UFRJ - Classif Do RN
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UNIDADE NEONATAL
Rotinas Assistenciais da Maternidade Escola
da Universidade Federal do Rio de Janeiro
HISTÓRIA PERINATAL: constitui-se de informações sobre o pré-natal, a saúde materna, o tipo de parto e as
condições de nascimento.
RECÉM-NASCIDO
IG ao nascer Classificação
< 28 semanas Prematuridade extrema
28 – 30 semanas Prematuridade grave
31 – 33 semanas Prematuridade moderada
34 - 36 semanas Prematuridade tardia
PN Classificação
< 1000g RN de extremo baixo peso (RNEBP)
1000 – 1499 RN de muito baixo peso (RNMBP)
1500 – 2499g RN de baixo peso (RNBP)
≥ 4000g RN com macrossomia
Fonte: adaptado de SBP, 2009
Classificação segundo PN e IG
A classificação do peso ao nascer segundo a idade gestacional pode ser realizada considerando-se a curva
de referência americana proposta por Alexander et al. (1996), assim como a população de referência nacional
proposta por Pedreira et al. (2011) e a curva internacional de padrão de crescimento, recentemente publicada,
proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A seguir, são apresentadas características destas curvas.
Curva de crescimento intrauterino com o peso de todos os nascidos vivos nos EUA do ano de 1991, com dados
de mais de 3 milhões de RN com idades gestacionais de 20 a 44 semanas, baseada no critério de percentis.
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Estudo populacional de 7.993.166 nascimentos de gestação única, em todos os estados brasileiros, no
período de 2003 – 2005. Construção de curvas e tabelas gênero-específicas de 22 a 43 semanas, baseadas no
critério de percentis.
Estudo populacional multicêntrico realizado em oito países (inclusive em Pelotas - Brasil), com dados de peso,
comprimento e perímetro cefálico de 20.486 recém-nascidos, no período de 2009 – 2013. Construção de
curvas e tabelas gênero-específicas de 33 a 42 semanas, baseada no critério de percentis.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Objetivos:
Avaliar as relações entre crescimento fetal intra-uterino, estado nutricional e morbimortalidade perinatal,
predizendo a evolução pós-natal.
Avaliar o crescimento pós-natal;
Avaliar a terapia nutricional implementada.
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS:
Peso - padrão ouro: sua alteração indica distúrbios perinatais agudos e crônicos. (Delgado et al, 2010; MS,
2011)
Comprimento: é o melhor indicador de crescimento linear, reflete a massa corpórea magra e é determinado pelo
potencial genético (Brock; Falcão, 2008).
Perímetro cefálico (PC): apresenta relação direta com o tamanho do encéfalo, seu aumento proporcional indica
crescimento adequado e melhor prognóstico neurológico (Brock; Falcão, 2008).
Relação entre PB e PC: ao nascimento representa a nutrição fetal, portanto tem relação com a morbidade
perinatal. Na avaliação seriada fornece informações sobre a proporcionalidade do crescimento, e é utilizada
como indicador do estado nutricional protéico-calórico neonatal. (Delgado et al,2010; Brock; Falcão, 2008)
Índice ponderal (IP) de Rohrer: caracteriza o tipo de crescimento intra-uterino por relação entre PN e CN.
IP = PN (g) x 100
CN3 (cm)
IP Interpretação
< 2,2 Crescimento intrauterino retardado
Entre 2,2 e 3,0 Crescimento intrauterino normal
> 3,0 Crescimento intrauterino excessivo
O acompanhamento do crescimento linear de RN prematuros até 40 semanas de idade corrigida poderá ser
realizado utilizando-se a curva de crescimento proposta por Fenton, 2003.
Avaliação indicada para recém-nascidos a termo (RNT) e recém-nascidos prematuros que atingiram o termo
(RNPT), utilizando a idade corrigida.
Índices antropométricos para lactentes: P/I; Comp/I; P/Comp; IMC/I.
População de referência: OMS, 2007.
Nutrição enteral trófica (NET) ou mínima: oferta mínima de nutrientes (10 a 20 mL/kg/dia) nos primeiros dias
de vida, contribuindo para manutenção e integridade da barreira intestinal. Priorizar o leite humano ordenhado
(LHO). Considera-se NET precoce quando iniciada antes de 48h de vida e tardia após 72h de vida (Lopes,
2013).
Proposta de NET para RNPT, segundo PN, porém será sempre individualizada:
NECESSIDADES NUTRICIONAIS
Necessidades hídricas
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Necessidades de energia - RNPT
Aspen, 2002
Idade Taxa calórica
0 – 1 ano 90 – 120 kcal/kg/peso
1 – 7 ano 75 - 90 kcal/kg/peso
Fator Estresse:
Estresse metabólico Fator Estresse
Leve 1,1
Moderado 1,2
Grave 1,3
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Necessidades de energia – RNT com nutrição por via oral: peso (kg) x FAO, 2004 x 1,15 - 1,30
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Necessidades de lipídio – RNT
Comitê Lipídio
FAO, 2010 0 – 6 meses: 40 a 60% VET
6 – 24 meses: 35% VET
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Dietary reference intake (DRI) para Minerais (IOM, 1997 e 2001)
SUPLEMENTAÇÃO
Fonte: SBP
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Protovit® - Bayer® (Frasco contendo 20ml): polivitamínico contendo vitaminas do complexo B, vitaminas
lipossolúveis e vitamina C.
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o Avaliar diariamente a terapia nutricional. Utilizar como parâmetro a taxa de progressão de 20ml/ kg/dia,
analisando cada caso individualmente, para sugerir condutas.
o Verificar se foi iniciado a sucção não-nutritiva. Se o RN já está sendo acompanhado pela
Fonoaudiologia.
o Colher a história da amamentação. Acompanhar quando foi iniciada a ordenha de LH no BLH, assim
como, a amamentação ao seio.
Promover e apoiar o aleitamento materno em parceria com o Banco de Leite Humano.
Acompanhar e orientar a alimentação da nutriz, inclusive quanto a realização de refeições na instituição.
Aprazar as prescrições das dietas do dia e evoluir em prontuário.
Realizar orientação nutricional de alta hospitalar e encaminhar ao ambulatório de nutrição no Follow up.
Participar de round multidisciplinar e contribuir com a equipe no processo de cuidado.
LEITURA SUGERIDA
- A.S.P.E.N. Board of Directors. A.S.P.E.N. Clinical Guidelines: Nutrition Support of the Critically Ill Child.
Journal of Parenteral and Enteral Nutrition. v. 33, n. 3, p. 260-276, maio/junho. 2009.
- ALEXANDER,G. et al. A United States national reference for fetal growth. Obst Gynecol, v.87, p. 163-168, 1996.
- BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde.
Cuidados com o recém-nascido pré-termo. Brasília: Ministério da Saúde, v 4, 2011.
- BROCK, R.; FALCÃO, M. Avaliação nutricional do recém-nascido: limitações dos métodos atuais e novas
perspectivas. Rev Paul Pediatr, v.26, p. 70-76, 2008.
- ESPGHAN. Committee on Nutrition. Enteral nutrient supply for preterm infants: commentary from the European
Society of Paediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition. Committee on Nutrition. Journal of Pediatric
Gastroenterology and Nutrition, v. 50, issue 1, p. 85-91, Jan. 2010.
- FENTON, T. A new growth chart for preterm babies: Babson and Benda's chart update with recent data and a
new format. BMC Pediatrics, v. 3, p. 13, 2003.
- HOLLIDAY, S. The maintenance need for water in parenteral fluid therapy. Pediatrics, v.19, p. 823-832, 1957.
- PEDREIRA, C. et al. Birth weight patterns by gestacional age in Brazil. Annals of the Brazilian Academy of
Sciences, v. 83, n. 2, p. 619-625, Jun. 2011.
- RUGOLO, L. Manual de Neonatologia. Sociedade de Pediatria de SP. 2ª. Edição. Revinter, 2000.
- WHO, World Health Organization. Guideline: vitamin A supplementation in infants and children 6 – 59 months
of age. 2011.
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