Producao Beneficiamento Propolis
Producao Beneficiamento Propolis
Producao Beneficiamento Propolis
Henrique F. E. Breyer
Ernesto D. H. Breyer
Ivanir Cella
1 INTRODUO
A produo da prpolis na apicultura racional, seja de forma complementar ou de forma
especializada, tornou-se nos ltimos anos uma importante fonte de renda para o apicultor
brasileiro.
Adotando tcnicas e procedimentos relativamente simples e de baixo custo, o apicultor poder
obter um produto de boa qualidade, conserv-lo em condies adequadas e comercializ-lo
com facilidade.
Os bons preos atuais e a demanda crescente para todos os tipos de prpolis tornaram sua
produo associada com a produo de mel, indispensvel para os resultados de uma
produo apcola, principalmente para o pequeno e mdio apicultor.
O desenvolvimento de pesquisas com a prpolis brasileira tem mostrado nas ltimas dcadas
resultados relevantes na sua utilizao em diferentes produtos da indstria alimentcia,
cosmtica e farmacutica, alm, claro, do seu uso tradicional no consumo popular.
2 DEFINIO
Conforme Anexo VI da Instruo Normativa n 03, de 19/07/2001 do MAPA, conceitua-se
como:
Produto oriundo de substncias resinosas, gomosas e balsmicas, colhidas pelas abelhas de
brotos, flores e exsudatos de plantas, nas quais as abelhas acrescentam secrees salivares,
cera e plen para a elaborao do produto final.
4 COMPOSIO DA PRPOLIS
Conforme Anexo VI da Instruo Normativa n 03, de 19/07/2001 do MAPA, a prpolis
composta basicamente por resinas, produtos balsmicos, cera, leos essenciais, plen e
microelementos. J foram identificados mais de 200 componentes ativos na prpolis.
5 PRODUO DA PRPOLIS
Apesar disso, a maioria das plantas ainda no foram identificadas, principalmente em regies
de grande diversidade floral. Algumas espcies exticas, como o caso do gnero Populus,
conhecido como lamo (Figura 5), so excelentes fontes de matria prima, porm
importante ressaltar que podem alterar a composio original da prpolis tpica de
determinada regio brasileira.
Figura 5 Abelha coletando resina de lamo
5.3.2.2 Aberturas laterais nas melgueiras com insero de quadro mvel (caixilho de
prpolis) (Figura 9):
- A prpolis pode ser retirada dos quadros em ambiente adequado (limpo e higinico), em sala
apropriada na unidade de extrao do apicultor;
- A abertura externa do quadro protegida por uma fita plstica transparente, que proporciona
maior conforto trmico para as abelhas, e impede a entrada de outros insetos e impurezas;
- Aps o perodo de produo, as aberturas podem ser fechadas, com a substituio dos
quadros mveis por um tampo de madeira perfeitamente encaixado;
- A retirada da prpolis dos quadros em tiras permite sua classificao por tipos, permitindo
atender melhores demandas de mercado.
Desvantagens:
- Altera a estrutura padro das melgueiras, precisando um manejo adicional no caso da
apicultura migratria;
- um processo desenvolvido para funcionar como um sistema padro, onde as medidas
precisam ser obedecidas, para que seu funcionamento seja adequado;
- Em regies onde existem predadores, como iraras, quatis e outros inimigos naturais,
cuidados adicionais precisam ser tomados, j que estes quadros laterais facilitam o acesso a
estes predadores;
- Precisa ser retirado um caixilho das melgueiras, dividindo o espao com as duas laterais da
melgueira para que o sistema funcione.
Figura 11 - Medidas para fabricao do coletor de prpolis em colmeia Langstroth (Padro Breyer).
Colocar os caixilhos na abertura lateral da melgueira adaptada para o coletor. Este trabalho
tambm pode ser feito no apirio, substituindo as melgueiras l existentes. Lembrar de deixar
um caixilho de melgueira a menos (no padro americano (Langstroth), ficam 9 caixilhos).
- No apirio
Colocar as melgueiras com os coletores de prpolis nas colmeias com condies de receb-
los, conforme orientao anterior. Neste manejo, dividir o espao do caixilho retirado entre as
duas laterais da melgueira onde fica o coletor de prpolis.
Os caixilhos laterais ficam afastados aproximadamente 2cm da estrutura interna da caixa. Este
um aspecto fundamental para que as abelhas propolizem a abertura do quadro mvel
(coletor) e no contra o favo do caixilho da melgueira.
Aps a coleta dos quadros propolizados devem ser efetuadas as anotaes e identificaes
necessrias para um bom controle da atividade.
Os quadros devem ser acondicionados com as faces propolizadas em contato, impedindo que
a prpolis encoste no plstico do quadro. Evita-se com isso a contaminao externa da
prpolis, assim como sua aderncia ao plstico.
O transporte do material propolizado deve ser feito com veculo limpo e protegido do calor
excessivo.
c) Rendimento:
Cada quadro mvel propolizado representa em mdia 30g de prpolis (60g por melgueira) em
um prazo mdio de 10 dias. Em condies favorveis possvel realizar em torno de 10
colheitas no perodo produtivo, representando uma mdia de 600g por colmeia, lembrando
que esta produo complementar produo de mel.
Os quadros deixados por mais dias podem apresentar uma camada mais espessa de prpolis,
aumentando seu peso. O melhor rendimento obtido com coletas mais frequentes (a cada 10
dias).
No mesmo dia ou dias subsequentes, a prpolis ser cortada com faca afiada (lmina
encurtada de inox e afiada de um lado). Neste processo, evita-se cortar a fita plstica, assim
como a madeira das laterais do quadro. Desta forma obtm-se tiras e pedaos praticamente
limpos de impurezas (Figura 16).
6.1 Limpeza:
Realizada em ambiente limpo e higienizado, com operadores equipados com jaleco, touca,
mscara, luvas (opcional). A higiene dos operadores deve ser rigorosa para evitar
contaminao microbiolgica. Neste processo, retirar por catao manual ou uso de pina e
faca todas as impurezas visveis, tais como: pedaos de madeira, abelhas e seus fragmentos,
outros insetos, pedaos de favo, fragmentos de tinta, plstico, prpolis velha oxidada, etc. Se a
prpolis proveniente de limpeza de componentes da colmeia, ser necessrio um processo
de separao com peneira, utilizando-se de 2 ou 3 malhas, para retirada do p, separao e
classificao dos pedaos. Com este procedimento a limpeza (retirada dos fragmentos
facilitada.
Quando o processo de produo da prpolis realizado com coletores mveis, as etapas de
limpeza e classificao so facilitadas.
19.6.1 Acondicionamento
Uma vez classificada e seca, a prpolis deve ser acondicionada em embalagens hermticas e
de grau alimentcio.
O ideal acondicionar a prpolis em pacotes plsticos resistentes, atxicos, transparentes (no
utilizar plstico reciclado), de grau alimentcio, com espessura acima de 0,2 mm.
Retirar o mximo de ar possvel, lacrando o pacote com equipamento prprio ou amarrando
com fita plstica.
Preferencialmente, colocar 5kg em cada pacote e acondicionar em caixas de papelo ao abrigo
da luz e umidade. Procurar dar um formato retangular ao pacote para que possa ser melhor
acondicionado e armazenado (Figura 18).
Tambm podero ser utilizados baldes plsticos, hermticos, de grau alimentcio, de cor
branca opaca (para no haver entrada de luz), com capacidade de at 10 kg de prpolis (baldes
para 20 litros), conforme Figura 19.
Figura 19 Baldes para acondicionamento de prpolis nova
Obs.: Nesta etapa deve ser feita a identificao de cada embalagem utilizando-se de etiquetas
adesivas e protegidas de umidade externa. Na identificao devem ser colocados os principais
dados, importantes para garantir a origem do produto (Figura 20).
Autoria:
- Henrique F. E. Breyer -Mdico Veterinrio
Breyer & Cia Ltda
Contato: [email protected]
- Ernesto D. H. Breyer Bilogo
Breyer & Cia Ltda
Contato: [email protected]
- Ivanir Cella Tcnico em Agropecuria
Epagri
Contato: [email protected]