para a própria pessoa que está escrevendo, é um relato dos que geralmente se movimentam em torno de uma única ação,
acontecimentos do dia. O objetivo desse tipo de texto é guardar dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
as lembranças e em alguns momentos desabafar. Veja um encaminham-se diretamente para um desfecho;
exemplo: V. Esse gênero é predominantemente utilizado em manuais
“Domingo, 14 de junho de 1942 de eletrodomésticos, jogos eletrônicos, receitas, rótulos de
Vou começar a partir do momento em que ganhei você, produtos, entre outros.
quando o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de São, respectivamente:
aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com a) texto instrucional, crônica, carta, entrevista e carta
isso eu não contava.) argumentativa.
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que b) carta, bula de remédio, narração, prosa, crônica.
não é de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me c) entrevista, poesia, crônica, conto, texto instrucional.
deixam levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha d) entrevista, poesia, conto, crônica, texto instrucional.
curiosidade até quinze para as sete. Quando não dava mais para e) texto instrucional, crônica, entrevista, carta e carta
esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as argumentativa.
boas-vindas, esfregando-se em minhas pernas.” Respostas
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”. 01 (B) \02. (C)
b) Em topônimos originários de outras línguas e seus 3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j
derivados. Exemplos:
Exemplos: Kuwait, kuwaitiano. laranja- laranjeira loja- lojista lisonja -
lisonjeador nojo- nojeira
c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como cereja- cerejeira varejo- varejista rijo- enrijecer
unidades de medida de curso internacional. jeito- ajeitar
Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km
(quilômetro), Watt. 4) Nos seguintes vocábulos:
berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje,
Emprego de X e Ch traje, pegajento
Emprega-se o X:
1) Após um ditongo. Emprego das Letras S e Z
Exemplos: caixa, frouxo, peixe Emprega-se o S:
Exceção: recauchutar e seus derivados 1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam s no
radical
2) Após a sílaba inicial “en”.
Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca Exemplos:
Exceção: palavras iniciadas por “ch” que recebem o prefixo análise- analisar catálise- catalisador
“en-” casa- casinha, casebre liso- alisar
Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro),
encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher...) 2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título
ou origem
3) Após a sílaba inicial “me-”. Exemplos:
Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão burguês- burguesa inglês- inglesa
Exceção: mecha chinês- chinesa milanês- milanesa
4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras 3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e -osa
inglesas aportuguesadas. Exemplos:
Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu catarinense gostoso- gostosa amoroso- amorosa
palmeirense gasoso- gasosa teimoso- teimosa
5) Nas seguintes palavras:
bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, 4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -osa
rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, xale, Exemplos:
xingar, etc. catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotisa, glicose,
metamorfose, virose
Emprega-se o dígrafo Ch:
1) Nos seguintes vocábulos: 5) Após ditongos
bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, Exemplos:
chuchu, chute, cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, coisa, pouso, lousa, náusea
mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc.
6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus
Para representar o fonema /j/ na forma escrita, a grafia derivados
considerada correta é aquela que ocorre de acordo com a origem Exemplos:
da palavra. Veja os exemplos: pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, puséssemos
gesso: Origina-se do grego gypsos quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos
jipe: Origina-se do inglês jeep. repus, repusera, repusesse, repuséssemos
4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita Observações sobre o uso da letra X
Exemplos: 1) O X pode representar os seguintes fonemas:
cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita /ch/ - xarope, vexame
Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z. Veja os Emprego das letras E e I
exemplos: Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i /
exame exato exausto exemplo existir exótico pode não ser nítida. Observe:
inexorável
Emprega-se Ç: Emprega-se o I :
Nos substantivos derivados dos verbos “ter” e “torcer” 1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir
Exemplos: Exemplos:
ater- atenção torcer- torção cair- cai
deter- detenção distorcer-distorção doer- dói
manter- manutenção contorcer- contorção influir- influi
2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra)
Emprega-se o X: Exemplos:
Em alguns casos, a letra X soa como Ss Anticristo, antitetânico
Exemplos: 3) Nos seguintes vocábulos:
auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto, aborígine, artimanha, chefiar, digladiar, penicilina, privilégio,
trouxe etc.
- Depois de dois pontos, não se tratando de citação direta, usa- Emprego FACULTATIVO de letra minúscula:
se letra minúscula. a) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica.
Por Exemplo: Exemplos:
“Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, Crime e Castigo ou Crime e castigo
incenso, mirra.” (Manuel Bandeira) Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas
Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido
b) Nos antropônimos, reais ou fictícios.
Exemplos: b) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em
Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote. nomes sagrados e que designam crenças religiosas.
Exemplos:
c) Nos topônimos, reais ou fictícios. Governador Mário Covas ou governador Mário Covas
Exemplos: Papa João Paulo II ou papa João Paulo II
Rio de Janeiro, Rússia, Macondo. Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor reitor
Santa Maria ou santa Maria.
d) Nos nomes mitológicos.
Exemplos: c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e
Dionísio, Netuno. disciplinas.
Exemplos:
e) Nos nomes de festas e festividades. Português ou português
Exemplos: Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas
Natal, Páscoa, Ramadã. modernas
História do Brasil ou história do Brasil
f) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais. Arquitetura ou arquitetura
Exemplos: Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/
ONU, Sr., V. Ex.ª. fono24.php
Emprego do Porquê ........................ praticar atividade física..........................benefícios
para a totalidade do corpo. Os resultados podem levar a novas
Orações terapias para reabilitar músculos contundidos ou mesmo para
Interrogativas Exemplo: .......................... e restaurar a perda muscular que ocorre com o
avanço da idade.
(pode ser Por que devemos nos (Ciência Hoje, março de 2012)
substituído por: preocupar com o meio
Por por qual motivo, ambiente? As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e
Que por qual razão) respectivamente, com:
Exemplo: (A) porque … trás … previnir
Equivalendo (B) porque … traz … previnir
a “pelo qual” Os motivos por que não (C) porquê … tras … previnir
respondeu são desconhecidos. (D) por que … traz … prevenir
(E) por quê … tráz … prevenir
Exemplos:
02. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas
Você ainda tem coragem de da frase abaixo: Não sei o _____ ela está com os olhos vermelhos,
Final de
Por perguntar por quê? talvez seja _____ chorou.
frases e seguidos
Quê (A) porquê / porque;
de pontuação
Você não vai? Por quê? (B) por que / porque;
(C) porque / por que;
Não sei por quê! (D) porquê / por quê;
(E) por que / por quê.
Exemplos:
Conjunção 03.
A situação agravou-se
que indica
porque ninguém reclamou.
explicação ou
causa
Ninguém mais o espera,
Porque porque ele sempre se atrasa.
Conjunção de
Exemplos:
Finalidade –
equivale a “para
Não julgues porque não te
que”, “a fim de
julguem.
que”.
Considerando a ortografia e a acentuação da norma-
Função de padrão da língua portuguesa, as lacunas estão, correta e
Exemplos:
substantivo respectivamente, preenchidas por:
– vem (A) mal ... por que ... intuíto
Não é fácil encontrar o
acompanhado (B) mau ... por que ... intuito
Porquê porquê de toda confusão.
de artigo ou (C) mau ... porque ... intuíto
pronome (D) mal ... porque ... intuito
Dê-me um porquê de sua
saída. (E) mal ... por quê ... intuito
Respostas
1. Por que (pergunta) 01. D/02. B/03. D
2. Porque (resposta)
3. Por quê (fim de frase: motivo) Acentuação
4. O Porquê (substantivo)
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras
Emprego de outras palavras estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se compõe de
algumas particularidades, às quais devemos estar atentos,
Senão: equivale a “caso contrário”, “a não ser”: Não fazia coisa procurando estabelecer uma relação de familiaridade e,
nenhuma senão criticar. consequentemente, colocando-as em prática na linguagem
Se não: equivale a “se por acaso não”, em orações adverbiais escrita.
condicionais: Se não houver homens honestos, o país não sairá
desta situação crítica. Regras básicas – Acentuação tônica
Tampouco: advérbio, equivale a “também não”: Não A acentuação tônica implica na intensidade com que são
compareceu, tampouco apresentou qualquer justificativa. pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de
Tão pouco: advérbio de intensidade: Encontramo-nos tão forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As
pouco esta semana. demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são
denominadas de átonas.
Trás ou Atrás = indicam lugar, são advérbios.
Traz - do verbo trazer. De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas
como:
Vultoso: volumoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui.
Vultuoso: atacado de congestão no rosto: Sua face está Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
vultuosa e deformada. última sílaba.
Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel
Presente: que eu seja, que tu sejas, que ele seja, que nós Infinitivo Impessoal: estar
sejamos, que vós sejais, que eles sejam. Infinitivo Pessoal: estar, estares, estar, estarmos, estardes,
Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse, estarem.
se nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem. Gerúndio: estando
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse sido. Particípio: estado
Futuro Simples: quando eu for, quando tu fores, quando ele
for, quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem. HAVER - Modo Indicativo
Futuro Composto: tiver sido.
Presente: eu hei, tu hás, ele há, nós havemos, vós haveis, eles
SER - Modo Imperativo hão.
Pretérito Imperfeito: eu havia, tu havias, ele havia, nós
Imperativo Afirmativo: sê tu, seja ele, sejamos nós, sede havíamos, vós havíeis, eles haviam.
vós, sejam eles. Pretérito Perfeito Simples: eu houve, tu houveste, ele
Imperativo Negativo: não sejas tu, não seja ele, não sejamos houve, nós houvemos, vós houvestes, eles houveram.
nós, não sejais vós, não sejam eles. Pretérito Perfeito Composto: tenho havido.
Infinitivo Pessoal: por ser eu, por seres tu, por ser ele, por Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu houvera, tu
sermos nós, por serdes vós, por serem eles. houveras, ele houvera, nós houvéramos, vós houvéreis, eles
houveram.
SER - Formas Nominais Pretérito Mais-que-Prefeito Composto: tinha havido.
Futuro do Presente Simples: eu haverei, tu haverás, ele
Formas Nominais haverá, nós haveremos, vós havereis, eles haverão.
Infinitivo: ser Futuro do Presente Composto: terei havido.
Gerúndio: sendo Futuro do Pretérito Simples: eu haveria, tu haverias, ele
Particípio: sido haveria, nós haveríamos, vós haveríeis, eles haveriam.
Futuro do Pretérito Composto: teria havido.
Infinitivo Pessoal : ser eu, seres tu, ser ele, sermos
nós, serdes vós, serem eles. HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo
Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções Futuro do Pretérito do Indicativo
em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo:
Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato. 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente CANTAR VENDER PARTIR
terminado num momento passado. Por exemplo: Embora tenha cantarIA venderIA partirIA
estudado bastante, não passou no teste. cantarIAS venderIAS partirIAS
- Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode cantarIA venderIA partirIA
ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Por exemplo: cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
Quando ele vier à loja, levará as encomendas. cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que cantarIAM venderIAM partirIAM
Presente do Subjuntivo Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo
Que eu cante ---
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a Que tu cantes Não cantes tu
desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do Que ele cante Não cante você
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou Que nós cantemos Não cantemos nós
pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação). Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles
1ª conj./2ª conj./3ª conju./Des.Temp./Des.temp./Des. pess
1ª conj. 2ª/3ª conj. Observações:
CANTAR VENDER PARTIR - No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa
cantE vendA partA E A Ø (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
cantES vendAS partAS E A S ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se
cantE vendA partA E A Ø fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS - O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu),
cantEIS vendAIS partAIS E A IS sede (vós).
cantEM vendAM partAM E A M
Infinitivo Impessoal
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a
desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, Infinitivo Pessoal
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse CANTAR VENDER PARTIR
tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número cantar vender partir
e pessoa correspondente. cantarES venderES partirES
cantar vender partir
1ª conj. 2ª conj. 3ª conj. Des. temporal Desin. pessoal cantarMOS venderMOS partirMOS
1ª /2ª e 3ª conj. cantarDES venderDES partirDES
CANTAR VENDER PARTIR cantarEM venderEM partirEM
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S Questões
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíssemos SSE MOS 01. Considere o trecho a seguir. É comum que objetos
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS ___ esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos
cantaSSE vendeSSEM partiSSEM SSE M poderiam ser evitados se as pessoas ______ a atenção voltada
para seus pertences, conservando-os junto ao corpo. Assinale a
Futuro do Subjuntivo alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas
do texto.
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência (A) sejam … mantesse
-STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo- (B) sejam … mantivessem
se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a (C) sejam … mantém
desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa (D) seja … mantivessem
(E) seja … mantêm
correspondente.
02. Na frase –… os níveis de pessoas sem emprego estão
1ª conj. / 2ª conj. / 3ª conj. / Des. temp. /Desin. pess. apresentando quedas sucessivas de 2005 para cá. –, a locução
1ª /2ª e 3ª conj. verbal em destaque expressa ação
CANTAR VENDER PARTIR (A) concluída.
cantaR vendeR partiR Ø (B) atemporal.
cantaRES vendeRES partiRES R ES (C) contínua.
cantaR vendeR partiR R Ø (D) hipotética.
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS (E) futura.
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES Respostas
cantaREM vendeREM PartiREM R EM 1-B / 2-C
Imperativo
Domínio da estrutura
Imperativo Afirmativo morfossintática do período.
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente Emprego das classes de
do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do palavras. Relações de
plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, coordenação entre orações
sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja: e entre termos da oração.
Relações de subordinação
Pres. do Indicativo Imperativo Afirm. Pres. do Subjuntivo
Eu canto --- Que eu cante entre orações e entre termos da
Tu cantas CantA tu Que tu cantes oração.
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis Classes de Palavras
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem
Artigo
Imperativo Negativo
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida.
negação às formas do presente do subjuntivo. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o
número dos substantivos.
Classificação dos Artigos - Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo
cujo (e flexões).
Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira Este é o homem cujo amigo desapareceu.
precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal. Este é o autor cuja obra conheço.
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos - Não se deve usar artigo antes das palavras casa (no sentido
de maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu de lar, moradia) e terra (no sentido de chão firme), a menos que
matei um animal. venham especificadas.
Eles estavam em casa.
Combinação dos Artigos Eles estavam na casa dos amigos.
É muito presente a combinação dos artigos definidos e Os marinheiros permaneceram em terra.
indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a forma Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
assumida por essas combinações:
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento,
Preposições Artigos com exceção de senhor(a), senhorita e dona.
- o, os Vossa excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria.
a ao, aos - Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome
de do, dos de revistas, jornais, obras literárias.
Li a notícia em O Estado de S. Paulo.
em no, nos
por (per) pelo, pelos Morfossintaxe
a, as um, uns uma, umas Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas relações
à, às - - com o substantivo. Assim, nas orações da língua portuguesa,
o artigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo
da, das dum, duns duma, dumas a que se refere. Tal função independe da função exercida pelo
na, nas num, nuns numa, numas substantivo:
pela, pelas - - A existência é uma poesia.
Uma existência é a poesia.
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o
artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida Questões
por crase.
01. Determine o caso em que o artigo tem valor qualificativo:
Constatemos as circunstâncias em que os artigos se A) Estes são os candidatos que lhe falei.
manifestam: B) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera.
C) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho.
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral D) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado.
“ambos”: E) Muito é a procura; pouca é a oferta.
Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas.
02. Em qual dos casos o artigo denota familiaridade?
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do A) O Amazonas é um rio imenso.
artigo, outros não: B) D. Manuel, o Venturoso, era bastante esperto.
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... C) O Antônio comunicou-se com o João.
D) O professor João Ribeiro está doente.
- Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar E) Os Lusíadas são um poema épico
toda uma espécie:
O trabalho dignifica o homem. 03.Assinale a alternativa em que o uso do artigo está
substantivando uma palavra.
- No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia A) A liberdade vai marcar a poesia social de Castro Alves.
de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo: B) Leitor perspicaz é aquele que consegue ler as entrelinhas.
O Pedro é o xodó da família. C) A navalha ia e vinha no couro esticado.
D) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de Joana.
- No caso de os nomes próprios personativos estarem no E) Bárbara dirigia os olhos para a lua encantada.
plural, são determinados pelo uso do artigo:
Os Maias, os Incas, Os Astecas... Respostas
1-B / 2-C / 3-D
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) para
conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o artigo), o Substantivo
pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados. a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam
(qualquer classe) os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
também nomeiam:
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo: -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo. -sentimentos: raiva, amor...
- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de -estados: alegria, tristeza...
aproximação numérica: -qualidades: honestidade, sinceridade...
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. -ações: corrida, pescaria...
- O artigo também é usado para substantivar palavras Morfossintaxe do substantivo
oriundas de outras classes gramaticais:
Não sei o porquê de tudo isso. Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral
exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua
como núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário
direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra
como núcleo do complemento nominal ou do aposto, como abelha...
núcleo do predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural.
do vocativo. Também encontramos substantivos como núcleos No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular
de adjuntos adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas (enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie
funções são desempenhadas por grupos de palavras. (abelhas).
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
Classificação dos Substantivos
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mesmo
1- Substantivos Comuns e Próprios estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma
Observe a definição: espécie.
Formação dos Substantivos
s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, Substantivos Simples e Compostos
dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede de município
é cidade). 2. O centro de uma cidade (em oposição aos bairros). Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra.
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e O substantivo chuva é formado por um único elemento ou
edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada cidade. radical. É um substantivo simples.
Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum. Substantivo Simples: é aquele formado por um único
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma elemento.
mesma espécie de forma genérica. Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora:
cidade, menino, homem, mulher, país, cachorro. O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos
(guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
Estamos voando para Barcelona. Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais
elementos.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Próprio: é
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma Substantivos Primitivos e Derivados
particular. Meu limão meu limoeiro,
meu pé de jacarandá...
Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de
2 - Substantivos Concretos e Abstratos nenhum outro dentro de língua portuguesa.
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma
LÂMPADA MALA outra palavra da própria língua portuguesa.
O substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com da palavra limão.
existência própria, que são independentes de outros seres. São Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra
assim, substantivos concretos. palavra.
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe,
independentemente de outros seres. Flexão dos substantivos
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável
quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo,
Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo pode sofrer variações para indicar:
real e do mundo imaginário. Plural: meninos
Feminino: menina
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília, Aumentativo: meninão
etc. Diminutivo: menininho
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc.
Flexão de Gênero
Observe agora: Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar
sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa,
Beleza exposta há dois gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual. gênero masculino os substantivos que podem vir precedidos dos
artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes:
O substantivo beleza designa uma qualidade. O velho e o mar
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que Um Natal inesquecível
dependem de outros para se manifestar ou existir. Os reis da praia
Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser
observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem
que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar. vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato. A história sem fim
Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, Uma cidade sem passado
ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, As tartarugas ninjas
e sem os quais não podem existir.
vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
(sentimento).
Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes
3 - Substantivos Coletivos de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o
abelha, mais outra abelha. masculino e outra para o feminino. Observe: gato – gata, homem
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. – mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino,
única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem
feminino. Classificam-se em: um possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que
- Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos. se refere a palavra. Veja:
a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré A criança chorona chamava-se João.
fêmea. A criança chorona chamava-se Maria.
- Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas. Outros substantivos sobrecomuns:
a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
o indivíduo. criatura.
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O
- Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por cônjuge de Marcela faleceu
meio do artigo.
o colega e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista. Comuns de Dois Gêneros:
Saiba que:
- Substantivos de origem grega terminados em ema ou oma, Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
são masculinos. Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
o axioma, o fonema, o poema, o sistema, o sintoma, o teorema. É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez
- Existem certos substantivos que, variando de gênero, que a palavra motorista é um substantivo uniforme. O restante
variam em seu significado. da notícia informa-nos de que se trata de um homem.
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora) o A distinção de gênero pode ser feita através da análise do
capital (dinheiro) e a capital (cidade) artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo.
o colega - a colega
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes um jovem - uma jovem
a) Regra geral: troca-se a terminação -o por -a. artista famoso - artista famosa
aluno - aluna
- A palavra personagem é usada indistintamente nos dois
b) Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao gêneros.
masculino. a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
freguês - freguesa preferência pelo masculino:
O menino descobriu nas nuvens os personagens dos contos de
c) Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três carochinha.
formas: b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino:
- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa O problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã a personagem.
- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona Não cheguei assim, nem era minha intenção, a criar uma
personagem.
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - sultana - Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte.
d) Substantivos terminados em -or:
- acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora Observe o gênero dos substantivos seguintes:
- troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Masculinos
e) Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: o tapa
cônsul - consulesa abade - abadessa poeta - poetisa o eclipse
duque - duquesa conde - condessa profeta - profetisa o lança-perfume
o dó (pena)
f) Substantivos que formam o feminino trocando o -e final o sanduíche
por -a: o clarinete
elefante - elefanta o champanha
o sósia
g) Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e o maracajá
no feminino: o clã
bode – cabra boi - vaca o hosana
o herpes
h) Substantivos que formam o feminino de maneira especial, o pijama
isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
czar – czarina réu - ré Femininos
a dinamite
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes a áspide
a derme
- Epicenos: a hélice
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. a alcíone
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre a filoxera
porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar a clâmide
o masculino e o feminino. a omoplata
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para a cataplasma
designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de a pane
epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade a mascote
de especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea. a gênese
A cobra macho picou o marinheiro. a entorse
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. a libido
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os d) Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à frente no plural, trocando o “l” por “is”.
de um bloco carnavalesco, manejando um bastão) quintal - quintais caracol – caracóis hotel - hotéis
a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou Exceções: mal e males, cônsul e cônsules.
proibição de trânsito)
e) Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de duas
o cabeça (chefe) maneiras:
a cabeça (parte do corpo) - Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
o cisma (separação religiosa, dissidência) Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas
a cisma (ato de cismar, desconfiança) maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem
característica do ser e se relaciona com o substantivo. (masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos,
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos classificam-se em:
que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser colocada ao Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e
lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa outra para o feminino.
bondosa.
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, Por exemplo: ativo e ativa, mau e má, judeu e judia.
não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade,
moça bondade, pessoa bondade. Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino
Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo. somente o último elemento.
Por exemplo: o moço norte-americano, a moça norte-
Morfossintaxe do Adjetivo: americana.
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro
de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto). para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
Adjetivo Pátrio feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe político-social.
alguns deles:
Estados e cidades brasileiros: Número dos Adjetivos
03.Assinale a única alternativa em que os adjetivos não Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença,
estão no grau superlativo absoluto sintético: exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
A) Arquimilionário/ ultraconservador; Nós lhe ofertamos flores.
B) Supremo/ ínfimo;
C) Superamigo/ paupérrimo; Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero
D) Muito amigo/ Bastante pobre (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal
flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o
Respostas quadro dos pronomes retos é assim configurado:
1-B / 2-C / 3-D - 1ª pessoa do singular: eu
- 2ª pessoa do singular: tu Atenção:
- 3ª pessoa do singular: ele, ela Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais depois
- 1ª pessoa do plural: nós de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em -z,
- 2ª pessoa do plural: vós -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo
- 3ª pessoa do plural: eles, elas tempo que a terminação verbal é suprimida.
Por exemplo: fiz + o = fi-lo
Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como fazei + o = fazei-os
complementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi dizer + a = dizê-la
ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”,
comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume
formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a viram + o: viram-no
na praça”, “Trouxeram-me até aqui”. repõe + os = repõe-nos
Obs.: frequentemente observamos a omissão do pronome retém + a: retém-na
reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas tem + as = tem-nas
verbais marcam, através de suas desinências, as pessoas do
verbo indicadas pelo pronome reto. Pronome Oblíquo Tônico
Fizemos boa viagem. (Nós)
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre
Pronome Oblíquo precedidos por preposições, em geral as preposições a, para, de
e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença, de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte.
exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim
indireto) ou complemento nominal. configurado:
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Eles se conheceram. (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa
Elas deram a si um dia de folga. possuída).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)
A Segunda Pessoa Indireta
Observe o quadro:
A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando
utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso Número Pessoa Pronome
interlocutor ( portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na singular primeira meu(s), minha(s)
terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
que podem ser observados no quadro seguinte: singular segunda teu(s), tua(s)
singular terceira seu(s), sua(s)
Pronomes de Tratamento
plural primeira nosso(s), nossa(s)
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques plural segunda vosso(s), vossa(s)
Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos plural terceira seu(s), sua(s)
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e
oficiais-generais Note que: A forma do possessivo depende da pessoa
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com
universidades o objeto possuído.
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores difícil.
Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento Observações:
cerimonioso
Vossa Onipotência V. O. Deus 1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar da
alteração fonética da palavra senhor.
Também são pronomes de tratamento o senhor, a - Muito obrigado, seu José.
senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados
no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento 2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse.
familiar. Você e vocês são largamente empregados no português Podem ter outros empregos, como:
do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; a) indicar afetividade.
em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à - Não faça isso, minha filha.
linguagem litúrgica, ultraformal ou literária. b) indicar cálculo aproximado.
Ele já deve ter seus 40 anos.
Observações: c) atribuir valor indefinido ao substantivo.
a) Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em
relação à pessoa com quem falamos. 3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o
Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este pronome possessivo fica na 3ª pessoa.
encontro. Vossa Excelência trouxe sua mensagem?
Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o 4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo
Senhor Presidente da República, agiu com propriedade. concorda com o mais próximo.
Trouxe-me seus livros e anotações.
- Os pronomes de tratamento representam uma forma
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao 5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos
tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, átonos assumem valor de possessivo.
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado Vou seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.)
supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
Pronomes Demonstrativos
b) 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam- Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a
se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto.
Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, no tempo ou O referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos;
discurso. aquele casado, solteiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado]
e) O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica.
No espaço: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro f) Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com
está perto da pessoa que fala. pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, disso,
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro nisso, no, etc.
está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo)
fala.
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro Pronomes Indefinidos
está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo.
São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso,
Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade
por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de indeterminada.
fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação plantadas.
ao destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade. Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade que seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou
destinatária). não se quer revelar.
Reafirmamos a disposição desta universidade em participar
no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que Classificam-se em:
envia a mensagem).
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar
No tempo: do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. São
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se refere eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém,
ao ano presente. outrem, quem, tudo.
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere a Algo o incomoda?
um passado próximo. Quem avisa amigo é.
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se
referindo a um passado distante. - Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).
invariáveis, observe: Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões.
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s).
Invariáveis: isto, isso, aquilo. Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora
pronomes indefinidos adjetivos:
- Também aparecem como pronomes demonstrativos: algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos),
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e puderem demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo. nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
te indiquei.)
- mesmo(s), mesma(s): Menos palavras e mais ações.
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem. Alguns se contentam pouco.
- próprio(s), própria(s):
Os próprios alunos resolveram o problema. Os pronomes indefinidos podem ser divididos
em variáveis e invariáveis. Observe:
- semelhante(s):
Não compre semelhante livro. Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto,
- tal, tais: outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária,
Tal era a solução para o problema. tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns,
todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas,
Note que: nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo,
a) Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em cada.
construções redundantes, com finalidade expressiva, para
salientar algum termo anterior. Por exemplo: São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um,
Manuela, essa é que dera em cheio casando com o José Afonso. qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja quem for,
Desfrutar das belezas brasileiras, isso é que é sorte! seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou
b) O pronome demonstrativo neutro ou pode representar qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que Cada um escolheu o vinho desejado.
aparece, geralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto.
O casamento seria um desastre. Todos o pressentiam. Indefinidos Sistemáticos
c) Para evitar a repetição de um verbo anteriormente
expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer, Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes percebemos que existem alguns grupos que criam oposição
de). de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sentido
Ninguém teve coragem de falar antes que ela o fizesse. afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm sentido negativo;
d) Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa todo/tudo, que indicam uma totalidade afirmativa, e nenhum/
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em primeiro nada, que indicam uma totalidade negativa; alguém/ninguém,
lugar. que se referem à pessoa, e algo/nada, que se referem à coisa;
certo, que particulariza, e qualquer, que generaliza.
Essas oposições de sentido são muito importantes na Emprestei tantos quantos foram necessários.
construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas (antecedente)
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumentos
expostos. Observe nas frases seguintes a força que os pronomes Ele fez tudo quanto havia falado.
indefinidos destacados imprimem às afirmações de que fazem (antecedente)
parte:
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado f) O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre
prático. precedido de preposição.
Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
pessoas quaisquer. É um professor a quem muito devemos.
(preposição)
Pronomes Relativos
g) “Onde”, como pronome relativo, sempre possui
São aqueles que representam nomes já mencionados antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar.
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as A casa onde morava foi assaltada.
orações subordinadas adjetivas.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um h) Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em
grupo racial sobre outros. que.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no
oração subordinada adjetiva). exterior.
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e
introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra “sistema” i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:
é antecedente do pronome relativo que. - como (= pelo qual)
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome Não me parece correto o modo como você agiu semana
demonstrativo o, a, os, as. passada.
Não sei o que você está querendo dizer. - quando (= em que)
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.
expresso.
Quem casa, quer casa. j) Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase.
Observe: O futebol é um esporte.
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais, O povo gosta muito deste esporte.
cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, quantas. O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
k) Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
Note que: ocorrer a elipse do relativo “que”.
a) O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria,
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído (que) fumava.
por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for
um substantivo. Pronomes Interrogativos
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual) ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem-
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais) se à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais) interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações).
b) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas
verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter preferes.
várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos
usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza passageiros desembarcaram.
ou depois de determinadas preposições:
Sobre os pronomes:
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o
qual me deixou encantado. (O uso de “que”, neste caso, geraria O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de
ambiguidade.) sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando
desempenha função de complemento. Vamos entender,
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que
dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.) função exerce. Observe as orações:
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
c) O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia ajudá-
refere a uma oração. lo.
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto.
sua vocação natural. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo
função de complemento, e, consequentemente, é do caso oblíquo.
d) O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente, Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso,
mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais, o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a
das quais. segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia
ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe).
Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas. Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do
(antecedente) (consequente) pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo intransitivo
“ajudar” porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou
e) “Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente entre locução verbal, caso o verbo principal (no caso “ajudar”)
um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo: estiver no infinitivo ou gerúndio.
Eu desejo lhe perguntar algo. I. No segmento que nascem, a palavra que se refere a
Eu estou perguntando-lhe algo. amizades.
II. O segmento elos fracos retoma o segmento uma forma
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: superficial de amizade.
os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente III. Na frase Nós não nos conhecemos, o pronome Nós refere-
dos segundos que são sempre precedidos de preposição. se aos pronomes eu e você.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu
estava fazendo. Quais estão corretas?
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que (A) Apenas I.
eu estava fazendo. (B) Apenas II.
Questões (C) Apenas III.
(D) Apenas I e II.
01. Observe as sentenças abaixo. (E) I, II e III.
I. Esta é a professora de cuja aula todos os alunos gostam.
II. Aquela é a garota com cuja atitude discordei - tornamo- 03. Observe a charge a seguir.
nos inimigas desde aquele episódio.
III. A criança cuja a família não compareceu ficou inconsolável.
01.Na frase “Nessa carteira só há duas notas de cinco reais” Declarativas: aquela através da qual se enuncia algo,
temos exemplos de numerais: de forma afirmativa ou negativa. Encerram a declaração ou
A) ordinais; enunciação de um juízo acerca de alguém ou de alguma coisa:
B) cardinais; Paulo parece inteligente. (afirmativa)
C) fracionários; Nunca te esquecerei. (negativa)
D) romanos; Neli não quis montar o cavalo velho, de pêlo ruço. (negativa)
E) Nenhuma das alternativas.
Interrogativas: aquela da qual se pergunta algo, direta
02.Aponte a alternativa em que os numerais estão bem (com ponto de interrogação) ou indiretamente (sem ponto de
empregados. interrogação). São uma pergunta, uma interrogação:
A) Ao papa Paulo Seis sucedeu João Paulo Primeiro. Por que chegaste tão tarde?
B) Após o parágrafo nono virá o parágrafo décimo. Gostaria de saber que horas são.
C) Depois do capítulo sexto, li o capitulo décimo primeiro. “Por que faço eu sempre o que não queria” (Fernando Pessoa)
D) Antes do artigo dez vem o artigo nono.
E) O artigo vigésimo segundo foi revogado. Imperativas: aquela através da qual expressamos uma
ordem, pedido ou súplica, de forma afirmativa ou negativa.
03. Os ordinais referentes aos números 80, 300, 700 e 90 Contêm uma ordem, proibição, exortação ou pedido:
são, respectivamente “Cale-se! Respeite este templo.” (afirmativa)
A) octagésimo, trecentésimo, septingentésirno, Não cometa imprudências. (negativa)
nongentésimo “Não me leves para o mar.” (negativa)
B) octogésimo, trecentésimo, septingentésimo, nonagésimo
C) octingentésimo, tricentésimo, septuagésimo, nonagésimo Exclamativas: aquela através da qual externamos uma
D) octogésimo, tricentésimo, septuagésimo, nongentésimo admiração. Traduzem admiração, surpresa, arrependimento,
etc.:
Respostas Como eles são audaciosos!
1-B / 2-D / 3-B Não voltaram mais!
Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como A padaria está fechada hoje.
partes de um conjunto harmônico: elas formam os termos está fechada hoje: predicado nominal
ou as unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração fechada: nome adjetivo = núcleo do predicado
desempenha uma função sintática. Geralmente apresentam dois a padaria: sujeito
grupos de palavras: um grupo sobre o qual se declara alguma padaria: núcleo do sujeito - nome feminino singular
coisa (o sujeito), e um grupo que apresenta uma declaração (o No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante,
predicado), e, excepcionalmente, só o predicado. Exemplo: ao passo que o predicado é o termo determinado. Essa posição
de determinante do sujeito em relação ao predicado adquire
A menina banhou-se na cachoeira. sentido com o fato de ser possível, na língua portuguesa, uma
A menina – sujeito sentença sem sujeito, mas nunca uma sentença sem predicado.
banhou-se na cachoeira – predicado Exemplo:
Choveu durante a noite. (a oração toda predicado)
As formigas invadiram minha casa.
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em as formigas: sujeito = termo determinante
número e pessoa. É normalmente o «ser de quem se declara invadiram minha casa: predicado = termo determinado
algo», «o tema do que se vai comunicar». Há formigas na minha casa.
O predicado é a parte da oração que contém “a informação há formigas na minha casa: predicado = termo determinado
nova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere ao sujeito, sujeito: inexistente
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma
Observe: O amor é eterno. O tema, o ser de quem se declara nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando esse
algo, o sujeito, é “O amor”. A declaração referente a “o amor”, ou nome se refere a objetos das primeira e segunda pessoas, o
seja, o predicado, é «é eterno». sujeito é representado por um pronome pessoal do caso reto (eu,
tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa,
Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é “Os rapazes”, sua representação pode ser feita através de um substantivo, de
que identificamos por ser o termo que concorda em número e um pronome substantivo ou de qualquer conjunto de palavras,
pessoa com o verbo “jogam”. O predicado é “jogam futebol”. cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo.
Exemplos:
Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente um Eu acompanho você até o guichê.
substantivo, pronome ou verbo), que encerra a essência de eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa
sua significação. Nos exemplos seguintes, as palavras amigo e Vocês disseram alguma coisa?
revestiu são o núcleo do sujeito e do predicado, respectivamente: vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa
“O amigo retardatário do presidente prepara-se para Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
desembarcar.” (Aníbal Machado) Marcos: sujeito = substantivo próprio
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plumas. Ninguém entra na sala agora.
ninguém: sujeito = pronome substantivo
Os termos da oração da língua portuguesa são classificados O andar deve ser uma atividade diária.
em três grandes níveis: o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa oração
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado.
Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e de uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o nome de
Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Agente oração substantiva subjetiva:
da Passiva).
É difícil optar por esse ou aquele doce...
É difícil: oração principal Vão-se os anéis, fiquem os dedos.
optar por esse ou aquele doce: oração substantiva subjetiva “Breve desapareceram os dois guerreiros entre as árvores.”
(José de Alencar)
O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou
por uma palavra ou expressão substantivada. Exemplos: Sem Sujeito: constituem a enunciação pura e absoluta de um
fato, através do predicado; o conteúdo verbal não é atribuído a
O sino era grande. nenhum ser. São construídas com os verbos impessoais, na 3ª
Ela tem uma educação fina. pessoa do singular: Havia ratos no porão; Choveu durante o jogo.
Vossa Excelência agiu com imparcialidade. Observação: São verbos impessoais: Haver (nos sentidos
Isto não me agrada. de existir, acontecer, realizar-se, decorrer), Fazer, passar, ser
e estar, com referência ao tempo e Chover, ventar, nevar, gear,
O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um relampejar, amanhecer, anoitecer e outros que exprimem
substantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem aparecer fenômenos meteorológicos.
palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, etc.).
Exemplo: “Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma Predicado: assim como o sujeito, o predicado é um
voz para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar) segmento extraído da estrutura interna das orações ou das
frases, sendo, por isso, fruto de uma análise sintática. Nesse
O sujeito pode ser: sentido, o predicado é sintaticamente o segmento linguístico
que estabelece concordância com outro termo essencial
Simples: quando tem um só núcleo: As rosas têm espinhos; da oração, o sujeito, sendo este o termo determinante (ou
“Um bando de galinhas-d’angola atravessa a rua em fila indiana.” subordinado) e o predicado o termo determinado (ou principal).
Composto: quando tem mais de um núcleo: “O burro e o Não se trata, portanto, de definir o predicado como “aquilo
cavalo nadavam ao lado da canoa.” que se diz do sujeito” como fazem certas gramáticas da língua
Expresso: quando está explícito, enunciado: Eu viajarei portuguesa, mas sim estabelecer a importância do fenômeno
amanhã. da concordância entre esses dois termos essenciais da oração.
Oculto (ou elíptico): quando está implícito, isto é, quando Então têm por características básicas: apresentar-se como
não está expresso, mas se deduz do contexto: Viajarei amanhã. elemento determinado em relação ao sujeito; apontar um
(sujeito: eu, que se deduz da desinência do verbo); “Um soldado atributo ou acrescentar nova informação ao sujeito.
saltou para a calçada e aproximou-se.” (o sujeito, soldado, está
expresso na primeira oração e elíptico na segunda: e (ele) Exemplo:
aproximou-se.); Crianças, guardem os brinquedos. (sujeito: Carolina conhece os índios da Amazônia.
vocês) sujeito: Carolina = termo determinante
Agente: se faz a ação expressa pelo verbo da voz ativa: O Nilo predicado: conhece os índios da Amazônia = termo
fertiliza o Egito. determinado
Paciente: quando sofre ou recebe os efeitos da ação expressa
pelo verbo passivo: O criminoso é atormentado pelo remorso; Nesses exemplos podemos observar que a concordância é
Muitos sertanistas foram mortos pelos índios; Construíram-se estabelecida entre algumas poucas palavras dos dois termos
açudes. (= Açudes foram construídos.) essenciais. No primeiro exemplo, entre “Carolina” e “conhece”;
Agente e Paciente: quando o sujeito realiza a ação expressa no segundo exemplo, entre “nós” e “fazemos”. Isso se dá porque
por um verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe os efeitos a concordância é centrada nas palavras que são núcleos, isto
dessa ação: O operário feriu-se durante o trabalho; Regina é, que são responsáveis pela principal informação naquele
trancou-se no quarto. segmento. No predicado o núcleo pode ser de dois tipos: um
Indeterminado: quando não se indica o agente da ação nome, quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da
verbal: Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem atropelou oração, ou um verbo (ou locução verbal). No primeiro caso,
a senhora? Não se diz, não se sabe quem a atropelou.); Come-se temos um predicado nominal (seu núcleo significativo é um
bem naquele restaurante. nome, substantivo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por
um verbo de ligação) e no segundo um predicado verbal (seu
Observações: núcleo é um verbo, seguido, ou não, de complemento(s) ou
- Não confundir sujeito indeterminado com sujeito oculto. termos acessórios). Quando, num mesmo segmento o nome e o
- Sujeito formado por pronome indefinido não é verbo são de igual importância, ambos constituem o núcleo do
indeterminado, mas expresso: Alguém me ensinará o caminho. predicado e resultam no tipo de predicado verbo-nominal (tem
Ninguém lhe telefonou. dois núcleos significativos: um verbo e um nome). Exemplos:
- Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o Minha empregada é desastrada.
verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a qualquer agente predicado: é desastrada
já expresso nas orações anteriores: Na rua olhavam-no com núcleo do predicado: desastrada = atributo do sujeito
admiração; “Bateram palmas no portãozinho da frente.”; “De tipo de predicado: nominal
qualquer modo, foi uma judiação matarem a moça.”
- Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo O núcleo do predicado nominal chama-se predicativo
ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se. O do sujeito, porque atribui ao sujeito uma qualidade ou
pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito. característica. Os verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.)
Pode ser omitido junto de infinitivos. funcionam como um elo entre o sujeito e o predicado.
Aqui vive-se bem.
Devagar se vai ao longe. A empreiteira demoliu nosso antigo prédio.
Quando se é jovem, a memória é mais vivaz. predicado: demoliu nosso antigo prédio
Trata-se de fenômenos que nem a ciência sabe explicar. núcleo do predicado: demoliu = nova informação sobre o
sujeito
- Assinala-se a indeterminação do sujeito deixando-se o tipo de predicado: verbal
verbo no infinitivo impessoal: Era penoso carregar aqueles
fardos enormes; É triste assistir a estas cenas repulsivas. Os manifestantes desciam a rua desesperados.
predicado: desciam a rua desesperados
Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a núcleos do predicado: desciam = nova informação sobre o
posposição do sujeito ao verbo é fato corriqueiro em nossa sujeito; desesperados = atributo do sujeito
língua. tipo de predicado: verbo-nominal
Exemplos:
É fácil este problema!
Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar,
responsável também por definir os tipos de elementos que chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc.
aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho basta
para compor o predicado (verbo intransitivo). Em outros casos Transitivos Diretos: são os que pedem um objeto direto, isto
é necessário um complemento que, juntamente com o verbo, é, um complemento sem preposição. Pertencem a esse grupo:
constituem a nova informação sobre o sujeito. De qualquer julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar, designar, considerar,
forma, esses complementos do verbo não interferem na tipologia declarar, adotar, ter, fazer, etc. Exemplos:
do predicado. Comprei um terreno e construí a casa.
Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo, “Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês de
quando este puder ser facilmente subentendido, em geral por Maricá)
estar expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos: “Então, solenemente Maria acendia a lâmpada de sábado.”
(Guedes de Amorim)
“A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes
inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido o verbo é Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque os
depois de algozes) que formam o predicado verbo nominal e se constrói com o
“Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da complemento acompanhado de predicativo. Exemplos:
Silva) (Subentende-se o verbo está depois de peixe) Consideramos o caso extraordinário.
“A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente.” (Povina Inês trazia as mãos sempre limpas.
Cavalcante) (isto é: o povo parecia mais contente) O povo chamava-os de anarquistas.
Julgo Marcelo incapaz disso.
Chama-se predicação verbal o modo pelo qual o verbo
forma o predicado. Observações: Os verbos transitivos diretos, em geral, podem
Há verbos que, por natureza, tem sentido completo, ser usados também na voz passiva; Outra característica desses
podendo, por si mesmos, constituir o predicado: são os verbos verbos é a de poderem receber como objeto direto, os pronomes
de predicação completa denominados intransitivos. Exemplo: o, a, os, as: convido-o, encontro-os, incomodo-a, conheço-as; Os
verbos transitivos diretos podem ser construídos acidentalmente
As flores murcharam. com preposição, a qual lhes acrescenta novo matiz semântico:
Os animais correm. arrancar da espada; puxar da faca; pegar de uma ferramenta;
As folhas caem. tomar do lápis; cumprir com o dever; Alguns verbos transitivos
diretos: abençoar, achar, colher, avisar, abraçar, comprar,
Outros verbos há, pelo contrário, que para integrarem castigar, contrariar, convidar, desculpar, dizer, estimar, elogiar,
o predicado necessitam de outros termos: são os verbos de entristecer, encontrar, ferir, imitar, levar, perseguir, prejudicar,
predicação incompleta, denominados transitivos. Exemplos: receber, saldar, socorrer, ter, unir, ver, etc.
Os verbos, relativamente à predicação, não têm classificação O objeto direto pode ser constituído:
fixa, imutável. Conforme a regência e o sentido que apresentam - Por um substantivo ou expressão substantivada: O lavrador
na frase, podem pertencer ora a um grupo, ora a outro. Exemplos: cultiva a terra.; Unimos o útil ao agradável.
O homem anda. (intransitivo) - Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos:
O homem anda triste. (de ligação) Espero-o na estação.; Estimo-os muito.; Sílvia olhou-se ao
espelho.; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo a
O cego não vê. (intransitivo) tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.;
O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto) “Marchei resolutamente para a maluca e intimei-a a ficar
quieta.”; “Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de vista.”
Não dei com a chave do enigma. (transitivo indireto) - Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na
Os pais dão conselhos aos filhos. (transitivo direto e indireto) loja.; A árvore que plantei floresceu. (que: objeto direto de
plantei); Onde foi que você achou isso? Quando vira as folhas do
Predicativo: Há o predicativo do sujeito e o predicativo do livro, ela o faz com cuidado.; “Que teria o homem percebido nos
objeto. meus escritos?”
Predicativo do Sujeito: é o termo que exprime um atributo, Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos, dando-
um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um se-lhes por objeto direto uma palavra cognata ou da mesma
verbo de ligação, no predicado nominal. Exemplos: esfera semântica:
A bandeira é o símbolo da Pátria. “Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.”
A mesa era de mármore. (Vivaldo Coaraci)
Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra na “Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal
constituição do predicado verbo-nominal. Exemplos: Machado)
O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava “Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” (Machado
atrasado.) de Assis)
O menino abriu a porta ansioso. Em tais construções é de rigor que o objeto venha
Todos partiram alegres. acompanhado de um adjunto.
Observações: O predicativo subjetivo às vezes está Objeto Direto Preposicionado: Há casos em que o objeto
preposicionado; Pode o predicativo preceder o sujeito e até direto, isto é, o complemento de verbos transitivos diretos, vem
mesmo ao verbo: São horríveis essas coisas!; Que linda precedido de preposição, geralmente a preposição a. Isto ocorre
estava Amélia!; Completamente feliz ninguém é.; Raros são os principalmente:
verdadeiros líderes.; Quem são esses homens?; Lentos e tristes, - Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico:
os retirantes iam passando.; Novo ainda, eu não entendia certas Deste modo, prejudicas a ti e a ela.; “Mas dona Carolina amava
coisas.; Onde está a criança que fui? mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me que Roberto
Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao objeto de hostilizava antes a mim do que à ideia.”; “Ricardina lastimava o
um verbo transitivo. Exemplos: seu amigo como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós”.
O juiz declarou o réu inocente. - Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro
O povo elegeu-o deputado. Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a todos;
deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo desenvolvimento
Observações: O predicativo objetivo, como vemos dos das suas graças.”; “Agora sabia que podia manobrar com ele, com
exemplos acima, às vezes vem regido de preposição. Esta, em aquele homem a quem na realidade também temia, como todos
certos casos, é facultativa; O predicativo objetivo geralmente ali”.
se refere ao objeto direto. Excepcionalmente, pode referir-se - Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitando
ao objeto indireto do verbo chamar. Chamavam-lhe poeta; que o objeto direto seja tomado como sujeito, impedindo
Podemos antepor o predicativo a seu objeto: O advogado construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o filho amado.;
considerava indiscutíveis os direitos da herdeira.; Julgo “Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, como a
inoportuna essa viagem.; “E até embriagado o vi muitas um irmão.”; A qual delas iria homenagear o cavaleiro?
vezes.”; “Tinha estendida a seus pés uma planta rústica da - Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza e a
cidade.”; “Sentia ainda muito abertos os ferimentos que aquele eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns aos outros.”; “As
choque com o mundo me causara.” companheiras convidavam-se umas às outras.”; “Era o abraço de
duas criaturas que só tinham uma à outra”.
Termos Integrantes da Oração - Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas,
Chamam-se termos integrantes da oração os que completam principalmente na expressão dos sentimentos ou por amor da
a significação transitiva dos verbos e nomes. Integram (inteiram, eufonia da frase: Judas traiu a Cristo.; Amemos a Deus sobre
completam) o sentido da oração, sendo por isso indispensável à todas as coisas. “Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O
compreensão do enunciado. São os seguintes: estrangeiro foi quem ofendeu a Tupã”.
- Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto Indireto);
- Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o objeto público.; Assisti ao desenrolar da luta.; A coisa de que mais
direto para dar-lhe realce: A você é que não enganam!; Ao gosto é pescar.; A pessoa a quem me refiro você a conhece.; Os
médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A este confrade obstáculos contra os quais luto são muitos.; As pessoas com
conheço desde os seus mais tenros anos”. quem conto são poucas.
- Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceiro
caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os matava a Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é
ambos...”. representado pelos substantivos (ou expressões substantivas)
- Com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes a ou pelos pronomes. As preposições que o ligam ao verbo são: a,
pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a uns e odeias a com, contra, de, em, para e por.
outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes também aos
outros.; A quantos a vida ilude!. Objeto Indireto Pleonástico: à semelhança do objeto direto,
- Em certas construções enfáticas, como puxar (ou arrancar) o objeto indireto pode vir repetido ou reforçado, por ênfase.
da espada, pegar da pena, cumprir com o dever, atirar com os Exemplos: “A mim o que me deu foi pena.”; “Que me importa
livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas de aço fino...”; a mim o destino de uma mulher tísica...? “E, aos brigões,
“Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou incapazes de se moverem, basta-lhes xingarem-se a distância.”
da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a coser.”; “Imagina-se
a consternação de Itaguaí, quando soube do caso.” Complemento Nominal: é o termo complementar reclamado
pela significação transitiva, incompleta, de certos substantivos,
Observações: Nos quatro primeiros casos estudados a adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de preposição.
preposição é de rigor, nos cinco outros, facultativa; A substituição Exemplos: A defesa da pátria; Assistência às aulas; “O ódio ao
do objeto direto preposicionado pelo pronome oblíquo átono, mal é amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino.”;
quando possível, se faz com as formas o(s), a(s) e não lhe, “Ah, não fosse ele surdo à minha voz!”
lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer ao amigo (convencê-
lo); O objeto direto preposicionado, é obvio, só ocorre com Observações: O complemento nominal representa o
verbo transitivo direto; Podem resumir-se em três as razões recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um
ou finalidades do emprego do objeto direto preposicionado: nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo de
a clareza da frase; a harmonia da frase; a ênfase ou a força da assaltos, a remessa de cartas, útil ao homem, compositor
expressão. de músicas, etc. É regido pelas mesmas preposições usadas
no objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de
Objeto Direto Pleonástico: Quando queremos dar destaque complementar verbos, complementa nomes (substantivos,
ou ênfase à ideia contida no objeto direto, colocamo-lo no adjetivos) e alguns advérbios em –mente. Os nomes que
início da frase e depois o repetimos ou reforçamos por meio do requerem complemento nominal correspondem, geralmente, a
pronome oblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal verbos de mesmo radical: amor ao próximo, amar o próximo;
chama-se pleonástico, enfático ou redundante. Exemplos: perdão das injúrias, perdoar as injúrias; obediente aos pais,
O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas da camisa. obedecer aos pais; regresso à pátria, regressar à pátria; etc.
O bem, muitos o louvam, mas poucos o seguem.
“Seus cavalos, ela os montava em pelo.” (Jorge Amado)
Objeto Indireto: É o complemento verbal regido de Agente da Passiva: é o complemento de um verbo na voz
preposição necessária e sem valor circunstancial. Representa, passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo
ordinariamente, o ser a que se destina ou se refere à ação verbal: passivo. Vem regido comumente pela preposição por, e menos
“Nunca desobedeci a meu pai”. O objeto indireto completa a frequentemente pela preposição de: Alfredo é estimado pelos
significação dos verbos: colegas; A cidade estava cercada pelo exército romano; “Era
conhecida de todo mundo a fama de suas riquezas.”
- Transitivos Indiretos: Assisti ao jogo; Assistimos à missa e
à festa; Aludiu ao fato; Aspiro a uma vida calma. O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos ou
- Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou passiva): pelos pronomes:
Dou graças a Deus; Ceda o lugar aos mais velhos; Dedicou sua As flores são umedecidas pelo orvalho.
vida aos doentes e aos pobres; Disse-lhe a verdade. (Disse a A carta foi cuidadosamente corrigida por mim.
verdade ao moço.)
O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na voz
O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de outras ativa:
categorias, os quais, no caso, são considerados acidentalmente A rainha era chamada pela multidão. (voz passiva)
transitivos indiretos: A bom entendedor meia palavra basta; A multidão aclamava a rainha. (voz ativa)
Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a ele); Isto não lhe Ele será acompanhado por ti. (voz passiva)
convém; A proposta pareceu-lhe aceitável.
Observações:
Observações: Há verbos que podem construir-se com dois Frase de forma passiva analítica sem complemento agente
objetos indiretos, regidos de preposições diferentes: Rogue a expresso, ao passar para a ativa, terá sujeito indeterminado
Deus por nós.; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para e o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi expulso da cidade.
ti a meu senhor um rico presente; Não confundir o objeto direto (Expulsaram-no da cidade.); As florestas são devastadas.
com o complemento nominal nem com o adjunto adverbial; Em (Devastam as florestas.); Na passiva pronominal não se declara
frases como “Para mim tudo eram alegrias”, “Para ele nada é o agente: Nas ruas assobiavam-se as canções dele pelos
impossível”, os pronomes em destaque podem ser considerados pedestres. (errado); Nas ruas eram assobiadas as canções dele
adjuntos adverbiais. pelos pedestres. (certo); Assobiavam-se as canções dele nas
ruas. (certo)
O objeto indireto é sempre regido de preposição, expressa
ou implícita. A preposição está implícita nos pronomes objetivos Termos Acessórios da Oração
indiretos (átonos) me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Exemplos:
Obedece-me. (=Obedece a mim.); Isto te pertence. (=Isto Termos acessórios são os que desempenham na oração
pertence a ti.); Rogo-lhe que fique. (=Rogo a você...); Peço- uma função secundária, qual seja a de caracterizar um ser,
vos isto. (=Peço isto a vós.). Nos demais casos a preposição é determinar os substantivos, exprimir alguma circunstância. São
expressa, como característica do objeto indireto: Recorro a três os termos acessórios da oração: adjunto adnominal, adjunto
Deus.; Dê isto a (ou para) ele.; Contenta-se com pouco.; Ele adverbial e aposto.
só pensa em si.; Esperei por ti.; Falou contra nós.; Conto com Adjunto adnominal: É o termo que caracteriza ou determina
você.; Não preciso disto.; O filme a que assisti agradou ao os substantivos. Exemplo: Meu irmão veste roupas vistosas.
(Meu determina o substantivo irmão: é um adjunto adnominal “Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?”
– vistosas caracteriza o substantivo roupas: é também adjunto (Graciliano Ramos)
adnominal).
O adjunto adnominal pode ser expresso: Pelos adjetivos: O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às
água fresca, terras férteis, animal feroz; Pelos artigos: o vezes, está elíptico. Exemplos:
mundo, as ruas, um rapaz; Pelos pronomes adjetivos: nosso tio, Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
este lugar, pouco sal, muitas rãs, país cuja história conheço, Mensageira da ideia, a palavra é a mais bela expressão da
que rua?; Pelos numerais: dois pés, quinto ano, capítulo sexto; alma humana.
Pelas locuções ou expressões adjetivas que exprimem qualidade,
posse, origem, fim ou outra especificação: O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos:
- presente de rei (=régio): qualidade Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de
- livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença tempestade iminente.
- água da fonte, filho de fazendeiros: origem O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito.
- fio de aço, casa de madeira: matéria
- casa de ensino, aulas de inglês: fim, especialidade Um aposto pode referir-se a outro aposto:
“Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha do
Observações: Não confundir o adjunto adnominal formado velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo Ivo)
por locução adjetiva com complemento nominal. Este representa
o alvo da ação expressa por um nome transitivo: a eleição do O aposto pode vir precedido das expressões explicativas isto
presidente, aviso de perigo, declaração de guerra, empréstimo é, a saber, ou da preposição acidental como:
de dinheiro, plantio de árvores, colheita de trigo, destruidor
de matas, descoberta de petróleo, amor ao próximo, etc. O Dois países sul-americanos, isto é, a Bolívia e o Paraguai,
adjunto adnominal formado por locução adjetiva representa não são banhados pelo mar.
o agente da ação, ou a origem, pertença, qualidade de alguém Este escritor, como romancista, nunca foi superado.
ou de alguma coisa: o discurso do presidente, aviso de amigo,
declaração do ministro, empréstimo do banco, a casa do O aposto que se refere a objeto indireto, complemento
fazendeiro, folhas de árvores, farinha de trigo, beleza das nominal ou adjunto adverbial vem precedido de preposição:
matas, cheiro de petróleo, amor de mãe.
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
Adjunto adverbial: É o termo que exprime uma circunstância “Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das
(de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que modifica coisas.” (Raquel Jardim)
o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Exemplo: “Meninas De cobras, morcegos, bichos, de tudo ela tinha medo.
numa tarde brincavam de roda na praça”. O adjunto adverbial
é expresso: Pelos advérbios: Cheguei cedo.; Ande devagar.; Vocativo: (do latim vocare = chamar) é o termo (nome, título,
Maria é mais alta.; Não durma ao volante.; Moramos aqui.; apelido) usado para chamar ou interpelar a pessoa, o animal ou
Ele fala bem, fala corretamente.; Volte bem depressa.; Talvez a coisa personificada a que nos dirigimos:
esteja enganado.; Pelas locuções ou expressões adverbiais: Às
vezes viajava de trem.; Compreendo sem esforço.; Saí com meu “Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Maria
pai.; Júlio reside em Niterói.; Errei por distração.; Escureceu de Lourdes Teixeira)
de repente. “A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado de
Assis)
Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição antes “Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (Fagundes Varela)
de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, não
dormi. (=Naquela noite...); Domingo que vem não sairei. (=No Observação: Profere-se o vocativo com entoação exclamativa.
domingo...); Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (=De Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo inicial, os
ouvidos atentos...); Os adjuntos adverbiais classificam-se de pontos interrogativo e exclamativo indicam um chamado alto e
acordo com as circunstâncias que exprimem: adjunto adverbial prolongado. O vocativo se refere sempre à 2ª pessoa do discurso,
de lugar, modo, tempo, intensidade, causa, companhia, meio, que pode ser uma pessoa, um animal, uma coisa real ou entidade
assunto, negação, etc. É importante saber distinguir adjunto abstrata personificada. Podemos antepor-lhe uma interjeição de
adverbial de adjunto adnominal, de objeto indireto e de apelo (ó, olá, eh!):
complemento nominal: sair do mar (ad.adv.); água do mar (adj.
adn.); gosta do mar (obj.indir.); ter medo do mar (compl.nom.). “Tem compaixão de nós , ó Cristo!” (Alexandre Herculano)
Aposto: É uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, “Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!”
desenvolve ou resume outro termo da oração. Exemplos: (Graciliano Ramos)
D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sábio. “Esconde-te, ó sol de maio, ó alegria do mundo!” (Camilo
“Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de consciência.” Castelo Branco)
(Carlos Drummond de Andrade) O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura da
oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.
O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronome
substantivo: Questões
Foram os dois, ele e ela.
Só não tenho um retrato: o de minha irmã. 01. O termo em destaque é adjunto adverbial de intensidade
em:
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases (A) pode aprender e assimilar MUITA coisa
seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo do (B) enfrentamos MUITAS novidades
sujeito: (C) precisa de um parceiro com MUITO caráter
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas. (D) não gostam de mulheres MUITO inteligentes
As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de (E) assumimos MUITO conflito e confusão
cores.
02. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, há
Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas, na dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifados são
escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo respectivamente:
pausa, não haverá vírgula, como nestes exemplos: (A) sujeito – objeto direto;
Minha irmã Beatriz; o escritor João Ribeiro; o romance Tóia; (B) sujeito – aposto;
o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o Colégio Tiradentes, etc. (C) objeto direto – aposto;
(D) objeto direto – objeto direto; Saí da escola / e fui à lanchonete.
(E) objeto direto – complemento nominal. OCA OCS Aditiva
Período Composto por Coordenação – Orações Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção
Coordenadas que expressa ideia de conclusão de um fato enunciado na oração
anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva.
Considere, por exemplo, este período composto:
Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os tempos Vives mentindo; logo, não mereces fé.
de infância. Ele é teu pai: respeita-lhe, pois, a vontade.
1ª oração: Passeamos pela praia - Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou,ou... ou,
2ª oração: brincamos ora... ora, seja... seja, quer... quer.
3ª oração: recordamos os tempos de infância
As três orações que compõem esse período têm sentido Seja mais educado / ou retire-se da reunião!
próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência sintática: OCA OCS Alternativa
elas são independentes. Há entre elas, é claro, uma relação de
sentido, mas, como já dissemos, uma não depende da outra Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
sintaticamente. conjunção que estabelece uma relação de alternância ou escolha
As orações independentes de um período são chamadas com referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção
de orações coordenadas (OC), e o período formado só de coordenativa alternativa.
orações coordenadas é chamado de período composto por
coordenação. Venha agora ou perderá a vez.
As orações coordenadas são classificadas em assindéticas e “Jacinta não vinha à sala, ou retirava-se logo.” (Machado de
sindéticas. Assis)
“Em aviação, tudo precisa ser bem feito ou custará preço
- As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quando muito caro.” (Renato Inácio da Silva)
não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo: “A louca ora o acariciava, ora o rasgava freneticamente.”
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram. (Luís Jardim)
OCA OCA OCA
- Orações coordenadas sindéticas explicativas: que,
“Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado de porque, pois, porquanto.
Assis) Vamos andar depressa / que estamos atrasados.
“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.” OCA OCS Explicativa
(Antônio Olavo Pereira) Observe que a 2ª oração é introduzida por uma conjunção
“O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.” que expressa ideia de explicação, de justificativa em relação
(Coelho Neto) à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa
explicativa.
- As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando vêm
introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo: Leve-lhe uma lembrança, que ela aniversaria amanhã.
O homem saiu do carro / e entrou na casa. “A mim ninguém engana, que não nasci ontem.” (Érico
OCA OCS Veríssimo)
Observe os termos destacados em cada uma destas orações: O homem age conforme pensa.
Vi uma cena triste. (adjunto adnominal) Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi.
Todos querem sua participação. (objeto direto) Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas.
Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial de O jornal, como sabemos, é um grande veículo de informação.
causa)
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao
Veja, agora, como podemos transformar esses termos em que foi expresso na oração principal. Conjunções: quando, assim
orações com a mesma função sintática: que, logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assim que).
Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordinada Ele saiu da sala / assim que eu cheguei.
com função de adjunto adnominal) OP OSA Temporal
Todos querem / que você participe. (oração subordinada
com função de objeto direto) Formiga, quando quer se perder, cria asas.
Não pude sair / porque estava chovendo. (oração “Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se
subordinada com função de adjunto adverbial de causa) esvaziam.” (Carlos Povina Cavalcânti)
“Quando os tiranos caem, os povos se levantam.” (Marquês
Em todos esses períodos, a segunda oração exerce uma de Maricá)
certa função sintática em relação à primeira, sendo, portanto, Enquanto foi rico, todos o procuravam.
subordinada a ela. Quando um período é constituído de pelo - Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi
menos um conjunto de duas orações em que uma delas (a enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de
subordinada) depende sintaticamente da outra (principal), ele que, porque (=para que), que.
é classificado como período composto por subordinação. As Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar.
orações subordinadas são classificadas de acordo com a função OP OSA Final
que exercem: adverbiais, substantivas e adjetivas.
“O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.”
Orações Subordinadas Adverbiais (Marquês de Maricá)
Aproximei-me dele a fim de que me ouvisse melhor.
As orações subordinadas adverbiais (OSA) são aquelas “Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que =
que exercem a função de adjunto adverbial da oração principal para que)
(OP). São classificadas de acordo com a conjunção subordinativa “Instara muito comigo não deixasse de frequentar as
que as introduz: recepções da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse =
para que não deixasse)
- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração - Consecutivas: Expressam a consequência do que foi
principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que, enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como (=
visto que. porque), pois que, visto que.
Não fui à escola / porque fiquei doente. A chuva foi tão forte / que inundou a cidade.
OP OSA Causal OP OSA Consecutiva
O tambor soa porque é oco. Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos.
Como não me atendessem, repreendi-os severamente. “A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” (José
Como ele estava armado, ninguém ousou reagir. J. Veiga)
“Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo de De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais.
Sousa) As notícias de casa eram boas, de maneira que pude
prolongar minha viagem.
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a
ocorrência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se, - Comparativas: Expressam ideia de comparação com
contanto que, a menos que, a não ser que, desde que. referência à oração principal. Conjunções: como, assim como,
Irei à sua casa / se não chover. tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado com
OP OSA Condicional menos ou mais).
Ela é bonita / como a mãe.
Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos OP OSA Comparativa
ofensores.
Se o conhecesses, não o condenarias. A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.”
“Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond de (Marquês de Maricá)
Andrade) Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro.
A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vieram.
tenha êxito.
Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu à luz Estou convencido / de que ele é inocente.
daquele olhar. OP OSS Completiva Nominal
Obs.: As orações comparativas nem sempre apresentam Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão
claramente o verbo, como no exemplo acima, em que está dele.)
subentendido o verbo ser (como a mãe é). Estava ansioso por que voltasses.
- Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona Sê grato a quem te ensina.
proporcionalmente ao que foi enunciado na principal. “Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão cedo.”
Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto (Graciliano Ramos)
mais, quanto menos.
Quanto mais reclamava / menos atenção recebia. - Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela
OSA Proporcional OP que exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal,
vindo sempre depois do verbo ser. Observe: O importante é sua
À medida que se vive, mais se aprende. felicidade. (predicativo)
À proporção que avançávamos, as casas iam rareando. O importante é / que você seja feliz.
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai OP OSS Predicativa
diminuindo.
Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.)
Orações Subordinadas Substantivas Minha esperança era que ele desistisse.
Meu maior desejo agora é que me deixem em paz.
As orações subordinadas substantivas (OSS) são aquelas Não sou quem você pensa.
que, num período, exercem funções sintáticas próprias de
substantivos, geralmente são introduzidas pelas conjunções - Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela
integrantes que e se. Elas podem ser: que exerce a função de aposto de um termo da oração principal.
Observe: Ele tinha um sonho: a união de todos em benefício
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É do país. (aposto)
aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da oração Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício do
principal. Observe: O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto) país.
O grupo quer / que você ajude. OP OSS Apositiva
OP OSS Objetiva Direta
Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo uma
O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O coisa: a sua felicidade)
mestre exigia a presença de todos.) Só lhe peço isto: honre o nosso nome.
Mariana esperou que o marido voltasse. “Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto: de
Ninguém pode dizer: Desta água não beberei. que virias a morrer...” (Osmã Lins)
O fiscal verificou se tudo estava em ordem. “Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum motivo
oculto?” (Machado de Assis)
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de dois-
aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercaladas à oração
principal. Observe: Necessito de sua ajuda. (objeto indireto) principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho recuperasse a
Necessito / de que você me ajude. saúde, tornou-se realidade.
OP OSS Objetiva Indireta
Observação: Além das conjunções integrantes que e se,
Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua as orações substantivas podem ser introduzidas por outros
viagem.) conectivos, tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos:
Aconselha-o a que trabalhe mais. Não sei quando ele chegou.
Daremos o prêmio a quem o merecer. Diga-me como resolver esse problema.
Lembre-se de que a vida é breve.
Orações Subordinadas Adjetivas
- Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela
que exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem
Observe: É importante sua colaboração. (sujeito) a função de adjunto adnominal de algum termo da oração
É importante / que você colabore. principal. Observe como podemos transformar um adjunto
OP OSS Subjetiva adnominal em oração subordinada adjetiva:
Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal)
A oração subjetiva geralmente vem: Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada
- depois de um verbo de ligação + predicativo, em construções adjetiva)
do tipo é bom, é útil, é certo, é conveniente, etc. Ex.: É certo que
ele voltará amanhã. As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas
- depois de expressões na voz passiva, como sabe-se, conta- por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem, etc.) e podem
se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade. ser classificadas em:
- depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir,
ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e seguidos - Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas
das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos participem quando restringem ou especificam o sentido da palavra a que se
da reunião. referem. Exemplo:
É necessário que você colabore. (= Sua colaboração é O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar.
necessária.) OP OSA Restritiva
Parece que a situação melhorou.
Aconteceu que não o encontrei em casa. Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar especifica
Importa que saibas isso bem. o sentido do substantivo cantor, indicando que o público não
aplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que ganhou o 1º lugar.
- Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal:
É aquela que exerce a função de complemento nominal de um Pedra que rola não cria limo.
termo da oração principal. Observe: Estou convencido de sua Os animais que se alimentam de carne chamam-se
inocência. (complemento nominal) carnívoros.
Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginas Qual é a diferença entre as orações coordenadas explicativas
escreveram. e as orações subordinadas causais, já que ambas podem ser
“Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário iniciadas por que e porque? Às vezes não é fácil estabelecer a
Mariano) diferença entre explicativas e causais, mas como o próprio nome
- Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas indica, as causais sempre trazem a causa de algo que se revela na
quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se oração principal, que traz o efeito.
referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre
restringi-lo ou especificá-lo. Exemplo: a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes,
O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou um imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.
novo livro. Essa noção de causa e efeito não existe no período composto por
OP OSA Explicativa OP coordenação. Exemplo: Rosa chorou porque levou uma surra.
Está claro que a oração iniciada pela conjunção é causal, visto
Deus, que é nosso pai, nos salvará. que a surra foi sem dúvida a causa do choro, que é efeito.
Valério, que nasceu rico, acabou na miséria. Rosa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. O
Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho. período agora é composto por coordenação, pois a oração
Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assaltado. iniciada pela conjunção traz a explicação daquilo que se revelou
na coordena anterior. Não existe aí relação de causa e efeito: o
Orações Reduzidas fato de os olhos de Elisa estarem vermelhos não é causa de ela
Observe que as orações subordinadas eram sempre ter chorado.
introduzidas por uma conjunção ou pronome relativo e
apresentavam o verbo numa forma do indicativo ou do Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto.
subjuntivo. Além desse tipo de orações subordinadas há outras OP OSA Comparativa OSA Condicional
que se apresentam com o verbo numa das formas nominais
(infinitivo, gerúndio e particípio). Exemplos: Questões
- Ao entrar nas escola, encontrei o professor de inglês. 01. Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que estava
(infinitivo) para ser mãe”, a oração destacada é:
- Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio) (A) subordinada substantiva objetiva indireta
- Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. (B) subordinada substantiva completiva nominal
(particípio) (C) subordinada substantiva predicativa
As orações subordinadas que apresentam o verbo numa das (D) coordenada sindética conclusiva
formas nominais são chamadas de reduzidas. (E) coordenada sindética explicativa
Para classificar a oração que está sob a forma reduzida,
devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: colocamos 02. “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inventada.
a conjunção ou o pronome relativo adequado ao sentido e Há reconstituição de uma cena como ela devia ter sido na
passamos o verbo para uma forma do indicativo ou subjuntivo, realidade.” A oração sublinhada é:
conforme o caso. A oração reduzida terá a mesma classificação (A) adverbial conformativa
da oração desenvolvida. (B) adjetiva
Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês. (C) adverbial consecutiva
Quando entrei na escola, / encontrei o professor de inglês. (D) adverbial proporcional
OSA Temporal (E) adverbial causal
Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial temporal,
reduzida de infinitivo. 03.“Esses produtos podem ser encontrados nos
supermercados com rótulos como ‘sênior’ e com características
Precisando de ajuda, telefone-me. adaptadas às dificuldades para mastigar e para engolir dos
Se precisar de ajuda, / telefone-me. mais velhos, e preparados para se encaixar em seus hábitos de
OSA Condicional consumo”. O segmento “para se encaixar” pode ter sua forma
Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial verbal reduzida adequadamente desenvolvida em
condicional, reduzida de gerúndio. (A) para se encaixarem.
Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. (B) para seu encaixotamento.
Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para o (C) para que se encaixassem.
vestiário. (D) para que se encaixem.
OSA Temporal (E) para que se encaixariam.
Acabado o treino: oração subordinada adverbial temporal,
reduzida de particípio. Respostas
01. B\02. A\03. D
Observações:
- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo de Emprego dos sinais de
desenvolvimento. Há casos também de orações reduzidas
fixas, isto é, orações reduzidas que não são passíveis de
pontuação.
desenvolvimento. Exemplo: Tenho vontade de visitar essa
cidade.
- O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem Pontuação
orações reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal.
Exemplos: Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem
Preciso terminar este exercício. para compor a coesão e a coerência textual além de ressaltar
Ele está jantando na sala. especificidades semânticas e pragmáticas. Vejamos as principais
Essa casa foi construída por meu pai. funções dos sinais de pontuação conhecidos pelo uso da língua
- Uma oração coordenada também pode vir sob a forma portuguesa.
reduzida. Exemplo:
O homem fechou a porta, saindo depressa de casa. Ponto
O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. (oração 1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
coordenada sindética aditiva) - Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em que
Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida de se encontra.
gerúndio. - Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
- Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava. c) entre nome e complemento nominal; entre nome e adjunto
adnominal.
2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr. A surpreendente reação do governo contra os sonegadores
despertou reações entre os empresários.
Ponto e Vírgula ( ; ) adj. adnominal nome adj. adn. complemento nominal
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
importância. Usa-se a vírgula:
- “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão
a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de - Para marcar intercalação:
nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA) a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância,
vem caindo de preço.
2- Separa partes de frases que já estão separadas por b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
vírgulas. produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros montanhas, frio c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias
e cobertor. não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir
mão dos lucros altos.
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos,
decreto de lei, etc. - Para marcar inversão:
- Ir ao supermercado; a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
- Pegar as crianças na escola; Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
- Caminhada na praia; b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
- Reunião com amigos. pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio
Dois pontos de 1982.
1- Antes de uma citação
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: - Para separar entre si elementos coordenados (dispostos
em enumeração):
2- Antes de um aposto Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
e calor à noite.
- Para marcar elipse (omissão) do verbo:
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a
rotina de sempre. - Para isolar:
4- Em frases de estilo direto
Maria perguntou: - o aposto:
- Por que você não toma uma decisão? São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um
trânsito caótico.
Ponto de Exclamação
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, - o vocativo:
súplica, etc. Ora, Thiago, não diga bobagem.
- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
Questões
2- Depois de interjeições ou vocativos
- Ai! Que susto! 01. Assinale a alternativa em que a pontuação está
- João! Há quanto tempo! corretamente empregada, de acordo com a norma-padrão da
língua portuguesa.
Ponto de Interrogação (A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. experimentasse, a sensação de violar uma intimidade, procurou
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo) a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse
Reticências ajudar a revelar quem era a sua dona.
1- Indica que palavras foram suprimidas. (B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, embora
- Comprei lápis, canetas, cadernos... experimentasse a sensação, de violar uma intimidade, procurou
a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse
2- Indica interrupção violenta da frase. ajudar a revelar quem era a sua dona.
“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!” (C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse
- Este mal... pega doutor? ajudar a revelar quem era a sua dona.
(D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, embora
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou
- Deixa, depois, o coração falar... a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse
ajudar a revelar quem era a sua dona.
Vírgula (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
Não se usa vírgula experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou
*separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse
diretamente entre si: ajudar a revelar quem era a sua dona.
a) entre sujeito e predicado. 02. Assinale a opção em que está corretamente indicada a
Todos os alunos da sala foram advertidos. ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas
Sujeito predicado da frase abaixo:
b) entre o verbo e seus objetos. “Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas devem
O trabalho custou sacrifício aos realizadores. ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica que o trabalho
V.T.D.I. O.D. O.I. oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter.
A) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula uma porção de, entre outras”, o verbo tanto pode concordar
B) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula; com o núcleo dessas expressões quanto com o substantivo
C) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; que a segue: A maioria dos alunos resolveu ficar. A maioria
D) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; dos alunos resolveram ficar.
E) ponto e vírgula, vírgula, vírgula.
4) No caso de o sujeito ser representado por expressões
03. Os sinais de pontuação estão empregados corretamente aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo
em: concorda com o substantivo determinado por elas: Cerca de
vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas.
A) Duas explicações, do treinamento para consultores
iniciantes receberam destaque, o conceito de PPD e a construção 5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão
de tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar das metas de “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais de
vendas associadas aos dois temas. um candidato se inscreveu no concurso de piadas.
B) Duas explicações do treinamento para consultores Observação:
iniciantes receberam destaque: o conceito de PPD e a construção - No caso da referida expressão aparecer repetida ou
de tabelas Price; mas, por outro lado, faltou falar das metas de associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo,
vendas associadas aos dois temas. necessariamente, deverá permanecer no plural: Mais de um
C) Duas explicações do treinamento para consultores aluno, mais de um professor contribuíram na campanha de
iniciantes receberam destaque; o conceito de PPD e a construção doação de alimentos.
de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das metas de Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades
vendas associadas aos dois temas. de formatura.
D) Duas explicações do treinamento para consultores
iniciantes, receberam destaque: o conceito de PPD e a construção 6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos
de tabelas Price, mas, por outro lado, faltou falar das metas de que”, o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi um dos
vendas associadas aos dois temas. que atuaram na Copa América.
E) Duas explicações, do treinamento para consultores
iniciantes, receberam destaque; o conceito de PPD e a construção 7) Em casos relativos à concordância com locuções
de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das metas, de pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
vendas associadas aos dois temas. quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário nos
atermos a duas questões básicas:
Resposta - No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural,
1-C 2-C 3-B o verbo poderá com ele concordar, como poderá também
concordar com o pronome pessoal: Alguns de nós o receberemos.
/ Alguns de nós o receberão.
- Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso
Concordância verbal e nominal. no singular, o verbo permanecerá, também, no singular: Algum
de nós o receberá.
2) Nos casos referentes a sujeito representado por 11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por
substantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pessoa do pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira
singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos. pessoa do singular ou do plural: Vossas Majestades gostaram das
Observação: homenagens. Vossa Majestade agradeceu o convite.
- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto adnominal
no plural, o verbo permanecerá no singular ou poderá ir para o 12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo
plural: Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. que os determinam:
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser,
3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas, este permanece no singular, contanto que o predicativo também
representadas por “a maioria de, a maior parte de, a metade de, esteja no singular: Memórias póstumas de Brás Cubas é uma
criação de Machado de Assis. cachorros raramente se refreiam quando querem fazer alguma
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também coisa. Eles não compartilham conosco as nossas inibições. Suas
permanece no plural: Os Estados Unidos são uma potência emoções estão ã flor da pele e eles as manifestam sempre que
mundial. as sentem.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem (Adaptado de Matt Weistein e Luke Barber. Cão que
aparece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos é uma late não morde. Trad. de Cristina Cupertino. S.Paulo: Francis,
potência mundial. 2005. p 250)
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este Frequentemente cabe aos detentores de cargos de
poderá concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer responsabilidade tomar decisões difíceis, de graves
no plural: Compareceram ao evento o pai e seus dois filhos. consequências. Haveria algum critério básico, essencial, para
Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos. amparar tais escolhas? Antonio Gramsci, notável pensador
e político italiano, propôs que se pergunte, antes de tomar a
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com decisão: - Quem sofrerá?
mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular: Para um humanista, a dor humana é sempre prioridade a se
Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade do considerar.
mundo. (Salvador Nicola, inédito)
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no
ou ordenado por elementos em gradação, o verbo poderá singular para preencher adequadamente a lacuna da frase:
permanecer no singular ou ir para o plural: Minha vitória, (A) A nenhuma de nossas escolhas ...... (poder) deixar de
minha conquista, minha premiação são frutos de meu esforço. corresponder nossos valores éticos mais rigorosos.
/ Minha vitória, minha conquista, minha premiação é fruto de (B) Não se ...... (poupar) os que governam de refletir sobre o
meu esforço. peso de suas mais graves decisões.
(C) Aos governantes mais responsáveis não ...... (ocorrer)
Questões tomar decisões sem medir suas consequências.
(D) A toda decisão tomada precipitadamente ...... (costumar)
01. A concordância realizou-se adequadamente em qual sobrevir consequências imprevistas e injustas.
alternativa? (E) Diante de uma escolha, ...... (ganhar) prioridade,
(A) Os Estados Unidos é considerado, hoje, a maior potência recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor
econômica do planeta, mas há quem aposte que a China, em humana.
breve, o ultrapassará. Respostas
(B) Em razão das fortes chuvas haverão muitos candidatos 01. C\02. A\03. C
que chegarão atrasados, tenho certeza disso.
(C) Naquela barraca vendem-se tapiocas fresquinhas, pode Concordância Nominal
comê-las sem receio!
(D) A multidão gritaram quando a cantora apareceu na Concordância nominal é que o ajuste que fazemos aos
janela do hotel! demais termos da oração para que concordem em gênero e
número com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, o
02. “Se os cachorros correm livremente, por que eu não artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos
posso fazer isso também?”, pergunta Bob Dylan em “New também o verbo, que se flexionará à sua maneira.
Morning”. Bob Dylan verbaliza um anseio sentido por todos
nós, humanos supersocializados: o anseio de nos livrarmos Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome
de todos os constrangimentos artificiais decorrentes do fato concordam em gênero e número com o substantivo.
de vivermos em uma sociedade civilizada em que às vezes nos - A pequena criança é uma gracinha.
sentimos presos a uma correia. Um conjunto cultural de regras - O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.
tácitas e inibições está sempre governando as nossas interações
cotidianas com os outros. Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra
Uma das razões pelas quais os cachorros nos atraem é o fato geral mostrada acima.
de eles serem tão desinibidos e livres. Parece que eles jogam
com as suas próprias regras, com a sua própria lógica interna. a) Um adjetivo após vários substantivos
Eles vivem em um universo paralelo e diferente do nosso - um 1 - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural
universo que lhes concede liberdade de espírito e paixão pela ou concorda com o substantivo mais próximo.
vida enormemente atraentes para nós. Um cachorro latindo ao - Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
vento ou uivando durante a noite faz agitar-se dentro de nós - Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
alguma coisa que também quer se expressar.
Os cachorros são uma constante fonte de diversão para 2 - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o
nós porque não prestam atenção as nossas convenções sociais. plural masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
Metem o nariz onde não são convidados, pulam para cima - Ela tem pai e mãe louros.
do sofá, devoram alegremente a comida que cai da mesa. Os - Ela tem pai e mãe loura.
3 - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente l) Possível
para o plural. 1- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor”
- O homem e o menino estavam perdidos. ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões.
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. A mais possível das alternativas é a que você expôs.
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa.
b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da
1 - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais cidade.
próximo.
Comi delicioso almoço e sobremesa. m) Meio
Provei deliciosa fruta e suco. 1- Como advérbio: invariável.
2 - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: Estou meio (um pouco) insegura.
concorda com o mais próximo ou vai para o plural. 2- Como numeral: segue a regra geral.
Estavam feridos o pai e os filhos. Comi meia (metade) laranja pela manhã.
Estava ferido o pai e os filhos.
n) Só
c) Um substantivo e mais de um adjetivo 1- apenas, somente (advérbio): invariável.
1- antecede todos os adjetivos com um artigo. Só consegui comprar uma passagem.
Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola. 2- sozinho (adjetivo): variável.
2- coloca o substantivo no plural. Estiveram sós durante horas.
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
Questões
d) Pronomes de tratamento
1 - sempre concordam com a 3ª pessoa. 01. Indique o uso INCORRETO da concordância verbal ou
Vossa Santidade esteve no Brasil. nominal:
(A) Será descontada em folha sua contribuição sindical.
e) Anexo, incluso, próprio, obrigado (B) Na última reunião, ficou acordado que se realizariam
1 - Concordam com o substantivo a que se referem. encontros semanais com os diversos interessados no assunto.
As cartas estão anexas. (C) Alguma solução é necessária, e logo!
A bebida está inclusa. (D) Embora tenha ficado demonstrado cabalmente a
Precisamos de nomes próprios. ocorrência de simulação na transferência do imóvel, o pedido
Obrigado, disse o rapaz. não pode prosperar.
(E) A liberdade comercial da colônia, somada ao fato de D.
f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a) João VI ter também elevado sua colônia americana à condição de
1 - Após essas expressões o substantivo fica sempre no Reino Unido a Portugal e Algarves, possibilitou ao Brasil obter
singular e o adjetivo no plural. certa autonomia econômica.
Renato advogou um e outro caso fáceis.
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe. 02. Aponte a alternativa em que NÃO ocorre silepse (de
gênero, número ou pessoa):
g) É bom, é necessário, é proibido (A) “A gente é feito daquele tipo de talento capaz de fazer a
1- Essas expressões não variam se o sujeito não vier diferença.”
precedido de artigo ou outro determinante. (B) Todos sabemos que a solução não é fácil.
Canja é bom. / A canja é boa. (C) Essa gente trabalhadora merecia mais, pois acordam às
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. cinco horas para chegar ao trabalho às oito da manhã.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada (D) Todos os brasileiros sabem que esse problema vem de
é proibida. longe...
(E) Senhor diretor, espero que Vossa Senhoria seja mais
h) Muito, pouco, caro compreensivo.
1- Como adjetivos: seguem a regra geral. 03. A concordância nominal está INCORRETA em:
Comi muitas frutas durante a viagem. (A) A mídia julgou desnecessária a campanha e o
Pouco arroz é suficiente para mim. envolvimento da empresa.
Os sapatos estavam caros. (B) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
2- Como advérbios: são invariáveis. desnecessária.
Comi muito durante a viagem. (C) A mídia julgou desnecessário o envolvimento da empresa
Pouco lutei, por isso perdi a batalha. e a campanha.
Comprei caro os sapatos. (D) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
desnecessárias.
i) Mesmo, bastante Respostas
1- Como advérbios: invariáveis 01. D\02. D\03. B
Preciso mesmo da sua ajuda.
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. Emprego do sinal indicativo de
crase.
2- Como pronomes: seguem a regra geral.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
Crase
j) Menos, alerta
1- Em todas as ocasiões são invariáveis. A palavra crase é de origem grega e significa «fusão»,
Preciso de menos comida para perder peso. «mistura». Na língua portuguesa, é o nome que se dá à «junção»
Estamos alerta para com suas chamadas. de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da
preposição “a” com o artigo feminino “a” (s), com o “a” inicial dos
k) Tal Qual pronomes aquele(s), aquela (s), aquilo e com o “a” do relativo a
1- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para
consequente. indicar a crase. O uso apropriado do acento grave depende da
As garotas são vaidosas tais qual a tia. compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também,
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos
e nomes que exigem a preposição “a”. Aprender a usar a 3-) na indicação de horas:
crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência Acordei às sete horas da manhã.
simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome. Elas chegaram às dez horas.
Foram dormir à meia-noite.
Observe:
Vou a + a igreja. 4-) em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de
Vou à igreja. que participam palavras femininas. Por exemplo:
Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a (Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Paulo,
crase deve ocorrer. 17.09.2012. Adaptado)
Por exemplo:
Sua casa fica à distância de 100 Km daqui. (A palavra está As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e
determinada) respectivamente, com:
Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A (A) aos … à … a … a
palavra está especificada.) (B) aos … a … à … a
(C) a … a … à … à
Se a palavra distância não estiver especificada, a (D) à … à … à … à
crase não pode ocorrer. (E) a … a … a … a
Por exemplo:
Os militares ficaram a distância. 02. Leia o texto a seguir.
Gostava de fotografar a distância. Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu
Ensinou a distância. ______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa do
Dizem que aquele médico cura a distância. procedimento de Camilo. Vimos que ______ cartomante restituiu-
Reconheci o menino a distância. lhe ______ confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o
que fez.
Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, (Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. Rio de
pode-se usar a crase. Janeiro: Globo, 1997, p. 6)
Veja:
Gostava de fotografar à distância. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na
Ensinou à distância. ordem dada:
Dizem que aquele médico cura à distância. A) à – a – a
B) a – a – à
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA C) à – a – à
D) à – à – a
1-) diante de nomes próprios femininos: E) a – à – à
Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes
próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe: 03 “Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ problemas já
Paula é muito bonita. Laura é minha amiga. expostos ___ V. Sª ___ alguns dias”.
A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga. a) à - àqueles - a - há
b) a - àqueles - a - há
Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo c) a - aqueles - à - a
feminino diante de nomes próprios femininos, então podemos d) à - àqueles - a - a
escrever as frases abaixo das seguintes formas: e) a - aqueles - à - há
Respostas
Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a 1-B / 2-A / 3-B
Roberto.
- Houver vírgula ou pausa antes do verbo:
Colocação dos pronomes Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-me no
mesmo instante.
átonos. Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
Mesóclise
Colocação dos Pronomes Oblíquos A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no
Átonos futuro do presente ou no futuro do pretérito:
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela se
De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi, a realizará)
colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma
oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se proposta a você)
referem. Fontes:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42.php
São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, http://www.brasilescola.com/gramatica/colocacao-pronominal.
lhes, nos e vos. htm
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na
oração em relação ao verbo: Questões
1. próclise: pronome antes do verbo 01. Considerada a norma culta escrita, há correta substituição
2. ênclise: pronome depois do verbo de estrutura nominal por pronome em:
3. mesóclise: pronome no meio do verbo (A) Agradeço antecipadamente sua Resposta // Agradeço-
lhes antecipadamente.
Próclise (B) do verbo fabricar se extraiu o substantivo fábrica. // do
verbo fabricar se extraiu-lhe.
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: (C) não faltam lexicógrafos // não faltam-os.
- Palavras com sentido negativo: (D) Gostaria de conhecer suas considerações // Gostaria de
Nada me faz querer sair dessa cama. conhecê-las.
Não se trata de nenhuma novidade. (E) incluindo a palavra ‘aguardo’ // incluindo ela.
- Advérbios:
Nesta casa se fala alemão. 02. Caso fosse necessário substituir o termo destacado em
Naquele dia me falaram que a professora não veio. “Basta apresentar um documento” por um pronome, de acordo
com a norma-padrão, a nova redação deveria ser
- Pronomes relativos: (A) Basta apresenta-lo.
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. (B) Basta apresentar-lhe.
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. (C) Basta apresenta-lhe.
(D) Basta apresentá-la.
- Pronomes indefinidos: (E) Basta apresentá-lo.
Quem me disse isso?
Todos se comoveram durante o discurso de despedida. Respostas
01. D/02. E
- Pronomes demonstrativos:
Isso me deixa muito feliz!
Aquilo me incentivou a mudar de atitude! Reescrita de textos de diferentes
gêneros e níveis de formalidade.
- Preposição seguida de gerúndio:
Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais
indicado à pesquisa escolar. Reescritura de Frases
- “Ainda brincava de boneca quando conheci Davi, piloto de - “Há” dez anos “atrás”.
cart, moreno, 20 anos, com olhos cor de mel. “Tudo começou na- Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos
quele baile de quinze anos”, “... é aos dezoito anos que se começa ou dez anos atrás.
a procurar o caminho do amanhã e encontrar as perspectiva que
nos acompanham para sempre na estrada da vida”. - “Entrar dentro”.
Você pode ter conhecimento do vocabulário e das regras Problema de redundância. O certo seria: entrar em.
gramaticais e, assim, construir um texto sem erros. Entretanto, Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de liga-
se você reproduz sem nenhuma crítica ou reflexão expressões ção, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do
gastas, vulgarizadas pelo uso contínuo. A boa qualidade do texto falecido.
fica comprometida.
- Tema: Para você, as experiências genéticas de clonagem - Vai assistir “o” jogo hoje.
põem em xeque todos os conceitos humanos sobre Deus e a Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa,
vida? “Bem a clonagem não é tudo, mas na vida tudo tem o seu à sessão.
valor e os homens a todo momento necessitam de descobrir todos Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou)
os mistérios da vida que nos cerca a todo instante”. à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. /
É de extrema importância seguir o que foi proposto no tema. Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à
Antes de começar o texto leia atentamente todos os elementos carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
que o examinador apresentou. Esquematize as ideias e perceba
se não há falta de correspondência entre o tema proposto e o - Preferia ir “do que” ficar.
texto criado. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É
preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer
- “Uma biópsia do tumor retirado do fígado do meu primo (...) sem glória.
mostrou que ele não era maligno”.
Esta frase está ambígua. Não se sabe se o pronome ele refere- - Não há regra sem “excessão”.
-se ao fígado ou ao primo. Para se evitar a ambiguidade, deve-se O certo é exceção.
observar se a relação entre cada palavra do texto está correta. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma
correta: “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente),
- “Ele me tratava como uma criança, mas eu era apenas uma “xuxu” (chuchu), “previlégio” (privilégio), “vultuoso” (vultoso),
criança”. “cincoenta” (cinquenta), “zuar” (zoar), “frustado” (frustrado),
Problema com o uso do conectivo “mas”. O conectivo mas indi- “calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar), “benvindo” (bem-
ca uma circunstância de oposição, de ideia contrária a. Portanto, -vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar” (pichar), “impecilho”
a relação adversativa introduzida pelo “mas” no fragmento aci- (empecilho), “envólucro” (invólucro).
ma produz uma ideia absurda.
- Comprei “ele” para você.
- “Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tempestade Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. As-
sempre vem a bonança. Após longo suplício, meu coração apazi- sim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos
guava as tormentas e a sensatez me mostrava que só estaríamos entrar, viu-a, mandou-me.
separadas carnalmente”. - “Aluga-se” casas.
Não utilize provérbios ou ditos populares. Eles empobrecem O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-
a redação e fazem parecer que o autor não tem criatividade ao -se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se
lançar mão de formas já gastas pelo uso frequente. terrenos. / Procuram-se empregados.
- Chegou “em” São Paulo.
- “Todos os deputados são corruptos”. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Pau-
Evite pensamentos radicais. É recomendável não generali- lo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
zar e evitar, assim, posições extremistas. - Todos somos “cidadões”.
O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de
- “Bem, acho que - você sabe - não é fácil dizer essas coisas. caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
Olhe, acho que ele não vai concordar com a decisão que você to-
mou, quero dizer, os fatos levam você a isso, mas você sabe - todos - A última “seção” de cinema.
sabem - ele pensa diferente. É bom a gente pensar como vai fazer Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo
para, enfim, para ele entender a decisão”. de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, se-
O ato de escrever é diferente do ato de falar. O texto escrito ção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, ses-
não deve apresentar marcas de oralidade. são do Congresso.
- Vendeu “uma” grama de ouro. favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca “imporá-
Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitami- -se”). / Os amigos nos darão (e não “darão-nos”) um presente. /
na C de dois gramas. Tendo-me formado (e nunca tendo “formado-me”).
- “Porisso”. - Chegou “a” duas horas e partirá daqui “há” cinco minutos.
Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime dis-
tância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Che-
- Não viu “qualquer” risco. gou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco
Deve-se usar “nenhum”, e não “qualquer. minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12
Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
Nunca promoveu nenhuma confusão.
- Estávamos “em” quatro à mesa.
- A feira “inicia” amanhã. O “em” não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis.
Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugu- / Ficamos cinco na sala.
ra-se) amanhã.
- Sentou “na” mesa para comer.
- O peixe tem muito “espinho”. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o cer-
Peixe tem espinha. to: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina,
Veja outras confusões desse tipo: O “fuzil” (fusível) queimou. ao computador.
/ Casa “germinada” (geminada), “ciclo” (círculo) vicioso, “cabe-
çário” (cabeçalho). - Ficou contente “por causa que” ninguém se feriu.
A locução não existe. Use porque: Ficou contente porque nin-
- Não sabiam «aonde» ele estava. guém se feriu.
O certo: Não sabiam onde ele estava.
Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei - O time empatou “em” 2 a 2.
aonde ele quer chegar. / Aonde vamos? A preposição é “por”: O time empatou por 2 a 2. Repare que
ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
- “Obrigado”, disse a moça.
Obrigado concorda com a pessoa: “Obrigada”, disse a moça. / - Não queria que “receiassem” a sua companhia.
Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia.
- Ela era “meia” louca. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só exis-
Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio te i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: re-
amiga. ceiem, passeias, enfeiam).
- A questão não tem nada «haver» com você. - Acordos “políticos-partidários”. Nos adjetivos compostos,
A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. só o último elemento varia: acordos político-partidários. Ou-
Da mesma forma: Tem tudo a ver com você. tros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-
-financeiras, partidos social-democratas.
- Vou “emprestar” dele.
Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar - Andou por “todo” país.
o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país
irmão. (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi
Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas. demitida.
Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada
- Ele foi um dos que “chegou” antes. homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que
chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um - “Todos” amigos o elogiavam.
dos que sempre vibravam com a vitória. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era
difícil apontar todas as contradições do texto.
- “Cerca de 18” pessoas o saudaram. Cerca de indica arredon-
damento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 - Ela “mesmo” arrumou a sala.
pessoas o saudaram. “Mesmo” é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. /
- Tinha “chego” atrasado. As vítimas mesmas recorreram à polícia.
“Chego” não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
- Chamei-o e “o mesmo” não atendeu.
- Queria namorar “com” o colega. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou
O com não existe: Queria namorar o colega. substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários pú-
blicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos
- O processo deu entrada “junto ao” STF. servidores (e não “dos mesmos”).
Processo dá entrada no STF
- Vou sair “essa” noite.
- As pessoas “esperavam-o”. É este que designa o tempo no qual se está o objeto próximo:
Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este
e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).
/ Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
- A temperatura chegou a 0 “graus”. Zero indica singular sem-
- Vocês “fariam-lhe” um favor? pre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.
Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) de- - Comeu frango “ao invés de” peixe.
pois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicio- Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de pei-
nal) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um xe.
Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, - Ficou “sobre” a mira do assaltante.
saiu. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltan-
te. / Escondeu-se sob a cama.
- Se eu “ver” você por aí... Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre
O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o
(de vir); se eu tiver (de ter); se ele puser (de pôr); se ele fizer (de piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz
fazer); se nós dissermos (de dizer). alguma coisa e alguém vai para trás.
- Evite que a bomba “expluda”. Explodir só tem as pessoas em - “Ao meu ver”. Não existe artigo nessas expressões: A meu
que depois do “d” vêm “e” e “i”: Explode, explodiram, etc. Portan- ver, a seu ver, a nosso ver.
to, não escreva nem fale “exploda” ou “expluda”,
Norma Culta e Língua-Padrão
- Disse o que “quiz”.
Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, De acordo com M. T. Piacentini, mesmo que não se mencione
quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, terminologia específica, é evidente que se lida no dia-a-dia com
puséssemos. níveis diferentes de fala e escrita. É também verdade que as
pessoas querem “falar e escrever melhor”, querem dominar a
- O homem “possue” muitos bens. língua dita culta, a correta, a ideal, não importa o nome que se
O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm lhe dê.
a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admi- O padrão de língua ideal a que as pessoas querem chegar é
tem ue: Continue, recue, atue, atenue. aquele convencionalmente utilizado nas instâncias públicas de
uso da linguagem, como livros, revistas, documentos, jornais,
- A tese “onde”. textos científicos e publicações oficiais; em suma, é a que circula
Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / nos meios de comunicação, no âmbito oficial, nas esferas de
Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use pesquisa e trabalhos acadêmicos.
em que: A tese em que ele defende essa ideia. / O livro em que...
/ A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que... Não obstante, os linguistas entendem haver uma língua
- Já “foi comunicado” da decisão. circulante que é correta mas diferente da língua ideal e
Uma decisão é comunicada, mas ninguém “é comunicado” imaginária, fixada nas fórmulas e sistematizações da gramática.
de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) Eles fazem, pois, uma distinção entre o real e o ideal: a língua
da decisão. Outra forma errada: A diretoria “comunicou” os em- concreta com todas suas variedades de um lado, e de outro um
pregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a padrão ou modelo abstrato do que é “bom” e “correto”, o que
decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empre- conformaria, no seu entender, uma língua artificial, situada num
gados. nível hipotético.
- A modelo “pousou” o dia todo. Para os cientistas da língua, portanto, fica claro que há
Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, dois estratos diferenciados: um praticamente intangível,
etc. representado nas normas preconizadas pela gramática
tradicional, que comporta as irregularidades e excrescências da
- Espero que “viagem” hoje. língua, e outro concreto, o utilizado pelos falantes cultos, qual
Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma ver- seja, a “linguagem concretamente empregada pelos cidadãos
bal é viajem (de viajar). que pertencem aos segmentos mais favorecidos da nossa
Evite também “comprimentar” alguém: de cumprimento população”, segundo Marcos Bagno.
(saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é ex- Convém esclarecer que para a ciência sociolinguística
tensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concreti- somente a pessoa que tiver formação universitária completa
zado). será caracterizada como falante culto(urbano).
Sendo assim, como são presumivelmente cultos os sujeitos
- O pai “sequer” foi avisado. que produzem os jornais, a documentação oficial, os trabalhos
Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi científicos, só pode ser culta a sua linguagem, mesmo que a
avisado. / Partiu sem sequer nos avisar. língua que tais pessoas falam e os textos que produzem nem
sempre se coadunem com as regras rígidas impostas pela
- O fato passou “desapercebido”. gramática normativa, divulgada na escola e em outras instâncias
Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. De- (de repressão linguística) como o vestibular.
sapercebido significa desprevenido. Isso é o que pensam os linguistas. E o povo – saberá ele fazer
a distinção entre as duas modalidades e os dois termos que as
- “Haja visto” seu empenho... descrevem?
A expressão é “haja vista” e não varia: Haja vista seu empe- Para os linguistas, a língua-padrão se estriba nas normas
nho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas. e convenções agregadas num corpo chamado de gramática
tradicional e que tem a veleidade de servir de modelo de
- A moça “que ele gosta”. correção para toda e qualquer forma de expressão linguística.
Quem gosta, gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta Querer que todos falem e escrevam da mesma forma e de
acordo com padrões gramaticais rígidos é esquecer-se que não
- É hora “dele” chegar. pode haver homogeneidade quando o mundo real apresenta
Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou uma heterogeneidade de comportamentos linguísticos, todos
pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. igualmente corretos (não se pode associar “correto” somente a
/ Apesar de o amigo tê-lo convidado. / Depois de esses fatos te- culto).
rem ocorrido. Em suma: há uma realidade heterogênea que, por abrigar
diferenças de uso que refletem a dinâmica social, exclui a
- A festa começa às 8 “hrs.”. possibilidade de imposição ou adoção como única de uma
As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural língua-modelo baseada na gramática tradicional, a qual, por sua
nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não “kms.”), 5 m, 10 kg. vez, está ancorada nos grandes escritores da língua, sobretudo
os clássicos , sendo pois conservadora. E justamente por se valer
- “Dado” os índices das pesquisas... de escritores é que as prescrições gramaticais se impõem mais
A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / na escrita do que na fala.
Dado o resultado... / Dadas as suas ideias... “ A cultura escrita, associada ao poder social , desencadeou
também, ao longo da história, um processo fortemente unificador
(que vai alcançar basicamente as atividades verbais escritas), A Norma Culta é uma expressão empregada pelos linguistas
que visou e visa uma relativa estabilização linguística, buscando brasileiros para designar o conjunto de variantes linguísticas
neutralizar a variação e controlar a mudança. Ao resultado desse efetivamente faladas, na vida cotidiana pelos falantes cultos,
processo, a esta norma estabilizada, costumamos dar o nome de sendo assim classificando os cidadãos nascidos e criados em
norma-padrão ou língua-padrão” (Faraco, Carlos Alberto). zonas urbanas e com grau de instrução superior completo.
Aryon Rodrigues entra na discussão: “Frequentemente o “Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas obras
padrão ideal é uma regra de comportamento para a qual tendem dos grandes escritores, em cuja linguagem a classe ilustrada põe
os membros da sociedade, mas que nem todos cumprem, ou não o seu ideal de perfeição, porque nela é que se espelha o que o uso
cumprem integralmente”. Mais adiante, ao se referir à escola, ele idiomático e consagrou”. (ROCHA LIMA).
professa que nem mesmo os professores de Língua Portuguesa Dentre as características que são pertinentes à Norma Culta
escapam a esse destino: “Comumente, entretanto, o mesmo podemos citar que é: a variante de maior prestígio social na
professor que ensina essa gramática não consegue observá-la comunidade, sendo realizada com certa uniformidade pelos
em sua própria fala nem mesmo na comunicação dentro de seu membros do grupo social de padrão cultural mais elevado;
grupo profissional ”. cumpre o papel de impedir a fragmentação dialetal; ensinada
Vamos ilustrar os argumentos acima expostos. Não há pela escola; usada na escrita em gêneros discursivos em que há
brasileiro – nem mesmo professores de português – que não fale maior formalidade aproximando-a dos padrões da prescrição da
assim: gramática tradicional; a mais empregada na literatura e também
– Me conta como foi o fim de semana… pelas pessoas cultas em diferentes situações de formalidade;
– Te enganaram, com certeza! indicada precisamente nas marcas de gênero, número e pessoa;
– Me explica uma coisa: você largou o emprego ou foi usada em todas as pessoas verbais, com exceção, talvez, da 2ª
mandado embora? do plural, sendo utilizada principalmente na linguagem dos
sermões; empregada em todos os modos verbais em relação
Ou mesmo assim: verbal de tempos e modos; possuindo uma enorme riqueza
– Tive que levar os gatos, pois encontrei eles bem de construção sintática, além de uma maior utilização da
machucados. voz passiva; grande o emprego de preposições nas regências
– Conheço ela há muito tempo – é ótima menina. aproveitando a organização gramatical cuidada da frase.
– Acho que já lhe conheço, rapaz. De modo geral, um falante culto, em situação comunicativa
formal, buscará seguir as regras da norma explícita de sua
Então, se os falantes cultos, aquelas pessoas que têm acesso língua e ainda procurará seguir, no que diz respeito ao léxico,
às regras padronizadas, incutidas no processo de escolarização, um repertório que, se não for erudito, também não será vulgar.
se exprimem desse modo, essa é a norma culta. Já as formas Isso configura o que se entende por norma culta. A Norma
propugnadas pela gramática tradicional e que provavelmente só Padrão está vinculada a uma língua modelo. Segue prescrições
se encontrariam na escrita (conta-me como foi /enganaram-te / representadas na gramática, mas é marcada pela língua
explica-me uma coisa / pois os encontrei / conheço-a há tempos produzida em certo momento da história e em uma determinada
/ acho que já o conheço) configuram a norma-padrão ou língua- sociedade. Como a língua está em constante mudança, diferentes
padrão. formas de linguagem que hoje não são consideradas pela Norma
Se para os cientistas da língua, portanto, existe uma Padrão, com o tempo podem vir a se legitimar.
polarização entre a norma-padrão (também denominada Dentro da Norma Padrão define-se um modelo de língua
“norma canônica” por alguns linguistas) e o conjunto das idealizada prescrito pelas gramáticas normativas, como sendo
variedades existentes no Brasil, aí incluída a norma culta, no uma receita que nenhum usuário da língua emprega na fala e
senso comum não se faz distinção entre padrão e culta. Para os raramente utiliza na escrita. Sendo também uma referência
leigos, a população em geral, toda forma elevada de linguagem, para os falantes da Norma Culta, mas não passam de um ideal
que se aproxime dos padrões de prestígio social, configura a a ser alcançado, pois é um padrão extremamente enriquecido
norma culta. de língua. Assim, as gramáticas tradicionais descrevem a Norma
Padrão, não refletindo o uso que se faz realmente do Português
Norma culta, norma padrão e norma popular no Brasil.
Marcos Bagno propõe, como alternativa, uma triangulação:
A Norma é um uso linguístico concreto e corresponde ao onde a Norma Popular teria menos prestígio opondo-se à Norma
dialeto social praticado pela classe de prestígio, representando Culta mais prestigiada, e a Norma Padrão se eleva sobre as duas
a atitude que o falante assume em face da norma objetiva. A anteriores servindo como um ideal imaginário e inatingível.
normatização não existe por razões apenas linguísticas, mas A Norma Padrão subdivide-se em: Formal e Coloquial. A
também culturais, econômicas, sociais, ou seja, a Norma na Padrão Formal é o modelo culto utilizado na escrita, que segue
língua origina-se de fatores que envolvem diferenças de classes, rigidamente as regras gramaticais.
poder, acesso a educação escrita, e não da qualidade da forma Essa linguagem é mais elaborada, tanto porque o falante
da língua. Há um conceito amplo e um conceito estreito de tem mais tempo para se pronunciar de forma refletida como
Norma. No primeiro caso, ela é entendida como um fator de porque é supervalorizada na nossa cultura. É a história do vale o
coesão social. No segundo, corresponde concretamente aos que está escrito. Já a Padrão Coloquial é a versão oral da língua
usos e aspirações da classe social de prestígio. Num sentido culta e, por ser mais livre e espontânea, tem um pouco mais de
amplo, a norma corresponde à necessidade que um grupo liberdade e está menos presa à rigidez das regras gramaticais.
social experimenta de defender seu veículo de comunicação das Entretanto, a margem de afastamento dessas regras é estreita e,
alterações que poderiam advir no momento do seu aprendizado. embora exista, a permissividade com relação às transgressões é
Num sentido restrito, a Norma corresponde aos usos e atitudes pequena.
de determinado seguimento da sociedade, precisamente aquele Assim, na linguagem coloquial, admitem-se sem grandes
que desfruta de prestígio dentro da Nação, em virtude de razões traumas, construções como: ainda não vi ele; me passe o
políticas, econômicas e culturais. Segundo Lucchesi considera- arroz e não te falei que você iria conseguir?. Inadmissíveis na
se que a realidade linguística brasileira deve ser entendida como língua escrita. O falante culto, de modo geral, tem consciência
um contínuo de normas, dentro do quadro de bipolarização do dessa distinção e ao mesmo tempo em que usa naturalmente
Português do Brasil. as construções acima na comunicação oral, evita-as na escrita.
A existência da civilização dá-se com o surgimento da Contudo, como se disse, não são muitos os desvios admitidos
escrita. Suas regras são pautadas a partir da Norma Culta. Sendo e muitas formas peculiares da Norma Popular são condenadas
esta importante nos documentos formais que exigem a correta mesmo na linguagem oral. A Norma Popular é aquela linguagem
expressão do Português para que não haja mal entendido algum. que não é formal, ou seja, não segue padrões rígidos, é a
Ela nada mais é do que a modalidade linguística escolhida pela linguagem popular, falada no cotidiano.
elite de uma sociedade como modelo de comunicação escrita e O nível popular está associado à simplicidade da utilização
verbal. linguística em termos lexicais, fonéticos, sintáticos e semânticos.
Esta decorrerá da espontaneidade própria do discurso oral e da atender à disposição constitucional, a forma dos atos normativos
natural economia linguística. É utilizado em contextos informais. obedece a certa tradição. Há normas para sua elaboração que
Dentre as características da Norma Popular podemos remontam ao período de nossa história imperial, como, por
destacar: economia nas marcas de gênero, número e pessoa; exemplo, a obrigatoriedade – estabelecida por decreto imperial
redução das pessoas gramaticais do verbo; mistura da 2ª com de 10 de dezembro de 1822 – de que se aponha, ao final desses
a 3ª pessoa do singular; uso intenso da expressão a gente em atos, o número de anos transcorridos desde a Independência.
lugar de eu e nós; redução dos tempos da conjugação verbal e de Essa prática foi mantida no período republicano. Esses mesmos
certas pessoas, como a perda quase total do futuro do presente princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão e
e do pretérito-mais-que-perfeito no indicativo; do presente do uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais:
subjuntivo; do infinitivo pessoal; falta de correlação verbal entre elas devem sempre permitir uma única interpretação e ser
os tempos; redução do processo subordinativo em benefício da estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo
frase simples e da coordenação; maior emprego da voz ativa nível de linguagem. Nesse quadro, fica claro também que as
em lugar da passiva; predomínio das regências verbais diretas; comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois há
simplificação gramatical da frase; emprego dos pronomes sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor
pessoais retos como objetos. dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso
Na visão de Preti, os falantes cultos “até em situação de de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto
gravação consciente revelaram uma linguagem que, em geral, dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o
também pertence a falantes comuns”. Sendo mais espontânea e público).
criativa, a Norma Popular se afigura mais expressiva e dinâmica.
Temos, assim, alguns exemplos: estou preocupado (Norma Outros procedimentos rotineiros na redação de
Culta); to preocupado (Norma Popular); to grilado (gíria, limite comunicações oficiais foram incorporados ao longo do tempo,
da Norma Popular). como as formas de tratamento e de cortesia, certos clichês de
Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; urge redação, a estrutura dos expedientes, etc. Mencione-se, por
conhecer a língua popular, captando-lhe a espontaneidade, exemplo, a fixação dos fechos para comunicações oficiais,
expressividade e enorme criatividade para viver, necessitando regulados pela Portaria no 1 do Ministro de Estado da Justiça, de
conhecer a língua culta para conviver. 8 de julho de 1937, que, após mais de meio século de vigência,
Fonte:https://centraldefavoritos.wordpress. foi revogado pelo Decreto que aprovou a primeira edição deste
com/2011/07/22/norma-padrao-e-nao-padrao/(Adaptado) Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação que se buscou
fazer das características específicas da forma oficial de redigir
não deve ensejar o entendimento de que se proponha a criação –
Correspondência oficial ou se aceite a existência – de uma forma específica de linguagem
administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente se
(conforme Manual de Redação chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser
da Presidência da República). a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e
Adequação da linguagem ao clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção
tipo de documento. Adequação de frases. A redação oficial não é, portanto, necessariamente
do formato do texto ao gênero. árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica
– comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe
certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa
daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência
Redação Oficial da Presidência da República particular, etc. Apresentadas essas características fundamentais
da redação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada
Caro candidato, o Manual de Redação da Presidência uma delas.
possui 6 capítulos.
Em nossa apostila, abordaremos apenas os capítulos 1 1.1. A Impessoalidade
e 2, já que os demais capítulos correspondem a conteúdos
gramaticais que já foram estudados em tópicos anteriores A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela
da mesma. escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
a) alguém que comunique,
CAPÍTULO I b) algo a ser comunicado, e
c) alguém que receba essa comunicação.
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre
1. O que é Redação Oficial o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria,
Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que
pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o
Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo
redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso ou dos outros Poderes da União. Percebe-se, assim, que o
do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que
uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da constam das comunicações oficiais decorre:
Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração pública
direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, a) da ausência de impressões individuais de quem
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos comunica: embora se trate, por exemplo, de um expediente
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade assinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome
e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade do Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim,
princípios fundamentais de toda administração pública, claro uma desejável padronização, que permite que comunicações
está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e elaboradas em diferentes setores da Administração guardem
comunicações oficiais. Não se concebe que um ato normativo entre si certa uniformidade;
de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que
dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com
sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre
requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois
texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea
implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Além de e impessoal;
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos
universo temático das comunicações oficiais se restringe a rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a
questões que dizem respeito ao interesse público, é natural que determinada área, são de difícil entendimento por quem não
não cabe qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de
lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da
por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. Outras
assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação questões sobre a linguagem, como o emprego de neologismo e
oficial deve ser isenta da interferência da individualidade que estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.
a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade
de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais 1.3. Formalidade e Padronização
contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária
impessoalidade. As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é,
obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas
1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem,
é imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem trata somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego
nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade
caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua de certo nível (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes
finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito à
caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual
cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, cuida a comunicação.
o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada
a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes A formalidade de tratamento vincula-se, também,
oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e à necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a
objetividade. As comunicações que partem dos órgãos públicos administração federal é una, é natural que as comunicações
federais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse
brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente para
linguagem restrita a determinados grupos. Não há dúvida que todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda,
um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a da apresentação dos textos. A clareza datilográfica, o uso de
gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua papéis uniformes para o texto definitivo e a correta diagramação
compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente do texto são indispensáveis para a padronização. Consulte
uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de normas
extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer específicas para cada tipo de expediente.
alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros
elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, 1.4. Concisão e Clareza
a entoação, etc. Para mencionar apenas alguns dos fatores
responsáveis por essa distância. Já a língua escrita incorpora A concisão é antes uma qualidade do que uma característica
mais lentamente as transformações, tem maior vocação para do texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um
a permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar. máximo de informações com um mínimo de palavras. Para
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, que se redija com essa qualidade, é fundamental que se tenha,
de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma além de conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o
carta a um amigo, podemos nos valer de determinado padrão necessário tempo para revisar o texto depois de pronto. É nessa
de linguagem que incorpore expressões extremamente pessoais releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias
ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de estranhar ou repetições desnecessárias de idéias. O esforço de sermos
a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos dois concisos atende, basicamente ao princípio de economia
casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se linguística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de
faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo palavras para informar o máximo.
ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua
finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles Não se deve de forma alguma entendê-la como economia
requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens
padrão culto é aquele em que: substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-
se exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias,
a) se observam as regras da gramática formal, e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. Procure
b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos perceber certa hierarquia de idéias que existe em todo texto de
usuários do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade alguma complexidade: idéias fundamentais e idéias secundárias.
do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-
ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas las, exemplificá-las; mas existem também idéias secundárias
regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm
linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser
pretendida compreensão por todos os cidadãos. dispensadas.
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial,
de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de conforme já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-
expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica se definir como claro aquele texto que possibilita imediata
emprego de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos compreensão pelo leitor. No entanto a clareza não é algo
sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua literária. que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um características da redação oficial. Para ela concorrem:
“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações
nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao
pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa texto;
tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de
linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, circulação restrita, como a gíria e o jargão;
deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada. c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações imprescindível uniformidade dos textos;
APOSTILAS OPÇÃO
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos lingüísticos que nada lhe acrescentam.
É pela correta observação dessas características que se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto
redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitura que
torna possível sua correção. Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu destinatário.
O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em decorrência de nossa
experiência profissional muitas vezes faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. Explicite,
desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos que não possam ser
dispensados. A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há assuntos urgentes,
há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
Por fim, como exemplo de texto obscuro, que deve ser evitado em todas as comunicações oficiais,
Transcrevemos a seguir um pitoresco quadro, constante de obra de Adriano da Gama Kury, a partir do qual podem ser feitas
inúmeras frases, combinando-se as expressões das várias colunas em qualquer ordem, com uma característica comum: nenhuma delas
tem sentido! O quadro tem aqui a função de sublinhar a maneira de como não se deve escrever:
CAPÍTULO II
AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
2. Introdução
A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da Redação
Oficial. Além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes
de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego dos
pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação do signatário.
O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após
serem incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos, “como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a
palavra”, passou-se a empregar, como expediente linguístico de distinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de
pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: “Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um
atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria superior, Senhor Senador,
e não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu Senhor Juiz,
rei com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim Senhor Ministro,
usou-se o tratamento ducal de vossa excelência e adotou-se na Senhor Governador,
hierarquia eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa
eminência, vossa santidade.” A partir do final do século XVI, esse No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas
modo de tratamento indireto já estava em voga também para os às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte
ocupantes de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para forma:
vosmecê, e depois para o coloquial você. E o pronome vós, com A Sua Excelência o Senhor
o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que provém o atual Fulano de Tal
emprego de pronomes de tratamento indireto como forma de Ministro de Estado da Justiça
dirigirmo-nos às autoridades civis, militares e eclesiásticas. 70.064-900 – Brasília. DF
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: Como se depreende do exemplo acima fica dispensado o
emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que
a) do Poder Executivo; recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É
Presidente da República; suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-
Vice-Presidente da República; se que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico.
Ministros de Estado; Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau
Federal; por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume
Oficiais-Generais das Forças Armadas; designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em
Embaixadores; Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes confere a desejada formalidade às comunicações. Mencionemos,
de cargos de natureza especial; ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade.
Prefeitos Municipais. Corresponde-lhe o vocativo:
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que do padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha
o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, a exposição de motivos que proponha alguma medida ou
para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício apresente projeto de ato normativo, segue o modelo descrito
é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm como adiante. A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade,
finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela
Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para a que
particulares. proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que
3.3.2. Forma e Estrutura simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do
Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão referido para o padrão ofício.
ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. Já a exposição de motivos que submeta à consideração do
2.1 Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula. Presidente da República a sugestão de alguma medida a ser
Exemplos: adotada ou a que lhe apresente projeto de ato normativo –
Excelentíssimo Senhor Presidente da República embora sigam também a estrutura do padrão ofício –, além de
Senhora Ministra outros comentários julgados pertinentes por seu autor, devem,
Senhor Chefe de Gabinete obrigatoriamente, apontar:
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção
seguintes informações do remetente: da medida ou do ato normativo proposto;
– nome do órgão ou setor; b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou
– endereço postal; aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e
– telefone e endereço de correio eletrônico. eventuais alternativas existentes para equacioná-lo;
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada,
3.4. Memorando ou qual ato normativo deve ser editado para solucionar o
problema.
3.4.1. Definição e Finalidade Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte
O memorando é a modalidade de comunicação entre modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar março de 2002.
hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério
Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação ou órgão equivalente) nº de 200 .
eminentemente interna. 1. Síntese do problema ou da situação que reclama
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser providências
empregado para a exposição de projetos, idéias, diretrizes, etc. 2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na
a serem adotados por determinado setor do serviço público. Sua medida proposta
característica principal é a agilidade.
A tramitação do memorando em qualquer órgã o deve 3. Alternativas existentes às medidas propostas
pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos Mencionar:
burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de - se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados - se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de - outras possibilidades de resolução do problema.
continuação.
Esse procedimento permite formar uma espécie de processo 4. Custos
simplificado, assegurando maior transparência à tomada de Mencionar:
decisões, e permitindo que se historie o andamento da matéria - se a despesa decorrente da medida está prevista na lei
tratada no memorando. orçamentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la;
- se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário,
3.4.2. Forma e Estrutura especial ou suplementar;
- valor a ser despendido em moeda corrente;
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do 5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser somente se o ato proposto for medida provisória ou projeto de
mencionado pelo cargo que ocupa. lei que deva tramitar em regime de urgência)
Exemplos: Mencionar:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. - se o problema configura calamidade pública;
Subchefe para Assuntos Jurídicos - por que é indispensável a vigência imediata;
- se se trata de problema cuja causa ou agravamento não
tenham sido previstos;
4. Exposição de Motivos - se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação
já prevista.
4.1. Definição e Finalidade
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente 6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou
da República ou ao Vice-Presidente para: medida proposta possa vir a tê-lo)
a) informá-lo de determinado assunto;
b) propor alguma medida; ou 7. Alterações propostas
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.