Projeto Telescópio Cassegrain + Equatorial Motorizada

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TELESCÓPIO COM ÓTICA CASSEGRAIN

E
MONTAGEM EQUATORIAL MOTORIZADA.
(Nilo Perissinotto)

Nilo Perissinotto

1996
ÍNDICE DE FÍGURAS

FIGURA 1 – ESQUEMA ÓTICO CA SSEGRA IN ........................................................................................................ 4


FIGURA 2 - F LECHAS ..........................................................................................................................................10
FIGURA 3 - ESFERÔM ETRO .................................................................................................................................10
FIGURA 4 - COROA .............................................................................................................................................12
FIGURA 5 - P INHÃ O ............................................................................................................................................13
FIGURA 6 - CONJUNTO C OROA , P INHÃO, E NGRENA GENS E MOTOR................................................................14
FIGURA 7 - ENGRENA GEM DE D ENTES R ETOS ..................................................................................................15
FIGURA 8 - MOTOR DE P ASSO ............................................................................................................................16

Nilo Perissinotto

1996
SUMÁRIO

ÍNDICE DE FÍGURAS ........................................................................................................................................... 0

SUMÁRIO ................................................................................................................................................................. 2

CÁLCULO DE UM TELESCÓPIO CASSEGRAIN ( NILO PERISSINOTTO ) ........................................ 3

A UMENT O MÁXIMO E A UMENTO MÍNIMO .......................................................................................................... 3


CÁLCULO DE P = DISTÂNCIA ENTRE O ESPELHO SECUNDÁRIO E O PLANO FOCAL FP ......................................... 5
CÁLCULO DE L = SEPARAÇÃO ENT RE O PRIMÁRIO E O SECUNDÁRIO .................................................................. 5
CÁLCULO DE P’ = DISTÂNCIA ENTRE O ESPELHO SECUNDÁRIO E O PLANO FOCAL FR ........................................ 5
CÁLCULO DO GANHO G ..................................................................................................................................... 5

CÁLCULO DO FR = FOCO RES ULTANTE .............................................................................................................. 6


CÁLCULO DO FOCO SECUNDÁRIO (FS) ............................................................................................................... 6
CÁLCULO DO R AIO DE CURVATURA DO SECUNDÁRIO (R C) ................................................................................ 6

CÁLCULO TEÓRICO DO FURO DO ESPELHO PRIMÁRIO (D¹) PERMITINDO A PASSAGEM DE TODOS OS RAIOS

LUMINOSOS EXTERNOS: ................................................................................................................................... 7

CÁLCULO DA A BERT URA RELATIVA DO CASSEGRAIN (A R) ................................................................................. 7

CÁLCULO DO PODER SEPARADOR (PS )............................................................................................................... 8


CÁLCULO DO CAMPO ÓTICO PERFEITO ............................................................................................................ 8
CÁLCULO DO CAMPO FOTOGRÁFICO OPTICAM ENTE PERFEITO ...................................................................... 8
CÁLCULO DO PODER DE PENETRAÇÃO (TEÓRICO) .......................................................................................... 9
CÁLCULO DO CAMPO CONJUGA DO – TELESCÓPIO MAIS OCULAR .................................................................. 9
USO DO ESFERÔM ETRO NA M EDIÇÃO DA FLECHA DOS ESPELHOS ................................................................10
CONSIDERAÇÕES F INAIS ................................................................................................................................10
CÁLCULO DA PERCENTA GEM DE PA RABOLIZAÇÃ O DO DA LL-KIRKIA N ......................................................11
VA LOR DO D ( ESPELHO SECUNDÁRIO) EM FUNÇÃO DE: FP ; P; D .................................................................11
CONSIDERANDO DL1: .....................................................................................................................................11

CÁLCULO DAS ENGRENAGENS DE UM SISTEMA MOTOR PARA UM TELESCÓPIO COM


MONTAGEM EQUATORIAL. (NILO PERISSINOTTO). ...........................................................................12

CÁLCULO DA COROA ........................................................................................................................................12


PINHÃO ............................................................................................................................................................13
CÁLCULO DAS ENGRENAGENS INTERMEDIÁRIAS , MOTOR- PINHÃO, DE DENTES RETOS ......................................15

MOTOR DE PASSO ...........................................................................................................................................16

2
Cálculo de um Telescópio Cassegrain ( Nilo Perissinotto )

O telescópio na modalidade Cassegrain destina-se a obtenção de grandes aumentos,


portanto ideal para a observação de planetas – detalhes lunares – manchas ou
protuberâncias solares. Apesar das grandes distâncias focais resultantes o telescópio
resulta em tamanho físico pequeno e leve.

Com o uso adequado de oculares pode-se obter aumentos máximos permitidos e


aumentos mínimos que nos proporciona belas imagens de globulares, nebulosas e
aglomerados estelares. No foco ou por meio de duplicadores, pode-se obter belas
fotografias destes objetos.

Aumento Máximo e Aumento Mínimo

Segundo as deduções óticas o aumento mínimo e máximo de um refletor, podem ser


calculado pelas formulas:

Pr o"
A min = Pro” = poder resolutivo do olho humano = 75” (normal) e
Pr t"
120"
Prt” = poder resolutivo do telescópio em Seg = , sendo D
D
(Diâmetro do Espelho Primário em milimetros). Podendo, também
ser expressos por:

D ⋅ Pr o"
A min = (1)
120

O aumento máximo sem prejuízo da resolução pode ser calculado pela formula:

A max = 70 × ( )
D − 1 (onde D e dado em cm). (2)

Na condição de céu excepcional Amax pode ser ampliado.

3
Esquema Ótico do Cassegrain

Figura 1 – Esquema Ótico Cassegrain

Ao se propor calcular e projetar um telescópio Cassegrain, o amador deve escolher


alguns dados que irão determinar as características do instrumento. É evidente que
nem tudo pode ser escolhido previamente, pois as demais grandezas serão resultado
dos cálculos. Normalmente os dados de escolha são:

D = diâmetro do espelho primário.

d = diâmetro do espelho secundário (elemento de obstrução), de preferência


D
nunca maior de .
4
Fp = distância focal do primário (máximo 4D).
t = posição do plano do foco resultante, atras do primário (esta distância
deve permitir a instalação do focalizador e de um prisma de 45°.

dl1 = diâmetro médio do sol (ou lua) no foco primário;


dl2 = diâmetro médio do sol (ou lua) no foco resultante.

Estes dois últimos dados servirão para determinar o diâmetro de d1, passagem do
foco resultante a fim de permitir a coleta da luz plena destes astros.

Os valores de dl¹ e dl² serão obtidos por:

dl1 = Fp ⋅ 0,009 (3) e dl 2 = Fr ⋅ 0,009 (4)


O fator 0,009 equivale ao diâmetro angular médio do Sol ou Lua, em radianos.

4
Dedução do formulário geral para o cálculo do Cassegrain (Figura 1) em função dos
valores escolhidos.

Cálculo de P = distância entre o espelho secundário e o Plano Focal Fp

D − dl1 Fp Fp(d − dl1)


= ∴P = (5)
d − dl1 P D − dl1

Cálculo de L = separação entre o primário e o secundário

L = Fp − P (6)

Cálculo de P’ = distância entre o Espelho secundário e o plano focal Fr

P´= L + t (7)

Cálculo do Ganho G

O ganho G do Cassegrain é definido pelas relações:

Fr P`
G= ou G = (8)
Fp P

Como já deduzimos os valores p e p’, podemos calcular L de outra maneira:

L+t
∴ G (Fp − L ) = L + t

G= =
P Fp − L

(G ⋅ Fp ) − (G ⋅ L ) = L + t onde (G ⋅ Fp ) − t = (G ⋅ L ) + L = L(G + 1)

G ⋅ Fp
teremos que: L = (9)
G +1

Fr − t
ou L = (10)
G +1

5
Cálculo do Fr = foco resultante

Fp ⋅ P´
Fr = Fp ⋅ G (11) ou Fr = (12)
P
No caso de Fr ser um dado de escolha o valor de P’ pode ser calculado em função de
d’, porém o valor de t deve ser renunciado, pois será calculado em função de p’.

D − dl 2 Fr Fr (d − dl 2 )
= ∴ P´= (13)
d − dl 2 P´ D − dl 2

O valor de t = P´− L (14)

Valor este que nem sempre satisfaz as necessidades do projetista. Melhor eleger t um
dado de escolha.

Cálculo do foco secundário (Fs)

1 1 1
Da equação: = + 
− Fs P  P´ 

Teremos:

1 1 1 1 P´− P P ⋅ P´
= − ∴ = ∴ − Fs = (15)
− Fs P P´ − Fs P ⋅ P´ P´− P

sendo: Fs negativo

P’ negativo > ver Figura 1

P positivo

Cálculo do Raio de curvatura do secundário (Rc)

O Raio de curvatura do secundário calcula-se pela (15ª)

Rc = −2 Fs

6
Cálculo teórico do furo do espelho primário (d¹) permitindo a passagem de
todos os raios luminosos externos:

d − dl 2 d1 − dl 2 t ⋅ (d − dl1)
= ∴ d1 = + dl 2 (16)
P´ t P´

lembrar que o valor de dl 2 = 0,009 ⋅ Fr (4)

Com referência ao cálculo de fs podemos deduzir os valores de p e p, sabendo-se o


valor de um deles é de – Fs

1 1 1 1 1 1
= − onde − = −
Fs P P´ P´ Fs P

Fs ⋅ P
− P´= (17)
P − Fs

Consultando (Fig. 1) constatamos que p’ é negativo. Usando o mesmo critério


deduzimos o valor de p.

P´⋅Fs
P= (18) - Conforme Fig. 1 P é positivo
P´⋅Fs

Cálculo da Abertura relativa do Cassegrain (Ar)

Em geral calcula-se Ar sem considerar o furo central d¹

Fr
Ar = (19) Abertura relativa
D

O correto é considerar a obstrução causada por d1.

π ⋅ Deq ²
Área real refletiva do primário = π (R ² − r ² ) =
4

sendo:

Deq = diâmetro equivalente

R = raio do primário

r = raio do furo

4 ⋅ π (R ² − r ² )
Deq = ∴ Deq = 4 ⋅ (R ² − r ² )
π

7
Fr Fr
Abertura relativa real : = (20)
Deq 4(R ² − r ² )

Cálculo do poder separador (Ps)

Tendo o poder separador uma função de diâmetro do espelho (abertura) e do poder


separador do olho humano ( ≅ 75”), usa-se o formula abaixo, para um cumprimento de
onda ‫ = גּ‬5 x 10-4 .

120"
Ps = (21) (Andrenelli)
D

ou

140"
Ps = (22) (Argentieri)
D

Cálculo do campo ótico perfeito

6,5λ
Segundo Andrenelli Ω= (em radianos) (23)
R ⋅ A²

sendo ‫ = גּ‬5 ∙ 10-4 R = raio do primário em mm

D
A=
Fr

Ω = semi-ângulo do telescópio em radianos.

O valor aceitável de Ω pode ser 4 vezes maior.

Cálculo do Campo fotográfico opticamente perfeito

2,7 µ
Segundo Andrenelli Ω= (24)
R⋅ A

Onde µ = poder resolutivo do filme (0,030) ou 30 µ

8
Racionalizando a (24) temos

2,7 µ 2,7 µ 2,7 µ ⋅ Fr


Ω= = =
2R 2R² 2R²
R
Fr Fr

5,4 µ ⋅ Fr
2Ω = (em radianos) (25)
2R²
R = raio do primário em mm

Para transformar em minutos de arco:

5,4 ⋅ µ ⋅ Fr ⋅ 206265 9282 ⋅ Fr ⋅ µ


2Ω´= ∴ 2Ω´= (em minuto de arco) (26)
120 ⋅ R ² R²

Cálculo do poder de penetração (teórico)

m = 5 ⋅ log D + 2,614 (27), Sendo D em mm

Cálculo do Campo conjugado – telescópio mais ocular

β
2 ⋅ Tg ⋅
Tag ⋅ α = 2 campo do conjunto α (28)
G

Onde: α = campo do conjunto ótico

β = campo da ocular

G = ganho do conjunto

β G ⋅ Tgα
Da (27) tiramos: Tg = - Campo da ocular β (29)
2 2

Nem sempre o amador conhece o campo da ocular, mas podemos deduzi-lo em função
da medição de α .

α = ∆t ⋅ C (30)

Onde:

9
∆t = tempo em segundo para uma estrela atravessar o diâmetro da ocular no conjunto
ótico.(Telescópio fixo)

C = constante de tempo = 15,04”

Conhecido α determina-se β com = a (29)

Uso do esferômetro na medição da flecha dos espelhos

Pelo teorema de Pitágoras:

a² = R² − C ²

a = R ² − C ² mas h = R − 2 ,

Figura 2 - Flechas

substituindo “a” temos h = R − R ² − C ² (31)

Para aplicar a (31) devemos conhecer o valor da constante C = raio do copo de leitura
e também do raio de curvatura R do espelho / segundo a Fig. 2.

R ² = C ² + a ² , mas a = R − h

R ² = C ² + (R − h )²

R ² = C ² + R ² − (2 ⋅ R ⋅ h ) + h ² eliminando R² em ambas temos:

C ² − 2 ⋅ R ⋅ h + h² = 0 ∴ C = (2 Rh ) − h²
2 R × h = C ² + h² Figura 3 - Esferômetro

C ² + h ² (32) – formula que nos dar o raio de curvatura do espelho quando se


R= mede a flecha h com “a” constante do copo C.
2⋅h

Considerações Finais

No presente caso os elementos de escolha foram D – Fp – t e d, mas também


poderíamos escolher D – Fp – Fr – t – G, calculando os outros valores. Outras
variações de escolha podem ser usadas e as demais calculadas.

10
Existe a possibilidade de se introduzir um terceiro espelho plano entre o primário e o
secundário para obtermos o foco Condê (ou lateral). Neste caso uma vez determinado
a posição do espelho plano elíptico, podemos utilizar a formula (16) para calcular o
eixo menor da elipse e multiplicá-lo por 2 , obtendo-se a forma correta do plano-
eliptico.

O valor de t agora será a distância do centro do plano ao plano focal Fr.

Cálculo da percentagem de parabolização do Dall-Kirkian

1 − (P ² ⋅ Fp )
%=
2² ⋅ R

R = raio de curvatura do espelho secundário

a = (F − P )

Fp = Foco do primário

P = Distância do Fr ao espelho secundário.

Valor do d (espelho secundário) em função de: Fp; P; D

Considerando dl1:

D − dl1 Fp
= ∴ Fp(d − dl1) = (D − dl1)
d − dl1 p

P ⋅ (D − dl1)
d − dl1 =
Fp

P(D − dl1)
d= + dl1
Fp

Nilo Perissinotto 1996

11
Cálculo das engrenagens de um sistema motor para um
telescópio com montagem equatorial. (Nilo Perissinotto).

Cálculo da Coroa

Escolhemos:

1) corôa tipo A (Figura 4).

2)Modulo M = 0,75

3)Para que a corôa não ultrapasse os 150 mm Ø, optamos pôr N= 192 dentes.

192
Arrasto de dentes pôr hora, = 8 dentes/hora.
24

Formulário

Módulo =
P
ou Módulo =
φ  p
π N

Passo do dente P = Μ ⋅π

D  i = (Ν + 2 ) ⋅ Μ

Dp = Ν ⋅ Μ (Diâmetro primitivo)

Figura 4 - Coroa

D  e = D  i + (0,4775 ⋅ P ) (Maximo Ø externo)

A = 2,38 ⋅ P + 6 (Largura da corôa)

h = 2,334 ⋅ P (altura do dente)

φi = φe − 2h (diâmetro interno da freza)

φe = diâmetro externo da freza (medido)

12
R=
φi (raio de curvatura a ser gerado na corôa)
2

Os Valores numéricos obtidos para a corôa escolhida são:

Passo -> P = 2,256 mm

D  i = 145,5 mm

Dp = 144 mm

D  e = 146,62 mm

A = 11,61mm

h = 1,75 mm

φi = 28,5 mm
R = 14,25 mm

φe = 32 mm (valor medido da freza)

Nota: O pinhão que arrastará a corôa deve Ter o mesmo diâmetro externo da freza
que cortará os dentes da corôa, para que o arrasto se dê ao longo de todo o dente,
suavizando assim o movimento do telescópio.

Pinhão

Figura 5 - Pinhão

13
O passo da rosca do pinhão é igual ao passo da corôa, razão porque deve ser gerado
na mesma máquina que gera os dentes da corôa (Freza Ranânia).

O movimento do eixo horário será o mesmo do dia Solar (1 r.p.d.) de 24 horas. Se a


corôa deve dar 1 r.p.d. ou 1 rotação a cada 24 horas, o sem fim (pinhão) deve puxar
192
= 8 dentes da corôa pôr hora, que equivale a 8 r.p.h. do pinhão.
24

Escolhemos um motor que


da 12 r.p.h no eixo de
tração – motor síncrono
110v – 60 hz.

Figura 6 - Conjunto Coroa, Pinhão, Engrenagens e Motor

O pinhão dá 8 r.p.h. e o motor 12 r.p.h., portanto as engrenagens E1 e E2 devem


manter esta mesma relação:

8 2 E1 2
= , ou seja, a relação entre os números de dentes, = .
12 3 E2 3

Poderíamos usar, E1 = 20 dentes e E2 = 30 dentes, mas pôr razão de tamanho físico


40 E1
das engrenagens e facilidade de construção usaremos a relação = , mantendo
60 E 2
2
assim a relação .
3

14
Cálculo das engrenagens intermediárias, motor-pinhão, de dentes retos

Formulário: Engrenagens de dentes retos

Passo -> P = Μ ⋅π

Dp = Ν ⋅ Μ

De = (Ν + 2 ) ⋅ M

Di = Dp − (2Μ ⋅ 1,167 )

De − Di
h= (profundidade do dente)
2

Figura 7 - Engrenagem de Dentes Retos

Executando os cálculos resulta:

E1 E2

M = 0,5 (Escolhido) M = 0,5

N = 40 N = 60

De = 21 mm De = 31 mm

Di = 18,83 mm Di = 28,83

Dp = 20 mm Dp = 30 mm

h = 1,085 mm h = 1,085 mm

Posto o conjunto a funcionar a corôa dará uma volta a cada 24 horas.

O ajuste para o acompanhamento da Lua, planetas e estrelas será feito pôr meio de
um variador de freqüência.

15
Motor de Passo

Figura 8 - Motor de Passo

Nota: Trata-se de um motor especial com 3 fios, para reversão.

16

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