RP e Pesquisas - Op Comunicação Mercado PDF
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e Pesquisas: de Opinião,
de Comunicação e de Mercado
Chanceler
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Reitor
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Vice-Reitor
Evilázio Teixeira
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Conselho Editorial da Jorge Luis Nicolas Audy – Presidente
Série Relações Públicas Gilberto Keller de Andrade – Diretor da EDIPUCRS
(Editora) Souvenir Maria Graczyk Dornelles Jorge Campos da Costa – Editor-Chefe
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Érico João Hammes
Gleny Terezinha Guimarães
Lauro Kopper Filho
Luiz Eduardo Ourique
Luis Humberto de Mello Villwock
Valéria Pinheiro Raymundo
Vera Wannmacher Pereira
Wilson Marchionatti
SÉRIE RP
Volume 4
Relações Públicas
e Pesquisas: de Opinião,
de Comunicação e de Mercado
Souvenir Maria Graczyk Dornelles (Org.)
Ana Maria Walker Roig
Cassio Grimberg
Denise Avancini Alves
Denise Pagnussat
Diego Gib Azevedo
Glafira Furtado
Rosane Palacci Santos
Susana Gib Azevedo
porto alegre
2015
© EDIPUCRS 2015
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(arts. 101 a 110 da Lei 9.610, de 19.02.1998, Lei dos Direitos Autorais).
SUMÁRIO
Apresentação.......................................................................................... 7
Comunicação, Relações Públicas, Opinião Pública e
Pesquisas de Opinião.............................................................................. 9
Glafira Furtado
Apresentação
Glafira Furtado1
Comunicação é Convivência
Como o ser humano é eminentemente social e precisa interagir, ou seja,
é incapaz de viver isolado e solitário, podemos afirmar que o fenômeno da
comunicação também é um fenômeno social.
A palavra “comunicar” vem do latim “communicare” com a signifi-
cação de “pôr em comum”. Comunicação é convivência. Está na raiz
de comunidade, agrupamento caracterizado por forte coesão, base-
ada no consenso espontâneo dos indivíduos. Consenso quer dizer
acordo, consentimento, e tal acepção supõe a existência de um fator
decisivo na comunicação humana: a compreensão que ela exige, para
que possam colocar, em “comum”, ideias, imagens e experiências.
A comunicação humana, portanto, por meio da compreensão, põe
ideias “em comum”. Seu grande objetivo é o entendimento entre os
homens. Para que exista entendimento, é necessário que os indiví-
duos que se comunicam se compreendam mutuamente (PENTEADO,
2012, p. 1).
1
Mestre em Comunicação e professora titular da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS.
Leciona nos cursos de Relações Públicas, Jornalismo e Publicidade e Propaganda.
10 Comunicação, Relações Públicas, Opinião Pública e Pesquisas de Opinião
preciso salvar a comunicação, o autor exalta esse poder como uma das maiores
questões do século.
Em menos de cem anos foram inventados e democratizados o telefone,
o rádio, a imprensa de grande público, o cinema, a televisão, o computador,
as redes, transformando definitivamente as condições de troca e de relação,
reduzindo as distâncias e realizando a tão desejada aldeia global.
O avanço das tecnologias da informação revolucionou o mundo, alterou
os processos comunicativos e, por consequência, gerou um novo comporta-
mento social. O novo cenário, o qual tem como atores as telecomunicações,
a imprensa, o rádio, a televisão, os computadores, a Internet e as transmis-
sões via satélite, implica a convergência midiática, que resulta em uma troca
constante de mensagens (emissor-receptor) (WOLTON, 2006).
O progresso das tecnologias da informação e da comunicação, somado às
novas demandas econômicas e políticas, está modificando o relacionamen-
to entre as pessoas, bem como o modo de se comunicar. Nesse sentido, a
gestão das organizações tornou-se mais complexa devido à quantidade de
fatores que influenciam no seu desenvolvimento. Mudanças ocorrem diaria-
mente na sociedade, é uma realidade prática que cria uma nova forma de ver
o mundo e, consequentemente, impõe a cada organização uma nova forma
de gerir, na qual a comunicação é um processo inerente e, ao mesmo tempo,
determinante para sua sobrevivência.
Para Rosa (2006, p. 89):
Se é possível ver cada vez mais longe, ver o mundo todo, é possível
ser monitorado cada vez mais por olhares mais distantes, vindos do
mundo inteiro também. Tudo isso significa que se nossos produtos,
nossas ideias e nossas virtudes nunca tiveram um campo tão amplo
para frutificar, igualmente nossos defeitos, nossas limitações, nossas
fragilidades estão potencialmente mais próximas do olhar alheio, li-
teralmente de todo o mundo, do que jamais estiveram.
As Relações Públicas, graças ao papel que lhes cabe de lidar com públicos
multiplicadores e ao planejamento que essa função exige, têm muito a con-
tribuir para a eficácia da comunicação nas organizações, justamente por sua
capacidade de se dirigir diretamente a vários segmentos de públicos, usando
comunicação específica.
Lesly (2002, p. 3) afirma que a estabilidade da nossa sociedade depende
de se colocar, num razoável equilíbrio, as muitas forças sociais, políticas e
culturais – todas as quais são determinadas por atitudes de grupos. Essas
atitudes são o meio específico de Relações Públicas. O autor ainda afirma
que:
Relações Públicas é um meio para que os desejos e interesses do
público sejam sentidos pelas instituições que atuam em nossa so-
ciedade. Interpreta e comunica aquilo que o público tem para dizer
para as organizações que, normalmente, não seriam sensíveis a essas
manifestações, assim como comunica o que as organizações têm a
dizer para o público (LESLY, 2002, p. 6).
Vale afirmar que existem tantas definições e conceitos sobre relações pú-
blicas quanto há estudiosos, professores, profissionais e admiradores dessa
atividade. Nesse sentido, Andrade (2005, p. 30) declara: “a realidade é que o
termo relações públicas tem diferentes significados para diferentes pessoas,
estando ainda longe de se encontrar uma significação pacífica para a expres-
são”. O termo é empregado para denominar tanto as relações que existem
entre as empresas e seus públicos quanto os fatores que venham a influen-
14 Comunicação, Relações Públicas, Opinião Pública e Pesquisas de Opinião
A Internet Hoje
A Internet é a nova mídia de massa, pois certamente é utilizada por uma
percentagem da população superior àquela necessária para assim definir
uma mídia. Além do indicador numérico, acresce que o público-alvo da In-
ternet é a sociedade de massa. A massa é um corte transversal através dos
estratos sociais; é um conglomerado novo formado por gente de todos os
status; paira sobre os limites geográficos; não se baseia na personalidade de
seus membros; quer alcançar seus objetivos sempre pelo caminho mais rápi-
do e eficiente. Mauro Wolf (2008, p. 7) elenca suas características:
A massa é constituída por um agregado homogêneo de indivíduos
que – enquanto seus membros – são substancialmente iguais, não
distinguíveis, mesmo se provêm de ambientes diversos, heterogê-
neos e de todos os grupos sociais. A massa também é composta por
pessoas que não se conhecem, que estão espacialmente separadas
umas das outras, com poucas possibilidades de interagir. Por fim, a
Glafira Furtado 15
Podemos afirmar que a opinião pública é composta por ideias que per-
tencem a indivíduos e grupos – os mesmos indivíduos podem fazer parte, ao
mesmo tempo, de vários grupos. Nesse sentido, o processo de formação de
ideias acontece na mente dos indivíduos, a partir de informações que são re-
cebidas constantemente, e, por essa razão, poucas ideias são permanentes.
Para Andrade (2005, p. 17):
A sociedade atual tem como seu alicerce a opinião pública e exclu-
sivamente sobre essa base o mundo pode sobreviver. Quem manda
na humanidade, quem a dirige, depende da opinião pública. Já Hume
dizia, no século XVIII, que a soberania da opinião pública, longe de
ser uma aspiração utópica, é o que pesa e pesará sempre, em todas
as horas, nas sociedades humanas.
Glafira Furtado 19
Dornelles (2007) reitera que, diante das novas realidades, é preciso en-
tender mais do negócio e conhecer as razões de certas decisões empresa-
riais, buscando um olhar mais geral do todo. Numa perspectiva moderna, as
Relações Públicas precisam demonstrar sua contribuição também como um
valor econômico para as organizações, isto é, suas atividades devem apre-
sentar resultados e ajudar as organizações a atingir seus objetivos (KUNSCH,
2003).
Pelo que foi exposto neste capítulo, podemos afirmar que vivemos mu-
danças no cenário organizacional, mudanças estas que direcionam caminhos
mais complexos e que exigem, cada vez mais, competência por parte dos
profissionais de relações públicas. É prioritária uma melhor adaptação às no-
vas exigências do mercado, pois as organizações necessitam de profissionais
qualificados para trabalharem com as pesquisas de opinião e a opinião públi-
ca. O planejamento e as pesquisas de opinião adotadas por uma organização
são formas de antecipar cenários, prever uma crise, alinhar seus princípios
norteadores e utilizar informações pertinentes da organização para o seu
próprio benefício.
Para concluirmos, se as Relações Públicas têm o papel de gerar o diálogo
entre a organização e seus públicos de interesse, estabelecendo ações e
utilizando instrumentos adequados para o benefício da relação organização-
-públicos, é válido destacar a relevância da pesquisa, que em síntese pode
ser pensada como a premissa básica de um diálogo: saber ouvir, para depois
falar.
Com o desenvolvimento das redes sociais e da Internet, é cada vez maior
o número de pessoas que se mobiliza de maneira ainda mais rápida, em re-
Glafira Furtado 21
lação a temas que são expostos pela mídia. Antigamente, os gestores ainda
tinham uma noite inteira para pensar que atitudes tomariam para reverter
uma situação no dia seguinte. Hoje, tudo ocorre em tempo real, uma vez
que as organizações não têm tempo para se preparar. Quando são pegas de
surpresa por um fato não esperado, caem no desespero e cometem erros
inadmissíveis para a opinião pública, comprometendo a reputação, a credi-
bilidade e a solidez construídas durante anos.
Referências
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23
Identificação e Mapeamento de
Públicos Sobre a Designação de
Stakeholder
Introdução
A atividade de relações públicas, posicionada na dimensão da micropolíti-
ca, associa-se à ideia de que essa é uma função organizacional que intervém
de forma planejada no relacionamento que ocorre no sistema social “organi-
zação-públicos”. Essa afirmação encontra respaldo no conceito de micropolí-
tica, apresentado por Simões (2000), como uma subdivisão da ciência política,
caracterizando-se pela intervenção nos processos de relacionamento em espa-
ços restritos (organizações, famílias e diferentes grupos sociais).
Em contraposição à ideia de micropolítica, situa-se a de macropolítica,
envolvida com grandes agregados sociais, caracterizando-se pela intervenção
nos processos de relacionamento dos agentes sociais que compõem a socie-
dade como um todo. A noção sistêmica desses conceitos, quando levados à
prática, nos autoriza a afirmar que toda mudança ocorrida nas formas de in-
teração, em qualquer uma das duas dimensões, as afeta mutuamente. Assim,
as modificações que ocorrem na sociedade influenciam diretamente os pro-
cessos de relacionamento nos espaços mais restritos, nos quais se incluem as
organizações, uma vez que os seus públicos encontram-se simultaneamente
interagindo na sociedade. Isso explica a razão pela qual, em um planejamento
de relações públicas, a fase de pesquisa inclui o conhecimento da organização,
dos públicos e também do contexto social onde estão inseridos.
Este estudo centra-se no conhecimento dos públicos como forma de
obter a legitimidade das políticas e ações organizacionais e a consequente
cooperação. Conhecer os públicos de uma organização implica identificá-
-los e mapeá-los, o que pode ser feito com base em diferentes classificações
conceituais. Na literatura brasileira, tem-se uma proposta de identificação
1
Formada em Comunicação Social, Habilitação em Relações Públicas. É professora da FAMECOS/
PUCRS. Ministra no curso a disciplina de Teorias de Público em Relações Públicas.
24 Identificação e Mapeamento de Públicos sobre a Designação de Stakeholder
Tipologia de Stakeholders
Mitchell, Agle e Wood (1997) desenvolveram o conceito de stakeholder, crian-
do, a partir da combinação de três atributos – poder, legitimidade e urgência –,
uma tipologia baseada em sete personagens sociais: discricionário, adormeci-
do, exigente, perigoso, dependente, dominante e definitivo. Somente o último
tipo interessa efetivamente à organização, exigindo dela decisões imediatas,
uma vez que contém os três atributos considerados essenciais para que um
agente seja reconhecido como stakeholder. As ideias de poder, legitimidade e
urgência constituem-se, portanto, em atributos essenciais para que um segmen-
to de público seja considerado stakeholder e possa, efetivamente, exercer poder
perante uma organização. Alerta-se, no entanto, para o fato de que esses três
atributos, agindo conjuntamente, compõem um sistema, o que significa dizer
que existe entre eles uma inter-relação. A seguir, apresenta-se cada um.
Poder
Refere-se a um recurso, conhecimento ou uma habilidade política (MINT-
ZBERG, 1992) que o stakeholder detém, de forma a influenciar os objetivos de
uma organização. Sobre o assunto, o referido autor elenca algumas fontes
de poder que dão ao stakeholder a capacidade de influenciar o processo de
tomada de decisão de uma organização. São elas:
• o controle de um recurso: oferta de matéria-prima para produção de
determinado produto/serviço;
• a habilidade técnica: manutenção de um maquinário, abrangendo o do-
mínio de um hardware ou software;
• a detenção de um corpo de conhecimento: capacidade de oferta de conhe-
cimentos especializados, que abrangem as diversas áreas de consulto-
ria, importantes, tanto interna como externamente, para o desenvol-
vimento dos processos organizacionais;
• o direito sobre prerrogativas legais: poder exercido pelo governo, pelos
proprietários, diretores e alguns executivos;
• o acesso a qualquer um dos agentes que dispõe de qualquer uma das ou-
tras fontes de poder: famílias, amigos, editores, comentaristas da mídia,
dentre outros;
• dedicação de energia: uso de energia para potencializar a fonte de po-
der da qual goza;
• habilidade nos comportamentos políticos: recursos pessoais para fazer
uso das fontes de poder.
Ana Maria Walker Roig 27
Legitimidade
Refere-se ao reconhecimento de parte da organização sobre uma possível
reivindicação do stakeholder.
As organizações, enquanto parceiras dos seus stakeholders, devem avaliar cons-
tantemente as exigências desses parceiros, as quais, em determinadas condições,
poderão não ser possíveis de ser atendidas, sob pena de comprometer os obje-
tivos, os valores e a missão organizacionais. Esse processo de julgamento pelas
organizações tem como importante item o reconhecimento dessas reivindicações
como justas e relevantes à manutenção do relacionamento. Em caso afirmativo,
diz-se que a demanda do público tem legitimidade, ressaltando-se que, quanto
mais for reconhecida como legítima, mais poder o stakeholder detém.
Urgência
Refere-se ao prazo no qual a organização deve atender à demanda dos
stakeholders e a ela responder sob pena de ter seu desempenho prejudica-
do. Quanto menos tempo (mais urgência) tiver para decidir e quanto mais
legítima for a reivindicação do stakeholder que detém uma ou mais fontes de
poder, mais pressionada a organização estará sendo a atendê-lo como forma
de ter seus objetivos concretizados.
A inclusão desses atributos no desenvolvimento do conceito de stakehol-
der reitera o entendimento de que esses parceiros de sistema podem exer-
cer poder e adquirir legitimidade como maneira de afetar a consecução dos
objetivos organizacionais em períodos determinados. Por tudo isso, o rela-
cionamento entre as organizações e seus stakeholders precisa estar o mais
“afinado” possível, o que se concretizará por meio do conhecimento destes.
I. Organização
Associação da área da saúde (ONG).
Poder
Fontes de poder com força de influência para que a organização cumpra seu obje-
tivo (recurso, conhecimento, dedicação de energia, habilidade política).
Legitimidade
Expectativa do stakeholder em relação ao que necessita e deseja da organização.
Urgência
Urgência na tomada de decisão (resposta a demandas em períodos determinados).
Referências
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RODRIGUES, M. A. T. O conceito de stakeholders na teoria e na prática de comuni-
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SIMÕES, Roberto Porto. Relações públicas e micropolítica. São Paulo: Summus, 2001.
STEFFEN, Ana Maria W. R. Identificação e mapeamento dos públicos: um
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MOURA, Cláudia P.; FOSSATTI, Nelson C. Práticas acadêmicas em relações públi-
cas: processos, pesquisas e aplicações. Porto Alegre: Sulina, 2011. p.157-166.
33
O Simples e a Percepção
Talvez vocês já tenham ouvido a história da NASA e sua caneta espa-
cial. Mas sempre vale lembrá-la. Numa das primeiras incursões espaciais, os
astronautas americanos se sentiam infelizes por não poderem relatar suas
experiências no ambiente espacial. Uma experiência tão importante quanto
estar vivendo no espaço ficava sem registro. O problema? As canetas não
escreviam em função da ausência de gravidade. A solução? Após investimen-
tos milionários em pesquisas, a NASA desenvolveu sua caneta espacial. Os
astronautas americanos, felizes com a invenção, puderam não só fazer seus
relatórios como também escreveram os primeiros cartões-postais enviados
do espaço para suas famílias. Perfeito, não? Só que os astronautas russos
tiveram uma ideia ainda melhor, antes dos americanos. Eles usaram um lápis!
1
Doutora em Comunicação Social, professora da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS e psicó-
loga.
34 A Atualidade da Pesquisa Qualitativa
2
Neurocientista diretor do InsCer/PUCRS. Comunicado pessoal, 2012.
Rosane Palacci Santos 35
A Metodologia Qualitativa
Temos toda a ciência de que as pesquisas se originam no nosso desejo de
esclarecer algo do mundo que nos rodeia e sobre o qual ainda recai um véu
que nos impede sua visão, parcial ou totalmente. Como definem Denzin e
Lincoln (2005 apud FLICK, 2009, p. 16):
A pesquisa qualitativa é uma atividade que situa o observador no
mundo. Ela consiste em um conjunto de práticas interpretativas e
materiais que tornam o mundo visível. [...] Nesse nível a pesquisa
qualitativa envolve uma postura interpretativa e naturalista do mun-
do. Isso significa que os pesquisadores desse campo estudam as coi-
sas em seus contextos naturais, tentando entender ou interpretar os
fenômenos em termos dos sentidos que as pessoas lhes atribuem.
Perspectivas
No seu livro Desenho da Pesquisa Qualitativa, Uwe Flick (2009) afirma que
para preparar e planejar um estudo qualitativo atualizado é necessário, ini-
cialmente, desenvolver uma ideia geral e uma pergunta de pesquisa, ou seja,
é preciso que estejamos de fato nos perguntando sobre algo. Não devemos
desenvolver uma pesquisa para confirmar algo que já sabemos, a inquieta-
ção da dúvida é necessária como ponto de partida. Saber o porquê devemos
pesquisar e termos a clareza da natureza dessa pergunta, além de identifi-
carmos possíveis respostas já existentes, é fundamental para otimizarmos o
tempo de acesso à resposta.
Lembrando da perspectiva de distância: de nada adianta sabermos qual
a pergunta se não a entendermos dentro de seu contexto. A atualização com
as informações disponíveis em dados secundários e também disponível em
uma forma mais direta de acesso, entre executivos e demais colaboradores
de dada empresa, é etapa anterior ao desenho de estudo qualitativo com
dados primários, levantados in loco. Estamos aqui nos referindo a uma obvie-
Rosane Palacci Santos 37
Indo a Campo
Vamos então, nos socorrendo de alguns dos principais teóricos e críticos
dos diversos tipos de pesquisa qualitativa, apresentar seus formatos mais
simples e – como estamos tratando de um texto que deve ter uma função
prática – mostrar como eles podem ser aplicados.
A primeira etapa no desenho da pesquisa qualitativa é, sem dúvida, a
definição da pergunta da pesquisa. É fundamental esclarecer para o pesqui-
sador e para quem vai receber os resultados da pesquisa o que exatamente
queremos estudar. Para isso, precisamos desenvolver um foco definido o
suficiente para desenvolver um instrumento de pesquisa. É decisivo para o
sucesso de uma pesquisa termos uma pergunta clara e formulada explicita-
mente, pois é ela que delimita o que é importante e o que deve ser deixado
de lado.
Alguns exemplos de perguntas de pesquisas de mercado, no setor imobi-
liário, poderiam ser:
• Quais são os conceitos de moradia ideal para corretores e consumi-
dores?
• Quais dimensões das representações de moradia são relevantes para
o trabalho profissional dos corretores com consumidores de primeiro
imóvel?
• Quais são os conceitos de moradia ideal para corretores de empreen-
dimentos voltados ao público jovem? Qual é a relação desses concei-
tos com o de inovação no setor?
• Qual é a relevância que os profissionais atribuem a seus próprios con-
ceitos de moradia ideal no processo de venda do imóvel?
• Existe alguma relação entre os conceitos de moradia ideal e a forma-
ção e a experiência e idade dos profissionais?
Com base nesses exemplos hipotéticos, vemos que a partir da identifica-
ção da pergunta fica claro o foco do estudo em questão.
Abordagens
Existem quatro abordagens metodológicas básicas na coleta e produção
de dados qualitativos: a primeira é a busca de dados verbais em entrevistas,
na estimulação de narrativas e em grupos focais; a segunda se concentra na
Rosane Palacci Santos 39
Finalmente, a Análise
Existem duas formas de analisar os dados qualitativos, resultados de
entrevistas, grupos focais ou de observações: codificação e categorização.
Devemos buscar as partes relevantes dos dados e analisá-las, comparando
com outros dados e lhes dando nomes e classificações. Quando a análise
tem início, a amostragem de caso e materiais muitas vezes já está completa,
mas a amostragem na pesquisa qualitativa pode ser baseada no progresso da
análise dos dados coletados até o momento, ou seja, na medida em que os
resultados começam a se repetir, entre um mesmo perfil de respondentes,
quando começam a não mais ser evidenciados novos padrões de respostas,
não é mais necessário estender o campo da pesquisa.
Na análise, podem ser planejadas comparações em diferentes níveis: den-
tro de uma categoria, dentro de um caso ou entre casos. A comparação cons-
tante de materiais é importante para estabelecer relações entre um caso
individual e formulações mais generalizadas. A codificação e a categorização
resultantes da pesquisa qualitativa podem ser combinadas, quando possível,
com análises quantitativas de dados padronizados. De qualquer forma, é
sempre importante para a qualidade da análise de dados que os pesquisado-
res façam seus próprios papéis como pesquisadores.
Uma das formas que os pesquisadores têm para refletir sobre sua atuação
como pesquisadores é pelo ato da escrita. Escrever não significa simples-
mente apresentar resultados. Todos os tipos de materiais de pesquisa, como
anotações, protocolos, diários de pesquisa, podem se tornar relevantes para
a análise e são produtos dos processos de escrita dos pesquisadores. Nos
relatórios, é importante ter boas relações entre as categorias que são apre-
sentadas, análise de conclusões baseadas nelas e excertos do material bruto.
Rosane Palacci Santos 45
Referências
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FLICK, Uwe. Desenho da pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009.
MORACE, Francesco. Consumo autoral: as gerações como empresas criativas.
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STEEL, Jon. A arte do planejamento: verdades, mentiras e propaganda. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2006.
TROIANO, Jaime. As marcas no divã: uma análise de consumidores e criação
de valor. São Paulo: Globo, 2009.
47
Compreendendo o Consumidor
Onde há gente grande ou pequena, há estímulos para atraí-las para o con-
sumo. Bauman (2008, p. 73) afirma que “numa sociedade de consumidores,
todo mundo precisa ser, deve ser e tem que ser um consumidor por voca-
ção”. O ser humano, naturalmente, se relaciona com o mundo externo atra-
vés de um raciocínio mediático. Um indivíduo sem preconceitos de gênero ou
classe que traja uma roupa capaz de valorizar seu corpo está mediatizando
uma forma de atração: a intenção que visa estimular o(a) outro(a), o desper-
tar de um desejo afeto à libido, provavelmente “adormecido” no receptor
daquela mensagem, porém, caracterizado pela “sedução” condizente para a
intenção do sujeito-emissor. Assim, num sentido metafórico, pode-se dizer
que, enquanto seres sociais, esse processo está associado à natureza do ser.
Busca-se a atenção do próximo mediante subterfúgios intuitivos de media-
ção, no intuito de demonstrar qualidades e status valorizados pelo meio.
Diante do atual contexto comunicacional e de informação, na qual a ino-
vação e a personalização são conceitos cada vez mais valorizados para quem
consome – inclusive com certo afastamento de um quadro behaviorista, de
indivíduos supostamente alienados ou manipulados pelo mass media –, é
cada vez mais elevado o padrão exigido pelos consumidores, para que uma
empresa transmita sua mensagem de valorização da marca e ganhe destaque
num mercado competitivo, no qual a comunicação e as estratégias de marke-
ting eficazes e bem direcionadas são o diferencial.
As empresas, assim como os indivíduos, se tornaram ainda mais comple-
xas. As organizações de diferentes segmentos mudaram consideravelmente
suas ações mercadológicas, adotaram novos meios de expressão, justapos-
tos em apelos persuasivos e contundentes. O escopo é cativar a atenção do
indivíduo contemporâneo, um ser ávido pelo maior número de informação
1
Psicóloga, mestre em Comunicação Social pela PUCRS, professora da PUCRS e ESPM-SUL.
2
Advogado, mestre em Comunicação Social pela PUCRS, professor da ESPM-SUL.
48 Consumo, Mercado e Neuromarketing
3
Segundo Ferres (1998, p. 264), “a moral de adaptação às situações”. A busca incessante pela
fidelização fragmenta a moral hedonista (moral do prazer, da conquista), fazendo com que as orga-
nizações se adaptem ao novo consumidor (crítico, impaciente, exigente), agradando-o da maneira
que for possível, prendendo a sua atenção.
Susana Gib Azevedo e Diego Gib Azevedo 49
4
Para Kotler (2010), as organizações atuais adotam uma postura mais sustentável e investem em
novos processos de produção e maior motivação dos funcionários. Para o autor (p. 9): “À medida que
as mídias sociais se tornarem cada vez mais expressivas, os consumidores poderão, cada vez mais,
influenciar outros consumidores com suas opiniões e experiências. A influência que a propaganda
corporativa tem em moldar o comportamento de compra diminuirá proporcionalmente. Além disso,
os consumidores estão participando mais de outras atividades como videogames, assistindo DVDs e
usando o computador; portanto, estão expostos a menos anúncios. Como as mídias sociais são de
baixo custo e pouco tendenciosas, será delas o futuro das comunicações de marketing”.
Susana Gib Azevedo e Diego Gib Azevedo 51
5
No original do termo traduzido pelos autores “ressonância magnética funcional”, em Inglês:
functional magnetic resonance imaging (fMRI) (RAPP et al., 2009).
Susana Gib Azevedo e Diego Gib Azevedo 53
6
No original “This definition has two strengths: (1) it changes the focus of neuromarketing away
from being solely a tool used for commercial interests, and (2) it widens the scope of neuroma-
rketing research to include many more avenues of interest such as inter- and intra-organisational
research” (Tradução dos autores).
54 Consumo, Mercado e Neuromarketing
7
Harley-Davidson Brasil. Rent a Harley, 2013.
56 Consumo, Mercado e Neuromarketing
8
Disponível em: <http://www.sciencedaily.com/releases/2012/09/120926092628.htm> Acesso
em: 8 out. 2012.
9
No original: “Finally, in a study which received substantial attention, McClure et al. (2004) disco-
vered that there was a higher preference for Coke over Pepsi, and also the recruitment of emotion
and affect-related areas of the brain (hippocampus and dorsolateral prefrontal cortex), when res-
pondents were told they were drinking Coke. However, blind testing suggested no such thing. Such
work reinforces the complexity of choice-making, as well as the value of emotional, situational, and
informational resources”.
58 Consumo, Mercado e Neuromarketing
10
No original: “neuromarketing as a field of study can simply be defined as the application of
neuroscientific methods to analyze and understand human behavior in relation to markets and ma-
rketing exchanges”.
Susana Gib Azevedo e Diego Gib Azevedo 59
Referências
BAUMAN, Z. Vida para consumo: a transformação de pessoas em mercadoria.
Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
BORN, A. Neuromarketing: o genoma do marketing, o genoma das vendas, o
genoma do pensamento. São Paulo: Suprema, 2007.
BOTSMAN, R. et al. O que é meu é seu: como o consumo colaborativo vai
mudar o seu o nosso mundo. Tradução de Rodrigo Sardenberg. São Paulo:
Bookman, 2011.
CAPRA, F. O ponto de mutação. Tradução de Álvaro Cabral. São Paulo: Cultrix,
2007.
CAYUELA, O. M. Neuromarketing: para recriar a confiança com os clientes. Rio
de Janeiro: Qualitymark Editora, 2011.
ESER, Z. et al. Journal of Marketing Management. Jul. 2011, v. 27 issue 7/8, p.
854-868. 15p. 6 Charts.
FÉRRES, J. Televisão subliminar: socializando através das comunicações des-
percebidas. Porto Alegre: Artmed, 1998.
HARLEY-DAIVIDSON BRASIL. Rent a Harley. Disponível em: <http://www.
harley-davidson.com/pt_BR/Content/Pages/Try_a_Bike/rent_a_harley.
html?locale=pt_BR&bmLocale=pt_BR> Acesso em: 10 mar. 2013.
Susana Gib Azevedo e Diego Gib Azevedo 61
EXERCÍCIO
A Aproximação da Pesquisa
Quantitativa com a Área de Relações
Públicas
1
Doutora em Comunicação e professora da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS. Atual-
mente, ocupa o cargo de coordenadora do curso de Relações Públicas da FAMECOS/PUCRS.
2
CEO é a sigla de língua inglesa de Chief Executive Officer, que significa, em português, o equivalen-
te a um cargo como diretor executivo.
64 A Aproximação da Pesquisa Quantitativa com a Área de Relações Públicas
nários que visitaram o site ou intranet e redes sociais. Essas são informações
consideradas “saídas”, ou outputs.
Certamente, tais dados devem compor um relatório, mas não somente.
As práticas de relações públicas devem ser abordadas de forma estratégica
e relacionadas à forma como as infomações contribuem para o sucesso do
negócio. Dominar o processo de pesquisa é necessário para o profissional,
pois a pesquisa de relações públicas pode ser considerada uma parte fun-
damental na organização, pois, ao desenvolver de forma estratégica os pro-
gramas de relações públicas, o profissional deverá medir o impacto desses
programas sobre a organização.
A pesquisa na área de Relações Públicas – como nas demais – tem como
objetivo primário auxiliar o processo de tomada de decisão, portanto, um
elemento-chave para o desenvolvimento da estratégia oganizacional. A de-
cisão de realizar uma pesquisa deve atender às seguintes reflexões: avaliar
recursos (humanos, materiais, financeiros e temporais) e a efetiva adesão
da gerência com o uso dos resultados. Após questionar um determinado
público sobre uma problemática, é natural que o mesmo espere uma posição
de melhoria ou de mudança da organização. Portanto, pesquisa é atividade
meio, que suporta a linha decisória e estratégica.
Métodos de Pesquisa
Existem dois métodos de pesquisa: qualitativo ou quantitativo. Cada
método carrega consigo vantagens e desvantagens, e o profissional de co-
municação deve avaliar, com base nos seus objetivos, tempo disponível e
recursos, qual método utilizar. O objetivo da pesquisa qualitativa é proporcio-
nar uma rica compreensão, em profundidade, de como certas pessoas pensam
ou sentem sobre um determinado assunto, como se comportam. No entanto, os
resultados não podem ser generalizados para populações maiores. A pesquisa
quantitativa, por outro lado, apresenta características mais estruturadas, de
forma controlada, com coleta sistemática de dados, que podem ser generaliza-
dos, além de poderem ser transformados em indicadores a serem medidos de
forma sistemática, gerando comparações de evolução, por exemplo.
Ambos os tipos de pesquisa são valiosos, críticos e podem gerar conhecimen-
to na área de Relações Públicas, especialmente quando utilizados em conjunto.
Por exemplo, um profissional dessa área pode realizar uma série de entrevis-
tas em profundidade e grupos focais (técnicas de pesquisa qualitativa) para
identificar, levantar possíveis problemas que dizem respeito ao público interno.
Com base nos resultados da etapa qualitativa, pode-se desenvolver um ins-
trumento estruturado de cunho quantitativo para questionar uma amostra
Denise Avancini Alves 65
O Processo de Amostragem
O item que sempre distancia o profissional de comunicação das pes-
quisas quantitativas é a estatística, especificamente o cálculo amostral. O
foco deste artigo, no entanto, é justamente minimizar esse distanciamento.
Quando se fala em amostra, é fundamental termos presente a definição da
população de interesse, a população-alvo. O censo envolve uma contagem
completa de cada elemento de uma população, e a amostra é um subgrupo
que representa essa população.
Como sugerido pelo nome, plano amostral é um plano preestabelecido
para realizar uma pesquisa por algum método de amostragem. Sua elabora-
ção é de extrema importância, pois afeta diretamente os resultados obtidos.
Selecionar uma técnica de amostragem envolve escolher uma amostragem
não probabilística ou uma probabilística.
A B C D E
É estabelecida uma cota para cada grupo
de possíveis respondentes, nesse caso, de
1 2 3 4 5 A a E. Dentro de cada grupo, seleciona-se o
mesmo número de respondentes com base
no julgamento ou na conveniência, nesse
6 7 8 9 10 caso, dois elementos por grupo (A: 6 e 11;
B: 2 e 17; C: 3 e 13; D: 9 e 19; E: 5 e 15).
11 12 13 14 15 Tal exemplo é comumente utilizado para
segmentar perfis de públicos, como faixa
etária ou característica de consumo.
16 17 18 19 20
Amostragem probabilística
Existem pelo menos quatro técnicas de amostragem probabilística, ou
seja, quando todos os elementos da população têm chance de serem sele-
cionados ao acaso. São elas:
• Amostragem aleatória simples: quando todos os elementos da popu-
lação possuem a mesma probabilidade de seleção conhecida e igual
para compor a amostra. É o método mais simples (embora difícil de
se operacionalizar, já que pressupõe que um membro sorteado para
participação terá necessariamente que participar do estudo).
• Amostragem sistemática: nesse método, os elementos da população são
divididos em “n” unidades, preferencialmente de tamanhos iguais, em
que sorteia-se aleatoriamente um número que indica uma posição da
primeira unidade. Após escolhida a posição inicial, selecionamos essa
mesma posição de todas as “n” unidades, e o conjunto desses elemen-
tos será a amostra.
• Amostragem estratificada: trata-se em dividir a população em estratos
(grupos). Após, seleciona-se, de forma aleatória, elementos dentro de
cada estrato, proporcionalmente ao tamanho do mesmo em relação
à população.
• Amostragem por conglomerados ou agrupamentos: trata-se de dividir a
população em conglomerados (grupos) de acordo com alguma carac-
terística em particular. Sorteiam-se aleatoriamente os conglomerados
que farão parte da amostra e usam-se todos elementos de cada um.
Podemos também calcular um número de elementos a ser sortea-
do dentro dos conglomerados sorteados, diminuindo o tamanho da
amostra. Esse método é utilizado quando a variância interna dos con-
glomerados é razoavelmente homogênea.
A seguir, o Quadro 2 ilustra as técnicas de amostragem probabilística.
70 A Aproximação da Pesquisa Quantitativa com a Área de Relações Públicas
3
Veja, por exemplo, o site: http://www.surveysystem.com/sscalc.htm
72 A Aproximação da Pesquisa Quantitativa com a Área de Relações Públicas
Eu pretendo viajar
(1) Discordo Plenamente (2) (3) Fechada – Escala
para o exterior nos
(4) (5) Concordo plenamente de Likert
próximos meses.
Frio 1 2 3 4 5 6 7 Quente
Infantil 1 2 3 4 5 6 7 Adulto
Quadro 4. Exemplo de Escala com Diferencial Semântico
Fonte: a autora.
Com base nesse contexto, o profissional de Relações Públicas se vale de
duas grandes potencialidades: empreender na área de pesquisa, prestando
serviço nessa área, ou gerenciar as demandas de pesquisa na empresa em
que está vinculado, contratando institutos e analisando criticamente os re-
latórios encomendados. A seguir, o leitor pode observar algumas dicas e
orientações no processo de condução de uma pesquisa quantitativa.
76 A Aproximação da Pesquisa Quantitativa com a Área de Relações Públicas
Referências
GOOGLE Forms. Disponível em: https://forms.google.com
MALHOTRA, Naresh. Pesquisa de marketing: foco na decisão. São Paulo: Pear-
son Prentice Hall, 2011.
SAMARA, Beatriz Santos; BARROS, José Carlos. Pesquisa de marketing: concei-
tos e metodologia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
SURVEY Monkey. Disponível em: https://pt.surveymonkey.com
SURVEY System. Disponível em: http://www.surveysystem.com/about.htm
79
Introdução
A eficiente administração da informação interna representa um dos ativos
mais valorizados de uma organização, podendo hoje instituir diferenciais
empresariais competitivos. O levantamento de dados referentes às pessoas
que de alguma forma fazem parte do dia a dia da empresa, aos ambientes
formais e informais de trabalho e aos fluxos de comunicação compõe esse
escopo informacional.
O ato de pesquisar é uma premissa básica da comunicação. Está sempre
presente no rol de atividades da área da Comunicação e de Relações Públi-
cas, uma vez que as mesmas lidam com pessoas e têm como matéria-prima
a informação. Conforme lembra Pons (2008, p. 64),
[...] sobre o trabalho de comunicação empresarial, podemos afirmar
que a vantagem competitiva das organizações no contexto atual é
trabalhar a comunicação estratégica. E trabalhar nessa perspectiva é
orientar esforços para conscientizar os gestores sobre a importância
de melhor conhecer e compreender o público, seja por meio de pes-
quisas, auditorias, levantamento da cultura organizacional, conheci-
mento do negócio, avaliação dos pontos fortes e fracos.
Para Waldyr Gutierrez Fortes (2003. p. 97), existem algumas funções bá-
sicas da pesquisa, sendo que o autor destaca dentre elas a possibilidade de
verificar o alcance dos objetivos da empresa perante os públicos, considerando
essa definição a mais disseminada no universo da profissão.
Vale ainda destacar que, de um modo geral, esse tipo de pesquisa passa
por três instâncias objetivas numa organização, possibilitando averiguar:
• Sua autoimagem: para determinar o que o público interno “pensa e
fala dela” (seu ambiente, produtos e serviços) e como a empresa “en-
xerga a si mesma”.
• Sua imagem projetada: o que a empresa “diz dela mesma” – suas men-
sagens institucionais e publicitárias para os públicos.
Sua imagem pública: o que os públicos (externos e mistos) “pensam e
falam” dos produtos e serviços oferecidos pela organização.
As Relações Públicas promovem aproximação entre as empresas e seus
públicos, trabalhando em sua base a imagem e a reputação organizacional,
passando pelas percepções, pelos interesses e pelas expectativas dos en-
volvidos, buscando abrir canais efetivos de comunicação que proporcionem
interação entre os mesmos. É preciso também se familiarizar com fatores
Souvenir Maria Graczyk Dornelles 81
Pesquisa institucional
Também chamada de perfil organizacional, a pesquisa institucional tem
como objetivo levantar todos os processos administrativos, o desempenho
da empresa e verificar suas condições internas, visando principalmente cons-
truir um diagnóstico descritivo das deficiências e necessidades existentes.
Para Cândido Teobaldo de Souza Andrade (1994, p. 52), os objetivos desse
tipo de pesquisa estão relacionados a “[...] descrever o que a instituição fez e
o que está fazendo (descritivo); fixar normas para o que a instituição deveria
estar fazendo (normativo); analisar e definir problemas setoriais (analítico)”.
Esse tipo de estudo fornece uma visão mais ampla da organização e os
subsídios necessários para a construção de seus planos e projetos de co-
municação, que envolvam diferentes públicos. Normalmente, os dados são
fornecidos pelas chefias (diretores, gerentes, coordenadores de áreas ou
departamentos), encarregados, lideranças, terceirizados, comunidades de
interesse etc.
Quando utilizado um instrumento de coleta de dados (questionário),
esse deve ser detalhado, adaptado ao tipo de empresa, respeitando suas
características e peculiaridades, que atenda aos objetivos e dê conta da am-
plitude necessária de informações. Considerando o modelo básico proposto
por Kunsch (2003), os conteúdos descritos nesse tipo de questionário con-
templam os seguintes temas:
• A organização – identificação e dados gerais, missão, visão e valores da
empresa, recursos humanos, história da organização, infraestrutura
física, benefícios para o público interno, situação econômica, produ-
tos e serviços oferecidos, estrutura organizacional e administrativa,
cultura organizacional, clima organizacional, capital intelectual e aná-
lise ambiental – macro e microambiente, responsabilidade social e
balanço social.
• A comunicação – missão e valores da área da comunicação, identifi-
cação dos públicos, sistemas de comunicação, estrutura setorial da
comunicação, políticas e objetivos.
• Comunicação organizacional – comunicação interna, comunicação insti-
tucional e comunicação mercadológica.
84 Pesquisas que Apoiam Planejamentos de Comunicação Interna
• controle administrativo;
• diagnóstico estratégico;
• ambiente externo;
• estudos de mercado;
• o consumidor;
• fatores de conduta;
• estratégias empresariais;
• conceito ideal;
• estratégia de relações públicas.
7. Atividades de Relações Públicas
• estrutura, posicionamento e funções principais;
• relações com os públicos;
• avaliação das atividades;
• empresas sem serviço de Relações Públicas:
• intervenções positivas na empresa;
• revisão e ajustamento da política administrativa;
• representante dos públicos.
Ainda, conforme Fortes (1998, p. 19),
A base de dados em Relações Públicas é a pesquisa institucional ou
administrativa, que oferece os elementos de análise das organiza-
ções, para que estas cumpram seus objetivos e estejam preparadas
para enfrentar as alterações que venham a ocorrer no seu ambien-
te interno e externo. [...] Mesmo nas instituições que primam por
uma adequada condição interna, este conhecimento é necessário,
na medida em que a melhoria destas mesmas condições é sempre
desejável.
Auditoria de comunicação
Todo o planejamento estratégico da comunicação interna, para estar ade-
quado às realidades organizacionais, deve passar pelas seguintes etapas:
a. diagnóstico;
b. elaboração dos planos de ação;
c. implantação dos projetos;
d. avaliação das metas atingidas.
Quando falamos em auditoria de comunicação, nos referimos aos mo-
mentos em que a organização busca dados sobre as formas de comunicação,
formais e informais, entre os seus colaboradores, assim como aos de avalia-
ção por meio da busca sistemática dos resultados alcançados mediante os
planos de ação implementados na organização (eficácia e metas atingidas).
Os formatos e os conteúdos adotados por uma organização, ao passar
informações sobre si mesma, como também a ação de distribuir mensagens
e estabelecer contato com seus públicos internos e externos, determinam
a qualidade do sistema e das práticas de sua comunicação. O autor Jorge
Pedro Sousa (2006, p. 93) coloca que, na perspectiva das Relações Públicas,
a auditoria de comunicação pode ser definida como:
[...] uma avaliação dos processos comunicativos desenvolvidos numa
e por uma organização. [...] Uma auditoria de comunicação envolve,
em primeiro lugar, a ideia de que o modo como a informação é pro-
duzida, trocada e processada dentro da organização e desta para o
exterior. É vital não apenas para seu sucesso ou insucesso, mas tam-
bém para sua própria coesão.
Círculos de qualidade
Consiste em reunir sistematicamente pequenos grupos de pessoas, para dis-
cutir e analisar o funcionamento da organização. No início da reunião, são abor-
dados temas de forma mais geral, sendo que após, com o decorrer da conversa,
o foco passa para alguns pontos específicos que dizem respeito aos processos
da empresa.
A ideia central é que nessas reuniões sejam apontadas propostas para
amenizar entraves burocráticos da organização e soluções a curto, médio e
longo prazo, sob o enfoque daqueles que fazem parte dos procedimentos
diários que a empresa enfrenta, seja no que se refere à administração, seja
na esfera de produção e de atendimento a clientes. Os maiores ganhos des-
sa técnica, quando bem estruturada e conduzida com responsabilidade e
ética, se referem aos seguintes fatores: a) por parte dos funcionários, a pos-
sibilidade de participar de forma mais direta nos processos da organização,
valorizando seu papel como colaborador; b) por parte da empresa, o acesso
a informações que podem simplificar certos procedimentos, assim como de-
tectar problemas que alguns setores enfrentam e que são difíceis de serem
observados no cotidiano da organização.
A montagem dos grupos (entre oito e dez pessoas) deve seguir uma ló-
gica, que dependerá do ramo de atuação, do porte, assim como do perfil da
empresa. Dentre as possibilidades estão: a) grupos formados por pessoas de
setores afins; b) grupos formados por representantes de todos os setores
(ou quase todos); c) grupos formados por pessoas do mesmo setor/área da
empresa. A adoção desse tipo de pesquisa como prática na empresa possi-
bilita que a cada período seja adotado um único critério, fazendo rodízio
entre eles, o que até permite avaliar a forma ideal ou a que apresenta maior
eficácia no atendimento aos objetivos do estudo.
Para realização desse tipo de estudo, é importante considerar a possibi-
lidade de contratação de consultoria externa, para evitar o chamado “viés”
em pesquisa. Deve-se levar em conta que quando a moderação dos grupos
é realizada por um funcionário da empresa, ou seja, por um colega, pode
ocorrer certo desconforto entre alguns participantes, prejudicando assim a
100 Pesquisas que Apoiam Planejamentos de Comunicação Interna
Cliente oculto
Atualmente, as organizações encontram certa dificuldade para avaliar de
perto ou medir o desempenho daqueles que compõem seu quadro de fun-
cionários responsável pelo atendimento ao cliente. A gestão por competên-
cias vem buscando métricas, critérios, padrões de desempenho e ferramen-
tas eficazes, principalmente no que se refere à avaliação do atendimento ao
consumidor. Nesse cenário, se fortalece então uma técnica de observação e
pesquisa, intitulada cliente oculto, que tem auxiliado em algumas decisões
internas relacionadas ao treinamento e à qualidade de serviços prestados
pela equipe interna.
O cliente oculto é uma ferramenta que avalia os diversos aspectos que
influenciam a percepção de qualidade que os clientes têm dos serviços pres-
tados pela empresa. Essa avaliação, normalmente feita por pessoas de fora
da empresa e capacitadas para a tarefa, ocorre durante situações reais de
contato (pedido de informações, encomenda etc.) ou de compras efetivas. A
partir da experiência, o comprador/avaliador analisa o atendimento, oferta
de produtos e promoções, habilidade para negociação, resolução de proble-
mas e outras atitudes dos funcionários, além do mix de produtos/serviços e
a estrutura física do estabelecimento, verificando a ordem e limpeza do am-
biente, layout etc. O avaliador deve agir discretamente para manter o caráter
oculto da pesquisa.
Como instrumento de avaliação de opinião e de projetos, a pesquisa
representa, para o profissional de comunicação, o melhor referencial
para repercutir o interesse e o desinteresse, a satisfação e a insatis-
fação, o tratamento, o atendimento e tudo mais que uma empresa
possa demandar, no sentido de balizar seus programas internos e
externos (MARÇAL, 2005, p. 105).
Considerações finais
Toda empresa, ao adotar certos tipos de pesquisas e levantamentos peri-
ódicos, dirigidos ao conhecimento do ambiente interno e acompanhamento
da sua evolução, sem dúvida ampliará o índice de acertos no que se refere
às práticas de comunicação interna. Contudo, uma construção positiva em
relação a essa ferramenta, para que a mesma seja aceita e respeitada pelos
colaboradores, depende de certos cuidados por parte da organização. Ao
longo do texto, foram apontados alguns desses cuidados, de acordo com
cada técnica apresentada. Além deles, vale aqui lembrar aqueles que perpas-
sam por todas as pesquisas internas:
a. Ética: toda pesquisa deve obedecer certos princípios éticos vigen-
tes, que são definidos por instituições ligadas à área da pesquisa no
Brasil (ABA ABIPEME, por exemplo).
b. Responsabilidade com os dados: o sigilo em relação aos respondentes
ou participantes da pesquisa, por exemplo, é um dos mais importan-
tes fatores que determina uma contínua participação dos funcionários
nos processos de pesquisa interna.
Ainda, como lembra Nassar (2006), todas as pessoas da organização de-
vem ser envolvidas e habilitadas no que diz respeito ao progresso da quali-
dade dos relacionamentos e da comunicação da empresa.
Souvenir Maria Graczyk Dornelles 103
Referências
ANDRADE, Cândido Teobaldo de Sousa. Curso de Relações Públicas. São Paulo:
Atlas, 1994.
BRUM, Analisa de Medeiros. Endomarketing de A a Z. Porto Alegre, Editora
Dora Luzzatto, 2008.
FORTES, Waldyr Gutierres. Relações públicas: processo, funções, tecnologia e
estratégias. São Paulo: Summus, 2003.
______. Pesquisa institucional – diagnóstico organizacional para relações pú-
blicas. São Paulo: Loyola, 1998.
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de relações públicas na comu-
nicação integrada. São Paulo: Summus, 2003.
LUZ, Ricardo. Gestão do clima organizacional. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2003.
MATOS, Gustavo Gomes de. Comunicação empresarial sem complicação. São
Paulo: Manole, 2009.
MARÇAL, Marcos Antônio de Paiva. Comunicação interna. São Paulo: Aberje
Editorial, 2005.
NASSAR, Paulo. Tudo é comunicação. São Paulo: Lazuli, 2006.
PONS, M. E. D. (Org.). Perspectivas em Relações Públicas. Santa Cruz do Sul:
EDUNISC, 2008. v. 1.
SIMÕES, Roberto Porto. Relações Públicas – função política. São Paulo: Summus,
1995.
SOUSA, Jorge Pedro. Relações públicas e suas interfaces. São Paulo: Summus, 2006.
104 Pesquisas que Apoiam Planejamentos de Comunicação Interna
A Mensuração de Resultados em
Comunicação e Marketing –
Desafios, Histórico e Perspectivas
Cassio Grinberg1
Introdução
As empresas, dia a dia, investem grandes quantias em ações de comuni-
cação e marketing. Muitas vezes, esses investimentos estão voltados para
objetivos estratégicos, planejados pela alta direção e colocados em prática
pela linha de frente. Entretanto, ainda é bastante incipiente a instrumenta-
ção que as empresas têm para medir o real retorno desses investimentos
realizados em marketing. Em função disso, além dos profissionais de marke-
ting estarem sendo, em muitos casos, desacreditados dentro das empresas
(SHETH; SISODIA, 1995a; SHETH; SISODIA, 1995b), estas estão sinalizando a
grande necessidade do desenvolvimento de medidas eficazes para a solução
dessa questão (SHETH; SISODIA, 1995a; SHETH; SISODIA, 1995b; SRIVASTA-
VA et al., 1998).
Em função disso, as disciplinas de mercado estão cada vez mais desen-
volvendo pesquisas na área de medição do desempenho das ações das em-
presas. Para isso, o Marketing Science Institute, instituto de pesquisa sediado
nos Estados Unidos e custeado por grandes corporações, tem estabelecido
tal tema como o tópico capital número um em prioridades de pesquisa em
seu Research Priorities desde 1998. Essa ação vem fazendo com que os insti-
tutos de pesquisa dos principais centros acadêmicos sediados nos Estados
Unidos – país onde praticamente se concentra a fronteira do conhecimento
1
Mestre em Marketing pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Fe-
deral do Rio Grande do Sul (PPGA/UFRGS), com cursos de especialização em Marketing (PUCRS)
e International Business Management (London City College – Inglaterra). Pesquisador na área de
Marketing Metrics, na qual desenvolveu sua dissertação de mestrado, e revisor técnico dos livros
mais recentes nesta e em outras áreas dentro da disciplina de Marketing. Coordenador do curso de
Especialização em Branding de Conexão da FAMECOS/PUCRS e professor do curso de Publicidade e
Propaganda (FAMECOS/PUC-RS). Ministra cursos abertos e in company para diversas entidades.
106 A Mensuração de Resultados em Comunicação e Marketing – Desafios, Histórico e Perspectivas
Cabe aqui fazer uma análise das afirmações auferidas nos dois trabalhos
anteriormente citados. Em primeiro lugar, como já foi mencionado, as em-
presas e os profissionais de marketing fazem parte do rol de “usuários” dos
resultados e ações desenvolvidos pelo campo de pesquisa da disciplina. As-
sim, no momento em que altos executivos de destacadas corporações fa-
zem considerações referentes a necessidades avaliadas como importantes
em relação ao desempenho de profissionais de marketing, estas devem ser,
no mínimo, levadas a sério. Da mesma forma, quando atividades da área são
percebidas como de retorno negativo em relação aos investimentos das em-
presas, essa percepção não pode ser nada menos do que preocupante. Que
instrumentos tem, hoje, um profissional da área de marketing para argu-
mentar em relação a essa asserção? Desse modo, não há como negar, diante
dessas afirmações, que a disciplina de Marketing tem uma necessidade ur-
gente de desenvolver instrumentos de medida e avaliação dos resultados de
suas ações. Sob essa ótica, devem ser analisadas as atuais necessidades das
empresas em relação ao campo de estudo da disciplina.
O tema de pesquisa em Marketing Metrics diz respeito ao desenvolvimen-
to de novas formas de se mensurar o desempenho das ações de marketing
das empresas. Trata-se de um tema fundamental para a atual demanda das
empresas. Em diversas universidades americanas e europeias, as pesquisas
nessa área avançam significativamente. Nessas instituições de pesquisa, o
tema está sendo abordado a partir de diferentes elementos de marketing,
como veremos na sequência.
Valor do cliente
Essa área de pesquisa está sendo desenvolvida principalmente na Uni-
versity of Michigan, Estados Unidos, por Eugene Anderson. Diz respeito ao
desenvolvimento de medidas de valor individual de cada cliente, ou seja, o
quanto cada cliente traz de retorno individual para o investimento das em-
presas em marketing de relacionamento. Anderson et al. (1997) examinaram
a relação entre ganhos de produtividade e geração de valor para os clientes.
Os autores argumentam que, muitas vezes, as empresas reduzem pessoal
na busca de menores custos, o que pode fazer com que o atendimento às
necessidades dos clientes seja prejudicado, principalmente em setores de
atividade dependentes de presença de pessoas, como hotéis, companhias
aéreas, bancos, educação e restaurantes. Assim, propõem que as empresas
deveriam tentar avaliar o retorno de valor por parte dos clientes e, dessa for-
ma, direcionar a prioridade de pessoal de atendimento para esses clientes.
108 A Mensuração de Resultados em Comunicação e Marketing – Desafios, Histórico e Perspectivas
Valor da marca
Essa linha de pesquisa dentro do tema Marketing Metrics está sendo de-
senvolvida principalmente na Columbia University, através do professor Do-
nald Lehman. Também é trabalhada pelos professores Paul Farris (University
of Virginia), Neil Bendle (University of Minnesota), Phillip Pfeifer (Darden
Graduate Business School) e David Reibstein (Wharton School). Diz respeito
ao desenvolvimento de medidas para avaliar o retorno dos investimentos
nas ações em relação à marca realizados pelas empresas.
Esse tema levanta questões a respeito de integração entre qualidade de
produto e ações de marketing mix, métodos para medir brand health, nível
de análise individual de clientes, produto-mercado e mercado financeiro,
antecedentes, tipos de medida e consequências do desenvolvimento de me-
didas. Discute ainda se as medidas devem ser de emoção ou de cognição.
Produto
110 A Mensuração de Resultados em Comunicação e Marketing – Desafios, Histórico e Perspectivas
Preço
Talvez não exista nada mais evidente para o cliente do que o preço de
um produto. Ele pode estar desatento às estratégias e aos incrementos em
qualidade de produto, embalagem, desempenho etc.; pode passar desper-
Cassio Grinberg 111
Promoção
As atividades de promoção realizadas pelas empresas são, talvez, as mais
difíceis de se avaliar o retorno. Como saber que determinado produto ven-
112 A Mensuração de Resultados em Comunicação e Marketing – Desafios, Histórico e Perspectivas
deu mais devido a uma promoção de vendas? Como inferir que determinada
ação de publicidade aumentou a procura de um produto em X%?
Referente a isso, a pesquisa em Marketing Mix Metrics já busca algumas
formas de avaliar o que pode ser feito em relação a essas necessidades.
Segundo os principais pesquisadores desse tema, é preciso que se desen-
volvam medidas acerca da consciência do consumidor em relação a cada
ação, elasticidade dos gastos em propaganda, propaganda corporativa e
impacto da propaganda em preços. Em relação a esse último ponto, Kalra
e Goodstein (1998) analisaram os efeitos da percepção sobre propaganda
na sensitividade de preço. Os autores pressupunham que as estratégias de
propaganda das empresas poderiam influenciar essa relação. Evidenciaram
isso testando a percepção dos consumidores em relação a diferentes marcas
(marcas menores e marcas premium) e modificações em alguns atributos de
produtos.
Os estudos em Marketing Mix Metrics tratam, ainda, da questão referente
ao monitoramento da duração das propagandas. Nesse sentido, Baumgart-
ner et al. (1997) analisaram a percepção dos consumidores especificamente
em relação às ações de propaganda das empresas. Em três estudos, os au-
tores trabalharam a percepção desses consumidores em relação à duração
das propagandas, monitoramento momento a momento das emoções en-
volvidas e tendências de estímulos trazidos por estas. Ainda, incluíram em
seus estudos a dimensão de julgamento de marca e Brand Recall, embora não
conseguindo demonstrar uma forte correlação entre este último fator e a
percepção de qualidade de um produto, o que sugere o desenvolvimento de
novas pesquisas na área.
Distribuição
A distribuição é um elemento bastante trabalhado na área de pesquisa
em Marketing Mix Metrics, principalmente no que diz respeito às ações rela-
cionadas à força de vendas e aos serviços para o cliente (BOWERSOX; CLOSS,
1996; ROSENBLOOM, 1995; SLONGO, 1996; STERN et al., 1996).
Em relação à força de vendas, as pesquisas sugerem que sejam desenvol-
vidas novas medidas em relação ao investimento ideal em número de pontos
de venda, vendas por tipo de loja, retorno no investimento em distribui-
ção e medidas de desempenho específicas para varejo. Ainda, a avaliação da
contribuição da força de vendas é, segundo alguns pesquisadores da área,
totalmente local. Além disso, muitas vezes, as vendas não são do controle do
marketing das empresas, contrariando algumas estratégias preestabelecidas
(BOWERSOX; CLOSS, 1996).
Cassio Grinberg 113
Medidas financeiras
O desenvolvimento da área de medidas financeiras para a avaliação das
ações de marketing das empresas é crucial, devendo ser entendido como de
vital importância para o avanço das pesquisas na área de Marketing Metrics.
Nos Estados Unidos, esse tema está sendo desenvolvido, principalmente, na
Emory University, pelo professor Rajendra Srivastava.
Esse tema trata da justificativa para as ações de marketing, dentro do
processo de orientação para mercado, por meio da avaliação da performance
do negócio em relação a clientes, shareholders e funcionários das empresas,
com relação ao investimento na criação de valor – tema muito abordado na
literatura de marketing por Deshpandé, Farley e Webster (1993), Parasura-
man (1997), Sheth et al. (1999), Slater (1997) e Woodruff (1997) –, geren-
ciamento de fluxos e estoque de valor, diagnóstico e controle das ações e
mudança de orientação de market-driven para market-driver. Enfoca de forma
enfática a importante questão da necessidade dos profissionais de marke-
ting trabalharem de forma muito próxima com os profissionais de outras
áreas, como contabilidade e finanças.
Ainda em relação a esse tema, pode se afirmar que ele tem sido tam-
bém bastante pesquisado na London Business School, através do Marketing
Metrics Project, coordenado pelo professor Tim Ambler. Kokkinaki e Ambler
(1999) trabalharam no desenvolvimento de novas formas de medidas de per-
formance das empresas.
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121
Denise Pagnussatt2
1
Este artigo é baseado na dissertação defendida na PUCRS em 2011 cujo título é A relevância dos
resultados de pesquisa sobre reputação e imagem nas organizações premiadas no Rio Grande do Sul.
2
Relações Públicas formada pela PUCRS, com MBA Executivo em Marketing pela ESPM-RS. Mestre
em Comunicação Social pela PUCRS. Professora titular da PUCRS e sócia-diretora da Comunicative
Comunicação e Marketing, com atuação desde 2001 no mercado com trabalhos de comunicação
integrada.
3
Os stakeholders ou grupos de interesse são pessoas organizadas de setores públicos, econômicos
ou sociais que podem, em determinadas condições, influenciarem ou serem influenciadas pelas
organizações, sendo categorizados em dois grupos: primários – clientes, proprietários, acionistas,
funcionários, fornecedores, gerentes – e secundários – comunidade, mídia, governo, academia, or-
ganismos internacionais, competidores, lideranças internas, comunidade científica, sindicatos, par-
tidos, parlamentares e juízes, entre outros (FRANÇA, 2004).
122 Pesquisas Nacionais que Colocam as Marcas em Evidência
em torno de sua reputação ela está. Baldissera (2004, p. 266) reforça que
“sondagens/pesquisas de imagem/opinião têm assumido, frequentemente,
a condição de verdades inquestionáveis”. Se uma marca forte pode repre-
sentar ganho de competitividade, retorno financeiro, então vale investir
na sua construção e mensuração pública. Assim, os esforços organizacionais
centram-se na formação de identidade, imagem e reputação consistentes e, por
vezes, íntegros e verdadeiros.
Compreende-se que uma marca é constituída por identidade, que é a
personalidade associada à cultura e gestão; por imagem, que se resume às
representações mentais que decorrem de experiências particulares; e por re-
putação, que é fundamentada nas duas anteriores e nas estratégias efetiva-
das ao longo do tempo e reforçadas por atributos funcionais como tradição,
conhecimento, solidez, responsabilidade e inovação. Almeida (2005) reforça
que pesquisas têm demonstrado que uma reputação positiva atua como um
imã, atraindo investidores, diminuindo os custos do capital, trazendo novos
consumidores, retendo atuais compradores e motivando empregados.
4
A era industrial, que terminou na metade do século XX, caracterizava-se pelo nível de acumu-
lação da produção e pelas relações de consumo estabelecidas a partir do distanciamento entre
quem usufrui e o produtor do bem. O conceito de progresso estava ligado à velocidade, sendo esta
um símbolo da modernidade, representando o movimento linear do crescimento da sociedade (DE
MASI, 1999).
Denise Pagnussatt 123
vende e as pessoas que compram, porque o contato não se esgota mais com a
transparência do produto”.
No contexto de marketing 3.0, as estratégias devem contemplar os
stakeholders, e não só o cliente/consumidor, pois estão influenciadas pela
mudança no comportamento e nas atitudes das pessoas em uma “nova onda
de tecnologia que facilita a disseminação de informações, ideias e opinião
pública” (KOTLER, 2010, p. 22). Além disso, demandam novas abordagens de
marketing mais colaborativas, culturais e espirituais.
Conceituando Identidade
A busca pela identificação e diferenciação diante da sociedade é o que
move a formação da identidade. Advinda do termo latino identitas, “identi-
dade” significa a essência das substâncias, ou seja, aquilo que é único (AB-
BAGNANO, 1970, p. 503). Também pode ser conceituada como unidade, co-
erência e sentimento de pertencimento do sistema macro. No contexto e
nas relações com grupos é que o indivíduo constata a sua individualização,
socialização e estrutura da sua identidade psicossocial. “O homem vive em
grupos desde que nasce. Eles (os grupos) são essenciais à estruturação da
psique e da identidade, que é ao mesmo tempo singular e social. É impen-
sável falar em identidade sem fazer referência aos grupos” (FREITAS, 2000,
p. 46).
5
A utilização das marcas existe há séculos como meio de diferenciar os bens de um fabricante
dos bens dos outros. A origem da palavra brand (marca em inglês) deriva do nórdico brandr, que
significa “queimar”. Isso em razão de as marcas serem gravadas a fogo pelos seus proprietários no
passado (KELLER; MACHADO, 2006). A Associação Americana de Marketing define marca como “um
nome distinto e/ou símbolo, destinado a identificar os bens ou serviços de um vendedor ou grupo
de vendedores, no sentido de diferenciar esses bens ou serviços da concorrência”. Essa Associação
defende que as marcas são extensões das organizações, que inclui nome, termo, signo, símbolo, de-
sign a embalagem, o serviço, as garantias, ou a qualidade, e que constituíam a base de diferenciação
do produto no sentido da vantagem competitiva (AAKER, 1998, 2007; KELLER; MACHADO, 2006).
124 Pesquisas Nacionais que Colocam as Marcas em Evidência
6
“A lealdade à marca dos consumidores existentes representa um ativo estratégico que, se ade-
quadamente gerenciado e explorado, tem o potencial de proporcionar valor de diversas maneiras”
(AAKER, 1998, p. 48).
126 Pesquisas Nacionais que Colocam as Marcas em Evidência
Conceituando Reputação
Na busca pela compreensão, na década de 1990, a reputação recebeu es-
paço nas pesquisas das áreas de Administração, Sociologia, Comunicação e
Psicologia. Esses estudos evidenciaram propostas de definição, construção,
consolidação, gestão e auditoria, uma vez que a reputação foi sinônimo de
identidade, imagem, prestígio, goodwill, estima e status (WARTICK, 2002).
Para Fombrun (1996), a reputação é uma reação emocional (boa ou má,
fraca ou forte) dos grupos de interesse diante do nome da empresa e tem
vínculo direto com os princípios fundamentais da estratégia, da operação e
dos resultados formais da organização, sendo construída pela relação entre
os quatro constituintes-chave: qualidade/confiabilidade, credibilidade, con-
fiança e responsabilidade. O autor associa qualidade/confiabilidade à per-
cepção que os consumidores/clientes têm sobre os produtos e os serviços;
credibilidade está associada ao cumprimento de contratos com investidores
e fornecedores; a confiança está relacionada à solidez e à integridade da
empresa percebida pelo público interno e, por último, a responsabilidade
associa-se ao papel da empresa na sua comunidade.
Em 2000, Fombrun ampliou o seu conceito e apresentou novos fatores
sobre reputação: apelo emocional7, produtos/serviços, desempenho finan-
ceiro, liderança/visão, ambiente de trabalho e responsabilidade social. Para
o autor, fatores ligados à intangibilidade e à emoção também influenciam
na percepção dos grupos de interesse. Os seis fatores propostos pelo re-
ferido autor estão interligados aos diversos públicos, sendo possível assim
fortalecer a reputação. Observam-se outras questões: posição única na mente
dos públicos; foco e distribuição de atributos positivos a todo o portfólio de
produtos, evitando a concentração; consistência nas ações, a visão de futu-
ro e a realidade dos públicos de interesse; identidade autêntica e coerente,
principalmente na comunicação, falar e fazer com veracidade e transparência,
com via dupla, sabendo dialogar com os públicos, principalmente ouvindo as
suas opiniões (FOMBRUN, 2000).
7
O fator “Apelo emocional” corresponde aos sentimentos despertados pela organização em ter-
mos de amor, admiração e respeito; o fator “Produtos/Serviços” está relacionado à percepção de
qualidade, inovação e valor; já o “Desempenho Financeiro” oferece a noção de rentabilidade, futuro
e risco; o fator “Liderança/Visão” refere-se ao quanto a organização demonstra visão clara e lideran-
ça forte; o “Ambiente de trabalho” trata da percepção de como a empresa é administrada, como é
trabalhar nela e a qualidade de seus empregados; finalmente, a “Responsabilidade Social” trata da
percepção de que a organização é uma boa cidadã e respeita a comunidade, empregados e fornece-
dores (FOMBRUN, 2000).
Denise Pagnussatt 127
8
Incluímos outros temas como: admiração, lembrança e valor de marca, para fins de comparação.
9
A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de
conta própria, o resultado auferido nas operações de conta alheia e o preço dos serviços prestados
(RIR/1999, art. 279 e seu parágrafo único).
10
Rentabilidade indica o percentual de remuneração do capital investido na empresa (RIR/1999,
art. 279 e seu parágrafo único).
128 Pesquisas Nacionais que Colocam as Marcas em Evidência
11
Existem duas formas de amostra: probabilística e não probabilística. Na probabilística, é feita a
lista de quem compõe o universo ou população, busca-se a lista de pessoas identificáveis ou conta-
táveis e é a partir dessa lista, chamada de população útil, que será extraída uma amostra. Somada à
aleatoriedade, eleva o grau de confiabilidade e mensuração da sua representatividade. Na chamada
não probabilística, o pesquisador seleciona, com base na intencionalidade e conveniência, quem
serão os respondentes (SOARES, 2002).
12
A população ou o universo de uma pesquisa constitui o conjunto total das pessoas agrupadas
por algumas características comuns e que estão aptas para responder acerca de uma questão enun-
ciada (NOVELLI, 2009).
Denise Pagnussatt 129
a seguinte pergunta: “Qual a primeira marca que lhe vem à cabeça?” (TOP of
Mind, s/d., Folha de São Paulo).
A revista Amanhã, em parceria com o Instituto de Pesquisa Segmento,
realiza o Top of Mind e apresenta as marcas mais lembradas no Rio Grande
do Sul, em Santa Catarina e no Paraná em mais de 65 segmentos diferentes
entre produtos, serviços e comunicação. O procedimento de pesquisa en-
volve a aplicação de 1.200 entrevistas nas sete mesorregiões do Rio Grande
do Sul, por exemplo, conforme segmentação do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) (TOP of Mind, s/d., Amanhã).
As características de pesquisas Top of Mind variam de acordo com os
objetivos, o universo e a técnica de amostragem. Normalmente são descri-
tivas, utilizam questionários estruturados e entrevistam homens e mulheres
com idade mínima de 16 anos. A técnica de amostragem pode variar, sendo
estratificada com sorteio aleatório, não probabilístico por cotas inter-rela-
cionadas e probabilístico aleatório (SILVA et al., 2006). O questionário Top of
Mind tradicionalmente começa com a pergunta “Qual a marca que lhe vem à
cabeça quando se fala de...?” (DATAFOLHA, 2014).
Ainda no Rio Grande do Sul, o Jornal do Comércio promove o projeto “Mar-
cas de quem decide” em parceria com Instituto de Pesquisa QualiData. O
levantamento evidencia as mais “lembradas” e “preferidas13” pelos empresá-
rios14, executivos em cargos de direção e profissionais liberais residentes em
mais de 40 dos principais municípios do Rio Grande do Sul, distribuídos em
sete regiões que cobrem todo o estado, que representam 63% da população
e 67% do total de empresas do território gaúcho. Os mais de 500 responden-
tes são escolhidos por sorteios aleatórios em diversas listagens e convida-
dos a participar da pesquisa com respostas espontâneas (MARCAS, s/d.)
13
Instrumento: para aferir os níveis de Lembrança e Preferência de marcas, em todos os setores
pesquisados foram feitas perguntas-padrão ajustadas a cada caso, tendo como referência o seguinte
modelo: LEMBRANÇA – “Ao falar em (nome do setor), qual é a primeira marca que o(a) sr(a) lembra?”;
PREFERÊNCIA – “Qual é a marca de (nome do setor) que o(a) sr(a) prefere comprar ou que indicaria
a alguém?” (MARCAS, s/d.).
14
O Jornal do Comércio, a exemplo da revista Carta Capital, tem como objetivo ouvir a opinião de
profissionais que têm uma alta posição nas organizações.
132 Pesquisas Nacionais que Colocam as Marcas em Evidência
Preço ao consumidor
Notoriedade
Admiração X
Confiança X
Marketing/Comunicação
MARKETING E
COMUNICAÇÃO Comunicação com diversos
grupos de interesse
Influência das marcas nos
consumidores
Apelo Emocional X
Risco e futuro da Marca
Força e Valor da Marca
INSTITUTO DE
CARTA CAPITAL BRAND FINANCE INTERBRAND
REPUTAÇÃO
Marcas brasileiras
Empresas mais admi- 100 marcas mais 100 marcas mais
mais reputadas do
Mundo
radas do Brasil valiosas do Brasil valiosas do mundo
X X X X
X X
X
X X
X X
X
X X
X X
X
X X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X X
X X
134 Pesquisas Nacionais que Colocam as Marcas em Evidência
Considerações Finais
Bueno (2009, p. 191) alerta que “quando tenho uma imagem de uma or-
ganização, eu acho, eu sinto que ela é ou representa alguma coisa; quando
compartilho a reputação de uma empresa eu sei, eu tenho certeza sobre o
que ela é ou representa”. A reputação, entretanto, não pode ser resumida ao
acúmulo de imagens que os públicos têm sobre as organizações. Ela é fun-
damentada em estratégias, que consolidam o que as pessoas acreditam ser
verdade. Almeida (2009) defende que a reputação difere da imagem porque
a primeira representa um julgamento de valor com dimensão histórica, e a
segunda, apenas opiniões mais recentes.
Considerado esse contexto, públicos de interesse formam imagens (re-
presentações mentais) sobre a organização que, ao longo do tempo, acre-
ditam no que ela é (sua identidade). Nesse momento, organização e indiví-
duo estabelecem uma relação de identificação afetiva/emocional que “pode”
gerar confiança. Como consequência, é consolidado um relacionamento
com força e com menor risco de “ataques”, por isso a reputação pode ser
compreendida como um fator de formação de valor da marca. Os estudos
desenvolvidos pelos institutos de pesquisa em parceria com veículos de
comunicação, por exemplo, se propõem a captar essas impressões/percep-
ções de marca. As organizações, mediante resultados positivos, visibilizam
publicamente com a intenção de fortalecer mais a marca num processo de
retroalimentação.
Traçando um paralelo entre as pesquisas em nível nacional (Tabela 1),
encontramos 27 atributos distintos, que igualmente (em alguns casos) com-
põem os fatores constituintes da identidade e da reputação organizacional:
desempenho financeiro, responsabilidade social, estratégia e gestão, res-
ponsabilidade e alinhamento com a equipe, qualidade dos produtos e servi-
ços, inovação, liderança e governança, investimento, risco e futuro da marca,
força e valor da marca, respeito pelo consumidor, influência das marcas nos
consumidores, confiança, admiração, responsabilidade ambiental, participa-
ção de mercado, apelo emocional, preço de venda, notoriedade, marketing/
comunicação, ética, comunicação com diversos grupos de interesse, com-
promisso com o país, competir globalmente e local de trabalho.
Gradativamente, as organizações percebem que valorizar os seus ativos
intangíveis15, formados por sua identidade, imagem e reputação de marca,
tornando-as forte e coerente, oferta vantagem competitiva sustentável, re-
duzindo riscos inerentes ao ambiente (KAPFERER, 2003).
15
Ativos intangíveis podem ser definidos como um conjunto estruturado de conhecimentos, práti-
cas e atitudes da empresa que, interagindo com seus ativos tangíveis, contribui para a formação do
valor das empresas (KAYO, 2002, p. 14).
136 Pesquisas Nacionais que Colocam as Marcas em Evidência
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TOP of Mind. Folha de São Paulo. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.
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VINCENT, Laurence. Marcas legendárias: o poder eterno das histórias das mar-
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WARTICK, S. L. Measuring Corporate Reputation – Definition and Data. Busi-
ness & Society, v. 41, n. 4, Dec. 2002.
Denise Pagnussatt 139
EXERCÍCIO:
Relacione identidade, imagem e reputação de marca.
Qual a relevância dos resultados de pesquisas realizadas por Institutos
de Pesquisa em parceria com veículos de comunicação para as organiza-
ções na atualidade?
Quais são os atributos identificados como fundamentais para a diferen-
ciação da marca no contexto competitivo atual?
Qual a participação das relações públicas na gestão da identidade, ima-
gem e reputação?
Série Relações Públicas
Relações Públicas: quem sabe faz e explica
Volume 1
Souvenir Maria Graczyk Dornelles (Org.)