RDC 17 Resumo
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CAPTULO I
GARANTIA DA QUALIDADE
Art. 10. A "Garantia da qualidade" um conceito muito amplo e deve cobrir todos os
aspectos que influenciam individual ou
coletivamente a qualidade de um produto.
1 Abrange a totalidade das providncias adotadas com o objetivo de garantir que os
medicamentos estejam dentro dos
padres de qualidade exigidos, para que possam ser utilizados para os fins propostos.
2 A Garantia da Qualidade incorpora as BPF e outros fatores, incluindo o projeto e o
desenvolvimento de um produto, que no
esto contemplados no objetivo desta resoluo.
Art. 11. O sistema de garantia da qualidade apropriado fabricao de medicamentos
deve assegurar que:
I - os medicamentos sejam planejados e desenvolvidos de forma que sejam consideradas
as exigncias de BPF e outros
requisitos, tais como os de boas prticas de laboratrio (BPL) e boas prticas clnicas
(BPC);
II - as operaes de produo e controle sejam claramente especificadas em documento
formalmente aprovado e as exigncias
de BPF cumpridas;
III - as responsabilidades de gesto sejam claramente especificadas nas descries dos
cargos;
IV - sejam tomadas providncias para a fabricao, distribuio e uso correto de
matrias-primas e materiais de embalagem;
V - sejam realizados todos os controles necessrios nas matrias- primas, produtos
intermedirios e produtos a granel, bem
como outros controles em processo, calibraes e validaes;
VI - o produto terminado seja corretamente processado e conferido em consonncia com
os procedimentos definidos;
VII - os medicamentos no sejam comercializados ou distribudos antes que os
responsveis tenham se certificado de que cada
lote de produo tenha sido produzido e controlado de acordo com os requisitos do
registro e quaisquer outras normas relevantes
produo, ao controle e liberao de medicamentos;
VIII - sejam fornecidas instrues e tomadas as providncias necessrias para garantir
que os medicamentos sejam
armazenados pelo fabricante, distribudos e subseqentemente manuseados, de forma
que a qualidade seja mantida por todo o prazo
de validade;
IX - haja um procedimento de auto-inspeo e/ ou auditoria interna de qualidade que
avalie regularmente a efetividade e
aplicabilidade do sistema de garantia da qualidade;
X - os desvios sejam relatados, investigados e registrados;
XI - haja um sistema de controle de mudanas; e
XII - sejam conduzidas avaliaes regulares da qualidade de medicamentos, com o
objetivo de verificar a consistncia do
processo e assegurar sua melhoria contnua.
Art. 12. O fabricante responsvel pela qualidade dos medicamentos por ele fabricados,
assegurando que sejam adequados aos
fins a que se destinam, cumpram com os requisitos estabelecidos em seu registro e no
coloquem os pacientes em risco por
apresentarem segurana, qualidade ou eficcia inadequada.
1 O cumprimento deste objetivo responsabilidade da administrao superior da
empresa e exige a participao e o
compromisso dos funcionrios em todos os nveis da organizao, das empresas
fornecedoras e dos distribuidores.
2 Para que o objetivo seja atingido de forma confivel, deve haver um sistema da
Garantia da Qualidade totalmente estruturado
e corretamente implementado, que incorpore as BPF.
3 O sistema da Garantia da Qualidade deve estar totalmente documentado e ter sua
efetividade monitorada.
4 Todas as partes do sistema de Garantia da Qualidade devem contar com pessoal
competente e habilitado, alm de possuir
espao, equipamentos e instalaes suficientes e adequadas.
CAPTULO II
Art. 13. Boas Prticas de Fabricao a parte da Garantia da Qualidade que assegura
que os produtos so consistentemente
produzidos e controlados, com padres de qualidade apropriados para o uso pretendido
e requerido pelo registro.
1 O cumprimento das BPF est orientado primeiramente diminuio dos riscos
inerentes a qualquer produo farmacutica,
os quais no podem ser detectados somente pela realizao de ensaios nos produtos
terminados.
2 Os riscos so constitudos essencialmente por contaminao- cruzada,
contaminao por partculas, troca ou mistura de
produto.
3 As BPF determinam que:
I - todos os processos de fabricao devam ser claramente definidos e sistematicamente
revisados em funo da experincia
adquirida. Alm disso, devem ser capazes de fabricar medicamentos dentro dos padres
de qualidade exigidos, atendendo s
respectivas especificaes;
II - sejam realizadas as qualificaes e validaes necessrias;
III - sejam fornecidos todos os recursos necessrios, incluindo:
a) pessoal qualificado e devidamente treinado;
b) instalaes e espao adequados e identificados;
c) equipamentos, sistemas computadorizados e servios adequados;
d) materiais, recipientes e rtulos apropriados;
e) procedimentos e instrues aprovados e vigentes;
f) armazenamento e transporte adequados; e
g) instalaes, equipamentos e pessoal qualificado para controle em processo.
IV - as instrues e os procedimentos devam ser escritos em linguagem clara,
inequvoca e serem aplicveis de forma especfica
s instalaes utilizadas;
V - os funcionrios devam ser treinados para desempenharem corretamente os
procedimentos;
VI - devam ser feitos registros (manualmente e/ou por meio de instrumentos de registro)
durante a produo para demonstrar que
todas as etapas constantes nos procedimentos e instrues foram seguidas e que a
quantidade e a qualidade do produto obtido
estejam em conformidade com o esperado. Quaisquer desvios significativos devem ser
registrados e investigados;
VII - os registros referentes fabricao e distribuio, que possibilitam o rastreamento
completo de um lote, sejam arquivados
de maneira organizada e de fcil acesso;
VIII - o armazenamento seja adequado e a distribuio dos produtos minimize qualquer
risco sua qualidade;
IX - esteja implantado um sistema capaz de recolher qualquer lote, aps sua
comercializao ou distribuio; e
X - as reclamaes sobre produtos comercializados devam ser examinadas, registradas e
as causas dos desvios da qualidade,
investigadas e documentadas. Devem ser tomadas medidas com relao aos produtos
com desvio da qualidade e adotadas as providncias no sentido de prevenir
reincidncias.
Seo VI
Art. 135. Os laboratrios de controle de qualidade devem ser separados das reas de
produo.
Pargrafo nico. As reas em que so empregados ensaios biolgicos, microbiolgicos
ou de radioistopos devem ser
separadas umas das outras.
Art. 136. Os laboratrios de controle de qualidade devem ser adequados s operaes
que se destinam.
1 Deve existir espao suficiente para evitar misturas e contaminao cruzada.
2 Deve haver espao para armazenamento adequado de amostras, padres de
referncia (se necessrio, com refrigerao),
solventes, reagentes e registros.
Art. 137. As reas onde forem realizados os ensaios microbiolgicos, biolgicos ou com
radioistopos devem ser independentes
e separadas e contar com instalaes independentes, especialmente o sistema de ar.
Art. 138. Pode ser necessria a utilizao de salas separadas para proteger determinados
instrumentos de interferncias
eltricas, vibraes, contato excessivo com umidade e outros fatores externos.
Seo X
Padres de Referncia
Art. 187. Devem ser utilizados padres de referncia oficiais, sempre que existirem.
Pargrafo nico. Na ausncia desses, devem ser utilizados padres de referncia
devidamente caracterizados.
Art. 188. Um padro de referncia no adquirido de uma farmacopia reconhecida deve
ser do mais elevado grau de pureza
possvel de ser obtido e cuidadosamente caracterizado a fim de garantir sua identidade,
teor, qualidade, pureza e potncia.
1 Os procedimentos analticos qualitativos e quantitativos empregados para
caracterizar um padro de referncia devem ser
mais extensos do que os utilizados para controlar a identidade, teor, qualidade, pureza e
potncia do frmaco ou medicamento.
2 Os procedimentos analticos utilizados para caracterizar um padro de referncia
no devem se basear apenas em testes
de comparao a um padro de referncia anteriormente caracterizado.
3 A documentao de caracterizao deve estar disponvel e ser mantida sob a
responsabilidade de uma pessoa designada.
Art. 189. Os padres de referncia oficiais devem ser utilizados somente para o
propsito descrito na respectiva monografia.
Art. 190. Os padres de referncia devem ser armazenados de acordo com as
recomendaes do fabricante.
Pargrafo nico. Devem ser seguidas as recomendaes do fabricante quanto correta
utilizao, incluindo o pr-tratamento
(dessecao, correo de teor etc.) dessas substncias.
Art. 191. Todos os padres secundrios ou de trabalho devem ser padronizados em
relao a um padro de referncia.
Art. 192. Caso necessrio, devem ser realizadas verificaes apropriadas em intervalos
regulares com a finalidade de assegurar
a padronizao dos padres secundrios.
Art. 193. Todos os padres de referncia devem ser armazenados e utilizados de forma
que no afetem negativamente a sua
qualidade.
CAPTULO XV
DOCUMENTAO
Seo III
Art. 209. Os mtodos de controle de qualidade devem ser validados antes de serem
adotados na rotina, levando-se em
considerao as instalaes e os equipamentos disponveis.
Pargrafo nico. Os mtodos analticos compendiais no requerem validao, entretanto
antes de sua implementao, devem
existir evidncias documentadas de sua adequabilidade nas condies operacionais do
laboratrio.
Art. 210. Todas as especificaes de matrias-primas, materiais de embalagem e
produtos terminados devem estar devidamente
autorizadas, assinadas e datadas, bem como mantidas pelo Controle de Qualidade ou
Garantia da Qualidade.
Art. 211. Devem ser realizados ensaios nos produtos intermedirios e no produto a
granel, quando couber.
Pargrafo nico. Devem tambm existir especificaes relacionadas gua, aos
solventes e aos reagentes (cidos e bases)
utilizados na produo.
Art. 212. Devem ser realizadas revises peridicas das especificaes para que sejam
atualizadas conforme as novas edies
da farmacopia nacional ou outros compndios oficiais.
Art. 213. As farmacopias, os padres de referncia, as referncias de espectrometria e
outros materiais de referncia
necessrios devem estar disposio no laboratrio de controle de qualidade.
CAPTULO XVII
Seo I
Seo II
Seo III
Controle em Processo
Art. 298. Devem ser mantidos registros de controle em processo, os quais devem fazer
parte da documentao do lote.
Seo IV
Produtos Terminados
Art. 299. Para a liberao dos lotes deve ser assegurada a conformidade com as
especificaes estabelecidas mediante ensaios
laboratoriais.
Art. 300. Os produtos que no atenderem s especificaes estabelecidas devem ser
reprovados.
Seo V
Amostras de Referncia
Art. 301. As amostras retidas de cada lote de produto terminado devem ser mantidas
por, pelo menos, 12 (doze) meses aps o
vencimento, exceto para Solues Parenterais de Grande Volume (SPGV), que devem
ser conservadas por, no mnimo, 30 (trinta) dias
aps o vencimento.
1 Os produtos terminados devem ser mantidos em suas embalagens finais e
armazenados sob as condies recomendadas.
2 Se o produto for embalado em embalagens grandes, excepcionalmente as amostras
podem ser guardadas em
recipientesmenores com as mesmas caractersticas e armazenadas sob as condies
recomendadas.
3 As amostras de substncias ativas devem ser retidas por, pelo menos, um ano aps
o vencimento dos prazos de validade
dos produtos finais aos quais tenham dado origem.
4 Amostras de outras matrias-primas (excipientes), exceto solventes, gases e gua,
devem ser retidas pelo perodo mnimo
de dois anos aps seu respectivo prazo de validade, se assim permitirem os respectivos
estudos de estabilidade efetuados pelo
fabricante da matria-prima.
5 As quantidades de amostras de materiais e produtos retidos devem ser suficientes
para possibilitar que sejam
realizadas,pelo menos, duas anlises completas.
Seo VI
Estudos de Estabilidade
Art. 302. O Controle de qualidade deve avaliar a qualidade e a estabilidade dos produtos
terminados e, quando necessrio, das
matrias-primas, dos produtos intermedirios e a granel.
Art. 303. Devem ser estabelecidas datas e especificaes de validade com base nos
testes de estabilidade relativos a condies
de armazenamento.
Art. 304. Deve ser desenvolvido e implementado um programa escrito de estudo de
estabilidade, incluindo os seguintes
elementos:
I - descrio completa do produto envolvido no estudo;
II - todos os parmetros dos mtodos e dos ensaios, que devem descrever os
procedimentos dos ensaios de potncia, pureza,
caractersticas fsicas, testes microbiolgicos (quando aplicvel), bem como as
evidncias documentadas de que os ensaios realizados
so indicadores da estabilidade do produto;
III - previso quanto incluso de um nmero suficiente de lotes;
IV - cronograma de ensaio para cada produto;
V - instrues sobre condies especiais de armazenamento;
VI - instrues quanto reteno adequada de amostras; e
VII - um resumo de todos os dados obtidos, incluindo a avaliao e as concluses do
estudo.
Art. 305. A estabilidade de um produto deve ser determinada antes da comercializao e
deve ser repetida aps quaisquer
mudanas significativas nos processos de produo, equipamentos, materiais de
embalagem e outras que possam influir na
estabilidade do produto.