2022 - Machava, Virgínia Elisa
2022 - Machava, Virgínia Elisa
2022 - Machava, Virgínia Elisa
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Orientador
_________________________
Supervisor
_________________________
i
Júri de Avaliação
Presidente
_____________________________________
Supervisor
______________________________________
Oponente
_______________________________________
ii
Declaração de honra
Eu, Virgínia Elisa Machava, declaro, por minha honra, que este relatório de estágio académico
nunca foi apresentado por outro autor para obtenção de qualquer grau ou num outro âmbito e
que constitui o resultado do meu labor individual, estando indicado ao longo do texto e nas
referências bibliográficas todas as fontes utilizadas.
______________________________
iii
Dedicatória
iv
Agradecimentos
Agradeço a Deus pelo dom da vida, pela saúde e pela proteção até esta fase.
Aos meus colegas da turma de Licenciatura em OGED 2018 pós-laboral, pela troca de
conhecimentos e experiências durante a formação.
Ao meu esposo, Sérgio Luís Monteiro pelo apoio incondicional durante a formação, muitíssimo
obrigada.
Aos meus pais, pelo apoio desde o início da minha educação formal e a todos que apoiaram de
forma directa e indirecta, muito obrigada a todos.
v
Lista de abreviaturas
IE Instituição de Ensino
vi
Lista de figuras e tabelas
Tabelas
Figuras
Imagens
Imagem 1. Livros Escolares .................................................................................................... 14
Imagem 2. Alunos na comemoração do dia do Livro.............................................................. 17
Imagem 3. Alunos durante a aula............................................................................................ 19
Imagem 4. Levantamento estatístico de alunos com NEE....................................................... 23
vii
Índice
Folha de aprovação ..................................................................................................................... i
Júri de Avaliação........................................................................................................................ii
Dedicatória ................................................................................................................................ iv
Agradecimentos ......................................................................................................................... v
I. Introdução .......................................................................................................................... 1
V. Conclusão ............................................................................................................................ 27
ANEXOS ................................................................................................................................. 31
I. Introdução
Este trabalho foi elaborado no âmbito do estágio académico realizado na Escola Primária
Completa Maxaquene “B” e serve de requisito para a conclusão do curso de Licenciatura em
Organização e Gestão da Educação da Faculdade de Educação. Este trabalho debruça-se sobre
as actividades desenvolvidas durante 12 semanas, de 14 de Fevereiro à 6 de Maio de 2022, em
dois sectores da escola, o sector pedagógico e o sector administrativo.
O estágio académico é uma actividade realizada pelo estudante cujo objectivo é conciliar a
aprendizagem adquirida na teoria com a realização do trabalho prático, permitindo a aquisição
de experiência prática e materialização do currículo do curso de Organização e Gestão da
Educação.
Este trabalho segue a seguinte estrutura, sem contar com os elementos pré-textuais: a
introdução que faz parte do capítulo 1 onde se faz a introdução do trabalho; no capítulo 2 dá-
se a apresentação da Escola Primária Completa Maxaquene “B”; no terceiro capítulo apresenta-
se o plano de actividades e o processo da sua elaboração; no capítulo 4 é onde se desenvolve o
trabalho, isto é, faz-se a descrição das actividades; no capítulo 5 apresentam-se as conclusões
relativamente ao processo de estágio; no capítulo 6 apresentam-se as recomendações
direccionadas a Escola Primária Completa Maxaquene “B”; e por fim, apresentam-se as
referências bibliográficas que foram consultadas e citadas ao longo do corpo deste trabalho.
1
II. Apresentação da instituição
A Escola Primária Completa Maxaquene “B”, é uma Instituição Pública sob tutela do
Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano, localiza-se na Cidade de Maputo, no
Distrito Municipal KaMaxaqueni no Bairro Maxaquene “B”, entre a Rua da Malhangalene e a
Avenida Milagre Mabote. É constituída por quatro (4) blocos com dez (10) salas, tem quatro
(4) casas de banho, um (1) bloco administrativo com três (3) gabinetes, sendo um (1) para o
director da escola, um (1) para o director pedagógico e um (1) gabinete para a chefe da
secretaria. Neste bloco funciona também a secretaria da escola.
A EPC- Maxaquene “B” existe desde 1986 e foi fundada pela comunidade do mesmo bairro de
modo a responder a demanda da falta de vagas nas escolas mais próximas para a integração
dos seus educandos para os estudos.
Inicialmente a escola foi construída usando material precário (caniço), recursos alocados pela
comunidade, passados alguns anos, de modo a melhorar as condições da escola, a comunidade
resolveu substituir o caniço pelas chapas de zinco acumuladas pelos moradores locais.
A comunidade não parou por aí, até que na década noventa uniram esforços e substituíram as
chapas de zinco por uma construção convencional (cimento).
Em 2002, a escola foi beneficiária de uma construção de raiz com material convencional
patrocinada pela Engen Petroleum Moçambique, LDA (empresa fornecedora de combustíveis).
Em 2014, a escola beneficiou de uma reabilitação que consistiu na pintura de quatro (4) blocos
na parte interna e externa, na colocação de vidros nas janelas, no gradeamento de portas e
janelas em três (3) blocos de salas de aulas, através do fundo OPB (Orçamento Participativo
do Bairro) proveniente do Conselho Municipal de Maputo.
2
Tabela 1. Directores da EPC- Maxaquene “B”
A escola funciona apenas no período diurno e tem um total de 10 salas de aulas equipadas com
mobiliário para os alunos. Tem um total de 264 carteiras das quais 238 encontram-se em óptimo
estado, 26 carecem de manutenção. Possui 10 secretárias para os professores.
Missão
Formar cidadãos de qualidade para servir a sociedade.
Valores
Cultura de paz, cultura de trabalho, convivência social, valores éticos, solidariedade
interna e boas maneiras.
Objectivos
Transmitir ao aluno conhecimentos, valores e habilidades que sirvam à vida individual
e responder as necessidades e exigências da comunidade onde está inserido e da
sociedade em geral, procurar oferecer um ensino de qualidade, através da formação
científica, sócio-cultural, promover maior frequência da rapariga na escola, envolver
encarregados de educação na resolução dos problemas da escola.
A EPC- Maxquene “B” é financiada pelo Estado através do ADE (Apoio Directo as Escolas)
dado anualmente. Este patrocínio garante o funcionamento da instituição através do pagamento
da factura de água, compra de energia eléctrica, compra de material de higiene e manutenção
da escola. Além do ADE, a EPC- Maxaquene “B” também tem recebido apoios de
Organizações Não-Governamentais para manter o seu bom funcionamento e garantir uma
educação rumo a qualidade.
3
Para o ano lectivo de 2022, a EPC- Maxaquene “B” contou com os seguintes efectivos no
início do ano:
Como se ilustra na tabela no geral a escola possui uma disparidade de género que favorece os
rapazes e é mais acentuado na 7ª classe, apesar de que se verifica uma tendência contraditória
na primeira classe, onde a disparidade favorece as mulheres.
Fazendo uma confrontação com o número de alunos, constatou-se que o rácio professor-alunos
é elevado. Por exemplo: segundo os dados apresentados na tabela 2, a 5ª classe conta com um
total de 171 alunos e a tabela 3 mostra que somente 3 professoras é que leccionam a 5ª classe.
Confrontando esses dados, indicam que 1 professora está para 57 alunos. Com esse número de
alunos, há limitações para materializar o ensino centrado no aluno, visto que a duração da aula
4
não permite com que todos alunos possam participar ou que as professoras deem atenção
particular para ajudar os alunos que tenham dificuldades de aprendizagem em algumas
matérias.
A escola é gerida por uma direcção composta pelo director da escola, que é um professor
nomeado pelo Administrador do Distrito sob proposta do Director dos Serviços Distritais de
Educação, Juventude e Tecnologia, pelo Director Adjunto Pedagógico e Chefe da Secretaria.
A Escola Primária Completa Maxaquene “B” conta com um corpo docente composto por
professores que possuem o nível de licenciatura, nível médio e nível básico e que estão
integrados nas carreiras DN1, DN3 e DN4, respectivamente.
5
Tabela 4. Funcionários não docentes da EPC Maxaquene "B"
H M HM
Efectivos 0 04 04
Contratados 01 02 03
Total 01 06 07
Director da escola
Conselho de Escola
Coordenadores de
ciclo
Delegados
Chefes de turma
Alunos
A partir deste organograma pode verificar-se a forma como a escola está estruturada e dos
diferentes órgãos que a compõem. No topo da estrutura encontram-se o director da escola e o
6
Conselho de Escola que aparece como um órgão de apoio. Temos ainda o director adjunto e
chefe da secretaria.
Uma análise a esta estrutura permite constatar que está desactualizada. Actualmente, na
estrutura das escolas primárias do ensino público o órgão máximo de gestão é o Conselho de
Escola e não o director da escola como estabelece o Regulamento do Ensino Básico.
O Conselho de Escola para além de ser o órgão máximo da escola, constitui o elo entre a escola
e a comunidade e assegura a participação activa de todos os grupos intervenientes no processo
de educação.
7
III. Plano de actividades
O estágio académico que dá origem a este trabalho foi realizado na Escola Primária Completa
Maxaquene “B” durante doze semanas. As actividades realizadas foram antecedidas pela
elaboração de um plano de actividades que inclui a relação da área de actividades, objectivos
e actividades.
8
O curso de licenciatura em OGED confere competências para trabalhar na gestão de uma
instituição de ensino, as actividades foram planificadas para as duas principais áreas da escola:
Administrativa e Pedagógica.
E na área Pedagógica:
De referir que ficou acordado durante a elaboração do plano de actividade que a estagiária
podia participar na realização de outras actividades que não estivessem no plano, desde que as
mesmas ajudassem a enriquecer o estágio.
9
IV. Actividades desenvolvidas
As actividades foram desenvolvidas sob orientação do orientador de estágio e com apoio dos
demais professores, funcionários não docentes e alunos.
4.1. Apresentação
10
A formalização se refere ao grau em que as tarefas dentro da organização são padronizadas. E
como refere o autor supracitado, a formalização ou uso de regulamentos garante que o
responsável pela actividade:
(…) tem pouca autonomia para decidir o que, quando, e como deve ser feito. Espera-se que os
funcionários transformem os mesmos insumos, sempre da mesma forma, produzindo um
resultado consistente e uniforme. Nas organizações altamente formalizadas existem descrições
explícitas de tarefas, muitas regras organizacionais e procedimentos claramente definidos sobre
os processos do trabalho (p. 355).
O Regulamento Interno da Escola Primária Completa Maxaquene “B” reflecte a descrição feita
por Robbins (2005) já que possui de forma detalhada o que cada funcionário ou grupo de
funcionários devem fazer e como devem proceder durante a execução de suas actividades.
Depois da leitura dos documentos foram feitas reuniões de apresentação sempre acompanhadas
de perto pelo orientador. A reunião com o orientador teve como objectivo a planificação das
actividades subsequentes e a definição dos objectivos das reuniões com os membros da
direcção, professores e funcionários não docentes.
11
A reunião com os membros da direcção serviu para apresentar os termos de referência do
estágio, esclarecer dúvidas em relação ao âmbito do estágio e ajudou a criar um clima positivo
que facilitou a comunicação ao longo de todo processo. As reuniões com os professores e
funcionários foram orientadas pelo orientador e procurava também uma apresentação e
clarificação do papel da estagiária na escola e as áreas de trabalho.
De acordo com Ramalho et al (s/d), fazer com que colaborador/estagiário se sinta parte do novo
meio de trabalho, ajuda-o a ter uma satisfação e motivação trabalhando com o que gosta da
área que irá actuar.
Em seu estudo, Teodoro (2015) explica que o processo de integração abrange três aspectos,
sendo eles:
Para o caso da estagiária, esta etapa foi materializada através do encontro de apresentação
realizado na presença da maioria dos colaboradores com os quais a estagiária ia trabalhar nas
actividades planificadas.
Essa etapa, acompanhou a realização de todas as actividades na medida em que fazia-se a troca
de conhecimentos entre a estagiária e os colaboradores da EPC Maxaquene “B” para a melhor
materialização das actividades.
Para o caso da estagiária, esta etapa corresponde a apresentação do relatório de estágio onde
são descritas as actividades que foram desenvolvidas, as constatações, conclusões e
recomendações deixadas como proposta para melhoria do local de estágio.
12
4.2. Sector Pedagógico
No que diz respeito ao estágio, foram realizadas três actividades: distribuição de manuais
escolares, participação na comemoração do dia do livro e assistência ás aulas.
O manual do escolar traz orientações para o trabalho do professor e aluno na sua tarefa de
ensinar e aprender, respectivamente. O manual do escolar é um material rico que contribui para
o andamento das aulas, mas também outros aspectos da área pedagógica, (Morgado, 2006).
Para Viseu e Morgado (2019) o manual do escolar é um instrumento de trabalho muito utilizado
pelos professores e alunos e estes veiculam perspectivas oficiais expressas nos documentos
curriculares e influenciam significativamente a forma como cada professor idealiza e
concretiza essas perspectivas.
No nosso contexto são produzidos manuais para professores e alunos e estes constituem um
elemento importante para o ensino e aprendizagem e conferem autonomia ao professor e ao
aluno.
A Escola Primária Completa Maxaquene “B” recebe livros dos Serviços Distritais de
Educação, Juventude e Tecnologia e os distribui pelos professores (manual do professor) e
alunos (livro do aluno). Para além do livro no formato físico, os professores também recebem
livros em formato electrónico de todas as classes e todas as disciplinas.
A distribuição do livro do aluno é feita por turma e à medida que se entregam os livros aos
alunos, faz-se registo. O registo é feito numa ficha com o nome do aluno, o livro por disciplina
e o estado do livro recebido.
Estas fichas servem para comprovar a recepção e para elaborar um relatório com as estatísticas
dos alunos que receberam os livros e são enviadas para as autoridades competentes e são
arquivadas na secretaria da escola.
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Imagem 1. Livros Escolares
Fonte: Fotografia capturada pela estagiária
Segundo Medeiros (2014), “É preciso que a escola resgate a importância da leitura, como
hábito prazeroso na vida do ser humano e preparando-o para actuar como cidadão. Nesse
sentido, a leitura nunca se fez tão necessária nos bancos escolares. É papel da escola propiciar
aos alunos os livros e os conhecimentos necessários para compreender, adaptar-se e construir
suas próprias opiniões com relação ao contacto com diferentes esferas sociais.”
Solé (1998), acrescenta que a leitura dos livros compõe-se de acções que devem ser utilizadas
em etapas (antes, durante e depois da leitura) contando com a interacção activa e reflexiva do
aluno-leitor. Estas acções terão maior ou menor grau de dificuldade para o aluno dependendo
da clareza e coerência do conteúdo abordado nos textos.
14
A escola tem, portanto, a responsabilidade de auxiliar o aluno na adaptação de estratégias, de
forma a fortalecer a relação afectiva entre o aluno e o livro, ajudando-o na construção do seu
percurso enquanto leitor e construtor da sua autonomia e conhecimento.
O Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, comemorado no dia 23 de Abril de cada ano
foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO) com o intuito de incentivar a leitura, homenagear os autores e reflectir sobre os
direitos do autor.
Nessa data as instituições, sobretudo as instituições de ensino realizam vários eventos para
incentivar os alunos a ler e a desenvolver interesse pela literatura.
Foi no contexto da comemoração deste dia que se realizou um evento na EPC Maxaquene “B”,
envolvendo toda a comunidade escolar com o objectivo de incentivar os alunos a ler e a ter
gosto pela leitura.
Segundo Frantz (2001), a escola deve ir além de uma educação que prepara o aluno para leitura
de mundo, e sim, buscar uma educação libertadora, humanizante, transformadora. Isso só é
capaz se esta passar pelo caminho da leitura.
15
Imagem 2. Alunos na comemoração do dia do Livro1
Fonte: Fotografia capturada pela estagiária.
De acordo com o Decreto nº 18/2019 a assistência de aulas pode ser feita três vezes por ano
pelo director adjunto pedagógico, sendo que as duas primeiras são assistência de
acompanhamento e a terceira é para a classificação.
Para se fazer assistência de aulas é necessário: possuir conhecimentos dos conteúdos e métodos
de ensino aplicáveis a cada classe e disciplina do ensino primário; ter uma ficha de observação;
escolher uma sala; deixar o professor indicar o lugar onde se deve sentar; fazer anotações na
ficha de avaliação o decurso da aula; no final da aula deve-se fazer uma reunião de reflexão
com o professor sobre a aula (Viseu & Morgado, 2018).
1
Os rostos dos alunos foram censurados pela falta de autorização dos encarregados de educação.
16
A realização desta actividade realizou-se em equipa, o orientador de estágio e a estagiária. A
assistência de aulas foi feita em 4 turmas da escola e foi baseada na Ficha de Acompanhamento
do Pessoal Docente anexa ao Decreto nº 18/2019.
A observação das aulas focou nas seguintes dimensões ou critérios: planificação do processo
de ensino e aprendizagem; domínio dos conteúdos da sua área de actividades; uso de métodos
no processo de ensino e aprendizagem; avaliação do processo de ensino e aprendizagem;
produção, utilização, conservação e actualização de materiais didácticos e resultados de
aprendizagem dos alunos.
Zagury (2006) diz que “ser professor nunca foi tarefa fácil”. Em nenhum dos modelos
pedagógicos descritos. Temos que desfazer o mito que com um bom professor os alunos
aprendem sem qualquer esforço. Não podemos esquecer que o aluno é parte activa no processo
ensino-aprendizagem. Se ele não se dispuser a dedicar tempo e esforço para as actividades
escolares, só o esforço do professor e da instituição de ensino não bastam.
Sobre a frequência em que os professores devem ser assistidos, Reis (2011) afirma que,
17
De acordo com o autor, os professores que estejam na fase inicial devem ser assistidos com
mais frequência em relação aos professores com mais experiências. E esta prática deve ser
continua e frequente.
Um dado importante na imagem 3, é que a mesma mostra-nos que a EPC- Maxaquene “B” está
comprometida com o cumprimento das normas de prevenção da Covid-19. É visível o
distanciamento social entre os alunos, e o uso da máscara de protecção.
Esta actividade foi importante, na medida em que permitiu a aplicação dos conhecimentos
adquiridos durante o módulo de psicopedagogia. Viu-se na prática a importância de um plano
de aula para melhor organização do processo de ensino-aprendizagem.
18
4.3. Sector Administrativo
O PIA fica arquivado na secretária da escola e pode ser consultado pelos professores,
directores, pelos pais e encarregados de educação do aluno e pelo próprio aluno.
A organização do PIA foi feita de acordo com o artigo 49 do Regulamento do Ensino Básico:
boletim de matrícula e de propinas, fichas de cadastro e certidão de nascimento. No caso de
alunos da 7ª classe o PIA deve conter a declaração de passagem da quinta classe.
19
No caso dos professores, existem dois (2) processos:
A estatística é uma ciência que se dedica à colecta, análise e interpretação de dados. Preocupa-
se com os métodos de recolha, organização, resumo, apresentação e interpretação dos dados,
assim como tirar conclusões sobre as características das fontes donde estes foram retirados,
para melhor compreender as situações (Lakatos & Marconi, 2004).
20
disseminação de informação estatística para a gestão do Sistema Nacional de Educação (SNE).
De acordo com o MINEDH (2013):
O sistema de informação estatística da educação foi instituído em 1976, e, desde então, tem
recolhido dados sobre alunos matriculados, professores em exercício e resultados escolares, ou
seja, dados estatísticos sobre o aproveitamento escolar. Este sistema é um pilar fundamental no
domínio da produção das estatísticas para o diagnóstico, monitoria e avaliação do
desenvolvimento da educação e, de um modo geral, constitui base importante para a gestão,
administração e planificação da educação, bem como para apoiar o processo da tomada de
decisões (p. 6).
No levantamento estatístico de 3 de Março fez-se a recolha dos seguintes dados: código e nome
da escola, incluindo a sua localização administrativa, província, distrito, posto administrativo,
localidade; alunos matriculados, desagregados por idade e sexo, classe, ramos e especialidades,
repetentes, alunos internos; turmas mistas e puras; professores em exercício com ou sem
formação psicopedagógica; salas de aulas por tipo de material de construção e professores por
turnos leccionados.
A recolha de dados estatísticos é precedida pelo desenho dos inquéritos estatísticos, processo
que exige a definição de variáveis, conforme o objectivo que se pretende alcançar com os dados
recolhidos. Variável, em Estatística, é um atributo, mensurável ou não, sujeito à variação
quantitativa ou qualitativa, no interior de um conjunto. A definição das variáveis é feita pela
Direcção de Planificação e Cooperação, em coordenação com os outros sectores do Ministério
da Educação. Esta coordenação, que é extensiva aos utilizadores das estatísticas da educação
externos, permite a exaustividade dos dados a serem recolhidos (MINEDH, 2013).
Na escola a recolha de dados foi feita com base num questionário de 4 páginas direccionado a
professores e alunos. Registam-se neste questionário informações sobre as habilitações dos
professores, trabalhadores não docentes, novos ingressos, número de alunos órfãos, número de
alunos com necessidades educativas especiais e outras informações.
Após o preenchimento dos questionários por turma, fez-se a verificação cuidadosa dos dados
fornecidos pelos alunos de modo que os dados correspondam à realidade. Depois dessa
verificação os questionários foram entregues à secção pedagógica para a elaboração da síntese
dos dados da escola que, posteriormente, foi enviada para o SDEJT.
21
Anualmente, o dia 03 de Março é reservado para o levantamento estatístico a nível das escolas.
Para o ano de 2022 não foi diferente. Abaixo a tabela apresenta os dados do levantamento
estatístico feito no dia 03 de Março do corrente ano sobre o número de alunos matriculados.
Também nota-se uma redução de 41 alunos do número registado nos efectivos do início do ano
lectivo e essa redução foi causada pela transferência de alunos para outras escolas.
22
A EPC- Maxaquene “B” está a trabalhar para a inclusão de alunos com Necessidades
Educativas Especiais (NEE) tendo um total de 27 alunos dos quais 24 são do EP1 e 3 são do
EP2. Destacam-se os alunos com deficiência intelectual. Importa referir que a EPC-
Maxaquene “B” ainda não possui condições para trabalhar com alunos com deficiência visual
e auditiva. Porém, tem feito adaptações para trabalhar com alunos com deficiência parcial e
apenas preparada para receber alunos com deficiência física motora, visto que a escola tem
rampas de acesso, casas de banho com apoio e outros mecanismos.
Para o subsistema do Ensino Primário, o órgão central que tutela o SNE, está comprometido
com a questão da inclusão de alunos com NEE, visto que defende que haja materialização dessa
inclusão e nesse processo o trabalho das escolas é de extrema relevância.
Sendo a EPC Maxaquene “B”, uma instituição de ensino formal, deve e está a assumir a
responsabilidade de materializar a inclusão, mesmo que não esteja completamente preparada
para a inclusão a todos os níveis.
23
A seguir são apresentadas algumas dificuldades apresentadas pela literatura para a
materialização da inclusão nas escolas.
Fazendo um contraste com a realidade da EPC Maxaquene “B” apresenta a maioria das
dificuldades apresentadas na tabela anterior com maior destaque nas seguintes:
24
4.3.3. Verificação do procedimento de transferências de alunos
Esta actividade consistiu em verificar os processos individuais dos alunos de modo a garantir
que se cumpra os requisitos estabelecidos do Regulamento do Ensino Básico.
Os alunos que pretendiam fazer transferência da EPC Maxaquene “B” para outra escola, os
seus processos deviam conter: a confirmação de existência de vaga na escola que pretende
frequentar; requerimento dirigido ao director da escola com o pedido de transferência; processo
de aluno completo e declaração de transferência emitida pela secretaria.
Os alunos que se transferem de outras escolas para a EPC Maxaquene “B” devem apresentar o
documento de pedido de vaga com a sua respectiva resposta positiva. Em ambos os casos os
processos devem conter uma Declaração de Passagem.
De acordo com Costa (2010), as escolhas relativas ao estabelecimento de ensino são estratégias
utilizadas por diferentes famílias, que variam de acordo com a obtenção de informações e os
laços sociais aos quais elas têm acesso.
Segundo Nogueira (2013), nem todas as famílias estão equipadas para escolher a “boa” escola,
pois as diferentes famílias pertencentes a distintas classes sociais não têm a mesma condição
de escolha por haver uma “diversidade de projectos educacionais das famílias, pelas
expectativas dos pais em relação à escolarização dos filhos, pela valorização e representação
que as famílias têm da escola”.
Segundo Patto (1998), o sistema público de ensino, em sua maioria, atende famílias advindas
das camadas populares e de fracções inferiores das camadas médias, que acessarão as
instituições de educação básica pública por não terem condições económicas para ingressar em
instituições particulares.
25
Às diferenças existentes em cada família, a forma de mobilização frente à escolarização dos
filhos também se modifica, pois cada uma desenvolverá dinâmicas e formas de socialização
distintas, que impactarão de forma positiva ou negativa na trajectória escolar da prole. Isso
porque a escola terá sentidos e significados diferentes para cada família, influenciando dessa
forma na intensidade de investimento que cada uma atribuirá a este instrumento de ascensão.
Para Soares e Collares (2006), os pais vêm ocupando um papel de destaque na vida escolar dos
filhos, assumindo com maior autonomia as escolhas educacionais e apropriando-se dos
serviços de apoio extra-escolares. Este movimento se deve ao processo de massificação das
oportunidades de escolarização, obrigando as famílias, principalmente as de camadas médias,
a intensificarem os investimentos e estratégias educativas com a finalidade de aumentar as
chances de ascensão social e escolar para seus filhos.
26
V. Conclusão
O trabalho realizado por uma escola primária é de extrema importância e garante a educação
de crianças e adolescentes por isso, fazer parte do grupo de profissionais que actuam nesta área
é desafiador e ao mesmo tempo, uma oportunidade para aprender.
Como foi enunciado nos pontos anteriores, o objectivo do estágio académico consistiu em
conciliar a aprendizagem adquirida na teoria com a realização do trabalho prático, permitiu a
aquisição de experiência prática e materialização do currículo do curso de Organização e
Gestão da Educação.
Este estágio académico não se traduziu apenas em aplicar conhecimentos, mas, serviu para
adquirir novos conhecimentos à medida que se realizavam as actividades, que se interagia com
professores, funcionários não docentes e alunos. A apreciação de documentos também permitiu
que se desenvolvessem novos conhecimentos.
Este estágio académico realizado na Escola Primária Completa Maxaquene “B” permitiu
vivenciar uma realidade nova e a visualização na prática das dinâmicas de funcionamento de
uma organização escolar. O que é completamente diferente da percepção que se tem quando se
olha apenas para a teoria.
27
VI. Recomendações
Depois de realizado o estágio académico e partindo das experiências vividas neste processo,
apresentam-se as seguintes recomendações para a Escola Primária Completa Maxaquene “B”:
28
Referências Bibliográficas
Costa, M. Koslinski, M. (2012). Escolha, estratégia e competição por escolas públicas. Pro-
Decreto n.o 55/2009, Pub. L. No. Boletim da República: 1a série, N.o 40.
Lakatos, E. M., & Marconi, M. de A. (2004). Metodologia Científica (4th ed.). Atlas.
Morgado, J. C. (2006). Manuais Escolares: contributo para análise. Porto: Porto Editora
29
O RACISMO EM TEXTOS LITERÁRIOS, CANÇÕES E NA LINGUAGEM FÍLMICA.
Cadernos PDE, ISBN 978-85-8015-076-6
Nogueira, M. A. (2013). No fio da navalha: a (nova) classe média brasileira e sua opção pela
Zagury, T. (2006). O professor Refém: Para pais e professores entenderem porque fracassa a
30
ANEXOS
31
Anexo 1: Carta de pedido de estágio
32
33
Anexo 2: Resposta da EPC Maxaquene “B” a carta de pedido de estágio.
34
Anexo 3: Termos de Referência do Estágio
35
36
37
38
Anexo 4: Credencial para o Estágio
39
Anexo 5: Avaliação de desempenho
40
41
42