Monografia 21 - 04 - 2015
Monografia 21 - 04 - 2015
Monografia 21 - 04 - 2015
Universidade Pedaggica
Maputo
2015
7
Universidade Pedaggica
Maputo
2015
ii
ndice
Lista de Siglas e Abreviaturas ..................................................................................................... iv
Declarao ...................................................................................................................................... v
Dedicatria .................................................................................................................................... vi
Agradecimentos ........................................................................................................................... vii
Resumo ........................................................................................................................................ viii
0. Introduo .................................................................................................................................. 9
0.1. Justificativa ....................................................................................................................... 9
0.2. Problema ......................................................................................................................... 10
0.3. Objectivos ....................................................................................................................... 11
0.3.1. Objectivo Geral........................................................................................................ 11
0.3.2. Objectivos especficos ............................................................................................. 11
0.4. Mtodos e Tcnicas ........................................................................................................ 11
Captulo I: Breve historial da Cartografia & Aspectos tericos sobre mapas mentais ........ 15
1.1. Mapa mental como forma de fazer uma cartografia subversiva ..................................... 17
1.2. Importncia do mapa mental no ensino de contedos geogrficos..................................... 20
Captulo II- O mapa mental como recurso de ensino e aprendizagem de contedos
geogrficos .................................................................................................................................... 21
2.1. Recurso de ensino aprendizagem ..................................................................................... 21
2.2. Importncia dos recursos de ensino e aprendizagem .......................................................... 21
2.3. Critrios a serem observados na escolha do mapa Mental como recurso de ensino de
contedos geogrficos ................................................................................................................ 22
Capitulo III: Caracterizao da escola Primria completa 1 de Junho e Resultados da
pesquisa ........................................................................................................................................ 24
3.1. Caracterizao da Escola Primria Completa 1 de Junho ................................................... 25
3.2. Efectivos escolares relativos ao ano lectivo 2015............................................................... 27
3.3. Resultados da pesquisa ....................................................................................................... 27
3.3.1. Anlise dos dados obtidos dos inquritos aplicados aos professores ........................... 28
3.4. Observao das aulas e construo dos Mapas Mentais ..................................................... 30
3.4.1. Anlise dos mapas mentais .......................................................................................... 31
4. Concluses e recomendaes .................................................................................................. 42
4.1. Concluses .......................................................................................................................... 42
4.2. Recomendaes .................................................................................................................. 43
5. Bibliografia ............................................................................................................................... 45
Apndices...................................................................................................................................... 47
iii
ndice de mapas
ndice de Tabelas
ndice de Figuras
ndice de apndice
CN Curso Nocturno
fig. Figura
UP Universidade Pedaggica
v
Declarao
Declaro que esta monografia resultado da minha investigao pessoal, e das orientaes dos
meus supervisores. O seu contedo original, e todas as fontes consultadas esto devidamente
mencionadas no texto, e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho no foi apresentado em nenhuma outra instituio para obteno
de qualquer grau acadmico.
Assinatura do candidato
_____________________________________________
Dedicatria
O presente trabalho dedicado:
toda minha famlia, em especial aos meus pais, Mrio Guilaze Julai e Ermelinda Jlio Langa;
Agradecimentos
Agradeo a todos que directa ou indirectamente contriburam para a efectivao do presente
trabalho.
Agradeo aos meus supervisores: Profa.Doutora Suzete Loureno Buque e o Prof. Doutor Denis
Richter pelas suas competentes orientaes e que pacientemente me ajudaram a materializar o
presente trabalho.
Agradeo a toda minha famlia, em especial aos meus pais: Mrio Guilaze Julai e Ermelinda Jlio
Langa, pela fora e dedicao que tiveram comigo durante toda a formao.
A minha namorada Jlia Fernando Bata, vai o meu muito obrigado pela fora, dedicao durante
toda minha formao.
Aos meus colegas da UP: David Nuvunga, Arsnio Milhares, Arsnio Matsimbe e Vasco
Muchanga, vai um forte abrao e um grande obrigado por tudo que me proporcionaram durante a
formao.
E por fim vai o meu muito obrigado aos alunos, professores e toda direco da Escola Primria
Completa 1 de Junho, pela disposio em contribuir para a pesquisa.
viii
Resumo
A presente monografia, insere-se no mbito de concluso do curso de Licenciatura em
ensino de Geografia, com Habilitaes em Ensino de Turismo, pela Universidade Pedaggica e,
tem como tema Uso do mapa mental no ensino de contedos geogrficos na 4 classe: Estudo de
caso da escola Primria Completa 1 de Junho, tendo como principal objectivo analisar a
contribuio do Mapa Mental para o ensino de contedos geogrficos da 4 classe, na EPC 1 de
Junho. Portanto, para alcanar os objectivos propostos, trabalhamos com os seguintes mtodos e
tcnicas: Consultas bibliogrficas, Mtodo Cartogrfico, Mtodo descritivo, Mtodo estatstico,
Trabalho de Campo, Observao, Entrevista, Questionrio e, Mtodos de Anlise e Sntese.
Depois de trabalhar em torno do presente trabalho, pudemos inferir que O uso dos mapas mentais
nas actividades escolares possibilita avaliar o nvel da conscincia espacial dos alunos, ou seja,
entender como os alunos compreendem o lugar em que vivem, e abre possibilidades para que o
professor de Geografia observe e reconhea como os alunos relacionam os elementos do
quotidiano com os contedos cientficos a partir de diferentes escalas geogrficas, e identifique
suas leituras e interpretaes do espao, portanto, com este trabalho de monografia cientfica
recomendamos aos professores de quarta classe da escola Primria Completa 1 de Junho, a
tomarem em considerao o valor da construo, leitura, e anlise dos mapas mentais.
0. Introduo
A geografia uma cincia que tem na cartografia a base da materializao do espao
geogrfico, entretanto, dentre as diversas formas de fazer representaes cartogrficas, temos os
mapas mentais. Que podem ser entendidos como produto das experincias do indivduo em
contacto com o meio, entendendo a importncia do protagonismo do educando, bem como o
papel de articulao entre os contedos ministrados e o quotidiano dos alunos.
O uso do mapa mental no ensino bsico, ajuda o aluno a ter o quotidiano na sala de aulas,
possibilitando que haja uma conciliao entre a abstraco e o dia-a-dia do aluno, tornando deste
modo o ensino mais agradvel, pois, permite compreender o espao vivido do aluno atravs da
leitura e entendimento das representaes do seu entorno.
O presente trabalho tem como objectivo, Analisar a contribuio do Mapa Mental para o
ensino de contedos geogrficos da 4a classe na EPC 1 de Junho, com o intuito de tornar o PEA
marcado por aprendizagens relacionadas ao quotidiano e, ao meio em que esto inseridos os
professores e os alunos e, explicar a importncia de se trabalhar com os Mapas Mentais no ensino
de cincias sociais que se constituem em um instrumento metodolgico que ao valorizar as
percepes e representaes dos alunos fomenta a construo de uma aprendizagem expressiva1,
atravs da incluso das vivncias do aluno no processo do ensino e aprendizagem.
0.1. Justificativa
1
Aprendizagem expressiva uma aprendizagem eloquente ou clara, baseada em exemplos concretos da
realidade prxima do aluno. SIMIELLI (1999).
10
0.2. Problema
Para a aprendizagem efectiva do mapa necessrio saber ler e fazer mapas, entretanto, os
alunos moambicanos no geral, so ensinados a desenvolver uma parte em detrimento da outra,
isto , eles so ensinados a ler e interpretar mapas, mas no so alfabetizados cartograficamente,
o que torna difcil o ensino de contedos geogrficos com recurso a mapas.
2
Ensino significativo um ensino baseado em dois sujeitos, isto , o aluno e o professor so os sujeitos da
aprendizagem, o que faz com que se valorize os conhecimentos do professor e as experiencias dos alunos.
CAVALCANTI (1998).
11
pertinente quebrar o paradigma de que os mapas s podem ser confeccionados pelos cartgrafos
ou especialistas da rea.
0.3. Objectivos
0.4.Mtodos e Tcnicas
De acordo com KUTELE & ROEGIERS (1993:154), citados por PRODANOV &
FREITAS (2013), tcnica de pesquisa o conjunto de procedimentos preestabelecidos que devem
ser efectuados numa certa ordem e, num certo contesto mais ou menos condicionados. Entretanto,
tcnica de pesquisa a forma ou maneira atravs do qual se adquire informao inerente a
pesquisa.
bibliografia j tornada pblica em relao ao tema em estudo, com vista a colocar o pesquisador
em contacto directo com tudo o que foi escrito, dito ou filmado a cerca do tema em estudo.
Mtodo Cartogrfico
Mtodo estatstico
O mtodo estatstico possibilitou a anlise dos dados obtidos durante o trabalho de campo
sob a forma de percentagem apoiando-se na teoria da amostragem, indispensvel no estudo de
aspectos inerentes ao mbito social. Neste caso o estudo teve como amostra 54 alunos e 4
professores de cincias sociais da EPC 1 de Junho.
Trabalho de Campo
Durante a aplicao da metodologia dos mapas mentais, os alunos foram explicados que a
actividade de produzir os mapas mentais, assim como a presena do pesquisador nas aulas de
cincias sociais, faz parte de um cronograma de actividades de pesquisa acadmica, e que todos
fazem parte. Os alunos foram chamados ateno no sentido de que importante a seriedade na
produo das representaes e foram esclarecidos que no esto sendo avaliados, portanto, no h
certo nem errado, e que o trabalho no vale nota, com tudo, individual.
A referida actividade, consistiu na representao expressa por meio de desenhos num papel
A4, referente ao seu espao vivido. Para a realizao da tarefa os alunos foram distribudos
material necessrio para tal, o material foi composto por lpis de cor, papel A4, lpis de grafite, e
borrachas. Entretanto, importa frisar que a actividade teve durao de 30 minutos para a
confeco dos mapas mentais.
Entrevista
Para o efeito, foi realizada uma entrevista formalizada ou estruturada ao director pedaggico
da EPC 1 DE Junho, mediante um guio previamente elaborado pelo pesquisador, com objectivo
14
Questionrio
Captulo I: Breve historial da Cartografia & Aspectos tericos sobre mapas mentais
Neste captulo sero discutidos aspectos relacionados com a histria da cartografia,
conceitos bsicos que facilitam a compreenso do presente trabalho, isto , conceito de mapa
mental e sua importncia no ensino de contedos geogrficos.
Somente a alguns anos os mapas como os de atal Hoyuk, gravaes e pinturas em rochas
de frica, Amrica, e da sia comearam a ser estudados como uma categoria da pr-historia
cartogrfica. Esta demora no reconhecimento dos mapas da pr-historia cartogrfica, justificada
pelo facto de haver uma rigidez nas exigncias dos cnones dos mapas considerados vlidos,
entre tanto, os mapas das regies supra-citadas no apresentavam o rigor exigido na cartografia
cartesiana.
objectivos da cultura da religio islmica, os mapas rabes como os da escola balkhi, por
exemplo eram analisados segundo o critrio ptolemaico, em vez de serem apreciados como uma
fuso de tradies cartogrficas em que se integravam tanto os elementos persas quanto gregos.
Nesta histria comparada da cartografia, dava-se muita ateno aos aspectos matemticos
do traado dos mapas, a codificao dos princpios metodolgicos cartogrficos - como os de pel
Xiu (223-271), "pai da cartografia cientfica", e ao surgimento de inovaes tcnicas como planos
quadriculados, escalas regulares, signos abstractos convencionais e at curvas de nvel, excluindo
as culturas cujas prticas cartogrficas diferiam das ocidentais, pois no eram considerados
mapas, mas sim curiosidades cartogrficas, meros objectos de coleco etnogrficas. Nesta
categoria incluam-se as pinturas dos povos aborgenes da Austrlia, os mapas dos ndios
americanos, as estacas de demarcao dos habitantes das ilhas Marshall e os planos de batalha
traados no solo pelos guerreiros maoris da nova Zelndia, etc.
Para reverter este cenrio, em 1987, no primeiro volume de uma nova histria da
cartografia, adoptou-se uma definio de mapa que permitisse introduzir certo relativismo no
estudo histrico das cartas geogrficas, partindo da convico de que cada sociedade tem ou teve
a sua forma de perceber e produzir imagens espaciais, definindo o mapa da seguinte maneira:
"representao grfica que facilite a compreenso espacial dos objectos, conceitos,
condies, processos e factos do mundo humano". (ibid).
Com esta definio a cartografia comea a tomar um novo rumo, no qual cada cultura
exprime suas particularidades. Desde a antiguidade at aos nossos dias, quanto mais estudamos
os mapas no mbito das principais culturas do mundo, mais se amplia a lista das actividades a
que foram consagrados, das mais prticas e prosaicas, as aparentemente especulativas.
J se comprovou por exemplo, a utilidade dos mapas na china antiga como instrumentos
de poder, quer se tratasse de mapas cadastrais ou demarcar fronteiras, documentos burocrticos
17
Na China os mapas eram estreitamente vinculados a literatura e a pintura, faziam parte dos
conhecimentos gerais e serviam para reconstruir geografia de tempos passados, sendo gravados
sobre pedras em lugares pblicos, como testemunhos da continuidade cultural. Desempenhavam
uma funo ritual, comprovada por sua presena nos tmulos, serviam ainda como instrumentos
de adivinhao, de predio astrolgica dos fenmenos celestes ou de proteco contra as foras
invisveis.
percepes prprias que podem ser: visuais, audiovisuais, olfactivas, lembranas, coisas
conscientes ou inconscientes.
De acordo com NOGUEIRA (1994) apud SIMIELLI (1999), os mapas mentais so
representaes do vivido, so os mapas que construmos ao longo de nossa histria com os
lugares de vivncia. No mapa mental, h representao do saber percebido, o lugar se apresenta
tal como ele , com sua forma, histrias concretas, simblicas, cujo imaginrio reconhecido
como uma forma de apreenso do lugar.
Para o autor, mapas mentais so representaes do espao vivido, que surgem como fruto das
experincias vivenciadas pelos autores dos mapas.
Segundo (SEEMANN, 2012), a produo de mapas baseada em factos, objectivos,
clculos, medies e convenes. Essas regras definem procedimentos, mtodos e prticas.
Portanto, chegada a hora de se fazer uma cartografia subversiva3, que por outras palavras,
implica uma ideia crtica sobre o modelo normativo da disciplina que geralmente considerada
como uma cincia exacta.
Com esta afirmao de YVES LACOSTE pode se perceber que os mapas sempre tem um
propsito, que nem sempre mostra ou representa o que o leitor quer ver representado, mas sim o
3
Cartografia subversiva uma cartografia que no segue os postulados da cartografia cartesiana ou
convenes cartogrficas.
19
que o autor do mapa quer representar. Por vezes alguns fenmenos geogrficos so omissos de
propsito, portanto, os professores e os alunos tambm podem se apropriar deste instrumento de
uma forma subversiva, para ver os seus interesses representados no mapa, pois eles sero os
autores dos seus prprios mapas.
importante frisar que a cartografia subversiva no pode ser vista como um novo
paradigma para a cincia e arte de fazer mapas, mas como maneira alternativa de repensar nas
representaes cartogrficas.
Segundo SEEMANN (2012), existem vrias formas de subverter os mapas, com destaque
para arte e os mapas mentais.
Importa frisar que a arte no domnio exclusivo dos artistas. Gegrafos, cartgrafos,
professores e os alunos, tambm tem potencialidade para ser artistas.
Com a mediao do professor possvel representar desde a escala local at global, sem
obedecer os rigores impostos pela cartografia convencional, possibilitando deste modo, a
apreciao do espao geogrfico de uma maneira diferente, tendo como produtores de mapas os
prprios alunos.
4
Representao do espao geogrfico usando a arte atravs de: colagens, pinturas, manipulaes digitais
no computador, mapas estampadas em luvas, desenhos pintados em cima de couro de uma vaca, poemas
em formas de mapas, etc. (WOOD, 2006 citado por SEEMANN, 2012).
20
sistematizado, possibilita avaliar o nvel da conscincia espacial dos alunos, ou seja, entender
Nesse mbito percebe-se que os REA - so todos materiais didcticos que ajudam o
professor e os alunos a atingir os objectivos previamente propostos, entretanto, importante frisar
que necessrio adequar os REA, a matria que se deseja leccionar, pois s assim podero
estimular o interesse do aluno pela aula. nesse contexto que os mapas mentais fazem parte dos
REA, podendo ser utilizados como estimuladores do PEA.
2.3. Critrios a serem observados na escolha do mapa Mental como recurso de ensino de
contedos geogrficos
De acordo com PILETTI (2004:154-155), ao seleccionar os recursos de ensino e
aprendizagem deve-se ter em conta os objectivos, a receptividade, as caractersticas, a matria de
ensino, as condies e o tempo disponvel.
Objectivos
Deve-se ter em conta os objectivos a serem alcanados. Nunca se deve utilizar um recurso
s porque est na moda, ademais, nunca se deve utilizar um recurso que no seja conhecido
suficientemente de forma a emprega-lo correctamente. PILETTI (2002:155).
Ao utilizar o mapa mental como REA, o professor de cincias sociais deve estar
consciente dos objectivos que pretende alcanar na sua aula, para que estes sejam atingidos
efectivamente. Por exemplo, numa aula com o tema a minha cidade, o professor pode usar o
mapa mental para perceber os conhecimentos prvios do aluno sobre a cidade onde est inserido,
sem esquecer dos objectivos da aula.
Receptividade
Na utilizao do mapa mental como REA, o professor deve chamar ateno do aluno para
o recurso em causa, explicando o que se pretende ou o que se espera do material produzido. Por
23
exemplo, o professor pode recomendar aos alunos a fazerem o mapa mental sobre o seu espao
vivido e levar a sala de aula ou auxiliar os alunos na produo do mapa mental na escola.
Matria do ensino
Na escolha dos recursos deve-se tomar em conta a natureza da matria ensinada, isto , o
mapa mental no pode ser usado indiscriminadamente.
As condies
Tempo
O tempo disponvel outro elemento importante que deve ser considerado. A preparao e
utilizao dos recursos exige determinado tempo, e, muitas vezes o professor no dispe desse tempo.
Portanto, dever buscar outras alternativas, tais como: utilizao de recursos que exigem menos tempo,
solicitar a ajuda dos alunos para preparar os recursos. PILETTI (2002:155).
O professor pode por exemplo, solicitar que os alunos faam o mapa mental em casa para uma
aula posterior, ou delimitar o tempo de produo de mapa mental na sala de aula e explorar o mximo
possvel mesmo recurso. Porm importa frisar que o mapa mental, assim como outro recurso de ensino
no pode ser usado por que est na moda, a que ter em conta os elementos de pertinncia supracitados,
para que o mesmo no se desvie do seu propsito.
24
De referir que a EPC 1 de Junho composta por 17 salas, das quais 15 tem carteiras e,
duas salas esto desprovidas de carteiras, entre tanto, todas apresentam uma secretria para o
professor, quadro e apagador.
A escola possui ainda: duas cantinas, quatro casas de banho, das quais duas para os alunos
e duas para os professores, dois blocos administrativos, uma secretaria e, um jardim.
Com tudo, para a escola assumir o seu papel, de formar cidados conscientes e crticos,
capazes de servir os interesses da sociedade, precisa se organizar ou estar organizada, portanto, a
EPC1 de Junho, segue esse padro de organizao.
CD/1 e 2 grau H M HM N de
turmas
1 classe 150 164 314 6
2 classe 193 212 405 8
Sub total 1 Ciclo 343 376 719 14
3 classe 129 133 262 5
4 classe 138 137 275 5
5 classe 162 191 353 7
Sub total 2 Ciclo 429 461 890 17
6 classe 144 156 300 6
7 classe 165 154 319 7
Sub total 309 310 619 13
Total / CD 1081 1147 2228 44
Neste sentido procuraremos neste captulo proceder a anlise dos resultados obtidos neste
estudo, atravs da aplicao das anlises descritivas e inferncias, e simultaneamente a sua
interpretao.
28
3.3.1. Anlise dos dados obtidos dos inquritos aplicados aos professores
Os dados apresentados resultam da implementao da aplicao de um formulrio
(inqurito), a 4 professores da Escola Primria Completa 1 de Junho, que leccionam a quarta
classe do Sistema Nacional de Educao (SNE). Foram inquiridos 3 docentes do sexo feminino e
apenas 1 do sexo masculino.
Foram uestionados quatro professores que leccionam a 4 classe, dos quais trs (3) so do
sexo feminino e um do sexo masculino. Como se pode observar, a maioria dos professores que
leccionam a 4 classe so do sexo feminino, este facto justifica-se pela presena massiva de
professores do sexo feminino no ensino primrio.
Sim No Total
J ouviu falar de Mapa
100%
Mental? 1 3 25% 75%
Tem usado o mapa mental
100%
nas aulas de cincias 0 4 0 100%
sociais?
Fonte: Autor, 2015
30
No que concerne a mediao de aulas de carcter local, como por exemplo (a minha
cidade e a minha provncia), os professores queixaram-se de falta de material didctico que
aborda esta temtica, visto que a escola no dispes de material didctico que lida directamente
com a cidade por exemplo, portanto, ns acreditamos que o mapa mental pode ser soluo nesse
tipo de caso, visto que lida directamente com o espao vivido dos alunos e do prprio professor,
entretanto, os professores foram unnimes ao responder que conseguem suprir este dfice usando
recursos de ensino como: Quadro, Giz, Livro do aluno, Cartazes e Mapas administrativos.
O mapa mental acima pertence um aluno de 11 anos, cujo pai pedreiro, portanto, esta
actividade de construo civil muito importante e simblica para o aluno, e pode ser
aproveitada para incutir no mesmo, que existem outras actividades econmicas para alm da
33
construo civil, portanto, o aluno sentiu-se motivado a aprender mais, pois percebeu que a sua
realidade faz parte da aula e interessa o professor e os colegas
sistematizado, possibilita avaliar o nvel da conscincia espacial dos alunos, ou seja, entender
O mapa mental acima, reflecte aquilo que o espao vivido do aluno, isto , tendo como
tema central da aula, actividades econmicas da cidade de Maputo, o aluno procurou representar
elementos do seu meio, que so: transporte, comrcio, e agricultura. Nos transportes o aluno
34
representou TPM (transporte pblico de Maputo) e um carro caixa aberta vulgo (my love) que
transporta passageiros, entretanto, nessa representao, o aluno traz tona por via do mapa mental
um problema que apoquenta a sociedade, portanto, nesses casos, o professor deve intervir,
explicando, que andar de caixa aberta no normal, mas sim um problema de falta de transportes
colectivos e semi-colectivos n cidade.
O mapa mental a cima da autoria de uma aluna de 9 anos, residente no bairro zona
verde, e a mesma destaca os recursos paisagsticos no percurso casa escola, isto , as vias, e a
ponte sobre o rio Malauzi. Com tudo, porque o tema central da aula era actividades econmicas, a
autora representou: a pesca no rio Malauzi, a agricultura nas margens do rio, e o transporte.
35
O mapa mental acima pertence a um aluno cujo pai taxista, portanto, para representar as
actividades econmicas, o aluno optou por representar o dia-a-dia do pai, contudo, o carro caixa
aberta, vulgo (my love), nos chamou ateno, visto que relata os problemas de transporte que a
cidade enfrenta, portanto, neste tipo de situao, o professor deve reforar a ideia de que
transportar pessoas por um carro caixa aberta no o mais correcto, mas isso acontece por falta
de meios de transportes colectivos suficientes na nossa cidade, e atravs desta actividade
econmica que o professor pode incutir no aluno a existncia de outras actividades.
Segundo ANDR & BAILLY (S/d), citados por Nogueira (2002), os mapas mentais
so representaes do real e, so elaborados por um processo que relaciona percepes prprias
que podem ser: visuais, audiovisuais, olfactivas, lembranas, coisas conscientes ou inconscientes.
Portanto o mapa mental, tem a particularidade de representar a realidade como ela , com
as suas qualidades e demritos, apesar de o tema da aula ser: actividades econmicas da cidade de
36
Maputo, os alunos trouxeram tona aspectos socioeconmicos do meio onde esto inseridos e,
isso foi notrio nos mapas mentais que se seguem:
Apesar de os autores dos dois mapas mentais (fig. 8 e 9), terem recebido a mesma
proposta de tema, isto , produzir o mapa mental das actividades econmicas desenvolvidas na
cidade de Maputo, os alunos procuraram destacar elementos que interessam cada autor, isto , na
fig.8 a autora destaca casa, escola, comrcio e agricultura, enquanto que na fig. 9, o autor, para
alem de simples via de acesso, tambm destaca semforo, sol, e bandeira de Moambique, para
alem do comrcio que constitui o tema central. Portanto, houve uma generalizao inconsciente
dos alunos, entretanto, ao longo do seu desenvolvimento cognitivo, outros elementos como a
escala, legenda, titulo, etc. iro sendo incorporados nos mapas dos alunos.
40
No que diz respeito a outros elementos do quotidiano dos alunos, destacam se: a escola e a
casa, que foram representados em 33 mapas mentais, e a bandeira nacional foi representado em
27 mapas mentais. (veja a tabela 4).
4. Concluses e recomendaes
4.1. Concluses
O uso dos mapas mentais nas actividades escolares abre possibilidades para que o
professor de Geografia observe e reconhea como os alunos relacionam os elementos do
quotidiano com os contedos cientficos a partir de diferentes escalas geogrficas e, identifique
suas leituras e interpretaes do espao. Por outro lado, no primeiro instante, o conjunto dessas
representaes espaciais pode nos dar a impresso de que pouco expressa sobre raciocnio
geogrfico dos alunos, j que cada indivduo tem a liberdade de produzir o mapa mental a sua
maneira.
Portanto, depois de trabalhar em torno do presente trabalho, pude inferir que apesar de
cada aluno ter a liberdade de produzir o mapa mental a sua maneira, cada um deles preocupou-se
em representar aspectos propostos na aula, como o caso da temtica discutida, isto ,
actividades econmicas da cidade de Maputo.
Nas representaes feitas pelos alunos, foi possvel notar as grandes potencialidades que o
mapa mental tem no melhoramento do processo de ensino e aprendizagem, visto que todos alunos
conseguiram representar pelo menos uma actividade econmica nos seus mapas mentais, e alguns
mapas, trazem consigo reflexes sobre os problemas que apoquentam a cidade, como o caso do
comrcio informal deliberado, que tem vindo a se assumir como principal actividade de
subsistncia dos citadinos de Maputo, falta de transportes pblicos de passageiros, mitigados por
carros caixa aberta vulgo (My love), entre tanto, importa frisar que, essas reflexes trazidas a
cabo pelos alunos, so espontneas, e nem sempre os mesmos esto conscientes daquilo que
representam, portanto, importante a colaborao dos professores para explicar esses fenmenos.
Portanto, no que diz respeito a falta de material didctico para leccionar contedos de
carcter local, como o caso de contedos relacionados com a cidade dos alunos ou a provncia
dos mesmos, o mapa mental tambm assume-se como uma das solues para resolver este
43
problema que apoquenta vrias escolas da cidade de Maputo e, da escola Primaria 1 de Junho em
particular, visto que, com as representaes dos alunos foi possvel mediar a aula de uma forma
significativa, onde cada aluno se tornou sujeito do PEA, a par do professor.
4.2. Recomendaes
Ensinar previamente o contedo que pretende que os alunos representem por via do mapa
mental;
Organizar critrios de anlise e de seleco das informaes contidas nos mapas, com o
objectivo de estabelecer parmetros nas interpretaes dessas produes cartogrficas;
A construo de mapas mentais no deve ocorrer nas aulas de Cincias Sociais ou de
Geografia desprovida de uma proposta didctica, sendo essencial a articulao com as
demais actividades ou contedos ensinados na escola;
O mapa mental no pode ser um recurso didctico usado como um fim em si mesmo, ele
deve complementar as actividades da disciplina escolar (Cincias Sociais e Geografia).
Para isso necessria a relao com os saberes geogrficos, os contedos especficos, e os
conceitos que fundamentam a Geografia;
A partir do material produzido pelos alunos, torna-se necessrio ler atentamente cada
representao cartogrfica, com o intuito de observar: detalhes, semelhanas, diferenas,
avanos, limites, perspectivas, abordagens, etc. De modo a intervir conscientemente a
aco docente.
5. Bibliografia
ANNA, Ilza e ANNA Victor; Recursos Educacionais para o ensino; So Paulo, editora vozes;
2004.
NOGUEIRA, Amlia Regina Batista. Mapa mental: recurso didctico para o estudo do lugar
In:PONTUSCHKA, Ndia Nacib. Geografia em Perspectiva. So Paulo: Contexto, 2002.
Apndices
48
Apndice 1
Sim No
trabalho para professores e para alunos, as salas A escola no tem essas condies.
etc.
primrio.
Apndice 2
49
A EPC 1 de Junho, surgiu como resultado da criao de diversas misses pelo pas,
durante o perodo da ocupao efectiva de Moambique pelo regime colonial, com o objectivo de
evangelizar e tornar submisso os moambicanos, nesse contexto, em 1934, foi construda a
Escola Primria So Rock, comportando duas salas de cobertura de palha, uma cozinha, e uma
casa das irms da igreja.
Entre 1936 a 1975, data da independncia nacional, poucas mudanas aconteceram na EPC 1 de
Junho, destacando-se:
Perodo ps Independncia
Em 1992, foram construdas mais 5 salas, graas ao esforo da Direco da escola, pais e
encarregados de educao;
Apndice 3
50
UNIVERSIDADE PEDAGGICA
Departamento de Geografia
Ficha de Inqurito
INQURITO
Apndice 3.1
51
I. Dados Pessoais
No
Sim
No
52
Justifique______________________________________________________________________
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7. Quais so os meios de ensino que tem utilizado nas aulas de Cincias Sociais?
Quais?
R:____________________________________________________________________________
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Sim
No
Sim
No
9. Que material didctico preconiza para mediar aulas de carcter local. Ex: (a minha
cidade e a minha provncia)?
7. Outros
8.Quais?_______________________________________________________________________
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10. Tem solicitado aos alunos para representarem o seu espao vivido nas aulas de cincias
sociais?
Sim
No
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Fim
UNIVERSIDADE PEDAGGICA
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Departamento de Geografia
Guio de Entrevista
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6. Faa uma descrio fsica da escola no que tange: nmero de salas, compartimentos
administrativos e edifcios adjacentes.
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