TR 1 - Mozart

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Tomás Longo

Biografia
x.
de Mozart CRCB – 3º HCA

Wolfgang Theophilus (Amadeus) Mozart nasceu a 27 de Janeiro de 1756, filho de Anna Maria e de Leopold, um
violinista e compositor da corte. Vai ser o seu pai o responsável pela sua educação musical, assim como pela da sua
irmã Marianne. Deste modo, Mozart começou a compor aos 5 anos, pequenos minuetos para cravo, ainda pela mão
Até 17 anos

do seu pai, e em 1763 data-se a sua primeira obra escrita, também um minueto. Na área de intérprete e
instrumentista, realiza uma tournée (1762), onde percorre cidades Europeias como Áustria, Alemanha, Bélgica,
França, Inglaterra e Holanda. Aos 12 anos (1768), torna-se vice mestre de capela e inicia a escrita das suas primeiras
obras líricas: “La Finta Semplice” (ópera buffa) e “Bastien und Bastienne” (singspeal alemão). Entre 1769 e 1773
realiza viagens a Itália, com o fim de adquirir mais conhecimentos sobre a harmonia, o contraponto e fuga, ao
estudar com o Padre Martini, adquirindo uma arte sólida, expressa na sua 1ª ópera séria, “Mitridate re di Ponto”,
que escreve aos 17 anos
17 a 21 anos

Em 1771, Mozart, ao regressar a Salzburg, depara-se com a morte do arcebispo, o que lhe vai causar algum
transtorno, visto que quem sucede é Colloredo, um tirano exigente que não apoia as suas viagens. Assim, durante
este tempo, só é permitida uma viagem a Mozart, em 1775, e por isto, ele dedica-se especialmente à música sacra,
compondo também uma segunda ópera buffa “La Finta Giardiniera” e uma nova ópera “Il Re Pastore” (1775).
Durante o mandato do Colloredo, Mozart sente-se dependente das suas ordens e em 1777 apresenta a sua
21 a 28 anos

demissão e vai para Paris com a sua mãe. No entanto, em 1779, com a morte da mesma, ele regressa sendo, deste
modo, reintegrado como organista da Corte. A 8 de Junho de 1781, Mozart apresenta definitivamente a sua
demissão, ficando assim livre mas sem trabalho, o que o leva a viajar para Viena, onde acaba por se casar com
Constance. É nesta altura que trava a amizade com Joseph Haydn e que apresenta o “Rapto do Serralho” (1782).

Música Religiosa
.20 Missas: Breve – duração é delimitada pelo desenvolvimento do ofício e que procuram a inteligibilidade do
texto/ Solenes – utilizando soli, coro e orquestra, que influenciam o espírito sinfónico.
. Kyrie, Ofertórios, Vésperas, Litanias, Oratórias, Cantatas, Sonatas de Igreja – época Salzburg
.Discrimina a música litúrgica própria para os ofícios, onde é obrigado a respeitar normas precisas, e as peças de
oração pessoal.
Características: citações do canto chão, alternâncias definidas, contraponto – Padre Martini
Repertório: “A falta do Primeiro Mandamento” (singspeal); Grabmusik para a Paixão; uma oratória Italiana; “La
Betula Liberata” (1771); “Litanie Lauterane” (1773); “Litanie de Venerabile Altari” (1776); 2 Missas em Dó maior, a
primeira, uma missa breve, chamada “Missa da Coroação”; Missa em Dó menor célebre pelo ” Et Incarnatus”; 17
sonatas de igreja.
.”Requiem” e “Ave Verum” (4 vozes com quarteto de cordas) – 1791
32 a 35 anos 28 a 32 anos

Em Dezembro de 1788 é admitido na Franco Maçonaria, onde a filosofia e as relações humanas acabam por
influenciar a sua obra e a sua carreira. Mozart arrasta também consigo o seu pai e o seu amigo Haydn que se iniciam
nesta “irmandade”. Deste modo, a sua carreira parece estar segura.
No entanto, a partir de 1788 surgem dificuldades financeiras e Mozart realiza a sua última tournée à Alemanha,
onde acaba por ter contacto com as obras de Bach, que o deixam estupefacto. Com a última tournée vieram
também as últimas sinfonias, quintetos e obras como “Cosi fan Tutte” e a “Clemência de Tito” (ópera séria), entre
outras. Trabalhando freneticamente, Mozart acaba por falecer a 5 de Dezembro de 1791, deixando ainda obras por
terminar.
Música Maçónica
Antes 1785

.1767: utilizou texto maçónico “Na die Freude”, para de dedicar uma música ao seu médico
.1768: “Bastien und Bastienne”
.1773: escreve um drama maçónico “Thamos, Rei do Egipto”
Características: equilíbrio entre a ideologia e a espiritualidade, onde o sentimento religioso se mostra permanente,
e o sonho da bondade humana e da fraternidade se exprimem em harmonia com a atitude moral do cristão.
Repertório: “Die Maurerfreude” – cântico de viagem dos companheiros/ cantata para tenor, coro de homens e
orquestra; “Maurerishe Trauermusik” – Ode fúnebre; “Bodas de Fígaro” (1786); “Don Giovanni” (1787).
“Flauta Mágica”: narração, sob a forma simbólica, de uma iniciação maçónica, com lendas esotéricas.
O simbolismo é uma importante parte da obra e encontra-se na utilização do nº 3, do nº 5, do ritmo de “baterias”
Depois 1785

rituais e do simbolismo das tonalidades (Do M, Mib M – tons místicos e Sol M – tom profano). Nos cânticos, são
inseridos os ritmos de marcha, os instrumentos de sopros, que são utilizados como “colunas de harmonia” e o
tema tratado mais frequentemente é o da “ordem nasce do caos”.
. Opor uma música graciosa e dissonante, ao seu contrário, claro e simétrico.
Ex: “Quarteto das Dissonâncias” (1785) e a Abertura da “Flauta Mágica”, onde se opõe a ignorância do profano à
iluminação do conhecimento maçónico.

Teatro Lírico
.Obras da Juventude: escreveu a primeira obra dramática aos 11 anos, “Apolla et Hyacinthus”, uma ópera escolar,
representada em Salzburg em Maio de 1767. De seguida, reúne 3 pequenas óperas de diferentes características: “La finta
Semplice” – ópera buffa; “Bastien und Bastienne” – singspeal; “Mitritate Re di Ponto” – ópera séria (1770). A estas, vai
juntar depois, a “Ascanio in Alba”, “Il sogno di Scipione”, “Lucio Silla”, “La Finta Giardiniera” (1775), “Il Re Pastore” (1775)
e “Le serail” (1779.)
. Obras de Transição: Em 1778, com a sua estadia em Paris, Mozart ganha a convicção de que o libreto é tão importante
quanto a música. Durante este período, as obras “Idomeno, Re di Creta ” e o “Rapto de Serralho” são as que mais o
marcam, uma vez que a primeira se trata da sua última ópera séria Italiana que marca o final da síntese entre a ópera
Italiana e a francesa, e a segunda marca o advento da maturidade da ópera nacional Alemã. Os elementos
caracterizadores do “Rapto do Serralho” são o tema do “turco”, onde se evidência o exotismo da partitura, o uso de
instrumentos como o flautim, o bombo, o címbalo e o triângulo, as ideias filosóficas, as intrigas paralelas e o reflexo da
vivacidade da alegria juvenil. Outras obras menores são: “L´Oca del Cairo”, “Il Sposo Deluso” e “Der Schauspieldirektor”.
.Obras da Maturidade: Este período estreia-se com a trilogia Italiana, composta pelas obras: “Le Nozze di Figaro”, “Il
Dissoluto Punito” (D. Giovanni) e “Cosi Fan Tutte”. Nas duas primeiras, não é possível a associação a nenhuma das
classificações da ópera da altura, uma vez que Mozart decide dar igual interesse ao recitativo e à ária, utilizando-os na
ação de forma distinta. Por exemplo, o recitativo secco é utilizado na tensão dramática da obra, enquanto que as partes
líricas e os conjuntos vocais são deixados para as cenas estáticas. Deste modo, o compositor transporta a ação da obra
para a música. Dentro da trilogia, a ópera que vai ter maior sucesso é D. Giovanni, um drama giocoso em que os estados
líricos são inexistentes na partitura, dando lugar aos estados dramáticos ou cómicos. Nesta peça, são os papéis femininos
os responsáveis por “humanizar” a obra. Outras obras presentes também neste período são as “Bodas de Fígaro” (1786) e
“La Clemenza de Tito” (ópera séria - 1791), esta última em que Mozart revelou falta de interesse, por ser de um género
muito convencional. Por fim, temos a “Flauta Mágica”, onde o libreto é o resultado de equipa de Mozart e Schikaneder.

Música Vocal Profana


O repertório mais usual deste género são as árias e os solos com orquestra, na maior parte Italianos e alguns Alemães,
retirados de singspiel e da ópera comique. Por outro lado, temos os Lieder: peças para voz solo e piano, com texto
Alemão e peças sobre texto Italianos e Franceses, que se devem classificar no âmbito das árias, arietas ou canzonetas.
Os conjuntos vocais com acompanhamento orquestral são quase todos trios, sobre textos Italianos, dos quais se
distinguem os 6 Nocturnos para 2 sopranos e baixo (1786) e 30 cânones a 4 vozes.
1º obra: sonatas com acompanhamento de violino
O teclado  Os movimentos não ultrapassam mais de 12 compassos

Estrutura: ternária; allegro inicial com 2 temas com exposição repetida,


Sonatas e desenvolvimento, reexposição e coda: o movimento central é lento e
Fantasias (21) com forma variável seja tema variado ou menuet de tempo ternário vivo;
o final é rápido, frequentemente em rondó, virtuoso e vivo

 Sonata k 279 e 284: estilo Francês


 6 Sonatas de Mannheim (1777): sentimento expressivo forte/ (Andante da sonata em Dó)
 5 Sonatas de Paris (1778): refina a técnica pianística, é marcada pela diversidade
- Sonata lá menor: rondó final “alla turca”/ forma tema e variações do 1º andamento
 Sonata Sib (k 33): Bach
 Sonata Fá (k332): Beethoven
 1785: Fantasia (k475) e Sonata em Dó menor (k 457)
 Breve Sonata em Fá (k 547, 1788): regresso à estrutura binária Italiana
 Sonatas a 4 mãos: Sib (1772), Ré (1774) e Fá (1786)
Peças
 Sonata para 2 pianos em Ré (1781)
diversas

 1765 – 1791: 15 séries de variações, que utilizavam temas de chansons e árias francesas
- Característica: respeita o tema e ordena as secções segundo os esquemas tradicionais
 Fuga em Dó menor (1783) para dois pianos, com boa estrutura e força emocional.
 Fantasias; Movimentos isolados de sonatas, e menuetos
Concertos
(28) 1º obras: Concertos parcialmente apócrifos de 1767

Estrutura: ternária, com o movimento lento entre os dois vivos; o final é frequente aparecer em
rondó, mas de tempo variável, quer seja minueto, presto entrecortado por um minueto cantabile,
ou allegreto. A instrumentação estabelece-se por 2 oboés, e 2 trompas, quarteto de cordas e, por
vezes trompetes e timbales.

 Concerto Dó M (k 415/ 1782)


 Concerto inaugural em Ré (k 175/ 1773): unidade nas semelhanças temáticas
 Concerto Jeunehomme (1777): claridade da sua arquitetura e andamento alegre
 Concerto Mib (k 499/ 1784)
 Concerto Ré menor (k 466/ 1785)
 Concerto Dó (k 467/ 1785): interessante conjunção da densidade orquestral com o piano
 Concerto da Coroação (1789)
 Concerto Sib (k 595/1791): último concerto, onde a virtuosidade passa para segundo plano

Música de Câmara
Piano e sopros:
 Trio Kegelstatt (k 498/ 1786): clarinete, alto e piano
Piano e cordas:  Quinteto em Mib (k 452, 1784): piano, oboé,
 Violino, violoncelo e piano: fagote, trompa e clarinete
- Divertimento a 3 de 1776
-1786: trio em Sol e em Sib (k 496 e k 502)
Os sopros passam de acompanhantes a insubstituíveis e o
-1788: trio em Mi, em Dó e em Sol (k 542, k 548, k 564)
violoncelo deixa o seu papel secundário de baixo,
 Violino, alto, violoncelo e piano:
conduzindo também a linha melódica.
- Quarteto em sol (k 478): 1785
-Quarteto em Mib (k 493): 1786
Música de Câmara para Cordas  Quartetos:
 Quintetos: -6 Quartetos milaneses
 Duos: -1773: k 174 – 2 altos -1773: 6 quartetos vianenses
- 2 Duos para violino e alto, que dá -Dó e Sol m (1787) - 6 Quartetos do op. 10
uma solidez harmónica à composição -Ré – k 593 e Mi b- k 614: 1790 - 91 - O Quarteto das Dissonâncias
- Quarteto em Lá M (k 464)
- 3 Quartetos Prussianos
 Trios:
E Sopros -1777: sonata para 2 violinos e baixo (k 266)
-1778: Trio Mi b (k 563), violino, alto, violoncelo

 Quintetos:
 Quartetos: -Trompa: concerto em miniatura
- Flauta: em Ré – k 285 e Lá – k 298/ caracter alegre e ligeiro -Clarinete: associa o instrumento
-Oboé: episódios brilhantes com final em rondó ao quarteto de cordas

 40 Sonatas: as 18 primeiras ligam-se ainda à forma bipartida; as mais tardias são


Música de Violino do tipo “moderno”, com introdução e 4 andamentos.
 7 Concertos: disposição mannheimista para acompanhamento orquestral e
instrumentista. Dentro destes 7, 2 são intitulados de “concertos Salzburgueses.”

 Concertos para outros instrumentos: 2 para fagote; 1 para oboé; 2 para flauta; 4 para trompa; 1 para clarinete

Obras de Divertimento  Sérénade e notturni: empregam cordas


-Serenade Haffer e Notturna em Ré: utiliza guitarras
 Cassations e divertimenti: empregam sopros -“Eine Kleine Nachtmusik”: quinteto de cordas
 Danças Alemãs, Contradanças e menuetes para orquestra

Sinfonia
 Orquestra: inicialmente, as sinfonias têm uma instrumentação limitada às cordas, completadas com 2 oboés e 2
trompas, sendo o oboé substituído pela flauta no andante. Mais tarde, a orquestra enriquece-se com uma flauta, 2
fagotes, e depois introduz-se 2 trompetes e timbales. O clarinete só entra na orquestração nas produções
parisienses de 1778.
 Repertório: As 3 primeiras sinfonias são produzidas em 1764, quando Mozart tem apenas 8 anos. No período
Italianizante, até cerca de 1773, podemos encontrar a Sinfonia em Dó (k 162), de forma ternária, onde o seu
andante é feito de refrões populares ao gosto vianense. De seguida, um novo período se segue com o movimento
que floresce da literatura Alemã. Aqui, está presente a combinação entre o espirito Italiano e a nova tendência da
arte Alemã, que podemos observar nas sinfonias “Pequena Sinfónia” (1773, Sol m), a primeira escrita numa
tonalidade menor e na Sinfonia em La (k 201/1774), onde Mozart opta pelo estilo Galante do Haydn. Em 1778, com
a sua viagem a Paria decide começar a escrever para uma grande orquestra, que se vai refletir na obra: Sinfonia em
Ré “Parisiense” (k 297). Com a sinfonia em Sib (k 319/ 1779), mostra o abandono pelo estilo parisiense e compões a
sinfonia em Dó M (k 338/ 1780), onde utiliza a grande orquestra e tanto o sentimento de entusiasmo como o de
melancolia. Entre 1781 e 1791, compõe, simplesmente, 5 sinfonias: “linz”; “Praga”, Mi b (k 453), sol m (k 550) e a
“Júpiter”. É na Sinfonia Linz que o Allegro inicial é precedido de uma introdução adagio e onde utiliza, pela primeira
vez, as trompas e os timbales e é na sinfonia k 504 que se faz uso, novamente do estilo polifónico. A sua última
sinfonia denomina-se por “Júpiter”, devido à sua autoridade e perfeição olímpica.

Sinfonia Concertante: de origem Francesa, entre o concerto e a sinfonia. Bibliografia:


Repertório: Concertone em Dó, para 2 violinos soli e orquestra; Sinfonia Ulrichs Micheles, Atlas da Música
concertante para oboé, clarinete, trompa e fagote solistas; Concerto para Flauta Apontamentos Caderno
e Harpa; Em 1779, compões a Sinfonia concertante em Mib para violino e Alto. wikipedia

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