Cad7213 Apostila PDF
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Organização,
Sistemas e
Métodos.
Altamiro Damian Préve
CAD 7213
Conteúdo
I INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................................... 5
1 ORGANIZAÇÕES .................................................................................................................................................................... 7
1.1 Conceito de Organização ..................................................................................................................................................... 7
1.2 Tipos e Estrutura ................................................................................................................................................................ 11
1.3 Características Estruturais .................................................................................................................................................. 15
1.4 Objetivos Organizacionais .................................................................................................................................................. 18
1.5 Tipologias ........................................................................................................................................................................... 19
1.6 Comunicação...................................................................................................................................................................... 23
1.6.1 Estruturas Organizacionais .............................................................................................................................................. 24
1.7 Comportamentos Organizacionais ...................................................................................................................................... 26
1.8 Aspectos Formais e Informais ............................................................................................................................................. 27
1.9 Estágios Organizacionais ................................................................................................................................................... 28
2 A ÁREA DE ORGANIZAÇÃO, SISTEMAS E MÉTODOS....................................................................................................... 32
2.1 Suporte Teórico de OM / OSM ............................................................................................................................................ 33
2.2 Orientações sobre Consultoria............................................................................................................................................ 38
2.3 A criatividade no Contexto Organizacional .......................................................................................................................... 41
2.4 Elementos Básicos de Ergonomia ...................................................................................................................................... 45
3 MÉTODOS E PROCESSOS ADMINISTRATIVOS................................................................................................................. 52
3.1 Conhecimento Organizacional ............................................................................................................................................ 53
3.2 Fluxos e Processos Administrativos .................................................................................................................................... 58
3.2.1 Gestão de Processos....................................................................................................................................................... 59
3.2.3 Características de Processos........................................................................................................................................... 63
4. PROFISSIONAIS E INSTRUMENTOS DE OSM................................................................................................................... 69
4.1 Profissionais de processos ................................................................................................................................................. 69
4.1.1 Analista de processos ...................................................................................................................................................... 71
4.1.2 Analista de sistemas ........................................................................................................................................................ 72
4.1.3 Analista de negócios ........................................................................................................................................................ 72
4.1.4 Características Gerais ..................................................................................................................................................... 73
4.2 Instrumentos de OSM (grupo principal)............................................................................................................................... 74
4.2.1 Diagnóstico Organizacional ............................................................................................................................................. 74
4.2.2 Análise organizacional ..................................................................................................................................................... 80
4.2.3 (Re) desenho de processos de negócios ......................................................................................................................... 81
4.3. Instrumentos de OSM (grupo de suporte) .......................................................................................................................... 82
4.3.1. Fluxograma..................................................................................................................................................................... 82
4.3.2. Layout............................................................................................................................................................................. 86
4.3.2.1. Tipos de Layout ........................................................................................................................................................... 88
4.3.3 Formulários...................................................................................................................................................................... 91
4.3.4 Manuais de Organização ................................................................................................................................................. 93
4.3.5 Quadro de Distribuição de Trabalho – (QDT) ................................................................................................................... 97
5 CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL........................................................................................................ 103
5.1 Descobrir e aprender ........................................................................................................................................................ 103
5.2 Conhecimento / Competência / Informação ...................................................................................................................... 104
5.2.1 Informação / Conhecimento ........................................................................................................................................... 105
5.3 Micromundos da aprendizagem ........................................................................................................................................ 106
5.4 Ciclos e Transferências .................................................................................................................................................... 107
5.5 Significados e Crenças compartilhados ............................................................................................................................ 110
5.6 Teoria da criação .............................................................................................................................................................. 112
5.7 Implicações práticas ......................................................................................................................................................... 114
6. DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS ....................................................... 117
6.1 Implementação ................................................................................................................................................................. 118
6.2 Etapas .............................................................................................................................................................................. 120
7 O MODO DE SER NA APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL ............................................................................................ 125
7.1 Aprender a ser (tópicos indicativos) .................................................................................................................................. 125
7.2 Auto aperfeiçoamento como modo de ser. ........................................................................................................................ 126
7.3 Equilíbrio emocional ......................................................................................................................................................... 127
7.4 O modo de ser e a coragem de mudar.............................................................................................................................. 127
7.5 O modo de ser como ética responsável ............................................................................................................................ 128
8 ESTRUTURAS DE SERVIÇOS (TÓPICOS INDICATIVOS) ................................................................................................. 131
8.1 Natureza e conceitos ........................................................................................................................................................ 131
8.2 Comportamento do cliente ................................................................................................................................................ 132
8.3 A medida da economia sobre os serviços ......................................................................................................................... 134
A unidade 1, portanto, cuida em fazer uma breve revisão de assuntos que julgamos ser
objeto de outras fases e contemplados em outras disciplinas, mas que tornam-se necessários pela
relevância e correlação com a área em estudo. Na unidade 2, abordamos sistemas voltados para a
área organizacional, bem como os princípios de OSM, iniciando com o suporte teórico emprestado
para esta área e sua atuação como um instrumento de consultoria. Por essa atuação, consideramos
importante contemplar princípios de criatividade, assim como aspectos relacionados à ergonomia.
Não vamos nos aprofundar neste item organização em vista do assunto já ter sido tratado,
com muita propriedade e referindo-se à definição e a exemplos, em disciplinas anteriores. Queremos
destacar que, na condução deste estudo e na relação com a área de OSM, a observação e a
consideração de variáveis organizacionais intervenientes, se localizam na linha comportamental.
Para Certo (2003), considera um processo de uso ordenado de todos os recursos e diz que
uma organização se refere ao resultado do processo de organizar. Como a definição volta-se para
processos, este assunto será retomado na unidade 3.
Podemos afirmar então, que o paradigma cartesiano-newtoniano tem sua base em Descartes
que definia o organismo humano como uma máquina e que contém uma alma cuja essência é o
pensamento. Surgia assim a concepção mecanicista da ciência. Newton, posteriormente, extrapolaria
a metáfora do homem-máquina para o universo máquina, regidas por leis matemáticas perfeitas e
imutáveis, sepultando de vez qualquer visão orgânica do mundo. Nascia o paradigma reducionista, o
qual se fundamenta em alguns pontos:
no determinismo mecanicista
b) analogias impostas - Conforme Bauer(1999) o sucesso cada vez maior das leis e
concepções mecanicistas, deterministas e racionais e do progresso científico-tecnológico
delas decorrentes, fez com que a crença na abordagem racional se propagasse com tal
velocidade durante o século XVII que esse período ficou conhecido como o iluminismo ou
século das luzes. Já no século XIX, a confiança no progresso transformou-se em euforia,
fornecendo a base para o positivismo de Comte, propositor das leis dos três estados-
a) Estrutura virtual.
Podemos imaginar uma organização sem estrutura ou espaço físico, com poucos, muitos ou
nenhum empregado. Dependendo do grau de virtualidade esse tipo de estrutura pode existir nessas
condições, fazendo negócios, estabelecendo parcerias, vendendo e criando necessidades a seus
clientes, disponibilizando bens e produtos e tendo por base pessoas, tecnologias da informação e
processo, independente do lugar do planeta que possa estar.
A organização virtual é a possibilidade que o mundo dos negócios encontrou para cortar
radicalmente os custos fixos e trabalhar com custos variáveis que são apropriados a cada caso. E
seu ciclo de atuação se constitui em um grande processo.
Ela é uma estrutura cujo conhecimento é de todos, inclusive muitos atuam nela, sendo
funcional ou departamentalizada.
Tem característica de uma estrutura pesada, rígida, viciada, enquanto que as ações que a
envolvem possuem dinamismo, flexibilidade, adaptação e mudanças. Quando os traços da
organização se deparam com as necessidades atuais, alguns aspectos tornam-se evidentes.
O primeiro trata da visão básica de uma organização em que Nadler et al. (1993) observam:
há muitas maneiras diferentes de pensar sobre as organizações. A princípio, a maioria dos
administradores pensa sobre as organizações através de uma estrutura formal representada pelo
organograma clássico, que vê as relações estáveis, formais, entre as tarefas e unidades de trabalho
como fator mais importante numa organização. Essa visão muito limitada exclui o comportamento de
liderança, o impacto do ambiente, as relações informais e a distribuição de poder. Tal modelo só
pode captar uma fração do que realmente acontece nos seus ambientes.
Sua perspectiva é estreita e estática. O segundo aspecto, apenas para enumerar dois, é o
conhecimento – assunto da unidade 3 – que se constitui num caminho para compreender e atuar em
toda a estrutura, assim como para reforçar o primeiro aspecto. A estrutura orientada a processos se
divide em quatro visões de funcionalidade:
física e lógica orientada a processos: este é o tipo ideal, com adoção das duas
medidas anteriores. Claro que outros tantos fatores podem contribuir de forma
expressiva como também negar que esta seja a adoção mais conveniente ou que
melhor se apresenta para um determinado momento. Esse tipo ideal poderia
representar um suporte do que há de mais moderno em tecnologia e funcionalidade:
ter um suporte físico adequado orientado por uma tecnologia competitiva que
dissemina uma linguagem atual em toda a estrutura de uma organização; e
Defendemos que os dois tipos assim descritos - virtual e orientada a processos, hospedam
todos os demais considerados tipos de estruturas, os quais vamos tratar de características
estruturais.
Tendo sua origem do inglês outsourcing, foi desenvolvida procurando transferir para terceiros
todas as atividades que não fossem parte da competência básica da organização. Foi no início dos
anos 1990 que a terceirização tornou-se a grande vedete de suporte a todas as estruturas, na
esperança em resolver todos os problemas existentes, com custos baixos e elevando a qualidade.
Com a busca de maior produtividade e eficiência por conta da globalização, a terceirização ganhou
campo e até o que se achava impossível terceirizar, como áreas de apoio – recrutamento, seleção,
treinamento, documentação, manutenção, controle ambiental, linhas de montagem entre outras –
que pareciam manter-se junto à estrutura, foram terceirizadas. Quando tratamos de linha de
montagem, entretanto, vale lembrar que a terceirização executa atividades que são de competência
básica de uma organização.
Toda essa nova postura em uma estrutura, passando por negociações e acertos, alimenta
um amplo ciclo de processos que norteia as ações organizacionais. E assim interpretando, nos
auxilia na manutenção de parcerias e de trabalho continuado, quer seja como sócios ou mesmo
Ross e Kay (2000), tratam de um aspecto molecular, o qual considera o mercado – clientes,
como um núcleo e em torno dele uma flexível estrutura atendendo as demandas desse mercado. Em
estágios organizacionais – subitem 1.8, faremos relação com esta característica.
Agora que você já conhece alguns tipos de estruturas, vamos conhecer algumas
características que Daft (2002), destaca como sendo inerentes às organizações.
estrutura funcional vertical: onde todas as atividades são agrupadas por função
comum. Como vantagem, tem a capacidade de promover uma economia de escala
entre as funções, já que se grupam em uma unidade específica com instalações
compartilhadas para fins idênticos;
Com essa tipologia, determinados objetivos são alcançados a partir de um planejamento bem
definido. Isto não acentua a mesma afirmativa quando tratamos de outra tipologia, apenas concebe
que esta linha formal auxilia, por vezes e de maneira diferenciada, a estruturação e a condução de
um planejamento ou de um processo. Podemos encontrar, no entanto, semelhante comportamento
em diferentes organizações.
Podemos afirmar, então, que as tipologias de uma organização apóiam-se em duas vertentes
construídas e fortalecidas por pressão ambiental: mecânica e orgânica.
Destaca Maximiano (2009), algumas características desta tipologia, que a trata como
modelo:
redução da formalidade;
enfatiza critérios de desempenho, tais como eficácia, adaptabilidade, sensibilidade;
ampla participação na definição de objetivos;
a fonte da autoridade é a competência;
estilo de liderança democrático;
reduzido número de especialização;
modelos adequados de departamentalização e
hierarquia imprecisa.
a autoridade é centralizada;
Não podemos, por isto, esquecer de que sempre será mantido um esforço em torno de um
agrupamento de valores, voltado para a efetividade de um objetivo, quer seja bem ou serviço. Do
contrário, uma organização não se constitui num elemento vivo, que suporte suas próprias tipologias.
Vale lembrar, ainda, que qualquer organização possui as tipologias de caráter orgânico e mecânico,
podendo ter uma predominante. Daí a razão em afirmar que as tipologias devem manter a ‘unidade’
em torno de objetivos, ou seja, mantendo suas características, têm o papel de contributivo.
Em vista de sua composição como um sistema complexo, nos princípios de Axerold e Cohen
(2000), nem sempre é fácil identificar e definir os objetivos de uma organização.
A partir de uma forma simplista, podemos dizer que o objetivo de uma organização é o lucro
e que tudo mais são meios utilizados para alcançar o objetivo. Mesmo dentro deste espectro mais
amplo, algumas organizações, como escolas, hospitais, associações, sindicatos, creches,
universidades, organizações não governamentais, corporações militares e tantas outras, formam um
universo que nem sempre objetivam lucro ou não dependem dele para sua sobrevivência. Portanto,
esta concepção merece uma avaliação considerando os princípios da Escola Estruturalista, baseada
na obra de Etzioni (1984).
a definição;
a identificação da forma de condução atual dos objetivos, por parte dos agentes; e
Ainda sobre objetivos organizacionais, Lacombe e Heilborn (2003) destacam que uma
organização possui dois grupos de objetivos principais:
os que representam premissas básicas com as quais uma organização deve estar
em sintonia, ou seja, no tratamento dos valores dos subsistemas que a compõem; e
Certo (2003) nos dá uma contribuição dizendo que a finalidade organizacional é a razão da
existência de ser de uma organização, determinada por um grupo de necessidades de clientes, e que
os objetivos, adequadamente desenvolvidos, refletem essa finalidade. Se ela está atingindo seus
objetivos, está também atingindo sua finalidade, ou seja, justificando a razão de ser de sua
existência.
Por sua vez, Hall (1982), considerando os ambientes interno e externo e a complexidade das
ações, observa que uma organização possui diversos objetivos. Tratando de ambiente, vale destacar
que um sistema organizacional contém elementos materiais e humanos que, orientados por uma
rede de informações e sustentados por seus artefatos, compõem o ambiente interno. Esse ambiente
estabelece dois níveis de relação:
micro ambiente: é a conexão que uma organização mantém com mais freqüência
com:
Conjugando os esforços desses ambientes e seus fatores, uma organização parece manter
um quase indefinido universo de objetivos para conviver com parâmetros naturais de seus
ambientes. O importante é constatar que uma organização se apresenta como um ciclo de eventos e,
por conseqüência, promove outros tantos ciclos que se interdependem, fortalecendo os ambientes
internos e externos, como veremos em teoria dos sistemas, na unidade 2.
Tratando de serviços e sua forma de contato com clientes, Corrêa e Caon (2002) observam
que a habilidade de comunicação não se refere somente à transmissão adequada de um conteúdo,
mas também a ter habilidades para capturar bem o fluxo de informação emanado de um cliente e isto
inclui a comunicação. Resta lembrar que tratamos também de clientes internos – agentes e que
estes nos permitem estruturar a comunicação para clientes externos, ou seja, a linguagem conduzida
na forma que traduz os objetivos de uma organização e que dá clareza aos seus processos, tende a
facilitar a comunicação externa.
Não há como admitir que uma organização possa manter um nível de comunicação que não
tenha identidade com sua predominante conduta do ponto de vista de suas ações. Por isso, quando
identificamos uma cultura ou como queira traduzir – uma reunião de hábitos, costumes e
comportamentos – a linguagem de comunicação se materializa segundo uma cultura mantida,
entendida e defendida, em meio ao caráter interpessoal e, por extensão, organizacional. E neste
contexto, Johann (2004) afirma que a comunicação é um vetor importante na difusão e sedimentação
da cultura porque contempla mensagens trocadas e conteúdos traduzidos entre agentes e grupos de
agentes, utilizando os mais diferentes canais, ou seja, os mais apropriados.
Contribui, ainda, com a observação de que o conhecimento de valores e crenças que dão
sustentação aos mecanismos de transmissão de conteúdos faz surgir ações mercadológicas
internas, reunidas com a denominação de endomarketing, que conforme Ferreira (2004), é um
conjunto das atividades de marketing institucional, dirigido para o público interno da organização
(agentes, fornecedores, acionistas, revendedores, etc.), e que deverá estar vinculado a um projeto
maior de comunicação com o objetivo de estabelecer um diálogo eficaz com os agentes e
compartilhando informações de interesse operacional e estratégico.
Para Certo (2003), a comunicação ganha um foco além do social e os agentes deverão
desempenhar suas atividades de maneira eficiente e combinar seus esforços para o alcance dos
objetivos. Defende, como suporte às ações, um compartilhamento de informações entre agentes e
traduz isso como comunicação. Lembra que os agentes que possuem função gerencial ou de
coordenação devem tornar-se os melhores comunicadores interpessoais, buscando novas técnicas
de treinamento em comunicação, com avaliação constante. E estabelece uma relação da
aprendizagem com a comunicação, destacando como pontos principais:
a elaboração de relatórios;
o estabelecimento de metas;
Desta visão de comunicação, certamente você irá perceber que em sua organização há
barreiras que, em parte, dificultam a comunicação verbal ou escrita. Podemos considerar que há
certo nível de aceitação, pois não temos a perfeição sobre tudo, no entanto precisamos ter o cuidado
para não permitir que fatores diversos venham dificultar ou mesmo impedir que, na utilização de
métodos e no desenvolvimento de processos, a comunicação não seja um elemento contributivo.
• Já para processo, Ferreira (Ibid), é o ato de proceder ou maneira pela qual realizamos
uma operação, segundo determinadas normas, métodos, técnica, processo manual ou
processo mecânico. Enquanto que para Oliveira (2006) processo é um conjunto estruturado
de atividades seqüenciais que apresentam relação lógica entre si e que tem por finalidade
atender expectativas, interna e externa, de uma organização, assunto que será retomado na
Unidade 3. .
Podemos, então, ver estruturas a partir de três principais aspectos ou componentes chave,
como defende Daft (2002):
O terceiro aspecto tem um caráter mais integrativo, logo podemos dizer que ele está
presente em ambos. No entanto, não tem o poder em estabelecer formalidade de subordinação, nem
definição de áreas e atuação específica de seus agentes, mas podemos perceber o quanto empresta
sua contribuição para que as ações se concretizem. Por isto dizemos que é um referencial de
integração.
Vamos tomar como exemplo a administração participativa, que é um assunto do nosso
Então quando falamos em estruturas, quer consideramos um bem ou um serviço e em todas as que já nos
referimos, sempre vamos encontrar uma referência hierárquica definida, de maneira mais ou menos acentuada –
dependendo de cada caso: grupos de agentes com seus papéis específicos a desempenhar, objetivos definidos e um
sistema de comunicação necessário ao tratamento do conteúdo, com utilização de elementos adequados para sua
transmissão.
Neste caso, tomando por base os três principais aspectos tratados, vamos encontrar a
perfeita relação de afinidade que uma estrutura pode oferecer, ou seja, uma estrutura possui os
recursos necessários, no entanto os que dirigem ou coordenam suas ações podem transformá-la em
mais ou menos produtiva. Portanto, com base no que falamos ou julgamos, os objetivos
estabelecidos e definidos - independentes de tipologias, precisam sempre estar em sintonia com as
Para conhecimento e relação do que foi até aqui exposto em torno de tipos de estruturas,
características, objetivos organizacionais e comunicação e que se situam no contexto de métodos e
processos, temos a contribuição de Morgan (1996) sobre comportamentos organizacionais.
Como cérebros: oferece uma base para processamento de informações que sustenta
todos os processos existentes em uma estrutura. Todo processo só é funcional e possui
razão de existir se tem como meta processar informações, produzir resultados,
sustentar-se ao meio organizacional e dar respostas ao crescimento em seu mapa de
relacionamento. Portanto, a ausência de conhecimento ou de participação de agentes
não gera processos ou mesmo manifestação de comportamento;
Defendemos, por outro lado, de que um trabalho não teria o mesmo desempenho se não
fosse considerada a informalidade nele contida, pelos traços culturais implícitos em nossa atitude,
visto estritamente pelo lado dos resultados. Trata, por isto mesmo, de um comportamento e não de
uma organização, na linha de alguns autores que defendem ser apenas uma forma comportamental
de atuar, variando em cada caso e, principalmente, em cada tipo de atividade.
A base teórica desta área extrai, da teoria das organizações, alguns pressupostos que
fundamentam sua denominação bem como princípios que sustentam sua atuação. Das Escolas e
Abordagens estudadas e que compreendem todo o pensamento administrativo como base para
outras definições e evoluções, OM toma alguns pontos para sua sustentação. Estes são extraídos
das Escolas e Abordagens Organizacionais:
• uma ausência de interesse às atividades e sua execução, por parte dos agentes que
integram uma estrutura na forma tradicional, o que torna uma atitude dominante, além de não
se despertarem para o crescimento e a melhoria das atividades das áreas de trabalho, ou
mesmo interesse por mudanças sempre necessárias. O princípio dominante se instala na
condição de ‘esperar pelos acontecimentos’, o que limita o espaço para uma ação pró-ativa
como uma prática, localiza-se no quadrante ‘x’;
• uma maior integração dos agentes com interesse e contribuição à melhoria das atividades
da estrutura, despendendo a necessária participação ao crescimento organizacional e à
realização pessoal, define o quadrante ‘y’. Na relação verificada, as atividades da área de
OM estão mais orientadas à teoria X, por uma razão muito simples: dada a sua definição, as
atividades de OM procuram a racionalização dos trabalhos o que implica em promover
algumas mudanças e essas, por sua vez, necessitam de envolvimento de agentes dispostos
a contribuírem para a efetiva realização. Por uma questão bastante natural, os agentes
tendem a apresentar resistências quando são convocadas a passar por esse estágio de
mudanças e tendo que assumir novas atividades ou mesmo relegar, a outros, o que vinham
executando, ou mesmo, fazer as mesmas coisas de maneira não habitual. Daí a razão de a
área de OM estar voltada para a teoria X.
4. quanto aos ciclos de eventos – temos inicialmente que uma organização é um ciclo que
sustenta todos os demais, numa progressão natural, fruto de seus próprios estágios,
como: empreendedor, coletividade, formalização e elaboração. O fenômeno do ciclo de
vida é um poderoso conceito utilizado para compreender os sintomas de uma
organização e o modo como podem ser avaliadas as conseqüências no estágio
seguinte.
Adizes (2004) trata inicialmente das causas comuns previsíveis ou não, dentro dos
estágios e defende que o denominador comum é que quando os sistemas mudam,
desfazem, desintegram. Neste sentido, os ciclos que o compõem se rompem e se
refazem possibilitando o surgimento de uma grande variedade de alternativas. A
mortalidade, segundo o autor, pode ser infantil dependendo da fase em que se encontra
uma organização, provocada pelas mais diferentes razões. O autor faz este destaque
porque, na maioria dos casos, o rompimento de um ciclo e a cadeia de conseqüência
que ele provoca, se situa em fases consideradas de envelhecimento. Neste caso cabe a
pergunta: muda-se o sistema ou a estrutura do poder? Como tratado adiante, a
atividade consultor passa por este entendimento da fase que predomina na empresa no
momento de desenhar o quadro em que se encontra;
7. estado firme – sua estrutura, considerando todos possíveis recursos existentes e ao seu
alcance, permitem uma atuação em um estado firme, em relação aos objetivos
perseguidos;
O suporte teórico permite destacar áreas prioritárias de atuação, como as que mais se
identificam com a área de OSM, de acordo com as fases:
Áreas de atuação:
• interação – ação recíproca que é exercida entre dois ou mais agentes ou áreas ou
atividades da empresa.
Portanto, processo produtivo é o conjunto estruturado de atividades seqüenciais, numa ação lógica e
evolutiva, visando atender as expectativas do cliente.
b) consolidar sua vantagem competitiva. Isto trata das características de bens e serviços,
considerando as vantagens reais – conhecimento do mercado e de clientes; as sustentadas –
interligadas com outros sistemas administrativos de elevada qualidade; e duradouras – condições de
perdurarem pelo tempo que for necessário;
d.7 – dar efetiva contribuição para a alavancagem dos resultados dos atuais negócios da
empresa-cliente; e
estruturação organizacional;
Araújo, (2006) lembra que a seriedade é um dos fatores importantes na atuação desse
profissional e que a forma de interação entre consultor e empresa-cliente, ajuda definir as vantagens
e desvantagens do consultor interno/externo. Alguns pontos auxiliam e/ou dificultam, dependendo de
cada caso. A forma adotada também auxilia na definição de consultoria de pacote (quando ocorre a
transferência de fortes estruturas de metodologias e de técnicas administrativas, nem sempre
otimizada e adequada à realidade da empresa-cliente), ou consultoria artesanal (em que se procura
atender as necessidades da empresa-cliente por meio de um projeto baseado em metodologias e
técnicas desenvolvidas especificamente, aliando também abordagens e modelos aplicados em
outras empresas). Atualmente o Manual de Consultoria Empresarial de Oliveira (2010), empresta
elevada contribuição para conhecimento e atuação nesta área.
Alguns dos aspectos desta área aqui dispostos, têm relação muito estreita com as
atribuições da área de OSM, ou seja, o profissional é um consultor interno ou pode, também, exercer
suas atividades como um vendedor de serviços, via contratação de consultoria.
Daí a razão em afirmar que as atividades de OSM – atualmente atribuídas aos analistas de
processos, sistemas e negócios, como veremos na Unidade 4, devem ser conduzidas como uma
atividade de consultoria e fazendo uso dos princípios da criatividade.
Por isso Amábile (1990) considera a criatividade como a produção de idéias novas, próprias
de um individuo, e estas idéias tornam-se criativas à medida que oferecem respostas ou que se
traduzem em novidades. Na visão de Alencar (1996), a criatividade é um conceito relacionado à
inovação e esta se apresenta de forma concretizada, portanto, é a visão material de uma idéia. No
campo das funções de OSM, assim como em tantas outras funções da área administrativa, o fator
criativo sempre deu suporte à alternativas na condução gerencial das atividades.
Sendo assim, há uma clara relação com todos os artefatos de uma estrutura que se
correlaciona com agentes, processos decisórios, planejamento, conhecimento organizacional,
aprendizagem, entre outros que exigem consideração de cunho criativo, individual ou em grupo.
Teixeira (2002) destaca alguns processo mentais que auxiliam na seleção de alternativas:
Conhecimento é o ato ou efeito de abstrair ideia ou noção de alguma coisa, como por
exemplo: conhecimento das leis; conhecimento de um fato.
• auxiliador – quando apenas introduz a idéia da mudança e deixa que os próprios usuários
envolvidos a efetuem;
• opositor – quando ele se coloca contra à idéia do usuário, percebendo não ser a melhor
para a organização; e
Reforçando conceitos e sua relação profissional com a criatividade Teixeira (2002) trabalha
ao nível da intuição e da imaginação, passando pelo processo criativo, pela competência, pela
aprendizagem, pelas funções do cérebro e pela profissionalização. Destaca que do ponto de vista
teórico, é a capacidade de desenvolver uma coisa nova a partir de uma coisa antiga ou de promover
a existência de algo novo, útil e de comprovada importância. Adianta ainda que isto só é possível a
partir de um exercício sistemático da criatividade.
Assim quando temos uma idéia repentina de experimentar uma solução que não estava nos
planos normais, é porque o subconsciente raciocinou em extrema velocidade, dando uma sugestão à
consciência o que equivale à uma previsão com larga margem de acerto. É possível, neste caminho,
assegurar que o comportamento criativo é produto de uma visão de vida, de um estado permanente
de espírito e de uma verdadeira opção pessoal. Portanto, a comunicação consciente/inconsciente
que se dá por processo natural, se apresenta com alternância na escala do potencial imaginativo de
cada pessoa, desenvolvendo competências além da média, nos campos dependentes da
criatividade.
Os grandes feitos criativos, valorizadas obras de arte, invenções que beneficiaram toda a
humanidade, teorias comprovadas, tiveram origens no inesperado, em algo singular, passando para
um plano óbvio a partir do momento de sua inserção no contexto para o uso e aceitação. Citando
Descartes, o autor sublinha: somos muito mais intuitivos do que pensamos ser. Menos de 1% das
nossas decisões se originam na razão. Nosso cérebro não suportaria a pressão de ter que raciocinar
sobre tudo.
Discorrendo sobre o processo criativo, o autor lembra também que a qualidade do raciocínio
é relativamente proporcional à qualidade das informações apreendidas.. Neste sentido, o
pensamento lógico é essencialmente uma comparação de informações para chegar a uma conclusão
objetiva, ou seja, tendo bons registros mentais o resultado terá a qualidade esperada, o que não
acontece quando o suporte intelectual está mal alimentado de informações. O pensamento lógico
atua de forma idêntica para ambos os casos.
2) ter o maior conhecimento específico possível sobre o assunto, pois ninguém cria ou pensa
sobre o que nada conhece;
a) o estado ideal é quando se encontra relaxado (estado alfa), podendo este estado ser
obtido por técnicas de relaxamento ou de meditação. O estado de alerta (beta) não é propício
à aprendizagem no tange aos detalhes subjetivos de uma informação;
c) ter um envolvimento natural com o assunto. Não significa aumentar o estado de alerta e
despertar a ansiedade;
d) admitir a possibilidade de ter respostas nem sempre precisas como, talvez, pode ser..... ;
e) o sono é uma fase de aprendizagem e não um troféu aos preguiçosos, como reza o
preconceito. É durante o
sono que ocorrem as maravilhas da memória e onde pode ocorrer, com muita facilidade, o
milagre da criação.
Dirigir estudos sobre este patamar e definir técnicas que auxiliam neste campo da
inventividade, não cabe neste simples agrupamento de alguns princípios que sustentam a área de
OSM. Entretanto, não seria indicado também desconsiderar que, fatores importantes como estes e
num mercado que diariamente escreve suas regras, instala sua competência, define níveis de
criatividade e inventividade, fossem objetos ausentes na composição de aspectos comportamentais
de um profissional de OSM.
Ao tratar de ergonomistas, Abrahão et al. (2009), lembram que eles contribuem com
planejamento, projeto e a avaliação de tarefas executadas, postos de trabalho, produtos e/ou
serviços, ambientes e sistemas, permitindo torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades
e limitação dos trabalhadores.
Quanto à análise ergonômica do trabalho, os autores se reportam também às dimensões
econômica e comercial e destacam:
Esta visão resumida nos define a ergonomia uma disciplina autônoma e interdisciplinar,
conforme Abrahão et al (2009), pois não pode viver sem se nutrir de aquisições dinâmicas de várias
disciplinas, assimilando-as num sentido interdisciplinar. Isto estabelec3e, para esta disciplina, uma
abrangência que precisa ser assimilada por todos, no entanto, isto torna-se viável se contar com o
apoio dos que decidem em suas respectivas áreas e em toda a organização. Iida (2005) lembra que
os agentes ou trabalhadores estão acostumados a ver seus problemas ao nível particular e não
surgem, em diferentes níveis hierárquicos, esforços para derrubar barreiras que separam profissões
ou áreas e passem a ver, num sentido cooperativo, alternativas viáveis para o bem-estar, saúde,
segurança e todas as resultantes possíveis.
Vista por este conceito e conduzindo seus princípios de forma coletiva, podemos alinhar uma
classificação que segundo Iida (2005), a ergonomia pode ser assim tratada:
Os fatores incidentes à diversidade – fig. 18, contribuem para leis biológicas e seus efeitos
naturais, bem como para resultantes e sua alterações em um período que pode ser definido.
Portanto o que está normatizado, prescrito, definido como principio em uma organização,
definimos como tarefa, neste contexto do estudo de ergonomia. Para fins de etapas acima referidas a
partir da obtenção de dados, o individuo apresenta diversidade e variabilidade em tarefa ou em
atividade, sempre considerando as dimensões relacionadas ao trabalho humano. A figura 20 reúne
fatores interdependentes presentes em condições de trabalho.
• Ferreira (2004) define método como um caminho pelo qual podemos chegar a um
determinado resultado ou a um determinado fim. Trata ainda como sendo um processo ou
técnica de ensino – método direto.
Então com base no que vimos naquela unidade em relação ao que uma estrutura oferece em
termos de recursos ou artefatos, nos permite observar que um processo administrativo contribui, de
forma efetiva, na efetividade de atividades, enquanto que métodos - onde também vimos conceito–
procura fortalecer determinada forma de atuação, delineando caminhos para uma melhor forma de
conduzir atividades.
É a partir destes processos que podemos contribuir para uma organização que aprende,
visto que ela tem a capacidade de adquirir e transferir conhecimentos, bem como mudar
comportamentos.
Não vamos, neste breve contexto, abordar de uma forma mais ampla o ciclo de vida
organizacional, mas apenas reforçar o que evidencia a relação com este assunto. Daft (2002)
compreende que as organizações nascem, envelhecem e eventualmente morrem e observa que o
próprio processo administrativo, na forma em que foi conceituado na Unidade anterior, é um ciclo.
Neste sentido, podemos perceber que a soma dos ciclos oriunda de Processos Administrativos forma
Nesta direção, Tarapanoff (2001) defende que os agentes devem ter liberdade para
interpretar e implementar novas direções. Por isso, aliar suporte técnico e cultura – no sentido do
fortalecimento das relações e criação de novas redes de comunicação – auxilia no crescimento
pessoal e organizacional, pois existem fluxos de aprendizagem e estes precisam ser alimentados. Do
lado técnico, somente oportunizando agentes é que poderemos fortalecer um processo de
aprendizagem. Esta atitude é um método que envolve comportamento e compreensão de que uma
estrutura deve reconhecer e utilizar seus valores.
Do ponto de vista conceitual, Araújo (2006) contribui afirmando que uma organização que
aprende é aquela que reconhece não existirem forças separadas do mundo, mas sim fatos e
situações gerados a um nível interrelacionado de afinidade. Isto se refere ao que métodos e
processos devem possuir para, no mínimo, encontrar resultados previstos. Na unidade 4, iremos falar
mais sobre processos.
Esta observação serve como meio para criarmos novas realidades, e se não conseguimos
falar sobre organizações que aprendem dificilmente iremos criá-las ou enxergá-las, ou seja, só assim
é possível estimular a reflexão sobre as experiências que cruzam as organizações em todo
momento, bem como saber que experiências outras organizações estão recebendo e o que existe
nesse contexto.
Essas células alimentam identidades de valor e de cultura. Por isso Chanlat (1996) descreve
que os agentes não se reduzem a apenas mão-de-obra ou criadores de significância. Eles são,
necessariamente, ao mesmo tempo, sujeitos dos dois e submetidos subjetivamente aos dois, ou
seja, eles se definem como mão-de-obra e ao mesmo tempo como portadores de diferentes
identidades sociais múltiplas interligadas, sustentado princípios de competitividade e de
complexidade.
Ainda nesta direção precisamos abordar disciplinas de aprendizagem, por que no fundo
sempre somos aprendizes. O aprendizado faz parte da natureza humana; por isso, todo ser humano
gosta de aprender, pois em algum momento faz parte de uma equipe ou grupo de agentes voltado
para um objetivo que, de forma conjunta, externa suas limitações ao mesmo tempo em que aprende
que os objetivos individuais se transformam em comuns para produzir algum tipo de resultado. No
mínimo, o esperado. É possível, então, dizer que a comunidade do mundo dos negócios está
aprendendo a aprender em grupo, transformando-se numa comunidade de aprendizagem.
Apenas para concluir o assunto neste contexto, vamos tratar dessas disciplinas de maneira
nada extensa ou profunda, mas que refletem na atuação de métodos e processos, pois têm fortes
conotações de ordem comportamental.
Precisamos então praticar a revisão de nossa conduta e de nossas ações, para encontrar
respostas de inovação, fortalecendo a relação profissional mantida através de fios invisíveis. Em
vista da formação de cada agente os modelos mentais tornam-se um processo natural de conflito, o
que leva ao salutar desafio de aprender e entender que precisamos conduzir os processos de
engajamento, de participação, via adaptação constante de nosso modo de ver o desenvolvimento e
formação de novos ciclos.
A funcionalidade de um processo – quer seja para produzir um bem ou um serviço, tem uma
visão para duas direções quanto ao seu resultado:
• valor de uso: se refere a um bem ou serviço que cumpre seu papel para o qual foi
produzido; e
Neste caso, temos a visão processual que envolve todas as unidades de uma organização
ou, pode ser assim conceituada, em uma determinada área de trabalho, em que nela se localiza um
determinado nível de conhecimento para otimização e atualização de processos através do uso de
todos os recursos ou artefatos existentes.
Nesta visão funcional, vamos encontrar a agregação de valores que fazemos ao longo de um
fluxo que orienta, define e desenha um processo. Através de um fluxo podemos identificar uma
cadeia de valores que se estende do início ao fim de um processo.
Por este caminho, podemos dizer que uma organização tem suas dimensões complexas
suportadas por processos, mas definidas e informadas em fluxos, os quais permitem uma leitura
técnica de funcionalidade e de comunicação, como já vimos. Sendo assim, toda a organização pode
ser visualizada por essa leitura, se seus processos tiverem devidamente representados em fluxos,
dentro de suas tipologias. Este é um instrumento importante para a identificação de valores que se
estendem em todas as tarefas, atividades e processos. Somente com esta visão, podemos dizer que
temos um ‘domínio’ sobre processos e que esstes poderão ser atualizados e representar seu papel
no contexto organizacional, como elementos contributivos à funcionalidade de todas as atividades.
Mas que valores são esses? Um processo não agrega valor quando:
• seu foco não está dirigido ao cliente;
• seu tempo de resposta não é rápido o suficiente;
• não auxilia nas mudanças necessárias; e
• não fortalece seu mapa de relacionamento, entre outros aspectos
que se situam em planos pouco contributivos.
As referências sobre conhecimentos, tipologias, tipos de estruturas, de objetivos, entre
outros, nos permite agora fazer relação e dizer que os valores são construídos pela contribuição de
fatores inerentes e que auxiliam no desempenho de um processo, em sua estrutura, em seus
resultados, em seus relacionamentos e na “migração” de atividades que se adaptam segundo as
necessidades de uma estrutura. Um processo com valor agregado é um processo que tem elevado
índice de contribuição. Nossa participação, portanto, é fundamental para esta agregação, pois os
valores são criados e colocados em prática, por agentes em diferentes níveis de processos.
Mapa de Relacionamento
Ambientes Usuários
(participantes) Entradas Operações Saídas
Recursos Identificação
Relatórios
e
Unidades organização
do de etapas Agrupamento Micro
Micro Ambiente
Programas de dados
Ambiente
Elaboração
Desenhos
para acesso
Planos e consultas
Unidades Aplicação
do Macro
Macro Mapas Ambiente
Ambiente Avaliação de
Integração e correção processos
Institucional
O fluxo, entrada – processamento – e saída, que representa uma estrutura produtiva e não
administrativa, nos leva para a identificação do fornecedor, insumos que suportam um processo e
viabilizam a utilização de métodos, materiais, equipamentos, agentes, controles, coordenação,
gerenciamento de uma cadeia que leva ao produto acabado, armazenamento, logística de
distribuição e clientes. Para um serviço, nossa entrada é a solicitação feita por um cliente, que
processamos via utilização de todos os recursos ou artefatos existentes, para promover uma saída
que atenda à solicitação recebida e conseqüentemente ao cliente.
Então um processo, por mais descrito que possa ser apresentado em sua definição,
entendimento e conceito, pode ter uma estrutura de resultado desenvolvida de maneira nem sempre
perceptível. Isto, na verdade, é apenas um detalhe porque o que importa é vermos resultados ao que
um processo objetiva.
• definição de um mapa para relacionamento com outros processos, visando avaliar sua
participação sistêmica. Isto permite melhor definição de formas operacionais sugeridas e
possíveis expectativas em torno de resultados;
Diante desses aspectos vale lembrar que, no mínimo, dois principais pontos integram uma
visão de contexto deste trabalho:
Sobre isto, Lacombe e Heilborn (2003) ainda observam que uma mensagem transmitida
deve ser submetida ao que eles chamam de decodificação, que é o processo no qual a mensagem
é traduzida na mente do receptor.
Isto representa para nós uma responsabilidade crescente, tendo por base:
Para que possamos contar com um processo eficiente fazendo o devido uso de recursos,
precisamos de uma capacidade humana que mantenha uma estrutura, que procure melhorar todo o
desenvolvimento de um processo e que transfira conhecimento organizacional a todos os agentes
ou, ainda, que a linguagem predominante em uma organização traduza conhecimento adquirido e
agregue novos valores. Como já referimos, uma organização somente aprende quando falamos
e praticamos aprendizagem
Wagner III e Hollenbeck (2000) defendem um procedimento pelo qual agentes adquirem
conhecimentos e habilidades sociais, aliando-os aos requisitos técnicos. A isto eles definem como
socialização. Sem querer entrar neste assunto, Nonaka e Takeuchi (1997), ao abordar criação do
conhecimento, referem-se também à socialização como um das formas de conversão de criação do
conhecimento. Sobre o acima exposto que correlaciona com aspectos técnicos, há uma concepção
defendida por Cruz (1998) de que os profissionais de processos, sistemas e negócios fazem de suas
atividades um expoente operacional, no entanto defendem que, embora exista uma disciplina na
busca de objetivos conjugados entre esses profissionais que formam uma equipe, há um ser humano
a ser respeitado em seus valores.
Nesta parte vamos procurar dar categorias aos processos, pois estes compreendem todas as
atividades de uma organização. Porém, antes devemos identificar características básicas.
• fluxo de valor: que se refere a entradas e saídas e agregação de algo em suas partes;
• eficiência: grau de aproveitamento de recursos que possibilitam para gerar saída desejada
e agregar valor ao processo;
Então vamos partir do princípio de que nossa visão sobre atividades não cria categorias de
importância, afinal não há um bem ou um serviço, em um processo, que não reúna atividades
necessárias para o objetivo desejado. Harrington (1993) nos dá alguns modelos básicos de
processos e os define como organizacionais.
Por esta intenção, então podemos dizer que as organizações cultivam uma forte tendência
aos aspectos de molecularidade, que conforme Ferreira (2004), Molecularidade: numa reação
química, o número de moléculas que devem interagir, em um choque, para que se verifique a
reação.
Ou seja, se os processos estão alinhados segundo uma demanda de mercado, então há uma
estrutura molecular atuando para atender a um objetivo. Portanto, é em torno de um processo como
fluxo de trabalho, que uma estrutura é organizada, permitindo maior interligação e atravessando
fronteiras que, em estrutura por funções, são criadas e mantidas por um processo natural.
Para que possamos efetuar uma mudança de estrutura por funções para
uma estrutura por processo, implica definir responsabilidade pelo andamento
de um processo, identificar níveis de transferências entre fronteiras – por
Graham e LeBaron (1994) observam que gerenciar estruturas pelo ponto de vista de
processos é um desafio de gestão de pessoas, onde os agentes devem possuir capacidade para
comandar diferentes níveis de recursos. Destacam ainda que este comportamento desenvolve e
fortalece:
Talvez a principal razão disso seja que uma equipe trabalha num processo e não mais em
áreas de uma organização, onde, neste caso, perde sua importância ou mesmo deixa de existir,
desviando seu foco tradicional. Os agentes devem estar preparados para garantir o andamento de
um processo, independente da presença gerencial, ou seja, há um novo papel de gerentes a cumprir:
preparar agentes para visão de continuidade. Há, portanto, uma nova mentalidade dominante –
talvez pudéssemos dizer uma nova cultura – que irá inferir em um novo modo de identificar e
conduzir atividades.
Observando princípios para criação ou racionalização, vamos nos reportar a Carreira (2009),
que trata de centralização, tipologia e temporalidade de um processo, entre outros aspectos de
caráter técnico.
Vale a pena reforçar o entendimento em torno das organizações. Daft (2002) relata que elas
são entidades sociais dirigidas por metas, desenhadas como sistemas de atividades
deliberadamente estruturadas e coordenadas por agentes ligados ao ambiente externo. O principal
elemento de uma organização não é um edifício ou um conjunto de políticas e procedimentos, as
organizações são compostas por agentes que fortalecem relacionamentos e comportamentos. Na
conjugação de profissionais, relacionamento e instrumentos – figura 26, há uma busca pelo
aprendizado que permite a condução e a implementação de processos.
(conhecimento, relacionamento e
gestão)
Ins trumentos
Diagnóstic o Organizacional
Anális e Organiz acional
(R e) des enho de P roc ess os de Negócios
F luxograma
L ayout
AP R E NDIZ AG E M
(des envolvimento e
F ormulários
implementação de proc es s os )
Manuais de Organização
Quadro de Distribuição de T rabalho
Tudo que reside nas organizações possui um ciclo de nascimento, vida e morte, como uma
progressão natural, fruto dos estágios da própria organização: empreendedor, coletividade,
formalização e elaboração.
Sem processo não há nenhuma possibilidade de qualquer tipo de negócio dar certo, ou
ainda, sem processo não há como melhorar a maneira de fazer. A falta de consideração para com
este princípio básico de organização, como sistema aberto, leva à perda de produtividade e uma
organização pode pagar um preço alto por isso, pois sabemos que mesmo desorganizado, sempre
existirá um processo dando suporte à uma atividade ou a um negócio, para razão da existência de
uma estrutura.
Tucker (1999) faz a combinação de três fatores que definem o valor agregado e que juntos
formam a “Proposição de valor”, como resultante de um processo devidamente conduzido:
• serviço:o que é percebido pelo cliente na sua compra ou dos serviços que foram
comprados ou oferecidos juntamente com o “bem” adquirido; e
O desafio está em determinar o que os clientes valorizam e o que eles consideram pelo
“tratamento justo e apropriado”, pelo qual estão dispostos a pagar. E o valor agregado dá esta base
já que ele se estende por todo um processo produtivo composto de atividades, coordenado e
operacionalizado por este analisa, que tem o poder de determinar a vida ou a morte de uma ou de
todas as atividades que formam o processo e até agregar valores diferentes para etapas diferentes.
Verificando a dimensão deste processo, Cruz (1998) destaca a cadeia de valores como uma
interação existente entre clientes e fornecedores e Tucker (1999) destaca alguns pontos desta
interação que fortalecem processos:
• a revolução dos valores se caracteriza por uma concepção de que todas as etapas que
compõem um processo têm significativa contribuição ao resultado alcançado;
• rever os valores de todas as fases de um processo deve ser uma constante, envolvendo
todos os profissionais, sob a responsabilidade do analista de processos ou de uma equipe.
A nova estrutura desenhada nos últimos anos é resultante da atuação de uma equipe de
profissionais da área de processamento de dados em regime exclusivo de conhecimento – os
analistas de sistemas – e fez com que a emissão de informações via relatórios nem sempre
contemplasse as variáveis organizacionais mais evidentes ou mesmo as mudanças que poderiam
ser provocadas.
Talvez tenha sido um dos primeiros profissionais a ser considerado em uma organização, como
alguém com acesso a tantos dados e informações, com manipulação de um volume significativo e de
importância vital para a vida organizacional. O que mudou, nos últimos anos, foi a necessidade
eminente em dividir com outros profissionais, não necessariamente analista de sistemas, esta
“exclusividade” de acesso a um universo de dados e informações. A disseminação de conhecimentos
em informática e a disponibilidade de tantos equipamentos facilitadores para esta área permitiriam
uma nova postura operacional.
Todos os processos informatizados, conduzidos por analistas ou não, têm o papel de dar
suporte às atividades tanto dos analistas de processos como do de negócios.
Saviani (1998) trata este analista como de Negócios e da Informação. Respeitando esta
definição, podemos observar que “informação” é um recurso ou um artefato necessário afeto a
qualquer profissional ou mesmo ao analista numa condição inconteste, o que caberia dar, aos
anteriores aqui tratados, a mesma definição. Portanto o consideramos, para fins deste estudo, como
analista de negócios.
Esse profissional promove a análise das tendências do mercado e é responsável por parte
de um processo que se forma em cadeia, a partir das atividades do analista de processos, com a
devida contribuição do analista de sistemas. Ele deve, portanto, ter razoável conhecimento sobre
tecnologia de informação e estar preocupado em prover uma organização de condições necessárias
ao sucesso do empreendimento.
Cruz (1998) destaca que o analista de negócios é um profissional que está sempre em
contato com o mercado consumidor, por um lado, e com os donos do negócio, por outro,
pesquisando quais são as oportunidades que ainda não foram exploradas para poder fazê-lo antes
que outros o façam. Considerar que suas atribuições têm base nos demais analistas, como o de
processos e de sistemas, acrescidas de negócios e contato com o mercado, não o confunde com seu
desempenho que é bastante diferenciado e específico.
O surgimento desse analista se deu a partir dos anos 1990, quando o mercado veio requerer
profissionais dos mais diversos segmentos, com qualidade, competência e produtividade, atuando
junto ao mercado.
Considerando que as atividades afetas a esse profissional vão além das internas da
organização e que as informações que processa são vivas e dinâmicas, ou seja, processa uma
filtragem do ambiente para a organização, surgiu a necessidade da criação da Unidade de Negócios
dentro de uma filosofia de descentralizar atividades. Isto compreende o seguinte entendimento:
• estruturar uma unidade de negócios que não se define como sendo filial ou agência e
nem se localiza externa à organização;
• ter uma estrutura que se mantém com vida própria do ponto de vista gerencial, não
perdendo sua conotação sistêmica;
• ter uma visão de mercado integrada às outras áreas, principalmente na cadeia que se
estabelece em todo o processo; e
• considerar que no seu papel, assim como no de outras áreas, trata o cliente interno e
externo.
A função de administrar processos - segundo Oliveira (2006), precisa ser mais ampla que a
de outros profissionais, como o de sistemas e de organização de métodos. Quanto ao perfil, ele deve
ter conhecimento em áreas chaves como de produção, logística, serviços, marketing e tecnologias
diversas. Oliveira (2006) ainda destaca, como características básicas, a integração, criatividade,
saber trabalhar em grupo, ter em mente a objetividade, saber delegar com eficiência, compartilhar
informações, estruturar e manter equipes, entre outras que refletem a atuação de um profissional
qualificado.
Existem importantes aspectos que precisam ser considerados. Ao dar enfoque administrativo
de atuação, devemos defender que todo analista deve atuar no nível operacional, com informações
táticas e poder estratégico, o que, na prática, provoca a quebra desta singular separação que, por
vezes, em nada contribui no aspecto da funcionalidade
Carvalhal e Ferreira (1999) observam que enquanto a maior parte das habilidades
conceituais (capacidade de perceber a totalidade e as relações de interdependência do sistema
organizacional) está reservada ao nível estratégico da organização, e o nível operacional
praticamente limitado a aplicar as habilidades técnicas, o nível tático faz uma ponte entre eles mas,
em verdade, na maioria das vezes funciona como barreira aos processos de comunicação.
Como decorrência é fundamental não perder de vista o fato de que, se não agilizarmos
nossos processos de transformação e mudança, correremos o risco de não alcançar os resultados
no tempo requerido pelas demandas do mercado. Ou ainda, quando as mudanças atingirem o
comportamento organizacional desejado, o tempo já terá passado e aqueles comportamentos já
terão se tornado obsoletos, ou seja, um processo não precisa ser somente ágil, mas também ser
uma ferramenta atual.
Sabemos que nem todas as organizações possuem esses analistas ou profissionais, como
queiram definir, cabendo, em certos casos, a um profissional assumir as atividades pertinentes a
cada uma destas áreas. É possível, entretanto, verificar que a atuação estabelece uma dependência
na complementação de suas atividades de maneira a conjugar esforços em favor de uma
organização, reforçando a cadeia de valores, a condução eficiente de processos, a estruturação de
unidades de suporte e a comunicação precisa com o mercado, como metas que se constituem como
desafios e que devem ser alcançadas. Quando uma estrutura não comporta esses profissionais é
Como um instrumento que auxilia na visão do quadro patológico – ou seja, que se refere às
doenças organizacionais – um diagnóstico organizacional possui como objetivo auxiliar na tomada de
decisão, avaliando a realidade organizacional, oferecendo recursos para manutenção e ampliação de
seu nível tecnológico, de materiais e de seu patrimônio intelectual. Permite ainda uma visão de seus
pontos fortes e fracos e deficiências de um sistema.
Ora, todo modelo funcional está assentado em processos e estes, por sua vez, encontram-se
em estado de exaustão. Nesse estado, ou como destacam Lacombre e Heilborn (2003), podemos
constatar dificuldades de coordenação de ações, ausência de responsabilidade, decisões lentas e
perda de oportunidades de negócios, ausência de controles, processos de negociação conduzidos
de maneira distorcida, falta de flexibilidade e perda de agilidade estrutural, entre outros inerentes à
patologia organizacional, desenham determinado nível de exaustão.
Então um modelo funcional - considerando toda a organização ou uma área dela, possui um
universo de variáveis e de processos que guardam características próprias e constroem mapas de
relacionamentos. Por isso Leszek (1994) define: um diagnóstico é o conhecimento analítico da
natureza e do estado circunstancial de uma organização.
Motta (2006) trata diagnóstico como um dimensionamento ou uma avaliação que fazemos
sobre o estado atual de uma organização. Consiste, portanto, continua o autor, na formulação de
estrutura de referência descrita a um nível aceitável de interligação e que demonstre o estado
presente, com ações suficientemente definidas e voltadas para um futuro.
• maior conhecimento possível de uma estrutura, que poderá ser obtido por uma bem
definida coleta de dados;
• em uma organização temos uma complexa rede de fatos que nem sempre um consultor,
agente ou analista, consegue perceber no conjunto e nas suas interdependências. Portanto,
torna-se necessário identificar variáveis e balizar os campos de atuação; e
Sobre diagnóstico, temos ainda a contribuição de Certo e Peter (1998), que é avaliar a
realidade organizacional e auxiliar na tomada de decisão. Para isto, são três as condições que
devemos manter num horizonte de realização: pontos fortes, pontos fracos e pontos a melhorar:
Vale ainda discorrer sobre diagnóstico e intervenção. Num momento em que sintomas
exigem uma avaliação, processos de diagnóstico e de intervenção são semelhantes, com fatores
influentes para ambos. O que difere, na visão de Motta (2006), são alguns fundamentos em
processos de intervenção que estabelecem regras para a efetividade de um diagnóstico
organizacional, principalmente os relativos à:
• velocidade de mudanças;
• resistências – como um fator natural;
• conflitos em períodos de transição de mudanças;
• dificuldades em reunir forças de integração;
• reações diferenciadas em um modelo funcional; e
• estabelecimento de critérios que contribuam para um processo decisório.
Devemos ainda considerar que fatores de conduta individual estão presentes e que os
mesmos deverão ser admitidos para uma salutar efetividade, pois eles têm expressiva representação
na conduta de um diagnóstico. No sentido de facilitar um trabalho, devemos observar que
encontramos isso também em processos. Veja adiante, quando trataremos de etapas de
implementação de processos. Há diversas partes em que esses aspectos aqui seqüenciados se
fazem presentes, mas nem sempre como contributivos:
• como já nos referimos que, embora uma boa base para coleta de dados seja utilizada,
não podemos dar um contorno definitivo para determinadas situações. Portanto, fazer
recomendações e julgamentos prematuros pode resultar em uma conduta incorreta;
Por isso Grave e Seixas (2009) afirmam que o diagnóstico é também um instrumento de
conhecimento. Coopers (1996) ainda reforça que o diagnóstico é uma atividade que, usando
experiência e uma adequada metodologia, tem como objetivo melhorar o conhecimento
sobre a organização para indicar soluções adequadas, mas isto somente é possível com a
contribuição de agentes; e
• “vender” a idéia de que haverão mudanças implantadas de forma gradual, com uma
continuidade programada ao alcance de resultados previstos, sem uma profunda intervenção
nas atividades cotidianas, que possa despertar preocupação.
Deve constar nele: data de fundação; relato da situação nos primeiros anos, dificuldades e
facilidades; qual a experiência anterior; se houve ou procurou orientação antes de abrir o negócio ou
fez algum curso; se durante quanto tempo pensamos sobre o negócio, em concorrentes, clientes,
fornecedores e mercado em geral; que mudanças ocorreram com: entrada de sócios, criação de
novos produtos e serviços, mudanças nos negócios, reestruturação organizacional, novos mercados,
etc; e quais as principais fases de desenvolvimento do empreendimento, novos produtos e serviços –
nascimento, crescimento, maturidade e declínio.
Geral
• conhecer características essenciais para ser bem sucedido nos negócios e perceber o
mercado como um objeto atualizado; estar preparado para saber ouvir, confiar em si próprio
e conhecer os clientes; antecipar-se a mudanças para ter abertura e avançar no mercado;
São elas:
• concorrente – quais são os maiores concorrente e quais produtos ou serviços são mais
competitivos, que pontos fortes e fracos podem ser vistos nesses bens ou serviços, atenção
a mudanças de mercados e dos principais concorrentes e às áreas de abrangência dos
principais concorrentes; e
• fornecedores – quem e quantos são, o que eles fornecem e onde estão localizados, que
critérios de escolha levaram a ter esses fornecedores e qual a avaliação que temos deles,
em relação a outros possíveis.
• não caberia aqui expor todas sugestões de roteiros disponíveis, por isso podemos
encontrar em endereços como em www.faeso.edu.br, com variada estrutura em diversas
áreas de uma organização, ou ainda encontrar suporte em Carreira (2009), sobre
instrumentos para obtenção de dados na condução de um diagnóstico organizacional.
Dentro do limite do tema tratado, podemos perceber que há uma linguagem de semelhança
organizacional com a área de OSM e, por isso mesmo, é uma ferramenta importante para a
promoção de uma integração e de alternativas de gestão de uma organização e de seus sistemas,
com uso de métodos atualizados.
Na geografia externa, vamos encontrar alguns assuntos já identificados, assim como os que
estabelecem uma clara relação com os da geografia interna:
Vamos nos referir a alguns instrumentos que estabelecem relações de proximidade com
processos, ou ainda, os que representam estruturas de processos em suas formas de atuação, no
campo de OSM.
Existem diferentes linhas que se dirigem para uma análise organizacional, levando consigo
princípios de cunho teórico na intenção em dar sustentação à sua defesa, em meio a um universo de
variáveis que envolvem uma organização e seus ambientes – interno e externo. Somente nas últimas
décadas, os teóricos das organizações passaram a dar relativa importância ao ambiente de uma
organização, percebendo os fatores que influenciam e que recebem influência de um contexto cada
vez mais amplo, pressupostos básicos da linha contingencial teórica.
Por sua vez, os estudos da base Estruturalista voltam-se para os aspectos formal e informal
de uma organização, tendo perspectivas de análise organizacional relacionadas a fatores de
ambiente. A mesma direção não percebemos nas Escolas Clássica e de Relações Humanas. E
apesar da expressiva consideração nos estudos, uma questão ainda não encontrou resposta:
identificar onde começa e onde termina o limite entre a organização e o ambiente.
Mesmo entendendo que nem todas as “posições” ambientais influentes em uma organização
estão sob o controle de um estudo, este deve ser conduzido de forma que possamos melhor
entender uma realidade. A intenção em compreender a dinâmica organizacional em variados tipos de
ambientes contribuíram nas pesquisas que definiram as bases da Teoria da Contingência. Um dos
pressupostos desta Teoria destaca que a flexibilidade de uma estrutura responde por uma
organização bem-sucedida, oferecendo estilos de organização para cada situação ou ambiente, o
que deve também ser considerado em um estudo.
Por isso que a eficácia, como ponto auxiliar na avaliação de uma medida, representa uma
contingência estrutural totalmente condicionada a fatores ambientais e suas formas em todo tipo e
tipologia organizacional. Surgem, por este motivo, diferentes formas de combinar elementos
importantes e intervenientes nos objetivos, conflitos e resultados. Por isso afirmamos que uma
organização não possui um caminho igualmente efetivo e, por conseqüência, não há uma forma
definida para conduzir uma organização.
• para que haja melhoria em um processo e que resulte em benefício para uma
organização, deverá prevalecer a confiança entre as partes envolvidas;
• como toda negociação é feita por meio de conversa, esta deve ser efetiva, pois, caso
contrário, o resultado previsto tenderá ao fracasso.
Podemos adiantar que toda mídia que diariamente nos invade tem como propósito um
processo de negociação. Diariamente também praticamos negociações nos mais diversos
enfoques e nas mais diversas direções e intenções.
Ela é um dos aspectos centrais de nossa atitude coletiva e por isso, sempre que possível,
tentamos determinar um grau de confiança entre as partes. Embora não tenhamos opção facilitada
em realizar curso de negociação, na verdade é o que mais praticamos em nosso dia-a-dia. É um
pouco paradoxo, que na definição de Ferreira (2004) Paradoxo: conceito que é ou parece contrário
ao comum; contra-senso, absurdo, disparate.
Por isso, um trabalho de análise deve ser considerado como um projeto com planejamento
de processos organizacionais, para melhor estruturar decisões presentes. Os processos devem ter
uma estrutura o mais simples possível, conter documentos básicos necessários, objetivos claros,
uma metodologia que facilite sua condução e um cronograma. Isto se traduz como a criação de um
fato que possibilita sua conseqüente avaliação, através da prática do empowerment, que não é dar
poder a agentes, mas permitir que façam uso do poder, segundo seus conhecimentos e habilidades,
para uma salutar condução de processos de negociação, como já observamos.
Em geral, podemos utilizar o termo fluxograma para todo e qualquer gráfico construído para
este fim, e conceituá-lo como um instrumento que procura apresentar um processo passo a passo,
ação por ação.
Araújo (2006) diz que é um processo formado pelos movimentos de papéis entre pessoas e
unidades de uma organização, com um início e um fim delimitados. E na proposição de um objetivo,
podemos dizer que é o de assegurar a fluidez dessa movimentação, manter claramente os limites do
Para estruturar essa cadeia, podemos afirmar que, tendo isto como um aprendizado, uma
organização poderá contar com comportamentos idênticos, que irão atualizar e fortalecer essa
prática. Por este caminho, ela uniformiza uma linguagem cuja comunicação encontra compreensão
em diferentes áreas podendo, inclusive, reduzir os níveis de conflitos. Nas palavras de Datf (2002),
conflitos se sustentam numa base de três pontas:
• frustração: não precisa ser evidente ou mesmo marcante, basta ser antecipada para se
tornar em conflito.
Trazendo isto para o plano operacional ou profissional, uma atuação em base uniforme de
comunicação e fortalecida em comportamentos idênticos quebra a tendência de diferenças pessoais
manterem conflitos no meio organizacional.
Podemos afirmar, então, como vimos na Unidade 1, que o campo da comunicação informal
tende a crescer em vista das características das organizações e de seus subsistemas, por influência
de seus ambientes.
A partir da integração, Oliveira (1986) lembra que isto se realiza através de duas principais
vertentes:
A utilização de fluxograma para representar uma atividade, de acordo com Préve (2009),
tende a fortalecer a prática de uniformidade, utilização de uma linguagem uniforme de comunicação,
elevar o nível de compreensão na sua realização, reduzir conflitos e definir responsabilidades dos
executores. Em outra visão, quando tratamos a execução ao nível informal, instrumentos dessa
ordem não representam necessariamente o mesmo papel.
4.3.2. Layout
O layout é também conhecido como arranjo físico, ou ainda, como “planta baixa”, que na
verdade é o que o ele representa: uma descrição física no plano horizontal. Em alguns casos mais
específicos um layout permite diferentes leituras, com medidas obtidas através de projetos de corte
ou de perfil. Em um estudo específico, podemos dizer que se deve considerar uma estrutura
apresentada em um único plano horizontal e que reúna dados suficientes para uma relação com
fluxos. O importante, neste estudo, é destacar que esse instrumento permite o necessário suporte
para a estruturação e desenvolvimento de processos.
• como um instrumento que organiza o espaço físico ocupado por agentes, equipamentos
e materiais e, na conjugação desses elementos, auxilia na execução dos fluxos em
operação, o layout empresta elevada contribuição para a realização das atividades; e
Araújo (2006) considera que o arranjo físico deve ser estruturado a partir de um estudo
planejado de sistema de informações que permita se relacionar com a distribuição de móveis,
equipamentos e agentes. Por isto o layout se define pela posição que viabiliza, em um determinado
espaço físico, a realização das atividades e o fluxo de agentes e de materiais.
Não somente pela expressão que encontra paralelo com o layout, mas também porque há
uma relativa comunhão de papéis com a arquitetura organizacional, que de acordo com Araújo
(2006) encontramos seu conceito como sendo um arcabouço estrutural que apóia decisões, mas que
Para resumir a natureza arquitetônica, como tratam os autores, podemos obter respostas
para uma organização eficiente, a partir das atividades que os arquitetos organizacionais
desempenham, criando oportunidades em um espaço comportamental. Considerando a arquitetura
como uma arte no seio de uma organização e em suas interações, temos:
• a arquitetura deve criar uma “moldura” para a realização da vida, através da oferta de
produtos e serviços de uma organização, sem especificação ou definição de
comportamentos. Neste item a arquitetura organizacional identifica seus pontos com os de
uma estrutura molecular, que tem como princípio não somente realizar seus objetivos, mas
voltar-se inteiramente ao cliente, tendo o mercado como núcleo, como afirmam Ross e Kay
(2000);
• ela identificar os negócios para além de seu tempo, contando que a estrutura, na forma
arquitetada, poderá dar suporte a novos projetos;
• Administrativo - por sua natureza deve ser apresentado em planta baixa em escala
natural 1:100 ou 1:50 (onde 1m = 2cm). Alguns padrões de medidas estão na NB 43
Normas Brasileiras para a Execução de Desenho e Arquitetura, como sugestão
para a elaboração e uma planta baixa, figura a seguir.
Seguem algumas medidas sugeridas pelas normas que tratam do assunto:
2
área por funcionário 4m
para chefe de unidade 10m
2
sala de espera 12m
2
sala de conferência 2,5m por pessoa
entre duas mesas 1m de passagem
corredor principal entre mesas 1,5m
distância entre mesa e parede 0,90m
O uso de formulários tem um papel bem definido: o da comunicação organizacional. Por isto
podemos conceituá-lo, de acordo com D’Ascenção (2001), como um documento que contém campos
pré-impressos que recebem dados e informações para viabilizar um fluxo de comunicação em uma
organização.
Todos os analistas têm a responsabilidade em evitar que este veículo de divulgação seja
inoperante e que possa causar sérias conseqüências a processos e à toda a organização. O autor
nos mostra, ainda, diferentes denominações de formulários, segundo suas funções específicas:
• formulários eletrônicos: são elaborados por softwares aplicativos que, por meio de
redes, estão à disposição de todos. Muitas organizações que utilizam diferentes fontes de
recursos disponibilizam esses formulários para serem preenchidos, sem a utilização de
papel.
A norma técnica da ABNT 49/95, a partir da padronização ‘A’, define as seguintes medidas
(em mm) de tamanhos de formulários, visando aproveitamento de papel, padronização de guarda e
arquivamento, facilidade de transmissão (envio), desenho e layout de um formulário, entre outros
aspectos técnicos e operacionais:
A0 – 840 x 1.188
A1 – 594 x 840
A2 – 420 X 594
A3 - 297 x 420
A4 - 210 x 297
A5 – 148 x 210
A6 – 105 x 148
Os manuais formam universos distintos, mas têm como objetivo maior, esclarecer as
dúvidas e auxiliar nos procedimentos. Um manual que orienta a utilização de um produto adquirido,
descreve a estrutura do produto, suas vantagens, procedimentos de uso, cuidados a serem
tomados no manuseio, especificações e características para prolongar a vida útil, aspectos que
podem ser prejudiciais à saúde, entre outros itens inerentes ao bom funcionamento. Isto atende a
um certo nível operacional.
A impressão que temos é que a área de informática excluiu, da ordem do dia, à obediência
a leitura de manuais e instalou, na maioria dos casos, um comportamento de descoberta por
tentativa e erros, auxiliado pela enorme rede de informações que esta área ‘escreveu’ em tão pouco
tempo, como uma cultura adotada pela maioria dos usuários. A rápida evolução de novos recursos
disponíveis na informática faz com que, do consumo ao desuso, registramos uma etapa em um
tempo cada vez menor. Isto não desmerece a estruturação de manuais que mantêm seus objetivos,
destacando apenas que, em certas situações, o conhecimento é adquirido e utilizado por caminhos
alternativos.
Não estamos tratando de um senso comparativo, mas Araújo (2005) destaca que a
manualização, que permite o agrupamento de informações sistematizadas e criteriosamente
segmentadas, se constitui num instrumento facilitador ao funcionamento de uma organização.
Adianta ainda ser este um objetivo amplo para a aplicação de manuais em uma organização. A
manualização de que trata o autor, se refere também ao uso e não somente a estruturação.
A elaboração de um manual de processos, por exemplo, deve seguir uma seqüência lógica
que permita estabelecer um roteiro padrão básico. Na primeira etapa compreende o (re)desenho
dos processos que, dependendo do estágio em que se encontram essas informações, poderá ter
um maior ou menor esforço para ordenar esta etapa. Cabe, portanto, identificar e colocar as
informações em linguagem técnica, definir objetivos e tratar de produzir um instrumento com o
menor custo possível, ou seja, verificar custo/benefício. Sobre (re)desenho de processo, vamos ver
adiante.
A etapa seguinte reside no conhecimento da organização para avaliar dados disponíveis.
Em caso de dificuldade de acesso, é preciso:
ter suficiente conhecimento dos objetivos a que se propõe tal instrumento, como uma
prática idêntica a tantos outros estudos na área de OSM. Ter clareza dos processos e seus
desenhos e redesenhos, de acordo com estrutura de informações disponível. O redesenho
permite elaborar um novo grupo de dados e informações, estabelecendo novos indicadores
que facilite uma análise;
conhecer a estrutura da organização e suas unidades de atuação, principalmente, em se
tratando de manual específico;
planejar e cumprir prazos, seguindo etapas;
obter o maior número de dados possível, que facilite a elaboração do manual e,
principalmente, para aumentar a certeza de que todos os dados inerentes ao assunto
tratado, estão à disposição;
redigir de forma clara e simples, para que se torne um instrumento de fácil compreensão e
atrativo para consulta;
definir uma diagramação e formatação de acordo com cada tipo de manual, em papel ou
eletrônico;
criar codificação para controle de mais um instrumento em uso numa organização;
definir, quando se trata de manual impresso, a quantidade de cópias, a qualidade do papel e
de encadernação; e
aplicar teste antes de sua implantação, visando reduzir disfunções em relação ao seu
objetivo, tornando-o numa fonte segura de consulta e orientação.
Para este tipo de instrumento devemos obedecer uma estrutura que demonstre uma idéia
ordenada, facilitando seu conteúdo aos usuários, de acordo com D’Ascenção (2001):
Embora existam diferentes tipos de manuais, as partes seqüenciadas têm caráter idêntico.
Como sugestão, apresentamos, em linhas gerais, os principais tópicos que orientam a formatação
de um manual.
Quanto às vantagens, poderão ser tratadas de forma ampla como um aceite para os
diversos tipos de manuais, já que apesar do relativo entendimento aproximado pela definição
teórica, na prática cada um ganha uma característica de acordo com a organização. Destacamos
algumas vantagens, de acordo com D’Ascenção (2001), Araújo (2006), Oliveira (1986), Ballestero
Alvarez (1991), Chinelato Filho (1999):
oferece instruções em diversos campos, porém não apresenta soluções para todos os
problemas;
nem sempre permite flexibilidade nas ações;
a sua elaboração de forma indevida, não auxilia no desenvolvimento normal da atividades;
há um custo para sua elaboração e manutenção;
Para os diversos tipos de manuais, podemos considerar que o acima exposto em torno de
princípios, vantagens, desvantagens, têm um caráter abrangente que equivale ao papel que cada
tipo desempenha. Dos mesmos autores, temos sugestão e definição de diferentes manuais
administrativos, o que interessa neste universo de conhecimento organizacional.
Manual de
normas
Manual de Manual de
organização políticas
Manual de
formulários
Outros
manuais.
Manual de Organização
Conhecido também por regimento interno trata de aspectos formais e de relações entre as
unidades, subsistemas ou áreas de trabalho. No campo de cargos e funções, define deveres e
responsabilidades, além de tratar dos níveis hierárquicos. Pode ainda se referir a
descentralização/centralização, departamentalização, sistemas de comunicação, especialização de
trabalho entre outros fatores que influenciam a natureza da estrutura organizacional e, por
conseqüência, na linguagem de um manual.
Reúne leis, normas disciplinares, normas técnicas, éticas e morais, além de normas de
funcionamento. Oferece instruções de funcionamento e coordenação sobre métodos adequados
que orientem a execução de atividades, bem como normas que definem regras comportamentais do
ponto de vista profissional. Pelo aspecto abrangente sobre leis e normas, vale-se da descrição de
funções e cargos para acompanhar e efetuar avaliação de desempenho.
Manual de Formulários
Manual de Normas
Isto estabelece e cultiva uma filosofia de que informações desta ordem devem ser
manipuladas e utilizadas no presente, como no futuro. Dentro deste princípio, este manual – como
os demais, assumem a responsabilidade em se manter atualizado, e forma clara e objetiva.
Deve ainda expressar toda a documentação que compreende uma rotina – por isto tem
estreita relação com o manual de formulários e oferecer, de maneia detalhada e em cada etapa,
instruções a respeito de informações que cada unidade ou subsistema deve ‘alimentar’ a rotina.
ATUALIZAÇÃO DE MANUAIS
A princípio julgamos que os manuais devam ser fontes de informação, por um período que
não conhecemos e, por isso, considerado indeterminado. No entanto, precisamos estar preparados
para proceder alterações a qualquer tempo, no sentido em mantê-los atualizados.
Existem dois pontos a serem observados: a partir de uma proposição de estudo, temos
uma visão ampla de que um elenco de atividades é objeto de um equilíbrio de distribuição e
desenvolvimento, atribuindo paridade de carga de trabalho; o segundo ponto se refere a importância
das atividades, assunto sobre o qual temos reserva quanto à aceitação, pois se todas atividades
fazem parte de um processo, de maneira natural possuem grau de importância. E aí não merece
colocar em escala o grau!
Para sua realização, o QDT exige o uso adequado de formulários existentes, ou criados
para tal fim, que permitam coleta e tratamento de dados de forma detalhada e quantificada, por
unidade ou subsistema, destacando:
• descrição de cargos;
• atividades executadas;
• tempo alocado para a realização de cada atividade;
• atividades que são repetitivas e que poderiam ser suprimidas;
• percepção de um equilíbrio de atividades entre unidades ou subsistemas;
• se há complementariedade ou desconexão entre as atividades; e
• avaliação do nível técnico profissional em relação ao maior ou menor grau de
especialização.
•
Isto se constitui num protótipo que permite estruturar um questionário crítico, com os
principais pontos: o que, como, por que, quem, onde e para que, envolvendo aspectos avaliativos:
• de políticas de pessoal;
• de estabelecimento de metas e planejamento de atividades e de futuras projeções;
• de necessidades de novos conhecimentos;
• de classificação da importância de cada atividade; e
• da medida temporal de desempenho no nível comparativo que permite, com o uso deste
e de outros instrumentos, promover melhor desempenho e qualidade de vida de seus
agentes.
•
Do ponto de vista prático, são quatro as principais etapas para a análise da distribuição
das atividades de um QDT, em consideração: a dinâmica estrutural; a relação de importância entre
as atividades em operação; a possível redução de resistência dos agentes; e os fatores que
viabilizam mudanças, inclusive de comportamento, como:
NOME DA
LEVANTAMENTO DE TAREFAS INDIVIDUAIS
EMPRESA
Departamento: Setor:
Comentários ou observações:
Por isto que um trabalho desta natureza, assim como os demais na área
de OSM, deve ser efetuado dentro de um nível mínimo de concordância, para
que o maior número possível de agentes possa dar sua contribuição.
Para a obtenção de dados necessários, é estabelecido um tempo como, por exemplo, uma
semana onde são executadas todas as tarefas e, por conseguinte, anotados todos os tempos
utilizados em cada uma delas. É interessante observar se todas as tarefas são realizadas no
período definido para que a coleta de dados não coincida com um período sazonal, distinguindo três
grupos para este estudo:
RESUMO
No entanto, dentro de uma visão sistêmica e da interface que uma ferramenta desta
natureza estabelece com as áreas organizacionais, não podemos tratar QDT distante de uma visão
voltada para fluxos, processos, metodologias, (re)desenhos de processos, análise da organização,
gerenciamento de atividades, fortalecimento de equipes, definição do papel de cada agente, enfim,
que não é apenas um registro de tempo utilizado em cada atividade, mas sim, a avaliação de um
contexto do ativo intangível, sua interação e contribuição para a realização de objetivos.
ATIVIDADES TAREFAS
N N N N
Horas Horas Horas Horas Horas
Nome: Nome: Nome: Nome:
Denominação semanais semanais semanais semanais semanais
C C C C
totais totais totais totais totais
Cargo: Cargo: Cargo: Cargo:
1º
2º
Total Geral S S S S
Subtotal Subtotal Subtotal Subtotal
Quadro 7: Quadro de distribuição de trabalho.
Fonte: Adaptado de Ballestero Alvarez (1991)
• oferece uma visão geral de todas as atividades e quem as executa, podendo proceder
uma análise comparativa entre diversos fatores;
• demonstra desequilíbrio na carga de trabalho e permite uma imediata correção, segundo
o que objetiva a análise via este instrumento;
• facilita a inclusão de novas informações, à medida de sua estruturação, segundo os
objetivos do estudo.
Nesta unidade vamos reforçar os princípios sobre conhecimento, como base de manutenção
e atualização de processos, bem como de utilização adequada de instrumentos de OSM, como
vimos na Unidade anterior. Cabe ainda conduzir uma visão sobre a criação do conhecimento, que
possui contribuição para todas as áreas de uma organização.
O estudo do conhecimento humano é tão antigo quanto a história do próprio homem. Isto tem
criado, ao longo do tempo, diferentes ferramentas, métodos e caminhos para adquirir, processar,
aplicar e transferir conhecimentos. Um número crescente de estudiosos tem chamado a atenção
Araújo (2006) observa que uma organização que aprende é aquela que reconhece não
existirem forças separadas do mundo, mas sim fatos e situações gerados a um nível inter-
relacionado. Neste caminho é que as organizações promovem a capacidade de seus agentes para a
criação de resultados que desejam. Lacombe e Heilborn (2003), consideram que a capacidade de
adquirir e transferir conhecimento, visando modificar comportamentos, definem a tipologia de uma
organização que aprende. É natural que, conforme afirma Wardman (1996), nós não falamos sobre
aquilo que vemos, nós só vemos aquilo sobre o que podemos falar. Nossa linguagem influencia a
maneira como vemos as coisas. Ela serve como meio para criarmos novas realidades. Se não
conseguimos falar sobre organizações que aprendem, dificilmente iremos criá-las ou enxergá-las ou
seja, só assim é possível estimular a reflexão sobre as experiências que cruzam as organizações a
todo momento, assim como saber que experiências outras organizações estão recebendo, ou seja,
qual existente nesse contexto, como já nos referimos.
Como um processo natural de conduta, defendem Carvalhal e Ferreira (1999), isto está
assentado sobre alguns princípios como estratégia – onde situa-se a célula de competitividade que
concretiza programas de desenvolvimento de pessoas com ênfase no valor; ou em cultura
organizacional – onde situam-se as células de complexidade, que concentram programas de
administração de conflitos.
O sustento da aprendizagem vai além dos aspectos aqui mencionados como a troca de
experiências entre organizações, falar o aprender para levar à prática, entender e praticar células de
competitividade e de complexidade e ver as pessoas como criadoras de significância.
O processo contínuo e ‘infinito’ do aprender, parece ter despertado para um enfoque
longamente divulgado o que não é verdade. A verdade é que escrevemos sobre isto. Apenas isto, o
que não fora feito antes. É preciso assim entender, para que isso seja contabilizado para a
organização como um valor.
Para trabalhar voltado a esse enfoque, torna-se interessante verificar a ‘necessária’ relação –
aprendizado/conhecimento: se o aprender é ter conhecimento e se torna um indivíduo ou um grupo
mais competente, então é necessário distinguir o que é conhecimento e que é competência, assim
como a relação informação/conhecimento. Em vista da relação que se estabelece, torna-se
importante, conforme Gomes e Braga (2001), conceituar:
Dados – consistem da informação mais básica e têm, por natureza, ser quantitativo;
a) conhecimento/competência
A história da filosofia desde o período grego pode ser vista como um processo de busca de
uma resposta à pergunta: o que é conhecimento? A resposta está longe de ser perfeita em termos
lógicos. Há uma definição que diz: nossa crença na verdade de uma coisa não constitui nosso
verdadeiro conhecimento dessa coisa, por isso existe uma chance, por menor que seja, de
que nossa crença esteja errada
Os argumentos sobre a aceitação tácita desvendam caminhos diversos através das tradições
epistemológicas da filosofia para deduzir o conhecimento pelos métodos indutivo e dedutivo, para
justificar e definir o que é conhecimento. A partir de Platão – quem desenvolveu inicialmente uma
elaborada estrutura de pensamento sobre o conhecimento de perspectiva racionalista, passando de
‘idéia’ para ‘forma’.
Sobre este assunto extenso tratado por vários autores, Sveiby (1998) se refere ao termo
grego epistemologia como próximo da definição de conhecimento. Em português, entretanto, ganha
vários sentidos como informação, conscientização, saber, sapiência, percepção, ciência, experiência,
qualificação, discernimento, competência, habilidade, prática, capacidade, aprendizado, sabedoria,
certeza, entre outros. A definição vai depender do contexto em que o termo é empregado.
Parece haver certo consenso em relação ao velho mundo ao tratar de paradigma industrial,
ou seja, todos concordam em que há certo abandono na maneira industrial de ver o mundo, mas
ninguém pode afirmar com certeza o que está por vir. O novo ‘sei lá o que’ parece intangível e
caótico, individual e global, pequeno e grande, mecânico e humano, tudo ao mesmo tempo.
Entretanto, parece razoavelmente óbvio que a informação e conhecimento, no sentido mais amplo,
estão cada vez mais adquirindo importância. Assim, por mais que se descreva a nova sociedade que
está sendo criada, faz sentido vê-la em termos de conhecimento.
Conforme Sveiby (1998), essa distinção entre organizações que vendem conhecimento como
um pacote e aquelas que vendem conhecimento como um processo, é de vital importância. Mesmo
que ambas dependem fortemente de seus ativos intangíveis para seu sucesso, a arte de alcançar
lucros cada vez maiores é diferente. Uma é regida pela informação, a outra pelo conhecimento. Parte
dessa confusão com relação à maneira de fazer negócios na era do conhecimento, seria
possivelmente eliminada se fosse melhor entendido que os aspectos que envolvem informação e
conhecimento apresentam semelhanças e diferenças.
Quando agimos num sistema complexo, as conseqüências dos atos não são imediatas e são
ambíguas e, muitas vezes, estão distantes no tempo e no espaço. Isto resulta no dilema de aprender
por experiência, uma das deficiências constatadas da aprendizagem: ‘aprendemos mais por
experiências, mas nunca sentimos as conseqüências de nossas mais importantes decisões’.
No campo da administração, além dos micromundos tradicionais, surge um novo criado por
meio do microcomputador, o qual possibilita a integração da aprendizagem por interações complexas
da equipe com as interações complexas da empresa. Esses novos micromundos proporcionam aos
grupos a oportunidade de analisar, expor, testar e aperfeiçoar os modelos mentais. Eles servem de
cenário para forjar objeto e experimentar uma grande variedade de estratégias e diretrizes.
Um outro fator entra na avaliação de ações das pessoas verificadas nos micromundos de
atuação. Essas ações são, por vezes, definidas em reuniões onde os micromundos presentes
sustentam a maioria das decisões ali tomadas ou acordadas entre os participantes, como exemplo, a
qualidade dos serviços prestados, entre outros tantos aspectos relacionados à produção, mercado,
organização, cliente, preços, etc.
Entretanto, não podemos tratar da mesma forma estas palavras no contexto de um trabalho.
Mas não estamos procedendo uma avaliação neste nível. Quem pudera fazê-lo. O que destacamos é
a riqueza existente nesta contribuição, em relação ao entendimento deste assunto aqui tratado,
considerando as várias facetas em que os micromundos estariam atuando se todos estes assuntos
fossem conduzidos na forma necessária de esgotar a maioria das possibilidades de erros, na
tentativa em obter ao máximo de resultados positivos, em torno de: satisfação dos clientes;
estabelecer prioridades; dispor de um parque produtivo flexível; inaugurar uma nova forma de
produção por encomendas; envolver os dirigentes no total conhecimento dos processos, no
treinamento e nas funções; conhecer profundamente as necessidades do consumidor e atender suas
expectativas; disseminar uma consciência ecológica na empresa; ter consciência dos recursos
naturais renováveis, enfim, estende-se uma longa relação de ‘produção interna’ para uso interno, nas
quais podemos supor a presença dos micromundos.
Algumas tentativas foram feitas no sentido de avaliar a eficácia dos diversos métodos de
transferência de conhecimento e mostram que o método mais comum – a palestra – é também o
menos eficaz. Sveiby (1998), tratando deste assunto, lembra que depois de alguns dias, a maioria
das pessoas se recorda de menos de um décimo do que ouviu durante uma palestra. Uma
combinação visual e auditiva é preferível e produz uma retenção, em média, de 20 por cento. Mas
aprender fazendo é ainda a forma mais eficaz. As palestras e as apresentações audiovisuais são
exemplos de transferência de conhecimento pela informação; aprender fazendo é um exemplo de
transferência de conhecimento pela tradição, figura abaixo:
O autor ainda destaca que nas etapas iniciais, do aprendizado individual ao aprendizado
organizacional uma organização quase sempre se equivale ao individual, uma vez que costuma
envolver um grupo de pessoas bastante reduzido e possui uma estrutura mínima, voltada para esta
prática, através do campo de relação, que pode ser estendido ou reduzido. À medida que a
organização cresce, entretanto, surge uma distinção entre os dois níveis de aprendizado. Cabe à
organização criar procedimentos para captar os conhecimentos de seus membros, como por
exemplo, os procedimentos operacionais padrão que se constituem numa parte importante da
memória da organização ou, como um depósito de aprendizado. De outra forma, isto pode obstruir o
aprendizado, caso a organização fique presa a procedimentos antigos e evite a busca de
procedimentos totalmente novos.
a) necessidade de adaptação ao contexto via mercado regulador das ações internas das
organizações – ações essas que se estendem, num processo irreversível por sobre todas as
fronteiras imagináveis;
Para exemplificar esse conceituado método tradicional, Sveiby (1998) descreve: desde os
tempos remotos os artesãos transferem ( passam de geração para geração ou ‘negociam’ no sentido
original da palavra) suas habilidades por meio de relações do tipo mestre-aprendiz. Os mestres
mostram aos aprendizes como se fazem as coisas, esses tentam imitá-los e, depois, os mestres
julgam seus esforços. Gradativamente, os aprendizes aprendem a aplicar sozinhos as regras e
adquirem mais proficiência. É esse processo que Michael Polany chama de tradição: o processo no
qual o aprendiz recria pessoalmente as habilidades do mestre.
Novamente a natureza ensina mas não dá as regras de como contornar esta variável
chamada tempo, como um mal ‘produzido’ pelos ativos intangíveis. A estrutura organizacional se
assemelha mas o tempo a diferencia da estrutura biológica.
A visão sobre a importância é defendida por vários autores, quando comparam o poder
econômico e de produção de uma empresa moderna e seus ativos imobilizados como instalações e
equipamentos, com as capacidades intelectuais. Vão além quando apontam que a maioria dos
produtos e serviços depende principalmente de como os ‘fatores intangíveis baseados no
conhecimento’ – como tecnológico, projeto de produção, apresentação de marketing, compreensão
do cliente, criatividade, pessoal e inovação – podem ser desenvolvidos.
Tratando de conhecimento aliado a dados e informações, Daft (2002) diz que conhecimento
não é a mesma coisa que dados ou informações, embora utilize ambos. Dados são fatos simples e
absolutos que por si só, podem ser de pouca valia. Um percentual de vendas de um produto em
determinado período ou área geográfica, não diz muito à empresa, enquanto isto não for processada
em informações que estabeleça relação com outros dados. Neste sentido, informações são dados
que foram conectados com outros dados e convertidos em um contexto útil para uma empresa.
O conhecimento é um passo a mais, ou seja, uma conclusão tirada das informações após
sua ligação com outras informações e comparadas com aquilo que já se conhece. O conhecimento
sempre envolve um fator humano, ou seja, as informações e tornam conhecimento apenas quando
uma pessoa as absorve e as coloca em prática. O conhecimento é algo que está nos cérebros
coletivo dos funcionários ou trabalhadores, não algo armazenado em bancos de dados ou impresso
por um sistema de informações.
a) não aceitar nada como sendo verdadeiro, antes de reconhecer como sendo, ou seja,
evitar cuidadosamente julgamentos precipitados e preconceituosos e aceitar neles nada além
do que já foi apresentado à mente de forma tão nítida e específica sem a chance de duvidar;
b) dividir cada uma das dificuldades no maior número de partes possível, para que elas
possam ser resolvidas da melhor maneira possível;
c) refletir nos momentos certos, começando com objetivos mais simples e mais fáceis de
entender, a fim de chegar ao conhecimento mais complexo presumindo uma ordem natural
com relação umas às outras;
d) em todos os casos, fazer enumerações tão completas e análises tão gerais que permita
ter certeza de não ter omitido nada.
Estes princípios têm orientado, com base em uma cultura adquirida, o comportamento da
maioria das organizações e disto surgiram críticas à visão Taylorista que tratava o trabalhador como
homem econômico, enquanto que a humanista argumentava que os seres humanos são animais
sociais e que deveriam ser entendidos no contexto do grupo social, e não somente através de
estímulos e respostas com pouca capacidade de criação do conhecimento. Muitos autores
divulgaram suas teorias passando por vários ‘estágios’, desde a visão sistêmica, gestão estratégia,
comportamentos, cultura organizacional, conhecimento organizacional e sua criação. Nonaka e
Takeuchi (1997) destacam dois pontos, numa relação das teorias com a criação:
a) a ciência da estratégia empresarial não consegue lidar com questões de valor e crenças,
impedindo a possibilidade de criação de uma nova visão ou sistema de valor;
Seria extremo considerar, então, que a visão do conhecimento na ciência da estratégia seja
semelhante à do taylorismo, já que existe um predomínio no pensamento lógico, sem levar em conta
princípios como os da cadeia de valores de Porter.
Tomando isto como verdade e definindo a cultura como ‘um padrão de pressupostos básicos’
- inventados, descobertos ou desenvolvidos por um determinado grupo à medida que ele aprende a
lidar com seus problemas de adaptação externa e integração interna e que tenha funcionado
suficientemente bem para ser considerado válido, a prática orienta para direção de: ser ensinado aos
novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir em relação a esses problemas.
Embora muitas novas teorias administrativas que surgiram desde os meados da década de
80 tenham observado a importância do conhecimento para a sociedade – como Drucker, um dos
primeiros teóricos a notar um sinal dessa grande transformação, existem poucos estudos sobre a
criação do conhecimento dentro e entre as organizações.
A figura acima remete para uma preocupação em reconstruir teorias para a aquisição, o
acúmulo e a utilização do conhecimento existente; elas carecem da perspectiva da criação do
conhecimento. Talvez o dualismo cartesiano, entre sujeito e objeto ou corpo e mente ou ainda
conhecedor e conhecido, tenha sido o responsável por não acompanhar as discussões filosóficas
modernas e contemporâneas de como se pode fazer esta transição. Este é um papel e acima de
tudo um compromisso que toda organização tem em promover ou facilitar essa transição, também
conhecida como transferência de conhecimento – algo muito praticado entre grandes corporações
que limitam – em mundos diferentes, quando se trata em deter tecnologias de ponta por interesses
diversos.
É sempre interessante verificar o quanto a estrutura perde com essa transferência e o quanto
poderia ser melhorada no sentido de aproveitar os canais pouco explorados, pelos quais poderiam
passar novos conhecimentos e avançar na eficácia da transferência ou transição. Na cultura oriental,
a importância do conhecimento e da transição, aliada ao pensamento, pode ser chamada de ‘
Dimensão técnica que abrange um tipo de capacidade informal e difícil de definir através de
habilidades capturadas no termo know-how. Um artesão, por exemplo, desenvolve uma riqueza de
habilidades, com suas ‘mãos maravilhosas’ depois de anos de experiência. Mas freqüentemente é
incapaz de articular os princípios técnicos ou científicos subjacentes ao que sabe.
Toda essa combinação ou prática que realizamos todos os dias por repetidas vezes,
notadamente na vida profissional, não aparece de forma clara com linhas traçadas na forma
desejada. Aliás, se assim fosse não haveria a prática do compartilhamento e sua conseqüente
evolução. Por isso os autores se reportam à situações diversas e tomam pontos de referências, na
maioria dos exemplos, o caos, defendendo que por este ponto de partida dá-se a criação do
conhecimento, como os grandes exemplos da história.
A ambigüidade pode vir a ser útil algumas vezes não apenas como fonte de um novo senso
de direção, mas também como fonte de significados novos e de uma forma diferente de pensar.
Neste sentido, o novo conhecimento nasce do caos. Outra condição organizacional que vale a pena
mencionar aqui é a redundância. Para os gerentes ocidentais, o termo ‘redundância’, com sua
conotação de repetição desnecessária e desperdício, pode soar pouco atraente. Entretanto, a
construção de uma organização redundante tem papel de destaque na administração do processo de
criação do conhecimento. A redundância é importante porque estimula o diálogo freqüente e a
comunicação. Isso ajuda a criar uma ‘base cognitiva comum’ entre os agentes, facilitando assim
transferência do conhecimento tácito.
a) crie uma visão do conhecimento: definir um ‘campo’ que proporcione aos seus membros
uma mapa mental do mundo onde vivem e uma direção geral relacionada ao tipo de
conhecimento que tentam buscar e criar;
Parta a condução desta Unidade, que possui uma direção prática em termos de etapas de
desenvolvimento e implementação, torna-se interessante reunir aspectos tratados na unidade I, os
quais exercem influência sobre processos administrativos. Em uma estrutura cuja tipologia mecânica
é predominante, certamente o processo compartilhamento de aprendizagem possui diferença em
relação a uma estrutura com características orgânica predominante. Neste caso, vale questionar que
paradigmas contributivos estão na base de um processo e que métodos deverão ser adotados para a
busca eficiente de resultados?
Por fim, dentro de um aspecto mais comportamental, temos o modo de ser na organização e
formas sugestivas em possibilitar resultados técnicos ao nível desejado, ao mesmo tempo em que
orienta para a prática da ética, permitindo a ‘construção’ de novos processos.
6.1 Implementação
Antes de tratarmos das etapas, vamos nos reportar à estrutura mínima necessária que um
processo administrativo, em fase de implementação, requer para balizar seu mapa de
relacionamento.
No início, vimos conceitos de organização que nos permitiram encontrar definições, como a
de um grupo de pessoas organizadas visando um objetivo, ou ainda, reunião de recursos ordenados
em torno de processos produtivos ou administrativos. Como toda organização tem um papel a
cumprir, que seria o de servir uma sociedade, seus processos somados representam este papel.
Em torno dos tipos de estruturas, vimos tipologias orgânicas e mecânicas, como uma
representação de uma gestão de processos, mais ou menos centralizada. Essas tipologias auxiliam
na direção de objetivos conduzidos ao micro ambiente – que é a conexão que uma organização
mantém com mais freqüência; ao macro ambiente, onde uma organização mantém relação; e em
outros níveis, menos freqüentes mas com a mesma importância para sua funcionalidade, através de
seus processos.
Em qualquer etapa de uma implementação (como vamos ver), tipos de estruturas, tipologias
e objetivos representam uma forma de comunicação, quer seja formal ou informal, mas que tem sua
importante contribuição ao processo organizacional como um todo. Ainda dentro da primeira unidade,
Talvez isto não nos permita uma posição mais clara sobre o exposto, quando categorizamos,
de forma seqüencial, a importância sobre algo que defendemos como resultante de fatores que se
interdependem. O que queremos, na verdade, é localizar nosso entendimento para valores que se
situam nos recursos de agentes e menos em recursos de estrutura, como tecnologia e artefatos
comuns. A começar pela necessidade de conhecimento, vimos que o ponto de partida ainda está em
nossas mãos!
A partir do que vamos expor nessas etapas veja, em seu local de trabalho, como um
processo pode ser implementado de maneira mais estruturada, levando em consideração aspectos
que o envolvem e que exercem influência em seu nível operacional.
o segundo relaciona-se com a montagem e o fato de contar com uma equipe definida
e com capacidade para contribuir ao proposto em torno de processos. Além deste
aspecto, devemos definir linhas claras de coordenação e ter o apoio gerencial da
área ou de processos, objeto de estudos.
6.2 Etapas
Etapa 1 – Comprometimento
Numa seqüência que leva a uma implementação, vamos tratar de comprometimento como
sendo a primeira etapa. Ele representa o alinhamento de idéias e o compromisso de agentes
envolvidos num esforço de exercício de liderança - nem sempre com retorno de sucesso garantido,
tendo que gerenciar uma rede complexa de engajamento organizacional para a consecução de uma
proposta, como vamos assim definir.
Esta etapa é construída para evidenciar o compromisso de uma equipe em uma proposta de
realização, estruturando-a na ordem de importância acima sugerida:
Etapa 2 – Estruturação
Esta etapa refere-se à estruturação - que é a identificação de todos os aspectos que venham
a contribuir para o desenvolvimento e implementação, a partir de atividades que formam um
processo. Quando os aspectos ganham espaços para uma avaliação, precisamos admitir que muitos
deles se localizam fora do eixo de controle, como, por exemplo, mercado, concorrentes, políticas
governamentais e mudanças conjunturais, entre outros, que já nos referimos como em micro e macro
ambientes. Fica evidente, então, a necessidade de eleger um universo de aspectos que poderão ser
trabalhados em torno de um processo em estudo. Inferências advindas do meio externo deverão ser
gerenciadas.
Nesta etapa precisamos estabelecer uma relação mais ampla de artefatos que suportam um
processo, com a interação da área ou de toda a organização, com variáveis que se situam nos
ambientes micro e macro:
• o que oferecer aos clientes interno e externo;
• subdividir atividades em universos permanentes e que mais agregam valor. Vamos abrir
este assunto para uma consideração final. Neste caso, precisamos eleger e agrupar
atividades consideradas permanentes e que definem a linha principal de um processo. Como
vimos, os processos se definem por uma reunião de tarefas que representam uma atividade
e, na seqüência, uma reunião de atividades. Exemplo: para você dispor de um serviço
bancário, para dispor de uma disciplina em seu curso ou para você adquirir um produto, há
um universo de atividades considerado elementar e necessário, portanto, permanente. Há
ainda as atividades que mais agregam valor, mas que nem sempre fazem parte do universo
permanente, e que são necessárias. Em uma estrutura acadêmica que desempenha uma
atividade para organizar uma grade de disciplinas e que você cursa em determinado horário,
ocupando um espaço físico determinado, há uma cadeia de tarefas e de atividades, umas
agregando mais e outras menos valor. A concepção, neste sentido, tem uma avaliação que
particulariza a visão que precisamos saber, com mais profundidade, sobre quais valores são
atribuídos a um processo. No caso da estrutura acadêmica, podemos dizer que as atividades
burocráticas agregam um valor menor que outras que estruturam e definem conteúdos de
uma disciplina? Que juízo de valor estamos atribuindo ou praticando? Portanto, o aparato
teórico sustenta determinadas linhas que precisam de uma crítica construtiva e avaliativa em
torno do que precisamos. De qualquer forma, e respeitando posições levantadas, vale a pena
conduzir e avaliar aspectos em torno de qualquer processo;
• estimar recursos para que em torno de uma estrutura arquitetada não tenhamos que
excluir etapas ou mesmo deixá-las de executar, por falta de recursos, principalmente ao nível
de conhecimento e habilidades de agentes participantes; e
• eleger prioridades de execução. Esta eleição vale para todas as etapas, se quisermos
priorizar o seqüenciamento de um processo.
A análise compreende a etapa que sistematiza ou organiza todos os recursos que darão
suporte para a etapa seguinte. A partir da análise, podemos direcionar alguns elementos, como:
• desenhar uma situação futura, seja um esquema bem estruturado ou caminho que
demonstre o que pretende o processo;
• avaliar todo o valor agregado. Sobre valor já nos referimos anteriormente, mas, neste
caso, diz respeito a novos valores que um processo em implantação - como é o caso aqui
tratado – ou em mudança, irá oferecer. Novos valores em torno do universo de atividades
que o compõem, assim como em seu mapa de relacionamento, tornam-se um elemento novo
em uma área ou unidade;
• correlacionar a passagem para uma situação futura. Isto diz respeito ao mapa de
relacionamento que, ao se estruturar, estará fortalecendo estruturas de outros processos, e
dentro de um espectro de complementariedade, permitirá uma visão sistêmica da
organização.
Como esta etapa sistematiza recursos utilizados em etapas de um processo, então todas as
referências que fizemos relativas a uma implementação devem ser objeto de análise. Cada atividade
e, por conseqüência, cada processo, merece uma análise diferenciada em vista da especificidade de
cada caso, ou ainda, em que detalhes os elementos constitutivos serão um processo conduzido.
Cabe também verificar pelo ângulo do redesenho em que os artefatos serão tratados, construindo
uma escala detalhada de análise.
Etapa 4 - Desenvolvimento
O sujeito do processo educativo deve ter um senso crítico; estimula o exame acurado das
coisas fundadas na realidade; e como ser incompleto o homem está em permanente processo de
busca. Isto remete à instalação do caos – uma das linhas de aprendizagem de Paulo Freire, que
permite enriquecer o conhecimento via sua disseminação. Olhando para os dois extremos - já que é
impossível ver isto fora do contexto grupal, o aprendizado é maior no grupo e fortalece o
‘crescimento’ do indivíduo.
É neste sentido que Carvalhal e Ferreira (1999) definem processos que fortaleçam
autoconfiança: criar estruturas e processos de conhecimento que favoreçam o fortalecimento da
autoconfiança individual e coletiva é fundamental para ajudar os profissionais que terão, cada vez
mais, de viver sem a tutela das organizações. Mas se isto se define como aquisição no sentido de
ter, é preciso distinguir como o modo de ser passa pela forma de ter, ou seja, antes do indivíduo ter o
conhecimento, o que o consiste como ser?
Conforme Erich Fromm, em sua obra clássica ‘Ter ou Ser’, em oposição ao ter, o modo de
ser tem como requisito a independência, a liberdade e a presença da razão crítica. Significa renovar-
se, evoluir, dar de si, ultrapassar a prisão do próprio eu isolado, estar interessado, desejar, dar.
Aprender é, essencialmente, um processo contínuo de aquisição de novas formas de condutas ou de
modificação de formas de condutas anteriores. Conduta deve ser entendida não apenas no contexto
do comportamento exterior, como também em caracterizar qualquer atividade mental e/ou afetiva
que determine uma nova forma de ação, de aquisição de um novo hábito, de um diferente
comportamento ou de uma resposta. Na visão de Carvalho (1999), extraída a posição crítica de
Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido, isto não pode e nem deve, ser um produto acabado
tomando por base o conceito ‘bancário’ de aprender.
• marcar sua presença integral - corpo, mente e espírito, onde quer que se encontre, sem
deixar dominar pela posse de ter como um fim em si mesmo, mas priorizando o modo de ser
como meta existencial;
• tentar, sempre que possível, a busca constante do bem-estar e do bem consigo mesmo e
com os outros como um objetivo a ser perseguido todo momento;
• buscar o crescimento de si mesmo como propósito central de sua vida afetiva, intelectual e
profissional; e
Por isso o grande desafio com que cada um se defronta, no aprendizado do ser, é a busca
de uma sociedade de homens, onde a liberdade individual é obtida através do auto conhecimento e
do auto aperfeiçoamento. Sendo assim, a transformação orientada para a aprendizagem
organizacional só é possível na medida em que começa a transformação contínua do indivíduo,
sujeito do processo educativo. Para isto é importante: conservar o aprendizado; realizar novos
experimentos; cuidar de seu tempo; ser alguém em busca de seu aperfeiçoamento; experimentar
novas alternativas; e dar oportunidade de errar.
Para conviver com os fatores negativos da sociedade e a necessidade em viver bem consigo
e no ambiente de trabalho, requer a criação e manutenção de um ponto de equilíbrio, que permite
orientar os atos que se movem através da emoção – motus anima. A natureza ensina como manter
esse equilíbrio – quando o homem permite – através dos afluentes emocionais que alimentam as
bases de todo o aprendizado. Portanto, o ser precisa de equilíbrio para obter um resultado desejado
e poder dividir com o meio que sustenta esta possibilidade de ter. Nesse meio se verifica que há um
ciclo que se completa que é a própria sociedade formada pelas organizações que possuem seus
próprios ciclos alimentados pelas pessoas que as compõem e estas produzem seus ciclos cujo nível
deles se reflete em toda a sociedade. Para que não seja simplesmente um ciclo, mas sim um
aprendizado crescente dentro de um ciclo, é preciso criar ‘diferença’ nesse nível.
Torna-se necessário, portanto, promover uma revisão, e que Carvalho (1999) destaca: quais
têm sido os ganhos (afluentes) mais importantes de minha vida? E as perdas, quais foram aquelas
que mais me marcaram? Tenho cultivado o necessário equilíbrio entre os meus ganhos e minhas
perdas? O que posso fazer para restabelecer esse equilíbrio tão necessário para o meu aprendizado
como modo de ser?
A civilização virtual, na revolução eletrônica, confirma algumas projeções feitas por Alvin
Toffler - em O Choque do Futuro, onde revela que no presente momento o indivíduo adquiriu maior
soma de conhecimento do que em toda a história pregressa da humanidade. Apesar disto, paralelo a
um século de triunfo tecnológico e científico numa era de mudanças, vive-se também a descoberta
da imensa fragilidade do ser humano, cercado de saberes fragmentados que se diluem em alta
velocidade e movimento.
Sobre isto, Srour (1998) se reporta ao incessante movimento de novas arquiteturas sociais,
novas carpintarias mentais, novos formatos empresariais e novas estratégias de relacionamento.
Basta um relance sobre as organizações, edificadas com a argamassa das hierarquias piramidais e
com os tijolos da burocracia corporativa, para perceber que as formas de gestão organizacionais
estão às voltas com uma crise estrutural. Daí a emergência de várias propostas de reestruturação
que postulam reinventá-las. E mais: a sociedade atual parece assumir cada vez mais as feições de
uma sociedade ‘mediática’, com o Estado-espetáculo, o ensino à distância, as empresas virtuais, o
teletrabalho, as videoconferências, as redes de informação, os bancos de dados compartilhados, a
biotecnologia.
Convergência Midiática é uma
Acompanhando essa evolução que é tão tendência que os meios de
presente e que exige contínuas mudanças, surge o comunicação estão aderindo para
receio delas num contexto de transformações poder se adaptar a internet, consiste
econômicas, sociais, éticas. É normal, portanto, que o em usar este suporte como canal para
ser humano cultive duas tendências básicas: distribuição de seu bem ou serviço.
Fonte Wikipedia.org
a) a de conservação ou de sobrevivência
procurando manter sua individualidade com seus valores e referências;
Srour (1998) abre este assunto tratando da moral. A moral é um discurso de justificação e se
encontra no coração da ideologia. É um dos mais poderosos mecanismos de reprodução social,
porque define o que é permitido e proibido, justo e injusto, lícito e ilícito, certo e errado.
Quanto à ética, trata o autor, não se confunde com moral como induzem erroneamente
as expressões consagradas(...). A ética avalia os costumes, aceita-os ou reprova-os e diz
quais ações sociais são moralmente válidas e quais não as são.
Tanto os aspectos morais como ético se localizam num meio social, quer uma reunião de
pessoas, numa organização ou numa sociedade. São derivativos de comportamento e de revelações
expressas. Estudos têm revelado que o cérebro é o único órgão que pode ser melhorado por meio do
seu uso intenso até o fim da vida e que quanto mais informação útil for armazenada, melhor seu
desempenho o que permite aprimorar os vínculos nos meios familiar e social, praticando a moral e a
ética de forma consensual.
O cérebro é uma máquina para usar e gastar. Todos são, essencialmente, produto do que
pensam podendo agir em situações diversas, enquanto que e a moderna tecnologia inteligente não
apresenta reações inteligentes da mesma forma, senão programadas antes pelo cérebro humano.
Do mesmo modo, a mente deve programar o corpo e não vice-versa. Para abordar a questão ética -
do grego ethos, quer dizer costumes ou práticas que são aprovados por uma determinada cultura – é
necessário destacar que Isto porque a ética se constitui numa ciência normativa que trata da
liberdade, responsabilidade e conseqüências.
A ética profissional responsável, portanto, talvez possa ser melhor representada ao ato de se
atirar uma pedra sobre uma superfície de água parada e verificando a formação círculos:
b) num círculo mais afastado do ponto de origem, estariam as questões relativas à prática
do ofício e as obrigações com os pares;
c) num círculo ainda mais distante, tudo que diz respeito aos deveres sociais e obrigações
do profissional com seu semelhante, seu tempo e com a sociedade em que vive.
a) Via de regra, sigo a orientação de minha consciência nas decisões que tomo, tanto no
nível pessoal como no profissional?
b) Aconteça o que acontecer, posso sempre olhar-me no espelho e sentir-me bem comigo
mesmo?
c) Concordo com a expressão: “todo mundo age assim, porque eu deveria ser mais
realista que o rei?”, para justificar determinadas formas de comportamento?
A medida evolutiva dos conceitos em torno da administração determinou: primeiro pela busca
de profissionais com formação na área administrativa para gerenciar setores de manufaturas, com
técnicas de administração industrial. Isto atendeu também a empresas de serviços como instituições
financeiras, varejistas, atacadistas, entre outras; segundo, identificados certos caminhos
metodológicos ou a inadequada aplicação de algumas metodologias tradicionais, resultou na busca
de novos conceitos que permitissem a necessária adaptação a novos ambientes econômicos. Nesse
meio, o setor de serviços requereu, de uma comunidade emergente, metodologias adequadas e
voltadas para as mais diversas e exigentes operações.
Torna-se comum anunciar que a história registrou uma revolução nos meios produtivos e que
isto permite, até nos dias atuais, identificar como um fato que gerou mudanças profundas. Não há o
que divagar sobre este fato nem sequer não considerá-lo dentro de um nível de importância,
entretanto, as muitas revoluções que aconteceram na segunda metade do recente século passado,
merecem considerá-las no meio produtivo e de serviços.
A interdependência que as áreas estabelecem na comunicação nos dias atuais, nem sempre
permite verificar como os meios e as estruturas estão a serviço da crescente necessidade,
transformando-se numa revolução e adaptação de conhecimentos, facilidades, oportunidades
qualidade e custos. Wagner III e Hollenbeck (2000), tratam da direção da tecnologia em relação ao
ambiente e a medida adotada para percepção dessa relação, em termos de atendimento, qualidade
e capacidade para gerenciar essa estrutura de demanda aberta. Destacam os autores – como tantos
outros, que nos últimos tempos o conhecimento se estendeu da estrutura produtiva para a de
serviços, na velocidade que o ambiente econômico vem exigindo, ou seja, a preocupação voltada
para o aumento da produtividade - ou ao menos somente para isto, não se traduz em efeito
competitivo dentro do quadro atual de sobrevivência de uma organização.
Isto só é percebido quando balizada a diferença entre bens e serviços, no que se refere a
alguns aspectos como intangibilidade, simultaneidade, entre outros. Sendo assim, estratégias,
desempenho, conhecimento, planejamento, controle, sistema de operações, ente outros, estão
perfeitamente enquadrados nos sistemas produtivos e de serviços, se assim podemos, a primeira
vista, considerar. A reunião e a utilização de toda uma estrutura com a utilização das mais diversas
ferramentas, promovem um encontro em um mercado de diferentes níveis de exigências, com
diferentes níveis de qualidade e com diferente padrão de gerenciamento sobre as informações
produzidas.
Por sua natureza, os serviços possuem esta questão por apresentar certo
nível intangível. Nesta linha Grönoos (1995), considera que os serviços
possuem esta natureza e que isto acontece quando da interação com o cliente,
como um aspecto natural do sistema.
Ainda como um fator natural, também evidenciamos o comportamento do cliente, o qual varia
dentro de alguns fatores segundo Gianesi e Corrêa (1994):
Daí a razão por que os serviços possuem, por sua natureza, fatores intangíveis na
visão de Grönoos e que na mesma direção Kotler (1998), observa que isto se define
como um ato que uma parte oferece a outra parte, podendo não resultar em
propriedade, já que sua atividade pode ou não estar vinculada a um produto físico
• toma alguma ação pública – buscando reparos, buscando apoio junto a instituições, ou
busca apoio legal que lhe confere todos os direitos;
• toma alguma ação privada - não efetua mais aquisição e contra-recomenda tal serviço; e
• não toma nenhuma ação - no aguardo de uma próxima oportunidade, revela sua
insatisfação. Portanto, o fornecedor de serviço deve estar preparado para atitudes diversas
de clientes diversos e refletir sobre a soma de fatores que poderão resultar, de forma
negativa, sobre seu empreendimento.
Na expectativa em não presenciar tal quadro, o fornecedor de serviços deve estabelecer dois
níveis bastante distintos de oferta:
• o primeiro se localiza no plano formal que sua empresa mantém com seus clientes, como
se fosse um participante de seu empreendimento. As formas que registram tal
comportamento da empresa para o cliente, são variadas assim como são variados os
serviços que permitem diferentes níveis de possibilidades para que isto aconteça. Na prática,
toda organização voltada para a oferta de serviços tem a tendência em agir desta forma.
Para muitas, a intenção não supera a forma distorcida como praticam, não atingindo o que
desejam, ou seja, não registram freqüência do cliente como gostariam e percebem uma
quebra de relacionamento, dando a impressão de passarem uma falta de confiabilidade.
• o segundo nível atua na informalidade e que requer um esforço mais elevado para sua
manutenção. Percebemos que a lealdade, confiabilidade ou mesmo a segurança, quando se
localizam no plano da informalidade, tendem a perder um pouco de sua ‘verdade’ e que para
muitos clientes isto não passa de uma regra válida para alguns e aceita por poucos.
Nesta relação, via nível formal ou menos formal, as empresas que vendem serviços
encontram diferentes posições de clientes:
O cliente novo - por conhecer o serviço tem a percepção alta de risco presente, pois não
consegue avaliar o serviço antes da compra.
Por isso ele precisa de alguns cuidados de ‘treinamento’ para que ele participe de forma ativa
no processo e que sirva para disseminar sua ansiedade, fator natural nessa categoria de cliente.
Conforme Sveiby,(1998), a competência do serviço prestado é transferida com mais eficácia, quando
o receptor participa do processo. Ele julga, de forma comparativa, todos os passos do processo com
todas as informações que tem sobre o serviço que está sendo prestado, quer sejam essas
informações de observações ou repassadas por terceiros. Começa aí formação de uma percepção.
O cliente freqüente - é aquele que teve suas expectativas atendidas, sentiu-se satisfeito,
retorna para ser servido e comunica, a quem puder, de sua satisfação com tal serviço
O cliente recuperado - não há como registrar uma empresa que não tenha cometido falhas na
prestação de serviços e que não tenha, por este motivo, causado um nível mínimo de
insatisfação a um cliente.
Não cabe, por isto mesmo, considerar ser impossível transformar um cliente perdido em um
cliente recuperado. O processo de recuperação de uma falha aumenta o grau de contato entre a
empresa e o cliente, abrindo a oportunidade em demonstrar seu potencial de procedimento e
reduzindo a percepção sobre o risco. Dependendo do processo a ser conduzido, esse cliente
recuperado pode tornar-se mais fiel do que um cliente freqüente.
Tal como os bens produzidos e consumidos, os serviços também instalam uma demanda
que, nos últimos tempos, têm registrado um expressivo aumento, facilitado pelas mudanças
tecnológicas e, ao mesmo tempo, voltado para a melhoria da qualidade de vida; para a geração de
maior tempo de lazer; para a oferta de maior sofisticação sobre o uso; para ampliar o quadro de
oferta de serviços e suas facilidades; para se colocar em um contexto familiarizado, principalmente,
da vida urbana; para acompanhar as mudanças socioeconômicas, entre outros tantos resultados
atingidos.
• o segundo plano se volta para uma posição defendida por alguns autores, de que os
serviços internos e considerados de suporte – como as atividades de recursos humanos,
manutenção, processamento de dados, entre outros, mantêm um nível de competitividade
fundamental para o desempenho de uma organização.
diferenciação – fazendo uso de tecnologias, criando forte imagem sobre sua marca,
fortalecendo a rede de distribuição, percebendo a necessidade do consumidor, entre outros
diferenciais; e
foco - atendimento com qualidade e baixo custo, atingir um segmento de mercado restrito e
bem definido.
c) integração vertical;
Como estrutura, os serviços se valem de três principais apoios para sua realização: enfoque
contábil – concentrando suas atenções para o fator custos; o segundo é o enfoque operacional –
onde há a demonstração do nível de gerenciamento dos serviços e da confiabilidade repassada ao
cliente; e o enfoque direcionado ao mercado como sendo um foco. Para ambos, fica clara a
necessidade, em gerenciar a comunicação, a tempo, o custo, o atendimento, a intangibilidade, a
confiabilidade, a manutenção do cliente e a criação e manutenção de uma imagem.
Kotler apud Gianesi e Corrêa (1994), sintetiza os serviços a partir de um Valor Fornecido que
resulta em:
a) Valor percebido que inclui:
Serviço – distribuição, instalação, treinamento ao consumidor, consultoria, reparos e
outros.
Pessoal - competência, cortesia, credibilidade, prontidão no atendimento e
comunicação.
Imagem – símbolos, propaganda, atmosfera e eventos.
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