Terras Indígenas
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Terras Indígenas
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Terra Indígena (TI) é uma porção do território nacional, de propriedade da União, habitada por um
ou mais povos indígenas, por ele(s) utilizada para suas atividades produtivas, imprescindível à
preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e necessária à sua reprodução física
e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. Trata-se de um tipo específico de posse, de
natureza originária e coletiva, que não se confunde com o conceito civilista de propriedade privada.
O direito dos povos indígenas às suas terras de ocupação tradicional configura-se como um direito
originário e, consequentemente, o procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas se
reveste de natureza meramente declaratória. Portanto, a terra indígena não é criada por ato
constitutivo, e sim reconhecida a partir de requisitos técnicos e legais, nos termos da Constituição
Federal de 1988.
Atualmente existem 462 terras indígenas regularizada que representam cerca de 12,2% do território
nacional, localizadas em todos os biomas, com concentração na Amazônia Legal. Tal concentração é
resultado do processo de reconhecimento dessas terras indígenas, iniciadas pela Funai,
principalmente, durante a década de 1980, no âmbito da politica de integração nacional e
consolidação da fronteira econômica do Norte e Noroeste do Pais.
Nesse contexto, inaugurou-se um novo marco constitucional que impôs ao Estado o dever de
demarcar as terras indígenas, considerando os espaços necessários ao modo de vida tradicional,
culminando, na década de 1990, no reconhecimento de terras indígenas na Amazônia Legal, como as
terras indígenas Yanomami (AM/RR) e Raposa Serra do Sol (RR).
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Nas demais regiões do país, caracterizadas por avançado processo de colonização e exploração
econômica e cuja malha fundiária é mais intrincada, os povos indígenas conseguiram manter a posse
em áreas geralmente diminutas e esparsas, muitas das quais foram reconhecidas pelo Serviço de
Proteção aos Índios (SPI) entre 1910 e 1967, desconsiderando, contudo, os requisitos necessários
para reprodução física e cultural dos Povos Indígenas, como é o caso das áreas ocupadas pelos povos
indígenas no Mato Grosso do Sul, em especial os Guarani Kaiowá.
Essa realidade, verificada principalmente nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, além do estado do
Mato Grosso do Sul, expressa uma situação de confinamento territorial e de permanente restrição
dos modos de vida indígena, onde se constata a existência de um alto contingente populacional de
povos indígenas vivendo, em muitos casos, em áreas diminutas ou sem terras demarcadas.
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