Apostila Administracao Publica e Politicas Publicas 2
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Para que a sociedade tenha participação no controle social é fundamental que exista
transparência nos atos governamentais. É inadmissível no Estado Democrático de
Direito que o governo fique enclausurado, hermético, sem dar satisfação de seus
atos.
É cada vez mais consensual no Brasil assim como em outros países, a preocupação
com o princípio da participação na Gestão Pública, assim como a sua eficiência e a
legitimidade visto que a Constituição Federal brasileira avançou apenas na
enunciação dos princípios da Democracia e do Estado de Direito e estabeleceu uma
significativa série de normas voltadas para o respaldo da adoção de institutos
participativos na Gestão Pública.
2. A CONSTITUIÇÃO DE 1988
Dessa forma, é válido ressaltar que na Carta Maior está presente o direito de
participação, assim como outros elementos importantes que abrem caminho para a
gestão pública democrática participativa no Brasil. É importante reforçar que a
Constituição de 1988, traz consigo fundamentos do Estado brasileiro caracterizados
como a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, a crença nos
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.
São identificadas várias passagens na Constituição Federal de 1988 referentes as
normas de institutos participativos na Administração Pública: no art.10 da
Constituição Federal, que determinou ser assegurada a participação dos
trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que os
interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Essa regra é completada pelo art. 194, inciso VII, que assegura o caráter
democrático e descentralizado de sua gestão administrativa, com a participação da
comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e aposentados.
O art. 198, inciso III, da Constituição Federal, determina que as políticas, ações e
serviços públicos de saúde devem ser organizados tendo como diretriz a
‘participação da comunidade’. O art. 204, inciso II, da Constituição Federal,
estabelece que os serviços públicos de assistência social devem ser organizados e
executados mediante participação da população, por meio de organizações
representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os
níveis. O art. 205, da Constituição Federal, estatui que a educação é atividade que
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
complementarmente, dispõe o art. 206, inciso VI, que o serviço público de ensino
contará com “gestão democrática”, na forma da lei.
[…]
All who work in administration, or study those who work, know that
administrators make policy (McCamy, 1960:1-2, grifos nossos).
Ao longo dos anos 1960 e 1970 ocorreu uma expansão dos cursos de pós-
graduação nos EUA, marcada pela constituição de programas independentes de
administração pública (Henry, 1995; Henry, 1975) e pelo declínio da participação dos
cursos ligados a departamentos de ciência política ou a escolas de negócios. Este
foi um período em que parte da comunidade de pesquisadores buscou reforçar a
identidade da área e, ao mesmo tempo, estreitar vínculos com novos campos de
estudo e formação que, então, se constituíam, especialmente o de public affairs, os
ligados à questão urbana (urban affairs, urban studies e urban planning) e o de
políticas públicas. A criação da National Association of Schools of Public Affairs and
Administration (Naspaa) em 1970, por iniciativa de entidade que reunia programas
de pós-graduação em administração pública, teve este propósito. Segundo Henry
(1995), reuniram-se na nova associação os programas de administração pública, os
de public affairs e os de política pública.
Assim como Henry nos anos 1970, Friederickson procura delimitar a identidade da
administração pública e diferenciá-la das disciplinas com as quais se vincula
fortemente, em especial da ciência política, buscando legitimá-la como disciplina
científica. Mas, o que interessa destacar aqui é o que este autor considera a
contribuição da disciplina neste momento de mudança: a capacidade de tratar das
novas configurações do Estado e de sua relação com a sociedade. A administração
pública, segundo ele, é “naturalmente” interjurisdicional e em rede. A disciplina que
tratou desta prática social (Ospina Bozzi, 1998) é apta para desenvolver teorias
capazes de explicar os novos fenômenos. E destaca como teorias desenvolvidas
para fazer frente aos novos desafios, teorias de cooperação, de rede e de
governança, assim como o institucionalismo (Frederickson, 1999).
Castro e Gomes (2007), citando outros autores, enfatizam que a nova administração
pública se originou da importação de várias técnicas de gestão para o setor público,
como também do nascimento de novos conjuntos de ideias e crenças importantes
na área administrativa de um país, uma administração contemporânea e
democrática deve estar focada, nas políticas públicas, na economia do setor público,
no processo de descentralização administrativa, nas estratégias de gestão das
despesas e resultados, nos gastos públicos.
6. ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
Dessa forma, o orçamento público pode ser visto como uma lei que formata, aprecia
legislativamente e executa ações no setor público ou, pode ser compreendido como
um apanhado de procedimentos que têm como referência o ciclo orçamentário que
se aloja em dois momentos fundamentais da Administração das políticas.
Alguns autores definem o orçamento público no Brasil como uma lei que exprime,
em termos financeiros, a alocação dos recursos públicos, na qual constam dados
que garantem o acompanhamento e a avaliação da gestão das instituições públicas,
representando as formas de arrecadação e os gastos de um governo.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste contexto, compreende-se que a Constituição por si só, não muda a vida das
pessoas e nem tem o poder de solucionar todos os problemas do país. O que ela
pode ofertar é a sustentação legal aos atos dos cidadãos e tem como dever
representar a vontade popular. Assim, o que pode transformar a realidade de crise é
a “participação dos cidadãos” exigindo que as aspirações do povo sejam atendidas.
O que se constata, por fim, é que o modelo de administração mais adequado para
sociedade brasileira é a gestão pública democrática participativa, pois ela procura
aproximar através da “participação popular” a sociedade e o Estado para, unidos,
enfrentarem as adversidades que vivemos na atualidade. Nem o Estado, nem a
Constituição conseguiriam resolver questões tão complexas se agissem
separadamente. As políticas públicas exercem importante papel na construção desta
gestão participativa, pois buscam ir mais além conquistando também a
sustentabilidade social.
ANOTAÇÕES
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QUESTÕES