Introdução Ao Ensino Da Ginastica

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INSTITUTO DE EDUCAO REGIONAL DO CEAR EDUCANDO

CURSO: EDUCAO FISICA

Introduo ao
Ensino da
Ginstica
Histria da Ginstica

Ginstica na Pr-Histria
claro que a expresso "Ginstica" aplicada ao homem pr-histrico um
tanto forada, pois o exerccio fsico no estava sistematizado, regulamentado,
metodizado, estudado cientificamente, etc.. Mas tudo isso que ns hoje procuramos
atingir cientificamente (bem estar fsico, sade, fora, velocidade, resistncia,
aperfeioamento das funes fisiolgicas, etc.), o homem primitivo atingiu e
ultrapassou em muito. que, pelas condies de vida, um dia na pr-histria, era uma
contnua e completa aula de educao fsica. Para sobreviver ao perigo das feras e
inimigos, para fugir as intempries, para conseguir o alimento, para homenagear os
deuses, para festejar vitrias, etc., o homem, em pleno contato com a natureza,
precisava correr, saltar, marchar, arremessar, na dar, mergulhar, lutar, levantar e
transportar ,equilibrar, trepar, danar, jogar, etc.

A Ginstica na Grcia

Na Grcia, definiu-se o primeiro conceito de Ginstica. Os exerccios


ginsticos tinham de ser praticados com o corpo n, banhados com leo, nos
ginsios, sob uma orientao determinada por preparadores fsicos e filsofos,
objetivando a formao do ser humano, no seu aspecto fsico, intelectual, filosfico,
artstico (vinculado esttica e msica), e moral, desenvolvidos a partir do seu
mtodo, a orquestrica e a palestrica:
Pouco antes de Plato a ginstica foi erigida em instituio nacional. Foi
metodizada e codificada, juntamente com a instituio dos atletas, e com a dos
pedotribas (professores) que se consagravam exclusivamente nos exerccios
corporais, com o fim de concorrerem aos jogos pblicos....
A Ginstica foi dividida em dois grupos:
A orquestrica (formao cultural e moral dos jovens, atitudes por meio de
gestos, msica, carter, dignidade do cidado, danas rtmicas)
A palestrica (preparo de atletas para os jogos pblicos, diversas modalidades
de exerccios fsicos e eram realizados nos ginsios)(BONORINO, op.cit., p.19 e 20)
At os 7 anos a criana ficava com a me; era ento entregue ao Estado passando a
viver em comum com outras crianas, tendo uma alimentao sbria, realizando
exerccios violentos e habituando-se aos rigores da natureza. Aos 13 anos ingressava
em regime ainda mais violento, praticando exerccios militares como equitao, funda,
arco e flecha, manejo da lana. Formavam bandos de adolescentes e eram mandados
a assaltar stios e viajantes para prover sua prpria alimentao. Se no
conseguissem atingir seu intuito eram severamente castigados.
Dos 18 aos 20 anos o jovem espartano passava a guardar a cidade e a treinar
os grupos mais jovens nos exerccios fsicos e militares.
Dos 20 aos 30 anos entrava nos plenos poderes militares, podendo comandar
tropas. Depois dos 30 gozava de privilgios polticos; aps os 60 podia aspirar aos
mais altos postos da vida poltica.
Por tudo isso, fcil concluir-se que a Educao consistia quase que
exclusivamente na Educao Fsica. Afora, e a educao cvica, os jovens recebiam
apenas alguns rudimentos de aritmtica, leitura, e poesia. As meninas tambm
recebiam uma educao fsica intensa e, para escndalo dos de mais gregos,
participavam dos jogos pblicos; corriam, manejavam o arco e a flecha, dirigiam um
carro de guerra e lutavam como qualquer homem; tinham obrigao de manterem-se
belas, fortes e saudveis a fim de que aos 20 anos fossem desposadas e pudessem
gerar filhos saudveis. Eram educadas a colocar o amor a Ptria acima do amor
maternal.
J a educao em Atenas era diferente. At aos 7 anos os meninos ficavam ao
inteiro cuidado materno, brincando livremente.
Aos 7 anos ingressavam na escola onde aprendiam as primeiras letras, canto,
musica, jogos, como comportar-se em sociedade. Vemos, ento que os atenienses
buscavam a formao integral do indivduo: alma; corpo, mente. Dos 12 anos aos 15
estudos se aprofundavam (Desenho, Astronomia, Matemtica, Legislao, Literatura e
etc.) e a ginstica ia se tornando cada vez mais dura.
Dos 15 anos aos 18, recebiam a ginstica mais difcil e dedicavam-se ao
atletismo. Dos 18 aos 20 ingressavam na efebia, espcie de aspirao militar. Alm do
treinamento cvico e militar, recebiam ensinamentos sobre poltica, administrao e
oratria. As meninas eram educadas pela me Sua educao era voltada para o lar;
aprendiam a fiar, coser, bordar, ler, escrever, tocar citara, danar e praticar alguns
jogos.
Os gregos possuam excelentes locais para as prticas gimnicas e desportivas:
a) Estdio - local onde se realizavam as corridas de velocidade e resistncia. Ficava
na plancie junto ou entre morros nos quais construam-se arquibancadas. "Estdio"
uma medida grega que corresponde mais ou menos a 192 metros.No estdio
realizavam-se as corridas, lutas saltos e arremessos.
b) Palestra - (pal = luta) - recinto destinado s lutas. Alem do local das lutas havia
vestirios, salas de ginstica, banheiros frios e quentes, salas de reunies e salas de
massagens.
c) Hipdromo - local destinado s corridas cavalo e de carro.
d) Ginsio Local destinado prtica da ginstica e dos jogos, englobando s vezes
tambm educao intelectual. Com o tempo, o ginsio passou a constituir um
conjunto desportivo completo (hoje, ns usamos a palavra estdio para designar o
conjunto desportivo).
Os jogos Olmpicos eram celebrados de 4 em 4 anos, em honra de Zeus, o rei
dos deuses. Tiveram incio em 776 A.C. e foram extintos em 394 D.C. pelo imperador
romano Teodsio, tendo sido celebradas 291 Olimpadas ao longo de um perodo de
quase 1.200 anos! Os jogos eram organizados e dirigidos pelos 10 helanoicas,
homens da mais destacada envergadura moral e social de Elis. Em junho saiam os
arautos por toda a Grcia pregando a Trgua Sagrada e convidando para os Jogos.
Cessavam ento todas as guerras entre os Gregos! As cidades se reconciliavam;
todos tinham livre trnsito para Olmpia e ningum podia ser molestado; as armas no
entravam na cidade no perodo dos Jogos. Na noite de 27 de julho realizavam-se
banquetes, procisses e ritos sagrados e ao alvorecer o dia 28, com um majestoso
desfile, preces e apresentao dos atletas, iniciavam-se os Jogos. Uma entusistica
multido de 40.000 pessoas, (s homens) vibrava com os feitos dos atletas,
considerados como semi-deuses.
A primeira Olimpada constou apenas da corrida de um estdio; depois foram
includas outras provas e a programao passou a durar uma semana: corridas de
resistncia,arremesses de disco e dardo, lutas, saltos em distncia, corridas cavaIo
e de carro, pentatlo. O pentatlo consistia em corrida, salto, arremesso de dardo,
arremesso de disco e luta. Os pentatletas iam sendo em parte eliminados, a medida
que se realizavam as provas, at que na ltima prova, a luta,ficassem somente dois
concorrentes.Terminadas as disputas, os atletas eram coroados com uma coroa de
louros diante do templo de Zeus e recebiam um ramo de Oliveira.Seguiam-se outras
solenidades religiosas, banquetes e comemoraes.

A Ginstica em Roma
Com a derrota militarista da Grcia (145 a.C), passa a combater a ginstica
grega, pois achavam imoral e repulsiva a nudez dos atletas e ginastas gregos
(MARINHO 1981). TUBINO (1992) descreve que as atividades fsicas romanas
possuam caractersticas militaristas bem marcantes, porm com a decadncia do
imprio Romano foi aos poucos elo cruis espetculos circenses de gladiadores,
pugilatos, luta livre e naumaquias.
Guerreiros, e de esprito prtico, os romanos viam na educao fsica apenas o
instrumento para adestrar suas aguerridas legies. A educao fsica tinha, portanto,
um carter eminentemente militar. Como em Esparta e Atenas, o pai tinha plenos
poderes sobre a famlia, podendo aceitar ou recusar e filho recm-nascido. Se aceita,
a criana ficava aos cuidados da me at 7 anos. Dos 7 anos aos 12, o menino era
entregue ao "Ludus Magister", ou a um preceptor particular se a famlia tivesse
maiores posses. Nessa fase a educao limitava-se a rudimentos de ler, escrever,
contar e jogar, e pequenas tarefas agrcolas ou militares. Dos 12 aos 16 anos ia
para a escola do "grammaticus" onde avanava mais na literatura, na gramtica e
estudava um pouco de cincias. Dos 16 aos 18 anos ia para a escola de "Retrica",
ande aprendia direito, filosofia, retrica e uma esmerada educao militar; Aos 18 anos
tornava-se cidado, trocando a Toga Pretexta pela Toga Viril em bela cerimnia
pblica.
A Naumaquia consistia na luta entre barcos cheios de escravos armados. Cada
barco era embandeirado com cores diferentes do outro.
Tambm realizavam jogos e festas em homenagem aos deuses e em
comemorao s datas significativas na vida da cidade. Os imperadores, na nsia de
agradar o povo para se manter no poder, aumentavam cada vez mais o nmero de
jogos e dias feriados, e distribuam alimento para a populao. Houve um tempo em
que o ano tinha mais dias feriados que dias teis. Juvenal, o clebre poeta satrico,
sentindo a decadncia de sua Ptria, publica, no sculo II, as suas "Stiras, onde
crtica a educao e a vida romana.

A Ginstica na Idade Mdia (395-1453)

Com a morte do imperador Teodsio e a diviso do imprio Romano (395)


comea, segundo alguns historiadores, a Idade Mdia.
Nos feudos, as atividades fsicas consistiam na caa, pesca, jogos infantis (as
crianas daquela poca tinham mais jogos e brincadeiras que as nossas), danas a
jogos populares, lutas e arremessos.
Formavam-se dois partidos: armavam-se as tribunas e arquibancadas;
escolhiam-se os juizes; embandeiravam-se os Iocais da disputa, os animais, as armas
e os cavaleiros; realizavam-se treinamentos; os disputantes faziam os juramentos de
lealdade s regras e aos adversrios; havia homenagens, danas e banquetes; e
quando o entusiasmo popular estava no auge, realizava-se o Torneio. s vezes o
combate ia de sol a sol. Ao final, todos confraternizavam e os esfalfados combatentes,
com toda a dignidade e cortesia, participavam das festas e danas que eram
realizadas em sua homenagem. Os torneios evoluram desportivamente at ao ponto
de originar o "carrossel" e as "cavalhadas" onde havia apenas combates simulados e
demonstrao de habilidade eqestre.
Acavalaria tambm se fez presente nesta poca e assim comea a modificar
sua atitude em relao Educao Fsica. O jovem nobre desde pequeno vai se
preparando fsica, moral e espiritualmente para se tornar cavaleiro. E ento, em plena
mocidade, em bela cerimnia cvica e espiritual, recebe as armas de cavaleiro. Ate
chegar a esse momento, ele passou muitos anos adestrando-se na Luta, natao,
arremessos, Levantamento de pesos, boas maneiras, conhecimento de Leis, exerccio
das prticas religiosas e etc.
A Ginstica no Renascimento
Com o Renascimento (1400 a 1727), perodo de transformaes e
despertamento cultural e ideolgico, que alm de libertar as cincias e as artes
tambm serviu para o ressurgimento da cultura fsica.
Como o homem sempre teve interesse no seu prprio corpo, o perodo da
Renascena fez explodir novamente a cultura fsica, as artes, a msica, a cincia e a
literatura. A beleza do corpo, antes pecaminosa, novamente explorada surgindo
grandes artistas como Leonardo da Vinci (1452-1519), responsvel pela criao
utilizada at hoje das regras proporcionais do corpo humano.
Consta desse perodo o estudo da anatomia e a escultura de esttuas famosas
como por exemplo a de Davi, esculpida por Michelngelo Buonarroti (1475 - 1564).
Considerada to perfeita que os msculos parecem ter movimentos. A dissecao de
cadveres humanos deu origem Anatomia como a obra clssica "De Humani
Corporis Fbrica" de Andrea Vesalius (1514-1564).
A volta de Educao Fsica escolar se deve tambm nesse perodo a Vitorio de
Feltre (1378-1466) que em 1423 fundou a escola "La Casa Giocosa" onde o contedo
programtico inclua os exerccios fsicos.Rousseau props a Educao Fsica como
necessria educao infantil. Segundo ele, pensar dependia extrair energia do corpo
em movimento.Pestalozzi foi precursor da escola primria popular e sua ateno
estava focada na execuo correta dos exerccios.

A Ginstica na Idade Contempornea


na Idade Contempornea que ocorre o aparecimento do esporte moderno, a
sistematizao da ginstica e o amadurecimento da educao fsica escolar. Por esse
motivo, luz do estudo dos princpios doutrinrios que marcaram essa poca.
A histria da elaborao e institucionalizao dos, chamados "sis-temas
ginsticos" confunde-se com a prpria histria do nacionalismo europeu e do
militarismo sempre presente nos sculos XVIII e XIX. Originrios da Alemanha,
Dinamarca, Sucia e Frana, vinculam-se aos processos da afirmao da
nacionalidade nestes pases e constante preocupao de preparao para guerra.
Alguns autores (Marinho, s.d.a; Ramos, 1982) rotularam de doutrinrios os
movimentos de Educao Fsica surgidos naqueles pases.

Ginstica Alem
O seu desenvolvimento foi dirigido por intelectuais e mdicos, mas o impulso
decisivo para a implantao dos alicerces da Escola Alem veio da pedagogia.
Inicialmente, podemos citar os alemes Basedow e Salzmann, que, com suas
instituies escolares denominadas "Philantropinum", abriram as portas para a
implantao da educao fsica escolar. Foi tambm decisiva a influncia sobre os
autores citados do suo Jean Jacques Rousseau que, ao escrever o Emlio, em 1762,
muito acentuou a tendncia humanista do "Philantropinum" do pedagogo Johann
Bernhard Basedow (1723-1790) e, posteriormente, do de Salzmann.
Basedow dava grande importncia sade e educao fsica, e sua escola
iniciou o primeiro programa moderno de Educao Fsica (Van Dalen & Bennet, 1971).
Este programa compreendia corridas, saltos, arremessos e lutas semelhantes s que
se praticavam na Antiga Grcia: jogos de peteca, de bola, de pinos e pelota; natao;
arco e flecha; marchas; excurses no campo, caminhada e suspenso em escadas
oblquas e transporte de sacolas cheias de areia (Marinho, s.d.a; Van Dalen & Bennet,
1971).
Em 1784 foi fundado um instituto educacional semelhante ao Philanthropinum
tambm colocando em prtica ideias educacionais naturalistas, onde Cristoph
Friedrich GutsMuths (1759-1839), assumindo as aulas de ginstica, experimentou
novas atividades e aparatos e elaborou um sistema de trabalho que ficou conhecido
como "ginstica natural" ou "mtodo natural". Ele dividiu as atividades em trs
classes: exerccios ginsticos, trabalhos manuais e jogos sociais (Van Dalen & Bennet,
1971). Admirador de Rousseau, sua ginstica compreendia todas as variaes de
exerccios corporais, sem nunca ir contra a natureza.
A nova ginstica alem - Jahn havia substitudo a palavra ginstica por
Turnkunst, em 1811 - ia ao encontro das necessidades do povo, pois Jahn no teve,
"durante toda sua existncia, outra aspirao seno despertar o sentimento
nacional e a realizao da unidade alem" (30, pg. 56). Jahn somente queria
formar o forte. "Viver quem pode viver", era o seu lema. Para ele, os exerccios
fsicos no eram meios de educao escolar, mas sim da educao do povo. Inventou
aparelhos como a barra fixa, barras paralelas e o cavalo, sendo, portanto o precursor
do esporte que hoje se chama ginstica olmpica. Registramos que, at a I Guerra
Mundial, o sistema nacional de ginstica adotado na Alemanha foi o de Jahn.
Nas escolas alems, a Educao Fsica foi introduzida na forma do sistema
ginstico de Adolph Spiess (1810-1858). Em 1842, o governo prussiano reconheceu
oficialmente a Educao Fsica como uma funo do Estado, e aps o fracasso em
introduzir a ginstica de Jahn, Spiess foi convidado a implantar o seu sistema.
Spiess estudou e trabalhou em escola suas que sofreram a influncia de
Pestalozzi. L , criou um sistema de ginstica adaptado a objetivos pedaggicos e
integrado no currculo escolar. Ele dava bastante nfase disciplina, e embora seu
sistema buscasse um desenvolvimento eficiente e completo de todas as partes do
corpo, tais objetivos eram alcanados atravs de submisso, treino da memria e
respostas rpidas e precisas ao comando.
evidente, que assim, na Alemanha, a ginstica no pode ter, neste perodo,
outro endereo seno aquele militar, com fundo nacionalista, mesmo se no faltaram
interessantes e valiosas alternativas. Outras naes europias condividiram com a
Alemanha as mesmas paixes nacionalsticas, o dio pela opresso estrangeira e o
mesmo desejo de renascer, assim que a difuso do pensamento e das idias da
escola alem encontrou um terreno favorvel nas condies histricas do sculo XIX.
O endereo gmnico da escola alem teve, portanto, origens patritico-militar
com Jahn, assumiu com Spiess um carter escolstico-educativo, com Rothstein
racional-higinico influenciado pela escola sueca, inclinando-se ento ao ecletismo
com Jager, por sua vez inspirado pelas origens clssicas do exerccio fsico, mas
sempre com escasso sucesso.
A nica diferena entre a ginstica da escola alem e aquela das demais
escolas (suecas, inglesas, francesas), que a primeira tinha limitadas capacidades de
difuso pelas prprias condies histricas ambientais da Alemanha antes de 1870,
enquanto que as outras no conheceram tais limitaes ou obstculos para os fins
universais que se tinham prefixadas.

Mtodo Austraco
O Mtodo Natural Austraco, pela prpria nomenclatura, prope uma
pedagogia de desenvolvimento natural e ativa, valorizando atividades prximas da
natureza. Dessa forma, as atividades devem ser executadas ao ar livre e englobar
atividades como marchar, correr, saltar, lanar, arremessar, quadrupedar e outros.
Na execuo dos exerccios do Mtodo Natural Austraco, busca-se a
execuo de movimentos globais e naturais, buscando com os mesmos atingir a
grande maioria dos grupos musculares do corpo humano, tendo por principais
objetivos desenvolver de forma harmnica as qualidades fsicas do organismo
humano, buscando de forma paralela tambm a otimizao das caractersticas
scio-psquicas e morais do indivduo e aperfeioar o indivduo na dosagem da
fora e da resistncia, treinando-o no sentido de utilizar as suas energias na
execuo das atividades.
Para finalizar, percebe-se uma grande utilidade na execuo desse mtodo
para treinamento de militares, onde muitas caractersticas so utilizadas nos
treinamentos atuais das academias e quartis. Para sua efetiva aplicao nas
escolas, existe a natural necessidade de adaptaes no volume e na intensidade dos
exerccios propostos.
a) Parte Educativa: Que consiste na execuo de exerccios e atividades que
venham a produzir bons efeitos sobre o organismo, tais como:
Correo postural;
Melhora da capacidade cardiorrespiratria;
Desenvolvimento muscular como um todo e em especial da musculatura
abdominal;
Ampliao do volume e da mobilidade da caixa torcica;
b) Parte Aplicativa: que consiste na execuo de exerccios e atividades que
venham a desenvolver as aptides gerais, sendo composta por atividades e
exerccios, tais como:
Movimentos bsicos dos membros superiores (braos), membros inferiores (pernas)
e tronco, como as elevaes frontais e laterais, as flexes e as extenses.
Elevao do corpo (suspenso) com a utilizao das mos.
Movimentos diversos do corpo com equilbrio em apenas um dos membros inferiores.
Execuo de grandes e pequenos saltos sobre um ou dois ps de forma estacionria e
com progresso frontal e lateral.
Movimentos de inspirao e expirao realizados de forma contnua e progressiva.
Execuo de exerccios naturais (locomoo), onde os mesmos devem ser
executados em ordem progressiva de dificuldade.
Exerccios utilitrios como a natao, a escalada, os lanamentos e os movimentos
bsicos de defesa pessoal.

Ginstica Nrdica

Foi nos pases nrdicos que mais frutificaram as idias de Guts Muths.
Inicialmente na Dinamarca - considerada na poca a metrpole intelectual dos pases
nrdicos -, com Franz Nachtegall (1777-1847), fundador da ginstica no seu pas. O
pioneirismo a marca fundamental de seu currculo. Em 1799 funda o seu prprio
instituto de ginstica; em 1801 consegue que se inclua a ginstica na escola primria;
em 1804 o responsvel pela fundao de um instituto militar de ginstica, o mais
antigo instituto especializado do mundo; em 1808 inaugura um instituto civil de
ginstica, para formao de professores de educao fsica; em 1828, como
coroamento de seu trabalho, implanta-se obrigatoriamente a ginstica nas escolas,
fazendo com que a Dinamarca adiante-se de alguns decnios a outros pases
europeus. Sua obra identifica-se com a de Spiess, na Alemanha, pois alm de ser o
responsvel pela criao da educao fsica escolar dinamarquesa, a educao fsica
feminina foi outra de suas grandes preocupaes.
Ling voltou Sucia em 1804 e, neste momento, tem incio, efetivamente, a
histria da ginstica sueca. A Sucia encontrava-se arrasada em virtude da guerra
com a Rssia e, assim como Jahn na Alemanha, Ling era possudo de um enorme
sentimento patritico. Pretendia que a ginstica colaborasse para elevar o moral do
povo sueco. Alm disso, "esperava obter, atravs de uma ginstica racional e
cientfica, uma raa liberta do alcoolismo e da tuberculose" (7, pg. 6). Em 1813, Ling
conseguiu autorizao do Rei Carlos XIII para fundar o Real Instituto Central de
Ginstica de Estocolmo (hoje Escola Superior de Ginstica e Esporte), instituio que
dirigiu at o fim da vida. Ling preocupou-se com a execuo correta dos exerccios,
emprestando-lhes um esprito corretivo, como j o havia feito Pestalozzi. Com esta
idia de conferir uma finalidade corretiva aos exerccios, Ling acaba por cimentar as
bases da ginstica sueca.
Seu principal seguidor foi o filho Hjalmar Ling (1820-1886). Sistematizou a obra
do pai e distinguiu-se como o verdadeiro criador da educao fsica escolar sueca,
pois seu pai no havia includo as crianas nos seus estudos. At a I Guerra Mundial,
nenhuma outra influncia fora da rbita lingiana acrescenta algo significativo
educao fsica sueca.

Ginstica Francesa

da maior importncia o estudo dessa escola, pois dela chegaram os


primeiros estmulos que vieram a constituir os alicerces da educao fsica brasileira.
Neste perodo reala a figura de Dom Francisco Amoros y Ondeano (1770-1848),
militar espanhol que chega Frana em 1814 e, em 1816, adquire a cidadania
francesa. A sua figura de grande relevncia histrica, pois foi quem introduziu a
ginstica naquele pas, sendo conhecido como o "pai da ginstica francesa".
O Mtodo francs possui sua fundamentao voltada para as cincias
mdicas, tais como a fisiologia e a Anatomia, possuindo um fulcro na Mecnica.
Com a contribuio do professor e fisiologista francs Georges Dmeny (1850
1917), considerado por muitos como o grande patriarca do Mtodo francs, o mtodo
buscou um embasamento maior nas leis da fsica e da Biologia, aplicando exerccios
fsicos e atividades com base cientfica.
A educao fsica dever ser orientada pelos princpios de fisiologia. Durante a
infncia a educao fsica deve visar ao desenvolvimento harmnico do corpo,
enquanto na idade adulta o seu papel manter e melhorar o funcionamento dos
rgos, aumentar o poder do corao e dos vasos sanguneos, o valor funcional do
aparelho respiratrio, a preciso e eficcia dos movimentos e pelo conjunto desses
meios, assegurar a sade. Segundo a definio do mtodo, a educao fsica
compreende o conjunto de exerccios cuja prtica racional e metdica susceptvel de
fazer o homem atingir o mais alto grau de aperfeioamento fsico, compatvel com sua
natureza, e utilizando-se de vrias formas de trabalho: jogos, flexionamentos,
exerccios educativos, aplicaes (as grandes famlias - marchar, saltar, levantar e
transportar, correr, lanar e atacar, e defender-se), desportos individuais, desportos
coletivos.

REGRAS GERAIS PARA APLICAO DO MTODO FRANCS

1. Grupamento dos Indivduos - baseado na fisiologia e na experincia, adotou a


classificao racional em grupos de valor fisiolgico sensivelmente equivalente:
educao fsica elementar ou pr-pubertria (crianas de 4 a 13 anos); educao
fsica secundria ou pubertria e ps-pubertria (adolescentes de 13 a 18 anos);
educao fsica superior ou desportiva e atltica (adultos de ambos os sexos de 18
a 35 anos); e ginstica de conservao para a idade madura (adultos de ambos os
sexos com mais de 35 anos).
2. Adaptao ao Exerccio - o regime de trabalho fsico a que sero submetidos
depende: do fim a atingir, da dificuldade e da intensidade dos exerccios e das
qualidades que estes exerccios so susceptveis de desenvolver ou de aperfeioar.
Para compor o programa de exerccios foram elaborados quadros de exerccios por
ciclos (elementar, secundrio e superior) e que constava de: grupamento, fim a atingir
(objetivo), o programa de exerccio e regime de trabalho.
3. Atrao do Exerccio - os exerccios fsicos devem ser higinicos e salutar quanto
maior o prazer com que for praticado. O instrutor dever esforar-se para tornar a
sesso atraente, pela escolha judiciosa dos exerccios que variar, freqentemente,
pela introduo de jogos em momento oportuno no decorrer da lio e, principalmente,
pela emulao e disposio para o trabalho que provocar em sua classe.
4. Verificao Peridica da Instruo - a verificao peridica dos exerccios fsicos
realizada pelo mdico e pelo professor e repousa nos exames fisiolgicos e prticos.
A verificao mdica efetuada no incio e final do ano letivo, seguido de exame
prtico de dificuldade compatvel com o valor fsico dos concorrentes.

UMA SESSO COMPREENDE TRS PARTES

De forma genrica, o mtodo buscava ordenar e aplicar um grupo racionalizado


de exerccios e atividades que compreendiam os saltos e saltitos, os
lanamentos, os arremessos, as corridas, as marchas e com sua aplicao militar
tambm utilizavam-se de esportes como a esgrima, a natao e a equitao.
1. Preparatria - durao de 2/10 do tempo total da sesso. Comporta evolues e
flexionamentos dos braos, pernas, tronco, combinados, assimtricos e de caixa
torcica.
2. Lio Propriamente Dita - durao de 7/10 da sesso. Abrange exerccios
grupados nas sete famlias: marchar, trepar e equilibrar-se, saltar, levantar e
transportar, correr, lanar e atacar e defender-se.
3. Volta Calma - durao de 1/10 da sesso. Contm: marcha lenta com exerccios
respiratrios, marcha com canto ou assobio e exerccios de ordem.

A Incluso das Ginsticas na Escola e nas


Escolas Brasileiras
Em meados do sculo XVIII, as Ginsticas foram inseridas no Brasil, visando a
preparao fsica dos soldados da Corte e, o primeiro sistema de Ginsticas a ser
implantado no pas foi o alemo, na primeira metade do sculo XIX (Marinho, 1953).
Meneghetti (2003) registra que a introduo do Mtodo Alemo no Brasil deve-se ao
grande nmero de imigrantes refugiados da guerra que se instalaram no pas tendo
como hbito essa prtica. A fora do referido Mtodo to ampla que, por volta de
1860,consagrado como o mtodo oficial do exrcito brasileiro.
Em 1822, se d a consolidao das Ginsticas na escola em que Rui Barbosa
deu seu parecer sobre o Projeto 224 Reforma Lencio de Carvalho, Decreto n. 7.247, de 19
de abril de 1879, da Instruo Pblica , no qual defendeu a incluso da ginstica nas escolas
e a equiparao dos professores de ginstica aos das outras disciplinas. Nesse parecer, ele
destacou e explicitou sua ideia sobre a importncia de se ter um corpo saudvel para sustentar
a atividade intelectual (BRASIL, 1997, p. 19).

Com a reforma, houve recomendao para que a Ginstica fosse


obrigatria, para ambos os sexos, e que fosse oferecida para as Escolas
Normais (DARIDO e SANCHEZ NETO, 2005, p. 2). Contudo, Betti (1991) coloca que
at a dcada de 30, as leis propostas pela reforma, foram aderidas apenas pelas
escolas da corte imperial e capital da Repblica, e as escolas militares.Nessa mesma
poca a educao brasileira sofria uma forte influncia do movimento escola-novista,
que evidenciou a importncia da Educao Fsica no desenvolvimento integral do ser
humano.
A Educao Fsica que se ensinava nesse perodo era baseada nos mtodos
europeus o sueco, o alemo e, posteriormente, o francs , que se firmavam em
princpios biolgicos. Faziam parte de um movimento mais amplo, de natureza cultural,
poltica e cientfica, conhecido como Movimento Ginstico Europeu, e foi a primeira
sistematizao cientfica da Educao Fsica no Ocidente.
Em 1920 passa a ganhar espao na escola o Mtodo Francs, bem como
vrios estados da federao comeam a realizar suas reformas educacionais e
incluem a Educao Fsica, com o nome mais freqente de Ginstica (DARIDO e
SANCHEZ NETO, 2005, p. 2). O Mtodo Francs passa a ser obrigatrio nas escolas
brasileiras at por volta de 1960, quando o esporte comea a ser inserido em mbito
escolar, reforado pelas vitrias da Seleo Brasileira de Futebol em Copas do Mundo
(DARIDO e SANCHEZ NETO, 2005). Tambm a nomenclatura mais utilizada agora a
de Educao Fsica e as Ginsticas aos poucos vo deixando de ser a Educao
Fsica para se tornar um contedo da Educao Fsica.
Do final do Estado Novo at a promulgao da Lei de Diretrizes e Bases da
Educao de 1961, houve um amplo debate sobre o sistema de ensino brasileiro.
Nessa lei ficou determinada a obrigatoriedade da Educao Fsica para o ensino
primrio e mdio. A partir da, o esporte passou a ocupar cada vez mais espao nas
aulas de Educao Fsica. O processo de esportivizao da Educao Fsica escolar
iniciou com a introduo do Mtodo Desportivo Generalizado, que significou uma
contraposio aos antigos mtodos de ginstica tradicional e uma tentativa de
incorporar esporte, que j era uma instituio bastante independente, adequando-o a
objetivos e prticas pedaggicas.
Com a lei n 5.692, a Educao Fsica teve seu carter instrumental reforado:
era considerada uma atividade prtica, voltada para o desempenho tcnico e fsico do
aluno.

Em relao ao mbito escolar, a partir do Decreto n. 69.450, de 1971,


considerou-se a Educao Fsica como a atividade que, por seus meios,
processos e tcnicas, desenvolve e aprimora foras fsicas, morais, cvicas,
psquicas e sociais do educando. A falta de especificidade do decreto manteve a
nfase na aptido fsica, tanto na organizao das atividades como no seu controle e
avaliao.Nesse perodo, o chamado modelo piramidal norteou as diretrizes
polticas para a Educao Fsica: a Educao Fsica escolar, a melhoria da aptido
fsica da populao urbana e o empreendimento da iniciativa privada na organizao
desportiva para a comunidade comporiam o desporto de massa que se desenvolveria,
tornando-se um desporto de elite, com a seleo de indivduos aptos para competir
dentro e fora do pas.
A Lei de Diretrizes e Bases promulgada em 20 de dezembro de 1996, busca
transformar o carter que a Educao Fsica assumiu nos ltimos anos ao explicitar no
art. 26, 3, que a Educao Fsica, integrada proposta pedaggica da escola,
componente curricular da Educao Bsica, ajustando-se s faixas etrias e
s condies da populao escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos.
Dessa forma, a Educao Fsica deve ser exercida em toda a escolaridade de primeira
a oitava sries, no somente de quinta a oitava sries, como era anteriormente.
Alm da LDB de 1996, as Diretrizes Curriculares Nacionais, estabelecidas pelo
Conselho Nacional de Educao para a educao bsica, atribuem Educao Fsica
valor igual ao dos demais componentes curriculares, abandonando o entendimento de
ser mera atividade destituda de intencionalidade educativa (como na legislao de
1971), e passa a ser considerada como rea do conhecimento. A Educao Fsica
deve, portanto, receber o mesmo tratamento dispensado aos demais componentes
curriculares como, por exemplo, ter horrio garantido na grade curricular do turno e
no ser utilizada como moeda de troca na negociao para que os alunos se
comportem durante as outras aulas.
Os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs) tambm concebem a Educao
Fsica como componente curricular responsvel por introduzir os indivduos no
universo da cultura corporal que contempla mltiplos conhecimentos produzidos e
usufrudos pela sociedade a respeito do corpo e do movimento com finalidades de
lazer, expresso de sentimentos, afetos e emoes, e com possibilidades de
promoo, recuperao e manuteno da sade. (BRASIL, 1997, p. 27)
Em busca do conceito da ginstica
Segundo o Novo Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa, a palavra
Ginstica vem do grego Gymnastik e significa a Arte ou ato de exercitar o corpo
para fortific-lo e dar-lhe agilidade. O conjunto de exerccios corporais
sistematizados, para este fim, realizados no solo ou com auxlio de aparelhos e
aplicados com objetivos educativos, competitivos, teraputicos, etc.. Na
Encyclopedia Britannica, a Ginstica definida como a system of physical
exercices practised either to promote physical development or a sport. De acordo
com a Grande Enciclopdia Portuguesa e Brasileira, a Ginstica caracterizada
como:
uma forma ou modalidade de educao fsica, isto , uma maneira de formar
fisicamente o corpo humano, sendo as restantes, alm dela, os jogos e os
desportos. A definio cientfica diz-nos que a ginstica a exercitao metdica
dos rgos no seu conjunto (relacionada ao movimento e atitude), por intermdio
de exerccios corporais, de forma precisamente determinada e ordenada
sistematicamente, de modo a solicitar no s todas as partes do corpo, como as
grandes funes orgnicas vitais e sistemas anatmicos, nomeadamente: o
respiratrio, o crdio-circulatrio, o de nutrio (assimilao e desassimilao), o
nervoso, os rgos de secreo interna, etc.
Os conceitos acima citados, entre outros, demonstram uma viso limitada
da Ginstica, onde o aspecto relativo formao fsica ressaltado em detrimento
dos demais. Devido grande abrangncia da Ginstica, o estabelecimento de um
conceito nico para ela, restringiria a compreenso deste imenso universo que a
caracteriza como um dos contedos da Educao Fsica. Esta modalidade no
decorrer dos tempos, tem sido direcionada para objetivos diversificados, ampliando
cada vez mais as possibilidades de sua utilizao, portanto, a fim de facilitar o seu
entendimento, foram organizados 5 grandes grupos com o intuito de apresentar os
seus principais campos de atuao.

2. Os Campos de Atuao da Ginstica

1. Ginsticas de Condicionamento Fsico: englobam todas as modalidades que


tem por objetivo a aquisio ou a manuteno da condio fsica do indivduo
normal e/ou do atleta.
2. Ginsticas de Competio: renem todas as modalidades competitivas.
3. Ginsticas Fisioterpicas: responsveis pela utilizao do exerccio fsico na
preveno ou tratamento de doenas.
4. Ginsticas de Conscientizao Corporal: renem as Novas Propostas de
Abordagem do Corpo, tambm conhecidas por Tcnicas Alternativas ou Ginsticas
Suaves (Souza, 1992), e que foram introduzidas no Brasil a partir da dcada de
70, tendo como pioneira a Anti-Ginstica. A grande maioria destes trabalhos
tiveram origem na busca da soluo de problemas fsicos e posturais.
5. Ginsticas de Demonstrao: representante deste grupo a Ginstica Geral,
cuja principal caracterstica a no-competitividade, tendo como funo principal a
interao social entre os participantes

A GINSTICA ARTSTICA

A Ginstica Artstica uma modalidade complexa, que exige um conjunto


abrangente de movimentos elegantes, dinmicos/estticos, dotados de fora,
agilidade, flexibilidade, coordenao, equilbrio e controlo do corpo, com a
particularidade destes movimentos se executarem em diversos aparelhos.
A avaliao dos ginastas feita por um grupo de juzes, consoante os critrios de
dificuldade do programa, a composio e a qualidade dos valores de ligao e
execuo de um cdigo prprio de pontuao, elaborado pelos comits das
federaes.
Assim, o objetivo dos atletas passa por uma preparao intensa, de forma a
assimilarem exerccios gmnicos de dificuldade extrema, para atingirem um elevado
aperfeioamento na tcnica de execuo desses exerccios, mostrando elevada
mestria desportiva.
As apresentaes da Ginstica Artstica so individuais, ou seja, separadas por
gnero, devido s diferentes caractersticas fsicas entre homem e mulher e possuem
um tempo aproximado de 30 90 segundos. Os aparelhos da Ginstica Artstica
masculina so diferentes dos aparelhos da Ginstica Artstica feminina. Os homens
disputam provas em 6 aparelhos diferentes, enquanto que as mulheres fazem-no em 4
aparelhos.

A GINSTICA ARTSTICA MASCULINA

A Ginstica Artstica masculina compreende um conjunto de 6 aparelhos:


-Solo;
-Cavalo comares;
-Argolas;
-Saltos de cavalo;
-Paralelas simtricas;
-Barra-fixa.
No decorrer das provas, os homens procuram mostrar a sua fora e o seu domnio nos
diferentes aparelhos.

A GINSTICA ARTSTICA FEMININA

A Ginstica Artstica feminina compreende um conjunto de 4 aparelhos:


-Solo;
-Saltos de cavalo;
-Barras assimtricas;
-Trave.
Ao contrrio das apresentaes masculinas, tais aparelhos no procuram enaltecer a
fora fsica das ginastas, mas antes dar maior nfase vertente artstica e de
agilidade.

CARACTERIZAO DOS APARELHOS

Solo: o solo feito em material elstico, que amortece eventuais quedas e ajuda ao
impulso dos saltos e das passadas. Este aparelho tem a dimenso de 12x2m, no qual
o ginasta procura usufruir do espao para executar movimentos predominantemente
acrobticos, combinados com outros movimentos de fora, de flexibilidade e de
equilbrio, com combinaes coreogrficas, formando um todo harmonioso. Os
ginastas masculinos dispem de um total de 70 segundos para executar a prova, ao
passo que as mulheres tm 90 segundos, com a particularidade de incluir msica
instrumental.
Elizabeth Tweddle (GBR) - Medalha de Ouro nos JO

Cavalo com ares: este aparelho possui dimenses de 1,15mx1, 60mx35cm. As


ares esto adequadamente ajustadas e altura de 12 cm. Os exerccios que
prevalecem so circulares, apelidados de "crculos" (executados com os MI juntos) e
pendulares "tesouras" (executados com os MI afastados) e devem ser executados em
todas as partes do cavalo, sem paragens.

Louis Smith (GBR) - Medalha de Prata nos JO

Argolas: com um dimetro interno de 18 cm, esto distncia uma da outra de 50


cm. Esto presas a uma estrutura prpria e ficam a 2,75m do solo. Neste aparelho o
ginasta deve apresentar uma srie de movimentos estticos, alternados com
elementos de balano frente e retaguarda e de fora. O exerccio deve ser
concludo com uma sada acrobtica. Durante a execuo destes movimentos h uma
grande tendncia desta estrutura em tremer, pelo que, quanto mais controlados forem
os exerccios, menores sero as oscilaes e mais premiado o atleta.
Yuri Van Gelder (NED) - Medalha de Ouro JO

Saltos: so caracterizados por serem a prova mais rpida da Ginstica Artstica. So


executadas aps uma corrida de 25m, com chamada a dois ps sobre o trampolim,
com dimenses de 120x95cm e um curto apoio das mos na "mesa" de saltos.

Thomas Bouhail (FRA) - Medalh a de Ouro nos JO

Paralelas simtricas: possuem medidas compreendidas entre 1,95x3, 5m e esto


distncia de 42 cm a 52 cm uma da outra. Os ginastas devem aproveitar todo o
comprimento das barras apresentando movimentos acima e abaixo destas. Os
exerccios devem ser predominantemente combinados entre balanos, voos e
posies estticas. A sada e o final da prova devem ser em acrobacia.

Yann Cucherat (FRA) - Medalha de Ouro nos JO


Barra-fixa: este aparelho est preso sobre uma estrutura de metal a 2,75 m do solo e
possui 2,40 m de comprimento. A prova consiste em movimentos de balano
contnuos, demonstrando mudanas de pegas com rotaes, elementos com vo, de
forma a largar e voltar barra. A sada de extrema dificuldade, pois deve incluir
movimento acrobtico de difcil controlo do corpo e ao mesmo tempo espetacular pela
altura que o ginasta atinge antes de chegar ao solo.

Zou Kai (CHN) - Campeo do Mundo

Trave: constituda por material aderente. Est a 1,25m do solo e possui 5m de


comprimento e 10 cm de largura. As ginastas devem executar saltos mortais,
rondadas, passos e coreografia. Os elementos obrigatrios incluem um giro de 360
graus, um salto com uma separao de pernas de 180 graus e sries acrobticas para
frente e para trs. Durante a prova a atleta tem de percorrer toda a barra. A subida ao
aparelho pode ser efetuada por uma simples impulso e tem de ser efetuada pela
prpria ginasta, sem qualquer ajuda.

Shawn-Johnson (USA) - Medalh a de Ouro nos JO

Barras assimtricas: este aparelho fabricado com fibras sintticas e por vezes de
material aderente. As barras esto dispostas paralelamente, mas com
posicionamentos de altura distintos. A mais alta tem 2,36m e a mais baixa tem 1,57m.
Esta diferena permite s ginastas executar uma grande variedade de movimentos
alternados, sem limitaes, mas com elementos gmnicos obrigatrios. Os exerccios
devem ento conter movimentos de impulso, vo e estticos, ligados com rotaes e
transies. Na eventualidade de um atleta cair ter apenas 30 segundos para retomar
a sua posio.
He Kexin (CHN) - Medalha de Ouro nos JO
CDIGO DE PONTUAO DA GINSTICA ARTSTICA

Como foi anteriormente descrito, a Ginstica Artstica uma modalidade


complexa que exige um quadro abrangente de movimentos elegantes,
dinmicos/estticos dotados de fora, agilidade, coordenao, equilbrio e controle do
corpo com a particularidade de se executarem em diversos aparelhos. Assim sendo, o
nvel dos ginastas avaliado por um grupo de juzes consoante os critrios de
dificuldade, elementos de grupo, valores de ligao e execuo de um Cdigo de
Pontuao. O Cdigo de Pontuao (CP) elaborado pelo Comit Tcnico da FIG que
dividido pelo Comit Tcnico Feminino (CTF) e pelo Comit Tcnico Masculino
(CTM) designando os respectivos CP de forma adequada s caractersticas fsicas de
cada gnero. O CP da FIG utilizado em todos os eventos de Ginstica a nvel
internacional tal como no Campeonato da Europa, Campeonato do Mundo e nos
Jogos Olmpicos. As Federaes Nacionais possuem um cdigo interno adequado ao
nvel dos ginastas com o objectivo de impulsionar o desenvolvimento inicial da
Ginstica Artstica a nvel nacional.
O CP actualizado de 4 em 4 anos aps cada Ciclo Olmpico. realizada uma anlise
muito cuidadosa e profunda devido tendncia do desenvolvimentodos movimentos
gmnicos em cada aparelho. Um dos objectivos deste cdigo a estipulao de
normas de funcionamento de todos os intervenientes na competio: ginastas,
treinadores e juzes. Mas o principal pressuposto do CP passa por uniformizar as
regras de pontuao de forma a permitir um julgamento mais objectivo por parte dos
juzes. Outro aspecto do CP passa por orientar os ginastas e treinadores na
construo dos exerccios de competio pois este obriga execuo de
determinados gestos gmnicos durante as provas. O ajuizamento realizado por um
conjunto de normas atravs das quais os juzes procuram erros de postura, execuo,
etc., e avaliam o nvel de dificuldade dos determinantes gestos tcnicos de forma a
diferenciar o vencedor. As normas de classificao dividem-se ento em trs fses
distintas: dificuldade, combinao e execuo.
Em cada aparelho o ginasta avaliado por um grupo de juzes dividido em dois
grupos: um grupo que avalia a dificuldade e o outro que avalia a execuo dos
gestos tcnicos.

Dificuldade: este critrio, considerado o critrio D, avalia os exerccios sob trs


aspectos: i) por partes de valor; ii) por elementos de grupo; iii) pelo valor de ligao.
i) este parmetro priveligia os 8 melhores movimentos obrigatrios pelo CP e de
valores mais elevados (por exemplo um Layout back possui um valor de dificuldade A
de 0,10 valores).
ii) a no obedincia de um conjunto de orientaes relativas composio dos
exerccios de competio estabelecido pelo CP, tal como o ritmo, a distribuio dos
elementos de dificuldade, a variedade, as mudanas de direo, a postura, implicam a
penalizao por cada orientao no executada. Em cada aparelho so definidas 5
exigncias especficas de composio, sendo penalizadas por 0,50 pontos por cada
incumprimento.
iii) como o nome indica este parmetro est relacionado com a combinao e ligao
entre os elementos de dificuldade e que devem ser efetuados sem falhas.

Execuo: neste critrio o ginasta avaliado consoante a postura corporal exigida em


cada elemento de dificuldade. Cada erro descontado consoante a gravidade: so
consideradas faltas pequenas quando h incorreces na colocao dos membros,
postura dos ps, da cabea, das mos, etc.; as faltas mdias so todas aquelas que
implicam uma diferena importante da tcnica correcta; as faltas graves so
consideradas cada vez que um atleta cai ou que pede ajuda. Todas estas faltas so
penalizadas por 0,10; 0,30 e 1/0,50 respectivamente. Estas penalizaes, chamadas
de dedues vo subtrair o conjunto de pontos da execuo. Das seis notas retira-se a
mais alta e a mais baixa de forma a ficar com as quatro notas mdias.
CARACTERSTICAS DA COMPETIO DE GINSTICA ARTSTICA
Como de senso para todos ns, as principais competies internacionais so
ambicionadas por todos os ginastas, pois representam o topo da Ginstica Artstica.
Os Campeonatos da Europa (CE), os campeonatos do Mundo (CM) e os Jogos
Olmpicos (JO), realizam-se de 4 em 4 anos e so as competies mais importantes
para a modalidade.
Os CE, CM e JO so constitudos por um quadro competitivo de quatro concursos
distintos com caractersticas e objectivos muito prprios. So designados
por concurso I (CI), concurso II (CII), concurso III (CIII) e concurso IV (CIV) e
definem o vencedor de cada competio.

Concurso I (CI): o objetivo deste concurso a qualificao para o CII, CIII e CIV e na
qual participam todos os atletas inscritos.
O CM que antecede os JO define as equipas e os ginastas individuais que vo
participar nos JO, considerando os resultados obtidos no CI.

Concurso II (CII): a final individual geral na qual participam os 36 (em CM e JO), 24


(em CE) melhores ginastas do CI.

Concurso III (CIII): a competio II a final por provas, onde definida a classificao
individual de cada uma das provas. Estaro qualificados para esta competio os oito
ginastas que obtiveram as pontuaes mais altas ca CI, em cada uma das provas,
sendo assim uma final por aparelhos.

Concurso IV (CIV): desta fase participam as oito equipes que obtiveram as


pontuaes mais elevadas na CI.
Todas estas normas so utilizadas para a avaliao dos exerccios efetuados em todos
os aparelhos exceo do salto no cavalo. Neste aparelho a classificao dos saltos
est descrita no CP por um valor que representa a nota de partida e est sujeita a
penalizaes de execuo. A avaliao limita-se execuo de um salto nos
Concursos I, II e IVe dois saltos no Concurso III. As notas so dadas de forma
independente e a nota mdia ser a nota final do aparelho (Carvalho J., 2009).

GINSTICA ARTSTICA E FORMAO EM PORTUGAL

Tal como temos vindo a dizer, a Ginstica Artstica uma modalidade complexa
pelo fato de englobar vrios aparelhos que pressupem movimentaes bastante
diferenciadas e de elevado grau de execuo. Estes pressupostos implicam requisitos
motores elevadssimos, tais como a agilidade, a flexibilidade, a harmonia, o equilbrio,
o ritmo, etc.
A Ginstica implica uma fora de vontade, de entrega e de motivao extrema. Assim
sendo, um verdadeiro ginasta deve iniciar a sua atividade desde muito cedo. A
preparao dura e normalmente a sua iniciao dada at aos 10 anos de idade, na
qual o atleta trabalha os seus nveis de flexibilidade e desenvolve os requisitos
motores de base. Aps esta fase d incio ao treino especfico consoante a
especialidade que escolheu. Por volta dos 15 anos de idade inicia um treino de alto
nvel procurando autonomia e fora psicolgica, de forma a desenvolver a sua
performace.
Em Portugal existe uma grande aposta cultural no desporto. O problema incide no
desequilibrado e diferenciado investimento que fazemos em prol do futebol masculino.
tpico e frequente ouvirmos do nosso povo, aps os Jogos Olmpicos, que os nossos
atletas so muito "fracos", mas como podemos ns exigir resultados internacionais
relevantes e dignificantes aos atletas portugueses se durante todo o ano so
esquecidos? Como se podem fazer atletas de elite se no apostamos na formao?
Sendo este um documento efetuado no mbito da disciplina de Ginstica sob a
responsabilidade da ex-campe nacional, treinadora de formao na Ginstica, juza
internacional de Ginstica e ainda Professora de Educao Fsica da Escola de
Educao Superior de Fafe apelo sensibilidade, para que todos os futuros
profissionais da Educao Fsica e Desporto no faam da Ginstica uma modalidade
esquecida.

ORGANIZAO DA GINSTICA

A Ginstica Artstica e a Ginstica Acrobtica so modalidades que comportam


calendrios competitivos distritais e ainda todo o quadro de preparao das Seleces
Nacionais com estgios e provas Nacionais e Internacionais. Assim assistimos a uma
espcie de hierarquia. Podemos considerar a Federao Internacional de Ginstica
(FIG) como rgo mximo da Ginstica em todo o Mundo e cada pas tem a sua
prpria organizao, designadas por Federaes que so compostas pelas
Associaes e respectivos Clubes. Existe ainda outro rgo de revelante importncia
que coordena a Ginstica a nvel Europeu, a Unio de Ginstica da Europa (UEG). Em
Portugal existem duas Federaes distintas responsveis pelas diferentes disciplinas
de Ginstica, a Federao de Ginstica de Portugal e a Federao Portuguesa de
Trampolins e Desportos Acrobticos (FPTDA).

A Federao de Ginstica de Portugal constituda por:

A Federao Portuguesa de Trampolis e Desportos Acrobticos envolve as


modalidades de trampolim e a Ginstica Acrobtica:

BREVE HISTRIA DA GINSTICA ACROBTICA


Os Desportos Acrobticos tiveram origem em atividades ldicas, de lazer e
circenses, de animao, como forma de desafiar a gravidade. Em qualquer uma das
atividades o dinamismo, a fora, a coordenao motora, a flexibilidade, as habilidades
de salto e equilbrio estavam presentes. Segundo Carvalho (2009) a palavra
"akrobats", de origem grega, deriva de "akros" e traduz um sujeito que dana e faz
jogos de equilbrio.
Segundo Carbinatto et al (s/d) a Ginstica Acrobtica conhecida desde 2300 a. C. no
Egipto, atravs de formas percursoras, onde se registaram algumas pinturas
ilustrativas. Tambm desde as pocas remotas, na Grcia e na China, muitos povos
dedicavam-se a prticas idnticas, entre as quais construes de pirmides humanas
(Frana). Os gregos usavam-nas nos antigos Jogos Olmpicos; os Romanos, por
razes militares, treinando os seus soldados para escalarem as paredes das cidades
que atacavam (Fodero et al, 1989). Segundo Carvalho (2009) e Frana foi atravs do
alargamento do Imprio Romano que a ginstica, enquanto forma acrobtica se
expandiu.
Aps a leitura de diversos documentos, percebe-se que ao longo da Idade Mdia as
atividades circenses, as festas populares, entre outros eventos, tornavam-se cada vez
mais profissionais. Mas foi apenas no sc XX que esta atividade se tornou num
desporto, desenvolvendo-se imenso, sobretudo nos pases de leste, realizando-se a
primeira competio na URSS, em 1934 (Carvalho, J.; Frana, L.).
Aps estes importantes passos, em 1973, surgiu a Federao Internacional de
Desportos Acrobticos. Desde a criao desta primeira organizao oficial, vrios
grupos e associaes se filiaram Federao. Segundo Carvalho (2009), em 1934 foi
criada a Federao Europeia de Desportos Acrobticos, devido imensa atividade que
se exercia na Europa.
Em Portugal a Ginstica Acrobtica tem origem recente e em atividades masculinas
designadas pela expresso "Foras Combinadas" (Carvalho, J. e Frana L.). O "pai"
da Ginstica Acrobtica em Portugal, o Professor Robalo Gouveia, teve uma enorme
influncia devido aos bons resultados que os seus pupilos do Exrcito obtinham nas
provas estrangeiras. Foi atravs das suas excelentes capacidades que Portugal
pertenceu desde cedo Federao Internacional de Desportos Acrobticos.

CLASSIFICAO DOS EXERCCIOS DE GINSTICA


ACROBTICA

Os exerccios de Ginstica Acrobtica classificam-se da seguinte forma:

CATEGORIAS E NVEIS NA GINSTICA ACROBTICA

Existem trs nveis de dificuldade, que variam de competio para


competio. So descritos conforme o nvel e objetivos da competio em causa:
- Nvel 3 (estreante): consiste na realizao de um exerccio composto por elementos
facultativos (acrobticos e individuais) ordenados livremente e de acordo com o
acompanhamento musical;
- Nvel 2 (intermedirio): consiste na realizao de um exerccio composto por
elementos obrigatrios e facultativos (acrobticos e individuais) ordenados livremente
e de acordo com o acompanhamento musical;
- Nvel 1 (elite): consiste na realizao de um exerccio composto por elementos
obrigatrios (acrobticos e individuais) ordenados livremente.
No que diz respeito s categorias, como seria de prever, a idade determina o escalo:

TIPOS DE EXERCCIOS DA GINSTICA ACROBTICA

Nos Desportos Acrobticos de competio podemos definir 3 tipos de


exerccios distintos, que tm um tempo limite de realizao de 2'30'', sendo todos
acompanhados de instrumento musical. So eles:
- Exerccio de equilbrio: exerccio executado com elementos de equilbrio, onde no
contabilizada a fase de voo. So considerados exerccios "dinmicos de equilbrio"
devido ao fato de serem realizados em movimento;
- Exerccio dinmico: os exerccios que compem tm uma fase de voo visvel;
- Exerccio combinado: como o prprio nome diz, combinam elementos dinmicos e
de equilbrio.

FUNES DOS GINASTAS NA GINSTICA ACROBTICA

Em competio os trios so obrigatoriamente compostos por elementos do


sexo feminino e as quadras por elementos do sexo masculino. Cada elemento do
grupo tem por definio um nome tcnico, mediante a sua funo. Assim sendo temos:
- O Base: encontra-se na base da estrutura gmnica e suporta o peso dos colegas,
pelo que deve ser o mais forte e pesado;
- O Intermdio: o elemento que fica no meio, suportando e executando posies
intermdias. Deve ser mais leve e de menores dimenses que a base;
- O Volante: o elemento que fica no topo do conjunto. Dever ter um grande domnio
corporal, ser muito gil e verstil. Fisicamente deve ser leve e baixo..
POSTURA FUNDAMENTAL DO BASE NA GINSTICA ACROBTICA
Na Ginstica Acrobtica o base pode adaptar uma das seguintes posturas:
Posio sentado: o base, para suportar corretamente o volante, deve manter um
ngulo reto (90) entre o tronco-coxa e a coxa-perna.
Posio de p: o base deve ter as pernas afastadas, contraindo os msculos
nadegueiros, para evitar oscilaes da bacia. Deve manter a coluna sempre alinhada.

Posio deitado: entre o tronco e os membros inferiores, o base deve manter um


ngulo recto (90).

ESTRUTURA DOS ELEMENTOS DA GINSTICA ACROBTICA

No que concerne estrutura dos elementos da Ginstica Acrobtica, podemos referir 5


grupos:
- Os montes: elemento tcnico em que o volante sobre para o base, aproveitando os
membros do companheiro como apoio, sem nunca perder contacto;
- Os desmontes: caracteriza-se pela perda de contacto do volante com a base,
havendo uma fase de voo, antes da recepo ao solo;
- Os apanhados em fase de voo: inclui todos os elementos que terminam no momnto
em que o(s) base(s) apanha(m) o volante, aps uma fase ou perodo de voo;
- Os elementos com fase de voo: engloba elementos dinmicos que tm incio no
solo. De seguida o volante sofre uma projeo que o far descrever uma trajetria
area;
- Os elementos individuais: necessrio para a realizao de um exerccio completo,
isto , no apenas a realizao de figuras. Existem 4 elementos individuais: de
equilbrio, de flexibilidade, acrobticos e coreogrficos.

TCNICAS DE SUBIDA NA GINSTICA ACROBTICA

As tcnicas de subida na Ginstica Acrobtica so as seguintes:

Simples lateral: o volante sobre, apoiando-se na coxa e nos ombros do base,


utilizando a pega simples. Ambos devem ter as costas alinhadas.

Simples de frente: semelhante subida lateral, com a diferena de o volante se


apoiar na coxa do base e fazer 1/4 de volta, antes de novo apoio.

PEGAS: ESSNCIA DA GINSTICA ACROBTICA

As pegas so a essncia bsica da Ginstica Acrobtica. Devem ser as


primeiras aces de aprendizagem, pois so utilizadas em todos os exerccios de
grupo. Existem muitos tipos de pegas que podemos considerar:
- Pega simples: usada para puxar o companheiro na formao de pirmide (equilbrio
sobre um ou vrios companheiros), ou para segur-lo no seu devido lugar, uma vez

construda a pirmide
- Pega de punhos: usada para manter ou para puxar o colega, principalmente quando
os ginastas se agarram com uma s mo;

- Pega frontal: usada quando o base e o volante se encontram de frente um para o


outro;

- Pega de braos: usada para suportar um apoio invertido. Os ginastas agarram-se


mutuamente pelos braos, sendo o agarre do base feito na parte de dentro do brao
do volante e o volante agarra o brao do base pelo lado de fora;

- Pega entrelaada ou "cadeirinha": usada para trepar, suportar na formao e para

lanar o colega;
- Pega de p/mo: usada para suportar o volante pelo p. Serve para suportar e para
dar impulso ao volante. O agarre feito pelo base entre o calcanhar e a face plantar

do p do volante;
- Suporte na posio de p sobre os ombros: o base segura o volante abaixo dos
joelhos, sendo que o volante mantm os calcanhares unidos atrs da cabeado base;
- Pega de cotovelos: como o prprio nome indica, o agarre realizado nos cotovelos.
Normalmente utilizada quando os ginastas esto de frente um para o outro;
- Pega de dedos: pega pouco utilizada devido pouc eficcia e fora que temos nos
dedos. Usada apenas para situaes estticas;
- Pega facial-transversa: no h um agarre mtuo e utiliza-se quando o base est de
frente para o volante;
- Suporte para estafa: realizada pelo base para impulsionar o volante. Este suporte
consiste em colocar as mos sobrepostas uma sobre a outra.
FIGURAS BSICAS NA GINSTICA ACROBTICA
Este tem refere-se unicamente a figuras bsicas, geralmente aprendidas nas
escolas, mas que o ponto de partida para qualquer ginasta.
Assim temos:
1-Exerccios de pares

2 - Exerccios de grupo

Trios

Quadras
Pirmides (5 ou 6 elementos)

3-Coreografia
Aps o conhecimento de todos os fundamentos bsicos necessrio procurar
executar uma combinao de exerccios, a pares ou trios, com fundo musical e um
tempo mximo de 2min. a seguir so demonstradas algumas sesses coreogrficas.

CARACTERSTICAS GERAIS DA COMPETIO DE GINSTICA ACROBTICA

As provas de Ginstica Acrobtica so identificadas e avaliadas pelos seus


elementos (figuras, lanamentos, ritmo, etc.);
Os exerccios so executados no solo, constitudo por material elstico de 12X12m;
Os exerccios tm a durao mxima de 2'30'';
As figuras de elementos tm que ser mantidas por 3'' para serem devidamente
cotadas na avaliao;
O equipament especfico. Para as mulheres o maillot de ginstica obrigatrio e
para os homens pode ser o maillot ou t'shirt/cales, calas ou fatos de uma s pea.

CDIGO DE PONTUAO DA GINSTICA ACROBTICA

O Cdigo de Pontuao (CP) uma forma de avaliar os requisitos tcnicos e


artsticos dos Desportos Acrobticos. Para uma melhor compreenso das suas
funes e finalidade aconselhamos a leitura do tem "Cdigo de Pontuao de
Ginstica Artstica", que se encontra no ndice deste blog. O seu obejctivo
semelhante ao da Ginstica Artstica mas, como bvio, a Composio dos Juzes, os
critrios de avaliao dos exerccios, os tipos de faltas de execuo e a pontuao
esto formuladas de acordo com as caractersticas da Ginstica Acrobtica.

Os Juzes so os seguintes:
-1 chefe de mesa dos Juzes;
-2 Juzes de dificuldade;
-4 Juzes de execuo;
-4 Juzes de Artstica.

Os critrios de avaliao dos exerccios so so seguintes:


- Tempo de durao do exerccio (so descontados 0,1 pontos por cada segundo a
mais);
- Falta de tempo na manuteno das figuras (so descontados 0,3 pontos por cada
segundo a menos);
- Apresentao dos ginastas (a simbiose da roupa com o tipo de exerccio e msica,
bem como o carisma);
- A diferena de altura entre o base e o volante (0,4 nos pares/grupos sniores e 0,2
no pares/grupos jniores);
-A originalidade da sequncia e do exerccio;
-A dificuldade de cada exerccio;
-A execuo das figuras.
Faltas de execuo e artsticas: as faltas de execuo e artsticas descontam-se
conforme o critrio de consideraes de faltas mnimas, mdias, significativas e
maiores. Essa considerao varia conforme o nvel competitivo.

No que respeita pontuao:


- Nota de dificuldade: a tabela que determina o nvel de dificuldade dos exerccios
determinada pela tabela da FIG, que idntica que se encontra neste blog, no tem
"Cdigo de Pontuao da Ginstica Artstica". A nota de dificuldade limitada mas
regida por um mnimo de 20 valores, sendo que a dificuldade menor que 20 valores
num exerccio pontuada com 0,00 pontos.
- Nota de execuo: os exerccios so avaliados de 0,00 a 10,00 pelo seu nvel
tcnico e desempenho (nota de execuo);
- Nota artstica: a componente artstica, sincronismo, msica e apresentao so
cotados de 0,00 at 5,00 (nota artstica);
- Nota final: obtm-se atravs da soma das trs notas anteriormente descritas
(execuo, artstica e dificuldade).

Ginstica Ritmica

Elementos corporais

Nas formas bsicas de movimentos segundo Peuker (1973), considera-


se os componentes funcionais e condicionais dos movimentos humanos, o
estender,flexionar e circundar, sendo que estes fazem parte do dia-a-dia do ser
humano. A forma elementar da execuo determinada pelo molejar, que facilita
a movimentao das articulaes e a elasticidade da musculatura, e o
balancear composto por trs fases, estmulo, acento e amortecimento,
caracterizando assim, o trabalho em GR.
Baseado nestes movimentos determina-se os elementos corporais da
GR, que podem ser executados com ou sem deslocamento e devem ser
trabalhados com variaes da dinmica, espao e ritmo. O cdigo de
pontuao divide-os em dois grupos: o grupo fundamental, que so os saltos,
os pivots, os equilbrios e os elementos de flexibilidade e ondas, e os outros
grupos que so os deslocamentos variados, balanceios, as circundues, os
saltitos e os giro.

Elementos dos grupos fundamentais e outros grupos da GR

Saltos
O elemento corporal salto apresenta-se com trs possibilidades de
execuo:
1. - salto com impulso sobre um p com abordagem ao solo com o mesmo p;
2. - salto com impulso de dois ps e abordagem ao solo com os dois ps,
3. - salto com o impulso de um p s e abordagem ao solo com o outro p.
Nedialkova & Barros (1986) estabelecem que O salto um movimento
explosivo com equilbrio dinmico, com perda total de contato com o solo e
acentuada fase de permanncia do corpo no ar (p.11).
Para determinar as capacidades especficas necessrias para a
execuo satisfatria de um salto, fundamental que se analise estes pelas
diversas formas, e variaes, e exigncias tpicas de cada famlia de saltos. O
Cdigo de pontuao da FIG (2001) apresenta uma tabela onde determina as
famlias e as dificuldades de cada elemento.

Equilbrio
Segundo Tubino (1985), o equilbrio a qualidade fsica conseguida por
uma combinao de aes musculares com propsito de assumir e sustentar o
corpo sobre uma base contra a lei da gravidade (p. 180).
Existem trs tipos de equilbrios citados nas bibliografias, sendo que
todos so utilizados na prtica da GR, conceitualizando cada um deles
possvel identificar alguns exemplos referentes a sua utilizao dentro do
esporte.
Equilbrio esttico: em determinada posio (Elemento corporal equilbrio Ex:
Pass).
Equilbrio dinmico: durante o movimento (Elemento corporal pivot Ex: 360
em Arabesque)
Equilbrio recuperado: aps uma ao, recuperar determina posio
(recuperao aps um salto)
A GR est intimamente ligada a dana, ficando claro a influncia desta
sobre sua execuo, fazendo com que treinadores tragam para seus ginsios,
tcnicas oriundas da dana clssica, moderna, contempornea, jazz, entre
outras.
Para o treinamento dos equilbrios muito utilizado principalmente as
tcnicas do ballet.
Tibeau (1994) alerta que a influncia sofrida pela GR por parte da dana est
caracterizada na semelhana dos movimentos corporais envolvidos neste
esporte e nesta arte. A incluso do exerccio do Ballet Clssico no treinamento
da GR Desportiva, parecem contribuir nos movimentos que requerem
amplitude, equilbrio, sustentao (p. 18).
Nas composies de GR, os equilbrios so executados com um p s,
em meia ponta ou sobre um joelho. Como nos saltos, o Cdigo de Pontuao
(2001) tambm apresenta uma tabela com suas famlias e variaes, e nvel de
dificuldade respectivamente.
Pivots
A forma bsica dos pivots so os giros, considerados por Pallars (1979) como:
o movimento em crculo em torno do prprio corpo, no lugar ou em torno do
eixo do corpo, em deslocamento. A progresso do giro pode ser realizada em
retas ou em curvas (p. 114).
A base motora para a execuo dos pivots o equilbrio.

Manejo de aparelhos

O Cdigo de Pontuao (2001) indica os aparelhos oficiais da GR, que


so a bola, a corda, as maas, a fita e o arco, tendo cada um destas
possibilidades manipulativas caractersticas, determinadas pela forma,
tamanho e peso.
Peuker (1973) ainda ressalta que um dos resultados positivos da
utilizao de aparelhos a motivao, j que eles evitam a monotonia, o
desinteresse e o desnimo dos participantes.
Sabemos que os movimentos podem ser melhorados e aperfeioados somente
atravs das repeties, mas sabemos tambm, que a freqente repetio de
um mesmo exerccio torna o ensino montono. Aqui encontramos mais uma
grande vantagem do aparelho, pois ele oferece uma larga possibilidade de
repetir-se o mesmo tipo de movimento sem torn-lo montono. Desperta cada
vez mais o interesse do executante, e anima-o a aperfeioar a execuo do
exerccio (p. 9 e 10.).
No diferente do objetivo e finalidade do esporte, a utilizao dos
aparelhos busca tambm a educao integral do indivduo, formando e
harmonizando a sua personalidade, desenvolvendo assim, a agilidade, a
flexibilidade e a habilidade atravs de movimentos de graa, beleza e leveza,
auxiliando diretamente na desinibio.
Entretanto, no se pode reduzir as possibilidades manipulativas
oferecidas por este esporte atravs dos aparelhos oficiais. Deve-se oportunizar
as vivncias utilizando-se tambm de materiais alternativos. Para Gaio (1996),
a criao de novos aparelhos deve ser realizada pelas crianas, mas com o
incentivo e a orientao do professor. Sendo explorados pelas vrias
possibilidades manipulativas, combinados com elementos corporais, tendo
como uma prxima etapa a elaborao de composies e a utilizao do
acompanhamento musical.
Considera-se tambm, a relao sobre materiais alternativos um
estimulo para as funes sensoriais e cognitivas, que auxiliam na desinibio e
no conhecimento do esquema corporal, ampliando as possibilidades de
associaes, desenvolvem a percepo espao temporal e a coordenao, e
ainda so motivantes, alm de serem adquiridos por um baixo custo e podem
ser confeccionados por alunos.
Evidenciando o manejo dos aparelhos oficiais, e comparando-os com
alguns materiais alternativos, consegue-se ressaltar a importncia da utilizao
dos mesmos nas aulas de GR. Percebendo suas vantagens de aplicabilidade,
justifica-se a necessidade destes na complementao do trabalho a ser
desenvolvido.

A Corda
A Corda considerada como o primeiro aparelho a ser trabalhado com
os alunos de iniciao, j que um material do costume infantil, e at, pode-se
dizer, que todas as crianas um dia j pularam corda. Peuker (1973) ressalta
que a utilizao deste aparelho muito importante na educao corporal, e
resgata a histria da GR lembrando que ela um dos mais antigos aparelhos
ginstico.

Arco
Assim como a corda, o arco tambm um aparelho muito conhecido das
crianas, j que possui uma similaridade ao bambol, material presente nas
brincadeiras infantis, principalmente das meninas. Sendo este tambm uma
possibilidade alternativa de trabalho, pois mais fcil de ser adquirido e no
trabalho de iniciao pode substituir perfeitamente o arco oficial.

Bola
A bola facilita a execuo das ondas (elementos corporais baseados em
movimentos ondulantes), pois sua forma arredondada permite combinaes de
movimentos de contrao e relaxamento corporal com as tcnicas de manejo
do aparelho.

As maas

Desde 1928, as maas fazem parte dos programas de GR. Entretanto,


somente no VI Campeonato do Mundo de Ginstica Rtmica (1973), elas foram
introduzidas em um exerccio obrigatrio individual, e no ano de 1975 em
exerccios livres individuais.
Referendando Schmid (1985), pode-se afirmar que as maas so consideradas
um dos aparelhos mais difceis de serem trabalhados na GR, pois
obrigatoriamente a ginasta deve manejar os dois aparelhos quase sempre um
em cada mo, ou quando um estiver no ar ou solo o outro deve estar em
movimento, e ainda quando estas estiverem na mesma mo seu manejo deve
ser contnuo e prprio.
Desta forma as maas tornam-se pouco trabalhadas nas aulas e
treinamentos de ginstica, sendo introduzidas somente em categorias mais
avanadas. Outra dificuldade encontrada que as maas podem ser de
madeira, plstico e borracha, todos estes materiais tem por caracterstica a
rigidez, propiciando quando mau manejadas, batidas pelo corpo ocasionando
possveis leses.
Gaio (1996) alerta que As maas so o terror da maioria das
professoras
das escolas que recebem o material para as aulas de Educao Fsica e no
sabem como criar atividades com tais aparelhos ou ensinar a criana a
manuselas

Fita
A fita de todos os aparelhos da GR o mais vistoso, que chama mais
ateno. O seu manejo possibilita desenhos contnuos e fluentes do aparelho,
tornando sua explorao uma constante descoberta de novas formas.
Gaio (1996) acredita que A fita sempre uma atrao especial para as
crianas e at mesmo para as pessoas que gostam de assistir as
apresentaes ou competies de ginstica rtmica desportiva (p. 176).
Pelo seu comprimento oficial (6 metros) se torna um aparelho difcil de ser
manipulado, exigindo movimentos amplos dos braos e um trabalho contnuo e
fluente. Mas no se deve desconsiderar a utilizao de fitas mais curtas, papel
crepom, papel higinico, faixas, e para a confeco do estilete pode-se utilizar
bambu ou uma varinha de madeira. Segundo Rbeva & Ranklova (1991),
A fita exige movimentos de maior destreza e de maior amplitude. Ela
deve estar sempre longe do corpo, para dar a impresso de amplitude, de
afastamento, de liberdade da mo, e tambm da mo livre. Exige ainda
movimento ininterrupto. Os movimentos das mos devem estar perfeitamente
assimilados, criando um movimento visvel da fita no ar, com o efeito de
particular beleza (p. 71)
.
Acompanhamento musical

O acompanhamento musical fecha o tringulo bsico da GR e este deve


ter uma relao muito prxima entre msica e movimento. Para tal, de
fundamental importncia que os praticantes desta modalidade possuam
vivncias rtmicas que propiciem uma melhor expresso de movimento atravs
da msica.
O acompanhamento musical to importante na montagem de uma
srie de GR, que tcnicos e professores preocupam-se com o estilo de msica
para combinar com cada ginasta. A relao direta de msica e elementos
realizadas pelas alunas do o esprito e a forma de toda a coreografia.
H regras determinadas no Cdigo de Pontuao (2001), da FIG,
referente ao acompanhamento musical. Este prev que a msica deve ter um
carter coerente no desenvolvimento do exerccio e um ritmo bem marcado,
claro e eficaz, afim de acompanhar o ritmo dos movimentos da ginasta (p. 59).
Neste sentido, fundamenta-se a importncia da msica dentro da GR.
Surge ento, a preocupao de como desenvolver este sentido rtmico nas
crianas. Rossete (1992) diz que o ritmo deve ser treinado permanentemente e
direcionado s progresses pedaggicas de cada modalidade. Sendo assim, a
educao do ritmo deve respeitar a individualidade de cada aluno, at que este
se conscientize de suas capacidades e possibilidades de trabalho em grupo.
Pinto apud Rossete (1992) apresenta cinco etapas fundamentais a serem
seguidas no trabalho de educao rtmica:
1. sensibilizao rtmica: percepo de diferentes sons produzidos pelo meio
ambiente e pelo prprio corpo;
2. avaliao da qualidade de sons e gestos: atravs de atividades que
propiciem a percepo, identificao e a reproduo da acentuao tnica dos
sons e da ao motora (fluir rtmico, tempos fortes e fracos);
3. vivncia de ritmos prprios: atravs da explorao de diferentes
possibilidades de movimentao, em diferentes situaes de acompanhamento
musical;
4. conscientizao rtmica: estudo da durao, intensidade, amplitude e
trajetria do movimento;
5. ritmo criativo: oportunizar ao praticante se expressar e interpretar, com
naturalidade, cenas da vida diria do folclore, dentre outras, de acordo com a
imaginao.
A tcnica da execuo da ginasta deve respeitar a estrutura rtmica da
composio musical, tendo um carter unitrio entre elementos corporais, do
aparelho e a msica. O Cdigo de Pontuao (2001) determina: ...devem ter
uma relao muito estreita com o carter dos movimentos corporais e do
aparelho e suas estruturas rtmicas. A msica deve sublinhar e valorizar o
sentido do exerccio e dar ao mesmo um carter unitrio do comeo ao fim
(p.79).

BIBLIOGRAFIA
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- Carbinatto, M, et al (s/d). Compreendo a Ginstica Acrobtica: Caractersticas
Histricas e Tcnicas da Modalidade.
- Carvalho, J. (2009). Sebenta de Ginstica. ESE de Fafe: documento
policopiado.
- Costa, M. e Costa, A. (2006). Ginstica Acrobtica. Educao Fsica 7/8/9.
Areal Editores.
- Fodero, J. e Furblur, E. (1989). Creating gymnastic Pyramids and Balances.
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- Frana, L. (s/d). Em Defesa da Ginstica Acrobtica na Escola.
- Romo, P. e Pais, S. (2001). Modalidades Gmnicas. Educao Fsica
10/11/12. Porto: Porto Editora.
Paoliello, Elizabeth. O Universo da Ginstica. Grupo de pesquisa em Ginstica-
FEF-UNICAMP
Delgado,Leonardo Arruda(2012). Fundamentos Metodolgicos da Ginstica.
Educao Fsica Barra do Corda.
Pires, Veruska(2002).Ginstica Ritmica: Um Contributo Pedaggico para as
aulas de Educao Fsica.

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